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Universidade Estadual de Campinas Instituto de Química Departamento de Química Orgânica Tese de Doutorado Adição de Nucleófilos a Íons N-Acilimínios Quirais e Reações de Ciclização Promovidas por Pd(0) Aluno: Luís Gustavo Robello Orientador: Prof. Dr. Ronaldo Aloise Pilli Campinas, 14 de Dezembro de 2006 i

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Universidade Estadual de Campinas

Instituto de Química

Departamento de Química Orgânica

Tese de Doutorado

Adição de Nucleófilos a Íons N-Acilimínios Quirais e

Reações de Ciclização Promovidas por Pd(0)

Aluno: Luís Gustavo Robello

Orientador: Prof. Dr. Ronaldo Aloise Pilli

Campinas, 14 de Dezembro de 2006

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DO INSTITUTO DE

QUÍMICA DA UNICAMP

Robello, Luís Gustavo. R54a Adição de nucleófilos e íons N-acilimínios

quirais e reações de ciclização promovidas por Pd(0) / Luís Gustavo Robello. -- Campinas, SP: [s.n], 2006.

Orientador: Ronaldo Aloise Pilli.

Tese - Universidade Estadual de Campinas,

Instituto de Química.

1. Íons N-acilimínios. 2. Auxiliares quirais. 3.

Reações tandem. 4. Catálise por paládio. I. Pilli,

Ronaldo Aloise. II. Universidade Estadual de

Campinas. Instituto de Química. III. Título.

Título em inglês: Nucleophilic addition to chiral N-acyliminium íons and palladium (0) -mediated cyclization reactions

Palavras-chaves em inglês: N-acyliminium ions, Chiral auxiliaries, Tandem reactions, Palladium catalyzed

Área de concentração: Química Orgânica

Titulação: Doutor em Ciências

Banca examinadora: Ronaldo Aloise Pilli (orientador), Alessandro Bolis Costa Simas (NPPN-UFRJ), Timothy John Brocksom (DQ-UFSCAR), Paulo Mitsuo Imamura (IQ-UNICAMP), Fernando Antônio Santos Coelho (IQ-UNICAMP)

Data de defesa: 14/12/2006

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"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram,

mas na intensidade em que acontecem.

Por isso existem momentos inesquecíveis,

coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis"

Fernando Pessoa

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AGRADECIMENTOS

Após anos de trabalho gostaria de agradecer àqueles que me ajudaram, de

forma direta ou indireta, para que a realização do projeto se tornasse possível:

- Ao professor Pilli por ter depositado em mim a confiança necessária para que eu

pudesse fazer parte de seu grupo de pesquisas durante o meu mestrado e

doutorado. Dono de uma incrível capacidade e dedicação, sabe como ninguém

conduzir seu conhecimento sobre a síntese orgânica. Não menos importante é a

amizade que construímos durante todos esses anos.

-- À minha esposa, Gabriela, pelo amor, carinho e compreensão.

- Aos meus pais e irmãos por toda a ajuda para que eu pudesse alcançar os meus

objetivos.

- Aos amigos que passaram ou que ainda fazem parte do grupo de pesquisas:

Adão, Andréa, Ângelo, Betinho, César, Cilene, Diogo, Elaine, Fernando, Giovanni,

Ilton, Lapis, Leila, Luís, Manoel, Mayra, Nilton, Paulo, Ramon, Rinaldo, Roberta e

Rodrigo. Juntos pudemos compartilhar muitas conquistas e frustrações. Sentirei

saudades de vocês.

- Aos amigos do grupo de pesquisas dos profs. Fernando Coelho e Carlos Roque.

Em especial, ao Ângelo Machado pelos trabalhos de cálculos teóricos.

- Aos funcionários do Instituto de Química pela atenção e serviços prestados.

- Ao CNPq, FAPESP e FAEPEX pelo apoio financeiro.

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CURRICULUM VITAE

1. Dados pessoais

Nome: Luís Gustavo Robello

Filiação: Acácio Robello e Maria Leonice Ricci Robello

Nascimento: 26/03/75, Catanduva/SP Nacionalidade: Brasileira

e-mail: [email protected]

2. Formação Acadêmica

- Mestrado – Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

Curso: Química Área de Concentração: Química Orgânica

Conclusão: Julho de 2002

- Graduação - Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

Curso: Licenciatura em Química

Conclusão: Dezembro de 2004

- Graduação - Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

Curso: Bacharelado em Química

Conclusão: Dezembro de 1999

3. Trabalhos em Congressos

- Robello, L. G.; Camilo, N. S.; Pilli, R. A.; Dupont, J.; Lapis, A. A. M.; Silveira Neto,

B. A. “A Adição de Olefinas Ativadas a Íons N-Acilimínios Cíclicos em Líquido

Iônico” 29a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, 2006, Águas de

Lindóia/SP

- Robello, L. G.; Pilli, R. A. “Zinc Triflate as Lewis Acid in Nucleophilic Addition to

Cyclic N-Acyliminium Ions” 11th Brazillian Meeting on Organic Synthesis, 2005,

Canela/RS

- Robello, L. G.; Cabrini, L. G.; Eberlin, M. N.; Pilli, R. A. “Detection of N-

Acyliminium Ions by 1H- and 13-C NMR” 10th Nuclear Magnetic Resonance Users

Meeting, 2005, Angra dos Reis/RJ

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- Robello, L. G.; Pilli, R. A.; Correia, C. R. D.; Machado, A. H. L. “Estudo Teórico

da Diastereosseletividade na Adição Nucleofílica de Sililoxifurano a Íons N-

Acilimínios Derivados da Tetraidroisoquinolina” 28ª Reunião Anual da Sociedade

Brasileira de Química, 2005, Poços de Caldas/MG

- Robello, L. G.; Pilli, R. A. “O Uso de Zn(OTf)2 como Ácido de Lewis na Geração

de Íons N-Acilimínios” 28ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química,

2005, Poços de Caldas/MG

- Robello, L. G.; Pilli, R. A. “Nucleophilic Addition to Tetrahydroisoquinoline Derived

N-Acyliminium Íons” 10th Brazillian Meeting on Organic Synthesis, 2003, São

Pedro/SP

- Robello, L. G.; Pilli, R. A. “Reações de duplo acoplamento entre organometálicos

e dibrometos vinílicos: Síntese do tamoxifeno” 25a Reunião da Sociedade

Brasileira de Química, 2002, Poços de Caldas/MG

4. Publicações

- de Fátima, A.; Robello, L. G.; Pilli, R. A. “Alilação e Crotilação Catalítica e

Enantiosseletiva de Aldeídos” Química Nova, 2006, 29, 1009.

- Pilli, R. A.; Robello, L. G.; Camilo, N. S.; Dupont, J.; Lapis, A. A. M.; Silveira Neto,

B. A. “Addition of Activated Olefins to Cyclic N-Acyliminium Ions in Ionic Liquids”

Tetrahedron Lett. 2006, 47,1669.

- Pilli, R. A.; Robello, L. G. “Zinc Triflate as Lewis Acid in Nucleophilic Addition to

Cyclic N-Acyliminium Ions” Synlett 2005, 2297.

- Pilli, R. A.; Robello, L. G. “Palladium-Catalyzed Double Cross-Coupling of E-

vinylic Dibromides with PhZnCl and the Synthesis of Tamoxifen” J. Braz. Chem.

Soc. 2004, 15, 938.

5. Registro de Patente

- PI0301281-9. Pilli, R. A.; Robello, L. G. “Processo de Obtenção do Agente

Antiestrogênico Tamoxifeno em Fase Heterogênea”

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ADIÇÃO DE NUCLEÓFILOS A ÍONS N-ACILIMÍNIOS QUIRAIS E

REAÇÕES DE CICLIZAÇÃO PROMOVIDAS POR PD(0)

A primeira parte do trabalho envolveu a adição de nucleófilos de carbono a

íons N-acilimínios quirais derivados da tetraidroisoquinolina. Após demonstrada a

viabilidade da metodologia em sua versão racêmica, a eficiência dos auxiliares

quirais cicloexílicos derivados do (1R,2S)-(-)-trans-fenilcicloexanol (97) e

(1R,2S,5R)-(-)-8-fenilmentol (98) foi estudada.

A adição de aliltrimetilsilano (86b) frente aos íons N-acilimínios quirais

forneceu as respectivas tetraidroisoquinilinas aliladas 104b e 106b em

rendimentos moderados (56-65%) e razões diastereoisoméricas de 1,6:1 e 1,8:1

quando 97 e 98 foram empregados como auxiliares quirais, respectivamente.

A reação de Mannich viníloga envolvendo um nucleófilo pró-quiral,

triisopropilsililoxifurano (86c), forneceu os correspondentes butenolídeos 104c e

106c em rendimentos de 42-56%. As razões diastereoisoméricas (rd 3:1 e 2:1) só

foram determinadas após seqüência reacional que permitiu a obtenção da

hidroxilactama 89 e a recuperação dos álcoois quirais 97 e 98.

Baixos níveis de diastereosseletividade (rd = 1,2:1-1,4:1) também foram

observados na adição de aliltributilestanho (86d) a íons N-aciliminíos do tipo trans-

e -naftilcicloexílicos, gerados in situ a partir da reação entre cloroformatos

quirais (116b,c) e diidroisoquinolina (111) ou isoquinolina (118)

Na segunda parte do trabalho, reações tandem envolvendo Pd(0) foram

estudadas tendo como material de partida alquinil lactamas, obtidas em bons

rendimentos a partir de uma nova metodologia one-pot envolvendo a geração de

íons N-acilimínios e acetiletos de zinco mediada por triflato de zinco(II).

Após estudos visando a otimização das condições reacionais, a viabilidade

da seqüência reacional Heck intramolecular-Heck intermolecular–eletrociclização

6e- foi demonstrada na formação da [5,5,6]-benzoindolizidina 213a a partir da

alquinil lactama 183a, agregando em uma única etapa relativa complexidade

estrutural. O sucesso obtido neste estudo abre a possibilidade de extensão desta

metodologia para a síntese de outros sistemas nitrogenados tricíclicos.

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NUCLEOPHILIC ADDITION TO CHIRAL N-ACYLIMINIUM IONS AND

PALLADIUM(0)-MEDIATED CYCLIZATION REACTION

The first part of this work described the addition of carbon nucleophiles to

chiral N-acyliminium ions derived from tetrahydroisoquinoline. Once established for

the racemic series, the methodology was explored with chiral N-acyliminium ions

derived from (1R,2S)-(-)-trans-phenylcyclohexanol (97) and (1R,2S,5R)-(-)-8-

phenylmenthol (98).

The addition of allyltrimethylsilane (86b) to chiral N-acyliminium ions

afforded the corresponding products 104b and 106b in moderate yields (65 and

56%) and low diastereoisomeric ratios (dr = 1,6:1 and 1,8:1 when 97 and 98 were

used, respectively).

The vinylogous Mannich addition of triisopropylsilyloxyfuran (86c) afforded

the corresponding butenolides 104c and 106c in 42-52% yields. However, the

diastereoisomeric ratios (dr = 3:1 and 2:1) were determined after the conversion of

104c e 106c to the hydroxy lactam 89 with recovery of chiral auxiliaries 97 and 98.

Low diastereoselection (dr = 1,2:1 -1,4:1) was observed in the addition of

allylbutylstannane (86d) to chiral N-acyliminium ions containing trans- - and -

naphtylcycloexyl-based chiral auxiliaries, generated in situ from the reaction

between chiral cloroformates (116b,c) and dihydroisoquinoline (111) or

isoquinoline (118).

In the second part of this work, palladium(0)-catalysed tandem cyclizations

of alkynyl lactams were investigated. These alkynyl lactams were prepared in

good yields from a new protocol involving the one pot generation of N-acyliminium

ions followed by the addition of zinc alkynylides mediated by zinc triflate(II).

After systematic studies aiming the optimization of the reaction conditions,

the sequence intramolecular Heck - intermolecular Heck – 6 electrocyclization of

183a afforded the corresponding [5,5,6]-benzoindolizinine 213a. The success of

this study offers a wide range of possibilities for the efficient construction of others

aza-tricycles in a single process step.

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ÍNDICE

Parte 1: Adição de Nucleófilos a Íons N-Acilimínios

Quirais......................................................................................................................1

1- Introdução.............................................................................................................3

1.1- Íons N-acilimínios: aspectos gerais 2

1.2- Íons N-acilimínios: A reação de –amidoalquilação assimétrica......................5

1.2.1- O emprego de nucleófilos quirais...................................................................6

1.2.2- O emprego de íons N-acilimínios com centro estereogênico residente...7

1.2.3. O emprego de íons N-acilimínios com auxiliares quirais................................9

1.3 – Tetraidroisoquinolinas....................................................................................15

1.3.1- Condensação de Pictet-Spengler.................................................................17

1.3.2- Reação de Bischler-Napieralski seguida de redução...................................20

1.3.3- Ataque de nucleófilos a íons imínios............................................................24

1.3.4- Ataque de eletrófilos à carbânions...............................................................27

2- Objetivos.............................................................................................................31

3- Resultados e Resultados....................................................................................33

3.1- Adição de nucleófilos a íons N-acilimínios derivados da tetraidroisoquinolina –

Versão racêmica.....................................................................................................33

3.2- Adição de nucleófilos a íons N-acilimínios derivados da tetraidroisoquinolina –

Versão assimétrica.................................................................................................47

3.2.1- Íons N-acilimínos quirais cicloexílicos..........................................................47

3.2.2- A formação in situ do íon N-acilimínio quiral................................................57

3.2.3- Íons N-acilimínos quirais cicloexílicos do tipo - e -naftílicos.....................64

4- Conclusões.........................................................................................................73

Parte 2: Reações de Ciclização Promovidas por

Pd(0).......................................................................................................................77

1- Introdução...........................................................................................................79

1.1- A Reação de Heck: aspectos gerais................................................................79

1.2- Reações tandem promovidas por Pd(0)..........................................................89

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2- Objetivos.............................................................................................................97

3- Resultados e Discussão.....................................................................................99

3.1- Preparação de alquinil lactamas: Abordagem 1..............................................99

3.2- Preparação de alquinil lactamas: Abordagem 2............................................101

3.3- Preparação de alquinil lactamas: Abordagem 3............................................103

3.4- Preparação de alquinil lactamas: Abordagem 4............................................106

3.4.1- O uso de triflatos metálicos em sínteses orgânicas...................................106

3.4.2- O uso de Zn(OTf)2 como ácido de Lewis na geração de íons N-

acilimínios.............................................................................................................111

3.4.3- O uso de Zn(OTf)2 como ácido de Lewis na geração de íons N-acilimínios e

formação de acetiletos de zinco...........................................................................120

3.5- Reações de ciclização mediadas por Pd(0)..................................................128

4- Conclusões.......................................................................................................139

Parte 3: Parte Experimental ..............................................................................143

1- Parte Experimental...........................................................................................145

1.1- Considerações Gerais................................................................................145

1.2-Adição de nucleófilos a íons N-

acilimínios.............................................................................................................146

1.3- Reações de ciclização promovidas por Pd(0)...............................................183

Parte 4: Espectros Selecionados......................................................................211

Parte 5: Anexos..................................................................................................401

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Reação de alilação a íons N-acilimínios derivados de 16......................10

Tabela 2: Adição dos nucleófilos 85a-c ao íon N-acilimínio 84 para a formação de

86a-c.......................................................................................................................36

Tabela 3: Energias relativas G (Kcal.mol-1) à -78oC entre as 24 geometrias de

estado de transição.................................................................................................46

Tabela 4: Caracterização dos carbamatos quirais 101 e 102................................................50

Tabela 5: Resultados obtidos nas reações de adição de nucleófilos a íons N-

acilimínios quirais....................................................................................................53

Tabela 6: Condições reacionais para a preparação de 111 empregando a reação

de Bischler-Napieralski...........................................................................................58

Tabela 7: Resultados obtidos na reação de adição de aliltributilestanho (85d) a

íons N-acilimínios quirais cicloexílicos gerados in situ...........................................67

Tabela 8: Reação de adição do Grignard alquinílinico ao íon N-acilimínio derivado

de 182a.................................................................................................................100

Tabela 9: Resultados obtidos na obtenção das lactamas 187a e 187b...............103

Tabela 10: Adição nucleofílica de aliltrimetilsilano (85b) ao íon N-acilimínio

derivado de 182a-d na presença de Zn(OTf)2......................................................114

Tabela 11: Adição nucleofílica de aliltrimetilsilano (85b) a íons N-acilimínios

derivados de 182b e 189-192 na presença de Zn(OTf)2......................................116

Tabela 12: Adição nucleofílica dos silil enol éteres 179a e 179b a íons N-

acilimínios derivados de 182b e 188-192 na presença de Zn(OTf)2....................118

Tabela 13: O uso de triflato de zinco na geração do íon N-acilimínio derivado de

182b e do acetileto de zinco derivado do fenilacetileno 205a na obtenção de

183a......................................................................................................................121

Tabela 14: O uso de triflato de zinco (II) na geração de íons N-acilimínios e

acetiletos de zinco................................................................................................125

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Tabela 15: O uso de triflato de zinco na geração de íons N-acilimínios e acetiletos

de zinco na presença de (-)-NME.........................................................................126

Tabela 16: Reações tandem mediadas por Pd(0) na formação do triciclo

213a......................................................................................................................129

Tabela 17: Efeito da base em reações tandem na formação do triciclo

213a......................................................................................................................131

Tabela 18: Reações tandem mediadas por Pd(0) na formação do triciclo

213a......................................................................................................................133

Tabela 19: Diferentes condições reacionais para a formação do tricíclico

213a......................... ............................................................................................135

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LISTA DE ESQUEMAS

Esquema 1: Formação do núcleo tetraidroisoquinolínico 2 envolvendo íons N-

acilimínios (1a e 1b) e íon imínio (1c).......................................................................4

Esquema 2: Geração de íons N-acilimínios na presença de ácidos (reação de

equilíbrio) e posterior interceptação com um nucleófilo (processo irreversível).......5

Esquema 3: Sínteses assimétricas dos alcalóides (+)-isoretronecanol (6a) e (+)-5-

epi-tashiromina (6b) empregando a adição de nucleófilos quirais 3a e 3b frente ao

íon N-acilimínio 4......................................................................................................7

Esquema 4: Preparação do alcalóide (-)-indolizidina 223AB (11) empregando o

carbamato quiral –metoxilado 8..............................................................................8

Esquema 5: Síntese assimétrica da (+)- hastanecina (15) descrita por Pilli e

Russowsky................................................................................................................9

Esquema 6: Auxiliares quirais cicloexílicos recicláveis em reações de adição

nucleofílica a íons N-acilimínios desenvolvida por Comins e

colaboradores.........................................................................................................11

Esquema 7: Metodologia utilizada por Gawley e colaboradores envolvendo íons

N-acilimínios quirais................................................................................................12

Esquema 8: Adição de aliltrimetilsilano a íons N-acilimínios quirais derivados de

26a e 26b................................................................................................................13

Esquema 9: Adição de sililoxifurano a íons N-acilimínios quirais derivados de 26a

e 26b.......................................................................................................................13

Esquema 10: Principais abordagens para as sínteses de sistemas

tetraidroisoquinolínicos com centro estereogênico em C-1....................................16

Esquema 11: Reação assimétrica de Pictet-Spengler para a formação da

tetraidroisoquinolina 30...........................................................................................17

Esquema 12: Síntese estereosseletiva da (S)-(+)-laudanosina (34).....................17

Esquema 13: Reação de Pictet-Spengler utilizando o aldeído quiral 36 na síntese

da (S)-(+)-laudanosina (34).....................................................................................18

Esquema 14: Utilização do carbamato quiral cicloexílico 38 na síntese da (R)-(-)-

laudanosina (ent-34)...............................................................................................19

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Esquema 15: Síntese assimétrica do alcalóide (R)-(+)-salsolidina (44)

empregando a N-p-toluenossulfinila quiral 41........................................................20

Esquema 16: Redução da 3,4-diidroisoquinolina quiral 45 para a obtenção de

46............................................................................................................................21

Esquema 17: Redução do íon imínio quiral 48 como etapa-chave na síntese da

(S)-(-)-salsolidina (ent-44).......................................................................................22

Esquema 18: Síntese estereosseletiva do alcalóide (R)-(+)-salsolidina (44) pela

abordagem Bischler-Napieralski/redução...............................................................22

Esquema 19: Reação de transferência de hidrogênio catalisada pelo complexo

quiral (R,R)-54 para a preparação de alcalóides tetraidroisoquinolínicos..............24

Esquema 20: Adição nucleofílica de 58 ao íon N-acilimínio quiral formado in situ a

partir da reação entre a imina quiral 57 e cloreto de acriloíla (59)..........................25

Esquema 21: Síntese estereosseletiva do alcalóide (R)-(+)-carnegina (66).........26

Esquema 22: Adição enantiosseletiva de dimetilzinco à nitrona 67 mediada por

(R,R)-68 na síntese da (S)-(-)-salsolidina (ent-44).................................................27

Esquema 23: Indução assimétrica controlada por um centro estereogênico em C-

3 durante adição de haletos de alquila...................................................................28

Esquema 24: Síntese da (S)-(-)-noranicanina (75) utilizando metodologia

desenvolvida por Meyers........................................................................................29

Esquema 25: Síntese enantiosseletiva da (S)-(-)-salsolidina (ent-34) empregando

a reação de protonação mediada pela amina quiral 78..........................................30

Esquema 26: Adição nucleofílica a íons N-aciliminos cicloexílicos quirais

derivados da 1,2,3,4-tetraidroisoquinolina..............................................................31

Esquema 27: Preparação do composto tetraidroisoquinolínico -metoxilado

82............................................................................................................................33

Esquema 28: Mecanismo proposto de transferência de elétrons em oxidações

eletroquímicas.........................................................................................................35

Esquema 29: Carbonos -nitrogênios suscetíveis a oxidação anódica e a

possibilidade de formação de regioisômeros 82 e 83.............................................35

Esquema 30: Reações visando a determinação da razão diastereoisomérica e a

configuração relativa dos centros estereogênicos em 86c.....................................38

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Esquema 31: Trabalho de cálculo teórico descrito por Martin na reação de

Mannich viníloga.....................................................................................................44

Esquema 32: Preparação dos carbamatos quirais 101 e 102...............................48

Esquema 33: Mecanismo de acilação de álcoois utilizando trifosgênio................49

Esquema 34: Reação de adição de aliltrimetilsilano (85b) ao íon N-aciliminío

quiral derivado de 103............................................................................................51

Esquema 35: Seqüência reacional para a formação da lactama tricíclica 89 a

partir de 104c ou 106c e a recuperação dos álcoois quirais 97 e 98.....................55

Esquema 36: Mecanismo proposto para a etapa de metanólise na formação da

lactama tricíclica 89 e a recuperação dos álcoois quirais R*OH............................56

Esquema 37: Diferentes metodologias para a preparação de sistemas

tetraidroisoquinolínicos com substituintes em C-1..................................................57

Esquema 38: Preparação da amida 110 e reação de Bischler-Napieralski para a

formação de 111.....................................................................................................57

Esquema 39: Mecanismo proposto na reação de ciclização de Bischler-

Napieralski..............................................................................................................59

Esquema 40: Uso de IBX na preparação da imina 111.........................................60

Esquema 41: Possíveis mecanismos envolvidos na reação de oxidação de

aminas na presença de IBX: iônico e de transferência de elétrons........................61

Esquema 42: Resultados obtidos na adição de nucleófilos 85b e 85d ao íon N-

acilimínio 103 gerado in situ...................................................................................62

Esquema 43: Comparação entre as metodologias empregadas na obtenção de

sistemas 1,2,3,4-tetraidroisoquinolínicos com substituintes em C-1......................63

Esquema 44: Esquema geral para a preparação dos álcoois quirais (+/-)-115a-c e

seus respectivos cloroformatos (+/-)-116a-c..........................................................64

Esquema 45: Reação de Heck nas versões estequiométrica e catalítica.............80

Esquema 46: Ciclo catalítico proposto da reação de Heck...................................81

Esquema 47: Ciclo catalítico proposto da reação de Heck – Pd catiônico............82

Esquema 48: O efeito da base empregada na reação de Heck intramolecular do

iodeto arílico 120....................................................................................................83

xxi

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Esquema 49: Reação de Heck como etapa-chave na síntese total da (-)-

codonopsinina (126)...............................................................................................83

Esquema 50: Reação de Heck envolvendo cloreto de arila 127 na presença de

trialquilfosfina..........................................................................................................84

Esquema 51: Produção industrial do herbicida Prosulfuron (134) a partir de uma

reação de Heck.......................................................................................................84

Esquema 52: Produção industrial do Naproxen (139). .......................................85

Esquema 53: Reação de Heck intramolecular e enantiosseletiva descrita por

Shibasaki e Overman..............................................................................................86

Esquema 54: Primeiro exemplo de reação de Heck intermolecular e

enantiosseletiva......................................................................................................87

Esquema 55: Aplicação sintética da reação de Heck enantiosseletiva.................88

Esquema 56: Reação de Heck intramolecular enantiosseletiva na síntese da (+)-

lentiginosina (155)................................................................................................. 89.

Esquema 57: Reações tandem envolvendo a espécie de alquilpaládio(II) formada

a partir da reação de Heck.....................................................................................90

Esquema 58: Reação de Heck intramolecular - reação de Heck intramolecular

como etapa-chave na síntese de (+/-)-161.............................................................91

Esquema 59: Reação de Heck intermolecular - reação de Heck intramolecular

como etapa-chave na síntese de 166....................................................................92

Esquema 60: Formação one pot de cinco sistemas cíclicos catalisada por

paládio....................................................................................................................92

Esquema 61: Formação de oligociclos mediada por paládio estudada por de

Meijere...................................................................................................................93

Esquema 62: Reação de ciclização mediada por Pd(0) para a formação do triciclo

170..........................................................................................................................94

Esquema 63: Formação dos heterociclos 172a-c a partir de 171a-c na presença

de Pd(0) envolvendo reações tandem....................................................................94

Esquema 64: Heck intramolecular – Heck intermolecular – eletrociclização

mediada por Pd(0) na formação dos biciclos 175a e 175b....................................95

xxii

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Esquema 65: Tentativa de reações tandem Heck intramolecular – Diels-Alder e a

formação das indolizidinona 178a e a quinolizidinona 178b..................................95

Esquema 66: Obtenção de compostos nitrogenados tricíclicos envolvendo

reações tandem......................................................................................................97

Esquema 67: Preparação da lactama hidroxilada 182a e a obtenção de

183a......................................................................................................................100

Esquema 68: Segunda abordagem sintética para a obtenção da alquinil lactama

183a......................................................................................................................101

Esquema 69: Tentativa de formação de lactama 183a a partir de 186 empregando

ácido de Lewis na presença de um agente redutor. ............................................102

Esquema 70: Formação das lactamas 187a e 187b...........................................104

Esquema 71: Formação das alquinil lactamas 183a e 183b...............................105

Esquema 72: Algumas aplicações de triflato de zinco (II) em sínteses

orgânicas..............................................................................................................107

Esquema 73: Combinação de Zn(OTf)2/H2O empregada na reação de Mannich

entre aldiminas quirais e 2-sililoxibutadienos........................................................108

Esquema 74: Geração de acetiletos de zinco e adição destas espécies

nucleofílicas à ligação C=O em sua versão catalítica e assimétrica....................109

Esquema 75: Reação de aza-Henry catalítica e assimétrica mediada por Zn(OTf)2

na presença de um ligante quiral..........................................................................109

Esquema 76: O uso de acetiletos de zinco como nucleófilos frente a íons N-

acilimínios.............................................................................................................110

Esquema 77: O uso de Zn(OTf)2 como ácido de Lewis na geração de íons N-

acilimínios e para a preparação de acetiletos de zinco como

nucleófilos.............................................................................................................111

Esquema 78: Preparação dos precursores de íons N-acilimínios 182b-d a partir

da lactama hidroxilada 182a.................................................................................112

Esquema 79: O uso de triflato de zinco na geração de íons N-acilimínios e

acetiletos de zinco para a obtenção da alquinil lactama 183a..............................123

xxiii

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Esquema 80: Possível explicação para os baixos níveis de enantiosseletividade

obtidos na reação de adição de alcinos terminais a íons N-acilimínios mediada por

Zn(OTf)2/(-)-NME..................................................................................................127

Esquema 81: Reações de ciclização envolvendo Pd(0) na preparação de

compostos nitrogenados tricíclicos.......................................................................128

Esquema 82: Geração da espécie de paládio catiônico e sua coordenação com a

carbonila...............................................................................................................132

Esquema 83: Geração in situ de trialquilfosfinas a partir de [HPR3]BF4 e o seu uso

em reações de acoplamento descritas por Fu......................................................134

Esquema 84: Ciclo catalítico para a obtenção do triciclo 213a envolvendo a

seqüência Heck intramolecular – Heck intermolecular – eletrociclização 6e-

............................................................................................................................137

xxiv

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Valores de deslocamento químico ( ) em ppm referentes ao carbono

eletrofílico: (a) íon imínio; (b) íon N-acilimínio..........................................................3

Figura 2: Efeito -stacking controlando a face do íon N-acilimínio a ser atacada

pelo nucleófilo.........................................................................................................14

Figura 3: Alguns compostos tetraidroisoquinolínicos.............................................15Figura 4: Abordagens para a reação assimétrica de Pictet-Spengler na síntese de

tetraidroisoquinolinas: (a) centro residente no carbono ao nitrogênio; (b) centro

residente no aldeído; (c) grupos quirais ligados ao nitrogênio...............................16

Figura 5: Abordagens para a reação assimétrica de Bichler-Napieralski seguida

de redução na síntese de tetraidroisoquinolinas: (a) centro residente no carbono

ao nitrogênio; (b) grupos quirais ligados ao nitrogênio; (c) redutores quirais.........20

Figura 6: Abordagens para a adição assimétrica de nucleófilos a íons imínios na

síntese de tetraidroisoquinolinas: (a) centro residente no carbono ao nitrogênio;

(b) grupos quirais ligados ao nitrogênio; (c) ligantes quirais...................................25

Figura 7: Abordagens para a adição estereosseletiva de eletrófilos a carbânions

na preparação de tetraidroisoquinolinas: (a) centro residente no carbono ao

nitrogênio; (b) grupos quirais ligados ao nitrogênio; (c) amina quiral.....................27

Figura 8: Cela eletroquímica utilizada para a reação de oxidação eletroquímica do

carbamato 81..........................................................................................................34

Figura 9: Dados espectrométricos (IV e RMN de 1H e 13C) selecionados na

caracterização dos produtos 86a-c.........................................................................37

Figura 10: Trialquilsiloxifuranos como nucleófilos do tipo vinílicos.....................37

Figura 11: (a) Sinais referentes aos hidrogênios em C-1 e C-5´ no espectro de

RMN de 1H (CDCl3, 300MHz). (b) Valores de deslocamentos químicos e

constantes de acoplamentos dos hidrogênios de C-1 e C-5´ no espectro de RMN

de 1H.......................................................................................................................40

Figura 12: Experimento de RMN de correlação heteronuclear (HSQC) para a

lactama acetilada 90. ...............................................................................................4

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Figura 13: (a) Determinação da configuração relativa da lactama 90 pela técnica

de RMN de 1H e diferença de nOe; (b) Irradiação no hidrogênio em C-5´; (c)

Irradiação no hidrogênio em C-1............................................................................42

Figura 14: Isômeros conformacionais do íon N-acilimínio (A e B) e metoxifurano

(C e D)....................................................................................................................43

Figura 15: (a) Efeito –stacking. (b) Preferência conformacional como resultado

do efeito –stacking................................................................................................48

Figura 16: Espectros de RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) obtidos da mistura

diastereoisomérica 104b: (a) temperatura ambiente; (b) 55ºC...............................52

Figura 17: Íons N-acilimínios cicloexílicos: (a) derivado do trans-fenilcicloexanol;

(b) derivado do trans- -naftilcicloexanol; (c) derivado do trans- -

naftilcicloexanol.......................................................................................................64

Figura 18: Valores selecionados de deslocamento químico ( ) em ppm dos

hidrogênios carbinólicos e benzílicos dos álcoois quirais (+/-)-115a-c...................65

Figura 19: Valores espectrométricos característicos dos cloroformatos (+/-)-116a-

c..............................................................................................................................66

Figura 20: Diferenças de energias (em Kcal.mol-1) entre os isômeros

conformacionais s-cis/s-trans de íons N-acilimínios derivados da

tetraidroisoquinolina: (a) derivado do trans-fenilcicloexanol; (b) derivado do trans-

-naftilcicloexanol; (c) derivado do trans- -naftilcicloexanol; (d) derivado do 8-

fenilmentol...............................................................................................................69

Figura 21: Diferenças de energias (em Kcal.mol-1) entre os isômeros

conformacionais s-cis/s-trans de íons N-acilimínios derivados da isoquinolina: (a)

derivado do trans-fenilcicloexanol; (b) derivado do trans- -naftilcicloexanol; (c)

derivado do trans- -naftilcicloexanol......................................................................70

Figura 22: Isômeros conformacionais s-cis/s-trans e a disposição das faces Si e

Re dos íons N-acilimínios quirais derivados da

tetraidroisoquinolina................................................................................................71

Figura 23: Alguns importantes ligantes quirais empregados em reações de

Heck........................................................................................................................87

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Figura 24: Dados espectrométricos selecionados (IV e RMN de 1H e 13C) para a

caracterização dos produtos 182a-d....................................................................113

Figura 25: Substratos 182b e 189-192 e seus respectivos produtos -alilados 188

e 193-196..............................................................................................................115

Figura 26: Silil enol éteres 197a e 197b; substratos 182b e 189-192 e seus

respectivos produtos -substituídos 198-204.......................................................117

Figura 27: Possíveis geometrias de aproximação do silil enol éter 197b a íons N-

acilimínios cíclicos gerados a partir dos precursores 190 e 191..........................120

Figura 28: Substratos 182b e 189-192 e seus respectivos produtos -substituídos

183a,b e 206-211..................................................................................................124

xxvii

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Parte 1

Adição de Nucleófilos a Íons N-Acilimínios Quirais

1

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Introdução

1- INTRODUÇÃO

1.1- Íons N-acilimínios: aspectos gerais

O emprego de íons imínios e N-acilimínios é um assunto de permanente

interesse em síntese orgânica e várias metodologias vêm empregando a reação

de adição de nucleófilos de carbono a estes intermediários eletrofílicos para a

formação de ligações carbono-carbono como etapa chave na síntese de

alcalóides. Nos últimos anos, estudos vêm sendo realizados visando melhores

rendimentos e níveis de estereosseletividade para a formação da ligação carbono-

carbono envolvendo esta variante da reação de Mannich1.

Os íons N-acilimínios são espécies reconhecidamente mais eletrofílicas

quando comparadas aos correspondentes íons imínios devido à presença de um

grupo retirador de elétrons ligado diretamente no nitrogênio. Este comportamento

é refletido nos valores de deslocamento químico ( ) observados no espectro de

RMN de 13C referentes ao carbono eletrofílico dessas espécies como ilustrado na

figura abaixo1c (Figura 1).

PhC

NMe

Ph

H

PhC

N

Ph

H

Me

OSbCl6- SbCl6

-

184,6 ppm 189,7 ppm

íon imínio íon N-acilimínio

(a) (b)

Figura 1: Valores de deslocamento químico ( ) em ppm referentes ao carbono eletrofílico: (a) íon

imínio; (b) íon N-acilimínio.

1 Para revisões sobre íons imínios e N-acilimínios, ver: (a) Pilli, R. A.; Rosso, G. B. In Science of Synthesis. Houbein-Wiley. Methods of Molecular Transformations. Vol. 27, Padwa, A.; Ed., ThiemeStuttgart, 2004, 375 e referências citadas. (b) Speckamp, W. N.; Moolenar, M. J. Tetrahedron 2000,56, 3817 e referências citadas. (c) Speckamp, W. N.; Hiemstra, H. Tetrahedron 1985, 41, 4367 e referências citadas.(d) Zaugg, H. E. Synthesis 1984, 85 e 181.

3

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Introdução

Os íons N-acilimínios reagem com nucleófilos de carbono através de um

processo irreversível. A irreversibilidade desta reação evitando uma posterior

fragmentação (reação observada entre nucleófilos com duplas ligações não-

polarizadas e íons imínios, conhecida como fragmentação de Grob2) faz deste

processo um importante método na formação de ligações carbono-carbono. Esta

diferença de reatividade é demonstrada na formação do núcleo

tetraidroisoquinolínico 2 envolvendo o íon N-acilimínio exocíclico 1a e endocíclico

1b e posterior redução com LiAlH4. Quando o íon imínio 1c é submetido à reação

de ciclização, a formação de 2 não é observada3 (Esquema 1).

O

N

MeO

MeO

1a

N O

MeO

MeO

1b

N

MeO

MeO

1c

MeO

MeON

H2

1. , 74%2. LiAlH4, 68%

1. , 63%2. LiAlH4, 75%

Esquema 1: Formação do núcleo tetraidroisoquinolínico 2 envolvendo íons N-acilimínios (1a e 1b)

e íon imínio (1c).

Um grande número de métodos sintéticos é conhecido para a obtenção de

íons N-acilimínios1. Entretanto, a geração destas espécies envolvendo a heterólise

da ligação C-O na posição ao nitrogênio na presença de ácidos merece

destaque. Neste processo, o par de elétrons do nitrogênio assiste a saída do

grupo abandonador para a geração de seus respectivos íons N-acilimínios (em

2 Grob, C. A. Angew. Chem. Int. Ed. Engl. 1969, 8, 535. 3 (a) Belleau, B. Can. J. Chem. 1957, 35, 651. (b) Mondon, A. Chem. Ber. 1959, 1461.

4

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Introdução

uma reação de equilíbrio), que podem ser interceptados por espécies

nucleofílicas, agora, em um processo irreversível (Esquema 2).

R2 N

R1

R3

R4

O

R1 N

OR

R3

R4

O

R2

ácidos

íons N-acilimíniosR= H, alquil, acilR1, R2, R3 = H, alquil, aril

R4= alquil, aril, O-alquil, O-aril

R1 N

Nu

R3

R4

O

R2

Nucleófilostriflatos de silícioou

Esquema 2: Geração de íons N-acilimínios na presença de ácidos (reação de equilíbrio) e

posterior interceptação com um nucleófilo (processo irreversível).

Como demonstrado no esquema acima, geralmente, os grupos

abandonadores são grupos oxigenados –OR (R= H, Me, Et, Ac) que apresentam

pares de elétrons não-ligantes para atuarem como bases de Lewis. Ainda, a

escolha do grupo de saída é de fundamental importância no que se diz respeito à

velocidade de formação de íons N-acilimínios. Com relação aos ácidos

empregados para a geração de íons N-acilimínios, estes podem ser os mais

diversos: ácidos de Brönsted (ácido p-toluenossulfônico, ácido acético, ácido

fórmico e ácido trifluoroacético); ácidos de Lewis (BF3.OEt2, TiCl4, SnCl4, InCl3,

NbCl5) e triflatos de silício (TMSOTf, TIPSOTf), sendo que ácidos de Lewis são as

escolhas mais comuns. Na maioria das vezes, estes ácidos são utilizados em

quantidades estequiométricas ou em excesso em relação ao precursor dos íons N-

acilimínios, apesar de alguns trabalhos relatarem o uso de quantidades catalíticas.

1.2- Íons N-acilimínios: A reação de –amidoalquilação assimétrica

Devido ao grande número de produtos naturais que apresentam em sua

estrutura básica anéis nitrogenados, a versão assimétrica da reação de –

5

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Introdução

amidoalquilação envolvendo íons N-acilimínios cíclicos ganha uma grande

importância. Uma melhor compreensão dos fatores que governam o curso

estereoquímico durante a adição nucleofílica a íons N-acilimínios cíclicos pode

levar ao desenho de novos indutores de quiralidade e, conseqüentemente,

melhores níveis de estereosseletividade. Trabalhos da literatura mostram que é

possível controlar a estereoquímica do(s) novo(s) centro(s) estereogênico(s)

empregando nucleófilos quirais e/ou precursores de íons N-acilimínios quirais.

1.2.1- O emprego de nucleófilos quirais

A utilização de nucleófilos com centro estereogênico residente nesta classe

de reações embora interessante4,5, ainda é pouco explorada quando comparado

às metodologias que empregam os precursores de íons N-acilimínios quirais em

sínteses assimétricas de alcalóides.

Recentemente, Pilli e colaboradoresa,b descreveram o uso de enolatos de

titânio (IV) derivados das 1,3-tiazolidin-2-tionas 3a e 3b frente ao íon N-acilimínio

cíclico de 5 membros 4 para a formação dos respectivos diastereoisômeros anti-

5a e anti-5b (rd = 8:1 para n=1; rd = 10:1 para n=2) em bons rendimentos

(Esquema 3). Após etapas de remoção do auxiliar quiral e do grupo de proteção

seguida de reação de ciclização one pot, os adutos 5a e 5b foram convertidos aos

alcalóides (+)-isoretronecanol (6a) e (+)-5-epi-tashiromina (6b), respectivamente,

além da recuperação do auxiliar quiral 7. A formação dos isômeros majoritários

anti é resultado de um estado de aproximação antiperiplanar envolvendo as faces

Si do íon N-acilimínio e do enolato de Ti(IV).

4 Para o uso de enolatos de Sn(II) de 1,3-tiazolidin-2-tionas, ver: (a) Nagao, Y.; Dai, W.-M.; Ochiai, M. Tetrahedron Lett. 1988, 29, 6133. (b) Nagao, Y.; Dai, W.-M.; Ochiai, M.; Shiro, M. Tetrahedron1990, 46, 6361. 5 Para o uso de enolatos de Ti(IV) de 1,3-tiazolidin-2-tionas e 1,3-oxazolidin-2-onas, ver: (a)Pereira, E. Dissertação de Mestrado, UNICAMP, 2005. (b) Pereira, E.; Alves, C. F.; Böckelmann,M. A.; Pilli, R. A. Tetrahedron Lett. 2005, 46, 2691. (c) Pilli, R. A.; Böckelmann, M. A.; Alves, C. F. J.Braz. Chem. Soc. 2001, 12, 634. (d) Pilli, R. A.; Zanotto, P. R.; Böckelmann, M. A. TetrahedronLett. 2001, 42, 7003. (e) Pilli, R. A.; Alves, C. F.; Böckelmann, M. A.; Mascarenhas, Y. P.; Nery, J.G.; Vencato, I. Tetrahedron Lett. 1999, 40, 2891.

6

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Introdução

N

H

NBoc

+NS

S

iPr

TiO

Cl

ClClCl

NS

S

iPr

O

NBoc

Cl

( )n

( )n

CH2Cl2, -23ºC

N

HHO

n( )

5b, n=2, 84%, rd = 10:1

1. LiBH4, MeOH/THF, 0ºC

2. TFA, CH2Cl2então, NaHCO3(s), solução saturada deNaHCO3, pH 9, 24h

6a, n= 1, 43%, (+)-isoretronecanol6b, n= 2, 49%, (+)-5-epi-tashiromina

+NHS

S

iPr

N

SS

iPrR

OCl3Ti

H

face Si do íon N-acilimínio

face Si do enolato

5a, n= 1, 84%, rd = 8:13a, n= 13b, n= 2

4

7 (70%)

OtBu

O

H

Esquema 3: Sínteses assimétricas dos alcalóides (+)-isoretronecanol (6a) e (+)-5-epi-tashiromina

(6b) empregando a adição de nucleófilos quirais 3a e 3b frente ao íon N-acilimínio 4.

1.2.2- O emprego de íons N-acilimínios com centro estereogênico residente

O curso estereoquímico em reações de adição de nucleófilos a íons N-

acilimínios também pode ser resultado da presença de um centro estereogênico

residente na espécie eletrofílica6. Um exemplo pode ser ilustrado na síntese

assimétrica do alcalóide (-)-indolizidina 223AB (11)a. A adição estereocontrolada

do sililoxidieno ativado 9 ao íon N-acilimínio quiral com substituinte em C-2

derivado de 8 na presença de TMSOTf, seguida da reação de Michael one-pot,

forneceu uma mistura das indolizidonas 10a/10b em uma razão

6 (a) Pilli, R. A.; Dias, L.C.; Maldaner, A. O. J. Org. Chem. 1995, 60, 717. (b) Pilli, R. A.; Russowsky,D. J. Org. Chem. 1996, 61, 3187. (c) Pilli, R. A.; Schuch, C. M. Tetrahedron: Asymmetry 2002, 13,1973. (d) Pilli, R. A.; Schuch, C. M. Tetrahedron: Asymmetry 2000, 11, 753. (e) Dhinane, H.; Vanucci, C.; Lhommet, G. Tetrahedron Lett. 1997, 38, 1415. (f) David, M.; Dhinane, H.; Vanucci, C.;Lhommet, G. Synlett 1998, 206. (g) Bernardi, A.; Micheli, F.; Potenza, D.; Scolastico, D.; Villa, R. Tetrahedron Lett. 1990, 31, 4949. (h) Manchhof, M. J.; Meyers, A. I. J. Org. Chem. 1995, 60, 7084. (i) Burgess, L. E.; Meyers, A. I. J. Am. Chem. Soc. 1991, 113, 9858.

7

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Introdução

diastereoisomérica de 3:2 com total controle do centro estereogênico formado em

C-5 (Esquema 4). Tratamento da mistura 10a/10b com NH4OH/MeOH forneceu

10b como isômero majoritário, o qual foi convertido ao alcalóide (-)-indolizidina

223AB (11) após etapa de redução.

+BocNEtO + nPr

OTMS

N

OH

nPr

N

OH

nPr

nPr

N

OH

N

H

nPr

2

10a

EtOH, ta

89

1. TMSOTf, CH2Cl2-78ºC a ta

2. NaHCO3 (aq)

NH4OH, MeOH

10b72%, rd = 3:2

10b

2. NaBH4, MeOH0ºC a refluxo, 70%

11(-)-indolizidina 223AB

1. p-MeC6H4SO2NHNH2

ta, 64%

Esquema 4: Preparação do alcalóide (-)-indolizidina 223AB (11) empregando o carbamato quiral

–metoxilado 8.

Um alto controle estereoquímico em reações de -amidoalquilação pode

ser obtido pela combinação do uso de precursores de íons N-acilimínios com

centro residente e nucleófilos quirais. Desta maneira, o curso estereoquímico da

reação pode ser controlada pelas espécies eletrofílicas e nucleofílica em um

exemplo de “par casado”.

Pilli e Russowskyb realizaram a adição do enolato de boro quiral da 1,3-

oxazolidin-2-ona 13 ao íon N-íon N-acilimínio derivado de 12 que apresenta um

centro estereogênico em C-3 (Esquema 5). Neste caso, o aduto 14 foi obtido como

único diastereoisômero em 53% de rendimento e pode ser explicado por um

estado de aproximação antiperiplanar envolvendo a face Si do enolato de boro de

geometria Z(O) e a face Re do íon N-acilimínio endocíclico. O alcalóide

pirrolizidínico (+)-hastanecina (15) foi obtido após seqüência reacional adequada.

8

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Introdução

N

OAc

O

12

AcO

Ph

+ N O

OO

iPr

OPh

13

nBu2BOTf, DIPEA

CH2Cl2, 0ºC N

O

AcO

Ph

O

Ph

XQOH

14

53%, único diastereoisômero

N

HO H OH

15(+)-hastanecina

N

O

AcO

Ph

HN

O O

OiPr

BnBu

nBu

HO

Phface Re do íon N-acilimínio

face Si do enolato

3

Esquema 5: Síntese assimétrica da (+)- hastanecina (15) descrita por Pilli e Russowsky.

1.2.3. O emprego de íons N-acilimínios com auxiliares quirais

O emprego de auxiliares quirais ligados ao nitrogênio é mais explorado

quando comparado às abordagens apresentadas anteriormente7, , ,8 9 10. Além de

permitir o controle sobre o curso estereoquímico durante a formação da ligação

carbono-carbono, em alguns casos é possível a recuperação do auxiliar quiral

7 Para o uso de grupos ariletílicos, ver: Polniaszek, R. P.; Belmont, S. E.; Alvarez, R. J. Org. Chem.1990, 55, 215.8 Para o uso de biciclolactonas, ver: (a) Ludwig, M.; Polborn, K.; Wanner, K. T. Heterocycles 2003,61, 299. (b) Hoesl, C. E.; Maurus, M.; Pabel, J.; Polborn, K.; Wanner, K. T. Tetrahedron 2002, 58,6757.9 Para o uso de oxazolidinas, ver: (a) Streith, J.; Boiron, A.; Sifferlen, T.; Strehler, C.; Tschamber, T. Tetrahedron Lett. 1994, 35, 3927. (b) Streith, J.; Boiron, A.; Paillaud, J.-L.; Rodriguez-Perez, E.-M.; Strehler, C.; Tschamber, T.; Zehnder, M. Helv. Chim. Acta 1995, 78, 61. (c) Puvert, M.; Sylvain, C. C.; Bertarnd, M-J.; Guingant, A. Y.; Evain, M. Tetrahedron Lett. 2005, 46, 2983.10 Para o uso de auxiliares cicloexílicos, ver: (a) Comins, D. L.; Joseph, S. P.; Goehring, R. R. J.Am. Chem. Soc. 1994, 116, 4719. (b) Comins, D. L. J. Heterocycl. Chem. 1999, 36, 1491. (c) Madan, S.; Milano, P.; Eddings, D. B.; Gawley, R. E. J. Org. Chem. 2005, 70, 3066. (d) D´Oca, M.G. M.; Pilli, R. A.; Pardini, V. L.; Curi, D.; Comninos, F. C. M. J. Braz. Chem. Soc. 2001, 12, 507. (e)D`Oca, M. G. M.; Pilli, R. A.; Vencato, I. Tetrahedron Lett. 2000, 41, 9709. (f) D´Oca, M. G. M. Tesede Doutorado, UNICAMP, 2000.

9

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(auxiliar quiral reciclável), tornando esta abordagem sinteticamente interessante.

Porém em outros casos, a recuperação do auxiliar quiral é impossibilitada

tornando-a menos elegante (auxiliar quiral de sacrifício). Assim, o desenho de

novos grupos que proporcionem maiores níveis de estereosseletividade e

facilidade em sua recuperação é assunto permanente nesta área.

Primeiramente, Polniaszek e colaboradores demonstraram a influência de

auxiliares quirais de sacrifício incorporados a íons N-acilimínios endocíclicos de 5

membros em reações de alilação (Tabela 1). As lactamas –aliladas 17a/17b

foram obtidas em excelentes rendimentos, mas o curso estereoquímico e as

razões diastereoisoméricas mostraram-se dependentes do grau de substituição do

grupo arílico do auxiliar quiral.

N

O

16

H

OH

ArMe CH2Cl2, -23ºC

1. SnCl4

2. Aliltrimetilsilano -23ºC

N

O

17a

H

ArMe N

O H

ArMe

17b

+

Tabela 1: Reação de alilação a íons N-acilimínios derivados de 16.

Entrada Ar 17a : 17b Rendimento (%)

1 Ph 82:18 90

2 2-ClC6H4 71:29 90

3 2,5-Cl2C6H3 9:91 91

4 Cl5C6 3:97 91

Comins e colaboradoresa realizaram um estudo sistemático sobre a

eficiência de grupos quirais cicloexílicos na reação de -amidoalquilação

assimétrica envolvendo reagentes de Grignard e íons N-acilimínios 20 gerados in

situ a partir da reação entre cloroformatos quirais 18 e 4-metoxi-3-(trialquilsilil)-

piridinas 19 (Esquema 6). As –alquil N-acil-diidropiridonas 21 foram obtidas em

bons rendimentos (79-91%) e excessos diastereoisoméricos (30-91%) que

variaram em função dos grupos R* e R1. As melhores diastereosseletividades

foram obtidas quando empregados derivados do (-)-8-fenilmentol e (-)-trans-2-( -

10

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cumil)-1-cicloexanol como R* e SiiPr3 como R1. Uma grande vantagem desta

metodologia é a recuperação quantitativa do auxiliar quiral 23 após etapa de

metanólise.

N

OMeR1

+Cl OR*

O

N

OMeR1

O OR*

1. R2MgX

2. H3O+N

OR1

O OR*

R2

THF

R* = (-)-mentil,

1819

R1= SiMe3, SiiPr320 21

NH

O

R2

79-90%, ed = 30-94%

1- HBr, HOAc, CH2Cl22- NaOMe, MeOH, refluxo

+ R*OH

22

23

(-)-8-fenilmentol,(-)-trans-2-( -cumil)cicloexanol

Esquema 6: Auxiliares quirais cicloexílicos recicláveis em reações de adição nucleofílica a íons N-

acilimínios desenvolvida por Comins e colaboradores.

Recentemente, Gawley e colaboradoresc descreveram o uso de (1R, 2S)-

trans-2-( -cumil)-1-cicloexanol como auxiliar quiral em reações de adição de

organometálicos a íons N-acilimínios derivados de sistemas nitrogenados de 5, 6 e

7 membros que apresentam o grupo benzotriazol (Bt) como grupo abandonador

(Esquema 7). Os respectivos adutos 25 foram obtidos em rendimentos moderados

e boas razões diastereoisoméricas. A estereoquímica do centro estereogênico

formado pode ser explicado pelo ataque do nucleofílico à face menos impedida

(face Si) do íon N-acilimínio que adotaria preferencialmente uma conformação s-

cis.

11

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NOR*

O

( )n

Bt

R* = trans-2-( -cumil)-1-cicloexanoln= 1, 2, 3

R1MgBr

Et2O, 0ºC a ta NOR*

O

( )n

R1

24 2541-68%, rd = 54:46 - 90:10

O N

O

( )n

H

face Si do íon N-acilimínioconformação s-cis

Esquema 7: Metodologia utilizada por Gawley e colaboradores envolvendo íons N-acilimínios

quirais.

No grupo de pesquisas do prof. Pilli, metodologias empregando íons N-

acilimínios quirais cicloexílicos derivados do (1R,2S)-trans-2-fenil-1-cicloexanol e

(1R,2S,5R)-8-fenilmentol (26a e 26b) foram estudadasd-f. Primeiramente, a reação

de adição de aliltrimetilsilano a íons N-acilimínios derivados dos precursores

nitrogenados –metoxilados forneceu os respectivos compostos alilados 27a e

27b em rendimentos de 65-75% (Esquema 8)10d,f. Ao longo desses estudos,

verificou-se diastereosseletividade moderada quando o carbamato derivado do

(1R,2S,5R)-8-fenilmentol 26b foi empregado (6:1 e 3:1 para n=0 e n=1,

respectivamente); enquanto que o uso do carbamato derivado do (1R,2S)-trans-2-

fenil-1-cicloexanol 26a não levou a diferenciação facial para n=0 (mistura

racêmica) e razão diastereoisomérica 2:1 para n=1.

12

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N

R*

OMe

PhO Ph

Me Me

OMe

SiMe3

TiCl4CH2Cl2, -78oC( )n

R* =

n = 0,1O

N

R*

( )n

O

26a 26b

27a, b

65-75%, rd= 1:1 - 6:1

,

Esquema 8: Adição de aliltrimetilsilano a íons N-acilimínios quirais derivados de 26a e 26b.

Por outro lado, quando um nucleófilo mais volumoso (2-terc-

butildimetilsililoxifurano) foi empregado na reação acima, observou-se completa

diferenciação das faces dos íons N-acilimínios tanto para o auxiliar quiral (1R,2S)-

trans-2-fenil-1-cicloexanol 26a quanto para o carbamato derivado do (1R,2S,5R)-

8-fenilmentol 26b (Esquema 9)10e,f. Em contrapartida, a seletividade facial para o

sililoxifurano mostrou-se dependente da natureza do auxiliar quiral e também do

tamanho do anel do íon N-acilimínio, obtendo-se os derivados butenolídicos com

diastereosseletividade de 3:1 (n=0) e 7:1 (n=1) em favor do isômero 5R, 2´R para

os derivados do (1R,2S)-trans-2-fenil-1-cicloexanol e 2:1 para os derivados do

(1R,2S,5R)-8-fenilmentol independente do tamanho do anel do íon N-acilimínio.

PhO Ph

Me Me

OMe

26a 26b

N

R*

OMe

( )n

n = 0,1O

R* =

O OTBS

TiCl4 ou TMSOTf

CH2Cl2, -78oCN

R*

( )n

OO

H

O

N

R*

( )n

OO

H

O

+

majoritário minoritário

28a,b

, 55-84%, rd = 2:1 -7:1

Esquema 9: Adição de sililoxifurano a íons N-acilimínios quirais derivados de 26a e 26b.

13

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Apesar do número restrito de casos investigados no estudo acima, foi

postulado um efeito do tipo -stacking11 com um arranjo s-cis para o íon N-

acilimínio quiral com o grupo fenila do auxiliar quiral posicionando-se paralelo à

região planar do íon N-acilimínio e bloqueando, dessa forma, a aproximação do

nucleófilo à face Re do íon N-acilimínio (Figura 2). A formação dos dois

diastereoisômeros (diferindo na configuração do estereocentro no anel

butenolídico) seria conseqüência do controle incompleto sobre a face do

sililoxifurano.

O

O

N

H

N

R* OO

H

O

N

R* OO

H

O

Face Si

conformação s-cis

majoritário

Face Re

O OTBS

minoritário

H

H

Face Re bloqueada

( )n

( )n

( )n

Figura 2: Efeito -stacking controlando a face do íon N-acilimínio a ser atacada pelo nucleófilo.

Ao mesmo tempo em que os resultados acima permitem postular o uso

desta metodologia para a síntese de outros heterociclos nitrogenados em sua

forma enantiomericamente pura, não encerram a busca por auxiliares quirais mais

eficientes que os derivados cicloexílicos investigados até aqui e por dados

complementares que validem ou descartem a hipótese acima.

11 Para revisões sobre auxiliares quirais cicloexílicos e o efeito -stacking em síntesesassimétricas, ver: (a) Jones, G. B.; Chapman, B. J. Synthesis 1995, 475. (b) Whitesell, J. K. Chem.Rev. 1992, 92, 953.

14

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1.3 – Tetraidroisoquinolinas

Os compostos 1,2,3,4-tetraidroisoquinolínicos representam um importante

grupo de alcalóides com atividades antitumorais e antibióticas reconhecidamente

interessantes12. Nos últimos 25 anos, dezenas de produtos naturais desta classe

de compostos foram isoladas e, em sua maioria, apresentam grupos oxigenados

no sistema aromático. Alguns exemplos estão ilustrados abaixo (Figura 3).

NMe

MeO

MeOOMe

OMe(S)-(+)-laudanosina

NH

MeO

MeOMe

(R)-(+)-salsolidina

NMe

MeO

MeO

(R)-(+)-carnegina

Me

N

MeO

MeO

(+)-jantinina

O

HMeO2C

NH

MeO

MeO

anhalinina

OMe

NMe

MeO

MeO

MeOOMe

(R)-(-)-glaucina

Figura 3: Alguns compostos tetraidroisoquinolínicos.

Além disso, a literatura mostra um grande número de tetraidroisoquinolinas

quirais com um grupo alquila no carbono C-1. Neste contexto, metodologias

assimétricas que visam a preparação de compostos tetraidroisoquinolínicos com

centro estereogênico em C-1 têm sido amplamente estudadas13. O esquema a

seguir ilustra, resumidamente, as principais abordagens sintéticas na obtenção

destes alcalóides (Esquema 10).

12 Para uma leitura sobre a química dos alcalóides tetraidroisoquinolínicos, ver: (a) Bentley, K. W., In The Isoquinoline Alkaloids, Harwood Academic, 1998. (b) Scott, J. D.; Williams, R. M. Chem.Rev. 2002, 102, 1669. 13 Para uma leitura sobre sínteses assimétricas de alcalóides tetraidroisoquinolínicos, ver: (a) Chzanowska, M.; Rozwadowska, M. D. Chem. Rev. 2004, 104, 3341 e referências citadas. (b) Rozwadowska, M. D. Heterocycles 1994, 39, 903 e referências citadas.

15

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NR1

R2

*Bischler-Napieralski / Redução

Pictet-Spengler

Adição Nucleofílica a Íons Imínios

Adição Eletrofílica a Carbânions

R

Esquema 10: Principais abordagens para as sínteses de sistemas tetraidroisoquinolínicos com

centro estereogênico em C-1.

1.3.1- Condensação de Pictet-Spengler

Descoberta em 1911 por A. Pictet e T. Spengler, a reação de Pictet-

Spengler14 é, sem dúvidas, uma das maneiras mais tradicionais para a preparação

de compostos isoquinolínicos e consiste na condensação entre uma –

ariletilamina e um aldeído na presença de um ácido. Apesar de antiga, trata-se de

uma metodologia interessante para sínteses estereosseletivas de 1,2,3,4-

tetraidroisoquinolinas com substituintes em C-1, uma vez que a indução durante a

formação da ligação C-C pode ser comandada por centros estereogênicos

residentes na amina ou no aldeído (Figura 4).

NH2

R*

HNR1 H

O

R

*

(a) (b) (c)R*

Figura 4: Abordagens para a reação assimétrica de Pictet-Spengler na síntese de

tetraidroisoquinolinas: (a) centro residente no carbono ao nitrogênio; (b) centro residente no

aldeído; (c) grupos quirais ligados ao nitrogênio.

14 Para uma revisão sobre a reação de Pictet-Spengler na versão assimétrica, ver: Cook, J. M.; Cox, E. D. Chem. Rev. 1995, 95, 1797.

16

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O primeiro exemplo da utilização desta metodologia na construção de

alcalóides tetraidroisoquinolínicos foi reportado por Brossi e colaboradores15 e

demonstra a indução de um centro estereogênico na posição ao nitrogênio na

etapa de formação de C-1. A reação entre o aminoácido L-DOPA (29) e

acetaldeído em meio ácido forneceu o produto de condensação 30 em 98% de

rendimento e em uma razão diastereoisomérica de 95:5 em favor do isômero cis.

(Esquema 11).

NH2 NH

CO2HHO

HOMe H

OHO

HO

CO2H

Me

98%, rd = 95:5

2930

H2SO4, ta, 24h

Esquema 11: Reação assimétrica de Pictet-Spengler para a formação da tetraidroisoquinolina 30.

Alguns anos após, Yamada e colaboradores16 utilizaram a mesma

abordagem acima na reação de condensação entre 31 e um equivalente de

aldeído 32 na síntese assimétrica do alcalóide (S)-(+)-laudanosina (34) (Esquema

12).

NH2 . HCl

CO2MeHO

HO

MeO

MeO

O

CO2Na

MeOH/AcOH

35ºC, 24h

NH

HO

HO

CO2Me

OMe

OMe

NMe

MeO

MeOOMe

OMe(S)-(+)-laudanosina68%, rd = 3:1

31

32

3334

+

Esquema 12: Síntese estereosseletiva da (S)-(+)-laudanosina (34).

15 Brossi, A.; Focella, A.; Teitel, S. Helv. Chim. Acta 1972, 1, 15. 16 Yamada, S.; Konda, T.; Shioiri, T. Chem. Pharm. Bull. 1975, 23, 1025.

17

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A utilização de aldeídos quirais também foi explorada17,18 em reações de

Pictet-Spengler na versão assimétrica. Empregando a amina 35 e o carboidrato

enantiomericamente puro R-gliceraldeído (36), Czarnocki e colaboradores17

promoveram a formação da tetraidroisoquinolina 37 em rendimento moderado e

elevado nível de diastereosseletividade em favor do isômero de configuração R

em C-1. Ainda, 37 se apresenta como intermediário na síntese da (S)-(+)-

laudanosina (34) (Esquema 13).

NH2 . HCl

HO

HO

+

HCOHCHO

CH2OH

NH

HO

HO

HCOHCH2OH

MeOH

refluxo, 2d

53%, rd = 9:1

35

36

37

NMe

MeO

MeO

OMeOMe

(S)-(+)-laudanosina34

Esquema 13: Reação de Pictet-Spengler utilizando o aldeído quiral 36 na síntese da (S)-(+)-

laudanosina (34).

A presença de grupos quirais diretamente ligados ao nitrogênio é a

abordagem mais explorada em reações de Pictet-Spengler para sínteses

estereosseletivas de tetraidroisoquinolinas19. A condensação entre o carbamato

quiral cicloexílico 38 e o equivalente de arilacetaldeído 39 forneceu o composto

tetraidroisoquinolínico 40 em 68% de rendimento e em razão diastereoisomérica

de 83:17a. Após a remoção do auxiliar quiral com hidreto de lítio e alumínio, a (R)-

(-)-laudanosina (ent-34) foi obtida (Esquema 14).

17 Czarnocki, Z.; MacLean, D. B.; Szarek, W. Can. J. Chem. 1986, 2205. 18 Para o uso da sultama de Oppolzer, ver: (a) Czarnocki, Z.; Mieczkowski, J. B.; Kiegel, J.; Arazny, Z. Tetrahedron: Asymmetry 1995, 6, 2899. (b) Czarnocki, Z.; Arazny, Z. Heterocycles 1999, 51,2871.19 Para o uso de auxiliares quirais cicloexílicos, ver: (a) Comins, D. L.; Badawi, M. M. TetrahedronLett. 1991, 32, 2995. (b) Commins, D. L.; Thakker, P. M.; Baevsky, M. F.; Badawi, M. M. Tetrahedron 1997 53, 16327. (c) Pedrosa, R.; Andrés, C.; Iglesias, J. M. J. Org. Chem. 2001, 66,243. (d) Corey, E. J.; Gin, D. Y.; Kania, R. S. J. Am. Chem. Soc. 1996, 118, 9202. (e) Kawai, M.; Deng, Y.; Kimura, L.; Yamamura, H.; Araki, S.; Naoi, M. Tetrahedron: Asymmetry 1997, 9, 1487.

18

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HN

MeO

MeO

+

NMe

MeO

MeOOMe

OMe

(R)-(-)-laudanosina

R*=

OMeMeO

OMe

POCl3

CH2Cl2, ta, 12h

68%, rd = 83:17

NCO2R*

MeO

MeOOMe

OMe

LiAlH4, THF

refluxo, 73%

38

39

40ent-34

Ph

O

OR*

Me

Esquema 14: Utilização do carbamato quiral cicloexílico 38 na síntese da (R)-(-)-laudanosina (ent-

34).

Porém os exemplos de auxiliares quirais não se restringem apenas à

derivados cicloexílicos. Mais recentemente, N-p-toluenossulfinilas quirais também

foram exploradas em reações de Pictet-Spengler para a preparação de 1,2,3,4-

tetraidroisoquinolinas enriquecidas enantiomericamente20. O controle estérico

efetuado por 41 durante a reação de ciclização com aldeídos alquílicos mediada

por um ácido de Lewis é determinante para os bons níveis de

diastereosseletividade (77:23 – 96:4) na preparação dos respectivos produtos 42

com substituintes em C-120a. Particularmente, quando foi empregado acetaldeido e

BF3.OEt2, o composto tetraidroisoquinolínico 43 foi obtido em 89% (rd = 93:7), o

qual foi convertido ao alcalóide (R)-(+)-salsolidina (44) após remoção do auxiliar

quiral (Esquema 15).

20 Para o uso de sulfóxidos quirais, ver (a) Gremmen, C.; Wanner, M. J.; Koomen, G. –J. Tetrahedron Lett. 2001, 42, 8885. (b) Chan, W.; Lee, A. W. M.; Jiang, L. Tetrahedron Lett. 1995,36, 715. (c) Lee, A. W. M.; Chan, W. H.; Tao, Y.; Lee, Y. K. J. Chem. Soc., Perkin Trans. I 1994,477. (d) Bravo, P.; Crucianelli, M.; Farina, A.; Meille, S. V.; Volonderio, A.; Zanda, M. Eur. J. Org.Chem. 1998, 435. (e) Nagarajan, K.; Chandrasekharan, J.; Rodriguez, P. J. J. Indian Inst. Sci.1994, 74, 247.

19

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Introdução

HN

MeO

MeO BF3OEt2SO

TolR H

O

N

MeO

MeO SO

Tol

R

NH

MeO

MeOMe

43-89%, rd = 77:23 - 96:4

CH2Cl2, -78ºC

(R)-(+)-salsolidina

41

Me H

O

BF3OEt2, CH2Cl2, -78ºC

N

MeO

MeO SO

Tol

Me

89%, rd = 93:743

HCl, EtOH0ºC, 5min

92%44

42

Esquema 15: Síntese assimétrica do alcalóide (R)-(+)-salsolidina (44) empregando a N-p-

toluenossulfinila quiral 41.

1.3.2- Reação de Bischler-Napieralski seguida de redução

A reação de Bischler-Napieralski consiste na ciclização de uma –

ariletilamida em meio ácido para fornecer um sistema 3,4-diidroquinolínico 1-

substituído que, após etapa de redução, resulta no derivado 1,2,3,4-

tetraidroisoquinolínico. Desta maneira, o controle estereoquímico é exercido na

etapa de redução e pode ser comandado através de centros residentes do

composto nitrogenado ou utilizando redutores metálicos quirais (Figura 5).

N

R*

R1

N

R1

(a)

"Redutor quiral"+

(c)

N

R1R*

(b)

Figura 5: Abordagens para a reação assimétrica de Bichler-Napieralski seguida de redução na

síntese de tetraidroisoquinolinas: (a) centro residente no carbono ao nitrogênio; (b) grupos quirais

ligados ao nitrogênio; (c) redutores quirais

20

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Introdução

Primeiramente, a presença de um centro quiral em C-3 na reação de

Bischler-Napieralski seguida de redução para a formação de sistemas

tetraidroisoquinolínicos foi explorada21. Ishida e colaboradores demonstram o

controle estereoquímico exercido por um centro residente no carbono ao

nitrogênio durante a reação de redução com NaBH4 da diidroisoquinolina 45

derivada de L-DOPAa (Esquema 16).

45

N

HO

HO

CO2Me

R

R= Me, Et, Bn, Ph

NaBH4

MeOH, -78ºCNH

HO

HO

CO2Me

R46

72-85%, rd = 90:10 - 95:5

Esquema 16: Redução da 3,4-diidroisoquinolina quiral 45 para a obtenção de 46.

A literatura também apresenta um grande número de exemplos da reação

de Bischler-Napieralski seguida de redução estereosseletiva em substratos que

apresentam grupos quirais ligados no nitrogênio22. Utilizando o grupo fenetil como

indutor de quiralidade na etapa de redução do íon imínio 48, Polniaszek e

Kaufman obtiveram o respectivo composto tetraidroisoquinolínico 49 em 95% de

rendimento e excelente diastereosseletividade (95:5)a. Após etapa de

hidrogenólise, 49 foi convertido na (S)-(-)-salsolidina (ent-44) (Esquema 17).

21 (a) Ishida, A. et al Chem Pharm. Bull. 1986, 34, 1994. (b) Bringmann, G.; Weirich, R.; Reuscher,H.; Jansen, J. R.; Kinzinger, L.; Ortmann, T. Liebigs Ann. Chem. 1993, 877. (c) Hoye, T. R.; Chen,M.; Mi, L.; Priest, O. P. Tetrahedron Lett. 1994, 35, 8747. (d) Hoye, T. R.; Chen, M. TetrahedronLett. 1996, 37, 3099. (e) Rao, A. V. R.; Gurjar, M. K.; Ramana, D. V.; Chheda, A. K. Heterocycles1996, 43, 1. (f) Watanabe, T.; Uemura, M. Chem. Commun. 1998, 871. (g) Kamikawa, K.; Watanabe, T.; Daimon, A.; Uemura, M. Tetrahedron 2000, 56, 2325. (h) Watanabe, T.; Shakadou,M.; Uemura, M. Synlett. 2000, 1141. (i) Upender, V.; Pollart, D. J.; Liu, J.; Hobbs, P. D.; Olsen, C.;Chao, W.; Bowden, B.; Crase, J. L.; Thomas, D. W.; Pandey, A.; Lawson, J. A.; Dawson, M. J.Heterocycles Chem. 1996, 33, 1371. (j) Bringmann, G.; Ochse, M.; Michel, M. Tetrahedron 2000,56, 581 22 (a) Polniaszek, R. P.; Kaufman, C. R. J. Am. Chem. Soc. 1989, 111, 4859. (b) Suzuki, H.; Aoyagi, S.; Kibayashi, C. Tetrahedron Lett. 1995, 36, 6709.

21

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N

MeO

MeOO

MePh

H Me

POCl3benzeno N

MeO

MeOPh

H MeMe

NaBH4N

MeO

MeOPh

H MeMe47 48 49

90ºCMeOH, -78ºC

H2, Pd/C 10%EtOH/EtOAc, HCl 10%

NH

MeO

MeOMe

ent-44(S)-(-)-salsolidina

95%, rd = 91:9

24h, 95%

Esquema 17: Redução do íon imínio quiral 48 como etapa-chave na síntese da (S)-(-)-salsolidina

(ent-44).

A diidroisoquinolina 51, que apresenta o grupo hidrazônio quiral em sua

estrutura, foi empregada como substrato na reação de redução com vários

agentes redutores (NaBH4, LiBEt3H, DIBAL-H, K-Selectride ) para a formação do

sistema tetraidroisoquinolínico 52 em moderados rendimentos (42-88%) e

excelentes níveis de diastereosseletividade (92:8-98:2)22b. Após clivagem redutiva

da ligação N-N, o alcalóide (R)-(+)-salsolidina (44) foi obtido em 78% (Esquema

18).

N

Me

MeO

MeO N

OBnAgentes Redutores

CH2Cl2 ou THF

N

Me

MeO

MeO N

OBnBH3.THF, refluxo, 24h

NH

Me

MeO

MeO

(R)-(+)-salsolidina

N

MeO

MeO N

OBn

O

Me

50

POCl3tolueno, refluxo

51 -50ºC

52

42-88%, rd = 92:8 -98:2

então HCl, refluxo, 1h44

78%

Esquema 18: Síntese estereosseletiva do alcalóide (R)-(+)-salsolidina (44) pela abordagem

Bischler-Napieralski/redução.

22

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Introdução

Os exemplos mais elegantes desta abordagem para a construção de

sistemas tetraidroisoquinolínicos com centro estereogênico em C-1 são os que

utilizam redutores quirais na versão enantiosseletiva23, , , ,24 25 26 27. O esquema abaixo

mostra o trabalho relatado por Noyori que emprega a reação de transferência de

hidrogênio mediado pelo complexo quiral de Ru(II), [(R,R)-54], tendo iminas pró-

quirais 53 como substratos para a obtenção de 55 em ótimos rendimentos e

elevados excessos enantioméricosb,c (Esquema 19). Desta maneira, uma série de

alcalóides foram preparados, como por exemplo: (S)-(+)-laudanosina (34), (S)-(-)-

salsolidina (ent-44) e (S)-(+)-homolaudanosina (56). Para a preparação dos

enantiômeros destes alcalóides, foi empregado o catalisador de configuração

(S,S) sem perda de rendimento ou enantiosseletividade.

23 Para reagentes de boro quirais, ver: (a) Hajipour, A. R.; Hantehzadeh, M. J. Org. Chem. 1999,64, 8475. (b) Cabedo, N.; Protais, P.; Cassels, B. K.; Cortes, D. J. Nat. Prod. 1998, 61, 709. (c) Baxendale, I. R.; Davidson, T. D.; Ley, S. V.; Perni, R. H. Heterocycles 2003, 60, 2707. (d) Kang, J.; Kim, J. B.; Cho, K. H.; Cho, B. T. Tetrahedron: Asymmetry 1997, 8, 657. 24 Para reagentes de Ru quirais, ver: (a) Kitamura, M.; Hsiao, Y.; Ohta, M.; Tsukamoto, M.; Ohta, T.; Takaya, H.; Noyori, R. J. Org. Chem. 1994, 59, 297. (b) Uematsu, N.; Fujii, A.; Hashiguchi, S.; Ikariya, T.; Noyori, R. J. Am. Chem. Soc. 1996, 118, 4916. (c) Noyori, R.; Hashiguchi, S. Acc.Chem. Res. 1997, 30, 97. (d) Meuzelaar, G. J.; Van Vliet, M. C. A.; Maat, L.; Sheldon, R. A. Eur. J.Org. Chem. 1999, 2315. (e) Vedejs, E.; Trapencieris, P.; Suna, E. J. Org. Chem. 1999, 64, 6724. (f) Tietze, L. F.; Rackelmann, N.; Sekar, G. Angew. Chem. Int. Ed. 2003, 42, 4254. (g) Williams, G. D.;Pike, R. A.; Wade, C. E.; Wills, M. Org. Lett. 2003, 5, 4227. 25 Para reagentes de Rh quirais, ver: Morimoto, T.; Nakijama, N.; Achiwa, K. Tetrahedron:Asymmetry 1995, 6, 75. 26 Para reagentes de Ti quirais, ver: (a) Willoughby, C. A.; Buchwald, S. L. J. Am. Chem. Soc. 1994,116, 8952. (b) Willoughby, C. A.; Buchwald, S. L. J. Am. Chem. Soc. 1992, 114, 7562. 27 Para reagentes de Ir quirais, ver: (a) Morimoto, T.; Achiwa, K. Tetrahedron: Asymmetry 1995, 6,2661. (b) Morimoto, T.; Suzuki, N.; Achiwa, K. Heterocycles 1996, 43, 2557. (c) Morimoto, T.; Suzuki, N.; Achiwa, K. Tetrahedron: Asymmetry 1998, 9, 183. (c) Lu, S.-M.; Wang, Y.-Q.; Han, X.-W.; Zhou, Y. G. Angew. Chem. Int. Ed. 2006, 45, 2260.

23

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53

N

MeO

MeOR

R= Me, C6H5, 3,4-(MeO)2-C6H3

(R,R)-54

HCO2H-Et3NNH

MeO

MeOR56

3,4-(MeO)2-C6H3CH2

90-99%, ee = 84-95%

3,4-(MeO)2-C6H3(CH2)2

NH

MeO

MeOMe

N

NH2

RuPh

SO2Ar

Cl

Ar1 Ph

(S)-(-)-salsolidina

NMe

MeO

MeOOMe

OMe(S)-(+)-laudanosina

NMe

MeO

MeO

(S)-(+)-homolaudanosina

OMeOMe

34

ent-44

56

Esquema 19: Reação de transferência de hidrogênio catalisada pelo complexo quiral (R,R)-54

para a preparação de alcalóides tetraidroisoquinolínicos.

1.3.3- Ataque de nucleófilos a íons imínios

Íons imínios derivados de sistemas tetraidroisoquinolínicos são susceptíveis

ao ataque de carbonos nucleofílicos para a formação de ligação C-C. A

estereosseletividade desta abordagem sintética pode ser resultado da presença

de centros estereogênicos residentes no sistema nitrogenado ou através da

reação de adição de organometálicos a imínios pró-quirais na presença de um

ligante quiral (Figura 6).

24

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N

R*

H

N

H

(a)

"Ligante quiral"+

(c)

N

HR*

(b)

R1 R

Figura 6: Abordagens para a adição assimétrica de nucleófilos a íons imínios na síntese de

tetraidroisoquinolinas: (a) centro residente no carbono ao nitrogênio; (b) grupos quirais ligados ao

nitrogênio; (c) ligantes quirais.

A adição viníloga estereosseletiva do reagente de estanho 58 à ligação

C=N do íon imínio formado in situ a partir da reação entre a imina quiral 57 e

cloreto de acriloíla (59) para a formação do composto tetraidroisoquinolínico 60 foi

demonstrada por Yamaguchi e colaboradores28. Nas condições reacionais

empregadas, 60 é susceptível à reação de Diels-Alder intramolecular para a

obtenção do sistema tetracíclico 61 em 56% de rendimento e excesso

diastereoisomérico de 94% (Esquema 20).

N

MeO

MeO

+

SnBu3

Cl

OOTBS

N

MeO

MeO

OTBSO

N

MeO

MeO

OTBSO

H

H

57

58

CH2Cl2, 0ºC a ta

60

61

(E/Z = 75/25)

56%, ed = 94%

59

H

H

Esquema 20: Adição nucleofílica de 58 ao íon N-acilimínio quiral formado in situ a partir da reação

entre a imina quiral 57 e cloreto de acriloíla (59).

28 Haraguchi, Y.; Kozima, S.; Yamaguchi, R. Tetrahedron: Asymmetry 1996, 7, 443.

25

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Introdução

O ataque de um nucleófilo a uma das faces do íon imínio também pode ser

dirigido pela presença de um grupo quiral ligado ao nitrogênio29. Particularmente, a

reação de adição do nucleófilo 64 ao íon N-acilimínio quiral gerado in situ (a partir

da reação entre 62 e 63) forneceu a diidroisoquinolina 65 em 82% de rendimento e

razão diastereoisomérica de 78:22 em favor do isômero de configuração R em C-

1a. Após etapas de hidrogenação e clivagem do auxiliar quiral, o composto 65 foi

convertido ao alcalóide (R)-(+)-carnegina (66) (Esquema 21).

N

62

O

Ph

Cl

O

63

THF/tolueno, -23ºCMeO

MeO

1-

2- CH3-MgI (64)N

MeO

MeOOR*

O65

82%, rd = 78:22

1- H2, Pd/CAcOEt, 95%

2- LiAlH4, THFrefluxo, 65%

NMe

MeO

MeO

66(R)-(+)-carnegina

Me Me

Esquema 21: Síntese estereosseletiva do alcalóide (R)-(+)-carnegina (66).

A abordagem enantiosseletiva da adição de nucleofílica a íons imínios pró-

quirais na presença de ligantes externos quirais vem ganhando destaque nos

últimos anos30. Ukaji e colaboradores vêm estudando o emprego de derivados do

ácido tartárico como ligante quiral na adição de alquilzincos frente a nitronasd.

Após estudos sistemáticos, os autores observaram um excelente excesso

enantiomérico (>99%) na reação de adição de dimetilzinco (3 equivalentes) à 67

29 (a) Comins, D. L.; Badawi, M. M. Heterocycles 1991, 32, 1869. (b) Yamazaki, N.; Suzuki, H.;Aoyagi, S.; Kibayashi, C. Tetrahedron Lett. 1996, 37, 6161. (c) Barbier, D.; Marazano, C.; Das, B. C.; Potier, P. J. Org. Chem. 1996, 61, 9596. (d) Barbier, D.; Marazano, C.; Riche, C.; Das, B. C.; Potier, P. J. Org. Chem. 1998, 63, 1767. (e) Itoh, T.; Nagata, K.; Miyazaki, M.; Ohsawa, A. Synlett.1999, 1154. (f) Itoh, T.; Nagata, K.; Miyazaki, M.; Kameoka, K.; Ohsawa, A. Tetrahedron 2001, 57,8827.30 (a) Chrzanowska, M.; Sokolowska, J. Tetrahedron: Asymmetric 2001, 12, 1435. (b) Ukaji, Y.; Kenmoku, Y.; Inomata, K. Tetrahedron: Asymmetry 1996, 7, 53. (c) Ukaji, Y.; Shimizu, Y.; Kenmoku, Y.; Ahmed, A.; Inomata, K. Chem. Lett. 1997, 59. (d) Ukaji, Y.; Shimizu, Y.; Kenmoku, Y.;Ahmed, A.; Inomata, K. Bull. Chem. Soc. Jpn. 2000, 73, 447. (e) Ukaji, Y.; Inomata, K. Synlett.2003, 1075. (f) Taylor, A. M.; Schreiber, S. L. Org. Lett. 2006, 8, 1. (g) Li, Z.; MacLeod, P. D.; Li, C-J. Tetrahedron: Asymmetric 2006, 17, 590.

26

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Introdução

mediada por (R,R)-68 (20 mol%). A hidroxilamina 69 foi então convertida ao

alcalóide (S)-(-)-salsolidina (ent-44) (Esquema 22).

N

MeO

MeO OHMe

N

MeO

MeO O

OH

cPenO2C

BrMgO

CO2cPen

Me2Zn

H2

Pd(OH)2-C NH

MeO

MeOMe67

(R,R)-68(20 mol%)

CH2Cl2, ta69

91%, ee = 99%

EtOH, ta82% ent-44

(S)-(-)-salsolidina

Esquema 22: Adição enantiosseletiva de dimetilzinco à nitrona 67 mediada por (R,R)-68 na

síntese da (S)-(-)-salsolidina (ent-44).

1.3.4- Ataque de eletrófilos a carbânions

Devido à considerável acidez do hidrogênio do carbono C-1 (benzílico e -

nitrogênio), carbânions podem ser formados quando tetraidroisoquinolinas são

tratadas com uma base adequada (alquil lítio). Desta maneira, é possível instalar

um centro estereogênico em C-1 com o ataque de espécies eletrofílicas e, versões

assimétricas já foram descritas na literatura (Figura 7).

NR

R1

*

(a) (b)

NR* "Amina Quiral"+

(c)

NR

R1

Figura 7: Abordagens para a adição estereosseletiva de eletrófilos a carbânions na preparação de

tetraidroisoquinolinas: (a) centro residente no carbono ao nitrogênio; (b) grupos quirais ligados ao

nitrogênio; (c) amina quiral.

27

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Laschat e colaboradores31 empregaram o substrato quiral 70 com centro

estereogênico em C-3 para a construção de tetraidroisoquinolinas enriquecidas

diastereoisomericamente. Na presença de tBuLi ocorre formação do respectivo

composto litiado, o qual é interceptado com diversos eletrófilos fornecendo os

respectivos produtos trans 1,3-dissubstituídos 71 em excelentes rendimentos e

excessos diastereoisoméricos na faixa de 95-99% (Esquema 23).

NBoc

70

OTBS1- tBuLi, THF, -78ºC

R= Me, Et, nPr, iPr

2- RX, -78ºC NBoc

OTBS

RnBu, nC5H11, CH2OH71

94-99%, ed = 95-99%X= haletos

Esquema 23: Indução assimétrica controlada por um centro estereogênico em C-3 durante adição

de haletos de alquila.

Auxiliares quirais ligados no nitrogênio também foram empregados com

sucesso nesta abordagem32. A formamidina derivada do prolinol 72 foi utilizada

por Meyers e colaboradores em sínteses assimétricas de alcalóides

isoquinolínicos importantes, entre eles, (S)-(-)-noranicanina (75)a. Após adição de

brometo benzílico 74 à espécie litiada 73, seguida de clivagem redutiva e

desproteção do grupo –OTBS, obteve-se 75 em 54% de rendimento (3 etapas) e

96% de excesso enantiomérico (Esquema 24).

31 Monsses, A.; Laschat, S.; Dix, I. J. Org. Chem. 1998, 63, 10018.32 (a) Meyers, A. I.; Nguyen, T. H. Heterocycles 1994, 39, 513. (b) Matulenko, M. A.; Meyers, A. I. J.Org. Chem. 1996, 61, 573. (c) Cutter, P. S.; Miller, R. B.; Schore, N. E. Tetrahedron 2002, 58, 1471. (d) Gawley, R. E.; Zhang, P. Tetrahedron Lett. 1992, 33, 2945. (e) Gawley, R. E.; Zhang, P. J. Org.Chem. 1996, 61, 8103. (f) Adam, S.; Pannecoucke, X.; Combret, J.-C.; Quirion, J.-C. J. Org. Chem.2001, 66, 8744.

28

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Introdução

N

MeO

MeON

HMeO

tBuLiN

MeO

MeON

HOMe

Li

72 73

1-

2- NH2NH2

NH

MeO

MeO

75

(S)-(-)-noranicanina

OTBS

Br

3- HF.Py, ta

OH

THF, -78°C, 3h

EtOH, HOAc, H2O0ºC, 24h

THF, -78°C

74

Esquema 24: Síntese da (S)-(-)-noranicanina (75) utilizando metodologia desenvolvida por Meyers.

A versão enantiosseletiva da adição eletrofílica a carbânions derivados de

sistemas tetraidroisoquinolínicos foi estudada por Simpkins e colaboradores33. A

reação de desprotonação da amida racêmica 76 seguida da reprotonação da

espécie litiada 77 pela amina quiral 78 resultou em uma eficiente estratégia para a

síntese da (S)-(-)-salsolidina (ent-34) (Esquema 25).

33 Burton, A. J.; Graham, J. P.; Simpkins, N. S. Synlett 2000, 1640.

29

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Introdução

N

76

1- tBuLi, TMEDAtBu

OMe

MeO

MeO THF, -40ºCN

77

tBu

OMe

MeO

MeOLi

Ph N PhH78

N

79

tBu

OMe

MeO

MeO

NaAlH4

THFNH

ent-34Me

MeO

MeO

(S)-(-)-salsolidina

THF, -78ºC

90-95%, ee = 83-86%

Esquema 25: Síntese enantiosseletiva da (S)-(-)-salsolidina (ent-34) empregando a reação de

protonação mediada pela amina quiral 78.

Outras metodologias podem ser encontradas na literatura para a síntese de

compostos tetraidroisoquinolínicos com substituintes em C-1a, porém não

apresentam o mesmo destaque quando comparadas às descritas anteriormente.

30

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Objetivos

2- OBJETIVOS

Como discutido anteriormente, o emprego de auxiliares quirais cicloexílicos

em reações de -amidoalquilações assimétricas envolvendo íons N-acilimínios

vêm sendo relativamente pouco explorado em sínteses orgânicas.

Particularmente, os estudos realizados no grupo de pesquisas demonstram

que os níveis de diastereosseletividade obtidos nesta classe de reações são

dependentes do tipo de auxiliar quiral, do tamanho do anel nitrogenado e da

natureza estérica do nucleófilo utilizado. Por isso, a procura por novos substratos

nitrogenados e auxiliares quirais cicloexílicos mais eficientes tornam-se muito

importante para a compilação das informações sobre o curso estereoquímico de

nucleófilos a íons N-acilimínios quirais cicloexílicos.

Desta forma, a primeira parte do trabalho visa estudar a eficiência de

auxiliares quirais cicloexílicos em reações de adição nucleofílica a íons N-

acilimínios derivados da 1,2,3,4-tetraidroisoquinolina (Esquema 26). A escolha

deste sistema nitrogenado deve-se ao fato de que este se apresenta como núcleo

de interesse para a síntese de uma série de alcalóides.

R* =

N R*

O

NHNucleófilos

N R*

ONu

OPh

O,

Ph

Esquema 26: Adição nucleofílica a íons N-aciliminos cicloexílicos quirais derivados da 1,2,3,4-

tetraidroisoquinolina.

31

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Resultados e Discussão

3- RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1- Adição de nucleófilos a íons N-acilimínios derivados da

tetraidroisoquinolina – VERSÃO RACÊMICA

Visando estudar a viabilidade da metodologia para a preparação de

compostos tetraidroisoquinolínicos com substituintes no carbono C-1, foram

realizadas reações de adição de alguns nucleófilos a íons N-acilimínios em sua

versão racêmica. Primeiramente, o precursor de íons N-acilimínios 82 foi

preparado a partir da 1,2,3,4-tetraidroisoquinolina (80) com rendimento global de

83% em 2 etapas (Esquema 27).

NH

Boc2O, Et3NDMAP(cat)

CH2Cl2

quantitativo

N OtBu

O

-2 e-, MeOH

Et4NOTs7h, 83%.

NBoc

MeO80 81

82

0ºC a ta, 12h

Esquema 27: Preparação do composto tetraidroisoquinolínico -metoxilado 82.

A primeira etapa consistiu na proteção do nitrogênio na forma de seu

respectivo carbamato. Na presença de Boc2O, Et3N e DMAP catalítico foi

observada a conversão da amina 80 ao carbamato 81 de maneira quantitativa, a

qual é confirmada pela presença da banda em 1697 cm-1 no espectro de IV, além

de um singleto em 1,49 ppm no espectro de RMN de 1H. A escolha do grupo -Boc

é devido a sua grande aplicação como grupo de proteção de aminas primárias e

secundárias34, além de sua reatividade já ser bem descrita na literatura35.

34 (a) Greene, T. W.; Wutz, G. M. In Protctive Groups in Organic Synthesis, John Wiley & Sons,1999. (b) Kocienski, P. J. In Protecting Groups, Georg Thieme Verlag Stuttgart, 1994.35 Agami, C.; Couty, F. Tetrahedron 2002, 58, 2701.

33

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Resultados e Discussão

A etapa seguinte envolveu a reação de oxidação eletroquímica de 81 para a

preparação do carbamato -metoxilado 82 seguindo metodologia descrita por

Shono e colaboradores36 e amplamente empregada no grupo de pesquisas.

A oxidação eletroquímica do carbamato 81 foi realizada em uma cela

eletroquímica não-dividida composta por dois eletrodos (ânodo de platina com

área superficial de 4 cm2 e catodo de fio de tungstênio) conectados a uma fonte de

corrente constante através de fio de cobre e à temperatura ambiente utilizando

banho de água externo (Figura 8). O procedimento para a oxidação anódica

envolveu a utilização de uma solução metanólica do carbamato 81 e p-

toluenossulfonato de tetraetilamônio (Et4NOTs) como eletrólito suporte com a

aplicação de uma corrente constante (i) no valor de 25 mA/cm2 até uma carga total

de 8 Faradays.mol-1 (corrente constante de 100mA). A reação foi acompanhada

por cromatografia gasosa (CG) e o produto -metoxilado 82 foi purificado em

coluna cromatográfica em sílica gel impregnada com Et3N.

1- Agitador magnético2- Barra magnética3- Eletrodo de tungstênio4- Eletrodo de platina5- Solução metanólica do carbamato 81 e Et4NOTs6- Banho de água7- Rolha de borracha

Figura 8: Cela eletroquímica utilizada para a reação de oxidação eletroquímica do carbamato 81.

O mecanismo da reação de oxidação eletroquímica envolve um processo

de transferência de elétrons para a geração do íon N-acilimínio correspondente, o

qual é interceptado pelo solvente da reação (MeOH) para a formação do

carbamato –metoxilado (Esquema 28).

36 Shono, T.; Matsumara, Y.; Tsubata, K. Org.Synth.1985, 63, 206.

34

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Resultados e Discussão

N

R1

OR

O

R2

HH MeOH

N

R1

OR

O

R2

OMeH-e-

N

R1

OR

O

R2

HH -e-

- H N

R1

OR

O

R2

H

íon N-acilimínio carbamato -metoxiladocarbamato

Esquema 28: Mecanismo proposto de transferência de elétrons em oxidações eletroquímicas.

No substrato tetraidroisoquinolínico 81 há a possibilidade de formação de

regioisômeros (82 e 83) pois este apresenta duas posições suscetíveis à oxidação

eletroquímica (C-1 e C-3). Porém, foi observado apenas o produto metoxilado no

carbono C-1 em razão da natureza benzílica deste carbono (Esquema 29).

NBoc

81

1

3

NBoc

OMe

NBoc

OMe

8283

-2e-, MeOHEt4NOTs

-2e-, MeOHEt4NOTs

Esquema 29: Carbonos -nitrogênios suscetíveis a oxidação anódica e a possibilidade de

formação de regioisômeros 82 e 83.

A caracterização do produto 82 foi realizada através de análise do espectro

de RMN de 1H que indica a presença de singletos largos em 6,12 e 5,97 ppm

referentes ao hidrogênio do carbono benzílico C-1, além da presença de um

singleto em 3,44 ppm referente ao grupo -OMe. A caracterização de 82 foi

dificultada devido a grande multiplicidade dos sinais nos espectros de RMN de 1H

e 13C atribuídos a barreira de energia entre os isômeros rotacionais em torno da

ligação N-C(O)OtBu (em torno de 16 Kcal.mol-1) f,37.

37 Fontoura, L. A. M.; Rigotti, I. J. C.; Correia, C. R. D. J. Mol. Struct. 2002, 73.

35

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Resultados e Discussão

Com o carbamato –metoxilado 82 em mãos, a etapa seguinte envolveu a

reação de adição de nucleófilos 85a-c ao íon N-acilimínio 84 para a formação dos

correspondentes sistemas tetraidroisoquinolínicos 86a-c que apresentam

subtituintes em C-138 (Tabela 2).

NBoc

MeO

82

BF3.OEt2

-78ºC, 20min

CH2Cl2NBoc

H

Nucleófilos

NBoc

Nu

86a-c84

85a-c

CH2Cl2-78ºC, 3h

Tabela 2: Adição dos nucleófilos 85a-c ao íon N-acilimínio 84 para a formação de 86a-c.

Nucleófilos Nu Rendimento (%)a

TMSCN (85a) CN (86a) 75

TMS (85b) (86b)73

O OTIPS(85c)

O O(86c)

56b

a Rendimento após purificação em coluna cromatográfica.b Razão diastereoisomérica e configuração relativa determinada após seqüência reacional (ver

página 37)

A geração do íon N-acilimínio 84 a partir do carbamato -metoxilado 82 foi

conduzida em CH2Cl2 a baixa temperatura na presença de BF3.OEt2 como ácido

de Lewis39. Imediatamente, observou-se a formação de uma solução de coloração

amarela que foi atribuída à formação de 84. Em seguida, realizou-se a adição de

nucleófilos 85a-c (cianeto de trimetilsilila (85a), aliltrimetilsilano (85b) e 2-

triisopropilsililoxifurano40 (85c)) fornecendo os respectivos produtos de adição 86a-

c em rendimentos moderados a bons (56-75%).

38 Pilli, R. A.; Robello, L. G. In 10th Brazilian Meeting on Organic Synhesis, 2003.39 Estudos realizados no grupo de pesquisas demonstraram a formação do íon N-acilimínio do sistema tetraisoquinolínico N-CO2Me através de RMN de 1H e 13C: Cabrini, L. G.; Robello, L. G.; Eberlin, M. N.; Pilli, R. A. In 1 0th Nuclear Magnetic Resonance Users Meeting, 2005.40 Reagente preparado a partir da 2(5H)-furanona segundo a referência: Corey, E. J.; Cho, H.; Rücker, C.; Hua, D. H. Tetrahedron Lett. 1981, 22, 3455.

36

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Resultados e Discussão

A caracterização dos compostos isoquinolínicos 86a-c foi realizada

segundo as técnicas de IV, RMN de 1H e 13C. Como anteriormente, os espectros

de RMN mostraram-se de difícil interpretação devido à presença de isômeros

rotacionais. A figura abaixo mostra, resumidamente, valores de IV e RMN

característicos de cada produto (Figura 9).

N OtBu

O 1691 cm-1 (IV)

5,86-5,01 ppm (RMN de 1H)

86b

N

C

OtBu

O 1704 cm-1 (IV)

117,0 ppm (RMN de 13C)

86a

N2235 cm-1 (IV)

N OtBu

O1689 cm-1 (IV)

O

O

HH

1761 cm-1 (IV)

6,2-6,0 ppm (RMN de 1H)

86c

H

H H

H

H

7,8-7,6 ppm (RMN de 1H)

Figura 9: Dados espectrométricos (IV e RMN de 1H e 13C) selecionados na caracterização dos

produtos 86a-c.

Dentre os nucleófilos testados, nosso maior interesse reside no

sililoxifurano 85c uma vez que este e outros trialquilsililoxifuranos se apresentam

como nucleófilos do tipo vinílicos com a reatividade no carbono em posição e,

que vêm sendo muito empregados para a obtenção de butenolídeos -

substituídos41 (Figura 10).

O OSiR3 E+ O OE

trialquilsililoxifuranos butenolídeos -substituídos

Figura 10: Trialquilsiloxifuranos como nucleófilos do tipo vinílicos.

Em especial, a reação de adição de 85c ao íon N-acilimínio 84 resulta na

formação de dois centros estereogênicos em uma única etapa decorrentes das

faces do nucleófilo e eletrófilo envolvidas na reação. Desta maneira observou-se

41 Para ler sobre a química de trialquilsililoxifuranos, ver: (a) Casiraghi, G.; Rassu, G.; Zanardi, F.; Battistini, L. Chem. Soc. Rev. 2000, 29, 109. (b) Casiraghi, G.; Rassu, G. Synthesis 1995, 607.

37

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Resultados e Discussão

formação de dois diastereoisômeros (treo:eritro), cuja determinação da razão

diastereoisomérica não foi possível pela técnica de RMN devido a presença de

rotâmeros em torno da ligação N-C(O)OtBu. Cromatografia gasosa (CG) e

cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massa (CG-EM) não foram

empregadas para a solução deste problema, pois é conhecido na literatura a

possibilidade de retro-Mannich com clivagem da ligação C-C para sistemas

nitrogenados semelhantesf,42.

A razão diastereoisomérica e a configuração relativa foram determinadas

após seqüência reacional mostrada abaixo (Esquema 30).

86c

NBoc

O

O

HH

H2 (1atm)

AcOEt, 24h

quantitativo

NBoc

O

O

HH

NH

O

O

HH

TFACH2Cl2

0ºC a ta

1-MeONa (4,7 mol.L-1), MeOHampola selada, 24h, 92%

N

HHO

H

O N

HAcO

H

OAc2O, Et3N

CH2Cl2

ta, 12h, 94%

87

88

89 90

treo:eritro = 6:1

1

1

24h, 86%

1

5´5´

1

1 NH

O

O

HH

1

treo

2- separação cromatográfica

Pd/C (10 mol%) +

eritro

Esquema 30: Reações visando a determinação da razão diastereoisomérica e a configuração

relativa dos centros estereogênicos em 86c.

Primeiramente, realizou-se a reação de hidrogenação da dupla ligação do

butenolídeo 86c sob atmosfera de H2 (1 atm) e Pd/C em quantidade catalítica. A

formação de 87 foi evidenciada pela presença da banda em 1787 cm-1 no espectro

de IV (característica de lactonas de 5 membros não conjugadas) e a ausência dos

42 (a) Martin, S. F.; Corbett, J. W. Synthesis, 1992, 55. (b) Martin, S. F.; Bur, S. K. Tetrahedron,1999, 55, 8905.

38

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Resultados e Discussão

sinais nas regiões de 7,8-7,6 e 6,2-6,0 ppm no espectro de RMN de 1H referentes

aos hidrogênios olefínicos do material de partida 86c.

Em seguida foi promovida a remoção do grupo Boc na presença de ácido

trifluoroacético da mistura diastereoisomérica 87. A amina livre 88 foi obtida em

excelente rendimento e sua caracterização foi possível com a análise dos

espectros de IV e RMN de 1H. O espectro de IV apresentou uma banda em 3342

cm-1 referente ao estiramento N-H e ausência da banda em 1697 cm-1 do

carbamato. Já no espectro de RMN de 1H observou-se o desaparecimento do

sinal característico do grupo Boc em 1,58 ppm.

Neste ponto do trabalho, a razão diastereoisomérica (6:1) determinada por

cromatografia gasosa (CG) foi corroborada por RMN, pois com a remoção do

grupo de proteção, espectros de ressonância bem resolvidos foram obtidos. Para

isso, dirigimos nossa análise aos sinais na região de 5,1-4,0 ppm no RMN de 1H

os quais atribuímos aos hidrogênios em C-1 e em C-5´ de cada diastereoisômero

(Figura 11a). Apesar de se tratar de um sistema acíclico, é possível propor uma

interação de hidrogênio que restringe a conformação do sistema, sendo possível

sugerir a configuração relativa dos diastereoisômeros majoritário (treo) e

minoritário (eritro) (Figura 11b).

39

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Resultados e Discussão

N

O

O

HH

H

majoritário (isômero treo)

4,86 ppm (dt, J=5,2 e 7,4 Hz)

4,09 ppm (d, J=5,2 Hz)

N

O

O

HH

H

minoritário (isômero eritro)

5,01 ppm (dt, J=4,0 e 7,4 Hz)

4,57 ppm (d, J=4,0Hz)

1

1

(a)

(b)

Figura 11: (a) Sinais referentes aos hidrogênios em C-1 e C-5´ no espectro de RMN de 1H (CDCl3,

300MHz). (b) Valores de deslocamentos químicos e constantes de acoplamentos dos hidrogênios

de C-1 e C-5´ no espectro de RMN de 1H.

A confirmação da configuração relativa dos diastereoisômeros foi alcançada

após etapas de ciclização e acetilação. A ciclização de 88 através da reação de

metanólise ocorreu na presença de MeONa/MeOH para a obtenção da

hidroxilactama 89 em excelente rendimento. Cromatografia gasosa acoplada à

espectrometria de massa (CG-EM) indicou os sinais referentes aos dois

diastereoisômeros (m/z 217) na proporção de 6:1. Após separação dos isômeros,

obteve-se o diastereoisômero majoritário 89 o qual foi evidenciado pela presença

das bandas em 3394 e 1618 cm-1 referentes ao estiramento de OH e C=O,

respectivamente, no espectro de IV. O espectro de RMN de 13C, por sua vez,

40

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Resultados e Discussão

indicou um sinal em 168,6 ppm o qual foi atribuído ao carbono da lactama

formada.

A etapa seguinte envolveu a reação de acetilação da hidroxilactama 89

para a conversão ao respectivo produto acetilado 90 que foi evidenciada pela

presença da banda em 1738 cm-1 referente ao grupo acetila no espectro de IV e

ausência da banda em 3394 cm-1 correspondente ao grupo hidroxila. Analisando-

se o espectro de massas de alta resolução do isômero majoritário 90, é possível

observar o íon molecular M + (C15H17NO3) m/z 259,12230, concordante com o

valor calculado (259,12084).

A caracterização do produto 90 pelas técnicas de RMN de 1H e 13C também

foi realizada. No espectro de RMN de 1H, a presença de um duplo tripleto em 5,74

ppm referente ao hidrogênio H-5´, um singleto largo em 4,92 ppm referente ao

hidrogênio H-1 e um singleto em 1,73 ppm referente ao grupo CH3 evidenciam a

formação da lactama acetilada. Os sinais em 169,9 e 168,6 ppm referentes aos

grupos carbonilas apresentam-se como um forte indício da formação de 90.

Ainda, o espectro de RMN de 1H da lactama acetilada 90 mostrou uma

grande diferença de deslocamento químico ( ) de 2,3 ppm referentes aos

hidrogênios H-3 e H-3´, devido ao efeito anisotrópico de proteção e desproteção

ocasionados pela presença da carbonila da lactama. Este comportamento já havia

sido relatado em nosso laboratório para outros sistemas quinolizidínicosf e foi

confirmado através experimento de RMN de correlação heteronuclear (HSQC) de

90 (Figura 12). Foi observado a correlação entre os hidrogênios H-3 e H-3´ e o

carbono metilênico -nitrogênio em 39,0 ppm. Além disso, o espectro apresenta

as correlações entre os hidrogênios H-5´ (5,74 ppm) e H-1 (4,92 ppm) e os

carbonos C-5´ (69,1 ppm) e C-1 (59,8 ppm), respectivamente.

41

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Resultados e Discussão

NH

AcOH

O

90

1

Figura 12: Experimento de RMN de correlação heteronuclear (HSQC) para a lactama acetilada 90.

A configuração relativa (1R*,5´R*) do isômero majoritário 90 foi atribuída

através das constantes de acoplamento do espectro de RMN de 1H e de

experimentos de diferença de nOe (Figura 13a). Irradiação no hidrogênio em C-5´

levou a um incremento de 2,3% no sinal referente ao hidrogênio em C-1; a mesma

faixa de incremento no hidrogênio em C-5´ foi observada quando o hidrogênio em

C-1 foi irradiado (Figura 13b)

42

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Resultados e Discussão

5,72 ppmdt, J= 3,0 e 3,4 Hz

NH

AcOH

O

90

1

N

H

OAc

H HH

O

2,3%

2,0%

RMN de 1H Experimentos de diferença de nOe

(a)

(b) (c)

Figura 13: (a) Determinação da configuração relativa da lactama 90 pela técnica de RMN de 1H e

diferença de nOe; (b) Irradiação no hidrogênio em C-5´; (c) Irradiação no hidrogênio em C-1.

Na tentativa de explicar os fatores que governam o curso estereoquímico

em favor ao isômero treo observado na reação de Mannich viníloga entre o

43

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Resultados e Discussão

triisopropilsililoxifurano 85c e o íon N-acilimínio 84, recorremos a um trabalho na

literatura relatado por Martin43 que lança mão de cálculos ab initio (B3LYP/3-21G)

para racionalizar os resultados obtidos experimentalmente da reação entre o

sililoxifurano 92 e o íon N-acilimínio de 5 membros 91 (Esquema 31). Apesar da

grande concordância encontrada entre os valores experimental e teórico, o estudo

se baseou em apenas 4 estados de transição, ignorando outras possíveis

aproximações entre o íon N-acilimínio e o metoxifurano. As aproximações de

menor energia que levam a formação dos produtos treo e eritro são mostradas no

esquema abaixo.

N

CO2Bn

HO OTMS

+N

CO2BnH O O

H N

CO2BnH O O

H

treo:eritro = 8,5:1

+

N

CO2Me

HO OMe

+N

CO2MeH O O

H N

CO2MeH O O

H

+

CH2Cl2

-78ºC

cálculo ab initio - um modelo simplificado:

treo:eritro = 8:1

Reação de Mannich Viníloga

NMeO2C

H

O

OMe

HO

H

OMe

NMeO2C

H

"Diels-Alder" "aberto"G = 0,0 Kcal.mol-1 G = 0,9 Kcal.mol-1

91 92 treo-93 eritro-93

94 95 treo-96 eritro-96

Esquema 31: Trabalho de cálculo teórico descrito por Martin na reação de Mannich viníloga.

Empregando a base de cálculo B3LYP/6-31G*, foram otimizadas 24

geometrias de estado de transição (ET) provenientes da aproximação não-

43 Bur, S. K.; Martin, S. F. Org. Lett. 2000, 2, 3445.

44

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Resultados e Discussão

eclipsadas dos isômeros conformacionais C e D do metoxifurano aos confôrmeros

A e B do íon N-acilimínio (Figura 14 e Tabela 3)44.

As energias dos estados de transição otimizados se mostraram mais

dependentes da conformação do íon N-acilimínio quando comparadas à

conformação do metoxifurano. Os estados de transição que envolvem o isômero

s-cis do íon N-acilimínio apresentaram menor energia que os correspondentes

estados de transição envolvendo o isômero s-trans do íon N-acilimínio.

Os resultados mostram, também, uma preferência pelos estados de

transição que apresentam sobreposição do sistema entre o metoxifurano e a

dupla ligação C=N do íon N-acilimínio.

Estatisticamente, as diferenças de energia entre os estados de transição

que levam ao produto treo (0,0 e 0,29 Kcal.mol-1) e aquele mais estável que leva

ao produto eritro (0,48 Kcal.mol-1) apontam uma razão treo:eritro de 5:1.

Apesar do uso de um modelo reacional simplificado, uma grande

concordância entre os valores teórico (treo:eritro = 5:1) e experimental (treo:eritro

= 6:1) foi observada. Mesmo com o grande número de estados de transição

analisados, não está claro se efeitos estéricos e/ou eletrônicos estão envolvidos

no controle estereoquímico da reação. Modificações neste modelo deverão ser

realizadas na busca de uma maior concordância entre os resultados teóricos e

experimentais para a definição dos fatores mais relevantes para o curso

estereoquímico da reação de Mannich viníloga empregando íons N-acilimínios.

44 Pilli, R.A.; Robello, L. G.; Machado A. H. L.; Correia, C. R. D. In 28a Reunião Anual da SociedadeBrasileira de Química, 2005.

45

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Resultados e Discussão

N OMe

OH

N O

H OMeA s-cis B s-trans

O OMe

C s-cis

O O

D s-trans

Me

Figura 14: Isômeros conformacionais do íon N-acilimínio (A e B) e metoxifurano (C e D).

N O

OH

Tabela 3: Energias relativas G (Kcal.mol-1) à -78oC entre as 24 geometrias de estado de

transição.

OO

HO

O

H

O

O

H

H3C

CH3

H3C

O

O

H

OO

HO

O

HCH3

H3C

CH3

N O

OH

N O

OH(I)

CH3

(II)

CH3CH3

N O

OH

N O

OHN O

OH

(IV)

CH3

(V)

CH3 CH3

treo

eritro

(III)

(VI)

MetoxifuranoET Íon N-acilimínio C DI A 0,87 0,29II A 0,63 1,00III A 0,00 a 0,51IV A 0,48 b 2,81V A - 3 1,91VI A 0,66 1,14I B 3,11 2,11II B 2,96 3,81III B 2,03 2,60IV B - c 2,18V B - c 4,06VI B 2,23 2,96

aET de menor energia que leva ao produto treo. bET de menor energia que leva ao produto eritro. c

Geometria de ET inicial não convergiu para a geometria de ET desejada.

46

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Resultados e Discussão

3.2- Adição de nucleófilos a íons N-acilimínios derivados da

tetraidroisoquinolina – VERSÃO ASSIMÉTRICA

3.2.1- Íons N-acilimínos quirais cicloexílicos

Uma vez realizados os testes de adição de nucleófilos a íons N-acilimínios

derivados da tetraidroisoquinolina em sua versão racêmica e observado a sua

viabilidade na construção da ligação Nu-C1, estudamos o uso de auxiliares quirais

cicloexílicos para esta classe de reações.

Particularmente, (1R,2S,5R)-8-fenilmentol e (1R,2S)-trans-2-fenil-1-

cicloexanol mostraram-se eficientes para uma série de reações assimétricas:

Diels-Alder, cicloadição [3+2], cicloadição [2+2], Pauson-Khand, adição conjugada,

adição de reagentes de Grignard à carbonilas, alquilação de enolatos, redução de

compostos carbonílicos, entre outras.

A alta estereosseletividade observada para as reações citadas acima deve-

se a uma preferência conformacional do substrato disponibilizando uma de suas

faces para o ataque nucleofílico ou eletrofílico. Esta preferência conformacional é

resultado de interações (transferência de cargas ou forças de Van der Waals)

entre sistemas deficientes de elétrons e sistemas ricos em elétrons

paralelamente posicionados a uma distância de 3-3,5 Å. Esta interação é

conhecida na literatura como efeito -stacking e sua primeira aplicação sintética foi

demonstrada por Corey em 1975 na reação de redução de um composto

carbonílico quiral na síntese de prostaglandinas45 (Figura 15).

45 Inicialmente, este efeito foi chamado de interação do tipo - : Corey, E. J.; Ensley, M. E. J. Am.Chem. Soc. 1975, 97, 6908.

47

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Resultados e Discussão

O

3-3,5A

efeito -stacking

O

OO

NR

O

H

(a) (b)

Figura 15: (a) Efeito –stacking. (b) Preferência conformacional como resultado do efeito –

stacking.

Nosso estudo da reação de adição nucleofílica a íons N-acilimínios quirais

teve início com a preparação dos carbamatos 101 e 102 derivados do (1R,2S)-(-)-

trans-2-fenil-1-cicloexanol (97) e (1R,2S,5R)-(-)-8-fenilmentol (98) (disponíveis

comercialmente em sua forma enatiomericamente pura) (Esquema 32).

NH

R*O Cl

O

CH2Cl2, Piridina0ºC a ta

2,5h

N OR*

O

Ph

OH OH

Ph

80

99, 100

101, 102

trifosgênio (0,33 equiv.)

9798

CH2Cl2, Piridina, 18h, 88-99%

101, R* = trans-fenilcicloexila102, R* = 8-fenilmentila

88-95%

Esquema 32: Preparação dos carbamatos quirais 101 e 102.

Os cloroformatos 99 e 100 derivados do (1R,2S)-(-)-trans-2-fenil-1-

cicloexanol e (1R,2S,5R)-(-)-8-fenilmentol, respectivamente, foram preparados em

48

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excelentes rendimentos segundo metodologia já utilizada no grupo10d-f com a

reação entre os álcoois 97 e 98 e trifosgênio (0,33 equiv.) na presença de base. O

reagente de acilação utilizado, trifosgênio46, apresenta inúmeras vantagens frente

ao fosgênio: fácil manipulação, estabilidade química e menor toxicidade. O

mecanismo proposto para a formação dos respectivos cloroformatos é ilustrado

abaixo, mostra a geração in situ de fosgênio e explica o motivo pelo qual são

necessários apenas 0,33 equiv. de trifosgênio em relação aos álcoois 97 e 98

(Esquema 33).

Cl3CO O

CCl3O

trifosgênio

R*OH

Cl3CO OR*

O

H+ O Cl

Cl

+ Cl Cl OR*

O

H+ O Cl

Cl

+ Cl+O Cl

Cl

Cl OR*

O

HCl+ O C

Cl2+

O

Cl Cl2 R*OH22

H+ Cl2

Cl OR*

O

Cl OR*

O2 2HCl+

Cl3CO O

CCl3O

trifosgênio

+ R*OH3 3HCl+Cl OR*

O3

l

Esquema 33: Mecanismo de acilação de álcoois utilizando trifosgênio.

A identificação dos cloroformatos 99 e 100 foi realizada através análise dos

espectros de IV, RMN de 1H e 13C e a comparação com dados descritos em

literaturaf. A presença de uma banda na região de 1780 cm-1 no espectro de IV;

um duplo tripleto em 4,98 ppm no espectro de RMN de 1H e um sinal em 150,0

ppm no espectro de RMN de 13C confirmam a formação de 99 e 100.

A etapa seguinte consistiu na formação dos respectivos carbamatos quirais

101 e 102 com a reação entre a 1,2,3,4-tetraidroisoquinolina (80) e 99,100. Como

46 Eckert, H.; Forster, B. Angew. Chem. Int. Ed. Engl. 1987, 26, 894-895.

49

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esperado, os carbamatos foram obtidos em bons rendimentos (88% para 101 e

95% para 102) e caracterizados segundo métodos espectrométricos (Tabela 4).

N

O

Ph

O N

O

O

Ph

101 102

Tabela 4: Caracterização dos carbamatos quirais 101 e 102a.

Carbamato IV RMN de 1H RMN de 13C EM (70 ev) EMAR (EI)

C=O (cm-1) H carbinólico(ppm)

C=O (ppm) m/z, M+

101 1694 4,85 155,0 335 Calc.: 335,18853

Obtido: 335,18832

102 1693 4,82 153,1 e 152,5 391 Calc.: 391,25113

Obtido: 391,25117

a Para a caracterização completa dos carbamatos 101 e 102, ver Parte Experimental.

Com os compostos 101 e 102 em mãos, seguimos para a etapa de

preparação dos correspondentes carbamatos –metoxilados seguindo o

procedimento de oxidação eletroquímica utilizado anteriormente na versão

racêmica (ver Esquema 27). Inicialmente, realizamos a preparação do carbamato

-metoxilado derivado do trans-fenilcicloexanol. Após 2 horas de reação, a análise

de cromatografia gasosa (CG) indicou apenas um pico em um tempo de retenção

idêntico ao material de partida 101 que persistiu mesmo após um longo tempo de

reação (10 horas). Porém, o monitoramento da reação pôde ser realizado através

de cromatografia em camada delgada (CCD) que indicou o consumo do material

de partida e a formação de um produto mais polar. Após purificação do bruto

reacional em coluna cromatográfica em sílica gel dopada com Et3N, obteve-se um

óleo alaranjado que foi identificado como o correspondente composto –

metoxilado através da combinação das técnicas de IV e RMN de 1H e 13C. A

50

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presença de singletos largos na região de 6,0-5,8 ppm do espectro de RMN de 1H

referente ao hidrogênio do C-1 indicam a formação de 103 (Esquema 34). Nesta

parte do trabalho não foi determinada a razão diastereoisomérica devido à

complexidade dos espectros de RMN, mas isto não é de grande importância uma

vez que a etapa seguinte envolve a formação do respectivo íon N-acilimínio.

Posteriormente, promovemos a geração do íon N-acilimínio a partir do carbamato

–metoxilado 103 na presença de BF3.OEt2 como ácido de Lewis seguida de

interceptação com aliltrimetilsilano (85b) (Esquema 34).

-2 e-, MeOH

Et4NOTs10h, 88%

N OR*

OOMe

1-BF3.OEt2, CH2Cl2-78ºC, 20min

85bTMS

N OR

O

103

2-

104b

N

O

Ph

O

101

rd = 1,6 :165%

*

Esquema 34: Reação de adição de aliltrimetilsilano (85b) ao íon N-aciliminío quiral derivado de

103.

Após purificação em coluna cromatográfica, foi possível caracterizar o

composto tetraidroisoquinolínico alilado 104b na forma de uma mistura

diastereoisomérica na proporção de 1,6:1. Esta razão foi determinada por

cromatografia gasosa (CG) e confirmada pela técnica de cromatografia gasosa

acoplada à espectrometria de massa (CG-EM) que indicou o fragmento

correspondente ao íon N-acilimínio referente à clivagem da ligação carbono-

carbono –nitrogênio com perda do fragmento [C3H5]+ de m/z 41.

Apesar da alta complexidade dos espectros de ressonância de RMN de 1H

e 13C, a razão diastereoisomérica determinada por cromatografia gasosa (CG) da

mistura diastereoisomérica 104b pôde ser confirmada pela técnica de ressonância

de RMN de 1H quando voltamos nossa atenção na região de 6,0-5,4 ppm (Figura

16). É possível observar a presença de dois singletos largos referentes aos

hidrogênios HA de cada diatereoisômero; os quais se apresentam na proporção

anteriomente indicada. Na tentativa em se obter uma melhor resolução dos sinais,

51

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Resultados e Discussão

realizamos experimentos de ressonância a 55ºC, mas observamos o alargamento

dos sinais, dificultando ainda mais a análise47.

N O

O

104b

HA

Ph

(a)

N O

O

104b

HA

Ph

(b)

Figura 16: Espectros de RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) obtidos da mistura diastereoisomérica

104b: (a) temperatura ambiente; (b) 55ºC.

47 Para esta mistura diastereoisomérica e para os outros produtos de adição obtidos na seqüênciado trabalho, a caracterização foi extremamente difícil e fixamos nossa atenção aos sinais maiscaracterísticos de cada produto de adição nos espectros de IV, RMN de 1H e 13C

52

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Resultados e Discussão

Mesmo com todas estas dificuldades, foi realizada a adição dos nucleófilos

85b-c aos íons N-acilimínios derivados dos carbamatos 101 e 102 (Tabela 5):

N OR*

OOMe

N OR*

ONu

1-BF3.OEt2, CH2Cl2-78ºC, 20min

2- Nucleófilos (85a-c)

103, R*= (-)-trans-fenil-cicloexila105, R*= (-)-8-fenilmentila

-78ºC, 3h

104a-c, R*= trans-fenilcicloexila106b,c, R*= 8-fenilmentila

Tabela 5: Resultados obtidos nas reações de adição de nucleófilos a íons N-acilimínios quirais.

Entrada Precursor de íon N-acilimínio Nucleófilos Produto (%)a rd

1 103 TMSCN 104a (67) 1:1

2 103 TMS (85b) 104b (65) 1,6:1 b

3 103 O OTIPS(85c)

104c (56) - c

4 105 TMS (85b) 106b (56) 1,8:1 d

5 105 O OTIPS(85c)

106c (42) - c

a Rendimento da mistura diastereoisomérica após purificação em coluna cromatográfica.b Razão diastereoisomérica determinada pela técnica de CG-EM e confirmada por RMN de 1H.c Razão diastereoisomérica determinada após seqüência reacional mostrada a seguir (Esquema

35).d Razão diastereoisomérica determinada pela técnica de CG-EM.

Analisando os resultados obtidos podemos notar baixos níveis de

diastereosseletividade tanto para o íon N-acilimínio quiral derivado do trans-

fenilcicloexanol 103 como o derivado do 8-fenilmentol 105.

Particularmente, na adição de sililoxifurano 85c a íons N-acilimínios quirais

é possível a formação de 4 estereoisômeros (centros estereogênicos formados a

partir da face do íon imínio e da face do sililoxifurano envolvidas na reação).

Porém, neste ponto do trabalho não foi possível determinar a razão

diastereoisomérica pelas técnicas de cromatografia gasosa (CG) e cromatografia

gasosa acoplada à espectrometria de massa (CG-EM) pois é conhecido na

literatura a possibilidade de retro-Mannich com clivagem da ligação C-C para

53

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Resultados e Discussão

sistemas nitrogenados semelhantesd-f, . A técnica de cromatografia líquida de alta

eficiência (CLAE) não forneceu a separação de sinais referentes aos possíveis

diastereoisômeros.

A grande multiplicidade dos sinais nos espectros de RMN dos compostos

104c e 106c, devido a presença de isômeros conformacionais em torno da ligação

N-C(O)OR*, dificultaram a caracterização destes compostos. A realização de

experimentos de RMN a alta temperatura (55ºC) da mistura diastereoisomérica

104c, nos levou à obtenção de sinais mais largos.

A presença de sinais nas regiões de 7,9-7,6 e 6,2-5,6 ppm no espectro de

RMN de 1H referentes aos hidrogênios olefínicos indica a formação dos produtos

de adição. Já no espectro de RMN de 13C, os sinais em 172 e 154 ppm atribuídos

aos grupos carbonílicos de lactonas e carbamatos, respectivamente, evidenciam a

obtenção destes compostos. Estes grupos também podem ser evidenciados pelos

sinais em 1763 e 1689 cm-1 no espectro de IV.

As razões diastereosioméricas dos compostos 104c e 106c foram

determinadas após etapas de hidrogenação da dupla ligação seguida de

metanólise sob alta temperatura para a obtenção da lactama tricíclica 89

(Esquema 35).

Seguindo as condições reacionais empregadas anteriormente, os

butenolídeos 104c e 106c foram convertidos aos produtos 107 e 108,

respectivamente, em rendimentos quantitativos. A obtenção destes produtos foi

evidenciada pela presença da banda em 1773 cm-1 no espectro de IV

(característica de lactonas de 5 membros não conjugadas) e a ausência dos sinais

na região de 6,2-6,0 ppm no espectro de RMN de 1H referentes aos hidrogênios

olefínicos.

54

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Resultados e Discussão

N

H

O

HOH

N OR*

OO

O

HH

75%, rd= 3:1 (para a série do (-)-trans-fenilcicloexanol)

H2 (1atm)Pd/C (10 mol%)

AcOEt, 24 hquant.

N OR*

OO

O

HH

MeONa, MeOH, ampola selada100ºC, 48h

50%, rd= 2:1 (para a série do (-)-8-fenilmentol)

+ HOR*

89

104c, R*= trans--fenilcicloexila106c, R*= 8-fenilmentila

107, R*= trans--fenilcicloexila108, R*= 8-fenilmentila

97, R*= trans--fenilcicloexila (75%)

98, R*= 8-fenilmentila (70%)

1

1

1

Esquema 35: Seqüência reacional para a formação da lactama tricíclica 89 a partir de 104c ou

106c e a recuperação dos álcoois quirais 97 e 98.

Em seguida, os carbamatos 107 e 108 foram submetidos à reação de

metanólise sob alta temperatura em ampola fechada. Além da recuperação dos

álcoois quirais (1R,2S)-trans-2-fenil-1-cicloexanol (97) e (1R,2S,5R)-8-fenilmentol

(98) em bons rendimentos (75% e 70%, respectivamente), esta etapa reacional

proporcionou a formação da lactama 89 e, conseqüentemente, a determinação da

razão diastereoisomérica e da estereoquímica relativa dos carbonos C-1 e C-5´

através da técnica de cromatografia gasosa (CG) com a comparação dos

cromatogramas obtidos com o cromatograma padrão da lactama 89 (obtida

segundo o Esquema 30). A razão enantiomérica, que poderia indicar se há

preferência facial do íon N-acilimínio, não foi determinada devido a não separação

dos sinais referentes a cada enantiômero nos cromatogramas de cromatografia

gasosa (CG) e cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) com coluna quiral.

O mecanismo propostof para a reação de metanólise é ilustrado abaixo e

envolve como etapa inicial o ataque de MeO- ao carbono da lactona (com maior

55

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Resultados e Discussão

caráter eletrofílico quando comparado ao carbamato). A recuperação do álcool

quiral R*OH ocorre com a formação do carbamato cíclico que, em uma etapa

posterior, sofre abertura na presença de MeO-. Após ataque nucleofílico

intramolecular do nitrogênio ao éster metílico e subseqüente reação de metanólise

da função carbonato, a hidroxilactama 89 pôde ser obtida (Esquema 36).

N OR*

OO

HH

O

MeO

N OR*

OH

O

O

OMe

H

NH

O

O

O

OMe

H

HOR*

OMe

NHH

OOMe

OO OMe

H

N

H

O

O

O OMe

N

H

O

HO89

Esquema 36: Mecanismo proposto para a etapa de metanólise na formação da lactama tricíclica

89 e a recuperação dos álcoois quirais R*OH.

Uma interessante metodologia alternativa para a preparação de sistemas

tetraidroisoquinolinas com substituintes em C-1 envolve a geração de íons N-

acilimínios quirais cicloexílicos in situ (a partir da reação entre uma imina e um

cloroformato quiral) na presença de um nucleofílo (Esquema 37). Assim, seria

possível comparar os níveis de estereosseletividade entre as abordagens e,

conseqüentemente, verificar se há algum efeito do ácido de Lewis nesta classe de

reações48.

48 Em estudos anteriores no grupo de pesquisa, verificou-se o efeito do ácido de Lewis nos níveisde estereosseletividade em reações de Mannich viníloga entre íons N-acilimínios cíclicos e sililoxifuranos: Santos, L. S. Tese de Doutorado, UNICAMP, 2004.

56

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-2 e-, MeOH

Et4NOTsN OR*

OOMe

N OR*

ONu

BF3.OEt2, CH2Cl2

Nucleófilos

NHCl OR*

O

N OR*

OCH2Cl2, Piridina

HN

Bischler-Napieralski

N N OR*

O

Cl OR*

O

O

H

Esquema 37: Diferentes metodologias para a preparação de sistemas tetraidroisoquinolínicos com

substituintes em C-1.

3.2.2- A formação in situ do íon N-acilimínio quiral

A preparação da diidroisoquinolina 111 envolveu a reação de ciclização de

Bischler-Napieralski da amida 110 preparada a partir da fenetilamina (109)

disponível comercialmente (Esquema 38). A caracterização de 110 foi realizada

através das técnicas de IV e RMN, onde a banda em 1664 cm-1 no espectro de IV

e os singletos em 8,02 e 6,03 ppm correspondentes ao grupo amida no espectro

de RMN de 1H indicam a formação de 110.

NH2

H OEt

O

ta, 18hquantitativo

HN

O

H

Bischler-Napieralski

N

109 110 111

Esquema 38: Preparação da amida 110 e reação de Bischler-Napieralski para a formação de 111.

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A amida 110 foi submetida às condições de ciclização de Bischler-

Napieralski49 na presença de um reagente de fósforo em diferentes condições

reacionais (Tabela 6).

HN

O

HBischler-Napieralski

N

110 111

Tabela 6: Condições reacionais para a preparação de 111 empregando a reação de Bischler-

Napieralski.

Entrada Reagente Solvente Temperatura Rend. (%)a

1 POCl3 (2,5 equiv.) MeCN ta -

2 POCl3 (2,5 equiv.) MeCN refluxo -

3 POCl3 (2,5 equiv.) tolueno ta -

4 POCl3 (2,5 equiv.) tolueno refluxo traço

5 POCl3 (5,0 equiv.) tolueno refluxo 10

6 POCl3 (5,0 equiv.) + P2O5 (5,0 equiv.) tolueno refluxo 36-30a Rendimento após purificação em coluna cromatográfica de sílica gel.

A tabela acima demonstra a dificuldade em se realizar a reação de

ciclização da amida 110 independente da quantidade de POCl3, do solvente

utilizado (MeCN ou tolueno) e da temperatura reacional, onde em muitos casos

sequer foi observada a formação da diidroisoquinolina 111 (Tabela 6, entradas 1-

5). Na tentativa de se preparar a imina em rendimentos razoáveis para prosseguir

com o trabalho, empregamos uma versão modificada da reação de Bischler-

Napieralski na qual se emprega a combinação de POCl3/P2O5. Essa metodologia

representou um aumento no rendimento da reação, porém este não ultrapassou o

valor de 36% (Tabela 6, entrada 6).

O possível mecanismo envolvido na ciclização de Bischler-Napieralski é

apresentado a seguir e tem como etapa inicial a formação de uma ligação P-O

seguida de uma reação de substituição eletrofílica aromática (Esquema 39). Em

seguida ocorre a formação da ligação C=N com a concomitante saída do grupo de

49 Whaley, W. M.; Govindachari, T. R. Org. React. 1951, 6, 74.

58

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fósforo.

110

HN

O

H

N

H

111

HN

O

HPOCl3

NH+ Cl

HO

NH

H

+ ClN

H

H

PO Cl

Cl

O

PO Cl

Cl

O

PO Cl

ClH

Esquema 39: Mecanismo proposto na reação de ciclização de Bischler-Napieralski.

Recentemente, Nicolaou e colaboradores demonstraram com sucesso o

uso do ácido o-iodoxibenzóico (IBX), um reagente de iodo hipervalente, na reação

de oxidação de aminas benzílicas acíclicas e cíclicas para fornecer suas

respectivas iminas50,51. Na realidade, este é apenas um dos empregos deste

reagente de iodo (V) pois são vários os trabalhos de metodologias descritos na

literatura pelo grupo do professor Nicolaou que relatam o uso de IBX em sínteses

orgânicas52.

50 Nicolaou, K. C.; Mathison, J. N. J. Am. Chem. Soc. 2004, 126, 5192. 51 A primeira referência sobre IBX data de 1893: Hartaman, C.; Meyer, V. Ber. Disch. Ges. 1893,26, 1727. 52 (a) Nicolaou, K. C.; Montagnon, T.; Baran, P. S.; Zhong, Y.-L. J. Am. Chem. Soc. 2002, 124,2245. (b) Nicolaou, K. C.; Baran, P. S.; Zhong, Y.-L. J. Am. Chem. Soc. 2001, 123, 3183. (c) Nicolaou, K. C.; Zhong, Y.-L.; Baran, P. S. Angew. Chem. Int. Ed. 2000, 39, 625. (c) Nicolaou, K. C.; Baran, P. S.; Kranich, R.; Zhong, Y.-L.; Sugita, K.; Zou, N. Angew. Chem. Int. Ed. 2001, 40, 202. (d) Nicolaou, K. C.; Baran, P. S.; Zhong, Y.-L.; Vega, J. A. Angew. Chem. Int. Ed. 2000, 39, 2525.(e) Nicolaou, K. C.; Baran, P. S.; Zhong, Y.-L.; Barluenga, S.; Hunt, K. W.; Kranich, R.; Vega, J. A. J. Am. Chem. Soc. 2002, 124, 2233. (f) Nicolaou, K. C.; Zhong, Y.-L.; Baran, P. S. J. Am. Chem.Soc. 2000, 122, 7596. (g) Nicolaou, K. C.; Montagnon, T.; Baran, P. S. Angew. Chem., Int. Ed.2002, 41, 993. (h) Nicolaou, K. C.; Gray, D. L. F.; Montagnon, T.; Harrison, S. T. Angew. Chem., Int.Ed. 2002, 41, 996. (i) Nicolaou, K. C.; J. N.; Mathison, J. N. J. Am. Chem. Soc. 2004, 126, 5192.

59

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Resultados e Discussão

Na presença de IBX53, a 1,2,3,4-tetraidroisoquinolina (80) foi convertida à

imina 111, agora, em bom rendimento (Esquema 40) e caracterizada após

comparação dos espectros de IV, RMN de 1H e 13C obtidos com dados descritos

em literatura. A banda em 1626 cm-1 no espectro de IV, os sinais em 8,31 e 160,3

ppm nos espectros de RMN de 1H e 13C (todos sinais característicos da ligação

C=N) confirmam a formação da diidroisoquinolina 111.

N

H111

NH

80

OI

O

HO O

IBX (1 equiv.)

DMSO, ta, 20min65-68%

Esquema 40: Uso de IBX na preparação da imina 111.

Segundo os autores, ainda há dúvidas quanto ao mecanismo envolvido

nesta reação. São dois os caminhos possíveis para a reação de oxidação de

aminas mediadas por IBX: o iônico e o de transferência de elétrons (Esquema 41).

Em ambos os caminhos, a etapa inicial envolve o ataque nucleofílico do nitrogênio

da amina ao iodo hipervalente do IBX. No caso do caminho de transferência de

elétrons, ocorre a formação da espécie cátion radical/ânion radical seguido da

geração do íon imínio. Já a regioquímica é garantida pela maior facilidade de

oxidação da posição benzílica -nitrogênio do substrato em questão.

53 Preparado a partir da referência: Frigerio, M.; Santagostino, M.; Sputore, S. J. Org. Chem. 1999,64, 4537.

60

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Resultados e Discussão

N

H

OI

O

OHN

H

OI

O

HO ON

OI

OHO

OH

HH

- H2O +

Caminho A: Iônico

Caminho B: Transferência de elétrons

NH

OI

O

HO ON

OI

OHO

OH

HH

NOI

OHO

OH

HH

NOI

O

OH

H

- H2O

OI

O

OH

+

IBA

IBX

80

111

N

H111

IBA

IBX

80

Esquema 41: Possíveis mecanismos envolvidos na reação de oxidação de aminas na presença de

IBX: iônico e de transferência de elétrons.

Com o cloroformato quiral derivado do (1R,2S)-(-)-trans-2-fenil-1-cicloexanol

99 e um procedimento eficiente para a preparação da imina 111, a próxima etapa

do trabalho envolveu a formação in situ do íon N-acilimínio quiral na presença de

um nucleófilo. Os primeiros testes envolveram os nucleófilos aliltrimetilsilano (85b)

e aliltributiestanho54 (85d). Foi observado que o uso de aliltributilestanho (um

nucleófilo mais forte quando comparado a aliltrimetilsilano) forneceu um aumento

considerável no rendimento da reação, embora a razão diastereoisomérica

54 Preparado a partir da referência: Halligan, N. G.; Blaszczak, L. C. Org. Synht. 1990, 68, 104.

61

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Resultados e Discussão

(determinada através de cromatografia gasosa (CG) e confirmada por

cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massa (CG-EM)) se

mostrasse independente do nucleófilo empregado (Esquema 42).

O Cl

O

99N

H111 SiMe3

SnBu3ou

N

H

OR*

O

N OR

O

*CH2Cl2, -78ºC

Nucleófilo empregado Rendimento Razão diastereoisomérica

SiMe3

SnBu3

76%

85%

1,4:1

1,5:1

11285b

85d

85b

85d

*

Esquema 42: Resultados obtidos na adição de nucleófilos 85b e 85d ao íon N-acilimínio 103

gerado in situ.

Quando comparado à metodologia de geração de íons N-acilimínios na

presença de ácidos de Lewis, podemos notar que os níveis de

estereosseletividade não foram alterados significativamente. Porém, a

metodologia acima apresentou melhor rendimento e maior simplicidade (Esquema

43). Além disso, a formação de íons N-acilimínios in situ pode ser aplicada à

iminas comercialmente disponíveis, conferindo uma maior versatilidade para esta

abordagem sintética.

62

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Resultados e Discussão

N OR*

O

*

NN

O

OR*

HH

NH N

O

OR* N

O

OR*

OMe

CH2Cl2, -78ºC

CH2Cl2, Piridina

-2e-, MeOH

Et4NOTs

TMS

CH2Cl2, -78ºCNH

IBX

DMSO ta, 20 min

Metodologia rend. % razão diast.

Uso de ácido de Lewis

Acilação da Imina 1:1,4

1:1,6

76%

65%

PhO Cl

O

PhO Cl

O

80

80

111

99

99

101103

112

104b

85b

BF3OEt2

Esquema 43: Comparação entre as metodologias empregadas na obtenção de sistemas 1,2,3,4-

tetraidroisoquinolínicos com substituintes em C-1.

Devido aos baixos níveis de estereosseletividade (1:1-1:3) observados nas

reações de adição nucleofílica a íons N-acilimínios derivados do trans-

fenilcicloexanol e 8-fenilmentol, a procura por outros auxiliares quirais torna-se

importante.

Os resultados obtidos podem, a princípio, ser conseqüência da baixa

indução de seletividade exercida pelo grupo fenila dos auxiliares quirais

empregados. Assim, este efeito poderia ser amplificado se a região de influência

do grupo fenila fosse estendida pela condensação deste a outro anel aromático,

ou seja, pela utilização de um derivado cicloexílico do tipo - ou -naftílico como

mostrado abaixo (Figura 17).

63

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Resultados e Discussão

N

O

O

H

N

O

O

H

N

O

O

H

(a) (b) (c)

Figura 17: Íons N-acilimínios cicloexílicos: (a) derivado do trans-fenilcicloexanol; (b) derivado do

trans- -naftilcicloexanol; (c) derivado do trans- -naftilcicloexanol.

3.2.3- Íons N-acilimínos quirais cicloexílicos do tipo - e -naftílicos

A primeira etapa desta parte do trabalho consistiu na preparação dos

cloroformatos quirais derivados do trans-2-fenilcicloexanol, -naftilcicloexanol e --

naftilcicloexanol diastereoisomericamente puros (Esquema 44).

trifosgênioCH2Cl2, Piridina

18h

Reagentes de Grignard (114a-c)

R

OHO

CuCl(cat)

THF, 0ºC, 2h

MgBr MgBr MgBr

R

O C

O

Reagentes de Grignard empregados

115a, R= fenil115b R= -naftil115c, R= -naftil

116a R= fenil116b, R= -naftil116c, R= -naftil

113 53-91%53-80%

114a

(+/-) (+/-)

114b

114b

l

Esquema 44: Esquema geral para a preparação dos álcoois quirais (+/-)-115a-c e seus

respectivos cloroformatos (+/-)-116a-c.

64

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Resultados e Discussão

A primeira reação envolveu a abertura do óxido de cicloexeno (113) pelos

reagentes de Grignard 114a-c (previamente preparados) na presença de cloreto

de cobre (I) em quantidade catalítica fornecendo os respectivos álcoois (+/-)-115a-

c, que apresentam estereoquímica relativa trans. Os produtos foram

caracterizados pelas técnicas de IV, RMN de 1H e 13C com a comparação de

dados já relatados em literatura55. A figura abaixo mostra valores de

deslocamentos químicos ( ) em ppm característicos referentes aos hidrogênios

carbinólicos e benzílicos no espectro de RMN de 1H para cada álcool (Figura 18).

OH OH OH3,67

2,43

4,00

3,40

3,71

2,53

(+/-)-115a (+/-)-115b

(+/-)-115c

Figura 18: Valores selecionados de deslocamento químico ( ) em ppm dos hidrogênios

carbinólicos e benzílicos dos álcoois quirais (+/-)-115a-c.

Na presença de trifosgênio e piridina, os álcoois (+/-)-115a-c foram

convertidos aos seus respectivos cloroformatos (+/-)-116a-c em bons rendimentos

utilizando a metodologia já descrita anteriormente. A formação dos cloroformatos

foi indicada após análise dos espectros de IV, RMN de 1H e 13C onde alguns

dados espectrômetros são bastante característicos destes compostos (Figura 19).

55 Álcool 115a: Swartz, A.; Madan, P.; Whitessel, J. K.; Lawrence, R. M. Org. Synth. 1991, 69, 1.Álcool 115b: Ogasawara, K.; Takahashi, M. Tetrahedron: Asymmetry 1995, 6, 1617. Álcool 115c:Dumas, F.; Mezrhab, B.; d´Angelo, J. J. Org. Chem. 1996, 61, 2293.

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Resultados e Discussão

O O OCl Cl

O

Cl

O O

1770 cm-1 ( C=O no IV) 1769 cm-1 ( C=O no IV) 1765 cm-1 ( C=O no IV)

5,00 ppm (RMN-1H)

(+/-)-116a

5,20 ppm (RMN-1H) 5,15 ppm (RMN-1H)

149,8 ppm (RMN-13C)149,6 ppm (RMN-13C) 149,8 ppm (RMN-13C)

(+/-)-116b (+/-)-116c

Figura 19: Valores espectrométricos característicos dos cloroformatos (+/-)-116a-c.

Com um método eficiente para a preparação da diidroisoquinolina (111) e a

disponibilidade comercial da isoquinolina (118), além dos cloroformatos

cicloexílicos (+/-)-116a-c devidamente caracterizados, foram realizadas as reações

de geração dos correspondentes íons N-acilimínios quirais na presença de

aliltributilestanho (85d) para a formação dos compostos nitrogenados -alilados

(+/-)-117a-c e (+/-)-119a-c (Tabela 7).

Apesar dos bons rendimentos obtidos para a formação dos produtos de

adição (57-85%), os auxiliares quirais cicloexílicos (+/-)-116a-c empregados não

se mostraram eficientes, resultando em baixos níveis de estereosseletividade

(1:1,2 – 1:1,4) onde as razões diastereoisoméricas foram determinadas através da

técnica de cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massa (CG-EM). A

expectativa de que o aumento de tamanho destes indutores de quiralidade

(trocando o grupo fenil por grupos e -naftílicos) viesse a oferecer uma maior

discriminação de faces dos íons N-acilimínios, não se confirmou.

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Resultados e Discussão

N

N

H

111

118

RO Cl

O

(+/-)-116a, R= fenil(+/-)-116b, R= -naftil(+/-)-116c, R= -naftil

CH2Cl2, -78ºC N

O

OR*

H

SnBu3

N O

O

*

N

O

OR*

H

(+/-)-117a, R= fenil(+/-)-117b, R= -naftil(+/-)-117c, R= -naftil

RO Cl

O

CH2Cl2, 0ºC

SnBu3

ou

R

N O

O

*

R

85d

H

85d

(+/-)-119a, R= fenil(+/-)-119b, R= -naftil(+/-)-119c, R= -naftil

(+/-)-116a, R= fenil(+/-)-116b, R= -naftil(+/-)-116c, R= -naftil

íons N-acilimínios

íons N-acilimínios

Tabela 7: Resultados obtidos na reação de adição de aliltributilestanho (85d) a íons N-acilimínios

quirais cicloexílicos gerados in situ.

Imina Cloroformato Composto (Rend.)a Razão diastereoisoméricab

111 (+/-)-116a (+/-)-117a (85%) 1,4:1

111 (+/-)-116b (+/-)-117b (65%) 1,2:1

111 (+/-)-116c (+/-)-117c (60%) 1,2:1

118 (+/-)-116a (+/-)-119a (80%) 1,3:1

118 (+/-)-116b (+/-)-119b (58%) 1,3:1

118 (+/-)-116c (+/-)-119c (57%) 1,2:1a Rendimento após purificação em coluna cromatográfica de sílica gel.b Razão diastereoisomérica determinada por CG-EM.

Os baixos níveis de estereosseletividades (1:1 – 1:3) alcançados nas

reações de adição de nucleófilos a íons N-acilimínios cícloexílicos quirais

derivados da tetraidroisoquinolina, podem estar associados à distância entre o

centro de indução do auxiliar quiral e o carbono eletrofílico do íon N-acilimínio (5

ligações). Em estudos anteriores realizados no grupo de pesquisas, estes

auxiliares quirais mostraram-se relativamente eficientes quando empregados

outros sistemas nitrogenados cíclicos, como a pirrolidina e piperidinad-f. Nestes

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Resultados e Discussão

casos, as razões diastereosioméricas obtidas estavam na faixa de 1:1 - 1:6

indicando que auxiliares quirais derivados do (1R,2S)-(-)-trans-2-fenil-1-cicloexanol

e (1R,2S,5R)-(-)-8-fenilmentol podem induzir o ataque de nucleófilos à uma das

faces de íons N-acilimínios se estes adotarem uma conformação que favoreça o

efeito -stacking (com o posicionamento paralelo entre o grupo fenil do auxliar

quiral cicloexílico e a ligação C=N do íon N-acilimínio). Desta forma, o problema da

distância do centro de indução do auxiliar quiral e o carbono eletrofílico do íon N-

acilimínio estaria minimizado.

Em busca de maiores informações sobre os fatores que levaram à baixa

diastereosseletividade das reações, foram realizados cálculos de otimização

conformacional dos íons N-acilimiínios quirais derivados estudados. Atenção

especial foi dada aos isômeros conformacionais s-cis e s-trans destas espécies

eletrofílicas, resultado da rotação sobre o eixo da ligação N-C=O.

As diferenças de energias (em Kcal.mol-1) entre os isômeros

conformacionais s-cis e s-trans de menor energia são mostradas a seguir (Figuras

20 e 21) (para melhor visualização destes, ver Anexos). A otimização dos

isômeros rotacionais dos íons N-acilimínios em questão foi realizada empregando

a base Becke3LYP/6-31G e o programa Gaussian 98. Para a visualização das

conformações otimizadas foi utilizado o programa GaussianView.

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Resultados e Discussão

H

O

Ph

H

N

O H H

O

Ph

H

N

O

Hs-cis

s-trans

H

O

-Naftil

H

N

O H H

O

-Naftil

H

N

O

Hs-cis

s-trans

H

O

-Naftil

H

N

O H H

O

-Naftil

H

N

O

H

H

O

H

N

O H

s-cis s-trans

H

Me

PhH

O

H

N

OH

Me

Ph

(a)

(b)

(c)

(d)

0 Kcal.mol-1

+ 0,56 Kcal.mol-1

0 Kcal.mol-1+ 0,52 Kcal.mol-1

0 Kcal.mol-1 + 0,58 Kcal.mol-1

0 Kcal.mol-1 + 0,32 Kcal.mol-1

s-ciss-trans

H

Figura 20: Diferenças de energias (em Kcal.mol-1) entre os isômeros conformacionais s-cis/s-trans

de íons N-acilimínios derivados da tetraidroisoquinolina: (a) derivado do trans-fenilcicloexanol; (b)

derivado do trans- -naftilcicloexanol; (c) derivado do trans- -naftilcicloexanol; (d) derivado do 8-

fenilmentol.

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Resultados e Discussão

H

O

Ph

H

N

O H H

O

Ph

H

N

O

H

s-cis s-trans

H

O

-Naftil

H

N

O H H

O

-Naftil

H

N

O

Hs-cis

s-trans

H

O

-Naftil

H

N

O H H

O

-Naftil

H

N

O

Hs-cis

s-trans

(a)

(b)

(c)

0 Kcal.mol-1

+ 0,45 Kcal.mol-1

0 Kcal.mol-1

+ 0,42 Kcal.mol-1

0 Kcal.mol-1

+ 0,35 Kcal.mol-1

Figura 21: Diferenças de energias (em Kcal.mol-1) entre os isômeros conformacionais s-cis/s-trans

de íons N-acilimínios derivados da isoquinolina: (a) derivado do trans-fenilcicloexanol; (b) derivado

do trans- -naftilcicloexanol; (c) derivado do trans- -naftilcicloexanol.

Primeiramente, quando observamos o arranjo espacial dos íons N-

acilimínios quirais cicloexílicos derivados do trans-aril-cicloexanol é possível notar

que não há conformação que favoreça o paralelismo entre o anel aromático do

auxiliar quiral e o centro eletrofílico do íon N-acilimínio. Já no caso do 8-

fenilmentol, os resultados de otimização mostraram possibilidade de existir o efeito

-stacking.

Em uma análise mais quantitativa, podemos observar que em todos os

casos, uma pequena energia está envolvida entre os confôrmeros s-cis/s-trans

dos íons N-acilimínios empregados (valores na faixa de 0,32-0,58 Kcal.mol-1).

Desta forma, mesmo que o auxiliar quiral exerça algum efeito estérico durante a

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Resultados e Discussão

aproximação do nucleófilo ao íon N-acilimíno, ambas as faces Si e Re dos íons N-

acilimínios poderiam estar disponíveis para a formação da ligação C-C e,

consequentemente, os níveis de diastereosseletividade estariam prejudicados

(Figura 22).

H

O

R

H

N

O H H

O

R

H

N

O

Hconformação s-cis

Possivel aproximação do nucleófilo pelaface Si do íon N-acilimínio

Possivel aproximação do nucleófilo pelaface Re do íon N-acilimínio

conformação s-trans

Figura 22: Isômeros conformacionais s-cis/s-trans e a disposição das faces Si e Re dos íons N-

acilimínios quirais derivados da tetraidroisoquinolina.

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Conclusões

4- CONCLUSÕES

4.1- A metodologia de adição nucleofílica a íons N-acilimínios derivados da

tetraidroisoquinolínico investigada na versão racêmica se mostrou interessante

para a formação de isoquinolinas substituídas em C-1.

N OtBu

OMeO

Ácido de Lewis

-78ºC, 20min

CH2Cl2NBoc

H

NucleófilosNBoc

Nu

TMSTMSCN O OTIPS

56-75%

Nucleófilos = , ,

Particularmente, a utilização de sililoxifurano como nucleófilo forneceu o

respectivo aduto de adição (treo:eritro = 6:1), onde a configuração relativa dos

centros estereogênicos foi determinada após a conversão do butenolídeo à

lactama tricíclica, a qual se apresenta como um interessante núcleo nitrogenado.

Cálculos ab initio foram realizados e apresentaram grande concordância com o

valor obtido experimentalmente.

NBoc

O

O

HH

NH

O

O

HH

NH

AcOH

O

experimental= treo:eritro = 6:1cálculos ab initio= treo:eritro = 51

73

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Conclusões

4.2- Já na versão assimétrica, moderados rendimentos (42-67%) e baixas razões

diastereoisoméricas (1:1–1:3) foram observadas, onde o carbamato quiral

derivado (1R,2S)-trans-2-fenil-1-cicloexanol se mostrou mais eficiente quando

comparado ao (1R,2S,5R)-(-)-8-fenilmentol.

N OR*

OOMe

N OR

ONu

1-BF3.OEt2, CH2Cl2-78ºC, 20min

2- Nucleófilos

R*= trans--fenilcicloexila,8-fenilmentila

-78ºC, 3h

42-67%rd = 1:1 - 1:3

*

4.3- A metodologia de geração de íons N-acilimínios gerados in situ (com a reação

entre uma imina e um cloroformato quiral) na presença de um nucleófilo

proporcionou os mesmos níveis de diastereosseletividade quando comparado à

metodologia acima.

N OR*

O

*

NN

O

OR*

HH

N

O

O

OMeCH2Cl2, -78ºC

TMS

CH2Cl2, -78ºC

Metodologia rend. rd

Uso de ácido de Lewis

Acilação da Imina 1:1,4

1:1,6

76%

65%

PhO Cl

O

PhBF3OEt2

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Conclusões

4.4- A expectativa de que o aumento de tamanho destes indutores de quiralidade

dos auxiliares quirais derivados do trans-fenilcicloexanol (trocando o grupo fenil

por grupos e -naftílicos) viesse a oferecer uma maior discriminação de faces

dos íons N-acilimínios não se confirmou.

NR

O Cl

O

R= fenilR= -naftilR= -naftil

CH2Cl2, -78ºC N

O

OR*

H

SnBu3

N O

O

*

R

H

57-85%rd = 1:1-1:1,4

4.5- A distância do centro de indução do auxiliar quiral ao carbono eletrofílico do

íon N-acilimínio, o arranjo espacial dos íons N-acilimínios quirais cicloexílicos que

não favorece o efeito -stacking, além da pequena diferença de energia entre os

isômeros conformacionais s-cis e s-trans dos íons N-acilimínios quirais, podem ser

apontados como os fatores para os baixos níveis de diastereosseletividades

observados.

H

O

R

H

N

O H H

O

R

H

N

O

Hconformação s-cis

Possivel aproximação do nucleófilo pelaface Si do íon N-acilimínio

Possivel aproximação do nucleófilo pelaface Re do íon N-acilimínio

conformação s-trans

75

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Parte 2

Reações de Ciclização Promovidas por Pd(0)

77

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Introdução

1- INTRODUÇÃO

1.1- A Reação de Heck: aspectos gerais

A formação de ligações carbono-carbono catalisada por metais de transição

vêm ganhando grande destaque em sínteses orgânicas nos últimos anos.

Inicialmente, o emprego de catálise metálica se restringia a processos de redução

e oxidação de compostos orgânicos. A reação de hidrogenação e oxidação de

Wacker são exemplos clássicos de reações catalisadas por um metal de transição,

no caso paládio, e amplamente difundidas na década de 60.

No entanto, a partir da década seguinte, a química do paládio se

popularizou em reações envolvendo a formação de ligações carbono-carbono56,

que seriam difíceis de se realizar sem a presença de um metal de transição. O

desenvolvimento de novas fontes de paládio e novos reagentes levaram os

químicos orgânicos sintéticos a explorar algumas reações já conhecidas e

descobrir outras: reação de Heck, reação de Kumada, reação de Stille, reação de

Suzuki, reação de Negishi, reação de Sonogashira, reação de substituição alílica,

são alguns exemplos representativos.

A interconversão entre os dois estados de oxidação do paládio (0 e +2) e a

possibilidade de geração de espécies de paládio com orbitais preenchidos

(nucleofílica) e não preenchidos (eletrofílica) são apontados como principais

fatores responsáveis pela extensa utilização de catalisadores de paládio em

trabalhos de metodologia e sínteses de produtos naturais e não-naturais relatados

em literatura.

A reação de Heck57 ganha certo destaque quando comparada às demais

metodologias envolvendo catálise por paládio. Primeiramente, em 1968, a reação

de Heck foi descrita como sendo o acoplamento entre olefinas e organometálicos

56 Para uma leitura sobre a química do paládio, ver: (a) Tsuji, J. In Palladium Reagents and Catalysts: Innovation in Organic Synthesis, John Wiley & Sons, 1995. (b) Schlosser, M. In Organometallics in Synthesis, John Wiley & Sons, 1994. (c) Negishi, Ei-ichi, In Handbook of Organopalladium Chemistry for Organic Synthesis, John Wiley & Sons, 2002.57 Beletskaya, I. P.; Cheprakov, A. V. Chem. Rev. 2000, 100, 3009.

79

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Introdução

(Hg) na presença de Pd(II) em quantidade estequiométrica levando a substituição

de um hidrogênio vinílico por um grupo carbônico58. Porém, esta abordagem não

era sinteticamente atraente. Alguns anos depois, dois grupos de pesquisas59,60

relataram, de forma independente, a versão catalítica da reação de acoplamento

entre compostos olefínicos e haletos arílicos – reação de Mizoroki-Heck. Coube ao

professor Heck a popularização da reação em questão, por isso, é muito comum

os trabalhos em literatura denominá-la, apenas, de reação de Heck (Esquema 45).

Ar-X + R RAr

Ar= alquenil, aril

X= haleto ou triflato

R= alquil, alquenil, aril, CO 2R´, OR´, NO2

ArHgX + H 2 + HX(estequiométrico)

Primeira abordagem da reação de Heck:

Abordagem catalítica da reação de Heck:

PdLn (catalítico)

PdX2

R RAr +

+ HX

gX

Esquema 45: Reação de Heck nas versões estequiométrica e catalítica.

O ciclo catalítico proposto para a reação de Heck é ilustrado a seguir

(Esquema 46) e tem início com a geração in situ da espécie de Pd(0) (espécie

com 14 elétrons) coordenada a ligantes fracamente doadores de elétrons, como

por exemplo, fosfinas. Após a reação de adição oxidativa, ocorre a formação de

uma espécie de alquenilpaládio(II) (espécie A). Em seguida há a etapa de adição

cis da espécie de Pd(II) à um composto olefínico (espécie B). Após rotação

interna, a espécie C é susceptível a uma reação de –eliminação sin para formar o

58 Heck, R. F. J. Am. Chem. Soc. 1968, 90, 5542 e referências citadas.59 Mizoroki, T.; Mori, K.; Ozaki, A. Bull. Chem. Soc. Jpn. 1971, 44, 581. 60 Heck, R. F.; Nolley Jr., J. P. J. Org. Chem. 1972, 37, 2320.

80

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Introdução

produto de acoplamento e, concomitantemente, o hidreto de paládio (espécie D)

em uma etapa reversível. A espécie cataliticamente ativa é regenerada após etapa

de eliminação redutiva na presença de uma base.

R

RAr

Pd(II)-XH

HH

RH

Pd(II)-XH

HAr

RAr

Pd(II)

esp. catal. ativaAr-X

adição oxidativa

adição syn

rotação interna

eliminação sin

eliminação redutivaBase

Base.HX Pd(0)

Ar-Pd(II)-XH-Pd(II)-X

espécie A

espécie Bespécie C

espécie D

Esquema 46: Ciclo catalítico proposto da reação de Heck.

Alguns autores propõem um ciclo catalítico um pouco diferente ao ilustrado

anteriormente quando sais de prata estão envolvidos na reação de Heck

(Esquema 47). Nestes casos, ocorre a formação de uma espécie de paládio

catiônico após o processo de adição oxidativa.

81

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Introdução

R

RAr

Pd(II)+

H

HH

RH

Pd(II)+

H

HAr

RAr

Pd(II)

esp. catal. ativaAr-X

adição oxidativa

adição syn

rotação interna

eliminação sin

eliminação redutivaAgCO3

-

AgHCO3 Pd(0)

Ar-Pd(II)-XH-Pd(II)+

espécie A

espécie B

espécie C

espécie D

Ag+

AgX

Ar-Pd(II)+

Esquema 47: Ciclo catalítico proposto da reação de Heck – Pd catiônico.

A utilização de sais de prata tem como principal vantagem quando

comparada a outras bases (inorgânicas ou orgânicas) minimizar o problema de

reversibilidade da etapa de –eliminação que pode, a princípio, levar à

isomerização da dupla ligação no produto de acoplamento. O exemplo abaixo

demonstra a relação dos produtos 121 e 122 em função da base empregada na

reação de Heck intramolecular do iodeto arílico 120 (Esquema 48)61.

61 Overman, L et al J. Org. Chem. 1987, 52, 4130.

82

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Introdução

N

O

Me I

NO Me

NO Me

+

Pd(OAc)2 (1 mol%), PPh3 (3 mol%)

AgNO3 (1 equiv.), CH3CN, ta

Et3N (2 equiv.), CH3CN, refluxo, 3h1 : 1

26 : 1

120 121 122

Pd(OAc)2 (1 mol%), PPh3 (3 mol%)

condições

Esquema 48: O efeito da base empregada na reação de Heck intramolecular do iodeto arílico 120.

Além da etapa de –eliminação, a adição oxidativa é outra etapa de grande

importância no ciclo catalítico da reação de Heck e sua velocidade é decorrente da

natureza do substituinte X do grupo arílico ou vinílico (OTf I > Br >> Cl). Sais de

diazônio têm sido bastante explorados em reações de Heck com o objetivo de

aumentar a velocidade da reação de acoplamento. Correia e colaboradores

relataram a reação de arilação entre o enecarbamato 123 e o tetrafluoroborato de

p-metoxibenzenodiazônio 124 para a obtenção do produto de acoplamento 125

em excelentes rendimentos e elevada razão diastereoisomérica (9:1)62. O

composto 125 foi, então, convertido à (-)-codonopsinina (126) após seqüência

reacional adequada (Esquema 49).

N

CO2Me

MeO N2+ BF4

-

Pd2(dba)3 (1-2 mol%)

CH3CN, NaOActa, 5-30min

rd = 9:1

NMe

OMe

OHHO

Me

(-)-codonopsinina90-95%123

OTr

124N

CO2Me

125

OTr OMe

126

Esquema 49: Reação de Heck como etapa-chave na síntese total da (-)-codonopsinina (126).

62 Severino, E. A.; Correia, C. R. D. Org. Lett. 2000, 2, 3039.

83

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Introdução

Uma outra maneira de minimizar o problema da etapa de adição oxidativa

na reação de Heck é o emprego de fosfinas ricas em elétrons capazes de

promover o acoplamento de cloretos arílicos (poucos reativos quando comparados

aos respectivos brometos e iodetos). Na presença de tri-t-butilfosfina e uma fonte

de paládio(0), o composto olefínico dissubstituído 129 foi obtido em 82% de

rendimento a partir da reação de acoplamento entre 127 e 128 (Esquema 50)63.

Cl

MeO+ CO2Me

Pd2(dba)3 (1,5 mol%)P(t-Bu)3 (3,6 mol%)

Cs2CO3 (1,1 equiv.)dioxano, 120 ºC, 24h

82%

CO2Me

MeO

127128 129

Esquema 50: Reação de Heck envolvendo cloreto de arila 127 na presença de trialquilfosfina.

Devido a sua grande versatilidade sintética, há algumas aplicações

industriais da reação de Heck64. O primeiro exemplo do uso industrial da reação

de Heck intermolecular refere-se à síntese do herbicida Prosulfuron (134)

(Novartis) envolvendo o 2-sulfonatobenzenodiazônio (130) e trifluoropropeno (131)

para a formação do aduto 132. O produto da reação 132 não foi isolado e foi

submetido imediatamente à condição de hidrogenação fornecendo 133 em 81% (2

etapas) e possibilitando a recuperação do catalisador de paládio (95%) (Esquema

51).

SO3-

N2+ + CF3

Pd2(dba)3 SO3-

CF3

H2, C

SO3-

CF3

SO2NHC(O)N

CF3N N

N

OMe

HOAc, 15 oC

(0,5-1 mol%)

81% (2 etapas)95% catalisador recuperado

130 131132

133134

Prosulfuron

Esquema 51: Produção industrial do herbicida Prosulfuron (134) a partir de uma reação de Heck.

63 Littke, A. F.; Fu, G. C. J. Org. Chem. 1999, 64, 10.64 de Vries, J. G. Can. J. Chem. 2001, 79, 1086 e referências citadas.

84

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Introdução

A síntese industrial do anti-inflamatório não-esteroidal Naproxen (139) é

outro exemplo interessante do emprego industrial da reação de Heck64,65. A

reação de acoplamento entre o brometo naftílico 135 e etileno (136) na presença

de cloreto de paládio(II) forneceu o respectivo produto 138. Após etapa de

hidroxicarbonilação (também catalisada por paládio) foi possível a obtenção de

139 (Esquema 52). O sucesso da reação de Heck está ligado à escolha da fosfina

utilizada. Foi realizado um estudo sistemático com o objetivo de se encontrar um

ligante com propriedades estérica e eletrônica que permitissem elevada atividade

catalítica do reagente de paládio. Estas propriedades foram encontradas na

neomentildifenilfosfina (137) que proporcionou o uso da razão substrato brometo

naftílico/catalisador entre 2000 a 3000 com total conversão do material de partida

em poucas horas.

MeO

Br

PdCl2,

PPh2

Et3N3-pentanona, H2O

MeO

PdCl2, CuCl2

THF, 3-pentanonaCO (25 bar)

MeO

CO2H

Naproxen

135

+ H2C CH2

136

137

138

HCl, H2O

139

Esquema 52: Produção industrial do Naproxen (139).

No final da década de 80, surgiram os primeiros exemplos da reação de

Heck na versão assimétricas com o uso de substratos pró-quirais na presença de

ligantes quirais66. Em 1989, os grupos de pesquisas dos professores Shibasaki67 e

65 Harrington, P. J.; Lodewijk, E. Org. Proc. Res. Dev. 1997, 1, 72 e referências citadas.66 Shibasaki, M.; Vogl, E. M. J. Organomet. Chem. 1999, 576, 1 e referências citadas. 67 Sato, Y.; Sodeoka, M.; Shibasaki, M. J. Org. Chem. 1989, 54, 4738.

85

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Introdução

Overman68 relataram, de forma independente, o emprego de fosfinas

enantiomericamente puras em reações de Heck intramolecular para a formação de

centros estereogênicos terciários e quaternários, respectivamente (Esquema 53).

CO2Me

I

Pd(OAc)2 (3 mol%)

(9 mol%)

Ag2CO3 ( 2 equiv.)

NMP, 60ºC

PPh2PPh2

CO2Me

H140 141

74%ee = 46%

Reação de Heck enantiosseletiva relatada por Shibasaki

Reação de Heck enantiosseletiva relatada por Overman

O

OTf

142

Pd(OAc)2 (10 mol%)

(10 mol%)

Et3N, C6H6, ta

PPh2PPh2

O

O

O

14390%

ee = 45%

Esquema 53: Reação de Heck intramolecular e enantiosseletiva descrita por Shibasaki e

Overman.

Já na versão intermolecular, o primeiro exemplo da reação de Heck

assimétrica foi demonstrado por Hayashi e colaboradores e envolveu a formação

do 2-aril-2,3-diidropirano 146 a partir de 144 na presença de Pd(OAc)2/(R)-BINAP

(Esquema 54)69.

68 Carpenter, N, E.; Kucera, D. J.; Overman, L. E. J. Org. Chem. 1989, 54, 5846.69 (a) Osawa, F.; Kubo, T.; Hayashi, T. J. Am. Chem. Soc. 1991, 113, 1417. (b) Hayashi, T.; Kubo, T.; Osawa, F. Pure Appl. Chem. 1992, 64, 421. (c) Osawa, F.; Kubo, T.; Hayashi, T. TetrahedronLett. 1992, 33, 1485.

86

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Introdução

42-86%ee = 76-93%

O

144

Pd(OAc)2 (3 mol%)

(6 mol%)

DIPEA, 30ºC, Benzeno

PPh2PPh2

+

145O

146

ArAr-OTf

Ar= Ph, 4-Cl-C6H43-Cl-C6H4, 4-MeCO-C6H4,4-NC-C6H4, 4-MeO-C6H4,2-naftil

Esquema 54: Primeiro exemplo de reação de Heck intermolecular e enantiosseletiva.

Desde então, uma série de ligantes quirais vem sendo empregados em

reações de Heck assimétricas nas versões intra e intermolecular com o grande

desafio de aumentar os níveis de enantiosseletividade. A figura abaixo ilustra

alguns importantes aditivos quirais empregados (Figura 23).70 71 72 73 74 75 76

N

Ph2P

R OO

NR1

PPh2

H

PR2

Me

(CO)3Cr

derivados da prolinacomplexos de Cr

FeN

O

R

complexos de ferro

Ph2P N

O

Rligantes P,N

PPh2 N

N

Rligantes P,N

R1

PR2O

N

R1

OO

O

O

Ph Ph

Ph Ph

POO

O

O

PhPh

PhPh

PN N

ligantes P,N ligantes P,N

ref. 70 ref. 71 ref. 72 ref. 73

ref. 74 ref. 75 ref. 76

Figura 23: Alguns importantes ligantes quirais empregados em reações de Heck.

70 Loiseleur O.; Hayashi, M.; Keenan, M.; Schmees, N.; Pfaltz, A. J. Organomet. Chem. 1999,576(1-2), 16. 71 Gilbertson, S. R.; Fu, Z. Org. Lett. 2001, 3, 161. 72 Busacca, C. A.; Grossbach, D.; So, R. C.; O´Brien, E. M.; Spinelli, E. M. Org. Lett. 2003, 5, 595. 73 Imbos, R.; Minnaard, A. J.; Feringa, B. L. J. Am. Chem. Soc. 2002, 124, 184. 74 (a) Hennessy, A. J.; Connolly, D. J.; Malone, Y. M.; Guiry, P. J. Tetrahedron Lett. 2000, 41, 7757.(b) Kilroy, T. G.; Hennessy, A. J.; Connolly, D. J.; Malone, Y. M.; Farrell, A.; Guiry, P. J. J. Mol. Cat. A: Chemical 2003, 196, 65. (c) Dai, L-X.; Tu, T.; You, S-L.; Deng, W-P.; Hou, X-L. Acc. Chem. Res.2003, 36, 659.75 Gibson, S. E.; Ibrahim, H.; Pasquier, C.; Swamy, V. M. Tetrahedron: Asymmetry 2004, 15, 465.76 Gilbertson, S. R.; Xie, D.; Fu, Z. J. Org. Chem. 2001, 66, 7240.

87

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Introdução

A reação de Heck assimétrica é ainda bastante empregada como etapa-

chave em sínteses totais de diversos produtos naturais77, como terpenóides,

policetídeos e alcalóides. Por exemplo, a reação de ciclização do triflato vinílico de

geometria Z 147 mediada por Pd(OAc)2 e (R)-BINAP forneceu a cis-decalina 150

em rendimento de 76% e 86% de excesso enatiomérico (Esquema 55)78. Após

seqüência reacional, o produto 150 foi convertido ao sistema tricíclico 151, o qual

se apresenta como intermediário conhecido da síntese da (+)-vernolepina (152)

descrito por Danishefsky79.

76%ee = 86%

TfO

147

HO

PvOPd(OAc)2(R)-BINAP

K2CO3, t-BuOH1,2-dicloroetano, 60ºC H

OPv

HO

HPd

PP*

H

OPv

HO

H

OPv

O

148

149

150H

O

151

OO

O

HO

152

OH

O

(+)-vernolepina

Esquema 55: Aplicação sintética da reação de Heck enantiosseletiva.

Shibasaki e colaboradores empregaram a reação de Heck intramolecular na

versão enantiosseletiva envolvendo o iodeto vinílico de geometria Z 153 na

presença do catalisador quiral (R)-(S)-BPPFOH para a formação do sistema

77 Dounay, A. B.; Overman, L. E. Chem. Rev. 2003, 103, 2945. 78 Kondo , K.; Sodeoka, M.; Mori, M.; Shibasaki, M. Tetrahedron Lett. 1993, 34, 4219. 79 Danishefsky, S.; Shuda, P. F.; Kitahara, T.; Etheredge, S. J. Am. Chem. Soc. 1977, 99, 6066.

88

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Introdução

bicíclico 154 em bom rendimento e excelente excesso enantiomérico. Após etapas

reacionais, 154 foi convertido ao alcalóide (+)-lentiginosina (155) (Esquema 56)80.

N

O

I

153

Pd2dba3.CHCl3 (5 mol%)

Ag3PO4, CaCO3DMF, 50ºC

FePPh2

PPh2

H

OH

CH3

(12 mol%)N

O

H

65%, 74% ee154

N

H

155

OH

OH

(+)-lentiginosina

Esquema 56: Reação de Heck intramolecular enantiosseletiva na síntese da (+)-lentiginosina

(155).

1.2- Reações tandem promovidas por Pd(0)

Além de todos os aspectos discutidos anteriormente que ilustram a grande

versatilidade explorada pelos químicos orgânicos sintéticos, a reação de Heck é

extensamente utilizada como evento inicial em reações tandem81. Após a etapa de

adição sin entre Ar-Pd(II)-X e uma olefina, ocorre a geração da uma espécie de

alquilpaládio(II) que pode ser susceptível a uma série de reações, como

demonstrado de forma simplificada no esquema abaixo (Esquema 57).

80 (a) Nukui, S.; Sodeoka, M.; Shibasaki, M. Tetrahedron Lett. 1993, 34, 4965. (b) Sato, Y.; Nukui, S.; Sodeoka, M.; Shibasaki, M. Tetrahedron 1994, 50, 371. (c) Nukui, S.; Sodeoka, M.; Sasai, H.; Shibasaki, M. J. Org. Chem. 1995, 60, 398.

81 São vários os termos encontrados na literatura para esta classe de reações; seqüenciais,dominó, cascata, tandem, são os termos mais comuns.

89

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Introdução

ArR

PdX R1- XAr

R

R1

ArR

R1

PdX

R1

R

Ar-Pd-XR1Ar

R

R1

PdX

ArR

R1R1M

ArR

CO2Me

CO, MeOH

ArR

ArR

Nu

Carbonilação

Transmetalação

Heck sp2 Heck sp

Alquilação

Ataque nuleofílico

Nu-

-eliminação

Heck

CascataCascata

Esquema 57: Reações tandem envolvendo a espécie de alquilpaládio(II) formada a partir da

reação de Heck.

Uma seqüência de reações mediada por Pd(0) foi demonstrada por

Overman e colaboradores na primeira síntese total do (+/-)-ácido escopadúlcico A

(161) (Esquema 58)82. Na presença de Pd(OAc)2, PPh3 e Ag2CO3, o iodeto vinílico

(+/-)-156 foi convertido com sucesso ao sistema tricíclico 159, o qual foi submetido

in situ à reação de desproteção para se obter o composto 160. Após etapas

reacionais, o (+/-)-ácido escopadúlcico A foi obtido. Neste caso, duas reações de

Heck intramoleculares foram envolvidas na etapa-chave, agregando em uma única

etapa reacional relativa complexidade estrutural.

82 Kucera, D. J.; O´Connor, S. J.; Overman, L. E. J. Org. Chem. 1993, 58, 5304.

90

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Introdução

IR

TBSO

HPd(OAc)2 (10 mol%)

PPh3 (20 mol%)

Ag2CO3, THF, refluxo

LnPd

R H

OTBSR

OTBS

H

LnPd

TBAF, THF, 23 ºCR

OH

H

R=O

O

OBn

H

O

HO2COH

(+/-)-ácido escopadúlcico A

(+/-)-156 157158

R

OTBS

H82%

159160161

H

Esquema 58: Reação de Heck intramolecular - reação de Heck intramolecular como etapa-chave

na síntese de (+/-)-161.

Estratégia semelhante foi utilizada na síntese do (+)-alfacalcidiol (166)

descrita por Trost e colaboradores83 (Esquema 59). Desta vez, a seqüência

explorada envolveu a reação de Heck intermolecular seguida de uma reação de

Heck intramolecular entre o enino 162 e o brometo vinílico 163 para a obtenção do

sistema triênico 165 (71% de rendimento), o qual foi convertido ao composto 166

após etapa de desproteção.

83 Trost, B. M.; Dumas, J.; Villa, M. J. Am. Chem. Soc. 1992, 114, 9836..

91

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Introdução

TBSO OTBS +

BrH

MeMe

H Pd2(dba)3.CHCl3 (5 mol%)PPh3 (30 mol%)

Et3N, tolueno120ºC, 1,5h

H

MeMe

H

TBSO

TBSO

PdLn

H

MeMe

H

OTBSTBSO

H

MeMe

H

OHHO

(+)-alfacalcidiol

162

163

164

165166

71%

TBAF, THF, ta79%

Esquema 59: Reação de Heck intermolecular - reação de Heck intramolecular como etapa-chave

na síntese de 166.

O exemplo abaixo ilustra muito bem o potencial de reações seqüenciais

catalisadas por paládio. Na preparação de 168, cinco carbociclos são criados em

uma única etapa reacional a partir de 167 (zipper reaction) (Esquema 60)84.

MeO

PhO2S SO2Ph

MeO

PhO2SSO2Ph

Pd2(dba)3.CHCl3 (2,5 mol%)

C6H6, 40-55ºC, 86%

167 168

SbPh3 (10 mol%)HOAc (10 mol%)

Esquema 60: Formação one pot de cinco sistemas cíclicos catalisada por paládio.

84 Trost, B. M.; Shi, Y. J. Am. Chem. Soc. 1991, 113, 701.

92

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Introdução

Nesses últimos anos, o prof. de Meijere vem demonstrando a viabilidade

das reações de oligociclizações mediadas por Pd(0)85. Particularmente, um

número muito grande de exemplos foi descrito por este grupo de pesquisas

envolvendo reações de Heck seguida de eletrociclização 6e- na construção de

sistemas cíclicos com diversos padrões estruturais (Esquema 61).

Y

XR

Pd(0)

R

R

R

R

Br +

RR R

Br

Pd(0)

Pd(0)

Heck Intermolecular - Heck Intermolecular - Eletrociclização

Heck Intramolecular - Heck Intermolecular - Eletrociclização

Heck Intramolecular - Heck Intramolecular - Eletrociclização

Esquema 61: Formação de oligociclos mediada por paládio estudada por de Meijere.

Inicialmente, o seu interesse consistiu em reações tandem do tipo Heck

intramolecular - Heck intramolecular – eletrociclização tendo 2-bromodienino 169

como material de partida para a formação do composto tricíclico [6,6,5] 170 em

rendimento de 82% (Esquema 62)86.

85 (a) de Meijere, A.; von Zezschwitz, P.; Bräse, S. Acc. Chem. Res. 2005, 38, 413 e referênciascitadas. (b) de Meijere, A.; Bräse, S. J. Organomet. Chem. 1999, 576, 88 e referências citadas.86 Meyer, F. E.; Brandenburg, J.; Parsons, P. J.; de Meijere, A. J. Chem. Soc. Chem Comm. 1992,390.

93

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Introdução

Br

E E

HOMeMe Pd(OAc)2 (3-5 mol%)

PPh3 (12-20mol%)

Ag2CO3, MeCN80ºC, 2-3h, 63%

169

E=CO2Me

Me

Me

170

OHEE

Esquema 62: Reação de ciclização mediada por Pd(0) para a formação do triciclo 170.

Explorando a viabilidade da seqüência reacional acima, compostos

heterocíclicos [5,6,5] 172a-c foram obtidos em bons rendimentos (55-80%), desta

vez, empregando um paladaciclo como catalisador (Esquema 63)85 a.

Y

K2CO3, MeCNX

Br

Pd

Me

OO

Me

O O

Ar Ar

Pd

ArAr

80ºC, 20h171a (X= NTs, Y= NTs)

171b (X= O, Y= O)

171c (X= NTs, Y= O)

X

Y

172a (X= NTs, Y= NTs) (55%)

172b (X= O, Y= O) (80%)

172c (X= NTs, Y= O) (61%)

Ar = 3-tolueno

Esquema 63: Formação dos heterociclos 172a-c a partir de 171a-c na presença de Pd(0)

envolvendo reações tandem.

O uso de Pd(0) como catalisador foi estendido, agora, na seqüência Heck

intramolecular - Heck intermolecular – eletrociclização 6 e- em reações de

ciclização tendo o brometo vinílico 173 como material de partida e olefinas ricas

em elétrons como aceptor de Heck (174a e 174b). O isolamento dos respectivos

94

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Introdução

produtos 175a e 175b em rendimentos de 43 e 53%, respectivamente,

demonstrou o potencial sintético da metodologia (Esquema 64)87.

Ph

EE

Br

E= CO2Et

Pd(OAc)2 (5 mol%)

PPh3 (10 mol%)Ag2CO3, MeCN

80ºC, 1dOR

OR

Ph

E

E

175a, R= Et

O173

(43%)

(53%)175b, R=

+

174a, R= Et

O174b, R=

Esquema 64: Heck intramolecular – Heck intermolecular – eletrociclização mediada por Pd(0) na

formação dos biciclos 175a e 175b.

No grupo de pesquisas do prof. Pilli, foi investigado a reação de Heck

intramolecular em sistemas 2-alilpirrolidínico 176a e 2-alilpiperidínico 176b para a

obtenção das indolizidinonas e quinolizidinonas correspondentes contendo duplas

ligações bis-metileno exocíclicas (177a e 177b, respectivamente) visando sua

posterior reação de cicloadição [4n+2n] in situ com dienófilos apropriados

(Esquema 65)88. No entanto, nas condições experimentais empregadas foi

observada a migração de dupla ligação, isolando-se a indolizidinona 178a e a

quinolizidinona 178b e inviabilizando a idéia original de se realizar uma reação de

Diels-Alder em seqüência.

N

Br

O NO NO

( ) ( ) ( )n nn

176a, n=0176b, n=1

177a, n=0177b, n=1

178a, n=0178b, n=1

FosfinaPd(0)

DMF, 115ºCBase

Esquema 65: Tentativa de reações tandem Heck intramolecular – Diels-Alder e a formação das

indolizidinona 178a e a quinolizidinona 178b.

87 Henniges, H.; Meyer, F. E.; Schick, U.; Funke, F.; Parson, P. J.; de Meijere, A. Tetrahedron 1996,52, 11545.88 (a) Santos, L. S. Dissertação de Mestrado, UNICAMP, 1999. (b) Santos, L. S., Pilli, R. A., Synthesis 2002, 87.

95

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Introdução

Tendo em vista os resultados descritos anteriormente por de Meijere e as

dificuldades apontadas da reação acima, a busca por novos substratos

nitrogenados para a realização de reações tandem catalisadas por Pd(0)

resultando na formação de heterociclos estruturalmente complexos tornou-se de

interesse no grupo de pesquisas.

96

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Objetivos

2- OBJETIVOS

Uma alternativa para a preparação de sistemas com duplas ligações bis-

metileno exocíclicas suscetíveis de participar de processos seqüenciais é a reação

de Heck entre um alcino e um haleto vinílico (Esquema 66). Neste caso, após a

adição oxidativa da espécie -vinilpaládio à ligação tripla poderá ocorrer a

formação do intermediário -dienil-1-paládio que, por não apresentar H- para a

eliminação redutiva, poderá sofrer uma segunda reação de Heck, desta vez

intermolecular, com outro componente olefínico presente no meio de reação. O

sistema hexatriênico resultante sendo suscetível, nas condições experimentais da

reação de Heck, de ciclização eletrocíclica pode dar origem aos derivados

benzoindolizidínico ou benzoquinolizidínico agregando, em uma única etapa

experimental, considerável complexidade aos sistemas nitrogenados de partida.

Desta forma, a segunda parte do trabalho visa estudar a viabilidade da

sequência reacional abaixo (reação de Heck intramolecular-reação de Heck

intermolecular-eletrociclização 6 e- ) para a preparação de tricilcos nitrogenados.

Para isso se faz necessário, primeiramente, estabelecer um método eficiente de

preparação de alquinil lactamas que se apresenta como material da idéia

delineada abaixo.

NO

BrR

Pd(0)

Reação de HeckIntramolecular

NOPdBrLn

Reação de HeckIntermolecular

NO

X

Reação Eletrocíclica

NO

X

XR R

R

n n n

n

Esquema 66: Obtenção de compostos nitrogenados tricíclicos envolvendo reações tandem.

97

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Resultados e Discussão

3- RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1- Preparação de alquinil lactamas: Abordagem 1

O primeiro desafio desta parte do trabalho consistiu na busca de uma

metodologia eficiente para a preparação de lactamas com substituintes alquinilícos

na posição -nitrogênio as quais apresentam-se como substratos para as reações

de ciclização catalisadas por Pd(0). Embora a reação de adição de olefinas

ativadas a íons N-acilimínios tenha sido extensamente relatada em literatura1, são

poucos os exemplos de adição intermolecular de alcinos terminais a essas

espécies eletrofílicas89.

A primeira abordagem sintética para esta classe de compostos envolveu a

adição de um reagente de Grignard90 ao íon N-acilimínio derivado da amida -

hidroxilada 182a (Esquema 67). O precursor de íons N-acilimínios 182a foi obtido

a partir da sucinimida (179a) após etapas de alquilaçaõ e redução com Et3BHLi

(Super-hidreto ) de acordo com procedimento já empregado no grupo de

pesquisas88a. A banda em 3360 cm-1 no espectro de IV (referente ao estiramento

O-H), o tripleto em 5,26 ppm no espectro de RMN de 1H (referente ao hidrogênio

carbinólico) e o sinal em 82,4 ppm no espectro de RMN de 13C (referente ao

carbono carbinólico) confirmam a obtenção de 182a.

89 Yamaguchi, R.; Nakazono, Y.; Kawanisi, M. Tetrahedron Lett. 1983, 24, 1801. 90 Preparado a partir da reação entre fenilacetileno e brometo de etilmagnésio segundo areferência: Du, C-J. F.; Hart, H. J. Org. Chem. 1987, 52, 4311.

99

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Resultados e Discussão

NO

H

ONO

Br

O

1. NaH, DMF, 0ºC, 15 min

2. BrBr

0ºC a ta, 3h, 65%

-78ºC, 2h

Et3BHLi, THFNO

Br

OH

85%179a

182a180

181

NO

Br

OH

182a

BrMg Ph

1- BF3.OEt2, THF, T1

2-

THF, T2

NO

Br

183a

Ph

Esquema 67: Preparação da lactama hidroxilada 182a e a obtenção de 183a.

Apesar do grupo de pesquisas relatar com sucesso a reação de adição de

aliltrimetilsilano ao íon N-acilimínio derivado de 182a, o produto de adição 183a foi

obtido em baixos rendimentos (15-32%) (Tabela 8). Estes rendimentos são muito

inferiores quando olefinas ativadas estão envolvidas como espécies nucleofílicas.

O melhor resultado foi obtido quando empregado um grande excesso de reagente

de Grignard (3 equivalentes), a temperatura de 0°C para a formação do íon N-

acilimínio) e temperatura ambiente após adição do nucleófilo (Tabela 8, entrada

5). Em alguns casos, foi observada a recuperação da amida -hidroxilada 182a

(Tabela 8, entradas 1-3).

Tabela 8: Reação de adição do Grignard alquinílinico ao íon N-acilimínio derivado de 182a.

Entrada T1 T2 Reagente de Grignard (equiv.) 183a (%)a 182a Rec. (%)a

1 -78 -78 1,5 - 72

2 0 -78 1,5 - 42

3 0 0 1,5 15 50

4 0 ta 1,5 20 -

5 0 ta 3,0 32 -aRendimento após purificação em coluna cromatográfica.

Os resultados da Tabela 8 indicam a dificuldade de adição do reagente de

Grignard alquinílico a íons N-acilimínios gerados a partir de substratos que

100

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Resultados e Discussão

apresentam grupo de saída na posição -nitrogênio na presença de um ácido de

Lewis. Há exemplos descritos na literatura que demonstram a viabilidade de

adição destes nucleófilos a íons N-acilimínios formados in situ a partir da reação

entre uma imina e um cloroformato. Devido aos problemas encontrados para a

preparação de compostos nitrogenados –alquinílicos utilizando esta abordagem,

foi necessário testar outras abordagem visando melhores resultados.

3.2- Preparação de alquinil lactamas: Abordagem 2

A segunda estratégia para a preparação da alquinil lactama 183a envolveu

a reação de adição de brometo de feniletinilmagnésio à imida 181a na tentativa de

se obter o lactamol 185 (Esquema 68). Em meio ácido, 185 poderia ser convertido

à alquinil lactama 183a, envolvendo a redução do íon N-acilimínio correspondente.

Porém, em nenhum momento conseguimos isolar o composto nitrogenado 183a,

sendo que, apenas a cetoamida 186 foi obtida e em baixo rendimento (neste caso

não foi possível a recuperação do material de partida).

NO

Br

O

181

Ph MgBr

THF, -78ºC, 1hNO

Br

O

Ph

MgBr

H3O+

NO

Br

OH

185

Ph

NHO

Br

186

OPh

28%

1- Meio Ácido

NO

Br

183a

Ph

2- Redução

H3O+

184

Esquema 68: Segunda abordagem sintética para a obtenção da alquinil lactama 183a.

101

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Resultados e Discussão

Tsai e colaboradores91 relataram a dificuldade em isolar produtos em

reações de adição entre acetiletos de magnésio e imidas cíclicas protegidas com o

grupo –CH2-CH=CH2, e contornam este problema utilizando AcOH à –100ºC no

work-up da reação. Porém, mesmo seguindo este procedimento, não foi possível a

formação do lactamol e apenas a formação de 186 foi observada. A presença de

duas bandas em 1690 e 1676 cm–1 referentes as carbonilas no espectro de IV,

além dos sinais em 185,9 e 170,8 ppm (C=O), 92,7 e 87,4 (C C) no espectro de

RMN de 13C evidenciam a formação da cetoamida 186.

Huang92 descreveu o emprego de BF3.OEt2 como ácido de Lewis em

reações de ciclização em substratos nitrogenados de 6 membros envolvendo a

formação de íons N-acilimínios in situ e a redução com Et3SiH para a obtenção

das respectivas lactamas em bons rendimentos e elevadas razões

diastereoisoméricas (Esquema 69). Porém, quando 186 foi submetido às mesmas

condições reacionais descritas por estes autores, não foi observada a formação da

lactama 183a. Além de BF3.OEt2 como ácido de Lewis, TiCl4 também foi testado,

mas sem sucesso. O aumento da temperatura da reação também não forneceu o

produto desejado.

HN R

O

PMB OBn

O

R= Me, Et, nBu, nPr, Ph

CH2Cl2, -78ºC

BF3.OEt2

NPMB

O

OBn

RNPMB

O

OBn

REt3SiH

75-95%

NHO

Br

OPh

186

CH2Cl2

Et3SiH

NO

BrPh

183a

BF3.OEt2 ou TiCl4

-78ºC ou ta

rd = 94:6 - 98:2

Esquema 69: Tentativa de formação de lactama 183a a partir de 186 empregando ácido de Lewis

na presença de um agente redutor.

91 Huang, J-M.; Hong, S-C.; Wu, K-L.; Tsai, W-M. Tetrahedron 2004, 45, 3047. 92 Liu, L-X.; Ruan, Y-P; Guo, Z-Q.; Huang, P-Q. J. Org. Chem. 2004, 69, 6001.

102

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Resultados e Discussão

3.3- Preparação de alquinil lactamas: Abordagem 3

O problema de obtenção do produto acíclico 186 foi contornado quando se

realizou a adição nucleofílica do reagente de Grignard à succinimida (179a) ou

glutarimida (179b) e, in situ, promoveu-se a formação do respectivo íon N-

acilimínio em meio ácido seguido de redução com cianoboroidreto de sódio. Esta

abordagem já havia sido explorada com sucesso no grupo de pesquisas em

reações de adição de reagentes de Grignard alquílicos às imidas 179a e 179b93.

Algumas condições reacionais foram testadas na adição do reagente de

Grignard alquinílico, porém, em nenhum caso foi possível a obtenção das

respectivas alquinil lactamas 187a e 187b em rendimentos superiores a 40%

(Tabela 9).

NH

O O

179a, n=1

( )

179b, n=2

Ph MgBr1-solvente0ºC a ta

2- NaCNBH3

HCl(aq) (pH 3)

NH

O

( )

Ph

187a, n=1187b, n=2

n n

Tabela 9: Resultados obtidos na obtenção das lactamas 187a e 187b.

Entrada Imida Equiv. do reagente de Grignard Solvente Produto (%)a

1 179a 2 THF 187a (-)

2 179a 2 THF/CH2Cl2 187a (25)

3 179a 3 THF/CH2Cl2 187a (40)

4 179a 5 THF/CH2Cl2 187a (28)

5 179b 3 THF/CH2Cl2 187b (35)a Rendimento após purificação em coluna cromatográfica.

Os rendimentos da reação mostraram-se dependentes do solvente

empregado. O uso exclusivo de THF (solvente no qual foi gerado o reagente de

Grignard) não proporcionou a formação da lactama 187a (Tabela 9, entrada 1).

93 Maldaner, A. O. Tese de Doutorado, UNICAMP, 1999.

103

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Resultados e Discussão

Meyers e colaboradores94 propuseram uma reatividade diferenciada de reagentes

de Grignard em solventes não-etéreos. Desta maneira, logo após a formação do

reagente de Grignard alquinílico, adicionou-se a solução da imida, agora em

CH2Cl2, observando-se a formação de 187a em 25% de rendimento (Tabela 9,

entrada 2). Segundo os autores, esta maior reatividade está baseada na maior

polaridade e baixa capacidade da coordenação deste solvente, permitindo um

aumento de nucleofilicidade do composto organometálico. O melhor resultado

obtido para a formação de 187a foi obtido com o emprego de 3 equivalentes do

reagente de Grignard (Tabela 9, entrada 3). Estas condições foram utilizadas para

a obtenção da lactama de 6 membros 187b em 35% de rendimento (Tabela 9,

entrada 5).

As lactamas 187a e 187b foram identificadas segundo técnicas de IV, RMN

de 1H e 13C e massas de alta resolução. As bandas na região de 1690 e 2230 cm-1

no espectro de IV e os sinais em 171, 88 e 84 ppm (referentes aos grupos

carbonila e à tripla ligação, respectivamente) indicam a formação de 187a e 187b.

A necessidade do uso de um excesso do reagente de Grignard pode ser

explicada pelo caráter básico que este apresenta. O primeiro equivalente do

reagente organometálico atua como base, abstraindo o hidrogênio ácido da imida.

Apenas o segundo equivalente do brometo de alquinil magnésio se apresenta

como nucleófilo frente, agora, à única carbonila presente (Esquema 70).

NH

O O

( ) Ph MgBr

NBrMgO O

( )

1 equiv.

Ph MgBr

excesso NBrMgO

( )OMgBr

Ph

NO

( )

PhH

HCl(aq)

pH 3

HNH

O

( )

Ph

187a, n=1

n n n

nn

187b, n=2

179a, n=1179b, n=2

Esquema 70: Formação das lactamas 187a e 187b.

94 Meyers, A. I.; Shawe, T. T.; Gottlieb, L. Tetrahedron Lett. 1992, 33, 867.

104

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Resultados e Discussão

Mesmo com os baixos rendimentos obtidos na formação de 187a e 187b,

realizou-se a reação de alquilação do nitrogênio com 2,3-dibromopropeno (180),

na presença de hidreto de sódio como base, para a formação das respectivas

alquinil lactamas 183a e 183b em rendimentos de 78% e 68%, respectivamente

(Esquema 71).

NH

O Ph

187a, n=1Br

Br

180

NO PhBr

183a, n=1, Rend. 78%183b, n=2, Rend. 68%

187b, n=2

( )n

2-

0ºC a ta, 3h

1- NaH, DMF ( )n0ºC, 15min

Esquema 71: Formação das alquinil lactamas 183a e 183b.

Os compostos 183a e 183b foram caracterizados segundo as técnicas de

IV, RMN de 1H e 13C e massas de alta resolução. Com relação aos espectros de

IV, ambos apresentaram a banda referente à tripla ligação na região de 2230 cm-1

e ausência da banda que corresponde à ligação N-H em 3200 cm-1. Analisando-se

o espectro de massas de alta resolução é possível notar o íon molecular M +

(C15H14BrNO) m/z 303,02366, concordante com o valor calculado (303,02588)

para 183a; para a lactama 183b, o íon molecular M + (C16H16BrNO) m/z

317,041995 e o valor calculado (317,04153) também apresentaram concordância.

Os espectros de RMN de 1H e 13C confirmam a formação dos produtos

183a e 183b onde é possível observar os sinais mais característicos de cada

composto. Com relação aos espectros de RMN de 1H dos produtos 183a e 183b,

é possível observar a presença de sinais na região de 7,40-7,20 ppm referentes

aos hidrogênios do grupo fenila e um multipleto em 4,60-4,55 ppm do hidrogênio

-nitrogênio. Já nos espectros de RMN de 13C, a presença de sinais pouco

intensos na região 86-85 ppm caracterizando a tripla ligação é uma forte evidência

da formação dos respectivos produtos.

105

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Resultados e Discussão

3.4- Preparação de alquinil lactamas: Abordagem 4

Devido às dificuldades encontradas na obtenção de lactamas com

substituintes alquinílicos na posição -nitrogênio, a descoberta de novos

protocolos para a síntese desta classe de compostos pode vir a ser interessante,

sobretudo, se estes empregarem o mesmo reagente para a ativação das espécies

eletrofílica e nucleofílica.

3.4.1- O uso de triflatos metálicos em sínteses orgânicas

O uso de triflatos metálicos atuando como ácidos de Lewis em reações

orgânicas é bastante explorado por muitos pesquisadores devido, principalmente,

à sua facilidade em promover a formação de ligações carbono-carbono em

condições brandas. Em 2000, o professor S. Kobayashi95 publicou um artigo de

revisão sobre o emprego de triflatos metálicos em diversas reações orgânicas

envolvendo a formação de ligações carbono-carbono, carbono-heteroátomo,

oxidação, redução, proteção, desproteção e polimerização. Em todas as classes

de reações, algumas vantagens destes reagentes quando comparados aos ácidos

de Lewis “tradicionais” (como BF3.OEt2, TiCl4, SnCl4, AlCl3) podem ser

observadas: altos rendimentos, o emprego de quantidades catalíticas,

compatibilidade com diversos grupos funcionais, entre outras.

Particularmente, triflato de zinco (II) mostrou-se eficiente como catalisador

em reações aldólicas entre aldeídos e silil enol éteres96, abertura regiosseletiva de

aziridinas quirais97, preparação de alquiltetrazóis98, síntese regiosseletiva de 3-

alquilindóis99, redução enantiosseletiva de -alcooxicetonas100, adição conjugada

enantiosseletiva101 e preparação de alquinilisilanos102 (Esquema 72).

95 Kobayashi, S.; Sugiura, M.; Kitagawa, H. Chem. Rev. 2002, 102, 2227. 96 Chini, M.; Crotti, P.; Gardelli, C.; Minutolo, F.; Pineschi, M. Gazz. Chim. Ital. 1993, 123, 673. 97 Ho, M.; Chung, J. K. K.; Tang, N. Tetrahedron Lett. 1993, 34, 6513. 98 Fortin, R.; Brochu, C. Tetrahedron Lett. 1994, 35, 9681.99 Zhu, X.; Ganesan A. J. Org. Chem. 2002, 67, 2705.100 Bandini, M.; Cozzi, P. G.; de Angelis, M.; Umani-Ronchi, A. Tetrahedron Lett. 2000, 41, 1601.101 Murakata, M.; Tsutsui, H.; Hoshino, O. Org. Lett. 2001, 3, 299.

106

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Resultados e Discussão

Ref. 99NH

Zn(OTf)2 (1,2 equiv)

Et3N, tolueno

R1-Br NH

R1

R RR= H, NO2, OBn, Cl 53-71%

nBu4NI, DIPEA

(R1-Br= brometos alílicos,benzílicos e terciários)

R OMeO

O

N N

OR3

R1

R2R3

R1

R2

(cat)

Zn(OTf)2 (cat)

OBH

OR

OMeOH

CH2Cl2, 0°CR= Ph, 4-ClC6H4,

C5H11, PhCH2,

69-91%ee = 65-82%

Me, Et, Cy

N O

O

PhPh

Ph

O

O

N N

O

Ph Ph(cat)

Zn(OTf)2 (cat)

Et Et

R-I, Bu3SnH, Et3B

R= Et, iPr, tBu, Cy

N O

O

PhPh

Ph

OR

72-92%

ee = 71-84%

1,2 equiv Zn(OTf)2

Et3N, CH2Cl2R= Ph, 4-nBuC6H4, 4-MeC6H4, 75-99%

R + R13SiCl

30ºC

R R1

4-OMeC6H4, PhCH=CH, PhCH2CH2

R1= Me, Et, tBu

Ref. 100

Ref. 101

Ref. 102

Esquema 72: Algumas aplicações de triflato de zinco (II) em sínteses orgânicas.

Ishimaru e Kojima103 relataram a utilização de Zn(OTf)2/H2O em reações de

Mannich entre várias aldiminas quirais e 2-sililoxibutadienos para a formação das

respectivas aminas com excessos diastereoisoméricos na faixa de 82-92%

(Esquema 73). Alguns experimentos foram realizados e os autores descartaram a

geração de TfOH no meio reacional e, conseqüentemente, sua atuação como

ácido de Brönsted no mecanismo da reação em questão.

102 Jiang, H.; Zhu, S. Tetrahedron Lett. 2005, 46, 517. 103 Ishimaru, K.; Kojima, T. J. Org. Chem. 2003, 68, 4959.

107

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Resultados e Discussão

NH

R1

OMe

OZn(OTf)2 (4 equiv.)

OTMS

R2

R3

MeON

O

R1 O

R2

R3

HEt2O, ta, 24h

57-84%ed = 74-92%R1= Ph, 2-MeC6H4

3-MeC6H4, 4-MeC6H4

2-MeOC6H4, 4-ClC6H4R2= Ph, Me

R3= H, Me

*H2O (5 equiv.)

Esquema 73: Combinação de Zn(OTf)2/H2O empregada na reação de Mannich entre aldiminas

quirais e 2-sililoxibutadienos.

A versatilidade deste reagente foi demonstrada por Carreira e

colaboradores com a formação de acetiletos de zinco in situ a partir da

combinação alcino terminal/Zn(OTf)2/amina terciária104. A coordenação entre

triflato de zinco e a tripla ligação de um composto acetilênico aumenta

consideravelmente a acidez do hidrogênio acetilênico e, conseqüentemente, uma

base relativamente fraca é capaz de abstraí-lo para a formação de um acetileto de

zinco que apresenta elevado caráter nucleofílico frente a ligações duplas de

aldeídos e N-benzilnitronas. A versão catalítica e assimétrica desta metodologia foi

alcançada com sucesso com o emprego de quantidades catalíticas de (+)-N-

metilefedrina (Esquema 74) f.

104 (a) Frantz, D. E.; Fässler, R.; Carreira, E. M. J. Am. Chem. Soc. 1999, 121, 11245. (b) Frantz, D.E.; Fässler, R.; Carreira, E. M. J. Am. Chem. Soc. 2000, 122, 1806. c) Boyall, D.; Lopez, F.; Sasaki,H.; Carreira, E. M. Org. Lett. 2000, 2, 4233. (d) Sasaki, H.; Boyall, D.; Carreira, E. M. Helv. Chim.Acta 2001, 84, 964. (e) El-Sayed, E.; Anand, N. K.; Carreira, E. M. Org. Lett. 2001, 3, 3017. (f) Anand, N. K.; Carreira, E. M. J. Am.Chem. Soc. 2001, 123, 9687. (g) Boyall, D.; Frantz, D. E.;Carreira, E. M. Org. Lett. 2002, 4, 2605. (h) Diez, R. S.; Adger, B.; Carreira, E. M. Tetrahedron2002, 58, 8341. (i) Fässler, R.; Frantz, D. E.; Ötiker, J.; Carreira, E. M. Angew. Chem. Int. Ed. 2002,41, 3054.

108

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Resultados e Discussão

RC C HZn(OTf)2

Et3NRC C H

Zn(OTf)2

RC C Zn-OTf Et3N.HOTf+

espécie nucleofílica

Zn(OTf)2 (20 mol%)

R1 H

O+ R

R= alquil, arilR1= alquil, aril

Et3N (50 mol%)60ºC, tolueno

MePh

HO NMe2 (22 mol%)

R1

OH

R55-94%

ee = 86-99%

H

Esquema 74: Geração de acetiletos de zinco e adição destas espécies nucleofílicas à ligação C=O

em sua versão catalítica e assimétrica.

Mais recentemente, Palomo e colaboradores105 relataram a reação de aza-

Henry (ou nitro-Mannich) catalítica e assimétrica entre nitrometano e iminas que

apresentam grupos retiradores de elétrons para a obtenção das respectivas

aminas em bons rendimentos e níveis de enantiosseletividade na faixa de 86-99%

(Esquema 75).

N

Ar

Boc+ CH3NO2

Zn(OTf)2 (30%)DIPEA (30%)

(-)-NME (45%)4A MS, -20ºC

HN

Ar

Boc

NO2

Ar= C6H5, 2-MeC6H4

4-MeC6H4, 3-MeOC6H4

4-MeOC6H4, 4-ClC6H4

4-CF3C6H4, 4-NO2C6H4

4-MeO2CC6H4, 3,5-Cl2-C6H3, 4-MeOC6H2

1-naftil, 2-naftil

59-98%ee = 86-99%

Esquema 75: Reação de aza-Henry catalítica e assimétrica mediada por Zn(OTf)2 na presença de

um ligante quiral.

105 Palomo, C.; Oiarbide, M.; Halder, R.; Laso, A.; López, R. Angew. Chem. Int. Ed. 2005, 45, 117.

109

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Resultados e Discussão

Em 2004, Carreira e colaboradores106 estenderam o uso destes reagentes

de zinco formados in situ na adição a íons N-acilimínios (previamente formados a

partir da reação de N-acilação de iminas) fornecendo os respectivos produtos de

adição em bons rendimentos (Esquema 76). Porém, foi necessário o emprego de

quantidades estequiométricas do reagente de zinco para a formação da espécie

nucleofílica, além de se tratar de uma abordagem racêmica da metodologia.

R1 H

NR2 R3 Cl

O

solvente, ta, 1h R1 H

NR2

O

R3RC C Zn-OTf

R1

NR2

O

R3

R70-86%

RC C H

Zn(OTf)2 (estequiométrico)

Et3N, TMPDA

Esquema 76: O uso de acetiletos de zinco como nucleófilos frente a íons N-acilimínios.

Neste contexto, a utilização de Zn(OTf)2 como ácido de Lewis torna-se

interessante pois este mesmo reagente poderia ser empregado na geração da

espécie eletrofílica (íons N-acilimínios) e nucleofílica (acetileto de zinco) na

formação das respectivas alquinil lactamas (Esquema 77). A idéia delineada

abaixo se torna ainda mais interessante quando vislumbramos a metodologia na

versão assimétrica com o uso de ligantes quirais para a formação das

correspondentes lactamas alquinílicas enriquecidas enantiomericamente.

106 Carreira, E. M.; Fischer, C. Org. Lett. 2004, 6, 1497.

110

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Resultados e Discussão

RC C H RC C Zn-OTf

NO

Br

XNO

BrNO

BrR

n( ) n( )

n( )

Zn(OTf)2

dupla ativação por

Esquema 77: O uso de Zn(OTf)2 como ácido de Lewis na geração de íons N-acilimínios e para a

preparação de acetiletos de zinco como nucleófilos.

3.4.2- O uso de Zn(OTf)2 como ácido de Lewis na geração de íons N-

acilimínios107

Com a nucleofilicidade dos acetiletos de zinco frente a íons N-acilimínios já

descrita por Carreia e colaboradores106, o ponto de maior importância desta parte

do trabalho envolve a capacidade de Zn(OTf)2 atuar como ácido de Lewis na

geração de íons N-acilimínios uma vez que não há relatos do emprego de

Zn(OTf)2 para esta aplicação.

A falta de exemplos na literatura do uso de triflato de zinco atuando como

ácido de Lewis para esta classe de reações nos fez realizar, primeiramente, testes

de adição de uma olefina ativada a precursores de íons N-acilimínios com

diferentes grupos de saída (X). Para isso, foram preparados os substratos 182b-d

a partir de 182a que se diferenciam entre si por apresentarem diferentes grupos

abandonadores para a geração de íons N-acilimínios. Os substratos 182b-d foram

preparados segundo o esquema abaixo (Esquema 78).

107 (a) Pilli, R. A.; Robello, L. G. In 28ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, 2005.(b) Pilli, R. A.; Robello, L. G. In 11th Brazilian Meeting on Organic Chemistry, 2005. (c) Pilli, R. A.; Robello, L. G. Synlett 2005, 2297.

111

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N OMeOBr

N OAcOBr

N SO2OBr

Tol

HCl/MeOH

ta, 18h98%

Ac2O

Et3N, DMAP, 5h84%

(aquoso)CHCl3, 28h

Me SO2Na78%

NO

Br

OH

H OH

O

182a 182b182c

182d

Esquema 78: Preparação dos precursores de íons N-acilimínios 182b-d a partir da lactama

hidroxilada 182a.

A caracterização das lactamas 182a-d foi realizada segundo as técnicas de

IV, RMN de 1H e 13C e massas de alta-resolução. A figura abaixo mostra alguns

valores de IV e RMN característicos de cada produto (Figura 24).

112

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N OCH3OBr

NOBr

N SO2OBr

NO

Br

OH

182a 182b

182c 182d

O CH3

O

CH3

4,89 ppm (RMN de 1H)82,4 ppm (RMN de 13C) 53,5 ppm (RMN de 13C)

3360 cm-1(IV)

3,25 ppm (RMN de 1H)

1716cm-1 (IV)

2,02 ppm (RMN de 1H)

175,0 ppm (RMN de 13C)

2,48 ppm (RMN de 1H)

1313 e 1140 cm-1 (IV)

Figura 24: Dados espectrométricos selecionados (IV e RMN de 1H e 13C) para a caracterização

dos produtos 182a-d.

Os substratos 182a-d, devidamente caracterizados, foram submetidos a

diferentes condições reacionais para a geração do correspondente íon N-

acilimínio, o qual foi interceptado pelo nucleófilo aliltrimetilsilano (85b) para

fornecer a lactama alilada 188 em diferentes rendimentos (Tabela 10).

Os rendimentos da reação de alilação mostraram-se dependentes do

solvente utilizado sendo que CH2Cl2 se apresentou como a melhor escolha,

resultando em um rendimento de 78% a partir do substrato 182b (Tabela 10,

entradas 1-3). Já a utilização de um solvente apolar (tolueno) forneceu 188 em

rendimento moderado e, o emprego de um solvente mais polar como MeCN foi

acompanhado de uma diminuição do rendimento.

Tentativas do uso de quantidades sub-estequiométricas do ácido de Lewis

(50 e 25 mol%) resultaram em uma diminuição marcante no rendimento (Tabela

10, entradas 4 e 5) impossibilitando, de certa maneira, uma versão catalítica no

emprego de Zn(OTf)2 na geração de íons N-acilimínios.

113

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Resultados e Discussão

N XOBr

Zn(OTf)2solvente, ta

SiMe3

(2,0 equiv)

NOBr

182a-d 188

85b

Tabela 10: Adição nucleofílica de aliltrimetilsilano (85b) ao íon N-acilimínio derivado de 182a-d na

presença de Zn(OTf)2.

Entrada Substrato Solvente Zn(OTf) 2 (equiv) 188 (%)a,b

1 182b (X=OMe) Tolueno 1.20 52

2 182b (X=OMe) MeCN 1.20 60

3 182b (X=OMe) CH2Cl2 1.20 78 c

4 182b (X=OMe) CH2Cl2 0,50 26

5 182b (X=OMe) CH2Cl2 0,25 15

6 182a (X=OH) CH2Cl2 1.20 65

7 182c (X=OAc) CH2Cl2 1.20 38

8 182d (X=SO2Tol) CH2Cl2 1.20 61

a Rendimento após purificação em coluna cromatográfica.b Produto caracterizado pelas técnicas de IV, RMN de 1H e de 13C.cQuando a mesma reação foi conduzida a –78ºC ou 0ºC, não foi observado a formação do produto

desejado e o material de partida foi recuperado quantitativamente.

A natureza do grupo abandonador (X) na formação de íons N-acilimínios

pôde ser avaliada realizando a comparação entre as entradas 3 e 6-8, sendo que

os grupos oxigenados –OMe e –OH apresentaram os melhores rendimentos (78%

e 65%, respectivamente). Os substratos 182c e 182d, que possuem melhores

grupos de saída no carbono -nitrogênio quando comparados aos precursores

182a e 182b, forneceram 166 em rendimentos inferiores.

Os multipletos na região de 5,65 e 5,12 ppm (integrando para 3

hidrogênios) no espectro de RMN de 1H referentes ao hidrogênios vinílicos do

114

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Resultados e Discussão

grupo alil, e os sinais em 132,5 e 118,9 ppm no espectro de RMN de 13C

confirmam a obtenção de 188.

Uma vez otimizadas as condições reacionais (Tabela 10, entrada 3),

estendemos o uso de triflato de zinco na reação de adição de aliltrimetilsilano

(85b) a íons N-acilimínios derivados dos precursores -metoxilados 182b e 189-

192 na obtenção dos respectivos produtos alilados 188 e 193-196. Entre os

precursores de íons N-acilimínios cíclicos estão lactamas de 5 e 6 membros (182b

e 189) e carbamatos de 5 e 6 membros (190-192) (Figura 25, Tabela 11).

NO

Br

OMeN

OMe

O OtBu

N OM

OOMe

NO

BrN

O OtBu

N OM

O

( )n ( )n

192

( )n ( )n

196

182b, n=1189, n=2

190, n=1191, n=2

188, n=1193, n=2

194, n=1195, n=2

precursores de íons N-acilimínios

heterociclos -substituídos

e

e

Figura 25: Substratos 182b e 189-192 e seus respectivos produtos -alilados 188 e 193-196.

115

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Tabela 11: Adição nucleofílica de aliltrimetilsilano (85b) a íons N-acilimínios derivados de 182b e

189-192 na presença de Zn(OTf)2.

Entradaa Substrato Produto (%)b,c

1 182b 188 (78)

2 189 193 (52)

3 190 194 (68)

4 191 195 (52)

5 192 196 (72)

a Condições reacionais: 1,2 equiv. de Zn(OTf)2, 2,0 equiv. de aliltrimetilsilano (85b) em CH2Cl2 a ta. b Rendimento após purificação em coluna cromatográfica.c Produto caracterizado pelas técnicas de IV, RMN de 1H e de 13C e massas de alta resolução.

Os heterociclos alilados foram obtidos em rendimentos moderados a bons

(52-78%) sendo que os precursores de 5 membros forneceram melhores

rendimentos quando comparados aos respectivos substratos de 6 membros (182b

vs 189; 190 vs 191; Tabela 11, entradas 1-4). Estes resultados podem ser

explicados devido à diferença de velocidade relativa de formação e/ou o caráter

eletrofílico de íons N-acilimínios em resultados previamente obtidos em nosso

grupo de pesquisa108.

O íon N-acilimínio derivado do substrato tetraidroisoquinolínico 192

forneceu 196 em 72% de rendimento (Tabela 11, entrada 5). Este resultado reflete

a facilidade de formação do correspondente íon N-acilimínio, o qual é estabilizado

por ressonância devido ao seu caráter benzílico38.

Neste momento, uma importante observação deve ser feita: os rendimentos

obtidos com o uso de triflato de zinco em reações de alilação de íons N-acilimínios

derivados de 182b e 189-192 apresentam a mesma faixa quando foi empregado

com BF3.OEt2 como ácido de Lewis.

Outros potenciais nucleófilos de carbono frente a íons N-acilimínios na

formação de ligações carbono-carbono são os silil enol éteres e vêm sendo

108 (a) Pilli, R. A.; Böckelmann, M. A.; Alves, C. F.; J. Braz. Chem. Soc. 2001, 12, 634. (b) D`Oca,M. G. M.; Moraes, L. A. B.; Pilli, R. A.; Eberlin, M. N. J. Org. Chem. 2001, 66, 3854.

116

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Resultados e Discussão

amplamente utilizados no grupo de pesquisa109. Desta forma, resolvemos ampliar

o uso de Zn(OTf)2 como ácido de Lewis em reações de adição nucleofílica de

197a e 197b a íons N-acilimínios derivados de 182b e 189-192 para a formação

dos correspondentes adutos 198-204 (Figura 26, Tabela 12).

NO

BrN

O OtBu

N OMe

O

O

Ph

OTMS

Ph

OTMSMe

Ph

O

Ph

O

PhN

O OtBu

Ph

O

Me

H

H

( )n ( )n

204

197a 197b

( )n

eritro-202, n=1eritro-203, n=2

NO

Br

OMeN

OMe

O OtBu

N OM

OOMe

( )n ( )n

192182b, n=1

189, n=2190, n=1191, n=2

198, n=1199, n=2

200, n=1201, n=2

silil enol éteres

precursores de íons N-acilimínios

heterociclos -substituídos

e

Figura 26: Silil enol éteres 197a e 197b; substratos 182b e 189-192 e seus respectivos produtos

-substituídos 198-204.

109 (a) Conceição de Fátima Alves Tese de Doutorado, UNICAMP, 1998. (b) Russowsky, D.; Petersen, R. Z.; Godoi, M. N.; Pilli, R. A. Tetrahedron Lett. 2000, 41, 9939. (c) Camilo, N. S.; Pilli, R. A. Tetrahedron Lett. 2004, 45, 2821.

117

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Tabela 12: Adição nucleofílica dos silil enol éteres 179a e 179b a íons N-acilimínios derivados de

182b e 188-192 na presença de Zn(OTf)2.

Entrada a Substrato Silil Enol Éter Produto (%)b,c

1 182b 197a 198 (69)

2 189 197a 199 (50)

3 190 197a 200 (71)

4 191 197a 201 (68)

5 190 197b eritro-202 (80, rd.= 4:1) d

6 191 197b eritro-203 (63, rd.= 10:1)d

7 192 197a 204 (80)

a Condições reacionais: 1,2 equiv. de Zn(OTf)2, 1,2 equiv. de silil enol éter em CH2Cl2 a ta. b Rendimento após purificação em coluna cromatográfica.c Produto caracterizado pelas técnicas de IV, RMN de 1H e de 13C e massas de alta resolução.d Razão diastereoisomérica determinada por cromatografia gasosa e RMN de 1H.

Os heterociclos -substituídos 198-204 foram obtidos em rendimentos que

variaram entre 50-80% (Tabela 12). Como apontado anteriormente quando

aliltrimetilsilano (85b) foi empregado como nucleófilo, os precursores de íons N-

acilimínios da pirrolodina forneceram melhores rendimentos quando comparados

aos precursores de 6 membros (182b vs 189; 190 vs 191; Tabela 5, entradas 1-6).

Novamente, o íon N-acilimínio derivado do substrato 192 forneceu o aduto de

adição 204 em bom rendimento devido à sua facilidade de formação (Tabela 12

entrada 7).

A adição nucleofílica do silil enol éter pró-quiral 197b a íons N-acilimínios

derivados dos carbamatos -metoxilados 190 e 191 forneceram preferencialmente

os produtos eritro-202 e eritro-203 (Tabela 7, entradas 5 e 6, respectivamente110),

onde uma maior estereosseletividade foi observada quando empregado o

precursor de 6 membros 191. A preferência pela formação do diastereoisômero

eritro já havia sido observada em outros estudos em nosso grupo de pesquisa

110 Para simplificação, apenas o diastereoisômero eritro foi representado na Tabela 12.

118

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Resultados e Discussão

quando se utilizou BF3.OEt2 e InCl3 como ácido de Lewis109. Além desta

preferência, os níveis de diastereosseletividade obtidos pelo uso de Zn(OTf)2

como ácido de Lewis são comparáveis aos obtidos anteriormente. Já a

configuração relativa dos isômeros majoritários eritro-202 e eritro-203 foi atribuída

comparando os cromatogramas obtidos por cromatografia gasosa e dados de

RMN de 1H e 13C obtidos experimentalmente com os relatados no grupo de

pesquisas109.

A formação preferencial do diastereoisômero eritro, tanto para o precursor

cíclico de 5 membros (190) como para o de 6 membros (191), pode ser explicada

analisando os possíveis geometrias de aproximação do silil enol éter 197b aos

íons N-acilimínios109 (Figura 27). O primeiro deles envolve uma aproximação

antiperiplanar do nucleófilo ao íon N-acilimínio (aproximação antiperiplanar A) para

a formação do isômero eritro. Embora seja possível observar uma repulsão de

natureza estérica entre o grupo –Me e o –H do íon N-acilimínio, este estado de

aproximação é favorecido quando comparado à aproximação antiperiplanar B

devido à repulsão estérica entre o anel nitrogenado (pirrolidínico (n=0) ou

piperidínico (n=1)) e o grupo –Me do silil enol éter. Esta análise explica o menor

nível de diastereosseletividade para o substrato de cinco membros 190 uma vez

que este se apresenta na conformação envelope. Já os outros dois estados de

aproximação (aproximação sinclinal A e aproximação sinclinal B) que levam a

formação do produto treo são menos favorecidos por questões estéricas, uma vez

que envolve interações entre grupos mais volumosos.

119

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Resultados e Discussão

N

H

MeHBoc

OSiMe3Ph

N

H

HMeBoc

PhMe3SiO

aproximação antiperiplanar A

aproximação antiperiplanar B

N

H

MeHBoc

OSiMe3Ph

eritro (majoritário)

N

H

HMeBoc

PhMe3SiO

N

H

MeHBoc

OPh

treo (minoritário)

N

H

HMeBoc

PhO

N

H

Me

H

BocOSiMe3

Ph

aproximação sinclinal A

N

H

Me

H

BocOSiMe3

Ph

N

H

Me

H

BocO

Ph

eritro (majoritário)

N

H

H

Me

BocPh

OSiMe3

aproximação sinclinal B treo (minoritário)

N

H

H

Me

BocPh

OSiMe3

N

H

H

Me

BocPh

O

n( )

n( )

n( )

n( )

n( )

n( )

n( )

n( )

n( )n( )

n( ) n( )

Figura 27: Possíveis geometrias de aproximação do silil enol éter 197b a íons N-acilimínios

cíclicos gerados a partir dos precursores 190 e 191.

3.4.3- O uso de Zn(OTf)2 como ácido de Lewis na geração de íons N-

acilimínios e formação de acetiletos de zinco

Com a capacidade de triflato de zinco atuar como ácido de Lewis na

geração de íons N-acilimínios cíclicos assegurada pelos resultados anteriores, a

idéia delineada no Esquema 77, que tem como principal estratégia a obtenção de

alquinil lactamas através da adição one pot de acetiletos de zinco a íons N-

acilimínios mediada por triflato de zinco (II), estava pronta para ser estudada.

120

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Resultados e Discussão

Primeiramente, foram realizados testes visando a otimização das condições

reacionais para a formação da alquinil lactama 183a a partir do substrato 182b

com o emprego de Zn(OTf)2 na geração do íon N-acilimínio correspondente e o

acetileto de zinco do fenilacetileno (205a) (Tabela 13).

NO Ph

183a

BrNO

Br

OMe

182b

Ph H

Zn(OTf)2

Base, Solvente

ta

205a

Tabela 13: O uso de triflato de zinco na geração do íon N-acilimínio derivado de 182b e do

acetileto de zinco derivado do fenilacetileno 205a na obtenção de 183a.

Entrada Solvente Base Zn(OTf) 2 (equiv) 183a (%)a,b

1 Tolueno Et3N 2.0 25

2 Tolueno/CH2Cl2 Et3N 2.0 40

3 Tolueno/CH2Cl2 Et3N/TMEDA 2.0 55

4 Tolueno/CH2Cl2 Et3N/TMEDA 2.0 58c

5 Tolueno/CH2Cl2 Et3N/TMEDA 1.0 10

a Rendimento após purificação em coluna cromatográfica.b Produto já caracterizado anteriormente pelas técnicas de IV, RMN de 1H e de 13C e massa de alta

resolução.c Neste caso, realizamos a formação do íon N-acilimínio derivado de 182b em CH2Cl2 na presença

de Zn(OTf)2 e adicionamos uma solução do acetileto de zinco/tolueno previamente preparada.

Inicialmente, empregando tolueno como solvente e Et3N como base para a

formação do acetileto de zinco, obtivemos o produto desejado 183a em baixo

rendimento (Tabela 13, entrada 1). Este baixo rendimento pode ser atribuído à

escolha do solvente, o qual é extensamente utilizado por Carreira e colaboradores

na geração destas espécies nucleofílicas104, contudo, em nossos estudos

envolvendo a geração de íons N-acilimínios cíclicos na presença de Zn(OTf)2,

CH2Cl2 mostrou-se como o melhor solvente. Diante dessas observações,

121

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Resultados e Discussão

empregamos a mistura de solvente tolueno/CH2Cl2 e a lactama 183a foi obtida em

um rendimento de 40% (Tabela 13, entrada 2).

Em estudo recente, Carreira e colaboradores106 relatam um aumento no

rendimento desta classe de reação com o emprego de uma diamina (TMPDA) em

conjunto com Et3N. Segundo os autores, a diamina oferece uma melhor

homogeneidade da solução durante a geração de acetiletos de zinco. Utilizando a

mistura Et3N/TMEDA observamos uma melhor homogeneidade da solução

durante a geração de acetileto de zinco em questão, o que proporcionou uma

sensível melhora no rendimento da reação (Tabela 13, entrada 3).

Rendimento semelhante foi obtido quando realizamos a geração de íons N-

acilimínios em CH2Cl2 na presença de Zn(OTf)2 e adicionamos uma solução do

acetileto de zinco previamente formado em tolueno (Tabela 13, entrada 4).

Já o emprego de uma quantidade menor Zn(OTf)2 (1 equiv.) foi

acompanhado de uma diminuição acentuada no rendimento de 183a (Tabela 13,

entrada 4).

A necessidade da utilização de 2 equivalentes para esta reação pode ser

entendida pela necessidade do mesmo reagente para a formação da espécie

eletrofílica e nucleofílica; 1 equivalente do triflato metálico é destinado à formação

do íon N-acilimínio, 1 equivalente é responsável pela geração do acetileto de zinco

onde a complexação do metal à ligação do fenilacetileno permite abstração do

hidrogênio ácido na presença de uma amina terciária (Esquema 79).

122

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Resultados e Discussão

Et3NPhC C H PhC C H

Zn(OTf)2Zn(OTf)2 PhC C Zn-OTf

espécie nucleofílica

NO Ph

183a

Br

NO

Br

OMe

182b

Zn(OTf)2NO

Br

espécie eletrofílica

205a

Esquema 79: O uso de triflato de zinco na geração de íons N-acilimínios e acetiletos de zinco para

a obtenção da alquinil lactama 183a.

Com os resultados obtidos, estendemos o escopo da metodologia para a

preparação one pot de outros compostos nitrogenados cíclicos com substituintes

alquinílicos tendo triflato de zinco como ácido de Lewis para a geração de íons N-

acilimínios e acetiletos de zinco. Lactamas (182b e 189) e carbamatos –

metoxilados (190-192) foram empregadas como precursores das espécies

eletrofílicas. Já os alcinos utilizados foram fenilacetileno (205a) e

trimetilsililacetileno (205b) (Figura 28, Tabela 14).

Os compostos heterociclos alquinílicos 183a,b e 206-211 foram obtidos em

rendimentos moderados a bons (40-60%), sendo que estes se mostraram

dependentes do precursor –metoxilado; substratos cíclicos de 5 membros (182b

e 189) e o substrato tetraidroisoquinolínico (192) forneceram os melhores

resultados.

Os produtos de adição 183a,b e 206-211 foram caracterizados após

análises dos espectros de IV, RMN de 1H e 13C e massas de alta resolução. A

banda na região de 2210 cm-1 no espectro de IV, os sinais entre 90 e 80 ppm no

espectro de RMN de 13C são alguns sinais representativos desta classe de

compostos e que indicam a formação destes compostos (para a caracterização

completa destes compostos, ver Parte Experimental).

123

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Resultados e Discussão

N

Ph

N Ph

( )n

O OtBu

NO

BrPh

( )nOMe

O

183a, n=1

N

TMS

N TMS

O OtBu

NO

BrTMS

OMe

O

209 210211

NO

Br

OMeN

OMe

O OtBu

N OMe

OOMe

( )n ( )n

192182b, n=1

189, n=2190, n=1191, n=2

precursores de íons N-acilimínios

183b, n=2206, n=1207, n=2 208

heterociclos -substituídos

Figura 28: Substratos 182b e 189-192 e seus respectivos produtos -substituídos 183a,b e 206-

211.

124

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Resultados e Discussão

Tabela 14: O uso de triflato de zinco (II) na geração de íons N-acilimínios e acetiletos de zinco.

Entrada a Substrato Alcino Produto (%)b,c

1 182b H-C C-Ph (205a) 183a (58)

2 189 H-C C-Ph (205a) 183b (42)

3 190 H-C C-Ph (205a) 206 (59)

4 191 H-C C-Ph (205a) 207 (40)

5 192 H-C C-Ph (205a) 208 (69)

6 182b H-C C-TMS (205b) 209 (58)

7 190 H-C C-TMS (205b) 210 (48)

8 192 H-C C-TMS (205b) 211 (60)

a Empregou-se 2,0 equiv. de Zn(OTf)2, 1,2 equiv. de alcino, 1,0 equiv. de Et3N e 1,0 equiv. de

TMEDA em CH2Cl2/tolueno a ta.b Rendimento após purificação em coluna cromatográfica.c Produto caracterizado pelas técnicas de IV, RMN de 1H e de 13C e massas de alta resolução.

O uso de triflato de zinco como ácido de Lewis na geração de íons N-

acilimínios e sua utilização para a formação one pot de compostos nitrogenados

–alquinílicos, demonstram o grande potencial da metodologia. Além disso, esta

abre a possibilidade de uma versão enantiosseletiva para a obtenção desta classe

de compostos com a utilização de um ligante quiral externo.

Como mostrado anteriormente, o grupo de pesquisas do prof. Carreira

demonstrou a reação de adição de alcinos terminais a aldeídos promovida pela

combinação de Zn(OTf)2/base/(-)-N-metilefedrina em quantidades catalíticas para

a obtenção dos respectivos álcoois propargílicos em excelentes níveis de

enantiosseletividade f. Mais recentemente, a reação enantiosseletiva de aza-Henry

entre iminas e nitrometano catalisada por Zn(OTf)2, DIPEA e (+)-N-metilefedrina foi

relatada por Palomo e colaboradores .

Neste contexto, resolvemos empregar o amino álcool (-)-N-metilefedrina, (-

)-NME, como ligante quiral na metodologia de adição de acetiletos de zinco a íons

N-acilimínios na presença de Zn(OTf)2. A lactama –metoxilada 182b e

125

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Resultados e Discussão

fenilacetileno (205a) foram escolhidos para estudos modelos uma vez que o

produto obtido desta reação é a alquinil lactama 183a, cujo interesse está na sua

utilização em reações de ciclização mediadas por Pd(0). Além disso, o composto

183a apresentou boa separação dos sinais referentes aos enantiômeros quando

submetido à análise de cromatografia gasosa com coluna quiral (coluna

Chrompack de -ciclodextrina). Desta maneira, vários experimentos foram

realizados visando excessos enantioméricos satisfatórios e, conseqüentemente,

empregar a metodologia para outros precursores de íons N-acilimínios (Tabela

15).

NO PhBr

NO

Br

OMe

Ph HZn(OTf)2

Base, Solvente, ta

182b 183a

(1,5 equiv.)

(2,0 equiv.)

PhN

OH

(-)-NME

Tabela 15: O uso de triflato de zinco na geração de íons N-acilimínios e acetiletos de zinco na

presença de (-)-NME.

Entrada Solvente Base (-)-NME (mol %) 183a (%)a ee (%)b

1 Tolueno/CH2Cl2 Et3N/TMEDA 0 58 0

2 Tolueno/CH2Cl2 Et3N/TMEDA 10 50 5

3 Tolueno/CH2Cl2 Et3N/TMEDA 25 48 10

4 Tolueno/CH2Cl2 Et3N/TMEDA 50 50 11

5c Tolueno/CH2Cl2 Et3N/TMEDA 25 50 0

6 Tolueno/CH2Cl2 Et3N 25 35 5

7 Tolueno Et3N/TMEDA 25 20 0

a Rendimento após purificação em coluna cromatográfica.b Excesso enantiomérico determinado pela técnica de cromatografia gasosa com coluna quiral..c Reação conduzida a 40ºC.

126

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Resultados e Discussão

Analisando os resultados acima fica claro a grande dificuldade em se obter

uma condição experimental que fornecesse um moderado nível de

enantiosseletividade. Os parâmetros estudados foram: quantidade de (-)-NME,

temperatura, sistema de solvente e base.

Inicialmente exploramos o emprego de (-)-NME em diferentes quantidades

sub-estequiométricas (Tabela 15, entradas 1-4), porém baixos excessos

enantioméricos foram obtidos. Ainda, podemos observar que a presença de (-)-

NME é acompanhada por uma diminuição de rendimento (Tabela 15, entradas 2-

4) quando comparados a mesma reação sem o uso do ligante quiral (Tabela 15,

entrada 1).

Nenhuma indução assimétrica foi observada com o aumento da

temperatura (Tabela 15, entrada 5), o uso de Et3N como base (Tabela 15, entrada

6) e tolueno como solvente (Tabela 15, entrada 7).

Os baixos níveis de enantiosseletividade obtidos na reação de adição de

alcinos terminais a íons N-acilimínios mediada por Zn(OTf)2 e (-)-NME podem ser

explicados pelo possível processo de formação do íon N-acilimínio derivado da

lactama -metoxilada 182b. O par de elétrons do nitrogênio assiste à saída do

grupo –OMe que é facilitada pela presença de um ácido de Lewis. Desta forma, o

“ambiente quiral” necessário para a indução assimétrica desta reação específica é

comprometido pela geração da espécie eletrofílica (Esquema 80).

NO

R

O

182a

" Zn* "NO

R

íon N-acilimínio

MeNO

R

OZn*

Me

"ambiente quiral"

"ambiente aquiral"" Zn* " = ácido de Lewis quiral

Esquema 80: Possível explicação para os baixos níveis de enantiosseletividade obtidos na reação

de adição de alcinos terminais a íons N-acilimínios mediada por Zn(OTf)2/(-)-NME.

127

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Resultados e Discussão

Devido a essas dificuldades, optamos em finalizar esta etapa do projeto e

trabalhar na abordagem de reações tandem envolvendo Pd(0) tendo como

material de partida a alquinil lactama 183a.

3.5- Reações de ciclização mediadas por Pd(0)

Uma vez assegurada a obtenção de compostos nitrogenados –alquinílicos

através da reação entre precursores nitrogenados –metoxilados e alcinos

terminais mediada por triflato de zinco, o enfoque do trabalho voltou-se para as

reações de ciclização catalisadas por Pd(0), segundo o Esquema 81. A grande

vantagem desta estratégia é, sem dúvida, a formação de compostos

estruturalmente complexos a partir de substratos relativamente simples.

NO

BrR

Pd(0)

Reação de HeckIntramolecular

NOPdBrLn

Reação de HeckIntermolecular

NO

X

Reação Eletrocíclica

NO

X

XR R

R

n n n

n

Esquema 81: Reações de ciclização envolvendo Pd(0) na preparação de compostos nitrogenados

tricíclicos.

Desta maneira, realizamos um estudo sistemático da idéia delineada no

esquema acima, tendo a lactama 183a como material de partida e o éter n-

butilvinílico 212a para a reação de Heck intermolecular visando a obtenção do

composto benzoindolizidínico 213a. A escolha por um aceptor de Heck rico em

128

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Resultados e Discussão

elétrons na reação de Heck intermolecular foi decorrente dos resultados obtidos

pelo grupo do prof. de Meijere relatados em literatura,111.

Em um primeiro momento, foram estudadas algumas fontes de Pd(0),

quantidades de PPh3, natureza dos solventes e temperaturas reacionais (Tabela

16).

NO

BrPh

183a

Condições ReacionaisNO

O

PhOnBu

213a

212a

Tabela 16: Reações tandem mediadas por Pd(0) na formação do triciclo 213a.

Entrada a 213a (%)b,cFonte de Pd(0) Fosfina Base Solv, temp.

1 Pd(OAc)2 (5mol%) PPh3 (10mol%) K2CO3 MeCN, ta -

2 Pd(OAc)2 (5mol%) PPh3 (10mol%) K2CO3 MeCN, 80ºC 10

3 Pd(OAc)2 (1mol%) PPh3 (5mol%) K2CO3 MeCN, 80ºC traço

4 Pd(OAc)2 (10mol%) PPh3 (20mol%) K2CO3 MeCN, 80ºC 38

5 Pd2(dba)3CHCl3(10mol%) PPh3 (20mol%) K2CO3 MeCN, 80ºC 20

6 Pd(dba)2 (10mol%) PPh3 (20mol%) K2CO3 MeCN, 80ºC 20

7 Pd(PPh3)4 (10mol%) PPh3 (10mol%) K2CO3 MeCN, 80ºC 18

8 Pd(OAc)2 (10mol%) PPh3 (20mol%) K2CO3 tolueno, 100ºC -

9 Pd(OAc)2 (10mol%) PPh3 (20mol%) K2CO3 DMF, 110ºC traço

a Logo após a adição da lactama 183a à uma mistura do reagente de paládio, PPh3 e K2CO3 (2,5

equiv.) em determinado solvente, foi adicionado o aceptor de Heck intermolecular (212a ou 212b)

(4 equiv.) seguido do aumento da temperatura.b Rendimento após purificação em coluna cromatográfica.c Produto caracterizado pelas técnicas de IV, RMN de 1H e de 13C e massas de alta resolução.

111 Meyer, F. Tese de Doutorado, Georg-August-Universität, 1993, 61.

129

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Resultados e Discussão

Inicialmente optamos em empregar as condições reacionais descritas por

Meyer111. Porém, mesmo após um longo tempo de reação (48 horas), não foi

observado o produto de ciclização 213a e o material de partida 183a foi

recuperado de maneira quantitativa (Tabela 16, entrada 1). Quando a reação foi

realizada à 80ºC, observamos a formação de 213a, mas em baixo rendimento

(Tabela 16, entrada 2).

Diferentes quantidades do precursor de Pd(0) e trifenilfosfina foram

utilizadas (Tabela 16, entrada 3 e 4) sendo que a combinação de Pd(OAc)2(10

mol%)/PPh3(20 mol%) proporcionou um aumento significativo no rendimento da

reação e o produto 213a foi isolado em 38% de rendimento em razão

diastereosiomérica de 1,5:1 (Tabela 16, entrada 4).

Nas entradas 5, 6 e 7 foram empregadas fontes diferentes de paládio(0)

(Pd2(dba)3.CHCl3, Pd(dba)2 e Pd(PPh3)4). Porém, estas mudanças não resultaram

em aumento no rendimento da reação.

Outro parâmetro analisado foi o solvente da reação (Tabela 16, entradas 8

e 9). A utilização de um solvente apolar e com um maior ponto de ebulição

(tolueno) quando comparado à MeCN não forneceu resultado animador. Resultado

semelhante foi observado quando foi empregado um solvente com maior

polaridade (DMF).

Purificação em coluna cromatográfica forneceu frações enriquecidas do

diastereoisômero majoritário e possibilitou sua caracterização segundo as técnicas

de IV, RMN de 1H e 13C e massas de alta resolução. A banda em 1701 cm-1 no

espectro de IV e o sinal em 178,0 ppm no espectro de RMN de 13C indicam a

presença da ligação C=O da lactama. Assim como, a ausência da banda em 2230

no espectro de IV e os sinais em 85,8 e 85,6 no espectro de RMN de 13C (ambos

referentes à tripla ligação) evidenciam o consumo do material de partida.

Com relação ao espectro de RMN de 1H, o dubleto em 5,82 ppm

correspondente ao hidrogênio vinílico é uma forte evidência da formação do

produto. Ainda, é possível observar a presença de um duplo tripleto em 4,38 ppm

e de um tripleto em 3,51 ppm referentes aos hidrogênios carbinólicos de 213a.

Finalmente, analisando-se o espectro de massas de alta resolução é possível

130

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Resultados e Discussão

notar o íon molecular M + (C21H25NO2) m/z 323,18884, concordante com o valor

calculado (323,18853) para 213a.

Um importante parâmetro que também foi estudado envolvendo a formação

de 213a a partir da alquinil lactama 183a foi a base empregada. Outras bases

foram exploradas para a reação em questão, porém rendimentos inferiores foram

obtidos quando comparados ao uso de K2CO3 (Tabela 17).

NO

BrPh

183a

Pd(OAc)2 (10 mol%)

NO

OnBu

Ph

OnBu

213a

212a

PPh3 (20 mol%)

Base, MeCN, 80ºC

(4 equiv.)

Tabela 17: Efeito da base em reações tandem na formação do triciclo 213a.

Entrada a Base 213a (%)b Recuperação de 183a (%)

1 K2CO3 38 -

2 Na2CO3 10 -

3 Cs2CO3 12 20

4 Ag2CO3 - 88

5 AcONa traço 30

6 Et3N traço 35

a Logo após a adição de uma solução da lactama 183a em MeCN à uma mistura de Pd(OAc)2 (10

mol%), PPh3 (20 mol%) e base (2,5 equiv.) em MeCN, foi adicionado éter n-butil vinilíco (4,0 equiv.)

seguido do aumento da temperatura.b Rendimento após purificação em coluna cromatográfica.

Em particular, a utilização de Ag2CO3 não forneceu o produto desejado

213a e a alquinil lactama 183a foi recuperada em 88% após coluna cromatográfica

em sílica gel (Tabela 17, entrada 4). Resultado semelhante foi observado no grupo

de pesquisa empregando Ag2CO3 como base em reações tandem tendo –alil

lactamas como material de partidaa. Nestas condições experimentais, o ciclo

131

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Resultados e Discussão

catalítico deve envolver a formação de uma espécie de paládio catiônico e, após a

geração do alquenil paládio(II), pode ocorrer a coordenação do metal à carbonila,

comprometendo o ciclo catalítico (Esquema 82).

NO Ph

183a

Pd(0)NO Ph

Ag+

AgBrBr Pd(II)-Br

NO Ph(II)Pd

+

NO PhPd(II)

+

Esquema 82: Geração da espécie de paládio catiônico e sua coordenação com a carbonila.

A partir destes resultados, optamos em investigar o uso de acrilato de etila

(212b), uma olefina com grupo retirador de elétrons, como aceptor da reação de

Heck intermolecular para a obtenção de 213b. Algumas condições reacionais

foram testadas, porém em nenhum caso foi observada a formação do

correspondente produto (Tabela 18). Estes resultados confirmam as observações

de Meyer onde o emprego de acrilatos não forneceu o produto desejado em

reações de ciclização envolvendo Pd(0)111.

132

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Resultados e Discussão

NO

BrPh

183a

Condições ReacionaisNO

CO2Et

Ph

213b

212b

OEt

O

Tabela 18: Reações tandem mediadas por Pd(0) na formação do triciclo 213a.

Entrada a Fonte de Pd(0) Fosfina Base Solv, temp. 213b (%)

1 Pd(OAc)2 (10mol%) PPh3 (20mol%) K2CO3 MeCN, 80ºC -

2 Pd2(dba)3CHCl3(10mol%) PPh3 (20mol%) K2CO3 MeCN, 80ºC -

3 Pd(PPh3)4 (10mol%) PPh3 (10mol%) K2CO3 MeCN, 80ºC -

4 Pd(OAc)2 (10mol%) PPh3 (20mol%) K2CO3 tolueno, 100ºC -

5 Pd(OAc)2 (10mol%) PPh3 (20mol%) K2CO3 DMF, 110ºC -

a Logo após a adição da lactama 183a à uma mistura do reagente de paládio, PPh3 e K2CO3 (2,5

equiv.) em determinado solvente, foi adicionado o aceptor de Heck intermolecular (212a ou 212b)

(4 equiv.) seguido do aumento da temperatura.

Em 2001, o prof. Fu relatou o uso de reagentes [HPR3]BF4 (R= alquil) como

fonte alternativa das respectivas trialquilfosfinas112. Estes reagentes apresentaram

a grande estabilidade ao ar como principal vantagem quando comparados às

trialquifosfinas, uma vez que estas últimas são muito sensíveis ao ar. A geração in

situ de trialquifosfinas foi possível a partir da reação de desprotonação de

[HPR3]BF4 mediada por bases (geralmente aminas secundárias e terciárias).

Ainda neste trabalho, foi demonstrado o uso destes sais de fosfônio em algumas

reações de acoplamento catalisadas por Pd(0) (Esquema 83).

112 Netherton, M. R.; Fu, G. C. Org. Lett. 2001, 3, 4295.

133

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Resultados e Discussão

[HPR3]BF4desprotonação in situ

PR3

trialquilfosfinas

R1-X+B(OH)2

R

Pd2(dba)3 (0,5-1,5mol%)

[HPtBu3]BF4 (1,0-3,6%mol)

KF (3,3 equiv.)THF

R1

R

XR

R1 R2+

Pd2(dba)3 (0,5-1,5mol%)

[HPtBu3]BF4 (1,0-6,0%mol)

Cy2NMe (1,1 equiv.)dioxano

R

R1

R2

90-96%

82-96%

XR

+ R1-SnBu3

Pd2(dba)3 (1,5mol%)[HPtBu3]BF4 (3,0-6,0%mol)

CsF (2,2 equiv.)dioxano

R1

R88-93%

Acoplamento de Suzuki

Reação de Hech

Acoplamento de Stille

Esquema 83: Geração in situ de trialquilfosfinas a partir de [HPR3]BF4 e o seu uso em reações de

acoplamento descritas por Fu.

Tendo este trabalho como referência, novos experimentos empregando o

sal de fosfônio [HPtBu3]BF4 como fonte de fosfina, além de diversas fontes de

paládio e solvente foram realizados (Tabela 19).

Quando se empregou 10 mol% de Pd(OAc)2 como catalisador e MeCN

como solvente, não se observou a formação da lactama tricíclica 213a mesmo

com o aumento de temperatura e, nestes casos, houve a recuperação do material

de partida 183a (Tabela 19, entradas 1-3).

O uso de 10 mol% de Pd(OAc)2 e 1,4-dioxano como solvente forneceu o

produto desejado em 20% de rendimento (Tabela 19, entrada 5). Neste caso foi

possível observar total homogeneidade da reação. O emprego de uma quantidade

maior de catalisador (20 mol%) não resultou em aumento considerável de

rendimento da reação (Tabela 19, entrada 6).

134

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Resultados e Discussão

NO

BrPh

183a

Fonte de PaládioNO

OnBu

PhOnBu

213a

212a

[HPtBu3]BF4 (10 mol%)

Cy2NMe (2.5 equiv.)

(4.0 equiv.)

Solvente, Temperatura

Tabela 19: Diferentes condições reacionais para a formação do tricíclico 213a.

Entrada a Fonte de Paládio Solvente, temperatura 213a (%)b

1 Pd(OAc)2 (10 mol%) MeCN, ta -

2 Pd(OAc)2 (10 mol%) MeCN, 50 ºC -

3 Pd(OAc)2 (10 mol%) MeCN, 80ºC -

4 Pd(OAc)2 (10 mol%) dioxano, ta -

5 Pd(OAc)2 (10 mol%) dioxano, 80ºC 20

6 Pd(OAc)2 (20 mol%) dioxano, 80ºC 25

7 Pd(dba)2 (10 mol%) dioxano, 80ºC 45

8 Pd(dba)2 (10 mol%) dioxano, 80ºC 34c

9 Pd(dba)2 (5 mol%) dioxano, 80ºC -

10 Pd2(dba)3. CHCl3 (10 mol%) dioxano, 80ºC 20

a Logo após a adição da lactama 183a à uma mistura do catalisador, [HPtBu3]BF4 (10 mol%) e

Cy2NMe (2,5 equiv.) em solvente indicado, foi adicionado éter n-butilvinílico (4,0 equiv.) seguido do

aumento da temperatura.b Rendimento após purificação em coluna cromatográfica.c Empregou-se 20 mol% de [HPtBu3]BF4.

Outras fontes de paládio(0) foram testadas e o melhor resultado obtido

(45%) foi observado quando se empregou 10 mol% de Pd(dba)2 como catalisador

(Tabela 19, entrada 7). Infelizmente, o uso de uma quantidade maior de

[HPtBu3]BF4 (Tabela 18, entrada 8) ou uma quantidade menor de Pd(dba)2 (Tabela

19, entrada 9) não proporcionou melhores rendimentos. A forma dimérica do

135

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Resultados e Discussão

catalisador de paládio, Pd2(dba)3, foi utilizada e, novamente, baixo rendimento foi

observado (Tabela 19, entrada 10).

A seqüência de reações para a formação do produto 213a tem início com a

geração da espécie de Pd(0) gerado in situ nas condições reacionais empregadas

(Esquema 84). Na presença do brometo vinílico 183a, ocorre a formação de uma

espécie de Pd(II) através de uma adição oxidativa (espécie A). Após reação de

Heck intramolecular entre a espécie vinil paládio e a tripla ligação do alcino, deve

ocorrer a formação de um intermediário –dienil-1-paládio (espécie B). Neste

caso, adição ocorre cis e a regioquímica é garantida por questões

estereoeletrônicas em um processo 5-exo-dig.

O intermediário B não apresenta hidrogênio na posição para ocorrer uma

eliminação redutiva e, então, pode sofrer uma segunda reação de Heck (agora

intermolecular) com o éter vinílico 212a presente no meio reacional para a

formação da espécie C. Novamente a adição da espécie de Pd(II) é cis e a

regioquímica é governada por fatores estéricos uma vez que o ciclo catalítico

envolve complexos de Pd neutro. Agora este intermediário apresenta hidrogênios

no carbono e, após rotação interna, ocorre uma eliminação sin da espécie D

resultando no sistema 1,3,5-triênico 214 e a espécie hidreto de Pd(II). A espécie

de Pd(0) cataliticamente ativa é regenerada no ciclo após eliminação redutiva na

presença de base. Nas condições experimentais empregadas, 214 é susceptível à

reação eletrocíclica disrrotatória (6e- ) para a formação da benzoindolizidina

213a.

136

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Resultados e Discussão

NO

BrPh

183a

NO

OnBu

Ph

213a

Pd(II)

Pd(0)espécie

cataliticamente ativa

NO

Pd(II)BrPh

espécie A

Adição Oxidativa

NO

espécie B

Pd(II)Br

Ph

Reação de HeckIntramolecular

C

NO

espécie C

C OnBu212a

Ph

OnBuBr(II)Pd

HHH

NO

espécie D

CPh

Pd(II)BrH

HHOnBu

NOPh

OnBuH

H

H-Pd(II)-Br

K2CO3

KHCO3 + KBr

Reação de HeckIntermolecular

Rotação Interna

Eliminação sin

Eliminação Redutiva

Eletrociclização

214

Esquema 84: Ciclo catalítico para a obtenção do triciclo 213a envolvendo a seqüência Heck

intramolecular – Heck intermolecular – eletrociclização 6e- .

Apesar da metodologia requerer muita experimentação visando otimização

do sistema reacional em vista o grande número de parâmetros possíveis, esta se

apresentou extremamente interessante, agregando em uma única etapa

experimental considerável complexidade ao substrato de partida. O sucesso desta

estratégia seqüencial abre a possibilidade da utilização de outros substratos

nitrogenados para a obtenção dos correspondentes sistemas policíclicos.

137

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Conclusões

4- CONCLUSÕES

4.1- As dificuldades encontradas na preparação de alquinil lactamas nos levou a

propor uma nova estratégia para a obtenção desta classe de compostos tendo

Zn(OTf)2 como reagente de fundamental importância. Inicialmente, Zn(OTf)2

mostrou-se eficiente em reações de adição nucleofílica de aliltrimetilsilano e silil

enol éteres a uma série de íons N-acilimínios cíclicos na formação dos respectivos

heterociclos –substituídos em rendimentos moderados a bons.

NO

BrN

O OtBu

N OMe

O

( )n ( )n

NO

BrN

O OtBu

N OM

O

O

Ph

O

Ph

O

PhN

O OtBu

Ph

O

Me

H

H

( )n ( )n ( )n

n=1, 78%n=2, 52%

n=1, 68%n=2, 52%

72%

n=1, 69%n=2, 50%

n=1, 71%n=2, 68%

n=1, 80%n=2, 63%

80%

e

A versatilidade de Zn(OTf)2 foi demonstrada na formação de íons N-

acilimínios e acetiletos de zinco para a formação one pot de heterociclos com

substituintes alquinilícos na posição –nitrogênio. A versão assimétrica desta

metodologia com uso de um ligante quiral externo, (-)-N-metilefedrina, não rendeu

bons níveis de enantiosseletividade.

139

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Conclusões

N

Ph

OMe

ON Ph

O OtBu

NO

BrPh

N

TMS

OMe

ON TMS

O OtBu

NO

BrTMS

( )n( )n

n=1, 58%n=2, 42%

n=1, 59%n=2, 40%

58%

69%

48% 60%

4.2- Empregando reações tandem (Heck intramolecular – Heck intermolecular –

eletrociclização 6e- ) como estratégia, o composto tricíclico foi obtido tendo a

alquinil lactama como material de partida, conferindo relativa complexidade

estrutural em uma única etapa reacional. Após um número elevado de

experimentos visando a otimização das condições reacionais, a viabilidade da

proposta foi demonstrada com o isolamento de 213a, abrindo possibilidades de

extensão desta metodologia para a síntese de outros sistemas tricíclicos a partir

de lactamas substituídas na posição -nitrogênio.

NO

BrPh NO

OnBu

Ph

183a 213a

Pd(dba)2 (10 mol%)

OnBu212a

[HPtBu3]BF4 (10 mol%)

Cy2NMe (2.5 equiv.)

(4.0 equiv.)

dioxano, 80ºC, 45%

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Conclusões

NOBr R

NOR

R1

A

A

BC

NO

Br

RA

NOBr

A R

NOA

NR

R1

B

C

A

B

C

O

R

R1

sistema [6,5,6]

sistema [5,6,6] sistema [6,6,6]

Sínteses de outros sistemas nitrogenados tricíclicos

141

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Parte 3

Parte Experimental

143

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Parte Experimental

1- PARTE EXPERIMENTAL

1.1- Considerações Gerais

De um modo geral, as reações foram acompanhadas por cromatografia

em camada delgada (CCD, Alugran SIL G/UV 254) reveladas em luz UV254nm e

por imersão em solução de permanganato de potássio ou ácido fosfomolibdínico

15% em etanol seguida de aquecimento.

A separação e purificação dos produtos, quando necessárias, foram

realizadas por recristalização em solvente indicado ou por cromatografia de

adsorção em coluna de sílica gel (70-230 mesh ou 230-400 mesh). O diâmetro e

o comprimento das colunas variaram em função da massa de sílica, a qual foi

calculada com base na massa das amostras a serem cromatografadas.

Os solventes e reagentes comerciais foram utilizados sem purificação

prévia e, quando se verificou a necessidade de purificação empregou-se as

técnicas descritas na literatura113. Tetraidrofurano (THF) e éter etílico foram

inicialmente destilados sob CaH2 e redestilados sob sódio metálico/benzofenona

antes do uso. Tolueno foi destilado sob sódio metálico. MeOH foi destilado sob

magnésio. Diclorometano, acetonitrila, dioxano, piridina, trietilamina,

diisopropilamina e tetrametiletilenodiamina foram destilados sob hidreto de cálcio

antes do uso.

As reações envolvendo reagentes sensíveis à umidade foram realizadas

sob atmosfera inerte de argônio ou nitrogênio e em sistemas previamente

flambados.

As análises por cromatografia gasosa foram realizadas em aparelho HP

5890A utilizando-se coluna megabore HP/5 (5% PhMe silicone) tendo nitrogênio

ultra-puro como gás de arraste e equipado com detector de ionização em chama

(FID). Reações assimétricas foram analisadas por cromatografia gasosa em

113 Perrin, D. D.; Amarego, W.; Perrin, D. R. In Purification of Laboratory Chemicals, 2nd ed.; Pergamon Press. Oxford, 1980.

145

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Parte Experimental

aparelho Agilent 6890 utilizando-se coluna capilar CP-Chirasil-Dex CB,

hidrogênio ultra-puro como gás de arraste e equipado com detector de ionização

em chama (FID).

Os espectros na região de infravermelho (IV) foram obtidos em

espectrofotômetro Nicolet Impact 400, utilizando-se pastilhas de KBr. As

freqüências foram expressas em cm-1.

As análises de cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de

massas (CG-EM) foram obtidas nos aparelhos GC HP 5890, acoplado ao MS HP

5970, e GC/MS 5899A.

Os espectros de ressonância magnética nuclear de hidrogênio (RMN de 1H) e de ressonância magnética nuclear de carbono (RMN de 13C) foram

realizados em aparelhos Varian Gemini 300 (300 MHz, 7,0 T) e Varian Inova 500

(500 MHz, 11,7 T). As amostras foram preparadas em tubos de 5 mm de

diâmetro e foi utilizado clorofórmio deuterado como solvente. Os deslocamentos

químicos ( ) foram expressos em partes por milhão (ppm) e referenciados pelos

sinais de tetrametilssilano (TMS) ou clorofórmio deuterado (CDCl3) nos

espectros de RMN de 1H e, pelo sinal de clorofórmio deuterado nos espectros de

RMN de 13C. A multiplicidade das bandas de absorção dos prótons nos

espectros de RMN de 1H foi indicada segundo a convenção: s (singleto), sl

(singleto largo) d (dubleto), dd (duplo dubleto), dt (duplo tripleto), t (tripleto) e m

(multipleto), ml (multipleto largo). As constantes de acoplamentos (J) foram

expressas em Hertz (Hz).

Os pontos de fusão foram medidos em um aparelho digital Electrothermal

IA 9000.

146

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Parte Experimental

1.2- Adição de nucleófilos a íons N-acilimínios

1.2.1- Preparação do 2-(terc-butoxicarbonil)-tetraidroisoquinolina (81)114

NH

Boc2O, Et3NDMAP(cat)

CH2Cl2

quantitativo

N OtBu

O80 810ºC a ta, 12h

A um balão, previamente flambado e sob atmosfera de argônio, contendo

uma solução da 1,2,3,4-tetraidroisoquinolina (80) (530 mg, 3,75 mmol), DMAP

(50 mg, 0,41 mmol) e Et3N (0,57 mL, 4,12 mmol) em CH2Cl2 (10,0 mL) foi

adicionado, lentamente e à 0ºC, dicarbonato de di-terc-butila (Boc2O) (0,95 mL,

4,12 mmol). Elevou-se a temperatura à ta e após 12 horas, adicionou-se água

destilada (8 mL). Extraiu-se a fase orgânica com CH2Cl2 (3 x 15 mL). As fases

orgânicas foram agrupadas, lavada com solução saturada de cloreto de sódio e

seca sob sulfato de magnésio anidro. Após evaporação do solvente, obteve-se

um óleo amarelo, o qual foi purificado em uma coluna filtrante de sílica gel tendo

hexano/acetato de etila 20% como eluente para fornecer o carbamato 81 como

um óleo incolor (880 mg, quantitativo).

Rendimento: quantitativo

Aspecto físico: óleo incolor

Rf (sílica) = 0,47 (hexano/AcOEt 10%)

IV (filme max/cm-1): 3005, 2976, 2929, 1697, 1454, 1421, 1167, 1120.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,13-7,03

(m, 4H); 4,57 (s, 2H); 3,64 (t, J= 5,64 Hz, 2H); 2,84 (t, J= 5,64 Hz, 2H); 1,49 (s,

9H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 154,7; 134,6; 133,5; 128,6; 126,2; 126,0; 125,9;

79,7; 45,7; 40,7; 29,1; 28,5.

114 Alonso, E.; Ramón, D. J.; Yus, D. Tetrahedron 1997, 53, 14355.

147

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Parte Experimental

DEPT (75MHz, CDCl3) : 134,6(CH); 133,5(CH); 128,6(CH); 126,2(CH);

45,7(CH2); 40,7(CH2); 29,1(CH2); 28,5(CH3).

1.2.2- Preparação do 1-metoxi-2-(terc-butoxicarbonil)-tetraidroisoquinolina

(82)

N OtBu

O

-2 e-, MeOHEt4NOTs7h, 83%.

NBoc

MeO81

82

Uma solução do carbamato 81 (800 mg, 3,43 mmol) e do eletrólito suporte

Et4NOTs (531 mg, 1,72 mmol) em MeOH seco (30,0 mL) foi transferida para

uma cela eletroquímica não dividida equipada com ânodo de platina (placa de 4

cm2) e um catodo de tungstênio (fio). Esta cela foi refrigerada com banho de

água externo (22-25ºC). A solução foi, então, submetida a uma corrente

constante de 100 mA (densidade de corrente de 25 mA/cm2) observando a

formação de uma coloração amarela com o decorrer da reação. A reação foi

monitorada por cromatografia gasosa e após 7 horas, a passagem de corrente

foi cessada e o metanol evaporado em evaporador rotativo. O óleo avermelhado

resultante foi submetido à purificação em coluna cromatográfica de sílica gel

dopada com Et3N tendo hexano/acetato de etila 15 % como eluente. Após

evaporações das frações de interesse, obteve-se o carbamato -metoxilado 82

(748 mg, 83%) como um óleo levemente amarelo.

Rendimento: 83%

Aspecto físico: óleo amarelo

Rf (sílica) = 0,45 (hexano/AcOEt 15%)

IV (filme max/cm-1): 2976, 2933, 1699, 1415, 1167, 1069.

EMAR (70 eV): m/z calculado para C15H21NO3 263,15214; valor encontrado

232,13259 (M+ -OCH3).

148

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Parte Experimental

RMN de 1H (500MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,32-7,13

(m, 4H); 6,12 e 5,97 (2 x sl, 1H); 4,18 e 3,88 (sl, 1H); 3,42 (s, 3H); 3,25 (sl, 1H);

2,89 (sl, 1H); 2,76 (sl, 1H); 1,49 (s, 9H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 155,0; 154,3; 135,0; 134,0; 128,7; 128,4 128,1;

126,2; 82,8; 82,2; 80,5; 80,1; 55,4; 55,2; 38,0; 36,2; 28,3.

DEPT (75MHz, CDCl3) : 128,7(CH); 128,4(CH); 128,1(CH); 126,2(CH);

82,8(CH3); 82,2(CH3); 55,4(CH); 55,2(CH); 38,0(CH2); 36,2(CH2); 28,3(CH3).

1.2.3- Preparação do 2-triisopropilsililoxifurano (86c)39

O O 1- Et3N, CH2Cl2, 0ºC, 5 min

2- TIPSOTf, 0ºC, 50 min95%

O OTIPS

85c2(5H)-furanona

Preparação de TIPSOTf: Em um balão, previamente flambado e sob atmosfera

de argônio, contendo o cloreto de triisopropilsilila (6,42 mL, 30,1 mmol) foi

adicionado, lentamente e à 0ºC, ácido tríflico (2,70 mL, 30,1 mmol). Elevou-se a

temperatura a 65 ºC e após 19 horas, realizou-se a purificação do triflato de

triisopropilsilila através de destilação à vácuo (62ºC, 1,9 Torr) (86% de

rendimento).

Preparação do sililoxifurano 86c: Em um balão, previamente flambado e sob

argônio, contendo o 2(5H)-furanona (1,01 g, 12,0 mmol) em CH2Cl2 (10,0 mL),

adicionou-se Et3N (2,40 mL, 16,8 mmol). Após 5 minutos e ainda sob baixa

temperatura, foi adicionado TIPSOTf. Após 50 minutos, foi adicionada uma

solução saturada de bicarbonato de sódio (10 mL) e CH2Cl2 (10 mL). As fases

foram separadas e a fase aquosa foi lavada com CH2Cl2 (2 x 10 mL). As fases

orgânicas foram agrupadas e seca em sulfato de sódio anidro. Após evaporação

do solvente obteve-se um óleo amarelo, o qual foi purificado em alumina neutra

dopada com Et3N tendo hexano como eluente para fornecer 2,78 g do

sililoxifurano 86c como um óleo levemente amarelo (95%).

149

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Parte Experimental

Rendimento: 95%

Aspecto físico: óleo levemente amarelo

Rf (sílica) = 0,88 (hexano)

IV (filme max/cm-1): 3134, 3114, 2945, 2868, 1618, 1518, 1383, 1261, 1070.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 6,78 (dd, J=

1,2 e 1,0 Hz, 1H); 6,19 (t, J= 2,9 Hz, 1H); 5,10 (dd, J= 2,15 e 1,0 Hz, 1H); 1,31-

1,21 (m, 3H); 1,09 (d, J= 7,0 Hz, 18H).

1.2.4- Adição de nucleófilos (85a-c) a íons N-acilimínios gerados a partir do

carbamato - metoxilado 82 (Tabela 2):

NBoc

MeO

82

BF3.OEt2

-78ºC, 20min

CH2Cl2NBoc

H

Nucleófilos

NBoc

Nu

86a-c84

85a-c

CH2Cl2-78ºC, 3h

Procedimento Geral: Em um balão, previamente flambado e sob atmosfera de

argônio, contendo uma solução carbamato -metoxilado 82 (180 mg, 0,68 mmol)

em CH2Cl2 (1,0 mL) e à –78 ºC foi adicionado, lentamente, BF3.OEt2 (85 L, 0,89

mmol). A baixa temperatura foi mantida e após 20 minutos, adicionou-se o

nucleófilo (1,36 mmol). Após 2,5 horas, adicionou-se 5 mL de uma solução

saturada de bicarbonato de sódio. Elevou-se a temperatura à temperatura

ambiente e extraiu-se a fase orgânica com CH2Cl2 (3 x 10 mL). As fases

orgânicas foram agrupadas, lavada com solução saturada de cloreto de sódio e

seca sob sulfato de magnésio anidro. Após evaporação do solvente obteve-se

um óleo incolor que foi submetido à purificação em coluna cromatográfica de

sílica gel (hexano/acetato de etila 10%) para fornecer o respectivo produto de

adição.

150

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Parte Experimental

1-Ciano-2-(terc-butoxicarbonil)-tetraidroisoquinolina

N OtBu

OCN

86a

(86a)

Rendimento = 75%

Aspecto físico: óleo incolor

Rf (sílica) = 0,43 (hexano/AcOEt 10%)

IV (filme max/cm-1): 2976, 2933, 2235, 1701, 1456, 1400, 1161

EMAR (70 eV): m/z calculado para C15H18N2O2 258,13683; valor encontrado

258,13612.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3, 55ºC) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,34-

7,18 (m, 4H); 5,96 (sl, 1H); 4,12 (sl, 1H); 3,36 (sl, 1H); 3,00-2,79 (m, 2H); 1,53 (s,

9H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3, 55ºC) : 163,3; 134,6; 129,3; 128,7; 127,1; 127,0;

118,1; 111,0; 82,0; 62,3; 46,4; 39,6; 28,4.

DEPT (75MHz, CDCl3, 55ºC) : 128,7(CH); 127,1(CH); 127,0(CH); 118,1(CH);

62,3(CH); 46,4(CH2); 39,6(CH2); 28,4(CH3).

1-Propenil-2-(terc-butoxicarbonil)-

tetraidroisoquinolina (86b)N OtBu

O

86b

Rendimento: 73%

Aspecto físico: óleo incolor

Rf (sílica) = 0,47 (hexano/AcOEt 10%)

IV (filme max/cm-1): 3070, 2974, 1691, 1647, 1417, 1172.

EMAR (70 eV): m/z calculado para C17H23NO2 273,17288; valor encontrado

232,17963 (M+ -C3H5).

RMN de 1H (300MHz, CDCl3, 55ºC) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,19-

7,05 (m, 4H); 5,80 (m, 1H); 5,18 (sl, 1H); 5,00 (m, 2H); 4,05 (sl, 1H); 3,22 (sl,

1H); 2,85 (m, 1H); 2,78 (m, 1H), 2,50 (m, 2H), 1,45 (s, 9H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3, 55ºC) : 154,7; 137,4; 135,1; 134,4; 128,8; 127,1;

126,4; 125,9; 116,9; 79,6; 54,3; 41,6; 38,6; 36,8; 28,6.

DEPT (75MHz, CDCl3, 55ºC) : 134,4(CH); 128,8(CH); 127,1(CH); 126,4(CH);

125,9(CH); 116,9(CH2); 54,3(CH); 41,6(CH2); 38,6(CH2); 36,8(CH2); 28,6(CH3).

151

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Parte Experimental

1-(R/S)-[5´-(R/S)-2(5H)-Furanona]-2-(terc-

butoxicarbonil)-tetraidroisoquinolina (86c)

Rendimento = 56%

Aspecto físico: óleo incolor

Rf (sílica) = 0,45-0,42 (hexano/AcOEt 30%)

IV (filme max/cm-1): 3111, 2969, 2935, 1768, 1689,

1416, 1162, 1128, 903, 756.

N OtBu

OO

O

HH

86c

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,78-7,56

(m, 1H); 7,21-7,18 (m, 4H); 6,18-6,05 (m, 1H); 5,41-5,24 (m, 2H); 4,08, 3,93 (2 x

m, 1H); 3,45 (m, 1H); 2,94 (m, 2H); 1,45 e 1,42 (s, 9H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 172,8; 155,0; 154,7; 153,4; 135,5; 132,4; 129,2;

128,9; 127,9; 127,7; 127,4; 126,8; 126,5; 124,4; 120,9; 88,2; 86,5; 85,7; 81,0;

80,6; 56,8; 56,0; 54,8; 53,4; 41,0; 39,4; 28,2.

DEPT (75MHz, CDCl3) : 154,7(CH); 153,4(CH); 129,2(CH); 128,9(CH);

127,9(CH); 127,7(CH); 127,4(CH); 126,8(CH); 126,5(CH); 124,4(CH); 120,9(CH);

88,2(CH); 86,5(CH); 85,7(CH); 56,8(CH); 56,0(CH); 54,8(CH); 53,4(CH);

41,0(CH2); 39,4(CH2); 28,2(CH3).

1.2.5- Preparação do 1-(R/S)-[5´-(R/S)- -Butirolactonil]-2-(terc-

butoxicarbonil)-tetraidroisoquinolina (87)

86c

NBoc

O

O

H2 (1atm)Pd/C (10 mol%)

AcOEt, 24hquantitativo

HH

NBoc

O

O

HH

87

Uma solução do butenolídeo 86c (200 mg, 0,63 mmol) em AcOEt (5,0 mL)

foi submetida a uma atmosfera de hidrogênio (1 atm) na presença de quantidade

catalítica de Pd/C (10 mol%) a temperatura ambiente por 24 horas. A solução foi

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Parte Experimental

filtrada em Celite com acetato de etila (4 x 10 mL) e o solvente removido em

evaporador rotatório. Após purificação em coluna filtrante de sílica gel utilizando

hexano/acetato de etila 30% como eluente, obteve-se o produto 87 (200 mg,

quantitativo) como um óleo incolor.

Rendimento = quantitativo

Aspecto físico: óleo incolor

Rf (sílica) = 0,45-0,40 (hexano/AcOEt 30%)

IV (filme max/cm-1): 3067, 2974, 2931, 1787, 1691, 1450, 1416, 1167, 1122,

1043.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,20-7,15

(m, 4H); 5,22 e 5,19 (s, 1H); 4,82 (sl, 1H); 4,08 e 3,99 (sl, 1H); 3,39 (sl, 1H); 2,84

(m, 2H); 2,46 (m, 2H); 2,26 (sl, 2H); 1,43 (s, 9H).

RMN de 13C (125MHz, CDCl3) : 176,7; 176,2; 155,9; 154,8; 135,5; 135,3; 129,2;

128,9; 127,5; 126,8; 126,4; 126,2; 84,2; 83,2; 82,2; 80,8; 80,4; 57,7; 56,3; 55,6;

53,4; 40,8; 39,2; 28,6; 28,3; 24,7.

DEPT (75MHz, CDCl3) : 129,2(CH); 128,9(CH); 127,5(CH); 126,8(CH);

126,4(CH); 126,2(CH); 84,2(CH); 83,2(CH); 82,2(CH); 57,7(CH); 56,3(CH);

55,6(CH); 53,4(CH); 40,8(CH2); 39,2(CH2); 28,6(CH3); 28,3(CH2); 24,7(CH2).

1.2.6- Preparação de 1-(R/S)-[5´-(R/S)- -Butirolactonil]-tetraidroisoquinolina

(88)

NBoc

O

O

HH

NH

O

O

HH

TFA

86%

CH2Cl20ºC a ta

8788

treo:eritro = 6:1

1

24h

A uma solução de 87 (180 mg, 0,57 mmol) em CH2Cl2 (2,0 mL) foi

adicionado, lentamente e à 0ºC, ácido trifluoroacético (0,34 mL, 5,70 mmol).

Elevou-se a temperatura à temperatura ambiente e manteve-se a agitação por

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Parte Experimental

24 horas. Após esse tempo, foi adicionada uma solução saturada de bicarbonato

de sódio (até pH neutro) seguida de agitação por 2 horas. A fase orgânica foi

extraída com CH2Cl2 (3 x 10 mL). As fases orgânicas foram agrupadas, lavada

com solução saturada de cloreto de sódio e seca sob sulfato de magnésio

anidro. Após evaporação do solvente foi obtido um óleo amarelo, o qual foi

purificado em coluna cromatográfica de sílica gel tendo CH2Cl2/MeOH 10%

como eluente, fornecendo a amina 91 (106 mg, 86%) na forma de uma mistura

de diastereoisômero (treo:eritro = 6:1).

Rendimento = 86%

Aspecto físico: óleo amarelo

Rf (sílica) = 0,44-0,42 (CH2Cl2/MeOH 10%)

IV (filme max/cm-1): 3344, 3018, 2935, 2850, 1768, 1628, 1182, 1138, 1022.

CG/EM (70 ev) isômero majoritário: 217 (M+), 145, 131.

isômero minoritário: 217 (M+), 145, 131.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração) (isômero

majoritário)115: 7,18-7,06 (m, 4H); 4,89 (dt, J= 5,2 e 7,4 Hz, 1H); 4,09 (d, J= 5,2

Hz, 1H); 3,25-3,20 (m, 1H); 3,08-2,95 (m, 1H); 2,80 (t, J= 6,0 Hz, 2H); 2,46 (t, J=

7,2 Hz, 2H); 2,25 (t, J= 7,3 Hz, 2H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) (isômero majoritário) : 176,9; 136,4; 133,8;

129,5; 126,8; 126,5; 126,0; 82,3; 57,9; 40,4; 30,1; 29,6; 25,0.

DEPT (75MHz, CDCl3) (isômero majoritário) : 129,5(CH); 126,8(CH);

126,5(CH); 126,0(CH); 82,3(CH); 57,9(CH); 40,4(CH2); 30,1(CH2); 29,6(CH2);

25,0(CH2).

115 Os sinais 5,01 ppm (dt, J= 4,0 e 7,4 Hz, 0,16H) e 4,57 ppm (d, J= 4,0 Hz, 0,16H) referem-seaos hidrogênios de C-5´e C-1, respectivamente, do diastereoisômero minoritário (eritro) e suasintegrações (0,16H) determinam a razão diastereoisomérica da mistura (6:1).

154

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Parte Experimental

1.2.7- Preparação da hidroxilactama (89)

NH

O

O

HH

MeONa (4,7 mol.L-1)

MeOH, 24h, 92%N

HHO

H

O

89

1 1

88

Em uma ampola contendo a mistura diastereoisomérica 88 (104 mg, 0,48

mmol) em MeOH anidro (1,0 mL) foi adicionado, lentamente, uma solução de

MeONa 4,7 mol.L-1 (2,0 mL) previamente preparada observando-se a formação

de uma solução de coloração amarela. A ampola foi fechada e elevou-se a

temperatura até 100ºC. Após 24 horas, a reação foi filtrada em sílica gel tendo

MeOH como eluente. O filtrado foi evaporado resultando em um sólido amarelo

que foi submetido à purificação em coluna cromatográfica de sílica gel

(CHCl3/MeOH/NH4OH = 95/4,5/0,5) para fornecer 96 mg da hidroxilactama

tricíclica 89.

Rendimento = 92%

Aspecto físico: óleo amarelo

Rf (sílica) = 0,57-0,55 (CHCl3/MeOH 10%)

IV (filme max/cm-1): 3394, 2922, 2852, 1618, 1465, 1412, 1092, 750.

CG/EM (70 ev): isômero majoritário: 217 (M+), 145, 131, 117, 103, 77.

isômero minoritário: 217 (M+), 145, 131, 117, 77.

EMAR (70 eV): m/z calculado para C13H15NO2 217,11028; valor encontrado

217,10857.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração) (isômero

majoritário): 7,18-7,06 (m, 4H); 4,99-4,92 (m, 1H); 4,79 (sl, 1H); 4,58-4,52 (m,

1H); 2,95-2,85 (m, 1H); 2,77-2,62 (m, 3H); 2,50-2,34 (m, 1H); 2,18-1,99 (m, 3H)

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) (isômero majoritário) : 169,2; 137,1; 132,8;

129,4; 127,0; 126,9; 125,2; 69,8; 61,6; 38,6; 28,8; 26,6; 26,0.

155

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Parte Experimental

DEPT (75MHz, CDCl3) (isômero majoritário) : 129,4(CH); 127,0(CH);

126,9(CH); 125,2(CH); 69,8(CH); 61,6(CH); 38,6 (CH2); 28,8 (CH2); 26,6 (CH2);

26,0 (CH2).

1.2.8- Preparação do acetato da hidroxilactama (90)

NH

HOH

O NH

AcOH

OAc2O, Et3N

94%

CH2Cl2

ta, 12h

89 90

11

5´ 5´

Em um balão, previamente flambado e sob atmosfera de argônio,

contendo uma solução da hidroxilactama 89 (24 mg, 0,13 mmol) em CH2Cl2 (2,0

mL) foram adicionados, lentamente e à 0ºC, Et3N (0,28 mL, 2,00 mmol), Ac2O

(0,50 mL) e DMAP catalítico (4 mg, 0,03 mmol). Elevou-se a temperatura até a

temperatura ambiente e manteve-se a agitação por 12 horas. Após esse

período, adicionou-se uma solução saturada de cloreto de amônio (3 mL) e

CH2Cl2 (5 mL). As fases foram separadas e a fase aquosa foi lavada com de

CH2Cl2 (3 x 10 mL). As fases cloradas foram agrupadas, lavada com solução

saturada de cloreto de sódio e seca sob sulfato de magnésio anidro. O solvente

foi evaporado e o bruto reacional foi purificado em coluna filtrante de sílica gel

tendo CHCl3/MeOH 10% como eluente para fornecer o material acetilado 90 em

96% de rendimento.

Aspecto físico: óleo amarelo

Rendimento = 96%

Rf (sílica) = 0,60 (CHCl3/MeOH 10%)

IV (filme max/cm-1): 2922, 2852, 1738, 1645, 1414, 1235, 1035.

EMAR (70 eV): m/z calculado para C15H17NO3 259,12084; valor encontrado

259,12230.

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Parte Experimental

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,28-7,01

(m, 4H); 5,74 (dt, J= 3,4 e 3,0 Hz, 1H); 4,99-4,94 (m, 1H); 4,92 (sl, 1H); 2,98-2,84

(m, 1H); 2,78-2,67 (m, 2H); 2,57-2,54 (m, 2H); 2,20-2,14 (m, 1H); 1,73 (s, 3H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 169,9; 168,6; 136,0; 132,4; 128,8; 126,7; 126,5;

125,2; 69,1; 59,8; 39,0; 28,9; 27,3; 24,6; 20,6.

DEPT (75MHz, CDCl3) : 128,8(CH); 126,7(CH); 126,5(CH); 125,2(CH);

69,1(CH); 59,8(CH); 39,0(CH2); 28,9(CH2); 27,3(CH2); 24,6(CH2); 20,6(CH2).

1.2.9- Preparação dos cloroformatos derivados do (1R,2S)-(-)-trans-2-

fenilcicloexila (97) e (1R,2S,5R)-(-)-8-fenilmentol (98)

trifosgênio (0,33 equiv.)

CH2Cl2, Piridina, 18 hR*-OH R*O Cl

O

97, R* = cicloexila98, R* = 8-fenilmentila

99, R* = cicloexila100, R* = 8-fenilmentila

Procedimento Geral: Em balão, previamente flambado e sob atmosfera de

argônio, contendo uma solução de trifosgênio (52 mg, 0,18 mmol) em CH2Cl2(3,0 mL) e à 0ºC, foi adicionada uma solução do álcool quiral (97 ou 98) (0,50

mmol) em CH2Cl2 (3,0 mL). Logo em seguida, adicionou-se piridina (42 L, 0,50

mmol). Após adição da base, trocou-se o septo por uma tampa de vidro e

elevou-se a temperatura à temperatura ambiente. Após 19 horas, adicionou-se

uma solução saturada de cloreto de amônio (5 mL) seguido de agitação por 10

minutos. A fase orgânica foi extraída com CH2Cl2 (3 x 10 mL), agrupadas, lavada

com solução saturada de cloreto de sódio e seca sob sulfato de magnésio

anidro. Após evaporação do solvente, obteve-se um óleo incolor o qual foi

filtrado em sílica gel (hexano/acetato de etila 10%) para fornecer o

correspondente cloroformato (99 ou 100).

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Parte Experimental

Ph

O

99

Cl

O Cloroformato de (1R,2S)-(-)-trans-fenilcicloexila (99)10f

Rendimento = 99%

Aspecto: óleo incolor

Rf (sílica) = 0,75 (hexano/AcOEt 10%)

IV (filme max/cm-1): 3062, 3030, 2937, 2860, 1782, 1611, 1450, 1167, 1120,

827.

[ ]D20 = -65 (c 2,7; CHCl3); lit.10f [ ]D20 = -66 (c 2,7; CHCl3)

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,33-7,19

(m, 5H); 4,97 (dt, J= 4,4 e 10,6 Hz, 1H); 2,77-2,68 (m, 1H); 2,27-2,22 (m, 1H);

2,00-1,88 (m, 2H); 1,81-1,77 (m, 1H); 1,66-1,31 (m, 4H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 149,6; 141,4; 128,4; 127,3; 126,8; 85,4; 49,4;

33,4; 31,8; 25,5; 24,7.

DEPT (75MHz, CDCl3) : 128,4(CH); 127,3(CH); 126,8(CH); 85,4(CH); 49,4(CH);

33,4(CH2); 31,8(CH2); 25,5(CH2); 24,7(CH2).

O

100

Cl

O

Me

Ph

Cloroformato de (1R,2S,5R)-8-fenilmentol (100)10f

Rendimento = 88%

Aspecto: óleo incolor

Rf (sílica) = 0,70 (hexano/AcOEt 10%)

IV (filme max/cm-1): 3091, 3067, 3024, 2958, 2925, 2871,

1772, 1458, 1176, 1092, 841.

[ ]D20 = -31 (c 2,7; CHCl3); ; lit.10f [ ]D20 = -31 (c 2,7; CHCl3)

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,34-7,14

(m, 5H); 4,77 (dt, J= 4,4 e 10,6 Hz, 1H); 2,04-1,96 (m, 2H); 1,66-1,48 (m, 2H);

1,43-1,40 (m, 1H); 1,37 (s, 3H); 1,30 (s, 3H); 1,41 (q, J= 12,1 Hz, 1H); 1,08 (dq,

J= 3,1 e 13,1 Hz, 1H); 0,89 (d, J= 6,6 Hz, 3H); 0,86-0,84 (m, 1H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 149,7; 128,1; 125,5; 125,3; 82,8; 50,6; 41,0;

39,9; 34,2; 31,5; 26,9; 26,8; 26,7; 21,7.

DEPT (75MHz, CDCl3) : 128,1(CH); 125,5(CH); 125,3(CH); 82,8(CH); 50,6(CH);

41,0(CH); 34,2(CH2); 31,5(CH2); 26,9(CH2); 26,8(CH3); 26,7(CH3); 21,7(CH3).

158

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Parte Experimental

1.2.10- Preparação dos carbamatos derivados dos cloroformatos de

(1R,2S)-(-)-trans-fenilcicloexila (99) e (1R,2S,5R)(-)-8-fenilmentol (100)

NH

R*O Cl

O

CH2Cl2, Piridina0ºC a ta

2,5h

N OR*

O80

99, 100

101, R* = trans-fenilcicloexila

102, R* = 8-fenilmentila88-95%

Procedimento Geral: Em balão, previamente flambado e sob atmosfera de

argônio, contendo uma solução do cloroformato quiral (99 ou 100) (0,34 mmol)

em CH2Cl2 (2,0 mL) foi adicionado, lentamente e à 0ºC, uma solução de 1,2,3,4-

tetraidroisoquinolina 80 (41,3 mg, 0,31 mmol) em CH2Cl2 (1,0 mL). Logo em

seguida, foi adicionado piridina (32 L, 0,41 mmol). A reação foi levada à

temperatura ambiente e após 6 horas, adicionou-se uma solução saturada de

cloreto de amônio (5 mL). Após 10 minutos de agitação, as fases foram

separadas e a fase aquosa foi lavada com CH2Cl2 (3 x 10 mL). As fases

orgânicas foram agrupadas, lavada com solução saturada de cloreto de sódio e

seca sob sulfato de magnésio anidro. Após evaporação do solvente, obteve-se

um óleo amarelo, o qual foi purificado em coluna cromatográfica de sílica gel

(hexano/acetato de etila 10%) para fornecer o carbamato correspondente (101

ou 102).

2-[(1R,2S)-trans-fenilcicloexiloxicarbonil]-

tetraidroisoquinolinaN O

O

Ph

101

Rendimento = 88%

Aspecto: óleo incolor

Rf (sílica) = 0,35 (hexano/AcOEt 10%)

IV (filme max/cm-1): 3062, 3026, 2930, 2856, 1694, 1597, 1430, 1225, 1113,

1025.

159

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Parte Experimental

[ ]D20 = -91,6 (c 16,6, CHCl3)

EMAR (70 eV): m/z calculado para C22H25NO2 335,18853; valor encontrado

335,18832.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,24-7,01

(m, 9H); 4,86 (sl, 1H); 4,42 e 4,25 (sl, 2H); 3,41 (sl, 2H), 3,73-2,54 (m, 2H); 2,30-

2,25 (m, 1H); 1,95-1,76 (m, 3H); 1,67-1,31 (m, 5H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 155,0; 143,2; 134,5; 133,3; 128,4; 128,1; 127,4;

126,2; 126,1; 126,0; 117,3; 77,5; 50,3; 45,4; 41,2; 33,8; 33,0; 28,7; 26,0; 24,9.

DEPT (75MHz, CDCl3) : 128,4(CH); 128,1(CH); 127,4(CH); 126,2(CH);

126,1(CH); 126,0(CH); 117,3(CH); 77,5(CH); 50,3(CH); 45,4(CH2); 41,2(CH2);

33,8(CH2); 33,0(CH2); 28,7(CH2); 26,0(CH2); 24,9(CH2).

2-[(1R,2S,5R)-8-fenilciclomentoxicarbonil)-

tetraidroisoquinolina

Rendimento = 95%

Aspecto: óleo amarelo

Rf (sílica) = 0,37 (hexano/AcOEt 10%)

IV (filme max/cm-1): 3055, 3022, 2952, 2920,

2068, 1693, 1427, 1230, 1123, 1095.

N O

O

102

Ph

[ ]D20 = -52,3 (c 11,3, CHCl3)

EMAR (70 eV): m/z calculado para C26H33NO2 391,253111; valor encontrado

391,253117.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,40-7,02

(m, 8H); 7,00-6,86 (m, 1H); 4,82 (dt, J= 4,0 e 10,6 Hz, 1H); 4,61 e 4,48 (sl, 1H);

3,95 e 3,34 (sl, 1H); 3,59 (m, 2H); 3,18 e 2,59 (sl, 1H); 2.71 (sl, 2H); 2,08-2,03

(m, 1H); 2,00-1,38 (m, 6H); 1,35 (s, 3H); 1,20 (s, 3H); 1,18-0,90 (m, 1H); 0,86 (d,

J= 6,2 Hz, 3H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 154,3; 152,1; 134,3; 133,5; 133,2; 128,4; 128,2;

127,5; 126,1; 125,9; 125,6; 125,1; 124,7; 75,1; 72,9; 54,2; 50,9; 45,4; 44,5; 42,6;

40,8; 39,5; 34,9; 34,7; 31,5; 31,4; 29,2; 29,0; 28,0; 26,6; 25,2; 23,7; 22,1; 21,9

160

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Parte Experimental

1.2.11- Oxidação anódica dos carbamatos quirais 101 e 102

N OR*

O

-2 e-, MeOH

Et4NOTs10h

N OR*

OOMe

101, R*= trans--fenilcicloexila102, R*= 8-fenilmentila

103, R*= (-)-trans-fenil-cicloexila105, R*= (-)-8-fenilmentila

Procedimento Geral: Uma solução do carbamato quiral 101 ou 102 (2,98 mmol)

e do eletrólito suporte Et4NOTs (306 mg, 1,72 mmol) em MeOH seco (30,0 mL)

foi transferida para uma cela eletroquímica não dividida equipada com ânodo de

platina (placa de 4 cm2) e um catodo de tungstênio (fio). Esta cela foi refrigerada

com banho de água (25ºC). A solução foi, então, submetida a uma corrente

constante de 100 mA (densidade de corrente de 25 mA/cm2) observando a

formação de uma coloração amarela com o decorrer da reação. Após 10 horas,

a passagem de corrente foi cessada e o metanol evaporado em evaporador

rotativo. O óleo avermelhado resultante foi submetido a uma filtrante de sílica gel

dopada com Et3N tendo bichano/acetato de etila 10 % como eluente. Após

evaporação das frações de interesse, obteve-se o correspondente carbamato -

metoxilado 103 ou 105 em rendimentos indicados a seguir.

1-(R/S)-Metoxi-2-[(1R,2S)-trans-

fenilcicloexiloxicarbonil]-tetraidroisoquinolina-

(103)N O

OOMe

103

Ph

Rendimento = 88%

Aspecto: óleo amarelo escuro

Rf (sílica) = 0,50-0,30 (hexano/AcOEt 10%)

IV (filme max/cm-1): 3061, 3030, 2933, 2856, 1699, 1493, 1421, 1223, 1070.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,20-6,95

(m, 9H); 5,93, 5,72 e 5,67 (3 x s, 1H); 5,11-4,89 (m, 1H); 3,87-3,70 (m, 1H); 3,47-

161

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Parte Experimental

3,07 (m, 3H); 2,74-2,63 (m, 2H); 2,34-2,04 (m, 2H); 1,96-1,62 (m, 3H); 1,49-1,32

(m, 5H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 154,9; 143,1; 134,7; 128,6; 128,2; 128,0; 127,4;

127,2; 126,2; 126,1; 126,0; 82,4; 82,0; 77,9; 54,6; 54,5; 54,3; 54,2; 50,4; 45,5;

41,2; 37,2; 36,4; 35,7; 33,9; 33,1; 32,9; 28,7; 28,0; 26,0; 25,9; 24,9; 24,8.

1-(R/S)-Metoxi-2-[(1R,2S,5R)-8-

fenilmentoxicarbonil]- tetraidroisoquinolina N O

OOMe

105

Ph

(105)

Rendimento = 65%

Aspecto: óleo amarelo escuro

Rf (sílica) = 0,45-0,29 (hexano/AcOEt 10%)

IV (filme max/cm-1): 3038, 2950, 2925, 1699, 1597, 1465, 1421, 1328, 1225,

1108, 1079.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,59-6,83

(m, 9H); 6,45-6,39 e 6,18-6,03 (2 x m, 1H); 4,98-4,77 (m, 1H); 3,90-3,65 (m, 1H);

3,58-3,09 (m, 4H); 2,95-2,52 (m, 2H); 2,18-095 (m, 17H).

1.2.12- Adição de nucleófilos (85a-c) a íons N-acilimínios quirais gerados a

partir dos carbamatos - metoxilados 103 e 105 (Tabela 5):

N OR*

OOMe

N OR*

ONu

1-BF3.OEt2, CH2Cl2-78ºC, 20min

2- Nucleófilos

103, R*= (-)-trans-fenil-cicloexila105, R*= (-)-8-fenilmentila

85b,c-78ºC, 3h

104a-c, R*= trans-fenilcicloexila106b,c, R*= 8-fenilmentila

Procedimento Geral: Em um balão, previamente flambado e sob atmosfera de

argônio, contendo uma solução do -metoxi carbamato quiral (0,60 mmol) em

CH2Cl2 (2,0 mL) e à –78 ºC foi adicionado, lentamente, BF3.OEt2 (75 L, 0,78

mmol). A baixa temperatura foi mantida e após 20 minutos, adicionou-se o

162

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Parte Experimental

nucleófilo (1,20 mmol). Após 2,5 horas, adicionou-se uma solução saturada de

bicarbonato de sódio (5 mL). Elevou-se a temperatura até atingir a temperatura

ambiente e extraiu-se a fase orgânica com CH2Cl2 (3 x 10 mL). As fases

orgânicas foram agrupadas, lavada com solução saturada de cloreto de sódio e

seca sob sulfato de magnésio. Após evaporação do solvente, obteve-se um óleo,

o qual foi submetido à purificação em coluna cromatográfica de sílica gel

(hexano/acetato de etila 30%) para fornecer o respectivo aduto.

1-(R/S)-Ciano-2-[(1R,2S)-trans-

fenilcicloexiloxicarbonil]-tetraidroisoquinolina-

(104b)N O

OCN

Ph

104aRendimento = 67%

(Razão Diastereoisomérica = 1:1)

Aspecto: óleo laranja

Rf (sílica) = 0,55-0,49 (hexano/AcOEt 20%)

IV (filme max/cm-1): 3062, 3028, 2933, 2858, 2238, 1701, 1603, 1414, 1232,

1120, 1014.

CG/EM (70 ev): isômero majoritário: 335 (M+ -CN), 176, 91.

isômero minoritário: 335 (M+ -CN), 176, 91.

RMN de 1H (500MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,38-6,92

(m, 9H); 5,98, 5,95-5,85 e 5,45 (sl, m, sl, 1H); 5,83 e 5,12 (2 x sl, 1H); 4,45-4,40,

4,01-3,98 e 3,92-3,87 (3 x m, 1H); 3,48-3,26 e 3,22-3,00 (2 x m, 1H); 2,85-2,42

(m, 2H); 2,38-2,08 (m, 1H); 1,99-1,64 (m, 3H); 1,62-1,23 (m, 5H).

RMN de 13C (125MHz, CDCl3) : 155,0; 154,5; 154,2; 153,7; 143,0; 142,7; 134,4;

134,2; 129,2; 128,6-128,1; 127,4-126,0; 118,0; 116,5; 79,2; 79,1; 77,4; 60,3;

50,4; 50,2; 50,0; 46,0; 15,8; 45,3; 41,2; 39,5; 39,2; 33,6; 33,5; 32,9; 32,6; 32,5;

29,6; 28,5; 27,8; 27,5; 27,2; 25,8; 25,7; 24,7; 24,6.

163

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Parte Experimental

1-(R/S)-Propenil-2-[(1R,2S)-trans-

fenilcicloexiloxicarbonil]-tetraidroisoquinolina-

(104b)N O

O

Ph

104b

Rendimento = 65%

(Razão Diastereoisomérica = 1,6:1)

Aspecto: óleo amarelo

Rf (sílica) = 0,60-0,58 (hexano/AcOEt 20%)

IV (filme max/cm-1): 3077, 3023, 2935, 2857, 1694, 1650, 1426, 1128, 1089,

1030.

CG/EM (70 ev): isômero majoritário: 335 (M+ -C3H5), 176, 159, 132, 91, 41.

isômero minoritário: 335 (M+ -C3H5), 176, 159, 132, 91, 41.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,35-6,98

(m, 9H); 5,95-5,70 e 5,60-5,40 (2 x ml, 1H); 5,18-4,58 (m, 4H); 4,20-4,00, 3,95-

3,82 e 3,80-3,62 (3 x ml, 1H); 3,20-3,02 (m, 1H); 2,80-2,05 (m, 5H); 2,00-1,75 (m,

3H); 1,69-0,92 (m, 5H).

RMN de 13C (125MHz, CDCl3) : 155,1; 154,9; 143,9; 143,5; 142,8; 136,9; 136,7;

135,0 134,2; 128,9-125,8; 117,1; 116,9; 77,5; 77,4; 54,2; 54,0; 53,7; 50,7; 50,3;

50,2; 50,0; 45,4; 41,4; 41,0; 40,8; 37,7; 37,6; 35,4; 34,0; 33,9; 32,9; 32,8; 29,6;

28,6; 28,5; 28,3; 28,1; 28,0; 26,0; 25,9; 24,8; 24,7.

N O

O

Ph

104c

O

O

HH

1

1-(R/S)-[5´-(R/S)-2(5H)-Furanona]-2-[(1R,2S)-

trans-fenilcicloexiloxicarbonil]-

tetraidroisoquinolina (104c)

Rendimento = 56% (Razão diastereoisomérica

determinada após seqüência reacional a seguir)

Aspecto: óleo amarelo

Rf (sílica) = 0,50-0,40 (hexano/AcOEt 40%)

IV (filme max/cm-1): 3033, 2935, 2857, 1763, 1689, 1421, 1230, 1089.

RMN de 1H (500MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,64-6,79

(m, 10H); 6,18-5,52 (4 x dl, 1H); 5,50-5,22 (m, 1H); 5,20-4,95 (m, 1H); 4,90-4,72

164

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Parte Experimental

(m, 1H); 3,93-3,51 (m, 1H); 3,49-3,15 (m, 1H); 2,85-2,50 (m, 2H); 2,35-2,02 (m,

1H); 1,98-1,65 (m, 3H); 1,62-0,90 (m, 5H).

RMN de 13C (125MHz, CDCl3) : 172,8; 172,3; 155,2; 154,4; 154,3; 153,6; 153,5;

143,9; 143,1; 135,4; 135,1; 132,0; 131,3; 129,2-126,3; 122,2; 122,0; 121,1;

121,0; 87,9; 86,7; 78,2; 77,5; 77,2; 54,6; 54,3; 50,0; 49,9; 40,4; 40,3; 40,2; 40,0;

35,8; 33,6; 33,5; 33,3; 32,8; 32,5; 28,1; 25,8; 25,7; 24,7; 24,6.

1-(R/S)-Propenil-2-[(1R,2S,5R)-8-

fenilmentoxicarbonil]- tetraidroisoquinolina N O

O

106b

Ph

(106b)

Rendimento = 56%

(Razão Diastereoisomérica = 1,8:1)

Aspecto: óleo amarelo

Rf (sílica) = 0,61-0,58 (hexano/AcOEt 20%)

IV (filme max/cm-1): 3072, 2951, 2922, 1689, 1639, 1429, 1227, 1095.

CG/EM (70 ev): isômero majoritário: 431 (M+ -C3H5), 157, 129, 91, 41.

isômero minoritário: 431 (M+ -C3H5), 157, 129, 91, 41.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,65-6,92

(m, 9H); 5,99-5,61 (m, 1H); 5,53-4,79 (m, 4H); 4,31-3,64 (m, 1H); 3,62-3,12 (m,

1H); 2,97-2,62 (m, 2H); 2,55-2,35 (m, 1H); 2,31-1,70 (m, 4H); 1,68-1,08 (m, 1H);

1,51-1,25 (4x s, 6H); 1,25-1,08 (m, 1H); 1,08-0,81 (m, 3H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 154,6; 154,4; 125,4; 151,7; 151,5; 137,0; 136,5;

135,1; 135,0; 134,9; 134,2; 128,5; 124,6; 117,2; 117,0; 77,1; 75,4; 75,2; 54,5;

54,2; 53,1; 51,1; 51,0; 42,6; 42,3; 41,5; 41,2; 40,1; 39,7; 39,4; 38,0; 37.8; 37.5;

34,8; 34,7; 31,4; 29,8; 29,0-26,1; 24,8; 23,8; 21,9.

165

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Parte Experimental

1-(R/S)-[5´-(R/S)-2(5H)-Furanona]- 2-

[(1R,2S,5R)-8-fenilmentoxicarbonil]-

tetraidroisoquinolina (106c) N O

O

106c

Ph

O

O

HH

Rendimento = 42%

(Razão diastereoisomérica determinada após

seqüência reacional a seguir)

Aspecto: óleo amarelo

Rf (sílica) = 0,60-0,52 (hexano/AcOEt 40%)

IV (filme max/cm-1): 2949, 2924, 2864, 1759, 1687, 1601, 1423, 1228, 1095.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,76-6,65

(m, 10H); 6,58-6,43 e 6,20-5,92 (2 x m, 1H); 5,62-5,08 (m, 2H); 5,00-4,51 (m,

1H); 3,99-3,61 (m, 2H); 3,49-3,02 (m, 2H); 2,85-2,38 (m, 1H); 2,20-0,98 (m, 16H).

1.2.13- Reação de hidrogenação dos butenolídeos quirais 104c e 106c

N OR*

OO

O

HH

H2 (1atm)Pd/C (10 mol%)

AcOEt, 24 hquant.

N OR*

OO

O

HH

104c, R*= trans--fenilcicloexila106c, R*= 8-fenilmentila

107, R*= trans--fenilcicloexila108, R*= 8-fenilmentila

1

1

Procedimento Geral: Uma solução do furanilcarbamato 104c ou 106c (0,28

mmol) em acetato de etila (3,0 mL) foi colocada sob atmosfera de hidrogênio (1

atm) na presença de quantidade catalítica de Pd/C (10 mol%) a temperatura

ambiente por 24 horas. A solução foi filtrada em Celite com acetato de etila (4 x

10 mL) e o solvente removido em evaporador. Após purificação em coluna

filtrante em sílica gel utilizando hexano/acetato de etila 30% como eluente, os

respectivos produtos (107 ou 108) foram obtidos em rendimentos quantitativos.

166

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Parte Experimental

N O

O

Ph

107

O

O

HH

1

1-(R/S)-[5´-(R/S)- -Butirolactonil]-2-[(1R,2S)-

trans-fenilcicloexiloxicarbonil]-

tetraidroisoquinolina (107)

Rendimento = quantitativo

Aspecto: óleo amarelo

Rf (sílica) = 0,50-0,40 (hexano/AcOEt 40%)

IV (filme max/cm-1): 3033, 2931, 2857, 1772, 1691, 1419, 1235, 1015.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,40-6,83

(m, 9H); 5,51-4,66 (m, 3H); 4,18-3,12 (m, 4H); 2,93-2,40 (m, 3H); 2,39-2,00 (m,

2H); 1,98-1,70 (m, 3H); 1,68-1,20 (m, 5H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 176,4; 176,0; 155,3; 155,0; 143,8; 143,2; 135,2;

132,7; 131,6; 128,9; 128,5; 128,2; 128,1; 127,7; 127,4; 126,5; 126,2; 126,0; 84,2;

82,9; 82,1; 78,3; 77,2; 60,4; 55,7; 54,9; 50,2; 40,4; 40,2; 40,0; 35,5; 33,9; 32,9;

29,8; 28,9; 28,5; 28,1; 26,0; 25,9; 25,0; 24,8; 223,4; 21,1.

1-(R/S)-[5´-(R/S)- -Butirolactonil]-2-

[(1R,2S,5R)-8-fenilmentoxicarbonil]-

tetraidroisoquinolina (108)

Rendimento = quantitativo

Aspecto: óleo amarelo

Rf (sílica) = 0,60-0,52 (hexano/AcOEt 40%)

IV (filme max/cm-1): 2951, 2924, 2864, 1780,

1687, 1458, 1421, 1122, 1097.

N O

O

108

Ph

O

O

HH

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,52-7,10

(m, 9H); 5,48-4,83 (m, 3H); 4,00-3,40 (m, 4H); 3,00-2,62 (m, 3H); 2,48-2,22 (m,

3H); 2,06-1,56 (m, 6H); 1,46-1,29 (m, 3H); 1,15-1,04 (m, 6H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 177,8; 177,0; 154,4; 152,0; 135,2; 128,8; 128,6;

128,2; 127,9;; 127,7; 127,4; 127,1; 126,8; 126,4; 126,1; 125,2; 125,0; 124,9;

84,9; 82,2; 56,6; 51,0; 50,8; 42,7; 42,4; 40,0; 39,5; 34,8; 34,6; 31,4; 29,8; 29,6;

29,1; 28,9; 28,4; 27,0; 26,6; 25,0; 24,8; 21,9; 18,0; 12,4.

167

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Parte Experimental

1.2.14- Reação de metanólise: Formação da hidroxilactama tricíclica 89 e a

recuperação dos auxiliares quirais (1R,2S)-(-)-trans-2-fenilcicloexan-1-ol

(97) e (1R,2S,5R)-(-)-8-fenilmentol (98)

N

H

O

HOH

75%, rd= 3:1 (para a série do (-)-trans-fenilcicloexanol)

MeONa, MeOH ampola selada

100ºC, 48h

50%, rd= 2:1 (para a série do (-)-8-fenilmentol)

+ HOR*

89

97, R*= trans--fenilcicloexila (75%)

98, R*= 8-fenilmentila (70%)

1

N OR*

OO

O

HH

107, R*= trans--fenilcicloexila108, R*= 8-fenilmentila

1

Procedimento Geral: Em uma ampola contendo uma solução do carbamato

quiral 107 ou 108 (0,21 mmol) em MeOH seco (1,0 mL), foi adicionada uma

solução de MeONa 2,0 mol.L-1 (4,0 mL) previamente preparada. Imediatamente

observou-se a formação de uma solução de coloração castanha. A ampola foi

fechada e elevou-se a temperatura até 100ºC. Após 48 horas, o bruto reacional

foi filtrado em sílica gel (MeOH como eluente). O filtrado foi evaporado

resultando em um óleo amarelo, o qual foi submetido à purificação em coluna

cromatográfica de sílica gel tendo, primeiramente, CH3Cl como eluente para

fornecer o correspondente álcool quiral, seguido de CHCl3:MeOH:NH4OH =

95:4,5:0,5 para fornecer a hidroxilactama tricíclica 89 em rendimentos e razões

diastereoisoméricas indicadas no esquema acima. Os dados espetroscópicos de

89 já foram descritos anteriormente na versão racêmica.

(1R,2S)-(-)-trans-fenilcicloexanol (97)115a

Ph

OH

97

Recuperação: 75%

Aspecto físico: cristais brancos (P.F.: 64,1 – 64,4ºC; lit.115a:

63– 65ºC)

Rf (sílica) = 0,18 (hexano/AcOEt 10%)

IV (filme max/cm-1): 3303, 3026, 2933, 2856, 1611, 1445, 1128, 1059.

168

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Parte Experimental

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,38-7,18

(m, 5H); 3,67 (ddd, J= 10,8; 10,8 e 5,4Hz, 1H); 2,43 (ddd, J= 10,8; 10,8 e 5,4 Hz,

1H); 2,19-2,10 (m, 1H); 1,91-1,83 (m, 2H); 1,75-1,71 (m, 1H); 1,60-1,25 (m, 5H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 143,1; 128,7; 127,8; 126,7; 74,4; 53,2; 34,5;

33,4; 26,1; 25,1.

(1R,2S,5R)-(-)-8-fenilmentol (98)116

OH

Ph

98

Recuperação: 50%

Aspecto físico: óleo incolor

Rf (sílica) = 0,20 (hexano/AcOEt 10%)

IV (filme max/cm-1): 3562, 3421, 3086, 3057, 2951, 2918, 2868,

1599, 1495, 1454, 1369, 1095, 1028.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,40-7,15

(m, 5H); 3,50 (tl, 1H); 1,84-1,75 (m, 1H); 1,74-1,60 (m, 4H); 1,42 (s, 3H); 1,40-

1,30 (m, 1H); 1,29 (s, 3H); 1,08-0,90 (m, 3H); 0,88 (d, J = 6,6 Hz, 3H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 151,1; 128,3; 125,6; 125,5; 72,9; 54,2; 45,4;

39,9; 34,9; 31,6; 28,8; 26,5; 24,3; 22,1.

1.2.15- Preparação da N-fenetilbenzenamida (110)117

NH2

H OEt

O

ta, 18 hsquantitativo

HN

O

H

109110

Uma solução de fenetilamina (109) (1,0 mL, 7,9 mmol) em formato de etila

(10,0 mL, 0,12 mol) foi mantida sob agitação a temperatura ambiente durante 18

horas. Após evaporação em evaporador rotatório, obteve-se um óleo levemente

116 Ort, O. Org. Synth. 1987, 65, 203 117 Sonedson, R. V. Dissertação de Mestrado, UNICAMP, 2005.

169

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Parte Experimental

amarelo, o qual foi purificado em uma coluna filtrante de sílica gel (CHCl3/MeOH

15%) para fornecer a amida 110 como um óleo incolor.

Rendimento: quantitativo

Aspecto físico: óleo incolor

Rf (sílica) = 0,63 (CHCl3/MeOH 10%)

IV (filme max/cm-1): 3287, 3060, 3028, 2933, 2865, 1664, 1533, 1498, 1454,

1384, 1237, 1031.

CG/EM (70 ev): 149 (M+ ), 104, 91.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 8,04 (s, 1H);

7,32-7,14 (m, 4H); 6,11 (sl, 1H); 3,54 (t, J= 6,6 Hz, 2H); 2,82 (t, J= 6,6 Hz, 2H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 164,2; 161,0; 138,3; 137,4; 126,7; 128,6; 128,5;

128,4; 126,6; 126,4; 43,1; 39,2; 37,7; 35,5.

DEPT (75MHz, CDCl3) : 164,2(CH); 161,0(CH); 128,5(CH); 128,4(CH);

126,6(CH); 126,4(CH); 43,1(CH2); 39,2(CH2); 37,7(CH2); 35,5(CH2).

1.2.15- Reação de Bischler-Napieralski na formação da 3,4-

diidroisoquinolina (111) (Tabela 6)

HN

O

HBischler-Napieralski

N

110111

Condições ReacionaisTabela 6

Procedimento Geral: Em um balão, previamente flambado e sob atmosfera de

argônio, contendo uma solução da amida 110 (298 mg, 2,0 mmol) em solvente

indicado (6,0 mL), foi adicionado o reagente de fósforo (POCl3 ou POCl3 + P2O5)

conforme a Tabela 6. Manteve-se a reação sob agitação durante 6 horas à

temperatura ambiente ou sob refluxo. Abaixou-se a temperatura até atingir 0ºC e

adicionou-se gelo seguido de água destilada (5 mL). As fases foram separadas e

à fase aquosa foi adicionada, lentamente, uma solução de NaOH 20% até atingir

o pH 11. Em seguida foi adicionado tolueno (10 mL). As fases foram separadas

e a fase aquosa foi lavada com tolueno (2 x 10 mL). As fases orgânicas foram

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Parte Experimental

agrupadas, lavadas com uma solução saturada de cloreto de sódio e secas sob

sulfato de sódio anidro. Após evaporação do tolueno em evaporador rotatório,

obteve-se um óleo avermelhado, o qual foi purificado em uma coluna

cromatográfica de sílica gel (hexano/acetato de etila 50%) para fornecer a imina

11150 como um óleo amarelo em rendimentos indicados na Tabela 6.

Rf (sílica) = 0,22 (hexano/AcOEt 50%)

IV (filme max/cm-1): 3072, 3026, 2944, 2847, 1626, 1577, 1455, 1209, 1005.

CG/EM (70 ev): 131, 103, 77, 63, 51.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 8,31 (t, J=

2,0 Hz, 1H); 7,32 (dt, J= 7,1 e 1,9 Hz, 1H); 7,27-7,23 (m, 2H); 7,12 (d, J= 7,3 Hz,

1H); 3,75 (t, J= 7,6 Hz, 2H); 2,72 (t, J= 7,6 Hz, 2H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 160,3; 136,2; 130,9; 128,4; 127,3; 127,1; 127,0;

47,3; 24,8.

DEPT (75MHz, CDCl3) : 160,3(CH); 130,9(CH); 127,3(CH); 127,1(CH);

127,0(CH); 47,3(CH2); 24,8(CH2).

1.2.16- Preparação da imina 111 utilizando IBX

N

H111

NH

80

OI

O

HO O

IBX (1 equiv.)

DMSO, ta, 20min65-68%

Preparação de IBX53 Em um balão acoplado a um condensador de refluxo

contendo 36,2 g Oxone (peroxomonossulfato de sódio, 4,5%) e 120 mL de

água deionizada, foi adicionado ácido 2-iodo-benzóico (10,2 g, 0,041 mol).

Elevou-se a temperatura até atingir 70ºC. Após 3 horas, a suspensão resultante

foi resfriada à 5ºC (aproximadamente) e manteve-se a agitação por 90 minutos.

O sólido resultante foi filtrado em funil de vidro sinterizado de porosidade média,

lavado com água destilada (3 x 20 mL) seguido de acetona (3 x 20 mL) e seco

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Parte Experimental

sob vácuo por 6 horas para fornecer 10,15g do IBX (1-hidroxi-2-benziodoxol-

3H—ona-1-óxido) como um sólido branco (P.F. 234ºC; lit.53: 233 ºC).

Preparação da diidrosioquinolina 11150: Em um balão, previamente flambado e

sob atmosfera inerte de argônio, contendo IBX (279 mg, 1,01 mmol) adicionou-

se DMSO anidro (1,5 mL). Após 30 minutos de agitação intensa, foi adicionada

uma solução de 1,2,3,4-tetraidroisoquinolina (80) (0,12 mL, 1,00 mmol) em

DMSO anidro (1,5 mL) observando a formação de uma solução de intensa

coloração avermelhada. Após 20 minutos, adicionou-se 3 mL de uma solução

saturada de Na2S2O3. Em seguida, basificou-se a reação com solução saturada

de bicarbonato de sódio. Extraiu-se a fase orgânica com acetato de etila (15

mL). A fase orgânica foi lavada com água destilada seguida de solução saturada

de cloreto de sódio e seca sob sulfato de magnésio anidro. Após evaporação do

solvente obteve-se um óleo alaranjado, o qual foi purificado em uma coluna

filtrante de sílica gel (hexano/acetato de etila 50%) para fornecer a imina 111

como um óleo amarelo em rendimentos que variaram entre 65-68% (a

caracterização completa foi descrita anteriormente).

1.2.17- Reação de adição de alilcompostos (85b e 85d) ao íon N-acilimínio

gerado in situ a partir da reação entre 111 e o cloroformato quiral 99

Procedimento Geral: Em um balão, previamente flambado e sob atmosfera de

argônio, contendo uma solução da imina 111 (77 mg, 0,55 mmol) e o composto

alílico (85b ou 85d54) (0,82 mmol) em CH2Cl2 anidro (1,0 mL) e a –78 ºC, foi

adicionado uma solução do cloroformato quiral (119 mg, 0,50 mmol) em CH2Cl2anidro (1,0 mL). Após 3 horas, adicionou-se água destilada (5 mL). As fases

foram separadas e a fase aquosa foi lavada com CH2Cl2 (3 x 5 mL). As fases

orgânicas foram agrupadas, lavada com solução saturada de cloreto de sódio e

seca sob sulfato de magnésio anidro. O bruto reacional obtido após evaporação

do solvente foi submetido à purificação em coluna cromatográfica em sílica gel

(gradiente de concentração: hexano, para remover aliltributilestanho quando

empregado 85d, seguido de hexano/acetato de etila 10%) para fornecer o

172

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Parte Experimental

produto alilado 104b em rendimentos e razões diastereoisoméricas indicadas no

esquema acima. A caracterização da mistura diastereoisoméricas foi realizada

como descrita anteriormente

1.2.18- Preparação dos álcoois quirais

Reagentes de Grignard (114a-c)

R

OHO

CuCl(cat)

THF, 0ºC, 2h

MgBr MgBr MgBr

Reagentes de Grignard empregados115a, R= fenil115b R= -naftil115c, R= -naftil

113 53-91%114a

(+/-)114b

114b

Procedimento Geral: Em um balão, previamente flambado e sob atmosfera de

argônio, contendo magnésio metálico (623 mg, 26,0 mmol) e 6,0 mL de THF

anidro, foi adicionado o respectivo brometo arílico (29,4 mmol) para a formação

dos reagentes de Grignard 114a-c. Após o total consumo de magnésio, abaixou-

se a temperatura à 0 ºC e adicionou-se CuCl(I) em quantidade catalítica (130

mg, 1,2 mmol). Após 10 minutos adicionou-se uma solução de óxido de

cicloexeno (113) (2,0 mL, 20,0 mmol) em THF anidro (10,0 mL). Manteve-se

temperatura, observando-se a formação de uma solução com coloração verde

escura. Após 2 horas, adicionou-se uma solução saturada de cloreto de amônio

(10 mL) (observando a formação de uma solução de coloração azul). As fases

foram separadas e a fase aquosa foi lavada com éter etílico (3 x 25 mL). As

fases etéreas foram agrupadas, lavada com solução saturada de cloreto de

sódio e seca sob sulfato de magnésio anidro. Após evaporação do solvente

obteve-se um óleo amarelo o qual foi purificado por cristalização em solvente

adequado ou coluna cromatográfica em sílica gel para fornecer os álcoois (+/-)-

115a-c.

173

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Parte Experimental

(+/-)-trans-2-fenilcicloexan-1-ol) ((+/-)-115a)55a

Ph

OH

(+/-)-115a

Rendimento: 53%

Purificação: cristalização em pentano

Aspecto físico: cristais brancos (P.F.: 57,1 – 57,4ºC; lit.55a: 57 –

58ºC)

Rf (sílica) = 0,18 (hexano/AcOEt 10%)

IV (filme max/cm-1): 3356, 3026, 2927, 2854, 1601, 1493, 1446, 1393, 1234,

1057.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,37-7,21

(m, 5H); 3,67 (ddd, J= 10,8; 10,8 e 5,4Hz, 1H); 2,43 (ddd, J= 16,5; 10,8 e 5,4 Hz,

1H); 2,13-2,10 (m, 1H); 1,90-1,83 (m, 2H); 1,75-1,70 (m, 1H); 1,63 (s, 1H); 1,55-

1,25 (m, 4H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 143,2; 128,8; 127,9; 126,8; 74,4; 53,2; 34,4;

33,3; 26,0; 25,1.

DEPT (75MHz, CDCl3) : 128,8(CH); 127,9(CH); 126,8(CH); 74,4(CH); 53,2(CH);

34,4(CH2); 33,3(CH2); 26,0(CH2); 25,1(CH2).

(+/-)-trans-2-(1-naftil)cicloexan-1-ol) (+/-)-115b) 55b

OH

(+/-)-115b

Rendimento: 58%

Purificação: coluna cromatográfica em sílica gel

(hexano/AcOEt 10%)

Aspecto físico: sólido branco (P.F.: 134,3-135,0 ºC; lit.55b:

132-134 ºC ).

Rf (sílica) = 0,19 (hexano/AcOEt 10%)

IV (filme max/cm-1): 3398, 3042, 2932, 2857, 1601, 1448, 1393, 1060.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 8,18 (d, J=

8,4 Hz, 1H); 7,87-7,84 (m, 1H); 7,75-7,72 (m, 1H); 7,54-7,44 (m, 4H); 4,00 (tl, J=

11,3 Hz, 1H); 3,40 (tl, J= 11,3 Hz, 1H); 2,24-2,21 (m, 1H); 2,08-1,92 (m, 2H);

1,81-1,68 (m, 1H); 1,62-1,39 (m, 5H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 139,3; 134,0; 132,5; 128,8; 126,9; 125,8; 125,6;

125,5; 123,1; 122,6; 74,3; 46,7; 34,8; 34,0; 26,5; 25,2.

174

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Parte Experimental

DEPT (75MHz, CDCl3) : 128,8(CH); 126,9(CH); 125,8(CH); 125,6(CH);

125,5(CH); 123,1(CH); 122,6(CH); 74,3(CH); 46,7(CH); 34,8(CH2); 34,0(CH2);

26,5(CH2); 25,2(CH2).

(+/-)-trans-2-(2-naftil)cicloexan-1-ol) ((+/-)-115c)55c

Rendimento: 91%

Purificação: coluna cromatográfica em sílica gel

(hexano/AcOEt 10%)

Aspecto físico: sólido branco (P.F.: 90,2-90,5 ºC; lit.55c:90 ºC

).

Rf (sílica) = 0,20 (hexano/AcOEt 10%)

IV (filme max/cm-1): 3355, 3055, 2930, 2851, 1599, 1509,

1448, 1058.

OH

(+/-)-115c

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,89-7,76

(m, 3H); 7,68 (s, 1H); 7,47-7,32 (m, 3H); 3,71 (dt, J= 9,6 e 4,4 Hz, 1H); 2,53 (dt,

J= 9,6 e 3,5 Hz, 1H); 2,12-2,01 (m, 1H); 1,91-1,83 (m, 2H); 1,65-1,78 (m, 2H);

1,51-1,62 (m, 1H); 1,42-1,22 (m, 3H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 140,7; 133,5; 132,5; 128,3; 127,5; 127,4; 126,6;

126,0; 125,9; 125,4; 74,1; 53,2; 34,4; 33,2; 26,0; 25,0.

DEPT (75MHz, CDCl3) : 128,3(CH); 127,5(CH); 126,6(CH); 126,0(CH);

125,9(CH); 125,4(CH); 74,1(CH); 53,2(CH); 34,4(CH2); 33,2(CH2); 26,0(CH2);

25,0(CH2).

1.2.19- Preparação dos cloroformatos quirais (+/-)-116a-c

trifosgênioCH2Cl2, Piridina

18h

R

OH

R

O Cl

O

115a, R= fenil

115b R= -naftil115c, R= -naftil

116a R= fenil

116b, R= -naftil

116c, R= -naftil

53-80%

(+/-) (+/-)

175

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Parte Experimental

Procedimento Geral: A uma solução de trifosgênio (141 mg, 0,48 mmol) em

CH2Cl2 anidro (3,0 mL) e à 0ºC, foi adicionada uma solução do álcool ((+/-)-

115a-c) (1,33 mmol) em CH2Cl2 anidro (3,0 mL). Logo em seguida, adicionou-se

piridina (0,11 mL, 1,34 mmol). Trocou-se o septo por uma tampa de vidro e

elevou-se a temperatura à temperatura ambiente. Após 18 horas, foi adicionada

uma solução saturada de cloreto de amônio (5 mL) seguido de agitação por 10

minutos. A fase orgânica foi extraída com CH2Cl2 (3 x 15 mL), agrupadas, lavada

com solução saturada de cloreto de sódio e seca sob sulfato de magnésio

anidro. Após evaporação do solvente, obteve-se um óleo incolor o qual foi

filtrado em sílica gel (hexano/acetato de etila 10%) para fornecer os respectivos

cloroformatos.

Cloroformato de (1R*,2S*)-trans-fenilcicloexila ((+/-)-

116a)10f

Rendimento = 70%

Aspecto: óleo incolor

Rf (sílica) = 0,75 (hexano/AcOEt 10%)

IV (filme max/cm-1): 3030, 2935, 2860, 1774, 1450, 1167,

1119, 993, 827.

O

(+/-)-116a

Cl

O

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,33-7,19

(m, 5H); 4,97 (dt, J= 4,4 e 10,6 Hz, 1H); 2,77-2,68 (m, 1H); 2,27-2,22 (m, 1H);

2,00-1,88 (m, 2H); 1,81-1,77 (m, 1H); 1,66-1,31 (m, 4H)

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 149,6; 141,4; 128,4; 127,3; 126,8; 85,4; 49,4;

33,4; 31,8; 25,5; 24,7.

176

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Parte Experimental

Cloroformato de (1R*,2S*)-trans-2-(1-naftil)cicloexila

((+/-)-116b)

Rendimento: 86%

Aspecto físico: óleo amarelo

Rf (sílica) = 0,63 (hexano/AcOEt 10%)

IV (filme max/cm-1): 3048, 2939, 2861, 1769, 1598, 1511,

1450, 1166, 1117, 986.

O

(+/-)-116b

Cl

O

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 8,09 (d, J =

8,4 Hz, 1H); 7,87-7,85 (d, J = 8,4 Hz, 1H); 7,73 (d, J = 8,2 Hz, 1H); 7,54-7,37 (m,

4H); 5,29 (dt, J = 10,6 e 4,4 Hz, 1H); 3,68 (dt, J = 10,6 e 4,4 Hz, 1H); 2,38-2,34

(m, 1H); 2,14-2,08 (m, 1H); 1,98-1,91 (m, 1H); 1,87-1,64 (m, 2H); 1,60-1,41 (m,

3H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 149,8; 138,0; 133,9; 131,7; 128,8; 127,2; 125,8;

125,4; 125,3; 122,7; 122,4; 84,8; 43,4; 34,1; 32,2; 25,8; 24,8.

DEPT (75MHz, CDCl3) : 128,8(CH); 127,2(CH); 125,8(CH); 125,4(CH);

125,3(CH); 122,7(CH); 122,4(CH); 84,8(CH); 43,4(CH); 34,1(CH2); 32,2(CH2);

25,8(CH2); 24,8(CH2).

Cloroformato de (1R*,2S*)-trans-2-(2-naftil)cicloexila

((+/-)-116c)

Rendimento: 86%

Aspecto físico: sólido branco (PF 68,0-69,1ºC)

Rf (sílica) = 0,65 (hexano/AcOEt 10%)

IV (filme max/cm-1): 3054, 2942, 2858, 1765, 1591, 1449,

1152, 1105, 998. (+/-)-116c

O Cl

O

RMN de 1H (500MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,80 (m,

3H); 7,65 (s, 1H); 7,42 (m, 2H); 7,34 (dd, J = 10,6 e 1,9 Hz, 1H); 5,11 (dt, J =

10,6 e 4,4 Hz, 1H); 2,90 (dt, J = 10,6 e 4,4 Hz, 1H); 2,31-2,27 (m, 1H); 2,08-2,00

(m, 1H); 1,95-1,90 (m, 1H); 1,91-1,86 (m, 1H); 1,75-1,58 (m, 2H); 1,47-1,28 (m,

2H).

177

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Parte Experimental

RMN de 13C (125MHz, CDCl3) : 149,8; 139,0; 133,7; 133,1; 128,2; 127,7; 127,6;

126,1; 126,0; 125,6; 125,5; 85,3; 46,4; 33,5; 31,8; 25,4; 24,6.

DEPT (75MHz, CDCl3) : 128,2(CH); 127,7(CH); 127,6(CH); 126,1(CH);

126,0(CH); 125,6(CH); 125,5(CH); 85,3(CH); 46,4(CH); 33,5(CH2); 31,8(CH2);

25,4(CH2); 24,6(CH2).

1.2.20- A formação in situ de íons N-acilimínios quirais e adição de

aliltributilestanho (85d) (Tabela 7)

N

N

H

111

118

RO Cl

O

(+/-)-116a, R= fenil(+/-)-116b, R= -naftil(+/-)-116c, R= -naftil

CH2Cl2, -78ºC N

O

OR*

H

SnBu3

N O

O

*

N

O

OR*

H

(+/-)-117a, R= fenil(+/-)-117b, R= -naftil(+/-)-117c, R= -naftil

RO Cl

O

CH2Cl2, 0ºC

SnBu3

ou

R

N O

O

*

R

85d

H

85d

(+/-)-119a, R= fenil(+/-)-119b, R= -naftil(+/-)-119c, R= -naftil

(+/-)-116a, R= fenil(+/-)-116b, R= -naftil(+/-)-116c, R= -naftil

íons N-acilimínios

íons N-acilimínios

Procedimento Geral: Em um balão, previamente flambado e sob atmosfera de

argônio, contendo uma solução da imina (1,10 mmol) e aliltributilestanho 85d

(1,50 mmol) em CH2Cl2 anidro (2,0 mL) e a temperatura indicada, foi adicionado

uma solução do cloroformato (1,50 mmol) em CH2Cl2 anidro (2,0 mL). Após 3

horas, adicionou-se água destilada (5 mL). As fases foram separadas e a fase

aquosa foi lavada com CH2Cl2 (3 x 5 mL). As fases orgânicas foram agrupadas,

lavada com solução saturada de cloreto de sódio e seca sob sulfato de

178

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Parte Experimental

magnésio anidro. O bruto reacional obtido após evaporação do solvente foi

submetido à purificação em coluna cromatográfica em sílica gel (gradiente de

concentração: hexano (para remover aliltributilestanho) seguido de

hexano/acetato de etila 10%).para fornecer os respectivos produtos de adição

em rendimentos e razões diastereoisoméricas indicadas na Tabela 7.

1-(R/S)-Propenil-2-[(1R*,2S*)-trans-

fenilcicloexiloxicarbonil]-tetraidroisoquinolina-

((+/-)-117a)N O

O

Ph

(+/-)-117a

Rendimento = 85%

(Razão Diastereoisomérica = 1,4:1)

Aspecto: óleo amarelo

Rf (sílica) = 0,61-0,58 (hexano/acetato de etila 20%)

IV (filme max/cm-1): 3086, 3028, 2959, 2920, 2876, 1689, 1641, 1465, 1430,

1323, 1225, 1106, 991.

CG/EM (70 ev): isômero majoritário: 335 (M+ -C3H5), 176, 159, 132, 91, 41.

isômero minoritário: 335 (M+ -C3H5), 176, 159, 132, 91, 41.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,42-6,99

(m, 9H); 5,95-5,71 e 5,61-5,40 (2 x ml, 1H); 5,18-4,60 (m, 4H); 4,20-4,03, 3,95-

3,62 (2 x ml, 1H); 3,20-2,99 (m, 1H); 2,80-1,75 (m, 8H); 1,69-0,90 (m, 5H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 155,0; 154,7; 143,8; 143,5; 142,8; 137,0; 136,7;

135,2 134,4; 129,0-125,5; 117,1; 117,0; 77,6; 77,4; 54,1; 54,0; 53,9; 50,8; 50,3;

50,2; 50,0; 45,5; 41,4; 41,1; 40,8; 37,9; 37,7; 35,4; 34,0; 33,9; 32,8; 32,7; 29,6;

28,6; 28,5; 28,3; 28,1; 26,0; 25,9; 24,7; 24,6.

1-(R/S)-Propenil-2-[(1R*,2S*)-trans-2-(1-

naftil)cicloexiloxicarbonil]-

tetraidroisoquinolina ((+/-)-117a) N O

O

(+/-)-117b

Rendimento = 65%

(Razão Diastereoisomérica = 1,2:1)

Aspecto: óleo amarelo

179

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Parte Experimental

Rf (sílica) = 0,63-0,55 (hexano/acetato de etila 20%)

IV (filme max/cm-1): 3043, 2964, 2927, 2852, 1694, 1601, 1426, 1338, 1230,

1015.

CG/EM (70 ev): isômero majoritário: 384 (M+ -C3H5), 209, 176, 141, 91, 41.

isômero minoritário: 384 (M+ -C3H5), 209, 176, 141, 91, 41.

RMN de 1H (500MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 8,22 (d, J =

8,5 Hz, 1H); 7,87-6,73 (m, 10H); 5,76 e 5,20 (2 x sl, 1H); 5,02-4,94 (ml, 2H);

4,25-4,18 (ml, 1H); 4,15-4,04 (ml, 1H); 3,66-3,00 (ml, 1H); 3,39-3,37 e 3,02-2,98

(2 x ml, 1H); 2,85-2,79 (ml, 1H); 2,63 e 2,60 (2 x sl, 1H); 2,42-2,37 (ml, 2H); 2,04-

2,00 (ml, 1H); 1,98-1,77 (m, 2H); 1,75-1,21 (m, 6H).

RMN de 13C (125MHz, CDCl3) : 155,1; 155,0; 139,8; 139,7; 136,8; 135,1; 134,2;

134,1; 133,8; 132,1; 129,1-128,7; 126,9; 125,1; 123,1; 123,0; 117,0; 116,5; 78,0;

77,1; 53,6; 53,5; 43,5; 41,0; 40,7; 37,5; 37,3; 34,8; 33,8; 33,4; 33,3; 28,3; 27,6;

26,3; 25,0; 24,9.

1-(R/S)-Propenil-2-[(1R*,2S*)-trans-2-(2-

naftil)cicloexiloxicarbonil]-

tetraidroisoquinolina ((+/-)-117a)

N O

O

(+/-)-117c

Rendimento = 60%

(Razão Diastereoisomérica = 1,2:1)

Aspecto: óleo laranja

Rf (sílica) = 0,68-0,60 (hexano/acetato de etila

20%)

IV (filme max/cm-1): 3153, 3081, 3030, 2959, 1708, 1638, 1442, 1412, 1335,

1238, 1128, 1100, 1024, 770.

CG/EM (70 ev): isômero majoritário: 384 (M+ -C3H5), 209, 176, 141, 91, 41.

isômero minoritário: 384 (M+ -C3H5), 209, 176, 141, 91, 41.

180

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Parte Experimental

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 8,01-6,98

(m, 11H); 6,10-6,00 e 5,85-5,81 (2 x sl, 1H); 5,21-4,95 (m, 2H); 4,45-4,32 (sl,

1H); 4,25-4,19 (m, 1H); 3,54-3,31 (ml, 2H); 3,12-2,90 (m, 1H); 2,75-2,31 (ml, 2H);

2,30-2,27 (m, 2H); 2,18-1,41 (m, 8H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 155,4; 155,1; 140,1; 140,0; 137,0; 135,0; 134,5;

134,8; 134,5; 133,9; 133,8; 132,1; 129,8-126,8; 123,0; 122,9; 118,0; 117,5; 79,0;

78,3; 77,8; 55,0; 54,8; 54,7; 44,0; 43,8; 43,6; 40,8; 40,5; 37,6; 37,5; 35,0; 34,1;

33,6; 33,5; 33,3; 29,0; 28,3; 27,7; 26,5; 25,0; 24,8; 24,7.

1-(R/S)-Propenil-2-[(1R*,2S*)-trans-

fenilcicloexiloxicarbonil]-3,4-diidroisoquinolina

((+/-)-119a)N O

O

Ph

(+/-)-119a

Rendimento = 80%

(Razão Diastereoisomérica = 1,3:1)

Aspecto: óleo amarelo

Rf (sílica) = 0,65-0,55 (hexano/acetato de etila 20%)

IV (filme max/cm-1): 3072, 3026, 2931, 2856, 1705, 1570, 1452, 1375, 1331

1234, 1012.

CG/EM (70 ev): isômero majoritário: 332 (M+ -C3H5), 174, 130, 91, 41.

isômero minoritário: 332 (M+ -C3H5), 174, 130, 91, 41.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,32-6,30

(m, 11H); 5,85-5,72 e 5,70-5,60 (2 x m, 1H); 5,25-4,78 (m, 3H); 4,66-4,55 (ml,

1H); 2,98-2,10 (m, 3H); 2,00-1,25 (m, 8H).

RMN de 13C (125MHz, CDCl3) : 153,9; 152,8; 152,3; 143,5; 143,1; 142,6; 133,6;

133,4; 132,3; 131,7; 130,6; 130,2; 128,9-126,0; 125,5; 125,1; 124,5; 124,4;

117,8; 117,5; 108,5; 108,3; 79,3; 19,0; 78,4; 78,2; 77,9; 66,0; 55,5; 55,4; 55,0;

50,2; 49,9; 49,6; 47,8; 40,7; 39,9; 39,3; 39,2; 35,2; 35,0; 33,7-31,9; 29,7; 26,0-

25,6; 24,7-24,4; 19,5.

181

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Parte Experimental

1-(R/S)-Propenil-2-[(1R*,2S*)-trans-2-(1-

naftilcicloexiloxicarbonil]-3,4-

diidroisoquinolina ((+/-)-119b)

Rendimento = 58%

(Razão Diastereoisomérica = 1,3:1)

Aspecto: óleo amarelo

Rf (sílica) = 0,62-0,58 (hexano/acetato de etila

20%)

N O

O

(+/-)-119b

IV (filme max/cm-1): 3072, 3038, 2940, 2857, 1704, 1382, 1333, 1230, 1123,

1015.

CG/EM (70 ev): isômero majoritário: 382 (M+ -C3H5), 209, 174, 141, 130, 41.

isômero minoritário: 382 (M+ -C3H5), 209, 174, 141, 130, 41.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 8.32-6.74

(m, 13H); 6,20-5,49 (m, 1H); 5,40-5,00 (m, 2H); 4,98-4,58 (m, 1H); 4,45-4,01 (m,

1H); 3,85-3,55 (m, 1H); 2,43-1,28 (m, 10H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 153,9; 152,4; 139,3; 139,2; 134,2; 134,0; 133,9;

133,6-130,1; 128,2; 124,3; 124,2-122,7; 108,3; 108,0; 107,4; 80,1; 78,6; 78,0;

77,2; 55,4; 55,0; 43,5; 40,1; 39,2; 39,1; 34,8; 34,2; 33,0; 33,7; 34,8-33,0; 26,1;

24,9; 16,1.

1-(R/S)-Propenil-2-[(1R*,2S*)-trans-2-(2-

naftilcicloexiloxicarbonil]-3,4-

diidroisoquinolina ((+/-)-119c)

Rendimento = 57%

(Razão Diastereoisomérica = 1,2:1)

Aspecto: óleo amarelo

Rf (sílica) = 0,62-0,58 (hexano/acetato de etila

20%)

N O

O

(+/-)-119c

I.V. (filme max/cm-1): 3062, 3018, 2931, 2856, 1705, 1631, 1415, 1375, 1329,

1248, 1122, 1014.

182

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Parte Experimental

CG/EM (70 ev): isômero majoritário: 382 (M+ -C3H5), 209, 174, 141, 130, 41.

isômero minoritário: 382 (M+ -C3H5), 209, 174, 141, 130, 41.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,95-7,26

(m, 7H); 7,24-6,56 (m, 6H); 5,90-5,77 (m, 1H); 5,39-4,89 (m, 3H); 4,48-4,28 (m,

1H); 3,14-2,98 (ml, 1H); 2,62-2,36 (ml, 1H); 2,19-1,40 (m, 8H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 152,8; 152,3; 141,0; 140,6; 134,0-130,2; 128,1;

124,4; 117,7; 117,3; 117,1; 108,3; 108,1; 107,8; 79,0; 78,3; 77,9; 55,6; 55,4;

55,0; 50,4; 50,0; 49,8; 40,0; 39,4; 39,1; 35,1; 34,0; 33,9; 33,6; 32,7; 25,8; 24,8;

1.3- Reações de ciclização promovidas por Pd(0)

1.3.1- Preparação do 1-(2-bromo-alil)-2,5-azolanadiona (181)88a

NO

H

ONO

Br

O

1. NaH, DMF, 0ºC, 15 min

2. BrBr

0ºC a ta, 3h, 65%

179a180

181

Em um balão, previamente flambado e sob atmosfera de argônio,

contendo uma suspensão de NaH (798 mg de NaH em 60% em óleo mineral,

19,96 mmol) em DMF (25,0 mL) adicionou-se, lentamente e à 0ºC, uma solução

da succinimida (179a) (989 mg, 9,98 mmol) em DMF (4,0 mL). Após 15 minutos,

adicionou-se o 2,3-dibromopropeno (180) previamente destilado (1,0 mL, 10,0

mmol). Retirou-se o banho de gelo e elevou-se a temperatura à ta. Após 3 horas,

a solução avermelhada resultante foi submetida à destilação em pressão

reduzida para a remoção do DMF. O resíduo de coloração escura foi dissolvido

em CH2Cl2 (25 mL) de HCl 10% (10 mL) (a adição do ácido foi realizada à 0ºC).

As fases foram separadas e a fase aquosa foi lavada com CH2Cl2 (3 x 20 mL).

As fases orgânicas foram reunidas, lavada com solução saturada de cloreto de

183

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Parte Experimental

sódio e seca sob sulfato de magnésio anidro. Após evaporação do solvente

obteve-se um óleo avermelhado, o qual foi purificado em coluna cromatográfica

de sílica gel (CHCl3/MeOH 2%) para fornecer a imida 181 como um óleo

amarelo.

Rendimento: 65%

Aspecto físico: óleo amarelo

Rf (sílica) = 0,40 (CHCl3/MeOH 2%)

IV (filme max/cm-1): 3111, 2940, 1782, 1704, 1641, 1426, 1391, 1176, 903

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 5,82 (d, J =

1,0 Hz, 1H); 5,60 (d, J = 1,0 Hz, 1H); 4,36 (s, 2H); 2,77 (s, 4H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 175,8; 122,5; 119,8; 46,1; 28,0.

DEPT (75MHz, CDCl3) : 119,8(CH); 46,1(CH2); 28,0(CH2).

1.3.2- Preparação do 1-(2-bromo-alil)-5-hidroxi-2-azolanona (182a)

NO

Br

O-78ºC, 2h

Et3BHLi, THFNO

Br

OH

85%

182a181

Em um balão, previamente flambado e sob atmosfera de argônio,

contendo uma solução da imida 181 (767 mg, 3,52 mmol) em THF anidro (7,0

mL) e à –78ºC foi adicionado, lentamente, Et3BHLi 1 mol.L-1 em THF (3,90 mL,

3,90 mmol)). A reação foi mantida à baixa temperatura e após 2 horas adicionou-

se uma solução saturada de cloreto de amônio (10 mL). Elevou-se a temperatura

à temperatura ambiente e as fases foram separadas. A fase orgânica foi lavada

com solução saturada de cloreto de sódio, seca sob sulfato de magnésio anidro

e evaporada em evaporador rotatório para fornecer um óleo amarelo. Após

purificação em filtrante de sílica gel utilizando CHCl3/MeOH 5% como eluente foi

obtido o lactamol 182a como um sólido amarelo.

Rendimento: 85%

184

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Parte Experimental

Aspecto físico: sólido amarelo (PF = 58,5-58,9 ºC)

Rf (sílica) = 0,35 (CHCl3/MeOH 5%)

IV (filme max/cm-1): 3360, 2920, 1675, 1631, 1460, 1069, 1069.

EMAR (70 eV): m/z calculado para C7H10BrNO2 218,98949; valor encontrado

140,07283 (M+ -Br).

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 5,84 (sl,

1H); 5,61 (sl, 1H); 5,26 (m, 1H); 4,45 (d, J= 15,6 Hz, 1H); 4,40 (sl, 1H); 3,93 (d,

J= 15,6 Hz,1H); 2,62-2,60 (m, 1H); 2,47-2,32 (m, 2H); 2,00-1,94 (m, 1H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 174,9; 127,5; 119,4; 82,4; 47,5; 28,8; 28,1.

DEPT (75MHz, CDCl3) : 119,4(CH2); 82,4(CH); 47,5(CH2); 28,8(CH2);

28,1(CH2).

1.3.3- Preparação do 1-(2-bromoalil)-5-(2-fenil-1-etinil)-2-azolanona (183a)

1.3.3.1- Abordagem 1

NO

Br

OH

182a

BrMg Ph

1- BF3.OEt2, THF, 0ºC

2-

THF, 0ºC a ta

NO

Br

183a

Ph

2h

3 equiv.

25h, 32%

Preparação do reagente de Grignard: Em um balão, previamente flambado e sob

atmosfera de argônio, contendo Mg (72 mg, 3,0 mmol) e THF anidro (4,0 mL) foi

adicionado, lentamente, bromoetano previamente destilado (0,24 mL, 3,20

mmol). Após consumo total do magnésio foi adicionado, gota a gota e a 0ºC,

fenilacetileno (0,45 mL, 4,02 mmol) observando a evolução intensa de gás.

Elevou-se a temperatura à temperatura ambiente e a reação foi mantida sob

agitação por 3 horas com a formação de uma solução de coloração acinzentada.

185

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Parte Experimental

Geração do íon N-acilimínio e adição do nucleófilo: Em um balão, previamente

flambado e sob atmosfera de argônio, contendo uma solução do lactamol 182a

(220 mg, 1,00 mmol) em THF anidro (2,0 mL) e a 0ºC, foi adicionado BF3.OEt2(0,10 mL, 1,20 mmol). Após 2 horas de agitação e a 0ºC, adicionou-se a solução

do reagente de Grignard alquinílico (previamente preparada). Elevou-se a

temperatura à temperatura ambiente e agitou-se por 25 horas. Adicionou-se uma

solução saturada de cloreto de amônio (5 mL). As fases foram separadas e a

fase aquosa foi lavada com éter etílico (2 x 5 mL). As fases orgânicas foram

agrupadas, lavada com solução saturada de cloreto de sódio e seca sob sulfato

de magnésio anidro. Após evaporação do solvente obteve-se um óleo amarelo, o

qual foi purificado em coluna cromatográfica em sílica gel tendo hexano/acetato

de etila 50% como eluente para fornecer o respectivo produto 183a.

Rendimento: 32%

Aspecto físico: óleo amarelo

Rf (sílica) = 0,70 (hexano/AcOEt 50%)

IV (filme max/cm-1): 3057, 2920, 2852, 2227, 1701, 1633, 1489, 1404, 1070.

EMAR (70 eV): m/z calculado para C15H14BrNO 303,02588; valor encontrado

303,02366.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,42-7,26

(m, 5H); 5,87 (sl, 1H); 5,65 (sl, 1H); 4,70 (d, J= 15,7 Hz,1H); 4,59-4,56 (m, 1H);

3,91 (d, J= 15,7 Hz,1H); 2,61-2,43 (m, 3H); 2,25-2,20 (m, 1H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 177,0; 131,6; 128,7; 128,3; 127,6; 121,9; 119,8;

85,8; 85,6; 49,2; 48,9; 29,9; 26,4.

DEPT (75MHz, CDCl3) : 131,6(CH); 128,7(CH); 128,3(CH); 119,8(CH2);

49,2(CH); 48,9(CH2); 29,9(CH2); 26,4(CH2).

186

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Parte Experimental

1.3.3.2- Abordagem 2: formação do N-1-(2-bromoalil)-4-oxo-6-fenil-5-hexin-

amida (186)

NO

Br

O

181

Ph MgBr

THF, -78ºC, 1hNHO

Br

186

OPh

, 28%2. H3O+

1.

Em um balão, previamente flambado e sob atmosfera de argônio,

contendo uma solução da imida 181 (217 mg, 1,00 mmol) em THF anidro (2,0

mL) e a -78ºC, foi adicionado uma solução do reagente de Grignard alquinílico

(1,50 mmol) previamente preparada. A reação foi mantida abaixa temperatura e

após 2 horas foi adicionada uma solução saturada de cloreto de amônio (5 mL)

seguido de éter etílico (10 mL). As fases foram separadas e a fase aquosa foi

lavada com éter etílico (2 x 10 mL). As fases orgânicas foram agrupadas, lavada

com solução saturada de cloreto de sódio e seca sob sulfato de magnésio

anidro. Após evaporação do solvente obteve-se um óleo amarelo, o qual foi

purificado em coluna cromatográfica em sílica gel tendo hexano/acetato de etila

40% como eluente para fornecer a cetamida 186 como um óleo incolor.

Aspecto físico: óleo incolor

Rendimento: 28%

IV (filme max/cm-1): 3309, 3067, 2923, 2202, 1689, 1676, 1489, 1456, 1023.

EMAR (70 eV): m/z calculado para C15H14BrNO2 319,02079; valor encontrado

319,02132.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,78-7,46

(m, 5H); 6,02 (sl, 1H); 5,80 (sl, 1H); 5,56 (s, 1H); 4,12 (d, J = 6,20 Hz, 2H); 3,32

(t, J = 6,25 Hz, 2H); 2,08; (t, J = 6,25 Hz, 2H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 185,6; 170,8; 132,9; 130,7; 129,1; 128,5; 119,6;

117,9; 91,7; 87,4; 47,6; 40,7; 30,0.

DEPT (75MHz, CDCl3) : 132,9(CH); 130,7(CH); 128,5(CH); 117,9(CH2);

47,6(CH2); 40,7(CH2); 30,0(CH2).

187

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Parte Experimental

1.3.3.3- Abordagem 3: adição de reagentes de Grignard alquinílicos às

imidas 179a e 179b (Tabela 9)

NH

O O

179a, n=1

( )

179b, n=2

Ph MgBr1-solvente

0ºC a ta, 18h

2- NaCNBH3

HCl(aq) (pH 3), 1h

NH

O

( )

Ph

187a, n=1187b, n=2

n n

Procedimento Representativo (Tabela 9, Entrada 3): Em um balão, previamente

flambado e sob atmosfera de argônio, contendo Mgº (72 mg, 3,0 mmol) e THF

anidro (6,0 mL) foi adicionado, gota a gota, bromoetano (0,24 mL, 3,20 mmol).

Após consumo total do magnésio foi adicionado fenilacetileno (330 L, 3,20

mmol), lentamente e a 0ºC, observando a evolução intensa de gás. A

temperatura foi elevada até a temperatura ambiente e após 3 horas de agitação

foi adicionada uma solução da succinimida (179a) (98 mg, 1,0 mmol) em CH2Cl2(4,0 mL). Após 18 horas, abaixou-se a temperatura até atingir 0ºC e adicionou-

se NaCNBH3 (125 mg, 2,0 mmol) seguido de uma solução de HCl aquosa 6M

até pH 3. Elevou-se a temperatura à temperatura ambiente e após 1 hora,

basificou-se a reação com NaOH 20%. Extraiu-se a fase orgânica com CH2Cl2 (3

x 10 mL). As fases orgânicas foram agrupadas, lavada com solução saturada de

cloreto de sódio e seca sob sulfato de magnésio anidro. Após evaporação do

solvente obteve-se um óleo amarelo, o qual foi purificado em coluna

cromatográfica em sílica gel tendo acetato de etila como eluente para fornecer o

respectivo produto de adição 187a.

5-(2-Fenil-1-etinil)-2-azolanona (187a)

Aspecto físico: sólido branco (PF = 98,0-98,9ºC)

Rf (sílica) = 0,56 (AcOEt)

IV (filme max/cm-1): 3179, 3072, 2920, 2857, 2232,

1704, 1597, 1386, 1264, 1035.

N

H

O Ph

187a

188

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Parte Experimental

EMAR (70 eV): m/z calculado para C12H11NO 185,08406; valor encontrado

185,08282.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,42-7,26

(m, 5H); 6,56 (sl, 1H); 4,62 (m, 1H); 2,62-2,48 (m, 2H); 2,39-2,23 (m, 2H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 177,4; 131,5; 128,4; 128,2; 122,1; 87,9; 83,9;

45,4; 29,6; 29,2.

DEPT (75MHz, CDCl3) : 131,5(CH); 128,4(CH); 128,2(CH); 45,4(CH);

29,6(CH2); 29,2(CH2).

6-(2-Fenil-1-etinil)-2-piperidinona (187b)

NO

PhH

187b

Aspecto físico: óleo amarelo

Rf (sílica) = 0,60 (AcOEt)

IV (filme max/cm-1): 3027, 3060, 2952, 2233, 1670,

1489, 1331, 1173.

EMAR (70 eV): m/z calculado para C13H13NO 199,09971; valor encontrado

199,09695.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,44-7,25

(m, 5H); 6,18 (sl, 1H); 4,43 (t, J = 4,40 Hz, 1H); 2,34 (t, J = 4,76 Hz, 2H); 2,10-

1,71 (m, 4H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 171,4; 131,6; 128,6; 128,3; 122,2; 87,9; 83,7;

45,1; 31,3; 29,1; 19,1.

DEPT (75MHz, CDCl3) : 131,6(CH); 128,6(CH); 128,3(CH); 45,1(CH);

31,3(CH2); 29,1(CH2); 19,1(CH2).

1.3.4- Preparação das alquinil lactamas 183a e 183b

NH

O Ph

187a, n=1Br

Br

180

NO PhBr

183a, n=1, Rend. 78%183b, n=2, Rend. 68%

187b, n=2

( )n

2-

0ºC a ta, 3h

1- NaH, DMF ( )n0ºC, 15min

189

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Parte Experimental

Procedimento Geral: Em um balão, previamente flambado e sob atmosfera de

argônio, contendo uma suspensão de NaH 60% em óleo mineral (40 mg do óleo,

0,78 mmol) em DMF anidro (5,0 mL) foi adicionado à 0ºC uma solução da imida

(187a ou 187b) (0,65 mmol) em DMF anidro (1,0 mL). Após 15 minutos,

adicionou-se 2,3-dibromoprop-1-eno (180) (0,10 mL, 0,65 mmol). Elevou-se a

temperatura à temperatura ambiente e após 3 horas de agitação, adicionou-se

uma solução saturada de cloreto de sódio (5 mL). As fases foram separadas e a

fase aquosa foi lavada com CH2Cl2 (2 x 5 mL). As fases orgânicas (etérea e

clorada) foram agrupadas e seca sob sulfato de magnésio anidro. Após

evaporação do solvente obteve-se um óleo amarelo, o qual foi purificado em

coluna cromatográfica em sílica gel tendo hexano/acetato de etila 50% como

eluente para fornecer o respectivo produto de proteção (183a (n=1) ou 183b

(n=2)).

1-(2-Bromoalil)-6-(2-fenil-1-etinil)-2-piperidinona

(183b)NO

Ph

183b

Br Rendimento: 68%

Aspecto físico: óleo amarelo

Rf (sílica) = 0,32 (hexano/AcOEt 40%)

IV (filme max/cm-1): 3062, 2959, 2876, 2232, 1724, 1655, 1450, 1333, 1255,

1167, 913.

EMAR (70 eV): m/z calculado para C16H16BrNO 317,04153; valor encontrado

317,041995.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,42-7,27

(m, 5H); 5,83 (sl, 1H); 5,60 (sl, 1H); 5,14 (d, J = 15,7 Hz, 1H); 4,51 (t, J = 4,40

Hz, 1H); 3,83 (d, J = 15,7 Hz, 1H); 2,55-2,47 (m, 2H); 2,19-2,00 (m, 3H); 1,95-

1,89 (m, 1H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 169,6; 131,7; 128,6; 128,4; 127,9; 122,1; 119,1;

86,7; 84,4; 51,9; 48,8; 32,3; 29,6; 18,6.

DEPT (75MHz, CDCl3) : 169,6; 131,7(CH); 128,6(CH); 128,4(CH); 119,1(CH2);

51,9(CH2); 48,8(CH); 32,3(CH2); 29,6(CH2); 18,6(CH2).

190

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Parte Experimental

1.3.5- O uso de Zn(OTf)2 como ácido de Lewis

1.3.5.1- Preparação do 1-(2-bromo-alil)-5-metoxi-2-azolanona (182b) 88a

N OMeOBr

HCl/MeOH

ta, 18h98%

NO

Br

OH

182a 182b

Uma solução de 182a (50 mg, 0,23 mmol) em HCl/MeOH 2 mol.L-1 (2,0

mL) foi mantida sob agitação a temperatura ambiente durante 24 horas. Após

este período, a reação foi neutralizada com uma solução 10% de KOH/MeOH.

Após remoção do MeOH em evaporador rotatório, obteve-se um óleo marron, o

qual foi submetido à purificação em coluna filtrante de sílica gel

(CH2Cl2/MeOH/Et3N: 94/5/1) fornecendo 51 mg de 182b como um óleo

avermelhado.

Rendimento: quantitativo

Aspecto físico: óleo avermelhado

Rf (sílica) = 0,75 (CH2Cl2/MeOH/Et3N 94/5/1)

IV (filme max/cm-1): 2989, 2940, 2828, 1709, 1631, 1445, 1416, 1079.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 5,78 (sl,

1H); 5,58 (sl, 1H); 4,89 (d, J= 5,1 Hz, 1H); 4,52 (d, J= 15,7 Hz, 1H); 3,76 (d, J=

15,7 Hz, 1H); 3,25 (s, 3H); 2,55-2,46 (m, 1H); 2,41-2,31 (m, 1H); 2,18-2,13 (m,

1H); 2,04-2,01 (m, 1H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 174,5; 127,6; 119,3; 89,1; 53,5; 48,0; 28,8; 24,1.

DEPT (75MHz, CDCl3) : 119,3(CH2); 89,1(CH); 53,5(CH3); 48,0(CH2);

28,8(CH2); 24,1(CH2).

191

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Parte Experimental

1.3.5.2- Preparação do acetato de 1-(2-bromo-alil)-5-oxo-2-azolanila (182c)

N OAcOBr

Ac2O

Et3N, DMAPta, 5h, 84%

182c

NO

Br

OH

182a

Em um balão, previamente flambado e sob atmosfera de argônio,

contendo uma solução de 182a (500 mg, 2,27 mmol) em anidrido acético (10

mL) foi adicionado DMAP (50 mg, 0,41 mmol) seguido de Et3N (0,90 mL, 6,80

mmol). Após 18 horas de agitação à temperatura ambiente, adicionou-se uma

solução de HCl 10% até atingir pH 2. Em seguida, foi adicionada uma solução

saturada de bicarbonato de sódio (10 mL) e CH2Cl2 (20 mL). As fases foram

separadas e a fase aquosa foi lavada com CH2Cl2 (3 x 10 mL). As fases

orgânicas foram agrupadas, lavada com solução saturada de cloreto de sódio e

seca sob sulfato de magnésio anidro. Após evaporação do solvente obteve-se

um óleo amarelo, o qual foi purificado em coluna cromatográfica de sílica gel

tendo CH2Cl2/ MeOH 10% como eluente para fornecer 428 mg do produto

acetilado 182c como um óleo amarelo.

Rendimento: 72%

Aspecto físico: óleo amarelo

Rf (sílica) = 0,52-0,48 (CH2Cl2/MeOH 5%)

IV (filme max/cm-1): 3103, 2985, 2931, 1716, 1631, 1410, 1377, 1238, 1030,

958, 883.

EMAR (70 eV): m/z calculado para C9H12BrNO3 261,00005; valor encontrado

261,00903.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 6,16 (d, J=

5,1 Hz, 1H); 5,75 (sl, 1H); 5,56 (sl, 1H); 4,40 (d, J= 15,7 Hz, 1H); 3,81 (d, J= 15,7

Hz, 1H); 2,62-2,00 (m, 4H); 2,02 (s, 3H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 175,0; 170,2; 127,2; 119,4; 83,0; 48,5; 28,0;

26,0; 21,0.

192

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Parte Experimental

DEPT (75MHz, CDCl3) : 119,4(CH2); 83,0(CH); 48,5(CH2); 28,0(CH2);

26,0(CH3); 21,0(CH2).

1.3.5.3- Preparação do 1-(2-bromo-alil)-5-(4-metilfenilsulfonil)-2-azolanona

(182d)

N SO2OBr(aq)

CHCl3, ta, 28h

Me SO2Na

78%

H OH

O

182d

NO

Br

OH

182a

À uma solução de 182a (200 mg, 1,22 mmol) em CHCl3 (2,0 mL) foi

adicionado o sal de sódio (460 mg, 2,44 mmol) seguido de ácido fórmico aquoso

(1,0 mL). Após 48 horas sob agitação à temperatura ambiente, adicionou-se uma

solução saturada de bicarbonato de sódio até atingir pH 8. As fases foram

separadas e a fase aquosa foi lavada com CHCl3 (2 x 15 mL). As fases

orgânicas foram agrupadas, lavada com solução saturada de cloreto de sódio e

seca sob sulfato de magnésio anidro. Após evaporação do solvente obteve-se

um óleo amarelo, o qual foi purificado em coluna cromatográfica de sílica gel

tendo CHCl3/MeOH 5% como eluente para fornecer o produto 182d.

Rendimento: 79%

Aspecto físico: óleo amarelo

Rf (sílica) = 0,47 (CHCl3/MeOH 5%)

IV (filme max/cm-1): 2952, 2924, 2854, 1718, 1670, 1595, 1444, 1313, 1140,

1082.

EMAR (70 eV): m/z calculado para C14H16BrNO3S 357,00343; valor encontrado

357,02222.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,74 (d, J=

8,9 Hz, 2H); 7,40 (d, J= 8,9 Hz, 2H); 5,84 (sl, 1H); 5,73 (sl, 1H); 4,80 (d, J= 15,4

193

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Parte Experimental

Hz, 1H); 4,65 (dd, J= 3,58 e 3,69 Hz, 1H); 4,17 (d, J= 15,4 Hz, 1H); 2,42 (s, 3H);

2,45-1,81 (m, 4H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 174,8; 146,1; 133,7; 130,2; 129,0; 127,4; 121,7;

75,8; 53,3; 31,2; 23,1; 17,1.

DEPT (75MHz, CDCl3) : 130,2(CH); 129,0(CH); 121,7(CH2); 75,8(CH);

53,3(CH2); 31,2(CH2); 23,1(CH3); 17,1(CH2).

1.3.5.4- Estudo da natureza do grupo de saída (Tabela 10) – Preparação do

5-alil-1-(2-bromo-alil)-2-azolanona (188)88a

N XOBr

Zn(OTf)2solvente, ta

SiMe3

(2,0 equiv)

NOBr

182a-d 188

85b

Procedimento Geral: Em balão, previamente flambado e sob atmosfera de

argônio, contendo uma solução do precursor de íons N-acilimínios (182a-d) (1,0

mmol) em solvente indicado (1,0 mL), foi adicionado aliltrimetilsilano (85b) (2,0

mmol) seguido de Zn(OTf)2 em quantidade indicada na Tabela 10. A temperatura

foi mantida a temperatura ambiente e a reação foi monitorada por CCD e CG até

o consumo total do material de partida. Após o término da reação, foi adicionada

uma solução saturada de bicarbonato de sódio (1 mL). Extraiu-se a fase

orgânica com CH2Cl2 (2 x 10 mL). As fases orgânicas foram agrupadas, lavada

com solução saturada de cloreto de sódio, seca sob sulfato de sódio e

evaporada em evaporador rotatório. O óleo amarelo resultante foi submetido à

purificação em coluna cromatográfica de sílica gel (eluente CHCl3/MeOH 5%)

para fornecer o produto alilado 188 em rendimentos indicados na Tabela 10.

194

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Parte Experimental

Aspecto físico: óleo amarelo

Rf (sílica) = 0,70 (CH2Cl2/MeOH 5%)

IV (filme max/cm-1): 3076, 2976, 2920, 1695, 1639, 1426,

1254, 1113, 915.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz),

integração): 5,75 (sl, 1H); 5,65 (m, 1H); 5,58 (s, 1H); 5,12 (d, J= 15,8 Hz, 1H);

5,10 (s, 1H); 4.60 (d, J= 15,8 Hz, 1H); 3,71-3,65 (m, 2H); 2,42-2,31 (m, 3H);

2,19-2,08 (m, 2H); 1,78-1,71 (m, 1H).

NO

Br

188

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 175,2; 132,5; 128,2; 119,1; 118,9; 56,2; 48,2;

37,2; 29,8; 23,4.

DEPT (75MHz, CDCl3) : 132,5(CH); 119,1(CH2); 118,9(CH2); 56,2(CH);

48,2(CH2); 37,2(CH2); 29,8(CH2); 23,4(CH2).

1.3.5.5- Adição de aliltrimetilsilano (85b) a íons N-acilimínios na presença

de Zn(OTf)2 (Figura 25, Tabela 11)

NO

Br

OMeN

OMe

O OtBu

N OMe

OOMe

NO

BrN

O OtBu

N OM

O

( )n ( )n

192

( )n ( )n

196

182b, n=1189, n=2

190, n=1191, n=2

188, n=1193, n=2

194, n=1195, n=2

precursores de íons N-acilimínios

heterociclos -substituídos

e

Procedimento Geral: Em balão, previamente flambado e sob atmosfera de

argônio, contendo uma solução do precursor de íons N-acilimínios (182b, 189-

192) (1,0 mmol) em CH2Cl2 (1,0 mL), foi adicionado aliltrimetilsilano (85b) (0,30

195

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Parte Experimental

mL, 2,0 mmol) seguido de Zn(OTf)2 (430 mg, 1,2 mmol). A temperatura foi

mantida a temperatura ambiente e a reação foi monitorada por CCD e CG até o

consumo total do material de partida. Após o término da reação, foi adicionada

uma solução saturada de bicarbonato de sódio (1 mL). Extraiu-se a fase

orgânica com CH2Cl2 (2 x 10 mL). As fases orgânicas foram agrupadas, lavadas

com solução saturada de cloreto de sódio, secas sob sulfato de sódio e

evaporadas em evaporador rotatório. O bruto reacional foi submetido à

purificação em coluna cromatográfica de sílica gel em eluente adequado para

fornecer o correspondente produto alilado.

6-Alil-1-(2-bromo-alil)-2-piperidinona (193) 88a

193

NOBr

Rendimento: 52%

Aspecto físico: óleo incolor

Rf (sílica) = 0,52 (CH2Cl2/MeOH 5%)

IV (filme max/cm-1): 3077, 2935, 2867, 1645, 1460, 1098,

913.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 5,70-5,62

(m, 3H); 5,13 (dt, J= 15,0 e 2,0 Hz, 2H); 5,00 (d, J= 15,0 Hz, 1H); 3,67 (d, J=

15,0 Hz, 1H); 3,53-3,49 (m, 1H); 2,47-2,22 (m, 4H); 1,92-1,70 (m, 4H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 170,1; 133,6; 128,7; 118,3; 117,9; 55,4; 51,6;

37,1; 32,4; 26,3; 17,2.

DEPT (75MHz, CDCl3) : 133,6(CH); 118,3(CH2); 117,9(CH2); 55,4(CH);

51,6(CH2); 37,1(CH2); 32,4(CH2); 26,3(CH2); 17,2(CH2).

Carboxilato de 2-alil-1-azolana de terc-butila (194)

194

N

O OtBu

Rendimento: 58%

Aspecto físico: óleo incolor

Rf (sílica) = 0,31 (hexano/AcOEt 10%)

IV (filme max/cm-1):.3076, 2979, 2930, 2876, 1689, 1641, 1392, 1171, 1111,

914.

196

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Parte Experimental

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 5,75 (m,

1H); 5,05 (m, 2H); 3,80 (sl, 1H); 3,38 (sl, 2H) 2,52 (sl, 1H); 2,18-2,08 (m, 1H);

1,43 (s, 9H).1,95-1,65 (m, 4H);

Carboxilato de 2-alil-1-piperidil de terc-butila (195)

195

N

O OtBu

Rendimento: 52%

Aspecto físico: óleo amarelo

Rf (sílica) = 0,34 (hexano/acetato de etila 10%)

IV (filme max/cm-1): 3077, 2974, 2925, 2856, 1689, 1454,

1372, 1252, 1167, 1034.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 5,80-5,77

(m, 1H); 5,03-4,99 (m, 2H); 4,23 (sl, 1H); 3,97 (sl, 1H); 2,79 (sl, 1H); 2,50-2,28

(m, 2H), 1,98-1,50 (m, 6H); 1,43 (s, 9H).

Carboxilato de 1-alil-1,2,3,4-tetraidroisoquinolina de

metilaN OMe

O

196

Rendimento: 72%

Aspecto físico: óleo incolor

Rf (sílica) = 0,47 (hexano/AcOEt 10%)

IV (filme max/cm-1): 3074, 3005, 2976, 2929, 1693, 1465, 1421, 1365, 1165,

1123, 966.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,18-7,08

(m, 4H); 5,76 (s, 1H); 5,27 e 5,13 (2 x tl, J = 7,0 Hz, 1H); 5,05 (d, J = 15,0 Hz, 2

H); 4,22-4,19 e 4,10-3,98 (2 x m, 1H); 3,74 e 3,71 (2 x s, 3H); 3,40-3,22 (m, 1H);

3,05-2,80 (m, 1H); 2,78 e 2,72 (t, J = 4,1 Hz, 1H); 2,55 (d, J = 5,1 Hz, 2H).

RMN de 13C (125MHz, CDCl3) : 156,1; 137,0 e 136,7; 134,8 e 134,6; 134,2 e

133,9; 129,0 e 128,7; 127,1 e 126,8; 126,6 e 126,5; 126,0; 117,4 e 117,2; 54,3;

52,6 e 52,5 e 52,4; 41,4 e 41,2; 38,2 e 34,6; 28,5 e 28,2.

1.3.5.6- Adição dos silil enol éteres (179a e 179b) a íons N-acilimínios na

presença de Zn(OTf)2 (Figura 26, Tabela 12)

197

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Parte Experimental

NO

BrN

O OtBu

N OMe

O

O

Ph

OTMS

Ph

OTMSMe

Ph

O

Ph

O

PhN

O OtBu

Ph

O

Me

H

H

( )n ( )n

204

197a 197b

( )n

eritro-202, n=1eritro-203, n=2

NO

Br

OMeN

OMe

O OtBu

N OM

OOMe

( )n ( )n

192182b, n=1

189, n=2190, n=1191, n=2

198, n=1199, n=2

200, n=1201, n=2

silil enol éteres

precursores de íons N-acilimínios

heterociclos -substituídos

e

Procedimento Geral: Em balão, previamente flambado e sob atmosfera de

argônio, contendo uma solução do precursor de íons N-acilimínios (182b, 189-

192) (1,0 mmol) em CH2Cl2 (1,0 mL), foi adicionado o nucleófilo (179a e 179b)

(1,2 mmol) seguido de Zn(OTf)2 (429 mg, 1,2 mmol). A temperatura foi mantida a

ta e a reação foi monitorada por CCD e CG até o consumo total do material de

partida. Após o término da reação, foi adicionada uma solução saturada de

bicarbonato de sódio (1 mL). Extraiu-se a fase orgânica com CH2Cl2 (2 x 10 mL).

As fases orgânicas foram agrupadas, lavada com solução saturada de cloreto de

sódio, seca sob sulfato de sódio e evaporada em evaporador rotatório. O bruto

reacional foi submetido à purificação em coluna cromatográfica de sílica gel em

eluente adequado para fornecer o correspondente heterociclo –substituído.

1-(2-Bromoalil)-5-(2-oxo-2-feniletil)-2-azolanona (198)

Rendimento: 69%

Aspecto físico: óleo incolor

Rf (sílica) = 0,28 (hexano/AcOEt 50%)

IV (filme max/cm-1): 3059, 2952, 2924, 2852, 1682, 1628,

1448, 1417, 1373, 1003.

NO

Br

Ph

O

198

198

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Parte Experimental

EMAR (70 eV): m/z calculado para C15H16BrNO2 321,03644; valor encontrado

242,12214 (M+ -Br).

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,94-7,91

(m, 2H); 7,63-7,58 (m, 1H); 7,53-7,49 (m, 2H); 5,77 (sl, 1H); 5,94 (sl, 1H); 4,52

(d, J = 15,7 Hz, 1H); 4,33 (m, 1H); 3,87 (d, J = 15,7 Hz, 1H); 3,40 (dd, J = 17,2 e

4,4 Hz, 1H); 3,07 (dd, J = 17,2 e 8,8 Hz, 1H); 2,45-2,40 (m, 3H); 1,80-1,70 (m,

1H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 197,2; 175,1; 136,5; 133,7; 128,8; 128,4; 127,9;

119,2; 54,0; 48,7; 42,0; 29,5; 25,3.

DEPT (75MHz, CDCl3) : 136,5(CH); 133,7(CH); 128,8(CH); 127,9(CH);

119,2(CH2); 54,0(CH); 48,7(CH2); 42,0(CH2); 29,5(CH2); 25,3(CH2).

1-(2-Bromoalil)-5-(2-oxo-2-feniletil)-2-piperidona (199)

199

NOBr

Ph

O Rendimento: 50%

Aspecto físico: óleo incolor

Rf (sílica) = 0,30 (hexano/AcOEt 50%)

IV (filme max/cm-1): 3060, 2925, 2862, 1682, 1645, 1597,

1455, 1356, 1209, 1001.

EMAR (70 eV): m/z calculado para C16H18BrNO2 335,05209; valor encontrado

256,13550 (M+ -Br).

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,93 (d, J =

7,2 Hz, 1H); 7,64-7,58 (m, 2H); 7,52-7,46 (m, 2H); 5,74 (sl, 1H); 5,60 (sl, 1H);

4,87 (d, J = 15,7 Hz, 1H); 4,24 (sl, 1H); 3,70 (d, J = 15,7 Hz, 1H); 3,38-3,29 (m,

2H); 2,70 (m, 2H); 2,15-1,75 (m, 6H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 197,4; 170,2; 136,5; 133,7; 128,8; 128,5; 128,0;

118,3; 52,4; 52,1; 41,4; 31,7; 27,5; 17,2.

DEPT (75MHz, CDCl3) : 133,7(CH); 128,8(CH); 128,0(CH); 118,3(CH2);

52,4(CH); 52,1(CH2); 41,4(CH2); 31,7(CH2) 27,5(CH2); 17,2(CH2).

199

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Parte Experimental

Carboxilato de 2-(2-oxo-2-feniletil)-1-azolana de terc-butila

(200)108a

N

O OtBu

Ph

O

200

Rendimento: 71%

Aspecto físico: óleo incolor

Rf (sílica) = 0,36 (hexano/AcOEt 20%)

IV (filme max/cm-1): 3062, 2974, 2930, 2876, 1689, 1601, 1460, 1391, 1172,

1123.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 8,02-7,97

(m, 2H), 7,58-7,56 (m, 1H); 7,46 (t, J= 7,6 Hz, 2H); 4,37 (m, 1H); 3,41 (m, 2H);

3,75 e 3,49 (2 x d, J= 15,7 Hz, 1H); 2,86 (q, J= 9,9 Hz, 1H); 2,07 (sl, 1H); 1,93-

1,75 (m, 3H); 1,47 (s, 9H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 199,5; 155,4; 137,2; 133,3; 128,8; 128,5; 80,2 e

79,8; 54,4; 46,6 e 46,2; 43,7 e 43,0; 31,3 e 30,3 e 29,8; 28,5; 23,5 e 22,8.

Carboxilato de 2-(2-oxo-2-feniletil)-1-piperidil de terc-

butila (201)109a

201

N

OtBu

Ph

O

ORendimento: 68%

Aspecto físico: óleo incolor

Rf (sílica) = 0,35 (hexano/AcOEt 20%)

IV (filme max/cm-1): 3060, 2972, 2929, 1685, 1597, 1450, 1394, 1172, 1119,

1014.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 8,01 (d, J =

7,4 Hz, 2H); 7,59-7,55 (m, 1H); 7,48-7,39 (m, 2H); 4,81 e 4,08 (2 x sl, 1H); 3,23-

2,89 (m, 2H); 1,90-1,50 (m, 8H); 1,38 e 1,29 (2 x s, 9H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 198,5; 156,0; 136,8; 133,1; 128,6; 128,1; 79,6;

53,8; 48,2; 39,2; 25,7; 28,3; 25,3; 18,8.

Carboxilato de 2-(1-metil-2-oxo-2-feniletil)-1-azolana de

terc-butila (eritro-202)109a

eritro-202

N

O OtBu

Ph

O

Me

H

HRendimento: 80%

200

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Parte Experimental

Razão diastereoisomérica = 4:1

Aspecto físico: óleo incolor

Rf (sílica) = 0,56-0,55 (hexano/AcOEt 30%)

IV (filme max/cm-1): 3060, 2974, 2931, 2875, 1687, 1595, 1450, 1392, 1220,

1169, 1109.

RMN de 1H (300MHz, CDCN, 55ºC) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,90

(d, J = 8,0 Hz, 2H); 7,58 (m, 1H); 7,47 (t, J = 7,6 Hz, 2H); 4,10 (m, 2H); 3,26 (m,

2H); 2,74 (m, 1H); 1,85 (m, 2H); 1,65 (m, 1H); 1,43 e 1,50 (2 x s, 9H); 1,15 e 1,05

(2 x d, J = 6,6 e 7,5 Hz, 3H).

RMN de 13C (75MHz, CDCN, 55ºC) : 205,7; 156,3; 139,9; 134,5; 130,3; 129,8;

80,5; 62,6; 49,0; 48,0; 44,4; 29,5; 24,8; 16,1.

Carboxilato de 2-(1-metil-2-oxo-2-feniletil)-1-piperidil

de terc-butila (eritro-203) 109a

eritro-203

N

OtBu

Ph

O

O

H

Me H Rendimento: 63%

Razão diastereoisomérica = 10:1

Aspecto físico: óleo amarelo

Rf (sílica) = 0,39-0,38 (hexano/AcOEt 20%)

IV (filme max/cm-1): 2955, 2925, 2854, 1687, 1597, 1367, 1167, 1030.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,99 (d, J =

7,86 Hz, 2H); 7,60 e 7,50 (2 x m, 3H); 4,82-4,69 (sl, 1H); 4,23-4,01 (m, 2H); 2,70

(sl, 1H); 1,50 (s, 9H); 1,70-1,30 (sl, 6H); 1,17 (d, J = 6,95 Hz, 3H).

Carboxilato de 1-(2-oxo-2-feniletil)-1,2,3,4-

tetraidroisoquinolina de metila (204) N OMe

O

O

Ph

204

Rendimento: 80%

Aspecto físico: sólido branco (PF = 94,5-94,8ºC)

Rf (sílica) = 0,49 (hexano/AcOEt 30%)

IV (filme max/cm-1): 3062, 3028, 2959, 2930, 2857, 1704, 1684, 1592, 1450,

1294, 1235, 1128, 1010.

201

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Parte Experimental

EMAR (70 eV): m/z calculado para C19H19NO3 309,13649; valor encontrado

309,13885.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,93-7,84

(m, 2H); 7,41-7,36 (m, 3H); 7,17-7,06 (m, 4H); 5,73-5,68 (ml, 1H); 4,08 e 3,78 (2

x m, 1H); 3,61 e 3,44 (2 x s, 3H); 3,38-3,27 (m, 2H); 2,95-2,87 (m, 3H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 197,4; 155,6; 137,4; 136,8; 134,2; 132,9; 128,8;

128,6; 128,4; 128,2; 127,1; 126,5; 52,3; 46,4; 39,0; 29,7; 28,5.

DEPT (75MHz, CDCl3) : 136,8(CH); 134,2(CH); 128,8(CH); 128,6(CH);

128,4(CH); 128,2(CH); 126,5(CH); 52,3(CH); 46,4(CH2); 39,0(CH2); 29,7(CH2);

28,5(CH3).

1.3.5.7-O uso de Zn(OTf)2 como ácido de Lewis na geração de íons N-

acilimínios e acetiletos de zinco (Figura 28, Tabela 14)

N

Ph

N Ph

( )n

O OtBu

NO

BrPh

( )nOMe

O

183a, n=1

N

TMS

N TMS

O OtBu

NO

BrTMS

OMe

O

209 210211

NO

Br

OMeN

OMe

O OtBu

N OMe

OOMe

( )n ( )n

192182b, n=1

189, n=2190, n=1191, n=2

precursores de íons N-acilimínios

183b, n=2206, n=1207, n=2 208

heterociclos -substituídos

202

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Parte Experimental

Procedimento Geral: Em um balão, previamente flambado e sob atmosfera de

argônio, contendo uma solução de Zn(OTf)2 (180 mg, 0,50 mmol) em tolueno

seco (1,0 mL), foi adicionado o composto acetilênico (205a ou 205b) (0,30

mmol), seguido de Et3N (0,25 mmol) e TMEDA (0,25 mmol) (todos os reagentes

foram previamente destilados). Após 30 minutos, foi adicionada uma solução do

precursor de íons N-acilimínios (182b, 189-192) (0,25 mmol) em CH2Cl2 (1,0

mL). A reação foi monitorada por CCD e CG até o consumo total do material de

partida. Após término da reação, foi adicionada solução saturada de cloreto de

amônio (5 mL). A fase orgânica foi extraída com CH2Cl2 (2 x 10 mL). As fases

orgânicas foram agrupadas, lavada com solução saturada de cloreto de amônio

e seca em sulfato de magnésio anidro. O bruto reacional obtido após

evaporação do solvente foi submetido à purificação em coluna cromatográfica de

sílica gel em sistema de eluente adequado para fornecer o respectivo produto

desejado.

Carboxilato de 2-(feniletinil)pirrolidina de terc-butila (206)

Rendimento: 59%

Aspecto físico: óleo incolor

Rf (sílica) = 0,42 (hexano/AcOEt 10%)

N P

O OtBu206

h

IV (filme max/cm-1): 3057, 2976, 2931, 2877, 1697, 1599,

1392, 1367, 1165, 1119, 758.

EMAR (70 eV): m/z calculado para C17H21NO2 271,15722; valor encontrado

271,15652.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,31-7,28

(m, 2H); 7,21-7,18 (m, 3H); 4,58 (sl, 1H); 3,43 (sl, 1H); 3,29 (m, 1H); 2,05-1,82

(m, 4H); 1,42 (s, 9H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 154,1; 131,6; 128,1; 127,9; 123,2; 89,9; 81,5;

79,6; 48,8; 45,7; 33,7; 28,5; 24,1.

DEPT (75MHz, CDCl3) : 131,6(CH); 127,9(CH); 123,2(CH); 48,8(CH);

45,7(CH2); 33,7(CH2); 28,5(CH3); 24,1(CH2).

203

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Parte Experimental

Carboxilato de 2-(feniletinil)piperidina de terc-butila (207)

Rendimento: 40%

Aspecto físico: óleo incolor

Rf (sílica) = 0,40 (hexano/AcOEt 10%)

IV (filme max/cm-1): 2979, 2933, 2856, 2213, 1698, 1493,

1386, 1156, 1029, 871.

N

O OtBu

Ph

207

EMAR (70 eV): m/z calculado para C18H23NO2 285,17288; valor encontrado

285,17546.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,47-7,18

(m, 5H); 4,72 e 3,82 (2 x sl, 1H); 3,48 (sl, 2H); 3,28 (m, 2H); 1,96 (sl, 1H); 1,77

(sl, 2H); 1,58 (sl, 3H); 1,41 (s, 9H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 155,1; 154,8; 132,4; 131,6; 129,1; 128,3; 128,1;

127,9; 122,8; 121,7; 81,5; 80,4; 79,8; 79,2; 79,0; 52,3; 44,9; 40,0; 30,8; 28,6;

28,5; 28,4; 25,8; 24,6; 20,2.

Carboxilato de 1-(2-fenil-1-etinil)-1,2,3,4-tetraidro-2-

isoquinolina de terc-butila (208)N

Ph

OMe

O

208

Rendimento: 69%

Aspecto físico: óleo amarelo

Rf (sílica) = 0,63 (hexano/AcOEt 20%)

IV (filme max/cm-1): 3020, 2958, 2216, 1705, 1601, 1448,

1229, 1026, 800.

EMAR (70 eV): m/z calculado para C19H17NO2 291,12593; valor encontrado

291,25474

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,45-7,03

(m, 9H); 6,20-6,00 (m, 1H); 4,20 e 3,45 (2 x sl, 2H); 3,82 (s, 3H); 3,03-2,90 (m,

2H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 156,1; 134,4 e 133,8; 131,7; 130,1; 129,0 e

128,9; 128,7; 128,2 e 128,1; 127,4 e 127,3; 126,6 e 126,5; 89,2; 83,8; 52,3; 58,0;

47,4; 38,8; 28,4.

204

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Parte Experimental

1-(2-Bromoalil)-5-(2-trimetisilil-1-etinil)-2-

azolanona (209)

Rendimento: 58%

Aspecto físico: óleo amarelo

Rf (sílica) = 0,71 (hexano/AcOEt 50%)

IV (filme max/cm-1): 2958, 2924, 2175, 1707, 1645,

1404, 1252, 1051, 847, 762.

NO TMSBr

209

EMAR (70 eV): m/z calculado para C13H22BrNOSi 299,03410; valor encontrado

299,02119

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 5,86 (sl,

1H); 5,63 (sl, 1H); 4,65 (d, J= 15,4 Hz,1H); 4,34 (m, 1H); 3,83 (d, J= 15,4 Hz,1H);

2,55-2,34 (m, 3H); 2,18-2,10 (m, 1H); 0,18 (s, 9H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 174,1; 127,6; 119,9; 102,2; 91,0; 49,2; 48,7;

29,7; 26,1; -0,18.

DEPT (75MHz, CDCl3) : 119,9(CH2); 49,2(CH); 48,7(CH2); 29,7(CH2);

26,1(CH2); -0,18(CH3).

Carboxilato de 1-((trimetisilil)etinil)pirrolidina de terc-

butila (210) N TMS

OtBuO

210

Rendimento: 48%

Aspecto físico: óleo incolor

Rf (sílica) = 0,40 (hexano/AcOEt 10%)

IV (filme max/cm-1): 2974, 2877, 2171, 1707, 1392, 1167, 893.

EMAR (70 eV): m/z calculado para C14H25NO2Si 267,16546; valor encontrado

267,26278.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 4,39 (sl,

1H); 3,45 (sl, 1H); 3,35 (sl, 1H); 2,05 (sl, 3H); 1,95 (sl, 1H); 1,47 (s, 9H); 0,18 (s,

9H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 154,1; 85,5; 79,6; 71,8; 48,7; 45,6; 33,7; 28,4;

23,7; -0,10.

205

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Parte Experimental

DEPT (75MHz, CDCl3) : 48,7(CH); 45,6(CH2); 33,7(CH2); 28,4(CH3); 23,7(CH2);

-0,10(CH3).

Carboxilato de 1-(2-trimetilsilil-1-etinil)-1,2,3,4-

tetraidro-2-isoquinolina de terc-butila (211)

Rendimento: 60%

Aspecto físico: sólido branco (PF = 50,6-51,1ºC)

Rf (sílica) = 0,62 (hexano/AcOEt 20%)

IV (filme max/cm-1): 3022, 2954, 2168, 1709, 1444,

1406, 1248, 1018, 845.

N OMe

O

TMS211

EMAR (70 eV): m/z calculado para C16H21NO2Si 287,13416; valor encontrado

287,13579.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,34-7,30

(m, 1H); 7,28-7,21 (m, 2H); 7,18-7,15 (m, 1H); 5,94 (sl, 1H); 4,25 (sl, 1H); 3,81 (s,

3H); 3,48 (sl, 1H); 3,05-2,94 (m, 1H); 2,87-2,79 (m, 1H).; -0,19 (s, 9H).

RMN de 13C (125MHz, CDCl3) : 155,4; 133,9; 133,7; 129,0; 127,4; 127,2; 126,4;

104,2; 87,8; 52,9; 47,4; 38,5; 28,2; -0,15.

DEPT (75MHz, CDCl3) : 129,0(CH); 127,4(CH); 127,2(CH); 126,4(CH);

52,9(CH3); 47,4(CH); 38,5(CH2); 28,2(CH2); -0,15(CH3).

1.3.5.8- O uso de Zn(OTf)2 como ácido de Lewis na geração de íons N-

acilimínios e acetiletos de zinco na presença de (-)-NME ( Tabela 15)

NO PhBr

NO

Br

OMe

Ph HZn(OTf)2

Base, Solvente, ta

182b 182a

(1,5 equiv.)

(2,0 equiv.)

PhN

OH

(-)-NME

206

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Parte Experimental

Procedimento Geral: Em um balão, previamente flambado e sob atmosfera de

argônio, contendo uma solução de Zn(OTf)2 (180 mg, 0,50 mmol) e (-)-N-

metilefedrina (em quantidade indicada) em solvente indicado (1,0 mL), foi

adicionado fenilacetileno (205a) (45 L, 0,38 mmol), seguido de Et3N (0,25

mmol) e TMEDA (0,25 mmol). Após 30 minutos, foi adicionada uma solução da

lactama 182b (76 mg, 0,25 mmol) em CH2Cl2 (1,0 mL). Após 12 horas de

agitação a temperatura ambiente, foi adicionada uma solução saturada de

cloreto de amônio (5 mL). A fase orgânica foi extraída com CH2Cl2 (2 x 10 mL).

As fases orgânicas foram agrupadas, lavada com solução saturada de cloreto de

amônio e seca sob sulfato de sódio anidro. O bruto reacional obtido após

evaporação do solvente foi submetido à purificação em coluna cromatográfica de

sílica gel tendo hexano/acetato de etila 50% como eluente para fornecer 182a

em rendimentos e excessos enantioméricos indicados na Tabela 15.

1.3.5.9- Reações de ciclização promovidas por Pd(0) (Tabela 16)

NO

BrPh

183a

Condições ReacionaisNO

O

PhOnBu

213a

212a

Procedimento Geral: Em balão, previamente flambado e sob atmosfera de

argônio, contendo o reagente de paládio, trifenilfosfina e carbonato de potássio

(86 mg, 0,62 mmol) em solvente indicado (3,0 mL) foi adicionada uma solução

da lactama 183a (76 mg, 0,25 mmol) em solvente indicado (1,0 mL). Logo em

seguida, foi adicionado o éter n-butil vinilíco (212a) (75 L, 1,0 mmol)

previamente destilado e elevou-se a temperatura até atingir a temperatura

indicada na Tabela 16. Após 18 horas, o solvente da reação foi evaporado em

evaporador rotatório. O bruto reacional foi submetido à purificação em coluna

cromatográfica de sílica gel (tendo hexano/acetato de etila 30 % como eluente)

para fornecer o triciclo 213a em rendimentos indicados na Tabela 16.

207

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Parte Experimental

NO

O

Ph

213a

Aspecto físico: óleo amarelo

IV (filme max/cm-1): 3074, 2974, 2918, 1707,

1639, 1417, 1363, 1188, 1113, 995, 916.

EMAR (70 eV): m/z calculado para C21H25NO2

323,18853; valor encontrado 323,18884.

RMN de 1H (300MHz, CDCl3) (multiplicidade, J(Hz), integração): 7,28-7,18

(m, 5H); 5,82 (d, J = 4,0 Hz, 1H); 4,93-4,89 (m, 1H); 4,45 (d, J = 16,2 Hz, 1H);

4,38-4,32 (m, 1H); 4,25-3,89 (m, 1H); 3,86 (d, J = 16,2 Hz, 1H); 3,51 (t, J = 6,6

Hz, 2H); 2,59-2,48 (m, 2H); 2,19-2,08 (m, 2H); 1,58-1,32 (m, 5H); 0,92 (t, J = 2,8

Hz, 3H).

RMN de 13C (75MHz, CDCl3) : 178,0; 139,5; 138,5; 135,1; 134,6; 133,9; 128,9;

126,8; 122,4; 68,4; 67,2; 53,7; 51,7; 33,8; 32,3; 30,2; 28,9; 20,0; 14,1.

DEPT (75MHz, CDCl3) : 133,9(CH); 128,9(CH); 126,8(CH); 122,4(CH);

68,4(CH); 67,2(CH2); 53,7(CH); 51,7(CH2); 33,8(CH2); 32,3(CH2); 30,2(CH2);

28,9(CH2); 20,0(CH2); 14,1(CH3).

1.3.5.10- Reações de ciclização promovidas por Pd(0): efeito da base

(Tabela 17)

NO

BrPh

183a

Pd(OAc)2 (10 mol%)

NO

OnBu

Ph

OnBu

213a

212a

PPh3 (20 mol%)

Base, MeCN, 80ºC

(4 equiv.)

Procedimento Geral: Em balão, previamente flambado e sob atmosfera de

argônio, contendo Pd(OAc)2 (6 mg, 0,025 mmol), PPh3 (13 mg, 0,05 mmol) e

base (0,62 mmol) em acetonitrila anidra (3,0 mL), foi adicionada uma solução da

lactama 183a (76 mg, 0,25 mmol) em acetonitrila anidra (1,0 mL). Logo em

seguida, foi adicionado o éter n-butil vinilíco (212a) (75 L, 1,0 mmol)

previamente destilado e elevou-se a temperatura até atingir 80ºC. Após 25

208

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Parte Experimental

horas, o solvente da reação foi evaporado em evaporador rotatório. O bruto

reacional foi submetido à purificação em coluna cromatográfica de sílica gel

(tendo hexano/ acetato de etila 30 % como eluente) para fornecer 213a em

rendimentos indicados na Tabela 17.

1.3.5.11- Reações de ciclização promovidas por Pd(0): uso do sal de

fosfônio (Tabela 19)

NO

BrPh

183a

Fonte de PaládioNO

OnBu

PhOnBu

213a

212a

[HPtBu3]BF4 (10 mol%)

Cy2NMe (2.5 equiv.)

(4.0 equiv.)

Solvente, Temperatura

Procedimento Geral: À um balão, previamente flambado e sob atmosfera de

argônio, contendo o reagente de paládio, [HPtBu3]BF4 (7 mg, 0,025 mmol) e

Cy2NMe (0,15 mL, 0,62 mmol) em solvente indicado (2,0 mL), foi adicionada

uma solução da lactama 183a (76 mg, 0,25 mmol) em solvente indicado (1,0

mL). Logo em seguida, foi adicionado o éter n-butil vinilíco (212a) (75 L, 1,0

mmol) previamente destilado e elevou-se a temperatura até atingir a temperatura

indicada na Tabela 19. Após 14 horas, o solvente da reação foi evaporado em

evaporador rotatório. O bruto reacional foi submetido a purificação em coluna

cromatográfica de sílica gel (tendo hexano/ acetato de etila 30 % como eluente)

para fornecer 213a em rendimentos indicados na Tabela 19.

209

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Parte 4

Espectros Selecionados

211

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Espectro 1: Espectro de IV (filme) de 81.

213

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Espectro 2: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 81.

214

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Espectro 3: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de 81.

215

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Espectro 4: Espectro de IV (filme) de 82.

216

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Espectro 5: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 500MHz) de 82.

217

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Espectro 6: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de 82.

218

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Espectro 7: Espectro de IV (filme) de 85c.

219

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Espectro 8: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 85c.

220

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Espectro 9: Espectro de IV (filme) de 86a.

221

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Espectro 10: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz, 55ºC) de 86a.

222

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Espectro 11: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz, 55ºC) de 86a.

223

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Espectro 12: Espectro de IV (filme) de 86b.

224

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Espectro 13: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 86b.

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Espectro 14: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de 86b.

226

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Espectro 15: Espectro de IV (filme) de 86c.

227

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Espectro 16: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 86c.

228

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Espectro 17: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de 86c.

229

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Espectro 18: Espectro de IV (filme) de 87.

230

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Espectro 19: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 87.

231

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Espectro 20: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 125MHz) de 87.

232

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Espectro 21: Espectro de IV (filme) de 88.

233

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Espectro 22: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 88.

234

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Espectro 23: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 125MHz) de 88.

235

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Espectro 24: Espectro de IV (filme) de 89.

236

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Espectro 25: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 89.

237

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Espectro 26: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de 89.

238

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Espectro 27: Espectro de IV (filme) de 90.

239

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Espectro 28: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 90.

240

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Espectro 29: Espectro de RMN de 13C (CDCl3,75MHz) de 90.

241

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Espectro 30: Espectro de IV (filme) de 99.

242

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Espectro 31: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 99.

243

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Espectro 32: Espectro de RMN de13C (CDCl3, 75MHz) de 99.

244

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Espectro 33: Espectro de IV (filme) de 100.

245

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Espectro 34: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 100.

246

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Espectro 35: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de 100.

247

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Espectro 36: Espectro de IV (filme) de 101.

248

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Espectro 37: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 101.

249

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Espectro 38: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de 101.

250

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Espectro 39: Espectro de IV (filme) de 102.

251

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Espectro 40: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 102.

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Espectro 41: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de 102.

253

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Espectro 42: Espectro de IV (filme) de 103.

254

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Espectro 43: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 103.

255

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Espectro 44: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de 103.

256

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Espectro 45: Espectro de IV (filme) de 105.

257

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Espectro 46: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 105.

258

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Espectro 47: Espectro de IV (filme) de 104a.

259

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Espectro 48: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 500MHz) de 104a.

260

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Espectro 49: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 125MHz) de 104a.

261

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Espectro 50: Espectro de IV (filme) de 104b.

262

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Espectro 51: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 104b.

263

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Espectro 52: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de 104b.

264

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Espectro 53: Espectro de IV (filme) de 104c.

265

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Espectro 54: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 500MHz) de 104c.

266

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Espectro 55: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 125MHz) de 104c.

267

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Espectro 56: Espectro de IV (filme) de 106b.

268

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Espectro 57: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 106b.

269

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Espectro 58: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de 106b.

270

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Espectro 59: Espectro de IV (filme) de 106c.

271

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Espectro 60: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 106c.

272

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Espectro 61: Espectro de IV (filme) de 107.

273

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Espectro 62: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 107.

274

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Espectro 63: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de 107.

275

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Espectro 64: Espectro de IV (filme) de 108.

276

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Espectro 65: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 108.

277

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Espectro 66: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de 108.

278

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Espectro 67: Espectro de IV (filme) de 97 recuperado.

279

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Espectro 68: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 97 recuperado.

280

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Espectro 69: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de 97 recuperado.

281

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Espectro 70: Espectro de IV (filme) de 98 recuperado.

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Espectro 71: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 98 recuperado.

283

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Espectro 72: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de 98 recuperado.

284

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Espectro 73: Espectro de IV (filme) de 110.

285

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Espectro 74: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 110.

286

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Espectro 75: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de 110.

287

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Espectro 76: Espectro de IV (filme) de 111.

288

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Espectro 77: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 111.

289

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Espectro 78: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de 111.

290

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Espectro 79: Espectro de IV (filme) de (+/-)-115a.

291

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Espectro 80: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de (+/-)-115a.

292

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Espectro 81: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de (+/-)-115a.

293

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Espectro 82: Espectro de IV (filme) de (+/-)-115b.

294

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Espectro 83: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de(+/-)-115b.

295

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Espectro 84: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de (+/-)-115b.

296

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.

Espectro 85: Espectro de IV (filme) de (+/-)-115c.

297

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Espectro 86: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de (+/-)-115c.

298

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Espectro 87: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de (+/-)-115c.

299

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Espectro 88: Espectro de IV (filme) de (+/-)-116a.

300

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Espectro 89: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de (+/-)-116a.

301

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Espectro 90: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de (+/-)-116a.

302

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Espectro 91: Espectro de IV (filme) de (+/-)-116b.

303

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Espectro 92: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de (+/-)-116b.

304

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Espectro 93: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de (+/-)-116b.

305

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Espectro 94 Espectro de IV (filme) de (+/-)-116c.

306

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Espectro 95: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 500MHz) de (+/-)-116c.

307

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Espectro 96: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 125MHz) de (+/-)-116c.

308

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Espectro 97: Espectro de IV (filme) de (+/-)-117b.

309

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Espectro 98: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 500MHz) de (+/-)-117b.

310

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Espectro 99: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 125MHz) de (+/-)-117b.

311

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Espectro 100: Espectro de IV (filme) de (+/-)-117c.

312

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Espectro 101: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de (+/-)-117c.

313

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Espectro 102: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de (+/-)-117c.

314

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Espectro 103: Espectro de IV (filme) de (+/-)-119a.

315

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Espectro 104: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de (+/-)-119a.

316

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Espectro 105: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 125MHz) de (+/-)-119a.

317

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Espectro 106: Espectro de IV (filme) de (+/-)-119b.

318

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Espectro 107: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de (+/-)-119b.

319

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Espectro 108: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de (+/-)-119b.

320

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Espectro 109: Espectro de IV (filme) de (+/-)-119c.

321

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Espectro 110: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de (+/-)-119c.

322

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Espectro 111: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de (+/-)-119c.

323

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Espectro 112: Espectro de IV (filme) de 181.

324

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Espectro 113: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 181.

325

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Espectro 114: Espectro de IV (filme) de 182a.

326

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Espectro 115: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 500MHz) de 182a.

327

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Espectro 116: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de 182a.

328

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Espectro 117: Espectro de IV (filme) de 183a.

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Espectro 118: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 183a.

330

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Espectro 119: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de 183a.

331

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Espectro 120: Espectro de IV (filme) de 186.

332

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Espectro 121: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 186.

333

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Espectro 122: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de 186.

334

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Espectro 123: Espectro de IV (filme) de 187a.

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Espectro 124: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 187a.

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Espectro 125: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de 187a.

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Espectro 126: Espectro de IV (filme) de 187b.

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Espectro 127: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 187b.

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Espectro 128: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de 187b.

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Espectro 129: Espectro de IV (filme) de 183b.

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Espectro 130: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 183b.

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Espectro 131: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de 183b.

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Espectro 132: Espectro de IV (filme) de 182b.

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Espectro 133: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 182b.

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Espectro 134: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de 182b.

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Espectro 135: Espectro de IV (filme) de 182c.

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Espectro 136: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 182c.

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Espectro 137: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de 182c.

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Espectro 138: Espectro de IV (filme) de 182d.

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Espectro 139: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 182d.

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Espectro 140: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de 182d.

352

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Espectro 141: Espectro de IV (filme) de 188.

353

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Espectro 142: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 188.

354

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Espectro 143: Espectro de IV (filme) de 193.

355

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Espectro 144: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 193.

356

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Espectro 145: Espectro de IV (filme) de 194.

357

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Espectro 146: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 194.

358

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Espectro 147: Espectro de IV (filme) de 195.

359

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Espectro 148: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 195.

360

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Espectro 149: Espectro de IV (filme) de 196.

361

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Espectro 150: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 196.

362

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Espectro 151: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 125MHz) de 196.

363

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Espectro 152: Espectro de IV (filme) de 198.

364

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Espectro 153: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 198.

365

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Espectro 154: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de 198.

366

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Espectro 155: Espectro de IV (filme) de 199.

367

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Espectro 156: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 199.

368

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Espectro 157: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de 199.

369

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Espectro 158: Espectro de IV (filme) de 200.

370

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Espectro 159: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 200.

371

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Espectro 160: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de 200.

372

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Espectro 161: Espectro de IV (filme) de 201.

373

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Espectro 162: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 201.

374

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Espectro 163: Espectro de IV (filme) de eritro-202.

375

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Espectro 164: Espectro de RMN de 1H (CD3CN, 300MHz, 55ºC) de eritro-202.

376

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Espectro 165: Espectro de IV (filme) de eritro-203.

377

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Espectro 166: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de eritro-203.

378

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Espectro 167: Espectro de IV (filme) de 204.

379

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Espectro 168: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 204.

380

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Espectro 169: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de 204.

381

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Espectro 170: Espectro de IV (filme) de 206.

382

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Espectro 171: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 206.

383

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Espectro 172: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de 206.

384

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Espectro 173: Espectro de IV (filme) de 207.

385

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Espectro 174: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 207.

386

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Espectro 175: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de 207.

387

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Espectro 176: Espectro de IV (filme) de 208.

388

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Espectro 177: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 208.

389

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Espectro 178: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de 208.

390

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Espectro 179: Espectro de IV (filme) de 209.

391

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Espectro 180: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 209.

392

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Espectro 181: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 75MHz) de 209.

393

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Espectro 182: Espectro de IV (filme) de 210.

394

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Espectro 183: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 210.

395

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Espectro 184: Espectro de IV (filme) de 211.

396

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Espectro 185: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 211.

397

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Espectro 186: Espectro de RMN de 13C (CDCl3, 125MHz) de 211.

398

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Espectro 187: Espectro de IV (filme) de 213a.

399

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Espectro 188: Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 300MHz) de 213a.

400

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Parte 5

Anexos

401

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402

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Anexos

H

O

Ph

H

N

O H

s-cis0 Kcal.mol-1

H

O

Ph

H

N

O

H

s-trans+ 0,56 Kcal.mol-1

Anexo 1 - Tetraidroisoquinolina: Diferenças de energias entre os isômeros conformacionais s-

cis/s-trans do íon N-acilimínio derivado do trans-fenilcicloexanol.

403

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Anexos

nexo 2- Tetraidroisoquinolina: Diferenças de energias entre os isômeros conformacionais s-

H

O

-Naftil

H

N

O H

s-cis

0 Kcal.mol-1

H

O

-Naftil

H

N

O

H

s-trans+ 0,52 Kcal.mol-1

A

cis/s-trans do íon N-acilimínio derivado do trans- -naftilcicloexanol.

404

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Anexos

nexo 3- Tetraidroisoquinolina: Diferenças de energias entre os isômeros conformacionais s-

O

H

N

0 Kcal.mol-1 s-cis

H-Naftil O H

O

H

N

H

+ 0,58 Kcal.mol-1s-trans

H-Naftil O

A

cis/s-trans do íon N-acilimínio derivado do trans- -naftilcicloexanol.

405

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Anexos

nexo 4- Tetraidroisoquinolina: Diferenças de energias entre os isômeros conformacionais s-

is/s-trans do íon N-acilimínio derivado do 8-fenilmentol.

O

H

N

s-cis

Me

0 Kcal.mol-1

H O HH Ph

s-trans

HMe

+ 0,32 Kcal.mol-1

H

H

O N

OH Ph

A

c

406

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Anexos

Anexo 5

-

oquinol

iferenças de energias entre os isômeros conformacionais s-cis/s-trans do íon N-acilimínio

erivado do trans-fenilcicloexanol.

H

s-cis0 Kcal.mol-1

H

O

Ph

N

O H

H H

s-trans

+ 0,45 Kcal.mol-1

H

O

Ph

N

O

Is

ina:

D

d

407

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Anexos

nexo 6- Isoquinolina: Diferenças de energias entre os isômeros conformacionais s-cis/s-trans do

N-acilimínio derivado do trans- -naftilcicloexanol.

O

H

N

s-cis

0 Kcal.mol-1

H-Naftil O H

O

H

N

H

s-trans+ 0,42 Kcal.mol-1

H-Naftil O

A

íon

408

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Anexos

nexo 7- Isoquinolina: Diferenças de energias entre os isômeros conformacionais s-cis/s-trans do

n N-acilimínio derivado do trans- -naftilcicloexanol.

O

H

N

s-cis

0 Kcal.mol-1

H-Naftil O H

H H

s-trans

+ 0,35 Kcal.mol-1

H

O

-Naftil

N

O

A

ío

409

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410