Upload
dokhanh
View
214
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL
Disciplina: SEMINÁRIOS APLICADOS
NEOSPOROSE BOVINA
Horwald Alexander Bedoya Llano
Orientadora Prof.ª Dr.ª Andréa Caetano da Silva
GOIÂNIA
2013
ii
HORWALD ALEXANDER BEDOYA LLANO
NEOSPOROSE BOVINA
Seminário apresentado junto à disciplina Seminários Aplicados do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás
Nível: Mestrado
Área de Concentração: Sanidade Animal Higiene e Tecnologia de Alimentos
Linha de Pesquisa:
Parasitos e doenças parasitárias dos animais
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Andréa Caetano Da Silva
Comitê de orientação: Prof.ª Dr.ª Ligia Miranda Ferreira Borges Dr.ª Débora Pereira Garcia Melo
GOIÂNIA
2013
iii
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 3
2. 1 Histórico e etiologia ......................................................................................... 3
2.2 Importância econômica..................................................................................... 5
2.3 Epidemiologia ................................................................................................... 7
2.3.1 Distribuição geográfica ............................................................................... 7
2.3.2 Ciclo biológico e hospedeiros ................................................................... 10
2.3.3 Formas infectantes ................................................................................... 12
2.3.4 Fatores de risco associados .................................................................... 14
2.4 Patogênese .................................................................................................... 18
2.5 Lesões e sinais clínicos .................................................................................. 20
2.6 Imunidade ....................................................................................................... 21
2.7 Diagnóstico ..................................................................................................... 22
2.8 Controle e profilaxia ........................................................................................ 25
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 26
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 27
iv
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 Micrografia eletrônica do parasitos em tecido cerebral 1. Grupo de
merozoitos. 2. Comprimento de 60 µm de diâmetro. 3.Grupo de
parasitos com contorno mais irregular. 4. Cisto com parede celular
definida e taquizoítos: 5.. Merozoitos com estruturas: N. Núcleo, MN.
micronema, MI. mitocôndria, R. roptrias ,C. anel polar.........................4
FIGURA 2 Classificação taxonômica de Neospora caninum..................................5
FIGURA 3 Ciclo de vida heteroxeno de Nesopora caninum. O ciclo de vida
completo inclui: Replicação sexual no hospedeiro definitivo (canideos)
e replicação assexuada no hospedeiro intermediário (p.e. bovinos).A
transmissão horizontal vai ser dada pela ingestão de carne
contaminada com cistos no caso de cão ou por água ou pastagem
contaminada por oocistos no caso de bovinos. Hospedeiro
intermediário não excreta oocistos. A transmissão vertical é dada pela
transmissão de taquizoíto via placenta de mãe para filho....................9
FIGURA 4 Fases do ciclo de vida de Neospora caninum. (A) Imprint de fígado de
camundongo infectado experimentalmente com numerosos
taquizoítos (Giemsa). (a) Um taquizoíto em comparação com o
tamanho de um eritrócito (seta); (b) taquizoíto antes da divisão; (c)
taquizoítos em divisão. (B) Corte histológico de um cisto tecidual
dentro de um neurônio na medula espinhal de bezerro infectado
congenitamente (hematoxilina e eosina). Observe-se a espessura da
parede do cisto (setas opostas) englobando bradizoítos (triângulo
aberto). Núcleo da célula hospedeira (seta). (C) oocisto não
esporulado com 11µm de diâmetro. (D) Oocistos esporulados (seta)
com dois esporocistos internos, contendo quatro esporozoítos em
cada......................................................................................................7
v
FIGURA 5 Inserção, invasão, penetração e estabelecimento de um taquizoito de
Neospora caninum numa célula hospedeira. (A) Inserção: O
taquizoito é aleatoriamente orientado para adesão inicial à célula
hospedeira. (B) Iniciação de invasão: Após contato de junção, uma
película é formada dentro do plasmalema da célula hospedeira. (C)
Penetração: O taquizoito empurra a membrana para dentro da célula
formando o vacúolo parasitóforo (VP). Proteinas de superfície das
células (cor amarela) são incluídas no vacúolo. (D) Estabelecimento
do vacúolo parasitóforo: O (VP) é separado do plasmalema,
proteínas (verde) são liberas no VP criando uma associação VP-
organelas, mitocôndrias e o retículo endoplásmico da célula são
posicionadas adjacentes ao VP. Abreviaturas: A- Anel apical, C-
Conóide, D- Grânulos densos, M- Micronema, N –Núcleo, P- Anel
polar e R- Róptrias..............................................................................11
FIGURA 6 Encefalomielite associada com Neospora caninum em fetos de
bezerras naturalmente infectados. (A) Necrose focal central com
células mononucleares na periferia. (B) Encefalite focal. (C) Uma zona
de necrose agora ocupada pelos macrófagos no cérebro de vitela de
4 semanas de idade. (D) Inflamação focal, células gliais alongadas na
medula espinhal de uma bezerra de 3 dias de vida............................12
vi
LISTA DE TABELAS E QUADRO
TABELA 1. Estimativa de custos em vacas e novilhas com risco de aborto por
Neospora caninum em dez países para o ano 2012..........................19
TABELA 2. Soroprevalência para neosporose bovina em países do América do
Sul, 2006- 2013..................................................................................20
QUADRO 1 Tipos de associações para fatores de risco aferidos na neosporose
bovina..................................................................................................24
1 INTRODUÇÃO
A neosporose bovina é uma doença causada pelo protozoário
Neospora caninum, um parasito intracelular obrigatório pertencente ao Phylum
Apicomplexa do qual também fazem parte outros protozoários morfologicamente
similares e com interesse na saúde pública e medicina veterinária como
Toxoplasma gondii e Sarcocystis sp.
Desde sua descoberta em 1988, em canídeos com doenças neuro
musculares, levantamentos sorológicos nos cinco continentes vêm relatando sua
distribuição mundial e hoje em dia é considerada como principal causa de abortos
em bovinos do mundo (ANDERSON et al., 1996; DUBEY, 2003a; DUBEY, et al.,
2007; DUBEY & SHARES, 2011).
Os abortos podem apresentar-se de forma esporádica, endêmica ou
epidêmica, geralmente ocorrendo entre o terceiro e o nono mês de gestação,
sendo mais frequentes em torno do quinto e sexto mês. Segundo SCHARES et al.
(1998), a transmissão congênita é a via mais importante de infecção, podendo
chegar a 93%, no entanto, hospedeiros definitivos como cão doméstico, coiote,
lobo cinzento e dingo têm também um papel importante na transmissão horizontal
e manutenção da infecção nos rebanhos.
A importância econômica da neosporose bovina é atribuída
principalmente aos custos associados ao aborto, valor dos fetos, inseminação
artificial, diminuição da produção de leite e carne, aumento do descarte e à
reposição dos animais. Recentes estudos calcularam perdas econômicas na
ordem de 2,8 bilhões de dólares por ano para um grupo de dez países, entre eles
o Brasil com perdas estimadas em 153,2 milhões de dólares no mesmo período
(REICHEL et al., 2012).
Na atualidade, não existe tratamento eficaz para a eliminação do
parasito e medidas profiláticas como vacinação ainda estão em experimentação,
portanto, o conhecimento dos fatores de risco que predispõem à infecção são
importantes para estabelecer medidas de controle que diminuíam o risco de
transmissão.
Outro aspecto importante a salientar é o potencial zoonótico da
doença, pois embora o parasito ainda não tenha sido isolado de tecidos humanos,
2
anticorpos anti- Neospora caninum já foram relatados em pacientes com
imunodeficiências (LOBATO et al., 2006).
Neste contexto, esta revisão pretende oferecer informações relativas
ao parasito e ressaltar a importância da neosporose no aborto bovino.
3
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2. 1 Histórico e etiologia
No ano 1984, BJERKAS e colaboradores, observaram em seis filhotes
de cães da raça Boxer sintomatologia nervosa e de locomoção. No exame
histopatológico diagnosticou-se encefalomielite e miosite e ao microscópio foi
detectada uma forma de cisto, ainda não identificado, de forma ovóide, com 60
µm de diâmetro, com parede celular bem definida, localizado no sistema nervoso
e em menor número no sistema músculo esquelético dos filhotes (Figura 1).
Testes sorológicos foram empregados para determinar presença de anticorpos
anti-Toxoplasma gondii, nos quais o resultado foi negativo. Macerado de cérebro
dos cães foi inoculado via intramuscular numa espécie de raposa (Alopex
lagopus) que apresentou as mesmas lesões nos tecidos cerebrais que os cães,
enquanto que várias tentativas de produzir a infecção em camundongos foram
mal sucedidas. O fato de serem filhotes da mesma mãe sugeriu a transmissão
congênita ou a infecção pelo leite (BJERKAS et al., 1984).
Em 1988 DUBEY e colaboradores nos Estados Unidos, relataram um
caso clínico em cães com menigoencefalomielite e miosite. Até esse momento
muitos casos clínicos semelhantes eram diagnosticados como toxoplasmose, esta
vez foi identificada a presença de um novo parasito com características
morfológicas e antigênicas diferentes do Toxoplasma gondii, sendo nomeado
como Neospora caninum (DUBEY et al.,1988a). Nesse mesmo ano, foi feito o
primeiro isolamento do parasito em camundongos (DUBEY et al.,1988b).
THILSTED e DUBEY (1989) identificaram N. caninum como possível
agente que causou aborto em 29 fêmeas bovinas holandesas da região Novo
México. Os abortos foram aos cinco meses de prenhez, e nos fetos encontrou-se
encefalite, miocardite e parasitos em tecido cerebral e renal.
DUBEY et al. (1992), relataram pela primeira vez, por meio de infecção
experimental, a capacidade de transmissão vertical de N. caninum em bovinos da
raça Jersey. No ano seguinte foi descrita a obtenção do primeiro isolado de
origem bovina a partir de tecido nervoso de dois fetos abortados (CONRAD et al.,
1993). Na segunda metade da década de 1990 a enfermidade foi reconhecida
4
como principal causa de aborto bovino no mundo (ANDERSON et al., 1996;
DUBEY 2003a; DUBEY et al., 2007).
Outra espécie do parasito, Neospora hughesi, foi descoberta em
equinos, associada também à encefalomielite fetal (MARSH et al, 1998).
Lindsay et al. (1999) confirmaram que o cão era hospedeiro definitivo
da N. caninum.
FIGURA 1 Micrografia eletrônica do parasitos em tecido cerebral 1. Grupo de
merozoitos. 2. Comprimento de 60 µm. 3.Grupo de parasitos com
contorno mais irregular. 4. Cisto com parede celular definida e
taquizoítos: 5.. Merozoitos com estruturas: N. Núcleo, MN.
Micronema, MI. Mitocôndria, R. Roptrias ,C. anel polar.
FONTE: Bjerkas et al., 1984.
5
O N. caninum é um protozoário coccídico, intracelular obrigatório,
pertenecente ao filo Apicomplexa (DUBEY et al. 1988b). Este último, comprende
mais de 5.000 espécies de protozooarios parasitos, mas só um pequeno número
é conhecido como patogênico para o homem e os animais (GOODSWEN et al.,
2013), (Figura 2).
FIGURA 2 Classificação taxonômica de Neospora caninum.
Fonte: Adaptado de Goodswen et al, 2013.
2.2 Importância econômica
O maior impacto econômico observado na neosporose é o aborto
(ALVAREZ-GARCÍA, 2003; DUBEY et al., 2007). Além disso, outras perdas
econômicas devem ser consideradas. Redução na produção de leite, diminuição
de ganho de peso, infertilidade como conseqüência de morte fetal e reabsorção,
descarte e reposição, encurtamento da vida produtiva do animal e assistência
veterinária, são alguns dos fatores mais importantes (ALVAREZ-GARCÍA, 2003).
6
Recentes estudos estimaram perdas econômicas em dez países com
informações de risco de aborto causado por N. caninum. Os dados apresentados
na TABELA 1 relataram uma variação de perdas entre US $ 0,633 a US $ 2,38
bilhões por ano, 65 % destes números correspondem ao setor leiteiro (REICHEL
et al., 2012).
TABELA 1- Estimativa de custos em vacas e novilhas com risco de aborto por
Neospora caninum em dez países para o ano 2012.
Pais Aptidão Vacas com risco (mil)
Custo nacional
($ US mil)
Variação ($ US mil)
Argentina
Leite
8,8
38,5
29,2–85,3
Corte 1,8 48,9 22,6–57,6 Austrália Leite 1,8 26,6 7,1–54,0 Corte 9,7 74,1 27,7–139,5 Brasil Leite 14,2 51,3 35,8–111,3 Corte 29,7 101,0 63,6–111,7 Canadá Leite 1,3 17,1 10,0–32,1 Corte 4,3 14,3 13,6–14,8 México Leite 2,7 68,5 52,4–403,2 Corte 30,3 94,8 94,8–94,8 Holanda Leite 1,7 12,1 8,3–20,2 Nova Zelândia Leite 4,8 35,7 14,5–221,0 Corte 1,1 1,1 1,1–1,1 Espanha Leite 0,9 19,8 7,2–57,9 Corte 1,7 9,8 4,6–15,6 União Soviética Leite 2,0 27,0 10,8–32,4 Estados Unidos
Leite 8,2 546,3 165,8–721,9
Corte 23,6 111,4 64,3–205,7 Total por indústria
Leite 46,3 842,9 341,1–1739,3
Corte 102,2 455,4 292,3–640,8
Total 148,6 1298,3 633,4–2380,1
Adaptado de REICHEL et al., 2012.
7
2.3 Epidemiologia
2.3.1 Distribuição geográfica
A neosporose bovina é uma doença que está presente nos cinco
continentes, sendo relatada como a principal causa de falhas reprodutivas nos
rebanhos bovinos (DUBEY et al., 2007). Quanto à situação real dos rebanhos, os
estudos de soroprevalência são importantes para entender seu comportamento
biológico e distribuição geográfica. Apesar do grande impacto econômico, são
poucos os levantamentos epidemiológicos em países com interesse na produção
de carne e leite. No caso de América do Sul, o Brasil apresenta variabilidade de
dados de soroprevalência entre 7,67% a 91,2%. Estes números para outros
países de América do Sul como Argentina, Colômbia, Equador, Perú, Uruguai e
Venezuela são apresentados na TABELA 2.
8
TABELA 2 Soroprevalência para neosporose bovina em países do América do
Sul , 2004-2013.
PAIS ESTADO NÙMERO DE ANIMAIS
POSITIVOS % FONTE
Argentina 4.190 595 14,2 Moore et al.,
2009
1.042 25,7 Moore et al.,
2008
Brasil Alagoas 1.004 77 7,67 Sousa et al.,
2012
Goiás 358 170 47,49 Guimarães,
2011
Goiás 930 283 30,43 Melo et al., 2006
Maranhão 812 412 50,74 Teixeira et al.,
2010
Mato Groso
do Sul
2.448 449 14,9 Oshiro et al.,
2007
Minas Gerais 559 510 91,2 Guedes et al.,
2008
Minas Gerais 534 247 46,3 Santos et al.,
2009
Pará 160 30 19 Minervino et al.,
2008
Paraná 1.778 431 24,2 Camillo et al.,
2010
Paraná 309 63 20,4 Martins et al.,
2012
Pernambuco 469 163 31,7 Silva et al., 2008
Pernambuco 306 39 12,6 Amaral et al.,
9
2012
Rio de
Janeiro
563 131 23,2 Munhoz et al.,
2006
Santa
Catarina
373 86 23,1 Moura et al.,
2012
São Paulo 615 197 32 Piagentini et al.,
2012
Tocantís 192 48 25 Martins et al.
2011
Colômbia Bogotá-
Nariño-
Caribe
357 193 54,1 Zambrano &
Cotrino, 2001
Córdoba 196 10,2 Oviedo et al.
2007
Antioquia 347 34,6 López et al. 2007
Cesar 108 27 Oviedo et al.
2008
Cesar 300 89 Peña
et al., 2012
Pasto 238 183 76,9 Cedeño &
Benavides, 2013
Equador Centro-Norte 395 166 42 Lozada, 2004
Perú Junín 347 12,4 Puray et al., 2006
Junín 182 85 46,7 Granados, 2012
Uruguai Tacuarembó-
Durazno
734 211 28,8 Furtado et al.,
2011
Venezuela Torres 162 44 Obando et al.,
2010
Yaracuy 550 94 17,1 Escalona et al.,
2010
10
2.3.2 Ciclo biológico e hospedeiros
O ciclo de vida de N. Caninum é do tipo heteroxeno com a reprodução
sexuada ocorrendo no hospedeiro definitivo, e a reproducção assexuada nos
hospedeiros intermediários. O cão doméstico (Canis lupus familiaris)
(MCALLISTER et. al.,1998), o coiote (Canis latrans), o lobo cinzento (Canis lupus)
e o dingo (Canis lupus dingo) são reconhecidos como hospedeiros definitivos
(GOODSWEN et al., 2013). Quanto aos hospedeiros intermediários, além do
bovino e do próprio cão, há confirmação de infecção natural também em antílope,
bisão, búfalo, cabra, camelo, cavalo, cervo, coiote, felinos selvagens, guaxinim,
javali, lagomorfos, lobo, mamíferos marinhos, ovelha, raposa, rinoceronte,
roedores e veado (ÁLVARES-GARCÍA, 2003; DUBEY et al., 2003b; DUBEY et
al., 2007).
O hospedeiro definitivo, cerca de cinco dias após ingerir cistos com
bradizoitos em tecidos infectados, elimina nas fezes oocistos não esporulados,
que podem esporular no ambiente entre 24 a 72 horas, dependendo de
condições de umidade, temperatura e oxigenação (LINDSAY et al., 1999). O
número de oocistos eliminados, o período pré-patente e a duração da eliminação
variam bastante (GONDIM et al., 2002). A parede do oocisto é espessa e permite
que os esporocistos sobrevivam em condições ambientais por longo tempo
(GOODSWEN et al., 2013).
Os hospedeiros intermediários se infectam quando ingerem occistos na
pastagem ou água contaminada. Em seu intestino são liberados os esporozoítos
infectantes que penetram na parede intestinal tornando-se em taquizoítos, que se
dividem rapidamente lesando as células e disseminando a infecção (LINDSAY et
al., 1999).
O ciclo de vida é completado quando os bradizoitos que estão nos
tecidos são ingeridos pelo hopedeiro definitivo (MCALLISTER et al., 1998).
Os estágios de esquizogonia e gametogonia no hospedeiro definitivo
ainda não foram descritos no hospedeiro definitivo (DUBEY et al.,2004).
11
Na transmissão vertical os taquizoitos são passados da mãe ao feto
pela placenta causando infecção fetal que pode gerar aborto (GOODSWEN et al.,
2013) (Figura 4).
FIGURA 3 Ciclo de vida heteroxeno de Nesopora caninum. O ciclo de vida
completo inclui: Replicação sexual no hospedeiro definitivo (canídeos)
e replicação assexuada no hospedeiro intermediário (p.e. bovinos).A
transmissão horizontal vai ser dada pela ingestão de tecidos
contaminados com cistos no caso de cão ou por água ou pastagem
contaminada por oocistos no caso de bovinos. Hospedeiro
intermediário não excreta oocistos. A transmissão vertical é dada pela
transmissão de taquizoíto via placenta de mãe para filho.
Fonte: Goodswen et al.,2013
12
2.3.3 Formas infectantes
As formas infectantes conhecidas de N. caninum são os taquizoitos, os
cistos teciduais contendo os bradizoitos e os oocistos que são eliminados no
ambiente pelas fezes do hospedeiro definitivo.
Os taquizoitos, de multiplicação celular rápida, são ovóides, semilunares ou
globulares dependendo do estágio da divisão, medem entre 1-5 x 3-7 µm., estão
localizados dentro de um vacúolo parasitóforo no citoplasma da célula hospedeira
e cada um pode conter entre 6 a 16 roptrias. Têm sido detectados em células
cerebrais, macrófagos, fibroblastos, células do endotélio vascular, células renais,
miócitos e hepatócitos (DUBEY et al., 2002). Sua multiplicação é assexuada, por
endodiogenia, onde são formados dois novos taquizoítos a partir do taquizoito
original. Essa multiplicação é rápida e ocasiona lise e morte celular, favorecendo
a disseminação da infecção e estabelecimento da doença (DUBEY & LINDSAY,
1996).
Os bradizoitos, de multiplicação celular lenta, estão localizados dentro
dos cistos teciduais, são alongados e medem aproximadamente 2 x 8 µm.
Normalmente contêm as organelas encontradas noutros coccídios como grânulos
densos grandes e pequenos, micronemas e roptrias que podem ser entre 6 e 12.
Podem persisitir no transcurso de toda a vida do hospedeiro sem causar
manifestaçoes clínicas (DUBEY & LINDSAY, 1996).
As formas de cistos são encontradas principalmente em tecidos neurais
e musculares, a sua parede é de até 4 µm de espessura, de contorno ovalado e
sem protrusões ( DUBEY & LINDSAY, 1996).
Os oocistos medem aproximadamente 11,3 x 11,7 µm, sua parede é
incolor e mede entre 0,6 a 0,8 µm de espesura e engloba dois esporocistos que
medem 6,1 x 8,4 µm. Cada esporocisto contém quatro esporozoítos e um resíduo.
Os esporozoitos são alongados e medem 2,0 x 6,5 µm (DUBEY et al. 2002).
Estas características morfológicas podem ser observadas na Figura 3.
13
Figura 4. Fases do ciclo de vida de Neospora caninum. (A) Imprint de fígado de
camundongo infectado experimentalmente com numerosos taquizoítos
(Giemsa). (a) Um taquizoíto em comparação com o tamanho de um
eritrócito (seta); (b) taquizoíto antes da divisão; (c) taquizoítos em
divisão. (B) Corte histológico de um cisto tecidual dentro de um
neurônio na medula espinhal de bezerro infectado congenitamente
(hematoxilina e eosina). Observe-se a espessura da parede do cisto
(setas opostas) englobando bradizoítos (triângulo aberto). Núcleo da
célula hospedeira (seta). (C) oocisto não esporulado com 11µm de
diâmetro. (D) Oocistos esporulados (seta) com dois esporocistos
internos, contendo quatro esporozoítos em cada.
Fonte: (A) e (B) Dubey et al., 2007; (C) e (D) Andreotti et al., 2003.
14
2.3.4 Fatores de risco associados
O conhecimento de fatores de risco associados à infecção por N.
caninum em rebanhos bovinos é importante para o desenvolvimento e
estabelecimento de medidas de controle da neosporose bovina (DUBEY &
SHARES, 2011). São vários os estudos que estabelecem a associação positiva
com a presença ou ausência de fatores de risco para a neosporose.
Idade do animal
O risco de contrair a infecção pode aumentar com a idade e/ ou
número de partos. Estudos sugerem que a transmissão horizontal é de particular
importância nos rebanhos, possivelmente influenciada pelo contato permanente
do hospedeiro intermediário com o hospedeiro definitivo (DUBEY et al., 2007). Na
Etiópia e Croácia estudos demonstraram associação entre animais mais idosos e
a presença de anticorpos anti-N. caninum (ASMARE et al., 2013; BECK et al.,
2010). Para outros autores, tal associação não está presente (ESCALONA et al.,
2010; SOUSA et al., 2012).
Presença de hospedeiro definitivo
A presença de cães nas fazendas aumenta a possibilidade da
transmissão horizontal nos rebanhos (DUBEY et al., 2007). Estudos relataram
associação significativa entre animais soropositivos a neosporose e presença de
cães nos rebanhos (BRUHN et al., 2012; GHALMI et al, 2012; CEDEÑO &
BENAVIDES, 2013; ASMARE et al.,2013). A defecação contamina com oocistos
pastagens, alimentos e água que são consumidos pelo hospedeiro intermediário
(VANLEEUWEN et al ., 2010). Outros estudos demonstraram que o número mais
elevado de oocistos são eliminados por cães jovens (10 a 14 semanas de idade)
do que cães mais velhos ( 2 a 3 anos) (GONDIM et al., 2005). Em contraste,
outros estudos demonstraram ausência de associação respeito à presença de
cães e soropositividade (AGUIAR et al., 2006; ESCALONA et al., 2010;
FIGUEROA et al., 2012).
15
Fatores associados com reprodução
Vacas com histórico de distúrbios reprodutivos foram associadas com
soropositividade à neosporose. O aborto é o sintoma mais frequente (MOORE et
al., 2009; BECK et al., 2010; BRUHN et al., 2012; FIGUEROA et al., 2012;
GHALMI et al., 2012; ASMARE et al.,2013; CEDEÑO & BENAVIDES, 2013).
Infecções associadas a estes distúrbios e repetição de cios e anestros
temporários também apresentaram relação positiva com a prevalência da doença
(ASMARE et al.,2013; BRUHN et al., 2012).
Tamanho do rebanho e aptidão
Observou-se uma tendência de aumento na prevalência de N.
caninum em rebanhos de maior número de animais (ASMARE et al., 2013). Em
uma pesquisa feita em 5.594 vacas de leite e carne na Argentina, encontrou-se
que o maior risco de soropositividade foi para rebanhos leiteiros comparados com
animais de corte, resultados que são explicados possivelmente por práticas de
manejo diferentes nestes rebanhos (MOORE et al ., 2009). ASMARE et al. (2013)
relataram que animais puros são mais suscetíveis à neosporose que animais
cruzados, em quanto que BECK et al. (2010) e SOUSA et al. (2012) não
encontraram associação.
Fonte de reposição de novilhas
A transmissão vertical de N. caninum é muito eficiente (DUBEY et al, 2007). A
alta soroprevalência em bezerras nascidas de mães soropositivas confirma este
fato. Estudos feitos por ASMARE et al. (2013) e BECK et al. (2010)
demonstraram que animais comprados sem a realização prévia de sorologia
apresentam maior risco de infecção para doença.
16
Associação com outras enfermidades
Alguns autores sugerem que infecções que causam imunossupressão
poderiam favorecer a infecção por N. caninum. VANLEEUWEN et al. (2010),
demonstraram associação positiva entre animais soropositivos com diarréia viral
bovina (DVB). No entanto, outro estudo não encontrou associação entre vacas
soropositivas e outras doenças como Herpes vírus Tipo I, Leptospira Hardjo e
Salmonella dublin (BARTELS et al., 1999).
Presença de animais silvestres
Nos Estados Unidos um estudo encontrou associação positiva entre a
presença de animais silvestres como coiotes e raposas em rebanhos leiteiros
(BARLING et al., 2001). No Brasil, o estudo de vários fatores epidemiológicos
como o acesso de animais domésticos e selvagens às instalações das vacas
leiteiras e o contato com alimento revelou também associação significativa com a
doença (MARTINS et al., 2012; SOUSA et al., 2012).
Ingestão de colostro ou leite de vacas infectadas
Estudos experimentais demonstraram que bezerros recém-nascidos
podem se tornar infectados pelo consumo de leite contendo taquizoitos (UGGLA
et al., 1998). No entanto, amamentação de bezerros nascidos de mães
soronegativas em vacas soropositivas não conduziu a uma infecção (DAVISON
et al., 2001). Contudo, há controversia se a transmissão lactogênica é possivel na
transmissão da neosporose, por enquanto, é considerado apenas um fator de
risco.
Estes estudos apresentam-se no QUADRO 1.
17
QUADRO 1 Tipos de associações para fatores de risco aferidos na
neosporose bovina
VARIÁVEL ASSOCIAÇÃO POSITIVA SEM ASSOCIAÇÃO
Idade ASMARE et al.,2013 BECK et al., 2010
ESCALONA et al., 2010 SOUSA et al., 2012
Presença de Cães
DUBEY ET AL., 2007 VANLEUWEN et al., 2010 BRUNH et al., 2012 GHALMI et al, 2012 ASMARE et al.,2013 CEDEÑO & BENAVIDES,2013
AGUIAR et al., 2006 ESCALONA et al., 2010 FIGUEROA et al., 2012
Histórico de abortos
MOORE et al., 2009 BECK et al., 2010 BRUHN et al., 2012 FIGUEROA et al., 2012 GHALMI et al, 2012 ASMARE et al.,2013 CEDEÑO & BENAVIDES, 2013
Repetição de estro
BRUHN et al., 2012
Estado de gestação
GHALMI et al, 2012
Metrite ASMARE et al.,2013
Tamanho do rebanho e aptidão
ASMARE et al.,2013 MOORE et al., 2009
BECK et al., 2010 SOUSA et al., 2012
Fonte de reposição de novilhas
ASMARE et al.,2013 BECK et al., 2010
Higiene GHALMI et al, 2012 ASMARE et al.,2013 GHALMI et al, 2012
Animais Silvestres
ASMARE et al.,2013; BARLING et al., 2001; MARTINS et al., 2012; SOUSA et al., 2012
DVB VANLEUWEN et al., 2010
Floresta GHALMI et al, 2012 AGUIAR et al., 2006
18
2.4 Patogênese
Todos os apicomplexos apresentam um complexo apical composto por
anéis polares, conóides, micronemas, grânulos densos e roptrias responsáveis
pelo processo de reconhecimineto, adesão e invasão da célula hospedeira
(BUXTON et al., 2002, GOODSWEN et al., 2013). A invasão celular é o principal
evento na patogênese da infecção por N. caninum e envolve processos
complexos que podem ser resumidos em três etapas (Figura 5) :
A primeira etapa é caracterizada pelo posicionamiento aleatório inicial
do parasito em torno da célula hospedeira. Após esse primeiro contato, o parasito
reorienta sua extremidade anterior com a célula para a extrusão do conóide,
onde várias proteínas do micronema são secretadas servindo como adesinas,
responsáveis por uma espessa zona de adesão de forma irreversível. O
movimento de invasão vai invaginando a membrana da célula hospedeira
formando o vacúolo parasitóforo (VP) e envolvendo dentro dele antígenos de
superfície imunodominates (HEMPHILL et al., 1996,BUXTON et al., 2002).
A segunda etapa é caracterizada pela secreção de proteínas das
roptrias, que são liberadas dentro do vacúolo e estendem-se ao micronema para
formar associação com organelas do hospedeiro, de modo que mitocôndrias e
retículo endoplasmático são posicionados adjacentes ao vacúolo parasitóforo
(BUXTON et al., 2002).
Na última eapa, proteínas de grânulos densos modificam as proteínas
do micronema e contribuem para a remodelação e maturação do vacúolo
parasitóforo, com a formação de uma rede de membrana intravacuolar
metabolicamente ativa para o crescimento e sobrevivência do parasito (BUXTON
et al., 2002).
Os taquizoitos dentro do vacúolo proliferam por endodiogenia,
produzindo novas gerações de parasitos em poucas horas após infecção e,
subsequentemente, há lise da célula hospedeira e liberação dos taquizoitos que
ficam livres para infectar uma variedade de tecidos e tipos celulares (HEMPHILL,
1999).
19
FIGURA 5
FONTE : BUXTON et al., 2002
Inserção, invasão, penetração e estabelecimento de um taquizoito de Neospora caninum numa célula hospedeira. (A) Inserção: O taquizoito é aleatoriamente orientado para adesão inicial à célula hospedeira. (B) Iniciação de invasão: Após contato de junção, uma película é formada dentro do plasmalema da célula hospedeira. (C) Penetração: O taquizoito empurra a membrana para dentro da célula formando o vacúolo parasitóforo (VP). Proteinas de superfície das células (cor amarela) são incluídas no vacúolo. (D) Estabelecimento do vacúolo parasitóforo: O (VP) é separado do plasmalema; proteínas (verde) são liberas no VP criando uma associação VP-organelas; mitocôndrias e o retículo endoplásmico da célula são posicionadas adjacentes ao VP. Abreviaturas: A- Anel apical, C- Conóide, D- Grânulos densos , M- Micronema , N
–Núcleo, P- Anel polar e R- Róptrias.
20
2.5 Lesões e sinais clínicos
Lesões inflamatórias degenerativas podem ser encontradas nos tecidos
fetais, frequentemente no sistema nervoso central (SNC), coração, músculo
esquelético e fígado (BARR et al.,1991). Lesões macroscópicas são raras, porém,
podem estar presentes no coração, músculo e cérebro. As lesões neurais
consistem em encefalomielite não supurativa caracterizada por infiltração
multifocal, com ou sem necrose. A lesão característica da neosporose no SNC
consiste num foco de infiltração de células mononucleares em torno de uma zona
central de necrose (Dubey et al., 2006), (Figura 6 ).
FIGURA 6 Encefalomielite associada com Neospora caninum em fetos de
bezerras naturalmente infectados. (A) Necrose focal central com
células mononucleares na periferia. (B) Encefalite focal. (C) Uma zona
de necrose agora ocupada pelos macrófagos no cérebro de vitela de
4 semanas de idade. (D) Inflamação focal, células gliais alongadas na
medula espinhal de uma bezerra de 3 dias de vida.
FONTE: Dubey et al., 2006.
21
O principal sinal clínico é o aborto que pode ocorrer tanto em novilhas
como em vacas e apresentar-se de forma esporádica, endêmica ou epidêmica em
qualquer época do ano (ÁVARES-GARCIA, 2003). Se a infecção ocorre no
começo da gestação, pode causar a morte, reabsorção ou autólise do embrião; se
ocorre tardiamente pode ocasionar aborto ou mumificação fetal ( DUBEY, 1999).
Os bezerros que chegam a termo podem nascer com peso reduzido, dificuldade
na locomoção e sintomatologia nervosa (FERRE et al., 2003) .
2.6 Imunidade
A evolução e conseqüência da infecção por N. caninum nos
hospedeiros depende de fatores como o tempo de gestação no qual ocorre a
infecção e a resposta imune do feto (GOODSWEN et al., 2013). Os altos níveis
de progesterona e a resposta imune Th2 (mediada por linfócitos helper tipo 2),
garantem a prenhez mediante a produção de IL4 (interleucina 4), IL5, IL 6, IL9, e
IL10 e a diminuição de moléculas pro-inflamatórias como IL12 e IFN- Ɣ (Interferon
gamma) às quais são prejudiciais para a vida do feto.
Estudos in vitro feitos em camundongos “knockout” têm demonstrado
que o crescimento de taquizoítos é inibido pela produção de IFN- Ɣ (NISHIKAWA
et al., 2003), produzido principalmente pelas células CD4+T (KLEVAR et
al.,2007). Assim, as células CD4+T são componentes chave para produzir
proteção ao feto (TANAKA et al., 2000).
Depois de uma infecção primária, a resposta imune é ativada com a
produção de IFN- Ɣ por macrófagos e outras células mononucleares às quais por
sua vez induzem a diferenciação de taquizoitos em bradizoitos ou vice-versa
(WILLIAMS et al., 2009). Esta inter-conversão entre estágios é uma forma de
adaptação evolutiva do parasito para assegurar a sua proteção frente ao
ambiente hostil fornecido pelo hospedeiro (EASTICK & ELSHEIKHA, 2010) e tem
um papel importante para o recrudescimento ou manutenção da doença (LYONS
et al., 2002).
Uma hipótese que explicaria a capacidade do taquizoito de atravessar
a placenta e chegar até o feto é o comprometimento imunitário da mãe, a imuno-
modulação para não rejeitar o feto e as alterações hormonais da fêmea grávida
22
fornecem uma oportunidade única ao parasito para realizar sua multiplicação e
diferenciação de bradizoito em taquizoito (QUINN et ai. , 2004).
O feto é muito susceptível à infecção por N. caninum quando seus
órgãos de defesa como timo, baço e linfonodos periféricos estão imaturos.
Geralmente se a infecção ocorre antes de 100 dias de gestação o aborto é
iminente (GUY et al., 2001). Se a infecção ocorre entre os 100 e 150 dias de
gestação o sistema imune do feto começa a reconhecer e responder contra o
agente, mas essa resposta é rudimentar e ineficaz, portanto, a maioria dos
abortos ocorre durante este período de gestação (DUBEY et al., 2006). No último
trimestre, o feto é mais imuno-competente e pode chegar ao fim da gestação e
nascer normal, mas congenitamente infectado (WILLIAMS et al., 2000).
Contudo, não há consenso se a morte do feto é devida à resposta
citotóxica pro- inflamatória do hospedeiro gerada para eliminar o taquizoito ou se
é o taquizoito mesmo que causa as lesões no feto (GOODSWEN et al., 2013).
Outro aspecto importante, a saber, é que existe uma imunidade
protetora resultado de uma infecção anterior. Estudos demonstraram que vacas
com exposição prévia a N. caninum eram menos propensas a abortar que vacas
primo-infectadas (MCALLISTER et al., 2000). Vacas com infecção natural crônica
adquirem uma resposta imune protetora contra o agente exógeno, mas no caso
de infecções via endógena como a transplacentária, esta proteção é ineficaz
(WILLIAMS et al., 2003).
2.7 Diagnóstico
O diagnóstico definitivo da N. caninum é feito através da identificação
do parasito nos tecidos, especialmente no feto bovino abortado e placenta
(CAETANO DA SILVA, 2004). O feto inteiro deve ser transportado imediatamente
ao laboratório, mesmo quando já tiver algum grau de autólise. Se não for possível,
amostras principalmente de cérebro, coração, fígado, timo, baço, rins, músculo e
placenta devem ser examinadas por exame histopatológico, após serem fixadas
em formol a 10%. Fluidos corporais e sangue fetal devem ser avaliados por
sorologia (ALVARES-GARCIA, 2003).
23
O diagnóstico clínico é difícil, principalmente nos animais cronicamente
infectados, devido à inexistência de sinais, e deverá ser confirmado pelo
diagnóstico laboratorial.
Diagnóstico laboratorial
A infecção por N. caninum pode ser demonstrada por técnicas
histopatológicas, imunoistoquímica (IHQ), técnicas moleculares pelo isolamento
em cultivo celular ou em camundongos, ou ainda por técnicas sorológicas como
reação de imunofluorescência indireta (IFI), ELISA e aglutinação direta (DUBEY &
SCHARES, 2011).
Na técnica histopatológica, realizada principalmente em tecidos do
SNC do feto bovino, podem-se observar lesões compatíveis com a doença como
meningoencefalite necrotizante multifocal. Miocardite, miosite, nefrite, hepatite,
pneumonia e adrenalite focal não supurativa caracterizada pela presença de
células mononucleares também podem ser observadas (THILSTED &. DUBEY,
1989). O parasito nestas lesões pode ser confirmado por IHQ, empregando
anticorpos específicos marcados com uma enzima (conjugado imunoenzimático)
para detectar antígenos anti-N. caninum no corte histológico (CORBELLINI et al.,
2002). Estas técnicas têm baixa sensibilidade, devido ao pouco número de
parasitos encontrados nos tecidos que na maioria dos casos estão autolisados e
nem sempre são visíveis nos cortes histológicos, contudo, são consideradas
técnicas correntes para o diagnóstico de neosporose (ANDERSON et al., 2000).
A técnica de PCR (reação em cadeia da polimerase) vem sendo usada
freqüentemente para o diagnóstico da doença devido á sua alta especificidade e
sensibilidade, ao permitir a detecção do agente e quantificação por meio da
amplificação do material genômico a partir de pequenas amostras de tecidos
muitas vezes também autolisados (COLLANTES-FERNANDEZ et al., 2002).
O isolamento e cultivo in vitro de N. caninum é difícil como técnica de
diagnóstico. Inicialmente foi cultivado em monócitos e células do endotélio de
artéria cardiopulmonar de bovinos, recentemente, os taquizoítos têm sido
cultivados em outros tipos de células, tais como células Vero, rim de bovino,
24
fibroblasto humano, cérebro de feto de camundongo e uma série de outras
linhagens de células estabelecidas em laboratório (GARCÍA-MELO et al., 2009).
Testes sorológicos
Para o diagnóstico em animais vivos que apresentam clínica
compatível com a doença, o exame de escolha é a sorologia.
Os mais utilizados são o teste de imunofluorescência indireta (IFI) e o
teste de ELISA (BJÖRKMAN et al., 2006). O primeiro teste emprega anticorpos
anti- N. caninum secundários específicos conjugados a um fluorocromo, quanto
ao segundo teste, é usada uma enzima.
A reação de imunofluorescência indireta (IFI) foi o primeiro teste
empregado no diagnóstico sorológico da neosporose, sendo utilizado no
diagnóstico da infecção em várias espécies animais, como: cães, raposas, gatos,
bovinos, ovinos, caprinos, búfalos, eqüinos, roedores e primatas (DUBEY, et al.,
1988b). O princípio do método da IFI é a detecção de anticorpos direcionados aos
antígenos da superfície celular dos taquizoítos (ANDREOTTI et al., 2003).
O teste imunoenzimático ELISA é o principal método sorológico
utilizado nas avaliações dos rebanhos bovinos, com finalidades diagnósticas e de
pesquisa. O teste imunoenzimático apresenta algumas vantagens em relação ao
método da IFI, tais como a rapidez na realização de maior número de testes e a
maior objetividade na interpretação de resultados (BJÖRKMAN et al., 2006).
Nas amostras de soros de fetos e bezerros natimortos ou fracos, a
sorologia pode ser utilizada como complemento ou como método alternativo do
exame histopatológico e imunoistoquímico. A presença de anticorpos específicos
de N. caninum no soro fetal ou soro pré-colostro de bezerro indica infecção
congênita, porque não existe transferência de anticorpos maternos nos
ruminantes durante a gestação (SAGER et al., 2001).
Outra técnica utilizada é o teste de aglutinação direta para a detecção
de anticorpos anti-N. caninum baseado no princípio da aglutinação de taquizoitos,
na presença de anticorpos específicos e tem como vantagem não necessitar de
um anticorpo secundário, espécie-específico, tornando-se, portanto, numa técnica
simples e com capacidade de ser utilizada para diferentes espécies de
hospedeiros (CAETANO DA SILVA, 2004).
25
A associação dessas técnicas de diagnóstico com informações
referentes ao histórico do rebanho aumenta a probabilidade de detectar a
infecção por N. caninum.
2.8 Controle e profilaxia
O controle da neosporose deve ser feito por meio de ações que visem
interromper as vias de transmissão do agente. A identificação de animais
positivos para posterior eliminação e prevenção do ingresso de novos animais
infectados ao rebanho pode diminuir a transmissão vertical (ÁLVARES-GARCIA,
2003). Quanto à transmissão horizontal, deve ser feito um controle na população
de hospedeiros definitivos (DUBEY et al., 2007).
Não há tratamento eficaz. Entretanto, drogas como o toltrazuril têm
sido testadas em camundongos infectados experimentalmente, demonstrando o
bloqueio de transmissão transplacentária (GOTTSTEIN et al., 2005).
Recentemente pesquisas feitas na Espanha vêm desenvolvendo uma
vacina a partir de um novo isolado de N. caninum (Nc-Espanha 1H). Este isolado
foi obtido do cérebro de uma bezerra congenitamente infectada, porém
assintomática. Estudos envolvendo bioensaio em laboratórios demonstraram seu
comportamento não virulento em camundongos (BALB/c), experimentalmente
infectados. Resultados parciais demonstraram que o grupo que recebeu
imunização com 5 x 105 taquizoitos Nc-Espanha 1H apresentou transmissão
vertical de apenas 2,3% enquanto que, no grupo que não recebeu imunização, a
transmissão vertical foi de 89,1%. Além disso, limitou completamente a infecção
cerebral (ROJO-MONTEJO et al., 2013).
26
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar de a neosporose apresentar envolvimento comprovado no
aborto bovino em todo o mundo, para melhor compreensão sobre a enfermidade
ainda é necessária a realização de outros levantamentos sorológicos em países
onde a sua distribuição é desconhecida, aferir os prejuízos econômicos reais e
identificar fatores de risco associados.
São muitos os enigmas existentes devido à excelente adaptação do
parasito ao hospedeiro. Estudiosos chamam a esse processo microevolução
ligada estreitamente às suas características virulentas e a sua capacidade para
evadir a resposta imune do hospedeiro. Perguntas como qual é o fator que
desencadeia a inter-conversão de bradizoito a taquizoito, por que o bradizoito é
capaz de evadir a resposta imune e ao tratamento, se o bradizoito é só uma fase
inofensiva do ciclo parasitário ou tem algum papel na patogenia do aborto e se a
morte do feto ocorre pela resposta imune do hospedeiro ou por as lesões
causadas pelos taquizoitos, são só algumas questões que terão que ser
elucidadas.
Outro aspecto importante que deverá ser comprovado é o potencial
zoonótico da doença, já que o estreito contato do homem com o hospedeiro
definitivo, o cão, é maior do que com o gato, fonte de infecção para o Toxoplasma
gondii, parasito filogeneticamente próximo e importante na saúde pública.
Contudo, esses conhecimentos da biologia, patogenia, resposta imune
e epidemiologia permitirão desenvolver e implementar estratégias para
prevenção, controle e tratamento da neosporose, considerada a mais importante
causa de aborto bovino do mundo.
27
REFERÊNCIAS
1. AGUIAR, D.M.; CAVALCANTE, G.T.; RODRIGUES, A.A.R.; LABRUNA,
M.B.; CAMARGO, L.M.A.; CARNARGO, E.P.; GENNARI, S.M. Prevalence of anti-
Neospora caninum antibodies in cattle and dogs from Western Amazon, Brazil, in
association with some possible risk factors. Veterinary Parasitology, v. 142, n. 1-
2, p. 71-77, 2006
2. ÁLVARES-GARCÍA, G. Identificación y caracterización de antígenos
de Neospora caninum com interés inmunodiagnóstico em bovinos. 2003.
301f.Tese (Doutorado) – Departamento de sanidade Animal. Facultad de
Veterinária, Universidad Complutense de Madrid, Madrid.
3. AMARAL, R.L.G.; SILVA, L.B.G.; PINHEIRO JÚNIOR, J.W.;,. SOUZA, O. L.
N.; LEAL, C.A.S.; PORTO, W. J. N.; BARBOSA, J.M.P.; MOTA, R.A.Neospora
caninum in cattle slaughter in the states of Pernambuco and Alagoas, Brazil.
Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 32, n. 10, p. 963-966. 2012.
4. ANDERSON, M.L.; ANDRIANARIVO, A.G.; CONRAD, P.A. Neosporosis in
cattle. Animal Reproduction Science, v. 60-61, p. 417-31, 2000.
5. ANDERSON, M.L.; BARR, B.C.; ROWE, J.D.; SVERLOW, K.W.;
PACKHAM, A.E.; CONRAD, P.A. Neosporosis and abortion in dairy cattle.
Western Canadian Dairy Seminar, Alberta, v. 8, p. 197-209, 1996.
6. ANDREOTTI, R.; LOCATELLI-DITTRICH, R.; SOCCOL, V. T.,; PAIVA, F.
Diagnóstico e controle da neosporose em bovinos. Documentos/Embrapa
Gado de Corte, campo grande, 2003, 51 p.
7. ASMARE, K.; REGASSA, F.; ROBERTSON, L. J.; SKJERVE, E.
Seroprevalence of Neospora caninum and associated risk factors in intensive or
semi-intensively managed dairy and breeding cattle of Ethiopia. Veterinary
28
Parasitology, v.193, n. 1-3,p.85–94,mar.2013. DOI:
http://dx.doi.org.ez49.periodicos.capes.gov.br/10.1016/j.rvsc.2011.12.015
8. BARLING, K. S.; MCNEILL, J. W.; PASCHAL, J. C.; MCCOLLUM, F. T.;
CRAIG, T. M.; ADAMS, L. G.; THOMPSON, J. A. Ranch-management factors
associated with antibody seropositivity for Neospora caninum in consignments of
beef calves in Texas, USA. Preventive Veterinary Medicine, v. 52, n. 1, p. 53-
61, 2001.
9. BARR, B.C.; ANDERSON, M.L.; DUBEY,J.P.; CONRAD, P.A. Neospora-
like protozoal infections associated with bovine abortions. Veterinary Pathology,
v.28, n.2, p. 110–116, mar. 1991.
10. BARTELS, C. J. M.; WOUDA, W.; SCHUKKEN, Y. H. Risk factors for
Neospora caninum associated abortion storms in dairy herds in The Netherlands
(1995 to 1997). Theriogenology, vl. 52, n. 2, p. 247-257, 1999.
11. BECK, R.; MARINCULIĆ, A.; MIHALJEVIĆ, Ž.; BENIĆ, M.; MARTINKOVIĆ,
F. Seroprevalence and potential risk factors of Neospora caninum infection in
dairy cattle in Croatia. Veterinarski Arhiv, v. 80, n. 2, p. 163-171, 2010.
12. BJERKAS, I.; MOHN, S.F.; PRESTHUS, J. Unidentified cyst-forming
sporozoon causing encephalomyelitis and myositis in dogs. Zeilshrift.
Parasitenkunde Parasitology Research, v.70, pp. 271–274. 1984.
13. BJÖRKMAN, C., ALVAREZ-GARCIA, G., CONRATHS, F. J., MATTSSON,
J. G., ORTEGA-MORA, L. M., SAGER, H., & SCHARES, G. Neospora caninum
IgG avidity tests: an interlaboratory comparison. Veterinary Parasitology, v.140,
n. 3, p. 273-280, 2006.
14. BRUHN, F. R. P.; DAHER, D. O.; LOPES, E.; BARBIERI, J. M.; DA
ROCHA, C. M. B. M.; GUIMARÃES, A. M. Factors associated with seroprevalence
29
of Neospora caninum in dairy cattle in southeastern Brazil. Tropical Animal
Health and Production, v. 45, n. 5, p. 1093-1098, 2012.
15. BUXTON, D.; MCALLISTER, M. M.; DUBEY, J. P. The comparative
pathogenesis of neosporosis. Trends in Parasitology, v. 18, n. 12, 2002.
16. CAETANO DA SILVA, A. Diagnóstico da neosporose bovina. Revista
Brasileira de Parasitologia Veterinária, v.13, n. sup 1, p. 29-33, 2004.
17. CAMILLO, G.; CADORE, G.; CEZAR, AS.; TOSCAN, G.; BRAUNIG, P.;
SANGIONI, L.A.; VOGEL, F.S.F. Anticorpos anti-Neospora caninum em bovinos
de leite do sudoeste do Paraná. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e
Zootecnia, v. 62, p.1511-1513, 2010. Disponível em: .doi.org/10.1590/S0102-
09352010000600033
18. CEDEÑO, D.Q; BENAVIDES, B. Seroprevalence and risk factors
associated to Neospora caninum in dairy cattle herds in the municipality of Pasto,
Colombia. Revista Mvz Cordoba, v. 18, n.1, p. 3311-3315, 2013.
19. COLLANTES-FERNÁNDEZ, E.; ZABALLOS, A.; ÁLVAREZGARCIA, G.;
ORTEGA-MORA, L. M. Quantitative detection of Neospora caninum in bovine
aborted fetuses and experimentally infected mice by real-time PCR. Journal of
Clinical Microbiology, v.40, p. 1194-1198, 2002.
20. CONRAD, P.A.; BARR,B.C.; SVERLOW, K.W.; ANDERSON, M.;
DAFT,B.;KINDE, H.; J. P. DUBEY, J.P.; MUNSON, L. AND ARDANS, A. In vitro
isolation and characterization of a Neospora sp. from aborted bovine fetuses.
Parasitology, v.106, p. 239-249. 1993. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1017/S0031182000075065
21. CORBELLINI, L. G.; DRIEMEIER, D.; CRUZ, C. F. E.; GONDIM, L.F.P.;
WALD, V. Neosporosis as a cause of abortion in dairy cattle in Rio Grande do Sul,
southern Brazil. Veterinary Parasitology, v. 103, n. 3, p. 195-202, 2002.
30
22. DAVISON, H. C., C. S.; MCGARRY, J.W.; GUY, F.; WILLIAMS,D.J.L.;
KELLY, D.F.; TREES, A.J. Experimental studies on the transmission of Neospora
caninum between cattle. Research in Veterinary Science, v. 70,n. 2, p. 163–
168, 2001.
23. DUBEY, J.P.; CARPENTER, J.L.; SPEER, C.A.; TOPPER, M.J.; UGGLA,
A. Newly recognized fatal protozoan disease of dogs. Journal of the American
Veterinary Medical Association, v. 192, n. 9, p. 1269-1285, 1988a.
24. DUBEY, J.P.; HATTEL,A.L.; LINDSAY, D.S.; TOPPER, M.J. Neonatal
Neospora caninum infection in dogs: isolation of the causative agent and
experimental transmission. Journal of the American Veterinary Medical
Association, v. 193, n. 10, p. 1259-1263, nov 1988b.
25. DUBEY, J. P.; LINDSAY, D. S.; ANDERSON, M. L.; DAVIS, S. W.; SHEN,
S. K. Induced transplacental transmission of Neospora caninum in cattle. Journal
of the American Veterinary Medical Association, Schaumburg, v. 201, n.5, p.
709, 1992.
26. DUBEY, J.P; LINDSAY, D.S. A review of Neospora caninum and
neosporosis. Veterinary Parasitology, Beltsville, v. 67, n. 1, p. 1-59, 1996.
27. DUBEY JP. Neosporosis the first decade of research. International
Journal for Parasitology, Beltsville, v. 29, n.10, p. 1485-14888, 1999.
28. DUBEY, J.P.; BARR, B.C.; BARTA, J.R.; BJERKAS, I.; BJORKMAN, C.;
BLAGBURN, B.L.; BOWMAN, D.D.; BUXTON, D.; ELLIS, J.T.; GOTTSTEIN, B.;
HEMPHILL, A.; HILL, D.E.; HOWE, D.K.; JENKINS, M.C.; KOBAYASHI, Y.;
KOUDELA, B.; MARSH, A.E.; MATTISSON, J.G.; McALLISTER, M.M.; MODRY,
D.; OMATA, Y.; SIBLEY, L.D.; SPERR, C.A.; TREES, A.J.; UGGLA, A.; UPTON,
S.J.; WILLIAMS, D,J.L.; LINDSAY, D.S. Redescription of Neospora caninum and
its differentiation from related coccidia. International Journal for Parasitology,
31
v.32, n.8, p.929-946, 2002. Disponível em: doi.org/10.1016/S0020-
7519(02)00094-2
29. DUBEY, J. P. Review of Neospora caninum and neosporosis in animals.
The Korean Journal of Parasitology, v. 41, n. 1, p. 1-16, 2003a.
30. DUBEY, J. P.; ZARNKE, R.; THOMAS, N. J.; WONG, S. K.; BONN, W. V.;
BRIGGS, M.; DAVIS, J.W.; EWING, R.; MENSE, M.; KWOK, O.C.H.; ROMAND,
S.; THULLIEZ, P. Toxoplasma gondii, Neospora caninum, Sarcocystis neurona
and Sarcocystis canis-like infections in marine mammals. Veterinary
Parasitology, v. 116, n. 4, p. 275-296, 2003 b.
31. DUBEY, J. P.; SREEKUMAR, C.; KNICKMAN, E.; MISKA, K. B.; VIANNA,
M. C. B.; KWOK, O. C. H.; HILL, D.E.; JENKINS, M.V.; LINDSAY, D.S.; GREENE,
C. E. Biologic, morphologic, and molecular characterisation of Neospora caninum
isolates from littermate dogs. International Journal for Parasitology, v. 34, n.
10, p. 1157-1167, 2004.
32. DUBEY, J.P.; BUXTON, D.; WOUDA, W.. Pathogenesis of bovine
neosporosis. Journal of Comparative Pathology, v. 134, p. 267–289, 2006.
33. DUBEY, J.P.; SCHARES, G.; ORTEGA-MORA, L.M. Epidemiology and
control of neosporosis and Neospora caninum. Clinical Microbiology Reviews,
Washington, v. 20, n. 2, p. 323-367, 2007.
34. DUBEY, J.P.; SCHARES, G. Neosporosis in animals the last five years.
Veterinary Parasitology, v. 180, n.1-2, p. 90-108. 2011.
35. EASTICK, F. A.; ELSHEIKHA, H. M. Stress-driven stage transformation of
Neospora caninum. Parasitology Research, v. 106, n. 5, p. 1009-1014, 2010.
36. ESCALONA, J.; GARCÍA, F.; MOSQUERA, O.; VARGAS, F.; CORRO, A.
Factores de riesgo asociados a la prevalencia de Neosporosis Bovina en el
32
municipio Bolívar del estado Yaracuy, Venezuela. Zootecnia Tropical, v. 28, n. 2,
p. 201-211, 2010.
37. FERRE, I.; ÁLVAREZ-GARCIA, G.; COLLANTES-FERNÁNDEZ, E.;
PÉREZ, F. J.; ORTEGA-MORA, L. M. Diagnóstico de la infección y del aborto
causado por Neospora caninum en los bovinos. Producción Animal, v.190, p.
52-62, 2003.
38. FIGUEROA, V. J; MORALES S. E.; MARTINEZ, J.J. Risk factors
associated with infection by Neospora caninum in dual- purpose cattle in the
central region of Veracruz, Mexico.(Report). The Internet Journal of Veterinary
Medicine, v. 9, n. 1, 2012.
39. FURTADO, A.; ROSADILLA, D.; CATTÁNEO, M.; BERMÚDEZ, J.;
PUENTES, R. Ocorrência de anticorpos anti-Neospora caninum em pequenas
propriedades leiteiras do Uruguai. Ciência Rural, v. 41, n.4, p. 673-675, 2011.
40. GARCÍA-MELO D.P.; REGIDOR-CERRILLO, J.; ORTEGA-MORA, L.M.;
COLLANTES-FERNÁNDEZ, E.; DE OLIVEIRA V.S.F.; DE OLIVEIRA M.A.P.; et
al. Isolation and biological characterization of a new isolate of Neospora caninum
from an asymptomatic calf in Brazil. Acta Parasitológica, Warsaw, v.54, p. 2, p.
180-185, jun. 2009.
41. GHALMI, F.; CHINA, B.; GHALMI, A.; HAMMITOUCHE, D.; LOSSON, B.
Study of the risk factors associated with Neospora caninum seroprevalence in
Algerian cattle populations. Research in veterinary science, v. 93, n. 2, p. 655-
661, 2012.
42. GONDIM, L.F.P.; GAO, L.; MCALLISTER, M.M. Improved production of
Neospora caninum oocysts, cyclical oral transmission between dogs and cattle,
and in vitro isolation from oocysts. Journal of Parasitology, v.88, n.6, p.1159-
1163, 2002.
Disponível em: doi.org/10.1645/0022-3395(2002)088[1159:IPONCO]2.0.CO;2
33
43. GONDIM, L. F. P.; MCALLISTER, M.M.; GAO L. Effects of host maturity
and prior exposure history on the production of Neospora caninum oocysts by
dogs. Veterinary Parasitology, v. 134, n. 1-2, p. 33-39, 2005.
44. GOODSWEN, S.J.; KENNEDY, P.J.; ELLIS, J.T. A review of the infection,
genetics, and evolution of Neospora caninum: From the past to the presente.
Infection, Genetics and Evolution, Volume 13, Jan, p. 133–150. 2013. Diponivel
em: http://dx.doi.org/10.1016/j.meegid.2012.08.012
45. GOTTSTEIN, B.; RAZMI, G. R.; AMMANN, P.; SAGER, H.; MÜLLER, N.
Toltrazuril treatment to control diaplacental Neospora caninum transmission in
experimentally infected pregnant mice. Parasitology, v. 130, n.1,p. 41-48, 2005.
46. GRANADOS Z. S. J. Frecuencia de Neospora caninum en bovinos
lecheros de 4 distritos del Valle del Mantaro. 2012, 84f. Trabalho Final de
Curso (Graduação em Medicina Veterinäria)- Facultad de Medicina Veterinaria,
Universidad Nacional Mayor de San Marcos, Lima, Perú.
47. GUEDES, M. H. P.; GUIMARÃES, A. M.; ROCHA, C. M. B. M.; HIRSCH, C.
Frequência de anticorpos anti-Neospora caninum em vacas e fetos provenientes
de municípios do sul de Minas Gerais. Revista Brasileira de Parasitologia
Veterinária, v. 17, n. 4, p. 189-194, 2008.
48. GUIMARÃES, M. S. Diagnóstico sorológico e avaliação da ocorrência
da transmissão vertical de Neospora caninum nos rebanhos bovinos
curraleiro e pantaneiro. 2011. 107f. Dissertação (Mestrado em Ciência animal)-
Escola de Veterinária e |Zootecnia, Universidade Federal de Goiás, Goiânia.
49. GUY, C.S.; WILLIAMS, D.J.L.; KELLY, D.F.; MCGARRY, J.W.; GUY, F.;
BJORKMAN, C.; SMITH, R.F.; TREES, A.J. Neospora caninum in persistently
infected, pregnant cows: spontaneous transplacental infection is associated with
34
an acute increase in maternal antibody. Veterinary Record, v. 149, n. 15, p. 443,
2001.
50. HEMPHILL, A.; GOTTSTEIN, B.; KAUFMANN, H. Adhesion and invasion
of bovine endothelial cell by Neospora caininum. Parasitology, Londres, v.112, n.
2, p.183-197, fev. 1996.
51. HEMPHILL, A. The host-parasite relationship in neosporosis. Advances in
Parasitology, v. 43, p. 47-104, 1999.
52 . KLEVAR, S.; KULBERG, S.; BOYSEN, P.; STORSET, A.K.; MOLDAL, T.;
BJORKMAN, C.; OLSEN, I. Natural killer cells act as early responders in an
experimental infection with Neospora caninum in calves. International Journal
for Parasitology, v. 37,n.3, p. 329– 339, 2007.
53. LOBATO, J.; SILVA, D. A.; MINEO, T. W.; AMARAL, J. D.; SEGUNDO, G.
R. S.; COSTA-CRUZ, J. M.; FERREIRA, M.S.; BORGES, A.S.; MINEO, J. R.
Detection of immunoglobulin G antibodies to Neospora caninum in humans: high
seropositivity rates in patients who are infected by human immunodeficiency virus
or have neurological disorders. Clinical and Vaccine Immunology, v. 13,n. 1, p.
84-89, 2006.
54. LÓPEZ, G.; RESTREPO, B.N.; RESTREPO, M.; LOTERO, M.A.;
MURILLO, V.E.; CHICA, A. et al. Estudio para evidenciar la presencia de
Neospora caninum en bovinos de la hacienda San Pedro en el municipio de
Fredonia. Revista CES Medicina Veterinaria y Zootecnia. v. 2, n. 1, 2007.
55. LOZADA, E. Determinación de la presencia de anticuerpos a Neospora
caninum en hatos lecheros de la sierra Centro Norte del Ecuador. 2004,
Tese. Doctorado en Medicina Veterinaria y Zootecnia. Universidad Central del
Ecuador, Quito.
35
56. LYONS, R.E.; MCLEOD, R.; ROBERTS, C.W. Toxoplasma gondii
tachyzoitebradyzoite interconversion. Trends in Parasitology, v. 18, n. 5, p. 198–
201, 2002.
57. MARSH,A.E.; BARR, B.C.; PACKHAM, A.E.; CONRAD, P.A. Description of
a new species (Protozoa: Apicomplexa: Sarcocystidae). Journal of Parasitology,
v. 84, p. 983–991. 1998.
58. MARTINS, A. A.; ZAMPROGNA, T. D. O.; LUCAS, T. M., CUNHA, I. A. L.
D.; GARCIA, J. L.; SILVA, A. V. D. Fatores de risco para a infecção por Neospora
caninum em propriedades leiteiras de Umuarama, PR, Brasil. Arquivos Ciência
Veterinária e Zoologia da UNIPAR, v.15, n. 2, 2012.
59. MARTINS, N. É. X.; FRESCHI, C. R.; BAPTISTA, F.; MACHADO, R. Z.;
FREITAS, F. L. D. C., ALMEIDA, K. D. S. Ocorrência de anticorpos anti-Neospora
caninum em vacas lactantes do município de Araguaína, estado do Tocantins,
Brasil. Revista de Patologia Tropical, v.40, n.3, p. 231-238, 2011.
60. MCALLISTER, M.M.; DUBEY, J.P.; LINDSAY, D.S.; JOLLEY, W.R.;
WILLS, R.A.; MCGUIRE, A.M. Dogs are definitive hosts of Neospora caninum.
International Journal Parasitology, Nova Iorque, v. 28, n. 9, p. 1473-8, 1998.
61. MCALLISTER, M.M.; BJORKMAN, C.; ANDERSON-SPRECHER, R.;
ROGERS, D.G. Evidence of point-source exposure to Neospora caninum and
protective immunity in a herd of beef cows. Journal of the American Veterinary
Medical Association, v. 217,n. 6, p. 881–887, 2000.
62. MELO, D.P.G.; SILVA, A.C. DA; ORTEGA-MORA, L.M.; BOAVANTURA,
C.M. Prevalence of antibodies anti-Neospora caninum in bovines from Anápolis
and Goiânia micro regions, Goiás, Brazil. Prevalência de anticorpos anti-
Neospora caninum em bovinos das microrregiões de Goiânia e Anápolis, Goiás.
Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, v. 15, n. 3, p. 105-109, 2006
36
63. MINERVINO, A.H.H.; RAGOZO, A.M.A.; MONTEIRO, R.M.; ORTOLANI,
E.L.; GENNARI, S.M. Prevalence of Neospora caninum antibodies in cattle from
Santarém, Pará, Brazil. Research Veterinary Science, v. 84, p. 254-256,
2008.Disponível em : doi.org/10.1016/j.rvsc.2007.05.003,
64. MOORE, D. P.; REGIDOR-CERRILLO, J.; MORRELL, E.; POSO, M. A.;
CANO, D. B.; LEUNDA, M. R.; LINSCHINKY, L.; ODEÓN, A.C.; ODRIOZOLA, E.;
ORTEGA-MORA, L.M.; CAMPERO, C. M. The role of Neospora caninum and
Toxoplasma gondii in spontaneous bovine abortion in Argentina. Veterinary
Parasitology, v, 156, n. 3,p. 163-167, 2008.
65. MOORE, D. P.; PÉREZ, A.; AGLIANO, S.; BRACE, M.; CANTÓN, G.;
CANO, D.; LEUNDA, M.R.; ODEÓN, A.C.; ODRIOZOLA, E.; CAMPERO, C. M.
Risk factors associated with Neospora caninum infections in cattle in Argentina.
Veterinary Parasitology, v. 161, n. 1,p. 122-125, 2009.
66. MOURA, A. B.; SOUZA, A. P.; SARTOR, A. A.; BELLATO, V.; TEIXEIRA,
E. B. Anticuerpos séricos contra Neospora caninum en rebaños lecheros de la
ciudad de Lages, Estado de Santa Catarina, Brasil. Archivos de Medicina
Veterinaria, v. 44, n. 2,p. 117-122, 2012.
67. MUNHOZ, A.D.; FLAUSINO, W.; SILVA, R.T.; ALMEIDA, C.R.R.; LOPES,
C.W.G. Distribuição de Anticorpos contra Neospora caninum em vacas leiteiras
nos municípios de Resende e Rio Claro, Estado do Rio deJaneiro. Revista
Brasileira de Parasitologia Veterinária, v. 15, n.3, p. 101-104, 2006.
68. NISHIKAWA, Y.; INOUE, N.,; MAKALA, L., NAGASAWA, H. A role for
balance of interferon-gamma and interleukin-4 production in protective immunity
against Neospora caninum infection. Veterinary Parasitology, v. 116, n. 3 p.
175–184, 2003.
37
69. OBANDO, C.; BRACAMONTE, M.; MONTOYA, A.; CADENAS, V.
Neospora caninum en un rebaño lechero y su asociación con el aborto. Revista
Científica, FCV-LUZ, v. 20. n.3, p. 235-239, 2010.
70. OSHIRO, L.M.; MATOS, M.F.C.; OLIVEIRA, J.M.; MONTEIRO, L.A.R.C.;
ANDREOTTI, R. Prevalence of anti-Neospora caninum antibodies in cattle from
the state of Mato Grosso do Sul, Brazil. Revista Brasileira de Parasitologia
Veterinária, v. 16, p.133-138, 2007. Disponível em: .doi.org/10.1590/S1984-
29612007000300004
71. OVIEDO, S.T.; BETANCUR, C.H.; MESTRA P.A.; GONZÁLEZ, T.M.; REZA
G.L.; CALONGE, G.K. Estudio serológico sobre neosporosis en bovinos con
problemas reproductivos en montería, córdoba, Colombia. Revista MVZ
Córdoba, v. 12, n.1, p. 929-933, 2007.
72. OVIEDO S.T.; BUSTAMANTE, G. G.; MEJÍA, L. J. Estudio histopatológico
e inmunohistoquímico sobre neosporosis en fetos bovinos procedentes de
matadero. Revista MVZ Córdoba, v. 13, n. 2, p. 1343-1348, 2008.
73. PEÑA L.F.; ARAUJO, A.V.; RUBIO, D.E.; MOJICA, C.P.; FALQUEZ J.;
AVENDAÑO, K.E. Estudio serológico de DVB, IBR y Neospora en bovinos de la
microrregión del Valle del Cesar. Revista Colombiana de Microbiología
Tropical, v. 2, n. 2, p. 35-40, 2012.
74. PIAGENTINI, M.; MOYA-ARAUJO, C. F.; PRESTES, N. C.; SARTOR, I. F.
Neospora caninum infection dynamics in dairy cattle. Parasitology Research, v.
111, n.2, p. 717-721, 2012.
75. PURAY, C.H.N.; CHÁVEZ, V. A.; CASAS, A. E.; FALCÓN, P. N.; CASAS,
V. G. Prevalencia de Neospora caninum en bovinos de una empresa ganadera
de la sierra central del Perú. Revista de Investigaciones Veterinarias del
Perú, v. 17, n. 2, p. 189-194, 2006.
38
76. QUINN, H.E.; MILLER, C.M.D.; ELLIS, J.T. The cell-mediated immune
response to Neospora caninum during pregnancy in the mouse is associated with
a bias towards production of interleukin-4. International Journal for
Parasitology, v. 34, n. 6, p. 723–732, 2004.
77. REICHEL, M. P.; ALEJANDRA AYANEGUI-ALCÉRRECA, M.; GONDIM, L.
F.; ELLIS, J. T. What is the global economic impact of Neospora caninum in
cattle–the billion dollar question. International Journal for Parasitology, v. 43, n.
2, p. 133-142, 2012.
78. ROJO-MONTEJO,S.R.; COLLANTES-FERNÁNDEZ,E.;LÓPEZ-PÉREZ,I.;
RISCO-CASTILLO, V.; PRENAFETA, A.; LUIS MIGUEL ORTEGA-MORA, L.M.
Evaluation of the protection conferred by a naturally attenuated Neospora caninum
isolate against congenital and cerebral neosporosis in mice. Veterinary
Research, v. 43, n. 1, p. 62, 2013.
Disponível em: http://www.veterinaryresearch.org/content/43/1/62
79. SAGER, H.; FISCHER, I.; FURRER, K.,; STRASSER, M.; WALDVOGEL,
A.; BOERLIN, P.; GOTTSTEIN, B. A Swiss case–control study to assess
Neospora caninum associated bovine abortions by PCR, histopathology and
serology. Veterinary Parasitology, v. 102, n.1, p. 1-15, 2001.
80. SANTOS, R.R.D.; GUIMARÃES, A.M.;ROCHA, C.M.B.M.; HIRSCH, C.
Frequência de Anticorpos anti- Neospora caninum em bezerras e novilhas de
rebanhos leiteiros na microrregião de Lavras, MG. Ciência Animal Brasileira, v.
10, p. 271-280, 2009. Disponível em:
http://www.revistas.ufg.br/index.php/vet/article/view/3032
81. SCHARES, G.; PETERS, M.; WURM, R.; BÄRWALD, A.; J CONRATHS, F.
The efficiency of vertical transmission of Neospora caninum in dairy cattle
analysed by serological techniques. Veterinary Parasitology, v. 80,n. 2, p. 87-
98, 1998.
39
82. SILVA, M. I. S.; ALMEIDA, M. Â. O.; MOTA, R. A.; JUNIOR, J. W. P.; DE
ASSIS RABELO S. S. Fatores de riscos associados à infecção por Neospora
caninum em matrizes bovinas leiteiras em Pernambuco. Ciência Animal
Brasileira, v. 9, n.2, p. 455-461, 2008.
83. SOUSA, M. E.; WAGNNER, J. N.; ALBUQUERQUE, P. P.; SOUZA NETO,
O. L.; FARIA, E. B.; PINHEIRO JÚNIOR, J. W.; MOTA, R. A. Seroprevalence and
risk factors associated with infection by Neospora caninum of dairy cattle in the
state of Alagoas, Brasil. Pesquisa Veterinária Brasileira, v.32, n.10, 1009-1013,
2012.
84. TANAKA, T.; HAMADA, T.; INOUE, N.; NAGASAWA, H.; FUJISAKI, K.;
SUZUKI, N.; MIKAMI, T. The role of CD4(+) or CD8(+) T cells in the protective
immune response of BALB/c mice to Neospora caninum infection. Veterinary
Parasitology, v. 90,n. 3, p. 183–191, 2000.
85. TEIXEIRA WC, UZÊDA RS, GONDIM LFP, SILVA MIS, PEREIRA HM,
ALVES LC, FAUSTINO MAG. Prevalência de anticorpos anti-Neospora caninum
(Apicomplexa: Sarcocystidae) em bovinos leiteiros de propriedades rurais em três
microrregiões no estado do Maranhão. Pesquisa Veterinária Brasileira , v. 30, p.
729-734, 2010.
86. THILSTED, J.P. DUBEY, J.P. Neosporosis-like abortions in a herd of dairy
cattle. Journal of Veterinary Diagnostic Investigation, v.1, p. 205-209,1989.
87. UGGLA, A.; STENLUND, S.; HOLMDAHL, O. J. M. ; JAKUBEK, E. B. ;
THEBO, P.; KINDAHL, H.; BJORKMAN, C. Oral Neospora caninum inoculation of
neonatal calves. International Journal for Parasitology, v. 28, n. 9, p. 1467–
1472, 1998.
88. VANLEEUWEN, J. A.; HADDAD, J. P.; DOHOO, I. R..; KEEFE, G. P.;
TIWARI, A.; SCOTT, H. M. Risk factors associated with Neospora caninum
40
seropositivity in randomly sampled Canadian dairy cows and herds. Preventive
Veterinary Medicine, v. 93, n. 2, p. 129-138, 2010.
89. WILLIAMS, D.J.L.; GUY, C.S.; MCGARRY, J.W.; GUY, F.; TASKER, L.;
SMITH, R.F.; MACEACHERN, K.; CRIPPS, P.J.; KELLY, D.F.; TREES, A.J.
Neospora caninum-associated abortion in cattle: the time of experimentally-
induced parasitaemia during gestation determines foetal survival. Parasitology, v.
121, n. 4, p. 347–358, 2000.
90. WILLIAMS, D.J.L.; GUY, C.S.; SMITH, R.F.; GUY, F.; MCGARRY, J.W.,
MCKAY, J.S. Trees, A.J., First demonstration of protective immunity against
foetopathy in cattle with latent Neospora caninum infection. International Journal
for Parasitology, v.33,n. 10, p. 1059–1065, 2003.
91. WILLIAMS, D.J.L.; HARTLEY, C.S.; BJORKMAN, C.; TREES, A.J.
Endogenous and exogenous transplacental transmission of Neospora caninum –
how the route of transmission impacts on epidemiology and control of disease.
Parasitology, v. 136, n. 14, p. 1895–1900, 2009.
92. ZAMBRANO, J.; COTRINO V.; JIMÉNEZ, C.; ROMERO. M.; GUERRERO,
B. Evaluación serológica de Neospora caninum en bovinos en Colombia. Revista
Acovez, v. 26, p. 5-10, 2001. Disponível em:
http://www.encolombia.com/veterinaria/acovez26101evaluacion2.htm. Último
acceso 02/8/2013.