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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL Disciplina: SEMINÁRIOS APLICADOS NEOSPOROSE BOVINA Horwald Alexander Bedoya Llano Orientadora Prof.ª Dr.ª Andréa Caetano da Silva GOIÂNIA 2013

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE … · Seminário apresentado junto à ... Os abortos podem apresentar-se de forma ... mas só um pequeno número é conhecido como patogênico

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL

Disciplina: SEMINÁRIOS APLICADOS

NEOSPOROSE BOVINA

Horwald Alexander Bedoya Llano

Orientadora Prof.ª Dr.ª Andréa Caetano da Silva

GOIÂNIA

2013

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HORWALD ALEXANDER BEDOYA LLANO

NEOSPOROSE BOVINA

Seminário apresentado junto à disciplina Seminários Aplicados do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás

Nível: Mestrado

Área de Concentração: Sanidade Animal Higiene e Tecnologia de Alimentos

Linha de Pesquisa:

Parasitos e doenças parasitárias dos animais

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Andréa Caetano Da Silva

Comitê de orientação: Prof.ª Dr.ª Ligia Miranda Ferreira Borges Dr.ª Débora Pereira Garcia Melo

GOIÂNIA

2013

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 3

2. 1 Histórico e etiologia ......................................................................................... 3

2.2 Importância econômica..................................................................................... 5

2.3 Epidemiologia ................................................................................................... 7

2.3.1 Distribuição geográfica ............................................................................... 7

2.3.2 Ciclo biológico e hospedeiros ................................................................... 10

2.3.3 Formas infectantes ................................................................................... 12

2.3.4 Fatores de risco associados .................................................................... 14

2.4 Patogênese .................................................................................................... 18

2.5 Lesões e sinais clínicos .................................................................................. 20

2.6 Imunidade ....................................................................................................... 21

2.7 Diagnóstico ..................................................................................................... 22

2.8 Controle e profilaxia ........................................................................................ 25

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 26

REFERÊNCIAS .................................................................................................... 27

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 Micrografia eletrônica do parasitos em tecido cerebral 1. Grupo de

merozoitos. 2. Comprimento de 60 µm de diâmetro. 3.Grupo de

parasitos com contorno mais irregular. 4. Cisto com parede celular

definida e taquizoítos: 5.. Merozoitos com estruturas: N. Núcleo, MN.

micronema, MI. mitocôndria, R. roptrias ,C. anel polar.........................4

FIGURA 2 Classificação taxonômica de Neospora caninum..................................5

FIGURA 3 Ciclo de vida heteroxeno de Nesopora caninum. O ciclo de vida

completo inclui: Replicação sexual no hospedeiro definitivo (canideos)

e replicação assexuada no hospedeiro intermediário (p.e. bovinos).A

transmissão horizontal vai ser dada pela ingestão de carne

contaminada com cistos no caso de cão ou por água ou pastagem

contaminada por oocistos no caso de bovinos. Hospedeiro

intermediário não excreta oocistos. A transmissão vertical é dada pela

transmissão de taquizoíto via placenta de mãe para filho....................9

FIGURA 4 Fases do ciclo de vida de Neospora caninum. (A) Imprint de fígado de

camundongo infectado experimentalmente com numerosos

taquizoítos (Giemsa). (a) Um taquizoíto em comparação com o

tamanho de um eritrócito (seta); (b) taquizoíto antes da divisão; (c)

taquizoítos em divisão. (B) Corte histológico de um cisto tecidual

dentro de um neurônio na medula espinhal de bezerro infectado

congenitamente (hematoxilina e eosina). Observe-se a espessura da

parede do cisto (setas opostas) englobando bradizoítos (triângulo

aberto). Núcleo da célula hospedeira (seta). (C) oocisto não

esporulado com 11µm de diâmetro. (D) Oocistos esporulados (seta)

com dois esporocistos internos, contendo quatro esporozoítos em

cada......................................................................................................7

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FIGURA 5 Inserção, invasão, penetração e estabelecimento de um taquizoito de

Neospora caninum numa célula hospedeira. (A) Inserção: O

taquizoito é aleatoriamente orientado para adesão inicial à célula

hospedeira. (B) Iniciação de invasão: Após contato de junção, uma

película é formada dentro do plasmalema da célula hospedeira. (C)

Penetração: O taquizoito empurra a membrana para dentro da célula

formando o vacúolo parasitóforo (VP). Proteinas de superfície das

células (cor amarela) são incluídas no vacúolo. (D) Estabelecimento

do vacúolo parasitóforo: O (VP) é separado do plasmalema,

proteínas (verde) são liberas no VP criando uma associação VP-

organelas, mitocôndrias e o retículo endoplásmico da célula são

posicionadas adjacentes ao VP. Abreviaturas: A- Anel apical, C-

Conóide, D- Grânulos densos, M- Micronema, N –Núcleo, P- Anel

polar e R- Róptrias..............................................................................11

FIGURA 6 Encefalomielite associada com Neospora caninum em fetos de

bezerras naturalmente infectados. (A) Necrose focal central com

células mononucleares na periferia. (B) Encefalite focal. (C) Uma zona

de necrose agora ocupada pelos macrófagos no cérebro de vitela de

4 semanas de idade. (D) Inflamação focal, células gliais alongadas na

medula espinhal de uma bezerra de 3 dias de vida............................12

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LISTA DE TABELAS E QUADRO

TABELA 1. Estimativa de custos em vacas e novilhas com risco de aborto por

Neospora caninum em dez países para o ano 2012..........................19

TABELA 2. Soroprevalência para neosporose bovina em países do América do

Sul, 2006- 2013..................................................................................20

QUADRO 1 Tipos de associações para fatores de risco aferidos na neosporose

bovina..................................................................................................24

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1 INTRODUÇÃO

A neosporose bovina é uma doença causada pelo protozoário

Neospora caninum, um parasito intracelular obrigatório pertencente ao Phylum

Apicomplexa do qual também fazem parte outros protozoários morfologicamente

similares e com interesse na saúde pública e medicina veterinária como

Toxoplasma gondii e Sarcocystis sp.

Desde sua descoberta em 1988, em canídeos com doenças neuro

musculares, levantamentos sorológicos nos cinco continentes vêm relatando sua

distribuição mundial e hoje em dia é considerada como principal causa de abortos

em bovinos do mundo (ANDERSON et al., 1996; DUBEY, 2003a; DUBEY, et al.,

2007; DUBEY & SHARES, 2011).

Os abortos podem apresentar-se de forma esporádica, endêmica ou

epidêmica, geralmente ocorrendo entre o terceiro e o nono mês de gestação,

sendo mais frequentes em torno do quinto e sexto mês. Segundo SCHARES et al.

(1998), a transmissão congênita é a via mais importante de infecção, podendo

chegar a 93%, no entanto, hospedeiros definitivos como cão doméstico, coiote,

lobo cinzento e dingo têm também um papel importante na transmissão horizontal

e manutenção da infecção nos rebanhos.

A importância econômica da neosporose bovina é atribuída

principalmente aos custos associados ao aborto, valor dos fetos, inseminação

artificial, diminuição da produção de leite e carne, aumento do descarte e à

reposição dos animais. Recentes estudos calcularam perdas econômicas na

ordem de 2,8 bilhões de dólares por ano para um grupo de dez países, entre eles

o Brasil com perdas estimadas em 153,2 milhões de dólares no mesmo período

(REICHEL et al., 2012).

Na atualidade, não existe tratamento eficaz para a eliminação do

parasito e medidas profiláticas como vacinação ainda estão em experimentação,

portanto, o conhecimento dos fatores de risco que predispõem à infecção são

importantes para estabelecer medidas de controle que diminuíam o risco de

transmissão.

Outro aspecto importante a salientar é o potencial zoonótico da

doença, pois embora o parasito ainda não tenha sido isolado de tecidos humanos,

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anticorpos anti- Neospora caninum já foram relatados em pacientes com

imunodeficiências (LOBATO et al., 2006).

Neste contexto, esta revisão pretende oferecer informações relativas

ao parasito e ressaltar a importância da neosporose no aborto bovino.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2. 1 Histórico e etiologia

No ano 1984, BJERKAS e colaboradores, observaram em seis filhotes

de cães da raça Boxer sintomatologia nervosa e de locomoção. No exame

histopatológico diagnosticou-se encefalomielite e miosite e ao microscópio foi

detectada uma forma de cisto, ainda não identificado, de forma ovóide, com 60

µm de diâmetro, com parede celular bem definida, localizado no sistema nervoso

e em menor número no sistema músculo esquelético dos filhotes (Figura 1).

Testes sorológicos foram empregados para determinar presença de anticorpos

anti-Toxoplasma gondii, nos quais o resultado foi negativo. Macerado de cérebro

dos cães foi inoculado via intramuscular numa espécie de raposa (Alopex

lagopus) que apresentou as mesmas lesões nos tecidos cerebrais que os cães,

enquanto que várias tentativas de produzir a infecção em camundongos foram

mal sucedidas. O fato de serem filhotes da mesma mãe sugeriu a transmissão

congênita ou a infecção pelo leite (BJERKAS et al., 1984).

Em 1988 DUBEY e colaboradores nos Estados Unidos, relataram um

caso clínico em cães com menigoencefalomielite e miosite. Até esse momento

muitos casos clínicos semelhantes eram diagnosticados como toxoplasmose, esta

vez foi identificada a presença de um novo parasito com características

morfológicas e antigênicas diferentes do Toxoplasma gondii, sendo nomeado

como Neospora caninum (DUBEY et al.,1988a). Nesse mesmo ano, foi feito o

primeiro isolamento do parasito em camundongos (DUBEY et al.,1988b).

THILSTED e DUBEY (1989) identificaram N. caninum como possível

agente que causou aborto em 29 fêmeas bovinas holandesas da região Novo

México. Os abortos foram aos cinco meses de prenhez, e nos fetos encontrou-se

encefalite, miocardite e parasitos em tecido cerebral e renal.

DUBEY et al. (1992), relataram pela primeira vez, por meio de infecção

experimental, a capacidade de transmissão vertical de N. caninum em bovinos da

raça Jersey. No ano seguinte foi descrita a obtenção do primeiro isolado de

origem bovina a partir de tecido nervoso de dois fetos abortados (CONRAD et al.,

1993). Na segunda metade da década de 1990 a enfermidade foi reconhecida

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como principal causa de aborto bovino no mundo (ANDERSON et al., 1996;

DUBEY 2003a; DUBEY et al., 2007).

Outra espécie do parasito, Neospora hughesi, foi descoberta em

equinos, associada também à encefalomielite fetal (MARSH et al, 1998).

Lindsay et al. (1999) confirmaram que o cão era hospedeiro definitivo

da N. caninum.

FIGURA 1 Micrografia eletrônica do parasitos em tecido cerebral 1. Grupo de

merozoitos. 2. Comprimento de 60 µm. 3.Grupo de parasitos com

contorno mais irregular. 4. Cisto com parede celular definida e

taquizoítos: 5.. Merozoitos com estruturas: N. Núcleo, MN.

Micronema, MI. Mitocôndria, R. Roptrias ,C. anel polar.

FONTE: Bjerkas et al., 1984.

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O N. caninum é um protozoário coccídico, intracelular obrigatório,

pertenecente ao filo Apicomplexa (DUBEY et al. 1988b). Este último, comprende

mais de 5.000 espécies de protozooarios parasitos, mas só um pequeno número

é conhecido como patogênico para o homem e os animais (GOODSWEN et al.,

2013), (Figura 2).

FIGURA 2 Classificação taxonômica de Neospora caninum.

Fonte: Adaptado de Goodswen et al, 2013.

2.2 Importância econômica

O maior impacto econômico observado na neosporose é o aborto

(ALVAREZ-GARCÍA, 2003; DUBEY et al., 2007). Além disso, outras perdas

econômicas devem ser consideradas. Redução na produção de leite, diminuição

de ganho de peso, infertilidade como conseqüência de morte fetal e reabsorção,

descarte e reposição, encurtamento da vida produtiva do animal e assistência

veterinária, são alguns dos fatores mais importantes (ALVAREZ-GARCÍA, 2003).

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Recentes estudos estimaram perdas econômicas em dez países com

informações de risco de aborto causado por N. caninum. Os dados apresentados

na TABELA 1 relataram uma variação de perdas entre US $ 0,633 a US $ 2,38

bilhões por ano, 65 % destes números correspondem ao setor leiteiro (REICHEL

et al., 2012).

TABELA 1- Estimativa de custos em vacas e novilhas com risco de aborto por

Neospora caninum em dez países para o ano 2012.

Pais Aptidão Vacas com risco (mil)

Custo nacional

($ US mil)

Variação ($ US mil)

Argentina

Leite

8,8

38,5

29,2–85,3

Corte 1,8 48,9 22,6–57,6 Austrália Leite 1,8 26,6 7,1–54,0 Corte 9,7 74,1 27,7–139,5 Brasil Leite 14,2 51,3 35,8–111,3 Corte 29,7 101,0 63,6–111,7 Canadá Leite 1,3 17,1 10,0–32,1 Corte 4,3 14,3 13,6–14,8 México Leite 2,7 68,5 52,4–403,2 Corte 30,3 94,8 94,8–94,8 Holanda Leite 1,7 12,1 8,3–20,2 Nova Zelândia Leite 4,8 35,7 14,5–221,0 Corte 1,1 1,1 1,1–1,1 Espanha Leite 0,9 19,8 7,2–57,9 Corte 1,7 9,8 4,6–15,6 União Soviética Leite 2,0 27,0 10,8–32,4 Estados Unidos

Leite 8,2 546,3 165,8–721,9

Corte 23,6 111,4 64,3–205,7 Total por indústria

Leite 46,3 842,9 341,1–1739,3

Corte 102,2 455,4 292,3–640,8

Total 148,6 1298,3 633,4–2380,1

Adaptado de REICHEL et al., 2012.

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2.3 Epidemiologia

2.3.1 Distribuição geográfica

A neosporose bovina é uma doença que está presente nos cinco

continentes, sendo relatada como a principal causa de falhas reprodutivas nos

rebanhos bovinos (DUBEY et al., 2007). Quanto à situação real dos rebanhos, os

estudos de soroprevalência são importantes para entender seu comportamento

biológico e distribuição geográfica. Apesar do grande impacto econômico, são

poucos os levantamentos epidemiológicos em países com interesse na produção

de carne e leite. No caso de América do Sul, o Brasil apresenta variabilidade de

dados de soroprevalência entre 7,67% a 91,2%. Estes números para outros

países de América do Sul como Argentina, Colômbia, Equador, Perú, Uruguai e

Venezuela são apresentados na TABELA 2.

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TABELA 2 Soroprevalência para neosporose bovina em países do América do

Sul , 2004-2013.

PAIS ESTADO NÙMERO DE ANIMAIS

POSITIVOS % FONTE

Argentina 4.190 595 14,2 Moore et al.,

2009

1.042 25,7 Moore et al.,

2008

Brasil Alagoas 1.004 77 7,67 Sousa et al.,

2012

Goiás 358 170 47,49 Guimarães,

2011

Goiás 930 283 30,43 Melo et al., 2006

Maranhão 812 412 50,74 Teixeira et al.,

2010

Mato Groso

do Sul

2.448 449 14,9 Oshiro et al.,

2007

Minas Gerais 559 510 91,2 Guedes et al.,

2008

Minas Gerais 534 247 46,3 Santos et al.,

2009

Pará 160 30 19 Minervino et al.,

2008

Paraná 1.778 431 24,2 Camillo et al.,

2010

Paraná 309 63 20,4 Martins et al.,

2012

Pernambuco 469 163 31,7 Silva et al., 2008

Pernambuco 306 39 12,6 Amaral et al.,

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2012

Rio de

Janeiro

563 131 23,2 Munhoz et al.,

2006

Santa

Catarina

373 86 23,1 Moura et al.,

2012

São Paulo 615 197 32 Piagentini et al.,

2012

Tocantís 192 48 25 Martins et al.

2011

Colômbia Bogotá-

Nariño-

Caribe

357 193 54,1 Zambrano &

Cotrino, 2001

Córdoba 196 10,2 Oviedo et al.

2007

Antioquia 347 34,6 López et al. 2007

Cesar 108 27 Oviedo et al.

2008

Cesar 300 89 Peña

et al., 2012

Pasto 238 183 76,9 Cedeño &

Benavides, 2013

Equador Centro-Norte 395 166 42 Lozada, 2004

Perú Junín 347 12,4 Puray et al., 2006

Junín 182 85 46,7 Granados, 2012

Uruguai Tacuarembó-

Durazno

734 211 28,8 Furtado et al.,

2011

Venezuela Torres 162 44 Obando et al.,

2010

Yaracuy 550 94 17,1 Escalona et al.,

2010

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2.3.2 Ciclo biológico e hospedeiros

O ciclo de vida de N. Caninum é do tipo heteroxeno com a reprodução

sexuada ocorrendo no hospedeiro definitivo, e a reproducção assexuada nos

hospedeiros intermediários. O cão doméstico (Canis lupus familiaris)

(MCALLISTER et. al.,1998), o coiote (Canis latrans), o lobo cinzento (Canis lupus)

e o dingo (Canis lupus dingo) são reconhecidos como hospedeiros definitivos

(GOODSWEN et al., 2013). Quanto aos hospedeiros intermediários, além do

bovino e do próprio cão, há confirmação de infecção natural também em antílope,

bisão, búfalo, cabra, camelo, cavalo, cervo, coiote, felinos selvagens, guaxinim,

javali, lagomorfos, lobo, mamíferos marinhos, ovelha, raposa, rinoceronte,

roedores e veado (ÁLVARES-GARCÍA, 2003; DUBEY et al., 2003b; DUBEY et

al., 2007).

O hospedeiro definitivo, cerca de cinco dias após ingerir cistos com

bradizoitos em tecidos infectados, elimina nas fezes oocistos não esporulados,

que podem esporular no ambiente entre 24 a 72 horas, dependendo de

condições de umidade, temperatura e oxigenação (LINDSAY et al., 1999). O

número de oocistos eliminados, o período pré-patente e a duração da eliminação

variam bastante (GONDIM et al., 2002). A parede do oocisto é espessa e permite

que os esporocistos sobrevivam em condições ambientais por longo tempo

(GOODSWEN et al., 2013).

Os hospedeiros intermediários se infectam quando ingerem occistos na

pastagem ou água contaminada. Em seu intestino são liberados os esporozoítos

infectantes que penetram na parede intestinal tornando-se em taquizoítos, que se

dividem rapidamente lesando as células e disseminando a infecção (LINDSAY et

al., 1999).

O ciclo de vida é completado quando os bradizoitos que estão nos

tecidos são ingeridos pelo hopedeiro definitivo (MCALLISTER et al., 1998).

Os estágios de esquizogonia e gametogonia no hospedeiro definitivo

ainda não foram descritos no hospedeiro definitivo (DUBEY et al.,2004).

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Na transmissão vertical os taquizoitos são passados da mãe ao feto

pela placenta causando infecção fetal que pode gerar aborto (GOODSWEN et al.,

2013) (Figura 4).

FIGURA 3 Ciclo de vida heteroxeno de Nesopora caninum. O ciclo de vida

completo inclui: Replicação sexual no hospedeiro definitivo (canídeos)

e replicação assexuada no hospedeiro intermediário (p.e. bovinos).A

transmissão horizontal vai ser dada pela ingestão de tecidos

contaminados com cistos no caso de cão ou por água ou pastagem

contaminada por oocistos no caso de bovinos. Hospedeiro

intermediário não excreta oocistos. A transmissão vertical é dada pela

transmissão de taquizoíto via placenta de mãe para filho.

Fonte: Goodswen et al.,2013

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2.3.3 Formas infectantes

As formas infectantes conhecidas de N. caninum são os taquizoitos, os

cistos teciduais contendo os bradizoitos e os oocistos que são eliminados no

ambiente pelas fezes do hospedeiro definitivo.

Os taquizoitos, de multiplicação celular rápida, são ovóides, semilunares ou

globulares dependendo do estágio da divisão, medem entre 1-5 x 3-7 µm., estão

localizados dentro de um vacúolo parasitóforo no citoplasma da célula hospedeira

e cada um pode conter entre 6 a 16 roptrias. Têm sido detectados em células

cerebrais, macrófagos, fibroblastos, células do endotélio vascular, células renais,

miócitos e hepatócitos (DUBEY et al., 2002). Sua multiplicação é assexuada, por

endodiogenia, onde são formados dois novos taquizoítos a partir do taquizoito

original. Essa multiplicação é rápida e ocasiona lise e morte celular, favorecendo

a disseminação da infecção e estabelecimento da doença (DUBEY & LINDSAY,

1996).

Os bradizoitos, de multiplicação celular lenta, estão localizados dentro

dos cistos teciduais, são alongados e medem aproximadamente 2 x 8 µm.

Normalmente contêm as organelas encontradas noutros coccídios como grânulos

densos grandes e pequenos, micronemas e roptrias que podem ser entre 6 e 12.

Podem persisitir no transcurso de toda a vida do hospedeiro sem causar

manifestaçoes clínicas (DUBEY & LINDSAY, 1996).

As formas de cistos são encontradas principalmente em tecidos neurais

e musculares, a sua parede é de até 4 µm de espessura, de contorno ovalado e

sem protrusões ( DUBEY & LINDSAY, 1996).

Os oocistos medem aproximadamente 11,3 x 11,7 µm, sua parede é

incolor e mede entre 0,6 a 0,8 µm de espesura e engloba dois esporocistos que

medem 6,1 x 8,4 µm. Cada esporocisto contém quatro esporozoítos e um resíduo.

Os esporozoitos são alongados e medem 2,0 x 6,5 µm (DUBEY et al. 2002).

Estas características morfológicas podem ser observadas na Figura 3.

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Figura 4. Fases do ciclo de vida de Neospora caninum. (A) Imprint de fígado de

camundongo infectado experimentalmente com numerosos taquizoítos

(Giemsa). (a) Um taquizoíto em comparação com o tamanho de um

eritrócito (seta); (b) taquizoíto antes da divisão; (c) taquizoítos em

divisão. (B) Corte histológico de um cisto tecidual dentro de um

neurônio na medula espinhal de bezerro infectado congenitamente

(hematoxilina e eosina). Observe-se a espessura da parede do cisto

(setas opostas) englobando bradizoítos (triângulo aberto). Núcleo da

célula hospedeira (seta). (C) oocisto não esporulado com 11µm de

diâmetro. (D) Oocistos esporulados (seta) com dois esporocistos

internos, contendo quatro esporozoítos em cada.

Fonte: (A) e (B) Dubey et al., 2007; (C) e (D) Andreotti et al., 2003.

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2.3.4 Fatores de risco associados

O conhecimento de fatores de risco associados à infecção por N.

caninum em rebanhos bovinos é importante para o desenvolvimento e

estabelecimento de medidas de controle da neosporose bovina (DUBEY &

SHARES, 2011). São vários os estudos que estabelecem a associação positiva

com a presença ou ausência de fatores de risco para a neosporose.

Idade do animal

O risco de contrair a infecção pode aumentar com a idade e/ ou

número de partos. Estudos sugerem que a transmissão horizontal é de particular

importância nos rebanhos, possivelmente influenciada pelo contato permanente

do hospedeiro intermediário com o hospedeiro definitivo (DUBEY et al., 2007). Na

Etiópia e Croácia estudos demonstraram associação entre animais mais idosos e

a presença de anticorpos anti-N. caninum (ASMARE et al., 2013; BECK et al.,

2010). Para outros autores, tal associação não está presente (ESCALONA et al.,

2010; SOUSA et al., 2012).

Presença de hospedeiro definitivo

A presença de cães nas fazendas aumenta a possibilidade da

transmissão horizontal nos rebanhos (DUBEY et al., 2007). Estudos relataram

associação significativa entre animais soropositivos a neosporose e presença de

cães nos rebanhos (BRUHN et al., 2012; GHALMI et al, 2012; CEDEÑO &

BENAVIDES, 2013; ASMARE et al.,2013). A defecação contamina com oocistos

pastagens, alimentos e água que são consumidos pelo hospedeiro intermediário

(VANLEEUWEN et al ., 2010). Outros estudos demonstraram que o número mais

elevado de oocistos são eliminados por cães jovens (10 a 14 semanas de idade)

do que cães mais velhos ( 2 a 3 anos) (GONDIM et al., 2005). Em contraste,

outros estudos demonstraram ausência de associação respeito à presença de

cães e soropositividade (AGUIAR et al., 2006; ESCALONA et al., 2010;

FIGUEROA et al., 2012).

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Fatores associados com reprodução

Vacas com histórico de distúrbios reprodutivos foram associadas com

soropositividade à neosporose. O aborto é o sintoma mais frequente (MOORE et

al., 2009; BECK et al., 2010; BRUHN et al., 2012; FIGUEROA et al., 2012;

GHALMI et al., 2012; ASMARE et al.,2013; CEDEÑO & BENAVIDES, 2013).

Infecções associadas a estes distúrbios e repetição de cios e anestros

temporários também apresentaram relação positiva com a prevalência da doença

(ASMARE et al.,2013; BRUHN et al., 2012).

Tamanho do rebanho e aptidão

Observou-se uma tendência de aumento na prevalência de N.

caninum em rebanhos de maior número de animais (ASMARE et al., 2013). Em

uma pesquisa feita em 5.594 vacas de leite e carne na Argentina, encontrou-se

que o maior risco de soropositividade foi para rebanhos leiteiros comparados com

animais de corte, resultados que são explicados possivelmente por práticas de

manejo diferentes nestes rebanhos (MOORE et al ., 2009). ASMARE et al. (2013)

relataram que animais puros são mais suscetíveis à neosporose que animais

cruzados, em quanto que BECK et al. (2010) e SOUSA et al. (2012) não

encontraram associação.

Fonte de reposição de novilhas

A transmissão vertical de N. caninum é muito eficiente (DUBEY et al, 2007). A

alta soroprevalência em bezerras nascidas de mães soropositivas confirma este

fato. Estudos feitos por ASMARE et al. (2013) e BECK et al. (2010)

demonstraram que animais comprados sem a realização prévia de sorologia

apresentam maior risco de infecção para doença.

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Associação com outras enfermidades

Alguns autores sugerem que infecções que causam imunossupressão

poderiam favorecer a infecção por N. caninum. VANLEEUWEN et al. (2010),

demonstraram associação positiva entre animais soropositivos com diarréia viral

bovina (DVB). No entanto, outro estudo não encontrou associação entre vacas

soropositivas e outras doenças como Herpes vírus Tipo I, Leptospira Hardjo e

Salmonella dublin (BARTELS et al., 1999).

Presença de animais silvestres

Nos Estados Unidos um estudo encontrou associação positiva entre a

presença de animais silvestres como coiotes e raposas em rebanhos leiteiros

(BARLING et al., 2001). No Brasil, o estudo de vários fatores epidemiológicos

como o acesso de animais domésticos e selvagens às instalações das vacas

leiteiras e o contato com alimento revelou também associação significativa com a

doença (MARTINS et al., 2012; SOUSA et al., 2012).

Ingestão de colostro ou leite de vacas infectadas

Estudos experimentais demonstraram que bezerros recém-nascidos

podem se tornar infectados pelo consumo de leite contendo taquizoitos (UGGLA

et al., 1998). No entanto, amamentação de bezerros nascidos de mães

soronegativas em vacas soropositivas não conduziu a uma infecção (DAVISON

et al., 2001). Contudo, há controversia se a transmissão lactogênica é possivel na

transmissão da neosporose, por enquanto, é considerado apenas um fator de

risco.

Estes estudos apresentam-se no QUADRO 1.

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QUADRO 1 Tipos de associações para fatores de risco aferidos na

neosporose bovina

VARIÁVEL ASSOCIAÇÃO POSITIVA SEM ASSOCIAÇÃO

Idade ASMARE et al.,2013 BECK et al., 2010

ESCALONA et al., 2010 SOUSA et al., 2012

Presença de Cães

DUBEY ET AL., 2007 VANLEUWEN et al., 2010 BRUNH et al., 2012 GHALMI et al, 2012 ASMARE et al.,2013 CEDEÑO & BENAVIDES,2013

AGUIAR et al., 2006 ESCALONA et al., 2010 FIGUEROA et al., 2012

Histórico de abortos

MOORE et al., 2009 BECK et al., 2010 BRUHN et al., 2012 FIGUEROA et al., 2012 GHALMI et al, 2012 ASMARE et al.,2013 CEDEÑO & BENAVIDES, 2013

Repetição de estro

BRUHN et al., 2012

Estado de gestação

GHALMI et al, 2012

Metrite ASMARE et al.,2013

Tamanho do rebanho e aptidão

ASMARE et al.,2013 MOORE et al., 2009

BECK et al., 2010 SOUSA et al., 2012

Fonte de reposição de novilhas

ASMARE et al.,2013 BECK et al., 2010

Higiene GHALMI et al, 2012 ASMARE et al.,2013 GHALMI et al, 2012

Animais Silvestres

ASMARE et al.,2013; BARLING et al., 2001; MARTINS et al., 2012; SOUSA et al., 2012

DVB VANLEUWEN et al., 2010

Floresta GHALMI et al, 2012 AGUIAR et al., 2006

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2.4 Patogênese

Todos os apicomplexos apresentam um complexo apical composto por

anéis polares, conóides, micronemas, grânulos densos e roptrias responsáveis

pelo processo de reconhecimineto, adesão e invasão da célula hospedeira

(BUXTON et al., 2002, GOODSWEN et al., 2013). A invasão celular é o principal

evento na patogênese da infecção por N. caninum e envolve processos

complexos que podem ser resumidos em três etapas (Figura 5) :

A primeira etapa é caracterizada pelo posicionamiento aleatório inicial

do parasito em torno da célula hospedeira. Após esse primeiro contato, o parasito

reorienta sua extremidade anterior com a célula para a extrusão do conóide,

onde várias proteínas do micronema são secretadas servindo como adesinas,

responsáveis por uma espessa zona de adesão de forma irreversível. O

movimento de invasão vai invaginando a membrana da célula hospedeira

formando o vacúolo parasitóforo (VP) e envolvendo dentro dele antígenos de

superfície imunodominates (HEMPHILL et al., 1996,BUXTON et al., 2002).

A segunda etapa é caracterizada pela secreção de proteínas das

roptrias, que são liberadas dentro do vacúolo e estendem-se ao micronema para

formar associação com organelas do hospedeiro, de modo que mitocôndrias e

retículo endoplasmático são posicionados adjacentes ao vacúolo parasitóforo

(BUXTON et al., 2002).

Na última eapa, proteínas de grânulos densos modificam as proteínas

do micronema e contribuem para a remodelação e maturação do vacúolo

parasitóforo, com a formação de uma rede de membrana intravacuolar

metabolicamente ativa para o crescimento e sobrevivência do parasito (BUXTON

et al., 2002).

Os taquizoitos dentro do vacúolo proliferam por endodiogenia,

produzindo novas gerações de parasitos em poucas horas após infecção e,

subsequentemente, há lise da célula hospedeira e liberação dos taquizoitos que

ficam livres para infectar uma variedade de tecidos e tipos celulares (HEMPHILL,

1999).

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FIGURA 5

FONTE : BUXTON et al., 2002

Inserção, invasão, penetração e estabelecimento de um taquizoito de Neospora caninum numa célula hospedeira. (A) Inserção: O taquizoito é aleatoriamente orientado para adesão inicial à célula hospedeira. (B) Iniciação de invasão: Após contato de junção, uma película é formada dentro do plasmalema da célula hospedeira. (C) Penetração: O taquizoito empurra a membrana para dentro da célula formando o vacúolo parasitóforo (VP). Proteinas de superfície das células (cor amarela) são incluídas no vacúolo. (D) Estabelecimento do vacúolo parasitóforo: O (VP) é separado do plasmalema; proteínas (verde) são liberas no VP criando uma associação VP-organelas; mitocôndrias e o retículo endoplásmico da célula são posicionadas adjacentes ao VP. Abreviaturas: A- Anel apical, C- Conóide, D- Grânulos densos , M- Micronema , N

–Núcleo, P- Anel polar e R- Róptrias.

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2.5 Lesões e sinais clínicos

Lesões inflamatórias degenerativas podem ser encontradas nos tecidos

fetais, frequentemente no sistema nervoso central (SNC), coração, músculo

esquelético e fígado (BARR et al.,1991). Lesões macroscópicas são raras, porém,

podem estar presentes no coração, músculo e cérebro. As lesões neurais

consistem em encefalomielite não supurativa caracterizada por infiltração

multifocal, com ou sem necrose. A lesão característica da neosporose no SNC

consiste num foco de infiltração de células mononucleares em torno de uma zona

central de necrose (Dubey et al., 2006), (Figura 6 ).

FIGURA 6 Encefalomielite associada com Neospora caninum em fetos de

bezerras naturalmente infectados. (A) Necrose focal central com

células mononucleares na periferia. (B) Encefalite focal. (C) Uma zona

de necrose agora ocupada pelos macrófagos no cérebro de vitela de

4 semanas de idade. (D) Inflamação focal, células gliais alongadas na

medula espinhal de uma bezerra de 3 dias de vida.

FONTE: Dubey et al., 2006.

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O principal sinal clínico é o aborto que pode ocorrer tanto em novilhas

como em vacas e apresentar-se de forma esporádica, endêmica ou epidêmica em

qualquer época do ano (ÁVARES-GARCIA, 2003). Se a infecção ocorre no

começo da gestação, pode causar a morte, reabsorção ou autólise do embrião; se

ocorre tardiamente pode ocasionar aborto ou mumificação fetal ( DUBEY, 1999).

Os bezerros que chegam a termo podem nascer com peso reduzido, dificuldade

na locomoção e sintomatologia nervosa (FERRE et al., 2003) .

2.6 Imunidade

A evolução e conseqüência da infecção por N. caninum nos

hospedeiros depende de fatores como o tempo de gestação no qual ocorre a

infecção e a resposta imune do feto (GOODSWEN et al., 2013). Os altos níveis

de progesterona e a resposta imune Th2 (mediada por linfócitos helper tipo 2),

garantem a prenhez mediante a produção de IL4 (interleucina 4), IL5, IL 6, IL9, e

IL10 e a diminuição de moléculas pro-inflamatórias como IL12 e IFN- Ɣ (Interferon

gamma) às quais são prejudiciais para a vida do feto.

Estudos in vitro feitos em camundongos “knockout” têm demonstrado

que o crescimento de taquizoítos é inibido pela produção de IFN- Ɣ (NISHIKAWA

et al., 2003), produzido principalmente pelas células CD4+T (KLEVAR et

al.,2007). Assim, as células CD4+T são componentes chave para produzir

proteção ao feto (TANAKA et al., 2000).

Depois de uma infecção primária, a resposta imune é ativada com a

produção de IFN- Ɣ por macrófagos e outras células mononucleares às quais por

sua vez induzem a diferenciação de taquizoitos em bradizoitos ou vice-versa

(WILLIAMS et al., 2009). Esta inter-conversão entre estágios é uma forma de

adaptação evolutiva do parasito para assegurar a sua proteção frente ao

ambiente hostil fornecido pelo hospedeiro (EASTICK & ELSHEIKHA, 2010) e tem

um papel importante para o recrudescimento ou manutenção da doença (LYONS

et al., 2002).

Uma hipótese que explicaria a capacidade do taquizoito de atravessar

a placenta e chegar até o feto é o comprometimento imunitário da mãe, a imuno-

modulação para não rejeitar o feto e as alterações hormonais da fêmea grávida

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fornecem uma oportunidade única ao parasito para realizar sua multiplicação e

diferenciação de bradizoito em taquizoito (QUINN et ai. , 2004).

O feto é muito susceptível à infecção por N. caninum quando seus

órgãos de defesa como timo, baço e linfonodos periféricos estão imaturos.

Geralmente se a infecção ocorre antes de 100 dias de gestação o aborto é

iminente (GUY et al., 2001). Se a infecção ocorre entre os 100 e 150 dias de

gestação o sistema imune do feto começa a reconhecer e responder contra o

agente, mas essa resposta é rudimentar e ineficaz, portanto, a maioria dos

abortos ocorre durante este período de gestação (DUBEY et al., 2006). No último

trimestre, o feto é mais imuno-competente e pode chegar ao fim da gestação e

nascer normal, mas congenitamente infectado (WILLIAMS et al., 2000).

Contudo, não há consenso se a morte do feto é devida à resposta

citotóxica pro- inflamatória do hospedeiro gerada para eliminar o taquizoito ou se

é o taquizoito mesmo que causa as lesões no feto (GOODSWEN et al., 2013).

Outro aspecto importante, a saber, é que existe uma imunidade

protetora resultado de uma infecção anterior. Estudos demonstraram que vacas

com exposição prévia a N. caninum eram menos propensas a abortar que vacas

primo-infectadas (MCALLISTER et al., 2000). Vacas com infecção natural crônica

adquirem uma resposta imune protetora contra o agente exógeno, mas no caso

de infecções via endógena como a transplacentária, esta proteção é ineficaz

(WILLIAMS et al., 2003).

2.7 Diagnóstico

O diagnóstico definitivo da N. caninum é feito através da identificação

do parasito nos tecidos, especialmente no feto bovino abortado e placenta

(CAETANO DA SILVA, 2004). O feto inteiro deve ser transportado imediatamente

ao laboratório, mesmo quando já tiver algum grau de autólise. Se não for possível,

amostras principalmente de cérebro, coração, fígado, timo, baço, rins, músculo e

placenta devem ser examinadas por exame histopatológico, após serem fixadas

em formol a 10%. Fluidos corporais e sangue fetal devem ser avaliados por

sorologia (ALVARES-GARCIA, 2003).

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O diagnóstico clínico é difícil, principalmente nos animais cronicamente

infectados, devido à inexistência de sinais, e deverá ser confirmado pelo

diagnóstico laboratorial.

Diagnóstico laboratorial

A infecção por N. caninum pode ser demonstrada por técnicas

histopatológicas, imunoistoquímica (IHQ), técnicas moleculares pelo isolamento

em cultivo celular ou em camundongos, ou ainda por técnicas sorológicas como

reação de imunofluorescência indireta (IFI), ELISA e aglutinação direta (DUBEY &

SCHARES, 2011).

Na técnica histopatológica, realizada principalmente em tecidos do

SNC do feto bovino, podem-se observar lesões compatíveis com a doença como

meningoencefalite necrotizante multifocal. Miocardite, miosite, nefrite, hepatite,

pneumonia e adrenalite focal não supurativa caracterizada pela presença de

células mononucleares também podem ser observadas (THILSTED &. DUBEY,

1989). O parasito nestas lesões pode ser confirmado por IHQ, empregando

anticorpos específicos marcados com uma enzima (conjugado imunoenzimático)

para detectar antígenos anti-N. caninum no corte histológico (CORBELLINI et al.,

2002). Estas técnicas têm baixa sensibilidade, devido ao pouco número de

parasitos encontrados nos tecidos que na maioria dos casos estão autolisados e

nem sempre são visíveis nos cortes histológicos, contudo, são consideradas

técnicas correntes para o diagnóstico de neosporose (ANDERSON et al., 2000).

A técnica de PCR (reação em cadeia da polimerase) vem sendo usada

freqüentemente para o diagnóstico da doença devido á sua alta especificidade e

sensibilidade, ao permitir a detecção do agente e quantificação por meio da

amplificação do material genômico a partir de pequenas amostras de tecidos

muitas vezes também autolisados (COLLANTES-FERNANDEZ et al., 2002).

O isolamento e cultivo in vitro de N. caninum é difícil como técnica de

diagnóstico. Inicialmente foi cultivado em monócitos e células do endotélio de

artéria cardiopulmonar de bovinos, recentemente, os taquizoítos têm sido

cultivados em outros tipos de células, tais como células Vero, rim de bovino,

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fibroblasto humano, cérebro de feto de camundongo e uma série de outras

linhagens de células estabelecidas em laboratório (GARCÍA-MELO et al., 2009).

Testes sorológicos

Para o diagnóstico em animais vivos que apresentam clínica

compatível com a doença, o exame de escolha é a sorologia.

Os mais utilizados são o teste de imunofluorescência indireta (IFI) e o

teste de ELISA (BJÖRKMAN et al., 2006). O primeiro teste emprega anticorpos

anti- N. caninum secundários específicos conjugados a um fluorocromo, quanto

ao segundo teste, é usada uma enzima.

A reação de imunofluorescência indireta (IFI) foi o primeiro teste

empregado no diagnóstico sorológico da neosporose, sendo utilizado no

diagnóstico da infecção em várias espécies animais, como: cães, raposas, gatos,

bovinos, ovinos, caprinos, búfalos, eqüinos, roedores e primatas (DUBEY, et al.,

1988b). O princípio do método da IFI é a detecção de anticorpos direcionados aos

antígenos da superfície celular dos taquizoítos (ANDREOTTI et al., 2003).

O teste imunoenzimático ELISA é o principal método sorológico

utilizado nas avaliações dos rebanhos bovinos, com finalidades diagnósticas e de

pesquisa. O teste imunoenzimático apresenta algumas vantagens em relação ao

método da IFI, tais como a rapidez na realização de maior número de testes e a

maior objetividade na interpretação de resultados (BJÖRKMAN et al., 2006).

Nas amostras de soros de fetos e bezerros natimortos ou fracos, a

sorologia pode ser utilizada como complemento ou como método alternativo do

exame histopatológico e imunoistoquímico. A presença de anticorpos específicos

de N. caninum no soro fetal ou soro pré-colostro de bezerro indica infecção

congênita, porque não existe transferência de anticorpos maternos nos

ruminantes durante a gestação (SAGER et al., 2001).

Outra técnica utilizada é o teste de aglutinação direta para a detecção

de anticorpos anti-N. caninum baseado no princípio da aglutinação de taquizoitos,

na presença de anticorpos específicos e tem como vantagem não necessitar de

um anticorpo secundário, espécie-específico, tornando-se, portanto, numa técnica

simples e com capacidade de ser utilizada para diferentes espécies de

hospedeiros (CAETANO DA SILVA, 2004).

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A associação dessas técnicas de diagnóstico com informações

referentes ao histórico do rebanho aumenta a probabilidade de detectar a

infecção por N. caninum.

2.8 Controle e profilaxia

O controle da neosporose deve ser feito por meio de ações que visem

interromper as vias de transmissão do agente. A identificação de animais

positivos para posterior eliminação e prevenção do ingresso de novos animais

infectados ao rebanho pode diminuir a transmissão vertical (ÁLVARES-GARCIA,

2003). Quanto à transmissão horizontal, deve ser feito um controle na população

de hospedeiros definitivos (DUBEY et al., 2007).

Não há tratamento eficaz. Entretanto, drogas como o toltrazuril têm

sido testadas em camundongos infectados experimentalmente, demonstrando o

bloqueio de transmissão transplacentária (GOTTSTEIN et al., 2005).

Recentemente pesquisas feitas na Espanha vêm desenvolvendo uma

vacina a partir de um novo isolado de N. caninum (Nc-Espanha 1H). Este isolado

foi obtido do cérebro de uma bezerra congenitamente infectada, porém

assintomática. Estudos envolvendo bioensaio em laboratórios demonstraram seu

comportamento não virulento em camundongos (BALB/c), experimentalmente

infectados. Resultados parciais demonstraram que o grupo que recebeu

imunização com 5 x 105 taquizoitos Nc-Espanha 1H apresentou transmissão

vertical de apenas 2,3% enquanto que, no grupo que não recebeu imunização, a

transmissão vertical foi de 89,1%. Além disso, limitou completamente a infecção

cerebral (ROJO-MONTEJO et al., 2013).

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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar de a neosporose apresentar envolvimento comprovado no

aborto bovino em todo o mundo, para melhor compreensão sobre a enfermidade

ainda é necessária a realização de outros levantamentos sorológicos em países

onde a sua distribuição é desconhecida, aferir os prejuízos econômicos reais e

identificar fatores de risco associados.

São muitos os enigmas existentes devido à excelente adaptação do

parasito ao hospedeiro. Estudiosos chamam a esse processo microevolução

ligada estreitamente às suas características virulentas e a sua capacidade para

evadir a resposta imune do hospedeiro. Perguntas como qual é o fator que

desencadeia a inter-conversão de bradizoito a taquizoito, por que o bradizoito é

capaz de evadir a resposta imune e ao tratamento, se o bradizoito é só uma fase

inofensiva do ciclo parasitário ou tem algum papel na patogenia do aborto e se a

morte do feto ocorre pela resposta imune do hospedeiro ou por as lesões

causadas pelos taquizoitos, são só algumas questões que terão que ser

elucidadas.

Outro aspecto importante que deverá ser comprovado é o potencial

zoonótico da doença, já que o estreito contato do homem com o hospedeiro

definitivo, o cão, é maior do que com o gato, fonte de infecção para o Toxoplasma

gondii, parasito filogeneticamente próximo e importante na saúde pública.

Contudo, esses conhecimentos da biologia, patogenia, resposta imune

e epidemiologia permitirão desenvolver e implementar estratégias para

prevenção, controle e tratamento da neosporose, considerada a mais importante

causa de aborto bovino do mundo.

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