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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA UNIR CAMPUS DE VILHENA DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO CURSO DE PEDAGOGIA ALINE NUNES DA SILVA O ALUNO COM ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO VILHENA RO Julho, 2018

UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA UNIR CAMPUS DE … Nunes (mono… · Orientador(a): Prof.ª Esp. Fernanda Emanuele Souza de Azevedo Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA – UNIR

CAMPUS DE VILHENA

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

CURSO DE PEDAGOGIA

ALINE NUNES DA SILVA

O ALUNO COM ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO

VILHENA – RO

Julho, 2018

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ALINE NUNES DA SILVA

O ALUNO COM ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO

Monografia apresentada a Universidade

Federal de Rondônia, como requisito avaliativo

para conclusão do curso de Pedagogia.

Orientador(a): Prof.(a) Esp. Fernanda

Emanuele Souza de Azevedo

VILHENA - RO

Julho, 2018

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

Fundação Universidade Federal de Rondônia

Gerada automaticamente mediante informações fornecidas pelo(a) autor(a)

S586 Silva, Aline Nunes.

O aluno com altas habilidades/ superdotação: pesquisa bibliográfica / Aline Nunes

Silva. -- Vilhena, RO, 2018.

34 f. : il.

Orientador(a): Prof.ª Esp. Fernanda Emanuele Souza de Azevedo

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia) - Fundação

Universidade Federal de Rondônia

1.Altas habilidades. 2.Superdotado. 3.Educação especial. 4.Atendimento.

I. Azevedo, Fernanda Emanuele Souza de. II. Título.

CDU 376-056.45

Bibliotecário(a) Patricia de Mello Cardoso CRB 11/929

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA – UNIR

CAMPUS DE VILHENA

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

CURSO DE PEDAGOGIA

ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO AO ALUNO COM ALTAS

HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO

ALINE NUNES DA SILVA

Este trabalho foi julgado adequado para obtenção do título de Graduação em

Pedagogia e aprovado pelo Departamento Acadêmico de Ciências da Educação (DACIE) da

Universidade Federal de Rondônia.

Prof. (a) (Me) Cláudia Justus Torres Pereira

Chefe do Departamento Acadêmico de Ciências da Educação

Professores que compuseram a banca:

Presidente: Prof. (a) (esp.) Fernanda Emanuele Souza de Azevedo

Orientador – Universidade Federal de Rondônia

Membro: Prof. (a) (esp.) Josimari dos Santos da Conceição

Universidade Federal de Rondônia

Membro: Prof. (a) (esp.) Deisi de Oliveira

Universidade Federal de Rondônia

Vilhena, 10 de julho de 2018

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Agradeço primeiramente a Deus por ter me

proporcionado a viver intensamente essa vida

acadêmica e algumas pessoas da minha

família pela fé e confiança demonstrada.

Principalmente a minha irmã por sempre

acreditar em mim e depositar todo seu apoio.

Aos meus professores por estarem sempre

dispostos a tirar as dúvidas e promover nosso

desenvolvimento. E aos meus colegas de

turma que de forma direta ou indireta

contribuíram para meu aprendizado durante a

graduação. Em especial a minha colega

Luana Tavares por aceitar trilhar essa jornada

comigo, sempre lembrar de mim nos

trabalhos em grupo, até mesmo quando não

estamos nos melhores dias. Em especial

também, a minha orientadora e amiga, Prof.

Esp. Fernanda Emanuele de Souza Azevedo,

por ter me proporcionado entrar na área da

Educação Especial, me inserindo para um

estágio onde pude adquirir muitas

experiências. E por fim, agradeço a minha

querida avó que já não vive mais entre nós,

mas que do seu jeito contribuiu para que eu

chegasse aonde cheguei, com seus incentivos

um pouco rudes, porém bem entendidos por

mim e de onde ela estiver possa comemorar

minha vitória conquistada.

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RESUMO

O presente estudo teve como objetivo abordar questões acerca de crianças com altas

habilidades/superdotação no contexto escolar. O mesmo justificou-se por perceber a

demanda de alunos com altas habilidades/superdotação sem o diagnóstico adequado,

desfavorecendo esse público, com a falta de recursos didáticos e materiais para atender as

necessidades dos alunos com AH/SD. Nota-se ainda que ambiente adequado para o

atendimento de suas habilidades não possui profissionais e metodologia específica voltada

para esse público, acarretando assim, prejuízo na aprendizagem desses alunos. A

metodologia utilizada foi pesquisa bibliográfica na qual recorremos a autores que tratam do

tema, bem como de temas paralelos, podendo nos trazer contribuições em relação ao tema

proposto. Assim os resultados obtidos possibilitaram as reflexões destacadas trazendo

questões gerais de inclusão, porém com foco nos alunos com altas habilidades/superdotação,

possibilitando a aprendizagem sobre como trabalhar com uso de materiais e tecnologias,

facilitando a identificação desses alunos, destacando as áreas que se encontram, além de

aprimorar as áreas prejudicadas. Considerando os conceitos da Educação Especial e sua

evolução no Brasil, pontuamos especificamente os períodos de luta que esta educação sofreu

trazendo a realidade do atendimento voltado para o superdotado em nosso país, enfatizando

o atendimento desse aluno com AH/SD, quais recursos utilizar, como trabalhar com esses

alunos, de forma que eles possam desenvolver seu potencial e sua/as habilidade/s. Assim, o

presente trabalho nos proporcionar a reflexão quanto a necessidade de nos conscientizar da

realidade em que vivemos e buscar recursos e programas que atendam alunos com potencial

elevado. Para isso, se torna evidente a necessidade de investir na formação de professores

criando uma boa relação entre pais e professores para que a identificação desses alunos se

torne mais seguras e efetivas.

Palavras-chave: Altas habilidades. Superdotação. Educação Inclusiva. Atendimento.

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LISTA DE SIGLAS

AEE Atendimento Educacional Especializado

AH/SD Altas Habilidades/Superdotação

ASPAT Associação de Pais e Amigos para Apoio ao Talento

CEDET Centro para Desenvolvimento do Potencial e Talento

IBC Instituto Benjamim Constant

INES Instituto Nacional de Educação de Surdos

LDB Lei de Diretrizes e Bases

NAAH/S Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação

SEESP Secretaria de Educação Especial

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Diagrama de Venn................................................................................................. 21

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Tipos de Superdotado. ........................................................................................ 18

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO. ................................................................................................................ 10

2 BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL ............................ 12

2.1 Os três períodos: segregação, integração e inclusão ................................................... 16

2.2 Políticas educacionais para a inclusão. ........................................................................ 17

3 CONHECENDO SOBRE ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO. .................. 19

3.1 Teoria das inteligências múltiplas. ............................................................................... 21

3.2 O aluno com altas habilidades e superdotação. .......................................................... 23

4 ATEDIMENTO AO ALUNO COM ALTAS HABILIDADES .................................... 25

4.1 Como acontecia com o trabalho de Helena Antipoff .................................................. 27

4.2 Como é o atendimento hoje no AEE para altas habilidades/superdotação. .............. 28

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 31

6 REFERÊNCIAS. ............................................................................................................... 33

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1 INTRODUÇÃO

A proposta deste estudo se justificou em buscar entender os recursos oferecidos para

alunos com altas habilidades/superdotação os quais justamente não são percebidos pelos

professores como aluno superdotado e sim, como indisciplinados que não querem aprender,

pois os mesmos não se envolvem com qualquer atividade oferecida pelo professor.

Com isso as autoridades competentes como a Secretaria de Educação Especial do

Mistério da Educação (BRASIL,2005) observando a necessidade da implantação de Núcleos

de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação nos estados brasileiros os efetivaram. Tendo

esses núcleos os objetivos de colaborar na formação de professores e demais profissionais

dessa área da educação especial focando no investimento de materiais para uma melhor

metodologia a ser desenvolvida, bem como, oferecer ao aluno com altas

habilidades/superdotação, oportunidades de desenvolvimento educacional para atender às suas

necessidades acadêmicas, intelectuais, emocionais e sociais, podendo assim, proporcionar o

desenvolvimento de habilidades de pensamento crítico, criativo e de pesquisa e que

conservem seus interesses em habilidades já aprimoradas, além de, oferecer à família do aluno

informações e orientações sobre altas habilidades/superdotação e formas de estimulação do

potencial superior.

Com essa pesquisa nos deparamos com a nossa realidade educacional, a qual

atualmente é notório a existência de núcleos de atendimentos para as demais deficiências com

profissionais capacitados. Porém para os alunos com altas habilidades/superdotação esse

atendimento ainda é escasso, pois a demanda de alunos que já chegam na sala de recurso

“rotuladas” como alunos que não se desenvolvem é grande, isto é, não conseguem atingir o

nível de desenvolvimento esperado pelo professor com atividades e estratégias pedagógicas

tradicionais, ficando evidente a dificuldade de se trabalhar dessa forma.

Assim, o trabalho em questão abordou as questões da educação especial de maneira

ampla, iniciando a primeira seção com a presente introdução.

Na segunda seção relatamos brevemente sobre a evolução da educação especial no

Brasil, abordando os conceitos e definições quanto a Educação Especial trazidas pelos

autores, Mendes (2006), Rogalski (2010), Goulart (2012) dentre outros, buscando datas

importantes para essa área da educação, além de evidenciarmos os períodos que compõem a

história da educação especial, começando pela Segregação, Integração e Inclusão chamada

atualmente.

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Na terceira seção buscamos relatar sobre o conceito de Altas

Habilidades/Superdotação, bem como, os tipos de superdotação e a teoria das inteligências

múltiplas no qual utilizamos como principal suporte teórico Renzulli (1986).

Já na quarta seção, apresentamos ao leitor sobre o atendimento educacional voltado

para essa deficiência buscando esclarecer a respeito dos recursos utilizados para a eficácia

desse atendimento procurando realçar de maneira positiva as habilidades dos mesmos,

apresentando estratégias práticas a serem usadas com esses alunos, pois ainda temos que ter

cuidados quando falamos de implementar programas ou atividades para esses alunos.

Na quinta seção as considerações finais na qual procuramos apontar os resultados

alcançados com a pesquisa esclarecendo através de uma breve reflexão as nossas percepções,

expectativas e propostas de novos trabalhos a serem desenvolvidas com essa temática que

sabemos ser rica e com variadas possibilidades de compreensão através de estudos

bibliográficos. Esta pesquisa demonstrou a necessidade de pesquisar sobre assuntos

pertinentes a educação especial, pois estão surgindo cada vez mais alunos com dificuldades de

socialização e nisso se encaixa o aluno superdotado por não ser bem visto no âmbito escolar, e

por ser algo muito recente precisamos buscar por mais informações acerca do tema, para que

assim, como futuros educadores possamos lidar com alunos superdotados em sala de aula em

conjunto com núcleos especializados.

Precisamos nos conscientizar da realidade em que vivemos e buscar recursos e

programas que atendam alunos com potencial elevado. Para isso, vemos a necessidade de

investir na formação de professores criando uma boa relação entre pais e professores para que

a identificação desses alunos se tornem mais seguras e efetivas.

Temos confiança de que você, leitor, interessado pelas informações da educação

daqueles alunos que se destacam em algumas áreas do conhecimento por terem um potencial

diferente dos demais, encontrará nos capítulos deste trabalho informações sobre altas

habilidades/superdotação, mitos e verdades, a identificação e os tipos de talentos de cada

sujeito, considerando o tempo de pesquisa e as circunstancias percorridas. Acreditamos que

estes capítulos possam inspirar profissionais que já atuam na área ou tenham interesse em se

apropriar do tema, a refletirem sobre sua prática. Para aqueles que estão conhecendo a área,

esperamos que estes textos despertem sua curiosidade e os levem a se dedicar nesta fascinante

caminhada que é o desenvolvimento de talentos e da excelência.

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2 BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL

Nesta seção traremos um breve histórico de todo processo de inclusão no Brasil,

trazendo o conceito de Educação Especial e como atualmente está organizada.

A educação especial surgiu por conta de muitas lutas, organizadas pela sociedade e

leis favoráveis aos deficientes e a educação inclusiva começou a ganhar força depois da

Declaração de Salamanca (1994), a partir da aprovação da constituição de 1988 e da Lei de

Diretrizes e Bases 1996. (ROGALSKI, 2010). Porém traremos uma contextualização desde o

período imperial onde surgiram as primeiras escolas voltadas para o público com algumas

necessidades especiais como os Surdos e os Cegos.

Segundo Mendes (2006), desde o século XVI a história da educação no Brasil vem

sendo traçada. Médicos e pedagogos naquela época já começavam a acreditar na possibilidade

de educar os sujeitos considerados incapazes de serem educados. Entretanto, naquele

momento, o cuidado era somente assistencialistas e institucionalizado, por meio de asilos e

manicômios.

Ainda segundo Mendes (2006), no período colonial no ano de 1854 no Brasil, D.

Pedro II gostou do trabalho de José Álvares de Azevedo que mesmo sendo cego, educou a

filha do médico da família imperial, assim o médico Dr. Sigaud criou o Instituto dos Meninos

Cegos na cidade do Rio de Janeiro. Neste período ainda não havia preocupação com a

aprendizagem. Somente depois no final do século XIX, em1891 a escola passou a se chamar

Instituto Benjamim Constant – IBC, no qual permanece até hoje.

Em 1857, D. Pedro II criou o Imperial dos surdos-mudos que se deve a Ernesto Huet

ele veio da França com o pensamento de fundar esta escola para este tipo de necessidade

especial. Após um século, no ano de 1957 essa escola passou a se chamar de Instituto

Nacional de Educação de Surdos – INES. Os institutos tiravam os surdos e cegos e isolavam

de convívio social, sendo que eles não necessitavam de tal isolamento.

Também no período imperial iniciou-se ainda o tratamento de doentes mentais em

hospitais psiquiátricos. Começaram os tratamentos no Hospital psiquiátrico da Bahia, em

1874. Embora, de forma lenta, após a proclamação da república, a educação especial foi se

expandindo; em 1903 o Pavilhão Bournevile, no Hospital D. Pedro II (Bahia) foi instalado

para tratamento de doentes mentais; em 1923 foi criado o Pavilhão de Menores do Hospital

Juqueri e o Instituto Petallozzi de Canoas, em 1927 (BUENO, 1993).

Em seguida, no ano de 1948, foi assinada a Declaração Universal dos Direitos

Humanos que tem como um marco a ampla visão de direitos universais e garantia de

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educação para todas as pessoas, ou seja, nesta década é que surgiu a escola para todos. O

movimento de pessoas com deficiência ganha força política e social e novas discussões e

debates surgem, na sociedade civil e nos grupos políticos, passando a orientar a legislação e a

elaboração de novas políticas pública. Em 1954 é fundada a primeira Associação de Pais e

Amigos dos excepcionais - APAE que abre as portas para o Ensino Especial com opção à escola

regular. (ROGALSKI, 2010).

Para Goulart (2012), em 25 de outubro de 1989 é publicada a Lei nº 7.853, de 24 de

outubro de 1989, que disciplinou o apoio às pessoas portadoras de deficiência e sua respectiva

integração social, além definir crimes. Esta lei só foi regulamentada 10 anos depois, pelo

Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999. Este Decreto, além de definir a deficiência

permanente e a incapacidade, descreve as situações em que a pessoa é considera portadora de

deficiência, como estabelece o Artigo abaixo:

Art. 4o É considerada pessoa portadora de deficiência a que se enquadra nas

seguintes categorias:

I - deficiência física - alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do

corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se

sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia,

tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou

ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade

congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam

dificuldades para o desempenho de funções; (Redação dada pelo Decreto nº 5.296,

de 2004)

II - deficiência auditiva - perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis

(dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500HZ, 1.000HZ, 2.000Hz

e 3.000Hz; (Redação dada pelo Decreto nº 5.296, de 2004)

III - deficiência visual - cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que

0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa

acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; os

casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual

ou menor que 60o; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores;

(Redação dada pelo Decreto nº 5.296, de 2004)

IV - deficiência mental – funcionamento intelectual significativamente inferior à

média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou

mais áreas de habilidades adaptativas, tais como:

a) comunicação;

b) cuidado pessoal;

c) habilidades sociais;

d) utilização da comunidade;

d) utilização dos recursos da comunidade; (Redação dada pelo Decreto nº 5.296, de

2004)

e) saúde e segurança;

f) habilidades acadêmicas;

g) lazer; e

h) trabalho;

V - deficiência múltipla – associação de duas ou mais deficiências.

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Goulart (2012) comenta que em 1994 a educação especial brasileira sofre influência

externa, a Declaração de Salamanca define políticas, princípios e práticas da Educação

Especial e influi nas políticas públicas da Educação. Diante desta declaração, a Política de

Educação Especial condiciona o acesso ao Ensino Regular aqueles que possuem condições de

acompanhar “os alunos ditos normais”.

A Declaração de Salamanca é considerada um dos principais documentos mundiais

que visam a inclusão social com o objetivo de promover a atenção em relação às pessoas com

Necessidade Educacionais Especiais, juntamente da Convenção de Direitos da Criança (1988)

e da Declaração sobre Educação para Todos de 1990. Ela é o resultado de uma tendência

mundial que fortificou a educação inclusiva, e cuja origem tem sido atribuída aos movimentos

de direitos humanos e de desinstitucionalização manicomial que surgiram a partir das décadas

de 60 e 70 do século XX. A declaração de Salamanca define o aluno especial como:

[...] todas as crianças e jovens cujas necessidades decorrem de sua capacidade ou de

suas dificuldades de aprendizagem. Muitas crianças experimentam dificuldades de

aprendizagem e têm, portanto, necessidades educativas especiais em algum

momento de sua escolarização. (SALAMANCA, 1994).

Silva (2009), comenta que a Declaração de Salamanca ressalta que a escola

inclusiva proporciona um ambiente favorável à aquisição de igualdade de oportunidade

e participação e que todas as crianças devem, sempre que possível, aprender juntas

independente de qualquer dificuldade ou diferença que elas possam ter. Para isso, devem

receber, o suporte extra solicitado para assegurar uma educação efetiva.

Todas as escolas deveriam acomodar todas as crianças independentemente de

suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou

outras. Devem incluir crianças deficientes ou superdotadas, crianças de rua e que

trabalham crianças de origem remota ou de

população nômade, crianças pertencentes a minorias linguísticas, étnicas ou

culturais e crianças de outros grupos em desvantagem ou marginalizadas. (apud

Silva, 2009, BRASIL, 1996).

Já em 1996 surge uma crítica da LDB, onde a nova Lei, a mudança acontece apenas na

teoria, pois atribuem as redes o dever de assegurar currículo, métodos, recursos e organização

para atender as necessidades dos alunos. Deixando toda a responsabilidade na instituição de

ensino.

A criação dessas primeiras instituições especializadas [...] não passaram de umas

poucas iniciativas isoladas, as quais abrangeram os mais lesados, os que se

distinguiam, se distanciavam ou pelo aspecto social ou pelo comportamento

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divergentes. Os que não o eram assim a “olho nu” estariam, incorporados às tarefas

sociais mais simples. Numa sociedade rural desescolarizada (JANNUZZI, 1985, p.

28).

Conforme Rogalski (2010) no Brasil, até a década de 50 do século XX, quase não se

falava em Educação Especial. Então a partir de 1970 a educação especial passou a ser

discutida, tornando-se preocupação dos governos com a criação de instituições públicas e

privadas, órgãos normativos federais e estaduais e de classes especiais.

É importante falar sobre Educação Especial, pois atualmente está presente em todos os

campos da educação básica, e até nas universidades. Pois as escolas que atendem alunos

especiais vem sendo responsável pelos avanços que eles vem mostrando até aqui chegando

então até universidade.

Enquanto educadores, nosso papel frente à inclusão, reside em acreditar nas

possibilidades de avanços acadêmicos dos alunos denominados normais, terão de se

tornar mais solidários, acolhedores diante das diferenças e, crer que a escola terá que

se renovar, pois a nova política educacional é construída segundo o princípio da

igualdade de todos perante a lei que abrange as pessoas de todas as classes sociais.

(ROGALSKI, 2010, p. 3).

O Decreto criado no ano de 1999 de nº 3.298 afirma que a Coordenadoria Nacional

para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, define Educação Especial como ensino

complementar. Em 2001 as redes abrem e divulgam que é crime a recusa da matrícula de

criança com deficiência o que impede o exercício dos direitos humano, CNE/CEB2. Neste

período cresce o número de crianças especiais matriculadas no Ensino Regular.

A partir disso as pessoas foram se conscientizando em relação a educação especial, se

dando conta da situação dos sujeitos que demonstravam uma dificuldade maior que outras

crianças, com isso vemos a importância de contextualizar a educação especial de um modo

geral para que fique claro que não existe somente uma ou outra deficiência, mas sim

deficiências múltiplas que precisam ser trabalhadas individualmente e em todos os níveis de

ensino.

Em 1999, o Decreto nº 3.298, que regulamenta a Lei nº 7.853/89, ao dispor sobre a

Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, define a

educação especial como uma modalidade transversal a todos os níveis e

modalidades de ensino, enfatizando a atuação complementar da educação especial

ao ensino regular. (MEC/SEESP, 2007).

Assim, é dever da escola assegurar a matricula para esses alunos especiais e promover

o atendimento especial promovendo uma educação de qualidade para todos. A educação

especial passou por vários períodos de lutas para chegar onde chegou hoje, e com essas lutas

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foram conquistando mais espaço no mundo, e trataremos desses períodos a seguir, que são

eles a segregação a integração e até chegar na dita inclusão.

2.1 Segregação, Integração e Inclusão

Para Deimling e Moscardini (2010) falar sobre a inclusão escolar não se resume em

falar sobre os documentos legais que fundamentam e instituem metas e diretrizes para a

inclusão de todas as pessoas e daquelas com deficiência no sistema regular de ensino, mas

requer tratar sobre os movimentos sociais e mesmo antes das iniciativas legais do poder

público, tiveram como protagonistas os grupos organizados de pais ou mesmo de sujeitos com

diferentes tipos de deficiência, que se reuniram com o objetivo de discutir propostas e planos

de ação, visando à luta por seus direitos.

No período de segregação, até os anos de 1960, Santos e Reis (2015) define as pessoas

com deficiência não podiam frequentar as instituições de ensino regular, eram privados da

socialização com os demais sujeitos devido as marcas existentes na sociedade da época. O

atendimento destinado a essas pessoas era restrito as instituições especializadas no qual o

objetivo principal era somente assistencialista e não educacional, pois predominava a ideia de

que as pessoas com deficiência não conseguiam ou não tinham capacidade para avançar no

processo educacional. Já no ano de 1970, durante o período de integração, as instituições de

ensino regular passaram a receber as pessoas com deficiência, porém, essas instituições não

proporcionavam a elas possibilidades de aperfeiçoar suas capacidades. Assim, não eram

oferecidas as mesmas oportunidades de aprendizagem destinadas a seus pares ficando a

inclusão delas restrita apenas ao direito de acesso as instituições.

A integração se deu de forma sutil e gradativamente por parte dos educadores e demais

pessoas do ambiente escolar, fazendo com que o aluno com necessidades especiais se sinta

integrado naquele ambiente ou num determinado grupo de pessoas, dando atenção nos

principais avanços da pessoa em relação a sua dificuldade. Apesar disso não era esperado que

a pessoa se espelhasse nas pessoas ditas ‘normais’, o importante era o sujeito sentir-se

naturalmente integrado ao ambiente. (SANTOS; REIS, 2015).

A década de 1980 foi marcada pela promoção de muitos encontros e

congressos internacionais no intuito de mobilizar os países a reestruturarem

suas políticas em prol da inserção dos deficientes na esfera social. E o

ano de 1981 constitui-se um marco para os deficientes de todo o

mundo, pois a Organização das Nações Unidas ONU o proclamou como o Ano

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Internacional das Pessoas Deficientes, tendo como

lema “Participação Plena e Igualdade”. (SILVA, 2009, p. 6).

Foi na década de 1980 que começou a se falar de inclusão e a Educação Especial

passou a ser vista com outro ‘olhar’, o olhar de respeito às diferenças e a diversidade em que o

estímulo às habilidades de todos se faz necessário.

A aceitação e a valorização da diversidade, a cooperação entre diferentes e a

aprendizagem da multiplicidade são, assim, valores que norteiam a inclusão social,

entendida como o processo pelo qual a sociedade se adapta de forma a poder incluir,

em todos os seus sistemas, pessoas com necessidades especiais e, em simultâneo,

estas se preparam para assumir o seu papel na sociedade. O percurso até à inclusão

passou por um conjunto de decisões. (SILVA, 2009, p. 144).

A pessoa com necessidades especiais tem os mesmos direitos que qualquer outro

cidadão, desde atenção apropriado de cada caso, até mesmo acesso a recursos disponíveis,

podendo viver de forma tranquila podendo estabelecer uma relação com o meio. Para isso

foram sendo criadas políticas para essa área da educação especial e a seguir iremos mostrar as

políticas que norteiam a inclusão.

2.2 Políticas Educacionais para a Inclusão

Conforme Delou (2007), devemos apontar que as políticas públicas nacionais na área

das altas habilidades/superdotação vem sendo fragmentadas em suas ações, por isso é preciso

reconhecer os esforços que foram feitos e ainda estão se concretizando há algum tempo para

que todos esses alunos sejam atendidos nas escolas regulares da educação básica.

Um professor estando sozinho, aponta Delou (2007) que diante do aprendizado do

aluno não terá grandes resultados, por esse motivo é preciso a existência das políticas

educacionais para a inclusão, diante de parcerias internas e externas é que o professor chegará

ao resultado esperado para aquele aluno em especial. Mas além de tudo isso, precisamos

pensar nessa dita inclusão que será feita para não marcar esses alunos que precisam de

atendimento especifico como aqueles que não aprendem da mesma forma, ou até mesmo

aqueles alunos problemáticos.

Segundo A Secretaria de Educação Especial (Seesp), conforme a nova política, os

alunos considerados público-alvo da educação especial são aqueles com deficiência,

transtornos globais de desenvolvimento e com altas habilidades/superdotação.

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Consideram-se alunos com deficiência àqueles que têm impedimentos de longo

prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que em interação com

diversas barreiras podem ter restringida sua participação plena e efetiva na escola e

na sociedade. Os alunos com transtornos globais do desenvolvimento são aqueles

que apresentam alterações qualitativas das interações sociais recíprocas e na

comunicação, um repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e

repetitivo. Incluem-se nesse grupo alunos com autismo, síndromes do espectro do

autismo e psicose infantil. [...] (MEC, 2008, p. 15).

A partir disso podemos ter uma noção do momento em que entramos em uma sala de

aula e notamos algo diferente em algum aluno, sabendo que a atenção dele deverá ser pensada

no individual, porque o desenvolvimento dele será de outra forma, talvez mais lenta ou com

outra metodologia. “No termo excepcional estão incluídos aqueles classificados acima ou

abaixo da norma de seu grupo, visto a serem portadores de características mentais, físicas ou

sociais que fazem de sua educação um problema especial” (ANTIPOFF, 1984 apud DELOU,

2007, p.28).

No ano de 1967 comenta Delou (2007) que o Ministério de Educação e Cultura criou

uma comissão para determinar medidas para a identificação e atendimento aos alunos

chamados de superdotados. Até então a Educação Especial brasileira crescia através do

trabalho feito em poucas instituições públicas e em muitas instituições privadas,

assistencialista, desenvolvidas para o atendimento dos alunos com deficiência sensoriais,

metais ou físicas, com um padrão pensado na cura, a reabilitação e eliminação dos

comportamentos inadequados.

Em agosto de 1971, foi promulgada a Lei nº 5692. Pela primeira vez, uma lei de

ensino previa, explicitamente, que os alunos que apresentassem deficiências físicas ou

mentais, os que encontrassem atraso considerável quanto à idade regular de matrícula e os

superdotados deveriam receber tratamento especial, de acordo com as normas fixadas pelos

competentes Conselhos de Educação (Brasil,1971, Artigo 9º apud Delou, 2007, p.29).

Adiante veremos mais sobre o aluno com altas habilidades/superdotação, conhecendo

melhor suas características, comportamento e desenvolvimento, fazendo relação com as

teorias estudadas.

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3 CONHECENDO SOBRE ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO

Segundo Schmidt (2018), apesar de não existir uma definição universal de altas

habilidades/superdotação, muitas pesquisas têm sido realizadas com a intenção de dar

respostas a questões ligadas à definição de superdotação. As vezes pensamos de onde surgiu

as altas habilidades/superdotação, como na grande maioria das demais áreas da vida humana,

a discussão científica sobre o talento vem sendo permeada por defesas da herança biológica e

da estimulação ambiental. Da mesma forma que nos demais casos, é muito difícil poder

apontar com certeza o quanto de determinação cabe a um e a outro. Contudo, pode ser

afirmado que ambos contribuem para o processo de desenvolvimento de uma pessoa dotada

de altas habilidades/superdotação, e que um ambiente estimulador favorece a manifestação de

suas características.

E ainda segundo autora dentro da categoria de altas habilidade/superdotação existem

os tipos de superdotado e destacam-se ainda os vários tipos de alunos, tais como:

Quadro 1:

Tipo Intelectual

Apresenta flexibilidade, fluência de pensamento, capacidade de

pensamento abstrato para fazer associações, produção ideativa, rapidez

do pensamento, compreensão e memória elevadas, capacidade de

resolver e lidar com problemas

Tipo Acadêmico

Evidencia aptidão acadêmica específica, de atenção, de concentração;

rapidez de aprendizagem, boa memória, gosto e motivação pelas

disciplinas acadêmicas de seu interesse; habilidade para avaliar,

sintetizar e organizar o conhecimento; capacidade de produção

acadêmica.

Tipo Criativo

Relaciona-se às seguintes características: originalidade, imaginação,

capacidade para resolver problemas de forma diferente e inovadora,

sensibilidade para as situações ambientais, podendo reagir e produzir

diferentemente, e até de modo extravagante; sentimento de desafio

diante da desordem de fatos; facilidade de auto expressão, fluência e

flexibilidade.

Tipo Social

Revela capacidade de liderança e caracteriza-se por demonstrar

sensibilidade interpessoal, atitude cooperativa, sociabilidade

expressiva, habilidade de trato com pessoas diversas e grupos para

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estabelecer relações sociais, percepção acurada das situações de grupo,

capacidade para resolver situações sociais complexas, alto poder de

persuasão e de influência no grupo.

Tipo Talento

Especial

Pode-se destacar tanto na área das artes plásticas, musicais, como

dramáticas, literárias ou técnicas, evidenciando habilidades especiais

para essas atividades e alto desempenho.

Tipo Psicomotor

Destaca-se por apresentar habilidade e interesse pelas atividades

psicomotoras, evidenciando desempenho fora do comum em

velocidade, agilidade de movimentos, força, resistência, controle e

coordenação motora.

Fonte: Elaborado pela autora (2018).

Salientamos que o quadro acima descreve ricamente as definições de cada conceito de

superdotação, por isso se faz necessário a mesma. Seguindo a linha de raciocínio a autora

compreendemos que existe dentro do conceito de Altas Habilidades/Superdotação os tipos de

talentos, assim como existem os graus nas demais deficiências, então é preciso pensar no

aluno com suas especificidades e jeito de aprender.

No Brasil, atualmente, a pessoa com Altas Habilidades/Superdotação tem direitos

garantidos em vários documentos oficiais de receber Atendimento Educacional Especializado

– AEE, em contra turno do ensino regular, visando à elevação do seu potencial. Na

Constituição Federal de 1988, apresenta o direito que as pessoas têm a educação. Em seu

artigo 205, diz: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida

e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa,

seu preparo para o exercício da cidadania...” (BRASIL, 1988, apud Santos, 2013, p.6).

É necessário (re)construir a imagem que se tem da pessoa com altas habilidades,

baseada nas crenças e mitos que povoam o imaginário popular, nos estereótipos de

‘aluno nota 10 em tudo’, ‘pessoa insociável’, ‘pessoa egocêntrica ou egoísta’,

‘gênio’, ‘riqueza do país’ e na suposta proveniência de classes sócio-economica

privilegiadas, entre outros. (PÉREZ, 2002, apud Rech e Freitas, 2006, p.62).

Ainda existem muitos mitos acerca do aluno superdotado, e conforme o autor comenta

é de extrema importância buscar conclusões concretas que estejam baseadas em estudiosos

que pesquisam sobre o assunto, para justamente não considerarmos o aluno superdotado como

alguém que sabe tudo e não precisa de apoio. Existem materiais feitos exatamente para cada

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grau de superdotado, assim com o diagnóstico correto ele tem mais chances de se desenvolver

em áreas prejudicadas.

Na próxima seção trataremos das teorias das inteligências múltiplas, fazendo uma

junção com os tipos diferentes de alunos com altas habilidades superdotação, mostrando o

anel que engloba essa teoria.

3.1 Teoria das inteligências múltiplas

Joseph Renzulli é um autor da Teoria dos Três Anéis onde a intersecção de três

agrupamentos de traços bem definidos, habilidade acima da média, envolvimento com a

tarefa e criatividade, indica um sujeito com superdotação. Este Modelo Triádico que

Renzulli propõe pode ser entendido de forma parecida com a teoria das inteligências

Múltiplas, pois é possível observar estes traços em qualquer um dos 9 tipos de inteligência

propostas por Howard Gardner. (MALICZEWSKI, 2012).

Figura 1 – Diagrama de Venn

É importante lembrar que os traços do superdotado provavelmente terão uma certa

frequência e intensidade ao longo do tempo. Renzulli (1988, p.20 apud Freitas 2006, p.17)

afirma que não existe garantias de que a definição de altas habilidades/superdotação seja uma

definição concreta do sujeito, porque são muitos motivos que defendem os comportamentos

do superdotado “são manifestações do desemprenho humano que podem ser desenvolvidas

em certas pessoas, em determinados momentos e sob determinadas circunstancias.”

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A inteligência passou a ser apontada como englobando múltiplas dimensões, podendo

assim um sujeito ter certos componentes mais desenvolvidos, enquanto a outra pessoa, outras

dimensões estariam presentes com mais intensidade. A ideia de que existem distintos tipos de

inteligência passou a ser enfatizada, paralelamente aos riscos de descrevê-la a partir do uso de

uma única pontuação ou resultado num teste de inteligência. (Alencar, 2007).

Renzulli interessou-se especialmente pelo segundo tipo e, com base em pesquisas

sobre pessoas que se destacaram por suas realizações criativas, propôs uma

concepção de superdotação, que inclui os seguintes componentes: habilidades acima

da média, envolvimento com a tarefa criatividade. (ALENCAR, 2007, p.22).

E para entender melhor esses componentes Alencar (2007) destaca os tipos de

superdotados que podemos encontrar:

O componente “habilidades acima da média” diz respeito tanto a habilidades gerais

como habilidades específicas. As primeiras consistem-na capacidade de processar

informações, integrar experiências que resultam respostas adaptativas e apropriadas a novas

situações engajar em pensamento abstrato. As habilidades específicas incluem a capacidade

de adquirir conhecimento, destreza ou habilidade para realizar uma ou mais atividades de uma

área especializada. Renzulli dá como exemplo de habilidades específicas o balé, escultura,

fotografia, química matemática.

“Envolvimento com a tarefa” constitui o componente motivacional e representaria a

energia que o indivíduo canaliza para resolver um dado problema ou tarefa. Inclui atributos

pessoais, como perseverança, dedicação, esforço, autoconfiança e a crença na própria

habilidade de desenvolver um importante trabalho.

Com relação à “criatividade”, um dos componentes também presentes na concepção

superdotação proposta, Renzulli chama a atenção para as limitações inerentes aos testes de

criatividade, sugerindo uma análise dos produtos criativos da pessoa como preferível a uma

análise de seu desempenho em testes de criatividade.

Gardner identificou nos seres humanos as inteligências linguística, lógico-

matemática, espacial, musical, cenestésica, interpessoal, intrapessoal, naturalista e

existencialista. Postula que essas competências intelectuais são relativamente

independentes, têm sua origem e limites genéticos próprios e substratos neuro-

anatómicos específicos e dispõem de processos cognitivos próprios. Segundo ele, os

seres humanos dispõem de graus variados de cada uma das inteligências e maneiras

diferentes com que elas se combinam e organizam e se utilizam dessas capacidades

intelectuais para resolver problemas e criar produtos. Gardner ressalta que, embora

estas inteligências sejam, até certo ponto, independentes umas das outras, elas

raramente funcionam isoladamente. (RODRIGUES, 2014).

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Essa conceituação não busca rotular a pessoa superdotada, o comportamento que está

presente ajuda a criar alternativas de atendimento especifico para aquela pessoa, ou seja, esse

conceito não está ligado a um modelo clinico mas sim uma tentativa de identificar sua

necessidade em particular. (PÉREZ, 2006).

3.2 O aluno com altas habilidades/superdotação

Segundo Branco (2017) no Brasil, estima-se que tem mais de 2,5 milhões de alunos

com altas habilidades matriculados nas escolas de Ensino Fundamental e Médio, e somente de

3,5% a 5% são identificados. E com essa falta de identificação torna-se ainda mais difícil o

apoio a esses alunos. Todo e qualquer aluno com necessidades especiais precisa de apoio

educacional e amparo quanto as políticas públicas para garantir a realidade da dita inclusão.

Alunos que apresentarem um bom desempenho e elevada potencialidade em algumas

disciplinas especificas ou até mesmo em todas é reconhecido como um sujeito com altas

habilidades/superdotação, geralmente é aquele aluno que se destaca em alguma atividade

dentro e fora da sala de aula, algo que pode ser reconhecido como um talento ou aptidão.

Pérez (2006) considera que não é uma tarefa fácil reconhecer uma criança com altas

habilidades/superdotação, pois na maioria das vezes se confunde com as dificuldades de

aprendizagem como: dislexia, déficit de atenção e outros transtornos da aprendizagem. Para

reconhecer um superdotado é preciso observar a aprendizagem do aluno, percebendo o

domínio e a rapidez com que ele leva para executar tarefas, esses sujeitos costumam ter

raciocínio rápido, são curiosos e tem o instinto de pesquisador, e com isso acabam não se

interessando pelas aulas rotineiras pois não há desafios para eles, assim dificultando na

interação social.

A pessoa com altas habilidades caracteriza-se por demonstrar elevada potencialidade

de aptidões, talentos e habilidades nos diferentes campos do saber e do fazer;

apresentar expressivo interesse, empenho e motivação para atividades relacionadas

com suas(s) área(s) de interesse(s); e revelar criatividade, que se expressa na forma

original com qual apresenta suas propostas e nas relações que estabelece entre o que

conhece e o que lhe é novo. (BRASIL, 1995, apud COSTA, 2006, p. 110).

Conforme Guenther (2000) a escola deve ser um ambiente favorável e propício,

pensando sempre nos alcances dos objetivos dos alunos, podendo reconhecer e avançar em

vários aspectos do aprendizado, visando a produzir níveis elevados de qualidade.

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Dessa forma, o melhor ambiente para o aluno com altas habilidades é aquele em que

ele se sinta desafiado e motivado a pensar em coisas novas, tanto na praticas quanto na teoria,

podendo evoluir mentalmente e desenvolvendo outras áreas que talvez ele não tenha

desenvolvido ainda.

Segundo Renzulli (1978) as habilidades identificadas como acima da média costuma

envolver aspectos gerais ligados a capacidade do processamento abstrato, como o pensamento

espacial e uma memória imensa. Quando a criança tem habilidades especificas a assimilação

fica mais simples de acontecer, é o exemplo das áreas de química, matemática, fotografia e

escultura.

Há muitos obstáculos para identificação da pessoa com a altas habilidades, porque o

aluno muitas vezes demonstra algumas dificuldades de aprendizagem durando o processo de

ensino, isso nos primeiros anos do ensino fundamental. Não são oferecidas oportunidades

educacionais necessárias aos alunos com altas habilidades/superdotação, pois essa educação

especial envolve muitos mitos em relação ao superdotado. O aluno com altas

habilidades/superdotado precisa de uma atenção maior com mais variação de experiências de

aprendizagem para estimular sua aprendizagem, com isso na maioria das vezes o aluno

costuma ficar desmotivado com as atividades propostas, sendo atividades repetitivas e pouco

estimuladoras. (Pérez, 2006).

Pensando nas especificidades de cada aluno com suas limitações a seguir falaremos do

atendimento para esses alunos com altas habilidades/superdotação, visando melhores

oportunidades de aprendizagem.

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4 ATENDIMENTO AO ALUNO COM ALTAS HABILIDADES

Depois que finaliza esse processo de identificação do aluno com altas habilidades/

superdotação, o profissional se encontra com um sujeito complexo, da qual as habilidades se

configuram e se juntam de forma particular e única. Cada pessoa é diferente, uma vez que

características, habilidades, ou mesmo dificuldades humanas manifestam- se em uma série de

intensidades e comportamentos (Cupertino, 1998, apud Sabatella e Cupertino, p. 69).

Seguindo esse pensamento, após a identificação começa então a avaliação adequada a

ser feita com o aluno para que se desenvolva conforme suas habilidades oferecendo a

formação que ele precisa. Caso o aluno não tenha suas aptidões estimuladas da forma correta

nunca chegarão a um nível de excelência.

Para Sabatella e Cupertino (2007) é necessário planejar possibilidades de atendimento

ao aluno com altas habilidades, que alcancem suas necessidades, expectativas dos pais, assim

como correspondam à filosofia educacional das escolas, tendo o cuidado de não entrar em

conflito com o ensino regular. É um trabalho que deve ser executado com habilidade e

critério, uma ideia importante que deve se ter em mente ao elaborar um planejamento é a de

que os modelos existentes são apenas sugestões de técnicas e que o mais importante é se

atentar ao que é possível fazer em cada caso específico, ampliando posteriormente o

atendimento assim que for existindo maior abertura ou oferta de recursos por parte das

instituições.

Sob essa perspectiva, relacionamos alguns aspectos importantes a serem

considerados no planejamento de intervenções para essa população, que podem

auxiliar o trabalho de professores, pedagogos, psicólogos e outros profissionais.

Trazemos à consideração o fato de que o aluno com altas habilidades/superdotação

apresenta interesses variados e diferentes habilidades e tem necessidade de

envolvimento em atividades que favoreçam a produção criativa, como atividades

científicas, tecnológicas, artísticas, de lazer e desporto, entre outras. (SABATELLA;

CUPERTINO, 2007, p. 69).

Com isso vemos a necessidade da união de profissionais de diversas áreas do

conhecimento para auxiliar esse aluno com talento não aperfeiçoado, pois cada profissional

vai agir no desenvolvimento de tal forma que ele cresça naquilo que está escondido ou até

mesmo aprimorar habilidades que possam chegar a excelência total. E também precisam ser

desafiados com temas importantes e úteis, para desenvolver seu conhecimento e oferecer

oportunidades para ampliar suas perspectivas pessoais, aprender pensar em objetivos maiores

e desenvolver responsabilidade e independência intelectual. Encontrar metodologia

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apropriada à sua rapidez de raciocínio e grande capacidade de abstração, através de um

processo dinâmico de aprendizagem. (SABATELLA; CUPERTINO, 2007, p. 70).

Em um simpósio em Genebra, quando a discussão abordava sobre metodologia de

ensino, perguntaram a Piaget qual era, em sua opinião, o melhor método. E então ele

respondeu que não existia o melhor método, nem o pior, mas apenas um tipo de

método aquele que seria o mais adequado. No caso dos alunos com altas

habilidades/superdotação, esse método adequado tem que ser obtido por meio de um

conjunto de combinações entre as alternativas de atendimento possíveis. Então é

importante conhecer quais são essas alternativas. (NOVAES 1979, APUD

SABATELLA; CUPERTINO, 2007, p. 70)

Quando nos deparamos junto a um aluno com necessidades educacionais especiais

temos receio de como iremos trabalhar com aquele aluno, quando na verdade esquecemos de

fazer o primeiro contato para conhecer o sujeito antes de pensar em métodos a serem usados,

muitas vezes o primeiro método que utilizar vai ser o melhor para aprender, outras vezes com

aquele método o aluno não irá desenvolver, ou seja, é preciso criar diversas possibilidades de

aprendizado para cada aluno, mediando aquilo que ele já sabe, devido à necessidade dele, com

os conteúdos que virão adiante.

Sabatella e Cupertino (2007), explica que nos programas de atendimento aos alunos

com altas habilidades/superdotação, as principais maneiras usadas são apresentadas através de

um vocabulário geral, agrupamento, aceleração e enriquecimento. No entanto é preciso

apontar que as possibilidades não são modalidades conflitantes que devam ser praticadas com

exclusividade, pois entre eles existem pontos comuns e vínculos.

Um dos mitos sobre o aluno com altas habilidades/superdotação é a concepção de que

eles podem se desenvolver sem precisar de ajuda. É um engano pensarmos que esses sujeitos

têm recursos suficientes para aprenderem sozinhos e desenvolver suas habilidades,

acreditando que não há necessidade de uma intervenção do ambiente. A realidade é que

alunos com altas habilidades/superdotação necessitam de uma diversidade de experiências de

aprendizagem enriquecedoras que estimulem sua capacidade de pensamento. (SABATELLA;

CUPERTINO, 2007, p. 74).

Renzulli (2002, apud Sabatella e Cupertino, 2007, p.70) traduz de forma pertinente

nossas angústias frente a essa constatação: “Como é que os educadores podem

encontrar tempo para realizar atividades de aprendizagem estimulantes que tornem

as escolas lugares mais agradáveis para os alunos (e para o pessoal), face a duas

realidades: as pressões para aumentar o nível no desempenho de testes e de um

currículo já demasiado extenso, resultantes de orientações estaduais, assim como as

listas cada vez mais longas de normas, conteúdos e recomendações para aumentar o

nível de letramento?”.

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Com isso vemos a dificuldade diária que o professor tem na sua profissão, cabendo a

ele papéis que não estão ao seu alcance, e ele como profissional acaba buscando os direitos

dos alunos, pois o professor mesmo com uma grande quantidade de alunos em sala de aula

ainda tem que pensar neles de forma individual para trabalhar a necessidade de cada um. Para

chegarmos a esse pensamento foi preciso muitos estudos de diversos autores e aqui

destacaremos uma autora que obteve muitas conquistas nessa área da educação, Helena

Antipoff.

4.1 Como acontecia com o trabalho de Helena Antipoff

No ano de 1929, foi tomada uma importante decisão política. O governo do estado de

Minas Gerais convidou a psicóloga russa Helena Antipoff para lecionar a cadeira de

psicologia experimental, na Escola de Aperfeiçoamento Pedagógico em Belo Horizonte, para

formar educadores que iriam proporcionar uma grande reforma de ensino com suporte nos

conceitos da “escola ativa” (Antipoff, 1996, apud Delou, 2007, p.28).

Entre as várias ideias inovadoras que Helena Antipoff trouxe para o Brasil ela

apresentou a da educação dos “excepcionais”. Fundadora da Sociedade Pestalozzi de Belo

Horizonte, em 1938 identificou 8 (oito) crianças supernormais pelo atendimento no

Consultório Médico-Pedagógico daquela instituição fazendo reconhecimento a um novo

gênero de clientes: as crianças bem-dotadas. No próximo ano, a então presidente da Sociedade

Pestalozzi do Brasil sugeriu a inclusão de um parágrafo nos estatutos da instituição. “No

termo excepcional estão incluídos aqueles classificados acima ou abaixo da norma de seu

grupo, visto serem portadores de características mentais, físicas ou sociais que fazem de sua

educação um problema especial” (Antipoff, 1984 apud Delou, 2007, p.28).

Helena Antipoff reuniu alguns alunos bem-dotados de escolas da zona sul do Rio de

Janeiro, e em pequenos grupos, desenvolveram estudos em literatura, teatro e música. Foram

os primeiros do que hoje se conhece como atendimento especializado para alunos com altas

habilidades/superdotação. Assim vemos que:

A influência de Helena Antipoff foi fundamental para a educação dos alunos com

altas habilidades/superdotação. O reflexo disso foi que, em 1961, a Lei de Diretrizes

e Bases da Educação dedicou os artigos 8º e 9º à educação dos “excepcionais”,

palavra cunhada por Helena Antipoff para se referir tanto aos deficientes mentais

como aos superdotados e aos que tinham problemas de conduta. Neste momento, a

ênfase clínica da educação fez com que a Lei se referisse ao tratamento a ser dado

aos excepcionais. (DELOU, 2007, p.28).

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Foi aí então que a educação especial começou a se desenvolver, mas especificamente

na educação dos superdotados ainda não tinha atendimento voltado para eles, pois

teoricamente eles não tinham nada a ser curado.

No ano de 1967, o Ministério de Educação e Cultura criou uma comissão para

estabelecer critérios de identificação e atendimento a estes alunos que eram chamados de

superdotados. Até então, a Educação Especial brasileira se desenvolvia por meio do trabalho

realizado em poucas instituições públicas e em algumas instituições privadas,

assistencialistas, criadas para o atendimento de alunos com deficiências sensoriais, mentais ou

físicas, com um paradigma voltado para a cura, a reabilitação e a eliminação de

comportamentos inadequados. Neste trabalho os superdotados não estavam incluídos. Eles

não tinham nada a ser curado.

Podemos perceber os mitos que cercam esses alunos vem de um passado muito

distante, ou seja, aprendemos a ser assim desde muito tempo atrás, aquele discurso de que se

aluno é diagnosticado como superdotado ele tem que ser bom em todas as disciplinas, mas

não é bem assim, já havíamos falado que cabe a paciência do professor junto com o apoio dos

pais, atender as necessidades da criança de melhor forma. E para que ocorra mudança é

preciso ir em busca dela, então a seguir discorreremos sobre a atual situação do atendimento

educacional especializado.

4.2 Como é o atendimento hoje no AEE para altas habilidades/superdotação

O Atendimento Educacional Especializado tem como função identificar, elaborar e

organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena

participação dos alunos considerando suas necessidades específicas. As atividades

desenvolvidas no atendimento educacional especializado diferenciam-se daquelas realizadas

na sala de aula comum, não sendo substitutivas a escolarização. Esse atendimento

complementar e suplementar a formação dos alunos com vista à autonomia e independência

na escola e fora dela. (MEC/ SEESP, 2008, p. 11).

O AEE atende todos os tipos de necessidades, porém o número de crianças com altas

habilidades/superdotação é menor, pois o diagnóstico dessa criança é mais difícil porque só é

percebido quando a criança demonstra um grande potencial em alguma área.

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Aos alunos superdotados foi garantido o atendimento especializado no âmbito da

educação escolar, que deve ser realizado na escola comum, na qual todos os demais

alunos são educados e escolarizados. Não é qualquer tipo de atendimento

educacional. A fim de garantir que o atendimento especializado aconteça, o Artigo

59 estabelece que os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com

necessidades especiais “currículos, métodos, recursos educativos e organizações

específicos, para atender às suas necessidades” (Brasil, 1996, Art. 59, I apud Delou,

2007, p.33).

O aluno com altas habilidades/superdotação deve ter um atendimento diferenciado,

pois quando é desafiado da maneira certa o ganho de aprendizagem é maior, trabalhar em

cima daquilo que ele já sabe não vai causar nenhum tipo de empolgação, ele vai ficar cada vez

mais intolerante a escola, o professor do AEE deve investir em métodos diferenciados em que

o aluno possa participar também.

De acordo com Delou (2007) as escolas recebem aluno superdotados mostrando que

estão à frente dos conteúdos trabalhados, e entram conformadas que serão obrigadas a aceitar

desafios de baixo nível em relação ao seu conhecimento escolar. Esses alunos apresentam

níveis de desenvolvimento bem adiantado em relação aos demais que tem a mesma idade, e

que estão matriculados na mesma turma.

Em 2005, com a implantação dos Núcleos de Atividades de Altas

Habilidades/Superdotação – NAAH/S em todos os estados e no Distrito Federal são

organizados centros de referência na área das altas habilidades/superdotação para o

atendimento educacional especializado, para orientar às famílias e a formação continuada dos

professores, constituindo uma organização política de educação inclusiva de forma a garantir

esse atendimento aos estudantes da rede pública de ensino. (MEC/ SEESP, 2008, p. 5).

Com a finalidade de orientar a organização dos sistemas educacionais inclusivos, o

Conselho Nacional de Educação – CNE publica a Resolução CNE/CEB, 04/2009,

que institui as Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional

Especializado – AEE na Educação Básica. Este documento determina o público alvo

da educação especial, define o caráter complementar ou suplementar do AEE,

prevendo sua institucionalização no projeto político pedagógico da escola. O caráter

não substitutivo e transversal da educação especial é ratificado pela Resolução

CNE/CEB n°04/2010, que institui Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação

Básica e preconiza em seu artigo 29, que os sistemas de ensino devem matricular os

estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas

habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento

Educacional Especializado - AEE, complementar ou suplementar à escolarização,

ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em centros de AEE da rede pública

ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos.

(MEC/ SEESP, 2008, p. 6).

E então o AEE foi sendo melhorado e melhor entendido pela sociedade, havendo

participação dos pais dos alunos e da população em geral, podendo ser oferecidas salas de

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recursos voltadas para o superdotado. Apesar de existirem leis para o atendimento desses

alunos, a escola ainda tem muita dificuldade com a demanda de profissionais capacitados para

atender esses alunos, cabe aos profissionais da área se aprimorar quanto as tecnologias que

geralmente é o meio em que o aluno poderá melhor se desenvolver.

Existem no país alguns centros de atendimento voltado para altas

habilidades/superdotação, dentre eles o mais renomado é o CEDET, o Centro para

Desenvolvimento do Potencial e Talento – CEDET, é um centro de Educação Especial

idealizado pela educadora Zenita Guenther em Lavras em 1993. Tem como objetivo construir

pela vivência diária um espaço físico e social estruturado, que facilite a dinamização de sua

metodologia Caminhos para Desenvolver Potencial e Talento. Sua meta principal é construir

um ambiente de complementação e suplementação educacional de apoio ao aluno superdotado

e talentoso.

O CEDET é vinculado à Secretaria Municipal de Educação de Lavras, com

responsabilidade técnica da Associação de Pais e Amigos para Apoio ao Talento; (ASPAT).

Atualmente são atendidas treze escolas municipais, oito estaduais e duas particulares, além de

alunos vindo através de famílias, totalizando 512 alunos. O centro possui projetos a serem

desenvolvidos na prática, abrangendo a três áreas da concentração, A área de Comunicação,

Organizações e Humanidades, A área da Ciência, Investigação e Tecnologia e a Área da

Criatividade, Habilidades e Expressão.

Vemos ainda mais núcleos de recursos para esse aluno, o Instituto Municipal Helena

Antipoff localizado no município do Rio de Janeiro, responsável pelo acompanhamento

escolar de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas

habilidades/superdotação, pela confecção de materiais e recursos e formação de professores

da Educação Especial, trabalhando com oficinas voltadas para a aptidão de cada aluno, como

oficina de arte, oficina de tecnologia assistida, entre outros.

Existe também o NAAHS - Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação

localizado em Santa Catarina, tendo o objetivo de produzir conhecimento, capacitar

profissionais, assessorar as funções e analisar processos de implantação de serviços de

atendimento educacional especializado para os alunos com indicativo de altas

habilidades/superdotação matriculados na rede regular de ensino. Também é responsável por

acompanhar os alunos atendidos pelo NAAH/S. Na área da educação, avalia alunos com

indicadores de AH/SD e promove atendimento educacional especializado. E ainda oferece

suporte aos profissionais e professores da rede de ensino através de capacitação e acesso a

recursos didáticos e pedagógicos.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dada a importância desse tema, pudemos ver que existem poucos atendimentos para

alunos com altas habilidades/superdotação, pois a demanda ainda é muito pequena por falta

de profissionais que possam diagnosticar com total segurança, e muitas vezes essa aptidão

acaba não sendo notada por conta da falta de incentivo naquela área que demonstra interesse.

E pensando na educação inclusiva prestar o atendimento adequado para esses aluno é um

exemplo de desenvolvimento na área da educação, se tornando então uma educação

democrática.

Conforme vimos na última seção temos núcleos de atendimento voltado para o

superdotado, mas ainda é uma realidade muito distante pois uma criança que nasce

superdotada precisa ser atendida no município em que ela vive, e não se deslocar de um lugar

para outro para conseguir atendimento, até mesmo que sejam oferecidas oficinas que os

atendam. Como ainda existem mitos envolvendo esses alunos fica difícil o entendimento de

cada caso, pois vão existir aqueles que se desenvolvem em todas as áreas e aquele que se

destacam em apenas uma área, esses mitos são criados por nós da sociedade, pois não temos

acesso a tantas informações em relação a essas crianças, dessa forma:

Um mito pode ser entendido como uma imagem simplificada e ilusória de pessoa ou

de acontecimentos, elaborada ou aceita pelos grupos humanos, representando um

significativo papel sem seus comportamentos. Assim, um mito que esteja

relacionado as altas habilidades dificulta a concretização de programas que tenham

por objetivo enriquecer os conteúdos trabalhados na escola. (Rech e Freitas, 2007,

p.62).

Somente acreditamos nesses mitos por desconhecimento por algo que queremos

ignorar, afinal o superdotado não tem dificuldade nenhuma, ele é um gênio que aprende tudo

muito rápido, é essa fala que ouvimos sempre. Acreditamos que esse trabalho motive os

professores, os pais e os demais interessados em estudar sobre o assunto, refletindo sobre os

equívocos e concepções erradas que existem no cotidiano desses alunos. Tratamos também

dos conceitos que sustentam o aluno com altas habilidades/superdotação, conhecendo a

pessoa que tem altas habilidades e os teóricos que estudam o assunto.

Logo, é importante que os professores tomem conhecimento a respeito dos mitos

que os diferentes autores trazem em suas publicações, para que os alunos com altas

habilidades não sejam mais alvo desses mitos, para que então, eles tenham suas

necessidades educacionais especiais atendidas. (RECH E FREITAS, 2007, p.85).

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Chegamos ao final dessa pesquisa, com mais conhecimento sobre o tema e noção da

realidade que vivemos atualmente, o difícil acesso a recursos e materiais voltado para o

superdotado, alcançamos nossos objetivos que era conhecer sobre essa modalidade de ensino,

podendo contribuir de tal maneira que os próximos acadêmicos possam entender sobre o

assunto e se sentir instigado a pesquisar mais e se aprofundar, como por exemplo, buscar

sobre os atendimentos existentes no nosso município, que ainda é pouco, mas existe numa

escola estadual, como a robótica, oficinas de música, oficinas de artes entre outros. Se

seguirmos os exemplos dos estados citados na última seção, vamos chegar a uma educação

inclusiva dos sonhos, pois os alunos superdotados precisam de recursos feitos

individualmente para eles, podendo então aprimorar seus talentos. O ponto central de toda a

identificação e do tratamento desses alunos é o professor, pois a primeira pessoa que o aluno

tem contato na escola é o professor, e diariamente ele tem a função de observar todos os seus

alunos e dessa observação surgem as dúvidas em relação ao aprendizado do aluno.

De acordo com Germani e Stobaus (2007) dada a importância do papel da família na

formação desse sujeito, os estudos sobre o sistema familiar destacam a importância em rever

os valores que direcionam a cultura na qual o mesmo está inserido e quais os modelos de

funcionamento percebidos nas relações internas e externas da família. A educação dos filhos é

um trabalho dos pais e presume estar em continua mudança e aprendizagem a partir do

entendimento da realidade da criança.

O processo de realizar uma pesquisa passa por um caminho longo, pois as dificuldades

de escolher um assunto no qual temos apreço é difícil, pois ao longo do curso estudamos

diversos temas relevantes para a formação de um bom profissional e todos eles são de extrema

importância para um trabalho de conclusão. Chego ao final desse trabalho com a intenção de

apresentar as ideias e conceitos que aprendemos ao longo do caminho.

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