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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Delbio Frazzão Junior PRODUTIVIDADE E QUALIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL: ESTUDO DE CASO EM EMPREENDIMENTO EM SANTA MARIA-RS Santa Maria, RS 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Delbio Frazzão Junior PRODUTIVIDADE E QUALIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL: ESTUDO

DE CASO EM EMPREENDIMENTO EM SANTA MARIA-RS

Santa Maria, RS

2017

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Delbio Frazzão Junior

PRODUTIVIDADE E QUALIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL: ESTUDO

DE CASO EM EMPREENDIMENTO EM SANTA MARIA-RS

Trabalho de conclusão apresentado ao Curso de Engenharia Civil, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para o grau de Bacharel em Engenharia Civil.

Orientador: Prof. Dr. Joaquim César Pizzutti dos Santos

Santa Maria, RS

2017

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Delbio Frazzão Junior PRODUTIVIDADE E QUALIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL: ESTUDO DE CASO

EM EMPREENDIMENTO EM SANTA MARIA-RS

Trabalho de conclusão apresentado ao Curso de Engenharia Civil, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para o grau de Bacharel em Engenharia Civil.

Aprovado em 12 de janeiro de 2017:

Prof. Dr. Joaquim César Pizzutti dos Santos (Presidente/Orientador)

Prof. Dr. Eduardo Rizzatti (Avaliador, UFSM)

Eng. Eduardo Rizzatti Júnior (Avaliador, UFSM)

Santa Maria, RS 2017

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AGRADECIMENTOS

À minha família, em especial à minha mãe, pelo exemplo de coragem e

dedicação.

A todos os amigos que de alguma forma contribuíram para a realização deste

trabalho, especialmente ao Pedrinho e à Kelly, minha irmã, pelo tempo dedicado à

estruturação e à leitura deste trabalho e pelas preciosas sugestões.

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RESUMO

PRODUTIVIDADE E QUALIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL: ESTUDO DE CASO EM EMPREENDIMENTO EM SANTA MARIA-RS

AUTOR: Delbio Frazzão Junior

ORIENTADOR: Prof. Dr. Joaquim César Pizzutti dos Santos A indústria da construção civil se torna a cada dia mais competitiva. Empresas que não adotam novos modelos de construção e de gestão de recursos acabam tendo problemas financeiros em decorrência da redução das margens de lucro. Por essa razão, as empresas estão cada vez mais preocupadas com a produtividade nas suas obras e a qualidade dos seus produtos. Assim, o presente trabalho tem por finalidade analisar os principais obstáculos à produtividade na construção civil mediante revisão bibliográfica e estudo de caso em empreendimento situado na região central do Município de Santa Maria-RS. Por meio dos dados colhidos nas entrevistas e nas visitas realizadas à obra, procurou-se identificar os problemas enfrentados no transcurso desta que importaram na redução da produtividade do empreendimento e/ou da qualidade dos resultados obtidos e, por conseguinte, propor medidas capazes de alterar esse quadro. Identificaram-se obstáculos relacionados à organização das equipes de trabalho e ao gerenciamento dos materiais e dos equipamentos no canteiro de obras. Adotaram-se, então, medidas para tentar corrigir as falhas verificadas e, por fim, analisou-se os resultados obtidos. Todo esse processo permitiu a ilação de que medidas simples como a alteração da composição das equipes de trabalho, o melhor aproveitamento dos materiais e a adoção de novos modelos de execução podem importar em resultados positivos em termos de melhoria dos índices de produtividade. Palavras-chave: Produtividade. Qualidade. Construção Civil.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Organização de canteiro de obras ............................................................ 21

Figura 2 - Materiais no canteiro de obras .................................................................. 21

Figura 3 - Resultado do modelo antigo de execução de contrapisos (equipe B)....... 29

Figura 4 - Resultado do modelo antigo de execução de contrapisos (método utilizado

pela equipe A) ........................................................................................................... 29

Figura 5 - Resultado do modelo novo de execução de contrapisos .......................... 30

Figura 6 - Resultado do modelo novo de execução de contrapisos .......................... 30

Figura 7 - Nova disposição dos materiais ................................................................. 32

Figura 8 - Realocação da betoneira para as proximidades do elevador ................... 32

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Composição das equipes ......................................................................... 25

Tabela 2 - Produção média de revestimento interno das equipes por dia ................. 26

Tabela 3 - Produção média de revestimento interno por dia após alteração da equipe

.................................................................................................................................. 27

Tabela 4 - Produção de revestimento interno nos dias em que houve auxílio do guincho

.................................................................................................................................. 28

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 9 1.1 JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 9

1.2 OBJETIVOS .................................................................................................... 10 1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................ 10 1.2.2 Objetivos Específicos ................................................................................... 10 2 PRODUTIVIDADE E QUALIDADE ................................................................. 11 2.1 PRODUTIVIDADE E QUALIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL ........................ 11

2.2 HISTÓRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL ............................................................. 12 2.3 PANORAMA ATUAL DA CONSTRUÇÃO CIVIL ............................................. 15 3 OBSTÁCULOS À PRODUTIVIDADE ............................................................. 17

3.1 MÃO DE OBRA ............................................................................................... 17 3.2 PROJETOS ..................................................................................................... 19 3.3 CANTEIRO DE OBRAS .................................................................................. 20 3.4 MATERIAIS ..................................................................................................... 22 3.5 ADOÇÃO DE MÉTODOS DE GESTÃO .......................................................... 23

4 ESTUDO DE CASO ........................................................................................ 24

4.1 ESTUDO DE CASO A: PRODUÇÃO DE REVESTIMENTO INTERNO .......... 25 4.2 ESTUDO DE CASO B: OTIMIZAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DO GUINCHO ......... 27

4.3 ESTUDO DE CASO C: MÉTODO DE EXECUÇÃO DOS CONTRAPISOS .... 28 4.4 ESTUDO DE CASO D: NOVO PLANEJAMENTO DO CANTEIRO DE OBRAS .................................................................................................................................. 31

5 CONCLUSÃO ................................................................................................. 33 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 35

ANEXO A – PLANTA BAIXA DO SUBSOLO ................................................ 37 ANEXO B – PLANTA BAIXA DO TÉRREO ................................................... 38

ANEXO C – PLANTA BAIXA DO PAVIMENTO TIPO .................................... 39

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1 INTRODUÇÃO

A cada dia que passa a indústria da construção civil se torna mais competitiva.

Empresas que não adotam novos modelos de construção e de gestão de recursos

acabam tendo problemas financeiros. Em decorrência disso, as empresas estão cada

vez mais preocupadas com a produtividade nas suas obras e com a qualidade dos

seus produtos.

A produtividade pode ser aumentada realizando diversas ações numa obra, que

vão desde a contratação de mão de obra especializada até a simples mudanças em

pequenas tarefas. A qualidade dos produtos pode ser melhorada com a simples

alteração num modo de execução, por exemplo.

O presente trabalho visa a realizar uma revisão bibliográfica a respeito da

produtividade e da qualidade na construção civil. O primeiro capítulo se ocupará da

conceituação dos temas envolvidos e apresentará um breve panorama histórico e

atual da construção civil. Num segundo momento, serão analisados alguns dos

obstáculos à produtividade na construção civil, com a apresentação posterior de

estudo de caso realizado numa obra situada no Município de Santa Maria, no Rio

Grande do Sul. Em seguida, será realizada a análise dos dados colhidos no estudo

em questão, das alterações propostas a fim de possibilitar melhores índices de

produtividade no empreendimento, dos resultados obtidos com as medidas adotadas

e a formação dos gráficos correspondentes.

1.1 JUSTIFICATIVA

O estudo do gerenciamento da construção civil se faz necessário devido ao

atraso da cultura de trabalho nesse setor diante das culturas de outras indústrias e,

também, em razão das restrições provocadas pela crise financeira, que demandam

maiores níveis de eficiência e de desempenho nos empreendimentos imobiliários.

Empresários, construtores e técnicos precisam adaptar-se a uma nova realidade e

fazer proveito dos métodos de gerenciamento.

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1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Analisar os principais obstáculos à produtividade na construção civil no

Município de Santa Maria-RS.

1.2.2 Objetivos Específicos

- Conceituar produtividade e qualidade na construção civil.

- Apontar os principais obstáculos à produtividade na construção civil.

- Avaliar a influência da adoção de novos métodos de planejamento e de

execução sobre os índices de produtividade e de qualidade de uma obra de

determinada empresa da construção civil atuante no Município de Santa Maria-RS.

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2 PRODUTIVIDADE E QUALIDADE

Segundo Garnier (1996), o conceito de produtividade é definido como uma

relação entre os bens produzidos e os fatores utilizados na sua produção (tempo,

trabalho e matérias-primas). De acordo com o autor, produtividade é a quantidade de

produto, enquanto resultado do processo de produção, gerada por uma unidade de

fator produtivo. Em outras palavras, é a relação entre o que se obtém por unidade

econômica (fator, organização, região, país) e os recursos que essa produção

consumiu.

No Brasil, a gestão da produtividade nas empresas vem se tornando cada vez

mais imprescindível em um ambiente de crescente abertura externa e globalização

dos negócios. Atualmente, sem produtividade ou sem a eficiência do processo

produtivo, dificilmente uma empresa vai ser bem sucedida ou até mesmo sobreviver

no mercado (MACEDO, 2012).

Em suma, a produtividade é um conceito intuitivo, pois a lógica que está à frente

da gestão de qualquer tipo de sistema é a da otimização da eficiência, ou seja,

resultando numa melhoria da produtividade.

No entendimento de Deming (1993), a qualidade é tudo aquilo que melhora o

produto do ponto de vista do cliente. Nesse sentido, Juran (1992) também menciona

que, aos olhos dos clientes, quanto melhores as características do produto, mais alta

a sua qualidade, ao passo que, quanto menos defeitos, melhor a qualidade.

Allemand (2012) afirma, ainda, que existem várias possíveis definições de

qualidade, entre elas, pode-se citar: a satisfação das necessidades e expectativas dos

clientes; adequação do uso; zero defeito; fazer mais, melhor e mais rápido; melhor

relação custo x benefício; entre outras.

2.1 PRODUTIVIDADE E QUALIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Nos últimos anos, a construção civil sofreu dois impactos muito fortes: o

primeiro, um crescimento desenfreado entre 2007 e 2013; e, o segundo, uma grande

queda entre os anos de 2014 e 2016. Esses acontecimentos geraram uma série de

desafios para as construtoras, como o gargalo da mão de obra e da infraestrutura, a

queda da margem de lucro, entre outros. Diante deste cenário de crise, as

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construtoras, para sobreviverem, precisaram encontrar meios de melhorar a

produtividade e a qualidade dos seus produtos.

Dessa forma, as construtoras têm realizado grandes investimentos em

sistemas de gestão e empregado novas tecnologias em processos construtivos com

a finalidade de aperfeiçoar seu sistema produtivo.

O sistema produtivo da construção civil engloba três principais fatores de

entrada, quais sejam, a mão de obra, os materiais e os equipamentos. Estes fatores

interagem entre si, gerando o produto final.

Para que se possa medir produtividade na construção civil, é necessário que

se tenha um processo de execução desenvolvido dentro de uma metodologia de

trabalho bem definida. A partir daí, são coletados e analisados diversos dados, como:

a) número de funcionários envolvidos no serviço;

b) tempo de execução do serviço;

c) tempo de transporte do material;

d) fatores externos;

e) definição do material usado;

f) definição e uso de equipamentos empregados.

Quanto à implantação da qualidade na construção civil, Silveira (2002) cita

como objetivos: regulamentar e documentar; controlar e planejar as atividades do

projeto; controlar e planejar as atividades de construção; melhorar a produtividade e

a qualidade dos serviços; reduzir custos do empreendimento; entre outros.

2.2 HISTÓRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL

No modelo escravocrata de produção, a engenharia civil era fundamentada

num método empírico, ou seja, era baseada num processo de tentativas e erros, sem

fundamento teórico. O conhecimento era acumulado a partir da experiência e da

prática de ideias construtivas que possibilitavam a análise da estabilidade das

estruturas por meio de noções de equilíbrio de forças, centro de gravidade, entre

outros.

A engenharia empírica tinha como principal aspecto negativo o fato de os

responsáveis pela coordenação e orientação da obra não terem capacitação

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embasada em fundamentos matemáticos e físicos a fim de que, a partir dessas

premissas, pudessem construir mecanismos que auxiliassem os métodos construtivos

para um maior aproveitamento da mão de obra. Além disso, como a mão de obra

utilizada era predominantemente composta por escravos, não se vislumbrava a busca

por conhecimentos para a obtenção de avanços tecnológicos que garantissem o

melhor aproveitamento dessa força de trabalho.

Na Idade Média, a construção civil utilizava processos produtivos artesanais.

Não obstante, eram utilizados máquinas e artifícios em determinadas obras com o

objetivo de auxiliar o processo artesanal, reduzindo o esforço empregado pelos

operários, proporcionando uma redução do tempo de execução.

Um novo modelo de produção que objetivava o alcance de maiores índices de

produtividade foi instaurado com a Revolução Industrial que se iniciou no século XVIII.

Com efeito, nesse momento histórico, houve a mecanização dos sistemas de

produção e a utilização de alternativas de melhoramento da produção, o que garantia

o crescimento dos lucros pela burguesia. No Brasil, esse novo modelo de produção

começou a ganhar força no final do século XIX, com uso na produção do café, na

construção de linhas férreas e na mineração.

As recentes inovações tecnológicas introduzidas na construção civil

proporcionaram alterações consideráveis na sua tradicional forma de organização do

trabalho, mediante a redução e a subdivisão das tarefas e a simplificação da forma de

execução. De todo modo, a construção civil depende sobremaneira da mão de obra,

cujos níveis de escolaridade e de qualificação revelam-se extremamente baixos.

No início do século XX, o surgimento do capitalismo financeiro e, por

conseguinte, a predominância do capital financeiro em detrimento do capital produtivo,

e a integração do setor industrial ao lucro das grandes instituições financeiras, levou

à necessidade de transformar as formas de trabalho para adequá-las à expansão.

Nesse contexto, disseminaram-se várias novas formas de produção com o objetivo de

aumentar os lucros e reduzir os custos. Dentre estes modelos produtivos, destacam-

se o Taylorismo, o Fordismo e o Toyotismo.

O Taylorismo é um sistema de trabalho desenvolvido pelo engenheiro

mecânico Frederick Winslow Taylor, que tem por fundamento a divisão do trabalho e

a especialização do operário em uma única tarefa. De acordo com a visão taylorista,

o trabalhador não precisa conhecer todo o processo de produção, mas apenas a etapa

que lhe foi destinada, aperfeiçoando-se cada vez mais no desenvolvimento desta.

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Consoante a lição de Chiavenato (2004), o Taylorismo adota, em suma, os

seguintes princípios: substituir empirismo por métodos planejados, selecionar os

trabalhadores conforme aptidões, treinar e controlar a execução do método

estabelecido e distribuir atribuições e responsabilidades distintas entre direção e os

operários.

Em decorrência de suas especificidades, a indústria da construção civil não

adotou, em sua totalidade, a execução desse método de produção, amplamente

utilizado nas indústrias da época, mas apenas em determinadas atividades que

compõem a construção (FLOR, 2010).

Desenvolvido por Henry Ford, que criou a Ford Motor Company, o Fordismo,

por sua vez, inseriu a indústria automobilística na era industrial, eliminando seus

aspectos artesanais remanescentes e inserindo a produção em massa. O Fordismo

criou uma espécie de esteira rolante em que as peças dos automóveis passavam em

frente ao trabalhador, que tinha de fazer seu serviço dentro de um curto espaço de

tempo.

A produção em massa pregada pelo Fordismo é ancorada em três princípios:

sincronia entre equipamentos e matéria-prima; redução do estoque de material em

processo a fim de garantir entregas mais rápidas; e aumento da taxa de produção por

meio da especialização e da linha de montagem (PINTO, 2012).

Além desses aspectos, Pinto (2012) aduz que o Fordismo caracteriza-se pela

redução do portfólio de produtos a poucos modelos com o intuito de facilitar a

produção, reduzir a necessidade de preparação de máquinas e equipamentos, o que

permite maior volume de produção em um determinado intervalo de tempo.

De outro lado, o Toyotismo, criado após a Segunda Guerra Mundial pelo

japonês Taiichi Ohno, foi implementado pela primeira vez na fábrica da Toyota. Como

o território japonês era pequeno, não havia espaço para a estocagem de produtos,

assim, somente era produzido o necessário. Nas fábricas que adotaram o modelo em

discussão, havia correlação entre a entrada de matéria-prima e o mercado

consumidor. Por essa razão, esse método de produção também foi denominado de

produção enxuta.

Pinto (2012) ressalta que, dessa forma, o modelo aliou as vantagens da

produção em massa, qual seja, o volume, e da artesanal, qual seja, a variedade,

garantindo custos competitivos para os produtos. Ademais, como o modelo toyotista

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atuava de acordo com a demanda do mercado, garantia sempre a atualização da

produção de acordo com as novas tecnologias.

Além disso, o Toyotismo revelou preocupação com a valorização do trabalho

em equipe, da qualidade no trabalho e do trabalho, da multifuncionalidade, da

flexibilização e da qualificação do trabalhador.

Algumas das premissas do Toyotismo foram empregadas na construção civil,

especialmente nas empresas em que os operários estão aptos a realizar diferentes

etapas do processo produtivo, tais como a instalação hidráulica e elétrica e a pintura,

tudo ao mesmo tempo em um mesmo espaço (FLOR, 2010).

2.3 PANORAMA ATUAL DA CONSTRUÇÃO CIVIL

O crescimento experimentado pela construção civil implicou maiores

dificuldades na contratação de mão de obra qualificada ou, em determinados casos,

na aquisição de determinados bens de capital. É consenso que, para sustentar o ciclo

atual, o setor precisa elevar sua produtividade, ou seja, utilizar de maneira mais

eficiente os recursos disponíveis.

De acordo com a pesquisa solicitada pela Câmara Brasileira da Indústria da

Construção (CBIC) à Fundação Getúlio Vargas Projetos a respeito da produtividade

na Construção Civil Brasileira no período de 2003 a 2009, a Produtividade Total dos

Fatores (PTF) – relação entre produtividade do trabalho e produtividade do capital –

cresceu 1,2% no período compreendido entre 2003 e 2006. Por outro lado, entre 2006

e 2009, o crescimento verificado foi de 3,1% ao ano, o que coincidiu com a expansão

do setor da construção. Observe-se que apenas nos últimos três anos do intervalo, ou

seja, entre 2006 a 2009, é que a PTF passou a ser positiva, crescendo 3,1% ao ano

ou 9,7% no período.

A mesma pesquisa encomendada pela CBIC à FGV no ano 2012 revelou que,

no período de 2007 a 2012, a Produtividade Total dos Fatores das empresas de

construção civil apresentou declínio médio de 0,4% ao ano. Exceto em 2009, a queda

da PFT foi constatada em todos os anos do período. Disso resulta a conclusão de que

houve perda de eficiência do setor.

Conforme Lima (2014), o crescimento significativo das empresas de construção

civil entre 2007 e 2011 – que pode ser comprovado por meio de diversos indicadores,

como o aumento das áreas lançadas em 24% ao ano e a elevação da receita líquida

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em 50% ao ano – não foi suficiente para superar a expansão dos custos, que atingiu

a margem de 60% no mesmo período.

O foco na produtividade, portanto, tornou-se imperioso para a retomada das

margens de lucro. De acordo com o estudo sobre produtividade na construção civil

conduzido, em 2014, por pesquisadores do Departamento de Engenharia de

Produção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e por

profissionais do setor de construção civil da EY (Ernst & Young), esse quadro, todavia,

encontra os seguintes obstáculos:

a) a carência de mão de obra especializada para o setor não somente exerce

pressão nos custos, mas também limita o potencial de crescimento das

empresas e impacta os prazos de entrega dos empreendimentos;

b) o aumento da complexidade dos negócios devido à gestão de múltiplas

obras simultâneas resultante do crescimento das empresas nos últimos anos,

aliado ao cenário de restrição de recursos, exige melhor cumprimento de

prazos para que oscilações de planejamento em um empreendimento não

impactem os demais.

O tema relacionado aos principais entraves para o avanço na produtividade na

construção civil será melhor identificado no capítulo a seguir.

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3 OBSTÁCULOS À PRODUTIVIDADE

A construção civil é considerada uma das tecnologias mais arcaicas do

mercado econômico. Isso deve-se a fatores como a diversificação de um produto para

o outro (prédios de dimensões diferentes, terrenos com peculiaridades diversas, entre

outros), bem como à falta de qualificação da mão de obra por se tratar de trabalho que

demanda grande desgaste físico.

Além desses aspectos, a construção civil, culturalmente, foi desenvolvida sem

o acompanhamento técnico necessário, ou seja, sem o planejamento realizado pelo

engenheiro civil em razão da ideia equivocada de que apenas o mestre de obras seria

suficiente para a condução de obras de pequeno porte.

Essa razões, associadas à crescente competitividade do mercado, levaram à

busca por alternativas capazes de industrializar a construção civil, o que somente

seria possível com a redução da influência da mão de obra no processo produtivo

como um todo. Nesse contexto, algumas das possibilidades encontradas para a

solução desse problema são a utilização de materiais pré-fabricados que demandam

menor atuação da mão de obra, elaboração de projetos mais eficientes, além da

gestão mais eficaz do canteiro de obras.

3.1 MÃO DE OBRA

A capacitação de mão de obra vem se mostrando cada vez mais indispensável

para as empresas que disputam um espaço no mercado, principalmente no setor da

construção civil. Na última década, o setor da construção civil cresceu

consideravelmente, entretanto, a quantidade de profissionais capacitados e

qualificados para realizar as diversas atividades das células de produção de uma obra

não apresentaram o mesmo crescimento.

Nesse contexto, as construtoras sujeitam-se a empregar operários de baixa

qualificação, pois o mercado não apresenta mão de obra qualificada suficiente para

poder suprir a demanda. Isso faz com que esse seja apontado como um dos maiores

fatores para a baixa produtividade do setor.

Modernamente, o treinamento é considerado um meio de desenvolver

competências para que as pessoas se tornem mais produtivas, criativas e inovadoras,

a fim de contribuir melhor para os objetivos organizacionais. Assim, o treinamento é

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uma fonte de lucratividade ao permitir que as pessoas contribuam efetivamente para

os resultados do negócio (CHIAVENATO, 1999).

Ainda segundo Chiavenato (1999), treinamento pode ser definido como uma

experiência aprendida que produz uma mudança relativamente permanente em um

indivíduo e que melhora a sua capacidade de desempenhar um cargo. O treinamento

pode envolver, ainda, uma mudança de habilidade, conhecimento, atitude ou

comportamento.

A alta rotatividade no setor também é um dos maiores problemas enfrentados

pelas construtoras. Os funcionários que se destacam por eficiência,

comprometimento, dentre outras qualidades, acabam, depois de algum tempo,

deixando a empresa para trabalhar por conta própria ou em decorrência da oferta de

outras construtoras, motivo por que as empresas têm receio de investir no empregado.

Desse modo, só a capacitação não é suficiente, a empresa necessita, também,

apresentar planos para conter a evasão de funcionários.

Segundo Ferreira (2007), a demissão de um colaborador depende bastante do

seu nível de satisfação na empresa, ou seja, operários insatisfeitos apresentam

maiores probabilidades de se demitir. Em sendo assim, se o operário observa que a

empresa está investindo em sua qualificação, lhe dá suporte para que possa trabalhar

com maior eficiência e em um bom ambiente de trabalho, dificilmente trabalhará em

uma empresa concorrente, diminuindo, dessa forma, a rotatividade do setor.

Segundo Fernandez (2003), em 2001 foi realizada uma pesquisa pela KPMG

(KIT de Peças de Mão Giratória) com 135 executivos que apresentavam idade entre

35 e 45 anos, a qual tinha o objetivo de descobrir qual era a melhor forma para segurar

talentos na empresa. Veja-se, abaixo, os dados colhidos na pesquisa:

a) 37% consideram “bom plano de carreira e remuneração competitiva”;

b) 27% “boas condições de desenvolvimento pessoal e remuneração média”;

c) 18% “remuneração variável agressiva e bons pacotes de benefícios”;

d) 9% “excelentes condições de trabalho e salários pouco competitivos”;

e) 6% “excelentes pacotes de benefícios com remuneração fixa pouco

agressiva”;

f) 3% “bons salários fixos e poucos benefícios”.

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Segundo um empresário da construção civil de Santa Maria-RS, algumas das

alternativas utilizadas na sua empresa e que surtiram efeitos positivos a médio e longo

prazo foram:

a) Remuneração mista: há um salário fixo aliado a um salário por produtividade,

no caso da construção civil, por metragem;

b) Remuneração semanal realizada por empreitada: serviço terceirizado direto

com funcionário, sem empresa;

c) Boas condições de trabalho: segurança, higiene e satisfação pessoal quanto

aos seus superiores.

3.2 PROJETOS

Nos últimos anos, o setor da construção civil empenhou esforços para impor

melhorias aos seus projetos e aprimorar o planejamento dos empreendimentos,

obtendo, assim, ganhos de produtividade.

Na edição de setembro de 2014 da revista Construção Mercado, Roberto da

Cunha, chefe do Núcleo de Projetos Especiais em Construção Civil do Serviço

Nacional de Aprendizagem Industrial do Estado do Rio de Janeiro (SENAI/RJ), cita

que o problema não está somente na falta de qualidade da mão de obra, mas,

também, na incompatibilidade dos mais diferentes projetos, obrigando, em muitos

casos, a decisão de execução ser tomada no canteiro de obras e não no escritório, o

que pode acarretar grandes retardos na produtividade da obra, pois, quanto mais

decisões ocorrerem no canteiro, menos planejada foi a obra.

Ainda na mesma revista, Sergio Falcão, diretor executivo-técnico da

Engineering, afirma que, de acordo com sua experiência prática, obras sem projetos

bem elaborados podem custar de 20% a 25% a mais do que o valor inicialmente

esperado.

Uma outra ideia para a melhoria dos projetos e de suas realizações é a

padronização. A Precon Engenharia, empresa de Minas Gerais, padronizou um

modelo para prédios com oito pavimentos e quatro apartamentos por andar,

empregando sempre metragem e acabamentos iguais. Segundo Massote Monteiro,

representante da empresa, com foco em ganho de produtividade, a empresa decidiu

implantar melhorias nos processos de sua fábrica. Para isso, a construtora segregou

todas as atividades das diversas linhas de produção do prédio, como pilares, vigas,

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lajes, escadas, estudando todas as etapas. Cada linha de produção foi dividida em 15

etapas, e cada uma delas cronometrada, de maneira a identificar os "gargalos" e

aumentar a produção.

3.3 CANTEIRO DE OBRAS

Segundo a ABNT NBR 12284:1991, o canteiro de obras é o conjunto de “áreas

destinadas a execução e apoio dos trabalhos da indústria da construção, dividindo-se

em áreas operacionais e áreas de vivência”. De acordo com Frankenfeld (1990), a

definição do arranjo físico de trabalhadores, materiais, equipamentos, áreas de

trabalho e de estocagem são aspectos referentes ao planejamento do layout do

canteiro.

Saurin (1997) afirma que a idealização do layout e da logística das instalações

provisórias, instalações de movimentação e armazenamento de materiais e

instalações de segurança são aspectos do planejamento do canteiro de obras.

Também ressalta a importância do planejamento da obra ser feito previamente ao

início da execução, obedecendo a uma abordagem sistemática, a fim de integrá-lo ao

planejamento e à programação global das construções.

O planejamento das atividades no canteiro de obras precisa ser gerenciado

com cuidado. O engenheiro responsável pela tarefa deve, primeiramente, estabelecer

a logística adequada para que materiais e equipamentos estejam sempre disponíveis

e nos locais corretos para os funcionários executarem os serviços.

A escolha da alocação do canteiro de obras no empreendimento é um dos

pontos cruciais para um ganho na produtividade, porquanto a medida deve facilitar o

transporte dos materiais tanto na entrada da obra, como, também, para o ponto final

de execução. Dispor de um ambiente limpo e organizado também facilita uma análise

da logística dos materiais.

As Figuras 1 e 2 demonstram o planejamento do canteiro de obras no

empreendimento em que foram realizados os estudos de caso que serão

oportunamente apresentados neste trabalho.

Observe-se, na Figura 1, o posicionamento da betoneira nas proximidades do

elevador.

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Figura 1 - Organização de canteiro de obras

Fonte: Autor.

Note-se, na Figura 2, o armazenamento dos materiais no canteiro de obras

igualmente próximo ao elevador.

Figura 2 - Materiais no canteiro de obras

Fonte: Autor.

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3.4 MATERIAIS

Outra possibilidade de melhorar a produção numa obra é a utilização de novas

tecnologias. Hoje existem diversos materiais que podem alavancar a produtividade de

uma obra. De acordo com a matéria redigida por Giribola (2014), dentre as tecnologias

desenvolvidas com o objetivo de reduzir o tempo de execução de algumas etapas da

obra, o número de operários empregado e os custos de construção, pode-se citar as

seguintes: contrapiso autonivelante, gesso projetado, armaduras prontas e

escoramento metálico, mesas voadoras, banheiros prontos e concreto autodensável.

É o que se infere os seguintes trechos da matéria:

Contrapiso autonivelante: a argamassa autonivelante preenche todos os espaços vazios e autoadensa apenas sob o efeito de gravidade e de sua própria capacidade de fluxo, sem segregação e com nivelamento. Nesse sistema, a grande vantagem é a redução da mão de obra - pela capacidade de adensamento, dispensa a necessidade de espalhar o cimentado de regularização com a régua para compactar o piso. A escolha facilita ainda a logística de canteiro, já que diminui a quantidade de matéria-prima a ser armazenada, transportada e preparada em obra (GIRIBOLA, 2014).

Gesso projetado: a projeção do gesso nos revestimentos internos dos empreendimentos é um sistema mais simples de ser implantado, já que não requer equipamento de movimentação vertical – as máquinas são pequenas e podem ser alocadas em qualquer ambiente mais próximo da aplicação final. No entanto, depende de mão de obra mais qualificada para evitar arremates. Pelas propriedades do gesso, que é formulado especialmente para ser projetado, seu tempo de trabalho é maior em comparação com o gesso liso, e o acabamento manual, como endurece mais rápido, é mais propenso a empenar na parede da hora do sarrafeamento (GIRIBOLA, 2014).

Armaduras prontas e escoramento metálico: já consolidadas no mercado, as armaduras pré-cortadas e dobradas são um exemplo de avanço da engenharia dos produtos do mercado. Hoje em dia, estão disponíveis em qualquer região brasileira e substituíram quase que por completo as soluções artesanais. Apesar do custo por quilo do aço cortado e dobrado ser maior, os valores são compensados com a eliminação das centrais de corte e dobra nos canteiros. Os escoramentos metálicos também são solução cuja utilização tem crescido até entre as empresas terceirizadas. Além de evitar desperdício, os custos com material são diluídos entre outras obras da construtora – se bem limpo a cada utilização, o escoramento pode ser reutilizado muitas vezes (GIRIBOLA, 2014).

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3.5 ADOÇÃO DE MÉTODOS DE GESTÃO

Outra boa maneira de melhorar a produtividade em uma obra é aplicar

diferentes métodos de gestão. Estes métodos podem trazer diversos benefícios a uma

obra, dentre os quais se pode citar, por exemplo, a diminuição nos desperdícios, a

melhoria no fluxo de materiais e a eliminação de atividades que não agregam valores.

Atualmente, o mais conhecido destes métodos é o Lean Construction.

Penneirol (2007) enxerga o Lean Construction como uma aplicação da filosofia Lean

à construção civil, buscando uma entrega de valor mais eficiente, com o desafio de

driblar as trade-offs de tempo, custo e qualidade.

Koskela (1992) tenta resumir o Lean Construction em nove princípios:

a) Eliminação de desperdícios;

b) Busca por agregar valor ao produto final;

c) Padronização de processos e produtos;

d) Reduzir o tempo de ciclos;

e) Eliminação dos procedimentos desnecessários;

f) Desenvolvimento de uma equipe multifuncional;

g) Transparência dos processos;

h) Estabelecimento de um controle geral do processo;

i) Sinergia entre os processos de conservação e melhorias de fluxo.

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4 ESTUDO DE CASO

O estudo de caso desse trabalho foi realizado em uma obra na região central

de Santa Maria-RS, em um empreendimento de 9 andares, construído com o sistema

construtivo de alvenaria estrutural, com 102 apartamentos de diferentes metragens. A

construção iniciou-se em 2013, com previsão de entrega para 2017. Durante o

transcurso da obra, o empreendimento passou por diversos problemas relacionados

ao gerenciamento do cronograma de obras que, hoje, está atrasado.

Desde o início da construção, houve diversas situações que acarretaram no

atraso do cronograma: necessidade de substituição do mestre de obras, sucessivas

demissões e contratações, incompatibilidade dos projetos, falta de controle sobre o

planejamento da obra, tomadas de decisões de última hora no momento da execução,

necessidade de contratação de um novo engenheiro no decorrer da obra, entre outros.

Diante desse cenário, foi possível identificar uma oportunidade de realização de

trabalho de conclusão de curso.

Com o consenso do engenheiro responsável e do proprietário da construtora,

traçaram-se, no curto período de dois meses em que houve o acompanhamento da

obra, metas e objetivos com o intuito de aumentar a produtividade e melhorar a

qualidade do produto final. Para tanto, foram colhidos dados em entrevistas realizadas

com o mestre de obras e com o engenheiro responsável a respeito de problemas

constatados no transcurso da obra que poderiam ser corrigidos com a adoção de

medidas simples.

Vale salientar que a obra foi executada, durante três anos, por um mestre de

obras, que, em razão de inúmeros problemas de gestão e outros motivos de ordem

pessoal, foi substituído há, aproximadamente, um ano. Em seguida, realizou-se a

contratação de outro profissional com larga experiência em uma construtora em Santa

Maria-RS para comandar este empreendimento, o que acarretou em uma grande

evolução na produtividade e na qualidade da execução no prédio em comparação às

etapas anteriores.

As plantas baixas do subsolo, térreo e pavimentos tipo são apresentadas nos

Anexos A, B e C. Cumpre salientar que não será citado o nome do empreendimento

e todas as medidas serão multiplicadas por um valor não revelado para manter o

absoluto sigilo sobre este.

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Para um melhor entendimento, o primeiro mestre de obras será chamado de

Mestre A e sua equipe de Equipe A, ao passo que o segundo será chamado de Mestre

B e sua equipe de Equipe B. A obra foi dividida em duas partes, sendo o bloco A o

bloco de trás e o bloco B o da frente. A Equipe A realizou a obra até a conclusão do

último pavimento de alvenaria do bloco A e o 4º pavimento do bloco B. O restante foi

continuado pela Equipe B, encontrando-se hoje em processo de finalização da

superestrutura, restando apenas a execução do telhado e a construção das caixas

d'água. Na Tabela 1, são apresentadas as equipes.

Tabela 1 - Composição das equipes

Fonte: Autor.

4.1 ESTUDO DE CASO A: PRODUÇÃO DE REVESTIMENTO INTERNO

O primeiro estudo foi realizado com foco na produção de revestimento interno

por metragem quadrada por hora de funcionário. A proposta deste estudo foi a

modificação nas equipes de execução de revestimento interno. Num primeiro

momento, para a realização de revestimento interno, havia duas equipes com um

pedreiro e um servente cada. Na Tabela 2, são apresentados dados antigos de

produção de revestimento em metros quadrados por dia.

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Tabela 2 - Produção média de revestimento interno das equipes por dia

Fonte: Autor.

A proposta foi alterar as duas equipes compostas de dois funcionários cada

para apenas uma equipe com quatro funcionários. Definiu-se que um servente deveria

ser treinado para exercer, também, a função de pedreiro para a execução de

revestimento com o intuito de diminuir o tempo de inatividade daquele. O treinamento

foi realizado em períodos fora do horário de trabalho e foi ministrado por um dos

pedreiros mais experientes em revestimento interno da empresa. Na Tabela 3, são

apresentados os resultados após as alterações.

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Tabela 3 - Produção média de revestimento interno por dia após alteração da equipe

Fonte: Autor.

Esta alteração acarretou em resultados significativos. A média, que

anteriormente era de 29 m²/dia, passou para 38 m²/dia. Um incremento de mais de

30% na produtividade diária.

4.2 ESTUDO DE CASO B: OTIMIZAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DO GUINCHO

Outra proposta para um aumento da produtividade da obra foi a utilização de

guincho para diversas atividades. Anteriormente, este guincho era utilizado somente

para transporte vertical de blocos estruturais e ficava sem utilização em períodos que

não havia construção de alvenarias. Para a utilização deste guincho em outras

atividades era necessário modificar sua localização na obra. Inicialmente, o guincho

se encontrava no poço do elevador do bloco A (bloco de fundo) e foi realocado para o

poço do elevador do bloco B (bloco de frente).

Com este procedimento, foi possível diminuir o tempo que os serventes

perdiam com o transporte de materiais, tanto para reboco interno quanto para reboco

externo, porem só foi medida a diferença relativamente ao reboco interno. Isto

acarretou num maior tempo extra para o servente (pedreiro) trabalhar no reboco

interno, ocasionando um aumento na produção de revestimento interno. A produção

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chegou a um patamar máximo de 42 m2/dia. Na Tabela 4, é apresentada a média de

produção da equipe nos dias em que houve alteração no local do guincho.

Tabela 4 - Produção de revestimento interno nos dias em que houve auxílio do guincho

Fonte: Autor.

4.3 ESTUDO DE CASO C: MÉTODO DE EXECUÇÃO DOS CONTRAPISOS

Outra alteração realizada na obra foi no método de execução dos contrapisos.

Anteriormente, a execução era realizada utilizando-se concreto molhado com traço

4:1 de areia e cimento. Além disso, a nivelação era realizada por meio da utilização

de uma régua metálica. Ocorre que esse modelo de execução ocasionava algumas

rachaduras que prejudicavam a regularização do contrapiso para que este recebesse

o revestimento. Como solução, o engenheiro propôs a utilização de concreto seco

com traço 1:3 de cimento e areia molhada. Ademais, a compactação passou a ser

realizada com batedor. Esse procedimento obteve bons resultados, pois evitou o

surgimento de rachaduras e, por conseguinte, a fragmentação do contrapiso. Nas

Figuras 3 e 4, são apresentados os resultados do modelo antigo e, nas Figuras 5 e 6,

os resultados do modelo novo.

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Figura 3 - Resultado do modelo antigo de execução de contrapisos (equipe B)

Fonte: do Autor.

Infere-se, da figura, que o resultado obtido era pouco uniforme e poroso.

Figura 4 - Resultado do modelo antigo de execução de contrapisos (método utilizado pela equipe A)

Fonte: Autor.

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Na Figura 4, observa-se o contrapiso desnivelado e esfacelado.

Figura 5 - Resultado do modelo novo de execução de contrapisos

Fonte: Autor.

Figura 6 - Resultado do modelo novo de execução de contrapisos

Fonte: Autor.

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Nessa figura, observa-se o contrapiso nivelado e uniforme.

4.4 ESTUDO DE CASO D: NOVO PLANEJAMENTO DO CANTEIRO DE OBRAS

O empreendimento em que foi realizado este estudo disponibilizava um

canteiro de obras centralizado em relação a todo o empreendimento. Verificou-se,

assim, a necessidade de planejamento deste canteiro. O acesso ao canteiro era

realizado por meio de uma rampa com ligação direta com a rua, o que facilitava o

transporte dos materiais. Observou-se, contudo, que o posicionamento do canteiro no

referido local não era o mais adequado a fim de evitar o desperdício de tempo no

transporte manual realizado pelos operários até o local em que o material seria

efetivamente empregado na obra.

Constatou-se a necessidade de adoção das seguintes medidas:

a) Realocação do depósito de areia e brita para o entorno da betoneira: tal

medida visa a diminuir o tempo de transporte dos materiais para o interior

do equipamento.

b) Realocação dos blocos de alvenaria para as proximidades do elevador com

o objetivo de diminuir a distância entre um e outro.

Veja-se, na figura 7, a nova disposição dos materiais areia e brita ao final da

rampa de acesso à rua nas proximidades da betoneira.

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Figura 7 - Nova disposição dos materiais

Fonte: Autor.

De outro lado, a Figura 8 ilustra a alteração do posicionamento da betoneira

elevador.

Figura 8 - Realocação da betoneira para as proximidades do elevador

Fonte: Autor.

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5 CONCLUSÃO

Este trabalho pretendeu apontar os principais obstáculos à produtividade na

construção civil no que diz respeito, especificamente, à mão de obra, à restrição ao

uso de tecnologias inovadoras, à incompatibilidade de projetos e à ausência de

planejamento prévio do empreendimento.

Para tanto, realizou-se estudo de caso em empresa da construção civil no

Município de Santa Maria-RS a fim de identificar, na prática, os problemas já

apontados na revisão bibliográfica. O estudo contou com o apoio técnico do

engenheiro responsável pelo empreendimento, bem como do mestre de obras, que

auxiliaram na identificação dos obstáculos enfrentados no cotidiano da empresa para

a obtenção de maiores índices de produção e de melhorias de qualidade na execução

da obra.

A situação do empreendimento tornou-se o cenário adequado para a realização

deste estudo, diante do quadro verificado no início da obra, que contou com a atuação

ineficiente do então mestre de obras e da ausência de fiscalização por parte do

responsável técnico. Tanto é assim que, de acordo com os dados colhidos nas

entrevistas realizadas pelos profissionais atuantes na empresa, grande parte das

decisões, à época, eram tomadas tão somente pelo mestre de obras.

Com a alteração promovida na composição da equipe técnica, verificou-se a

necessidade de realização de diversas mudanças na logística do empreendimento. A

realização de reuniões entre o responsável técnico e a equipe de funcionários tornou-

se mais frequente, o que possibilitou a discussão dos empecilhos enfrentados na

execução do projeto, no que diz respeito ao gerenciamento dos materiais, à

organização das equipes de trabalho e ao estabelecimento de metas a serem

atingidas em secções menores, bem como a verificação do cumprimento das metas

traçadas.

O cenário encontrado permitiu a proposição de medidas simples que, mesmo

sem alterar o orçamento do empreendimento, pudessem ocasionar mudanças

positivas se comparadas aos métodos anteriormente adotados, no que toca aos

aspectos de qualidade e/ou de produtividade.

Após a discussão da viabilidade das alterações propostas e a concordância

do corpo técnico, as medidas foram colocadas em prática.

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Relativamente ao revestimento interno, realizou-se a substituição da forma de

composição das equipes (estudo A). Em que pese a resistência inicial apresentada

pelo mestre de obras, a modificação da composição das equipes (de dois integrantes,

sendo um pedreiro e um servente, para quatro integrantes, dos quais dois pedreiros e

dois serventes) resultou em maiores períodos de inatividade dos serventes, o que

permitiu a utilização dessa força de trabalho para o desenvolvimento de nova

atividade, qual seja, de pedreiro. Tal medida possibilitou maior flexibilização na

atuação da equipe, o que resultou, em última análise, em maior índice de produção.

Assim, a alteração produziu efeito positivo na relação entre o número de funcionários

atuantes e a execução diária, resultando em aumento de produtividade.

De outro lado, adotou-se medida para otimizar o transporte do material extraído

da betoneira até o local de efetiva utilização. Isso ocorre porque, anteriormente às

alterações realizadas, o material era transportado somente por meio do elevador, o

que acabava congestionando o equipamento. Assim, aproveitou-se a ociosidade do

transporte vertical (guincho) em determinados períodos para o transporte do material,

reduzindo o tempo de espera nessa etapa.

Oportuno salientar, ainda, medida já empregada na empresa com o objetivo de

melhorar a qualidade na execução do contrapiso. A alteração realizada no traço do

material e na forma de compactação implicou resultado menos poroso e mais regular,

o que facilitou a posterior instalação do piso.

Por fim, realizou-se a realocação dos materiais no canteiro de obras. Muito

embora os benefícios advindos da prática não tenham sido quantificados, observou-

se uma melhor organização do espaço e uma redução no esforço empregado pelos

operários no transporte horizontal de materiais.

Disso resultou a conclusão de que as novas metodologias de trabalho

empregadas no empreendimento permitiram a obtenção de maiores níveis de

produtividade na construção e de maior qualidade no produto final em comparação à

realidade anterior. Verificou-se, portanto, que a atuação proativa e integrada do

engenheiro e do mestre de obras constitui passo simples e fundamental para o avanço

da construção civil. Compreender as necessidades do empregado e contribuir para o

processo de seu trabalho é essencial.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANEXO A – PLANTA BAIXA DO SUBSOLO

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ANEXO B – PLANTA BAIXA DO TÉRREO

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ANEXO C – PLANTA BAIXA DO PAVIMENTO TIPO