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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA - UFRB
CENTRO DE ARTES, HUMANIDADES E LETRAS - CAHL CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA DA ÁFRICA, DA CULTURA AFRO-
BRASILEIRA E AFRICANA
CABELO RUIM, QUAL O MAL QUE ELE TE FEZ?
O EMPODERAMENTO DA BELEZA NEGRA NO ENSINO FUNDAMENTAL
II
KÁTIA MARIA DOS SANTOS BARBOSA
2
CACHOEIRA - BAHIA Novembro - 2017
CABELO RUIM, QUAL MAL QUE ELE TE FEZ?
O EMPODERAMENTO DA BELEZA NEGRA NO ENSINO FUNDAMENTAL
II
KÁTIA MARIA DOS SANTOS BARBOSA
Trabalho de Conclusão de Curso submetido ao
Colegiado do Curso de Especialização em História da
África, da Cultura Afro-Brasileira e Africana da
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, como
requisito parcial para obtenção do Grau de
Especialista em História da África, da Cultura Afro-
Brasileira e Africana.
Orientadora: Prof. Dr. Denize Almeida Ribeiro.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA
CENTRO DE ARTES HUMANIDADES E LETRAS
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA DA ÁFRICA,
DA CULTURA AFRO-RASILEIRA E AFRICANA
COMISSÃO PARECERISTA DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DE
KÁTIA MARIA DOS SANTOS BARBOSA
PROFª DENIZE DE ALMEIDA RIBEIRO
ORIENTADOR
PROFª MARTHA ROSA FIGUEIRA QUEIROZ
PARECERISTA
4
TCC HOMOLOGADO PELO COLEGIADO DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM
HISTÓRIA DA ÁFRICA DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA
CONFERINDO O TÍTULO DE ESPECIALISTA EM HISTÓRIA DA ÁFRICA DA
CULTURA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA A KÁTIA MARIA DOS SANTOS
BARBOSA.
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo pesquisar no Colégio Professora Angelita Gesteira que fica
localizado na cidade de Governador Mangabeira, nas séries do 8º e 9º ano das turmas 1 do turno
vespertino do Ensino Fundamental II, a visão das meninas em relação ao seu cabelo crespo e/ou
cacheado, não de maneira isolada, mas dentro do contexto das relações étnico-raciais
construídas na sociedade brasileira e perpetuadas dentro do ambiente escolar através da negação
da beleza negra vista como marca de inferioridade. Analisamos também como o espaço escolar
trabalha a construção de saberes diversificados, respeitando o outro e a sua identidade, levando
assim ao empoderamento da beleza negra e a desconstrução do cabelo negro como “feio e
ruim”. Para isso foi necessário um diálogo que favorecesse um debate positivo das questões
sócio- culturais. As informações para pesquisa foram obtidas através da metodologia qualitativa
e quantitativa que teve como material uma análise exploratória e descritiva das informações
coletadas por questionários. Foram aplicados um total de 31 questionários para as alunas e mais
3 questionários para as professoras negras dessa turma, que foram respondidos e devolvidos
num total de 29 questionários, e além disso trabalhamos algumas referências bibliográficas
visualizando assim as condições favoráveis para minimização das diferenças culturais e étnicas.
Compreendemos que o Brasil não é um país de uma única matriz cultural e nem de um único
padrão de beleza. Mas que existe sim, a necessidade de trabalhar e valorizar o empoderamento
das meninas negras da escola.
PALAVRAS- CHAVE: Identidade, cabelo, mulheres negras, empoderamento, autoestima.
RESUMEN
Este trabajo tuvo como objetivo investigar en el Colegio Profesora Angelita Gesteira que se
encuentra ubicado en la ciudad de Gobernador Mangabeira, en las series del 8º y 9º año de las
clases 1 del turno vespertino de la Enseñanza Fundamental II, la visión de las niñas en relación
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a su cabello crespo y / o rizado en el contexto de las relaciones étnico-raciales construidas en la
sociedad brasileña y perpetuadas dentro del ambiente escolar a través de la negación de la
belleza negra vista como marca de inferioridad. Se analizan también cómo el espacio escolar
trabaja la construcción de saberes diversificados, respetando al otro y su identidad, llevando así
al empoderamiento de la belleza negra y la deconstrucción del cabello negro como "feo y mal".
Para ello fue necesario un diálogo que favorezca un debate positivo de las cuestiones
socioculturales. Las informaciones para investigación fueron obtenidas a través de la
metodología cualitativa y cuantitativa que tuvo como material un análisis exploratorio y
descriptivo de las informaciones recolectadas por cuestionarios. Se aplicaron un total de 31
cuestionarios para las alumnas y otros 3 cuestionarios para las profesoras negras de esa clase,
que fueron respondidos y devueltos de un total de 29 cuestionarios, y además trabajamos
algunas referencias bibliográficas visualizando así las condiciones favorables para minimizar
las diferencias culturales y étnicas. Comprendemos que Brasil no es un país de una única matriz
cultural ni de un solo patrón de belleza. Pero que existe sí, la necesidad de trabajar y valorar el
empoderamiento de las niñas negras de la escuela.
PALABRAS LLAVE: Identidad, pelo, mujeres negras, empoderamiento, autoestima.
INTRODUÇÃO
As experiências das nossas alunas negras começam na infância ou até mesmo antes de
nascer. A preocupação de muitas famílias negras ao detectarem o sexo dos seus bebês é de
como serão as características fenotípicas dessas meninas. Por experiência própria ouvir durante
toda minha gestação discursos racistas, preconceituosos em relação ao cabelo da minha filha,
como por exemplo, a minha sogra ao afirmar que não sabia pentear cabelo “duro” e mesmo
após o nascimento, escuto constantemente da minha mãe e de outras pessoas da família frases
do tipo “prende esse cabelo, olha que juba, cabelo de samambaia, não os deixa soltos, trança
essas madeixas”. São sempre discursos carregados de estereótipos criados pela sociedade e
perpetuados no meio familiar.
Portanto, quando essas crianças iniciam a sua vida escolar continuam sofrendo com a
estética dos seus cabelos, pois a instituição escolar também impõe padrões de currículo, de
conhecimento, de comportamentos e também de estética.
Esse artigo teve como finalidade destacar a necessidade de colocar em prática a lei nº
10.639 de 2003 para que haja uma nova postura ética de respeito ao outro, proporcionando aos
educandos a liberdade de assumir a sua identidade sem medo e resistência. Trazendo à tona,
não um novo padrão de beleza (cabelo crespo/cacheado) em cima de outro (cabelo liso ou
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pranchado), mas um novo conceito de igualdade desejada, que não é totalitária e nem tirânica,
mas aquela que reconhece as diferenças.
Ao falar em cabelo crespo foi necessário analisar o processo de identidade negra, por
isso não são simplesmente aspectos biológicos trazidos por esse tema. O cabelo nada mais é
uma construção sociocultural, que recai sobre análise do racismo e do mito da democracia
racial. A relação que cada um tem com o seu cabelo é particular, mas o fato de saber ou não
lidar com eles demonstra se existe uma “consciência étnica”. Segundo o autor Lody,
O cabelo é um marcante indício de procedência étnica, é um dos principais
elementos biotipológicos na construção da pessoa na cultura. O negro quando
assume o seu cabelo de negro assume também o seu papel na sociedade como
uma pessoa negra. E ser negro no Brasil e no mundo, convenhamos, é ainda
um duro caminho trilhado por milhares de afro descendentes. (LODY, R.2004,
p.125)
A pesquisa desse artigo foi voltada para as experiências cotidianas de nossas alunas
negras do 8º e 9º ano das turmas 1 do turno vespertino do Ensino Fundamental II do Colégio
Professora Angelita Gesteira que se situa no município de Governador Mangabeira. Esse
município é uma das 20 cidades que compõe a região do recôncavo baiano. Localizada a 136
km de Salvador, fazendo limite com Muritiba, Cachoeira, Cabaceiras do Paraguaçu e Cruz das
Almas. A cidade de Governador Mangabeira nasceu no dia 14 de março de 1962 e possui uma
população estimada em 2010 de 21.198 habitantes, onde predomina a maioria feminina, católica
e negra. Sua principal atividade econômica é agricultura.
A sua grande conquista foi a eleição de uma mulher para governar o município, a
senhora Domingas Souza da Paixão (2009-2012/ 2013-2016) que é negra e fez toda a sua
campanha política fundamentada na questão da sua cor da pele e de sua origem como
empregada doméstica. Uma das principais ações do seu governo, que já está no seu segundo
mandato, foi a criação da Secretaria de Promoção da Igualdade- SEPROMI no ano de 2009,
através da lei nº361, porém sua instalação se efetivou no dia 27 de novembro de 2011 e tem
como secretário o professor de História Luís Carlos Borges. Essa secretaria tem a finalidade de
planejar, coordenar e executar políticas públicas afirmativas de promoção da igualdade e da
proteção dos direitos de indivíduos e grupos étnicos, com ênfase na população negra do
município, afetados por discriminação racial e demais formas de intolerância. É uma secretaria
bastante atuante e tem uma grande parceria com as escolas do município. Fez entrega de kits
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educacionais voltados para uma educação antirracistas e já realizou várias palestras de temas
sobre a cultura negra como por exemplo: Nelson Mandela- lições de vida, amor e coragem;
Projeto Novembro Negro- Centenário da escritora negra Carolina de Jesus; Bullying;
Conhecendo o Continente Africano; Consciência Negra: Por que e Para quê? E, concurso de
redação sobre Zumbi dos Palmares- Herói Negro no Centro Educacional Professora Angelita
Gesteira.
Partindo dessa realidade da cidade e da escola em estudo, o problema central deste artigo
foi saber como as alunas negras, que são a maioria, lidam com a estética dos seus cabelos
crespos e/ou cacheados, e de que forma a escola intervém na valorização da autoestima negra.
Para isso, foram consideradas as pesquisas bibliográficas e aplicação de questionários tanto
para as discentes quanto para os docentes. O objetivo geral foi compreender e questionar as
relações de poder presentes na sociedade brasileira, em especial as perpetuadas no Centro
Educacional Professora Angelita Gesteira através da percepção das alunas em relação ao seu
cabelo crespo e/ou cacheado. Já os objetivos específicos foram: Motivar atitudes tanto de
docentes e discentes no reconhecimento e aceitação de sua identidade; a Indicação de novas
propostas curriculares como uma via de inclusão das diversidades seja ela de gênero, étnica,
social, sexual, estética ou cultural e a Identificação de como o professor intervém em atos
discriminatórios em sala de aula e como ele contribui para a formação da identidade negra.
A intenção de criar mecanismos para se trabalhar o empoderamento da beleza negra, o
respeito à identidade veio inicialmente da inquietação de como as minhas alunas se veem e dos
rótulos negativos que usam como a perpetuação do olhar da sociedade brasileira. A partir do
momento que tomei a decisão de não alisar mais os meus cabelos (encrespando) para que
voltassem os meus cachos, iniciando assim um processo de transição, ouvir das minhas alunas
afrodescendentes que cabelos lisos são mais bonitos. E as poucas crespas que tinham andam
com cabelos presos afirmando que são duros e feios, até porque colegas falam que se soltarem
vira uma juba, uma leoa na selva.
É neste cenário que fiz a escolha do tema desse artigo representando a inclusão das
experiências e trajetórias das alunas negras e/ou afrodescendentes no currículo, já que a matriz
curricular não se adapta às diferenciações existentes entre esses grupos, e sabemos que currículo
é poder. O principal foco foi entender a heterogeneidade e saber como lidar com as diversidades
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de padrões étnicos, estéticos, culturais no âmbito escolar. É um dos principais desafios do
educador, educar para inclusão.
Sabe-se que apesar de tantos estudos nos meios acadêmicos sobre a “descolonização”
dos dominados, excluídos ou minoritários, ainda se convive e de forma intolerante com a
discriminação fora e dentro da escola. Como afirma Nilma Lino Gomes (2012) há uma
necessidade de descolonizar os currículos, a necessidade de diálogo entre escola, currículo e
realidade social, a necessidade de formar professores e professoras reflexivos sobre as culturas
negadas e silenciadas nos currículos. Assim sendo, a instituição escolar deve promover a
formação de cidadãos conscientes, autônomos que valorizem a sua identidade, buscando não
apenas o convívio com as diferenças de gênero, de estética, de religião, de classe social, de
orientação sexual e étnica, mas também de promover a mudança pelo contato com as
diversidades, de modo a propiciar atitudes abertas ao confronto, a inter-relação, a troca, a
reciprocidade e o diálogo entre os diferentes grupos culturais.
Partindo da percepção que existem professores que muitas vezes se omitem diante dos
comportamentos preconceituosos dos seus alunos, que fragmentam as relações e isolam grupos,
quando não é ele o primeiro a discriminar, e também da necessidade imediata de colocar a lei
nº 10.639/2003 em prática, a minha pesquisa trata do empoderamento da beleza negra no Ensino
fundamental II no Centro Educacional Professora Angelita Gesteira em Governador
Mangabeira- BA que tem o maior número de alunos do município, total de 1067, fora o EJA
que foi implantado neste ano corrente
O tema desse projeto está fundamentado na concepção do estudo dos excluídos, as
minorias e o sujeito enquanto membro de um grupo. Para isso, se fez necessário uma análise
das práticas pedagógicas, no sentido de uma mudança para acolher as culturas silenciadas,
valorizar as formas de vida de grupos que há muito tempo são marginalizados, “uma vez que
se constata a evidência de que é impossível ensinar ‘toda a história da humanidade’, exigindo
a escolha de temas que possam responder às problemáticas contundentes vividas pela nossa
sociedade” (PCN, p.305).
Este artigo condiz com o meu objetivo de provocar tanto no alunado quanto no corpo
docente a não padronização cultural para que se possa vencer fundamentalismos e intolerâncias
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que negam ao outro o direito de ser diferente começando pelo cabelo que não pode ser visto
apenas como questão biológica/fenotípica, mas uma forte expressão de identidade.
Inicialmente realizei um levantamento bibliográfico sobre o tema para situar os alcances
dessa pesquisa. Recorri a biblioteca Virtual Scielo indicada pela minha orientadora e também
a dois livros da biblioteca da UFRB do campo de Cachoeira, fora outros textos cedidos pela
professora Denize Ribeiro e da própria internet no propósito de analisar os motivos que muitas
alunas negras e/ ou afrodescendentes acabam vivendo o tempo todo com o cabelo “amarrado”
ou muitas acabam alisando ou pranchando o cabelo com a tentativa de esconder a negritude,
resultado de uma política do “branqueamento” e da desqualificação do crespo. Está pesquisa
foi constituída na perspectiva de analisar a beleza negra no espaço escolar apresentando-se
assim como uma das possibilidades de superação das diferenças.
O trabalho foi feito através de observações no Centro Educacional Professora Angelita
Gesteira nas turmas do 8v1 e 9v1 do Ensino Fundamental II e com aplicação de um total de 31
questionários para alunas que foram devolvidos apenas 26, e 3 questionários para as professoras
negras mediante um método de pesquisa apoiado numa perspectiva qualitativa e quantitativa
que teve como objetivo uma análise exploratória e descritiva das informações obtidas.
Para análise dos dados obtidos a partir do pressuposto teórico de Patrícia Hill Collins na
qual privilegia o ponto de vista das mulheres negras, apliquei o questionário para as minhas
discentes negras buscando obter da vivência e das experiências dessas alunas a sua relação com
o seu cabelo crespo e /ou cacheado.
Sabemos que ser mulher na nossa sociedade é inegavelmente difícil, pois fazemos parte
de um grupo historicamente dominado, oprimido, e ser mulher negra agrava mais ainda as
nossas experiências vividas. A experiência de ser uma mulher negra difere do que é ser mulher
e de quem não é negro. Como afirma Collins, ainda mais “na atualidade, a televisão, o rádio,
filmes, música e a internet constituem novas formas de controlar a imagem da mulher negra,
sempre de forma negativa e preconceituosa”.
Portanto é importante compreender e analisar a situação da mulher negra, mas também
promover o seu empoderamento, já que fazem parte de um grupo de oprimido, isso também se
fundamenta na proposta de Collins (2000) como pensamento negro feminista nos anos de 1970,
com maior ênfase nas décadas de 80 e 90. Um dos pontos apontados por Collins na longa
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tradição feminista entre as mulheres negras é o combate aos estereótipos. Elas compartilham
uma experiência comum de opressão. E uma das referências do feminismo negro brasileiro é
Lélia de Almeida Gonzalez que traz o conceito de amefricanidades, onde ela busca entender de
forma mais ampla a experiência negra nas Américas, através das políticas de Identidade.
O foco principal é analisar a dicotomia entre igualdade e diferença e, mais
contemporaneamente, a questão das diferenças na diferença, como afirma Gonzalez. É
importante ressaltar que as identidades são fabricadas por meio da marcação da diferença. A
identidade, pois não é o oposto da diferença, a identidade depende da diferença.
ME DIGA QUEM TU ÉS?
Existem uma dificuldade com nossas alunas em se autodefinirem como mulheres
negras. No questionário aplicado de maneira proposital ao se perguntar sobre a cor da pele não
coloquei alternativas, num total de 26 questionários recebidos, apenas 3 (três) alunas se
declararam negras. O que me chamou mais atenção o número de respostas morenas, inclusive
morenas claras e morenas escuras. E 2 (duas) se declararam brancas. Já nos 3 (três)
questionários recebidos das professoras foi unânime a declaração de negra.
A autodefinição pode levar a um processo transformador da situação das mulheres
negras. Pois vai além da identidade. Como afirma Collins “identidade não é o objetivo, mas o
ponto de partida no processo da autodefinição” (p.114). Por isso a pergunta sobre a cor da pele
tem uma relação com outra pergunta: Se as meninas viam o seu cabelo como um processo de
identidade? Afirmação? e, 22(vinte e duas) alunas colocaram que sim, ou seja, as discentes não
se autodefiniam negras, porém a maioria via o cabelo como identidade.
“A autodefinição faz com que mulheres rejeitem o controle externo da sua própria
imagem, cria auto-respeito, independência e o seu próprio empoderamento. Infelizmente,
muitas mulheres negras, especialmente as jovens resistem à ideia da autodefinição”, como
salienta Collins (2000).
Muitas das respostas que obtive do cabelo como identidade afirmava que o tipo de
cabelo mostra quem elas eram, de quem descendia, as suas origens. Alisar o cabelo, portanto,
não é apenas um gosto, uma opção individual, mas sim de esconder a sua origem em prol de
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um padrão de beleza imposto pela sociedade. É se engradar em um formato tido pelas pessoas
como o convencional. É ser assimilado pela cultura opressora. A ditadura do cabelo liso é uma
construção social. O cabelo longo está associado à feminilidade, assim como o cabelo “ruim”
está associado à negritude. No país que canta “o teu cabelo não nega, mulata”, a marchinha de
Lamartine Babo, mostra que essa construção social nasce enraizada ao preconceito racial. Alisar
o cabelo é uma forma também de não se reconhecer como negra, de não aceitação. Hildegardes
Viana (1979) fala que “o cabelo crespo é o que mais incomoda a alguns brancos no aspecto
físico dos negros”. É um dos aspectos que mais evidencia a negritude. Então através dessa
análise assumir o seu cabelo natural passa a ser um ato político.
O MEU CABELO NÃO É DE RAPUNZEL
A pesquisa trouxe também à tona que a maioria das meninas gostam do seu cabelo, um
total de 25 em relação a 26 questionários recebidos, e prefere ele solto. Porém a problemática
está que a maioria delas, total de 16, já usou produto químico para alisar os cabelos, e isso foi
unânime com os questionários respondidos pelas professoras. Então se conclui que muitas na
maioria das vezes tiveram seus cabelos alisados pela vontade da mãe ou responsável por não
saber cuidar dos cabelos crespos e/ou cacheados ou por causa dos estereótipos como “Bombril”,
“duro”, “ruim” que circulavam e circulam na sociedade marcada pelo preconceito a este tipo
de cabelo.
Quem nunca ouviu as famosas músicas carnavalescas que dizia “Nega do cabelo duro,
qual é o pente que te penteia? Qual é o pente que te penteia, ó nega? (David Nasser e Rubens
Soares). A letra dessa música “brinca” com a impossibilidade de pentear os cabelos das
mulheres negras, devido à textura da fibra capilar. Não haveria pente capaz de pentear esse tipo
de cabelo, é a interpretação que a música nos oferece. E que se encaixa perfeitamente com a
realidade da maioria dessas alunas e das professoras como eu também, que teve o seu cabelo
alisado ainda pequena porque muitos familiares acreditavam que era impossível de pentear esse
cabelo.
Mas o que chama também atenção é que a maioria que tiveram seus cabelos alisados
parou de alisar e foi por uma decisão própria. As justificativas são as seguintes: o cabelo foi
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danificado (inclusive é a maioria da resposta), não estava se sentindo bem, prefere ele cacheado,
percebeu que o cabelo não precisava de nenhum processo químico, queria mudar o visual e
passou a gostar dos cachos em outras pessoas. Percebemos que de uma forma involuntária ou
não, por motivos diversos está sim crescendo o número de meninas iniciando uma transição,
usando o seu cabelo natural. E isso contribui muito para um aumento nas discussões em salas
de aulas e num processo de afirmação, de valorização e aceitação do tipo de textura dos seus
fios.
Porém quando foi perguntado se o cabelo já havia feito elas passarem por algum tipo de
preconceito uma boa parte confirma essa situação. Temos dois principais relatos das alunas,
uma de Taiane Nunes dos Santos que tem 14 anos e está 9v1 e a outra Ana Vitória da C. dos
Santos que tem 13 anos e está no 8v1.
Sim, inclusive dentro da minha própria família que acha que para ser bonita,
é preciso ter o cabelo liso e “domado”.
Sim, vários. No meu outro colégio os meninos me chamavam de toco de
amarrar jegue, só porque meu cabelo era pequeno.
Até a professora de Geografia Tânia Santos Pereira afirmou:
Sim. Certa vez em um salão comentei que não daria mais química nos cabelos
e a cabelereira me perguntou: “ mas como? Seu cabelo não é bom!
Vivemos num país onde a herança do preconceito racial é muito presente, apesar de
haver certa negação ou omissão do problema. Uma rapper de apenas 11 anos conhecida na
mídia de MC Soffia chegou a dizer na televisão que considera a escola, o pior lugar para uma
menina crespa. Constatamos que o preconceito racial está em todos os lugares, até mesmo
dentro do seio familiar e na escola. Os preconceitos são óbvios quando cometidos, e raramente
as pessoas assumem que são preconceituosas.
Segundo Nilma Lino Gomes (2012) quanto mais a sociedade, a escola, e o poder público
negam a lamentável existência do racismo entre nós, mais o racismo existente no Brasil vai se
propagando e invadindo as mentalidades, as subjetividades e as condições sociais dos negros.
No questionário das professoras foi questionado se alguma vez elas presenciaram atos de
discriminação entre alunos relacionados à estética? E como as mesmas interferiam nessa
situação? Foi mais uma vez unânime a resposta que sim, e disseram que interviam falando sobre
o respeito as diferenças, a liberdade de ser o que se sentissem melhor. A professora Tânia Santos
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fala de uma situação que ela precisou conduzir duas alunas até a frente de um espelho e
perguntar qual era a diferença entre as duas como ser humano. As alunas não deram nenhuma
resposta e apenas choraram muito.
Por isso percebemos como é importante falar sobre a questão racial dentro da escola.
Desmistificar o racismo, superar a discriminação racial. Gomes relata que “não basta apenas
falar. É importante saber como se fala, ter a compreensão do que se fala e mais: partir para a
construção de práticas e estratégias de superação do racismo e da desigualdade racial”. É
fundamental que nós educadores busque uma construção de uma sociedade mais justa e
democrática, que repudie qualquer tipo de discriminação.
EMPODERE-SE, MENINAS!
Empoderar-se é reconhecer-se enquanto sujeito social, político, autor da sua própria
história e capaz de lutar por direitos que não são só seus, mas também de um grupo. O ato de
usar o cabelo natural não significa que existe uma consciência de empoderamento, da mesma
forma o contrário. A menina que alisa o cabelo, também não significa que ela não seja uma
menina empoderada. Ser empoderada é antes de tudo ser livre. As negras empoderadas
transcendem o campo estético. O maior empoderamento está em nos aceitarmos com nossas
particularidades e diferenças. Empoderar-se é uma questão política. É aceitar-se como sujeito
político e intervir sem medo de ser considerada menos por ser mulher ou negra, porque sabe
que não é. É sentir-se livre para ser você mesma.
Uma das perguntas do questionário era se existia algum problema em a menina negra
alisar o cabelo? E todos os questionários recebidos afirmavam categoricamente que não. O fato
de algumas meninas negras alisarem os cabelos não as fazia menos negras. A outra pergunta
que foi lançada e que tem uma relação com a primeira era: Qual a importância da menina negra
usar o cabelo natural dela? A aluna Gabriele dos Santos Teixeira que tem 14 anos do 9v1 falou:
Acho que é importante porque é uma reviravolta na sociedade. Estamos muito
acostumados com a ideia de que há um “cabelo perfeito” e a partir do
momento que as mulheres negras deixam seu cabelo natural, é como rejeição
de regras impostas pela sociedade.
E muitas alunas reforçaram a ideia de liberdade, de aceitação, de mostrar a sua origem,
a sua identidade. Uma demonstração que seu cabelo é lindo do jeito que é. Porém o que me
14
chamou atenção foi uma única resposta que falava que não havia importância alguma. E essa
fala partiu de uma professora que completou a sua reposta “desde que ela saiba quem ela é. Seu
lugar na sociedade como pessoa”.
Entretanto, a autora Nilma Lino Gomes (2002) afirma que o cabelo crespo na sociedade
brasileira é uma linguagem e, enquanto tal, ele comunica e informa sobre as relações raciais.
Dessa forma, ele também pode ser pensado como um signo, pois representa algo mais, algo
distinto de si mesmo. Assim como a democracia racial encobre os conflitos raciais, o estilo de
cabelo, o tipo de penteado, de manipulação e o sentido a eles atribuídos pelo sujeito que os
adota podem ser usados para camuflar o pertencimento étnico/racial, na tentativa de encobrir
dilemas referentes ao processo de construção da identidade negra. Mas tal comportamento pode
também representar um processo de reconhecimento das raízes africanas assim como de reação,
resistência e denúncia contra o racismo. E ainda pode expressar um estilo de vida. (p.08).
Não podemos desmerecer a importância de como você vê ou sente o seu cabelo.
Cacheado, crespo, ondulado, liso, alisado ou pranchado. Ele fala muito da pessoa. Não é à toa
que por qualquer motivo que seja quando uma mulher quer mudar ela começa pelos cabelos. O
cabelo torna-se um ponto essencial da mulher.
É inegável que cresceu não só no Centro Educacional Professora Angelita Gesteira, mas
na cidade como o todo o número de meninas negras assumindo o seu cabelo natural. As duas
turmas selecionadas para a aplicação do questionário foram justamente aquelas que tem o maior
número de meninas com seu cabelo natural, usando das mais variadas formas. E um dos
questionamentos presentes na pesquisa se isso era moda ou ato político? 11(onze) alunas
colocaram moda, 9 (nove) colocaram ato político, 4 (quatro) os dois, 1(uma) nenhum dos dois
e mais uma 1(uma) não respondeu. E 2 (duas) professoras colocaram moda e 1(uma) os dois.
A professora da turma disse: “Moda, sem dúvida alguma. Hoje ser negro tem lá suas
vantagens”.
Sabemos que o racismo no Brasil é secular. Somos frutos de uma sociedade, onde a cor
da pele escravizava e mesmo tantos anos após o fim da escravidão, o negro é colocado em
segundo plano. Nas novelas, os negros sempre ocupavam a função de empregada doméstica, de
motorista. Nos locais de trabalho o censo comprava que os cargos mais altos eram sempre dos
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não negros. O racismo é um problema que existe, e inclusive dentro da escola. Democracia
racial é um verdadeiro mito.
Antônia Eunice de Jesus do Nascimento (2010) afirma que “na maioria das vezes,
aqueles que deveriam interferir, como professores e pedagogos, não sabem como fazê-lo ou,
outras vezes são propagadores desse tipo de atitude, o que reforça e estimula o preconceito ao
invés de intervir e combatê-lo.” É preciso sim estar atento as ações, posturas e falas carregadas
de preconceito, principalmente os que aparecem como invisíveis e não declarados. Isso de fato
atrapalha o processo de construção de conhecimento.
Contudo, quando foi questionado as professoras se as mesmas em sala de aula traziam
à tona a discussão da beleza negra? Todas afirmaram que sim. Que trabalhavam temas voltados
para questão da valorização e autoestima das mulheres negras, que falava principalmente da
questão do cabelo e, que orientava os alunos que o corpo é deles e que podiam usar da melhor
maneira, desde que não causasse danos aos próprios.
Constatamos em alguns momentos que existe uma diferença entre a fala dos professores
e sua forma de agir. E isso é um fator de grande impacto no processo de ensino- aprendizagem
e na desconstrução de alguns preconceitos. Rever essa dicotomia é um passo para uma educação
sem exclusão.
Uma das perguntas também feitas para os professores: se elas acham que a forma como
usam o cabelo se podem influenciar as suas alunas? A resposta que obtive era que (2) duas
achavam que sim, e 1 (uma) não. Porém não deve restar dúvida que somos influenciadores, que
há um peso em nossa opinião sobre os alunos, e que chega até a nossa estética e linguagem
corporal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Está pesquisa se propôs analisar o processo de empoderamento da beleza negra dentro
do contexto das relações étnico-raciais nas turmas do Ensino Fundamental II do Centro
Educacional Professora Angelita Gesteira. E com isso concluímos que havia uma dificuldade
das nossas alunas em se declarar negra, mas que ao mesmo tempo elas gostavam da sua estética
afro-brasileira, e que muitas tiveram os seus cabelos alisados não por vontade própria, mas por
16
interesse dos próprios familiares que repercutiam dentro de casa, um preconceito racial
enraizado na nossa sociedade, e que por muitas vezes é “invisível” e não declarado.
Entretanto, muitas dessas alunas tomaram a iniciativa de parar de alisar os seus cabelos,
algumas não veem isso como processo de identidade, mas reconhecem a importância da menina
negra também usar o seu cabelo natural, e ao mesmo tempo não acha problema nenhum na
negra que toma a decisão de alisar o cabelo, desde que isso não seja algo imposto pela
sociedade, e sim uma decisão exclusivamente pessoal. Percebem que o processo de
empoderamento não está totalmente ligado somente ao tipo de textura dos seus fios de cabelos.
Contudo revelam a importância da estética negra. Mas não negam o quanto a textura
dos fios do seu cabelo já lhe fez ser vítima de algum preconceito racial. Elas acreditam que
muitas iniciaram esse processo de volta aos seus cabelos crespos porque presenciaram um
aumento do número de meninas assumindo o seu cabelo cacheado e/ou crespo. Muitos podem
achar que isso virou moda, mas com certeza se torna o primeiro passo para om processo de
identidade, que acaba levando a consciência de resistência, ou seja, a um ato político.
As professoras dessas meninas, na maioria das vezes, tiveram as mesmas decisões e
experiências cotidianas sobre o seu cabelo, e demonstram a necessidade de falar a respeito dessa
beleza negra. Porém em determinados momentos percebemos que ainda há uma dicotomia no
debate positivo das questões socioculturais. Não podemos negar que o cabelo vai além dos
aspectos biológicos.
REFERÊNCIAS
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americano e Brasileiro. Fazendo gênero 9: Diásporas, diversidades, deslocamentos. 23 a 26
de agosto de 2010.
BELÉM. Valéria. O cabelo de Lelê. 2d. São Paulo: IBEP, 2012.
BRASIL, Lei nº10639 de 9 de janeiro de 2003.Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação das Relações Étnicos Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-
Brasileira e Africana. Brasília: MEC/SECAD. 2005.
17
COLLINS. Patricia Hill.Black Feminist Thought: Knowledge, Consciousness, and the
Politics of Empowerment. Routledge: Nova York, 2000. In: RECIIS. Rio de Janeiro, v.2, n.2,
p. 100-102, Jul- dez; 2008.
FRANCO, Nanci Helena Rebouças. Imagens no espelho: percepção de adolescentes negros
sobre o seu pertencimento étnicoracial. VI Colóquio Internacional “Educação e
Contemporaneidade”, São Cristovão-SE/Brasil, 20 a 22 de setembro de 2012.
GOMES, Nilma Lino. Cultura negra e educação. Revista Brasileira de Educação: nº.23 Rio
de Janeiro, Maio/agosto 2003.
__________________. Relações étnico-raciais, educação e descolonização dos currículos.
Currículo sem Fronteiras, v.12, n.1, jan/abr. 2012, p. 98-109.
_________________. Trajetórias escolares, corpo negro e cabelo crespo: reprodução de
estereótipos ou ressignificação cultural? Revista Brasileira de Educação. Rio de Janeiro,
set./dez. 2002, n.21, p. 40-51.
_________________. Educação, identidade negra e formação de professores/as: um olhar
sobre o corpo negro e o cabelo crespo. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.29, n.1, jan./jun.
2003, p. 167-182.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Tradução de Tomaz Tadeu da
Silva e Guacira Lopes Louro. 11 ed. Rio de Janeiro: DP&A Editora. 2006.
LODY, R. G. da M. Cabelos de Axé: identidade e resistência. Rio de Janeiro: Editora Senac
Nacional, 2004. 136p.
MALACHIAS. Rosangela. Cabelo Bom. Cabelo Ruim. Coleção percepções das diferenças.
Negros e brancos na escola. Vol. 4, São Paulo: NEINB, 2007.
NASCIMENTO. Antônia Eunice de Jesus do Nascimento. Educação e preconceito no Brasil:
Discriminação no ambiente escolar. Anais do V Encontro de Pesquisa em Educação de
Alagoas, agosto 31 a 03 de setembro, 2010. Maceió: UFAL, 2010.
PAIXÂO, Marli Madalena Estrela. Uma rosa para meus cabelos crespos: experiências
estéticas e políticas da imagem. Dissertação de Mestrado em Ciências Sociais, UFMA, 2008.
SANTOS, Jocélio Teles. O negro no espelho: imagens e discursos nos salões de beleza
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SANTOS, Luane Bento dos. “Para ficar bonita tem que sofrer! ”: A construção de
identidade capilar para mulheres negras no Nível Superior. 2010. Monografia. Instituto de
Filosofia e Ciências Humanas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
18
THOMPSON, E. P. Costumes em comum. Estudos sobre a cultura popular tradicional.
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Janeiro. Paz e Terra, 1987.
VIANNA, Hildegardes. A Bahia já foi assim: Crônicas de Costumes.2ª ed. Rio de Janeiro:
GRD, 1979.
19
Anexos
20
Questionário para pesquisa do curso de Especialização em História Afro e
Indígena- UFRB
Colégio: ___________________________________________________
Série: __________ Turma: _______________Turno: ____________________
Aluna: _____________________________________________________
Idade: _________________
1- Qual é a cor da sua pele? ____________________________________
2- Você gosta do seu cabelo? ___________________________________
3- Você costuma usar o seu cabelo mais preso ou mais solto?
___________________________________________________
4- Já alisou alguma vez (usou produto químico)? _______________________
5- Você parou de alisar? ___________________________ se sua resposta é positiva, fez
isso por quê?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
6- Você vê o seu cabelo como afirmação? Um processo de identidade? Por
quê?_________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
7- Você acha que o seu tipo de cabelo já fez passar por algum tipo de preconceito?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
8- Você acha que existe algum problema em a menina negra alisar o cabelo?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
9- Qual a importância da menina negra usar o cabelo natural dela?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
10- Hoje cresceu o número de meninas usando seu cabelo natural. Você acha que isso é
moda ou ato político (afirmação de sua identidade)?
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_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
Muito obrigada!
Questionário para pesquisa do curso de Especialização em História Afro e
Indígena- UFRB
Colégio: ______________________ Disciplina: ______________________
Docente: _____________________________________________________
1-Qual é a cor da sua pele? _________________________
2-Já alisou alguma vez (usou produto químico)? _______________________
3-Você parou de alisar? Se sua resposta é positiva, fez isso por quê?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
4-Você vê o seu cabelo como parte de uma identidade? Por quê?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
5-Você acha que o seu tipo de cabelo já fez passar por algum tipo de preconceito?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
6-Você acha que existe algum problema em a menina negra alisar o cabelo?
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___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
7-Qual a importância da menina negra usar o cabelo natural dela?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
8-Você acha que a forma como você usa o seu cabelo pode influenciar as suas alunas?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
9-Hoje cresceu o número de alunas usando seu cabelo natural. Você acha que isso é moda ou
ato político (afirmação de sua identidade)?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
11-Em algum momento em sala de aula você trouxe à tona a discussão da beleza
negra?______________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
12- Alguma vez presenciou atos de discriminação entre alunos relacionados à estética? Como
interferiu nessa situação?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
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Muito obrigada!
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