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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA INFLUÊNCIA DO KINESIOTAPING ® NO DESEMPENHO NEUROMUSCULAR DO QUADRÍCEPS FEMORAL E NA FUNÇÃO DO MEMBRO INFERIOR EM SUJEITOS SAUDÁVEIS: ENSAIO CLÍNICO, CONTROLADO, RANDOMIZADO, CEGO CAIO ALANO DE ALMEIDA LINS Natal 2011

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i

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

INFLUÊNCIA DO KINESIOTAPING® NO DESEMPENHO

NEUROMUSCULAR DO QUADRÍCEPS FEMORAL E NA FUNÇÃO DO

MEMBRO INFERIOR EM SUJEITOS SAUDÁVEIS: ENSAIO CLÍNICO,

CONTROLADO, RANDOMIZADO, CEGO

CAIO ALANO DE ALMEIDA LINS

Natal

2011

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ii

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

INFLUÊNCIA DO KINESIOTAPING® NO DESEMPENHO NEUROMUSCULAR DO

QUADRÍCEPS FEMORAL E NA FUNÇÃO DO MEMBRO INFERIOR EM SUJEITOS

SAUDÁVEIS: ENSAIO CLÍNICO, CONTROLADO, RANDOMIZADO, CEGO

CAIO ALANO DE ALMEIDA LINS

Dissertação de Mestrado apresentada à

Universidade Federal do Rio Grande do

Norte – Programa de Pós-Graduação em

Fisioterapia,para obtenção do título de

Mestre em Fisioterapia.

Orientador: Prof. Dr. Jamilson Simões

Brasileiro

Natal 2011

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iii

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia:

Prof. Dr. Jamilson Simões Brasileiro

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iv

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

INFLUÊNCIA DO KINESIO TAPING® NO DESEMPENHO NEUROMUSCULAR DO

QUADRÍCEPS FEMORAL E NA FUNÇÃO DO MEMBRO INFERIOR EM SUJEITOS

SAUDÁVEIS: ENSAIO CLÍNICO, CONTROLADO, RANDOMIZADO, CEGO

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Jamilson Simões Brasileiro - Presidente – UFRN

Prof. Dr. Fábio Viadanna Serrão - Membro externo à Instituição – UFSCar

Prof. Dr. WouberHerickson de Brito Vieira - Membro interno à Instituição – UFRN

Aprovada em 09/12/2011

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v

Dedicatória

Aos meus pais,Cascimiro e Cilene, minha

fonte de inspiração, meu porto seguro e

meus exemplos de vida.

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vi

Agradecimentos

ÀDEUS, o grande responsável por me fazer presente neste mundo e sempre

me iluminar, me proteger, me dar forças e saúde para que eu siga sempre com

dignidade e humildade os caminhos que ele determinar.

Aos meus pais, Cascimiro Francisco Neto e Maria Cilene de Almeida, que

apesar da distância, sempre estiveram ao meu lado em todas as batalhas da vida,

me transmitindo a confiança necessária para realizar os meus sonhos e com todo

amor e dedicação me proporcionaram uma ótima educação e estrutura para

conseguir chegar onde estou hoje. Amo vocês.

Aos meus irmãos, Cyro e Delano, que mesmo longe sempre me transmitem

força, incentivo e confiança em todos os momentos e por torcerem sempre pelo meu

sucesso.

As minhas avós,Maria e Ritinha, que em todos esses anos, desempenharam

o papel de mãe, sempre me dando muito carinho e amor.

Aos meus tios,Jeimes e Patrícia, grandes responsáveis por mais essa vitória

em minha vida, que por muitos momentos foram meus pais, sempre me apoiando,

me dando conselhos e amor.

À minha noiva Thalita, pelo amor e companheirismo que construímos durante

esses anos. Sempre esteve ao meu lado, demonstrando apoio e compreensão me

ajudando a seguir em frente nos momentos mais difíceis. Obrigado por fazer parte

da minha vida. Te amo.

A todos os meus familiares, pelas palavras de apoio e incentivo em todos os

momentos.

Aos meus amigos de infância, Alex, Alisson e Rodrigo que sempre me

apoiaram nas minhas decisões, entendendo sempre minhas ausências.

Ao meu orientador e amigo, Jamilson Simões Brasileiro, que com toda sua

amizade, profissionalismo e competência, tanto contribuiu para meu crescimento

pessoal e científico, sempre me mostrando os melhores caminhos a seguir.Espero

contar com sua ajuda sempre. Muito obrigado.

Ao meu amigo Chico, companheiro de mestrado e eterno amigo. Sempre

disposto e pronto a ajudar em qualquer momento. Você com sua simplicidade e

descontração fez esses dois anos serem bem mais tranqüilos. Com certeza ganhei

mais um irmão após esse mestrado. Obrigado por tudo.

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vii

Aos amigos da base de pesquisa, que sempre se mostraram dispostos a

ajudar, tornando possível a realização deste estudo. Em especial as amigas Ivy e

Rafaela, pelos conhecimentos transmitidos no laboratório e pela amizadeque

permaneceu apesar da distância. À Anita e Liane por estarem sempre disponíveis a

me ajudarem nas coletas.

Aos professores da pós-graduação, sempre atentos em transmitir

responsabilidade na pesquisa. Em especial, agradeço ao professor Álvaro pelas

suas considerações no exame da qualificação.

Ao professor Wouber, grande incentivador e amigo, que desde a graduação

tem contribuído bastante para minha formação. Obrigado por aceitar o convite para

compor a banca de qualificação e defesa desta dissertação, sempre dosando as

críticas com comentários construtivos.

Ao Professor Fábio Serrão, por aceitar vir de longe para contribuir com meu

crescimento científico. Muito obrigado pelas considerações.

A todos os professores da UFRN que participaram da minha formação na

graduação. Todos contribuíram para meu crescimento acadêmico e ajudaram a me

colocar nesse caminho tão prazeroso da pesquisa. Em especial, ao professor

Gildásio por todos os ensinamentos.

Aos meus amigos da turma da graduação, por sempre me apoiarem e terem

construído comigo um conhecimento sólido. Amigos presentes em todos os

momentos que mesmo distantes torceram e acreditaram no meu sucesso.

Aos colegas da turma de mestrado por toda ajuda e pelos momentos

agradáveis juntos. A conquista de cada um significa muito para todos.

Aos funcionários do departamento de fisioterapia da UFRN, Marcos e

Patrícia, sempre dispostos a ajudar e dar todo suporte necessário ao longo dessa

caminhada.

As meninas da segurança,Jeisiene e Rosemary, que contribuíram e

permitiram que eu estivesse mais tempo na universidade, realizando este trabalho,

do que na minha própria casa.

As voluntárias, que abdicaram de seu pouco tempo, contribuindo de forma

direta para a realização deste estudo.

Enfim, a todos que participaram ativamente da minha vida e que, de uma

forma ou de outra, contribuíram para a conclusão deste trabalho.

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Sumário

Dedicatória................................................................................................... v

Agradecimentos............................................................................................ vi

Lista de figuras.............................................................................................. x

Lista de tabelas............................................................................................. xii

Resumo......................................................................................................... xiii

Abstract......................................................................................................... xiv

1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 1

1.1 Justificativa.............................................................................................. 3

1.2 Objetivos................................................................................................. 4

1.2.1 Objetivo geral....................................................................................... 4

1.2.2 Objetivos específicos........................................................................... 4

1.3 Hipóteses................................................................................................ 5

1.3.1 H0......................................................................................................... 5

1.3.2 H1......................................................................................................... 5

2 MATERIAIS E MÉTODOS......................................................................... 6

2.1 Delineamento e local da pesquisa.......................................................... 7

2.2 Caracterização da amostra..................................................................... 7

2.3 Amostragem e processo de alocação..................................................... 8

2.4 Aspectos éticos da pesquisa................................................................... 8

2.5 Instrumentos........................................................................................... 8

2.6 Procedimentos........................................................................................ 12

2.6.1 Avaliação Inicial (AV1)......................................................................... 12

2.6.2 Aplicação do protocolo......................................................................... 17

2.6.3 Avaliação Final..................................................................................... 19

2.7 Análise do sinal eletromiográfico............................................................ 19

2.7.1 RMS da avaliação isométrica............................................................... 19

2.7.2 RMS da avaliação concêntrica e excêntrica........................................ 20

2.8 Análise estatística .................................................................................. 21

3 RESULTADOS........................................................................................... 23

3.1 Função do membro inferior..................................................................... 25

3.2 Equilíbrio................................................................................................. 26

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ix

3.3 Eletromiografia........................................................................................ 27

3.4 Dinamometria.......................................................................................... 29

4 DISCUSSÃO.............................................................................................. 32

4.1 Função do membro inferior..................................................................... 33

4.2 Equilíbrio................................................................................................. 34

4.3 Eletromiografia........................................................................................ 35

4.4 Dinamometria.......................................................................................... 37

5 CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................ 41

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS…………………………………………. 43

7 ANEXOS………………………………………………………………………... 48

Apêndices

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x

Lista de figuras

Figura 1 - Conversor analógico/digital.................................................................. 09

Figura 2 - Eletrodos auto-adesivos de superfície................................................. 09

Figura 3 - Sistema de DinamometriaIsocinética utilizado no experimento

(modelo Multi-joint System 3 Pro da marca Biodex).............................................

10

Figura 4 - Sistema de baropodometria utilizado no estudo (modelo Eclipse

3000; Guy-Capron SA, França).............................................................................

11

Figura 5 - Esparadrapo impermeável (Cremer® S.A. Brasil)................................ 11

Figura 6 - Bandagem elástica funcional (KinesioTex Gold®)............................... 11

Figura 7a -Representação esquemática do Salto Único..................................... 13

Figura 7b -Representação esquemática do Salto Triplo..................................... 13

Figura 8 - Posicionamento da voluntária para os procedimentos de teste no

baropodômetro......................................................................................................

14

Figura 9 - Posicionamento dos eletrodos............................................................. 15

Figura 10 - Posicionamento da voluntária para avaliação do desempenho

isocinético..............................................................................................................

16

Figura 11 - Aplicação do KT (grupo experimental 2)............................................ 18

Figura 12 - Aplicação do esparadrapo (grupo experimental 1)............................ 19

Figura 13 - Sinal eletromiográfico da avaliação isométrica.................................. 20

Figura 14 - Sinal eletromiográfico da avaliação Concêntrica e Excêntrica........... 20

Figura 15 - Esquema da rotina da pesquisa......................................................... 21

Figura 16 - Média e desvio padrão do valor de RMS normalizado do músculo

vasto lateral durante a contração concêntrica pré e pós aplicação do protocolo

nos três grupos avaliados: controle, experimental 1 (EXP 1) e experimental 2

(EXP 2)..................................................................................................................

27

Figura 17 - Média e desvio padrão do valor de RMS normalizado do músculo

vasto lateral durante a contração excêntrica pré e pós aplicação do protocolo

nos três grupos avaliados: controle, experimental 1 (EXP 1) e experimental 2

(EXP 2)..................................................................................................................

28

Figura 18 - Média e desvio padrão do pico de torque normalizado pelo peso

corporal (PT/BW) da avaliação concêntrica pré e pós aplicação do protocolo

nos três grupos avaliados: controle, experimental 1 (EXP 1) e experimental 2

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xi

(EXP 2).................................................................................................................. 29

Figura 19 - Média e desvio padrão do pico de torque normalizado pelo peso

corporal (PT/BW) da avaliação excêntrica pré e pós aplicação do protocolo nos

três grupos avaliados: controle, experimental 1 (EXP 1) e experimental 2 (EXP

2)..................................................................................................................

30

Figura 20 - Média e desvio padrão do senso de posição articular (SPA) pré e

pós aplicação do protocolo nos três grupos avaliados: controle, experimental 1

(EXP 1) e experimental 2 (EXP 2).........................................................................

31

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xii

Lista de tabelas

Tabela 1 –Caracterização da amostra. Valores da média (± desvio padrão) da

idade, da altura e do índice de massa corporal (IMC)..........................................

07

Tabela 2 -Valores da média (± desvio padrão) do salto único, salto triplo,

amplitude ântero-posterior (AMP A/P), amplitude latero-lateral (AMP L/L),

velocidade ântero-posterior (VEL A/P), velocidade latero-lateral (VEL L/L), RMS

concêntrica do músculo VL (RMS CON VL), RMS excêntrica do músculo VL

(RMS EXC VL), pico de torque normalizado pelo peso corporal da contração

concêntrica (PT/BW CON), pico de torque normalizado pelo peso corporal da

contração excêntrica (PT/BW EXC) e o erro absoluto da posição articular

(SPA) dos três grupos na avaliação inicial............................................................

24

Tabela 3 -Valores da média e desvio padrão das variáveis distância do salto

único e do salto triplo normalizados pela altura exposto em percentual, pré e

pós aplicação do protocolo nos três grupos: controle, experimental1 e

experimental 2....................................................................................................

25

Tabela 4 -Valores da média e desvio padrão das variáveis amplitude e

velocidade de deslocamento do centro de pressão ântero-posterior e latero-

lateral, pré e pós aplicação do protocolo nos três grupos: controle, experimental

1 e experimental 2.................................................................................................

26

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xiii

Resumo

Objetivo:Analisar os efeitos imediatos da aplicação do KinesioTaping®(KT) no

desempenho neuromuscular do quadríceps femoral, no equilíbrio postural e na

função do membro inferior em sujeitos saudáveis.Materiais e métodos: Trata-se de

um ensaio clínico, controlado, randomizado, cego. Sessenta voluntárias, do sexo

feminino (idade: 23,3 ± 2,5 anos; IMC: 22,2 ± 2,1 Kg/m2) foram aleatoriamente

distribuídas em 3 gruposcom 20 integrantes cada, e realizaram um dos 3 protocolos:

controle - 10 minutos em repouso;experimental 1 – aplicação de esparadrapo nos

músculos reto femoral (RF), Vasto lateral (VL)e Vasto Medial (VM); e experimental 2

– aplicação do KT nos mesmos músculos. Todas foram submetidas a avaliação da

distância dos saltos único e triplo, do equilíbrio postural (baropodometria), do senso

de posição articular (SPA), do pico de torque (avaliação concêntrica e excêntrica a

60°/s) e da atividade eletromiográfica do vasto lateral, antes e após as

intervenções.Resultados: Houve um aumento significativo na distância do salto nos

3 grupos avaliados, sem diferença entre os mesmos. Não foram observadas

alterações significativas no equilíbrio postural, no SPA, no pico de torque concêntrico

e no RMS do VL em nenhum dos grupos. Houve redução no pico de torque

excêntrico em todos os grupos, sem diferenças entre os grupos.

Conclusão:Aaplicação do KT nos músculos RF, VL e VM não é capaz de melhorar

de forma significativa a função do membro inferior e equilíbrio postural, bem como o

pico de torque extensor do joelho, o SPA e a amplitude de ativação do músculo VL,

de mulheres saudáveis.

Palavras-chave: equilíbrio; eletromiografia; baropodometria; torque.

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xiv

Abstract

Objective:To analyze the immediate effects of the Kinesio Taping® application on the

quadriceps neuromuscular performance, postural balance and lower limb function in

healthy subjects. Materials andmethods:This is a randomized, controlled, blinded

clinical trial. Sixtyfemale volunteers(age: 23.3±2.5 years old, BMI:

22.2±2.1kg/m2)wererandomly assigned intothreegroups with20memberseach,and

performedone of these threeprotocols: control -10 minutesof rest,experimental 1-

patch application ontherectusfemoris (RF), vastuslateralis(VL) and

vastusmedialis(VM) and experimental 2-KT application on the same muscles.

Allunderwent an evaluationfor singleand triple hop distance, postural balance

(baropodometry), joint position sense(JPS), peak torque (concentric and

eccentricevaluation at 60°/s)and electromyographic activityof VL,before andafter

intervention.Results: There wasasignificant increasein the jump distanceof

thethreestudied groups,with no differencebetween groups.There were nosignificant

changesin postural balance,JPS, concentricpeak torqueand RMSof the VLin none of

the groups. There was a reduction ineccentricpeak torquein all groups, without

differencesbetween groups.Conclusion:The KT application on the RF, VL and

VMmusclesis not able tosignificantly improvelower limbfunction and postural balance,

as well as the kneeextensor peaktorque, JPSand the VL muscleactivation

amplitudeof healthy women.

Keywords: balance,electromyography;baropodometry; torque.

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1

1 INTRODUÇÃO

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2

Indivíduos fisicamente ativos, que praticam atividades sejam elas em nível

recreacional, amador ou profissional, constantemente buscam recursos que possam

melhorar sua performance muscular, evitar o surgimento de lesões e até mesmo

recidivas. Esses indivíduos, muitas vezes, procuram ajuda de especialistas para

alcançar tal objetivo, dentre eles estão os fisioterapeutas.

Dentro desse contexto, em 1996, oquiropata japonêsKensoKase lançou o

KinesioTaping®(KT), que é uma bandagem elástica funcional com características

próprias que aplicada sobre ou ao redor dos músculos objetiva assistir e dar suporte

funcional1,2. Esta técnica pode ser aplicada em praticamente qualquer músculo ou

articulação no corpo e consiste em uma fita fina e elástica que pode ser esticada até

50% do seu comprimento original, resultando em menor restrição em comparação

com fitas convencionais1,2. A mesma se propõe, dentre outras coisas, a diminuir dor

e edema, aumentar estabilidade articular e melhorar o desempenho muscular3.

Desde o seu surgimento, essa técnica vem sendo utilizada por fisioterapeutas tanto

para tratamento/prevenção de lesões quanto para melhorar o desempenho

funcional4.

Os mecanismos pelos quais a aplicação do KT alcançaria o resultado

esperado ainda não estão bem esclarecidos. Alguns pesquisadores afirmam que sua

aplicação diretamente sobre a pele ativa alguns mecanoceptores cutâneos o que

ocasionaria um alívio da dor pelo mecanismo de comporta (teoria da comporta da

dor). Além disso, pelas suas características (adesiva e elástica), a bandagem

poderia proporcionar um aumento do espaço intersticial, favorecendo um melhor

fluxo sanguíneo e linfático2,3.

Outros pesquisadores5,6,7,8 levantam hipóteses para explicaro possível

mecanismobásico do aumento da atividade muscular durante a aplicação do KT,

dentre elas está aneurofacilitação, onde o estimulo tátil proporcionado pela faixa

ativaria receptores cutâneos promovendo uma estimulação dos motoneurônios alfa.

Entretanto, tais estudos ainda são escassos e controversos. MacGregoret

al.7observaram que existe umarelaçãoentre oestímuloaferentecutâneo,

proporcionado pela faixae a taxa de disparo das unidades motoras.Por outro

lado,Coolset al.8observaram que não houveinfluência significativa sobrea

atividadeeletromiográficanos músculosdacintura escapularem sujeitos saudáveis,

após a aplicação do KT.

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3

Dentro dessa pespectiva,o efeitoda aplicação do KT tem sido alvo de

pesquisas que avaliaram suainfluênciatanto no equilíbrio e função do membro

inferior quanto sobre a ativação muscular (eletromiografia) e força (dinamometria),

mas comresultados conflitantes5,9,10,11,12,13,14. Aytaret al.14 encontraram melhora no

equilíbrio estático durante a aplicação do KT no quadríceps femoral e na articulação

do joelho, em mulheres com síndrome da dor patelofemoral. Já Firth et al.13 não

encontraram alteração na distância do salto único em sujeitos saudáveis e com

tendinopatia no tendão de Aquiles após aplicação do KT.

Murray9 mostrou um aumento naatividadeeletromiográficado quadríceps

femoral mediante a aplicação do KT, em pacientesapós reconstrução do ligamento

cruzado anterior. Em oposição, JanwantanakuleGaogasigam11 não

encontraramqualquerefeito sobre a atividademuscular,medida poreletromiografia, em

indivíduos que aplicaramo tapingem ambos os músculos,vasto lateral (VL)e vasto

medial (VM).

Vithoulka et al.15 mostraram que o KT, aplicado no quadríceps femoral,

aumentou o pico de torque excêntrico de mulheres saudáveis não atletas. Em

contrapartida, Fu et al.12mostraram queo KTnão influenciaa força muscular,quando

aplicado no quadrícepsde atletassaudáveis. Resultados semelhantes foram

encontrados por Chang e colaboradores16 que não observaram aumento da força de

preensão palmar após a aplicação do KT no antebraço de atletas.

Tendo em vista que não existe consenso na literatura, é pertinente o

questionamento sobre os reais efeitos do KT tanto no desempenho neuromuscular

quanto no equilíbrio e na função. Diante do exposto, este estudo se propõe a

analisar, os efeitos imediatos da aplicação do KT na atividade eletromiográfica do

VL, no torque extensor do joelho, no equilíbrio unipodal e na função do membro

inferior em sujeitos saudáveis.

1.1 Justificativa

Apesar do KT estar sendo utilizado largamente na prática de esporte, seja em

nível recreacional, amador ou profissional, ainda não se tem consenso na literatura

quanto aos seus efeitos no desempenho neuromuscular. Dentre as variáveis que se

pode analisar estão o recrutamento muscular observado pela EMG de superfície e

variáveis dinamométricas, como pico de torque. Porém não há um posicionamento

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4

consensual na literatura vigente quanto ao comportamento dessas variáveis durante

a aplicação do KT.

Ao se considerar a aplicação dessa técnica, a literatura apresenta poucos

estudos que avaliam o equilíbrio e função do membro inferior, bem como o

desempenho isocinético e eletromiográfico do quadríceps femoral mediante a

aplicação da mesma. Torna-se então necessário a sua investigação, uma vez que, a

melhora dessas variáveis podem, não só aumentar o desempenho do sujeito em

suas atividades físicas, mas tambem contribuir na prevenção de lesões durante as

mesmas.

Assim, este estudo se justifica pela necessidade de preencher essa lacuna,

pois há outras vertentes desse contexto a serem estudadas e registradas

cientificamente para analisar se o KTaltera o desempenho neuromuscular do

quadríceps femoral, o equilíbrio e a função do membro inferior.

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

Analisar os efeitos imediatos da aplicação do KT no desempenho

neuromuscular do quadríceps femoral, no equilíbrio postural e na função do membro

inferior em sujeitos saudáveis.

1.2.2Objetivos específicos

Comparar os efeitos da aplicação do KT com os efeitos da aplicação do

esparadrapo;

Analisar e comparar o pico de torque concêntrico e excêntrico antes e apósa

aplicação do KT e do esparadrapo;

Avaliar o senso de posição articular (SPA) antes e apósa aplicação do KT e

do esparadrapo;

Comparar a atividade eletromiográfica do VL antes e apósa aplicação do KT e

do esparadrapo;

Avaliar o equilíbrio unipodalantes e após aplicação do KT e do esparadrapo;

Comparar a função do membro inferior através dos testes de salto único e

salto triplo antes e após a aplicação do KT e do esparadrapo.

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5

1.3 Hipóteses

1.3.1 H0: A aplicação do KT não altera o desempenho neuromuscular do quadríceps

femoral, bem como o SPA do joelho, o equilíbrio postural e a função do membro

inferior de sujeitos saudáveis.

1.3.2 H1: A aplicação do KT altera o desempenho neuromuscular do quadríceps

femoral, bem como o SPA do joelho, o equilíbrio postural e a função do membro

inferior de sujeitos saudáveis.

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6

2 MATERIAIS E MÉTODOS

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7

2.1 Delineamento e local da pesquisa

Trata-se de um ensaio clínico controlado, randomizado, cego. O primeiro

pesquisador realizou as avaliações inicial e final de todas as voluntárias, enquanto o

segundo pesquisador foi responsável pela aplicação do protocolo e um terceiro

pesquisador realizou a análise estatística.

A pesquisa foi realizada no Laboratório de Análise da Performance

Neuromuscular (LAPERN), do Departamento de Fisioterapia da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte.

2.2 Caracterização da amostra

O estudo foi composto por 60 voluntárias saudáveis, do sexo feminino,com

idade média de 23,3 ± 2,5 anos e índice de massa corporal (IMC) médio de 22,2 ±

2,1 Kg/m2. As voluntárias foram recrutadas por conveniência e aleatoriamente

divididas em 3 grupos com 20 integrantes cada, que realizaram um dos 3 protocolos:

controle – 10 minutos em repouso;experimental 1– aplicação de esparadrapo nos

músculos reto femoral (RF), VL e VM; e experimental 2– aplicação do KT nos

músculos RF, VL e VM. ATabela 1 apresenta a caracterização da amostra no início

do estudo, onde não foi observada diferença entre os 3 grupos.

Tabela 1 - Caracterização da amostra. Valores da média (± desvio padrão) da idade, da altura e do

índice demassa corporal (IMC).

Teste Anova one-way demonstrando que não houve diferença intergrupos, com p > 0,05.

Foram considerados como critérios de inclusão:sersaudável; ter idade entre

18 e 28 anos; realizar atividade física em caráterrecreacional (2-3x/semana, sem

treinamento a nível competitivo)17; apresentar integridade da articulação do quadril,

joelho e tornozelo do membro inferior dominante; não apresentar antecedentes de

CONTROLE EXPERIMENTAL 1 EXPERIMENTAL 2 P

n=20 n=20 n=20

Média ± DP Média ± DP Média ± DP

IDADE (anos) 22,9 ± 2,9 23,5 ± 2,4 23,3 ± 2,3 0,75

ALTURA (m) 1,64 ± 0,1 1,61 ± 0,1 1,63 ± 0,1 0,26

IMC (Kg/m²) 22,2 ± 3,8 22,5 ± 6 22 ± 2,4 0,80

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8

lesão osteomioarticular dos membros inferiores nos últimos 6 meses, história prévia

de cirurgia nos membros inferiores, déficits neurológico, vestibular e visual e/ou

auditivo não corrigido; não apresentar alergia a material adesivo.

As voluntárias seriamexcluídas do estudo caso referissem dor durante os

procedimentos de coleta ou se não executassem os procedimentos de avaliação de

maneira correta, de forma a impossibilitar a captação de quaisquer dos dados

investigados. Porém não houve nenhum caso de exclusão.

2.3 Amostragem e processo de alocação

As voluntárias foramrecrutadas de forma não probabilística por conveniência

e distribuídas aleatoriamente, através do site www.randomization.com18, em um dos

3 grupos, que foram codificados pelas cores vermelha, branca e amarela, ficando a

critério do segundo pesquisador a determinação dos grupos.Terminada a coleta, a

análise dos dados foi realizada pelo avaliador 3 de forma ―cega‖ e as cores

correspondentes a cada grupo só foram reveladas após o término da análise

estatística.

2.4 Aspectos éticos da pesquisa

Este estudo está de acordo com a Resolução 196/96 do Conselho Nacional

de Saúde e a declaração de Helsinki para pesquisa com humanos, tendo sido

submetido à apreciação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Hospital

Universitário Onofre Lopes, obtendo parecer de número 604/11 (ANEXO I). Foi

respeitada a autonomia e a garantia do anonimato dos participantes. Antes de

admitidos no estudo, todos os voluntários assinaram o Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido (TCLE, APÊNDICE I).

2.5 Instrumentos

Foi realizado aquecimento antes da avaliação inicial, sendo utilizada uma

bicicleta estacionária (Ergo-Fit, ErgoCycle 167, Pirmasens, Alemanha).Este

procedimento foi realizado como forma de minimizar os riscos de lesão muscular19.

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9

Para aquisição e processamento dos sinais eletromiográficos, foi utilizado um

módulo condicionador de sinais (MCS 1000) de 4 canais (EMG System do Brasil®)

com um conversor analógico-digital - A/D (CAD, 12/36-60K) com resolução de 12

bits. O equipamento tem uma razão de rejeição de modo comum (RRMC) > 80 Db,

com frequência de amostragem configurada em 2000 Hz e o sinal foi filtrado entre

20 e 500 Hz (Figura 1). Como o ganho programado no conversor é de 50 vezes e de

20 vezes nos eletrodos, os sinais foram amplificados em 1000 vezes. O

eletromiógrafo foi alimentado por uma bateria e conectado a um notebook, que

recebeu o sinal e o armazenou em arquivo. O software EMGLab (EMG System do

Brasil®, Brasil) foi utilizado para análise digital dos sinais.

Figura 1 – Conversor analógico/digital

Ademais foram utilizados eletrodos de superfície ativos, simples diferenciais,

composto por um sistema Ag/AgCl associado a um gel condutor, de configuração

bipolar, com dimensão de 4 cm x 2,2 cm de área adesiva e 1 cm de área condutora,

separados por uma distância inter-eletrodo de 2 cm (Noraxon®, USA).Também foi

utilizado um eletrodo de referência de configuração monopolar, composto por um

sistema Ag/AgCl associado a um gel condutor, com diâmetro de 3,8 cm de área

adesiva e 1cm de área condutora (Noraxon®, USA) (Figura 2).

Figura 2 – Eletrodos auto-adesivos de superfície

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10

Para avaliação do desempenho neuromuscular, foi utilizado um dinamômetro

isocinético, (BiodexMulti-Joint System 3, BiodexBiomedical System Inc, New York,

USA) que é composto essencialmente por uma cadeira, uma unidade de recepção

de força conectada a um braço de alavanca e uma unidade de controle (Figura 3).

Figura 3 – Sistema de DinamometriaIsocinética utilizado no experimento (modelo Multi-joint System 3

Pro da marca Biodex).

O sistema utilizado para registrar o equilíbrio em apoio unipodal foi

obaropodômetro computadorizado Eclipse 3000 (Guy-Capron® SA, França),

comsuperfícies de 40 x 40 cm (Figura 4). A estabilometria utilizando um sistema

debaropodometria é um método de análise do equilíbrio postural por meio da

quantificação das oscilações do corpo, sendo sua aplicação reportada nas áreas da

avaliação clínica, reabilitação e treinamento desportivo20. A análise estabilométrica

da plataforma de pressão permite informações da oscilação do centro de pressãodo

corpo no sentido ântero-posterior (eixo y) e lateral (eixo x) expressa em

milímetros,da área de oscilação do centro de pressão do corpo em milímetros

quadrado, bemcomo a velocidade média de oscilação em milímetros por segundo.

Assim quanto menor esses valores, menos oscilação é observada e

consequentemente melhor é o equilíbrio postural.Os valores da amplitude e

velocidade de deslocamento do centro de pressãonos sentidos ântero-posterior e

latero-lateral obtidosforam registrados e tabulados para análise.

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11

Figura 4 - Sistema de baropodometria utilizado no estudo (modelo Eclipse 3000; Guy-Capron SA,

França).

Além disso, foi utilizado esparadrapo impermeável (Cremer® S.A. Brasil) não

elástico com 5cm de largura (Figura 5), e uma bandagem elástica funcional

(KinesioTex Gold®) com 5cm de largura na cor preta (Figura 6).

Figura 5 – Esparadrapo impermeável (Cremer® S.A. Brasil)

Figura 6 – Bandagem elástica funcional (KinesioTex Gold®)

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12

2.6 Procedimentos

Foi realizado estudopiloto visando adequação de todos os procedimentos de

pesquisa, bem como o treinamento dos pesquisadores envolvidos.

Inicialmente, as voluntárias assinaram o TCLE (APÊNDICE I). Em seguida, as

mesmas foram submetidas a um exame físico no qual uma ficha de avaliação

(APÊNDICE II) foi preenchida, contendo identificação, dados antropométricos (idade,

peso, altura, IMC), antecedentes pessoais, nível de atividade física e exame dos

membros. No caso de considerados aptos à inclusão, as voluntárias realizaram

aquecimento em uma bicicleta estacionária, com selim ajustado na altura do

trocânter maior do fêmur, por 5 minutos com uma carga de 20 W.

Após o aquecimento, foram iniciadas as coletas dos dados divididas em três

momentos: avaliação inicial, para determinação dos valores de base, aplicação do

protocolo e avaliação final, após a aplicação do mesmo.

2.6.1 Avaliação Inicial

Todas as avaliações foram realizadas pelo primeiro examinador. As 60

voluntáriasforam submetidas aos mesmos procedimentos de avaliação inicial e final,

domembro inferior dominante, descritos a seguir:

Avaliação da função do membro inferior

As atividades de desempenho funcional foram realizadas por meio de dois

testesde salto, o teste de salto único e o teste de salto triplo21. Inicialmente, as

voluntáriasforam familiarizadas com os testesrepetindo-os uma vez com o membro

dominante. Nenhuma informação foi dada comrelação ao posicionamento das mãos

ou para onde as voluntárias deveriam fixar o olhardurante os saltos. Estas foram

instruídas a iniciar o salto sem o apoio do membrocontralateral para evitar

movimentos de impulsão, da forma mais natural possível.

No primeiro teste (salto único), as voluntárias foramencorajadas a realizar um

único salto sobre o membro dominante, o mais longe possível, e a medida utilizada

foi à distância entre o início da marcação (hálux imediatamente antes da marcação)

e o ponto onde o hálux estava posicionado quando a voluntária finalizou o salto. No

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13

segundo teste (salto triplo) as mesmas foram instruídas a realizar três saltos

consecutivos sobre o membro dominante, o mais longe possível, finalizando o salto

nesse mesmo membro, e a distância total dos três saltos consecutivos foi aferida22

(figura 7a e 7b). As voluntárias realizaram o teste sem nenhum tipo de calçados e a

distância dos saltos foi aferida utilizando fita métrica. Para possibilitar a comparação

dos valores da distância dos saltos entre as voluntárias, os dados foram

normalizados em função da altura de cada voluntária (distância do salto / altura x

100).

Cadasalto foi repetido duas vezes com o membro dominante, sendo

considerada a maior das duas medidas.Para o salto ser considerado válido,

avoluntária deveria manter-se equilibrada por dois segundos após a finalização do

mesmo,e o membro contralateral ou as extremidades superiores não poderiamtocar

o solo22. Caso qualquer uma dessas condiçõesocorressem, o teste seria repetido.

Foi dado um tempode dois minutos de repouso entre os dois tipos de testes

realizados e entre cada medida foi dado um tempo de um minuto de repouso.As

Figuras 7a e 7b representam de forma esquemática os saltos realizados no estudo.

Figura 7b: Representação

esquemática do Salto Triplo

Figura 7a: Representação

esquemática do Salto Único

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14

Determinação do equilíbrio postural

Para a coleta dos dados referentes ao equilíbrio postural, as voluntárias

foramposicionadas em péno baropodômetro com apoio no membro dominante e o

joelho mantido a 20º de flexão, verificado por um goniômetro universal. A voluntária

foi instruída a manter a cabeça na posição neutra, com o olhar em um ponto fixo, o

tronco emposição ereta e confortável, com os membros superiores apoiados no

quadril. Omembro inferior não dominante permaneceu com o quadril a 0º e o joelho

a 90º de flexão, como mostra a Figura 8.O tempo de aquisição dos dados foi de 10

segundos, utilizando frequência de 100Hz. A avaliação foi repetida por duas vezes

sendo considerada para análise a melhor das duas medidas23, as mesmas

foramanulados e repetidas quando houve uma perda de equilíbrio ou quando o

joelho testado não sustentou os 20º de flexão, monitorados por meio do goniômetro

universal.

Figura 8 - Posicionamento da voluntária para os procedimentos de teste no

baropodômetro.

O tempo de aquisição dos dados foi de dez segundos, com um período

derepouso de um minutoentre cada teste. Antes dos testes, foi permitida

afamiliarização com o equipamento.

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15

Registro da atividade eletromiográfica

Para a captação da atividade eletromiográfica (amplitude de ativação) do

músculo VL, as voluntárias foram submetidas àpreparação da pele com tricotomia e

limpeza da área com álcool a 70%. O eletrodo para o músculo VL, seguindo os

critérios da SurfaceElectroMyoGraphy for the Non-InvasiveAssessmentofMuscles

(SENIAM)24, foi posicionado a 2/3 da linha que vai da espinha ilíaca ântero-superior

ao bordo lateral da patela. O eletrodo de referência, por suavez, foi posicionado na

tuberosidade da tíbia do mesmo membro (Figura 9).

Figura 9 - Posicionamento dos eletrodos

O registro da atividade eletromiográfica do músculo VL foi realizado

simultaneamente a avaliação do torque extensor do joelho.

Avaliação do senso de posição articular

A avaliação foi realizada utilizando-se o dinamômetro isocinético calibrado

semanalmente, conforme as especificações e recomendações dofabricante.

O SPA foi avaliado na forma ativa, por ser um teste mais funcional e por

analisar com maior predomínio os receptores musculares, quando comparado com a

forma de avaliação passiva25.A voluntária foi posicionada sentada na cadeira

ajustável do dinamômetro, a coxa do membro inferior não dominante foi fixada por

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16

um cinto, assim como a região pélvica e o tórax, para garantir a estabilização dos

seguimentos não avaliados, além disso, a região poplítea ficou a 5cm de distância

do bordo da cadeira do dinamômetro. O eixo de rotação do dinamômetro foi alinhado

com o epicôndilo lateral do fêmur (eixo de rotação anatômico do joelho) e o braço de

alavanca foi ajustado na parte distal da perna e fixado aproximadamente 5 cm acima

do maléolo medial do tornozelo. Todos esses ajustes seguiram as recomendações

preconizadas por Dvir26 e podem ser observadas na Figura 10.

Figura 10 – Posicionamento da voluntária para avaliação do desempenho isocinético

Após o posicionamento, a voluntária foi instruída a executar uma extensão

ativa de joelho a uma velocidade constante de 2º/s, com o membro partindo de 90º

de flexão. Quando o ângulo-alvo de 45º foi atingido, o braço do dinamômetro

permaneceu nesta posição, mantendo-a por cinco segundos, para que a voluntária

percebesse qual seria o ângulo a ser alcançado. Esse procedimento foi realizado

uma única vez para cada voluntária. Em seguida, foi solicitada uma extensão ativa a

partir de 90º de flexão do joelho (2°/s) até o ângulo-alvo, segundo julgamento do

sujeito. Nesse instante, a voluntária acionava um dispositivo, sendo registrado o

ângulo alcançado. Nessa etapa, a mesma realizou também apenas uma repetição.

A variável analisada foi o erro absoluto, dado pela diferença entre o ângulo-

alvo e o alcançado pela voluntária, em graus, sem considerar tendências direcionais

de super ou subestimação do ângulo-alvo. Para evitar indução dos resultados,

durante toda a avaliação o feedback visual foi bloqueado por protetores visuais.

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17

Avaliação do torque extensor do joelho

Para esta avaliação as voluntarias permaneceram posicionadas na cadeira do

dinamômetro isocinético como descrito na avaliação do SPA (Figura 10).O fator de

correção da gravidade foi realizado pelo próprio dinamômetro, sendo corrigido pelo

peso do membro inferior relaxado em 30° de flexão do joelho.

Inicialmente,foi avaliado o pico de torque isométrico (PTI).A voluntária foi

instruída a realizar 2 contraçõesisométricas voluntárias máximas (CIVM) de

extensão do joelho no ângulo de 60° deflexão durante 5 segundos, com 60

segundos de intervalo derecuperação entre elas. Essa avaliação foi utilizada,

apenas, para a normalização do sinal eletromiográfico.

Na sequência foi realizada a avaliação concêntrica, sendo 5 contrações

máximas para flexão e extensão de joelho a 60°/s, partindo de 90° de flexão até a

extensão total. Por fim, foi realizada a avaliação excêntrica com 5 repetições

máximas de contração excêntrica apenas dos extensores de joelho à 60º/s, partindo

de 30° até 90° de flexão de joelho. Para as avaliações concêntrica e excêntrica foi

avaliada a variável pico de torque normalizado pelo peso corporal exposto em

percentual (PT/WB x 100).

Durante toda a avaliação do pico de torque extensor do joelho foi fornecido

encorajamento verbal, bem como um feedback visual pelo monitor do computador.

Foi permitido a familiarização com o equipamento sendo realizada 3 contrações

submáximas antes de cada avaliação. Os dados obtidos foram registrados e

armazenados no dinamômetro isocinético.

2.6.2 Aplicação do protocolo

Após a avaliação na linha de base, o segundo avaliador instruiu as voluntárias

e aplicou o protocolo de acordo com os grupos: controle, experimental 1 e

experimental 2.

As voluntárias do grupo experimental 2foram submetidas a aplicação do KT

no quadríceps femoral do membro dominante como sugerido por Kaseet al.2Assim, a

técnica foi aplicada nos músculos RF, VL e VM no sentido longitudinal, de proximal

para distal.Para o músculo RF a âncora proximal foi aplicada 5cm abaixo da espinha

ilíaca ântero-superior e a âncora distal no bordo superior da patela. No músculo VL a

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âncora proximal e distal foi fixada no trocânter maior do fêmur e no bordo lateral da

patela, respectivamente. Já para o músculo VM a âncora proximal foi aplicada no

terço médio da região medial da coxa e a âncora distal no bordo medial da patela.

Para os três músculos em questão, as âncoras foram aplicadas com 0% de tensão e

a zona terapêutica (região entre as âncoras) seguiu sobre o ventre dos músculos

com uma tensão de 50%. Essa aplicação foi realizada com as voluntárias em pé

com apoio unipodal, com o quadril do membro dominante a 0° e joelho fletido(Figura

11).

Figura 11 – Aplicação do KT (grupo experimental2)

Para o grupo experimental 1 foi aplicado esparadrapo impermeável no ventre

dos músculos RF, VL e VM também no sentido longitudinal deproximal para distal,

tomando o mesmo posicionamento adotado no grupo experimental 2(Figura 12). Já

as voluntárias do grupo controle permaneceram em repouso durante o tempo que foi

necessário para a aplicação da técnica nos demais grupos (aproximadamente 10

minutos).

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19

Figura 12 – Aplicação do esparadrapo (grupo experimental 1)

2.6.3 Avaliação Final

Logo após a aplicação do protocolo, as voluntáriasforam submetidas à re-

avaliação, que foi realizada pelo primeiro pesquisador, sendo os procedimentos

idênticos aos da avaliação inicial com exceção do pico de torque isométrico, que foi

utilizado apenas para normalização do sinal eletromiográfico.

2.7 Análise do sinal eletromiográfico

2.7.1 RMS da avaliação isométrica

Para normalização do valor daRoot Means Square (RMS) do músculo VL foi

utilizada a contração isométrica voluntária máxima27.Foi analisado o sinal

eletromiográfico do VL, com 5 segundos de duração, correspondente à contração de

maior torque isométrico, com o joelho posicionado a 60°, registrado pelo

dinamômetro isocinético, dentre as 2 repetições de contração isométrica voluntária

máxima (Figura 13).Nesta pesquisa os dados foram normalizados conforme as

recomendações preconizadas por DeLuca28.

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20

Figura 13 - Sinal eletromiográfico da avaliação isométrica

2.7.2 RMS da avaliação concêntrica e excêntrica

Para a análise da RMS na avaliação concêntrica e excêntrica, foi considerado

o sinal eletromiográfico do maior torque dentre as 5 registradas pelo gráfico do

dinamômetro isocinético (Figura 14). Cabe ressaltar que os eletrodos não foram

retirados entre as avaliações inicial e final.

Figura 14 - Sinal eletromiográfico da avaliação Concêntrica e Excêntrica

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21

A Figura 15sumariza as rotinas de avaliação inicial, aplicação dos protocolos

e da avaliação final.

Figura 15 - Esquema da rotina da pesquisa

2.8 Análise estatística

A análise estatística foi realizada por meio do software StatisticalPackage for

the Social Sciences(SPSS) versão 17.0 para Windows. Primeiramente foi realizado o

teste Kolmogorov-Smirnov(K-S) para verificação da normalidade dos dados. Após

isso, observou-se que todas as variáveis apresentaram distribuição normal.

Na análise descritiva utilizou-se a média como medida do centro da

distribuição e o desvio padrão como medida de dispersão.

60 VOLUNTÁRIAS

AVALIAÇÃO INICIAL – AVALIADOR 1

FUNÇÃO EMG (RMS) do VL

EQUILÍBRIO CONCÊNTRICA

SPA EXCÊNTRICA

APLICAÇÃO DO PROTOCOLO – AVALIADOR 2

GRUPO CONTROLE

10 min Repouso

GRUPO EXPERIMENTAL 1

Aplicação do esparadrapo (RF, VL, VM)

GRUPO EXPERIMENTAL2

Aplicação do KT (RF, VL, VM)

AVALIAÇÃO FINAL – AVALIADOR 1

Idêntica a inicial (exceto a CIVM)

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22

Na estatística inferencial utilizou-se o teste t pareado para a análise

docomportamento intra-grupo e a análise de variância ANOVA One-waycom

medidas repetidas para verificar diferenças entre os grupos antes e após as

intervenções. Em toda a análise estatística foi atribuído um nível de significância de

5% e intervalo de confiança de 95% (IC 95%).

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23

3 RESULTADOS

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24

A Tabela 2 demonstra a similaridade entre os grupos na avaliação inicial para

as variáveis analisadas.

Tabela 2 - Valores da média (± desvio padrão) do salto único, salto triplo, amplitude ântero-posterior

(AMP A/P), amplitude latero-lateral (AMP L/L), velocidade ântero-posterior (VEL A/P), velocidade

latero-lateral (VEL L/L), RMS concêntrica do músculo VL (RMS CON VL), RMS excêntrica do músculo

VL (RMS EXC VL), pico de torque normalizado pelo peso corporal da contração concêntrica (PT/BW

CON), pico de torque normalizado pelo peso corporal da contração excêntrica (PT/BW EXC) e o erro

absoluto da posição articular (SPA) dos três grupos na avaliação inicial.

VARIÁVEIS CONTROLE EXPERIMENTAL 1 EXPERIMENTAL 2 P

n= 20 n= 20 n= 20

SALTO ÚNICO (%) 76,1 (±15,3) 76 (±9,2) 75,7 (±12,1) 0,99

SALTO TRIPLO (%) 227,6 (±38,9) 223,1 (±28) 223,8 (±34,3) 0,91

AMP A/P (mm) 15,6 (±6) 12 (±5,9) 18,3 (±8) 0,49

AMP L/L (mm) 12,1 (±4,7) 8,6 (±4,8) 13,4 (±4,4) 0,23

VEL A/P (mm/s) 11,3 (±4,4) 7,7 (±4,1) 11,2 (±4) 0,64

VEL L/L (mm/s) 6,3 (±2,7) 4,5 (±2,2) 6,5 (±2,3) 0,85

RMS CON VL(%) 112 (±21) 104 (±17) 101 (±21) 0,21

RMS EXC VL(%) 95 (±14) 93 (±26) 84 (±21) 0,23

PT/BW CON (%) 218 (±57) 220 (±50) 228 (±47) 0,66

PT/BW EXC (%) 307 (±61) 310 (±45) 312 (±58) 0,73

SPA (graus) 7,5 (±4) 5,2 (±3) 6(±5) 0,18

Teste Anova one-way demonstrando que não houve diferença na comparação intergrupos das variáveis na avaliação inicial, com p > 0,05.

Para todas as variáveis analisadas, não se observoudiferença

estatisticamente significativa na comparação intergrupos tanto antes quanto após

aplicação do protocolo. No entanto, foram constatadas diferenças em algumas

variáveis na comparação intragrupos entre a avaliação inicial e final. Todas as

comparações pré e pós aplicação do protocolointragrupo estão descritas a seguir:

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25

3.1 Função do membro inferior

Distância do salto único e do salto triplo

Pode – se observar na Tabela 3, que houve um aumento significativo, no salto

único, pré e pós aplicação do protocolo nos três grupos avaliados: controle (p =

0,019), experimental 1 (p = 0,018) e experimental 2 (p = 0,001). Já para a variável

salto triplo, observou-se um aumento significativo nos grupos experimental 1 (p =

0,032) e experimental 2 (p = 0,007). Porém, no grupo controle não houve diferença

significativa pré e pós aplicação do protocolo (p = 0,513).

Tabela 3 – Valores da média e desvio padrão das variáveis distância do salto único e do salto triplo

normalizados pela altura exposto em percentual, pré e pós aplicação do protocolo nos três grupos:

controle, experimental1 e experimental 2.

CONTROLE EXPERIMENTAL 1 EXPERIMENTAL 2

Variáveis (n= 20)

Média ± DP Média ± DP Média ± DP

PRÉ PÓS PRÉ PÓS PRÉ PÓS

SALTO ÚNICO (%)

76,1 ±15,3 80 ± 14,2 * 76 ± 9,2 79,4 ± 9,2 * 75,7 ± 12,1 80,2 ± 10,4 *

SALTO TRIPLO (%)

227,6 ± 38,9 229,8 ± 47,4 223,1 ± 28 228,7 ± 31,2 * 223,8 ± 34,3 231,5 ± 37,9 *

* p<0,05

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26

3.2 Equilíbrio

Amplitude e velocidade ântero-posterior e latero-lateral

Observa-se, na Tabela 4, que não houve diferença significativa pré e pós

aplicação do protocolo para as variáveis amplitude ântero-posterior, amplitudelatero-

lateral, velocidade ântero-posterior e velocidade latero-lateral nos três grupos

avaliados: controle (p=0,826; p=0,379; p=0,056; p=0,409), experimental 1 (p=0,108;

P=0,216; P=0,793; P=0,881) e experimental 2 (p=0,440; p=0,142; p=0,091;

p=0,068), respectivamente.

Tabela 4–Valores da média e desvio padrão das variáveis amplitude e velocidade de deslocamento

do centro de pressão ântero-posterior e latero-lateral, pré e pós aplicação do protocolo nos três

grupos: controle, experimental 1 e experimental 2.

CONTROLE EXPERIMENTAL 1 EXPERIMENTAL 2

Variáveis (n= 20) Média ± DP Média ± DP Média ± DP

PRÉ PÓS PRÉ PÓS PRÉ PÓS

AMPLITUDE A/P (mm)

15,6 ± 6 15,3 ± 5,1 12 ± 5,9 11,6 ± 7,2 18,3 ± 8 20 ± 6,2

AMPLITUDE L/L (mm)

12,1 ± 4,7 13,4 ± 5,7 8,6 ± 4,8 8,9 ± 4,3 13,4 ± 4,4 11,7 ± 4,7

VELOCIDADE A/P (mm/s)

11,3 ± 4,4 9,9 ± 2,7 7,7 ± 4,1 6,4 ± 4,1 11,2 ± 4 9,9 ± 2,9

VELOCIDADE L/L (mm/s)

6,3 ± 2,7 5,9 ± 2,2 4,5 ± 2,2 4 ± 2,1 6,5 ± 2,3 5,8 ± 2,1

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27

3.3 Eletromiografia

RMS normalizado do músculo VL durante a avaliação concêntrica

Com base na análise realizada nos dados normalizados, pode-se observar na

Figura 16, que não houve diferença significativa pré e pós aplicação do protocolo

nos três grupos avaliados: controle (p = 0,720), experimental 1 (p = 0,095) e

experimental 2 (p = 0,335).

Figura 16–Média e desvio padrão do valor de RMS normalizado do músculo vasto lateral durante a

contração concêntrica pré e pós aplicação do protocolo nos três grupos avaliados: controle,

experimental 1 (EXP1) e experimental 2 (EXP2)

0

20

40

60

80

100

120

140

160

CONTROLE EXP 1 EXP 2

RM

S N

OR

MA

LIZ

AD

O (

%)

EMG CONCÊNTRICA VL

PRÉ

PÓS

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28

RMS normalizado do músculo VL durante a avaliação excêntrica

Após análise realizada nos dados normalizados, pode-se observar na Figura

17, que não houve diferença significativa pré e pós aplicação do protocolo nos três

grupos avaliados: controle (p = 0,160), experimental 1 (p = 0,369) e experimental 2

(p = 0,051).

Figura 17 – Média e desvio padrão do valor de RMS normalizado do músculo vasto lateral durante a

contração excêntrica pré e pós aplicação do protocolo nos três grupos avaliados: controle,

experimental 1 (EXP1) e experimental 2 (EXP2)

0

20

40

60

80

100

120

140

CONTROLE EXP 1 EXP 2

RM

S N

OR

MA

LIZ

AD

O (

%)

EMG EXCÊNTRICA VL

PRÉ

PÓS

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29

3.4 Dinamometria

Pico de torque normalizado pelo peso corporal da avaliação concêntrica

Com relação à análise do pico de torque normalizado pelo peso corporalda

avaliação concêntrica (Figura 18) não foramidentificadas diferenças intragrupos

entre a avaliação inicial e final em nenhumdos grupos: controle (p = 0,653),

experimental 1 (p = 0,608) e experimental 2 (p = 0,219).

Figura 18 – Média e desvio padrão dopico de torque normalizado pelo peso corporal (PT/BW x 100)

da avaliação concêntrica pré e pós aplicação do protocolonos três grupos avaliados: controle,

experimental 1 (EXP1) e experimental 2 (EXP2).

0

50

100

150

200

250

300

CONTROLE EXP 1 EXP 2

PT

/BW

(%

)

PICO DE TORQUE CONCÊNTRICO

PRÉ

PÓS

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30

Pico de torque normalizado pelo peso corporal da avaliação excêntrica

Observou-se (Figura 19) redução significativa do pico de torque normalizado

pelo peso corporal da avaliação excêntrica pré e pós aplicação do protocolo nos

grupos controle (p = 0,008) e experimental 2 (p = 0,016). Entretanto, no grupo

experimental 1 não foi observada diferença estatisticamente significante quando

comparada a avaliação inicial com a final (p = 0,113).

Figura 19 – Média e desvio padrão dopico de torque normalizado pelo peso corporal (PT/BW x 100)

da avaliação excêntrica pré e pós aplicação do protocolo nos três grupos avaliados: controle,

experimental 1 (EXP 1) e experimental 2 (EXP 2). (*) Diferençasignificativa (p < 0,05).

0

50

100

150

200

250

300

350

400

CONTROLE EXP 1 EXP 2

PT

/BW

(%

)

PICO DE TORQUE EXCÊNTRICO

PRÉ

PÓS

* *

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31

Senso de posição articular

Conforme ilustra a Figura 20, não houve diferença significativa pré e pós-

intervenção dentro dos três grupos avaliados: controle (p = 0,138),experimental 1(p =

0,311) e experimental 2 (p = 0,910).

Figura 20 – Média e desvio padrão dosenso de posição articular (SPA) pré e pós aplicação do

protocolo nos três grupos avaliados: controle, experimental 1 (EXP 1) e experimental 2 (EXP 2).

0

2

4

6

8

10

12

14

CONTROLE EXP 1 EXP 2

Err

o a

bso

luto

(G

rau

s)

SPA

PRÉ

PÓS

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32

4 DISCUSSÃO

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33

4.1 Função do membro inferior

Distância do salto único e do salto triplo

No presente estudo, o salto único foi significativamente maior nos três grupos

avaliados quando comparados os valores pré e pós aplicação do protocolo. Já para

o salto triplo, observou-se um aumento estatisticamente significativo nos grupos

experimental 1e experimental 2, enquanto no grupo controle houve também um

aumento, porém sem diferença estatisticamente significativa pré e pós aplicação do

protocolo.

Achados conflitantes foram encontrados por Firth et al.13 que não encontraram

alteração na distância do salto único tanto em sujeitos saudáveis, quanto em

indivíduos com tendinopatia no tendão de Aquiles, após aplicação do KTna

panturrilha. Huang et al.29analisaram a altura do salto vertical 30 minutos após a

aplicação do KT na panturrilha,em sujeitos saudáveis, e também constataram que

não houve alteração, porém observaram um aumento na ativação do músculo

gastrocnêmiodurante essa atividade. Esses autores sugeriram que o KT pode

aumentar o recrutamento de um músculo específico, mas esse aumento não

influenciaria na realização de um gesto mais elaborado como o salto vertical, que

envolve outros músculos e articulações.

Até o momento temos conhecimento de poucos estudos que avaliaram a

função do membro inferior após aplicação do KT o que dificulta a análise dos reais

efeitos dessa técnica na função do membro inferior. No presente estudo observou-se

um aumento da distância do salto nos três grupos avaliados, porém sem diferença

estatisticamente significativa entre eles, indicando que pode ter ocorrido um efeito

aprendizado por parte dos voluntários da avaliação inicial para a avaliação final, já

que, tanto no grupo controle quanto nos grupos experimentais, foi constatado

aumento significativo na distância dos saltos.

Além disso, a aplicação do KT apenas no músculo quadríceps femoral pode

não ter sido responsável por alterar a dinâmica do salto, uma vez que outros

músculos e articulaçõescomo quadril e tornozelo também estão envolvidos nessa

atividade. Portanto sua aplicação em apenas um grupo muscular pode não

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34

proporcionar estímulo suficiente para alterar o gesto do salto e consequentemente

melhorar a função do membro inferior29.

4.2 Equilíbrio

Amplitude e velocidade ântero-posterior e latero-lateral

As variáveis amplitude e velocidade de deslocamento do centro de pressão

ântero-posterior e latero-lateral não apresentaram diferença estatisticamente

significativa quando comparada as avaliações inicial e final nos três grupos

avaliados. Em contrapartida, Cortesietal.30 em um estudo preliminar, observaram

que a aplicação do KT no tornozelo diminuiu a amplitude e velocidade de

deslocamento ântero-posterior em sujeito com esclerose múltipla, ou seja, o KT

poderia contribuir para um melhor equilíbrio postural desses pacientes.No entanto,

algumas diferenças metodológicas podem ser as possíveis causas da discordância

de resultados, como por exemplo, o local de aplicação da técnica e as populações

dos estudos.No presente estudo, essa técnica foi aplicada no quadríceps femoral,

avaliando sujeitos saudáveis e observamos que tanto o KT quanto o esparadrapo

aplicado nesse grupo muscular, não influenciam o equilíbrio postural.

Embora não tenham avaliado exatamente a amplitude e velocidade de

deslocamento do centro de pressão ântero-posterior e latero-lateral, Aytaret al.14

encontraram melhora no equilíbrio estático durante a aplicação do KT e do

esparadrapo (placebo), no quadríceps femoral e na articulação do joelho, em

mulheres com síndrome da dor patelofemoral, avaliadas por meio de uma plataforma

de equilíbrio. Os autores sugeriram que pacientes com essa patologia podem

apresentar um déficit de equilíbrio devido a dor apresentada na articulação do joelho

e ao fato desses pacientes apresentarem um controle motor inadequado da

musculatura do quadríceps, principalmente devido ao mau alinhamento patelar.

Dessa forma tanto o KT quanto o esparadrapo poderiam estar promovendo ativação

dos mecanoceptores cutâneos, aliviando a dor através do mecanismo de comporta

da dor, bem como melhorando o controle motor do quadríceps femoral devido o

melhor alinhamento patelar promovido pela aplicação dessas técnicas.

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35

Assim a aplicação do KT, em pessoas saudáveis, pode não influenciar

significativamente o equilíbrio,uma vez que estes não possuem déficits articulares

e/ou musculares que comprometam o equilíbrio postural.Além disso, a avaliação do

equilíbrio utilizada no nosso estudofoi realizada em cadeia cinética fechada.Desse

modo o KT aplicado apenas no quadríceps femoral pode não o ter influenciado,visto

que este gesto envolve outras articulações e grupos musculares do membro inferior.

4.3 Eletromiografia

RMS do músculo VL durante as avaliações concêntrica e excêntrica

Os resultados do presente estudo indicam que o KT e o esparadrapo,

aplicado no quadríceps femoral, não alteram o recrutamento neuromuscular do VL

durante contrações concêntricas e excêntricas de extensão de joelho a 60º/s.Assim,

não foram observadas diferenças significativas no valor de RMS normalizado do

VLantes e após aplicação do protocolo, nos três grupos avaliados.

A literatura apresenta estudos com resultados conflitantes. Briemet al.31

avaliaram o efeito do KT na atividade eletromiográfica do fibular longo, durante uma

―perturbação súbita‖ do tornozelo, de 51 atletas saudáveise não observaram

alterações significativas na atividade eletromiográfica.Janwantanakul e

Gaogasigam11 não encontraram qualquer efeito do taping rígido na atividade

muscular do VM e do VL, em mulheres saudáveis durante subida e descida de

degrau.

Por outro lado,Hsuet al.32 perceberam que a aplicação do KT provocou um

aumento significativo da atividade eletromiográfica do músculo trapézio inferior,

durante o movimento de abdução do ombro em 17 atletas,ressaltando-se que os

mesmos apresentavam síndrome do impacto do ombro. Assim como Slupiket al.33

que encontraram um aumento da atividade eletromiográfica do músculo VM durante

contração isométrica de extensão de joelho, após 24 horas da aplicação do KT no

quadríceps femoral, em pessoas saudáveis.

Existem algumas teorias que tentam explicar de que forma o KT aumentaria o

recrutamento neuromuscular: 1) o estimulo tátil proporcionado pelo KT

ativariareceptores cutâneospromovendo uma facilitação da ativação das unidades

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36

motoras; 2) O KT aplicado diretamente sobre a pele pode proporcionar um aumento

do espaço intersticial, melhorando o fluxo sanguíneo o que poderia favorecer um

aumento da ativação muscular2.

Porém alguns autores afirmam que a bandagem rígida (esparadrapo) pode

também proporcionar o aumento do recrutamento neuromuscular, principalmente por

ser mais espesso, o que promoveria um estimulo tátil maior31. Macgragoret al.7

observaram que a aplicação da bandagem rígida na região da patela, sem realizar

qualquer tração, aumentou a atividade eletromiográfica do VMO em sujeitos com

síndrome da dor patelofemoral. Esses autores sugerem que apenas a estimulação

tátil proporcionada pela bandagem rígida seria capaz de aumentar o recrutamento

muscular nessa população.

Estudos apontam que a estimulação de mecanorreceptores cutâneos pode

ativar os motoneurônios gama, de forma suficiente para alterar a atividade nos

aferentes fusaisprimários, que, por sua vez, seriam capazes de alterar o nível de

ativação muscular34.

No entanto, no presente estudo, não foram constatadas alterações

significativas na atividade eletromiográfica do músculo VL, o que sugere que a

estimulação tátil promovida tanto pelo KT quanto pelo esparadrapo não foi suficiente

para alterar o recrutamento desse músculo. Essa resposta pode ter ocorrido devido

ao fato do nosso estudo ter avaliado apenas sujeitos saudáveis,sugerindo que as

técnicas aplicadas podem não terem sido eficazes pelo fatodessas pessoas não

apresentarem nenhum déficit no recrutamento neuromuscular.

Além disso, Slupiket al.33 sugerem que o KT aplicado em sujeitos sem

disfunções pode necessitar de algum tempo para acarretar o aumento da atividade

neuromuscular. Esses autores observaram que o KT, aplicado no músculo VM, não

teve efeito imediato no recrutamento neuromuscular, porém após 24 horas foi

observado um aumento significativo no RMS do músculo VM, sendo mantido até 72

horas após aplicação da técnica. Assim eles sugerem queo KT aplicado em sujeitos

saudáveis causa um aumento gradual do recrutamento neuromuscular, ou seja,

como esses indivíduos não apresentam déficit de recrutamento, eles necessitariam

de um período de adaptação.

Porém Schleip34 afirma que uma estimulação tátil rápida ativa

mecanorreceptores cutâneos como os corpúsculos de Pacini, induzindo uma maior

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37

ativação muscular. Já uma estimulação tátil lenta e duradoura estimula as

terminações de Ruffini, causando assim uma diminuição do tônus muscular. Dessa

forma, acreditamos que a aplicação do KT poderia provocar um aumento na ativação

muscular logo após sua aplicação, caso contrário, a permanência da faixa elástica,

aplicada no indivíduo, por um longo período de tempo poderia promover uma

acomodação de alguns receptores cutâneos, além da estimulação das terminações

de Ruffini. Isso não causaria nenhum aumento da atividade muscular, podendo até

mesmo provocar uma diminuição do tônus.Assim, não atribuímos os resultados do

presente estudo ao fato da avaliação ter sido realizada poucos minutos após a

aplicação do KT,embora ainda não está claro qual o tempo ―ideal‖ de aplicação da

técnica35.

4.4Dinamometria

Pico de torque concêntrico e excêntrico

No presente estudo, não houve alterações significativas no pico de torque

concêntrico em nenhum dos grupos avaliados, quando comparadas as avaliações

inicial e final.

Estudos experimentais12,15 têm sugerido que o KT, aplicado no quadríceps

femoral, não tem efeito imediato no pico de torque concêntrico em sujeitos

saudáveis. Relata-se que essa técnica aplicada em pessoas saudáveis pode não

potencializar, imediatamente, o desempenho muscular devido às mesmas não

possuírem déficits que o comprometa. Assim, pode ser necessário um período de

treinamento utilizando o KT, dessa forma o mesmo poderia potencializar os efeitos

desse treinamento, consequentemente melhorando a performance.Portanto, esses

indivíduos poderiam ser mais beneficiados com a aplicação dessa técnica em longo

prazo, por exemplo, durante um programa de exercício, com a faixa sendo aplicada

e retirada a cada sessão 12,15.

No nosso estudo, tanto o KT quanto o esparadrapo não exerceram influência

no desempenho muscular, pois não houve alteração significativa no pico de torque

concêntrico, o que leva a concluir que essas técnicas não promoveram um estímulo

tátil suficiente para influenciar no pico de torque concêntrico de mulheres saudáveis.

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38

Com relação ao pico de torque excêntrico pôde-se observar que no presente

estudo, esta variável teve uma redução nos três grupos avaliados quando

comparadas as avaliações inicial e final, porém com diferença estatisticamente

significativa no grupo controle e no grupo experimental 2. Resultados conflitantes

foram encontrados por Vithoulkaet al.15 onde observaram que a aplicação do KT nos

músculos RF, VL e VM de mulheres saudáveis aumentou significativamente o pico

de torque excêntrico.

Estes autores sugerem que o KT aplicado diretamente sobre a pele, com o

músculo em posição de alongamento, pode provocar uma mobilização da fáscia,

estimulando uma maior ação dos componentes elásticos em série e assim

acarretando em um aumento do pico de torque excêntrico, já que durante esse tipo

de contração ocorre uma maior participação desses componentes. Outro possível

mecanismo sugerido por eles aponta que o KT pode promover um aumento do

espaço intesticial, melhorando o fluxo sanguíneo da região e assim aumentaria a

capacidade do músculo em gerar força. Porém, eles encontraram resultados

positivos apenas durante a avaliação excêntrica, não sendo observada qualquer

alteração durante a avaliação concêntrica.

Fuet al.12 perceberam que o KT, aplicado no quadríceps femoral, não foi

capaz de alterar o pico de torque excêntrico em atletas saudáveis. Eles afirmam que

o estimulo tátil proporcionado pela aplicação do KT pode não ser forte o suficiente

para promover qualquer alteração na performance muscular de pessoas que não

possuem déficit de força, como a população utilizada em seu estudo.

No entanto, no presente estudo observamos uma diminuição do pico de

torque excêntrico após aplicação da técnica no quadríceps de mulheres saudáveis.

Essa resposta pode ter ocorrido devido ao fato da avaliação excêntrica ter sido a

última atividade a ser realizada durante o protocolo de avaliação. Assim, é provável

que as voluntárias, ao realizarem a avaliação excêntrica final, tenham apresentado

fadiga, resultando na redução da capacidade do músculo em gerar força.

Diante de nossos achados,sugerimos que a aplicação do KT no quadríceps

femoral não estaria indicada com o objetivo de potencializar, de forma imediata, o

desempenho desse grupo muscular em mulheres saudáveis.

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39

Senso de posição articular

No presente estudo, o SPA (erro absoluto) não apresentou diferenças pré e

pós aplicação do protocolo em nenhum dos grupos avaliados. Em contrapartida,

Murray e Husk5 observaram uma melhora no SPA da articulação do tornozelo, após

aplicação do KT em 26 sujeitos saudáveis.Já Chang et al.16 encontraram que o KT

aplicado na face anterior do antebraço melhorou o senso de força de preensão em

atletas saudáveis. Eles sugerem que o possível efeito da técnica pode ser devido a

ativação de receptores musculares, ou seja, o KT aplicado diretamente sobre a pele,

com o músculo em posição de alongamento, pode estimular a fáscia que reveste o

músculo, o que causaria uma ativaçãodos receptores musculares proporcionando

uma regulação do tônus muscular16.

No entanto, Halsethet al.6 examinaram os efeitos do KT no SPA do tornozelo,

durante o movimento de flexão plantar, e concluíram que a aplicação dessa técnica

parece não melhorar o senso de posição articular em indivíduos saudáveis. Assim

como Aytaret al.14que não observaram efeito do KT, aplicado no quadríceps femoral,

no SPA do joelho em mulheres com síndrome da dor patelofemoral. Esses autores

sugerem que a aplicação da técnica pode não ter influenciado no SPA do joelho

devido ter sido aplicada em uma área restrita do membro inferior, ou seja, o KT foi

aplicado apenas em algumas regiões do quadríceps. Além disso, eles afirmam que

pode ter ocorrido uma acomodação rápida dos mecanoceptores cutâneos, assim a

aplicação da técnica não promoveu um estímulo sensorial satisfatório durante o

movimento.

No presente experimento, também não foi observado alterações no SPA do

joelho após a aplicação do KT e do esparadrapo, o que contradiz outros estudos os

quais observaram que o KT melhora a propriocepção por aumentar as informações

sensoriais do fuso muscular5,16. Sugerimos que a estimulação tátil proporcionada

tanto pelo KT quanto pelo esparadrapo, não foi suficiente para ativar os

mecanoceptores cutâneos de forma a alterar a resposta proprioceptiva das

voluntárias, provavelmente devido ao fato das mesmas não apresentarem déficit

proprioceptivo.

Vale lembrar que, no nosso estudo, a avaliação do SPA foi realizada de forma

ativa, por ter uma maior influência dos componentes musculares25. Dessa forma,

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40

sugerimos que tanto o KT quanto o esparadrapo, aplicado nos músculos VL, VM e

RF, não proporcionou estímulo cutâneo suficiente para alterar de forma significativa

a funçãodos receptores musculares. Pois, se essa respostativesse ocorrido, o SPA

poderia ter alterado nos grupos experimentais já que a forma ativa avalia,

predominantemente, a atividade dos receptores musculares.

Assim, levando-se em consideração que o SPA não sofreu alteraçãoapós a

aplicação dos protocolos no presente estudo, pode-se inferir que a aplicação do KT

e do esparadrapo nos músculos VL, VM e RF não promovem alterações imediatas

na resposta proprioceptiva do joelho, em mulheres saudáveis.

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41

5 CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS

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Os resultados do presente estudo sugerem que a aplicação do KT nos

músculos RF, VL e VM não é capaz de melhorar de forma significativa a função do

membro inferior e equilíbrio postural, bem como o pico de torque extensor do joelho,

o SPA e a amplitude de ativação do músculo VL, de mulheres saudáveis. Os

mecanismos pelos quais o KT poderia alterar a performance muscular em pessoas

saudáveis ainda não são claros, carecendo de mais estudos que os comprovem.

Certamente, mais pesquisas são necessárias para avaliar os efeitos imediatos e

crônicos da aplicação desta técnica na atividade muscular.

Por fim, cabe ressaltar que os resultados do presente estudo devem limitar-se

amulheres saudáveis ativas que praticam atividade física em caráter recreacional, ou

seja,as voluntárias avaliadas não apresentavam alterações neuromusculares. Desse

modo, esses resultadosnão são aplicáveis, por exemplo, a indivíduos com déficit no

recrutamento neuromuscular. Assim, sugere-se que novos estudos, avaliem os

efeitos agudos e crônicos do KTna função, equilíbrio e performance neuromuscular

de pacientes em processo de reabilitação.

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43

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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7 ANEXOS

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ANEXO I: Parecer nº. 604/201

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APÊNDICES

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

APÊNDICE I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

ESCLARECIMENTOS:

Este é um convite para você participar da pesquisa INFLUÊNCIA DO

KINESIOTAPING® NO DESEMPENHO NEUROMUSCULAR DO QUADRICEPS

FEMORAL E NA FUNÇÃO DO MEMBRO INFERIOR EM SUJEITOS SAUDÁVEIS,

que é coordenada pelo Prof. Dr. Jamilson Simões Brasileiro.

Sua participação é voluntária, o que significa que você poderá desistir a

qualquer momento, retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga nenhum

prejuízo ou penalidade.

Esta pesquisa procura analisar a influência da aplicação do KinesioTaping®

no desempenho dos músculos da coxa, bem como no equilíbrio e função do membro

inferior, isto se dará por meio da avaliação do desempenho isocinético (pico de

torque pelo peso corporal, pico de torque médio, potência muscular, tempo de pico

de torque) juntamente com análise da atividade eletromiográfica (amplitude de

ativação) dos músculos anteriores da coxa; senso de posição articular do joelho;

equlibrio (baropodometria); salto único e salto triplo.

Caso decida aceitar o convite, você será submetido(a) ao(s) seguinte(s)

procedimentos: tricotomização (depilação) e limpeza de uma pequena região da pele

na região anterior da coxa; fixação de eletrodos auto-adesivos para captação da

atividade dos músculos anteriores da coxa antes e durante a realização de uma

série de atividades aos quais o(a) senhor(a) será solicitado(a) a realizar, seguindo as

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orientações dos pesquisadores. Através de um pré-sorteio o(a) senhor(a) será

distribuído a um dos 3 grupos existentes na pesquisa: controle (não realizará

aplicação do KinesioTaping® e/ou esparadrapo na região anterior da coxa),

experimental 1 (realizará aplicação de esparadrapo na região anterior da coxa) e

experimental 2 (realizará aplicação de KinesioTaping® na região anterior da coxa).

Antes e após a realização da atividade determinada pelo grupo o(a) senhor(a) será

avaliado(a) no baropodometro, eletromiógrafo e no dinamômetro isocinético, que são

equipamentos destinados a coletar os dados do seu equilíbrio e desempenho

muscular, respectivamente. Esta etapa é indolor e não há riscos. Os riscos

envolvidos com sua participação serão mínimos, podendo ocorrer dor e desconforto

muscular no membro inferior avaliado. Esses riscos serão minimizados através das

orientações dadas no início das atividades, porém se os sintomas persistirem, estará

assegurado o acompanhamento clínico necessário no Departamento de Fisioterapia

da UFRN, até que seja garantido o seu total restabelecimento.

Ao participar dessa pesquisa o(a) senhor(a) terá como benefício o

conhecimento sobre o seu desempenho muscular, equilíbrio e função nas medidas

avaliadas e poderá contribuir para esclarecer qual a influência do KinesioTaping® no

desempenho muscular, equilíbrio e função do membro inferior.

Todas as informações obtidas serão sigilosas e seu nome não será

identificado em nenhum momento. Os dados serão guardados em local seguro e a

divulgação dos resultados será feita de forma a não identificar os voluntários. As

informações coletadas serão arquivadas no Departamento de Fisioterapia pelo

pesquisador responsável, Prof. Dr. Jamilson Simões Brasileiro, pelo prazo de 5

anos.

O(a) senhor(a) fica ciente que não receberá nenhuma forma de remuneração

financeira pela participação nesse estudo, mas as despesas decorrentes da sua

participação na pesquisa serão ressarcidas.

Em qualquer momento, se você sofrer algum dano associado ou

comprovadamente decorrente desta pesquisa, você terá direito a indenização.

Você ficará com uma cópia deste Termo e toda a dúvida que você tiver a

respeito desta pesquisa, poderá perguntar diretamente ao Prof. Dr. Jamilson Simões

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Brasileiro, no endereço Av. Salgado Filho, 3000 Campus Universitário ou pelo

telefone (84) 3342-2008.

Dúvidas a respeito da ética dessa pesquisa poderão ser questionadas ao

Comitê de Ética em Pesquisa do HUOL (CEP-HUOL) no endereço Av. Nilo Peçanha,

620- Petrópolis, Natal/RN ou pelo telefone (084)3202-3719, ramal 242.

CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO:

Eu declaro que compreendi os objetivos desta pesquisa, como ela será

realizada, os riscos e benefícios envolvidos e concordo em participar

voluntariamente da pesquisa INFLUÊNCIA DO KINESIOTAPING® NO

DESEMPENHO NEUROMUSCULAR DO QUADRICEPS FEMORAL E NA FUNÇÃO

DO MEMBRO INFERIOR EM SUJEITOS SAUDÁVEIS

Assinatura:_________________________________________Data:____/____/___

PESQUISADOR RESPONSÁVEL:

___________________________________________________

Jamilson Simões Brasileiro – Professor Orientador

Endereço profissional: Av. Salgado Filho, 3000. Campus Universitário

CEP: 59078-970Natal - RN. Telefone: (84) 3342-2008 e-mail:

[email protected]

____________________________________________________

Caio Alano de Almeida Lins – Aluno pesquisador

Endereço: R. Presbitero Arthur Dumaresq, n° 118 – Alecrim. CEP: 59032-040 Natal

– RN

Telefone: (84) 9681-0444 – (84) 8809-1332 e-mail: [email protected]

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

APÊNDICE II

FICHA DE AVALIAÇÃO Nº _____

Data da avaliação: ___/___ /2011

Grupo:______________________Nº _______

CPF_____________________________

Idade: _______Massa corporal: _______kg Altura: _________m

Atividade Física: ( ) Não Modalidade: ______________________________

( ) Sim Freqüência: _______________________________

Dominância: ( ) Esquerdo ( ) Direito

Faz uso de algum medicamento? ( ) Não ( ) Sim

Gravidez: ( ) Não ( ) Sim

Hipertensão: ( ) Não ( ) Sim

Alteração de sensibilidade em MMII: ( ) Não ( ) Sim

Alergia à material adesivo (esparadrapo etc): ( ) Não ( ) Sim

História de lesão, trauma ou doença no MMII nos últimos 6 meses: ( ) Não ( ) Sim

Presença de dor na articulação do joelho ou em alguma parte do corpo?

( ) Não ( ) Sim Local: ________________________________________