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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA ARTHUR CÉSAR GOMES ALADIM SABERES E PRÁTICAS DE MÃES SOBRE A SAÚDE BUCAL NA PRIMEIRA E SEGUNDA INFÂNCIA NATAL 2015

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO … · Monografia (Graduação em Odontologia) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências da Saúde. Departamento

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA

GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA

ARTHUR CÉSAR GOMES ALADIM

SABERES E PRÁTICAS DE MÃES SOBRE A SAÚDE BUCAL NA

PRIMEIRA E SEGUNDA INFÂNCIA

NATAL

2015

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ARTHUR CÉSAR GOMES ALADIM

SABERES E PRÁTICAS DE MÃES SOBRE A SAÚDE BUCAL NA PRIMEIRA

E SEGUNDA INFÂNCIA

Trabalho de Conclusão de Curso em formato

de artigo científico apresentado ao

Departamento de Odontologia da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

como requisito parcial para o título de cirurgiã-

dentista.

ORIENTADORA: Profa. Dra. MAÍSA

PAULINO RODRIGUES.

NATAL

2015

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Catalogação na Fonte. UFRN/ Departamento de Odontologia Biblioteca Setorial de Odontologia “Profº Alberto Moreira Campos”.

Aladim, Arthur César Gomes. Saberes e práticas de mães sobre a saúde bucal na primeira e segunda infância / Arthur César Gomes Aladim. – Natal, RN, 2015. 50 f.: il. Orientadora: Profª. Drª. Maísa Paulino Rodrigues.

Monografia (Graduação em Odontologia) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências da Saúde. Departamento de Odontologia

1. Saúde bucal – Monografia. 2. Mãe– Monografia. 3. Educação em saúde – Monografia. I. Rodrigues, Maísa Paulino. II. Título.

RN/UF/BSO Black D585

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ARTHUR CÉSAR GOMES ALADIM

SABERES E PRÁTICAS DE MÃES SOBRE A SAÚDE BUCAL NA PRIMEIRA

E SEGUNDA INFÂNCIA

Trabalho de Conclusão de Curso em formato de artigo científico apresentado ao

Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

como requisito parcial para o título de cirurgiã-dentista.

Aprovado em: ___/___/___

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________

Profª. Drª. Maísa Paulino Rodrigues

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

______________________________________________

Profª. Drª. Iris do Céu Clara Costa

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

______________________________________________

Profª. Drª. Edna Maria da Silva

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

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Às mães que participaram da minha

pesquisa e possibilitaram a realização

deste trabalho.

Estendo à todas que são mães, porque

têm um papel-chave não só na educação,

mas em toda a vida dos seus filhos.

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO … · Monografia (Graduação em Odontologia) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências da Saúde. Departamento

AGRADECIMENTOS

Minha gratidão por todos que de alguma forma contribuíram para a realização

deste trabalho:

A Deus pela permissão.

Aos meus pais pelo apoio incondicional, suporte financeiro e emocional.

À minha orientadora Maísa pelos enriquecedores ensinamentos, durante a

graduação e na construção deste trabalho.

À minha família, que mesmo longe, sempre me deu apoio e incentivo para os

estudos, especialmente a minha tia Alcina Aladim que com certeza vibraria com a

minha conquista.

A todos os meus professores, desde o maternal até minha graduação. Todos

participaram das várias etapas de minha vida como aluno e, por isso são

responsáveis também, pela minha chegada até aqui.

Aos meus colegas de turma, com quem aprendi bastante ao longo do curso.

Às mães que, voluntariamente, aceitaram me ceder um pouco de tempo para a

realização da pesquisa e com quem tive o prazer de trocar aprendizados.

Aos funcionários da Unidade de Saúde da Família do Bairro Planalto por me

acolherem e possibilitar minha coleta de dados, em especial a enfermeira Ana das

Neves.

E a todos que indiretamente, mas de forma essencial, me ajudaram finalizar

esta etapa de minha vida.

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO … · Monografia (Graduação em Odontologia) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências da Saúde. Departamento

“A consciência do inacabamento

entre nós, mulheres e homens, nos

fez seres responsáveis, daí a eticidade

de nossa presença no mundo.

Eticidade que, não há dúvida podemos trair.

O mundo da cultura que se alonga em mundo

da história, é um mundo de liberdade, de opção,

de decisão, mundo de possibilidades, em

que a decência pode ser negada, a liberdade

ofendida e recusada. Por isso mesmo a capacitação

de mulheres e de homens em torno de saberes

instrumentais jamais pode prescindir de sua

formação ética. A radicalidade desta exigência é tal

que não deveríamos necessitar sequer de

insistir na formação ética do ser ao falar de sua

preparação técnica e científica. É fundamental

insistirmos nela, precisamente porque, inacabados,

mas conscientes do inacabamento, seres de opção,

de decisão, éticos, podemos negar ou trair

a própria ética.”

Paulo Freire

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO … · Monografia (Graduação em Odontologia) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências da Saúde. Departamento

RESUMO

INTRODUÇÃO: A Política Nacional de Promoção da Saúde (2006), busca por em

prática os princípios do SUS e tem como um de seus objetivos a ampliação da

autonomia e corresponsabilidade de sujeitos e coletividade por meio da educação em

saúde. Na perspectiva de tornar o sujeito capaz de propagar hábitos saudáveis

destaca-se o papel dos pais no cuidado à saúde bucal de seus filhos. Assim as

estratégias educativas direcionadas, em especial, às mães se constituem como

fundamentais para o empoderamento dessa clientela. A criança na primeira e

segunda infância apresenta determinados aspectos morfológicos que ao olhar do

leigo são classificados como doenças e más formações, entretanto, caracterizam-se

como uma condição natural e transitória, própria do seu desenvolvimento, sendo

fundamental socializar esse conhecimento. OBJETIVO: O objetivo foi conhecer os

saberes e práticas das mães do bairro Planalto, sobre a saúde bucal na primeira e

segunda infância. MÉTODOS: Trata-se uma pesquisa qualitativa direcionada a 10

mulheres, mães de crianças de até sete anos de idade, adstritas à Unidade de Saúde

da Família do Planalto. A amostra foi do tipo intencional, onde as mulheres foram

convidadas a participar da pesquisa espontaneamente. Foram realizadas entrevistas

por meio de um roteiro semiestruturado, sendo todas elas gravadas. Após uma leitura

flutuante do material, identificaram-se os núcleos de sentidos e prosseguiu-se com a

construção de categorias que foram analisadas com base na técnica de análise de

conteúdo proposta por Minayo. RESULTADOS: Os resultados apontam que o

conhecimento das mães acerca da saúde bucal na primeira e segunda infância é

limitado, causando surpresa ao pesquisador visto que todas elas são acompanhadas

pela estratégia Saúde da Família. CONCLUSÕES: Faz-se necessário analisar as

ações e estratégias educativas adotadas pela equipe de saúde bucal da ESF, com

vistas a identificar os limites e dificuldades objetivando um redirecionamento de tais

ações para que as mães possam desenvolver sua autonomia no que toca a sua

saúde bucal e a de seus filhos.

PALAVRAS-CHAVE: Mães. Educação em Saúde. Saúde Bucal. .

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ABSTRACT

INTRODUCTION: The National Policy on Health Promotion (2006), seeks to put into

practice the principles of SUS and has as one of its goals the expansion of autonomy

and responsibility of individuals and society through health education. From the

perspective of making the individual capable of propagating healthy habits highlights

the role of parents in the oral health care of their children. So the targeted educational

strategies, in particular, mothers and pregnant women are constituted as fundamental

to the empowerment of these clients. The child in infancy and childhood has certain

morphological features that the layman's eyes are classified as diseases and

malformations, however, are characterized as a natural condition and transient, typical

of its development, is fundamental to socialize this knowledge. OBJECTIVE: The aim

was to identify the knowledge and practices Mother's Planalto neighborhood, on oral

health in infancy and childhood. METHODS: This is a qualitative research aimed at 10

women, mothers of children under seven years old, indexed the Basic Unit of the

Presidential Health. The sample was intentional, where women were invited to

participate in the study spontaneously. Interviews were conducted using a semi-

structured script, all of which were recorded. After a meticulous reading of the material,

they identified the senses nucleus and continued with the construction of categories

that were analyzed based on the content analysis technique proposed by Minayo.

RESULTS: The results show that the mothers' knowledge about oral health in infancy

and childhood is limited, causing surprise to the researcher as they are all

accompanied by the Family Health Strategy. CONCLUSIONS: It is necessary to

analyze the actions and educational strategies adopted by the oral health team of

ESF, in order to identify the limits and difficulties aiming for a redirection of such

actions so that mothers and pregnant women can develop their autonomy when it

comes to your health oral and their children.

KEYWORDS: Mothers. Health Education. Oral Health.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................12

1.1 EDUCAÇÃO EM SAÚDE E CONSTRUÇÃO DOS SUJEITOS...................12

1.2 A MÃE COMO AGENTE MULTIPLICADORA DE SAÚDE..........................13

1.3 INFÂNCIA: PERÍODO DE ATENÇÃO E CUIDADOS..................................14

2 METODOLOGIA.......................................................................................................16

3 RESULTADOS DISCUSSÃO...................................................................................18

3.1 PERFIL SOCIODEMOGRAFICO DAS MÃES.............................................18

3.2 CONSOLIDAÇÃO DAS CATEGORIAS.......................................................20

3.3 CATEGORIA 1 – CONCEPÇÃO DE SAÚDE..............................................20

3.4 CATEGORIA 2 – SAÚDE BUCAL X SAÚDE GERAL.................................22

3.5 CATEGORIA 3 – INFLUÊNCIA DA AMAMENTAÇÃO SOBRE A SAÚDE

BUCAL..........................................................................................................................23

3.6 CATEGORIA 4 – A SAÚDE BUCAL DOS PAIS E A RELAÇÃO COM A

SAÚDE BUCAL DOS FILHOS.....................................................................................24

3.7 CATEGORIA 5 – DENTES DECÍDUOS: O OLHAR DAS MÃES................26

3.8 CATEGORIA 6 – PRÁTICAS DE HIGIENE EM SAÚDE BUCAL................27

3.9 CATEGORIA 7 – A VISITA AO DENTISTA.................................................29

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................31

5 REFERÊNCIAS.........................................................................................................32

APÊNDICES.................................................................................................................36

APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

(TCLE)..........................................................................................................................37

APÊNDICE B - ROTEIRO DE ENTREVISTA....................................................41

ANEXO.........................................................................................................................42

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ANEXO A – PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP.................................43

ANEXO B - DIRETRIZES PARA AUTORES PARA SUBMISSÃO DE

TRABALHOS À REVISTA CIÊNCIA PLURAL.............................................................47

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1 INTRODUÇÃO

1.1 EDUCAÇÃO EM SAÚDE E CONSTRUÇÃO DOS SUJEITOS

A Política Nacional de Promoção da Saúde lançada em 2006, busca por em

prática os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) e tem como um de seus

objetivos específicos a ampliação da autonomia e corresponsabilidade de sujeitos e

coletividades, no cuidado integral à saúde. Nessa direção, vêm vem sendo

intensificada as atividades de educação em saúde, possibilitando aos sujeitos a

aquisição de um maior nível de consciência e o aumento da percepção sobre o

autocuidado em saúde. A troca de saberes científicos e informais entre profissionais e

a população faz desenvolver nesta, o conhecimento gradativo e necessário sobre os

fatores relacionados ao processo saúde-doença, capacitando cada indivíduo a

compartilhar seu saber e a produzir saúde com autonomia1.

A educação em saúde perpassa a Política Nacional de Saúde Bucal

apresentando-se por meio das ações de promoção e proteção à saúde, que por sua

vez, devem estar presentes nas estratégias de saúde planejadas pelas equipes na

Atenção Primária à Saúde (APS). Tais ações devem ser efetivadas por meio de

variadas formas de metodologia, sempre considerando as diferenças loco regionais

com vistas à construção de hábitos de autocuidado em saúde2.

As abordagens da promoção e educação em saúde têm como ponto

diferencial, quando comparada às práticas curativas, a capacitação do sujeito para

exercerem sua autonomia. Porém, é um grande desafio para os profissionais de

saúde instigar a mudança de hábitos e fazer com que este se mantenha, quando o

indivíduo não está receptivo a adotar novos comportamentos3.

Diante de tal desafio, tem se incentivado as equipes da estratégia Saúde da

Família a incrementarem ações de saúde, que irão fortalecer a Atenção Primária e

promover o cuidado junto aos indivíduos e a comunidade. Essa nova abordagem

requer que o profissional mergulhe no território onde vive o usuário e crie estratégias

que promovam a cidadania e o empoderamento para o autocuidado em saúde4.

A Odontologia, nos últimos anos, vem se aproximando das ações de promoção

da saúde, dessa maneira exercendo seu papel social de forma a garantir uma saúde

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bucal de qualidade para a população. Afinal nenhuma medida é tão eficaz, econômica

e simples quanto a prevenção para manter a boca saudável5.

1.2 A MÃE COMO AGENTE MULTIPLICADORA DE SAÚDE

Na perspectiva de tornar o sujeito capaz de propagar hábitos saudáveis e

produzir saúde, destaca-se o papel das mulheres, das mães e das gestantes, à

medida que se encontram numa condição especial por ter sob sua responsabilidade

indivíduos sob sua dependência – os filhos, que necessitam diretamente de seus

cuidados6.

A gestante, em especial, se torna, durante a gravidez, muito receptiva a

incorporação de novos hábitos salutares para si e para seu filho. Segundo o

Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (1988) “as gestantes constituem

um grupo ideal para que o processo de aprendizagem se realize”6.

Desse modo, a gestante se apresenta como um sujeito fundamental para

auxiliar nas práticas de saúde bucal de seus filhos, pois para muitas delas, essa

responsabilização é assumida com satisfação. Existe um desejo de evitar que o filho

passe por determinados sofrimentos, principalmente se a própria mãe já tiver

vivenciado tal sofrimento no passado, e, por apresentar um contato mais íntimo com o

filho, desde o período de amamentação, atribui-se a ela um papel-chave dentro da

família, isto é, o de propagadora de novos hábitos7.

No entanto, apesar de ser consenso na literatura que a época de gestação é

um momento privilegiado para o trabalho da educação em saúde, Castilho (2012)3

sinaliza que se deve dirigir uma atenção especial ao pai, pois meninos tendem a

seguir o exemplo do pai, ao passo que meninas tendem a ter um estilo de vida mais

satisfatório por imitarem suas mães.

Compreendendo a família como uma unidade funcional e primária dentro da

sociedade onde se dá a socialização dos indivíduos e nela nos deparamos com

histórias, culturas, mitos e crenças é impossível dissociar o indivíduo de seu contexto

familiar quando se quer promover saúde. As crianças tomam como exemplo aqueles

que possuem um significado emocional para elas, portanto é fundamental que pais e

responsáveis tenham consciência de seu papel educador, pois esse é o passo inicial

para o desenvolvimento de práticas saudáveis dentro da família4,8.

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO … · Monografia (Graduação em Odontologia) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências da Saúde. Departamento

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Embora esteja claro que a família tem o papel mais importante na formação

dos filhos, Guarienti (2009)9 aponta para a relevância do papel da escola na aquisição

de hábitos saudáveis em saúde bucal, já que muitas vezes a criança permanece boa

parte do dia neste ambiente.

A compreensão, por parte dos pais, em especial da mãe, da relação existente

entre a sua saúde bucal e a de seu filho é um ponto relevante, pois esse

entendimento motiva os pais na direção de se cuidarem e a estimularem seus filhos a

também, se cuidarem7.

Segundo Mattila (2005)10 os hábitos deletérios de higiene bucal da mãe, no

convívio com seus filhos, destacam-se como um dos principais fatores relacionados

ao índice de cárie em crianças aos cinco anos de idade.

Assim as estratégias educativas direcionadas aos pais, em especial as mães e

gestantes por parte dos profissionais dentistas, no âmbito da Atenção Primária em

Saúde se constituem como fundamentais para o empoderamento dessa clientela.

1.3 INFÂNCIA: PERÍODO DE ATENÇÃO E CUIDADOS

Considerando que o bebê ao nascer se encontra sujeito às doenças e

desordens que acometem o aparelho estomatognático e que este, é totalmente

dependente de cuidados dos pais, faz-se necessário conhecer suas concepções

acerca da saúde e da doença, bem como sua compreensão sobre as necessidades

de tratamentos para a manutenção e recuperação da saúde bucal11.

A criança na primeira e segunda infância apresenta determinados aspectos

morfológicos que ao olhar do leigo são classificados como doenças e más formações,

entretanto, caracterizam-se como uma condição natural e transitória, própria do seu

desenvolvimento como, por exemplo, espaços primatas na dentição decídua,

mandíbula retraída em bebês, hematoma de erupção e etc12.

A cárie precoce na infância, também conhecida como “cárie de mamadeira”

pode ser definida como sendo a presença de pelo menos um elemento dentário

cariado (cavitado ou não), dente perdido por cárie ou quando houver uma restauração

num dente decíduo numa criança de até 71 meses de idade. Possui progressão

patognomônica e se não tratada pode evoluir para quadros de dor, infecção e a perda

dentária. Esta perda precoce acarreta em distúrbios de erupção, posição dentária e

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14

de desenvolvimento do aparelho estomatognático. No futuro, essas crianças têm

grandes possibilidades de apresentarem desarmonia oclusal, devido à falta de

espaço13.

A dentição decídua, por ser de caráter efêmero possui um valor subestimado. A

ideia de que os dentes de leite serão posteriormente substituídos, não desperta em

alguns pais a preocupação em preservá-los, logo, para estes, a perda precoce dos

dentes decíduos é encarada como uma ocorrência naturalmente aceitável14.

De acordo com os resultados do SB BRASIL (2010)15, o índice ceo-d = 0 de

crianças na faixa etária de 5 anos no Brasil é 46,6%, um valor que pode se considerar

insatisfatório, frente a meta estabelecida pela Organização Mundial de Saúde para o

ano de 2000, isto é, que 50% de crianças nessa faixa etária estivessem livres de

cárie.

Janaira (2010)16 e Silva, (1998)6 observaram em seus estudos, sobre o

conhecimento dos pais a respeito da saúde bucal na primeira infância, que tal

conhecimento é bastante restrito, sugerindo que os cirurgiões-dentistas pouco

exercem seu papel de educador e estão mais centrados nas práticas curativistas.

Diante do exposto, este estudo buscou conhecer os saberes e práticas de

mães que têm filhos na faixa etária entre 0 e 7 anos, acerca da saúde bucal na

primeira e segunda infância.

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO … · Monografia (Graduação em Odontologia) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências da Saúde. Departamento

15

2 METODOLOGIA

Trata-se de um estudo do tipo exploratório de natureza qualitativa à medida

que trabalha com a dimensão subjetiva e simbólica das interações sociais, na

constituição das redes de sociabilidade, com foco no processo de vida cotidiana dos

sujeitos. As pesquisas exploratórias proporcionam maior familiaridade com o

problema, propondo torná-lo mais explicito17.

A pesquisa foi desenvolvida na Unidade de Saúde da Família (USF) do

Planalto, que fica localizada na região oeste de Natal, capital do Estado do Rio

Grande do Norte.

Os sujeitos da pesquisa foram constituídos por 10 mulheres, mães de crianças

de até sete anos de idade, adstritas a (USF) do Planalto. A amostra foi do tipo

intencional, onde as mulheres participantes foram convidadas a participar da pesquisa

espontaneamente. Os critérios de inclusão foram: morar no bairro do Planalto na área

de cobertura da Estratégia de Saúde da Família e possuir filhos com idade igual ou

inferior a sete anos de idade.

Quanto aos aspectos éticos, foram seguidos os preceitos determinados pela

Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde para pesquisas com seres

humanos. A investigação foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte sob o parecer CAEE

48379315.5.0000.5292. Todas as participantes leram e assinaram o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Para a preservação do anonimato das

mulheres atribuiu-se codinomes representados por figuras femininas importantes na

história.

A coleta dos dados foi realizada durante o mês de agosto de 2015, e fez-se a

opção por utilizar a entrevista semiestruturada individual, conforme orientações de

Triviños (2012)18, que apontou que melhores resultados em pesquisas qualitativas são

alcançados quando se realizam, inicialmente, entrevistas individuais que podem ser

complementadas posteriormente por meio de outros instrumentos.

A entrevista é considerada, entre todas as técnicas de interrogação, a que

apresenta maior flexibilidade. É uma oportunidade de o entrevistador ser capaz de

registrar as reações do entrevistado às perguntas que são feitas19.

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16

O instrumento de pesquisa foi estruturado em duas partes: Parte 1-

Identificação das mulheres com as variáveis: idade, estado civil, escolaridade, renda

familiar e a Parte 2- Questões abertas relacionadas a concepções de saúde e aos

saberes e práticas sobre a saúde bucal na primeira e segunda infância. Todas as

perguntas foram gravadas e transcritas na íntegra para posterior análise.

Utilizou-se a técnica de Análise Temática de Conteúdo, proposta por Minayo

(1994)19, visando acessar valores, crenças, motivações e atitudes com vistas a

desvendar o que está subjacente aos conteúdos manifestos, procurando ir além

daquilo que é dito, colocando em evidência as contradições.

Este método é constituído por três fases, onde na primeira fase foi direcionado

ao desenvolvimento das ideias iniciais através da leitura flutuante do material

produzido. A partir dessa leitura, foram extraídos os termos que tem significância em

relação ao tema estudado.

Por fim, constituiu-se as categorias e as subcategorias, que são aquelas de

que descrevem o campo semântico do conceito mais específico de cada categoria

consolidando os resultados do estudo20.

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17

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 PERFIL SOCIODEMOGRAFICO DAS MÃES

As entrevistadas possuem idade entre 22 e 40 anos, sendo todas classificadas

na faixa etária adulta.

A maioria das participantes possui o ensino médio completo, não havendo

nenhuma com formação universitária, mas, todas têm, no mínimo o ensino

fundamental incompleto.

Em relação à ocupação / profissão, viu-se que a maioria das mães trabalha

fora de casa, não podendo se dedicar completamente a educação dos filhos. Apenas

duas mães se apresentaram como dona de casa.

No que se refere à renda familiar, constatou-se que as mães tinham uma renda

média de 2,3 salários mínimos, exibindo um nível socioeconômico não muito

favorável.

O quadro 1 mostra o perfil socioeconômico das mães investigadas.

Quadro 1- Perfil socioeconômico das mães. Natal, 2015.

Mães Idade Grau de instrução Profissão / Ocupação Renda da família

CELINA GUIMARÃES

27 Ensino Médio completo

Supervisora de apartamento 1 Salário

SIMONE DE BEAUVOIR

37 Ensino Médio completo

Dona de casa 4 Salários

JOANA D’ARC

40 Ensino Superior incompleto

Empregada doméstica 2 Salários

MARIE CURIE

25 Ensino Médio completo

Técnica de enfermagem 4,5 Salários

COCO CHANEL

37 Ensino Fundamental incompleto

Empregada doméstica 1 Salário

TERESA DE CALCUTÁ

22 Ensino Fundamental incompleto

Dona de casa 2 Salários

MARGARETH THATCHER

35 Ensino Superior incompleto

Estudante 2,5 Salários

MARIA DA PENHA

34 Ensino Médio incompleto

Empregada doméstica 2Salários

FRIDA KAHLO

27 Ensino Médio completo

Empregada doméstica 2 Salários

RACHEL DE QUEIROZ

29 Ensino Médio incompleto

Atendente de restaurante 2 Salários

Fonte: Pesquisa de campo, Natal, 2015.

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18

É possível identificar que a maioria das entrevistadas apresentam

características como: baixo grau de instrução, ocupação profissional fora de casa e

baixo nível de renda familiar. Estas características, segundo Coelho (2005)11, estão

relacionadas com uma alta prevalência de cárie.

Castilho (2012)3, concluiu que o pouco conhecimento em relação ao cuidado

odontológico está fortemente atrelado ao baixo nível de escolaridade. Além disso,

relata que crianças que têm as mães como donas de casa mostraram menores

índices de cáries, inferindo que a mãe exerce forte influência sobre a criança em

relação a melhor condição de saúde bucal.

O nível socioeconômico desfavorável incide em dificuldades de acesso aos

serviços de saúde bem como às informações de saúde, potencializando os fatores

determinantes no processo de adoecimento11.

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO … · Monografia (Graduação em Odontologia) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências da Saúde. Departamento

19

3.2 CONSOLIDAÇÃO DAS CATEGORIAS

Do material coletado e analisado surgiram sete categorias: 1) concepções de

saúde; 2) relação entre saúde bucal e saúde geral; 3) influência da amamentação

na saúde bucal; 4) impacto do autocuidado à saúde bucal dos filhos; 5)

importância dos dentes de leite: o olhar das mães; 6) práticas de higiene em

saúde bucal; 7) quando levar ao dentista?

3.3 CATEGORIA 1 – CONCEPÇÃO DE SAÚDE

Diante da questão “O que é saúde?”, a maioria das mães sentiu

dificuldade para formular a resposta, mostrando uma insegurança no sorriso e pouca

convicção nas palavras. Por isso as falas emitidas parecem às vezes serem vazias e

redundantes, vejamos:

“Saúde é manter o corpo saudável, alimentação, higiene, lavar as mãos [...]” (Marie Curie).

“Saúde para mim é tudo. Tudo que eu digo é ter uma boa alimentação, dormir bem, fazer algum tipo de exercício físico [...]” (Frida Kahlo).

O processo saúde-doença vem sofrendo mudanças profundas ao longo da

história, desde os povos primitivos, que possuíam uma visão mística do mundo

natural, passando por vários significados conforme a época e a cultura das diversas

civilizações. Nos dias atuais o termo saúde não possui uma concepção definida e

universal. Apesar de a Organização Mundial de Saúde (OMS) ter tentado estabelecer

um conceito mundialmente aceito (“completo bem estar físico, mental e social”), a

concepção de saúde e de doença carrega fortes traços sócio-contextuais e desse

modo perpassa por variações: “bom funcionamento orgânico”, “ausência de

enfermidades”, “completo bem estar bio-psico-social”, “práticas de hábitos saudáveis”

“bem de consumo (consumir serviços)” entre outros21.

Neste estudo, duas mães emitiram uma aproximação a “concepção positiva de

saúde”, isto é, conseguiram ampliar o conceito de saúde. Sabe-se que a saúde

transcende a “ausência de doença” e engloba também a prática de hábitos salutares.

O conceito ampliado de saúde quando abrange a relação do homem com a natureza,

as relações sociais, o trabalho e o lazer extrapolam os serviços oferecidos pelo

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20

modelo médico curativo e suscita a necessidade de ações interdisciplinares, no

sentido de se estabelecer parcerias com outros âmbitos da sociedade através de

ações intersetoriais e coletivas, criando condições favoráveis à vida saudável e a

cidadania.

Observa-se nas falas dessas mães um sujeito mais capacitado a produzir sua

própria saúde, apto a cuidar de si mesmo e a protagonizar a tomada de decisões.

Nesse sentido, sugere-se que possa estar ocorrendo um processo educativo mais

proativo profissional-usuário na USF do Planalto. Castilho (2012)3 corrobora que a

função de cuidar, quando compartilhada entre profissional e paciente, torna a

comunicação e a relação favorável para ambos. O autor reforça que a cooperação,

tanto individual, quanto coletiva é fator determinante para o sucesso das ações de

promoção e proteção em saúde.

“[...] não está sentindo dor em nenhum canto, no corpo, na cabeça, você está bem, não esta sentindo nada” (Simone de Beauvoir). “Se você está sentindo alguma dor no peito, nas pernas, na cabeça, você não está bem, não está saudável, né!?” (Coco Chanel). “[...]o estado de bem estar de uma pessoa que esteja dentro do normal, do padrão” (Teresa de Calcutá). “Eu acho importante, mas a gente tem pouco acesso, hoje em dia está muito difícil conseguir uma consulta. Principalmente especializada, a gente vai, mas tem que ir logo cedo, madrugar pra tentar conseguir uma ficha e muitas vezes não consegue” (Rachel de Queiroz).

É possível observar nestas falas que a ideia central de saúde está na ausência

de doenças, dores e qualquer aspecto fora do normal. Essa visão dicotômica do

processo saúde-doença, onde um é visto como a ausência do outro, limita-se aos

aspectos biológicos da enfermidade, fragmenta o corpo humano e enxerga a saúde

como algo a ser consumido. A lógica neoliberal, individualista e capitalista, isenta o

profissional de saúde de sua grande responsabilidade: promover saúde – pois o foco

do seu trabalho passa a ser de recuperação e reabilitação, através de substâncias

químicas21.

O desconhecimento, por parte da população, de que a saúde é uma “premissa

existencial”, impede o exercício de cidadania e da cobrança de seus direitos, pois

alienada que é, pela lógica capitalista e privativa que foca na oferta de serviços e

produtos curadores, desconhece muitas vezes o verdadeiro papel do SUS, do

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21

profissional de saúde, a força dos conselhos comunitários e do próprio povo, que

unido e ciente de seu papel, poderia apontar para uma transformação no sentido da

produção social da saúde21.

3.4 CATEGORIA 2 – SAÚDE BUCAL X SAÚDE GERAL

Ao serem indagadas sobre a relação entre saúde bucal e saúde geral, as mães

mostraram pouco conhecimento sobre o assunto. Apesar de a maioria confirmar que

existe impacto de uma sobre a outra, praticamente nenhuma soube explicar ou

exemplificar essa relação. A maioria das repostas afirmavam de forma genérica que

“tudo está interligado no corpo”.

“Acho que sim, porque o que passa na boca, passa no resto do corpo, então pode transmitir” (Celina Guimarães).

“Não, acredito que não” (Teresa de Calcutá).

“Não sei explicar muito bem, mas, a saúde da boca influencia diretamente na saúde, porque a gente come, a gente toma água, eu acho que as bactérias que tão na boca, acho que a gente acaba engolindo e acaba prejudicando o resto“ (Rachel de Queiroz).

Vê-se que boa parte das mães confirmou a existência de uma relação entre

saúde bucal e saúde sistêmica, mas não souberam exemplificar, e outras sequer

conseguem fazer qualquer tipo de associação. Talvez, estas tenham mais

dificuldades em assimilara ou adotar hábitos saudáveis ou não estejam sendo

contempladas com ações educativas, por parte dos dentistas da ESF.

A relação existente entre saúde/doença bucal e do corpo é óbvia e bidirecional.

Considerar o estado sistêmico do paciente é fundamental para o cirurgião-dentista

diagnosticar corretamente e propor a terapia adequada22.

A boca não está ligada ao corpo apenas por fazer parte do trato

gastrointestinal, mas também pela circulação sanguínea e linfática, por isso ela é

considerada uma porta de entrada para patógenos que podem causar entre outras

doenças, a Endocardite bacteriana, a pneumonia nosocomial (comum em pacientes

internados em UTI) e gastrite por H. pylori22.

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22

3.5 CATEGORIA 3 – INFLUÊNCIA DA AMAMENTAÇÃO SOBRE A SAÚDE

BUCAL

Quanto à importância de se amamentar o bebê, 100% das mães afirmaram ser

fundamental esta atitude prática, a maioria fez associação com desenvolvimento da

imunidade e com a nutrição da criança, poucas associaram com os dentes ou não

souberam explicar algum tipo de relação.

Gráfico 1. Quantifica as respostas emitidas na Categoria 3.

Fonte: Pesquisa de campo, Natal, 2015.

“Muito, muito, muito, tem muito cálcio, a criança guarda muita proteína, quando vai desenvolvendo, vai crescer” (Simone de Beauvoir).

“Eu já vi comentário que a amamentação serve também pra o desenvolvimento dos dentes, pra eles ficarem mais fortes[...]” (Marie Curie).

“Porque eles ganham imunidade. Eu particularmente amamentei ele dois anos e meio e não me arrependo, não queria ter parado. Doenças podem ser prevenidas, alergias” (Coco Chanel).

É sabido que o aleitamento materno traz benefícios imunológicos, pois o

recém-nascido é imaturo imunologicamente e o leite materno é rico em

imunoglobulinas, peptídeos antimicrobianos, além de substâncias imunomoduladoras

e anti-inflamatórias. Assim, é na amamentação que o bebê adquire o primeiro

“repertório” imunológico23.

25%

41%

17%

17%

Imunidade Nutrição Dentes Não sabe

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23

Os benefícios nutricionais conferidos pelo leite materno também são bastante

conhecidos. O leite humano é um fluido completo, contendo os nutrientes adequados

às necessidades fisiológicas e à capacidade fisiológica do bebê. Sendo assim, pode

servir de alimento exclusivo durante os primeiros seis meses de idade e é

responsável pelo bom crescimento e desenvolvimento do lactente23.

Dentre os benefícios do aleitamento materno, o desenvolvimento do aparelho

estomatognático em particular já é bem conhecido, porém pouco difundido entre as

mães. Segundo Júnior (2012)24 a falta de aleitação traz os hábitos de sucção não

nutritiva, pela impossibilidade de o bebê satisfazer sua necessidade neural de sucção.

Estes hábitos são considerados deletérios por não terem função e causar problemas

futuros aos dentes e à boca.

O recém-nascido quando amamentado até o primeiro ano de idade terá seu

retrognatismo mandibular (condição natural do lactente) corrigido, devido aos

movimentos de ordenha. A ordenha também tem influência na respiração do bebê.

Existe uma posição correta para amamentar, tanto para a mãe, quanto para o bebê. A

posição em que o lactente realiza os movimentos de ordenha, o faz manter a

respiração nasal, pois não solta o peito. Posições incorretas podem levar o bebê a ser

um futuro respirador bucal24.

A alimentação moderna através de mamadeiras e alimentos processados não

estimula o desenvolvimento do aparelho mastigatório como deveria. O leite materno

é insubstituível, prático, atende as necessidades nutritivas e imunológicas, estabelece

relação de afeto entre mãe e filho e promove o correto desenvolvimento da estrutura

musculoesquelética do aparelho estomatognático24.

Apesar da identificação do pesquisador como estudante de odontologia,

poucas mães fizeram algum tipo de relação da amamentação com estruturas orais, o

que nos leva a crer que este tipo de associação não está bem difundido entre as

mães do bairro Planalto.

3.6 CATEGORIA 4 – A SAÚDE BUCAL DOS PAIS E A RELAÇÃO COM A SAÚDE BUCAL DOS FILHOS.

A respeito da relação entre o autocuidado oral da mãe e a saúde bucal dos

filhos, 90% confirmaram existir tal relação. A justificativa quase unânime foi o fato dos

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24

pais darem bons exemplos aos filhos. Apenas uma mãe não fez esse tipo de

associação.

“Sim, porque cuidando de minha filha, eu to cuidando de mim, porque quando eu estou incentivando a minha filha a escovar, ela vê o exemplo dos pais e no futuro lá na frente ela vai escovar os próprios dentes” (Celina Guimarães).

“Com certeza, se eles veem eu escovando os dentes, passando o fio dental, o enxaguante bucal, ele vai ver que eu sou o espelho, os pais são o espelho dos filhos” (Simone de Beauvoir).

“Sinceramente, eu acho que não” (Rachel de Queiroz).

A família figura como importante arquétipo na vida da criança, já que é nesta

fase que esta adquire seus hábitos de higiene e imatura que é, necessita de auxílio

nos cuidados com seu corpo4. A criança adota práticas saudáveis dos pais, porque a

eles atribuem significado. A influência materna destaca-se nesse contexto,

geralmente por conta da maior proximidade afetiva com o filho, as mães são

consideradas como as maiores responsáveis pela introdução dos hábitos de higiene

bucal6,8,25.

Em revisão sistemática, Castilho (2012)3 se deparou com forte associação

entre a escovação dental dos pais e comportamentos de escovação dos filhos. Além

disso, relata que os hábitos dos pais, principalmente o da mãe tem relação com a

contaminação precoce da cavidade oral por bactérias cariogênicas, como S. mutans e

S. sobrinos. As mães são apontadas como responsáveis pela transmissão das

primeiras bactérias cariogênicas para a criança, devido às suas demonstrações de

afeto (beijo, compartilhamento de talheres e etc).

Ferreira (2011)26 ressalta a escola como local ideal para se trabalhar

estratégias de prevenção e incorporação de hábitos salutares, pois se trata de um

lugar confiável tanto para os pais, como para as crianças. Assim, o papel dos

professores como agente multiplicador de informação deve ser considerado pelos

pais e pelos dentistas.

Diante do exposto, fica claro que as ações de prevenção em saúde bucal

infantil devem ser estrategicamente direcionadas aos pais (principalmente a mãe),

visto que desempenha função ímpar na incorporação de comportamentos saudáveis e

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25

práticas higiênicas dos filhos. As escolas também devem ser alvo de ações de

promoção em saúde, a serem efetivadas pelos cirurgiões-dentistas.

3.7 CATEGORIA 5 – DENTES DECÍDUOS: O OLHAR DAS MÃES

Ao se referir à dentição decídua, algumas atestaram ser importante, porém não

souberam explicar adequadamente o porquê.

“Acho que sim. Não sei por que ele é importante” (Rachel de Queiroz).

Aprofundando a análise das respostas emitidas é possível identificar que

algumas mães possuem uma noção grosseira da importância dos dentes decíduos.

Duas mães atribuíram importância aos dentes decíduos pelas funções que eles

exercem:

“Eles são importantes pra criança, pra eles comerem, escovar os dentinhos,

ter a higiene bucal também” (Frida Kahlo).

Uma mãe mencionou o fato de cada dente decíduo ter o “seu tempo” na boca e

era importante que ele não fosse extraído antes do “seu tempo”. Mesmo sem saber, a

mãe fez referência à questão da manutenção do espaço dos dentes permanentes.

“Mas eu dou importância porque, porque todo dente de leite tem o seu tempo, se você não consertar ele hoje, possa ser que tenha que retirar ele antes do tempo, entendeu!? Tudo tem seu tempo pra mudar, vou ter que observar ele até chegar o tempo, eu acho que na hora o médico deve dizer: ‘olhe, já está no tempo de tirar, porque vai nascer outro.’” (Coco Chanel).

Apenas duas mães tiveram uma percepção negativa sobre os dentes decíduos:

“Nem sei. Num era nem pra ter dente de leite, porque os dentes de leite estragam muito. Não tem importância” (Joana D’arc). “Eles nascem, depois, são tão frágeis, vão embora. Acho que o que tem importância mesmo são os permanentes que a gente deve cuidar bastante” (Margareth Thatcher).

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Segundo Silva (2009)6, a literatura relata que muitas mães não atribuem

importância aos dentes decíduos, devido a posterior substituição pelos dentes

permanentes.

A dentição primária é de valor fundamental pelos seguintes pontos:

alimentação, desenvolvimento do aparelho estomatognático, fonética, estética e

manutenção de espaço. A perda precoce de dentes decíduos pode acarretar em dor,

distúrbios na fala e mastigação, além de problemas oclusais futuros11,14.

O conhecimento dos pais acerca da importância da primeira dentição é

fundamental para que as crianças tenham seus dentes preservados. Nagaveni

(2011)14 fala que a desvalorização e falta de informação sobre a dentição decídua se

deve a opiniões baseadas em crenças populares e culturas. Em seu estudo, Nagaveni

(2011)14 afirma que 82% dos pais não acham a dentição primária importante, devido

ao seu caráter transitório. Em algumas culturas a cárie e a perda precoce de dentes

decíduos são tidas como uma ocorrência natural. Ao analisar as respostas das mães,

Coelho (2005)11 observou que um número considerável de mães (46,7%) não confere

valor aos dentes decíduos.

É mister esclarecer que a cárie não é uma condição natural, mas sim uma

doença evitável. Tratar a cárie dental como ocorrência fisiológica, implica na ausência

de condutas preventivas, por parte dos pais e das próprias crianças4. Nesse aspecto,

Coelho (2005)11 enfatiza que os dentes que necessitam de mais cuidados são os

primeiros.

A desvalorização da dentição primária, por parte dos pais e, consequentemente

dos filhos, dificulta o desempenho dos programas de prevenção saúde bucal infantil,

por isso é essencial que as estratégias de Educação em Saúde incluam os pais e

cuidadores, pois a educação é um instrumento de transformação social.

3.8 CATEGORIA 6 – PRÁTICAS DE HIGIENE EM SAÚDE BUCAL

Ao serem questionadas sobre o que fazer para limpar os dentes e a boca,

todas as mães citaram mais de um tipo de prática higiênica. A escovação foi citada

por 100% delas. O uso do fio dental mencionada por 80% das entrevistadas. O uso do

enxaguante bucal foi referido por 30% das mães. A ida ao dentista e a alimentação

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saudável (referida como alimentos não cariogênicos) foram menos alegadas, ambas

apresentaram percentual de 20%.

Gráfico 2. Quantifica as respostas emitidas da categoria 6.

Fonte: Pesquisa de campo, Natal, 2015.

“Escovação direitinha, com escova. Escovar bem, passar fio dental, principalmente à noite e o enxaguante bucal” (Marie Curie). “Acho que o fio dental e a escovação bem adequada” (Margareth Thatcher). “Escovar bem os dentes e estar sempre levando ao dentista” (Celina Guimarães). “Usar fio dental, uma boa escovação, não estar comendo essas besteiras, bagana, doce, ter uma alimentação saudável” (Teresa de Calcutá).

Segundo Ferreira (2011)26 a escovação foi o ato mais referido para

higienização oral (81,4%), corroborando com os achados da presente pesquisa. Em

contrapartida, nesse mesmo estudo, o uso do fio dental foi pouco referido (4,2%).

A escovação e o uso do fio dental são as melhores medidas preventivas contra

as doenças orais biofilme-dependentes, em relação à praticidade, custo-benefício e

eficácia. Apesar de pouco referida, o uso de colutórios muitas vezes é usado de forma

indiscriminada e justificado como substituto da escovação, devido à sua praticidade.

Porém, sabe-se que o uso abusivo de enxaguantes bucais sem indicação pode ser

prejudicial à saúde bucal.

A pobre alusão à ida ao dentista (20%) como prática para limpar os dentes e a

boca, pode ser considerado como dado positivo, pois sugere a consciência das mães

38%

31%

15%

8%8%

Escovação Uso do fio dental Enxaguante bucal

Ida ao dentista Alimentação saudável

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em manter a cavidade oral higienizada, mostrando sua autonomia e

consequentemente a não necessidade de auxílio do profissional nessa tarefa.

Já a questão da alimentação saudável (não cariogênica), pode ser considerada

como preocupante, já que o consumo de alimentos cariogênicos em excesso (comum

na fase infantil) é fator determinante para o aparecimento da cárie. Levando em

consideração a saúde oral, qualquer alimento pode ser consumido, desde que a

escovação correta seja realizada. Castilho (2012)3 aponta que os próprios pais

relatam que são hipersensíveis às vontades dos filhos de comer determinados

alimentos e ao fato de não gostarem de escovar os dentes.

Os hábitos de saúde bucal, quantidade de visitas ao dentista e alimentação

saudável costumam ser super-relatados, pois as pessoas buscam apresentar

respostas socialmente aceitáveis3. Confirmando este fato, Castilho (2012)3 encontrou

discrepância entre o discurso das mães e condição bucal de seus filhos, ao realizar

exame clínico.

3.9 CATEGORIA 7 – A VISITA AO DENTISTA

Quanto à primeira consulta, as opiniões se dividiram em: 1. primeira consulta a

partir da irrupção dos dentes (7); 2. primeira consulta a partir de sinais ou sintomas de

doença (2); 3. quanto mais cedo a primeira consulta, melhor (1).

A ideia de levar a criança ao dentista após a irrupção dentária parece ser senso

comum entre as mães. Isto talvez esteja ligado à percepção errônea de que o dentista

cuida exclusivamente dos dentes, excluindo as estruturas do aparelho

estomatognático. Oliveira e Forte (2011)4 afirmam que o ideal é que a criança seja

encaminhada ao dentista justamente antes do irrompimento dentário, pois assim é

possível orientar preventivamente e esclarecer dúvidas comuns.

“Logo quando começa a nascer o primeiro dentinho” (Frida Kahlo). “Eu acho que depois que nasce todos os dentinhos” (Maria da Penha).

Segundo Serpa (2012)27, a idade certa para realização da primeira consulta

odontológica vem diminuindo ao longo dos anos, de acordo com seu estudo 66,8%

das mães achavam que esta consulta deveria ser antes de completar um ano de vida.

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A concepção da prática curativa ainda é recorrente em muitas pessoas.

Segundo o relato das mães, em foco, o motivo da consulta seria a presença de sinais

de doença.

“Quando o dente começa a se estragar, a gente tem que levar pra fazer tratamento” (Joana D’arc). “Acho que quando você vir que já está ficando algum dente amarelinho, alguma coisa diferente, pode levar, eu digo por experiência própria” (Margareth Thatcher).

Para Oliveira e Forte (2011)4, os motivos de consulta alegado pelas mães

foram sintomatologia dolorosa (30,3%) e presença de cavidades nos dentes (28,6%),

revelando uma visão do dentista como profissional reabilitador de injúrias.

A desvantagem desse modelo de atenção à saúde, apenas curativo, é

apontado por Silva (2005)6, ressaltando que terapêuticas curadoras e reabilitadoras

são onerosas para os gestores por conta do custo e para os trabalhadores, por conta

do planejamento.

Apenas uma mãe expressou um saber preventivo. Apesar de sua resposta

evasiva, mas reconhece que a prevenção é o melhor caminho, mesmo que seja para

seguir a orientação médica.

“Quanto mais cedo, melhor, que é até uma orientação médica, né, pra não demorar” (Coco Chanel).

O enfoque preventivo em idade precoce é fundamental para manutenção da

saúde. A Academia Americana de Odontopediatria aconselha que o ideal fosse a

gestante ter acesso ao pré-natal odontológico para obter orientações sobre higiene

oral e que a primeira avaliação bucal deve ocorrer antes de um ano de idade26.

Sabe-se que além do acompanhamento odontológico da gestante durante o

pré-natal, pelo seu potencial na aquisição de novos hábitos, os recém-nascidos

devem ser examinados o mais precocemente possível para realização do Teste da

Linguinha, além do exame das estruturas moles da boca e identificação de algum tipo

de aspecto fora do normal. A partir daí a criança deve ser acompanhada

periodicamente. A prevenção é caminho o mais econômico.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos resultados obtidos, é possível observar que, de maneira geral, o

conhecimento das mães sobre saúde bucal na primeira e segunda infância encontra-

se bastante limitado, considerando que estas são cadastradas e acompanhadas pelas

equipes da estratégia Saúde da Família do bairro Planalto.

Faz-se necessário, portanto, avaliar se as ações de educação em saúde

realizadas pela equipe de saúde bucal apresentam algum ponto de estrangulamento,

considerando que a APS é a porta de entrada preferencial do SUS e palco das ações

de promoção e proteção da saúde bucal.

Faz-se necessário uma motivação direta das mães e gestantes. Ressalta-se,

entretanto, que as medidas adotadas devem ser contextualizadas, por meio de

estratégias educacionais significativas com o uso de metodologias ativas, que façam

sentido para os sujeitos.

Por fim, a Política Nacional de Saúde Bucal orienta o desenvolvimento de

ações intersetoriais, considerando os equipamentos sociais adstritos à USF,

permitindo a aproximação popular por parte dos profissionais e a troca de

experiências e saberes necessários à construção de uma consciência crítica rumo a

produção e promoção de saúde bucal.

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APÊNDICES

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36

APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

Esclarecimentos

Este é um convite para você participar da pesquisa: “A Percepção de Mães e

Gestantes Sobre a Saúde Bucal na Primeira e Segunda Infância” que tem como

pesquisadora responsável Maísa Paulino Rodrigues e orientando Arthur César

Gomes Aladim. Vale ressaltar que esta pesquisa está de acordo com a resolução

466/12 da CONEP.

Esta pesquisa pretende analisar a percepção das gestantes/mães acerca da

saúde bucal durante a infância.

O motivo que nos leva a fazer este estudo é conhecer a percepção, saberes e

práticas que as mães e gestante têm acerca da saúde bucal na primeira e segunda

infância, contribuindo assim para que as estratégias usadas pela Equipe de Saúde da

Família do Bairro do Planalto, no que se refere à educação em saúde bucal, sejam

repensadas e adequadas às necessidades do público.

Caso você decida participar, você deverá responder algumas perguntas numa

entrevista com roteiro semi-estruturado, contendo perguntas fechadas e abertas,

sobre dados gerais e sua percepção sobre saúde bucal, respectivamente. A entrevista

deverá durar em torno de 30 (trinta) minutos em que o participante ficará apenas com

o pesquisador numa sala fechada da Unidade de Saúde da Família. A entrevista será

gravada e será garantido o direito de se recusar a responder perguntas que

eventualmente lhe causem constrangimento de qualquer natureza.

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A previsão de riscos é mínima, ou seja, o risco que você corre é semelhante

àquele sentido num exame físico ou psicológico de rotina, podendo haver apenas um

leve desconforto.

Pode acontecer um desconforto diante de alguma pergunta que o participante

se sinta constrangido em responder, mas que será minimizado mediante a

constatação do bem-estar do participante, considerando as condições físicas,

psíquicas, moral, intelectual, social, cultural ou espiritual e você terá como benefício a

oportunidade de discutir sobre a temática da prática da educação em saúde bucal e

contribuir para que os limites desta sejam evidenciados e possibilidades fortalecidas

rumo à melhoria das práticas de educação em saúde bucal.

Em caso de algum problema que você possa ter, relacionado com a pesquisa,

você terá direito a assistência gratuita que será prestada pela pesquisadora

responsável Maísa Paulino Rodrigues.

Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando

para Maísa Paulino Rodrigues - (84)9982-9974 ou pelo e-mail

[email protected].

Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em

qualquer fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você.

Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados

apenas em congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de

nenhum dado que possa lhe identificar.

Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa

pesquisa em local seguro (no Departamento de Odontologia da UFRN em pasta

própria) e por um período de cinco anos.

Se você tiver algum gasto pela sua participação nessa pesquisa, ele será

assumido pelo pesquisador e reembolsado para você.

Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você

será indenizado.

Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê

de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes da UFRN (CEP -

HUOL/UFRN), telefone 3342-5003, endereço: Av. Nilo Peçanha, 620, Petrópolis, CEP

59.012-300, Natal/RN; email: [email protected].

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Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com

o pesquisador responsável Maísa Paulino Rodrigues.

Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os

dados serão coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e

benefícios que ela trará para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos,

concordo em participar da pesquisa “A Percepção de Mães e Gestantes Sobre a

Saúde Bucal na Primeira e Segunda Infância”, e autorizo a divulgação das

informações por mim fornecidas em congressos e/ou publicações científicas desde

que nenhum dado possa me identificar.

Natal,__/___/ 2015

__________________________________

Assinatura do participante da pesquisa

Declaração do pesquisador responsável

Como pesquisadora responsável pelo estudo “A Percepção de Mães e

Gestantes Sobre a Saúde Bucal na Primeira e Segunda Infância”, declaro que

assumo a inteira responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos

metodologicamente e direitos que foram esclarecidos e assegurados ao participante

desse estudo, assim como manter sigilo e confidencialidade sobre a identidade do

mesmo.

Impressão datiloscópica do

participante

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Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido

estarei infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do

Conselho Nacional de Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser

humano.

Natal, ___/___/ 2015

__________________________________

Assinatura do pesquisador responsável

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APÊNDICE B - ROTEIRO DE ENTREVISTA

ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADO

1ª. Parte (Perfil da participante)

1- Faixa etária

2- Grau de instrução:

a)Sem alfabetização b) Ensino Fundamental incompleto c) Ensino Fundamental completo d) Ensino Médio incompleto e) Ensino Médio completo f) Ensino Superior completo g) Ensino Superior incompleto

3- Profissão/ocupação

4- Renda da família

2ª. Parte

1- O que é “saúde para você”?

2- Você acha que problemas nos dentes ou na boca tem alguma relação com a saúde geral do corpo?

3- É importante amamentar o bebê?

4- Você acha que os cuidados com a sua boca vai influenciar a saúde bucal do seu filho?

5- Os dentes de leite têm alguma importância?

6- O que fazer para limpar os dentes e a boca? 7- Quando a criança deve ser levada ao dentista?

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ANEXO

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ANEXO A – PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

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ANEXO B - DIRETRIZES PARA AUTORES PARA SUBMISSÃO DE

TRABALHOS À REVISTA CIÊNCIA PLURAL

Diretrizes para Autores

CATEGORIAS DE ARTIGOS

Artigos Originais

São relatos de trabalho original, aqueles que incluem estudos observacionais, estudos experimentais ou quase-experimentais, avaliação de programas, análises de custo-efetividade, análises de decisão e estudos sobre avaliação de desempenho de testes diagnósticos para triagem populacional, destinados à divulgação de resultados de pesquisas inéditas de temas relevantes para a área pesquisada, apresentados com estrutura constituída de Introdução, Metodologia, Resultados, Discussão e Conclusão, embora outros formatos possam ser aceitos (Máximo de 5.000 palavras, excluindo resumo, referências, tabelas e figuras. Máximo de referências: 25).

Informações complementares:

• As tabelas e figuras, limitadas a 5 no conjunto, devem incluir apenas os dados imprescindíveis,

evitando-se tabelas muito longas. As figuras não devem repetir dados já descritos nas tabelas.

• As referências, limitadas em 25, devem incluir apenas aquelas estritamente pertinentes e

relevantes à problemática abordada. Deve-se evitar a inclusão de número excessivo de

referências numa mesma citação. Citações de documentos não publicados e não indexados na

literatura científica devem ser evitadas.

Os resumos devem ser apresentados no formato estruturado, com no mínimo 150 e no máximo 300 palavras, contendo os itens: Introdução, Objetivo, Métodos, Resultados e Conclusões destacados em negrito no texto do Resumo e seus correspondentes no Abstract. Excetuam-se os ensaios teóricos e os artigos sobre metodologia e técnicas usadas em pesquisas, cujos resumos são no formato narrativo, que, neste caso, terão limite de 150 palavras.

A Introdução deve ser curta, definindo o problema estudado, sintetizando sua importância e destacando as lacunas do conhecimento que serão abordadas no artigo. A seção Métodos deve incluir as fontes de dados, a população estudada, amostragem, critérios de seleção, procedimentos analíticos, dentre outros, os quais devem ser descritos de forma compreensiva e completa, mas sem prolixidade. A seção de Resultados e discussão deve descrever os resultados encontrados incluindo interpretações/comparações. O texto deve complementar e não repetir o que está descrito em tabelas e figuras. A Discussão deve incluir também a apreciação dos autores sobre as limitações do estudo, a comparação dos achados com a literatura, a interpretação dos autores sobre os resultados obtidos e suas principais implicações e a eventual indicação de caminhos para novas pesquisas. As Conclusões devem conter a síntese dos resultados sem, entretanto repeti-los. Podem ser apontadas em tópicos ou escritas de forma cursiva.

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Pesquisa envolvendo seres humanos

O trabalho deve ser aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição onde a mesma foi realizada e cumprir os princípios éticos contidos na Declaração de Helsinki, além do atendimento a legislação pertinente a cada país. Na parte “Metodologia”, constituir o último parágrafo com clara afirmação deste cumprimento. O manuscrito deve ser acompanhado de cópia de aprovação do parecer do Comitê de Ética.

Autoria

O conceito de autoria está baseado na contribuição substancial de cada uma das pessoas listadas como autores, no que se refere, sobretudo à concepção do projeto de pesquisa, análise e interpretação dos dados, redação e revisão crítica. A contribuição de cada um dos autores deve ser explicitada em declaração para esta finalidade (ver modelo). Não se justifica a inclusão de nome de autores cuja contribuição não se enquadre nos critérios acima. A indicação dos nomes dos autores logo abaixo do título do artigo é limitada a 12. As credenciais e titulação de cada autor devem vir seguidamente ao nome. Por exemplo:

Paulo Ricardo Guimarães Chaves- Pesquisador do Programa de Pós Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN. Pós doutor em Antropologia pela Universidade de Coimbra-Portugal. E-mail: [email protected]

Os manuscritos publicados são de propriedade da Revista, vedada à reprodução, mesmo que parcial, em outros periódicos. Resumos ou resenhas de artigos publicados poderão ser divulgados em outros periódicos com a indicação delinks para o texto completo, sob consulta à Editoria da Revista Ciência Plural.

PREPARO DOS MANUSCRITOS

Descritores - Devem ser indicados entre 3 e 10, extraídos do vocabulário "Descritores em Ciências da Saúde" (DeCS), quando acompanharem os resumos em português, e do Medical Subject Headings (MeSH), para os resumos em inglês.

Formatação do texto

O texto como um todo deverá estar em fonte Arial tamanho 12, com margens 2,5cm (superior, inferior, direita, esquerda) e espaço entre linhas 1,5cm. Quando existirem ilustrações (sejam tabelas, gráficos ou figuras), estas deverão ser inseridas dentro e ao longo do próprio texto, no local pertinente.

Agradecimentos - Devem ser mencionados nomes de pessoas que prestaram colaboração intelectual ao trabalho, desde que não preencham os requisitos para participar da autoria. Também podem constar desta parte agradecimentos a instituições quanto ao apoio financeiro ou logístico.

REFERÊNCIAS

As referências devem ser numeradas de forma consecutiva segundo a ordem em que forem sendo citadas no texto e normalizadas de acordo com o estilo Vancouver. Os títulos de periódicos devem ser referidos de forma abreviada, conforme o Index Medicus. No caso de

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publicações com até 6 autores, citam-se todos; acima de 6, citam-se os seis primeiros, seguidos da expressão latina "et al".

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