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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ESCOLA DE MÚSICA LICENCIATURA EM MÚSICA MAURICIO ESLABÃO DA FONSECA EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA: um estudo reflexivo sobre as concepções de licenciandos em Música do Rio Grande do Norte NATAL/RN 2017

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · distante nesses últimos semestres se fez presente em meus pensamentos, em especial um agradecimento ... engraçados momentos que

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

ESCOLA DE MÚSICA

LICENCIATURA EM MÚSICA

MAURICIO ESLABÃO DA FONSECA

EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA:

um estudo reflexivo sobre as concepções de licenciandos em Música do Rio Grande do Norte

NATAL/RN

2017

MAURICIO ESLABÃO DA FONSECA

EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA:

um estudo reflexivo sobre as concepções de licenciandos em Música do Rio Grande do Norte

Monografia apresentada ao Curso de

Licenciatura Plena em Música da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

(UFRN) como requisito parcial para a

obtenção do grau de Licenciado em Música.

Orientadora: Prof.ª MSc. Catarina Shin Lima

de Souza.

NATAL/RN

2017

MAURICIO ESLABÃO DA FONSECA

EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA:

um estudo reflexivo sobre as concepções de licenciandos em Música do Rio Grande do Norte

Monografia apresentada ao Curso de

Licenciatura Plena em Música da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

(UFRN) como requisito parcial para a

obtenção do grau de Licenciado em Música.

Aprovada em: _18_/_06_/_2017_

BANCA EXAMINADORA:

_________________________________________________________

PROF.ª MSC CATARINA SHIN LIMA DE SOUZA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN)

(ORIENTADORA)

_________________________________________________________

PROF. DR. FRANCISCO RICARDO LINS VIEIRA DE MELO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN)

(MEMBRO DA BANCA)

_________________________________________________________

PROF.ª DR. VILSON ZATTERA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (UNICAMP)

MEMBRO DA BANCA

AGRADECIMENTOS

Agradeço incialmente às forças divinas que regem nossa existência neste mundo e que

me encaminharam para o caminho do bem e da música.

Não posso deixar de agradecer à minha família que sempre me apoiou e que mesmo

distante nesses últimos semestres se fez presente em meus pensamentos, em especial um

agradecimento a meu pai Paulo Renato Pinto da Fonseca e minhas mães Iara Eslabão e

Loinara Poltronieri que me deram condições e conselhos importantes para que eu me tornasse

o homem que sou.

Em seguida tenho que agradecer a duas pessoas muito especiais que encontrei durante

minha caminhada acadêmica e que considero como minhas mães na universidade Elizabeth

Sachi Kanzaki e minha orientadora Catarina Shin Lima de Souza, sendo essas duas pessoas

que contribuíram e ainda vão contribuir muito na minha formação acadêmica e humana.

Um agradecimento aos membros da banca professor Dr. Francisco Ricardo Lins Vieira

de Melo e Professor Dr. Vilson Zattera por aceitarem meu convite para dar suas importantes

contribuições para esse trabalho.

Agradeço aos professores e professoras da Universidade Federal do Rio Grande do

Norte (UFRN) Carolina Chaves Gomes, Danilo Cesar Guanais, Maria Helena Maranhão

Valéria Lazaro Ramos, Heather dea Jennings, Maíra Montenegro, Géssica Fabiely, Amélia

Martins Dias Santa Rosa, Álvaro Barros, Jean Joubert Freitas Mendes, José Estevão de

Oliveira, Ângela Maria Bezerra do Nascimento, Camila Luna, Edibergon Varela e Tamar

Genz Gaulke que se fizeram presentes e sempre cobraram minha evolução e contribuíram

para a minha capacitação e formação para assim me tornar um professor de verdade.

Agradeço a Ailson Saraiva Campos e Anne Saraiva por acreditarem em mim e terem

sido a base sobre a qual desenvolvi meus conhecimentos musicais para que pudesse chegar

onde estou.

Um muito obrigado para Agamenon de Morais que sempre esteve disposto a tirar

minhas dúvidas e buscou sempre me auxiliar em todos os assuntos que envolvessem a

secretaria da graduação.

Um muito obrigado também para meu amigo Carlos Ribeiro que me ajudou com a

plataforma online para a aplicação do questionário e com seus contatos na Universidade do

Estado do Rio Grande do Norte (UERN) para que esta pesquisa fosse realizada.

Não poderia deixar de agradecer a Flávia Fagundes que me ajudou com tudo o que

precisei com relação a dados da UERN e esteve sempre disposta a ajudar.

Queria dar um agradecimento em especial para cada um dos meus amigos e os que eu

por acaso não consegui citar aqui peço desculpas, afinal são muitos amigos.

Um agradecimento em especial para Pedro Hiago Oliveira de Albuquerque, meu

amigo de fé e praticamente um irmão para mim, pessoa com que sempre pude e poderei

contar e que nunca deixarei de ser amigo, mesmo seguindo caminhos diferentes saiba que

você é o cara!

Agradeço a Jullian Gonzaga Firmino que sempre me deu bons conselhos e é uma

pessoa por quem tenho muito apreço.

Não poderia deixar de citar aqui as praticamente irmãs Anna Cristina e Nayara Freire

que sempre foram pessoas que me apoiaram e me fizeram ter alguns dos melhores e mais

engraçados momentos que vivenciei durante a graduação.

Agradeço muito a meu amigo de longa data e que posso chamar de meu batera Gleison

Costa dos Santos por todos os momentos, risos e conhecimentos trocados.

Um agradecimento especial para os colegas de turma Aristóteles Lean, Cleiton José,

Cleonio Tavares, Davi Leonardo, Elionai, Érica Pollyana, Francisco das Chagas (Chicão),

Francisco de Assis (Juninho), Gerciano Estevão, Igor Soares, Igor Wanderley, Joyce Dayane,

Karollen Francyane, Kleybson Costa, Lucicleide da Silva, Moisés Carneiro, Pâmela Araújo,

Paulo Sérgio, Raffael Igor, Joffison, Rubson Pinto, Sage Raoni, Samá Susã, Sydney Silva,

Vanessa Andrade, Vitor Rafael e Wellington Ricardo, pessoas estas que eu gostaria de falar

um pouco de cada um, pois são muito especiais.

Um agradecimento às pequenas grandes meninas da turma Kadja Marluan e Raiane

Silmara, muito obrigado pela amizade, conversas e risadas que demos juntos.

Agradeço aos amigos do apartamento 1004 Pâmela Thaís, Felipe Érick e Carlos

Fernando que se fizeram presentes em muitos dos bons momentos desses últimos meses.

Agradeço a toda a equipe do Projeto Esperança Viva Alfredo Moisés, Alba Shin,

Allyson Freire, Brenda Whanda, Brígida Bessa, Chandra Mendes, Erick Firmino, Evandra,

Heloísa, Hugo Shin, Isaac, Isabella, Jane Eyre, Sidney Trindade, Kelissa Camacho, Liana

Monteiro, Magna Fuá, Wesley (sub-adjunto) e Ivo Shin que tem sido parte importante da

minha formação.

Um muito obrigado a todo pessoal da biblioteca em geral Monique, Jhade, Audinez,

Maurício, Fernando, Thalita, Dalila, Luana [...] que sempre estavam presente nessa

caminhada que estou trilhando, peço desculpas por não lembrar o nome de todos.

Um agradecimento especial para Eva Kaílla Galvão Gomes (Evinha) por me aturar e

conversar muito comigo quase todas as noites nesses últimos meses, mesmo em momentos

que eu estava insuportável você foi minha válvula de escape e se tornou uma pessoa muito

especial para mim.

Em seguida agradeço a toda família Esperança Viva e quando menciono família quero

dizer funcionários da Escola de Música, coordenadoras, bolsistas, voluntários e alunos que

considero como grandes amigos.

Não poderia deixar de agradecer a todos os membros da Companhia Livre de Teatro

Musical que me ajudaram muito a superar minha timidez e me propiciaram momentos de

muita diversão e desenvolvimento pessoal e vocal que tanto será útil na minha vida.

Por fim queria agradecer a todas as pessoas que participaram direta e indiretamente da

minha caminhada até o presente momento e expressar minha felicidade em forma de gratidão

por cada pessoa que cruzou meu caminho e me fizeram ser uma pessoa melhor.

Muito obrigado!

RESUMO

Este trabalho consiste em refletir, fundamentar e expressar opiniões acerca da

Educação Especial e Inclusiva que, atualmente, se desenvolve nos Cursos de Licenciatura em

Música do Estado do Rio Grande do Norte (RN), buscando compreender como as políticas

públicas, leis, planos de desenvolvimento institucionais, projetos de extensão e disciplinas

influenciam no processo de conhecimento e apropriação dos conceitos de Educação Inclusiva

e conhecer o que tem promovido o desenvolvimento da inclusão e ampliação dos

conhecimentos sobre Educação Especial, Educação Inclusiva e os direitos das pessoas com

deficiência nos Cursos de Licenciatura em Música do RN. Para analisar o atual conhecimento

dos alunos dos Cursos de Licenciatura sobre Educação Especial e Inclusiva, foram

consultadas a legislação, bibliografia da área de Educação Especial e Inclusiva, currículos dos

Cursos de Licenciatura em Música do Estado do RN e a aplicação de questionários com os

alunos dos Cursos de Licenciatura em Música presenciais do Estado do RN visando refletir de

forma coerente a atual compreensão dos conhecimentos de Educação Inclusiva e Educação

Especial no âmbito universitário, especificamente, dentro desses Cursos de Licenciatura em

Música.

Palavras-chave: Educação Especial. Educação Inclusiva. Formação de professores,

Currículo.

ABSTRACT

This work consists of the reflection, founding and expression of opinions regarding

special and inclusive education which is currently being developed in the Music Licenciature

programs in the state of Rio Grande do Norte (RN). There is an investigation in understanding

how public policy, law, institutional development plans, community outreach projects and

classes offered influence the process of knowledge and appropriation of the concepts of

inclusive education. There is a also an initiative to know what has advanced in the

development of inclusion and the broadening of knowledge about special education, inclusive

education and the rights of people with deficiency in the Music Licenciature degrees in RN.

In analyzing the current knowledge of the students in Licenciature programs about special and

inclusive education, there was a consultation into legislation, bibliography in the area of

special and inclusive education, Music Licenciature course descriptions from the state of RN

and the use of questionnaires given to the students of the aforementioned courses, aiming to

consistently reflect the current understanding of inclusive and special education in the

university scope, specifically within the Music Licenciature programs

Keywords: Special Education. Inclusive Education. Teacher training. Curriculum.

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Questionários respondidos................................................................... 24

Gráfico 2 – Período que está cursando.................................................................... 25

Gráfico 3 – Estudantes que tem contato com pessoas com deficiência................... 26

Gráfico 4 – Tipo de relação..................................................................................... 27

Gráfico 5 – Conhecimento sobre projetos de extensão da sua universidade da

área da Educação Especial ou Inclusiva...............................................

28

Gráfico 6 – Projetos de extensão mais citados........................................................ 29

Gráfico 7 – Dizem compreender a diferença entre Educação Especial e

Inclusiva................................................................................................

36

Gráfico 8 – Acreditam que o Curso somado às ações de extensão prepara

suficientemente para trabalhos de Educação Especial ou Inclusiva.....

37

Gráfico 9 – Dizem conhecer a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com

Deficiência............................................................................................

38

Gráfico 10 – Opinião dos alunos acerca da inclusão de pessoas com deficiência

em turmas regulares da Educação Básica.............................................

39

Gráfico 11 – Sabem a diferença entre deficiência e incapacidade............................ 43

Gráfico 12 – Conseguem definir Tecnologias Assistivas.......................................... 46

Gráfico 13 – Conseguem identificar contexto de Educação Especial....................... 49

Gráfico 14 – Conseguem identificar nas imagens qual caracteriza exclusão,

segregação, integração e inclusão.........................................................

50

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Disciplinas da área da Educação............................................................. 21

Quadro 2 – Produção científica no Projeto Esperança Viva (2016).......................... 31

Quadro 3 – Os sete princípios do Desenho Universal............................................... 49

Quadro 4 – Disciplinas da grade curricular do Curso de Licenciatura em Música

da UERN.................................................................................................

60

Quadro 5 – Disciplinas da grade curricular do Curso de Licenciatura em Música

da UFRN.................................................................................................

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABEM – Associação Brasileira de Educação Musical

CAENE – Comissão Permanente de Apoio a Estudantes com Necessidades Especiais

CIENTEC – Semana de Ciência, Tecnologia e Cultura

DAIN – Departamento de Apoio à Inclusão.

DART – Departamento de Artes.

ENADE – Exame Nacional de Desempenho de Estudantes

EMDV – Encontro sobre Ensino de Música para Pessoas com Deficiência Visual

EMUFRN – Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

FALA – Faculdade de Letras e Artes.

FUERN – Fundação Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.

INEP – Instituto Nacional de estudos e pesquisas Educacionais Anísio Teixeira

LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais

MEC – Ministério da Educação

ONU – Organização das Nações Unidas

PDI – Plano de Desenvolvimento Institucional

RN – Rio Grande do Norte

SEMBRAIN – Setor de Musicografia Braille e Apoio à Inclusão

TA – Tecnologias Assistivas

THE – Teste de Habilidade Específica

UERN – Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte

UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................. 12

2 EDUCAÇÃO ESPECIAL E EDUCAÇÃO INCLUSIVA: HISTÓRICO,

CONCEITOS, DISCUSSÕES E LEGISLAÇÃO..............................................

15

3 METODOLOGIA............................................................................................ 19

3.1 Compreendendo o campo................................................................................ 19

3.2 Procedimentos metodológicos.......................................................................... 20

4 ANÁLISE DOCUMENTAL DOS QUESTIONÁRIOS E REFLEXÕES.......... 21

4.1 Currículo e Plano de desenvolvimento Institucional.......................................... 21

4.2 Análises de questionários e reflexões................................................................. 23

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................ 52

REFERÊNCIAS............................................................................................... 55

ANEXO A – DISCIPLINAS DA GRADE CURRICULAR DO CURSO DE

LICENCIATURA EM MÚSICA DA UERN.......................................................

60

ANEXO B – DISCIPLINAS DA GRADE CURRICULAR DO CURSO DE

LICENCIATURA EM MÚSICA DA UFRN.......................................................

65

APÊNDICE A – ADAPTAÇÃO DO QUESTIONÁRIO ONLINE DA

PESQUISA......................................................................................................

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1 INTRODUÇÃO

Durante o início da minha graduação nunca imaginei nem sequer cogitei a

possibilidade de lecionar música para pessoas com deficiência, minha única vontade era

ensinar música. A música a meu ver é algo prazeroso e isso me faz querer disseminá-la, fazer

com que outras pessoas se sintam como eu me sinto enquanto estudante de música.

Jamais refleti profundamente sobre as dificuldades educacionais que meus alunos

pudessem ter, só pensava no processo que poderia abordar para ajudar as pessoas a aprender e

se desenvolver musicalmente. Porém a única forma que conhecia era a mesma forma como

aprendi, ou seja, um ensino que hoje em dia conheço pelo contexto de escola especializada.

Quando busquei a academia nunca pensei sequer em ensinar pessoas com deficiência,

mesmo tendo convivido com uma (o meu avô que perdeu a visão enquanto eu era pré-

adolescente). Lembro-me de querer sempre auxilia-lo, ajudar no que pudesse, porém nunca

imaginei a possibilidade de promover independência a uma pessoa com deficiência visual.

Pensamento esse que era reflexo da falta de informação que costumeiramente acomete as

pessoas com menos instrução e que as fazem querer superproteger as pessoas com deficiência.

Lembro-me claramente do dia do Teste de Habilidade Específica (THE) para ingresso

no curso superior de música, pois vim acompanhar um amigo que utilizaria meu instrumento

na prova também, entretanto fiquei surpreso ao ver que antes desse amigo fazer o teste chegou

uma pessoa com deficiência visual, pessoa esta que se tornaria meu colega de classe e grande

amigo com o qual aprendi muito.

No início eu não me envolvi com as aulas dos projetos de educação especial

desenvolvidos na escola de música até o momento em que tive que cursar a disciplina de

Atividades Orientadas III - metodologia do ensino da música para adolescentes e adultos.

Procurei o Projeto Esperança Viva para poder cumprir as atividades dessa disciplina

inicialmente pelo fato das aulas serem dentro da própria Escola de Música da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte (EMUFRN), pela comodidade e praticidade de estar em um

lugar onde eu teria outras atividades durante o dia.

No semestre dessa disciplina supracitada não me envolvi tanto com o grupo, porém fui

gostando das atividades, da vivência e até mesmo do bom humor dos alunos.

Aquele espaço me fazia bem e percebi que era o lugar onde eu queria estar dentro da

universidade. Lugar esse, que foi meu espaço favorito de formação e onde eu me apeguei a

tudo e todos de forma inimaginável.

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Nos semestres seguintes me envolvi de corpo e alma no Projeto Esperança Viva.

Sempre busquei formas de ser útil para os alunos e desenvolver todas as possibilidades de

ensino, materiais, ideias, pesquisa e trocar o máximo de experiências com os professores,

amigos, colegas e alunos.

Envolvi-me tão profundamente que acabei me tornando monitor em praticamente

todos os grupos que o Projeto engloba, ou seja, acabei me tornando monitor do Grupo Som

Azul (musicalização e aula de flauta doce para pessoas com autismo), monitor do grupo

Musicalização UP (musicalização para pessoas com Síndrome de Down), ajudava com a

edição e transcrição de partituras para a Orquestra de Violões Braille e Grupo Esperança

Viva, monitor da turma do nível 2 de flauta doce, percepção e musicografia Braille para

pessoas com deficiência visual

Sei que nesse processo ensinei muito aos alunos, entretanto o que eu aprendi foi de

extrema importância para a minha vida. Percebi através do convívio com estas pessoas a

importância de nunca perder a esperança, sempre há um caminho e por mais complicado que

ele seja sempre haverá alguém disposto a ajudar, basta você procurar acreditar que é possível

e desse modo, encontraremos uma maneira de superar os desafios encontrados no trajeto.

Esse caminho que trilhei dentro da academia forjou o ser humano que sou atualmente

e tudo isso só é possível graças às oportunidade e vivências que tive ao longo da vida,

principalmente na universidade, que foi o lugar onde iniciei meu amadurecimento enquanto

professor pesquisador.

Entretanto nem todos os caminhos são iguais, nem todas as pessoas vão trilhar

caminhos parecidos, nem se dedicar tanto ao ensino de pessoas com deficiência ou sequer

pensar na mudança social que estes trabalhos proporcionam. E por mais que nossos caminhos

sejam diferentes enquanto professores, as pessoas com deficiência sempre existirão, e por

uma possível coincidência do destino estas podem acabar parando em nossas salas de aula.

Sendo assim, é necessário que estejamos preparados para poder ensiná-los.

Por isso acredito que é necessário buscar entender como o processo de ensino e

aprendizagem das pessoas com deficiência acontece, como a sociedade mudou ao longo do

tempo com relação ao ensino dessas pessoas, qual o quadro atual do ensino para estas pessoas

e o que tem mudado em nossas instituições de ensino para propiciar ensino de qualidade e

adaptado para estas pessoas.

Tomando como base minha passagem enquanto graduando em música e o

desenvolvimento das políticas públicas, leis, documentos oficiais e bibliografia busquei com

este trabalho entender como a formação dos alunos dos cursos de licenciatura em música tem

14

se desenvolvido no Estado do Rio Grande do Norte (RN) e o quanto os alunos desses cursos

se apropriaram dos conceitos e conhecimentos de educação especial e inclusiva.

Sendo assim penso que para compreendermos com precisão as discussões e a

relevância da Educação Especial e Inclusiva, é de grande valia conseguir entender como se

deram os processos de ensino e aprendizagem para chegar até o atual momento social e

político, buscando assim, compreender qual a real situação contemporânea da educação das

pessoas com necessidades especiais.

Para isso utilizei inicialmente da pesquisa bibliográfica para entender os progressos e

direitos obtidos pelas pessoas com deficiência ao longo da história visando compreender

como a sociedade se modificou e qual o caminho que a educação dessas pessoas tem seguido

até os dias atuais.

Os questionamentos que observaremos a seguir são acerca de como as instituições de

ensino superior do RN tem abordado suas políticas de inclusão, e especificamente nos cursos

de licenciatura em música, como a educação especial e inclusiva vem sendo tratada em seus

currículos e em outros espaços formativos da própria instituição.

Então, buscando compreender como está o movimento inclusivo dentro das

universidades do estado do RN e o quanto esse movimento tem conseguido conscientizar os

alunos de graduação acerca dos direitos e das pessoas com deficiência, apliquei questionários

que me deram base para entender a situação geral acerca da compreensão dos alunos de

licenciatura em música sobre conceitos, vivências, direitos e liberdades das pessoas com

deficiência.

Por fim analiso o atual estado de comprometimento das instituições de ensino do

estado do RN para com a inclusão e ensino de pessoas com deficiência nos cursos de

licenciatura em música. Além disso, exponho minhas reflexões e compreensão acerca do que

acredito ser o estado atual de informação e conhecimentos dos alunos do curso supracitado

perpassando pelas experiências por mim vividas e que acredito que fortalecem o movimento

inclusivo que visa desenvolver e contribuir com os ideais de inclusão e conscientização dentro

dos cursos de licenciatura em música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

(UFRN).

15

2 EDUCAÇÃO ESPECIAL E EDUCAÇÃO INCLUSIVA: HISTÓRICO, CONCEITOS,

DISCUSSÕES E LEGISLAÇÃO

Tendo em vista que o pensamento humano tem mudado ao longo da história com

relação às concepções das capacidades das pessoas com deficiência, e a filosofia das politicas

de uma sociedade em determinado momento da história é refletida a partir desse contexto.

Kirk e Gallagher (1996) fundamentados nesses princípios dividem o histórico do

desenvolvimento das atitudes das pessoas sem deficiência em suas relações com as pessoas

com deficiência ou necessidades especiais em quatro estágios. O primeiro estágio na era pré-

cristã é caracterizado pela total negligência e pelos maus tratos, no qual as pessoas com

deficiência eram vistas como seres sem nenhuma capacidade ou habilidade.

No segundo estágio, com a difusão da religião cristã, a igreja passou a cuidar e acolher

pessoas com deficiência, desenvolvendo assim um sentimento de compaixão, dando abrigo e

cuidados para algumas dessas pessoas.

O estágio seguinte surgiu através de instituições que foram fundadas com o intuito de

oferecer educação para alguns deficientes de forma separada das demais pessoas da

sociedade, criando assim entre os séculos XVIII e XIX os primeiros espaços que se

dedicavam ao ensino das pessoas com deficiência. Então, no final do século XX começaram a

surgir movimentos que promovem o quarto estágio onde se busca aceitar e integrar as pessoas

com deficiência de forma mais incisiva dentro da sociedade.

Em uma perspectiva semelhante, porém com pensamentos mais contemporâneos,

Sassaki (1997) divide a educação especial em quatro fases: Exclusão, segregação social,

integração e inclusão.

A fase da exclusão pode ser associada ao primeiro estágio do histórico do

desenvolvimento das atitudes das pessoas sem deficiência com relação às pessoas com

deficiência citada anteriormente, pois estas pessoas eram excluídas socialmente sendo

interpretadas como incapazes ou inúteis, não recebendo nenhuma oportunidade para provarem

o contrário.

Em seguida, temos a fase da segregação social que podemos associar com o momento

em que as instituições especializadas em ensino para pessoas com deficiência surgem,

mantendo-as assim separadas das outras pessoas. Mesmo associando estas situações com um

período específico da história, não podemos descartar que situações de segregação social

aconteçam ainda hoje com estas pessoas em ambientes específicos, um exemplo disso

podemos encontrar na escola básica como veremos a seguir.

16

Observamos no Artigo 58, especificamente no §2º da Lei nº 9.394 / 1996 que “O

atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre

que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas

classes comuns de ensino regular” (BRASIL, 1996, p. 27839).

Este parágrafo da Lei deixa uma abertura para as escolas, dizendo que as mesmas

podem criar classes especiais. Esta abertura é necessária, pois alguns casos específicos

necessitam de ensino com pessoal especializado, o que deveria acontecer numa perspectiva de

educação inclusiva preparando os alunos para o convívio em sociedade e para a educação

regular.

Porém a existência de classes especiais deixa aberta uma possibilidade de segregação

de pessoas com deficiência que ainda tem como serem incluídas nas turmas regulares de

ensino, e para que essa inclusão ocorra as metodologias utilizadas pelo professor precisam ser

adaptadas visando contribuir com o desenvolvimento destes alunos sem deixar de ser eficiente

para ser aplicada com os alunos sem deficiência visando o contato, respeito, convivência,

inclusão e desenvolvimento humano de todos os alunos.

Devemos destacar também que as classes especiais de ensino só devem existir numa

perspectiva de educação inclusiva e que as mesmas não devem de maneira alguma segregar as

pessoas com deficiência das pessoas ditas normais e assim poder desmistificar do senso

comum que existe com relação às capacidades das pessoas com deficiência.

Sendo a fase da Inclusão a última citada por Sassaki (1997) e a que buscamos

implementar hodiernamente, compreendemos que incluir educacionalmente não consiste

apenas em dar oportunidade às pessoas com deficiência e/ou necessidades específicas de

estudarem em classes comuns, e sim oferecer para essas pessoas mecanismos que possam

auxiliar no seu desenvolvimento em conjunto com as pessoas ditas normais, gerando

abordagens e metodologias que funcionem para ambos. Todavia, apoiar e buscar a inclusão

não significa necessariamente excluir o sistema de ensino em classes especializadas, pois

mudanças na sociedade não ocorrem sem muito esforço de conscientização e

tempo de amadurecimento. Não se trata de eliminar todos os auxílios e serviços especiais, pois essa seria uma forma ainda mais violenta de

discriminação contra as pessoas com necessidades especiais, que necessitam

desses recursos como garantia de acesso aos modelos de escolaridade comum (RIBEIRO, 2007, p. 48).

Sendo assim, estes serviços de educação especial devem existir, pois possuem um

papel fundamental no desenvolvimento de algumas pessoas com deficiência e de pessoas com

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necessidades específicas. Entretanto, o modelo alvo de educação para pessoas com deficiência

que buscamos é baseado na Educação Inclusiva1, em razão desta promover conscientização e

a quebra de preconceitos, fazendo com que a sociedade se modifique e cada vez mais inclua e

se adeque as necessidades das pessoas com deficiência.

Tomando como base que temos esses dois modelos de educação (Educação Especial e

Educação Inclusiva) acontecendo em conjunto em nossa sociedade, devemos compreender

mais sobre seus conceitos, especificidades e práticas. Nessa perspectiva, é importante lembrar

que

A educação especial se organizou tradicionalmente como atendimento educacional especializado substitutivo ao ensino comum, evidenciando

diferentes compreensões, terminologias e modalidades que levaram à criação

de instituições especializadas, escolas especiais e classes especiais. (BRASIL, [2014])

2.

Consequentemente a educação especial tendia a segregar as pessoas com deficiência,

pois sem contato constante com a sociedade em geral elas tendiam a não socializar tanto, uma

vez que transitavam com menor frequência por ambientes onde circulam grande quantidade

de pessoas ditas normais. Visando mudar esta realidade e criar uma cultura de inclusão, o

governo vem utilizando-se de documentos desenvolvidos em convenções internacionais para

desenvolver nossas leis acerca da inclusão e direitos das pessoas com deficiência, e por mais

que isso não garanta que a mudança ocorra como deveria acontecer de fato, fica clara a

importância que as leis têm no quesito de proporcionar as pessoas com deficiência meios de

cobrar seus direitos se a legislação não for cumprida. Essa apropriação de documentos

internacionais está claramente escrita em alguns documentos como no prefácio da Convenção

sobre os Direitos das pessoas com Deficiência com a seguinte frase:

A Convenção da ONU3 sobre os Direitos das Pessoas com deficiência foi

incorporada à legislação brasileira em 2008. Após uma atuação de liderança

em seu processo de elaboração, o Brasil decidiu, soberanamente, ratificá-la com equivalência de emenda constitucional, nos termos previstos no Artigo

5º, § 3º da Constituição brasileira, e, quando o fez, reconheceu um

instrumento que gera maior respeito aos Direitos Humanos (BRASIL, 2012 p. 9)

1“A educação inclusiva constitui um paradigma educacional fragmentado na concepção de direitos humanos, que

conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis, e que avança em relação à idéia de eqüidade formal

ao contextualizar as circunstâncias históricas da produção da exclusão dentro e fora da escola.” (BRASIL,

[2014]). 2Documento online não paginado. 3Organização das Nações Unidas (ONU).

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Portanto, podemos perceber que as mudanças na legislação brasileira que envolve os

direitos das pessoas com deficiência estão se tornando mais claras, consistentes e estão

seguindo padrões discutidos internacionalmente. Entre esses novos documentos se encontra a

Lei Brasileira da Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência) -

Lei nº 13.146 / 2015 (BRASIL, 2015) que representa um grande avanço e que aborda os

diversos direitos das pessoas com deficiência visando quebrar as barreiras e garantir direitos

para a criação de relações baseadas no respeito à diversidade.

Adentrando no ensino de música em contextos de educação especial/inclusivo

devemos tomar consciência de que nem toda metodologia utilizada no ensino de música serve

para ensinar pessoas com deficiência. Desse modo, a criação e adaptação de métodos e

atividades para o ensino de conteúdos e vivências musicais se torna uma importante

ferramenta que vem se desenvolvendo ao longo dos anos fundamentadas principalmente em

métodos ativos de educação musical (Willems, Orff, Dalcroze, Sá Pereira) afinal música é

uma arte que se desenvolve através da vivência musical, assim sendo, o desenvolvimento das

habilidades está diretamente ligado à prática musical.

Nesse ponto poderíamos dizer que a legislação em vigor garante que o ensino da

música incluirá de fato as pessoas com deficiência? Ou será só um papel que garante os

direitos para que as mesmas possam cobrar legalmente? Não podemos negar que a legislação

tem se tornado mais sensível no tocante que trata das pessoas com deficiência no intuito de

incluir estas pessoas em sociedade, mas a Lei por si só não garante que esta inclusão aconteça

de fato.

Com essas reflexões podemos perceber que os caminhos percorridos ao longo da

história pelas pessoas com deficiência e a busca por eqüidade de direitos tem gerado

resultados que vêm modificando a consciência humana, as estruturas e leis da sociedade em

que vivemos.

19

3 METODOLOGIA

Neste capítulo discutiremos sobre o campo de pesquisa, sua relação com a educação

especial e inclusiva, assim como, os instrumentos de coletas de dados que serão utilizados na

pesquisa.

3.1 Compreendendo o campo

Tendo esta pesquisa o intuito de entender como estão atualmente os conhecimentos e

as opiniões dos alunos dos cursos de licenciatura em música do RN acerca de questões de

educação especial e inclusiva. Restringiremos o campo da pesquisa aos dois cursos de

licenciatura em música presenciais que temos atualmente no RN, o da Universidade do Estado

do Rio Grande do Norte (UERN) e o da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

(UFRN).

Para compreender como o campo de pesquisa encontra-se devemos investigar se:

Existe compromisso em documentos oficiais destas instituições com a inclusão de

pessoas com deficiência.

As disciplinas do currículo envolvem o ensino para pessoas com deficiência e

necessidades educacionais específicas.

Existem projetos de extensão que se desenvolvam em contextos de educação

especial ou inclusiva.

Sendo assim, será necessário buscar entender como se dá a inclusão das pessoas com

deficiência nessas instituições e se as instituições tem algum compromisso com esta inclusão.

Para que o campo seja realmente compreendido acredito ser necessário analisar:

As bases curriculares dos alunos do curso em questão, perpassando e testando os

conhecimentos adquiridos pelos alunos no decorrer do curso.

Os documentos oficiais emitidos pelas instituições de ensino.

Desenvolvimento dos conhecimentos dos alunos no campo da Educação Especial /

Inclusiva.

Sendo assim, buscamos uma forma de análise e coleta de dados que nos forneceu

dados relevantes que nos proporcionaram um panorama real do movimento inclusivo dentro

destas universidades, sem deixar de dialogar com as bibliografias e leis que regem o ensino

para pessoas com deficiência.

20

3.2 Procedimentos metodológicos

Como procedimento metodológico desta pesquisa houve a análise documental dos

Planos de Desenvolvimento Institucional (PDI) das duas instituições, a pesquisa bibliográfica

e aplicação de questionários com questões discursivas e de múltipla escolha que geraram

dados qualitativos e quantitativos resultando numa pesquisa que, de acordo com Sampieri,

Collado, Lucio (2013), trata-se de uma pesquisa de enfoque misto (qualitativo e quantitativo).

O enfoque misto de pesquisa qualitativa e quantitativa abordado toma como base que

alguns saberes não podem ser medidos precisamente de forma quantitativa, sendo assim, a

aplicação de questionários com perguntas de ordem subjetivas foram utilizados na busca por

resultados mais contundentes e que traduzam de forma mais precisa e detalhada a opinião dos

alunos dos cursos de licenciatura em música presenciais do estado do RN sobre conceitos e

especificidades da educação especial e inclusiva.

Nesta pesquisa buscamos analisar os conhecimentos dos alunos acerca dos processos

de inclusão apreendidos nos dois cursos de Licenciatura em música na modalidade presencial

que existem atualmente no estado do Rio Grande do Norte (o da UFRN, na cidade do Natal, e

o da UERN, na cidade de Mossoró - RN), e também entender o papel dos projetos de extensão

que desenvolvem trabalhos relacionados à educação especial e inclusiva na formação destes

alunos.

Ao analisarmos os cursos de Licenciatura em Música das instituições de ensino

pesquisadas visaremos encontrar e discutir acerca das disciplinas da área da Educação

Especial e Inclusiva existentes no currículo dos dois cursos, o Plano de Desenvolvimentos

Institucional e Projetos de Extensão, sem esquecer-se da legislação vigente.

21

4 ANÁLISE DOCUMENTAL DOS QUESTIONÁRIOS E REFLEXÕES

Nesse capítulo, abordaremos os resultados encontrados e construiremos reflexões a

partir dos documentos das instituições e dos questionários aplicados com os alunos das duas

instituições.

4.1 Currículos e Plano de Desenvolvimento Institucional

No currículo das universidades pesquisadas (UFRN e UERN) encontramos quatro

disciplinas da área da educação especial, sendo duas delas obrigatórias e duas optativas, de

acordo com o quadro a seguir:

Quadro 1 – Disciplinas da área da Educação Especial e Inclusiva dos Cursos de Licenciatura

em Música do RN

UFRN

DISCIPLINA E CARGA HORÁRIA NATUREZA

MUSICOGRAFIA BRAILLE I – 60h Optativa

MUSICOGRAFIA BRAILLE II – 60h Optativa

MÚSICA E EDUCAÇÃO ESPECIAL – 60h Obrigatória

LINGUA BRASILEIRA DE SINAIS – 60h Obrigatória

UERN

DISCIPLINA E CARGA HORÁRIA NATUREZA

LINGUA BRASILEIRA DE SINAIS – 60h Obrigatória

Fonte: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ([200-])4; UNIVERSIDADE DO

ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE ([200-])5.

Nota: Quadro 1 adaptado pelo autor deste trabalho baseado em UFRN ([200-]) e UERN ([200-]).

Seria essa quantidade de disciplinas suficientes para: consolidar conceitos importantes

como Educação Especial, Inclusão, Deficiência e Incapacidade? Informar os futuros

professores sobre os direitos das pessoas com deficiência? Capacitar os professores para

desenvolver ou adaptar metodologias e materiais de ensino para os possíveis alunos com

deficiência que podem encontrar ao longo de sua carreira? Esses questionamentos

4Documento online não paginado. 5Documento online não paginado.

22

supracitados acerca da formação dos professores são pertinentes e estão inseridos na Política

Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Inclusiva, pois esta tem como objetivo

[...] o acesso, a participação e a aprendizagem dos estudantes com

deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades / superdotação nas escolas regulares, orientando os sistemas de ensino para

promover respostas às necessidades educacionais, garantindo:

Transversalidade da educação especial desde a educação infantil até a

educação superior;

Atendimento educacional especializado;

Continuidade da escolarização nos níveis mais elevados do ensino;

Formação de professores para o atendimento educacional especializado e

demais profissionais da educação para a inclusão escolar;

Participação da família e da comunidade;

Acessibilidade urbanística, arquitetônica, nos mobiliários e equipamentos,

nos transportes, na comunicação e informação; e

Articulação intersetorial na implementação das políticas públicas

(BRASIL, [2014])6.

Desta forma, é importante ressaltar que o currículo das universidades em questão tem

mudado ao longo dos anos e vem buscando se adaptar às novas leis e ao movimento inclusivo

que surge de forma tão acentuada dentro das instituições pesquisadas. Algo que comprova

isso é a criação de algumas disciplinas como Musicografia Braille I e Musicografia Braille II

(UFRN), criação de projetos de extensão como o Projeto Esperança Viva (Projeto de

educação especial que desenvolve trabalhos no ensino de música para pessoas com diversos

tipos de deficiência) e com a contratação de um professor na área de Educação Musical

Especial / Estágio através do Edital n. 001 / 2016 da Reitoria da Fundação Universidade do

Estado do Rio Grande do Norte (FUERN) (GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO NORTE, 2016), para começar a desenvolver trabalhos e disciplinas na área da Educação

Especial e Inclusiva na UERN.

Estas mudanças estão de acordo com os PDI’s das instituições que buscam “Eliminar

toda e qualquer forma de barreira (seja ela pedagógica, ambiental, atitudinal, comunicacional,

entre outras) [...] em prol da criação de uma cultura de respeito à diversidade” (BRASIL, 2010

p. 70) que tem como um dos intuitos preparar a universidade para receber os alunos com

necessidades específicas e/ou com deficiências e construir meios para “[...] garantir o acesso a

um conjunto de ferramentas que permita a pessoa com necessidades especiais exercer seu

direito à educação universitária” (SOUSA, 2008, p. 78). Dessa forma, acreditamos que estas

6Documento online não paginado.

23

instituições buscarão assegurar a esses estudantes equidade nos processos de ensino e

aprendizagem ao longo de seu desenvolvimento como estudante universitário.

Entretanto para que possamos ter certeza que as ações desenvolvidas pelas

universidades pesquisadas estejam gerando resultados favoráveis é indispensável conhecer as

ações e o quanto estas tem influenciado no processo de apropriação de conhecimentos de

Educação Especial e Inclusiva por seus estudantes. Sendo assim, a aplicação de questionários

para conhecer como está a situação dos conhecimentos dos conceitos e conteúdos da

Educação Especial e Inclusiva foi o método escolhido para essa finalidade.

4.2 Análises de questionários e reflexões

As reflexões e dados fornecidos nessa sessão terão como base os questionários

aplicados com os alunos dos cursos de Licenciatura em Música da UFRN e UERN

(APÊNDICE A). O questionário foi aplicado por meio online e mescla informações /

conhecimentos que estão dispostos em questões objetivas e discursivas que visam identificar

se os alunos envolvidos na pesquisa possuem conhecimentos de conceitos e particularidades

da educação especial e inclusiva.

O link para o questionário foi enviado para todos os alunos dos cursos de licenciatura

em música das universidades pesquisadas através de e-mail no mesmo período, porém a

quantidade de alunos que responderam a pesquisa ainda não chega a ser relativamente grande.

Foram recebidas 26 respostas como podemos observar no Gráfico 1:

24

Gráfico 1 – Questionários respondidos

Fonte: O autor (2017).

Nota: Gráfico em pizza com duas fatias indicando a quantidade de questionários respondidos por alunos da UFRN e da UERN. Dados: UERN - cinco respostas equivalentes a 19%. UFRN – vinte

e uma respostas equivalentes a 81%.

Como podemos observar, existe uma diferença acentuada na quantidade de alunos de

cada instituição de ensino que responderam aos questionários, existem algumas hipóteses que

me fazem refletir acerca disso.

Inicialmente pode ter sido pelo fato dos alunos da UERN não possuírem nenhuma

ligação direta com o pesquisador, já que o mesmo é aluno da UFRN. Outra possibilidade pode

ser que exista neste momento certo receio doa alunos da UERN de responder as questões que

foram propostas pelo pesquisador pelo fato de só terem uma única disciplina da área da

Educação Especial (a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS)) que, por se tratar de uma língua

não costuma abordar diretamente o tema proposto. E uma terceira possibilidade é pelo fato da

UERN possuir uma quantidade de alunos no curso de licenciatura em música muito reduzida,

apenas 63 alunos somando todos os períodos, enquanto na UFRN existiam nesse mesmo

período 171 alunos com vínculo ativo no curso de licenciatura em música.

Além dessas possibilidades ainda devemos considerar as vantagens e desvantagens

desse método de coleta de dados: por um lado ele torna possível uma pesquisa à distância sem

que o pesquisador precise estar presente ou ter um representante no campo, porém existem

algumas desvantagens como a necessidade de um local para acessar a internet, a

disponibilidade para responder o questionário no período que este estiver disponível e a

necessidade das pessoas lembrarem-se de responder ao questionário, já que o mesmo não o

terá em mãos responder de imediato.

25

O Gráfico 2 demonstra a quantidade de alunos de cada período do curso que

responderam ao questionário.

Gráfico 2 – Período que está cursando

Fonte: O autor (2017).

Nota: Gráfico em pizza com cinco fatias indicando a quantidade de alunos por período. Dados: Primeiro período - quatro respostas equivalentes a 15%. Terceiro período - seis

respostas equivalentes a 23%. Quinto período - sete respostas equivalentes a 27%. Sétimo

período - oito respostas equivalentes a 31%. Oitavo período - uma resposta equivalente a

4%.

Os alunos que responderam a esse questionário são de períodos distintos dos cursos e

esse dado pode estar diretamente ligado aos conhecimentos adquiridos ao decorrer do curso

podendo assim, afetar nas respostas recebidas durante a pesquisa.

Normalmente as turmas de Licenciatura em música da UFRN cumprem a disciplina de

Música e Educação Especial no quinto período, sendo esta disciplina a que proporciona um

estudo mais aprofundado das questões tratadas nesse questionário, porém a mesma ainda não

é oferecida na UERN o que de certa forma pode influenciar no desconforto citado

anteriormente e que pode ter afetado de forma qualitativa e quantitativa nas respostas obtidas.

Mais uma questão abordada no questionário está diretamente ligada ao convívio e

contato com pessoas que possuem algum tipo de deficiência. Esse dado pode ser relevante no

processo da pesquisa, pois ao conhecer e conviver com pessoas com deficiência, existe a

possibilidade de essas pessoas buscarem se informar como consequência desse contato.

Podendo assim, buscar informações que dariam propriedade para abordar os temas que

envolvem as pessoas com deficiência, podendo estes assuntos passar a ser parte do cotidiano

da família e dos amigos das pessoas com deficiência.

26

Gráfico 3 – Estudantes que tem contato com pessoas com deficiência

Fonte: O autor (2017).

Nota: Gráfico em pizza com duas fatias indicando a quantidade de alunos que afirmaram ter

contato com pessoas com deficiência. Dados: Sim – vinte e uma respostas equivalentes a

81%. Não - cinco respostas equivalentes a 19%.

Esse contato com pessoas com deficiência possivelmente pode gerar mudanças nas

atitudes dessas pessoas que tem algum tipo de convívio, tornando-as mais sensíveis e

informadas nos assuntos abordados. Esse contato é um dos fatores da inclusão funcionar

como um agente modificador na sociedade, pois ao incluir existe a possibilidade de tornarmos

a sociedade mais sensível, informada e consciente das capacidades e necessidades das pessoas

com deficiência.

Em outro ponto, o grau de relacionamento entre essas pessoas pode definir, em tese, se

essas pessoas convivem muito ou pouco tempo e a ligação que existe entre elas pode

influenciar nos resultados dos conhecimentos adquiridos através do convívio social, sendo

assim, essa informação foi pesquisada também e o Gráfico 4 gerado pelas respostas encontra-

se a seguir:

27

Gráfico 4 – Tipo de relação

Fonte: O autor (2017).

Nota: Gráfico em pizza com quatro fatias indicando o tipo de ligação dos alunos com as pessoas com deficiência. Dados: Possui aluno - dez respostas equivalentes a 40%. Colega de

turma - cinco respostas equivalentes a 20%. Amigo - cinco respostas equivalentes a 20%.

Parente - cinco respostas equivalentes a 5%.

Esses dados acima foram coletados com 21 pessoas que diziam conhecer pessoas com

deficiência e não inclui as 5 pessoas que afirmavam não conhecer (GRÁFICO 3), entretanto

podemos perceber pelo Gráfico 4, o número de respostas ultrapassa as 21, isso ocorre pelo

simples fato de que algumas dessas pessoas têm contato com mais de uma pessoa com

deficiência e colocaram mais de um tipo de ligação o que ocasionou esta discrepância entre o

número de pessoas que responderam e a quantidade de respostas obtidas na questão.

O Gráfico 4 também demonstra que 40% dos alunos que responderam ao questionário

que conhecem pessoas com deficiência no questionário, possuem aluno com deficiência, o

que nos me levou a questionar se estas pessoas se sentem preparadas para esse trabalho

somente com a formação das disciplinas e das experiências vividas durante o curso.

Entretanto, não podemos descartar que parte dessas vivências pode ocorrer dentro da

universidade, seja ela, direta ou indiretamente através de projetos de extensão. Então essa

questão foi contemplada na pesquisa desenvolvida e os dados acerca do assunto seguem no

próximo gráfico:

28

Gráfico 5 – Conhecimento sobre projetos de extensão da sua universidade da

área na Educação Especial ou Inclusiva

Fonte: O autor (2017).

Nota: Gráfico em pizza com duas fatias indicando a quantidade de alunos que possuem

conhecimento de projetos de extensão na área da educação especial ou inclusiva. Dados: Sim -

vinte respostas equivalentes a 80%. Não - cinco respostas equivalentes a 20%.

Tomando como bases os resultados que obtivemos podemos perceber que grande parte

dos alunos afirma conhecer projetos de extensão direcionados para o Ensino Especial ou de

Ensino Inclusivo. Isso demonstra novamente que existe a preocupação por parte das

instituições de ensino pesquisadas de incluir Projetos de Extensão da área e acreditam na

importância que o ensino inclusivo e especial tem na formação dos seus alunos, sendo estes

projetos importantes ferramentas de transformação social que buscam fortalecer o ideal

inclusivo dentro e fora das instituições. Pois ao colocar alunos em formação para atuar em um

contexto inclusivo os proporcionará ricas experiências que poderão ser refletidas na prática e

vida social desses professores em formação que por sua vez podem passar a influenciar as

gerações seguintes.

Com base na importância que esses projetos têm na formação dos alunos da

licenciatura em música levantei a hipótese de que se os alunos conhecem os projetos

desenvolvidos, então devem ser capazes de lembrar o nome desses projetos aos quais estão se

referindo quando afirmam conhecer o trabalho inclusivo ou de educação especial

desenvolvido por eles.

Os projetos mais citados estão descritos no Gráfico 6:

29

Gráfico 6 – Projetos de extensão mais citados

Fonte: O autor (2017).

Nota: Gráfico em pizza com quatro fatias indicando os projetos de extensão mais citados. Dados: Esperança Viva – dezessete respostas equivalentes a 65%. Expressão Musical

(Musicalização Infantil) - duas respostas equivalentes a 8%. Descaracterizada - uma resposta

equivalente a 4%. Não conhece - seis respostas equivalentes a 23%.

O projeto de extensão mais citado foi o Projeto Esperança Viva, esse resultado não era

diferente do esperado, não somente pelo fato da maioria das pessoas que responderam ao

questionário serem da UFRN, mas pela dimensão do projeto que se iniciou em setembro de

2011 como um curso de extensão de ensino de flauta doce para pessoas com deficiência visual

em conjunto com o ensino da musicografia braille, sendo esse, um trabalho desenvolvido

inicialmente por um aluno do curso de licenciatura em música com a coordenação uma

professora da UFRN. Dessa forma, cabe aqui uma breve explanação desse projeto para

justificar o motivo pelo qual o mesmo ter sido o mais citado.

Essa iniciativa começou a trazer cada vez mais membros da comunidade que possuem

deficiência visual para dentro da Escola de Música da UFRN e logo o grupo começou a

ganhar certo destaque fazendo apresentações musicais em eventos. Como consequência

dessas apresentações os alunos do projeto sentiram a necessidade de criar um nome para o

grupo, sendo o nome escolhido por um dos alunos do projeto que disse que o projeto trazia

para ele uma Esperança Viva que se projetava para o futuro.

Desde então outros alunos do curso de graduação se interessaram em trabalhar com

pessoas com outras deficiências como surdez e autismo, logo o que era um projeto de

extensão com um único grupo passou a incorporar outros grupos e foram se somando e

desenvolvendo o que hoje é o Projeto Esperança Viva desenvolve trabalhos de ensino de

30

música para pessoas que possuem uma grande diversidade de deficiência como podemos

observar abaixo:

Flauta doce para pessoas com Deficiência Visual;

Musicografia Braille;

Musicalização para pessoas com Autismo;

Musicalização para pessoas com Síndrome de Down;

Aula de percussão para aluno com Microcefalia;

Aula de percussão para aluno com Síndrome de Down;

Aula de percussão para Deficientes Visuais;

Orquestra de violões Inclusiva;

Musicalização para uma aluna Surda;

Capacitação em Libras por meio de canções;

Musicalização para aluna com Paralisia Cerebral;

Grupo Esperança Viva (grupo de flauta doce formado por pessoas com deficiência

visual e monitores do projeto);

Banda Braille (proposta de banda inclusiva);

Diversas aulas de instrumento para os alunos com deficiência que desejam

desenvolver suas habilidades em instrumentos específicos (piano, baixo elétrico, guitarra,

saxofone, dentre outros).

Podemos perceber que esse projeto propõe e promove a desmistificação dos fazeres

artístico-musicais das pessoas com deficiência, além de oferecer às pessoas com deficiência a

oportunidade de estudar música e concorrer a vagas nos cursos desta área no ensino técnico e

superior de música ao mesmo tempo em que serve como laboratório para o desenvolvimento

de metodologias alternativas e apreensão de novas experiências em contextos de educação

especial e inclusiva para os alunos da graduação em música.

Além disso, é importante ressaltar que o Projeto Esperança Viva tem incentivado a

produção científica da área de Educação Especial, fortalecendo a pesquisa e buscando dar

suporte aos alunos para que possam transformar as práticas e experiências em trabalhos

científicos. Como prova disso, podemos observar o Quadro 2 que explana a produção

científica que aborda como base o Projeto Esperança Viva no ano de 2016.

31

Quadro 2 – Produção científica no Projeto Esperança Viva (2016)

(Continua)

DISSERTAÇÃO

TÍTULO Música e deficiência visual: os processos de aprendizagem

musical no Projeto Esperança Viva

AUTOR Edibergon Varela Bezerra

INSTITUIÇÃO UFRN

ESPECIALIZAÇÃO (ARTIGO)

TÍTULO O ensino de música para pessoas com deficiência visual:

Projeto de Extensão “Esperança Viva”

AUTOR Jaime Gomes da Rocha

INSTITUIÇÃO UFRN

TÍTULO Projeto Som Azul: reflexões sobre musicalização e

autismo.

AUTOR Luana Kalinka Cordeiro Barbosa

INSTITUIÇÃO UFRN

MONOGRAFIA

TÍTULO A importância da extensão universitária sob a perspectiva

da inclusão no ensino de música para pessoas com

deficiência visual

AUTOR Chandra Thais Mendes dos Santos

INSTITUIÇÃO UFRN

TÍTULO Banda Braille EMUFRN: relato de experiência da prática

de conjunto com deficientes visuais

AUTOR Allyson Alexandre Freire

INSTITUIÇÃO UFRN

32

Quadro 2 – Produção científica no Projeto Esperança Viva (2016)

(Continuação)

ARTIGOS – ANAIS

TÍTULO Materiais de estudos para o ensino da Musicografia

Braille: transformando dificuldades em ideias

AUTOR Maurício Eslabão da Fonseca

EVENTO IV Encontro sobre Ensino de Música para Pessoas com

Deficiência Visual (EMDV) / II Seminário de Música e

Inclusão

TÍTULO Contribuição do Projeto Esperança Viva para a formação

de docentes e alunos com deficiência

AUTORES Maurício Eslabão da Fonseca; Raiane Silmara Nascimento

da Silva

EVENTO XIII Encontro Regional da Associação Brasileira de

Educação Musical (ABEM) Nordeste

TÍTULO Técnica vocal para alunos com deficiência visual: um

olhar sobre o desafio dessa prática no Grupo Esperança

Viva (EMUFRN)

AUTORES Thaise Cristina Marcelino Matias

EVENTO XIII Encontro Regional da ABEM Nordeste

TÍTULO A monitoria de assistência ao estudante com deficiência

visual no Curso de Licenciatura em Música: um relato de

experiência

AUTORES Moisés Carneiro Ferreira Junior

EVENTO IV EMDV / II Seminário de Música e Inclusão

TÍTULO Tutoria inclusiva: um estudo de caso

AUTORES Gessé José de Araújo; Hanna Camila de Barros Câmara

EVENTO IV EMDV / II Seminário de Música e Inclusão

33

Quadro 2 – Produção científica no Projeto Esperança Viva (2016)

(Continuação)

ARTIGOS – ANAIS

TÍTULO Ensino de música para pessoas com deficiência visual:

caminhos de inclusão

AUTORES Alfredo Moises da Cruz; Evandra Bezerra de Medeiros

Zanetti

EVENTO IV EMDV / II Seminário de Música e Inclusão

TÍTULO Ensino de música para pessoa com microcefalia no Projeto

Esperança Viva da Escola de Música da UFRN

AUTORES Alfredo Moises da Cruz

EVENTO Encontro Nacional do Fórum Latino-americano de

Educação Musical Brasil

TÍTULO Projeto Som Azul: musicalização e autismo

AUTORES Luana Kalinka Cordeiro; Raiane Silmara Nascimento da

Silva; Gessé José de Araújo

EVENTO XIII Encontro Regional da ABEM Nordeste

TÍTULO Aula no Projeto Esperança Viva: uma atividade da

disciplina de Musicografia Braille no Curso de

Licenciatura em Música da UFRN - relato de experiência

AUTOR Pâmela Araújo de Moura

EVENTO IV EMDV / II Seminário de Música e Inclusão

BANNERES

TÍTULO Desenvolvimento de materiais para o ensino de

Musicografia Braille no Projeto Esperança Viva

AUTOR Cleonio Tavares de Almeida; Maurício Eslabão da

Fonseca

EVENTO Semana de Ciência, Tecnologia e Cultura (CIENTEC)

2016

34

Quadro 2 – Produção científica no Projeto Esperança Viva (2016)

(Continuação)

BANNERES

TÍTULO Som Azul: Grupo de Musicalização e Autismo

AUTOR Kalinka Cordeiro; Liana Monteiro; Gessé Araújo; Raiane

Silva; Fernando Marcolino; Igor Prass; Isabella Souza; Joyce

Dayane; Maurício Eslabão.

EVENTO CIENTEC 2016

TÍTULO Ensino de música para pessoa com Microcefalia no Projeto

Esperança Viva da Escola de Música da UFRN

AUTORES Alfredo Moises da Cruz

EVENTO Encontro Nacional do Fórum Latino-americano de Educação

Musical Brasil

TÍTULO Orquestra de violões e inclusão: uma proposta para pessoas

com deficiência visual

AUTORES Allyson Alexandre Freire; Chandra Thais Mendes dos Santos

EVENTO CIENTEC 2016

TÍTULO Música e inclusão: os processos da música que fortalecem o

ensino e a inclusão de pessoas com deficiência

AUTOR Allyson Alexandre Freire

EVENTO CIENTEC 2016

TÍTULO A caracterização da monitoria voltada para alunos com

deficiência visual

AUTOR Moisés Carneiro Ferreira Junior

EVENTO CIENTEC 2016

TÍTULO Experiência de ensino de música para aluno com Microcefalia

AUTOR Alfredo Moises da Cruz

EVENTO CIENTEC 2016

35

Quadro 2 – Produção científica no Projeto Esperança Viva (2016)

(Conclusão)

BANNERES

TÍTULO O Musibraille e sua funcionalidade prática no processo de

ensino-aprendizagem na Educação Musical inclusiva

AUTOR Kleybson Soares Costa

EVENTO CIENTEC 2016

TÍTULO Flauta doce para alunos com autismo na visão de um educador

cego

AUTOR Gessé José de Araújo

EVENTO CIENTEC 2016

Fonte: Almeida; Fonseca (2016); Araújo (2016); Araújo; Câmara (2016); Barbosa (2016); Bezerra (2016); Cordeiro et al (2016); Cordeiro; Silva; Araújo (2016); Costa (2016); Cruz (2016a, 2016b, 2016c); Cruz;

Zanetti (2016); Ferreira Junior (2016a, 2016b); Fonseca (2016); Fonseca; Silva (2016); Freire (2016a,

2016b); Freire; Santos (2016); Matias (2016); Moura (2016); Rocha (2016); Santos (2016).

O trabalho desenvolvido nesse projeto de extensão ainda resultou na criação do Setor

de Musicografia Braille e Apoio à Inclusão (SEMBRAIN), setor esse que funciona dentro da

EMUFRN e trabalha principalmente com a adaptação de materiais, livros e métodos para o

ensino da música adaptados para pessoas com deficiências diversas, além de dar suporte aos

alunos com deficiência visual que estudam na EMUFRN atualmente.

Entretanto, não podemos esquecer o outro projeto de extensão citado pelos

questionados e que desenvolve um trabalho de musicalização infantil intitulado Expressão

musical - Musicalização infantil. Este se desenvolve na UERN e abrange crianças de 2 a 7

anos de idade visando sensibilizar e desenvolver musicalmente de forma lúdica em um

contexto inclusivo, pois é ofertada uma vaga para aluno com Necessidades Específicas em

cada uma das turmas que foram abertas pelo Edital n. 01 / 2017 – DART7 / FALA8 / UERN

(GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, 2017).

Seguindo a análise do Gráfico 6 podemos observar que uma resposta foi classificada

como descaracterizada. Isso ocorreu porque um dos participantes da pesquisa citou o

departamento que apoia a inclusão, entretanto a pergunta era direcionada aos projetos de

extensão e não a departamentos como a Comissão Permanente de Apoio a Estudantes com

Necessidades Especiais (CAENE) da UFRN ou o Departamento de Apoio à Inclusão (DAIN)

7Departamento de Artes (DART). 8Faculdade de Letras e Artes (FALA).

36

da UERN, mas mesmo esta resposta não indicando um projeto de extensão deve ser

considerada em parte, pois o DAIN é o departamento da UERN que centraliza as discussões,

fornece apoio e suporte de tecnologias assistivas e aos projetos de extensão da área da

educação especial e inclusiva no campus da UERN, e se alguém precisar da informação de

projetos de extensão esta pessoa as conseguirá nesse departamento.

Outro ponto importante dessa pesquisa se dá com relação ao entendimento e

capacidade de identificar características que definem contextos, legislação e conceitos

diversos do universo da Educação Especial e Inclusiva, visando compreender como estão os

conhecimentos e informações que os alunos dos cursos de licenciatura em música se

apropriaram até os dias atuais.

Primeiramente, busquei a opinião e aceitei as respostas dos alunos contando com a

veracidade das respostas submetidas por cada um deles no questionário, o que me deu uma

visão geral das pessoas que acreditam saber identificar determinados conceitos. Assim sendo,

podemos observar abaixo a quantidade de pessoas que afirmam compreender a diferença entre

Educação Especial e Educação Inclusiva.

Gráfico 7 – Dizem compreender a diferença entre Educação Especial e Inclusiva

Fonte: O autor (2017).

Nota: Gráfico em pizza com duas fatias indicando a quantidade de alunos que dizem

compreender a diferença entre educação especial e educação inclusiva. Dados: Sim - dezenove respostas equivalentes a 73%. Não - sete respostas equivalentes a 27%.

O Gráfico 7 demonstra que, de acordo com a autoavaliação dos alunos pesquisados,

73% deles acreditam saber diferenciar Educação Especial de Educação Inclusiva o que nos

37

daria um resultado considerável em questão de quantidade de alunos que compreendem

conceitos que são tão importantes para a formação de professores.

Seguindo na mesma linha de autoavaliação buscou-se compreender a opinião deles

sobre o curso e projetos de extensão, especificamente se eles acreditavam que o curso e as

ações de extensão os proporcionavam experiências suficientes para desenvolver trabalhos em

contextos de educação especial ou inclusiva, para assim conseguir uma estimativa dos alunos

que se sentiam preparados para o desafio de trabalhar nesses contextos.

Gráfico 8 – Acreditam que o Curso somado às ações de extensão prepara

suficientemente para trabalhos de Educação Especial ou Inclusiva

Fonte: O autor (2017).

Nota: Gráfico em pizza com três fatias indicando a quantidade de alunos que acreditam que o Curso somado às ações de extensão, proporciona experiências suficientes para desenvolver

trabalhos em contextos de Educação Especial ou Inclusiva. Dados: Sim - quinze respostas

equivalentes a 58%. Não - cinco respostas equivalentes a 19%. Talvez - seis respostas

equivalentes a 23%.

Os resultados obtidos com esse questionamento me fizeram refletir simplesmente por

um detalhe: a quantidade de pessoas que diz que o curso, somado às ações de extensão, não os

faz sentir preparados para desenvolver trabalhos com educação especial (GRÁFICO 8)

coincide exatamente com o número de pessoas que dizem não ter contato com pessoas com

Necessidades Específicas ou deficiências (GRÁFICO 3), porém os resultados do cruzamento

desses dados foram bem diferentes. Dessas cinco pessoas que não se sentem preparadas para

desenvolver trabalhos com educação especial ou inclusiva, quatro afirmaram na questão

anterior que tem contato com pessoas com deficiência, o que me levou à seguinte reflexão:

será que por conhecer pessoas com deficiência estes alunos tomaram como base essas pessoas

38

com quem tem contato para chegar a suas conclusões? Entretanto esse questionamento surgiu

posteriormente à aplicação dos questionários, o que impossibilitou a busca por uma resposta

para tal questionamento.

Outro ponto importante dessa pesquisa, seguindo na linha de autoavaliação, foi

questionar os alunos sobre seus conhecimentos sobre a legislação que aborda os direitos das

pessoas com deficiência. Sendo assim, optamos por perguntar acerca da Lei mais atual que

abordasse os direitos das pessoas com deficiência, sendo esta o Estatuto da Pessoa com

Deficiência, Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência – Lei nº 13.146 / 2015

(BRASIL, 2015).

Gráfico 9 – Dizem conhecer a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência

Fonte: O autor (2017).

Nota: Gráfico em pizza com duas fatias indicando a quantidade de alunos que dizem possuir

conhecimentos acerca da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. Dados: Sim -

onze respostas equivalentes a 42%. Não - quinze respostas equivalentes a 58%.

O resultado mostra claramente que mais da metade dos alunos pesquisados afirmam

não conhecer a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, consequentemente isso

demonstra que uma grande parte das pessoas que possui contato com pessoas com deficiência

não buscou conhecer os direitos expressados nessa Lei, mesmo assim, não podemos afirmar

que eles não possuam conhecimentos de senso comum e de outras leis, entretanto eles

afirmam não conhecer a Lei mais atual em vigor no nosso país.

O que torna isso tão relevante é que este estudo foi direcionado aos professores em

formação, sendo que estes podem e, na maioria dos casos, irá se deparar com o ensino em

39

classes inclusivas, já que estas estão previstas na Lei nº 13.146 / 2015 em seu Art. 27

garantindo que:

A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistema

educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a

vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas

características, interesses e necessidades de aprendizagem (BRASIL, 2015,

p. 19).

Sendo assim, seria interessante pensar durante a formação desses licenciandos mais

disciplinas que abordassem o tema, pois os alunos afirmam que ainda não absorveram os

conhecimentos acerca da Lei de forma efetiva.

Por conseguinte questionei os alunos acerca do posicionamento deles perguntando

para os futuros professores de música qual a opinião deles sobre a inclusão de pessoas com

deficiência em turmas regulares da Educação Básica.

Como podemos observar a grande maioria se posicionou a favor e citou o quão

importante essa inclusão é para o desenvolvimento de uma cultura de inclusão social. Isso é

claramente observado nas respostas dos candidatos no Gráfico 10.

Gráfico 10 – Opinião dos alunos acerca da inclusão de pessoas com deficiência

em turmas regulares da Educação Básica

Fonte: O autor (2017).

Nota: Gráfico em pizza com cinco fatias indicando a quantidade de alunos por posicionamento

acerca da inclusão de pessoas com deficiência em turmas regulares da educação básica. Dados:

Favoráveis - dezenove respostas equivalentes a 73%. Contra - uma resposta equivalente a 4%.

Responderam sem se posicionar - cinco respostas equivalentes a 19%. Abstenção - uma

resposta equivalente a 4%.

40

O Gráfico 10 é uma síntese das respostas discursivas dos candidatos e que foram

caracterizados e distribuídos em quatro tipos de respostas: a) favoráveis; b) responderam a

questão sem se posicionar; c) contra e d) uma pessoa que preferiu não responder. Sendo

assim, analisaremos algumas das respostas destes questionários e, a partir delas, buscaremos

refletir sobre suas opiniões da mesma forma como aconteceu durante a classificação de suas

respostas.

Primeiramente, iremos observar algumas respostas que foram favoráveis à inclusão de

pessoas com deficiência em turmas regulares da educação básica. O Aluno 1 UERN se

expressa da seguinte forma: “Acredito que seja de tamanha importância para fazer com que

tanto a pessoa com deficiência tenha contato com pessoas sem deficiência, como também as

pessoas regulares possam compreender esse universo conhecendo pessoas especiais”.

(ALUNO 1 - UERN, 2017)9.

Esta pessoa apesar de utilizar um termo que caiu em desuso quando fala de pessoas

especiais demonstra entender que a inclusão é capaz de desencadear mudanças sociais, sendo

essas importantes para tornar as pessoas sem deficiências informadas dos direitos e liberdades

das pessoas com deficiência. Além disso, acreditamos que esse é um dos caminhos mais

lógicos que as pessoas com deficiência devem percorrer para desenvolverem sua

independência, pois ao ocuparem seus lugares em sociedade vão adaptar-se a novos espaços e

experiências, onde possivelmente terão que buscar formas de se tornar mais independentes

para poder executar suas atividades sem o auxílio de pessoas sem deficiência.

Seguindo com outra resposta favorável temos a do Aluno 2 UERN, que não diz

somente que é a favor, mas diz que algumas condições para que isso aconteça devem ser

asseguradas. “Desde que sejam evitados possíveis abusos aos incluídos e trabalhada a

consciência e respeito acerca do assunto, acho salutar para o desenvolvimento de uma nação

plural e com menos preconceitos.” (ALUNO 2 - UERN, 2017)10. Esta reflexão nos remete a

importância de preparar os futuros professores e já atuantes da rede de ensino para o trabalho

em contexto inclusivo, sendo esta uma prerrogativa para que os alunos sejam de fato incluídos

em todas as disciplinas e atividades.

Podemos observar uma visão positivista nas palavras do estudante do primeiro período

Aluno 1 UFRN, quando afirma sua posição sobre a inclusão de pessoas com deficiência em

turmas de ensino regular declarando a necessidade de “[...] uma ação que deva ser obrigatória

e que tenha um investimento maior. Preparar os docentes e toda a instituição para recebê-los é

9Documento online não paginado. 10Documento online não paginado.

41

extremamente importante. Espero que seja crescente o número de pessoas com deficiência no

contexto da educação básica e superior” (ALUNO 1 UFRN, 2017)11.

A primeira parte da declaração quando o aluno sugere uma ação obrigatória é de fato

obrigatória e está prevista no Estatuto da Pessoa com Deficiência quando afirma que:

É dever do Estado, da sociedade e da família assegurar à pessoa com

deficiência, com prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à sexualidade, à paternidade e à maternidade, à alimentação, à ha-

bitação, à educação, à profissionalização, ao trabalho, à previdência social, à

habilitação e à reabilitação, ao transporte, à acessibilidade, à cultura, ao

desporto, ao turismo, ao lazer, à informação, à comunicação, aos avanços científicos e tecnológicos, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à convi-

vência familiar e comunitária, entre outros decorrentes da Constituição

Federal, da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo e das leis e de outras normas que garantam seu bem-

estar pessoal, social e econômico (BRASIL, 2015, p. 13, grifo nosso).

Levando em consideração o que está disposto na Lei nº 13.146 / 2015 (BRASIL,

2015), podemos perceber que os direitos das pessoas com deficiência devem ser assegurados

pelo estado e este deve fornecer e disponibilizar o acesso dessas pessoas a tudo o que for de

direito delas, pela sociedade que deve evitar a criação de barreiras e empecilhos que possam

ferir os direitos dessas pessoas. Entretanto o governo não proporciona de fato tudo o que está

descrito na Lei supracitada à população de forma satisfatória.

Além disso, é fundamental que família não superproteja as pessoas com deficiência

para não tornar essas pessoas dependentes, mas sim incentivar para que estas se tornem

independentes e busquem desenvolver suas habilidades.

Entretanto não podemos afirmar que a Lei consegue de fato organizar e garantir os

direitos que estas pessoas possuem, sendo que, por muitas vezes as pessoas desconhecem seus

direitos e ao mesmo tempo o estado não consegue cumprir com direitos básicos como saúde e

educação de forma satisfatória.

Continuando com as reflexões acerca das respostas dos alunos, temos a opinião do

Aluno 2 UFRN afirmando que "[...] o direito do intérprete em sala, por exemplo, que por

muitas vezes, não está presente ou existem pouquíssimos contratados pela Prefeitura / Estado"

(ALUNO 2 - UFRN, 2017)12. Desta maneira, podemos refletir sobre a opinião do aluno que

resolveu usar como exemplo o direito ao intérprete da LIBRAS no contexto do ensino regular.

11Documento online não paginado. 12 Documento online não paginado.

42

A ausência dos intérpretes é algo que acontece e isso afeta o desenvolvimento e

apreensão dos conhecimentos por parte dos alunos surdos, entretanto a Lei Brasileira de

Inclusão da Pessoa com Deficiência - Lei nº 13.146 / 2015 - no Artigo 28:

Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar,

incentivar, acompanhar e avaliar: [...] XI - formação e disponibilização de

professores para o atendimento educacional especializado, de tradutores e intérpretes da Libras, de guias intérpretes e de profissionais de apoio

(BRASIL, 2015, p. 21)

Sendo assim, não deveriam acontecer tais casos de alunos surdos ou com deficiência

auditiva estudando sem o auxílio de intérpretes.

Outro ponto importante é a necessidade do ensino da LIBRAS ao aluno durante o

período da alfabetização ou até com antecedência para que o mesmo possa acompanhar. Pois

de nada adianta um intérprete em sala de aula se o aluno não souber LIBRAS para

compreender o que está sendo debatido e ensinado em sala de aula.

Seguindo na análise das respostas observemos a posição do Aluno 3 UFRN que não se

posiciona exatamente como sendo a favor, mas aponta uma dificuldade que influencia na

inclusão. "O grande problema é que: as escolas ainda não estão preparadas para uma educação

inclusiva, precisa-se urgentemente melhorar o sistema educacional em nosso país" (ALUNO 3

- UFRN, 2017)13.

Esse comentário é pertinente e a grande maioria das escolas da rede básica de ensino

foi construída há muito tempo, sendo assim, os padrões e normas que deveriam estar de

acordo eram bem diferentes dos dias atuais, padrões estes que foram se adequando às pessoas

com deficiência ao longo da história através de convenções, tratados e leis que passaram a

normatizar parâmetros que visassem à acessibilidade dos espaços físicos e apoiassem a

adaptação e construção de materiais e metodologias inclusivas.

Seguindo nessa mesma linha, temos o Aluno 4 UFRN que se diz contra, mas de forma

temporária. Nas palavras, ele assume que "Por enquanto sou contra, pois, infelizmente a

Educação Básica do RN não está preparada estruturalmente para receber as mesmas"

(ALUNO 4 - UFRN, 2017)14. Dessa forma, podemos observar que o aluno não é,

necessariamente, contra a inclusão, mas acredita que a mesma não é possível nas turmas de

ensino básico regular com a organização e estrutura das escolas dos dias atuais em nosso país,

sem deixar de levar em consideração

13Documento online não paginado. 14Documento online não paginado.

43

[...] que 99% das matrículas em educação infantil se concentram nas redes municipais (73%) e privada (26%) de ensino (BRASIL. MEC15. INEP16,

2009 [apud BUENO; MELETTI, 2011, p. 285]), redes essas muito díspares e

distintas, que vão desde sistemas municipais ou instituições particulares com estrutura bastante adequada até redes e instituições precaríssimas, com

propostas educacionais que expressam princípios muito diferentes (BUENO;

MELETTI, 2011, p. 285).

Em outra questão foi perguntado se os alunos dos cursos de graduação em música

seriam capazes de distinguir os conceitos de deficiência e incapacidade que são termos muito

fáceis de confundir por estarem interligados.

Gráfico 11 – Sabem a diferença entre deficiência e incapacidade

Fonte: O autor (2017).

Nota: Gráfico em pizza com cinco fatias indicando a quantidade de alunos que conseguem

diferenciar deficiência de incapacidade. Dados: Corretamente - dez respostas equivalentes a

38%. Incorretamente - doze respostas equivalentes a 46%. Não respondeu - uma resposta equivalente a 4%. Não sabe - duas respostas equivalentes a 8%. Anulada - uma resposta

equivalente a 4%.

Após análise das respostas do questionário as respostas foram dividas em cinco

categorias, sendo estas, a categoria das pessoas que responderam corretamente,

incorretamente, não souberam, uma pessoa que não respondeu efetivamente a pergunta e uma

resposta anulada por ser copiada de site da internet.

Como podemos observar pelo gráfico, a comparação entre a quantidade de respostas

corretas e incorretas é muito próxima, o que demonstra que estes conceitos ainda necessitam

15Ministério da Educação (MEC). 16Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP).

44

ser fortificados e trabalhados. Além disso, se formos incluir nesses cálculos os alunos que não

souberam, não responderam efetivamente e a resposta plágio somadas aos que responderam

de forma errada somam 72% das pessoas pesquisadas, o que nos permite afirmar que esses

conceitos não estão de fato sendo apreendidos pelos alunos pesquisados dos cursos de

licenciatura em música do RN.

Primeiramente, vamos definir o que é deficiência e incapacidade para podermos então

refletir acerca das respostas obtidas nos questionários da pesquisa. De acordo com a Lei

Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência - Lei nº 13.146 / 2015 - considerasse pessoa

com deficiência aquela que “[...] que tem impedimento de longo prazo de natureza física,

mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode

obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as

demais pessoas” (BRASIL, 2015, p. 2).

Entretanto, a deficiência é confundida com a incapacidade por estarem interligadas na

sua essência, pois a incapacidade é resultado de uma deficiência que acaba debilitando ou

limitando habilidades tornando as pessoas com deficiência incapazes de realizar determinadas

tarefas comuns para as pessoas ditas normais.

Tomando como base as definições e explicações acima explanadas podemos

classificar as respostas em categorias como foi descrito anteriormente e então poderemos

analisar as respostas dos alunos e refletir acerca delas.

Neste primeiro momento iremos refletir acerca das respostas que melhor definiram ou

que nos tragam reflexões coerentes acerca do que é deficiência e incapacidade.

De acordo com o Aluno 5 UFRN “Deficiência: pode ser de natureza física ou

intelectual, mas que não a define como ‘incapaz’ para realizar respectiva ação” (ALUNO 5 -

UFRN, 2017)17. Esse estudante consegue claramente definir deficiência e algumas das áreas

que esta pode afetar, e apesar de não englobar todas as deficiências quando diz que estas

podem ser de origem física ou intelectual (já que existem deficiências como a sensorial e

mental) faz uma boa reflexão quando assume que a deficiência não define alguém como

incapaz.

Seguindo na mesma linha, temos a resposta do Aluno 6 UFRN que mesmo não

conseguindo responder claramente o que seriam deficiência e incapacidade nos remete ao

princípio de que “A incapacidade é a consequência da deficiência” (ALUNO 6 - UFRN,

2017)18, nesse sentido está claramente correto e a incapacidade pode sim ser decorrência de

17Documento online não paginado. 18Documento online não paginado.

45

uma deficiência e na verdade as duas estão muitas vezes ligadas, porém nem todos os casos

são iguais e a deficiência não pode definir alguém como incapaz.

Em outra perspectiva, temos o Aluno 7 UFRN que acredita que:

A deficiência é algo inerente ao corpo, à condição física ou intelectual da

pessoa, por exemplo, a cegueira e a síndrome de Down. Esteja o mundo

acessível ou não, a deficiência está lá. Já a incapacidade é o resultado da relação entre a deficiência e as eventuais barreiras do meio (BARA, 2012

apud ALUNO 7 - UFRN, 2017)19.

Entretanto, esta resposta foi pesquisada na Internet e se encontra disponível em um

Blog20, sendo assim, esta resposta não caracteriza uma resposta válida e foi classificada como

anulada, pois a mesma não expressa a resposta sincera e única que poderia nos situar sobre os

conhecimentos do aluno em questão.

Na resposta do Aluno 4 UFRN podemos observar que ele acredita erroneamente que a

diferença entre deficiência e incapacidade se caracteriza de acordo com o tempo, como

podemos observar na resposta a seguir.

A incapacidade é uma redução, seja ela física, psicológica ou intelectual que

impede a pessoa de executar certa atividade momentaneamente, já a deficiência está relacionada aos impedimentos de longo prazo de natureza

física, mental, intelectual ou sensorial, nas quais acabam criando uma

barreira com a sociedade podendo obstruir sua participação efetiva em igualdades de condição com as demais pessoas (ALUNO 4 - UFRN, 2017,

grifo nosso)21.

Esta resposta chama a atenção por classificar a deficiência com impedimentos de

longo prazo, característica que está descrita no Artigo 1º da Convenção dos Direitos Humanos

e que deixa explícito que as

Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo

de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na

sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas (BRASIL,

2012, p. 26).

19Documento online não paginado. 20BARA, Guilherme. A diferença entre deficiência e incapacidade. 2012. Disponível em: <

http://www.blogdoguilhermebara.com.br/a-diferenca-entre-deficiencia-e-incapacidade/>. Acesso em: 18 maio

2017. 21Documento online não paginado.

46

Nesse sentido, a resposta está correta, entretanto ele confunde a incapacidade que é

uma característica resultante da deficiência e que acarreta a ineficiência ou impossibilidade de

realizar determinada tarefa que as pessoas sem deficiência poderiam executar.

Entretanto, ainda existem alunos que acreditam não haver diferença entre deficiência e

incapacidade, como podemos observar nas palavras do Aluno 1 UERN que responde

afirmando que deficiência e incapacidade são “A mesma coisa, não existe diferença entre

ambas, elas estão ligadas a mesma resposta” (ALUNO 1 - UERN, 2017)22.

Essa resposta demonstra que ainda temos muito que desenvolver e que os conceitos

básicos que estão ligados às pessoas com deficiência ainda não estão enraizados de fato em

nossa sociedade, nem em contextos de ensino superior o que remete a reflexão do quão

importante é incentivar as pessoas com deficiência a buscar seu espaço na sociedade e na luta

por seus direitos.

Prosseguindo com a análise das respostas obtidas em questionário, passamos à questão

sobre os conhecimentos acerca de Tecnologias Assistivas (TA), com base nesses dados foi

montado o gráfico abaixo que informa a quantidade de pessoas que não sabiam definir TA, a

quantia de pessoas que definiram de forma correta e a quantidade de respostas anuladas.

Gráfico 12 – Conseguem definir Tecnologias Assistivas

Fonte: O autor (2017).

Nota: Gráfico em pizza com três fatias indicando a quantidade de alunos que conseguem

definir tecnologias assistivas. Dados: Definem corretamente - treze respostas equivalentes a

50%. Não conseguem definir - nove respostas equivalentes a 35%. Anuladas - quatro respostas

equivalentes a 15%.

22Documento online não paginado.

47

Como podemos observar nove pessoas conseguiram definir o que são TA e isso é um

total de 35% do total das pessoas que responderam o questionário. Esse resultado é relevante

em termos de conhecimento do termo, entretanto muitas destas pessoas conhecem TA, mas

não sabem definir o que elas são.

Sendo assim, podemos partir para a análise dos alunos que responderam de fato o que

são TA para que possamos refletir acerca de sua definição.

De acordo com o Aluno 3 UERN podemos definir basicamente que as TA “São as

tecnologias que auxiliam na independência de pessoas com necessidades especiais” (ALUNO

3 - UERN, 2017)23, sendo esta uma das funções básicas de toda TA. Agora, aprofundando um

pouco mais, o Aluno 2 UERN descreve as TA como “[...] tecnologias que possibilitam um

grau de autonomia de pessoas com deficiências debilitantes, a exemplo das cadeiras de rodas

ou mesmo óculos especiais para daltônicos” (ALUNO 2 - UERN, 2017)24. Nesse caso, o uso

do termo deficiência debilitante foi erroneamente utilizado, pois nem toda deficiência

debilita a saúde da pessoa com deficiência.

Entretanto, acredito que o intuito da pessoa era escrever que TA são tecnologias que

possibilitam certo grau de autonomia, devolvendo as pessoas com deficiência capacidades das

quais estavam sendo privadas por consequências da deficiência.

Outro dado que deve ser ressaltado e será exposto abaixo é que todas as respostas

provenientes de alunos da UFRN que, descreveram e citaram exemplos, usaram nesses

exemplos TA que são utilizadas por pessoas com deficiência visual.

“São ferramentas criadas ou adaptadas para facilitar questões como o acesso à

informação, mobilidade e afins. Leitores de tela, bengala, linha braille...” (ALUNO 5 - UFRN,

2017)25.

“Toda tecnologia que auxilia a pessoa com deficiência a cumprir tarefas ou

entretenimento. Bons exemplos disso são: Musescore, musibraille, a bengala, o brailito, etc...”

(ALUNO 2 - UFRN, 2017)26.

“São recursos adaptados para facilitar o acesso da pessoa com deficiência a

determinadas atividades e funções, ex. bengala, impressora braille, brailito, musibraille,

reglete [...]” (ALUNO 4 - UFRN, 2017)27.

23Documento online não paginado. 24Documento online não paginado. 25

Documento online não paginado. 26Documento online não paginado. 27Documento online não paginado.

48

Essas respostas provavelmente são oriundas do contato que os alunos da UFRN têm

com pessoas com deficiência visual, sendo esta a primeira deficiência a ter um projeto de

extensão que a contemplasse na EMUFRN denominado Curso de Flauta Doce para Pessoas

com Deficiência Visual que posteriormente cresceu, passou a desenvolver trabalho com

outras deficiências e passou a se chamar Projeto Esperança Viva.

Além disso, a UFRN já possuiu três alunos com deficiência visual no Curso de

Licenciatura em Música, sendo dois deles já formados e uma caloura do ano corrente. O que

proporciona aos alunos da UFRN, através do convívio com estes alunos deficientes visuais, o

contato com as TA que foram desenvolvidas para esse público e que são utilizadas por eles

cotidianamente.

Entretanto, uma das coisas que mais me chamou a atenção foi que alguns dos alunos,

mesmo fazendo parte de projetos de extensão que trabalham com pessoas com deficiência não

se apropriaram dos conceitos e buscaram auxílio para responder as questões em outras fontes,

entretanto as respostas coincidiram e foram todas baseadas na seguinte definição:

Tecnologia Assistiva - TA é um termo ainda novo, utilizado para

identificar todo o arsenal de recursos e serviços que contribuem para

proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com

deficiência e conseqüentemente promover vida independente e

inclusão (BERSCH; TONOLLI, 2006 apud BERSCH, 2013, p. 2).

Sendo assim, estas respostas foram caracterizadas como anuladas para o efeito do

levantamento acerca dos conhecimentos dos alunos sobre educação especial e educação

inclusiva que buscamos discutir e refletir nesta pesquisa, pois a resposta não foi baseada nos

conhecimentos dos alunos, mas em pesquisa na internet. Vale salientar que as respostas foram

todas classificadas de acordo com a definição de TA de Bersch; Tonolli (2006 apud

BERSCH, 2013).

Entretanto, o ideal para a inclusão é que todo o material, projeto ou estrutura seja

baseado em Desenho Universal que tem como objetivo “[...] definir um projeto de produtos e

ambientes para ser usado por todos, na sua máxima extensão possível, sem necessidade de

adaptação ou projeto especializado para pessoas com deficiência.” (CARLETTO;

CAMBIAGUI, [200-], p. 10).

Sendo este baseado em sete princípios básicos.

49

Quadro 3 – Os sete princípios do Desenho Universal

OS SETE PRINCÍPIOS DO DESENHO UNIVERSAL

IGUALITÁRIO - Uso equiparável (para pessoas com diferentes capacidades).

ADAPTÁVEL - Uso flexível (com leque amplo de preferências e habilidades).

ÓBVIO - Simples e intuitivo (fácil de entender).

CONHECIDO - Informação perceptível (comunica eficazmente a informação

necessária).

SEGURO - Tolerante ao erro (que diminui riscos de ações involuntárias).

SEM ESFORÇO - Com pouca exigência de esforço físico.

ABRANGENTE - Tamanho e espaço para o acesso e o uso.

Fonte: Carletto; Cambiagui ([200-], p. 7).

Se conseguirmos seguir o máximo desses princípios em nossos projetos poderemos

fazer com que a inclusão aconteça de forma mais natural e prática em nosso cotidiano.

Na questão seguinte do questionário resolvi colocar à prova a resposta dos alunos e

testar se eles saberiam mesmo identificar um contexto de educação especial entre alternativas

que abordassem conceitos de educação inclusiva. Essa questão foi desenvolvida no intuito de

testar os resultados dos alunos que disseram conhecer a diferença entre os conceitos de

educação especial e educação inclusiva (questão 3 do questionário no APÊNDICE A).

Gráfico 13 – Conseguem identificar contexto de Educação Especial

Fonte: O autor (2017).

Nota: Gráfico em pizza com duas fatias indicando a quantidade de alunos que conseguem

identificar contextos de educação especial. Dados: Conseguem - dez respostas equivalentes a

38%. Não conseguem - dezesseis respostas equivalentes a 62%.

50

Em conformidade com o gráfico acima representado podemos observar que 38% das

pessoas acertaram esta questão, ou seja, um número bem menos expressivo do que as pessoas

que diziam saber diferenciar estes conceitos que era um total de 73%.

E se formos cruzar os dados ainda mais, temos dentro do total de respostas corretas

para essa pergunta 8% de acertos de pessoas que disseram não saber a diferença entre os dois

conceitos, logo o total de pessoas que afirmaram saber a diferença entre educação especial e

educação inclusiva e que de fato conseguiram identificar a diferença entre esses conceitos no

questionário cai para 30% do total.

Porém, ainda não achava que apenas uma questão seria relevante suficiente para tomar

como base para entender se estas pessoas tinham errado por conta da complexidade que a

pergunta teve em sua formulação, ou por algum outro fator como não conhecer as definições

dos conceitos suficientemente para diferencia-los na descrição dos contextos que foram

abordados na questão.

Desta maneira, resolvi incluir uma última questão (APÊNDICE A) que demonstrasse

de forma gráfica contextos de exclusão, segregação, inclusão e integração para que assim eu

pudesse ter outra questão para gerar dados mais consistentes.

Gráfico 14 – Conseguem identificar nas imagens qual caracteriza exclusão,

segregação, integração e inclusão

Fonte: O autor (2017).

Nota: Gráfico em pizza com duas fatias indicando a quantidade de alunos que conseguem

identificar a partir da imagem (questão 10 do questionário) qual parte dela caracteriza exclusão,

segregação, integração e inclusão. Dados: Conseguem - dezessete respostas equivalentes a

65%. Não conseguem - nove respostas equivalentes a 35%.

51

Seguindo os dados acima demonstrados temos que nesta questão a quantidade de

pessoas que conseguiu de forma efetiva identificar os contextos subiu de forma acentuada

para 65%, logo, não podemos descartar que pessoas apreendem e entendem conceitos de

forma diferente e isto pode ter gerado essa mudança nos resultados. Entretanto, do total de

pessoas que respondeu esta questão e assumiu não saber a diferença entre educação especial e

inclusiva é de 11% do total. Logo, temos um resultado de 54% das pessoas pesquisadas que

afirmaram saber a diferença entre educação especial e educação inclusiva que conseguiram de

forma efetiva identificar as mesmas numa questão montada de forma gráfica.

52

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Depois de analisar todos os questionários e documentos que apoiam a inclusão e

educação especial citados nesse trabalho abordarei minhas reflexões acerca do

comprometimento das instituições de ensino pesquisadas com o movimento inclusivo que

vemos atualmente no ensino superior.

Primeiramente devemos compreender que esse movimento surge como reflexo de

ações sociais e das políticas públicas desenvolvidas ao longo da história e que atualmente

desenvolvem o papel de regulamentação dos direitos das pessoas com deficiência.

Com base nas políticas públicas e leis atuais podemos observar que as instituições de

ensino superior pesquisadas tem buscado desenvolver mecanismos, comissões e

departamentos que visam promover a inclusão de pessoas com deficiência no ensino superior,

assim como adaptar e buscar caminhos para que essa inclusão aconteça de forma efetiva.

Nesse sentido as universidades pesquisadas, através de seus programas de

desenvolvimento institucional, têm firmado compromisso de quebrar as barreiras atitudinais,

físicas e arquitetônicas para que as pessoas com deficiência possam estudar em suas sedes.

Nessa perspectiva observei em minha visita as duas universidades que algumas barreiras

ainda existem na arquitetura das duas instituições (faltam pisos táteis, rampas de acesso, etc.),

mas fica claro que as instituições buscam corrigir determinadas falhas para melhor atender

seus estudantes com necessidades específicas, entretanto é necessário levar em consideração

que para conseguir as adequações necessárias as instituições tem que se submeter à processos

muito burocráticos de licitações de obras e para aquisição de produtos e serviços que muitas

vezes demoram longos períodos de tempo para serem efetivados.

Sendo mais específico e adentrando na questão do acesso aos cursos de Música

devemos compreender que para o ingresso nos cursos de licenciatura em música, nessas

instituições, são requeridos conhecimentos prévios de teoria musical e instrumentos.

Entretanto, no caso de pessoas com alguma deficiência as instituições devem buscar

metodologias adaptadas, provas adaptadas, recursos como o sistema Braille e tempo para a

realização das provas condizentes com a condição da pessoa que irá se submeter ao teste

visando adequar estes testes a realidade das pessoas com deficiência e dar suporte para que as

mesmas possam de forma justa concorrer as vagas.

Agora imagine um deficiente visual que só estudou música através da reprodução e

prática auditiva, como seria a aplicação de leituras e escritas musicais para essas pessoas? De

53

que forma uma pessoa com deficiência visual pode ser incluída se a entrada dela depende de

conhecimentos específicos que não são amplamente disseminados?

Enquanto isso, os projetos de extensão têm mostrado a importância de abrir as portas

da universidade para a sociedade em geral fornecendo meios para que estas pessoas possam

apreender conhecimentos que nem sempre são encontrados com facilidade na sociedade atual

e, ao mesmo tempo, serve de espaço formativo para os alunos de graduação.

Seguindo nessa linha, os projetos de extensão na UFRN voltados para educação

especial e inclusiva tem possibilitado que as pessoas com deficiência adquiram os

conhecimentos necessários para os testes que os alunos devem se submeter para entrar nos

cursos de música.

Ainda devemos destacar que o trabalho desenvolvido pelo SEMBRAIN na EMUFRN

tem sido de grande valia no quesito adaptação de materiais, sendo esses adaptados para que

qualquer aluno da instituição que possua deficiência possa utilizá-los em seus processos de

ensino e aprendizagem.

Acredito ainda que a inserção de disciplinas da área da educação especial e inclusiva

tem sido uma das bases para a modificação das concepções dos alunos dos cursos de

licenciatura em música do RN, sendo essas disciplinas as que buscam orientar e fomentar a

discussão entre os alunos, além de prepará-los para um futuro no qual podem vir a dar aulas

para pessoas com deficiência.

Nesse ponto podemos observar que a UERN tem buscado promover inclusão no seu

curso de música utilizando-se de estratégias muito parecidas com as da UFRN. Sendo assim, a

criação de disciplinas e cursos com características inclusivas é o caminho adotado pelas duas

instituições nesse processo inclusivo.

Nesse sentido, podemos observar que o processo de introdução das disciplinas e de

projetos de extensão focados na educação especial e inclusiva tem instaurado e expandido o

movimento inclusivo que acreditamos ser uma firme base para o fortalecimento da

disseminação dos direitos e capacidades que as pessoas com deficiência possuem.

Com base nos questionários busquei compreender o quanto os alunos dos cursos de

licenciatura em música conhecem da legislação que envolve as pessoas com deficiência, da

educação especial e inclusiva e entender a partir disso como o movimento inclusivo dentro de

cada uma das instituições tem contribuído na formação desses futuros professores.

Acredito que o curso de licenciatura em música da UFRN está caminhando muito

bem, pois tem desenvolvido nos alunos do curso conhecimentos acerca dos direitos, formas

de ensino e, além disso, possibilitado aos alunos o contato com essas pessoas com deficiência

54

através dos projetos de extensão. O que serve como agente modificador no âmbito social e

fortalece a inclusão dessas pessoas na sociedade promovendo o convívio com pessoas com

deficiência e a capacitação da comunidade acadêmica da EMUFRN.

Entretanto, esse movimento que está surgindo no curso de música da UERN ainda é

muito recente e com base nos poucos questionários que recebemos respondidos dos alunos da

instituição acredito que esse movimento deve crescer gradualmente ao longo dos próximos

anos, afinal é uma das metas da universidade trabalhar pela inclusão e os alunos que

responderam ao questionário tinham uma visão parecida com os questionários respondidos

por alunos da EMUFRN, porém com menos informação e conhecimentos específicos.

É importante enfatizar que as concepções dos alunos refletem o atual conhecimento

atual que os mesmos possuem acerca dos conceitos e direitos das pessoas com deficiência e

que estes tem mostrado-se sensíveis e razoavelmente informados da necessidade da educação

especial e inclusiva para modificar a sociedade a tornando menos preconceituosa. Apesar do

questionário aplicado se basear em conceitos e conhecimentos, devemos compreender que as

concepções dos alunos podem estar de acordo com os ideais de inclusão mesmo que as

pessoas não consigam definir estes conceitos, entretanto conhecimento é um agente

modificador em sociedade e deve ser incentivado visando construir uma sociedade mais

informada e seja mais harmônica com as diferenças.

Por fim acredito que as vivências proporcionadas pelos projetos de extensão dessa área

tem tido papel importante na criação de uma cultura inclusiva e que, por mais que as

informações ensinadas nas disciplinas não sejam completamente apreendidas pelos alunos,

estas tem um papel importante na conscientização dos futuros professores da área que

buscarão formar pessoas melhores e mais conscientes de que ser diferente é normal e não

podemos segregar ou excluir alguém por sua deficiência, afinal todos somos seres humanos.

Diferentes, mas ainda assim humanos!

55

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Cleonio Tavares de; FONSECA, Maurício Eslabão da. Desenvolvimento de

materiais para o ensino de Musicografia Braille no Projeto Esperança Viva. Natal, RN,

2016. 1 pôster técnico e científico. Pôster apresentado na XXII Semana de Ciência,

Tecnologia e Cultura (CIENTEC) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

em outubro de 2016.

ALUNO 1 - UERN. Questionário. Mossoró, RN, 2017. Questionário aplicado via e-mail

pelo autor deste trabalho aos alunos do Curso de Licenciatura em Música da Universidade do

Estado do Rio Grande do Norte (UFRN). Documento não publicado.

ALUNO 1 - UFRN. Questionário. Natal, RN, 2017. Questionário aplicado via e-mail pelo

autor deste trabalho aos alunos do Curso de Licenciatura em Música da Universidade do

Estado do Rio Grande do Norte (UFRN). Documento não publicado.

ALUNO 2 - UERN. Questionário. Mossoró, RN, 2017. Questionário aplicado via e-mail

pelo autor deste trabalho aos alunos do Curso de Licenciatura em Música da Universidade do

Estado do Rio Grande do Norte (UFRN). Documento não publicado.

ALUNO 2 - UFRN. Questionário. Natal, RN, 2017. Questionário aplicado via e-mail pelo

autor deste trabalho aos alunos do Curso de Licenciatura em Música da Universidade do

Estado do Rio Grande do Norte (UFRN). Documento não publicado.

ALUNO 3 - UERN. Questionário. Mossoró, RN, 2017. Questionário aplicado via e-mail

pelo autor deste trabalho aos alunos do Curso de Licenciatura em Música da Universidade do

Estado do Rio Grande do Norte (UFRN). Documento não publicado.

ALUNO 3 - UFRN. Questionário. Natal, RN, 2017. Questionário aplicado via e-mail pelo

autor deste trabalho aos alunos do Curso de Licenciatura em Música da Universidade do

Estado do Rio Grande do Norte (UFRN). Documento não publicado.

ALUNO 4 - UFRN. Questionário. Natal, RN, 2017. Questionário aplicado via e-mail pelo

autor deste trabalho aos alunos do Curso de Licenciatura em Música da Universidade do

Estado do Rio Grande do Norte (UFRN). Documento não publicado.

ALUNO 5 - UFRN. Questionário. Natal, RN, 2017. Questionário aplicado via e-mail pelo

autor deste trabalho aos alunos do Curso de Licenciatura em Música da Universidade do

Estado do Rio Grande do Norte (UFRN). Documento não publicado.

ALUNO 6 - UFRN. Questionário. Natal, RN, 2017. Questionário aplicado via e-mail pelo

autor deste trabalho aos alunos do Curso de Licenciatura em Música da Universidade do

Estado do Rio Grande do Norte (UFRN). Documento não publicado.

ALUNO 7 - UFRN. Questionário. Natal, RN, 2017. Questionário aplicado via e-mail pelo

autor deste trabalho aos alunos do Curso de Licenciatura em Música da Universidade do

Estado do Rio Grande do Norte (UFRN). Documento não publicado.

56

ARAÚJO, Gessé José de. Flauta doce para alunos com autismo na visão de um educador

cego. Natal, RN, 2016. 1 pôster técnico e científico. Pôster apresentado na XXII Semana de

Ciência, Tecnologia e Cultura (CIENTEC) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

(UFRN) em outubro de 2016.

______.; CÂMARA, Hanna Camila de Barros. Tutoria inclusiva: um estudo de caso In:

ENCONTRO SOBRE ENSINO DE MÚSICA PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

VISUAL, 4., 2016, Natal, RN. Natal, RN: UFRN, 2016. Documento não publicado.

BARBOSA, Luana Kalinka Cordeiro. Projeto Som Azul: reflexões sobre musicalização e

autismo. 2016. 18 f. Artigo (Especialização) - Escola de Música, Universidade Federal do Rio

Grande do Norte, Natal, RN, 2016.

BERSCH, Rita. Introdução à tecnologia assistiva. Porto Alegre, RS: Assistiva – Tecnologia

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BEZERRA, Edibergon Varela. Música e deficiência visual: os processos de aprendizagem

musical no Projeto Esperança Viva. 2016. 129 f. Dissertação (Mestrado) - Escola de Música,

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, 2016.

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educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, ano 134, n. 248, 23 dez. 1996.

Seção 1, p. 27833-27841. Disponível em: <http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/

index.jsp?data=23/12/1996&jornal=1&pagina=1&totalArquivos=289>. Acesso em: 25 abr.

2015.

______. Ministério da Educação. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Plano de

Desenvolvimento Institucional: 2010-2019 Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

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______. Secretaria de Direitos Humanos. Secretaria Nacional de Promoção de Direitos da

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legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008: decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009. 4. ed.

Brasília: Secretaria de Direitos Humanos, Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da

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Diversidade e Inclusão. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da

Educação Inclusiva. [2014]. Não paginado. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/

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educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva-05122014&Itemid=30192>. Acesso

em: 18 maio 2017.

57

______. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa

com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Diário Oficial da União, Atos do

Poder Legislativo, Brasília, DF, ano 152, n. 127, 7 jul. 2015. Seção 1, p. 2. Disponível

em:<http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=07/07/2015

&jornal=1&pagina=2&totalArquivos=72>. Acesso em: 18 maio 2017.

BUENO, José Geraldo Silveira; MELETTI, Silvia Márcia Ferreira. Educação infantil e

educação especial: uma análise dos indicadores educacionais brasileiros. Revista

Contrapontos, [S.l.], v. 11, n. 3, p. 278-287, set.-dez. 2011. Revista Eletrônica. Disponível

em:<http://siaiap32.univali.br/seer/index.php/rc/article/view/2938/2036>. Acesso em: 27 jun.

2017.

CARLETTO, Ana Claudia; CAMBIAGHI, Silvana. Desenho universal: um conceito para

todos. [S.l.: s.n.], [200-].

CORDEIRO, Kalinka et al. Som Azul: Grupo de Musicalização e Autismo. Natal, RN, 2016.

1 pôster técnico e científico. Pôster apresentado na XXII Semana de Ciência, Tecnologia e

Cultura (CIENTEC) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) em outubro de

2016.

______.; SILVA, Raiane Silmara; ARAÚJO, Gessé José. Projeto Som Azul: musicalização e

autismo. In: ENCONTRO REGIONAL NORDESTE DA ABEM, 13., 2016, Teresina, PI.

Anais... Teresina, PI: UFPI, 2016. Não paginado. Disponível em:

<http://abemeducacaomusical.com.br/conferencias/index.php/regnd2016/

regnd2016/paper/viewFile/2018/959>. Acesso em: 27 jun. 2017.

COSTA, Kleybson Soares. O Musibraille e sua funcionalidade prática no processo de

ensino-aprendizagem na educação musical inclusiva. Natal, RN, 2016. 1 pôster técnico e

científico. Pôster apresentado na XXII Semana de Ciência, Tecnologia e Cultura (CIENTEC)

da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) em outubro de 2016.

CRUZ, Alfredo Moises da. Experiência de ensino de música para aluno com Microcefalia.

Natal, RN, 2016a. 1 pôster técnico e científico. Pôster apresentado na XXII Semana de

Ciência, Tecnologia e Cultura (CIENTEC) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

(UFRN) em outubro de 2016.

______. Ensino de música para pessoa com microcefalia no Projeto Esperança Viva da

Escola de Música da UFRN. In: ENCONTRO NACIONAL DO FÓRUM

LATINOAMERICANO DE EDUCAÇÃO MUSICAL (FLADEM) Brasil, 2016, Parnaíba, PI.

Parnaíba, 2016b. 1 artigo científico não publicado.

______. ______. Parnaíba, PI, 2016c. 1 pôster técnico e científico. Pôster apresentado no

Encontro Nacional do Fórum Latinoamericano de Educação Musical (FLADEM) Brasil em

outubro de 2016.

______.; ZANETTI, Evandra Bezerra de Medeiros. Ensino de música para pessoas com

deficiência visual: caminhos de inclusão. In: ENCONTRO SOBRE ENSINO DE MÚSICA

PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL, 4., 2016, Natal, RN. Natal, RN: UFRN,

2016. Documento não publicado.

58

FERREIRA JUNIOR, Moisés Carneiro. A monitoria de assistência ao estudante com

deficiência visual no curso de licenciatura em música: um relato de experiência. In:

ENCONTRO SOBRE ENSINO DE MÚSICA PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

VISUAL, 4., 2016, Natal, RN. Natal, RN: UFRN, 2016a. Documento não publicado.

______. A caracterização da monitoria voltada para alunos com deficiência visual. Natal,

RN, 2016b. 1 pôster técnico e científico. Pôster apresentado na XXII Semana de Ciência,

Tecnologia e Cultura (CIENTEC) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

em outubro de 2016.

FONSECA, Maurício Eslabão da. Materiais de estudos para o ensino da musicografia

braille: transformando dificuldades em ideias. In: ENCONTRO SOBRE ENSINO DE

MÚSICA PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL, 4., 2016, Natal, RN. Natal, RN:

UFRN, 2016. Documento não publicado.

______.; SILVA, Raiane Silmara Nascimento da. Contribuição do Projeto Esperança Viva

para a formação de docentes e alunos com deficiência. In: ENCONTRO REGIONAL

NORDESTE DA ABEM, 13., 2016, Teresina, PI. Anais... Teresina, PI: UFPI, 2016. Não

paginado. Disponível em:<http://www.abemeducacaomusical.com.br/conferencias/index.php/

regnd2016/regnd2016/paper/viewFile/1995/911>. Acesso em: 27 jun. 2017.

FREIRE, Allyson Alexandre. Banda Braille EMUFRN: relato de experiência da prática de

conjunto com deficientes visuais. 2016a. 42 f. Monografia (graduação) – Escola de Música,

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, 2016.

______. Música e inclusão: os processos da música que fortalecem o ensino e a inclusão de

pessoas com deficiência. Natal, RN, 2016b. 1 pôster técnico e científico. Pôster apresentado

na XXII Semana de Ciência, Tecnologia e Cultura (CIENTEC) da Universidade Federal do

Rio Grande do Norte (UFRN) em outubro de 2016.

______.; SANTOS, Chandra Thais Mendes dos. Orquestra de violões e inclusão: uma

proposta para pessoas com deficiência visual. Natal, RN, 2016. 1 pôster técnico e científico.

Pôster apresentado na XXII Semana de Ciência, Tecnologia e Cultura (CIENTEC) da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) em outubro de 2016.

GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE. Secretaria de Estado da

Educação e da Cultura (SEEC). Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Edital n.

001 / 2016 – Reitoria – FUERN: concurso público de provas e títulos para provimento do

cargo de professor efetivo da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Mossoró, RN,

2016. Disponível em:<https://idecan.s3.amazonaws.com/concursos/253/10_

30062016104208.pdf>. Acesso em: 27 jun. 2017.

______. ______. ______. Faculdade de Letras e Artes (FALA). Departamento de Artes

(DART). Conservatório de Música D’Alva Stella Nogueira Freire (CMDSNF). Edital n. 01 /

2017 – DART / FALA / UERN. Mossoró, RN, 2017. Disponível

em:<http://portal.uern.br/wp-content/uploads/2017/02/EDITAL01_2017_DART_Cursos_

Livres.pdf>. Acesso em: 28 jun. 2017.

KIRK, Samuel A.; GALLAGHER, James J. Educação da criança excepcional. Tradução:

Marilia Zanella Sanvicente. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

59

MATIAS, Thaise Cristina Marcelino. Técnica vocal para alunos com deficiência visual: um

olhar sobre o desafio dessa prática no Grupo Esperança Viva (EMUFRN). In: ENCONTRO

REGIONAL NORDESTE DA ABEM, 13., 2016, Teresina, PI. Anais... Teresina, PI: UFPI,

2016. Não paginado. Disponível em:<http://abemeducacaomusical.com.br/conferencias/

index.php/regnd2016/regnd2016/paper/viewFile/1988/909>. Acesso em: 27 jun. 2017.

MOURA, Pâmela Araújo de. Aula no Projeto Esperança Viva: uma atividade da disciplina

de musicografia braille no Curso de Licenciatura em Música da UFRN - relato de

experiência. In: ENCONTRO SOBRE ENSINO DE MÚSICA PARA PESSOAS COM

DEFICIÊNCIA VISUAL, 4., 2016, Natal, RN. Natal, RN: UFRN, 2016. Documento não

publicado.

RIBEIRO, Maria Luisa Sprovieri. Perspectivas da escola inclusiva: algumas reflexões. In:

RIBEIRO, M. L. S.; BAUMEL, R. C. R. de C. (Org.). Educação especial: do querer ao fazer.

São Paulo: Avercamp, 2007. cap. 3, p. 41-51.

ROCHA, Jaime Gomes da. O ensino de música para pessoas com deficiência visual:

Projeto de Extensão “Esperança Viva”. 2016. 13 f. Artigo (Especialização) - Escola de

Música, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, 2016.

SAMPIERI, Roberto Henandez; COLLADO, Carlos Fernández.; LUCIO, Maria del Pilar

Baptista. Metodologia de pesquisa. Tradução: Daisy Vaz de Moraes. 5. ed. Porto Alegre:

AMGH, 2013.

SANTOS, Chandra Thais Mendes dos. A importância da extensão universitária sob a

perspectiva da inclusão no ensino de música para pessoas com deficiência visual. 2016.

40 f. Monografia (graduação) – Escola de Música, Universidade Federal do Rio Grande do

Norte, Natal, RN, 2016.

SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro:

WVA, 1997.

SOUSA, Aécio Cândido de (Org.). Plano de Desenvolvimento Institucional - PDI: UERN.

Mossoró, RN: UERN, 2008. Disponível em:<http://www.uern.br/pdi/

Livro%20do%20PDI%20da%20UERN.pdf >. Acesso em: 18 maio 2017.

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (Mossoró, RN). Cursos:

Música: matriz curricular. [200-]. Disponível em:<http://www.uern.br/cursos/servico.asp?

fac=FALA&cur_cd=1026200&grd_cd=20142&cur_nome=M%FAsica&grd_medint=8&item

=grade>. Acesso em: 29 jun. 2017.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (Natal, RN). Sistema

Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (SIGAA). Estrutura curricular: Música –

Licenciatura. [200-]. Disponível em:<https://sigaa.ufrn.br/sigaa/link/public/

curso/curriculo/98743742>. Acesso em: 29 jun. 2017.

60

ANEXO A - DISCIPLINAS DA GRADE CURRICULAR DO CURSO DE

LICENCIATURA EM MÚSICA DA UERN

Quadro 4 - Disciplinas da grade curricular do Curso de Licenciatura em Música da UERN

(Continua)

1º SEMESTRE

CÓDIGOS

DAS

DISCIPLINAS

DISCIPLINAS CARGA

HORÁRIA NATUREZA

0402020-1 Fundamentos da Língua Inglesa 60 Obrigatória

0403007-1 Instrumento Harmônico I 30 Obrigatória

0403081-1 Introdução à Universidade e ao Curso 30 Obrigatória

0401054-1 Língua Portuguesa Instrumental I 60 Obrigatória

0401059-1 Metodologia do Trabalho Científico 60 Obrigatória

0403005-1 Seminários em Acompanhamento

Instrumental

30 Obrigatória

0403011-1 Técnica Vocal I 30 Obrigatória

0403001-1 Teoria e Percepção Musical I 60 Obrigatória

2º SEMESTRE

CÓDIGOS

DAS

DISCIPLINAS

DISCIPLINAS CARGA

HORÁRIA NATUREZA

0704021-1 História da Arte 30 Obrigatória

0403008-1 Instrumento Harmônico II 30 Obrigatória

0701019-1 Introdução à Antropologia 60 Obrigatória

0403022-1 Prática de Coral I 30 Obrigatória

0403017-1 Prática Instrumental I 30 Obrigatória

0403006-1 Seminários em Percepção 30 Obrigatória

0403009-1 Seminários em Psicologia da Educação

Musical

30 Obrigatória

0403002-1 Teoria e Percepção Musical II 60 Obrigatória

61

Quadro 4 - Disciplinas da grade curricular do Curso de Licenciatura em Música da UERN

(Continuação)

3º SEMESTRE

CÓDIGOS

DAS

DISCIPLINAS

DISCIPLINAS CARGA

HORÁRIA NATUREZA

0403028-1 História da Música I 90 Obrigatória

0403089-1 Introdução à Etnomusicologia 30 Obrigatória

0401089-1 Língua Brasileira de Sinais 60 Obrigatória

0403023-1 Prática de Coral II 60 Obrigatória

0403018-1 Prática Instrumental II 30 Obrigatória

0301045-1 Psicopedagogia 60 Obrigatória

0403003-1 Teoria e Percepção Musical III 60 Obrigatória

4º SEMESTRE

CÓDIGOS

DAS

DISCIPLINAS

DISCIPLINAS CARGA

HORÁRIA NATUREZA

0301009-1 Didática 60 Obrigatória

0403041-1 Estética 60 Obrigatória

0403029-1 História da Música II 90 Obrigatória

0403090-1 Metodologia da Pesquisa em Música 30 Obrigatória

0403010-1 Metodologia do Ensino da Música 30 Obrigatória

0403024-1 Prática de Coral III 30 Obrigatória

0403019-1 Prática Instrumental III 60 Obrigatória

0403015-1 Seminários em Apreciação Musical 30 Obrigatória

0403004-1 Teoria e Percepção Musical IV 60 Obrigatória

5º SEMESTRE

CÓDIGOS

DAS

DISCIPLINAS

DISCIPLINAS CARGA

HORÁRIA NATUREZA

0403060-1 Contraponto I 30 Obrigatória

0403033-1 Didática da Iniciação Musical I 60 Obrigatória

62

Quadro 4 - Disciplinas da grade curricular do Curso de Licenciatura em Música da UERN

(Continuação)

5º SEMESTRE

CÓDIGOS

DAS

DISCIPLINAS

DISCIPLINAS CARGA

HORÁRIA NATUREZA

0403021-1 Estágio Supervisionado I 105 Obrigatória

0301014-1 Estrutura e Funcionamento do Ensino

Básico

60 Obrigatória

0403045-1 Harmonia I 60 Obrigatória

0403043-1 Metodologia do Som e do Ritmo 90 Obrigatória

0403020-1 Prática Instrumental IV 30 Obrigatória

0403016-1 Seminários em Pedagogia Instrumental 30 Obrigatória

6º SEMESTRE

CÓDIGOS

DAS

DISCIPLINAS

DISCIPLINAS CARGA

HORÁRIA NATUREZA

0403088-1 Contraponto II 30 Obrigatória

0403034-1 Didática da Iniciação Musical II 60 Obrigatória

0403026-1 Estágio Supervisionado II 105 Obrigatória

0403046-1 Harmonia II 60 Obrigatória

0403030-1 Música Brasileira 60 Obrigatória

0403058-1 Organologia 30 Obrigatória

0403050-1 Regência I 60 Obrigatória

0403027-1 Seminários em Pesquisa I 30 Obrigatória

7º SEMESTRE

CÓDIGOS

DAS

DISCIPLINAS

DISCIPLINAS CARGA

HORÁRIA NATUREZA

0403079-1 Computação em Música 30 Obrigatória

0403031-1 Estágio Supervisionado III 105 Obrigatória

0403047-1 Harmonia III 60 Obrigatória

63

Quadro 4 - Disciplinas da grade curricular do Curso de Licenciatura em Música da UERN

(Continuação)

7º SEMESTRE

CÓDIGOS

DAS

DISCIPLINAS

DISCIPLINAS CARGA

HORÁRIA NATUREZA

0403055-1 Morfologia e Análise Musical I 60 Obrigatória

0403051-1 Regência II 90 Obrigatória

0403032-1 Seminários em Pesquisa II 30 Obrigatória

0403035-1 Seminários em Planejamento e Avaliação

em Música

30 Obrigatória

8º SEMESTRE

CÓDIGOS

DAS

DISCIPLINAS

DISCIPLINAS CARGA

HORÁRIA NATUREZA

0403036-1 Estágio Supervisionado IV 105 Obrigatória

0403091-1 Monografia 150 Obrigatória

0403056-1 Morfologia e Análise Musical II 60 Obrigatória

0403052-1 Regência III 90 Obrigatória

OUTROS COMPONENTES

CÓDIGOS

DAS

DISCIPLINAS

DISCIPLINAS CARGA

HORÁRIA NATUREZA

0704035-1 Antropologia Cultural 60 Optativa

0402019-1 Fundamentos da Língua Espanhola 60 Optativa

0403085-1 Harmonia e Improvisação 30 Optativa

0403038-1 Música Brasileira Popular 30 Optativa

0403070-1 Oficina de Composição I 30 Optativa

0403071-1 Oficina de Composição II 30 Optativa

0403082-1 Organização de Bandinha Rítmica 30 Optativa

0301034-1 Pesquisa Educacional 60 Optativa

0403040-1 Prática de Conjunto 30 Optativa

64

Quadro 4 - Disciplinas da grade curricular do Curso de Licenciatura em Música da UERN

(Conclusão)

OUTROS COMPONENTES

CÓDIGOS

DAS

DISCIPLINAS

DISCIPLINAS CARGA

HORÁRIA NATUREZA

0403062-1 Prosódia 60 Optativa

0403042-1 Prosódia Musical 30 Optativa

0301017-1 Psicologia da Educação 90 Optativa

Fonte: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE ([200-])28. Nota: Quadro 4 adaptado pelo autor deste trabalho baseado em UERN ([200-]).

28Documento online não paginado.

65

ANEXO B - DISCIPLINAS DA GRADE CURRICULAR DA LICENCIATURA EM

MÚSICA DA UFRN

Quadro 5 - Disciplinas da grade curricular do Curso de Licenciatura em Música da UFRN

(Continua)

1º NÍVEL

CÓDIGOS

DAS

DISCIPLINAS

DISCIPLINAS CARGA

HORÁRIA NATUREZA

ART0053 Fundamentos da Arte na Educação 60h Obrigatória

FPE0680 Fundamentos Sócio-filosóficos da

Educação

60h Obrigatória

MUS2001 Linguagem e Estruturação Musical I 60h Obrigatória

MUS3501 Introdução à Metodologia Científica 30h Obrigatória

MUS5011 Atividades Orientadas I - Metodologia do

Ensino da Música na Educação Infantil e

Fundamental

100h Obrigatória

CARGA HORÁRIA Total: 310h.

2º NÍVEL

CÓDIGOS

DAS

DISCIPLINAS

DISCIPLINAS CARGA

HORÁRIA NATUREZA

FPE0681 Fundamentos da Psicologia Educacional 60h Obrigatória

MUS2002 Linguagem e Estruturação Musical II 60h Obrigatória

MUS2401 História da Música 60h Obrigatória

MUS5012 Atividades Orientadas II - Metodologia do

Ensino da Voz e Música Coral

100h Obrigatória

CARGA HORÁRIA Total: 280h.

3º NÍVEL

CÓDIGOS

DAS

DISCIPLINAS

DISCIPLINAS CARGA

HORÁRIA NATUREZA

MUS0500 Metodologia da Pesquisa em Música 30h Obrigatória

66

Quadro 5 - Disciplinas da grade curricular do Curso de Licenciatura em Música da UFRN

(Continuação)

3º NÍVEL

CÓDIGOS

DAS

DISCIPLINAS

DISCIPLINAS CARGA

HORÁRIA NATUREZA

MUS2003 - Linguagem e Estruturacao Musical III 60h Obrigatória

MUS5013 - Atividades Orientadas III - Metodologia do

Ensino da Música para Adolescentes e

Adultos

100h Obrigatória

PEC0683 - Didática 60h Obrigatória

CARGA HORÁRIA Total: 250h.

4º NÍVEL

CÓDIGOS

DAS

DISCIPLINAS

DISCIPLINAS CARGA

HORÁRIA NATUREZA

MUS1207 Regência I 60h Obrigatória

MUS2004 Linguagem e Estruturacao Musical IV 60h Obrigatória

MUS2041 Didática Musical 60h Obrigatória

MUS5014 Atividades Orientadas IV - Metodologia

do Ensino da Música em contextos não

escolares

100h Obrigatória

CARGA HORÁRIA Total: 280h.

5º NÍVEL

CÓDIGOS

DAS

DISCIPLINAS

DISCIPLINAS CARGA

HORÁRIA NATUREZA

MUS1005 Prática de Flauta Doce I 30h Obrigatória

MUS1205 Canto Coral I 60h Obrigatória

MUS3007 Organização de Bandinha Rítmica 60h Obrigatória

MUS5005 Música e Educação Especial 60h Obrigatória

MUS5015 Estágio Supervisionado I 100h Obrigatória

CARGA HORÁRIA Total: 310h.

67

Quadro 5 - Disciplinas da grade curricular do Curso de Licenciatura em Música da UFRN

(Continuação)

6º NÍVEL

CÓDIGOS

DAS

DISCIPLINAS

DISCIPLINAS CARGA

HORÁRIA NATUREZA

FPE0087 Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) 60h Obrigatória

FPE0682 Organização da Educação Brasileira 60h Obrigatória

MUS1006 Prática de Flauta Doce II 30h Obrigatória

MUS3011 Apreciação Musical 60h Obrigatória

MUS5016 Estágio Supervisionado II 100h Obrigatória

CARGA HORÁRIA Total: 310h.

7º NÍVEL

CÓDIGO DA

DISCIPLINA DISCIPLINA

CARGA

HORÁRIA NATUREZA

MUS5017 Estágio Supervisionado III 100h Obrigatória

CARGA HORÁRIA Total: 100h.

8º NÍVEL

CÓDIGOS

DAS

DISCIPLINAS

DISCIPLINAS CARGA

HORÁRIA NATUREZA

MUS4000 Monografia 90h Obrigatória

MUS5018 Estágio Supervisionado IV 100h Obrigatória

MUS6004 Atividades Acadêmico - científico -

culturais

210h Obrigatória

CARGA HORÁRIA Total: 400h.

OUTROS COMPONENTES

CÓDIGOS

DAS

DISCIPLINAS

DISCIPLINAS CARGA

HORÁRIA NATUREZA

ART0218 Pedagogia do Corpo 60h Optativa

ART0221 Tópicos especiais em Dança 60h Optativa

ART0231 Preparação Vocal I 60h Optativa

68

Quadro 5 - Disciplinas da grade curricular do Curso de Licenciatura em Música da UFRN

(Continuação)

OUTROS COMPONENTES

CÓDIGOS

DAS

DISCIPLINAS

DISCIPLINAS CARGA

HORÁRIA NATUREZA

DAE0016 Exame Nacional de Desempenho de

Estudantes (ENADE) - Ingressante

0h Optativa

DAE0019 ENADE - Concluinte 0h Optativa

DEH0019 História da Arte I 60h Optativa

LET0001 Língua Portuguesa I 60h Optativa

MUS0020 Projetos em Música 30h Optativa

MUS0027 Musicografia Braille I 60h Optativa

MUS0028 Musicografia Braille II 60h Optativa

MUS0201 Prática de Conjunto I 60h Optativa

MUS0202 Prática de Conjunto II 60h Optativa

MUS0341 Oficina de Composição I 60h Optativa

MUS0407 Música Brasileira I 30h Optativa

MUS0408 Música Brasileira II 30h Optativa

MUS0409 Música Popular Brasileira I 30h Optativa

MUS0410 Música Popular Brasileira II 30h Optativa

MUS0413 Seminário em Musicologia I 30h Optativa

MUS0414 Seminário em Musicologia II 30h Optativa

MUS1001 Prática de Instrumento Harmônico I 30h Optativa

MUS1002 Prática de Instrumento Harmônico II 30h Optativa

MUS1003 Prática de Instrumento Harmônico III 30h Optativa

MUS1004 Prática de Instrumento Harmônico IV 30h Optativa

MUS1206 Canto Coral II 60h Optativa

MUS1208 Regência II 90h Optativa

MUS1210 Canto Complementar I 30h Optativa

MUS1211 Canto Complementar II 30h Optativa

MUS1231 Instrumento Complementar I 30h Optativa

MUS1232 Instrumento Complementar II 30h Optativa

69

Quadro 5 - Disciplinas da grade curricular do Curso de Licenciatura em Música da UFRN

(Conclusão)

OUTROS COMPONENTES

CÓDIGOS

DAS

DISCIPLINAS

DISCIPLINAS CARGA

HORÁRIA NATUREZA

MUS2301 Harmonia 30h Optativa

MUS2307 Harmonia Funcional 30h Optativa

MUS2311 Analise Musical I 60h Optativa

MUS2312 Analise Musical II 60h Optativa

MUS2331 Música e Computação I 60h Optativa

MUS2332 Música e Computação II 60h Optativa

MUS2402 Seminário em Historia da Música I 60h Optativa

MUS2403 Seminário em Historia da Música II 60h Optativa

MUS2404 Seminário em História da Música III 60h Optativa

MUS2405 Seminário em Historia da Música IV 60h Optativa

MUS2411 Filosofia da Música I 60h Optativa

MUS2412 Filosofia da Música II 60h Optativa

MUS3020 Recursos Tecnológicos na Educação

Musical

30h Optativa

MUS3031 Introdução a Etnomusicologia 60h Optativa

MUS4001 Prática de Instrumento Harmônico V

(Violão I)

30h Optativa

MUS4002 Prática de Instrumento Harmônico VI

(Violão II)

30h Optativa

MUS4003 Prática de Instrumento Harmônico VII

(Violão III)

30h Optativa

MUS4004 Prática de Instrumento Harmônico VIII

(Violão IV)

30h Optativa

CARGA HORÁRIA Total: 2070h.

Fonte: UFRN (2017).

Nota: Quadro 5 adaptado pelo autor deste trabalho baseado em UFRN (2017).

70

APÊNDICE A – ADAPTAÇÃO DO QUESTIONÁRIO ONLINE DA PESQUISA

1ª PARTE DO QUESTIONÁRIO

EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA:

um estudo reflexivo sobre as concepções de licenciandos em Música do Rio Grande do Norte

Esta pesquisa tem o intuito de levantar dados, bem como compreender o pensamento e

conhecimentos acerca da educação especial e inclusiva dos alunos dos Cursos de Licenciatura

em Música do Rio Grande do Norte (UFRN e UERN, Campus Mossoró) e com base nas

informações coletadas buscar perceber de que forma as disciplinas e ações de extensão,

oferecidos pelas instituições pesquisadas, influenciam nesses pensamentos e conhecimentos.

Obs: Os dados coletados neste questionário de pesquisa serão utilizados apenas para fins

acadêmicos e científicos.

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO - Este é um convite para

você participar da pesquisa "Conhecemos a educação especial e/ou inclusiva? - um estudo

com licenciandos em música do Rio Grande do Norte.", sob a responsabilidade do graduando

Maurício Eslabão da Fonseca e Orientação da professora MSc. Catarina Shin Lima de Souza.

Esta pesquisa tem o intuito de levantar dados, bem como compreender o pensamento e

conhecimentos acerca da educação especial e inclusiva dos alunos dos Cursos de Licenciatura

em Música do Rio Grande do Norte (UFRN e UERN, Campus Mossoró) e com base nas

informações coletadas buscar perceber de que forma as disciplinas e ações de extensão,

oferecidos pelas instituições pesquisadas, influenciam nesses pensamentos e conhecimentos.

Responder a esta pesquisa não envolverá quaisquer riscos significativos a você, além da

expressão da sua opinião. Para minimizar qualquer desconforto e manter sua privacidade, o

questionário apresentará caráter anônimo e deverá ser respondido individualmente. Todas as

informações obtidas serão sigilosas e seu nome não será revelado em nenhum momento. Os

dados serão guardados por cinco anos em local seguro e a divulgação dos resultados será feita

de forma a não identificar os participantes, focalizando o seu conteúdo geral e os resultados

estatísticos. Você não terá benefícios pessoais diretos ao participar da pesquisa, mas

contribuirá para o melhor entendimento da consciência acerca da educação inclusiva e

educação especial. O pesquisador não terá nenhum benefício pessoal/financeiro com esta

pesquisa, exceto a produção acadêmica dele decorrente. Não estamos prevendo que você

71

venha a ter quaisquer despesas ou danos em decorrência de sua participação, apenas o

investimento de parte de seu tempo na resposta do questionário. Lembramos que, por se tratar

de uma pesquisa online, ela não está isenta de falhas técnicas decorrentes dessa modalidade de

coleta de dados (problemas de sistema; indisponibilidade provisória das páginas; perda das

informações e necessidade de reinserção dos dados). Durante todo o período da pesquisa você

poderá tirar suas dúvidas com o pesquisador responsável ou com a orientadora: contato do

pesquisador; [email protected] (84-99914-2254), contato da professora

orientadora: [email protected]. Ao assinalar a opção “aceito participar”, a seguir,

você atesta sua anuência com esta pesquisa, declarando que compreendeu seus objetivos, a

forma como ela será realizada e os benefícios envolvidos, conforme descrição aqui efetuada.

( ) Aceito participar.

Nome: _____________________________________________________________

Instituição onde estuda:

( ) UFRN ( ) UERN

Período que está cursando

( ) 1º ( ) 2º ( ) 3º ( ) 4º ( ) 5º ( ) 6º ( ) 7º ( ) 8º ( ) 9º ( ) 10º

( ) Outro. ___________________

2ª PARTE DO QUESTIONÁRIO

1. Você tem contato com alguma pessoa com deficiência?

( ) Sim ( ) Não

1.1 Caso sua resposta foi sim, informe qual sua ligação com a(s) pessoa(s) (Por ex: irmão,

aluno, amigo, tio, pai, mãe...).

_________________________________________________________________________

72

2. Você conhece algum projeto de extensão da universidade onde você estuda que trabalhe

com educação especial ou educação inclusiva?

( ) Sim ( ) Não

2.1 Se sim, qual(is) o(s) nome(s) do(s) projeto(s)?

_________________________________________________________________________

3. Você compreende a diferença entre os conceitos de Educação Especial e Educação

Inclusiva?

( ) Sim ( ) Não

4. Você acredita que o curso somado com as ações de extensão da sua universidade te

proporcionam experiências suficientes para desenvolver trabalhos em contextos de

educação especial ou inclusiva?

( ) Sim ( ) Não ( ) Talvez

5. Você possui conhecimentos acerca da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com deficiência

(Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015)?

( ) Sim ( ) Não

6. Qual a sua opinião acerca da inclusão de pessoas com deficiência em turmas regulares da

educação básica?

_________________________________________________________________________

7. Qual a diferença entre deficiência e incapacidade?

_________________________________________________________________________

8. Você sabe o que são Tecnologias Assistivas?

( ) Sim ( ) Não

73

8.1 Caso a resposta seja “sim”, defina o que são tecnologias assistivas e cite alguns

exemplos.

________________________________________________________________

9. Qual das alternativas a seguir possui as características de um contexto de Educação

Especial?

( ) Contexto de ensino que possui um direcionamento específico para o ensino de

pessoas com determinado tipo de deficiência.

( ) Contexto de ensino que busca a inclusão dos alunos utilizando-se de

metodologias adaptadas para um trabalho em conjunto com pessoas ditas

normais.

( ) Contexto de ensino onde pessoas com e sem deficiências estudam em conjunto.

( ) Contexto de ensino que busca a igualdade de direitos de ensino, dando

oportunidades das pessoas com deficiência se integrar com a sociedade.

10. De acordo com os números da imagem, escolha a sequência de respostas que melhor se

enquadra para definir cada uma das situações.

Figura1 - dividida em quatro partes, sendo a primeira (nº1) delas um círculo com pessoas sem

deficiências e ao redor desse círculo pessoas com deficiência. A segunda (nº2) apresenta dois círculos

separados onde um contém somente pessoas com deficiência e no outro círculo pessoas sem

deficiências. A terceira (nº3) mostra um círculo grande com pessoas Sem deficiências e dentro desse

74

círculo outro menor contendo somente com pessoas com deficiência. E no quarto (nº4) apresenta um

círculo grande contendo pessoas com e sem deficiências misturadas.

( ) 1. Inclusão; 2. Segregação; 3. Exclusão; 4. Integração.

( ) 1. Segregação; 2. Exclusão; 3. Integração; 4. Inclusão.

( ) 1. Exclusão; 2. Segregação; 3. Integração; 4. Inclusão.

( ) 1. Exclusão; 2. Segregação; 3. Inclusão; 4. Integração.

Estaversãofoirevisadaeaprovadapelo(a)orientador(a),sendoaceite,pelaCoordenaçãodeLicenciaturaemMúsica,comoversãofinalválidapara

depósitonoRepositóriodeMonografiasdaUFRN.

____________________________DaniloCesarGuanaisdeOliveira

CoordenadordeLicenciaturaemMúsica