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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Dalliane Vanessa Pires Andrade AVALIAÇÃO DA IMPORTÂNCIA DOS SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE NAS UNIVERSIDADES FEDERAIS Natal 2013

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE...qualidade nas Universidades como 5s, Seis sigma, ISO 9001, NBR 15419:2006, Gespública, MEG, entre outros ..... 99 Tabela 21 - Frequência

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Dalliane Vanessa Pires Andrade

AVALIAÇÃO DA IMPORTÂNCIA DOS SISTEMAS DE GESTÃO

DA QUALIDADE NAS UNIVERSIDADES FEDERAIS

Natal

2013

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ii

DALLIANE VANESSA PIRES ANDRADE

AVALIAÇÃO DA IMPORTÂNCIA DOS SISTEMAS DE GESTÃO

DA QUALIDADE NAS UNIVERSIDADES FEDERAIS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em

Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande

do Norte – UFRN, como parte dos requisitos para obtenção do

Título de Mestre em Engenharia de Produção.

Área de Concentração: Estratégia e Qualidade

Orientador: Jamerson Viegas Queiroz, Dr.

Co-Orientadora: Fernanda Cristina Barbosa Pereira Queiroz,

Dra.

Natal

2013

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iii

Dalliane Vanessa Pires Andrade

AVALIAÇÃO DA IMPORTÂNCIA DOS SISTEMAS DE GESTÃO

DA QUALIDADE NAS UNIVERSIDADES FEDERAIS

Esta dissertação foi julgada adequada para a obtenção do Título de Mestre em

Engenharia de Produção e aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós-

Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande do

Norte – UFRN, na área de concentração: Estratégia e Qualidade.

Natal, 22 de Novembro de 2013.

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________________

Jamerson Viegas Queiroz, Dr.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

Presidente (Orientador)

______________________________________________________________

Fernanda Cristina Barbosa Pereira Queiroz, Dra.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

Membro interno do Programa

______________________________________________________________

Marciano Furukava, Dr.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

Externo ao Programa

______________________________________________________________

Isaura Alberton de Lima, Dra.

Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR

Externo ao Programa

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Aos meus pais e esposo Gustavo Fialho

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v

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus pelo dom da vida e por sempre me dar forças para

seguir adiante.

No desenvolvimento desse trabalho tive o privilégio de receber auxílio de várias

pessoas e sou grata por todo apoio:

Aos meus pais, Clidenor Andrade Júnior e Maria das Neves Pires, pelo carinho, amor e

dedicação.

Ao meu amado esposo Gustavo Fialho, companheiro das horas difíceis e nos momentos

de felicidade, obrigada pelo amor, carinho e pelos estímulos, sem você certamente não

teria concluído este sonho.

Ao meu orientador Jamerson Viegas Queiroz por acreditar e não desistir de mim,

mesmo quando eu já havia desistido; aos professores Marciano Furukava, Fernanda

Cristina e Hélio Roberto, pelo compartilhamento de conhecimentos e oportunidades.

Aos meus colegas de mestrado em especial aos do Grupo de Pesquisa, pelo aprendizado

e contribuições; aos professores do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de

Produção da UFRN

Aos Professores da Banca Examinadora (qualificação e Defesa) que colaboraram com

críticas construtivas para melhoria do trabalho e por fim aos gestores das Universidades

Federais que contribuíram com a pesquisa.

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vi

ANDRADE, Dalliane Vanessa Pires. Avaliação da importância dos sistemas

de gestão da qualidade nas Universidades Federais. Dissertação (Mestrado

em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de

Produção, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal/Rio Grande do Norte,

2013.

RESUMO

A presente dissertação tem como objetivo geral analisar sob a ótica do gestor, a

importância do uso de ferramentas e conceitos da Gestão da qualidade nas

Universidades Federais, que foi motivado pelo seguinte problema de pesquisa: os

gestores das Universidades Federais consideram relevante a gestão da qualidade na sua

instituição? Para tanto, buscou-se reunir elementos para uma abordagem satisfatória que

contemple a complexidade da temática pesquisada: qualidade, ensino superior e

sistemas de gestão da qualidade. Optou-se por adotar um estudo aplicado, a pesquisa

exploratório-descritiva quanto ao objetivo e a pesquisa quali-quanti quanto à abordagem

do problema. O objeto de estudo é composto pelos Pró-reitores de Planejamento das

Universidades Federais, relacionadas no Ranking Universitário Folha – (RUF) no ano

de 2013. Optou-se por restringir a amostra relacionando apenas os pró-reitores das 20

Universidades Federais mais bem colocadas no Ranking. O instrumento de pesquisa foi

composto de 26 questões, das quais 6 questões destinadas a identificação do perfil do

gestor, 16 questões de percepção (variáveis manifestas) sobre a importância da gestão

da qualidade na Universidade, em que os gestores atribuíram valores (respostas) para as

afirmativas (que abordam a temática central dessa dissertação) compostas com base na

escala Likert de 5 pontos, e 4 questões abertas e opcional, com objetivo de identificar de

forma geral as práticas de gestão utilizadas. Utilizou-se como método estatístico (análise

de dados), a estatística descritiva e fatorial. As respostas coletadas por meio do

questionário retrata a percepção que os gestores tem em relação a importância da gestão

da qualidade em suas Instituições. Foram abordadas 16 variáveis, os resultados da

análise fatorial da importância, foram ―Importante‖ e ―Muito importante‖, onde a

variável (V2) foi ―Importante‖ e todas as outras, ―Muito importante‖. Em posse dessas

informações é possível priorizar algumas áreas que merecem medidas imediatas. Assim

como foi possível observar que algumas variáveis são ―Muito importante‖ para a grande

maioria dos gestores, outras não apresentaram o mesmo resultado como exemplo (V2,

V10, V11).Conclui-se que na percepção do gestor à gestão da qualidade na sua

instituição é relevante, contudo a mesma importância não é dada aos programas de

qualidade implantados em outros segmentos da economia, e que apesar dos avanços

proporcionados pelo SINAES, o modelo não avalia a Instituição de uma forma global.

Assim, de posse dos resultados, espera-se contribuir com o avanço do tema, tentando

despertar o interesse dos gestores das Universidades Federais pelo assunto, ressaltando

a importância dos sistemas de gestão da qualidade como instrumento necessário para

elevar a qualidade institucional.

Palavras-chaves: Qualidade; Ensino Superior; Sistemas de Gestão da qualidade.

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vii

ANDRADE, Dalliane Vanessa Pires. Evaluation of the importance of quality

management systems in Federal Universities. Thesis (Master in Production

Engineering) - Post Graduate Program in Production Engineering, Federal University of

Rio Grande do Norte, Natal/Rio Grande do Norte, in 2013.

ABSTRACT

This thesis aims at analyzing from the perspective of the manager the importance of the

use of quality management tools and concepts in Federal Universities. It was motivated

by the following research problem: do Federal University managers consider it to be

relevant the quality management in their institution? Therefore, we sought to gather

evidence for a satisfactory approach that addresses the complexity of the topic

researched: quality, higher education and quality management systems. We chose to

adopt an applied study, the exploratory-descriptive research as to the objective and the

quantitative and qualitative research as to the approach to the problem. The object of

study is composed by the Planning Provosts of Federal Universities listed in the

University Ranking Sheet - (RUF) in 2013. We chose to restrict the sample listing only

the provosts of the 20 best-placed universities in the ranking of the Federal Universities.

The research instrument was composed of 26 questions, of which 6 questions were

designed to identify the profile of the manager, 16 questions of perception (manifested

variables) on the importance of quality management in the University, where the

managers assigned values (answers) to the affirmatives (that address the main topic of

this thesis) based on a Likert scale of 5 points, and 4 open and optional questions, in

order to identify general management practices used. It was used for statistical analysis

(data analysis) descriptive and factorial statistics. The responses collected through the

questionnaire portray the managers' perception regarding the importance of quality

management in their institutions. Sixteen variables were addressed, the results of factor

analysis of importance were "Important" and "Very Important", where the variable (V2)

was "Important" and all others "Very important." With this information, it is possible to

prioritize some areas that deserve immediate action. As it was observed that some

variables are "Very important" for the vast majority of managers, others did not show

the same result as example (V2, V10, V11). It is concluded that the manager's

perception of quality management in his or her institution is relevant, but the same

importance is not given to quality programs implemented in other segments of the

economy, and that, despite the advancements offered by SINAES, the model does not

evaluate the institution in a global way. Thus, with the results, it is expected to

contribute to the advancement of the subject, trying to arouse interest from the managers

of Federal Universities in the subject, emphasizing the importance of quality

management systems as a necessary tool to raise the institutional quality.

Keywords: Quality, Higher Education, Quality Management Systems.

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viii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Estruturação da pesquisa ................................................................................ 20

Figura 2 - Eras da Qualidade .......................................................................................... 23

Figura 3 - Evolução do número de Instituições de Educação Superior no Brasil - 2000 a

2011 ................................................................................................................................ 38

Figura 4 - Representação do Modelo de Excelência da Gestão ..................................... 56

Figura 5 - Ciclo Seis Sigma ............................................................................................ 58

Figura 6 - Modelo de PDCA .......................................................................................... 69

Figura 7 - Evolução do GESPÚBLICA .......................................................................... 76

Figura 8 - Representação Gráfica do Modelo de Excelência em Gestão Pública .......... 79

Figura 9 - Metodologia da Pesquisa ............................................................................... 82

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Evolução do número de matrículas (presencial e a distância) por categoria

administrativa - Brasil - 2001 a 2011 ............................................................................. 15

Tabela 2 - ISO 9001 - Número total de certificações por região - Evolução ................. 67

Tabela 3 - Participação na Pesquisa ............................................................................... 88

Tabela 4 - Faixa etária .................................................................................................... 89

Tabela 5 - Escolaridade .................................................................................................. 89

Tabela 6 - Formação dos Gestores ................................................................................. 89

Tabela 7 - Tempo de atuação na Instituição ................................................................... 90

Tabela 8 - Avaliação do MEC - SINAES ....................................................................... 91

Tabela 9 - Resultado Alfa de Cronbach ......................................................................... 95

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ix

Tabela 10 - Média e desvio padrão das variáveis ........................................................... 96

Tabela 11 - Frequência da afirmativa - Importância da prática de qualidade no setor

acadêmico ....................................................................................................................... 96

Tabela 12 – Frequência da afirmativa - Melhoria da estrutura hierárquica da instituição

........................................................................................................................................ 97

Tabela 13 - Frequência da afirmativa - Melhoria contínua na gestão dos processos

institucionais ................................................................................................................... 97

Tabela 14 - Frequência da afirmativa - É importante fornecer recursos para a promoção

de atividades relacionadas à "Qualidade" na Universidade ............................................ 97

Tabela 15 - Frequência da afirmativa - É importante obter Informações sobre a

percepção dos clientes da Universidade quanto aos seus Requisitos e Necessidades .... 98

Tabela 16 - Frequência da afirmativa - É importante a projeção de Indicadores

consistentes e mensuração de metas claras de serviço e custo na Universidade ............ 98

Tabela 17 - Frequência da afirmativa - É importante a criação de um modelo de

planejamento e distribuição de tarefas com avaliação de resultados na Universidade .. 98

Tabela 18 - Frequência da afirmativa - É importante ter gestores com perfil inovador na

Universidade ................................................................................................................... 99

Tabela 19 - Frequência da afirmativa - É importante a simplificação organizacional da

Universidade ................................................................................................................... 99

Tabela 20 - Frequência da afirmativa - É importante a utilização de sistemas de

qualidade nas Universidades como 5s, Seis sigma, ISO 9001, NBR 15419:2006,

Gespública, MEG, entre outros ...................................................................................... 99

Tabela 21 - Frequência da afirmativa - É importante estimular dentro da instituição o

inconformismo com os níveis de Qualidade................................................................. 100

Tabela 22 - Frequência da afirmativa - É importante eliminar barreiras de comunicação

dentro da Universidade ................................................................................................. 100

Tabela 23 - Frequência da afirmativa - Os recursos humanos constituem o fator crucial

para o sucesso de qualquer política de melhoria na Universidade ............................... 101

Tabela 24 - Frequência da afirmativa - É importante a divulgação de Programas de

qualidade na Universidade............................................................................................ 101

Tabela 25 - Frequência da afirmativa - É importante tornar a Universidade parceira dos

programas de qualidade ................................................................................................ 101

Tabela 26 - Frequência da afirmativa - O fato da Universidade ser ―gestora do

conhecimento‖ é um FACILITADOR da adesão de Programas de qualidade ............. 102

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x

Tabela 27 - Resumo da análise ..................................................................................... 104

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Definições de qualidade ............................................................................... 27

Quadro 2 - Principais ações do Governo nos últimos anos ............................................ 38

Quadro 3 - Dimensões da qualidade e suas correspondentes características na educação

superior ........................................................................................................................... 44

Quadro 4 - Componentes do SINAES ............................................................................ 49

Quadro 5 - Conceitos e Fundamento do MEG .............................................................. 53

Quadro 6 - Inter-relação e os benefícios do programa 5S para as outras ferramentas

gerenciais ........................................................................................................................ 64

Quadro 7 - Instituições de Ensino Superior Certificadas pela ISO 9001 ...................... 67

Quadro 8 - Os oito princípios da gestão de qualidade .................................................... 70

Quadro 9 - Principais macroprocessos em organizações educacionais .......................... 72

Quadro 10 - Principais orientações da NBR 15419:2006 .............................................. 73

Quadro 11 - Relação entre os principais elementos que justificam a necessidade de

gestão da qualidade ......................................................................................................... 74

Quadro 12 - Missão, Visão e Direcionador Estratégico ................................................. 78

Quadro 13 - Opinião dos gestores, acerca do atual modelo de gestão das Universidades

........................................................................................................................................ 94

LISTA DE SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

CPC – Conceitos Preliminares de Cursos

DMAIC – Define – Measure – Analyse – ImproveControl

DPMO – Defeitos por Milhão de Oportunidade

ENADE – Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes

ENC – Exame Nacional de Cursos

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xi

FIES - Programa de Financiamento Estudantil

FNQ – Fundação Nacional da Qualidade

FPNQ – Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade

GERES – Grupo Executivo para a Reforma do Ensino Superior

GESPÚBLICA – Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização

IAF – Internation Acreditation Fórum

IDD – Indicador de Diferença de Desempenho

IES - Instituições de Ensino Superior

IGC – Índice Geral de Cursos

INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais Anísio Teixeira

INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia

ISO – International Organization for Standardization

LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

MEC - Ministério da Educação

MEGP – Modelo de Excelência em Gestão Pública

NBR – Norma Brasileira

PAIUB – Programa de Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras

PARU – Programa de Avaliação da Reforma Universitária

PBQP – Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade

PNQ – Prêmio Nacional de Qualidade

PQGF – Prêmio Qualidade do Governo Federal

PROUNI - Programa Universidade para Todos

REUNI - Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades

Federais

SGQ – Sistema de Gestão da Qualidade

SINAES – Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior

TQM – Total Quality Management

UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

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xii

SUMÁRIO

RESUMO ........................................................................................................................ vi

ABSTRACT ................................................................................................................... vii

LISTA DE FIGURAS .................................................................................................... viii

LISTA DE TABELAS ................................................................................................... viii

LISTA DE QUADROS ......................................................................................................x

LISTA DE SIGLAS ...........................................................................................................x

SUMÁRIO ...................................................................................................................... xii

1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................14

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA ...........................................................15

1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA ...............................................................................18

1.2.1 Objetivo Geral ........................................................................................................18

1.2.2 Objetivos Específicos .............................................................................................18

1.3 JUSTIFICATIVA...................................................................................................18

1.4 ESTRUTURA DA PESQUISA .............................................................................20

2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................22

2.1 QUALIDADE ........................................................................................................22

2.1.1 Perspectiva Histórica..............................................................................................23

2.1.2 Conceitos ................................................................................................................26

2.1.3 Qualidade na Gestão Pública .................................................................................28

2.2 ENSINO SUPERIOR NO BRASIL .......................................................................34

2.2.1 Histórico .................................................................................................................35

2.2.2 Gestão Universitária ...............................................................................................39

2.2.3 Qualidade nas Instituições de Ensino Superior ......................................................41

2.2.4 Histórico do Sistema de Avaliação da Educação Superior do Brasil .....................45

2.3 SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE EM ORGANIZAÇÕES

EDUCACIONAIS .......................................................................................................... 51

2.3.1 MEG – Modelo de Excelência da Gestão ..............................................................52

2.3.2 Seis Sigma ..............................................................................................................57

2.3.3 5S ...........................................................................................................................61

2.3.4 ISO 9001 ................................................................................................................65

2.3.5 NBR 15419:2006 ...................................................................................................71

2.3.6 Gespública ..............................................................................................................75

3 METODOLOGIA .................................................................................................82

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ................................................................82

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA ................................................................................84

3.3 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS.....................................................85

3.4 ANÁLISE DOS DADOS .......................................................................................87

3.5 LIMITAÇÕES .......................................................................................................87

4 RESULTADOS DA PESQUISA E ANÁLISE DE DADOS ................................88

4.1 DESCRIÇÃO E PERFIL DA POPULAÇÃO .......................................................88

4.1.1 Faixa Etária e Sexo ................................................................................................88

4.1.2 Escolaridade e Formação .......................................................................................89

4.1.3 Categoria e Tempo de atuação na Instituição .........................................................90

4.2 PRÁTICAS DE GESTÃO .....................................................................................90

4.2.1 Avaliação do MEC – SINAES ...............................................................................90

4.2.2 Sistema de Medição para monitoramento ..............................................................92

4.2.3 Projeções de desempenho ......................................................................................93

4.2.4 Atual modelo de gestão ..........................................................................................94

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xiii

4.3 ANÁLISE DA IMPORTÂNCIA ...........................................................................95

4.4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS .................................................102

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................105

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................107

APÊNDICE ...................................................................................................................130

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14

1 INTRODUÇÃO

A dinâmica do ambiente induz as organizações à complexidade e aos executivos

responsáveis pela gestão empresarial capacidade e aptidões para fixar metas e objetivos

que possam ser medidos com eficiência e eficácia. A efetividade operacional, baseada

em inovações, estratégia competitiva e qualidade dos serviços é, atualmente, um

imperativo para que as empresas consigam competir em um mercado cada vez mais

acirrado, onde negar esses fatos pode significar o fracasso.

Em meio a essa competição, as tecnologias estão presentes no cotidiano das

organizações, auxiliando na melhoria dos processos, na diminuição de desperdícios, na

otimização dos recursos, no gerenciamento de atividades, proporcionando uma melhoria

contínua na qualidade dos serviços e produtos e a efetivação dos resultados. Uma dessas

tecnologias é a Gestão da qualidade, que segundo Oliveira (2011), é o resultado de um

longo processo evolutivo em torno de conceitos, técnicas, ferramentas, em que os

consumidores passaram a demonstrar preocupação crescente com a qualidade dos

produtos ou serviços adquiridos.

Assim sendo, as organizações direcionaram sua atenção para ações voltadas à

oferta de produtos e serviços de melhor qualidade, apresentando assim diferencial

competitivo e estratégico, objetivando atrair e reter consumidores.

Sob essa perspectiva, de que a qualidade é algo essencial à administração de

qualquer organização, observa-se que as Instituições de Ensino Superior (IES),

passaram a ser observadas sob a perspectiva da qualidade na gestão universitária,

respondendo a fatores imprescindíveis à sobrevivência da organização moderna:

qualidade, competência, competitividade, produtividade, avaliação, controles,

participação, estratégias de marketing, foco no consumidor e no social, bem como

agregação de valor social e econômico.

Destarte, com o crescimento das IES no Brasil, Colombo e Rodrigues (2011),

afirma que os profissionais que fazem a gestão acadêmica de IES devem assumir novos

compromissos entre eles a responsabilidade de identificar que as práticas atuais devem

atender a inúmeros desafios, onde apenas cumprir exigências legais pode ser

insuficiente. Para tanto, atender a estes desafios significa aceitar mudanças, e um

primeiro aspecto a ser explicitado diz respeito à dificuldade de promovê-las nas IES, em

especial nas públicas.

Diante disso, o presente trabalho propõe um estudo que aborda a gestão da

qualidade nas Universidades Federais, tendo como objetivo analisar a relevância dos

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15

sistemas de gestão da qualidade na percepção dos gestores, tendo em vista que com uma

gestão de qualidade, ganha a universidade, bem como a comunidade através do

desenvolvimento tecnológico e científico.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA

É crescente o número de credenciamento de novas IES e autorização de novos

cursos de graduação, bem como o aumento do número de vagas ofertadas nas

instituições públicas, causados pela expansão do Ensino Superior no Brasil.

Segundo último ―Censo da Educação Superior 2012‖, publicado pelo Ministério

da Educação, por meio do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais Anísio

Teixeira – INEP (2013), foram catalogadas 2.416 Instituições de Ensino Superior (IES),

sendo 2.112 particulares e 304 públicas, oferecendo 31.866 cursos, totalizando

7.037.688 discentes matriculados.

Tabela 1 - Evolução do número de matrículas (presencial e a distância) por categoria

administrativa - Brasil - 2001 a 2012

Ano

Matrículas

Total Pública Privada

Total % Federal % Estadual % Municipal % Privada %

2001 3.036.113 944.584 31,1 504.797 16,6 360.537 11,9 79.250 2,6 2.091.529 68,9

2002 3.520.627 1.085.977 30,8 543.598 15,4 437.927 12,4 104.452 3,0 2.434.650 69,2

2003 3.936.933 1.176.174 29,9 583.633 14,8 465.978 11,8 126.563 3,2 2.760.759 70,1

2004 4.223.344 1.214.317 28,8 592.705 14,0 489.529 11,6 132.083 3,1 3.009.027 71,2

2005 4.567.798 1.246.704 27,3 595.327 13,0 514.726 11,3 136.651 3,0 3.321.094 72,7

2006 4.883.852 1.251.365 25,6 607.180 12,4 502.826 10,3 141.359 2,9 3.632.487 74,4

2007 5.250.147 1.335.177 25,4 641.094 12,2 550.089 10,5 143.994 2,7 3.914.970 74,6

2008 5.808.017 1.552.953 26,7 698.319 12,0 710.175 12,2 144.459 2,5 4.255.064 73,3

2009 5.954.021 1.523.864 25,6 839.397 14,1 566.204 9,5 118.263 2,0 4.430.157 74,4

2010 6.379.299 1.643.298 25,8 938.656 14,7 601.112 9,4 103.530 1,6 4.736.001 74,2

2011 6.739.689 1.773.315 26,3 1.032.936 15,3 619.354 9,2 121.025 1,8 4.966.374 73,7

2012 7.037.688 1.897.376 26,9 1.087.413 15,4 625.283 8,9 184.680 2,6 5.140.312 73,1

Fonte: INEP/MEC - 2013

Observa-se no referido censo que nos últimos 12 anos, o número de instituições

cresceu mais de 100%. É possível observar que as matrículas continuam em ascensão,

de 2011 a 2012 esse número cresceu 4,4% e de 2001 a 2012 mais de 100%.

O total de 7.037.688 de discentes matriculados em cursos de graduação no ano

de 2012 representa mais que o dobro das matrículas de 2001. Apesar do caráter

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16

preponderantemente privado da expansão ao longo desse período, tais resultados

apontam para certa estabilidade da participação desse setor, que, em 2012, representa

73,1% das matrículas. Por outro lado, nesse mesmo período, o setor público apresentou

uma tímida expansão em relação a demanda necessária, mas uma grande expansão se

comparado aos anos anteriores.

Essa expansão pode ser atribuída a vários fatores entre eles a promulgação da

Lei n. 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) – que

promoveu a ampliação do acesso ao ensino superior, aumentando a concorrência num

mercado até então adormecido e carente de oportunidades, bem como, o aumento do

número de financiamento aos alunos, como o Programa de Financiamento Estudantil –

FIES, o Programa Universidade para Todos – PROUNI, bem como o Programa de

Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais – REUNI e

ainda a internacionalização das universidades brasileiras. (DAVID, 2009; MARTINS,

2009; OLIVEIRA, 2011).

Para Peixoto (2011) essa expansão apresentou consequência, entre elas, a

disseminação de instituições de ensino que atuam com condições de infraestrutura e

recursos humanos considerados inadequados, e cujos projetos curriculares nem sempre

atendem às demandas da sociedade no que concerne à produção e difusão do

conhecimento. Queiroz (2003) corrobora afirmando que essas novas instituições,

desobrigadas da prática de ensino-pesquisa-extensão e da disposição de professores em

tempo integral, puderam oferecer o ensino superior a preços mais viáveis para a maioria

da população.

Segundo Mainardes et al. (2011a), a expansão ocorrida no ensino superior veio

atender a uma demanda reprimida, onde no Brasil a população adulta brasileira (de 25 a

64 anos), apenas 11% são detentores de diploma de Nível Superior1. No entanto,

algumas regiões já apresentam mais vagas do que candidatos. O que é bom do ponto de

vista do aluno, pois a concorrência garante a possibilidade de escolha em vários

aspectos (preço, qualidade, conveniência, entre outros), bem como a melhoria do

serviço prestado. Já do ponto de vista das Instituições, a necessidade de uma gestão

profissionalizada, voltada para o mercado, torna-se ainda mais evidente (MAINARDES

et al., 2011b).

1 ―Levantamento feito pelo especialista em análise de dados educacionais Ernesto Faria, a partir de

relatório da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), coloca o Brasil no

último lugar em um grupo de 36 países ao avaliar o percentual de graduados na população de 25 a 64

anos. Os números se referem a 2008 e indicam que apenas 11% dos brasileiros nessa faixa etária têm

diploma universitário. Entre os países da OCDE, a média (28%) é mais do que o dobro da brasileira‖.

(CIEGLINSKI, 2011, não paginado).

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Para Dias Sobrinho (2010a), a expansão, chamada por ele como

"democratização" da educação superior não se limita à ampliação de oportunidades de

acesso e criação de mais vagas. Além da expansão das matrículas e da inclusão social de

jovens tradicionalmente desassistidos, em razão de suas condições econômicas,

preconceitos e outros fatores, é imprescindível que lhes sejam assegurados também os

meios de permanência sustentável, isto é, as condições adequadas para realizarem com

boa qualidade os seus estudos.

Nesse cenário, debates têm sido estimulados acerca da qualidade no ensino

superior e segundo Sayeda et al., (2010) iniciativas de gestão da qualidade fizeram seu

caminho para o ensino superior. Com os órgãos de certificação, o conceito de

internacionalização e competitividade nessas instituições tem alcançado novas

dimensões (MIZIKACI, 2006).

Segundo Tontini e Esteves (1996), os problemas de qualidade que atingem todo

o sistema educacional brasileiro, são marcantes. Os desperdícios, as desconexões com a

realidade, a inadequação dos currículos e das formas de atuação interna, aliados à falta

de motivação da administração, são as principais fragilidades que atingem as

Universidades do País. De acordo com Venturini (2010), a universidade pública em

nosso país, tem experimentado profundos questionamentos sobre a qualidade de suas

atividades e a maneira como tem empregado os recursos que a sociedade coloca à sua

disposição.

Nesse sentido, os sistemas de gestão da qualidade nas universidades, vêm sendo

defendido como instrumento necessário para elevar a qualificação institucional,

promovendo a melhoria do ensino, da pesquisa, da extensão e de sua gestão. Estes

sistemas desempenham um papel importante no aumento dos níveis de qualidade,

satisfação segurança, eficiência, confiabilidade, produtividade e trabalho, bem como a

redução de custos (AL-RAWAHI; BASHIR, 2011).

No entanto, segundo dados do INMETRO (2012), a presença de sistemas de

gestão da qualidade no setor acadêmico é quase nula. Os motivos que justificam a

inexistência de adesão das IES são os mais variados. Enquanto uns não se interessam

pelos programas de qualidade em função da complexidade de suas aplicações, outras

desconhecem sua existência ou até mesmo a aplicabilidade deles no setor (FOWLER et

al., 2011).

Diante do exposto, pretende-se trabalhar o tema da gestão da qualidade nas

Universidades Federais do País, por meio do seguinte problema de pesquisa:

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18

OS GESTORES DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS CONSIDERAM

RELEVANTE A GESTÃO DA QUALIDADE NA SUA INSTITUIÇÃO?

1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA

1.2.1 Objetivo Geral

Analisar sob a ótica do gestor, a importância do uso de ferramentas e conceitos

da Gestão da qualidade nas Universidades Federais.

1.2.2 Objetivos Específicos

Investigar os programas de qualidade nacionais e internacionais mais citados na

Gestão Universitária;

Identificar o perfil dos gestores das Universidades Federais;

Conhecer as práticas de gestão das Universidades Federais;

Contribuir para o avanço do tema sobre a aplicação de normas e programas de

qualidade na Instituição de Ensino Superior.

1.3 JUSTIFICATIVA

Têm-se os seguintes aspectos como justificativa do estudo: a expansão do ensino

superior, mais especificamente o aumento do número de vagas ofertadas nas instituições

públicas, apresentando um crescimento grande crescimento nos últimos 12 anos; e a

massificação do ensino superior proposto pelo MEC.

O presente trabalho analisa e propõe que programas de qualidade em Instituições

de Ensino Superior, seja fator relevante, como instrumento necessário para elevar a

qualificação institucional, promovendo melhorias de sua gestão, aumentando satisfação

de seus clientes, a segurança, redução de custos, confiabilidade, produtividade, bem

como a eliminação de disperdícios.

Justifica-se ainda pelo fato de na literatura especializada não existir muitas

referências que abordem a importância dada pelos gestores das IES acerca de programas

de gestão de qualidade, mesmo se tratando de uma antiga área de estudo, conforme

apontam as Eras da qualidade (GARVIN, 1988).

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19

Até 1920, na era da Inspeção, a garantia da qualidade era realizada por inspeção

direta do bem ou serviço. Com o aumento da produção de bens, da demanda por novos

produtos (...), dentre outros fatores, a qualidade passa a ser um fator crítico, vertendo a

Gestão para a era do controle estatístico (SHAH; NAIR; WILSON, 2011), permitindo

maior número de inspeção. Entre os anos de 1950 e 1960, na era da garantia da

qualidade, o controle passa a ser feito por todos envolvidos na cadeia de produção,

surgindo as certificações nesse contexto.

Na era seguinte, gestão estratégica da qualidade, a qualidade passa a ser vista

como fator estratégico e de diferenciação no mercado. Para Shah et al., (2011) nos

poucos anos desde a virada do século, o movimento da qualidade amadureceu além da

qualidade total. Novos sistemas de qualidade evoluíram a partir dos fundamentos de

Deming, Juran e os japoneses, primeiros praticantes da qualidade. Rapidamente a

qualidade foi além da fabricação e atingiu os serviços, a saúde, educação e setores do

governo.

No Brasil, as Instituições de Ensino Superior estão alheias a este despertar.

Vistas como instituições de serviços e como espaço de geração e disseminação de

conhecimento para a sociedade, através da pesquisa, do ensino ou da extensão de

atividades para o desenvolvimento comunitário, poucas têm adotado práticas de

melhorias da qualidade.

Para Correa et al., (2013) as Instituições de Ensino Superior são resistentes a

mudanças e que sistemas, modelos, ferramentas e instrumentos de gestão que integram

a dimensão humana, a colaboração e a co-evolução da educação superior aos seus

planos, objetivos e metas são ainda incipientes.

Nesse sentido, em virtude de seu caráter interdisciplinar, a IES interage com um

maior número de segmentos da sociedade do que qualquer outra organização

isoladamente, e sua gestão tem sido parte da agenda de discussão em instâncias políticas

como acadêmicas (CANTERLE; FAVARETTO, 2008).

Em pesquisa realizada em 295 Universidades Americanas evidenciado por Klaus

(1996), 84% estão usando princípios de Qualidade Total em suas administrações, e 57%

oferecem disciplinas relacionadas a qualidade em seus cursos de graduação e pós-

graduação. No Brasil, Bolzan (2006), Canterle e Favaretto (2008), Fowler (2008),

Miranda (2010), Oliveira, Kamimura e Tadeucci (2011), Fowler et al. (2011)

apresentam estudos sobre a adoção, implantação, desafios e utilização dos elementos da

Gestão da qualidade, em Instituições de Ensino Superior, observando que nestas

organizações, grande parte dos processos de melhorias e tomadas de decisões são

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20

formadas para atender à legislação específica (BOLZAN, 2006).

Nesse sentido, pesquisadores consideram que o aperfeiçoamento do sistema

educacional como um todo, proporcionará o exercício da cidadania, o qual é o grande

diferencial para o desenvolvimento sustentável e a garantia de soberania de uma nação

(FOWLER, 2008). E que a adoção de ferramentas da gestão da qualidade, entre outros,

propiciam às organizações confrontar seu cenário complexo e acelerado com as

frequentes mudanças no ambiente externo.

Destaca-se ainda que, sua implementação depende de gestores capacitados e

participantes, com o poder de envolver toda a comunidade no processo da qualidade. É

pertinente evidenciar que a qualidade na gestão pública é sempre um tema atual e

relevante, na medida em que a vida dos cidadãos está sendo influenciada pelas suas

práticas. O tema qualidade da universidade pública persiste em relevância, uma vez que

um contingente cada vez maior da população procura o ensino superior como forma de

realização pessoal e de ascensão social.

Logo, este trabalho se justifica pela necessidade de se analisar a relevância do

uso de ferramentas e conceitos da gestão da qualidade para os gestores das

Universidades Federais, contribuindo assim com o tema, possibilitando a aplicação do

princípio de melhoria contínua.

1.4 ESTRUTURA DA PESQUISA

De modo a reunir elementos para uma abordagem satisfatória, o presente

trabalho está estruturado nos seguintes capítulos (Figura 1):

Figura 1 - Estruturação da pesquisa

Fonte: Elaboração da autora (2013)

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21

No presente capítulo 1 faz-se as considerações iniciais, apresentam-se a

problemática da pesquisa, o objetivo principal e os específicos, as justificativas

da pesquisa, e a estrutura do trabalho;

No capítulo 2 é feito um levantamento sobre a qualidade sua perspectiva

histórica, conceitos, qualidade na gestão pública, em seguida apresenta a

evolução das instituições de ensino superior brasileiras, e os principais sistemas

de qualidade nacionais e internacionais aplicados na Educação Superior.

O capítulo 3 é abordado à metodologia da pesquisa, onde é apresentada a

característica da pesquisa, a população e amostra do estudo, os instrumentos de

coleta de dados, o procedimento de tratamento e análise dos dados e limitações.

No capítulo 4 são apresentados os resultados e análise dos dados desta pesquisa.

O capítulo 5 encontram-se as considerações finais, seguidos das referencias

bibliográficas e apêndices.

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22

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo, a fundamentação teórica será apresentada com o objetivo de

embasar a pesquisa e um melhor entendimento quanto aos conceitos que rodeiam a

importância da qualidade nas organizações universitárias, e está organizada em três

subitens: no primeiro – qualidade – o tema será abordado e contemplará as suas

perspectivas históricas, conceitos e qualidade na gestão pública; no segundo subitem –

ensino superior no Brasil – será contemplado seu histórico, qualidade nas instituições de

ensino superior e histórico do sistema de avaliação da educação superior no Brasil; no

terceiro ponto, sistemas de gestão da qualidade em organizações educacionais (modelo

de excelência da gestão – MEG, seis sigma, 5S, ISO 9001, NBR 15419:2006 e

Gespública) serão abordados.

2.1 QUALIDADE

Qualidade talvez seja o tema mais debatido no mundo acadêmico e

organizacional, reconhecido amplamente como uma das disciplinas mais importantes e

estratégicas para as organizações (SHARMA; KODALI, 2008). Tais debates em torno

da qualidade estão ligados a um ambiente caracterizado pelas mudanças e

competitividade.

A percepção de que a qualidade é um elemento fundamental para a estratégia e

competitividade organizacional consolidou-se ao longo dos anos; fazendo com que

discussões sobre o ―porquê investir em qualidade‖ fosse ultrapassada pelo ―como fazê-

la‖ (PALADINI, 2011).

A qualidade no sistema de ensino superior do país é o fator chave para o

aumento de qualidade nacional e uma das principais formas de melhorar sua

competitividade (CHEN; CHEN, 2012), a sua gestão é um instrumento que auxilia

significativamente as organizações na adequação de seus processos, envolvendo o

planejamento até o desenvolvimento, operação e análise dos resultados (DIÓGENES;

SOUZA; BATISTA; NATALE; HEKIS, 2013).

É possível observar que no Brasil o aumento quantitativo vivenciado por

Instituições de Ensino Superior (IES), não veio igualmente acompanhado do aumento

qualitativo. Neste âmbito, estas IES vivenciam uma alta taxa de evasão, aumento no

número de vagas ofertadas e não preenchidas, abertura de novos cursos de graduação e

pós-graduação, desperdícios, desconexões, questionamentos sobre sua forma de atuação

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23

interna, atividades e recursos empregados (OLIVEIRA, 2011; VASCONCELOS, 2011;

VENTURUNI, 2010; TONTINI E ESTEVES, 1996).

Logo, a melhoria contínua da qualidade se faz necessária, visando diversos

fatores, entre eles a permanência no mercado, a formação de melhores profissionais, a

satisfação de seus clientes e a excelência na prestação do serviço. Tendo em vista um

melhor entendimento quanto aos conceitos que rodeiam a importância da qualidade nas

organizações universitárias, serão apresentados a seguir uma perspectiva histórica da

qualidade, os conceitos de qualidade e a qualidade na gestão pública, embasando a

presente pesquisa.

2.1.1 Perspectiva Histórica

No contexto mundial, Estados Unidos e Japão são os dois países que mais se

destacaram no tema da Qualidade. O primeiro, pela hegemonia econômica que

ostentava desde o século XIX e até meados do século XX, embasado pela qualidade

exigida principalmente na produção em massa, pela indústria bélica e posteriormente

pela indústria automobilística. O Japão, pelo notável crescimento econômico que

conseguiu após sua derrota na Segunda Guerra Mundial.

Para o histórico da qualidade nos Estados Unidos, Garvin (1992), propõe uma

evolução organizada em quatro ―eras da qualidade‖ distintas (Figura 2), salientando que

estas mudanças na abordagem da qualidade surgiram gradativamente com uma série de

descobertas.

Figura 2 - Eras da Qualidade

Fonte: Adaptado de Garvin (1988; 2002)

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24

Todas as eras estão inter-relacionadas e cada uma delas agrega características da

fase anterior e amplia sua abrangência, conforme sua própria evolução e exigências do

desenvolvimento organizacional (MIRANDA, 2010).

O controle da Qualidade por inspeção está relacionado à complexidade do

sistema industrial, que ocorreu durante a Primeira Guerra Mundial. A garantia da

qualidade era realizada por inspeção direta do bem ou serviço, tendo em vista que a

produção era artesanal e em baixa quantidade (OLIVEIRA, 2011).

Na era seguinte, a do Controle Estatístico da Qualidade, a ideia era controlar o

processo por meio de ferramentas e técnicas estatísticas, tendo assim, uma maior

uniformidade do produto com menos inspeção (CARVALHO E PALADINI, 2005).

Nessa época, os destaques eram W. A. Shewheart, Harold Dodge, Harry Roming, C.D.

Edwards e Joseph Juran (GARVIN, 1992).

Na Era da Garantia da qualidade, após a 2ª Guerra Mundial, tal assunto passou a

ser fundamentado em quatro elementos centrais: os custos da qualidade, o controle total

da qualidade, a engenharia da confiabilidade e zero defeitos. Armand Feigenhbaum e

Philip Crosby se destacaram a partir deste período (PEREIRA, 2003).

Completando as Eras da Qualidade de Garvin (1992), a Gestão Estratégica da

Qualidade ou Gestão da Qualidade Total, surge associada aos lucros, passando a ser

vista como fator estratégico e de diferenciação no mercado. Segundo Cordeiro (2004),

muitos gestores viam a Gestão Estratégica da Qualidade como um modismo, mas que

mesmo a utilização do termo TQM tendo diminuído, os princípios e práticas continuam

sendo empregados por diversas organizações em todo o mundo (SHAH, NAIR,

WILSON, 2011).

O histórico de qualidade no Japão apresenta características diferenciadas, em

relação à história americana. Segundo Miranda (2010), até o fim da Segunda Guerra

Mundial, os produtos japoneses eram vistos como baratos e de baixa qualidade;

vigorava apenas, o princípio da Inspeção, no conceito das eras de Garvin. Após 1945, o

país tomou medidas que trouxeram profundas alterações na economia japonesa.

Com ajuda de Deming e Juran, os japoneses foram alimentados com conceitos

sobre planejamento, fluxo organizacional, responsabilidade gerencial para a Qualidade e

a necessidade de estabelecer metas e objetivos para as melhorias. Nesse contexto surge

Kaoru Ishikawa, que a partir de 1962 criou e incentivou o desenvolvimento de Círculos

de Controle da Qualidade (CCQ). Ishikawa é considerado, também, o criador do

Diagrama de Causa Efeito, sinônimo de Diagrama de Ishikawa, ferramenta da

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Qualidade, largamente utilizada nas ações dos CCQ (FARIA, 1984; MELLO;

MACEDO; MEDEIROS, 2008).

Segundo Miranda (2010), baseado na classificação das eras de Garvin (1992),

pode-se inferir que vigorou, no Japão até 1945, a era da inspeção e, de 1945 a 1960, a

era de Controle Estatístico da Qualidade, com a incorporação dos conceitos de Deming

e Juran. A partir de 1960, o Japão passou à Gestão Estratégica da Qualidade, com

enfoque nacional em educação e treinamento destinado à maioria e com a inclusão de

Controle da Qualidade e Círculos de Controle da Qualidade (CCQ) em toda a empresa.

No entanto, Garvin (1992) alerta que a contribuição desses consultores

americanos não pode ser desmerecida, mas não deve ser exagerada. Segundo Juran

(1992), os americanos podem ter sido os catalisadores, porém os japoneses

desenvolveram um movimento da Qualidade que foi muito especial e só deles, com uma

grande contribuição de elementos próprios da cultura japonesa.

O Brasil, que, até a Segunda Guerra Mundial, era um país essencialmente

agrícola, não passou por todas as etapas de evolução da qualidade (FERNANDES,

2011). No País, a Qualidade Total ganhou mais força, na década de 90, após a abertura

da economia ao comércio internacional. As empresas mais expostas à concorrência

tiveram que empreender modificações internas em sua organização, estrutura, formas de

trabalho e participação dos funcionários (MIRANDA 2010).

Segundo Albuquerque e Bonacelli (2011), iniciativas como a criação do

Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade (PBQP), a Fundação para o Prêmio

Nacional da Qualidade (FPNQ), a criação de Prêmios Estaduais e Setoriais e a criação

do Programa da Qualidade no Serviço Público, evidenciaram o empenho brasileiro em

participar da corrida internacional da qualidade. Em 1991, a Fundação Nacional da

Qualidade (FNQ) lançou os critérios do Prêmio Nacional da Qualidade, inspirada no

Prêmio Americano da Qualidade Malcolm Baldrige, cujo primeiro ciclo de avaliação foi

em 1992 (CORTE, 2006).

No entanto, segundo Miranda (2010), uma das vertentes que teve maior

disseminação no Brasil foi a certificação criada pela International Organization for

Standardization (ISO), norma com reconhecimento internacional de Qualidade. A série

ISO são os instrumentos utilizados para o desenvolvimento, medição, análise e melhoria

da qualidade nas organizações, permitindo a identificação e solução dos principais

problemas organizacionais e, por este motivo, são importantes instrumentos de

diferenciação organizacional (BAMFORD; GREATBANKS, 2005; ALSALEH, 2007;

OLIVEIRA; NADAE; OLIVEIRA; SALGADO, 2011).

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É importante ressaltar que a evolução das técnicas e conceitos sobre a Gestão da

qualidade ainda continuam. Kaye e Dyason (1995) já apontavam para a quinta era da

qualidade, como sendo além da gestão estratégica da qualidade e Srdoc et al. (2005),

evidenciam a Gestão do conhecimento ligado à Gestão da qualidade.

Assim sendo, esta busca pela qualidade e excelência, tornou-se um objetivo

estratégico de muitas organizações, Fuentes et al. (2011), conclui que a ―Qualidade

tornou-se uma prioridade competitiva‖. A seguir serão apresentados alguns desses

conceitos acerca da qualidade.

2.1.2 Conceitos de qualidade

Segundo Luzon e Pasola (2011), quanto ao conceito de qualidade, observa-se

que alude a diferentes perspectivas práticas e definições ao longo do tempo, em

decorrência das transformações que foram ocorrendo em suas abordagens, desde seus

primeiros movimentos até os atuais (ALMEIDA; SOUZA; MELLO, 2010). De acordo

com Deming (1990), qualidade está diretamente relacionada com a necessidade e

percepção do cliente sendo definida em termos de quem a avalia; assim pode ser

entendida como tudo aquilo que melhora o produto do ponto de vista do cliente.

Dambrós et. al. (2011) corroboram afirmando que a qualidade é um conjunto de valores

percebido pelos clientes que atendem as expectativas e necessidades por um bem ou

serviço.

Juran e Gryna (1991), relacionavam o conceito de qualidade com a adequação ao

uso, sendo esta definição dominada basicamente por dois significados. Primeiramente,

qualidade consiste nas características do produto conforme as necessidades dos clientes,

e ainda, a qualidade é a ausência de falhas.

Para Crosby (1999) qualidade é a conformidade com os requisitos, propondo que

a qualidade é adequação dos produtos ou serviços às normas e às especificações dos

órgãos regulamentadores do setor em que a organização está inserida. E Ishikawa

(1998) afirma que qualidade é a rápida percepção e satisfação das necessidades do

mercado, adequação ao uso e homogeneidade dos resultados do processo.

O quadro abaixo apresenta algumas definições consideradas por Maximiano

(1997) como as mais relevantes.

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27

Quadro 1 - Definições de qualidade

Abordagens Definições de qualidade

Excelência O melhor que se pode fazer; o padrão mais elevado de

desempenho.

Valor Ter mais atributos; usar materiais ou serviços raros, mais

caros.

Especificações Definição de como o produto ou serviço deve ser.

Conformidade O produto ou serviço deve estar de acordo com as

especificações do projeto.

Regularidade Os produtos ou serviços devem ser idênticos.

Adequação ao uso Qualidade de projeto e ausência de deficiência

Fonte: Maximiano (1997)

Outras definições são apresentadas no estudo de Garvin (1988) onde aponta

cinco abordagens para qualidade: transcendental, baseada no produto, baseada no

usuário, baseada na produção e baseada no valor. Garvin (1992) apresenta as seguintes

definições de qualidade:

Transcendental: Implica uma impossibilidade de descrever e identificar o

que seria a qualidade de produtos ou processos.

Baseado no Produto: Variável passível de medição, nessa abordagem as

diferenças da qualidade são observáveis pela medida da quantidade de alguns atributos

desejados. Logo, melhor qualidade seria um sinônimo de quantidades maiores e melhores

características de um produto.

Baseado no Usuário: A qualidade de um produto é condicionada a

capacidade de satisfazer desejos e preferências do consumidor.

Baseada na Produção: A qualidade é a conformidade com as exigências,

determinadas ao nível do projeto. Logo, qualidade consiste em atender aos requisitos, e

melhorias da qualidade são mensuradas através da redução dos custos.

Consenso é que a qualidade dentre outras definições e critérios relacionados, pode

ser dita como um conjunto de valores percebido pelos clientes que atendem as

expectativas e necessidades por um bem ou serviço (DAMBRÓS et al, 2011). Logo, é

importante que haja um esforço das organizações em compreender as variáveis que

influenciam na satisfação do seu cliente para compreendê-lo e desenvolver ações cada

vez mais direcionadas para seu público-alvo (GIESE; COTE, 2000; SCHAUPP;

BÉLANGER, 2005; TONTINI; SANT‘ANA, 2008; ZACHARIA; FIGUEIREDO;

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28

ALMEIDA, 2008, FADEL; REGIS FILHO, 2009; PELISSARI; OLIVEIRA;

GONZALEZ; FABRINI; SILVEIRA, 2011; DAMBRÓS; SOINSKY; OLIVEIRA;

PEREIRA; SILVA, 2011).

Neste sentido, ações tomadas em prol da melhoria da qualidade são diretamente

relacionadas com a geração de valor para o cliente, com uma maior qualidade

significando maior valor ao produto ou serviço prestado (GONÇALVES;

BELDERRAIN 2012). A seguir será abordada a qualidade na gestão pública, que tem

como cliente todos seus cidadãos.

2.1.3 Qualidade na Gestão Pública

É uma tendência mundial que os departamentos governamentais, entidades

oficiais e outras organizações públicas têm que sofrer uma transformação para se tornar

mais eficiente, eficaz e responsável (PIANA; TORRES, 2003) e para fornecer serviços

consistentes e de boa qualidade (SANER, 2002; TO; LEE; YU, 2011).

A Gestão pública é fundamental para a instituição e consolidação de um Estado

moderno, que age em prol dos cidadãos, que incentiva a excelência do trabalho dos

agentes envolvidos e, sem dúvidas, que é promotor do desenvolvimento econômico e

social dos países (POAP, 2005). Segundo Castel-Branco (2008), a gestão pública tem

por objetivo atender e zelar pelo interesse público, respeitando os direitos garantidos por

leis aos cidadãos.

Isso implica o dever de se realizar uma boa administração, ou seja, buscar o bem

comum da forma mais eficiente possível (COSTA; PATRÍCIO, 2012). Os órgãos e

agentes administrativos, subordinados à Constituição e à lei, devem atuar segundo "os

princípios da igualdade, da proporcionalidade, da justiça, da imparcialidade e da boa-fé"

(CASTEL-BRANCO, 2008:11).

O esforço de qualquer organização para o alcance de melhoria contínua de

qualidade deve envolver a aplicação de sistemas de qualidade e práticas relacionadas.

Tais esforços são importantes para melhoria da qualidade dos produtos e/ou serviços

aumentando o desempenho empresarial (LEE, 2012).

Nesse sentido, na década de 80 a percepção do novo papel do Estado, levou a se

desenhar um novo modelo de administração pública para as sociedades industriais

modernas (MIRANDA, 2010). Przeworski (1996) afirmar que o objetivo dessas

mudanças era construir instituições que reforcem, no aparato público, as funções

desejáveis e o impeçam de realizar as funções não desejáveis; a tarefa da reforma era

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29

equipar o Estado com instrumentos efetivos de intervenção e incentivar os servidores

públicos a agir na direção do interesse público.

Já na década de 90, a palavra qualidade aparece com frequência no discurso de

dirigentes públicos. Fala-se na melhoria da qualidade do ensino, da saúde, dos

transportes e da segurança. Segundo Carvalho (1994), debate-se, inclusive, a

responsabilidade do governo de preservar, por meio de políticas ambientais, a qualidade

de vida das populações presentes e futuras.

Nesse contexto, proliferaram no País cursos, palestras, encontros e seminários

para preparar gerentes e profissionais para trabalhar com os princípios e ferramentas da

Gestão da Qualidade (MIRANDA, 2010).

Lima (2007) dividiu a trajetória da Qualidade na gestão pública em quatro

períodos bem definidos e denominados: a) 1990 – 1995: Qualidade e Produtividade na

Administração Pública; b) 1995 – 1998: Qualidade e Participação na Administração

Pública; c) 1999 – 2004: Qualidade no Serviço Público; d) 2005 em diante, Programa

Nacional de Gestão Pública e Desburocratização, especificados a seguir:

a) 1990 – 1995: Qualidade e Produtividade na Administração Pública (PBQP)

Em 1990, o Governo instituiu o Programa Brasileiro da Qualidade e

Produtividade (PBQP), a fim de sensibilizar e mobilizar o setor produtivo para fazer

face à abertura comercial mundial, no mesmo ano. Um subprograma foi criado e

direcionado para Administração Pública a fim de inserir programas de qualidade nos

órgãos e entidades públicas no que se refere à gestão dos recursos públicos e

atendimento às demandas sociais. Um dos principais objetivos do programa seria

orientar as organizações públicas para um processo de avaliação e verificação do grau

de adesão de suas práticas gerenciais a um referencial de gestão tomado como ideal

(ANGELIM, 2003). No entanto segundo Lima (2007), foram raros os casos de um

programa eficaz em uma organização pública, exceção feita às empresas públicas e às

sociedades de economia mista. O Programa atuou para si mesmo e não serviu de

instrumento para processos de mudança.

b) 1995 – 1998: Qualidade e Participação na Administração Pública (QPAP)

Com a divulgação da reforma da administração pública, estabelecida no Plano

Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, em novembro de 1995, a gestão pela

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30

qualidade passou, também, por uma revisão. O Plano Diretor da Reforma do Aparelho

de Estado tinha como proposta explícita inaugurar a chamada "administração

gerencial", o que parece designar o fim da história da administração pública, espécie de

panaceia redentora do estatismo patrimonialista e do ogro burocrático (COSTA, 2008).

Dentro desse contexto, em 1996 foi instituído o Programa da Qualidade e

Participação na Administração Pública (QPAP), com ênfase na satisfação do cliente;

envolvimento de todos os servidores; gestão participativa; gerência de processos;

valorização do servidor público; constância de propósitos; melhoria contínua e a não

aceitação de erros.

Destarte, verificou-se que Qualidade era mais um estilo e uma teoria de gestão e

não apenas uma técnica de mobilização para o bom atendimento. Então, alterou-se a

estratégia de ação do Programa e, deixando as técnicas e ferramentas da Qualidade,

iniciou-se um trabalho em uma dimensão institucional, com foco no sistema de gestão,

tendo em vista resultados (MIRANDA, 2010).

Logo, em 1996 conforme observa Lima (2007), para fazer frente a essa nova

expectativa optou-se pela utilização de Modelo de Excelência em Gestão (MEG), já

amplamente utilizado no setor privado. Foi então criada, a Fundação Prêmio Nacional

da Qualidade (FPNQ), em dezembro de 1996, uma categoria de ―Administração

Pública‖ no Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ). E em 1998, dentro do programa de

modernização do Estado, o então ministro Bresser-Pereira instituiu, especificamente, o

Prêmio Qualidade do Governo Federal (PQGF). Era uma estratégia com a finalidade de

avaliar a qualidade da gestão das organizações públicas e de sensibilizar mais

participante e conseguir mais adesões; a auto avaliação em ciclos contínuos de melhoria

e aprendizagem levaria a um aperfeiçoamento das organizações.

c) 1999 – 2004: Programa de Qualidade no Serviço Público (PQSP)

Em 1999, no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, foi criado o

Programa da Qualidade no Serviço Público - PQSP, agregando toda a experiência dos

programas anteriores e o foco na qualidade do atendimento ao cidadão, com pesquisa de

avaliação de satisfação dos usuários dos serviços públicos, o lançamento de Padrões de

Atendimento ao Cidadão e a implementação de unidades de atendimento integrado, os

SACs – Serviços de Atendimento ao Cidadão (LIMA, 2007; FERREIRA, 2009).

O sucesso desta política pública não era determinada apenas pela aplicação de

leis e normas ou pelo desempenho técnico, ela depende também do envolvimento dos

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31

cidadãos nas tomadas de decisão (ANDION, 2012).

d) 2005 em diante

Em 2005, como marco mais recente, foi instituído pelo Decreto n. 5.378, de 23

de fevereiro de 2005, o Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização –

GESPÚBLICA, como uma fusão do Programa de Qualidade no Serviço Público e de

Desburocratização.

Nos Cadernos GESPÚBLICA (2006, n. 1), observa-se que o Programa

GESPÚBLICA:

[...] tem por propósito estimular a promoção da excelência da gestão

pública brasileira. Seu impacto deve ser evidenciado em cada

organização pública que implementar práticas de gestão cujos

resultados sejam benéficos para o cidadão e para a competitividade

sistêmicas do País. Entende que o Programa Nacional de Gestão

Pública e Desburocratização é um poderoso instrumento da cidadania,

conduzindo cidadãos e agentes públicos ao exercício prático de uma

administração pública ética, participativa, descentralizada, promotora

do controle social e orientada paras resultados.

Conforme observado por Ollaik e Medeiros (2011); Ladeira et al., (2012);

Ditterich et al., (2012), a história da administração pública está repleta de reformas na

busca de instrumentos para melhorar a gestão governamental e a construção de políticas

públicas, com abordagem marcada pela busca da eficácia, efetividade e eficiência,

orientado cada vez mais pelas práticas gerenciais.

No entanto, a nova Gestão Pública surge em um cenário de críticas ao modelo

burocrático da administração pública e de novas exigências econômicas, políticas e

sociais colocadas para o Estado (ARAUJO; SANCHEZ, 2005; SANO; ABRÚCIO,

2008). Motivadas entre outros, pela grande resistência na adoção de tecnologias de

gestão (CAMPOS; SOUZA; TURRIONI; PAULA, 2010). Repercutindo assim, na

difícil melhoria da produtividade e da eficiência da máquina estatal, que causa impacto

significativo na competitividade global do País, fator primordial para a manutenção de

uma base econômica sólida (PAULA et al., 2010).

Programas públicos implantados sofrem com a falta de continuidade, Pires e

Macedo (2006) argumentam que os projetos para mudanças e intervenções, deveriam

abordar aspectos estruturais, normativos e enfocar os trabalhadores com sensibilizações

e mecanismos que assegurem a continuidade dos projetos.

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32

Milakovich (1998) relata que questões como tamanho, complexidade e

diversidade deveriam encorajar o governo a buscar iniciativas para a melhoria da

qualidade dos serviços. Entretanto, falta capacidade à maioria das instituições

governamentais para, simultaneamente, reduzir custos, aumentar a produtividade e a

motivação dos servidores e estar orientada às necessidades do cidadão.

Concomitantemente, existem problemas relacionados à burocracia,

inexperiência, falta de incentivos e benefícios aos servidores, falta de padrões de

atendimento ao cliente, resistência e falta de comprometimento, inclusive da alta

administração quanto à implantação de programas de qualidade (FOWLER, 2008).

Farazmand (2005) afirma que essa conjuntura requer uma infraestrutura forte,

tanto no aspecto institucional quanto cultural, por meio da educação, da capacitação dos

servidores (CONOR, 1997; MILAKOVICH, 1998) e da elaboração de programas

públicos. Milakovich (1998) complementa, ao identificar a necessidade de

gerenciamento eficaz da informação, a modernização dos equipamentos de trabalho, o

bom atendimento ao usuário e, ao mesmo tempo, a motivação dos servidores para esse

bom atendimento.

A estratégia de administração orientada a criar consciência da qualidade em

todos os processos organizacionais é identificada como Gestão da Qualidade Total

(Total Quality Management ou TQM). Alguns pontos importantes na sua implantação

são: apoio da alta gerência; comunicação clara da visão a todos da organização; sistema

aberto de comunicação com a gerência; envolvimento dos servidores nos programas;

trabalho em grupo; avaliações e melhorias contínuas; reconhecimentos das

contribuições individuais e em grupo dos servidores com o programa; sistema aberto a

críticas, sugestões e reações dos servidores com relação à implantação da qualidade

(CONOR, 1997).

Para Farazmand (2005), a chave do sucesso é conquistar a confiança da

sociedade nas organizações governamentais e no seu desempenho de qualidade. O

governo deve garantir, promover e apoiar a qualidade como uma filosofia e uma

ferramenta para atingir seus objetivos estratégicos.

Segundo Rocha et al., (2009) as contribuições e experiências de avaliação no

setor público são escassas. Isto torna a gestão dessas organizações ainda mais complexa

e difícil, em vista do princípio já consagrado que não se pode gerir aquilo que não se

mede. E acrescenta que as empresas públicas são organizações movidas por missão e

propósitos sociais, e não gozam do benefício de serem orientadas pela dinâmica do

mercado e de objetivos simples de lucratividade.

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33

Segundo Lima (2007), as organizações públicas têm focado a avaliação de

gestão, quase que exclusivamente, nas funções de controle com ênfase no cumprimento

dos requisitos legais, principalmente aos que dizem respeito ao uso dos recursos

financeiros.

Já Radin e Coffee (1993) argumentam que alguns fatores podem motivar a

adoção do TQM no setor público tais como: auxílio quanto ao manejo adequado dos

escassos recursos por parte da instituição; o sucesso que a abordagem obteve na

iniciativa privada e que pode ser transferido para as instituições públicas; alguns casos

de sucesso em instituições públicas; projeto com apoio governamental; auxílio à

organização quanto à identificação de suas oportunidades de melhoria. Eles também

comentam que esses fatores podem auxiliar a explicar a possível resistência da

administração pública em investir esforços na implantação do programa. Tal hesitação

pode ser devido ao receio com relação a: pressão das partes interessadas; perda de poder

dos altos e médios dirigentes; perda de tempo ao implementar o programa sem garantia

de sucesso e alocação de recursos.

Radin e Coffee (1993) argumentam que os seguintes tópicos devem ser

considerados quanto à sua implantação nas organizações públicas:

Tipo de organização: organizações públicas se diferenciam quanto à

identificação de suas saídas (produtos ou serviços) e seus resultados (implicação

que as saídas têm sobre os usuários). As instituições com maior facilidade de

identificação de saídas e dos resultados se adaptarão melhor ao TQM. Esse não é

o caso das instituições de ensino onde as saídas e os resultados não são

identificados com facilidade.

Dominação do grupo de interesse e política de acordos: a existência de diversos

interesses dificulta a implantação.

Longevidade e tenacidade da liderança: a implantação depende do apoio da alta

administração e do envolvimento dos servidores. Uma das dificuldades quanto a

essa questão é que muitos dirigentes das organizações públicas são nomeados

para o cargo e apresentam uma rotatividade maior, o que dificulta a implantação.

Milakovich (1998) também comenta sobre a resistência dos altos dirigentes por

estarem focados em questões de curto prazo, além de apresentarem certa

frustração com a burocracia, falta de energia para tomar atitudes em um

ambiente de monopólio, controle sobre os servidores e falta de constância de

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34

missão.

Crise como motivação externa para a mudança: as crises podem ser encaradas

como uma oportunidade para se buscar novas respostas. No caso do TQM, o

sucesso dependerá do comprometimento da instituição em vencer as

adversidades, além de ter controle da situação.

Tamanho: grandes organizações deveriam iniciar o processo em seus órgãos,

departamentos e secretarias até atingir toda a organização.

Competência dos membros da organização: o sucesso do TQM dependerá da

capacitação dos envolvidos nas ferramentas e conhecimentos necessários.

Radin e Coffee (1993) salientam que os fatores que motivam a aplicação da

abordagem não são suficientes para justificar a simples transposição do TQM do setor

privado para o público. Eles acreditam que o TQM enfrenta uma situação diferente no

setor público, em relação à aplicação no setor privado.

Para Rutkowski (1998), as ferramentas da Qualidade Total poderão auxiliar esse

sistema na busca constante de melhorias nas rotinas de trabalho de cada área

operacional, aumentando sua eficiência/eficácia e promovendo instrumentos de controle

de processos que, por sua vez, facilitarão a criação de espaços para novos esforços

criativos em cada área.

Pires e Macedo (2006) acreditam que essa questão é digna de atenção, uma vez

que se difundem no setor público inovações consideradas exitosas no setor empresarial,

sem que se considerem objetivos e valores predominantes na administração pública.

2.2 ENSINO SUPERIOR NO BRASIL

A década de 90 constitui-se num momento histórico de significativas

transformações em todo o mundo. No Brasil, as portas se abriram para o mercado

internacional, local que até então era caracterizado pela reserva de mercado e pelas

restrições à importação de produtos. A abertura da economia brasileira ao exterior

proporcionou oportunidades de crescimento, livre concorrência e por consequência, a

melhoria de processos, produtos e serviços (MAINARDES; MIRANDA; CORREIA,

2011). Logo, os empresários se viram diante da necessidade de programar ações visando

a inovação tanto no produto como no processo produtivo, assim como, realizar

investimentos em pesquisa e desenvolvimento, para que o país tivesse condições de

competir no mercado globalizado (PEREIRA, 2003) .

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35

Nesse contexto, ―a qualificação da mão de obra no Brasil apareceu como um

fator preponderante para aumentar a produtividade, melhorar a qualidade de vida da

população e enfrentar os problemas sociais, urbanos e ambientais‖, salienta Pereira

(2003, p. 22). A educação tornou-se o foco da competitividade, e foi impulsionada pela

pressão de diversos segmentos da sociedade brasileira, que se tornava cada vez mais

urbana e industrializada (SCHWARTZMAN, 1993), e pressionada pelas novas

demandas sociais por oportunidade de ensino (FREITAS, 2012), uma vez que as ações

voltadas para a melhoria da capacitação da força de trabalho contribuem de forma

significativa para a inserção das empresas no mercado globalizado e para a geração de

emprego e renda.

Segundo Ferraz et al., (1997) os níveis de produtividade e a qualidade dos

produtos dependem fortemente do nível de educação e qualificação da mão de obra.

Corroboram com o assunto Barbosa Filho et al., (2010) ao afirmar que evidência recente

sugere que a relação entre educação e crescimento econômico depende da qualidade da

educação. Da mesma forma, a geração e incorporação de certas inovações mais

sofisticadas são impensáveis sem uma massa crítica de técnicos e cientistas de alto nível

de qualificação (PEREIRA, 2003).

A influência da educação na produtividade e competitividade do País, na

melhoria da renda e qualidade de vida da população, reflete na enorme procura por

qualificação na década de 90, Mainardes et al., (2011a) consideram um grande marco,

pois foi a partir desse momento que foram superadas as barreiras para novas

oportunidades no ambiente educacional: começa a disputa de mercado, e o ensino passa

a ser considerado um negócio. A Lei n. 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional (LDB) – promoveu a ampliação do acesso ao ensino superior,

aumentando a concorrência num mercado pouco explorado e carente de oportunidades.

Contudo, para se compreender esta nova realidade, faz-se necessário um breve histórico

sobre a evolução do ensino superior no País, uma abordagem sobre a qualidade nas

Instituições de Ensino Superior e sobre o sistema de avaliação da educação superior do

Brasil.

2.2.1 Histórico

Os primórdios da educação superior no Brasil começaram em 1572 com a

criação dos cursos de Artes e Teologia no Colégio dos Jesuítas da Bahia. Depois da

expulsão dessa ordem religiosa, em 1759, houve a abertura de aulas de matérias isoladas

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36

até que, em 1776, uma faculdade foi criada no Seminário dos franciscanos no Rio de

Janeiro e, em 1798, no Seminário de Olinda (CUNHA, 1980).

No entanto, o ensino superior não religioso iniciou-se com a transferência da

sede do império português para o Brasil. O País deve a Napoleão a instituição dos

primeiros cursos superiores, datados de 1808, pois com a invasão francesa em Portugal,

a família real muda-se para o refúgio seguro da colônia. Com isso D. João assina os atos

que criaram as escolas médico cirúrgicas na Bahia e Rio de Janeiro (SOUZA, 1997).

Outras importantes datas para o ensino superior brasileiro são: 1827 foram

criados os Cursos de Ciências Jurídicas em São Paulo e em Olinda no ano de 1889, a

República se desenvolve com a criação de 14 Escolas Superiores. A Universidade de

Manaus criada em 1909, mostrou a força do ciclo da borracha e, em 1912 nasce no

Estado do Paraná a primeira universidade do país, e em 1920 é criada a tão sonhada

Universidade do Rio de Janeiro, a de Minas Gerais em 1927, de São Paulo em 1937, e,

em 1961, a Universidade de Brasília.

Em 1968 deu-se início a Reforma Universitária, instituída pela Lei nº 5.540/68,

em pleno Regime Militar. Romanelli (2005), Ribeiro (2002) e Sousa (2003) explicitam

a nova mentalidade educacional da época, que pretendia o desenvolvimento e a gestão

institucional por meio dos princípios administrativos da racionalidade, eficiência e

produtividade (GOMES, 2011). Até então, o sistema universitário brasileiro estava

dividido entre universidades públicas financiadas pelo Estado (aproximadamente 31

universidades) e universidades privadas de caráter confessional. O chamado setor

privado era composto por aproximadamente 11 universidades de inspiração católica e

uma universidade presbiteriana, a Mackenzie (CALDERÓN, 2000).

A reforma universitária optou no plano legal pelo fortalecimento das

universidades ao decretar que o ensino superior deveria ser ministrado em universidades

e excepcionalmente em estabelecimentos isolados (CALDERÓN, 2000).

O relativo isolamento da universidade diante das demandas da vida econômica,

social e política começou a ser abalado, uma vez que passou a confrontar-se com uma

variada gama de pressões sociais, econômicas e políticas, advindas de distintos atores

sociais, tais como burocracias públicas e privadas, movimentos sociais, no sentido de

estabelecer uma interação mais dinâmica com a sociedade contemporânea (MARTINS,

2012).

Nesse contexto, nas décadas de 1960 e 1970 deu-se a expansão do setor privado

mediante a multiplicação de instituições de pequeno porte, muitas das quais resultantes

da transformação de antigas escolas secundárias, visto que a preocupação quase que

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exclusiva do setor privado era com o atendimento da demanda (PEREIRA, 2003), com

um ensino amparado em diretrizes empresariais e mercadológicas (RIBEIRO, 2002;

SOUSA, 2003; GOMES, 2011). Esta expansão, no entanto, se deu de forma

desordenada e sem nenhuma subordinação frente aos órgãos governamentais (SOUZA,

2005).

Somente em 1975, o Ministério da Educação tomou providências para revisar as

normas de abertura de novas instituições privadas. Foi criado em 1980 o Conselho

Federal de Educação - CFE para analisar propostas de abertura de novas instituições

privadas de ensino superior. Tal medida bloqueou até 1999 a ampliação de novas vagas

para o 3º grau nas universidades públicas. Desse modo, o número de matrículas

permaneceu constante em relação ao crescimento populacional (SOUZA, 2005). Até

1985, cresceu o número de instituições públicas de ensino, com redução posterior pelas

restrições impostas pelo CFE (VASCONCELOS, 2011).

O ensino superior do Brasil vivenciou um período de relativa estagnação, quando

crescia apenas cerca de 1,3% ao ano, até meados da década de 1990 (BORGES E

AQUINO, 2013). Segundo Mathias (2004) a década de 1990 foi marcada por uma

profunda transformação no ensino superior do Brasil, tal situação, entre outros fatores,

foi proporcionada pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB), Lei 9.394 de 1996, e a política

de incentivo à universalização do ensino superior do país iniciada no governo de

Fernando Henrique Cardoso (FHC), bem como as políticas públicas implantadas no

governo Lula na década de 2000, promoveram a ampliação do acesso ao ensino

superior, tornando o ambiente educacional favorável ao aumento desse tipo de

organização, principalmente as IES privadas (MAINARDES; DOMINGUES, 2011;

MAINARDES; MIRANDA; CORREIA, 2011).

Para Laus e Morosini (2005), havia a necessidade de flexibilização do sistema,

redução do papel exercido pelo governo, ampliação do sistema e melhoria nos processos

de avaliação com vistas à elevação da qualidade. O quadro abaixo apresenta um resumo

das principais ações do governo nos últimos 20 anos, através dos presidentes Itamar

Franco, Fernando Henrique Cardozo e Luiz Inácio Lula da Silva.

É possível observar que essas medidas de ampliação geraram resultados e podem

ser vistos no último ―Censo da Educação Superior 2012‖, publicado pelo Ministério da

Educação, por meio do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais Anísio

Teixeira (2013) e apresentados na (Figura 3).

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38

Quadro 2 - Principais ações do Governo nos últimos anos

Presidente Principais Ações

Itamar Franco (1992-1994)

Implantação do Programa de Avaliação Institucional das

Universidades Brasileiras (PAIUB).

Implantação da matriz de distribuição de recursos

orçamentários com base em critérios técnicos.

Fernando Henrique

Cardozo (1995-2002)

Estímulo à ampliação do sistema Privados.

Novas formas de ingresso de alunos.

Regulamentação do poder docente na gestão

universitária.

Novo formato institucional do ensino superior brasileiro -

criação dos centros universitários.

Criação do novo Conselho Federal de Educação.

Luiz Inácio Lula da Silva

(2003-2009)

Recuperação orçamentária.

Criação de novas universidades federais e implantação de

novos campi.

Desenvolvimento da educação a distância e criação da

Universidade Aberta do Brasil.

Implantação do REUNI e PROUNI.

Implantação do Sistema Nacional de Avaliação da

Educação Superior (SINAES). Fonte: DAVID (2009, p.31)

No ano de 2000, havia no Brasil 1.180 Instituições de Ensino Superior (IES), já

em 2012, 2.416 (IES) foram catalogadas, oferecendo 31.866 cursos de graduação

presencial e à distância, totalizando 7.037.688 discentes matriculados. Do total de IES

catalogadas em 2012, 304 são instituições públicas e 2.112 são particulares.

Figura 3 - Evolução do número de Instituições de Educação Superior no Brasil - 2000 a 2012

Fonte: Censo da Educação Superior / MEC/Inep – 2013

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39

A expansão ocorrida no ensino superior veio atender a uma demanda até então

reprimida, segundo Polidori (2009), essa expansão aconteceu de forma desordenada

representando um elemento nocivo ao sistema de educação superior, no entanto, o atual

momento expressa uma saturação, uma oferta excessiva (MAINARDES; MIRANDA;

CORREIA, 2011).

Para Walter, Tontini e Domingues (2005, p. 1), ―o mercado educacional

aproxima-se cada vez mais de um mercado onde a qualidade dos serviços e a satisfação

dos clientes são fundamentais para sobrevivência das IES‖.

É pertinente ratificar que o aumento no número de vagas e instituições de ensino

vem acompanhado de várias críticas quanto a sua gestão e em especial a sua qualidade,

isso reflete a importância do presente estudo, visando analisar a importância da gestão

da qualidade das Universidades Federais na percepção de seus gestores, fazendo com

que os objetivos do presente trabalho sejam atingidos.

2.2.2 Gestão Universitária

A modernização das universidades públicas brasileiras foi objeto central da

reforma universitária em 1968 e, desde então, retorna constantemente entre as questões

relativas à reforma do Estado e o debate sobre a reforma do sistema universitário

brasileiro (SAMPAIO; LANIADO, 2009). Entretanto, o momento atual apresenta

diferenças substantivas daquele produzido na década de 1960.

Para Santos (1999), a universidade, em particular a pública, defronta-se com a

necessidade de romper com o atual modelo que a enrijece, mas sugere que são difíceis

as condições para enfrentar esse desafio, que requer transformações profundas e não

ações parcelares.

Tal limite, mais do que conjuntural, parece ser estrutural na medida em que a

longevidade da instituição universitária no Ocidente parece estar associada a uma

rigidez funcional e organizacional que causa uma relativa impermeabilidade a pressões

externas, até mesmo uma aversão a mudanças (SAMPAIO; LANIADO, 2009).

Trigueiro (1999) corrobora as críticas e desenvolve como argumento que a

principal ameaça à universidade não está fora dela, mas em seu próprio interior: as

práticas obsoletas, a dificuldade em adequar-se a um novo contexto de relações sociais

em um mundo economicamente complexo, caracterizando um conservadorismo

persistente. Ademais, há os problemas do corporativismo e de um individualismo

exacerbado (SAMPAIO; LANIADO, 2009).

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Para Mintzberg (2009), as Universidades são exemplos de burocracia

profissional, onde existe uma hierarquia democrática, baseada nas habilidades e

conhecimentos dos seus profissionais; e outra para a assessoria de apoio, burocrática e

mecanizada.

A eficiência e qualidade das Instituições de Ensino Superior (IES) vêm sendo

motivo de estudos e cobranças. Além de ofertarem ensino de qualidade, elas devem

desenvolver pesquisa e extensão, em busca de conhecimentos científicos que

corresponda aos desafios e problemas sociais, econômicos, políticos e culturais, de

forma concreta. Em particular, as universidades federais têm sido alvo de

questionamentos por parte da sociedade acerca de seus reais objetivos, da rigidez da sua

estrutura burocrática, da ineficiência no uso dos recursos e da pouca pertinência social

dos serviços prestados (MARRA E MELO, 2005).

Nesse cenário, os gerentes das instituições públicas universitárias - em sua

grande maioria, professores - são os responsáveis pela administração da universidade,

adotando práticas gerenciais, decisões e ações que viabilizam o alcance dos objetivos

organizacionais. O professor-gerente acaba por acumular as atividades gerenciais com

as acadêmicas. Gestão exige conhecimento profissional e, principalmente, um núcleo

forte e competente de gestão, como condição de sustentabilidade (CLARK, 2003;

FRANCO et al., 2012). As práticas gerenciais nas universidades federais apresentam

características peculiares, que merecem ser relatadas.

As Universidades são ricas em cultura, subculturas, ritos, grupos de referência, e

nichos de poder. O sistema de crenças ou ideologias nas instituições acadêmicas está

representado por três níveis segundo Dill2 (apud HERGURNER; REEVES, 2000):

cultura organizacional, que depende da universidade; cultura da profissão acadêmica, de

uma forma geral; e culturas das disciplinas ou dos grupos de disciplinas. Todos os

níveis são influenciados pela cultura do local, onde está inserida a universidade. Cabe

acrescentar ao modelo de Dill (1992), na perspectiva da fragmentação, as culturas dos

grupos ou subculturas na universidade, aqui considerada como detentora de três grandes

grupos distintos: docentes, discentes e funcionários.

Cavedon e Fachin (2000) relatam à percepção que os docentes têm acerca da

universidade, os autores destacam que em sua fala são privilegiados os aspectos de:

deterioração da universidade por falta de recursos materiais; importância do nome da

universidade em face da sociedade; inexistência de controle sobre a atividade docente;

2 DILL, D. The management of academic culture: notes on the integration on the management of meaning

and social integration, Higher education, 11, p. 303-320, 1992.

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cobrança por sub funções; burocracia da universidade; utilização do nome da

universidade como vitrine; confronto entre professores novos e antigos; apego à

universidade (a maioria dos professores foi aluno da própria universidade); e a

excelência em pesquisa.

Na cultura da Universidade Pública, outro aspecto marcante é seu peculiar

processo de tomada de decisão. Dagnino e Gomes (2001) ressaltam que o processo

decisório na universidade pública é presidido por um reitor, assessorado pelos seus pró-

reitores, cada um encarregado das várias áreas-meio e áreas-fim em que se dá a atuação

da universidade, por inúmeras comissões, órgãos colegiados etc.

Essa cadeia de comando por um Conselho Superior, que tem a responsabilidade

de tomar as decisões referentes à instituição e de elaborar seu planejamento estratégico,

dentre outras, mas que se resume em acolher as recomendações das comissões,

referendar os atos executivos da Reitoria e acatar as decisões tomadas nas instâncias

acadêmicas. Os autores complementam que a universidade pública tem um processo de

decisão que se dá mediante o mútuo ajuste entre atores pouco diferenciados, pois o

reitor, os diretores de unidade e os chefes de departamento são professores e, portanto,

pares que amanhã perderão seus mandatos (MARRA E MELO, 2005).

Segundo Marra e Mello (2005), a cultura da universidade pública pode ser

caracterizada por forte resistência a mudanças; pelo predomínio dos professores na

gestão universitária; pela existência de subculturas de acordo com o departamento, o

curso, a área de conhecimento e os grupos da comunidade universitária; pela

valorização da qualidade, excelência e liberdade acadêmica; pelo respeito às decisões

colegiadas; e por forte prevalência dos aspectos políticos no modelo de gestão. Esses

valores estão presentes na maioria das universidades federais brasileiras, e as práticas

gerenciais de seus chefes de departamento e coordenadores de curso/programa

influenciam e são influenciadas por eles.

2.2.3 Qualidade nas Instituições de Ensino Superior

Green (1994) argumenta que é dificil definir qualidade no ensino superior, para

Coelho et al., (2008) é manifestamente multifacetado e complexo. Segundo Oliveira

(2011), conceituar qualidade para uma organização tão complexa quanto as Instituições

de Ensino Superior, torna-se tarefa árdua. Morosini (2009, p. 167) relata que ―(...) a

concepção de qualidade não é clara (...pois) cabe esclarecer a quem ela é dirigida e por

quem ela é definida, (...ficando) fortalecida a tendência de colocar o foco no estudante

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(...)‖. Alerta também para o fato de que, em se tratando de ensino superior, a ideia de

qualidade está relacionada à empregabilidade.

Nesse sentido, várias vertentes podem ser trabalhadas, como: qualidade no

ensino, qualidade na avaliação institucional, qualidade da gestão universitária, qualidade

do capital humano, dentre outras.

O conceito de qualidade no ensino superior proposto pela UNESCO –

Organização das nações unidas para a educação, a ciência e a cultura (1998), é

multidimensional que deve envolver todas suas funções e atividades: ensino e

programas acadêmicos, pesquisa e fomento da ciência, provisão de pessoal, estudantes,

edifícios, instalações, equipamentos, serviços de extensão à comunidade e o ambiente

acadêmico em geral. Ou seja, deve refletir diferentes ângulos, a fim de oferecer uma

visão abrangente da complexidade do ensino superior moderno (TANG; WU, 2010).

O fato é que a qualidade envolve não só um conjunto de características desejadas

pelas pessoas que fazem a organização, mas também um conjunto de características

percebidas por aqueles que se utilizarão/beneficiarão dos produtos e serviços de

determinada empresa (COLOMBO; CARDIM, 2010).

Segundo Abreu Junior (2009), para a sociedade, a qualidade está diretamente

atrelada a fatores como a concorrência nos processos de admissão, a empregabilidade e

o sucesso profissional dos seus egressos, a reputação do quadro docente, a suntuosidade

das instalações, a aparente, mas nem sempre efetiva inovação tecnológica dos

laboratórios.

Para Chen (2012), os conceitos relevantes de qualiadade na educação é derivada

de definição de serviço de qualidade; se a qualidade da educação é medida pelos alunos,

pais e empresas, eles vão sentir-se satisfeitos quando cumprirem suas exigências, logo, é

difícil aferir medida a qualidade na educação, pois irá variar devido a exigência de cada

pessoa.

O conceito de qualidade no ensino superior proposto por BRASIL (2006) é:

A qualidade é um atributo ou conjunto de atributos que existe no seio

das instituições e que, no cumprimento de suas missões próprias,

satisfazem as expectativas de seus membros e da sociedade e atingem

padrões aceitáveis de desempenho. Esse padrão de qualidade da

Instituição de Ensino Superior (IES) está relacionado ao caráter

específico particular vinculado à missão, projeto pedagógico, da

natureza e do propósito que a IES define para si. Também está

relacionado à adequação e pertinência dos processos de formação; ao

rigor acadêmico e científico; à condição social, científica e cultural da

produção acadêmica; à construção da cidadania e ao exercício da

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democracia.

Para Finger (1997), é encontrar o caminho para bem satisfazer os clientes da

universidade, oferecendo-lhes um serviço de melhor qualidade, com professores bem

preparados, funcionários treinados e atividades desenhadas para o futuro.

Segundo Cunha (2009), esse caminho depende fundamentalmente das

concepções de mundo e de educação superior de quem dele faz uso, qualidade pode ser

entendida com o significado de propriedade, atributo ou condição das coisas ou pessoas

que é capaz de distingui-las das outras e de lhes determinar a natureza.

Machado Taylor et al., (2011) atribui qualidade aos professores e pesquisadores

afirmando que seu desempenho determina grande parte da satisfação do aluno tendo um

impacto sobre seu aprendizado e, por conseguinte, na qualidade das instituições de

ensino superior (IES) para a sociedade.

Segundo Dias Sobrinho (2010a) educação de qualidade seria, na perspectiva

neoliberal, a que equipa o indivíduo com conhecimentos e técnicas úteis à competitiva

individual e ao fortalecimento das empresas, numa lógica em que esse mecanismo é

entendido como o mais importante motor do enriquecimento e progresso de um país.

Bertolin (2009), afirma que o entendimento de qualidade é inexoravelmente

subjetivo, porque depende fundamentalmente das concepções de mundo e de educação

superior de quem o emite. Assim tem sido nas últimas décadas, assim continua sendo

neste início do século XXI, e assim, muito provavelmente, continuará sendo nos

próximos anos.

Para Vasconcelos et al., (2011) qualidade no ensino superior é de extrema

importância por ser a formação que resulta um profissional, (...) apto para exercer suas

funções, e obter o sucesso no mercado de trabalho.

A qualidade no ensino superior torna-se importante devido a forte concorrência

entre as universidades, o espírito de internacionalização, maior expectativa para a

instituição de ensino superior, e um aumento no pagamento da taxa total e a

classificação da educação como um serviço comercializável (KWEK, 2010).

Owlia e Aspinwall (1997) definiram várias dimensões da qualidade como

confiabilidade, receptividade, acesso, dentre outros, no ambiente da educação superior,

conforme exposto no Quadro 3.

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Quadro 3 - Dimensões da qualidade e suas correspondentes características na educação

superior

Dimensão Definição na Educação Superior

Confiabilidade

Grau no qual a educação é exata e atualizada. Quanto à instituição

cumpre o que promete. Grau de consistência no processo

educacional (ensino).

Receptividade Desejo e prontidão dos servidores para servir os alunos.

Compreensão do

Cliente Entender os estudantes e suas necessidades.

Acesso A extensão na qual os servidores estão disponíveis para aconselhar.

Competência Conhecimento prático e teórico dos servidores.

Cortesia Atitudes positivas em relação aos estudantes.

Comunicação Quão bem alunos e professores se comunicam.

Credibilidade Grau de confiança na instituição.

Segurança Segurança das informações.

Tangíveis Estado, quantidade e disponibilidade dos equipamentos e

instalações.

Desempenho Aquisição de conhecimentos e habilidades necessárias aos alunos.

Complemento Conhecimento e habilidades complementares.

Flexibilidade Grau no qual os conhecimentos e habilidades adquiridos são

aplicados em outros campos.

Ressarcimento Como a instituição lida com as reclamações e solução dos

problemas dos alunos. Fonte: Owlia e Aspinwall (1997)

Para Demo (1994, p. 16), se comete um pleonasmo quando se fala de ―educação

de qualidade‖, uma vez que uma e outra são termos que se ―implicam intrinsecamente‖.

―Não há como chegar à qualidade sem educação, bem como não será educação aquela

que não se destinar a formar o sujeito crítico e criativo‖.

Conforme visto anteriomente, os autores abordam qualidade no ensino superior

de diversas formas distintas. Assim Tam (2001, p. 49), observa que ―como resultado das

diferentes visões sobre qualidade no ensino superior, uma variedade de sistemas e

abordagens tem sido desenvolvidas para monitorar qualidade de diferentes tipos e em

diferentes níveis, indicando ênfases e prioridades variadas.‖ Esses sistemas incluem:

Controle de qualidade: é um sistema para verificar se os produtos produzidos ou

os serviços fornecidos alcancem os padrões do pré-definidos;

Garantia da qualidade: é baseada na premissa que cada um na organização tem a

responsabilidade de manter e elevar a qualidade do produto ou do serviço;

Auditoria da qualidade: são os meios de certificar-se de que os sistemas e as

estruturas relevantes dentro de uma instituição apoiam sua missão de ensinar, e

para assegurar-se de que a prevenção é ou está além de um nível satisfatório da

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qualidade.

Segundo Abreu Júnior (2009), o mundo acadêmico adota, prioritariamente,

indicadores e critérios quantitativos para a qualidade, tais como número de professores

doutores, de publicações em revistas indexadas, de produções originais das instituições,

sobretudo aquelas referentes a teorias e tecnologias inovadoras. Tubino (1997), Ristoff

(1999) e Dias Sobrinho (1996) juntamente com Trigueiro (1994) reforçam que os

estudos sobre qualidade nas IES dependem de um programa de avaliação.

De acordo com Dias Sobrinho (2010a), na agenda brasileira de educação

superior aparece, com grande relevo, a questão da ampliação das matrículas e o controle

das aprendizagens estudantis exercido por meio de exames de larga escala.

Essas medidas são socialmente valorizadas e de grande apelo político,

especialmente quando publicam informações quantitativas. Neste sentido, discutir

avaliação torna-se imprescindível, na seção seguinte será abordado o histórico do

sistema de avaliação da qualidade no ensino superior no Brasil, de acordo com os

estudiosos da área.

2.2.4 Histórico do Sistema de Avaliação da Educação Superior do Brasil

Com a grande expansão no ensino superior, a sua qualidade tornou-se alvo de

grande preocupação, surgindo assim às avaliações, que nas duas últimas décadas

adquiriram enorme relevância acadêmica e social, particularmente porque as políticas

públicas de educação têm lhe conferido grande visibilidade, criando sistemas avaliativos

compreensivos e pungentes e investindo somas consideráveis de recursos (SILVA;

GOMES, 2011).

A educação superior tem atividades complexas, relacionadas com valores éticos,

epistêmicos, políticos, sociais, econômicos e culturais. Nas últimas décadas estamos sob

influência do ‗Estado avaliador‘, que organiza a avaliação muito mais como instrumento

de regulação, o que extrapola sua dimensão burocrática-legalista de controle,

modelação, ajustamento e fiscalização (BAGGI; LOPES, 2011). Marcada por um

conjunto de processos e relações produzidas em seu cotidiano dinâmico e processual,

auxilia a compreender o caráter ―institucional‖ da avaliação (DIAS SOBRINHO, 1996;

2010).

A avaliação passou a compor a agenda pública da educação brasileira, como tem

feito em outras formações sociais. Como consequência o número de estudos e pesquisas

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sobre o tema, centrado nos pressupostos teórico-metodológicos, nos modelos de

avaliação e nas políticas públicas de avaliação da educação superior, aumentaram

significativamente (DIAS; HORIGUELA; MARCHELLI, 2006; CATANI; OLIVEIRA;

DOURADO, 2004; SGUISSARDI, 1997, DIAS SOBRINHO, 1996, PEIXOTO, 2004;

2009; 2011; LEITE, 2008; POLIDORI, 2009; SILVA; GOMES, 2011; CALDERÓN;

POLTRONIERI; BORGES, 2011).

Em relação à evolução do desenvolvimento do processo avaliativo em âmbito

nacional, Polidori (2009), considera que houve uma divisão em quatro ciclos.

O primeiro ciclo compreende o intervalo de 1986 a 1992, onde houve uma

primeira iniciativa para enfrentar o debate sobre a situação do ensino superior brasileiro,

particularmente aquele capitaneado pelas universidades públicas, no âmbito da

retomada do regime democrático, foi tomada pelo MEC, em 1983, quando instituiu o

PARU - Programa de Avaliação da Reforma Universitária. (WEBER, 2010). No PARU,

possivelmente em função da transição democrática, observa-se a presença mais efetiva

de pesquisadores e professores universitários na sua constituição e execução, que

constituem voz dissonante em relação a vários aspectos da reformulação da Educação

Superior proposta pelo MEC (ZANDAVALLI, 2009).

Em seguida foram instituídos também pelo MEC, a Comissão Nacional de

Reformulação do Ensino Superior (1985) e do Grupo Executivo para a Reforma do

Ensino Superior (GERES), em 1986. Assim houve uma segunda iniciativa através da

realização de seminários voltados para o debate sobre a avaliação do ensino superior

(1987/1988) como subsídio para a formulação de políticas governamentais pertinentes.

(WEBER, 2010). No entanto, segundo Polidori (2009), a existência de avaliações

isoladas no país não se constituindo em uma avaliação de caráter nacional.

O segundo ciclo envolve os anos de 1993 a 1995, segundo Polidori (2009)

denominado de formulação de políticas. Onde houve a Instalação do Programa de

Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras (PAIUB). Este Programa

focalizava a avaliação institucional na perspectiva de melhoria da qualidade da

formação oferecida, sobretudo aquela ministrada na graduação (WEBER, 2010).

O terceiro ciclo abrange o período de 1996 a 2003, denominado de consolidação

ou implementação da proposta governamental. Em 1996, a Lei 9394/96 (Lei de

Diretrizes e Bases da Educação – LDB) introduziu o processo regular de avaliação dos

cursos de graduação e das próprias instituições de ensino superior, condicionando seus

respectivos credenciamentos e recredenciamentos ao desempenho mensurado nesta

avaliação (VASCONCELOS, 2011).

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Segundo Abreu Junior (2009), no sistema de avaliação brasileiro, a avaliação da

educação superior ganhou relevância no governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-

2002). Sua proposta apresentava três pontos estratégicos: avaliação institucional, com

base em diretrizes curriculares estruturadas pelos especialistas designados pelo

Ministério da Educação, estabelecendo vínculo entre orçamento e desempenho de

estudantes e professores; avaliação do desempenho dos professores, estratégia de

produtividade que vincula gratificação com desempenho, quebrando a isonomia entre

docentes ativos e aposentados; avaliação das habilidades e competências dos estudantes,

mediante a realização de Exame Nacional de Cursos (ENC), o denominado ―Provão‖,

de caráter obrigatório, uma vez que dele dependia o registro profissional, e que

estabelecia alto grau de competitividade entre estudantes (CUNHA, 2003).

A Lei n. 9.131/95 (BRASIL, 1995), que estabeleceu o ENC, em seu artigo 3

dizia que o MEC procederia a ―avaliações periódicas das instituições e dos cursos de

ensino superior, fazendo uso de procedimentos e critérios abrangentes, dos diversos

fatores que determinam a qualidade e a eficiência das atividades de ensino, pesquisa e

extensão‖. Os ENC passaram então a ser obrigatórios para os estudantes do último ano

de todos os cursos superiores de graduação. Os resultados relativos a cada instituição de

ensino deveriam ser divulga dos publicamente, criando uma espécie de ranking da

qualidade institucional brasileira (ABREU JUNIOR, 2009; CALDERÓN;

POLTRONIERI; BORGES, 2011).

Por fim o quarto e atual ciclo, do ano de 2003 aos dias de hoje, onde após

diversas discussões quanto ao grau de assertividade do antigo sistema utilizado para

avaliar a qualidade do Ensino Superior no país, Exame Nacional de Cursos (ENC),

popularmente chamado de ―Provão‖, foi feita a construção da avaliação emancipatória,

com a implantação do SINAES, numa proposta de se desenvolver uma avaliação

formativa e que considerasse as especificidades das IES do país (FONSECA, 2007;

FELIX, 2008).

O SINAES reuniu num só momento, todas as faces da avaliação universitária,

adotando uma visão sistêmica, integrando todos os dados obtidos em diferentes práticas

avaliativas (RIBEIRO, 2011). Segundo Dias Sobrinho (2010b), o SINAES surgiu como

uma nova proposta para a avaliação da Educação Superior, buscando superar a ênfase

de mercado dada pelo governo anterior. Sua proposta principal era a implantação de um

sistema avaliativo emancipatório indo além da visão neoliberal.

Peixoto (2011) corrobora, afirmando que a proposição desse sistema teve por

objetivo construir um sistema nacional de avaliação que articulasse a regulação e a

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avaliação educativa, esta última numa perspectiva mais formativa e voltada para a

atribuição de juízos de valor e mérito, tendo em vista o incremento da qualidade e as

capacidades de emancipação.

O SINAES entende a avaliação institucional como parte das políticas públicas de

educação, voltadas para a construção de um sistema de educação brasileira ligado ao

projeto de sociedade democrática, compatível com as exigências de qualidade,

relevância social e autonomia (VIEIRA; FREITAS, 2010).

O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – SINAES (BRASIL,

2004) tem por objetivo:

―assegurar processo nacional de avaliação das instituições de

educação superior, dos cursos de graduação e do desempenho

acadêmico de seus estudantes, nos termos do art. 9º, VI, VIII e IX, da

Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996‖.

O SINAES tem ainda como finalidade, conforme o § 1o da Lei nº 10.861, de 14

de abril de 2004:

―a melhoria da qualidade da educação superior, a orientação da

expansão da sua oferta, o aumento permanente da sua eficácia

institucional e efetividade acadêmica e social e, especialmente, a

promoção do aprofundamento dos compromissos e responsabilidades

sociais das instituições de educação superior, por meio da valorização

de sua missão pública, da promoção dos valores democráticos, do

respeito à diferença e à diversidade, da afirmação da autonomia e da

identidade institucional‖.

Conforme Stadtlober (2010) através dos SINAES as IES são avaliadas de forma

integrada, onde há desde provas realizadas com acadêmicos, até a avaliação

institucional e do curso, por parte dos alunos, professores e colaboradores.

Sendo assim, o SINAES apresenta três grandes pilares: (1) avaliação

institucional; (2) avaliação de cursos e (3) avaliação do desempenho dos estudantes.

Esses pilares são atendidos pelos processos de avaliação in loco para os itens um e dois,

e complementados pela organização e avaliação interna de cada IES. O pilar três é

atendido pela realização do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes, o ENADE

(POLIDORI, 2009).

Ribeiro (2011) aponta que a Avaliação Institucional e Avaliação dos cursos de

graduação são atendidas por meio de avaliação in loco e complementados pela avaliação

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interna de cada IES, por meio da Comissão Própria de Avaliação. Brito (2008)

corrobora detalhando esses componentes:

Quadro 4 - Componentes do SINAES

Avaliação

Institucional

Auto avaliação (pelas CPAs e avaliação externa in loco, desenvolvida

pelos avaliadores institucionais capacitados pelo INEP nos moldes do

SINAES).

Avaliação de Curso

Pelos pares na avaliação in loco, pelos estudantes, através do ADES

(questionário de Avaliação Discente da Educação Superior que é

enviado aos estudantes da amostra do ENADE), pelos coordenadores

de curso, mediante questionário dos coordenadores e avaliações

realizadas pelos professores dos cursos e a CPA.

Avaliação do

Desempenho dos

estudantes

ingressantes e

concluintes

Através de um exame em larga escala aplicado aos estudantes que

preenchem os critérios estabelecidos pela legislação vigente. O

Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) é

composto pela prova, o questionário de Avaliação Discente da

Educação Superior (ADES) (antigo questionário socioeconômico), o

questionário dos coordenadores de curso e a percepção do aluno

sobre a prova.

Fonte: Adaptado de Brito (2008)

A avaliação de cursos, de acordo com o art. 4º da Lei nº 10.861, de 2004, ―tem

por objetivo identificar as condições de ensino oferecidas aos estudantes, em especial as

relativas ao perfil do corpo docente, às instalações físicas e à organização didático-

pedagógica‖.

Sobre o Enade, destaco os principais pontos constantes da Lei nº 10.861, de

2004:

O exame será aplicado trienalmente para o mesmo curso, admitida a utilização

de procedimentos amostrais;

A situação regular do aluno perante o exame é inscrita no histórico escolar;

A avaliação do desempenho dos alunos de cada curso será expressa por meio de

conceito ordenado em uma escala com cinco níveis;

O exame é um dos procedimentos de avaliação do Sinaes, integrando o conjunto

das dimensões avaliadas quando da avaliação dos cursos de graduação.

O Exame Nacional de Desempenho de Estudantes complementa o processo de

avaliação do SINAES aplicado, busca ―aferir o rendimento dos alunos dos cursos de

graduação em relação aos conteúdos programáticos, suas habilidades e competências‖

(RIBEIRO, 2011). Para Dias Sobrinho (2010b) o ENADE não tem pretensão de avaliar

a aprendizagem, e sim de ser um instrumento que contribua para o processo de

aprendizagem. Além das competências profissionais, adquirem relevância a formação

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geral e a abordagem dos temas transversais.

Evidencia-se, ainda, no escopo do SINAES, a existência de indicadores como

Conceitos Preliminares de Cursos - CPC e Índice Geral de Cursos - IGC criados

recentemente para mensurar o desempenho das instituições e dos cursos. O CPC

combina o desempenho obtido pelos estudantes no ENADE com os resultados do

Indicador de Diferença de Desempenho (IDD) e com as informações de infraestrutura e

instalações físicas, recursos didático-pedagógicos e corpo docente oferecida pelo curso

de uma determinada Instituição de Ensino Superior.

O Conceito Preliminar de Curso (CPC), foi instituído pela Portaria Normativa nº

4 de 5 de agosto de 2008 e veio a compor o cenário de uma forma díspar ao Sistema. O

CPC é formado por três elementos: os insumos que lhe são atribuídos, 30% da nota

final; o ENADE, com atribuição de 40%; e o IDD com 30%. Esses insumos são

compostos pelas seguintes informações: infraestrutura e instalações físicas, com peso

10,2; recursos didático-pedagógicos, com 27,2 de peso; corpo docente, considerando-se

a titulação, peso de 38,9; e o regime de trabalho com o peso de 23,8 (POLIDORI,

2009).

O IGC vem a consolidar as informações relativas aos cursos superiores

constantes dos cadastros, censo e avaliações oficiais disponíveis no INEP e na

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) (POLIDORI;

RETTL; MORAES; CASTRO, 2011).

O IGC será calculado conforme art. 2º da Portaria Normativa nº 12/2008:

I – média ponderada dos Conceitos preliminares do Curso (CPC), nos termos da

Portaria Normativa nº 4, de 2008, sendo a ponderação determinada pelo número de

matrículas em casa um dos cursos de graduação correspondentes;

II – média ponderada das notas dos programas de pós-graduação, obtidas a partir

da conversão dos conceitos fixados pela Capes, sendo a ponderação baseada no número

de matrículas em casa um dos cursos ou programas de pós-graduação stricto sensu

correspondentes.

Já o IDD é resultante da diferença entre o desempenho médio obtido no Enade

pelos alunos concluintes de um curso e o desempenho médio que era esperado para

esses mesmos alunos, dadas às informações existentes sobre o perfil dos ingressantes

desse curso (VASCONCELOS, 2011).

Segundo nota técnica do INEP (2009):

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Para cálculo do IDD, considera-se o desempenho médio obtido no

Enade pelos concluintes de cada curso e o desempenho médio que

seria esperado ao final do curso para o perfil de ingressante daquela

instituição caso eles tivessem frequentado um curso de qualidade

correspondente à média dos cursos que participaram do Enade na

mesma área e possuam ingressantes com perfil similar. A diferença

entre o desempenho médio efetivamente observado quando um grupo

de estudantes chega ao final do curso e o desempenho esperado para o

mesmo indica se o resultado obtido pelo curso está acima ou abaixo

do esperado (ou na média).

Destaca-se que os indicadores e processos de avaliação implantados a partir do

SINAES, apesar dos avanços, vêm sofrendo várias críticas, entre outros, quanto à

eficiência e habilidade do governo central em lidar com um sistema articulado e

complexo como o de ensino superior (AGASISTI; CATALANO, 2006); quanto ao

treinamento e capacitação dos avaliadores para regular o Sistema, e o entendimento do

que seria qualidade e quais os indicadores seriam utilizados para garantir e incentivar o

aprimoramento das IES (RIBEIRO, 2011); bem como, as constantes indicações da falta

de institucionalização dos resultados da avaliação (RIBEIRO, 2008; CARNEIRO;

NOVAES, 2008; PEIXOTO, 2009), apontando para uma ritualização da avaliação,

visando o estrito cumprimento da Lei.

Para Baggi e Lopes (2011), a avaliação não pode ser resumida como atividade

de coleta e divulgação de dados, como se esse procedimento provocasse as

transformações necessárias para a melhoria da qualidade educacional. Deve ser

entendida como um dos meios de viabilização de mudanças na cultura acadêmica, no

trabalho docente, na gestão das instituições, nas definições curriculares e, acima de

tudo, na estruturação da educação superior.

Nesse sentido, ressalta-se a importância dos programas, ferramentas e conceitos

de qualidade aplicados nas Instituições de Ensino no processo de manutenção da

qualidade, considerando a proposta dessa dissertação, a fim de obter uma gestão mais

eficiente, e não apenas, visando o estrito cumprimento da Lei através dos indicadores e

processos de avaliação.

2.3 SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE EM ORGANIZAÇÕES

EDUCACIONAIS

Com as mudanças impostas pelo mercado globalizado, caracterizado pela

liberalização do comércio internacional e dos movimentos de capitais, aceleração do

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52

progresso tecnológico e agilidade da informação; a inovação e a competitividade se

tormaram fatores primordiais para o sucesso das organizações. Tais fatores afetam

também as instituições universitárias, que tem como funções básicas a formação de

recursos humanos qualificados e a produção do conhecimento.

Se de um lado, as universidades públicas enfrentam um dilema burocrático, do

outro, as instituições particulares - com maior autonomia para tomar decisões gerenciais

– vivenciam questões estruturais. Em geral, as Instituições de Ensino Superior se

dedicam a atender as necessidades mais prementes, tais como evasão e em especial a

certificação e avaliações do MEC. No entanto, essas questões podem ser prevenidas ou

até mesmo sanadas a partir da adoção de um sistema de gestão da qualidade (BARONI,

2010).

Para Goetsch e Davis (2005), um sistema de gestão da qualidade consiste em

políticas, procedimentos, planos, recursos, processos e delimitação de responsabilidade

e autoridade, todos deliberadamente que visem atingir produto ou níveis de qualidade

compatíveis com a satisfação do cliente e a objetivos da organização. Quando essas

políticas, procedimentos, planos, etc, são tomadas em conjunto, eles definem como a

organização funciona, e como a qualidade é gerenciada (AL-RAWAHI; BASHIR,

2011).

Para Marques (2008), um sistema de gestão da qualidade permite à Universidade

gerir mais eficientemente as despesas sociais, orientar os estudantes para melhores

oportunidades de emprego e desenvolver um ensino compatível com uma sociedade em

constante desenvolvimento.

Segundo Poksinska, Eklund e Dahlgaard (2006) e Lagrosen, Backstron e

Lagrosen (2007), vários outros estudos demonstram que esses sistemas proporcionam

significativos benefícios às empresas. Contudo, os autores também relatam a existência

de recorrentes dificuldades (OLIVEIRA; NADAE; OLIVEIRA; SALGADO, 2011).

Neste Capítulo são abordados os conceitos relacionados ao Modelo de

Excelência da Gestão – MEG, Seis Sigma, 5S, ISO 9001, NBR 15419:2006 e ainda o

GesPública um sistema de gestão Brasileiro.

2.3.1 MEG – Modelo de Excelência da Gestão

O Modelo de Excelência da Gestão — MEG está alicerçado sobre um conjunto

de conceitos fundamentais e estruturado em critérios e requisitos inerentes a Excelência

em Gestão. Esse mesmo Modelo se aplica nos critérios Compromisso com a Excelência

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53

e Rumo a Excelência (ABREU, 2012).

Os onze (11) Fundamentos da Excelência expressam esses conceitos

reconhecidos internacionalmente. Originalmente a identificação desses fundamentos se

deu nos anos 80, nos EUA, por meio de estudos desenvolvidos por acadêmicos e

consultores. Alguns desses fundamentos evoluíram ao longo do tempo adequando-se à

realidade das organizações. Outros surgiram em decorrência da evolução na relação

entre gestores, parceiros, sociedade, clientes entre outras partes interessadas (ABREU,

2012).

Além disso, o MEG utiliza o conceito de aprendizado e melhoria contínua,

segundo o ciclo de PDCL ( Plan, Do, Check, Learn ), evolução do tradicional PDCA.

Muitas organizações utilizam o Modelo de Excelência da Gestão (MEG) para

exercer, da maneira mais eficiente, a gestão empresarial. Isto se deve ao fato de que este

modelo não prescreve ferramentas e práticas de gestão específicas, podendo assim ser

útil para a avaliação, diagnóstico e o desenvolvimento do sistema de gestão de qualquer

tipo de organização (MARUFF, 2010).

Para Frederico (2008), o MEG baseia-se em um conjunto de fundamentos que

expressam conceitos atuais que se traduzem em práticas encontradas em organizações

de elevado desempenho, líderes de classe mundial.

Segundo FNQ (2011), o modelo estabelece uma orientação integrada e interdependente para gerir

uma organização. Considera que os vários elementos da organização e as partes

interessadas interagem de forma harmônica e balanceada nas estratégias e resultados.

Assim, o MEG permite que os vários elementos de uma organização possam ser

implementados e avaliados em conjunto de forma interdependente e complementar.

Utilizando os Critérios de Excelência como referência, uma organização pode

realizar uma auto avaliação e obter um diagnóstico da gestão organizacional. A seguir,

são apresentados os conceitos de cada fundamento, acompanhados de uma orientação

básica de como colocá-los em prática nas organizações.

Quadro 5 - Conceitos e Fundamento do MEG

1. Pensamento

Sistêmico

Entender as relações de interdependência entre os diversos

componentes de uma organização, bem como entre a

organização e o ambiente externo. A gestão vê a organização

como um sistema vivo, que interfere e sofre interferência do

ambiente externo, portanto ela é dinâmica.

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54

2. Aprendizado

Organizacional

Buscar um novo patamar de conhecimento para a organização

por meio da percepção, reflexão, avaliação e compartilhamento

de experiências das pessoas e do mercado. O aprendizado passa

a ser, também, de responsabilidade das organizações. A

―aceitação‖ do erro como forma de aprendizado é um dos

desafios para os líderes. A ―espiral crescente‖ conhecimento

tácito-conhecimento explícito deve ser praticada e, se possível

servir como parâmetro de avaliação.

3. Cultura de

Inovação

Promoção de um ambiente favorável à criatividade,

experimentação e implementação de novas ideias, que possam

gerar um diferencial competitivo para a organização. A

inovação não deve ser vista apenas como ruptura. As mudanças

que geram impactos duradouros devem ser cultuadas.

Relacionamentos informais ajudam a desenvolver esse

fundamento.

4. Liderança e

Constância de

Propósitos

A gestão deve atuar de forma aberta, democrática, inspiradora e

motivadora das pessoas, visando o desenvolvimento da cultura

da excelência, a promoção de relações de qualidade e a proteção

dos interesses das partes interessadas. A construção e

manutenção de relacionamentos com as partes interessadas

devem levar em conta a transparência e os valores éticos. O

desenvolvimento de novos líderes desponta como uma

atribuição adicional dos chefes nas organizações mundiais.

5. Orientação por

Processos e

Informações

Compreensão, segmentação e interação do conjunto das

atividades e processos da organização que agreguem valor para

as partes interessadas. A tomada de decisões e a execução das

ações devem ter como base a medição e análise do desempenho,

por meio das informações obtidas, interna e externamente. Os

riscos do negócio devem ser identificados e monitorados. A base

para a melhoria é a previsibilidade dos resultados em processos

estáveis.

6. Visão de Futuro

Compreensão dos fatores que afetam a organização, seu

ecossistema e o ambiente externo. Essa visão deve assegurar

resultado no presente e sucesso no futuro. Agilidade é uma

característica que ajuda na implementação deste fundamento. A

antecipação é decorrente de um processo de planejamento eficaz

observando meio ambiente e tecnologia, além da sociedade.

7. Geração de Valor

Alcançar resultados consistentes pelo aumento de valor tangível

e intangível de forma sustentada para todas as partes

interessadas. Crescimento sustentável e perenidade das

operações são aspectos importantes para a implementação desse

fundamento pelas organizações. As pessoas são fundamentais

para que esse fundamento seja implementado.

8. Valorização das

Pessoas

Criar condições para que as pessoas se realizem profissional e

humanamente, maximizando seu desempenho por meio do

comprometimento, do desenvolvimento de competências e de

espaços para empreender. O alinhamento entre os objetivos da

organização e das pessoas configura-se como um desafio para os

gestores em face da importância da retenção dos talentos.

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9. Conhecimento

sobre o Cliente e o

Mercado

Conhecer e entender os clientes e os mercados visando à criação

de valor, de forma sustentada e, consequentemente,

proporcionar maior competitividade da organização nos

mercados local, regional e mundial. O constante monitoramento

da sociedade, consumidores potenciais e concorrentes ajuda a

construir relacionamentos duradouros, o que gera lucros

crescentes. Conquistar novos clientes é resultado da aplicação

deste fundamento.

10. Desenvolvimento

de Parcerias

Desenvolver atividades em conjunto com outras organizações, a

partir da plena utilização das competências essenciais de cada

uma, objetivando benefícios para as partes envolvidas. Essas

parcerias devem ser feitas em níveis de fornecedores principais,

de serviços e de clientes, assim como com revendedores e

concessionários. Projetos em parceria asseguram agilidade.

11. Responsabilidade

Social

Atuação que se define pela relação ética e transparente da

organização com todos os públicos com os quais ela se

relaciona. Refere-se também à inserção da empresa no

desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando os

recursos ambientais não renováveis, empregando

criteriosamente os renováveis, respeitando a diversidade e

promovendo a redução das desigualdades sociais como parte

integrante da estratégia da organização. A preservação da

cultura para as gerações futuras também deve ser incluída na

estratégia como forma de reconhecimento e para assegurar

mercados mais competitivos. A inclusão social dos cidadãos

deve ser, também, parte dessa estratégia. Influenciar parceiros

nessas ações. Fonte: FNQ - Conceitos Fundamentais da Excelência em Gestão, (2006)

Esses fundamentos da excelência, quando aplicados, trazem melhorias para os

processo de produtos, redução de custos e aumento da produtividade para a organização,

tornando-a mais competitiva. Além disso, potencializam a credibilidade da instituição e

o reconhecimento público, aumentando o valor do empreendimento. A organização que

adota enfoques de excelência adapta-se mais facilmente às mudanças e tem mais

condições de atingir e manter um melhor desempenho (FNQ, 2011).

Tal modelo viabilizou um pool de premiações em países, regiões e setores

econômicos. Diversos países criaram seus programas de estímulo à excelência

organizacional tomando por base os modelos americano, europeu e o Deming Prize,

definindo, assim, prêmios nacionais e modelos de referência em gestão (TAN, 2002;

TAN et al, 2003).

Hoje empresas e organizações públicas, vêm adotando MEGs para desenvolver

seus sistemas de gestão, como uma estratégia de busca de respostas às transformações

no seu ambiente de atuação (ALBUQUERQUE; BONACELLI, 2011).

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56

No Brasil em 1989, um grupo formado por profissionais de distintos setores (indústria,

serviços, consultoria e academia) iniciou um estudo sobre o desenvolvimento de um

prêmio brasileiro nos moldes daqueles existentes mundo afora (MIGUEL, 2005).

Diversos modelos de premiações no Brasil e no mundo foram estudados,

criando-se então, a Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade (FPNQ), hoje

Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), uma entidade privada, sem fins lucrativos,

instituída por 39 organizações nacionais e transnacionais para administrar o Prêmio

Nacional de Qualidade (PNQ).

O MEG da FNQ é um instrumento em apoio à avaliação, diagnóstico e

desenvolvimento dos sistemas de gestão das organizações, e pode ser usado tanto para

auto avaliação e obtenção de um diagnóstico organizacional, como para candidatura de

organizações ao PNQ (ALBUQUERQUE; BONACELLI, 2011).

Segundo a FNQ (2011), a estrutura do MEG também deve conter elementos que

permitam avaliar em que graus seus requisitos estão sendo atendidos pelo sistema de

gestão. Esses elementos são chamados de Fatores de Avaliação sendo que sete dos dez

existentes avaliam o atendimento dos requisitos associados às práticas de gestão

(Critérios de Excelência de 1 a 7) e um para avaliar os resultados decorrentes destas

práticas (Critério 8). A Figura abaixo apresenta o Modelo de Excelência da Gestão

(MEG) mostrando seus oito critérios de excelência.

Figura 4 - Representação do Modelo de Excelência da Gestão

Fonte: FNQ - Critérios de Excelência, (2008, p. 10)

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O conceito do MEG, de acordo com figura acima, é de que os vários elementos

do modelo encontram-se imersos num ambiente de informações e conhecimento,

relacionando-se de uma forma harmônica e integrada, direcionando-se para a geração de

resultados (FREDERICO, 2008).

O MEG, como resultado da evolução do PNQ desde 1992, apresenta-se

atualmente como instrumento de avaliação que incluem critérios e itens, com questões

específicas, bem como fatores de avaliação. Dessa forma, avalia o estágio da gestão das

organizações, sejam elas candidatas ao PNQ ou a prêmios regionais e setoriais, ou não.

Neste sentido, colabora para a disseminação no País das boas práticas de gestão, além

de ser um instrumento de modelagem da gestão das organizações que o utilizam.

2.3.2 Seis Sigma

Seis Sigma é uma metodologia bem estruturada, que se concentra na redução da

variação, medição de defeitos e melhorar a qualidade de produtos, processos e serviços,

é um método de cima para baixo, e é uma maneira disciplinada e altamente quantitativa

orientada por dados (GIJO; ASHOK, 2013; CHENG, 2013).

Essa metodologia é uma marca registrada da Motorola, desenvolvida pelo

engenheiro Bill Smith durante 1987-1993, apresentada para melhorar a confiabilidade

dos produtos, reduzindo a variação excessiva que resulta em defeitos nos processos de

fabricação (WATSON E DEYONG, 2010; ANTONY, 2012). Posteriormente, foi

adotado pela Allied Signal (agora Honeywell) durante 1992-1996 e General Electric de

1995-1998 (ANTONY E BANUELAS, 2002), onde se iniciou por Jack Welch. Após os

resultados rentáveis da Motorola, Honeywell e da General Electric, os Seis Sigma foi

colocado em prática em 1990 por outras grandes organizações (DESHMUKH;

CHAVAN, 2012). Com o passar dos anos o Seis Sigma evoluiu para se tornar uma

extensão da gestão da qualidade total (TQM) (GREEN, 2006).

A letra do alfabeto grego (σ- sigma) é usada para identificar a variabilidade, um

nível de qualidade sigma indica quantas vezes os defeitos são prováveis de ocorrer.

Maior nível de qualidade sigma é um sinal de que o processo iria produzir defeitos

menores. Uma forma de ler e falar a língua do Seis Sigma é através da determinação do

número de defeitos por oportunidades milhões (MONTGOMERY; WOODALL, 2008;

MARQUES; REQUEIJO; SARAIVA; FRAZÃO-GUERREIRO, 2013).

O nível de qualidade Six-Sigma é igual a 3,4 defeitos por milhão de

oportunidades (DPMO) e pode ser mostrado como 3,4 DPMO (MEHRJERDI, 2011),

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58

seu objetivo é fazer com que um processo seja livre de defeitos. Para atingir este

objetivo, são necessários esforços significativos, uma vez que a implementação dessa

metodologia requer recursos financeiros e humanos, além da utilização de avançadas

ferramentas estatísticas (SOUZA et al. 2013). Cabe esclarecer que os processos se

aplicam a ambos de fabricação e/ou serviços (JENICKE; KUMAR; HOLMES, 2008).

Segundo Tjahjono et al., (2010) o programa teve inicialmente ramificações das

indústrias de eletrônicos (Motorola e Texas Instruments) e expandiu-se para muitos

outros setores. Contudo, seis sigma como um nível é normalmente utilizado no processo

de fabricação, uma vez que se torna cada vez mais difícil de alcançar um maior nível de

sigma quando os seres humanos são envolvidos, devido o aumento do número de

defeitos de processamento que poderiam ocorrer. Logo, a ênfae dentro desse setor de

serviços é sobre a filosofia de melhoria através do seis sigma e não no nível sigma

(KUMI; MORROW, 2006).

A metodologia básica do Seis Sigma, é derivada do ciclo PDCA, é uma série de

processos sistemáticos caracterizados pelo acrônimo DMAIC (Define-Measure-

Analyse-ImproveControl), ver (Figura 5). Como no ciclo PDCA, o DMAIC também é

caracterizado pela aplicação contínua, ao final de cada etapa segue-se para a próxima ao

final do ciclo dá-se início a um novo ciclo (CHASSIN, 1998).

Figura 5 - Ciclo Seis Sigma

Fonte: Adaptado Holtz e Campbell (2003)

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59

Segundo Cabrera Junior apud Rotondaro (2006, p. 17) seis sigma pode ser

caracterizado por:

[...] uma metodologia rigorosa que utiliza ferramentas e métodos

estatísticos para definir problemas e situações a melhorar, medir para

obter a informação e os dados, analisar a informação coletada,

incorporar e empreender melhorias nos processos e controlar os

processos ou produtos existentes com a finalidade de se alcançar a

melhoria contínua.

Dessa definição pode-se conceituar o DMAIC como sendo a metodologia que

visa à melhoria contínua baseada na otimização e controle de processos, onde procura-

se identificar e analisar resultados indesejáveis priorizando a resolução dos problemas

(PENCZKOSKI; PEDROSO; PILATTI, 2008).

A aplicação do ciclo DMAIC deve ser sequencial e as ações correspondem a

cada palavra da sigla, o ciclo segue os seguintes passos, segundo Holtz e Campbell

(2003):

Definir: compreender claramente e indicar o problema, então utilizar os

conhecimentos da equipe para presumir a possível causa do problema;

Medir: coletar dados objetivos e de confiança para as prováveis causas;

Analisar: Estudar os dados utilizando ferramentas de análise gráfica e/ou

estatística, isolando as causas críticas da variação;

Melhorar: Utilizar os conhecimentos da equipe para o desenvolvimento e

execução de melhorias para direcionar as causas preliminares de variação;

Controlar: Monitorar os produtos/serviços na etapa final do processo, assim

como os fatores que estavam causando a variação, isso garantirá que caso ainda

ocorra alguma variação, uma ação possa ser tomada o mais rápido possível –

antes que o processo saia do controle.

Segundo Kumi e Marrow (2006), o foco geral do Seis Sigma é a prevenção de

defeitos que causam insatisfação do cliente. Um defeito pode ser descrito como uma

falha num processo que resulta num baixo grau de satisfação do cliente. O cliente é

importante, pois são eles que definem a qualidade, e quaisquer defeitos de qualidade

pode levar a perda de clientes.

Para Klefsjo et al., (2001) os benefícios do Seis Sigma são os principais atrativos

que despertam o interesse das empresas pelo programa, entre eles estão: a busca da

melhoria contínua dos processos; a conquista da satisfação dos clientes através da

melhor compreensão dos requisitos exigidos; o pleno entendimento das entradas críticas

dos processos necessárias para responder as alterações nas exigências e especificações

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60

definidas; aprimoramento da qualidade; ganhos no fluxo do processo; aumento da

produtividade e motivação; redução de tempos de ciclo; aumento da capacidade

produtiva e da confiabilidade dos produtos; redução dos defeitos, dos custos, de

desperdícios; a eliminação de atividades que não agregam valor ao processo; e a

maximização dos lucros, fazendo qualquer processo mais eficiente (BLAKESLEE

JR,1999; SNEE, 2000; YOUNG, 2001; HAN; LEE, 2002; ARNHEITER; MALEYEFF,

2005; WEI; SHEEN; TAI; LEE, 2010; KUMAR E BAUER, 2010; GOH, 2011;

ANTONY; KRISHAN; CULLEN; KUMAR, 2012; ATMACA; GIRENES, 2013).

Nesse contexto, o Seis Sigma tem se destacado tanto na literatura como nos

ambientes de manufatura e serviços, como o programa de melhoria da qualidade mais

apoiado no método científico e na abordagem estatística como estratégia de negócio.

Redução da variação, medição, coleta de dados, foco em processos e satisfação de

cliente são valiosas premissas do Seis Sigma (MEHRJERDI, 2011; SANTOS;

MARTINS, 2010).

Destarte, nas últimas duas décadas, houve um crescimento no número de adeptos

ao programa, os princípios do Seis Sigma têm sido implementados em indústrias de

serviços no contexto da cadeia de abastecimento (ARNHEITER; MALEYEFF, 2005;

WEI; SHEEN; TAI; LEE, 2010), em hospitais (SEHWAIL; DEYONG, 2003; VAN DEN

HEUVEL; DOES; VERVER, 2005), governo (FURTERER E ELSHENNAWY, 2005),

setores públicos (PATEL E ZU, 2009;. KUMAR E BAUER, 2010) e ambientes

universitários (ANTONY, 2004; JENICKE; KUMAR; HOLMES, 2008; ANTONY;

KRISHAN; CULLEN; KUMAR, 2012).

Segundo Kumi e Morrow (2006), o Seis Sigma pode ser usado em áreas

específicas, ou pode ser utilizado para influenciar as alterações na organização como um

todo. Ela pode se tornar parte da abordagem de uma empresa inteira ou pode ser usado

para se concentrar em um processo específico. Um exemplo disso tem sido os processos

aplicados dentro das bibliotecas Universitárias como o Instituto Indiano de Estatística

em Bangalore (CHOWDHURY E DUTTA, 2004), da Biblioteca de Cinema da

Universidade do Texas MD Anderson Cancer Center (BENEDETTO et al., 2002), da

Newcastle University Library no Reino Unido (KUMI; MORROW, 2006), e da

Sungkyunkwan University library da Coreia do Sul (KIM, 2010) com a finalidade de

melhorar os serviços dessas instituições. Ambos os trabalhos relatam sucesso na

adaptação da metodologia para o ambiente específico da biblioteca (KUMI; MORROW,

2006).

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No contexto das Universidades alguns estudos destacam as dificuldades de

implementação do seis sigma em seu ambiente e uma lista de desafios foi gerada,

Holmes et al., (2005) relatam que os desafios incluem a dificuldade de se definir o

cliente para uma universidade, a natureza do produto, a complexidade dos sistemas de

medição da qualidade e da dificuldade de recompensar os empregados. Para Hoerl e

Bryce (2004), aplicar Seis Sigma em uma universidade é difícil devido à natureza

intangível de um produto educacional, a diversidade de metas departamentais e

individual, e que as melhores áreas de aplicação podem estar em áreas não-acadêmicas,

as áeras de apoio (HOERL E BRYCE, 2004).

No entanto, vários outros autores examinam o papel do Seis Sigma para apoiar a

tomada de decisões em programas de ciência e engenharia. Burtner (2004) recomenda o

uso da metodologia Seis Sigma na Escola de Engenharia da Universidade Mercer para

fornecer aos administradores universitários os dados de que necessitam para apresentar

mudanças efetivas na programação e política. Os resultados preliminares identificaram

três fatores preponderantes para o sucesso do programa: maior ajuda financeira,

desenvolvimento do corpo docente e uma melhoria na qualidade de ensino. Fatores

cruciais para reter os estudantes atualmente matriculados e aumentar as taxas de

graduação. E o resultado é um processo mais eficiente de produzir engenheiros

qualificados para atender as necessidades tecnológicas do país (LAWRENCE;

KUMAR; HOLMES, 2008).

Segundo Wendt (1994), o sucesso do programa Seis Sigma no setor privado vem

fornecendo impulso para incluí-lo em ambientes universitários. Embora não haja muitos

exemplos de implementação seis sigma na academia internacional e nacional, é possível

utilizar esta metodologia para a melhoria contínua.

2.3.3 5S

A denominação 5S vem das iniciais das cinco palavras de origem japonesa,

adaptado para a língua portuguesa na forma de cinco sensos. Cada um dos sensos

estabelece uma etapa da metodologia que evolui e culmina no alcance dos requisitos

pré-estabelecidos e sua manutenção (PERTENCE E MELLEIRO, 2010).

Uma estrutura de aplicação do 5S em negócios tratado como uma filosofia de

vida foi primeiramente formalizada no inicio dos anos 80 por Takashi Osada (HO et al.

1995). O 5S detalhado e enraizado no Japão é facilmente incluído na prática de gestão e

contribui para rentabilidade, maximizando a eficiência e a eficácia (OSADA, 1989;

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62

GAPP; FISHER; KOBAYASHI, 2008). Sua prática foi iniciada no setor de manufatura

e então estendida para outras indústrias e setores de serviços, onde as primeiras versões

foram baseadas nos 3S (seiri, seiton e seiso) até tornar-se 5S (SANTOS JUNIOR,

BARBOSA, PRATES, 2012).

De acordo com Campos (1992), o programa cinco sensos, mais conhecido como

5S, é considerado o passo inicial para a implantação de programas de qualidade. As

palavras japonesas que definem o método do 5S são: SEIRI - Organização, senso de

utilização, seleção, classificação, descarte; SEITON - Arrumação; ordenação,

sistematização, sistematização; SEISO - Limpeza, inspeção, zelo; SEIKETSU -

Padronização, saúde, aperfeiçoamento, asseio, higiene; SHITSUKE - Disciplina,

educação, harmonia.

O objetivo do programa está além da transformação do ambiente de trabalho,

fazendo a diferença também na conscientização das pessoas, transformando idéias em

atitudes, as melhorias são encontradas ao longo do programa e passam a refletir na

melhora de qualidade de vida dos funcionários (DOMINGOS, 2011).

Quando compreendida e desenvolvida no contexto, independentemente do

tamanho ou tipo de organizações, 5S pode ser usado para envolver atividades de

melhoria dentro de muitos ambientes, incluindo: casas, escolas, comunidades e locais de

trabalho (DE MENTE, 1994). A implementação do 5S também pode descobrir

problemas ocultos que podem ter passado despercebido (GAPP; FISHER;

KOBAYASHI, 2008).

Segundo o autor Takashi Osada (1989; 1991), que desenvolveu o quadro de

aplicação do 5S nas organizações no início de 1980, para entender 5S é necessário

conhecer como esta técnica é integrada no quotidiano das pessoas no Japão. A

importância do 5S reside no fato de que ele pode ajudar a reduzir os custos,

maximizando a eficiência do processo, a eficácia e desempenho através da criação e

manutenção de uma alta qualidade e ambiente de trabalho limpo (Hirano, 1995; Ho,

1999; Liker, 2004; Liker e Hoseus, 2008). Por esta razão, de acordo com a literatura

algumas organizações multinacionais envolvidas na fabricação e serviços na Europa,

EUA e Ásia adotaram 5S com o simples propósito de criar um ambiente de trabalho

baseado em valores como organização, ordem, limpeza e disciplina (HO ET AL, 1995;.

O'HEOCHA, 2000; PHENG, 2001; PHENG E KHOO, 2001; WARWOOD E

KNOWLES, 2004; LIKER, 2004; PREMIL KUMAR ET AL. , 2007; KUMAR, 2009;

BARRAZA, RAMIS-PUJOL, 2012).

Hyland et al. (2003), refere-se ao 5S como uma ferramenta de solução de

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63

problemas. Prates et al. (2011), relata que implantar uma gestão de qualidade seguindo

os passos da filosofia 5S, serve como importante base para um futuro programa de

qualidade que a empresa queira implantar, visando uma certificação de qualidade.

Bamber et al. (2000) sugere que 5S e TQM podem ser utilizados não somente

simultaneamente, mas também em conjunto com outros métodos de melhoria de

processos usados no gerenciamento da qualidade total, kaizen e o just-in-time (JIT) e

integrado no gerenciamento ambiental. Esta visão é empiricamente apoiada por Zutshi e

Sohal (2005) que identificaram que existem padrões de benchmarking disponíveis em

gerenciamento ambiental os quais podem ser usados para alcançar níveis ótimos de

operações ou Best Practices na Austrália (SANTOS JUNIOR, BARBOSA, PRATES,

2012).

Segundo Sousa et al. (2007), é difícil quantificar os benefícios que o 5S pode

trazer a uma organização, por ser um processo educacional e contínuo, muitas vezes é

introduzido como base para outras ferramentas gerenciais, através de sua interação, com

melhorias em outras funções como produção (novos equipamentos, novos processos,

novos sistemas); manutenção (técnicas de confiabilidade e manutenibilidade); qualidade

(ISO 9001); recursos humanos (políticas); higiene, segurança (OHSAS 18001); e meio

ambiente (ISO 14000).

Nas organizações já é comum a introdução de um programa estratégico como o

5S visando melhorar o desempenho organizacional a partir de contribuições com as

demais ferramentas gerenciais, porém a grande falha na sua introdução é a falta de um

diagnóstico organizacional, o que pode causar uma sensação de pânico, uma vez que

são implementados sem que haja uma preocupação de verificar as sobreposições de

algumas ações (SANTOS JUNIOR, BARBOSA, PRATES, 2012).

Ao analisar a implantação do programa, percebe-se que este serve de suporte

para outras ferramentas, não podendo assim, atribuir apenas para a aplicação dos sensos,

uma consciência sobre a qualidade.

O quadro abaixo apresenta as contribuições diretas que o programa 5S pode

trazer a cada ferramenta gerencial, sendo possível avaliar o potencial destas

ferramentas, e quanto pode incorporar de mudanças positivas em todas as dimensões do

ambiente organizacional.

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Quadro 6 - Inter-relação e os benefícios do programa 5S para as outras ferramentas

gerenciais

Ferramentas Gerenciais Contribuições diretas do 5S

Folha de Verificação Facilita o acesso através da organização (SEITON);

Técnicas de Confiabilidade

– TC Procedimentos (SEIKETSU);

Programa Zero Defeito –

PDZ Aspectos Físicos (SEIRI, SEITON, SEISO);

Organização Internacional

para Padronização - ISO

9000

Conservação dos recursos (SEIRI); Identificação, sinalização,

manuseio, e rastreamento (SEITON); Ambiente adequado à

qualidade (SEISO); Procedimentos (SEIKETSU); Cumprimento

aos procedimentos (SHITSUKE);

Procedimentos padrões e

higiene operacional –

PPHO

Melhor apresentação do local de trabalho (SEITON E SEISO);

Higiene do ambiente e das pessoas (SEIKETSU);

Desdobramento da função

da qualidade - QFD e

Kaizen

Postura crítica e proativa (SHITSUKE);

Qualidade Total – TQC Aspectos Físicos (SEIRI, SEITON, SEISO); Padronização

(SEIKETSU); Aspecto comportamental (SHITSUKE);

Círculo de Controle de

qualidade - CCQ Trabalho em grupo, postura crítica e pró ativa (SHITSUKE);

Just in Time - JIT Combate ao desperdício, ter e usar somente o necessário (SEIRI);

Manutenção Produtiva -

MPT

Limpeza e inspeção aumentando a performance dos equipamentos

(SEISO);

ISO 14000 Redução do consumo e reutilização (SEIRI); Combate à poluição

e coleta seletiva (SEISO);

OHSAS 18000

Redução/eliminação das condições inseguras (SEIRI, SEITON,

SEISO e SHITSUKE); redução e eliminação de atos inseguros

(SHITSUKE);

GMP, HACC, APPCC

(combate à contaminação

de produtos)

Limpeza e combate à contaminação (SEISO); higiene de ambiente

e das pessoas (SEIKETSU);

PDCA (ou MASP -

Metodologia de análise e

solução de problemas)

Postura crítica e proativa (SHITSUKE);

Gestão de relacionamento

com clientes - CRM

Melhor apresentação do local de trabalho (SEITON E SEISO);

Pontualidade e respeito (SHITSUKE);

Seis Sigma - SS Postura crítica e proativa (SHITSUKE);

Controle Estatístico de

processos - CEP

Condições favoráveis para controle (SEIRI, SEITON e SEISO);

confiabilidade dos dados (SHITSUKE);

Fonte: Adaptado de Ribeiro (2006)

A literatura ocidental destacou que o 5S tem sido subutilizado, mal

implementados e/ ou mal interpretado quando aplicado isoladamente ou em apenas uma

pequena parte de um pensamento enxuto mais geral ou Kaizen programa em algumas

organizações nos EUA, Reino Unido e até mesmo da Ásia (Índia, em particular) (Ho et

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al., 1995. Becker, 2001; Douglas, 2002; Kulak et al., 2005; Gapp et al., 2008;

Kobayashi et al., 2008; Hough, 2008; Khana Kumar, 2009). Outros autores, por sua vez

afirmam que a aplicação do 5S no ocidente, especificamente no Reino Unido e nos

EUA, tem sido considerado como apenas mais uma técnica e/ou ferramenta, ao invés de

partir de uma perspectiva mais holística, ou em um contexto mais amplo da teoria

filosófica (Gapp et al., 2008; Kobayashi et al., 2008).

No Brasil em um trabalho de Martins et al., (2011) onde aborda a implantação

do 5S em uma escola da Zona da Mata de Minas, relatam que o programa se mostrou

uma ferramenta simples, porém complexa, uma vez que, apesar da aparente melhora

que gera no espaço físico, também visa motivar mudanças pessoais, de hábitos e

atitudes, o que se mostra mais difícil de ser alcançado, principalmente no ambiente

escolar, onde tantos fatores humanos estão inter-relacionados e fazem parte de todo o

processo.

Logo, observa-se que o uso do 5S, é influenciado por fatores humanos que

podem interferir na sua eficácia (warwood e knowles, 2004). Segundo Ho, (1999) sua

implementação requer um comitê para gerenciar os trabalhadores na organização.

Gapp et al. (2008), corrobora afirmando que um ambiente de participação do

trabalhador é requerido para se alcançar os benefícios do 5S. Em uma amostra de

empresas japonesas, o autor encontrou que gerentes colocaram uma ênfase forte no

envolvimento dos empregados, não somente nos aspectos organizacionais, mas também

na aplicação estratégica. Aoki (2007) observa que os trabalhadores disciplinados aos

padrões de trabalho ou práticas de 5S tem um papel crucial nas atividades de melhoria

contínua.

2.3.4 ISO 9001

Em resposta à globalização e ao aumento das expectativas dos clientes, muitas

organizações em todo o mundo vêm adotando os sistemas de gestão da qualidade (SGQ)

no âmbito da norma ISO 9001 (GAMBOA; MELÃO, 2012). A ISO 9001 é uma norma

internacional pertencente à série ISO 9000 que define um conjunto de requisitos

mínimos para a implementação do SGQ (GOETSCH E DAVIS, 2005).

A sigla ―ISO‖ é uma referência à palavra grega ISO, que significa igualdade

(OLIVEIRA et al., 2010) em inglês, International Organization for Standardization,

significa Organização Internacional de normalização. É uma organização não

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66

governamental, fundada em Genebra – Suíça, em 1947, hoje presente em diversos

países.

A norma ISO é um sistema de gestão genérico que embora originalmente

aplicada a ambientes industriais, também estão sendo adotadas em organizações

pequenos e grandes, comerciais e de serviço (WALKER E JOHNSON, 2009; TO et al.,

2011; PSOMAS et al., 2013) Públicas e privadas (GAMBOA; MELÃO, 2012;

WITTMANN, 2011).

Segundo Wayhan et al., (2002) originalmente, a norma ISO 9000 foi composta

por duas diretrizes: ISO 9000 e 9004 e três normas: ISO 9001, 9002 e 9003. Em

dezembro de 2000, ISO 9001, 9002 e 9003, foram todos integrados na nova edição da

série de normas, ISO 9001:2000 (AL-RAWAHI; BASHIR, 2011). A Associação

Brasileira de normas técnicas (ABNT) é a representante, no Brasil, das entidades de

normalização internacional ISO, pelas quais são conciliados os interesses de produtores,

consumidores, governo e da comunidade científica (WITTMANN, 2011).

Conforme ABNT (2000; 2008), o SGQ tem como objetivo de promover a

normatização de produtos, serviços e processo de melhoria contínua; elevar o nível de

satisfação dos contribuintes, colaboradores e parceiros; desenvolver, de forma ética e

responsável, o conhecimento e a capacitação contínua dos recursos humanos, visando

ao desenvolvimento profissional dos funcionários, redução de custos, transparência e

gestão eficaz dos recursos públicos.

As certificadoras são monitoradas no Brasil pelo Instituto Nacional de

Metrologia, Qualidade e Tecnologia - INMETRO e, mundialmente, os demais órgãos

normalizadores são monitorados pelo IAF - Internation Acreditation Fórum. A

―acreditação‖ de um organismo de certificação é o reconhecimento formal do

atendimento aos requisitos previamente definidos e demonstração de competência para

a realização das atividades de certificações (OLIVEIRA; CORRÊA; PEREIRA, 2010).

Especificamente, em SGQ - Sistemas de Gestão da Qualidade há atualmente no

Brasil, 35 organizações de certificação, credenciadas pelo INMETRO. Dentre estas, 16

possuem em seu escopo, a especificidade: Educação (OLIVEIRA; CORRÊA;

PEREIRA, 2010).

A ISO 9001, permanece firmemente estabelecida como o padrão mundialmente

implementado para prestação de garantias sobre a capacidade de satisfazer os requisitos

de qualidade e aumentar a satisfação dos clientes em relação fornecedor-cliente. Até o

final de dezembro de 2010, pelo menos 1.109.905 certificados ISO 9001 foram emitidos

em 178 países e economias (ISO SURVEY, 2010).

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67

No ano de 2010 houve um aumento de 45.120 ou acréscimo de 4% em relação a

2009, quando o total chegou um milhão pela primeira vez com 1.064.785 certificados

(Tabela 2), já o setor da educação representa apenas 2% desse total.

Tabela 2 - ISO 9001 - Número total de certificações por região - Evolução

Região Ano

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

África/Ásia

Ocidental 23.627 20.124 31.443 48.327 71.438 78.910 73.104 77.408 63.357

América

Central e

do Sul 13.679 9.303 17.016 22.498 29.382 39.354 39.940 36.551 40.655

América

do Norte 53.806 40.185 49.962 59.663 61.436 47.600 47.896 41.947 36.632

Europa 292.878 242.455 320.748 377.196 414.232 431.479 455.332 500.319 530.722

Ásia

Oriental 148.573 163.061 220.966 247.091 300.851 345.428 356.559 398.288 428.755

Austrália e

Nova

Zelândia 29.204 22.791 19.997 19.092 19.590 8.715 10.001 10.272 9.784

Total 561.767 497.919 660.132 773.867 896.929 951.486 982.832 1.064.785 1.109.905

Fonte: ISO SURVEY (2010)

De acordo com dados do INMETRO (2012), 33.764 certificados já foram

emitidos no Brasil, atualmente este número é de apenas 156 unidades de negócios com

padrão normativo ISO 9001:2000 e 5.235 com padrão ISO 9001:2008, desse total pode-

se afirmar que há 280 instituições de ensino com certificações concedidas de ISO

9001:2000 e ISO 9001:2008, onde apenas 8 (Quadro 7) são de ensino superior em um

universo de 2.377 IES públicas e privadas.

Quadro 7 - Instituições de Ensino Superior Certificadas pela ISO 9001

Nome da Instituição UF ISO

Associação Int. de Educação Continuada DF 9001:2008

FUCAPI - Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação

Tecnológica AM 9001:2008

Instituto Dom Jose de Educação e Cultura CE 9001:2008

Labor Consultoria em Comunicação e Educação S/C Ltda CE 9001:2008

Momentum Consultoria, Promoções e Informática ltda CE 9001:2008

Secretaria do Estado de Planejamento e D. Manaus AM 9001:2008

União Pioneira de Integração Social – UPIS DF 9001:2008

União Pioneira de Integração Social UPIS DF 9001:2008 Fonte: INMETRO (2012)

Para Thonhauser e Passmore (2006), em tempos recentes têm visto um interesse

crescente de instituições de ensino na implantação da ISO 9000, no entanto, há pouca

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68

pesquisa empírica sobre sua adoção (GAMBOA; MELÃO, 2012). Alguns autores

(PETERS, 1999; LABAREE, 2000) debate a relevância da série ISO 9000 para a

educação. Outros (STIMSON, 2003; BAE, 2007; DAUD; ABD. WAHAB; MUSLIM;

SIDEK; SURADI, 2012) abordam se a ISO ajuda a melhorar o desempenho do aluno.

Existem vários trabalhos (MORELAND E CLARK, 1998; KARAPETROVIC;

RAJAMANI E WILLBORN, 1998; SOHAIL; RAJADURAI; RAHMAN, 2003) que

examinam sua aplicação na educação, mas a maioria deles refere-se à versão 1994 da

norma em vez da versão 2000 que é substancialmente diferente e mais em linha com

TQM (MARTINEZ-COSTA ET AL., 2009).

Algumas exceções são Singh e Sareen (2006) e Thonhauser e Passmore (2006),

que investigar empiricamente os impactos da implantação ISO 9001:2000 em

instituições de ensino. Essa literatura tem chegado à conclusão, no entanto, que novas

pesquisas são necessárias para avaliar inteiramente as conseqüências da adoção da ISO

9000 em instituições educacionais, incluindo a identificação dos fatores que afetam o

seu sucesso.

A ISO 9001 é o único padrão dentro desta série onde uma organização pode ser

certificada por um registrador independente (ISO, 2010). Esta norma foi ligeiramente

reformulada em 2008 (ISO, 9001:2008), mas requisitos adicionais não foram

adicionados (GAMBOA; MELÃO, 2012).

A ISO 9001:2000 é uma metodologia de gestão por qualidade, na qual

se exigem todas as etapas do planejamento que podem ser sintetizados

em planejamento/realização/verificação/ação (mais conhecida pela

sigla PDCA – plan/do/check/act) e certificados produtos ou serviços.

Seus requisitos são bastante exigentes em relação à documentação a

ser produzida, à padronização das ações, à exatidão das definições, ao

monitoramento da satisfação dos clientes e ao conhecimento que a

equipe deve ter tanto da norma, quanto do impacto de seu trabalho no

contexto maior da instituição. Implantar essa norma significa a

necessidade do comprometimento da mais alta gerência da instituição

no sentido de garantir recursos para a realização dos serviços; o estudo

de garantir recursos para a realização dos serviços; o estudo profundo

da norma e de seus requisitos por todo o pessoal envolvido; a

documentação das etapas do trabalho que está sendo certificado; a

realização das atividades buscando melhorias constantes (WALTER,

2005, p.105).

A ISO 9001:2000 é utilizada para garantir que uma determinada qualidade de

um produto ou serviço é consistentemente satisfeitas (GRYNA, 2001). Para Walker e

Gee (2000), o principal benefício deste conjunto de regras, dentro de um instrumento de

avaliação, é que ele apoia os esforços de melhoria de processo. To, Lee and Yu (2011),

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69

divide a ISO 9001 em dois momentos, primeiro, ela enfatiza uma orientação de

processo e adota uma abordagem de gestão bem estabelecida - ou seja, o modelo Plan-

Do-Check-Act - para melhorar continuamente o desempenho do sistema. O Ciclo

PDCA compõe o conjunto de ações conforme apresentado por Al-Rawahi e Bashir

(2011):

Plan – Plano: Na base dos requisitos do cliente e aderindo à organização

visão e missão, estabelecer os objectivos de gestão e desenvolver e

documentar cada processo.

Do – Fazer: Implementar os processos documentados.

Check – Confira: Monitorar os processos implementados.

Act – Agir: Melhore o desempenho de processos.

O Ciclo PDCA, (Figura 6) é aplicado no uso de estatísticas e métodos de

amostragem e a ferramenta que melhor representa o ciclo de gerenciamento de uma

atividade (OLIVEIRA; CORRÊA; PEREIRA, 2010).

Figura 6 - Modelo de PDCA

Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2008)

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70

E em um segundo momento, destaca a importância de oito princípios de gestão

da qualidade (Quadro 8).

Quadro 8 - Os oito princípios da gestão de qualidade

1 - FOCO NO CLIENTE

As organizações dependem de seus clientes e, portanto,

devem entender suas necessidades atuais e futuras,

satisfazer os seus requisitos e implementar métodos para

monitorar a sua percepção quanto aos produtos e

serviços entregues.

2 - LIDERANÇA

A liderança é necessária para promover a unidade de

objetivos e direção e criar um ambiente no qual as

pessoas se tornem plenamente envolvidas em atingir os

objetivos da organização.

3 - ENVOLVIMENTO DAS

PESSOAS

As pessoas são a essência da organização, seu principal

recurso. Sua cooperação, envolvimento e motivação

permitem que suas capacidades sejam plena e

eficazmente utilizadas para o beneficio da organização.

4 - ABORDAGEM POR

PROCESSOS

Para alcançar os objetivos organizacionais, os recursos e

as atividades necessitam ser tratados como processos,

entendendo-se que as saídas de um processo afetam as

entradas de outro.

5 - ABORDAGEM SISTÊMICA

PARA GESTÃO

Os processos se relacionam entre si de modo a

constituírem sistemas, assim a abordagem sistêmica

para o gerenciamento é o princípio que orienta a

organização a identificar, entender e gerenciar os

processos inter-relacionados.

6 - MELHORIA CONTÍNUA

Deve ser um objetivo permanente da organização. Este

princípio garante que, a partir de ações de correção e de

prevenção, siga-se na busca da excelência de seus

produtos e processos.

7 - ABORDAGEM FACTUAL PARA

TOMADA DE DECISÕES

Decisões eficazes são tomadas com base na análise e

dedutiva de dados e informações.

8 - BENEFÍCIOS MÚTUOS NAS

RELAÇÕES COM OS

FORNECEDORES

Uma organização e seus fornecedores são

interdependentes e uma relação mutuamente proveitosa

aumenta, para ambos, a habilidade de agregar valores.

Fonte: Adaptado de MOTRIZ (2012)

A NBR ISO 9001 é composta por cinco capítulos principais (ABNT, 2009):

Capítulo 4: Sistema de gestão da qualidade. Inclui requisitos gerais para a

implantação e documentação de um sistema da qualidade.

Capítulo 5: Responsabilidade da administração. Aborda o papel da alta

administração da organização, política da qualidade, planejamento, administração e

revisão do sistema da qualidade.

Capítulo 6: Gestão de recursos. Trata dos recursos necessários para o sucesso do

sistema da qualidade, em particular os recursos humanos e suas necessidades de

treinamento e envolvimento. Aborda ainda, a infraestrutura e o ambiente de trabalho.

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71

Capítulo 7: Realização do produto. Trata de controle do processo de

desenvolvimento do produto, sua adequação aos requisitos do projeto, aquisição,

verificação, entrega, e processos relacionados com o cliente, incluindo a comunicação.

Capítulo 8: Medição análise e melhoria. Trata dos processos necessários de

monitoramento, medição, análise e melhoria para demonstrar a conformidade do

produto, do sistema de gestão e melhoria contínua do sistema de gestão da qualidade.

A implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade representa a otimização

de processos dentro da organização e a melhoria contínua dos produtos e serviços

fornecidos. Em 2006 surgiu no Brasil a norma brasileira NBR 15419, que possui as

diretrizes para aplicação da NBR ISO 9001 nas organizações educacionais pode

representar um avanço para as IES brasileiras (OLIVEIRA; CORRÊA; PEREIRA,

2010), apresentado no item a seguir.

2.3.5 NBR 15419:2006

Segundo ABNT (2006), o propósito desta Norma, em vigor desde 30 de outubro

de 2006, é facilitar a compreensão dos requisitos estabelecidos na NBR ISO 9001:2000,

a fim de implementar e manter o sistema de gestão da qualidade em organizações

educacionais, de todos os tipos e portes. As referências normativas são as ABNT NBR

ISO 9000:2005 – Sistemas de gestão da qualidade – Fundamentos e vocabulário e

ABNT NBR ISO 9004:2000 – Sistema de gestão da qualidade – Diretrizes para

melhoria de desempenho.

Desenvolvida pela Comissão de Estudo de Documentos Auxiliares do Comitê

Brasileiro da Qualidade (ABNT/CB-25), com a participação do Ministério da Ciência e

Tecnologia, de estabelecimentos de ensino e organizações que mantêm projetos

educacionais.

A NBR 15419 estabelece que as organizações educacionais necessitam definir

os seus processos. Entre as principais entradas dos processos estão os requisitos do

cliente, que expressam suas necessidades ou expectativas em relação ao serviço

educacional.

Para efeito da norma NBR 15419 (2006), pode ser considerada uma organização

educacional uma pessoa jurídica ou apenas parte dela. A matriz, as filiais ou

determinados segmentos, como departamentos, institutos etc., podem ser entendidos

como organizações educacionais diferentes de uma mesma instituição de ensino.

A Norma preserva a terminologia da ABNT NBR ISO 9001, porém quando

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72

necessário, alguns termos foram adaptados, conforme os descritos a seguir:

Educação: a educação é um processo que contribui para o pleno

desenvolvimento humano e para o exercício da cidadania, podendo incluir a

qualificação profissional. Observação: na ABNT NBR ISO 9001:2000,

educação refere-se apenas ao grau de escolaridade.

Organização educacional: Uma organização educacional pode ser uma pessoa

jurídica ou apenas uma parte desta. A matriz, as filiais ou determinados

segmentos podem ser definidos como uma organização educacional. Por

exemplo, os departamentos de graduação e de pós-graduação podem ser

entendidos como duas diferentes organizações de uma única instituição de

educação superior (pessoa jurídica). Ou seja, uma pessoa jurídica pode ser

constituída por diversas organizações.

Serviço Educacional: é o produto que a organização educacional disponibiliza

ao(s) seu(s) cliente(s). Uma organização educacional pode ter um ou vários

serviços educacionais.

Processo Educacional: é um conjunto de atividades inter-relacionadas ou

interativas que resulta em um serviço educacional.

Fornecedor: é a pessoa ou a organização que fornece insumos para a organização

educacional.

Cliente: é a pessoa ou a organização que recebe um serviço educacional. A

utilização do termo ―cliente‖ não implica necessariamente uma relação

comercial entre a organização educacional e o recebedor do serviço educacional,

chamado de cliente. Cada organização possui um ou mais clientes, tais como, o

educando, pais e ou responsáveis legais, empresas, órgãos públicos.

A norma considera como macroprocesso em uma organização educacional, um

conjunto de atividades inter-relacionadas desde o projeto e desenvolvimento de um

serviço educacional até a realização do mesmo. Dentre esses macroprocessos,

encontram-se os relacionados no Quadro 9.

Quadro 9 - Principais macroprocessos em organizações educacionais

Processos relacionados à atividade fim Processos de apoio

Educação infantil (creche e pré-escola)

Desenvolvimento, revisão e atualização do plano

institucional

Ensino Fundamental

Desenvolvimento, revisão e atualização do projeto

político-pedagógico

Ensino Médio Seleção e/ou admissão de educandos

Educação de Jovens e adultos Acompanhamento psicopedagógico

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73

Educação profissional técnica de nível

médio

Expedição de documentos (diploma, certificado

de conclusão, histórico, etc.)

Graduação Atualização de acervo da biblioteca

Especialização (pós-graduação latu sensu) Aquisição de insumos

Mestrado (pós-graduação stricto sensu) Capacitação de pessoal

Doutorado (pós-graduação (stricto sensu) Divulgação de cursos

Educação especial Controle Financeiro (pagamento de mensalidades)

Curso de idiomas

Manutenção (limpeza das instalações prediais, dos

equipamentos, etc.)

Curso preparatório para processos

seletivos Segurança física e patrimonial

Capacitação empresarial Fonte: Adaptado da norma NBR ISO 15419 (2006)

Dentre as principais orientações propostas pela norma estão as relacionadas no

Quadro 10.

Quadro 10 - Principais orientações da NBR 15419:2006

Capítulo Descrição Orientações

4

Requisitos gerais do

sistema e requisitos de

documentação

A organização educacional deve estabelecer um

relacionamento entre os processos que contribuem

diretamente para o atendimento dos requisitos do cliente,

ou seja, os que estão ligados diretamente à finalidade da

organização, e dos processos de apoio.

5 Responsabilidade da

direção

A condução eficaz de um SGQ somente poderá ser feita

por pessoas ou grupo de pessoas que tenham poder para

mudanças de processos, aplicações de recursos

financeiros, alterações no quadro de pessoal e mudanças

de tecnologia.

6 Gestão de recursos

São meios necessários para que as organizações

educacionais possam atingir objetivos determinados.

Podem ser: Humanos – os docentes, o pessoal técnico-

administrativo, o pessoal das demais atividades de

suporte e dos serviços contratados. Infraestrutura – Além

dos requisitos legais e regulamentares, recomenda-se que

a organização educacional identifique, planeje e atenda as

demandas de infraestrutura em termos de objetivos,

desempenho, manutenção, segurança e custo. Financeiros

- não há requisitos explicitamente estabelecidos pela

norma sobre a provisão desses recursos.

7 Realização do produto

A norma recomenda que ao planejar a realização do

serviço educacional, a organização determine os

requisitos relacionados ao serviço educacional, os

processos necessários para transformar os requisitos em

serviço educacional (Processos que componham o

macroprocesso), os documentos necessários para

descrever os processos, os critérios de aceitação para

iniciar a realização de uma nova etapa ou processo e os

registros que evidenciem o cumprimento das tapas de

realização do serviço educacional.

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74

8 Medição, análise e

melhoria

Convém que a organização educacional defina os

métodos para obter as informações relevantes para a

melhoria do sistema de gestão da qualidade. É

recomendável que as informações obtidas sejam usadas

principalmente para a melhoria do processo de ensino-

aprendizagem. Fonte: Adaptado da norma NBR 15419 (2006)

A norma NBR 15419:2006 vem ao encontro da necessidade de melhoria da

gestão das Instituições Públicas de Ensino Superior. O Quadro 11 relaciona propostas

que justificam a necessidade de gestão da qualidade no serviço público com os

requisitos da norma que apresentam como soluções para esses problemas.

Quadro 11 - Relação entre os principais elementos que justificam a necessidade de

gestão da qualidade

Elementos Requisitos Recomendação da norma

Melhorar os

processos de

aquisição de bens e

serviços.

7.4 - Aquisição.

7.4.1 - Processo de

aquisição

Convém que a organização educacional

assegure que os processos de aquisição de

produto (bem ou serviço) sejam definidos e

implementados de modo que os produtos

adquiridos atendam às necessidades e os

requisitos da organização educacional, bem

como as demais partes interessadas.

Melhorar a

capacitação dos

servidores.

6.2 - Recursos humanos.

6.2.1 - Generalidades.

6.2.2 - Competência e

treinamento

É responsabilidade da organização

educacional atentar para a capacitação de

seu pessoal com base em educação,

capacitação, habilidade e experiência.

Racionalizar e

aperfeiçoar os

processos

administrativos.

0.2 - Abordagem de

processos.

4.2 - Requisitos gerais.

7 - Realização do produto.

É responsabilidade da organização

educacional atentar para a capacitação de

seu pessoal com base em educação,

capacitação, habilidade e experiência.

Otimizar a

utilização de bens. 6.3 – infraestrutura.

É recomendável que a organização

educacional identifique, planeje e atenda as

demandas de infraestrutura em termos de

objetivos, desempenho, manutenção,

segurança e custos.

Motivar os

funcionários. 6.4 - Ambiente de trabalho.

A organização deve gerenciar as condições

do ambiente de trabalho necessárias a

alcançar a conformidade com os requisitos

do produto. O ambiente de trabalho é uma

combinação de aspectos físicos e

psicossociais importante para o processo

educacional. Fonte: Adaptado da norma NBR 15419 (2006)

Para Oliveira et al., (2010), certificar o Sistema de Gestão da Qualidade em

organizações educacionais é garantir o interesse no produto, no processo ou no negócio,

ou seja, a necessidade de se considerar as expectativas, não só dos clientes internos ou

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75

externos, mas todos os interessados no negócio, que são os stakeholders (acionistas, os

clientes, os empregados, os fornecedores e a sociedade). Além do ganho de visibilidade

frente ao mercado, proporciona a integração de três fatores básicos para o sucesso da

organização educacional: estratégia eficaz; tecnologia eficaz e gestão eficaz.

Para tanto, a direção e a alta direção devem fornecer evidências de

comprometimento e garantia da disponibilidade de recursos. Em síntese deve assegurar

a satisfação do cliente e a melhoria contínua.

A Alta Direção é constituída por uma pessoa ou por um grupo de pessoas que

dirige a organização educacional no mais alto nível hierárquico (OLIVEIRA;

CORRÊA; PEREIRA, 2010). Somente quem possui autoridade para aprovar mudanças

de processos, aplicações de recursos financeiros, alterações no quadro de pessoal e

mudanças de tecnologias poderá conduzir o sistema de gestão de maneira eficaz.

2.3.6 Gespública

No Brasil, o atual Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização –

GESPÚBLICA - instituído pelo Decreto nº 5.378, de 23 de fevereiro de 2005 – tem por

finalidade contribuir para a melhoria da qualidade dos serviços públicos prestados aos

cidadãos e para o aumento da competitividade do País, mantendo-se fiel à ideia da

melhoria contínua em busca da excelência em gestão (BRASIL, 2005).

Destarte, sua evolução teve início no ano de 1990, com a necessidade de atender

a demanda por melhorias na qualidade e produtividade dos serviços públicos, surge o

Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade – PBQP, e consequentemente, o

subprograma da Qualidade e Produtividade da Administração Pública (ALMEIDA;

SCARTEZINI, 2012). Segundo Lima, (2007, p.3):

―Com o propósito de implantar programas de qualidade e entidades

públicas, tornando-os mais eficientes na administração dos recursos

públicos e mais voltados para o atendimento às demandas da

sociedade do que para os seus processos burocráticos internos.‖

Iniciou-se um trabalho de estruturar as organizações públicas, segundo um novo

pensamento gerencial, visualizando o cidadão, nas ações governamentais, como

prioridade. Com o passar dos tempos, novas atualizações dos programas, foram

implementadas, tendo em vista, as novas necessidades sociais e mercadológicas,

associadas a uma demanda cada vez mais exigente (ALMEIDA; SCARTEZINI, 2012).

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76

Essas primeiras iniciativas para a profissionalização da Gestão Pública foram

acompanhados por outros, conforme apresentado na Figura 7.

Figura 7 - Evolução do GESPÚBLICA

Fonte: Adaptado Gespública, 2010.

Os programas anteriores foram de fundamental importância para a concepção,

do Gespública, uma vez que foi resultado de uma evolução dos mesmos. É um

instrumento gerencial atualizado para cada tempo e realidade e, sobretudo, uma

ferramenta flexível que acompanha as necessidades sociais e mercadológicas que se

renova, para atender as diversas situações da sociedade contemporânea (ALMEIDA;

SCARTEZINI, 2012).

Da instituição do Gespública surgem conceitos complementares que reforçam o

disposto no Decreto 5.378 anteriormente citado, segundo Lima,(2009. p.5).

O Gespública é uma política pública, formulada para a gestão,

alicerçada em um modelo de excelência que trata do sistema de gestão

das organizações como um todo, contemplando as dimensões técnicas

tradicionais, como pessoas, planejamento, orçamento e finanças, entre

outras, e, também, as dimensões sociais da gestão, como participação

e controle social, orientação para os cidadãos, interação organização

sociedade e, principalmente, a produção de resultados que agreguem

valor à sociedade.

Assim, o objetivo do Programa é levar os entes da administração pública a

padrões elevados de desempenho e de qualidade de gestão, visto que a exigência por

melhores serviços e produtos forçou as organizações a modificarem, ao longo do tempo,

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77

suas estruturas e experimentarem novas formas de arranjos gerenciais visando à

melhoria contínua na produção de bens e na prestação de serviços públicos e privados

(SOBRAL, 2011).

Para Correia (2009) a utilização de ferramentas de gestão que contribuem para a

melhoria do processo administrativo das organizações não ficou restrita ao setor

privado. No decorrer dos anos, os clientes-cidadãos das instituições públicas passaram a

exigir maior eficiência quanto à prestação de serviços dessas organizações. Foi a partir

de então que instrumentos anteriormente desenvolvidos e utilizados no setor privado

começaram a ser adaptados de forma a atender às necessidades de tais instituições.

Segundo Marini e Martins (2009) uma boa gestão é aquela que alcança

resultados – o que, em última análise, significa, no setor público, atender às demandas,

interesses e expectativas dos beneficiários, criando valor público.

Segundo Carneiro (2010), as principais características dessa política de gestão

pública são:

Ser essencialmente pública: entende-se que a gestão de órgãos e entidades

públicos pode e deve ser excelente e que a qualidade da gestão pública tem que

ser orientada para o cidadão;

Estar focada em resultados para o cidadão: deve-se colocar a gestão pública a

serviço do resultado dirigido ao cidadão, entendendo-se por resultado para o

setor público o atendimento total ou parcial das demandas da sociedade

traduzidas pelos governos em políticas públicas;

Ser federativa: o GESPÚBLICA atua junto às organizações públicas federais,

estaduais, municipais, do legislativo e do judiciário, transcendendo, portanto, ao

Executivo Federal. Essa dimensão federativa viabilizou, inclusive, que órgãos de

outros poderes e esferas de governo assumissem a coordenação regional do

Programa.

E como diretrizes de atuação tem-se, a missão, a visão e os direcionadores

estratégicos do GesPública:

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78

Quadro 12 - Missão, Visão e Direcionador Estratégico

MISSÃO

―Promover a gestão pública de excelência, visando contribuir para a qualidade dos

serviços públicos.

VISÃO

―Até 2015, a excelência em gestão pública deverá ser um valor preservado pelas

instituições públicas e requerido pelo cidadão.‖

DIRECIONADOR ESTRATÉGICO

• Promover a construção de Organizações públicas de alto desempenho; e

• Elevar a satisfação do cidadão com a administração pública. Fonte: BRASIL, (2009)

Nesse sentido, uma política orientada para o cidadão é sinônimo de qualidade na

gestão pública, e desenvolvendo-se dentro do espaço constitucional demarcado pelos

princípios mencionados conforme Olivo, (2007, p. 17-18):

Legalidade: para o direito comum, o princípio da legalidade

significa que o cidadão pode fazer tudo aquilo que a lei não proíba.

Para o Direito Administrativo, a legalidade impõe ao administrador a

obrigação de fazer, ou deixar de fazer, exatamente aquilo que a lei

estabelece de forma determinada.

Impessoalidade: por este princípio cabe ao administrador público

agir no sentido de atender a todos, sem preferência ou favorecimento

em função de ligações políticas ou partidárias. Por isso o ato de um

funcionário público representa uma vontade da administração. O

administrador não age em seu próprio nome, mas em nome do Estado.

Moralidade: o princípio da moralidade impõe ao administrador agir

de maneira ética, com probidade, considerando que o interesse público

se sobrepõe ao interesse particular.

Publicidade: todas as pessoas têm direito de saber o que a

administração faz, por isso os seus atos são públicos, devem ser

publicados nos órgãos oficiais de divulgação para que tenham

validade. A divulgação dos atos oficiais não deve servir para a

promoção pessoal das autoridades públicas.

Eficiência: o princípio da eficiência não constava na redação

original da Constituição de 1888. Foi introduzido em 1998, quando da

chamada Reforma do Estado, que incorporou noções adotadas na

iniciativa privada, como eficiência, eficácia, resultados, controle,

avaliação e cumprimento de metas.

Para efeito de avaliação da gestão pública, o Modelo de Excelência em Gestão

Pública – MEGP representa um sistema gerencial constituído de oito partes integradas

que orientam a adoção de práticas de excelência em gestão com a finalidade de levar as

organizações públicas brasileiras a atingir padrões elevados de desempenho e de

excelência em gestão. As oito partes do MEGP (Figura 8) foram transformadas em

critérios para Avaliação da Gestão Pública (BRASIL, 2009).

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79

5 Informações e Conhecimento 60

1Liderança

110

3Cidadãos

60

2Estratégias e

Planos60

4Sociedade

60

6Pessoas

90

7Processos

110

8Resultados

450

Figura 8 - Representação Gráfica do Modelo de Excelência em Gestão Pública

Fonte: BRASIL (2009)

Conforme Brasil (2009), o primeiro bloco – Liderança, Estratégias e Planos,

Cidadãos e Sociedade - pode ser denominado de planejamento. Por meio da liderança

forte da alta administração, que focaliza as necessidades dos cidadãos- usuários, os

serviços, os produtos e os processos são planejados conforme os recursos disponíveis,

para melhor atender esse conjunto de necessidades.

O segundo bloco – Pessoas e Processos - representa a execução do

planejamento. Nesse espaço, concretizam-se as ações que transformam que operam

esses processos e fazem com que cada um deles produza os resultados esperados.

O terceiro bloco – Resultados – representa o controle, pois serve para

acompanhar o atendimento à satisfação dos destinatários dos serviços e da ação do

Estado, o orçamento e as finanças, a gestão das pessoas, a gestão de suprimento e das

parcerias institucionais, bem como o desempenho dos serviços/produtos e dos processos

organizacionais.

O quarto bloco – Informações e Conhecimento – representa a inteligência da

organização. Nesse bloco, são processados e avaliados os dados e os fatos da

organização (internos) e aqueles provenientes do ambiente (externos), que não estão sob

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80

seu controle direto, mas, de alguma forma, influenciam o seu desempenho. Esse bloco

dá à organização a capacidade de corrigir ou melhorar suas práticas de gestão e,

consequentemente, seu desempenho.

A figura também apresenta o relacionamento existente entre os blocos (setas

maiores) e entre as partes do Modelo (setas menores), evidenciando o enfoque sistêmico

do modelo de gestão. Então, a partir dos critérios de excelência, que são compostos por

itens de avaliação com distribuição de pontos que pode variar de 250, 500 ou 1000

pontos na soma total de todos os itens (FERREIRA, 2009), uma organização pública

poderá ser autoavaliada (BADWAN, 2010).

Apesar de não existir uma base de dados estratificando quantitativamente e

qualitativamente a adesão ao GesPública, vários estudos mostram sua aplicação em

diferentes setores do governo. Sobral (2011), avalia a aplicação do programa sob a

percepção dos empregados de uma agência da Caixa Econômica Federal. Rodrigues,

Proietti e Cioffi (2008), na Fundação Hemominas; no TCE/MT (RODRIGUES NETO,

2009) evidencia as melhorias alcançadas através do programa; Nascimento (2010)

apresenta o programa como melhoria no controle interno da Marinha do Brasil; em

Companhia de água e esgoto de Bage (BADWAN, 2010); Bolzan (2006), Fowler

(2008), Fowler et al., (2011) abordam o tema sob a perspectiva das Instituições de

Ensino Superior; e Fernandes (2009) e Almeida e Scartezini (2012) enfocam os

aspectos gerais do Programa de Qualidade.

No contexto das Instituições de Ensino Superior Bolzan (2006), analisa a gestão

da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) com base nos critérios de avaliação do

Programa. Fowler (2008) e Fowler et al., (2011), averiguam quais Instituições Federais

de Educação Superior possuem um programa da qualidade como o GESPÚBLICA

implementado, concluindo-se que apenas um pequeno percentual utilizam algum

programa de qualidade e que a grande maioria das Universidades entrevistadas não

conhecem o Programa Gespública.

Nesse contexto, fica evidenciado que apesar de o modelo ter sido originado das

fontes da vanguarda dos estudos sobre gestão, a aplicação nas organizações passa ao

largo das esferas do poder. Segundo Fernandes (2009), não há determinação para a

utilização do modelo como parâmetro para identificar o grau de qualidade da gestão,

nem mesmo no próprio ministério ao qual o programa está vinculado.

No entanto, é importante ressaltar que o Gespública fornece as condições para

que a organização pública melhore seu desempenho, com o uso de uma sistemática de

planejamento, análises, implantação e controle, podendo ser um instrumento de controle

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81

social, apesar de ter sido instituído no ano de 2005 e ainda não utilizado em massa por

todas as organizações públicas. Para tanto, existe a necessidade de ampla divulgação de

sua existência, bem como de seus benefícios.

É importante ressaltar que esses programas de qualidade foram mostrados com o

objetivo de se conhecer ferramentas implantadas e que podem ser aplicados no ensino

superior, como forma de melhoria contínua. Considerando que os sistemas de gestão da

qualidade são instrumentos necessários para elevar a qualificação institucional.

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82

3 METODOLOGIA

Neste capítulo são apresentados os elementos do processo científico, a

delimitação da pesquisa, os instrumentos que foram utilizados, a população e amostra,

assim como método de análise dos dados que será aplicado após a coleta de dados.

Segundo Roesch (2007) aponta que a escolha da tipologia da pesquisa utilizada nos

estudos científicos, deve responder os problemas de pesquisa e objetivos propostos no

trabalho.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

Os trabalhos científicos devem ser organizados segundo normas preestabelecidas

e com os objetivos a que se destinam; e ainda devem contribuir para a ampliação de

conhecimento além de fornecer subsídios para outros trabalhos (LAKATOS e

MARCONI, 2003).

Com o objetivo de esclarecer a metodologia da pesquisa foi elaborada a figura 9,

classificando a pesquisa quanto à natureza, abordagem, objetivos e procedimentos

técnicos.

Esta pesquisa caracteriza-se como aplicada, pois busca respostas

(APPOLINÁRIO, 2004) e resoluções (RICHARDSON, 2007) para os problemas, bem

como, é motivada pela necessidade de produzir conhecimento para aplicação de seus

resultados (BARROS E LEHFELD, 2000), contribuindo com a melhoria da gestão

universitária.

Figura 9 - Metodologia da Pesquisa

Fonte: Elaboração Própria

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83

Quanto aos objetivos, a pesquisa é exploratória, uma vez que analisa a

importância do uso de ferramentas e conceitos da Gestão da qualidade nas

Universidades. Além disso, podemos ainda considerar esta pesquisa como descritiva,

pois visa descrever um processo numa organização, levantamento de opiniões, atitudes

de uma população, ente outros, envolvendo levantamento bibliográfico, entrevista com

pessoas alvo do problema pesquisado.

Logo, o presente estudo conta com dados obtidos a partir de pesquisas

bibliográficas desenvolvidas com base em material publicado em livros, meios

eletrônicos, revistas, artigos, documentos e trabalhos científicos, disponibilizados em

sites de periódicos e bases de dados como Periódicos Capes, Scielo, EmeraldInsightI,

IsiWebofKnowledge, entre outros. (LAKATOS E MARCONI, 2003).

A forma de abordar o problema foi quali-quanti. Para Maanen (1979), a pesquisa

quantitativa tem por objetivo traduzir e expressar o sentido dos fenômenos do mundo

social: trata-se de reduzir a distância entre o indicador e o indicado, entre teoria e dados,

entre contexto e ação. Um estudo qualitativo é capaz de revelar uma riqueza maior de

dados, bem como facilita uma exploração maior de eventuais contradições e paradoxos.

Na abordagem qualitativa, o pesquisador procura aprofundar-se na compreensão dos

fenômenos que estuda – ações dos indivíduos, grupos ou organizações em seu ambiente

e contexto social – interpretando-os segundo a perspectiva dos participantes da situação

enfocada, sem se preocupar com representatividade numérica, generalizações

estatísticas e relações lineares de causa e efeito (TERENCE; ESCRIVÃO FILHO,

2006).

Segundo Castilho (2003) a primeira razão para se conduzir uma pesquisa

quantitativa é descobrir quantas pessoas de uma determinada população compartilham

uma característica ou um grupo de características. Ela é especialmente projetada para

gerar medidas precisas e confiáveis que permitam uma análise estatística. Uma análise

quantitativa apresenta os dados em percentuais. Através da análise quantitativa é

possível buscar resultados concretos sobre a importância dada pelos gestores sobre o

uso de ferramentas e conceitos de gestão da qualidade em suas Universidades.

Quanto ao método, será utilizada a pesquisa survey. Fink (1995) discorre sobre o

que é esse método, sua utilidade e quando deve ser utilizado, bem como sobre os

principais aspectos relacionados com uma survey. Como principais características do

método de pesquisa podem ser citadas: o interesse é produzir descrições quantitativas de

uma população; e faz uso de um instrumento predefinido.

A survey é apropriada como método de pesquisa quando:

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84

Deseja-se responder questões do tipo ―o que?‖, ―por que?‖, ―como?‖ e

―quanto?‖, ou seja, quando o foco de interesse é sobre ―o que está acontecendo‖

ou ―como e por que isso esta acontecendo‖;

Não se tem interesse ou não é possível controlar as variáveis dependentes e

independentes;

O ambiente natural é a melhor situação para estudar o fenômeno de interesse;

O objeto de interesse ocorre no presente ou no passado recente.

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

O objeto de pesquisa é composto pelos Pró-reitores de Planejamento das

Universidades Federais, relacionadas no Ranking Universitário Folha – (RUF) no ano

de 2013, disponível em: <ruf.folha.uol.com.br>. O RUF mediu a qualidade de 192

Instituições, através de cinco indicadores: pesquisa, inovação, internacionalização,

ensino e mercado, relacionados da seguinte forma:

Ensino: Considera quatro sub indicadores – a porcentagem de professores

da universidade que tem doutorado segundo dados do INEP – MEC, a

quantidade de professores com doutorado e com dedicação integral e a

opinião, coletada pelo DataFolha, de 464 professores universitários

cadastrados pelo INEP-MEC.

Pesquisa: Leva em conta sete sub indicadores – total de trabalhos

científicos, total de citações recebidas, citações recebidas em cada artigo,

artigos por pesquisador, quantidade de citações recebidas por docente,

quantidade de artigos científicos publicados nas revistas da base ―Scielo‖ e

total de recursos captados em agências de fomento.

Mercado de trabalho: Considera um sub indicador que tem base em uma

pesquisa DataFolha com 1.681 responsáveis pela área de recursos humanos

de empresas de todo o país nas 30 carreiras analisadas pelo RUF.

Inovação: Leva em conta um sub indicador – o número de pedidos de

patentes de universidade no INPI (Instituto Nacional da Propriedade

Industrial) nos anos de 2002 a 2011.

Internacionalização: Considera três sub indicadores – quantidade de

publicações internacionais que citam trabalhos da universidade em relação

ao número de docentes, a porcentagem de publicações em coautoria

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85

internacional no total de artigos científicos e a quantidade de docentes

estrangeiros.

Optou-se por restringir a amostra relacionando 20 Universidades Federais mais

bem colocadas no Ranking, são elas: Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG,

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, Universidade Federal do Rio Grande

do Sul – UFRGS, Univ. Fed. do Paraná (UFPR), Univ. de Brasília (UnB), Univ. Fed. de

Santa Catarina (UFSC), Univ. Fed. de Pernambuco (UFPE), Univ. Fed. da Bahia

(UFBA), Univ. Fed. de São Paulo (Unifesp), Univ. Fed. Fluminense (UFF), Univ. Fed.

de São Carlos (UFSCar), Univ. Fed. do Ceará (UFC), Univ. Fed. de Santa Maria

(UFSM), Univ. Fed. do Rio Grd. do Norte (UFRN), Univ. Fed. de Viçosa (UFV), Univ.

Fed. de Goiás (UFG), Univ. Fed. do Pará (UFPA), Univ. Fed. da Paraíba (UFPB), Univ.

Fed. de Uberlândia (UFU), Univ. Fed. de Pelotas (UFPel).

Optou-se por considerar apenas os Pró-reitores de Planejamento, uma vez que ao

se tratar de programas de qualidade, grande parte da literatura relata que para o sucesso

da sua implantação as decisões devem ser tomadas em conjunto, com o envolvimento

de toda equipe, mas a iniciativa deve partir de uma liderança participativa, inspirada e

capaz de engajar os demais (TONTINI; ESTEVES, 1996; BOLZAN, 2006;

CANTERLE E FAVARETTO, 2008; FOWLER, 2008; JENICKE; KUMAR;

HOLMES, 2008; MIRANDA, 2010; OLIVEIRA; KAMIMURA; TADEUCCI, 2011).

Neste estudo a população foram os gestores das Universidades Federais e a

amostra são os pró-reitores de planejamento das 20 Universidades Federais mais bem

colocadas no Ranking Universitário Folha – RUF.

3.3 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Segundo Lakatos e Marconi (2003), a coleta de dados é a etapa da pesquisa em

que os instrumentos definidos para a pesquisa são aplicados, objetivando a coleta dos

dados previstos.

O presente estudo foi feito inicialmente buscando na literatura, informações

visando o embasamento teórico do trabalho. Foram pesquisados autores nacionais e

internacionais, para investigar o escopo dos estudos que estão sendo realizados nesta

área no Brasil e também em outros países.

Como técnica de coleta de dados foi utilizada a aplicação de questionários. O

questionário é um instrumento de coleta de dados constituído por uma série de

perguntas que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador

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86

(MARCONI E LAKATOS, 2002).

A coleta de dados foi realizada inicialmente através de contato virtual, onde os

respondentes receberam um convite eletrônico (e-mail), para participação da pesquisa,

cadastrado no sítio googledocs <http://googledocs.com/>. No entanto, devido agenda

atribulada dos pesquisados, foi necessário vários contatos por telefone. A coleta de

dados realizou-se de 05 de setembro a 15 de outubro de 2013.

Segundo Lakatos e Marconi (2003), questionário é um instrumento composto

por questões ordenadas que podem ser classificadas, em sua essência, em perguntas

abertas (onde o respondente pode discorrer sobre a questão com suas próprias palavras)

e fechadas (questões em que o respondente opta por um ou mais opções específicas e

objetivas).

Para efeito desta dissertação, foram utilizadas perguntas fechadas e abertas, o

questionário (Apêndice) foi elaborado pelo autor baseado no construto teórico

apresentado neste estudo, estruturado da seguinte forma:

Primeira parte: composta por perguntas fechadas, que objetivam identificar

o perfil dos pró-reitores;

Segunda parte: composta por afirmativas, que serão julgadas quanto a

percepção do gestor. A escala de valor utilizada foi a Likert3 de 5 pontos

(GIL, 1999): o valor 1, significa Discordo Totalmente; o Valor 5 significa

Concordo Totalmente.

Terceira parte: composta de quatro perguntas abertas, cujo objetivo é

conhecer a práticas de gestão da Universidade, sua opinião sobre o atual

modelo de gestão e abrangência dos SINAES.

Quanto à segunda parte do questionário, em que os gestores atribuiram valores

de 1 a 5, destaca-se que ao marcar valor 5 para determinada variável (afirmativa) o

gestor está concordando totalmente com a mesma.

O questionário foi submetido a teste piloto na Universidade Federal do Rio

Grande do Norte – UFRN, envolvendo os pró-reitores administração e planejamento e

seus adjuntos. Os gestores não apresentaram críticas e não sugeriram modificações no

questionário, o estudo piloto foi realizado entre os dias 30 de agosto e 05 de setembro

de 2013 por meio do googledocs.

3 ―Escala em que os respondentes não apenas registram sua relação de preferência (ou concordância) das

afirmações, mas também relatam qual o grau da relação de preferência ou concordância. A cada dado de

resposta é atribuído um número que reflete a direção da atitude do respondente em relação a cada

afirmação‖ (CORRAR, PAULO E DIAS FILHO, 2009, p. 64-65).

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87

3.4 ANÁLISE DOS DADOS

Para Yin (2001), a análise dos dados consistiu na tabulação, exame ou

recombinação das evidências coletadas, buscando compreender, esclarecer, validar ou

refutar os objetivos iniciais do estudo.

Segundo Roesch (2007), todos os instrumentos utilizados para coletas de dados

ofereceram uma vasta gama de dados, que é característico da pesquisa quantitativa. As

análises qualitativas, referentes às entrevistas, deram-se observando as técnicas de

Análise de Conteúdo, construção de teorias e análise de discurso. Os dados provenientes

dos questionários foram analisados com auxilio do programa estatístico Statistical

Package for the Social Sciences (SPSS).

Os dados serão interpretados com o auxílio e critérios apoiados no referencial

teórico apresentado neste trabalho, buscando responder aos objetivos apresentados no

início da pesquisa.

3.5 LIMITAÇÕES

Quanto às limitações da pesquisa, destaca-se a taxa de não resposta do

questionário. Outra limitação é referente à amostra, por se trata de uma amostra

escolhida por sua posição no ranking (RUF) e não selecionada aleatoriamente, apresenta

limitação na possiblidade de se generalizar a respeito do assunto e possibilita o

surgimento de visões tendenciosas.

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88

4 RESULTADOS DA PESQUISA E ANÁLISE DE DADOS

A análise da importância do uso de ferramentas e conceitos da Gestão da

qualidade nas Universidades Federais, sob a ótica do gestor, foi feita a partir da

descrição e análise do padrão de respostas.

Conforme descrito no Capítulo 3, que trata da metodologia, a amostra é

composta dos pró-reitores de Planejamento das 20 Universidades Federais mais bem

colocada no Ranking Universitário Folha – RUF. Desses, apenas 16 aceitaram participar

da pesquisa, conforme descrito na Tabela 3.

Tabela 3 - Participação na Pesquisa

Frequência Frequência (%)

Sim 16 80%

Não 4 20%

Total 20 100% Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

Observa-se que 80% concordaram em participar da pesquisa e apenas 20%

deixou de responder o questionário.

4.1 DESCRIÇÃO E PERFIL DA POPULAÇÃO

As informações acerca da descrição e perfil dos gestores têm como objetivo a

compreensão do grupo pesquisado, dando base para circunstanciar e ponderar as

respostas atribuídas à pesquisa e à percepção acerca dos programas de qualidade.

A descrição e perfil dos gestores foram estruturados a partir das questões que

tratavam: faixa etária, sexo, tempo de atuação na instituição, categoria (docente ou

técnico administrativo), escolaridade e formação.

4.1.1 Faixa Etária e Sexo

Dos gestores que participaram da pesquisa, 37,5% têm até 50 anos, e que 62,5%

dos entrevistados têm idade acima de 50 anos, conforme apresentado na tabela 4

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89

Tabela 4 - Faixa etária

Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Acima de 50 10 62,5% 62,5%

De 40 a 50 6 37,5% 100%

Menos de 40 0 0%

Total 16 100%

Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

Em relação ao gênero, 81,2% são do sexo masculino e 18,8% do sexo feminino.

4.1.2 Escolaridade e Formação

Do total de participantes na pesquisa, 12,5% responderam ser graduados, a

mesma porcentagem afirmou ter título de mestre e 75% são doutores (tabela 5).

Tabela 5 - Escolaridade

Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Graduado 2 12,5% 12,5%

Mestre 2 12,5% 25,0%

Doutor 12 75,0% 100,0%

Total 16 100%

Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

Quando questionados por sua formação, 31,3% dos participantes da pesquisa

responderam ter formação em Ciências Sociais Aplicadas, 37,5% em Engenharia,

12,5% em Ciências exatas e da Terra, e 18,8% possuem formação em Ciências da Saúde

(tabela 6).

Tabela 6 - Formação dos Gestores

Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Ciências Sociais Aplicadas 5 31,3% 31,3%

Engenharias 6 37,5% 68,8%

Ciências Exatas e da Terra 2 12,5% 81,3%

Ciências da Saúde 3 18,8% 100,0%

Total 16 100,0%

Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

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90

4.1.3 Categoria e Tempo de atuação na Instituição

Buscou-se identificar se os gestores, participantes da pesquisa, exerciam dupla

função de gestor-docente ou técnico administrativo. Desse total, 75% responderam

exercer dupla função de gestor-docente e apenas 25% dos gestores são técnicos

administrativos. O resultado da pesquisa reforça os estudos apresentados no Referencial

Teórico por Sampaio e Laniado, (2009); Marra e Melo, (2005); Dagnino e Gomes,

(2001).

No que se refere ao tempo de atuação na Instituição, 18,8% dos participantes da

pesquisa, afirmaram atuar na instituição de 10 a 20 anos (Tabela 7). No entanto, a

grande maioria 81,3%, responderam possuir vínculo com a Instituição a mais de 20

anos.

Tabela 7 - Tempo de atuação na Instituição

Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Menos de 10 anos 0 0,0% 0,0%

De 10 a 20 anos 3 18,8% 18,8%

Mais de 20 anos 13 81,3% 100,0%

Total 16 100,0%

Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

4.2 PRÁTICAS DE GESTÃO

Nesta seção serão apresentados os resultados referentes á parte 3 do

questionário, que busca conhecer de forma geral as práticas de gestão das Universidades

Federais. Destaca-se que as questões foram estruturadas a partir de quatro perguntas

(não obrigatórias) abertas que tratavam: da avaliação do SINAES, da medição,

monitoramento e projeções de desempenho e do atual modelo de gestão.

4.2.1 Avaliação do MEC – SINAES

Na questão acerca da avaliação proposta pelo MEC - SINAES, os gestores

responderam ao seguinte questionamento: ―Considera o sistema de avaliação proposto

pelo MEC (SINAES), um modelo abrangente para avaliar a qualidade institucional de

uma forma global?‖

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É importante evidenciar que por tratar-se de uma pergunta aberta e opcional, 14

dos participantes da pesquisa responderam a questão.

Tabela 8 - Avaliação do MEC - SINAES

Frequência Frequência (%)

Sim 6 42,85%

Não 1 7,15%

Parcialmente 7 50%

Total 14 100% Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

Observa-se que 42,85% gestores que concordam que o SINAES é um modelo

abrangente para avaliar a qualidade institucional de uma forma global, e justificaram

sua resposta com as seguintes observações: ―Sim, devendo ser complementado em cada

instituição, de acordo com suas especificidades e necessidades.‖; ―De maneira geral,

sim. Contudo, creio que deveria inserir no modelo, indicadores que apurassem a

eficiência na aplicação dos recursos orçamentários‖.

Apenas 7,15% não consideram o SINAES abrangente. A maioria dos

participantes da pesquisa 50% dos gestores concordou parcialmente que o SINAES é

um modelo abrangente para avaliar a qualidade institucional de uma forma global, e

justificaram sua resposta com as seguintes observações: ―Parcialmente, falta medição da

eficácia da aplicação dos recursos‖; ―Parcialmente, devendo ser complementado por

cada Instituição‖; ―Parcialmente, precisa de um indicador de eficiência dos recursos

públicos‖. Por tratar-se de uma pergunta aberta e opcional, 12,5% não responderam a

questão.

A literatura apresentada destaca que os indicadores e processos de avaliação

implantados a partir do SINAES proporcionaram grandes avanços, mas vêm sofrendo

várias críticas, entre outros, quanto à eficiência e habilidade do governo central em lidar

com um sistema articulado e complexo como o de ensino superior (AGASISTI;

CATALANO, 2006); quanto ao treinamento e capacitação dos avaliadores para regular

o Sistema, e o entendimento do que seria qualidade e quais os indicadores seriam

utilizados para garantir e incentivar o aprimoramento das IES (RIBEIRO, 2011); bem

como, as constantes indicações da falta de institucionalização dos resultados da

avaliação (RIBEIRO, 2008; CARNEIRO; NOVAES, 2008; PEIXOTO, 2009),

apontando para uma ritualização da avaliação, visando o estrito cumprimento da Lei.

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92

4.2.2 Sistema de Medição para monitoramento

Foi questionado como é medido e monitorado o desempenho global da

instituição em relação às suas estratégias. Por tratar-se de uma questão de resposta

opcional, apenas onze participantes responderam ao questionamento.

Não houve uma uniformidade nas respostas, já que o participante teve a

liberdade de desenvolver a questão livremente. Buscou-se identificar palavras-chaves

nas respostas dos entrevistados, são elas: Gestão de metas, sistemas informatizados,

painel de medição, PAUIB e PDI.

Um dos entrevistados ressaltou:

―A Pró-reitoria de Planejamento e Coordenação Geral mantém, na sua

estrutura, grupo especializado na avaliação institucional, através do

PAIUB - Programa de Avaliação Institucional das Universidades

Brasileiras. Esse grupo, a luz do PDI - Plano de Desenvolvimento

Institucional, avalia as unidades destacando os pontos fortes e fracos,

bem como, propondo ações para correção dos procedimentos, visando

o atingimento dos objetivos planejados‖.

Conforme apresentado no referencial teórico segundo Polidori (2009), o PAIUB

pertence ao segundo ciclo de avaliações, envolvendo os anos de 1993 a 1995. Este

Programa focalizava a avaliação institucional na perspectiva de melhoria da qualidade

da formação oferecida, sobretudo aquela ministrada na graduação (WEBER, 2010).

No entanto, a vida do PAIUB foi muito curta, em termos reais durou menos de

dois anos. Com a posse do Presidente Fernando Henrique Cardoso, em 1995, o PAIUB

foi sendo progressivamente desconsiderado e oficialmente foi desativado em 2002, pelo

Decreto MEC n. 3.860 (GARCIA, 2005). É importante evidenciar que desde 2004,

através da Lei nº 10.861 a avaliação institucional é realizada com base na Avaliação das

Instituições de Educação Superior (AVALIES), que é o centro de referência e

articulação do sistema de avaliação que se desenvolve em duas etapas principais: (a)

auto-avaliação - coordenada pela Comissão Própria de Avaliação (CPA) de cada IES, a

partir de 1º de setembro de 2004; (b) avaliação externa - realizada por comissões

designadas pelo INEP, segundo diretrizes estabelecidas pela CONAES.

Outro entrevistado destacou:

―A Instituição conta com vários sistemas informatizados que coletam

os dados referentes à produção acadêmica das atividades de ensino,

pesquisa, extensão e administração. Estes sistemas permitem a

emissão de relatórios gerenciais que subsidiam a elaboração do

planejamento institucional e a tomada de decisão‖.

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93

Os sistemas informatizados são ferramentas importantes nas atividades de

controle, aliada ao monitoramento e avaliação de dados e outros recursos utilizados para

que os objetivos traçados sejam atingidos. A utilização dos sistemas informatizados pela

administração facilita o envolvimento de gestores em projetos, tornando assim a adoção

da metodologia ágil de na elaboração de planejamento e na tomada de decisão.

O entrevistado a seguir exalta a importância do trabalho em conjunto, para o

monitoramento do desempenho da instituição:

―Feito pelos setores competentes - Pela Ação conjunta da Pró-Reitoria

de Planejamento, sua Assessoria de Gestão da Informação e

Procuradores / Pesquisadores Institucionais‖.

Para Goetsch e Davis (2005), um sistema de gestão da qualidade consiste em

políticas, procedimentos, planos, recursos, processos e delimitação de responsabilidade

e autoridade, todos deliberadamente que visem atingir produto ou níveis de qualidade

compatíveis com a satisfação do cliente e a objetivos da organização. Quando essas

políticas, procedimentos, planos, etc, são tomadas em conjunto, eles definem como a

organização funciona, e como a qualidade é gerenciada (AL-RAWAHI; BASHIR,

2011).

4.2.3 Projeções de desempenho

Em relação às projeções de desempenho, foi perguntado aos gestores de que

modo são feitas às projeções do desempenho da Instituição (indicadores, práticas ou

resultados alcançados por organizações públicas ou privadas que possam ser usados

como comparação). Dos participantes da pesquisa, apenas 11 responderam ao

questionamento.

Observou-se que 45,4% afirmaram traçar projeções de desempenho com base na

linha de evolução da própria instituição, conforme apresentado:

―Há o predomínio de projeções que seguem a linha da evolução

histórica do desempenho da Instituição nos indicadores-chaves.

Muitas vezes é difícil estabelecer indicadores além daqueles clássicos

de desempenho de uma Instituição de Ensino, como relação aluno-

docente, custo-aluno, relação candidato-vaga, qualidade da

infraestrutura, qualificação do corpo docente, montante orçamentário,

número de publicações, desempenho do estudante e outros‖.

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Outros entrevistados afirmaram utilizar ―linha de base ou Benchmark‖ para

projeções e comparação de desempenho. Ou ainda, que utilizam painel de medição,

comparativo histórico e ranking: ―São utilizados os rankings realizados tanto por órgãos

governamentais, quanto privados, nacionais e internacionais‖.

É possível observar que em geral, Universidades analisadas, dedicam-se a

atender as necessidades mais prementes em especial a certificação e avaliações do

MEC. No entanto, essas questões podem ser prevenidas ou até mesmo sanadas a partir

da adoção de um sistema de gestão da qualidade (BARONI, 2010).

4.2.4 Atual modelo de gestão

Tendo em vista que as Universidades apresentam uma série de características

típicas que as convertem em organismos diferentes das demais organizações sociais. Os

entrevistados foram questionados sobre o atual modelo de gestão das Universidades

Públicas. A questão foi respondida por 13 gestores, obtive-se as seguintes respostas:

Quadro 13 - Opinião dos gestores, acerca do atual modelo de gestão das Universidades

Entrevistado Resposta

Gestor 1 ―Considero um bom modelo, contudo, a autonomia prevista na

Constituição Federal precisa ser normatizada para flexibilizar as ações

realizadas pelas instituições de ensino‖.

Gestor 2 ―Dificultado pelas amarras da legislação e burocracia públicas‖.

Gestor 3 ―Fica prejudicado por uma legislação extremamente restritiva, gerando

uma morosidade quase absurda dos processos, passando uma imagem de

ineficiência do sistema como um todo‖.

Gestor 4 ―Acredito que o estabelecimento de metas e indicadores fazem com que

os membros da comunidade universitária convergem suas ações para que

a Instituição apresente bom desempenho neles. Os conceitos da eficiência

na gestão pública têm que ser capazes de não apenas demonstrar bom

desempenho nos números, mas sobretudo, na qualidade do serviços

ofertado/prestado à sociedade, com a formação de profissionais e serviços

de qualidade‖.

Gestor 6 ―Bem democrático e participativo, uma vez que as deliberações das

politicas são realizadas pelos Conselhos Universitários com a

representação das três categorias: docentes, discentes e técnicos além da

representação da sociedade civil‖.

Gestor 7 ―Participativo, mas dificultado pelas amarras da legislação‖.

Gestor 8 ―Acredito que seja prejudicado pelos entraves burocráticos‖.

Gestor 9 ―A burocracia nos faz parecer ineficientes‖.

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95

Gestor 10 ―Democrática e participativa‖.

Gestor 11 ―Os entraves da legislação gera uma certa ineficiência no setor‖.

Gestor 13 ―Participativo e democrático‖.

Gestor 15 ―Um bom modelo, mas precisa de maior autonomia‖.

Gestor 16 ―A eficiência fica a desejar, devido aos entraves burocráticos

proporcionados pela legislação.‖ Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

Observa-se que a burocracia é um ponto recorrente nas respostas dos gestores,

Milakovich (1998) também comenta sobre altos dirigentes apresentarem certa frustração

com a burocracia, falta de energia para tomar atitudes em um ambiente de monopólio.

Para Mintzberg (2009), as Universidades são exemplos de burocracia profissional, onde

existe uma hierarquia democrática, baseada nas habilidades e conhecimentos dos seus

profissionais; e outra para a assessoria de apoio, burocrática e mecanizada.

4.3 ANÁLISE DA IMPORTÂNCIA

A identificação da importância do uso de programas de qualidade, foi feita por

meio da análise das respostas atribuídas a segunda parte do questionário, composta de

16 variáveis (afirmativas) com respostas variando de 1 (sem importância) a 5 (muito

importante), observando assim, a Escala Likert de 5 pontos (Anexo).

4.3.1 Análise Fatorial

Nesta seção foi feita a análise estatística, visando medir a confiabilidade do

método de coleta de dados, através do coeficiente Alfa de Cronbach. O resultado

encontrado apresentou evidências de que a análise de dados foi considerada alta para a

execução da pesquisa.

Tabela 9 - Resultado Alfa de Cronbach

Alfa de Cronbach Nº de itens

0,905 16

Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

Em geral, considera-se satisfatório um instrumento de pesquisa que obtenha α ≥

0,70 (FREITAS E RODRIGUES, 2005).

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96

De maneira complementar, seguem informações de média e desvio padrão das

variáveis em análise.

Tabela 10 - Média e desvio padrão das variáveis

Variáveis Média Desvio Padrão

Var 1 5,00 0,000

Var 2 3,81 0,750

Var 3 5,00 0,000

Var 4 4,25 0,931

Var 5 4,25 0,775

Var 6 4,94 0,250

Var 7 4,88 0,500

Var 8 4,19 0,981

Var 9 4,19 1,109

Var 10 3,38 1,628

Var 11 3,38 1,821

Var 12 4,56 0,629

Var 13 4,50 0,632

Var 14 4,06 1,124

Var 15 4,06 1,124

Var 16 4,13 0,957 Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

As variáveis serão analisadas separadamente, visando uma interpretação mais

completa de todas as afirmativas.

A primeira afirmativa a ser analisada é a que questiona a importância da prática

de qualidade no setor acadêmico, nesta afirmativa as respostas foram centralizadas em

sua totalidade na alternativa ―Muito importante‖. Sendo assim, os gestores consideram

relevante esta prática no setor.

Tabela 11 - Frequência da afirmativa - Importância da prática de qualidade no setor

acadêmico

Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Muito importante 16 100,0 100,0 Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

Com relação a melhoria da estrutura hierárquica da instituição (Tabela 12), as

repostas evidenciaram que esta variável concentrou a maioria de suas respostas na

alternativa ―Importante‖, representando 43,8% da opinião dos gestores.

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97

Tabela 12 – Frequência da afirmativa - Melhoria da estrutura hierárquica da instituição

Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Sem importância 0 0 0

Pouco Importante 0 0 0

Indiferente 6 37,5 37,5

Importante 7 43,8 81,3

Muito Importante 3 18,8 100,0

Total 16 100,0

Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

Quando perguntamos sobre a melhoria na gestão dos processos institucionais,

100% dos participantes respondem que esta afirmativa é ―Muito importante‖ para a

melhoria da qualidade da instituição (Tabela 13).

Tabela 13 - Frequência da afirmativa - Melhoria contínua na gestão dos processos

institucionais

Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Muito Importante 16 100,0 100,0 Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

Com relação a fornecer recursos para a promoção de atividades relacionadas à

qualidade na Universidade, 56,3% consideraram ―Muito importante‖ (Tabela 14).

Tabela 14 - Frequência da afirmativa - É importante fornecer recursos para a promoção

de atividades relacionadas à "Qualidade" na Universidade

Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Sem importância 0 0 0

Pouco Importante 0 0 0

Indiferente 5 31,3 31,3

Importante 2 12,5 43,8

Muito Importante 9 56,3 100,0

Total 16 100,0

Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

Na afirmativa que engloba a importância de obter informações sobre a percepção

dos clientes da Universidade quanto as suas necessidades, 43,8% responderam

considerar ―Muito importante‖ (Tabela 15), mostrando o interesse e relevância que os

gestores dão aos clientes da Instituição.

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98

Tabela 15 - Frequência da afirmativa - É importante obter Informações sobre a

percepção dos clientes da Universidade quanto aos seus Requisitos e Necessidades

Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Sem importância 0 0 0

Pouco Importante 0 0 0

Indiferente 3 18,8 18,8

Importante 6 37,5 56,3

Muito Importante 7 43,8 100,0

Total 16 100,0

Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

Na análise da afirmativa da importância da projeção de indicadores consistentes

e mensuração de metas claras de serviço e custo da Universidade (Tabela 16), e da

importância da criação de um modelo de planejamento e distribuição de tarefas com

avaliação de resultados na Universidade (Tabela 17), 93,8% dos respondentes

consideram este aspecto ―Muito importante‖ para gestão da qualidade na Instituição.

Tabela 16 - Frequência da afirmativa - É importante a projeção de Indicadores

consistentes e mensuração de metas claras de serviço e custo na Universidade

Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Sem importância 0 0 0

Pouco Importante 0 0 0

Indiferente 0 0 0

Importante 1 6,3 6,3

Muito Importante 15 93,8 100,0

Total 16 100,0

Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

Tabela 17 - Frequência da afirmativa - É importante a criação de um modelo de

planejamento e distribuição de tarefas com avaliação de resultados na Universidade

Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Sem importância 0 0 0

Pouco Importante 0 0 0

Indiferente 1 6,3 6,3

Importante 0 0 0

Muito Importante 15 93,8 100,0

Total 16 100,0

Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

Um ponto que foi perguntado aos participantes da pesquisa, foi sobre a

importância de ter gestores com perfil inovador na Universidade (Tabela 18), 56,3%

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99

consideram a variável ―Muito importante‖, observa-se ainda que, 37,5% consideraram a

afirmativa ―Indiferente‖.

Tabela 18 - Frequência da afirmativa - É importante ter gestores com perfil inovador na

Universidade

Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Sem importância 0 0 0

Pouco Importante 0 0 0

Indiferente 6 37,5 37,5

Importante 1 6,3 43,8

Muito Importante 9 56,3 100,0

Total 16 100,0

Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

Prosseguindo na análise, o próximo índice considera a importância da

simplificação organizacional da Universidade Federal (Tabela 19), 50% dos gestores

consideram ―Muito Importante‖ esta simplificação.

Tabela 19 - Frequência da afirmativa - É importante a simplificação organizacional da

Universidade

Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Sem importância 1 6,3 6,3

Pouco Importante 0 0 6,3

Indiferente 2 12,5 18,8

Importante 5 31,3 50,0

Muito Importante 8 50,0 100,0

Total 16 100,0

Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

Analisando agora, a importância da utilização de sistemas de qualidade nas

Universidades, as respostas se concentram na opção ―Muito importante‖, 43,8% dos

participantes afirmaram considerar muito importante a utilização dessas ferramentas na

melhoria da qualidade da Instituição (Tabela 20), observa-se ainda que esta afirmativa

houve uma dispersão nas respostas, onde .50% dos participantes consideraram a

variável de ―Sem importância‖ a ―indiferente‖.

Tabela 20 - Frequência da afirmativa - É importante a utilização de sistemas de

qualidade nas Universidades como 5s, Seis sigma, ISO 9001, NBR 15419:2006,

Gespública, MEG, entre outros

Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Sem importância 2 12,5 12,5

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100

Pouco Importante 5 31,3 43,8

Indiferente 1 6,3 50,0

Importante 1 6,3 56,3

Muito Importante 7 43,8 100,0

Total 16 100,0

Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

Neste aspecto, as repostas ficaram equilibradas, 50% dos gestores consideraram

―Muito importante‖ estimular o inconformismo com os níveis de qualidade, e a outra

metade consideraram ―Sem importância e Indiferente‖, estimular este inconformismo

(Tabela 21).

Tabela 21 - Frequência da afirmativa - É importante estimular dentro da instituição o

inconformismo com os níveis de Qualidade

Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Sem importância 5 31,3 31,3

Pouco Importante 0 0 31,3

Indiferente 3 18,8 50,0

Importante 0 0 50,0

Muito Importante 8 50,0 100,0

Total 16 100,0

Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

Um ponto que foi perguntado aos gestores, foi a respeito da importância de

eliminar barreiras de comunicação dentro da Universidade (Tabela 22), 62,5%

afirmaram considerar ―Muito importante‖ esta questão.

Tabela 22 - Frequência da afirmativa - É importante eliminar barreiras de comunicação

dentro da Universidade

Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Sem importância 0 0 0

Pouco Importante 0 0 0

Indiferente 1 6,3 6,3

Importante 5 31,3 37,5

Muito Importante 10 62,5 100,0

Total 16 100,0

Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

Quando questionados que os recursos humanos constituem o fator crucial para o

sucesso de qualquer política de melhoria na Universidade, 56,3% dos gestores

afirmaram que este aspecto é ―Muito importante‖, conforme (Tabela 23).

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101

Tabela 23 - Frequência da afirmativa - Os recursos humanos constituem o fator crucial

para o sucesso de qualquer política de melhoria na Universidade

Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Sem importância 0 0 0

Pouco Importante 0 0 0

Indiferente 1 6,3 6,3

Importante 6 37,5 43,8

Muito Importante 9 56,3 100,0

Total 16 100,0

Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

A respeito da importância da divulgação de programas de qualidade na

Universidade (Tabela 24), 50% dos gestores consideraram a afirmativa ―Muito

importante‖. Observa-se que 31,3% considera este aspecto de ―Pouco importante‖ a

―Indiferente‖, para melhoria da qualidade Institucional. O mesmo resultado foi

apresentado quando questionados acerca da importância de tornar a Universidade

parceira dos programas de qualidade (Tabela 25).

Tabela 24 - Frequência da afirmativa - É importante a divulgação de Programas de

qualidade na Universidade

Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Sem importância 0 0 0

Pouco Importante 2 12,5 12,5

Indiferente 3 18,8 31,3

Importante 3 18,8 50,0

Muito Importante 8 50,0 100,0

Total 16 100,0

Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

Tabela 25 - Frequência da afirmativa - É importante tornar a Universidade parceira dos

programas de qualidade

Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Sem importância 0 0 0

Pouco Importante 2 12,5 12,5

Indiferente 3 18,8 31,3

Importante 3 18,8 50,0

Muito Importante 8 50,0 100,0

Total 16 100,0

Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

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102

Na última variável do estudo, a afirmativa relacionada ao fato da Universidade

ser gestora do conhecimento é um facilitador na adesão de programas de qualidade,

50% dos gestores afirmaram ser ―Muito importante‖, enquanto 37,5% afirmaram que o

fato da universidade ser ―gestora do conhecimento‖ é indiferente para sua facilidade na

adesão de programas de qualidade (Tabela 26).

Tabela 26 - Frequência da afirmativa - O fato da Universidade ser ―gestora do

conhecimento‖ é um FACILITADOR da adesão de Programas de qualidade

Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Sem importância 0 0 0

Pouco Importante 0 0 0

Indiferente 6 37,5 37,5

Importante 2 12,5 50,0

Muito Importante 8 50,0 100,0

Total 16 100,0

Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

No tópico a seguir, será analisada a questão da importância que os gestores dão

as variáveis aqui apresentadas.

4.4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS

O perfil dos gestores respondentes da pesquisa: faixa etária acima de 50 anos,

sua maioria (81,25%) homens, possuem mais de 20 anos de trabalho na Instituição

(81,25%), são docentes (75%), a maioria possui título de doutor (75%), com formação

em engenharia (37,5%). A pesquisa comprovou o que foi relatado no referencial

teórico, que os gerentes das instituições públicas universitárias - em sua grande maioria,

professores - são os responsáveis pela administração da universidade e esse profissional

acaba por acumular as atividades gerenciais com as acadêmicas. Observa-se também

que a maioria dos entrevistados não possui formação em gestão, e segundo (CLARK,

2003; FRANCO et al., 2012), a prática de gerenciar exige conhecimento profissional e,

principalmente, um núcleo forte e competente de gestão, como condição de

sustentabilidade.

Para responder um dos objetivos específicos propostos na pesquisa, foi feita 4

perguntas abertas acerca das práticas de gestão. Dos participantes que responderam a

questão, (50%) concordam parcialmente que o SINAES é um modelo abrangente para

avaliar a qualidade institucional de uma forma global. Para Baggi e Lopes (2011), a

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103

avaliação não pode ser resumida como atividade de coleta e divulgação de dados, como

se esse procedimento provocasse as transformações necessárias para a melhoria da

qualidade educacional. Apesar da evolução do SINAES, o sistema de avaliação não é

suficiente para promover meios de viabilização de mudanças na cultura acadêmica, no

trabalho docente, na gestão das instituições, nas definições curriculares e, acima de

tudo, na estruturação da educação superior.

Quando questionados como é medido e monitorado o desempenho global da

instituição em relação às suas estratégias, não houve uma uniformidade nas respostas, já

que os participantes tiveram a liberdade de desenvolver a questão livremente,

identificou-se as seguintes palavras-chaves nas respostas dos entrevistados: Gestão de

metas, sistemas informatizados, painel de medição, PAIUB e PDI.

Em relação às projeções de desempenho, foi perguntado aos gestores de que

modo são feitas às projeções do desempenho da Instituição (indicadores, práticas ou

resultados alcançados por organizações públicas ou privadas que possam ser usados

como comparação), e 45,45% afirmaram traçar projeções de desempenho com base na

linha de histórica da própria instituição. Observa-se que nenhuma prática relacionada

aos sistemas de gestão da qualidade, é utilizada nas Universidades abordadas.

Utilizando apenas, ferramentas necessárias para atender o que é exigido pelo MEC ou

por Lei.

Para finalizar a etapa que aborda as práticas de gestão das Universidades, os

entrevistados foram questionados sobre o atual modelo de gestão das Universidades

Públicas, e observou-se que a burocracia é um ponto recorrente nas respostas dos

gestores. Mara e Melo (2005) afirmam que, entre outros problemas as universidades

federais têm sido alvo de questionamentos por parte da sociedade acerca da rigidez da

sua estrutura burocrática, da ineficiência no uso dos recursos e da pouca pertinência

social dos serviços prestados. Um dos sistemas de gestão da qualidade abordado no

referencial teórico, o Gespública, foi lançado pelo governo com o objetivo de

desburocratização do setor público, no entanto, a burocracia persiste em atrasar o nosso

País.

E por fim, ao analisar sob a ótica do gestor, a importância do uso de ferramentas

e conceitos da Gestão da qualidade nas Universidades Federais. No resumo apresentado,

observa-se que apenas uma variável foi considerada ―Importante‖, e todas as outras

consideradas ―Muito importante‖. A avaliação dado pelos gestores, de maneira geral,

considera muito importante o uso de ferramentas e conceitos de gestão da qualidade em

suas instituições, porém quando feita a análise fatorial, identifica-se que nem todos os

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104

gestores que afirmaram ser muito importante a prática de qualidade no setor acadêmico,

afirmaram ser importante o uso de sistemas da qualidade e que as práticas de gestão

utilizadas em suas instituições, estão praticamente voltadas a atender o exigido pelo

MEC.

Tabela 27 - Resumo da análise

AFIRMATIVAS RESPOSTAS

É importante a prática de qualidade no setor acadêmico Muito importante

É importante a melhoria da estrutura hierárquica da instituição Importante

É importante a melhoria contínua na gestão dos processos

institucionais Muito importante

É importante fornecer recursos para a promoção de atividades

relacionadas à "Qualidade" na Universidade Muito importante

É importante obter Informações sobre a percepção dos clientes da

Universidade quanto aos seus Requisitos e Necessidades Muito importante

É importante a projeção de Indicadores consistentes e mensuração

de metas claras de serviço e custo na Universidade Muito importante

É importante a criação de um modelo de planejamento e

distribuição de tarefas com avaliação de resultados na

Universidade

Muito importante

É importante ter gestores com perfil inovador na Universidade Muito importante

É importante a simplificação organizacional da Universidade Muito importante

É importante a utilização de sistemas de qualidade nas

Universidades como 5s, Seis sigma, ISO 9001, NBR 15419:2006,

Gespública, MEG, entre outros

Muito importante

É importante estimular dentro da instituição o inconformismo

com os níveis de Qualidade atuais Muito importante

É importante eliminar barreiras de comunicação dentro da

Universidade Muito importante

Os recursos humanos constituem o fator crucial para o sucesso de

qualquer política de melhoria na Universidade Muito importante

É importante a divulgação de Programas de qualidade na

Universidade Muito importante

É importante tornar a Universidade parceira dos programas de

qualidade Muito importante

O fato da Universidade ser ―gestora do conhecimento‖ é um

FACILITADOR da adesão de Programas de qualidade Muito importante

Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

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105

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados desta pesquisa ajudam e contribuem para aplicação de normas e

programas de qualidade na Instituição de Ensino Superior. Para isso, foi necessário

conhecer os programas de qualidade nacionais e internacionais mais citados na Gestão

Universitária, saber quais aspectos são abordados e sua relevância como item

fundamental para melhoria da qualidade nas Universidades Federais.

A gestão da qualidade e seus conceitos estão sendo aplicadas de maneira

crescente, as ferramentas da qualidade, assim como as estratégias que visam a melhoria

contínua nos processos, estão em profundo crescimento nas organizações. A

preocupação com a qualidade e com a satisfação de seus clientes é requisito que está em

evidência nas grandes empresas, inclusive no setor acadêmico.

Os sistemas de gestão da qualidade no setor acadêmico, vêm sendo defendido

como instrumento necessário para elevar a qualificação institucional, promovendo a

melhoria do ensino, da pesquisa, da extensão e de sua gestão, no entanto, a presença de

sistemas de gestão da qualidade no setor acadêmico é quase nula.

Neste contexto, a presente dissertação foi desenvolvida buscando responder o

seguinte problema de pesquisa: os gestores das Universidades Federais consideram

relevante a gestão da qualidade na sua instituição? Desta maneira, o objetivo geral deste

estudo foi ―Analisar sob a ótica do gestor, a importância do uso de ferramentas e

conceitos da Gestão da qualidade nas Universidades Federais‖.

É importante frisar, que a presente pesquisa, trata-se de uma fotografia da

percepção do gestor tem acerca da importância da gestão da qualidade na sua

Instituição, que este processo de avaliação é importante que seja contínuo e abrangente,

buscando assim a difusão do tema e a melhoria contínua das Universidades Federais.

Para atingir os objetivos propostos e responder a pergunta da pesquisa, primeiro

foi feita uma pesquisa bibliográfica, buscando conhecer os estudos atuais a respeito do

assunto, assim como encontrar alicerces teóricos através de autores consagrados na área

de gestão da qualidade e na área de ensino superior.

Levando em consideração os aspectos que são abordados nos sistemas de

qualidade, foi possível elaborar um questionário, visando conhecer a opinião dos

gestores, além de poder verificar a importância dos diversos aspectos que englobam a

qualidade na Instituição Federal.

As respostas coletadas por meio do questionário retratam a percepção que os

gestores tem em relação a importância da gestão da qualidade em suas Instituições.

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106

Foram abordadas 16 variáveis, os resultados da análise fatorial da importância, foram

―Importante‖ e ―Muito importante‖, onde a variável (V2) foi ―Importante‖ e todas as

outras, ―Muito importante‖. Em posse dessas informações é possível priorizar algumas

áreas que merecem medidas imediatas. Assim como foi possível observar que algumas

variáveis são ―Muito importante‖ para a grande maioria dos gestores, outras não

apresentaram o mesmo resultado como exemplo (V2, V10, V11).

Interpretando os resultados que foram obtidos através da análise fatorial é

possível identificar sob a ótica do gestor, a importância do uso de ferramentas e

conceitos da Gestão da qualidade, atingindo o objetivo geral da pesquisa, assim como

conhecer qual a importância que é dada a cada variável analisada.

Os objetivos específicos foram atingidos no decorrer do trabalho, visto que foi

apresentado no escopo teórico, os programas de qualidade nacionais e internacionais

mais citados na Gestão Universitária. Na análise descritiva do questionário foi

apresentado o perfil dos gestores participantes da pesquisa, além das práticas de gestão,

apresentadas de maneira abrangente.

Conclui-se que na percepção do gestor a gestão da qualidade na sua instituição é

relevante, contudo a mesma importância não é dada aos programas de qualidade

implantados em outros segmentos da economia, e que apesar dos avanços

proporcionados pelo SINAES, o modelo não avalia a Instituição de uma forma global.

Assim, de posse dos resultados, espera-se contribuir com o avanço do tema, tentando

despertar o interesse dos gestores das Universidades Federais pelo assunto, ressaltando

a importância dos sistemas de gestão da qualidade como instrumento necessário para

elevar a qualidade institucional.

Como recomendação para trabalhos futuros: uma nova avaliação da importância

da qualidade na percepção do gestor, de maneira mais abrangente, abordando

Instituições públicas e privadas.

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107

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130

APÊNDICE

QUESTIONÁRIO

- Apresentação da Pesquisa

Prezado gestor, a presente pesquisa é parte integrante do Mestrado no Programa de

Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN.

O estudo tem como objetivo analisar a importância do uso de ferramentas e conceitos da

Gestão da Qualidade nas Universidades Públicas na percepção de seus gestores. Sua

sincera participação é muito importante, tendo em vista que o(a) senhor(a) faz parte de

um grupo alinhado ao estudo. Ressalto que os resultados da pesquisa contribuirão

sobremaneira para o aprimoramento contínuo da qualidade, legitimidade e reciprocidade

da Instituição.

O questionário está configurado para não identificar o respondente sob nenhuma

hipótese. Portanto, guardará sigilo absoluto.

Obrigada!

Dalliane Vanessa Pires Andrade

Mestranda em Engenharia de Produção UFRN

Contato: [email protected]

Telefone: (84) 9910-3745

Parte 1 - Perfil do(a) gestor(a)

- Apresentação do instrumento de coleta de dados

O questionário está dividido em 3 partes, com questões abertas e fechadas.

Na primeira, constam questões para identificação do seu perfil.

Na segunda é composta por questões objetivas ligadas a Gestão da qualidade

Na terceira parte, constam questões abertas que podem ser respondidas rapidamente.

1 - Faixa etária *

( )Menos de 40

( ) De 40 a 50

( ) Acima de 50

2 - Sexo *

( ) Feminino

( ) Masculino

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131

3 - Tempo de atuação na Instituição *

( ) Menos de 10 anos

( ) De 10 a 20 anos

( ) Mais de 20 anos

4 - Escolaridade *

( ) Graduado

( ) Mestre

( ) Doutor

5 - Formação *

( ) Ciências Exatas e da Terra

( ) Ciências da Saúde

( ) Ciências Sociais Aplicadas

( ) Ciências Humanas

( ) Engenharias

( ) Outro

6 - Categoria *

( ) Docente

( ) Técnico Administrativo

Parte 2 - Importância da gestão da qualidade

Classifique suas respostas de acordo com os valores da escala abaixo.

1 - Sem Importância

2 - Pouca Importância

3 - Indiferente

4 - Importante

5 - Muito Importante

Indique a sua opinião sobre a IMPORTÂNCIA de

cada afirmativa

Importância

Sem

importância

Muito

Importante

1 2 3 4 5

É importante a prática de qualidade no setor

acadêmico

É importante a melhoria da estrutura hierárquica da

instituição

É importante a melhoria contínua na gestão dos

processos institucionais

É importante fornecer recursos para a promoção de

atividades relacionadas à "Qualidade" na

Universidade

É importante obter Informações sobre a percepção

dos clientes da Universidade quanto aos seus

Requisitos e Necessidades

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132

É importante a projeção de Indicadores

consistentes e mensuração de metas claras de

serviço e custo na Universidade

É importante a criação de um modelo de

planejamento e distribuição de tarefas com

avaliação de resultados na Universidade

É importante ter gestores com perfil inovador na

Universidade

É importante a simplificação organizacional da

Universidade

É importante a utilização de sistemas de qualidade

nas Universidades como 5s, Seis sigma, ISO 9001,

NBR 15419:2006, Gespública, MEG, entre outros

É importante estimular dentro da instituição o

inconformismo com os níveis de Qualidade atuais

É importante eliminar barreiras de comunicação

dentro da Universidade

Os recursos humanos constituem o fator crucial

para o sucesso de qualquer política de melhoria na

Universidade

É importante a divulgação de Programas de

qualidade na Universidade

É importante tornar a Universidade parceira dos

programas de qualidade

O fato da Universidade ser ―gestora do

conhecimento‖ é um FACILITADOR da adesão de

Programas de qualidade

Parte 3 – Práticas de Gestão

1 - Considera o sistema de avaliação proposto pelo MEC (SINAES), um modelo

abrangente para avaliar a qualidade institucional de uma forma global? Componentes do

SINAES: Avaliação Institucional, Avaliação de Curso, Avaliação do Desempenho dos

estudantes ingressantes e concluintes.

2 - Como é definido o sistema de medição para monitorar o desempenho global da

instituição em relação às suas estratégias e gerenciar os procedimentos em todos os

níveis?

3 - De que modo são feitas às projeções do desempenho da Instituição (indicadores,

práticas ou resultados alcançados por organizações públicas ou privadas que possam ser

usados como comparação)?

4 - Qual a sua opinião sobre o atual modelo de gestão das Universidades Públicas?

Tendo em vista que apresentam uma série de características típicas que as convertem

em organismos diferentes das demais organizações sociais.

Comentários Complementares:

Caso exista algum item ou questão a acrescentar, por favor, escreva abaixo.

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Obrigada pela colaboração