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UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO DE FISIOTERAPIA CINESIOTERAPIA Goiânia/2013

Universidade paulista cinesio

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UNIVERSIDADE PAULISTA

CURSO DE FISIOTERAPIA

CINESIOTERAPIA

Goiânia/2013

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ACADÊMICOS

ELIZABETH LISBOA DE OLIVEIRA ANDRADE

FERNANDA RIBEIRO BASTOS

ISADORA MENDES JAQUES

JAQUELINE MOURA DA COSTA

JÉSSIKA RODRIGUES DA SILVA

JULIO CESAR DE SOUZA PEREIRA

KÁTYA FREITAS

Trabalho elaborado para fins de avaliação parcial da

Disciplina de Atividades Práticas Supervisionadas do Curso de

Fisioterapia da Universidade Paulista de Goiânia, sob a

orientação do Professor Ms. Marcello Watanabe

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SUMÀRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................ 5

1. ASPECTOS HISTÓRICOS DA CINESIOTERAPIA .................................... 6

2. METAS DA CINESIOTERAPIA (EXERCÍCIOS RESISTIDOS) .................. 6

2.1 Força ..................................................................................................... 7

2.2 Força ou Potência ................................................................................. 8

2.3 Métodos ................................................................................................ 9

2.4 Resistência.......................................................................................... 10

2.5 Resistência ou Tolerância ................................................................... 10

3. MOBILIDADE OU FLEXIBILIDADE .......................................................... 12

3.1 Tipos de mobilidade ................................................................................ 12

4. ESTABILIDADE ........................................................................................ 13

4.1 Estabilidade e funções ........................................................................ 14

4.2 Relaxamento ....................................................................................... 15

4.3 Relaxamento e funções .......................................................................... 15

4.4 Coordenação e equilíbrio ........................................................................ 16

5 AMPLITUDE DE MOVIMENTO ................................................................. 17

5.1 Exercícios de Amplitude de Movimentos ............................................ 17

5.2 Metas para AM e Indicações ............................................................... 18

5.3 Limitações de AM ................................................................................ 18

5.4 Precauções e Contraindicação para AM ............................................. 19

5.5 Procedimentos para Aplicação de Técnicas de AM ............................ 19

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3

5.6 Técnicas de AM Articular Anatômicas de Movimentos ....................... 20

6. CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS DO MÚSCULO ................................ 24

6.1 Função e ações musculares gerais ..................................................... 26

7. FATORES QUE INFLUENCIAM A FORÇA MUSCULAR ......................... 27

7.1 Relação força x velocidade ................................................................. 27

7.2 Relação força x comprimento .............................................................. 28

7.3 Relação força x tempo ........................................................................ 29

7.4 Tensão muscular ................................................................................. 29

7.5 Potência muscular ............................................................................... 30

7.6 Resistência muscular .......................................................................... 30

7.7 Efeito da temperatura do músculo ..................................................... 31

8. ALONGAMENTO ...................................................................................... 32

8.1 tipos de alongamentos ........................................................................ 33

8.2 Ativo .................................................................................................... 33

8.3 Passivo ............................................................................................... 34

8.3 Isométrico............................................................................................ 34

9 TÉCNICAS DE FACILITAÇÃO NEUROMUSCULAR PROPRIOCEPTIVA

(FNP) PARA O ALONGAMENTO. ............................................................................ 34

9.1 Reflexos motores ................................................................................ 35

10 EXERCÍCIOS RESISTIDOS .................................................................... 35

10.1 Metas e indicações ........................................................................... 36

10.3 Precauções e contraindicações para os exercícios resistidos .......... 36

11 PRECAUÇÕES ........................................................................................ 37

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4

11.1 Precauções cardiovasculares. .......................................................... 37

11.2 Fadiga ............................................................................................... 37

12. CONTRA INDICAÇÕES ......................................................................... 39

12.1 Inflamação......................................................................................... 39

12.2 Dor .................................................................................................... 40

13 ESPECIFICIDADE DE TREINAMENTO E TRANSFERÊNCIA DE

TREINAMENTO ........................................................................................................ 40

13.1 Transferência de treinamento ........................................................... 40

13.2 Exercícios isotônicos ......................................................................... 41

13.3 Exercício isocinético .......................................................................... 41

13.4 Exercício isométrico .......................................................................... 41

13.5 Exercício concêntrico e excêntrico .................................................... 42

13.6 Exercícios em cadeia fechada .......................................................... 42

13.7 Exercícios com resistência manual ................................................... 43

14 PROPRIOCEPÇÃO ................................................................................. 45

14.1 Bases sobre mecanoceptores. .......................................................... 45

14.2 Proprioceptores ................................................................................. 45

15 TÉCNICAS DE TREINAMENTO PARA RESTABELECIMENTO OU

INCREMENTO DE PROPRIOCEPÇÃO .................................................................... 48

16 PLIOMETRIA ........................................................................................... 49

16.2 Tipos de treinamentos pliométricos: .................................................. 51

17 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 52

18 DADOS BIBLIOGRÁFICOS ..................................................................... 53

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5

INTRODUÇÃO

A cinesiologia é a ciência que tem focado a análise dos movimentos, ou

seja, estuda os movimentos do corpo humano. O nome vem do grego e quer dizer

Kinesis= movimento, logos= tratamento. A finalidade da cinesiologia é compreender

as forças que atuam no corpo e manipular estas forças com procedimentos de

tratamento para que o desempenho possa ser melhorado e as lesões prevenidas

através da cinesioterapia.

Os profissionais Fisioterapeutas estudam de forma minuciosa a cinesiologia

para entender os músculos e ligamentos, as junções e funções de cada estrutura

muscular, os procedimentos adequados a cada tipo de lesões com planejamento e

treinamento sistemático de movimentos corporais, postural ou atividades físicas, a

fim de proporcionar ao paciente sua capacidade de romper barreiras.

A cinesioterapia utiliza de movimentos musculares que o corpo faz no

decorrer do nosso dia-a-dia. Ela também atua junto com a Biomecânica, pois através

dela compreendemos as forças que atuam e que às vezes podem afetar os

movimentos. Neste trabalho abordarão as amplitudes dos movimentos, as

características funcionais de todos os músculos, os fatores que influenciam na força

muscular, os tipos de alongamentos, os exercícios e os tipos de exercícios resistidos

com resistência manual ou sem resistência. Por isso é de suma importância o

conhecimento dos músculos, articulações e ligamentos para oferecer ao paciente o

melhor trabalho de reabilitação, estudar-se-á as características funcionais e os

fatores que influenciam cada movimento além de alguns exercícios que podem ser

executados de forma passiva e ativa.

O tratamento de movimento é importante para o Fisioterapeuta, pois além da

relação entre limitações funcionais e deficiência, há uma grande responsabilidade,

pois além de fazer os tratamentos dará ao paciente à chance de ter uma vida normal

e inseri-lo a sociedade. Um bom planejamento de intervenção terapêutica constitui

uma etapa importante para o paciente.

1. ASPECTOS HISTÓRICOS DA CINESIOTERAPIA

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6

A cinesioterapia é o uso do movimento ou do exercício como forma de

terapia. Os primeiros estudos sobre a utilização dos exercícios terapêuticos datam

da Grécia e Roma antiga, porém foi a partir da I Guerra Mundial que houve um

aumento acentuado da utilização desse recurso para a reabilitação de paciente, isso

devido ao grande número de incapacitados durante e após os combates. Sua

principal finalidade é a manutenção ou desenvolvimento do movimento livre para a

sua função, e tem como efeitos principais a melhora da força, resistência à fadiga,

coordenação motora, mobilidade e flexibilidade.

Um período entre4000 A.C. e 395 D.C. o movimento humano era utilizado no

tratamento de disfunções já estabelecidas, já instaladas e faziam parte das funções

dos sacerdotes. Na Idade Média, ocorreu uma interrupção dos estudos na área da

saúde, pois nessa época o corpo era considerado inferior, sem importância, havia

um culto da alma, do espírito. Já no final da idade média e início do Renascimento,

as belezas físicas do homem e da mulher começaram a ser valorizadas, desenvolve-

se a preocupação com o corpo refletido pela revitalização do culto ao físico. Neste

período, o exercício era ligado à cultura da beleza física, do belo. Ao final do

Renascimento, Don Francisco e Onde ano Amorós (1779-1849) dividiram a ginástica

em quatro pontos, sendo o terceiro ponto a cinesioterapia, que tinha a finalidade de

manutenção de uma saúde forte, tratamento de enfermidades, reeducação de

convalescentes e correção de deformidades. Nesta mesma época, surge a

diferenciação da ginástica com fins terapêuticos e manutenção de condições

normais, quando ficou definido que o tratamento de enfermos mediante exercícios é

algo distinto da ginástica para pessoas sãs. Com a industrialização, começam a

surgir patologias relacionadas com a atividade de trabalho, além de outras

epidemias e doenças. saúde e medicina, momento em que houve o predomínio de

uma concepção de saúde direcionada para a assistência curativa, recuperativa e

reabilitadora, assim como a necessidade de especializações na área da saúde.

Durante a guerra, ocorreu um grande número de casos de lesões, mutilações,

alterações físicas de vários tipos e graus, grande campo de atuação da

cinesioterapia, favorecendo o crescimento da mesma, de lá para cá, vem se criando

novas maneiras e métodos para o uso da mesma.

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7

Com o decorrer dos séculos, já no séc.XX, os especialistas em fisioterapia

utilizavam principalmente a eletroterapia, enquanto os exercícios terapêuticos era

domínio dos médicos. Na segunda guerra mundial o exercício terapêutico passa a

ser parte importante da Fisioterapia.

- Klapp lança um método de tratamento para a deformidade espinhal com os

pacientes em posição prona.

- Lovett conclui que o treino muscular constitui a mais importante das

medidas terapêuticas iniciais na poliomielite.

- Olive Guthrie-Smith e Sir Arthur Porrit criam os exercícios “eutônicos”.

- Goldthwait e cols. Defendem que muitas lombalgias eram devidas a

posturas ou hábitos defeituosos.

- Paul G Williams associa exercícios posturais a técnicas respiratórias

criando os exercícios de Williams.- Codman cria exercícios pendulares

-Thomas DeLorme cria os Exercícios de

-Resistência Progressiva (E.R.P.)

- Herman Kabat cria o Método de Facilitação

-Neuromuscular Proprioceptiva (F.N.P.)

2. METAS DO EXERCÍCIO TERAPÊUTICO

2.1 Força

A maior meta que pode ser alcançada através da cinesioterapia é o

desenvolvimento, melhora ou manutenção da força. Força é a habilidade que tem

um músculo ou um grupo muscular para desenvolver tensão e forças resultantes em

um esforço máximo, tanto dinâmica quanto estaticamente, em relação às demandas

feitas a ele.

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2.2 Força

-Conceito

- Unidade de medida

- Tipos:

- Forças de contato

- Forças de campo

- Força resultante

- Adição de vetores

- Regra do polígono

- Regra do paralelogramo

- Método das componentes

- Método algébrico (lei dos cossenos)

- Leis de Newton

- Primeira lei ou Lei da Inércia

- Segunda lei ou Lei da Massa e Aceleração

- Terceira lei ou Lei da Ação e Reação

- Forças específicas

- Força peso

- Força muscular

- Força máxima = Área de secção transversal do músculo

- Força de contato ou de reação ou normal

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9

- Força de atrito

- Força ou Potência Máxima;

- Isométrica;

- Isotônica.

- Potência Absoluta;

- Alterações fisiológicas;

- Elementos contráteis;

- Elementos não contráteis;

- Fatores que influenciam a força muscular

- Idade;

- Desuso / Treinamento;

- Trauma musculoesquelético;

- Princípios básicos

- Sobrecarga;

- Especificidade;

- Treinamento cruzado.

-Força ou Potência

2.3 Métodos

- Exercícios de resistência progressiva (ERP);

- Técnica de Oxford

-Exercícios em cadeia aberta- é realizado quando o segmento distal da

extremidade é móvel, ou seja, não está móvel.

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10

- Exercício em cadeia fechada-é realizado quando o segmento é realizado

distal da extremidade é fixo.

- Adaptações Fisiológicas

- Aumento da unidade motora;

- Remodelação de proteínas musculares;

- Conversão das fibras do tipo IIa para IIb;

- Aumento da massa óssea;

- Diminuição do percentual de gordura.

- Indicações;

- Contraindicações.

2.4 Resistência

Exercício resistido é uma forma de exercício ativo na qual uma contração

muscular mecânica ou estática é resistida por uma força externa. A força externa

pode ser aplicada manualmente ou mecanicamente.

2.5 Resistência ou Tolerância

- Conceito;

- Adaptações fisiológicas

- Aumento da VO2 máx.

- Adaptações centrais

- Aumento do débito cardíaco;

- Aumento do tempo de enchimento ventricular esquerdo;

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- Redução da resistência periférica total.

- Adaptações periféricas

- Aumento da hemoglobina;

- Aumento do número e tamanho das mitocôndrias;

- Conversão das fibras musculares tipo IIb para IIa.

- Adaptações respiratórias

- Diminuição da frequência respiratória;

- Diminuição do volume corrente;

-Diminuição da ventilação.

- Adaptações fisiológicas

- Adaptações metabólicas

- Diminuição no acúmulo de lactato no sangue e músculo.

- Redução da taxa de metabolismo;

- Redução no consumo de oxigênio;

- Adaptações termorregulatórias

- Maior capacidade em dissipar calor;

- Diminuição no limiar de transpiração;

- Adaptações neurológicas

- Aumento do recrutamento das unidades motoras

- Adaptações do tecido ósseo e conjuntivo

- Aumento na massa óssea;

- Fortalecimento dos ligamentos e tendões.

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3. MOBILIDADE EFLEXIBILIDADE

Além de força e resistência à fadiga, para o desempenho de

movimentos funcionais normais é necessário mobilidade dos tecidos moles e

articulares. Quando um indivíduo com controle neuromuscular normal executa as

atividades da vida diária, os tecidos moles e articulações alongam-se, ou encurtam-

se continuamente e o seu comprimento apropriado é mantido. Doenças ou traumas

em tecidos moles e articulações que podem causar dor, fraqueza ou inflamação,

podem prejudicar a mobilidade. Retrações devem ser prevenidas, se possível, mas,

se ocorrerem, exercícios de mobilização podem ser usados para devolver às

estruturas envolvidas o seu comprimento apropriado.

3.1 Tipos de mobilidade

Movimentos Passivos

- Classificação

- Movimentos passivos relaxados

-Movimentos acessórios

-Técnicas de mobilização manual passiva

- Mobilizações articulares

- Manipulações articulares

-Estiramento sustentado controlado

- Princípios

- Relaxamento do paciente

- Fixação

-Sustentação ou suspensão

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13

-Tração

-Velocidade e duração10

- Ação dos movimentos passivos relaxados

- Impedir a formação de aderências;

- Manutenção da amplitude de movimento (ADM);

- Preservação da lembrança dos padrões de movimento e estímulo dos

receptores sinestésicos quando há impossibilidade em realizar movimentos ativos;

- Manutenção da elasticidade muscular com impedimento da redução

adaptativa;

-Auxílio do retorno venoso e linfático;

- Relaxamento do paciente.

-Movimentos Passivos

- Efeito dos movimentos acessórios

-Manutenção das funções normais das articulações sobre as quais atuam e

articulações vizinhas;

-Aumento da amplitude perdida;

-Manutenção da mobilidade articular;

- Efeitos do estiramento sustentado controlado

- Superar padrões de espasticidade nos membros;

- Alongamento de ligamentos, bainhas de músculos fibrosos e

fáscias.

4. ESTABILIDADE

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14

Capacidade de proporcionar um alicerce estável a partir da qual é possível

movimentar-se. A estabilidade articular é um requisito fundamental na execução das

atividades da vida diária. A presença neural nas estruturas articulares, bem como

nos ligamentos, músculos e tendões está relacionada com o mecanismo de

propriocepção e estabilização corporal, assim os exercícios físicos tem papel

decisivo na estabilidade articular justamente por estimularem esses mecanismos de

propriocepção e estabilização corporal. (AQUINO et al, 2004).

4.1 Estabilidade e funções

“Como a prática de exercícios físicos promove a melhora da estabilidade

articular e do equilíbrio”. (RIBEIRO et al, 2009).

“Isso se deve pelo fato do exercício físico proporcionar ao seu praticante

aumento da massa corporal magra, da força muscular, da flexibilidade e

coordenação” (MAZZEO et al, 1998).

Esses benefícios proporcionados pelo exercício físico ao praticante são

exemplos de qualidades físicas.

“Duas dessas qualidades físicas têm fundamental importância na

manutenção da estabilidade articular, são elas: Força e Flexibilidade” (VALE;

NOVAES; DANTAS, 2005).

Assim, na prescrição de exercícios físicos visando a melhora de a

estabilidade articular, torna-se importante prescrever exercícios que proporcionem

melhora considerável dessas duas qualidade físicas.

“Os exercícios resistidos (Musculação) são o tipo de exercício

físico mais indicado, pois esse tipo de exercício consegue promover

melhorar tanto na força quanto na flexibilidade em grande proporção

diferentemente dos exercícios aeróbicos que promovem melhoras muito

mais discretas na força e flexibilidade e tendem a se estagnar com o passar

dos treinamentos” (ACSM, 2003). Dessa forma, é recomendado que os

exercícios físicos, preferencialmente os exercícios resistidos, devem

primeiramente fortalecer as estruturas articulares e posteriormente treinar

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15

mais especificamente os mecanismos proprioceptores através de exercícios

coordenativos (DOURIS et al, 2003).

4.2 Relaxamento

Para gerar movimento os músculos precisam realizar um trabalho

envolvendo a contração e relaxamento muscular. Assim, durante a realização de um

movimento, enquanto alguns músculos se contraem outros relaxam. Basicamente

durante a contração de um músculo observamos certa “diminuição no seu tamanho”

enquanto que durante o seu relaxamento, observamos um “aumento no tamanho” do

músculo.

Na contração muscular o processo fisiológico característico das fibras

musculares, corresponde à capacidade de gerar tensão com a ajuda de um neurônio

motor. O estímulo para a contração é geralmente um impulso nervoso que se

propaga pela membrana das fibras musculares, atingindo o retículo sarcoplasmático

(um conjunto de bolsas membranosas citoplasmáticas onde há cálcio armazenado),

que libera íons de cálcio no citoplasma.

Ao entrar em contato com as miofibrilas, o cálcio desbloqueia os sítios de

ligação de actina, permitindo que se ligue a miosina, iniciando a contração muscular.

Já o termo relaxamento muscular designa o fenômeno fisiológico de distensão da

musculatura que ocorre tanto naturalmente, como após uma contração muscular,

quanto por ação de medicamentos. O relaxamento muscular também pode ser

obtido através da prática de uma técnica de relaxamento.

4.3 Relaxamento e funções

Manutenção e aumento de ADM;

Manutenção ou aumento do tônus muscular;

Cooperação circulatória;

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Preparo para atividade física;

Alterações na circulação muscular;

Aumento da força muscular;

Treino da coordenação motora;

Confiança na habilidade em executar um movimento.

Classificação:

Localizados;

Gerais;

Subjetivo;

Objetivo.

Observações importantes:

Ensino do movimento ao paciente;

Despertar o interesse no paciente;

Ritmo;

Duração.

4.4 Coordenação e equilíbrio

Equilíbrio é um processo complexo que envolve a recepção e a integração

dos estímulos sensoriais e o planejamento e a execução do movimento, para

alcançar um objetivo requerendo a postura ereta. É a habilidade de controlar o

centro da gravidade (CG) sobre a base de suporte, num dado ambiente sensorial.

Os receptores sensoriais periféricos juntam as informações sobre o

ambiente e posições dos segmentos do corpo em relação a si mesmo. As estruturas

sensoriais centrais processam essa informação para perceber a posição para

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17

5 AMPLITUDE DE MOVIMENTO

O movimento de um segmento corporal ocorre quando os músculos ou

forças externas movem os ossos. Os ossos movem-se um em relação ao outro nas

conexões articulares. A estrutura dos tecidos moles que passam pela articulação,

assim como a integridade e a flexibilidade dos tecidos moles que passam pela

articulação, afeta a quantidade de movimentos que pode ocorrer em dois ossos.

A amplitude de movimentos são mais facilmente descritas em termos de

amplitude articular e amplitude muscular. Para descrever amplitude articular são

usados termos como flexão, extensão, abdução, adução e rotação. A amplitude de

movimentos disponíveis é geralmente medidas em goniômetro e registradas em

graus. Amplitudes de movimentos musculares são relacionadas com a excursão

funcional dos músculos.

Excursão funcional: é a distancia que um dos músculos é capaz de encurta

após ter sido alongado ao máximo. Em alguns casos a excursão funcional, ou

amplitude muscular, e diretamente influenciada pela articulação que os músculos

cruzam. Por exemplo, a amplitude que o musculo braquial tem e limitada pela

amplitude articular existente no cotovelo. Isso e verdade para músculos

monoarticulares (músculos no qual suas inserções proximais e distais estão nos

ossos de cada lado de uma articulação). Para músculos bi (que cruzam duas ou

mais articulações), sua amplitude fica além dos limites de cada articulação que eles

cruzam. Como por exemplo, no cotovelo temos um musculo bi articular que é o

bíceps braquial. Se ele se contrai e mover o cotovelo em flexão e o antebraço em

supinação movendo simultaneamente movendo o ombro em flexão, ele se encurtara

ate um ponto chamado como insuficiência ativa, onde não pode mais se encurta.

5.1 Exercícios de Amplitude de Movimentos

Passivo: São movimentos dentro de uma AM livre para um segmento, que

produzindo inteiramente por uma força externa, não há contração muscular

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voluntaria. A força externa pode ser de gravidade, de um aparelho, de outra pessoa

ou de outra parte do corpo do próprio individuo.

Ativo: Movimentos dentro da AM para um segmento, que e produzido por

uma contração ativa do musculo que cruzam aquela articulação.

Ativo-Assistido: Um tipo de AM ativa, na qual a assistência e feita por uma

força externa, manual ou mecânica, porque os músculos que realizam o movimento

precisam de assistência para completa-lo.

5.2 Metas para AM e Indicações

Quando um paciente não é apto ou não se apto a mover ativamente um

segmento o segmentos do corpo, como por exemplo, um comatoso, um paralitico ou

alguém em repouso total no leito, ou quando há uma reação inflamatória e a AM

ativa é dolorosa, a AM passiva controlada é usada para diminuir as complicações da

imobilização de movimentos de modo a manter a integridade da articulação ou

tecido mole, minimizar efeitos da formação de contraturas, manter a elasticidade do

musculo, assistir a dinâmica e vascular. Melhora de movimentos sinovial para

nutrição das cartilagens e difusão das cartilagens dentro da articulação.

O segmento do corpo quando imobilizado por um certo período de tempo

usa se AM nas regiões acima e abaixo do segmento imobilizado: para manter as

áreas em condições as mais normais possíveis preparando para novas atividades,

como com muletas.

5.3 Limitações de AM

Limitações da Movimentação Passiva: A AM passiva e verdadeira, com os

músculos relaxado, pode ser difícil de obter quando o músculo está inervado, com o

paciente consciente. Movimentação passiva não serve para; prevenir atrofia

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19

muscular, aumento de força ou resistência á fadiga, assistir a circulação na mesma

proporção que a contração muscular ativa volumétrica.

Limitações da AM Ativa: Em músculos fortes, não serve para aumentar a

força, não desenvolve destreza ou coordenações exceto nos padrões de

movimentos usados.

5.4 Precauções e Contraindicação para AM

Embora AM passiva e ativa sejam contraindicadas em circunstancia onde o

movimento de um segmento possa ser prejudicial para o processo de cicatrização, a

imobilização completa leva a formação de adesões e contraturas, diminuição da

circulação e aumento de recuperação. Historicamente a AM tem sido contra

indicado imediatamente após rupturas agudas, fraturas e cirurgias, mas como têm

sido mostrados os benefícios de movimentos controlados na diminuição da dor e

melhora na recuperação, o movimento controlado precoce tem sido usado assim

que a tolerância do paciente pode ser monitorado.

Traumas adicionais são contraindicados. Os sinais de que o movimento e

excessivo ou errado incluem aumento da dor e aumento da inflamação (aumento do

edema, calor e rubor). Geralmente após um infarto do miocárdio, cirurgia de

vascularização do miocárdio ou angioplastia coronária transluminal percutânea são

bem toleradas como exercícios iniciais de AM.

5.5 Procedimentos para Aplicação de Técnicas de AM

Baseado na avaliação e no nível de função do paciente determine as metas

e se AM passiva, ativo-assistida ou ativa poderia alcançar essas metas. Coloque o

paciente em uma posição confortável que permita que você mova o segmento na

AM possível. Deixe a região livre de roupas restritivas, lençóis, Split e curativos.

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Se o plano de assistência inclui o uso de AM passiva: a força para o

movimento é externa, sendo provida pelo terapeuta ou por um aparelho mecânico.

Quando for apropriado, o paciente pode prover a força, aprendendo a mover o

membro paralisado com o membro normal.

Nenhuma resistência ou assistência é feita pelos músculos do paciente que

cruzam a articulação. Se isso ocorrer, torna-se exercício ativo. O movimento e feito

dentro da AM existente, ou seja, a amplitude que existe sem movimento forçado ou

dor.

Técnicas de AM podem ser realizadas em: planos anatômicos da amplitude

de movimentos (frontal, sagital, transverso). Amplitude muscular de alongamentos

(antagonista á linha de tração do músculo), padrões combinados movimentos de

vários planos de movimentos.

5.6 Técnicas de AM Articular Anatômicas de Movimentos

Membro superior Ombro: flexão e extensão: sugere o braço do paciente

embaixo do cotovelo, com sua mão inferior, com a mão superior, cruze por cima e

sugere o punho e a palma da mão do paciente. Erga o braço na amplitude existente

e retorne. A escápula deve estar livre para rodar para cima á medida que o ombro

flerte, se for desejada somente a movimentação da articulação glenoumeral.

Ombro: abdução e adução: use a mesma colocação da mão na flexão, mas

mova o braço afastando o para o lado. Para alcançar a amplitude de movimento na

abdução e preciso que haja rotação externa do úmero e rotação para cima da

escapula.

Ombro: rotação interna (medial) e externa (lateral): se possível, o braço deve

ser abduzido 90 graus, o cotovelo flertido a 90 graus e o antebraço mantido em

posição neutra. A rotação pode também ser feita com o braço do paciente ao lado

do tórax, mas não será possível rotação interna por completa. Estabilize o polegar e

os outros dedos no punho do paciente, com a outra mão estabilize o cotovelo do

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paciente. Faça o movimento de rotação do úmero movendo o antebraço como uma

manivela em uma roda.

Ombro: abdução horizontal (extensão) e adução horizontal (flexão): para

obter abdução horizontal completa, o ombro deve estar na beira da mesa. Comece

com o braço em flexão ou abdução de 90 graus. A colocação das mãos é a mesma

da flexão, mas o terapeuta vire seu corpo e fica de frente para a cabeça do paciente

á medida que seu braço é movido para fora e então cruza seu corpo.

Escápula: elevação/depressão, protração/retração e rotação para cima e

para baixo: em decúbito ventral, com o braço do paciente ao lado do corpo ou em

decúbito lateral, com o paciente olhando para o terapeuta e o braço do paciente

debaixo do terapeuta. Coloque a mão em forma de concha sobre o acrômio, e

coloque a outra mão debaixo do ângulo inferior da escapula. Para elevação,

depressão, protraçao e retração, clavícula também se move á medida que os

movimentos escapulares são dirigidos no acrômio. Para rotação, direcione os

movimentos escapulares no ângulo inferior.

Cotovelo: flexão e extensão; controle a supinação e a pronação do

antebraço com seus dedos o redor do punho. Faça flexão e extensão do cotovelo

com o antebraço em pronação, assim como em supinação. O ombro não deve estar

protraído enquanto o cotovelo se estende; isso mascara a amplitude verdadeira.

Cotovelo: músculo bíceps braquial; posição do paciente deitado em decúbito

dorsal, com o ombro na beira da mesa de tratamento, de modo que possa ser

estendido além da posição neutra. Primeiro faça pronação do antebraço do paciente,

segurando ao redor do punho e estenda o cotovelo apoiando sobre ele. O ombro

então estendido ate o paciente sentir um desconforto na região anterior do braço.

Neste ponto e alcançado o alongamento completo possível do músculo bi articular.

Cotovelo: músculo tríceps braquial; primeiro flexione o cotovelo do paciente

completamente com uma mão distal mente no antebraço, e então flexione o ombro

suspendendo o úmero com a outra mão sob o cotovelo. A amplitude completa será

alcançada quando for experimentado desconforto na região posterior do braço.

Punho: flexão (flexão palmar) e extensão (dorsiflexao), desvio radial e ulnar;

para todos os movimentos de punho, segure a mão do paciente exatamente distal á

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articulação cm uma mão, e estabilize o antebraço com a outra mão. A amplitude dos

músculos extrínsecos dos dedos ira afetarem a amplitude de movimentos no punho

se eles estivem tensionados. Para obter amplitude completa na articulação do

punho, permite que os dedos se movam livremente á medida que mover o punho.

Punho: articulações do polegar e dedos: flexão de extensão e abdução e

adução (das articulações metacarpofalangicas dos dedos); Cada articulação da mão

do paciente pode se movida individualmente, estabilizando o osso proximal com os

dedos indicadores e polegar de uma mão, e movendo se o osso distal com o

indicador e polegar da outra mão. Dependendo da posição do paciente, o antebraço

e a mão podem ser estabilizados na cama mesa ou contra o corpo do terapeuta.

Membro Inferior Quadril e Joelho: flexão e extensão simultâneas; Apoie as

pernas do paciente com os dedos da mão de cima sob o joelho do paciente, e a mão

de baixo do calcanhar. Enquanto o joelho é fletido em toda amplitude, troque a

posição da mão para o lado da coxa. A amplitude completa de flexão do quadril, o

joelho precisa também estar fletido de modo a aliviar a tensão no grupo muscular

dos isquiotibiais. Para alcançar amplitude completa, o quadril precisa ser fletido de

modo a aliviar a tensa no músculo reto femoral.

Quadril: extensão (hiperextensão); Decúbito ventral ou decúbito lateral

devem ser usados se o paciente tem uma movimentação próxima a normal ou

normal. Se em decúbito ventral, erga a coxa com a mão o braço de cima; se em

decúbito lateral, traga a mão sob de baixo da coxa do paciente e coloque na

superfície anterior; estabilizando a pelve com a mão de cima. Se o joelho e

flexionado completamente, o músculo reto femoral é colocado em alongamento, e a

amplitude completa da extensão do quadril é limitada pela tensão no músculo.

Quadril: abdução e adução; Apoie a perna do paciente com a mão superior

sob o joelho e a mão inferior sob o tornozelo. Para adução completa, a perna oposta

precisa estar em uma posição parcialmente abduzida. Deixe o quadril e o joelho do

paciente em extensão e neutros para rotação enquanto são feitas abdução e

adução.

Quadril: rotação interna (medial) e externa (lateral); Segure bem próximo ao

joelho do paciente com a mão de cima, e bem perto do tornozelo com a mão de

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23

baixo. Gire a coxa para dentro e para fora. Flexione o quadril e o joelho do paciente

90 graus; apoie a panturrilha proximamente com a mão de baixo. Rode o fêmur,

movendo a perna como um pendulo essa colocação de mãos provê algum suporte

para o joelho, mas mesmo assim deve ter precaução se houver instabilidade do

joelho.

Tornozelo: dorsiflexão; Estabilize ao redor dos maléolos com a mão de cima.

Envolva o calcanhar do paciente com a mão de baixo e coloque o antebraço ao

longo da sala do pé. Puxe o calcâneo distalmente com o polegar e dedos enquanto

empurra o pé com o antebraço. Quando o joelho esta flexionado, pode-se obter

amplitude completa na articulação do tornozelo. Quando o joelho está estendido

pode obter a amplitude de alongamento do músculo gastrocnêmico biarticular, mas

este ira limitar a amplitude completa da dorsoflexão. A dorsiflexão deve ser feita em

ambas as posições do joelho para que haja movimento amplo, tanto na articulação

quanto no músculo.

Tornozelo: flexão plantar; Coloque a mão superior no dorso do pé e empurre

em flexão plantar; a outra mão apoie o calcanhar. Em pacientes acamados o

tornozelo tende a ficar em flexão plantar, devido ao peso das cobertas e a força da

gravidade, de modo que esse movimento talvez não precise ser realizado.

Articulação subtalar (tornozelo baixo): inversão e eversão; Coloque o polegar

medialmente e os outros dedos para dentro e para fora. A supinação do antepé pode

ser combinada com inversão, e a pronação pode ser combinada com eversão.

Articulação transversa do tarso: supinação e pronação; Estabilize o tálus e o

calcâneo do paciente com a mão de cima. Com a mão de baixo, segure ao redor do

navicular e cuboide. Erga delicadamente o arco inferior. Articulção dos dedos: flexão

e extensão e abdução e adução (articulação metatarsofalângicas e interfalângicas);

Com uma mão a estabilize o osso proximal á parte que será movida e mova o

distalmente com outra mão. A técnica é a mesma para os dedos da mão. Varias

articulações dos dedos do pé podem ser movidas simultaneamente se houver o

cuidado de não sobrecarregar nenhuma estrutura.

Coluna Cervical: Em pé na cabeceira da mesa de tratamento, segura

firmemente a cabeça do paciente colocando ambas as mãos sob a região accipital.

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Flexão (inclinação para frente); erga a cabeça como se estivesse acenando para

alguém. Extensão (inclinação para trás ou hiperextensão); Coloque a cabeça para

trás. Se o paciente estiver em decúbito dorsal à cabeça precisa ficar para fora da

mesa. O paciente pode também estar em decúbito ventral ou sentado. Flexão lateral

(inclinação para o lado); Mantenha a coluna cervical neutra para flexão e extensão á

medida que você tenha a inclina para o lado, aproximando a orelha em direção ao

ombro. Rotação: Rode a cabeça de um lado para o outro.

Coluna Lombar: flexão; Traga o joelho do paciente ate o peito, segurando

por baixo dos joelhos (quadríceps e joelhos em flexão). A flexão da coluna ocorre á

medida que os quadris são fletidos em toda sua amplitude e a pelve começa a rodar

posteriormente. Amplitudes maiores de flexão podem ser obtidas empurrando o

sacro para cima com a mão inferior que e colocada sob ele.

Extensão: Paciente em decúbito ventral. Com as mãos sob a coxa, ergas a

para cima ate a pelve rodar anteriormente e a coluna lombar estender-se. Empurre

os joelhos do paciente lateralmente ate que a pelve do lado oposto levante da mesa

de tratamento. Estabilize o tórax do paciente com a mão de cima e repita na direção

oposta.

6. CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS DO MÚSCULO

Quanto às características funcionais dos músculos, pode-se dizer que o

músculo esquelético é muito resistente e pode ser alongado e encurtado em

velocidades diferenciadas sem que ocorram grandes danos ao tecido.

O desempenho das fibras em situações de velocidade e carga variáveis é

determinado por quatro propriedades do tecido muscular esquelético: irritabilidade,

contratilidade, extensibilidade e elasticidade, essas propriedades são comuns a

todos os tipos de músculos, incluindo cardíaco, o liso e o esquelético.

Irritabilidade: é a capacidade de responder a estimulação neural.

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Contratilidade: É a capacidade do músculo de encurtar ao receber

estimulação suficiente.

Extensibilidade: É a capacidade do músculo de alongar ou esticar além do

comprimento em repouso. O próprio músculo não pode causar o alongamento.

Elasticidade: É a capacidade da fibra muscular em retornar ao seu

comprimento em repouso.

Tecido Muscular Estriado Cardíaco: Está presente no coração. Ao

microscópio, apresenta estriação transversal. Suas células são uninucleadas e têm

contração involuntária.

Tecido Muscular Liso: Está presente em diversos órgãos internos e também

na parede dos vasos sanguíneos. As células musculares lisas são uninucleadas e os

filamentos de actina e miosina se dispõem em hélice em seu interior. A contração

dos músculos lisos é geralmente involuntária, ao contrário da contração dos

músculos esqueléticos.

Tecido Muscular Estriado Esquelético: São estriações que resulta de micro

filamentos formados pelas proteínas actina e miosina, responsáveis pela contração

muscular, a célula muscular estriada chamada fibra muscular, possui inúmeros

núcleos e pode atingir comprimentos que vão de 1 mm a 60 cm.

O componente elástico em paralelo proporcionado pelas membranas

musculares fornece resistência quando um músculo é estirado passivamente.

O componente elástico em série, localizado nos tendões, que atua como

uma mola armazenando energia elástica quando um músculo sobtensão é estirado.

A elasticidade do músculo deve-se principalmente ao componente elástico em série.

Quando um músculo sobtensão é estirado o componente elástico em série acarreta

um efeito de recuo elástico, e o reflexo de estiramento inicia simultaneamente o

desenvolvimento de tensão do músculo.

Tipos de contrações; Se um grupo muscular for precedido por uma ação

muscular excêntrica, ou pré-alongamento, a ação concêntrica resultante será capaz

de gerar mais força, pois o alongamento do músculo muda suas características

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aumentando sua tensão por meio do armazenamento de energia elástica potencial

no componente elástico em série do músculo. Este padrão de contração excêntrica

seguida imediatamente por uma contração concêntrica é conhecido como ciclo

encurtamento-alongamento.

Então, se uma contração com encurtamento do músculo ocorre

dentro de um tempo razoável após alongamento (0,0 a 0,9 segundos), a energia

armazenada é recuperada e usada. Mas se o alongamento é mantido por um tempo

prolongado antes de ocorrer o encurtamento, a energia elástica armazenada é

perdida pela conversão em calor. Contração Isométrica: não ocorre movimento

articular, não é esticado ou flexionado. Tem vantagens de trabalhar a articulação

sem movimentá-la e tem um ganho de força rápido.

Contração Isotônica Concêntrica: Nas contrações concêntricas a origem e a

inserção se aproximam produzindo a aceleração de segmentos do corpo, ou seja,

acelera o movimento. A força concêntrica aumenta com velocidade baixa.

Contração Isotônica Excêntrica: Nas contrações excêntricas a origem e

inserção se afastam produzindo a desaceleração dos segmentos do corpo e

fornecem absorção de choque quando aterrissando de um salto ou ao andar.

6.1 Função e ações musculares gerais

a) Agonistas: São os músculos principais que ativam um movimento

específico do corpo, eles se contraem ativamente para produzir um movimento

desejado. Ex: Pegar uma chave sobre a mesa, agonistas são os flexores dos dedos.

b) Antagonistas: Músculos que se opõem à ação dos agonistas, quando o

agonista se contrai, a antagonista relaxa progressivamente, produzindo um

movimento suave. Ex: idem anterior, porém os antagonistas são os extensores dos

dedos.

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c) Sinergistas: São aqueles que participam estabilizando as articulações

para que não ocorram movimentos indesejáveis durante a ação principal. Ex: idem

anterior, os sinergistas são estabilizadores do punho, cotovelo e ombro.

d) Fixadores: Estabilizam a origem do agonista de modo que ele possa agir

mais eficientemente. Estabilizam a parte proximal do membro quando se move a

parte distal.

7. FATORES QUE INFLUENCIAM A FORÇA MUSCULAR

A magnitude da força gerada músculo é também relacionada a velocidade

de encurtamento, ao comprimento e ao tempo de ativação dom músculo. Estes

fatores são determinantes significativos da força muscular.

7.1 Relação força x velocidade

A relação entre a força concêntrica exercido por um músculo e a velocidade

na qual o músculo é capaz de encurtar é inversa. Quando um músculo desenvolve

tensão concêntrica contra uma carga elevada, a velocidade de encurtamento

muscular deve ser relativamente baixa. Quando a resistência é baixa, a velocidade

encurtamento pode ser relativamente alta.

A relação força x velocidade pode ser transferida para movimentos corporais

envolvendo a ação de um grupo de músculos que funcionam de forma semelhante

aos reflexos do quadril ou extensores do cotovelo. Por exemplo, movimentos

voluntários com o antebraço podem ser mais rapidamente executados com um peso

de 45 N do que com um de 445 N, porque quanto maior a magnitude de força

gerada, mais distante a atividade ocorre para a direita da curva força x velocidade e

mais devagar será o encurtamento muscular.

A relação força x velocidade não implica a impossibilidade de mover uma

resistência elevada a uma velocidade alta. Quanto mais forte for o músculo, maior a

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28

magnitude da tensão isométrica máxima. Esta é a quantidade máxima de força que

um músculo pode gerar antes de ser estirado, à medida que a resistência é

aumentada. Entretanto a forma da curva forca-velocidade permanece a mesma, a

despeito da magnitude de tensão isométrica máxima.

A relação força x velocidade também não implica a impossibilidade de mover

uma carga leve a uma velocidade lenta. A maior parte das atividades da vida diária

requer movimentos lentos e controlados, de cargas submáximas. Em velocidade de

movimento submáximo, a velocidade de encurtamento muscular esta sujeita ao

controle voluntario. Apenas o número necessário de unidades motoras é ativado.

A relação força x velocidade para os músculos submetidos a tensão

excêntrica difere daquela descrita por Hill para tensão concêntrica. O treinamento da

força excêntrica envolve o uso de resistências maiores que a capacidade de geração

de força isométrica máxima dos atletas. Tão logo a carga é incorporada, o músculo

começa a estender. Este tipo de treinamento é efetivo para aumentar a força, mas

não mais que as técnicas de treinamento isométrico ou concêntrico. Ele também tem

sido cada vez mais associado a lesão muscular.

7.2 Relação força x comprimento

A quantidade de força isométrica máxima que um músculo é capaz de

produzir depende em parte do comprimento muscular. Em uma única fibra muscular

ou em preparações de músculo isolado, a geração de força esta em seu pico

quando o músculo encontra-se em seu comprimento normal de repouso (nem

estendido, nem contraído). Quando o comprimento de um músculo aumenta ou

diminui a partir do comprimento de repouso, a força máxima que o músculo pode

produzir diminui, seguindo a força de uma curva normal.

No corpo humano, a capacidade de geração de força aumenta quando o

músculo está levemente estirado. Músculos de fibras paralelas produzem tensão

máxima em comprimento logo acima do de repouso, e músculos de fibras obliquas

produzem tensão máxima entre 120 e 130% do comprimento de repouso. Este

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29

fenômeno pode ser devido á contribuição do componente elástico em série, que é

adicionado à tensão presente no músculo quando ele é estirado.

7.3 Relação força x tempo

Quando um músculo é estimulado, um curto período de tempo recorre antes

que ele comece a desenvolver tensão. Conhecido como retardo eletrodinâmico

(REM), acredita-se que este período de tempo é necessário para que o componente

contrátil do músculo estire o comprimento elástico em série. Durante este tempo, a

flacidez muscular é eliminada. Uma vez que o componente elástico em série seja

suficientemente estirado, o desenvolvimento de tensão prossegue. O retardo

eletrodinâmico (REM) varia consideravelmente entre os músculos humanos, com

valores de 20 a 100 ms. Músculos com alta percentagem de fibras CL tem REM

maiores que músculos com altas percentagens de fibras CR. O tempo necessário

para um músculo desenvolver tensão isométrica máxima pode ser de 1 segundo

após o retardo. Tempos mais curtos de desenvolvimento de força estão associados

com altas porcentagens de fibras CR e com o grau de treinamento.

7.4 Tensão muscular

Cientistas trabalhando com preparações musculares isoladas consideram

que a tensão muscular é a força máxima que o músculo pode produzir. No corpo

humano, não é possível o acesso direto à força produzida por um dado músculo.

Tensão muscular pode ser considerada como uma função da capacidade coletiva de

geração de força de um dado grupo muscular funcional. Mais especificamente,

tensão muscular é a habilidade de um grupo muscular gerar torque em uma

articulação.

Torque é o produto de força pela distância perpendicular do ponto de ação

da força ao eixo de rotação. Pelo fato de a força ser uma grandeza vetorial, ela pode

ser decomposta em seus dois componentes perpendiculares. Desta maneira, o

torque gerado por um único músculo é o produto entre o componente perpendicular

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30

ao osso da força muscular e a distancia da inserção muscular ao centro de rotação

da articulação.

A capacidade de produção da tensão de um músculo esta relacionada à sua

área de secção transversa e, possivelmente, ao seu grau de treinamento.

7.5 Potência muscular

Potência muscular é o produto da força muscular pela velocidade de

encurtamento muscular. Pelo fato de nem a força, nem a velocidade de

encurtamento muscular podem ser medidas diretamente em um ser humano intacto,

a potência muscular é geralmente definida como a taxa de produção de torque em

uma articulação ou como o produto entre o torque resultante e velocidade angular

em uma articulação. Desta maneira, a potência muscular é afetado tanto pela força

muscular, quanto pela velocidade do movimento.

A potência muscular é um importante contribuinte para atividades que

requerem força e velocidade. Esportes que requerem movimentos explosivos, como

levantamento de peso, arremesso, salto em distância e corrida em distância, são

baseados na habilidade de geração de potência muscular.

7.6 Resistência muscular

Resistência muscular é a habilidade do músculo de exercer tensão durante

um período de tempo. A tensão pode ser constante ou variável. Embora a tensão

muscular máxima e a potência muscular máxima sejam conceitos relativamente

específicos, a resistência é menos especifica, porque as necessidades de força e

velocidade da atividade afetam dramaticamente o período de tempo em que ela

pode ser mantida.

A literatura cientifica aborda tipicamente a resistência muscular sob o ponto

de vista da fadiga. Fadiga é o oposto de resistência. Quanto mais rapidamente um

músculo fadiga, menor é a sua resistência. Uma série complexa de fatores

fisiológicos e neurológicos afeta a taxa de fadiga do músculo. Uma fibra muscular

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31

entra em fadiga absoluta quando se torna incapaz de desenvolver tensão quando

estimulada por seu axônio motor. A fadiga também pode ocorrer no próprio neurônio

motor, tornando-se incapaz de gerar um potencial de ação. Fibras GR fadigam mais

rapidamente que fibras OGR e fibras OC são as mais resistentes à fadiga.

7.7 Efeito da temperatura do músculo

À medida que a temperatura corporal é elevada, aumenta a atividade dos

nervos e dos músculos. Isto causa um desvio na curva força x velocidade, com um

valor mais alto de tensão isométrica máxima e uma velocidade máxima de

encurtamento muscular maior para qualquer carga aplicada. Em uma temperatura

elevada é necessária a ativação de menos unidades motoras para manter uma

carga. O processo metabólico de suprimento de oxigênio e remoção de metabólitos

para o músculo, também aumenta em temperaturas corporais mais altas. Estes

benefícios provocam um aumento de tensão, da potência e resistências musculares

e criam as bases para o aquecimento antes de uma atividade física.

A função muscular é mais eficiente a 38,5°C. a elevação da temperatura

corporal acima deste ponto, pode ocorrer durante exercícios extenuantes sob

condições de temperatura ou unidades ambientais elevadas, e pode ser

extremamente perigosa, resultando possivelmente em exaustão ou intermação.

7.7 Músculos biarticulares e poliarticulares

Quando o músculo desenvolve tensão concentricamente, ocorre movimento

na articulação atravessada por ele. Entretanto, muitos músculos no corpo humano

atravessam duas ou mais articulações. Estes músculos provocam movimentos em

todas as articulações atravessadas, simultaneamente, o que é uma organização

anatômica eficiente. O grau de eficácia de um músculo bi ou poliarticular em alterar

o ângulo de qualquer uma das articulações atravessadas depende da localização e

orientação da inserção muscular na articulação, do grau relativo de flexibilidade

articular ou da resistência ao movimento das ações de outros músculos que

atravessam a articulação.

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32

Vários exemplos de músculos bi ou poliarticulares são encontrados no corpo

humano. Na extremidade superior o bíceps braquial e a porção longa do tríceps

braquial, atravessam tanto a articulação do ombro quanto a do cotovelo. Numerosos

músculos atravessam a articulação do punho e todas as articulações dos dedos. Na

extremidade inferior, os músculos jarrete e o reto femoral do grupo do quadríceps

atravessam tanto a articulação do quadril quanto a do joelho.

Existem duas desvantagens associadas com a função dos músculos bi ou

poliarticulares. Eles são incapazes de encurtar ate uma distancia suficiente para

produzir um movimento completo em todas as articulações atravessadas

simultaneamente, o que se denomina insuficiência ativa. Um segundo problema é

que os músculos bi ou poliarticulares não podem estirar o suficiente para permitir

movimento completo na direção oposta em todas as articulações atravessadas. Este

problema é conhecido como insuficiência passiva.

A ação ou ações que ocorrem quando músculos bi ou poliarticulares

desenvolvem tensão são muito influenciadas pela presença de tensão simultânea

em outros músculos que atravessam as mesmas articulações. Movimentos

coordenados necessitam de ativação simultânea de numerosos músculos em uma

sequência que é controlada com precisão pelo SNC.

8. ALONGAMENTO

Alongamento é o exercício para preparar e melhorar a flexibilidade muscular,

ou seja, os músculos aumentam seu comprimento e como consequência a sua

flexibilidade. Esse é o principal efeito do alongamento, pois assim será maior o

movimento possível para uma determinada articulação. É recomendado fazer o

alongamento antes dos exercícios, por proporcionar maior agilidade e melhor

condicionamento físico, ele também ajuda a impedir lesões musculares. Para se

fazer o alongamento não é preciso habilidades atléticas. Para quem tem algum

problema específico, basta apenas diminuir a intensidade do alongamento para não

forçar as articulações e os músculos. Os alongamentos não são feitos apenas antes

e depois dos exercícios, pois eles servem também para relaxar o corpo e a mente.

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O alongamento não é só importante antes dos exercícios físicos, é também

importante depois, pois ajuda a descansar e também é mais bem aproveitado, pois a

musculatura do corpo já está bem aquecida. Os movimentos de alongamento devem

ser feitos até sentir uma tensão no músculo, a partir deste momento relaxe e

sustente por 30 a 40 segundos. Faça o movimento novamente em outra parte do

corpo.

O alongamento é um tipo de exercício que pode ser feito todos os dias,

qualquer um pode fazer independente da idade ou da flexibilidade que o corpo

tenha, a qualquer hora e não são necessários equipamentos especiais e nem algum

tipo de treinamento, mas deve se tomar alguns cuidados, pois quando mal feito pode

trazer mais danos físicos (lesões), ao invés de benefícios.

8.1 tipos de alongamentos

Os exercícios de alongamento podem ser dos seguintes tipos:

Alongamento ativo (estático e dinâmico);

Alongamento passivo (estático e dinâmico);

Alongamento isométrico;

Facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP).

8.2 Ativo

Compreende exercícios de alongamento em que um indivíduo assume uma

posição alongada utilizando somente a contração dos músculos agonistas do

movimento. Nos exercícios ativo-estáticos o indivíduo alcança e mantém esta

posição sem nenhuma ajuda além da própria contração. Estes alongamentos são

difíceis de manter por mais de dez segundos. Os alongamentos ativo-dinâmicos

consistem em oscilações controladas dos membros para atingir os limites da

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34

amplitude de movimento. Estes exercícios são executados em séries e devem ser

interrompidos se houver algum sinal de fadiga.

8.3 Passivo

Exercícios do método passivo de alongamento utilizam forças externas para

auxiliar a alcançar a flexibilidade máxima, como parceiros, pesos, gravidade ou

outros. Nos alongamentos passivo-estático, o indivíduo assume uma posição

alongada e a mantém por um período de tempo que pode variar de 10 segundos até

alguns minutos. Nos exercícios de alongamento passivo-dinâmico há movimento de

oscilação com ritmo e amplitudes variadas. Este é o método mais seguro de

alongamento, mesmo quando não é corretamente executado, por causa do

mecanismo reflexo de alongamento.

8.3 Isométrico

É um tipo de alongamento passivo-estático que combina contração

isométrica. Permite ganhos de flexibilidade mais rápidos do que o método passivo

somente, porém traz maiores exigências ao músculo alongado. O alongamento

isométrico consiste em assumir uma posição de alongamento passivo, em seguida

contrair o músculo alongado contra algo que não se mova (como um parceiro),

manter esta contração por alguns segundos e depois relaxar.

9 TÉCNICAS DE FACILITAÇÃO NEUROMUSCULAR PROPRIOCEPTIVA (FNP)

PARA O ALONGAMENTO.

Muito utilizado em fisioterapia e em esportes que necessitam muita

flexibilidade como ginástica rítmica, este tipo de exercício é uma combinação dos

alongamentos isométrico e passivo e possui algumas variações: Hold-relax: consiste

em executar um alongamento isométrico, relaxar por um curto período de tempo e

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35

então alongar o músculo ainda mais. Hold-relax-contract ou contract-relax-

antagonist-contract (CRAC): o indivíduo alonga, contrai o músculo alongado, relaxa

por poucos segundos, em seguida contrai o músculo antagonista do alongamento e

mantém por alguns segundos. Hold-relax-swing: é uma combinação dos

alongamentos isométrico, passivo-estático e dinâmico. Esta técnica deve ser usada

com cautela pelo risco que apresenta. É semelhante ao métodohold-relax, mas inclui

um alongamento dinâmico (oscilação) no lugar do último alongamento passivo. Rock

n' roll

9.1 Reflexos motores

Alguns reflexos motores conhecidos, como o reflexo de alongamento e a

inibição recíproca, podem ser utilizados para auxiliar no rápido desenvolvimento da

flexibilidade.

Quando se chega ao limite do comprimento do fuso muscular, o reflexo de

alongamento faz com que o músculo alongado se contraia resistindo ao movimento.

Quanto mais súbita é a mudança no comprimento do fuso, mais forte a contração

será. Isto ajuda o músculo a manter o tônus e o protege contra lesões. Quando a

posição alongada é mantida por um período prolongado de tempo este reflexo é

diminuído.

Alguns alongamentos procuram inibir este mecanismo como o hold-relax,

onde a contração muscular inibe a ação reflexa do alongamento permitindo que o

músculo possa assumir uma nova posição mais ampla. Outro mecanismo, a inibição

recíproca, ocorre quando um músculo é contraído e, de forma reflexa, há o

relaxamento de seu antagonista. Quanto mais forte é a contração do agonista, mais

forte é o relaxamento do antagonista. O alongamento CRAC se baseia neste

princípio.

10 EXERCÍCIOS RESISTIDOS

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36

Definição: Exercício resistido é uma forma de atividades ativo na qual uma

contração muscular dinâmica ou estática é resistida por uma força externa. A força

externa pode ser aplicada manualmente ou mecanicamente.

Os exercícios resistidos são aqueles que utilizam movimentos contra alguma

forma de resistência, dentre eles podemos destacar a musculação, uma modalidade

praticada há anos e que será destacada neste artigo, pois se trata de uma

modalidade que vem ganhando cada vez mais adeptos.

10.1 Metas e indicações

Após uma avaliação do paciente e identificação dos problemas, são

desenvolvidas as metas de tratamento e o plano de assistência é estabelecido. O

aumento da força muscular, da resistência à fadiga, da amplitude de movimentos e

rapidez dos mesmos, além da coordenação e habilidade, são objetivos a atingir com

o tratamento.

O propósito geral dos exercícios resistidos é melhorar a função. As metas

especiais são: Aumentar a força, que é à produção de força de um músculo em

contração e relaciona-se à quantidade de tensão quem um músculo em contração

pode produzir.

Aumentar a resistência muscular à fadiga, que é a habilidade de desenvolver

exercícios repetitivos de baixa intensidade por um período prolongado de tempo.

Aumento de potência, que é também uma medida do desempenho muscular

e é definida como trabalho por unidade de tempo (força X distância / temp).

10.3 Precauções e contraindicações para os exercícios resistidos

Embora o exercício resistido seja geralmente a base dos programas de

treinamento para melhora das capacidades funcionais do paciente, existem diversas

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37

precauções e contraindicações que o terapeuta precisa considerar antes de executar

a enquanto executa um programa de exercícios resistidos.

11 PRECAUÇÕES

11.1 Precauções cardiovasculares.

A manobra de valsalva, que é um esforço expiratório contra a glote fechada,

precisa ser evitada durante os exercícios resistidos. Quando uma pessoa está

exercendo um esforço árduo e prolongado, o fenômeno pode ocorrer. A manobra de

Valsalva é vista geralmente quando um paciente realiza exercícios isométricos ou

resistidos pesados.

Descrição da sequência:

( 1 ) inspiração profunda

( 2 ) fechamento da glote

( 3 ) contração dos músculos abdominais

( 4 ) aumento nas pressões intratorácica e abdominal, levando a uma

diminuição no retorno venoso para o coração.

( 5 ) Quando o esforço expiratório é liberado e ocorre a expiração, há um

aumento pronunciado na pressão arterial que vai para 200mmHg ou mais.

11.2 Fadiga

Fadiga é um fenômeno complexo que afeta o desempenho funcional e

precisa ser considerada em um programa de exercícios terapêutico. A fadiga tem

uma variedade de definições baseadas no tipo de fadiga que esta sendo discutida. A

fadiga pode ser também um Declínio gradual da capacidade de gerar força devido

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38

a um Exercício, as manifestações da fadiga se estende do SNC até as Pontes

cruzadas.

Fadiga muscular local é a diminuição da resposta de um músculo a um

estimulo repetido. É uma resposta fisiológica normal do músculo e é caracterizada

por uma redução na capacidade de produzir força pelo sistema neuromuscular

associada com uma diminuição na amplitude de potenciais da unidade motora. A

fadiga muscular é caracterizada por um declínio no pico do torque e está associada

com uma sensação desconfortável dentro do músculo ou até dor e espasmo. Fadiga

muscular local também pode ser o é susceptível de acontecer no exercício estático.

O treino atrasa o seu aparecimento.

Constitui o exemplo típico da fadiga de causa tissular e neuromuscular.

Neste caso, o fator limitativo deve ser investigado ao nível do metabolismo do

próprio músculo. Estudos da fadiga, realizados no músculo isolado e “in situ”,

apontam como prováveis as seguintes localizações: Fibra Muscular, Placa Motora,

Fibra Nervosa Motora, Sinapse ao nível do gânglio nervoso e sistema nervoso

central, Célula Nervosa, Terminações Nervosas sensitivas do músculo. Atividade

proprioceptora, terminações Nervosas sensitivas do músculo. No processo de

contração muscular, importa ainda lembrar a existência de dois tipos de fibras

musculares: as lentas ou do tipo I ou vermelhas e as rápidas, tipo II ou brancas.

Assim e simplificando, nas atividades desportivas breves e explosivas, as fibras

utilizadas, são as de contração rápida; por outro lado, nas de longa duração são as

de contração lenta.

Fadiga muscular geral ( corporal total ) é a diminuição da resposta de uma

pessoa durante uma atividade física prolongada, tal como andar ou correr. E

também é consequentemente a um esgotamento progressivo das reservas de

glicogênio com desidratação agravada por um aporte deficiente de água, eletrólitos e

glucídios de assimilação rápida. Duma maneira geral trata-se de uma hipoglicemia

muito grave que pode levar à morte. O que diferencia, fundamentalmente, a fadiga

local da geral é o fato de que na primeira é apenas o músculo que entra em falência,

enquanto que a segunda repercute-se em todo o seu organismo (Plass, 1973). Esta

agressão orgânica resulta da elevada percentagem de massa muscular solicitada.

Para Bugard e Col. (1974), não é possível fazer funcionar simultaneamente, em

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39

regime máximo, todos os músculos do organismo e assegurar-lhes o suprimento

energético suficiente. Desta forma, o fator limitativo resultaria de uma insuficiência

circulatória sistêmica, com todas as alterações que daí advém. Na realidade tudo se

passa um pouco como na fadiga local, com a diferença que, neste caso, a agressão

orgânica é incomparavelmente superior. Para podermos diagnosticar a fadiga temos

as análises ao sangue (técnica invasiva) e as análises à urina (mais utilizada devido

a várias vantagens).

12. CONTRA INDICAÇÕES

12.1 Inflamação

Inflamação ou processo inflamatório é uma resposta dos organismos vivos

homeotérmicosa uma agressão sofrida. Entende-se como agressão qualquer

processo capaz de causar lesão celular ou tecidual. Esta resposta padrão é comum

a vários tipos de tecidos e é mediada por diversas substâncias produzidas pelas

células danificadas e células do sistema imunitário que se encontram eventualmente

nas proximidades da lesão. A inflamação pode também ser considerada como parte

do sistema imunitário, o chamado sistema imune inato, assim denominado por sua

capacidade para deflagrar uma resposta inespecífica contra padrões de agressão

previamente e geneticamente definidos pelo organismo agredido. Esta definição se

contrapõe à da imunidade adquirida, ou aquela onde o sistema imune identifica

agentes agressores específicos segundo seu potencial antigênico. Neste último caso

o organismo precisa entrar em contato com o agressor, identificá-lo como estranho e

potencialmente nocivo e só então produzir uma resposta. Não é indicado os

exercícios resistidos quando um músculo ou articulação estão inflamados ou

edemaciados. O uso de resistência pode levar a um aumentado edema e mais

lesões nos músculos e articulações. Exercícios isométricos de baixa intensidade

(contração breves) podem ser realizados quando houver inflamação desde que a

atividade não aumente a dor.

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40

12.2 Dor

Se o paciente sente dor articular ou muscular grave durante o exercício

resistido ou por mais de 24 horas após o exercício, a atividade deve ser inteiramente

eliminada ou substancialmente diminuída. Uma avaliação cuidadosa da causa da

dor deve ser feita pelo terapeuta.

Tipos de exercícios resistidos: A resistência pode ser aplicada tanto pára

contrações musculares dinâmicas como estáticas. Os exercícios resistidos podem

ser executados: isotonicamente (com contrações musculares concêntricas ou

excêntricas ), isometricamente, e isocineticamente. Em todos os casos a meta final e

melhorar a função física; desenvolvendo-se aumento de força muscular; resistência

à fadiga ou potencia. Antes de escolher determinada forma de exercício, o terapeuta

deve considerar os conceitos de especificidade e transferência de treinamento.

13 ESPECIFICIDADES DE TREINAMENTO E TRANSFERÊNCIA DE

TREINAMENTO

Especificidade de treinamento é uma suposição amplamente aceita, mesmo

um princípio, que sugere que os efeitos adaptativos do treinamento, tais como

melhora da força, potencia e resistência física, tendem a ser altamente específicos

para o método de treinamento empregado. Sempre que possível, os exercícios

incorporados em um programa de treinamento devem imitar a função desejada. Por

exemplo, se a atividade funcional almejada requer mais resistência muscular à

fadiga do que a força, a intensidade e duração dos exercícios devem ser planejadas

para melhorar a resistência à fadiga.

13.1 Transferência de treinamento

Tem sido também relatada transferência dos efeitos do treinamento com um

tipo de exercício para outro tipo. Esse fenômeno é chamado transferência de

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41

treinamento, extravasamento ou treinamento cruzado. Um exemplo de transferência

de treinamento é quando o exercício excêntrico também melhora a força concêntrica

e vice e versa.

13.2 Exercícios isotônicos

Os exercícios isotônicos são mais dinâmicos e realizados com

movimento, com ou sem pesos, envolvendo a contração e extensão muscular

controlada, contra uma carga constante. A tensão deverá permanecer constante

durante o exercício e evolvem a movimentação e mobilidade dos músculos.

Contribuem para a coordenação motora, flexibilidade e força. O comprimento do

músculo diminui ou aumenta; ocorre movimento; a tensão permanece inalterada.

13.3 Exercício isocinético

A diferença entre a contração isotônica e a isométrica é que na primeira há

presença de movimento e na segunda ausência. Por exemplo, exercer força com as

palmas das mãos contra uma parede é uma forma isométrica, enquanto que flexões

de braços são isotónicas. Os alongamentos são utilizados para melhorar a

elasticidade muscular, flexibilidade e amplitude de movimentos.

A diferença entre a contração isotônica e a isométrica é que na primeira há

presença de movimento e na segunda ausência. Por exemplo, exercer força com as

palmas das mãos contra uma parede é uma forma isométrica, enquanto que flexões

de braços são isotónicas.

Os alongamentos são utilizados para melhorar a elasticidade muscular,

flexibilidade e amplitude de movimentos.

13.4 Exercício isométrico

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42

Exercício isométrico é uma forma de treinamento de resistência, no qual o

participante usa os músculos do corpo para exercer uma força contra um objeto

imóvel ou também manter o músculo em uma posição fixa por uma duração de

tempo determinada. Neste tipo de exercício, o músculo é contraído, mas não muda

de extensão enquanto a força é exercida. Adicionalmente, a articulação mais

próxima associada ao esforço permanece estática ao longo de toda a duração do

exercício.

13.5 Exercício concêntrico e excêntrico

Concêntrico, Uma ação muscular concêntrica ocorre quando a tensão

gerada no músculo cria um encurtamento no músculo. O movimento do membro

produzido em uma ação muscular concêntrica é denominado positivo, uma vez que

as ações musculares são geralmente contra a gravidade ou são fonte iniciadora do

movimento.

Excêntrico, Uma ação muscular excêntrica é gerada por uma força externa

quando ocorre alongamento do músculo.

Cadeia cinética aberta versus cadeia cinética fechada Exercício em cadeia

aberta

Segmento proximal está fixo e o distal se movimenta em relação a ele. O

ponto de aplicação da força do músculo se dá na inserção do segmento distal.

Exercício em cadeia aberta refere-se ao movimento que ocorre em uma cadeia

cinética aberta, na qual o segmento distal (mão ou pé) move-se livremente no

espaço. Por exemplo, quando o braço levanta ou abaixa um peso ocorre um

movimento em cadeia aberta. Tradicionalmente a maioria das rotinas de exercícios

resistidos manuais ou mecânicos tem sido aplicado usando-se exercícios em cadeia

aberta.

13.6 Exercícios em cadeia fechada

Page 44: Universidade paulista cinesio

43

Segmento proximal se movimenta e o segmento distal está fixo. O ponto de

aplicação da força do músculo se dá na inserção no segmento proximal. Melhora a

força, a potência, a resistência a fadiga muscular e melhora a estabilidade,

equilíbrio, coordenação e agilidade.Pode-se usar resistência mecânica, manual ou

simplesmente o peso do corpo.

Exercícios em cadeia fechada referem-se ao movimento que ocorre em

cadeia cinética fechada quando o corpo se move sobre um segmento distal fixo. Por

exemplo, ocorre movimento em cadeia fechada na posição de apoio de peso quando

o PE esta plantada no chão e a ação muscular levantam ou abaixa o corpo em

atividades de subir escadas ou de agachamento. A atividade em cadeia fechada

ocorre nos membros superiores quando uma pessoa faz uma flexão de braço.

13.7 Exercícios com resistência manual

Os exercícios isotônicos podem ser realizados contra resistência manual ou

mecânica, dependendo das necessidades e habilidades do paciente. Tanto os

exercícios de resistência manual como mecânica serão discutidos extremamente.

Resistência manual: a nova ferramenta de trabalho; Para muitos, esse

termo ainda é uma novidade. Porém, a resistência manual é uma ferramenta de

trabalho antiga na área do exercício físico resistido. Resistência manual é uma forma

de resistência para o exercício que permitirá a você ter sessões de treinamento

produtivas sem depender de quaisquer equipamentos.

Segundo Hedrick (1999), treinamento resistido manual é definido como

uma forma de treinamento de força no qual os exercícios são executados contra

uma resistência imposta por um parceiro de treino. Apesar de parecer uma

metodologia nova de treinamento, as primeiras publicações científicas internacionais

relacionadas ao assunto datam da década de 80, reportando bons resultados à

utilização do método.

No Brasil, a resistência manual é bem utilizada na área da reabilitação

ortopédica, por profissionais fisioterapeutas. Porém, na área do exercício físico, essa

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44

ainda é uma ferramenta pouco conhecida e explorada. A grande vantagem da

utilização desse método se dá no fato de não haver necessidade de equipamentos

para execução dos exercícios resistidos, podendo ser aplicável em diversos

segmentos de atuação do profissional da educação física, tais como:

Personal training em domicílio; Educação física escolar; Ginástica laboral;

Treinamento outdoor;

Nos segmentos supracitados, geralmente, não há disponibilidade de

materiais para realização dos exercícios resistidos. A resistência manual se torna,

portanto, uma excelente ferramenta para tais situações. Ainda assim, o treinamento

resistido manual pode ser utilizado em conjunto com o treinamento convencional

(musculação, ginástica localizada, etc.), mesmo havendo disponibilidade de

equipamentos. Essa pode ser uma estratégia de promoção de novos estímulos

fisiológicos e motivacionais (Teixeira, 2011).

Recentemente (2009), a revista norte-americana Journal of Strenght and

Conditioning Resourch, revista de impacto científico A2 e uma das principais

referências mundiais para o treinamento resistido, publicaram três pesquisas

relacionadas ao treinamento resistido manual. Esses estudos relataram bons

resultados sobre a força e resistência musculares decorrentes da utilização dessa

metodologia de treinamento (Dorgo et al., 2009a, 2009b; Vetter e Dorgo, 2009).Um

desses estudos comparou a metodologia de treinamento resistido manual com o

treinamento tradicional com pesos e os resultados foram positivos em ambas as

metodologias, sem diferença estatística entre os métodos (Dorgo et al., 2009a)

À primeira vista, os resultados são surpreendentes. Como um treinamento

sem pesos pode proporcionar o mesmo aumento de força e resistência musculares

de um treinamento com pesos?A resposta é simples: músculos não possuem

cérebro! Portanto, não identificam o que está sendo utilizado para oferecer

resistência contrária. Somente identificam uma resistência e se contraem para gerar

tensão (Bryant, 1990).

Portanto, a falta de equipamentos não é mais empecilho para quem deseja

se exercitar e conquistar bons resultados. O principal equipamento de trabalho nos

foi deixado gratuitamente por Deus: o nosso corpo.

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45

14 PROPRIOCEPÇÃO

Definição: A propriocepção é o termo que descreve a percepção do

próprio corpo, e inclui a consciência da postura, do movimento, das partes do corpo

e das mudanças no equilíbrio, além de englobar as sensações de movimento e de

posição articular. [1,2] Embora seja estudada há muito tempo, a propriocepção ainda

é pouco conhecida. Este texto tem como objetivo fazer um breve apanhado da

neurofisiologia deste tema tão complexo. Inicialmente é impossível falar em

propriocepção sem falar em receptores sensoriais. Afinal de contas são eles que

"informam" o nosso SNC (aqui me refiro a SNC e não apenas ao cérebro pois existe

a propriocepção consciente e inconsciente) sobre a posição articular e o nível de

tensão muscular, por exemplo.

14.1 Bases sobre mecanoceptores.

Receptores Sensoriais; Os receptores sensoriais fazem parte do sistema

sensorial somático, responsável pelas diferentes experiências sensoriais captadas e

interpretadas pelo nosso corpo. A função mais elementar dos receptores sensoriais

é prover o SNC com informações sobre o estado interno de estruturas orgânicas e

do ambiente externo. São eles que definem o que chamamos de sentidos (visão,

audição, sensibilidade corporal, olfação, gustação). Porém um único receptor não é

capaz de identificar sozinhos os diferentes estímulos que nos bombardeiam a cada

instante. Desta forma contamos com diferentes tipos receptores sensoriais, cada um

com características próprias que permitem que ele "sinta" diferentes estímulos.

Podemos classificar os receptores sensoriais de acordo com a sua função

(mecanoceptores, termoceptores, fotoceptores, quimioceptores e nociceptores).

Além da classificação funcional, podemos também classificá-los de acordo com a

sua localização anatômica: exteroceptor, interoceptor e proprioceptor.

14.2 Proprioceptores

Page 47: Universidade paulista cinesio

46

Os proprioceptores são receptores que se lo¬calizam mais profundamente

nos músculos, aponeuroses, tendões, ligamentos, articulações e no labirinto cuja

função reflexa é locomotora ou postural. Podem gerar impulsos nervosos,

conscientes ou inconscientes. Os primeiros atingem o córtex cerebral e permitem

que, mesmo de olhos fechados, se tenha a percepção do próprio corpo, seus

segmentos, da atividade muscular e do movi¬mento das articulações. Sendo,

portanto responsáveis pelo sentido de posição e de movimento (cinestesia). Os

impulsos nervosos proprioceptivos inconscientes não despertam nenhuma

sensação; são utilizados pelo sistema nervoso central para regular a atividade

muscular, através do reflexo miotático ou dos vários centros envolvidos com a

atividade motora, como o cerebelo. Em resumo: Os proprioceptores são essenciais

para informar ao nosso cérebro a noção de posição dos membros, e por sua vez,

esta informação de posicionamento corporal é essencial para o controle dos

movimentos.

Estes receptores desempenham, em simultâneo, a função de detectar

todas as variações mecânicas e de enviar a informação recolhida ao sistema

nervoso central. Para além dos proprioceptores, o aparelho vestibular e o sistema

visual também fornecem importantes informações somato-sensoriais. Pode-se dizer,

portanto, que a propriocepção é responsável pelo envio constante de informação

sobre eventuais deslocamentos de segmentos no espaço auxiliando-nos nas

diversas tarefas motoras. Apropriadamente, os proprioceptores estão localizados

nos músculos (fusos musculares), tendões (órgãos tendinosos de Golgi) e nas

cápsulas articulares (corpúsculos de Ruffini e Pacini).

A propriocepção depende dos receptores sensoriais, e que estes receptores

são estruturas especializados, cuja função é de transformar a energia mecânica da

deformação física (alongamento, compressão e pressão) em potenciais de ação

nervosos que são transmitidos ao SNC, mais exatamente na medula espinhal. Ao

chegar à medula, estes potenciais de ação seguem pelo fascículo grácil (local que

recebe informações originadas de receptores do membro inferior) e/ou fascículo

cuneiforme (recebe informações originadas de receptores do membro superior).

Destas estruturas os estímulos seguem passando pelo diencéfalo e córtex cerebral,

terminando assim na área somestésica (responsável pelo armazenamento de

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47

informações proprioceptivas). Ao atingirem esta área o movimento passa a ser

reconhecido pelo cérebro. Este processo possui uma duração em torno de 80 a 100

m/s e é muito mais rápido que os estímulos dolorosos (estes seguem a uma

velocidade de 1 m/s).

O cérebro tem uma representação do próprio corpo. A maioria das

aferências somestésicas da metade do nosso corpo chega ao tálamo e projeta-se no

córtex somestésico primário (S1) do giro pós-central contralateral. No córtex

somestésico primário há um mapa corporal completo chamado homúnculo sensorial.

Essa representação não é proporcional: a face e os dedos das mãos possuem a

principal representação em relação a outras partes do corpo refletindo a densidade

de receptores distribuídos pelo corpo. Assim determinadas regiões do corpo

apresentam maior resolução espacial, ou seja, maior sensibilidade e maior precisão

para identificar o estimulo. A sensibilidade tátil é a que tem melhor precisão. Não é à

toa que a leitura Braille se executa com a superfície dos dedos indicadores e médios

e não com a palma da mão.

A existência de um mapa foi corroborada pela 1ª vez pelo neurologista

canadense Wilder Penfield que estimulou eletricamente determinadas regiões do

córtex somestésico e obtinha relatos de formigamento na região correspondente do

corpo. Atualmente as atividades corticais podem ser acompanhadas através da

ressonância magnética funcional e técnicas de potencial evocado.

Conforme o uso que é dado a determinadas partes do corpo, a

representação se torna proporcionalmente maior ou menor; os mapas são diferentes

entre as pessoas. Mas o que isso significa e qual a implicação desta informação

para um fisioterapeuta? Ora, significa que a propriocepção pode ser treinada. Creio

que na verdade, o mais correto seria dizer que podemos treinar nosso SNC de modo

a aperfeiçoar as reações motoras em resposta a alterações bruscas do

posicionamento corporal. Em outras palavras: Tornar o cérebro mais atento às

informações proprioceptivas e ensiná-lo a responder rapidamente a elas.

Após uma lesão articular e/ou ligamentar, os receptores proprioceptivos

também são danificados, o que significa que a informação que é normalmente

enviado para o cérebro fica prejudicada. Nestes casos, haverá um déficit na

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48

capacidade proprioceptiva do indivíduo. Isto pode deixar a pessoa propensa a se

lesionar novamente, ou diminuir a sua coordenação durante o esporte. O treino

proprioceptivo envolve geralmente superfícies instáveis. Esta instabilidade fornece

ao organismo constantes oportunidades para avaliar a sua orientação no espaço,

desenvolvendo e treinando a consciência corporal. Uma melhora na reposta

proprioceptiva proporciona ao corpo com maior equilíbrio e estabilidade.

15 TÉCNICAS DE TREINAMENTO PARA RESTABELECIMENTO OU

INCREMENTO DE PROPRIOCEPÇÃO

Os testes de propriocepção consistem no senso de posição articular e

sinestesia são os mais utilizados, porém não reproduzem uma função empregada

nas atividades habituais. Nesse caso, os testes que simulam atividades mais

funcionais para os membros inferiores são os meios mais adequados para verificar a

propriocepção.

A propriocepção é dependente de receptores do sistema somato-sensorial

periférico presentes nos ligamentos, cápsulas articulares, tendões e músculos.

Diante desse fato, a redução da propriocepção não esta relacionada exclusivamente

com a ruptura do LCA e não se evidencia déficit proprioceptivo em relação ao senso

de posição articular em indivíduos com disfunção femoropatelar. Em contrapartida

outro estudo nos mostra que há déficit proprioceptivo em relação à reconstrução do

LCA evidenciando que o joelho com ligamento cruzado anterior reconstruído possui

deficiência proprioceptiva significante quando comparado com o joelho contralateral

normal.

Considerando as funções proprioceptivas dos ligamentos, entende-se que

quando há alguma lesão em algum grau variado nesses ligamentos, o que pode

ocorrer é uma perda parcial das aferencias, produzindo redução na acuidade da

propriocepção, equilíbrio e influenciando na postura e predispondo a novas lesões e

desta forma um ciclo de lesões se inicia.

Outro trabalho importante para esta temática, realizado por Baldaço et al,

avaliou a eficiência de um protocolo de exercícios proprioceptivos no equilíbrio de

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49

atletas de futsal feminino. Com uma amostra foi composta por cinco atletas do time

de futsal da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Os treinamentos

ocorreram três vezes por semana, durante um mês. As atletas foram avaliadas pré e

pós-treinamento em uma plataforma de força no Laboratório de Biomecânica do

Centro de Educação Física e Desportos da UFSM. O protocolo de propriocepção

sugerido demonstrou maior controle de equilíbrio postural nas condições e na

amostra avaliada. Os achados do presente estudo podem ser sistematizados nos

seguintes aspectos como pouco conhecimento sobre propriocepção dos

participantes assim como não incorporado ao treino. Outra conclusão constatada é

que o treinamento proprioceptivo é um método efetivo para melhorar o equilíbrio e a

estabilidade postural, principalmente no controle médio lateral favorecendo tanto a

melhora do controle do equilíbrio, quanto a prevenção de lesões corporais dos

praticantes. Em vistas desses achados, sugere-se que protocolos proprioceptivos

sejam aplicados durante período e amostras maiores, com participação de grupo

controle, para que se possa futuramente padronizar períodos e técnicas mais

efetivas para este tipo treinamento29. Outro estudo divulga um método de

reeducação proprioceptiva aplicado em 247 pacientes com lesão do LCA e

secundariamente apresentam uma técnica de avaliação proprioceptiva. Enfatizam a

importância desse método no processo de reabilitação de pacientes com lesão do

LCA, com ou sem reconstrução. O objetivo é devolver a esses pacientes a

habilidade, agilidade e confiança, através do aumento da velocidade da resposta de

defesa e da estabilidade articular. Como dados subjetivos relatam a perda do me do

que os pacientes adquirem quando da lesão ressaltando a importância da

propriocepção.

16 PLIOMETRIA

Definição: O termo pliometria refere–se a exercícios específicos que

envolvam o ciclo alongamento–encurtamento (CAE), isto é, um rápido alongamento

da musculatura seguido de uma rápida ação concêntrica. Durante o CAE é

acumulada energia–elástica na musculatura utilizada durante a fase concêntrica do

movimento Um simples teste de salto pode mostrar a importância do CAE no

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50

aumento do desempenho. Sendo assim atletas que participam de modalidades que

dependam da execução de força–rápida como basquete, vôlei, tênis, atletismo

podem se beneficiar da pliometria.

A pliometria pode ser executada tanto nos membros superiores quanto

inferiores. Tradicionalmente a pliometria tem sido associada aos saltos em

profundidade (SP), porém todos os tipos de saltos e lançamentos (desde que

executados em velocidade) ativam o CAE, podendo ser utilizados como forma de

treino do mesmo.

Os exercícios pliométricos podem ser divididos em: saltos no lugar, saltos

em progressão, saltos em profundidade e exercícios para os membros superiores . A

intensidade pode ser modificada através da altura do salto, tipo de salto e altura de

queda (no SP). Dentro destas quatro categorias existe uma variedade de exercícios

que podem ser utilizados com os atletas. É importante frisar que a pliometria não

deve ser usada para se “entrar em forma”, fazendo–se necessário uma fase

adaptativa de força antes de adicioná–la ao programa de treinamento,

principalmente para a realização de movimentos mais avançados como os SP.

16.1 Indicações e contraindicações.

Indicações: Os exercícios pliométricos são indicados no treinamento de

atletas para desenvolver força explosiva, melhorar a reatividade muscular através da

facilitação do reflexo miotático e da dessenssibilização dos OTGs e melhorar a

coordenação intra e extra-articular Analisando os efeitos desses exercícios, acredita-

se que estes podem ser benéficos na prevenção de lesões e também na

reabilitação, principalmente de atletas.

Contraindicações: Contraindicações para iniciar o exercício pliométrico são:

inflamação aguda ou dor, pós-operatório imediato e instabilidade articular.

Patologias comuns, como artrite, lesões musculares ou lesão condral são

contraindicações relativas, e devem ser muito bem avaliadas, pois dependem da

capacidade do tecido de tolerar a geração rápida de forças de grande intensidade e

da articulação tolerar a sobrecarga imposta.

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51

16.2 Tipos de treinamentos pliométricos:

A pliometria pode ser executada tanto nos membros superiores quanto

inferiores. Tradicionalmente a pliometria tem sido associada aos saltos em

profundidade (SP), porém todos os tipos de saltos e lançamentos (desde que

executados em velocidade) ativam o CAE, podendo ser utilizados como forma de

treino do mesmo.

Os exercícios pliométricos podem ser divididos em:

-Saltos no lugar

Movimento inicial

Movimento final

-Saltos em progressão

-Saltos em profundidade

-Exercícios para os membros superiores.

Para obter sucesso com a pliometria no programa de treinamento é

necessário fazer algumas considerações:

-A escolha dos exercícios deve refletir as demandas específicas da

modalidade esportiva (princípio da especificidade).

-A técnica de execução é extremamente importante, devendo o atleta

aprender o padrão correto do movimento antes de treiná-lo (para evitar lesões

músculo esqueléticas, assim como para tirar melhor proveito do exercício).

Em geral um programa de pliometria deve durar entre 8 10 semanas,

com 02 seções semanais de treino. A integração entre o treino pliométrico e o

treinamento de força é o mais importante. Não adianta utilizar os exercícios

pliométricos como treinamento inicial para se entrar em forma, por exemplo. É

necessário um nível básico de força antes para que a pliometria tenha o efeito

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52

desejável. E o treinador deve ficar atento ao nível de cada atleta, para determinar o

nível de intensidade que ele poderá iniciar o programa. Sugiro para iniciantes que já

tenham uma estrutura de força muscular montada, comece com saltos sem

obstáculos (simplesmente saltar para cima e aterrissar amortecendo o impacto).

Os materiais que são utilizados durantes estas aulas são:

- Bolas Suíças (também conhecidas como Fit ball, ou então como Bola

Bobath - originário da fisioterapia),

-Os bancos de diferentes alturas (também utilizando "steps" para a

realização dos exercícios),

-Pranchas de equilíbrio,

-Cama elástica (o famoso “jump”)

-Elásticos (com exercícios combinados ao salto), entre outros aparelhos.

É inegável que a utilização destes equipamentos favorece o

desenvolvimento de força, equilíbrio, coordenação, flexibilidade e propriocepção,

mas como em qualquer outra prática física atingem determinado nível de

treinamento. O que vai contar de diferencial é a criatividade com o qual o profissional

habilitado tende a trabalhar com o seu aluno e/ou atleta, afinal, uma mente criativa

aliada a teoria é algo benéfico ao atleta, que nunca se acostumara com o estimulo e

sempre irá desenvolver por isso, mais e mais o objetivo que busca.

O resultado final da pliometria é desenvolver força explosiva e reações mais

rápidas baseadas na melhora da reatividade do Sistema Nervoso Central (SNC).

Portanto, para os esportes que envolvem a contração excêntrica, este tipo de

método de treinamento contribuirá muito para o desenvolvimento do atleta.

17 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através do presente trabalho abordamos os assuntos da matéria de

“Cinesioterapia”, onde relatamos todo o conteúdo estudado nesse período, e

Page 54: Universidade paulista cinesio

53

concluímos que a partir dos Exercícios Terapêuticos, Conhecimento e funções

musculares, Alongamentos e técnicas, Exercícios Resistidos, Exercícios com

Resistência Manual, Propriocepção e Pliometria, se consegue o alívio de certas

patologias e melhor qualidade de vida, tendo uma modalidade específica em cada

tratamento.

A prevenção é a prática mais barata e efetiva para o controle das

enfermidades. Visto que nenhum programa terapêutico pode funcionar sem sua

aplicação. Para que se alcance o resultado positivo, desejado e esperado, é

indispensável que, sem exceção, cada uma das pessoas que, direta e indiretamente,

estejam envolvidas com a área de saúde tenha, no mínimo, conhecimentos básicos

do que seja a cinesioterapia e sua importância.

18 DADOS BIBLIOGRÁFICOS

BASMAJIAN, J. V. Terapêutica por exercícios. São Paulo: Manole, 3ª ed,

1987.

Biomecânica básica, Susan J. Hall 4º edição .

BOMPA, T. O. Treinamento de potência para o esporte. Phorte. São Paulo,

2004. COSTA, D. Blog Força Pura. Disponível em:

http://dcpurepower.blogspot.com/http://www.ebah.com.br/pliometria-treinamento-

funcional-ppt-a59992.html Acesso em 26/06/2013 00h13min

Cinesiologia Clínica de Brunnstrom 4° Edição

Page 55: Universidade paulista cinesio

54

Exercícios Terapêuticos (Fundamentos e Técnicas) terceira edição autor

Carolyn Kisner, M, S, P, T.

Exercícios Terapêuticos Carolyn Kisner 2° Edição

http://terapeutaf.wordpress.com/2010/04/06/exercicios-isometricos-

isocineticos-e-isotonicos/

http://www.fpbadminton.pt/fadiga.pdf

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https://www.google.com.br/search?q=Exercicios+isotonicos Acesso em

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Kandel, E. R.; Schwartz, J.H.; Jessell, T.M.Princípios da Neurociência.

Manole, 2003.

Kapangi Vol.03

Lent, R. Cem bilhões de neurônios: conceitos e fundamentos da

Neurociência. Atheneu, 2001.