62
UNIVERSIDADE TlJIUTl DO "ARANA Guiomar mbrozewicz o PAPEL DOS PROFISSIONAIS NO ENFRENTAMENTO DOS COMPORTAMENTOS DE RESISTENCLo\ DA CRIANCA AO lNGRESSAR NO PRTMEIRO ANO DA EDUCACAo INFANTIL 2005

UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

UNIVERSIDADE TlJIUTl DO "ARANA

Guiomar mbrozewicz

o PAPEL DOS PROFISSIONAIS NO ENFRENTAMENTO DOS

COMPORTAMENTOS DE RESISTENCLo\ DA CRIANCA AO

lNGRESSAR NO PRTMEIRO ANO DA EDUCACAo INFANTIL

2005

Page 2: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

GuioouU" Ambrozcwicz

o PAPEL DOS PROFISSIONAIS NO ENFRENTAMENTO NOS

COM I'ORTAM ENTOS DE RESISTENCIA DA CRIAN(:A AO

INGRESSAR NO PRIMEIRO ANO DE EDUCA(:AO INFANTIL

Traoolho de Concluslo de Curso O1.prcK'nt01.do aFaculdlde de Cicnciu. HUnlltmu, Met e Let~5 daUni\'cnidldc TlIillti do Plt~nft como f«llliliito ])3r3obtCl\~o do Gmu de Lic~tlciatu!i1I elll Ped~ogia

Orienlarlorn: Prof"M,_ Joei"n Mlchado Bueno

Curitibn

2005

Page 3: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

Jp Universidade Tuiuti do Parana":;:"-

FACULDADE DE CI£NClAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

Curso de Pedagogia

TERMO DE APROVA<;:AO

NOME DO ALUNO: GUIOMAR AMBROZEWICZ

TfTULO: 0 papel dos profissionais no enfrentamento doscomportamentos de resistencia da crianfa ao ingressar no primeiroana de educafao infantil

TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO APROVADO COMO REQUISITO PARCIAL

PARA A OBTEN<;:AO DO GRAU DE UCENCIADO EM PEDAGOGIA, DO CURSO DE

PEDAGOGIA, DA FACULDADE DE CI£NCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES, DA

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA.

MEMBROS DA COMISSAO AVAUADORA:

BUENO

PROF(a)

MEMBRO DA BANCA

DATA: 05/12/2005

MEDIA: ~1£2. _CURITIBA - PARANA

2005

Page 4: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

DEDICATORIA

Est"~ trnbalho e dedicado a meu Av6. Antonio Firnkowski, que nos oitentn ('

nove nnos de idnd fni quem mnis me incenti\"OlI a dar continuidade ao curso de

Pedagogiu.

Doutor Antonio. Ih~C com noventa e um allos continllft sendo um exemplo de

l)erseveran~.R 0 v~-Io juntO a lima criRn~a vemos a csperanC(3 em sellS olhos.

esper:lJ1~a esta que deveria fuzer pArte de 1 dos os cornc;..•.es. e$pemn~a qu~ sempre SI;'

tornOl! a~go. tmnsronnand rnuitas pessons em cidndaos.

Se queremos Lim futuro melhor, 0 cRminho e 0 invesrimcnto nas Crial1y3S de

hoje.

Page 5: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

AGRADECIMENTOS

Agradec;o a Deus por !TIais lima etapa cumprida e aos meus pais por serem

pessoas especiais em minha vida. por terem me ensinado comparlilhando seu amor e

suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz e viver sempre com

etica.

Agradeyo ao mel! companheiro de 1'311t05 anos, Gil Leoni Moreira e tlSminhas

lres ti1ims. Jessica, Alice e Beatriz tilo 3madas e sempre ao meu lado em todos as

momentos desta longajornada universitaria.

Finalmente agrndefVo it Professora e Mestre Jocian Machado Bueno, por ler

sido lima arientadora maravilhosa. que dedicou tanta aten9flo no desenyoivimcnto

deste trabalho.

Obrigado a todos.

Page 6: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

"Vossos filhos nao sao vossos filhos: sao os IiIhos e as filhas d"ansia dn vida par si mesrnn. Vern ~1traves de v6s, mas nfio de vos, e embomvivam convoseo, nao vos pertencem. Podeis oLltorgar-lhcs vosso amor, masnilo vossos pensamentos, porque eles t~m seus proprios pensamentos.Podeis abrigar sellS corpos, mas nao suas almos; Pois suus almas Illornm namansao do amanha, quc V05 nito podcis visi1ar nem meslllo em sonho.Podeis es[oryor-vos por ser como eJes, mas nao procureis fa:a.-Ios comovos, porque n vida nuo anda para tras e nao se demora com os diaspassados. vos sois os arcos dos quais vossos filhos suo nrremcssados comotlechas vivas. 0 nrqueiro mire 0 nlvo na send:t do infinito e vos cstica comtoda a sun fon;'3, p..'U'3 que Sll<tS f1echas se projetem, rnpidas e p:lnl lange.Que vosso encurvamcnto no mao do nrquciro seja voss,," alegria: pois assimcomo ele ;tlll:t a flecha que voa, aln3 tarnocrn 0 areo que pennaneceest6.vcl.'·

(Gibmn Knlil Gibmn)

Page 7: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

SUMARJO

I INTRODUGAO ...

2 A EJ)UCAGAo INFANTIL E AS NECESSIDADES DA MULHER

CONTEMI'OR,\NEA... 14

3 A POLiTICA DO PRE-ESCOLAR NO BRASIL... 19

3.1 UMA COMPREENSAO HISTORICA DAS pOlinCAS PARA CRIANCAS EM

IDWE ESCOlAR NO BRASIL... 21

4 A SEPARAGAO ENTRE A MAE E A CRIANGA NO MOMENTO DO

INGRESSO NA ESCOLA MATERNAL...

4.1 0 PROCESSO DE ADAPTACAO A CRECHE ...

4.2 A ESCOlHA DA CRECHE .....

4.3 DADOS SOBRE CRECHES E PRE-ESCOlAS ...

5 METODOS DOS PROFISSIONAIS PARA CONTROLAR A RESISTi;NCIA

DAS CRIANGAS AO INGRESSAR NA CRECHE E pRE-

ESCOLA ...

5.1 A EQUIPE ESCOlAR ...

5.2 ORTENTACOES PEDAOOmCAS ....

6 CONSIDERACOES FINAlS ...

7 REFERENCIAS ....

32

37

39

42

45

49

51

56

60

Page 8: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

RESUMO

o prescnte estudo procurou investigar na literaturn e na pnitica se 0 ingresso. decrian<;ns pequenas no Escola de Educa<;:iIolnfuntil na primeira fase, pode ocnsionartrunstornos em seu desenvolvimento. Analisou em particular a problemUtica dasepara<;:ao prccoce do crianC;3 pequena e sua mac para iniciar na pre-escola e :15conseqOencias desta separn<;iio pam 0 descllvolvimento infanti!. Fundamentol! asquestues sociais das familias que, precisam escolber entre a melhor maneira de deixarsells filhos aos cuidados de outms pessoas para retOrt1arem ao mercado de trabalho auaos estudos. Apresenloll Ulna breve sintese da opiniilo de Sonia Kramer sabre aquest;1o da l-list6ria do Pre-Escola no Brasil ( 1987). Ulna r~visao \iten)ria identiticQllos sintoJnas do faltn de adapt89~o do escolar a creche e por lim, dcmonstrou como umaEscola Infantil se organiz3 para dar atendimento ~IScrianlt3S e amenizar 0 impacto dascpartlltilo dentro de criterios metodol6gicos especificos, chegando it COJ1clus~oqueentre todns as possibilidades de atendimento as crianlt8s para que a mae possa exerceruma profissao fora do lar ou trnbalhar pam colaborar com 0 sllstento da familia, acreche ofcrece as melhores condi<;oes de segumn<;n. de edUC3ltaOe cuidado.

Palavras-chave: resist~ncia da crian<;a it separa<;ao materna: crian<;a; Educa<;i.'ioInfallliLcreche; Imbalha

Page 9: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

1 INTRODU(:AO

A familia constitui a lInidade indispens8vel de toda a or~1.niza<;ao social

atraves da hist6ria do homem. Seu fimcionnmento forneee urn marco para a definiyBOe

conserva~iio das diferen~as humanas, dando forma objetiva aos papeis distintos,

veiculados por pai, mae e filho. basicos em tadas as cuituras.

E dever da familia conduzir a educ.:1.yaode sellS filhos pam que eles cre.s<;ame

se adaptem aos vnlores da sociedade quando adultos.

De maneiru geml. e simples imaginar que 0 Jugar da crian9:'t e no seio familiar e que

a dedicayao e tempo dos p3is e destinado aD seu conforta e bern estar. Embom seja esta uma

conccP9uo ut6pica porque 0 fato observndo e que na atualidade isso nao ocorre nn mnioria dos

Jares. Hi uma gmnde porcentagem de pessoas que desejnm continuar suns atividndes

protissionais depois se tomarem pais.

Nas ultimas decadas tem-se cOllvivido com uma nova conduta social que

interfere diretamente no ambiente familiar: e 0 ingresso cada vez maior da mulher no

ambiente do trabalho e 0 desejo desta em realizar-se profissioI1almcnte.

As mulheres mudaram sua atitude pemnte a sociedade e a partir da decada de

70, com os movimcntos feministas •a pilula anticoncepcional, as conquistns Icgais de

sellS direilOs, entre outrns circunstiincias. gnrantirnm lim 110YO "status" social.

Hoje ja nilo existem limites para a atllac;ao da mulher no campo pro fissional

EI3 se faz presente em lodos os niveis e cada vez mais podemos encontrar mulheres

nos cursos 1I1liversitarios enos preparatorios, destacando-se com excelente

aproveitamcnto em suas fun~Oes.

Page 10: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

Mas sera que para cntrar no mundo do trnbalho, onde selltir-se-ao realizadas

pro fissional mente, terao as mulheres que abrir mao de seu papel natural que consiste

em gerar filhos e ter uma familia?

Certamcnte as mulheres nAopretend em deixar de lado esta importante parte de

suas vidas e, como tambem querem trabalhar e estudar, precisartlo con tar com 0 apoio

de outros pessoas pam dividir 0 cuidado de seus til has durante 0 tempo em que estuo

ausentes.

Para tal cuidado podemos distinguir quatro modalidades de estruturns

diferentes que se propoem a suprir essa necessidade: creches e pre -escolas, cuidadores

remunerados que tomarn conta de crian~as em suas proprius casas, ou deixados aas

cuidndos de parentes au cuidndos em casa por lim profissionni de trabalhos

domesticos.

Quando as pessoas sc deparam com a necessidade de se manterem no mercado

de trabalho e, ao mesmo tempo, oferecerem nos filhos pequenos a segurnnC;:3de

atcndimento as necessidades basicas. materia is e emacionais. veem-se de repenle em

lima situa~ao contlitante. De um lado querem veneer profissionaimente e de outro se

cobrem de remorsos por privnr sellS rebentos de todos os momentos possiveis de

convivencia familiar. Como soluC;ao buscam altemativas oferecidas pcJa Educa<;.ao

Infantil.

De forma geml, "u educa~ao infantil e hoje compreendida no Brasil, como 0

atendimento educacional us crian<;as de zero a seis BIlOS de idade. em creches e pr6-

Page 11: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

10

escolas. COllstituindo, assim, a primeira Clapa da educa~ao Bilsica"(BARRETO. J 995,

p.7).

Jft se sabe que no Brasil a busca por creches como meio alternativo de

cuid3dos infantis que perm ita aos pais trabalharem para 0 Slistento da familia

predomina nas classes menos favorecidas. e que a demanda de estabelecimentos ebastante inrerior aos requisitos da necessidade apresentada. Por esse motivo, as

solll~()es alternativas as quais nos referimos silo bastante adotadas. com pontcs

positivos e negativos voltados a cada uma delas. 0 que n~o e aceito do ponto de vista

do atcndimento 3S crian~as, indiferente da modnlidade de estrutura oferecida, seria a

exposi<;:ilodas crianyas :l viola9~o de seus direitos, e que quanta menores, bem menos

poderi'ia reclamar au revelar sabre a que paSSllmna tratamento diario que recebem.

Nua podemas deixar de camentar que cuidadores podem simplesmentc tomar

conta algumas crianc;as e deixur sllperficialmente ntendidas as suas necessidades

bnsicas. Aos parentes. mesma que seja remunerado, tamar canta das crianyas e um

favor. porque. dcmonda tempo e responsabilidade. Principaimente em cidades grandes,

ande u mobilidade e bastante complicada, a contratayda de uma babit para cuidar da

crial1c;aem casu e dificil. A confianc;a em uma pessoa sem vinculo de parentesco, que

f1cora a tempo todo cam uma crian((a. nao sera plenamente satisfatoria. AIt!11ldo que,

cssa pessoa, ao se ocupar de outras turefas domestic.:1.s,ni'lo tern a responsabilidade de

ensinar valores au mesl11ade trat-orhem a crianc;a sob seus cuidados.

A partir de tais reflexoes, e ncreditanda estar agindo corretamente, a maiaria

dos pais esmera-se em escalher uma boa escola, na qual as atendentes s1'0

Page 12: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

II

profissionais especiaJizados sob a supcrvisJo de outros profissionais, que estaruo

dedicados a suprir as nccessidades dos peqllenos deixados aos sells cuidados. de

maneira mais parecida passive!. com os cuidados da familia.

As informayoes literaTins sabre creches s~o bastante deficientes e os dados

estatisticos sobre essa modalidade de atendimento no Brasil .inda estao defasados.

Sabe-se que e.xistem inlllnerns creches que funcionam prccariamente e nern estilo

registradas. em todas as ciciade,sdo pais. Com freqOencia, observa-se esss Situ89cro 110S

jornais e noticiarios de televisc10. Mas as necessidades atuais caminham para a escolha

da creche como atendimento as crianyas pequenas e sua a regularizac;ao de

funcionamento, bem como do aumcnt.o do nlllnero de vagus, e uma iniciativu nao s6

governamentaL atraves de procedimentos par parte de Conselhos de Direitos do.

IntBncia e da Ado[esc~ncia. como tambem observa-se 0 aumento no numero de

profissionais de Pedagogia que se preparam para exercer essa atividade na iniciativa

privada.

As Escolas de EduCllC;iiolnfalltil mere·cem atenc;iio especial. Existe legisla9ao

propria para esta modalidade de ensino. As creches pllblicas estiio sob a jurisdic;ao dus

Secretarias de Educac;ao dos municipios, que cOI11"am com profissionais que garantem

o funcionamento das mesm3S. As particuiares, devem estar registradas e funcionar

con forme a arientaC;ilo legal.. devidamcnte tiscalizadas pelas Sccretaria de EducaC;ao

do Estado •peb Documentadorn Escolar.

A forma9aO integral da crianc;.ae 0 objetivo do ensino. Mcsmo para as crianC;3s

pequenas, quando s:lo entreglles no escola par lim periodo integral. 0 planejamento

Page 13: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

12

cscoiar deve preyer a forma\!Aode valores, hem como aspectos educacionais pr6prios

de cada pequeno, e ainda Sllprir a parte nfetivfl que era cargo das familias, antes de

ingressarem na escola.

Ainda percebe-se que, tendo a alternativa da Escala Maternal all Creche,

quando os pais vilo concretizar 0 fato de admitir 0 seu filho na escola deparam-se,

entre outras dificuldades, com a resistencia das crian~as em deixar 0 ambiente familiar

e viver essa autra realidade.

Nesse sentido, percebe·se que alem de conhecimento, os professores

especializados em Escolas Matemais precisar~o ester devidamente preparados para

feecher essas crianc;as, amenizando a carga emocional e a resistencia (medo e

ansiedade) apresentadas e desenvolvendo novas valares de confimwa entre a familia, a

criancr8 e a Escola porquc., de certa forma, nesse novo contexto, a EscoJa ira substituir

como educadora, em mllitos momentos, a fun\=aoda fillnilia e dos pais.

Partindo de tais retlexoes. 0 presente trabalho de conclusao de curso buscou

responder 0 seguinte questionamento: quais silo as orie,nta<;3es pedag6gicas sobre

como os professores podem enfrentar os comportamentos de resistcncia da crian<;:aao

ingressar no primeiro ano de Educ.'19ao Infantil?

Parn tal, partiu-se para umo pesquisa bibJiogritfica, buscalldo atraves desla

metodoiogia, encontrnr no universo da pesquisa subsidios para a analise da

problematicn, elucidando questionamcntos e esclarecendo as especificidades de nosso

objeto de estudo, 0 enfrentamento pedag6gico 8.resist6ncia da crimwa aD ingressar no

Page 14: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

13

primeiro anD de vida na Educac;.ao Infantil. 0 metoda dedutivo pennitiu avuliar os

cstudos on literatura illvestigada oa pesquisa bihliognlfica, seguindo-se alguns passos:

Primeiramente buscoll-se reconhecer que condic;oes, motivadas pelns

necessidadcs da vida modema, levam a busca precoce de uma Escola que atcnda ao

meslllo tempo ao direilos da Crial1C;8e os interesses dos pais. A seguir, dernonstrou a

evolll,ao do Ensino Pre - Escolar no Brasil e a contriblli,ao para a inclusao intelectual

de criallC;:ls que freqUenlam a pre escola dcsde n tenra idade e em seguidn, intentoll

compreendeT, atTaves da literotura, 0 processo de separru;iio mfie - filho (do nascimento

aD primeiro anD de vida), explicitando entaD quais as orientac;oes dadus as atendentes

de creches para atender as necessidades basicas de cuidados e eduC3c;.nO dos bebes que

ingressam na e.scala, pesquisando sabre os cuidados s6cio - emocionais e as

recomendaltoes dudas nesse sentido.

Page 15: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

14

2 A EDUCACAO INFANTIL E AS NECESSlDADES DAMULHER

CONTEMPORANEA

A rnotivnyno da lTIulher pelo mercado de trabalho faz surgir a busca por lim::!

nova modalidade de prestay30 de serviyos, a EscoJa Maternal. a qual recebe os

pequcnos alunos e deles passa a tamar contu enquanto a m~e cumpre a sua ratina

diaria de tmbalho.

As creches ja existem ha muito tempo, ou Inais precisamente desde que as

mulheres forum tambCm envolvidas pela queshl0 do suprimento das neccssidades da

familia. Historicamente a muihcr sempre esteve presente no 3mbiente de trabalho.

meS1110que no passado sua preseny8 n~o fosse tdo con stante como hojc. 0 que vemos

nos dias 3tuais e a tamada do mercado de tmbalho peJas lTIulheres que 80 mesmo

tempo que exerccm seu Indo pro fissional tambem precisam se desdobrnr no cuidado

com a familia. Assim. tamar canto de seus pequeninos passou 0 ser urna tarefa

dedicada a outrns pessoas. as quais tambe-m passaram a exercer um trabalho: 0 de

educar. de suprir. de alimentar. de agrndar. de limpar. de brincar com 05 filhos de

diferentes familias colocados a sellS cuidados.

inici:.imcnle, as creches no Br:uil esliveram vincuiad:.s ao O1tendimentod:.POpUll~O de bl.ixli rend" e 0 Irllbl.lho de5Cnvolvido era de cunho :nsille:ncill'custodial. vohado p:!.rnlI.alimentaylo, higicnc e scgun'u~a fisicll das cria~.lS(RAP APPORT, 2001, p.81)

Essa realidade roi se modificando, principaimente nas grandes cidades,

ocorrendo UiTI aumento no niunero de creches e escolas m.tom.is em todas as classes

Page 16: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

15

socia is. Nos dias atuais, percebe-se que mesmo as maes que ni'Io trabalham fora

comec;aral11a busear esses espayos para a socializac;~o das crianc;as. assim 0 fazendo

porque sabcm que hoje em dia 0 trabalho educativQ exercido peJos profissionais das

escolas maternais estende-se por todas as fnixas etarias e pode ser bene fico para a

formar;ilo de sua personaJidade infantil.

Nas grandcs cidades a maioria das escolas tern born funcionamento. sao

devidamentc reconhecidas e com atendimento fcito por protissionais preparados e com

compet~ncia. Nas escolas pllblicas principaimentc, sendo funcionarios pllblicos. os

educadores devem ter a fonnac;ao necessaria no momento do concurso publico. As

escolas particulares tern os proprios pais como reguladores de seu funcionamento com

a qualidade desejada. A excec;:klosem para aquelas cscolas organizadas por at.cndclltes

que nao esUio em situac;:aoregulnr de funcionamento mas que dada as neccssidades da

clientela. mesmo que precariamente ac.redita-se que thc;:am0 seu papcl.

A propria Constituic;:ao Brasileira de 1988 reconheceu a creche como lima

institui9nO educativa, sendo lim direito da crian9a, uma op<;aoda familia e Lim dever do

Estado (Art.208, inciso IV). A partir da nova Lei de Diretrizes e Bases LDB, (Lei

9396/96 de 20112/1996), a creche passoll a ser incluida como parte da edllca<;iIo

infuntil respons8vel pelas crianc;:as de ate 3 anos, conforme 0 enunciado do art. 30,

inciso I da referida Lei.

Page 17: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

16

Considcrando as J>CCuliuridttdcs de c:tda etl1pa do desenvolvimentocomprecndida entre zero" seis OlIOS de idadc cstabele<:e-re como func;Ocsilldissocj~veis da eduCJ~o infanti) 3S de cuid::tr e educaf, complemenlnndoas cuidJ.dos e 1.\ eduC:lCl.'io re:tlizados nt, familia ou no circulo da f3milia:a) favarecer 0 desenvolvimento infantil, nO!l aspectos fisico, motor,emocion..u, intelectulll c social;b) promover a runplia9~o dns experiencias e dos conhecimentos infilllti!i.,estimulnndo 0 interesse da crianc;n pe<]uelH\ pelo proceSSoOcia tTallsfoml:u;aocia natureza e pela din:1mic3 dn "idOl social.;c) contribuir pam que sua illtc~lio e cOllyivencia nit sociedndc sejnprodulivn c marc.'ub pelos v'alores de solidariednde, liberdnde, coopemc;50 ere.pei.o (BARRETO, 1995, p.II).

Como se observa nos itens acima citados e propostn da Politica Nacional de

Educa~ilo Infantil atender 0 desenvolvimento global dos pequeninos e sao abrangentes

as ayoes visando esse·s objetivos. Porem, 0 que sc percebe e que a elaborayi'io do

projeto pedug6gico dentro das escolas, nem sempre pode contemplar com sueesso cada

iniciativa educucional.

E verdade que as condi~()es da vida modema levam it busea preeoce da Escola

para crian9'ls que :linda se sentem protegidas pelo ambiente familiar, e encontrar a

institui~ilo que preelleha as expeetativas dos pais pede ser um trabalho arduo e que

causa momentos de inseguranC;8e dor.

Muito cmborn exists a contiaJlya no trnb.:'llho de profissionais de creches,

deixar uma crian~il muito pequena aos cuidados de outras pessoas e motivo de muito

apreensi:'io por parte dus familias. Muitas veres 0 processo de adaptac;ilo e doloroso

para ambas as partes, mae e filho, mas deve ser contomado, porque 0 periodo da

licem;a rnatemidadc, de quatro meses. e pequeno para quem precisa rctomar ao

trabalho ap6s 0 parto.

Tambem as difcrenc;as que os plis sabem que vao encontrar em uma creche, e

a fragilidade, do filho deixado nos portoes da escola, fazern com que se criem

inllll1erOStemores, sobretudo no campo emocional. Sensayoes de medo e ansiedade

por parte dos pais e, consequentemente, por parte da crianya, que resiste u rupturn

diaria do ambiente familiar. por Lim periodo do dia. pode ocasionar tensoes que se

agravam na volta pam casa, como agressividade, manhas) sono agitado entre outrns.

Page 18: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

17

A mae e muito importante para a crian<;a pequena, havcndo estudos que

comprovam que patoiogias de ordern emocional sao desenvolvidas ern criam;as que

silo privadas da presenr;fl do. mile ou de uma pessoa adulta peln qual a crian<;;a

desenvolva lim sentimento de apego. Contudo, ha tambem que se retletir que uma mae

estressada, cumprindo jomada dupla no trabalho e em cnsa tambem pode contribuir

para a formac;:ao de urn sentimcnto de inscgurnn<;a entre cia e seu filho.

Se for necessaria para a mulhcr contribuir com as condic;oes financeiras da

familia. entende-se que, muitns vezes seja melhar mesmo que se escolha lima esco\a,

porquc nuda comprova que se desenvolva adequadamente um apego segufO entre Lima

mulhe.r que quer au precisa trnbalhar e seu filho pequeno cujos cuidados impedem a

realiza<;ao pro fissional da mkle.

A Teori. do Apego de Bowlby (RAPAPPORT, 2001), postula que a tendonci.

para se estabelecerem fortes relac;:ties de apego com determinadas peSS03S, enecessidade b6sica tilo importante como alimentnc;:ao e sexo. e a relac;:aode apego que

se estabelece depende do grnu de sensibilidade dessa pessoD pam com a crianrya. 0

::tpego tcm a fun<riio de sobrevivencia, ja que busca promover e manter uma

proximidnde segura com a cuidador principaL Sentimentos como 0 medo, a

inseguran<;a e 0 temor podem ser controlados quando a crianc;:ase sente protegida pela

lernbrnnc;:tlda mae Oll do cuidador que ela conlia. sendo que ate lllll ano de idade a

crian<;a ja COilsegue alcum;ar urn aspecto cognitivo positivo em relayeo aos mcrnbros

de sua familia.

A entrada precoce nn escola maternal ou creche deve ser encarada como uma

necessidade de cuidados altemativos, en escola precisa estar atenta para que os bebes

entregues aos sellS cuidados nilo desenvolvam inseguram;a. E isso se dam com 0

preparo e a Ct1.pacidade do profissiollal em desenvolver habilidades com crianc;as

pequenas. Sob essa perspectiv3, percebc-se que hi aspectos positivos e negativos na

entrada de cri:lIl~as no primeiro ano de vida na escola.

Para as crianc;as. a privnc;iio do contato familiar por urn periodo do tempo

diario pode ser um fator de frustrnc;uo, uma situa~o estressante. ao dividir a atenc;flo

de sell cuidador com outras crial1~as somado no fato de niio ter seu momento

Page 19: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

18

individual com 0 carinho do mae, que troca sua fralda, do sua mamadeira au lim

abrat;o carinhoso ao colaea-Ia no benyo para dormir, em momentos precisos. Na

creche, em contTapartida, a atendente estnni com todos os bebes e. mesmo sabendo que

cada lim tern sua exigencia particular, tern que se dividir entre eles da melhor maneim

possivel.

J:.'l no aspecto positivo. a sociaJiz3yUO das crianc;as que entral1llll cedo na

creche e mais desenvolvida, t.1nto em nivcl de brincadeiras como de comunicac;ao com

as educadoras. Elas brinc8m com outras crianC;3s, e na sociedade atual e !TIliito

importante desenvolver 0 senso de solidariedade e de participoC;ii.ono grupo.

Sendo assim, 0 indicado e que, haja lim conhecimento ITIlltllO entre a institui~tlo

publica ou privada que acolheu 0 menor e sua familia, e que as atendentes conhe~.am

as expectativas dos pais com relayao 80 trabalho da escola.

Page 20: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

19

3 A l'OLiTlCA DA EDUCA(:AO PIU; ESCOLAR NO BRASIL

Nesse capitulo sao npresentndos os estudos de Kromer (1987) como subsidio pam 0

entendimento do relacffo entre as difcrentes condi~oes de atendimento as criam;as. alem das

politicas adotndas p:ua 0 desempenho dn eduC:H;J.O pre - escolar no Brasil.

o fracasso escolar no primeiro grau no.s cscolns bmsileims e urn fato indiscutivcl.

Alguns especialistas C0l110 Bondioli (1998) e Barreto (1995) afinnam que, os escolares que

nao oblem 0 devido suoesso nos estudos, pularam eUlpas de descnvoivimenlO motor e

intclectunl que deveriam ler sido adquiridos durante a primeirn infiincia. Ainda, de [onnil

geml, comentnm que lais conhecimentos seriam trnnsmitidos peJo convivio familiar e COI11

oulros criolll;as do grupo. Como a sociedilde moderna ja nfio oferece estns condi.:;:Oes de

convivencia familiar, 0 suprimento da deficiencia ca.us:tdo por essa falta poderia ser fcito pelo

ensino pre· escolar. :

Kramer (1987) questiolla a politica do ntendimento do en sino pre·escolar no Bresil e

demonstm a sua preocupa~ao com a linalidade assumidn por essa modalidade de escolaridade,

bern como a forma pela qual t\ mesmu 6 direcionadu no Brasil. Refere-sc a falta de reClIfSOSe

de legislu!yuo destinados t\ essa fa.ixn etiria e mcsmo no despreparo dos educadores que atuam

junto aos mcnores.

Ao apresentnr sua pesquisa, afirma que por tn\s do empenho com 0 en sino pre .

escolar ha uma pretcnsao de, com esse ensino, se conseguir compensnr as diferen9J.s sociais

que trnnsparecem entre as crinnyas dns classes dominantes e as menDs mvorecidas

economicamenlc.

Referindo-se 3S diferenlfCls entre as classes comenta que as primeirns estariam em

condic;:Ocs de dcscnvolver lima linguagcm mais erudita c tcr aceS50 nos meios tecnol6gicos

com maior fncilidadc em situat;Oes cotidianas, cnqllnnto as outms, crescendo em lim rneio

Page 21: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

20

inteiectuaimente tn:lis cnrente, estariill11 em desvnntagem. Apresenta, enta~ que 0 ensino pre -

escolar seria a ponte que Icvaria it iguaJdade de condi~oos aDs futurns cida<lilos, os quais

devidamente lrnbalhados nao sentiri'lIn as diferen<;:ns sociais que n sun condil«1o fntnlmente

iria impor, como: aptidiIo pam a leiturn e a escrita, desenvolvimento motor, nOyaO de

laternlidade, facilidnde de exprimir 0 pensaJ11ento de forma critica e conciso, habitos de

higiene, consciencia ecol6gica e oulms habilidades que os conteudos desse ensino oferecem

aos pcquenos.

Dando colliinuidnde :1 presente reflexao, sabc-se que e inevit;\vei que 0 !ier humane

passe pelo periodo ct., inffincia e que cia faz parte dn condi<;:uo humanu. Esta fO'lse d3 existencia

e encamda de diferentes maneims e em todns elas nparece a preocupa~o com 0 ndulto que ha

de vir. Em algumas epocas a repressao [oi II tonica. que prevaleceu, a privnr;.ao cultural e 0

lrnbalho carncteriznrnm urn longo periodo, onde 3 infiincia ern considcrada voltndo. pam n

idei3s de que a crian';'3 seri:. urn adulto em miniatum. Por outro lado, considernva~se turnrem

n crinn';'3 como um ser dependcnte, inc:tplZ e que nilo respondia pelos seus ato!.

De qunlquer fonna, a crian.;.a pertence n Lim grupo social, qucr seja a familia au a

sociedade, e e importante que se enquadre no sistema social.

Em nossos dias, a fnmilia mudou e, ~ro suprir a falta dos pais e fmniliares, n

institui.;.J.o pre~escol;lr vni aos poueos ocup=tndo 0 lugnr que Ihes er.lIll destinados.

Nessa formn de ocupnr urn espa~o importante no ambito socinl e educacional,

Kramer (1987) nos indica primeirnmente a importanci •.•dn condi~uo de acesso a pr6-escola ser

universal, pam cnan(fUs de qUillquer c1nsse, e que 0 atendirnento as diferen9tls deve levar em

conta a individuillidade de cada crian';'3 ali inserida.

Cada cri~mp vern de WI101 rea.lidnde historica diferente e a educa~Jo pre~ escolar nao

pede igualar por baixo as difcrentes experiencias inf4mtis. Para tal, a autor.l acima ciradn,

Page 22: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

21

3.presenta nlgul11as considera~Oes il11ponames, condenando i1 educac;:ao compenSlit6ria e

ilssistencialista que as instituic;:oes publicas tcimam em exercer e, preocupando-se com 0 fata

de as ill5tituicoes pre - escolmes tornnrem-se locais onde se deixilm os filhos para que

pennaneymn par lim periodo, sem que po1iticas proprius Ihes sejam destin3da5. Trnz ninda que

e necessaria que as melodoiogias adotadas compenscl11 as deficiencias e as carencias dos

menores com desenvolvimento dos valores sociais. emocionais, de prescrvayao da saudc,

ecol6gicos, entre outros, necessitrios pam sua vida adults futura.

3.1 UMA COMPREENSAO HISTORlCA DAS POLITICAS PARA A

CRlAN<;:A EM [DADE PRE- ESCOLAR NO BRASlL

Denlre as pesquisas de autores realiz.,das nesse trabalho pode-se perceber que po"eD

se fez no Brasil a favor da pre··escoia ate 0 inicio do seculo XX., conforme a contribui~"i.o

encontrnda em Kromer (1987)

Historicamente, ate a dec-ada de 20, a criaycro de escolas vis.avn suprir 0 abandono, a

SiturH;.t10 de foha e intclectualidade dos puis, sendo destinadas a recoliler os desvalidos, os

orITios, e· os mhos de escmvos. Dessa maneim, nilo se constituiam propriamente em escolas,

mas em abrigos, onde se recolhinm os mcnores e nas qunis as condi.;oes de atendirnento erom

precarias tanto do ponto de vista emocional quanta nutricional

o Instituto de ProtClVIToe Assist~ncia ~ Tnfitncia do Brnsil, criado em 1899, por

excmplo, visavn atender os menores de 8 anos. Embom fosse uma institui.;ao organizada e

com amparo legal, nao fugia ;\ regra d.t silua.;~o exposta acim3. POf!!m, teve seu J.Xlpel social,

pois essa illstitl1i~50 roi import •.•nte no combale as epidemias, Ila multiplica~o de

maternidades, de creches e institutos de proteyaQjljnfilncia pel os outros Estados do Brasil.,., ,,:-'.•l:J(-/:... u~,

I:' ::.,\ . k'J;.~5-k"

Page 23: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

22

Em 1919 foi c.riado 0 Departamento da Crinn<;-a no Bmsil, fruto da iniciativn de

benfeitorcs e scm a p3rticipa<;ao governamentnl.

Ainda muito tempo serin necessario pam que medidas Jegais de protc<;ao a infrind3

fossem tomnci'ls pelo governo. visto que a preocupacdo dessn epocn estava vohada pam 0

suprimento das situu<;Oes de desamp.1ro e mesmo de preserva~10 da segumn1(3 das classes

dominnntes motivada pelns diferen<;ns sociais. A fimllidade subentendida nessas mcdidns

protecionistas estnvn nn insery50 dns criancns nil sociedade brnsileim, considemndo suas

classes sociais de origem, procurondo "remediar" e "recuperar" as defasagens das crian<;ns.

que nao correspondial11 aos p.ldrOes considemdos legitimos (KRAMER, 1987).

Da dccadu de 30 em di:mte houve mclhorin no utendimento das PH!-eSCOlas quando 0

governo assumiu 0 controle do ntendimento, associando-se a 6rgnos filantr6pico5 que

assumiram 0 onus financeiro da cnusa infantil escolar. Esse sistema ninda vigorn, pois

atualmente 0 que temos e 0 governo reconhecendo como concreto a necessidade de

atcndimento n essa fnixn etnria, constrllindo creches e oferecendo condici5es basicas as

cri:m<;as.

Mas tal qllnl it decada de 30, as (:olabora<;()es de entidades bellemeritns 530

inevitllveis, 0 que imprime um cnmter patcrnalista e assistcncialistn a uma institui<;ilo que

deveria estnr no alcance de toda a popuJa~ao e que se apresent:ari3 como um direito e nuo

como lim favor. 0 pilllonuna ainda encontrado e que a entrada de lima criun~a no sistema pre

- escolar Pllblico e lim premio que custn grondes 5.1crificios as famili3s que pleiteiam urn lugar

pam seus menorcs.

Retomundo a reflexao hist6rica e politica do periodo descrito aqui, toma-se

necessario analisar a conjunturn politica econ6mica e social ligada 3.S mudnn<;as na condi~Jo

de vida da populn~ao dessa epoca. Inicia-se 0 ~xodo rural em dire<;<,'ioas gmndes cidades,

Page 24: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

23

ll1otivndo principal mente pelo cre.5cimento industrial. Consequcntemente surge 0 problema da

assistcnci<t ns crian93s das ruaes trnbalhadoras e dn CriUI1<;il tmooJhndorn.

Note-se pelns observayOcs de Kramer, (1987, p.63) que 0 "fato da crianc;a trobalhar

p.:ua .ljudnr" fomilia contribuia JXlra elevar 0 valor dOl cfinnya", pernnle a sociednde e como tal

em elogiadn. A Constituic;ilo, outorgada em 1937, npresentn 0 Estndo como 0 org'Jo que

suprini as necessidades das crianl(.1Scaso a familia nao poSSQcumprir pienamente 0 seu papel.

Art.127 que define 0 Estado como 0 controlndor dn T'Cspon:5Jbilidadcdosp3is e 0 provedor dos menores cuj"s falllflias 11110pouuisscmrecursos pam a subsistencia e a educaryllo de sua prole;(C.F.1937.art 127)

Art. 132 0 Estndo fundi'l.ci lnsljlllj~iSes Oll dan, sell nuxilio e prot~30 3ifundndas por a.ssociayOes civis, tendo umo. e outrns por filllorg~izllr pam n juventude periodos de tralxdho :lIlual nos campose ofieinas. 3Slim como promover-Ihe a discipiiJlo. Illor;,li e 0adeslnlmento fisico de maneiro. a prep:lm-ia pam seus devere,i pJ.r-3com:t economin c 3 defc5<"ld:t patria.(C.F.1937, art. 132).

o presidente V3I'g.as chnm:l\'3 n atcll¢o pam 0 importclIltc problema do:unpllro a cri:10911considernndo-a como 3 " ch3ve de noua. grnndez.."1.futura",nest:. cital(.'(o ninda umn p.1rte do discurso do Presidenle que declar.w., que n.c,rianfYilj" colabom com a gr:mdeZ3 do Brasil, atrnves da dignific3930 dotmbnlho" do nuxilio n seus p:lis, num edificnnte exemplo de solidruiedade naluto.pelo g.:Ulhnpdo di6.rio (LLMA, 1943, in KRAMER, 1987, p. 62).

Em vista do discurso nqui citado presumo-se que n"queia epoca 0 que em bom pam a

mu;1i.o em born para todas :lS crian~1s e suas familias, e que 0 trnbalho infnntil ncei10 eOI11

natumlidadc, uma vez que as crianc;as estavam particip:mdo do. criac;ao de lima na~ao que

caminhnvn p-,m a industrializn~10.

POlleo se fez no sentido de 1l111dan~ nos parfunetros de ntendimento :to ensioo pre -

eseol:u, e 0 que se viu roi uma sucess:\o de medidas interdependentes Oll sobrepostas em

difcrentes ministerios dos gove.rn05 republicanos visnndo minimizar os problemas cUts

familias quanta it nssistencia medica e alimentar dos mcnorcs de zero a seis an05.

Page 25: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

24

As mudnnty3s observndas cnvolveram a assistc:ncia medica, a qu:ti [oi organizada

pclo Ministerio da Sa(lde, que CriOlI os Postes de Puericultura que orientavam macs quante ao

nleitamento e habitos de higicnc. A preocupac;.ti.o com as aspectos cultumis pollC,Q se rcvelou

nas diferentes tcntntivas de urn progrnm:t educacional pnrn esta fnixtl. etnria ..

lsso nao significa que nada tcnha side feite, pcJo contrario, diferentes instituicroes

buscarnm alcanc;ar essas crianyas em sun totalidadc, mas 0 que se reveloll, no cntallto, foi 0

carnler compensat6rio do atcildimento.

E assim, nllmn sucessao de medidas, cada setor do governo construiu sua pr6pria

polilicn e nenhuma integmyao se revelou.

Cita-se ab:lixo alguns orgaos assistencinis e program as que foram criados pam as

criany.,1.s em diferentes per1odos da Hist6ria do Brasil, alguns dos quais ainda subsistent, e

outros mais recentes que C'stdo sendo aperfeilYoados.

DCllnrtnmento Nncional dn Criotnf;3 - vinculado ao Ministerio dOl Sa(lde, edestinado a coordennr ns atividades nncionais, sendo implanmdo em 1940.

Servif;o dc As~jstcncia n Mcnores - ligado 010 Ministerio cia Justic;:a pJm

atende-.r n ab.1ndonados e delinqOentes.

Orgnniznf;iio Mundinl tin Etluc~u;ao Pre - Escolnr (OMPE) - de inicintivu

privnda. iniciOldn em 1952. atun ate hoje no Brasil.

Coordcnnf;Ho de[duca~i\o Pre - Escolnr - implantndo em 1975 e ligndo 010

Ministerio de Educ:wao e Cui tum, a qunl ate hoje centraiiz3 e dinnmiza as atividades

desenvolvidas nas Secretnrias Estnduais e Municipais de Educ:II;i"io.

LBA - Projeto Casulo - criado pela D. Darcy Vargas, convocava a sociednde

brosileim a buscar esforc;os p<1m promover a assisl.?ncia its maes e as crianc;as enrentes dus

cidadcs brnsileiTils. Foi um papel 3ssumido por muitos anos pelos governos que se seguimm e

Page 26: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

25

que nao sobreviveu it faltn de recursos e dificuldades administrntivas. Era mais assistcncial do

que cultural, e preocupava-se com 0 uspecto nutricional dns crianrras, sendo tnmbem voltado

P.ln1 fI recrea950.

Hoje em din a Jegisla9L'io se apresenta tendo pam a cri:l.Ilp 3 prioridnde absolutn no

atendimento as suns necessidades basica.s, e t:\Oto 0 govemo quante as instituiyeies privndas

oferecem em todD 0 pais programas de protec;uo:i inffinciu. A Boisa Familia, para familias de

baixa renda, condiciona 0 recebimento do direito a matricula dns crian~s na escola; 113 "'rea

instilucional, a Pastoral d" Criflllr;.<t, entre Olltrns, faz um trnhnlho semelhante. com

colaborndores em todo 0 p.1is, numa inicintiva da igreja cntoiicn, a qual conta com 0 tmbalho

voluntnrio de 120 mil pessoas dns comunidades bmsileirns que lutam contro a desnutric;ao

infnntil. Tnmbem existe 0 comb.1te a explorn~ao do tTabalho do menor, visto que hoje

considern-se a escolaridade em primeiro lugar, e que il infancia n;lo pode ser lIlll perfodo onde

o trnb:tlho se sobreponha a formn~i!.o intelectual do individuo, pnra que este na vida adu1tn nuo

venha a sofrer as discrimina~Oes que a baixa escolarid:tde traz no mercado de trab..llho.

Algumas orW1niz..'l~oes internacionais tambem se preOCllp;1m com a integridade das

criam;ns, nos p3ises em desellvolvimento, buscnm promover a inclus30 social e inte1ectual das

crianc,::ls em silllac;lio de risco, expostns a violencia urbana ou em situa~ao de pobreza,

principJimente nas grnndes cidades., tilis como a:

UNICEF - E um bmc;o dn ONU diretamente vohado P.1ro 3tendimento a

intuncin e visa sobretudo a melhoria do. qunlidnde de vidn dos menores, visando umn

mat uri dade mais com piela e, em conseqOi?ncia melhor desenvolvimento econ6mico e social

da comunidade em que vivem.

Quanto ao modele de atendimento prestado :1.Scrinnc;ns nos diferentes paises, a

UNICEF deixa n criterio de cada urn 0 reconhecimento de suns necessidades. 0 Brasil investe

Page 27: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

em progmmns que lev:lm :\ integrnyilo do. crianyn rom a(t8es comunitArias e de prolc<;:lo contrrt

n violencia.

Neill sempre 0 atendimento infnntil no Bmsil sc deu de forma satisfut6rin, aindn

existem supostns creches que s<"lo verdadeiros depOsitos de cri(\n~as. fUllcionando

cillndestin:unente. e dand nos l11enon::satendimcntos considerados bas.icos e nao voltndQs ~

fOflllnC;iio educacioll.itl.

A falta de integrn9iio entre os projetos e reconhecicinmente 0 motivo de tnntn

denoll1inny~o, 3lc\m de que ninguem se responsabiliza pelos pmgramas. nos quais 0 suceS50 de

U1IS C 0 fmcnsso de outros siIo vistos com n mesrna \iisIio. 15so tcnde n diminuir porque n partir

de. 1990. com n h0l11o1ognc;a:odo Estmuto da Crianc;.n e d Adolesc,entt\( ECA fbi estipuindn

a obrigutoriedade da crinc;.ii.o des Conselhos Tutelnres e os Cons Ihos de Direitos das CriIHH(1lS

e Adolescellies, enda mIl ddes com :llribuiy{ies especifieas em reltH;llo 30 :ttendimento dns

crianc;.as.

A hom lognt;.10 da onstituiy.:l0 Fedeml em 1988. ft regu1omentncllo do o.rtigo 27.

que originol! Estntuto da Crian9n c do Adoiescentc, obrignrnm que todo~ m municipios d~

Bmsii criassem sellS Conselhos de Dire:itos de Defcsa dns riancns e Adolescentes e

COllselho!' Tutdarcs. cada qual com a.lribllj~nes pr6prias n 0 mendimcnto ,\05 l11enOI~S.

Conselhos de Direitos tins CrinIH"l1S e Adolescente.s - A Constiluiyfto Federol

hOl1lolognda ('Ill 1988, no sell artigo 227. preconiza como rX\'er do Estado n sarnntin de todos

05 dirdtos individunis as crianr;.as, como cidadftos, atribuindo It familia, n ~ociedude t: 30

ESlrtdo 0 dever de nssegurn~l s com priorid!lde nbsoluti.l. sal"nguardando~~s de todn a especie

de neglig2ncia. discrimina\~io, explofn!'.fuo. viol~n(:ia, cmeldade e opreSStl0. Em 1990 [oi

S!lIlcionndn n Lei que rcguiamentou 0 artig.o 227,05 direitos dns crianvus, "Lei 8069, de 13 de

julho de 1 90. Estntuto dn Cri:'lnr;.a e do Ad lcscente E A". NesSl.1. legisln~10, no nrtigo 88,

Page 28: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

27

1'oi previstn:l obrigatoriedndc da fonna<;ato dos COllselhos de Defcsa dos. Direitos cbs crianyns

e dos adole3cel1te,~ em todos as municipios do Brasil, com camkr consulti,' . dclil>cmtivo e

fiscalizndor dns politicfts voltndas para as criatu;.ns e os Jdoiescente.s. deve-ndo seT fonn:tdos

por representllntes do governo e da so(',iedade, c,otlstituidos par conselheiros indicados pdos

orglios p(,blicos e entidndes organizad!\!S, de [amU!. I aritfuin c.om 0 intuito de aCQlher U!l.

suge.stoes vindets do damor de tII11 pove orgnnizado, e gar;mtir ~1 execuc.;ao das Politicas

Publicas em beneficio da priori dade absoluta d1Ma no Art...J.oi< do ECA. que e n e.fcliviWilo dos

direitos dus c.ri:mvils. EIll !livel nnciollnl, os C()Ilselhos Tutelares e d~ Direito de c..'\da

municipio sao subordinados ao onse-Iho National dn Crian~-a e do Adolesccnte, CONANDA

vi.lMinisH!rio dn Jusliyc'l.

Dlmmte n nprescl1tuc;ao dos projetos dcstinndos n infdncitt, citndos em Kromer

1987), :tparece n preocup:lyno de que os prnjeto..'S JXlrtem de cima pam ba.ixo e que ns

necessidades dn.5 omunic1.1cies n1\o sAo ouvidns,

Dessn fortna, cria-se limn po1itica que igunla as crinnc;:."\Speln perspectivn dns c1nsscs

dominnntes e ns nc;Ocscontemplam t(){insas crinnc;..'\sde UlIl mcsm ponto de vista, procumndo

compensar ilS fnhas do ponto de vista lIutritional. emocionnl c soc.inl. As. expe.ricncias vivida!;

pelas criall9as em S~lI Il1cio nao sao cons.idernd:ts, 0 qlle diminllcm ns possibilidades de

suce-sso nn liren c.ulnmll.

Esse ponto de vista esta mudtmdo (.~om !J .ltll:ty,lo dos CQJlselhos de Oircito. se·ms

conselheiros s!\o as represe.n1ant¢s da vontade popular e em ncuo conjunt:t procurnm mender

as necessidndes con[onne lima vi~io critic..1. de cadn loc.nlidade.

Como ja vimos, as :ttividndes voltn.das p:tril 6 triant;ns de zero n seis ;1I10S no Bmsil

existem e fomtn organizadas em todos os perJodos hist6rico5. No entanto, :lindtl :mbsistem os

mesmos va]ores que. d50 no Rrendimento. primcim infiincia mna carateristica compens.1t6ria,

Page 29: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

28

quer sobre as diferenyas soci(lis que n1'l.0 oferecem oportunidades iguais, qucr sobre a

ClllP.1bilidnd~ dns fnmilia:s que suposramente na Sllprem as nec.cssidade.s basic(ts dns c.rinn~~ns

e ;'IS d.:-i:<:m1de5ampamdas. 'e tjearn df;:$l.mp..1md.1!1. ItS crinnc;.as p.'lssam par duas eSpCcies de

mortificnt;'.ao, uma interna e outm extcma: A inte-rnn e veiculada peln f;'l[tn de vnlores

fnmili3r~s e sociais e elas ficam a mert:e da faltn de limites. de perspectivas e SlUeitos a

gmndes perigos oferecidos pela vida no. rue.. A cutm mortitica~'io e a cxiem:t, na qual :1$

criatu;ns 5410 privadns dn alimentar;uo, 5cndo expostns aDs mallS tratos que 0 orpo de criam;a

."i tendo ao longo da vida. Sao cic.'1triz~s CQncretas do dia n dia, quundo e.stao scm n

orienta~?h') nccl?ssaria p..lr.1 sua fOflnay50. Par i550 0 trnbnlho tCI1'1que ser pre\lenti\'o e nno

t'urativo.

As aques que it socied'\de realiza mostram que n mesma 5e preocup ..1. com n condiyao

inrnntil e que at;:Ocs \'olunuirins c solidftrias ot'ercccm oportunidades. Mns que, ao mesmo

tempo em que tentam oferccer condi((t}es de atendimento, as in:stituiCOes cnfrcntam

dificllldadcs de todns as especies.. print'ip.1hm'.nle fimmccims. Nao conseguindo tnnnter-se. 8:.10

elcl1lems ou J1ludnm de objetivo no decomr do processo.

Outm idein que Kromer (1987) apre.sentn e t-\ .sua preocup:u;iio ("·Olll n superpo!liq.lo

de dc.cisue.s sobrc lim mesilla problema por diferentes instihli9i}es. Pl.!llsa-se que seriu mais

bern atingido 0 objetivo se lim poder centrnli7..:."ldor. composto por governo e. 5.0cicdilde.

pudessem vallnr sell olhar pam todos os aspec.to$: sa6de, nut.riyito. recreily.10. c ~ducnc;:uo.

Outm i(h~ia e 3. de que a crinnq.n cleve ser prep."rnda pam 0 futuro e as diferell«Us

soc.i:lis entre a c1asse. m&iia, que tem wn born vocnbulario que pode:se exprcssM l11elhor t! ler

nce~SQ maior :i infornuWi"io. dcvem ser slipridas peln edtlc:1~ito pr - e..sco1:IJ. Em todo 0 sell

estudo Kmmer (1987 comenla que 0 Ensino Pre - esc lar eo, importante e que neste l>eriodo da

Page 30: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

29

vida. humana poctcm ser desenvolvidas um grande numcro de hahilidades que facilitnrao 0

sucesso escolar nilS series do Ensino Fundamental

As pre-escolas, considemdas como direito constitucional as crialwas de 0 a seis

:mos, precisam ser operncionalizndas por pessoas especiaiiznctas e com disclirso e atitudes

voltndos p.1ra a fonnac;;1o diversificada, com projetos pr6prios que descnmcterizem 0 caniter

compensat6rio c que tragam a educa~aocomo urn direito de todas as criall~s,

Crian.yas que possam acreditn.r no tralxtlho de sellS educadorcs e que sinlam a

importt\ncia que h!n1 como cidadaos, nCSSil fase dOl existcncia, afinal nenhum adulto deixou de

cLJlllprir cada lima dessas fases. e se notamos as dificuldndes e as consideramos problemas,

precisamos contribuir no sentido de soluciomi-Ias.

Segundo Barreto

o pr6prio e5fo~0 de nn~lisi'lf n situ~c<'iodn educalYi\o infanlil no Brnsil, tmz-110S um(l const3t3t;:lo que se impck como um desufio. Tmta-se dapr~ricdade d:tS infonna¢es sobre creches e pre e5colas. As infonn3t;6esdi5ponivcis s30 incompletns e desntunliUl.dns, htwendo cvidencia de que umIlluncro rru:oitvel de estnbelecimentos funcionn scm qunlqucr registro junto:\$ ndministrl1t;()es eduenciol1nis au qualquer outm insttinein go\'cmament.'11.Varios cstudos recctltes, apont3ltl para;1 e,xistencia de pre-escolns ch:l.Inndn.spopulnrc:s all cOlllunitari:l$. I1~Oincluidns nos levunt:lInentos oficiais. alcm de11m sistema de creches direfus au cOt1vcniadns. grande parte sob a jurisdir;.aadns in~!-!neias as.sistencinis (BARRETO. 1995, p.9).

Aindn estn mesma alltOTll conclui que 05 dados mais completos sobre 0 nlendimento

.socio-educativo OS cri"nc;us de zero a seis allos sao os levnntamentos do Instituto Bmsileiro de

Geogmfia e Estatistica, lBGE, nil Pesquisa de Sallde e NutJi~o (PSN) de 1989. Segundo esta

pesquisa, 16,9% das crianc;.as l11enores de sete allos freqUentavam nlguma creche ou pre-escola

naquele nno.

Ap6s a promulg;u;.ao da Constituicao de 1988, a qual, no nrtigo 208, inciso VI

reconheceu a criat1(;a pequena 0 direito a educa~fio em creches e pre~escolas, outros questDes

Page 31: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

30

forom sendo levnntadas, sobretudo as discuss6es sabre ns consequencias dus novas

djsposi~Oes constitucionais, a partir dn quest;lo conceitutll.

PrOCUfOlHie detinir exatamente n denomina950 de creche e pre-escola em lodos as

aspectos especificos pora c.1da modalidode.

Pam Campos,(1995) se nos reportarmos its necessid:ldes da clientela, pam. que se

fhem as objetivos deste atendimento e se definam as modalidades que ele pode nssumir,

teremos de considerar alguns pontcs, destacando:

- qunlquer aitemnliv:t de ntendimento ;:\crinll'Y:t pequeno. cslnni intervindot~UltOna simac-m dn crinnltn como tambem naquc1a da fn.lllili:t e, maisespeciahnente, dl'l m5e dada ;i estreit:l depcndencin que :l crinn~ pequenn.gU3rda com relru;.i'ionos cuidados do ndulto;- as :trr.lfljos domesticos e as consequentes necessid3des de servi<;:os:l\tem3tivos de educ."l<;:aoe gU3rdll da criall<;:av:ll'i:llll enOllncmente confollllea regiao, J. localizn<;:ao urbana Oll rural, a situ1!y<lode emprcgo dos p:tis, <Icomposir;d:o dn familia e J.s5im por diante;• :Ipesnr des!.."\divcr!<iidadee do fnto de as peculiarid:\dcs de cadl]. faixn. etnriase expre"SS3l'cmde fonna difcrente confonnc 0 contexto, ex.istem :tlgumasc:lrnctenstic(ls do. fuixn de 0 n 6 nno~ que podcm scr collsiderndos comuns nlodns ilS cn:tIl<;:3!: p:'l.r:t as cnam;as Illais novas as troc:!S ofetiv:., 0desenvoivimento fisico e ° cognitivo esl30 intimnmente ligados; confonnenos aproxilmllllos da faixa de 5 :l 6 :lno! as ntividades mais especializadns,que requerem atcn<;:50e concentm~'o. lomam·se ntio s6 mOllS vi3veis comorespondem a interesses e cunosidadcs da pr6prin crial1y:t (CAMPOS, 1995,p.I05).

Vemos, que flU conceitua~'o de creche e pre escola. varios elementos sao

considerados:

_ objetivos de eduatyao, gu:uda e assi5t~ncia;

_ Cnrncteristicas diversas da5 faixas eHirias compreendidils de 0 a 6 anos~

_ Nccessidades especificns de clientelas diversificadas;

_ Vinculnyao ill5titucional a 6rgiios de hem eslar ou educaC;ao;

_ Periodo de funciol1.1memo parcial ou integral

_ Qua.lifica9ilo do pessoal.

Page 32: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

31

Hoje snbe-se que a necessidade das famHias e muito maior e que os dados estntisticos

ninda continuam demostmndo a nccessidade de melher atendimento a essn fnixa eturia,

especiaimcnte quando se consider:l que as crian~ns de inmilias de rendn mais b:tixa cstl\o

tendo oportunidadcs muito me-nares que as de nivel socio-cconomico mnis clevado. 0 que 6

demonstrado public.1mente pelos meios de comunicac;30 quando noticiam e mostmm 0

sofrimento dos familiares de criany3s acampadas por dins a fio nos portOes de creches em

busea de V:lgas.

Page 33: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

32

4 A SEPARA(:AO ENTRE A MAE E A CRJAN(:A NO MOMENTO DO

INGRESSO NA INSTITUI(:AO DE ENSINO PRE-ESCOLAR.

No nascimento. a primeira ruptura sentida pela crian~a e 0 corte do cordao

umbilical, onde ocorre a primcirn "separac;iio" entre mac e filho. e este corte e apenas

o inicio de lima longa jomada. Apesar de ainda depender da protcc;ao da mae, a crianC;3

passa a respirar, e viver num ambiente que nao e mais restrito como cstava acostumada

3nteriormcntc. Sendo assim. desde 0 inicio da vida dos pequenos, as pais devem

permitir que:1 relac;ao entre eles se faya de mane ira saudavel. para que se descnvolvam

fisica e emocionalmente bem.

o estudo das emo<;oes e urn processo muito importante e complexo da

psicologia para se compreender as dinamicas do comportarnento humane em seu

aspecto global.

Con forme Winnicott (200 I) Nos prirneiros meses de vida, a mae represcnta

urn papeJ l11uitoirnportante na fonnayrto da aprendizagem do bebe. A nfetividade e a

mais importante experiencia que pode ser reconhecida pelo bebe ate os tn?s mcses de

vida. A ternurn da mae ofereee ao filho urna garna de experic3ncias vitais, as quais sao

determinadas pela atitude afetiva trocada entre des. Tambem as crianr;.as percebem as

manifestayl'ics de afetividade muito mais do que um adulto, por isso, qunndo no

momento de optar por uma volta ao mundo do trabalho e deixar seu ftlho muito

pequeno aos cllidados de OlitroS. a decisao precisarn ser muito bem pcnsada, porque a

emor;.aodeste afilstamento padem C3tlSarrea~es adversas nas CrianY8s.

Page 34: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

33

Correlacionando 0 tema da emOC;MOC·OIlla e.SCObl, todos os seres hlilnanos

posslIcm l11ecios, $em quuiquer razao 16gica e que se manifestam d diversas 1'orm35.

Enrrctanto. quando as crinn<;as ingressam nu E~cola matemaL e comum que os adultos

nJo deem muitn importAncia parn ns rea~.Qes adversas que sLlrgem com a separtu;ilo de

sellS pais. par Il1Jis momemftneas que elas sejam. Essas rCiu;oes a uma nova renlidade

silo e:xperi~ncias que devem ser considerndas. algumas silo PJssagl~iras. porem olltras.

demornm mais pam desaparecer. Quando s manifestam, alguns pais l1~ioconseguem

compreender a rowo e l11uitas vczes as ignornm. mas n maioria deles conseguc com

carillho e dedicil\ii1ofazer com que sellS mhos sllpercm 0 medo e adquimm A scguI1lI1!;a

necessaria pam encontrarem 0 equilibrio pcssoal.

'ada criulWH nece.ssita semir que e nmadu e accita pm outros, 0 que se refit."te

em sell nivel de nuto- e til11a e em todos os aspectos de sua vidn. Sentimentos

positivQS sobre 5i m~smn desenvolvem-se em grande parte n partir das mnizades e

expc:ri~llcias de relacionamento em sua vida. tsis como sus f~·lJnili8.amigos_ vizinhos e

professores. H sentimcntos Ilegativos tendem a se desenvolver quando a insegLlrnn<;n

tama conta dos pensumentos inrnntis. Em reia930 a e'.ssas sensac;oes. a crinm;a quandQ

senfe qlJC esm ame.ac;.ada passn a apresentar sintomas dt: agressividade e toma atitudes

que tU10 s~o nOflno.is em outras situ:1<;oescomo: descolltrole los esfincteres. hai'o

apetite. chore. isolumento c olltros~ as quais selllpre causftlll constrangimentos pam as

SSOBS que estAo envolvidas com cln.

Rop"ppor! (2001, p.SI , r.florindo-se ao ingresso e adapta<;l!o do, lx,bes em

creches. citn que dais instnllnentos foram de·scnvolvidos com 0 objetivo de exnminar

Page 35: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

34

indicadores de udnptoc;.ao 9. primeirn creche. Um deles e a escala de ad. pt9yilO de

Varin. Croglloia, Molinn c Ripamonti (1996) que se constitui IlUIll interessant.e

instrumento que tl\lalia sete conjuntos de indicndore de mCi adaptnQiio In Crinnjf8 no

cont~xto da creche, a saber:

Pobreut no brinquedo e na oomunic89110 da criam;a com adultos e·JhUX"S.com bnixtl expn:uAo d(;) $elltimenlOi posiriv s c pequeno intereMe !las<'tti \,idudes dn e_r~he:2. Sofrimenro I~a sepam~o do objeto de apego. 0 que tmnoem estcvt'relaciollndo COIll a necC1$idnd(~ f.cral de cstnbilidade e bnixtl toiernnc,ia nmtidall~M:3. Rc.ay&:s tV:tre,.sivl1s -om outrns cri.,nyas e educadoms, com atividademotam ~ brinqm'do simb6lico (',Q1lIconttllido dcstmtiYo. belli como baixQ gmude aut(X:Olltroie-:-I. Difieuldade geTi'll dunmte 0 reenCOlllro com os p:;:i1 i.'llvol\-endo

cOlllpOrmmt'llto cvihltivo (" resistcllte:5. Bfiixt\ tolerdncil1 • frustmydo C 0 estresse. b:tix:!. resiliC-nci::t1. edificuldtule em ser confol1ndo:6. Ele\·:!.dn :tll$ie(hldc de separt\<;:l'Io e.x.presS:t ~lQS camport:'IInentos de~a.rrnr-se t\os pais durante <t sep:arnr;llo matinal, ('hOI','f c protestm:

Recust1 :\0 grupo d:t creche. :\Ssoei do a hostilidllde com :tS rotin<15dl!cnx:hc, brincnndo s(})nentc com sellS pr6prios hrinqlll~OJ em pndrtk:s<.5Ierootil"do. (VARIN, CROGNOLA. MOUNA e R1PAMONTI(199 ,apud RAPAI'PORT,2001).

Ainda seguindo a Jiterntllra acima indicad8~ citamos 0 segundo instrumento

que foi desenvolvido por Fein, Gnriboldi e Boni CapudRapHpport, _00 I pm observar

a ndaptu~ao de belles e crianc;,;tspequenas ;i creche, ne qual cadn um dos segllintes

comportam~l1tos e codifkad I1UI11Uescal'l de freqOencin:

I. Interesse n s brinque los e 110 8mbiellte

2. Intera~t\o com p~re.s

3. Tntera\ilo com adultos

.\. A feto negati vo

Page 36: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

35

5. Afeto positivo

As duas escaias se completmn e permitem nos educadores observarem

detalhadamente as reac;l5es das crianvus que iniciam na creche.

As crianC;3s lTIuito pequenus. no primeiro ana de vida, requerem cuidados

especiais e reagem mllito rapidamente as mlldan9as que OCOffem Ii sua volta. Elas silo

!TIliito sensiveis as mudanc;as ambientais. mesmo que nila ciltendam 0 que 0 adulto

esteja falando. Bias sentem as vibrac;Oesdo ambiente e rcngcm de forma positiva OLI

negativa, confonne sua sensibilidade passa perceber.

Muitas vezes esses peque.ninos sao negligenciados em suas reac;oes, porque

algumas delas nila C311sam problemas, podendo ser avaliados como bem adaptados.

Alguns psicologos, no cntanto, nf'io hesitam em aflrmur que podcm Qcorrer regressoes

que sao scntidas no ambiente familiar, ref-erindo~seaos acessos de raiv8, aos

problemas de sana e de alimenta9ao.

Todavja. 0 pnnomma :'lPOSlima ana de vidn varia muito, nao so de limacri~ny~ pam outra como trunbem em se tmtando de IImt!. mesm(t crinny:l.Muito lIonnalmcntc um gr<lU de illdependcncia pode ief diversas vczesconquistodo, perdido c nOV3Inentc conquistndo; e bnstante eomum que um;'!eri:tn~a reiorne :i. depcndeneia, tendo j3 sido dcvcnu independe:nte com urnano... Mas a integro~30 e :dgo que pode desenvolver~se pouco a poueo emumn erianya (WINNICOlT, 2001, p. 6).

De uma maneim geral, e simples imaginar que 0 lugar da crian~a e no 5eio fnmiliar e

que toda a dedica((do do tempo dos pJis destinndo ao seu conforto e bem estar, infelizmente

nao e :t realidade da maioria dos i;ues. Gernlmente os pais precisam sair e buscar no mercado

] Car~ctcri~ticJ. mcclnic.t que define ~ resiitcnci~ de um nmterin! 1110 choque.( LAROUSSE, 19SII, p. 5112,V.

Page 37: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

36

de tmbalho as condic;:ck5 necessarins p.,ra 0 sustento do InT. Em outros situac;oes, pode seT que

a mac seja a provedoru, e assim tambCm vai necessitnr de apoio para 0 cuidado do pequeno

que deixan'l aDs cuidados de outrem 11" Escola Maternal.

E comprovado que a separB9iio dus crian93S dos sells pais causa ansiedade nas crian93s

pequcnos, pois elas scntcm falta do aconchego do lar e das condi9l>es ambientais que

erOm oferecidas no ambiente familiar. A ansiedade e uma manifesta.;ao comum das

emo9lies humanas. tendo a caracteristica de se.r lim sinal de ulerta que nos coloea em

posi9ao de deresa contra 0 dcsconhecido. Mas tambem pode ser urn problema

patol6gico quando nao conseguimos nos dcsvencilhar deste estodo emocional mesmo

depois de nac estannos mais em sitliacyAo de alerla. A tens~o emocional que advem da

nnsiedade descontrolada e prejudicial.

De acordo com Kaplan e Sadock (1995, in CEMEI Cantiga de Rod., 2005) "a

ansiedade pam as crianY:8s. assim como nos adultos. e urn sentimento desagradaveJ

de-rivado de uma ameay:a potencial ou real, iminentc au remota" As crianc;:as par n~o

se conhecerem tao bem como os adllitos se conhecem. podem 1180 saber descrever esse

sCl1timento ou podem nem mesmo identificar que existe algo errodo. podendo apenas

ser verificado par quem convive com elas atrnves das alternc;:<"ies do comportnmento da

crian<;8.

Porem, as novas propostas de trabalho exigem dos profissiollais da educ3.C;:fl.oe da

comllnidade em gem!, olha-Ias por um novo lingulo: como individuo com direito a

uma posic;:ao adequada e de lima boa integnH;iio social. Especiaimente quando as leis

detenninam, edllcar e cuidar dn crinny:u de zero a seis anos, abre-se um leque fantastico

25).Di!:~sc d3. C.lPJcidllde do individuo de rctorrmr 3. oondiyIo anterior depois de rofrcr um :!ohllo emocional

Page 38: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

37

sabre 0 universo das possibilidades que a crian~a de zero a tres 31105 e capaz e que ja ereconhecida pela comunidade cientifica fora do pais (BARRETO, 1995).

As erian<;.s de zero a doze meses de idade, alvos des!. pesquisa, tomb"m sao

submetidas a situa<;:Ocsde ansiedade. angustia e estresse. as sinais sao: expressOes

corporais negativas como chorar. choramingar. expressl5es faeinis de medo, cclera,

tristeL1, inibic;ao comportamentai e ate adoecimento.

4.1 0 PROCESSO DE ADAPTACAO A CRECHE

A reac;ao da crianc;a e da figura materna no momento de deixar a crianC;3 na creche

sempre sera lim ata de separn<;:l'ioe, portanto, serci para ambos lim momento

emocionalmente estressnntc. Porcm. nno tendo alternativ8, a adaptac;llo :i situac;uo e a

forma racional de resolver esse impasse. No estudo cirndo no texto de Rapapport

(200 I), foram realizadas observac;5es que pennitiram concluir que as separa<;oes

matinais das crian<;as de sell pai Ollde sua mae constituiam-se num processo complexo

e longo, e que apesar de as crian<;as cstarem freqlientando a creche h:i algum tempo as

reac;5es Ii separa<;ilocontinuav::un fortes. Em muitos casas, puderam observar que a

momento da separac;lio constituia-se de duas fases: a fase em que a crianc;a ern deixada

na creche e a fase da i.ldaptac;ilo,desde a saida do pailmae ate a criunc;a ter 0 nivel de

atuac;~o csperado para a sua idadc.

Page 39: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

38

Enquanto 0 csquemn do di::l,m.'lcreche, concentr:t-sc 11.:1.an:Uisc do scgmenlode \lid" dOlinstituic;lfo, inicin-se 3 reflexiio sobre :lS primC'irns experi~nciM dncri411~ann creche, desenvolviclo. em uma mnpln problclluiticn que se reft.-re atada a fnse da n.daptm;:Io. Logo se evidencia que, esla fase e bem mnis amplaque ados primeiros dias de freqiiencia e :tpresenta as vftritt faces dn relal;50d:t co:tllt;.a COIll a figura familiar que n levn ate :'t creche. da relm;ao com asfigums que :t aoolhcm e que entrrun poT sua vez., em umil rei:'u;:'fomuilocomple..x3.com as figuras famili:.lfcs; e :linda da rclacilo com 0 runbicnte dOlcreche e COlli as oulmS criruu;:u (BONDIOLl, 1998, pA3)

A primeira [flse da separnc;il.o, 110homrio da chegada na creche,

diariamente repoe a Situ8C;80 de separacruo linser<;ao~em seguida vern 8 fase de

adapl3c;ao onde 0 relacionamento com 05 profissionais e outras crianc;as repoem a

condiy.10 da sociabilidade e que mcsmo as criam;as pcquenas ti!m a capacidade de

desenvolver.

As crianc;as sao capazes de constmir relm;oes significativas com figuras diferentes da

materna, articulalldo uma serie de reia90es que compreendem tanto Q apcgo aos pais,

quanta uma rela<;ao de afeto e familiaridade com as educadores. as comportamentos

sociais aparecem diferenciados, de acordo com as pcssoas as quais se referem. sem

nenhuma confusao. evidenciando ate uma capacidade precoce de intera9ao da crianc;a

nos momentos, como 0 da chegada na creche de manhu.

o sucC'no dCHeSmomentos requer, por I'lrte dos plis, e dos educ.ldores. comocornlX'tencia profissiomtl. urn! ool.lborlyao comunic!tiva e uml atenvlo que provemdo compommcnto d. crillny." nl identific3yio dOl tempos c da dir~o de ilialtcnc;lo, nl JXlsll8cm cotidilln3 do lunbiente f'l\miliar ao :tmbicnte de creche(BONDIOLl, 1998, p, 145)

Page 40: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

39

4.2 A ESCOLHA DA CRECHE

A escolha de uma creche para deixur 0 filho pequenino e Dutro problema com

que os pais se deparam. mas se forem obscrvados alguns pequcnos detalhes, os

mesmos serito felizes na escolha. Dentre eles. e preciso que se tcnha boa referencia do

espacyo a ser escolhido. Tambem e indicado fazer uma visita ao local, observar as

criancras e !lotar se estil.o aiegres, ntivas e comunicativas naqucie espayo. E preciso

ainda vcr os brinquedos e os jogos educativos ali existentes. Orienta-se ainda vcr se 0

ambicnte e agradavel, higicnico, seguro, indagar sabre a fOfm8yuo dos educadores e se

os mesmos estilo prcparados pam a fnixa etaria. Sugere-se ainda conhecer a filosofia

da Escola e a proposla pedagogica da Instituil'~o}

Segundo a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social de Curitiba, a

creche adequuda

... scm aquela que conseguir ofcrecer 0 calor 3fetivo que a mrieestnri3 3pta i'l ofenx:er, scm aquel3 que acrcsccntur 35 suas respotlSllbilidadesde protey;10 dOls.,{lde fisica, lis de preservay.:~o e estimul:u;ao dn s;uide mcntlllc i§so e..'Xigc cuid"do t!lnto na crim;:do de um ambiente fisico i'lpropriado eespecifico, do :unbiente ruetivo·socii'll, ger.'ldo por rcla(fOes humanas boos eS.3udavcis, que cstimulem 3. enall(f3 a crCiCcr, oferecendo situiJ;;OCs desucesso " fim de que 013 possa continuM crescendo de fonna mlturnl, segurnc feliz(SECRETARIA MUNICIPAL de DESENVOLVIMENTOSOCIAL de CURITlBA, 1986, upud SILVA, 2002, p.103)

o discliTSOaqui apresentado apresenta algumas dicotomias no que se refere :l

operacionaliza~o do trabalho das atendentes. no quesito afetividade que ele propoe

ser idcntico ao da pr6pria tmle. Winnicott (2001, p 6). faz uma importanle referencia it

lAs sUSCJlOes "'qui detCritllscomo rc:f~ncia P;UIlIl~Ihi\ da etCola foram mcontradu no cnC!ne Pais eFilllOS, d3. Serie Vida Modern3, publicado em 1210911005, reb G:lzeta do Povo.

Page 41: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

40

tigurn mat.erna quando diz: "c a m?ie cia crianc;.a que costuma ser a pessoa mois

qualificadn a desempenhar csts t refit sumamente delicftda e constnnte~ e a pessoas

mais adeqllada~ pois e eln que, com maior probabilidade. entregnr-se-a de modo mais

natunll e dC\iberado a causa da crjat;~Odo filho"

Saoo-se que durante 0 periodo os 'olar.s educadoms tem que se les lobmr pam

atende.r as ne.cessidadcs dos pequcnos e que atcndem "arias crianY3s. as quuis

solicitum a at~n9iJo das mesmas 0 tempo todo. Isso nao e obm dc. um (mico educadoL

mRS e tlm<;.~io tfpiCH do grupo e: tmbalho. que organiza a pratica cotidianu, com

conhccimentos e:ntitudes operatives compartilhados por todos. com base nos quais se

constr i tim verdadeiro projeto educacional.

Segund Bondioli (1998, p. 149 "devem ser reconhecidos alguns direitos

fundamentais 3S crian9us que freq1ienr81l1a creche: tl de serem hltelados. com grande

arel1(,":aoeducacional e com eficklcia org. !liza-ciQnal". As crinnyas, tem direito de viYer

e, pcriencias pmzerosus.

o puro e :timpies 3udrullcnt de mml "rcell'" ahsolutnllIentc. nt'to gemcOlldi¢es d~~Oelll cst!\[ pltnl as C'.rinnya3devido a inevit3\'cl prioridnde dnse.~g.~nci:ts puram~l1te org:mimcionnis do. instihli\.!o OUt 110maximo. genta1f!.IUlW cOlldilj.Oc.s~~ific~'U l:i onde. peJo oo.nt.n.\rio. devCIIl ser g.amntidnspara toda.s ;\$ Cri:Ul~1, e ('m todos os momentos. A llIedida d1\ t~fidciaeduc.<tcionnl. como p!IDl 1000$ ~ outros '13pecIOs.. e romee.ida pelo pndrJoqtHl.litntivo que se alcanya. somente atrnves de umn sc\'e:m defini~tlo coleti\'ndos objct1Yos e d.'lS priorid:!.dl.".!. n serem perseguidllS. lBONDIOLl, 1998,1'.14 ).

Pel as C)uestlSes acima expostas e preferivel que os bcbes! me-smo os mais

pcqueninos. fiquem nos cuidados de espccialisrns durante 0 periodo do dia que ns mites

Page 42: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

41

vOo ao trabalho. Elas terJo atenyao dirigida e estari'io sendo motivadas desde a tenrn

idade a pnrticipar de atividadcs em grupo ease comunicar com outrns crian93s.

Como ja comentamos anterionnente, 0 descnvolvimento de lima c.ria1l1t3que

estil na creche e destacadamente maior do que aquela que fica sabre os cuidados de

babas, em cas•. Para Bondioli (I 998), os resultados sfio encorajadores, principaimeille

para as crial1(;as que freqOentam a creche. e as suns fumilias tem urn envolvimc.nto

alivo com a instituic;Sio, assim como elas apresentam prontidao para 0 desenvolvimcnto

das potencialidHdes tanto cognitiv3S como de sociabilidade.

As escolas se estruturaram para 0 atendimento infnntiJ e modernamente

trabalham por projetos, adaptados iI idade eronologica de cada erian,a. A oPl'ao por

este tipo de trabalho justitica-se pelo fato de permitir uma maior aproximac;ao da

estrutura do pensamcnto da crianc;a. possibilitando 0 estabelecimento de relac;oes e a

nmpliac;ao de ideias sobre 0 assunto. vinculando a aprendizagem it situuc;oes dos

problemas do cotidiano. os quais partcm da plurnlidade e da diversidade.

descaracteriznndo a frngmentac;ao de saberes. enraizada na educac;ao brasileira.

Portanlo, bllscar a interac;ao entre as diversas areas do conhecimento e aspectos da vida

cidadil e a tonica pam uma metodologia interdisciplillar. contexlUalizundo contelldos

para uma constituic;ao de conhecimentos e valores. conrorme prcveem as Diretrizes

Curriculnres Nacionais para a Educac;t1o[nrantil.

Nessa forma de conceber a educac;ilo. as crinnc;as participnm de pesquisas e

atividades que t8m sentido para elns e do processo do desenvolvimento da propria

Page 43: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

42

aprcndizngemt e Ihes auxilia a serem tlexfveis. a reconhecer 0 "mltrol! e a compreender

seu proprio mcio pessonl e cultural.

o pl:mejamcnto t\ partir de projctos emerge como uma possihilidadc deenfocM difercntt!5 ruC3$ do conhecimento e tmba.lhar tendo em vista :texecur;:i\o de tarcrll.s reais, inscridas 11:1.vida cotidiann das criancas e de lemasconcret'Oi, nuo sep;ll'nndo brinqucdo de trnb::alho. 0 pl!pcl do ooucodor nestcprocesso IS'0 de realiz:tr urn phmejamcnto, ter '0 fio deste prooesso. Tado '0projelo Ii um processo criativo pam crianc~ e ooucQdores. que pennite ric.,srel:l.¢es entre 0 ensina e a aprendizag.em, e. sobretudo pressup6e UIll('l.concc~,'o de aprcndi:mgcm £-lobnlizndorn. que certamente ndo passa porsuperposi.:;6es de atividrldes (CEMEI Canti~ de rodn. 2005).

4.3 UM ESTUDO SOBRE CRECHES E PRE - ESCOLAS

Buscando referencias sobre 0 numero de pre-escolas que atcndem crianc;A.sna

faixa elaria de ate urn ano de idade. encontramos em Campos (1995) a indic8cyaode

que a estatistica desto refercncia e muito imprecisa devido primeiramente a falhas nos

procedimentos de coleta de dados e a mliltiplicidade do conceito de creche e pre-

escola vigorando no pais.

lVIesmo nos dias atunis estes dados continuam imprecisos porque a necessidnde do

:He.ndimento as cri::mcras sempre est6. alem do que e oferecido peln rede pllblica. Tambem

prolifernm as escolinhas PJ.rticulares, mas nao se sabe ao ceno qual eo percentual de clientela

que utiliza estes servicros.

Page 44: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

43

A I'Ihli\«;!lo divers:ificod:l e p."\l~I{'I~dos orgaos (Iue sc OCUp..'l1Il<it: cret~h('s epre-cscQl.u jem reflexo!'; 110tipo de ntendilll(mto e. !HI !iUll qllalid6dc. AS$im,qUiUldo vincubdns ao Si~lC1.mt rt£-ul:tr de ensino h6: maior f:I.'ul1l1tin em rel:u;Aoa qunlificn<;fto Illinium. do pessonl e Ullll ~llf6se nos objc.tivos illstrucionais.No c.aSQ ria!'! cnx',hCl. tin maioria cOIlH~ni!ldns com 6rg.iio~de lx'm- cstnr, nlloh~ ex~~ncia quanto a qunlifir:.ayAodo JX'UOal que se 'uP" das t'ri~I.IIr;:u, e nall.i:ue costulJla ¢$.tI\r CQlocad1\ n()s tl:\p..1Ct'O$ de segumnya higiene ealimclltnc;:'io. As pOI1C.,s cn.'Chcs: exisremes nos loc!tis de tmbrllho. sejnmt'mJln~.·..sl'lsprintdns ou de 6rgt1os pilblicos. stum(Un seguir este p:1dr.!o.embom POSS-llll:tp~l1tnr me.lhores condif;:Ocs dc, inslult19!o c equiprunento(CAMPOS. 1995, p. 105).

Tambem se observfI que. independentcmente da forma que uma escola maternal

QU creche se organize para prestnr atendimento as crisl1vas pcqucnas. elns estarno

filzendo parte do des~nvolvil11el1to dn crian<;n no sentido afeti\'o~ .fisico e cognitivo.

Assim toda a escoJa quC' atencia n..'i cri~mr;.as estar.'"l desempenhando duns func;.Oes:

- cduc.aciol1al, no sell sentido mnplo que responde as

necessidndes do de:senvolvirnento infuntil nos prim iros

3tlOS de vida:

- guarda. complemcntando os cuidudos com n cri3nC;~l

tbrnecidos peJn fi:unilia. atelldelldo as necessidudes dos

pais que iTabalham fbrn de casa~ entre outrns~

Acre$cidas a estas, pode-se tambem mencionar a fill1~30 assistcncial. em

relfl~ao aquclas faixas mois empobrecida.s da popuJnyi\o.para as quais 9 creche e 9.pre-

escola pod¢m estar desempenhando tnmbem lim paIXl de "salnrio indircto",

fomceendo alimentac;.do t: cuidados de saude essencinis ~lScrian~'is.

Outro assumo importante abordado na Iite.rnturn consultada e que com a

prol11ulgllydo da nova Constituivilo e de legislac:;oes espedticas pam n infilncia, que as

cree lies tenllam a toea no atendimento as erian9as e nao as miies que trabalham. 0

Page 45: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

44

cuidado deve sec considerado, como uma fanna de responder ~i.5 necessidades das

crian'Y8S pcquenas no contexto de uma civiliza~uo em evolu~o.

Enti'lo com essa visao educacional, a creche tnmbem encmninharn ilS crian9as

pam os contclldos cognitivos. com dificuldades especificas para n faixa ehiria e 30S

pOlleos cia ira se integmndo ate que podera segllir os e~stlldos sem ser identificada

como t!criam;a de creche!!.

As cri:myas te.n 0 direito de viver expenencias n:1Squais possam exprcssarlodns 35 potendolidade.$ evolutiv3 implicilns nil sua explorn'Y;1odo :unbicnte,de oprender e adquirir conhecimentos e hnbilidndes, de constmir a propriaidcntidnde :ltmves de !fOCns c relar;Ucs com outr:lS cri:m~as e com adu1tosn30 pcrtencentes a seu snlpo fiunili:tr. Estas finalidndes, considemdns porlodos as cducadores como fundruneotais, esttlo no centro do progrruna~ocducacionnl. Existe uma ccrttl homogeneid:tde l1a identiJicacuo dos objctivosgernis e cspccificos, c dus eSlralegias operativn!, de acol'do com umaalticulru;llo das arcu do descnvolvimento considerndas mais quolific:mlcs.Exiuem portMto alguns prindpios condulmes comuns na orgnniucao dOl:ttividade que tCltemunhrun, aos olhos cia opini50 p(lblica c dos pr6priosedUc.1dorcs. 0 fundtuncllto da vnlidadc CdUCBcionJ.1da creche e 0 nascimentode sua idc.t11idndcpedag6g.ica.(BENIGNI, npud BONDIOLl, \998).

Na questao do afastamento da fumilia e na recepc;ao da crianc;a peln escola

pouca coisa tem se encontrado nu Literatura. principaimente no que se refere it

resistencia de crianc;as menores de lim ano ao ingressar na Escola Infantil.

Page 46: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

45

5 M:ETODOS DOS PROFISSIONAIS PARA CONTROLAR A

RESISTENCIA DAS CRIANCAS AO INGRESSAR NA CRECllE E

PRE-ESCOLA

·'Quando a familia est,) insegura, deixar 0 filho l1a EscoJa pode ser mais dificil

para os pais do que parn as proprias crian9as (GAZETADO POVO,2005, p. 14)"

Partimos desse pensamento pam 0 inicio desse capitulo que visa demonstrar as

metodos dos profissionais da pre-escola, no sentido de veneer a resistencia das

crianC;8s que entram pela primeira vez na creche e pre·-escoia e relutam em adaptar-se

a nova condi<;:ao, com urn periodo do diu afastadns da familia.

Cada crian9U rC·'lge de uma forma e ITIuitas delas necessitam passar pelo perfodo

de adapta<;:ao. conteudo este que ja roi descrito anteriormente.

Prevendo que tal situayao sempre acontece, as escolas que recebem as crianc;as

procisarao Ter as mecanismos certos para enfrentar a resistencia e tomar prnzeroso 0

cOllvivio com as atendentes e as outras crian93s da escola.

A condi9aO atual do finalidade da cscola de IEduca<;ao Infantil jll nao e a mesma

que verificamos na apresentayilo do Hist6rico do Pre-escolar no Brasil apreselltado em

(KRAMER, 1987 ) .

Page 47: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

46

A discu!is,,'1osobre a politica de educ-:\V-'o pre-cscolnr supi5e que sc levc emcontn 0 fato que :tpcn:ts a minori:t dena faixn et'iiria e5t!lo sendo atendidashoje no Bros;!... "Dos recursos publicos destinados n. cducuyllo, nao exislcmfOllies pr6pri~s pnrn. a educ3yt10 pre- escoiar, provilldo sellS recursosfinanceiros de verbas destiund:u no I" grall, que slio insuficienlcs para 0proprio 1° &mu. (... ) A an31i5c que teutnm05 fnzer ate aqui, em tomo de umaserie de filtorcs que afetlll1J n aprendimgem da cri::mc,::t. conduziram-nos !I.conclusJo que it ::mtccip:urJo da escolaridade podcria,. com v:mtagcns, seratcndida, priorilnrirunentc como cducl'ly;'~ocOt1lpen~"16ria (KRA1\fER. 1987,p.93).

Baseados na citac;ao da autora pode-se deduzir que importnntes mudanc;as

Dcorreram em relac;!iono ensino pr6~ cscolar, principalmente pelas medidas previstas

na Legisla,tlo de 1988, com a eri.,~o de ampares Icgais para a prote,ao d. 1nmncia e

conseqOente atendimento dos direit.os da crinnc;:u,tuis como cscola, sflude, recreac;ao,

espm;o, etc.

A defesa de uma educayflo lnruntil que compreendesse a crianc;a. ern sua

primeirn inffincia. de tonna integral tornou mais consistencia na De.liberoc;:ao003/99,

do Conselho Est.dual de Educa9lio.( Pr)

"P~migrafo Unico: Dudas as particularidades do desenvoiviment.o da crianC;:3de

zero a seis anos, a educac;ao infhntil cumprc duns fUI1(;Oes indispens3veis e

indissoci:1veis: .duenr e cuidar" (PARANA, Delibero,ilo n.O 003/99, 1999, P 2).

A carnctcristica mais forte nes~1. nova conce{)(;uo da educftyao infantii e a

integraC;::Jodas fUI1c;Oesde cuidar e educar. Essa abordagem trollxe limB grande

conquista. em termos de Lei. sobre a educac;no infantil introduzindo n necessidade de

tambCm "educar", valorizando com isso as potencialidades das crianC;3s, mesmo que

pequenas, na construc;~o de novos conhecimentos.

Page 48: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

47

Muito embora ninda se tenha l11uito a construir pam incluir a educac;ao infnntil

no ensino de base previsto 113 iegisiayfio, ha lun esfon;:o na area governamental em

difulldir 0 atendimento de crian<;as em creches e .iii. existe repasse financeiro

espccificamcnte a esse setor da escolaridade. controlado sobretudo pelos Conselhos de

Direitos de Crian,as e Adolescentes, os quais, con forme preve a legislaC;no, fiscalimm

se realmente as recursos da educat;uo infantil estiio sendo aplicados nos fins a que se

destinam, em todos os lTIunicipios do Brasil.

A Lei de Diretrizes e Bases da Edll""C;~o Nacional (LDB, 9394/96 ) define a

Educa9~o Infantil como a primeirn etapa da Educac;fio 8asica. portanto existem

criterios humanos. fisicos, afetivos e te6ricos que devem seT atcndidos ampiamente.

Parn que uma instituiyi10 infsntil exer~a seu papel de npoio e descnvolvimento

integral da crian<;:a,e importante que conte com 0 apoio de uma equipe de profissionais

qualificados, que se atuaiizem permanentemente, com capacidade de pianejar, executor

e avaliar coletivamente us ayoes, tendo como base para esse trabalho uma concepc;.uo

filos6fica clara do cuidar c do educar.

A parte dos aspectos fisicos do ambiente do pre-escola tamb6m sao definidos

legnlmente pelas Secretarias de Edllc;.W~odos Mlinicipios, com base nas orientac;()es

con tidas nas leis superiores que regulamentam esse fim.

As informa~<'ks descritas em seguida foram fornecidos pelo Centro Municipal

de Edllcac;ao Infantil CEMEI Cantiga de Roda, de Suo .Jose dos Pinhais, Escola

Municipal, Jigada a Secretaria de Educn~ao do Municipio, que se localiza na rua

Page 49: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

48

Isabel, a Redentora, 74 e que atende a modalidade creche e pre escola em perfodo

integral.

De 3cordo com 0 Projeto Pedag6gico. a Estmturn dessa Escola esta assim

definida:

Na modalidade creche:

• Ber~airio: 0 meses a 18 meses

• Muternal: 18 meses a 3 al10S

Na modalidade P,'C- Escoln:

• Jardim 1- 481105

Jardim n 5 anos

• Jardim 3 6 Anos

Orgnniza~flo de Turmas c rela~iio Educndor/aluno

Bcr~iirio 2 educadores com ate 16 cri:mc;as

J\tlitternnl 2 educadores com ate 18 crianc;as

Jnrdim] 2 educadores com ate 22 crianc;ns

Jardim II 1 educadoru com ate 25 crinnc;as

Jardim HI I educadorn com ate 25 criam;as

Page 50: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

49

5.1 A EQUIPE ESCOLAR

A Equipe Escolar respol1sllvei pelo funcionamento da Instituicylio apresenta:

A Equipe Administrntiv8-Pedag6gica. Diretor, Professor, Secretaria e

auxiliares (a nova nomenclatura referc-se ao Diretor como Coordenador e

cducadora pam as profussoras .)

• Equipe de Servic;os Gerais atendentes. cozinheiras e serventes)

• Instituic;.ao auxiliar ( AssociaC;ilo de pais Professores e Servidores

APPS.)

Esta estrulura refere-se it InstituiC;i1o citada no presente estudo com a finalidade

de demol1strar a maneirn como s~o atendidas as crianCY8s. 0 projeto Pedag6gico da

EscoJa e bastante abrangente e nota-se 110 sell contelldo limn constante preocupac;ilo

com 0 bem estar das crianc;as no pcriodo escolar e com a capacirac;ao de todos os

servidores, os quais nao se descuidam da concep.-;ao filos6fica clara do cuidar e

educar.

o encaminhamento metodo16gico desta Escola e entreguc aos pais no primeiro

dia de aula e estes conhecem 0 planejamento anual e as normas estnbelecidas peln

Coordenac;i'io da Escola e neles estiio os eixos de aprendiz.1gem que vdo de:

• Lingllagem oral e escrita - conhecimento de sinn is. exercicio da

oralidade, brincadeirns com a lingllagem, pequenas hist6rias, reconhecimento e

110meac;aode figuras e objetos

Page 51: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

50

• Artes visuais - usa do espa~o. textums, fecortes, usa do carpo e do

cspu<;ocomo subsidio para 0 registro gmtico.

• Musica - recollhecimento de sons, imitnc;uo, jogos cantados. musicas.

• Movimentos - Conhecimento de partes do corpo, equilibria e

coordenu<;ao, explorac;ao das possibilidades de movimentos do corpo.

• Matematica - Contagens orais, comparayiio, farmas. percepryao

• Natureza e Socied"de - express:1o dos desejos. emor;oes. identificar;~o de

objctos do meio, respeito a regras simples, mudnnc;as climaticas. plantas e anirnais.

cuidados e reconhecimento de perigos

• Identidade c autonomia - capacidade de expressar desejos e realizar

tarefas com sucesso

as objetivos aqui citados foram resumidos dos contclldos da Aprendizagem

para a faixa etaria de zero a trt!s anos. e distribuidos em eixos as quais segundo a

Coordenadora, sao trabalh.dos em ate trEs objetivos por dia, denlro das caracteristicas

de cada cria-nya. de forma interdisciplinar e correlacionada.

o Projeto Pedag6gico do CEMEI Canlig' de Roda indica que para 0

funcionamento adequado de uma Escola Infuntil, deveruo ser respeitados as seguintes

requisitos:

As condii;Oes fh.icas minimas serlo llllU\ c:strutur.t adcquada :1.0 n(llllero decri:lIIC3S e :\5 SUIlS respccriv.J..5 f'a.ixas etiuins, numero suficicnte deprofissionrus, politic;t de fOrnl;tIfUO continua, recursos materinis quepennitam n crianC:! cxpreuiSr com liberdade sua crintividnde e ao ndulrotmbalhnr dignnmente c, principn.lmcnle rc~pcito a divcf1idndc cultural esocial d:l.S pcssoa5 envolvidru. no processo.(p.P. CEMEI Cantign de Rodo.,.2005).

Page 52: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

51

Embora a pre-escola cujo projeto pedagogico utilizamos neste estudo. esteja adequada

e possua os requisitos acima referidos, par estar localizada em um municipio com um born

nivel de indice de Desenvolvimento Humano, fDH, que garante a qualidade do atendimento,

nas escolas de edllcac;ao infantil que eslao em funcionamento, ainda que haja demanda para

mais vagas ncssa modalidade de ensino devido ao vertiginoso crescimenlo populacional,

principalmente nas pcriferias. Pon!m sabe-se que 0 mcsmo nao acontece na maioria dos

municipios brasileiros. Campos(1995) apresenta a renexao que embora nao existam dados

completos, a maioria das pre-escoJas existentes no Brasil, possuem profissionais, que nao

tern a fonnac;ao adequada, recebem remuneral(ao muito baixa e trabalham sob condil(oes

precarias.

Segundo analise baseada nos dados do SEECIMEC, os professores daedllc3yao pre - escolar sao em sua maioria (56,6%) fonnados na habilitayaomagisterio de segundo grau e lim percentllai menor (17%) tern cursosuperior. Nao lui dados que pennitam quantificar aqueles que possuemhabilitayao espccifica para aluar na pre-escola. Sabe-sc entretanto, que aoferta de fonnayao espccifica para a cducayao pre- escolar eirris6ria.(BARRETO, 1995,p.14)

5.2 ORIENTA<;:OES PEDAGOGICAS

A educac;:ao infantil e uma pr:itica de socializa<;ao e de educac;:fiodas crianc;:as

numa perspectiva pedagogica, que permite aprender pelo jogo, pelo brinquedo, e pela

construc;:ao de uma identidade social. a respeito a autonomia da crianc;:a,das a<;oes de

coopera<;ao, no apoio ao enfrentamento e resoluc;:oesde problemas, it responsabilidade,

Page 53: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

52

a criatividade, a forma~ao do auto-conceito estavel e positivD, serao os objetivos mais

visados na operacionaliz3C;3o do trabalho com crianC;3spequenas.

Sendo que essa pnitica pedag6gica deve estar inserida na conceituac;ao do

cuidar e do educar, como detenninam as norm as da LOB. 0 desafio da quaJidade para

Campos (1995) se apresenta com uma dimensao maior, porque os mecanismos da

formac;ao naD contemplam essa dupla func;ao. E preciso que farmas regulaTes de

formayao e especiaiiz3C;30, bern como mecanismos de atualizac;:ao. desenvolvam

conteudos espccificos adequados para essa faixa etaria.

Nem todos os profissionais de educ3C;30 infantil esHio aptos para 0 trabalho de

Educa9ao lnfantil na modalidade creche, estes deveriio ter urn perti! de elevado

altruisrno e solidariedade, mesmo antes de iniciar 0 preparo pro fissional porque. ao se

dedicarem aos pequenos. terao que atuar em situa<;oes que mais se aproximam da

realidade de um lar do que de uma escola. principal mente quando se tratam de crian<;as

que requerem cuidados especiais de higiene e alimenta~ao e em faixa etaria precoce.

Nao e filcil aos proiissionais encontrarem junto a tao diversiticada ciienteia 0

parametro que ofere<;a unidade na qualidade do trabalho. 0 lrabalho e ilrduo e requer

bastante doa9ao.

Os profissionais da educa<;ao infantil atuais saem do perfil assistencialista de

cuidadores e passam a visao de educadores. respondendo a urn pianejamento

pedag6gico direcionado as crian<ras. e desse modo se faz presente a necessidade do

trabalho continuo de sensibiliza<rao em instrU(;:ao dos educadores e atendente de

creche.

Page 54: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

53

Silva (1994, p.I05) apresent. a nova denomina,ao dada pela Secretaria

municipal de Desenvolvimento Social de Curitiba aos atendentes de creche: Auxiliar

de Desenvoivimcnto Social.

Reconhecendo que as crian.yBs muito pequenns apresentam alta resistencia ao

periodo de adapta<;ilo it creche, a capacita,ao dos profissionais podem priorizar 0

trab.lho de estimula,ao.

o trabalho por estimula,ilo deverit .cimn de qualquer inova,no pedagogica

respeitar 0 ritmo de 3prendi~1gem e desenvolvimento da crian.yBpcqucns. A mediac;:ao

para que esta crian.y3 confie no seu potencial e no que Ihe for proposto. enquanto

desafio, na exploroc;:iio e conhecimento do mundo, darn a nuance necessaria para 0

significado da palavra estimuiuc;:ao: encorajamcnto.

PortRnto, encorajar a criany3 a cheirnr. tatem, ouvir. degustar, visualizar, mover-

se e comunicar-se, passaITI a fazer parte de urn ambiente IlldieD e prazcroso, que

permitam uma rupturn entre 0 que antes se pensava sobre as crian'Y3s de zero a tres

anos "Pimpolhos que nece·ssitam apenas de carinho e cui dad os". COl1sidenmdo 8

afetividade e a higieniza'Yuo como suporte basico para 0 bern estar da crianC;8frente 80

desnfio atual de educar, e de tlmdamental importancia tambem respeitar que ha no

hebe lim cerebro em COilstante cOllcxlio neural que e bern mais sofisticado do que se

coStUI1lUV8imaginar ha pouco tempo.

Com a matUl1l1;:uOdo sistema ncrvoso e a realizw;:ao de tarefas variadas, com

difercntes companheiros, em situ3<;oes cotidianas, a crianC;3 aprende a sentir e dessa

forma descobre 0 mundo, descnvolvendo seu corpo e as movimentos que pode corn ele

Page 55: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

54

realizar. Nos limites da coerEncia, 0 desenvolvimento das inte.iigcncias sc proccssa de

mancira mais acentuada quando premiadas pela oportuilidadc de estimuios.

OrgHllizar um ambiente estimulador desde 0 bcn;ario signifiea. pam a educac;i\o

infuntiL 0 rcspeito II crianc;a como cnpaz de pe:nsar e crinr Sll< S hip6teses sobre 0

Illundo. que vai so aperfei,oando pela inteml}ito com slias colegas e educadoffiS.

Ness:ls intere~~Qessao criadas condi<;5e-Spam 0 desenvoivimento da crianyu de

sua mcm6ria. atcn~1o) c-apacid~de de solucionnr problemas e tambelll de SliitS

em{)~(5es.identidade e 3ut0l10lTIlll..

A organizac;lio do programa pam beb~s e crianyHs pequcnas POdl'nl preyer

atualiza~~oesquinzenais at.rnves de temus pertillentes 30 nivel de int.eresse e atrdtivo das

criullC(HSde berc;6.riosc matemais. A identitic3tfdo dos tcmas das creches se da atra\ics

da percep~~o do educador-estimulador quanta as necessidades que fl sua turma

npresenta. e da sensibilidade e entendimento do g.rau de interesse na aprendizagclll

descnvolvitnento.

As propostas por tcm9S t!m como objetivo dese.nvolver n expe.ri~ncia por

estilllula«oes IlUI1l clima de orgnnizayao visual e 3mbiental que nnitn no beb~ 8

perct':P9Aoe as imilm;d das viv6ncias c.om que a educadorn esta rolando, cantando.

do que 3 pr6prin crian~a esta brincando. tocand ~ cheimndo Oll e.xpcrimentnndo.

Portanto. n:1o hA como s~parur cuidar do cducar. ja que 0 educar estit pre.scntc nos

momentos de troeu, banho. refei~oes e tamb6m no banho de sol.

Page 56: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

55

AS estimulos nao dcvem ser vistas como atividade que se completa. mas como

metas que, alcanyadas. implicam novas reinven<;~es. sempre mais elaboradas, do

mesilla estimulo.

A cductly!to dn crinn~n 113 creche lcvanta os mcsmos problelmu que neduc.:tyi'io nil familia em rein"no as ntitudes basi cas: regulnridade II:!.! rotimtsdi;irins, crthtl" e hnnnonin nns ntitudc5, " diferen9n esm. no fato de ser aOOUC3.~ ooletiv3, de natureza menos c;lrregada de afetividndc e que :teentuamais n org.anizn«3:o dns rolin3s das refciy()es, os cuidndos de limpe7-'t e :uQulms atividades diarins dn vidn dns Criruly.1S (CAMPOS, 1995. 1'.43).

ram Campos (1995, p 45), 0 regime adequado implica em estabelerer regms de

bom sensa que exijam de todos aqueJes que educam crianC;3s uma certa regularidade e

estabilidade nas condutns para com as mesmas, a fim de evitar que fiquem excitadas

par vari3~oes bruscas no seu dia a din.

Page 57: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

56

6 CONSIDERA(:OES FINAlS

o prcsente estudo permite concluir que as familias cada vez mais lanyam mao

das Escolils infantis pllblicas ou particulares para que as pais possum atuar, ambos no

mercado de trabalha, e ninda conseguircm suprir as necessidades basicas do lar.

Considerando que, hoje em dia, as erian,as estilo protegidas pelo Estatuto do

Crian<;n e do Adolesccnte, que preve a priori dade absoluta aDs sells direitos. as

diferentes escalas govcrnamentais tem se dedicado dentro do passivel na melhoria do

atendimento as necessidades da EduC8yaO Infantil.

Embora csteja sendo a cada ana ampliada a rede pllblica, a defusagem em

relat;.ao it oferta e it procura ainda e bnstante signiticativa em todos os lTIunicipios

brosileiros. sohretudo 113 pre-escoln.

Constam nos dades pesquisados que a maior defnsagem e no ensino no nivel de

ben;ario, que atende criany3s de zero ate dezoito meses .

Na questeo levantada para a pesquisa em pauta, que tmtou da metodologia

utilizada p~lracilfrentar a resistencia da crianc;a 80 entrar na Escola, pudcmos observar

de forma geml, que, as educadoras tBm competencin para conlomar a situ3c;Uoe que.

apesar de preocupar os pais. que se sentem constrangidos pela sepanH;ao de seus

filhos, para 85 criuI198Sa sit1l8C;riOe passagcira, sendo lima questao de adaptnc;ao. Mas

mesilla passageira deve ser respeitada.

Para algumas crianc;as a separac;;1omaterna tem um significado maior do que

para outros, de forma te6rica. conclui-se que as crianC;8s menores sentem mais a

Page 58: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

57

separnc;ilo que 3S maiores. A sugestiio e que, no periodo de adaptnc;flo aJgurn familiar

possa estar proximo n criam;a para evitar choques provenientes de uma sih13c;ao

cstressantc e va se afastando aos pOliCOS.A presenc;:a de urn familiar tram 3 segUffifly3

que aenbam refletindo positivamente nft adapt8<;ao do bebe e da criany3 pequena pais

tel110mais contianl'n no ambiente e nas pessoas que os cercam.

Na pesquisa bibliografica , direrentes autores se refercm a separn<;i'1o entre a

mne e a crianya, mas tlcOl! evidcnte a temporalidade da fase de adaptnyao e que em

POliCOSdins a ratina da escola est3ni absorvida pelos pequenos. Estudos sugerem que

as difercn93s individuais influcnciam ncssa adaptnc;iio, entre elas, a qualidade da

relac;ao que mantem com as pais antes e depois da separayiio. as condicroes nas quais

a crian'ra recebe cuidados. a dUf'8'riloda sepanwilo e gmu da privocriloe os sentirnentos

e atitude dos pais A Iiteratum aponta que a maior dificuldade se refere a alimental'ao

porque as criancras pequenas podem ainda estar sendo amamentadas pela mae e assim

selldo htl possibilidades de estmnharem a alimentacr:1oda creche.

A educacrao infnntil no Brasil foi dumnte muito tempo vista sob 0 prism a do

assistencialismo. da caridade e da educ3yk\o compensatoria. Atualmente esta

direcionada ao aspecto fonnativo e a orient8C;:ilolegal para essa finalidade especial

esta na lei 9394/96 de 20 de dezembro de t996 (LDB), cujo contelldo trata de

estabelecer as exigencias minimas para a construc;.iIo, adaptoyrio e instalacrao de

creches. padronizando 0 sell funcionamento. sempre voltado para a formayi1o e

protecruoda saude de crian98s de zero a seis 3110S de idade.

Page 59: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

58

Pert~ebcll-se tnmbem que ainda existem grnndes de:ficit!llcias no atcndimento

urn;"!vez que as qucstoes de vngas Pllblicas sao fe-levantes. mas eada lim precisa estar

atento 0" oplicac;{)es e destino de verbas. cobrando das uutoridades a constnI{,:ao c.ndn

vez mnior de creches e pre escolas para ntender 0 direito constitucional de protc<;i\'io (\

infancia , a edllcac;ao int~gral ,compiemcntnndo a a'Yuo da familia e da comunidade.

05 estudos revisados permitcm a conc,lusao que 0 ambie-nte familiar ainda seni

o lugar ideal para que a .rialH;a pequcml est.eja mnparndo, educnda e protegida. N~o

sendo possivel esta condiytl0 e sendo n essario disper do rccurso de cuidados

cxternos enh10 0 ideal e uma boa Escola Infantil, integrHdn com as expe-ctativ9S dos

pais, C0l110se pode perccber pelo estudo do Projoto Politico Pedag6gico do EMEI

Cantiga de Roda. Una escola que:: sejn idOnt':u.que esteja adequada fisicflmente, com

profissionais prcparHdos e tim born projcto pcdo.g6gicop como 0 da referida cscola ..

Uma boa creche pode ser simples. mas prccisa scr muito alegre. com lugares

para brincadeirns . um bOlll re.fc::it6rio~ l1luita higiene nu cozinha eo'" senciaL que sells

prolissionais se doem com muito 31nor. afet c dedica<;f"ioaos pequcninos dcixado.s

sobre. sellS cuidados. Entiio pode-s.e afirmar que 0 perfil des protissionais de creche e

pre-escolas pnx~isn ser identificada pelas carncteri ticas espeeiais de soliclariedade.

abnega9iio, dedicny~o. alegria. entre mltms que scn"i.o especificas no tendimento de

criam;as pcquenas.

Ainda, ficoll evidente ,pelo <studo bibliogrnfico e pel" observa,Ao da r<alidade

apresentada 0 grnnde desnivel entre 0 que a lei dispOe e 0 que se veri fica na priltica I;;'m

relat;fio a Hssistencia prestada it mai rin das crimW3s em pre-eSCQ!as pllblicas. Cabe a

Page 60: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

59

populnc;ao lutaT por seus direitos junto aos representantes dos Conselhos de Defesa dos

Direitos das CrianC;3S e Adolescentes de cad a municipio para que sejam ofertadas mnis

vagas.

Novas estudos poderiam cOlltribuir. investigando para cada faixa etm-ia, quais as

rotinas de umn creche. tambCm a mane ira mais eficiente da familia participar

ativamente dos tmbalhos junto it pre-escola. uma vez que as estudos reve1aram que as

crianc;as cujas familias tern participayuQ continua conseguem maior aproveitamento

cognitivo e se desenvolvem socialmente melhar.

Pesquisas relativas as condic;lies sociais das farnili:ls de cada municipio

poderi;'lm ajudar nn eJabornc;i'iode projetos de aumento de vagas nas escolas inrnntis,

de modo que 0 en sino Pllblico de qualidade possa ser ofertado a todas as crianc;as

independentemente dn realidade em que esUio inseridas. A adesao dos estudantes de

Pcdagogia :.'! causa do cumprimento das normas legais previstas no Estatuto da Crianc;a

e do Adolescente, fuzendo valer os direitos de cidaduos, pressionsndo a {lrea

governamental, por certo colabornria para que em lUll futuro nao muito distante. n

creche pudesse estar no aleanee de todas as crianc;as do Brasil.

Page 61: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

60

7 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS:

BARRETO, Angelo M. Robelo. Edur"~ilo lnf:llltil no Brasil. In:

Grnndcs politicns pnr!l. O~ pequenos-, Caderno edes 3;, P cd., 1995.

BENIGN!. In: BONDIOLI, Annn. Mnnunl de Edurn~iio Infantil: de

o a 3:1nos- umn abordagc:m reflexivn. 9!t ediYllo. Porto legre: Art}\led.

1998.

BOND lOLl, Anna. Manual de Educn~.o lnfuntil: de 0 a 3anos-

una nbnrdagelll rcfiexiv:\. 9~ edi'Yffo. Pori Alegre: Art~ted. 1998.

BRASIL. E.tatuto da crinn~a e do Adolescente. Lei 8069/90 de

13 de. julho de 1990. S.o Poulo CBIE - SP, 1991.

BRASIL. Lei de Diretriles e Bases dll Educ"~iio Nacional. Lei

9.394/96 de 20 de dezembro de 1996.

BRASIL Ministerio d. Educa~!o e Desporto. Secretnri. de

Educnc;~o Fundamentnl. Purumetros Curriculttrt.~5 Nnrion:lis. Br:lsilia:

MEC/SEF.1997.

BRASIL. C(lostitui~.iio dn Repi.blicn Federllti"a do Brllsil.

Prollluigada em 5 de outubro de 1988. Sno Paulo' Saraivn, 2000,25.ed.:ttu:t1 e itJllpl. (Coler;llo Sarniva de LegisI:t9ffO).

BRA IL. Constitui~,iio Outorgada de 1937. In: www.gov.brlmp-

leistoxto, Accsso elll ISil1J2005.

CA~IPOS. Marin ~1.ltn . Creches e Pr(\-Eocol •• 00 Brasil. Marin

Malta Campos. Fulvia Ros.mherg. Isabel M. Ferreira, 2' Edil'no. Srro

Paulo: Corle,l' Fundayao Carlos hag." 1995.

CEMEI Cantig. de R dn. Projeto Politico-pedllgrigico do CEMEI

Cnntig:r dc Roda, Secrelari. Municipal de Educ.I"o d. sno Jose do,

Pinhais -PR, 2005.

GAZETA DO POVO. A primeirn Inf~nci.. Enc.rte

RELACIONAMENTO.P IS E FILHOS, serie Vida Modern., de 12 de

setembr", Curitibn: 2005.

Page 62: UNIVERSIDADE TlJIUTl DO ARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2014/03/O-PAPEL-DOS-PROFISSION... · suas ideias comigo e tendo me criado para seT uma pessoa feliz

61

KAPLAN e SADOCK. In: CEMEI Cantiga de Roda. Projeto

Politico-pedagogico do CEMEI Cantiga de Roda, Secretaria Municipal

de Educa~ao da Sao Jose dos Pinhais -PR, 2005.

KRAMER, Sonia, A politica d. Pre - Escola no Brasil, A Arte do

Disfarce - 3' edi~ao, Sao PauI:Cortez, 1987.

ENCICLOPEDIA LAROUSSE, V. 25, 1988.

LIMA,A.Saboia, Patronato de Menores,in KRAMER, Sonia, A

politica da Pre-Escola no Brasil, a Arte do Disfarce.1987

MORAES, Flavia Teixera de, Atendente de creche, Editora da

Ulbra.1996

PARANA- Delibera~ilo 003/99 Normas para a Educapio luJalltii

110 Sistema Estadual de Ellsillo do Paralla CCE-PR. 1999

RAPAPPORT, Andrea. Psicologia, reflexao e critica. Texto: 0

Ingresso e a adaptnoao de bebes e criancas pequenas it creche: Alguns

aspectos criticos.Porto Alegre, 200 I.

SILVA. Daniel Vieira da, A psicomotricidade como pratica social:

urna analise de sua inscr~iio como clemento pedagogico nas creches

oficiais de Curitiba,140p.Disserta,ao(Mestrado),Universidade Tuiuti do

Parana, Faculdade de Ciencias Humanas. Letras e Artes, Curitiba, 2002.

WINNICOTT.D.W. A Familia eo Desenvolvimento Individual. 2'

edi~ao, Sao Paulo: Martins Fontes, 200 I.