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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ESTRATÉGIAS DA COMUNICAÇÃO Aluno: FELIPE RIBEIRO WÜNSCH A DIGITALIZAÇÃO MUSICAL E O DISTÚRBIO DA INDÚSTRIA FONOGRÁFICA CURITIBA, PR 2008.

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ESTRATÉGIAS DA COMUNICAÇÃO

Aluno: FELIPE RIBEIRO WÜNSCH

A DIGITALIZAÇÃO MUSICAL E O DISTÚRBIO DA INDÚSTRIA

FONOGRÁFICA

CURITIBA, PR

2008.

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A DIGITALIZAÇÃO MUSICAL E O DISTÚRBIO DA INDÚSTRIA

FONOGRÁFICA

Felipe Ribeiro Wünsch

RESUMO: Questões como a digitalização da música e a perda do controle que a indústria fonográfica possuiu durante quase um século são abordados neste trabalho, assim como conceitos de áudio digital, distribuição de música através da Internet, e recombinação. Discute os processos atuais sobre a temática em questão, como também analisa quais as possíveis soluções para este assunto que tem gerado muitas discussões na sociedade contemporânea. PALAVRAS-CHAVE: Áudio digital; música; indústria fonográfica; MP3; internet; recombinação; peer-to-peer;

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INTRODUÇÃO Quando uma banda antigamente decidia tentar fugir do anonimato, o

percurso era desanimador e cheio de percalços ao longo do caminho. Após a

composição, os músicos tinham como único destino o contato com alguma

gravadora para que esta pudesse fazer uma avaliação sobre o material

recebido. Esta análise, porém, era feita somente com um objetivo específico:

verificar se a canção era vendável ou não. Entretanto, outros atributos como a

performance, as vestimentas e o público-alvo também eram avaliados. Caso a

banda passasse por estas etapas, teriam que assinar um contrato, no qual

repassariam valores à empresa com a venda dos discos, assim como o direito

autoral sobre as músicas.

Os direitos do autor sempre foram renegados ao segundo plano, pois o

interesse principal era de favorecer os intermediários que detinham as obras e

meios de como reproduzi-las em massa, conseguindo assim um monopólio

sobre as maneiras de distribuição do conteúdo. Através da combinação entre

poder dominante e os donos dos meios de reprodução de trabalhos surgiu o

chamado de direito de cópia (copyright).

Segundo ABRÃO (apud VIANNA, 2005):

“A esse privilégio no controle dos escritos chamou-se copyright, que nasceu, pois, de um direito assegurado aos livreiros, e não como um direito do autor dos escritos. Durou mais ou menos duzentos anos, e é a semente das leis (Statutes) relativas a esse direito herdado pela Inglaterra e, mais tarde, pelos Estados Unidos da América do Norte”.

A fórmula do sucesso na indústria fonográfica ao longo do século XX foi

baseada justamente nesta relação de soberania sobre a música. Entre shows e

vendas de mídias para os consumidores, todas as etapas eram controladas pela

indústria da música que desde o início do século, tinha o total controle das

funções que envolviam os músicos (ARTONI, 2006).

A sistemática das produções de hits musicais começou a prosperar de

forma mais expressiva em meados da década de 50, quando a juventude de

então buscava outras formas de manifestação. A música foi a maneira

encontrada para revolucionar e contestar a sociedade pós-guerra da época.

Essa revolução cultural iniciada nos Estados Unidos, denominada beatnik, pode

ser considerada como uma das etapas de maior importância na história da

música, exercendo uma mudança brusca no comportamento da época. Rompeu-

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se a ligação dos jovens com o “American Way of life”, gerando uma grande crise

na conservadora sociedade comandada pelas idéias do senador Joseph

McCarthy (FRIEDLANDER, 2002).

Justamente neste momento de questionamentos, a indústria fonográfica

percebera que estilos musicais estavam se reunindo e formando novos tipos de

músicos com um visual muito mais agressivo e letras que retratavam aquele

modo de vida adotado pela juventude. De grande sucesso nas décadas

anteriores, as big bands já não atraiam mais aquele novo público, forçando as

gravadoras investirem cada vez mais naquela fusão de diferentes tipos de sons:

o rock. Neste período de grande investimento na indústria da música, surgiram

ícones como os The Beatles e Elvis Presley, que até hoje conseguem reunir

uma grande legião de admiradores, sendo também uma referência para os

músicos atualmente.

Inegavelmente as gravadoras tiveram papel fundamental na descoberta

desses artistas. Sendo na época a principal fonte de ligação entre os músicos e

a sociedade, detinham os equipamentos, até então, de um custo muito elevado,

assim como possuíam uma relação de mútuo interesse com o rádio. Os disc-

jóqueis na época possuíam uma estreita conexão com os executivos que tinham

interesse em vender as canções através de programas musicais, assim como na

produção de eventos realizados com o intuito de reunir o público jovem para

conhecer as novas bandas a serem lançadas no mercado.

De acordo com JÚNIOR (apud BIZZ, 2005, pg 33):

“Quando ´That’s All Right´ estreou na rádio WHBQ, em julho de 1954, já estava claro na cabeça de Sam Phillips que Elvis tinha uma carreira pela frente. O DJ Dewey Phillips, teve de repetir a canção várias vezes a pedido dos ouvintes. ´That’s All Right´ foi sucesso em Memphis e cercanias e Sam Phillips rapidamente despachou Elvis, Scotty e Bill para os estúdios”.

Uma ilustração que retrata de forma interessante esta análise a respeito

do funcionamento da relação entre os músicos e as gravadoras pode ser vista

no filme “The Wonders – O sonho não acabou”, estrelado e dirigido por Tom

Hanks, que retrata a história de um grupo de jovens americanos na década de

60 que perseguiam o estrelato com a ajuda de um empresário musical.

Durante cerca de quatro décadas, os métodos econômicos que

orientavam a indústria fonográfica pouco alteraram, mudando apenas as formas

de reprodução e gravação utilizadas por esta.

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Na análise feita por BANDEIRA (2005), verifica-se que o sucesso da

música popular está associado à união entre os avanços dos sistemas de

gravação e reprodução, assim como a exploração de um determinado estilo

musical. Entretanto, a partir da invenção do fonógrafo, feita por Thomas Edison,

até a popularização do MP3, desenvolvimento atribuído ao Instituto Fraunhofer

na Alemanha, nenhuma destas tecnologias foram inventadas pela indústria da

música (ARTONI, 2006).

No final da década de 90, os executivos ainda comemoravam os números

em relação às vendas das mídias, pois não havia até aquele momento nenhuma

possibilidade concreta que conseguisse ao menos preocupar a indústria da

música. Este panorama mostrou-se inalterado até o estudante americano Shaw

Fanning, então com 19 anos, desenvolver uma ferramenta de busca de formatos

digitais sonoros que reunia usuários com o intuito de troca de arquivos. Apesar

de Fanning ter elaborado o Napster com a concepção de apenas reunir seus

conhecidos da faculdade para trocar canções, o surgimento deste software

iniciaria a maior crise já sofrida pelas gravadoras desde o início do século.

A partir da popularização da música digital na internet, a indústria da

música viu-se diante de uma nova tecnologia que não havia sido criada por esta,

e que iniciou uma nova era da música, na qual a livre distribuição começou a

ameaçar a hegemonia das gravadoras, provocando uma conjuntura perigosa

para a sobrevivência das empresas responsáveis pela divulgação de músicas.

Essa alteração na forma de relacionamento entre autor e a sociedade foi

justamente um dos maiores fenômenos populares na história da música: o

formato digital proporcionou, de fato, uma série de mudanças no âmbito de

distribuição e produção das músicas.

Segundo MANSUR, (2005):

O problema real é que roubaram o queijo da indústria fonográfica. E agora

os que comandam a indústria da música e vídeo estão atuando exatamente

como um dos ratos do famoso livro “Quem mexeu no meu queijo”, de Spencer

Johnson. Não, definitivamente não sou fã de livros de auto-ajuda empresarial.

Aliás deles fujo como o diabo da cruz. Mas sabendo da parábola criada por

Spencer foi difícil não lembrar dela neste momento.

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A principal crise enfrentada pelas gravadoras é justamente a falta de

meios para as adaptações a um novo método de distribuição musical bastante

emergente. Atualmente ainda há um número razoável de consumidores de

discos compactos, porém esse índice vem diminuindo vertiginosamente devido a

diversos fatores, como, por exemplo, o aumento de números de usuários na

internet, a defasagem tecnológica apresentada pelo CD, usuários que trocam o

velho CD Player por um MP3 Player entre tantas outras razões; 85% dos

aparelhos portáteis de áudio vendidos atualmente são de áudio MP3 Player

(COM REUTERS, 2006).

O que ocorre diante desta nova situação é que a indústria fonográfica

vem tentando através de inúmeros recursos manter a hegemonia diante dos

artistas e da distribuição de músicas. Porém, as ferramentas utilizadas

demonstram que o caminho, até então, percorrido pelas gravadoras segue uma

rota contrária ao pensamento do novo consumidor.

O novo método de consumo de produções artísticas na forma de música

está sendo estabelecido pelos próprios consumidores, na medida em que é

possível obter uma determinada liberdade de escolha, tarefa antes impossível

diante das regras da indústria da música.

As gravadoras estão percorrendo um caminho contrário ao que muitos

músicos e a grande maioria dos consumidores estão adotando. Navegar contra

esta tendência demonstra o quão equivocado está a forma utilizada atualmente

pelos estrategistas das grandes empresas da fonografia. As tentativas de proibir

a troca de arquivos digitais na internet foram realizadas de diversas maneiras.

Vão desde processos com o intuito de encerrar as atividades dos programas

Peer-to-peer, ou popularmente conhecido como P2P, até mesmo contra os

próprios usuários ameaçando-os de prisão (MXSTUDIO, 2005).

Entretanto, programas como o Peer impact, que possui o aval de grandes

gravadoras como Sony, EMI e BMG, estimulam o compartilhamento de arquivos,

sendo que o próprio usuário tem a função de promover os artistas com a

possibilidade até mesmo de ganhos financeiros (WIKIPEDIA, 2008).

É uma situação paradoxal. A indústria da música sempre rejeitou os

sistemas que utilizam a plataforma P2P, alegando que este seria responsável

pelos danos financeiros sofridos pelas grandes gravadoras. Através de muitos

processos judiciais, a legalidade deste formato de distribuição foi colocada em

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questão, sendo apontada como uma oportunidade de burlar as leis. A

concepção de ir de encontro ao oposto do pensamento de livre distribuição

adotado por esse novo tipo de consumidor, proporcionará à indústria da música

uma crise sem precedentes na história, o que conseqüentemente levará à

análise de sua importância.

As redes sociais tiveram um papel de fundamental importância na medida

em que ocorre a integração e o compartilhamento de arquivos sonoros através

destes sites. O MySpace, obteve um êxito muito grande entre seus usuários

justamente por permitir o upload de novas canções e as tornarem públicas

através dos perfis criados pelos usuários. Tem como especialidade apresentar

as bandas independentes permitindo o contato direto, online e gratuito entre

artista e público, inclusive com a possibilidade de baixar o arquivo em MP3.

Seguindo este mesmo princípio, só que na forma de Web Rádio, o

LastFm, reúne as preferências musicais de seus usuários e as combina, fazendo

com que semelhanças sejam apresentadas na forma de novas indicações. Além

de possuir bandas independentes em seu repertório, permite que músicos

famosos coloquem suas músicas à disposição do grande público.

Através destes dois exemplos de conectividade entre a sociedade e o

artista percebe-se que a forma de divulgação dos trabalhos na rede mundial

ocorre de forma democrática e ramificada, proporcionando um alcance muito

maior de ouvintes, sendo que as gravadoras não assumem o posto único de

canal emissor. O ouvinte acaba, indiretamente, exercendo esta função de

apresentar aos seus conhecidos as suas preferências musicais, contribuindo

para o reconhecimento de um artista.

A partir destas duas ferramentas apresentadas anteriormente, tem-se

como conseqüência uma particularidade restrita ao ambiente virtual, que são os

nichos formados por usuários, de número ilimitado, que possuem semelhanças

em seus hábitos e preferências. Justamente essas comunidades extremamente

ramificadas e específicas que auxiliam na divulgação de novas músicas

permitindo uma arquitetura de participação antes inimaginável. Aliado a estas

características apresentadas soma-se o princípio de computador coletivo, que

são os equipamentos que compartilham arquivos a todo instante. Teve início,

sobretudo, no final da década de 90, e atinge hoje níveis cada vez mais

avançados. A interação é instantânea, ou seja, no momento em que existe uma

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conexão com a internet, o computador interage com a rede e distribui arquivos

ou recepta informações.

O maior interesse de um artista é de que sua representação cultural ou

intelectual chegue a um número cada vez maior de pessoas com o objetivo de

tornar-se público e, a partir deste fato, ganhar os devidos benefícios; se uma

música ganha o gosto popular e se torna bastante consumida, isto significa que

o talento de um determinado artista foi reconhecido.

A reprodução em massa de um trabalho intelectual para o autor é

bastante interessante na medida em que, com mais popularidade dentro de um

cenário midiático, este artista poderá obter mais benefícios para si próprio,

ganhando cada vez mais com a sua publicação.

Segundo VIANNA:

“Um proprietário de um apartamento, por exemplo, tem interesse no uso exclusivo do imóvel, pois é evidente que não se sentiria confortável com a presença de pessoas estranhas em sua sala, cozinha ou banheiro. Já o autor de um livro ou o compositor de uma música tem justamente o interesse oposto, pois ninguém produz uma obra artística para o seu deleite egoístico. Quanto mais pessoas lerem e ouvirem uma criação, tanto maior prazer trará a seu autor que terá seu talento reconhecido (2005 p.13)”.

Os artistas dependem da reputação junto à sociedade para conseguirem

ganhar benefícios em troca do trabalho intelectual realizado. Não existe perda

quando uma música é copiada, ao contrário, pois quanto mais circula uma

manifestação artística, significa que o público admira o trabalho em questão.

O futuro artístico pela internet gera uma série de incertezas, em relação

aos métodos de distribuição, recombinação, remuneração e proteção das

criações. Muitos músicos ainda não disponibilizam material digital e não

acreditam na internet com medo de que suas canções sejam copiadas,

alteradas e apresentadas sem o consentimento prévio.

O sistema criado pelo advogado norte-americano Lawrence Lessig,

Creative Commons, promete trazer aos artistas uma comprovação digital de que

um determinado trabalho intelectual fora criado por este, permitindo assim, uma

garantia daqueles que desconfiam do poder distributivo da internet, ou o fim que

seu trabalho poderia levar.

Segundo CASSANO (2004):

Fato é que, em essência, Lessig defende que o direito autoral, que nasceu para garantir o ganha–pão dos criativos e assim incentivar a proliferação de conhecimento, agora surte efeito oposto. Com o saber

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humano acorrentado a seus donos, fica difícil criar algo sem esbarrar em alguma patente, registro ou copyright alheio.

Com essa oportunidade desenvolvida por Lessig, muitos artistas estão

começando a adotar o Creative Commons como um método confiável em que

algum outro usuário não se apodere injustamente de um trabalho intelectual já

registrado.

Creative Commons é uma entidade que não tem por finalidade fins

lucrativos e que foi desenvolvida para que existam diversos tipos de licenças,

criando assim uma maior flexibilidade de utilização de trabalhos protegidos por

lei. A maior intenção no uso dessa ferramenta é que o autor permita o uso mais

amplo de seu trabalho, porém respeitando os direitos do desenvolvedor

(ALECRIM, 2006).

A idéia da Cauda Longa apresentada por ANDERSON (2006) mostra

exatamente essa questão das infinitas opções que a internet proporciona

ajudando aos artistas na divulgação ilimitada, devido aos nichos formados pelas

redes sociais e outras oportunidades seguras que a rede mundial permite.

Contrapondo às vendas dos CD’s, já que o espaço físico é limitado nas lojas e

até mesmo no ambiente virtual, além de já se tratar de uma mídia relativamente

antiga e com defasagem tecnológica em comparação com o formato digital.

Uma palavra importante e que já rendeu muito lucro a artistas e

gravadoras, o hit hoje perdeu a importância que possuía antigamente, visto que

a preferência musical da sociedade modificou de forma significativa a partir da

formação de nichos sociais, da popularização do formato digital e das inúmeras

possibilidades de busca por arquivos: mais escolhas, mais produtos e grupos

menores.

Segundo ANDERSON:

Entre 2001 e 2005 as vendas totais da indústria de música caíram em um quarto. Mas o número de álbuns hit se reduziu à metade. Em 2000, os cinco álbuns mais vendidos – inclusive os megahits de Britney Spears e Eminem – venderam no total 38 milhões de cópias. Em 2005, os cinco álbuns mais vendidos chegaram à metade disso; apenas 19,7 milhões de exemplares. Em outras palavras, embora a indústria de música esteja ferida, a máquina de grandes sucessos está ainda mais estropiada. Os clientes se deslocaram para áreas menos dominantes, dispersando-se entre milhares de subgêneros diferentes. Em música, pelo menos, isso parece o fim da era dos arrasa-quarteirões (2006, p 30).

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Aliado a estas possibilidades apresentadas anteriormente, também é

importante frisar a facilidade com que os músicos conseguem produzir, na

medida em que o custo para a aquisição de equipamentos de gravação diminui

drasticamente, sendo o computador o grande alicerce para um home studio.

A partir do advento da internet e da larga popularização do uso de

computadores, a distância entre músicos profissionais e amadores foi

diminuindo devido as facilidade que a digitalização proporcionou aos processos

de áudio e da música (CASTRO, 2003).

Programas de edição e tratamento de áudio, que antes eram de

conhecimento somente de profissionais, foram alterando a interface criando um

espaço com visual amistoso, permitindo que até usuários que não possuem

afinidade com o assunto, consigam utilizar as ferramentas necessárias para

poder publicar uma música na internet.

MP3: ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA E SUAS POTENCIALIDADES

FORMATO MPEG-1 LAYER 3 (MP3)

O MP3 teve seus estudos iniciados no final da década de 80, na

Alemanha, através dos laboratórios de pesquisa IIS (Institut Integrierte

Schaltungen) juntamente com a Universidade de Erlanger. O formato que

originalmente possui o nome de MPEG-1, Layer 3 (MP3), teve sua conclusão em

novembro de 1992 pelo Motion Pictures Expert Group (MPEG) como parte do

padrão original MPEG-1 (BEGGS & THEDE, 2001).

“MPEG-1 Layer 3, ou MP3, é um formato de áudio comprimido na taxa de,

aproximadamente, 11 vezes em relação ao arquivo original. Proporciona

qualidade quase de CD e não possui dispositivo próprio de proteção contra

cópia”. (ALVES, 2002, p.231).

O MPEG foi fundado em janeiro de 1988, com o objetivo de criar padrões

para arquivos de filme, áudio e sua combinação de forma codificada. O grupo

reúne cientistas e engenheiros que trabalham com o apoio da International

Standards Organization (ISO) e da International Electro-Technical Comission

(IEC). (BEGGS & THEDE, 2001).

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Conforme defende ALVES (2002), a primeira reunião do grupo MPEG

ocorreu em maio de 1988, participando deste evento 25 especialistas e, a partir

de então, a comissão foi crescendo de forma considerável, graças à

popularidade que os arquivos digitais vêm ganhando durante os últimos anos.

Atualmente são feitas três reuniões anuais, participando cerca de 350

especialistas de mais de 200 companhias em cada conferência. A maior parte

dos membros participantes é formada por pesquisadores e acadêmicos.

PROCESSO DE TRANSMISSÃO DE ARQUIVO MP3 NA INTERNET

O MP3 revolucionou o sistema fonográfico, pois funciona basicamente

através da Internet e, devido ao seu tamanho reduzido em relação ao formato

WAVE, permite que usuários com conexão com a Internet, em qualquer largura

de banda, possam compartilhar seus arquivos com a rede mundial de

computadores.

Ainda de acordo com ALVES (2002), as pesquisas sobre compressão de

áudio foram iniciadas com a finalidade de telecomunicação, para que o maior

número possível de chamadas pudesse trafegar simultaneamente. Como a

largura de banda de uma linha telefônica era bastante limitada, a compressão de

áudio tornou-se primordial a partir da expansão súbita da Internet na década de

90.

PSICOACÚSTICA NA COMPRESSÃO E PROPRIEDADES TÉCNICAS DO

FORMATO MP3

A compressão de arquivo de áudio para o formato MP3 é baseada

principalmente na psicoacústica, que é a ciência que relaciona a percepção

auditiva com sensações e emoções do homem.

Para BEGGS & THEDE (2001, p.199) MP3 é mais do que um simples

esquema de compressão:

A teoria é que áudio não comprimido transmite dados que não são

realmente percebidos por seres humanos, por uma série de razões.

Codificadores de MP3 analisam transmissões de áudio e os

comparam com modelos matemáticos da psicoacústica humana – um

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processo muito mais complexo e matematicamente intensivo do que

simples compressão zip.

Um arquivo de áudio quando é gravado sem compressão nenhuma,

possui diversos atributos que se tornam inaudíveis para o ser humano, ou seja,

freqüências abaixo de 20 hertz e acima de 20 Kilohertz não são captadas pelo

ouvido humano, porém estarão gravadas em um arquivo sonoro sem

compactação, como, por exemplo, uma música no formato WAVE.

Basicamente a forma de compressão do formato MP3, funciona a partir

da eliminação de componentes que o ser humano não consegue captar. Um

arquivo é analisado por um codificador de MP3, na qual este passa por um

processo de comparação com modelos representativos das limitações auditivas

do ser humano. Então, a partir desta etapa, são codificadas as informações úteis

e também as limitações efetivadas no aplicativo do codificador.

De acordo com os autores ALVES (2002) e BEGGS & THEDE (2001),

as etapas de um processo de codificação para compactar um arquivo sonoro

são compostas por cinco estágios conhecidos como:

• Limite auditivo mínimo:

Nessa etapa, o codificador de MP3 estabelece no processo de

compactação os limites das freqüências, a qual todos os elementos

abaixo de 20 hertz ou acima de 20 Kilohertz serão eliminados do arquivo

de áudio, pois a faixa de audição humana situa-se entre esses dois limites

(a sensibilidade maior dá-se entre 2 KHz e 4KHz).

• Efeitos de mascaramento:

Quando há em uma gravação dois ou mais sons semelhantes e

estes são reproduzidos de forma simultânea, o que possuir o maior

volume irá esconder, ou mascarar, o som com menor intensidade. Se a

gravação for mantida original, esse mascaramento ainda estará presente.

Contudo, já que o som mais baixo está escondido, e imperceptível neste

caso, poderá ser removido através da compactação, sem que a

reprodução seja afetada. Dessa maneira, o tamanho do arquivo reduzirá

de forma sensível.

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• Reservatório de bytes:

Como nos filmes, os arquivos no formato MP3 também possuem

diversos quadros, que contém uma fração de segundo de dados de áudio,

e é sempre antecedido por uma seção de cabeçalho que possui

informações como a taxa de transferência e a descrição do método de

como foi feita a codificação pertencente ao próximo quadro.

• Estéreo conjunto ou grave monofônico:

A audição humana não consegue localizar no espaço freqüências

muito baixas ou muito altas com tanta precisão como em outras faixas.

Então, aproveitando-se desse fator, a codificação consegue transformar

para mono essas freqüências deixando imperceptível na reprodução mais

essa alteração. O resultado em relação ao tamanho é que comprimirá

ainda mais o arquivo.

• Codificação Huffman:

O clássico algoritmo de Huffman é um método de codificação que

consegue comprimir redundâncias ainda existentes em arquivos no

formato MP3. A compactação é possível em até 20% do arquivo original,

possivelmente em WAVE.

CODIFICAÇÃO DE ARQUIVOS MP3

O processo de codificação de arquivos sonoros de uma fonte original em

um formato compactado como o MP3 permite que o usuário estabeleça a sua

própria relação de qualidade e tamanho. Há diversas possibilidades de utilização

de um material sonoro, ou seja, a forma de codificação está ligada ao interesse

do usuário em seu uso.

Um arquivo com um número reduzido de bytes fornecerá,

conseqüentemente, uma baixa fidelidade sonora se opondo a arquivos que

ocupam um espaço maior, porém proporcionam uma qualidade superior de

áudio. Estas relações entre tamanho e qualidade são definidas a partir dos

ajustes de freqüência de sampling e o número de bits por segundo (taxa de

transferência). Sampling rate é o número de vezes que um sinal é amostrado a

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cada segundo. No caso de um arquivo em MP3 com fidelidade sonora próxima a

de um CD é 44,1 KHz, significa que cada segundo de música é representado por

44.100 números de 16 bits, para cada canal. (BARRETO, 2006).

Outro elemento primordial na compactação dos formatos digitais é a taxa

de bits, ou Bit rate, que é a quantidade de dados digitais que são movimentados

de um lugar para outro, em um certo período de tempo, em segundos. No

processo de digitalização o arquivo sonoro transforma-se numa sucessão de 0 e

1, chamados de bits e formados aleatoriamente. O bit rate decide sobre quantos

bits serão transferidos num segundo. Assim, a qualidade do arquivo será

definida a partir da quantidade de bits por segundo.

No processo de compactação existem dois modos diferentes em relação

à taxa de transferência, que possibilitam que o usuário defina o modelo mais

adequado para o seu uso. CBR (Constant Bit Rate) é uma forma que

disponibiliza que os arquivos não alterem o taxa de transferência, ou seja, são

gerados arquivos na qual os quadros são exatamente idênticos, independente

da complexidade do trecho.

Arquivos codificados com o Bit Rate Variável (VBR – Variable Bit Rate)

conseguem diferenciar a taxa de transferência dos quadros, então não há uma

linearidade em relação aos trechos. Dependendo da situação, o codificador irá

interpretar qual o modo mais adequado para uma determinada situação do

arquivo. No modo VBR, tendo um ajuste de 60% a 80%, são criados áudios

similares a arquivos CBR contendo uma taxa de 128Kbps a 160kbps.

Um arquivo de MP3 de no mínimo 128 kbps (Kilobits por segundo) e 44,1

KHz (Kilohertz) consegue alcançar uma qualidade muito similar ao de um CD,

possibilitando uma compressão por um fator de 10 em relação ao arquivo bruto

em WAVE. Um arquivo sonoro de 60 segundos no formato descompactado

ocupa, aproximadamente, 10MB (Megabytes), enquanto a forma compactada a

128 kbps atinge cerca de 3,5MB.

Os resultados de codificação em diferentes taxas de transferências são

(em MP3):

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Taxa de transferência (Kilobits por segundo)

Tamanho do arquivo Qualidade

1.411 41,3 MB CD

192 5,6 MB Muito próximo à qualidade de

CD, indistinguível para todos,

menos para os audiófilos mais

exigentes.

160 4,7MB Alta qualidade

128 3,8 MB Aproxima-se da qualidade de

CD

112 3,3 MB Abaixo da qualidade de CD

96 2,8 MB Bem abaixo da qualidade de

CD; “chiados” quase sempre

presentes

64 1,9 MB Aceitável para voz, mas não

música; nota-se muito os

artefatos de qualidade

32 0,9 MB Metálico, qualidade de rádio

AM; muito artefatos

16 0,5 MB Qualidade de rádio de ondas

curtas – muito pouco usado

Figura 1: Os resultados de codificação em diferentes taxas de transferências

Fonte: Beggs & Thede (2001, p. 217)

ASPECTOS LEGAIS SOBRE O MP3 E SUA UTILIZAÇÃO

Muito se discute sobre a legalidade do uso de arquivos sonoros

compactados no formato MP3. Desde sua popularização, sua utilização e

compartilhamento têm aumentado de forma bastante significativa na rede

mundial de computadores, causando uma verdadeira mudança no sistema

fonográfico e deixando a indústria e os artistas de maior renome no mercado

fonográfico muito preocupados em relação ao futuro das vendas de CD’s.

Segundo a Associação Brasileira de Propriedade Intelectual (ABPD), o

arquivo MP3 em si, não é ilegal. Não existe ilegalidade se um consumidor

adquire um CD de um determinado artista e decide transformar as faixas do

disco em arquivo digital para executá-las em seu computador pessoal.

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As leis são infringidas a partir do momento em que um usuário inicia o

compartilhamento desses arquivos na Internet com outros usuários que, com

esse processo, adquirem as faixas do disco sem o consentimento da gravadora

(normalmente quem lida com as questões autorais atualmente) e o músico.

A absorção dos usuários em relação aos formatos Open source (código

aberto), que não possuem limitadores de ações, foi imediata por possíveis

consumidores de discos. Porém, existem muitas restrições em relação à

distribuição de arquivos sonoros digitais pela Internet.

Como existem diversos programas de compartilhamento gratuito de

arquivos sonoros na Internet, os direitos de propriedade intelectual são violados

a todo o momento sem que o artista seja devidamente pago por seu trabalho.

A Thomson Consumer Electronics é quem detém os direitos legais de

licenciamento da patente do arquivo MP3. Muitos desenvolvedores de

programas MP3 foram informados de que o licenciamento dos arquivos era

necessário para distribuir ou vender decodificadores e codificadores, em

setembro de 1998. Produtos que não tivessem as licenças autorizadas da

Thomson e Instituto Fraunhofer, estavam infringindo leis de patente de ambas.

(WIKIPEDIA, 2006a)

Através desta situação de controle de patentes, acabou-se contribuindo

para que outros formatos fossem desenvolvidos contendo, enfim, o código de

forma livre, oportunizando a comunidade desenvolver novas especificações e

formatos. Controlar o destino das músicas em formato digital e presentes na

Internet é uma tarefa impossível, visto que a amplitude de distribuição que a

rede mundial permite é ilimitada.

A situação enfrentada hoje pela indústria fonográfica é bastante similar

em alguns aspectos ao que ocorria em outras décadas: LP´s (Long Play) eram

trocados entre conhecidos e a partir dos aparelhos reprodutores de música da

época, era possível regravar as faixas para uma fita cassete.

Entretanto, a qualidade apresentada por esse sistema de gravação era

bastante precária, já que a gravação era feita de modo mecânico, no qual o

cabeçote de um equipamento era responsável pela gravação nas fitas cassetes.

Como a qualidade final estava muito aquém do original, a partir da década de

80, a principal fonte de gravação acabou sendo substituída pelo CD (Compact

Disc) que proporcionava uma qualidade muito superior.

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OUTROS FORMATOS EM CIRCULAÇÃO NA WEB

A partir da popularização dos arquivos sonoros na Internet, diversas

outras pesquisas em relação à compressão de dados foram se tornando

freqüente, sempre em busca de um resultado ainda mais expressivo em relação

ao já consolidado MP3.

A grande disputa entre os principais formatos de áudio está focada entre

o Windows Media Áudio e o MP3. Os dois possuem qualidade similar, entretanto

com uma diferença crucial para a popularidade de ambos: enquanto o MP3 não

possui DRM (Digital Rights ManagementI), o formato da empresa Microsoft

permite incluir restrições de reprodução, gravação e distribuição deste tipo de

arquivo.

CARACTERÍSTICAS DO WINDOWS MEDIA AUDIO (WMA) E A RELAÇÃO

COM VENDA DE MÚSICAS ONLINE

Com um propósito totalmente oposto ao código aberto do MP3, o

Windows Media Audio (WMA) conseguiu um dos resultados mais expressivos na

relação qualidade e tamanho, obtendo um resultado considerado até mesmo

superior ao MP3. O WMA é o formato oficial de arquivos sonoros da Microsoft e

conta com o apoio de todos os serviços de distribuição que cobram pela música

digital. Isso se deve ao fato de que incorporado ao arquivo pode existir uma

tecnologia de proteção autoral conhecida como DRM (Digital Right Management,

ou Administração de Direitos Digitais) e que não é possível no formato de código

aberto. Esse sistema de proteção auxilia as gravadoras na questão de controle

de redistribuição, dificultando ações que violam as leis de proteção autoral.

Segundo ALVES (2002) o Windows Media Audio “é o formato de áudio

lançado pela Microsoft para concorrer com o MP3 oferecendo em sua estrutura,

um sistema anticópia.”.

A indústria fonográfica pode, através do formato WMA, intervir em

diversas questões como quantidade de reprodução do arquivo, número de vezes

que pode ser copiado para um CD ou um dispositivo externo como os atuais

tocadores de arquivos digitais. Além desses atributos em favor da propriedade

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intelectual, o formato da Microsoft permite que o usuário possua um arquivo

ainda menor que o MP3 com uma qualidade equivalente, ou até mesmo

superior.

De acordo com ALVES:

“O resultado dos testes realizados pela ZDLLabs e National Software

Testing Labs mostraram que esse arquivo possui qualidade quase de CD e pode

ser comprimido em até 50% a mais que o MP3.” (2002, p.234)

A utilização de proteção de arquivos WMA funciona a partir de chaves de

acesso, ou seja, quando o usuário for comprar uma música ele precisa baixar

primeiramente o arquivo sonoro e depois a licença DRM que permitirá que o

arquivo toque em seu computador pessoal ou um outro dispositivo externo. Essa

licença é a garantia de que a música que está sendo reproduzida está de acordo

com as leis autorais. (LOPES, 2003)

Segundo BEGGS & THEDE (2001), “WMA suporta uma codificação de

8KHz até 48KHz, podendo ser de 8 bits a 16 bits, mono ou estéreo. A qualidade

ou taxa de transferência deste codec é de 5kbps até 192kbps; quanto mais

próximo à qualidade máxima que pode ser alcançada, maior fidelidade sonora

em relação à fonte original irá existir.”

MONKEY’S ÁUDIO: COMPACTAÇÃO SEM PERDAS

A principal diferença entre o Monkey’s Audio em relação a outros

formatos é que a sua compactação consegue manter a qualidade original do

arquivo, ou seja, sua compressão é lossless (sem perdas), e ainda permite

originar arquivos 50% menores em relação ao WAVE. (BARRETO, 2003)

Sua popularidade ainda é bastante baixa para o público em geral, porém

audiófilos exigentes procuram utilizar este formato, devido à forma de

compactação, na qual o seu logaritmo de compressão consegue reduzir o

tamanho do arquivo sem que exista perda de dados em relação à qualidade. O

seu código-fonte foi liberado para que este formato ganhasse mais adeptos,

porém este ainda pertence à empresa Monkey´s Audio.

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FREE LOSSLESS ÁUDIO CODEC (FLAC)

Sendo concorrente direto do formato Monkey´s audio possui uma

compactação sem perdas de dados, garantindo o máximo de qualidade ao

arquivo sonoro. Em 2003, o FLAC (Codec de Áudio sem perda livre) foi

incorporado ao projeto XIPH, o responsável pelo mesmo trabalho no formato

Ogg Vorbis. Porém, há duas principais diferenças em relação ao Monkey´s

Audio: é um arquivo de fato open source (código fonte aberto), e produz

arquivos maiores em relação ao tamanho de compactação, deixando a tarefa de

baixar música pela Internet um pouco mais lenta.

MP3PRO: MAIOR COMPACTAÇÃO, MENOS POPULARIDADE

Desenvolvido pela empresa Thomson Multimedia juntamente com a

Coding Technologies, o formato de arquivo sonoro MP3PRO consegue

compactar músicas digitais de forma mais eficiente ainda que o tradicional MP3.

Esse fato está ligado a tecnologia Spectral Band Replication (SBR), que “reforça

as altas freqüências que costumavam ser desprezadas no MP3 com bit rates

menores”. (BARRETO, 2003)

Através do processo SBR, o arquivo compactado no formato MP3PRO,

consegue diminuir o tamanho em até 50% em comparação ao tradicional MP3

convencional.

Sobre a reprodução de arquivos no formato MP3PRO em tocadores de

música no computador, ou em dispositivos externos, é necessário que seja

instalado um player próprio da Thomson Multimedia, disponível através do site

da empresa ou encontrar um decodificador no endereço virtual

(www.mp3prozone.com) que pode ser instalado em diversos programas que têm

como função reproduzir arquivos sonoros.

Caso essas tarefas não sejam executadas, a reprodução do arquivo

produzirá um ruído típico de músicas digitais em baixa qualidade, transformando

a experiência muito desanimadora, para usuários acostumados com a boa

qualidade do MP3.

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OGG VORBIS

A sua popularização na rede mundial de computadores é muito inferior ao

MP3, porém muitos aderiram a esse formato que promete arquivos com

qualidade similar e com um tamanho um pouco menor. Isso se deve ao fato de

que a forma de compactação utilizada nesse sistema é muito parecida com a do

formato MP3. A compressão é realizada através da codificação de bit rate

variável (VBR), possibilitando arquivos menores e com qualidade muito similar

ao MP3. (BARRETO, 2003)

Segundo WIKIPEDIA (2006b): “Vorbis é o nome de um projeto, liderado pela Xiph.org Foundation, que desenvolveu um algoritmo de compressão e descompressão (codec) de áudio, livre de patentes. Os arquivos codificados com o codec Vorbis são freqüentemente usados em conjunto com o formato Ogg, sendo então conhecidos como Ogg Vorbis”.

No sistema anárquico da Internet, os arquivos Ogg Vorbis conseguem

reunir uma boa parcela de ouvintes interessados principalmente em seu código-

fonte que permite uma liberdade para sua manipulação em diversas formas,

dependendo da imaginação do usuário.

Esse processo de construção comunitária do arquivo Ogg Vorbis ocorre

devido a uma mensagem da Fraunhofer Geselllschaft, em setembro de 1998, na

qual foi anunciado plano de cobranças sobre licenças de uso para o formato

MP3. Após esse evento, Christopher Montgomery começou a realizar um

projeto, na qual um arquivo sonoro seria totalmente sem restrições. A partir de

então, inúmeros voluntários foram aperfeiçoando o código fonte do formato Ogg

Vorbis que foi lançado enfim, em 19 de julho de 2002. (WIKIPEDIA, 2006c).

AUDIO INTERCHANGE FILE FORMAT (AIFF)

A Apple Computer utiliza o formato AIFF para seus arquivos sonoros

digitais em que não haja compactação de dados, possibilitando uma fidelidade

bastante alta, agradando até os audiófilos mais exigentes. Possui uma

semelhança muito próxima ao WAVE, que são utilizados nas plataformas PC

(Personal Computer). (ALVES, 2002).

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ADVANCED AUDIO CODEC (AAC)

O formato AAC consegue produzir um arquivo de áudio com qualidade

bastante aproximada da fonte original, possibilitando um tamanho até 30%

menor em comparação com o MP3. O projeto foi desenvolvido com a

contribuição e cooperação de diversas companhias, entre as principais estão:

Dolby, Fraunhofer (FhG), AT&T, Sony e Nokia. O formato foi oficialmente

apresentado pela Moving Pictures Experts Group em abril de 1997, e pode ser

referido como MPEG-2 Parte 7 ou MPEG-4 Parte 3, dependendo da sua

utilização; é freqüentemente apresentado como MPEG-4 AAC, ou simplesmente

AAC.

Sua popularização se deve ao sucesso de vendas que o tocador de

arquivos sonoros digitais da empresa norte-americana Apple tem alcançado em

relação a esse tipo de dispositivo. Através do site da iTunes, qualquer usuário

pode comprar músicas no formato AAC – que é o padrão nos tocadores de

música da Apple – e repassar para o aparelho; as faixas musicais contêm Digital

Rights Management. (WIKIPEDIA, 2006d).

REAL AUDIO (RA)

Formato desenvolvido pela empresa Real Networks e lançado no final de

1996 tem como base de reprodução a própria Internet, e é a principal opção de

reprodutor de conteúdo multimídia através de streaming desde o início do áudio

na Internet, já que a taxa de compressão é altíssima, possibilitando arquivos de

tamanho reduzidos. Porém a qualidade é muito inferior comparado aos arquivos

como MP3 e WMA. (ALVES, 2002)

Suas opções de compressão podem ser feitas de acordo com a

velocidade do modem; transmissões feitas por modems mais rápidos

possibilitam uma qualidade superior.

WAVEFORM AUDIO FORMAT (WAVE)

Formato de áudio padrão das empresas Microsoft e IBM e possui

resoluções de 11kHz a 44.1kHz, de 8 bits a 16 bits, mono ou estéreo. Não

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possui compactação e por isso possui uma qualidade muito próxima a fonte

original de áudio (Compact Disc). (BEGGS & THEDE, 2001).

A grande deficiência em relação a esse formato sem compressão é

justamente o tamanho em que o arquivo acaba sendo originado, tornando a

experiência de fazer um download bastante demorada para modems de banda

limitada. (ALVES, 2002)

TABELA COMPARATIVA SOBRE TAMANHOS DE ARQUIVOS DIGITAIS

Entre os diversos formatos existentes na Internet há diversas

características singulares entre os arquivos, que permite que o próprio usuário

estabeleça sua relação qualidade e tamanho.

O comparativo em relação ao tamanho e ao formato de uma música de

três minutos e 14 segundos pode ser representada da seguinte maneira:

FORMATO QUALIDADE (em KBPS) TAMANHO (MegaBytes)

MP3PRO 64 1,5

WMA 96 2,3

MP3 160 3,95

OGG VORBIS 160 4,57

MONKEY’S AUDIO Compressão Máxima 21,55

FLAC Compressão Máxima 24,24

WAV Sem compactação 32,61

Figura 2: Música em vários tamanhos

Fonte: Barreto (2003, p.16)

A partir do demonstrativo acima, pode-se concluir que para fins de

utilização na rede mundial de computadores, os arquivos de compactação

máxima, que conseguem proporcionar uma qualidade sonora muito próxima da

fonte original, reúnem o maior número de adeptos. A velocidade com que se

baixa uma música de reduzido número de Megabytes torna-se um dos principais

fatores de larga utilização na Internet desses formatos, deixando arquivos com

tamanho maior para uso profissional ou audiófilos.

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ILEGALIDADE DA INTERNET

A distribuição de arquivos através da Internet proporcionou um fenômeno

popular nunca visto antes. A rede proporciona aos usuários uma livre interação

entre todos; não há mais os caminhos definidos entre emissor e receptor.

Esta forma de publicação e interação também serve para a música na

qual a comunicação entre computadores é ainda mais incessante com o passar

do tempo. Desde o início da utilização do programa Napster, na qual a ligação

entre usuários demonstrava uma precariedade em relação ao que é apresentado

atualmente pelos programas BitComet, eMule e discos virtuais de

armazenamento, os computadores estavam deixando de ser pessoais.

(ALECRIM, 2005)

O princípio de computador coletivo, que iniciou justamente no final da

década de 90, atinge hoje níveis cada vez mais avançados. A interação é

instantânea, ou seja, no momento em que existe uma conexão com a Internet, o

computador interage com a rede e distribui arquivos ou recepta informações.

Estes processos de interação de troca de informações ocorrem em

diversas tarefas tidas como corriqueiras na rede como: mandar uma mensagem

eletrônica, conversar através de mensagens instantâneas ou trocar mensagens

através de grupos de discussão. Entre estes três exemplos apresentados todos

permitem, além das funções citadas, compartilhar arquivos.

Partindo deste princípio em que diversas funções básicas da Internet

permitem o compartilhamento de arquivos, as questões sobre os programas

específicos para este fim acabam introduzindo uma nova questão: a ilegalidade

da Internet.

Segundo MANSUR (2005):

“Se apenas um destes programas P2P fosse proibido por permitir a

troca de arquivos abriríamos um precedente grave, porque depois de

tornar ilegal o P2P, seria proibido também o e-mail, os newsgroups e

outros serviços da Internet que permitem a troca de arquivos. Como

os protocolos destes programas são abertos seria necessário ir aos

provedores de hosting. Seria, então, necessário decretar a Internet

ilegal.”

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Entretanto, as acusações de compartilhar material ilegal na Internet

contra os programas de compartilhamento por parte da RIAA, entram em choque

justamente quando empresas responsáveis por aplicativos P2P acusam as

gravadoras de outras ações ilegais.

Empresas, como por exemplo, Lime Group (responsável pelo aplicativo

Limewire) contra-atacam as acusações das gravadoras alegando que diversas

ações comprometem os usuários e afirmam que o único objetivo com essas

atividades na justiça é para assumir o controle total de distribuição de arquivos

sonoros na rede. (GEEK, 2006)

Então como a indústria da música pretende encerrar os serviços de

distribuição musical, se o funcionamento destas não é baseado em um servidor

centralizado de armazenamento de arquivos compartilhados? Os aplicativos

fornecem o serviço de trocas de músicas digitais, porém os usuários é que

determinam o que vão baixar, excluindo assim a responsabilidade da empresa

sobre a utilização; no momento da instalação do aplicativo, o usuário concorda

que a partir daquele momento a responsabilidade de uso é estritamente sua.

A grande preocupação atual da indústria fonográfica é de fato com a

novidade que está sendo utilizada e que não há como controlar. E as estratégias

de romper essa ligação entre tecnologia e democracia estão cada vez mais

ruindo, demonstrando que o investimento em uma nova tecnologia é urgente

para que o fim das gravadoras não seja o encerramento total destas.

Mesmo alegando inocência diante do fato de compartilhamento de

arquivos sonoros com proteção de cópias, a rede P2P, caso seja inocentada de

fato, pode acabar prejudicando de forma arbitrária usuários que utilizam os

aplicativos compatíveis com esse sistema.

Caso a RIAA ganhe mais essa batalha contra as empresas responsáveis

por aplicativos de compartilhamento de arquivos, entraremos em um dilema de

difícil resposta: ao utilizarmos a Internet, estaremos agindo de forma ilegal? A

grande maioria dos internautas possui endereços eletrônicos, participam de

newsgroups, utilizam mensageiros eletrônicos ou simplesmente navegam pela

rede.

Essa forma de ataque desesperada contra usuários e programas P2P

reforça a idéia de que a indústria fonográfica está em crise e desconhece um

caminho a ser tomado diante desta situação, a qual a larga utilização de

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arquivos sonoros digitais ganha cada vez mais força como meio de distribuição e

publicação.

USO DE APLICATIVOS P2P POR PARTE DA INDÚSTRIA

FONOGRÁFICA E VENDA DE MÚSICAS DIGITAIS Após conseguir, inicialmente, com que o programa Napster encerrasse

suas atividades, dando a impressão de que conseguiria banir o uso de

aplicativos P2P, a indústria da música insiste no método de processar todos os

aplicativos contrários à idéia de distribuição das grandes gravadoras.

Apesar de no início do processo de compartilhamento na Internet a

indústria fonográfica demonstrar ser contrária a esse tipo de serviço, em pouco

tempo apoderou-se, através de batalha judiciais, do então líder de downloads, o

Napster, seguindo seu modelo de uso, entretanto, agora como serviço pago

através de assinaturas mensais e planos de vendas. (TARDIN, 2001)

Muitos aplicativos, com receio sobre o futuro que a justiça poderia

destinar a estas, decidiram ceder as pressões realizadas pela RIAA. Um

dispositivo de muito sucesso na Internet e um dos maiores serviços de troca de

arquivos na rede, o iMesh, assinou um contrato com as gravadoras, a qual

passará a vender músicas protegidas e com o aval da indústria da música; além

dessa imposição, a empresa responsável pelo iMesh pagou às gravadoras US$

4 milhões, para indenizar as violações de propriedade intelectual que seus

usuários cometeram. (WERNECK, 2006)

Outro serviço que está de acordo com o que foi definido pelas grandes

gravadoras e que opera em um sistema funcional e de fácil utilização como o do

Napster, é o programa Peer Impact. Este aplicativo possui características

similares ao percussor das trocas digitais de músicas, porém com uma diferença

crucial: o serviço é supervisionado pela indústria da música e é pago.

Segundo PEREIRA (2006):

“Quem compra uma música no Peer Impact (www.peerimpact.com) fica livre para fazer com ela o que bem entender, inclusive repassá-la para qualquer outro integrante da rede de compartilhamento. Mas o repasse não é gratuito. Se uma outra pessoa baixa uma música que está com você terá de pagar por ela.”

Um dos principais objetivos das gravadoras com esse tipo de serviço

legalizado é, além de evitar a distribuição sem o consentimento da indústria da

música, tornar o próprio usuário um distribuidor de músicas de forma legalizada.

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A redistribuição remunerada seria feita através de um usuário que possua uma

música comprada legalmente para outro usuário que iria adquirir esse arquivo

tendo pagado também por esse serviço; o usuário detentor do arquivo é

remunerado pelo próprio sistema de distribuição. Então, os usuários iriam

ganhar uma espécie de recompensa pelas músicas compartilhadas.

Uma das primeiras táticas utilizadas pelas gravadoras para tentar conter o

avanço vertiginoso do uso de aplicativos de troca de arquivos de forma gratuita

foi de lançar grandes portais de venda, na qual o usuário poderia escolher a

canção a ser comprada, diferenciando-se da compra de um CD, a qual o

consumidor era obrigado a comprar o álbum completo e sem direito de escolha

das faixas.

Entretanto, as vantagens que os aplicativos P2P apresentam em relação

aos portais de vendas de músicas digitais são muito mais interessantes para os

usuários.

Os acervos de arquivos disponíveis nos programas de troca de músicas

são muito mais amplos, oferecendo uma qualidade muito superior à busca, pois

nem todos os artistas aderiram ao uso da Internet como meio de acesso à

cultura, com receio que acabe não recebendo os valores legais por sua música.

(LOPES, 2003)

No intuito de proteger as canções compradas pelo consumidor pela

Internet, a indústria fonográfica investiu na proteção anticópia. A grande maioria

dos arquivos vendidos é disponibilizados apenas no formato WMA, que permite

o uso da tecnologia DRM (Digital Rights Management). Existem inúmeros

bloqueios disponíveis, entre os principais estão: impossibilidade de compartilhar

um arquivo, ouvir a música quando o tempo de contrato entre o consumidor e a

empresa que vendeu o arquivo expirar, gravação para CD e transferências entre

e-mails e para tocadores portáteis de áudio digital. (IMUSICA, 2006)

A limitação de usos imposta nos arquivos musicais vendidos pelas

grandes gravadoras através da Internet, têm confundindo os consumidores, pois

cada empresa acaba usando um determinado método de proteção contra cópias

ilegais.

Essa confusão em relação ao formato de arquivo musical com proteção

anticópia está sendo repassada ao consumidor, que tem muitas dificuldades em

entender o procedimento nesta situação.

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Segundo WERNECK (2006), seria como se “no passado, cada álbum que

você comprasse precisasse de um toca-disco diferente. Se você comprasse um

CD de uma determinada gravadora, ele só seria reproduzido em aparelhos

compatíveis com ele. Provavelmente você não teria discos, certo?”.

O sistema DRM não foi padronizado pela indústria fonográfica, o que está

dificultando bastante o uso dos consumidores; o sistema de criptografia, que

administra a autorização digital de utilização, está inserido junto ao arquivo WMA

e nenhuma empresa que vende músicas na Internet de forma legal deixa de

usar este recurso como forma de controle.

Na prática, esta situação pode ser comparada a situação hipotética, na

qual um usuário adquire uma música em uma loja virtual, e este arquivo só pode

ser executado em dispositivos portáteis que aceitem a reprodução de WMA.

Como a conversão em MP3 também é limitada pelas gravadoras, o usuário fica

impossibilitado de ouvir a canção. (WERNECK, 2006)

A incompatibilidade em relação à tecnologia DRM também atinge os

tocadores portáteis de músicas digitais. Cada portal de venda de arquivos

sonoros disponibiliza as canções de acordo com um tocador digital específico.

Se um consumidor comprou o aparelho iPod, da fabricante norte-

americana Apple, este só poderá adquirir músicas que sejam vendidas no site

iTunes – da própria Apple – pois este site é um dos únicos que disponibiliza

arquivos com DRM específicos para os aparelhos iPod.

Caso o usuário adquira uma faixa musical em outra empresa que só

venda no formato WMA, fica impossibilitado de reproduzir a canção em seu

aparelho, pois o Windows Media Audio não é compatível com aparelhos Apple;

os formatos AAC são vendidos no site do iTunes e só podem ser reproduzidos

em determinados aparelhos.

Esta situação deixa o usuário, de uma certa forma “preso” a empresa a

qual este comprou seu aparelho de música digital. Caso o consumidor decida

trocar de player, significa que todas as músicas compradas ficarão inutilizadas.

Seria o mesmo caso se, cada gravadora disponibilizasse, no passado,

diferentes tipos de CD’s, na qual, estes para serem reproduzidos, precisariam de

CD players específicos.

Segundo VONK (apud WERNECK, 2006), “um dos motivos dessa

confusão de formatos acarretada pelo uso de DRM vem da própria tradição da

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indústria fonográfica. A grande verdade é que a indústria nunca inventou nada,

sempre foi muito reativa. Todas as invenções, desde o gramofone, vieram de

fora da indústria”.

A indústria fonográfica demonstra-se bastante despreparada diante da

realidade e a renovação em que a música está passando atualmente. Tudo está

mudando: desde os métodos de gravação até a distribuição final.

Segundo LEMOS (apud WERNECK, 2005):

“O DRM tem que ser repudiado. Há a questão da obsolescência. Por que ele cria um problema para as gerações futuras. Como será daqui a 15 anos, quando tudo estiver criptografado. O direito autoral tem um prazo de proteção limitado e o DRM é eterno, não respeita o prazo de duração”.

A situação sobre o comércio de músicas na Internet está deixando de

lado os direitos do consumidor, tornando-se até mesmo abusiva, na qual o

usuário não tem mais direito à escolha, pois cada tipo de arquivo de música está

diretamente ligado ao dispositivo de tocador de canções digitais; no momento

em que uma gravadora vende um arquivo musical que não é compatível com

players de música digital, esta está ferindo o direito à concorrência.

MÚSICOS, COMPUTADOR E INTERNET: UMA NOVA RELAÇÃO Antigamente músicos tinham como maior preocupação, em relação ao

trabalho, apenas a composição musical e o arranjo das canções. Atualmente

este quadro vem alterando a cada momento com o advento de duas ferramentas

que hoje se tornaram indispensáveis para qualquer nível de músico (dos mais

profissionais até mesmo os amadores): computador e Internet. (WUNSCH &

SILVA, 2003)

A tecnologia embarcada nos estúdios profissionais de hoje cresce forma

exponencial. Muitos produtos são lançados para este mercado tecnológico, com

um número cada vez maior de interessados no assunto.

Entretanto, o computador continua sendo um dos principais equipamentos

quando o assunto é áudio digital. Sem o seu uso, a prática sonora se torna

bastante precária e ultrapassada.

Enquanto antigamente somente técnicos de som estavam habilitados a

fazer a edição e tratamento do som gravado em estúdio, hoje em dia esta tarefa

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está também interessando aos músicos, que vêem no computador uma forma de

conseguir a tão sonhada autonomia em relação às escolhas musicais.

Com a disseminação de uso dos programas profissionais de edição e

tratamento musical em larga escala, muitos músicos atualmente estão adotando

a idéia de fazer o próprio som e conseqüentemente gravá-lo em casa. Esta nova

maneira de gravação se chama Home Studio, ou estúdio caseiro.

Apesar de no início da popularização dos estúdios em casa exigirem um

valor alto demais no investimento de equipamentos eletrônicos e também da

arquitetura acústica voltada para a gravação sonora, hoje em dia esses valores

diminuíram rapidamente, conquistando assim, um número bastante elevado de

novos músicos.

Segundo RATTON (2005): “Ter um ‘home-studio’, uma coisa tão comum hoje para músicos e compositores, era privilégio de alguns poucos artistas abonados, que podiam dispor de centenas de milhares de dólares para comprar seus próprios equipamentos”.

Na sua própria casa, os músicos conseguem atualmente garantir um

trabalho de excelente qualidade, sem ter que utilizar um estúdio profissional para

este caso, e tendo a total administração diante de seu trabalho.

O principal programa que reúne as funções de maior importância para os

músicos é conhecido como editor de áudio. Neste aplicativo é possível tratar a

qualidade do som gravado, alterar características ou até mesmo incluir efeitos

como eco, velocidade de reprodução e outras diversas opções.

Inicialmente, os editores de áudio só eram utilizados por engenheiros de

som ou técnicos especializados no tratamento de áudio, pois apresentavam

mecanismos difíceis de serem interpretados, causando muita confusão em

usuários menos experientes.

Entretanto, a reformulação, destes programas de tratamento e edição de

áudio, auxiliou bastante para que a sua popularização se tornasse quase que

instantânea, conseguindo com que muitos interessados aderissem ao seu uso.

Este panorama reflete a usabilidade que as novas tecnologias, referente aos

estúdios caseiros, têm proporcionado aos músicos uma alternativa aos estúdios

profissionais das grandes gravadoras fonográficas.

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Após esses processos relacionados à etapa de gravação musical, os

artistas possuem um canal de comunicação com os seus fãs, ou potenciais

consumidores, que é justamente a Internet.

Como alternativa às imposições feitas em contratos com gravadoras, na

qual as etapas de distribuição são totalmente controladas pela indústria da

música, a Internet, em contrapartida, oferece muitas oportunidades para o artista

determinar qual método de distributivo será adotado.

RECOMBINAÇÃO COMO ALIADA DA INTELIGÊNCIA COLETIVA NA MÚSICA A idéia de que as músicas baixadas através da Internet iniciarão uma

queda brusca no número de novos artistas, representa a preocupação que a

indústria da música enxerga na distribuição digital e o futuro incerto para as

grandes gravadoras.

Segundo BEZZI (2006) “Não vamos proibir nem prender ninguém.

Queremos conscientizar o público de que quanto mais ele baixar música de

graça na Internet, menor a chance de aparecer um novo artista".

Contudo, o que a Internet vem mostrando ao longo dos anos é justamente

o aumento no número de novos artistas surgidos a todo o momento, onde outros

métodos de distribuição musical proporcionam uma alternativa ao que é imposto

pela indústria da música.

Alguns importantes artistas de renome no mercado fonográfico vêem

apostando nessa forma de divulgação de trabalho através da iniciativa de

incentivo à recombinação. O músico brasileiro Tom Zé, que participou com

veemência do movimento “Tropicalismo” na final da década de 60 do século

passado, lançou em 2000 o álbum “Jogos de Armar”, a qual disponibiliza um

segundo CD contendo todos os sons utilizados na interpretação das músicas

utilizados pelo artista. Porém o consumidor fica livre para recombinar o trabalho

de Tom Zé utilizando essas ferramentas. Durante a década de 80, o músico Tom

Zé sofreu bastante com a indústria fonográfica, que acabou por esquecê-lo e o

deixando sem oportunidades de reconquistar seu espaço e mostrar seu trabalho.

(CHACUR, 2000)

Essa atitude mostra a importância de o artista disponibilizar sua obra para

uso livre, permitindo que a inteligência do coletivo na Internet fique livre para o

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desenvolvimento de novas interpretações, não deixando a música finalizada, e

sim, sempre aberta a novas interpretações.

O significado de obra e autor está em crise, na medida em que os

processos de criação estão em desenvolvimento constante na Internet. O

princípio de coletividade inteligente representa esta afirmação que tem por

objetivo desmistificar a idéia de que somente alguns poucos podem expor suas

manifestações.

Segundo LEMOS (2005, p.02) “Na crise da criação pós-moderna (“A arte

morreu”) só é possível apropriações sob o signo da recriação. Não há mais

autor, original e obra, apenas processos abertos, coletivos e livres.”

O que a indústria fonográfica sempre fez foi doutrinar a sociedade a

pensar que somente as pessoas que possuem contrato profissional com estas

poderiam ser consideradas artistas e teriam a capacidade de fazer música.

Durante muito tempo, artistas foram elevados a um nível superior de

capacidade de criação, deixando claro, então, que a sociedade não teria

condições de criar e somente receber as manifestações musicais com origem da

indústria cultural.

Segundo LEMOS (2005, p.02):

“A nova dinâmica técnico-social da cibercultura instaura assim, não uma novidade, mas uma radicalidade: uma estrutura midiática ímpar na história da humanidade onde, pela primeira vez, qualquer indivíduo pode, a priori, emitir e receber informação em tempo real, sob diversos formatos e modulações, para qualquer lugar do planeta e alterar, adicionar e colaborar com pedaços de informação criados por outros”.

Através das mídias, tidas como tradicionais, como rádio, televisão, e

impressa, a indústria fonográfica adotava métodos de impor na sociedade o que

era necessário para reverter costumes e preferências em massa em dinheiro e

fama para os seus contratados.

Porém, a Internet e os usuários conseguiram quebrar este caminho de

definição da preferência da massa, que era realizado pela indústria da música, e

tornar todos os internautas em receptores de emissores de informação e

interpretação. O próprio usuário é que estabelece as músicas que ele irá

escutar, tendo a opção atualmente de escolher as músicas a serem baixadas em

seu computador; antes só era possível se adequar ao esquema planejado pela

indústria da música, onde as canções eram lançadas em uma espécie de álbum,

sem opções de adquirir uma música somente.

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Hoje os próprios usuários de Internet são quem definem o que está sendo

mais escutado e o que pode ser sucesso ou não. Este fato pode ser

representado pelo exemplo do grupo musical norte-americano The Gossip, na

qual, após muitas tentativas frustradas em tentar conseguir a tão desejada fama

que muitos candidatos a músicos almejam, o trio decidiu lançar suas músicas

através do próprio blog. Esta ação fez o grupo ganhar uma repercussão muito

grande na Europa, onde conseguiram firmar dezenas de shows. (TERRA, 2006)

A desmaterialização da música também contribui para que novos

processos recombinativos sejam desenvolvidos com o intuito de gerar formas de

manifestação, podendo o usuário comum da Internet interagir em processos

criativos. A facilidade em que arquivos digitais são manipulados através do

computador permite que processos antes restritos a profissionais de som sejam

agora recombinados por qualquer pessoa. (CASTRO, 2003)

EDITOR MULTIPISTA AUDACITY

As diversas opções de programas de áudio que a rede fornece é quase

ilimitada. Os usuários têm a possibilidade de escolher qual a linha de produção

que deseja seguir, que vai desde a edição simples de material sonoro até

mesmo exercícios mais complexos como a produção de música eletrônica

através de samples e Loops.

O mais importante a ser destacado é justamente a oportunidade de

trabalhar com softwares livres, open source (código aberto). Estes programas

possuem uma qualidade muito interessante, comparado a estúdios profissionais

que utilizam um grande número de equipamentos, de valor muito distante da

maioria das pessoas, assim como programas com um custo também alto.

Evidentemente que a grande maioria dos músicos ou entusiastas de áudio

amadores não possuem tamanha capacidade financeira de investimento neste

tipo de estúdio. Felizmente a Internet propõe diversos tipos de ferramentas de

produção sonora de forma gratuita, tornando possível a experiência de projetar e

produzir qualquer tipo de música e ambientação de som para filmes e

documentários.

O software Audacity possui uma grande popularidade entre os internautas

por ser uma ferramenta de uso simples, exigindo muito pouco de um

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computador (em relação à sua configuração), tendo também um diferencial entre

os demais editores de áudio disponíveis na Internet: permite a criação multipista.

Esta opção significa que, além de editar um único arquivo, é possível também

manipular diversos elementos sonoros em um só workspace, tornando possível,

ao término do trabalho, exportar o arquivo unindo assim os diversos tipos de

fontes que foram utilizadas no programa.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A grande questão a ser levantada a partir desta análise geral sobre a

relação entre o áudio digital e a música é definir qual a importância que a

indústria fonográfica terá em um futuro muito próximo. Antes um núcleo central e

monopolista de emissor de conteúdo musical e de grande importância histórica

ao longo do século XX, agora a indústria assume um mero papel coadjuvante

neste novo cenário. Inerte perante a sociedade, as gravadoras perderam espaço

para as ações dos usuários que estão cada vez mais assumindo a função de

promover a música no ciberespaço através desta integração ilimitada.

As ferramentas para produzir qualquer tipo de arquivo sonoro estão

disponíveis de forma gratuita na Internet. A linguagem e a usabilidade de fácil

acesso destes programas permitem que desde o profissional em áudio e até

mesmo o amador neste assunto tenham uma experiência surpreendente em

relação à qualidade dos materiais produzidos.

O que antes era uma possibilidade somente para artistas de renome no

mercado fonográfico, estes amparados por gravadoras de grande ganhos

comerciais, se tornou possível para qualquer pessoa através das inúmeras

possibilidades de distribuição através da rede mundial, assim como as

ferramentas de produção disponíveis. O usuário só necessita de um computador

para realizar diversas tarefas no âmbito do áudio digital.

Essas mudanças profundas nos métodos de produção e distribuição da

música permitem também que o próprio autor tenha um feedback em relação ao

seu trabalho. O interesse maior de um músico mudou bruscamente nesta última

década, principalmente a partir da popularização de trocas de arquivos digitais

através do peer-to-peer. A venda de discos era o grande “termômetro” para

medir a participação e repercussão dos músicos na sociedade, e, tendo também

como principal função os ganhos financeiros através das vendas de CD’s.

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Entretanto, a mudança brusca iniciou no momento em que os artistas

estavam percebendo o enfraquecimento das vendas e, em contrapartida, o

aumento vertiginoso de compartilhamento de músicas através de programas

específicos para esta função. O interesse maior é que não mais as pessoas

paguem para escutar uma música, e sim o alcance e repercussão que este

arquivo pode chegar. A idéia é quanto mais pessoas escutarem a canção melhor

será para o artista, pois este será recompensado diretamente pelo lado

financeiro, mas sim pelo reconhecimento e as diversas possibilidades

profissionais que isto pode permitir. Aliado também dos programas P2P, as

redes sociais tornaram também uma ferramenta muito interessante para que o

músico espalhe de forma viral seu trabalho para que este seja reconhecido pelo

maior número possível de pessoas.

A principal desconfiança que existia acerca da propriedade intelectual de

arquivos digitais, na qual usuários poderiam indevidamente se apropriar de um

determinado material teve seu problema resolvido quando o projeto de Lawrence

Lessig, Creative Commons, foi concluído. Permitindo ao autor registrar

virtualmente sua produção e definir diversos níveis de restrições, ou não, esta

possibilidade trouxe uma espécie de garantia para aqueles produtores

preocupados com questões autorais.

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