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Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
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V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de
Género (2014-2017)
Relatório intercalar de execução
2015
Abril de 2016
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
2
ÍNDICE
Introdução 3
Implementação das áreas estratégicas de intervenção
Área Estratégica 1 5
Área Estratégica 2 20
Área Estratégica 3 34
Área Estratégica 4 37
Área Estratégica 5 41
Grau de execução do Plano: Síntese avaliativa 44
Siglas utilizadas 46
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
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Introdução
Dando cumprimento ao estipulado na alínea d) do nº 4 da Resolução do Conselho de Ministros
(RCM) nº 102/2013, de 31 de dezembro, a Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género
(CIG), enquanto entidade coordenadora do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência
Doméstica e de Género (2014-2017) - adiante designado de V Plano –, procedeu à avaliação
intercalar do mesmo, tendo por horizonte temporal o ano de 2015.
O presente relatório visa reportar o trabalho realizado durante o ano de 2015, pelas várias
entidades públicas e privadas com competência na execução do V Plano, tendo por referência as
cinco áreas estratégicas de intervenção (Área 1 – Prevenir, sensibilizar e educar; Área 2 – Proteger
as vítimas e promover a sua integração; Área 3 – Intervir junto de agressores/as; Área 4 – Formar
e Qualificar profissionais e Área 5 – Investigar e monitorizar) e as respetivas medidas que as
integram.
Para a análise qualitativa e quantitativa da execução do V Plano, optou-se por uma abordagem
sequencial, medida a medida, em grupos correspondentes às áreas estratégicas. O quadro-
síntese final permite uma aferição global da execução do V Plano, no seu 2º ano de vigência.
Conforme previsto na RCM nº 102/2013, de 31 de dezembro, foi constituído um grupo de apoio à
entidade coordenadora do Plano, que integra representantes dos seguintes Ministérios1:
a) Presidência do Conselho de Ministros - PCM;
b) Ministério da Administração Interna - MAI;
c) Ministério da Justiça - MJ;
d) Ministério da Economia - ME;
e) Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social - MSESS;
f) Ministério da Saúde - MS;
g) Ministério da Educação e Ciência - MEC;
e ainda representante(s) das seguintes entidades:
a) Procuradoria-geral da República - PGR;
1 Opta-se pela designação dos Ministérios de acordo com a orgânica do XIX Governo Constitucional que esteve em
funções durante a maior parte do tempo coberto por este relatório intercalar.
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
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b) Conselho Superior da Magistratura - CSM;
c) Associação Nacional de Municípios Portugueses - ANMP;
d) Três representantes da seção das ONG do Conselho Consultivo da CIG, eleitas de entre
os seus membros: Associação de Mulheres Contra a Violência – AMCV, Associação
Portuguesa de Mulheres Juristas – APMJ e União de Mulheres Alternativa e Resposta -
UMAR.
Este grupo de trabalho reuniu, ordinariamente, três vezes.
Os dados constantes deste relatório foram coligidos pela CIG, nos termos previstos na alínea d),
do nº 4, da RCM nº 102/2013, com base nas informações disponibilizadas pelas seguintes
entidades que integram grupo acima mencionado: Ministério da Administração Interna, Ministério
da Economia, Ministério da Saúde, Ministério da Justiça, Ministério da Solidariedade, Emprego e
Segurança Social, Associação Nacional dos Municípios Portugueses, Conselho Superior da
Magistratura, Procuradoria-geral da República, UMAR e AMCV. De referir que os dois relatórios
recebidos destas duas ONG dizem respeito às atividades desenvolvidas pelas mesmas em 2015,
não refletindo as atividades das outras ONG que integram o Conselho Consultivo da CIG.
De referir que não foram reportadas atividades financiadas pelo Eixo 7, do POPH, porque este
terminou no início do ano, não representando, por isso, impacto na execução de medidas em 2015.
Implementação das áreas estratégicas de intervenção
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
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Área Estratégica 1 - Prevenir, Sensibilizar e Educar
Medida 1 – Realizar campanhas nacionais contra todas as formas de
violência abrangidas pela Convenção de Istambul
Em fevereiro de 2015, por ocasião do Dia dos Namorados, foi lançada uma campanha de
sensibilização contra a violência no namoro, sob o mote “Quem te ama, não te agride”. Vários
desportistas, atrizes e apresentadores/as de televisão protagonizam o spot televisivo desta
campanha2.
Para além do spot televisivo e da produção de um panfleto alusivo à temática3, esta campanha
esteve presente nos jogos do fim-de-semana de 14 e 15 de fevereiro, nas modalidades de
Andebol, Basquetebol, Futebol, Hóquei em patins e Voleibol, cujas Federações e Liga se
associaram à iniciativa.
Por ocasião do dia 25 de novembro – Dia Internacional para a eliminação da violência contra as
mulheres –, a UMAR promoveu uma compilação de textos, escritos por especialistas e sobre as
diversas formas de violência de género contra as mulheres, incluindo as previstas na Convenção
de Istambul (violência doméstica, perseguição, violação e coação sexual, casamento forçado,
mutilação genital feminina, aborto forçado e esterilização forçada, assédio sexual e moral, crimes
de honra, violência económica, violência simbólica, tráfico e femicídio). Estes textos foram
2 Disponível em https://www.cig.gov.pt/campanhas/campanha-contra-a-violencia-no-namoro-quem-te-
ama-nao-te-agride/.
3 Com uma tiragem de 4000 exemplares.
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
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publicados, diariamente, e ao longo de 16 dias de Ativismo, no site da UMAR4 e na sua página de
Facebook5.
A UMAR promoveu, no âmbito do projeto “Assédio Sexual - Quebrar Invisibilidades, uma Cultura
de Prevenção e Intervenção”6, uma campanha multimédia sob o tema "Assédio Sexual é Violência,
Direito ao trabalho com dignidade!", em colaboração com Câmara Municipal de Lisboa, a CITE, a
RTP, Turismo de Lisboa e a Postalfree. Nesta campanha, foram usados meios audiovisuais, a
distribuição segmentada de postais, folhetos informativos e cartazes junto das entidades parceiras.
Esta ONG foi igualmente uma das promotoras da 5ª Marcha para a Eliminação de todas as formas
de Violência contra as Mulheres, que decorreu em Lisboa, no dia 25 de novembro.
Medida 2 – Realizar seminários/conferências sobre a temática da violência
doméstica e de género, incluindo o assédio sexual e mora, o casamento forçado e
as novas formas de violência, designadamente o stalking e a violência praticada
através das novas tecnologias
Entre 15 de novembro e 16 de dezembro de 2015, decorreram as IV Jornadas Nacionais Contra
a Violência Doméstica e de Género, que visaram chamar a atenção da comunidade em geral e
dos diversos setores e públicos estratégicos para esta problemática. Durante um mês, realizaram-
se cerca de 30 iniciativas, em todo o território nacional, organizadas por diversos ministérios,
organismos públicos, associações e organizações não-governamentais.
No âmbito destas Jornadas, a CIG promoveu a Conferência «A violência contra as mulheres em
conflitos armados», que teve lugar no dia 25 de novembro, por ocasião do Dia Internacional para
a Eliminação de Todas as Formas de Violência Contra as Mulheres, e que decorreu no Auditório
do Instituto de Defesa Nacional, em Lisboa.
A UMAR promoveu 2 seminários sobre a temática do Assédio Sexual no âmbito do Projecto
“Assédio Sexual - Quebrar Invisibilidades, uma Cultura de Prevenção e Intervenção”, já
4 http://www.umarfeminismos.org/.
5 https://www.facebook.com/UMARfeminismos/?fref=ts.
6 Financiado no âmbito da Tipologia 7 do POPH.
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
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anteriormente referido: um Seminário subordinado ao tema "Empreendedorismo e Organização
Empresarial Responsáveis: Oportunidades Empreendedoras e a Prevenção do Assédio Sexual no
Trabalho" e outro sobre "A Convenção de Istambul e a prevenção e combate ao assédio sexual".
No âmbito do Projeto “Art´themis: Jovens protagonistas na prevenção e na Igualdade de Género”7;
realizou-se o Seminário, “Encontros do Art’themis: Caminhos para um Currículo de Prevenção”,
que contou com a presença das escolas dos distritos do Porto, Braga e Coimbra, e ainda
seminários finais em escolas dos distritos do Porto e de Braga, com vista a disseminar os materiais
produzidos, no âmbito do Projeto.
A AMCV promoveu, em dezembro de 2015, o Seminário final do Projeto “Novos desafios no
combate à violência sexual” para apresentação dos resultados do mesmo, bem como de boas
práticas de modelos de intervenção e de políticas públicas na área da violência sexual.
Medida 3 – Intensificar o papel dos municípios na prevenção e combate à
violência doméstica e de género, com enfoque no papel das redes locais e regionais
Tendo em conta o cumprimento das medidas do V PNI, do V PNPCVDG e do III PNPCTSH, que
apontam para a territorialização das políticas nacionais, dinamizando o trabalho em rede,
promovendo a descentralização regional e municipal das ações, numa lógica de intensificação do
papel dos Municípios/Comunidades Intermunicipais/Governos Regionais na promoção da
igualdade e prevenção à violência doméstica e de género, a CIG tem, como uma das suas
prioridades, a territorialização das atividades, assegurando a cooperação com as Autarquias
Locais, promovendo a implementação de Planos Locais para a Igualdade e apoiando todas as
atividades relacionadas com a Cidadania, Género e Não Discriminação na esfera local.
Considerando que os Municípios, pela sua proximidade com as populações, se configuram como
agentes de desenvolvimento e se apresentam, por isso, como entidades privilegiadas para a
concretização de ações e medidas que tenham como objetivo a promoção da política de Igualdade
7 Este projeto inclui, entre outras, as seguintes atividades: edição de dois manuais sobre metodologias de
prevenção primária, publicação de um artigo científico, sessões formativas para a comunidade educativa
(docentes, alunos/as, outros/as profissionais ligados/as à comunidade escolar), reuniões com municípios,
para articulação com os respetivos Planos Municipais para a Igualdade e/ou Planos municipais contra a
Violência Doméstica e uma Conferência Internacional (final do projeto). Este projeto iniciou-se no ano
letivo 2014/2015 e tem o seu termo previsto para junho de 2016.
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
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de Género, bem como a prevenção e combate à violência doméstica e de género, a CIG tem vindo
a desenvolver uma estratégia de cooperação com aqueles ancorada, entre outros, na
implementação de Planos Municipais para a Igualdade, incluindo a prevenção e combate à
violência doméstica e de género e tráfico de seres humanos. Em 2015 foram implementados 14
novos Planos Municipais para a Igualdade.
Durante 2015, a CIG manteve o trabalho junto dos municípios, que incluiu a realização das
seguintes ações de formação:
• janeiro, nas instalações da Agência para o Desenvolvimento Local no Alentejo Sudoeste,
em Castro Verde, dirigida as/aos conselheiras/os e representantes da rede social dos seguintes
concelhos: Castro Verde, Ferreira do Alentejo, Alvito, Aljustrel, Almodôvar e Beja;
• fevereiro, na Câmara Municipal de Santarém, dirigida às/aos conselheiras/os locais e
representantes da rede social dos seguintes concelhos: Santarém, Salvaterra de Magos e Tomar,
• março - dirigida às/aos conselheiras/os locais e à rede social dos seguintes concelhos:
Ansião, Pedrogão Grande, Castanheira de Pêra; e ainda a profissionais da Segurança Social,
Forças de Segurança, entre outros;
• março, na Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, dirigida aos Técnicos/as desta
Autarquia, da rede social e de outras instituições do distrito de Bragança;
• março, na Câmara Municipal de Vila do Conde, dirigida ao Executivo e a Técnicos/as da
Autarquia e de outras instituições que integram a rede social;
• abril, na Câmara Municipal de Famalicão, dirigida aos Técnicos/as da Autarquia e de
outras instituições parceiras da rede social e de outras entidades do distrito de Braga;
• maio, na Câmara Municipal de Ponta Delgada, dirigida ao Executivo, Técnicos/as da
autarquia de Ponta Delgada e de outras autarquias da Ilha de S. Miguel;
• setembro, na Câmara Municipal da Madalena do Pico, dirigida ao Executivo, Dirigentes
e Técnicos/as da autarquia e de outras autarquias da Ilha do Pico;
• setembro, na Câmara Municipal de S. Roque do Pico, dirigida ao Executivo, Dirigentes,
Técnicos/as das Autarquias de S. Roque do Pico e das Lages do Pico;
• setembro, na Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, dirigida ao Executivo, Dirigentes,
e Técnicos/as da Autarquia;
• setembro e outubro, na Câmara Municipal de Vila do Porto, dirigida ao Executivo,
Dirigentes e Técnicos/as da Autarquia de Vila do Porto;
• outubro, na Câmara Municipal de Castelo Branco, dirigida a técnicos/as de várias
entidades do distrito;
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
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• outubro, na Câmara Municipal de Vila Verde, dirigida a Dirigentes e Técnicos/as da
Autarquia de Vila Verde;
• outubro, na Câmara Municipal do Marco de Canaveses, dirigida a Dirigentes e Técnicos/as
da Autarquia;
• novembro, na AMAL – Associação de Municípios do Algarve, em Faro, dirigida a vários/as
técnicos/as das autarquias da região;
• novembro, na Câmara Municipal de Nelas, dirigida a Dirigentes, e Técnicos/as da
Autarquia;
• novembro, na Câmara Municipal de Tábua, dirigida a Dirigentes, e Técnicos/as da
Autarquia;
• novembro e dezembro, nas instalações da Biblioteca Municipal da Marinha Grande,
dirigida às/aos conselheiras/os locais e rede social do concelho;
• novembro e dezembro, na Câmara Municipal da Marinha Grande, dirigida a técnicos/as
de várias autarquias do Distrito de Leiria;
• Dezembro, na Câmara Municipal de Arganil, dirigida ao Executivo, Dirigentes, e
Técnicos/as da Autarquia;
• Dezembro, na Câmara Municipal de Cinfães, dirigida ao Executivo, Dirigentes, e
Técnicos/as da Autarquia;
• dezembro, formações destinadas a vários agentes da Região Autónoma – Técnicos/as da
Câmara Municipal do Funchal, técnicos/as dos municípios que integram a AMRAM – Associação
de Municípios da Região Autónoma da Madeira e à equipa interna da Secretaria Regional da
Inclusão e Assuntos Sociais.
Para além da capacitação de profissionais, a CIG continuou a integrar grupos de trabalho de
suporte à implementação de Planos Municipais de Prevenção e Combate à Violência Doméstica
e de Género, designadamente nos concelhos de Lisboa, Seixal e Sintra. Neste âmbito participou
regularmente nas reuniões de trabalho das equipas responsáveis por estes planos.
A UMAR realizou ações de sensibilização para integrar as questões da Igualdade de Género nas
políticas locais, junto das redes sociais onde se encontra representada, bem como reuniões com
municípios, no sentido de adoção/manutenção de planos municipais de combate à violência
doméstica e de género e de promover ações, municipais, sistemáticas contra a violência de género
e doméstica.
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
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Medida 4 – Realizar ações de sensibilização e de informação particularmente
dirigidas à comunidade educativa, sobre a violência doméstica e de género,
abordando em especial os temas do bullying, da violência exercida através de novas
tecnologias e da violência no namoro
A CIG promoveu 4 ações de sensibilização sobre a temática da violência no namoro, entre
fevereiro e dezembro de 2015, nas cidades de Coimbra, Porto e Vila Nova de Gaia, dirigidas a
estudantes dos10º, 11º anos e do ensino superior.
No âmbito do “Dia Internacional da não violência e da paz nas escolas” foram realizadas, pela
GNR, 233 ações, envolvendo 8.996 alunos/as, que abrangeram as diversas áreas da violência e,
especificamente, a sensibilização para a necessidade de prevenir os comportamentos violentos.
No âmbito da Operação “Dia da internet mais segura”, aquela Força de Segurança promoveu 770
ações junto de alunos/as e 78 ações junto de a pais e mães (num total de 25.773 alunos/as e
1.351 pais e mães).
Por parte da PSP, foram realizadas 1856 ações se sensibilização sobre violência
doméstica/namoro, ‘bullying’, delinquência juvenil e utilização segura da internet.
A UMAR realizou ações de sensibilização e de informação sobre violência doméstica e de género,
no âmbito do Projeto Arthemis, com a seguinte distribuição: violência no namoro (5 ações),
violência entre pares/bullying (3 ações) e assédio sexual (1 ação), abrangendo cerca de 1500
alunos/as, docentes e comunidade em geral.
No âmbito do Projeto “Encontros em Igualdade”, a UMAR realizou 75 ações de sensibilização, que
abrangeram 1713 alunos/as, do pré-escolar ao 12º ano. As temáticas desenvolvidas incidiram
sobre a identidade de género e a desconstrução de estereotipias de género (para as/os mais
novas/os). A partir do ensino secundário, as temáticas mais abordadas foram a violência no
namoro e a violência de género.
No âmbito do Projeto Artways, a UMAR elaborou e divulgou uma exposição fotográfica,
denominada “CENAS.LOVE - Representações do Amor, Namoro e Violência no Namoro”, que foi
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
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realizada por fotógrafos/as profissionais com ideias de jovens e que esteve, enquanto exposição
itinerante, em vários municípios do país.
A AMCV levou a cabo ações de sensibilização para 10 turmas do 7º ano sobre bullying e sobre
violência no namoro, em Lisboa.
Medida 5 – Elaborar e divulgar guiões e outros materiais informativos e
pedagógicos dirigidos à comunidade educativa
A CIG publicou, em setembro de 2015, dois manuais dirigidos à comunidade educativa:
“Manual para a educação de infância – crianças expostas à violência doméstica: conhecer e
qualificar as respostas na comunidade”8 - na génese desta publicação, encontra-se o manual
canadiano Children exposed to domestic violence: an early childhood educator’s handbook to
increase understanding and im prove community responses, da autoria da London Family
Court Clinic. Este manual foi, inicialmente, adaptado à realidade do concelho de Cascais, pelo
Fórum Municipal de Cascais contra a Violência Doméstica, e publicado por aquela autarquia,
em março de 2007. Recuperando esta publicação, a CIG procedeu à sua atualização,
adaptando-a à realidade nacional;
“Manual para os ensinos básico e secundário – crianças e jovens expostas/os à violência
doméstica: conhecer e qualificar respostas na comunidade”9 – na génese da presente
publicação encontra-se o manual canadiano Children exposed to domestic violence: a
teacher´s handbook to increase understanding and improve community responses, da autoria
da London Family Court Clinic. Este manual foi, inicialmente, adaptado à realidade do
concelho de Cascais, pelo Fórum Municipal de Cascais contra a Violência Doméstica e
publicado pela respetiva autarquia, em junho de 2009. Recuperando esta publicação, a CIG
procedeu à sua atualização, adaptando-a à realidade nacional.
Estas publicações, dirigidas à comunidade educativa, visam, essencialmente, definir linhas de
orientação para a intervenção em contexto escolar, junto das crianças e jovens expostos à
violência doméstica.
8 Tiragem de 4 000 exemplares
9 Tiragem de 10 000 exemplares
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
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A distribuição destas manuais a nível nacional, no decurso do ano letivo 2015/2016, ficou a cargo
do Ministério da Educação. Os dois manuais foram apresentados publicamente, em Coimbra, no
dia 11 de dezembro, por ocasião das IV Jornadas Nacionais Contra a Violência Doméstica e de
Género.
Medida 6 – Promover ações de prevenção das diversas manifestações de
violência e de eliminação das situações de exclusão, em meio escolar
No âmbito da Operação “Regresso às Aulas 2015” foram realizadas, pela GNR, 2157 ações, que
visaram a sensibilização para a violência, no âmbito geral, e na promoção da sua eliminação no
seu contexto intra e extraescolar, em particular A operação decorreu no início do ano letivo
2015/2016 e abrangeu 79579 alunos/as.
No decorrer do ano de 2015, foram realizadas várias ações no âmbito desta medida, nas quais
participaram: 44.156 alunos/as nas sessões sobre violência, 49.315 alunos/as nas sessões sobre
internet segura, 11.959 alunos/as nas sobre direitos humanos, 12.518 alunos/as nas sessões
sobre cidadania e a não discriminação e 136 alunos/as nas sessões sobre o tráfico de seres
humanos.
Ao longo do ano letivo 2014/2015, a PSP dinamizou 447 ações de sensibilização especificamente
sobre violência doméstica/namoro.
No âmbito do Projeto Arthemis, a UMAR levou acabo 339 sessões formativas de prevenção da
violência em escolas dos distritos do Porto, Braga e Coimbra, abrangendo 705 alunos/as.
Medida 7 - Dinamizar bolsas locais de animadores/as juvenis, constituídas
por voluntários/as, visando a prevenção na violência no namoro
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
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O projeto “Namorar Com Fair Play” é uma iniciativa do IPDJ, I.P10., e compreende um conjunto de
ações (solidárias/formativas/desportivas/artísticas), promovidas por jovens voluntários/as11, que
visam contribuir para a execução da Medida 7 do V PNPCVDG.
Após processo de recrutamento, seleção e formação, os/as voluntários/as (organizados em
equipas multidisciplinares, designadas BLA – Bolsas Locais de Animadores/as) implementam, sob
coordenação e acompanhamento do IPDJ, I.P., ações de sensibilização, trabalhos artísticos, entre
outras atividades, junto de outros/as jovens que frequentam o sistema de ensino básico (3º ciclo)
e secundário, bem como os/as que integram cursos técnico-profissionais12. As ações, que
decorrem durante os anos letivos, visam, de forma lúdico-pedagógica, incentivar os/as jovens para
uma cidadania ativa e participativa, contribuindo, assim, para alteração de comportamentos
agressivos nas relações de namoro.
Entre setembro e outubro de 2014, os voluntários/as foram selecionados/as, frequentaram uma
ação de sensibilização13 e, entre janeiro e junho de 2015, decorreu a sua intervenção nas escolas.
10 Em julho de 2012, o IPDJ, I.P., em parceria com a DGE - Direção Geral de Educação submeteu ao
Programa Operacional Potencial Humano (POPH), Eixo Prioritário 7 – Igualdade de Género, Tipologia de
Intervenção 7.7 – Projetos de intervenção no combate à violência de género, uma candidatura - cinco
projetos (nas regiões Norte, Centro, Alentejo, Lisboa e Algarve), de prevenção de violência no namoro,
com um conjunto de 10 atividades, que foram implementadas em 2013. Em 2014, com a publicação da
Portaria nº 242/2013, de 2 de agosto, que regulamenta o Programa de voluntariado Jovem “Agora Nós”,
o IPDJ, I.P., assumiu-se como entidade promotora de voluntariado jovem e implementou a ação de longa
duração “Namorar com Fair Play”, por forma a dar cumprimento ao preconizado na Medida 7, do V
PNPCVDG.
11 Dos 16 aos 30 anos.
12 Beneficiários/as das ações - dos 12 aos 18 anos.
13 5 ações de sensibilização, em colaboração com a UMAR, sobre prevenção da violência no namoro, em
Braga, Aveiro, Lisboa, Évora e Faro.
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
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Quadro 1 - Dados relativos a 2015 (janeiro a junho):
Medida 8 - Realizar ações de sensibilização contra a violência exercida sobre
pessoas idosas
A CIG promoveu duas ações de sensibilização, subordinadas ao tema “Género e Envelhecimento”,
dirigidas a técnicas/os de autarquias e a profissionais das forças de segurança – PSP e GNR –, e
três ações de sensibilização sobre “Género, Envelhecimento e Violência” dirigidas a Forças de
Segurança, abrangendo 57 profissionais.
No âmbito da operação “Idosos em segurança”, a GNR levou a cabo 639 ações em que
participaram 33.841 pessoas idosas.
No âmbito do Projeto “Quebrar barreiras - Envelhecer segundo uma perspetiva de igualdade de
género”, da UMAR, realizam-se sessões de sensibilização e de formação a profissionais que
trabalham com pessoas idosas (e outras, vulneráveis) e sobre a dimensão da Igualdade de Género
e da não discriminação.
Enquadradas no Projeto “Encontros em Igualdade” foram realizadas, também pela UMAR, ações
de sensibilização/prevenção da violência exercida contra pessoas idosas e das problemáticas
associadas às questões de Género e Envelhecimento. Foram abrangidas, em 70 sessões, 1443
pessoas
DR Nº de Escolas Nº VoluntáriosNº Jovens
Diretos
Nº Jovens
IndiretosNº Reuniões
Nº Ações de
Sensibilização
Nº de projetos
apresentados
pelas escolas
Norte 13 18 1 157 6 257 62 21
Centro 9 11 556 3 310 66 8
LVT 12 11 1 009 10 780 12 30 10
Alentejo 14 5 1 208 6 420 53 6
Algarve 11 4 672 5 366 25 2
TOTAL 2014/2015 59 49 4 602 32 133 12 236 47
Programa Agora Nós - "Namorar Com Fair Play" 2014/2015
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Medida 9 - Realizar ações de sensibilização sobre violência doméstica e de
género dirigidas a imigrantes e à comunidade cigana
No âmbito do Projeto “Encontros em Igualdade”, a UMAR promoveu ações de sensibilização sobre
igualdade de género e violência doméstica junto de associações e de coletividades. Não se
destinando em exclusivo à comunidade cigana ou a comunidades imigrantes, em muitas destas
sessões, pessoas ciganas e imigrantes integravam o conjunto de participantes14. A mesma ONG
promoveu uma ação de sensibilização denominada “Conversas sobre Igualdade: dar voz às
mulheres ciganas”, junto de 16 ciganas de um bairro de Lisboa, inserido no I Plano Municipal de
Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género do Município de Lisboa.
Medida 10 - Realizar ações de sensibilização sobre violência entre pessoas
LGBT, no âmbito de relações de intimidade
A CIG, em colaboração com a ILGA – Portugal, promoveu três ações de sensibilização
denominadas “Discriminação e violência contra pessoas LGBT”, dirigidas a profissionais das
Forças de Segurança (22 homens e 7 mulheres), a profissionais de saúde (3 homens e 15
mulheres) e a profissionais dos serviços prisionais e de reinserção social (3 homens e 16
mulheres). Estas ações abrangeram, por conseguinte, 66 profissionais.
Medida 11 - Promover e monitorizar ações de sensibilização e
aconselhamento realizadas pelas forças de segurança, dirigidas às pessoas idosas
enquanto potenciais vítimas de crime, nomeadamente no que se refere à prevenção
de burlas e outros tipos de crime, com particular atenção à vulnerabilidade das
mulheres, designadamente as residentes em meio rural
No decorrer da Operação “Censos Sénior 2015”, da responsabilidade da GNR, não está disponível
o número de ações desenvolvidas. No entanto, verificou-se que, no decorrer daquela operação,
foram sinalizadas e sensibilizadas 39.216 pessoas idosas, em situação de vulnerabilidade.
14 Não existe, porém, dados que discriminem estas populações, dos/as demais pessoas presentes nas
ações.
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
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A PSP dinamizou 4808 ações de sensibilização, especificamente orientadas para a população
idosa que incluíram, entre outras, questões relacionadas com a sua segurança.
Medida 12 - Elaborar e divulgar um guião de boas práticas para a prevenção
e combate à violência doméstica e de género, destinado a empresas
Entre maio e setembro de 2015, o Centro de Estudos Sociais da Faculdade de Economia da
Universidade de Coimbra produziu o “Guião de boas práticas para a prevenção e combate à
violência doméstica e de género”, destinado às empresas, sob a coordenação da CIG e da
Direção-geral das Atividades Económicas. Este instrumento está organizado em três cadernos
independentes, relacionados entre si:
Volume 1 – “Violência doméstica e de género e entidades empregadoras: conhecer para
agir”- breve revisão da literatura relativamente aos custos sociais, económicos, laborais e
empresariais da violência doméstica e de género, numa abordagem multidisciplinar,
incluindo as perspetivas do direito do trabalho, da economia e da sociologia. Nesta
revisão, há um particular enfoque em manuais e relatórios de outros países ou de
organizações internacionais sobre o impacto da violência doméstica no mercado de
trabalho e sobre as boas práticas – nacionais e/ou internacionais – empresariais na
prevenção e combate à violência doméstica e de género. Inclui, ainda, um levantamento
da legislação sobre violência doméstica que a esta matéria específica se refere. A
informação é apresentada de um modo sintetizado e acessível, com vista a poder ser
facilmente apreendida por pessoas que não trabalhem diretamente nesta área;
Volume 2 – “Guião de boas práticas para a prevenção e combate da violência doméstica
e de género, destinado às empresas” - com base na informação teórica e empírica
recolhida, nas boas práticas identificadas, nas lacunas e boas práticas assinaladas ao
longo do primeiro volume, propõem-se medidas concretas de atuação por parte das
entidades empregadoras;
Volume 3 – “Recomendações para a prevenção e combate da violência doméstica e de
género nas empresas” - conjunto de recomendações gerais dirigidas às entidades
empregadoras e a outras entidades cujo papel é, ou potencialmente poderá ser, relevante
nesta matéria.
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
17
Medida 13 - Distinguir e divulgar boas práticas empresariais no combate à
violência doméstica e de género, no âmbito do Prémio Igualdade é Qualidade
O Regulamento do Prémio “Igualdade é Qualidade” (11ª Edição lançada, ainda, em 2014) foi
alterado e passou a incluir a menção à modalidade de boas práticas empresariais de prevenção e
combate à violência doméstica e de género por parte de empresas e outras entidades
empregadoras. Neste âmbito, candidataram-se 5 empresas do setor empresarial do Estado, 6
empresas do setor privado e 6 do setor da economia social. Não houve, no entanto, empresas
distinguidas nesta nova modalidade, por não atingirem a pontuação necessária.
Medida 14 - Atribuir o prémio nacional VIDArte — A Arte contra a Violência
Doméstica aos melhores trabalhos artísticos sobre violência doméstica e de género,
em áreas como literatura, teatro e cinema
O Prémio VIDArte foi instituído no âmbito do IV Plano Nacional Contra a Violência Doméstica -
PNCVD (2011-2013). Nos objetivos da 2ª edição, que decorreu em 2015, preconizava-se a
distinção de trabalhos artísticos - nas áreas de cinema, teatro, literatura e artes plásticas –
divulgados durante o ano de 2014 e o 1º semestre de 2015, que tivessem versado a temática da
violência doméstica, nos moldes em que a mesma está conceptualizada no V Plano e na
Convenção do Conselho da Europa para a Prevenção e o Combate à Violência contra as Mulheres
e a Violência Doméstica (Convenção de Istambul). Especificamente, pretendeu-se premiar
trabalhos que tivessem contribuído para:
a. Desconstruir os estereótipos de género, que sustentam a manutenção de relações
íntimas assimétricas, baseadas em dinâmicas de poder e controlo de um dos membros
sobre o outro;
b. Retratar as consequências – pessoais e sociais - que a vivência/exposição a situações
de violência doméstica comporta;
c. Diminuir a tolerância social face à violência doméstica;
d. Promover uma cultura de não-violência, assente nos princípios da igualdade e do
exercício da cidadania.
O período de candidaturas decorreu de 15 de julho a 14 de agosto de 2015 e foram recebidas 9
candidaturas para as 4 categorias a concurso. O júri reuniu em outubro de 2015, com todos os
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
18
seus elementos presentes, à exceção da jurada referente à categoria “Cinema”, por não haver
candidaturas nesta categoria. Nas restantes, foram as seguintes as deliberações do Júri:
Na categoria Teatro - atribuição do Prémio à candidatura proposta pelo Teatro das
Beiras, com a peça denominada “Não interessam as Rosas”;
Na categoria Literatura - a atribuição do Prémio à da Cruz Vermelha Portuguesa -
Delegação da Trofa, com a obra literária denominada “A Inocência das Facas”;
Na categoria Artes Plásticas - a atribuição do Prémio à candidatura “Fardo”, um
acrílico sobre tela, do artista plástico Carlos Farinha.
A cerimónia pública de entrega da 2ª Edição do Prémio VIDArte decorreu, no dia 16 de outubro de
2015, no Palácio Nacional da Ajuda, sala D. João VI.
Todos os premiados receberam, para além do prémio pecuniário no valor de cinco mil euros, um
pequeno troféu, em vidro, com uma inscrição alusiva à distinção.
Medida 15 - Divulgar o Serviço de Informação a Vítimas de Violência
Doméstica (SIVVD), em simultâneo com a divulgação de notícias sobre violência
doméstica e de género na comunicação social
Esta medida não apresentou desenvolvimentos no ano em análise.
Medida 16 - Incentivar a integração de conteúdos disciplinares sobre
violência doméstica e de género nos curricula académicos dos ciclos de estudo de
ciências sociais e humanas
Não foi disponibilizada informação pelo organismo responsável pela implementação da medida.
Medida 17 - Desenvolver nas unidades curriculares de cursos de formação
pré -graduada e pós-graduada para estudantes universitários a área da violência
doméstica e maus tratos
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
19
O Instituto Nacional de Medicina legal e Ciências Forenses - INMLCF, I.P., colaborou na formação
pré-graduada em 13 unidades curriculares, que contemplaram, pelo menos, uma sessão
relacionada com a temática em apreço, e num curso de formação pós graduada.
Segundo informação do Ministério da Saúde, encontra-se em fase de conclusão um inquérito, para
diagnóstico de situação, a remeter aos estabelecimentos de ensino responsáveis pela formação
de profissionais de saúde.
Medida 18 - Implementar o III Programa de Ação para a Prevenção e a
Eliminação da MGF e promover todas as medidas nele previstas
Remete-se para o Relatório Intercalar de Execução do II Programa de Ação para a Prevenção e
Eliminação da Mutilação Genital Feminina 2014-2017, relativo ao ano de 2015, que reporta a
implementação do referido Programa.
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
20
Área Estratégica 2 - Proteger as Vítimas e Promover a sua Integração
Medida 19 – Desenvolver ações tendentes a garantir/melhorar a articulação
entre as intervenções do Ministério Público nas jurisdições criminal, de família e
cível, nos casos de violência doméstica
A PGR procedeu à recolha e tratamento de informação, junto das diversas circunscrições do
Ministério Público, sobre documentos internos já existentes ao nível procedimental relativamente
as boas práticas de articulação. Esta informação será vertida numa sistematização genérica, de
âmbito nacional, a operacionalizar em 2016.
Medida 20 – Implementar metodologias de avaliação e gestão de risco a
serem utilizadas pela rede nacional de apoio às vítimas de violência doméstica
A CIG constituiu um grupo de trabalho, que integra as seguintes entidades - AMCV, APAV, UMAR,
MAI e ISS, I.P. - com vista a criar os seguintes documentos:
Referencial de formação em avaliação e gestão do risco, a ser implementado em todo o
território nacional, junto dos/as profissionais da rede nacional de apoio a vítimas de
violência doméstica, em 2016;
Ficha de encaminhamento de casos, entre entidades da rede nacional de apoio a vítimas
de violência doméstica, com enfoque na avaliação e gestão do risco.
Paralelamente, a AMCV concebeu um pacote de formação avançada e especializada em
“Avaliação e Gestão de Risco em Rede”, dirigida a profissionais da rede nacional de casas de
abrigo e estruturas de atendimento, com uma duração total de 30 horas cada, sendo 14 horas
ministradas em sessões presenciais e 16 horas em ensino à distância, na modalidade de B-
Learning. Em setembro e outubro, realizaram-se duas ações de formação, neste formato.
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
21
Medida 21 – Estabelecer protocolos de atuação para as situações que
envolvam crianças e jovens vítimas de violência vicariante entre as respostas que
integram a rede nacional de apoio às vítimas de violência doméstica e as entidades
e respostas que integram o sistema nacional de proteção de crianças e jovens
No último trimestre de 2015, e na sequência das reuniões preparatórias tidas com a Comissão
Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens (CNPDPCJ) para a
elaboração de uma orientação técnica relativa à articulação entre o sistema de proteção de
crianças e jovens e a rede nacional de apoio a vítimas de violência doméstica, a CIG promoveu
uma auscultação, junto de todas as Casas de Abrigo e das Estruturas de Atendimento a vítimas
de violência doméstica, com vista a identificar e a sistematizar as seguintes informações:
1. Balanço da articulação entre a estrutura de atendimento/acolhimento e a CPCJ
territorialmente competente;
2. Dificuldades e/ou constrangimentos identificados naquela articulação;
3. Sugestões de melhoria daquela articulação;
4. Exemplos de boas práticas locais/regionais (por exemplo, existência
de reuniões periódicas para discussão de casos, de protocolos de atuação, de
instrumentos de sinalização, etc.);
5. Outros (considerados relevantes).
Com base neste diagnóstico15, foi criado um documento que se tem constituído como base de
trabalho à orientação técnica, a qual se espera concluir no 1º semestre de 2016.
A GNR integrou um grupo de trabalho criado da responsabilidade da CNPDPCJ. Este grupo
construiu um referencial de formação único para ministrar formação de formadores/as na área da
promoção e proteção de crianças e jovens em risco/perigo, da intervenção tutelar educativa, da
área tutelar cível e na área dos crimes de natureza sexual, exploração para a mendicidade e tráfico
de crianças. Foram realizadas 2 ações de formação de formadores/as para as forças de
segurança, num total de 32 horas e abrangendo 31 formandos/as.
15 Sublinhe-se que apenas 40% das entidades respondeu à auscultação.
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
22
Medida 22 – Consolidar em todo o território nacional a implementação do
sistema de proteção por teleassistência
Durante o ano de 2015, foram decretadas 67416 medidas de proteção por Teleassistência, ao
abrigo do nº 4 do artº 20º da Lei nº 112/2009, de 16 de setembro, republicada pela Lei nº 129/2015,
de 3 de setembro, o que corresponde a um aumento de, aproximadamente, 123% em relação ao
ano anterior. A estas novas medidas, acresceram algumas que já haviam sido decretadas em anos
anteriores – 15 decretadas em 2013 e 96 em 2014.
Em termos de competência territorial por parte das Forças de Segurança, desde o início do
programa, em 2011, e até 31 de dezembro de 2015, as medidas decretadas tiveram a seguinte
distribuição:
- 877 na área de abrangência da PSP;
- 364 na área de abrangência da GNR.
No que se refere à localização das 1241 medidas decretadas entre 2011 e 31 de dezembro de
2015, a distribuição geográfica era a seguinte:
Gráfico 1
16 Em 2014, tinham sido decretadas 302.
Aço
res
Ave
iro
Be
ja
Bra
ga
Bra
gan
ça
Cas
telo
Bra
nco
Co
imb
ra
Évo
ra
Faro
Gu
ard
a
Leir
ia
Lisb
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Mad
eira
Po
rtal
egre
Po
rto
San
taré
m
Setú
bal
Via
na
do
Cas
telo
Vis
eu
17 688 19 6 20 16 11 26 2 15
549
8 1
289
6 72 9216
Distribuição distrital das medidas de proteção por teleassistência2011-2015
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
23
Não obstante o esforço no sentido de disseminar, por todo o território nacional, esta medida de
proteção (designadamente, promovendo ações de sensibilização junto dos principais atores, como
adiante se explicitará), constata-se que, à semelhança dos anos anteriores, continuaram a ser as
comarcas das regiões de Lisboa, e, em segundo lugar, do Porto, aquelas que mais medidas
determinaram. Esta preponderância acompanha o número de participações, pelo crime de
violência doméstica, às Forças de Segurança, mas, ainda assim, verifica-se que algumas
comarcas (designadamente as das regiões da Guarda e Portalegre) raramente determinam esta
medida e, no caso de Vila Real, não se verificou, até à data, qualquer pronúncia nesse sentido.
Durante o ano de 2015, a CIG, em colaboração com a PGR e com a DGRSP, promoveu 5 ações
de informação/sensibilização sobre esta medida de proteção, nas Comarcas de Aveiro, Coimbra,
Funchal, Ponta Delgada e Portalegre. Além de magistrados/as do Ministério Público, participaram
magistrados/as judiciais, elementos das forças de segurança, das CPCJP, da segurança social e
da rede nacional de apoio a vítimas, num total de 92 profissionais.
Também em 2015, a CIG deu início à reformulação do manual de procedimentos e dos respetivos
formulários que suportam o funcionamento do sistema de proteção por teleassistência, visando
tornar o fluxo de procedimentos entre as várias entidades envolvidas (CIG, magistratura, forças de
segurança, centro de atendimento) mais célere e eficiente.
A CIG assegurou, ainda, duas ações de formação – abordando quer aspetos psicossociais da
violência doméstica, quer o seu enquadramento jurídico – dirigidas a operadores/as do Centro de
Atendimento Telefónico da Cruz Vermelha Portuguesa, entidade contratada para assegurar 24
H/dia os contactos com as vítimas inseridas neste sistema de proteção.
Medida 23 – Definir requisitos mínimos de funcionamento das estruturas que
integram a rede nacional de apoio às vítimas de violência doméstica, supervisão e
acompanhamento técnico da mesma
À semelhança do já referido a propósito da implementação da Medida 20, a CIG constituiu um
grupo de trabalho, que integra a AMCV, APAV, UMAR e ISS, I.P., com vista a criar um documento
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
24
que defina os requisitos mínimos de funcionamento das estruturas que integram a rede nacional
de apoio a vítimas de violência, designadamente, casas de abrigo, estruturas de atendimento e
estruturas de acolhimento de emergência. Numa 1ª fase – em 2015 -, foi feito um levantamento
de literatura internacional sobre o tema, por forma a identificar e a avaliar, criticamente, os
requisitos referenciados. Perspetiva a conclusão do documento no 1º semestre de 2016.
Medida 24 – Consolidar e alargar o acolhimento de emergência específico
para situações de violência doméstica
Durante o ano de 2015, foram acolhidas, nas 130 vagas disponíveis para este fim, 941 pessoas
(521 mulheres e 420 menores).
No que à cobertura territorial diz respeito, não se verificou alteração relativamente aos dados de
2014, mantendo-se as vagas de emergência em 13 dos 18 distritos.
Quadro 2 – Distribuição distrital das vagas de emergência para vítimas de
violência doméstica
Aveiro 6
Beja 4
Braga 6
Coimbra 9
Évora 2
Faro 12
Leiria 9
Lisboa 15
Porto 26
Setúbal 3
Viana do Castelo 12
Vila Real 14
Viseu 12
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
25
Medida 25 – Ampliar a rede de municípios solidários com as vítimas de
violência doméstica
O Protocolo de Colaboração de municípios solidários com as vítimas de violência doméstica17
constitui um apoio à autonomização das vítimas de violência doméstica, que tenham estado
acolhidas em casa abrigo, tendo em vista o seu regresso à comunidade de origem ou a outra, se
razões de segurança e de inserção laboral o justificarem. Os municípios aderentes comprometem-
se a incluir, nas suas prioridades na atribuição de fogos de habitação social, as mulheres vítimas
de violência doméstica, e a avaliar a possibilidade de disponibilização de fogos que detenham no
seu património para o arrendamento a baixo custo às mulheres vítimas de violência doméstica, no
momento de saída das casas de abrigo. Caso se esgotem as hipóteses anteriormente previstas,
o município deverá prestar, através dos seus serviços de ação social, o apoio necessário às
mulheres vítimas de violência doméstica.
Em 2015, o número de municípios aderentes a este Protocolo atingiu os 12618.
A CIG e a ANMP endereçaram aos signatários do Protocolo um pedido de informação, sobre a
implementação do mesmo (desde a data assinatura do protocolo até 31/12/2015). Embora o total
de municípios signatários ascenda a 126, apenas se logrou resposta de 46 (cerca de 30% do total).
É de salientar que os municípios que responderam mais prontamente foram aqueles que têm
Conselheira/o Local para Igualdade nomeada/o, pelo que se conclui, uma vez mais, da importância
de haver, em cada município, um/a interlocutor privilegiado/a para dar resposta às solicitações
relacionadas com a implementação dos Planos Nacionais que a CIG coordena.
No gráfico e quadro abaixo, sintetizam-se as respostas rececionadas, por tipologia de apoio
prestado:
1. Atribuição de fogos de habitação social;
2. Arrendamento a baixo custo de fogos do património camarário;
3. Apoio através dos serviços de ação social.
17 Celebrado, em 2012, entre a tutela da Igualdade, a tutela da Administração Local e a ANMP.
18 No final de 2014, eram 92.
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
26
Gráfico 2 – Tipologia de apoio prestado (nº totais)
Quadro 3 - Tipologia de apoio prestado (nº), por município
Município Atribuição de
fogos
habitação
social
Arrendamento a baixo
custo de fogos do
património camarário
Apoio através dos
serviços de ação
social
Aguiar da Beira 0 0 0
Alfândega da Fé 0 0 0
Alvaiázere 1 0 0
Arronches 0 0 0
Aveiro 0 0 59
Boticas 0 0 14
Castelo Branco 2 0 9
Castelo de Paiva 0 0 10
Coimbra 0 1 2
36 20
581
0
100
200
300
400
500
600
700
Nº de pessoas/agregados familiares apoiados, pormedida
Fogos de habitação social
Arrendamento apoiado
Apoio Social
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
27
Covilhã19 0 0 0
Esposende 1 0 82
Famalicão20 0 0 0
Faro 1 0 16
Freixo de
Espada à Cinta
0 0 0
Gondomar 0 0 53
Guarda 0 0 25
Lagoa - Açores 0 0 3
Lagoa - Algarve 0 0 8
Leiria 0 0 2
Lisboa21 12 0 0
Loures22 0 2 0
Madalena 0 0 8
Manteigas 0 0 0
Mértola23 0 3 0
Mesão Frio 0 0 2
Mirandela 0 0 6
Monção 0 0 3
Oeiras24 0 3 0
Oliveira de
Azeméis
0 0 13
Pedrógão
Grande
0 0 6
Penela 0 0 6
19 Refere ter apoiado vítimas através de apoio social e acolhimento de emergência, mas não especifica.
20 Idem.
21 Os apoios sociais não foram quantificados.
22 Idem.
23 Idem.
24 Idem.
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
28
Pombal25 0 0 0
Ponta do Sol 0 0 0
Redondo 0 0 3
Santarém 3 0 22
Santa Maria da
Feira
8 10 178
Santa Marta de
Penaguião
0 0 0
Santa Tirso 4 3 5
Sertã 0 0 2
Sever do Vouga 0 0 24
Tavira 0 0 0
Vila do Conde 0 0 1
Vila do Porto26 0 0 0
Vila Verde 0 0 0
Vila Viçosa 2 0 4
Viseu 2 1 16
Como se constata, a informação recolhida nem sempre foi ao encontro da tipificação pré-definida
pela CIG (atribuição de fogos de habitação social; arrendamento a baixo custo de fogos do
património camarário e apoio através dos serviços de ação social), inviabilizando, por conseguinte,
apurar dados exatos relativos a cada uma das medidas de apoio previstas em sede de protocolo.
De mencionar que existem municípios que assinaram o protocolo, mas que referem que as
competências de apoio à vítima são do governo regional, como é o caso do município de Vila do
Porto, na ilha de Santa Maria nos Açores; ou municípios que subscreveram o protocolo, mas que
referem que a câmara não dispõe de parque habitacional social, nem regime de rendas apoiadas.
25 Refere ter apoiado vítimas, mas não especifica.
26 Alega que nas ilhas pequenas, como é o caso de Santa Maria, a competência de apoio a vítimas VD recai no governo regional.
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
29
Medida 26 – Promover medidas de apoio ao arrendamento para as vítimas
de violência doméstica
No âmbito do protocolo de colaboração celebrado, em 2013, entre a CIG e o IHRU, I.P., (visando
dar resposta às necessidades de habitação por parte das vítimas de violência doméstica, aquando
da saída das Casas de Abrigo), em 2015, foram solicitados, por parte da rede pública de Casas
de Abrigo, 41 fogos, sintetizando-se, no quadro abaixo, a posterior resposta a esses pedidos:
Quadro 4 – Solicitações e respostas do IHRU, I.P., no âmbito do Protoloco com a CIG
Durante o ano de 2015, a CIG e o IHRU, I.P. procederam a uma proposta de aditamento ao texto
do protocolo celebrado em 2013. Esta nova redação (que aguarda assinatura por parte de ambas
as entidades) prevê, genericamente, o alargamento das entidades que podem solicitar os fogos
previstos em sede de protocolo (passando a incluir outras entidades da rede nacional de apoio a
vítimas de violência doméstica, como as estruturas de atendimento), bem como da tipologia de
fogos que passam a estar disponíveis (passando a incluir o mercado social de arrendamento).
Medida 27 – Reestruturar o SIVVD, nos termos previstos na Convenção do
Conselho da Europa para a Prevenção e o Combate à Violência contra as Mulheres
e a Violência Doméstica
No primeiro semestre de 2015, com vista a melhorar e a agilizar a resposta provida pelo Serviço
de Informação a Vítimas de Violência Doméstica – SIVVD, manteve-se o programa de formação
contínua da equipa técnica responsável pelo atendimento telefónico. Neste âmbito, foram
promovidas sessões de formação em várias temáticas identificadas como relevantes para a
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
30
melhoria das competências técnicas e pessoais da equipa, designadamente, Avaliação do Risco,
Metodologia de revisão retrospetiva de homicídios conjugais, Intervenção com agressores
domésticos e, mensalmente, supervisão de casos.
No âmbito da mesma medida, a CIG ministrou duas ações de formação aos/às profissionais da
Linha Nacional de Emergência Social, responsáveis pelo atendimento do SIVVD entre as 17:30 e
as 9 H e durante os fins de semana e feriados.
Medida 28 – Garantir a existência de respostas a nível distrital com
capacidade para intervir junto de vítimas particularmente vulneráveis
designadamente pessoas idosas e pessoas com deficiência
Não foi disponibilizada informação pelo organismo responsável pela implementação da medida.
Medida 29 – Consolidar e alargar o acesso à formação profissional e
integração laboral por parte das vítimas de violência de género/violência doméstica
Não foi disponibilizada informação pelo organismo responsável pela implementação da medida.
Medida 30 – Acompanhar a adequação do ordenamento jurídico português
no seu processo de conformação com a «Convenção do Conselho da Europa para
a Prevenção e o Combate à Violência contra as Mulheres e a Violência Doméstica»
Em agosto de 201527, com a 38ª alteração ao Código Penal, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 400/82,
de 23 de setembro, autonomizou-se o crime de mutilação genital feminina, criaram-se os crimes
de perseguição e casamento forçado e alteram-se os crimes de violação, coação sexual e de
importunação sexual, em cumprimento do disposto na Convenção de Istambul.
Medida 31 – Disponibilizar informação às vítimas de violência doméstica e
de género sobre o acesso ao direito, nos serviços locais de Segurança Social
27 Lei n.º 83/2015, de 5 de agosto.
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
31
O ISS, I.P., procedeu a um levantamento interno da informação disponível nesta área, para
conceção do folheto, em 2016.
Medida 32 – Reforçar a informação sobre violência doméstica e de género
junto das comunidades imigrantes, nomeadamente sobre o acesso aos recursos
existentes
Com a disponibilização online da ferramenta de busca “Guia de Recursos na área da Violência
Doméstica”28, que pretende facilitar e agilizar o trabalho de profissionais, centralizando os
contactos das entidades que trabalham, direta ou indiretamente, na área da violência doméstica,
toda a informação referente aos recursos existentes nesta rede nacional de apoio, com
desagregação específica por categorias (Estruturas de Atendimento a Vítimas, Forças de
Segurança, Saúde, etc.), e georreferenciada, passou a estar acessível, de forma simples e célere,
a todos os cidadãos e cidadãs. Esta ferramenta foi amplamente divulgada junto da rede de CNAI
e CLAII, em todo o território nacional, por parte do ACM.
Medida 33 – Desenvolver respostas dirigidas a vítimas de agressões
sexuais, no âmbito da Ação de Saúde sobre Género, Violência e Ciclo de Vida
No âmbito do Manual “Violência interpessoal - abordagem, diagnóstico e intervenção nos serviços
de saúde” (lançado pela Direção-geral de Saúde, em dezembro de 2014), estão definidos os
protocolos de atuação para várias situações de vitimização, incluindo situações de agressão
sexual. Este protocolo de atuação é abordado no âmbito das ações de formação das Equipas de
Prevenção da Violência em Adultos (EPVA)29 criadas pelo despacho nº 6378/2013, de 16 de maio.
As EPVA são equipas multidisciplinares que funcionam nos cuidados de saúde primários e
hospitalares e que têm como objetivos estratégicos os seguintes:
28 Disponível em http://www.igualdade.gov.pt/guiaderecursosvd/., desde fevereiro de 2015.
29 Mais informação sobre esta formação na Medida 42.
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
32
a) Contribuir para a informação prestada à população e sensibilizar os profissionais dos
diferentes serviços para a igualdade de género e a prevenção da violência ao longo do
ciclo de vida;
b) Difundir informação de caráter legal, normativo e técnico sobre o assunto;
c) Incrementar a formação e preparação dos profissionais, na matéria;
d) Coletar e organizar a informação casuística sobre as situações de violência atendidas nos
Agrupamentos de Centros de Saúde e nos Hospitais;
e) Prestar apoio de consultadoria aos profissionais e equipas de saúde no que respeita à
sinalização, acompanhamento ou encaminhamento dos casos;
f) Gerir as situações clínicas que possam ser acompanhadas a nível dos Cuidados de Saúde
Primários ou Hospitais;
g) Fomentar o estabelecimento de mecanismos de cooperação intrainstitucional e
intersectorial no domínio da violência interpessoal;
h) Estabelecer a colaboração com outros projetos e recursos comunitários;
i) Mobilizar a rede de recursos internos e dinamizar a rede social; e
j) Assegurar articulação funcional, em rede, com outras equipas de saúde que intervenham
neste domínio.
Medida 34 – Consolidar e avaliar a metodologia de avaliação de risco de
revitimação utilizada pelas forças de segurança nos casos de violência doméstica
No âmbito da monitorização da implementação da Ficha de avaliação de risco em situações de
violência doméstica – “RVD” – foram levadas a cabo as seguintes ações: aplicação de
questionários pelas Forças de Segurança, recolha de dados junto do Ministério Público, análise
de situações de homicídios e quase homicídios ocorridos e previamente avaliados com a RVD.
Foi elaborado um relatório de avaliação e validação/aperfeiçoamento da metodologia.
A GNR promoveu 10 ações de formação/sensibilização sobre a RVD e sobre o manual de
policiamento em violência doméstica, contemplando um total de 337 formandos/as
A PSP elaborou, em média, de 2 avaliações de risco, por cada ocorrência de VD participada.
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Medida 35 – Aprofundar as abordagens proativas no policiamento dos casos
de violência doméstica
A GNR produziu do relatório, contendo uma proposta de indicadores de desempenho policial no
âmbito da VD.
A PSP implementou a monitorização dos seguintes indicadores de desempenho:
Total de RVD elaboradas e respetivos níveis de risco;
Número de propostas de contactos periódicos com a vítima;
Número de propostas de aplicação de medida de coação ao ofensor;
Número de propostas de acompanhamento da vítima quando solicitado;
Número de informações prestadas sobre instituições de apoio;
Número de planos de segurança elaborados;
Número de reforços de patrulhamento junto a residência..
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Área Estratégica 3 – Intervir junto de agressores
Medida 36 – Consolidar o Programa para Agressores de Violência Doméstica
(PAVD) desenvolvido em meio comunitário
Segundo informação da DGRSP, a 31 de dezembro de 2015, estavam inseridos no PAVD 701
arguidos. Durante todo o ano de 2015, foram 919 os arguidos que frequentaram este programa
(desde o início do mesmo, foram integrados 1571).
Medida 37 – Adaptar e implementar o PAVD para aplicação em meio prisional
Em 2015 foi apresentada uma proposta de plano de desenvolvimento de programa, que aguarda
validação técnico-científica. A mesma proposta prevê a experimentação, em projeto piloto, no
decurso de 2016
Medida 38 – Consolidar em todo o território nacional a implementação do
sistema de vigilância eletrónica a agressores/as de violência doméstica
A 31 de dezembro de 2015, estavam em execução 474 penas ou medidas de proibição de contacto
fiscalizadas por Vigilância Eletrónica (o que corresponde a uma taxa de crescimento de 65%, face
a igual período do ano anterior). Em 2015, foram iniciadas 587 penas ou medidas de proibição de
contactos, com recurso a VE.
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
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No âmbito da fiscalização, com recurso à VE, é a proibição de contactos que tem maior
expressividade30, pelo que se acrescentam algumas notas de comparação com os dados de 2014:
- mais 78% de decisões judiciais de proibição de contactos aplicadas;
- mais 58% de decisões judiciais de proibição de contactos executadas;
- a grande maioria dos casos de proibição de contactos aplicadas continua a ocorrer em contexto
de medida de coação (83%).
Medida 39 – Desenvolver e aplicar programas dirigidos à prevenção da
violência sexual
No 2º semestre de 2015, foi apresentada uma proposta de plano de desenvolvimento de programa
dirigido a agressores sexuais, a cumprir pena ou medida de execução na comunidade, que
aguarda validação técnico-científica. A mesma proposta prevê a experimentação, em projeto
piloto, no decurso do ano 2016.
A 31 de dezembro de 2015, encontravam-se 20 reclusos a frequentar o programa em meio
prisional.
Medida 40 - Consolidar o processo de avaliação de problemáticas
específicas em jovens com processo tutelar educativo: agressores/as sexuais,
comportamento violento e ou de violência doméstica
Em 2015, esteve em curso a adaptação e aplicação do “Programa ART - Treino de substituição
de agressividade”, dirigido ao comportamento violento de jovens. Foram efetuadas 6 aplicações
do programa em dois Centros Educativos - Santo António, no Porto, e Centro Educativo da Bela
Vista, em Lisboa.
30 A 31 de dezembro de 2015, estavam 38 pessoas com medida de coação de Obrigação de Permanência
na Habitação, com recurso a VE, pelo crime de violência doméstica e uma pessoa com Adaptação à
Liberdade Condicional, com recurso a VE.
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
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A DGRSP concebeu, ainda, um protocolo de avaliação de jovens agressores sexuais e levou a
cabo três sessões de divulgação desta metodologia nas zonas das suas Direções Regionais do
Sul, Centro e Norte.
Medida 41 - Desenvolver programas de intervenção para jovens
agressores/as
A UMAR, em colaboração com a DGRSP (especificamente no Centro Educativo de Santo António)
implementou o projeto “Artways: Políticas Educativas e de Formação Contra a Violência e
Delinquência Juvenil”. Numa 1ª fase, que decorreu entre dezembro de 2014 e junho de 2015, este
projeto contemplou 14 sessões junto dos jovens acolhidos. Na 2ª fase – entre novembro de 2015
e fevereiro de 2016, implementaram-se 7 sessões.
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
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Área Estratégica 4 – Formar e Qualificar Profissionais
Medida 42 – Ampliar as ações de formação junto de profissionais que
intervêm, direta ou indiretamente, na área da violência doméstica e de género
Durante o ano de 2015, a CIG levou a cabo 7 ações de formação sobre violência doméstica e
violência de género, dirigidas a profissionais das áreas da saúde, serviço social, justiça e das
CPCJ, abrangendo cerca de 150 profissionais de diferentes cidades do país (Lisboa, Coimbra,
Porto, Gondomar e Paredes).
O INMLCF, I.P. realizou 25 ações de formação a nível nacional dirigida a profissionais de saúde,
abrangendo cerca de 1000 pessoas.
Com o objetivo de capacitar os/as profissionais das EPVA, para intervenção nesta área e neste
modelo organizativo, foram realizadas ações de formação inicial, para divulgar os procedimentos
de atuação, que constam do referencial técnico criado em 2014. Assim, e na continuidade do
trabalho desenvolvido no ano anterior, em 2015 foram realizadas 4 ações de formação inicial na
ARS Alentejo, 2 ações de formação inicial na ARS Algarve e 2 ações de formação inicial na ARS
Norte, que abrangeram, no total, 192 profissionais.
O ACES Algarve II - Barlavento organizou, ainda, as I Jornadas sobre “Género e Violência ao
longo do ciclo de vida”, com o apoio da Câmara Municipal de Vila do Bispo, no dia 22 de Outubro,
abrangendo cerca de 100 profissionais.
No âmbito do Projeto Arthemis, a UMAR assegurou uma ação de formação para docentes, com
início em Novembro de 2015, na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da
Universidade do Porto. A UMAR promoveu, também, em janeiro e fevereiro de 2015, duas ações
de formação sobre violência sexual, abrangendo cerca de três dezenas de profissionais.
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
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Medida 43 – Reforçar a qualificação dos/as magistrados/as em matéria de
violência doméstica e de género
A violência doméstica e de género, mutilação genital feminina, violência sexual e em ambiente de
trabalho, foram mote de sessões de trabalho, promovidas pelo CEJ, na formação de auditores/as
de justiça, quer na área Criminal, quer na área da jurisdição de Família e Crianças, quer na área
Laboral. Importa salientar que, no âmbito da formação de auditores/as, nas matérias de família e
crianças, essa temática, em 2015, envolveu um contacto com mulheres acolhidas em Casas de
Abrigo.
No âmbito da formação contínua de magistrados/as, o CEJ realizou ações de formação sobre a
temática da violência doméstica, quer na área Criminal, quer na área da jurisdição de Família e
Crianças, quer na área Laboral, tendo contado com a participação de 374 magistrados/as.
No mês de Março de 2015, o CEJ iniciou um Curso Especial de Formação de Magistrados do
Ministério Público de Angola, tendo sido abordada e discutida a solução de casos relacionados
com a violência doméstica.
Em 2014, o CEJ iniciou a elaboração de um e-book sobre violência doméstica para utilização das
magistraturas, a cuja elaboração foi dada continuidade no decurso do ano de 2015, tendo a sua
edição já ocorrido em 2016.
Medida 44 – Qualificar o dispositivo operacional da PSP e da GNR
O plano de formação do MAI teve a seguinte execução:
No que respeita à GNR, 10 ações de formação contínua de aperfeiçoamento nos
programas especiais de policiamento comunitário, num total de 189 formandos/as;
Relativamente à PSP, 8 ações de formação contínua de aperfeiçoamento nos programas
especiais de policiamento comunitário, num total de 8277 formandos/as, e com uma carga
horária total de 147 horas.
No caso da GNR, foram promovidas algumas formações que não constavam do plano inicial,
num total de 14 cursos/ações de formação, abrangendo cerca de 428 elementos.
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
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Medida 45 – Qualificar os(as) profissionais em modelos de intervenção junto
de agressores/as
A DGRSP concretizou 14 ações de formação sobre intervenção com agressores, dirigidas a
Técnicos/as de Reinserção Social, abrangendo um total de 232 formandos/as. As ações de
formação foram realizadas em todo o território continental e incidiram sobre os seguintes temas:
a) Intervenção Psicoeducacional no PAVD;
b) Avaliação do Risco em violência doméstica - SARA – Spousal Assault Risk Assessment
c) Entrevista Motivacional
Medida 46 – Alargar a formação que habilite para a função de Técnico/a de
Apoio à Vítima a todo o território nacional
Durante o ano de 2015, e com o recurso ao financiamento proveniente dos Jogos Sociais, foram
promovidas 10 ações de formação para capacitação de Técnicos de Apoio à Vítima:
a) 3 ações ministradas pela UMAR, nos Distritos de Setúbal e de Viana do Castelo, que
abrangeram 45 profissionais;
b) 5 ações ministradas pela AMCV, em sistema de B-Learnig, nos distritos de Lisboa, Setúbal
e Leiria, abrangendo 75 profissionais;
c) 2 ações ministradas pela Tribexpert, nos distritos de Braga e de Viseu, abrangendo 30
profissionais.
No total, foram formados/as 150 Técnicos/as de Apoio à Vítima.
Medida 47 – Qualificar os/as profissionais para a intervenção especializada
junto de crianças sujeitas a vitimação vicariante, nas várias respostas que integram
a rede nacional de apoio às vítimas de violência doméstica e nas respostas para
crianças e jovens em risco
No âmbito da Ação de Saúde para Crianças e Jovens, criada através do despacho n.º31292/2008
de 5 de Dezembro, e dando continuidade ao trabalho que tinha vindo a ser desenvolvido em 2014,
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
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foram realizadas 2 formações iniciais na ARS Lisboa e Vale do Tejo e na ARS Norte, para cerca
de 35 profissionais de saúde, e 2 formações avançadas na ARS Norte para cerca de 54
formandos/as.
Foi também dinamizada, na ARS Norte, uma ação de sensibilização para as Unidades
Coordenadoras Funcionais sobre abuso sexual e exploração sexual das crianças, dirigida a
profissionais hospitalares e dos cuidados de saúde primários.
Medida 48 – Sensibilizar/formar os/as profissionais para intervenção junto
de pessoas LGBT
Em 2015, foi elaborado, pelo Centro de Investigação e Intervenção Social do Instituto Universitário
de Lisboa (CIS-IUL), a pedido da CIG, um “Manual de Boas Práticas para profissionais para
intervenção junto de vítimas LGBT”, cuja edição em papel se perspetiva para 2016, no âmbito da
coleção “Violência de Género”.
A CIG, em colaboração com o CIS-IUL, promoveu, entre maio e junho, 4 ações de formação sobre
violência doméstica entre pessoas do mesmo sexo, destinadas a profissionais da rede nacional
de apoio a vítimas de violência doméstica. As ações tiveram a duração de 21 horas/cada, em 3
dias consecutivos, e decorreram nas cidades de Coimbra, Évora, Lisboa e Porto, abrangendo 104
profissionais. Sublinhe-se que, tendo em conta que o número de inscrições superou, em larga
medida, as estimativas iniciais, a CIG constituiu uma bolsa de profissionais interessados/as (cerca
de 60), na expetativa de se poderem repetir estas ações em 2016.
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
41
Área Estratégica 5 – Investigar e monitorizar
Medida 49 – Promover estudos específicos sobre a temática da violência
doméstica e de género, em estreita articulação com universidades e centros de
investigação
Em 2015, concluiu-se o estudo sobre a análise das decisões judiciais em crimes de homicídio
conjugal, que tinha sido adjudicado, no final de 2014, pela CIG, à Escola de Criminologia da
Faculdade de Direito da Universidade do Porto. Ficou, igualmente, concluído o estudo avaliativo
das decisões judiciais em matéria de violência doméstica, destinado a avaliar, quantitativa e
qualitativamente, as decisões proferidas pelos serviços do Ministério Público e pelos Tribunais, no
âmbito do artigo 152.º do Código Penal, e comunicadas à CIG ao abrigo do artigo 37.º da Lei n.º
112/2009, de 16 de setembro, republicada pela Lei nº 129/2015, de 3 de setembro. Este estudo
havia sido iniciado também em 2014, por iniciativa da CIG, e adjudicado ao Observatório da Justiça
da Universidade de Coimbra. Ambos os estudos tiveram apresentação pública, em julho de 2015,
no Auditório Novo da Assembleia da República e encontram-se no prelo, para publicação na
Coleção “Estudos de Género”, da CIG.
Já no último trimestre de 2015, deu-se início ao estudo avaliativo do grau de satisfação das/os
utentes da rede nacional de apoio a vítimas de violência doméstica, a cargo do Centro de
Investigação e Estudos em Sociologia. Este estudo estará concluído no final do 1º semestre de
2016.
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
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Medida 50 - Compilar e disseminar uma seleção de materiais produzidos no
âmbito dos projetos apoiados pelos fundos estruturais, na área da violência
doméstica e de género
No âmbito do projeto de promoção do acesso e disponibilização online dos produtos de
informação resultantes dos projetos cofinanciados pelo POPH - Tipologia 7, a CIG deu
continuidade ao trabalho de validação da descrição bibliográfica e digitalização dos respetivos
produtos de informação. Encontram-se atualmente disponíveis na biblioteca da CIG e na área
“Produtos cofinanciados” do Portal CID online do Centro de Informação e Documentação da CIG.
Neste âmbito, e no cumprimento da presente medida do V Plano, estão atualmente disponíveis ao
público, através desta interface, 179 registos bibliográficos correspondentes a materiais
produzidos no âmbito de projetos apoiados pelos fundos estruturais na área da violência doméstica
e de género, designadamente: folhetos (30), materiais gráficos (37), monografias (75) e recursos
eletrónicos (37).
Medida 51 - Aperfeiçoar a base de dados relativa às comunicações de
decisões de atribuição do estatuto de vítima e de decisões finais em processos por
prática do crime de violência doméstica
O Relatório anual de monitorização da VD, elaborado pela Secretaria-geral da Administração
Interna, relativo a 2014, e divulgado em 2015, integra dados de caracterização das decisões em
processos-crime por VD comunicadas referentes a 2013 e 2014.
Medida 52 - Aferir da satisfação das vítimas de violência doméstica com o
atendimento em esquadra/posto das forças de segurança
Prevê-se a execução desta medida em 2016.
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
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Medida 53 - Adotar um instrumento de registo nos CNAI e CLAII, para recolha
de informação do número de casos de violência doméstica, registados nas
comunidades imigrantes
O ACM, em colaboração com a CIG, produziu um instrumento de registo, que permite a recolha
de um conjunto de dados, quando é identificada uma situação de violência doméstica, no
atendimento a imigrantes, a ser utilizado, a partir de 2015, pelos/as técnicos/as dos CNAI e dos
CLAII. Não obstante esta sistematização e agilização da recolha de informação, no ano transato,
apenas foram identificadas 4 situações de violência doméstica, todas elas pelo CNAI de Lisboa.
Tendo em conta este número, claramente subdimensionado, estão agendadas, para 2016, ações
de formação junto dos/as profissionais dos CNAI e dos CLAII, no sentido de potenciar o uso
daquela ferramenta estatística e, deste modo, sinalizar e encaminhar, o mais precocemente
possível, situações de violência doméstica entre a comunidade imigrante.
Medida 54 - Aplicar e monitorizar a utilização da ficha única de registo por
parte das estruturas de atendimento a vítimas de violência doméstica
Em fevereiro de 2015, a CIG e o ISS, I.P., concluíram o modelo de Ficha Única, com base em
todos os contributos recolhidos junto da rede nacional de apoio a vítimas de violência doméstica.
Após essa data, não se verificaram desenvolvimentos naquele modelo, na medida em que a sua
utilização estaria fortemente ancorada na plataforma informática nacional de gestão, prevista na
medida 55 do V PNPCVDG.
Medida 55 - Criar uma plataforma informática nacional de gestão da rede de
apoio a vítimas de violência doméstica
No âmbito dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, e decorrente da “Ação de Saúde sobre
Género, Violência e Ciclo de Vida” (ASGVCV), esteve em preparação o caderno de encargos com
o objetivo de criar uma plataforma de registo e recolha de dados, em saúde, integrada nos
sistemas de informação clínica, que inclua as situações de violência doméstica e de género.
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
44
Grau de execução do V Plano: Síntese avaliativa
O último capítulo deste Relatório propõe-se sintetizar o grau de execução, em 2015, das 55
medidas plasmadas no V Plano, conforme consta do quadro-resumo que se segue.
Das 55 medidas preconizadas, apenas se consideram, para a presente síntese quantitativa, 54
dado que a Medida 18 se prende com a implementação do III Programa de Ação para a Prevenção
e a Eliminação da MGF, alvo de avaliação autónoma.
Assim, das 54 previstas para 2015 e/ou cuja calendarização refere “Durante a vigência do Plano”
42 foram executadas (ou encontram-se em curso, tendo-se verificado desenvolvimentos em 2015),
2 não tiveram desenvolvimentos - 15 (Divulgar o Serviço de Informação as Vítimas de Violência
Doméstica, em simultâneo com a divulgação de notícias sobre violência doméstica e de género
na comunicação social”), e 55 (“Criar uma plataforma informática nacional de gestão da rede de
apoio a vítimas de violência doméstica”) - e 3 não têm informação reportada, 16, 28 e 29. Tendo
em conta o que estava previsto para execução em 2015, tal corresponde a uma taxa de
aproximadamente 91%.
Neste contexto, face ao planeado para 2015 e tendo em conta a informação de que a CIG dispôs,
considera-se que o V Plano teve uma taxa de execução muito elevada, sendo essa taxa
particularmente relevante nas áreas estratégias 3 e 4, ambas com uma taxa de execução de 100%.
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
45
Quadro 5 - Taxa de execução do plano, no ano de 2015
Áreas
Estratégicas
Nº total de
medidas
Nº de medidas
previstas para
2015 ou “Durante
a vigência do
Plano”
Nº de medidas
executadas em
2015
Taxa de execução
2015
Área 1 1731 17 15 88%
Área 2 17 17 15 88%
Área 3 6 6 6 100%
Área 4 7 7 7 100%
Área 5 7 6 5 83%
TOTAL 54 53 48 90,5%
31 Exclui-se, para efeito de cálculos, a Medida 18.
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
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SIGLAS utilizadas
ACES – Agrupamento de Centros de Saúde
ACM – Alto Comissariado para as Migrações
AMCV – Associação de Mulheres Contra a Violência
AMAL – Associação de Municípios do Algarve
AMRAM – Associação de Municípios da Região Autónoma da Madeira
ANMP – Associação Nacional de Municípios Portugueses
APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima
APMJ – Associação Portuguesa de Mulheres Juristas
ARS – Administração Regional de Saúde
ASGVCV – Ação de Saúde sobre Género, Violência e Ciclo de Vida
BLA – Bolsas Locais de Animadores
CEJ – Centro de Estudos Judiciários
CIG – Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género
CITE – Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego
CIS-IUL – Centro de Investigação e Intervenção Social do Instituto Universitário de Lisboa
CLAII - Centro Local de Apoio à Integração de Imigrantes
CNAI – Centro Nacional de Apoio ao Imigrante
CNPDPCJ – Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens
CPCJ – Comissão Proteção de Crianças e Jovens
CSM – Conselho Superior da Magistratura
DGE – Direção-geral de Educação
DGRSP - Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais
EPVA – Equipa de prevenção de violência nos adultos
GNR – Guarda Nacional Republicana
IHRU, I.P. - Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, I.P.
ILGA – Intervenção Lésbia, Gay, Bissexual e Transgénero
INMLCF – Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, I.P.
IPDJ, I.P. – Instituto Português do Desporto e Juventude, I.P.
ISS, I.P.- Instituto da Segurança Social, I.P.
LGBT – Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero
Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género - 2015
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MAI – Ministério da Administração Interna
ME – Ministério da Economia
MEC – Ministério da Educação e Ciência
MGF – Mutilação Genital Feminina
MJ – Ministério da Justiça
MS – Ministério da Saúde
MSESS – Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social
ONG – Organizações Não Governamentais
PAVD - Programa para Agressores de Violência Doméstica
PCM – Presidência do Conselho de Ministros
PGR – Procuradoria-Geral da República
PNCVD – Plano Nacional Contra a Violência Doméstica
PNI - Plano Nacional para a Igualdade de Género, Cidadania e Não -discriminação
POPH – Programa Operacional Potencial Humano
PSP – Polícia de Segurança Pública
RCM – Resolução do Conselho de Ministros
RTP – Rádio Televisão Portuguesa
RVD – Risco em Violência Doméstica
SIVVD – Serviço de Informação a Vítimas de Violência Doméstica
UMAR – União de Mulheres Alternativa e Resposta
VE – Vigilância Eletrónica