Upload
pedro-santos-pereira
View
293
Download
46
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Revista de actualidade sobre futebol e outros desportos. Entrevista de José Mourinho, análise a Jorge Jesus, campeonato nacional de 1936, Taça das Taças de 1964, final da NBA, entre outros
Citation preview
MagazineAno I - Nº 2 - 08.06.201 3 - Semanal Director - Pedro Santos Pereira
Postiga decide jogo com a Rússia
"Se me chamassem pacificadorseria uma ofensa"
Jorge Jesus ao raio x
O cantinho do MoraisO primeiro campeonato do Benfica As equipas do Europeu de sub21
Abramovich e os 10 anos no Chelsea
Benfica campeão europeu de hóqueiFinal da NBA Heat vs Spurs
Vantagem Numérica Magazine Índice
2
Futebol Nacional
3 Editorial
4 Ao raio x Jorge Jesus
8 História I Liga 193536
11 Notícias
12 Portugal Rússia
Redacção: Pedro Santos Pereira
Paginação: Pedro Santos Pereira
www.vantagemnumerica.pt
www.facebook.com/VantagemNumerica
email: [email protected]
Futebol Internacional
15 Apuramento para o Mundial
16 História Final da Taça dos
Vencedores das Taças de 1964
19 Entrevista José Mourinho
24 Chelsea 10 anos de Abramovich
26 Europeu sub21
Outros Desportos
28 Miami vs San Antonio Final da
NBA
29 Hóquei em patins Liga Europeia,
Benfica campeão europeu
Vantagem Numérica Magazine Editorial
3
A dança de treinadores
Esta semana ficou marcada pelos treinadores. Jorge Jesus renovou por mais dois anos com o Benfica, um prolongamento
de contracto que chegou a estar em risco, fruto das derrotas no final da época e alguma contestação. Críticas que não
vieram só dos adeptos, mas também de Cardozo, que pôs em causa a sua continuidade nos encarnados. A continuidade de
JJ pareceme adequada, de um treinador que elevou a qualidade futebolística da equipa, que valorizou jogadores e, apesar de
não quebrar a hegemonia portista, começou a morderlhe os calcanhares com mais frequência.
No FC Porto aconteceu o contrário, Vítor Pereira venceu mas não renovou. Uma atitude da parte da direcção discutível,
perante um treinador que na liga portuguesa foi irrepreensível. Uma derrota em sessenta jogos é louvável, principalmente
porque foi sempre um técnico muito pressionado pelos adeptos. Vamos ver qual é o próximo destino, ele que tecnicamente
tem tudo para ter muito sucesso, Quando conseguir ser líder, se alguma vez o conseguir, será um caso sério no futebol
europeu. Uma saída que para si não é má, tem títulos no currículo, tem capacidades técnicas e, caso ficasse, veria muito do
seu trabalho ir por água abaixo. James e Moutinho já saíram e Fernando pode ser o próximo, o que implicava uma
reconstrução num sector nevrálgico do campo. Para o suceder o nome mais falado e provável é Paulo Fonseca, o treinador
da moda, fruto do brilhante trabalho no Paços de Ferreira. Mas não foi só aí, já na Vila das Aves tinha desempenhado um
bom trabalho, tal como no Pinhalnovense. A confirmarse a sua ida para o Dragão, será mais um degrau subido na carreira,
resta saber se tem pernas para o dar. O futebol que as suas equipas praticavam leva a crer que sim.
Por fim José Mourinho, o português deu a sua última entrevista como treinador do Real Madrid e não perdeu a oportunidade
de disparar em praticamente todos os sentidos. Num tom calmo e sereno foi atacando quase tudo e todos, só sobrando
elogios para Karanka, seu adjunto. Nem Florentino Perez, que sempre o segurou contra as inúmeras críticas foi poupado.
Uma entrevista de rancor, de um técnico que sai do maior clube que alguma vez já treinou, mas no qual ganhou menos
títulos que nos anteriores.
Pedro Santos Pereira
Vantagem Numérica Magazine Ao raio x Jorge Jesus no Benfica
4
Jesus salvo da crucificação
Jorge Jesus iniciou o seu trajecto
no Benfica de uma forma
excepcional, além da conquista do
título e da Taça da Liga, o treinador
benfiquista conseguiu que a equipa
tivesse uma produção bem acima
da média. Uma taxa de
produtividade de 84%, uma média
de golos marcados de 2.6 e de 0.7
nos sofridos, números
verdadeiramente avassaladores.
Na época seguinte a produção
baixou, apenas 70% de eficácia
numa equipa que marcou menos,
média de 2.0, e que sofreu mais,
1.0 golos por jogo. Uma quebra
que se traduziu no 2º lugar da
classificação e apenas um título,
mais uma vitória na Taça da Liga.
Na temporada de 201112 a
produção voltou a subir, tendo o
Benfica alcançado uma eficácia de
77%, voltou a marcar mais golos,
2.2 de média, e a sofrer menos,
0.9 golos por jogo. No que se
refere a troféus mais uma Taça da
Liga para o museu. Essa tendência
de subida voltou a sentirse esta
época, onde a prestação foi
inclusive superior à primeira
temporada. Uma eficácia de 86%
com uma média de 2.6 de golos
marcados e de 0.7 de golos
sofridos. Números esclarecedores
de uma época fantástica, onde
chegou ainda às finais da Liga
Europa e da Taça de Portugal e
meiasfinais da Taça da Liga. Um
percurso longo em todas as
provas mas que, pela primeira vez
desde que está nos encarnados,
não se reflectiu em títulos. De
salientar que nas competições
europeias chegou sempre, no
mínimo, aos quartosdefinal das
provas em que estava envolvido, e
só na Taça de Portugal não
conseguiu chegar tão longe, além
da final deste ano, nas outras
temporadas apenas atingiu por
uma vez a meiafinal.
Após algumas incertezas Jorge Jesus mantémse como treinador do Benfica. A dúvida surgiu no ano em que o treinador teve os
melhores desempenhos no clube, à excepção da Taça da Liga onde foi eliminado na meiafinal, nas outras competições o técnico
encarnado melhorou a sua performance. Mesmo na liga, onde teve uma prestação superior à temporada em que foi campeão. Em
contrapartida, títulos é que nem vêlos.
201213 30 24 5 1 77 20 77 2.6 85.6
201011 30 20 3 7 61 31 63 2.1 70.0
201112 30 21 6 3 66 27 69 2.3 76.7
época j v e d gm gs p ppj %
200910 30 24 4 2 78 20 66 2.5 84.4
Desempenho de Jorge Jesus na Liga
Desempenho de Jorge Jesus na Europa
época competição fase
201213 Liga Europa 1/4 final
201112 Liga dos Campeões 1/4 final
201011 Liga dos Campeões Grupos
Liga Europa 1/2 final
200910 Liga Europa 1/4 final
Vantagem Numérica Magazine
5
Ao raio x Jorge Jesus no Benfica
Desempenho de Jorge Jesus na Taça de
Portugal
201213 Vitória Guimarães finalista
201112 Marítimo 1/8 final
201011 FC Porto 1/2 final
200910 Vitória Guimarães 1/16 final
época adversário fase
Desempenho de Jorge Jesus na Taça da
Liga
época adversário fase
201213 Sporting Braga 1/2 final
201112 Gil Vicente vencedor
201011 Paços Ferreira vencedor
200910 FC Porto vencedor
Desempenho de Jorge Jesus na Supertaça
época adversário fase
201213 não se qualificou
201112 não se qualificou
201011 não se qualificou
200910 FC Porto finalista
posição treinador c t tl st lc total
Lista dos treinadores do Benfica que venceram títulos
1º Janos Biri 3 3 6
2º Otto Glória 3 3 6
3º SvenGoran Eriksson 3 1 1 5
4º John Mortimore 2 2 1 5
5º Bela Guttmann 2 2 4
6º Jimmy Hagan 3 1 4
7º Jorge Jesus 1 3 4
8º Lipo Herczka 3 3
9º Toni 2 1 3
10º Ted Smith 1 2 3
11º Mário Wilson 1 2 3
12º Lajos Baroti 1 1 2
13º Fernando Riera 2 2
14º Lajos Czeizler 1 1 2
15º Arthur John 2 2
16º Fernando Cabrita 1 1
17º Giovanni Trapattoni 1 1
18º Elek Schwartz 1 1
19º Milorad Pavic 1 1
20º José A. Camacho . 1 1
21º Cândido Tavares . 1 1
22º Ribeiro dos Reis . 1 1
23º Fernando Caiado . 1 1
24º José Augusto . 1 1
25º Pal Csernai . 1 1
26º José Valdivieso . 1 1
27º Vítor Gonçalves . 1 1
28º Quique Flores . 1 1
29º Ronald Koeman . 1 1
Total 32 27 4 4 2 69
Legenda:
c campeonato
t taça de portugal
tl taça da liga
lc liga campeões
Nota:
Os Campeonatos
de Portugal que
decorreram entre
1922 e 1938
estão incluídos nas
taças de portugal,
em virtude de
serem uma prova a
eliminar e não de
regularidade,
apesar de o nome
indicar o contrário
Desportivamente
Aqui está uma tabela onde Jorge
Jesus não lidera, por enquanto,
pois anda terá mais dois anos
para o conseguir. Até ao
momento 29 treinadores já
venceram pelo menos um troféu
com o Benfica, uma classificação
comandada pelo húngaro Janos
Biri e pelo brasileiro Otto Glória,
com seis títulos cada. De referir,
que dos 29 vencedores, apenas
10 são portugueses, o que
demonstra a apetência do
Benfica para ganhar
preferencialmente com técnicos
estrangeiros. De momento o
actual treinador dos encarnados
já obteve quatro distinções, uma
liga e três taças da liga, o que lhe
permite ocupar a sétima posição.
Um lugar que podia ter sido
melhorado esta época, das três
provas que o Benfica disputou até
ao fim, bastava ter ganho uma
delas para chegar ao quinto lugar,
se vencesse duas chegaria à
terceira posição e, caso
triunfasse nas três, alcançaria o
primeiro lugar isolado. Uma
época que poderia ter sido épica
para o clube e para Jorge Jesus,
que se podia ter tornado no
treinador do Benfica com mais
títulos ganhos.
Vantagem Numérica Magazine
6
Ao raio x Jorge Jesus no Benfica
Lista de desempenho dos últimos 20 treinadores do Benfica na Liga
posição treinador j v e d gm gs pts ppj %
1º Jorge Jesus 120 89 18 13 282 98 285 2.4 79.2
2º SvenGoran Eriksson 166 118 37 11 380 104 391 2.4 78.5
3º Fernando Santos 31 20 8 3 56 21 68 2.2 73.1
5º José A. Camacho 77 48 21 8 143 57 165 2.1 71.4
7º Paulo Autuori 16 10 3 3 30 9 33 2.1 68.8
9º Jupp Heynckes 38 23 7 8 65 38 76 2.0 66.7
11º Ronald Koeman 34 20 7 7 51 29 67 2.0 65.7
13º Ebbe Skovdahl 12 7 2 3 15 7 23 1.9 63.9
15º Jesualdo Ferreira 29 16 7 6 65 31 55 1.9 63.2
17º Shéu Han 4 2 1 1 10 5 7 1.8 58.3
19º Fernando Chalana 8 3 3 2 10 7 12 1.5 50.0
4º Mário Wilson 64 42 12 10 140 50 138 2.2 71.9
6º Toni 159 94 47 18 284 118 329 2.1 69.0
8º Graeme Souness 56 34 12 10 112 46 114 2.0 67.9
10º Artur Jorge 37 22 7 8 62 31 73 2.0 65.8
12º Quique Flores 30 17 8 5 54 32 59 2.0 65.6
14º Giovanni Trapattoni 34 19 8 7 51 31 65 1.9 63.7
16º José Mourinho 9 5 2 2 14 7 17 1.9 63.0
18º Tomislav Ivic 10 5 2 3 11 7 17 1.7 56.7
20º Manuel José 23 8 7 8 25 25 31 1.3 44.9
Os últimos 20 treinadores do
Benfica na Liga
Neste parâmetro Jorge Jesus é
líder. Uma liderança por décimas
sobre SvenGoran Eriksson, um dos
treinadores icónicos do Benfica.
Estes últimos 20 treinadores
representam as temporadas dos
encarnados desde 198788 até
aos dias de hoje, excepto os
números de Eriksson e Mário
Wilson que englobam também
passagens anteriores.
Impressionante a diferença entre
os líderes desta classificação e os
restantes técnicos, de 79% para
73%. De realçar o terceiro posto
de Fernando Santos, um treinador
que, apesar de não ter vencido um
único título, teve um desempenho
no campeonato suficiente para ser
o 3º melhor dos últimos 20.
Destaque para o último lugar de
Manuel José, o único que teve um
desempenho inferior a 50%, para a
16ª posição de José Mourinho, que
em 9 jogos teve uma eficácia de
63%, para o actual campeão
europeu, Jupp Heynckes, que se
instalou na modesta nona posição,
e por último, para Giovanni
Trapattoni que é o 14º classificado
da lista, mas que mesmo assim
conseguiu ser campeão, algo que
só mais três conseguiram, Eriksson
(3), Toni (2) e Jorge Jesus (1).
Vantagem Numérica Magazine Ao raio x - Jorge Jesus no Benfica
7
Financeiramente
Neste item o treinador do Benfica tem tido resultados avassaladores.
Se exceptuarmos a época de entrada no clube, onde o saldo de
transferências foi negativo, nos anos seguintes a balança de
transferências foi sempre positiva. Nestas quatro temporadas o
resultado é de 90.4 milhões de euros, um número impressionante, de
onde se destacam as épocas de 2011 e 2013 com mais 50 milhões
de proveitos em cada uma delas. Ganhe o que ganhar Jorge Jesus é
mais do que justo, pois retribui muitas vezes mais esse vencimento com
a valorização que faz dos jogadores, mesmo só tendo sido campeão
uma única vez.
época compras vendas saldo
201213 24 76.225 + 52.225
201011 36.825 90.98 + 54.155
201112 29.7 41.19 + 11.49
200910 34.3 6.83 + 52.225
total 124.825 215.225 + 90.4
valores em milhões de euros
O “Mestre da Táctica”, como se auto
intitula, chegou ao Benfica 2009 e logo
deu ao clube uma nova projecção.
Treinador ofensivo que utiliza o 4x4x2
como sistema, dentro de um modelo
pressionante, a maior parte das vezes
efectuado ainda no meiocampo
adversário. Outra das características é a
rápida aceleração do jogo, utilizando
preferencialmente as faixas, zona onde
no 1x1 cria muitos desequilíbrios. Em
função destes aceleramentos e dos
desequilíbrios individuais, as transições
defesaataque costumam ser
fracturantes e produtivas. As bolas
paradas são outro dos momentos do jogo
em que as suas equipas são fortes, em
especial as reposições de linha lateral,
uma das situações em que o Benfica tem
sido muito perigoso, principalmente
quando são efectuados do lado direito na
projecção da grande área. Um ponto em
que a equipa tem melhorado ao longo
destes quatro anos, com resultados
visíveis, se exceptuarmos as grandes
penalidades, é o lance de bola parada
mais profícuo. Neste sistema com este
modelo os médios são determinantes,
sendo eles o factor que equilibra a
balança. Não é por acaso que Javi Garcia,
Witsel e, agora, Matic e Enzo Pérez têm
uma importância fundamental da equipa,
dependendo deles o desempenho
ofensivo e defensivo colectivo. Também
Ramires poderia ser integrado neste lote
pois, apesar de jogar como ala, era um
jogador que compensava bem no centro
do terreno, dando cobertura às inúmeras
subidas de Maxi. Defensivamente a
defesa em linha tem bom posicionamento
e a pressão efectuada no meio campo
adversário costuma surtir efeito. Fortes
no jogo aéreo, os maiores problemas são
sentidos nas transições defesaataque,
onde na maioria das vezes a equipa é
apanhada em contrapé. Normalmente o
Benfica arrisca muito nas linhas de passe
quando tem posse de bola, que
normalmente são dadas, na maior parte
das vezes, à frente da linha de bola.
Quando esta é perdida há uma
descompensação grande, com jogadores
desposicionados fruto do seu
adiantamento. O que implica que quando
os passes do adversário saem rápido,
normalmente acontecem com as equipas
mais fortes, devido valor ao individual dos
seus jogadores, surgem oportunidades
claras de golo. Também os oponentes
que pressionam as suas equipas na
primeira fase de construção costumam
obter bons resultados, as grandes
distâncias entre sectores não permitem
uma saída organizada.
Perante a avaliação de todos estes
parâmetros, a renovação de Jorge Jesus
é mais do que merecida. Lidera o ranking
dos últimos 20 treinadores do Benfica, e
ocupa a sétima posição do treinador com
mais títulos de sempre. Tem tido um
percurso exemplar, apenas por uma vez
ficou abaixo dos 75% de produtividade no
campeonato, onde alcançou um título,
nas competições europeias tem
conseguindo sempre chegar, pelo menos,
aos quartosdefinal, na Taça da Liga
ergueu o troféu por três vezes e só na
Taça de Portugal as prestações não se
têm coadunado com estes registos,
apesar de este ano ter melhorado.
Épocas longas e muito preenchidas tem
sido um lema no Benfica de Jorge Jesus,
um treinador com um desempenho
elevado nas mais diversas variáveis. Se
não renovasse com o Benfica, deixaria
uma pesada herança ao seu sucessor,
pelos menos na valorização de jogadores
e na qualidade do futebol praticado,
porque na questão dos títulos, um dos
pontos mais importantes, a sua produção
tem estado aquém do esperado.
Em suma
Tacticamente
Vantagem Numérica Magazine História - I Liga 1 935-36
8
193536 O primeiro títulodo Benfica
Em 193536 o Benfica sagrouse campeão pela primeira vez, destronando assim o FC Porto que havia sido o primeiro campeão
nacional. O treinador voltou a ser húngaro, Lipo Herczka sucedeu a Jozsef Szabo, demonstrando a magia de leste na arte de treinar.
Um campeonato que se decidiu no Campo das Amoreiras, casa do Benfica, onde os locais golearam os dragões por 51.
Depois da 1ª edição da I Liga em que o
FC Porto venceu, os dragões voltavam a
ser favoritos, apesar de terem perdido o
treinador campeão, Jozsef Szabo, no final
da terceira jornada. O Benfica tinha ido
buscar Lipo Herczka, treinador que havia
ganho o primeiro título com o Real
Madrid, espreitando assim o seu primeiro
título. Foi um campeonato em que os
encarnados acabaram por vencer,
apesar da réplica dada pelos azuise
brancos, que ficaram apenas a um ponto,
tendo sido a equipa que mais golos
marcou e menos sofreu. Podese dizer
que o título ficou decidido à 10ª jornada,
eram apenas 14, numa altura em que o
Benfica recebia o FC Porto. Os
encarnados tinham um ponto de avanço
e o jogo tinha contornos de decisivo,
acabou mesmo por sêlo. No Campo das
Amoreiras as águias entraram
determinados a vencer e golearam os
dragões por 51. Nos primeiros 30
minutos o Benfica já vencia por 40, fruto
dos bis de Torres e Vítor Silva. O FC Porto
ficou atónito e só reduziu o marcador aos
75 minutos por António Santos. Xavier a
três minutos do fim fecharia o marcador,
fazendo o quinto golo encarnado. Nas
últimas quatro jornadas os azuise
brancos venceram todas as partidas,
mas acabou por ser insuficiente, pois os
encarnados apenas cederam dois pontos
dos três que tinham de vantagem,
empates no Carcavelinhos e no Boavista.
Além de Herczka, principal responsável
pelo êxito benfiquista, também foi figura
importante Vasco Ribeiro, o presidente.
Tavares
Gatinho Gustavo
AlbinoJoão Correia Gaspar Pinto
RogérioXavier
Torres Vítor Silva Valadas
Equipatipo
Lipo Herczka
A equipa do Benfica que se sagrou pela primeira vez campeã nacional. Nela destacavamse Albino, Gaspar
Pinto, Valadas, Rogério e Vítor Silva, o homem que imortalizou em Portugal o “salto de peixe”.
Vantagem Numérica Magazine
9
História - I Liga 1 935-36
O Para suceder a um húngaro, Szabo, outro húngaro
Lipo Herczka. Um técnico que como jogador passou
pelo Essener Turnerbund da Alemanha e pela Real
Sociedad de Espanha. Foi aliás neste último clube, que
começou a desempenhar as funções de treinador.
Seguiuse o rival basco, o Atlético de Bilbau, o Sevilha,
o Real Madrid, clube com o qual conquistou o seu
primeiro campeonato, em 1932, que por coincidência
também foi o primeiro da história merengue. Foi o
único campeonato espanhol em que o campeão não
sofreu qualquer derrota, em 18 jogos venceu 10 e
empatou 8. Seguiuse o Hércules, o Granada e depois
o Benfica. Foi nos encarnados que teve maior
sucesso, conquistou três ligas consecutivas, de 1936
a 1938. Ainda chegou à final do Campeonato de
Portugal em 1938 e da Taça de Portugal em 1939, a
primeira edição da prova, isto ainda com as águias.
Em 1940 voltou a estar presente na final da Taça,
competição que nunca venceu, desta feita
representando o Belenenses. Em Portugal, onde
acabou por falecer, ainda treinou a Académica, o FC
Porto, o Vila Real, o Estoril e o União de Montemor,
terra onde está sepultado. O jornalista e exdirigente
benfiquista Carlos Carvalho descreviao da seguinte
forma: “teve a rara intuição de saber adaptar as
qualidades do futebolista português, de intuição e
combatividade, ao estilo solto do futebol austríaco,
onde a desmarcação e o toque suave de bola têm
cunho de arte”. A comunhão entre o futebol português
e o austríaco, e não húngaro, surge porque entre
1867 e 1918 a Hungria fazia parte do Império
AustroHúngaro. Uma união que havia resultado de
um compromisso entre as nobrezas austríaca e
húngara. Tendo em conta que na década de 30 a
Áustria era uma potência futebolística europeia,
Carlos Carvalho faz alusão ao futebol austríaco e o
português, de modo a que o relevo fosse maior,
apesar de nessa altura a Hungria já estar separada
do império anteriormente referido. Em suma, Herczka
ainda detém o recorde de mais títulos consecutivos
na Liga, apesar de com o decorrer dos anos outros o
tenham igualado, o último dos quais Jesualdo Ferreira.
Ao todo na carreira conquistou quatro campeonatos,
tendo sido o primeiro a fazêlo para os dois mais
emblemáticos clubes, das duas capitais da Península
Ibérica.
O avançado do Benfica Rogério descreve Herczka, “bom
homem sem dúvida, mas quando estava maldisposto, era
impossível. Desatava a chamar nomes aos jogadores.
Assim, sem mais nem menos no meio dos treinos. Mas nós
já estávamos tão habituados que nem ligávamos”.
Treinador
Jogador Jogos Golos
Campeões
Tavares (gr) 14 23
Rogério 14 2
Gatinho 13
Valadas 12 12
Torres 12 9
Gaspar 9
Gustavo 13
Albino 13
Vítor Silva 12 7
Xavier 11 7
Domingos Lopes 9 2
João Correia 9
Cardoso 3 1
Baptista 2
Francisco Costa 5
Guedes 3 2
A figura
Várias foram as figuras de destaque da
equipa encarnada. Desde Albino,
passando por Gaspar Pinto e Valadas
todos foram determinantes no título
alcançado. De qualquer forma a escolha
principal recaiu sobre Vítor Silva, que se
despediu do futebol campeão, esta foi a
sua última época. Apesar de ter apenas
27 anos na altura, uma flebite na perna
esquerda antecipou o abandono da
modalidade, voltando à sua profissão de
estofador de automóveis, algo hoje
inimaginável para um jogador do seu
estatuto. Sim, porque Vítor Silva ficará na
história do futebol português como o
primeiro jogador a ser contratado. A
transferência custou 15 “contos de reis”,
o valor que o Benfica teve de pagar ao
Carcavelinhos. Na altura foi uma loucura
o preço pago, provocando um espanto
geral e muitas críticas, dos mais diversos
sectores da sociedade portuguesa. A sua
estreia com a camisola encarnada deuse
contra o FC Porto, numa vitória por 41,
quando tinha apenas 18 anos. Pioneiro
no golo em "salto de peixe", também
apelidado na altura de "golo à Vítor Silva",
era um jogador apetrechado
tecnicamente, onde o passe, a finta e o
remate, afinal de contas era avançado.
De 1927 a 1936 efectuou 236 jogos
oficiais pelos encarnados, apontando 203
golos. Na Selecção obteve 19
internacionalizações e 8 golos, tendo três
desse jogos e três desses golos sido
marcados nos Jogos Olímpicos de
Amesterdão. A 13 de Setembro de 1936
foilhe feita uma festa de despedida
contra o Sporting, em que o Campo das
Amoreiras estava completamente lotado,
uma partida em que o Benfica derrotou o
Sporting por 21. Marcou aí o seu último
foi levado em ombros pelos
companheiros.
Vantagem Numérica Magazine
10
História - I Liga 1 935-36
posição equipa j v e d gm gs pts ppj %
1º Benfica 14 8 5 1 44 23 21 1.5 75.0
3º Sporting 14 8 2 4 41 31 18 1.3 64.3
5º Vitória Setúbal 14 7 2 5 32 26 16 1.1 57.1
7º Carcavelinhos 14 1 4 9 8 30 6 0.4 21.4
2º FC Porto 14 9 2 3 50 18 20 1.4 71.4
4º Belenenses 14 7 3 4 28 22 17 1.2 60.7
6º Boavista 14 4 3 7 24 39 11 0.8 39.3
8º Académica 14 1 1 12 13 51 3 0.2 10.7
Classificação final da época 193536
Melhor marcador
O melhor marcador da I Liga foi Pinga,
jogador do FC Porto e um dos maiores
expoentes, provavelmente mesmo o maior,
do futebol português da altura. Não foi
portanto anormal que o madeirense Artur de
Sousa, mais conhecido por Pinga, chegasse
ao título de goleador do campeonato. Ele que
no seu histórico já trazia o escudo de
campeão nacional na época anterior e
grande figura do campeonato. Já nessa
temporada tinha sido um dos melhores
marcadores da prova, com 12 golos, a
apenas dois do melhor, Soeiro do Sporting.
Só que em 1936 o madeirense fez melhor,
marcou 19 golos em 14 jogos, não dando
assim hipótese à concorrência. Marcou oito
desses golos nas últimas quatro jornadas,
cinco dos quais ao Belenenses, numa
goleada de 91. Esta maisvalia portista tinha
sido resgatada ao Marítimo, onde já havia
sido internacional, em finais de 1930. Uma
transferência que fez correr muita tinta, com
muitas dúvidas sobre a sua regularidade.
Ainda hoje Pinga é um nome de vulto dentro
do FC Porto, em especial nos mais idosos,
que recordam por memória escrita ou visual
os feitos deste interior esquerdo criativo e
goleador que, apesar dos dotes técnicos
elevados, punha sempre a equipa em
primeiro plano. Eis um exemplo do furor que
fazia na época com o comentário de um
jornalista da revista Stadium, o meio de
comunicação especializado na altura, num FC
Porto – Benfica “agrada registar, como
exemplo e motivo de louvor, a forma de Pinga
actuar. É o homem que nunca pára. Que está
na defesa e sempre no ataque. Que dribla,
intercepta e passa... Nunca cometendo
violências. Pinga representa o jogador
completo: à mestria da técnica, alia a
maneira mais elegante de jogar”, palavras
elucidativas da qualidade do madeirense. Não
é pois de estranhar que os êxitos do clube
lhe ficassem incontornavelmente associados,
ele que era o patrão da equipa. Foi
internacional por 23 vezes, tendo apontado 9
golos.
Pinga foi o melhor
marcador da I Liga com
19 golos em 14 jogos.
Jogador do FC Porto e
um dos maiores
expoentes, provavelmente
mesmo o maior, do
futebol português da
altura.
Vítor Silva ficará na história do futebol português como o
primeiro jogador a ser contratado. A transferência custou
15 “contos de reis”, o valor que o Benfica teve de pagar ao
Carcavelinhos.
Vantagem Numérica Magazine
11
Notícias
Sub20 disputam 3º lugar em Toulon
Portugal irá defrontar hoje a sua congénere francesa, para a disputa do 3º
lugar do prestigiado torneio francês. A equipa portuguesa conseguiu o
apuramento graças à vitória no derradeiro jogo frente à Nigéria, beneficiando
do milagre acontecido na partida entre o México e a Bélgica. A turma das
quinas precisava que os belgas não perdessem e foi o que veio a acontecer,
com Bakkali a empatar o jogo a um golo no terceiro minuto do período de
descontos, quando a Bélgica já jogava com menos dois jogadores. Nos outros
encontros Portugal empatou com o México a três, perdeu com o Brasil por 0
2, os canarinhos ficaram em primeiro do grupo e vão disputar a final com a
Colômbia, e venceram a Bélgica por 20 e a já referida Nigéria por 21. Este
torneio permite intensificar a preparação para o mundial da categoria,
disputado na Turquia, onde a equipa lusa terá como primeiro embate,
precisamente a Nigéria, no dia 21 deste mês. O torneio decorrerá entre o dia
21 de Junho e o dia 13 de Julho, com a particularidade de, pela primeira vez
na história, haver um campeonato do mundo onde não estarão presentes
nem Argentina nem Brasil.
CR7 é o décimo desportista que mais
lucra no mundo
O português, segundo lista elaboradora pela revista Forbes, é o décimo
desportista que mais recebe no mundo, auferindo 27.190 milhões de euros,
um valor que engloba todas as recitas do madeirense, incluindo as
publicitárias. Esta lista é encabeçada pelo pugilista Floyd Mayweather Jr. que
recebe anualmente, qualquer coisa como, 69.324 milhões de euros. No
segundo lugar aparece o basquetebolista dos Miami Heat, Lebron James, que
aufere 43.554, ficando no último lugar do pódio o já retirado Beckham, que
embolsa 37.241 milhões de euros. Na quarta posição surge Drew Brees, do
futebol americano, seguido de Kobe Bryant dos LA Lakers. Na início da
segunda metade do top 10 aparece o tenista suíço Roger Federer, a que se
segue o piloto de fórmula 1 Fernando Alonso. Em oitavo e nono dois golfistas,
Tiger Woods e Phil Mickelson, num top fechado, como já foi dito, pelo
português Cristiano Ronaldo, o segundo futebolista no ranking. Uma posição
que poderá subir na próxima época, uma vez que Beckham deixou de jogar.
Neste ranking aparecem seis norteamericanos, um suíço, um espanhol, um
inglês e, claro, um português.
Fernando volta a reiterar interesse em
sair
Depois de no final da época de 201011 Fernando ter manifestado interesse em
sair, chegando mesmo a dizer que ficava contrariado, agora a situação volta a
repetirse. Depois de terem circulado informações que estaria a ser tratada a sua
renovação de contrato com o FC Porto, foi o próprio jogador que as veio
desmentir, através da sua conta no facebook. Mais do que desmentir, Fernando
veio mesmo dizer que quer ir embora e fazer o contrato da sua vida, algo que os
dragões não lhe podem oferecer. Outro dos aspectos que o fazem querer sair,
segundo o próprio, é a falta de visibilidade da liga portuguesa, o que lhe tapa
caminhos no escrete. Tendo em conta que no próximo ano se disputa o mundial
de futebol no Brasil, o brasileiro vê na sua saída uma última esperança de estar
presente no evento. Uma posição que enfraquece o poder negocial do FC Porto e
que pouco terá agradado à sua direcção.
Bruno Alves no Fenerbahçe
O português Bruno Alves vai deixar o Zenit de S. Petersburgo e rumar aos turcos
do Fenerbahçe. O valor da transferência cifrase em 5.5 milhões de euros e o
contrato é de três épocas. Com esta mudança o português irá auferir anualmente
2.5 milhões de euros, juntandose novamente a Raúl Meireles, jogador com o qual
já tinha partilhado o balneário no FC Porto. Durante a sua estadia na Rússia, três
temporadas, Bruno Alves venceu dois campeonatos e uma supertaça. Uma
transferência que de certo agradará ao português, que na última época deixou de
ser titular, contribuindo em muito para isso o companheiro de Selecção Neto. O
campeonato turco volta a receber um português, algo que nos últimos anos tem
acontecido com bastante frequência, em especial no Besiktas.
7 anos depois, Jesualdo regressa a Braga
Jesualdo ferreira foi apresentado na passada quintafeira, como novo treinador do
Sporting de Braga. Depois de ter saído no final da temporada de 200506, o
transmontano regressa sete épocas depois. Na altura António Salvador justificou
a sua medida com a necessidade do Braga começar a lutar por títulos, algo que
não era viável com o Professor, contratando para esse objectivo Carlos Carvalhal.
A verdade é que sete anos passados os arsenalistas apenas ganharam um título,
este ano a Taça da Liga, enquanto Jesualdo leva no currículo três ligas, duas taças
e uma supertaça, sendo o sexto treinador mais titulado com equipas portuguesas,
em igualdade com o quarto. Saiu por que não ganhava troféus, voltou com mais do
que o clube ganhou na sua ausência e com mais que o clube tem na sua história.
Apesar de o Presidente ser o mesmo, estranhamente ou talvez não, o Professor
volta por “uma questão de afecto e gratidão, não esqueço que na altura precisei
do Braga para continuar a minha carreira. Para mim, o sentimento de gratidão é
um dos mais nobres do ser humano e quando o presidente me abordou, há uma
semana, não pensei muito, deixeime levar pelo sentimento”.
Vantagem Numérica Magazine
12
A luz mantémse acesaA Selecção venceu a Rússia e isolouse no primeiro lugar. Apesar de ser uma liderança provisória, a Rússia tem menos dois jogos
disputados, serve para alimentar o ego dos jogadores e adeptos portugueses. No jogo de ontem Portugal cumpriu a sua missão, o
mais importante, mas voltou a não dar segurança.
O malamado Hélder Postiga deu, a
meias com Kombarov, a vitória a
Portugal. Num jogo de importância
elevada, a equipa lusa conseguiu o
seu principal objectivo, vencer.
Numa partida em que a Selecção
entrou a todo gás, agressiva e
rápida, o 10 acabou por acontecer
naturalmente. Surgiu de um da
esquerda, exemplarmente batido
por Miguel Veloso, a que Postiga
deu sequência. Passam nove
minutos do início da partida e as
expectativas eram altas. A toada
mantevese, Portugal controlava e
dominava o encontro, não dando
quaisquer possibilidades aos
russos de reagirem. Foi assim até
cerca dos 20 minutos, altura em
que a pressão lusa baixou. A partir
daí viuse aquilo que tem sido
costume, um jogo pachorrento com
pouca velocidade e intensidade,
sempre à procura de Cristiano
Ronaldo. Apesar do domínio
continuar a ser exercido, o jogo
deixou de ficar controlado, dando
oportunidade à Rússia de se
mostrar. As oportunidades
começaram a aparecer nas duas
balizas e a tranquilidade
desapareceu. A segunda parte foi
mais do mesmo, excepto os
primeiros cinco minutos, onde
Portugal deu a impressão que vinha
para resolver a partida de vez, mas
foi sol de pouca dura. Até final o
resultado não se alterou, mas não
foi por falta de ocasiões, o jogo
tanto podia ficar 11 como 20.
Árbitro: Damir Skomina (Eslovénia)
Estádio: Luz, Lisboa, 7 Junho de 2013 Assistência: 38 000
Rui Patrício
João Pereira
Bruno Alves
Luís Neto
Fábio Coentrão
Miguel Veloso
Raúl Meireles (73' Rubén Amorim)
João Moutinho
Vieirinha (90+2' Custódio)
Hélder Postiga (66' Nani)
Cristiano Ronaldo capitão
Treinador: Paulo Bento
Akinfeev
Anyukov (31' Kozlov)
Ignashevich
Vasili Berezutski
Zhirkov
Denisov capitão
Shirokov
Dmitri Kombarov
Fayzulin (21' Glushakov)
Bystrov
Kerzhakov (68' Smolov)
Treinador: Fabio Capello
Portugal 1
(9' Hélder Postiga)
Rússia 0
Portugal vs Rússia - Apuramento para o Mundial
Hélder Postiga, avançado do Saragoça, marcou ontem o 26º golo pela Selecção, igualando assim Rui Costa no sexto lugar. O
pontadelança português está, agora, a três golos de igualar Nuno Gomes e a seis de Luís Figo, que ocupa a quarta posição.
Cristiano Ronaldo, que não marcou hoje, é o jogador no activo mais bem posicionado, ocupando o terceiro lugar.
As alterações incutidas também não
trouxeram nada de novo, numa equipa
que cumpriu mas com pouco brilho. A
única excepção foi Luís Neto, que na sua
primeira internacionalização mostrou
grande qualidade. Não se inibiu de
arriscar nos desarmes, conseguindoos
sempre de forma exemplar. Percebese
agora porque Bruno Alves vai para o
Fenerbahçe, porque aí terá mais
probabilidades de jogar. No final a festa
foi portuguesa, que era o mais
importante, num jogo dominado,
normalmente é sempre assim sempre
que do outro lado está um treinador
italiano, mas não controlado.
Vantagem Numérica Magazine
13
Portugal vs Rússia - Apuramento para o Mundial
DiscursoDirecto
Paulo Bento
É normal que Portugal queira estar em
primeiro lugar. Disse que o objetivo era estar
no Brasil, de preferência no primeiro lugar, mas
está difícil e temos de pensar no playoff. O
resto, não depende de nós. O que disse na
última conferência de imprensa tem a ver com
a história da Seleção. Perdemos alguns pontos
nas qualificações para os Europeus e Mundiais
que passaram. Portugal pode ainda fazer 23
pontos e ficar em segundo. Acho que estamos
dentro da realidade do que tem sido as nossas
qualificações. É histórico na Seleção sentir
dificuldades para gerir situações de sucesso,
como é ter dificuldades nos jogos em que nos
sentimos favoritos. Isso é histórico faz parte
da nossa identidade. Mas queremos mudar
mas há coisas que não se conseguem fazer de
um momento para o outro. Não fiz contas
porque estamos com seis jornadas disputadas.
Não quis correr esse risco, nem que os
jogadores corressem esse risco porque fazer
contas desgastamnos sem necessidade.
Luis Neto
PO mais importante é realçar atitude dos
jogadores. O treinador pediu seriedade e
conseguimos fazer um grande trabalho.
Substituir Pepe não é fácil, é um dos melhores
defesascentrais do Mundo. Coubeme
responsabilidade de entrar no onze, acho que
fiz bom trabalho. (...) É o coroar de uma época
de mudanças e coisas novas na minha vida.
Restame continuar a trabalhar.
Cristiano Ronaldo
Entrámos bastante fortes no jogo. Criámos
oportunidades e podíamos até ter marcado mais
golos. O objetivo foi cumprido. Para ser sincero,
nunca pensei na possibilidade de não irmos ao
Mundial. Isso pode até acontecer, mas eu sou uma
pessoa positiva, e temos de ter a cabeça tranquila.
Se fizermos o nosso trabalho estaremos no
Mundial, Esteve muito bem a substituir o Pepe. Não
é fácil, não há outro Pepe, mas o Neto e o Bruno
Alves fizeram um excelente jogo. Os adeptos têm de
estar contentes pelos centrais que têm.
Bruno Alves
Neto fez um bom jogo. Não fiquei surpreendido pela
forma como ele jogou. Ele é um excelente jogador, é
o futuro da seleção. Pepe também é um grande
jogador, um dos melhores centrais do mundo.
Agora é o treinador que tem de decidir quem joga.
Este é um novo desafio na minha carreira e um
passo em frente. Foi uma questão de timing, tinha
um ano de contrato com o Zenit, a quem estou
agradecido. Vou para a Turquia para ganhar títulos.
Nani
Não estava a 100 por cento, pois estive um bom
tempo parado. Treinei nas últimas duas semanas,
mas o treinador achou que era melhor opção ficar
no banco e respeitei. Concordo com ele, foi boa
opção, porque as coisas correram bem para a
equipa. Quando se ganha, ganhase confiança e
agora vamos regressar em força para os próximos
jogos. Nos próximos dias vou decidir sobre o meu
futuro e decidir para onde vou ou onde vou ficar.
Hélder Postiga
Temos de pensar jogo a jogo e somar os próximos
três pontos porque não dependemos de nós. Temos
de continuar a trabalhar e a pensar nos próximos
três pontos. Não conseguimos nada, mas
continuamos na luta», afirmou o avançado, que
também falou do lance do golo: «Tentei encostar,
creio que a bola bateu num jogador e no poste, foi
um lance muito rápido. O mais importante foi a
vitória. Não foi uma resposta às críticas. Tenho de
continuar assim e de continuar a trabalhar para
merecer a confiança do selecionador. Temos muito
caminho pela frente. Parabéns à equipa.
Rubén Amorim
Foi um jogo bastante difícil mas conseguimos os
três pontos, isso é que era essencial. Vencer e
conquistar os três pontos para continuar a
caminhada rumo ao Mundial. Já tivemos problemas
em certos jogos em que não pensámos tanto em
controlar o jogo. Era o que tínhamos em mente,
fazer um golo e controlar o jogo, com um adversário
de qualidade.
João Pereira
Sabíamos que hoje só havia um resultado possível
que era a vitória, era o único que nos dava
esperança para o apuramento. Encarámos o jogo
de forma muito séria, entrámos fortes para
pressionar a Rússia e para eles saberem que
estávamos fortes e que estávamos aqui para
ganhar e conseguimos uma vitória importante.
Tínhamos a vantagem de 10, alguns dos nossos
problemas nos jogos anteriores foram termos
sofrido golos em contraataque, mas hoje estivemos
bem posicionados, defensivamente muito fortes, por
isso não sofremos golos.
Vantagem Numérica Magazine
14
Portugal vs Rússia - Apuramento para o Mundial
DiscursoDirecto
Fabio Capello
"Creio que a minha equipa fez um bom jogo,
provavelmente o resultado justo seria um
empate. Mas temos que aceitar este resultado.
Estamos contentes com a prestação da equipa.
Depois do jogo no balneário agradeci à equipa e
disse que fizemos uma exibição que merece
respeito. No futebol há momentos bons e maus
durante um jogo. Jogámos contra uma equipa
muito forte. Jogávamos em casa de Portugal.
Não era um jogo particular. O início do jogo foi
difícil para nós." Sobre a primeira substituição,
"Fayzulin estava com problemas de respiração,
não conseguia respirar. Pediu a substituição,
não tínhamos outra opção." Sobre a
arbitragem, "não gosto de comentar o trabalho
do árbitro. Às vezes apita a teu favor, outras
vezes a favor do adversário." Em relação ao
golo, "não andamos à procura de erros
individuais, ainda para mais marcávamos à
zona naquela situação. O cruzamento do Veloso
foi muito bom, quando a cobrança de uma bola
parada é muito boa é difícil fazer alguma coisa."
Sobre a ausência de golos por parte de
Kerzhakov há seis meses, "não vejo problema,
acho que ele jogou muito bem, correu bastante,
fez um bom remate. Têm razão, tem que
marcar, tem que fazer golos, mas isso vai
chegar." Sobre a incapacidade da Rússia para
virar jogos, "para mim esse problema não
existe. Fizemos o nosso jogo, jogámos bastante
bem, vocês já admitiram que houve situações
discutíveis por parte da arbitragem, mas não
interessa, eles fizeram um golo e ganharam 1
0."
El General, um dos nomes pelos
quais é conhecido Fabio Capello,
não desgostou da prestação da
sua equipa, elogiando mesmo os
jogadores. Um técnico que,
apesar de momentaneamente
ter perdido a liderança, está
quase com os dois pés de forma
directa no mundial. Depois da
desilusão que foi ser
selecionador da Inglaterra,
Capello tenta recuperar os
registos favoráveis do passado
com a Rússia. Ele que, apesar já
treinar há longos anos, só
treinou quatro equipas. AC Milão
e Real Madrid por duas vezes, e
Roma e Juventus uma vez. Já
venceu 13 títulos na sua
carreira, já descontando os dois
campeonatos que foram
retirados à Juventus em 2005 e
2006, quando era treinador da
equipa. Ao todo conquistou sete
campeonatos, cinco de Itália e
dois de Espanha, quatro
supertaças de Itália, uma liga dos
campeões e uma supertaça
europeia. Um mestre nas provas
de regularidade, não tanto nas
provas a eliminar, no meio de
tantos títulos nunca conseguiu
vencer uma taça, tanto em Itália
como em Espanha..
Glushakov
Estamos desapontados com o resultado, mas não com a exibição. Falhámos alguns golos, mas Capello dissenos
que podíamos jogar olhos nos olhos com qualquer seleção do Mundo. Portugal precisava de pontos e entrou
muito forte, marcou um golo, mas depois conseguimos equilibrar e podíamos ter empatado. Continua tudo em
aberto.
Vantagem Numérica Magazine
15
Zona Europeia - Apuramento para o Mundial
país j pts
1º Bélgica 7 19
2º Croácia 7 16
3º Sérvia 7 7
4º País de Gales 6 6
5º Escócia 7 5
6º Macedónia 6 4
Grupo A
Bélgica 2 Sérvia 1
De Bruyne 13' Kolarov 88'
Fellaini 60'
Croácia 0 Escócia 1
Snodgrass 26'
Grupo B
Arménia 0 Malta 1
Mifsud 8'
R. Checa 0 Itália 0
país j pts
1º Itália 6 14
2º Bulgária 6 10
3º República Checa 6 9
4º Dinamarca 5 6
5º Arménia 5 3
6º Malta 6 3
Grupo C
Áustria 2 Suécia 1
Alaba 26' pen Elmander 82'
Janko 32'
R. Irlanda 3 I. Feroe 0
R. Keane 5' 55' 81'
país j pts
1º Alemanha 6 16
2º Áustria 6 11
3º República Irlanda 6 11
4º Suécia 5 8
5º Cazaquistão 6 1
6º Ilhas Feroe 5 0
Grupo E
Albânia 1 Noruega 1
Rama 41' Hogli 87'
Islândia 2 Eslovénia 4
Bjarnason 22' Kirm 11'
Finnbogason 26' pen Birsa 31' pen
Cesar 61'
Krhin 85'
país j pts
1º Suíça 5 11
2º Albânia 6 10
3º Islândia 6 9
4º Noruega 6 8
5º Eslovénia 6 6
6º Chipre 5 4
Grupo F
Azerbaijão 1 Luxemburgo 1
Abushev 71' Bensi 79'
Portugal 1 Rússia 0
Hélder Postiga 9'
país j pts
1º Portugal 7 14
2º Rússia 5 12
3º Israel 6 11
4º Azerbaijão 7 4
5º Irlanda do Norte 5 3
6º Luxemburgo 6 3
Grupo G
Letónia 0 BósniaH. 5
Lulic 48
'Ibisevic 53'
Medunjanin 63'
Pjanic 80'
Dzeko 82'
Liechtenstein 1 Eslováquia 1
Büchel 13' Durica 73'
Lituânia 0 Grécia 1
Christodou.20'
país j pts
1º BósniaHerzegovina 6 16
2º Grécia 6 13
3º Eslováquia 6 9
4º Lituânia 6 5
5º Letónia 6 4
6º Liechtenstein 6 2
Grupo H
Moldávia 1 Polónia 1
Sidorenco 37' Blasz 7'
Montenegro 0 Ucrânia 4
Garmash 52'
Konoplyanka 77'
Fedetskyy 85'
Bezus 90'
país j pts
1º Montenegro 7 14
2º Inglaterra 6 12
3º Ucrânia 6 11
4º Polónia 6 9
5º Moldávia 7 5
6º São Marino 6 0
Grupo I
Finlândia 1 Bielorrússia 0
Hämälainen 57'
país j pts
1º Espanha 5 11
2º França 5 10
3º Finlândia 4 5
4º Geórgia 5 4
5º Bielorrússia 5 3
Vantagem Numérica Magazine História - Final da Taça das Taças de 1 964
16
Sporting brilha na EuropaPortugal já conseguiu vencer todas as provas da UEFA a nível de clubes. Para que isso seja um facto, foi determinante a vitória do
Sporting na Taça dos Vencedores das Taças em 1964. O Sporting mostravase à Europa e arrecadava um troféu, entretanto extinto
em 1999, que mais nenhum clube português ostenta.
Árbitro: Lucien van Nuffel (Bélgica)
Estádio: Heysel, Bruxelas, 13 Maio de 1964 Assistência: 3 208
Sporting 3
(40' Mascarenhas 48' 80' Figueiredo)
MTK Budapeste 3
(19' 75' Sándor 73' Kuti)
Desempate Árbitro: Gerard Versyp (Bélgica)
Estádio: Deurne, Bruxelas, 15 Maio de 1964 Assistência: 13 924
Sporting 1 (19' Morais) MTK Budapeste 0
Kovalik
Keszei
Danszky
Jenei
Nagy
Ferenc Kovács
Sándor capitão
Vasas
Bödör
Kuti
Halápi
Treinador: Bela Volentik
Carvalho
Pedro Gomes
Alexandre Baptista
José Carlos
Morais
Fernando Mendes capitão
Geo
Osvaldo
Pérides
Figueiredo
Mascarenhas
Treinador: Anselmo Fernandez
Sporting
Desde a Fundação do clube até hoje,
o momento mais alto do futebol
leonino foi a conquista da Taça dos
Vencedores de Taças, em 196364.
Uma epopeia que passou por três
jogos suplementares, incluindo a final,
uma vitória de 50 sobre o
Manchester United e uma goleada de
161 sobre o Apoel de Chipre, que
ainda hoje é recorde das
competições europeias de clubes.
Com a extinção da Taça das Taças,
na temporada de 199899, e
respectiva integração na Taça UEFA,
hoje Liga Europa, o Sporting tornase
assim o único clube português a
poder ostentar este título histórico.
João Morais concretizou o "cantinho"
mais importante da história do futebol
português. Uma caminhada que, além
de adversários poderosos, os leões
tiveram também de enfrentar três
jogos de desempate, com o Atalanta,
o Lyon e o MTK Budapeste. Na altura
os golos em casa e fora valiam
exactamente a mesma coisa, sendo o
único critério de desempate a
diferença de golos. Daí as três
partidas extra, uma sina que parecia
perseguir a equipa de Alvalade,
inclusive até à final. Uma campanha
de esforço, que ainda incluiu dois
prolongamentos, além de ter que
virar uma eliminatória praticamente
perdida para o Manchester United,
uma das melhores equipas do mundo,
que contava nas suas fileiras com as
estrelas Bobby Charlton, Dennis Law
e George Best, orientados por um
grande nome do futebol europeu,
Carvalho
Pedro Gomes
Alexandre Baptista
José Carlos
Morais
Fernando Mendes capitão
Geo
Osvaldo
Bé
Figueiredo
Mascarenhas
Treinador: Anselmo Fernandez
Kovalik
Keszei
Danszky
Jenei
Nagy
Ferenc Kovács
Sándor capitão
Vasas
Bödör
Kuti
Halápi
Treinador: Bela Volentik
Equipa do Sporting que venceu a Taça dos Vencedores das Taças em 1964, na
finalíssima frente aos húngaros do MTK de Budapeste, que os leões venceram por
10.
Vantagem Numérica Magazine
17
História - Final da Taça das Taças de 1 964
Sir Matt Busby. Após serem
derrotados por uns contundentes
41 em Old Trafford, os leões
viraram a contenda na segunda
mão, através de um jogo fantástico
em Alvalade, vencendo os “Red
Devils” por 50. Uma vitória que
gerou um vaticínio de Matt Busby
“o Sporting ganhará a Taça se
continuar neste ritmo”. O grande
herói dessa eliminatória, e não só,
foi Osvaldo Silva, a quem o locutor
da BBC teceu o seguinte
comentário “o Sporting esmagou
os diabos vermelhos por 50 numa
noite mágica de toda a formação
leonina, mas com especial
destaque para Osvaldo Silva”. Em
Inglaterra marcou o tento de honra
e em Lisboa fez um hattrick,
marcando os dois primeiros nos
primeiros 12 minutos, metendo em
sentido a armada britânica, e
fechando o resultado aos 54.
Jogador de grande talento, onde
abundavam técnica e velocidade.
Veio para Portugal por intermédio
de Dorival Yustrich, técnico
brasileiro que o trouxe pra o FC
Porto. Ao final de dois anos foi
dispensado, indo para o Leixões,
clube com o qual venceu uma Taça
de Portugal no Estádio das Antas,
contra o FC Porto, tendo apontado
um golo. Chegou ao Sporting em
1962, já com 28 anos e impôsse
naturalmente. Mas não foi só
decisivo nos quartosdefinal,
também nas meias.finais foi o
brasileiro que decidiu, colocando os
verdeebrancos na final. No jogo de
desempate da eliminatória, Osvaldo
marcou o tento solitário que deu o
apuramento, eliminando assim o
Lyon. Esta caminhada ficou célebre
pelo “cantinho do Morais”, mas
quem mais deu nas vistas foi
Osvaldo Silva. Durante a caminhada
até à vitória, o Sporting conseguiu
bater um recorde, que vigora até
hoje, a maior goleada num jogo das
competições europeias. As vítimas
foram o APOEL do Chipre, que
foram cilindrados por 161, numa
eliminatória em que os dois jogos
foram em Lisboa. O Sporting
acordou com os cipriotas que lhes
pagariam a deslocação, mas que
os dois encontros seriam em
Lisboa. E assim foi, outros tempos.
A 13 de Maio de 1964, o Sporting
disputou a final com o MTK de
Budapeste, Hungria, empatando a
três bolas. O jogo realizouse no
Heysel, em Bruxelas. Para esta final
a equipa leonina tinha três baixas
de vulto, Mário Lino, Lúcio e Hilário,
este último tinha fracturado a
perna três dias antes, num
encontro com o Vitória de Setúbal.
Empate a três golos, num jogo com
constantes reviravoltas no
marcador. Figueiredo, o Altafini de
Cernache, a 10 minutos do fim
selou o resultado final, levando as
duas equipas para um jogo de
desempate. A alcunha de
Figueiredo foi dada devido à sua
propensão para marcar golos ao
Benfica, invocando o brasileiro
Altafini, que em 1963 marcou os
dois golos com que o Milão venceu
os encarnados, na final da Taça dos
Campeões Europeus. Voltando à
final da Taça das Taças, dois dias
depois as equipas voltaram a
defrontarse, no Estádio do Deurne
em Antuérpia, uma finalíssima que
ficou célebre pelo mítico golo de
Morais, obtido através de um canto
directo. No final Fernando Mendes
levantou a Taçados Vencedores
das Taças, exemplar único nas
vitrines de clubes portugueses,
tendo Mascarenhas sido o melhor
marcador da competição..
Morais descreveu assim o seu golo: “Vireime para o banco e confirmei se era eu.
O técnico acenoume que sim. Lá fui. Peguei na bola com jeitinho, disselhe umas
palavrinhas amigas, deilhe um beijinho Depois, mal senti o pé a bater nela fiquei
logo com a sensação de que seria golo. Parece que o tempo parou ali. Observei a
trajectória do esférico, vi o Figueiredo a correr para o primeiro poste e o guarda
redes atrás dele para interceptar a eventual cabeçada do desvio, mas o destino
estava traçado. A bola passou por cima dos dois e acabou por entrar junto ao
segundo poste. Foi a euforia total, ainda para mais porque foi o golo que ditou a
vitória e permitiunos trazer a taça. Não foi um golo de sorte. Ao longo da minha
carreira marquei mais uns quantos da mesma maneira.”
Jogador golos
Mascarenhas 9
Figueiredo 6
Melhores marcadores
Osvaldo 5
Morais 2
Augusto 3
Pinto 2
Jogador golos
Geo 2
Bé 1
Mário Lino 1
Louro 1
Pérides 1
Vantagem Numérica Magazine
18
História - Final da Taça das Taças de 1 964
Anselmo Fernandez
Anselmo Fernandez, português de
origem espanhola, estreouse em
1962 como treinador do Sporting,
substituindo o mítico Jozsef Szabo.
Foi o primeiro clube deste arquitecto
de profissão, que tinha um estilo de
treino muito próprio, tendo sido o
primeiro técnico em Portugal a
recorrer aos vídeos, de forma que
os seus jogadores pudessem
analisar as equipas adversárias. Em
1964 o treinador e a equipa por ele
orientada, o treinador de campo
Francisco Reboredo e o preparador
físico Professor Reis Pinto, fizeram
história no futebol nacional,
conquistando a Taça dos
Vencedores das Taças, um feito
único no nosso País. Tornouse
também no primeiro português a
vencer uma competição europeia, já
que as vitórias do Benfica em 1961
e 1962 tinham sido alcançadas pelo
húngaro Bela Guttmann. Nessa
época que marca a história do
Sporting o “arquitecto”, como era
chamado, veio substituir Gentil
Cardoso, o treinador brasileiro que
estava à frente do clube. Durante
todo o tempo que treinou a equipa
leonina a caminho do "sonho" de
Antuérpia, Anselmo Fernandez não
quis receber um tostão que fosse do
clube. Mais tarde, quando Brás
Medeiros assumiu a presidência do
Sporting, Jaime Duarte decidiu
proporlhe um contrato oficial, mas a
sua forte personalidade imperou,
“ofereceramme 15 contos por mês,
valor que era baixo para um
treinador, sobretudo depois da
vitória na Taça das Taças. Só recebi
um mês, já que na época seguinte
após a vitória por 40 sobre o
Bordéus demitime, porque antes
desse jogo o vicepresidente Pereira
Silva decidiu enviar aos emigrantes
em França uma carta de captação
de simpatias, com as assinaturas de
11 jogadores. Leu a carta ao almoço
embevecido e perguntoume a
opinião, disselhe que a ideia era gira
mas que achava que, por enquanto,
ainda era eu o treinador, não
percebendo por isso porque
estavam lá aqueles 11 nomes e não
outros. Ganhámos e em Lisboa
demitime. Nunca mais voltei ao
Sporting”. Anselmo Fernandez foi
ainda um dos responsáveis, em
parceria com Sá da Costa, pelos
projectos de construção do Estádio
José Alvalade, pelos quais, uma vez
mais, não aceitou qualquer tipo de
remuneração. Em 1964 foi
distinguido com o Prémio Stromp,
na categoria de Técnico Profissional,
e foi considerado Sócio de Mérito do
Sporting Clube de Portugal. Mais
tarde, já treinador da CUF, o destino
traiuo num acidente de viação,
ficando às portas da morte. Foi
sujeito a uma delicada operação ao
cérebro, pelo Dr. Vasconcelos
Marques, famoso neurocirurgião de
Salazar, lutou contra a morte e
conseguiu vencêla, apesar de nunca
mais ter voltado a treinar.
Anselmo Fernandez foi o primeiro
treinador em Portugal a recorrer
ao vídeo, em conjunto com os
jogadores. Uma visão de futuro
deste arquitecto, que foi ainda
um dos responsáveis, em
parceria com Sá da Costa, pelos
projectos de construção do
Estádio José Alvalade, pelos
quais, não aceitou qualquer tipo
de remuneração.
Osvaldo Silva era um
jogador de grande
talento, onde abundava
técnica e velocidade.
Veio para Portugal por
intermédio de Dorival
Yustrich, técnico
brasileiro que o trouxe
pra o FC Porto. Ao final
de dois anos foi
dispensado, indo para o
Leixões, clube com o
qual venceu uma Taça
de Portugal no Estádio
das Antas, contra o FC
Porto, tendo apontado
um golo. Chegou ao
Sporting em 1962, já
com 28 anos e impôs
se naturalmente.
Vantagem Numérica Magazine História - Final da Taça das taças de 1 964
19
Os favoritos
A quarta edição da Taça dos
Vencedores das Taças acabou por
ter dois finalistas inesperados. No
início da prova partiam como
favoritos o Tottenham, actual
detentor do título, o Barcelona, que
havia ganho por duas vezes a Taça
das Cidades com Feira, a actual
Liga Europa, em 1958 e 1960. O
Manchester United, comandado
por Matt Busby tinha nas suas
fileiras Bobby Charlton, George
Best e Dennis Law, o Hamburgo de
Uwe Seeler, e o Celtic de Glasgow,
que três anos depois venceria a
Taça dos Campeões Europeus em
Lisboa. Estes eram os grandes
candidatos, dos quais só o Celtic
conseguiu chegar à meiafinal,
numa fase onde foi eliminado pelo
MTK para espanto geral. Depois de
uma vitória por 30 em Glasgow, os
escoceses foram goleados em
Budapeste por 40, tendo sido esta
uma das surpresas da prova. A
outra aconteceu nos quartosde
final, com o Sporting a esmagar,
também na segunda mão, o
colosso do Manchester United.
Depois de uma derrota por 41 em
Old Trafford, os leões cilindraram
os ingleses em Alvalade por 50!
Depois das vitórias do Benfica na
Taça dos Campeões Europeus em
1961 e 1962, surgia agora outra
equipa portuguesa a brilhar, o
Sporting. Dois anos mais tarde
seria a vez da Selecção brilhar no
mundial de 1966.
Treinador húngaro que chegou a esta final já em fim de
carreira. Com um trajecto feito, essencialmente, no futebol
suíço, onde esteve 17 anos, de 1936 a 1953. Nessa
altura orientou o Aarau, o SaintGallen, o Young Boys, o
Lugano, por duas vezes, e o Lausanne. De seguida foi
treinar a selecção do Luxemburgo durante dois anos,
voltando ao seu país natal em 1955 paara treinar o
Haladas. Seguiuse o MTK Budapeste, onde ficou uma
época, para depois orientar o Pecsi Dozsa, passando daí
para a selecção húngara, que orientou nos Jogos Olímpicos
de 1960. A selecção búlgara foi a etapa seguinte, voltando
em 1964 ao MTK. Terminou a carreira em 1967 ao
serviço do Dínamo de Dresden, da República Democrática
Alemã. Durante a sua extensa carreira apenas venceu
duas Taças da Suíça, em 1945 pelo Young Boys e em
1953 pelo Lugano. A sua melhor prestação, além da
presença na final da Taça das Taças, foi em 1960 ao
serviço da Hungria, onde alcançou a terceira posição nos
Jogos Olímpicos de Roma. Numa altura em que os
treinadores magiares estavam no top, Volentik não foi dos
mais dos mais triunfadores.
Melhores marcadores
Jogador golos
Kuti 5
Sándor 4
Bödör 3
Kovács 1
Vasas 2
Os húngaros, mais que o Sporting, foram a grande
surpresa da competição. Com uma equipa modesta, apesar
de provenientes de uma excelente escola, o MTK conseguiu
chegar à final. Deixou pelo caminho o Slavia de Sófia da
Bulgária, o Motor Zwickau da República Democrática
Alemã, o Fenerbahçe da Turquia, a única equipa com quem
teve de disputar um jogo extra de desempate, além da
finalíssima contra o Sporting. Na meiafinal dobrou de forma
excepcional, o principal candidato ao título que chegou
àquela fase, o Celtic de Glasgow. Depois de uma derrota
por 30 na Escócia, os magiares golearam o Celtic em casa
por 40. Kuti, uma das referências da equipa foi o herói da
partida, marcou dois golos, sendo o último, o da qualificação
para a final, apontado aos 71 minutos. Apesar da excelente
temporada deste jogador, nunca foi uma opção para a
selecção húngara, onde apenas por uma vez foi chamado.
Ele que foi o melhor marcador da equipa na prova, com
cinco golos. Mas a principal figura desta equipa era Sándor,
que se despediu do futebol após a derrota com o Sporting,
ele que fez quatro golos na competição. Representou a
Hungria por 75 vezes e marcou 27 golos, um bom pecúlio
para um médio, criativo é certo. Dos restantes jogadores
existiam mais quatro internacionais, sendo que apenas
Nagy teve internacionalizações dignas de registo, 22, todos
os outros três apenas representaram a Hungria uma ou
duas vezes. Foi o caso de Kovács que, apesar de ter jogado
uma única vez pela selecção magiar, esteve presente nos
Jogos Olímpicos de Roma, onde ganhou a medalha de
bronze. Uma equipa esforçada que teve como prémio uma
presença numa final europeia, a única do MTK até hoje.
MTK de Budapeste Bela Volentik
Vantagem Numérica Magazine Entrevista - José Mourinho
20
"Quando se tem uma pessoa comoJosé Mourinho deu a sua última entrevista como treinador do Real Madrid. Num tom calmo e sereno foi atacando quase tudo e
todos, só sobrando elogios para Karanka, seu adjunto. Uma entrevista conduzida por Josep Pedrerol para o programa Punto Pelota,
que transcrevemos aqui na íntegra.
Porquê é que se vai embora?
Porque acho que é o melhor para
mim e para a actual situação do
clube. Acredito que se
começarmos a próxima
temporada, vamos começar com
uma série de problemas que se
arrastam. Hoje temos o melhor
exemplo da dinâmica e do objectivo
destes problemas. Então penso que
é o melhor para todos, incluindo os
jogadores, que são o mais
importante. Eles é que têm de ter o
apoio e paz de espírito para iniciar
um projecto novamente, com um
novo treinador, que quem quer que
seja, embora pareça ser o Carlo
Ancelotti, a quem desejo o melhor.
De que se arrepende?
O arrependimento não vale nada,
acabou, acabou. Obviamente, e digo
sempre, quando tinha 30 e tal anos
e comecei no futebol achava que
sabia tudo e não sabia nada,
porque a cada ano aprendo mais,
tornome mais forte, melhor e mais
preparado. Essa é a conclusão.
Temos que estar sempre em
constante aprendizagem, analisar o
que aconteceu. Faço isso
constantemente com os meus
colaboradores, ouvir feedbacks, ora
positivos, ora negativos. Aprende
se sempre com as experiências,
obviamente, tenho a certeza que
cometi os meus erros, e outros
com responsabilidade, certamente
que também os cometeram. Mas
faz parte do jogo. É como um scout,
que um dia diz que um jogador não
vale a pena e seis meses mais
tarde é um jogador fantástico. Isso
para mim não merece críticas. São
situações normais do futebol há
que aceitar pacificamente.
Dentro de si sentese do Real
Madrid, tem o orgulho de ter
pertencido ao clube?
Orgulho, sem dúvida. Eu vim para
Madrid no melhor momento da
minha carreira, quando tinha ganho
o triplete. Recebi a Golden Ball em
Madrid, mas foi referente ao meu
trabalho no Inter de Milão. Vim
exactamente porque pensei que a
minha carreira não teria sentido
sem ter passado neste monstro, no
sentido positivo, obviamente, com
todo o orgulho. Se me perguntar se
eu teria vindo depois de saber o
que aconteceu nestes últimos três
anos, teria vindo. Sem ter vindo não
poderia dizer que ganhei as três
principais ligas do mundo do
futebol. Estou grato ao presidente
por me ter trazido aqui e a muitas
pessoas que trabalharam comigo,
especialmente ao Aitor (Karanka),
porque os outros são o meu grupo,
se assim se pode dizer. Aitor
conhecio aqui e tornouse um de
nós, mas as pessoas não
entendem que ao ser um de nós
não deixa de ser um madridista,
daqueles que em Portugal se diz
"dos quatro costados", defendendo
sempre o grupo de trabalho e o
Real Madrid. Eu quis que ele
continuasse connosco, mas
compreendo perfeitamente a sua
decisão. Ele tem um contrato com
o Real Madrid, é um homem de
Madrid, se continuar como adjunto
aqui têm muito para oferecer e, se
não continuar estará, como ele diz,
muito bem preparado para
começar a sua carreira como
treinador principal, esperando com
tranquilidade uma oportunidade.
Nós esperamos que tudo corra
bem, porque é o nosso irmão
espanhol.
Tem sido um guerreiro nas confe
rências de imprensa, cada uma
foi, muitas vezes, um espectáculo.
Também criticou a arbitragem
que, na sua opinião, favoreciam o
Barça na Europa. Sentiuse
sozinho nesta luta?
Penso que sou um treinador
confortável para os outros. Quando
se tem uma pessoa como eu, não é
preciso dar a cara, não se tem que
entrar em certo tipo de situações,
eu acho que é confortável. Se a
minha mulher em casa resolver
todos os problemas das crianças,
da escola, da adaptação e lhes der
apoio, tenho tudo em meu poder
para ficar totalmente focado no
meu trabalho e no meu futebol, é
fantástico. Eu digolhe: fazes tudo,
obrigado, é perfeito. No futebol isso
acontece um pouco quando se tem
pessoas que dão a cara, que vão à
luta, que prejudicam a sua própria
imagem, às vezes sem
necessidade. Mas penso que nos
pagam para isso, e hoje (sábado)
comenteio também com os
jogadores. Não, não tenho de
agradecer a ninguém, porque
vocês fizeram o que vos pagam
para fazer. Pagamvos para treinar,
jogar, ter uma vida social, embora
sendo jovens, compatível com a
profissão. Não tenho que
agradecer por nada. Comigo é a
mesma situação, os clubes que me
contratam e me pagam, cumprem
os seus compromissos comigo, e
eu tenho que dar tudo, muitas
vezes esquecendome de mim
mesmo, fazendo mal ou bem, isso
Vantagem Numérica Magazine Entrevista - José Mourinho
21
eu, não é preciso dar a cara"
cada um é livre de julgar. Por isso
digo que respeito totalmente que me
tenham criticado e que não tenham
estado de acordo com muitas das
minhas decisões, mas como diria
Frank Sinatra, eu filo "My way" (à
minha maneira). Aprendi desde a
infância, porque estou no futebol
desde que nasci, a respeitar o
público. Mas ser assobiado!?
Preferia ter sido assobiado pelas
razões certas e não por uma
campanha, bem preparada e bem
trabalhada, que terminou com
sucesso para aqueles que a
montaram. Mas é uma campanha
de sucesso com base na falta de
ética. Eu, como um profissional em
qualquer sector, acredito que a ética
e a dignidade profissional são as
últimas coisas que se devem perder,
e muitas pessoas não a tiveram. Na
minha última conversa com os meus
jogadores falei exactamente da
ética, da dignidade, da mensagem
que lhes queria deixar. Há pessoas
que se sentem muito contentes em
função da despedida que o Bernabéu
me dará, mas é um sucesso com
base na falta de ética e honestidade.
Há quem diga que se vai embora
porque não sabe lidar com a
pressão...
Estão enganados.
O Real Madrid é o clube com mais
pressão?
Eu não senti muito, sinceramente.
Devo ser o único treinador na
história do Real Madrid que nunca
comeu em restaurantes
importantes do meio desportivo, que
nunca visitou redações de jornais. Fiz
a minha vida entre o clube e a minha
família. Quando se treina uma equipa
com 20 jogadores, 20 bolas e um
campo, quer seja na China ou no
Vietname, não se sente a diferença.
Sentese o prazer do trabalho. Por
isso não senti nenhum tipo de
pressão diferente dos outros clubes.
É um clube com uma dinâmica e
uma envolvência muito especial, mas
para mim acabou.
A família teve impacto na sua
saída?
Tenho uma família de campeões. Um
com 13, uma idade que não é
socialmente fácil como pode
imaginar, uma menina de 16 anos e
uma mulher que tem estado sempre
comigo nesta aventura. Porque é
uma aventura desde que saímos, em
96, de Portugal para ir para
Barcelona. Depois voltámos uns
anos ao Porto, fomos para o
Chelsea, Milão, Madrid ... e agora
saímos outra vez. Eu tenho uma
família de campeões, se eles não
fossem campeões nunca poderia ter
a carreira que tenho. Portanto mais
ou menos felizes, com mais ou
menos problemas, somos uns
campeões.
Já viu a referência a Ancelotti
como o "Pacificador", acha que
precisamos de um?
Se um dia me chamassem ou
qualificassem como pacificador
como treinador de futebol , seria
uma ofensa. Eu acho que o Carlo
merece tudo menos ser ofendido
antes de chegar, por isso espero
que tenha o apoio que um treinador
precisa e que seja muito feliz.
Ancelotti, ou quem quer que venha, é
isso que espero.
honestidade de na altura o dizer.
Repito uma vez mais, em quatro
horas (referindose ao último jogo
que faltava disputar) tudo estará
terminado para mim no Real. Hala
Madrid e Mourinho à sua vida, para
dar continuidade a uma carreira, da
qual tenho muito orgulho. E vou com
os três títulos: Liga, Taçaa do Rei e
Supertaça , aos quais junto os títulos
de Portugal, Itália e Inglaterra. E
apesar de orgulhoso da minha
carreira, vou tentar conquistar mais.
Pepe traiuo?
É uma boa pergunta para lhe fazer a
ele e não a mim. A única coisa que
posso dizer é que esteve com mais
de um pé fora do Madrid e eu
trouxeo para dentro, proporcionei
lhe e lutei por um contrato adequado
a um jogador, que eu considero,
fantástico e que esteve fora da
equipa algum tempo devido a lesão.
Nessa altura começou a jogar um
miúdo com 10, 12 ou 13 anos a
menos que ele, mas um miúdo que,
na minha opinião, mereceu jogar.
Penso que ele não assimilou nem
aceitou bem essa situação. E
entrámos outra vez num período em
que todas as pessoas que o queriam
fora, chamandoo de assassino do
Real Madrid, que diariamente
recordavam as suas atitudes em
campo e a situação com o colega do
Getafe, a quem quase arrancou a
cabeça, e, de um momento para o
outro, todos ficaram lado dele. E
penso, realmente, que é um jogador
fantástico, de que o Real Madrid
precisa, porque é difícil encontrar
um jogador tão bom como ele. Estou
contente que agora ele possa (cont.)
2000 Benfica
200102 União de Leiria
200204 FC Porto
200407 Chelsea
200710 Inter de Milão
201013 Real Madrid
2013 ?? Chelsea
FC Porto 6
2 Ligas
1 Taça
1 Supertaça
1 Liga dos Campeões
1 Taça UEFA
Chelsea 6
2 Ligas
1 Taça
2 Taças da Liga
1 Supertaça
Inter de Milão 5
2 Ligas
1 Taça
1 Supertaça
1 Liga dos Campeões
Real Madrid 3
1 Liga
1 Taça
1 Supertaça
Clubes treinados 6
Títulos conquistados 20
O próximo treinador poderá
perceber como vai encontrar o
clube, a organização, a
preparação de jogo, scouting,
dinâmica e filosofia de treino?
Quando chegar terá tudo à sua
disposição, não terá sido posto
nenhum vírus nem feito delete nos
computadores?
Quem vier, se for o Carlo,
encontrará tudo como quando eu
saí do Chelsea, espero que tenha a
Vantagem Numérica Magazine Entrevista - José Mourinho
22
(continuação) ter este apoio e esta
tranquilidade. A missão do treinador
também é atrair para si o ódio e
deixar os jogadores tranquilos.
Agora ele terá essas condições para
estar bem.
E Cristiano Ronaldo, quebrouse a
vossa relação? O que é que
aconteceu?
Não sei. O Cristiano fez três
temporadas fantásticas, todas elas
comigo, não sei se as melhores da
sua carreira, porque no Manchester
também fez boas épocas, isso só ele
poderá dizer. Encontrámos um
esquema táctico fantástico para ele,
de forma a que pudesse expressar
todo o seu potencial em golos. Tive
um único problema com ele, muito
simples, muito básico, que foi criticá
lo do ponto de vista táctico, tentando
melhorar o que na minha opinião
poderia ser melhorado, o que ele
não aceitou muito bem. Talvez
porque acha que já sabe tudo e que
o seu treinador não pode ajudálo a
crescer. Mas sem qualquer
problema. Estes dois jogos que ele
não jogou, que comigo foram quase
os únicos, foram devido a lesão.
Apareceulhe uma dor nas costas e
eu não duvido nunca das lesões de
jogadores, até porque ele tem dado
tudo pelo Real Madrid.
Depois de ver os jornais desta
manhã (dia do último jogo), o que
pensou?
Pepe, Cristiano e Casillas têm dores
nas costas, não treinaram durante
toda a semana e na semana
passada também não o fizeram
muito bem. Eles próprios não se
consideraram aptos para jogar este
jogo. Por isso, quem não está
convocado, não está convocado por
esses problemas. As capas dos
jornais que dizem que a minha
intenção é humilhar alguém não são
verdadeiras, mas eu entendo o
objectivo dessa campanha. É a
última vez que falo, com todo o
orgulho, ostentando este emblema
e, a partir daqui, tudo acaba. Fecha
se um ciclo, começa outro, tanto
para o Madrid como para mim,
desejando o melhor ao Real Madrid.
Gostaria que fosse mais específico
sobre os dias em que Casillas não
treinou.
Segundafeira e terçafeira foram de
folga para os jogadores aptos, o que
não aconteceu com os lesionados.
Esses não têm dias livres desde que
cheguei, porque aquele que não está
em condições de fazer o seu
trabalho, tem de cuidar de si,
trabalhando de manhã e à tarde
para recuperar, porque o clube
pagalhe para trabalhar e estar
disponível. Não me parece que na
segunda ou terça Casillas tenha
estado no clube, porque o vi num
qualquer tipo de acção fora do
contexto profissional. E quarta,
quinta e sextafeira não treinou com
a equipa, sendo informado pelo
departamento médico que não
estava em condições de jogar. Para
mim não há nenhum problema, mas
acho que faz parte da vossa
profissão ter um pouco de ética,
procurar um pouco a verdade. A
capa poderia ser: "Saiu o treinador
da Liga dos Recordes". E no fim a
capa é: "O treinador quer humilhar
novamente um jogador ". Não me
parece correcto, mas repito, é a
última vez que falo com este
emblema ao peito, com orgulho
desde o primeiro dia, mas termina
um ciclo e vou procurar mais
felicidade para a minha vida e
disfrutar do meu trabalho.
Qual é a sua relação com Casillas?
É um jogador, e para mim os
jogadores são todos iguais. Talvez
aqui as pessoas não estejam
preparadas para que os jogadores
sejam todos iguais. Eu sou um
treinador que procura a
meritocracia, quem eu penso que
está melhor preparado é quem deve
jogar, sem olhar a status, ou
passado. É como trabalha, como
treina, como joga. E, para mim, foi
uma situação perfeitamente normal,
como foi normal durante toda a
temporada deixar Marco Materazzi,
também campeão do mundo e
lendário no Inter, no banco. Como no
Chelsea, Benitez deixou esta
temporada Terry sempre no banco.
Como Sir Alex deixou Rooney no
banco baseado no que eu penso que
é a meritocracia. As pessoas
pensam que Iker é melhor do que
Diego e deveria jogar sempre, eu
aceitoo totalmente. Mas o técnico
sou eu e eu sou assim. Se, depois, há
jogadores que modificam o seu
modus operandi, dependendo se
jogam ou não, se estão felizes ou
não, é um problema do jogador. Eu
como treinador tento fazer as coisas
com base na meritocracia.
Sabia que se encostasse Casillas
teria um problema...
As minhas decisões não têm nada a
ver se vou ter problemas ou não.
Prefiro ter problemas com as
pessoas, com a imprensa ou com
meia cidade, que ter problemas
comigo mesmo, e isso seria pensar
que um jogador merece jogar e não
joga. No outro dia perguntei ao Aitor,
do que aprendeu nestes três anos, o
que é que tinha sido mais relevante?
Surpreendeume ao dizer que, "um
treinador pode perder tudo, mas a
última coisa que pode perder é a sua
dignidade".
Vai recordar também os adeptos
que, apesar de o assobiarem no
final, cantaram o seu nome, algo
que nunca tinha acontecido,
gritarem o nome de um treinador
no Bernabéu. Sentiu esse carinho ?
Eu penso que o futebol depende
fundamentalmente dos resultados.
Ganhámos um campeonato incrível.
Fizemos uma coisa fantástica que foi
a Liga da temporada passada, não
apenas ganhando, mas
convencendo, ganhando no campo
do rival no jogo decisivo, fazendo
recordes de pontos e golos... Foi
uma temporada fantástica, num
momento em que o Madrid estava
claramente atrás de seu adversário,
não alcançando triunfos nos últimos
anos. Obviamente que o que as
pessoas pensaram nesse momento,
Vantagem Numérica Magazine
23
Entrevista - José Mourinho
é que aquela equipa, aquele
treinador e aqueles jogadores
fizeram uma coisa fantástica e
reagem de acordo com os
resultados, por isso gritaram o meu
nome e reconheceram os
jogadores. Esta temporada
estivemos prestes a conseguir
coisas importantes, mas não o
fizemos e o futebol é isso. Então eu,
numa declaração simples e
pragmática, agradecia a todos os
que me apoiaram e um total
respeito por aqueles que não o
fizeram. Parto com um sentimento
positivo e desejando as maiores
felicidades a todos os sócios, e que
tenham alegrias no futuro com o
seu querido Real Madrid.
O que diria às pessoas que
afirmam que não sentiu o Real
Madrid, que falava mais sobre si do
que do clube, que queria a sua
Terceira e não a Décima?
Saio com bons sentimentos. Penso
que não vale a pena dar mais voltas
à questão nem ter sentimentos
negativos. A vida é bela e curta, é
melhor ficar com as coisas boas da
vida que com as más. Saio com a
memória da Liga dos recordes, com
relações fantásticas com muitas
pessoas, com lembranças de
pessoas anónimas que trabalham
no Real, as pessoas de Valdebebas.
Vou com as coisas boas. As más
também são parte da nossa
história, mas eu prefiro ficar com as
boas, vou com bom feeling. A minha
simples e pragmática declaração
resume o que sinto. Acabou, boa
sorte, saúde, felicidade e não se
passa nada. Eu achei que a minha
carreira não faria sentido sem
treinar este monstro. Ninguém me
ouvirá criticar o Madrid, ou algum
jogador, ou falar sobre coisas que
aconteceram mas não
aconteceram. Terminou um ciclo,
poderíamos ter vencido mais, mas
também poderiamos ter ganho
menos.
Despeçase dos seus fãs. O Punto
Pelota é bastante Mourinhista.
Merecem que se despeça deles.
Como dizia, é óbvio que se agradece
a quem nos apoiou. Eu senti muito
apoio. Mas não quero separar, para
mim se és madridista és madridista
e se és madridista e apoiaste o teu
treinador agradecese, mas se não
apoiaste respeitase. Além de que és
treinador de um clube com uma
massa associativa incrível. Por isso,
não quero que a minha mensagem
seja direcionada a mourinhistas ou
àqueles que me apoiaram, é para
todos e é muito simples. Saio com
um feeling positivo, vou com as
coisas boas que ficam na minha
história, os títulos conquistados em
situações complicadas. Porque a
situação de concorrência directa
MadridBarcelona antes de eu
chegar estava muito difícil.
Passámos por situações difíceis no
confronto directo com eles, mas
estamos numa época onde as
coisas ao nível do duelo individual se
transformaram. O Madrid não
ganhou o campeonato, mas não
perdeu com o Barcelona, venceu a
Supertaça contra o Barcelona, não
ganhou a Taça, mas eliminouos.
Essa era a situação mais difícil de
gerir quando cheguei, quem chegar
na próxima temporada já vai
encontrar uma situação
completamente oposta à que
encontrei. Não vencemos, mas
estamos acima deles
psicologicamente, que é o mais difícil
de gerir, e que será uma
vantagem fantástica para
o novo treinador, os
jogadores ... O presidente
contratará certamente
um par de óptimos
jogadores, o plantel vai ser
muito grande e, penso, a
partir de Londres estarei
apenas desejandolhes o
melhor a todos os
madridistas, saúde e
felicidade em casa, e que
o seu Madrid ganhe, caso
contrário, não há
felicidade completa. Então,
o melhor dos feelings, o
mundo do futebol é curto
e, provavelmente, voltarei
aqui para jogar algum jogo
da Liga dos Campeões. O
que é importante é que o
Real olhe em frente. Novo
projecto, novo treinador...
Desejo o mesmo ao
presidente, e que vá em
frente. E eu ficarei
satisfeito com tudo o que
de bom se passe em Madrid, gosto
quando minhas exequipas são bem
sucedidas.
Vantagem Numérica Magazine
24
Chelsea - 1 0 anos de Abramovich
Chelsea uma décadaApós 10 anos de reinado no Chelsea, Abramovich já teve 9 treinadores. O décimo está a caminho e é um regresso, o português José
Mourinho. O desempenho de cada treinador, mostra o porquê do regresso do português, seis títulos em três épocas e meia enchem
de entusiasmo os adeptos dos blues.
Treinadores
épocas treinador j v (%) e (%) d (%) títulos liga taça t. liga supert. liga cam. liga europa
200304 Claudio Ranieri 59 36 (61) 12 (20) 11 (19) 0
200407 José Mourinho 182 123 (68) 39 (21) 20 (11) 6 2 1 2 1
200708 Avram Grant 54 36 (67) 13 (24) 5 (9) 0
200809 Luiz Felipe Scolari 36 20 (56) 11 (31) 5 (14) 0
2009 Guus Hiddink 22 16 (73) 5 (23) 1 (5) 1 1
200911 Carlo Ancelotti 107 67 (63) 19 (18) 21 (20) 3 1 1 1
201112 André VillasBoas 40 19 (48) 11 (28) 10 (25) 0
2012 Roberto Di Matteo 42 24 (57) 9 (21) 9 (21) 2 1 1
201213 Rafa Benitez 48 28 (58) 10 (21) 10 (21) 1 1
200313 Roman Abramovich 590 369 (63) 129 (22) 92 (16) 13 3 4 2 2 1 1
Mourinho será o próximo
treinador do Chelsea e, como se
pode ver pelo quadro, a razão é
óbvia. Em nove treinadores da
era Abramovich, o sadino foi
aquele que mais títulos deu ao
clube, seis ao todo. O segundo
na lista deu metade, Ancelotti
que conquistou três troféus.
Destaque para a pouca eficácia
de Di Matteo nos jogos, algo que
não foi coincidente nas
conquistas, pois rendeu dois
títulos, um deles a Liga dos
Campeões. Mas no que respeita
a taxa de eficácia, o melhor é
Hiddink, que em 22 jogos apenas
perdeu um, tendo a maior
percentagem de vitórias, 73.
Roman Abramovich, e os seus
milhões, conquistaram em 10
anos 13 títulos, mais do que o
Chelsea em 98 anos de vida.
Antes do russo a equipa londrina
detinha 11 troféus, tendo mais
que duplicado essa cifra nestas
últimas dez temporadas. Mas
mais que o número, é a
qualidade, três campeonatos
contra um, que detinha
anteriormente, e uma Liga dos
Campeões contra nenhuma.
Números que fazem do Chelsea
uma das melhores equipas do
mundo, fazendo que seja um
clube apetecível para qualquer
jogador, algo que não acontecia
antes da chegada do russo. Na
altura os londrinos só
conseguiam contratar jogadores
de top em fim de carreira, ou
jovens promissores, as grandes
estrelas ainda não estavam para
ali viradas.
"O negócio foi feito em dez
minutos, algo nunca visto. Sugeri
nessa reunião que Roman
gastasse 20 milhões de libras
(cerca de 23,7 milhões de
euros) em contratações. Ele
gastou 140 milhões (166
milhões de euros) em seis
semanas», revelou, ao London
Evening Standard, o antigo
diretor executivo dos blues,
Trevor Birch.
Vantagem Numérica Magazine
25
Chelsea - 1 0 anos de Abramovich
de AbramovichFalar de Roman Abramovich é falar de dinheiro. O russo, em 10 anos já gastou quase mil milhóes de euros, só em transferências. Ao
longo desta década, apenas num ano teve lucro, em 200809, com Luiz Felipe Scolari no comando da equipa. As épocas mais
dispendiosas foram as duas primeiras. Era preciso fazer uma equipa forte.
Contratações
épocas contratação mais cara valor proveniência gasto venda mais cara valor destino recebido saldo
200304 Damien Duff 26.5 Blackburn 172.2 Mikael Forssell 0.75 Birmingham 0.95 171.25
200405 Didier Drogba 37 Marselha 161.9 Jesper Gronjkaer 3.3 Birmingham 3.3 158.6
200506 Michael Essien 38 Lyon 91.725 Tiago 10 Lyon 34 57.725
200607 Andriy Shevchenko 46 AC Milão 94.7 Damien Duff 15.5 Newcastle 50.4 44.3
200708 Nicolas Anelka 19.9 Bolton 60.9 Arjen Robben 36 Real Madrid 44.65 16.25
200809 José Bosingwa 20.5 FC Porto 30.5 Wayne Bridge 13 Manchester City 44.05 13.55
200910 Yuri Zhirkov 21 CSKA Moscovo 30 Claudio Pizarro 2 Werder Bremen 3.915 26.085
201011 Fernando Torres 58.5 Liverpool 126.5 Ricardo Carvalho 8 Real Madrid 16.5 110
201112 Juan Mata 26.7 Valência 103.85 Yuri Zhirkov 15 Anzhi 30.84 73.01
201213 Eden Hazard 40 Lille 115.2 Daniel Sturridge 15 Liverpool 25.45 89.75
200313 Fernando Torres 58.5 Liverpool 987.475 Arjen Robben 36 Real Madrid 254.055 733.42
10 anos a gastar poderia ser o
resumo de Abramovich como dono do
Chelsea. Em 10 épocas só por uma
vez, em 200809 com Luiz Felipe
Scolari, o russo teve um saldo
favorável na balança de compras e
vendas. Ao todo já foram gastos, só
para contratações, quase 1 000
milhões de euros, o que dá uma média
próxima dos 100 milhões por ano. O
início do se legado foi o mais
dispendioso, em três anos gastou
mais de 400 milhões, tendo em troca
uns míseros 40 milhões. Ranieri e
Mourinho, principalmente o último,
fizeram o magnata abrir
desmesuradamente os cordões à
bolsa. Depois a fonte fechou, ou
melhor, passou a deitar menos água,
até que em 201011 se voltou a abrir.
Os valores gastos não chegaram aos
do início do reinado, mas fizeram
cócegas, tendo nos últimos três anos
o Chelsea gasto mais de 100 milhões
por época em contratações. Com a
chegada de Mourinho para a próxima
temporada, não será de prever que os
números baixem, ele que foi um dos
mais gastadores, se bem que foi
sempre compensando com
conquistas. Na história do clube
londrino é o treinador com mais
troféus ganhos. Quem beneficiou,
principalmente, com esta política de
aquisições foram os clubes ingleses,
franceses e portugueses. O FC Porto e
Benfica são clubes que muito têm a
agradecer a essa política de
aquisições, Ricardo Carvalho, Paulo
Ferreira e Bosingwa somaram cerca
de 70 milhões aos dragões, e Tiago
David Luiz e Ramires
aproximadamente 60 às águias.
Restanos aguardar se o dinheiro de
Abramovich continuará a ser
distribuído por Portugal.
Vantagem Numérica Magazine Israel 201 3 - Europeu sub-21
26
1 Jack Butland 10.03.93 Stoke City
2 Nathaniel Clyne 05.04.91 Southampton
3 Adam Smith 29.04.91 Tottenham
4 Steven Caulker 29.12.91 Tottenham
5 Andre Wisdom 09.05.93 Liverpool
6 Craig Dawson 06.05.90 W. Bromwich
7 Tom Lees 18.11.90 Leeds United
8 Jordan Henderson 17.06.90 Liverpool
9 Jack Robinson 01.09.93 Liverpool
10 Jason Lowe 02.09.91 Blackburn
11 Danny Rose 02.07.90 Tottenham
12 Nathaniel Chalobah 12.12.94 Chelsea
13 Jason Steele 18.08.90 Middlesbrough
14 Josh McEachran 01.03.93 Chelsea
15 Wilfried Zaha 10.11.92 Manchester U.
16 Tom Ince 30.01.92 Blackpool
17 Henri Lansbury 12.10.90 Nottingham F.
18 Jonjo Shelvey 27.02.92 Liverpool
19 Nathan Redmond 06.03.94 Birmingham
20 Nathan Delfouneso 02.02.91 Aston Villa
21 Marvin Sordell 17.02.91 Bolton
22 Connor Wickham 31.03.93 Sunderland
23 Declan Rudd 16.01.91 Norwich
Inglaterra
ITreinador: Stuart Pearce
1 Boris Klaiman 26.10.90 Hapoel Tel Aviv
2 Eli Dasa 03.12.92 Beitar Jerusal.
3 Ofir Davidzada 05.05.91 Hapoel B. Sheva
4 Ido Levy 31.07.90 Maccabi N.
5 Ben Vehava 27.03.92 Hapoel B. Sheva
6 Marwan Kabha 02.11.91 Maccabi P. Tikva
7 Yisrael Zaguri 29.01.90 Hapoel Ramat G.
8 Nir Biton 30.10.91 Ashdod
9 Mohammed Kalibat 15.06.90 Bnei Sakhnin
10 Eyal Golasa 07.10.91 Maccabi Haifa
11 Moanes Dabour 14.05.92 Maccabi Tel Aviv
12 Adi Gotlieb 16.08.92 Hapoel Acco
13 Taleb Twatiha 21.06.92 Maccabi Haifa
14 Orr Barouch 21.11.91 Bnei Yehuda
15 Alon Turgeman 06.09.91 Maccabi Haifa
16 Ofer Verta 23.05.90 Ashdod
17 Sintayehu Sallallich 01.01.91 Ironi Kiryat S.
18 Barak Levi 07.01.93 Maccabi Tel Aviv
19 Ahad Azam 14.01.92 Hapoel Haifa
20 Omri Ben Harush 07.03.90 Maccabi N.
21 Omri Altman 23.03.94 Fulham
22 Ofir Kriaf 17.03.91 Beitar Jerusal.
23 Arik Yanko 21.12.91 Hakoah Ramat
Israel
ITreinador: Guy Luzon
Itália1 Francesco Bardi 18.01.92 Novara
2 Giulio Donati 05.02.90 Grosseto
3 Cristiano Biraghi 01.09.92 Cittadella
4 Marco Verratti 05.11.92 Paris SG
5 Marco Capuano 14.10.91 Pescara
6 Luca Caldirola 01.02.91 Cesena
7 Alessandro Florenzi 11.03.91 Roma
8 Luca Marrone 28.03.90 Juventus
9 Ciro Immobile 20.02.90 Génova
10 Lorenzo Insigne 04.06.91 Nápoles
11 Manolo Gabbiadini 26.11.91 Bolonha
12 Simone Colombi 01.07.91 Modena
13 Matteo Bianchetti 18.01.92 Verona
14 Mattia Destro 20.03.91 Roma
15 Nicola Sansone 10.09.91 Parma
16 Andrea Bertolacci 11.01.91 Génova
17 Alberto Paloschi 04.01.90 Chievo
18 Riccardo Saponara 21.12.91 AC Milão
19 Vasco Regini 09.09.90 Empoli
20 Fabio Borini 29.03.91 Liverpool
21 Fausto Rossi 03.12.90 Brescia
22 Nicola Leali 30.06.93 V. Lanciano
23 Marco Crimi 17.03.90 Grosseto
ITreinador: Devis Mangia
Israel 2013
Europeu sub21
Grupo A
05.06
Itália 1 Inglaterra 0
Insigne 79'
Israel 2 Noruega 2
Biton 16' pen Pedersen 24'
Turgeman 71' Singh 90+1'
08.06
Inglaterra Noruega
Itália Israel
11.06
Israel Inglaterra
Noruega Itália
15.06 Meiasfinais
1º Grupo A 2º Grupo B
1º Grupo B 2º Grupo A
18.06 Final
Noruega1 Arild Østbø 19.04.91 Strømmen
2 Martin Linnes 20.09.91 Molde
3 Thomas Rogne 29.06.90 Celtic
4 Stefan Strandberg 25.07.90 Rosenborg
5 Eggen Hedenstad 26.06.91 Friburgo
6 Omar Elabdellaoui 05.12.91 E. Braunschweig
7 Harmeet Singh 12.11.90 Feyenoord
8 Jo Inge Berget 11.09.90 Molde
9 Valon Berisha 07.02.93 Red Bull
10 Marcus Pedersen 08.06.90 OB Odense
11 Håvard Nielsen 15.07.93 Red Bull
12 Ørjan Nyland 10.09.90 Molde
13 Markus Henriksen 25.07.92 AZ Alkmaar
14 Fredrik Berge 06.02.90 Odds
15 Håvard Nordtveit 21.06.90 B. M'gladbach
16 YannErik Lanlay 14.05.92 Viking
17 Anders Konradsen 18.07.90 Rennes
18 Magnus Eikrem 08.08.90 Molde
19 Flamur Kastrati 14.11.91 Erzgebirge Aue
20 Stefan Johansen 08.01.91 Strømsgodset
21 Joshua King 15.01.92 Blackburn
22 Abdisalam Ibrahim 01.05.91 Strømsgodset
23 G. Kongshavn 23.01.91 Vålerenga
ITreinador: Tor Ole Skullerud
Fase a eliminar
Vantagem Numérica Magazine Israel 201 3 - Europeu sub-21
27
1 Bernd Leno 04.03.92 B. Leverkusen
2 Tony Jantschke 07.04.90 B. M'gladbach
3 Stefan Thesker 11.04.91 Hoffenheim
4 Lasse Sobiech 18.01.91 Greuther Fürth
5 Shkodran Mustafi 17.04.92 Sampdoria
6 Sebastian Rudy 28.02.90 Hoffenheim
7 Patrick Funk 11.02.90 St. Pauli
8 Sebastian Rode 11.10.90 E. Frankfurt
9 Kevin Volland 30.07.92 Hoffenheim
10 Lewis Holtby 18.09.90 Tottenham
11 Peniel Mlapa 20.02.91 B. M'gladbach
12 Oliver Baumann 02.06.90 Friburgo
13 Matthias Ginter 19.01.94 Friburgo
14 Sebastian Polter 01.04.91 Nuremberga
15 Sead Kolašinac 20.06.93 Schalke 04
16 Oliver Sorg 29.05.90 Friburgo
17 Antonio Rüdiger 03.03.93 Estugarda
18 Patrick Herrmann 12.02.91 B. M'gladbach
19 Christian Clemens 04.08.91 Colónia
20 Christoph Moritz 27.01.90 Schalke 04
21 PierreM. Lasogga 15.12.91 Hertha
22 Emre Can 12.01.94 Bayern Munique
23 Timo Horn 12.05.93 Colónia
Alemanha
Treinador: Rainer Adrion
1 Jeroen Zoet 06.01.91 RKC Waalwijk
2 Ricardo van Rhijn 13.06.91 Ajax
3 Stefan de Vrij 05.02.92 Feyenoord
4 Bruno Martins Indi 08.02.92 Feyenoord
5 Daley Blind 09.03.90 Ajax
6 Jordy Clasie 27.06.91 Feyenoord
7 Florian Jozefzoon 09.02.91 RKC Waalwijk
8 Kevin Strootman 13.02.90 PSV
9 Luuk de Jong 27.08.90 B. M'gladbach
10 Adam Maher 20.07.93 AZ Almaar
11 Ola John 19.05.92 Benfica
12 Kelvin Leerdam 24.06.90 Feyenoord
13 Mike van der Hoorn 15.10.92 Utrecht
14 Bram Nuytinck 04.05.90 Anderlecht
15 Georgin Wijnaldum 11.11.90 PSV
16 Marco Bizot 10.03.91 Groningen
17 Leroy Fer 05.01.90 Twente
18 Marco van Ginkel 01.12.92 Vitesse
19 Tonny Vilhena 03.01.95 Feyenoord
20 Pat van Aanholt 29.08.90 Chelsea
21 Danny Hoesen 15.01.91 Ajax
22 Memphis Depay 13.02.94 PSV
23 Nick Marsman 01.10.90 Go Ahead Eagles
Holanda
Treinador: Cor Pot
Rússia1 Nikolai Zabolotny 16.04.90 Rostov
2 Ibragim Tsallagov 12.12.90 Krylia Sovetov
3 Georgi Schennikov 27.04.91 CSKA Moscovo
4 Nikita Chicherin 18.08.90 Dínamo M.
5 Taras Burlak 22.02.90 Lokomotiv M.
6 Yuri Kirillov 19.01.90 Dínamo M.
7 Sergei Petrov 02.01.91 Krasnodar
8 Oleg Shatov 29.07.90 Anzhi
9 Andrei Panyukov 25.09.94 Khimki
10 Fyodor Smolov 09.02.90 Anzhi
11 Maksim Kanunnikov 14.07.91 Amkar Perm
12 Stanislav Kritsyuk 01.12.90 Sporting Braga
13 Sergei Bryzgalov 15.11.92 Spartak M.
14 Pavel Yakovlev 07.04.91 Spartak M.
15 Maksim Belyayev 30.09.91 Rostov
16 Aleksandr Filtsov 02.01.90 Krasnodar
17 Denis Cheryshev 26.12.90 Castilla
18 Roman Yemelyanov 08.05.92 Illichivets M.
19 Maksim Grigoryev 06.07.90 Lokomotiv M.
20 Shota Bibilov 06.08.90 Volga Novgorod
21 Aleksandr Zotov 27.08.90 Tom Tomsk
22 Alan Dzagoev 17.06.90 CSKA Moscovo
23 Ivan Knyazev 05.11.92 Torpedo M.
Treinador: Nikolai Pisarev
Israel 2013
Europeu sub21
Grupo B
06.06
Espanha 1 Rússia 0
Morata 82'
Holanda 3 Alemanha 2
Maher 24' Rudy 47 pen'
Wijnaldum 38' Holtby 81'
Fer 90'
09.06
Holanda Rússia
Alemanha Espanha
12.06
Holanda Espanha
Alemanha Rússia
1978 Jugoslávia
1980 URSS
1982 Inglaterra
1984 Inglaterra
1986 Espanha
1988 França
1990 URSS
1992 Itália
1994 Itália
1996 Itália
1998 Espanha
2000 Itália
2002 República Checa
2004 Itália
2006 Holanda
2007 Holanda
2009 Alemanha
2011 Espanha
Espanha1 David de Gea 07.11.90 Manchester U.
2 Martín Montoya 14.04.91 Barcelona
3 Asier Illarramendi 08.03.90 Real Sociedad
4 Nacho 18.01.90 Real Madrid
5 Marc Bartra 15.01.91 Barcelona
6 Iñigo Martínez 17.05.91 Real Sociedad
7 Sergio Canales 16.02.91 Valencia
8 Koke 08.01.92 Atlético Madrid
9 Rodrigo 06.03.91 Benfica
10 Thiago Alcântara 11.04.91 Barcelona
11 Cristian Tello 11.08.91 Barcelona
12 Álvaro Morata 23.10.92 Real Madrid
13 Diego Mariño 09.05.90 Villarreal
14 Ignacio Camacho 04.05.90 Málaga
15 Marc Muniesa 27.03.92 Barcelona
16 Álvaro González 08.01.90 Zaragoza
17 Pablo Sarabia 11.05.92 Getafe
18 Alberto Moreno 05.07.92 Sevilha
19 Iker Muniain 19.12.92 Atlético Bilbau
20 Daniel Carvajal 11.01.92 Real Madrid
21 Álvaro Vázquez 27.04.91 Getafe
22 Isco 21.04.92 Málaga
23 Joel Robles 17.06.90 Wigan
Treinador: Julen Lopetegui
Vencedores
Vantagem Numérica Magazine 2013 Final NBA
28
Heat vs SpursA época de 2013 da NBA está na parte final. Discutese o título entre os, surpreendentes, San Antonio Spurs e os, esperados, Miami
Heat. Duncan, Parker e Ginóbili esgrimem argumentos com James, Wade e Bosh. Para já, vantagem para os texanos que foram
vencer à Flórida o primeiro jogo, 9288 foi o resultado, com o francês Tony Parker a brilhar.
nº nome altura peso nascimento
34 Ray Allen 1.96 m 93 kg 1975–07–20
11 Chris Andersen 2.08 m 103 kg 1978–07–09
50 Joel Anthony 2.06 m 111 kg 1982–08–09
31 Shane Battier 2.03 m 102 kg 1978–09–09
1 Chris Bosh 2.11 m 107 kg 1984–03–24
15 Mario Chalmers 1.88 m 86 kg 1986–0519
30 Norris Cole 1.88 m 79 kg 1988–10–13
40 Udonis Haslem 2.03 m 107 kg 1980–06–09
5 Juwan Howard 2.06 m 113 kg 1973–02–07
6 LeBron James 2.03 m 113 kg 1984–12–30
22 James Jones 2.03 m 98 kg 1980–10–04
9 Rashard Lewis 2.08 m 104 kg 1979–08–08
13 Mike Miller 2.03 m 95 kg 1980–02–19
24 Jarvis Varnado 2.06 m 104 kg 1988–03–01
3 Dwyane Wade 1.93 m 100 kg1982–01–17
Treinador: Erik Spoelstra
nº nome altura peso nascimento
16 Aron Baynes 2.08 m 118 kg 1986–12–09
45 DeJuan Blair 2.01 m 122 kg 1989–04–22
15 Matt Bonner 2.08 m 107 kg 1980–04–05
25 Nando de Colo 1.96 m 91 kg 1987–06–23
33 Boris Diaw 2.03 m 107 kg 1982–04–16
21 Tim Duncan (C) 2.11 m 116 kg 1976–04–25
20 Manu Ginóbili 1.98 m 93 kg 1977–07–28
4 Danny Green 1.98 m 95 kg 1987–06–22
5 Cory Joseph 1.91 m 84 kg 1991–08–20
2 Kawhi Leonard 2.01 m 102 kg 1991–06–29
1 Tracy McGrady 2.03 m 102 kg 1979–05–24
8 Patrick Mills 1.83 m 84 kg 1988–08–11
14 Gary Neal 1.93 m 95 kg 1984–10–03
9 Tony Parker 1.88 m 84 kg 1982–05–17
22 Tiago Splitter 2.11 m 109 kg 1985–01–01
Treinador:Gregg Popovich
Campeonatos 2
2006 e 2012
Trajecto nos play off
40 Milwaukee Bucks
41 Chicago Bulls
43 Indiana Pacers
Campeonatos 4
1999, 2003, 2005 e 2007
Trajecto nos play off
40 LA Lakers
42 Golden State Warriors
40 Memphis Grizzlies
Números retirados
00 Johnny Moore
6 Avery Johnson
12 Bruce Owen
13 James Silas
32 Sean Elliott
44 George Gervin
50 David Robinson
Números retirados
10 Tim Hardaway
23 Michael Jordan
33 Alonzo Mourning
Lebron James foi o melhor marcador da
equipa em 11 jogos consecutivos, série
que ainda se mantém. Nos 17 jogos já
disputados, no play off, pelos Miami Heat,
Lebron foi o melhor marcador em 14, o
que atesta bem da importância do
melhor jogador do mundo da actualidade.
Duncan, Parker e Manu Ginobili são os
únicos três colegas de equipa que não
fazendo parte, nem dos Los Angeles
Lakers nem dos Boston Celtics,
conseguiram alcançar quatro finais.
Vantagem Numérica Magazine Hóquei em Patins - Liga Europeia
29
Benfica campeão europeude hóquei em patins
GR: Ricardo Silva e Pedro
Henriques
Defesas/Médios: Valter Neves,
Ábalos, João Rodrigues e Marc Coy
Avançados: Diogo Rafael, Cacau,
Carlos López e Luís Viana
Treinador: Luís Sénica
Títulos Nacionais
21 Campeonatos
13 Taças
7 Supertaças
Títulos Europeus
1 Liga Europeia
2 Taças CERS
O Benfica é o novo campeão
europeu de hóquei em patins,
depois de vencer o FC Porto, no
Dragão Caixa, por 65, com golo de
ouro no prolongamento. O jogo foi
muito equilibrado durante os 50
minutos. O FC Porto esteve quase
sempre na frente do marcador
mas o Benfica foi conseguindo
sempre empatar, até que na
segunda parte passou para a
frente do marcador, com o 45 a
ser marcado por Luís Viana, de
penalty. Também de grande
penalidade, os dragões
conseguiram empatar, por
Reinaldo Ventura, levando o jogo
para prolongamento. No
prolongamento quem marcasse
ganhava (golo de ouro). O herói dos
encarnados foi João Rodrigues, que
emendou um forte remate de longa
distância de Diogo Rafael, um dos
melhores em campo.
Luis Sénica
Tudo é mais fácil quando temos
atletas que são homens. Esta
vitória é fundamentalmente da
crença, do comportamento dos
atletas, da capacidade e estratégia
que eles acreditaram. Concordo
que trabalhamos bem para esta
final a quatro. Estiveram aqui as
melhores equipas. Mas as outras
também trabalharam bem. A
qualidade dos jogos foi de um nível
superior. São os jogadores
principais responsáveis da vitória e
do trabalho. Esta vitória tem sabor
especial por ser a primeira da
carreira, do Benfica no hóquei, e
porque o hóquei em patins está
bem. Quando se produz este
espetáculo, pavilhão com mais de
2.000 adeptos, share TV altíssimo
com gente em casa a seguir isto.
Que queremos melhor para o
nosso hóquei em patins?
João Rodrigues
É o momento mais feliz da minha
carreira. Conseguimos ser
Campeões Europeus e agora
vamos festejar e celebrar. Obrigado
ao Benfica e peço aos adeptos que
compareçam na nossa festa. Estou
muito feliz por fazer parte desta
equipa. Muitas pessoas não
acreditavam no nosso valor e ante
o Barcelona mostrámos o nosso
valor. Fiquei muito triste por não ter
batido a grande penalidade por
desconcentração, mas consegui
marcar o golo da vitória e que nos
dá o título europeu.
www.vantagemnumerica.pt
www.facebook.com/VantagemNumerica