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Magazine Postiga decide jogo com a Rússia "Se me chamassem pacificador seria uma ofensa" Jorge Jesus ao raio x O cantinho do Morais O primeiro campeonato do Benfica As equipas do Europeu de sub21 Abramovich e os 10 anos no Chelsea Benfica campeão europeu de hóquei Final da NBA Heat vs Spurs

Vantagem numérica 2

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Revista de actualidade sobre futebol e outros desportos. Entrevista de José Mourinho, análise a Jorge Jesus, campeonato nacional de 1936, Taça das Taças de 1964, final da NBA, entre outros

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Page 1: Vantagem numérica 2

MagazineAno I - Nº 2 - 08.06.201 3 - Semanal Director - Pedro Santos Pereira

Postiga decide jogo com a Rússia

"Se me chamassem pacificadorseria uma ofensa"

Jorge Jesus ao raio x

O cantinho do MoraisO primeiro campeonato do Benfica As equipas do Europeu de sub­21

Abramovich e os 10 anos no Chelsea

Benfica campeão europeu de hóqueiFinal da NBA ­ Heat vs Spurs

Page 2: Vantagem numérica 2

Vantagem Numérica Magazine Índice

2

Futebol Nacional

3 ­ Editorial

4 ­ Ao raio x ­ Jorge Jesus

8 ­ História ­ I Liga 1935­36

11 ­ Notícias

12 ­ Portugal ­ Rússia

Redacção: Pedro Santos Pereira

Paginação: Pedro Santos Pereira

www.vantagemnumerica.pt

www.facebook.com/VantagemNumerica

e­mail: [email protected]

Futebol Internacional

15 ­ Apuramento para o Mundial

16 ­ História ­ Final da Taça dos

Vencedores das Taças de 1964

19 ­ Entrevista ­ José Mourinho

24 ­ Chelsea ­ 10 anos de Abramovich

26 ­ Europeu sub­21

Outros Desportos

28 ­ Miami vs San Antonio ­ Final da

NBA

29 ­ Hóquei em patins ­ Liga Europeia,

Benfica campeão europeu

Page 3: Vantagem numérica 2

Vantagem Numérica Magazine Editorial

3

A dança de treinadores

Esta semana ficou marcada pelos treinadores. Jorge Jesus renovou por mais dois anos com o Benfica, um prolongamento

de contracto que chegou a estar em risco, fruto das derrotas no final da época e alguma contestação. Críticas que não

vieram só dos adeptos, mas também de Cardozo, que pôs em causa a sua continuidade nos encarnados. A continuidade de

JJ parece­me adequada, de um treinador que elevou a qualidade futebolística da equipa, que valorizou jogadores e, apesar de

não quebrar a hegemonia portista, começou a morder­lhe os calcanhares com mais frequência.

No FC Porto aconteceu o contrário, Vítor Pereira venceu mas não renovou. Uma atitude da parte da direcção discutível,

perante um treinador que na liga portuguesa foi irrepreensível. Uma derrota em sessenta jogos é louvável, principalmente

porque foi sempre um técnico muito pressionado pelos adeptos. Vamos ver qual é o próximo destino, ele que tecnicamente

tem tudo para ter muito sucesso, Quando conseguir ser líder, se alguma vez o conseguir, será um caso sério no futebol

europeu. Uma saída que para si não é má, tem títulos no currículo, tem capacidades técnicas e, caso ficasse, veria muito do

seu trabalho ir por água abaixo. James e Moutinho já saíram e Fernando pode ser o próximo, o que implicava uma

reconstrução num sector nevrálgico do campo. Para o suceder o nome mais falado e provável é Paulo Fonseca, o treinador

da moda, fruto do brilhante trabalho no Paços de Ferreira. Mas não foi só aí, já na Vila das Aves tinha desempenhado um

bom trabalho, tal como no Pinhalnovense. A confirmar­se a sua ida para o Dragão, será mais um degrau subido na carreira,

resta saber se tem pernas para o dar. O futebol que as suas equipas praticavam leva a crer que sim.

Por fim José Mourinho, o português deu a sua última entrevista como treinador do Real Madrid e não perdeu a oportunidade

de disparar em praticamente todos os sentidos. Num tom calmo e sereno foi atacando quase tudo e todos, só sobrando

elogios para Karanka, seu adjunto. Nem Florentino Perez, que sempre o segurou contra as inúmeras críticas foi poupado.

Uma entrevista de rancor, de um técnico que sai do maior clube que alguma vez já treinou, mas no qual ganhou menos

títulos que nos anteriores.

Pedro Santos Pereira

Page 4: Vantagem numérica 2

Vantagem Numérica Magazine Ao raio x ­ Jorge Jesus no Benfica

4

Jesus salvo da crucificação

Jorge Jesus iniciou o seu trajecto

no Benfica de uma forma

excepcional, além da conquista do

título e da Taça da Liga, o treinador

benfiquista conseguiu que a equipa

tivesse uma produção bem acima

da média. Uma taxa de

produtividade de 84%, uma média

de golos marcados de 2.6 e de 0.7

nos sofridos, números

verdadeiramente avassaladores.

Na época seguinte a produção

baixou, apenas 70% de eficácia

numa equipa que marcou menos,

média de 2.0, e que sofreu mais,

1.0 golos por jogo. Uma quebra

que se traduziu no 2º lugar da

classificação e apenas um título,

mais uma vitória na Taça da Liga.

Na temporada de 2011­12 a

produção voltou a subir, tendo o

Benfica alcançado uma eficácia de

77%, voltou a marcar mais golos,

2.2 de média, e a sofrer menos,

0.9 golos por jogo. No que se

refere a troféus mais uma Taça da

Liga para o museu. Essa tendência

de subida voltou a sentir­se esta

época, onde a prestação foi

inclusive superior à primeira

temporada. Uma eficácia de 86%

com uma média de 2.6 de golos

marcados e de 0.7 de golos

sofridos. Números esclarecedores

de uma época fantástica, onde

chegou ainda às finais da Liga

Europa e da Taça de Portugal e

meias­finais da Taça da Liga. Um

percurso longo em todas as

provas mas que, pela primeira vez

desde que está nos encarnados,

não se reflectiu em títulos. De

salientar que nas competições

europeias chegou sempre, no

mínimo, aos quartos­de­final das

provas em que estava envolvido, e

só na Taça de Portugal não

conseguiu chegar tão longe, além

da final deste ano, nas outras

temporadas apenas atingiu por

uma vez a meia­final.

Após algumas incertezas Jorge Jesus mantém­se como treinador do Benfica. A dúvida surgiu no ano em que o treinador teve os

melhores desempenhos no clube, à excepção da Taça da Liga onde foi eliminado na meia­final, nas outras competições o técnico

encarnado melhorou a sua performance. Mesmo na liga, onde teve uma prestação superior à temporada em que foi campeão. Em

contrapartida, títulos é que nem vê­los.

2012­13 30 24 5 1 77 20 77 2.6 85.6

2010­11 30 20 3 7 61 31 63 2.1 70.0

2011­12 30 21 6 3 66 27 69 2.3 76.7

época j v e d gm gs p ppj %

2009­10 30 24 4 2 78 20 66 2.5 84.4

Desempenho de Jorge Jesus na Liga

Desempenho de Jorge Jesus na Europa

época competição fase

2012­13 Liga Europa 1/4 final

2011­12 Liga dos Campeões 1/4 final

2010­11 Liga dos Campeões Grupos

Liga Europa 1/2 final

2009­10 Liga Europa 1/4 final

Page 5: Vantagem numérica 2

Vantagem Numérica Magazine

5

Ao raio x ­ Jorge Jesus no Benfica

Desempenho de Jorge Jesus na Taça de

Portugal

2012­13 Vitória Guimarães finalista

2011­12 Marítimo 1/8 final

2010­11 FC Porto 1/2 final

2009­10 Vitória Guimarães 1/16 final

época adversário fase

Desempenho de Jorge Jesus na Taça da

Liga

época adversário fase

2012­13 Sporting Braga 1/2 final

2011­12 Gil Vicente vencedor

2010­11 Paços Ferreira vencedor

2009­10 FC Porto vencedor

Desempenho de Jorge Jesus na Supertaça

época adversário fase

2012­13 não se qualificou

2011­12 não se qualificou

2010­11 não se qualificou

2009­10 FC Porto finalista

posição treinador c t tl st lc total

Lista dos treinadores do Benfica que venceram títulos

1º Janos Biri 3 3 ­ ­ ­ 6

2º Otto Glória 3 3 ­ ­ ­ 6

3º Sven­Goran Eriksson 3 1 ­ 1 ­ 5

4º John Mortimore 2 2 ­ 1 ­ 5

5º Bela Guttmann 2 ­ ­ ­ 2 4

6º Jimmy Hagan 3 1 ­ ­ ­ 4

7º Jorge Jesus 1 ­ 3 ­ ­ 4

8º Lipo Herczka 3 ­ ­ ­ ­ 3

9º Toni 2 1 ­ ­ ­ 3

10º Ted Smith 1 2 ­ ­ ­ 3

11º Mário Wilson 1 2 ­ ­ ­ 3

12º Lajos Baroti 1 1 ­ ­ ­ 2

13º Fernando Riera 2 ­ ­ ­ ­ 2

14º Lajos Czeizler 1 1 ­ ­ ­ 2

15º Arthur John ­ 2 ­ ­ ­ 2

16º Fernando Cabrita 1 ­ ­ ­ ­ 1

17º Giovanni Trapattoni 1­ ­ ­ ­ ­ 1

18º Elek Schwartz 1 ­ ­ ­ ­ 1

19º Milorad Pavic 1­ ­ ­ ­ ­ 1

20º José A. Camacho . 1 ­ ­ ­ 1

21º Cândido Tavares .­ 1 ­ ­ ­ 1

22º Ribeiro dos Reis . 1 ­ ­ ­ 1

23º Fernando Caiado .­ 1 ­ ­ ­ 1

24º José Augusto . 1 ­ ­ ­ 1

25º Pal Csernai .­ 1 ­ ­ ­ 1

26º José Valdivieso . 1 ­ ­ ­ 1

27º Vítor Gonçalves .­ 1 ­ ­ ­ 1

28º Quique Flores . ­ 1 ­ ­ 1

29º Ronald Koeman .­ ­ ­ 1 ­ 1

Total 32 27 4 4 2 69

Legenda:

c ­ campeonato

t ­ taça de portugal

tl ­ taça da liga

lc ­ liga campeões

Nota:

Os Campeonatos

de Portugal que

decorreram entre

1922 e 1938

estão incluídos nas

taças de portugal,

em virtude de

serem uma prova a

eliminar e não de

regularidade,

apesar de o nome

indicar o contrário

Desportivamente

Aqui está uma tabela onde Jorge

Jesus não lidera, por enquanto,

pois anda terá mais dois anos

para o conseguir. Até ao

momento 29 treinadores já

venceram pelo menos um troféu

com o Benfica, uma classificação

comandada pelo húngaro Janos

Biri e pelo brasileiro Otto Glória,

com seis títulos cada. De referir,

que dos 29 vencedores, apenas

10 são portugueses, o que

demonstra a apetência do

Benfica para ganhar

preferencialmente com técnicos

estrangeiros. De momento o

actual treinador dos encarnados

já obteve quatro distinções, uma

liga e três taças da liga, o que lhe

permite ocupar a sétima posição.

Um lugar que podia ter sido

melhorado esta época, das três

provas que o Benfica disputou até

ao fim, bastava ter ganho uma

delas para chegar ao quinto lugar,

se vencesse duas chegaria à

terceira posição e, caso

triunfasse nas três, alcançaria o

primeiro lugar isolado. Uma

época que poderia ter sido épica

para o clube e para Jorge Jesus,

que se podia ter tornado no

treinador do Benfica com mais

títulos ganhos.

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Vantagem Numérica Magazine

6

Ao raio x ­ Jorge Jesus no Benfica

Lista de desempenho dos últimos 20 treinadores do Benfica na Liga

posição treinador j v e d gm gs pts ppj %

1º Jorge Jesus 120 89 18 13 282 98 285 2.4 79.2

2º Sven­Goran Eriksson 166 118 37 11 380 104 391 2.4 78.5

3º Fernando Santos 31 20 8 3 56 21 68 2.2 73.1

5º José A. Camacho 77 48 21 8 143 57 165 2.1 71.4

7º Paulo Autuori 16 10 3 3 30 9 33 2.1 68.8

9º Jupp Heynckes 38 23 7 8 65 38 76 2.0 66.7

11º Ronald Koeman 34 20 7 7 51 29 67 2.0 65.7

13º Ebbe Skovdahl 12 7 2 3 15 7 23 1.9 63.9

15º Jesualdo Ferreira 29 16 7 6 65 31 55 1.9 63.2

17º Shéu Han 4 2 1 1 10 5 7 1.8 58.3

19º Fernando Chalana 8 3 3 2 10 7 12 1.5 50.0

4º Mário Wilson 64 42 12 10 140 50 138 2.2 71.9

6º Toni 159 94 47 18 284 118 329 2.1 69.0

8º Graeme Souness 56 34 12 10 112 46 114 2.0 67.9

10º Artur Jorge 37 22 7 8 62 31 73 2.0 65.8

12º Quique Flores 30 17 8 5 54 32 59 2.0 65.6

14º Giovanni Trapattoni 34 19 8 7 51 31 65 1.9 63.7

16º José Mourinho 9 5 2 2 14 7 17 1.9 63.0

18º Tomislav Ivic 10 5 2 3 11 7 17 1.7 56.7

20º Manuel José 23 8 7 8 25 25 31 1.3 44.9

Os últimos 20 treinadores do

Benfica na Liga

Neste parâmetro Jorge Jesus é

líder. Uma liderança por décimas

sobre Sven­Goran Eriksson, um dos

treinadores icónicos do Benfica.

Estes últimos 20 treinadores

representam as temporadas dos

encarnados desde 1987­88 até

aos dias de hoje, excepto os

números de Eriksson e Mário

Wilson que englobam também

passagens anteriores.

Impressionante a diferença entre

os líderes desta classificação e os

restantes técnicos, de 79% para

73%. De realçar o terceiro posto

de Fernando Santos, um treinador

que, apesar de não ter vencido um

único título, teve um desempenho

no campeonato suficiente para ser

o 3º melhor dos últimos 20.

Destaque para o último lugar de

Manuel José, o único que teve um

desempenho inferior a 50%, para a

16ª posição de José Mourinho, que

em 9 jogos teve uma eficácia de

63%, para o actual campeão

europeu, Jupp Heynckes, que se

instalou na modesta nona posição,

e por último, para Giovanni

Trapattoni que é o 14º classificado

da lista, mas que mesmo assim

conseguiu ser campeão, algo que

só mais três conseguiram, Eriksson

(3), Toni (2) e Jorge Jesus (1).

Page 7: Vantagem numérica 2

Vantagem Numérica Magazine Ao raio x - Jorge Jesus no Benfica

7

Financeiramente

Neste item o treinador do Benfica tem tido resultados avassaladores.

Se exceptuarmos a época de entrada no clube, onde o saldo de

transferências foi negativo, nos anos seguintes a balança de

transferências foi sempre positiva. Nestas quatro temporadas o

resultado é de 90.4 milhões de euros, um número impressionante, de

onde se destacam as épocas de 2011 e 2013 com mais 50 milhões

de proveitos em cada uma delas. Ganhe o que ganhar Jorge Jesus é

mais do que justo, pois retribui muitas vezes mais esse vencimento com

a valorização que faz dos jogadores, mesmo só tendo sido campeão

uma única vez.

época compras vendas saldo

2012­13 24 76.225 + 52.225

2010­11 36.825 90.98 + 54.155

2011­12 29.7 41.19 + 11.49

2009­10 34.3 6.83 + 52.225

total 124.825 215.225 + 90.4

valores em milhões de euros

O “Mestre da Táctica”, como se auto­

intitula, chegou ao Benfica 2009 e logo

deu ao clube uma nova projecção.

Treinador ofensivo que utiliza o 4x4x2

como sistema, dentro de um modelo

pressionante, a maior parte das vezes

efectuado ainda no meio­campo

adversário. Outra das características é a

rápida aceleração do jogo, utilizando

preferencialmente as faixas, zona onde

no 1x1 cria muitos desequilíbrios. Em

função destes aceleramentos e dos

desequilíbrios individuais, as transições

defesa­ataque costumam ser

fracturantes e produtivas. As bolas

paradas são outro dos momentos do jogo

em que as suas equipas são fortes, em

especial as reposições de linha lateral,

uma das situações em que o Benfica tem

sido muito perigoso, principalmente

quando são efectuados do lado direito na

projecção da grande área. Um ponto em

que a equipa tem melhorado ao longo

destes quatro anos, com resultados

visíveis, se exceptuarmos as grandes

penalidades, é o lance de bola parada

mais profícuo. Neste sistema com este

modelo os médios são determinantes,

sendo eles o factor que equilibra a

balança. Não é por acaso que Javi Garcia,

Witsel e, agora, Matic e Enzo Pérez têm

uma importância fundamental da equipa,

dependendo deles o desempenho

ofensivo e defensivo colectivo. Também

Ramires poderia ser integrado neste lote

pois, apesar de jogar como ala, era um

jogador que compensava bem no centro

do terreno, dando cobertura às inúmeras

subidas de Maxi. Defensivamente a

defesa em linha tem bom posicionamento

e a pressão efectuada no meio campo

adversário costuma surtir efeito. Fortes

no jogo aéreo, os maiores problemas são

sentidos nas transições defesa­ataque,

onde na maioria das vezes a equipa é

apanhada em contrapé. Normalmente o

Benfica arrisca muito nas linhas de passe

quando tem posse de bola, que

normalmente são dadas, na maior parte

das vezes, à frente da linha de bola.

Quando esta é perdida há uma

descompensação grande, com jogadores

desposicionados fruto do seu

adiantamento. O que implica que quando

os passes do adversário saem rápido,

normalmente acontecem com as equipas

mais fortes, devido valor ao individual dos

seus jogadores, surgem oportunidades

claras de golo. Também os oponentes

que pressionam as suas equipas na

primeira fase de construção costumam

obter bons resultados, as grandes

distâncias entre sectores não permitem

uma saída organizada.

Perante a avaliação de todos estes

parâmetros, a renovação de Jorge Jesus

é mais do que merecida. Lidera o ranking

dos últimos 20 treinadores do Benfica, e

ocupa a sétima posição do treinador com

mais títulos de sempre. Tem tido um

percurso exemplar, apenas por uma vez

ficou abaixo dos 75% de produtividade no

campeonato, onde alcançou um título,

nas competições europeias tem

conseguindo sempre chegar, pelo menos,

aos quartos­de­final, na Taça da Liga

ergueu o troféu por três vezes e só na

Taça de Portugal as prestações não se

têm coadunado com estes registos,

apesar de este ano ter melhorado.

Épocas longas e muito preenchidas tem

sido um lema no Benfica de Jorge Jesus,

um treinador com um desempenho

elevado nas mais diversas variáveis. Se

não renovasse com o Benfica, deixaria

uma pesada herança ao seu sucessor,

pelos menos na valorização de jogadores

e na qualidade do futebol praticado,

porque na questão dos títulos, um dos

pontos mais importantes, a sua produção

tem estado aquém do esperado.

Em suma

Tacticamente

Page 8: Vantagem numérica 2

Vantagem Numérica Magazine História - I Liga 1 935-36

8

1935­36 ­ O primeiro títulodo Benfica

Em 1935­36 o Benfica sagrou­se campeão pela primeira vez, destronando assim o FC Porto que havia sido o primeiro campeão

nacional. O treinador voltou a ser húngaro, Lipo Herczka sucedeu a Jozsef Szabo, demonstrando a magia de leste na arte de treinar.

Um campeonato que se decidiu no Campo das Amoreiras, casa do Benfica, onde os locais golearam os dragões por 5­1.

Depois da 1ª edição da I Liga em que o

FC Porto venceu, os dragões voltavam a

ser favoritos, apesar de terem perdido o

treinador campeão, Jozsef Szabo, no final

da terceira jornada. O Benfica tinha ido

buscar Lipo Herczka, treinador que havia

ganho o primeiro título com o Real

Madrid, espreitando assim o seu primeiro

título. Foi um campeonato em que os

encarnados acabaram por vencer,

apesar da réplica dada pelos azuis­e­

brancos, que ficaram apenas a um ponto,

tendo sido a equipa que mais golos

marcou e menos sofreu. Pode­se dizer

que o título ficou decidido à 10ª jornada,

eram apenas 14, numa altura em que o

Benfica recebia o FC Porto. Os

encarnados tinham um ponto de avanço

e o jogo tinha contornos de decisivo,

acabou mesmo por sê­lo. No Campo das

Amoreiras as águias entraram

determinados a vencer e golearam os

dragões por 5­1. Nos primeiros 30

minutos o Benfica já vencia por 4­0, fruto

dos bis de Torres e Vítor Silva. O FC Porto

ficou atónito e só reduziu o marcador aos

75 minutos por António Santos. Xavier a

três minutos do fim fecharia o marcador,

fazendo o quinto golo encarnado. Nas

últimas quatro jornadas os azuis­e­

brancos venceram todas as partidas,

mas acabou por ser insuficiente, pois os

encarnados apenas cederam dois pontos

dos três que tinham de vantagem,

empates no Carcavelinhos e no Boavista.

Além de Herczka, principal responsável

pelo êxito benfiquista, também foi figura

importante Vasco Ribeiro, o presidente.

Tavares

Gatinho Gustavo

AlbinoJoão Correia Gaspar Pinto

RogérioXavier

Torres Vítor Silva Valadas

Equipa­tipo

Lipo Herczka

A equipa do Benfica que se sagrou pela primeira vez campeã nacional. Nela destacavam­se Albino, Gaspar

Pinto, Valadas, Rogério e Vítor Silva, o homem que imortalizou em Portugal o “salto de peixe”.

Page 9: Vantagem numérica 2

Vantagem Numérica Magazine

9

História - I Liga 1 935-36

O Para suceder a um húngaro, Szabo, outro húngaro

Lipo Herczka. Um técnico que como jogador passou

pelo Essener Turnerbund da Alemanha e pela Real

Sociedad de Espanha. Foi aliás neste último clube, que

começou a desempenhar as funções de treinador.

Seguiu­se o rival basco, o Atlético de Bilbau, o Sevilha,

o Real Madrid, clube com o qual conquistou o seu

primeiro campeonato, em 1932, que por coincidência

também foi o primeiro da história merengue. Foi o

único campeonato espanhol em que o campeão não

sofreu qualquer derrota, em 18 jogos venceu 10 e

empatou 8. Seguiu­se o Hércules, o Granada e depois

o Benfica. Foi nos encarnados que teve maior

sucesso, conquistou três ligas consecutivas, de 1936

a 1938. Ainda chegou à final do Campeonato de

Portugal em 1938 e da Taça de Portugal em 1939, a

primeira edição da prova, isto ainda com as águias.

Em 1940 voltou a estar presente na final da Taça,

competição que nunca venceu, desta feita

representando o Belenenses. Em Portugal, onde

acabou por falecer, ainda treinou a Académica, o FC

Porto, o Vila Real, o Estoril e o União de Montemor,

terra onde está sepultado. O jornalista e ex­dirigente

benfiquista Carlos Carvalho descrevia­o da seguinte

forma: “teve a rara intuição de saber adaptar as

qualidades do futebolista português, de intuição e

combatividade, ao estilo solto do futebol austríaco,

onde a desmarcação e o toque suave de bola têm

cunho de arte”. A comunhão entre o futebol português

e o austríaco, e não húngaro, surge porque entre

1867 e 1918 a Hungria fazia parte do Império

Austro­Húngaro. Uma união que havia resultado de

um compromisso entre as nobrezas austríaca e

húngara. Tendo em conta que na década de 30 a

Áustria era uma potência futebolística europeia,

Carlos Carvalho faz alusão ao futebol austríaco e o

português, de modo a que o relevo fosse maior,

apesar de nessa altura a Hungria já estar separada

do império anteriormente referido. Em suma, Herczka

ainda detém o recorde de mais títulos consecutivos

na Liga, apesar de com o decorrer dos anos outros o

tenham igualado, o último dos quais Jesualdo Ferreira.

Ao todo na carreira conquistou quatro campeonatos,

tendo sido o primeiro a fazê­lo para os dois mais

emblemáticos clubes, das duas capitais da Península

Ibérica.

O avançado do Benfica Rogério descreve Herczka, “bom

homem sem dúvida, mas quando estava mal­disposto, era

impossível. Desatava a chamar nomes aos jogadores.

Assim, sem mais nem menos no meio dos treinos. Mas nós

já estávamos tão habituados que nem ligávamos”.

Treinador

Jogador Jogos Golos

Campeões

Tavares (gr) 14 ­23

Rogério 14 2

Gatinho 13 ­

Valadas 12 12

Torres 12 9

Gaspar 9 ­

Gustavo 13 ­

Albino 13 ­

Vítor Silva 12 7

Xavier 11 7

Domingos Lopes 9 2

João Correia 9 ­

Cardoso 3 1

Baptista 2 ­

Francisco Costa 5 ­

Guedes 3 2

A figura

Várias foram as figuras de destaque da

equipa encarnada. Desde Albino,

passando por Gaspar Pinto e Valadas

todos foram determinantes no título

alcançado. De qualquer forma a escolha

principal recaiu sobre Vítor Silva, que se

despediu do futebol campeão, esta foi a

sua última época. Apesar de ter apenas

27 anos na altura, uma flebite na perna

esquerda antecipou o abandono da

modalidade, voltando à sua profissão de

estofador de automóveis, algo hoje

inimaginável para um jogador do seu

estatuto. Sim, porque Vítor Silva ficará na

história do futebol português como o

primeiro jogador a ser contratado. A

transferência custou 15 “contos de reis”,

o valor que o Benfica teve de pagar ao

Carcavelinhos. Na altura foi uma loucura

o preço pago, provocando um espanto

geral e muitas críticas, dos mais diversos

sectores da sociedade portuguesa. A sua

estreia com a camisola encarnada deu­se

contra o FC Porto, numa vitória por 4­1,

quando tinha apenas 18 anos. Pioneiro

no golo em "salto de peixe", também

apelidado na altura de "golo à Vítor Silva",

era um jogador apetrechado

tecnicamente, onde o passe, a finta e o

remate, afinal de contas era avançado.

De 1927 a 1936 efectuou 236 jogos

oficiais pelos encarnados, apontando 203

golos. Na Selecção obteve 19

internacionalizações e 8 golos, tendo três

desse jogos e três desses golos sido

marcados nos Jogos Olímpicos de

Amesterdão. A 13 de Setembro de 1936

foi­lhe feita uma festa de despedida

contra o Sporting, em que o Campo das

Amoreiras estava completamente lotado,

uma partida em que o Benfica derrotou o

Sporting por 2­1. Marcou aí o seu último

foi levado em ombros pelos

companheiros.

Page 10: Vantagem numérica 2

Vantagem Numérica Magazine

10

História - I Liga 1 935-36

posição equipa j v e d gm gs pts ppj %

1º Benfica 14 8 5 1 44 23 21 1.5 75.0

3º Sporting 14 8 2 4 41 31 18 1.3 64.3

5º Vitória Setúbal 14 7 2 5 32 26 16 1.1 57.1

7º Carcavelinhos 14 1 4 9 8 30 6 0.4 21.4

2º FC Porto 14 9 2 3 50 18 20 1.4 71.4

4º Belenenses 14 7 3 4 28 22 17 1.2 60.7

6º Boavista 14 4 3 7 24 39 11 0.8 39.3

8º Académica 14 1 1 12 13 51 3 0.2 10.7

Classificação final da época 1935­36

Melhor marcador

O melhor marcador da I Liga foi Pinga,

jogador do FC Porto e um dos maiores

expoentes, provavelmente mesmo o maior,

do futebol português da altura. Não foi

portanto anormal que o madeirense Artur de

Sousa, mais conhecido por Pinga, chegasse

ao título de goleador do campeonato. Ele que

no seu histórico já trazia o escudo de

campeão nacional na época anterior e

grande figura do campeonato. Já nessa

temporada tinha sido um dos melhores

marcadores da prova, com 12 golos, a

apenas dois do melhor, Soeiro do Sporting.

Só que em 1936 o madeirense fez melhor,

marcou 19 golos em 14 jogos, não dando

assim hipótese à concorrência. Marcou oito

desses golos nas últimas quatro jornadas,

cinco dos quais ao Belenenses, numa

goleada de 9­1. Esta mais­valia portista tinha

sido resgatada ao Marítimo, onde já havia

sido internacional, em finais de 1930. Uma

transferência que fez correr muita tinta, com

muitas dúvidas sobre a sua regularidade.

Ainda hoje Pinga é um nome de vulto dentro

do FC Porto, em especial nos mais idosos,

que recordam por memória escrita ou visual

os feitos deste interior esquerdo criativo e

goleador que, apesar dos dotes técnicos

elevados, punha sempre a equipa em

primeiro plano. Eis um exemplo do furor que

fazia na época com o comentário de um

jornalista da revista Stadium, o meio de

comunicação especializado na altura, num FC

Porto – Benfica “agrada registar, como

exemplo e motivo de louvor, a forma de Pinga

actuar. É o homem que nunca pára. Que está

na defesa e sempre no ataque. Que dribla,

intercepta e passa... Nunca cometendo

violências. Pinga representa o jogador

completo: à mestria da técnica, alia a

maneira mais elegante de jogar”, palavras

elucidativas da qualidade do madeirense. Não

é pois de estranhar que os êxitos do clube

lhe ficassem incontornavelmente associados,

ele que era o patrão da equipa. Foi

internacional por 23 vezes, tendo apontado 9

golos.

Pinga foi o melhor

marcador da I Liga com

19 golos em 14 jogos.

Jogador do FC Porto e

um dos maiores

expoentes, provavelmente

mesmo o maior, do

futebol português da

altura.

Vítor Silva ficará na história do futebol português como o

primeiro jogador a ser contratado. A transferência custou

15 “contos de reis”, o valor que o Benfica teve de pagar ao

Carcavelinhos.

Page 11: Vantagem numérica 2

Vantagem Numérica Magazine

11

Notícias

Sub­20 disputam 3º lugar em Toulon

Portugal irá defrontar hoje a sua congénere francesa, para a disputa do 3º

lugar do prestigiado torneio francês. A equipa portuguesa conseguiu o

apuramento graças à vitória no derradeiro jogo frente à Nigéria, beneficiando

do milagre acontecido na partida entre o México e a Bélgica. A turma das

quinas precisava que os belgas não perdessem e foi o que veio a acontecer,

com Bakkali a empatar o jogo a um golo no terceiro minuto do período de

descontos, quando a Bélgica já jogava com menos dois jogadores. Nos outros

encontros Portugal empatou com o México a três, perdeu com o Brasil por 0­

2, os canarinhos ficaram em primeiro do grupo e vão disputar a final com a

Colômbia, e venceram a Bélgica por 2­0 e a já referida Nigéria por 2­1. Este

torneio permite intensificar a preparação para o mundial da categoria,

disputado na Turquia, onde a equipa lusa terá como primeiro embate,

precisamente a Nigéria, no dia 21 deste mês. O torneio decorrerá entre o dia

21 de Junho e o dia 13 de Julho, com a particularidade de, pela primeira vez

na história, haver um campeonato do mundo onde não estarão presentes

nem Argentina nem Brasil.

CR7 é o décimo desportista que mais

lucra no mundo

O português, segundo lista elaboradora pela revista Forbes, é o décimo

desportista que mais recebe no mundo, auferindo 27.190 milhões de euros,

um valor que engloba todas as recitas do madeirense, incluindo as

publicitárias. Esta lista é encabeçada pelo pugilista Floyd Mayweather Jr. que

recebe anualmente, qualquer coisa como, 69.324 milhões de euros. No

segundo lugar aparece o basquetebolista dos Miami Heat, Lebron James, que

aufere 43.554, ficando no último lugar do pódio o já retirado Beckham, que

embolsa 37.241 milhões de euros. Na quarta posição surge Drew Brees, do

futebol americano, seguido de Kobe Bryant dos LA Lakers. Na início da

segunda metade do top 10 aparece o tenista suíço Roger Federer, a que se

segue o piloto de fórmula 1 Fernando Alonso. Em oitavo e nono dois golfistas,

Tiger Woods e Phil Mickelson, num top fechado, como já foi dito, pelo

português Cristiano Ronaldo, o segundo futebolista no ranking. Uma posição

que poderá subir na próxima época, uma vez que Beckham deixou de jogar.

Neste ranking aparecem seis norte­americanos, um suíço, um espanhol, um

inglês e, claro, um português.

Fernando volta a reiterar interesse em

sair

Depois de no final da época de 2010­11 Fernando ter manifestado interesse em

sair, chegando mesmo a dizer que ficava contrariado, agora a situação volta a

repetir­se. Depois de terem circulado informações que estaria a ser tratada a sua

renovação de contrato com o FC Porto, foi o próprio jogador que as veio

desmentir, através da sua conta no facebook. Mais do que desmentir, Fernando

veio mesmo dizer que quer ir embora e fazer o contrato da sua vida, algo que os

dragões não lhe podem oferecer. Outro dos aspectos que o fazem querer sair,

segundo o próprio, é a falta de visibilidade da liga portuguesa, o que lhe tapa

caminhos no escrete. Tendo em conta que no próximo ano se disputa o mundial

de futebol no Brasil, o brasileiro vê na sua saída uma última esperança de estar

presente no evento. Uma posição que enfraquece o poder negocial do FC Porto e

que pouco terá agradado à sua direcção.

Bruno Alves no Fenerbahçe

O português Bruno Alves vai deixar o Zenit de S. Petersburgo e rumar aos turcos

do Fenerbahçe. O valor da transferência cifra­se em 5.5 milhões de euros e o

contrato é de três épocas. Com esta mudança o português irá auferir anualmente

2.5 milhões de euros, juntando­se novamente a Raúl Meireles, jogador com o qual

já tinha partilhado o balneário no FC Porto. Durante a sua estadia na Rússia, três

temporadas, Bruno Alves venceu dois campeonatos e uma supertaça. Uma

transferência que de certo agradará ao português, que na última época deixou de

ser titular, contribuindo em muito para isso o companheiro de Selecção Neto. O

campeonato turco volta a receber um português, algo que nos últimos anos tem

acontecido com bastante frequência, em especial no Besiktas.

7 anos depois, Jesualdo regressa a Braga

Jesualdo ferreira foi apresentado na passada quinta­feira, como novo treinador do

Sporting de Braga. Depois de ter saído no final da temporada de 2005­06, o

transmontano regressa sete épocas depois. Na altura António Salvador justificou

a sua medida com a necessidade do Braga começar a lutar por títulos, algo que

não era viável com o Professor, contratando para esse objectivo Carlos Carvalhal.

A verdade é que sete anos passados os arsenalistas apenas ganharam um título,

este ano a Taça da Liga, enquanto Jesualdo leva no currículo três ligas, duas taças

e uma supertaça, sendo o sexto treinador mais titulado com equipas portuguesas,

em igualdade com o quarto. Saiu por que não ganhava troféus, voltou com mais do

que o clube ganhou na sua ausência e com mais que o clube tem na sua história.

Apesar de o Presidente ser o mesmo, estranhamente ou talvez não, o Professor

volta por “uma questão de afecto e gratidão, não esqueço que na altura precisei

do Braga para continuar a minha carreira. Para mim, o sentimento de gratidão é

um dos mais nobres do ser humano e quando o presidente me abordou, há uma

semana, não pensei muito, deixei­me levar pelo sentimento”.

Page 12: Vantagem numérica 2

Vantagem Numérica Magazine

12

A luz mantém­se acesaA Selecção venceu a Rússia e isolou­se no primeiro lugar. Apesar de ser uma liderança provisória, a Rússia tem menos dois jogos

disputados, serve para alimentar o ego dos jogadores e adeptos portugueses. No jogo de ontem Portugal cumpriu a sua missão, o

mais importante, mas voltou a não dar segurança.

O mal­amado Hélder Postiga deu, a

meias com Kombarov, a vitória a

Portugal. Num jogo de importância

elevada, a equipa lusa conseguiu o

seu principal objectivo, vencer.

Numa partida em que a Selecção

entrou a todo gás, agressiva e

rápida, o 1­0 acabou por acontecer

naturalmente. Surgiu de um da

esquerda, exemplarmente batido

por Miguel Veloso, a que Postiga

deu sequência. Passam nove

minutos do início da partida e as

expectativas eram altas. A toada

manteve­se, Portugal controlava e

dominava o encontro, não dando

quaisquer possibilidades aos

russos de reagirem. Foi assim até

cerca dos 20 minutos, altura em

que a pressão lusa baixou. A partir

daí viu­se aquilo que tem sido

costume, um jogo pachorrento com

pouca velocidade e intensidade,

sempre à procura de Cristiano

Ronaldo. Apesar do domínio

continuar a ser exercido, o jogo

deixou de ficar controlado, dando

oportunidade à Rússia de se

mostrar. As oportunidades

começaram a aparecer nas duas

balizas e a tranquilidade

desapareceu. A segunda parte foi

mais do mesmo, excepto os

primeiros cinco minutos, onde

Portugal deu a impressão que vinha

para resolver a partida de vez, mas

foi sol de pouca dura. Até final o

resultado não se alterou, mas não

foi por falta de ocasiões, o jogo

tanto podia ficar 1­1 como 2­0.

Árbitro: Damir Skomina (Eslovénia)

Estádio: Luz, Lisboa, 7 Junho de 2013 ­ Assistência: 38 000

Rui Patrício

João Pereira

Bruno Alves

Luís Neto

Fábio Coentrão

Miguel Veloso

Raúl Meireles (73' Rubén Amorim)

João Moutinho

Vieirinha (90+2' Custódio)

Hélder Postiga (66' Nani)

Cristiano Ronaldo ­ capitão

Treinador: Paulo Bento

Akinfeev

Anyukov (31' Kozlov)

Ignashevich

Vasili Berezutski

Zhirkov

Denisov ­ capitão

Shirokov

Dmitri Kombarov

Fayzulin (21' Glushakov)

Bystrov

Kerzhakov (68' Smolov)

Treinador: Fabio Capello

Portugal 1

(9' Hélder Postiga)

Rússia 0

Portugal vs Rússia - Apuramento para o Mundial

Hélder Postiga, avançado do Saragoça, marcou ontem o 26º golo pela Selecção, igualando assim Rui Costa no sexto lugar. O

ponta­de­lança português está, agora, a três golos de igualar Nuno Gomes e a seis de Luís Figo, que ocupa a quarta posição.

Cristiano Ronaldo, que não marcou hoje, é o jogador no activo mais bem posicionado, ocupando o terceiro lugar.

As alterações incutidas também não

trouxeram nada de novo, numa equipa

que cumpriu mas com pouco brilho. A

única excepção foi Luís Neto, que na sua

primeira internacionalização mostrou

grande qualidade. Não se inibiu de

arriscar nos desarmes, conseguindo­os

sempre de forma exemplar. Percebe­se

agora porque Bruno Alves vai para o

Fenerbahçe, porque aí terá mais

probabilidades de jogar. No final a festa

foi portuguesa, que era o mais

importante, num jogo dominado,

normalmente é sempre assim sempre

que do outro lado está um treinador

italiano, mas não controlado.

Page 13: Vantagem numérica 2

Vantagem Numérica Magazine

13

Portugal vs Rússia - Apuramento para o Mundial

DiscursoDirecto

Paulo Bento

É normal que Portugal queira estar em

primeiro lugar. Disse que o objetivo era estar

no Brasil, de preferência no primeiro lugar, mas

está difícil e temos de pensar no play­off. O

resto, não depende de nós. O que disse na

última conferência de imprensa tem a ver com

a história da Seleção. Perdemos alguns pontos

nas qualificações para os Europeus e Mundiais

que passaram. Portugal pode ainda fazer 23

pontos e ficar em segundo. Acho que estamos

dentro da realidade do que tem sido as nossas

qualificações. É histórico na Seleção sentir

dificuldades para gerir situações de sucesso,

como é ter dificuldades nos jogos em que nos

sentimos favoritos. Isso é histórico ­ faz parte

da nossa identidade. Mas queremos mudar

mas há coisas que não se conseguem fazer de

um momento para o outro. Não fiz contas

porque estamos com seis jornadas disputadas.

Não quis correr esse risco, nem que os

jogadores corressem esse risco porque fazer

contas desgastam­nos sem necessidade.

Luis Neto

PO mais importante é realçar atitude dos

jogadores. O treinador pediu seriedade e

conseguimos fazer um grande trabalho.

Substituir Pepe não é fácil, é um dos melhores

defesas­centrais do Mundo. Coube­me

responsabilidade de entrar no onze, acho que

fiz bom trabalho. (...) É o coroar de uma época

de mudanças e coisas novas na minha vida.

Resta­me continuar a trabalhar.

Cristiano Ronaldo

Entrámos bastante fortes no jogo. Criámos

oportunidades e podíamos até ter marcado mais

golos. O objetivo foi cumprido. Para ser sincero,

nunca pensei na possibilidade de não irmos ao

Mundial. Isso pode até acontecer, mas eu sou uma

pessoa positiva, e temos de ter a cabeça tranquila.

Se fizermos o nosso trabalho estaremos no

Mundial, Esteve muito bem a substituir o Pepe. Não

é fácil, não há outro Pepe, mas o Neto e o Bruno

Alves fizeram um excelente jogo. Os adeptos têm de

estar contentes pelos centrais que têm.

Bruno Alves

Neto fez um bom jogo. Não fiquei surpreendido pela

forma como ele jogou. Ele é um excelente jogador, é

o futuro da seleção. Pepe também é um grande

jogador, um dos melhores centrais do mundo.

Agora é o treinador que tem de decidir quem joga.

Este é um novo desafio na minha carreira e um

passo em frente. Foi uma questão de timing, tinha

um ano de contrato com o Zenit, a quem estou

agradecido. Vou para a Turquia para ganhar títulos.

Nani

Não estava a 100 por cento, pois estive um bom

tempo parado. Treinei nas últimas duas semanas,

mas o treinador achou que era melhor opção ficar

no banco e respeitei. Concordo com ele, foi boa

opção, porque as coisas correram bem para a

equipa. Quando se ganha, ganha­se confiança e

agora vamos regressar em força para os próximos

jogos. Nos próximos dias vou decidir sobre o meu

futuro e decidir para onde vou ou onde vou ficar.

Hélder Postiga

Temos de pensar jogo a jogo e somar os próximos

três pontos porque não dependemos de nós. Temos

de continuar a trabalhar e a pensar nos próximos

três pontos. Não conseguimos nada, mas

continuamos na luta», afirmou o avançado, que

também falou do lance do golo: «Tentei encostar,

creio que a bola bateu num jogador e no poste, foi

um lance muito rápido. O mais importante foi a

vitória. Não foi uma resposta às críticas. Tenho de

continuar assim e de continuar a trabalhar para

merecer a confiança do selecionador. Temos muito

caminho pela frente. Parabéns à equipa.

Rubén Amorim

Foi um jogo bastante difícil mas conseguimos os

três pontos, isso é que era essencial. Vencer e

conquistar os três pontos para continuar a

caminhada rumo ao Mundial. Já tivemos problemas

em certos jogos em que não pensámos tanto em

controlar o jogo. Era o que tínhamos em mente,

fazer um golo e controlar o jogo, com um adversário

de qualidade.

João Pereira

Sabíamos que hoje só havia um resultado possível

que era a vitória, era o único que nos dava

esperança para o apuramento. Encarámos o jogo

de forma muito séria, entrámos fortes para

pressionar a Rússia e para eles saberem que

estávamos fortes e que estávamos aqui para

ganhar e conseguimos uma vitória importante.

Tínhamos a vantagem de 1­0, alguns dos nossos

problemas nos jogos anteriores foram termos

sofrido golos em contra­ataque, mas hoje estivemos

bem posicionados, defensivamente muito fortes, por

isso não sofremos golos.

Page 14: Vantagem numérica 2

Vantagem Numérica Magazine

14

Portugal vs Rússia - Apuramento para o Mundial

DiscursoDirecto

Fabio Capello

"Creio que a minha equipa fez um bom jogo,

provavelmente o resultado justo seria um

empate. Mas temos que aceitar este resultado.

Estamos contentes com a prestação da equipa.

Depois do jogo no balneário agradeci à equipa e

disse que fizemos uma exibição que merece

respeito. No futebol há momentos bons e maus

durante um jogo. Jogámos contra uma equipa

muito forte. Jogávamos em casa de Portugal.

Não era um jogo particular. O início do jogo foi

difícil para nós." Sobre a primeira substituição,

"Fayzulin estava com problemas de respiração,

não conseguia respirar. Pediu a substituição,

não tínhamos outra opção." Sobre a

arbitragem, "não gosto de comentar o trabalho

do árbitro. Às vezes apita a teu favor, outras

vezes a favor do adversário." Em relação ao

golo, "não andamos à procura de erros

individuais, ainda para mais marcávamos à

zona naquela situação. O cruzamento do Veloso

foi muito bom, quando a cobrança de uma bola

parada é muito boa é difícil fazer alguma coisa."

Sobre a ausência de golos por parte de

Kerzhakov há seis meses, "não vejo problema,

acho que ele jogou muito bem, correu bastante,

fez um bom remate. Têm razão, tem que

marcar, tem que fazer golos, mas isso vai

chegar." Sobre a incapacidade da Rússia para

virar jogos, "para mim esse problema não

existe. Fizemos o nosso jogo, jogámos bastante

bem, vocês já admitiram que houve situações

discutíveis por parte da arbitragem, mas não

interessa, eles fizeram um golo e ganharam 1­

0."

El General, um dos nomes pelos

quais é conhecido Fabio Capello,

não desgostou da prestação da

sua equipa, elogiando mesmo os

jogadores. Um técnico que,

apesar de momentaneamente

ter perdido a liderança, está

quase com os dois pés de forma

directa no mundial. Depois da

desilusão que foi ser

selecionador da Inglaterra,

Capello tenta recuperar os

registos favoráveis do passado

com a Rússia. Ele que, apesar já

treinar há longos anos, só

treinou quatro equipas. AC Milão

e Real Madrid por duas vezes, e

Roma e Juventus uma vez. Já

venceu 13 títulos na sua

carreira, já descontando os dois

campeonatos que foram

retirados à Juventus em 2005 e

2006, quando era treinador da

equipa. Ao todo conquistou sete

campeonatos, cinco de Itália e

dois de Espanha, quatro

supertaças de Itália, uma liga dos

campeões e uma supertaça

europeia. Um mestre nas provas

de regularidade, não tanto nas

provas a eliminar, no meio de

tantos títulos nunca conseguiu

vencer uma taça, tanto em Itália

como em Espanha..

Glushakov

Estamos desapontados com o resultado, mas não com a exibição. Falhámos alguns golos, mas Capello disse­nos

que podíamos jogar olhos nos olhos com qualquer seleção do Mundo. Portugal precisava de pontos e entrou

muito forte, marcou um golo, mas depois conseguimos equilibrar e podíamos ter empatado. Continua tudo em

aberto.

Page 15: Vantagem numérica 2

Vantagem Numérica Magazine

15

Zona Europeia - Apuramento para o Mundial

país j pts

1º Bélgica 7 19

2º Croácia 7 16

3º Sérvia 7 7

4º País de Gales 6 6

5º Escócia 7 5

6º Macedónia 6 4

Grupo A

Bélgica 2 Sérvia 1

De Bruyne 13' Kolarov 88'

Fellaini 60'

Croácia 0 Escócia 1

Snodgrass 26'

Grupo B

Arménia 0 Malta 1

Mifsud 8'

R. Checa 0 Itália 0

país j pts

1º Itália 6 14

2º Bulgária 6 10

3º República Checa 6 9

4º Dinamarca 5 6

5º Arménia 5 3

6º Malta 6 3

Grupo C

Áustria 2 Suécia 1

Alaba 26' pen Elmander 82'

Janko 32'

R. Irlanda 3 I. Feroe 0

R. Keane 5' 55' 81'

país j pts

1º Alemanha 6 16

2º Áustria 6 11

3º República Irlanda 6 11

4º Suécia 5 8

5º Cazaquistão 6 1

6º Ilhas Feroe 5 0

Grupo E

Albânia 1 Noruega 1

Rama 41' Hogli 87'

Islândia 2 Eslovénia 4

Bjarnason 22' Kirm 11'

Finnbogason 26' pen Birsa 31' pen

Cesar 61'

Krhin 85'

país j pts

1º Suíça 5 11

2º Albânia 6 10

3º Islândia 6 9

4º Noruega 6 8

5º Eslovénia 6 6

6º Chipre 5 4

Grupo F

Azerbaijão 1 Luxemburgo 1

Abushev 71' Bensi 79'

Portugal 1 Rússia 0

Hélder Postiga 9'

país j pts

1º Portugal 7 14

2º Rússia 5 12

3º Israel 6 11

4º Azerbaijão 7 4

5º Irlanda do Norte 5 3

6º Luxemburgo 6 3

Grupo G

Letónia 0 Bósnia­H. 5

Lulic 48

'Ibisevic 53'

Medunjanin 63'

Pjanic 80'

Dzeko 82'

Liechtenstein 1 Eslováquia 1

Büchel 13' Durica 73'

Lituânia 0 Grécia 1

Christodou.20'

país j pts

1º Bósnia­Herzegovina 6 16

2º Grécia 6 13

3º Eslováquia 6 9

4º Lituânia 6 5

5º Letónia 6 4

6º Liechtenstein 6 2

Grupo H

Moldávia 1 Polónia 1

Sidorenco 37' Blasz 7'

Montenegro 0 Ucrânia 4

Garmash 52'

Konoplyanka 77'

Fedetskyy 85'

Bezus 90'

país j pts

1º Montenegro 7 14

2º Inglaterra 6 12

3º Ucrânia 6 11

4º Polónia 6 9

5º Moldávia 7 5

6º São Marino 6 0

Grupo I

Finlândia 1 Bielorrússia 0

Hämälainen 57'

país j pts

1º Espanha 5 11

2º França 5 10

3º Finlândia 4 5

4º Geórgia 5 4

5º Bielorrússia 5 3

Page 16: Vantagem numérica 2

Vantagem Numérica Magazine História - Final da Taça das Taças de 1 964

16

Sporting brilha na EuropaPortugal já conseguiu vencer todas as provas da UEFA a nível de clubes. Para que isso seja um facto, foi determinante a vitória do

Sporting na Taça dos Vencedores das Taças em 1964. O Sporting mostrava­se à Europa e arrecadava um troféu, entretanto extinto

em 1999, que mais nenhum clube português ostenta.

Árbitro: Lucien van Nuffel (Bélgica)

Estádio: Heysel, Bruxelas, 13 Maio de 1964 ­ Assistência: 3 208

Sporting 3

(40' Mascarenhas 48' 80' Figueiredo)

MTK Budapeste 3

(19' 75' Sándor 73' Kuti)

Desempate ­ Árbitro: Gerard Versyp (Bélgica)

Estádio: Deurne, Bruxelas, 15 Maio de 1964 ­ Assistência: 13 924

Sporting 1 (19' Morais) MTK Budapeste 0

Kovalik

Keszei

Danszky

Jenei

Nagy

Ferenc Kovács

Sándor ­ capitão

Vasas

Bödör

Kuti

Halápi

Treinador: Bela Volentik

Carvalho

Pedro Gomes

Alexandre Baptista

José Carlos

Morais

Fernando Mendes ­ capitão

Geo

Osvaldo

Pérides

Figueiredo

Mascarenhas

Treinador: Anselmo Fernandez

Sporting

Desde a Fundação do clube até hoje,

o momento mais alto do futebol

leonino foi a conquista da Taça dos

Vencedores de Taças, em 1963­64.

Uma epopeia que passou por três

jogos suplementares, incluindo a final,

uma vitória de 5­0 sobre o

Manchester United e uma goleada de

16­1 sobre o Apoel de Chipre, que

ainda hoje é recorde das

competições europeias de clubes.

Com a extinção da Taça das Taças,

na temporada de 1998­99, e

respectiva integração na Taça UEFA,

hoje Liga Europa, o Sporting torna­se

assim o único clube português a

poder ostentar este título histórico.

João Morais concretizou o "cantinho"

mais importante da história do futebol

português. Uma caminhada que, além

de adversários poderosos, os leões

tiveram também de enfrentar três

jogos de desempate, com o Atalanta,

o Lyon e o MTK Budapeste. Na altura

os golos em casa e fora valiam

exactamente a mesma coisa, sendo o

único critério de desempate a

diferença de golos. Daí as três

partidas extra, uma sina que parecia

perseguir a equipa de Alvalade,

inclusive até à final. Uma campanha

de esforço, que ainda incluiu dois

prolongamentos, além de ter que

virar uma eliminatória praticamente

perdida para o Manchester United,

uma das melhores equipas do mundo,

que contava nas suas fileiras com as

estrelas Bobby Charlton, Dennis Law

e George Best, orientados por um

grande nome do futebol europeu,

Carvalho

Pedro Gomes

Alexandre Baptista

José Carlos

Morais

Fernando Mendes ­ capitão

Geo

Osvaldo

Figueiredo

Mascarenhas

Treinador: Anselmo Fernandez

Kovalik

Keszei

Danszky

Jenei

Nagy

Ferenc Kovács

Sándor ­ capitão

Vasas

Bödör

Kuti

Halápi

Treinador: Bela Volentik

Equipa do Sporting que venceu a Taça dos Vencedores das Taças em 1964, na

finalíssima frente aos húngaros do MTK de Budapeste, que os leões venceram por

1­0.

Page 17: Vantagem numérica 2

Vantagem Numérica Magazine

17

História - Final da Taça das Taças de 1 964

Sir Matt Busby. Após serem

derrotados por uns contundentes

4­1 em Old Trafford, os leões

viraram a contenda na segunda

mão, através de um jogo fantástico

em Alvalade, vencendo os “Red

Devils” por 5­0. Uma vitória que

gerou um vaticínio de Matt Busby

“o Sporting ganhará a Taça se

continuar neste ritmo”. O grande

herói dessa eliminatória, e não só,

foi Osvaldo Silva, a quem o locutor

da BBC teceu o seguinte

comentário “o Sporting esmagou

os diabos vermelhos por 5­0 numa

noite mágica de toda a formação

leonina, mas com especial

destaque para Osvaldo Silva”. Em

Inglaterra marcou o tento de honra

e em Lisboa fez um hat­trick,

marcando os dois primeiros nos

primeiros 12 minutos, metendo em

sentido a armada britânica, e

fechando o resultado aos 54.

Jogador de grande talento, onde

abundavam técnica e velocidade.

Veio para Portugal por intermédio

de Dorival Yustrich, técnico

brasileiro que o trouxe pra o FC

Porto. Ao final de dois anos foi

dispensado, indo para o Leixões,

clube com o qual venceu uma Taça

de Portugal no Estádio das Antas,

contra o FC Porto, tendo apontado

um golo. Chegou ao Sporting em

1962, já com 28 anos e impôs­se

naturalmente. Mas não foi só

decisivo nos quartos­de­final,

também nas meias.finais foi o

brasileiro que decidiu, colocando os

verde­e­brancos na final. No jogo de

desempate da eliminatória, Osvaldo

marcou o tento solitário que deu o

apuramento, eliminando assim o

Lyon. Esta caminhada ficou célebre

pelo “cantinho do Morais”, mas

quem mais deu nas vistas foi

Osvaldo Silva. Durante a caminhada

até à vitória, o Sporting conseguiu

bater um recorde, que vigora até

hoje, a maior goleada num jogo das

competições europeias. As vítimas

foram o APOEL do Chipre, que

foram cilindrados por 16­1, numa

eliminatória em que os dois jogos

foram em Lisboa. O Sporting

acordou com os cipriotas que lhes

pagariam a deslocação, mas que

os dois encontros seriam em

Lisboa. E assim foi, outros tempos.

A 13 de Maio de 1964, o Sporting

disputou a final com o MTK de

Budapeste, Hungria, empatando a

três bolas. O jogo realizou­se no

Heysel, em Bruxelas. Para esta final

a equipa leonina tinha três baixas

de vulto, Mário Lino, Lúcio e Hilário,

este último tinha fracturado a

perna três dias antes, num

encontro com o Vitória de Setúbal.

Empate a três golos, num jogo com

constantes reviravoltas no

marcador. Figueiredo, o Altafini de

Cernache, a 10 minutos do fim

selou o resultado final, levando as

duas equipas para um jogo de

desempate. A alcunha de

Figueiredo foi dada devido à sua

propensão para marcar golos ao

Benfica, invocando o brasileiro

Altafini, que em 1963 marcou os

dois golos com que o Milão venceu

os encarnados, na final da Taça dos

Campeões Europeus. Voltando à

final da Taça das Taças, dois dias

depois as equipas voltaram a

defrontar­se, no Estádio do Deurne

em Antuérpia, uma finalíssima que

ficou célebre pelo mítico golo de

Morais, obtido através de um canto

directo. No final Fernando Mendes

levantou a Taçados Vencedores

das Taças, exemplar único nas

vitrines de clubes portugueses,

tendo Mascarenhas sido o melhor

marcador da competição..

Morais descreveu assim o seu golo: “Virei­me para o banco e confirmei se era eu.

O técnico acenou­me que sim. Lá fui. Peguei na bola com jeitinho, disse­lhe umas

palavrinhas amigas, dei­lhe um beijinho Depois, mal senti o pé a bater nela fiquei

logo com a sensação de que seria golo. Parece que o tempo parou ali. Observei a

trajectória do esférico, vi o Figueiredo a correr para o primeiro poste e o guarda­

redes atrás dele para interceptar a eventual cabeçada do desvio, mas o destino

estava traçado. A bola passou por cima dos dois e acabou por entrar junto ao

segundo poste. Foi a euforia total, ainda para mais porque foi o golo que ditou a

vitória e permitiu­nos trazer a taça. Não foi um golo de sorte. Ao longo da minha

carreira marquei mais uns quantos da mesma maneira.”

Jogador golos

Mascarenhas 9

Figueiredo 6

Melhores marcadores

Osvaldo 5

Morais 2

Augusto 3

Pinto 2

Jogador golos

Geo 2

Bé 1

Mário Lino 1

Louro 1

Pérides 1

Page 18: Vantagem numérica 2

Vantagem Numérica Magazine

18

História - Final da Taça das Taças de 1 964

Anselmo Fernandez

Anselmo Fernandez, português de

origem espanhola, estreou­se em

1962 como treinador do Sporting,

substituindo o mítico Jozsef Szabo.

Foi o primeiro clube deste arquitecto

de profissão, que tinha um estilo de

treino muito próprio, tendo sido o

primeiro técnico em Portugal a

recorrer aos vídeos, de forma que

os seus jogadores pudessem

analisar as equipas adversárias. Em

1964 o treinador e a equipa por ele

orientada, o treinador de campo

Francisco Reboredo e o preparador

físico Professor Reis Pinto, fizeram

história no futebol nacional,

conquistando a Taça dos

Vencedores das Taças, um feito

único no nosso País. Tornou­se

também no primeiro português a

vencer uma competição europeia, já

que as vitórias do Benfica em 1961

e 1962 tinham sido alcançadas pelo

húngaro Bela Guttmann. Nessa

época que marca a história do

Sporting o “arquitecto”, como era

chamado, veio substituir Gentil

Cardoso, o treinador brasileiro que

estava à frente do clube. Durante

todo o tempo que treinou a equipa

leonina a caminho do "sonho" de

Antuérpia, Anselmo Fernandez não

quis receber um tostão que fosse do

clube. Mais tarde, quando Brás

Medeiros assumiu a presidência do

Sporting, Jaime Duarte decidiu

propor­lhe um contrato oficial, mas a

sua forte personalidade imperou,

“ofereceram­me 15 contos por mês,

valor que era baixo para um

treinador, sobretudo depois da

vitória na Taça das Taças. Só recebi

um mês, já que na época seguinte

após a vitória por 4­0 sobre o

Bordéus demiti­me, porque antes

desse jogo o vice­presidente Pereira

Silva decidiu enviar aos emigrantes

em França uma carta de captação

de simpatias, com as assinaturas de

11 jogadores. Leu a carta ao almoço

embevecido e perguntou­me a

opinião, disse­lhe que a ideia era gira

mas que achava que, por enquanto,

ainda era eu o treinador, não

percebendo por isso porque

estavam lá aqueles 11 nomes e não

outros. Ganhámos e em Lisboa

demiti­me. Nunca mais voltei ao

Sporting”. Anselmo Fernandez foi

ainda um dos responsáveis, em

parceria com Sá da Costa, pelos

projectos de construção do Estádio

José Alvalade, pelos quais, uma vez

mais, não aceitou qualquer tipo de

remuneração. Em 1964 foi

distinguido com o Prémio Stromp,

na categoria de Técnico Profissional,

e foi considerado Sócio de Mérito do

Sporting Clube de Portugal. Mais

tarde, já treinador da CUF, o destino

traiu­o num acidente de viação,

ficando às portas da morte. Foi

sujeito a uma delicada operação ao

cérebro, pelo Dr. Vasconcelos

Marques, famoso neurocirurgião de

Salazar, lutou contra a morte e

conseguiu vencê­la, apesar de nunca

mais ter voltado a treinar.

Anselmo Fernandez foi o primeiro

treinador em Portugal a recorrer

ao vídeo, em conjunto com os

jogadores. Uma visão de futuro

deste arquitecto, que foi ainda

um dos responsáveis, em

parceria com Sá da Costa, pelos

projectos de construção do

Estádio José Alvalade, pelos

quais, não aceitou qualquer tipo

de remuneração.

Osvaldo Silva era um

jogador de grande

talento, onde abundava

técnica e velocidade.

Veio para Portugal por

intermédio de Dorival

Yustrich, técnico

brasileiro que o trouxe

pra o FC Porto. Ao final

de dois anos foi

dispensado, indo para o

Leixões, clube com o

qual venceu uma Taça

de Portugal no Estádio

das Antas, contra o FC

Porto, tendo apontado

um golo. Chegou ao

Sporting em 1962, já

com 28 anos e impôs­

se naturalmente.

Page 19: Vantagem numérica 2

Vantagem Numérica Magazine História - Final da Taça das taças de 1 964

19

Os favoritos

A quarta edição da Taça dos

Vencedores das Taças acabou por

ter dois finalistas inesperados. No

início da prova partiam como

favoritos o Tottenham, actual

detentor do título, o Barcelona, que

havia ganho por duas vezes a Taça

das Cidades com Feira, a actual

Liga Europa, em 1958 e 1960. O

Manchester United, comandado

por Matt Busby tinha nas suas

fileiras Bobby Charlton, George

Best e Dennis Law, o Hamburgo de

Uwe Seeler, e o Celtic de Glasgow,

que três anos depois venceria a

Taça dos Campeões Europeus em

Lisboa. Estes eram os grandes

candidatos, dos quais só o Celtic

conseguiu chegar à meia­final,

numa fase onde foi eliminado pelo

MTK para espanto geral. Depois de

uma vitória por 3­0 em Glasgow, os

escoceses foram goleados em

Budapeste por 4­0, tendo sido esta

uma das surpresas da prova. A

outra aconteceu nos quartos­de­

final, com o Sporting a esmagar,

também na segunda mão, o

colosso do Manchester United.

Depois de uma derrota por 4­1 em

Old Trafford, os leões cilindraram

os ingleses em Alvalade por 5­0!

Depois das vitórias do Benfica na

Taça dos Campeões Europeus em

1961 e 1962, surgia agora outra

equipa portuguesa a brilhar, o

Sporting. Dois anos mais tarde

seria a vez da Selecção brilhar no

mundial de 1966.

Treinador húngaro que chegou a esta final já em fim de

carreira. Com um trajecto feito, essencialmente, no futebol

suíço, onde esteve 17 anos, de 1936 a 1953. Nessa

altura orientou o Aarau, o Saint­Gallen, o Young Boys, o

Lugano, por duas vezes, e o Lausanne. De seguida foi

treinar a selecção do Luxemburgo durante dois anos,

voltando ao seu país natal em 1955 paara treinar o

Haladas. Seguiu­se o MTK Budapeste, onde ficou uma

época, para depois orientar o Pecsi Dozsa, passando daí

para a selecção húngara, que orientou nos Jogos Olímpicos

de 1960. A selecção búlgara foi a etapa seguinte, voltando

em 1964 ao MTK. Terminou a carreira em 1967 ao

serviço do Dínamo de Dresden, da República Democrática

Alemã. Durante a sua extensa carreira apenas venceu

duas Taças da Suíça, em 1945 pelo Young Boys e em

1953 pelo Lugano. A sua melhor prestação, além da

presença na final da Taça das Taças, foi em 1960 ao

serviço da Hungria, onde alcançou a terceira posição nos

Jogos Olímpicos de Roma. Numa altura em que os

treinadores magiares estavam no top, Volentik não foi dos

mais dos mais triunfadores.

Melhores marcadores

Jogador golos

Kuti 5

Sándor 4

Bödör 3

Kovács 1

Vasas 2

Os húngaros, mais que o Sporting, foram a grande

surpresa da competição. Com uma equipa modesta, apesar

de provenientes de uma excelente escola, o MTK conseguiu

chegar à final. Deixou pelo caminho o Slavia de Sófia da

Bulgária, o Motor Zwickau da República Democrática

Alemã, o Fenerbahçe da Turquia, a única equipa com quem

teve de disputar um jogo extra de desempate, além da

finalíssima contra o Sporting. Na meia­final dobrou de forma

excepcional, o principal candidato ao título que chegou

àquela fase, o Celtic de Glasgow. Depois de uma derrota

por 3­0 na Escócia, os magiares golearam o Celtic em casa

por 4­0. Kuti, uma das referências da equipa foi o herói da

partida, marcou dois golos, sendo o último, o da qualificação

para a final, apontado aos 71 minutos. Apesar da excelente

temporada deste jogador, nunca foi uma opção para a

selecção húngara, onde apenas por uma vez foi chamado.

Ele que foi o melhor marcador da equipa na prova, com

cinco golos. Mas a principal figura desta equipa era Sándor,

que se despediu do futebol após a derrota com o Sporting,

ele que fez quatro golos na competição. Representou a

Hungria por 75 vezes e marcou 27 golos, um bom pecúlio

para um médio, criativo é certo. Dos restantes jogadores

existiam mais quatro internacionais, sendo que apenas

Nagy teve internacionalizações dignas de registo, 22, todos

os outros três apenas representaram a Hungria uma ou

duas vezes. Foi o caso de Kovács que, apesar de ter jogado

uma única vez pela selecção magiar, esteve presente nos

Jogos Olímpicos de Roma, onde ganhou a medalha de

bronze. Uma equipa esforçada que teve como prémio uma

presença numa final europeia, a única do MTK até hoje.

MTK de Budapeste Bela Volentik

Page 20: Vantagem numérica 2

Vantagem Numérica Magazine Entrevista - José Mourinho

20

"Quando se tem uma pessoa comoJosé Mourinho deu a sua última entrevista como treinador do Real Madrid. Num tom calmo e sereno foi atacando quase tudo e

todos, só sobrando elogios para Karanka, seu adjunto. Uma entrevista conduzida por Josep Pedrerol para o programa Punto Pelota,

que transcrevemos aqui na íntegra.

Porquê é que se vai embora?

Porque acho que é o melhor para

mim e para a actual situação do

clube. Acredito que se

começarmos a próxima

temporada, vamos começar com

uma série de problemas que se

arrastam. Hoje temos o melhor

exemplo da dinâmica e do objectivo

destes problemas. Então penso que

é o melhor para todos, incluindo os

jogadores, que são o mais

importante. Eles é que têm de ter o

apoio e paz de espírito para iniciar

um projecto novamente, com um

novo treinador, que quem quer que

seja, embora pareça ser o Carlo

Ancelotti, a quem desejo o melhor.

De que se arrepende?

O arrependimento não vale nada,

acabou, acabou. Obviamente, e digo

sempre, quando tinha 30 e tal anos

e comecei no futebol achava que

sabia tudo e não sabia nada,

porque a cada ano aprendo mais,

torno­me mais forte, melhor e mais

preparado. Essa é a conclusão.

Temos que estar sempre em

constante aprendizagem, analisar o

que aconteceu. Faço isso

constantemente com os meus

colaboradores, ouvir feedbacks, ora

positivos, ora negativos. Aprende­

se sempre com as experiências,

obviamente, tenho a certeza que

cometi os meus erros, e outros

com responsabilidade, certamente

que também os cometeram. Mas

faz parte do jogo. É como um scout,

que um dia diz que um jogador não

vale a pena e seis meses mais

tarde é um jogador fantástico. Isso

para mim não merece críticas. São

situações normais do futebol há

que aceitar pacificamente.

Dentro de si sente­se do Real

Madrid, tem o orgulho de ter

pertencido ao clube?

Orgulho, sem dúvida. Eu vim para

Madrid no melhor momento da

minha carreira, quando tinha ganho

o triplete. Recebi a Golden Ball em

Madrid, mas foi referente ao meu

trabalho no Inter de Milão. Vim

exactamente porque pensei que a

minha carreira não teria sentido

sem ter passado neste monstro, no

sentido positivo, obviamente, com

todo o orgulho. Se me perguntar se

eu teria vindo depois de saber o

que aconteceu nestes últimos três

anos, teria vindo. Sem ter vindo não

poderia dizer que ganhei as três

principais ligas do mundo do

futebol. Estou grato ao presidente

por me ter trazido aqui e a muitas

pessoas que trabalharam comigo,

especialmente ao Aitor (Karanka),

porque os outros são o meu grupo,

se assim se pode dizer. Aitor

conheci­o aqui e tornou­se um de

nós, mas as pessoas não

entendem que ao ser um de nós

não deixa de ser um madridista,

daqueles que em Portugal se diz

"dos quatro costados", defendendo

sempre o grupo de trabalho e o

Real Madrid. Eu quis que ele

continuasse connosco, mas

compreendo perfeitamente a sua

decisão. Ele tem um contrato com

o Real Madrid, é um homem de

Madrid, se continuar como adjunto

aqui têm muito para oferecer e, se

não continuar estará, como ele diz,

muito bem preparado para

começar a sua carreira como

treinador principal, esperando com

tranquilidade uma oportunidade.

Nós esperamos que tudo corra

bem, porque é o nosso irmão

espanhol.

Tem sido um guerreiro nas confe­

­rências de imprensa, cada uma

foi, muitas vezes, um espectáculo.

Também criticou a arbitragem

que, na sua opinião, favoreciam o

Barça na Europa. Sentiu­se

sozinho nesta luta?

Penso que sou um treinador

confortável para os outros. Quando

se tem uma pessoa como eu, não é

preciso dar a cara, não se tem que

entrar em certo tipo de situações,

eu acho que é confortável. Se a

minha mulher em casa resolver

todos os problemas das crianças,

da escola, da adaptação e lhes der

apoio, tenho tudo em meu poder

para ficar totalmente focado no

meu trabalho e no meu futebol, é

fantástico. Eu digo­lhe: fazes tudo,

obrigado, é perfeito. No futebol isso

acontece um pouco quando se tem

pessoas que dão a cara, que vão à

luta, que prejudicam a sua própria

imagem, às vezes sem

necessidade. Mas penso que nos

pagam para isso, e hoje (sábado)

comentei­o também com os

jogadores. Não, não tenho de

agradecer a ninguém, porque

vocês fizeram o que vos pagam

para fazer. Pagam­vos para treinar,

jogar, ter uma vida social, embora

sendo jovens, compatível com a

profissão. Não tenho que

agradecer por nada. Comigo é a

mesma situação, os clubes que me

contratam e me pagam, cumprem

os seus compromissos comigo, e

eu tenho que dar tudo, muitas

vezes esquecendo­me de mim

mesmo, fazendo mal ou bem, isso

Page 21: Vantagem numérica 2

Vantagem Numérica Magazine Entrevista - José Mourinho

21

eu, não é preciso dar a cara"

cada um é livre de julgar. Por isso

digo que respeito totalmente que me

tenham criticado e que não tenham

estado de acordo com muitas das

minhas decisões, mas como diria

Frank Sinatra, eu fi­lo "My way" (à

minha maneira). Aprendi desde a

infância, porque estou no futebol

desde que nasci, a respeitar o

público. Mas ser assobiado!?

Preferia ter sido assobiado pelas

razões certas e não por uma

campanha, bem preparada e bem

trabalhada, que terminou com

sucesso para aqueles que a

montaram. Mas é uma campanha

de sucesso com base na falta de

ética. Eu, como um profissional em

qualquer sector, acredito que a ética

e a dignidade profissional são as

últimas coisas que se devem perder,

e muitas pessoas não a tiveram. Na

minha última conversa com os meus

jogadores falei exactamente da

ética, da dignidade, da mensagem

que lhes queria deixar. Há pessoas

que se sentem muito contentes em

função da despedida que o Bernabéu

me dará, mas é um sucesso com

base na falta de ética e honestidade.

Há quem diga que se vai embora

porque não sabe lidar com a

pressão...

Estão enganados.

O Real Madrid é o clube com mais

pressão?

Eu não senti muito, sinceramente.

Devo ser o único treinador na

história do Real Madrid que nunca

comeu em restaurantes

importantes do meio desportivo, que

nunca visitou redações de jornais. Fiz

a minha vida entre o clube e a minha

família. Quando se treina uma equipa

com 20 jogadores, 20 bolas e um

campo, quer seja na China ou no

Vietname, não se sente a diferença.

Sente­se o prazer do trabalho. Por

isso não senti nenhum tipo de

pressão diferente dos outros clubes.

É um clube com uma dinâmica e

uma envolvência muito especial, mas

para mim acabou.

A família teve impacto na sua

saída?

Tenho uma família de campeões. Um

com 13, uma idade que não é

socialmente fácil como pode

imaginar, uma menina de 16 anos e

uma mulher que tem estado sempre

comigo nesta aventura. Porque é

uma aventura desde que saímos, em

96, de Portugal para ir para

Barcelona. Depois voltámos uns

anos ao Porto, fomos para o

Chelsea, Milão, Madrid ... e agora

saímos outra vez. Eu tenho uma

família de campeões, se eles não

fossem campeões nunca poderia ter

a carreira que tenho. Portanto mais

ou menos felizes, com mais ou

menos problemas, somos uns

campeões.

Já viu a referência a Ancelotti

como o "Pacificador", acha que

precisamos de um?

Se um dia me chamassem ou

qualificassem como pacificador

como treinador de futebol , seria

uma ofensa. Eu acho que o Carlo

merece tudo menos ser ofendido

antes de chegar, por isso espero

que tenha o apoio que um treinador

precisa e que seja muito feliz.

Ancelotti, ou quem quer que venha, é

isso que espero.

honestidade de na altura o dizer.

Repito uma vez mais, em quatro

horas (referindo­se ao último jogo

que faltava disputar) tudo estará

terminado para mim no Real. Hala

Madrid e Mourinho à sua vida, para

dar continuidade a uma carreira, da

qual tenho muito orgulho. E vou com

os três títulos: Liga, Taçaa do Rei e

Supertaça , aos quais junto os títulos

de Portugal, Itália e Inglaterra. E

apesar de orgulhoso da minha

carreira, vou tentar conquistar mais.

Pepe traiu­o?

É uma boa pergunta para lhe fazer a

ele e não a mim. A única coisa que

posso dizer é que esteve com mais

de um pé fora do Madrid e eu

trouxe­o para dentro, proporcionei­

lhe e lutei por um contrato adequado

a um jogador, que eu considero,

fantástico e que esteve fora da

equipa algum tempo devido a lesão.

Nessa altura começou a jogar um

miúdo com 10, 12 ou 13 anos a

menos que ele, mas um miúdo que,

na minha opinião, mereceu jogar.

Penso que ele não assimilou nem

aceitou bem essa situação. E

entrámos outra vez num período em

que todas as pessoas que o queriam

fora, chamando­o de assassino do

Real Madrid, que diariamente

recordavam as suas atitudes em

campo e a situação com o colega do

Getafe, a quem quase arrancou a

cabeça, e, de um momento para o

outro, todos ficaram lado dele. E

penso, realmente, que é um jogador

fantástico, de que o Real Madrid

precisa, porque é difícil encontrar

um jogador tão bom como ele. Estou

contente que agora ele possa (cont.)

2000 Benfica

2001­02 União de Leiria

2002­04 FC Porto

2004­07 Chelsea

2007­10 Inter de Milão

2010­13 Real Madrid

2013­ ?? Chelsea

FC Porto 6

2 Ligas

1 Taça

1 Supertaça

1 Liga dos Campeões

1 Taça UEFA

Chelsea 6

2 Ligas

1 Taça

2 Taças da Liga

1 Supertaça

Inter de Milão 5

2 Ligas

1 Taça

1 Supertaça

1 Liga dos Campeões

Real Madrid 3

1 Liga

1 Taça

1 Supertaça

Clubes treinados 6

Títulos conquistados 20

O próximo treinador poderá

perceber como vai encontrar o

clube, a organização, a

preparação de jogo, scouting,

dinâmica e filosofia de treino?

Quando chegar terá tudo à sua

disposição, não terá sido posto

nenhum vírus nem feito delete nos

computadores?

Quem vier, se for o Carlo,

encontrará tudo como quando eu

saí do Chelsea, espero que tenha a

Page 22: Vantagem numérica 2

Vantagem Numérica Magazine Entrevista - José Mourinho

22

(continuação) ter este apoio e esta

tranquilidade. A missão do treinador

também é atrair para si o ódio e

deixar os jogadores tranquilos.

Agora ele terá essas condições para

estar bem.

E Cristiano Ronaldo, quebrou­se a

vossa relação? O que é que

aconteceu?

Não sei. O Cristiano fez três

temporadas fantásticas, todas elas

comigo, não sei se as melhores da

sua carreira, porque no Manchester

também fez boas épocas, isso só ele

poderá dizer. Encontrámos um

esquema táctico fantástico para ele,

de forma a que pudesse expressar

todo o seu potencial em golos. Tive

um único problema com ele, muito

simples, muito básico, que foi criticá­

lo do ponto de vista táctico, tentando

melhorar o que na minha opinião

poderia ser melhorado, o que ele

não aceitou muito bem. Talvez

porque acha que já sabe tudo e que

o seu treinador não pode ajudá­lo a

crescer. Mas sem qualquer

problema. Estes dois jogos que ele

não jogou, que comigo foram quase

os únicos, foram devido a lesão.

Apareceu­lhe uma dor nas costas e

eu não duvido nunca das lesões de

jogadores, até porque ele tem dado

tudo pelo Real Madrid.

Depois de ver os jornais desta

manhã (dia do último jogo), o que

pensou?

Pepe, Cristiano e Casillas têm dores

nas costas, não treinaram durante

toda a semana e na semana

passada também não o fizeram

muito bem. Eles próprios não se

consideraram aptos para jogar este

jogo. Por isso, quem não está

convocado, não está convocado por

esses problemas. As capas dos

jornais que dizem que a minha

intenção é humilhar alguém não são

verdadeiras, mas eu entendo o

objectivo dessa campanha. É a

última vez que falo, com todo o

orgulho, ostentando este emblema

e, a partir daqui, tudo acaba. Fecha­

se um ciclo, começa outro, tanto

para o Madrid como para mim,

desejando o melhor ao Real Madrid.

Gostaria que fosse mais específico

sobre os dias em que Casillas não

treinou.

Segunda­feira e terça­feira foram de

folga para os jogadores aptos, o que

não aconteceu com os lesionados.

Esses não têm dias livres desde que

cheguei, porque aquele que não está

em condições de fazer o seu

trabalho, tem de cuidar de si,

trabalhando de manhã e à tarde

para recuperar, porque o clube

paga­lhe para trabalhar e estar

disponível. Não me parece que na

segunda ou terça Casillas tenha

estado no clube, porque o vi num

qualquer tipo de acção fora do

contexto profissional. E quarta,

quinta e sexta­feira não treinou com

a equipa, sendo informado pelo

departamento médico que não

estava em condições de jogar. Para

mim não há nenhum problema, mas

acho que faz parte da vossa

profissão ter um pouco de ética,

procurar um pouco a verdade. A

capa poderia ser: "Saiu o treinador

da Liga dos Recordes". E no fim a

capa é: "O treinador quer humilhar

novamente um jogador ". Não me

parece correcto, mas repito, é a

última vez que falo com este

emblema ao peito, com orgulho

desde o primeiro dia, mas termina

um ciclo e vou procurar mais

felicidade para a minha vida e

disfrutar do meu trabalho.

Qual é a sua relação com Casillas?

É um jogador, e para mim os

jogadores são todos iguais. Talvez

aqui as pessoas não estejam

preparadas para que os jogadores

sejam todos iguais. Eu sou um

treinador que procura a

meritocracia, quem eu penso que

está melhor preparado é quem deve

jogar, sem olhar a status, ou

passado. É como trabalha, como

treina, como joga. E, para mim, foi

uma situação perfeitamente normal,

como foi normal durante toda a

temporada deixar Marco Materazzi,

também campeão do mundo e

lendário no Inter, no banco. Como no

Chelsea, Benitez deixou esta

temporada Terry sempre no banco.

Como Sir Alex deixou Rooney no

banco baseado no que eu penso que

é a meritocracia. As pessoas

pensam que Iker é melhor do que

Diego e deveria jogar sempre, eu

aceito­o totalmente. Mas o técnico

sou eu e eu sou assim. Se, depois, há

jogadores que modificam o seu

modus operandi, dependendo se

jogam ou não, se estão felizes ou

não, é um problema do jogador. Eu

como treinador tento fazer as coisas

com base na meritocracia.

Sabia que se encostasse Casillas

teria um problema...

As minhas decisões não têm nada a

ver se vou ter problemas ou não.

Prefiro ter problemas com as

pessoas, com a imprensa ou com

meia cidade, que ter problemas

comigo mesmo, e isso seria pensar

que um jogador merece jogar e não

joga. No outro dia perguntei ao Aitor,

do que aprendeu nestes três anos, o

que é que tinha sido mais relevante?

Surpreendeu­me ao dizer que, "um

treinador pode perder tudo, mas a

última coisa que pode perder é a sua

dignidade".

Vai recordar também os adeptos

que, apesar de o assobiarem no

final, cantaram o seu nome, algo

que nunca tinha acontecido,

gritarem o nome de um treinador

no Bernabéu. Sentiu esse carinho ?

Eu penso que o futebol depende

fundamentalmente dos resultados.

Ganhámos um campeonato incrível.

Fizemos uma coisa fantástica que foi

a Liga da temporada passada, não

apenas ganhando, mas

convencendo, ganhando no campo

do rival no jogo decisivo, fazendo

recordes de pontos e golos... Foi

uma temporada fantástica, num

momento em que o Madrid estava

claramente atrás de seu adversário,

não alcançando triunfos nos últimos

anos. Obviamente que o que as

pessoas pensaram nesse momento,

Page 23: Vantagem numérica 2

Vantagem Numérica Magazine

23

Entrevista - José Mourinho

é que aquela equipa, aquele

treinador e aqueles jogadores

fizeram uma coisa fantástica e

reagem de acordo com os

resultados, por isso gritaram o meu

nome e reconheceram os

jogadores. Esta temporada

estivemos prestes a conseguir

coisas importantes, mas não o

fizemos e o futebol é isso. Então eu,

numa declaração simples e

pragmática, agradecia a todos os

que me apoiaram e um total

respeito por aqueles que não o

fizeram. Parto com um sentimento

positivo e desejando as maiores

felicidades a todos os sócios, e que

tenham alegrias no futuro com o

seu querido Real Madrid.

O que diria às pessoas que

afirmam que não sentiu o Real

Madrid, que falava mais sobre si do

que do clube, que queria a sua

Terceira e não a Décima?

Saio com bons sentimentos. Penso

que não vale a pena dar mais voltas

à questão nem ter sentimentos

negativos. A vida é bela e curta, é

melhor ficar com as coisas boas da

vida que com as más. Saio com a

memória da Liga dos recordes, com

relações fantásticas com muitas

pessoas, com lembranças de

pessoas anónimas que trabalham

no Real, as pessoas de Valdebebas.

Vou com as coisas boas. As más

também são parte da nossa

história, mas eu prefiro ficar com as

boas, vou com bom feeling. A minha

simples e pragmática declaração

resume o que sinto. Acabou, boa

sorte, saúde, felicidade e não se

passa nada. Eu achei que a minha

carreira não faria sentido sem

treinar este monstro. Ninguém me

ouvirá criticar o Madrid, ou algum

jogador, ou falar sobre coisas que

aconteceram mas não

aconteceram. Terminou um ciclo,

poderíamos ter vencido mais, mas

também poderiamos ter ganho

menos.

Despeça­se dos seus fãs. O Punto

Pelota é bastante Mourinhista.

Merecem que se despeça deles.

Como dizia, é óbvio que se agradece

a quem nos apoiou. Eu senti muito

apoio. Mas não quero separar, para

mim se és madridista és madridista

e se és madridista e apoiaste o teu

treinador agradece­se, mas se não

apoiaste respeita­se. Além de que és

treinador de um clube com uma

massa associativa incrível. Por isso,

não quero que a minha mensagem

seja direcionada a mourinhistas ou

àqueles que me apoiaram, é para

todos e é muito simples. Saio com

um feeling positivo, vou com as

coisas boas que ficam na minha

história, os títulos conquistados em

situações complicadas. Porque a

situação de concorrência directa

Madrid­Barcelona antes de eu

chegar estava muito difícil.

Passámos por situações difíceis no

confronto directo com eles, mas

estamos numa época onde as

coisas ao nível do duelo individual se

transformaram. O Madrid não

ganhou o campeonato, mas não

perdeu com o Barcelona, venceu a

Supertaça contra o Barcelona, não

ganhou a Taça, mas eliminou­os.

Essa era a situação mais difícil de

gerir quando cheguei, quem chegar

na próxima temporada já vai

encontrar uma situação

completamente oposta à que

encontrei. Não vencemos, mas

estamos acima deles

psicologicamente, que é o mais difícil

de gerir, e que será uma

vantagem fantástica para

o novo treinador, os

jogadores ... O presidente

contratará certamente

um par de óptimos

jogadores, o plantel vai ser

muito grande e, penso, a

partir de Londres estarei

apenas desejando­lhes o

melhor a todos os

madridistas, saúde e

felicidade em casa, e que

o seu Madrid ganhe, caso

contrário, não há

felicidade completa. Então,

o melhor dos feelings, o

mundo do futebol é curto

e, provavelmente, voltarei

aqui para jogar algum jogo

da Liga dos Campeões. O

que é importante é que o

Real olhe em frente. Novo

projecto, novo treinador...

Desejo o mesmo ao

presidente, e que vá em

frente. E eu ficarei

satisfeito com tudo o que

de bom se passe em Madrid, gosto

quando minhas ex­equipas são bem

sucedidas.

Page 24: Vantagem numérica 2

Vantagem Numérica Magazine

24

Chelsea - 1 0 anos de Abramovich

Chelsea ­ uma décadaApós 10 anos de reinado no Chelsea, Abramovich já teve 9 treinadores. O décimo está a caminho e é um regresso, o português José

Mourinho. O desempenho de cada treinador, mostra o porquê do regresso do português, seis títulos em três épocas e meia enchem

de entusiasmo os adeptos dos blues.

Treinadores

épocas treinador j v (%) e (%) d (%) títulos liga taça t. liga supert. liga cam. liga europa

2003­04 Claudio Ranieri 59 36 (61) 12 (20) 11 (19) 0

2004­07 José Mourinho 182 123 (68) 39 (21) 20 (11) 6 2 1 2 1

2007­08 Avram Grant 54 36 (67) 13 (24) 5 (9) 0

2008­09 Luiz Felipe Scolari 36 20 (56) 11 (31) 5 (14) 0

2009 Guus Hiddink 22 16 (73) 5 (23) 1 (5) 1 1

2009­11 Carlo Ancelotti 107 67 (63) 19 (18) 21 (20) 3 1 1 1

2011­12 André Villas­Boas 40 19 (48) 11 (28) 10 (25) 0

2012 Roberto Di Matteo 42 24 (57) 9 (21) 9 (21) 2 1 1

2012­13 Rafa Benitez 48 28 (58) 10 (21) 10 (21) 1 1

2003­13 Roman Abramovich 590 369 (63) 129 (22) 92 (16) 13 3 4 2 2 1 1

Mourinho será o próximo

treinador do Chelsea e, como se

pode ver pelo quadro, a razão é

óbvia. Em nove treinadores da

era Abramovich, o sadino foi

aquele que mais títulos deu ao

clube, seis ao todo. O segundo

na lista deu metade, Ancelotti

que conquistou três troféus.

Destaque para a pouca eficácia

de Di Matteo nos jogos, algo que

não foi coincidente nas

conquistas, pois rendeu dois

títulos, um deles a Liga dos

Campeões. Mas no que respeita

a taxa de eficácia, o melhor é

Hiddink, que em 22 jogos apenas

perdeu um, tendo a maior

percentagem de vitórias, 73.

Roman Abramovich, e os seus

milhões, conquistaram em 10

anos 13 títulos, mais do que o

Chelsea em 98 anos de vida.

Antes do russo a equipa londrina

detinha 11 troféus, tendo mais

que duplicado essa cifra nestas

últimas dez temporadas. Mas

mais que o número, é a

qualidade, três campeonatos

contra um, que detinha

anteriormente, e uma Liga dos

Campeões contra nenhuma.

Números que fazem do Chelsea

uma das melhores equipas do

mundo, fazendo que seja um

clube apetecível para qualquer

jogador, algo que não acontecia

antes da chegada do russo. Na

altura os londrinos só

conseguiam contratar jogadores

de top em fim de carreira, ou

jovens promissores, as grandes

estrelas ainda não estavam para

ali viradas.

"O negócio foi feito em dez

minutos, algo nunca visto. Sugeri

nessa reunião que Roman

gastasse 20 milhões de libras

(cerca de 23,7 milhões de

euros) em contratações. Ele

gastou 140 milhões (166

milhões de euros) em seis

semanas», revelou, ao London

Evening Standard, o antigo

diretor executivo dos blues,

Trevor Birch.

Page 25: Vantagem numérica 2

Vantagem Numérica Magazine

25

Chelsea - 1 0 anos de Abramovich

de AbramovichFalar de Roman Abramovich é falar de dinheiro. O russo, em 10 anos já gastou quase mil milhóes de euros, só em transferências. Ao

longo desta década, apenas num ano teve lucro, em 2008­09, com Luiz Felipe Scolari no comando da equipa. As épocas mais

dispendiosas foram as duas primeiras. Era preciso fazer uma equipa forte.

Contratações

épocas contratação mais cara valor proveniência gasto venda mais cara valor destino recebido saldo

2003­04 Damien Duff 26.5 Blackburn 172.2 Mikael Forssell 0.75 Birmingham 0.95 ­171.25

2004­05 Didier Drogba 37 Marselha 161.9 Jesper Gronjkaer 3.3 Birmingham 3.3 ­158.6

2005­06 Michael Essien 38 Lyon 91.725 Tiago 10 Lyon 34 ­57.725

2006­07 Andriy Shevchenko 46 AC Milão 94.7 Damien Duff 15.5 Newcastle 50.4 ­44.3

2007­08 Nicolas Anelka 19.9 Bolton 60.9 Arjen Robben 36 Real Madrid 44.65 ­16.25

2008­09 José Bosingwa 20.5 FC Porto 30.5 Wayne Bridge 13 Manchester City 44.05 13.55

2009­10 Yuri Zhirkov 21 CSKA Moscovo 30 Claudio Pizarro 2 Werder Bremen 3.915 ­26.085

2010­11 Fernando Torres 58.5 Liverpool 126.5 Ricardo Carvalho 8 Real Madrid 16.5 ­110

2011­12 Juan Mata 26.7 Valência 103.85 Yuri Zhirkov 15 Anzhi 30.84 ­73.01

2012­13 Eden Hazard 40 Lille 115.2 Daniel Sturridge 15 Liverpool 25.45 ­89.75

2003­13 Fernando Torres 58.5 Liverpool 987.475 Arjen Robben 36 Real Madrid 254.055 ­733.42

10 anos a gastar poderia ser o

resumo de Abramovich como dono do

Chelsea. Em 10 épocas só por uma

vez, em 2008­09 com Luiz Felipe

Scolari, o russo teve um saldo

favorável na balança de compras e

vendas. Ao todo já foram gastos, só

para contratações, quase 1 000

milhões de euros, o que dá uma média

próxima dos 100 milhões por ano. O

início do se legado foi o mais

dispendioso, em três anos gastou

mais de 400 milhões, tendo em troca

uns míseros 40 milhões. Ranieri e

Mourinho, principalmente o último,

fizeram o magnata abrir

desmesuradamente os cordões à

bolsa. Depois a fonte fechou, ou

melhor, passou a deitar menos água,

até que em 2010­11 se voltou a abrir.

Os valores gastos não chegaram aos

do início do reinado, mas fizeram

cócegas, tendo nos últimos três anos

o Chelsea gasto mais de 100 milhões

por época em contratações. Com a

chegada de Mourinho para a próxima

temporada, não será de prever que os

números baixem, ele que foi um dos

mais gastadores, se bem que foi

sempre compensando com

conquistas. Na história do clube

londrino é o treinador com mais

troféus ganhos. Quem beneficiou,

principalmente, com esta política de

aquisições foram os clubes ingleses,

franceses e portugueses. O FC Porto e

Benfica são clubes que muito têm a

agradecer a essa política de

aquisições, Ricardo Carvalho, Paulo

Ferreira e Bosingwa somaram cerca

de 70 milhões aos dragões, e Tiago

David Luiz e Ramires

aproximadamente 60 às águias.

Resta­nos aguardar se o dinheiro de

Abramovich continuará a ser

distribuído por Portugal.

Page 26: Vantagem numérica 2

Vantagem Numérica Magazine Israel 201 3 - Europeu sub-21

26

1 Jack Butland 10.03.93 Stoke City

2 Nathaniel Clyne 05.04.91 Southampton

3 Adam Smith 29.04.91 Tottenham

4 Steven Caulker 29.12.91 Tottenham

5 Andre Wisdom 09.05.93 Liverpool

6 Craig Dawson 06.05.90 W. Bromwich

7 Tom Lees 18.11.90 Leeds United

8 Jordan Henderson 17.06.90 Liverpool

9 Jack Robinson 01.09.93 Liverpool

10 Jason Lowe 02.09.91 Blackburn

11 Danny Rose 02.07.90 Tottenham

12 Nathaniel Chalobah 12.12.94 Chelsea

13 Jason Steele 18.08.90 Middlesbrough

14 Josh McEachran 01.03.93 Chelsea

15 Wilfried Zaha 10.11.92 Manchester U.

16 Tom Ince 30.01.92 Blackpool

17 Henri Lansbury 12.10.90 Nottingham F.

18 Jonjo Shelvey 27.02.92 Liverpool

19 Nathan Redmond 06.03.94 Birmingham

20 Nathan Delfouneso 02.02.91 Aston Villa

21 Marvin Sordell 17.02.91 Bolton

22 Connor Wickham 31.03.93 Sunderland

23 Declan Rudd 16.01.91 Norwich

Inglaterra

ITreinador: Stuart Pearce

1 Boris Klaiman 26.10.90 Hapoel Tel Aviv

2 Eli Dasa 03.12.92 Beitar Jerusal.

3 Ofir Davidzada 05.05.91 Hapoel B. Sheva

4 Ido Levy 31.07.90 Maccabi N.

5 Ben Vehava 27.03.92 Hapoel B. Sheva

6 Marwan Kabha 02.11.91 Maccabi P. Tikva

7 Yisrael Zaguri 29.01.90 Hapoel Ramat G.

8 Nir Biton 30.10.91 Ashdod

9 Mohammed Kalibat 15.06.90 Bnei Sakhnin

10 Eyal Golasa 07.10.91 Maccabi Haifa

11 Moanes Dabour 14.05.92 Maccabi Tel Aviv

12 Adi Gotlieb 16.08.92 Hapoel Acco

13 Taleb Twatiha 21.06.92 Maccabi Haifa

14 Orr Barouch 21.11.91 Bnei Yehuda

15 Alon Turgeman 06.09.91 Maccabi Haifa

16 Ofer Verta 23.05.90 Ashdod

17 Sintayehu Sallallich 01.01.91 Ironi Kiryat S.

18 Barak Levi 07.01.93 Maccabi Tel Aviv

19 Ahad Azam 14.01.92 Hapoel Haifa

20 Omri Ben Harush 07.03.90 Maccabi N.

21 Omri Altman 23.03.94 Fulham

22 Ofir Kriaf 17.03.91 Beitar Jerusal.

23 Arik Yanko 21.12.91 Hakoah Ramat

Israel

ITreinador: Guy Luzon

Itália1 Francesco Bardi 18.01.92 Novara

2 Giulio Donati 05.02.90 Grosseto

3 Cristiano Biraghi 01.09.92 Cittadella

4 Marco Verratti 05.11.92 Paris SG

5 Marco Capuano 14.10.91 Pescara

6 Luca Caldirola 01.02.91 Cesena

7 Alessandro Florenzi 11.03.91 Roma

8 Luca Marrone 28.03.90 Juventus

9 Ciro Immobile 20.02.90 Génova

10 Lorenzo Insigne 04.06.91 Nápoles

11 Manolo Gabbiadini 26.11.91 Bolonha

12 Simone Colombi 01.07.91 Modena

13 Matteo Bianchetti 18.01.92 Verona

14 Mattia Destro 20.03.91 Roma

15 Nicola Sansone 10.09.91 Parma

16 Andrea Bertolacci 11.01.91 Génova

17 Alberto Paloschi 04.01.90 Chievo

18 Riccardo Saponara 21.12.91 AC Milão

19 Vasco Regini 09.09.90 Empoli

20 Fabio Borini 29.03.91 Liverpool

21 Fausto Rossi 03.12.90 Brescia

22 Nicola Leali 30.06.93 V. Lanciano

23 Marco Crimi 17.03.90 Grosseto

ITreinador: Devis Mangia

Israel 2013

Europeu sub­21

Grupo A

05.06

Itália 1 Inglaterra 0

Insigne 79'

Israel 2 Noruega 2

Biton 16' pen Pedersen 24'

Turgeman 71' Singh 90+1'

08.06

Inglaterra Noruega

Itália Israel

11.06

Israel Inglaterra

Noruega Itália

15.06 ­ Meias­finais

1º Grupo A 2º Grupo B

1º Grupo B 2º Grupo A

18.06 ­ Final

Noruega1 Arild Østbø 19.04.91 Strømmen

2 Martin Linnes 20.09.91 Molde

3 Thomas Rogne 29.06.90 Celtic

4 Stefan Strandberg 25.07.90 Rosenborg

5 Eggen Hedenstad 26.06.91 Friburgo

6 Omar Elabdellaoui 05.12.91 E. Braunschweig

7 Harmeet Singh 12.11.90 Feyenoord

8 Jo Inge Berget 11.09.90 Molde

9 Valon Berisha 07.02.93 Red Bull

10 Marcus Pedersen 08.06.90 OB Odense

11 Håvard Nielsen 15.07.93 Red Bull

12 Ørjan Nyland 10.09.90 Molde

13 Markus Henriksen 25.07.92 AZ Alkmaar

14 Fredrik Berge 06.02.90 Odds

15 Håvard Nordtveit 21.06.90 B. M'gladbach

16 Yann­Erik Lanlay 14.05.92 Viking

17 Anders Konradsen 18.07.90 Rennes

18 Magnus Eikrem 08.08.90 Molde

19 Flamur Kastrati 14.11.91 Erzgebirge Aue

20 Stefan Johansen 08.01.91 Strømsgodset

21 Joshua King 15.01.92 Blackburn

22 Abdisalam Ibrahim 01.05.91 Strømsgodset

23 G. Kongshavn 23.01.91 Vålerenga

ITreinador: Tor Ole Skullerud

Fase a eliminar

Page 27: Vantagem numérica 2

Vantagem Numérica Magazine Israel 201 3 - Europeu sub-21

27

1 Bernd Leno 04.03.92 B. Leverkusen

2 Tony Jantschke 07.04.90 B. M'gladbach

3 Stefan Thesker 11.04.91 Hoffenheim

4 Lasse Sobiech 18.01.91 Greuther Fürth

5 Shkodran Mustafi 17.04.92 Sampdoria

6 Sebastian Rudy 28.02.90 Hoffenheim

7 Patrick Funk 11.02.90 St. Pauli

8 Sebastian Rode 11.10.90 E. Frankfurt

9 Kevin Volland 30.07.92 Hoffenheim

10 Lewis Holtby 18.09.90 Tottenham

11 Peniel Mlapa 20.02.91 B. M'gladbach

12 Oliver Baumann 02.06.90 Friburgo

13 Matthias Ginter 19.01.94 Friburgo

14 Sebastian Polter 01.04.91 Nuremberga

15 Sead Kolašinac 20.06.93 Schalke 04

16 Oliver Sorg 29.05.90 Friburgo

17 Antonio Rüdiger 03.03.93 Estugarda

18 Patrick Herrmann 12.02.91 B. M'gladbach

19 Christian Clemens 04.08.91 Colónia

20 Christoph Moritz 27.01.90 Schalke 04

21 Pierre­M. Lasogga 15.12.91 Hertha

22 Emre Can 12.01.94 Bayern Munique

23 Timo Horn 12.05.93 Colónia

Alemanha

Treinador: Rainer Adrion

1 Jeroen Zoet 06.01.91 RKC Waalwijk

2 Ricardo van Rhijn 13.06.91 Ajax

3 Stefan de Vrij 05.02.92 Feyenoord

4 Bruno Martins Indi 08.02.92 Feyenoord

5 Daley Blind 09.03.90 Ajax

6 Jordy Clasie 27.06.91 Feyenoord

7 Florian Jozefzoon 09.02.91 RKC Waalwijk

8 Kevin Strootman 13.02.90 PSV

9 Luuk de Jong 27.08.90 B. M'gladbach

10 Adam Maher 20.07.93 AZ Almaar

11 Ola John 19.05.92 Benfica

12 Kelvin Leerdam 24.06.90 Feyenoord

13 Mike van der Hoorn 15.10.92 Utrecht

14 Bram Nuytinck 04.05.90 Anderlecht

15 Georgin Wijnaldum 11.11.90 PSV

16 Marco Bizot 10.03.91 Groningen

17 Leroy Fer 05.01.90 Twente

18 Marco van Ginkel 01.12.92 Vitesse

19 Tonny Vilhena 03.01.95 Feyenoord

20 Pat van Aanholt 29.08.90 Chelsea

21 Danny Hoesen 15.01.91 Ajax

22 Memphis Depay 13.02.94 PSV

23 Nick Marsman 01.10.90 Go Ahead Eagles

Holanda

Treinador: Cor Pot

Rússia1 Nikolai Zabolotny 16.04.90 Rostov

2 Ibragim Tsallagov 12.12.90 Krylia Sovetov

3 Georgi Schennikov 27.04.91 CSKA Moscovo

4 Nikita Chicherin 18.08.90 Dínamo M.

5 Taras Burlak 22.02.90 Lokomotiv M.

6 Yuri Kirillov 19.01.90 Dínamo M.

7 Sergei Petrov 02.01.91 Krasnodar

8 Oleg Shatov 29.07.90 Anzhi

9 Andrei Panyukov 25.09.94 Khimki

10 Fyodor Smolov 09.02.90 Anzhi

11 Maksim Kanunnikov 14.07.91 Amkar Perm

12 Stanislav Kritsyuk 01.12.90 Sporting Braga

13 Sergei Bryzgalov 15.11.92 Spartak M.

14 Pavel Yakovlev 07.04.91 Spartak M.

15 Maksim Belyayev 30.09.91 Rostov

16 Aleksandr Filtsov 02.01.90 Krasnodar

17 Denis Cheryshev 26.12.90 Castilla

18 Roman Yemelyanov 08.05.92 Illichivets M.

19 Maksim Grigoryev 06.07.90 Lokomotiv M.

20 Shota Bibilov 06.08.90 Volga Novgorod

21 Aleksandr Zotov 27.08.90 Tom Tomsk

22 Alan Dzagoev 17.06.90 CSKA Moscovo

23 Ivan Knyazev 05.11.92 Torpedo M.

Treinador: Nikolai Pisarev

Israel 2013

Europeu sub­21

Grupo B

06.06

Espanha 1 Rússia 0

Morata 82'

Holanda 3 Alemanha 2

Maher 24' Rudy 47 pen'

Wijnaldum 38' Holtby 81'

Fer 90'

09.06

Holanda Rússia

Alemanha Espanha

12.06

Holanda Espanha

Alemanha Rússia

1978 Jugoslávia

1980 URSS

1982 Inglaterra

1984 Inglaterra

1986 Espanha

1988 França

1990 URSS

1992 Itália

1994 Itália

1996 Itália

1998 Espanha

2000 Itália

2002 República Checa

2004 Itália

2006 Holanda

2007 Holanda

2009 Alemanha

2011 Espanha

Espanha1 David de Gea 07.11.90 Manchester U.

2 Martín Montoya 14.04.91 Barcelona

3 Asier Illarramendi 08.03.90 Real Sociedad

4 Nacho 18.01.90 Real Madrid

5 Marc Bartra 15.01.91 Barcelona

6 Iñigo Martínez 17.05.91 Real Sociedad

7 Sergio Canales 16.02.91 Valencia

8 Koke 08.01.92 Atlético Madrid

9 Rodrigo 06.03.91 Benfica

10 Thiago Alcântara 11.04.91 Barcelona

11 Cristian Tello 11.08.91 Barcelona

12 Álvaro Morata 23.10.92 Real Madrid

13 Diego Mariño 09.05.90 Villarreal

14 Ignacio Camacho 04.05.90 Málaga

15 Marc Muniesa 27.03.92 Barcelona

16 Álvaro González 08.01.90 Zaragoza

17 Pablo Sarabia 11.05.92 Getafe

18 Alberto Moreno 05.07.92 Sevilha

19 Iker Muniain 19.12.92 Atlético Bilbau

20 Daniel Carvajal 11.01.92 Real Madrid

21 Álvaro Vázquez 27.04.91 Getafe

22 Isco 21.04.92 Málaga

23 Joel Robles 17.06.90 Wigan

Treinador: Julen Lopetegui

Vencedores

Page 28: Vantagem numérica 2

Vantagem Numérica Magazine 2013 ­ Final NBA

28

Heat vs SpursA época de 2013 da NBA está na parte final. Discute­se o título entre os, surpreendentes, San Antonio Spurs e os, esperados, Miami

Heat. Duncan, Parker e Ginóbili esgrimem argumentos com James, Wade e Bosh. Para já, vantagem para os texanos que foram

vencer à Flórida o primeiro jogo, 92­88 foi o resultado, com o francês Tony Parker a brilhar.

nº nome altura peso nascimento

34 Ray Allen 1.96 m 93 kg 1975–07–20

11 Chris Andersen 2.08 m 103 kg 1978–07–09

50 Joel Anthony 2.06 m 111 kg 1982–08–09

31 Shane Battier 2.03 m 102 kg 1978–09–09

1 Chris Bosh 2.11 m 107 kg 1984–03–24

15 Mario Chalmers 1.88 m 86 kg 1986–05­19

30 Norris Cole 1.88 m 79 kg 1988–10–13

40 Udonis Haslem 2.03 m 107 kg 1980–06–09

5 Juwan Howard 2.06 m 113 kg 1973–02–07

6 LeBron James 2.03 m 113 kg 1984–12–30

22 James Jones 2.03 m 98 kg 1980–10–04

9 Rashard Lewis 2.08 m 104 kg 1979–08–08

13 Mike Miller 2.03 m 95 kg 1980–02–19

24 Jarvis Varnado 2.06 m 104 kg 1988–03–01

3 Dwyane Wade 1.93 m 100 kg1982–01–17

Treinador: Erik Spoelstra

nº nome altura peso nascimento

16 Aron Baynes 2.08 m 118 kg 1986–12–09

45 DeJuan Blair 2.01 m 122 kg 1989–04–22

15 Matt Bonner 2.08 m 107 kg 1980–04–05

25 Nando de Colo 1.96 m 91 kg 1987–06–23

33 Boris Diaw 2.03 m 107 kg 1982–04–16

21 Tim Duncan (C) 2.11 m 116 kg 1976–04–25

20 Manu Ginóbili 1.98 m 93 kg 1977–07–28

4 Danny Green 1.98 m 95 kg 1987–06–22

5 Cory Joseph 1.91 m 84 kg 1991–08–20

2 Kawhi Leonard 2.01 m 102 kg 1991–06–29

1 Tracy McGrady 2.03 m 102 kg 1979–05–24

8 Patrick Mills 1.83 m 84 kg 1988–08–11

14 Gary Neal 1.93 m 95 kg 1984–10–03

9 Tony Parker 1.88 m 84 kg 1982–05–17

22 Tiago Splitter 2.11 m 109 kg 1985–01–01

Treinador:Gregg Popovich

Campeonatos ­ 2

2006 e 2012

Trajecto nos play off

4­0 Milwaukee Bucks

4­1 Chicago Bulls

4­3 Indiana Pacers

Campeonatos ­ 4

1999, 2003, 2005 e 2007

Trajecto nos play off

4­0 LA Lakers

4­2 Golden State Warriors

4­0 Memphis Grizzlies

Números retirados

00 Johnny Moore

6 Avery Johnson

12 Bruce Owen

13 James Silas

32 Sean Elliott

44 George Gervin

50 David Robinson

Números retirados

10 Tim Hardaway

23 Michael Jordan

33 Alonzo Mourning

Lebron James foi o melhor marcador da

equipa em 11 jogos consecutivos, série

que ainda se mantém. Nos 17 jogos já

disputados, no play off, pelos Miami Heat,

Lebron foi o melhor marcador em 14, o

que atesta bem da importância do

melhor jogador do mundo da actualidade.

Duncan, Parker e Manu Ginobili são os

únicos três colegas de equipa que não

fazendo parte, nem dos Los Angeles

Lakers nem dos Boston Celtics,

conseguiram alcançar quatro finais.

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Vantagem Numérica Magazine Hóquei em Patins - Liga Europeia

29

Benfica campeão europeude hóquei em patins

GR: Ricardo Silva e Pedro

Henriques

Defesas/Médios: Valter Neves,

Ábalos, João Rodrigues e Marc Coy

Avançados: Diogo Rafael, Cacau,

Carlos López e Luís Viana

Treinador: Luís Sénica

Títulos Nacionais

21 Campeonatos

13 Taças

7 Supertaças

Títulos Europeus

1 Liga Europeia

2 Taças CERS

O Benfica é o novo campeão

europeu de hóquei em patins,

depois de vencer o FC Porto, no

Dragão Caixa, por 6­5, com golo de

ouro no prolongamento. O jogo foi

muito equilibrado durante os 50

minutos. O FC Porto esteve quase

sempre na frente do marcador

mas o Benfica foi conseguindo

sempre empatar, até que na

segunda parte passou para a

frente do marcador, com o 4­5 a

ser marcado por Luís Viana, de

penalty. Também de grande

penalidade, os dragões

conseguiram empatar, por

Reinaldo Ventura, levando o jogo

para prolongamento. No

prolongamento quem marcasse

ganhava (golo de ouro). O herói dos

encarnados foi João Rodrigues, que

emendou um forte remate de longa

distância de Diogo Rafael, um dos

melhores em campo.

Luis Sénica

Tudo é mais fácil quando temos

atletas que são homens. Esta

vitória é fundamentalmente da

crença, do comportamento dos

atletas, da capacidade e estratégia

que eles acreditaram. Concordo

que trabalhamos bem para esta

final a quatro. Estiveram aqui as

melhores equipas. Mas as outras

também trabalharam bem. A

qualidade dos jogos foi de um nível

superior. São os jogadores

principais responsáveis da vitória e

do trabalho. Esta vitória tem sabor

especial por ser a primeira da

carreira, do Benfica no hóquei, e

porque o hóquei em patins está

bem. Quando se produz este

espetáculo, pavilhão com mais de

2.000 adeptos, share TV altíssimo

com gente em casa a seguir isto.

Que queremos melhor para o

nosso hóquei em patins?

João Rodrigues

É o momento mais feliz da minha

carreira. Conseguimos ser

Campeões Europeus e agora

vamos festejar e celebrar. Obrigado

ao Benfica e peço aos adeptos que

compareçam na nossa festa. Estou

muito feliz por fazer parte desta

equipa. Muitas pessoas não

acreditavam no nosso valor e ante

o Barcelona mostrámos o nosso

valor. Fiquei muito triste por não ter

batido a grande penalidade por

desconcentração, mas consegui

marcar o golo da vitória e que nos

dá o título europeu.

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