Upload
hoangkiet
View
212
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Domingo, 14 de Agosto de 2016 ISSN 1519-7670 - Ano 19 - nº915
Edição nº 915 Edição nº 914 Edição nº 913 Edição nº 912 Edição nº 911 Anteriores >>Busca avançada
INTERESSE PÚBLICO > PUBLICIDADE E GÊNERO
Qual o poder da mídia?Por Heloisa Buarque de Almeida em 21/01/2014 na edição 782
Reproduzido da Revista SescTV nº 82, janeiro/2014; título original “Qual o poder da mídia? Publicidade egênero”
Pesquisar mídia sempre nos leva a reòetir sobre qual seu real poder. O que pode a televisão? Oquanto ela mudou o Brasil? – são perguntas que sempre se faz no caso brasileiro.
Sim, é possível añrmar que a mídia tem relação com mudanças sociais e de comportamento, masisso não quer dizer que ela é todo-poderosa apenas. Por um lado, é preciso lembrar o contextosocial e cultural dos espectadores, que individualmente, na sua interação com a TV, podem seencantar, mas também fazer críticas ou discordar do seu conteúdo. Tudo depende do contextosocial e cultural em que ele ou ela vive, suas informações anteriores. Por isso, é mais difícil achara “resistência” ou a reòexão distanciada nas crianças, que por vezes ainda não têm informaçãosuñciente para entender e criticar a forma como são afeitos certos programas, ou os anúnciosexcessivos em meio aos programas infantis.
Assim, é preciso lembrar que a mídia tem um poder de persuasão e de criar novoscomportamentos. Não fosse assim, não teríamos tantos anúncios na TV. No caso brasileiro, a TVaberta (e também a TV paga) precisa dos anunciantes para se sustentar. O que uma TV vende éexatamente seus espectadores, sob a forma de números do Ibope. Nesse sentido, como no Brasilprivilegiou-se um modelo de TV comercial (uma empresa privada, por oposição à TV pública), essatelevisão baseou-se em uma estrutura comercial que é sustentada por anunciantes.
Bombardeio da mesmice
Quando acompanhamos a presença da TV no Brasil, percebemos como desde os anos 1970 elafoi uma força que impulsionou o consumo, levando para todos os cantos do país um estilo devida urbano e consumista. A TV inòuencia a sociedade naquilo que é mais repetitivo e exibido demodo constante ao longo do tempo – as pessoas não mudam seu comportamento ou sua visãode mundo por causa de algo a que assistiram uma só vez. Elas ganham desejos de comprarmuitos produtos porque são tantos os anúncios, e sua presença é constante e cotidiana. Noentanto, não é só o desejo de comprar criado pelos anúncios, a TV incentiva o consumo tambémpela forma como mostra a vida urbana, repleta de bens, modas, produtos industrializados. Bastaver uma telenovela.
E na questão de gênero, o quanto a TV (e a mídia em geral) sexualiza e expõe os corposfemininos? Será que ela contribui para a violência contra a mulher? A publicidade opera na lógicado desejo, desejo que também vem associado à sexualidade. Anúncios expõem sim corposfemininos como objetos. Mais do que isso, os programas e os anúncios inòuenciam as nossascategorias de gênero, afetam e transformam nossa visão sobre aquilo que julgamos apropriadosa homens e mulheres. Se olharmos os programas de TV de mais audiência (como as novelas,programas de auditório, futebol, telejornais, entre outros) veremos que formas e categoriasmasculinas e femininas são promovidas pela TV. Mulheres seminuas e sensuais que dançam nosprogramas de auditório (desde o Chacrinha) e são usadas em muitos anúncios (como os decerveja), promovendo uma sexualização dos corpos femininos, convivem com anúncios e novelasque mostram o tipo feminino da mãe moderna que trabalha fora. Se observamos como osanúncios de produtos de limpeza, eletrodomésticos, alimentos semiprontos são dirigidos àsmulheres, vemos que se reforça um ideal de mulher que trabalha fora, tem que dar conta de todaa família, e nunca se questiona a divisão sexual do trabalho doméstico. Não é à toa, portanto, queo ideal de feminilidade no Brasil é a super mulher: que trabalha fora, mas dá conta da casa (limpa,cozinha, passa a roupa), cuida dos ñlhos, trabalha fora, e ainda por cima tem que ser linda, sexy esensual para o seu marido! Tipo ideal inatingível que sobrecarrega as mulheres que trabalham
Curadoria de Notícias
Redes sociais revolucionam cobertura deeleiçõesTextos recomendados
Facebook e Twitter passaram a disputar com asgrandes redes de TV as principais atenções depolíticos e eleitores, como ñcou evidente naconvenção do Partido Republicano, nos EUA. Saibamais
Filme de Oliver Stone sobre Snowdenestreia em setembroTextos recomendados
Depois de muitas peripécias técnicas e politicas, oñlme do diretor Oliver Stone sobre o autor do maisbadalado vazamento de segredos norte-americanosvai para as telas de cinemas em meados de setembro.Saiba mais
Mulheres jornalistas lançam portalCatarinasTextos recomendados
O Catarinas é o primeiro portal de noticias onlinesobre a situação da mulher no Brasil. Saiba mais
Delegado insiste na censura a blogjornalísticoTextos recomendados
O repórter independente Marcelo Auler, responsávelpelo blog que leva o seu nome, voltou a ser alvo deuma ação judicial movida pelo delegado da PolíciaFederal, Maurício Moscardi Grillo. Saiba mais
Jornais abandonam acesso pago por 6razõesTextos recomendados
Uma pesquisa divulgada pelo American Press Institutemostrou porque a maioria dos jornais que optaram
pelo acesso pago já o abandonaram de forma
Observatório Seções OI na TV Vídeos OI OI no Rádio Blogs OI Serviços Contato
Tweetar 3 4 comentários7Curtir
O Observatório daImprensa pede socorro
Um novo pacto entre oObservatório e seusleitores
O álibi do terrorismoolímpico
Debates eleitorais, erros ememórias
Liz Spayd
Desa o na pauta
sensual para o seu marido! Tipo ideal inatingível que sobrecarrega as mulheres que trabalham(fora ou dentro de casa) com todas as tarefas da casa e dos ñlhos, e ainda demanda que ela sejalinda, magra, elegante e sensual. Esse é um tipo promovido pela mídia, muito repetitivo háalgumas décadas e que se tornou um ideal cultural, um padrão de feminidade. Aqui sim, vê-se opoder que a mídia tem.
Ainda que sejamos bombardeados com essa mesmice, é possível reòetir, e questionar essesmodelos. É possível não levar tão a sério o padrão de beleza – magro, jovem, brancos de cabeloslisos – e ter um olhar crítico sobre a mídia.
******
Heloisa Buarque de Almeida é antropóloga e professora da Universidade de São Paulo
Todos os comentários
Artigos recomendados
1 Pior que a fraude é a meiaverdade
2 O Observatório da Imprensapede socorro
3 Repórter ou modelo?
4 Não vou me reinventar
5 A subversão como produtotelevisivo
Mais vistos
pelo acesso pago já o abandonaram de formaprovisória ou deñnitiva Saiba mais
As notícias podem infartar?Textos recomendados
A imprensa foi responsabilizada pelo aumento, nosEstados Unidos, do número de enfartos sofridos porpessoas que abandonaram ou não iniciaramtratamentos a base de estatinas para controlar ocolesterol no sangue. Saiba mais
Observatório da Imprensa 20 anos
OI no Twitter
Incorporar Ver no Twitter
Tweets por @observatorio
A era de ouro da liberdade está em risco goo.gl/A3UxdT
ObservatórioImprensa @observatorio
A era de ouro da liberdade …Nunca como atualmente, foi t…observatoriodaimprensa.co…
Tweetar 3 4 comentários7Curtir
Código Aberto VER TODOS OS ARTIGOS
4 comentários Classificar por
Ruan Vieira · Universidade Federal da BahiaMenos mesmice e mais criticidade !
Curtir · Responder · 1 · 23 de julho de 2015 16:01
Bruno PastoreMuito bom! Leia também em midiaeefeito.simplesite com
Curtir · Responder · 1 · 1 de maio de 2016 13:10
Leideomar Gama · UniÍtalo Centro Universitário Ítalo Brasileiromuito bom temos que deixa de ser alienado por esta mídia.Curtir · Responder · 27 de maio de 2016 23:59
Jeane Mara Ferreira · Professor em The Church of Jesus Christ of Latterday Saintsseu texto é muito coerente é útil.... será usado em minha aula de redação.Curtir · Responder · 7 de junho de 2016 16:50
Facebook Comments Plugin
Mais antigos
Adicionar um comentário...
Tweetar
15
E-mail Enviar
Cadastre-se e receba nossas notícias
Lava Jato, uma armadilha para o governoTemerCarlos Castilho
Desde que assumiu o poder, o presidente interinoMichel Temer vem tentando costurar uma basepolítica capaz de dar sustentabilidade a um governosurgido na esteira de uma bem organizada manobrapara afastar a presidente petista Dilma Rousseö.Saiba mais
Canais OI
OI no Facebook
9 amigos curtiram isso
Observatório da Impre…281.617 curtidas
Curtir Página Compartilhar
TODAS AS SEÇÕES
2015/2016
A crise na segurança pública
A tragédia de Mariana
A tragédia dos refugiados
Almanaque
Aos leitores
Armazém Literário
Assessoria de Comunicação
Atentados e desastres
Caderno da Cidadania
Caderno do Leitor
Censura
Checagem de informações
Cidadania
Ciência
Ciência no Brasil
ARQUIVO COMPLETO
2016
2015
2014
2013
2012
2011
2010
2009
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
2001
OBSERVATÓRIO NA TV
Programas anteriores
Vídeos dos programas
OBSERVATÓRIO NO RÁDIO
Programas Anteriores
CÓDIGO ABERTO
Último post
Arquivo completo
HÁ 10 ANOS NO OI
Mais esclarecimento ao eleitor
Jornal Nacional tenta
retomar o caminho. De ônibus
Perñl de Erick Torrico – ONADEM /
Bolívia
>>Falta um ombudsman do horário
eleitoral
>>Primeiro, o patrimônio
No Mínimo
Um novo olhar sobre a controvérsia das
quotas
A internet ajuda os jornais a respirar
Na linguagem, preconceito, medo e
insegurança
A mídia como suporte à alienação
O lucrativo mercado das celebridades
SIGA O OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA
Observatório • História • Objetivos • Equipe • Contato
1 milRecomendar
Cinema
cinema brasileiro
Cinema e realidade social
Circo da Notícia
comunicação
Comunicação social
Congresso em Lisboa
Conjuntura Econômica
Conjuntura mundial
Conjuntura Nacional
Conjuntura política
Corrupção
Crise Econômica
Crise na imprensa
Crise política
Curadoria de notícias
Desenhos Falados
Diálogo com Leitores
Dilemas contemporâneos
Dilemas da imprensa
Diplomacia Pontifícia
Direito de Resposta
Direitos Humanos
Diretório Acadêmico
Discurso do ódio
Doenças modernas
Dossiê Digital
Dossiê Murdoch - Parte 2
Dossiê Saúde
Dossiê Vladimir Herzog (1937-1975)
E-Notícias
Edição especial: Dossiê Murdoch
Educação
Ensino do jornalismo
Entre Aspas
Entrevista
Esclarecimento
Espaço urbano
Estante de livros
Ética Jornalística
Eventos
Experiências
Feitos & Desfeitas
Ferramentas jornalísticas
Fórum dos estudantes
Futebol
Governo Temer
Grande Pequena Imprensa
Hábitos de leitura
Impasses na imprensa
Imprensa e saúde
Imprensa em Questão
Informação
Interesse Público
Internet
Jornal de Debates
Jornalismo ambiental
Jornalismo cientíñco
Jornalismo cultural
Jornalismo de precisão
Jornalismo e saúde
Jornalismo Investigativo
Jornalismo local
Jornalismo na internet
Lava Jato
Liberdade de informação
Malagueta Digital
Marcha do Tempo
Meio ambiente
Memória
Memória do holocausto
Mercado editorial
2000
1999
1998
1997
1996
Mercosul
Mídia local
Mídia na CPI
Modernidade
Modismos & preconceitos
Monitor
Monitor da Imprensa
Mosaico
Multimídia
Mural
Na Imprensa Internacional
Netbanca
Noticiário econômico
Novas tecnologias
O desaño ambiental
O desaño do terrorismo
O futebol como negócio
O Papa Midiático
O processo do impeachment
Observatório da Imprensa
Observatório da Imprensa / 20 anos
Observatório da Imprensa na TV
Observatório da Propaganda
Observatório, 10 anos
Observatório, ano 10
OI Oito Anos
Olimpíadas 2016
Opinião
Opinião Pública
Palanque do ccs
Pesquisas
Política cultural
Política internacional
Primeiras Edições
Privacidade
Processo do impeachment
Programa do OI na Televisão
Publicidade
Qualidade na TV
Rede Globo
Redes Sociais
Resenha
Retrospectiva
Saídas para a Mídia
Saúde Pública
Speculum
Televisão
Tendências
Tendências no jornalismo
Terror & Horror
Terrorismo
Tv em Questão
Uma História
Violência
Violência contra jornalistas
Voz dos Ouvidores
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados. | Política de Privacidade | Termos de Uso