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1 VIABILIDADE DE TROCA DE MODALIDADE DE PRODUÇÃO: UM ESTUDO DE CASO EM UMA PROPRIEDADE RURAL. Adriano Maass Guilherme Vieira Teixeira Rafael Bianchini Glavam RESUMO O artigo teve por objetivo a análise da viabilidade da troca do atual sistema de produção de suínos na Propriedade Schumacher e Maass, e também apresentando um possível novo método de produção. Com base nos conhecimentos adquiridos ao longo do curso de Administração, optou-se pela aplicação da metodologia de abordagem quantitativa e qualitativa. Utilizando do estudo de caso, da pesquisa bibliográfica e documental como instrumentos de coletas de dados. Obteve-se como resultado da análise a inviabilidade do atual método produtivo de suínos. Sugeriu-se a troca do método produtivo de ciclo total para o de produção integrada, pois este, além de menor risco, é mais rentável. Palavras-chave: Produção. Suinocultura. Viabilidade. 1 INTRODUÇÃO Santa Catarina é um estado que possui uma grande diversidade em sua economia, sendo que as atividades econômicas se baseiam na indústria, extrativismo, turismo, agricultura, pesca e pecuária, dentre outras. Assim, observa-se que cada região catarinense se destaca em algum setor econômico. A região do Vale do Itajaí é conhecida pelos seus polos pesqueiros e de tecnologia da informação. Já a Região Oeste é marcada pela forte presença das agroindústrias. Enquanto o norte catarinense se destaca pelas suas indústrias, o Sul do Estado é lembrado pela forte presença de propriedades rurais. No estudo das atividades rurais, ainda no Sul do Estado, calcula-se que dentre as pequenas e médias propriedades rurais, a maior atividade econômica seja a da suinocultura. A propriedade Schumacher e Maass, foco do presente estudo, tem 56 anos de história e apresenta como uma de suas atividades principais a criação independente de suíno para reprodução, engorda e venda aos frigoríficos da região. Devido a motivos externos, como, por exemplo, o mercado brasileiro e internacional, junto da instabilidade econômica, a atividade enfrentou uma queda acentuada

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VIABILIDADE DE TROCA DE MODALIDADE DE PRODUÇÃO: UM ESTUDO DE

CASO EM UMA PROPRIEDADE RURAL.

Adriano Maass

Guilherme Vieira Teixeira

Rafael Bianchini Glavam

RESUMO

O artigo teve por objetivo a análise da viabilidade da troca do atual sistema de produção de

suínos na Propriedade Schumacher e Maass, e também apresentando um possível novo

método de produção. Com base nos conhecimentos adquiridos ao longo do curso de

Administração, optou-se pela aplicação da metodologia de abordagem quantitativa e

qualitativa. Utilizando do estudo de caso, da pesquisa bibliográfica e documental como

instrumentos de coletas de dados. Obteve-se como resultado da análise a inviabilidade do

atual método produtivo de suínos. Sugeriu-se a troca do método produtivo de ciclo total para

o de produção integrada, pois este, além de menor risco, é mais rentável.

Palavras-chave: Produção. Suinocultura. Viabilidade.

1 INTRODUÇÃO

Santa Catarina é um estado que possui uma grande diversidade em sua economia,

sendo que as atividades econômicas se baseiam na indústria, extrativismo, turismo,

agricultura, pesca e pecuária, dentre outras.

Assim, observa-se que cada região catarinense se destaca em algum setor

econômico. A região do Vale do Itajaí é conhecida pelos seus polos pesqueiros e de

tecnologia da informação. Já a Região Oeste é marcada pela forte presença das agroindústrias.

Enquanto o norte catarinense se destaca pelas suas indústrias, o Sul do Estado é lembrado pela

forte presença de propriedades rurais.

No estudo das atividades rurais, ainda no Sul do Estado, calcula-se que dentre as

pequenas e médias propriedades rurais, a maior atividade econômica seja a da suinocultura.

A propriedade Schumacher e Maass, foco do presente estudo, tem 56 anos de

história e apresenta como uma de suas atividades principais a criação independente de suíno

para reprodução, engorda e venda aos frigoríficos da região.

Devido a motivos externos, como, por exemplo, o mercado brasileiro e

internacional, junto da instabilidade econômica, a atividade enfrentou uma queda acentuada

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do preço do suíno em relação ao custo da produção. Tornando a criação de suínos instável e

trazendo um prejuízo que cresce e se acumula ao longo do tempo. Buscando uma alternativa

para melhorar a lucratividade da propriedade, apresenta-se a possibilidade de implantação de

outro modelo de criação de suínos.

Dentre as atuais tendências no segmento de suinocultura, destaca-se o

desenvolvimento da criação de suínos de maneira integrada com empresas especializadas no

ramo. Conhecida também como produção integrada. O funcionamento desta modalidade está

em estas empresas (especializadas no ramo) disponibilizarem, após a realização de um

contrato, os leitões, as rações para a alimentação dos mesmos e também os medicamentos que

se mostrarem necessários para garantir a sanidade dos animais.

Ao produtor rural caberá a responsabilização da mão de obra em alimentar e

cuidar dos leitões até se tornarem porcos adultos. Após os suínos atingirem o peso ideal para

o abate o qual é de 100kg, a empresa recolhe os animais e paga um preço fixo pela mão de

obra. Assim, reduzindo os riscos de prejuízo.

Desta forma, o objetivo geral deste artigo é identificar a viabilidade da

modalidade de produção de suínos atualmente aplicada na propriedade Schumacher e Maass.

Analisando o processo no qual tange à criação, reprodução e vendas de suínos para

frigoríficos. Além de considerar a possível aplicação da modalidade de produção integrada

com empresas especializadas no ramo.

No que se refere aos objetivos específicos, citam-se apresentar a organização do

segmento de suinocultura, descrição da atual modalidade de produção (pontos fortes e fracos),

expor a modalidade de produção integrada com empresas especializadas no ramo e estudar na

atual realidade organizacional a possibilidade de implantação (custos, processos e recursos

necessários) de uma nova modalidade de produção de suínos.

Justifica-se a escolha do presente tema pela busca da sobrevivência

organizacional, pois, conforme citado, os motivos externos, como, por exemplo, o mercado e

a economia, inviabilizam economicamente a atual modalidade.

Referente à introdução da estrutura do trabalho, a seção seguinte é composta pelo

embasamento teórico que são os autores que fundamentam os conceitos apresentados,

posteriormente, os métodos e técnicas da pesquisa são apresentados para nortear os

procedimentos metodológicos utilizados.

Na quarta parte do trabalho, denominada apresentação dos resultados, é

apresentado a caracterização do objeto de estudo que é a organização observada. Análise e

discussão dos resultados, com a apresentação da atual modalidade de produção e seus pontos

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fortes e fracos. Além de conter a explicação da modalidade de produção integrada com

empresas especializadas.

Após, apresentam-se as considerações finais com a sintetização do trabalho e, por

fim, as referências que balizaram os conceitos apresentados.

2 EMBASAMENTO TEÓRICO

2.1 Administração da produção

Segundo Slack et al. (2015, p 28), “a administração da produção é a atividade de

gerenciamento dos recursos que serão destinados à criação e ao fornecimento de produtos e

serviços”. Moreira (2012) complementa que a administração da produção é a área de

conhecimento que foca na gerência, ou seja, no planejamento, organização e controle da

produção e prestação de serviços.

Para Slack et al. (2015) a administração da produção aplica os recursos da

empresa para criação de saídas que atendam às exigências estabelecidas pelo mercado, sendo

assim uma atividade fundamental em qualquer tipo de organização.

2.1.1 Processo produtivo

Conhecer o processo produtivo para a execução de qualquer produto e serviço é

essencial para os colaboradores de qualquer organização, principalmente para novos

colaboradores. No caso da propriedade em estudo, saber o processo para a criação de um

animal, por exemplo, é importantíssimo, e por isto os fluxogramas são importantes para

qualquer empresa.

Segundo Laugeni e Martins (2015), fluxograma é uma representação gráfica que

apresenta a sequência de um trabalho de forma analítica, caracterizando as operações, os

responsáveis e unidades organizacionais envolvidos no processo.

2.1.2 Capacidade produtiva

Capacidade produtiva, segundo Moreira (2012), é a quantidade máxima de

produtos ou serviços que podem ser produzidos em um determinado período de tempo. Logo,

é o que uma empresa é capaz de produzir em um determinado período para buscar atender à

procura dos clientes.

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2.1.3 Objetivos de desempenho

Atualmente observa-se um grande número de empresas, estas de grande, médio ou

pequeno porte e dos mais diversificados ramos. Essas empresas para poderem sobreviver no

mercado, devem possuir estratégias, objetivos a serem traçados, principalmente pelo setor

produtivo.

Slack et al. (2015) classifica os objetivos de desempenho da produção em 5

partes:

a) qualidade: fazer as coisas corretas, conforme as especificações;

b) velocidade: implica no tempo que há entre a solicitação de um pedido do

cliente até a sua chegada, é a capacidade que a empresa consegue entregar seu produto o mais

rápido possível para satisfação de seu cliente;

c) confiabilidade: consiste em fazer as atividades necessária em tempo hábil

para que os produtos cheguem ao consumidor quando prometido;

d) flexibilidade: trata-se da habilidade de se fazer mudanças quando necessário,

em essencial para buscar a satisfação do cliente, essas mudanças podem ocorrer no produto ou

serviço, no mix de produtos ou serviços, no seu nível de volume de produção e na entrega de

seus produtos ou serviços;

e) custo: um objetivo muito importante na produção, para maioria das empresas

é o seu principal objetivo de desempenho, quanto menor for o custo produtivo, menor será o

preço que o consumidor terá de pagar por um produto ou serviço.

Slack et al. (2015) complementa que as maiorias das empresas possuem algum

tipo de estratégia, mas é a produção que as coloca em prática, ou seja, percebe-se que cada

empresa possui suas estratégias e objetivos, mas que em geral o setor produtivo é que as

coloca em prática.

2.1.4 Produto

A produção de um produto e consequentemente a venda deste é o que uma

empresa de qualquer setor ou porte espera realizar, mas o que seria um produto? Kotler

(2015) afirma que, um produto é tudo que é ou pode ser oferecido a um mercado para

satisfazer seus desejos ou necessidades. A partir do que cita Kotler (2015) observa-se que,

um produto é tudo aquilo que é oferecido ao mercado e que atenda sua necessidade, podendo

ser esse produto um bem ou um serviço.

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Ele representa, com racionalidade, lógica, clareza e síntese, as rotinas ou

procedimentos em que estejam envolvidos documentos, informações, recebidas

processadas e emitidas, bem como seus respectivos responsáveis, e/ou unidades

organizacionais. O fluxograma, por meio de símbolos convencionais, representa, de

forma dinâmica, o fluxo ou sequência normal de trabalhos (OLIVEIRA, 2013,

p.264).

2.1.5 Layout de produção

Segundo Neumann (2013) o layout se trata do desenho da disposição física do

equipamento industrial, nele inclui os equipamentos, o espaço para movimentação de

materiais e movimentação das pessoas, sua organização física básica.

Ainda de acordo com o autor, um layout bem estudado, permite uma circulação

rápida do produto pelo processo produtivo, consequentemente menos tempo é perdido e a

matéria prima se transforma com maior velocidade em produto. Percebe-se então que um

layout adequado é essencial, saber onde colocar suas máquinas e demais equipamentos é

essencial no processo produtivo, pois estes podem aperfeiçoar ou também prejudicar os

processos produtivos.

2.1.6 Planejamento e controle da produção

O planejamento da produção segundo Slack et al. (2015), se refere a tentar prever

o quanto deve ser produzido de um determinado produto de acordo com uma provável

demanda de acordo com a capacidade produtiva da organização.

Após a etapa de planejamento, seguimos para a etapa de programação e controle

da produção “controlar a produção significa assegurar que as ordens de produção serão

cumpridas da forma certa e na data certa” (MOREIA, 2015, p.362).

Segundo Moreira (2015) a programação da produção tem por objetivo:

a) permitir que os produtos obtenham a qualidade especificada;

b) fazer com que as maquinas e pessoas operem com níveis desejáveis de

produtividade;

c) reduzir estoques e os custos operacionais;

d) manter e melhorar o nível de atendimento ao cliente.

2.1.7 Gestão da qualidade

Segundo Neumann (2013, p. 217) “a gestão da qualidade é reconhecidamente uma

área de conhecimento e atuação de importância estratégica para a melhoria de

competitividade e de produtividade de negócios”.

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Em um ambiente industrial, a qualidade tem um papel crucial para produção.

Neumann (2013, p. 217) explica que “produtividade sem qualidade é uma má utilização de

recursos. Qualidade sem produtividade é uma má utilização de tempo”. Quando as duas de

fato, trabalham juntas, buscando o equilíbrio, podemos encontraram a chave para o sucesso.

Os melhoramentos de qualidade podem afetar outros aspectos do desempenho da

produção. O faturamento pode aumentar por melhores vendas e melhores preços no

mercado. Ao mesmo tempo os custos podem ser reduzidos por eficiência,

produtividade e uso melhor de capital. Assim, uma tarefa chave da função de

produção deve ser assegurar que está fornecendo bens e serviços de qualidades a

seus clientes internos e externos (SLACK, 2015, p.521).

Percebe-se então, que a qualidade vem a ser um fator essencial, que pode vir a

trazer benefícios internos e externos para a organização, de acordo com o modo que ocorre

sua gestão.

2.2 Administração financeira

A gestão financeira desempenha um papel muito importante nas tomadas de

decisões da empresa, sendo relevante no planejamento das necessidades, no uso dos recursos

disponíveis, na obtenção de financiamentos de maneira mais vantajosa, na aplicação criteriosa

dos recursos financeiros e, principalmente, na análise econômica e financeira da mesma.

Segundo Chiavenato (2014, p.2) “as empresas são organizações sociais que

utilizam dinheiro e atingir determinados objetivos. Quase sempre, esses objetivos estão

relacionados com a lucratividade do negócio”. Com isso, uma boa administração financeira

deve se fazer presente, para que os objetivos sejam alcançados. A atividade financeira de uma

empresa deve ter seus resultados acompanhados de maneira permanente, de modo a avaliar

seu desempenho e promover as correções e ajustes necessários.

Uma gestão financeira eficaz precisa ser orientada por um bom planejamento

financeiro, para isso, o gestor precisa de instrumentos confiáveis que auxiliem a otimizar os

rendimentos dos excessos de caixa ou estimar as necessidades futuras de financiamentos, para

o alcance dos objetivos a curto ou a longo prazo.

2.2.1 Custos e despesas

Conforme aponta Silva e Lins (2014, p. 7) custos “são os recursos consumidos no

processo de produção de um bem ou serviço que se espera tragam benefícios atuais ou futuros

para a entidade após a conclusão e venda do produto ou serviço”.

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Pode-se considerar como custos, os materiais diretos, os quais, segundo Alves e

Fioria (2014), são matérias primas, embalagens, componentes e outros itens essenciais para a

produção, acabamento e apresentação final do produto.

Segundo Chiavenato (2014) os custos podem ser classificados de várias maneiras,

a duas classificações mais utilizadas são:

a) quanto aos produtos fabricados: para alocar os custos ao produto, que são

classificados como custos diretos ou custos indiretos;

b) quanto ao comportamento em diferentes níveis de produção: para

determinar os custos nos níveis da produção, eles são classificados como custos fixos e custos

variáveis.

2.2.1.1 Custos diretos

Para Cruz (2012 p.33) os custos diretos “são os gastos voltados à produção de um

bem ou serviço que podem ser observados e mensurados diretamente no produto ou no

serviço”. Um exemplo claro que temos, e a matéria prima, que por sua vez é a parte mais

visível no processo produtivo.

2.2.1.2 Custos indiretos

Cruz (2012 p.35) argumenta que “são os gastos voltados à produção de um bem

ou serviço que não podem ser observados ou mensurados diretamente no produto ou no

serviço, como exemplo o salário dos funcionários da produção, ou seja, a mão de obra direta”.

2.2.1.3 Custos fixos

Cruz (2012) compreende que os custos fixos são os gastos voltados à produção de

um bem ou serviço que não vão ter variação mediante a uma produção maior ou menor.

2.2.1.4 Despesas

Segundo Cruz (2012, p.42) “as despesas são os gastos associados à administração

e a gestão da empresa”. A despesa são os gastos da empresa que não fazem parte da produção,

como: material de limpeza, telefone, etc.

2.2.2 Margem de contribuição

Segundo Neto (2014, p.311) “a margem de contribuição é a diferença entre a

receita de vendas de uma unidade e a soma dos custos e despesas variáveis dessa mesma

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unidade”. Com a margem de contribuição, podemos fazer a análise do ponto de equilíbrio. A

margem de contribuição pode ser obtida pela seguinte formula:

Margem de contribuição = Valor de Vendas – (Custos Variáveis + Despesas

Variáveis).

2.2.3 Ponto de equilíbrio

De acordo com Neto (2014) o ponto de equilíbrio é o ponto em que a margem de

contribuição se iguala aos custos e despesas fixas, anulando um ao outro gerando um lucro

igual à zero. Podemos assim concluir que o ponto de equilíbrio, trata-se do valor mínimo que

deve ser vendido para que a empresa não tenha lucro e nem prejuízo.

2.2.4 Payback

É o período decorrido entre o investimento inicial e o momento no qual o lucro

líquido acumulado se iguala ao valor desse investimento.

O payback mede o tempo necessário para obter de volta todo o investimento feito. A

ideia geral é que, quanto menor o tempo para receber de volta o investimento, menor

o risco envolvido. Com um tempo maior para receber de volta o investimento, mais

sujeito a mudanças nas condições de mercado estará o investimento, portanto, mais

risco envolvido. (BUENO, RANGEL e SANTOS, 2011, p. 146).

2.3 Suinocultura

De acordo com Sebrae (2014), a suinocultura trata-se da criação de suínos, que

basicamente pode ocorrer de duas maneiras: de forma intensiva ou extensiva. Na forma

intensiva os animais podem ser criados de três maneiras: ao ar livre, onde os animais ficam

em piquetes; no método tradicional onde são utilizados os piquetes somente para machos e

fêmeas em cobertura ou gestação; ou confinados onde todos os animais ficam sobre piso e

cobertura, sendo separados em prédios de acordo com sua fase de produção. Da forma

extensiva todos os animais são criados juntos e se alimentam de restos, sem nenhum controle

técnico.

2.4 Viabilidade

Segundo Macedo e Corbari (2014), análise de viabilidade econômica e financeira

é um estudo que possui como objetivo analisar se um determinado investimento é viável ou

não. Para analisar a viabilidade do investimento, empresas baseiam-se no custo de

oportunidade que se trata do custo do dinheiro no tempo e no fluxo de caixa, que se refere a

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uma serie de pagamentos ou recebimentos. Os métodos mais utilizados com base no fluxo de

caixa dos projetos são: Payback simples, Payback descontado, a TIR e valor presente líquido.

3 MÉTODOS E TÉCNICAS DA PESQUISA

A metodologia deste artigo se caracteriza como um estudo de caso, Michels et. al.

(2013) aponta o método de estudo de caso é uma ferramenta interdisciplinar através do

estágio/TCC, que estuda determinado ambiente, com o intuído de promover uma visão

sistêmica da instituição, contextualização de forma holística a organização em estudo.

Podendo receber várias outras técnicas de pesquisa, o presente estudo de caso será

apresentado em forma de pesquisa exploratória e descritiva, e quanto à abordagem são de

natureza qualitativa e quantitativa.

Marconi e Lakatos (2010) explicam que a abordagem qualitativa se trata de uma

pesquisa que tem como premissa, analisar e interpretar aspectos mais profundos, descrevendo

a complexidade do comportamento humano e ainda fornecendo análises mais detalhadas

sobre as investigações, atitudes e tendências de comportamento. Assim, o que percebemos é

que a ênfase da pesquisa qualitativa é nos processos e nos significados.

Segundo Gil (2010), a pesquisa bibliográfica é elaborada com base em materiais

já publicados. Podendo ser estes: livros, revistas, jornais, teses, entre outros.

Gil (2010) afirma que a pesquisa documental muito se assemelha à pesquisa

bibliográfica. Logo, as fases do desenvolvimento de ambas, em boa parte dos casos, são as

mesmas. A principal diferença está na fonte, pois esta utiliza de todos os documentos,

elaborados com finalidades diversas, sendo elas, relatos de pesquisas, relatórios e boletins,

jornais da empresa, atos jurídicos entre outros.

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

4.1 Caracterização do objeto de estudo

A propriedade Schumacher e Maass, atuante há mais de 50 anos no ramo de

suínos e produção de leite, está situada no bairro Baixo Rio Gabiroba, no munícipio de São

Martinho - SC. Consolidada no mercado, a propriedade é uma organização familiar e tem

como principal atividade a produção de suínos para abate.

Em relação aos clientes, a propriedade possui parceria com frigoríficos da região

sul de Santa Catarina, os quais absorvem sua produção de suínos. A escolha entre os clientes/

compradores fica por conta do proprietário, que escolhe a empresa que lhe der melhores

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condições de custo benefício. Entre as quais podemos citar formas de pagamento, prazos para

o mesmo e abertura para possíveis negociações destes aspectos.

A concorrência não é algo preocupante, pois, o preço do produto é ditado pela

Associação catarinense de criadores de suínos (ACCS), gerando um preço médio entre os

clientes da organização estudada e os produtores da região. Os problemas no escoamento do

produto se restringem as adversidades ocasionadas pela logística do mercado.

A empresa familiar conta com cinco colaboradores, sendo que nenhum possui

função definida, todos realizam os serviços que necessitam ser executados no momento.

Mesmo sendo uma empresa com certo tempo de mercado, a mesma não possui

organograma definido. Em conversa com o proprietário, o mesmo afirma que nunca pensou

em criar um organograma, pois acredita que isso criaria a questão de superioridade entre seus

colaboradores.

Missão: Ofertar produtos de qualidade, buscando sempre e em primeiro lugar

proporcionar a satisfação dos clientes.

Visão: Ampliar a propriedade nos próximos 10 anos, aumentando a capacidade

produtiva no ramo de suínos. Buscando sempre manter a qualidade dos produtos e a satisfação

dos clientes.

Com base no diagnóstico realizado no TCC 1, chegou-se à seguinte Matriz

SWOT, a qual foi elaborada em 4 conversas de em média, uma hora cada com o dono da

propriedade rural.

Pontos Fortes Pontos Fracos

Mão de obra familiar;

Boa localização;

Produção e tomada de decisões

muito centralizadas ao proprietário;

Oportunidades Ameaças

Aumento na exportação de carne

suína;

Preço do produto definido pelo

mercado;

Anomalias climáticas;

Instabilidade econômica nacional.

Falta de profissionais qualificados

para contratação;

Quadro 1: Matriz Swot da propriedade Schumacher e Maass Fonte: Elaborado pelo autor, (2016).

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4.2 Análise e discussão dos resultados

4.2.1 A suinocultura mundial

A carne suína é a proteína animal mais produzida e consumida do planeta. A China é o

maior produtor e o maior consumidor de carne suína do mundo, respondendo por cerca de

50% da produção e 50% de consumo global como podemos observar na figura 1 e figura 2. O

porco integra a cultura chinesa, e sua carne corresponde a cerca de 65% do consumo de

proteína animal no país.

A figura 1 a seguir aponta que além da China, os três principais produtores de suínos

no mundo no ano de 2016, são respectivamente: União Europeia, EUA e o Brasil.

Figura 1: Produção de carne suína mundial em mil toneladas ano de 2016 Fonte: USDA, Foreing Agricultural

Service, 2017.

Podemos também destacar que os quatro maiores produtores de carne suína,

correspondem a cerca de 85% da produção total mundial.

A seguir é apresentada a figura 2 apontando as importações feitas de carne suína no

ano de 2016.

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Figura 2: importação de carne suína mundial em mil toneladas ano de 2016 Fonte: USDA, Foreing Agricultural

Service, 2017.

4.2.2 Mercado de suínos no Brasil

Atualmente, o Brasil está entre as maiores potências mundiais na produção de

carne suína, hoje o país ocupa o 4º lugar entre os maiores produtores, estando apenas atrás da

China, União Europeia e os Estados Unidos.

Os maiores rebanhos brasileiros estão localizados nos estados de Santa Cantarina,

Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso conforme apresentado na

figura 3 a seguir.

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Figura 3: Produção de carne suína nacional em mil toneladas ano de 2016 Fonte: USDA, Foreing Agricultural

Service, 2017.

O quadro anterior apresenta a produção de suínos no território nacional,

demonstrando que os três estados da região sul, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul

são os maiores produtores do Brasil com respectivamente 26%, 21%, 20% na produção de

suínos no ano de 2016. Segundo dados da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal)

80,4 % da produção nacional ficaram no mercado interno e 19,6% foi destinado para

exportação no ano de 2016.

4.2.3 Mercado de suínos em Santa Catarina

O mercado de suínos em Santa Catarina apresentou um desempenho elevado no

primeiro semestre de 2017. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Indústria, Comércio

Exterior e Serviços e analisados pelo Centro de Socioeconômica e Planejamento Agrícola

(Cepa/Epagri), a exportação de suínos teve um aumento em seu faturamento de 33,8 % e de

6,7 em volume comparado ao mesmo período do ano de 2016.

Santa Catarina atualmente é o maior produtor e exportador de carne suína do país.

O fator que influencia diretamente para o estado ter alcançado esse patamar, trata se de que o

mesmo faz parte da zona de livre de peste suína clássica com certificados da OIE

(Organização Mundial de Saúde Animal).

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Com esses certificados Santa Catarina detém uma importante vantagem

competitiva, dando ao estado acesso aos mercados mais competitivos do mundo como

Estados Unidos e Japão e União Europeia e China, os maiores consumidores de carne suína.

Atualmente os principais consumidores de carne suína de Santa Catarina são

China, Rússia e Hong Kong, concentrado quase 70% das exportações do estado no ano

passado, com base nos dados do governo do estado.

Almejando aumentar suas exportações, o estado está sempre em buscas de novos

mercados. Visando o crescimento em suas exportações, Santa Catarina iniciou negociações

com a Coréia do Sul em 2016. A última etapa das negociações ocorreu no primeiro semestre

do ano atual com a habilitação para os frigoríficos exportarem para os sul-coreanos.

4.2.4 Descrição da atual modalidade

Atualmente o método de produção em que a propriedade trabalha é o ciclo total. O

mesmo tem este nome por realizar todo o ciclo produtivo, desde a inseminação até a venda

dos animais diretamente para os frigoríficos.

O processo produtivo inicia-se pela inseminação das matrizes (porcas que

produzirão os leitões) da raça F1 (que se dá pela cruza das raças Large com Landrace). A

inseminação das matrizes ocorre pelo método tradicional, onde a mesmas são encaminhadas

até a área onde fica o porco reprodutor da raça Large e ocorre a cruza dos animais.

O reprodutor tem a capacidade de inseminar até três matrizes por dia. O custo de

um porco reprodutor atualmente está em torno de R$2.500,00, o prazo médio de produção do

animal é de 8 anos.

Cada gestação das matrizes dura em média 114 dias, sendo que cada porca dá à

luz a cerca de 12 a 13 animais por vez. A matriz por sua vez consegue ter 6 gestações em seu

ciclo de vida, após esse período a mesma é vendida aos frigoríficos, onde é abatida pesando

em torno de 250 kg.

As matrizes ficam alocadas em uma área da granja chamada de maternidade,

nesse local todas as matrizes se concentram no mesmo local e ficam separadas em gaiolas

individuais onde elas podem ter uma maior comodidade com seus filhotes.

Após o nascimento, os leitões recebem um cuidado especial, onde em quanto uma

parte dos animais vão mamar, a outra parte fica em um ambiente próximo em forma de estufa.

A temperatura da mesma fica em torno de 35°C que é ideal para os primeiros dias de vida dos

leitões.

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Os filhotes ficam durante um período de 40 dias sendo amamentados por suas

mães até que sejam separados delas e colocados em um espaço chamado creches. Os leitões

ficarão lá até atingirem um peso aproximado de 20 kg.

A última etapa se dá por retirar os porcos das creches e coloca-los em chiqueiros.

Os mesmos ficarão em grupos com média de 20 porcos até atingir o peso ideal para o abate.

Este que é de cerca de 100 kg obtidos através da alimentação por ração.

CLASSIFICAÇÃO QUANTIDADE

Macho reprodutor 1

Fêmeas reprodutoras (matrizes) 25

Leitões 1 (até 40 dias de vida) 47

Leitões 2 (até 20 Kg) 34

Suínos em engorda 131

Quadro 2: Animais produzidos na propriedade Schumacher e Maass. Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

No quadro anterior, está especificado a quantidade de animais em cada estágio de

produção, desde a quantidade de macho reprodutor, das fêmeas reprodutoras e também a

quantidade de dos animais destinados à venda.

Outra parte importante que está envolvida no processo produtivo é a produção das

rações. Basicamente a ração é feita através de uma mistura de milho, farelo de soja, farelo de

trigo e complementos minerais. Em cada etapa da produção é utilizado uma ração específica

para melhor atender às necessidades dos animais.

A ração é produzida nas dependências da propriedade rural onde é utilizada para

alimentar os suínos. A matéria prima para fabricação das rações não é produzida na

propriedade, sendo que são compradas de fornecedores da região. Atualmente são gastos

12.000 kg de milho mensalmente para a fabricação de ração para os animais.

Além dos custos com ração, a propriedade tem em seu custo de produção a

energia, os medicamentos, a mão de obra e a depreciação dos equipamentos e das

construções.

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Figura 4: Gráfico formação do custo da produção na propriedade Schumacher e Maass. Fonte: Elaborado pelo

autor, 2017.

Deve-se também lembrar-se da mortalidade dos animais, as quais representam um

grande custo na produção, pois a mortalidade em animais de até os 40 dias de vida, é de

entorno de 10% e dos demais animais é de aproximadamente 2%.

No momento atual, essa modalidade de produção não é mais viável para o

produtor, pois essa maneira de criação a cerca de 2 anos vem gerando um prejuízo

significativo à propriedade.

A seguir encontra-se o quadro 3 que apresenta os preços de venda e o custo de

produção dos 12 meses do ano de 2016.

Quadro 3: Valor de venda X custo de produção Fonte: Associação Catarinense de Criadores de Suínos, 2017.

Mês Valor de venda por kg (R$) Custo de produção por kg

(R$)

Janeiro 2,97 4,26

Fevereiro 2,83 4,50

Março 2,83 4,80

Maio 2,75 5,34

Abril 2,73 5,52

Junho 2,83 5,64

Julho 2,83 5,28

Agosto 2,89 5,04

Setembro 2,93 4,74

Outubro 2,93 4,68

Novembro 2,93 4,62

Dezembro 3,06 4,44

85%

4%

2%

7%

2%

Custos de produção

Rações

Medicamentos

Energia

Mão de obra

Depreciação

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O quadro anterior demonstra que durante o ano de 2016 a propriedade somente

acumulou prejuízos. Considerando que a mesma produziu cerca de 420 animais no ano, assim

gerando um prejuízo aproximado de R$ 63.000,00.

4.2.4.1 Layout de produção atual

Figura 5: Layout Propriedade Schumacher e Maass. Fonte: elaborado pelo autor, 2017.

A figura acima mostra o layout atual da propriedade, a mesma se divide em seis

partes:

A. área de engorda dos animais.

B. creche dos leitões.

C. maternidade.

D. box de espera, local onde ficam as matrizes.

E. área do reprodutor.

F. estoque de ração.

4.2.5 Modalidade de produção integrada com empresas especializadas

A modalidade de produção integrada funciona de uma forma diferente, a

propriedade presta serviço para uma empresa especializada neste ramo, deste modo à

propriedade realiza apenas a engorda dos animais e a empresa paga um valor fixo por cada

animal. Atualmente o valor pago por cada animal é aproximadamente R$14,00.

A propriedade rural que resolver seguir por este meio produtivo terá que oferecer

o espaço físico para a criação dos animais, energia e a mão de obra. Todo o resto é por

responsabilidade da empresa, deste o fornecimento dos animais pequenos, das rações, dos

medicamentos e também da venda dos animais para os frigoríficos.

Após a realização da adequação das instalações, o proprietário deverá realizar a

assinatura do contrato com a empresa a que fornecera os animais. Após o contrato assinado o

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fornecedor entregará a quantidade de animais previamente vacinados pesando cerca de 10 kg,

de acordo com a capacidade da instalação.

Além dos animais, a empresa também irá fornecer os demais insumos necessários

para criação dos suínos, que são compostos pelas rações dos animais e os medicamentos. A

ração é entregue de acordo com o consumo dos animais, sendo que quando o estoque estiver

baixo, o produtor entra em contato com a empresa fornecedora que em seguida reabastecera o

estoque. Os medicamentos serão entregues de acordo com a necessidade dos animais, ou seja,

apenas quando algum animal adoecer.

Através desse método produtivo, a renda da propriedade se dá por meio do valor

pago pela engorda de cada animal que dura 110 dias. Deste modo, a granja tendo a capacidade

de acomodar 300 animais, recebera um total de R$ 4.200,00.

Além do pagamento pré-estabelecido, o produtor recebe também um abono por

conversão, sendo este calculado pela quantidade de ração necessária para realizar a engorda

dos animais. Sendo que quanto menor a quantidade de ração utilizada maior será o abono,

podendo o mesmo atingir o máximo de R$ 2,00 por animal.

Vale também ressaltar que neste método produtivo a propriedade rural não corre

riscos com as variações dos preços de venda, com as mortalidades dos animais e com os

riscos de inadimplência na venda dos porcos.

Em caso de mortalidade de animais, o proprietário perde apenas o valor pago

referente à engorda do mesmo e o abono de conversão calculado sobre o animal que morreu.

4.2.5.1 Layout de produção integrada

Figura 6: Projeto Layout Propriedade Schumacher e Maass Fonte: elaborado pelo autor, 2017.

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Acima é apresentado o layout do sistema de produção proposto. Com esse novo

layout a capacidade instalada aumenta para 300 animais, um número superior ao atual que é

de 131 animais como demonstrado no quadro 2.

Outra vantagem em relação a esse sistema produtivo é que existe apenas um tipo

área para os animais, representado pela letra A e uma área de estoque representado por B,

diferentemente da forma atual, que se divide em cinco partes mais o estoque, isso influencia

na velocidade e praticidade do produtor em alimentar os animais.

4.2.5.2 Custos e passos para a implantação

Objetivos Adequar às instalações

Passo

O que? Adequar as instalações para o método produtivo integrado.

Por quê? Para que a Propriedade tenha uma vantagem competitiva e para que possa

reduzir custos.

Onde? Propriedade Schumacher e Maass

Quem? Proprietário.

Quando? Buscar realizar tal processo desde já, buscando alcançar os resultados

esperados em no máximo um ano.

Como? Realizar as adaptações do espaço físico e também dos equipamentos

necessários para o perfeito funcionamento da modalidade de produção

proposta.

Quanto? O custo calculado é de entorno de R$ 36.000,00.

Quadro 4: ferramenta 5w2h Fonte: elaborado pelo autor, 2017.

Primeiramente antes de qualquer mudança, o proprietário deve entrar em contato

com as empresas a quem o mesmo fornece os suínos e também seus fornecedores, informando

que ele irá finalizar seus contratos de vendas dos animais e compras dos insumos.

Para implantação da proposta de produção integrada, a propriedade deve se

adequar fazendo algumas mudanças em seu espaço físico atual e em seus equipamentos,

sendo que será de responsabilidade do proprietário essa adequação.

Essa mudança de modalidade tem por finalidade buscar uma vantagem

competitiva maior no mercado, diminuindo o custo da produção e aumentando o faturamento

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da propriedade gerando assim lucro, diferente do que ocorre atualmente onde a empresa

acumula prejuízo, por esse motivo é importante que a implantação ocorra o quanto antes.

Para essa implantação será necessário um investimento de R$ 36.000.00 e um

período de 60 dias para conclusão da obra. O valor investido pode ser financiado pelo Pronaf

Mais Alimentos, o qual pode ser pago em 8 anos e tendo a opção de mais 2 anos de carência

para o início do pagamento, outra vantagem deste financiamento que é os juros são de 3,2%

ao ano. O payback simples para essa operação considerando a conversão é de 2,6 anos.

4.2.5.3 Resultados esperados com a mudança

Com a implantação do novo sistema produtivo, esperam-se os seguintes

resultados:

a) aumento no faturamento da propriedade;

b) estabilidade financeira do negócio;

c) diminuição da necessidade da mão de obra;

d) redução de horas trabalhadas;

e) aumento da qualidade na produção.

4.2.6 Visão Geral

Conforme citado anteriormente o objetivo geral desse artigo é identificar a

viabilidade de mudança da atual modalidade de suinocultura ciclo total, para modalidade de

produção integrada. Com base nos dados demonstrados no item 4.2.4 de produção integrada e

comparando estes com o item 4.2.3 modalidade de produção atual, tendo em vista os

resultados esperados, a mudança será viável porque trará uma melhora financeira para

propriedade, uma melhora na produtividade, pois aumentará o número de animais, uma

melhora na qualidade, pois o foco se dará a apenas uma etapa da produção dos suínos, uma

flexibilidade maior em relação à mão de obra, pois terá uma diminuição de trabalhos a serem

realizados, pois além da criação dos suínos a propriedade também tem a atividade da

produção de leite.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após análise de todos os setores no TCC 1, optou-se no presente artigo em focar

no método de produção atual e na possibilidade de troca para um novo método produtivo.

O objetivo geral de identificar a viabilidade da modalidade de produção de suínos

atualmente na propriedade Schumacher e Maass foi atingido após apresentação da empresa,

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descrição do atual processo e suas oportunidades de melhoria, assim como da apresentação do

novo processo de criação integrada de suínos, que demonstrou, além de menor risco, ser mais

rentável.

Por fim, conhecer a realidade de uma empresa por inteiro, possibilitou comparar a

teoria acadêmica com a prática, gerando grande aprendizado.

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