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Violência contra a mulher Profª. Quésia Alencar

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Violência contra a mulher

Profª. Quésia Alencar

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Um retrato da violência contra a mulher...

• Para a OMS a violência contra a mulher é um problema de saúde pública, por sua dimensão e gravidade das seqüelas orgânicas e emocionais que produz;

• 40 a 70 % dos homicídios femininos no mundo, são praticados por parceiros íntimos;

• 27% de mulheres entrevistadas em São Paulo e 34% na Zona da Mata Pernambucana, em um universo de 4.299, relataram terem sofrido violência física cometida por parceiros ou ex-parceiros (OMS, 2001);

• 51% da população brasileira declarou conhecer pelo menos uma mulher que já foi agredida pelo seu companheiro (Instituto Patrícia Galvão, 2006).

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Central de Atendimento à MulherLigue 180 (2005 a 07/2007)

• 94% dos registros eram relacionados à violência doméstica e familiar;

• 73% dos registros de denúncias foram causados por violência praticada pelo cônjuge;

• 80% das vítimas de violência relataram ter filhos;

• 59% dos registros de denúncias informaram que a freqüência com que a violência ocorre é diária;

• 57% dos registros informaram que os agressores utilizam entorpecentes;

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Tipos de violência • Violência de gênero

• Violência institucional

• Violência física

• Violência moral

• Violência psicológica

• Violência patrimonial

• Violência sexual

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Profilaxia em casos de violência sexual

• Profilaxia para o HIV (sexo oral, anal e vaginal), exposição ocorrida > 72h. Utilizar por 4 semanas: AZT + 3TC e NFV (12/12h);

• Profilaxia para hepatite B: para não imunizadas ou com esquema vacinal incompleto. Vacina HB + imunoglobulina humana anti-hepatite B;

• Sífilis: Penicilina benzatina (dose única);

• Gonorréia: ceftriaxone (dose única);

• Clamídia: Azitromicina (dose única).

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Repercussões da violência sobre a saúde da mulher

•Distúrbios do sono, pesadelos, assusta-se com facilidade;

•Irritabilidade, agitação; constantes lembranças do evento traumático;

•Necessidade compulsiva de falar sobre o evento ou impossibilidade de falar sobre o evento;

•Dificuldade de memória e concentração, de tomar decisões;

•Chora sem motivo aparente, depressão, isolamento emocional, falta de interesse em pessoas e eventos à volta;

•Dificuldade de planejar o futuro, de relacionamento sexual;

•Compulsividade (com comida, cigarro, bebida etc);

•Dores não localizadas.

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CICLO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA1° fase: TENSÃO

Quando ha brigas com ofensas gritos, empurrões,ameaças,

puxões de cabelos etc.2° fase: EXPLOSÃO

Quando ele bate, sufoca, usa

armas, chuta, fere, estupra, etc.

3° fase:RECONCILIAÇÃO A fase do amor, promete não fazer mais isso, fica amoroso, assume a culpa, torna-se bom marido, bom pai, etc.

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O QUE TORNA TÃO DIFÍCIL DEIXAR UMA RELAÇÃO EM QUE OCORRE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA?

• O comportamento do homem violento: o aumento da violência em cada episódio; perseguições na rua, no trabalho, ameaças às crianças e à família;

• O sentir-se paralisada pelo trauma físico e psicológico da violência;

• A falta de opções de moradia, trabalho e cuidados médicos;

• Difícil acesso a educação, treinamento e informações;

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• Ambivalência da mulher diante das promessas de mudança do companheiro;

• A esperança , o afeto, a lealdade, o apreço pelas qualidades positivas da relação;

• A falta de apoio da comunidade (culpando a mulher);

• Pressões familiares e dos filhos;

• Valores religiosos, valores culturais;

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Entraves na assistência à saúde...

Os profissionais de saúde criam barreiras para atender as mulheres em situação de violência devido a fatores como:

• falta de tempo e de recursos;

• medo de ofendê-las;

• falta de treinamento e frustração ao perceber que muitas delas que recebem conselhos,apoios, acolhimento e assistência psicológica,voltam para seus companheiros como se nada tivesse acontecido;

• faltam-lhes conceitos que reúnam conhecimentos médicos e de outras áreas, como a social e jurídica;

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Assistência à mulher em

situação de violência

Capacitação dos

profissionais de saúde

Inserção da temática e/ou reforço nos

currículos acadêmicos

Envolvimento dos dirigentes

dos serviços de saúde

Trabalhos em redes

Políticas sociais

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Violência conjugalArt.129 - Lesão Corporal – Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem.

Pena – detenção de três meses a um ano.

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Até então, os crimes cometidos pelos

agressores eram julgados pelos Juizados Especiais

Criminais (Jecrins), tratados da mesma forma que delitos no trânsito e considerados “de menor

potencial ofensivo”.

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Lei Maria da Penha (nº 11.340)

• Tipificação da violência doméstica e familiar contra a mulher;

• É vedada a entrega da intimação pela mulher ao agressor;

• A mulher vítima de violência doméstica será notificada dos atos processuais, especialmente quanto ao ingresso e saída da prisão por parte do agressor;

• A mulher em situação de violência somente poderá renunciar a denunciaperante o juiz ;

• Proibidas as penas alternativas e multas;

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• Retira dos Juizados Especiais Criminais a competência para julgar os crimes de violência doméstica contra a mulher;

• Prevê que os agressores sejam presos mediante flagrantes ou tenham sua prisão preventiva decretada;

• Tempo máximo de detenção previsto de um para três anos, podendo ser aumentada 1/3 da pena, caso a mulher seja portadora de alguma deficiência;

• O juiz pode obrigar o comparecimento do agressor a programas de recuperação e reeducação;

• Abertura de inquérito policial composto por depoimentos da vítima, do agressor e de provas documentais e periciais;

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• Criação de novas Defensorias Públicas da Mulher;

• Criação de Juizados Especiais de Violência Doméstica e Familiar contra a mulher, com equipe multidisciplinar. Além de dar agilidade aos julgamentos, podem reunir ações sobre a guarda dos filhos e pensão alimentícia;

• Fomento às pesquisas sob a perspectiva de gênero, raça ou etnia, concernente às causas, às conseqüências e à freqüência da violência doméstica e familiar contra a mulher;

• a criação de programas educativos que disseminem valores éticos e de respeito à dignidade da pessoa humana na perspectiva de gênero e raça, a capacitação permanente das polícias civil e militar, do guarda municipal, do corpo de bombeiros etc.

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• Garantir o respeito à mulher nos meios de comunicação social, a promoção e a realização de campanhas educativas e de prevenção à violência contra a mulher;

• O juiz pode assegurar à mulher a manutenção do vínculo empregatício, podendo a mesma se afastar do local de trabalho por até seis meses;

• O Juiz também pode suspender ou restringir a posse e/ou o porte de armas do agressor, determinar seu afastamento do lar, domicilio ou local de convivência com a agredida.

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• Pode proibir aproximação com a ofendida, familiares e testemunhas, fixando um limite mínimo de distância e de contato com os mesmo por qualquer meio de comunicação;

• O Juiz pode ainda, definir a freqüência do agressor em determinados lugares a fim de proteger a integridade física e psicológica da mulher, além de restringir ou suspender visitas aos dependentes menores e determinar a prestação de alimentos provisionais ou provisórios;

• Inclusão das mulheres em programas oficiais de assistência social;

• Atendimento à mulher em situação de violência por serviços articulados em rede, incluindo saúde, segurança, justiça, assistência social, educação, habitação e cultura.

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Pacto Nacional pelo Enfrentamento à violência contra a Mulher

Objetivos:

• Reduzir os índices de violência contra as mulheres;

• Promover uma mudança cultural a partir da disseminação de atitudes igualitárias e valores éticos;

• Garantir e proteger os direitos das mulheres em situação de violência, com atenção especial às mulheres negras, indígenas e àquelas que vivem no campo e nas florestas.

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Áreas estruturantes:

• Consolidação da Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, incluindo a implementação da Lei Maria da Penha;

• Promoção dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres e enfrentamento à feminização da Aids e outras DST;

• Combate à exploração sexual e ao tráfico de mulheres;

• Promoção dos direitos humanos das mulheres em situação de prisão.

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Integram a rede

• Centros de Referência de Atendimento às Mulheres em situação de Violência;

• Casas Abrigo;

• Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM);

• Defensorias da Mulher;

• Juizados e Varas de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher.

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• Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180);

• Ouvidorias;

• Polícia Civil;

• Polícia Militar;

• Instituto Médico Legal;

• Serviços de saúde voltados para o atendimento às mulheres vítimas de violênica sexual.

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Referências• BRASIL. Enfrentamento à violência contra a mulher: balanço das

ações 2006-2007. Brasília: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, 2007.

• ______. Plano Nacional pelo Enfrentamento à violência contra a mulher. Brasília: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, 2007.

• SCHRAIBER, L. B. et al. Violência dói e não é direito: a violência contra as mulheres, a saúde e os direitos humanos. São Paulo: Editora UNESP, 2005.

• TAQUETTE, S. R. (org.). Mulher adolescente/jovem em situação

de violência: propostas de intervenção para o setor saúde módulo de auto-aprendizagem. Brasília: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, 2007.