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VOLEIBOL: O minivoleibol como opção de prática … maior prazer em jogar e socializar os alunos. Palavras chave : voleibol, minivoleibol, série de jogos, esporte. 1 Professor PDE,

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VOLEIBOL: O minivoleibol como opção de prática para o Ensino Médio

Sandoval Gomes da Silva 1

José Carlos Mendes 2

RESUMO

Objetivando aplicar uma proposta pedagógica de prática do voleibol por meio da

prática do minivoleibol, O método de ensino para as práticas esportivas, foi uma

escolha do professor, justificando que o sucesso deve ocorrer no processo de ensino

aprendizagem, superando os aspectos maçantes e desmotivantes inerentes a

prática da metodologia tradicional. Os professores de Educação Física devem

oferecer uma prática esportiva no âmbito escolar pautada em métodos de ensino

que proporcionassem situações problemas ou tarefas que estejam adequados a

capacidade do aluno, propiciando momentos de prazer e alegria. Para tanto, foi

elaborada a unidade didática que enfatizou uma proposta de prática do voleibol por

meio de atividades alicerçadas na metodologia Série de Jogos, especificamente o

minivoleibol, como uma opção de prática da modalidade de voleibol de Educação

Física de uma 1ª série do Ensino Médio, do Colégio Estadual Machado de Assis –

município de Nova Aurora – Paraná. A intervenção foi estruturada da seguinte forma:

apresentação do projeto a comunidade escolar, na sequência foi apresentado o

projeto aos alunos da 1ª série do Ensino Médio, por meio da utilização da TV

multimídia, relacionando as atividades e proporcionando aos alunos um momento de

valorização do esporte nas aulas de Educação Física, tendo em vista que o Voleibol

é um esporte que atende ao objeto de ensino da disciplina. Como resultado pode se

observar que minivoleibol pode ser uma prática esportiva motivante, tendo em vista

que não foi somente aplicado com a turma selecionada, ou seja, 1ª série do Ensino

Médio, sendo estendida a sua prática a todas as turmas promovendo uma melhor

aprendizagem, o contato com a bola por todos e a motivação para jogar aumentou e

os ditados frequentes como “eu não sei, eu não gosto” praticamente desapareceram,

possibilitando maior prazer em jogar e socializar os alunos.

Palavras chave: voleibol, minivoleibol, série de jogos, esporte.

1

Professor PDE, formado em Educação Física, atua no Colégio Estadual Machado de Assis –

Ensino Fundamental, Médio e Profissional no Município de Nova Aurora – PR, NRE de Assis

Chateaubriand, 2012. [email protected]

Professor do curso de Educação Física, Unioeste - Campus de Marechal Candido Rondon. 2012.

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1 O Problema e sua Importância

O método de ensino para as práticas esportivas, segundo Greco (1998) é

uma escolha do professor, uma vez que o sucesso deste processo de ensino

aprendizagem e treinamento pode facilitar o aprendizado quando bem preparado,

superando os aspectos maçantes e desmotivantes inerentes a prática da

metodologia tradicional. O autor ainda ressaltou que os professores de Educação

Física deveriam oferecer uma prática esportiva no âmbito escolar pautada em

métodos de ensino que proporcionassem situações problemas ou tarefas que

estejam adequados a capacidade do aluno, propiciando momentos de prazer e

alegria.

Neste sentido, a busca pelo conhecimento tornou-se uma necessidade diária

para os professores de Educação Física na expectativa de proporcionar a melhoria

nas propostas pedagógicas de ensino do esporte nas aulas de Educação Física,

especialmente no ensino médio, tendo em vista que os alunos demonstram

desinteresse e desmotivação para entender que a proposta da disciplina “deve

superar o mero exercício físico e dar lugar a formação humana em suas amplas

dimensões” (DCE, 2009).

Assim, surgiu a necessidade de formulação de propostas pedagógicas

alicerçadas em métodos ativos de ensino do esporte no âmbito escolar, pautados na

idéia que “o jogo se aprende jogando”, respeitando os interesses dos alunos e

solicitando a partir de situações vividas, a iniciativa, a imaginação e a reflexão

pessoal para favorecer a aquisição de um saber adaptado.

Os métodos de ensino deveriam apresentar aos alunos situações problemas

que estejam adequadas a seu nível de suas capacidades, especialmente, as

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psicotáticas, isto é, aquelas que permitirão um melhor aproveitamento dos conceitos

táticos, interrelacionados com a aplicação da técnica, permitindo assim ao aluno

solucionar tarefas e problemas do jogo, que levem a vivenciar reforços positivos,

motivando-o (GRECO, 1998).

Os dados pertinentes às Diretrizes Curriculares Estaduais (2009) relataram a

necessidade de reestruturação dos conteúdos do ensino do esporte na expectativa

de substituição da visão essencialmente técnica do ensino, propostos por alguns

métodos de ensino, como por exemplo, a visão do método analítico, por métodos de

ensino que oportunizem a prática constante do jogo e sua construção através da

seriação por partes de diferentes aspectos do jogo (GRECO, 1994).

A opção por um determinando método de ensino, segundo Greco (1998) é

uma escolha do professor, assim torna-sede fundamental importância para o

sucesso do processo de ensino do esporte. O autor ainda ressaltou que o método

escolhido deveria facilitar o processo de ensino e aprendizagem, proporcionado por

meio de atividades que ofereçam situações-problema ou tarefas a executar

adequadas á capacidade do aluno, propiciando momentos de prazer e alegria.

O voleibol, segundo Fock e Lins (2010) é uma prática das aulas de Educação

Física que insere a prática esportiva competitiva, sendo uma das modalidades

esportiva mais procurada pelos alunos por se trata de uma modalidade coletiva,

assim como, o fato de transparecer ser de fácil aprendizagem.

Matos (apud Fock e Lins, 2010) enfatizou que esta modalidade esportiva

pode ser apontada como um dos fenômenos mais expressivos da atualidade, sendo

considerado como “uma das manifestações culturais de grande repercussão social,

sendo praticados em diversos lugares como praças, ruas escolas e clubes”.

Neste contexto, observou-se que os primeiros contatos da criança com a

modalidade, muitas vezes pode acontecer de forma livre e recreativa em diversos

ambientes. No entanto, somente nas aulas de Educação Física e sessões de treino

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específico da modalidade que os praticantes têm acesso a uma prática formal, em

que a prática de atividades permite o contato dos indivíduos com os elementos

técnicos, regras, características, princípios e movimentações, entre outros aspectos

da modalidade (FOCK e LINS, 2010).

Um dos aspectos relevantes a ser considerado no planejamento de uma

proposta pedagógica de prática desta modalidade esportiva seria a possibilidade de

liberdade proporcionada na prática do voleibol não formal pudesse permanecer na

prática durante as aulas de Educação Física. Neste sentido, o método escolhido

deveria atender este princípio, além dos objetivos traçados pelo professor, para que

não tenham sua motivação diminuída e nem percam o gosto pelo esporte.

Fock e Lins (2010) apontaram que alguns fatores podem contribuir para que

os alunos tenham um aproveitamento melhor durante a prática da modalidade,

especialmente se ela fosse oportunizada por meio de brincadeiras que lembram o

jogo. Nesse sentido, a prática da modalidade de voleibol a partir da estrutura

proposta pelo minivoleibol poderia auxiliar os alunos a fortalecer valores,

desenvolver competências cognitivas, pessoais, sociais e produtivas, perante a

sociedade.

Dietrich et al (apud Fock e Lins, 2010) afirmaram que na metodologia de

série de jogos, durante sua prática, o professor poderia promover a modificação ou

simplificação das regras, a partir do momento que o jogo e o número de jogadores é

reduzido, juntamente com o campo, “favorecendo o aprendizado e proporcionando

mais prazer na prática do desporto.

O minivoleibol tornou-se, nos últimos anos, uma alternativa metodológica de

aprendizagem do voleibol, uma vez que é um “jogo simples em relação à prática do

jogo formal em que o aprendizado torna-se mais difícil em função do tamanho da

superfície do jogo, além de altas exigências quanto à execução dos elementos

técnicos, entre outras exigências do jogo. No entanto, observou-se que a

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oportunidade de prática por meio do minivoleibol, segundo literatura específica,

remete-se, quase que exclusivamente, durante a infância, como uma forma

alternativa de prática do jogo para fomentar o aprendizado formal do voleibol.

A utilização do minivoleibol como forma de prática alternativa do jogo de

voleibol para outras faixas etárias são raríssimas ou inexistentes, desconsiderando

uma excelente oportunidade de prática da modalidade de voleibol de forma alegre e

prazerosa, possibilitando a inclusão dos indivíduos independente dos seus níveis de

aptidão motora momentânea.

Autores como Cassignol (1978), Singer e Dick (1980) afirmaram que os

alunos por meio desta prática poderiam desfrutar de benefícios no desenvolvimento

dos planos motor, intelectual/cognitivo e moral/afetivo. Quanto os aspectos

relacionados ao plano motor, o minivoleibol poderia desenvolver habilidades no

manejo da bola, capacidades coordenativas, capacidade de reação, a velocidade,

além do domínio sobre seu corpo. Enquanto, no plano intelectual/cognitivo

proporciona vivências de habilidades intelectuais, assim como, aquisição e aplicação

de conhecimentos para o desenvolvimento do jogo

Por fim, no plano moral/afetivo, pode proporcionar o desenvolvimento de

aspectos coletivos, como por exemplo, espírito de equipe, facilitando a interação

social progressiva (CASSIGNOL 1978 apud JUNIOR e QUADROS, 2007, p. 01),

além disso, Robazza et al (2000) afirmou que;

no aspecto afetivo deve-se estar atento a basicamente a 12 características,

tais como: agressividade, tensão, medo, determinação, desatenção,

atenção, nervosismo, tranqüilidade, falta de confiança, segurança, alegria, e

motivação, as quais podem ser separadas em itens facilitadores positivos ou

negativos e itens inibidores positivos e negativos.

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Os jogos reduzidos, como o minivoleibol, proporciona durante sua prática a

vivência ações complexas do jogo formal (6X6) em situações de jogo simplificadas,

como quantidade de jogadores, largura da quadra, altura da rede e material de jogo

adequados as capacidades dos praticantes (GOTSCH APUD JUNIOR e QUADROS,

2007).

Esta prática pode ser considerada um jogo completo, que flui livremente,

exprimindo gestos naturais para crianças entre 9 a 13 anos, além disso, é

apropriado para iniciantes mais velhos que ainda não estejam preparados para o

jogo normal, como tido uma prática recreativa, assim como, uma opção de treino

para jogadores mais especializados, conforme destacou o autor:

Os requisitos de aprendizagem específicos para o minivoleibol se adquirem

mediante jogos de movimento e exercícios em forma de jogo, cuja estrutura

e condições de jogo o principiante já conhece. Os jogos de movimentos e as

formas de jogo são modificados sob pontos de vista didáticos, para

introduzir o principiante à ação do jogo específico de voleibol (GOTSCH,

APUD JUNIOR; QUADROS, 2007, p. 03).

Baack (1972) afirmou que na prática do jogo normal de voleibol (6x6), o

número de vezes que a criança toca a bola durante o jogo não é suficiente para o

desenvolvimento motor desejável. Esta desvantagem é suprida pelo minivoleibol, no

qual o jogador toca a bola muitas vezes, percorrendo distâncias menores, e

logicamente mais adequadas para seu grau de desenvolvimento.

Nesta perspectiva, foi aplicada uma proposta de prática do voleibol por meio

de atividades alicerçadas na metodologia Série de Jogos, especificamente o

minivoleibol, como uma opção de prática da modalidade de voleibol nas aulas de

Educação Física de uma 1ª série do Ensino Médio do Colégio Estadual Machado de

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Assis - município de Nova Aurora – Pr.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A Prática pedagógica na Educação Física

“A educação é uma ação necessária a todo ser humano”, neste sentido,

educar, segundo Libâneo (1985, p.97) é “conduzir de um estado para o outro, é

modificar, numa certa direção, o que é suscetível de educação”. Os dados expostos

nas DCEs (2009, p.49) complementaram reafirmando que “a educação deve

promover, neste caso, na escola um espaço que, dentre outras funções, deve

garantir o acesso aos alunos ao conhecimento produzido historicamente pela

humanidade”.

Neste contexto, o ato pedagógico poderia ser definido como uma atividade

sistemática de interação entre os seres sociais, tanto no nível do interpessoal como

no nível de influência do meio, interação essa que se configura numa ação exercida

sobre os sujeitos ou grupos de sujeitos, visando provocar mudanças.

Libâneo (2001, p.95) ressaltou que no ato pedagógico, muitas vezes, “os

objetivos se confundem com a ação exercida sobre crianças e adolescentes, para

torná-las aptas a viver numa determinada sociedade”. Neste sentido, a ação

pedagógica tornou-se um importante traço de união entre o indivíduo e o social,

assim, pelo fato de a realidade social ser histórica e superável é relevante aos

questionamentos de como formar o homem para a sociedade.

Uma proposta de prática pedagógica reflexiva deveria ter como pontos de

partida e chegada a prática social, caracterizada pela indissolubilidade entre teoria e

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prática, em que as dicotomias tendem a desaparecer, tendo um caráter inquieto,

criador e acentuado grau de consciência, ou seja, a prática pedagógica teria como

preocupação produzir mudanças qualitativas, procurando a aquisição de um

conhecimento crítico e aprofundado da realidade, conforme relatou Fleury (1992):

A dimensão pedagógica está fundada num caráter epistemológico: e o

conhecimento não se dá pela transmissão de um conceito abstrato de uma

pessoa para outra, nem a partir de instituições de indivíduos isolados; o

conhecimento ocorre no bojo do processo histórico e coletivo da práxis. No

processo de transformação da natureza e da própria sociedade, os homens

elaboram teorias a partir e em função da prática, nesta se verificando

também o sentido e valor (p.20).

Desta forma, a prática pedagógica deveria ser uma opção consciente, pelo

desejo de renovação, de transformação e de mudanças, pela busca e

implementação de novos valores que venham a dar uma nova direção à prática

social. Assim, o conhecimento tido como o principal poderia ser caracterizado como

o pensamento que resulta da relação que se estabelece entre o sujeito que conhece

e o objeto a ser conhecido (ARANHA,1996).

A disciplina de Educação Física, segundo Barni (2002, p.2) “parte integrante

da educação básica, na qual no Ensino Médio encontra-se na matriz curricular”, sob

estes aspectos deveria enfatizar, conforme exige as Diretrizes Curriculares

Estaduais de Educação Física (PARANÁ, 2008, p.20), a procura do estabelecimento

um currículo configurador da prática, devendo ser um produto amplo de discussão

“entre os sujeitos da educação fundamentado nas teorias críticas e com organização

disciplinar”.

A proposta pedagógica específica da área deveria estar vinculada à proposta

teórica do materialismo histórico dialético, em que a base teórica está alicerçada nas

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teorias críticas da educação, consequentemente, as metodologias de ensino

deveriam priorizar diferentes formas de ensinar, de aprender e de avaliar. Portanto,

deve-se primar por “uma concepção de conhecimento que considera suas

dimensões científica, filosófica e artística, enfatizando-se a importância de todas as

disciplinas” e superando o conteúdo pelo conteúdo, tendo como objetivo o

conhecimento, uma vez que enfatizava o individualismo e da adaptação do sujeito a

sociedade, ao invés de construir e oportunizar o acesso a conhecimentos que

possibilitem aos educandos a formação crítica (p. 49)

A disciplina de Educação Física, segundo dados das DCEs (2009), deveria

ter como objeto de estudo e ensino a Cultura Corporal de Movimento, em que a

aquisição do conhecimento ocorreria por meio de reflexão crítica das inúmeras

manifestações ou práticas corporais historicamente produzidas pela humanidade,

contribuindo com um ideal mais amplo de formação de um ser humano crítico e

reflexivo, reconhecendo-se como sujeito, que é produto, mas também agente

histórico, político, social e cultural.

2.1 Métodos de Ensino em Educação Física

Greco (1998) ressaltou a necessidade de revisão conceitual e metodológica

dos métodos de ensino do esporte, tendo em vista as diferentes bases teóricas nas

quais os métodos foram concebidos. Segundo o autor, a escolha do método de

ensino é essencial para facilitar o processo de ensino-aprendizagem-treinamento do

esporte, propondo um aprendizado por meio de momentos de prazer e alegria.

Dietrich et al apud Greco (1998) ressaltaram que os princípios que norteiam

a metodologia de ensino do esporte, especialmente, os jogos esportivos coletivos,

são a expressão de diferentes teorias e objetivos pedagógicos e psicológicos que os

transformam em fundamentos de organização. Neste contexto, os autores

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salientaram a existência de dois procedimentos pedagógicos, na década de 80 do

século passado, apoiados em diferentes teorias psicológicas fundamentalmente

divergentes, ou seja, comprovaram-se relativamente resistentes e expressivos no

princípio analítico sintético e o princípio global funcional.

O princípio analítico é derivado da corrente associacionista, que influencia a

teoria behaviorista, em que a metodologia, segundo Greco (1998), teoriza o

processo de ensino-aprendizagem-treinamento realizado em partes, em etapas, com

exercícios que apresentam uma divisão dos gestos, das técnicas, da ação motora

em seus mínimos componentes, conforme destacou em sua afirmação:

O aluno conhece em primeiro lugar, os componentes de cada fundamento

técnico, os quais são logo acoplados a séries de exercícios, cada vez mais

complexos e mais difíceis, a medida que a ajuda e a facilitação diminuem,

gradativamente aumenta a complexidade e a dificuldade das ações. Por

isso, a medida que o aluno passa a dominar melhor cada exercício, passa a

praticar uma nova sequência, esses movimentos quando dominados

passam a ser integrados a um contexto maior, e logo permite o domínio dos

componentes básicos da técnica inerente ao jogo esportivo (p. 22).

Assim, o método analítico em Educação Física é visto como uma série de

exercícios, caracterizado pelo ordenamento desses exercícios que estão regidos por

princípios metodológicos como, do conhecido ao desconhecido; do fácil ao difícil; do

simples ao complexo, da divisão do movimento em fases funcionais” (DIETRICH et

al apud GRECO, 1998).

Por sua vez, o princípio global funcional caracterizava-se pela intenção de

adequar toda a complexidade do jogo esportivo, ou seja, as técnicas, as regras, os

conceitos táticos, através da apresentação de uma sequência de jogos recreativos

acessíveis à faixa etária e a capacidade técnica do aluno iniciante. Dietrich et al

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apud Greco (1998) salientaram a principal característica deste princípio está na

criação de cursos de jogos, que partem da simplificação dos jogos esportivos

formais, e, através de um aumento de dificuldades na apresentação dos jogos, em

direção ao jogo final.

Segundo os autores até a década de 80 do século passado, os professores

poderiam optar por umas das quatro manifestações formuladas a partir deste

principio, ou seja, método global, método da confrontação, método parcial e o

conceito recreativo do jogo. O método global caracteriza-se pela aplicação de uma

série de jogos, estruturado por meio de uma série de atividades, procurando em

cada jogo ou formas jogadas uma ideia central de jogo, ou pelo menos estruturas

básicas presentes nesta metodologia que possam assegurar o sucesso no processo

de ensino-aprendizagem-treinamento (SCHNEIDERAT apud GRECO, 1998).

No método da confrontação, a principal atividade resume-se em jogar o jogo

do adulto, com suas regras e as implicações imposta pela prática formal do jogo.

Nesta proposta, não ocorre divisão em etapas ou tarefas parciais a serem

aprendidas, alicerçada na motivação e nas possibilidades de relacionamento e

aquisição de experiências durante o jogo formal. Enquanto, no método parcial o jogo

é composto por aspectos que devem ser desenvolvido separadamente, ou seja, ele

enfatiza a repetição de série de exercícios, aumentando o grau de dificuldade para o

domínio das técnicas, mas ao mesmo tempo leva a competição e desmotivação para

aqueles que dominam parcialmente as técnicas.

Por sua vez, o conceito de jogo recreativo descrito por Alberti, Rothemberg

(apud Greco, 1998) afirmaram que nesta proposta estão embutidas características

dois métodos anteriores, como a prática constante do jogo e a sua construção por

meio da seriação por partes de diferentes aspectos do jogo como a técnica, a tática,

no entanto, o principal aspecto observado é o desejo de melhoria das relações

sociais.

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Por outro lado, durante a década de 90, autores como Garganta; Graça;

Oliveira, Greco, e Mesquita, segundo Mendes (2006) apresentaram uma nova

metodologia para o ensino dos Jogos Esportivos Coletivos apoiado nas perspectivas

estruturalistas. Para Bayer (apud Mendes, 2006), essa abordagem está baseada em

uma prática transferível, uma pedagogia das intenções, onde cada jogador

desenvolve sua ação no campo de jogo, com uma intenção que modifica a ação

presente, exigindo dos demais jogadores intenções que se articulem entre si.

Mendes (2006) ressaltou que a característica principal deste método está

alicerçada na possibilidade de uma compreensão conjunta das ações técnicas e

táticas desde o início do processo ensino-aprendizagem-treinamento, já que as

modificações estruturais não alteram a essência do jogo, o que resulta numa

exercitação em situações reais de jogo que exigem dos jogadores. Para o autor, a

da complexidade do jogo facilitar a assimilação dos praticantes, permitindo uma

aprendizagem referenciada a princípios de ação e regras de gestão do jogo.

Nesta perspectiva, Mendes; Shigunov (2006) enfatizaram que os métodos

apresentam tanto vantagens, como desvantagens, mas que fundamentalmente não

existe método totalmente equivocado, ou seja o equívoco muitas vezes é o momento

de utilização, o local e para quem o método será utilizado. Contudo, percebe-se a

necessidade, principalmente nas escolas, em que habitualmente o ensino dos Jogos

Esportivos Coletivos tem sido uma prática exclusiva dos ‘talentosos’, a utilização dos

métodos ativos que levam em conta os interesses dos jovens e que, a partir de

situações vivenciadas, iniciativa, imaginação e reflexão possam favorecer a

aquisição de um saber adaptado às situações causadas pela imprevisibilidade de

um jogo, especialmente na modalidade de voleibol.

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2.2 Minivoleibol: opção de prática do voleibol no contexto da aula de Educação

Física no Ensino Médio

Fock e Lins (2010) afirmaram que o voleibol é uma prática nas aulas de

Educação Física entre os esportes mais procurados pelos alunos, por ser coletivo e

acreditarem que seja fácil a sua aprendizagem. Matos (apud Fock e Lins, 2010),

ressaltou que este esporte pode ser apontado como um dos fenômenos mais

expressivos da atualidade, sendo considerado como “uma das manifestações

culturais de grande repercussão social, sendo praticados em diversos lugares como

praças, ruas escolas e clubes”.

Neste contexto, observou-se que os primeiros contatos da criança com a

modalidade, muitas vezes pode acontecer de forma livre e recreativa em diversos

ambientes. No entanto, nas aulas de Educação Física e sessões de treino específico

da modalidade que os praticantes têm acesso a uma prática formal, em que a

prática de atividades permite o contato dos indivíduos com os elementos técnicos,

regras, características, princípios e movimentações, entre outros aspectos da

modalidade (FOCK e LINS, 2010).

Um dos aspectos relevantes de discussão seria o planejamento de uma

proposta pedagógica de prática da modalidade a característica de liberdade da

prática do voleibol não formal pudesse permanecer na sua prática nas aulas de

Educação Física, ou seja, o método escolhido pelo professor deveria atender este

princípio, além dos objetivos traçados pelo professor, para que não tenham sua

motivação diminuída e nem percam o gosto pelo esporte.

Fock e Lins (2010) apontaram que alguns fatores podem contribuir para que

os alunos tenham um aproveitamento melhor durante a prática da modalidade,

especialmente se ela fosse oportunizada por meio de brincadeiras que lembram o

jogo. Nesse sentido, a prática da modalidade de voleibol a partir da estrutura

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proposta pelo minivoleibol poderia auxiliar os alunos a fortalecer valores,

desenvolver competências cognitivas, pessoais, sociais e produtivas, perante a

sociedade.

Dietrich et al (apud Fock e Lins, 2010) afirmaram que na metodologia de

série de jogos, durante sua prática, o professor poderia promover a modificação ou

simplificação das regras, a partir do momento que o jogo e o número de jogadores é

reduzido, juntamente com o campo, “favorecendo o aprendizado e proporcionando

mais prazer na prática do desporto.

O minivoleibol tornou-se, nos últimos anos, uma alternativa metodológica de

aprendizagem da modalidade, uma vez que é um “jogo simples em relação à prática

do jogo formal em que o aprendizado torna-se mais difícil em função do tamanho da

superfície do jogo, além de altas exigências quanto à execução dos elementos

técnicos, entre outras exigências do jogo. No entanto, observou-se que a

oportunidade de prática por meio do minivoleibol, segundo literatura específica,

remete-se, quase que exclusivamente, durante a infância, como uma forma

alternativa de prática do jogo para fomentar o aprendizado formal do voleibol.

Neste sentido, constatou-se que sua utilização como forma de prática

alternativa do jogo de voleibol para outras faixas etárias são raríssimas ou

inexistentes, desconsiderando uma excelente oportunidade de prática da

modalidade de voleibol de forma alegre e prazerosa, possibilitando a inclusão dos

indivíduos independente dos seus níveis de aptidão motora momentânea.

Gotsch (apud Junior e Quadros, 2007) afirmaram que o minivoleibol é um

método simples e adaptado às necessidades das crianças de 08 a 14 anos, e que

será implementado no Ensino Médio no período noturno com alunos acima de 14

anos, mas que tem necessidade de aprendizagem de um voleibol diferente que pode

ser jogado por duas equipes compostas por menos de 6 jogadores em cada time,

resultante de reflexões didáticas onde as ações complexas se reduzem a situações

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de jogos simplificadas, correspondentes ao estado de desenvolvimento dos

jogadores.

Autores como Cassignol, Singer, Dick afirmaram que as vantagens desta

prática pelos alunos do ensino médio poderia ser o desenvolvimento nos planos

físico, intelectual ou cognitivo e moral ou afetivo. No plano físico, a prática da

modalidade poderia desenvolver destrezas, a coordenação, a capacidade de reação,

a velocidade e o domínio sobre si mesmo, caracterizando os comportamentos como

o saber fazer. No plano intelectual ou cognitivo seriam desenvolvidas as habilidades

intelectuais do aluno, assim como, o conhecimento e sua capacidade de demonstrar

esse conhecimento. E no plano moral, desenvolveria o espírito de apoio, de ajuda

facilitando a interação social progressiva (CASSIGNOL apud JUNIOR e QUADROS,

2007, p. 01), como destacou Robazza et al (2000) em suas afirmações que:

no aspecto afetivo deve-se estar atento a basicamente a 12 características,

tais como: agressividade, tensão, medo, determinação, desatenção,

atenção, nervosismo, tranquilidade, falta de confiança, segurança, alegria, e

motivação, as quais podem ser separadas em itens facilitadores positivos ou

negativos e itens inibidores positivos e negativos.

A prática de mini jogos, como o minivoleibol para crianças deriva do jogo de

voleibol, em que existe uma tentativa de redução das ações complexas em

situações de jogo simplificadas, como número reduzido de jogadores, da quadra,

altura da rede e material de jogo (GOTSCH apud JUNIOR e QUADROS, 2007). É

um jogo completo, que flui livremente, exprimindo gestos naturais para crianças

entre 9 a 13 anos. Além disso, é apropriado para iniciantes mais velhos que ainda

não estejam preparados para o jogo normal, como tido de recreação e como

treinamento para jogadores mais adiantados.

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Os requisitos de aprendizagem específicos para o mini-voleibol se adquirem

mediante jogos de movimento e exercícios em forma de jogo, cuja estrutura

e condições de jogo o principiante já conhece. Os jogos de movimentos e as

formas de jogo são modificados sob ponto de vista didáticos, para introduzir

o principiante à ação do jogo específico de voleibol (GOTSCH, 1983 apud

JUNIOR; QUADROS, 2007, p. 03).

Baack (1972) afirmou que em um jogo normal de vôlei (6x6), o número de

vezes que a criança toca a bola durante o jogo não é suficiente para o

desenvolvimento motor desejável. Esta desvantagem é suprida pelo minivoleibol, no

qual o jogador toca a bola muitas vezes, percorrendo distâncias menores, e

logicamente mais adequadas para seu grau de desenvolvimento.

2.3A Intervenção e seus resultados

A intervenção materializou-se com a prática do voleibol por meio de atividades

alicerçadas na metodologia Série de Jogos, especificamente o minivoleibol, como

uma opção de prática da modalidade de voleibol nas aulas de Educação Física de

uma 1ª série do Ensino Médio do Colégio Estadual Machado de Assis - município de

Nova Aurora – Pr.

A intervenção foi estruturada da seguinte forma, inicialmente, foi apresentado o

projeto aos alunos da 1ª série do Ensino Médio, por meio de utilização da TV Pen

drive, relacionando as atividades e proporcionando aos alunos um momento de

valorização do esporte nas aulas de Educação Física, tendo em vista que o Voleibol

é um esporte que atende ao objeto de ensino da disciplina. Em seguida, as aulas

foram desenvolvidas em duas etapas, que contemplavam o tipo de jogos, táticas,

técnica e preparação física, estando relacionando a teoria e a prática e ainda

tornando as aulas atraentes com sensível melhoria na questão teórica.

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Em relação à apresentação da proposta aos alunos, foi possível observar

que os mesmos demonstraram-se interessados, talvez, pelo fato da prática de

esporte ser algo que, invariavelmente, interessa aos alunos em geral, com raras

exceções. Posterior à apresentação inicial foram ministradas 22 aulas, sendo

distribuídas em 6 aulas teóricas desenvolvidas em sala de aula e 16 aulas práticas,

sendo que as aulas teóricas eram ministradas no início de cada etapa das aulas

práticas.

As aulas teóricas foram ministradas com auxílio de recursos audiovisuais,

sendo apresentados os conceitos e as características pertinentes ao minivoleibol na

estrutura 2x2, 3x3 e 4x4, ressaltando a sua aplicabilidade e enfatizando como

seriam as aulas práticas. Os alunos, prontamente, questionaram sobre “a metragem

da quadra”, “as dificuldades de realizar os elementos técnicos do jogo, como por

exemplo, a manchete, o toque, o saque”, “a observação à limitação do espaço,

poderia ou não realizar as ações de ataque e bloqueio”.

Além disso, alguns alunos que já haviam vivenciado a prática formal da

modalidade em ambiente extraescolar, questionaram sobre “como fazer a cobertura

da recuperação da bola”. As dúvidas dos alunos reafirmaram as constatações da

literatura específica, de que está prática acontece, quase que exclusivamente,

durante a infância, como uma forma alternativa de prática do jogo para fomentar o

aprendizado formal do voleibol, no caso deles, aparentemente, não tiveram tais

oportunidades naquele período, talvez, pelo fato de vossos professores de

Educação Física do passado tivessem oportunizados momentos de prática do

voleibol alicerçados em atividades pertinentes ao método tradicional discutido

anteriormente.

No tocante as atividades práticas da primeira etapa foram ministradas 4

aulas práticas a partir das estruturas 2x2 e 3x3, sendo desenvolvidas em várias

quadras de minivoleibol demarcadas na quadra disponível. Os alunos foram

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distribuídos em duplas ou trios e posicionados em suas respectivas quadras, ao

iniciar as atividades foram esclarecidas as dúvidas pertinentes aos questionamentos

anteriormente discutidos nas aulas teóricas, sendo que posteriormente passaram a

execução das atividades práticas.

Durante a prática do minivoleibol, as afirmações de Da Costa, Paoli, Da Silva

citados por Fock e Lins (2010) tornaram-se mais evidentes de que os jogos

esportivos coletivos deveriam ser ensinados de forma prazerosa, neste caso, a

prática do minivoleibol, oportunizou aos alunos maior participação, melhor nível de

aprendizagem, maior interesse, afinidade e interação entre seus pares. Além disso,

foi possível perceber que os alunos que tiveram o primeiro contato com o esporte

por meio da prática do minivoleibol, oportunizou uma familiarização com a prática do

voleibol de forma recreativa e gradativamente foram apresentados “aos

fundamentos, regras, características, princípios e movimentações, técnica e tática”

(p.2).

Em seguida durante a segunda etapa pertinente as atividades da estrutura

4x4 do minivoleibol foram ministradas 10 aulas, sendo 2 aulas teóricas e 08 aulas

práticas, sendo desenvolvidas nas várias quadras de minivoleibol demarcadas na

quadra disponível. Os alunos foram distribuídos em quartetos e posicionados em

suas respectivas quadras, ao iniciar as atividades foram esclarecidas as dúvidas

pertinentes aos questionamentos discutidos em sala de aula nas aulas teóricas.

Nestas aulas a execução dos fundamentos da modalidade (toque, saque,

manchete, bloqueio) se tornou mais frequente e com uma execução de maior

qualidade do que na etapa anterior, consequentemente, ocorreu uma implementação

melhor do jogo. Neste sentido, vale ressaltar que a etapa anterior, desenvolvida com

número reduzido de alunos por setor, pode ter influenciado positivamente na

melhora da execução técnica dos alunos, tendo em vista que os contatos com a bola

tornam-se mais frequentes nestas situações.

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Nesta etapa observou-se ainda que as dificuldades da realização da

proposta resumiam-se na estrutura reduzida da quadra, em que os alunos,

inicialmente, tiveram dificuldades na realização dos fundamentos e aplicação das

regras, aparentemente, os alunos acreditavam que se tratava de um jogo novo e as

características, princípios e movimentações, técnica e tática do voleibol não seriam

as mais adequadas para a prática do minivoleibol. Neste sentido, as atividades

foram frequentemente paralisadas, permitindo o esclarecimento de dúvidas espaço

para os alunos propor sugestões e alternativas em relação as regras e

funcionamento da prática do jogo.

De modo geral, poder-se-ia afirmar que a intervenção ocorreu de forma

positiva considerando as orientações de Fock e Lins (2010) de que inicialmente os

alunos deveriam se familiarizar com o voleibol em estruturas reduzidas e

gradativamente ir aumentando o número de jogadores e a quadra de jogo. Além

disso, o autor ressaltou que é aconselhável para iniciantes mais velhos, que não

foram anteriormente oportunizados a prática formal da modalidade, oportunizar

maior tempo de exercitação da modalidade nestas situações reduzidas, tendo em

vista que oportunizam aos jogadores o manejo da bola de forma mais frequente e

as dimensões reduzidas da quadra permitem grande possibilidades de êxito para

bola ultrapassar a rede.

Em suma, foi possível constatar que as aulas tornaram-se mais motivantes e

participativas por parte dos alunos, mesmos aqueles, que frequentemente não

tinham uma participação nas aulas em que o conteúdo pertinente era a prática de

esporte. Assim, a metodologia série de jogos, neste caso o minivoleibol, apresentou-

se como uma alternativa viável para a prática de esporte no âmbito escolar e que,

apesar da literatura específica da área direcionar esta prática para praticantes na

faixa etária compreendida entre os 8 aos 12 anos, sua aplicação é extremamente

positiva para os participantes de faixas etárias mais avançadas, especialmente, para

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aqueles que não foram oportunizados a prática de esporte nas etapas anteriores de

sua vida escolar.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao traçar os objetivos da referida intervenção tinha-se a expectativa de que

os alunos não participavam por serem do ensino noturno, serem desmotivados e

não apresentar as técnicas da prática de voleibol. No entanto, no decorrer da

intervenção observou-se que os objetivos apresentados foram atingidos, ou seja,

claramente pode-se afirmar que se propiciou uma prática dos elementos técnicos da

modalidade de voleibol em situações análogas ao jogo formal.

Além disso, ocorreu uma boa aceitação pelos alunos de forma geral, sendo

que a maioria demonstrou evolução na execução dos elementos técnicos do voleibol

e uma participação mais efetiva durante a prática do jogo. Neste sentido, vale

ressaltar que a adequação das regras da modalidade de voleibol de acordo com o

nível momentâneo das capacidades motoras e cognitivas dos alunos, foi

fundamental para que todos participassem das atividades.

Em relação à expectativa de estimular a prática da modalidade como um

hábito contínuo dos alunos acredita-se que a intervenção tenha contribuído de forma

positiva para uma maior compreensão sobre a modalidade e as possibilidades de

práticas alternativas em estruturas menos complexas e exigentes em relação ao

jogo formal. Assim, parte dos alunos a iniciativa de tornar a prática do voleibol algo

extremante válido no seu cotidiano.

E o mais relevante dos objetivos, promover momentos de diversão e alegria

para os alunos por meio da prática da modalidade de voleibol, sendo atingido na

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totalidade, uma vez que todos os alunos da escola solicitaram ao professor esta

nova metodologia, promovendo a participação, a socialização e a aprendizagem da

estrutura proposta, aplicando jogo, tática e técnica.

Portanto, o estudo poder considerado de extrema relevância para a prática

esportiva no âmbito escolar, tendo em vista que promoveu excelente meio de

aquisição de conhecimento sobre alternativas metodológicas de ensino para práticas

desportivas superando a visão tradicional muito presente ainda nesta ambiente.

Assim, a metodologia série de jogos, caso o minivoleibol, apresentou-se como

uma alternativa viável para a prática de esporte em diferentes faixas etárias,

podendo estender-se para as demais modalidades esportivas no âmbito escolar,

especialmente, para os alunos do ensino médio que não foram oportunizados a

prática de esporte nas etapas anteriores de sua vida escolar, tornando as aulas em

momento extremamente agradáveis de prática esportiva.

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