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Leonardo Soares NAVEGAÇÃO : A CIÊNCIA E A ARTE Comte. Altineu Pires Miguens Vol.I Cap.8 Uso dos Dados Táticos do Navio na Navegação em Águas Restritas 1

Vol.I Cap.8 Uso dos Dados Táticos do Navio na Navegação em ... · É importante conhecer e levar em conta o abatimento observado no ... mas não menor que 600-1000yds); 2. Sempre

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NAVEGAÇÃO : A CIÊNCIA E A ARTEComte. Altineu Pires Miguens

Vol.ICap.8 – Uso dos Dados Táticos do

Navio na Navegação em Águas Restritas

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Capítulo 8USO DOS DADOS TÁTICOSDO NAVIO NA NAVEGAÇÃO EM ÁGUAS RESTRITAS

DADOS TÁTICOS OU CARACTERÍSTICAS DE MANOBRA DOS NAVIOS

“Ao guinar ou variar de velocidade, o navio leva um certotempo e percorre uma determinada distância até seestabilizar no novo rumo ou passar a desenvolver a novavelocidade. Este tempo e distância dependem dascaracterísticas de manobra do navio ( dados táticos –NGs).

O navegante deve considerar os dados táticos na fase deplanejamento e execução em 3 situações:

1.Investindo canal estreito;

2.Aproximando de fundeadouro;

3.Manobrando em formatura (NGs)

Os dados táticos compreendem :

1.Elementos da curva de giro;

2.Informações de máquinas (tabelas de aceleração / desaceleração; RPM x veloc; telégrafo x RPM x veloc).

São determinados nas provas de mar;

Chamam-se “características de manobra” nos NMs.( Miguens fez diferença de terminologia de NMs x NGs).

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Capítulo 8USO DOS DADOS TÁTICOSDO NAVIO NA NAVEGAÇÃO EM ÁGUAS RESTRITAS

CURVAS DE GIRO E SEUS ELEMENTOS CURVA DE GIRO: trajetória do CG numa evolução de 360°.

AVANÇO: Distância medida na direção do rumo inicial, desde o instanteque carregou-se o leme até a proa ter guinado para o novo rumo.Avanço máximo: guinada de 90°.

AFASTAMENTO: Distância medida na direção perpendicular ao rumoinicial, desde o instante que carregou-se o leme até a proa ter guinadopara o novo rumo.

ABATIMENTO: caimento do navio para o bordo contrário da guinada, noinício da evolução, medido na direção normal ao rumo inicial.

DIÂMETRO TÁTICO: Distância medida na direção perpendicular ao rumoinicial, numa guinada de 180°. Corresponde ao afastamento máximo.

DIÂMETRO FINAL: Diâmetro descrito quando o navio girou 360° comângulo de leme constante; sempre menor que Diâmetro Tático.

ÂNGULO DE DERIVA: ângulo formado em qualquer ponto da curva degiro, entre tangente a essa curva e o eixo longitudinal do navio.

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Capítulo 8USO DOS DADOS TÁTICOSDO NAVIO NA NAVEGAÇÃO EM ÁGUAS RESTRITAS

CURVAS DE GIRO E SEUS ELEMENTOS É importante conhecer e levar em conta o abatimento observado no

início da guinada. Após o abatimento inicial, o C.G. do navio passa adescrever uma trajetória curva, de raio variável, até guinar cerca de90°, quando então a trajetória se torna circular, com centro fixo.

O navio efetua o movimento de rotação em torno do seu centro de

giro que, normalmente, está a 1/3 do comprimento do navio,a partir de vante, sobre o seu eixo longitudinal (um observador nocentro de giro verá o navio em torno de si, o que lhe dará um melhorsentimento de como se comporta o navio em manobra; por isso,quando possível, o passadiço é localizado e construído de modo aconter o centro de giro – isso é para NG !)

Quando a trajetória descrita pelo C.G. se estabiliza (circunferência),o ângulo de deriva também passa a ter valor constante.

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“Alguma semelhança com a explicação do Pivot Point do Tug Use in Port, cap. 4”?

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Capítulo 8USO DOS DADOS TÁTICOSDO NAVIO NA NAVEGAÇÃO EM ÁGUAS RESTRITAS

CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS SOBRE A CURVA DE GIRO

1. Ao se carregar o leme: proa guina para o bordo da guinada;Quanto ao C.G. : 1) permanece no rumo inicial; 2) abate parao bordo oposto ao da guinada; 3) “ganha caminho” para obordo da guinada após avançar 2-3 LOAs.

Logo, não se evita um obstáculo a distância menor que2 LOAs;

Tampouco 2 navios roda a roda não evitam colisão seestiverem a distância inferior a 2-3 x A SOMA DOS LOAs.

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2. ↑ Ângulo de leme : ↓Avanço, ↓ Diâmetro Tático, ↓ Afastamento, ↓ Tempo de giro

3. ↑ Ângulo de leme : ↑ Ângulo de deriva.

4. ↑ Velocidade do navio: ↓ Tempo de giro

5. Velocidade: ↓Avanço, ↓ Diâmetro Tático, ↓Afastamento até “velocidade ótima de evolução”;

Após velocidade ótima de evolução : ↑ Avanço / ↑ Diâmetro Tático/ ↑ Afastamento.

6. Deve-se considerar avanço, afastamento e abatimento para avaliar espaço necessário para a guinada.

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Capítulo 8USO DOS DADOS TÁTICOSDO NAVIO NA NAVEGAÇÃO EM ÁGUAS RESTRITAS

EFEITOS DO VENTO E CORRENTE SOBRE A CURVA DE GIRO

As curvas de giro devem ser feitas sob as seguintescondições:

1.Águas tranqüilas;

2. Sem correntes marítimas e correntes de marésignificativas;

3.Sem influência de vento;

4.Sem influência de baixas profundidades ( H/T ≥ 5-6)

Quais são os efeitos do Vento / Corrente na curva de giro?

“Maioria dos navios tendem a arribar (levar a proa parasotavento), e vento deforma a curva de giro, conforme forçae direção em relação ao rumo inicial”;

“Corrente também deforma, alongando-a na direção emque a água se desloca”.

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Ao verificar que os elementos (vento / corrente /dados táticos) não são favoráveis a entrada ousaída de um canal, o navegante poderá deixarpara entrar próximo ao estofo da maré (quando acorrente deverá ser mínima) ou em outra ocasiãoquando as condições forem menos adversas.

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OBTENÇÃO DOS DADOS TÁTICOS A PARTIR DAS CURVAS DE GIRO

As curvas de giro (feitas nas provas de mar) são traçadasem escala, possibilitando a recuperação dos dados táticos,permitindo obter o diâmetro tático, abatimento, avanço eafastamento para quaisquer guinadas.

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Exemplo do uso das tabelas de dados táticos:

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Capítulo 8USO DOS DADOS TÁTICOSDO NAVIO NA NAVEGAÇÃO EM ÁGUAS RESTRITAS

TABELA DE ACELERAÇÃO E DESACELERAÇÃO E OUTROS DADOS DE MÁQUINAS

Também são partes dos dados táticos donavio as tabelas:

1. ACELERAÇÃO / DESACELERAÇÃO,

2.PARADA DE EMERGÊNCIA,

3.RPM x VELOCIDADE.

4.Ordens telégrafo / RPM / VELOCIDADES

Também são determinados nas provas demar.

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Capítulo 8USO DOS DADOS TÁTICOSDO NAVIO NA NAVEGAÇÃO EM ÁGUAS RESTRITAS

DETERMINAÇÃO DO PONTO DE GUINADAPlanejamento

Feito no planejamento da Nav. Águas Restritas;

De acordo com alteração de rumo, velocidade eangulação de leme;

São usados os dados táticos do navio: avanço eafastamento.

Após definido, estuda-se a Carta Náutica para buscarum ponto notável a navegação, para servir dereferência para a marcação da guinada.

A escolha do objeto para a marcação da guinada podeser de 2 formas: 1) escolha de um objeto pelo travésda derrota; 2) escolha de um objeto cuja marcaçãodo ponto de guinada é paralelo ao rumo na novapernada.

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DETERMINAÇÃO DO PONTO DE GUINADAExecução: Escolha de objeto pelo través

VANTAGENS:

1. O efeito de um desvio desconhecido da agulha giroscópica ouum desvio de valor incorreto é minimizado, pois a razão damarcação é máxima para um objeto próximo ao través;

2. Há maior probabilidade de se iniciar a guinada no momentocerto.

DESVANTAGEM:

1. Se o navio estiver fora da derrota na pernada original, continuaráfora da derrota na nova pernada.

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Capítulo 8USO DOS DADOS TÁTICOSDO NAVIO NA NAVEGAÇÃO EM ÁGUAS RESTRITAS

DETERMINAÇÃO DO PONTO DE GUINADAExecução: Escolha de objeto cuja marcação do ponto de

guinada é paralela ao rumo da nova pernada.

VANTAGEM:

1. Não importa se como está na derrota original; ele estará sobre anova pernada no final da guinada.

DESVANTAGEM:

1. Marcação de guinada para um ponto de referência é menossensível, pois varia mais lentamente. Então, existe o risco de nãose iniciar a manobra exatamente no instante apropriado.

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Capítulo 8USO DOS DADOS TÁTICOSDO NAVIO NA NAVEGAÇÃO EM ÁGUAS RESTRITAS

DETERMINAÇÃO DO PONTO DE GUINADAAlternativa na escolha de objeto cuja marcação do

ponto de guinada é paralela ao rumo da nova pernada.

Raramente se consegue um objeto cuja marcaçãoseja exatamente paralela ao novo rumo;

Então, seleciona-se um objeto cuja marcação seja omais próximo possível da paralela ao rumo da novapernada.

Utiliza-se este objeto como marca de proa (“HeadMark” – BTM) para o novo rumo.

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Capítulo 8USO DOS DADOS TÁTICOSDO NAVIO NA NAVEGAÇÃO EM ÁGUAS RESTRITAS

FUNDEIO DE PRECISÃO É a série de manobras e procedimentos realizados pelo

navio com a finalidade de fundear num ponto pré-selecionado, com mínimo de erro.

Em condições normais, nas seguintes situações:

1. Esperar vaga para atracação;

2. Abrigar-se de mau tempo;

3. Aguardar outros navios com os quais operará;

4. Quando fundeando em companhia dos demais navioscom os quais opera, em fundeadouro em espaço restrito.

4 fases: a) seleção do ponto; b) plotagem do fundeio; c)aproximação e execução da faina; d) procedimentoobservados após o fundeio.

Seleção do ponto:

1. Traçar a linha de perigo ( calado + 6 pés = 1,8m);

2. A partir da linha de perigo, traçar série de arcos de raio

igual ao LOA + filame;

3. A área externa é a área segura a se fundear.

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Capítulo 8USO DOS DADOS TÁTICOSDO NAVIO NA NAVEGAÇÃO EM ÁGUAS RESTRITAS

FUNDEIO DE PRECISÃOSeleção do ponto - considerar os 9 aspectos:

1. Área deve ser abrigada de ventos fortes, correntes e marés;

2. Área de manobra deve ser suficientemente disponível(costa , relevo submarino);

3. Tensa: areia / lama (pref.);

4. Profundidade não deve ser muito pequena nem muito grande,facilitando que o ferro garre;

5. Posição deve ser livre de perigos ou inconvenientes aofundeio (pedras, cascos soçobrados, canalizações...);

6. Deve existir número conveniente de pontos notáveis e auxíliosa navegação, cegos e luminosos, para controlar a posição donavio, de dia e a noite;

7. Prever pontos alternativos de fundeio.

8. Escolher ponto mais próximo possível de lanchas deterra;

9. Se o Encarregado de Navegação sugerir outro pontodiverso da ordem de Autoridade Superior,recomendar ao Comte.

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Capítulo 8USO DOS DADOS TÁTICOSDO NAVIO NA NAVEGAÇÃO EM ÁGUAS RESTRITAS

FUNDEIO DE PRECISÃOPlotagem do fundeio de precisão:

1. Derrota de aproximação com comprimento mínimo de 1000 yds ( narealidade, vai variar com o filame, mas não menor que 600-1000yds);

2. Sempre que possível, selecionar um auxílio a navegação / pontonotável pela proa no rumo final;

3. Estudar a carta em detalhes, para verificar a existência de pontosnotáveis nas proximidades do través quando o navio atingir o pontode fundeio;

4. Os pontos que serão marcados durante a aproximação e fundeiodevem ser definidos com antecedência

5. Filame é função da profundidade. Normalmente, usa-se umcomprimento de amarra de 5- 7 x profundidade

6. Considerar velocidade / ângulo de leme para se determinar o avançoe afastamento para a guinada na inflexão da última pernada para aderrota de aproximação ao ponto de fundeio.

7. Traçar círculos de distância (100 – 100yds ou 200 – 200yds),centrados no ponto de fundeio.

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Capítulo 8USO DOS DADOS TÁTICOSDO NAVIO NA NAVEGAÇÃO EM ÁGUAS RESTRITAS

FUNDEIO DE PRECISÃOAproximação e execução : busca-se a máxima precisão,

atento aos seguintes cuidados:

As marcações devem ser simultâneas e tomadasa intervalos de tempo bastante curtos ( 1’ – 1’);

Os desvios das agulhas e repetidoras devem estarbem determinados e ser levados em conta antesda plotagem das LDPs;

Considerar erro de distância do radar;

Marcações devem ser tomadas do través para aproa/ popa, e as distâncias-radar medidas daproa /popa para o través.

Providências após fundeio: Traçar os 2 círculos:

1. Círculo de Giro do Navio (CGN): R= LOA + filame; representa o giroda popa com vento /maré.

2. Círculo de Giro do Passadiço (CGP): R= Distância passadiço-escovém; representa o giro do passadiço.

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Revisão Cap.8 - Questões de provas passadas

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Q.65 (2006)

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Q.65 (2006)

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