Walter Benjamin. Passagens Arquivo N 3

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Passagens, arquivo N3, Benjamin

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  • do Conhecimento. do 529

    dias que a suprimi ta citao) de

    minhas provas... Meu livro ser provavelmentelido, no

    haveria risco de desgastar sua citao. Ainda assim, retirei-a menos

    ara aquele Gnrale

    que

    de

    elas Marcel

    esperavam,

    Proust,

    por

    vol.

    uma

    I, Lettres destinao

    Robert que

    de Montesquiou,

    lhes reservada."

    Paris,esceto Pdance73_74.33

    1930, PP, (N 19, 21

    O patolgico na

    representao da "cultura" manifesta-se da maneira mais expressiva

    efeito que 0 enorme depsito da loja

    de antiguidades de quatro andares exerce sobre

    0 heri de 1a Peau de Chagrin,

    que nele se aventura: "Para comear, 0 desconhecido

    comparouorgia, de razo e de loucura a um espelho de inmeras facetas, cada umade

    Este oceano de mveis, invenes, modas, obras e runas compunha um poema

    jovem...

    fim... Ele se agarrava a todas as alegrias, apreendia todas as dores, apropriava-se de

    semfrmulas de existncia,

    dispersando ... generosamente sua vida e seus sentimentos

    sobre os simulacros dessa natureza plstica e vazia... Sufocava-se sob os resqucios de cinquenta

    sculos desaparecidos, sentia-se nauseado com todo esse excesso de pensamentos humanos,

    abatido pelo luxo e pelas artes... Semelhante em seus caprichos qumica moderna, que

    resume a criao a um gs, a alma no compe terrveis venenos pela rpida concentrao

    de alegrias ... ou de suas idias? Muitos homens no so fulminados por algum cido

    moral espalhado de repente em seu ser interior?" Balzac, La Peau de Chagrin, Paris,

    Ed. Flammarion, pp. 19, 21-22 e 24.

    (N 19, 31

    Algumas teses de Focillon que tratam da aparncia. A teoria materialista da arte est,

    daro, interessada na disperso desta aparncia. "Nao temos o direito de confundir o estado

    da vida das formas com o estado da vida social. O tempo que traz consigo a obra de arte nao

    adefine em seu princpio nem na particularidade de sua forma." (p. 93) "A ao combinada

    da monarquia dos Capetos, do episcopado e da gente das cidades no desenvolvimento das

    catedrais gticas mostra a influncia decisiva que o concurso das foras sociais pode exercer.

    Mas essa ao to poderosa no est capacitada para resolver um problema de pura esttica,

    ou para combinar uma relao de valores. O pedreiro que ergueu dois arcos de pedracruzados em ngulo reto sob o campanrio norte de Bayeux o autor do coro de Saint-Denis, eram gemetras trabalhando sobre slidos, e no historiadores interpretando otempo. O estudo mais atento do meio mais homogneo, da rede de circunstancias mais

    amarradas, no nos d o desenho das torres de Laon." (p. 89) Seria necessrio

    socialcontinuar esta reflexo para mostrar, por um lado, a diferena entre a teoria do meio e a teoria das foras produtivas, e por outro, a diferena entre uma "reconstruo" e umaInterpretao histrica das obras. (Henri Focillon, Vie des Formes, Paris, 1934).

    (N 19a, 11

    33

    A de Guez de Balzac, carta de 7 de margo de 1634: "E como no sou avarento, nem no olhar rem

    na alma, eu considero as esmeraldas de seus paves um premio to grande quanto as do joalhero.

    In:

    Marcel Proust, Correspondance, vol. II, 1896-1901, ed. org. por Philip Kolb, Paris. Non. 1976. pp S2A

    A carta de Proust data de abril de 1896. O livro em questo les Baisirs et les 'outs. (EN)

  • 530 Passagens

    Focillon sobre a tcnica: "Ela era para ns como um observatrio, de onde apodiam abarcar, na mesma perspectiva, o maior nmero de objetosIsso por ser ela suscetvel de vrias acepes. Podemos consider-lauma mecnica, ou ainda um puro atrativo. Ela no era para ns nem 0 auto'ofcio', nem ... as receitas de uma 'cozinha', mas toda uma poesia de aometamorfoses. Pareceu-nos sempre que . . a observao dos fenmenos de

    matis

    no somente nos garantia uma certa objetividade controlvel, como ainda tcniqcorao dos problemas, colocando-os para ns nos mesmos termos e sob o nos levava aopara 0 artista." A passagem grifada pelo autor indica 0 erro essencial. Henri Focillon,

    A 'Catividade de um estilo em vias de se definir . apresentada geralmente

    como'evoluo', no sentido mais geral e mais vago do termo. Enquanto essa noo era... com cuidado pelas cincias biolgicas, a arqueologia a adotava ... como umclassificao. Mostrei alhures 0 perigo de tal noo [a de evoluo] por seuharmonioso, por seu percurso linear, pelo emprego, em casos duvidosos ... dodas 'transies', pela incapacidade de dar lugar energia revolucionria dosHenri Focillon, Vie des Formes, Paris, 1934, pp. 11-12.

    IN 201