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DEZEMBRO 2012 / JANEIRO 2013 Nº 3 R$ 10,00 www.ifmagazine.com.br O MUNDO CAVALLI ILHABELA AOS OLHOS DO MAR MARIA RITA & ELIS REGINA ROTEIRO DOS QUEIJOS NA FRANÇA

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DEZEMBRO 2012 / JANEIRO 2013Nº 3R$ 10,00

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O MUNDO CAVALLI

ILHABELA AOS OLHOS DO MARMARIA RITA & ELIS REGINAROTEIRO DOS QUEIJOS NA FRANÇA

rindamos 2013 com um presente especial da What If para você, embrulhadinho em um charmoso laço vermelho: a modelo e apresen-tadora Ellen Jabour. Além da beleza e do profissionalismo que lhe é peculiar, Ellen é um ser humano entre poucos. Profundamente engajada em causas sociais e pela natureza, ela representa a alma da

revista. Em tempos onde mulheres vendem sua própria virgindade, políticos seus votos e pessoas vendendo pessoas, a What If continua firme remando à favor da ética, do bom caráter, da honestidade, lealdade e comprometimento com colabora-dores, fornecedores e clientes.

A terceira edição fecha 2012 com chave de ouro. E brinda a chegada de 2013 com contratos já assinados. Boulevard Depot, Class Cavalli, Maria Filó, My Shoes, Yafá – marcas que estão acreditando no potencial e na qualidade da revista. Os profissio-nais Kathrin Schmidt, Graziele & Mellinda, Dra. Daniela Cavalcanti e Beto Lorena também vestiram a camisa. E como não falar do SENAC, Cia Atlética, Belaggiovini, Resolução Gráfica e da Escola Modernista Georges Pompidou?

Os artigos dos pesquisadores do Grupo de Estudos em Arte, Design e Moda da Unicamp, André Ribeiro de Barros e Stela Politano, mostram que a moda tem conteúdo! A fotógrafa de moda Dayane Ohira nos enviou de Nova York os clicks feitos pelas ruas da cidade especialmente para a What If.

Sempre tivemos uma queda pelos blogs de moda... Cereja & Pimenta nos acompa-nha desde a primeira edição. As boas novas é que os blogs Chic por Menos e Blog da Thay Degasperi se tornaram nossos principais parceiros. Unir para fortalecer o mercado e a comunicação de moda da região.

A What If está crescendo! Somos agora uma Editora. Em 2013 novos projetos serão lançados. Preparados para o que está por vir?

Até a próxima edição!

ISSN 2316-1469

Diretora de RedaçãoDione Nè[email protected]

Diretor de CriaçãoDaniel [email protected]

Jornalista ResponsávelDione Nègre - MTB 27.769/SP

RepórterThaís Mazini - MTB 41.034/[email protected]

Produção e Edição de ModaBruna [email protected]

Fotografia e Tratamento de ImagemDayane OhiraDenise AlbaFernando WeikampLúcio Luna Zanghi

ImpressãoResolução Gráfica

ColaboradoresAna Lígia Dal Bello (MTB 58.898/SP), Ali Santos, Armindo Ferreira, Andreas Rauh, André Ribeiro Barros, Carol Nobre, Douglas Oliveira, Jean Galvão, Rosanne Woelz, Rubens Filho, Stela Politano e Tieli Nakamura.

Maria Carolina Ávila, Thais Mazini, Dione Nègre e Bruna Tau (e Helena à caminho...)

Av. Anchieta, 895 - sala 6 Jardim Esplanada São José dos Campos / SP

Comercial: 12 3302-1247 | 12 [email protected]

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U M D E D O D E P R O S A09 What IfU M D E D O D E P R O S A / P O R D I O N E N É G R E 08What If

A INTRÍNSECA RELAÇÃO ENTRE A ARTE, A MODA E A MENTE HUMANAQual o significado da beleza para você?Acho que a beleza tem a ver com a harmonia, com a compensação. Recentemente comprei um vestido rosa, justo, mais curto que o habitual. Mostrei o modelo ao meu marido, que achou que eu estava brincando. Não estava. De vez em quando, uso o vestido, mas, na tentativa de não realçar aquele forte apelo sensual, comporto-me quase como uma Margot Fonteyn nos palcos e recorro a um discurso quase erudito (risos). Permiti-me usá-lo, pela primeira vez, depois que li que Shakespeare chegou a ser inatingível até para as plateias elisabetanas. Parece um pensamento desagregado, mas, diante de tal referência, considerei meu intelecto relevante o suficiente para abrir passagem ao vestido rosa (risos).

Qual seu traço físico que mais define quem você é?Desde muito cedo, tenho um cuidado especial com as minhas sobrancelhas. Sou insistente com elas. Não me curvo a modismos, dicas ou julgamentos. Faço questão de manter todos os fios e, alguns, cuidadosa-mente fora do lugar. Ainda que pareça teimosia, descuido, rebeldia ...as minhas sobrancelhas permane-cem. Ainda que pareçam impróprias, enfrentem as diferenças ou briguem com a perfeição... as minhas sobrancelhas resistem. Elas falam sobre mim, sobre a minha invulnerabilidade, a minha maneira de bater o pé, de marcar o meu território. Funcionam como uma linha que me separa e me protege das circunstâncias. Mais ou menos assim: “Dessa marca pra cá quem manda sou eu!”. Parece uma brincadeira, mas é uma linguagem interna e metafórica que parece funcionar: convence-me, diante do espelho, de uma insubmissão ao mundo.

ANA PAULA LATROVA MACEDO

O consultório cercado por quadros de artistas renomados, esculturas e livros já aguçou minha curiosidade logo no primeiro instante. Ao conhecer aquela mulher imponente, vestida impecavelmente, como se cada detalhe tivesse sido minuciosamente pensado, discorrer ao mesmo tempo sobre medicina, moda e arte, não tive dúvidas em entrevistá-la. Dra. Ana Paula Latrova Macedo, psiquiatra formada em 1996 pela UNESP (Universi-dade Estadual Júlio de Mesquita Filho), autora de diversos artigos científicos e presença constante em congressos por diversas cidades do mundo, fez-me compreender a intrínseca relação entre a arte, a moda e a mente humana.

Como lida com a passagem do tempo?

Ouvir diariamente problemas de diversas pessoas, como não se envolver?

E família?

Só me dei conta do tempo depois da morte do meu pai, há dois anos. Tive que aceitar o tempo presente, de me separar de um passado, que nunca havia me fechado as portas tão estupida-mente. Tive que aceitar o futuro, de inventar uma nova história, que agora deveria transcorrer sem um dos protago-nistas: o meu pai. Mas, mesmo sem saída e tendo que aceitar o inaceitável, fiquei, por um bom tempo, insatisfeita com a minha resignação, frente à morte. Pensei que poderia ter negado o infortúnio, armada até os dentes. Achei que, diante da notícia do falecimento, poderia ter soltado uma gargalhada e feito da coroa de flores um colar para o meu pescoço. Poderia rasgar as minhas vestes, sair correndo, cantando o hino nacional, em voz retumbante e ter subido na árvore mais alta e lançado socos no ar, tentando acertar o oculto culpado oponente. Não fiz isso. Chorei baixinho, educadamente, na companhia dos familiares e amigos. Cheguei a me considerar covarde e passiva demais por voltar pra casa de carro, só com a minha mãe, com o meu marido e a lacuna do meu pai, repetin-do, como todos fazem, que a vida continua. Contudo, a minha cognição foi coesa e resiliente o necessário para suportar a perda e a experiência de estar viva. Não sucumbi, a exemplo de Hamlet, em loucura real ou representada, tentando vingar a morte do meu pai. Não poderia enganar a morte, vencer o tempo ou cavar um túnel ao passado. Aprendi, não sem sofrimento, a viver em paz com a finitude e a me submeter, sem resistência, ao tempo.

As pessoas me consideram workaholic por trabalhar aos sábados, feriados e não tirar férias. Na verdade, o meu trabalho é um exercício apaixonante de humildade e tolerância. Ouvir o outro com desprendimento, e tentar entendê-lo, despida de ideias sedimentadas e pré-estabelecidas, é se manter de mãos dadas com o bom senso e o equilíbrio. Sempre me perguntam se eu me envolvo com os problemas dos outros. Não sei se me entendem, mas eu consigo me reservar à fração que me é permitida, com a consciência e a responsabilidade de permane-cer forte para poder fazer a minha parte.

Sou casada há 12 anos. Conheci meu marido na sala de emergência de um hospital. Eu

era a médica e ele o paciente, que teve seu dedo suturado pela médica. Ele sempre diz que o dedo que eu suturei ficou mais bonito. (risos). Tenho dois filhos. A primogênita Helô nasceu de uma mãe preocupada em se doar o quanto possível à sua filha . O meu filho Dan Dan nasceu de uma mãe preocupada em lhe dar o melhor, sem subtrair atenção da minha relação com a Helô. Foram dois momentos, dois pensamentos, duas construções mãe e filho. Considero que sou duas mães de dois filhos.

Sou quase dependente das flores, e sempre peço para as pessoas mais queridas lembrarem de mim quando avistarem um céu azul, com pássaros voando em bando. Mas tenho uma relação de intimidade com a arte. Considero a arte a maior construção da humanidade, um atalho infalível para seguir em frente quando se perde o caminho. E não a vejo como uma espectadora distante. É como se eu me tornasse um elemento fundamental de cada obra, vestindo-me de um Parangolé imaginário, num processo interativo. E assim deve ser. A história agregada a um poema, uma tela ou escultura foi erguida com os olhos e os sentidos dos apreciadores. Não sei explicar o porquê, mas quando vi a escultura “Os quatro cantos do mundo” de Jean Baptiste Carpeaux, no Museu D´Orsay, achei que um fragmento de mim estava ali e me lembrei daquela imagem como uma memória de infância, muito familiar. Imaginei que pudesse ter convivido com uma reprodução da peça e, quando voltei pra casa, procurei a obra no Google e mostrei pra minha mãe: “Não, filha. Nós nunca tivemos nada parecido em casa!”. Vai entender...

E a arte? Qual a importância dela no seu dia a dia?

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Para ser festa, fim de ano,

tem que ter brilho!

Nem que seja um detalhe

em strass, às mais

ousadas um longo

com brilho texturizado.

Brilhoabsoluto

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Vestido Class Roberto CavalliPulseira Yafá

Maxi brinco Depot

Vestido Class Roberto Cavalli

Regata Bobstore para Depot

Calça YafáAnel Depot

Releitura étnica, geometria, scarf print,

estampas tropicais e florais dão o

tom deste Verão.

Vestido BO.BÔ para Depot

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Camisa Cris Barros para DepotSaia Mixed para Depot

Pulseira Depot

Blusa Bobstore para DepotSaia Bobstore para DepotPeep Toe My Shoes

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Blusa Bobstore para DepotSaia Bobstore para Depot

Túnica Daslu para DepotMaxi Brinco Depot

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Regata YafáCalça Mixed para Depot

Peep Toe My Shoes

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Ao ouvir o nome Cavalli, de imediato nos vem à mente as estampas exóticas de animais, vestido sensuais com imensas fendas, o jeans todo trabalhado, assim como as inúmeras peças em couros.

Roberto Cavalli, estilista florentino dono de um estilo sexy e exótico, começou sua carreira no mundo da moda criando e desenvolvendo têxteis que rapidamente ficaram famosos e passaram a serem vistos nas passarelas de grandes marcas como Hèrmes e Pierre Cardin. Seu primeiro desfile foi em Florença em 1972 com a presença de Bridget Bardot.

Recentemente ficou em evidência nas mídias especializada por disparar comentários ácidos em direção à Camera Nazionalle della Moda e Anna Wintour, editora-chefe da vogue americana.

O estilista criticou a ação e atuação da Câmara Italiana de Moda quando da alteração do calendário de desfiles da semana de moda de Milão para que se beneficiasse algumas marcas, dentre elas Giorgio Armani e Dolce & Gabbana - marca que nem mesmo faz parte da Câmara, chamando a atenção do diretor da câmara e sua representatividade juntos aos estilistas italianos. Cavalli disse não se sentir representado uma vez que algumas grandes marcas são privilegiadas em detrimento de outras, e só vê a pre-sença do trabalho da câmara no agendamento dos desfiles duas vezes ao ano.

Já os disparates em direção a uma das mais poderosas editoras de moda do planeta, o estilista declara que Anna Wintour faz com que as mulheres sejam como ela, e se vistam a sua maneira, chegando a dizer que a moda americana é 'quase' moda.

Distante de todo esse burburinho ao redor do estilista, seu legado de belas estampas, vestidos estonteantes continua a encantar mulheres do mundo todo, e, sobretudo, as brasileiras que enxergam nas criações de Cavalli um tipo de sensualidade próximo ao seu gosto e desejo. Quem não imagina um dos vestidos do estilista no corpo da cantora Ivete Sangalo?

Hoje o império criado por Roberto Cavalli engloba sob seu guarda-chuva mais de nove marcas (pret-à-porter, jeans, moda praia, moda íntima, moda infantil, moda masculina), um café chamado Just Cavalli, um café-loja Roberto Cavalli Caffè Giacosa em Florença, um clube noturno, e ainda empresta seu nome a um cartão de crédito e a uma linha de vodcas, além da vinícola de mesmo nome.

Cavalli e seus vestidos com enormes fendas, vestidos curtíssimos e justos, estampas de animais (zebra, oncinha, leopardo), e de apelo sexy fazem a cabeça das mulheres brasileiras que têm uma estética e são conhecidas pelo jeito sexy de ser, o estilo empregado por ele agrada aqui àquelas mulheres com um toque 'periguete', de visual muitas vezes excessivo, e para alguns até mesmo vulgar. Mas quem esquece a imagem de uma mulher vestindo Cavalli, uma onça (e porque não uma jaguatiri-ca?) sexy adentrando um salão de festa, ou caminhando por um tapete vermelho? Imagem inesquecível.

Vestido Class Roberto CavalliPeep Toe My Shoes

O MUNDO CAVALLI

P O R A N D R É R I B E I R O D E B A R R O S

novas propostas de visual merchandising

ATACADO E VAREJO

I F M O D A 29 What If

São muitas as definições que nos levam a pensar sobre Visual Merchandising. Frente à tantas exposições imagéticas, produtos e serviços que saltam aos olhos, somos levados automaticamente a pensar somente na vitrine, nos manequins e nos objetos de consumo. No entanto, o Visual Merchandising está para além do material. Basicamente, a atividade consiste no desenvolvimento [planejamento e aplicação] de projetos tridimensionais afim de maximizar a experiência do público, seja ela o ato da compra ou, simplesmente, o ato de experimen-tação. O objetivo é atrair, envolver e motivar o espectador na atmosfera do espaço, seja uma loja, um shopping ou uma exposição. E, claro, se possível, motivá-lo ao consumo.

P O R S T E L A P O L I T A N O

I F M O D A30 What If

Stela Politano - Mestre em História da Arte e Antropóloga pela UNICAMP. Atua como Diretora Comercial na Tendere. É pesquisadora-fundadora do Grupo de Estudos em Arte, Design e Moda (Unicamp). Atualmente, também atua como palestrante, condutora de workshops e docente da área de pesquisa de moda e design, pesquisa de tendências e aplicação de tendências para desenvolvimento de produtos em cursos on demand.

tividade histórica, a exposição do produto está presente em todo o desenvolvimento do comércio, sendo influenciada pela arquitetura, artes e design. De forte apelo ao consumidor, o VM (Visual Merchandising) é responsável pela primeira impressão, determinante para a permanência e

interação do consumidor com o produto final. Desde da vitrine até o atendimento do vendedor junto ao cliente constituem o VM.

Vamos às lojas, varejo e atacado. Apesar de objetivos diferentes, ambas atividades buscam o mesmo fim: o consumo e a fidelidade do cliente. Com o desenvolvimento do mercado e a consequente exigência do público, o espaço loja é um dos principais investimen-to de marketing, necessário para o aumento de vendas em sintonia com a era digital e a qualidade do produto. A Burberry's London's Regente Street, aberta em 2012, demonstra a preocupação da tradicional marca em aliar experiência sensorial com os valores de luxo e lazer: a loja possui a mesma interface e estilo do que o seu site de e-commerce, possibilitando a experiência de compra individual [os vendedores transformaram-se em consultores de estilo, auxiliando quando necessário ou requisitado]. Aliado à tecnologia, o espaço entra em contraste com o tipo característico de loja de luxo, silenciosa e vazia. Na Burberry, há pessoas por todos os lados, experimentando roupas, explorando a arquitetura e tecnologia ou, simplesmente, relaxando nos sofás. Com dimensões proporcionais a um shopping, o público [atuais e futuros clientes] desguta da sensibilidade da marca, optando pelo universo Burberry como forma de lazer em família e amigos, mesmo sem, necessariamente, consumir. A atmosfera atraí multidões, principalmente porque a Regente Street é uma movimentada área comercial com fluxo turístico o ano todo.

Não são apenas as grandes marcas que recorrem da experiência proporcionada pelo VM. O Magazine Torra Torra começou em 1992 no Brás, São Paulo, com a filosofia "Vender barato". Ao longo dos anos, a empresa cresceu e se aprimorou, porém sem nunca se afastar do "bom, bonito e barato". Espalhada por todo o estado de São Paulo, as lojas das cidades de grande porte contam com vários

pisos, loungue com televisores, cafeteria e restaurante, incenti-vando o público a passar horas no espaço, desfrutando da possibilidade de comprar para a família toda, a preço baixo. Ao invés da imagem "sacolão", o Torra Torra buscou a "qualidade com preços baixos", sendo que é possível consumir um bom expresso com pão de queijo por menos de R$2,00. Entre Burberry e Torra Torra, o que os aproxima é a inteligente utilização do VM e a busca pela permanência do cliente dentro do espaço da loja.

Longe de ser diferente, o Atacado também utiliza de maneira inteligente do Visual Merchandising. O Mega Polo Moda, por exemplo, disponibiliza para seus clientes todo o conforto de um shopping aliado às facilidades de um centro empresarial, com hotel, restaurante, ar condicionado, música ambiente e carro a disposição. Para além desse pacote, todas as lojas de varejo são pensadas de forma a proporcionar ao cliente a experiência de um comércio de alto padrão: as marcas preocupam-se em atrair os clientes, vender as peças e transmitir, através do bom atendimento e VM elaborado, os valores embutidos em suas peças. A preocupa-ção é que o público veja a beleza das peças e não uma pilha de produtos estocados, nichos que podem ser repensados e redistri-buídos pelo espaço da loja que, amplo, possibilita a circulação de grandes carrinhos de compras. A estratégia estimula o consumo de toda a coleção, e não apenas de algumas peças. O problema do estoque ou da não facilidade de experimentar a peça é descartada com a reformulação do espaço.

Um bom Visual Merchandising é aquele que, com um bom projeto, criatividade, organização e funcionalidade consegue transmitir, em segundos, toda a experiência sensorial, imagética e visual da marca ao público. O trausente deve sentir vontade de entrar e passar por essa experiência, mesmo inconsciente, seja tocando o objeto ou sentando numa poltrona e degustando de um café. O público é extremamente complexo, variável e influenciável. O Visual Merchandising deve acompanhar essas mudanças e, ao mesmo tempo, manter a identidade da marca/espaço. A visão levar ao toque e, posteriormente, à compra. Não importa se é atacado ou varejo: o importante é o retorno do cliente e a sua satisfação.

S T R E E T S T Y L E N E W Y O R K / P O R D A Y A N E O H I R A33 What IfS T R E E T S T Y L E N E W Y O R K 32What If

fashion

Para conferirmos "de pertinho" as próximas tendências do inverno 2013, a fotógrafa e correspondente de moda da What If, Dayane Ohira, registrou o que rola nas ruas de Nova York. Para quem está de malas prontas para embarcar para o exterior, vale a pena conferir os looks!

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Túnica Mob para Modama

Bolsa Cori para Modama

Peep Toe My Shoes

Maxi brinco Yafá

Pulseira Yafá

Total Luxury

P R O D U Ç Ã O E D I R E Ç Ã O : B R U N A T A U / F O T O G R A F I A : D E N I S E A L B A

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UM NOVO CONCEITO EM

ESTÉTICA NO JARDIM AQUARIUS.

ONDE A BELEZA É FEITA NOS PEQUENOS DETALHES.

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Direção geral, Cenografia, História e Design Editorial: Nany OliveiraProdução de moda: Valentina W. (aluna de Production in Fashion)Professora responsável: Maria Fernanda Bastos (Production in Fashion)Fotografia e Tratamento de Imagem: Kenji MunekataAssistente de Fotografia: Ingrid Finger (aluna de Production in Fashion)Model e Beauty: Cibely SprouseDesigner de Acessórios: Larissa Cernic e Tata Muchacha

Para entrar na onda dos maximalistas, barrocos, neo dandis e fêmeas alfa, a Escola Modernista Georges Pompidou produziu esse editorial para mostrar como a arte, moda e história andam juntas o tempo todo. A Red Crayon Aristocrat traz a ternura da fotografia do século XIX sem deixar de lado a tendência e modernidade do século XXI.

Red Crayon Aristocrat

U M A R A P I D I N H A39 What If

de casa achando que vai trabalhar com má vontade, você tem que sentir amor pelo que faz, vai para atender uma cliente só, mas vá com a mesma intensidade como se estivesse indo fazer uma capa da Vogue.

Quando se deu conta de que estava ficando famoso?Eu não me dei conta até hoje, isso não sei... Eu não acho que sou famoso, eu não me sinto assim, olho no espelho e sou o mesmo Carrasco. Eu prefiro isso, não me sentir famoso, por que eu acho que no dia em que eu me sentir famoso, eu vou perder minha arte, que é o que eu mais gosto, maquiar e pentear, e aí eu vou virar famoso. Não quero me sentir e me policio muito para não me sentir nada, eu sou só uma ferramenta da estrutura da moda e da beleza, não gosto de me sentir “a estrutura”.

Se sente realizado profissionalmente?Não, também não, sabia? Eu acho que se me sentisse realizado é sinal de que... bom, acho que ninguém pode se sentir realizado na verdade, a partir do momento em que você se sente realizado é porque já fez tudo que tinha para fazer e não tem que fazer mais nada. Todo dia você tem que aprender uma coisa nova, então eu tenho muita coisa para realizar ainda. Realizado completa-mente não, me sinto satisfeito por tudo que já fiz.

O que te inspira?Mulheres! Mulheres na rua, no shopping, no mercado, as mulheres me inspiram em tudo. Eu sou um cara que nasceu em uma casa com minha mãe, mais quatro irmãs e minha avó, então eu fui criado no meio das mulheres, escolhi uma profissão de mulher, o mundo

U M A R A P I D I N H A 38What If

Você também é maquiador, o que te fez escolher essa área?A maquiagem veio porque no começo dos anos 90 teve uma grande crise no país e só ficavam no mercado quem sabia fazer as duas coisas: maquiagem e cabelo, tive que aprender a maquiar.

O que prefere ser: cabeleireiro ou maquiador?Hoje eu gosto das duas coisas juntas, mas se você me perguntasse isso há 20 anos eu diria que de cabelo.

O que te trouxe para São José dos Campos?Minha família mora aqui, a gente se mudou para a cidade quando eu tinha entre nove e dez anos. E fui embora com 19 anos, portanto, a minha infância e adolescência foi praticamente toda aqui. Eu me sinto joseense, apesar de ter nascido em Santo André. Eu falo que aprendi a ser quem eu sou aqui, então eu sou do Vale do Paraíba.

Quais dicas para quem quer seguir essa profissão?Não desistir nunca, porque é uma profissão que apesar de todo mundo achar que é simples, fácil e que qualquer um consegue atingir, não é fácil, não é simples, você tem que estudar e pesquisar muito, tem que estar antenado com tudo o que acontece no mundo e ter muita persistência. Principalmente para quem está começando em salão, que atende muitas vezes apenas uma cliente no dia, o que acaba desestimulando o profissional. Ele não pode desistir, vai e atende uma com todo o prazer do mundo, como se estivesse fazendo a melhor coisa do universo. Você não pode sair

UMA RAPIDINHA COM

CARLOSCARRASCO

feminino é o que eu mais amo. Eu entendo mais de mulheres do que qualquer homem na vida, eu acho, eu sei de todos os movimentos delas, então são elas que me inspiram.

Qual a cor do verão para as madeixas?Loira, eu sempre falei a mesma coisa, o povo fala de cores tendência, a cor do verão é isso, mas se você pegar bem o histórico mundial, o verão é da loira e o inverno da morena. Isso é um clássico, o que vão mudar são as tonalidades, o tom de loiro.

E sobre os cabelos coloridos?Eu amo cabelo colorido, amo! Mas não é para toda mulher. Conheci na França uma senhora de 80 anos de cabelo azul, mas ela tinha uma personalidade maravilhosa de se vestir rock in roll. Acho que para ter o cabelo colorido é necessário ter antes de tudo personalidade para usar. Se todo mundo conseguisse ter personalidade para usar uma cor, teríamos um mundo mais colorido e feliz (risos).

Como maquiador, qual a melhor marca de make-up?Não existe uma melhor marca, existem várias marcas muito boas, muitas têm produtos muito bons e produtos muito ruins. Pode ser uma marca popular, ela terá pro-duto bom e produto ruim. A MAC, por exemplo, que é a mais vendida no mundo hoje (amo MAC e todo mundo ama!), mas dizer que ela é a melhor marca do mundo é errado e estamos sendo injustos com as outras. Mas acredito que têm várias: adoro Givenchy, MAC, Shiseido - que é uma marca japonesa, uma das melhores do mun-do. E essa de que, quanto mais cara é a marca melhor, sim, é verdade. Mas você também pode pagar caro num produto e ele não ser bom, tem que saber escolher.

Devemos usar maquiagem todos os dias?Aconselho. A maquiagem mudou. Nos anos 80, a gente nem podia falar para as mulheres dormirem de maquiagem, porque fazia mal para pele, mas hoje em dia não existe mais isso, a maquiagem tem hidratação, tem até as que controlam rugas, então a maquiagem agrega. Claro que ainda não é legal dormir maquiada, mas você usar todos os dias vai te fazer bem.

Qual a celebridade que tem o cabelo perfeito?Agora você me pegou... (pensando)... Maria Fernanda Cândido tem o cabelo maravilhoso, é perfeito. Tem a Cléo Pires, o cabelo dela também é lindo!

Na correria dos bastidores do maior evento de moda do vale, o Oscar Fashion Days, consegui um tempinho para uma rápida entrevista com o cabeleireiro, maquiador e carismático Carlos Carrasco. Uma entrevista super gostosa e divertida: assim foi o nosso bate-papo.

/ P O R A L I S A N T O S

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ão faz muito tempo decidi assistir de novo Beleza Americana (EUA, 1999), do diretor inglês Sam Mendes. Já havia me esquecido de como o filme é verossímil ao cotidiano de tantas famílias; chega a despertar simpatia e mesmo surpresa com tanta

semelhança.

Hesito ao escrever sobre isto, uma vez que, à primeira vista, mesmo tendo recebido vários elogios, pode parecer um filme comum (como se no comum não houvesse algo de revelador). Na verdade, o que é comum (no sentido de rotineiro e tedioso) é aquilo que o filme quer representar, não a maneira como o diretor conta a história. Constitui um drama que, além dos elementos dramáticos bem selecionados pelo diretor, é rico no quesito humor negro, ironia e diálogos com mensagens interessantes como, por exemplo, os que envolvem os personagens interpretados por Kevin Spacey e Wes Bentley (peço a atenção do leitor para os dois pontos de vista, apresentados

por estes personagens, sobre o que seria puramente belo na vida).

A câmera, que, de vez em quando, faz parecer que estamos assistindo a um reality show, nos revela a intimidade de uma família que costumava ser saudável (difícil aplicar este termo sem repensar) e que perdeu, com a passagem do tempo, a espontaneidade, o afeto mútuo e quaisquer valores que mantém os membros de uma família unidos ou, pelo menos, os impedem de se tornarem estranhos e hostis entre si.

Beleza Americana vai além da história de uma típica adolescente cheia de conflitos; de sua mãe, superficial e ressentida; e de seu pai, um “letárgi-co” homem de meia idade. É também um filme que ousa propor assuntos como pedofilia, homossexu-alidade, consumo de drogas, adultério, mentiras, repressão e crises de família – temas criticados pela sociedade mas nem sempre debatidos, o que acaba por torna-los tabus.

Maria

A ideia inicial era apenas um show de homenagem à Elis Regina. Através de uma incansável pesquisa de repertório, Maria Rita e banda trabalharam nos arranjos durante um mês. Juntos, pensaram no roteiro, no figurino, no cenário. Um trabalho intenso que teve sua estreia oficial em março deste ano.

Originalmente, o projeto foi criado como Nivea Viva Elis e assim a turnê passou por cinco capitais – Porto Alegre, Recife, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro. Foram mais de 270 mil pessoas assistindo a um espetáculo que veio para mudar a vida de muitos fãs de Maria Rita e Elis Regina.

Os fãs enlouquecidos que não puderam assistir o espetáculo queriam mais shows. Milhares de mensagens pediam a continuação da turnê. E o sucesso das apresentações iniciais simplesmente mudaram o rumo deste trabalho que marcou uma fase importante para Maria Rita. E a partir daí, Maria Rita passou a ser Elis Regina e a turnê rebatizada de “Redescobrir”.

Para ler ouvindo:Águas de Março

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Em turnê de homenagem a maior cantora de MPB do Brasil, Maria Rita canta e encanta plateia com o show ‘Redescobrir’

ELIS MARIA REGINA RITA

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ara a artista e filha, o que mais chamou atenção foi ter o seu principal objetivo concretizado. “Eu a redescobri. Reapresentei. Relembrei. Sim, os ‘re-s’ são necessários porque Elis é (in)consciente coletivo. Eu via crianças nos colos de avós, adolescentes nos ombros dos namorados, casais dançando, cirandas se for-mando, braços para o ar, olhos brilhando com saudades, com amor, com compreensão. E cantoria. Muita cantoria. Aquela voz da massa me

atingia, me arrebatava, me orgulhava. Orgulho que só posso (tentar) traduzir com minhas lágrimas, diversas vezes esparra-madas em cena”, diz Maria Rita.

A cantora afirma ainda que decidiu seguir com a turnê justamente devido ao tamanho dessa emoção durante suas apresentações e a imensa gratidão que sentiu dos fãs em todos os lugares onde passou para homena-gear sua mãe. “Decidi seguir um pouco mais com a turnê para que mais pessoas pudessem participar também dessa homenagem à Elis”, comenta Maria Rita.

E realmente o público participa. Como se todas as pessoas que estivessem assistindo ao show, na verdade estivessem cantando e se apresentando para uma única pessoa em especial: Elis Regina. É este o sentimento passado durante a apresentação de Maria Rita. E com muita emoção, as pessoas homenageam a maior cantora de MPB que o Brasil já teve.

A turnê “Redescobrir” é um grande sucesso, e já tem o lançamento do CD e DVD previsto para novembro. A gravação aconteceu em São Paulo, com uma super produção. Foram usadas oito câmeras de alta definição que captaram toda a emoção de Maria Rita durante as 28 músicas do repertório.

Em São José dos Campos, a cantora fez passagem em agosto. Maria Rita esteve acompanhada de sua brilhante banda com Thiago Costa (piano e teclado), Sylvinho Mazzucca (baixo acústico e elétrico), Davi Moraes (guitarra) e Cuca Teixeira (bateria). Aliás, para fazer um show como este, só mesmo com uma banda composta por excelentes músicos. A apresentação foi um verdadeiro espetáculo e deixou saudades!

Do repertório, o público pode ouvir Imagem/Arrastão, Como Nossos Pais, Vida de Bailarina, Bolero de Satã, Águas de Março, Saudosa Maloca/Agora Tá, Ladeira da Preguiça, Vou Deitar e Rolar, Querelas do Brasil, O Bêbado e o Equilibrista, Menino/Onze Fitas, Me Deixas Louca, Tatuagem, Essa Mulher, Se Eu Quiser Falar com Deus, Zazueira, Alô Alô Marciano, Aprendendo a Jogar, Doce de Pimenta, Morro Velho, O Que foi Feito/Maria Maria, Fascinação, Madalena e Redescobrir.

EU A REDESCOBRI. REAPRESENTEI. RELEMBREI.

O próprio Solta o Pause (http://soltaopause. com.br) é um grande exemplo, o que não falta aqui é informação e opinião rigorosamente selecionada.

Outra boa é subverter as ferramentas de marketing deles: cadastre-se na mala-direta de suas bandas, artistas e lojas de música preferidas pensando mais na informação dos lançamentos do que em comprar. O trabalho inicial é recompensado pelos emails com todas as novidades, no conforto do seu cafofo. Mas não consigo parar o que estou fazendo para procurar música, eu tenho que trabalhar, diz a formiga atarefada. Boas notícias nesse front também, cadastre-se em algum site de streaming de música (Grooveshark, por exemplo) escolha uma música e deixe o computador fazer o resto. O mesmo vale para as rádios especializadas em estilos via web, mas sem retorno teu elas não são mais nem menos úteis que as rádios tradicionais.

Mesmo assim está difícil achar coisa boa? A última dica é relaxar, se você não consegue resolver o dilema sempre pode mudar de problema ou pedir ajuda profissional. Descubra os músicos locais que mais te agradam e os DJs que mais fazem dançar, tente descobrir quais são suas referências e histórias musicais e dê uma peneirada que é garantido bom resultado. Afinal esses caras ficam com o ouvido aberto prestando atenção em som, ruído, barulho e música o dia inteiro, praticamente todo dia, querendo ou não. Além de perda auditiva sempre sobra alguma coisa interessante para compartilhar. Então relaxe, porque para todo momento cigarra de final de semana existe muito trabalho de formiguinha às feiras.

ma das perguntas mais intrigantes e (re)correntes sobre o som no mundo digital é como arrumar música? Na maior parte das vezes imagino que a pergunta é sobre como descobrir música nova, porque as mesmices e velharias abundam por aí. Achar música nova e boa é um problema porque as coisas

estão confusas: sites como o iTunes permitem baixar arquivos de maneira legal enquanto os torrents ’piratas’ são perseguidos, lojas ainda convivem com a guerrilha dos vendedores de CDs e suas capinhas copiadas fora de foco. Todos esses sistemas, esquemas e conluios oficiais ou não, disputam seu tempo e dinheiro gerando um alto nível de ruído e confusão; ou seja, como faz uma formiga para ouvir a nova da cigarra? Está difícil achar coisa boa para alimentar seu sistema de som porque não existem mais grandes centros monopolizadores de informação.

Nunca houve tanta música, mas também nunca tive-mos tanto ruído, e por isso é importante usar as melho-res fontes e filtros. Parece até piada, mas um dos melhores jeitos continua sendo um dos mais antigos: seus amigos. Com a Internet cada vez mais social fica mais fácil saber o que seus amigos estão ouvindo, espe-cialmente aqueles em que você admira o gosto musical. Se a sua amiga especialista em Black-Dark-Trash-Metal-Norueguês não tiver dicas boas de Pós-Punk-Celta-Beat, é só procurar a recomendação de outro.

A mídia tradicional continua fazendo seu papel de praxe: ganhando dinheiro vendendo informação que nem sempre você quer. É um canal útil para saber quais são as tendências que estão entrando na cena grande e quem vai tocar no palco principal do festival que ainda vai acontecer por aqui. Se te interessa o lado B recomendo a mídia especializada, underground por definição, e preocupada em descobrir novos talentos. Fique ligado em blogs, colunistas, críticos e afins, aos poucos dá para sacar qual é a pegada de cada um e se a dica te interessa.

BEBENDO DA FONTE QUE NUNCA SECA

P.S. A última do mundo digital são as ferramentas de identificação de música, tipo Soundhound ou Shazam. Elas captam um trecho da música que você está ouvindo e se a música for popular o suficiente o programa tende a acertar – perfeito para descobrir ‘qual é a música’ – mas são os erros a parte mais interessante. Se você tiver paciência e disposição, experimente ouvir o que o programa sugere quando não consegue identificar corretamente a música.

O SUCESSO ESTÁ EM AMAR O QUE SE FAZ!

Beto Lorena tem um carisma e uma maneira de tratar as pessoas como se fossem únicas. O que me motivou a querer conhecer um pouco de sua história. Exigente nos detalhes, ético e muito criterioso ao contratar cada profissional de seu espaço, Beto vai além do trabalho diário como hair design e maquiador: styling em shows e feiras, editorias de moda e TV completam sua agenda apertadíssima!

Nascido em Lorena (SP), onde trabalhou três anos em salão de bairro, Beto tinha o sonho de estar no mundo da moda e da TV. Sem medo e forte em suas convicções, mudou-se para São José dos Campos aos 23 anos para trabalhar com Carlos Carrasco – a maior referência na área. Foram oito anos de parceria e aprendiza-do com Carrasco. “Foi ele quem me deu a oportunidade, a base do que sou hoje: foi o meu espelho profissional. Sou muito grato ao Carrasco”, afirma Beto.

Há três anos Beto Lorena sentiu a necessida-de de seguir carreira solo, de voar sozinho, e acertou em cheio! Seu nome hoje é referência. Ele soube colocar em prática todo o conheci-mento que adquiriu com Carrasco e se aprimorar.

Em 2012, Beto foi além das fronteiras do Estado de São Paulo. Atualmente, uma vez por mês, durante uma semana, ele atende as clientes do Ceará, no renomado salão de beleza de Fortaleza, o Mulher Cheirosa. Cheio de energia, disposição e conhecimento, Beto Lorena tem dado conta do recado sem deixar de lado suas clientes de São José.

Novos projetos na área de televisão estão a caminho em 2013 para Beto Lorena... certamente será um sucesso!

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BETO LORENA

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A ESTÉTICA A FAVOR DA AUTOESTIMA rosto, o olhar e o sorriso são a “porta de entrada” em

muitos aspectos da vida cotidiana. Por isso, cada vez mais, aumenta a procura por tratamentos estéticos faciais, como aplicações de toxina botulínica, lasers e preenchi-mentos. Naturalmente, existem exageros tanto por parte do paciente quanto por parte do médico, em todos os cantos do mundo. “Há muitos mitos sobre o botox e o preenchimento. Sempre ouvimos falar de algum artista

ou conhecido que se submeteu a algum destes tratamentos e perdeu sua fisionomia, ficou “deformado”; mas isso é muito difícil de acontecer quando existe bom senso, de ambas as partes”, esclarece a Dra. Daniela Cavalcanti, cirurgiã pós-graduada em medicina estética, membro do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e da Sociedade Brasileira de Laser.

Ela ainda explica que, com o avanço da idade, a pele fica mais suscetível ao surgimento de rugas e marcas de expressão, pois perde a capacidade de manter o equilíbrio na produção das fibras de colágeno e elastina (responsáveis pela sustentação da epiderme). A flacidez facial também é acelerada por efeitos de alguns fatores externos, como a exposição solar excessiva, o estresse, o fumo e o consumo intenso de álcool. “Mas nem tudo está perdido! Hoje temos diversos tratamentos estéticos capazes de retardar os sinais do envelhecimento, e alguns deles são a toxina botulínica e o preenchimento facial”, completa.

A TOXINA BOTULÍNICABotox, Dysport, Xeomin são alguns nomes comerciais mais usados dessa substância. Age promovendo o relaxamento dos músculos que causam rugas na face. Com isso, a expressão fica naturalmente mais suave, diminuindo linhas e vincos. Se a pessoa faz muita mímica facial, o relaxamento temporário dos músculos proporcionado pela aplicação acaba reduzindo a movimentação muscular e, consequentemente, perde-se o hábito de contrair partes do rosto responsáveis pelas rugas.

Não tem efeito preenchedor e também não suspende a musculatura, apenas relaxa os músculos e assim desmarca a pele que se vincava em função desta contração muscular. É uma ferramenta maravilhosa quando usada com bom senso.

O procedimento é indicado para tratar marcas formadas pelas expressões faciais, como as linhas da testa, que aparecem quando franzimos e levantamos a região (os famosos “pés de galinha” - causados pela contração do músculo orbicular que ocorre quando sorrimos ou ficamos expostos à claridade), e os vincos entre as sobrancelhas que aparecem quando franzimos a testa, aproximando uma sobrancelha da outra. Os resultados geralmente duram de 4 a 6 meses. Recentemente foi lançado no mercado americano o suple-mento Zytaze para ajudar a prolongar a ação da toxina botulínica.

O ácido hialurônico é considerado um dos produtos mais seguros para a realização do preenchimento cutâneo, não causa alergias e dispensa testes prévios. A duração do preenchimento varia de 6 a 12 meses, sendo necessária nova aplicação após este período.

Já o metacrilato é um preenchedor definitivo. Por não serem reabsorvidos pelo organismo, seus resultados são duradouros e é mais utilizado para correção de sulcos profundos e para alteração do contorno corporal (bioplastia). A substância é aplicada mais profundamente e pode ser usada em maior volume.

O PREENCHIMENTOÉ recomendado para a correção do conhecido “código de barras”, formado pelas rugas que contornam a boca e aparecem quando faze-mos “biquinho”, e do famoso “bigode chinês” (linha de expressão que parte do nariz, contorna a boca e pode chegar até o queixo). Além disso, o procedimento é indicado para combater marcas profundas ao redor dos olhos, arquear as sobrancelhas, recuperar o volume das maçãs do rosto e para tratar os olhos fundos, que dão o aspecto de olheiras. O procedimento pode ser realizado no consultório. É rápido e com anestesia local. Entre as substâncias mais utilizadas para o preenchimento cutâneo estão o ácido hialurônico e o metacrilato.

Drª Daniela Cavalcanti www.dradanielacavalcanti.com.brCRM -SP 117.041

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A produção industrial clássica não permite muito a construção de produtos customizados, mas a gente sempre ia querer um feito para gente né, com a nossa cara.

Os fabricantes sabem disso. O fato de você poder mudar a tela do seu computador, trocar os ícones ou colocar um tom de celular personalizado fala muito sobre isso.

Você já parou para pensar o que o fundo da tela do seu computador pode representar? Se você colocou uma bela foto de praia ou uma paisagem incrível pode ser que você queira viajar logo e por aí vai...

Mas enfim agora podemos pensar em mais cores e formas para os nossos gadgets. No site da Dell (dell.com.br) é possível comprar notebooks com cores diferenciadas, como o vermelho por exemplo.

Mas o grande barato mesmo são os sleeves (bolsas para notebooks, normalmente de neoprene) e capas para seus acessórios digitais. Existe uma infinidade de cores e modelos que vão cativar até os mais exigentes fashionistas.

E ainda há possibilidade de adesivar os notebooks e tablets: e aí o céu é o limite. Podem ser comprados tanto modelos prontos disponíveis em várias estampas e formatos ou se pode também criar uma imagem especial e pedir para a empresa imprimir o adesivo com a sua cara. Mas veja com a empresa se o produto é compatível com seu equipamento e se a cola sairá com facilidade. Assim você pode trocar sempre que quiser ou de acordo com seu estado de espírito.

Além de um estilo extra para o seu eletrônico preferido, estes acessórios também protegem seu equipamento de riscos, sol e poeira. Ou seja, só não tem um gadget totalmente personalizado quem não quer!

E nós da What IF Magazine queremos conhecer seu aparelho personalizado. Publique a foto dele na nossa fanpage www.facebook.-com/Whatifmagazine e quem sabe ele não aparece aqui na nossa próxima coluna?

Gadget pra vestir?

Para deixar seu tablet com um ar bem romântico e retrô a dica é esta capa da Imaginarium que imita uma carta romântica antiga. Possui uma prática alça e ainda por cima já vem com os selos ;) Sai por cerca de R$ 150,00 na Imaginarium on-line http://loja.imaginarium.com.br

E se o gadget hoje é para vestir, dá para gente vestir o gadget também. Quando estava escre-vendo esta coluna lembrei do meu primeiro PC em casa. Era uma caixa bege meio sem graça que você tentava esconder em algum lugar, mas o monitor quadradão ainda ficava ali em cima da mesa. E lembro a primeira vez que vi um computador preto e achei super moderno.

E se você quer seguir a linha geek não pode deixar de ter um gadget customizado com Star Wars. A Linux Mall trouxe para o Brasil uma série de produtos licenciados da marca. Uma destas opções são os adesivos para iPhone. O diferencial é um papel de parede que pode ser baixado depois da compra. Assim a tela e o equipamento ficam integrados com o mesmo visual. Ultra cool. Sai por cerca de R$ 60,00 no http://www.linuxmall.com.br.

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Na loja on-line MVStickers você pode deixar seu notebook personalizado com dezenas de opções. Um dos mais vendidos, de acordo com o ranking da loja, é este “Oncinha Rosa Pink”. Sai por R$ 30,00 em média. www.mvskins.com.br/produto-454-adesivo_skin_de_notebook _oncinha_rosa_pink

GUIA DE COMPRAS

QR-Code: Para visitar os links de compra do seu celular é só usar seu aplicativo leitor de QR-Code e tirar uma foto dos quadradinhos do lado de cada produto.

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A CULTURA QUEIJEIRA DA

Há 1.150 metros de altitude está localizada a cidade de Jura, na região de Franche-Comté (169 km de Lyon e 2 km da Suíça), aonde abriga um dos maiores Fortes Militares da França que hoje é um local de refinamento para o famoso queijo Comté. O alimento começou a ser fabricado no século XII para ser consumido no inverno rigoroso da região, que está localizada nos Alpes.

O queijo era produzido no verão com cerca de 40 à 80 kg para ser conservado até a estação mais fria do ano; na produção gastavam-se cerca de 400 a 800 litros de leite, coletados pelas dezenas de pequenos agricultores que habitavam a região.

Com a produção do queijo expandida e o forte comércio queijeiro do país, o Comté começou a ser trabalhado em grande escala, ultrapassando a marca dos 500 queijos mensais, com importa-ção para os países do leste europeu, como a Rússia. Os séculos se passaram e só em 1997 o Comté ganhou um local adequado para afinar o queijo.

O ambiente escolhido foi o Fort des Rousses, construído entre 1840 e 1870 por Napoleão Bonaparte para abrigar o exército francês. Após a 1ª e 2ª Guerra Mundial, o Forte foi usado para treinamentos militares e desativado anos mais tarde para servir como cave de afinação para o Comté. Hoje o Fort des Rousses abriga mais de seis mil queijos distribuídos em prateleiras gigantes em corredores úmidos com máquinas

fazendo todo o processo da afinação. Antes dos aparelhos serem adquiridos, o serviço era braçal, isso significa que uma só pessoa era responsável por pegar o queijo de 40 kg nos braços, virá-lo ao contrário para temperar com sal e depois revirá-lo para colocá-lo na prateleira.

Para produzir apenas um queijo de 40 kg é necessário 400 litros de leite, que são retirados de 23 vacas. Estes animais são tratados em áreas verdes na região de Franche-Comté pela própria empresa responsável do queijo (vale um parênteses aqui para ressaltar que em 2008 o DOP - Denominação de Origem Protegida -, órgão que regulariza os mais de 50 produtores de queijos franceses, contabilizou que o Comté produziu mais de 50 mil toneladas, quase um quarto dos queijos do país). A produção deste alimento só é permitida em Franche-Comté, ou seja, nenhuma outra região francesa pode reproduzir o queijo Comté - e muito menos os países vizinhos, como Suíça e/ou Itália.

Os suíços, por sua vez, classificam o Comté como uma cópia do Gruyère, com uma casca dura, cor amarela, e um gosto bem forte (dependendo da quantidade de meses que ele ficar descansando na cave).

PARA PRODUZIR APENAS UM QUEIJO DE 40 KG É NECESSÁRIO 400 LITROS DE LEITE, QUE SÃO RETIRADOS DE 23 VACAS.

O QUEIJO COMTÉ É DOS MAIOS PRODUTORES DA IGUARIA NO PAÍS E OFERECE TURISMO PARA CONHECER A CAVE DE AFINAÇÃO EM FRANCHE-COMTÉ, NOS ALPES.

QUEI OS &VINHOS

P O R D O U G L A S O L I V E I R A

Na França, como se sabe, é possível provar um queijo diferente em cada um dos 365 dias do ano. São mais de 400 tipos; mais de 400 milhões de unidades produzidas por ano. Tanto é que Charles de Gaulle, certa vez, ressaltou em conversa com Winston Churchill ser difícil governar um país com tantos queijos. Nosso colega Rubens Filho, nesta edição de What If, conta a história do Comté, queijo pouco conhecido por aqui.

Vale dizer que, no Brasil, “Queijos e Vinhos” é evento social. Normalmente, não há qualquer preocupação em harmonizar o vinho com o queijo. A união desses dois alimentos deve ter sempre como objetivo aumentar e prolongar o prazer proporcionado pelas sensações olfativas e gustativas do consumo conjunto de um e outro. O resultado pode ser maravilhoso, mas muitas vezes ruim.

O Comté, por exemplo, combina muito bem com vinhos brancos das denominações do Jura: L'Étoile, Château-Chalon, Arbois, Côtes Du Jura. Também fica muito bom com vinhos da uva Chasselas, elaborados do outro lado da fronteira com a Suíça. Mais conhecidos, os Chardonnays, em especial com fermentação maloláctica completa, assim como os italianos de Pinot Grigio e Gavi também acompanham muito bem. Os tintos, por sua vez, e os brancos muito aromáticos como os de Sauvignon Blanc, Viognier, Malvasia, Moscatel e Torrontés, não combinam. Veja que isso não acontece só com o Comté. Queijos em geral harmonizam melhor com vinho branco. É a mais pura verdade! Aproveite a estação e experimente.

Depois de rápida pesquisa na net, comprei um pacote de 250g da versão maturada 6 meses de uma tradicional marca francesa por R$ 38,59 e, como apreciador da bebida de Baco, logo me perguntei: Qual o vinho mais adequado para este tipo de queijo, duro, parecido com o suíço Gruyére, usado em fondues e muitas vezes derretido?

• VisitaO Fort des Rousses é aberto para visitação, mas se você está na França e pretende visitá-lo é melhor entrar no site antes, pegar o telefone e ligar, porque centenas de turistas passam por lá diariamente. A parte ruim da história é que a comunicação é única e exclusiva em francês, então precisa ter algum conhecimento da língua para agendar um dia e uma hora. Entretanto, com a visita marcada, você terá o prazer de conhecer a história do Comté, as estruturas físicas do Forte e será agraciado com uma degustação das iguarias de seis, doze e dezoito meses (um convidativo para adquirir os queijos na lojinha da cave no final da visita). O único modo de chegar à cidade de Jura é de carro, mas a vista vale a pena. Os Alpes franceses apresentam uma vasta área verde, floridas com espécies nativas e uma arquitetura 100% europeia das pequenas casas que habitam a região.

• Apreciando o queijoOs franceses preferem os queijos após a refeição do almoço e do jantar. É um ritual sagrado nas mesas: o arroz de um lado e o queijo do outro. Há bons vinhos que acompa-nham o sabor delicioso do queijo, aliás, o Comté também produz um vinho especial para acompanhar o queijo. O tradicional queijo como fondue também pode ser uma boa pedida. Não é difícil encontrar o Comté nas geladeiras dos supermercados franceses. Para quem visitar Rhône-Alpe (região que tem Lyon como capital), localizar o alimento será a coisa mais fácil do mundo. Entretanto, quem estiver mais para o Sul da França ou até mesmo em Paris terá um pouco mais de dificuldade de encontrá-lo.

www.fort-des-rousses.comValor da visita: € 10,00 (cerca de R$ 28,00)

Valor do Comté de 1kg: € 12,00 (cerca de R$ 33,00)

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Informações:

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ILHABELA AOS OLHOS DO MAR

P O R R O S A N N E W O E L Z

primeira vez que vi Ilhabela na minha “proa”, logo de imediato me apaixonei. Eu vinha de uma viagem de 60 milhas entre Santos e a Ilha de São Sebastião. Vinha voando baixo com vento a favor, a bordo de

um veleiro de 41 pés (12,5 metros). Anoitecia e eu chegava pelo sul da Ilha, ao brilho hipnótico do farol da Ponta da Sela.

Conforme fui me aproximando, aos poucos fui descobrindo Ilhabela; de fora para dentro. As suas belezas, mistérios, contos, lendas e toda a sua magia. Sim, a Ilhabela é mágica! Aqueles típicos raros lugares que tem o poder de agradar a todos, a gregos e troianos, a pobres e ricos, a casados e solteiros, a homens e mulheres, a aventureiros e a aposentados.

Coloquei meus pés em terra firme e foi ali, no pier do Yacht Clube de Ilhabela, que decidi que aquela seria a MINHA ilha; mesmo antes de conhecê-la ao todo. Um sentimento de ‘lar’ bateu muito forte, e explorando fui cada vez me apaixonando mais.

Para quem é amante da vela, Ilhabela não é chamada de ‘’CAPITAL DA VELA’’ à toa. Os bons ventos da Ilha sopram constantemente e, algumas vezes, até em rajadas mais fortes. O canal de São Sebastião é o palco da maior regata internacional que acontece na América Latina em Julho: a ROLEX ILHABELA SAILING WEEK. Em 2013 completará sua 40° edição. É quando posso arriscar dizer que o coração da Ilha bate mais forte. Gente bonita, o ar do iatismo predomina em todos os cantos, velas, ventos e esquinas. O mar brilha diferente, as esteiras de espuma dos veleiros enfeitam as águas do canal, as pessoas sonham. Sonham no deslizar sobre ondas, numa competição séria, porém amigável de quem anda mais rápido sobre as águas! Ilhabela é pura vela! Os outros esportes que me perdoem...

A Ilhabela não poderia deixar de ser a maior ilha marítima do litoral brasileiro: dona de 336 km quadrados de área de pura beleza verde e com 180 km de orla, as 39 praias te encantam, nas mais variadas fontes da natureza - coqueiros, riachos, e um grande trecho de Mata Atlântica bem preservada. Não podemos esquecer também as 300 cachoeiras, fontes de água pura e frescor em meio a tanto verde! Claro, também são as fontes matriarcais dos famosos ‘’borrachudos’’ que é – e creio que sempre será – a marca registrada e inesquecível de Ilhabela! Quem nunca voltou com alguns pontinhos vermelhas para casa?

Sofisticação, charme e conforto não faltam na Ilha. Na Vila não tem como não passear entre as lojinhas, galerias e cafés, comer uma pizza nas pizzarias próximas ao pier da Vila, ouvir uma música ao vivo no Estaleiro e encerrar a noite – aos que têm mais pique – no Creoula.

No Shopping Ardhentia você também encontra ótimos pontos de alimentação, temakeria, e lojas com uma vista perfeita para a orla do Perequê. Caso também precisem de apoio com internet ou computação, a Speedmax (também localizada no Perequê) te auxiliará em tudo que for preciso.

Ilhabela tem para todos os gostos e situações: desde a melhor comida à quilo no Max Restaurante à frutos do mar, e a famosa casquinha de camarão do Restaurante Viena.

Uma das coisas que mais me chamou a atenção em Ilhabela, desde a minha primeira vez, foi o sentimento de paz por estar lá. As pessoas, sejam os caiçaras locais, sejam os turistas, os visitantes e os ‘’imigrantes’’: todos têm uma paz de espírito e uma simpatia de causar inveja a qualquer um. A brisa, a maresia, os sorrisos tomam conta de nós! Foi o que me convenceu após alguns anos desde minha chegada à vela, a me mudar para lá. Meus 12 meses de experiência como ‘’ilhéu’’ beirou quase a perfeição! Todos te conhecem, te dão ‘’bom dia’’, vivem na mesma sintonia por estarem em Ilhabela. A mistura de pessoas humildes e queridas com as que ali visitam de todos os lugares do mundo, permite que todos estejam e se sintam num mesmo ‘barco’. Talvez seja

A BRISA, A MARESIA, OS SORRISOS TOMAM CONTA DE NÓS!

essa a especialidade do porquê nos sentirmos em casa ao atravessar a Balsa São Sebastião – Ilhabela.

O mar verde esmeralda, a Mata Atlântica próxima a nós, as pessoas, a cultura caiçara, a orla da praia para uma corrida pela manhã, os pores do sol, a vida saudável e a simplicida-de de poder viver com os pés na areia, foi tudo isso e muito mais que me fez provar que ILHABELA é realmente tudo o que seu próprio nome já diz. Bela!

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I L H A B E L A / C E N T R O

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SONHOS, CONSUMISMO E FELICIDADESeria clichê falar algo sobre o Natal por aqui? Se sim, ótimo: é exatamente sobre isso que eu quero falar. De repente deturpamos tanto o real significado do Natal que ele virou apenas uma coletânea de clichês, pseudo regras e pseudo felicidades. Como já dizia um comercial lá no longínquo começo dos anos 90: "Família, abração, meia-noite... Tô fora!". Não mudou muita coisa.

Nos impuseram um monte de coisas para nos sentirmos dignos do feriado perfeito, e qualquer coisa fora dos clichês pode causar depressão em muita gente. Reunir a família em torno do peru de Natal, comer até a barriga gritar por socorro, encher a cara. Bonecas para as meninas, carrinhos para os meninos - não importa o modelo, importa o preço e a frequên-cia do mesmo nos comerciais. Para os mais grandi-nhos, uma roupa escolhida de qualquer jeito (e como eles odeiam isso!) ou dinheiro. Os adultos se reúnem nos amigos secretos infinitos...

E as viagens? A cada feriado, um novo recorde de congestionamento. Filas pra estacionar o carro, ir no supermercado, na padaria, comprar um sorvete, tomar uma ducha... O espaço ao sol está disputadíssimo, mas todo mundo parece se contentar em apenas estar lá.

Apesar do Natal significar a celebração do nascimento de Jesus, estamos comemorando da forma mais errada possível - nos tornamos fúteis sem nem perceber, e inocentemente achando que estamos fazendo a coisa certa.

Independente de religião, tenho esse quase utópico sonho com o dia em que as pessoas vão entender que celebrar o nascimento de Jesus é algo muito mais simples e significa apenas uma coisa: comemorar um milagre que se tornou realidade. E comemorar este milagre é fazer do Natal o dia de tornar sonhos em

realidade. É deixar o altruísmo falar mais alto, sem pensar em consequências e segundas intenções. Realizar-se no sentimento gratificante de ver uma pessoa que sonha durante tanto tempo com seu presente, vendo ele se materializar na frente de seus olhos: o brilho da Estrela Guia refletido no brilho de seu olhar. É doar um prato de comida a quem sente fome e não pode ter uma ceia. É doar um pouco de seu tempo e atenção para aqueles que não tem com quem comemorar.

E é também permitir-se realizar um sonho próprio – por que não? Se reunir a família para uma ceia é, para você, algo feliz: faça-o. Mas faça com carinho, e não por obrigação. Compartilhe seus sonhos e faça da ceia de Natal um momento mágico. Pense nos presentes que você irá comprar, veja se aquilo irá realmente trazer um sorriso a alguém – um presente bom não é necessariamente um presente caro, seja original. Se para você é importante uma roupa nova, compre! Não só porque alguém te disse que é necessário, mas porque aquilo irá te fazer feliz – e faça questão de comprar a roupa mais linda que encontrar.

Mas não se esqueça do principal: Ame! Ame alguém, ame a si próprio, se faça feliz e faça feliz a quem você puder!

Feliz Natal!

Será que esquecemos o real significado de comemorarmos o Natal ou simplesmente nos tornamos muito preguiçosos para pensar nisso?

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ILHABELA AOS OLHOS DO MARMARIA RITA & ELIS REGINAROTEIRO DOS QUEIJOS NA FRANÇA