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67 boletim Dezembro 2012 XIII Prêmio Arte na Escola Cidadã

XIIIPrêmio · 2012-12-18 · ... e ritmos variados da cultura afro-brasileira ... > Fazer pintura corporal nos alunos; > Degustar pratos típicos da culinária afro-brasileira;

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67boletimD e z e m b r o 2 0 1 2

XIII Prêmio

Arte na Escola Cidadã

Ensinar Arte é...

> Garantir meios para que cada aluno expresse seus sentimen-tos, opiniões e valores.Marilene Alves da Cruz Gonçalves / Vitória (ES)

> É um exercício de liberdade, realização pessoal, renovação eaprendizado contínuo, tanto do educador quanto dos alunos ao tra-balhar de forma holística a construção do conhecimento.Maria da Paz Melo / Santa Rita do Sapucai (MG)

> Compartilhar com os alunos todo o fascínio que a vivência deum processo de criação e da construção do conhecimento emarte podem causar.Sirlene Felisberto Rodrigues / Londrina (PR)

> Alimentar o processo criativo dos alunos com incentivo, confiança,

reflexão sobre as imagens e, principalmente, com estética.

Diana Valverde / Salvador (BA)

> É transformação, inovação e muita pesquisa. É saber que todos têmum poder criativo. É fazer com que os alunos se sintam com vontadede transformar este poder em criação.Mario Santiago / São Paulo (SP)

editorial

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expedei nteO Boletim Arte na Escola éuma publicação da redeArte na Escola, produzidocom o patrocínio daFundação Iochpe.Conselho EditorialEvelyn Berg Ioschpe,Helânia Cunha de SousaCardoso, Erinaldo Alves doNascimento, Silvia SellDuarte PillottoEditoraSilvana ClaudioJornalista responsávelFábio Galvão MTB 20.168/SP

RedaçãoFábio Galvão e Cecília Galvão(CGC Educação)Projeto Gráfico ZoziISSN 1809-9254Artigos, comentários eopiniões para esteinformativo devem serenviadas para:Instituto Arte na Escola;Alameda Tietê, 618 – casa 3CEP 01417-020, São Paulo,SP Fone (11) [email protected]

FlaPa rofessor

ILUSTRAÇÃOImagens dos projetos ganhado-

res do XIII Prêmio Arte naEscola Cidadã e da cerimônia depremiação ilustram esta edição.

P R E M I A D O

BERTAZZO, Ivaldo.Cérebro ativo:reeducação do movi-mento. Barueri: Manole;São Paulo: Sesc SP,2012.A reeducação do movimento é ocerne de Cérebro ativo. Deforma bem-humorada, o autorexplora temas como "equilíbrioe precisão", "respiração","saúde da coluna" e "manuten-ção do desenho do corpo”, apartir do método de reeducaçãodo movimento criado por ele.

Dicad itL ue re a

Ensinar arte é educar um cidadão cons-ciente e crítico? O que significa isso, exata-mente? Como é que a arte torna o cidadãoconsciente? Ou crítico? Eu só posso ser críticode uma realidade que conheço bem, paracomeço de conversa. Dizer que Portinari – umdos artistas mais referenciados em nossasaulas de artes – é um pintor engajado podeser uma meia verdade. Afirmar, de outro lado,que ele foi um “artista chapa branca”, comomuitas vezes ouvi dizer, é pelo menos, outraverdade pela metade. Sim: Portinari retratoua mazela dos retirantes. E sim: Portinari foi opintor escolhido pelo governo para pintarseus murais e representar o Brasil no exterior.O bom professor de arte precisa ter proprie-dade sobre a obra e o artista que resolveuincorporar ao seu léxico.Porque ensinar arte, se é dar vazão ao lúdicoe do prazeroso, também é um exercício deprofunda responsabilidade. Nesta edição doBoletim Arte na Escola podemos conhecer osprofessores premiados na XIII Edição doPrêmio Arte na Escola Cidadã, que são a his-tória viva desta responsabilidade. Boa leitura!

Evelyn Berg IoschpePresidente do Instituto Arte na [email protected]

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Novidades e recorde de inscrições

Novidades marcaram a cerimônia de premiação neste ano.Uma foi a apresentação do novo portal do Instituto Artena Escola (www.artenaescola.org.br), com uma identidadevisual reformulada e a outra os apresentadores: ao invésdos tradicionais mestres de cerimônia, quem comandou afesta foram dois professores premiados em edições ante-riores. Juliana Carnasciali, se apresentou "vestida" comseus desenhos e cantou e declamou; e Jacson Silva Matos,“vestido” com seus poemas, apresentou o espetáculo“Cavalo Nóia”, seu projeto que virou uma manifestaçãocultural local e hoje percorre as ruas da Vila Missionária,na zona sul de São Paulo. A noite também contou comuma amostra da exposição EcoArt, que deu origem ao pri-meiro material educacional sobre arte e ecologia produzi-do pelo Instituto. Este ano, comentando os projetos ven-cedores, numa participação especial, o Prêmio contoucom um nome que é referência em educação corporal,dança, direção teatral e coreografia: Ivaldo Bertazzo.Assista ao seu depoimento.A consolidação do Prêmio Arte na Escola Cidadã como aprincipal avaliação do ensino de artes no Brasil aparecenos números. Em 2012, mais uma vez, foi registrado umrecorde de trabalhos inscritos. Ao todo, foram apresenta-dos 677 projetos, um aumento de 10% na comparaçãocom a edição anterior.Para a presidente do Instituto Arte na Escola e daFundação Iochpe, Evelyn Ioschpe, o prêmio é tambémuma avaliação do trabalho do Instituto. "A inscrição de677 projetos, todos documentados, é uma vitória. Paranós, o prêmio é também uma autoavaliação, disse.Este ano, os professores premiados receberão R$ 10 mil eas escolas, um computador e uma máquina fotográficadigital, além de uma caixa com 30 documentários do acer-vo da DVDteca Arte na Escola e seus materiais educativos.O Prêmio Arte na Escola Cidadã é uma realização doInstituto Arte na Escola e do Serviço Social da IndústriaSESI-Nacional e conta com o patrocínio do Bradesco, pormeio da Lei de Incentivo à Cultura.

E o “Oscar” vai para...

O XIII Prêmio Arte na Escola Cidadã reitera que o reco-nhecimento do trabalho sensibiliza o professor e refle-te no seu desenvolvimento profissional. Na cerimôniade entrega do "Oscar" da arte-educação (a compara-ção com a premiação do cinema foi feita por dois pre-miados), realizada no último dia 26 de novembro, noMuseu da Casa Brasileira, em São Paulo, os arte-edu-cadores revelaram como o prêmio impactou impactounas suas atuações profissionais.

Sirlene Felisberto Rodrigues, de Londrina, no Paraná,vencedora na categoria Ensino Fundamental II, contouque pretende ajudar a criar um grupo de estudo noPolo do Arte na Escola na Universidade Estadual deLondrina, onde já fez dois cursos. "Quero criar umcurso sobre portfólios", afirma.

Mario Santiago, de São Paulo, ganhador na categoriaEducação de Jovens e Adultos – EJA, disse que o prê-mio o fez refletir sobre os seus projetos. "Nossaregião é muito carente de cultura. E este reconheci-mento do Arte na Escola me fez pensar em criar umgrupo de teatro na escola", disse.

Maria da Paz, de Santa Rita do Sapucaí, em MinasGerais, premiada na categoria Ensino Fundamental I, eDiana Valverde, de Salvador, vencedora no EnsinoMédio, pretendem estudar ainda mais “A premiaçãome levou a querer fazer um mestrado a partir desteprojeto”, relatou a professora mineira. Já sua colega daBahia está iniciando o doutorado, estudo que decidiucomeçar estimulada pela conquista da premiação."Estou na correria para fazer o doutorado", afirmou.

Marilene Alves, de Vitória, vencedora na categoriaEducação Infantil, disse que ganhar o prêmio foi aconfirmação de que está no caminho certo e fazendoo melhor para as crianças. "Pretendo continuar apre-sentando aos alunos todos os meios possíveis paraque conheçam, dominem, valorizem e vivam experiên-cias artísticas", afirmou.

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O PROJETOFoi desenvolvido em 2011, ano internacional da afro-descendência. Releituras de obras artísticas, apre-sentações culturais, jogos e brincadeiras, ensinaramas crianças a respeitar e valorizar a contribuição dosnegros na formação da cultura brasileira.Linguagem: Artes Visuais.

OBJETIVOAtravés da Arte e das produções dos alunos, valori-zar a história, os costumes e as origens dos povosafrodescendentes, fazendo valer a lei 10.639/2003.

CONTEÚDOS DA ARTEA proposta triangular de Ana Mae Barbosa norteoutodo o processo criativo e permitiu que os alunos seaproximassem dos personagens das obras deCandido Portinari. Eles perceberam e valorizaram asi mesmos e as características afrodescendentesretratadas em suas produções, através de desenhos,pinturas, recortes e colagens, instalações, dramatiza-ções, telas vivas e brincadeiras. Destaque para aparceria com a professora Gabriela Arrebola, deEducação Física, na capoeira, nos jogos e na corridadas cores e formas, e a participação de Daniel CouraBelo, professor de música.

COMO FAZER> Apresentar o continente africano, através de ima-gens, pessoas, indumentárias, costumes e culinária;> Mostrar obras de Candido Portinari, produzir relei-turas da obra (Menina sentada, exemplo) comentan-do suas características e as diferenças étnico-raciaispresentes em nossa sociedade;> Vestir-se da personagem da obra para brincar econversar com as crianças;> Propiciar materiais e suportes variados para produ-ção de diferentes releituras;> Trançar os cabelos de todas as alunas e fotografá-

Nós Afros

"Trabalhar a arte inserindo a lei queprevê o ensino de História e Cultura

Afro-Brasileira nas escolas é um grandedesafio. Através das obras de CandidoPortinari as crianças hoje enxergam a simesmas e as diferenças, respeitam a

diversidade étnico-cultural e vivem umainfância sem racismo!"

Marilene Alves da Cruz GonçalvesVitória / CMEI Darcy Castello Mendonça

Educação Infantil

las diante de um painel de formas geométricas produ-zidas pelos alunos;> Fazer jogos e brincadeiras, em parceria comEducação Física e com as aulas de música;> Proporcionar contato com instrumentos musicais(casaca) e ritmos variados da cultura afro-brasileiraem aulas de músicas e dança;> Confeccionar roupas com material descartável (garra-fas pet e canos de papelão são boas opções);> Assistir a filmes e ler livros infantis sobre a cultura,lendas, personagens e animais africanos;> Confeccionar com os alunos uma boneca negra de pano;> Fazer pintura corporal nos alunos;> Degustar pratos típicos da culinária afro-brasileira;> Finalizar o projeto com apresentações culturais dosritmos e danças afro-brasileiras.

O QUE APRENDERAMOs alunos aprenderam a amar a cultura afro-brasilei-ra. Compreenderam e respeitaram os costumes e tra-dições, valorizando a diversidade étnico-cultural.Perceberam que o Brasil tem um povo belo exatamen-te por ser herdeiro de características e costumes tãovariados. Somos afros!

A VOZ DO ESPECIALISTA"Ao invés de falar de integração, ela faz uma desfrag-mentação. Isto nos leva para a origem da arte, ondea dança está junto com a música, junto com o teatro,junto com a pintura corporal. Ela trabalhou muitobem isto, o que provoca uma carga pessoal e huma-na muito grande para este trabalho. É por isso que oprojeto tem esta força".

Pedro Paulo Salles - Professor doutor doDepartamento de Música da Escola de Comunicações e Artesda Universidade de São Paulo, integrante da Comissão deAvaliação Nacional do XII Prêmio.

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documentário

ReferênciasFilmes:

ANIMAIS unidos jamaisserão vencidos. Dir.Reinhard Klooss e

Holger Tappe.Alemanha, 2011. 93 min.KIRIKU e a feiticeira. Dir.

Michel Ocelot. França,1998. 71 min.

O REI leão. Dir. RogerAllers e Rob Minkoff.

Estados Unidos, 1994.88 min.

Imagens:PORTINARI, Candido.

Menina com tranças elaço, 1955, óleo sobre

tela, 55 x 45,5 cm.Coleção particular.

______. Meninasentada, 1943, óleo

sobre tela, 74 x 60 cm.Coleção Yara e Roberto

Baumgart, São Paulo/SP.______. Meninos brin-

cando, 1955, óleo sobretela, 60 x 72.5 cm.

Coleção particular, Riode Janeiro/RJ.

Livros:BENJAMIN, Roberto;

LACERDA, MariaCarmelita; RODRIGUEZ,

Janete Lins. A África estáem nós: livro 1 - 2º ano.

João Pessoa: Grafset,2004. (Coleção seriado).MACEDO, Aroldo; FAUS-TINO, Oswaldo. Luana:capoeira e liberdade.

Il. Mig. São Paulo: FTD,2007. (Aventuras de

Luana).MACHADO, Ana Maria.Menina bonita do laço

de fita. 7.ed. São Paulo:Ática, 2005.

ROSA, Sonia. O meninoNito: então, homem

chora ou não? 4.ed. Riode Janeiro: Pallas, 2008.

O PROJETOBuscou a construção de uma consciência estéticaem relação à arte contemporânea, como linguageme forma de comunicação. Trabalhou o sensível e apercepção, entendendo o aprendizado a partir dofazer pensando – em que a produção versus a cria-tividade foram adequadas ao desenvolvimento decada criança. Linguagem: Artes Visuais

OBJETIVOPossibilitar as crianças serem responsáveis pelaprópria produção, desenvolvendo a sensibilidade ea criatividade ao conciliar a imaginação e a vivên-cia do aluno no processo voltado para a arte con-temporânea.

CONTEÚDOS DA ARTEO livro “Teoria e prática do ensino de arte” e os ensi-namentos de Gisa Picosque e Ana Mae Barbosa fun-damentaram o projeto. Técnicas e materiais mistosenvolvendo simultaneamente a colagem, o desenhoe a pintura.

COMO FAZER> Pesquisar a linha de trabalho em toda a suapotencialidade;> Dialogar com os alunos sobre materiais e suportes;> Desenvolver a linguagem do desenho usandocanetas, gravetos ou marcadores para que as crian-ças adquiram segurança no traço;> Apresentar a arte produzida nas últimas décadas,de forma que os alunos assimilem estilos diferen-tes de se trabalhar com materiais não padroniza-dos. A pintura abstrata de Tapiés, Mondrian eMatisse, com suas linhas, manchas e formas funcio-nam como uma introdução à arte contemporânea;> Solicitar para os pais, para a comunidade doentorno e empresas materiais recicláveis comopapelões, plásticos, tecidos, imagens de livros ou

revistas, embalagens de todo tipo, fios diversos,anilina, tintas, pigmentos, durex e colas;> Explorar a liberdade da contemporaneidade comorientação, a partir de algum artista plástico quetenha relação com a proposta de incentivar o ima-ginário, a concentração e a tomada de decisões.

O QUE APRENDERAMAs crianças aprenderam ser possível fazer arte apartir de elementos aparentemente antagônicos ea observar os trabalhos, seus e dos colegas. Aoutilizar técnicas mistas adquiriram vários conheci-mentos quanto aos inúmeros tipos de suportes,pastéis, tintas, pigmentos. Esqueceram conceitoscomo feio e bonito. Desaprenderam a desenharcorações e casinhas padronizadas e aprenderamque é preciso pensar antes de começar a produção- que só se aprende fazendo. E as respostas deve-rão ser dadas pelos alunos – construtores do pró-prio conhecimento.

A VOZ DA ESPECIALISTA"Uma das riquezas de um prêmio é a possibilida-de de mostrar para o mundo o trabalho feito, equem sabe, sugerir outras formas de ensinararte. No caso da professora Maria da Paz, ela foicapaz de mostrar o universo das artes plásticas,linguagem distante do cotidiano daquelas crian-ças, mesmo sem estrutura, sem acesso amuseus, nem a bibliotecas. Conseguiu, também,dar liberdade para que estes alunos se expres-sassem e desenvolvessem o seu lado artístico,mostrando que a arte não deve ser somente con-templada, mas também experimentada.

Isabel Pato - Graduada em Relações Internacionaise mestranda em antropologia, ambas pela PUC de SãoPaulo. Atua em ONGs com projetos educacionais e de cul-tura. Integrante da Comissão de Avaliação Nacional do XIIPrêmio.

Arte contemporânea: produção efruição no Fundamental I

Ensino Fundamental I

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ReferênciasDocumentários:ARTE e matéria. Dir. MariaE. Rabello. São Paulo:SescTV, 2000. (O mundo daarte). Acompanha materialeducativo para professor-propositor. DVDteca Arte naEscola.KARIN Lambrecht: de corpoe alma. Dir. Zezo Cintra. SãoPaulo: SescTV, 2002. (Omundo da arte). Acompanhamaterial educativo para pro-fessor-propositor. DVDtecaArte na Escola.MARCOS Coelho Benjamim:o fazedor de coisas. Dir.Cacá Vicalvi. São Paulo:SescTV, 2002. (O mundo daarte). Acompanha materialeducativo para professor-propositor. DVDteca Arte naEscola.MONUMENTOS de FranzWeissmann. Dir. Amilcar M.Claro. São Paulo: SescTV,2001. (O mundo da arte).Acompanha material educa-tivo para professor-proposi-tor. DVDteca Arte na Escola.NUNO Ramos: arte semlimites. Dir. Maria E. Rabello.São Paulo: SescTV, 2000. (Omundo da arte). Acompanhamaterial educativo para pro-fessor-propositor. DVDtecaArte na Escola.RECORTES de LedaCatunda. Dir. Amilcar M.Claro. São Paulo: SescTV,2001. (O mundo da arte).Acompanha material educa-tivo para professor-proposi-tor. DVDteca Arte na Escola.Livros e catálogos:CANTON, Katia. Esculturaaventura. São Paulo: DCL,2004.MATERIALIDADE: dez artis-tas brasileiros contemporâ-neos e os materiais. SãoPaulo: Instituto TomieOhtake, 2010.

"Um bom projeto deve ter umafundamentação teórica e conceitos quesustentem as ideias a serem trabalhadas,

levando em conta que a arte é umacoisa fluída, em movimento. Cabe aoeducador criar condições para que osalunos possam desenvolver suas lingua-gens de forma criativa e autônoma".

Maria da Paz MeloSanta Rita de Sapucaí (MG) / Escola Municipal

Valéria Junqueira Paduan

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Ensino Fundamental II

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O PROJETOA ideia nasceu da experiência e da participação emdois cursos do Instituto Arte na Escola na UniversidadeEstadual de Londrina. O projeto estuda a criação dearte contemporânea a partir do diálogo entre a produ-ção da professora/artista e dos alunos.Linguagem: Artes Visuais

OBJETIVOPesquisar meios de levar para a sala de aula a artecontemporânea. Paralelamente, a partir da conduçãode sua própria produção artística, refletir sobre ainfluência e a importância de vivenciar processos decriação para a resignificação de sua própria práticapedagógica.

CONTEÚDOS DA ARTEA produção de desenhos da professora e as atividadesaplicadas em sala de aula foram norteadas a partir doenfoque na linguagem da arte contemporânea. A par-tir do tema do autorretrato, foram selecionados paraestudo os artistas Frida Kahlo e Leonilson. Exercícioscênicos, de desenhos de observação do próprio rosto,e criação de auto-retratos com alegorias.

COMO FAZER> Escolher um tema em comum que possa gerar inte-resse tanto para o professor como artista como paraos alunos, por exemplo, o autorretrato;> Definir a linguagem de produção artística;> Escolher um ou mais artistas para estudo e criaçãode propostas;> Exibir vídeos sobre arte contemporânea, discutindo oconceito e sua relação com os objetos do cotidiano;> Estar atento e aberto aos diálogos, intervenções e

"Não ter medo de pesquisar aquiloque não conhece. A arte contemporâ-nea é um campo muito vasto. Manterconstantemente a curiosidade e asensibilidade de aprendiz poderá

ajudar o professor a encontrar nessecampo manifestações artísticas que

combinem com ele, com seus alunos ecom o seu jeito de ensinar arte".

Sirlene Felisberto RodriguesLondrina (PR) / Colégio Estadual Adélia Dionisia Barboda

mudanças que podem surgir a partir da análise daprópria produção e das inquietações dos alunos;> Usar o material produzido na sala de aula (no casodesenhos pequenos montados em copinhos de cafédescartáveis) na montagem de uma instalação;> Criar ações cênicas autobiográficas a partir doambiente criado na instalação.> Construir o portfólio, prevendo a possibilidade de aprodução artística do professor se desdobrar em pro-postas pedagógicas para serem trabalhadas nas aulasde arte

O QUE APRENDERAMDo estranhamento inicial, os alunos passaram a umestado de sensibilidade onde puderam compreendere apropriar-se em seus trabalhos de conceitos ineren-tes à arte contemporânea e a obra dos artistas estu-dados, como o uso de objetos do cotidiano, memó-rias e traços do desenho.

A VOZ DO ESPECIALISTA“O trabalho da professora Sirlene é muito interessan-te porque traz uma discussão que envolve as artesvisuais e a identidade a partir da ideia de autorretra-to. O fato de a professora atuar na docência e serartista e entender que a pesquisa integra esta relaçãoentre a produção, a arte e a docência é muito alenta-dor.”

Arão Nogueira Paranaguá de Santana -Professor e pesquisador da Universidade Federal doMaranhão. Preside a Federação de Arte-Educadores do Brasil.Integrante da Comissão de Avaliação Nacional do XII Prêmio.

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Meu mundo visível, meu mundo invisível:estudo de Arte Contemporânea

ReferênciasA vida e obra de

Frida Kahlo (1907-1954), artista mexi-cana que tem umavasta produção de

autorretratos.

A vida e obra deLeonilson (1957-

1993), artista brasi-leiro que trabalhaautorretratos em

dimensões mínimas.

A obra de LeonilsonVoilà mon coueur,1989 que traz no

verso o subtítulo ilvous apartien , cuja

tradução é Aquiestá o meu coração:

ele lhe pertence.

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Ensino das Artes Visuais no Contexto daEscola de Formação Profissional

Ensino Médio

O PROJETOBuscou evidenciar a importância do conhecimento da artepara os estudantes do ensino técnico profissional através deuma educação estética do olhar. Ao incentivar a leitura e ainterpretação da obra de arte, por meio de exercícios deobservação, ressaltou a importância do fazer/criar objetos apartir da experiência cotidiana. Linguagem: Artes Visuais

OBJETIVOContemplar os conteúdos de história da arte com leitura,fazer a reflexão crítica de produções artísticas e proporvivências poéticas. Explorar o conhecer/expressar/fazercomo construções de códigos culturais e estimular um olharmais aprofundado sobre as imagens da cidade e o mundoem que vivemos.

CONTEÚDOS DA ARTEComo procedimento metodológico foi utilizada, de formasistêmica e não fragmentada, a Proposta Triangular, de AnaMae Barbosa (1991). As atividades foram direcionadas paraenfoques teóricos e práticos, tendo como principal eixo aArte Contemporânea (de 1990 até os dias atuais), sem dei-xar de abordar outras correntes, como o Renascimento,Dadaísmo, Barroco, Impressionismo, Pós-impressionismo eCubismo. Foi trabalhado também o conceito de Cidade, deGiulio Carlo Argan, que vê a cidade não apenas como espa-ço físico e urbano, mas um conjunto de várias culturas.

COMO FAZER> Realizar um inventário dos conhecimentos que os alu-nos trazem sobre arte;> Apresentar textos, imagens e vídeos de movimentosartísticos históricos e contemporâneos e estabeleceruma conexão entre eles (por exemplo, a Roda deBicicleta, de Marcel Duchamp, e In Absentia, de Reginada Silveira).> Observar e registrar com textos, desenhos e fotos apaisagem da trajetória casa-escola-casa;

> Visitar museus e pontos centrais da cidade. Incentivarum olhar atento para detalhes das paisagens, comomonumentos, grafites e painéis publicitários;> Estimular a reflexão e a discussão: o que essas ima-gens têm em comum com o aluno, com a escola, coma cidade, com a arte?> Planejar e produzir os objetos de arte através de tex-tos e manipulação de materiais e suportes diversos;> Elaborar dossiês com o planejamento completo dasobras de arte dos alunos;> Organizar uma exposição dos trabalhos no ambienteescolar;> Registrar em vídeo todo o processo da criação dosestudantes;> Idealizar um blog também como meio de abarcar osregistros visuais;> Avaliar todo processo da aprendizagem a partir davivência artística e dos objetos de arte escuta e o fazermusical devem estar no centro.

O QUE APRENDERAMOs alunos aprenderem a olhar a escola, o entorno e acidade sob o prisma da estética. Compreenderam a lin-guagem visual por meio da construção da obra de artee suas conexões com outras áreas do conhecimentopresentes no currículo do ensino tecnológico.Reconheceram a íntima relação entre cultura e arte.

A VOZ DA ESPECIALISTA"Você trazer a arte em um diálogo com o entorno,com as questões pessoais no sentido da relaçãodaqueles jovens com a cidade, com a cultura, vaifazer muito diferença para eles. Seja o que eles foremfazer a partir daquela escola".

Christina Rizzi - Doutorado em Artes pelaUniversidade de São Paulo, é professora da Graduação e daPós-Graduação no Departamento de Artes Plásticas da Escola deComunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP)

"Se você tem paixão em ser professor,planeje as suas aulas, leia e se mantenhaatualizado. Lembre-se sempre que não

basta ser um professor capaz detransmitir conhecimentos e provocarencantamentos, é preciso também se

deixar encantar pelos alunos."

Diana ValverdeSalvador / Instituto de Educação,Ciência e Tecnologia da Bahia-IFBA

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Referências

A Arte Relacional, docrítico de arte fran-cês NicolasBourriaud.

Obras de Regina daSilveira, MarcelDuchamp, Leonardoda Vinci.

A PropostaTriangular, da arte-educadora Ana MaeBarbosa.

Textos sobre a histó-ria da arte de auto-res como ErnestHans Gombrich,Giulio Carlo Argan,Fayga Ostrower,Michael Archer eGraça Proença.

Os endereços e dados para contato com os Polos e parceiros daRede Arte na Escola estão no site www.artenaescola.org.br

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Patrocínio

Educação de Jovens e Adultos

O PROJETOUma adaptação e a encenação da obra “Morte e VidaSeverina”, de João Cabral de Melo Neto, realizada coma colaboração das professoras de Língua Portuguesa eSala de Leitura. Linguagem: Teatro

OBJETIVODesenvolver a leitura e a compreensão de texto. Fazercom que o aluno perceba-se como ator do processode uma montagem teatral. Proporcionar o desenvolvi-mento de uma identidade própria dentro do espaçocênico, fazendo com que melhore sua oralidade e suapostura corporal. Conhecer os vários tipos de lingua-gens, no caso o texto teatral.

CONTEÚDOS DA ARTEHistória da Arte: expressionismo, leitura e interpreta-ção da arte teatro. Jogos e brincadeiras. Confecção defigurinos, adereços, cenários e pesquisa de sonoplas-tia.

COMO FAZER> Apresentar o texto em papel ou por meio de áudioou vídeo (neste projeto foi utilizado “Morte e VidaSeverina” em desenho animado adaptado para osquadrinhos pelo cartunista Miguel Falcão);> Analisar e discutir obras expressionistas (no caso "OsRetirantes", de Candido Portinari);> Conhecer o espaço cênico através de jogos e brinca-deiras dramáticas;

"O teatro na escola e uma grandefonte de aprendizagem, nunca seesgota. Cada encontro, ensaio e

apresentação faz com que troquemosideias, experiências e conhecimentos,

acontecendo a grande magia doprocesso ensino e aprendizagem".

Mario SantiagoSão Paulo (SP) / EMEF Professora Shirley Guio

> Ler no espaço, trabalhar a voz, determinar cada falae personagem;> Marcar os espaços com os atores no palco;> Identificar e criar figurinos, adereços, cenografia esonoplastia;> Ensaiar, ensaiar e ensaiar...;> Montar e apresentar o espetáculo no formato jogralcênico.

O QUE APRENDERAMA história de um retirante chamado Severino. Leramem público, soltaram seus corpos no espaço cênico,criaram personagens e aturaram. Conheceram o tea-tro como manifestação artística e cultural.Desenvolveram a autoestima e a percepção corporal.

A VOZ DO ESPECIALISTA“Fico encantado como o Mario construiu estas etapascom estes alunos, principalmente nesta diversidade deidades, porque o teatro é uma experiência fundamen-tal para acontecer desde a criança. É bastante interes-sante ver Morte e Vida Severina e esta integração. Eugostaria de assistir esta peça.”

Ivaldo Bertazzo - Educador corporal, especialistaem dança, diretor teatral e coreógrafo. É diretor daEscola de Reeducação Movimento e criador doMétodo Bertazzo de Reeducação do Movimento.Participou do XIII Prêmio com depoimentos sobre osprojetos vencedores.

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Morte e Vida Severina –um Jogral Cênico

ReferênciasLivro

Interterritorialidade: mídias, con-textos e educa-

ção, de Ana MaeBarbosa (São

Paulo: Ed. Senac,2008);

Texto Hip hop,um grito porliberdade, de

Jussara Souza,publicado na

revista MundoJovem; e a músi-ca Tudo passa,de Túlio Dek.

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