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XVI MÁSTER UNIVERSITÁRIO EM SEGUROS E GERÊNCIA DE RISCOS · Gerência de Riscos e Seguros • nº 103-2009 3 editorial A verdade é que, diante do que caiu sobre nossas cabeças

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XVI MÁSTER UNIVERSITÁRIO EM SEGUROS E GERÊNCIA DE RISCOS

20 0910

www.fundacionmapfre.comInstituto de Ciencias del Seguro

Formacion

Universidad Pontificia de Salamanca

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3G e r ê n c i a d e R i s c o s e S e g u r o s • n º 1 0 3 - 2 0 0 9

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al A verdade é que, diante do que caiu sobre nossas cabeças nos últimos tempos, é difícil escrever sobre outra coisa que não seja a situação econômica. As dúvidas e os temores continuam em primeiro plano.

A queda do índice de preços de consumo, que nos situa - pela primeira vez há quase cinquenta anos - com uma taxa de variação negativa; a recente intervenção por parte do Banco da Espanha da Caja Castilla-La Mancha; quase três milhões e meio de desempregados na Espanha… Quaisquer dessas notícias e tantas outras ocorridas nas últimas semanas não fazem mais do que advertir de forma explícita sobre a extrema complexidade que está por trás da má situação da economia mundial.

No entanto, as notícias que ocupavam as primeiras páginas da imprensa no começo do ano tinham mais a ver com a sucessão de temporais que, desde o outono passado, não deram trégua. Além disso, após uma forte e imprevista nevada que afetou principalmente as regiões nordeste e o centro da Península nos primeiros dias de janeiro, causando colapso no trânsito das estradas em grande parte do país e obrigando a interrupção dos voos no aeroporto madrilenho de Barajas, no sábado, dia 24 de janeiro, todo mundo se familiarizou com o significado da “ciclogênese explosiva”.

O temporal, chamado de “Klaus” pelos serviços meteorológicos alemães, teve consequências especialmente violentas ao norte da Espanha e ao sul da França, causou vários mortes e significativos danos materiais, com fortes ventos de mais de 150 km/h nos litorais espanhol e francês e ondas de até 26 metros de altura.

Como se costuma dizer, depois da tempestade sempre vem a bonança.Esperemos que tal tranquilidade sirva para poder dizer que, agora

que os dias vão passando e o calor do sol antecipa mais um clima agradável, tanto os riscos derivados da insólita crise financeira na qual estamos imersos como os danos materiais decorrentes dos fenômenos meteorológicos adversos nos deem um respiro e que a economia comece a elevar-se, para demonstrar que em nossa sociedade existe força e confiança suficiente para que o sistema “volte a funcionar”.

É no setor imobiliário e no da construção, onde tem suas origens e desenvolve sua atividade principal o destacado grupo construtor espanhol, que nossa entrevistada, Lourdes Freiría, presta seus serviços, nos conta os segredos de seu trabalho à frente da Direção Geral de Riscos e Seguros do Grupo San José e ressalta a importância do apoio recebido por parte da alta direção do Grupo.

No primeiro dos três estudos publicados neste número da revista, contamos com a reflexão de Javier Navas, diretor-geral da AGERS e nosso

Tempestades e crises

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GERÊNCIA DE RISCOS E SEGUROSNão é responsável pelo conteúdo de nenhum artigo ou trabalho assinado por seus autores. O fato de publicá-los não implica conformidade ou identifi cação com os trabalhos expostos. Está proibida a reprodução total ou parcial dos textos e ilustrações desta revista sem autorização prévia e por escrito dos editores.

VERSÃO BRASILEIRA:

JORNALISTAS RESPONSÁVEIS • TATIANA CEREZER - MTB 28.298, ANDRÉ GUERRA - MTB 33.675CONSELHO DE REDAÇÃO • ANTONIO CÁSSIO DOS SANTOS, DIRCEU TIEGS, SÉRGIO W. MARINS BARBOSA

TRADUÇÃO • ELIZABETH PINHEIRO COLABORADORES • ELIZABETH PINHEIRO, MICHELL NIERO, PAULA BISCHOFF E THIAGO VIEIRA DE SOUSA PROJETO GRÁFICO ADAPTADO • bmew PROPAGANDA

DESIGNERS • FLÁVIO BARÃO E MIGUEL DALLACQUA JUNIOR PRÉ-IMPRESSÃO E IMPRESSÃO • IPIIS GRÁFICA EDITORA

EDITOR • FUNDACIÓN MAPFRE ESTUDIOS - MONTE DEL PILAR, S/N. 28023 MADRI - EL PLANTÍO (ESPANHA) TEL.: (34) 91 581 1234. FAX: (34) 91 307 66 41 • WWW.FUNDACIONMAPFRE.COM/CIENCIASDELSEGURO • [email protected]

DIRETOR • JOSÉ LUIS IBÁNEZ GÖTZENS REDATORA CHEFE • ANA SOJO GIL COORDENAÇÃO • MARÍA RODRIGO LÓPEZ

CONSELHO DE REDAÇÃO • IRENE ALBARRÁN LOZANO, ALFREDO ARÁN IGLESIA, FRANCISCO ARENAS ROS, MONTSERRAT GUILLÉN ESTANY, GONZALO ITURMENDI MORALES, ALEJANDRO IZUZQUIZA IBÁÑEZ DE ALDECOA, CÉSAR LÓPEZ LÓPEZ, JORGE LUZZI, FRANCISCO MARTÍNEZ GARCÍA, FERNANDO MATA VERDEJO, EDUARDO PAVELEK ZAMORA, Mª TERESA PISERRA DE CASTRO, CÉSAR QUEVEDO SEISES, EDUARDO ROMERO VILLAFRANCA. REALIZAÇÃO EDITORIAL • COMARK XXI CONSULTORES DE COMUNICAÇÃO E MKT

IMPRESSÃO • GRÁFICAS MARTE

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teprimeiro entrevistado na nova época desta revista. Ele nos explica sobre os sistemas de gestão e de financiamento utilizados nas empresas espanholas.

O segundo artigo, em coautoria de Rafael Pascual e Silvia Grisolía, nos dá dicas sobre a capacidade de adaptação necessária nas organizações empresariais para poder enfrentar o ambiente instável onde - além dos indicadores macroeconômicos e dos efeitos estatísticos que as economias avançadas são desenvolvidas - a Gerência de Riscos deve identificar os riscos com que a empresa pode se deparar na hora de tomar suas decisões.

No terceiro dos estudos publicados, seu autor, François Settembrino, prestigioso profissional de nosso setor, com antigas responsabilidades no acordo europeu da Gerência de Riscos e membro do Conselho de redação desta revista, nos dá sua opinião sobre o rol interpretado pelo Chief Risk Officer na turbulência da profunda crise financeira que continuamos sofrendo.

Encerra a seção um relatório sobre o mercado segurador iberoamericano com informação sobre o ano de 2007 e apresenta um avanço do primeiro semestre de 2008.

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Notícias AGERS 56

Obs.: Versão brasileira traduzida, originalmente, da edição espanhola da Revista Gerencia de Riesgos y Seguros, 2º Quadrimestre de 2009.

SEGUNDO QUADRIMESTRE 2009

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Livros 52

Relatório O mercado segurador iberoamericano 2007-1º semestre 2008CENTRO DE ESTUDOS FUNDACIÓN MAPFRE ......................................................... 43

Caderno Brasil

Copa 2014 movimenta contratos financeiros ...............................................................58

VIII Encontro do Comitê de Energia ......................................................................... 62

Walter Polido ................................................................................................................ 66

Atualidade 6Novidades legislativas. Jornadas RISCO 2009. Nova junta de governo do Instituto de Atuários Espanhóis.Teoria da credibilidade.

Lourdes Freiría, Diretora Geral de Riscos e Seguros do Grupo San José: “A Gerência de Riscos contribuirá cada vez mais para o desenvolvimento empresarial”.

Entrevista 12

Estudos

Algumas reflexões sobre os atuais modelos de gestão de riscosJAVIER NAVAS OLÓRIZ ............................................................................................. 24 Desafios da Gerência de Riscos.Tomar decisões em cenários instáveisRAFAEL PASCUAL CAMINO E SILVIA GRISOLÍA LÓPEZ ....................................... 28O que aconteceu com o CRO?FRANÇOIS SETTEMBRINO ......................................................................................... 38

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LEGISLAÇÃONovidades

• Real Decreto Lei 3/2009, de 27 de março, de medidas urgentes nas áreas tributária, financeira e concursal diante da evolução da situação econômica (B.O.E. n. 78, de 31 de março de 2009).

• Real Decreto 330/2009, de 13 de março,que modifica o Real Decreto 1311/2005, de 4 de novembro, sobre a proteção da saúde e a segurança dos trabalhadores diante dos riscos derivados ou que possam se derivar da exposição a vibrações mecânicas (B.O.E. n. 73, de 26 de março de 2009).

• Ordem de 17 de março de 2009 que regulamenta o registro administrativo especial de agentes de seguros, corretores de resseguros e de seus altos cargos na Comunidade Autônoma da Galícia (D.O.G. n. 57, de 24 de março de 2009).

• Resolução de 16 de fevereiro de 2009, da Direção Geral de Seguros e Fundos de Pensões, por meio da qual é publicada a relação de centros de saúde extra-hospitalares do setor privado e das empresas seguradoras que, junto com o Consórcio de Compensação de Seguros do Ministério da Economia e Fazenda, firmaram convênio marco para a assistência a lesionados em acidentes de trânsito correspondente ao exercício de 2009 (B.O.E. n. 44, de 20 de fevereiro de 2009).

• Comunicação referente à adaptação, em função da inflação, de determinados valores estabelecidos nas diretivas de seguros de vida e de seguros não vida (D.O.U.E. n. C 41/1, de 19 de fevereiro de 2009).

• Resolução de 10 de fevereiro de 2009, da Direção Geral de Seguros e Fundos de Pensões, por meio da qual é publicada a relação de centros de saúde do setor público e das empresas seguradoras que, junto com o Consórcio de Compensação de Seguros, firmaram convênio para a assistência aos lesionados em acidentes de trânsito correspondente aos anos de 2008 e 2009 (B.O.E. n. 38, de 13 de fevereiro de 2009).

• Ordem EHA/251/2009, de 6 de fevereiro, que aprova o sistema de documentação estatístico contábil das empresas gestoras de fundos de pensão (B.O.E. n. 40, de 16 de fevereiro de 2009).

• Resolução de 21 de janeiro de 2009, da Direção Geral de Seguros e Fundos de Pensões, por meio da qual se publica a taxa de juros máxima a ser utilizada nos planos de pensões referente às contingências em que esteja definida a prestação e para as quais se garanta exclusivamente um juro mínimo ou determinado na capitalização das contribuições, de aplicação ao exercício 2009 (B.O.E. n. 36, de 11 de fevereiro de 2009).

• Resolução de 20 de janeiro de 2009, da Direção Geral de Seguros e Fundos de Pensões, por meio da qual se publicam as quantias das indenizações por morte, lesões permanentes e incapacidade temporária que serão aplicadas pelo sistema para valoração dos danos e prejuízos causados às pessoas em acidentes de circulação durante 2009 (B.O.E. n. 8, de 2 de fevereiro de 2009).

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ade• Resolução de 2 de janeiro de 2009,

da Direção Geral de Seguros e Fundos de Pensões, que publica a taxa de juros máxima a ser utilizada no cálculo da provisão de seguros de vida, de aplicação no exercício 2009 (B.O.E. n. 11, de 13 de janeiro de 2009).

• Resolução de 15 de dezembro de 2008,da Subsecretaria, por meio da qual se publica o Acordo do Conselho de Ministros de 5 de dezembro de 2008, que aprova o Plano de Seguros Agrários Combinados para o exercício 2009 (B.O.E. nº 311, de 26 de dezembro de 2008).

• Ordem EHA/3598/2008, de 18 denovembro, que altera a Ordem EHA/339/2007, de 16 de fevereiro, por meio da qual são desenvolvidos determinados preceitos da normativa reguladora dos seguros privados (B.O.E. n. 299, de 12 de dezembro de 2008).

• Resolução de 12 de novembro de2008, da Direção Geral de Seguros e Fundos de Pensão, que altera a de 27 de novembro de 2006, por meio da qual se aprovam os novos agravos em favor do Consórcio de Compensação de Seguros em matéria de seguro de riscos extraordinários, a serem compensados obrigatoriamente pelos segurados; a cláusula de cobertura a ser inserida nas apólices de seguro ordinária e a informação a ser fornecida pelas empresas seguradoras referente às apólices incluídas no regime de cobertura dos riscos extraordinários. (B.O.E. n. 280, de 20 de novembro de 2008).

RISCO 2009

Nos dias 18 e 19 de junho de 2009 foi realizada, na sede da FUNDACIÓN MAPFRE, em El Plantio, Madrid, a 3ª Reunião de Pesquisa em Seguros e Gestão de Riscos (RISCO 2009), organizada por professores da Universidad Complutense de Madrid e da Universidad de Barcelona.

Nesta reunião foram apresentados e discutidos trabalhos de pesquisa relacionados com as ciências atuariais e financeiras nas seguintes áreas temáticas: Análise, avaliação e Gerência

de Riscos - Enterprise Risk Management. Análise econômica e

financeira das empresas de seguros. Crise financeira e critérios

desolvência das empresas: Solvência II e Basileia II Novos produtos de seguros e

financeiros. Métodos estatísticos para

seguros e finanças. Demografia e Seguros de Vida. Seguros Gerais Economia do seguro Dependência.

A FUNDACIÓN MAPFRE concede um prêmio de 1.500 euros ao melhor trabalho de pesquisa.

Para mais informações, consulte o site do congresso:(www.ucm.es/info/riesgo09).

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JULIÁN OLIVER, NOVO PRESIDENTE DO IAE.

Nova junta de governo do Instituto de Atuários Espanhóis (IAE)

No último dia 2 de março tomou posse a nova junta de governo do Instituto de Atuários Espanhóis (IAE), sendo desig-nado como presidente Julián Oliver, que, na junta anterior, ocupava o cargo de tesoureiro.

A junta eleitoral, por acordo, conforme a normativa vigente, proclamou a candidatura única da junta, composta pelos seguin-tes membros: dos 11 compo-nentes do novo órgão reitor do Instituto de Atuários Espanhóis, seis de nova incorporação. Assim, foram incorporados o catedrá-tico Roberto Escuder, o profes-sor Ángel Vegas – para o cargo de tesoureiro – e os diretores de empresa Rocío de Padura, Juan Marina, Almudena García Pérez e Hugo González Riera. Continuam nos seus cargos o vice-presidente,Vicente Sala; o secretário-geral e conselheiro da Associação Atuarial Internacio-nal, Luis María Sáez de Jáuregui, e os membros Isabel Bañegil e Henry Karsten.

O novo presidente, Julián Oliver, considera que a nova jun-ta “é motivada e de consenso.Tem a vantagem de conhecer, pelos membros que repetem mandato, as instituições nacionais e internacionais a que pertencemos, mantendo

os contatos com esses foros, e integra de forma equilibrada profissionais de Seguros de Vida e Seguros Gerais, de pensões, de consultoria e da universidade. Não há um desequilíbrio notável das características dos atuários. Essa combinação permitirá uma maior representação da profissão no exterior”.Além disso, o novo presidente assinala que os primeiros atos da junta serão destinados “ao trabalho de transposição da diretiva europeia de serviços, ao trabalho dos novos estudos universitários e à continuidade do trabalho com a Associação Atuarial Internacional e com o

Grupo Consultivo Europeu, bem como à continuidade das fluentes relações com a UNESPA e com a Direção Geral de Seguros e Fundos de Pensão”. Além disso, o novo Presidente foi nomeado membro do Conselho Consultivo de Seguros e Fundos de Pensão em representação aos atuários de seguros.

Responsabilidade com o meio ambiente

Devido à publicação, no dia 23 de dezembro de 2008, doReal Decreto 2090/2008, que aprova parcialmente o desenvolvimento regulamentar

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da Lei de Responsabilidade Ambiental, a ITSEMAP S.T.M. iniciou uma campanha informativa na forma de café da manhã de trabalho.

O objetivo dessa iniciativa é compartilhar com a classe industrial, objeto da responsabilidade ambiental, conhecimentos técnicos sobre as inquietações que surgem com a aplicação deste novo regime. Concretamente, são abordados de forma prática os seguintes conteúdos:

Principais preocupações oriundas da exigência da responsabilidade ambiental. Metodologias disponíveis para realizar avaliações de risco ambiental. Processo para a determinação da quantia financeira que será

exigida a partir de abril de 2010.O desenvolvimento

regulamentar será concluído em 2010 com a aprovação de ordens ministeriais em nível setorial, por meio das quais será exigida a constituição obrigatória de garantias financeiras para aquelas atividades recolhidas no anexo III da Lei de Responsabilidade Ambiental.

Jornada técnica sobre a teoria da credibilidade organizada pelo Instituto de Ciencias del Seguro da FUNDACIÓN MAPFRE.

O Instituto de Ciencias del Seguro da

FUNDACIÓN MAPFRE, o Col-legi d’Actuaris de Catalunya e a Universidad de Barcelona organizaram uma jornada técnica sobre “Teoria da credibilidade:

desenvolvimento e aplicações em prêmios de seguros e riscos operacionais”, celebrada no dia 26 de março, na aula magna da Facultad de Economia y Empresa da Universidad de Barcelona.

Na jornada foi apresentado o trabalho “Teoria da credibilidade: desenvolvimento e aplicações em prêmios de seguros e riscos operacionais”, de Emilio Gómez Déniz e José Mª Sarabia Alegría, ganhadores do IV Prêmio Internacional de Seguros Julio Castelo Matrán.

Na sequência foram apresentados dois trabalhos desenvolvidos na Universidad de Barcelona, no lançamento das Ajudas à Pesquisa 2008 da FUNDACIÓN MAPFRE: “Impacto econômico

da modificação do atual sistema de avaliação do dano corporal”, de Lluís Bermúdez i Morata. “Risco de negócio frente aos

segurados com múltiploscontratos”, de Ana Mª Pérez-Marín.

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entrevista

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BARREIROFreiríaFreiría

12

entrevista

TEXTO: ALICIA OLIVASFOTOS: ALBERTO CARRASCO

Prudência, comunicação e

compartilhar o trabalho entre

todos são algumas das chaves para

conduzir os riscos com sucesso,

segundo Lourdes Freiría. No

Grupo San José conseguiu-se

criar uma organização preventiva

sólida e um programa de seguros

adequado às necessidades e à

estrutura da empresa. Para isso

foi muito importante contar com o

apoio da alta direção.

LOURDES

DIRETORA GERAL DE RISCOS

E SEGUROS DO GRUPO SAN JOSÉ BARREIRO

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“A Gerência de Riscos contribuirá cada vez mais para o desenvolvimento

empresarial”

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“A Gerência de Riscos contribuirá cada vez mais para o desenvolvimento

empresarial”

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14

entrevista

G e r ê n c i a d e R i s c o s e S e g u r o s • n º 1 0 3 - 2 0 0 9

"A MELHOR

MANEIRA DE

GERENCIAR

UM RISCO É

FAZER UMA

PREVENÇÃO

ADEQUADA"

Em linhas gerais, como é um dia qualquer na agenda da diretora-geral de Riscos e Seguros do Grupo San José?A maior parte dos meus dias de tra-

balho são em Pontevedra, que, à parte de ser minha cidade, é o lugar onde o Grupo San José tem seu endereço comercial. Em Pontevedra também fica o departamento de Seguros. Mas viajo com muita frequên-cia a Madri, que é onde estão localizados os escritórios centrais, em Tres Cantos, onde também estão os responsáveis dos departamentos de Prevenção de Riscos de cada área.

Os dias de trabalho costumam ser in-tensos e não obedecem a um esquema fixo, pois a variedade de temas dos quais me ocupo faz com que a agenda mude de acordo com as prioridades. Mas a carac-terística comum é que são intensos, isso sempre.

Diariamente me reúno com o diretor de Seguros para tratar os assuntos mais relevan-tes em matéria de consultas, contratação e si-nistros, e despacho os assuntos importantes relacionados a organização preventiva envia-dos a mim pelos responsáveis de prevenção que estão em Madri, por teleconferência ou telefone ou, ainda, pessoalmente, se estou nas agências centrais.

O tempo restante dedico à análise dos temas sobre os quais tenho que tomar decisões, à comunicação com os respon-sáveis de outras áreas do Grupo e à reali-zação de trabalhos de coordenação. Tudo isso sem esquecer as exigências diárias de realizar um adequado planejamento e estruturação da Gerência de Riscos, de acordo com as necessidades que um gru-po desta dimensão gera.

ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO

Da Direção Geral de Riscos e Seguros dependem organicamente os departamentos de Prevenção e de

Seguros. Quem compõe cada uma dessas áreas e como elas funcionam em nível operacional?Dentro da área de Prevenção criamos

dois departamentos: um para o grupo construtor e outro para o setor industrial. À frente do primeiro está o diretor, que conta com grande formação e experiên-cia em matéria preventiva e assume tam-bém as responsabilidades preventivas de todas as áreas, exceto a industrial. Dele dependem, neste momento, 13 técnicos superiores de Riscos Trabalhistas distri-buídos pelas diferentes áreas geográficas e vários técnicos atribuídos a obras con-cretas de especial dimensão. Tudo isso se completa com um departamento próprio em Portugal, integrado por três técnicos. O departamento de Prevenção próprio do setor industrial é constituído por um responsável especializado neste tipo de

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"A UNIÃO DE

PREVENÇÃO

E SEGUROS

PERMITE

UM MAIOR

CONTROLE DO

RISCO E GERA

MAIOR

SENSAÇÃO

DE PROTEÇÃO

DE PESSOAS

E BENS"

risco e por dois técnicos de prevenção de riscos trabalhistas.

Cada um desses departamentos conta com um plano de prevenção específico, que elabora um sistema integral de pre-venção, estabelecendo procedimentos de atuação para todos os nossos centros de trabalho; define a política preventi-va e detalha as funções e responsabili-dades nessa área, assumida por cada ní-vel hierárquico da empresa. Além disso, ambos os departamentos administram a formação preventiva de todo o pesso-al do Grupo e, precisamente em 2008, conseguimos nessa área uma conquista importante: a homologação, em nível estatal, requerida pelo Convênio Geral da Construção. Certamente tudo isso se complementa com acordos de cola-boração com a Mútua e com o apoio de empresas de prevenção externas, quando necessário.

Nessa área minhas funções são funda-mentalmente organizacionais e de contro-le do cumprimento contínuo, por parte de nosso sistema preventivo, da legalida-de vigente. O dia a dia da prevenção é de-senvolvido pelos técnicos sob o controle de cada diretor e em colaboração com as diferentes áreas de produção da empresa, que são os que controlam efetivamente as obras e os centros de trabalho.

O departamento de Seguros é corpo-rativo, isto é, dá cobertura a todo o grupo empresarial e é formado por um diretor, Raúl Costas, com perfil jurídico e ampla experiência e formação no setor de segu-ros; um profissional também formado em Direito e um funcionário administrativo. A contribuição desse departamento à Gerên-cia de Riscos é essencial, pois ele se encar-rega da elaboração do programa de seguros, da análise prévia da realidade empresarial e da contratação das apólices. Também leva a cabo o acompanhamento de todos os si-nistros do Grupo. Minha intervenção nessa área é muito mais direta.

Por que decidiram unificar as áreas de Prevenção e Seguros dentro de um mesmo guarda-chuva?Esta estrutura responde a uma ideia

muito inovadora, com muito sentido: unir dentro de uma mesma Direção Geral as duas etapas fundamentais que abrangem o risco fortuito. A melhor maneira de geren-ciar um risco, principalmente o risco pes-soal, que é o de maior frequência e o que mais temor produz em nossa atividade, é fazer uma prevenção adequada.

A vinculação de ambas as áreas foi de grande proveito: podemos conhecer cada acidente desde o primeiro momento e fa-zer um acompanhamento para ter adequa-damente dimensionado o risco econômi-co em cada caso. Além disso, permite um maior controle para que todas as nossas ter-ceirizadas cumpram, no tocante à segura-dora, as exigências que nesse sentido incor-poram nossos contratos, pois os técnicos de prevenção auditam essa documentação nas obras e comunicam, se não são cumpridas, ao departamento de Seguros.

Tudo isso resulta que os seguros con-tratados sejam cada vez mais adequados às necessidades que a experiência nos mostra, e que os tempos de resposta se-jam menores, gerando maior sensação de proteção de pessoas e bens.

Como responsável de Riscos e Seguros, a senhora responde diretamente ao presidente. Como está envolvida a alta direção de sua empresa no estabelecimento dos objetivos e estratégias relacionadas com a Gerência de Riscos? Como se articula a comunicação com a presidência?Nosso presidente sempre demonstrou

uma grande sensibilidade e preocupação pela prevenção de riscos. Por isso criou-se uma organização organização de pre-venção sólida e se trabalha diariamente na adequada implantação de um sistema preventivo integral e integrado em todos os níveis hierárquicos.

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entrevista

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Além disso, a criação de uma Gerên-cia de Riscos acidentais com nível de di-reção geral dentro do Grupo demonstra que, sim, existe um envolvimento direto da alta direção nesta área. A comunica-ção com a presidência se dá sempre que necessário, e com certeza submeto a sua aprovação qualquer mudança relevante para a companhia.

ÁREA DE VITAL IMPORTÂNCIA

A Gerência de Riscos tem alguma característica especial dentro de um Grupo cuja atividade principal é a construção?Sim, em primeiro lugar, estamos diante

de uma atividade considerada de alto ris-co, e isso faz com que a Gerência de Ris-cos se caracterize por ser uma área de vital importância para o Grupo. Deste ponto de vista, o bem principal que devemos pro-teger é precisamente o fator humano, e por isso existe um especial interesse pela proteção dos trabalhadores em matéria de prevenção e, se chega a ocorrer o acidente trabalhista, pela adequada proteção econô-mica aos afetados.

Dentro do departamento também existe uma grande preocupação em aju-dar e proteger –diante da quantidade de ações judiciais com implicação penal dos acidentes trabalhistas – os membros da organização que, apesar dos esforços pre-ventivos realizados, se veem acusados de maneira desproporcional por situações que para eles também resultaram, sem dúvida, muito dolorosas. Essa proteção só pode ocorrer mediante o adequado apoio jurídico e a agilidade com as companhias de seguros, no tocante à reparação eco-nômica do sinistro, para tirar o processo dessa pressão econômica que em nume-rosas ocasiões o desvirtua.

Em 1982, o GSJ iniciava uma estratégia de diversificação que hoje compreende, além da construção, outras áreas:

imobiliária, industrial, comercial, investimento e, mais recentemente, as energias renováveis. Como é possível conduzir com sucesso os riscos de atividades às vezes tão diferentes?Basicamente, sobre a ideia da gestão

compartilhada. O segredo está em rea-lizar um desenvolvimento sustentável e paralelo em todos os campos. Se, entre os profissionais que se ocupam em de-senvolver as novas linhas de negócio e as equipes que devem desenhar o programa de prevenção e gestão dos riscos, existe uma adequada e fluente comunicação, a avaliação destes será mais simples, e permitirá estabelecer um programa de proteção adequado, conjugando custo e coberturas.

Certamente, também é importante o investimento em formação e, portanto, no contínuo aprendizado e estudo dos novos riscos. Isto é, prudência, comu-nicação e compartilhamento do trabalho entre todos. Esses são os segredos para conduzir os riscos com sucesso.

AVANÇO CONSIDERÁVEL

A prevenção é uma das bases da política de Responsabilidade Social Corporativa do GSJ e seu compromisso é alcançar o maior dos níveis em matéria de segurança e saúde no trabalho. Até o momento, aonde conseguiram chegar?Nossa pretensão é alcançar “Acidentes

Zero”, ainda que a estatística esteja aí e seja difícil cumpri-la. O que sim é certo é que avançamos muito: temos uma organização preventiva sólida e muito assentada na es-trutura da empresa; nosso Plano de Pre-venção não é teórico, nem responde só ao cumprimento de uma exigência legal, mas é o reflexo de uma realidade que se plasma em cada obra e centro de trabalho. É nossa principal fortaleza. No documento não só aparece a política de prevenção da empresa como também são estabelecidos procedi-

"O SINISTRO É

O MOMENTO

EM QUE

O SEGURO

AGREGA

MAIOR

VALOR”

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Foto

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mentos preventivos adequados para cada um de nossos centros de trabalho, e são atribuídas funções preventivas a todos os níveis hierárquicos.

Todos os trabalhadores e superiores contam com formação preventiva, e exis-te uma colaboração constante entre os técnicos de prevenção de riscos e os res-ponsáveis de produção das obras que pe-riodicamente visitam. O expediente não pode contemplar um técnico de preven-ção junto a cada trabalhador ou superior da empresa, mas pode formar as equipes em matéria de prevenção, estabelecer um sistema integrado no qual todos assumam funções preventivas e contar com um nú-mero adequado de especialistas dedicados exclusivamente a esta questão, para con-seguir que se implante esse sistema e que o número de acidentes seja reduzido.

A prevenção deve ser feita com as mesmas pessoas que fazem a obra, que necessitam o apoio de técnicos, certa-mente, mas, no tocante a prevenção, a gestão tem de ser fundamentalmente in-tegrada e integral. Este é o esquema que temos que seguir.

Como se consegue envolver toda a organização neste objetivo?Consegue-se insistindo muito nisso,

sem cansar e transmitir fatos concretos à mensagem de que a prevenção é prio-ritária.

Quando a ideia está tão aprofundada e é transmitida a partir da alta direção, não é difícil alcançar o envolvimento de todos. No entanto, não é necessário bai-xar a guarda.

“O SEGURO É UM

INSTRUMENTO

ESSENCIAL

DENTRO DA

GERÊNCIA DE

RISCOS E POR

ISSO CUIDAMOS

MUITO DO NOSSO

PROGRAMA DE

SEGUROS”

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Algumas atividades do Grupo foram internacionalizadas. Qual é o modelo de Gerência de Riscos implantado nas empresas estabelecidas no exterior?Quando uma empresa se instala em

um país novo, é necessário analisar não só os riscos que podem ameaçar a ativi-dade, mas também os que emanam da le-gislação vigente naquele país, bem como as exigências e as peculiaridades locais em matéria de seguros. Até o momento, para fazer essa análise, recorremos a especia-listas de cada lugar de destino, e o mes-mo ocorreu com as apólices de seguro, que foram contratadas localmente, sendo exercidos na Espanha apenas trabalhos de coordenação e controle.

Mas, levando em consideração as no-vas dimensões de nosso negócio interna-cional, estamos traçando a elaboração de

um programa internacional, contratado na Espanha, que se relacione com a ideia do tratamento individualizado que requer cada país.

RISCOS ACIDENTAIS

Uma das funções de seu departamento é a identificação, análise e avaliação dos riscos “acidentais”. Quais desses riscos estão se mostrando mais difíceis de controlar?É difícil citar alguns riscos, porque

a lista pode mudar… Mas poderíamos mencionar os riscos pessoais inerentes à atividade principal do Grupo e à vista dos numerosos agentes que intervêm em uma obra, o que torna mais complicado seu controle.Também podem ser mais difíceis de controlar os riscos intangíveis

"EM TEMPOS

DE CRISE, A

CAPACIDADE DE

REAÇÃO DIANTE

DOS RISCOS

VALE O DOBRO

EM RELAÇÃO

AOS TEMPOS

DE BONANÇA

ECONÔMICA"

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derivados da construção, como atrasos na obra após um acidente, etc., cujo dimen-sionamento, às vezes, resulta complexo.

E o que acontece com os riscos que não se enquadram nesta denominação?Os riscos financeiros, estratégicos e opera-

cionais do negócio são analisados por outras áreas do Grupo que contam com profissio-nais de primeiro nível.

Os riscos de uma operação como a de Chamartín devem ser milhares... Vão estabelecer um plano especial neste caso? O que sugere para seu departamento encarar um projeto deste tipo?Sem dúvida, estamos diante da opera-

ção imobiliária mais importante da Eu-ropa nestes momentos e, certamente, ela necessitará um tratamento diferenciado devido a sua dimensão e ao tipo de obras que o projeto comporta. No entanto, ain-da está em uma fase muito inicial, pois o desbloqueio ocorreu no final de dezem-bro e há muito para se fazer.

O fato de o Grupo San José ter uma participação importante em Chamartín nos dá a oportunidade de participar deste grande projeto.

Sem dúvida é um desafio ilusório, de um ponto de vista profissional, que ado-raremos enfrentar quando chegar o mo-mento.

Que lição se pode extrair após um grande sinistro?O sinistro é sempre a parte dolorosa

desta profissão, mas no fundo não deixa de ser o momento mais importante de todos, a hora da verdade, pois é quando se torna concreto todo o trabalho que foi realizado até esse momento, e quando realmente se pode comprovar se as respostas que você tem preparadas são adequadas. Sempre se aprende algo e se fica mais preparado para eventos futuros, mas, principalmen-te, você se envolve muito com as equipes

com as quais trabalha; e finalmente se tor-na muito satisfatório se conseguir que seja restituído, na medida do possível, o dano produzido.

O sinistro é, definitivamente, o mo-mento em que o seguro agrega maior valor à empresa e o mecanismo pelo qual as pes-soas que o compõem percebem, de uma forma direta, a importância de contar com um adequado plano de proteção e com uma equipe de profissionais que saibam administrá-lo.

RETENÇÃO E TRANSFERÊNCIA

Qual é a política de retenção e de transferência do risco de GSJ?San José retém o risco de frequência

pouco importante e transfere o grande ris-co e o que pode colocar em perigo a conta de resultados do Grupo.

Com a utilização de franquias adequa-das, contribuímos para implantar no Gru-po uma política de gestão compartilhada entre a companhia e a empresa. O pro-fissional que sabe que tem autosseguro até o início da franquia administra com mais prudência os temas, diferenciando realmente o que é um sinistro do que não é. Além disso, é necessário otimizar ade-quadamente os custos e, para isso, um dos instrumentos fundamentais é estabelecer níveis adequados de retenção.

O seguro é um instrumento básico na administração do risco para as empresas. Quais são as linhas essenciais de seu programa de seguros?Sem dúvida, o seguro é um instrumen-

to essencial dentro da Gerência de Riscos, e por isso nós cuidamos muito de nosso programa de seguros. Buscamos alianças, relações estáveis com companhias de se-guros de primeiro nível e com as quais seja fácil o diálogo direto. Trabalhamos muito as cláusulas para obter as coberturas que realmente necessitamos comprar.

"COM A

UTILIZAÇÃO DE

FRANQUIAS

ADEQUADAS

CONTRIBUÍMOS

PARA IMPLANTAR

NO GRUPO UMA

POLÍTICA

DE GESTÃO

COMPARTILHADA

ENTRE

COMPANHIA E

EMPRESA"

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UM TRABALHO SATISFATÓRIO E ENRIQUECEDOR

Formada em Direito pela Universidad de Santiago de Compostela em 1994 e com formação como Gerente de Riscos através de diferentes cursos e seminários, Lourdes Freiría Barreiro se incorpora ao Departamento Jurídico do Grupo San José (GSJ) em 1996. Após desempenhar postos de responsabilidade dentro dele (por exemplo, Subdiretora do Departamento Jurídico na Espanha ou Diretora do Departamento Jurídico da Construtora San José S.A. em Portugal), em fevereiro de 2005 foi nomeada Diretora de Seguros do Grupo; e desde junho de 2007 ocupa o cargo de diretora-geral de Riscos e Seguros, com subordinação direta ao Presidente. Além disso, Lourdes Freiría foi membro dos Conselhos de Administração de várias sociedades do Grupo, vice-secretária não conselheira do Conselho de Administração da Udra S.A. e do Grupo Empresarial San José S.A. Hoje é secretária não conselheira das sociedades Douro Atlántico S.L e Enerxías Renovables da Galícia S.A.

“Em geral, me realizo muito com meu trabalho, mas agora especialmente”, declara a diretora-geral de Riscos e Seguros do Grupo San José. “Para mim – acrescenta – foi um desafio importante agregar meu perfil jurídico, com o qual me sinto melhor, com a gestão empresarial propriamente dita, e o balanço é muito positivo”.

Para Freiría, a parte mais satisfatória, sem dúvida, é “contribuir para melhorar a segurança dos trabalhadores do Grupo e da própria empresa; e, depois, articular mecanismos de resposta e restituição para aquelas situações em

os que o risco se materializa”. E o mais enriquecedor, na sua opinião, “é poder trabalhar diariamente com uma equipe de magníficos profissionais, de grande valor, uma equipe muito boa; e, principalmente, fazer parte de um projeto empresarial satisfatório, com subordinação direta a um grande empresário. O aprendizado é contínuo”.

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entrevista

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As linhas básicas de nosso programa são: operatividade, agilidade e flexibilidade nas respostas; junto a adequada cobertura e custos equilibrados. Pretendemos que essas linhas se reflitam nas duas partes de nosso programa: na Responsabilidade Ci-vil e no Programa de Danos para proteção de nosso patrimônio, estoque e obras.

Na área de Responsabilidade Civil, damos grande importância à RC Patronal e demandamos, sobretudo, agilidade nas respostas, pois disso depende não só a re-paração de danos a terceiros, mas também a própria imagem do Grupo, em muitas ocasiões. Ao passo que, no Programa de Danos, o que buscamos fundamental-mente é a tranquilidade por meio de co-berturas adequadas.

Como foram as últimas renovações? As condições ficaram mais duras ou os prêmios para o setor da construção subiram? Quais riscos têm, agora, uma pior aceitação?O momento reflete um grande movi-

mento e concorrência entre as segurado-ras, ou pelo menos é o que percebemos. Tudo isso não comporta um endureci-mento, mas exatamente o contrário. Isso sim. Já não se produzem renovações auto-máticas, mas cada vez mais se faz necessá-rio um maior trabalho por parte de todos. O mercado continua tenso e existe mais flexibilidade por parte das companhias, mais interesse em oferecer o que se pro-cura com igual ou menor preço, porque há muita concorrência. Por outro lado, e com relação aos riscos que agora têm pior aceitação, entendo que o mais afetado é o seguro de crédito, sem dúvida.

Planejou-se criar uma companhia cativa?Não, por enquanto não planejamos,

mesmo que não seja algo a ser descartado. Dependerá de como o negócio se desen-volverá a partir de agora.

POSIÇÃO DA GERÊNCIA

Com a atual conjuntura econômica, a senhora considera que a Gerência de Riscos é hoje uma disciplina de gestão absolutamente necessária para qualquer empresa?Em tempos de crise, a capacidade de

reação diante da materialização dos riscos vale o dobro do que em tempos de bo-nança econômica, já que todos os recursos da empresa devem estar disponíveis para o desenvolvimento do próprio negócio.

Sem dúvida, a capacidade de reação é mais adequada se a empresa conta com um sistema de gestão de riscos eficaz, capaz de antecipar-se, quantificar o impacto e a probabilidade e ter mecanismos que lhe deem resposta e minimizem suas conse-quências. As companhias que tenham esta parte bem organizada estarão mais bem preparadas para enfrentar dificuldades.

De um modo geral, a Gestão de Riscos está sendo afetada pela crise econômica?Certamente, há uma maior demanda

de trabalho porque o nível de reclama-ções em época de crise econômica é mui-to maior.

Por outro lado, a crise afeta igualmen-te qualquer setor. As políticas de corte de custos se estendem a todos, e a Gestão de Riscos não é uma exceção. No entanto, é evidente que nas empresas em que a ges-tão está vinculada a sua estratégia é um bem que deve ser cuidado, pois pode pro-porcionar uma segurança razoável e evitar impactos econômicos incontrolados que afetem a organização e a estabilidade do negócio.

Agora, mais do que nunca, os geren-tes de riscos precisam ter prioridades e abrir mão do que possa ser mais supér-fluo.Também agora será avaliado o bom gerente, pois executar bem e com menos recursos é um bom treinamento.

"AGORA, MAIS

DO QUE NUNCA,

OS GERENTES

DE RISCOS

PRECISAM TER

PRIORIDADES

E ABRIR MÃO

DO QUE POSSA

SER MAIS

SUPÉRFLUO"

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No seu caso parece claro, já que se reporta diretamente ao presidente do Grupo. É necessário contar com o apoio da alta direção para que a Gerência de Riscos triunfe dentro de uma empresa?Sem dúvida, é a premissa essencial:

só se a alta direção acredita na cultura

Foto

do risco e na importância de definir estratégias de prevenção e proteção é que se consegue que essa ideia chegue a incorporar-se às atividades diárias do negócio.

O PAPEL DOS GERENTES

É vital conhecer a fundo o negócio da empresa para ser um bom gerente?Considero que sim. Se você não

conhece o negócio, pode falhar no pri-meiro elo da corrente: a identificação adequada dos riscos. O conhecimento ajuda a realizar uma apropriada avalia-ção dos riscos e a estabelecer os pri-meiros passos adequados de cobertu-ra. Quanto mais você conhece não só o negócio, mas também a organização e sua forma de trabalhar e desenvolver a atividade, melhores resultados você pode atingir.

O papel dos gerentes crescerá, no futuro, na hora de estabelecer a estratégia da companhia?Sem dúvida. As grandes empresas

apostam cada vez mais na gestão ade-quada dos riscos corporativos e envol-vem a alta direção nisso.

Para que essa gestão seja operacio-nal e eficaz, é importante que o geren-te de riscos tradicional, o que conhece bem o mercado de seguros, seja ou-vido, pois pode ajudar a realizar uma melhor análise do impacto dos riscos operacionais da empresa, por meio de seu conhecimento dos possíveis me-canismos para minimizá-los e de seu custo. Com isso, sem dúvida, a deci-são empresarial terá menor porcenta-gem de incerteza.

Definitivamente, a Gerência de Riscos contribuirá cada vez mais no futuro para o adequado desenvolvi-mento empresarial.

"AS GRANDES

EMPRESAS

APOSTAM CADA

VEZ MAIS

NA GESTÃO

ADEQUADA

DOS RISCOS

CORPORATIVOS"

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estudos

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estudos

JAVIER NAVAS OLÓRIZDiretor Geral da AGERS

Sócio Diretor da SRM Dispor de um documento de autoavaliação do risco ajudará a detectar os pontos críticos que contribuirão para formular aspectos de

relevância, que podem ser resumidos nos seguintes pontos:

Obtenção de estimativas subjetivas em um modelo confiável.

Sistema de qualificação de cada risco, com base no modelo utilizado.

Estimativa de perdas esperadas por tipo de evento e unidade de negócio.

Estimativa de perdas inesperadas por tipo de evento e unidade de negócio.

Interpretação das estimativas e recomendações de tratamento imediato e diferido.

Algumas reflexõessobre os atuais modelos dePara uma adequada potencialidade dos atuais modelos de Gerência de Riscos que existem nas empresas espanholas, é necessário fazer uma reflexão sobre os sistemas de gestão e financiamento usados atualmente. A simples existência de áreas de Gestão de Riscos tem um caráter muito positivo, e sua potencialidade futura deverá fazer parte dos esquemas organizacionais das empresas.

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Por outro lado, mesmo que a tendência atual seja trabalhar com metodologias E.R.M. (Enterpri-se Risk Management), isto é, com centralização da tomada de decisões relacionada ao risco empresa-rial em uma base ampla que engloba desde o risco financeiro até o risco estratégico, neste artigo abor-damos unicamente um enfoque de potencialidade dos departamentos de Gestão de Riscos existentes nas empresas espanholas.

MODELOS ATUAIS x MODELOS FUTUROS

Os atuais departamentos de Gestão de Riscos costumam ser compostos de poucas pessoas, lidera-

das por um responsável experiente, e apoiados nas áreas legais e financeiras das próprias empresas.

Adicionalmente costumam trabalhar com cor-retores e seguradoras, profissionais que fornecem experiências e conhecimentos do mercado de se-guros.

Quando a empresa em questão figura como um grande grupo ou uma multinacional de relevância e ocupa um lugar preponderante entre as compa-nhias cotadas, podemos adivinhar que o “ambiente de risco” e, portanto, de sinistro futuro, será crítico, o que sugere potencializar e racionalizar sua área operacional de Gestão de Riscos, libertando-a de burocracia e rotinas, aspectos que não agregam va-lor e são claramente exteriorizáveis.

gestão de riscos

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estudos

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O design futuro da área, portanto, deve ser desenhado não só pelos aspectos de caráter táti-co, mas pelos de caráter estratégico, sempre ten-do em conta que, embora a área não faça parte do core business, é possível conseguir que agregue valor a seus acionistas, abandonando a posição de “centro de custos” puro e evoluindo para um modelo misto que agregue valor ao grupo.

Muitas áreas de Gestão de Riscos internas costumam ocupar-se de algumas tarefas estraté-gicas e também de gestão, e em grande parte da administração de riscos, o que condiciona sua evolução futura. É preciso potencializar, por-tanto, uma evolução que revalorize seu papel, abrangendo as seguintes tarefas de caráter es-tratégico:

Definição de um modelo de riscos para o futuro.

Elaboração de um mapa de riscos críticos. Definição de uma política de riscos e

seguros. Desenho de um modelo estável de

colaboração com o mercado segurador e ressegurador.

Definição, desenho e aplicação de “programas de seguros” de caráter corporativo.

Seleção e funcionamento dos instrumentos de gestão mais eficientes em cada momento (cativas, seguros, seguros de automóvel e ART, etc.).

Sabemos que algumas dessas tarefas são realizadas atualmente, por isso é importante dispor de um método permanente de identi-ficação sistemática dos riscos críticos e de sua quantificação que busque soluções financeiras e seguradoras, como a contribuição de capital eventual, seja por meio das cativas ou do mer-cado de seguros, como é tradicional.

Com relação à definição da política de ris-cos, esta é imprescindível, já que, graças a ela, será possível definir o maior ou menor nível de autosseguro suportado pela cativa e o design e implementação de coberturas que o mercado não outorga, bem como alcançar uma maior autonomia na liquidação de sinistros para as filiais do grupo.

Nesse sentido, a definição do sistema de contratação de seguros em nível mundial com programas de seguros de caráter centralizado será um aspecto de grande importância, bem como o grau de diálogo direto com as segura-doras, sem esquecer o nível de solvência que exigiremos delas.

EVOLUÇÃO DOS RISCOS EMPRESARIAIS

Vale a pena empenhar-se na evolução dos riscos empresariais na última década, sendo os mais relevantes os relacionados à respon-sabilidade de diretores e administradores, o terrorismo, os do meio ambiente, as perdas de mercado, os riscos de clientes e de crédito, os erros e omissões e, de um ponto de vista global, os riscos políticos.

As tarefas de gestão deverão centrar-se na implementação de uma política de riscos já definida, sem esquecer a utilização de instru-mentos eficientes, analisando seu alinhamen-to paulatino com os programas de seguros tradicionais, aspecto muito importante que permite elevar o nível de independência e de critério dos gerentes da área.

A implementação de um sistema matricial de detecção e avaliação de riscos, pelos países e pelos negócios ou atividades é um passo im-prescindível a ser dado para uma correta evo-

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lução da área no futuro. Sem ele, será muito difícil implementar programas de seguros de caráter mundial centralizados, única forma de atingir economias muito importantes para o grupo empresarial.

O sistema de contraste internacional de custos associados à atividade através do ben-chmarking para os programas de danos, Res-ponsabilidade Civil e D&O é adequado e ob-jetivo, e nos permite garantir que os preços adquiridos sejam os mais corretos.

Este sistema de compra de seguros combi-nado com o aproveitamento da cativa, que será utilizado da forma mais adequada e eficiente em cada caso, permitirá maior independência com relação às oscilações de preços nos mer-cados, que melhorará também o processo de orçamento anual.

Por último, é preciso mostrar que os pro-cessos administrativos na Gestão de Riscos são as tarefas mais ingratas e menos gratifi-cantes em todas as suas vertentes. Isto nos inclina a aconselhar sua exteriorização, me-

diante um acordo com os especialistas que operam o mercado e que tenham um caráter independente com relação ao nosso processo de seguro, por razões óbvias.

Desta maneira, consegue-se que os recur-sos humanos atribuídos à área possam ser dedicados a tarefas mais importantes, despre-zando-se os processos de rotina e de adminis-tração de sinistros, que não geram nenhum valor e empobrecem a gestão.

Definitivamente, temos que admitir que o modelo tradicional de Gerência de Riscos, ainda agregrando algum valor e eficiência, deve evoluir para novas formas mais estra-tégicas do que táticas, contando com instru-mentos que ajudem a tramitar de forma mais eficiente, contribuir para o máximo valor e colaborar com as boas práticas corporativas.

Somente neste caminho encontraremos resposta às nossas aspirações profissionais não só de carreira, mas também de formação e re-conhecimento por parte da organização para a qual trabalhamos.

O MODELO DE GESTÃO DE RISCOS DEVE EVOLUIR PARA NOVAS FORMAS MAIS ESTRATÉGICAS DO QUE TÁTICAS, CONTANDO COM INSTRUMENTOS QUE AJUDEM A TRAMITAR DE FORMA MAIS EFICIENTE, CONTRIBUIR PARA O MÁXIMO VALOR E COLABORAR COM AS BOAS PRÁTICAS CORPORATIVAS

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A crise econômica mundial evidenciou a existência de riscos para os quais a empresa não tem programas de atuação predefinidos, mas que podem provocar seu desaparecimento. Por isso, a Gerência de Riscos deve ampliar seu tradicional enfoque com novos métodos para prevenir esses riscos e oferecer, desse modo, uma visão mais global do risco para a correta tomada de decisões da empresa.

estudos

A evolução biológica é o processo contínuo de transformação das espécies por meio de mu-danças nas sucessivas gerações. Podemos usar

essa definição, que, em biologia, se aplica ao estudo dos organismos vivos, ao estudo das empresas. Se algo distingue a atuação competitiva de uma empresa é a existência de contínuas mudanças, que ora podem favorecer ora prejudicar sua evolução, mas é preciso enfrentá-las na forma de tomada de decisões para que seu impacto seja mínimo nas situações negativas e máximo nas favoráveis.Diante de uma situação que requeira um processo de tomada de decisão estratégica, não é útil a aplicação de soluções em problemas que tenham funcionado no passado, já que a própria evolução do ambiente competitivo faz com que o número de variáveis de um problema aumente ou diminua, e inclusive que

D A G E S T Ã O D E R I S C O SDESAFIOSNOVOS

em cenários instáveisTomar decisões

RAFAEL PASCUAL CAMINOMAPFRE CAUCIÓN Y CRÉDITO.

PROFESSOR DO INSTITUTO DE CIENCIAS DEL SEGURO

SILVIA GRISOLÍA LÓPEZMAPFRE FAMILIAR

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aumente ou diminua a intensidade com a qual uma variável se manifestou na si-tuação anterior. Por isso nos deparamos com decisões de elevada complexidade pelo expressivo número de variáveis que interferem e pela intensidade com que isso acontece.

A evolução supõe a adaptação às contí-nuas mudanças, mas nem todas as empre-sas foram capazes de continuar por mui-tas décadas: algumas delas desapareceram porque não puderam ou não souberam in-terpretar as mudanças que o ambiente lhes impôs. A empresa tem de ter uma adequa-da gestão dos recursos para tratar; a todo momento, ser suficientemente flexível e desenvolver uma capacidade de mudança

que lhe permita adaptar-se ao ambiente, que, como podemos intuir, não é constan-te, é variável.

A formação e a experiência das pessoas que se deparam com esse tipo de decisões têm de ser amplas. Em uma empresa, o cenário de decisões estratégicas implica a resolução de problemas que afetam todas as áreas da empresa, como, por exemplo, a fabricação de bens ou a prestação de ser-viços, a área administrativa, a área finan-ceira, a área de recursos humanos ou a área comercial. Supõe realizar planos que contemplem como poderão ser afetadas todas essas áreas e a implicação que cada uma delas tem na realização dos objetivos estratégicos da empresa.

A EMPRESA DEVE TER UMA

ADEQUADA GESTÃO DOS

RECURSOS PARA DESENVOLVER

CAPACIDADE DE MUDANÇA QUE

LHE PERMITA ADAPTAR-SE A UM AMBIENTE

VARIÁVEL

Foto

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estudos

G e r ê n c i a d e R i s c o s e S e g u r o s • n º 1 0 3 - 2 0 0 9

ADOTAR DECISÕES ENVOLVE RISCOS. O SUCESSO DE UMA DECISÃO EMPRESARIAL ESTÁ NA ADEQUADA GESTÃO DO RISCO QUE COMPORTA CADA DECISÃO

Assim, a direção estratégica se ocupa-ria das decisões relacionadas com a for-mulação e a implantação da estratégia, que envolve a gestão dos recursos mate-riais, técnicos e humanos com os quais a empresa conta para a realização dos ob-jetivos planejados. Cuervo (1995) inclui três funções básicas:

1. O desenvolvimento e a mobilização dos recursos e capacidades da empresa.2. A coordenação de todos os recursos (materiais, técnicos, financeiros e humanos) para que estejam disponíveis na quantia, no momento e no lugar adequados.3. A criação de valor para o acionista, o qual supõe que a rentabilidade dos capitais investidos seja superior ao custo de oportunidade que possuiriam os investimentos com risco similar.

O professor Cuervo também ressalta as características de atuação no âmbito da direção estratégica:

a) Incerteza, expressa pela variação do ambiente, o comportamento dos concorrentes e as mudanças nas preferências dos consumidores.b) Complexidade, derivada da dimensão e da profundidade do ambiente da empresa e das inter-relações que este possui com a empresa.c) Conflitos organizacionais que surgem entre os órgãos decisórios e os grupos e indivíduos afetados por essas decisões.

O PROCESSO DE TOMADA DE DECISÕES

A tomada de decisões é aparentemente uma tarefa complexa, já que, além da de-cisão presente, estão as consequências e os riscos futuros. Se um diretor toma de-

cisões baseadas em expectativas elevadas, corre o risco de fracassar, ao passo que, se decide pensando nas consequências, cor-re, então, o risco de não atentar às opor-tunidades.

Tomar decisões implica riscos. Onde está o sucesso? Em uma adequada gestão do risco que comporta cada decisão.

O processo de tomada de decisões pode ser dividido em várias partes:

1. Reconhecimento do problema ouassunto. Trata-se de identificar e medir o alcance do problema com o qual nos deparamos. Esta tarefa incorpora um risco: não identificar corretamente o alcance do problema.2. Busca de informação. Para resolver o problema, temos de reunir a maior quantidade de informação possível para sua solução.Também existem riscos: as fontes de informação não são exatas ou confiáveis, ou, para aumentar essa exatidão, temos de incorrer em despesas elevadas.3. Análise de alternativas. Normalmente existem várias alternativas para solucionar um mesmo problema. Risco: o método utilizado para a análise não ser o mais eficaz.4. Avaliação de alternativas.Consiste em pontuar as diferentes alternativas em função do método de análise, de modo que obtenhamos um ranking de soluções. Risco existente: a pontuação não ser objetiva, recompensando as piores alternativas ou penalizando as melhores.5.Tomada de decisões. Uma vez que se dispõe do ranking de soluções, escolhe-se uma delas em função da análise custo-benefício para aempresa, entendendo como benefício a solução do problema. Risco: aalternativa escolhida não resolver adequadamente o problema.

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A GERÊNCIA DE RISCOS PERMITE

IDENTIFICAR OS RISCOS QUE

A EMPRESA ENFRENTA EM

SUAS DECISÕES CORPORATIVAS, COMPETITIVAS

OU NOS PROCESSOS DE

INOVAÇÃO

Se o risco é associado à decisão final, como vemos nesse esquema, a decisão pode estar condicionada ou mal focada desde o primeiro passo do processo, e um bom diretor, com formação e expe-riência, pode tomar decisões erradas. O risco faz parte do processo de adminis-tração de empresas.

A Gerência de Riscos permite a iden-tificação e a análise dos riscos aos quais a empresa está exposta em suas decisões corporativas, competitivas ou nos pro-cessos de inovação. O conceito de risco, associado ao impacto de um fato desfa-vorável na empresa, abre um amplo es-pectro de casos que convém identificar adequadamente e observar sua evolução futura. A própria evolução da empresa faz com que não tenha uma situação es-tática, mas dinâmica; por isso, a Gerên-cia de Riscos precisa de uma revisão e de atualização periódica.

A economia está caracterizada por uma evolução descontínua, cíclica, de modo que os cenários de atuação e a tomada de decisões não são contínuos. Um ciclo é

a sucessão de uma etapa crescente, uma estável, outra decrescente e outra estável, à qual seguirá um novo ciclo com uma etapa crescente. Essa teoria foi descrita por Schumpeter (1939) como reflexo do impacto das inovações tecnológicas que permitem reativar a economia.

Uma adequada gestão do risco deve ter um enfoque preventivo, de modo que os processos de tomada de decisões incorporem uma medida do impacto que terão os períodos estáveis, os perío-dos de alta e, sobretudo, os períodos de-crescentes. Os riscos habituais a serem administrados são os patrimoniais, tanto de ativos tangíveis como intangíveis e fi-nanceiros; os riscos pessoais e os riscos operacionais. A metodologia de Gerên-cia de Riscos reflete essa gestão em fer-ramentas como o mapa de riscos.

Aprofundando essa análise e aumen-tando seu grau de dificuldade, seria pre-ciso avançar nos modelos de gestão de riscos, estudando o impacto de mais de um fato de forma individual, de modo que se aumente a utilidade preventiva da Gerência de Riscos.

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estudos

G e r ê n c i a d e R i s c o s e S e g u r o s • n º 1 0 3 - 2 0 0 9

SITUAÇÃO ECONÔMICA ATUAL

Segundo o Relatório Trimestral da Economia Espanhola do Banco da Espa-nha (janeiro/2009), a economia espanho-la experimentou ao longo do último ano um ajuste muito severo, agravado pela prolongada situação de instabilidade nos mercados financeiros internacionais, que está gerando um esfriamento da atividade econômica mundial, uma consequente perda de confiança e um endurecimento das condições de financiamento.

Essa deterioração da atividade está mudando de forma rápida e intensa o em-prego, que atua como um dos principais canais de propagação do ajuste até o resto da economia via demanda agregada.

As instituições financeiras espanholas não se viram diretamente afetadas pela crise do mercado subprime norte-ameri-cano, mas enfrentarão, como as de outros sistemas bancários, as dificuldades asso-ciadas à pior conjuntura econômica e ao endurecimento das condições de finan-ciamento nos mercados interbancários.

No plano internacional se registra a crise financeira mais complexa das úl-timas décadas, o que levou os governos de numerosas economias desenvolvidas a tomar medidas extraordinárias para re-conduzir a situação. Em um bom número de países europeus, algumas instituições bancárias sofreram graves dificuldades. As tensões dos mercados financeiros se estenderam a outros setores, fazendo ne-cessária a intervenção das autoridades.

As autoridades econômicas reagiram à deterioração que os mercados financeiros experimentaram nos meses de setembro e outubro de 2008 com medidas de dife-rente alcance, com o objetivo de restabe-lecer a confiança, estabilizar os mercados financeiros e evitar que se materializassem os possíveis riscos sistêmicos. Segundo o FMI (janeiro/2009), a economia mun-dial registra uma profunda desaceleração.

Prevê-se que o crescimento mundial em 2009 cairá 0,5% se medido em termos da paridade do poder aquisitivo, e que resul-tará negativo se medido em função das taxas de câmbio do mercado. Isso supõe uma revisão à queda de aproximadamen-te 1 ¾ ponto percentual frente ao previsto no final de 2008.

Na Espanha, o relatório do Serviço de Estudos do Instituto de Crédito Oficial (janeiro/ 2009) assinala que o Indicador de Confiança do Consumidor (ICC-ICO) aumentou em janeiro 1,2 ponto com re-lação ao valor de dezembro. Segundo o Relatório de Estabilidade Financeira do Banco da Espanha (novembro/ 2008), a morosidade cresceu de forma intensa, e essa tendência persistirá nos próximos meses. Além disso, a maior prudência da Circular Contábil 4/2004 do Banco da Espanha, que implica reconhecer os cré-ditos duvidosos com mais intensidade e rapidez, bem como os incentivos intro-duzidos pela nova Lei Concursal, explica

A ADEQUADA GESTÃO DO RISCO DEVE TER UM ENFOQUE PREVENTIVO, DE FORMA QUE A TOMADA DE DECISÕES INCORPORE UMA MEDIDA DO IMPACTO PARA OS PERÍODOS ESTÁVEIS, DE ALTAS E BAIXAS

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33G e r ê n c i a d e R i s c o s e S e g u r o s • n º 1 0 3 - 2 0 0 9 33

OS ENFOQUES ATUAIS DA

GERÊNCIA DE RISCOS AMPLIAM

O ENFOQUE PREVENTIVO

PARA TODO ASPECTO QUE

DIFICULTE ALCANÇAR OS

OBJETIVOS

também o nível e o ritmo de aumento dos índices de créditos duvidosos.

As medidas de política estão centradas até agora em fazer frente aos desafios que representam um risco imediato para a es-tabilidade financeira (mediante o apoio de liquidez, garantias de depósitos e pla-nos de recapitalização), mas não contri-buíram em grande parte para resolver a incerteza com relação à solvência a longo prazo das instituições financeiras.

Uma leitura prática dessa situação econômica nos convida a descrever um cenário de tomada de decisões complexo, variável, com fortes mudanças e em cur-tos períodos de tempo.

Muitos diretores se deparam com ce-nários nos quais não têm experiência, já que a última crise dessa magnitude acon-teceu nos anos 70, e, além disso, as va-riáveis macro e macroeconômicas e as previsões dos organismos oficiais variam continuamente.

OS RISCOS EM FASES DE QUEDA DO CICLO ECONÔMICO

Tradicionalmente, a Gerência de Ris-cos analisava os riscos de grande impac-to na empresa ou no seu ambiente: um incêndio, um derramamento tóxico, uma inundação, que podem fazer com que a empresa sofra uma grande perda ou te-nha que atender a suas responsabilidades, chegando ao extremo de desaparecer. Os enfoques atuais da Gerência de Riscos ampliam o enfoque preventivo para qual-quer aspecto que afete a consecução dos objetivos estratégicos da empresa, anali-sando e administrando os riscos que po-dem destruir a empresa, por menor que seja a probabilidade da ocorrência.

Esse enfoque é denominado ERM (Enterprise Risk Management, ou gestão do risco empresarial ou de negócio).

Esse enfoque de Gerência de Riscos permite observar um conceito adicional,

que é o de vulnerabilidade. Se um fato não tem precedentes suficientes para que seja realizado um estudo probabilístico, não poderemos utilizar essas técnicas para sua gestão; mas isso não significa que a empre-sa não esteja exposta a esses riscos.

A situação econômica atual representa um paradigma novo na gestão do risco, já que a empresa se depara com riscos para os quais ela não tem um programa de prevenção e de atuação predefinido, e, não obstante, corre um alto risco de sofrer graves perdas e inclusive de desaparecer.

O que acontecerá se em um curto pe-ríodo de tempo não tenho clientes e não vendo? O que acontecerá se grande parte dos meus clientes não me pagam? A Ge-rência de Riscos tem de se ocupar da ges-tão dos riscos de negócio?

Podemos dividir os riscos operacionais ou de negócio em três:

a) Riscos financeiros Os riscos financeiros são os relacio-

nados com a gestão dos pagamentos a fornecedores e as cobranças de clientes.

A empresa realiza compras de ativos fixos e inputs produtivos e necessita de dinheiro para fazer os pagamentos, seja por meio de contribuições dos sócios (capital), seja por meio de financiamen-to bancário (endividamento financeiro, com custo) ou por meio de financia-mento dos fornecedores (sem custo ex-plícito). Também vende a crédito a seus clientes, de modo que, até que não cobre deles, não dispõe de liquidez para arcar com os pagamentos.

O maior risco com o qual a empresa se depara é não dispor de liquidez suficiente para poder arcar com seus próprios paga-mentos, seja porque seus clientes não lhe paguem, seja porque não consegue finan-ciamento bancário suficiente.

Uma das causas da crise atual foi a falta de liquidez no sistema financeiro, de forma que as próprias instituições de

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A SOLUÇÃO PARA VOLTAR À ROTA DO CRESCIMENTO E DA GERAÇÃO DE EMPREGOS NA ESPANHA PASSA PELOAUMENTO DA COMPETITIVIDADE

crédito começaram a reduzir os emprés-timos que concediam a particulares e empresas, o que aumentou as dificulda-des para arcar com os pagamentos.

O risco de crédito é a probabilidade de que o crédito não seja pago no tempo ou na forma. Assim, estariam expostos a esse risco tanto as instituições financei-ras como os fornecedores que vendem a crédito para seus clientes. Para trami-tar esse risco, existe uma metodologia que combina a política de concessão de créditos aos clientes com a elaboração de um rating interno que permita uma adequada tomada de decisões.

A maior concessão de créditos a par-ticulares corresponde aos créditos hi-potecários; por isso, quando se aumen-ta notavelmente o desemprego, a renda disponível das famílias é reduzida, che-gando ao extremo de não poder assumir os pagamentos, inclusive o da hipoteca, o que prejudica as instituições finan-ceiras, que concederam importantes quantidades que não podem ser pagas. Nos últimos meses, as taxas de inadim-plência cresceram significativamente, da mesma forma que ocorreu nas crises das décadas passadas.

Nos créditos comerciais, o forne-cedor é o que suporta a inadimplência. Esse risco de falta de pagamento pode se estender às companhias de seguro de crédito, que atualmente presenciam dois riscos de crédito simultâneos: o primei-ro, da inadimplência dos devedores aos fornecedores; o segundo, da falta de pa-gamentos dos prêmios de seus clientes. Da mesma forma que outros membros do sistema financeiro, esta crise está afetando seriamente as companhias de seguro de crédito.

Na hora de estimar essa probabi-lidade de inadimplência não se pode esquecer a forte correlação que existe entre o grau de descumprimento e os ciclos econômicos. O problema está no

fato de que, quando se mede o nível de risco, ignora-se um de seus elementos-chave, a existência de ciclos econômi-cos, que reduzem o risco em épocas de bonança e o supervalorizam em épocas de crise. Esse fato faz com que também exista uma correlação entre os descum-primentos das diferentes contrapartidas que formam a carteira.

Modelos de medição do risco de créditos

Um modelo de risco de crédito é aquele que compreende todas as políti-cas, procedimentos e práticas usadas por uma instituição financeira na estimativa da função de densidade da probabilida-de de inadimplência de uma carteira de crédito. Na prática bancária há diversas maneiras de calcular a forma da distri-buição, que dependerá de como se ob-tém cada uma das variáveis.

As instituições financeiras estão in-teressadas em conseguir um modelo de risco que proporcione uma visão mais próxima possível da situação real em que a empresa se encontra. O interesse por essa medição está em se economi-zar uma das fontes de financiamento mais caras da instituição, a verba para reservas de capital, já que a distribui-ção do capital interno é a base tanto para calcular a rentabilidade ajustada ao risco como para avaliar a atividade da direção da instituição e, portanto, sua retribuição.

Tanto os modelos de risco de crédito como os de distribuição de capital ofe-recem à instituição financeira uma fer-ramenta válida para, entre outros propó-sitos, limitar o número de empréstimos de um cliente concreto ou setor indus-trial, ou para integrar a qualidade de crédito global de uma carteira. Também são usados os modelos para determinar o preço dos empréstimos.

Dessa forma, a instituição financeira

estudos

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35G e r ê n c i a d e R i s c o s e S e g u r o s • n º 1 0 3 - 2 0 0 9

AS INSTITUIÇÕES BANCÁRIAS

ESTÃO INTERESSADAS EM CONSEGUIR

UM MODELO DE RISCO

QUE OFEREÇA UMA VISÃO

MAIS PRÓXIMA POSSÍVEL DA

SITUAÇÃO REAL DA EMPRESA

utiliza as ferramentas indicadas de forma ativa na gestão do risco, tanto em nível de transação individual como de carteira.

Nos últimos anos aumentou paula-tinamente o regulamento e a supervi-são no setor financeiro. Mas, sem dú-vida, a aparição do Acordo de Capital da Basileia supôs uma mudança cultural para muitas instituições financeiras es-panholas. O fato de que elas, por meio de modelos internos, possam se bene-ficiar de uma menor verba de recursos próprios derivada dos riscos aos quais estão expostas por sua atividade, supõe um estímulo em si. Para isso, deverão contar com sistemas e modelos confi-áveis que permitam manter a confiança de seus acionistas, de seus investidores e do mercado.

A falta de interesse pelo risco de crédito fez com que as técnicas para sua medição e controle não evoluíssem praticamente nada no último século, ao contrário do ocorrido com o risco de mercado, que experimentou um impor-tante auge tanto em seu estudo como em sua análise, fazendo com que as ins-tituições financeiras contem com mo-delos matemáticos para sua gestão.À vista do ocorrido no sistema finan-

ceiro, cabe perguntar: A regulamenta-ção do sistema financeiro é a adequada? São confiáveis os modelos de medição do risco de crédito? Beneficiam as em-presas e os particulares ou somente a própria instituição financeira?

b) Riscos não financeirosA empresa interage com seu am-

biente econômico levando ao mercado produtos comprados por alguns clientes.

O risco que a empresa enfrenta na atu-alidade é a redução dos mercados, com queda da demanda, gerando um excesso de oferta.

Os riscos com os quais a empresa se depara são múltiplos nessa situação, já que os demais concorrentes se veem igualmente afetados, respondendo todos, simultaneamente, para tentar manter sua posição competitiva.

Além da perda de clientes, caem os preços de venda e os benefícios.

A empresa pode optar, entre outras so-luções, por:

I) Buscar novos clientes em novos mercados. A situação internacional não convida à busca de novos mercados e os riscos são elevados. Não obstante, seria preciso se perguntar se é mais arriscado fazê-lo ou não fazê-lo.II) Redimensionar a empresa.Quando se cria uma situação em que as vendas de uma empresa foram reduzidas consideravelmente, pode ser o momento de diminuir a dimensão da empresa para poder sobreviver. A seguir enumeramos alguns dos riscos com os quais se depara:

- Prejudicar a imagem da marca ao reduzir a diversidade de produtoshabitual.- Perder clientes pela queda de qualidade dos produtos ou pelofechamento de uma linha de negócio.

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- Enfraquecimento da posição competitiva devido à saída de um ou vários canais de distribuição.- Saída de trabalhadores-chave, com uma inadequada gestão do talento. É evidente que a política de gestão e retenção do talento não deveria se realizar nestes momentos. Trata-se de um processo que deve começar em ciclos crescentes.- Uma política de redução de custos não é eficaz em si mesma, mas pode ser um ponto de desvio na gestão, diminuindo despesas que não sejam imprescindíveis para a continuidade e a sobrevivência da empresa.

c) Riscos regulatóriosO regulamento que continuamente

as autoridades têm colocado em prática contempla uma dose especial de risco, tanto por seu cumprimento como por seu descumprimento.

A AGERS aponta que a contínua regulamentação supõe um permanen-te aumento de custos para a análise e a interpretação dessa normativa. Aspectos como a proteção do consumidor, dos da-dos pessoais, das transações a distância e da regulamentação dos mercados finan-ceiros supõem o crescimento de áreas específicas para estudo e aplicação das normas de cumprimento obrigatório.

Na prática, a regulamentação supõe uma mudança contínua nos cenários de decisão das empresas, já que, em muitos casos, são modificadas as situ-ações competitivas que vinham sendo utilizadas.

Se administrar a regulamentação tem custos, maiores custos tem uma regula-mentação insuficiente ou inadequada. Nos últimos 15 ou 20 anos surgiu uma proliferação mundial de regulamenta-ção dos mercados financeiros, que foi insuficiente se avaliarmos as fraudes multimilionárias que se seguiram.

estudos

NOVOS DESAFIOS DA GERÊNCIA DE RISCOS

A Gerência de Riscos não pode per-manecer estável, da mesma forma que as empresas devem evoluir para ajudar na sua sobrevivência. Se até agora se exerceu uma Gerência relacionada com a gestão dos riscos catastróficos na empresa, as ta-refas se ampliarão, se considerarmos que muitos riscos aos quais a empresa se vê exposta podem desembocar em seu pró-prio desaparecimento.

É evidente que o custo da administra-ção de todos os riscos aos quais a empresa se expõe suporia um custo não assumí-vel que tornaria inviável a implantação dessa atividade.

Podemos definir a Gerência de Riscos como “a função da empresa que consiste na análise dos riscos aos quais ela está expos-ta, a fim de planejar as medidas necessárias para evitar ou reduzir a probabilidade de ocorrência e para minimizar o impacto, por meio da ascensão ou transferência a um terceiro”. Diante dessa definição, sur-ge uma questão: Quem deve executar a Gerência de Riscos: um departamento es-pecífico ou toda a empresa?

Entendemos que todos os funcioná-rios da empresa devem ser conhecedo-res dos riscos com os quais se deparam em alguma etapa de sua atividade, de modo que identifiquem os riscos de sua área e planejem medidas preventi-vas adequadamente. Para isso, a Gerên-cia de Riscos deve ser o departamento que realize a enumeração, a agregação e a gestão dos riscos, sem que por isso tenha de realizar diretamente todas as tarefas do processo.

Podemos realizar uma classificação dos riscos nos seguintes grupos:

1. Riscos catastróficos. Aqueles que podem colocar em perigo a continuidade da empresa, sem ter sua origem na natu-reza ou em negligências humanas.

A GERÊNCIA DE RISCOS PODE

AMPLIAR SUAS AÇÕES SE FOR

CONSIDERADO QUE RISCOS COM OS

QUAIS A EMPRESA SE DEPARA POSSAM

RESULTAR EM SEU PRÓPRIO

DESAPARECIMENTO

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2. Riscos ambientais. São os danos pos-síveis que a empresa pode causar ao am-biente, entendendo-se o ambiente em um conceito mais amplo que o meio ambien-te, incluindo clientes, fornecedores e ter-ceiros afetados.

3. Riscos financeiros. São os que podem prejudicar a gestão normal das cobranças e dos pagamentos ou a obtenção de recursos financeiros para a atividade da empresa. Nesse sentido, poderíamos incluir a dete-rioração do rating da empresa.

4. Riscos de negócio. São os relaciona-dos com as operações da empresa, tanto de produção como de desenvolvimento de produtos, de gestão de clientes, de rela-ções com fornecedores ou relações com os canais de distribuição.Podemos colocar um simples exemplo:

Design de uma campanha de marke-ting. O responsável pela análise do mer-cado, pela segmentação dos clientes, pela

preparação das mensagens de comunica-ção e pela sua coordenação é o departa-mento de marketing.

A gestão do projeto contempla nume-rosos riscos, maiores ou menores, e quem melhor conhece esses riscos é o chefe de marketing.

Quem melhor do que ele para reali-zar também uma correta gestão de riscos de acordo com a metodologia de Gerên-cia de Riscos?

O departamento de Gerência de Ris-cos deve colher esse estudo de riscos para avaliar seu impacto na empresa, da mes-ma forma que com as demais áreas, utili-zando ferramentas como o mapa de ris-cos, para assim poder analisar os possíveis riscos em que a empresa incorre ou pode incorrer, tendo como objetivo prioritário oferecer uma visão global dessa informa-ção à Direção Geral para uma correta to-mada de decisões.

NA GERÊNCIA DE RISCOS, A

ENUMERAÇÃO, A AGREGAÇÃO E

A GESTÃO DOS RISCOS DEVEM

SER REALIZADAS POR UM

DEPARTAMENTO PRÓPRIO, SEM QUE PARA ISSO

TENHA QUE REALIZAR

DIRETAMENTE TODAS AS

TAREFAS DO PROCESSO

Asociación Española de Gerencia de Riesgos y Seguros (AGERS), http://www.agers.es/

Banco de España, http://www.bde.es

Fondo Monetario Internacional,http://www.imf.org/EXTERNAL/SPANISH/INDEX.HTM

Cuervo García, José Álvaro (1995), “La dirección estratégica de la empresa. Dirección de empresas de los noventa: homenaje al profesor Marcial-Jesús López Moreno” /coord. por José Emilio Navas López, p. 51-70.

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estudos

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Neste artigo se trata de forma clara qual foi o papel desempenhado pelo

“Chief Risk Officer” (CRO), ou diretor de riscos, na tempestade

financeira desencadeada no cenário internacional, avaliando se o modelo implantado é idôneo para que possa concluir sua missão preventiva com

eficácia.

E por que apresentar uma pergunta tão ingênua? O CRO (Chief Risk Officer, ou diretor de ris-cos) é realmente o garantidor de uma Gerência

de Riscos profunda nos órgãos em que se incluem as instituições financeiras, tanto os bancos como as se-guradoras. Solvência II foi o princípio do movimento nas seguradoras, assim como o ocorreu com o Basileia II para os bancos. As seguradoras se dedicaram à tarefa subordinadas a suas autoridades de controle. As nor-mas de prudência se fizeram cada vez mais precisas e exigentes, e o futuro nos ensinaria como tudo iria se tornar cada vez mais ajustado. Um autêntico paraíso para os CROs que surgiam, tanto nos bancos como nas seguradoras. Mas como quase sempre, a realidade se vingou... Não basta reduzir a Gerência de Riscos e a segurança a algumas fórmulas matemáticas, atuariais ou a outras simulações.

O que aconteceu com o CRO?

CROCROCROCRO

FRANÇOIS SETTEMBRINOFERMA

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O surgimento do CRO só foi possível nas empre-sas que já tinham iniciado uma Gerência de Riscos sistêmica. Isto é, era o produto de uma cultura de em-presa claramente mais receptiva às exigências de uma Gerência de Riscos caseira. Certamente, pode-se fa-lar de “cultura”, porque é o que gera cada empresa, uma cultura totalmente diferente da do vizinho, mas sempre iniciada de modo parecido. É, sem dúvida al-guma, o sinal de uma evolução de mentalidade muito profunda por parte dos gerentes e administradores para uma maior transparência e segurança.

Que o movimento tenha começado de uma ma-neira autoritária não tira o mérito de sua existência. Pode-se dizer, portanto, que sem a implantação de uma cultura “caseira”, a chamada ERM (Enterprise Risk Management, ou Gerência de Riscos de Em-presa), o CRO nunca chegaria a ser mais do que uma

imagem para valorizar, mas sem conteúdo e, conse-quentemente, sem utilidade.

Dois graves eventos recentes nos proporciona-ram um pouco de humildade: a catástrofe do naufrá-gio das subprime e o majestoso buraco nas contas da Société Générale. Mas ainda que pareçam distintas, essas duas ocorrências têm várias características em comum, que vamos tratar de explicar.

A primeira não é mais do que a repetição em grande escala de um empréstimo hipotecário muito bem atado. Aceitar que o empréstimo seja feito por um valor superior ao valor realizável do bem já é um mau começo. Para iniciar, formam-se credores mais frágeis pelo comportamento de um mercado imobi-liário normalmente volúvel. Se por qualquer razão um devedor não puder arcar com o pagamento dos juros, junto com a necessária devolução no prazo

O SURGIMENTO DO “CRO” SÓ FOI POSSÍVEL NAS EMPRESAS QUE JÁ HAVIAM INICIADO UMA GERÊNCIA DE RISCOS SISTÊMICA. ISTO É, ERA O PRODUTO DE UMA CULTURA DE EMPRESA MAIS RECEPTIVA ÀS EXIGÊNCIAS DE UMA GERÊNCIA DE RISCOS CASEIRA

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previsto do capital emprestado, seus problemas aumentam. O credor que faz empréstimos recu-pera o imóvel em garantia, mas, se seu valor de revenda não é suficiente devido a uma queda no mercado imobiliário, o devedor deve continu-ar a assumir a obrigação, não tem moradia e já está insolvente para qualquer outra operação: é um “sem-teto” em potencial. Além disso, a par-tir do momento em que as taxas de juros sobem (o que sucedeu), já não é só um devedor isolado que está em dificuldades, mas um número cada vez maior. A consequente depressão do merca-do imobiliário não permite revender sua mora-dia no valor inicial, nem mesmo aos que teriam desejado antecipar-se, o que agrava ainda mais a situação. O contágio se estende e todo o setor financeiro paga o pato, ficando com enormes perdas. O alarme foi dado pela Reserva Federal, que subiu a taxa básica de 1% a 5,25% entre 2004 e 2006. A partir de 2006, o preço da moradia começou a cair. O fracasso de alguns credores foi bem suportado pelas pessoas que fazem em-préstimos graças a sua política de Gerência de Riscos e à revenda dos bens hipotecados. Mas desde que ocorreu o fracasso em massa, as ins-tituições financeiras não tiveram possibilidade nem tempo de se recuperar, menos ainda pelo fato de o fenômeno ter pressuposto o desmo-ronamento de todo o mercado imobiliário, o que não fez mais que agravar a situação. Não esqueçamos que os credores geralmente supor-tam outros riscos nas costas, como os cartões de crédito, e que a má saúde dos devedores teve efeitos colaterais cada vez mais graves, sobretu-do no mercado de crédito.

TRANSFERÊNCIA DE RISCOS

A titularização tinha permitido aos bancos revender seus créditos a outros investidores. Essa técnica transforma ativos pouco líquidos (as hipotecas) em valores mobiliários negociá-veis com tanta facilidade como as obrigações. A fórmula permitia aos bancos refinanciar e transferir os riscos aos investidores. Para poder conceder cada vez mais créditos, bastava que transferissem seus créditos, principalmente os

piores, e assim teriam novamente a possibilida-de. Foram criadas ferramentas como as chama-das SPV (Special Purpose Vehicle), que diluíram o risco misturando tudo, os créditos mais frá-geis com outros títulos de mais qualidade. Esse sistema se realizou até o ano 2000 e deu lugar a um exercício de extraordinária complexidade de fundos com outros fundos, até o momento em que a queda dos dois fundos do Banco Bear Stearns deu a largada para uma debandada geral. De fato, o peixe já começava a morder a isca: os bancos se viram envolvidos no marasmo de ma-neira indireta por meio de numerosos fundos de investimento nos quais havia juros. Sem ir muito longe na análise técnica, que especialis-tas em finanças e economistas farão uma vez ou outra, todos os mecanismos de refinanciamento foram se debilitando, antes de afundarem um atrás do outro.

CONTÁGIO NA EUROPA

Os banqueiros não americanos começaram a declarar que a crise os havia afetado muito pouco, para em seguida se verem obrigados a confessar que também tiveram sérios contra-tempos. Os campeões europeus parecem ser o Deutsche Bank e o Crédit Suisse, que, por si sós, acumularam perdas estimadas em mais de 2 milhões de euros e de 2,5 milhões de fran-cos suíços, respectivamente. O UBS foi além, com 11milhões de francos suíços... e a situação não para aí. Os bancos belgas e os franceses se saíram melhor sem movimentação, mas, no en-tanto, acumularam perdas equivalentes a alguns expressivos bilhões. Essas cifras têm um valor meramente indicativo – para dados mais preci-sos, basta consultar os balanços.

Quando o negócio começou a fracassar as seguradoras declararam, de forma ingênua, que praticamente não tinham nada a ver com as des-graças das subprime. Mas a realidade era muito diferente. Primeiro, houve implicações nas se-guradoras e nas resseguradoras, porque seu di-nheiro se movimenta nos mesmos circuitos que o dos bancos e, por essa razão, houve proble-mas nos circuitos financeiros de suas reservas.

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O véu começava a ser levantado, e com o tem-po saberemos mais coisas. Depois, as segura-doras garantem os riscos do crédito em grande escala, e não se vê como poderiam sair da con-fusão sem perdas. As mais prejudicadas são as monoliners, essa espécie de seguradora espe-cializada em garantia de créditos, e somente de créditos; por isso esse nome tão estranho. No início se contentaram em segurar os coletivos locais, aos quais corresponderiam riscos muito moderados. Mas pouco a pouco se dedicaram a garantir maiores riscos, como empréstimos hipotecários e inclusive créditos ao consumo. As menores caíram muito rapidamente, mas a coisa se complicou quando também afundaram duas maiores, a AMBAC e a MBIA. A principal causa foi o enfraquecimento de seus fundos próprios, avaliados em 22 milhões de euros,

POR QUE NENHUM “CHIEF RISK OFFICER” ALERTOU SUA EMPRESA SOBRE O POSSÍVEL RISCO NO MOMENTO OPORTUNO, QUANDO OCORRIA A CRISE FINANCEIRA INTERNACIONAL? ESSA É A PERGUNTA QUE DEVEMOS FAZER

diante de um total segurado de três trilhões! Com um índice semelhante, não há como re-sistir durante muito tempo.

O PAPEL DAS AGÊNCIAS DE CLASSIFICAÇÃO

Este sistema só conseguiu perpetuar-se du-rante tanto tempo graças às agências de classi-ficação, que concederam à AMBAC e à MBIA, entre outras, a qualificação AAA sem restrições. Alguns pensam que as agências foram enganadas pelos modelos e outras simulações matemáticas que elas mesmas inventaram e regularam para funcionar corretamente (o que deveria levar a refletir todos aqueles que acreditam que podem enganar a sorte por meio de fórmulas).

Vêm depois os demais riscos segurados com outras seguradoras. Realmente, uma infinidade de diretores foram atacados, sobretudo nos Es-tados Unidos, pela má gestão. As seguradoras precisaram então responder em garantia pela res-ponsabilidade dos administradores e de outros diretores, e isso não se resolve sem dor. Além disso, há problemas nos seguros contra incên-dios, de automóvel, etc., cujo volume também diminui. E a cascata não para aí!

Por que nenhum CRO alertou sua empresa na hora certa? Essa é a pergunta que nós deve-mos fazer. Os grandes assessores dos devedores foram cobertos, eles pensavam, recorrendo aos produtos derivados. E com mecanismos cada vez mais sofisticados – a que mal fizemos menção antes –, diluíram o risco indo um pouco além, sempre além, e todo mundo ficou satisfeito. O melhor CRO só podia confiar nos operadores financeiros contratados pela empresa, sob pena de ser desautorizado. Como parte das operações perigosas passa para a segunda ou terceira fila, onde passam despercebidas, ao pobre CRO é praticamente impossível detectá-las, já que não sabe nada ou, em todo caso, muito pouco. Para que pudesse apurar seu ponto de vista, teria sido necessário discutir o conjunto da problemática com um grupo de trabalho, porque a Gerência de Riscos não pode fazer tudo sozinha. A Ge-rência de Riscos será sistêmica ou desaparecerá.

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estudos

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Por exemplo, esse grupo poderia ter sido com-posto por colegas do departamento de recursos humanos um membro da chamada “seção psi-cossocial”, outro da divisão de marketing, um ou vários financistas (internos e externos) e inclu-sive um representante externo de uma ONG de qualidade. Quem melhor que este último para explicar a situação dos quase pobres ameaçados pelo crédito? Ao desenhar ele ou os sistemas (o risco zero não existe), teriam entendido melhor que sua empresa estava construindo castelos na areia e que o fantasma da pobreza estava espe-rando sua hora. O problema, e não pequeno, é que quando um devedor falha, é ele quem cai, não o credor. Em comparação, quando se detecta um erro de um fabricante de brinquedos, é ele quem deve retirar do mercado milhões de pe-ças, e é, portanto, o fabricante/distribuidor quem deve passar pelo caixa. Isso muda a perspectiva! Se muitos devedores falham ao mesmo tempo, a catástrofe é para eles, mas também para o credor, e isso é o que vivemos.

O CRO das seguradoras não está mais bem preparado. Um segurado só muito raramente tem acesso ao módulo de resseguro de sua

seguradora (salvo se esta quer justificar um aumento do prêmio, e provavelmente o CRO sabe um pouco mais que o segurado. Mas nunca saberá por que meandros discorrem as reservas dessas resseguradoras, e portanto só conhecerá muito de longe os possíveis riscos financeiros que podem se derivar disso.

Nenhum dos dois CROs pode contar com as agências de classificação, que mais uma vez demonstraram uma visão limitada a mé-dio e longo prazo que permitisse alertar os diretores na hora certa. Em vez disso, essas agências deram as melhores pontuações aos piores da classe – AMBAC, MBIA e compa-nhia –, para regozijo dos bancos, que assim melhoravam muito seu balanço.

E também já não podem contar com os auditores, que, como no caso anterior, nem mesmo alertaram a tempo. Os erros recen-tes e monstruosos de auditoria fazem com que seja questionado para que servem os au-ditores. Estão para o que der e vier, mas se respaldam por contrato para evitar a máxi-ma responsabilidade possível. Mas quem vai substituí-los?

OS CRO´S NÃO PODEM CONTAR COM AS AGÊNCIAS DE CLASSIFICAÇÃO, QUE UMA VEZ

MAIS DEMONSTRARAM, POR CONTA DA CRISE FINANCEIRA

INTERNACIONAL, SUA LIMITADA VISÃO A LONGO PRAZO.

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informe

AMBIENTE MACROECONÔMICO1

O crescimento econômico registrado nos países da América Latina e do Caribe em 2007 foi de 5,7%. A expansão da economia da região nos últimos anos ocorreu em um contexto externo favorável, refletido em uma melhora dos termos de intercâmbio, nas ele-vadas remessas dos trabalhadores emigrados, e em uma grande liquidez internacional. Como consequência, a conta corrente da ba-lança de pagamentos projetou pela quinta vez consecutiva um superávit, que em 2007 atin-giu 0,5% do PIB regional.

Em 2007 a demanda interna cresceu 7,1%, impulsionada pelo aumento da for-mação bruta de capital fixo e pelo consu-mo privado. O crescimento do consumo público se manteve em níveis menores aos do consumo privado.

2007-1º semestre 2008

O mercado segurador Iberoamericano

No primeiro semestre de 2008, os mercados seguradores da Iberoamérica continuam apresentando sinais de fortalecimento com aumentos nominais e reais da moeda local, na emissão de prêmios em todos os países, exceto Porto Rico.

CENTRO DE ESTUDOSFUNDACIÓN MAPFRE

1Comentários baseados na publicação“Estudo econômico da América Latina e do

Caribe 2007-2008”, da Comissão Econômica para América Latina e do Caribe (CEPAL).

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informe

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A formação bruta de capital fixo foi desde 2004 o componente mais dinâmico da deman-da, não só pela expansão da construção, mas, sobretudo, pelo investimento em maquinaria e equipamento, especialmente importados. Es-ses níveis de investimento foram financiados inteiramente com fundo nacional.

Durante os últimos anos, o emprego cres-ceu tanto em volume como em qualidade, gra-ças ao aumento do emprego formal na maioria dos países. Apesar das melhoras no mercado de trabalho, os salários reais voltaram a apresentar um baixo aumento em 2007.

A alta notável dos preços internacionais do petróleo, dos alimentos e das matérias-primas, unida às pressões pelo aumento da demanda interna, contribuíram para o aumento da in-flação. A variação anual do índice de preços ao consumidor foi de 6,4%, mais de dois pontos acima da registrada em 2006.

Os preços continuaram crescendo em 2008, por isso estima-se uma taxa de inflação para o ano de 8,5%.

A CEPAL estima que o PIB dos países da América Latina e do Caribe crescerá cerca de 4,6% em 2008, menos um ponto que o ano an-terior, ainda que seja o sexto ano consecutivo de expansão econômica na região.

Sobre as repercussões que a atual crise eco-nômica pode gerar na região, diversas fontes concordam com a estimativa de que a Ibero-América conseguiu reduzir sua vulnerabilida-de diante das oscilações econômicas.

Não obstante, há vários fatores que podem afetar esses países futuramente: a desacelera-ção global provocará uma redução do volume e do preço das exportações, queda das remessas e também do investimento estrangeiro dire-to. Por outro lado, terão mais dificuldades de acesso ao financiamento externo, e os custos serão mais elevados.

MERCADO SEGURADOR

Os mercados seguradores da Ibero-América seguiram em 2007 com um crescimento sus-tentado, iniciado há quatro anos. Assim, com

exceção da Bolívia, todos os mercados da re-gião conseguiram aumentos em seus volumes de prêmios, em moeda local e a preços cor-rentes, que refletiu como resultado um cresci-mento médio de 18,5%, mais dois décimos que em 2006. O crescimento médio real se situou em 11,4%, tendo obtido aumentos em suas re-ceitas todos os países, exceto Bolívia e Para-guai. Por sub-regiões, destacou o crescimento médio da América do Sul, de 20,4%, contra o da América Central, de 18,5%.

O mercado segurador mexicano voltou a ex-perimentar um bom desenvolvimento em 2007, com um aumento nominal de 16,3% e real de

Crescimentos nominais

Argentina

Bolívia

Brasil

Chile

Colômbia

Costa Rica

Equador

El Salvador

Guatemala

Honduras

México

Nicarágua

Panamá

Paraguai

Peru

Porto Rico

Rupública Dominicana

Uruguai

Venezuela

Total geral

25,6

-21,5

9,9

14,0

14,3

23,8

7,8

7,2

16,0

23,0

18,8

18,4

27,1

5,0

6,7

10,4

12,6

10,2

46,5

18,2

24,9

21,5

24,7

13,5

6,8

-7,0

23,9

4,4

20,1

24,3

12,4

26,3

12,3

14,6

1,8

19,3

20,0

18,5

55,6

19,3

25,4

-16,0

16,7

13,7

12,7

22,5

10,1

6,3

16,7

23,3

16,3

19,5

22,3

5,7

4,7

11,2

13,3

11,6

46,7

18,5

PAÍS NÃO VIDA VIDA TOTAL

% VARIAÇÃO VOLUME DE PRÊMIOS 2007

Figura 1. Variação do volume de prêmios 2007 na Iberoamérica.Fonte: elaboração própria

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2Para calcular a densidade e a penetração do seguro são consideradas as receitas de todos os segmentos do seguro privado brasileiro: Seguros, Saúde, Previdência Privada e Capitalização.

12,1%, embora, na diferença do exercício ante-rior, tenha sido o segmento de Não Vida o que mostrou um melhor desenvolvimento. Apesar da fase de retração econômica que o país atraves-sa, o mercado de seguros de Porto Rico registrou um crescimento nominal de 11,2%, impulsio-nado principalmente pelo seguro de Saúde e o seguro de Vida na modalidade de Rendas. Com o de Auto, o seguro de Vida foi também um dos motores do crescimento da indústria seguradora na República Dominicana, cujo mercado segura-dor experimentou um aumento de 13,3%.

Porto Rico registra o prêmio per capita mais alto da região, com 1.733 €/hab., seguido pelo Chile (246 €/hab.), pela Venezuela (190 €/hab.), pelo Brasil2 (165 €/hab.), pelo Pana-má (132 €/hab.), pela Argentina e pelo México (119 €/hab.). O Paraguai e a Bolívia, com 12 €/hab., são os países com o prêmio per capita mais baixo.

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informe

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Com relação à penetração do seguro (% Prê-mios/PIB), voltam a destacar-se, notavelmente, os dados de Porto Rico, com 15,9%, seguidos pelos do Chile (3,4%) e pelos do Brasil (3,3%), da Venezuela (3,1%), do Panamá (3,1%) e da Argentina (2,5%).

Analisando os crescimentos em euros, em de-zembro de 2007, o volume de prêmios da Ibero-América alcançou aproximadamente 62,3 milhões

de euros, o que representa uma alta de 13,5% com relação a 2006. Os países que experimentaram um maior crescimento no volume de prêmios em eu-ros foram a Venezuela (34,4%), o Brasil (20,4%), a Colômbia (17,8%) e a Argentina (13,3%). Por outro lado, no desenvolvimento de alguns países pode-se estimar por mais um ano o efeito da reva-lorização do euro frente ao dólar: Bolívia (-23,1%)

Figura 2. Iberoamérica.Prêmio per cápita 2007.

Fonte: elaboração própria a partir da informação publicada pelo órgão supervisor de seguros de cada país e pela CEPAL.

Figura 3. Iberoamérica.Penetração do seguro 2007.

Porto Rico

Chile

Venezuela

Brasil

Panamá

Argentina

México

Uruguai

Costa Rica

Colômbia

República Dominicana

El Salvador

Equador

Peru

Honduras

Guatemala

Nicarágua

Paraguai

Bolívia

Porto Rico

Chile

Brasil

Venezuela

Panamá

Argentina

Honduras

Colômbia

México

El Salvador

Costa Rica

Nicarágua

Uruguai

Equador

República Dominicana

Bolívia

Guatemala

Peru

Paraguai

Prêmio per cápita. Euros

% Prêmios/PIB

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e El Salvador (-2,6%). No caso da Bolívia, a queda dos prêmios deve-se, além do efeito do tipo de mudança (a Superintendência publica os dados em dólares norte-americanos), ao fato de os segu-ros Previstos, Risco Comum e Risco Profissional, administrados nos últimos anos pelas empresas seguradoras, terem sido transferidos para as Ad-ministradoras de Fundos de Pensão após sua lici-tação ficar desabilitada no final de 2006.

Contrariamente ao que sucedeu nos exercí-cios anteriores, a revalorização experimentada pelo euro diante da maioria das divisas locais não favoreceu a conversão a euros das receitas por prêmios da região. O efeito contrário ocorreu no Brasil, na Colômbia e no Paraguai, devido à valo-rização de tais moedas perante o euro.

Dados em milhões de euros. Crescimentos nominais em euros

11.291

7.094

6.118

5.078

3.317

1.574

2.183

522

415

308

384

346

201

231

227

135

92

67

62

39.642

13,4

8,5

1,1

34,2

13,5

9,7

20,2

1,8

-1,3

16,4

3,6

12,7

-1,8

5,0

4,5

12,3

-28,1

10,1

2,7

12,0

10,818

5.561

676

130

1.365

2.510

812

340

77

132

45

12

86

50

53

44

21

6

11

22.748

28,7

3,4

9,2

42,5

12,9

9,3

11,6

-2,9

13,5

2,9

10,4

-15,4

-4,4

8,7

15,3

13,5

11,3

20,3

9,5

16,2

22.109

12.655

6.794

5.207

4.682

4.084

2.994

862

493

441

429

357

286

280

280

179

113

72

72

62.390

20,4

6,2

1,8

34,4

13,3

9,5

17,8

-0,1

0,8

12,0

4,2

11,4

-2,6

5,7

6,4

12,6

-23,1

10,9

3,6

13,5

PAÍS NÃO VIDA % ∆ VIDA % ∆ TOTAL % ∆VOLUME DE PRÊMIOS 2007

Figura 4. Iberoamérica. Volume de prêmios 2007 por país.Fonte: elaboração própria a partir da informação publicada pelo órgão supervisor de seguros de cada país.

Brasil

México

Porto Rico

Venezuela

Argentina

Chile

Colômbia

Peru

Equador

Panamá

República Dominicana

Costa Rica

El Salvador

Guatemala

Uruguai

Honduras

Bolívia

Paraguai

Nicarágua

Total geral

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A concentração do mer-cado aumentou seis déci-mos em 2007, com acúmulo nos sete maiores mercados seguradores da região, de 93,8% dos prêmios. Brasil, México e Porto Rico conti-nuam sendo os três maiores mercados por volume de prêmios, passando a ocupar o quarto lugar a Venezuela, à frente da Argentina. Chile e Colômbia que se mantêm em sexto e sétimo lugar, respectivamen-te.

Pelo segundo ano consecutivo, o seguro de Vida obteve um crescimento maior que o con-junto dos ramos Não Vida, aumentando quase um ponto sua fatia de mercado com relação ao total do setor, até 36,5%. Os prêmios diretos atingiram 22.748 milhões de euros, com um au-mento de 16,2%. A evolução dos prêmios expres-

sos em euros do ramo de Vida foi positiva em todos os países da Ibero-América, salvo o Peru, a Costa Rica e El Salvador, destacando-se, por sua maior participação no mercado, os crescimen-tos do Brasil (28,7%), da Ar-gentina (12,9%) e do Chile (9,3%). No Brasil, o seguro VGBL (Vida Gerador de

Benefício Livre) foi novamente o principal es-tímulo do ramo. Por sua vez, todas as modali-dades de seguro de Vida na Argentina obtiveram aumentos significativos de prêmios. No caso do Chile, os prêmios de Rendas Vitalícias, que re-presentam 58,5% do ramo de Vida, evoluíram de maneira favorável, devido, principalmente, ao aumento das vendas de Rendas Vitalícias de Velhice.

O crescimento do conjunto dos ramos Não

Prêmios em milhões de euros.

19.580

16.641

2.939

35.394

13.351

8.286

3.441

4.527

1.666

999

1.443

631

1.050

54.974

22.748

19.505

3.243

39.642

15.038

9.136

3.846

4.954

1.844

1.100

1.719

760

1.246

62.390

16,2

17,2

10,4

12,0

12,6

10,3

11,8

9,4

10,7

10,1

19,1

20,5

18,6

13,5

36,53

31,3

5,2

63,5

24,1

14,6

6,2

7,9

3,0

1,8

2,8

1,2

2,0

100,0

RAMO 2006 2007 % ∆ % QUOTA

MERCADO SEGURADOR DE IBEROAMÉRICA 2006-2007 PRÊMIOS POR RAMO

Figura 5. Iberoamérica. Volume de prêmios 2007 por ramos.Fonte: elaboração própria a partir da informação publicada pelo órgão supervisor de seguros de cada país.

Vida

Vida individual e coletivo

Vida Previsional e/ou Pensões

Não Vida

Automóveis

Saúde

Incêndios e/ou Linhas aliadas

Outros danos

Transportes

Responsabilidade Civil

Acidentes Pessoais

Crédito e/ou Caução

Acidentes de Trabalho

Total

OS MERCADOS SEGURADORES IBEROAMERICANOS CONTINUARAM EM 2007 COM UM CRESCIMENTO

SUSTENTADO, INICIADO HÁ QUATRO ANOS. SEU CRESCIMENTO MÉDIO FOI DE

18,5%, DOIS DÉCIMOS A MAIS QUE EM 2006, TENDÊNCIA QUE CONTINUA NO

PRIMEIRO SEMESTRE DE 2008

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49G e r ê n c i a d e R i s c o s e S e g u r o s • n º 1 0 3 - 2 0 0 9

Vida foi de 12%. O seguro de Automóveis con-tinua sendo o líder indiscutível, com uma quota de 38% sobre o total Não Vida. Graças ao signi-ficativo aumento das vendas de automóveis nos últimos anos, o ramo tem apresentado taxas de aumento superiores a 20% nos exercícios 2005 e 2006. Embora em 2007 o comportamento de Auto também tenha sido muito positivo, apre-senta certo esfriamento em seu crescimento, com uma taxa de variação de 12,6% e ingressos de mais de 15 milhões de euros.

O ramo de Saúde também moderou seu cres-cimento com um aumento de 10,3% no volume de prêmios, inferior aos 21,3% de 2006. Na Ve-nezuela, o ramo continua com bom andamento, influenciado pela contratação de apólices de Saú-de por parte do setor público. Em Porto Rico, os planos de assistência médica para aposentados (Medicare) continuaram crescendo em 2007 devido, em grande par-te, ao aumento do número de pessoas que recebem be-nefícios dos planos Medica-re Advantage.

O seguro de Incêndios e linhas afins o terceiro ramo por volume de prêmios, in-

corporou cerca de 3,8 milhões de euros, o que supõe uma alta de 11,8% em relação ao exercício anterior. Por outro lado, vale destacar o desapa-recimento de dois monopólios na região: o de Resseguro no Brasil e o monopólio estatal de se-guros na Costa Rica. A Câmara dos Deputados brasileira aprovou em dezembro de 2006 a Lei que regula o mercado de Resseguro no país e que implicou sua abertura ao setor privado nacional e internacional. Não obstante, foi em dezembro de 2007 que o órgão regulador do seguro publi-cou as regras do novo modelo de Resseguro no Brasil, mudando o monopólio do IRB Brasil RE por um novo modelo de livre mercado.

Em julho de 2008 foi publicada na Costa Rica a Lei Reguladora do Mercado de Seguros, por meio da qual se elimina o monopólio estatal de seguros, administrado pelo Instituto Nacional de Seguros durante 84 anos, e foram fixadas novas regras para a abertura do mercado. A aprovação da Lei se traduz na possibilidade de que segura-doras nacionais ou estrangeiras possam oferecer seus produtos na Costa Rica e de que o INS pos-sa operar no exterior. Também envolve a criação de uma Superintendência de Seguros.

No primeiro semestre de 2008, os merca-dos seguradores da Ibero-América continuam a apresentar sinais de fortalecimento, com au-mentos nominais e reais, em moeda local, na emissão de prêmios em todos os países, exceto Porto Rico (-0,3%), que apresentou como resul-tado um aumento nominal médio de 17% e de 11,7% real. Por sub-regiões, a América Central registrou maior alta nominal, 21,5%, seguida da América do Sul, 21,1%. Não obstante, conside-rando que a América Central registrou maiores

taxas de inflação, o cresci-mento real foi superior na América do Sul (15% em relação a 14,7%). O merca-do segurador mexicano teve uma taxa de variação nomi-nal de 10% (7,8% real) e a República Dominicana, de 12% (7,8% real).

O maior aumento se deu em Vida, 20,6%, favorecido

O VOLUME DE PRÊMIOS DA IBEROAMÉRICA ALCANÇOU 62,3

MILHÕES DE EUROS, COM UMA ALTA DE 13,5% COM RELAÇÃO A 2006. OS PAÍSES COM MAIOR CRESCIMENTO

NO VOLUME DE PRÊMIOS EM EUROS FORAM VENEZUELA, BRASIL,

COLÔMBIA E ARGENTINA

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informe

G e r ê n c i a d e R i s c o s e S e g u r o s • n º 1 0 3 - 2 0 0 9

pelo aumento da economia e do desenvolvimento dos seguros de dedução de im-postos ou de amortização de créditos. A forte concorrên-cia nos preços e uma menor expansão da atividade eco-nômica têm seu reflexo na moderação do crescimento do segmento Não Vida, que foi de 15,2%. A queda da venda de automóveis que se observa nas econo-mias mais desenvolvidas não se viu refletida na

evolução do ramo de Auto na região, com dados posi-tivos em praticamente todos os mercados que publica-ram informação estatística por ramos.

A depreciação das moe-das locais perante o euro faz com que o crescimento em prêmios da região expresso em euros, nesse período, se

reduza a 10,4%, com um volume de prêmios de 33,5 milhões de euros.

Dados em milhões de euros. Crescimentos nominais em euros

6.463

3.573

2.904

2.620

1.942

885

1.134

291

255

166

181

181

113

113

92

73

46

43

29

21.104

17,1

-5.3

19,1

-14,6

12,1

19,3

8,1

6,4

15,9

15,6

-7,5

10,6

19,7

-4,2

-4,5

10,5

-4,6

27,8

-9,0

6,6

6.137

2.881

77

302

608

1.473

462

177

40

67

23

6

29

24

42

25

12

4

5

12.396

30,0

3,7

29,8

-6,4

-13,2

26,7

20,6

10,1

5,4

10,3

5,6

10,6

18,6

1,5

-1,3

18,1

15,8

46,8

10,3

17,5

12.600

6.454

2.981

2.922

2.551

2.358

1.595

469

295

233

204

188

143

137

134

98

58

47

34

33.500

23,1

-1,5

19,3

-13,8

4,9

23,8

11,5

7,8

14,3

14,0

-6,2

10,6

19,5

-3,3

-3,5

12,3

-1,0

29,3

-6,4

10,4

PAÍS NÃO VIDA % ∆ VIDA % ∆ TOTAL % ∆

VOLUME DE PRÊMIOS JANEIRO-JUNHO 2008

Figura 6. Iberoamérica. Volume de prêmios 1º semestre 2008 por país.* Estimados. Fonte: elaboração própria a partir da informação publicada pelo órgão supervisor de seguros de cada país.

Brasil

México

Porto Rico

Venezuela

Argentina *

Chile

Colômbia

Peru

Equador

Panamá

República Dominicana

Costa Rica

El Salvador

Guatemala

Uruguai

Honduras

Bolívia

Paraguai *

Nicarágua

Total geral

PELO SEGUNDO ANO CONSECUTIVO, O SEGURO DE VIDA OBTEVE NA

IBEROAMÉRICA UM CRESCIMENTO MAIOR QUE O CONJUNTO DOS

RAMOS NÃO VIDA, COM AUMENTO DE QUASE UM PONTO EM SUA FATIA DE MERCADO COM RELAÇÃO AO TOTAL

DO SETOR, ATÉ 36,5%

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Seguros

Gerência de Riscos

Segurança

Meio ambiente

Centro deDocumentação

O Centro de Documentação da FUNDACIÓN MAPFRE, especializado em seguros, gerência de riscos, segurança e meio ambiente, tem como objetivo primordial a gestão da informação e portanto, o tratamento técnico e difusão da mesma à sociedade.

Atualmente o Centro de Documentação projeta a excelência na qualidade de seus serviços pela potenciação das novas tecnologias da informação e comunicação de acordo com os objetivos da FUNDACIÓN MAPFRE.

Todo o acervo de documentos, aproximadamente 100.000 referências bibliográfi cas, está disponível e acessível aos profi ssionais do setor do seguro e da segurança, estudantes, pesquisadores e em geral, a qualquer pessoa interessada nestes temas, também através do site ou nas instalações do Centro.

www.fundacionmapfre.com/documentacion

Monte del Pilar, s/n28023 El Plantío, Madrid

Tel.: 34 91 581 23 38Fax 34 91 307 66 41

[email protected]

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livros

G e r ê n c i a d e R i s c o s e S e g u r o s • n º 1 0 3 - 2 0 0 9

melhores autores especialistas nesse tipo de questões.

Os autores discutem a complexidade da adequação dos preços presentes e futuros, bem como o modelo novos mercados de futuros.

O livro também examina o uso de opções e outras formas de contrato de derivados com fins de cobertura seguradora, bem como a gestão da oferta nos mercados de matérias-primas e produtos básicos.

Avalia, ainda, as implicações para a política climática e a pesquisa sobre a mudança climática e analisa os diferentes mercados de derivados de abastecimento e produtos utilizados para a gerência do risco de frete e do transporte de mercadorias perigosas em um âmbito global.

Diccionario MAPFRE de Seguros

Risk Management in Commodity Markets: From Shipping to Agricuturals and EnergyHELYETTE GEMAN(EDITOR)WILEY FINANCE SERIES,November 2008320 páginasISBN: 978-0-470-69425-1

O s mercados de matérias-primas e produtos básicos

são atualmente os de maior e mais rápido crescimento em todo o mundo.

Historicamente pouco estudados e em geral não suficientemente avaliados na literatura financeira, os temas relacionados com os mercados de matérias-primas e produtos básicos recebem atualmente a atenção que merecem.

Este livro se centra na gerência dos riscos relacionados com diferentes tipos de matérias-primas e produtos básicos: a energia, o clima, a agricultura, os metais e o transporte marítimo, e para isso reúne alguns dos

JULIO CASTELO MATRÁN,ANTONIO GUARDIOLALOZANO; EDICIÓN AMPLIADAPOR MARÍA LUISA CASTELOMARÍN E TUTELADA PORJULIO TORRALBA MARTÍNEZMadri, FUNDACIÓN MAPFRE, 2008596 páginasISBN: 978-84-9844-106-2

A FUNDACIÓN MAPFRE publica a 4º edição do

Diccionario MAPFRE de Seguros, de Julio Castelo Matrán e Antonio Guardiola Lozano, edição ampliada por María Luisa Castelo Marín e organizada por Julio Torralba Martínez.

Baseada na edição anterior, trata-se de uma versão atualizada e ampliada que inclui mais de 5.000 termos definidos do campo semântico dos seguros e da Gerência de Riscos e de algumas disciplinas afins, como economia, direito, finanças, etc. Nessa ocasião, e como novidade, entre o termo e sua definição foi incluída a tradução em inglês.

Este novo diccionario MAPFRE de Seguros pretende ser dinâmico e estar em permanente atualização. Para isso, tem sua versão correspondente na internet concebida como um espaço de colaboração e retroalimentação, com o qual os usuários e pesquisadores podem contribuir com termos, ou fazer qualquer tipo de sugestão. Sendo de acesso totalmente livre e

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Los seguros y la prensa 1862-2008GABRIEL BUSTAMANTESÁNCHEZLima, Ediciones del autor, 2008115 páginasISBN: 978-9972-33-905-9

A obra recompila e reproduz as notícias sobre seguros

surgidas na imprensa no Peru desde 1862 até o ano de 2008, reunindo também os comentários sobre essa publicação de diversas personalidades do mundo segurador, bem como de jornalistas e políticos.

A partir das fontes jornalísticas seria relativamente

gratuito, esperamos contar com contribuições de toda a comunidade seguradora.

A versão pode ser acessada na internet, em www.diccionariomapfredeseguros.com

Innovation in country riskmanagementOECD, SWISS RE, OLIVERWYMAN.Paris, OECD, cop. 200947 páginasDocumento eletrônico em:http://www.oecd.org/dataoecd/33/18/42226946.pdf

simples ter uma visão da situação e da repercussão social do seguro no Peru entre 1862 e 2007. Nas palavras do autor, “se não conhecemos nosso passado, dificilmente poderemos projetar nosso futuro”.

O livro inclui um CD multimídia no qual se podem ver os artigos da imprensa em cores e em alta resolução.

Oalcance deste relatório se refere à gestão do risco

de eventos em grande escala, como catástrofes naturais, atos terroristas e epidemia de

doenças que causam graves consequências à população de um país e a seus recursos.

Em particular, o relatório se centra nas melhoras organizacionais e desafios para o pré-evento: fases da gestão do risco, identificação de riscos, a avaliação e as atividades de mitigação (incluídas as medidas de prevenção e proteção). Os políticos se deparam com o desafio não só de determinar como se pode reduzir o dano da maneira mais eficaz por meio de medidas proativas antes que ocorra um desastre, mas também como as cargas de custos podem ser mais bem satisfeitas e distribuídas de forma equitativa. Sabendo que é impossível prevenir e proteger-se contra todos os riscos, o relatório analisa novos planejamentos e aproximações ao risco e à gestão financeira de catástrofes em grande escala.

Os países onde o estudo foi baseado são: Canadá, Estados Unidos, Holanda, Japão, Reino Unido e Cingapura.

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livros

G e r ê n c i a d e R i s c o s e S e g u r o s • n º 1 0 3 - 2 0 0 9

PILAR DÍAZ DE DIEGOMadri, FUNDACIÓN MAPFRE,2009Cuaderno 13094 páginasISBN: 978-84-9844-138-3Documento eletrônico em:http://www.mapfre.com/fundacion/es/publicaciones/cienciasseguros/libros-cuadernos/pilar-diazde-diego-mediacion-en-segurosprivados.Shtml

A obra trata de um tema de interesse para quem deseja

conhecer em profundidade o regime jurídico que afeta os mediadores de seguros e resseguros privados e, concretamente, o processo de elaboração da Lei 26/2006, de 17 de julho, de Mediação dos Seguros e Resseguros Privados, emoldurando a atividade do mediador no contexto da legislação específica dos seguros privados no ordenamento espanhol.

Isso requer conhecer previamente a legislação revogada de 1992 e a Diretiva 2002/92/CE, sem as quais não se pode entender a normativa vigente. O trabalho aborda com grande acerto a análise da Lei de 2006 a partir de quatro perspectivas: exigências derivadas diretamente da transposição da normativa comunitária; exigências que obedecem à necessidade de atualizar a Lei de 1992; aspectos mais controvertidos da Lei, como a figura do agente vinculado, a formação dos mediadores, a supressão do diploma e o sistema de retribuição; e, finalmente, reúne uma revisão crítica dos

questões sobre “O interesse segurável”; os trabalhos correspondentes ao tema IV se referiram à “Análise das ações relacionadas com os seguros de responsabilidade civil.

Os seguros de P&I e a RC por contaminação marinha”. O tema V foi dedicado a examinar “O seguro de grandes riscos”; por último, o tema VI se voltou para a análise das diversas formas de que podem se revestir “A defesa do segurado: justiça ordinária, arbitragem, mediação e defensor do segurado”.

La mediación en segurosprivados: análisis de uncomplejo proceso de cambio

Instituto de Ciencia del Seguro

Temas relevantes del Derechode Seguros contemporáneoPONENCIAS DEL X CONGRESOIBEROLATINOAMERICANO DE AIDA. EDIÇÃO A CARGO DE OSVALDO CONTRERASMadri, FUNDACIÓN MAPFRE,2008Cuaderno 129593 páginasISBN: 978-84-9844-136-9

O presente volume contém os trabalhos

expostos e desenvolvidos no X Congresso do Comitê Ibero-latino-americano de AIDA. O congresso foi estruturado em 6 temas principais: o tema I tratou sobre “A fiscalização da atividade seguradora”; o tema II versou sobre a “Exigibilidade da contribuição do resseguro”; o tema III se referiu a diferentes

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princípios essenciais da Lei de 1992 e seu tratamento na norma vigente.

La cobertura pública en elSeguro de Crédito a laExportación en España:cuestiones jurídico-públicasMARÍA AMPARO SALVADORARMENDARÍZMadri, FUNDACIÓN MAPFRE,2009Caderno 131 185 páginasISBN: 978-84-9844-136-6

O seguro de crédito à exportação constitui

uma modalidade do seguro de crédito que cobre o risco de falta de pagamento do exportador, tanto aquele que tem sua origem em causas comerciais como o decorrente de eventos ou decisões de caráter político no país de destino – que podem abranger,

por exemplo, de uma decisão de congelamento de pagamentos a uma revolta política –, bem como de causas de caráter catastrófico (de causa natural e também terrorista).

Tradicionalmente, os Estados, com o objetivo de favorecer suas exportações, apoiaram a contratação deste tipo de seguros de crédito, ocasionalmente cobrindo todos ou algum dos riscos citados mediante fundos públicos. No caso espanhol, desde 1971 essa atividade tem sido prestada pela CESCE, empresa de capital misto, embora majoritariamente pública.

Após a adesão da Espanha à União Europeia em 1986, foram necessárias modificações normativas para adaptar o Direito espanhol ao Direito comunitário. Nesse contexto ocorreu a adaptação do direito aplicável à atividade seguradora, incluídos alguns aspectos que afetaram precisamente o seguro de crédito à exportação. Concretamente, ocorreu a liberalização de uma atividade – a do seguro do crédito exportador– que até então havia sido prestada exclusivamente pela CESCE.

Com ela surgiu um incipiente mercado de seguros de crédito à exportação. Apesar disso o Estado continuou a oferecer, por meio de empresa pública, cobertura pública para alguns riscos – comerciais a longo prazo, políticos e extraordinários – , enquanto essa empresa pública ampliava sua oferta de serviços e

competia no mercado privado de seguros de crédito.

Essa situação é similar à vivida em outros países da Comunidade o que levou as instituições comunitárias a ditar normas de Direito derivado para esse setor concreto, de forma a garantir tanto as exigências derivadas das normas de concorrência como das previsões da política comercial comum.

O livro da professora Salvador Armendaríz, que leciona Direito Administrativo na Faculdade de Direito da Universidade de Navarra, aborda precisamente o impacto deste Direito comunitário sobre o sistema espanhol de cobertura pública de certos riscos no seguro de crédito à exportação.

Por outro lado, também são analisados os compromissos assumidos pela Espanha nos acordos da OMC que são suscetíveis de afetar alguns dos elementos do seguro de crédito à exportação.

Sem ir muito longe, a própria determinação do prêmio.

O complexo equilíbrio de interesses, públicos e privados, pode ser notado nesse particular âmbito do seguro, em que a autora se aprofunda na aplicação ao caso concreto dos princípios e critérios próprios da economia de mercado fixada pelo marco europeu e interno.

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NOTÍCIAS

AAssociação, que nasceu com a vocação de liderar

não só a representação dos ge-rentes de riscos espanhóis, mas também de manter um diálogo intenso e um debate profissio-nal dinâmico que permitam a seus associados dispor das téc-nicas mais avançadas para con-trolar os riscos periódicos em-presariais de forma eficiente, tem desenvolvido sua atividade fundamentalmente em encon-tros que facilitam o intercâm-bio de experiências e reuniões periódicas de trabalho, onde são explicadas as tendências que auxiliam nos prognósticos e na reflexão sobre aspectos de atualidade.

Depois de mais de 25 anos de atividade ininterrupta, a As-sociação conta com o apoio das principais empresas industriais e de serviços, bem como do mercado segurador espanhol, no seu sentido mais amplo.

XXV ANIVERSÁRIO DA AGERSA AGERS completa este ano seu 25º aniversário, cuja comemoração será divulgada em todos os atos organizados pela associação.

Nos dias 5 e 6 de maio, no hotel NH Eurobuilding de Madri, foi realiza-

do o XX Congresso Espanhol de Gerência de Riscos e Seguros, que

CONGRESSO DA AGERS 2009

abordou o tema “Soluções e con-tribuições de valor na Gerência de Riscos e seguros diante da crise”.

O evento contou com a presi-dência de honra de S.M., o Rei.

No dia 17 de março, Cristina Martínez García foi agracia-

da com o I Prêmio Internacional de Monografias de Investigação em Gerência de Riscos e Seguros Julio Sáez, no valor de 18 mil euros. A premiação foi concedida por um júri presidido por José Luis Mar-tínez Olivares e composto pelos

ENTREGA DO PRÊMIO JULIO SÁEZ DE PESQUISACristina Martínez García ganha a 1ª edição do Prêmio Internacional de Monografias de Investigação em Gerência de Riscos e Seguros Julio Sáez

No centro da fotografi a, a premiadaCristina Martínez e o fi nalista Enrique Orsolich com os membrosdo Juri da Premiação.

vogais Pilar González de Frutos, Filomeno Mira Candel, Miguel Ángel Macías, Eduardo Romero Villafranca, Ricardo Lozano Ara-gües, Pedro Tomey Gómez e Gon-zalo Iturmendi Morales, que atuou como secretário.

A decisão do júri se deu de-pois das deliberações em torno

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57G e r ê n c i a d e R i s c o s e S e g u r o s • n º 1 0 3 - 2 0 0 9

Para mais informações consultem o site www.agers.es AGERS. Príncipe de Vergara, 86, 1º esc, izq. 28006 Madri.

Telefone: 34 91 562 84 25. Fax: 34 91 561 54 05 E-mail: [email protected]

Miguel Ángel Macías, Presidente da AGERS, entrega o prêmio à vencedora Cristina Martín

Momento do ato, que reuniu mais de 150 executivos e profi ssionais.

Enrique Orsolich, fi nalista, recebe o prêmio das mãos de Sergio Álvarez, Subdiretor dePolítica Legislativa da Direção Geralde Seguros e Fundos de Pensão.

dos três trabalhos finalistas desta primeira edição do Prêmio Julio Sáez, assim denominado pela Associação Espanhola de Gerên-cia de Riscos e Seguros em me-mória daquele que foi presiden-te da Associação de 2003 a 2006, ano de seu falecimento.

A ganhadora do prêmio, Cristina Martínez (formada em Economia pela Universidad Autónoma de Madrid e em Ci-ências Atuariais e Financeiras pela Universidad Complutense de Madrid, e que atualmente é Head of Risk & Insurance da Iberia), assinou com o pseudô-nimo de “Marie Curie”, e apre-sentou o trabalho de pesquisa com o título “Gestão integral de riscos corporativos como fonte de vantagem competitiva: cultu-ra positiva do risco e reorgani-zação estrutural”. Este trabalho superou os dos outros finalistas e foi avaliado muito positiva-mente pelo seu rigor na pesquisa e metodologia na compilação de estudos e ferramentas de valiosa

contribuição, com marcado ca-ráter pedagógico, na área da Ge-rência de Riscos.

A FUNDACIÓN MAPFRE publicará o trabalho premia-do. Além disso, o júri propôs a publicação do trabalho finalista “Análise e interpretação da ges-tão do fundo de manobra em entidades seguradoras de incên-dio e lucro cessante em grandes riscos industriais”, de Enrique Orsolich Siguero.

A qualidade dos trabalhos e o sucesso desta primeira edição do Prêmio Julio Sáez confirma-

ram os objetivos apresentados na criação deste prêmio, aberto a autores nacionais e interna-cionais de qualquer área de ati-vidade que apresentassem mo-nografias de investigação, cujo conteúdo pudesse fazer parte da área da Gerência de Riscos ou que documentasse cientifica-mente uma experiência prática relevante nesta matéria. Com este prêmio, os patrocinadores AGERS e Centro de Seguros El Corte Inglés querem reco-nhecer e honrar a memória de Julio Sáez Castillo, exemplo de comportamento ético e de valor profissional, que proporcionou à sociedade uma visão moder-na da metodologia científica na Gerência de Riscos.

O ato solene de entrega do prêmio ocorreu no dia 26 de março de 2009.

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58 G e r ê n c i a d e R i s c o s e S e g u r o s • n º 1 0 3 - 2 0 0 9

JÁ MOVIMENTACONTRATOS FINANCEIROS“A realização da Copa no Brasil trará muitos negócios para a indústria de seguros”

DENISE BUENO

caderno nacional

G ripe suína, escândalo político e crise financeira. Todas essas manchetes na mídia não roubam a cena

dos bastidores do circo que já começa a ser montado com a realização da Copa Mundial no Brasil em 2014. A movimentação em bancos e seguradoras já pode ser vista desde maio, quando a FIFA anunciou as doze cidades que sediarão o mundial: Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

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59G e r ê n c i a d e R i s c o s e S e g u r o s • n º 1 0 3 - 2 0 0 9 59G eG eG e rr êr êe r ê n c i an cn cc i aa dd ed e dd e R i s ci s cc oo s ess es e S e g S e g uuu rr o su •• n º n º 11 0 3 - 2200 3 0 00 9

Não é à toa. Trata-se de um evento que movimentará bilhões. A indústria de seguros tem um papel primordial por ajudar a reduzir os diversos riscos que um evento desse porte traz, desde o risco financeiro dos investidores com a não realização do evento até uma intoxicação alimentar causada por ambulantes autorizados a vender nos estádios.

As estimativas da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) indicam que a Copa 2014 deve trazer 500 mil turistas para o Brasil, levar aos estádios 3,5 milhões de espectadores e alavancar R$ 5 bilhões em obras nas doze capitais. Dessas três previsões, a única que não bate é a do investimento.

As obras de infraestrutura necessárias para sustentar o crescimento do Brasil, um dos países emergentes mais bem avaliados pelos fundos de private equity para se apostar nos próximos anos, saltam aos olhos de qualquer investidor.

Segundo cálculos de alguns bancos interessados em disponibilizar financiamentos, as obras de infraestrutura para deixar o país pronto para o Mundial chegam a R$ 100 bilhões, considerando-se aquelas já incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Os estádios deverão consumir outros R$ 30 bilhões para tornar realidade os maravilhosos projetos enviados à FIFA para definição das cidades-sede, arrisca Carlos Eduardo Mellis, diretor de Financiamentos de Projetos de Infraestrutura do Itaú BBA. “A Eletropaulo já tem vários projetos de financiamentos, sendo alguns deles voltados para a Copa 2014”, cita.

Ainda não se sabe de onde virá tanto dinheiro para as obras, mas, pelos benefícios que um mundial desse porte traz, a aposta é que os recursos virão e grande parte das obras de infraestrutura contará com o apoio do BNDES e das construtoras. Para se ter uma ideia, o orçamento inicial dos Jogos Pan-Americanos de 2007, por exemplo, era de R$ 500 milhões. Estimativas não oficiais apontam que os investimentos finais ficaram na casa dos R$ 4 bilhões.

Felipe Jens, titular da Odebrecht Investimentos em Infraestrutura, diz que muitos

financiamentos deverão contar com a estrutura de project finance em sua concepção tradicional e também com os programas híbridos, com captações via debêntures ou através do mercado de capitais.

Mundiais como a Copa elevam, em média, um ponto percentual o Produto Interno Bruto (PIB) dos países. Dificilmente no Brasil se fará como nos Estados Unidos, onde apenas a iniciativa privada aportou recursos, por contar com toda a infraestrutura pronta. O que os investidores esperam que aconteça no Brasil é algo semelhante ao realizado na Alemanha, onde a iniciativa privada participou com 70% dos investimentos em estádios e o governo com os outros 30%.

O orçamento final para a Copa não tinha sido definido até julho, assim como a divulgação de um PAC especial para o Mundial, mas uma coisa já estava certa: as contas serão fiscalizadas pela ONG Contas Abertas, que já faz a fiscalização das obras do PAC. A ideia é que a ONG ajude a monitorar o investimento público na Copa do Mundo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que visitou o Estádio do Morumbi em junho, tem adotado discurso enfático para rechaçar uma participação financeira da União nas obras dos estádios.

Segundo a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), os investimentos na construção e melhoria dos estádios das 12 cidades que vão receber as diversas fases do Mundial deverão ser realizados pelos estados, municípios e pela iniciativa privada, e o governo federal será responsável pela mobilidade urbana das cidades que vão abrigar as delegações e os torcedores.

O governo de São Paulo estima gastos de R$ 33 bilhões com as obras de infraestrutura para atender às exigências da FIFA. Será preciso investir na reurbanização do entorno dos estádios, no controle de acesso dos torcedores, inclusive dos estacionamentos. Temos também o setor de serviços, como hotéis e restaurantes, em que a oferta terá de ser, em alguns casos, ampliada por dez vezes.

O setor de logística, como trens, metrôs, ônibus e táxis que garantam o acesso dos torcedores, é outro que demandará investimentos de peso.

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caderno nacionalseguradora que participou ativamente do programa de seguros dos Jogos Pan-Americanos no Brasil.

Apesar de ainda faltarem cinco anos para o Mundial, os contatos já começaram. Afinal, quem não cumprir o cronograma poderá ser substituído, afirma Ricardo Teixeira, presidente da CBF. A disputa para os contratos de financiamento das construções já teve início. Os bancos já começam a procurar prováveis clientes interessados em obras. “Estamos contatando possíveis clientes que tenham

Assim como equipamentos de última geração que suportem a transmissão dos jogos e o lucro dos meios de comunicação com toda a propaganda que será negociada. E cada detalhe dessa grande estrutura pode contar com uma apólice de seguro.

“A realização da Copa no Brasil trará muitos negócios para a indústria de seguros”, afirma Octavio Bromatti, diretor de Riscos Industriais da MAPFRE. “São tantos negócios que temos até dificuldades em precisar um volume em prêmios de seguros”,

CURITIBA (PR)A Arena da Baixada será reformada e, como outros estádios, contará com investimentos do principal clube da cidade, o Atlético. O projeto prevê capacidade final de 41 mil lugares e estacionamento com 1,5 mil vagas.

FORTALEZA (CE)O Estádio Governador Plácido Castelo, conhecido como Castelão, conta com um orçamento de R$ 300 milhões para a reforma que o deixará com 56 mil lugares e um estacionamento com capacidade para 7,2 mil carros.

MANAUS (AM)O Estádio Vivaldo Lima, vulgo Vivaldão, será reconstruído e conta com o apoio de investidores de peso, como Camargo Corrêa, Luso Arena e Andrade Gutierrez para um orçamento previsto em R$ 500 milhões. O projeto prevê 48 mil lugares e 12,5 mil vagas no estacionamento. A capacidade hoteleira está prevista para dobrar, chegando a 9 mil leitos.

BELO HORIZONTEEstádio Governador Magalhães Pinto (Mineirão), localizado em Belo Horizonte (MG), precisará passar por reformas para oferecer 69,5 mil lugares para os torcedores assistirem aos jogos e 10 mil vagas de estacionamento no local. A capacidade hoteleira da capital mineira hoje é de 19 mil leitos, e a previsão para 2014 é elevar esse número para 28,5 leitos.

BRASÍLIA (DF)O Estádio Nacional de Brasília será reformado e já conta com potenciais investidores, como a Via Engenharia, Andrade Gutierrez, Valora e Extratégia. Com orçamento previsto em R$ 520 milhões, o estádio passará a contar com 70 mil lugares e estacionamento com capacidade para 35 mil vagas.

CUIABÁ (MT)O Estádio José Fragelli, atual Verdão, será demolido e reconstruído. Para isso, precisa atrair investidores dispostos a bancar os R$ 400 milhões previstos no projeto para ter uma arena com 48 mil lugares e 3,6 mil vagas de estacionamento.

acrescenta o executivo, que já se antecipa para traçar a estratégia para conquistar parte dos clientes. Segundo ele, a MAPFRE vai atuar na proteção de todas as etapas. “Desde a apólice de garantia de cumprimento de contratos incluída nas operações estruturadas de financiamento até no seguro de riscos de engenharia, de risco operacional e de todo o conteúdo do empreendimento”, diz o executivo da MAPFRE,

interesse nas obras do Mundial”, diz Jean Pierre Dupui, diretor de Operações Estruturadas do Grupo Santander Brasil.

Os investimentos mais certos, por enquanto, são os dos estádios. A visita do presidente Lula ao Estádio do Morumbi teve um cunho político diante das discussões de que o local não tem condições de estar pronto para receber o Mundial. Por isso, o

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apetite dos investidores estaria mais próximo ao dos seguidores das dietas sem consumo de caloria.

Segundo declarações do governador de São Paulo, José Serra, o Estado de São Paulo projeta investimentos de R$ 300 milhões para a adaptação do Estádio do Morumbi. Como se trata de benefícios à população, parte dos investimentos virá do governo e R$ 130 milhões da iniciativa privada. A reforma do Mineirão, segundo o governo mineiro, está em torno de R$ 800 milhões. O Maracanã, no Rio de Janeiro,

A COPA DO MUNDO DE 2014 DEVERÁ GERAR 3,6 MILHÕES DE EMPREGOS NO BRASIL

RIO DE JANEIRO (RJ)O Estádio Mário Filho, conhecido como Maracanã, passará por reformas para se adequar ao Mundial. O Estado prevê aportar parte dos recursos em parceria com a iniciativa privada para elevar a capacidade da arena para 87 mil lugares.

SALVADOR (BA)O Estádio Octávio Mangabeira (Fonte Nova) será reformado e conta com potenciais investidores, como OAS, Odebrecht e Luso Arena. O orçamento inicial de R$ 400 milhões prevê uma arena com capacidade final de 55 mil lugares e 5,2 mil vagas de estacionamento. A capacidade hoteleira terá de ser elevada dos atuais 14 mil leitos para algo próximo de 18 mil.

SÃO PAULO (SP)O Estádio Cícero Pompeu de Toledo, localizado no Morumbi, precisa de reformas urgentes, e por isso elas já foram iniciadas. Entre os investidores mais citados pela imprensa para os R$ 130 milhões previstos pela iniciativa privada estão o São Paulo F.C. e a bandeira Visa de cartões. O projeto prevê 62,8 mil lugares e mais de 6 mil vagas de estacionamento.

NATAL (RN)Com um orçamento superior a R$ 300 milhões, a cidade de Natal pretende construir a Arena das Dunas no lugar do atual Estádio Machadão. O projeto prevê capacidade de 45 mil pessoas e estacionamento com 6 mil vagas.

PORTO ALEGRE (RS)O Beira-Rio será reformado com recursos provenientes do Clube Internacional. A proposta inicial é que ele ofereça 60 mil lugares e mais de 4,8 mil vagas de estacionamento. As obras, orçadas em R$ 120 milhões, estão previstas para ter início em agosto deste ano e ser concluídas até dezembro de 2012.

RECIFE (PE)O Estádio Maracatu será construído com investimentos iniciais previstos em R$ 500 milhões. O projeto prevê 46 mil lugares e 6,3 mil vagas de estacionamento.

empresas a níveis mais elevados do que os registrados antes das demissões verificadas com a crise mundial. Sem contar o aumento da renda da população, com a redução do desemprego e com a disposição dos bancos em ofertar crédito, os próximos cinco anos trarão uma oportunidade e tanto para o Brasil, especialmente para as seguradoras, resseguradoras e corretores.

precisa de R$ 400 milhões em obras de melhoria no estádio e em todo o seu entorno.

Até mesmo os seguros de Pessoas, como Vida, Previdência e Saúde, vão lucrar com a realização do Mundial. Segundo pesquisa realizada pela FGV Projetos a pedido da CBF, a Copa do Mundo de 2014 deverá gerar 3,6 milhões de empregos no Brasil. Um número que levará as vendas de seguros para

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caderno nacionalDENISE BUENO

do Comitê de EnergiaVIII Encontro

A MAPFRE Seguros foi uma das patrocinadoras do VIII Encontro do Comitê de Energia da Associação Brasileira de Gerenciamento de Risco (ABGR), realizado em Belo Horizonte,

Minas Gerais, nos dias 2, 3 e 4 de junho. Uma equipe de executivos da MAPFRE deu boas-vindas aos gestores de riscos dos 20 maiores grupos de energia do Brasil na noite do dia 3, data da chegada deles à capital mineira para a realização dos debates sobre práticas e soluções para tornar o investimento em programas de seguro mais acessível e moderno.

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Mais de 30 profissionais estiveram presentes no jantar na Pizzaria Olegário, uma das mais famosas da capital mineira, onde duas notícias daquela semana dominaram as conversas: a queda do Airbus da Air France em pleno voo, causando a morte de 228 pessoas, e o pedido de concordata da General Motors, cujas dívidas ultrapassam os bens da montadora em mais de US$ 90 bilhões.

“Este encontro não poderia ocorrer em momento mais oportuno, quando mitigar riscos se tornou um fato ainda mais evidente no dia a dia das empresas diante da crise mundial”, comentou Luiz Fernando Rolla, diretor de Finanças e de Relações com o Mercado da Cemig, maior rede de distribuição de energia elétrica da América Latina, com atuação em 774 municípios de Minas Gerais. Por ser uma empresa de capital aberto, com mais de 100 mil acionistas nas bolsas do Brasil, de Nova York e de Madri, a Cemig tem como prioridade o gerenciamento de risco para preservar o patrimônio de acionistas, fornecedores, consumidores e do meio ambiente.

O objetivo da MAPFRE ao patrocinar esse encontro foi propiciar aos gestores de risco de energia do Brasil, grupo com receitas anuais superiores a R$ 80 bilhões, a oportunidade da convivência pessoal e do debate ao vivo sobre as principais questões de seguros que envolvem o cotidiano desses profissionais. “Temos uma sala reservada ao comitê dentro do portal da ABGR. Estamos em constante contato virtual, e o encontro nos traz a chance de aprofundarmos nosso relacionamento e conhecimento pessoalmente”, diz Roberto Macrí, gerente de Riscos Patrimoniais e Seguros da Cemig e anfitrião do evento.

O tema responsabilidade civil foi escolhido como prioritário por 90%

Programa do VIII Encontro Anual Comitê do Setor Elétrico - Belo Horizonte 2009

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dos participantes da sala reservada do Comitê, local do encontro virtual dos gestores de empresas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, entre elas Votorantim Energia, CERON, Petrobras, AES Eletropaulo, Light, Eletronorte, Eletrosul, Chesf, Neoenergia, Cemig, FURNAS, AES Sul, Celesc, Copel, CPFL Energia, Grupo Rede, Itaipu Binacional, Energisa, Tractebel e CTEEP.

Serem responsabilizados por danos causados a terceiros não preocupa só os gestores de energia. Esse é o segundo maior risco temido pelos profissionais da América Latina, segundo recente estudo mundial divulgado pela Aon Corporation, baseado em uma pesquisa com mais de 500 executivos de empresas com faturamento anual acima de US$ 1 bilhão. Mundialmente, esse tema nem aparece no ranking geral, pois as companhias já mitigaram os riscos que podem acarretar perdas acima do previsto.

No Brasil, a responsabilidade civil começa a engatinhar, como explicou Walter Polido, um dos principais especialistas do País no assunto, durante palestra na abertura do evento da ABGR

“ESTE ENCONTRO NÃO PODERIA OCORRER EM MOMENTO MAIS OPORTUNO, ONDE MITIGAR RISCOS SE TORNOU UM FATO AINDA MAIS EVIDENTE NO DIA A DIA DAS EMPRESAS DIANTE DA CRISE MUNDIAL”

Luis Fernando Rolla, diretor de finanças e de relações com o mercado da CEMIG

patrocinado pela MAPFRE. “Com o desenvolvimento, o prestador de serviço vai ser chamado, cada vez mais, a responder pela sua responsabilidade. Isso é sinal de modernidade.” Segundo ele, existe na Constituição o princípio básico da dignidade da pessoa humana: “Dificilmente existirá lei ou situação que possa contrariar esse princípio, que vem sendo cada vez mais utilizado nas ações judiciais”.

A responsabilidade civil em energia começou a ganhar destaque com as privatizações nos anos 90. Era raro que empresas estatais comprassem seguro de responsabilidade civil, pois o acidente já estava calculado dentro da precificação tarifária. A partir da privatização, a primeira reação foi minimizar custos e também prejuízos. Diante dessa realidade, tornou-se uma questão de sobrevivência deixar claro qual a responsabilidade de cada empresa. “Quanto uma falha da geradora afetará a transmissão e a distribuição? Quem será responsabilizado? Isso tem de estar bem claro nos contratos, pois, para a Justiça, com base nas novas leis de direito do consumidor, o que realmente importa é: se houve prejuízo, quem vai pagar a conta”, reforça Polido.

O seguro de Responsabilidade Civil geralmente envolve o mercado externo de resseguro, usado para pulverizar riscos de grandes proporções. Isso torna o resseguro e o comportamento mundial desse segmento temas prioritários para os gestores de risco. O setor de energia mundial movimenta prêmios anuais de US$ 4 bilhões, segundo estudo da corretora Aon. Trata-se de um segmento que tem tido um comportamento de perdas estável nos últimos dois anos, e por isso atrai a atenção das seguradoras. A grande perda aconteceu em 2005, com

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a ocorrência de quatro furacões com intensidade elevada. Mas foi o Katrina que causou boa parte das perdas de US$ 20 bilhões registradas no Golfo do México, nas plataformas de petróleo. O efeito foi a saída de várias seguradoras do ramo, aumento do preço do seguro e, consequentemente, a redução de capacidade de capital para segurar os riscos.

Mas as empresas se recuperaram rapidamente, o que tornou o seguro mais competitivo nos anos seguintes. Até a crise mundial, desencadeada com as hipotecas de alto risco (conhecidas como subprime) nos Estados Unidos em junho de 2007 e que abateu as principais economias do mundo mais fortemente a partir de setembro de 2008. Com perdas financeiras, aumento no volume de indenizações e ocorrência de catástrofes, as companhias de seguros e de resseguros passaram a ofertar menos capacidade e fazer exigências mais severas para a aceitação do risco.

A boa notícia para o Brasil é que o País tem mais de R$ 100 bilhões de investimentos em energia, levando-se em conta apenas as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Além desse fator para chamar a atenção das resseguradoras, a abertura do resseguro, que completou um ano no último mês de abril, já atraiu mais de 40 grupos estrangeiros. Esse novo cenário traz benefícios, como maior competição entre as seguradoras e ampliação do leque de produtos. Mas também traz riscos para os segurados.

“Vocês não estavam acostumados

com riscos de um mercado aberto e agora terão de se preocupar principalmente com o risco de crédito. Há a possibilidade de a seguradora quebrar nesse sistema, caso a resseguradora não cumpra os termos do contrato. Temos de ser realistas”, frisou Polido.

Segundo o executivo, o setor de seguros passa por uma fase de transição e merece todo o cuidado dos gestores para a contratação do programa de seguros. “Tudo vai mudar. Em três anos teremos um mercado bem diferente, com menos seguradoras. Vocês nunca se preocuparam com quem o IRB estava fazendo o resseguro, pois acreditavam que o risco era soberano pelo fato de o Tesouro Nacional ser dono de 50% do ressegurador”.

Agora há o risco da solvência do ressegurador, que precisa ser levado em conta. Também é preciso ficar atento ao risco de pensar estar coberto. “O mercado internacional só dá a cobertura quando estiver preto no branco. O contrato assinado e carimbado. Há quase 400 anos funciona assim e não vai mudar. Por isso, fiquem atentos e comecem a trabalhar a renovação de seus contratos com antecedência para ter tudo assinado no dia do vencimento”, alerta Polido. Outro alerta do executivo, que trabalhou 33 anos no IRB e os últimos 11 na Munich Re, é em relação ao clausulado, que “muitas vezes parece ter sido traduzido pelo Google”, ironizou. Para ele, os gestores devem fazer essa exigência às seguradoras.

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Cada dia mais os profissionais e empresas são responsabilizados pela legislação a pagar a conta do prejuízo causado a terceiros.

Trata-se de uma realidade nova para o Brasil, que ainda conta com a morosidade da Justiça. Além das leis de proteção ao consumidor para estimular este segmento, pouco a pouco, vão se instalando as câmaras de arbitragem para resolver questões que envolvem danos a terceiros. À medida que a impunidade diminui, aumenta a demanda pelo seguro de Responsabilidade Civil (RC) para a indústria de seguro. E também as dúvidas sobre o que este seguro cobre e quais riscos são excluídos.

Nos Estados Unidos, por exemplo, este é um dos principais seguros e movimenta bilhões de dólares, tanto em venda como em pagamento de indenizações.

No Brasil, o segmento de responsabilidade movimenta prêmios anuais de R$ 600 milhões, mas tem crescido rapidamente. “O crescimento da economia do Brasil exige uma lei mais moderna. E a responsabilidade civil é uma das novas realidades do País”, diz Walter Polido, um dos maiores especialistas de responsabilidade civil do Brasil.

Este é um dos assuntos que mais preocupa os gestores de empresas de energia, um segmento que movimenta receitas anuais acima de R$ 80 bilhões. Polido falou a revista Gerencia de Riscos e Seguros sobre os tipos de apólices e coberturas necessários para as empresas de energia, onde há uma grande interrelação de responsabilidade entre as geradoras, fornecedoras e distribuidoras. Acompanhe os principais trechos da entrevista.

Walter PolidoResponsabilidade Civil

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O seguro de Responsabilidade Civil Profissional está realmente deslanchando no Brasil?

Os seguros de RCP têm se mostrado de grande interesse para várias categorias profissionais e em razão mesmo das mudanças que vem ocorrendo na sociedade brasileira. Não há dúvida de que representa uma ferramenta de grande valia para os profissionais que podem se ver envolvidos, de um momento para o outro, em questões judiciais que podem representar custos elevados: da defesa à obrigação de indenizar.

O que aconteceu para este seguro começar a ser valorizado pelas pessoas?

As sentenças judiciais. Quase sempre o consumidor ganha quando é sobre prejuízos. A Constituição garante o princípio básico da dignidade da pessoa humana. Dificilmente existirá lei ou situação que possa contrariar este princípio que vem sendo cada vez mais utilizado nas ações judiciais

Os gestores de risco de empresas de energia têm muitas dúvidas técnicas.

Realmente este setor tem muitas nuances e é importante que fique bem claro qual a responsabilidade de cada empresa. Quanto uma falha da geradora afetará a transmissão e distribuição? Quem será responsabilizado? A clareza de cláusulas de coberturas é vital para evitar problemas no futuro.

Nas apólices do seguro de responsabilidade civil consta ser obrigação do segurado "dar aviso imediato à seguradora, por carta registrada ou protocolada, da ocorrência de qualquer fato de que possa recorrer sobre responsabilidade civil, nos termos deste contrato". Quando o segurado cumpre essa

determinação, imediatamente a seguradora efetua reserva técnica?

A seguradora analisará cada um dos avisos apresentados e, segundo as características e evidências dos fatos narrados e também em razão da experiência que ela detém sobre o segmento, constituirá a reserva respectiva. É de ser ressaltado que nem todos os avisos notificados pelo segurado, de fato resultarão um sinistro reclamado por terceiro. O ramo RC apresenta este tipo de situação, sendo que os terceiros prejudicados ou os seus beneficiários têm a seu favor o prazo prescricional legal para apresentarem um pedido de indenização a partir da data efetiva do dano, que é de três anos.

Todos esses avisos irão caracterizar “sinistralidade” ainda que não venham se concretizar como sinistros?

A seguradora, de acordo com a experiência que ela detém em relação àquele determinado segurado, poderá considerar apenas os sinistros efetivamente indenizados. Assim ela poderá pontuar a sinistralidade de cada período anual de vigência do seguro. A fidelização do segurado em relação à sua seguradora é importante para que a seguradora tenha um histórico completo do risco, conhecendo efetivamente a tendência da sinistralidade do cliente.

Como funciona no exterior?No exterior, grande parte das apólices

RC são contratadas por tempo ilimitado e sempre com a mesma seguradora, sendo que o período de vigência anual tem apenas efeito contábil e serve também para o cálculo e cobrança do prêmio de cada período assim considerado.

Quais são as demandas do

mercado de seguros/resseguros para a contratação da apólice Modalidade

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RC Empresas Concessionárias ou não de Serviços de Produção e Distribuição de Eletricidade?

Praticamente todas as empresas do setor elétrico contratam o seguro indicado. Exceto algumas empresas ainda sobre o controle estatal, as privadas certamente contratam o respectivo seguro, e até mesmo pelo fato de que os seus administradores respondem perante os acionistas. O seguro de RC, especialmente neste setor de exposição a riscos aos consumidores e não-consumidores também é fator de garantia patrimonial para qualquer tipo de empresa. Uma empresa que adote princípios modernos de administração não pode prescindir também deste investimento de garantia patrimonial.

De que forma o Programa de Gerenciamento de Riscos e de Gerenciamento/Monitoramento Ambiental devem ser elaborados, objetivando atender a solicitação dos seguradores e resseguradores?

Quem melhor pode responder esta pergunta são as seguradoras e os corretores. Eles devem possuir questionários ou cheklists padronizados a respeito. Se não existir - cabe ao segurado procurar outra seguradora ou outro corretor.

Outra dúvida dos gestores de energia é sobre a posição do mercado para a cobertura de barragens.

O risco pela existência de represas ou barragens - embora excluído pela automaticidade de cobertura das condições do Seguro de RC Concessionárias ou não de empresas de serviços de produção e fornecimento de energia elétrica, não significa que a cobertura seja impossível de ser

contratada. É comum a utilização deste critério, ou seja, da exclusão genérica e análise isolada de cada risco para fins da concessão da cobertura - em qualquer parte do mundo. Também os resseguradores utilizam o mesmo procedimento em seus contratos: excluem da automaticidade e examinam cada caso isoladamente (special acceptance). Com certeza não haverá a aceitação desta cobertura se o segurado não apresentar segurança adequada ao risco em questão.

O que os gestores podem fazer para agilizar esta contratação?

Informações especiais devem ser preparadas pelos gerentes de riscos de cada empresa, de modo a serem fornecidas aos corretores e seguradores. Inspeções nos locais poderão ser requeridas pelas seguradoras. É muito importante que o segurado mantenha atualizadas as informações pertinentes a esta parcela de risco.

Com a abertura do mercado segurador e ressegurador, como está a oferta de garantia Erros & Omissões (E&O) no que tange a prestação serviços de manutenção e operação, por empresas especializadas em energia, como as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) de terceiros?

A boa performance técnica e profissional especializada, devidamente comprovadas é crucial para a avaliação e possível aceitação deste seguro, assim como prevalece para qualquer outra categoria profissional. Há que ser delimitado o que pode ser transferido de fato ao contrato de seguro e aquilo que é inerente à atividade empresarial de cada um, pois não existe negócio a risco zero. Cada detalhe da operação pertinente à referida prestação de serviço de manutenção e operação precisa ser cuidadosamente analisada

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pelo subscritor de RC. Há que existir, também, possibilidades outras, tais como a desistência de sub-rogação de direitos em relação ao operador contratado, dentro dos contratos de seguros de property, lucros cessantes, quebra de máquinas e outros. Uma apólice de E&O, por si só, pode não garantir integralmente o leque de riscos a que está sujeita a operação.

Quais os limites de importância segurada praticados para cobertura de It-Self numa apólice de RC – Instalação e Montagem em Locais de Terceiros -- habitualmente praticados pelos seguradores e resseguradores locais e internacionais?

Praticamente inexiste tal possibilidade através de uma apólice de RC, em qualquer mercado do mundo e não só no Brasil. Se o próprio ramo Riscos de Engenharia (RE), o qual é voltado para a concessão de coberturas relativas aos riscos da construção, montagem e manutenção de equipamentos exclui o chamado "itselt". Por que o ramo RC, voltado muito mais para a cobertura de danos alheios ao objeto em si da operação, deveria garanti-lo?

Por que, se é um risco demandado pelas empresas?

Não há sentido técnico para tal concessão, em princípio. O RC, cuja análise e underwriting não leva em conta os detalhes técnicos de engenharia que os subscritores daquela carteira observam para aceitar um risco de RE, certamente estaria em desvantagem se aceitasse incondicionalmente esta parcela de risco - a qual sofre sérias restrições pelos próprios engenheiros do RE.

Mas há alguma forma de comprar esta cobertura?

Aceitações parciais e voltadas para casos especiais não estão descartadas. Não só em RE, como também em RC.

Caberá ao segurado demonstrar a sua boa perfomance, além de demonstrar também que arcará com parte significativa dos eventuais prejuízos, dado o caráter especialíssimo da eventual concessão de cobertura. Ela não pode servir para qualquer tipo de dano e para qualquer valor e menos ainda para cobrir frequência, quando na verdade, se existir, deve se referir apenas à severidade de uma ocorrência.

Ela tem de estar sempre atrelada a cobertura do seguro de riscos de engenharia?

Em qualquer situação, uma apólice de RC não pode servir de paliativo ou de substitutivo para a exclusão feita pela carteira de Riscos de Engenharia, na qual todos os envolvidos na operação podem perfeitamente figurar na qualidade de cossegurados. É comum, muitas vezes, o proprietário do bem não desejar contratar o seguro de RE e ao mesmo tempo impor a contratação do mesmo seguro ao construtor/ prestador do serviço de montagem. Nesta hipótese, não cabe ao RC realizar qualquer tipo de concessão. Há que existir, sempre, correlação de coberturas - inclusive as restrições utilizadas pelo ramo mais específico - RE.

Bem, é um tema muito complexo e técnico. O que recomenda aos gestores?

O seguro de responsabilidade civil geralmente envolve o mercado externo de resseguro, usado para pulverizar riscos de grandes proporções. O mercado de resseguros no Brasil está aberto há apenas um ano e, portanto, em uma fase de transição. É preciso estar muito atento ao resseguro e as cláusulas, que muitas vezes parecem ter sido traduzidas do Google. Os gestores de risco devem exigir isso das seguradoras e acompanhar quem são os resseguradores do contrato.

“O CRESCIMENTO DA ECONOMIA DO BRASIL EXIGE UMA LEI MAIS MODERNA. E A RESPONSABILIDADE CIVIL É UMA DAS NOVAS REALIDADES DO PAÍS”

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A seguradora diferente.

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