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XXIX Encontro Inter Regional de
Neurocirurgia
Gliomas de baixo grau em áreas eloqüentes
Dr. Luiz Cláudio Modesto Pereira
XXIX Encontro Inter Regional de
Neurocirurgia
Gliomas de baixo grau em áreas eloqüentes
Dr. Luiz Cláudio Modesto Pereira
Tumores cerebrais primários
• Epidemiologia:
• 6ª a 8ª posição entre neoplasias no adulto
• Segunda malignidade na infância (Gilles FH, 1995)
• Responsáveis por 7% dos anos de vida perdidos por câncer até os 70 anos (Giles GG, 2001)
• Incidência varia de 1 a 21 casos para 100.000 pessoas ano (Parkin DM, 1997; Ogungbo BI, 2002) ,
• os mais comuns sendo Gliomas e linfomas.
Estimativa de custos de U$ 30.000 a U$ 11.500 para gliomas malignos de melhor e pior prognóstico.
(Latif AZ, 1998)
http://anatpat.unicamp.br/ fib
Epidemiologia:
Gliomas de baixo grau
Tumores cerebrais primários
http://anatpat.unicamp.br/ pil
• Tipo histológico – classificação WHO:
• Tipo histológico mais comum: Glioma
o Glioma grau I :
Focais,
Não infiltrativos
Passiveis de cura
Tumores cerebrais primários • Tipo histológico – classificação WHO:
o Glioma grau II :
Infiltrativos,
Sobrevida média entre 4.1 e 9.2 anos, no melhor tratamento (jhohannensen TB, 2003)
http://anatpat.unicamp.br/ fib
Patogenia
Tumores cerebrais primários
• Gliomas “Low Grade” - de baixo grau – grau II:
• Somente 10% dos gliomas benignos são considerados inativos. (Takeuchi K, 1983)
• Somente 20% a 40% dos gliomas benignos tem sobrevida maior que 10 anos (Bernstein M, 2001)
• Gliomas benignos transformam em gliomas malignos em 50% das vezes, em média após 8.4 anos (McCormack BM,1992)
http://anatpat.unicamp.br/ ctx
Conceitos 1) Tipo histológico e prognóstico
2001
Conceitos 2) Citoredução segura e prognóstico
2001
2001
Conceitos 3) Progressão do grau histológico
2001 2001 2004
Conceitos 4) Diferentes objetivos cirúrgicos para diferentes tipos histológicos
2001
2004
Gliomas de baixo grau
• Fatores com influência prognóstica:
o Idade
o Estado clínico e performance neurológica
o Tempo de sintomatologia
o Localização e volume tumoral
o Grau de ressecção cirúrgica
o Tipo histológico
Área eloqüente
Acta Neurochir (Wien) (1997) 139:2-7
Comportamento dos Gliomas de baixo grau:
Comportamento dos Gliomas de baixo grau:
Radiology 2006;238:658-667
Dynamic susceptibility-weighted contrast-enhanced perfusion MR
Comportamento dos Gliomas de baixo grau:
KI 67
CD 34 Proliferação celular
Infiltração cortical
Angiogenese
Infiltração perivascular
http://anatpat.unicamp.br/
Estado de metilação
Arq. Neuro-Psiquiatr. vol.59 Dec. 2001
Laboratory Investigation (2005) 85, 165–175
Histologia e imuno
Comportamento dos Gliomas de baixo grau:
Cirurgia em Gliomas
Premissas cirúrgicas são a citoredução, diagnóstico e alivio de sintomas (Laws ER, 2003)
Em gliomas benignos a taxa de progressão a malignização reduz significativamente se volume residual pós-operatório menor que 10 cm3 (Berger MS,1994)
A ressecção extensa de tumores malignos favorece um melhor prognóstico (Nazzaro JM,1990)
Para gliomas malignos a ressecção acima de 80% do volume tumoral tem impacto prognóstico, sendo no entanto similar, na faixa de 95% a 100% (Sawaya R,2003)
Estudos randomizados :
Eyre 1993 ccnu + Rdt
Karim 2002 Rdt
Pignatti 2002 Fatores prog
Shaw 2002 RDT LOW X high
Grau de ressecção & volume residual
Volume de elipsóide = 4/3 ∏ abc
(a, b, c = semi-eixos do elipsóide)
Volume de uma massa = área de cada corte x H (altura)
Cirurgia em áreas eloqüentes
Casuísticas diversas apontaram riscos excessivos para cirurgias convencionais em áreas eloqüentes.(Pare MC,1991-Tobler WD,1994).
Cirurgias guiadas por mapeamentos pré-operatórios e intra-operatórios, se sob anestesia geral, apresentam risco de seqüela permanente acima de 10%.(Vinas FC ,1997; Brell M, 2003)
Autores reportaram bons resultados de cirurgias com monitorização e craniotomia acordado na ressecção de tumores cerebrais em áreas cerebrais eloqüentes.(Danks RA,2000; Duffau,H 2008; Bello L, 2007)
Aonde estão as áreas eloqüentes?
Anatomia dos sulcos e feixes fibras
Pontos referenciais
Cranianos
Internos
Mapas de áreas funcionais
Algumas das áreas eloqüentes
Anatômica
simples
Córtex motor Córtex insular Áreas de Wernicke e Broca
Amigdala
Hipocampo
Tálamo e G base
Funcional
simples
Motricidade Experiência
emocional
Sensações
Percepção
Expressão da fala
Memórias Curto prazo
Longo prazo
Integração de vias Controle extrapiram
Anatômica
especial
CTX sensitivo
CTX Pre-motor/Motor supl.
Sistema límbico
G cing
Fornix...
CTX frontal CTX orbito-frontal
Giros Temporais
Fascículos:
FLS
FU
FLI
Funcional
relacionada
Gnosia
Motricidade fina
Praxia
Humor Personalidade
Comportamento
Funções executivas
Cognição
Linguagem
Reconhecimento de faces figuras complexas
Integração de funções corticais
Classificação das áreas eloqüentes:
Sawaya:
Riscos para localizações eloqüentes
Idade: <40 x >60 KPS: 100 x 50 Grau: non-eloquent x eloquent
Sawaya: Neurosurgery, Volume
42(5).May 1998.1044-1055
Risco pós radiocirurgia em áreas eloqüentes
Tumor Location and Radiosurgery Complications
Neurosurg Q Volume 17, Number 2, June 2007
Riscos para localizações eloqüentes
Revisão de literatura
o Divisão em 7 localizações funcionais:
o Frontal anterior esquerdo
o Pre-motora e motora
o Frontal - parietal
o Opérculo frontal esquerdo
o Parietal esquerdo
o Temporal – Occiptal
o Insula
Sistema de coordenadas de Talairach –padronização de localizações
Areas funcionais
Métodos de localização de áreas funcionais - Pré-operatórios Procedimentos pouco invasivos
Métodos de localização motora
Estimulação elétrica transcraniana
Estimulação magnética transcraniana - EMT
Localização pré-operatória por EMT e imagem
FMRI PET
Localização pré-operatória por Ressonância Magnética Funcional (fMRI)
lesão em área motora suplementar
Padrão sulcal Área de ativação
Berger, 2007
Localização pré-operatória por Reconstrução DTI em 3 D (Tractografia)
Three-dimensional
reconstructed DTI depiction of
the descending motor
pathways posteriorly located to
the lesion.
From: Berger: Neurosurgery,
Volume 61(1) Supplement.July
2007.SHC-279–SHC-305
Localização pré-operatória por
MEG MEG + RM (MSI)
Neurosurgery 61[Suppl 1]:375-389,2007
Somatório de informações:
Neuroimagem funcional pré-operatória
Potencias evocados somato sensitivos
Potenciais evocados motores
Estimulação cortical (+ e -)
Área motora
Áreas de linguagem
Áreas de memória
Localização – técnicas invasivas Mapeamento cortical intra-
operatório
Localização – técnicas invasivas implante de grades de eletrodos subdurais
2 tempos
Neurosurgery 58[ONS Suppl 1]:36–43, 2006
Mapeamento por grid subdural X Craniotomia acordado
Neurosurgery 58[ONS Suppl 1]:36–43, 2006
Craniotomia Acordado: Estudos de segurança
Archer D.P.(1988) relata série com 347 cirurgias de epilepsia com pacientes acordados – relatando baixos índices de complicações
Bernstein M. (1999) relata série consecutiva de 200 casos de cirurgia para tumores intra-axiais com paciente acordado, relatando segurança e vantagens do método (avaliação de custos e benefícios)
Serletis D. 2007 relata serie consecutiva de 610 craniotomias acordado para tumores intra-axiais, relatando baixos índices de complicações e vantagens econômicas
Craniotomia acordado Possíveis Vantagens
Citoredução maximizada de gliomas e demais tumores primários
Maior segurança intra-operatória
Manutenção de funções neurológicas nobres
Manutenção da qualidade de vida
Menor taxa de complicações
Maior sobrevida??
Método
1- PRIMEIRA FASE : Posicionamento e
“fixação cefálica”
“Tenda” de isolamento
Analgesia venosa progressiva
Analgesia local generosa Pontos de Inervação
HEMICRANIA
Ferida e músculo temporal
Método
2- Segunda fase : Acesso
Craniotomia – Aprofunda-se a analgesia venosa, tranqüilização do paciente
Infiltração anestésica dural antes da abertura dural
Ajuste de droga venosa para adequar consciência
Mapeamento neurofisiológico
PESS – avaliação de reversão de fase
Estimulação cortical bipolar
Mapeamento cortical intra-operatório
O mapeamento cerebral é o “padrão ouro” na definição de vias e funções corticais e subcorticais
Resultado final do mapeamento: áreas eloqüentes e acesso ideal
Região acometida pelo tumor
Área motora
Áreas de fala
Áreas de memória
“Áreas irritativa e epileptogênica”
VIA DE ACESSO
Método
3- terceira fase : Ressecção cirúrgica
convencional monitorada: Monitorização clínica
Fala Motora Memória Cognição
Monitorização eletrofisiológica PESS scalp PESS cortical
Ressecção monitorada
A) Testes neuropsicológicos • Fala • Memória • Motor • Cognição
B) Monitorização por PESS e estimulação • Escalpe • Intradural – cortical • Subcortical C) Decisão de limites de ressecção
Craniotomia acordado em lesão frontal
Craniotomia acordado em lesão opercular
Craniotomia acordado em lesão temporo-
occiptal
Seguimento pós operatório
Revisão de prontuário e banco de dados
Exame clínico
Filmagem
Protocolos de pesquisa
Exames neuroradiológicos
Resultados para craniotomia acordado em TCP, no DF
Procedimentos de Craniotomia
acordado, pelo neurocirurgião e equipe:
No DF: 92
No HBDF: 86
79 Tumores cerebrais primários
4 angiomas cavernosos
2 para cirurgia de dor crônica
1 para meningeoma
100,0%
100,0%
100,0%100,0%100,0%100,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
20,0%
80,0%
26,7%
93,3%
26,7%
26,7%
46,2%
53,8%
38,5%
69,2%
15,4%
38,5%
54,5%
45,5%
9,1%
18,2%
9,1%
50,0%
30,0%
70,0%
30,0%
30,0%
8,3%
91,7%
41,7%
25,0%
41,7%
68,8%
12,5%
87,5%
37,5%
31,3%
Epilepsia
Epilepsia dif controle
HIC Clinica
HIC Radiologica
Karnosfky 90 -100%
Karnosfky 80 -70%
insula
temporo occiptal
parietal
fronto-parietal
operculo frontal
premotor-motor
frontal esq
Quadro clínico - por localização
Percentual
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
50,0%
50,0%
26,7%
33,3%
53,3%
6,7%
26,7%
6,7%
38,5%
76,9%
69,2%
23,1%
84,6%
38,5%
27,3%
45,5%
90,9%
27,3%
45,5%
18,2%
30,0%
40,0%
40,0%
50,0%
50,0%
40,0%
25,0%
33,3%
16,7%
33,3%
8,3%
41,7%
43,8%
50,0%
43,8%
18,8%
25,0%
31,3%
cefaléia
bradipsíquico ou lento
déficit motor
dist. fala sensitivo
dist. fala motor
déficit mnéstico
insula
temporo occiptal
parietal
fronto-parietal
operculo frontal
premotor-motor
frontal esq
Quadro clínico - por localização
Percentual
Volume tumoral – por localização
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
Frontal Fontal
PM M
Fronto-
parietal
Operculo
frontal
Parietal Temporo-
occiptal
Insula TOTAL
Localização
cm
3
Tumor à direita
Tumor à esquerda
Todos casos
Diagnóstico histológico, por grupo
Histologia
A
Pré Ag.
2004
B
Pós Ag.
2004
I
Sem
antec
II
Craniot
prev
Todos
casos
Astrocitoma I e II 12 13 19 6 25
Oligo - baixo grau 3 6 4 5 9
Outro benigno 2 5 3 4 7
Astrocitoma III – novo
diagnóstico 4 2 4 2 6
Astrocitoma III - transformação 2 1 0 3 3
Glioblastoma - novo diagnóstico 7 12 14 5 19
Gliobastoma - transformação 0 5 1 4 5
Oligo - alto grau 2 1 3 0 3
Outro maligno 1 1 1 1 2
Tipo histológico, por localidade
2
9
5
7
2
5
11
0
6
8 4
8
7
5
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
frontal esq premotor-
motor
operculo
frontal
fronto-parietal parietal temporo
occiptal
insula
Localidade
No
ca
so
s
Alto Grau
Baixo Grau
Diagnóstico histológico,por localização
Grau de ressecção tumoral, por localização
Redução do volume tumoral
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
frontal esq premotor-
motor
operculo
frontal
fronto-
parietal
parietal temporo
occiptal
insula
Localizações
No
Ca
so
s < 80%
> 80%
> 90%
gross
Evolução pós operatória típica
Evolução neurológica clínica pós-operatória - funções motora e de fala - para todas localizações
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
90,0%
pre po1 po2 po3
época da avaliação
pe
rece
ntu
al d
e c
aso
s
Força normal
Fala normal (sensorial)
Fala normal (motor)
Paresia moderada/severa
Fala alterada mod/sev (sensorial)
Fala alterada mod/sev (motora)
Melhora neurologica pós op, por localidade funcional
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Melhora
motora
Melhora
motora
completa
Melhora fala
sensit
Melhora fala
sensit
completa
Melhora fala
motor
Melhora fala
motor
completa
Melhora
mnestica
Ca
so
s
Frontal
Fontal PM M
Fronto-parietal
Operculo frontal
Parietal
Temporo-occiptal
Insula
Resultados clínicos por localidade Melhora clínica
Piora neurologica pós op, por localidade funcional
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
Piora motora
leve
Piora motora
moderada
Piora fala
sensit leve
Piora fala
sensit
moderada
Piora fala
motor leve
Piora fala
motor
moderada
Piora
mnestica
Ca
so
s
Frontal
Fontal PM M
Fronto-parietal
Operculo frontal
Parietal
Temporo-occiptal
Insula
Resultados clínicos por localidade Piora clínica
0%
20%
40%
60%
80%
100%
frontal esq premotor-
motor
operculo
frontal
fronto-
parietal
parietal temporo
occiptal
insula
Localizações
No
Caso
s
ADSL 70
ADSL 80
ADSL 90
ADSL 100
Resultados clínicos por localidade Funcionalidade pós operatória
• Karnofsky
• ADSL (S&E)
0%
20%
40%
60%
80%
100%
frontal esq premotor-
motor
operculo
frontal
fronto-
parietal
parietal temporo
occiptal
insula
Localizações
No
Ca
so
s
Karnofsky 70
Karnofsky 80
Karnofsky 90
Karnofsky 100
0%
20%
40%
60%
80%
100%
frontal esq premotor-
motor
operculo
frontal
fronto-
parietal
parietal temporo
occiptal
insula
Localizações
No
Ca
so
s
ADSL 70
ADSL 80
ADSL 90
ADSL 100
Comparação pré-operatório
e pós-operatório
Complicações em 79 procedimentos de craniotomia acordado
Complicações intra-operatórias
2
17
7
5
1
Reversão a anestesia geral
Convulsões intra op
Fadiga ou agitação
AVE lacunar
AVE extenso
Complicações pós operatórias
2
2
2
8
4
7
Hematoma leito
Fistula liquórica
Infecção cutanea
Infecções outras
TVP e EP
Radiotoxicidade
Óbito: 1 caso - AVCI extenso
Curvas de sobrevida, por idade
Curvas de sobrevida, por estado clínico
Curvas de sobrevida, por tipo histológico
Complicações em craniotomia acordado – Isquemias e Insula
Características principais Isquemia operatória Sem isquemia
Número 6,0 10,0
idade 36,3 34,8
sexo M/F 0,5 1,5
cirurgias prévias 2,0 4,0
volume pré-op 83,4 95,8
extensão anterior alem do corno frontal 4 2
dimensão antero-posterior 6,8 6,4
invasão frontal 6 7
invasão temporal 3 8
sinais de compressão de hipotálamo 4 4
sinais de compressão do caudato 6 5
tempo de quadro clinico 7,3 6,4
HIC radiológica 4 7
Karnofsky médio 88,3 93,0
Resultados clínicos por localidade Satisfação com procedimento
100,0%
100,0%
92,3%
90,9%
100,0%
100,0%
62,5%
100,0%
93,3%
100,0%
90,9%
90,0%
91,7%
56,3%
frontal esq
premotor-motor
operculo frontal
fronto-parietal
parietal
temporo occiptal
insula
repetiriam
satisfeitos
Riscos por localização
Revisão de literatura
CONCLUSÕES :
CRANIOTOMIA COM PACIENTE PLENAMENTE ACORDADO
PARA RESSECÇÃO DE TUMORES SUPRATENTORIAIS
PRIMÁRIOS EM ÁREA ELOQÜENTE :
Bons resultados, em nossas condições
Bons índices de ressecção
Bons resultados clínicos
Aceitáveis riscos
Alto nível de satisfação e aceitação pelos pacientes
Necessita maior seguimento