Antecipações, Especulação e Regulação das Taxas de Câmbio
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Regulação das Taxas de Câmbio
Overshootingda taxa cambial
“Bolhas especulativas”
Regulação pelos Bancos Centrais
http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/
Overshooting cambial
e Ultrapassagem cambial
Overshooting cambialpode ser traduzido, literalmente, por “acima da linha de tiro”.A metáfora “acertar na mosca (do alvo)”seria os agentes econômicos
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os agentes econômicos retornarem, de maneira progressiva, à “linha de tiro”, ou seja, à taxa de câmbio de equilíbrio em longo prazo, apontada pelos fundamentos macroeconômicos.
Ajuste às novas informações� A taxa de câmbio é determinada:
1. em curto prazo, por diferenciais entre taxas de juros, e, 2. em longo prazo, pela paridade de poder de compra.
� A hipótese fundamental, baseada em evidência empírica, é que as cotações dos ativos(inclusive moedas), nos mercados financeiros, ajustam-se mais
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moedas), nos mercados financeiros, ajustam-se mais rapidamenteàs novas informações (news) do que os mercados de bens e serviços(ou o mercado de trabalho), que se ajustam progressivamente.
� Essa diferença de velocidade de ajustamentotorna a variação da taxa de câmbio, em curto prazo, superior àquela que seria necessária para adaptar a seu nível de equilíbrio de longo prazo.
Sobre-reação: “mais que uma reação” � A reação muito rápida, no mercado monetário,
à notícia de elevação da oferta de moedaprovoca, de imediato, 1. a baixa da taxa de juros, 2. asaída de capital para o exterior e 3. a depreciaçãoda moeda nacional.
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� Isto ocorre tanto em função da fuga de capitalquanto devido à inflação esperada.
� É como a taxa de câmbio se depreciasse mais do que se tivesse um único determinante: emcurto prazo, a taxa de câmbio “sobre-reage” com relação àquela de equilíbrio, para qual tende emlongo prazo.
Depreciação e apreciação1. A depreciação inicialé maior do que
a própria taxa de inflação provocaria.
2. Então, os preços dos produtos nacionais convertidos em moeda estrangeira(p) diminuem e os preços dos produtos estrangeiros
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os preços dos produtos estrangeiros em moeda nacional(p* ) aumentam.
3. Em conseqüência da melhoria na competitividade(aumento da taxa de câmbio real ∆∆∆∆ er = e . p* / p), no balanço comercial, elevam-se as exportações(∆∆∆∆X) e caem as importações(∇∇∇∇M ).
Depreciação e apreciação
4. Também através da conta capital do balanço de pagamentos há reversão, na conjuntura seguinte, devido a: queda da oferta real de moeda(∇∇∇∇ M s / p), provocandoaumento da taxa de juros(∆∆∆∆i), seguida de
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aumento da taxa de juros(∆∆∆∆i), seguida deatração de capital externo(∆∆∆∆K* ) e conseqüente queda da taxa de câmbio(∇∇∇∇e).
5. O movimento de apreciação progressiva da moeda nacionalseguiria até atingir o nível de equilíbrio em longo prazo.
Abordagem monetária da determinação do câmbio
�O overshootingcambial surge devido a: 1. a incapacidade de antecipação correta da taxa de câmbio em longo prazoe 2. a posição de curto prazoser insustentável.
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�A expansão monetáriaprovoca excesso de liquideze queda (inicial) na taxa de juros doméstica.
�A evasão de capitalleva a ajuste relativamente rápido do mercado de ativos, no caso, de divisas estrangeiras.
Abordagem monetária da determinação do câmbio
�A depreciação da moeda nacional(alta da taxa de câmbio) é maior do que o necessáriopara o equilíbrio em longo prazo.
�Há, depois, lenta apreciação da moeda nacional,
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�Há, depois, lenta apreciação da moeda nacional, devido à paridade não coberta das taxas de juros: ↓ ê = ∆ (i – i*) .
�O modelomostra que há desvioentre a taxa de câmbioe a paridade do poder de compra, no curto prazo, mas que ele é eliminado no longo prazo, com o novo fluxo comercial.
Continuidade da “bolha irracional”� Ao contrário do que sugere o modelo de overshooting
(retorno ao equilíbrio), a bolha irracional ocorre quando os agentes esperam movimento em certa direção–p.ex., a diferença positiva de juros (i > i* ) indica que os participantes do mercado esperam a apreciação da moeda local –, mas não estão certosquanto
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moeda local –, mas não estão certosquanto à magnitudedo evento e quandoele acontecerá.
� Assim, os agentes continuam surfando na “onda”, seguindo (e reforçando) a tendência(contrária à esperada) que se observa, correntemente, no mercado de ativos, embora saibam que a bolha irá estourar, pois não é sustentável em longo prazo.
Bolha Especulativa
� A “bolha especulativa” é o afastamentoentre o valor efetivo e o valor de equilíbrio
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o valor de equilíbrio da variável, provocado pelas antecipaçõesdos agentes participantes do mercado.
Profecias auto-realizadoras� A expectativa incertasobre o valor da moeda conduz a
comportamentos instáveis e de antecipação.
� Esses comportamentos especulativostêm papel determinante na formação da taxa de câmbio em curto prazo.
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em curto prazo.
� Não existem movimentos compensatóriosequivalentes(que resultariam em nenhum efeito líquido) entre: – Vendidos: os que esperam a depreciação
(alta da taxa de câmbio) e vendem a moeda, e – Comprados: aqueles com expectativa de apreciação
que compram a moeda.
Seguir o líder
� As profecias auto-realizadorasocorrem, de maneira reflexiva.
� Quando a maioria dos agentes espera a
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agentes espera a depreciação da moedae a vende no mercado cambial, a depreciação se produz, efetivamente.
A especulação movida pela auto-alimentação da alta, isto é, “compra-se porque está subindo; sobe porque está se comprando”.
Comportamento mimético de seguir tendência� A apreciação ou depreciação da moeda depende,
de acordo com a análise fundamentalista, realizada por macroeconomistas, dos fundamentos: taxas de juros, saldos das transações correntes, taxas de inflação.
� Mas, conforme a análise técnica ou “grafista”, a taxa de câmbioé resultante da reflexividade das antecipações.
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� A escolha de compra ou vendapor parte de cada participante do mercado de câmbio depende de:1. a sua opinião pessoalsobre a evolução dos fundamentose2. a idéia que ele faz da opinião dos outrosparticipantes do mercado.
� Como as decisões no mercado afetam os fundamentos que, supostamente, refletem, o comportamento mimético de seguir tendênciaé, ao mesmo tempo, defensivoe especulativo.
Bolha especulativa� É resultante de comportamento racional
face às informações disponíveis, no mercado de rumores.
� À medida que a bolha infla, aumenta-se a expectativa de reversão da tendência.
� Mas, para haver mudança de comportamento individual
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� Mas, para haver mudança de comportamento individual do especulador, ele tem de ter convencimento pessoal de que todos os outros esperam a reversão.
� Aí, então, basta um megaespeculadorcomeçar a inverter sua posiçãopara os outros o acompanharem.
� A bolha estourará, mas não se sabe quandoisso ocorrerá.
Regulação pelos Bancos Centrais
� Mesmo em regime cambial flexível, as autoridades monetárias supervisionam
� Em regime cambial fixo, os bancos centrais comprometem-se a intervir para manter suas
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supervisionamas instáveis taxas de câmbio e intervêmfrequentemente no mercado, para as estabilizar.
intervir para manter suas taxas de câmbio no interior de margens [bandas] definidas ou pela política cambialou pelos acordos internacionais.
Pressão para a depreciação da moeda nacional
� Há dificuldades em manter a taxa de câmbiono interior das margens de flutuação anunciadas (bandas).
� No caso de pressão para a depreciação da moeda nacional, o banco central deve dispor de reservas cambiaisde maneira a poder comprar sua própria moeda.
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cambiaisde maneira a poder comprar sua própria moeda.
� Nesse caso de ataque especulativo, o banco central pode tomar emprestado divisasde outros países, para completar reservas internacionaisinsuficientes.
� Mas o reembolso futuro das divisas estrangeirasleva à obrigação do ajuste cambial.
Desvalorização cambial� O banco central limita o movimento de depreciação
se ele for meramente conjuntural.
� Se os fundamentos determinantes da evolução da taxa de câmbioatuam, permanentemente, no sentido da depreciação, acaba tornando-se
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no sentido da depreciação, acaba tornando-se impossível defender a taxa de câmbio oficial.
� Os condutores da política cambialreconhecem, então, que ela tornou-se irrealista.
� O caminho usualé executar a desvalorização: elevar a taxa de câmbio oficial para nível defensável.
Pressão para apreciação da moeda nacional
� No caso de pressão para apreciação da moeda nacional, para manter o regime cambial administrado, ocorre a venda da própria moedacontra a compra da divisa estrangeiraem depreciação.
� Isto leva ao acúmulo de reservas cambiaise, em conseqüência, ao aumento da massa monetáriaem circulação,
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ao aumento da massa monetáriaem circulação, sem contrapartida em aumento da produção.
� Para evitar este desequilíbrio inflacionárioentre a demanda sob forma monetária e a oferta de bens, o governo executa a revalorização de sua moeda, anunciando menor taxa de câmbio oficial.
� Dependendo da reação do mercado, pela queda do cupomcambial no caso de “repatriamento do capital”, isto pode dispensar as futuras compras de divisas pelo banco central.
Ataque especulativo à paridade cambial
� Em médio ou longo prazo, a taxa de câmbio não permanece estável, qualquer que seja o regime cambial, se os fundamentos estão contrariados.
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� O ataque especulativo à paridade cambialsurge do abrupto aumento das decisões privadas de venda da moeda doméstica e dos ativos nela denominados, ou seja, da tentativa de manter-se “comprado” ou “credor” na divisa estrangeira.
Ataque especulativo à paridade cambial
� Hipótese de pura especulação:
1. Os países são vítimas de ataques especulativos, realizados por especuladores, que tentam à força a mudança
� Hipótese de estratégia de proteção ou administração de risco:
1. Trata-se da reação racional e preventivaà política fiscal e monetária inconsistente com a
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que tentam à força a mudança na paridade cambial, visando ganhos financeirosde curto prazo.
2. Eles tornam-se o determinante das paridades cambiaisà revelia do estado dos fundamentos do país atacado.
monetária inconsistente com a taxa de câmbio administrada.
2. A especulação é defensiva, face à debilidade dos fundamentos cambiais, e sob forma de hedgede dívida em dólares, para evitar perdas cambiais.
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