Ramon Almeida Recife, 04/11/2011
Audiência Pública sobre o artigo
218 da Resolução Normativa
ANEEL 414/2010
(transferência de ativos de iluminação pública
aos municípios)
Associação Brasileira de Empresas de Serviços
de Iluminação - ABRASI
ABRASI
Agenda
1987: Racionamento de Energia no Nordeste (15/mar)
1988: Constituição Federativa do Brasil (05/out)
1989: Portaria DNAEE 158 (17/out)
1990: Portaria DNAEE 005 (11/jan)
2002: Novo Código Civil (10/jan)
2010: Resolução Normativa ANEEL 414 (09/set)
2011: Audiência Pública 49 e 54/2011 (09/set e 13/out)
ABRASI
Decreto-Lei nº 3.763, de 25/10/41
Art. 8º: O estabelecimento de redes de distribuição e o comércio de energia
elétrica dependem exclusivamente de concessão ou autorização federal.
Parágrafo único: Os fornecimentos de energia elétrica para serviços de
iluminação pública, ou para quaisquer serviços públicos de caráter local
explorados pelas municipalidades, serão regulados por contratos de
fornecimentos entre estas e os concessionários ou contratantes,
observado o disposto nos respectivos contratos de concessão ou de
exploração, celebrados com o Governo Federal, para distribuição de
energia elétrica na zona em que se encontrar o município interessado.
Decreto-Lei nº 5.764, de 19/08/43
Art.1º, 1º: A União substituirá automaticamente nesses contratos, desde a
publicação desta lei, os Estados, o Distrito Federal, o Território do Acre e
os municípios, salvo quanto às obrigações e pagamentos decorrentes do
fornecimento de energia elétrica para iluminação e outros serviços
públicos ou de natureza local.
Desde a década de 40, até hoje, a competência é Municipal
Responsabilidade pela Iluminação Pública
ABRASI
Um Breve Histórico
1987: Racionamento de Energia no Nordeste (15/mar)
• Eficiência Energética => fazer mais com menos energia
1988: Constituição Federativa do Brasil (05/out)
• Art. 30º define a competência municipal para os serviços públicos de
interesse local => Iluminação Pública (IP)
Art.30º: COMPETE AOS MUNICÍPIOS:
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão
ou permissão, os serviços públicos de interesse local,
incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
Art.149-A: Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição,
na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de
iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.
Parágrafo único: É facultada a cobrança da contribuição a que
se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica.
ABRASI
Um Breve Histórico
1989: Portaria DNAEE 158 (17/out)
• Define IP padronizada e IP especial conforme níveis de iluminamento
em ruas e praças
• Regulamenta fornecimento de energia para IP => tarifas B4a, B4b e
B4c (que foi eliminada oportunamente)
• Fixa ponto de entrega na rede de distribuição quando a IP pertencer à
Prefeitura Municipal ou no bulbo da lâmpada quando as instalações
destinadas à IP pertencerem ao Concessionária
• Estabelece a responsabilidade pela manutenção (B4a com o Município
e B4b com a Concessionária)
Conclusão: o Ente Regulador nunca estabeleceu a propriedade e sim o
valor da tarifa e a responsabilidade pela manutenção !!!
Propriedade é uma coisa, Manutenção é outra.
Todos os regulamentos do DNAEE e ANEEL respeitam esta condição (Ex. Condições Gerais de
Fornecimento de Energia: Portarias 095/81, 222/87, 466/97, Resoluções 456/00 e 414/10)
ABRASI
Um Breve Histórico
1990: Portaria DNAEE 005 (11/jan)
• Fixa os encargos de responsabilidade da concessionária, nos
orçamentos para expansão do sistema elétrico
• Os orçamentos para expansão do sistema de IP não possuem
participação financeira da concessionária (apenas para as Redes de
Distribuição, inclusive aquelas destinadas à IP)
• Os orçamentos do sistema de IP são pagos integralmente pelo
Município, mesmo quando a obra é executada pela concessionária
• A Lei 10.438/2002 (universalização do serviço de energia) amplia o
conceito, mas exclui a IP que continua sendo paga pelo Município
Quem paga é o dono !!!
ABRASI
Um Breve Histórico
2002: Lei 10.406 - Novo Código Civil (10/jan)
• Propriedade deixa de ser um direito subjetivo do indivíduo para tornar-
se função social.
• O proprietário se obriga a empregar o bem (ativo) para o crescimento
da riqueza social e para a interdependência social
• No caso da IP cabe ao ente público municipal cumprir este papel
• Não faria sentido o ente público assumir o pagamento integral dos
orçamentos de IP e o ativo ser transferido para empresas privadas e
ainda sem haver, em cada caso, a competente autorização legislativa
ABRASI
Situação Atual
2010: Resolução Normativa 414 (09/set)
• Regula a transferência de ativos de IP aos municípios, honrando a
Legislação brasileira e a Constituição Federativa do Brasil
• Posição atual:
• 100% dos municípios detém a competência constitucional para
prestar serviços públicos de interesse local, dentre eles, a
iluminação pública
• 63% dos municípios brasileiros assumiram a manutenção do seu
parque luminoso
• Na região Nordeste este percentual está em 79%
• 100% dos Municípios de Alagoas, Bahia, Maranhão, Paraíba, Piauí,
Rio Grande do Norte e Sergipe já assumiram a manutenção da IP
• Para os casos de pontos luminosos instalados com recursos da
concessionária, esta deve demonstrar e comprovar a constituição
destes ativos (o ônus da prova é da concessionária)
ABRASI
Situação Atual
2011: Audiência Pública 54/2011 (13/out)
• Obter subsídios para os procedimentos de regularização, nos termos da
Resolução nº 414 / 2010, dos ativos de iluminação pública registrados
no Ativo Imobilizado em Serviço das concessionárias e permissionárias
de distribuição de energia.
• Modalidade: Intercâmbio de documentos
• Período : 13/10/2011 a 09/12/2011 (mesma data final da AP 49/2011)
• A íntegra está disponível no endereço eletrônico www.aneel.gov.br, na
área "A ANEEL" -> menu Audiências/Consultas/Fórum -> Audiências
Públicas -> Audiência Ano 2011
• O texto proposto para esta Resolução Normativa orienta a transferência
sem ônus ao Poder Público Municipal ou Distrital
• As concessionárias identificarão mais facilmente os ativos de IP para
correção contábil e transferência sem ônus aos municípios, honrando,
definitivamente, a Carta Magna e a Legislação brasileira
ABRASI
A Apropriação Contábil
O Manual de Controle Patrimonial do Setor Elétrico - MCPSE,
(ANEEL) orienta a apropriação contábil das concessionárias:
a) Ordens de Serviço (ODS): registro, acompanhamento e controle de
valores que será utilizada para apuração de custos referentes aos
serviços executados para terceiros. Ex.: obras de IP pagas pelos
Municípios => já são reconhecidos como de propriedade municipal
b)Obrigações Especiais (OEs): registro, acompanhamento e controle de
valores e bens vinculados à concessão do serviço publico de energia
elétrica => serão transferidos sem ônus aos municípios
c) Ordens de Imobilização (ODI): registro, acompanhamento e controle de
valores que será utilizada para apuração do custo do acervo em função
do serviço público de energia elétrica. Ao compor o Ativo Imobilizado em
Serviço (AIS), impacta as tarifas de consumo de energia, podendo gerar
(i) duplo ônus ao consumidor que paga a COSIP, (ii) assunção indevida
de patrimônio e (iii) vício de enriquecimento ilícito
As Resoluções ANEEL 234/2006 e 338/2008 definem a composição da base de cálculo para
revisão tarifária e os conceitos e metodologias aplicáveis na revisão,
conforme níveis de qualidade
ABRASI
Resolução ANEEL 338, de 25/11/08: Altera a Resolução Normativa nº 234,
de 31/10/2006, que estabelece os conceitos gerais, as metodologias
aplicáveis e os procedimentos iniciais para realização do segundo ciclo de
Revisão Tarifária Periódica das concessionárias de serviço público de
distribuição de energia elétrica.
• Sistema de Iluminação Pública
............
120. As instalações de iluminação pública não estão compreendidas no conceito de linhas e
redes dos conjuntos de unidades consumidoras. Assim, não se faz necessário levantar
em campo os quantitativos e características das instalações de iluminação pública.
121. Deve ser verificado como estão estruturadas e organizadas as instalações de iluminação
pública, identificando o que é de propriedade da concessionária. Os ativos identificados
como de propriedade da concessionária devem ser avaliados e considerados na base de
remuneração a partir das informações dos controles da concessionária.
............
127. As informações e os valores apurados para o sistema de iluminação pública devem estar
destacados / separados das informações e valores apresentados para as linhas e redes.
............
Critérios para Revisão Tarifária
ABRASI
A ampliação da rede de distribuição para o atendimento à expansão do
sistema de iluminação pública deve ser integralmente custeada pelo
município (como sempre foi), devendo a concessionária:
1) Para redes de uso exclusivo de IP:
• apropriar como ODS (prestação de serviços).
2) Para redes de uso não exclusivo de IP:
• apropriar como ODS (prestação de serviços) os equipamentos
destinado à IP (reator, lâmpada, relé etc).
• apropriar como Obrigações Especiais - Bens a Serviços da Concessão
a rede de uso comum, pois poderá atender outras classes de consumo.
A tarifa deve ser B4a
A Apropriação Contábil – regra geral
ABRASI
Propriedade: há
duas situações
Ativo IP pago pelo
Município
(maioria dos casos)
Ativo IP pago pela
Distribuidora
(minoria dos casos)
Resumo - a situação verificada
Ativo pertence ao
Município e deve ser
apropriado como
ODS ou OE’s
O ativo apropriado
como ODI será
transferido s/ ônus
(AP 54/2011)
Manual de Controle
Patrimonial do
Setor Elétrico -
MCPSE
Não Sim => corrigir
(AP 54/2011)
Impacto para o
consumidor final
(alteração tarifária)
B4a B4b (9,5% + cara) Tarifa de
fornecimento
Responsabilidade
pela Manutenção
Concessionária
Distribuidora
Município
(pode contratar)
Rede de distribuição Bulbo da lâmpada Ponto de entrega
ABRASI
2010
14/09/2010: Publicação da
Resolução Normativa 414/2010
14/03/2011: Elaboração de plano de repasse
dos ativos e das minutas dos aditivos aos
respectivos contratos de fornecimento de
energia elétrica em vigor.
2011 2012 2013
14/09/2011: Comprovação de encaminhamento pela
Distribuidora da proposta de relatório detalhando o AIS*, por
Município, e de relatório que demonstre e comprove a
constituição desses ativos como Obrigações Especiais.
14/12/2011: Relatório conclusivo do resultado
das negociações, por Município, e o seu
cronograma de implantação.
14/03/2012: Relatório de acompanhamento
da transferência de ativos objeto das
negociações, por Município.
14/09/2012: Comprovação da
segregação, com remessa à ANEEL de
cópia dos contratos firmados com o
poder público municipal e distrital.
* Ativo Imobilizado em Serviço
Cronograma de transferência dos ativos de IP
01/09/2012
01/12/2012
01/07/2013
01/07/2012, na minuta do novo artigo 218.
ABRASI
1) Manter a sequencia de etapas previstas no texto original do artigo 218
da Resolução Normativa 414/2010
• Justificativa: a programação para transferência dos ativos de IP para os
municípios, conforme orientado no texto original do artigo 218 da Resolução
Normativa 414/2010, apresenta ações pertinentes e escalonadas de forma a
facilitar a sequencia de medidas a serem realizadas
2) Postergar em até mais 180 dias (e não 285 dias) os prazos vincendos
inicialmente previstos no texto original do artigo 218 da Resolução
Normativa 414/2010, mantendo-os inalterados para os municípios que
declarar condições imediatas para assumir seu parque luminoso
• Justificativa: A Nota Técnica 021/2011-SRC/ANEEL, de 25/08/11, informa em
seu item 26, que a pequena participação na Consulta Pública 002/2009,
pode inferir divulgação insuficiente junto aos Municípios. Como não é
possível assegurar a universalidade desta inferência, pode haver Municípios
já preparados para assumir, desde já, os ativos de iluminação pública. Esta
prerrogativa deve estar a critério do Município
Contribuições
ABRASI
Art.68º: O contrato de fornecimento para iluminação pública deve ser
celebrado com os poderes públicos municipais ou distrital e conter,
além das cláusulas constantes do art. 63 (ponto de entrega, demanda,
tensão de fornecimento etc), quando pertinentes, e daquelas
essenciais a todos os contratos, outras relacionadas a: I – especificação da propriedade dos ativos das instalações;
II – forma e condições para prestação dos serviços de operação e manutenção;
III – procedimentos para alteração de carga e atualização do cadastro;
...............
VII – condições de faturamento das perdas referidas no art. 94;
VIII – condições e procedimentos para o uso de postes e da rede de distribuição; e
IX – condições para inclusão da cobrança de contribuição social para o custeio do
serviço de iluminação pública na fatura de energia elétrica, quando cabível, em
conformidade com o estabelecido por lei municipal.
1º: Quando pertinente, a distribuidora deve informar ao Poder Público Municipal ou
Distrital, sobre a necessidade de celebração de Acordo Operativo para disciplinar
as condições de acesso ao sistema elétrico de distribuição pelo responsável pela
realização de serviços de operação e manutenção das instalações de iluminação
pública, segundo as normas e padrões vigentes.
Contrato de Fornecimento e Acordo Operativo
Resolução Normativa 414 / 2010
ABRASI
3) Que seja sugerida pela ANEEL as cláusulas essenciais e outras
condições pertinentes para o Acordo Operativo
• Justificativa: A exemplo da sugestão de cláusulas essenciais e outras
condições pertinentes a serem observadas no Contrato de Fornecimento
de Energia para Iluminação Pública a ser celebrado entre as
concessionárias e os Poderes Públicos Municipais ou Distrital (artigos 63º
e 68º da Resolução Normativa 414/2010) é importante enumerar as
condições básicas recomendáveis para compor o Acordo Operativo a ser
firmado entre as mesmas partes no momento da transferência dos ativos
de iluminação pública, visando maior padronização, neutralidade e justeza
na elaboração destes Acordos.
Contribuições
ABRASI
ILUMINAÇÃO PÚBLICA
Seção X – da Iluminação Pública
Art. 24º: para fins de faturamento da energia elétrica destinada à iluminação
pública ou à iluminação de vias internas de condomínios, o tempo a ser
considerado para consumo diário deve ser de 11 (onze) horas e 52
(cinquenta e dois) minutos, ressalvado o caso de logradouros que
necessitem de iluminação permanente, em que o tempo é de 24 (vinte
e quatro) horas por dia do período de fornecimento.
1º: O tempo a ser considerado para consumo diário pode ser
diferente do estabelecido no caput, após estudo realizado pelo
consumidor e a distribuidora junto ao Observatório Nacional
(www.on.br), devidamente aprovado pela ANEEL.
Horas noturnas para Iluminação Pública
Resolução Normativa 414 / 2010
Belém
Recife Brasília
R. Janeiro
S. Paulo
P. Alegre
8:24
8:52
9:21
9:50
10:19
10:48
11:16
11:45
12:14
01-set 21-set 11-out 31-out 20-nov 10-dez 30-dez 19-jan 08-fev 28-fev 20-mar
Duração da Noite (horas estimadas, primavera-verão no hemisfério sul)
ABRASI
4) Alterar de 11h52 para 11h50 o tempo diário a ser utilizado para fins de
faturamento da energia elétrica destinada à iluminação pública,
(artigo 24º da Resolução Normativa 414/2010)
• Esta alteração preserva a quantidade de horas no horizonte mais
completo (4 anos, incluindo o ano bissexto) considerada na anterior
Resolução 456/2000 sobre Condições Gerais de Fornecimento de
Energia, quando o faturamento da IP considerava 360 horas mensais
5) Manter a possibilidade de diferenciar o tempo diário ( 1º do artigo 24º
da Resolução Normativa 414/2010), após estudo realizado junto ao
Observatório Nacional
• A extensão territorial do nosso país e as diferentes quantidade de horas
noturnas recomendam a preservação dessa regra.
Obs.: a) As entidades representativas municipais podem supervisionar os estudos a serem
encomendados ao Observatório Nacional (www.on.br)
b) Há estados que adotam o princípio de imunidade recíproca => isenção de ICMS sobre IP
Contribuições
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