Relatório de auto-avaliação da quarta e quinta sessão
O MODELO DE AUTO-AVALIAÇÃO DA BE:
METODOLOGIAS DE OPERACIONALIZAÇÃO
Dar início ao processo de auto-avaliação da BE, foi, provavelmente a tarefa que mais inquietações nos
suscitou desde o início desta acção de formação. Desde logo pelo facto de nos ter sido pedido que se esta
operacionalização se integrasse no contexto real da nossa BE e pelo que tal obriga de (auto)reflexão e
questionamento1 e depois pelo nos ter dado uma noção do caminho que ainda há a percorrer.
Questionamento é provavelmente aqui a palavra-chave – o processo de auto-avaliação coincide com
questões fulcrais relacionadas com a BE e com a própria escola/agrupamento. As questões que se nos colocam ao
planear a avaliação da BE - Porquê? O quê? Com quem? Quando? Como? – são idênticas às que devem reger a
própria estrutura educativa. Esta avaliação é tão importante para a biblioteca como para a escola, para a
comunidade educativa. Ou deve ser. Tal contexto todavia, na maioria das escolas, ainda não foi criado. A BE é
importante mas ainda não é entendida pelos agentes educativos como central na vida escolar.
Resta, portanto, a meu ver, dar início a este processo de forma inversa. Ou seja ir de encontro ao que se
solicita no PE, no PCA e, definir percursos paralelos que, mais à frente, poderão modelar e contribuir para a
transformação. É sempre possível equacionar esse apoio, definindo actividades ou projectos concretos que podemos
acompanhar e partilhar com coordenadores curriculares, coordenadores de projectos, directores de turma. Torna-se
aqui imperativo enunciar alguns aspectos que condicionam e dificultam a implementação deste modelo: desde logo
a falta de tempo para consecução do processo, dada a sobrecarga de trabalho que a aplicação do modelo acarreta e,
embora, o workshop formativo ou a apresentação em conselho pedagógico seja, a meu ver, muito proveitoso,
continua a ser difícil garantir o envolvimento de todos os intervenientes, quer na aplicação dos inquéritos aos alunos
e/ou coordenadores de departamento na resposta aos inquéritos solicitados quer na participação activa em
determinadas areas.
A elaboração do plano de avaliação, como documento, impõe, assim, uma reflexão sobre o forma como a
própria escola funciona e, ao fazer tomar consciência da importância da biblioteca, demonstra igualmente junto dos
professores, o contributo da BE para a aprendizagem e os resultados escolares, mostrando-lhes as suas
potencialidades e a forma como podem utilizá-la melhor nas suas actividades de planeamento das aulas e de ensino.
A auto-avaliação pode ajudar a encorajar uma melhor utilização da BE. A mais-valia deste documento é a de permitir
a melhoria contínua da acção e do impacto da biblioteca nas aprendizagens. A sua meta é, obviamente, a meta do
próprio sistema de ensino. Neste caso concreto, na elaboração do Plano de Avaliação da BE Elias Garcia partiu-se do
Plano de Acção definido para as BE do Agrupamento para o quadriénio de 2009-2013. As propostas enunciadas
resultam da análise e orientações dos documentos de referência do Agrupamento (Projecto Educativo, Projecto
Curricular, Plano Anual de Actividades e Regulamento Interno) e, claro, do modelo de auto-avaliação. Apresenta-se,
desta forma, uma forma de implementar o MAABE que propicie uma reflexão daquilo que se pretenda da BE, que
conduzirá inevitavelmente a uma BE que avalia as actividades realizadas, que consegue identificar os seus pontos
fortes e os seus pontos fracos para, assim, poder melhorar.
23/11/2010 Alexandra Lopes
1 Reflectir sobre as diferentes etapas do processo de auto-avaliação, desde a necessidade de enquadramento nas diversas estruturas educativas, elaboração do
diagnóstico para identificação do problema e definição dos objectos da avaliação, factores críticos, métodos e técnicas a utilizar, instrumentos identificados, e numa fase posterior planear igualmente a recolha e tratamento dos dados, análise e interpretação da informação obtida, síntese. (cf texto da sessão quatro).