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Apostila 1 Função Financeira nas Empresas Professor MSc ARNOLDO SCHMIDT NETO Joinville 2007

Apostila Funcao financeira nas organizações

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Apostila sobre as principais funções financeiras.

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Apostila 1

Função Financeira nas Empresas

Professor MSc

ARNOLDO SCHMIDT NETO

Joinville

2007

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Administração Financeira & Orçamentária 2/22

Professor Arnoldo Schmidt Neto FCJ 3º ano - Negócios

Currículo Resumido do Professor

• Dados Pessoais

o 43 anos; Casado, 1 filha; Natural de Blumenau/ SC; e-mail: [email protected];

o Site: http://professor_arnoldo.tripod.com.br

• Formação Acadêmica/ Titulação o Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais – PUC/ SP o Especialista em Informática – ISPG o Bacharel em Administração de Empresas – FURJ o Bacharel em Economia - FURJ o Auditor Interno de Qualidade – Vanzolini/ USP o Técnico em Contabilidade – Colégio Santo Antonio

• Atuação Profissional/ Acadêmica

o 23 anos de experiência em Administração Financeira o Consultor em Finanças e Negócios o Professor titular em AFO e Professor Orientador na FCJ – 2004. o Professor das disciplinas de Sistemas Contábeis, Análise de

Demonstrações Contábeis do Depto de Ciências Contábeis da UNIVILLE - 1997.

o Professor Orientador do Depto de Ciências Contábeis: UNIVILLE - 1997.

o Presidente de Banca do Depto de Ciências Contábeis: UNIVILLE - 1997.

o Professor de Análise de Balanços do Depto de Administração – UNIVILLE – 2004.

o Professor Titular em Contabilidade do Depto de Engenharia de Produção e Mecânica: UNIVILLE – 2004.

o Professor de Engenharia Econômica do Depto de Engenharia de Produção e Mecânica: UNIVILLE – 2005.

o Professor de Custos do Depto de Engenharia de Produção e Mecânica: UNIVILLE – 2005

• Produção Científica e Tecnológica

o Dissertação de Mestrado: A INFLUÊNCIA DA

IMPLEMENTAÇÃO DE SISTEMAS ERP NA GESTÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA EM MÉDIAS EMPRESAS INDUSTRIAIS CATARINENSES. Ano de obtenção: 2004. 229 p.Orientador: Professor Doutor Carlos Hideo Arima.

o Trabalhos completos em anais de eventos:

� A Implementação de Sistemas ERP e seus efeitos na Gestão Econômico-Financeira: Enfoque em médias empresas industriais catarinenses In: XIII SIMPEP - Simpósio de Engenharia de Produção, 2006, Bauru.

� Responsabilidade Social e as cooperativas - estudo exploratório, 2006. (Encontro de Estudantes em Contabilidade, Apresentação de Trabalho).

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Professor Arnoldo Schmidt Neto FCJ 3º ano - Negócios

� ANAIS XIII SIMPEP - 2006. Bauru: SIMPEP, 2006. INFLUÊNCIAS DA IMPLEMENTAÇÃO DE SISTEMAS ERP NA GESTÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA: ABORDAGEM SOCIOTÉCNICA EM MÉDIAS EMPRESAS INDUSTRIAIS. In: III SIMPÓSIO DE GESTÃO E ESTRATÉGIA EM NEGÓCIOS DA UFRRJ, 2005, Seropédica. 2005.

� INFLUÊNCIAS DE SISTEMAS ERP NA GESTÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA: UM ESTUDO COM ENFOQUE EM MÉDIAS EMPRESAS INDUSTRIAIS CATARINENSES. In: 17º Congresso Brasileiro de Contabilidade, 2004, Santos-SP. 17º Congresso Brasileiro de Contabilidade. 2004.

o Artigos e Monografias Completos publicados em periódicos

� DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA VERSUS DEMONSTRAÇÃO DE ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS: uma proposta de compartilhamento dos dois modelos. Revista FCJScientia. , v.2, p.28 - 45, 2006.

� INFLUÊNCIAS DE SISTEMAS ERP NOS FATORES DO SISTEMA SOCIOTÉCNICO: Um estudo com enfoque em médias empresas industriais catarinenses. Revista Fcjscientia, Joinville-SC, v. 1, n. 1, p. 82-96, 2005.

� A IMPORTÂNCIA DA CONSULTORIA NA IMPLEMENTAÇÃO DE SISTEMAS ERP: um enfoque em médias empresas industriais do Vale do Itajaí e Norte de Santa Catarina. Race - Revista Administração Contabilidade e Economia, Joaçaba, v. 3, n. 1, p. 31-44, 2004.

� A IMPORTÂNCIA DA CONSULTORIA NA IMPLEMENTAÇÃO DE SISTEMAS ERP: Um Estudo com Enfoque em Médias Empresas Industriais Catarinenses. Revista UNIVILLE, Joinville, v. 9, n. 1, p. 96-111, 2004.

� A IMPLEMENTAÇÃO DE SISTEMAS INTEGRADOS DE GESTÃO EM EMPRESAS CONTÁBEIS. Orientação Específica. As melhores monografias do Curso de Ciências Contábeis de 2003 da Univille. Joinville: Univille, 2004. (Caderno de Monografias - Ciências Contábeis).

o Produção Tecnológica

� SISTEMA VIP PARA HOTÉIS, BARES E RESTAURANTES. 1995. Desenvolvido em co-autoria com Moacir Antonio Kuhn.

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SUMÁRIO

1.1 O que é Administração Financeira................................................................ 5

1.1.1 Conceitos Básicos.................................................................................. 5

1.1.2 O Administrador Financeiro como Agente............................................ 6

1.1.3 Habilidades Especiais de Administração Financeira............................. 6

Quadro 1 - Exemplo de Análise Marginal .......................................................... 7

1.2 Principais atribuições do Administrador Financeiro .................................. 10

1.2.1 Análise e planejamento financeiro....................................................... 10

1.2.2 Administração da estrutura de ativo da empresa ................................. 10

1.2.3 Administração da estrutura financeira da empresa.............................. 11

Quadro 2 - Atividades Financeiras ................................................................... 11

1.3 Levantamento e Alocação de Recursos ...................................................... 12

1.3.1 Levantamento de recursos ................................................................... 12

1.3.2 Alocação de recursos ........................................................................... 13

1.4 Metas da Administração Financeira ........................................................... 14

1.4.1 Maximização do Preço da Ação .......................................................... 14

1.4.2 Retorno do capital próprio ................................................................... 14

1.4.3 Perspectiva de longo prazo .................................................................. 15

1.4.4 Valor do dinheiro no tempo................................................................. 15

1.4.4 Risco .................................................................................................... 16

1.4.5 Política de Dividendos......................................................................... 17

1.5 A Contabilidade como Ferramenta ............................................................. 18

Qualidades da Informação Contábil ............................................................. 18

1.6 Aréas de Decisões Financeiras .....................Erro! Indicador não definido.

1.6.1 Decisões de investimento .................................................................... 19

1.6.2 Decisões de financiamento .................................................................. 19

1.6.3 Decisões relativas à destinação do lucro ............................................. 19

Exercícios de Fixação ................................................................................... 20

Bibliografia ................................................................................................... 22

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1.1 O que é Administração Financeira

1.1.1 Conceitos Básicos

• O que é Finanças?

“Podemos definir Finanças como a arte e a ciência de administrarem fundos. Praticamente todos os indivíduos e organizações obtêm receitas ou levantam fundos, gastam ou investem. Finanças ocupa-se do processo, instituições, mercados e instrumentos envolvidos na transferência de fundos entre pessoas, empresas e governos”. (GITMAN, 1997, p. 4). Exemplos de serviços financeiros: Bancos e instituições financeiras; Planejamento das finanças (pessoais e de organizações); Investimentos; Bens Imóveis; Seguros.

• O que é Administração Financeira?

Trata-se de um conjunto de atividades relacionadas com a gestão dos recursos e fundos movimentados por todas as áreas da empresa, aplicando-se uma série de princípios econômicos para maximizar a riqueza e o valor total de um negócio. Para tanto, a Administração Financeira deve ter continuamente ter informações sobre as questões de rentabilidade e liquidez do negócio, podendo desta maneira, traçar um planejamento financeiro e verificar a compensação entre o risco e retorno.

A Administração Financeira diz respeito às responsabilidades do administrador financeiro numa empresa. Os administradores financeiros gerenciam ativamente as finanças de todos os tipos de empresas, financeiras ou não financeiras, privadas ou públicas, grandes ou pequenas, com ou sem fins lucrativos. Eles desempenham uma variedade de tarefas tais como orçamentos, previsões financeiras, administração do caixa, administração do crédito, análise de investimento e captação de recursos (Gitman, 1997, p.4).

Qual o principal objetivo da Administração Financeira? O principal objetivo da Administração Financeira é o de maximizar a riqueza dos sócios/ acionistas. Para tanto, as atribuições do Administrador Financeiro podem ser sintetizadas em três atividades básicas:

•••• Realizar Análise e Planejamento Financeiro;

•••• Tomar Decisões de Investimentos; e

•••• Tomar Decisões de Financiamento.

As atividades empresariais envolvem recursos financeiros e orientam-se para a obtenção de lucros. Os recursos investidos na empresa pelos proprietários (capital próprio – Patrimônio Líquido) e por terceiros (capital de terceiros – Passivo Exigível) encontram-se aplicados em ativos empregados na produção e/ou comercialização de bens ou na prestação de serviços.

1.11.11.11.1 O que é Administração Financeira

Agregue Conhecimento!

Faça uma pesquisa na Internet sobre “Finanças Empresariais”.

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As receitas obtidas com as operações devem ser suficientes para cobrir todos os custos e despesas incorridas e ainda gerar lucros. Paralelamente a esse fluxo econômico de resultados ocorre uma movimentação de numerário que deve permitir a liquidação dos compromissos assumidos, o pagamento de dividendos e a reinversão da parcela remanescente dos lucros.

Neste contexto, a função financeira compreende um conjunto de atividades relacionadas com a gestão dos recursos (tanto o numerário movimentado pelas empresas, quanto os direitos e obrigações decorrentes das transações realizadas a crédito) movimentados por todas as áreas da empresa. Tal função, que possui um papel muito importante no desenvolvimento de todas as atividades operacionais, é responsável pela obtenção dos recursos necessários e pela formulação de uma estratégia voltada para a otimização da aplicação desses recursos, contribuindo significativamente para o sucesso do empreendimento.

1.1.2 O Administrador Financeiro como Agente

Às vezes, as pessoas contratam agentes para cuidar de um assunto específico. Ao fazer isso, delega-se a responsabilidade a outrem. Os acionistas e/ou proprietários da empresa delegam a um administrador financeiro a tarefa de gerir sua empresa, o qual, embora não estritamente correto, legalmente pode ser concebido como um agente da companhia. Sem dúvida, a meta é conseguir o valor mais alto possível para cada ação pertencente aos acionistas/ proprietários da empresa. Porém, não há regras padronizadas que indiquem qual curso de ação deve ser seguido pelos administradores para atingirem essa meta. A diretriz fundamental é de motivar os administradores é oferecer-lhes, pelo seu desempenho, opções de compra de ações (stock options).

A relação entre acionistas e administradores é denominada relação de agency (Agente). Existe quando alguém ("principal") contrata outra pessoa ("agente") para cuidar de seus interesses. Em tais relações existe a possibilidade de conflito de interesses entre o principal e o agente. Tal conflito é denominado de problema de agency.

Discutir o problema de agency, na medida em que este se relaciona com a maximização da riqueza dos proprietários e o papel da ética nessa questão. Um problema de agency advém do fato de que os administradores, na qualidade de representantes dos proprietários, podem colocar seus objetivos pessoais à frente dos objetivos empresariais. Forças de mercado, tanto as oriundas dos acionistas, particularmente de grandes investidores institucionais, como as ameaças de compras hostis (takeovers), tendem a prevenir ou a minimizar o problema de agency.

1.1.3 Habilidades Especiais de Administração Financeira

•••• Entendendo os fatores econômicos

A importância da Economia para o desenvolvimento do ambiente financeiro e teoria financeira pode ser mais bem descrita em função de suas duas áreas mais amplas – Macroeconomia e Microeconomia. A Macroeconomia estuda o ambiente global, institucional e internacional em que a empresa precisa operar, enquanto que a Microeconomia trata da determinação de estratégias operacionais ótimas para empresas e indivíduos. Cada uma dessas áreas será discutida sucintamente sendo tratadas suas relações com a Administração Financeira.

•••• Macroeconomia

A Macroeconomia estuda a estrutura institucional do sistema bancário, intermediários financeiros, o Tesouro Nacional e as políticas econômicas

É necessário ter conhecimentos em economia para entender o ambiente financeiro e as teorias de decisão em finanças

Stock Options

A opção de compra de ações será abordada no capítulo sobre Mercado de Capitais

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de que o Governo Federal dispõe para controlar satisfatoriamente o nível de atividade econômica dentro da economia. Deve ficar claro que a teoria e a política macroeconômica não conhecem limites geográficos; antes, elas visam estabelecer uma estrutura internacional segundo a qual os recursos fluam livremente entre instituições e nações, a atividade econômica seja estabilizada e o desemprego possa ser controlado.

Uma vez que a empresa deve operar no âmbito macroeconômico, é importante que o Administrador Financeiro esteja ciente de sua estrutura institucional. Precisa também estar alerta para as conseqüências de diferentes níveis de atividade econômica e mudanças na política econômica que afetam seu próprio ambiente de decisão. Sem compreender o funcionamento do amplo ambiente econômico, o Administrador Financeiro não pode esperar obter sucesso financeiro para a empresa. Deve perceber as conseqüências de uma política monetária mais restritiva sobre a capacidade da empresa obter recursos e gerar receitas. Precisa ainda conhecer as várias instituições financeiras e saber como estas operam para poder avaliar os canais potenciais de investimento e financiamento.

•••• Microeconomia

As teorias microeconômicas fornecem a base para a operação eficiente da empresa. Visam definir as ações que permitirão à empresa obter sucesso. Os conceitos envolvidos nas relações de oferta e demanda e as estratégias de maximização do lucro são extraídas da teoria Microeconômica. Questões relativas a composição de fatores produtivos, níveis “ótimos” de vendas e estratégias e determinação de preço do produto são todas afetadas por teorias do nível Microeconômico. As mensurações de preferências através do conceito de utilidade, risco e determinação de valor estão fundamentadas na teoria Microeconômica. As razões para depreciarem ativos também derivam desta área da Economia. A Análise Marginal é o princípio básico que se aplica em Administração Financeira; a predominância desse princípio sugere que apenas devem-se tomar decisões e adotar medidas quando as receitas marginais excederem os custos marginais. Quando se verificar essa condição, é de se esperar que uma dada decisão ou ação resulte num aumento nos lucros da empresa. A importância da análise marginal na tomada de decisões financeiras se tornará evidente nos capítulos subseqüentes. No quadro 1 tem-se um exemplo da utilização da Análise Marginal como método de avaliação de novos investimentos.

Quadro 1 - Exemplo de Análise Marginal

Benefícios com o novo computador

( - ) Benefícios com o comp. antigo

(1) Benefícios Marginais

Custo do novo computador

( - ) Receita venda comp. Antigo

(2) Custos Marginais

Benefício Líquido = (1) – (2)

$ 100.000

$ 35.000

$ 80.000

$ 28.000

$ 65.000

$ 52.000

$ 13.000

Em resumo, é necessário possuir conhecimentos de Economia para se entender o ambiente financeiro e as teorias de decisão que constituem a base da Administração Financeira contemporânea. A Macroeconomia

Consulte http://www.economiabr.net/teoria_escolas/microeconomia.html para conhecer melhor os conceitos da teoria microeconômica .

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fornece ao Administrador Financeiro uma visão clara das políticas do Governo e instituições privadas, por meio da qual a atividade econômica é controlada. Operando no “campo econômico” criado por tais instituições, o Administrador Financeiro vale-se das teorias Microeconômicas de operação da firma e maximização do lucro para desenvolver um plano que seja bem-sucedido. Precisa enfrentar não só outros concorrentes em seu setor, mas também as condições econômicas vigentes.

•••• A importância da contabilidade

Contabilidade é freqüentemente chamada de arte porque nunca está completamente definida. Ela está num estado de fluxo constante. Este estado de mudança é necessário, pois:

o as necessidades dos usuários de demonstrações contábeis/ financeiras não são estáticas, são dinâmicas;

o as pressões dos organismos fiscais e societários alteram as apresentações contábeis;

o as necessidades internas de gerenciamento são mutáveis, pois para a tomada de decisões muitas vezes precisamos de indicadores não previstos ou ainda não elaborados;

Contabilidade é a ciência social aplicada que têm como objeto o patrimônio das entidades (empresas, órgãos governamentais, pessoas físicas), mediante os registros de todos os fatos administrativos, demonstrações expositivas (demonstrações contábeis/ financeiras) e a interpretação dos fatos nele ocorridos. Todos esses estudos e controles têm o objetivo comunicar a melhor informação econômico-financeira e oferecer informações sobre sua composição e suas variações, bem como sobre o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial.

Feito o registro e controle do patrimônio das organizações, o objetivo da contabilidade é de avaliar todos os fatos relacionados com a formação, com a movimentação e com as variações do patrimônio, fornecendo informações para os administradores, proprietários e terceiros sobre como a organização está desenvolvendo as suas atividades econômicas para alcançar os seus fins.

A administração financeira emprega a contabilidade para preparar os demonstrativos financeiros que fornecem informações sobre a lucratividade, através de Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE) e sobre a situação patrimonial e financeira da empresa, através do Balanço Patrimonial (BP). Além desses relatórios contábeis essenciais são utilizados outros relatórios como o Demonstrativo de Origens e Aplicação de Recursos, o Demonstrativo de Fluxo de Caixa, que demonstram como o caixa foi gerado. Essas ferramentas valiosas para que a administração e seus gestores possam entender controlar e tomar decisões que melhorem os fluxos de caixa e recursos dentro da empresa, maximizando a sua riqueza.

Para tanto, os gestores da administração financeira devem conhecer, interpretar e analisar os relatórios contábeis fornecidos pela contabilidade, possibilitando a tomada de decisões pró-ativas que melhorem a utilização dos recursos financeiros e visem sempre manter a liquidez em equilíbrio com a rentabilidade, selecionando as melhores fontes de financiamento para as atividades da empresa.

•••• O significado da estatística

A estatística é utilizada na administração financeira para mensurar as probabilidades de risco e retorno, diminuindo-se o grau de incerteza

No capítulo 4.2 abordaremos este assunto.

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dos investimentos em ativos. Utilizam-se também as técnicas estatísticas para estabelecer padrões de indicadores econômico-financeiros de um determinado ramo de atividade e, com isso, as empresas deste ramo de atividade podem estabelecer comparativos importantes, dando subsídios aos seus gestores efetuarem ações corretivas e mudanças na estratégia de atuação.

Enfim, as mudanças na atividade econômica são detectadas com o uso da estatística e, com isso, o administrador financeiro pode expandir ou reduzir o capital de giro, traça políticas de crédito, de estoques e de vendas, estratégias de investimento e de maximização da riqueza da empresa.

Entre as técnicas estatísticas utilizadas destacam-se: a mediana, moda, covariância, correlação, desvio-padrão, regressão linear, quartis e decis.

•••• A Matemática Financeira e Engenharia Econômica como ferramentas de tomada de decisões em finanças

Para o processo de tomada de decisões de investimentos e financiamentos, a Administração Financeira utiliza-se de diversas ferramentas. Entre elas, a Engenharia Econômica que pode ser definida como o conjunto de conhecimentos necessários à tomada de decisão sobre investimentos.

Já a Matemática Financeira estuda a evolução no tempo do capital, empregando para isso raciocínios, métodos e conceitos matemáticos, oferece as bases para a solução da otimização do capital a ser investido.

As técnicas de análise de viabilidade econômica de projetos se utilizam de instrumentos e conceitos oriundos da matemática, especificamente de matemática financeira e, graças a esses recursos, pode-se analisar determinado projeto a priori, mesmo antes de sua implementação. Isto deve ser feito na aquisição de uma nova máquina, na substituição de equipamentos, no lançamento de um novo produto e na expansão de mercado, quer na análise de um projeto global, como a construção de uma nova fábrica. Uma vez tomada a decisão de investir em determinado projeto, é importante acompanhar o desempenho real do projeto, verificar se os níveis de retornos esperados inicialmente estão realmente se concretizando e se não há nenhum indício de descontinuidade.

Para isso, não há outra alternativa a não ser recorrermos à análise dos relatórios contábeis que, entre outros objetivos, tem a finalidade de registrar as decisões tomadas por meio da contabilização das transações econômico-financeiras e refletir seus respectivos efeitos no patrimônio da empresa. Pela análise dos relatórios contábeis, procuramos verificar se os resultados apurados pela empresa são compatíveis com os retornos desejados por ocasião das decisões de investimentos.

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1.2 Principais atribuições do Administrador Financeiro

As funções do administrador financeiro na empresa podem ser avaliadas em relação às demonstrações contábeis básicas da empresa. Suas três atribuições primordiais são:

1.2.1 Análise e planejamento financeiro

Esta função envolve a (1) transformação dos dados financeiros em uma forma que possa ser utilizada para orientar a posição financeira da empresa e promover a sua continuidade; (2) avaliar a necessidade de aumento ou redução da capacidade produtiva; e (3) determinar que tipo de financiamento adicional deva ser realizado. Estas três atividades são sustentadas pelas decisões de natureza estratégica, tática e operacional.

Os demonstrativos contábeis, principalmente o Balanço Patrimonial e a Demonstração do resultado do Exercício são importantes fontes de informações para elaboração de análise e planejamento financeiro. Cabe ressaltar que o enfoque do caixa é essencial para o gestor financeiro. Assim, a utilização de fluxos de caixa também é imprescindível, destacando a principal diferença entre a ótica do contador e a do administrador. Enquanto o primeiro gera informações com base no regime de competência, o segundo, precisa aplicá-las com base no regime de caixa, denotando a importância dos Fluxos de caixa nesta atividade.

1.2.2 Administração da estrutura de ativo da empresa

O administrador financeiro determina a combinação e os tipos de ativos que fazem parte do Balanço Patrimonial da empresa. Essa atividade relaciona-se ao lado esquerdo do Balanço. A composição refere-se ao montante de recursos aplicados em Ativos Circulantes (operacionais) e em Ativos Permanentes (fixos).

Depois que a composição estiver definida, o administrador financeiro deve fixar e tentar manter níveis ótimos para cada tipo de ativo circulante. Deve também decidir quais são os melhores ativos permanentes a adquirir e saber quando os ativos existentes se tornarão obsoletos e precisarão ser modificados, substituídos ou liquidados. A determinação da melhor estrutura de ativo para a empresa não é uma tarefa simples; requer o conhecimento das operações passadas e futuras das empresas, e a compreensão dos objetivos que deverão ser alcançados a longo prazo. Existem várias técnicas para avaliação destas decisões como a Taxa Média de Retorno, Payback (Prazo de Retorno), VPL (Valor Presente Líquido) e TIR (Taxa Interna de Retorno).

1.21.21.21.2 Principais atribuições do Administrador Financeiro

O item (1) será desenvolvido nos capítulos: 2 – Análises Avançada das Demonstrações Financeiras e 3 – Administração de Capital de Giro.

Os itens (2) e (3) serão abordados no capítulo 4 – Investimentos e Financiamentos

Ativos Circulantes

Ativos Permanentes

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1.2.3 Administração da estrutura financeira da empresa

Relaciona-se com o lado direito do Balanço Patrimonial da empresa e envolve as fontes de recursos. Dois enfoques sustentam esta atividade do administrador financeiro: (1) qual a composição mais apropriada entre financiamento a curto e a longo prazo deve ser estabelecida, esta é uma decisão importante, pois afeta tanto a lucratividade da empresa como sua liquidez global; e (2) quais as fontes individuais de financiamento, a curto ou a longo prazos, são as melhores, em dado momento. Algumas decisões dessa natureza exigem uma análise profunda das alternativas disponíveis, de seus custos e de suas implicações a longo prazo. O Custo Médio Ponderado de Capital é uma medida eficaz para este tipo de decisão.

No quadro 2 as Atividades Financeiras podem ser assim sintetizadas:

Quadro 2 - Atividades Financeiras

Análise e Planejamento Financeiro

Balanço Patrimonial

Ativos Circulantes Passivos Circulantes

Dec

isõe

s de

Inve

stim

ento

Ativos Não Circulantes Recursos Permanentes

Decisões de

Financiam

ento

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1.3 Levantamento e Alocação de Recursos

A função financeira cabe duas tarefas básicas:

o Obtenção dos recursos nas condições mais favoráveis possíveis; e

o Alocação eficiente desses recursos nas organizações.

1.3.1 Levantamento de recursos

Envolve o suprimento dos recursos necessários às operações normais da empresa e captação vultosos valores para investimentos em projetos com longos períodos de maturação. As fontes de recursos à disposição de uma empresa podem ser classificadas de várias formas:

o recursos próprios (capital integralizado, reservas e lucros retidos) e recursos de terceiros (compromissos assumidos e dívidas contraídas);

o recursos permanentes (recursos próprios e dívidas a longo prazo) e recursos temporários (compromissos e dívidas a curto prazo); e

o recursos onerosos (provocam despesas financeiras) e recursos não onerosos.

É importante a adequação entre as fontes (origens) e as aplicações de recursos em termos de prazos e custos. A compra de um equipamento, cujo valor investido somente será recuperado em alguns anos por meio das receitas de vendas, deverá ser financiada com recursos permanentes. Se forem utilizados recursos provenientes de um empréstimo com prazo inferior ao da maturação financeira desse investimento, a empresa poderá enfrentar dificuldades para liquidar a dívida no vencimento do contrato.

Os juros e demais encargos incidentes sobre os empréstimos e financiamentos oneram o resultado econômico, reduzindo a parcela de lucro que restará aos acionistas. Além disso, os emprestadores de recursos podem exigir garantias reais e impor condições contratuais que reduzam a flexibilidade de gestão da empresa. Mesmo os créditos obtidos junto aos fornecedores envolvem custos financeiros, representados pelo desconto para pagamento a vista que deixou de ser desfrutado. Observa-se a existência de custos explícitos, perfeitamente mensuráveis em termos de valor e taxa. Somente poucas fontes de recursos de curto prazo não provocariam custos financeiros, como por exemplo: salários e impostos e pagar, contribuições a recolher, etc.

Os recursos próprios envolvem um custo implícito que corresponde à expectativa de lucros dos acionistas que não deve ser frustrada, sob pena de haver desinteresse em continuar participando do negócio. Assim, os recursos adicionais a serem fornecidos pelos acionistas por meio de novas integralizações de capital e os lucros reinvestidos envolvem um custo de oportunidade. Este custo corresponde ao retorno que os

1.31.31.31.3 Levantamento e Alocação de Recursos

A DOAR – Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos – informa as variações ocorridas no CCL – Capital Circulante Líquido - da empresa durante um determinado exercício.

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acionistas obteriam com tais recursos em outras aplicações com o mesmo grau de risco suportado por seus investimentos na empresa.

1.3.2 Alocação de recursos

Envolve a constante busca da otimização na aplicação dos recursos para que seja alcançada a rentabilidade desejada e preservada a capacidade da empresa em pagar seus compromissos nos vencimentos. Esta responsabilidade amplia bastante os limites da gestão financeira, obrigando os executivos da área a conhecer todas as fases de funcionamento da empresa e a analisar profundamente os novos projetos de investimento. Alguns ativos são essenciais para o desenvolvimento das operações denominados ativos operacionais, constituídos por ativos fixos e ativos circulantes (estoques, duplicatas a receber e disponibilidades), enquanto outros poderão estar ou não relacionados com as atividades básicas do empreendimento, outros ativos de natureza operacional ou não, como créditos diversos a curto e longo prazos, participações societárias em outras empresas, imóveis alugados a terceiros, determinadas aplicações financeiras, etc.

Os recursos aplicados nos ativos não são encontrados em abundância e envolvem custos financeiros e custos de oportunidade. Assim, é de se esperar que cada ativo contribua direta ou indiretamente para a geração de receitas e, conseqüentemente, de lucros.

Quando alguém se dispõe a investir sua poupança em uma empresa, em vez de aplicá-la em alternativas mais seguras, está disposto a assumir certo risco em troca de um aumento no seu patrimônio ou riqueza pessoal. Assim, pode-se admitir que o objetivo principal da empresa, e por conseguinte de todos os administradores e empregados, é o de maximizar a riqueza de seus proprietários. A riqueza dos proprietários de uma sociedade anônima é medida pelo preço da ação, representado pelo valor de mercado da empresa, ou seja, pelo valor que seria alcançado na venda dos direitos de participação no seu capital.

Cada decisão financeira, deve ter como meta o aumento do valor da ação. Neste enfoque duas variáveis conduzem as decisões: o retorno e o risco. São dois elementos diretamente proporcionais: quanto maior o retorno, maior o risco. Como por exemplo, podemos citar os investimentos em Caderneta de Poupança e em Ações. Enquanto o primeiro tem menor retorno e menor risco, o segundo tem maior retorno e maior risco.

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1.4 Metas da Administração Financeira

1.4.1 Maximização do Preço da Ação

Em mercado de capitais plenamente desenvolvidos, as cotações alcançadas pelas ações nas bolsas de valores devem refletir o valor de mercado das empresas. Nos momentos de desequilíbrio, tais cotações podem apresentar-se super ou sub-avaliadas, porém em médio prazo os preços das ações demonstram quanto o mercado está disposto a pagar pelas frações do capital de cada empresa.

O fato de uma empresa não ter ações cotadas em bolsa não constitui impedimento na determinação de seu valor de mercado. Resumidamente, pode-se dizer que o valor de mercado de uma empresa corresponde ao valor atual de seus lucros futuros. Deste modo, o valor de mercado de uma empresa é determinado pela sua capacidade de gerar lucros mediante o uso dos ativos, pela sua tecnologia e competência gerencial e pelo seu conceito junto aos credores e clientes.

A meta da administração financeira coincide com o objetivo básico de proprietários ou acionistas. As decisões financeiras são orientadas para o aumento do valor de mercado da empresa. A meta da administração financeira é a maximização da riqueza dos acionistas/ proprietários que constitui algo mais amplo e profundo do que a maximização dos lucros. A maximização da riqueza envolve os seguintes aspectos:

1.4.2 Retorno do capital próprio

Os acionistas esperam ser remunerados por intermédio de dividendos e, principalmente, pela valorização de suas ações. O proprietário de uma ação possivelmente espera receber seu retorno sob a forma de pagamentos periódicos de dividendos, ou por meio de valorizações no preço da ação, ou ambos. O preço de mercado de uma ação reflete um valor de dividendos futuros esperados bem como de dividendos correntes; a riqueza do acionista (proprietário) na empresa em qualquer instante é medida pelo preço de mercado de suas ações. Se um acionista numa empresa desejar liquidar sua participação, irá vender a ação ao preço vigente no mercado ou bem próximo a este. Uma vez que o preço de mercado da ação, e não os lucros, é que reflete a riqueza do proprietário numa empresa, num dado momento, a meta do administrador financeiro deve ser maximizar essa riqueza.

EXEMPLO: Quatro anos atrás, o Sr. Haroldo comprou uma ação da Cia Alfa e uma ação da Cia Beta, cada uma ao preço de $100. Ambas as Companhias operam no mesmo ramo de negócio. Durante o período de quatro anos, cada uma das empresas pagou um dividendo anual de $1 por ação. A Alfa obteve um lucro anual de $2 por ação, ao passo que o lucro anual da Beta foi $3 por ação. Atribui-se a diferença nos lucros ao fato de que a Alfa despendeu uma grande importância para desenvolver um produto inovador, portanto baixando seus lucros. A ação da Alfa está atualmente sendo vendida por $130 enquanto a da Beta está sendo negociada por $110. Esta situação não é incomum. Reflete o fato de que,

1.41.41.41.4 Metas da Administração Financeira

No Brasil, a BOVESPA é a principal bolsa de valores. Toda empresa brasileira de capital aberto tem ações que são negociadas na BOVESPA. Acesse o site: http://www.bovespa.com.br

e conheça mais sobre mercado de ações.

DIVIDENDOS - Pagamento efetuado pela empresa aos seus acionistas através da distribuição de parte do lucro líquido da empresa, subdividido de acordo com as diferentes classes de ação.

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apesar dos maiores lucros da Beta, a ação da Alfa tem preço maior. Pode ser atribuído à expectativa de que a venda bem sucedida do novo produto gerará maiores lucros futuros, o que mais do que compensará os baixos lucros experimentados durante o período de desenvolvimento. A riqueza do Sr. Haroldo na Cia Alfa é maior do que sua riqueza na Beta, apesar do lucro da empresa Beta ser maior.

1.4.3 Perspectiva de longo prazo

A empresa deve ser perpetuada e, para tanto, tem de realizar investimentos em tecnologia, novos produtos etc. que poderão sacrificar a rentabilidade atual em troca de maiores benefícios futuros. A maximização do lucro é uma abordagem de curto prazo; a maximização da riqueza considera o longo prazo.

Do exemplo anterior deve-se depreender que o maior preço da ação da Cia Alfa resultou do fato de que suas decisões de curto prazo relacionadas com o desenvolvimento de novo produto, embora baixando os lucros a curto prazo, produzirão maiores retornos futuros. Uma empresa que deseja maximizar lucros poderia comprar maquinaria de baixa qualidade e usar materiais também de baixa qualidade, ao mesmo tempo em que faria um tremendo esforço de vendas dos seus produtos por um preço que rendesse um elevado lucro por unidade. Esta estratégia de curto prazo poderia resultar em lucros elevados para o corrente, porém, em anos subseqüentes os lucros declinariam significativamente, pois os compradores constatariam a baixa qualidade do produto e o alto custo de manutenção associado à maquinaria de baixa qualidade. O impacto das vendas decrescentes e custos crescentes tenderiam a reduzir os lucros a longo prazo e, se não cuidado, poderia resultar na eventual falência da empresa.

As conseqüências potenciais da maximização do lucro a curto prazo provavelmente estejam refletidas no preço corrente da ação, que talvez seja menor do que se a empresa tivesse perseguindo uma estratégia de prazo mais longo.

1.4.4 Valor do dinheiro no tempo

Os projetos de investimento envolvem fluxos de desembolsos e de entradas de caixa. Existem diversas técnicas para avaliar tais projetos e algumas delas transformam os fluxos futuros de caixa em valores atuais, por meio da aplicação de determinada taxa de desconto. Essa taxa de desconto deve refletir um custo de oportunidade dos recursos a serem investidos. Tal custo de oportunidade corresponde as uma taxa mínima de retorno exigida do projeto para que o valor de mercado da empresa não se altere. Considerando o valor do dinheiro no tempo, a seleção dos projetos a serem implementados visará aumentar ou, pelo menos, manter o valor de mercado da empresa.

EXEMPLO: Uma Cia está tentando escolher uma máquina. Há duas máquinas que gerarão retornos durante um período de cinco anos e deverão custar $3,00 por ação. Abaixo os lucros esperados por ação diretamente atribuíveis a cada uma dessas máquinas.

CUSTO DE OPORTUNIDADE - É o termo usado na economia para indicar o custo de algo em termos de uma oportunidade renunciada, ou seja, o custo, até mesmo social, causado pela renúncia do ente econômico, bem como os benefícios que poderiam ser obtidos a partir desta oportunidade renunciada ou, ainda, a mais alta renda gerada em alguma aplicação alternativa.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Custo_de_oportunidade

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Tabela 1- Comparativo de lucros esperados – investimentos em máquinas

Ano Máquina A ($) Máquina B ($) 1 2 3 4 5

0 0 0 0

10,00

1,75 1,75 1,75 1,75 1,75

Total $10,00 $8,75

Embora pareça, com base apenas o objetivo da maximização do lucro, que a máquina A seria a preferida, é bem possível que, uma vez consideradas as diferenças na época de ocorrência dos benefícios, o impacto da máquina B sobre a riqueza do proprietário seria maior do que o da máquina A. O exemplo acima ilustra a superioridade da maximização da riqueza sobre a maximização do lucro. A maximização da riqueza reconhece que os empresários, mantendo todo o resto constante, preferem receber retornos mais cedo. Esta preferência está refletida no preço da ação, e não nos lucros.

1.4.4 Risco

O retorno deve ser compatível com o risco assumido. Maior risco implica a expectativa de maior retorno. A maximização do lucro não considera o risco, porém, a maximização da riqueza considera explicitamente diferenças no risco. Uma premissa básica na administração financeira é que existe uma relação entre risco e retorno; os acionistas esperam perceber maiores retornos de investimentos de maior risco e vice-versa. Os administradores financeiros precisam, portanto, levar em conta o risco ao avaliarem investimentos potenciais.

EXEMPLO: Uma Cia está estudando a expansão de sua linha de produção em um de seus dois novos produtos, C ou D. O produto C parece ser um produto relativamente seguro para se investir, enquanto que o produto D é considerado um item de moda altamente arriscado. Após considerar todos os custos, espera-se que os dois produtos gerem os seguintes lucros por ação ao longo de suas vidas de cinco anos:

Tabela 2 - Estimativas de lucros por produto

Ano Produto C ($) Produto D ($) 1 2 3 4 5

2,00 2,00 2,00 2,00 2,00

2,20 2,20 2,20 2,20 2,20

Total $10,00 $11,00

Se ignorarmos quaisquer diferenças no risco e usarmos uma abordagem de maximização do lucro, parece que o produto D seria o preferido. Contudo, se considerarmos que o produto D é altamente arriscado, enquanto o produto C representa um investimento seguro, a conclusão poderá não ser tão direta. A empresa poderá apenas exigir um retorno de 10% sobre o produto C ao passo que, como compensação para o maior risco do produto D, tenha que se obter 15%. Tendo em vista que os acionistas exigem maiores retornos para maiores riscos, é importante que o administrador financeiro considere adequadamente o impacto do risco sobre os retornos deles. A abordagem da maximização da riqueza considera o risco, enquanto a maximização do lucro o ignora. A maximização da riqueza é, portanto, a abordagem preferida.

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1.4.5 Política de Dividendos

Deve ser adotada uma política de distribuição regular de dividendos, independentemente das flutuações dos lucros, minimizando os efeitos negativos que possam afetar as cotações das ações. A empresa não deve desapontar aqueles acionistas que apreciam receber dividendos periódicos. Os administradores financeiros devem reconhecer que a política de dividendos da empresa afeta a atratividade de sua ação para tipos particulares de investidores. Acredita-se que se o retorno que os acionistas esperam receber for assegurado, tal fato terá um efeito positivo sobre o preço das ações, garantindo o sucesso de futuros lançamentos de novas ações no mercado.

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1.5 A Contabilidade como Ferramenta

A contabilidade é uma importante ferramenta da administração financeira. Por meio da contabilidade o administrador financeiro tem um panorama da situação econômica-financeira e, portanto, pode tomar decisões de investimento, financiamento e destinação dos resultados que afetem a continuidade da empresa e que vão de encontro às funções da administração financeira, como a maximização da riqueza do acionista e do valor da empresa.

Os dados e informações da situação econômico-financeira da empresa são fornecidos pela contabilidade por meio de relatórios e demonstrações contábeis, os quais são: Balancete de Verificação Mensal; Balanço Patrimonial; Demonstração de Resultados do Exercício; Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos; Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido; Demonstração de Fluxo de Caixa; Notas Explicativas e relatórios de controles internos.

Para que a contabilidade seja uma ferramenta de apoio à tomada de decisões e um instrumento de gestão é essencial que os relatórios e demonstrações tenham tempestividade. Por exemplo: A entrega pela contabilidade de um balancete de verificação mensal com atraso acima de dez dias não permitirá que a administração financeira tome ações corretivas no mês em curso, podendo, conforme a situação, ter sérias conseqüências na liquidez ou na rentabilidade da empresa.

Qualidades da Informação Contábil

1.51.51.51.5 A Contabilidade como Ferramenta

Além da tempestividade, outro ponto é a qualidade da informação contábil, ou seja, a entrega dos relatórios tem que ser feita no tempo certo, mas seus registros devem ser confiáveis e transparentes. Entre as características qualitativas da informação contábil, destaca-se que o benefício gerado pela informação contábil deve ser maior que o custo de sua geração para ser aproveitada. A informação contábil tem que ter obrigatoriamente compreensibilidade para seus usuários específicos, como por exemplo, os administradores financeiros. Esses usuários específicos utilizam a informação para a tomada de decisões. As qualidades essenciais de decisões específicas referente a utilização da informação contábil são a relevância que tem os ingredientes de valor preditivo, valor de retorno e tempestividade e confiabilidade que tem os ingredientes de verificabilidade, neutralidade e fidelidade representativa. Além das qualidades essenciais citadas, tem-se a qualidade secundária da comparabilidade e para fins de reconhecimento a materialidade que completa o fluxo das qualidades de uma informação contábil.

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De uma maneira bastante abrangente, podemos identificar três áreas de decisões financeiras:

1.6.1 Decisões de investimento

Referem-se tanto à administração da estrutura do ativo quanto à implementação de novos projetos. A grande concorrência existente nas modernas economias de mercado obriga as empresas a se manterem tecnologicamente atualizadas. Nenhuma empresa pode sentir-se segura em boa posição conquistada, pois a qualquer momento algum concorrente poderá surgir com um produto melhor e mais barato.

Assim, as empresas são obrigadas a desenvolverem continuamente novos projetos e a tomarem decisões sobre a sua implantação. Normalmente isto significa a necessidade de vultosas somas adicionais de recursos e uma elevação no risco do empreendimento, uma vez que investimentos em novos tipos de ativos fixos têm efeitos prolongados sobre a vida da empresa e uma decisão inadequada poderá comprometer irremediavelmente o seu futuro.

1.6.2 Decisões de financiamento

Enquanto as decisões de investimento envolvem importantes aspectos de natureza não financeira, as decisões de financiamento constituem responsabilidade exclusiva do administrador financeiro. As decisões de financiamento visam montar a estrutura financeira adequada às operações normais e aos novos projetos a serem implantados na empresa. As questões envolvidas nas decisões de financiamento referem-se à composição das fontes de recursos, que exigem análises profundas das alternativas existentes e de suas implicações futuras. São questões do tipo:

• Qual deveria ser a proporção entre recursos permanentes e temporários?

• Quanto de recursos próprios e quanto de financiamentos a longo prazo?

• O reinvestimento de lucros seria suficiente para atender às necessidades de recursos próprios?

• O mercado reagiria bem ao lançamento de novas ações?

• Qual seria o impacto dos custos financeiros provocados pelos financiamentos a longo prazo e pelos empréstimos a curto prazo?

• Em vez de comprar ativos fixos, não deveríamos arrendá-los?

1.6.3 Decisões relativas à destinação do lucro

O lucro obtido em cada exercício social representa a remuneração do investimento dos proprietários da empresa. Quanto desse lucro deveria ser distribuído aos acionistas e quanto seria retido para financiar a expansão dos negócios? Tal indagação revela que a política de distribuição de dividendos está diretamente relacionada com as decisões de financiamento. Distribuindo somente uma pequena parcela dos lucros, a empresa ficará menos dependente das fontes onerosas de recursos e ampliará a participação do capital próprio na estrutura financeira.

1.61.61.61.6 Áreas de Decisões Financeiras

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Quando a empresa pertence a reduzido número de pessoas, essas decisões são tomadas por consenso ou por imposição do sócio majoritário. A dificuldade surge quando existe grande número de acionistas e as ações são negociadas nas bolsas de valores. Neste caso, a política de dividendos estará orientada para a maximização das cotações, devendo basear-se na avaliação das expectativas do mercado acionário que são influenciadas por diversos fatores conjunturais.

Se a rentabilidade da empresa for satisfatória, pode-se supor que a maioria dos proprietários prefira abrir mão dos dividendos. Porém, não deve ser desconsiderado que sempre existirão acionistas desejosos de realizar, pelo menos, parte dos lucros. Uma empresa bem sucedida sempre terá novos planos de investimentos que implicam na necessidade de recursos adicionais. Parte dessas necessidades poderá ser atendida com a retenção de lucros e o restante terá de ser financiado por meio de outras fontes. Uma política de dividendos adequada favorece a manutenção dos preços das ações em níveis elevados, e isto poderá garantir o sucesso de futuros lançamentos de novas ações no mercado.

Exercícios de Fixação

Conheça os Conceitos

1. O que os administradores financeiros tentam maximizar e qual é seu objetivo secundário?

2. Descreva sinteticamente três razões básicas pela qual a maximização dos lucros não é consistente com a maximização da riqueza.

3. Quais são os demonstrativos financeiros que auxiliam o administrador financeiro a monitorar o desempenho da empresa? O que o Balanço Patrimonial pode indicar à empresa sobre a estrutura de ativos e financiamentos?

4. Cite dois exemplos de decisão de análise e planejamento que podem maximizar a riqueza do acionista.

5. Cite dois exemplos de decisões de investimento que podem maximizar ou minimizar a riqueza do acionista.

6. Cite dois exemplos de decisões de financiamento que podem maximizar ou minimizar a riqueza do acionista.

Termos para Estudo

� Liquidez x Rentabilidade � Risco e Retorno � Fluxo de Fundos � Maximização da Riqueza � O agente financeiro

� Capital de Giro � Áreas de decisões financeiras � Relacionamento com Economia � Relacionamento com contabilidade � Planejamento Financeiro

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Estudos em equipe

O estudo dirigido terá a seguinte metodologia:

• A formação da equipe terá de 03 a 05 acadêmicos. A equipe escolherá o seu coordenador.

• As pesquisas exploratórias serão feitas por meio de livros, revistas, artigos e Internet que abordam o tema.

• Estas pesquisas terão início no dia 27/02/07 em sala de aula. • A partir da aula do dia 06/03/07 cada equipe irá expor os estudos de suas pesquisas

(todo acadêmico tem que participar, pois será feita uma avaliação individual). • O professor irá mediar os debates e chamará aleatoriamente os acadêmicos da turma

para participarem da exposição do tema. O acadêmico deverá fazer perguntas ou expor sua crítica. Estas perguntas serão feitas por escrito e entregue ao Coordenador da equipe.

• Será entregue, por e-mail, até o dia 06/03/07 um resumo das principais constatações da pesquisa do tema para cada coordenador de equipe e para o professor.

• No dia 05/04/07 será entregue o trabalho impresso ao professor de acordo com a metodologia científica para trabalhos acadêmicos da FCJ. Não esquecer de citar as fontes e referências. As perguntas feitas por outras equipes a respeito do tema abordado e suas respectivas respostas devem estar nos Anexos do trabalho.

Este trabalho terá uma ponderação de 20% na avaliação bimestral. A avaliação será feita para o trabalho da equipe e para o desenvolvimento individual da cada acadêmico. Exemplo: • Aluno A: Trabalho Equipe = 9,0; Desenvolvimento individual = 7,0. • Nota “Termos para Estudo” do Aluno A = 8,0. • Contribuição p/ nota bimestral: 8,0 * 20% => 1,60

Exercícios na Internet (e-learning)

A editora Pearson Education disponibiliza na página http://wps.aw.com/br_gitman_admfinan_1/0,7871,769670-,00.html uma série de material de apoio para a obra “Administração Financeira – uma abordagem gerencial” dos autores GITMAN, Lawrence e MADURA, Jeff. Faça o download do Tutorial do livro e os exercícios do Capitulo 1: O Ambiente Financeiro. Após responder o exercício, clique no botão:

Veja seu desempenho

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Bibliografia

BOVESPA – Publicações gratuitas. Disponível em: http://www.bovespa.com.br/Home/redirect.asp?end=/Bovespa/Publicacoes/publ_gra.asp?page=publ_gra.asp. Acesso em: 13 fev. 2006.

BRAGA, Roberto. Fundamentos e técnicas de administração financeira. São Paulo: Atlas, 1995.

BRASIL, Haroldo Vinagre. Gestão Financeira das empresas: um modelo dinâmico. 4 ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002.

GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. 7ed. São Paulo: Harbra, 1997.

GITMAN, Lawrence J.; MADURA, Jeff. Administração Financeira – Uma abordagem gerencial – Exercícios. Disponível em: http://wps.aw.com/br_gitman_admfinan_1/0,7871,769670-,00.html. Acesso em: 13 fev. 2006.

GLOSSÁRIO DE FINANÇAS. Disponível em: http://www.shopinvest.com.br/educacional/glossario/glossario.asp?l=A. Acesso em: 13 fev. 2006.

MARION, José Carlos. Análise das demonstrações contábeis: contabilidade empresarial. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2005.

MATARAZZO, Dante Carmine. Análise financeira de balanços: abordagem básica e gerencial, 6 ed. São Paulo: Atlas, 2003.

NIKBAKHT, Ehsan & GROPPELLI, A. A. Administração Financeira. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2002.

PADOVEZE, Clóvis Luís. Controladoria Estratégica e Operacional. São Paulo: Thomson, 2003.

SANVICENTE, Antonio Zoratto. Administração Financeira. 3 ed. São Paulo: Atlas, 1997.

Site do Professor Arnoldo. Disponível em: http:// professor_arnoldo.tripod.com.br. Acesso em 14 fev. 2006.