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Processo Civil IV Processo Civil IV Cautelares e Procedimentos Especiais Cautelares e Procedimentos Especiais Professor: Juliano Costa Couto Professor: Juliano Costa Couto E-mail: E-mail: [email protected] [email protected]

5a. aula de processo peticao inicial e p gcautela 2011

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aula de processo civil

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Processo Civil IVProcesso Civil IV

Cautelares e Procedimentos Especiais Cautelares e Procedimentos Especiais

Professor: Juliano Costa CoutoProfessor: Juliano Costa CoutoE-mail: E-mail:

[email protected]@yahoo.com.br

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PETIÇÃO INICIAL CAUTELARPETIÇÃO INICIAL CAUTELAR““Art. 801.  O requerente pleiteará a medida cautelar em Art. 801.  O requerente pleiteará a medida cautelar em petição escrita, que indicará:petição escrita, que indicará:I - a autoridade judiciária, a que for dirigida;I - a autoridade judiciária, a que for dirigida;II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do requerente e do requerido;requerente e do requerido;III - a lide e seu fundamento;III - a lide e seu fundamento;IV - a exposição sumária do direito ameaçado e o receio IV - a exposição sumária do direito ameaçado e o receio da lesão;da lesão;V - as provas que serão produzidas.V - as provas que serão produzidas.Parágrafo único.  Não se exigirá o requisito do nParágrafo único.  Não se exigirá o requisito do noo III III senão quando a medida cautelar for requerida em senão quando a medida cautelar for requerida em procedimento preparatório.”procedimento preparatório.”

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Petição inicial do Livro I do CPCPetição inicial do Livro I do CPCArt. 282. A petição inicial indicará:Art. 282. A petição inicial indicará:I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida;I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida;II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu;domicílio e residência do autor e do réu;III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;IV - o pedido, com as suas especificações;IV - o pedido, com as suas especificações;V - o valor da causa;V - o valor da causa;VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;verdade dos fatos alegados;VII - o requerimento para a citação do réu.VII - o requerimento para a citação do réu.

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Possíveis problemasPossíveis problemas1º requisito – petição escrita= o CPC exige que a petição inicial 1º requisito – petição escrita= o CPC exige que a petição inicial seja ESCRITA. No entanto, não há dúvida de que, dependendo seja ESCRITA. No entanto, não há dúvida de que, dependendo da urgência, o requerimento pode ser feito oralmente e tomado da urgência, o requerimento pode ser feito oralmente e tomado a termo pelo juiz ou escrivão. Nesse ato poderia, se for o caso, a termo pelo juiz ou escrivão. Nesse ato poderia, se for o caso, tomado o depoimento das testemunhas, juntada a tomado o depoimento das testemunhas, juntada a documentação competente e o juiz decidir sobre o pedido de documentação competente e o juiz decidir sobre o pedido de liminar. liminar.

A doutrina é quase que pacífica no sentido de que o artigo é A doutrina é quase que pacífica no sentido de que o artigo é falho, visto que não coloca como requisito o requerimento de falho, visto que não coloca como requisito o requerimento de CITAÇÃO do réu nem faz menção à necessidade de imputação CITAÇÃO do réu nem faz menção à necessidade de imputação ao VALOR da causa. No entanto, a omissão quanto à citação é ao VALOR da causa. No entanto, a omissão quanto à citação é suprida no art. 802suprida no art. 802  

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Possíveis problemasPossíveis problemasO legislador, sabendo da ACESSORIEDADE e O legislador, sabendo da ACESSORIEDADE e DEPENDÊNCIA do processo cautelar, registra as partes DEPENDÊNCIA do processo cautelar, registra as partes como “requerente” e “requerido”.como “requerente” e “requerido”.Em relação ao valor da causa, parte da doutrina defende Em relação ao valor da causa, parte da doutrina defende que o valor atribuído à causa deve traduzir um valor que o valor atribuído à causa deve traduzir um valor monetário que não confunde-se com o da ação principal ou monetário que não confunde-se com o da ação principal ou do bem a ser protegido (Ovídio).do bem a ser protegido (Ovídio).  H. T. júnior e Lopes da Costa entendem que o valor da H. T. júnior e Lopes da Costa entendem que o valor da causa deve corresponder “tanto quanto possível” o valor da causa deve corresponder “tanto quanto possível” o valor da causa principal. Com isso tem-se que: a ação de seqüestro, causa principal. Com isso tem-se que: a ação de seqüestro, busca e apreensão etc será o valor dos bens, no arresto será busca e apreensão etc será o valor dos bens, no arresto será o valor da dívida.o valor da dívida.

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Poder Geral de Cautela – art. 798Poder Geral de Cautela – art. 798Art. 798.  Além dos procedimentos cautelares específicos, Art. 798.  Além dos procedimentos cautelares específicos, que este Código regula no Capítulo II deste Livro, poderá o que este Código regula no Capítulo II deste Livro, poderá o juiz determinar as medidas provisórias que julgar adequadas, juiz determinar as medidas provisórias que julgar adequadas, quando houver fundado receio de que uma parte, antes do quando houver fundado receio de que uma parte, antes do julgamento da lide, cause ao direito da outra lesão grave e julgamento da lide, cause ao direito da outra lesão grave e de difícil reparação.de difícil reparação.

Há quem diga que, com a regra geral, não haveria a Há quem diga que, com a regra geral, não haveria a necessidade de manutenção das cautelares específicas necessidade de manutenção das cautelares específicas previstas no CPC. previstas no CPC. Bastariam constar o Bastariam constar o fumus boni iurisfumus boni iuris e o e o periculum periculum in morain mora, de forma genérica... , de forma genérica...

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Poder Geral de CautelaPoder Geral de Cautela

Art. 799.  No caso do artigo anterior, poderá o juiz, para evitar o Art. 799.  No caso do artigo anterior, poderá o juiz, para evitar o dano, autorizar ou vedar a prática de determinados atos, ordenar dano, autorizar ou vedar a prática de determinados atos, ordenar a guarda judicial de pessoas e depósito de bens e impor a a guarda judicial de pessoas e depósito de bens e impor a prestação de caução.prestação de caução.Rol exemplificativo...Rol exemplificativo...

A jurisprudência brasileira caminha no sentido de que, A jurisprudência brasileira caminha no sentido de que, sempre que presente a plausibilidade do direito e o sempre que presente a plausibilidade do direito e o perigo do dano o julgador NÃO TEM perigo do dano o julgador NÃO TEM discricionariedade, ele é obrigado a conceder o pleito.. discricionariedade, ele é obrigado a conceder o pleito..

  

  

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Poder Geral de CautelaPoder Geral de Cautela

Ver MC nº 1316 do STJ – página 164 do Márcio Louzada...Ver MC nº 1316 do STJ – página 164 do Márcio Louzada...

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Poder Geral de CautelaPoder Geral de Cautela

Lembram-se da “Supervalorização” do direito de ação. Lembram-se da “Supervalorização” do direito de ação.

  

Pois bem, há interpretação restritiva quanto à limitação Pois bem, há interpretação restritiva quanto à limitação do direito de ação do cidadão. Art. 5º, inc. XXXV – do direito de ação do cidadão. Art. 5º, inc. XXXV – direito de ação, garantia de constitucionaldireito de ação, garantia de constitucional

  

STJ – Resp 406.803, 82189, 330181... página 165 do STJ – Resp 406.803, 82189, 330181... página 165 do Márcio louzadaMárcio louzada

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RESTRIÇÕES AO PODER GERAL DE RESTRIÇÕES AO PODER GERAL DE CAUTELACAUTELA

1 - A ação cautelar deve ser 1 - A ação cautelar deve ser verdadeiramente verdadeiramente cautelar.cautelar.

  

O Poder Gerald e Cautela deve dar respaldo à situações O Poder Gerald e Cautela deve dar respaldo à situações verdadeiramente cautelares e tenham as características verdadeiramente cautelares e tenham as características já mencionadas nesse curso: instrumentalidade e já mencionadas nesse curso: instrumentalidade e auxiliariedade, provisoriedade, madamentabilidade e auxiliariedade, provisoriedade, madamentabilidade e revogabilidade...revogabilidade...

  Não se pode admitir a utilização do poder geral de Não se pode admitir a utilização do poder geral de cautela de forma desvirtuada, fora do escopo cautela de forma desvirtuada, fora do escopo acautelatórioacautelatório

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RESTRIÇÕES AO PODER GERAL DE RESTRIÇÕES AO PODER GERAL DE CAUTELACAUTELA

  2 - Só se utilizar da ação cautelar 2 - Só se utilizar da ação cautelar inominada inominada quando não quando não houver cautelar específica. Aplica-se o princípio houver cautelar específica. Aplica-se o princípio hermenêutico de que prevalece a regra especial em hermenêutico de que prevalece a regra especial em detrimento da geral. detrimento da geral. O STJ já decidiu nesse sentido: Resp 24.588:O STJ já decidiu nesse sentido: Resp 24.588:"O poder geral de cautela do magistrado está em que "O poder geral de cautela do magistrado está em que havendo um dispositivo legal específico, prevendo havendo um dispositivo legal específico, prevendo determinada medida com feição cautelar para conter um determinada medida com feição cautelar para conter um ameaçadora lesão a direito, não se há de deferir cautelar ameaçadora lesão a direito, não se há de deferir cautelar inominada." (RSTJ 53/155, 1ª turma - REsp 24.588).inominada." (RSTJ 53/155, 1ª turma - REsp 24.588).

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RESTRIÇÕES AO PODER GERAL DE RESTRIÇÕES AO PODER GERAL DE CAUTELACAUTELA

No final, mesmo com divergências, é cabível o No final, mesmo com divergências, é cabível o entendimento de que “verificando o juiz a ausência de um entendimento de que “verificando o juiz a ausência de um ou mais elementos apontados para a providência específica, ou mais elementos apontados para a providência específica, não estará impedida a concessão de outra medida, de caráter não estará impedida a concessão de outra medida, de caráter inominado, se atendidos os pressupostos genéricos de inominado, se atendidos os pressupostos genéricos de forma a alcançar os resultados idênticos ou semelhantes forma a alcançar os resultados idênticos ou semelhantes àquela outra”...àquela outra”...Ovídio Batista da Silva caminha no mesmo sentido, Ovídio Batista da Silva caminha no mesmo sentido, afirmando que o juiz não pode ficar desprovido de poderes afirmando que o juiz não pode ficar desprovido de poderes ante a ameaça em razão de não estar preenchido o suporte ante a ameaça em razão de não estar preenchido o suporte fático de cautelar específica...fático de cautelar específica...  Aplica-se o princípio da Aplica-se o princípio da fungibilidadefungibilidade. .

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REVELIA NO PROCESSO CAUTELARREVELIA NO PROCESSO CAUTELAR

A revelia é a não apresentação de defesa, desde que regular a A revelia é a não apresentação de defesa, desde que regular a citação. O CPC adotou, para o processo cautelar, o mesmo citação. O CPC adotou, para o processo cautelar, o mesmo efeito da revelia para o de conhecimento. – art. 319 do CPC. efeito da revelia para o de conhecimento. – art. 319 do CPC.   Há de ter cautela na aplicação da revelia ao processo cautelar. Há de ter cautela na aplicação da revelia ao processo cautelar. Como sabido, no processo cautelar não há necessidade de se Como sabido, no processo cautelar não há necessidade de se efetivar a PROVA dos fatos, tão somente a verossimilhança efetivar a PROVA dos fatos, tão somente a verossimilhança das alegações. Seria dentro desse limite que ocorreria a revelia, das alegações. Seria dentro desse limite que ocorreria a revelia, no campo da verossimilhança. no campo da verossimilhança.     Por fim, frisemos que a revelia porventura ocorrida no Por fim, frisemos que a revelia porventura ocorrida no processo cautelar NÃO É transferida para o processo processo cautelar NÃO É transferida para o processo principal. principal.

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SENTENÇA CAUTELAR SENTENÇA CAUTELAR

Com ou sem liminar é certo que o processo cautelar tem Com ou sem liminar é certo que o processo cautelar tem natureza contenciosa e, assim, não se encerra sem uma natureza contenciosa e, assim, não se encerra sem uma sentença que reconheça a procedência ou improcedência sentença que reconheça a procedência ou improcedência do pedido, salvo, é claro, nas hipóteses de extinção por do pedido, salvo, é claro, nas hipóteses de extinção por deficiência ou falta de condições de ação ou de deficiência ou falta de condições de ação ou de pressupostos processuais.pressupostos processuais.

A sentença cautelar está legalmente prevista no art. 803, A sentença cautelar está legalmente prevista no art. 803, e para ela há, também previsão expressa do recurso de e para ela há, também previsão expressa do recurso de apelação, com o efeito apenas devolutivo (art. 520, n° apelação, com o efeito apenas devolutivo (art. 520, n° IV). IV).

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SENTENÇA CAUTELAR SENTENÇA CAUTELAR

Via de regra, até pela ausência de julgamento de mérito, a Via de regra, até pela ausência de julgamento de mérito, a sentença cautelar faz coisa julgada FORMAL, visto que, a sentença cautelar faz coisa julgada FORMAL, visto que, a qualquer tempo, é possível ao juiz rever a medida, quer qualquer tempo, é possível ao juiz rever a medida, quer para modificá-la, quer para revogá-la (art. 807).para modificá-la, quer para revogá-la (art. 807).

A sentença cautelar só adquire a autoridade da coisa A sentença cautelar só adquire a autoridade da coisa julgada julgada material material quando o juiz, entrando no mérito da quando o juiz, entrando no mérito da controvérsia existente entre os litigantes, acolhe, no controvérsia existente entre os litigantes, acolhe, no julgamento da cautelar, a exceção material de prescrição julgamento da cautelar, a exceção material de prescrição ou de decadência; nos termos do art. 810 do CPC.ou de decadência; nos termos do art. 810 do CPC.

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SENTENÇA CAUTELAR SENTENÇA CAUTELAR Limites da sentença - Limites da sentença - Em razão da predominância do Em razão da predominância do interesse público - a medida cautelar se destina a servir a interesse público - a medida cautelar se destina a servir a outro processo e não ao direito da parte -, e diante do outro processo e não ao direito da parte -, e diante do princípio da fungibilidade dos provimentos de segurança, princípio da fungibilidade dos provimentos de segurança, não configura decisão não configura decisão extra petita, extra petita, a sentença que defere a sentença que defere providência cautelar diversa da postulada pela parte.providência cautelar diversa da postulada pela parte.Fundamentação - Fundamentação - Segurança não é sinônimo de Segurança não é sinônimo de arbítrio. O juiz não está, por isso, dispensado de arbítrio. O juiz não está, por isso, dispensado de fundamentarfundamentar a sentença cautelar, que intrinsecamente a sentença cautelar, que intrinsecamente deve conter todos os requisitos essenciais preconizados deve conter todos os requisitos essenciais preconizados peloart. 458: peloart. 458: relatório, fundamentação de fato e relatório, fundamentação de fato e direito e dispositivo.direito e dispositivo.

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SENTENÇA CAUTELAR SENTENÇA CAUTELAR Tendo em vista a acessoriedade – deve haver Tendo em vista a acessoriedade – deve haver condenação em honorários advocatícios ou seria condenação em honorários advocatícios ou seria bis in bis in idemidem

O que decide é a CONTENCIOSIDADE.O que decide é a CONTENCIOSIDADE.

Sem a Sem a lide cautelar lide cautelar (isto é, sem o conflito de interesses (isto é, sem o conflito de interesses em tomo da providência preventiva), não há em tomo da providência preventiva), não há ação ação cautelar, cautelar, mas apenas mas apenas medida cautelar. medida cautelar. E não havendo E não havendo lide lide (o que, praticamente, se revela pela falta de contestação (o que, praticamente, se revela pela falta de contestação ao pedido do provimento preventivo), não haverá, ao pedido do provimento preventivo), não haverá, também, também, sucumbência, sucumbência, o que exclui a condenação de o que exclui a condenação de custas e honorários advocatícios. custas e honorários advocatícios.