Peticao Ruy Jorge Caldas Pereira

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    CALDAS PEREIRAADVOGADOS E CONSULTORES ASSOCIADOS

    Marcos Jorge Caldas Pereira Bernardo Botelho Pereira de Vasconcelos Consultores:Ruy Jorge Caldas Pereira Ana Luisa Rabelo Pereira Rafael MayerTadeu Rabelo Pereira Eduardo de Barros Pereira Joo Carneiro de UlhaPatricia Vieira Coelho Pereira Andr de Barros Pereira

    SHIS QL 6 conjunto 5 casa 1 CEP: 71620-055 Braslia-DFTel.: (61)*364 3040 Fax: (61) 364 2282 E-Mail: [email protected]

    EXMO. SR. JUIZ FEDERAL DA VARA DA SEO JUDICIRIADO DISTRITO FEDERAL

    1. Eticamente era impossvel, para procuradores que tentam

    fazer alguma coisa, sonegar essa importante informao dasociedade brasileira.2. So palavras ditas, segundo publicao jornalstica, peloProcurador da Repblica Luiz Francisco.3. So palavras infelizes.4. Procuradores que tentam fazer alguma coisa.5. Fazer o qu?6. Nossa misso institucional est muito claramente disposta naConstituio Federal, e temos de exercit-la todos os dias:preservar a dignidade da pessoa humana, preservando oEstado Democrtico de Direito e seus postulados de realizaode Sociedade justa e solidria.7. No temos que produzir fazer acontecer (?) fatos

    jornalsticos que se perdem na rama, porque sempreperfunctrios e trazidos com alta dose de sensacionalismonovelesco, to peculiar s intrigas de folhetins.8. A Constituio Federal quer o Ministrio Pblico instituiopermanente, porque seu compromisso no est no instante.9. Sua luta no maniquesta.10. Quem membro do Ministrio Pblico, e este caminhoprofissional trilha, deve trilh-lo por toda uma vida, porquepor toda uma vida questiona, judicialmente, as condutasofensivas paz social e aos valores maiores de honestidade,competncia e seriedade no trato da coisa pblica, cometidasou omitidas por quem quer que seja.

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    11. O Ministrio Pblico no tem nenhum compromisso com ainformao da Sociedade brasileira. Deve t-lo a imprensabrasileira.12. O Ministrio Pblico, por certo a voz da Sociedadebrasileira ante o Poder Judicirio, na afirmao de sua tarefa

    institucional, cujos objetivos linhas atrs, pusemos claro.13. Mas a voz a que possa ser compreendida e, s assim, ouvidanecessita expressar pretenso concreta, bem deduzida,

    justamente porque colima todo um trabalho precedente,escorreito, criterioso, que se fez, agora sim, em investigaoreservada prpria instituio e ao investigado.14. O que se investiga, e enquanto se investiga, no se informaao aleatrio, portanto.15. A tica, muito ao contrrio do que afirma o colega LuizFrancisco, enquanto se desenvolve trabalho preparatrio deinvestigao, seja cvel, seja criminal, titulado por membro doMinistrio Pblico, e por quem quer que tambm possainvestigar, recomenda a preservao da pessoa investigada da

    novelesca execrao pblica.16. Tenhamos todos presentes, sbias palavras da reflexobblica pertinente ao 8 Domingo do Tempo Comum, que vemde acontecer, verbis:Quando a gente sacode a peneira, nela ficam s os refugos;assim os defeitos de um homem aparecem no seu falar. Como oforno prova os vasos do oleiro, assim o homem provado emsua conversa. O fruto revela como foi cultivada a rvore; assima palavra mostra o corao do homem. No elogies a ningum,antes de ouvi-lo falar: pois no falar que o homem se revela(Eclo 27,5-8).Texto transcrito da mensagem eletrnica enviada pelo Procuradorda Repblica Cludio Fonteles aos demais membros do MP

    federal, em 2 de maro de 2001, a respeito de declarao dada imprensa pelo procurador Luiz Francisco de Souza sobre episdioque envolvia o nome do autor.

    EDUARDO JORGE CALDAS PEREIRA,

    brasileiro, casado, economista, portador da Carteira de Identidade n

    1.619.660-2 IFP/RJ, inscrito no CPF sob o n 004.399.321-49, residente

    nesta Capital, no SHIS QL 14, conjunto 7, casa 12, por seus advogados ao

    final firmados (instrumento de mandato anexo doc. 1), vem

    respeitosamente, com fundamento no artigos 5, V e X, e 37, 6 da

    Constituio Federal, c/c. o artigo 159 do Cdigo Civil, propor

    AO DE REPARAO DE DANOS MORAIS

    contra a UNIO FEDERAL, que poder ser citada na Advocacia Geral da

    Unio, com endereo no SAS Q.2 Bloco E, 9 andar, e contra LUIZ

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    FRANCISCO FERNANDES DE SOUZA, brasileiro, solteiro, Procurador

    da Repblica, e GUILHERME ZANINA SCHELB, brasileiro, casado,

    Procurador da Repblica ambos podendo ser encontrados em seus

    Gabinetes no prdio da Procuradoria da Repblica no Distrito Federal, no

    SAS, Q. 5, lote 8, Bloco E , pelos motivos que passa a expor:

    I DOS FATOS

    Como de conhecimento pblico, a partir dejunho de 2000 passou o Autor a ocupar lugar de destaque na imprensa

    escrita e na mdia eletrnica, no contexto da cobertura do chamado Caso

    EJ, que na poca surgiu como um escndalo gigantesco e, aps dois anos

    de apurao, revelou sua verdadeira face de campanha difamatria

    promovida visando ao massacre moral do Autor.

    O desenvolvimento da espiral de acusaes e

    ataques dirigidos contra o Autor por meio de diversos rgos da imprensa

    contou com a decisiva e deliberada participao de alguns membros do

    Ministrio Pblico Federal, que alimentaram o escndalo de diversas

    formas, especialmente mediante declaraes pblicas desprovidas de

    comprovao, de grave contedo ofensivo, e vazamento de informaes e

    documentos sigilosos. A atuao desses Procuradores conferiu s absurdas

    acusaes a credibilidade gozada pela instituio que aqueles agentes

    pblicos integram.

    Dessa forma, o chamado Caso EJ, alm dos

    danos pessoais causados ao Autor, teve repercusses gravssimas, gerando

    enorme crise poltica que afetou at mesmo a governabilidade do pas. Em

    anlise de conjuntura apresentada poca perante o Conselho Permanente

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    da CNBB, assim se manifestou o Professor Pedro A. Ribeiro de Oliveira,

    da Universidade Catlica de Braslia, sobre o caso:

    A leitura de matrias publicadas na grande imprensapermite inferir que a crise poltica grave, uma vezque est em questo a figura do Presidente. Ela traz ainevitvel lembrana do cenrio onde desenrolaram-seas denncias envolvendo o ento Presidente Collor e

    seu homem de confiana PC Farias. Tem sido tambmcomparada ao episdio do Riocentro, quando o

    governo militar oficializou uma verso sem respaldonos fatos e acabou se desmoralizando. (Doc. 2).

    O clamor popular e a instabilidade poltica

    gerados pelas acusaes formuladas contra o Autor aumentaram

    sobremodo seu sofrimento e a presso psicolgica a que foi injustamente

    submetido.

    Cuida a presente demanda, portanto, da reparao

    devida em virtude dos gravssimos danos morais suportados pelo Autor em

    decorrncia de diversos atos praticados de forma irresponsvel, e o mais

    das vezes com inegvel m-f, por Procuradores da Repblica, aliados

    conduta omissiva da Unio, que permitiu os abusos cometidos, vedando ao

    Autor qualquer forma de defesa eficaz.

    Foram inmeros os ataques honra do Autor.

    Milhares de matrias e artigos foram veiculados em jornais, revistas,

    televiso, rdio e internet. Isso sem falar em referncias ofensivas a seu

    nome em livros, peas de teatro, charges, e at em marcha de carnaval. A

    maioria dessas referncias tomavam por base as alardeadas suspeitas e

    declaraes de membros do Ministrio Pblico Federal.

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    quase impossvel, atravs de narrativa escrita,

    retratar fielmente o intenso sofrimento e a situao extrema a que foi

    submetido o Autor. Mesmo a leitura atenta de todas as publicaes a seu

    respeito e a reviso de cada matria veiculada pela televiso e pelo rdio

    no poderia recriar o massacre e o linchamento moral experimentados.

    O clima de escndalo foi to intenso que chegou a

    haver queda nas Bolsa de Valores e preocupaes quanto economia do

    Pas.

    O caderno Folha Dinheiro do jornal A FOLHA

    DE SO PAULO do dia 12 de julho de 2000 (doc. 3) trazia a seguinte

    manchete:

    Caso Eduardo Jorge deixa mercado nervoso.

    A questo foi objeto de matrias em jornais domundo inteiro. Tambm o jornal A FOLHA DE SO PAULO, em 27 de

    julho de 2000 (doc 4), publicou matria que afirmava:

    O governo dos EUA avalia que o escndaloenvolvendo o ex-secretrio-geral da Presidncia

    Eduardo Jorge ir tornar mais difcil a aprovao, noCongresso brasileiro, das reformas que Fernando

    Henrique Cardoso deseja fazer at o final do seugoverno.

    O material extremamente volumoso. Por isso,

    em nome da clareza e para no tornar a presente inicial excessivamente

    enfadonha, sero aqui expressamente mencionados apenas os fatos

    considerados de maior relevncia. No se deve, todavia, perder de vista o

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    contexto de campanha difamatria e o clima de execrao pblica do Autor

    em que ocorreram os incidentes abaixo relacionados .

    Em 06 de julho de 2000, o jornal VALOR

    ECONMICO publicou matria intitulada Nicolau ajudou o Planalto a

    manter Real, diz ex-ministro (doc. 5), relativa a entrevista dada pelo Autor

    ao referido dirio, em que este esclarecia, como j havia feito

    anteriormente, a natureza dos contatos telefnicos que manteve com o Juiz

    Nicolau dos Santos Neto quando ocupava o cargo de Secretrio Geral da

    Presidncia da Repblica.

    A partir da, certos membros do Ministrio

    Pblico Federal, com apoio da imprensa, comearam a tentar envolver o

    nome do Autor no chamado escndalo da obra do TRT paulista. Os

    Procuradores em questo passaram a dar entrevistas difamatrias e, sem

    base em quaisquer provas concretas, a levantarem publicamente diversas

    suspeitas contra o Autor, falando de indcios veementes de seu

    envolvimento no s na questo da obra do TRT paulista, mas tambm em

    falcatruas, trfico de influncia, favorecimento indevido, desvio de

    recursos, entre outros absurdos, afirmando a toda hora que estariam

    investigando, ajuizando aes e pedindo quebra de sigilos bancrio e

    telefnico e, ainda, alimentando o noticirio com documentos sigilosos

    contendo informaes sobre o Autor, obtidas em razo do cargo que

    ocupam.

    Em 19 de julho de 2000, a revista ISTO

    anunciava (doc. 6):

    Alm de coloc-lo como a bola da vez no escndalo,

    os procuradores pretendem jogar um holofote sobre osnegcios de Eduardo Jorge. Tentaro tir-lo das

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    sombras em que sempre atuou na vida pblica e naprivada.

    De fato, membros do Ministrio Pblico Federal,

    por volta de julho de 2000, comearam a falar publicamente sobre sua

    atuao no que se convencionou chamar o Caso EJ. Diversos

    representantes do Parquet anunciaram suas suspeitas sobre o Autor,

    divulgaram linhas de investigao e detalhes sobre seus trabalhos que

    deveriam ser mantidos em sigilo. Tudo com finalidade poltica e de auto-

    promoo, s custas da reputao do Autor.

    Assim, nos jornais, peridicos e nos noticirios de

    televiso, comearam a chover notcias extremamente ofensivas honra

    do Autor, baseadas ou, ao menos, fortalecidas pela presuno de seriedade

    e veracidade que lhes conferia a palavra de membros do Ministrio Pblico

    Federal.

    Nessas matrias, o pronunciamento dos

    Procuradores serviu apenas para impulsionar a onda de escndalo

    artificialmente criada em torno do nome do Autor, eis que no continham

    informaes fidedignas e sim meras impresses pessoais dos Procuradores,

    com grande contedo fantasioso e vis poltico-ideolgico (doc 7). No

    tinham, para embasar tais declaraes, quaisquer indcios. Dois anos se

    passaram do incio dos fatos narrados nesta petio, sem que tenha sido

    produzida uma prova sequer contra a conduta e a honestidade do Autor.

    No entanto, em incontveis ocasies os

    Procuradores da Repblica foram aos rgos de imprensa fazer afirmaes

    injuriosas e fornecer material para manchetes e matrias jornalsticas,

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    colocando em dvida a honestidade e a honradez de Eduardo Jorge.

    Acusaram-no, a um s tempo, de participar do desvio de verbas do TRT

    paulista, de exercer indevida ingerncia nos fundos de penso, de praticar

    trfico de influncia, de controlar um hipottico caixa 2 da campanha

    eleitoral de Fernando Henrique Cardoso para a Presidncia da Repblica,

    de exercer trfico de influncia em procedimento licitatrio no Ministrio

    da Justia para favorecer a empresa MONTREAL, de participar de

    falcatruas no DNER, de promover a falncia da construtora ENCOL em

    proveito prprio, entre outros absurdos.

    H pouco mais de dois anos da data do

    ajuizamento da presente ao, por exemplo, antes mesmo da abertura de

    qualquer inqurito para apurar as supostas denncias contra o Autor, o Ru

    Luiz Francisco de Souza afirmava sobre o Autor, em matria que recebeu o

    ttulo Procurador compara Eduardo Jorge a PC Farias, o seguinte:

    O procurador Luiz Francisco de Souza, envolvido nasinvestigaes do Ministrio Pblico Federal sobre ocaso do desvio de verbas da obra do FrumTrabalhista de So Paulo, comparou ontem o ex-secretrio-geral da Presidncia Eduardo Jorge Caldasa Paulo Csar Farias, tesoureiro de campanha do ex-

    presidente Fernando Collor, morto em 1996. Ele disseque h indcios de que o ex-colaborador e ex-caixa decampanha do presidente Fernando Henrique Cardoso

    montou um esquema de lobby no governo parabeneficiar suas empresas. preciso tomar cuidado com a comparao, mas noh como deixar de apontar semelhanas entre

    Eduardo Jorge e PC Farias, por causa da influnciano governo e de seu trabalho como caixa nas duascampanhas eleitorais de Fernando Henrique, disse

    Luiz Francisco. Assim como PC, Eduardo Jorge eraum homem muito influente no governo de Fernando

    Henrique de 1995 a 1998, trabalhando nos bastidorespara conquistar apoio poltico para projetos do

    presidente.

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    Mais adiante:

    Luiz Francisco explicou que o Ministrio Pblicoest centrando as apuraes sobre o desvio dos R$

    169 milhes para avanar, paralelamente, nainvestigao da rede de lobby que teria sido montada

    pelo ex-secretrio-geral. Ele lembrou que o escritriode advocacia Caldas Pereira, que tem entre seusscios dois irmos e uma sobrinha de Eduardo Jorge,

    fez servios para a Incal, como revelou reportagempublicada pelo Estado na sexta-feira.Para o procurador, isso complica ainda mais asituao do ex-secretrio-geral. Luiz Franciscotambm quer investigar a atuao de Eduardo Jorgeem relao aos fundos de penso, que classifica deum caixa sem controle. Eduardo Jorge era o elo do

    governo com a direo dos fundos de penso dasestatais, que participaram da maior parte das

    privatizaes do governo Fernando Henrique. (Doc.8).

    A comparao, veiculada pelo jornal O ESTADO

    DE SO PAULO em 17 de julho de 2000, evidentemente foi proferida

    com intuito difamatrio, eis que o senhor Paulo Csar Farias, injustamenteou no, tornou-se cone de desonestidade, corrupo e desmandos com a

    coisa pblica.

    Na mesma data, foi publicada matria no jornal

    VALOR ECONMICO sob o ttulo MP investiga patrimnio de Eduardo

    Jorge Receita Federal far auditoria na declarao de renda do ex-ministro e quebra de sigilo pedida.(Doc. 9).

    No texto, o Procurador da Repblica Luiz

    Francisco de Souza, segundo Ru na presente ao, levantou suspeitas

    levianas sobre o Autor, afirmando, sem ter tido acesso naquela data a

    qualquer informao sobre a sua situao patrimonial e sem que existisse

    qualquer procedimento instaurado para apurar os fatos, que:

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    suspeito o crescimento patrimonial dele.

    E, ainda:

    Para investigar se houve enriquecimento ilcito, oMinistrio Pblico vai apurar tambm a ligao do ex-secretrio-geral da Presidncia com os fundos depenso. Eduardo Jorge atuava como ponte entre ogoverno e a direo dos fundos de penso das estatais que movimentam bilhes de dlares e tm

    participao nas privatizaes. Os fundos de pensoforam sempre um dos pontos mais suspeitos da vidade Eduardo Jorge. A influncia dele era esmagadoradisse o procurador Lus Francisco de Souza.

    Mais adiante, outra declarao do Procurador, no

    seguinte contexto:

    Os procuradores da Repblica ainda vo levantar aatuao de Eduardo Jorge como conselheiro deempresas que participam de licitaes federais. Isso altamente suspeito, disse o procurador.

    Em 21 de julho de 2000, o jornal O ESTADO DE

    SO PAULO (doc. 10) trazia reportagem com o ttulo

    Procuradoria vai analisar bens de Eduardo Jorge.

    O texto trazia novas declaraes do Procurador

    Luiz Francisco de Souza:

    Vamos pedir uma auditoria da Receita Federal paraver o crescimento do patrimnio do Eduardo Jorge

    porque temos suspeitas fortes de que o patrimnio doex-ministro no condizente com as suas receitas.

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    Afirmaes semelhantes foram feitas tambm na

    televiso, por exemplo, quando, no noticirio DIA A DIA NEWS, da TV

    BANDEIRANTES no dia 21 de julho de 2000 (doc. 11, fita 1), o

    Procurador Luiz Francisco de Souza afirmou sobre o Autor:

    O crescimento patrimonial dele bem considervel eeu entendo que traz indcios veementes de descompassototal com as receitas lcitas dele.

    A manchete no jornal O GLOBO do dia 26 de

    julho de 2000 (doc. 12), dizia:

    Ministrio Pblico prepara sua primeira ao contraEduardo Jorge Procuradoria rene provas paraacusao de improbidade administrativa.

    O texto traz detalhes sobre suposta ao que seriaajuizada contra o Autor pelo Ministrio Pblico:

    A Procuradoria da Repblica no Distrito Federalprepara a primeira ao de improbidade contra o ex-secretrio geral da Presidncia da Repblica,Eduardo Jorge Caldas Pereira. Uma das principaisacusaes contra o ex-secretrio ser seu envolvimentona assinatura do contrato e liberao de recursos para

    a empresa Montreal Informtica pelo DepartamentoNacional de Trnsito (Denatran).- Estamos reunindo os documentos, e esse caso do

    Denatran o mais simples de todos. A comear peladispensa de licitao afirmou o procurador Luiz

    Francisco de Souza.Sem querer dar detalhes da linha de investigao do

    Ministrio Pblico Federal, o procurador limitou-se arevelar que alm do contrato da Montreal, esto sendomapeadas as atuaes de Eduardo Jorge em outroscontratos com rgos pblicos. Apesar de o ex-

    secretrio no estar exercendo funo no Governo napoca em que pressionou pela liberao dos recursos

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    para a Montreal, os procuradores acreditam que elepode ser enquadrado por favorecimento num negcioirregular.

    Os fortes indcios contra o Autor, implcitos na

    circunstncia de estarem os membros do Ministrio Pblico falando sobre o

    assunto para a imprensa com mbito nacional, simplesmente no existiam.

    Tanto que at hoje no foi ajuizada a to alardeada medida judicial.

    Em 28 de julho de 2000, foi publicada no

    CORREIO BRAZILIENSE (doc. 13) matria denunciando esquema em

    que o Autor acusado de ter tentado favorecer a construtora ENCOL, com

    planos de futuramente assumir o controle da empresa. Tal acusao absurda

    teria sido feita pelo ex-presidente da ENCOL, Pedro Paulo de Souza, em

    depoimento realizado junto ao Ministrio Pblico Federal.

    O depoimento deveria ter sido guardado emsigilo, como convm a qualquer investigao marcada pela seriedade.

    Todavia, os Procuradores responsveis pelo caso trataram de lhe conferir

    ampla publicidade, aparecendo nos mais diversos rgos de imprensa para

    falar a respeito, aproveitando a ocasio para tecer ofensivos comentrios

    sobre o Autor.

    A matria acima referida, trouxe a seguinte

    manchete:

    Fui tapeado Em depoimento que durou mais deseis horas ao Ministrio Pblico, Pedro Paulo deSouza confirmou esquema de Eduardo Jorge paraassumir o controle da Encol e conseguir emprstimosacima do que a construtora realmente precisava.

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    No texto, o seguinte:

    De acordo com os procuradores, ele deixou muitoclaro em seu depoimento que Eduardo Jorge Caldas,ex-secretrio-geral da Presidncia da Repblica,armou estratgia para assumir a direo da Encol,valendo-se de um esquema de interveno. Com osesclarecimentos, os integrantes do Ministrio Pblicoacreditam que surgem finalmente sinais de trfico deinfluncia da parte do ex-secretrio. O indcio,acredito, est muito claro. A mistura de atosadministrativos, com atos negociais e atosempresariais est clarssima, avaliou o procurador

    Luiz Francisco de Souza.

    Sobre o mesmo tema, o jornal O GLOBO do

    mesmo dia (doc. 14) trouxe matria com o ttulo:

    Encol: MP v indcios de trfico de influncia naatuao de Eduardo Jorge.

    Na matria, o Ru Luiz Francisco de Souza

    declarava sobre o Autor:

    O depoimento mostra a mistura de assuntosadministrativos, financeiros, pblicos e privados.

    Como se v, os Procuradores no hesitaram em

    comentar publicamente um depoimento que foi prestado em procedimento

    sigiloso. E, mais grave ainda, as suas declaraes imprensa no so fiis

    ao que se extrai da ntegra do referido depoimento (doc. 15), de cuja

    leitura se infere a m-f dos membros do Ministrio Pblico Federal na

    divulgao do episdio.

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    Em 5 de agosto de 2000, os leitores do JORNAL

    DO BRASIL (doc. 16) tomavam conhecimento da matria denominada

    Fundos de penso sero investigados ligaes e atuao de diretores

    so alvos dos procuradores. Acima do ttulo, a foto dos Procuradores

    Guilherme Schelb e Luiz Francisco de Souza, com a legenda: Os

    procuradores Guilherme Schelb e Luiz Francisco de Souza querem nova

    auditoria fiscal dos bens do ex-secretrio.

    No texto, propriamente dito, o seguinte:

    A escolha e a atuao dos dirigentes dos quatromaiores fundos estatais de penso sero investigadas

    pelos procuradores da Repblica. O objetivo dosintegrantes do Ministrio Pblico Federal provarque Eduardo Jorge mentiu, ao declarar emdepoimento a uma subcomisso do Senado, quenunca teve qualquer interferncia na nomeao dediretores dos fundos.

    No programa de televiso OBSERVATRIO DA

    IMPRENSA veiculado pela TV EDUCATIVA no dia 15 de agosto de 2000

    (doc. 17, fita 1), o Procurador Guilherme Schelb ofendeu gravemente o

    Autor ao afirmar que a consistncia das provas existentes contra ele, aliada

    ao receio de fuga e ocultao de bens, justificariam at um pedido de priso

    preventiva. Eis, textualmente, o que afirmou o Procurador:

    O Brasil admite priso preventiva, admite uma sriede medidas cautelares anteriores sentena, e issoocorre por um juzo de verosimilhana. E esse juzoocorre, muitas vezes, at na fase de inqurito mesmo. A

    priso preventiva pode ocorrer at anterior denncia.De forma que me parece lgico que, em casos ondeocorra um conjunto de provas veementes, como o quens estamos lidando nesse caso Eduardo Jorge, ns

    devemos exatamente nos antecipar porque os rusesto fugindo, deixando o Pas, se encontrando em

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    lugares incertos e no sabidos, ns estamos deixandode obter bens, os bens esto sendo transferidos para oexterior, hoje no encontramos bens mais em nomedessas pessoas, as provas so veementes, o Ministrio

    Pblico sempre tem muita rapidez e pressa, uma vezconstatado esse conjunto de provas, em agirimediatamente.

    Deve ser salientada, neste passo, a abissal

    leviandade do referido agente pblico, referindo-se, em rede nacional de

    televiso, a uma possvel restrio cautelar da liberdade de um cidado

    contra quem nada de concreto havia sido apurado. O fato que o

    Ministrio Pblico jamais requereu a priso preventiva do Autor, por

    absoluta falta de razo para tanto.

    Em 23 de agosto de 2000, o JORNAL DO

    BRASIL (doc. 18) publicou a manchete MP vai reconvocar Eduardo

    Jorge, em que se afirmava que os Procuradores iriam convocar o Autor

    para confirmar ou no a explicao dada perante o Senado Federal para os

    contatos telefnicos com o Juiz Nicolau dos Santos Neto. Segundo os

    Procuradores, caso confirmado que o Autor usara tais telefonemas para se

    informar quanto ao posicionamento poltico de candidatos a juiz classista,

    estaria ele sujeito a sofrer ao de improbidade administrativa. De fato, o

    Autor foi convocado. Em seu depoimento, confirmou tudo o que havia dito

    no Senado. S que, por bvio, no foi ajuizada ao de improbidade

    administrativa. Os Procuradores usavam de m f para criar escndalo. Na

    qualidade de bacharis em Direito, com competncia demonstrada em

    concurso pblico, sabiam desde o incio que essa ao seria invivel. A

    Constituio Federal, em seu artigo 115, III, depois alterado pela Emenda

    Constitucional n 24, de 9 de dezembro de 1999, conferia ao Presidente da

    Repblica a competncia para nomear a seu critrio, dentre os indicados

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    pelas diretorias das federaes e sindicatos, os juzes classistas

    componentes dos Tribunais Regionais do Trabalho.

    Em 14 de novembro de 2000, o jornal

    CORREIO BRAZILIENSE (doc. 19) publicou matria sobre as suspeitas

    da existncia de um suposto caixa dois na campanha de reeleio de

    Fernando Henrique Cardoso. A matria chamava-se MP d incio s

    investigaes. Quanto s afirmaes sobre o assunto dadas pelo

    Procurador Guilherme Schelb, o jornal disse o seguinte:

    Ao se pronunciar, logo de incio, o procurador fezquesto de associar a investigao das denncias aoex-secretrio-geral da Presidncia da Repblica

    Eduardo Jorge Caldas. Na poca da reeleio,Eduardo Jorge era o coordenador-geral da campanhapresidencial e principal responsvel pela captao derecursos. Alm disso, ele est sendo investigado pelo

    Ministrio Pblico por suspeita de trfico de influnciae por participar do esquema de desvio dinheiro no caso

    do TRT de So Paulo. preciso mencionar que essainvestigao est atrelada de forma umbilical ao caso

    Eduardo Jorge. At porque diversas das pessoas fsicase jurdicas envolvidas em ambos os casos so comuns

    justificou o procurador, sem citar nomes.

    Sem nenhum processo de conhecimento

    instaurado contra o Autor, contando apenas com supostas informaes

    apuradas em inquritos civis pblicos recheados de notcias de jornais, mas

    sem nenhuma prova ou indcio concreto, apesar do tempo de investigao,

    os Procuradores continuaram seus ataques irresponsveis ao Autor atravs

    da imprensa tambm no ano de 2001.

    O jornal FOLHA DE SO PAULO do dia 20 de

    junho de 2001 (doc. 20), por exemplo, trazia a seguinte afirmao feita

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    sobre o Autor pelo Procurador Luiz Francisco de Souza, mesmo depois de

    transcorrido mais de um ano de pleno conhecimento pelo declarante de

    toda a evoluo patrimonial do Autor:

    H indcios de enriquecimento desproporcional renda recebida pelo ex-secretrio e de seuenvolvimento em atos ilegais.

    Em destaque, outra afirmao relativa ao Autor e

    atribuda ao mesmo senhor, referindo-se ao pedido de quebra de sigilo

    bancrio formulado contra Eduardo Jorge:

    Se ele diz tanto que no tem nada a esconder, deveriatornar esse processo pblico e autorizar a quebra que

    pedimos.

    O declarante Procurador da Repblica, ecertamente conhecedor dos princpios constitucionais da presuno da

    inocncia, da proteo honra e intimidade individuais. Assim, s se

    pode concluir ser frase lanada de m-f, para influenciar negativamente a

    opinio pblica inclusive porque os extratos bancrios do Autor

    voluntariamente encaminhados Procuradoria da Repblica no Distrito

    Federal foram considerados pfios antes de examinados e o sigilo

    referente a tais dados foi repetidas vezes desrespeitado naquele rgo.

    De m-f usou tambm o referido Procurador

    quando, no decorrer de depoimento prestado pelo Autor em 19 de junho de

    2001 perante a Subcomisso da Comisso de Fiscalizao e Controle do

    Senado Federal (doc. 21, pg. 29), transmitido em rede nacional de

    televiso, anunciou, atravs de informao prestada ao Senador Pedro

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    Simom, ter ajuizado contra o demandante Medida Cautelar visando a

    quebra de sigilos fiscal, telefnico e bancrio. Na verdade, embora ajuizado

    como Ao Cautelar, referido procedimento foi recebido como mero

    pedido de diligncia, fato omitido pelo Procurador. Alm disso, na guerra

    pessoal que travou contra o Autor, no af de contradiz-lo em rede nacional

    de televiso, acabou por tornar pblica diligncia que, dado seu contedo

    altamente lesivo honra dos envolvidos e necessidade de segurana nas

    investigaes, foi declarado, no mbito da prpria Justia Federal, como

    procedimento sigiloso, inclusive quanto indicao dos requeridos. O

    sigilo do procedimento, pleiteado pelo prprio Ministrio Pblico, impedia,

    at ento, a identificao do feito pelo prprio investigado. O Procurador

    agiu de forma inadmissvel, como ocupante de cargo que tem por funo a

    defesa da lei, da sociedade e de interesses coletivos.

    No intuito de dar credibilidade s acusaes feitas

    pelo Ministrio Pblico contra Eduardo Jorge perante a opinio pblica, aProcuradora Janice Ascari chegou a mentir no depoimento prestado em 10

    de agosto de 2000 perante a Subcomisso da Comisso de Constituio e

    Justia do Senado Federal, transmitida em rede nacional de rdio e

    televiso (doc. 22, pg. 73).

    Com efeito, a Procuradora, naquela ocasio,enumerando os fundamentos para a instaurao de inqurito civil pblico

    para apurar o envolvimento do Autor na questo da obra do prdio do

    Frum Trabalhista de So Paulo, citou carta enviada por cidado chamado

    Joo Alberto Peixoto e depoimento do senhor Roberto Cludio Jorge

    Moreira Rivera.

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    A leitura do depoimento de Roberto Rivera (doc.

    23) demonstra que ele no formulou qualquer denncia ou revelou

    qualquer informao sobre o Autor. A bem da verdade, sequer menciona

    seu nome. A suposta carta enviada pelo senhor Joo Alberto Peixoto, sobre

    a qual a Procuradora afirmou que traz uma srie de informaes,

    simplesmente no consta dos autos do inqurito cuja abertura, segundo a

    Procuradora, teria ensejado. O que existe no procedimento carta annima

    contendo temerrias acusaes.(doc. 24)

    Foi de tal monta a campanha movida contra o

    Autor que os Procuradores passaram a alvejar publicamente tambm seus

    familiares.

    Com base no que diziam os Procuradores aos

    jornalistas, os jornais passaram a trazer manchetes como:

    MP devassa empresas de Eduardo Jorge Negciosda mulher do ex-secretrio, suspeita de sociedade comesposa de Luiz Estevo, esto na mira (Jornal OGLOBO de 14 de julho de 2000). (Doc. 25).

    MP rastreia famlia de Eduardo Jorge (Primeirapgina do JORNAL DO BRASIL do dia 25 de julho de2000).(Doc. 26).

    At no JORNAL NACIONAL, noticirio

    veiculado pela REDE GLOBO em horrio nobre, no dia 18 de julho de

    2000 (doc. 27, fita 1) o Procurador Luiz Francisco de Souza acusou o

    escritrio dos irmos do Autor de lavagem de dinheiro. A matria foi

    transmitida para o Brasil inteiro, com imagens da casa onde funciona o

    escritrio, com o seguinte texto:

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    Nesta casa, em Braslia, funciona o escritrio deadvocacia de dois irmos do ex-Secretrio. O

    procurador Luiz Francisco de Souza suspeita que o

    escritrio possa ter sido usado como intermedirionum possvel esquema de lavagem de dinheiro.

    Ningum do escritrio foi encontrado para falar sobreo caso.

    E, mesmo conscientes da total inconsistncia das

    acusaes que alardearam contra Eduardo Jorge, ainda hoje fazem

    declaraes ofensivas a seu respeito, na imprensa. Recentemente, por

    exemplo, o jornal O ESTADO DE SO PAULO publicou, em 21 de maiode 2002 (doc. 28), matria noticiando que o deputado Alosio Mercadante

    teria orientado a PREVI a participar do consrcio que comprou a Vale do

    Rio Doce. O texto traz comentrio do Autor dizendo que, se havia dvidas

    quanto conduta do Deputado, este deveria ser investigado. A esse

    propsito, segundo o jornal, o Procurador Luiz Francisco de Souza, em

    flagrante manifestao de seu ativismo poltico, emitiu a seguinte

    declarao:

    O Procurador Luiz Francisco de Souza afirmouontem que Eduardo Jorge no tem legitimidade moral

    para cobrar qualquer sobre o processo de investigaodas privatizaes. Se ele quiser, que faa umarepresentao ao Ministrio Pblico disse. Segundo o

    procurador, as falcatruas foram feitas pelos dirigentes

    dos fundos ligados ao governo e indicados peloEduardo Jorge.(sic).

    De contedo ainda mais ofensivo foi entrevista dada ao

    vivo Rdio CBN em 20 de fevereiro de 2002 (doc. 29, fita 2). Em sua

    fala, transmitida para todo o Brasil, Luiz Francisco de Souza acusou

    expressamente o Autor da participao em atos ilcitos ocorridos no DNER,

    afirmando:

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    Ento, foi um pagamento superfaturado e totalmenteilcito, que teve como padrinho principal o Sr.

    Eduardo Jorge, e como ordenadores centrais oprprio Eduardo Jorge, o Padilha e o Hasenclever,sendo que depois esses mesmos... ... pessoa...quadrilha dentro do Departamento Nacional se associacom os maiores doleiros aqui do DF, que todos eles a

    gente pediu a quebra, e deram s durante trs anosoperaram com doleiros, entregando reais pra eles,milhes de reais, e eles convertiam em dlar eenviavam para a conta desses caras no exterior.

    e, adiante, dizendo tambm sobre o Autor:

    Tem duas aes cautelares penais de quebra dele. Elefoi autuado em 300 mil, sequer sem quebra do sigilobancrio, que ele, hipocritamente, disse que abre o

    sigilo, porm quando se.... ele quer abrir de uma formamuito peculiar, ele quer mandar os extratos que elebem entende. A ele mandou os extratos, a genteexaminou, e faltavam os extratos de dezenas de dias. Aa gente falou, dessa forma no vale, ou seja, quebra

    escolhida pelo prprio investigado... A tem que enviartudo. Ele no enviou. A a gente requereu duas vezesaes cautelares, que esto bloqueadas na cpula do

    Judicirio, mas, se Deus quiser, vo ser retomadas.Ento, tem duas aes penais cautelares contra ele,tem um inqurito na Polcia Federal e tem agora umaao de improbidade que trata dos atos dele. Ento, h

    provas, sim, de, por exemplo, a participao do Sr.Eduardo Jorge nesse pagamento superfaturado maisque evidente.

    A m f contida nessas palavras incontestvel.

    estranho que um Procurador da Repblica fale dessa forma de algum que

    ainda est sendo investigado e em relao a quem o prprio autor das

    afirmaes no conseguiu obter nenhuma prova que ensejasse a propositura

    de ao.

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    O declarante falou em duas aes cautelares

    criminais. A par de no existir essa figura em nosso direito processual

    penal, o Procurador omitiu que a primeira delas fora recebida como mero

    pedido de diligncia e a segunda, extinta sem julgamento do mrito por

    tratar-se de mera repetio da primeira. Alis, quanto primeira ao

    intentada, analisando o pedido de suspenso da liminar concedida, assim se

    pronunciou o Desembargador Federal Tourinho Neto (doc. 30):

    Para o oferecimento da denncia dando incio a ao

    penal pblica, deve o Ministrio Pblico apontar quem o autor do fato criminoso (quis), requisitando asdiligncias que lhe parecerem necessrias paracomprovar o que alega.Sendo assim, se os procuradores da Repblica afirmamque tm indcios veementssimos contra os requeridosora impetrantes (as pessoas fsicas) deveriam de prontocontra eles ofertar denncia. Sim, porque indcios, deacordo com o artigo 239 do Cdigo de Processo Penalconstituem meios de prova e com base neles o juiz podeinclusive sustentar uma sentena condenatria. (MS

    n 2001.01.00.030584-4/DF).

    E, o que pior, na declarao que deu CBN, o

    Procurador mentiu. No existia poca, como no existe ainda, nenhuma

    ao de improbidade administrativa ajuizada contra ao Autor. O que

    existem so tentativas de quebra de sigilo ajuizadas na desesperada busca

    por provas de delitos imaginrios, o que bem diferente. Da mesma forma,Luiz Francisco de Souza sabia poca das afirmaes transcritas acima que

    o Autor no foi multado em R$ 300.000,00 pela Receita Federal. Houve,

    sim uma autuao decorrente de erro material, prontamente retificado pela

    prpria Receita Federal quando percebido. Tal retificao foi devidamente

    comunicada ao Procurador em 4 de maro de 2002 (doc. 31).

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    Os Procuradores em questo no se limitaram a

    alimentar o sensacionalismo e a onda de escndalo criados em torno do

    nome do Autor por meio de divulgao de mltiplas denncias e

    declaraes sobre o caso. Recorreram imprensa, tambm, diversas vezes,

    na tentativa de desmoralizar as iniciativas de defesa do Autor perante a

    opinio pblica, de forma completamente temerria e incondizente com a

    seriedade e imparcialidade exigidas pelo nobre cargo que ocupam.

    Por exemplo: logo que surgiu o escndalo, o

    Autor, ainda crendo na seriedade e na idoneidade dos Procuradores que o

    acusavam, encaminhou ao Ministrio Publico, em 28 de julho de 2000,

    vasta documentao comprobatria de sua inocncia (doc. 32). Entre os

    documentos entregues estavam os extratos de todas as contas bancrias do

    Autor e de sua esposa, suas declaraes de rendimentos e seu sigilo

    telefnico referentes ao perodo em que exerceu o cargo de Secretrio

    Geral da Presidncia. A documentao reunia todas as informaes que o

    Ministrio Pblico mostrava interesse em obter e inclua, tambm,

    escrituras, laudos de avaliao e detalhada evoluo patrimonial. Pretendia

    o Autor, ciente dos deveres inerentes ao exerccio da funo pblica,

    fornecer espontaneamente os elementos para esclarecer as suspeitas

    anunciadas pela imprensa de modo a evitar qualquer ao ou julgamento

    precipitado por parte dos Procuradores. Na carta que encaminhava os

    documentos, o Autor se colocou disposio para fornecer qualquer

    informao adicional, indicando expressamente o material que ainda

    faltava e assumindo o compromisso de encaminh-lo to logo estivesse

    disponvel.

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    Pois bem. O Procurador Luiz Francisco de Souza,

    ao receber a documentao, de imediato afirmou, sem sequer analisar os

    papis, que o material era pfio, e o fez publicamente. Eis o que foi

    publicado no jornal O ESTADO DE SO PAULO de 29/07/2000 (doc.

    33), com a manchete Procurador acha dados de ex-assessor

    insuficientes:

    O procurador Luiz Francisco de Souza, que tambmvai assinar o pedido de quebra de sigilo, disse que osdocumentos entregues por Eduardo Jorge norespondem aos interesses do MPF. O que Eduardo

    Jorge est trazendo pfio disse Lus Francisco,antes mesmo de receber a documentao.

    Guilherme Schelb tambm aproveitou a

    oportunidade para dar sua opinio imprensa. Apesar de as denncias

    contra o Autor serem relativas sua atuao como Secretrio Geral da

    Presidncia, o Procurador entendeu que Eduardo Jorge deveria abrir seus

    sigilos alm do perodo em que ocupou o cargo. Em 29 de julho de 2000, o

    JORNAL DO BRASIL trouxe a matria intitulada Faltam mais

    documentos(doc. 34), onde se lia:

    Aps receber os dados dos sigilos bancrios, fiscal etelefnico de Eduardo Jorge Caldas Pereira, o

    Ministrio Pblico Federal decidiu estender asinvestigaes sobre o ex-secretrio aos perodosanteriores e posteriores passagem dele na

    Presidncia da Repblica, de janeiro de 1995 a abrilde 1998. A ampliao das investigaes foi anunciadaontem pelo procurador Guilherme Schelb, queconsiderou insuficientes os documentos que recebeu doadvogado Jos Gerardo Grossi, representante de

    Eduardo Jorge. Os sigilos bancrio, fiscal etelefnico, so apenas relativos ao perodo em queassessorou o presidente Fernando Henrique, lamentouo procurador.

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    Para ampliar as investigaes, o Ministrio Pblicodever pedir Justia a quebra dos sigilos do ex-

    secretrio e das pessoas prximas a ele, como suamulher, Ldice, e alguns de seus irmos. Mas, apesar

    de elogiar o ex-secretrio, o procurador disse que hindcios veementesde trfico de influncia praticadopor Eduardo Jorge antes, durante e depois do perodoem que trabalhou ao lado do presidente

    As acusaes contra o Autor eram, at ento,

    referentes ao desvio de verbas da obra do frum trabalhista da cidade de

    So Paulo, para o qual o Autor teria, segundo a suspeita do MP,

    concorrido quando ocupava o cargo de Secretrio-Geral da Presidncia.

    A notcia acima informou que o Ministrio

    Pblico iria ampliar as investigaes para outros perodos. Isso porque

    no havia, nos dados bancrios, telefnicos e fiscais apresentados

    espontaneamente pelo Autor, nada que o incriminasse. A atitude dos

    Procuradores demonstra que eles no investigavam fatos determinadoscomo deveriam. Na verdade, envolveram-se pessoalmente numa verdadeira

    campanha difamatria e persecutria contra a pessoa do Autor, utilizando-

    se do prestgio conferido pela funo pblica que ocupam e, assim, gerando

    enorme dano moral ao demandante.

    Outro exemplo: notrio que, em 3 de agosto de2000, o Autor prestou depoimento perante a Subcomisso da Comisso de

    Constituio e Justia do Senado Federal (anexo I). Sabe-se, tambm, que

    seu depoimento foi absolutamente satisfatrio, no tendo ficado uma s

    pergunta sem resposta convincente, conforme, inclusive, noticiou a

    imprensa .

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    Aqueles que se empenhavam em incrimin-lo a

    qualquer custo, porm, retomaram o ataque. E uma vez mais os

    Procuradores da Repblica que tiveram papel de destaque nesse esforo

    optaram no por aprofundar uma investigao sria, que porventura

    apontasse novos elementos de convico a respeito da pretendida

    culpabilidade do Autor, mas pelo caminho fcil do ataque pblico e leviano

    pessoa investigada.

    Em 5 de agosto de 2000, o JORNAL DO BRASIL

    (doc. 16) publicou matria intitulada Depoimento no pra a

    investigao. Dizia o texto:

    A Procuradora Janice Ascari, chefe do MinistrioPblico Federal em So Paulo, advertiu ontem que oaparente sucesso do ex-secretrio-geral da Presidnciada Repblica, Eduardo Jorge Caldas Pereira, nodepoimento subcomisso do Senado, no o livra das

    investigaes que esto em curso. No bem assim.Ele no tem um atestado de boa conduta, disse Ascari,responsvel pelo inqurito criminal que apura se

    Eduardo Jorge se beneficiou do desvio de R$ 169,5milhes das obras superfaturadas do Tribunal

    Regional do Trabalho de So Paulo ao lado do juizforagido Nicolau dos Santos Neto e outros.Janice Ascari explicou que as investigaes estoapenas comeando e, embora ainda no tenhamsurgido indcios de crime envolvendo o ex-secretrio-

    geral, isso no significa que ele esteja livre desuspeitas.

    Adiante, consta da mesma matria o seguintetrecho:

    Os procuradores da Repblica Guilherme Schelb eLuiz Francisco de Souza defenderam ontem anecessidade de nova auditoria fiscal para apurar aevoluo dos bens do ex-secretrio da Presidncia da

    Repblica e de suas empresas. Eles afirmaram que soinsuficientes os dados da auditoria realizada porordem da Justia Federal de Goinia, por no envolver

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    atividades recentes do ex-secretrio, como a compra deum apartamento no Rio, avaliado em U$ 1 milho,

    pelos procuradores e em U$ 616 mil, pelo proprietrio.Os procuradores classificaram com pfia a auditoria

    anterior, citada por Eduardo Jorge como atestado desua honestidade. Eles disseram que no foramincludas suas seis empresas nem novas participaesacionrias, como os 10% da DTC, empresa de servios

    pela internet da qual se desligou h 15 dias.Para Luiz Francisco de Souza, s a compra doapartamento no Rio seria suficiente para justificar anova investigao fiscal. Em qualquer pas do mundo,a compra de imveis de valores astronmicos merece

    ser apurada, bem como a participao societria deleem sete empresas.

    O trecho destacado acima, a par de falsear a

    realidade (as investigaes quanto obra do TRT j estavam em curso h

    mais de ano) mostra o grau de arbitrariedade de que se imburam os

    membros do Ministrio Pblico. A Procuradora afirmou que a falta de

    indcios contra o Autor no significa que ele esteja livre de suspeitas, ou

    seja, em uma s afirmao fez tabula rasa do princpio de presuno deinocncia e do dever de imparcialidade que deve nortear atividade do

    Ministrio Pblico. O Autor, apesar da falta de indcios, continuava sendo

    suspeito exclusivamente porque era Eduardo Jorge.

    Vejamos, ainda, o contedo de matria publicada

    em 20 de agosto de 2000 no CORREIO BRAZILIENSE (doc. 35) com ottulo MP volta carga contra ex-ministro:

    Os procuradores da Repblica Guilherme Schelb eLuiz Francisco de Souza avaliam que j virou p boaparte do depoimento prestado no Senado por EduardoJorge Caldas Pereira, ex-secretrio-geral daPresidncia da Repblica. Por isso, o MinistrioPblico (MP) vai convoc-lo a depor com base emindcios de trfico de influncia e improbidade (mconduta) administrativa.

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    A matria segue com a enumerao dos pontos

    fracos do depoimento de Eduardo Jorge, na opinio dos Procuradores.

    Isso sem falar no fato de que Luiz Francisco de

    Souza e Guilherme Schelb se deram o trabalho de comparecer a encontro

    com os Senadores de oposio que iriam fazer perguntas ao Autor no dia

    de seu depoimento, para fornecer-lhes munio contra o demandante.

    Que belo papel! O fato noticiado pelo JORNAL DE BRASLIA de 4 deagosto de 2000 (doc. 36) em matria denominada O show de Eduardo

    Jorge, sobre seu depoimento no Senado, contendo o subttulo

    Procuradores ajudam, dizendo:

    Os procuradores Luiz Francisco de Souza eGuilherme Schelb chegaram bem cedo na manh deontem ao gabinete do senador Eduardo Suplicy (PT-

    SP). A convite de senadores da oposio, foram levarsubsdios ao depoimento do ex-secretrio daPresidncia da Repblica Eduardo Jorge.

    O comportamento dos referidos agentes pblicos

    mostra-se ainda mais gravoso ao Autor, na medida em que agem em

    conjunto com os rgos de imprensa para, antes de qualquer exame isento

    das acusaes pelo Poder Judicirio, conseguirem sua condenao moral.

    Essa torpe estratgia foi, inclusive, confessada e

    melhor explicitada pelo prprio Procurador Luiz Francisco de Souza, em

    mensagem eletrnica enviada para seus colegas da Procuradoria da

    Repblica.

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    Referida mensagem foi publicada como parte de

    matria realizada pelo Jornal O ESTADO DE SO PAULO, em 8 de

    agosto de 2000 (doc. 37) com o ttulo E-mail mostra como explorar

    simbiose entre imprensa e MP Procurador defende diligncias secretas

    e cita como exemplo o caso Luiz Estevo. Eis o teor da mensagem:

    J que fui citado, vale a pena tentar dizer umaspalavrinhas. A regra geral deve ser transparncia. AONG Transparncia usou este nome justamente paraexplicitar que a base do combate corrupo e da

    democracia a transparncia do Estado, atransparncia fundamental para viabilizar o controlesocial (da sociedade, com nfase nos hipossuficientes)sobre o Estado, base da democracia.No caso de diligncias secretas, vale como exceo aregra colocada pelo bravo colega Welligton, regra boae salutar. Como regra para algumas diligncias, umcaso especial, deve ser seguida. E j consegui prises,escutas e buscas e apreenses do mesmo modo, com o

    silncio na diligncia. A regra boa e no vejo motivode polmica, pois sempre a defendi.

    Ocorre que, no caso do (senador cassado) LuizEstevo, tratava-se de exceo da exceo. Diante dainformao da possvel soltura do Fbio (Monteiro de

    Barros Filho, dono da Incal, construtora responsvelpela obra do Frum Trabalhista), que obtive em SoPaulo. E tendo em conta a possibilidade da nocassao. Essa foi uma delas... Fortalecer o movimentodo Estado e da sociedade pela cassao era o pontoessencial para defender o ordenamento jurdico. Numademocracia, o ncleo bsico das decises deve estarno cerne da conscincia de cada um, na inteligncia e

    na vontade de todos, e a transparncia do Estado oelemento fundamental da democracia, j dizia

    Jefferson ao gabar a liberdade de imprensa.Pode parecer bobagem, mas sempre acreditei quesocializar decises e informaes o que dconscincia sociedade, gerando movimentos contrainiquidades. O velho Hegel j apontava a

    fragmentao e o individualismo como a base daalienao, do atomismo. A questo da cassao do

    Luiz Estevo era ponto controvertido, um futurohipottico, algo que muitos milhes de acordos

    polticos poderiam evitar. Ao anunciar a denncia epedido de cassao, de forma consciente, sabia que

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    ampliaria o movimento do Estado e da opiniopblica, impulsionando o movimento pela cassao.Sabia que haveria uma onda avassaladora quearrastaria indecisos, inclusive juzes hesitantes. O

    caso criminal do DF foi elaborado num trabalhoconjunto do Prodecon e de vrios Procuradores do DF,com documentos de anlise de auditores do Bacen(Banco Central). slido. Teve a ajuda inclusive do dr.

    Hlio Telho, em recomendaes e documentos notempo em que era promotor de Defesa do Consumidor,tal como o dr. Guilherme Neto e outros. Acho quealguma coisa conseguimos. E nossa relao com amagistratura tem de ser bem adulta. Ns fazemos nossa

    parte e tentamos nos credenciar como guardies daJustia e da legalidade. O juiz que decida, que assuma

    o nus. Da forma como foi colocada, se o juiz nodecretar a priso, ficar em palpos de aranha.Graasa Deus, no caso, entendo que no ser preciso oconstrangimento, pois o juiz um dos melhores damagistratura do DF, um grande juiz mesmo, comimensa dignidade, e no deve deixar de atender asexpectativas justas do sentimento de justia da

    populao. O caso Hildebrando (Pascoal, deputadocassado e preso sob acusao de ligao com o crimeorganizado no Acre) jamais ocorreria se no fosse acombativa imprensa, no alguns empresrios e sim

    bravos jornalistas que passam noites acordadosprocurando falcatruas. E sempre vou ficar honrado porter estes jornalistas engajados (no sentido de Sartre)como bons amigos e informantes.

    A simbiose entre imprensa e MP bastante salutar,principalmente considerando o fluxo de informaes.Ter bons amigos na inteligncia da Receita, nos

    sindicatos, nas ONGs, na polcia, no parlamento, naIgreja, tudo bom, da mesma forma ter excelentesinformaes de peritos em informaes e anlises, ou

    seja, dos jornalistas.No me arrependo de ter falado. Se o Brindeiro (oprocurador geral da Repblica, Geraldo Brindeiro)no chama os procuradores para coordenar taisoperaes, temos de agir... Quem dera nosso PGRchamasse um grupo e tivesse coordenado todas asoperaes, combinando o princpio da autonomia como da unidade. E a maioria dos procuradores do DFentendeu assim, tanto que nove assinaram a denncia.

    Luiz Estevo poder fugir, mas no fugir daindignao de milhes de brasileiros que passaram a

    confiar mais e mais na Justia com a cassao e,

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    esperamos, com a priso. Mesmo foragido, um dia serencontrado.

    Num Estado perfeito as regras colocadas no tmexceo, mas num Estado perfeito no existem

    senadores como Estevo, nem deputados como...oupresidentes como o nosso. Por isso, acho que a exceoda exceo foi correta e serviu para promover a

    Justia e o bom nome da nossa instituio.

    A mensagem eletrnica transcrita, relativa

    tambm s investigaes referentes obra do TRT paulista na qual foi

    envolvido o nome do Autor, deixam claras a inadmissvel motivao

    poltico-ideolgica do Procurador signatrio e sua estratgia de se associar imprensa para fabricar escndalos, embasar denncias temerrias e

    intimidar juzes. Obtm-se, assim, a um s tempo, a execrao moral e a

    condenao pblica do investigado, que tem suas chances de defesa

    minadas, uma vez que no h medida jurdica capaz de reverter o clima de

    escndalo e o precipitado julgamento da opinio pblica.

    O Chefe de Redao do Jornal O CORREIO

    BRAZILIENSE Ricardo Noblat, no Programa de Televiso O

    OBSERVATRIO DA IMPRENSA, veiculado em 27 de agosto de 2002

    pela TV EDUCATIVA (doc. 38, fita 1), confirmou a existncia do que

    chamou de uma perversa dobradinha entre imprensa e Ministrio

    Pblico no decorrer da escandalosa cobertura sobre o caso EJ. Assimafirmou o jornalista:

    O Correio nem se destacou tanto como jornal quetenha feito muitas denncias no caso Eduardo Jorge eno foi nem por prudncia ou cautela, foi talvez at porincompetncia. Por que ns no conseguimos avanarmuito nesses assuntos. Ns acabamos reproduzindomuito o que as agncias de notcias mandavam, o que

    no torna nossa responsabilidade menor nesseepisdio. (...)

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    Eu acho que h um efeito manada a, um jornal d anotcia os outros entram sem muita reflexo e uma

    perversa dobradinha que feita entre os jornalistas eos procuradores.

    No mesmo programa, outros jornalistas de peso,

    como Luis Nassif da FOLHA DE SO PAULO, Mauro Chaves do jornal

    O ESTADO DE SO PAULO, e Rui Nogueira, da revista PRIMEIRA

    LEITURA, deram seus depoimentos sobre a forma como o Ministrio

    Pblico se associou irresponsavelmente imprensa para a criao do Caso

    EJ.

    Recentemente, em artigo publicado pelo site do

    OBSERVATRIO DA IMPRENSA em 7 de agosto de 2002 na internet, o

    jornalista Rui Nogueira, ex-secretrio de redao do jornal A FOLHA DE

    SO PAULO d seu testemunho (doc. 39):

    Eu vi, um dia, quando o caso EJ j estava noventilador da mdia havia mais de ms , uma curiosatabela do procurador Luiz Francisco na mo de um

    jornalista um setorista de Luiz Francisco. A tabelatinha quatro colunas: a primeira coluna dava ttulo aoscasos em que supostamente Eduardo Jorge estariaenvolvido, na segunda coluna, uma pequena descriodo caso, coisa de no mais que uma ou duas linhasimpressas; na terceira coluna, o nome do veculo de

    comunicao e do jornalista a quem o procuradorentregou o caso para ajudar (!) na investigao; naquarta coluna, o que o jornalista havia conseguidoinvestigar, pois supunha-se que a imprensa tinha maisagilidade e liberdade para buscar provas e documentose produzir depoimentos.

    As falsas imputaes contidas nessas tabelas, uma

    vez transformadas em notcias pela imprensa, iriam instruir as

    investigaes sobre o Autor na qualidade de indcios. O Procurador da

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    Repblica Guilherme Schelb, em depoimento prestado em 19 de agosto de

    2000 perante a Subcomisso da Comisso de Constituio e Justia do

    Senado Federal (doc. 22, pg. 51) afirmou textualmente sobre as

    investigaes a respeito da conduta do Autor que:

    O que levou instaurao desse procedimento, foramnotcias de jornal, relativas a fatos importantes,envolvendo o Sr. Eduardo Jorge.

    A abertura de procedimentos com base apenas em

    notcias de jornal foi assim justificada pelo Procurador no mesmodepoimento:

    Ento, as notcias de jornal constituem uma fontesegura, legtima, louvvel para a instaurao deprocedimentos para a investigao. (Doc. 22, pg.52).

    Assim funciona a ilegal e imoral estratgia dos

    referidos Procuradores. Passa-se para a imprensa o teor de uma suspeitaque, por absoluta falta de base ftica, no pode amparar a abertura de uma

    investigao; a imprensa ganha o seu furo e o Procurador, com base nas

    notcias dos jornais, instaura o to desejado procedimento investigativo.

    Essa espria cooperao entre a imprensa e os

    Procuradores Rus fica clara tambm na declarao de Andrei Meirelles,jornalista, poca integrante da equipe da revista ISTO, que, em seu

    depoimento perante o Conselho de tica do Senado Federal prestado em 14

    de maro de 2001 (doc. 40, pg. 5), afirmou sua combinao com o

    Procurador Luiz Francisco quanto to conhecida gravao da conversa

    com o ex-Senador Antnio Carlos Magalhes:

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    Na manh de Segunda-feira, 19 de fevereiro, oProcurador Luiz Francisco telefonou para o chefe dasucursal, Tales Faria, e nessa conversa ficou acertadoque a Revista Isto enviaria um gravador para o

    Procurador da Repblica. O jornalista Mino Pedrosalevou o gravador e entregou no estacionamento daProcuradoria da Repblica para o Procurador. Essefoi um dos gravadores que foi usado na gravao.

    A falta de escrpulos que caracteriza o

    procedimento descrito, revela ainda um completo desprezo por garantias

    consagradas na Constituio Federal em favor da cidadania, cuja defesa

    constituiria precisamente funo institucional do Ministrio Pblico.

    De qualquer forma, os abusos at aqui

    demonstrados, como se nota, so escandalosos. Mas no foram os nicos!

    II DA AMPLA DIVULGAO DE DOCUMENTOSREFERENTES A INVESTIGAES SOBRE O AUTOR

    No firme propsito de perseguir o Autor, e da

    forma mais espetaculosa possvel, certos Procuradores da Repblica, em

    especial o segundo e terceiro rus, instauraram inquritos, expediram

    ofcios, e no mediram esforos na tentativa de quebrar os sigilos bancrio,

    telefnico e fiscal do Autor, tendo ajuizado ao menos trs aes cautelarescom esse intuito.

    Referidas peas, em sua maioria, continham

    afirmaes temerrias, lanadas sem o menor cuidado de verificao prvia

    e sem o menor compromisso com a verdade.

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    Esses trabalhos foram produzidos por

    Procuradores da Repblica no exerccio de suas funes, no sendo a

    presente ao sede adequada para a discusso de sua legitimidade. Todavia,

    alguns desses documentos, de responsabilidade dos Rus, foram

    amplamente divulgados, no obstante o dever legal e moral que tinham de

    guardar a necessria discrio a seu respeito. Essa irresponsvel difuso de

    dados gerou tambm imenso dano imagem e ao bom nome do Autor.

    Talvez o exemplo mais gritante desse proceder

    esteja na ampla divulgao das informaes inverdicas e irresponsveis

    constantes do Ofcio MPF/PRDC n 82, datado de 31 de julho de 2000

    (doc. 41), sobre o qual deveria ter sido guardado o mais absoluto sigilo,

    tendo em vista que se tratava de requerimento de abertura de procedimento

    fiscal.

    O ofcio est repleto de informaes falsas, cuja

    verificao seria extremamente simples, e de dedues e concluses

    temerrias sobre fatos verdadeiros. A tudo isso, os signatrios do

    documento chamam insistentemente, e de forma sensacionalista, de

    indcios veementes de enriquecimento ilcito e sonegao tributria.

    O ofcio trata como indcios veementes de

    enriquecimento ilcito e sonegao fiscal, por exemplo, fatos corriqueiros

    como a obteno de emprstimo junto ao Banco Cidade (mediante garantia

    real), a compra de veculos em empresas pertencentes ao ex-Senador Luiz

    Estevo (quando se sabe que ele proprietrio de grande nmero de

    concessionrias em Braslia), a titularidade de conta bancria em banco no

    exterior (diga-se de passagem, constante da declarao do imposto de renda

    do Autor).

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    Ainda nessa linha, o ofcio aponta como indcio

    veemente de enriquecimento ilcito e sonegao fiscal, o recebimento como

    doao de quotas de empresa, a participao em sociedades civis de

    trabalho com aporte de capital no valor total de R$ 17.600,00 (docs. 42 a

    45), alm da participao societria no Escritrio Eduardo Jorge S/C . A

    mera leitura dos documentos encaminhados ao Ministrio Pblico teria

    esclarecido tratar-se de sociedade constituda h quase trinta anos pelo pai e

    irmos do Autor, o primeiro falecido em 1984, sendo a participao do

    Autor nessa sociedade equivalente a Cr$ 100,00 (cem cruzeiros), quantia

    hoje sem expresso monetria (doc. 46).

    Constam, ainda, flagrantes mentiras. Fala-se, por

    exemplo, no referido texto (item a), que o valor do apartamento

    adquirido pelo Autor no Rio de Janeiro seria bem inferior ao apontado

    por corretoras como correto mais de um milho de dlares.No havia

    no procedimento onde foram apurados tais indcios nenhum dado que

    permitisse essa afirmao, salvo notcias de jornal. Pelo contrrio. Entre os

    documentos que j haviam sido entregues pelo Autor aos Rus na data da

    expedio do ofcio, estava prova de que o comprador anterior pagara pelo

    mesmo apartamento o preo de U$ 480.000,00 (quatrocentos e oitenta mil

    dlares), sem os gravames existentes quando da compra pelo Autor (doc.

    47). Foram entregues, tambm, aos Rus laudo da Bolsa de Imveis do Rio

    de Janeiro, atestando que o valor da aquisio plenamente compatvel

    com o preo de mercado do referido bem (doc. 48).

    Da mesma forma, o item b se refere venda

    de apartamento reformado em Braslia, situado na SQS 115, bloco C, ap.

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    103, em Braslia-DF, por R$ 180.000,00, em 30/03/1999, havendo fortes

    indcios de que tal apartamento vale bem mais e que o valor real da

    venda bem superior, sem que conste do processo um s documento,

    uma s avaliao que autorize esta concluso.

    O item c fala em aluguel de uma casa situada

    no Lago Sul, com mais de 700 metros quadrados, tendo o Sr. Eduardo

    Jorge feito reformas carssimas no imvel por exemplo, uma piscina de

    mais de 50 metros e a construo de escritrios. Como fcil afirmar! Os

    Procuradores poderiam ter verificado a casa pessoalmente. A piscina

    construda de fibra de vidro e tem sete metros de comprimento (alis o

    terreno em que est construda a casa, de aproximadamente 700 metros

    quadrados, nem comportaria uma piscina de 50 metros), e as reformas

    carssimas no passam de uma pintura e conserto de instalaes.

    Adiante, o documento traz a afirmao fantasiosa,

    para no utilizar termo mais contundente, de que o Autor proprietrio de

    uma casa na Flrida, tem participao societria em firmas com

    faturamento superior a cem milhes de reais, e comprou vrios imveis,

    alguns valendo quase dois milhes de reais. A falsidade do contedo dessas

    afirmaes seria facilmente apurada houvesse real interesse no

    esclarecimento da verdade.

    Interessante ressaltar que nem o ofcio, nem os

    documentos constantes do inqurito civil pblico instaurado contra o Autor

    permitem entrever de onde foram obtidas essas descabidas afirmaes.

    Tampouco os Procuradores apresentaram explicaes convincentes para

    essas acusaes. Sobre a afirmao de que o Autor seria proprietrio de

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    uma casa em Boca Raton, por exemplo, assim se justificou o Procurador

    Luiz Francisco, em depoimento prestado no Senado Federal (doc. 22, pg.

    64):

    Gostaria apenas de frisar que temos uma lista decasas em Boca Raton com o nome Pereira. E estamoslistando uma por uma. Pode ser que tenhamos errado eno exista a casa em Boca Raton.

    A afirmao demonstra a um s tempo aleviandade com que os Rus Procuradores tratam a honra alheia, a indevida

    extenso que conferem a seu conceito de indcios e o pouco compromisso

    com a tica e a responsabilidade do cargo que ocupam.

    O ofcio conclui que tal patrimnio incompatvel

    com a renda do Autor, que afirma ser de cento e poucos mil reais anuais,

    quando na verdade, as declaraes de imposto de renda do Autor e sua

    esposa, entregues aos Procuradores em 28 de julho de 2000, (docs. 49 a 59)

    correspondentes aos anos de 1994 a 1998 demonstram que, nesse perodo,

    o casal obteve rendimentos totais de R$ 1.635.603,00 (hum milho,

    seiscentos e trinta e cinco mil e seiscentos e trs reais). O crescimento

    patrimonial do Autor foi, ainda, detalhadamente explicado em

    demonstrativo entregue ao Ministrio Pblico pelo advogado do Autor em

    28 de julho de 2000, juntamente com farta documentao j referida (doc.

    60).

    Os signatrios do referido ofcio transmitiram ou

    permitiram a transmisso do documento sigiloso aos rgos de imprensa.

    Anexo a essa petio inicial, junta-se cpia do ofcio em cujo canto

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    superior esquerdo consta o registro de seu envio por fax pela redao do

    JORNAL DO BRASIL no mesmo dia do envio do documento Receita

    Federal (doc. 61). Responsveis que so pela guarda do sigilo do

    documento em questo, no se podem furtar os Rus de responder pelo

    dano moral que o incidente causou ao Autor.

    Com efeito, essas mentiras ofensivas foram

    amplamente divulgadas. Constaram, por exemplo, de matria publicada em

    01 de agosto de 2000 no CORREIO BRAZILIENSE, com o ttulo Fisco

    investiga bens de Eduardo Jorge(doc. 62), alm de foto do Procurador

    Luiz Francisco de Souza, comentrios dele e de Guilherme Schelb sobre o

    supracitado ofcio, e reproduo de diversos itens da temerria listagem de

    indcios veementesj mencionada.

    No mesmo dia, o JORNAL DE BRASLIA trazia

    a manchete: Eduardo Jorge na malha fina procuradores suspeitam de

    sonegao e querem auditoria no seu Imposto de Renda, com contedo

    semelhante (doc. 63).

    No JORNAL DA RECORD, apresentado pelo

    jornalista Bris Casoy foi veiculada matria no dia 31 de julho de 2000 em

    que aparecem imagens de Luiz Francisco de Souza e Guilherme Shelb

    dando declaraes a diversos jornalistas sobre o ofcio anteriormente

    referido, e, o que mais grave, imagens em close do prprio documento

    (fita 1).

    Outro caso grave de vazamento de documentos

    oficiais contendo afirmaes falsas e injuriosas contra o Autor se deu com

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    a inicial da Medida Cautelar ajuizada com o nome de Ao Cautelar de

    Improbidade Administrativa para iludir os leitores dos inmeros meios de

    comunicao que, induzidos em erro, publicaram tratar-se de Ao de

    Improbidade Administrativa.

    Referida petio inicial, antes de estar disponvel

    para as partes (doc. 64) e at mesmo antes que o Juiz designado dela

    tomasse conhecimento, foi amplamente disponibilizada nos sites do IG e da

    UOL, que trouxeram a ntegra da pea, contendo irresponsveis acusaes

    contra o Autor (doc. 65). A petio difundida acusa o Autor de ser parte de

    um esquema montado para obter vantagens ilcitas mediante falcatruas no

    DNER.

    Alm da divulgao dos ofcios e peties da

    Procuradoria relativos a investigaes sobre o Autor, este se surpreendeu

    tambm ao ver publicados em jornais documentos confidenciais sobre sua

    pessoa e sua empresa, entregues aos Procuradores no intuito de colaborar

    com seus trabalhos. A FOLHA DE SO PAULO de 10 de agosto de 2000

    trouxe em sua primeira pgina a manchete Patrimnio de EJ cresceu 95%

    em 99(doc. 66).Na matria veiculada pelo jornal, constava a declarao

    de imposto de renda do Autor relativo ao ano de 1999, documento entregue

    ao Ministrio Pblico pela Receita Federal.

    Somente o Ministrio Pblico e a Secretaria da

    Receita Federal tinham acesso a esse documento. Provocada pelo Autor, a

    Receita Federal instaurou processo administrativo para apurar se houve

    responsabilidade de servidor seu pelo vazamento das informaes sigilosas.

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    O relatrio final concluiu que o vazamento das informaes no partiu da

    Receita Federal.

    Em outra ocasio, em 9 de agosto de 2000, o

    jornal FOLHA DE SO PAULO publicou cpia de nota fiscal emitida pela

    empresa EJP Consultores Associados, da qual o Autor scio, por servios

    prestados empresa Blue Chip Consultoria e Projetos Financeiros

    Ltda.(doc. 67). A nota foi enviada pelo correio para a empresa sacada, e

    entregue ao Ministrio Pblico juntamente com a vasta documentao, em

    28 de julho de 2000 (doc. 32), pelo advogado do Autor, Jos Gerardo

    Grossi. O envelope no qual a nota foi enviada empresa Blue Chip jamais

    foi aberto, e instrui a representao nmero PGR-123/2000 feita pelo Autor

    contra Luiz Francisco de Souza e Guilherme Shelb perante o Ministrio

    Pblico Federal (doc. 68). A nota publicada no jornal, tudo leva a crer, foi

    aquela que estava nas mos do Ministrio Pblico, o que poder ser

    facilmente verificado, mediante prova pericial.

    A m-f dos Rus em todos esses episdios

    manifesta.

    Conforme demonstram as reportagens e

    publicaes anexas, desde julho de 2000 vinham os Rus alardeando para

    jornais, emissoras de rdio e de televiso a existncia de provas e indcios

    contra o Autor.

    Embora agindo dessa forma, sabiam o tempo todo

    que nada tinham de concreto.

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    Basta folhear os autos dos inquritos abertos para

    investigar as atividades do Autor pelo Ministrio Pblico Federal para

    constatar que no passam de um amontoado de notcias de jornal,

    denncias annimas, depoimentos e documentos inconsistentes (anexos II e

    III).

    Aps um ms de eloqentes ataques pblicos ao

    Autor, vieram os Procuradores da Repblica, em 10 de agosto de 2000,

    perante a Subcomisso de Constituio e Justia para, em depoimento

    prestado, singelamente, dizer:

    Por essa razo, seria inconcebvel esperar de ns,Procuradores da Repblica em Braslia, que, aps umms de investigao, estivssemos em condies deapontar com clareza e certeza todos os fatos ilcitos eresponsabilidades no caso Eduardo Jorge. (Fala deGuilherme Schelb). (Doc. 22 pg. 16).

    Por isso, numa investigao que engatinha, estnascendo, de fato, no temos tanto a trazer.(Fala deLuis Francisco). (Doc. 22, pg. 23).

    Depois, eu gostaria de colocar tambm a questo dafalta de estrutura do Ministrio Pblico. Se volta emeia os Procuradores fazem trabalhos aodados, sevolta e meia at falam demais, porque, com certeza,ns reconhecemos honestamente que s vezes falamosdemais, e eu mesmo fao a autocrtica, reconheo e

    vou, de minha parte, tentar evitar declaraes aindaque em geral eu tente dar declaraes com cautela,mas isso poderia ser sanado se a estrutura do

    Ministrio Pblico no estivesse congelada hoje.(Fala de Luiz Francisco).(Doc. 22, pg. 25).

    Curioso que os mesmos Procuradores trouxeram nesse

    mesmo depoimento lista de dez linhas de investigao, afirmando haver

    fortes indcios contra o Autor. Guilherme Schelb chegou a afirmar que:

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    O primeiro item que inicia toda a exposio paraesclarecer bem claramente os fatos que esto sob

    apurao que h fortes indcios da existncia deatos que podem extravasar o limite entre o lobby e otrfico de influncia na Administrao Pblica,envolvendo entre outros, o Sr. Eduardo Jorge Caldas

    Pereira. (doc. 22, pg. 74).

    Fosse verdade essa afirmao, o caso no estaria

    engatinhando, pois fortes indcios so suficientes para a propositura de

    ao, sendo a prova exigida apenas para a condenao.

    Em outras palavras. Para sua defesa, os Procuradores

    afirmavam no Senado Federal que a investigao engatinhava. Para atacar

    Eduardo Jorge, diziam haver indcios veementes, aes prontas a serem

    ajuizadas etc.

    A imprensa tambm publicou matrias em que osProcuradores confessavam no possurem provas contra o Autor. Por

    exemplo, aps consumado grande estrago reputao do Autor devido a

    inmeras denncias divulgadas pelos Procuradores Rus, o jornal A

    FOLHA DE SO PAULO publicou em 26 de janeiro de 2001 matria (doc

    69) que trazia o seguinte ttulo:

    Investigao contra EJ segue sem provas Aps seismeses de apuraes, procuradores dizem que falta linkeconmico que envolva o ex-secretrio.

    Pois bem. A investigao que engatinhava em agosto

    de 2000, hoje j tem mais de dois anos...

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    A Receita Federal j concluiu a auditoria nas

    declaraes de imposto de renda do Autor e sua mulher, no tendo

    encontrado qualquer indcio de irregularidade.

    Conforme se depreende do Acrdo n 1.033, da

    Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Braslia DF (doc.70), o

    referido procedimento fiscal resultou na exigncia de tributos

    exclusivamente em razo de problemas formais, referentes ao

    enquadramento de rendimentos percebidos de sociedade da qual o autor

    participa como scio minoritrio e aplicao de multa pela ausncia de

    declarao de um pagamento efetuado a pessoa fsica, tudo com os

    acrscimos previstos na legislao.

    Da mesma forma, o Banco Central afirmou, em janeiro

    de 2001 acerca de seu trabalho de rastreamento dos pagamentos efetuados

    pelo TRT da cidade de So Paulo Construtora Incal, que os nomes do

    Autor, de sua mulher e de suas empresas no figuravam entre os

    beneficirios dos depsitos rastreados (doc. 71).

    No mbito do Senado Federal, a Comisso.de

    Fiscalizao e Controle proferiu parecer pela inexistncia de provas contra

    o autor, e pelo arquivamento do processo (doc 72).

    A Corregedoria Geral da Unio determinou o

    arquivamento de quase todos os processos abertos para apurar denncias

    contra o Autor, diante de sua manifesta inconsistncia (doc. 73).

    O Ministrio Pblico no ajuizou qualquer ao de

    conhecimento contra o Autor. Cabe registrar, ainda, que o Autor, at a

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    presente data, no foi sequer chamado para depor perante a Procuradoria da

    Repblica no Distrito Federal, que o acusa publicamente de tantas

    ilegalidades.

    At mesmo alguns setores da imprensa j publicaram

    matrias e veicularam programas de televiso expondo a injustia de que

    foi vtima o Autor, reconhecendo, inclusive, sua parcela de culpa no

    ocorrido. (v.g. artigo da jornalista Thereza Cruvinel intitulado Entre a

    Credibilidade e o Superficialismo A vertiginosa corrida atrs do furo

    leva os jornalistas a errar cada vez mais, publicado na UNB REVISTA

    ano II, nmero 6 (doc. 74), a matria publicada na revista PRIMEIRA

    LEITURA, edio nmero 7, de setembro de 2002 com o ttulo Eduardo

    Jorge ou O processo, (doc. 75 ) e o programa OBSERVATRIO DA

    IMPRENSA levado ao ar pela TV EDUCATIVA no dia 27 de agosto de

    2002 (doc. 38, fita 1), justamente para por em debate a nociva associao

    entre imprensa e Ministrio Pblico no Caso EJ.

    No entanto, alguns Procuradores, tendo abarcado a

    vontade de denegrir a imagem do Autor como questo de honra, continuam

    insistindo no ajuizamento de aes cautelares que visam a quebra de sigilo

    bancrio, telefnico e fiscal do Autor e de seus familiares, ainda no af de

    encontrar alguma prova contra ele.

    Aps dois anos de reiteradas e irresponsveis

    aparies pblicas desses membros do Ministrio Pblico, o que se tem o

    enorme dano causado honra e reputao de uma pessoa que sempre teve

    sua atuao profissional marcada por extrema lisura. Graas leviana e

    parcial atuao de alguns desses agentes, ele hoje considerado pela

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    opinio pblica como pessoa desonesta e administrador corrupto, que tem

    seu nome irremediavelmente associado a diversas ilicitudes e escndalos

    ocorridos ou supostamente ocorridos em nosso pas.

    Nesse passo, no podemos deixar de registrar os

    reiterados erros dos Procuradores, que podem parecer pequenos, mas que

    foram muito muito gravosos ao Autor.

    J narramos a conveniente confuso cometida por

    Luiz Francisco de Souza entre Medida Cautelar e Ao de Improbidade

    Administrativa, num momento em que j ficava constrangedora para os

    Procuradores a ausncia da propositura de qualquer ao de conhecimento

    contra o Autor. Assim tambm a referncia estranha figura da Medida

    Cautelar Criminal.

    Episdio digno de nota refere-se ao pedido de

    quebra de sigilo dos investigados no caso que recebeu o nome de Caso

    FonteCidam (doc. 76). No texto do requerimento, no h qualquer meno

    a envolvimento do Autor nos fatos narrados. No obstante, no parecer do

    Ministrio Pblico, ao final do texto, constava:

    Outrossim, afigura-se necessria a quebra de sigilobancrio do Banco Pactual, especificamente a contanmero 000.018, agncia 021, Bank of New York, pois,conforme informao da revista Veja, era a contautilizada para pagamentos de propinas ao Sr. Chico

    Lopes e demais componentes do esquema decorrupo. Devendo ser oficiado o Ministrio da

    Justia, para que o mesmo acione o tratado com osEUA e envie ofcio ao Departamento de Justia,requerendo a lista de contas bancrias dosinvestigados no exterior, com os respectivos extratos,

    principalmente a conta do Sr. Eduardo Jorge noCitibank, em Nova York.

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    Deferida a liminar apenas em relao aos

    indiciados no inqurito referente ao caso, o ofcio foi expedido com a

    redao constante do parecer Ministrio Pblico, e, portanto, com meno

    ao nome do Autor, includo no pedido sem qualquer fundamento.

    O grave e inaceitvel acontecimento foi assim

    justificado pelo signatrio do parecer, o Procurador Jos Cardoso Lopes,

    em entrevista concedida ao noticirio JORNAL DAS DEZ, veiculado pela

    GLOBONEWS em 11 de novembro de 2001 (doc. 77, fita 1):

    No tem, no tem uma justificativa subjetiva, querdizer, eu no tive a inteno de colocar, mas acabousurgindo na petio.

    III DAS GRAVES CONSEQNCIAS DOS ATOS DOS RUS

    Em face, principalmente do decurso do tempo,

    nenhuma narrativa escrita conseguiria retratar fielmente o intenso

    sofrimento e a situao extrema a que foi submetido o Autor. Mesmo a

    leitura atenta de todas as publicaes veiculadas a seu respeito e a reviso

    de cada matria veiculada pela televiso e pelo rdio no poderia recriar omassacre e o linchamento moral experimentados.

    As investidas dos Rus trouxeram profundos e nefastos

    efeitos na vida pessoal e profissional do Autor. Embora sendo pessoa

    honesta, profissional competente e tendo desempenhado suas funes

    pblicas de forma zelosa e proba, passou a ver e ouvir seu nome em

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    noticirios, associado aos mais diversos escndalos e ilegalidades, o que

    feriu gravemente seu profundo senso moral.

    A atuao dos Procuradores marcada pela vil

    estratgia de alimentar a imprensa com denncias, que, uma vez

    transformadas em notcias, justificariam a abertura de inquritos contra o

    Autor - no fosse, em si mesma um mal injusto, praticado com manifesto

    desvio de finalidade, abriu, tambm, caminho para a ao precipitada de

    jornalistas, na busca de furos de reportagem, e para explorao poltica com

    intenes pouco confessveis.

    O Autor tornou-se prisioneiro em sua casa, rodeada por

    jornalistas, fotgrafos e pessoas do povo indignadas. Viu-se, de um dia para

    o outro, alvo de hostilidades e chacotas, acuado e sem igualdade de

    condies para reagir. Execrado pela opinio pblica, experimentou enorme

    humilhao e sensao de impotncia diante do quadro que se formara,

    impossibilitado, at mesmo, de desenvolver suas atividades dirias.

    Sujeitou-se o Autor s mais terrveis humilhaes. De

    servidor probo e competente, que sempre foi considerado ao longo de mais

    de trinta anos de impecvel servio pblico, passou a ser encarado,

    publicamente, como partcipe de vultosos desvios de recursos pblicos,

    agente de atos os mais desonestos, merecedor do repdio de toda a

    sociedade, como se fora um notrio ladro e estelionatrio, vendo seu nome

    e de familiares seus, diariamente mencionados nos jornais, revistas e no

    noticirio de rdio e televiso, sempre associados a abominveis falcatruas

    contra o errio.

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    No demais lembrar que, at mesmo aos criminosos

    condenados definitivamente, a Lei de Execues Penais (Lei 7.210/84)

    assegura em seu artigo 45, 1 que as sanes no podero colocar em

    perigo sua integridade fsica e moral.

    Pertencente a uma famlia de servidores pblicos

    honestos e competentes, para quem a honra e integridade moral sempre

    foram tidos como os mais altos valores, o Autor assistiu, tambm, ao

    sofrimento de sua me, irmos, filhos e sobrinhos, sobre os quais os efeitos

    da campanha difamatria foram, tambm, devastadores.

    Meros atos profissionais de rotina, praticados pelo autor,

    seus irmos, familiares, e amigos prximos, eram encarados como

    negociatas a ele atribudas.

    Ainda hoje, o Autor passa pelo constrangimento

    adicional de ver muitas dessas pessoas sendo alvo de pretensas investigaes

    que promovem verdadeira devassa em suas vidas, sem que seja encontrada

    nenhuma irregularidade. Seu sofrimento ainda maior porque sabe que essa

    arbitrariedade no ir cessar facilmente pois tem como motivo principal a

    perseguio de Procuradores contra sua pessoa.

    O clamor popular que marcou o assim chamado caso

    EJ, alimentado e estimulado pelo empenho torpe de integrantes do

    Ministrio Pblico, parecia ter-lhe fechado todas as possibilidades imediatas

    de defesa. A premissa veiculada atravs da imprensa, com o aval dos

    Procuradores, ou por eles endossada com estrpito, era a de culpa do Autor.

    Assim, qualquer resposta s acusaes, por mais consistente que fosse, era

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    vista com desconfiana, qualquer denncia, ainda que sem base em prova ou

    indcio, era tida como verdadeira, e qualquer suspeita, arbitrariamente

    engendrada, era tida como indcio.

    At mesmo simples requerimentos de certides e

    informaes para a defesa do Autor encaminhados por ele a rgos pblicos

    eram vistos com desconfiana, e muitas vezes injustamente indeferidos por

    autoridades, temerosas do envolvimento em um caso to visado.

    Exemplifica-se: a Diretoria de Fiscalizao do Banco

    Central, por exemplo, recusou-se a fornecer certido que atestava no ter

    transitado nas contas do Autor, nenhum recurso oriundo das obras do TRT

    paulista. (docs.78 a 80 ). Embora o requerimento haja sido encaminhado em

    25 de outubro de 2000, e malgrado o prazo da Lei 9..., somente em maro

    de 2001 o Autor recebeu comunicado do BACEN, a propsito, e mesmo

    assim, limitando-se a informar que os dados requeridos haviam sido

    encaminhados ao Juzo Federal da ao penal relativa ao desvio de verbas da

    obra do TRT paulista. Desta forma, foi negada ao autor, a informao a que

    tinha direito e de que precisava para sua defesa. Registre-se, ainda, que as

    autoridades do Banco Central, com medo de eventuais repercusses

    negativas na mdia, no se dispuseram a assumir a responsabilidade pela

    entrega do documento ao Autor, tendo transferido esse nus ao Juzo

    Federal, de quem afinal, tempos depois, o autor obteve a informao de que

    necessitava. (doc. 71)

    A seu turno, a Corregedora Geral da Repblica, recusou

    a fornecer certido com o nome dos acusadores nos procedimento contra ele

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    instaurados (doc. 73). Essas negativas, a par de in