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Exmo(a). Sr(a). Dr(a). Juiz(a) de Direito da Vara de Falências e Recuperações Judiciais de Brasília – DF Proc.: 2008.01.1.103083-7 Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo, Abílio Neves Júnior e Outros 750 , todos devidamente qualificados nesses autos 1

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Excelentssimo Senhor Juiz Federal da 7 Vara da Seo Judiciria de So Paulo

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Exmo(a). Sr(a). Dr(a). Juiz(a) de Direito da Vara de Falncias e Recuperaes Judiciais de Braslia DF

Proc.: 2008.01.1.103083-7

Sindicato dos Aerovirios no Estado de So Paulo, Ablio Neves Jnior e Outros 750, todos devidamente qualificados nesses autos de pedido de recuperao judicial, em que figura como requerente a Agropecuria Vale do Araguaia, vm, respeitosamente, perante V. Exa. ao efeito de NOTICIAR RELEVANTES FATOS e ao final requerer o quanto segue:

I- DO DESCUMPRIMENTO DE ORDEM EXPRESSA DESSE R. JUZO - ART 51 DA LEI 11.101/2005 - Preliminarmente, os peticionrios repudiam, com veemncia, o desdm que a Agropecuria Vale do Araguaia deu ao r. despacho de V. Exa. lanado nesses autos em 25-08-2008, no qual foi ordenado que a requerente emendasse a petio inicial para juntar aos autos, dentre outros documentos, a relao das aes judiciais em que figure como parte, com a estimativa dos respectivos valores demandados, nos termos do art. 51, IX, da Lei 11.101/2005.II- Embora conste desses autos, no por demais trazer baila, at porque digno de encmios, o quanto determinado por V.Exa. em 25-08-2008 para que Agropecuria Vale do Araguaia cumprisse no prazo de 10 (dez) dias:

Vistos etc. Emende a autora a inicial, juntando certides comprobatrias de que seus administradores atendem a condio imposta no art. 48, IV da Lei n 11.101/05, bem como:a) Adequar as demonstraes contbeis ao disposto no art. 51, II;b) Adequar a relao de credores ao disposto no art. 51, III;c) Atender integralmente o disposto no art. 51, IV;d) Promover a juntada dos extratos atualizados e aplicaes financeiras, nos termos do art. 51, VII;e) Juntar certides dos cartrios de protesto onde possui filiais, nos termos do art. 51, VIII;f) Juntar relao das aes judiciais em que figure como parte, com a estimativa dos respectivos valores demandados, nos termos do art. 51, IX;g) Apresentar cpia dos documentos a que se referem os 1 do art. 51.Prazo de 10 (dez) dias, sob pena de indeferimento da inicial.I.Braslia - DF, segunda-feira, 25/08/2008 s 14h29. (Os grifos foram acrescentados).III- vista desarmada dos peticionrios, a Agropecuria Vale do Araguaia fez da ordem de V.Exa. total e cabal vista grossa, j que, conquanto assim determinado pelo nobre Julgador, no cumpriu a requerente as disposies emergentes do art. 51, IX, da Lei 11.101/2005, deixando de juntar a esse processo, afora outras, a relao das aes trabalhistas em que figura como parte nas Comarcas de So Paulo-SP e Guarulhos-SP, bem como a estimativa dos respectivos valores demandados pelos reclamantes.IV- A bem da verdade, insta consignar que o temerrio pedido de recuperao judicial da Agropecuria Vale do Araguaia, no excludas outras razes que sero tecidas nessa lia, somente foi intentado aps os credores do Grupo Canhedo votarem pela falncia da VASP em 17-07-2008, empresa esta tambm controlada pelos prceres de tal conglomerado, a qual teve sua quebra decretada em 04-09-2008, como j aduzido nesses autos pelos peticionrios em 14-10-2008.V- Nesse viso, curial assinalar que o Grupo Canhedo, com o pedido de recuperao judicial da Agropecuria Vale do Araguaia, busca se esquivar - a toda evidncia de pagar os dbitos trabalhistas - DA ORDEM DE UM BILHO DE REAIS - devidos aos seus ex-empregados, sendo certo que os bens da Agropecuria Vale do Araguaia esto todos adjudicados e/ou penhorados, como ser mais uma vez demonstrado nesta pea.

VI- Indaga-se: por que a Agropecuria Vale do Araguaia no postulou a sua recuperao judicial antes dos credores do Grupo Canhedo votarem pela falncia da VASP em 17-07-2008???VII- imperioso anotar que as penhoras direcionadas s empresas do Grupo Canhedo to alardeadas na petio inicial como sendo a principal razo do pedido de recuperao judicial da Agropecuria Vale do Araguaia contrariamente ao que esta alega na mesma exordial, advm desde o ano de 2005, como pode ser comprovado na deciso exarada em 29-11-2005 no processo n 655/2001, da 1 Vara do Trabalho de Guarulhos SP. VIII- De fato, quanto s penhoras nas empresas do Grupo Econmico Canhedo, includo a Agropecuria Vale do Araguaia, eis o que informou a dd. Secretaria e exarou, por conta disso, a mm. Juza da 1 Vara do Trabalho de Guarulhos, SP, no processo n 655/2001, cuja recepo da penhora on line junto ao Bacen ocorreu em 29-11-2005, como se comprova pelo r. despacho e Recibo de Protocolamento de Valores (BACEN) anexados (docs. 01/01-A). Confira-se:1 VARA DO TRABALHO DE GUARULHOS

Processo n 655/2001

CONCLUSO

Nesta data, fao os presentes autos conclusos MM. Juza Titular.

Informando a V. Exa. que consta nos autos dos processos 1132/2001, 2631/00, rol de empresas pertencentes ao mesmo Grupo Econmico da ora executada-VASP, sendo elas: BRATUR BRASLIA TURISMO LTDA. CNPJ 24.920.324/0001-06; EXPRESSO BRASLIA TURISMO LTDA. CNPJ 01614361/0001-90; CONDOR TRANSPORTES URBANOS LTDA. - CNPJ 00.0647.289/0001-35; HOTEL NACIONAL S/A CNPJ 72.629.140/0001-34; VIPLAN VIAO PLANALTO LTDA. CNPJ 00.091.702/0001-28; BRATA BRASLIA TRANSPORTE E MANUTENO AERONUTICA S/A, CNPJ 24.890.550/0001-91; LOTAXI TRANSPORTES URBANOS LTDA. CNPJ 00.601.674/0001-41; TRANSPORTADORA WADEL LTDA. CNPJ 00.053.165/0001-21; NAVEPAR NAVEGAO PARAGUAI PARAN S/A; CNPJ 16.015.935/0001-81; VOE CANHEDO S/A CNPJ 64.667.124/0001-08; POLIFABRICA FORMULRIOS E UNIFORMES LTDA. CNPJ 37.151.149/0001-81; AGROPECURIA VALE DO ARAGUAIA LTDA. CNPJ 00.542.746/0001-27. Titulares: CSAR ANTNIO CANHEDO AZEVEDO CPF 149.704.061-20; IZAURA VALRIO AZEVEDO CPF 775.934.991-20; WAGNER CANHEDO AZEVEDO CPF 001.789.931-15 E WAGNER CANHEDO AZEVEDO FILHO CPF: 116.643.041-34. (Os destaques foram acrescentados).

Considerando que foi deferido o pedido de recuperao judicial, quanto VASP e ante o supra informado, prossiga-se na execuo, apenas, em face das empresas informadas e titulares respectivos, as quais pertencem ao mesmo Grupo Econmico da empresa-r. Em, data supra. RIVA FAINBERG ROSENTHAL Juza Titular. (O negrito foi acrescentado).IX- As penhoras on line erigidas da Justia do Trabalho jamais obtiveram qualquer resultado e, de igual modo, nunca incomodaram as empresas do Grupo Econmico Canhedo e os prprios scios (toda famlia Canhedo), visto que os mesmos, para fraudarem as decises da Justia Especial, sempre tiveram o pssimo hbito de operarem com movimentao financeira virtual.

X- Vis--vis, as penhoras sem receio de erro no incomodavam e no incomodam as empresas do Grupo Canhedo. A verdade que, repita-se, diante das decises do eg. STJ, bem como em virtude do pulso firme que tem dado origem as resolues do mm. Juiz do Juzo de Execuo VASP da Justia do Trabalho da Comarca de So Paulo, SP, exaradas nos autos da ao civil pblica, processo n 00507-2005-014-02-00-8, deferindo praas, leiles, adjudicaes e quejandos dos bens da Agropecuria Vale do Araguaia, esta, ento, buscou guarida atravs de pedido de recuperao judicial, fadado ao insucesso.XI- As penhoras, conquanto efetivadas, jamais chegavam sua efetividade, consistente em expropriao de bens, uma vez que, como j dito alhures, existia objees do eg. STJ. Quando esta Corte resolveu, de forma louvvel, afirmar que o Grupo Econmico Canhedo no estavam protegidas pela recuperao judicial da sua coirm VASP, a, sim, foi que tais empresas bateram porta dessa dd. Vara de Falncia de Braslia, DF, o que de todo inaceitvel.XII- Nessa ordem de idias, concessa venia, infere-se que as propaladas penhoras erigidas da Justia do Trabalho, tidas pela Agropecuria Vale do Araguaia como intromisso indevida em seu caixa, fator de desarranjo em suas finanas, longe esto de terem sido o mote fraudulento do pedido de recuperao judicial.XIII- As razes do inopinado pedido de recuperao judicial da Agropecuria Vale do Araguaia, Exa., deveras obscuras, so outras, como ser aclarado ao ilustre Julgador, pari passu, nesse arrazoado. A verdade que o eg. STJ e a Justia do Trabalho tm afirmado reiteradamente que as empresas do Grupo Econmico Canhedo respondem pelo passivo trabalhista da VASP, da porque busca a Agropecuria Vale do Araguaia abrigo nesse r. Juzo Falimentar de Braslia (DF). XIV- Em outras palavras, a Agropecuria Vale do Araguaia perdeu no eg. STJ a blindagem que, com o advento da recuperao judicial da VASP em 07-10-2005, obtinha na citada Corte, a qual obstava as penhoras trabalhistas em bens do Grupo Econmico Canhedo. XV- Frente a esse contexto, debalde as afirmaes da Agropecuria Vale do Araguaia em atribuir narrativa das penhoras, constante da sua petio inicial, indicativo imediato e preponderante ao seu pedido de recuperao judicial, isso no passa de socapa s leis ptrias. XVI- As penhoras trabalhistas incomodam a Agropecuria Vale do Araguaia agora , registre-se, porque o eg. STJ, aps algumas titubeaes, decidiu que so legtimas e que o Grupo Econmico Canhedo responde pelo passivo trabalhista da VASP.XVII- Noutro falar, quando o eg. STJ, por conta da recuperao judicial da VASP, obstava as penhoras e, via de conseqncia, as praas, leiles e adjudicaes de bens das empresas do Grupo Econmico Canhedo, a Agropecuria Vale do Araguaia nunca se importou com as constries trabalhistas.

XVIII- A fortiori, para altercar os infundados argumentos da Agropecuria Vale do Araguaia, no que se refere o seu verdadeiro intuito, tome-se como exemplo o fato de que o pedido de recuperao judicial da VASP foi distribudo em 01-07-2005, obtendo esta o deferimento do processamento do pleito em 07-10-2005 (vide sentena de quebra anexada), quando, ento, suspenderam-se o curso das execues em face da devedora area, por fora do que dispe o art. 6 da Lei 11.101/2005.

XIX- No razovel aceitar que TRANSCORRIDOS MAIS DE TRS ANOS DA DATA DO PROCESSAMENTO DA RECUPERAO JUDICIAL DA VASP E QUANDO ERA IMINENTE A DECRETAO DA SUA FALNCIA, aparea a Agropecuria Vale do Araguaia perante esse Juzo Falimentar de Braslia (DF), DE SALTO, afirmando que no poder responder pelo dbito trabalhista da sua coirm, MESMO FAZENDO PARTE DO GRUPO ECONMICO CANHEDO E SENDO R NA AO CIVIL PBLICA DA 14 VARA DO TRABALHO DE SO PAULO, SP, PROCESSO N 00507-2005-014-02-00-8.XX- A VERDADE OUTRA, EXCELNCIA! Com efeito, um fato irrefutvel deve ser dito: como o processamento da recuperao judicial da VASP, a Agropecuria Vale do Araguaia e as demais empresas do grupo, primeira ameaa de praa, leilo e adjudicaes de seus bens, suscitavam conflitos de competncia perante o eg. STJ, sempre ao fundamento de que sendo empresas do mesmo Grupo Econmico a que pertencia a VASP, tambm estavam protegidas pelo art. 6 da Lei 11.101/2005. XXI- E mais, no eg. STJ afirmavam que eram empresas do mesmo Grupo Econmico sendo que, por conta da recuperao judicial da VASP, no poderiam sofrer interferncia da Justia do Trabalho, posto que, segundo vociferavam, a competncia era da 1 Vara de Falncias e Recuperaes Judiciais da Comarca de So Paulo, SP, onde se processava a recuperao judicial da VASP, agora falida.XXII- Tal argumento, como j dito, a princpio foi acolhido pelo eg. STJ, como pode ser comprovado nas inclusas decises proferidas em sede de conflitos de competncia.XXIII- Ocorre que o mm. Juiz da 1 Vara de Falncias e Recuperaes Judiciais de So Paulo, SP, sempre que instado pelo eg. STJ a prestar informaes nos conflitos de competncia consignava que seu decisum, autorizador do processamento da recuperao judicial da VASP, abrangia somente a empresa area, no sendo extensivo s demais empresas do Grupo Econmico Canhedo.XXIV- Face s informaes emanadas do mm. Juiz da 1 Vara de Falncias e Recuperaes Judiciais de So Paulo, SP, o eg. STJ mudou seu entendimento, pondo fim festana dos inmeros conflitos de competncia suscitados pelas empresas do Grupo Econmico Canhedo, sendo certo que dita Corte permitiu expressamente o prosseguimento das execues trabalhistas em todo Grupo Canhedo, excluindo das constries apenas e to-somente bens da VASP, consoante se comprova nas decises anexadas.

XXV- Os fatos narrados acima estes sim verdadeiramente ensejaram o pedido de recuperao judicial da Agropecuria Vale do Araguaia, a qual perdeu, no eg. STJ, o manto que lhe cobria, ou seja, a recuperao judicial da VASP, agora falida.

XXVI- DA INOBSERVNCIA AO PARECER DO MINISTRIO PBLICO DA UNIO - DF - ART 51 DA LEI 11.101/2005 - Ao contrrio do que consta da petio de fls. 887/893, da lavra da requerente Agropecuria Vale do Araguaia, consta da fls. 210/211 PARECER do dd. Ministrio Pblico da Unio, do escol do nobre Promotor de Justia, DR. ANTONIO MARCOS DEZAN, requerimento da seguinte magnitude:Quanto aos requisitos do previsto no art. 51 da aludida Lei, deixaram de ser cumpridos os seguintes:

- relatrio gerencial de fluxo de caixa da sua projeo;

embora a requerente tenha afirmado que o apresentar por ocasio da formulao do plano de recuperao, a lei impe sua apresentao juntamente com a petio inicial;- relao dos bens particulares dos scios controladores e administradores:

foi apresentada unicamente declarao de bens imveis do scio Wagner Canhedo Azevedo (fls. 61/62), quando deveria ter sido juntada relao de todos os bens de todos os scios controladores e administradores, inclusive pessoas jurdicas nessas condies.- relao de todas as aes judiciais em que a requerente figure com parte:

a documentao juntada s fls. 199/204 no atende ao comando legal que impe a apresentao de relao, subscrita pelo devedor, de todas as aes que figure a requerente como parte. Obviamente as aes j finalizadas, com condenao trnsita em julgado, no devem integrar a relao, porque correspondem a crditos j definitivamente reconhecidos.

Diante do exposto, oficia esta Promotoria de Justia pela intimao da requerente para apresentao dos elementos acima descritos, em prazo a ser estabelecido por V. Exa., sob pena de indeferimento do pedido. (Os grifos foram acrescentados).XXVII- A despeito do parecer favorvel ao processamento da recuperao judicial, consignado s fls. 244 e datado de 22-09-2008, registre-se, tambm emanada do dd. Ministrio Pblico, certo que a relao de aes em que a Agropecuria Vale do Araguaia figura como parte, mesmo aquelas sem trnsito em julgado, data venia, no foram juntadas a esses autos, fato que ser robustamente comprovado nesta pea.XXVIII- De mais a mais, com o devido respeito ao ilustre representante do Parquet, o art. 51, IX, da Lei 11.101/2005 determina que o pretendente recuperao judicial junte aos autos a relao de aes, subscrita pelo devedor, de todas as demandas judiciais em que este figure como parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a estimativa dos respectivos valores demandados. Vale dizer, portanto, que a norma no exclui da apresentao qualquer tipo de ao, com ou sem trnsito em julgado.XXIX- Nesse sentido, eis o que determina a norma de rito (art. 51, IX, da Lei 11.101/2005), imprescindvel ao processamento da recuperao judicial:

Art. 51. A petio inicial de recuperao judicial ser instruda com:

(...)

IX - a relao, subscrita pelo devedor, de todas as aes judiciais em que este figure como parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a estimativa dos respectivos valores demandados. (Os destaques foram acrescentados).XXX- Como se v, em nenhum momento o art. 51, IX, da Lei 11.101/2005, isenta o devedor da apresentao de certido de qualquer demanda, seja de aes com trnsito em julgado, seja de aes sem o manto da res judicata. SO TODAS!!! Mas nenhumas - e nem outras - foram apresentadas!!!XXXI- Na verdade, o pedido de recuperao judicial da Agropecuria Vale do Araguaia no pode, concessa maxima venia, ser deferido, medida em que a mesma faltou com a verdade em sua inicial, induzindo V. Exa. a gravssimo erro.

XXXII- verdade. De fato, consta s fls. 06, pargrafo 6, da inicial a seguinte assertiva de autoria da Agropecuria Vale do Araguaia:Dentre os credores da VASP, os trabalhistas possuem um montante aproximado de quase R$ 110.000.000,00 para serem quitados.

XXXIII- 10 VEZES MAIS!!! Verdadeiramente, na data de 01-01-2008 a dvida da VASP e tambm da Agropecuria Vale do Araguaia era de R$ 906.734.989,21.XXXIV- Com efeito, quanto ao dbito da VASP E TAMBM DA AGROPECURIA VALE DO ARAGUAIA, POIS RESPONDE SOLIDARIAMENTE - veja, a propsito, o que consignou o mm. Juiz Auxiliar de Execuo VASP da Justia do Trabalho da Comarca de So Paulo, SP, quando deferiu a adjudicao da Fazenda Piratininga, a qual pertencia a Agropecuria Vale do Araguaia, nos autos da ao civil pblica, processo n 00507-2005-014-02-00-8 (segue deciso da 14 VT/SP anexada doc. 01-B):Justia do Trabalho - Tribunal Regional do Trabalho da Segunda Regio

JUZO AUXILIAR DE EXECUO

PROCESSO N 00507-2005-014-02-00-8

Nesta data, fao os presentes autos conclusos ao Exmo. Sr. Juiz do Trabalho, Dr. Wilson Ricardo Buquetti Pirotta, tendo em vista a determinao de fls. elevada considerao de V. Exa.

So Paulo, 27 de agosto de 2008.

p/Diretor de Secretaria

Vistos, etc.

Trata-se de pedido de adjudicao de bens penhorados, com vistas satisfao dos crditos trabalhistas reconhecidos nos autos da Ao Civil Pblica de que os requerentes so co-autores.

Os bens cuja adjudicao fora requerida so de propriedade de uma das executadas, integrante do grupo econmico que compe o plo passivo da presente execuo, a empresa Agropecuria Vale do Araguaia Ltda. A referida empresa ajuizou ao de Embargos de Terceiro, cominada com Embargos Execuo, cuja deciso de improcedncia de seus pedidos, prolatada em 13.05.2008, transitou em julgado, sem oposio de qualquer recurso, em 26.05.2008. A avaliao dos bens, conforme Auto de Penhora e Avaliao lavrado em 23.11.2007, considerando-se a fazenda, suas benfeitorias, imveis sobre sua terra construdos, bens mveis e semoventes, somou a importncia de R$ 421.012.500,00 (quatrocentos e vinte e um milhes doze mil e quinhentos reais).

Conforme demonstrativo prvio realizado nos autos, a fls. 7577/7657, os crditos trabalhistas representados pelos autores da presente Ao Civil Pblica remontavam a R$ 906.734.989,21 (novecentos e seis milhes setecentos e trinta e quatro mil novecentos e oitenta e nove reais e vinte e um centavos), em valores de 01.01.2008. Representam os autores, portanto, crditos trabalhistas suficientes para a adjudicao pretendida.

Preenchidos os requisitos legais, defiro, pois, a adjudicao requerida, nos termos do artigo 685-A do CPC. Sendo o valor dos crditos superior ao valor dos bens, prossiga-se na execuo, conforme prev o 1 do referido artigo.Lavre-se, de pronto, o Auto de Adjudicao, nos termos do artigo 685-B do CPC, intimando-se as partes para comparecimento em Secretaria no prazo de 48 horas para sua assinatura, restando considerado assinado o auto pelas partes aps o decurso do referido prazo, com ou sem manifestao.

Intime-se o Ministrio Pblico do Trabalho para que tome cincia da adjudicao ora requerida, bem como para que participe da distribuio dos crditos obtidos com a presente adjudicao pelos credores trabalhistas representados pelos autores desta Ao Civil Pblica, fiscalizando para que tal distribuio ocorra em consonncia com a lei e com os princpios constitucionais que regem a matria.

Intimem-se. So Paulo, data supra. Wilson Ricardo Buquetti Pirotta - Juiz do Trabalho. (Os destaques foram acrescentados).XXXV- Pode ser deferida a recuperao judicial da Agropecuria Vale do Araguaia, aps tamanha inverdade??? DATA VENIA, NO!!!XXXVI- DO DBITO DA AGROPECURIA VALE DO ARAGUAIA - R NA AO CIVIL PBLICA PROCESSO N 00507-2005-014-02-00-8 - 14 VARA DO TRABALHO DE SO PAULO-SP Realmente, embora omitido na petio inicial do seu pedido de recuperao judicial, a Agropecuria Vale do Araguaia, representada pelo seu diretor presidente (WAGNER CANHEDO AZEVEDO), comprometeu-se a pagar as dvidas da VASP e suas - nos autos da ao civil pblica, processo n 00507-2005-014-02-00-8, da 14 VARA DO TRABALHO DE SO PAULO-SP, conforme emana cristalino do ACORDO CELEBRADO NO PRECITADO JUZO TRABALHISTA EM 27-05-2005, assim estipulado (segue Termo do Audincia anexado doc. 02):TERMO DE AUDINCIA

Processo N 00507-2005-014-02-00-8

Aos 27 dias do ms de maio do ano de dois mil e cinco (sexta-feira), s 08h50min, na sala de audincia desta 14 Vara do Trabalho, por ordem do(a) DR HOMERO BATISTA MATEUS DA SILVA, MM. Juiz(a) do Trabalho, foram apregoados os litigantes:

Presentes os autores da Ao Civil Pblica (pelo Ministrio Pblico do Trabalho as procuradoras Dras. Viviann Rodriguez Mattos, Clia Regina Camachi Stander e Marta Casadei Momezzo; pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas, a Presidente Sra. Graziella Baggio e o advogado Dr. Luiz Fernando Basto Arago, OAB/RJ n 044466; pelo Sindicato Estadual dos Aerovirios, o dirigente Reginaldo Alves de Souza e o Presidente Sr. Ubio Jose da Silva, RG 17.660.311).

Presentes os rus da Ao Civil Pblica, representados pelo acionista majoritrio e controlador do grupo econmico, Senhor Wagner Canhedo Azevedo, acompanhado do advogado Dr. Ivan D Apremont Lima, OAB/DF n 784.

Presentes os interessados na aquisio do controle acionrio da companhia area, atravs da empresa GBDS S.A., na pessoa da vice-presidente de estratgia, Joicy von Stwezzer e do vice-presidente de finanas, Marcos Antonio Faria, acompanhados pelo advogado Dr. Carlos Eduardo Rdua Gonalves, OAB/SP n 231730.

Presentes os Sr(a)s. Mario Engler Pinto Junior, Diretor Presidente da Companhia Paulista de Parcerias, Dr. Jos Roberto de Moraes, Procurador do Estado Assessor, Dra. Cristina M. Wagner Mastrobuono, Procuradora do Estado Assistente, na qualidade de observadores da Fazenda Pblica do Estado de So Paulo, acionista minoritria da companhia area.

Presente o Exmo. Senhor Major Brigadeiro do Ar, Jorge Godinho Barreto Nery, na qualidade de observador pelo Departamento de Aviao Civil.

Presente a Ilma. Senhora Procuradora Dra. Maria Isaura Gonalves Pereira, OAB/SP n 45685, na qualidade de observadora pela Infraero, bem como o Sr. Adenauher Figueira Nunes, Diretor Financeiro e Dra. Josefina Valle de Oliveira Pinha, OAB/DF n 4547.

Aps longas tratativas e cientes de suas responsabilidades em torno da crise de maior envergadura que a companhia area j conheceu, as partes chegaram a um acordo que se passa a relatar.

1. Compromete-se a Vasp a cumprir integralmente a legislao trabalhista, especialmente quanto matria constante da Ao Civil Pblica autuada sob nmero 567/2000 (em especial, a efetivar o pagamento mensal dos salrios de forma integral at o quinto dia til do ms subseqente ao vencido, de acordo com o art. 459, 1 da CLT; a cumprir as normas coletivas aplicveis aos aerovirios e aos aeronautas da VASP; participar aos seus empregados por escrito com antecedncia de trinta dias, o perodo de frias que lhes foi concedido, na forma dos artigos 134 e 135 da CLT, pagando a correspondente contraprestao no prazo determinado em lei, de acordo com o art. 145 da CLT;conceder intervalo para repouso ou alimentao de, no mnimo 1 hora e no mximo 2 horas para os seus empregados que executem trabalho contnuo cujo durao exceda de 6 horas, nos termos do art. 71, caput da CLT;conceder aos seus empregados perodo mnimo de 11 horas consecutivas para descanso entre duas jornadas de trabalho, nos termos do art. 66 da CLT;possibilitar aos seus empregados o gozo dos benefcios dos vales transportes necessrios aos deslocamentos dos trabalhadores no percurso residncia-trabalho e vice-versa, no servio de transporte que melhor se adequar, nos termos da Lei 7.418/85, art. 4, efetivar os depsitos do FGTS - Fundo de Garantia por Tempo de Servio de todos os seus empregados, nos termos do art. 26, pargrafo nico da Lei 8.036/90; fazer a regular e legal resciso dos contratos de trabalho de seus empregados demitidos, no prazo do art. 477, 6 da CLT, efetuando o pagamento das parcelas devidas em razo da resciso do contrato de trabalho, no prazo prescrito em lei, nos termos do mesmo art. 477;remunerar as horas extraordinrias laboradas por seus empregados com adicional mnimo de 50% sobre o valor do salrio hora normal, ou outro percentual previsto em norma coletiva quando mais favorvel ao trabalhador, nos termos do art. 59, pargrafo 1, da CLT, combinado com art. 444 da CLT;conceder aos seus empregados um descanso semanal de 24 horas consecutivas, nos termos do art. 67, caput, da CLT; pagar integralmente a seus empregados a gratificao natalina (13 salrio), obedecendo as determinaes a esse respeito insertas nas normas coletivas e na Lei 4.090/62; cumprir as normas de medicina e segurana no trabalho, previstas na CLT e nas normas regulamentares; incluir nos recibos de pagamento de salrio de seus empregados a discriminao de horas extraordinrias laboradas; no permitir excesso de jornada de trabalho fora das hipteses legais permissivas, efetuando o pagamento ou a compensao, quando autorizada, das horas suplementares, domingos e feriados, laborados por seus empregados;no exigir que seus empregados assinem comunicao de dispensa, recibos de frias ou quaisquer outros documentos com datas retroativas ou que no correspondam a verdade; no efetuar a retirada de honorrios, gratificaes, pr-labore, ou qualquer outro tipo de retribuio a seus diretores, scios, gerentes e no distribuir quaisquer lucros, bonificaes, dividendos ou interesses a seus scios, titulares, acionistas ou membros de rgos dirigentes, fiscais ou consultivos, tudo de acordo com o dispostos no artigo 1 do Decreto-lei 368/68 e art. 5 do Decreto 99.684/90, em vista a mora salarial contumaz do empregador), o que abrange simultaneamente as disposies da Lei 7.183/1984 e a viabilidade das aposentadorias especiais que exigem laudos mdicos.

2. A Vasp quitar a folha de pagamento em atraso at o dia 03 de junho de 2005, inclusive quanto aos recolhimentos previdencirios e fiscais.

3. A Vasp quitar as verbas rescisrias em sentido estrito (saldo de salrio, aviso prvio indenizado, frias proporcionais acrescidas de um tero, dcimo terceiro salrio proporcional e multa de 40% sobre o fundo de garantia) dos empregados dispensados, que tenham ou no ajuizado aes trabalhistas, at o dia 17 de junho de 2005.

4. Compromete-se a Vasp a regularizar todas as pendncias quanto ao fundo de garantia junto Caixa Econmica Federal, recolhimentos de previdncia privada junto ao fundo AEROS e quanto aos recolhimentos previdencirios junto ao INSS at o dia 29 de julho de 2005, valendo para tanto a apresentao de renegociao da dvida nos moldes de parcelamento aceitos pelas instituies referidas.

5. Declara a companhia area que a alterao na estrutura jurdica da empresa em nada afetar os direitos trabalhistas e os contratos de trabalho, extintos ou vigentes, ainda que se verifique mudana no nome fantasia, na razo social, no controle de acionistas ou outras formas contemporneas de ciso, fuso, incorporao ou sucesso parcial, mesmo aps a entrada em vigor no dia 09/06/2005 da nova Lei de Falncia, sem as limitaes nela previstas.

6. Aplicando-se o Convnio existente entre o Banco Central do Brasil e o Tribunal Superior do Trabalho, a Vasp constituir e fomentar uma conta bancria exclusiva para fins de garantia de execues trabalhistas ora em andamento, facilitando o bloqueio pelos meios eletrnicos sob a responsabilidade dos Juzes Trabalhistas, no prazo de 60 dias, com o valor mnimo de R$1.000.000,00.

7. Pelo prazo de dois anos, assegura a Vasp a manuteno do nvel mdio de emprego verificado no perodo de 2003 e 2004, na atividade meio e na atividade fim, preferencialmente mediante a elaborao de Acordo Coletivo de Trabalho diretamente com as entidades sindicais profissionais. A manuteno ser implementada de junho a novembro de 2005, prestigiando-se a chamada bolsa de empregos, que uma clusula das normas coletivas para aproveitamento dos ex-empregados e empregados veteranos.

8. Assegura-se a plena estabilidade no emprego, pelo prazo de dois anos, para os dez trabalhadores que compuseram a comisso do interventor judicial, conforme orientaes emanadas pela Organizao Internacional do Trabalho, a fim de que no se configure suspeita de conduta anti-sindical por parte da companhia, ressalvando-se a falta grave a ser apurada mediante Inqurito Judicial na forma dos artigos 494 e 853 da CLT.

9. A Vasp e demais empresas integrantes do grupo econmico desistem do Recurso de Revista pendente nos autos do processo 567/2000, assim como dos mandados de segurana e demais remdios jurdicos opostos contra as decises desta Ao Civil Pblica. O Juiz oficiar aos Exmos. Juzes Relatores.

10. Com a concordncia dos autores, o Juiz libera os rus do pagamento das multas por descumprimento de obrigao de fazer e indenizao por danos morais e materiais, especialmente aquelas impostas no processo 567/2000 em deciso no passada em julgado.

11. A quitao abrange os objetos dos processos autuados sob nmeros 507/2005, 567/2000, 919/2005 e 920/2005, todos em curso perante esta 14 Vara do Trabalho de So Paulo.

Como garantia do cumprimento das obrigaes aqui estipuladas, convencionam as partes:

1. O depsito imediato de R$ 40.000.000,00 (quarenta milhes de reais) na conta judicial especialmente aberta nesta 14 Vara do Trabalho de So Paulo, a ttulo de cauo, e que ser estornado para a companhia em 1 de setembro de 2005, ouvido o Ministrio Pblico do Trabalho, supondo-se o cumprimento da avena. A cauo ser formalizada mediante uma carta de fiana at o dia 31/05/2005, s 13h00, oriunda do Banco do Brasil, com converso em pecnia, a critrio do Juiz, em momento oportuno.

2. Integralizada a cauo na conta judicial, estar suspensa a interveno judicial vigente desde 10 de maro de 2005 com a devoluo dos poderes de mando e gesto aos controladores. Todavia, dada a complexidade da situao acumulada ao longo dos anos, at o dia 01/09/2005, permanecem a indisponibilidade dos bens nos moldes das decises de 10/03/2005 e 18/04/2005 (exceto contas bancrias) bem como a presena na administrao da empresa dois representantes do Sindicato Nacional dos Aeronautas e de dois representantes do Sindicato Estadual dos Aerovirios, que so os autores desta ao, a fim de que seja aferido o cumprimento apropriado das obrigaes estipuladas.

3. No descumprimento total ou parcial da avena, a companhia area perde o valor da cauo em prol deste processo, sem se falar em compensao ou abatimento, sendo o valor imediatamente utilizado pelo Juzo para a quitao prioritariamente dos salrios e demais vantagens dos contratos de trabalho.

4. No descumprimento total ou parcial da avena, retoma-se o procedimento de interveno judicial, bem como a indisponibilidade dos bens, com a perda dos poderes de seus controladores e retorno da figura do interventor do Juzo e da comisso sindical.

A fim de imprimir maior urgncia no aperfeioamento deste acordo, compareceram a pedido deste Juiz na qualidade de observadores os representantes da Fazenda Pblica do Estado de So Paulo, ficando cientes no somente da negociao comercial em curso entre o acionista majoritrio, como tambm de que a Vasp requerer o sobrestamento por 06 meses do andamento do processo n 1713/1999, em trmite perante a 13 Vara da Fazenda Pblica da Capital, em que se discutem as alteraes estatutrias de 1999.

O Juzo permanecer disposio para os contatos com as autoridades administrativas e judiciais para o desenvolvimento da companhia, durante e depois da fase de transio.

Homologo o acordo para que produza seus efeitos legais. Tratando-se de causa de valor inestimvel (art. 20, par. 4, Cdigo de Processo Civil), arbitro a importncia de R$ 100.000,00 e estabeleo as custas em R$ 2.000,00, a cargo do ru, com recolhimento em quinze dias.

Exorto as partes manuteno de canais permanentes de negociao coletiva, como forma de evitar a repetio de situaes de tamanha gravidade como aquelas verificadas nos ltimos meses.

Ademais, o acordo no teria sido possvel:

a) sem a deciso liminar lavrada pelo ento Juiz Auxiliar Dr. Lucio Pereira de Souza;

b) sem os esforos indescritveis dos Procuradores do Trabalho Viviann Rodrigues Mattos, Roberto Rangel Marcondes e Clia Regina Camachi Stander;

c) sem a firmeza e a abnegao do senhor interventor, Joo Pedro Ferraz dos Passos, assim como os prstimos oferecidos pela eminente Juza do Trabalho aposentada, Dra. Maria Alexandra Kowalski Motta.

d) sem a serenidade mostrada pelos dirigentes e advogados sindicais, sendo integrantes da comisses os senhores Devair Sorza, Aerowaldo Panads Neto, Reginaldo Alves de Souza, Ubio Jos da Silva, Gilmar Machado Dria, Marcelo Eustquio de Oliveira, Cludio Chagas Cruz e William Lopes Carlos;

e) sem a compreenso das autoridades administrativas reguladoras da aviao civil, especialmente o Exmo. Senhor Major Brigadeiro do Ar, Jorge Godinho Barreto Nery e a ilustre procuradora Ana Munhoz, assim como o Procurador Regional da Advocacia Geral da Unio em So Paulo, Dr. Antnio Levi Mendes;

f) sem a participao direta e equilibrada dos servidores desta Justia do Trabalho, sejam aqueles lotados na Secretaria da 14 Vara do Trabalho de So Paulo, sob a direo de Isabel Ramos Fontana, e os Oficiais de Justia Eduardo Faria Casoni de Paula Fernandes, Valter Kiyotaka Iwai e Maurcio Laino Borges, os quais, em determinado momento deste processo e sem maior hesitao, souberam lacrar e guarnecer as vastas dependncias da companhia area em Congonhas.

Subscrevemos este termo de audincia em 27 de maio de 2005, s 12h35:

Homero Batista Mateus da Silva,

Juiz da 14 Vara do Trabalho de So Paulo.

Procuradoras do Ministrio Pblico do Trabalho.

Sindicato Nacional dos Aeronautas.

Advogado, Sindicato Nacional dos Aeronautas.

Sindicato Nacional dos Aerovirios.

Advogado, Sindicato Nacional dos Aerovirios.

Wagner Canhedo de Azevedo e seu advogado

Fazenda Pblica do Estado de So Paulo.

Joicy von Stwezzer,

Vice-presidente, GBDS S.A.

Marcos Faria,

Vice-presidente, GBDS S.A.

Jorge Godinho,

Major Brigadeiro do Ar, Diretor do Departamento de Aviao Civil.

Infraero. (Os destaques foram acrescentados).

XXXVII- Extrai-se da avena erigida da 14 Vara do Trabalho de So Paulo, SP, que a Agropecuria Vale do Araguaia, ostentava e ainda ostenta a qualidade de r no feito, FATO NOVAMENTE COMPROVADO PELA INCLUSA CERTIDO EMITIDA PELA JUSTIA DO TRABALHO EM 03-04-2008. Alm do que, estava a mesma devidamente representada pelo seu diretor presidente, WAGNER CANHEDO AZEVEDO, de sorte que se obrigou a pagar integralmente os haveres trabalhistas do grupo econmico a que pertence, no podendo agora eximir-se.XXXVIII- AGROPECURIA VALE DO ARAGUAIA VAI ALM DA LITIGNCIA DE M-F Efetivamente, colhe-se s fls. 09, pargrafos 4 e 5, da petio inicial ensejadora do pedido de recuperao judicial, as seguintes inverdades:Em entendimento ilegal e abusivo, alguns credores trabalhistas, pediram em seus respectivos processos a extenso da responsabilidade da VASP, para outras empresas que tinham como denominador comum a participao de alguns scios, alegando grupo econmico, sem as observaes prprias do direito societrio e a prpria Constituio Federal de 1988. (Os grifos foram acrescentados).Mas, a realidade totalmente diferente, as empresas afetadas pois tais desconsideraes, jamais participaram dos processos que resultaram em referidas desconsideraes da personalidade jurdica, e sequer foram diretoras da VASP, assim o direito societrio foi simplesmente destrudo e reduzido a p, por tais ingerncias decorrentes de entendimentos ilegais sobre responsabilidades limitadas ou solidrias dos scios em comum. (Os grifos foram acrescentados).XXXIX- Permissa venia, as afirmativas apontadas acima, logo de quem pretende guarida do Poder Judicirio, in casu, a Agropecuria Vale do Araguaia, resulta, sem sombra de dvida, em total MENOSCABO JUSTIA!XL- Taxativamente, quem era e ainda , dentre outras, r na ao civil pblica da 14 Vara do Trabalho de So Paulo, SP, processo 00507-2005-014-02-00-8, na qual firmou acordo em 27-05-2005 garantindo pagar os dbitos do Grupo Econmico Canhedo??? Resp.: Agropecuria Vale do Araguaia!XLI- Parafraseando a desdita observada s fls. 09, pargrafos 4 e 5, da petio inicial da Agropecuria Vale do Araguaia simplesmente destrudo e reduzido a p, esto mais de OITO MIL EX-EMPREGADOS DO GRUPO ECONMICO, TODOS DEMITIDOS DA VASP SEM DIREITO A NADA, J QUE NEM MESMO O FGTS ERA DEPOSITADO REGULARMENTE EM SUAS CONTAS VINCULADAS.XLII- E mais, quando interessava ao Grupo Econmico Canhedo furtar-se ao cumprimento daquele acordo exsurgido da supracitada 14 Vara do Trabalho de So Paulo, SP, assim pontificavam a Agropecuria Vale do Araguaia e a Transportadora Wadel perante o eg. STJ no conflito de competncia 80.652, cuja relatoria tocava, poca, ao saudoso Ministro HLIO QUAGLIA BARBOSA (segue deciso completa do STJ anexada doc. 03): "Alega a suscitante que em sendo empresa que compem o grupo 'VASP', h manifesto interesse na preservao de seu patrimnio at para que eventualmente e observado o quadro de credores seja tal patrimnio acrescido recuperao, ..." (fl. 515).(Os destaques foram acrescentados).Lembra que a despeito de a requerente no fazer parte da ao de recuperao judicial da VASP, esto umbilicalmente ligadas - segundo o prprio entendimento da Justia Laboral -, sendo certo que apenas o Juzo universal da recuperao poderia reconhecer eventual desconsiderao da personalidade jurdica para integrar massa o patrimnio de terceiras empresas. Eis aqui a questo do conflito de competncia, pois o Juzo do Trabalho est usurpando a competncia exclusiva do Juzo Universal da recuperao".(Os destaques foram acrescentados).XLIII- Agora, aps adjudicada a Fazenda Piratininga para os Sindicatos Nacional dos Aeronautas e dos Aerovirios no Estado de So Paulo, autores da ao civil pblica juntamente com o Ministrio Pblico do Trabalho, processo 00507-2005-014-02-00-8, da 14 Vara do Trabalho de So Paulo, SP, e na iminncia de virem a ser expropriadas as demais bens, eis que surge a Agropecuria Vale do Araguaia nos autos dessa recuperao judicial afirmando que no mais do Grupo Econmico Canhedo.XLIV- Como se no bastasse, a Agropecuria Vale do Araguaia ainda se apega ao despudor de consignar em seu malfadado pedido de recuperao judicial que as empresas afetadas por tais desconsideraes, jamais participaram dos processos que resultaram em referidas desconsideraes da personalidade jurdica. Isto um escrnio Justia, pura e simplesmente!

XLV- Por outro lado, a Agropecuria Vale do Araguaia omite que sua grandiosidade advm, segundo a revista VEJA, edio n 1.660 de 02-08-2008, depois do seu diretor presidente (WAGNER CANHEDO AZEVEDO) ter adquirido o controle acionrio da VASP (segue revista VEJA anexada doc. 04).

XLVI- A pretexto, confira-se a matria veiculada na dita revista VEJA:

O rei do gadoO endividado dono da Vasp diz que colocou 400 milhes de reais em sua propriedade rural Cristine Prestes, de So Miguel do Araguaia

Fotos Ana Arajo

Wagner Canhedo: "Fazendeiros" so gigols de vaca. Minha fazenda uma empresa"

Na dcada de 90, enquanto a Vasp afundava em dvidas, o empresrio Wagner Canhedo montava a fazenda de criao de gado mais bem equipada do Brasil. A Piratininga ocupa 215.000 hectares no extremo norte de Gois, na divisa com o Tocantins, uma rea equivalente a quase o dobro da cidade do Rio de Janeiro. O negcio comeou relativamente modesto, com 30.000 cabeas de gado. Nos ltimos anos evoluiu a uma velocidade espantosa para os padres desse tipo de empreendimento e hoje abriga um dos maiores rebanhos concentrados em uma s fazenda do pas, talvez do mundo, estimado em 100.000 cabeas. Para conseguir escoar sua produo, o empresrio comprou 30% de um dos maiores frigorficos de Gois e mantm outra fazenda de engorda com 56.000 hectares. A Piratininga conta com uma infra-estrutura que no existe em nenhuma outra fazenda desse tipo, pelo menos na Amrica Latina: uma rede de 3.600 quilmetros de estradas que custou mais que todos os bois que existem na fazenda. Em linha reta, elas cobrem a distncia de Porto Alegre a Macei. H tambm 304 pontes de concreto, dois viadutos e 100.000 metros quadrados de construes. Para atender os 280 funcionrios foi montada a estrutura de uma pequena cidade: uma escola para setenta alunos, igreja para 150 pessoas, posto de sade e um complexo poliesportivo com duas piscinas. um negcio de fazer inveja a muitas cidades de verdade.

Segundo os prprios clculos de Canhedo, para transformar a fazenda no colosso que ela hoje foram gastos mais de 400 milhes de reais. S a construo das estradas, pontes, viadutos e prdios consumiu metade desse dinheiro, informa o empresrio. As terras, os animais e as mquinas levaram a outra metade (veja quadro ao lado). O dono da Vasp adora contar vantagem sobre sua fazenda. Diz que j perdeu a conta de tudo que gastou l. "Corrigindo tudo direitinho, pode at ser muito, muito mais que esses 400 milhes tudo que gastei l", diz orgulhosamente Wagner Canhedo. Como sempre, deve estar inflando os nmeros. Mas, por maior que seja o exagero contbil do dono da Vasp, a Piratininga um projeto excepcional em sua categoria. Ele investiu durante vinte anos ininterruptos na propriedade. Metade da rea onde est a Piratininga de pntanos, aterrados no decorrer dos anos. Essas obras foram to grandes que em 1996 a Secretaria de Meio Ambiente de Gois mandou Canhedo detalh-las em um complexo relatrio, por temer que as escavaes provocassem um desastre ambiental na regio. O projeto s comeou a dar lucro nos ltimos quatro anos. De acordo com a contabilidade de Canhedo, rende 10 milhes de reais por ano.

O que fez o empresrio endividado gastar tanto em um empreendimento que gera um retorno relativamente modesto intrigante. As maiores fortunas do pas destinam parte de seu faturamento para empreendimentos agrcolas de grande porte, verdade. O que chama a ateno em relao a Canhedo que o carro-chefe de seus negcios, a Vasp, vai de mal a pior. Seus prejuzos triplicaram na ltima dcada e a empresa acumulou uma dvida avaliada em 3,2 bilhes de reais. Mesmo assim, Canhedo conseguiu inserir a Fazenda Piratininga na lista dos trinta maiores empreendimentos agropecurios do Brasil. Sua explicao que o dinheiro saiu de velhas economias e do faturamento da prpria Piratininga. "A Vasp no tem nada a ver com a fazenda", diz. De fato, quem s o conhece pelas dvidas de sua empresa area se espanta em v-lo falar da prosperidade de seus negcios no campo. "Hoje eu no venderia essa fazenda nem por mais de 1 bilho de reais", afirma. Segundo ele, o segredo da Piratininga a boa administrao. "Os fazendeiros brasileiros so gigols de vaca, que ficam esperando ela dar o bezerro. Minha fazenda funciona como uma empresa."

O complexo de casas da famlia: muros altos e duas piscinas

No bem assim. O prprio Canhedo se enrola e admite que o negcio lhe custou dezesseis anos de investimentos antes de dar lucro. Alm disso, grande parte das benfeitorias mais caras da propriedade foi introduzida depois que ele comprou a Vasp, uma empresa que deve muito dinheiro ao governo. Em 1992, quando ele j controlava a companhia area, a Piratininga tinha 1.069 quilmetros de estradas, 1.447 quilmetros de cercas, 72.000 hectares de pastos e nenhum viaduto, segundo aponta um laudo tcnico da Polcia Federal. Um ano atrs, em uma vistoria realizada pela Procuradoria Geral do Estado de So Paulo, os auditores encontraram uma situao bastante diferente. Pelo que eles conseguiram encontrar, a malha de estradas havia quase duplicado, a rea cercada triplicou e a de pastagens aumentou 60%. S a partir de 1994 foram construdos dois viadutos de 50 metros cada, avaliados em 80.000 reais, um tipo de luxo que no se v em nenhum imvel desse tipo. Segundo Canhedo, muita coisa ficou fora da conta dos auditores. Fazendas de gado so lugares despojados ao extremo porque a margem de lucro do negcio muito pequena. A maior criao de gado em uma nica propriedade do mundo, a Fazenda Agroflora, que fica na Venezuela, tem rea duas vezes maior do que a da Piratininga e um rebanho de 160.000 cabeas. L, existem apenas 500 quilmetros de estradas. "No podemos sofisticar a produo porque a pecuria no um negcio de alta rentabilidade", diz Samir Jubran, dono de 150.000 cabeas de gado em onze fazendas espalhadas pelo Brasil.

Um dos 26 currais, na sede da Piratininga: total de 100 000 bois Mas o que teria levado Canhedo a despejar rios de dinheiro ali? A explicao pode remontar ao nebuloso episdio que transferiu para o empresrio o controle da Vasp. Naquela ocasio, o governo do Estado de So Paulo superavaliou a fazenda de modo exorbitante. Um laudo tcnico produzido em 1990 concluiu que o valor da Piratininga era de 560 milhes de dlares, dez vezes seu preo real na poca, segundo especialistas. Foi com base nesse documento que o governo aceitou a hipoteca da fazenda como garantia de que Canhedo pagaria as dvidas da Vasp. Como se sabe, ele nunca pagou dvida alguma e os bancos jamais conseguiram tirar-lhe a fazenda. Desse modo, a Piratininga vale muito mais no papel do que no mercado. Segundo pecuaristas experientes e corretores de imveis rurais, a Piratininga, na verdade, um mico. Tudo teria sido erguido s para impressionar. Sua enorme malha viria, pontes e construes aumentam enormemente os custos de manuteno. Muitos especialistas do ramo duvidam que Canhedo consiga realmente tirar algum dinheiro dali. Para o consultor Victor Abou Nehmi Filho, que presta servios para alguns dos maiores pecuaristas do pas, "um negcio daquele completamente invivel. Os custos devem ser exorbitantes".

Os sete galpes da Piratininga: abrigo para mais de sessenta mquinas agrcolas Advogados com experincia nesse tipo de operao dizem que, perante tribunais e bancos, no existe um bem mais precioso do que terras. Uma propriedade um trunfo poderoso na mesa de negociao. Quanto mais impressionante, maior seu valor. Diferentemente de outros tipos de bens, uma propriedade no se consome, no desaparece nunca, no pode ser roubada e no pode falir por causa de m administrao. A fazenda a garantia principal oferecida por Canhedo para praticamente toda a sua dvida. Sem a fazenda ele provavelmente jamais teria comprado a Vasp. Ela foi usada mais de uma vez em garantia de emprstimos que o empresrio tomou em bancos do governo. O detalhe que nunca ningum conseguiu checar quanto a propriedade realmente vale. Alcio Portela, um ex-diretor do Banco do Brasil contratado por Canhedo para negociar suas dvidas junto instituio, disse que foi graas posse da Piratininga que o dono da Vasp sempre conseguiu obter novos emprstimos. O Banco do Brasil tentou cobrar as dvidas em trs ocasies. Nas trs, o prazo de pagamento foi ampliado.

A Piratininga, de Wagner Canhedo: sede de luxo e hangar para dois avies

Enquanto as dvidas vo sendo prorrogadas, Canhedo continua gastando. "Precisamos abrir mais uns 500 quilmetros de estradas nos prximos dez anos, e ainda faltam cerca de cinqenta pontes, que estamos sempre construindo", diz. Ele vai Piratininga todos os finais de semana em um de seus avies particulares para supervisionar as obras. Uma vez por ms aterrissa com uma maleta cheia de dinheiro para fazer o pagamento dos funcionrios. No final de abril, uma quadrilha invadiu a fazenda, uma fortaleza onde a entrada permitida somente com a autorizao do prprio Canhedo, e roubou do cofre do escritrio 136.000 reais destinados aos pagamentos. Freqentemente o empresrio convida seus amigos deputados e senadores para pescar nos rios (quatro cruzam a rea) e lagos (mais de 100) dentro da fazenda. Em So Miguel do Araguaia, municpio de Gois onde est localizada a Piratininga, o empresrio festejado. Ajudou a reformar a cadeia pblica e emprestou suas mquinas para a construo da praa principal, que tem uma placa de agradecimento com seu nome.

O incrvel sistema virio de Canhedo

Uma das 304 pontes: nas fazendas vizinhas, so de madeira Um viaduto no meio do nada: s para passar a boiada O maior patrimnio da Piratininga no est nas terras e nos bois, como comum nesse tipo de propriedade, mas em seu inacreditvel sistema virio. Alm das estradas, h mais de 300 pontes de concreto que atravessam os quatro rios que cortam a fazenda. Dois viadutos completam a extica paisagem rural construda por Wagner Canhedo.(Os destaques foram acrescentados).

XLVII- Portanto, face avalanche do quadro ftico-probatrio, no razovel, data venia, o deferimento da recuperao judicial da Agropecuria Vale do Araguaia, dado que saltam os olhos o intento malfico.

XLVIII- NO EXISTE UM NICO RELATO DE DIFICULDADE FINANCEIRA DA AGROPECURIA VALE DO ARAGUAIA APONTADA NA PETIO INICIAL DA RECUPERAO JUDICIAL NESTA EXISTE, ISTO SIM, AMBIO PARA NO PAGAR O DBITO TRABALHISTA A QUE A MESMA SE OBRIGOU A HONRAR Em sendo assim, obstada a recuperao judicial, h se aplicar, na espcie, a Teoria da Responsabilidade Patrimonial, com suporte jurdico no art. 942 do Cdigo Civil, segundo o qual: Art. 942. Os bens do responsvel pela ofensa ou violao do direito de outrem ficam sujeitos reparao do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos respondero solidariamente pela reparao.

XLIX- No se pode perder de vista que sendo a falida VASP uma sociedade annima, como instituto representativo das sociedades de capital por excelncia, tambm deveria ter sido expressado pelos seus acionistas-controlados (FAMLIA CANHEDO) a preocupao com a convergncia correta do controle de sua administrao, como se deflui dos expressos termos do pargrafo nico do art. 116 da Lei 6. 404, de 15-12-1976 (lei da S/A), verbis:Art. 116.(..)(...)

Pargrafo nico. O acionista controlador deve usar o poder com o fim de fazer a companhia realizar o seu objeto e cumprir sua funo social, e tem deveres e responsabilidades para com os demais acionistas da empresa, os que nela trabalham e para com a comunidade em que atua, cujos direitos e interesses deve lealmente respeitar e atender. (Os destaques foram acrescentados).

L- Disso, contudo, nunca se ativeram os administradores da VASP (FAMLIA CANHEDO) quando, como acionistas e controladores de tal empresa area, nela mandavam e desmandavam. Ou seja, jamais obedeceram a Lei da S/A.LI- A rigor, quanto aos modus operandis pouco recomendvel com que a Famlia Canhedo administrava a VASP, torna-se ilustrativo conferir o que assinalou o mm. Juiz da 14 Vara do Trabalho de So Paulo, SP, nos autos da ao civil pblica, processo n 00507-2005-014-02-00-8, ao deferir a interveno judicial nesta empresa em 10-03-2005, registre-se, quando eles (os CANHEDOS) eram os reais administradores (segue deciso anexada doc. 05):

PROCESSO N 00507-2005-014-02-00-8

AUTOR: MINISTRIO PBLICO DO TRABALHO, SINDICATO NACIONAL DOS AERONAUTAS, SINDICATO DOS AEROVIRIOS NO ESTADO DE SO PAULO.

RUS: VIAO AREA DE SO PAULO SA VASP, WAGNER CANHEDO AZEVEDO, RODOLPHO CANHEDO AZEVEDO, EGLAIR TADEU JULIANI, JOS FERNANDO MARTINS RIBEIRO, TRANSPORTADORA WADEL LTDA, EXPRESSO BRASLIA LTDA, VOE CANHEDO, WAGNER CANHEDO DE AZEVEDO FILHO, CSAR CANHEDO DE AZEVEDO, CSAR CANHEDO DE AZEVEDO E IZAURA CANHEDO DE AZEVEDO.

O Ministrio Pblico do Trabalho, o Sindicato Nacional dos Aeronautas e o Sindicato dos Aerovirios no Estado de So Paulo ajuizaram Ao Civil Pblica, com pedido liminar, por dependncia a outra Ao Civil Pblica, em trmite nesta Vara, sob o nmero 0567/2000, em face de Viao Area So Paulo S.A., de seus administradores, Wagner Canhedo Azevedo, Rodolpho Canhedo Azevedo, Eglair Tadeu Juliani e Jos Fernando Martins Ribeiro, e das empresas que formam o grupo econmico "Canhedo Azevedo", Transportadora Wadel Ltda., Expresso Braslia Ltda., Voe Canhedo, e seus controladores pessoas fsicas, Wagner Canhedo de Azevedo Filho, Csar Canhedo de Azevedo e Izaura Canhedo de Azevedo, alegando, em sntese, o freqente e costumeiro desrespeito s regras jurdicas trabalhistas, mantendo a desobedincia, em total desconsiderao para com as decises judiciais, e, por fim, atuando de modo predatrio para com o seu prprio patrimnio, o que, a permanecer o atual estado de coisas, representar a destruio total da empresa. Requerem a interveno judicial na empresa, pelo prazo de 12 meses, com o afastamento de sua direo e nomeando o Departamento de Aviao Civil como interventor judicial; alm disso, pedem, liminarmente, a busca e apreenso de toda documentao necessria para o sucesso da interveno, que visa a fazer completo mapeamento da situao empresarial e garantir que a interveno consiga dar adequado tratamento aos crditos trabalhistas; que o interventor apresente relatrio, com proposta de providncias adequadas para soluo do passivo trabalhista da empresa; e, por fim, para efetividade do direito trabalhista de seus empregados e garantia do respectivo crdito, a indisponibilidade e bloqueio de todos os bens mveis e imveis, veculos e ativos em nome dos rus.

A presente ao civil pblica foi distribuda por dependncia a outra, em trmite nesta Vara nos autos 0567/00, por conexo.

A conexo causa de modificao da competncia, que ocorre quando duas aes possuem em comum o objeto ou a causa de pedir (CPC, art.103).

No presente caso, existe comunidade entre a causa de pedir da primeira ao e a desta. Em ambas, foi alegado o descumprimento de direitos trabalhistas especificados, como a no formalizao das rescises contratuais e respectivo pagamento, o atraso dos salrios, no concesso da cesta bsica aos empregador, no fornecimento do vale-alimentao, concesso de frias sem remunerao e outros (v.fls.06 da inicial e petio protocolada em 16.07.04 nos autos 0567/00 doc.04).

Diante disso, verifica-se a conexo, havendo justificativa para modificar a competncia geral da comarca de So Paulo para a desta Vara.

Acolho,pois, a distribuio por dependncia, determinando Secretaria que proceda o apensamento destes aos autos principais.

Em relao ao pedido liminar, algumas breves observaes devem ser postas.

A liminar constitui-se uma antecipao dos efeitos externos ou secundrios da sentena que, por tal condio, geram mudanas no mundo dos fatos (Betina Rizzato Lara, Liminares no Processo Civil, ed. Revista dos Tribunais, 2 edio, p.21).

Por isso mesmo, a liminar seria imprpria se declarasse, criasse, modificasse ou extinguisse uma determinada relao jurdica (Idem, p.22).

"Estabelecido que a liminar atua somente no plano ftico, cumpre observar ainda que os efeitos por ela antecipados se referem a uma deciso provavelmente favorvel ao seu requerente. No se sabe se aquele que pleiteia a liminar ir ao final vencer a ao, mas possvel ter um conhecimento prvio dos efeitos que uma sentena em seu favor ir produzir no mundo ftico. So estes efeitos que a liminar antecipa."(Idem, ibidem).

Por outro lado, no se pode confundir liminar com medida cautelar. Embora, em determinados casos, a liminar apresente funo cautelar, ela no tem tal natureza. O exemplo mais recorrente para comprovar a diferena entre liminar e medida cautelar encontra-se no artigo 928 do CPC, que admite liminar em ao possessria.

Desse modo, em princpio, no h necessidade do fumus boni iuris e periculum in mora cumulativamente para a concesso de liminar. Em verdade, o requisito indispensvel para a concesso de liminar a urgncia. Este requisito mais do que o periculum in mora, exigido para as aes cautelares, tanto assim que, nestas, possvel a concesso de liminares. "A urgncia nas liminares, alm disto, ao contrrio das medidas cautelares, no est sempre vinculada provvel existncia de um perigo de dano. Esta vinculao s ocorre quando elas possurem uma funo cautelar, inexistindo quando forem concedidas com um fim no acautelatrio. Nesta esteira de pensamento que o Ovdio Baptista da Silva, ao tratar da urgncia nos processos cautelares, afirma que esta no lhe exclusiva, ocorrendo, igualmente, nos procedimentos possessrios, com a emisso de provimentos liminares, onde no h qualquer cautelaridade em sentido tcnico." (Idem, p.25).

A respeito do grau de conhecimento exigido para a concesso da liminar, ele pode ser pleno quanto sua extenso, o que implica possibilidade da anlise de todas as questes includas na ao, e sumrio quanto sua profundidade, o que, em ltima anlise, implica superficialidade da cognio, destacando-se que esta mais superficial do que a exigida para aes sob o rito sumrio. Da porque o juzo da liminar utiliza a probabilidade e a verossimilhana, em vez da exausto. Mesmo porque "a liminar, por pressupor a urgncia, no se coaduna com uma cognio exauriente pelo simples fato de que este tipo de cognio acarreta a demora que ela justamente pretende atenuar. Uma cognio aprofundada tornaria a medida liminar incua ao fim a que se destina." (Idem, p.27).

Estabelecidos os fundamentos jurdicos, passemos a anlise do caso apresentado a este Juzo.

A hodierna situao financeira da Viao Area So Paulo S.A. a pior de sua longa histria. Smbolo de progresso brasileiro, em pocas passadas, hoje se tornou signo de malogro empresarial.

Tal situao, dentro do setor areo, no comum. Ao revs, a empresa TAM S.A. e a empresa GOL Transportes Areos registraram fortes lucros, no ano findo, como h muito tempo no se via. O problema da Vasp, pois, no est exatamente no setor da economia ao qual pertence, mas sim dentro de si. Noutra, utilizando uma imagem da biologia, a patologia da empresa indica doena proveniente no tanto de agentes externos (vrus, bactrias), mas muito mais de desequilbrio interno (clulas cancergenas em processo de destruio das clulas sadias).

O que precisa ficar destacado, nesta deciso liminar, a situao de desequilbrio financeiro da VASP. Mais. Nada obstante haja empresas que, vez ou outra, apresentem doenas sociais, deixando de cumprir a legislao trabalhista, em geral, tais circunstncias so pontuais, passveis de serem sanadas com decises judiciais corretivas simples, normais, triviais.

No o caso da VASP, que se encontra em estgio de metstase. Nestes autos, os autores comprovaram documentalmente o descumprimento reiterado e refratrio de vrias obrigaes trabalhistas, espalhando-se o inadimplemento para a rea bsica, elementar, do Direito do Trabalho, que o pagamento de salrios ao empregado.

Numa sociedade capitalista e monetria, a moeda a senha da sobrevivncia. E a moeda muito mais importante na sociedade onde impera a diviso social do trabalho, j que cada um depende dos produtos e dos servios que o outro pode lhe apresentar.

E esta apresentao, na verdade, apenas a primeira fase da troca. E esta mediada pelo signo maior capitalista, a moeda. Sem a moeda, o trabalhador condenado ilha de Cruso. A moeda do trabalhador seu salrio. A VASP no paga salrio a seus empregados desde dezembro de 2004.

O capitalismo moderno tem procurado sistematicamente privatizar o Estado. E tem obtido importantssimas vitrias neste intento, sendo a prpria VASP exemplo deste processo.

Nada obstante isso tenha sido, em parte, decorrente do fracasso do socialismo em sua experincia histrica estatal, no parece que os valores de respeito dignidade do homem, e, de conseqncia, de seu papel mais desempenhado na sociedade atual, a de trabalhador, tenham sucumbido no iderio da civilizao.

Assim, se o dirigismo estatal fracassou; se o Estado encontra-se esvado e reduzido ao mnimo do mnimo, mantendo-se sua estrutura reduzida apenas para, em grande parte, extrair riquezas do trabalho, aqui includo tambm parte das empresas, para entreg-las, em bandejas melfluas e douradas, enfeitadas com uma linha vermelha escura, cuja cor esbatida por uma pequena camada de plvora, a rentistas; se, todavia, embora feridos, permanecem firmes e decididos os ideais de um mundo cujas riquezas sejam mais bem distribudas e propiciem o crescimento mais uniforme de toda sociedade; ento, hora de adotar-se, no capitalismo mesmo, um processo para o qual a sociedade atual encontra-se pronta para encamp-lo.

O antdoto, pois, para o processo predatrio e privatizador do Estado, que, a rigor, imaginava-se fosse a principal fonte de distribuio de renda nacional, seria o movimento inverso, dentro do prprio sistema capitalista, passando-se a publicizar o exerccio da propriedade, trazendo para a iniciativa privada os princpios da democracia, da responsabilidade para com os atores sociais que giram ao redor da empresa, da transparncia, da legalidade, do respeito aos direitos fundamentais do homem, da busca de sua funo social, entre outros. Parece, portanto, que haveremos de trilhar no sentido de publicizar a propriedade privada, no propriamente atravs da interveno estatal, exceto em casos excepcionalssimos, como o presente, mas principalmente mediante a introduo do proceder e dos princpios do Direito Pblico, de modo cada vez mais abarcante, na iniciativa privada. E ns iremos adotar tal perspectiva nesta liminar.

Embora inovadora na jurisprudncia trabalhista, tal perspectiva no inusitada na doutrina. Ricardo Luis Lorenzetti (Fundamentos do Direito Privado, Ed. Revista dos Tribunais, 1998, So Paulo, SP) expe, com maestria, que "acerta Ackerman quando afirma que no clculo do intrprete deve aparecer no s a reclamao das partes envolvidas, mas os interesses do bem comum poltico. Se faz evidente uma ampliao do paradigma tradicional do Direito Privado. Abre-se assim, uma porta para exceder a viso horizontal do conflito entre duas pessoas, para apreender as relaes verticais que apresenta com o resto da sociedade. Trata-se de ampliar o fundamento de fato, de forma que relacione os conflitos individuais com as tenses estruturais sistemtica da vida social" (fls.237). Por sua vez, essa viso de direito material deve ser secundada pelo conseqencialismo na jurisprudncia. Assim, continua o autor j citado, "ao analisar a falcia, afirma Holmes que 'os prprios juzes tm omitido reconhecer adequadamente seu dever de apreciar as consideraes de vantagem social...' A interpretao constitucional um ato de previso, e que 'no clculo do intrprete devem aparecer, alm das reclamaes das partes envolvidas no caso, as reclamaes pelos interesses do tradicional bem comum poltico'... a primeira regra de interpretao da pleno efeito inteno do legislador e que um dos ndices mais seguros para verificar a razoabilidade da inteligncia de uma norma e sua conseqncia com o resto do sistema, a que est ligada, a considerao de suas conseqncias. O juiz que no mede os efeitos do decidido quanto ao caso concreto, ou tambm as conseqncias posteriores, ou o impacto do acrdo em outras decises, consuma uma interpretao desqualificvel por imprevidente."(fls.245). Da ser importante destacar "que as instituies de Direito Privado sejam referenciadas publicamente mediante uma anlise das conseqncias." (Idem, Ibidem).

Afirmar que a situao dos empregados da VASP calamidade pblica seria quase pleonasmo. Dizer da urgncia que assola seus empregados, que no recebem salrios, e de ex-empregados que, alm de no receberem seus haveres rescisrios, sequer obtm as guias para o recebimento dos poucos depsitos feitos em sua conta vinculada e o benefcio do seguro-desemprego, estilo perifrstico. Mas, para aqueles que no possuem a sensibilidade mnima para com a dignidade humana, imaginem os trabalhadores, com salrio entre R$1.500,00 a R$5.000,00, de uma hora para outra, sem aviso prvio, deixarem de receber o que tm direito. Imaginem sua subsistncia. Trs meses sem salrios. No h dinheiro no bolso, nem em conta corrente sequer para comprar o pozinho no bairro. Recorre ao carto de crdito. Mas, como no primeiro ms, sem salrio, no pagou a fatura mnima, a administradora do carto bloqueou seu crdito. Suas fontes mais prximas esto secas. Apela para o emprstimo. Chegando diante do mutuante, este verifica sua carteira de trabalho e v estampado l o carimbo da VASP. Olha desconfiado para aquele trabalhador, j desanimado, vem sua mente as notcias calamitosas sobre a VASP, e decide recusar o pedido de emprstimo. Deixo vossa imaginao os pensamentos que iro povoar a mente daquela alma atribulada e desiludida. Toda essa procisso, sem qualquer resultado. Melhor, sua necessidade fsica, acresceu o desnimo, a revolta, a impotncia; sua alma est mais fadigosa do que seu corpo. Ainda assim, esta histria no to difcil como aquela em que o trabalhador tambm desempenha o papel de pai, de me, de arrimo de famlia, a qual deixarei aberta para que seja contada pelo Juzo que h de revisar esta minha deciso.

No preciso ser muito inteligente para perceber que tenho por preenchido o requisito da urgncia, no s autorizador mas exigente da concesso da liminar.

Passo agora a analisar as quatro medidas requeridas em face da situao apresentada.

A primeira a interveno judicial na VASP, com o afastamento de sua Direo.

De fato, existe autorizao legal para a interveno nas empresas concessionrias do transporte areo, nos termos do artigo 188 da Lei 7565/86. Embora a interveno a prevista seja administrativa, a fortiori ser possvel a judicial.

A atual direo da VASP mostra-se totalmente refratria s determinaes do Poder Judicirio, alm da desobedincia desvelada das normas trabalhistas, no mostrando sequer considerao com as convocaes do Ministrio Pblico do Trabalho e da Delegacia Regional do Trabalho, a fim de apresentar proposta vivel de regularizao da situao.

Alm disso, a continuao dos servios j no mais realidade em determinados setores da empresa.

Assim, apresenta-se a interveno judicial como medida adequada para que se regularize o passivo trabalhista da empresa, sendo este objetivo, quem sabe, seguido de novo nimo para reerguer a empresa.

O interventor judicial ser a prpria Unio Federal, atravs do Ministrio da Aeronutica, por meio do Departamento de Aviao Civil, a quem incumbir, no prazo de 5 dias, indicar o nome.

O interventor judicial ter plenos poderes de gesto, devendo a medida ser anotada no livro dirio ou equivalente, devendo o fato ser comunicado Junta Comercial para fins de arquivamento, e, ainda, considerando ser a VASP sociedade annima, com negociao de suas aes em Bolsa de Valores, comunique-se a interveno tambm Bolsa de Valores de So Paulo.

Defiro, ainda, a nomeao de uma comisso de trabalhadores, composta de quatro membros, cujos nomes sero indicados pelos sindicatos co-autores, no prazo de cinco dias, e, posteriormente, homologados pelo Juzo, cujo objetivo ser auxiliar o interventor judicial no mapeamento da situao empresarial e na busca de alternativas para que se d adequado tratamento aos crditos trabalhistas privilegiados.

Tanto o interventor judicial quanto os quatro membros da comisso acima referida prestaro compromisso, perante este Juzo, de fielmente desempenharem suas funes.

Ressalto que, na medida do possvel, dever ser buscada a manuteno das atividades existentes e apenas o lucro ou reservas financeiras sem destinao especfica, imediata, sejam utilizados para pagamento das dvidas trabalhistas. Entre estas, tero prioridade o pagamento de salrios dos empregados seguido pelo pagamento dos rescisrios dos ex-empregados; depois pelas verbas trabalhistas, dos empregados que no possuam natureza salarial, e, por ltimo, as multas decorrentes de aes trabalhistas.

Para que a interveno atinja seus objetivos, fica autorizada a busca e apreenso de todos objetos, documentos, papis de qualquer natureza, livros comerciais, computadores e arquivos magnticos relacionados aos fatos narrados na petio inicial, encontrados nos estabelecimentos da VASP em todo o Pas, inclusive com arrombamento de portas, mveis e cofres, no caso de resistncia de quem quer que seja (CPC, arts.838 e 842).

Ao Sr. Interventor so transferidos poderes para entrar em contato e requisitar auxlio da Receita Federal, Instituto Nacional de Seguridade Social INSS, Polcia Federal e Militar para cumprir a incumbncia desta deciso.

A interveno ter durao de 12(doze) meses, sendo que, nos primeiros 60 dias, o interventor, em conjunto com a comisso, elaboraro relatrio circunstanciado da interveno, seguida de, ao menos, duas propostas alternativas de providncias, que tenham por objetivo sanar a administrao, permitir a continuidade dos negcios e quitar paulatinamente o passivo trabalhista, inclusive com detalhamento do plano de gesto, das instituies envolvidas no assessoramento tcnico e especificao das responsabilidades de cada qual.

Por fim, o pedido de indisponibilidade e bloqueio de todos os bens mveis e imveis, veculos e ativos em nome dos rus.

Trata-se de buscar a efetividade dos crditos trabalhistas inadimplidos pela VASP S.A. O artigo 2, 2 da CLT autoriza a responsabilidade solidria do grupo econmico pelas dvidas trabalhistas de uma de suas empresas.

As fichas cadastrais, acostadas pea vestibular, indicam que a VASP S.A. tem por scio majoritrio a empresa Transportadora Wadel Ltda, com 77,60% do capital votante, seguido pelo Expresso Braslia Ltda, com 10,60%, e por Voe Canhedo S.A., com 6,9%.

De outra sorte, tratando-se de sociedade limitada, 94,10% do capital social da Transportadora Wadel Ltda pertencem Expresso Braslia Ltda, seguida pelo Sr. Wagner Canhedo Azevedo, com 5,30%.

J o capital social da Expresso Braslia Ltda est dividido entre o sr. Wagner Canhedo Azevedo, com 87,2% do total, sr. Wagner Canhedo Azevedo Filho, com 4,5%, e Csar Antonio Canhedo Azevedo, com outros 4,5%, e finalmente a sr Izaura Canhedo Azevedo, com 3,8%.

Ora, o dbito trabalhista da VASP, apurado e devido, preliminarmente, apontou mais de 75 milhes de reais, o que evidentemente levanta dvidas sobre a capacidade financeira e patrimonial da empresa para quitar estas dvidas. Por outro lado, a gesto da VASP tem sido feito, de modo desastroso, pelos dirigentes antes mencionados.

Desse modo, para se garantir a efetividade do direito discutido e abrir-se a possibilidade de quitao da dvida trabalhista da VASP, determino a indisponibilidade e bloqueio de todos os bens mveis e imveis, veculos e ativos em nome de Wagner Canhedo Azevedo, Wagner Canhedo de Azevedo Filho, Csar Canhedo de Azevedo, Izaura Canhedo de Azevedo, Transportadora Wadel Ltda., Expresso Braslia Ltda e Voe Canhedo S.A.

Em relao aos atuais administradores da VASP S.A., sr. Wagner Canhedo Azevedo, Diretor Presidente, sr. Rodolpho Canhedo Azevedo, Diretor vice-presidente, sr. Eglair Tadeu Juliani, Diretor, e Sr. Jos Fernando Martins Ribeiro, Diretor, ficam, a partir do momento em que a VASP S.A. for intimada desta deciso, afastados de suas funes, sujeitos seus atos posteriores ratificao pelo Sr. Interventor, sob pena de ineficcia, devendo o sr. Oficial de Justia certificar, no mandado, o horrio da comunicao.

No que se refere ao bloqueio das empresas do Grupo "Canhedo Azevedo", esclarea-se que o mesmo se refere apenas transferncia de bens mveis ou imveis a terceiros, sem relao com o objeto social das empresas, pois caso contrrio significaria a paralisao de suas atividades. Assim mantenha-se a movimentao financeira dessas empresas para pagamento de salrios de seus empregados, tributos, includas as contribuies previdencirias, bem como fornecedores. Se, por acaso, alguma dessas obrigaes exigir transferncia internacional de valor, o Banco responsvel dever obter autorizao deste Juzo, sob pena de ficar responsvel pelo valor transferido.

Em relao, todavia, aos rus pessoas fsicas mencionadas, Wagner Canhedo Azevedo, Wagner Canhedo de Azevedo Filho, Csar Canhedo de Azevedo, Izaura Canhedo de Azevedo, o bloqueio e a indisponibilidade so totais.

No que tange ao Banco Central do Brasil, a Secretaria da Vara dever ofici-lo informando a respeito do bloqueio e da indisponibilidade previstos nesta liminar. O mesmo se faa em relao ao CIRETRAN, e em relao aos Cartrios de Registro de Imveis na cidade de So Paulo e de Braslia/DF.

Cumpra-se.

Intimem-se as partes, bem como aps citem-se os rus para apresentar sua defesa, sendo as pessoas fsicas em seu endereo residencial e as jurdicaS em sua sede social.

So Paulo, 10 de maro de 2005.

DR LCIO PEREIRA DE SOUZA

Juiz(a) do Trabalho. (Os destaques foram acrescentados).LII- CONCLUSO: ao revs do alegado na petio inicial da recuperao judicial da Agropecuria Vale do Araguaia, o caos instalado na VASP, decorrente do descalabro em sua administrao, que tinha a FAMLIA CANHEDO EM SUA PROA, foi concebido ao tempo em que os prprios administravam a empresa area.LIII- Afirmar o contrrio, como faz a Agropecuria Vale do Araguaia em seu pedido de recuperao judicial, simplesmente atentar contra a ordem pblica, haja vista que a prpria concordou com a liminar transcrita acima, tanto que desistiu dos recursos por ela interpostos ao celebrar o acordo para pagar os dbitos do Grupo Econmico Canhedo.LIV- Exatamente, sobre a desistncia dos recursos contra a liminar que deferiu a interveno na VASP, eis o que consta do item 9 dos autos da ao civil pblica, processo n 00507-2005-014-02-00-8, da 14 Vara do Trabalho de So Paulo, SP, na qual, como r, a Agropecuria Vale do Araguaia celebrou a composio para pagar os dbitos do Grupo Econmico Canhedo em 27-05-2005:TERMO DE AUDINCIA

Processo N 00507-2005-014-02-00-8(..)

Presentes os rus da Ao Civil Pblica, representados pelo acionista majoritrio e controlador do grupo econmico, Senhor Wagner Canhedo Azevedo, acompanhado do advogado Dr. Ivan D Apremont Lima, OAB/DF n 784.

(...)

9. A Vasp e demais empresas integrantes do grupo econmico desistem do Recurso de Revista pendente nos autos do processo 567/2000, assim como dos mandados de segurana e demais remdios jurdicos opostos contra as decises desta Ao Civil Pblica. O Juiz oficiar aos Exmos. Juzes Relatores. (...). (Os destaques foram acrescentados).

LV- Observe, Exa., por oportuno, que o representante da Agropecuria Vale do Araguaia no ato da desistncia dos recursos era exatamente o seu diretor presidente, WAGNER CANHEDO AZEVEDO.

LVI- DA FORMAO DE GRUPO ECONMICO - A TRANSPORTADORA WADEL SCIA DA AGROPECURIA VALE DO ARAGUAIA - A TRANSPORTADORA WADEL TAMBM CONTROLADORA DA VASP, AMBAS CONTROLADAS PELO GRUPO CANHEDO Com efeito, no que tange composio societria da Agropecuria Vale do Araguaia, tendo como scia a Transportadora da Wadel, coube aquela relacionar s fls. 09, pargrafo 2, da petio inicial do seu pedido de recuperao os scios declinados abaixo:A REQUERENTE possui os seguintes scios Wagner Canhedo Azevedo, Wagner Canhedo Azevedo Filho, Csar Antnio Canhedo Azevedo, Transportadora Wadel Ltda, e Expresso Braslia Ltda., sendo o seu gestor o Sr. Wagner Canhedo Azevedo. (Os destaques foram acrescentados).

LVII- Pois bem, Exa., constata-se no processo 583.00.2005.070715-0, da 1 Vara de Falncias e Recuperaes Judiciais da Comarca de So, SP, que o mm. Juiz ao declarar a quebra da VASP em 04-09-2008 deixou anotado nos fundamentos do r. decisum, dentre outras judiciosas consignaes, que a Transportadora Wadel, juntamente com a Voe Canhedo S/A, so controladoras da prefalada empresa area (segue sentena anexada doc. 06). Confira-se:CONCLUSO Em 29 de agosto de 2008, fao estes autos conclusos ao MM. Juiz de Direito, Dr. Alexandre Alves Lazzarini. Eu,__________ (Escr.Subscrevi). Vistos. I) VIAO AREA SO PAULO SOCIEDADE ANNIMA VASP requereu, em 01/7/2005, a sua recuperao judicial, nos termos da Lei n. 11.101/05, obtendo o deferimento de seu processamento em 07/10/2005 (fls. 2096/2099, 12 vol.) e em 24/8/2006, com a aprovao do plano pelos credores sujeitos a ele (em 26/07/2006, ata as fls. 182/189, autuada como incidente n. 1086), foi concedida a recuperao judicial, nos termos do art. 58 da Lei n. 11.101/05. Anoto que (a) as atas das Assemblias de Credores encontram-se autuadas como incidente n. 1086 e as informaes da 14 Vara do Trabalho de So Paulo quanto nomeao de interventores esto as fls. 1143/1144 (vol. 6) e fls. 1178/1180 (vol. 7). Entretanto, vrias dificuldades surgiram. A INFRAERO postulando a devoluo das reas aeroporturias (autuado como incidente n. 1931), e a VASP no cumpriu os prazos que lhe foram deferidos ou o prazo de 180 dias a que se props para superar o problema, razo pela qual a retomada das reas voltou a ocorrer, com o direito daquela reconhecido, inclusive, pelo Eg. Tribunal de Justia de So Paulo. Alis, ela no tem, sequer, condio de gerir os bens que tem espalhados pelos aeroportos no Brasil. A Assemblia de Credores, realizada com o fim precpuo de efetivar os fundos de credores e a deliberao a respeito de venda de ativos, foi encerrada, por deliberao dos mesmos (ata de 13/12/2007, fls. 424/427 do incidente n. 1086). As dificuldades essenciais ao insucesso dessa assemblia decorreram dos Mandados de Segurana impetrados pelo Banco do Brasil, que ao contrrio dos demais credores (inclusive trabalhistas), afirmava no conseguir acessar e entender os regramentos dos fundos, bem como do Aeros-Fundo de Previdncia Complementar (da Vasp), em liquidao (MS n. 540.295.4/8-00), h muitos anos, que inicialmente participou e aprovou o plano de recuperao judicial, para depois dizer que a ele no est sujeito e impedir a realizao de ativos da empresa. Encerrada essa Assemblia de Credores, vieram pedidos de falncia da empresa, assim resumidos na deciso as fls. 10597/10603 (vol. 56): 1.1) Nessa ltima deciso determinou-se manifestaes sobre o pedido de convolao da recuperao judicial em falncia (formulado por trabalhadores, as fls. 9510/9525), entre outras questes. 1.2) Vieram manifestaes a respeito: a) Fls. 9799/9800, 9801/9803, 9804/9805, 10495/10496 e 10575/10577: de credores trabalhistas pela decretao da falncia. b) Fls. 9829/9832: dos controladores Transportadora Wadel Ltda. e Agropecuria Vale do Araguaia Ltda. pela no decretao da falncia. c) Fls. 9858/9859: do Comit de Credores, manifesta-se contrariamente, tendo em vista a possibilidade de ajuste negocial. d) Fls. 9862/9865: o Banco do Brasil informa que continua sem conseguir entender nada e pede esclarecimentos, sobre os fundos. e) Fls. 9890/9896: a INFRAERO, diz que no problema dela. f) Fls. 9931/9933: credores trabalhistas discordam da decretao da falncia e pedem a realizao de nova assemblia de credores para decidir a respeito. g) Fls. 10011/10015 (vol. 53): o administrador judicial afirma estarem preenchidos em parte os requisitos legais para a falncia. h) Fls. 10016/10020: manifestao da VASP. i) Fls. 10045/10048: nova manifestao do administrador judicial. j) Fls. 10050/10056: manifestao do Ministrio Pblico Estadual pela decretao da falncia. Entretanto, em face das manifestaes do Comit de Credores, (fls. 9732/9735), e requerimento conjunto do Sindicato Nacional dos Aerovirios, do Sindicato Nacional dos Aeronautas, do Sindicato dos Aerovirios de Porto Alegre, do Sindicato dos Aerovirios do Estado de So Paulo, do Sindicato dos Aerovirios de Pernambuco e do Sindicato dos Aerovirios de Guarulhos, alm da Arbeit Gesto de Negcios Ltda. (fls. 10572/10573, vol. 56), insistindo na compra, foi a deciso relegada para posterior oportunidade, sendo convocada, em audincia pblica (realizada em 13/5/2008, ata as fls. 11519/11520, vol. 61), a Assemblia de Credores para deliberar sobre as novas propostas apresentadas e, em sendo recusadas, sobre a falncia da empresa. realizao daquela audincia, foram opostas resistncias pelos controladores da VASP (Transportadora Wadel Ltda. e Voe Canhedo S/A, conforme deciso as fls. 11395/11396, item 5, vol. 60), bem como pela credora Direo S/A Crdito Financiamento e Investimento e a Aeros (veja-se ata da audincia). Assim, realizada a Assemblia Geral de Credores, em 17/7/2008 (fls. 480/484 do incidente n. 1086, vol. 3), dela consta que as propostas foram rejeitadas e deliberada a decretao da falncia (vencida a classe trabalhista nas duas votaes). Por conta disso, foi proferida a deciso as fls. 13386/13388 (vol. 70), em 18/7/2008, que, resumidamente, nos termos dos arts. 798 e 799 do Cdigo de Processo Civil, e o art. 104 da Lei n. 11.101/05, proibiu a sada das pessoas l indicadas do Brasil e outras informaes. Tal deciso foi acrescida a fl. 13460 (vol. 70), sendo objeto de excluso da constrio, posteriormente, uma delas (fls. 13990/13992, item 2, vol. 73). Vieram impugnaes, reiteraes dos pedidos de quebra e outros tantos documentos e peties. o breve relatrio. DECIDO. Como se verifica, pela resumida exposio feita, a VASP no teve condio de implementar o seu plano de recuperao judicial, em processo iniciado em 01/7/2005, aps a interveno decretada pela 14 Vara do Trabalho de So Paulo, em ao civil pblica patrocinada pelo Ministrio Pblico do Trabalho e Sindicatos. As impugnaes feitas pela VASP a deliberao da assemblia de credores parar a decretao da falncia ou mesmo da anterior assemblia, encerrada em 13/12/2008, no tm como ser acolhidas. Para tanto, deve ser transcrito trechos de duas decises que bem indicam a situao: a) 5) Fls. 11368/11370: petio da Transportadora Wadel Ltda. e da Voe Canhedo S/A, detentoras do controle acionrio da VASP, requerendo, pelas razes que expe, o adiamento da audincia designada para o dia 13 de maio de 2008, tera-feira, s 14:00 horas, para que a Arbeit ou qualquer outro interessado, apresentem, publicamente e por escrito, suas propostas para compra da VASP ou de unidades isoladas (fls. 10597/10603). Invivel o acolhimento do pedido, pelas razes que justificaram a designao da referida audincia, alm do que, sequer h a identificao de quem seja o grupo econmico nacional que teria o interesse na compra. Com efeito, decorrido quase trs anos do pedido de recuperao judicial nada foi implementado e a pretenso deduzida repete o que ocorreu em outras oportunidades onde na vspera ou no dia da apresentao de propostas sempre h um pedido de adiamento, por pessoas interessadssimas na compra da empresa e que nunca aparecem e, muitas vezes, sequer se identificam. Por isso, indefiro o requerido e mantenho a audincia. Int. So Paulo, 5 de maio de 2008. b) b) a credora Direo S/A Crdito, Financiamento e Investimento (fls. 13269/13271) e os Sindicatos dos Aerovirios no Estado de So Paulo, dos Aerovirios no Municpio de Guarulhos e a Federao Nacional dos Trabalhadores (fls. 13279/13282) em Transporte Areos, pedem a suspenso da referida assemblia de credores. Invivel a suspenso da Assemblia de Credores, pois (1) impor a imediata deciso quanto aos pedidos de falncia, (2) a recuperao judicial se arrasta sem qualquer soluo sempre com expectativa de decises judiciais milionrias ou investidores tambm milionrios, (3) o fato de existir julgamento marcado de um recurso significa que o processo est includo na pauta de julgamentos, sem que isso converta-se em ativo imediato (veja-se os exemplos indicados pela Direo, ou seja, Varig e Transbrasil, que nada receberam at agora), (4) se h perda do objeto da assemblia de credores, em face das reintegraes de posse da INFRAERO, os proponentes no tero mais interesse, ficando prejudicadas as suas propostas, impondo-se a deciso quanto a falncia. Assim, fica mantida a assemblia de credores. Int. So Paulo, 15 de julho de 2008. Outras anotaes do mesmo gnero poderiam ser lembradas, mas importante destacar que, apesar da VASP manter uma de suas unidades produtivas efetivamente ativa, ou seja, a de manuteno de avies (unidade que despertava e desperta interesse de compradores), apesar de todas as dificuldades, certo que tal atividade se mostrou insuficiente para sustentar a empresa e os trabalhadores que l desenvolviam e desenvolvem o seu trabalho, tanto que os salrios esto h vrios meses atrasados. A respeito dos conflitos de interesses entre os credores que votaram nas ltimas assemblias, a de 13/12/2007 e a de 17/7/2008, tal no pode ser considerado, pois votaram eles, tambm, na assemblia que aprovou o plano de recuperao. Tambm, a questo da absteno de credores na votao, na assemblia de 17/7/2008, merece considerao, mas ante a realidade dos fatos, acima descritos, no pode ter a mesma valorao daquelas circunstncias consideradas quando da concesso da recuperao judicial. A ao milionria que justificaria a suspenso da assemblia de credores do dia 17/7/2008, conforme a Direo S/A Crdito, Financiamento e Investimento e os Sindicados, que fim levou? O Grupo Econmico Nacional que, segundo a Transportadora Wadel Ltda. e da Voe Canhedo S/A, existiria e justificaria o adiamento da audincia do dia 13/5/2008. Quem ? Falou-se em um grupo de investidores do Sul do Brasil e em investidores rabes, ambos com interesse em adquirir a empresa, inclusive no seu passivo. Como se disse, falou-se! Ou seja, a incerteza decorrente do desinteresse dos controladores e da falta de perspectiva de efetiva recuperao da empresa, pois o plano de recuperao judicial aprovado inviabilizou-se pelas razes acima expostas e a venda da empresa tambm, a toda evidncia que quem se absteve assim o fez com medo de assumir responsabilidade (ainda assim existente), ao contrrio do que fizeram os trabalhadores, sejam aqueles somente na condio de credores, sejam aqueles com interesse na manuteno da empresa, que tomaram as posies que lhe parecem corretas. Portanto, os fatos na situao concreta so muito diferentes daquela vista quando da concesso da recuperao judicial, de modo que se aqueles que se abstiveram tivessem interesse na venda da empresa e no na decretao da falncia, ante a extrema situao, tinham o nus de votar e no de se omitir. Presentes, assim, a hiptese que justifica a convolao da recuperao judicial em falncia, objeto dos arts. 61, 1, 73, I e IV, e 94, III, g, da Lei n. 11.101/05. Deve ser anotado, para conhecimento, que a VASP respondeu diversos pedidos de falncia, sendo em primeiro grau de jurisdio indeferidos pela ausncia da prvia interveno do rgo federal competente (precisou da interveno da Justia do Trabalho), bem como que diversas aeronaves que esto espalhadas pelos aeroportos brasileiros, encontram-se penhorados em execuo do INSS que, embora no existisse o bice da recuperao judicial (seus crditos no estavam sujeitos a ela), no providenciou que fossem levados leilo, apesar da depreciao. Isto posto, DECRETO hoje, s 13:30 horas, nos termos dos arts. 61, 1, 73, I e IV, e 94, III, g, da Lei n. 11.101/05, a falncia da empresa VIAO AREA SO PAULO SOCIEDADE ANNIMA VASP, CNPJ n. 60.703.923/0001-31. Portanto: 1) Mantenho como administrador judicial, o Dr. Alexandre Tajra (OAB/SP 77.624), Praa da S, n. 21, conj. 207, Centro, nesta Capital, devendo ser intimado pessoalmente, para que em 48 (quarenta e oito) horas assine o termo de compromisso, pena de substituio (arts. 33 e 34). 2) Deve o administrador judicial proceder arrecadao dos bens e documentos e livros (art. 110), bem como a avaliao dos bens, separadamente ou em bloco, no local em que se encontrem (arts. 108 e 110), para realizao do ativo (arts. 139 e 140), sendo que ficaro eles sob sua guarda e responsabilidade (art. 108, pargrafo nico), podendo providenciar a lacrao, para fins do art. 109, tambm do local onde se encontram os bens, ficando por ora, a Infraero como depositria, quanto aos bens que se encontram nas suas reas. 2.1) Quanto aos bens, imperiosa a medida, com natureza protetiva aos bens da falida, ante o constatado por oficial de justia, em certido juntada no incidente n. 1931 (fls. 2941/2944, vol. 15), de 01/9/2008, bem como pelo prprio administrador judicial conforme expe em sua petio, naquele incidente (fls. 2945/2946, vol. 15). 2.2) Com relao aos livros, deve o administrador judicial providenciar o seu encerramento e guarda em local que indicar. 2.3) Quanto realizao do ativo, considerando que j existe avaliao nos autos, fica o administrador judicial autorizado a utilizar-se dela, procedendo-se a venda por leilo a ser realizado por leiloeiro pblico de sua confiana. 3) Fixo o termo legal (art. 99, II), nos 90 (noventa) dias anteriores ao primeiro protesto. 4) Com relao relao nominal de credores (art. 99, III), o edital do art. 7, 1, da Lei n. 11.101/05. 5) Designo, para fins do art. 104 da Lei n. 11.101/05, audincia: a) no dia 13/10/2008, s 13:30 horas, para declaraes dos atuais interventores, nomeados pela Justia do Trabalho (fls. 1178/1180, vol. 7) e, depois, confirmados como gestores pela Assemblia Geral de Credores (por unanimidade) nesta recuperao judicial: Raul Levino de Medeiros Filho, Joo Evaldo Lozasso e Roberto Carvalho de Castro, bem como de Reginaldo Alves de Souza, que antecedeu aqueles (fls. 22/24 e 1143/1144). b) no dia 14/10/2008, s 13:30 horas, para declaraes de Eglair Tadeu Juliani e Jos Fernando Martins Ribeiro, que foram rus na ao civil pblica, bem como, na mesma condio, Rodolpho Canhedo Azevedo, Wagner Canhedo de Azevedo Filho. c) no dia 15/10/2008, s 13:30 horas, Csar Canhedo de Azevedo, Wagner Canhedo Azevedo e Izaura Canhedo de Azevedo, tambm rus na ao civil pblica. Intime-se para a audincia o administrador judicial e o Ministrio Pblico. No mais, expea-se o necessrio. 7) Para salvaguardar os interesses das partes envolvidas e verificado indcio de crime previsto na Lei n. 11.101/2005, poder ser a priso preventiva decretada (art. 99, VII). 7.1) A respeito, h a deciso as fls. 13386/13388 e 13460 (vol. 70), havendo a posterior liberao, por ora, de Jos Fernando Martins Ribeiro (fls. 13990/13992, item 2, vol. 73). 7.2) Neste tpico, em face dos embargos de declarao de Eglair Tadeu Juliani (fls. 14401/14414 e documentos), o mesmo merece a mesma liberao deferida a Jos Fernando Martins Ribeiro, pois a deciso atingiu sua finalidade. Oficie-se comunicando o cancelamento da restrio imposta na deciso as fls. 13386/13683. 8) Determino, nos termos do art. 99, V, a suspenso de todas as aes ou execues contra a falida (empresa), ressalvadas as hipteses previstas nos 1 e 2 do art. 6 da mesma Lei, ficando suspensa, tambm, a prescrio. 9) Probo a prtica de qualquer ato de disposio ou onerao de bens do falido, sem autorizao judicial e do Comit de Credores (se houver), ressalvados os bens cuja venda faa parte das atividades normais do devedor se autorizada a continuao provisria das atividades (art. 99, VI). 10) Determino a expedio de