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ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS - 200 9 1 INTRODUÇÃO AO DIREITO Angélica Carlini [email protected] m.br www.carliniadvogados.com.br /artigos

Aula Fontes Do Direito

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AULA DA PROF.DRA.ANGELICA CARLINI - FONTES DO DIREITO

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  • 1. INTRODUO AO DIREITO Anglica Carlini [email_address] www.carliniadvogados.com.br /artigos

2. FONTES DO DIREITO

  • Onde surge o direito?
  • Onde pode ser encontrado?
  • O direito s a lei?
  • Estudar direito apenas estudar as leis em vigor?

3. FONTES DO DIREITO

  • Procura encontrar fontes materiais e formais para o direito;
  • A palavra fontes utilizada no sentido de local onde o direitos surge, onde ele nasce.
  • a teoria mais utilizada, porm na atualidade criticada por parte dos estudiosos;
  • O direito tem que ser pensado a partir da realidade social, histrica, econmica e poltica.

4. FONTES MATERIAIS

  • Fatores que criam o direito dando origem s normas vlidas;
  • Duas teorias:FUNCIONALISTAS e TEORIA DO CONFLITO SOCIAL
  • Funcionalistas o direito nasce com a funo de expressar os interesses gerais da sociedade que so construir harmonia, paz e segurana.

5. FONTES MATERIAIS

  • Teoria do Conflito Social analisa o direito como resultado da luta contnua entre interesses opostos;
  • Os interesses mais fortes tendem a prevalecer, porque tm melhores possibilidades de articulao e manifestao;
  • o que acontece com os interesses econmicos da propriedade latifundiria, ou da indstria farmacutica, por exemplo.

6. FONTES FORMAIS

  • So as que do forma ao direito;
  • Formulam normas vlidas;
  • Podem ser ESCRITA ou ORAL;
  • Na atualidade as fontes so quase sempre escritas e acessveis a todos, porque so pblicas.

7. FONTES ESCRITAS

  • So as leis no sentido AMPLO ou MATERIAL;
  • So aquelas que atendem a quatro requisitos:
  • So escritas;
  • Entraram em vigor por deciso de autoridade competente;
  • Foram estabelecidas em conformidade com o procedimento fixado em normas superiores;
  • Tm por objetivo regulamentar direta ou indiretamente a organizao da sociedade, tendo um certo grau de generalidade.

8. A HIERARQUIA DAS LEIS

  • Por hierarquia das leis se entende que algumas normas so superiores s outras;
  • As normas, para serem vlidas no ordenamento jurdico, tm que respeitar o contedo, formal e material, da norma jurdica superior.

9. PIRMIDE HIERRQUICA DAS NORMAS

  • CONSTITUIO FEDERAL;
  • LEIS COMPLEMENTARES; LEIS ORDINRIAS; LEIS DELEGADAS; DECRETOS LEGISLATIVOS E RESOLUES; MEDIDAS PROVISRIAS;
  • DECRETOS REGULAMENTARES;
  • NORMAS INFERIORES: PORTARIAS, CIRCULARES....

10. A FORA DA CONSTITUIO FEDERAL

  • A Constituio Federal espalha no sistema normativo toda sua influncia;
  • o PRINCPIO DA CONSTITUCIONALIDADE;
  • Normas que ferirem o Princpio da Constitucionalidade deixam de pertencer ao ordenamento jurdico.

11. CATEGORIA DE LEIS

  • LEI ORDINRIA;
  • LEI COMPLEMENTAR;
  • LEI DELEGADA.

12. LEI ORDINRIA

  • So aquelas que so fruto da atividade tpica e regular do Poder Legislativo;
  • Deve ser aprovada por maioria simples do Congresso Nacional (Cmara e Senado) e aceita (sancionada) pelo Presidente da Repblica;
  • Pode regulamentar qualquer assunto que no seja de competncia privativa de outras autoridades;
  • Exemplos de leis ordinrias: Cdigo Civil, Cdigo Penal, Cdigo de Processo Civil, Cdigo de Processo Penal, Cdigo de Defesa do Consumidor, Estatuto do Idoso, Estatuto da Criana e do Adolescente ...

13. LEI COMPLEMENTAR

  • Tem como funo tratar de certas matrias que a Constituio entende que devem ser reguladas por normas mais rgidas;
  • Elas esto previstas expressamente na Constituio Federal e precisam de maioria absoluta na votao, conforme art. 69 da CF;
  • Exige aprovao de maioria absoluta de deputados e senadores, e em seguida sancionada pelo Presidente da Repblica.

14. MAIORIA SIMPLES, MAIORIA ABSOLUTA E MAIORIA QUALIFICADA.

  • Maioria simples voto positivo do primeiro nmero inteiro superior metade dos parlamentares presentes;
  • Mas o nmero de presentes no pode ser inferior ao primeiro nmero inteiro superior metade dos membros da casa (art. 47 da CF);
  • Ex. Cmara dos Deputados tem 513 membros primeiro nmero inteiro 513:2= 256,5 ou 257 (primeiro nmero inteiro)
  • A maioria simples ser alcanada com o voto positivo de 129 deputados, ou seja, 257:2=128,5, ou 129 (primeiro nmero inteiro)

15. MAIORIA ABSOLUTA

  • Voto positivo do primeiro nmero inteiro superior metade de membros das casas legislativas (Art. 69 da CF);
  • Cmara dos Deputados tem 513 deputados ser preciso o voto positivo de 257 que o primeiro nmero inteiro superior metade (256,5)

16. MAIORIA QUALIFICADA

  • o quorum exigido para a votao de determinadas matrias que necessitam para sua aprovao demaioria absoluta(metade mais um), maioria de 2/3, maioria de 3/5 etc;
  • A maioria absoluta uma forma de maioria qualificada.

17. LEI ORDINRIA E LEI COMPLEMENTAR

  • O fato de a lei complementar necessitar da aprovao absoluta dos parlamentares indica que ela hierarquicamente superior lei ordinria;
  • Lei complementar no pode ser revogada por lei ordinria;
  • Exemplo de Lei Complementar: criao de novos estados federativos.

18. LEI DELEGADA

  • Ato normativo elaborado pelo Presidente da Repblica aps autorizao especfica do Congresso Nacional por meio de resoluo;
  • No tem sido utilizada na atualidade.

19. OUTRAS ESPCIES NORMATIVAS

  • Constituio fruto do poder constituinte originrio e entra em vigor mediante uma deciso dos detentores do poder poltico;
  • A constituio fixa as regras bsicas de organizao do poder estatal e da vida scio-econmica, e configura as relaes do Estado com os indivduos e os demais Estados do mundo;
  • A Constituio o texto normativo com maior fora jurdica no mbito da ordem jurdica nacional.

20. EMENDA CONSTITUIO FEDERAL

  • a espcie normativa que altera a Constituio Federal;
  • Cria novas normas ou revoga as existentes;
  • Deve ser aprovada pelo Congresso Nacional;
  • No pode modificar as chamadas clusulas ptreas.

21. CLUSULAS PTREAS

  • O artigo 60, pargrafo quarto, da CF estabelece que: No ser objeto de deliberao a proposta de emenda tendente a abolir: I- a forma federativa de Estado; II- o voto direto, secreto, universal e peridico; III- a separao dos Poderes; IV- os direitos e garantias individuais;
  • Clusulas ptreas s podero ser modificadas por outro poder constituinte originrio, votado especialmente para elaborar uma outra constituio federal.

22. MEDIDA PROVISRIA

  • So atos normativos criados pelo Poder Executivo sem autorizao do Poder Legislativo;
  • Possuem fora de lei formal;
  • Pode ser editada pelo Presidente da Repblica em casos de relevncia e urgncia, seja para introduzir um novo regulamento, seja para revogar leis ordinrias anteriores;
  • Deve ser aprovada pelo Congresso Nacional no prazo de 120 dias aps sua criao.

23. MEDIDA PROVISRIA

  • Entre 1988 e 2001 foram editadas 6.110 medidas provisrias no Brasil;
  • Todas tinham relevncia e urgncia?
  • A Emenda Constitucional n. 32, de 11.09.2001, tentou limitar o uso de medidas provisrias, mas a realidade demonstra que isso no se realizou integralmente;
  • Quais os prejuzos das MPs?

24. DECRETO LEGISLATIVO

  • o ato normativo emitido pelo Congresso Nacional e no est sujeito sano do Presidente da Repblica;
  • Regula os assuntos do art. 49 da CF, que so de exclusiva competncia do Congresso Nacional;
  • Vamos ver alguns exemplos do artigo 49?

25. DECRETOS E REGULAMENTOS

  • Normas elaboradas pelo Presidente da Repblica com o objetivo de concretizar as leis no sentido formal, tornando concreto o que for necessrio para sua aplicao;
  • Esto expressamente previstos no artigo 84, IV, da Constituio Federal.

26. INSTRUO

  • Norma emitida por um Ministro de Estado para regulamentar a execuo de leis, decretos e regulamentos (art. 87, pargrafo nico, II, da Constituio Federal);
  • Portaria, circular, ordem de servio so criadas por autoridades do Poder Executivo para orientar a atividade da administrao na execuo das leis.

27. INFLAO LEGISLATIVA

  • Somos um pas que produz um nmero excessivo de leis anos aps ano. H estimativa oficial de que existam no Brasil do Imprio at nossos dias 200.000 textos legislativos federais;
  • Desses cerca de 45.000 continuam em vigor;
  • Os textos legislativos no primam pela perfeio tcnica e nem pela harmonia administrativa, o que causa inmeros problemas;
  • No Brasil, se acredita que lei resolve;
  • No seria melhor nos dedicarmos interpretao??

28. OUTRAS FONTES DO DIREITO

  • So as fontes no formais;
  • Jurisprudncia conjunto de decises uniformes dos tribunais, resultantes das mesmas decises para casos semelhantes;
  • Doutrina produo intelectual de juristas que, quase sempre, no produzida de modo cientfico.

29. OUTRAS FONTES DO DIREITO

  • COSTUMES surge da conscincia coletiva de um grupo social. Deve ser geral, ou seja, largamente disseminado na sociedade, ou atingir uma parcela especfica da sociedade;
  • Seu campo de utilizao principalmente o direito empresarial, no qual prticas constante e repetitivamente utilizadas acabam por se tornar mais conhecidas que a prpria lei;
  • Ex. cheque pr-datado.

30. OUTRAS FONTES DO DIREITO

  • USOS tambm uma prtica social reiterada, mas no tem a mesma fora do costume. Normalmente, falta ao uso a conscincia da obrigatoriedade que caracterstica do costume;
  • tambm comum em setores sociais que realizam determinados negcios jurdicos.

31. OUTRAS FONTES DO DIREITO

  • ANALOGIA o processo de raciocnio lgico pelo qual o juiz estende um preceito legal a casos no diretamente compreendidos na descrio legal.
  • O juiz pesquisa a vontade da lei para transport-la aos casos que o texto legal no atinge expressamente.
  • Ex. adoo de crianas por pessoas do mesmo sexo em regime de unio estvel.

32. OUTRAS FONTES DO DIREITO

  • PRINCPIOS GERAIS DO DIREITO o meio pelo qual o juiz procura o que h de mais elevado na cultura jurdica universal, para encontrar elementos que lhe permitam dar substrato jurdico sua deciso;
  • O juiz no pode deixar de julgar um caso concreto por no encontrar uma lei que a ele se aplique;
  • Nesses casos, dever recorrer a princpios de direito consagrados e que possam ajud-lo a embasar a deciso.

33. OUTRAS FONTES DO DIREITO

  • EQUIDADE consiste no trabalho do juiz de aparar as arestas na aplicao da lei dura e crua, para que uma injustia no seja cometida, segundo Silvio de Salvio Venosa;
  • uma fonte de forte tendncia filosfica, que contribui para firmar a convico do magistrado sobre a aplicao da lei ao caso concreto;
  • uma forma de abrandar a universalidade da lei na sua aplicao ao caso especfico.