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Chorinho2

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O Choro, popularmente chamado de chorinho, é um gênero musical, uma música popular e instrumental brasileira, com mais de 130 anos de existência. Os conjuntos que o executam são chamados de rodas de choro ou regionais e os músicos compositores ou instrumentistas, são chamados de chorões. Apesar do nome, o gênero é em geral de ritmo agitado, alegre e ricamente sincopado, caracterizado por sutis modulações e pelo virtuosismo e improviso dos participantes, que precisam ter muito estudo e técnica, ou pleno domínio de seu instrumento. O choro é considerado a primeira música popular urbana típica do Brasil e difícil de ser executado...

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O conjunto regional é geralmente formado por um ou mais instrumentos de solo, como flauta, bandolim e cavaquinho, que executam a melodia, o cavaquinho faz o centro do ritmo e um ou mais violões e o violão de 7 cordas formam a base do conjunto, além do pandeiro como marcador de ritmo...

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Violão de 7 cordas.  O instrumento foi introduzido no choro para se obter notas mais graves.

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Cavaquinho. Waldir Azevedo explorou de forma inédita as potencialidades do mesmo.

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Exemplo de Pandeiro, que faz o papel de marcador de ritmo no choro.

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O Violão junto com o violão de 7 cordas forma a base do conjunto.

No choro, além do violão de seis cordas, existe o violão de 7 cordas, introduzido nos regionais provavelmente pelo violonista Tute, quando procurava notas mais graves para a chamada baixaria.

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Abel Ferreira e Paulo Moura são exemplos de clarinetistas.

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Pixinguinha e Luiz Americano são exemplos de saxofonistas.

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O Piano, instrumento dos chorões Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth e Arthur Moreira Lima, dentre outros.

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Trombone, o instrumento de Raul de Barros.

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A história do Choro provavelmente começa em 1808, ano em que a Família Real portuguesa chegou ao Brasil. Em 1815 a cidade do Rio de Janeiro foi promulgada capital do Reino Unido do Brasil, Portugal e Algarves. Em seguida passou por uma reforma urbana e cultural, quando foram criados cargos públicos. Com a corte portuguesa vieram instrumentos de origem européia como o piano, clarinete, violão, saxofone, bandolim e cavaquinho e também músicas de dança de salão européias, como a valsa, quadrilha, mazurca, modinha minueto, xote e principalmente a polca, que viraram moda nos bailes daquela época. Esta última foi apresentada ao público em Julho de 1845...

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A reforma urbana, os instrumentos e as músicas estrangeiras, juntamente com a abolição do tráfico de escravos no Brasil em 1850, podem ser considerados uma "receita" para o surgimento do Choro, já que possibilitou a emergência de novas classe  sociais: operários, funcionários públicos (isto é, carteiros, telegrafistas, trabalhadores da Estrada de Ferro Central do Brasil), instrumentistas de bandas militares e pequenos comerciantes, geralmente de origem negra, nos subúrbios do Rio de Janeiro. Essas pessoas, sem muito compromisso, passaram a formar conjuntos para tocar de "ouvido" essas músicas, que juntamente com alguns ritmos africanos já enraizados na cultura brasileira, como o batuque e o lundu, passaram a ser tocadas de maneira abrasileirada pelos músicos que foram então batizados de chorões...

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Embora não se possa fixar uma música ou uma data para o surgimento de um gênero musical, pois se trata de um processo lento e contínuo, dentre esses músicos se destacou o flautista Joaquim Antônio da Silva Calado e seu conjunto, surgido por volta de 1870, que ficou conhecido como "O Choro de Calado". Esse flautista era professor da cadeira de flauta do Conservatório Imperial, portanto tinha grande conhecimento musical e reunia os melhores músicos da época, que tocavam por simples prazer...

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Desse modo, Joaquim Calado é considerado um dos criadores do Choro, ou pelo menos um dos principais colaboradores para o surgimento do gênero.

      A polca "Flor Amorosa", composta por Calado em 1867 (letrada no século XX por Catulo da Paixão Cearense), é tocada até hoje pelos chorões e tem características do choro moderno, portanto é considerada a primeira composição do gênero. Desse conjunto fez parte Viriato Figueira, seu aluno e amigo e também sua amiga, a maestrina Chiquinha Gonzaga, uma pioneira como a primeira chorona, compositora e pianista do gênero. Em 1877, Chiquinha compôs "Atraente", e em 1897, "Gaúcho" ou "Corta-Jaca", grandes contribuições ao repertório do gênero, entre outras composições, como "Lua Branca".

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Os chorões geralmente são compositores e também instrumentistas do gênero. Afirma-se que os bons chorões precisam ter grande capacidade de improviso e domínio dos instrumentos...

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Chiquinha Gonzaga  (1847-1935)

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Joaquim Calado (1848-1880)

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Ernesto Nazareth (1863-1934)

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Pixinguinha (1897-1973)

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O nome do gênero é Choro, mas popularmente é chamado de Chorinho. Muitos chorões, ou mesmo apreciadores do gênero, não gostam desta última denominação, alegando que não se chama samba de "sambinha" ou jazz de "jazzinho". Outros consideram o chorinho como um aspecto do choro ou o ambiente proporcionado pelo gênero.

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Muitas pessoas dizem que o choro é o "jazz brasileiro", mas ocorre que, apesar de ambos terem em comum a improvisação, o choro surgiu antes do jazz, portanto este último é que deveria chamar-se "choro estadunidense". Além disso, a origem deles é diferente. Embora tanto o choro quanto o jazz sejam oriundos da mistura da cultura africana e européia feita por descendente de negros trazidos como escravos da África (no choro, Joaquim Callado, Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth, por exemplo, eram mulatos), a cultura negra nos Estados Unidos durante a escravidão foi radicalmente reprimida devido ao puritanismo predominante naquela sociedade, sendo permitido aos escravos apenas os "cantos de trabalho" (blues) sem qualquer percussão e, por este motivo, o ritmo do jazz, criado pelos descendentes desses escravos, teve pouca influência da rítmica africana.

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Uma das principais discussões sobre o Choro é se deve ou não ter letra. Essa polêmica sempre foi discutida entre os chorões, que tem opiniões diversas, já que o gênero é puramente instrumental, mas de vez em quando algum compositor coloca letra. Um exemplo famoso é o de "Carinhoso" de Pixinguinha que recebeu letra de João de Barro e foi gravado com sucesso por Orlando Silva. As interpretações de Ademilde Fonseca a consagraram como a maior intérprete do choro cantado, sendo considerada a "Rainha do choro".

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Em 2005 foi lançado o filme documentário Brasileirinho, um tributo ao gênero choro, do cineasta e diretor finlandês Mika Kaurismäki. Alguns músicos que participaram do filme foram Yamandú Costa,Paulo Moura e Trio Madeira Brasil, dentre outros.

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