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Carlitos Luís Josefe 1º, 2º e 3º Níveis 2ª Edição Nível Básico em Agro-Pecuária

Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola 3º Nível- Curso Básico de Agro-Pecuário

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Carlitos Luís Josefe

1º, 2º e 3º Níveis

2ª Edição

Nível Básico em Agro-Pecuária

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1 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

FICHA TÉCNICA

Título: Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola, 1º, 2º e 3º Níveis – Curso Básico em Agro-Pecuária

Autor: Carlitos Luís Josefe

Mathusso Jucuiana – Capa, Organização e paginação do manual

Editado pela escola para uso interno, 2ª edição. Apesar do esforço empreendido, este manual, suscita-se de ter falhas e falta de citações, porém, contamos com a costumeira compreensão do amigo leitor, e aguardamos pelas sugestões de melhoria.

Escola Profissional Familiar Rural de Estaquinha, Rua 521 – Missão de Estaquinha (EsMaBaMa) E-mail: [email protected] , Websit: : www.escolasruraismoz.org/estaquinha.html Estaquinha, Junho de 2016

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Constituído por cerca de 3 módulos:

Instrumentos agrícolas manuais; Alfaias e Tracção Benefícios económicos das alfaias e máquinas

PRIMEIRO (1º) NÍVEL

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INTRODUÇÃO A FAMA

A disciplina de FAMA (ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola), visa garantir a rentabilidade económica do sector agrícola e pecuária através do uso melhorado das ferramentas do mecânico, as alfaias e máquinas.

Os materiais e meios existentes em volta do Homem e que servem para ajustar e desajustar as peças mecânicas são denominados de Ferramentas do mecânico. Em suma, as ferramentas do mecânico são artefactos que o mecânico utiliza no processo de ajustamento das peças, por exemplo: martelos, chaves e alicates. Com as ferramentas torna-se possível a fabricação de muitos instrumentos agrícolas, tal é o caso das alfaias que apenas o seu uso necessita de máquinas ou animal, por estas serem de peso maior cujo Homem não consegue arrastar, eis a razão da existência da tracção mecânica e animal.

A FAMA é uma disciplina integrada na mecânica de variadas especialidades pois, ambas utilizam as ferramentas do mecânico. Embora a mecânica esta maioritariamente integrada nos arranjos ou resoluções de problemas das alfaias e máquinas, a mecanização agrícola é um processo da utilização das alfaias e máquinas nos campos de produção. No entanto pode ser utilizado o conhecimento da mecânica para livrar-se de alguns problemas pertinentes durante o trabalho. Em suma a FAMA é uma disciplina que se dedica no conhecimento da utilização das alfaias e máquinas nos campos de produção e resolução de alguns problemas de prioridades, decorrentes na mecanização.

Importância da mecanização

A mecanização agrícola é importante ao:

Adicionar a força do Homem para melhorar o progresso das actividades agrícolas pois, ela inclui todos instrumentos, equipamentos, alfaias e maquinarias sobre as formas de uso, bem como o funcionamento;

A mecanização garante a produção de alimentos em escalas uniformes pois, a sementeira pode ocorrer na mesma data e posteriormente uma germinação e crescimento uniforme;

Com a mecanização, as áreas de produção são crescentes, pelo que produz-se maiores áreas em pouco tempo;

Permite o controlo das densidades e profundidade da sementeira; Permite o controlo das pragas e outros infestantes; O manuseamento das máquinas e alfaias melhora a estrutura e a textura dos solos e Há uma redução considerável do esforço do Homem na execução das tarefas do

campo.

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I MÓDULO: INSTRUMENTOS AGRÍCOLAS MANUAIS Sugestão de horas de leccionação: 10 horas

Objectivos / Competências:

Principiar as etapas da evolução da mecanização e a relevância da aplicação dos instrumentos manuais;

Utilizar os instrumentos, tendo bases do conhecimento da sua aplicabilidade.

Montar os instrumentos manuais para sua aplicação no campo agro-pecuário, a partir do conhecimento dos elementos que compõe cada instrumento,

Aplicar as regras de segurança durante a utilização dos instrumentos;

1. Os instrumentos agrícolas manuais

Os instrumentos manuais demonstram a inclusão do Homem no mundo científico, pois existe uma evolução desde a origem do Homem até hoje segundo o esquema histórico.

Origem do ser humano – evolução dos hominídeos – o homo erectus – o homo neanderthalensi – o homo sapiens – as primeiras conquistas do homem – os grandes caçadores – o homem sedentário – a metalurgia – as primeiras civilizações – civilização sumérica – civilização egípcia…hoje.

A metalurgia é a fase que mostra o sossego do homem, dai o desenvolvimento da agricultura, o que quer dizer, o desenvolvimento da agricultura depende fundamentalmente dos progressos metalúrgicos na produção de instrumentos que acompanham as actividades do campo.

A utilização dos instrumentos manuais na agricultura é o factor contemplado na mecânica por ser as ferramentas do mecânico os formadores destes artefactos, visto que para a formação de uma enxada por exemplo, é necessário que o martelo, a lima, rebarbadora, broca e o torno de bancada que fazem parte das ferramentas do mecânico, participem.

Em Moçambique poucos agricultores tem a possibilidade de usar maquinarias agrícolas, grande parte das suas actividades do campo são realizadas com auxílio dos instrumentos manuais, onde o esforço humano é visto a quase 90%. Mas hoje em dia verifica-se uma redução deste esforço, através do incremento de produção dos instrumentos com outra

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capacidade que faculta as actividades ou seja, que favorece ao Homem em trabalhar no campo durante muito tempo sem que rapidamente apresente cansaço. Um dos grandes exemplos é a utilização da enxada de cabo comprido. Embora já existem unidades produtoras que usam maioritariamente a mecanização nas práticas culturais, onde as destroncas são feitas com bulldozer contrariando a utilização de serrote e machados; o controlo das ervas daninhas feitas quimicamente contrariando a utilização das enxadas.

Vantagens do uso dos instrumentos manuais Os instrumentos manuais podem fazer variadas actividades sem precisar grandes

custos de investimentos (aquisição das máquinas, gastos em combustível, e.t.c); Com a utilização dos instrumentos manuais o trabalho torna perfeito (há maior

atenção nos labores); Proporciona para formação de húmus pelo que, há bom desenvolvimento de

microrganismos decompositores e mantendo assim, a fertilidade do solo. E ocorre uma mínima modificação da estrutura do solo, o que não causa perigo; (melhor fazer lavouras mecanizadas em intervalos de 4-5 anos).

Os instrumentos manuais são de fácil aquisição (qualquer camponês pode encontrar o mais próximos da sua unidade);

Evita a compactação do solo pelo piso, o que poderia dificultar a infiltração da água e causar encharcamentos;

Cria modificação da textura e estrutura do solo e reduz bastantemente os acidentes ambientais (poluição e erosão).

Desvantagens

Produção de pequenos campos num período longo; Existe uma grande dispersão da força humana; Uma má utilização pode magoar e criar defeitos no corpo do Homem trabalhador.

Composição geral dos instrumentos manuais Existe do comum entre todos instrumentos agrícolas manuais que indica a composição geral, tal como:

1. Pega ou punho: é a parte asseguradora, com a função de prevenir lesões nas mãos do utilizador no acto do uso;

2. Braço: parte intermédia que liga a base ao punho, tem a função de aumentar a força aplicada durante os trabalhos;

3. Base ou accionante: é a parte basal que realiza acção, nesta parte se insere todos elementos do instrumento. A parte accionante pode ser de forma diferente:

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a) Forma cortante b) Forma escavadora c) Forma carregadora d) Forma de pressão ou friccionante e) Forma múltipla.

Descrição de alguns instrumentos manuais Enxada: a enxada é um instrumento manual de âmbito agro-pecuário, indispensável nas actividades de qualquer agricultor, ela é conhecida em todo mundo desde as primeiras civilizações suméricas e egípcias, presume-se que a enxada tem sua origem em África, conhecida como instrumento tradicional no mundo tecnológico. Existem 2 (dois) tipos de enxadas correntes: a de cabeça aguçada com cabo curto – a primeira a ser usada e a enxada de cabeça de argola com cabo comprido.

As enxadas normais, geralmente possuem 20cm de comprimento e 16cm de largura, estas podem efectuar práticas normais de lavouras superficiais, sachas, sementeiras e aberturas de caldeiras. As enxadas destinadas as lavouras de profundidades maiores o seu comprimento é maior que 20cm e fabricadas com metal pesado do que as enxadas destinadas a sachar. No geral as enxadas podem fazer: lavouras, gradagens, abertura de valas de drenagens, sacha, sulcagem, sementeira, caldeiras, etc.

A base accionante das enxadas é cortante, sendo talhada e afiada para fazer corte da leiva e ervas.

Catana: é um instrumento de forma cortante utilizado nos trabalhos agrícolas normais e específicos, participa também nas actividades pecuárias, pois com a catana podem ser preparadas as bitolas e tutores, pode-se fazer abates de arbustos, abrir covachos na construção rural, preparar cabos para enxadas, abate e esfola de animais, etc.

A pá: devido a sua concavidade e afiação nos bordos tem possibilidade de fazer trabalhos múltiplos. Com a pá pode ser feita as aberturas de covas para as plantações e compostagens;

Carregamento e descarregamento de adubos e estercos;

Usa-se na rega e drenagem sobretudo no sistema de rega por gravidade

Forquilha/garfo: é um instrumento muito semelhante ao garfo da mesa ou ancinho, mas possui dentes compridos com função de remover a palha amontoada e outros objectos estranhos no campo de produção.

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Sachola: a sachola é uma enxada muito pequena do tipo de cabeça aguçada ou de argola que tem como objectivo fazer limpeza em pequenos campos tais como nos alfobres, viveiros e jardins.

Escarificadora: uma escarificadora pode ser feita de metal em forma dentada ou de vegetais (pau afiado), pois tem objectivo fundamental a quebra da crosta dura do solo provocada por água das regas.

Bitola: é um instrumento usado na agricultura para várias operações, preparado por meio de uma catana para corte e aguçamento da sua extremidade perfurante do solo. Com a bitola pode tornar fácil a abertura de covachos durante a sementeira e plantações e simultaneamente como elemento de medição na determinação dos compassos, para além de que pode ser usada como escarificadora em viveiros e alfobres.

Foice: tem forma côncava e disposta por dentes finos no interior da sua concavidade, que fazem o corte. Participa nas colheitas por exemplo: colheita do arroz, mapira, trigo, corte da palha para cobertura dos campos e palhotas na construção rural, efectuar corte da forragem e feno para alimentar os animais ruminantes e outros mono gástricos.

Tambor: instrumento cilíndrico com a função de afugentar pássaros para além de servir como silo ou armazém de cereais, ainda participa como recipiente para a formação da calda durante as pulverizações e não obstante, serve para nele debulhar alguns cereais.

Serrote; carrinha-de-mão; martelo; tesoura de poda; fita métrica;

Faca de enxertia: é um material técnico dotado de uma pequena crista que tem a função de abrir fendas e uma porção maior cortante muito bem afiada, pois deve fazer cortes suáveis e flexíveis nos enxertos e porta-enxertos/ (cavalo).

Principais manutenções dos instrumentos Os trabalhos agrícolas tanto pecuários precisam de mecanismos instrumentais facilitadores, estes devem estar ao dispor do trabalhador do campo (agricultor) portanto, os mesmos instrumentos merecem cuidados, sobretudo uma manutenção antes ou depois de cada campanha, sendo uma forma de garantir o retardamento no desgaste e dar continuidade das actividades a baixo custos de produção.

Importa então:

Limpa-los com água ou palha e pô-los a secar, para não oxidar; Afia-los ou lima-los para facilitar o corte;

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Concertar os afrouxados e estragados; Unta-los com óleo queimado para evitar desgaste rápido das partes móveis; Conservar em lugares secos e frescos, ao abrigo do sol e das chuvas; Pôr em lugares seguros fora do alcance das crianças, para não magoar.

Questionário 1. Diferencie a mecanização agrícola da mecânica. 2. Qual é o significado da sigla F.A.M.A? 3. A mecanização tem variadas importâncias para o Homem. a) Quando é que a produção de alimentos ocorre em escalas uniformes? b) Como são controladas as pragas e outros infestantes pelo uso de maquinarias? 4. De que depende o desenvolvimento da agricultura segundo as fases da evolução

humana? 5. Quais são as vantagens da utilização dos instrumentos manuais para o solo e o meio

ambiente? 6. Quais são as vantagens económicas no uso dos instrumentos manuais? 7. Indique a grande desvantagem do uso dos instrumentos manuais. 8. Na composição dos instrumentos manuais. De quantas formas pode se apresentar a

base ou accionante? Quais? 9. Qual é o instrumento manual indispensável para qualquer tipo de agricultura? 10. Qual é a importância da catana na agricultura? 11. O que é uma calda na pulverização? E qual é o instrumento usado para formação da

calda? 12. Quais são as funções que a carrinha-de-mão desempenha na agricultura? 13. Como é feita a destronca na abertura de novas machambas na tua comunidade? Que

instrumento utiliza para o efeito? 14. A tia Massumo pretende conhecer a área da sua machamba de forma rectangular.

Qual é o instrumento que pode lhe ajudar a dimensionar a sua machamba? a) Que fórmula ela deve usar para conhecer a área da sua machamba? 15. Por que razoes é feita a manutenção dos instrumentos manuais? 16. Mencione as fase da manutenção dos instrumentos manuais. 17. Explique os procedimentos da manutenção que garante a longevidade dos

instrumentos?

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II MODULO: ALFAIAS E TRACÇÃO 2. Sugestão de horas de leccionação: 20 horas

Objectivos/Competências esperados:

Identificar os principais componentes que permitem afinar as charruas;

Regular as alfaias para obtenção da produção uniformizada; Tomar medidas que garantem a resistibilidade das alfaias

“manutenções”; Sequenciar os métodos de aquisição e treinamento dos animais de

maneiras à minimizar os custos de produção e rentabilizar o sector agrário;

Acondicionar os atrelados para garantir a qualidade dos produtos transportados;

Saber ajustar o ângulo da grade para melhor perfeição no trabalho de afofamento dos solos

2.1. CHARRUA A charrua é uma alfaia agrícola de grande importância seguida da grade, exercendo actividade de reviramento da leiva-lavoura em profundidades diferentes segundo as regulações desejadas no tipo de lavoura pois, as lavouras podem ser ordinárias, superficial ou profunda. O reviramento da leiva tem em vista a transição do solo das camadas profundas para a superfície e da superfície para o fundo.

A charrua ao efectuar esta actividade de lavoura, melhora a qualidade do solo através das modificações da estrutura e textura, para além de facilitar as actividades microbianas na decomposição da matéria orgânica.

Existe maior diversidade das charruas segundo as aquisições em função daquilo que se pretende produzir ou melhorar; umas são fixas outras são reversíveis; embora existem apenas 2 tipos vulgarmente conhecidos: A charrua de discos e a charrua de aiveca, cuja diferença entre elas consiste nos órgãos que lhes constituem, principalmente os discos e aiveca. A charrua de aiveca tem a possibilidade de ser usada em duas tracções facilitando o trabalho do agricultor de todos níveis de sectores (familiar, privado, estatal) enquanto a charrua de discos por ser pesada relativamente a aiveca de tracção animal, pode ser apenas arrastada pela máquina (tractor).

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Classificação das charruas quanto a tracção

Podem ser:

Charruas de tracção mecânica e charruas de tracção animal.

Funções das charruas

Ao realizar actividades a charrua tem objectivos:

Eliminar as ervas (capim, pequenos tufos e arbustos);

Eliminar ou afugentar as pragas, através das destruições de galerias e ninhos (hospedeiros);

Cortar e revirar a leiva (lavoura);

Facilitar a infiltração de ar e água;

Modificar a textura e estrutura do solo.

A charrua de disco

É uma alfaia vulgarmente conhecida na tracção mecânica, possui discos de forma côncavos ou prato de bordo afiado que faz o corte da leiva, devido a sua concavidade e a disposição dos discos (em fila e plano inclinado), o solo é revirado e há formação de blocos de terra (torrões). Para tornar fácil a actividade da lavoura, evitando a danificação dos discos e de outros elementos da charrua, cada disco leva na sua parte traseira e na central, um cubo contendo chumaceiras que facilitam o movimento circular dos discos.

Constituição

A Charrua de discos é constituída por partes activas e não activas. Onde a parte activa encontra-se unicamente os discos dispostos de chumaceiras e a roda remo.

Na parte não activa encontram-se: o chassis ou armação e coluna que suporta os discos; o alçado dos três pontos de engate.

O disco

O disco da charrua é uma peça de forma côncava e circular com diâmetro variável, normalmente entre 66-81cm e uma espessura de 6-8cm. O bordo do disco esta talhado em bisel no exterior e interiormente, para facilitar a penetração no solo. Já na parte central de cada disco existe orifício quadrado e outros de diâmetro menor em sua volta, onde se insere

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os parafusos que suportam o cubo de chumaceiras e dai a coluna que esta solidamente ligada ao chassis.

O disco gira livremente graças ao cubo de chumaceiras e normalmente cada disco possui uma raspadeira limpadora colocada no terço superior e a alguns milímetros da face interna do disco.

Constituição da charrua:

Chassis; coluna; suspensão (3 pontos de engate); cubo com chumaceiras; disco de corte;

Roda guia/remo; suporte da roda guia (regulador); mola da roda guia.

Regulação Quando é regulada a charrua para desenvolver a actividade de lavoura, observa-se 2 (dois) objectivos fundamentais:

1. Fazer com que as lavouras ocorram em profundidades desejadas, isto é; regulação pela profundidade do trabalho. Neste caso a regulação é feita no terceiro ponto de engate/suspensão, vulgarmente conhecido por topolim; ao enroscar ou desenroscar a barra, verifica-se o aumento ou redução da profundidade nos discos. E na parte fina da charrua possui uma conjuntura que com a roda remo ajuda a regular não só a profundidade, quando se enrosca ou desenrosca o suporte da roda guia, mas também o alinhamento.

2. Fazer com que haja alinhamento de precisão, para evitar formação de sulcos durante a lavoura o que pode facultar encharcamentos no campo devido a regas não proporcionais. Esta regulação é feita através das barras laterais de suspensão que se portam de correntes esticadores - no tractor. E na charrua faz-se uma vistoria no suporte da roda guia.

Sob o ponto de vista das regulações das charruas, quer na charrua de disco tanto na aiveca, a que tomar em consideração os três pontos que mantém a charrua em equilíbrio:

I. Ponto de engate; II. Centro de potencia e;

III. Centro de resistência.

Ponto de engate: é o ponto onde as peças que ligam a charrua aos animais ou tractor encontram-se onde se exerce a força de tracção a este ponto de engate.

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Centro de potência: é o ponto onde as peças que ligam a charrua aos animais ou tractor são presas a estes.

Centro de resistência: é o ponto onde se situa a resultante de todas forças que contrariam o avanço da charrua (o seu próprio peso, a resistência da terra e o seu atrito ao deslizar pela aiveca, atrito das rodas ou rodas, e.t.c).

O ponto de engate, o centro de potência e o centro de resistência formam uma linha, a que se chama: linha de tracção.

Em linhas gerais, as regulações em diferentes tipos de alfaias podem ocorrer de 4 formas:

1. Regulação pela profundidade do trabalho (acontece graças as alavancas que se encontram na cabine de comando);

2. Regulação pelo tirante; 3. Regulação pelo comprimento da corrente; 4. Regulação por ângulo de inclinação dos órgãos activos.

Charrua de aiveca

Como já se referiu nas páginas anteriores que as charruas podem ser reversíveis ou fixas segundo as funções, diferem então, nos seus órgãos activos; nas formas de regulação; acoplamento e tracção.

A charrua a que se refere neste capítulo pode ser vista de variadas maneira sobretudo nas classificações, mas chama-se charrua de aiveca, a alfaia agrícola cuja parte activa que corta e volta a leiva é uma relha e peito inseridas na própria aiveca. Contrariamente, a charrua de disco a sua parte activa é o próprio disco.·

Tipos de tracção

Devido a simplicidade do tipo da charrua, ela pode ser de: Tracção animal; Tracção mecânica (tractor).

A charrua de tracção animal é mais comum nas nossas comunidades devido a sua simplicidade na aquisição e manuseamento pois, os animais e a charrua facilmente podem ser encontrados o mais próximo. E ainda pode ser usada com poucos animais (dois bois correspondentes a uma junta). Sendo a tracção animal a mais comum na região, importa incrementar que o mecanismo de engate para este tipo de tracção favorece com que as

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formas de acoplamento através dos seus elementos sejam diferenciadas. Na tracção com uma junta, o mecanismo de engate é feito através da corrente cuja na sua parte final possui um gancho e a força de tracção acontece graças a presença da canga (um elemento fundamental para o acoplamento de uma alfaia ou outros equipamentos que carecem de ser rebocados. A canga é disposta de cangalhos (órgãos da canga anexadas para encaixamento dos pescoços), cada animal é fixado por dois cangalhos, sendo um de cada lado e perfazendo quatro para uma junta.

Na parte final dos dois cangalhos que corresponde a um animal leva uma corda que serve para fixar o pescoço e não soltar o animal.

Constituição da charrua a tracção animal de uma junta

A Charrua da aiveca a tracção animal de uma junta e constituída por partes distintas, tal como se mencionam a baixo:

Punho; braço; orelha; estômago; aiveca; coluna cepo; relha; peito; chassis; tirante; roda guia; eixo da roda guia; abraçadeira da roda guia e gancho.

Querendo diferenciar a charrua de tracção animal da charrua de aiveca de tracção mecânica

Nota-se ligeiramente, visto que quando se pretende fazer uma tracção com tractor, então deve-se

Destacar o seguinte: um mecanismo de engate ou ponto de suspensão.

Partes da charrua e sua função – tracção animal

Chassis: é a peça mais larga e consistente, feito de ferro fundido na metalurgia para assegurar todos órgãos activos e não activos da charrua;

Braço: são hastes de ligação entre os punhos e as restantes partes activas e não activas da charrua;

Gancho: é uma pequena peça em forma de arco, feito de aço ou mesmo de ferro fundido, que tem como a função de criar um encache na argola da corrente que é fixada a canga;

Aiveca: é a parte activa da charrua de tracção animal, pois através desta parte é feita reviragem e esmiuçamento da leiva. É a peça que identifica e caracteriza a charrua em causa;

Relha: é a parte laminada com a função de cortar o solo na posição horizontal;

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Coluna sepo: parte que faz resistir a força lateral exercida contra a charrua na terra e mante-la na direcção correcta;

Roda guia: é um pequeno carreto que fica em frente da aiveca e abraçado conjuntamente com o tirante, para efectivação das regulações de profundidades das lavouras. E a leiva (parte da terra cortada e revirada pelos órgãos activos da charrua) só pode ser classificada segundo a regulação pelo tirante, onde a roda guia sobe ou desce de acordo com a profundidade desejada. Resumidamente, a charrua de aiveca é constituída por vários elementos agrupados em parte activa e não activa. E constitui a parte activa:

A sega, que nem sempre esta presente, pois serve para rasgar a terra; Raspadeira, serve para efectuar uma raspagem da terra que fica colada no peito da

aiveca; Formão: é a ponta da relha ou bico que facilita a penetração da charrua na terra; Relha, que faz o corte da terra na forma horizontal, para posteriormente ser revirada

graças ao empurrão por peito da aiveca; Aiveca, que volta a leiva cortada pela relha.

A parte não activa é constituída por todos órgãos que fazem ligação das peças activas.

Principais regulações das charruas de aiveca

Nas charruas de aiveca as regulações são feitas pelo tirante e pelo comprimento da corrente.

1. Regulação pelo tirante/na roda guia:

O tirante é uma barra posicionada na forma oblíqua, fixado pela abraçadeira no chassis e na sua parte inferior esta fixada na haste que prove do eixo da roda guia duma forma móvel. Ao regular a profundidade dos sulcos através do tirante, regula-se automaticamente a roda guia. E quanto maior for a linha horizontal, maior será a altura da roda guia e a profundidade da lavoura.

2. Regulação pelo comprimento da corrente:

O comprimento da corrente que liga a charrua e a junta, determina a profundidade da lavoura. Para que uma lavoura seja regular, a charrua deve ser estabilizada durante o movimento, cujo comprimento normal da corrente deve ser entre 2,5-3cm. Sendo assim, largando ou encurtando a corrente estaremos a baixar ou levantar a aiveca e automaticamente diminuir ou aumentar a profundidade da lavoura; ou melhor:

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a) Quando a corrente for mais curta, a charrua vai subir b) Quando a corrente for mais larga, a charrua desce.

Com a subida demasiada, o corte da leiva não torna perfeito pois, a aiveca não tem capacidade de suportar a inclinação, deixando a relha a superfície. O comprimento do corrente mais largo para além de dificultar a penetração da charrua na terra, dificulta igualmente o controlo da junta pois, a junta estará mais distante do homem trabalhador.

RESUMO

Como já foi referido nos pontos anteriores que para regular a charrua, existem três pontos fundamentais a considerar nomeadamente: o ponto de engate; o centro de potência e o centro de resistência. E para manter a charrua em equilíbrio é preciso que os três pontos estejam em linha recta.

Se o ponto de engate (E) estar acima da linha que une o centro de potência, a charrua tende a ir mais fundo, até que o centro de resistência (R) fica mais alto ou com maior resistência, porque o esforço de cortar e voltar a terra é maior. E assim, os três pontos ficam alinhados; pelo contrário, se o ponto de engate está mais baixo, a charrua sobe até cortar a leiva mais delgada e assim o centro de resistência passa a ficar mais baixo ou menos resistente.

Principais manutenções

1. Manutenção diária: diariamente, antes de trabalhar com a alfaia, devem ser verificadas todas as peças e parafusos se estão apertados. E caso não estejam, aperta-las com ajuda das ferramentas do mecânico como por exemplo o uso das chaves.

2. Manutenção semanal: é necessário que em cada semana verificar as peças gastas e substituir se necessário; observar o estado do tirante; lubrificar de vez em quanto no eixo da roda guia.

3. Manutenção da campanha: no fim de cada campanha agrícola, a charrua deve ser calçada ou suspensa ao abrigo das chuvas e do sol para evitar a oxidação; ainda pode unta-la com óleo queimado sobre tudo na superfície da aiveca e da relha.

2.2. Tracção animal

Para completar o sentido da charrua de tracção animal, é necessário fazer um pequeno comentário sobre a tracção animal. Naturalmente é designada tracção animal ao

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arrastamento das alfaias (engenhos que não possuem motor e não utilizam combustível) e outros instrumentos através de animais.

O uso de animais como força de trabalho é prática muito antiga ou arcaica que começou antes de Cristo, quando foi descoberta a prática da agricultura, onde a grande caracterização é a utilização intensiva da força do Homem e animal.

Foram várias espécies de animais utilizadas na tracção desde o Cão até o elefante, mas os mais vulgares são: o Boi; Cavalo; o Burro; Camelo; Búfalo.

Já no século I e II no Império Romano começa uma civilização entre agricultura arcaica e moderna. E muito melhorado ainda na Inglaterra e Holanda no XVIII.

Salientar que até 1860, 80% do total da força do trabalho usando a tracção era bovina e que nos anos 90 (1970), subiu para 86%.

Vantagens do uso dos animais para tracção

O uso de animais para tracção pode aumentar a economia de uma região ao criar uma oportunidade de emprego (lavrar a terra e aplicar taxas de cobranças pelo serviço) para alem de:

Aumentar a área de cultivo e o rendimento da produção; Torna o trabalho de cultivo menos duro; Diminui o custo de produção pois, o investimento do capital é menor; Fácil aquisição de animais e equipamentos (os animais e equipamentos podem ser

adquiridos localmente); Podem ser usados os animais para várias operações: lavoura, gradagem, sachas,

colheitas e transporte.

Desvantagens

O uso dos animais para tracção possui algumas desvantagens pelo que;

Há maior perca de tempo, pois antes de trabalhar é necessário encontrar os animais e arreá-los a canga;

Exige muita paciência durante o trabalho assim como no treinamento.

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Selecção dos animais para tracção

Para além das características dos animais, temperamento e idade, existem alguns critérios de selecção dos animais destinados a tracção a ter em contas:

1. O número de animais: considerando que alguns animais podem ser rejeitados durante o treinamento e no trabalho (os animais com temperamento sanguíneo por exemplo, devem ser rejeitados!) então, convêm selecionar 2 ou 3 animais a mais.

2. Idade/característica etária: escolher animais novos e de preferência os castrados, que tenham o bom desenvolvimento físico e temperamento aceitável (animais mansos); no momento da selecção o gado deve ter 18-36 meses ou abaixo das idades. Animais acima de 36 meses devem ser evitados pois, raramente aceitam o treinamento.

3. Peso vivo corporal: o peso para animais de tracção é fundamental pois, indica a potência do animal. Recomenda-se 200kg no mínimo.

4. Conformação: o animal selecionado para exercer actividade de tracção deve ter patas bem conformados e não arqueados; os joelhos devem ser normais e que não se roçam; devem ter mesmas alturas ou aproximadas.

5. Saúde: para incorporar animais na tracção, deve rejeitar-se todos os que são portadores de deficiências auditivas, visual, respiratória, alimentar, mancaria ou andamitos.

6. Proveniência: os animais destinados os tracção devem ser de origem tropical ou com os cruzados. Exemplo: africânder e landim.

Treinamento e maneio dos animais de tracção

Como treinar os bois?

Escolher bis da mesma idade ou seja, tamanho a força igual ou aproximado. Antes de começar o treinamento, deve-se habituar os bois a estarem ao pé das pessoas (Homem e boi devem ser amigos);

Furar nariz para melhor comando. O furo deve ser feito usando objectos aguçados e esterilizados;

Atribui nome para cada boi que vai entrar no treinamento. Os nomes podem ser da região e mais curtos possíveis, que facilitem o pronunciamento e chamamento ex: chata; gonda; e.t.c.

Começar a ensinar alguns códigos de treinamento e uso da canga previamente preparada;

Apreender os bois que vão se treinados, na mesma canga durante 3 dias ou mais. E depois solta-los durante 3 ou mais;

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16 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

Coloque os animais a andar lado a lado e em linha recta;

Após alguns dias (6-7) dias, já quando os animais habituarem andar lado a lado, apreende-los uma corrente ou corda ao meio da canga e na outra extremidade fixe um pedaço de madeira com 40-50kg;

Quando os animais estiverem habituados a usar a canga e arrastar a madeira, ensine-os a andar em frente, a parar, a virar para direita e para esquerda; ensina-los também a entrar no sulco de modo a obedecer algumas palavras e regras, por exemplo:

a) Haia=em frente b) Mulindi=sulco c) Ima=parar d) Boswe=esquerda e) Muhoo=direita

Os vocabulários usados podem ser vários, desde que os animais aprendem facilmente e obedeçam. O início do treino e trabalho deve ser gradual, começando com trabalhos leve e depois pesados.

Arreá-los a canga e acopla-los uma charrua. No fim de cada trabalho, tirar a canga e deixa-los a descansar para recuperar a energia perdida.

Cuidados a ter com os bois

Nos trabalhos pesados como a lavoura, os bois não devem trabalhar mais de 5 horas;

Utilizar os bois nas horas frescas do dia;

Alimentar os bois muito bem com pastos e forragem, si possível suplementa-los. Por isso cada criador deve possuir um abanco forrageiro e água abundante-limpa;

Construir currais com material barato e combinados, uma parte para alberga-los dos ventos, chuvas e sol;

Cuidar da saúde dos animais fazendo todos maneios possíveis, incluindo vacinações e tratamentos.

2.3. Formação da canga

A canga é um conjunto de madeira devidamente preparada, com dimensionamento controlados para que os cangalhos encaixe ajustavelmente em cada pescoço do boi, de maneira a que os bois estejam lado a lado e apreendidos para não soltar.

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17 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

Na formação da canga o fabricante deve munir-se de algumas ferramentas como: o formão, o martelo, serrote e a catana para preparar a madeira e aplainar.

A canga é constituída de uma madeira lisa e cilíndrica em que nas suas extremidades são colocados 4 cangalhos (2 cangalhos de cada lado) e uma corda que se ajusta aos dois cangalhos; já na parte central da canga é fixada uma corrente e terminalmente um gancho.

2.4. Equipamento de reboque

Um dos problemas que o agricultor moçambicano enfrenta ao longo da produção é o transporte para escoamento dos seus produtos aos armazéns e lugares de comercialização. Com uso e conhecimento da tracção animal, os custos de transporte podem ser reduzidos consideravelmente pois, os animais podem acoplar e arrastar grandes quantidades de produtos no reboque, para além do uso de tractores, camiões que são máquinas que acarretam muitos custos.

Com o uso de carroças por exemplo, torna possível fornecer produtos da machamba aos retalhistas ou grossistas.

Existe um vasto grupo de reboques desde as caravanas; contentores, vagões, baris que não são suspensos apenas o seu deslocamento depende da força externa da máquina ou animal. A que destacar 2 tipos de reboques segundo os eixos que lhes compõem:

1. Reboque de um eixo: são dispositivos que podem ser considerados fracos quando comparados com os de dois eixos, mas são fáceis para manobrar, possuem um e único conjunto de molas e duas rodas geralmente.

2. Reboque de dois eixos: são dispositivos com alta capacidade de carregamento devido a sua potência elevada dos conjuntos de molas. Possui dois eixos portados por 4 rodas sendo difícil manipular; precisa de pessoas com alta adesão profissional.

Condições internas do dispositivo

O interior do reboque deve ser condicionado dependentemente do produto que vai transportar. No transporte de produtos agrícolas o dispositivo deve dispor sempre de um conforto para não machucar os produtos sobretudo quando transportado a granel, a palha ou serraduras podem fazer parte dos elementos que garantem o conforto. Importa também, o uso das caixas para arrumar os produtos por ser perecíveis e semi-pereciveis. E os

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18 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

reboques devem facilitar o processo de manuseamento e entrega de produtos com qualidade aos consumidores finais.

Os bordos e externamente devem apresentar uma imagem qualitativa (liso e limpo).

2.5. Estudo da grade

Após o trabalho de reviramento da leiva (lavoura), há uma armação de blocos de terra (torrões) que quando não desfeitos podem perturbar a actividade da sementeira, sobretudo quando se trata da sementeira mecanizada. Então, para evitar que aconteça a desproporcionalidade na sementeira e germinação, é introduzida uma alfaia agrícola para afofar o terreno, esta alfaia denomina-se: grade. E a actividade exercida por tal alfaia chama-se gradagem.

A gradagem tem como objectivos: destruir terrões e afofar o terreno; partir restolhos de culturas e nivelar o terreno; eliminar as ervas daninhas nos pomares; incorporar adubos ou correctivos no solo, como por exemplo: a incorporação de N-P-K 12-24-12; a incorporação de calcário para rectificar a acidez do solo; cobrir semente após o lançamento (quando a forma de sementeira é a lanço/espalhamento).

Divisão das grades

As grades são divididas por duas partes: Parte activa e não activa.

2.5.1. Classificação das grades

As grades podem ser classificadas de 4 formas fundamentais:

1. Quanto ao movimento dos órgãos activos (discos lisos ou recortados) podem ser: a) Rígidas ou fixas b) Flexíveis ou reversíveis c) Rodantes

Os discos lisos são geralmente usados em terrenos já trabalhados enquanto os discos recortados são usados em terrenos com vegetação (capim alto e pequenas raízes). Uma ou duas gradagens cruzadas equivale mais do que uma lavoura, pois na gradagem não acontece o reviramento da terra, para além de que as camadas do solo atacadas são minúsculas sem afectar outros horizontes, ainda a pulverização que faz, facilita que em

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19 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

pouco tempo ocorra a decomposição da matéria orgânica, pelo que as partículas tornam muito finas ajudando os agentes decompositores na elaboração de húmus.

2. Quanto a tracção podem ser: a) Tracção animal (utilização de bois, cavalos, burros; e.t.c) b) Tracção mecânica (utilização de tractores)

3. Quanto ao número de corpos (conjunto de discos) podem ser: a) Grades de 2 corpos (off – set/ grades geralmente leves); b) Grades de 4 corpos (tandem/grades geralmente pesadas).

4. Quanto ao acoplamento/ligação podem ser: a) Suspensas: aqueles em que o seu mecanismo de engate ocorre nos 3 pontos do

tractor, comandado pelas alavancas do tractor onde o peso da alfaia está quase inteiramente na máquina;

b) Semi-suspensas: aqui há uma distribuição do peso, uma parte para o tractor e outra para a alfaia.

c) Rebocadas: o peso está sobre a própria grade, a máquina apenas arrasta a alfaia e nunca suspende, a alfaia apresenta rodas disposto em dois eixos. O funcionamento desta depende fundamentalmente da presença do óleo hidráulico.

Regulação

Regulação quanto, a profundidade do trabalho:

Este tipo é feito por alavancas de controlo hidráulico, as alavancas encontram-se na cabine de comando, quando encontrada a profundidade desejada trava-se a alavanca, ficando apenas o controlo da alavanca de suspensão para levantar e baixar a grade.

Regulação por ângulo da grade:

Geralmente a grade já vem pronta, mas pode-se desejar uma outras profundidades dependendo do tipo de solo que se pretende trabalhar! Em solos leves por exemplo pode-se fechar o ângulo da grade, pois não tem dificuldades de penetrar e poupa o esforço que o tractor deveria fazer pela profundidade maior; para trabalhar em solos pesados e duros, abre-se o ângulo para a grade afundar.

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20 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

Questionário

1. Numa só palavra. Qual seria o verdadeiro sentido da tracção? 2. Porquê a designação ‘tracção animal’? 3. Mencione pelo menos 12 espécies de animais que podem participar na tracção. 4. Uma das vantagens do uso da tracção animal é a diminuição do custo de produção,

pelo que o investimento do capital é menor. a) Comente a afirmação b) Quais são os investimentos necessários para a tracção ocorrer com perfeição? 5. A paciência durante o trabalho assim como no treinamento, constitui uma

desvantagem na tracção animal. a) Como ultrapassar a dificuldade descrita? 6. Indique sequencialmente os critérios para seleccionar animais para tracção. 7. Qual é a influência do peso vivo corporal para animal de tracção? 8. Quais são as razoes da rejeição dos animais mal conformados? 9. Por que razão, os animais com idade acima de 36 meses raramente aceitam o

treinamento? 10. Indique 4 passos fundamentais no treinamento dos animais. 11. Quais são os essenciais cuidados a ter com os bois? 12. Trabalho em grupos de 3.(formar uma canga). 13. Define lavoura e seus objectivos. 14. Quais são as charruas vulgarmente conhecidas na área agrícola? 15. Classifique as charruas quanto a tracção. 16. Quais são os objectivos da charrua ao realizar trabalho? 17. Como é que a charrua chega a eliminar as pragas? 18. O que são terrões e como são formados? 19. Na tracção mecânica é vulgarmente conhecida a charrua de discos. Justifique a

afirmação. 20. Em quantas partes esta dividida a charrua de discos? Quais? 21. Caracterize o disco de uma charrua. 22. Identifique os objectivos da regulação das charruas. 23. Indique os três pontos que mantém a charrua em equilíbrio. 24. Quais são as formas correntes da regulação das charruas. 25. Que diferenças existem entre a charrua de disco e da aiveca? 26. Fale da constituição da charrua de aiveca de tracção animal. 27. Qual é a função da aiveca na charrua? 28. Como é feita a regulação nas charruas de aiveca? 29. Como é feita a manutenção semanal nas charruas de aiveca? 30. Mencione os verdadeiros motivos da utilização da grade. 31. Qual é a definição da gradagem?

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21 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

32. Quais são os objectivos da gradagem? 33. Quando é que a grade serve para cobrir sementes?De quantas formas pode-se

classificar as grades? Quais. 34. Classifique as grades segundo o acoplamento. 35. Como descobrir que a grade esta semi-suspensa? 36. Explique como é feita a regulação da grade quando se pretende uma determinada

profundidade de trabalho. 37. O S.r Manuel possui 2ha de machamba onde rende por campanha 1.5toneladas de

milho da variedade matuba. Fica claro que o rendimento por área é baixo! Mas pela conversa que fez com o técnico indica que existem áreas que se alagam e encharca o milho.

a) Que prática cultural poderá lhe ajudar a minimizar as perdas do milho por encharcamento?

b) Qual seria a alfaia aconselhável para a prática?

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22 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

III MÓDULO: BENEFÍCIOS ECONÓMICOS DAS ALFAIAS E MÁQUINAS

3. Sugestão de horas de leccionação: 20 horas

Objectivos/ Competências esperados:

Utilizar os pulverizadores na eliminação dos infestantes do campo agro-pecuário;

Aplicar a calda tomando em observância os aspectos dos acidentes ambientais;

Praticar o nivelamento no terreno, tendo em conta a pendência, para que este não cause o lixiviamento;

Unir vários pontos do terreno; Saber abrir regos que garantem a distribuição água e conservação da

humidade; Determinar a partir da regulação dos discos a densidade da sementeira; Calibrar as profundidades de trabalho da sementeira

3.1. Pulverizadores

Os pulverizadores são equipamentos usados em largas medidas para o controlo, combate e prevenção do aparecimento das pragas e doenças em culturas produzidas. Os pulverizadores são também usados para eliminação das ervas daninhas no combate químico.

Na pecuária são usados para desparasitação externa, por exemplo nos banhos caracicidas de modo a que a calda de pesticida preparada faça a eliminação das parasitas.

Uma distribuição rigorosa e uniforme é importante, dado que uma aplicação excessiva pode prejudicar as plantas ou animais em causa enquanto, uma aplicação deficiente além de perder a eficiência, desperdiça o produto químico.

Tipos de pulverizadores

Existem vários tipos de pulverizadores, mas apenas vamos destacar 2 (dois)

1. Pulverizador do dorso ou de muchila 2. Pulverizador de alta pressão

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23 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

Nos pulverizadores de muchila, o comando da bomba é manual e as bombas podem ser de: diafragma e de pistão.

Nos pulverizadores cujo funcionamento depende do motor, distribui o liquido em forma de gotas muito finas do que os pulverizadores normais. Os pulverizadores de muchila são utilizados para pequenas áreas e fazer tratamentos localizados.

Capacidade dos pulverizadores do dorso

A capacidade de depósito por cada pulverizador é variável até 20 litros. E quanto ao material do fabrico os pulverizadores pode ser de:

a) Plástico b) Platão c) Aço inoxidável

3.1.2. Constituição dos pulverizadores dorsais de bomba de diafragma

1. Bomba de diafragma 2. Cilindro de pressão 3. Manípulo de saída 4. Válvula de controlo 5. Injector 6. Haste 7. Manómetro 8. Tampa 9. Filtro 10. Manípulo de operação 11. Segurança-bandes.

Pulverizador de bomba mecânica

O pulverizador de bomba mecânica/de alta pressão, possui um depósito com capacidade de 100-1400 litros. Também é fabricado de material inoxidável onde a largura do trabalho depende dos modelos ou fabricantes.

O pulverizador de alta pressão é destinado a pulverizar em grandes áreas e a culturas de baixo, médio e alto porte.

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24 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

Constituição de pulverizador com bomba accionada na a.t.f

1. Injectores 5. Válvula de regulação 9. Tanque 2. Haste 6. Bomba mecânica 10. filtro 3. Filtro 7. Filtro 11. tampa 4. Manómetro 8. Tubo de retorno

3.1.3. Cuidados a ter com pulverizadores

Antes de prestar o trabalho de pulverização, deve ser verificado todos componentes se estão em perfeitas condições, sobretudo as bombas, os Injectores, válvulas e filtros. Caso não se encontre em condições para o trabalho ocorrer o arranjo imediato;

Testar a forma de injecção usando a água antes de utilizar a calda, para melhor fazer o cálculo da calda que vai-se gastar por área; Lavar o pulverizador antes e depois do uso, pois pode não se ter a certeza do produto que se usou anteriormente; Fazer a limpeza de outros equipamentos que acompanham o processo da pulverização (botas, luvas, capas e máscara); Os despojos ou o material de limpeza não devem ser eliminados nos rios, nem junto as torneiras, poços ou outras fontes de abeberamento; A preparação da calda e a lavagem dos equipamentos devem ocorrer em lugares de difícil acesso as crianças e animais; Calibrar os bicos, os Injectores segundo o propósito da pulverização (jatos finos ou grossos); Verificar a posição dos ventos evitando a toxicidade (Homem) e a fito-toxicidade (plantas); Não pulverizar nos dias nublados, ventos fortes e chuvas para evitar o drifting; Preparar a calda, após aplicação dos equipamentos de protecção individual (I.P.I).

3.2. Niveladora

Quando se faz a pulverização do solo pela utilização da grade, as oxilaçoes do terreno permanecem em partes que possuem, assim verifica-se um desnível. A mecanização utiliza uma alfaia agrícola que determina o relevo do terreno denominada niveladora, por outras palavras a niveladora serve para manter o solo a mesma altura.

O conhecimento do relevo do terreno permite a sua classificação em relação a sua aptidão para receber as diferentes operações agrícolas e determinar o risco no solo quanto a

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25 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

susceptibilidade à erosão eólica e hídrica. O solo bem nivelado racionaliza o consumo de água das regas e das chuvas.

Resumidamente o nivelamento tem seguintes objectivos:

Determinar a diferença de nível ou altura entre dois pontos do terreno; Evitar encharcamento no solo; Reduzir risco de erosão; Racionalizar a água das regas e chuvas; Modificar a textura e estrutura do solo.

Formas de nivelamento

Podem ser distinguidas duas formas de nivelar o terreno: Forma manual e mecânica.

3.2.2. Tipos de nivelamento

Há em geral 2 tipos de nivelamentos a saber:

1. Nivelamento verdadeiro: o nivelamento verdadeiro é aquele que tem como referência o nível médio das águas do mar. E serve para determinar a altitude ou nível absoluto.

2. Nivelamento aparente: este toma como nível de referência qualquer ponto ou superfície do terreno. Serve para determinar cotas ou alturas relativas.

O nivelamento aparente é a base utilizada na agricultura, pois no ramo agrícola há pretensão de nivelar apenas as áreas de cultivo, neste contesto se eliminam os termiteiros e as valas, deixando o terreno plano.

Quando o sistema de produção é condicionado para irrigação por gravidade, deve-se considerar uma pendência de 0,1 à 0,5cm no máximo. As pendências maiores que 0,5cm condicionam o lixiviamento ou run off e ao mesmo tempo desproporcionalidade de nutrientes no solo; dificuldades no desenvolvimento das plantas.

3.3. Sulcadora

A sulcadora ou simplesmente abre-regos é uma alfaia destinada a abrir valas de irrigação quando se trata do sistema de irrigação por gravidade ou por correntio. Com a sulcadora é possível desempenhar ao mesmo tempo que se faz a sulcagem com a cultura em campo, a eliminação das ervas daninhas e amontoa.

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26 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

Na cultura do arroz, há produção de marachas, deixando o terreno em travessas para uma irrigação por inundação.

A sulcadora é disposta de forma muito simples em que o chassis apenas suporta a coluna e o bico com formato de um vê. Ao longo do chassis podem ser aprumados vários bicos dependendo da capacidade de tracção do tractor; os bicos são rígidos capazes de furar e separar o solo deixando uma vala, cada bico corresponde a um sulco no terreno.

Subsoladora/surriba

Subsoladora é uma conjuntura de lâminas ou facas ao longo do chassis, que cortam o solo sem remexe-lo (subsolagem). É uma alfaia agrícola importante para os solos virgens e naturalmente duros, com dificuldade de trabalhar a charrua; pois os solos que nunca foram trabalhados e os que bastantemente foram trabalhados ocorrem formação da crosta dura, que dificulta a circulação do ar e infiltração da água.

Quando a surriba rasga o solo, existe a possibilidade de aeração e com a presença das chuvas não ocorre encharcamento ou acumulação da água em pontos localizados (existe uma infiltração da água). E posteriormente facilidade das lavouras.

3.4. A semeadora

A semeadora é uma alfaia ou maquinaria agrícola considerada de múltipla função, porque para alem de distribuir sementes, ao mesmo tempo abre regos e linhas, lança semente e tapa. Com a utilização da semeadora as densidades são sempre óptimas segundo a calibração do disco de sementes e a velocidade da máquina.

Finalidades da semeadora

A semeadora tem como finalidades máximas de:

Colocar a semente no solo; Produzir em perfeita germinação, através da distribuição da semente em

profundidades e datas uniformes; Optimizar a densidade populacional das plantas através de compassos e números de

sementes distribuídos; Uniformiza a quantidade do solo que cobre a semente.

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27 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

Benefícios económicos das semeadoras

As finalidades da semeadora criam os benefícios económicos na utilização pelo que, a humidade do solo é aproveitada no máximo através da sementeira em menos tempo; o dispêndio da força de trabalho é menor (diminui a contratação dos eventuais).

Classificação das semeadoras

As semeadoras podem ser classificadas em 2 aspectos:

1. Classificação segundo a entrega da semente no solo. Podem ser: a) Em linha; b) Precisão; c) A lanço.

2. Classificação segundo o ajustamento no tractor a) De arrasto; b) Integral

TIPOS DE SEMESDORAS: mecânica e manual.

3.4.1. Composição da semeadora

A semeadora é composta por principais partes seguintes:

1. Chassis/quadro: órgão que suporta todos elementos da alfaia ou máquina e seus mecanismos.

2. Barra de tracção: parte de engate onde é acoplada a semeadora para o avanço no trabalho.

3. Mecanismo de suspensão: conjunto de órgãos que fazem subir e descer os elementos de trabalho.

4. Mecanismo de distribuição da semente e adubos 5. Tremonha: tampa que fecha o cubo para evitar a molha da semente 6. Abre regos: é uma lâmina que corta o solo deixando sulco para deposição da

semente 7. Riscadores: são hastes dotadas de pequenos discos circulantes (um disco de cada

lado) com objectivo de fazer traçados laterais que determinam o espaçamento entre linha.

8. Carretos: são pequenas rodas sulcadas ao meio, que facilita a cobertura da semente no acto da sementeira (tapa sementes)

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9. Lamina gradadora: é um disco cortante, situado parte anterior do abre rego, que tem como a função de destruir torrões verticalmente.

10. Corrente: elemento que acciona os carretos através das cremalheiras dispostas em coligações, entre o disco de densidade da semente, adubo e carretos de cobertura

11. Disco de densidade: é um disco com orifícios em sua volta que garantem a saída da semente quando a máquina se encontrar em marcha. O disco fica montado no interior da bacia/cubo onde é depositada a semente. E serve para calibrar a quantidade da semente que cai por cada distância estimada.

Regulação das semeadoras

As semeadoras podem ser afinadas por três formas:

1. Regulação por afastamento dos órgãos: a distância entre sulcos pode ser conseguida pelo afastamento ou aproximação dos mecanismos de distribuição da semente.

2. Riscadores: largando ou encurtando o haste do riscador pode ser regulada a semeadora quanto as linhas pretendidas

3. Disco de densidade: a distância e a quantidade de semente que vai cair nos regos, dependerá do diâmetro dos orifícios em volta do disco e suas aproximações.

Questionário

1. Dos tipos de nivelamentos. Qual é o mais corrente nos campos agrícolas? 2. Identifique a escala das pendências recomendáveis em campos de produção com o

sistema de irrigação a gravidade. 3. Indique as actividades exercidas por sulcador. 4. Qual é a disposição real do sulcador? 5. Qual é o impacto da utilização da surriba? 6. Diferencie máquina das alfaias. 7. Quais são as finalidades máximas da semeadora? 8. Explique a possibilidade de Optimizar a densidade populacional das plantas

utilizando a semeadora. 9. Quais são os benefícios económicos da utilização da semeadora? 10. Classifique as semeadoras segundo a entrega da semente no solo. 11. Na composição da semeadora. Qual é a função da tremonha e do disco de densidade? 12. Como é feita a regulação da semeadora por afastamento dos órgãos? 13. Define pulverização. 14. Quais são os pulverizadores mais correntes na agricultura? 15. Qual é a capacidade máxima dos pulverizadores de mochila? Justifique.

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29 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

16. Qual é o destino do pulverizador de alta pressão? 17. Qual é a importância do filtro nos pulverizadores? 18. Faça uma descrição dos cuidados a ter com os pulverizadores? 19. Porque se deve evitar pulverizações com intempéries? 20. Porque a utilização dos e.p.i no acto da pulverização é importante?

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CONSTITUIDO POR 4 MÓDULOS:

Tractor e sua estruturação; A caixa de velocidade e ponte traseiro; Ferramentas do mecânico; Ajustamento das peças.

SEGUNDO (2º) NÍVEL

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1 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

I MÓDULO: TRACTOR E SUA ESTRUTURAÇÃO Sugestão de horas de horas de leccionação: 15 horas

1. OBJECTIVOS/COMPETÊNCIAS ESPERADOS: Estruturar os tractores agrícolas duma forma generalizada,

classificando-os segundo o destino; Classificar, fazendo uma distinção os motores pela essência; Manipular os elementos da cabine de comando;

1.1. Mecanização A mecanização contrariamente a outras disciplinas industriais tais como a electrotecnia trabalha com conjuntos desmontáveis, de modo a que um motor possa ser desmontado completamente e depois unido por meio de peças.

A mecanização agrícola é o processo de utilização das máquinas e alfaias nos campos de produção. A utilização do tractor como uma máquina agrícola é uma forma de reduzir bastantemente a perda de grande força do Homem e mostrar uma evolução tecnológica, o que tem sido a garantia da produção com eficiência.

O tractor é uma máquina que se desloca com seus próprios meios (activos e não activos), com finalidades de:

Transportar produtos agro-pecuários (adubos, estercos, milho, e.t.c) Rebocar alfaias e máquinas, rebocar atrelados Accionar outras máquinas através da A.T.F (Arvore da Tomada de Forças) Suspender algumas alfaias.

Classificação dos tractores

Segundo o destino os tractores podem ser:

a) Tractores agrícolas

Os tractores agrícolas podem ser:

i. Gerais: os que são utilizados em todos trabalhos agrícolas normais; ii. Específicos: realizam trabalhos específicos. Ex: trabalho nas zonas montanhosas,

pantanosas, e.t.c; iii. Universais: são tractores que podem realizar todos trabalhos agrícolas e industriais.

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2 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

b) Tractores industriais: os tractores industriais são usados nos trabalhos pesados como nas escavações, destroncas, reabilitação de estradas, carregamento de contentores, evacuação do lixo, e.t.c. estes então, podem ser designados máquinas pesadas.

Estrutura do tractor

Duma forma geral, o tractor esta estruturado em:

a) Motor: parte que transforma energia química em energia mecânica, colocando o tractor em movimento junto a outros mecanismos nele unidos;

b) Transmissor de forças; c) Trem de rodagem: parte responsável para o tractor deslocar; d) Equipamento útil/auxiliar: transmite movimento rotativo a outras máquinas e seu

acoplamento. Esses equipamentos podem ser: a) Sistema hidráulico: para suspender alfaias b) A.T.F: transmite força a outras máquinas; c) Barra de tracção: para engatar outras máquinas e alfaias e rebocar.

5. Mecanismo de comando: encontra-se na cabina de comando. E aqui encontramos: a) O volante b) Acento do operador c) Interruptores de iluminação d) Pedais e) Alavancas f) Painéis de informação

Todos elementos tem objectivos de: pôr o motor em funcionamento; controlar o funcionamento e fazer deslocar a máquina para o trabalho.

1.2. O MOTOR O motor é a parte que transforma a energia química em energia mecânica desejada para uma máquina mover. O motor é composto por parte móvel e fixa.

A parte móvel é composta por: 1.pistão; 2.cambota; 3.biela; 4.hastes; 5.volante; 6.balanceiros; 7.válvulas; 8.veio de cames.

A parte fixa é composta por: 1.cabeça; 2.bloco; 3.carter; 4.cilindro; 5.injectores; 6.bomba Injector; 7.câmara de refrigeração; 8. Vela de aquecimento.

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3 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

Classificação dos motores

Os motores podem ser classificados em 4 componentes fundamentais destacadamente:

1. Classificação dos motores segundo o combustível usado pode ser: a) Motor a gás; b) Motor a gasóleo; c) Motor a gasolina.

2. Classificação segundo a utilização do combustível pode ser: a) Motor de combustão; b) Motor de explosão.

3. Classificação quanto ao número de passeios que compõem o cilindro pode ser: a) Motor de 2 tempos; b) Motor de 4 tempos (admissão, compressão, combustão, escape).

4. Classificação quanto ao número de cilindros pode ser: a) Mono cilíndrico; b) Poli cilíndrico.

1.3. CABINE DE COMANDO Principais pedais no tractor

Existe 3 principais pedais no tractor agrícola normal, embora haja outros de menor relevância: pedal de embriaguem; travões e de aceleração. Aqui o operador usa pés para accionamento.

Principais alavancas

Em geral as alavancas são accionadas a mão, sendo as alavancas de redução e de câmbio para mudanças de engrenagens e são as mais correntes na utilização. Existem também as alavancas de aceleração (acelerador de mão); os reguladores da sementeira e outras actividades; e travão de estacionamento/estrangulador.

Principais painéis de informação

Os painéis de informação são guiões que ilustram o funcionamento de cada parte/sistema que compõe a máquina/motor. O operador da máquina deve sempre estar atento nas informações do motor para que não aconteça danos na máquina, por exemplo no processo de refrigeração do motor existe o manómetro de temperatura que indica o aquecimento do motor! E quando o operador notar a situação pode refrigerar o motor com água.

Existem vários manómetros que podem ser encontrados nas viaturas como por exemplo:

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4 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

Manómetro de velocidade – há ilustração sobre as engrenagens em funcionamento e a aceleração tomada;

Manómetro de combustível – há ilustração da quantidade de combustível existente no reservatório ou no tanque capaz de ser injectado para o motor, e caso haja insuficiência existe uma barra vermelha que o ponteiro indica.

Assim, a bateria; a cinta de segurança; o óleo do motor; a falta de água no radiador; as portas abertas e outros problemas podem ser distinguidos antes que operador vá na peça com problemas.

Principais interruptores

Os interruptores duma forma generalizada servem como alertador visual ou auditivo, como guia de estacionamento ou de presença, encandeamento, guia de desvio, buzina, canal de ignição, choque- que permite desligar o motor.

Pedal de embriaguem

O pedal de embriaguem encontra-se na cabina de comando, é feito de cremolas (pratos de molas) que facilita a sua substituição em casos de desgaste ou queimadura.

Funções

O pedal de embriaguem serve para ligar e desligar temporariamente a transmissão do movimento do motor;

Permite o arranque suave da máquina; Combinar as velocidades.

O tipo de embriaguem aplicado nos tractores, devido ao disco de embriaguem cremolado, denomina-se por: mecânica de fricção.

Composição do pedal de embriaguem

O pedal de embriaguem é composto por:

1. Pedal; 2.Tirante; 3. Forquilha; 4.Rolamento de encosto; 5.Prato de molas; 6. Disco de pressão; 7. Volante do motor; 8. Disco de embriaguem; 9. Cofre; 10.cremalheira; 11. Veio primário.

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5 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

Funcionamento do pedal embriague

Quando se pisa o pedal de embriaguem, por intermédio do tirante e alavancas, a força é transmitida para forquilha. E esta por sua vez, ao rolamento de encosto, o que acciona as antenas e puxam consigo o disco de pressão deixando livre o disco de embriaguem, assim desliga-se o movimento de transmissão da força do motor à caixa de velocidade.

Soltando o pedal, pela acção das molas, o disco de pressão aperta o disco de embriaguem contra o volante, transmitindo assim o movimento à caixa de velocidade através do veio primário.

Resumidamente, a carga do piso é directamente proporcional a diminuição da velocidade.

Travões

Os travões fazem parte dos elementos da cabina de comando. São pedais que têm uma acção directa nas rodas motrizes do tractor para efectuar paragens do movimento das máquinas.

Classificação dos travões segundo a acção

Segundo a acção, os travões podem ser: travões de acção mecânica e travões hidráulicos.

Para a suavidade, os travões funcionam com um tipo de óleo chamado óleo de travão.

Tipos de travões

Nos tractores existem 2 tipos de travões, ambos actuam no sistema combinado de engrenagem até a caixa de velocidade.

1. Travão de mãos: este tipo é também denominado travão de estacionamento, é comandado por uma alavanca de mão que actua sobre as rodas motrizes, de modo a que estes não deslizem nas pendências ou em qualquer topografia do terreno.

2. Travão em pedal: é o tipo mais usado durante condução. Usa-se em casos de emergência, quando se observa um obstáculo, declive na paragem, e.t.c.

O accionamento do travão deve ser acompanhado em certos casos com câmbios das velocidades, fazendo mudanças de engrenagens.

O piso no travão diminui directamente a velocidade do motor.

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6 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

Pedal de aceleração

O pedal de aceleração ou simplesmente acelerador é um elemento que proporcionam o aumento e diminuição da velocidade da máquina. A aceleração é combinada com as mudanças das engrenagens; isto é, só pode arrancar a máquina quando cambiada a alavanca para mudar algumas engrenagens. Por meio do acelerador se aumenta a força do motor e automaticamente a velocidade da máquina.

Funcionamento

O pedal de aceleração actua directamente com o câmbio das velocidades ou mudança de engrenagens, ou seja: quanto mais forte for o piso no pedal, maior será a força e a velocidade da máquina e quanto menor é o piso no pedal, diminuir-se-á velocidade da máquina.

O movimento inicial da máquina não depende fundamentalmente do pedal de aceleração, mas das engrenagens, portanto quando a máquina estiver em movimento é importante que se acelere para impulsionar vários mecanismos do motor em funcionamento.

O acelerador é um órgão independente que pode não ser combinado com outros pedais em simultâneo; por isso, não se recomenda acelerar quando se pretende embriar ou travar.

1.4. QUESTIONÁRIO

1. Na utilização do tractor a que destacar algumas finalidades, uma das quais é o transporte dos produtos agro-pecuário.

a) Mencione 5 produtos agrícolas e 5 pecuários que o tractor é capaz de transportar. b) Classifique os tractores segundo o destino c) Porque razão os tractores são designados universais? d) Como são chamados os tractores que trabalham para a reabilitação de estradas? 2. Na estruturação dos tractores. Qual é a função do motor? 3. Quais são os objectivos de todos elementos estruturais do tractor? 4. O tractor é composto de partes móveis e fixas. a) Identifique os elementos que fazem parte fixa do motor 5. Classifique os motores quanto a utilização do combustível 6. Qual é a finalidade do painel de informação nos tractores? 7. Quais são os manómetros importantes que podem ser encontrados nas viaturas?

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7 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

8. Os pedais desempenham papéis importantes na condução. Quais as funções do pedal de embriaguem?

b) Qual é a denominação de embriaguem aplicado nos tractores? c) Descreva os elementos que fazem parte do pedal de embriaguem d) Fale do funcionamento do pedal de embriaguem. 9. Classifique os travões segundo a acção. 10. Fale do funcionamento dos travões. 11. Como funciona o pedal de aceleração?

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8 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

II MÓDULO: A CAIXA DE VELOCIDADE E PONTE TRASEIRO Sugestão de horas de leccionação: 10 horas

2. OBJECTIVOS/ COMPETÊNCIAS ESPERADOS: Descrever de forma generalizada os elementos e funcionamento da

caixa de velocidades; Direccionar as barras e rodas traseiras para o acoplamento das alfaias; Alinhar a máquina para acoplamento;

2.1. A caixa de velocidade A caixa de velocidades é o órgão de grande importância na locomoção de uma máquina, onde todos pedais e alavancas são comandados internamente e que apenas as acções se verificam com a locomoção.

Função da caixa de velocidade

A caixa de velocidades juntamente com outros mecanismos tem a função de:

Aumentar e diminuir a potência do motor; da caixa de velocidades obtém-se as baixas e altas velocidades quando alteradas as engrenagens.

A obtenção das velocidades descritas depende da manipulação das alavancas de câmbio e redução.

Constituição da caixa de velocidades

A caixa de velocidades é composta por 3 partes de maneira mais generalizada: 2 alavancas; 3 veios e sincronizador.

Nomeadamente: 1.veio primário; 2. Veio secundário; 3.veio intermediário; 4.alavanca de câmbio; 5.alavanca de redução; 6.sincronizador.

Tipos de caixas e óleo usado

Existem 2 tipos de caixas de velocidade nos tractores a saber:

Caixas sincronizadas e caixas silenciosas. Em ambas caixas usa-se o óleo 90 ou simplesmente óleo de caixa.

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9 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

Funcionamento da caixa

A força do motor é inversamente a velocidade da caixa, isto é; quanto maior for a força/peso do motor, menor será a velocidade. E quanto menor for a força do motor menor é o peso do mesmo, mas a velocidade da máquina é maior. As acções das proporcionalidades descritas são verificadas pelas mudanças de engrenagens.

Com o câmbio baixo das alavancas leva o motor a ter maior força e consequentemente baixa a velocidade da máquina. Por exemplo: se cambiamos a engrenagem da primeira, o motor tem mais peso sobre a caixa de velocidade e sendo ao mesmo tempo reduzida a velocidade da marcha.

2.2. PONTE TRASEIRA DOS TRACTORES A ponte traseira serve para transmitir movimento de torção transmitido pelo veio secundário da caixa de velocidade através da transmissão principal as rodas motrizes.

Composição da ponte traseira

A ponte traseira é composta por: transmissão principal ou final e o diferencial.

1. Transmissão final: é a parte que recebe movimento do diferencial e transmite através do semi-eixo as rodas motrizes.

2. Diferencial: é o conjunto de engrenagens que transmitem movimento do veio de transmissão ao semi-eixo das rodas motrizes.

O diferencial permite que as rodas girem em velocidades diferentes ao efectuar as viragens (ao fazer uma curva), as rodas exteriores rodam mais depressa do que as interiores. Esta acção acontece graças a satélites e planetários.

Sistema hidráulico

O sistema hidráulico é automático para o levantamento dos três pontos de engate/suspensão que mantém-se constante. E efectuar as correcções automáticas de acordo com a topografia do terreno e a consistência do solo.

Levanta e baixa as alfaias através do cilindro que se encontra no interior.

Constituição do sistema hidráulico

O sistema hidráulico é constituído por:

Tanque de óleo Bomba de óleo

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10 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

Cilindro hidráulico de força Repartidor e tubos flexíveis.

Acoplamento das charruas fixas

Para acoplar a charrua ao tractor, primeiro deve-se escolher um local plano e depois proceder da mesma forma que as charruas de aiveca ou seja:

Primeiro engatar a barra a esquerda do hidráulico e colocar a cavilha;

Segundo, engatar o terceiro ponto através do topolim e colocar a cavilha;

Terceiro, engatar a barra direita do hidráulico e com auxílio da manivela niveladora e colocar a cavilha.

Sempre usar a ordem inversa para desacoplar a charrua.

Afinações

Após o engate, deve-se verificar a horizontalidade da charrua sobretudo os discos, de modo a que estes se encontre na mesma linha ou nivelado e não inclinado; esta operação é feita por alargamento ou encurtamento por manivela da barra direita ou por utilização dos esticadores. A afinação na verticalidade para a profundidade no solo é feita através do terceiro ponto (topolim).

2.3. QUESTIONÁRIO

1. Descreva as funções da caixa de velocidades 2. Fale do funcionamento da caixa de velocidades 3. Qual é a função do diferencial no ponto traseiro dos tractores? 4. Que realização efectiva o sistema hidráulico nos tractores? 5. Como acoplar as charruas fixas ao tractor?

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11 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

III MÓDULO: FERRAMENTAS DO MECÂNICO Sugestão de horas de leccionação: 10 horas

3. OBJECTIVOS/ COMPETÊNICAS ESPERADOS: Reunir as ferramentas e aplica-los de acordo com a sua funcionalidade; Aplicar as regras de segurança durante a utilização das ferramentas; Ajustar as peças mecânicas durante a mecanização;

3.1. CARACTERISTICAS

O Homem tem vindo a fabricar ferramentas desde os tempos mais remotos, chegando até hoje sem demasiadas mudanças, mas tendo como referência os seus órgãos. Por isso, nas ferramentas do mecânico encontramos todos elementos que apoiam o Homem nos trabalhos da mecânica, ex: as chaves; alicates; pinças; martelos; escopos; e.t.c. Alguns podem ser observados como um prolongamento das características físicas do Homem, como os dedos, as mãos e inclusive os braços, para com eles conseguir multiplicar a força destes órgãos. Com efeito, o Homem pode agarrar objectos com uma força relativamente débil mas, pode fabricar artefacto mediante o qual multiplique a força das suas mãos, tal como acontece com alicates ou com a pinça que se forma entre os dedos indicador e polegar por meio das chaves que se ajustam fortemente sobre aquilo que se trata de apertar.

CHAVE

A chave é uma barra rígida que se utiliza como alavanca, em que um dos extremos pode fixar a porca ou cabeça do parafuso. E accionando a chave para direita ou para esquerda se consegue enroscar ou desenroscar respectivamente.

Importância das chaves

As chaves servem para ajustar as peças da mecânica, apertando ou desapertando; Multiplicar a força do homem por meio da alavanca; Agarrar e enroscar ou desenroscar os parafusos e porcas; Apoia na montagem e desmontagem do motor.

As chaves são consideradas ferramentas de mão na mecânica, para montagem e desmontagem das peças. Estas operações podem ser complicadas! Obrigando algumas modificações sobre as uniões fixas, por isso as operações podem ser determinadas por: desaparafusar e aparafusar; agarrar ou fixar; golpear; retirar o material e cortar; marcar e medir; soldar material; fazer orifícios ou furos com broca. Esta operação tem em conta as

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ferramentas necessárias para as efectuar, podendo ser: as chaves; martelos; folha de serra; berbequim; paquímetro; e.t.c.

Tipos de chaves

Existem várias chaves para uma operação na mecânica tais como:

1. Chaves de parafusos: Neste tipo de chaves são destacadas as chaves de ponta lisa e as chaves de ponta em fenda cruzada. As chaves de pontas são usadas em parafusos com cabeça de ranhura.

2. Chaves ajustáveis: são chaves que servem para muitas medidas de cabeças de parafusos, basta ajustar a chave. Ex: chave-inglesa.

3. Chaves fixas: são ferramentas fundamentais do mecânico, com diferentes números de bocas formando uma família. Ex: chave 14; quer dizer a boca corresponde a medida em 14mm.

4. Chaves de luneta: estas abrem todo perímetro do parafuso, apoiando-se em todas suas faces e não podem danificar os cantos formados pelo hexágono. Estas chaves são as melhores que as demais mas, não é sempre que é usada, sobretudo quando o parafuso não dispõe de espaço a sua volta para permitir que o cubo assente na sua cabeça.

5. Chaves de cubo: servem para atacar parafusos ou porcas que encontram-se colocadas em concavidades de certas profundidades, que não é possível aplicação de uma chave fixa nem de luneta. Ex: chave de velas.

6. Chaves especiais: para parafusos especiais ou que se encontram a uma profundidade no motor. Ex: chave de allen; chave dinamométrica; chave de caixa.

Alicate

É um mordente de mão com varias utilidades. O tipo mais corrente é chamado universal, que tem uma parte com a possibilidade de agarrar superfície plana; pelo centro, corpos redondos; e finalmente dispõem de uma zona de corte. Ex: o alicate pode cortar cabos, montar e desmontar parafusos embora não seja perfeito, mas usa-se em caso de emergência.

Alicate de grifos

É uma ferramenta também muito corrente como o alicate universal que pode agarrar ou fixar peças. Tem a vantagem de substituir as chaves fixas. A boca do alicate de grifos tem variadas aberturas correspondentes ao número da cabeça do parafuso ou porca.

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13 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

Martelo

Ferramenta fundamental para golpear peças adequadas, isto é depois de uma avaliação para não danificar o justo.

O martelo mais aconselhável é sempre o chamado de cabeça brando.

Paquimetro

É uma ferramenta capaz de medir com toda exactidão as décimas de milímetros. O paquímetro recebe também o nome de calibre.

O paquímetro é constituído de uma régua graduada num dos extremos da qual tem uma patilha em forma de ângulo recto guarnecida de uma outra patilha, na qual está montada uma pequena régua ou nónio que serve para fazer leitura de distância que media entre as patilhas quando estão separadas.

Palpa-folgas

São pequenas lâminas de aço, com uma espessura perfeitamente calibrada, que se pode introduzir entre as superfícies de duas peças contíguas cuja separação se deseja medir. Geralmente estão dispostas em jogos de lâminas; todas elas de diferentes espessuras para medirem diferentes folgas. Ex: medição da folga entre as massas polares de ignição electrónica; a folga de ruído das válvulas.

Berbequim

É um instrumento que leva uma broca com objectivo de fazer orifícios. As brocas são fabricadas para diferentes tipos de metais. É Importante que a broca esteja sempre afiada para evitar a dificuldade em penetrar podendo ficar ao rubro, com que se sobreaquece a peça que procura furar, endurecendo o material, o que dificultará a furação mesmo utilizando depois uma broca bem afiada.

QUESTIONÁRIO

1. O que são ferramentas do mecânico? 2. Qual é a definição da charrua? E para que serve? 3. Nos tipos de chaves. Qual é o grupo de chaves que chega a formar uma família? 4. Indique dois tipos de chaves de parafusos 5. Quantos milímetros correspondem uma chave de boca 22?

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14 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

6. As chaves de luneta são consideradas melhores que as demais. Justifique a afirmação.

7. De quantas formas podem ser ajustadas as peças mecânicas? 8. Como é feita a união de peças por encaixe? 9. Mencione algumas ferramentas apoiantes do processo de ajustamento das peças 10. Qual é a função do torno de bancada? 11. Quais são os principais alicates aprendestes na E.P.F.R.E? 12. Qual é a diferença entre eles? 13. Que finalidade apresenta o paquímetro? 14. Em que superfícies são funcionais as palpa-folgas? 15. Quais os lugares da utilização do berbequim? 16. Quais as razoes da utilização do berbequim na mecânica? 17. Diferencie berbequim da broca.

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15 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

IV MÓDULO: AJUSTAMENTO DAS PEÇAS Sugestão de horas de leccionação: 15 horas

4. OBJECTIVOS/ COMPETÊNCIAS ESPERADOS: Ajustar as peças mecânicas durante a mecanização; Afinar e desafinar as peças pelo uso dos elementos de fixação; Distinguir os filetados para melhor aprumo das peças que afrouxam; Fixar peças distintas para uma operação.

4.1. Formas de ajustamento das peças A mecânica trabalha fundamentalmente com conjunto desmontável de modo a que um motor possa ser desmontado completamente e possa converter-se numa união de peças.

As peças mecânicas podem ser unidas por meio de parafusos que é o sistema mais utilizado, mas pode igualmente estar fixa por processo de ajustamento das peças entre si podendo ser:

1. Agrafadas: são peças que para sua união precisam de um anel. Exemplo: abraçadeiras das molas duma viatura nos eixos das rodas traseiras;

2. Chavetadas: esta forma requer a presença de chave para unir duas ou mais peças devido a apresentação de um parafuso ou porca com cabeças de formas variáveis.

3. Encaixada: aqui ocorre uma união simples entre duas peças sem precisar do terceiro elemento para fixação, apenas as duas peças apresentam fissuras diferentes para se encaixar.

4. Soldada/colada: essa exige uma união forte que não se possa separar por tendências, a sua separação ou rectificação requer uma quebrada e nova colagem ou soldadura com eléctrodos; maçaricos ou massa de ferro.

5. Rebitadas: as peças são ajustadas ou unidas através de um pequeno tabique e Varrão que é introduzido nos orifícios das duas peças, para posteriormente fazer-se uma pressão com martelo no furo correspondente.

Soldaduras

São operações feitas por máquinas de soldar, de modo a efectuar ligações de peças. Este processo pode ser feito por: soldadura macia (de chumbo ou de estanho); latão; ferro ou aço; eléctrico-butano; maçarico oxiacetileno.

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16 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

4.2. O parafuso e seus elementos de fixação

O parafuso é o elemento mais característico de ligação das peças mecânicas. Os parafusos utilizados na mecânica podem ser distinguidos por duas características nomeadamente: a cabeça e a rosca.

Em linhas gerais, um parafuso compõe-se de uma parte cilíndrica que foi roscada a todo seu comprimento ou uma boa parte. E de uma parte larga chamada cabeça.

Classificação dos parafusos pelas formas das cabeças

1. Forma hexagonal: é o tipo mais robusto, prático e corrente (universalmente usado); 2. Forma quadrada: é pouco corrente, mas encontram-se na mecânica para fixar peças

pequenas ou fios; 3. Clássico de ranhura: manipulado com chave de fenda, encontra-se nos carburadores

e noutras partes do motor que se prevê a fácil colocação de uma chave de parafusos para a sua desmontagem;

4. Fenda cruzada: que requer chave em estrela para adaptar-se perfeitamente a dupla ranhura da cabeça;

5. Allen: parafuso de grande qualidade que leva o hexágono oco no interior da cabeça, tem a vantagem de ser colocado em lugares profundos e estreitos, onde seria impossível accionar com a chave corrente;

6. Forma número 6: é de maior comodidade da mecânica, utilizada em abraçadeiras e em muitos parafusos do carburador, reúne condições que possam accionar com chaves de parafusos, quer com chaves fixas;

7. Forma de cabeça estriada/nᵒ 7: próprio para accionar a mão, encontra-se nos sítios de pouca força. Ex: fecho de algumas tampas.

A Porca

A porca é uma peça parecida a cabeça do parafuso, mas oca por dentro e guarnecida de roscas, que pode segurar-se sobre a zona roscada do parafuso garantindo a união.

Classificação das porcas quanto a forma

1. Hexagonal: é o tipo mais corrente na mecânica 2. Castelo: utilizado nos parafusos de segurança, geralmente quando o parafuso fixa-se

por si. Ex: na cabeça da biela; no cubo para fixar as rodas ao semi-eixo. 3. Quadrada: é a porca pouco corrente na mecânica, usa-se nas carroçarias e nas

abraçadeiras; 4. Comprida: este tipo é determinado para modelos; 5. Orelha: encontra-se nos lugares que pode se afrouxar e apertar a mão.

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17 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

Anilhas

As anilhas são peças redondas que têm a missão de distribuir melhor a força que o parafuso exerce com a cabeça ou com a porca sobre uma superfície maior, para que o conjunto não afrouxe.

Tipos de anilhas

Existem 4 tipos de anilhas mais comuns, nomeadamente:

1. Anilha de grower: consiste num fio de mola em que encostado ao parafuso, impede que a porca e o parafuso afrouxe com vibrações do motor.

2;3. Estrela exterior e interior: é uma anilha fabricada de aço de molas, uma parte externa e outra na parte interna do parafuso, impedindo movimentos do parafuso e da porca uma vez apertado a fundo.

4.Anilha plana: serve somente para ampliar a zona de pressão do parafuso ou porca sobre a peça que esta a apreender.

4.3. O torno de bancada

Para melhor ajustamento e concertação das peças utiliza-se na mecânica, algumas ferramentas como apoiantes do processo como por exemplo: a chave; o torno de bancada; palpa-folgas; berbequim; soldaduras; e.t.c.

Torno de bancada

É um mordente fixo mais útil numa oficina mecânica para realizar operações como: limar, serrar ou fixar peças pequenas para soldar.

Os tornos de bancadas devem ser fixados numa mesa ou bancada, geralmente de madeira.

O torno de bancada possui uma parte mordente que é fixa e outra móvel através da barra guia de accionamento, que se ajusta a medida que nos interessa para fixar a peça entre os mordentes.

A Rosca

A rosca é um filetado que o parafuso ou porca leva em redor de toda a sua parte cilíndrica. As roscas têm vários perfis segundo o diâmetro, para que uma peça por exemplo não tenha obrigatoriedade de se adaptar a dois parafusos. Por isso, cada tipo de parafuso tem filetado de medidas diferentes.

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18 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

Nos motores podemos encontrar 2 tipos de parafusos em relação as roscas, das quais se destacam:

1. Rosca métrica: tem filetado com ângulo de inclinação correspondente a 60ᵒ; 2. Rosca inglesa: a rosca inglesa está baseada na polegada, os filetados possuem ângulo

de 55ᵒ. A polegada é a medida básica inglesa do comprimento em que equivale a 25,40mm.

A vista desarmada, não é fácil distinguir um sistema do outro, se não tiver uma grande prática a esse respeito; por isso é aconselhável antes de passar a apertar a porca ou parafuso com uma chave, utilizar os dedos para ver se o roscado de ambas peças se utiliza com suavidade.

Cuidados a ter com as roscas

A maior atenção deve-se centralizar ao roscar o parafuso e a porca com os dedos, não se pode forçar até ao ponto de danificar o filetado; roscar suavemente até se possível ao encosto da anilha ou peça que se ajusta; troque de porca ou parafuso para efectuar uma combinação.

QUESTIONÁRIO

1. Classifique os parafusos pela forma da cabeça 2. Caracterize o parafuso allen 3. Que diferença existe entre parafuso e a porca? 4. Define rosca 5. Diferencie rosca métrica da inglesa 6. Mencione todos cuidados a tomar com as roscas durante a utilização 7. Qual é a necessidade da utilização das anilhas na mecânica? 8. Caracterize anilha de grower

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CONSTITUIDO POR CERCA DE 3 MÓDULOS:

Sistemas com necessidade de líquidos; Mecanismos de gases; Máquinas de interesse pecuário;

TERCEIRO (3º) NÍVEL

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1 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

I MÓDULO: SISTEMAS COM NECESSIDADE DE LÍQUIDOS Sugestão de horas para leccionação: 27 horas

1. OBJECTIVOS/ COMPETÊNCIAS ESPERADOS: Controlar o painel de informação ou dispositivo do sistema de

refrigeração; Arrefecer o motor se necessário; Observar a viscosidade e impureza dos combustíveis e incluindo os

tipos a aplicar em cada sistemas de viaturas; Reduzir o aquecimento causado pela fricção das peças móveis do

motor.

1. PRINCIPAIS SISTEMAS NAS VIATURAS 1.1. SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO

O sistema de refrigeração é composto por vários elementos com objectivo fundamental de refrigerar o motor. Isto é; para que se mantenha o aquecimento normal e não elevar a temperatura do motor.

Ao longo do movimento do tractor, o motor ganha calor através da mecânica do meio em deslocamento ou em funcionamento (partes activas e não activas). Para que se mantenha em equilíbrio da temperatura do motor, recorre-se ao seu arrefecimento por ar ou por água; por isso se diz então que há 2 tipos de refrigeração a saber:

1. Refrigeração do motor por água: aqui ocorre a introdução da água no radiador. 2. Refrigeração do motor por ar: acontece graças ao ventilador e com auxílio do filtro

do ar.

Composição do sistema de refrigeração e factores que influenciam no aquecimento do motor

Composição

O sistema de refrigeração é composto por: 1.radiador; 2.bomba de água; 3.tubos superiores e inferiores; 4.ventilador; 5.correia; 6.polia; 7.câmara de refrigeração; 8.termostato (o termóstato é o regulador da temperatura da água, ele abre quando a água possui 80-90ᵒ para sair e introduzir água morna).

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2 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

Factores que influenciam no aquecimento do motor

Existem vários factores que influenciam no aquecimento do motor, quer factores ambientais tanto como da mecânica do tractor. Mas apenas destaca-se a parte mecânica como de grande relevância, que são:

Fricção através dos movimentos do pistão; Combustão pelos gases queimados e combustível; Compressão. A temperatura do dia; o período de trabalho e a natureza do trabalho

exercido são contemplados nos factores ambientais.

1.2. SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO

A interacção de vários mecanismos numa máquina condiciona o funcionamento normal da própria máquina; quando um determinado mecanismo se encontra no estado incondicional então, há mau funcionamento da mesma o que designa-se de avaria da máquina.

O sistema de alimentação garante o fornecimento de porções dosadas de combustível num determinado momento, no estado purificado para os cilindros do motor.

Constituição do sistema

1.tanque de combustível; 2.bomba de reabastecimento e torneira; 3.filtro de combustível; 4. Bomba de alta pressão; 5.bomba Injector; 6.injectores; 7.conduta de alta pressão; 8.torneira de consumo; 9.purificador de ar; 10.tubo de retorno.

Funcionamento do sistema

O combustível sai do depósito, sob força de vácuo criado pela bomba de baixa pressão que aspira e bombeia o combustível ao filtro de diesel, passando até a bomba Injector através das condutas de baixa pressão. E por sua vez, através das condutas de alta pressão envia aos Injectores, que introduzem nos cilindros em forma de neblinas. O combustível em excesso retorna ao depósito e em alguns casos ao filtro de combustível.

Os motores quanto ao combustível usado podem ser: motor a gasóleo; gasolina; gás.

O sistema de alimentação dos motores a diesel serve para fornecer o combustível líquido e ar em separado dentro dos cilindros.

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3 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

1.3. Sistema de lubrificação

Tipos de óleo usado na mecânica e suas funções

Sistema de lubrificação

Durante o funcionamento do motor os seus componentes móveis deslizam sobre os imóveis. As superfícies em fricção das peças do motor; apesar de serem bem tratadas, tem rugosidades. E no processo de trabalho, as rugosidades nas superfícies em contactos fazem com que aumentem a força de atrito impedindo o movimento e com resultado, diminuindo a potência do motor. Sendo assim, o sistema de lubrificação vem servir para proporcionar uma película de óleo em cada superfície que esteja em contacto, para evitar o desgaste rápido das peças, bem como desviar uma parte do calor.

O óleo usado neste sistema é denominado óleo 40.

Funções do óleo no motor

O óleo no motor tem as essenciais funções:

Refrigerar as partes móveis; Prevenir a ferrugem, reduzindo o desgaste das peças; Reduzir o barulho; Limpar o motor; Reduzir a fricção e Eliminar o calor.

Constituição do sistema de lubrificação

Numa constituição simples o sistema de lubrificação compreende partes seguintes:

1.engrenagem helicoidal; 2.bomba de óleo; 3.filtro de aspiração da bomba; 4.cárter; 5.vareta de verificação do óleo; 6.filtro do óleo a pressão; 7.canalizaçao do envio do óleo as chumaceiras; 8.válvula regular da pressão; 9.canalizaçao do envio do óleo no eixo dos balanceiros; 10. Manómetro de óleo.

Funcionamento do sistema de lubrificação

O óleo lubrificante é friccionado pela bomba e passa pelo filtro onde as impurezas ficam retidas. Uma válvula reguladora controla a pressão do óleo que circula através de dois circuitos. No primeiro circuito o óleo é forçado para as chumaceiras da cambota,

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4 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

chumaceiras da biela, pistões, cavilha dos pistões e cilindros. No segundo circuito, o óleo é forçado para os balanceiros, eixo de comando das tuchas (veio excêntrico).

Um componente importantíssimo do sistema de lubrificação é o filtro de óleo lubrificante, por este reter as impurezas do óleo. E portanto, ajuda a prevenir desgastes nas superfícies de deslizamento. Após um período específico de serviço, o elemento do filtro tem a sua eficiência reduzida, por isso há necessidade de substituir o filtro de óleo lubrificante em intervalos periódicos recomendados pelos fabricantes.

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5 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

II MÓDULO: MECANISMOS DE GASES

Sugestão de horas para leccionação: 27 horas

2. OBJECTIVOS/ COMPETÊNCIAS ESPERADOS: Descrever o funcionamento do sistema de distribuição de gases; Accionar a antena através do pedal de embriaguem para actuação do

mecanismo da biela e manivela; Classificar os cilindros; Identificar os elementos e movimentos do êmbolo dentro do cilindro;

2.1. Sistema de distribuição de gases

O mecanismo de distribuição de gases tem a função de:

Regular a entrada do ar e saída dos gases queimados nos cilindros do motor. Esta distribuição é feita por válvulas na cabeça.

Numa das extremidades do balanceiro ou martelo, existe um parafuso de afinação da folga entre o balanceiro e a válvula. As válvulas de admissão e de escape são fabricadas em ligas de aço especial e resistente a alta temperatura. O diâmetro da válvula de admissão é maior que a do escape, para aumentar a eficiência de admissão de ar criando uma excelente combustão.

Partes que compõem a distribuição de gases

Veio de cames; balanceiros; molas de balanceiros; válvulas dos balanceiros; molas de válvulas; tuchas; varetas; carretos.

Constituição do mecanismo com válvula na cabeça

1. Veio de ressaltos ou excêntrico; 2. Ressaltos; 3. Tuchas; 4. Válvulas; 5. Molas das válvulas; 6. Impulsor;

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6 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

7. Eixo dos balanceiros; 8. Balanceiros.

Funcionamento do mecanismo de distribuição de gases

Neste sistema, o veio de manivelas transmite o movimento ao veio de cames por intermédio de engrenagens, e através dos ressaltos impulsionam os tirantes que por sua vez transmitem movimento aos balanceiros. Quando o ressalto levanta a tucha, o impulsor levanta o extremo do balanceiro o qual faz com que baixe a sua extremidade oposta que acciona o colo da válvula e provocando a sua abertura.

2.2. Mecanismo da biela e manivela

O mecanismo da biela e manivela possui 3 partes fundamentais, designadamente:

1. O êmbolo; 2. A biela e; 3.a manivela/cambota.

BIELA: é uma haste metálico que estabelece ligação entre o êmbolo e a cambota. Tem a função de transmitir à cambota uma força que o êmbolo recebe da expansão dos gases queimados.

O mecanismo da biela e manivela tem a função de transformar o movimento rectilíneo alternado dos pistões, em movimento de rotação da cambota.

Constituição da biela

A biela é constituída por: pé – é onde se articula com o êmbolo; cabeça – é onde se articula com moente de impulso; haste – é a parte que une o pé e a biela.

A cabeça divide-se em duas partes, para facilitar a montagem na cambota. E no seu interior montam-se capas ou casquilhos de bronze.

Na região da cabeça é onde é inserido o êmbolo que exerce movimento de vaivém.

MANIVELA/CAMBOTA: a cambota ou veio de manivela é um veio de aço ou ligas especiais, cuja função é de transformar o movimento de vaivém do pistão em movimento circular da cambota e transmitir aos outros mecanismos.

Constituição da cambota

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7 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

A cambota é constituída por 4 partes essenciais para torção:

1. Moentes de apoio: servem para fixação da cambota no bloco dos cilindros; 2. Moentes de impulso: servem para neles fixarem as bielas. Na sua extremidade

dianteira e fora do cárter, a cambota possui um engate chamado dente do lobo, para manivela do arranque manual. É uma polia que acciona o ventilador, o dínamo e a bomba de água. Na outra extremidade fixa-se o volante;

3. Volante: é um disco pesado, de aço, montado na parte posterior da cambota. Serve para armazenar energia recebida da combustão dos cilindros e devolver nos momentos em que engrena com o carreto do arranque;

4. Contrapeso: serve para dar estabilidade ao veio, reduzindo as vibrações durante o funcionamento do motor.

Êmbolo/pistão

É uma peça em forma de um vaso invertido que se desloca com o movimento de vaivém no interior do cilindro.

Função do pistão

O pistão tem a função de suportar a pressão dos gases resultantes da expansão para transmitir movimento a biela; a biela por sua vez, transmite movimento a cambota.

Nas condições de funcionamento, o êmbolo sofre acções mecânicas como também as elevadas temperaturas.

Pino: é uma cavilha feita de aço especial, introduzida num orifício transversal a altura do êmbolo que permite fazer ligação com a biela.

Constituição do êmbolo

O êmbolo é constituído por: pino e segmentos.

SEGMENTOS: são aros ou anéis metálicos de ferro fundido, com alta qualidade.

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8 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

Os segmentos podem ser de compressão e raspadores de óleo. Então de cima para baixo temos:

1ᵒ anel – evita a passagem dos gases para o cárter;

2ᵒ anel – diminui a área de contacto e facilita uma boa raspagem de óleo;

3ᵒ anel – permite acumulação do óleo lubrificante, deixando uma pequena película de óleo untado na camisa do cilindro;

4ᵒ anel – anel que possui uma ranhura , é mais espessa, geralmente chamado anel de óleo. Tem a função de aumentar a pressão do anel na camisa do cilindro.

Funcionamento do pistão

Como já se referiu anteriormente que o êmbolo desloca com o movimento de vaivém no interior do cilindro para suportar a pressão dos gases e pôr a biela e a cambota em movimento, neste período o pistão atinge os pontos superiores e inferior onde as velocidades se anulam, designadamente ponto morto (posições em que se anula a velocidade do pistão ao inverter o movimento)

PMS: é o ponto mais elevado que o pistão atinge no seu movimento de baixo para cima.

PMI: é o ponto mais baixo que o pistão atinge no seu movimento de cima para baixo.

A distância que o pistão percorre desde o PMS ao PMI chama-se: CURSO.

O movimento que o pistão realiza dentro do cilindro chama-se: PASSEIO.

O volume gerado pelo pistão num passeio chama-se: CILINDRADA

O espaço que fica entre o pistão e a cabeça, quando este estiver no PMS chama-se: CÂMARA DE COMBUSTAO.

Funcionamento

Exemplo do funcionamento do motor a 4 tempo:

Quando o pistão sai do ponto morto superior para o ponto morto inferior, ocorre a admissão do ar e no seu regresso as válvulas fecham-se e o ar é comprimido-compressão, nesta fase o ar ganha elevadas temperaturas e pressão, os Injectores lançam o diesel em forma de neblinas e ocorre deste modo a combustão ou expansão, dai que há abertura do

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9 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

escape, nesta altura a válvula de admissão encontra-se fechada deixando sair os gases queimados para atmosfera-escape.

A terceira fase é considerada a fase de execução, que põe o motor em funcionamento.

Classificação dos cilindros quanto ao número

Os cilindros quanto ao número podem ser classificados em: mono cilíndrico e Poli cilíndrico. Estes obedecem teorias de funcionamento diferente.

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10 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

III MÓDULO: MÁQUINAS DE INTERESSE PECUÁRIO Sugestão de horas para leccionação: 27 horas

3. OBJECTIVOS / COMPETÊNCIAS ESPERADOS: Cortar as ervas pratenses para produção de feno; Formar fardos a partir do feno previamente elaborado; Fornecer alimentos de forma equilibrada aos animais em sistema

confinado; Utilizar as mungidoras e observar as regras de segurança e de higiene

durante a mungição;

3.1. A CEIFEIRA

A ceifeira é uma máquina ou alfaia destinada ao corte das ervas pratenses ou outras plantas para elaboração do feno, contribuindo para uma melhor qualidade de trabalho e alta rentabilidade.

Partes da ceifeira

A ceifeira é constituída por:

1. Chassis/quadro: parte que suporta os restantes órgãos da ceifeira;

Os quadros podem ser feitos de: barra plana; cantoneiras; tubo de aço.

2. Barra de corte; As barras de corte podem ser feitas de aço com alta qualidade contendo: Uma barra; faca; sapata exterior e interior; dedos ou guarda; contra placas cortantes; placas de desgaste ou guia; suporte da faca; descarregadores.

3. Sistema de transmissão.

O Sistema de transmissão é composto por: eixo articulador; polia superior e inferior; bandes; excêntrico; biela.

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11 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

Processo do trabalho da ceifeira

A ceifeira como uma alfaia composta por vários elementos diferentemente das utilidades, todos faz com que funcionem em coordenação tornando um mecanismo que culmina com o processo de enfardamento, para melhor conservação do feno.

Funcionamento da ceifeira

A ceifeira para trabalhar precisa de ser acoplada a uma máquina. Quando a máquina desloca, desmonta o pasto e o separa através das guardas que estão em forma de pentes. E com espaço pequeno que fica entre as contra placas, a erva não se dobra; quando os talos são empurrados até as contra placas cortantes dá-se o corte. O pasto cortado é separado da parte não cortada pelo descarregador.

3.2. ENFARDADEIRA

A enfardadeira é uma máquina de interesse agro-pecuário pelo que, consiste na recolha da erva pratense previamente cortada pela ceifeira e seca em filas. A enfardadeira ao recolher a palha das filas que se formaram no campo, comprime-a em fardos com arame ou cordas.

Importância da enfardadeira

A enfardadeira tem como

Diminuir o tempo de processamento do feno; Facilitar o manuseamento e o transporte; Diminuir a intervenção dos agentes atmosféricos; Obter feno de melhor qualidade; Deixar o terreno o mais rápido possível e Facilitar a distribuição do feno pelo gado.

Estrutura da enfardadeira

A enfardadeira dispõe de vários elementos dos quais se destacam:

1.chassis; 2.barra de engate; 3.treem de rodagem; 4.mecanismo recolhedor e transportador; 5.câmara de alimentação; 6.câmara de compressão; 7.câmara de saída; 8.unidade atadora; 9.mecanismo de transmissão; 10.dispositivo de serviço, com elementos seguintes:

a) Mecanismo de transmissão; b) Volante (dispositivo de segurança);

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12 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

c) Biela; d) Pistão; e) Roda pneumática; f) Câmara de alimentação; g) Forquilha ou garfo; h) Câmara de compressão; i) Unidade atadora; j) Câmara de saída; k) Redutor e plano inclinado.

Classificação da enfardadeira

A enfardadeira classifica-se em 4 aspectos:

1. Quanto a precursão. Pode ser: precursadas, o que quer dizer precisam de tractor. 2. Quanto a mobilidade. Podem ser: móveis e estacionárias. 3. Quanto ao acoplamento: são rebocadas. 4. Quanto a pressão dos fardos. Podem ser: alta pressão; média pressão; baixa pressão.

Preparação dos fardos

Para aumentar a resistência dos fardos produzidos é necessário regular a abertura da câmara de saída, de tal maneira que a saída dos fardos seja mais comprimido.

Para alterar a secção, há na parte final da saída, um mecanismo compressor que permite aproximar mais ou menos as suas paredes superior e inferior através de um parafuso sem fim, que se encontra em cada lado da câmara de saída.

Regras de segurança

Antes de começar com o trabalho deve-se:

1. Observar todos protectores se estão fechados (parte cortantes); 2. Não usar os protectores como assento; 3. Os ajustes e limpezas devem ser feitos com a máquina totalmente desligada; 4. Dar sinal antes de começar a trabalhar; 5. Desligar ATF quando parar a máquina; 6. Ao longo da manutenção e ajuste, retirar a mão próximo das lâminas, pentes, agulhas

e garfos; pois o mecanismo da enfardadeira pode rodar espontaneamente devido a acção da força existente no volante.

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13 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

7. Se a enfardadeira tiver trabalhado com feno húmido é necessário passar feno seco, para que os seus mecanismos sequem;

8. Deve-se limpar o pó e outra sujidade da enfardadeira e tirar o feno ou palha da câmara, antes ou depois do trabalho;

9. Lubrificar todas as partes necessárias, conforme o manual de instrução; 10. Calçar a máquina e desmontar os pneus.

Regulação da enfardadeira e regra de segurança

A enfardadeira pode ser regulada de 2 formas de modo que se mantenha o trabalho perfeito:

Regulação pelo ponto de engate

Consiste em deslocar a barra ou ponto de engate para uma posição de transporte ou de trabalho.

Regulação do pik-up (pisos)

Consiste na variação dos furos correspondentes na barra, descendo a altura recomendada entre 18-22cm. A variação deve ser feita de modo a recolher o capim em fileiras a quaisquer condições do solo. A corrente tem em conta que os pisos não devem tocar o solo, se isto acontecer, eles recolhem consigo objectos estranhos que podem danificar as peças da máquina.

Formação dos fardos

Após corte da erva e sua secagem, ocorre o processo de fenação por fardos através da enfardadeira. O mecanismo da enfardadeira decorre pelo funcionamento adequado do tractor e da alfaia de modo a que, com o movimento do garfo e do pistão originem uma acumulação progressiva do material ao longo da câmara de saída. Antes que o material saia da máquina deve ser atado em fardos, esta operação é realizada por atadores a fim de que os fardos fiquem atados e compactados para serem resistentes ao transportar.

Atadores

Os atadores ficam dispostos na parte superior da câmara de saída e as agulhas na parte inferior. O movimento das agulhas está sincronizado de forma que suba quando o pistão se encontra na parte final da sua correia. Quando o pistão movimenta-se para frente, comprime o produto e desloca com ele; existe uma pequena roda em forma de estrela que fornece movimento parcialmente a linha ou arame, dependendo da câmara de saída.

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14 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

O fio retirado nas bobinas dos atadores passa através da câmara, as agulhas de forma a atravessarem o fardo no sentido vertical e seguem até aos novelos onde se situam os dispositivos próprios para o controlo dos atadores.

Saída dos fardos

A máquina leva geralmente um plano inclinado no final da câmara de saída e os fardos que saem desta, deslizam para o solo.

3.3. Ordenhadora

Ordenha mecânica

A ordenha/mungição é a extracção do leite do úber. A mungição ser realizada de forma natural e artificial.

FORMA NATURAL: a extracção do leite é feita pelo bezerro no acto de mamar e o leite serve apenas para a cria no período de sua vida.

FORMA ARTIFICIAL: A extracção do leite é feita por Homem, manualmente ou mecanicamente, o leite pode ser para o bezerro ou para o Homem.

Sistema de ordenha mecânica

1. Ordenha em espinha de peixe; 2. Ordenha com cântaras; 3. Ordenha abreast.

Problemas na ordenha segundo as fases

Passaram 3 fases para chegar-se a uma ordenha melhor:

Primeira fase: aspiração simples (Londres 1836 e 1852), neste momento houve vários aparelhos para a efectivação da ordenha, mas outros aparelhos foram abandonados porque provocavam inflamações no esfíncter mamilo e nos receptores sensíveis não provocavam estímulo; as hemorragias eram constantes.

Segunda fase: compressão mecânica, nesta fase os aparelhos causavam traumatismo (inflamação no úber e no mamilo. E foram usados dois sistemas:

Hidráulico do ar comprimido e Mecânico de pequenos rolos no mamilo.

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15 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

Terceira fase: aspiração descontínua, nesta fase houve dois tipos de aparelhos (de válvula e de pulsador). E o tipo pulsador é que é a base da ordenha moderna.

Questionário geral do 3º nível

1. Refrigerar pode ser igualmente arrefecer. Quais são as razoes que levam o motor a ser arrefecido?

2. De quantas formas pode ser refrigerado o motor? 3. Descreva como é feito o arrefecimento na forma 1. 4. Na composição do sistema de refrigeração. Qual é a primordial função do

termóstato? 5. Quais são os factores que influenciam o aquecimento do motor? 6. Quais são os factores ambientais que influenciam no aquecimento do motor? 7. No sistema de alimentação. Como é que torna possível o fornecimento de

combustível ao motor? 8. Que velocidade se encontra o pistão quando estiver nos PMS e PMI? 9. Diferencie curso do passeio no êmbolo. 10. Difere cilindrada da câmara de combustão. 11. No funcionamento do êmbolo, qual é a fase importantíssima considerada a fase de

trabalho e que põe o motor em funcionamento? 12. Classifique os cilindros quanto ao número. 13. O que é ceifeira? 14. Na constituição da ceifeira. Qual é a parte responsável no corte da erva? a) Quais são os elementos que compõem a parte descrita? b) Qual é a parte responsável em separar o pasto cortado do não cortado? 15. Dê a importância da enfardadeira. a) Em que ramo do curso interessa a operação feita por enfardadeira? b) Faça uma apresentação da estrutura da enfardadeira. c) Classifique a enfardadeira quanto a precursão e mobilidade. 16. Na preparação do fardo. Qual tem sido a função do mecanismo compressor? 17. Mencione as regras de segurança da enfardadeira 18. Porque é que os ajustes e limpezas devem ser feitos com a máquina totalmente

desligada? 19. Porque é necessário lubrificar algumas partes da enfardadeira? 20. Como é feita a regulação da enfardadeira pelo pick-up?

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16 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

21. Diga como são atados os fardos? 22. Como é torna possível o deslizamento do fardo para o solo? 23. Quais são as formas de fazer ordenha? 24. Que tipo de sistema de ordenha é corrente nos produtores actuais? Porquê? 25. Qual é a função do filtro de combustível? 26. Fale do funcionamento do sistema de alimentação. 27. Classifique os motores segundo o combustível usado. 28. Sistema de lubrificação. a) Porque existe o sistema de lubrificação nas viaturas? b) Quais são as funções do óleo no motor? c) Na constituição do sistema. Qual é a função da vareta? d) Como funciona o sistema de lubrificação? e) Qual tem sido o componente importantíssimo do sistema de lubrificação? Justifique. f) Porque há necessidade de substituir o filtro do óleo lubrificante? 29. O sistema de distribuição de gases tem uma função extrema! Qual é? 30. Como funciona o mecanismo de distribuição de gases? 31. Quais são as partes fundamentais do mecanismo da biela e manivela? 32. Que função exerce a biela dentro do mecanismo? 33. Porque é que a cabeça da biela esta dividida por duas partes? 34. Qual é o sinónimo da manivela? 35. O que é dente do lobo na cambota? Para que serve? 36. Qual é a função do contrapeso? 37. Como torna possível, o pistão suportar a pressão dos gases resultantes da expansão? 38. Qual é a função do pino para o êmbolo? 39. Quantos e quais são os segmentos que podem ser encontrados nos êmbolos? 40. Qual é a função do quarto anel?

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Índice geral de todos os níveis INTRODUÇÃO A FAMA .....................................................................................................................................................................1

1º NÍVEL I MÓDULO: INSTRUMENTOS AGRÍCOLAS MANUAIS .......................................................................................................2 1. Os instrumentos agrícolas manuais ................................................................................................................................2 Vantagens do uso dos instrumentos manuais .....................................................................................................................3 Composição geral dos instrumentos manuais .....................................................................................................................3 Descrição de alguns instrumentos manuais .........................................................................................................................4 Principais manutenções dos instrumentos ...........................................................................................................................5 Questionário ..........................................................................................................................................................................................6 II MODULO: ALFAIAS E TRACÇÃO .............................................................................................................................................7 2.1. CHARRUA.................................................................................................................................................................................7 Funções das charruas .......................................................................................................................................................................8 Regulação ................................................................................................................................................................................................9 Charrua de aiveca ............................................................................................................................................................................ 10 Constituição da charrua a tracção animal de uma junta ............................................................................................. 11 Principais regulações das charruas de aiveca ................................................................................................................... 12 Vantagens do uso dos animais para tracção ...................................................................................................................... 14 Treinamento e maneio dos animais de tracção ............................................................................................................... 15 2.3. Formação da canga .......................................................................................................................................................... 16 2.4. Equipamento de reboque ............................................................................................................................................. 17 2.5. Estudo da grade ................................................................................................................................................................. 18 2.5.1. Classificação das grades ........................................................................................................................................... 18 Questionário ....................................................................................................................................................................................... 20 III MÓDULO: BENEFÍCIOS ECONÓMICOS DAS ALFAIAS E MÁQUINAS ............................................................... 22 3.1. Pulverizadores ................................................................................................................................................................... 22 3.1.2. Constituição dos pulverizadores dorsais de bomba de diafragma .................................................... 23 3.2. Niveladora ............................................................................................................................................................................ 24 3.2.2. Tipos de nivelamento ................................................................................................................................................ 25 3.3. Sulcadora .............................................................................................................................................................................. 25 3.4. A semeadora........................................................................................................................................................................ 26 3.4.1. Composição da semeadora ..................................................................................................................................... 27 Questionário ....................................................................................................................................................................................... 28

2º NÍVEL I MÓDULO: TRACTOR E SUA ESTRUTURAÇÃO ...................................................................................................................1 1.1. Mecanização ...........................................................................................................................................................................1 1.2. O MOTOR .................................................................................................................................................................................2 1.3. CABINE DE COMANDO .....................................................................................................................................................3 1.4. QUESTIONÁRIO ....................................................................................................................................................................6 II MÓDULO: A CAIXA DE VELOCIDADE E PONTE TRASEIRO ......................................................................................8

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1 Ferramentas, Alfaias e Mecanização Agrícola

2.1. A caixa de velocidade.........................................................................................................................................................8 2.2. PONTE TRASEIRA DOS TRACTORES .........................................................................................................................9 2.3. QUESTIONÁRIO ................................................................................................................................................................. 10

III MÓDULO: FERRAMENTAS DO MECÂNICO.............................................................................................................. 11 3.1. CARACTERISTICAS .......................................................................................................................................................... 11 QUESTIONÁRIO ................................................................................................................................................................................ 13 IV MÓDULO: AJUSTAMENTO DAS PEÇAS ........................................................................................................................... 15 4.1. Formas de ajustamento das peças ........................................................................................................................... 15 QUESTIONÁRIO ................................................................................................................................................................................ 18

3º NÍVEL I MÓDULO: SISTEMAS COM NECESSIDADE DE LÍQUIDOS............................................................................................1 1. PRINCIPAIS SISTEMAS NAS VIATURAS ........................................................................................................................1 1.1. SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO .......................................................................................................................................1 1.2. SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO .........................................................................................................................................2 1.3. Sistema de lubrificação .....................................................................................................................................................3 II MÓDULO: MECANISMOS DE GASES......................................................................................................................................5 2.1. Sistema de distribuição de gases .................................................................................................................................5 2.2. Mecanismo da biela e manivela ...................................................................................................................................6 III MÓDULO: MÁQUINAS DE INTERESSE PECUÁRIO .................................................................................................... 10 3.1. A CEIFEIRA........................................................................................................................................................................... 10 3.2. ENFARDADEIRA................................................................................................................................................................ 11 3.3. Ordenhadora ....................................................................................................................................................................... 14 Questionário geral do 3º nível .................................................................................................................................................. 15