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1 do estudante Núm. 56 - ANO VI Mar Abr /2017 Folhetim do estudante é uma publicação de cunho cultural e educacional com artigos e textos de Professores, alunos, membros de comunidades das Escolas Públicas do Estado de SP e pensadores humanistas. Acesse o BLOG do folhetim http://folhetimdoestudante.blogspot.com.br Sugestões e textos para: [email protected] Gestão participativa e a elevação da democracia na escola. Reconhecendo o papel do professor e da escola na conjuntura social, onde o primeiro assume a responsabilidade com os alunos na promoção de um ensino de qualidade priorizando a cognitividade e a aquisição dos conhecimentos universais e a segunda assumindo-se como uma extensão da sociedade, onde os valores sociais, culturais são dinamizados e lapidados, acredita-se que nos dias atuais, ambos devem ter no seu bojo de objetivos a ideia de uma escola democrática a serviço da formação de cidadãos críticos e participativos e da transformação das relações sociais presentes. Para Libâneo (2002, p. 87), a participação é o principal meio de assegurar a gestão democrática, possibilitando o envolvimento de todos os integrantes da escola no processo de tomada de decisões e no funcionamento da organização escolar. A participação proporciona melhor conhecimento dos objetivos e das metas da escola, de sua estrutura organizacional e de sua dinâmica, de suas relações com a comunidade e propicia um clima de trabalho favorável a maior aproximação entre professores, alunos e pais. Nas empresas buscam-se resultados por meio da participação. Nas escolas, busca-se bons resultados, mas há nelas um sentido mais forte de prática da democracia, de experimentação de formas não autoritárias de exercício do poder de oportunidade ao grupo de profissionais para intervir nas decisões da organização e definir coletivamente o rumo dos trabalhos. Nesse sentido, Luck (2002, p. 66), diz que: “A participação significa, portanto, a intervenção dos profissionais da educação e dos usuários (alunos e pais) na gestão da escola. Há dois sentidos de participação articulados entre si: a) a de caráter mais interno, como meio de conquista da autonomia da escola, dos professores, dos alunos, constituindo prática formativa, isto é, elemento pedagógico, curricular, organizacional; b) a de caráter mais externo, em que os profissionais da escola, alunos e pais compartilham, institucionalmente, certos processos de tomada de decisão”. A participação da comunidade possibilita à população o conhecimento de avaliação dos serviços oferecidos e a intervenção organizada na vida escolar. De acordo com Gadotti (1997, p. 16), a participação influi na democratização da gestão e na melhoria da qualidade do ensino: o autor, sobre o assunto diz ainda que: “Todos os segmentos da comunidade podem compreender melhor o funcionamento da escola, conhecer com mais profundidade os que nela estudam e trabalha, intensificar seu envolvimento com ela e, assim, acompanhar melhor a educação ali oferecida”. Nesse sentido, entre as modalidades mais conhecidas de participação, estão os conselhos de classe bastante difundidos no Brasil e os conselhos de escola, colegiados ou comissões que surgiram no início da década de 1980. Portanto, o principio participativo no sentido de gerar a democracia na escola não esgota as ações necessárias para assegurar a qualidade de ensino. Tanto quanto o processo organizacional, e como um de seus elementos, a participação é apenas um meio de alcançar melhor e mais democraticamente os objetivos da escola, os quais se localizam na qualidade dos processos de ensino e aprendizagem. Em razão disso, a participação necessita do contraponto da direção, outro conceito importante da gestão democrática, que visa promover a gestão da participação. Prof. Valter Gomes _______________________________ Folhetim

Folhetim do Estudante - Ano VI - Núm. 56

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do estudante Núm. 56 - ANO VI

Mar – Abr /2017

Folhetim do estudante é uma

publicação de cunho cultural e

educacional com artigos e textos de

Professores, alunos, membros de

comunidades das Escolas Públicas

do Estado de SP e pensadores

humanistas.

Acesse o BLOG do folhetim http://folhetimdoestudante.blogspot.com.br

Sugestões e textos para:

[email protected]

Gestão participativa e a

elevação da democracia na

escola.

Reconhecendo o papel do

professor e da escola na conjuntura

social, onde o primeiro assume a

responsabilidade com os alunos na

promoção de um ensino de qualidade

priorizando a cognitividade e a

aquisição dos conhecimentos

universais e a segunda assumindo-se

como uma extensão da sociedade,

onde os valores sociais, culturais são

dinamizados e lapidados, acredita-se

que nos dias atuais, ambos devem ter

no seu bojo de objetivos a ideia de

uma escola democrática a serviço da

formação de cidadãos críticos e

participativos e da transformação das

relações sociais presentes.

Para Libâneo (2002, p. 87), a

participação é o principal meio de

assegurar a gestão democrática,

possibilitando o envolvimento de

todos os integrantes da escola no

processo de tomada de decisões e no

funcionamento da organização

escolar. A participação proporciona

melhor conhecimento dos objetivos e

das metas da escola, de sua estrutura

organizacional e de sua dinâmica, de

suas relações com a comunidade e

propicia um clima de trabalho

favorável a maior aproximação entre

professores, alunos e pais. Nas

empresas buscam-se resultados por

meio da participação. Nas escolas,

busca-se bons resultados, mas há

nelas um sentido mais forte de

prática da democracia, de

experimentação de formas não

autoritárias de exercício do poder de

oportunidade ao grupo de

profissionais para intervir nas

decisões da organização e definir

coletivamente o rumo dos trabalhos.

Nesse sentido, Luck (2002,

p. 66), diz que:

“A participação significa, portanto, a

intervenção dos profissionais da

educação e dos usuários (alunos e

pais) na gestão da escola. Há dois

sentidos de participação articulados

entre si: a) a de caráter mais interno,

como meio de conquista da

autonomia da escola, dos

professores, dos alunos, constituindo

prática formativa, isto é, elemento

pedagógico, curricular,

organizacional; b) a de caráter mais

externo, em que os profissionais da

escola, alunos e pais compartilham,

institucionalmente, certos processos

de tomada de decisão”.

A participação da

comunidade possibilita à população

o conhecimento de avaliação dos

serviços oferecidos e a intervenção

organizada na vida escolar.

De acordo com Gadotti

(1997, p. 16), a participação influi na

democratização da gestão e na

melhoria da qualidade do ensino: o

autor, sobre o assunto diz ainda que:

“Todos os segmentos da comunidade

podem compreender melhor o

funcionamento da escola, conhecer

com mais profundidade os que nela

estudam e trabalha, intensificar seu

envolvimento com ela e, assim,

acompanhar melhor a educação ali

oferecida”.

Nesse sentido, entre as

modalidades mais conhecidas de

participação, estão os conselhos de

classe – bastante difundidos no

Brasil – e os conselhos de escola,

colegiados ou comissões que

surgiram no início da década de

1980.

Portanto, o principio

participativo no sentido de gerar a

democracia na escola não esgota as

ações necessárias para assegurar a

qualidade de ensino. Tanto quanto o

processo organizacional, e como um

de seus elementos, a participação é

apenas um meio de alcançar melhor

e mais democraticamente os

objetivos da escola, os quais se

localizam na qualidade dos processos

de ensino e aprendizagem. Em razão

disso, a participação necessita do

contraponto da direção, outro

conceito importante da gestão

democrática, que visa promover a

gestão da participação.

Prof. Valter Gomes

_______________________________

Folhetim

Page 2: Folhetim do Estudante - Ano VI - Núm. 56

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do estudante ano VI Mar-Abr/2017

POESIS

Belchior - Tudo Outra Vez

Há tempo, muito tempo

Que eu estou

Longe de casa

E nessas ilhas

Cheias de distância

O meu blusão de couro

Se estragou

Oh! Oh! Oh!...

Ouvi dizer num papo

Da rapaziada

Que aquele amigo

Que embarcou comigo

Cheio de esperança e fé

Já se mandou

Oh! Oh! Oh!...

Sentado à beira do caminho

Prá pedir carona

Tenho falado

À mulher companheira

Quem sabe lá no trópico

A vida esteja a mil...

E um cara

Que transava à noite

No "Danúbio azul"

Me disse que faz sol

Na América do Sul

E nossas irmãs nos esperam

No coração do Brasil...

Minha rede branca

Meu cachorro ligeiro

Sertão, olha o Concorde

Que vem vindo do estrangeiro

O fim do termo "saudade"

Como o charme brasileiro

De alguém sozinho a cismar...

Gente de minha rua

Como eu andei distante

Quando eu desapareci

Ela arranjou um amante

Minha normalista linda

Ainda sou estudante

Da vida que eu quero dar...

Até parece que foi ontem

Minha mocidade

Com diploma de sofrer

De outra Universidade

Minha fala nordestina

Quero esquecer o francês...

E vou viver as coisas novas

Que também são boas

O amor, humor das praças

Cheias de pessoas

Agora eu quero tudo

Tudo outra vez...

Minha rede branca

Meu cachorro ligeiro

Sertão, olha o Concorde

Que vem vindo do estrangeiro

O fim do termo "saudade"

Como o charme brasileiro

De alguém sozinho a cismar...

Gente de minha rua

Como eu andei distante

Quando eu desapareci

Ela arranjou um amante

Minha normalista linda

Ainda sou estudante

Da vida que eu quero dar

Hum! Huuum!...

Vamos homenagear a

poesia brasileira que perde

mais um de seus inúmeros

prodígios, que tornou a

música popular tão

profunda, filosófica,

atemporal apesar de

marcar o tempo, singular e

plural ao mesmo tempo,

livre de rótulos estéticos ou

estilos midiáticos indústria-

lizados que movem o

consumo das massas...

Ora, direis, Ouvir estrelas, Certo perdeste o senso Eu vos direi, no entanto Enquanto houver espaço, corpo e

tempo E algum modo de dizer não Eu canto

Minha dor é perceber Que apesar de termos feito Tudo, tudo, tudo, tudo o que fizemos Ainda somos os mesmos e vivemos Ainda somos os mesmos e vivemos Como nossos pais.

Belchior

Eu não estou interessado em nenhuma teoria, Em nenhuma fantasia, nem no algo mais Nem em tinta pro meu rosto ou oba oba, ou melodia Para acompanhar bocejos, sonhos matinais Eu não estou interessado em nenhuma teoria, Nem nessas coisas do oriente, romances astrais A minha alucinação é suportar o dia-a-dia, E meu delírio é a experiência com coisas reais

Belchior

Um grande VIVA ao grande

poeta, compositor, músico, cantor

e cidadão brasileiro, Belchior!!

Prof. Valter Gomes

___________________________

folhetim

Page 3: Folhetim do Estudante - Ano VI - Núm. 56

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do estudante ano VI Mar-Abr/2017

EDUCAÇÃO

ALFABETA

GAMA,

EDUCAÇÃO

A educação do homem começa no

momento do seu nascimento; antes

de falar, antes de entender, já se

instrui.

Jean-Jacques Rousseau

Sala de aula em Ottawa, no Canadá (Foto: Chris /Reuters)

Pode parecer até mesmo um

jogo de palavras ou uma tentativa de

indução de forma despretensiosa ao

contexto, EDUCAÇÃO.

Pensando um pouco mais,

quando chegamos ao ambiente

escolar , somos classificados em

series ? , nos incomodamos com

aqueles colegas que parecem que

sabem um pouco mais do que nós ,

criamos uma aversão a aquelas

pessoas que nos fazem se sentir

menos que os outros , talvez este seja

o primeiro sentimento de impotência

intelectual , acredito que neste

momento importante , devemos nos

posicionar em ter a gana de também

aprender o que não se sabe

e aprimorar nossas habilidades e

competências

.

Aprendi que ao estar

convivendo com outras pessoas ,

devemos observar certas regras e

atitudes que nos colocam aptos a

aceitar e fazer propagar ; que nossos

problemas não nos habilita a ter

direito em maltratar as pessoas ,

arrumamos desculpas do estresse do

dia-a-dia e maltratamos os outros

com palavras asperas , grosserias e

as vezes ate ofensas verbais e

menosprezos ; que não é porque

acredito em alguma coisa os outros

tambem devem acreditar , sei que

devo educar para ser respeitado e

não devo fazer este ato com berros,

palavões , ameaças , agressões

fisicas e morais ; que a educação

possui impacto profundo em todas as

areas de nossa vida.

É de minha conduta dizer

palavras que expressam educação

quando vou me comunicar com os

outros , mas , mesmo assim sou

ignorado e tenho respostas

evazivas e falta de consideração ,

vejo que a regra virou excessão ,

palavras magicas de bom dia, boa

tarde , como vai você , por favor ,

obrigado , me dá licença , um

sorriso de boas vindas viraram

artigo de luxo , assim pratico estas

manifestações de educação e

gostaria que assim tambem fosse

tratado .

Sei que uma das maiores

sabedorias é aprender a ouvir , mas

ouvir prestando atenção no assunto ,

de quem esta falando , com suas

particuliridades e emoções , seu tom

de voz , sua respiração , seu

vocabulario , o motivo de fazer de

voce o seu confidente , respeitando

valores éticos e morais , não criticar

no primeiro momento e nem se

contaminar com afrontas que tiram a

sua paz , este exercicio faz com as

relaçoes de convivencia proporcione

as partes envolvidas um crescimento

como seres humanos e assim

seremos bem vistos pelas pessoas

que nos cercam ; reconheço que cada _______________________________

folhetim

Page 4: Folhetim do Estudante - Ano VI - Núm. 56

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do estudante ano VI Mar-Abr/2017

pessoa tem que tomar suas decisões

por si proprio.

Ouvi dizer que quando

alguem ignora o valor de alguem

como ser humano , ela esta

basicamente apagando a humanidade

e qualquer respeito que ela tem

direito , que isso são praticas de

racismo , sexismo , praticas

desumanizantes .

Sei que as pessoas cada vez

mais se prendem a internet , e ela

tem sim responsabilidade , pois

inseriu a pressa de todas as coisas ,

com velocidade e sem os sentidos

das coisas , e os “ usuarios “ se

esquecem de coisas basicas , por

exemplo , passei anos aprendendo a

ler e escrever e quando falo ou

escrevo com as pessoas ao meu redor

, o assunto não rende , tenho como

resposta um ok , sim , não , sei lá ;

vejo meu relacionamento ligado a

uma palavra .

Mudanças são necessárias ,

tais como esta , que me chamou a

atenção ; uma escola da Alemanha

implantou a disciplina de “ Trato ,

modos e conduta “ , falar baixo é

uma das lições ensinadas nas aulas

de gentileza ; isto desde o quinto ano

de escola.

De nada adianta as pessoas

terem um excelente currículo e não

conseguirem tratar o outro com

civilidade. Educação é tarefa

primordial dos pais. Temos a

obrigação de ensinar aos filhos as

regras básicas de convivência social.

O principal objetivo da educação é

criar pessoas capazes de fazer coisas

novas e não simplesmente repetir o

que outras gerações fizeram. Jean

Piaget

Noricias que gostaria de

ouvir ; pais investe 8 % do seu

produto nacional bruto na educação ,

e todo este recurso chega no objeto

fim que é a melhoria do ensino

publico ; nossas escolas formam

alunos pensadores criticos , criativos

e com percepção de melhorar o meio

ambiente e o meio do seu ambiente

de convivio social ; com as

melhorias e resultados de progressão

de nossos alunos, eles pudessem

escolher materias extra curriculares ,

oferecidas pelo sistema de ensino

que estivesse inserido ; que a relação

entre professor e aluno tivesse uma

apropriação de valores possibilitando

uma humanidade mais justa

socialmente ; que a ligação entre

educação e escolaridade fosse uma

ferramenta de mobilidade social e

concientização dos direitos humanos.

...Locke adverte, o caminho que leva

à construção desta sociedade implica

um processo gigantesco de educação,

e não apenas a educação entendida

no sentido da transmissão do

conhecimento, mas no sentido da

formação da cidadania. (Oliveira, p.

181, 2000)

O ideal da educação não é aprender

ao máximo, maximizar os resultados,

mas é antes de tudo aprender a

aprender, é aprender a se

desenvolver e aprender a continuar a

se desenvolver depois da escola.

Jean Piaget

Se você teve condições de

ler este texto, agradeça ao professor,

não, não precisa ser necessariamente

aquele que você aprendeu a respeitar,

dentro de um recinto escolar, mas

sim, aquele que de forma simples e

objetiva, te ensinou os caminhos de

como chegar ao seu objetivo, veja

bem, só ler e escrever é o mínimo do

necessário do que você precisa a

começar a se comunicar com o

mundo lá fora.

Mesmo indignado com o

processo “ Educar para Respeitar”

e a forma e falta de respeito da

sociedade com a profissão de

EDUCADOR, que é mais um

sacerdócio, deixo aqui o meu muito

obrigado !!!

O mais alto nível de educação, é

a tolerância ...

Platão

EDUCAÇÃO

QUE

TRANSFORMA!!!

Prof. Rinaldo do Nascimento – Matemática/ Física – E. E. Com.

Miguel Maluhy, Engenheiro Cívil, pós

graduado em gestão ambiental e

Tecnólogo na SABESP da

Divisão Polo de Manutenção

Pirajussara – MOUP

folhetim

Page 5: Folhetim do Estudante - Ano VI - Núm. 56

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do estudante ano VI Mar-Abr/2017

RESENHA

Os incendiários que

podem transformar

Incêndios (2011), um filme

de origem canadense que ganhou o

Oscar de Melhor filme estrangeiro,

traz uma discussão diversificada da

trajetória de uma mulher, e da trágica

guerra civil que aconteceu no

Líbano, nos anos de 1970, entre

cristãos e mulçumanos. Nesse enredo

de guerra, que é onde o nome de

Nawal Marwan ser faz presente.

A estrutura básica do filme,

que chega a confundir, é a difusão

entre dois pontos de vistas e a

mudança deles quase imperceptíveis

se houver atenção. Essa difusão de

personagem se dá entre a busca de

Nawal por seu filho, (que por ser

fruto de um amor proibido na época,

fora separado dela) e de Jeanne

Marwan (sua filha), que vai atrás de

seu pai de acordo o pedido de sua

mãe.

A trajetória do filme em si,

ou seja, seu desenrolar, dá quando

Nawal vem a falecer, e como desejo,

pede para ser enterrada nua, sem

caixão, de costas e sem que haja

nenhuma lápide em seu túmulo, e

para que ela seja enterrada de forma

tradicional, Simon e Jeanne Marwan,

gêmeos, terão que ir em busca de seu

pai e irmão, que até agora era de

existência desconhecida. Com isso,

Jeanne embarca a na aventura de ir

conhecer a história de sua mãe, a

verdadeira história pela qual era

também desconhecida,

consequentemente, toda a

idealização que os dois filhos tinham

da mãe se fora abaixo.

Ao sair na busca de seu

irmão e automaticamente em busca

da história de sua mãe, Jeanne se

encontra sozinha em seu percurso, da

mesma forma em que sua Nawal se

encontrara em busca do filho

perdido, então podemos marcar um

fato importante da trajetória

feminista na sociedade: anda

sozinha, o isolamento da mulher em

questões publicas, sociais, políticas,

são questões que a anos lutam para

ter espaço, mas nunca foi o

suficiente, sempre tem algum

opressor machista e cala a voz, mas

não desistem, como Nawal e Jeanne

não desistiram.

A religião no filme tem um

marco importantíssimo, a guerra é

entre duas religiões: mulçumanos e

cristãos. Na cena onde o ônibus

onde Nawal estava em direção a um

campo de concentração, mostra

perfeitamente isso, ela não fora

morta ali por ser cristã, mas foi

também nesse ponto onde ela

percebeu que não importasse se era

cristão ou mulçumano, nenhum lado

daria trégua. Com isso, podemos

fazer uma conexão com os

acontecimentos na Síria hoje, aonde

uma guerra civil que vem ocorrendo

há seis anos, e milhares de vidas

inocentes foram tiradas, da mesma

forma que aconteceu no Líbano, tudo

por poder, um político e outro

religioso, e no final se vem a

pergunta: aonde iremos parar? Foi

isso que Nawal se perguntou, aonde

tudo aquilo iria parar se houvesse

uma interrupção, e foi o que ela fez.

Outro detalhe a se deparar no

filme, é a formula: 1+1= 1, que no

final do filme faz algum sentido, mas

outro sentido que se pode dar a ela, é

como se fosse “a fórmula da paz”,

por quê? Bom, fizer uma análise

igualitária é fácil de responder, por

exemplo, temos o dono de uma

fábrica e um morador de rua, eles

dois será o 1+1, o igual disso, é que

eles são da mesma espécie, os dois

são humanos, os dois irão para baixo

da terra quando morrer, pode até ser

de forma distinta, mas irão! Então se

é perceptível que eles são iguais ao

ver do universo. Se todos tivessem

essa percepção de mundo, não

haveria o que á hoje, a paz realmente

existiria, pois não teria a idealização

de “um é melhor que o outro”. Em

outras palavras, não importa o que

você é, o quanto você tem, você e o

outro, faz parte de um todo só,

1+1=1.

Além dessas visões criticas,

se a outras no filme, ele é bem

eclético, tem vários contextos que

valem a pena ser discutidos com a

sociedade, a questão da fórmula

matemática, dessa visão de

igualdade, levaria a um bom debate.

E ainda tem as riquezas e emoções

que se adquirem ao decorrer desse

longa-metragem, o diretor Denis

Villeneuve, juntamente com os

roteiristas Denis Villeneuve, Valérie

Beaugrand-Champagne, fizeram um

ótimo trabalho que todos deveriam

conhecer.

Por fim, se é cabível colocar

a delicadeza e ao mesmo tempo a

força de impacto que esse filme trás

a sociedade, e é valido pensar nelas,

discuti-las, avaliá-las, trazer ao

público carente de longa metragens

como essa, abrindo idéias e soluções

para todos esses acontecimentos:

como alimentar mais a idéia de

igualdade entre um e outro, ter

tolerância, empatia, são pequenas

palavras com poderes fortíssimos

que mudam o mundo, como Nawal

mudou no enredo, ou Denis

Villeneuve mudou ao produzir esse

filme, onde os professores mudaram

um preceito do aluno, e esse aluno

repassou isso. Então a mudança não

é algo de sete cabeças, e sim algo

que está no gesto e no respeito, pois

todos nós somos incêndios que

fazem a diferença, que transformam.

Murieli Fernanda – 2ºH

E. E. Com. Miguel Maluhy

folhetim