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1 Bacharelado em Ciências e Humanidades Disciplina História do Pensamento Econômico Convenções e desenvolvimento Economia Política Prof. Giorgio Romano Tidia: Prof. Giorgio HPE 19 de setembro de 2011

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Bacharelado em Ciências e Humanidades

Disciplina História do Pensamento Econômico

Convenções e desenvolvimento – Economia Política

Prof. Giorgio Romano Tidia: Prof. Giorgio HPE

19 de setembro de 2011

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Convenções: organização do pensamento

econômico/ regras do jogo/ modelos mentais compartilhadas

conflitos de ordem técnica

x

interesses econômicos

crescimento = mais do mesmo

desenvolvimento = transformações estruturais

Convenções

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Papel da teoria econômica na constituição de

ideologias =>

sistemas de economia política: conjunto de

políticas econômicas unificadas por uma visão

normativa;

ex liberalismo, socialismo,

desenvolvimentismo, Estado de bem-estar social.

Convenções e Economia Política

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Convenções servem para definir os problemas,

descrever o que está errado, estabelecer direção

para transformação futura; hierarquização e

priorização dos problemas; identificação soluções

aceitáveis + explicar como o presente surgiu e

como o futuro será se as regras foram seguidas.

Convenções e Economia Política

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Legitimidade das convenções:

fé depositada por seus aderentes no seu conteúdo

cognitivo adequação de seus resultados às

expectativas dos membros da população

convenção passa a ser vista como algo natural

e externo aos seus aderentes

Convenções e Economia Política

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Conhecimento codificado: elaborado pela

academia internacional – regras formas (leis)

• Versões simplificadas e normativas elaboradas

por instituições como Banco Mundial

(indicadores empíricos e receituários

políticos). Ex. Consenso de Washington

• Modelos formais –tratamento matemático

sofisticado da caráter sagrado

Conhecimento tácito – percepções sobre como a

sociedade é e como deveria ser (regras informais)

conhecimentos codificados e

tácitos

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Mudança de paradigma: quando surgem problemas

distintos daqueles que a convenção identificou

como prioritários e que demandam soluções não

compatíveis com o núcleo duro da convenção

=> crise => substituição por outra convenção

mudança de convenção

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Dispositivos de identificação e solução de

problemas;

projetos nacionais que declaram levar ao bem

comum;

refletem, porem, distribuição de poder

econômico e político;

existem sempre diversas convenções de

desenvolvimento que competem pela

hegemonia (perda de hegemonia não implica

seu desaparecimento).

Convenção de Desenvolvimento

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Convenção neoliberal surge a partir do fim do

socialismo real; crise do Estado de Bem-Estar;

hegemonia do capital financeiro.

macroeconomia derivada da microeconomia

fundada sobre expectativas reacionais e

mercados em equilíbrio

pela teoria política da escolha pública,

qualquer intervenção estatal será estimuladora

de investimentos improdutivos (rent seeking)

visão neoclássica das instituições que

privilegiam os direitos de propriedade

Convenção neoliberal

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Conceito de “fim da história” (Fukuyama) =>

Para Hegel a história é movida pelas ideais. Fim da

história = inexistência de formas melhores de

organização (não o fim dos eventos históricos),

no caso de economia de mercado & democracia

liberal.

Convenção neoliberal e fim da

história

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Crise do neoliberalismo:

sucessivas crises internacionais da década de

1990

fracasso de casos considerados exemplares

(Argentina)

sucesso de caminhos heterodoxos (China,

Coréia do Sul, Índia)

baixas taxas de crescimento

Convenção neoliberal e fim da

história

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agentes econômicos não têm pleno

conhecimento do mundo

expectativas são formadas por meio de um

processo de aprendizado

mercados são imperfeitos

nem toda intervenção estatal redunda em

rendas improdutivas

instituições estão inseridas em contextos

específicos, definidos historicamente

o que é formalmente igual pode operar

distintamente) => reconhecimento da diversidade

das trajetórias nacionais de desenvolvimento.

Crítica teórica à Convenção neoliberal

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Teoria dos mercados eficientes (capacidade

dos agentes de realizar escolhas ótimas) preços

dos ativos financeiros refletem as informações

disponíveis e relevantes => impossibilitando que

os investidores obtenham sistematicamente

qualquer ganho anormal. Preços dos ativos

financeiros explicadas pelos “fundamentos”.

Teoria das expectativas racionais

(racionalidade dos agentes). Agentes plenamente

informados, acesso igualitário às informações.

Lógica das crises financeiras

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I. Desvios em relação ao comportamento racional esperado: finanças comportamentais – sociologia e psicologia explicam porque agentes econômicos apresentam limitações ao pleno exercício da racionalidade (intrínseca à natureza humana)

II. Enfoque sistêmico da problemática das

instabilidades (Hyman Minsky) =>

Episódios especulativos inerentes ao funcionamento do sistema financeiro.

Crítica à lógica das crises financeiras

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Em momentos de estabilidade os agentes teriam

maiores incentivos a correrem riscos elevados e

assumirem comportamentos inovadores baseado

em expectativa de acréscimos contínuos dos

preços futuros dos ativos =>

boom especulativo / aumento margens de lucro +

financiamento por meio de excesso de dívidas.

Ou seja: a tranqüilidade é em si desestabilizadora

=> gera fragilidade do sistema financeiro

Lógica das crises financeiras

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Crise financeira global 2008: fim à fé na

capacidade de autorregulação dos mercados/

Estado volta ao centro da cena, mas: ausência de

uma convenção de desenvolvimento forte no

plano internacional

Lógica das crises financeiras