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Microanatomia das glândulas endócrinas Microanatomia das glândulas endócrinas Prof. Dr. Caio Maximino Marabá/PA – 2015

Microanatomia das glândulas endócrinas

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Microanatomia das glândulas endócrinas

Microanatomia das glândulas endócrinas

Prof. Dr. Caio Maximino

Marabá/PA – 2015

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Microanatomia das glândulas endócrinas

Definição

● Glândulas formadas por células secretoras cujos produtos são exocitados no fluido intersticial ao invés de em dutos.

● Difundem-se até capilares próximos, e o sangue capilar transporta esses produtos de secreção (hormônios) para outros órgãos do corpo.

– Alta vascularização do tecido glandular

● Modos de controle:

– Endócrino: Hormônio secretado na grande circulação

– Parácrino: Hormônio secretado viaja por vasos curtos por pequenas distâncias

– Justácrino: Hormônio secretado na matriz extracelular, age em células muito próximas

– Citócrino: Hormônio secretado de uma célua a outra por mecanismos transmembrana

– Autócrino: A mesma célula que secreta é alvo da secreção

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Epitélio glandular endócrino

● Glândulas endócrinas podem ser representadas por células individuais (glândulas unicelulares) dentro de certos órgãos; como células endócrinas em glândulas mistas; ou como órgãos endócrinos distintos e separados

● Glândulas foliculares: Porção secretora organizada em folículos cercados por capilares

● Glândulas cordonais: Porção secretora organizada em cordões recortados por capilares

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Origem embriológica

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Organização cordonal

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Organização folicular

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Hipófise

● Órgão endócrino pesando cerca de 0,5 g no adulto, localizado na sella turcica (cavidade do osso esfenóide que é importante ponto de referência radiológico)

● Se liga ao hipotálamo através do pedículo infundibular

● Revestida por uma cápsula de tecido conjuntivo que é contínua com a rede de fibras reticulares

● Origem embriológica dupla organiza a hipófise em uma porção neural e uma porção ectodérmica

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Embriologia da hipófise

● Neuroipófise: Se desenvolve pelo crescimento do assoalho do diencéfalo em direção caudal

● Adenoipófise: Se desenvolve a partir de um trecho do ectoderma do teto da boca primitiva que cresce cranialmente formando a bolsa de Rathke

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Histologia geral da hipófise

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Suprimento sanguíneo

● Dois grupos de artérias originadas da carótida interna – ARTÉRIAS HIPOFISÁRIAS SUPERIORES (irrigam iminência mediana e infundíbulo) e INFERIORES (irrigam a neuroipófise e o pedículo da hipófise)

● Plexo capilar primário – Formado por ramificações das artérias hipofisárias superiores; células endoteliais fenestradas– Capilares unem-se para formar vênulas e

veias que se ramificam na adenoipófise, formando o plexo capilar secundário

● Sistema porta hipofisário permite que os hormônios hipotalâmicos sejam levados à adenoipófise.

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Sistemas hipotálamo-hipofisários

● Núcleo supra-óptico (SON) e paraventricular (PVN) – OXT e AVP para a neuroipófise

● PVN, núcleos dorsomedial, ventromedial e arqueado – Hormônios tróficos

SNA

Adenoipófise

Neuroipófise

Stern, 2014

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Microanatomia das glândulas endócrinasCirculação sistêmica

Sistemas hipotálamo-hipofisários

Hipófise posteriorAVP, OXT, NP

Hipófise anterior

ACTH, TSH, LH, FSH, GH, Prl

Eminência medianaHorm. hipofisiotrópicos

Transporte axonal

Transporte axonal

Veias porta longas

N magnocelulares N parvocelulares

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Adenoipófise

● Subdividida em pars distalis (lobo anterior), pars tuberalis (porção cranial que envolve o infundíbulo) e pars intermedia (entre a neuroipófise e a pars distalis)

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Microanatomia da pars distalis

● Organização cordonal sustentada por fibras reticulares (secretadas por fibroblastos)

● Em H&E:– Células cromófobas: se coram

fracamente; duas subpopulações (microscopia eletrônica) – células com poucos grânulos e células sem nenhum grânulo (foliculares)

– Células acidófilas: Afinidade por corantes ácidos

– Células basófilas: Afinidade por corantes básicos

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Microanatomia da pars distalis

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Microanatomia da pars distalis

● Porção central– Mais células basófilas (P.A.S.

positivas - i.e., produzem glicoproteínas)

– ACTH (posição posterior), TSH (posição anterior)

● Porções laterais– Mais células acidófilas

– GH e Prl

● Células produtoras das gonadotrofinas estão distribuídas de maneira ± uniforme

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Controle funcional da pars distalis

Hipófise anterior

Receptores nas células-alvo

TRH

Tirotrofos

Gq/11

Gonadotrofos

Gq/11

Corticotrofos

Gs

Somatotrofos

Gs

Gi

GnRH CRF SSTGHRH

Lactotrofos

Gi

DA

Eminência mediana

Gs

Gs

Gs

TSH LH/FSH ACTH

Receptores citocina tipo I

hGH

Receptores citocina tipo I

Prl

Respostas fisiológicas

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Células secretoras da pars distalis

Tipo celular Afinidade por corantes

Hormônio produzido

Aspecto dos grânulos de secreção

Hormônios tróficos

Hormônios inibidores

Somatotrópica Acidófila GH Numerosos, arredondados ou ovalados; 300-400 nm

GHRH SST

Lactotrópica Acidófila Prolactina Aumentam de tamanho durante a gestação e a lactação (200-600 nm)

? PIH

Gonadotrópica

Basófila FSH e LH 250-400 nm GnRH

Tireotrópica Basófila TSH Pequenos (120-200 nm)

TRH

Corticotrópica Basófila ACTH Grandes (400-550 nm)

CRH

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Microanatomia da pars intermedia

● Localizada na porção da antiga bolsa de Rathke

● Maior presença de folículos grandes (> 100 µm)– Parede epitelial cercada por uma

lâmina delgada de tecido conectivo; conteúdo coloidal

– Comumente interconectados– Nomes diversos para a mesma

estrutura cavitária fenda pituitária, →cistos de Rathke, folículos, formações acinares ou alveolares

● Célula secretoras de α-MSH

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Microanatomia da pars tuberalis

● Região em forma de funil que cerca o infundíbulo da neuroipófise

● Células principais (gonadotrópicas) colunares pequenas; citoplasma contém numerosas gotículas lipídicas, grânulos de glicogênio e eventuais gotículas de colóide

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Neuroipófise

● Pars nervosa + infundíbulo/pedículo infundibular

● ~100.000 axônios não-mielinizados de células neurosecretoras cujos corpos celulares (magnocelulares) estão localizados no núcleo supra-óptico e porção póstero-mediolateral do PVN– Corpos de Nissl muito desenvolvidos– Corpos de Herring: grânulos de secreção pequenos e membranosos

● Pituícitos – células gliais altamente ramificadas; regulam a secreção hormonal

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Neuroipófise

● Secreção de nonapeptídeos através dos axônios no capilares fenestrados

● Nonapeptídeos derivados de um pré-propeptídeo com neurofisina– Vasopressina: Efeito

vasoconstritor; equilíbrio osmótico

– Oxitocina: Lactação, parturição

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Glândulas adrenais

● Glândulas endócrinas cobertas por uma cápsula fibrosa; ~5 cm comprimento

● Localizada anterosuperiormente aos rins– Cavidade abdominal (espaço

retroperitoneal), nível da 12ª vértebra torácica

– Irrigação pelas artérias suprarrenais e artérias frênicas inferiores; drenada pelas veias suprearrenais

● Duas divisões histológicas grosseiras: córtex (parte do eixo HPA) e medula (parte do SNA)

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Microanatomia das glândulas endócrinas

Organização histológica e funcional das adrenais

● Córtex e medula reagem de forma independente a estímulos

● O córtex é dividido em– Zona glomerulosa:

● Céls. piramidais organizadas em cordões em arcos ● Produz aldosterona

– Zona fasciculada● Céls. poliédricas organizadas em cordões retos em feixes dispostos perpendicularmente à superfície do

órgão● Produz cortisol

– Zona reticulada● Céls. menores dispostas em cordões irregulares; morte celular frequente● Produz cortisol, deidroepiandosterona (DHEA) e androstenediona

● A medula é composta por céls. poliédricas organizadas em cordões e céls. ganglionares parassimpáticas

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Microanatomia das glândulas endócrinas

Organização histológicae funcional das adrenais

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Microanatomia das glândulas endócrinas

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Síntese e liberação de GCs

CRF

ACTH

Cortisol

Hipotálamo

Hipófise anterior

● As células corticotróficas da hipófise anterior liberam CRF na adenoipófise; esse hormônio estimula a síntese e secreção de hormônios derivados da POMC (ACTH e α-MSH) na circulação

● Esses hormônios ativam células da adrenal, que iniciam a síntese e a liberação de cortisol

● O cortisol inibe a síntese e a secreção tanto do CRF quanto do ACTH (retroalimentação negativa)

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Síntese e liberação de MCs

● Ao contrário dos GCs, que estão sob controle neuroendócrino exclusivo, a síntese e liberação dos MCs é regulada de forma endócrina (sistema renina-angiotensina-aldosterona)

● Responde rapidamente a quedas do volume intravascular e perfusão renal

● A aldosterona também está, em menor grau, sob controle do ACTH

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Catecolaminas na medula da adrenal

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Ilhotas de Langerhans (Pâncreas endócrino)

● Micro-órgãos endócrinos localizados no pâncreas; grupos arredondados de células incrustados no tecido exórcino

● Células poligonais ou arredondadas dispostas em cordões

● Grande quantidade de capilares fenestrados

● Camada de tecido conjuntivo separando a ilhota do resto do tecido

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Microanatomia das ilhotas

● Células se coram menos intensamente por H&E do que células acinosas

● Colorações rotineiras ou tricrômios permitem discriminar células acidófilas (A ou α) e basófilas (B ou β)

● Células A produzem glucagon; células B produzem insulina

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Ultraestrutura

● Células A: Grânulos regulares contendo um centro denso cercado por uma região clara sob a membrana

● Células B têm granulos irregulares com um centro formado de cristais irregulares de insulina complexados com zinco

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Características das células de ilhotas de Langerhans

Tipo celular Quantidade relativa

Posição da ilhota

Hormônio produzido

Ação do hormônio

A ~20% Geralmente na periferia

Glucagon Glicogenólise e lipólise; aumento da glicose plasmática

B ~70% Região central Insulina Captação de glicose

D < 5% Variável SST Inibição da liberação dos outros hormônios

F Rara Variável Polipeptídio pancreático

Estimulação de células gástricas principais; inibição da secreção da bila, da enzima pancreática e do bicarbonato

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Glândula tireóide

● Composta por dois lobos unidos por um istmo

● Sintetiza os hormônios tireóideos tiroina (tetra-iodotironina ou T4) e tri-iodotironina (T3)– Funções tróficas importantes– Controle da taxa metabólica basal– Controle do consumo de oxigênio pelas células do corpo– Controle do metabolismo de proteínas, lipídios e carboidratos

● Única glândula endócrina formada exclusivamente de folículos– Epitélio simples cercando um lúmen central com colóide– Armazenamento de grandes quantidades de produto de secreção (hormônios tireóideos) fora da célula

● Coberta por cápsula fibrosa, da qual estendem-se septos para o parênquima, dividindo a glândula em lóbulos e organizando vasos sanguíneos e linfáticos e nervos.

● Folículos separados por um estroma de tecido conectivo reticular densamente vascularizado.

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Cápsula e septos (estroma)

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Folículos (parênquima)

● Células foliculares com morfologia pavimentosa a colunar– Glândulas ativas apresentam mais folículos

com epitélio colunar; glândulas com células foliculares pavimentosas são consideradas hipoativas

– Complexos juncionais apicais– Apoiadas sobre uma lâmina basal– Núcleo normalmente redondo e centralizado– Ergatoplasma abundante

● Células parafoliculares (células C) maiores do que as foliculares; coloração menos intensa– Menos ergatoplasma– Grânulos numerosos e pequenos contendo

calcitonina

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Microanatomia das glândulas endócrinas

Controle da função tireoideana

● Receptor TSHR– Localizado em células

foliculares da tireóide

– Atividade de PKA → Estimula a captação de iodeto, transcrição de tiroglobulina, e transcrição da tireóide peroxidase

– Atividade de PLC → Regula o efluxo de iodeto, atividade da tireoperoxidase, e iodinaçao da tiroglobulina

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Microanatomia das glândulas endócrinas

Glândulas paratireóides

● Quatro massas ovais 3 x 6 mm localizadas na parte de trás das glândulas tireóides

● Cada glândula contida em uma cápsula que envia septos que, por sua vez, ligam-se à fibras reticulares

● Organização cordonal

● Células principais e células oxifilas

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Microanatomia das glândulas endócrinas

Microanatomia das glândulas paratireóides

● Células principais – Células poligonais pequenas com núcleos arredondados; citoplasma acidófilo pouco corado– Ultraestrutura: citoplasma com grânulos irregulares

(200-400 nm) que secretam paratormônio.

● Células oxífilas – Menores, organizadas em conjuntos; citoplasma altamente acidófilo– Aparência granulada do citoplasma revela-se como

mitocôndrias com numerosas cristas