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PREFEITURA MUNICIPAL DE MARÍLIA SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO 1 Proposta Curricular para o 1º ano do Ensino Fundamental Apresentação: De acordo com a Lei Federal nº. 11.274/2006, o Ensino Fundamental passou a ter nove anos, incluindo-se assim as crianças de 6 anos. Portanto, desde já, faz-se necessário tratar a questão pedagógica que envolve tal extensão. Diante desta nova realidade, nós, profissionais da educação precisamos realizar um trabalho pedagógico em sintonia que favoreça a aprendizagem dos alunos. Neste sentido, as crianças precisam de uma proposta curricular que atenda, de forma articulada, as suas características, potencialidades e necessidades. Cabe ressaltar que essa ampliação do Ensino Fundamental visa oportunizar a continuidade do trabalho desenvolvido nas Escolas de Educação Infantil, ou garantir àqueles, que nunca freqüentaram a escola, um atendimento adequado e de qualidade. A unidade escolar deverá, então, assegurar um trabalho pedagógico que envolva as diversas áreas do conhecimento e suas expressões, buscando uma metodologia que favoreça o desenvolvimento social, afetivo e cognitivo dessas crianças. A possibilidade de as crianças ingressarem mais cedo no Ensino Fundamental não significa acelerar o seu processo de saída, mas sim garantir a elas, as condições de aprendizagem adequadas à sua etapa de desenvolvimento. A implantação de uma política de ampliação do Ensino Fundamental de oito para nove anos de duração exige um tratamento político, administrativo e pedagógico, uma vez que, o objetivo de um maior número de anos no ensino obrigatório é assegurar a todas as crianças um tempo mais longo de convívio escolar com maiores oportunidades de aprendizagem.

Proposta curricular para o 1º ano do ensino fundamental

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PREFEITURA MUNICIPAL DE MARÍLIA SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO

1

Proposta Curricular para o 1º ano do Ensino Fundamental

Apresentação:

De acordo com a Lei Federal nº. 11.274/2006, o Ensino Fundamental passou a

ter nove anos, incluindo-se assim as crianças de 6 anos. Portanto, desde já, faz-se

necessário tratar a questão pedagógica que envolve tal extensão.

Diante desta nova realidade, nós, profissionais da educação precisamos realizar

um trabalho pedagógico em sintonia que favoreça a aprendizagem dos alunos. Neste

sentido, as crianças precisam de uma proposta curricular que atenda, de forma

articulada, as suas características, potencialidades e necessidades.

Cabe ressaltar que essa ampliação do Ensino Fundamental visa oportunizar a

continuidade do trabalho desenvolvido nas Escolas de Educação Infantil, ou garantir

àqueles, que nunca freqüentaram a escola, um atendimento adequado e de qualidade.

A unidade escolar deverá, então, assegurar um trabalho pedagógico que envolva as

diversas áreas do conhecimento e suas expressões, buscando uma metodologia que

favoreça o desenvolvimento social, afetivo e cognitivo dessas crianças.

A possibilidade de as crianças ingressarem mais cedo no Ensino Fundamental

não significa acelerar o seu processo de saída, mas sim garantir a elas, as condições

de aprendizagem adequadas à sua etapa de desenvolvimento.

A implantação de uma política de ampliação do Ensino Fundamental de oito

para nove anos de duração exige um tratamento político, administrativo e

pedagógico, uma vez que, o objetivo de um maior número de anos no ensino

obrigatório é assegurar a todas as crianças um tempo mais longo de convívio escolar

com maiores oportunidades de aprendizagem.

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Ressalte-se que a aprendizagem não depende apenas do aumento do tempo de

permanência na escola, mas também do emprego mais adequado desse tempo: a

associação de ambos pode contribuir significativamente para que os estudantes

aprendam mais e de maneira prazerosa.

A Proposta Curricular irá subsidiar o fazer pedagógico de cada professor e

garantir uma unidade de ação em nível de Secretaria Municipal da Educação.

Neste sentido, faz-se necessário um trabalho eficaz dos educadores de nossa

rede, para garantirmos, às crianças do município, o acesso pleno ao conhecimento

científico.

Essa proposta não configura um modelo curricular homogêneo e pronto, que

sobrepõe à autonomia pedagógica de cada escola, mas poderá funcionar como

elemento catalisador de ações na busca de uma melhoria da qualidade do ensino

municipal.

Esperamos que este documento possa contribuir, de forma relevante, para que

profundas transformações ocorram na prática pedagógica de cada professor e

favoreça uma maior socialização dos saberes.

Marília, 09 de dezembro de 2008.

Prof. Mário Bulgareli

Prefeito Municipal

Helter Rogério Bochi Prof. Joaquim Bento Feijão Profª. Rosani Puia de Souza Pereira

Coordenador Pedagógico Supervisor Escolar da Secretária Municipal

da Educação Básica Educação Básica da Educação

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Sumário

Áreas do Conhecimento

I – Língua Portuguesa

A – Expectativas de Aprendizagem____________________________________________04

B – Conteúdos_________________________________________________________05 e 06

C – Orientações Didáticas________________________________________________06 e 07

II – Matemática

A – Expectativas de Aprendizagem _____________________________________07, 08 e 09

B – Conteúdos _____________________________________________________ 09, 10 e 11

C – Orientações Didáticas________________________________________________11 e 12

III – Ciências – pelos caminhos da natureza

A – Expectativas de Aprendizagem ____________________________________________12

B – Conteúdos ____________________________________________________________ 13

C – Orientações Didáticas________________________________________________13 e 14

IV– História A – Expectativas de Aprendizagem ____________________________________________14

B – Conteúdos ________________________________________________________ 14 e 15

C – Orientações Didáticas________________________________________________15 e 16

V – Geografia A – Expectativas de Aprendizagem ________________________________________16 e 17

B – Conteúdos_____________________________________________________________17

C – Orientações Didáticas________________________________________________17 e 18

VI – Arte A – Expectativas de Aprendizagem ________________________________________19 e 20

B – Conteúdos_________________________________________________________20 e 21

C – Orientações Didáticas_____________________________________________21, 22 e 23

VII – Educação Física A – Expectativas de Aprendizagem ________________________________________23 e 24

B – Conteúdos ____________________________________________________________ 24

C – Orientações Didáticas________________________________________________25 e 26

VIII – Atividades Permanentes _______________________________________26, 27 e 28

IX – Projetos de Trabalho ______________________________________________28 e 29

X – Avaliação _____________________________________________________29, 30 e 31

Referências Bibliográficas __________________________________________________32

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Áreas do Conhecimento

I – Língua Portuguesa

A – Expectativas de Aprendizagem

Os alunos, ao final do 1º ano do Ensino Fundamental, deverão ser capazes de:

Expressar-se utilizando as diferentes linguagens: corporal, musical,

plástica e cênica, valorizando a cultura popular e erudita (brincadeiras

infantis, canto individual ou em grupo, ouvir diferentes gêneros

musicais);

Recontar histórias conhecidas, recuperando algumas características da

linguagem do texto lido pelo professor;

Ler, com apoio na leitura do professor, diferentes gêneros (textos

narrativos literários, textos instrucionais, textos de divulgação científica e

notícias);

Ler/reconhecer textos conhecidos, tais como: parlendas, adivinhas,

poemas, canções, trava-línguas;

Ler/identificar o que está escrito em rótulos, embalagens, placas,

manchetes de jornal, legendas, quadrinhos, listas a partir do

conhecimento de contexto;

Compreender a natureza do sistema da escrita; e, no mínimo, produzir

escrita silábica com ou sem valor sonoro convencional;

Conhecer e nomear as representações das letras do alfabeto de imprensa

maiúsculo;

Reescrever – ditando para o professor – histórias conhecidas,

considerando as idéias principais do texto fonte e características da

linguagem escrita;

Produzir textos de autoria (bilhetes, cartas, instrucionais) – ditando para o

professor;

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Revisar, do ponto de vista discursivo, com ajuda do professor, textos

produzidos coletivamente ou em pequenos grupos;

Escrever o próprio nome e utilizá-lo como referência para a escrita;

Escrever textos de memória.

B – Conteúdos

1) Diferentes linguagens: corporal, musical, plástica e cênica.

Brincadeiras infantis

Canto

Audição de diversos gêneros musicais

Dramatizações

Pintura, colagem, dobraduras representando uma história.

2) Relato de experiências vividas e narração de fatos.

3) Reprodução oral de jogos verbais, como trava-línguas, parlendas,

adivinhas, quadrinhas, poemas e canções.

4) Reconto de histórias conhecidas com aproximação às características da

história original lida pelo professor.

5) Leitura de textos diversos (com apoio na leitura do professor):

literários – contos, fábulas, lendas, poemas;

jornalísticos – títulos, manchetes, notícias, classificados, propagandas;

utilitários instrucionais – receitas, embalagens, rótulos, calendários,

folhetos, cartazes;

listas – de nomes de pessoas, nomes de animais, frutas, objetos da sala etc.

6) Produção de textos diversos

Reescrita de histórias, tendo o professor como escriba;

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Bilhetes, cartas, instrucionais - ditando para o professor;

Revisão de textos coletivos com ajuda do professor;

Histórias em quadrinhos;

Cartazes, anúncios;

Listas de palavras do mesmo campo semântico;

Escrita das letras do alfabeto de imprensa maiúsculo;

Compreensão da natureza do sistema da escrita no mínimo: produção de

escrita silábica com ou sem valor sonoro;

Trabalho com o próprio nome e nomes dos colegas da classe.

C – Orientações Didáticas

O espaço da sala de aula deve ser um espaço de formação de leitores e

escritores. Um espaço, portanto, com muitas leituras e situações de escrita.

Leituras das crianças, leituras dos professores. Leituras de livros, jornais,

panfletos, músicas, poesias e do que mais se tornar significativo;

Propor aos alunos que leiam e escrevam, ainda que não o façam

convencionalmente. Mas o fato de as escritas não convencionais serem

aceitas não significa ausência de intervenção pedagógica para a construção

da escrita convencional;

Organizar situações de aprendizagem que possibilitem a discussão e

reflexão sobre a escrita alfabética. Essas situações de aprendizagem devem

acontecer de modo a possibilitar que o professor conheça as concepções

que os alunos possuem sobre como escrever;

Organizar situações em que as crianças estabelecem uma relação entre o

que é falado e o que está escrito (embora ainda não saibam ler

convencionalmente). Nessas atividades de “leitura”, as crianças devem

saber o texto de cor e tentar localizar onde estão escritas determinadas

palavras;

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Oportunizar momentos em que as crianças precisam descobrir o sentido do

texto apoiando-se nos mais diversos elementos, como nas figuras, na

diagramação, em seus conhecimentos prévios sobre o assunto etc.;

Uma prática de leitura deve considerar a qualidade literária dos textos;

Reconhecer a capacidade das crianças para escrever e dar legitimidade e

significação às escritas iniciais, uma vez que estas possuem intenção

comunicativa;

Propor atividades de escrita que façam sentido para as crianças, isto é, que

elas saibam para que e para quem estão escrevendo, revestindo a escrita de

seu caráter social;

Trabalhar com textos que permitam a memorização (poemas, parlendas,

adivinhas);

Produzir coletivamente os textos: enquanto os alunos criam o texto, o

professor vai escrevendo na lousa ou em papel pardo;

Reconstrução oral de contos – trata-se de mais um passo do processo de

aprendizagem.

A reconstrução não é somente um resumo do argumento, do conteúdo do

conto. Na reconstrução interessa, além da fidelidade ao argumento, a

utilização dos elementos lingüísticos próprios do conto;

Criar um ambiente alfabetizador, promovendo um conjunto de situações de

usos reais de leitura e escrita nas quais as crianças têm a oportunidade de

participar.

II – Matemática

A – Expectativas de Aprendizagem

Os alunos, ao final do 1º ano do Ensino Fundamental, deverão ser capazes de:

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1 – Números e Operações

Reconhecer o uso dos números no cotidiano;

Realizar contagens orais de objetos usando a seqüência numérica;

Construir procedimentos de agrupamentos, a fim de facilitar a contagem e

a comparação entre duas coleções;

Produzir escritas numéricas de números familiares e utilizados com

freqüência (idade, número de telefone, calçados, peso, altura, número da

residência etc.);

Construir procedimentos de comparação entre quantidades;

Resolver situações-problema que envolvam as idéias da adição, subtração,

multiplicação e divisão, utilizando-se de materiais diversos, sem o registro

de algoritmos, através de cálculo mental.

2 – Espaço e Forma

Identificar pontos de referência para indicar sua localização na sala de aula;

Indicar oralmente a posição onde se encontra no espaço escolar e

representá-la por meio de desenhos;

Identificar o caminho para se movimentar no espaço escolar e chegar a um

determinado local da escola e representar a trajetória, por meio de

desenhos;

Ler croquis simples que indiquem a posição e a movimentação de um

objeto ou pessoa;

Identificar semelhanças e diferenças entre as formas dos objetos de seu

cotidiano;

Identificar nos objetos de seu cotidiano, superfícies planas e arredondadas;

Representar objetos do seu cotidiano, por meio de desenhos e dobraduras;

Montar e desmontar embalagens tridimensionais.

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3 – Grandezas e Medidas

Identificar dias da semana, explorando o calendário;

Identificar os meses do ano, utilizando o calendário;

Antecipar, recordar e descrever oralmente seqüências de acontecimentos

referentes ao período de um dia;

Construir estratégias para medir comprimentos, massas e capacidades de

vasilhames, sem uso de unidades de medidas convencionais;

Iniciar o uso de instrumentos de medidas.

4 – Tratamento da Informação

Iniciar a organização de informações por meio de registros pessoais (idade,

números de irmãos, colegas de classe etc.);

Utilizar e analisar tabelas simples.

B – Conteúdos

1 – Números e Operações

Exploração da contagem de rotina;

Comparação de quantidade;

Utilização de cálculo mental como ferramenta para resolução de situações-

problema;

Classificação – juntar por semelhanças e separar por diferenças;

Seriação – ordem crescente e decrescente;

Símbolos – como representação de objetos, pessoas, idéias, situações;

Situações-problema: envolvendo as operações:

- Adição: idéias de juntar e acrescentar;

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- Multiplicação: adição de parcelas iguais;

- Subtração: idéias de tirar, comparar e completar;

- Divisão: idéias de repartir e medir.

Produção de escritas numéricas de números do cotidiano.

2 – Espaço e Forma

Exploração espacial dos objetos, do próprio corpo e do meio ambiente.

Exploração sensorial de objetos.

Orientação espacial – posição, direção lateralidade.

Localização no tempo e sequencialização.

Distinção de formas.

Exploração e identificação de propriedades geométricas de objetos, figuras,

como formas, tipos de contornos.

Montagem e desmontagem de embalagens tridimensionais.

3 – Grandezas e Medidas

Uso de relógio para identificação de horários relevantes na vida da criança;

Identificação dos dias da semana, meses do ano através do calendário;

Noções intuitivas de grandeza, através de comparações: maior, menor,

mais fino, mais grosso, mais alto, mais baixo etc.;

Noções intuitivas de distância, através das comparações: mais perto, mais

longe;

Medição de comprimentos, massas e capacidades através de medidas não

padronizadas;

Acompanhamento mensal do peso e altura pela própria criança,

comparando com os colegas;

Início do uso de instrumentos padronizados da medida.

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4 – Tratamento da Informação

Organização de informações por meio de registros pessoais;

Análise de tabelas simples.

C – Orientações Didáticas

Um dos principais objetivos do ensino de matemática é fazer o aluno

pensar produtivamente e, para isso, nada melhor que apresentar-lhe

situações-problema que o envolvam, o desafiem e o motivem a querer

resolvê-las;

Não propor situações-problema que estejam muito além ou aquém das

possibilidades dos alunos. Isto poderia gerar medo, ansiedade e pouco

envolvimento com a situação;

Valorizar as estratégias individuais dos alunos e seus registros;

Propor problemas orais, que possibilitem ao aluno desenvolver estratégias

de resolução, cálculo mental e comunicação oral da solução;

Ampliar a utilização das representações pictóricas em Matemática,

relacionando o pictórico e o matemático, através de desenhos como uma

forma de comunicação;

Envolver as situações-problema, quando possível, no contexto de outras

áreas do conhecimento;

É importante que os alunos representem o problema: dramatizando,

utilizando-se de desenhos, materiais de sucata, listas etc.;

Os jogos matemáticos são essenciais para formação dos conceitos;

A idéia de número sintetiza duas operações lógicas: classificação e

seriação. Estas, além de embasar a formação do conceito de número, são

aspectos fundamentais do pensamento lógico que não estão presentes

apenas no conceito de número, mas em todas as relações que a mente

humana pode estabelecer. Portanto, deve-se oportunizar à criança situações

para que ela construa esses conceitos fundamentais;

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A geometria dos anos iniciais deve ser a geometria experimental ou a

geometria manipulativa. É interessante iniciar o estudo com os sólidos

geométricos, por serem palpáveis, concretos para os alunos;

As soluções incorretas apresentadas pelos alunos devem ser pontos para a

reflexão e não para censuras;

Considerar e valorizar os diversos caminhos para se chegar aos resultados;

Utilizar adequadamente os seguintes materiais: Ábacos, Blocos Lógicos,

Material Dourado, Material Cuisenaire (barrinhas);

Organizar o material de sucata que será utilizado no seu fazer pedagógico.

III – Ciências – Pelos Caminhos da Natureza

A – Expectativas de Aprendizagem

Os alunos, ao final do 1º ano do Ensino Fundamental, deverão ser capazes de:

Levantar hipóteses e construir conhecimentos, através da ampliação de sua

curiosidade;

Observar, experimentar, a partir do contato com a natureza e as

tecnologias;

Compreender e utilizar conhecimentos relativos à manutenção da saúde

individual e coletiva;

Reconhecer as características do próprio corpo, suas manifestações,

percebendo as semelhanças e diferenças em relação às outras pessoas;

Identificar as relações que o ser humano estabelece com os seres vivos;

Perceber a importância da preservação do meio ambiente, despertando a

consciência ecológica.

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B – Conteúdos

Percepção dos cuidados com o corpo, à prevenção de acidentes e à saúde

de forma geral;

Estabelecimento de algumas relações entre diferentes espécies de seres

vivos, suas características e suas necessidades vitais;

Conhecimentos de algumas espécies da fauna e da flora brasileira;

Valorização de atitudes relacionadas à saúde e ao bem-estar individual e

coletivo;

Percepção dos cuidados necessários à preservação da vida e do ambiente;

As relações entre os fenômenos da natureza.

C – Orientações Didáticas

A proposta curricular de Ciências tem como foco o ambiente e como

diretrizes estudar o ambiente numa abordagem transdisciplinar,

respeitando o desenvolvimento intelectual do aluno, partindo de situações

contextualizadas;

As crianças devem ser estimuladas a agir sobre os objetos, a examiná-los, a

observar as reações desses objetos, pensar sobre os resultados possíveis e

trocar idéias sobre as diversas possibilidades;

Oferecer oportunidades para que as crianças possam expor o que sabem

sobre os animais que têm em casa, como cachorros, gatos, peixes, etc.,

também é uma forma de promover a aprendizagem sobre os seres vivos;

O cultivo de plantas pode ser realizado por meio da manutenção de

pequenos vasos na sala ou do cultivo de uma horta no espaço externo da

escola;

Através do conhecimento do corpo, as crianças poderão aprender a cuidar

de si de forma a evitar acidentes e manter a saúde;

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O trabalho com os fenômenos da natureza é uma excelente oportunidade

para a aprendizagem de alguns procedimentos, como a observação, a

comparação e o registro, entre outros. O registro pode ser diário, através de

um calendário do tempo;

As atividades dessa área têm como finalidade desafiar as crianças, levá-las

a prever resultados, a simular situações, a elaborar hipóteses, a refletir

sobre as situações do cotidiano, a se posicionar como parte da natureza e

membro de uma espécie – entre tantas espécies do planeta –, estabelecendo

as mais diversas relações e percebendo o significado dos saberes dessa área

com as ações do cotidiano.

IV – História

A – Expectativas de Aprendizagem

Os alunos, ao final do 1º ano do Ensino Fundamental, deverão ser capazes de:

Reconhecer sua própria história no contexto de suas relações sociais;

Identificar as próprias características e as das pessoas com as quais convive

em casa e na escola;

Demonstrar comportamentos adequados de relacionamento e convívio

social;

Identificar intervalos de tempo;

Perceber, nos espaços de sua convivência, as transformações que produzem

e realidade atual;

Identificar diferenças e semelhanças em relação ao seu próprio corpo e nos

ambientes em que convive.

B – Conteúdos

Resgate da história de vida da criança;

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Percepção das diferenças e semelhanças no próprio corpo, nos ambientes e

nas atitudes das pessoas;

Identificação dos intervalos de tempo: hora, dia, semana, mês, ano, manhã,

tarde, noite, ontem, hoje, amanhã;

Identificação das suas atividades diárias e responsabilidades;

Percepção das transformações ocorridas em sua realidade;

Percepção das próprias características e as das pessoas com as quais

convive em casa e na escola;

Comportamentos adequados de relacionamento e convívio social;

Participação no estabelecimento de normas de convivência na classe e

escola.

C – Orientações Didáticas

O ensino de História para as crianças de seis anos deve ter por base a

concepção de que a vida é alteração. Nesse sentido, História é uma área do

conhecimento que permite a compreensão das transformações que

produziram a realidade atual e de outras a ser operadas pelo homem em

seu tempo e em seu grupo;

Pela história de vida das crianças resgatamos a sua memória passada e

elaboramos um álbum da sua vida, construindo um referencial próximo e

significativo de sua história;

Outro caminho importante nesse primeiro ano é passar da história pessoal

para o contexto onde ela se dá: a casa, o bairro e a cidade onde moram;

É importante que a noção de tempo seja trabalhada permeando todas as

atividades e conteúdos desenvolvidos, de modo que se dê continuidade ao

processo de formação do pensamento cronológico, processo este que

ocorre ao mesmo tempo em que se desenvolve o pensamento histórico, que

irá se reelaborando ao longo de toda a vida escolar do aluno;

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O exercício de trabalhar as diferenças e semelhanças permite que a criança

comece a perceber que a realidade não se extingue nela, que contém

múltiplos aspectos. Enfim, permite que a criança crie o hábito de observar

e perceber as coisas e as pessoas que a rodeiam de forma mais crítica;

A noção de permanência/mudança será trabalhada intimamente relacionada

com a noção de tempo, pois só se opera e pode ser percebida através do

tempo. O exercício de perceber a mudança ou permanência pode ser

iniciado a partir do próprio corpo da criança, dos objetos da casa e da

escola;

As noções de tempo, de permanência/mudança e de diferenças e

semelhanças devem ser trabalhadas de forma articulada, ou seja, no interior

dos conteúdos propostos, poderão ser desenvolvidas todas as noções

simultaneamente;

A área do conhecimento História deve ser trabalhada integrada com as

outras áreas, de modo a se alcançar a complementação e articulação entre

elas. No entanto, isso não significa perda da especificidade de cada área, ao

contrário, a História centra-se na própria realidade social onde incide pela

ação do homem, a construção e divulgação do conhecimento científico;

Nessa fase (seis anos), podemos definir o trabalho com os conteúdos de

História, como um instrumento de alfabetização e de desenvolvimento da

linguagem social. Aprender a ler e escrever envolve, antes de tudo, o

conhecimento da sociedade através da linguagem. Compreender a língua

utilizada entre as pessoas com as quais convivemos significa alcançar a

possibilidade de interagir com essas pessoas.

V – Geografia

A – Expectativas de Aprendizagem

Os alunos, ao final do 1º ano do Ensino Fundamental, deverão ser capazes de:

Identificar os fenômenos da natureza;

Conhecer e comparar espaços diversos, identificando semelhanças e

diferenças;

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Identificar os elementos naturais e culturais em seu ambiente;

Identificar as necessidades básicas do ser humano;

Reconhecer as transformações no meio ambiente em que vive;

Localizar os espaços em que convive;

Traçar o itinerário casa-escola, localizando ambientes nos arredores da

escola;

Reconhecer a importância da preservação do meio ambiente.

B – Conteúdos

Identificação dos fenômenos da natureza;

Percepção de semelhanças e diferenças em espaços diversos;

Identificação de elementos naturais e culturais em seu ambiente;

Reconhecimento das transformações no ambiente em que vive;

Identificação das necessidades básicas do ser humano;

Localização dos espaços de sua convivência;

Noções de orientação, localização e representações gráficas;

Identificação da situação ambiental de sua localidade;

Preservação dos ambientes em que a criança convive.

C – Orientações Didáticas

A realidade é o ponto de partida do processo de construção do

conhecimento, dela se extraem os elementos para pensar o mundo. A

compreensão da realidade requer um processo de ir e vir no espaço, do

próximo ao distante, numa continuidade em que ambos se explicam. Por

isso, temos como “o lugar de vivência do mundo”, “a escola como espaço

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de relações” e “itinerário casa-escola e arredores da escola” devem ser

privilegiados;

No trabalho com os conteúdos de Geografia, é fundamental promover na

criança a curiosidade, entender a relação do homem com a natureza,

conhecer os fenômenos da natureza, favorecer o contato com a natureza, a

compreensão de que há uma relação entre os fenômenos da natureza e a

vida humana;

As atividades devem favorecer as ações das crianças e têm como finalidade

a construção do conhecimento através de formas diferenciadas, sejam elas

contempladas por projetos, aula passeio, trabalho de campo, jogos etc.;

A percepção dos elementos que compõem a paisagem do lugar onde vive é

uma aprendizagem fundamental para que a criança possa desenvolver uma

compreensão cada vez mais ampla da realidade social e natural e das

formas de nela intervir;

O contato com representações como as plantas de rua, os mapas, globos

terrestres e outros tipos de representação, como os desenhos feitos pelos

adultos para indicar percursos poderá ocorrer com a mediação do

professor. Esse contato permitirá às crianças reconhecerem a função social

atribuída a essas representações nos contextos cotidianos e de trabalho, e se

aproximarem das características da linguagem gráfica utilizada pela

cartografia. Algumas brincadeiras, como caça ao tesouro, por exemplo,

apresentam desafios relacionados à representação gráfica do espaço e

podem ser desenvolvidas com as crianças dessa faixa etária;

As atividades relacionadas com os fenômenos da natureza, além de

tratarem de um tema que desperta bastante interesse nas crianças, permitem

que se trabalhe de forma privilegiada a relação que o homem estabelece

com a natureza. Podem ser trabalhados por meio da observação direta

quando ocorrem na região onde se situa a unidade escolar, como as chuvas,

a seca, a presença de um arco-íris, etc., ou de forma indireta, por meio de

fotos, filmes de vídeo, ilustrações, jornais e revistas que tragam

informações sobre o assunto;

A intenção é que o trabalho com os temas de Geografia, História e

Ciências ocorra de forma integrada e ao mesmo tempo, sejam respeitadas

as especificidades das fontes, abordagem e enfoques das citadas áreas do

conhecimento.

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- Artes Visuais (pintura, escultura, desenho, colagem, fotografia, gravura)

- Teatro

- Música

- Dança

A – Expectativas de Aprendizagem

Os alunos, ao final do 1º ano do Ensino Fundamental, deverão ser capazes de:

Produzir trabalhos de arte, utilizando a linguagem do desenho, da pintura,

da modelagem, da colagem, da construção, valorizando as próprias

produções e das outras crianças;

Explorar e utilizar procedimentos diversos na produção das artes visuais;

Organizar e cuidar dos materiais no espaço físico da sala;

Explorar e identificar elementos da música para se expressar, interagir com

os outros e ampliar seus conhecimentos do mundo;

Identificar sons de objetos diversos e do meio ambiente;

Perceber o ritmo através das situações do cotidiano: coração, gotejar da

torneira, relógio etc.;

Identificar músicas do folclore brasileiro, utilizando-as nas brincadeira de

roda;

Construir trabalhos artísticos ao som de músicas clássicas;

Perceber e expressar sensações, sentimentos e pensamentos através de

interpretações musicais;

Participar da confecção de instrumentos musicais para a formação de uma

banda;

Escutar obras musicais de diversos gêneros, estilos, épocas e culturas, da

produção musical brasileira e de outros povos e países;

Participar de brincadeiras de faz-de-conta, utilizando o jogo dramático,

valorizando a imaginação e a fantasia;

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Representar cenicamente ações do cotidiano (casa, escola, supermercado);

Participar da seleção de objetos a serem utilizados no teatro;

Assistir, com atenção, peças teatrais diversas e opinar sobre os temas

dramatizados;

Participar de teatro de máscaras, fantoches e outras variedades;

Perceber a sua capacidade de movimento, mediante um maior

entendimento de como seu corpo funciona;

Participar de danças, utilizando coreografias diversas;

Criar movimentos a partir de ritmos diversos;

Observar e analisar expressões corporais, através de músicas com ritmos

diversificados;

Assistir eventos de dança e omitir opiniões próprias.

B – Conteúdos

Produção de trabalhos de arte, utilizando desenhos, pintura, modelagem,

colagem e construção de gravuras e cenas contextualizadas;

Exploração e utilização de alguns procedimentos, necessários para

desenhar, pintar, modelar etc.;

Observação de figuras humanas nas imagens da arte e desenhar a partir do

que foi observado;

Montagem de painéis temáticos com desenhos, gravuras, colagens;

Participação na elaboração de tintas e massas de modelar artesanais;

Identificação de sons de objetos e do meio ambiente;

Percepção de ritmos diversos;

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Identificação de músicas do folclore brasileiro e canções tradicionais que

representam a nossa cultura musical;

Participação de atividades com músicas clássicas;

Confecção de instrumentos musicais com sucatas;

Jogos dramáticos – brincadeiras de faz-de-conta;

Participação em teatros de máscaras, fantoches e outras variedades;

Expressão corporal com músicas;

Participação de danças, com utilização de coreografias diversas;

Participação em eventos de música e dança como espectador.

C – Orientações Didáticas

Com a finalidade de desenvolver uma prática consistente, coerente e

fundamental em relação à arte, não podemos perder de vista os três eixos

sobre os quais devemos estruturar nosso trabalho: o fazer artístico, a

apreciação estética e a reflexão através do conhecimento;

Para que as crianças possam criar suas produções, é preciso que o professor

ofereça oportunidades diversas para que elas se familiarizem com alguns

procedimentos ligados aos materiais utilizados, aos diversos tipos de

suporte e para que possam refletir sobre os resultados obtidos;

A exposição dos trabalhos realizados é uma forma de propiciar a leitura

dos objetos feitos pelas crianças e a valorização de suas produções;

A organização da sala, a quantidade e a qualidade dos materiais presentes e

sua disposição no espaço são determinantes para o fazer artístico;

Os projetos são formas de trabalho que envolvem conteúdos de diferentes

áreas do conhecimento e que se organizam em torno de um produto final

cuja escolha e elaboração são compartilhadas com as crianças;

A seleção dos materiais deve ser subordinada à segurança que oferecem.

Deve-se evitar materiais tóxicos, cortantes ou aqueles que apresentam

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possibilidade de machucar ou provocar algum dano para a saúde das

crianças;

O fazer musical requer atitudes de concentração e envolvimento com as

atividades propostas, posturas que devem estar presentes durante todo o

processo educativo, em suas diferentes fases. A presença do silêncio como

elemento complementar ao som é essencial à organização musical. O

silêncio valoriza o som, cria expectativa e é, também, música;

A apreciação musical poderá propiciar o enriquecimento e ampliação do

conhecimento de diversos aspectos referentes à produção musical;

A produção musical de cada região do país é muito rica, de modo que se

pode encontrar vasto material para o desenvolvimento do trabalho com as

crianças nos grandes centros urbanos, a música tradicional popular vem

perdendo sua força e cabe aos professores resgatar e aproximar as crianças

dos valores musicais de sua cultura;

Há que se tomar cuidado para não limitar, o contato das crianças com o

repertório musical dito “infantil” que é, muitas vezes, estereotipado e, não

raro, o mais inadequado. As canções infantis veiculadas pela mídia,

produzidas pela indústria cultural, pouco enriquecem o conhecimento das

crianças;

A linguagem teatral, assim como as demais linguagens, deve ser

apresentada. São processos gramaticais que legitimam tal linguagem. Não

estamos com isso afirmando que o processo de aprendizagem do teatro se

dê de maneira idêntica aos processos de outras linguagens, apenas

reforçando que antes de decorar um texto ou apresentar uma peça, a

criança deverá passar por vivências, sobretudo corpóreas, que capacitem a

estar organicamente em cena;

A criança na fase simbólica (descrita por Piaget) imita modelos a partir de

sua observação acerca da realidade que está inserida. Nos jogos de faz-de-

conta, é muito comum imitarem a família e a escola, por meio de

brincadeiras de “casinha” e “escolinha” etc. É exatamente neste espaço que

se encontra a atividade teatral nesta fase da infância;

É preciso compreender que a linguagem teatral parte de uma valorização

do corpo, de sua expressividade e de sua relação com o espaço;

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23

Quando dizemos que historicamente teatro é “o lugar de onde se vê”,

estamos apontando que a linguagem teatral necessita de uma platéia de

observadores para constituir-se como tal, porém isso não significa que

haverá a necessidade em decorar textos e, de maneira robotizada,

apresentar peças públicas ou festas no final do ano;

A atividade da dança na escola pode desenvolver na criança a compreensão

de sua capacidade de movimento, mediante um maior entendimento de

como seu corpo funciona. Assim, poderá usá-lo expressivamente com

maior inteligência, autonomia, responsabilidade e sensibilidade;

Ao planejar as aulas de dança, o professor deve considerar o

desenvolvimento motor da criança, observar suas ações físicas e

habilidades naturais. Deve estimular o aluno a reconhecer ritmos-corporais

e externos –, explorar o espaço, inventar seqüências de movimento,

explorar sua imaginação, desenvolver seu sentido de forma e linha e se

relacionar com os outros alunos;

Nas aulas de dança, a atitude do professor é importante para criar clima de

atenção e concentração, sem que se perca a alegria. É preciso dar

condições para o aluno criar confiança para explorar movimentos, para

estimular a inventividade e a coordenação de suas ações com os outros;

A atividade de construção de instrumentos para serem utilizados na

apresentação de músicas, peças teatrais e danças é de grande importância e

por isso poderá justificar a organização de um momento específico na

rotina, comumente denominado de oficina.

VII – Educação Física

A – Expectativas de Aprendizagem

Os alunos, ao final do 1º ano do Ensino Fundamental, deverão ser capazes de:

Ampliar as possibilidades expressivas do próprio movimento, utilizando

gestos diversos e o ritmo corporal nas suas brincadeiras, danças, jogos e

demais situações de interação;

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Explorar diferentes qualidades e dinâmicas do movimento, como força,

velocidade, resistência e flexibilidade, conhecendo gradativamente os

limites e as potencialidades do seu corpo;

Participar de diferentes atividades corporais, procurando adotar uma

atitude cooperativa e solidária;

Participar em diversos jogos e brincadeiras, respeitando as regras e não

discriminando os colegas;

Apropriar-se progressivamente da imagem global de seu corpo,

conhecendo e identificando seus segmentos e elementos e desenvolvendo

cada vez mais uma atitude de interesse e cuidado com o próprio corpo;

Valorizar os jogos e brincadeiras da cultura popular.

B – Conteúdos

Utilização expressiva intencional do movimento nas situações cotidianas e

em suas brincadeiras;

Coordenação motriz (global e seletiva) em situação contextualizada (jogo

do faz-de-conta);

Participação de jogos e brincadeiras, respeitando as regras e não

discriminando os colegas;

Relação do indivíduo com os outros: socialização, autonomia, autoconceito

e afetividade;

Iniciação à construção de regras: desenvolvimento da socialização, respeito

a si e aos outros, participação em situações individuais e coletivas;

Desenvolvimento elementar das qualidades primárias: andar correr, saltar,

equilibrar, flexionar e estender;

Desenvolvimento da imaginação e criatividade associada ao movimento;

Resgate da cultura popular: jogos, brincadeiras e folguedos.

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C – Orientações Didáticas

É muito importante que o professor perceba os diversos significados que

pode ter a atividade motora para as crianças. Isso poderá contribuir para

que ele possa ajudá-las a ter uma percepção adequada de seus recursos

corporais, de suas possibilidades e limitações sempre em transformação,

dando-lhes condições de se expressarem com liberdade e de aperfeiçoarem

suas competências motoras;

A organização do ambiente, dos materiais e do tempo visam a auxiliar que

as manifestações motoras das crianças estejam integradas nas diversas

atividades da rotina;

Através da brincadeira a criança aprende, entre outras cosias, a conhecer a

si própria, as pessoas que a cercam, as relações entre as pessoas e os papéis

que elas assumem. Daí a necessidade do professor resgatar a brincadeira

infantil no seu trabalho;

O jogo é fundamental para o desenvolvimento da inteligência e do ser

humano como um todo. É através do jogo que a criança aprende sobre a

natureza, os eventos sociais, a estrutura e a dinâmica interna do seu grupo;

O professor deve ajudar as crianças a combinar e cumprir regras,

desenvolvendo atitudes de respeito e cooperação tão necessárias, mais

tarde, no desenvolvimento das habilidades desportivas;

Antes do início de toda atividade recreativa, o professor deve formar um

círculo com as crianças e combinar as regras da brincadeira e/ou do jogo.

Após o término, novamente sentados em círculo, avaliar com as crianças

como ocorreu a participação de cada uma;

Representar experiências observadas e vividas por meio do movimento

(mímicas) pode se transformar numa atividade bastante divertida e

significativa para as crianças;

O resgate dos jogos e brincadeiras da cultura popular tem grande

importância na formação integral da criança;

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O brincar da criança conjuga-se em três tempos: passado, presente e futuro.

Quando se utiliza do imaginário no real, pode estar antecipando o futuro,

pode estar trazendo o passado para o presente ou até mesmo modificando o

presente. A criação na representatividade da criança enquanto brinca

transforma o tempo, daí a infância ter urgência.

VIII – Atividades Permanentes

As atividades permanentes são situações propostas de forma sistemática e com

regularidade, mas não são necessariamente diárias. Para isso, além de serem

propostas de forma sistemática e com regularidade, o professor deverá ter o cuidado

de contextualizar tais práticas para as crianças, transformando-as em atividades

significativas e organizando-as de maneira que representem um crescente desafio

para elas. A escolha dos conteúdos que definem o tipo de atividades permanentes a

serem realizadas com freqüência regular, diária, semanal ou quinzenal, depende das

prioridades elencadas a partir da proposta curricular. Consideram-se atividades

permanentes, entre outras:

Leitura diária feita pelo professor – escreva na lousa ou em um cartaz o

título lido, os nomes dos personagens, palavras relevantes etc.;

Roda semanal da leitura – semanalmente as crianças levam um livro para

ler em casa. No dia previamente combinado, as crianças podem relatar suas

impressões, comentar o que gostaram ou não, o que pensaram etc.;

Jornal mural – notícias, receitas, jogos, poemas, eventos, cartas recebidas,

curiosidades científicas, desenhos, colagens etc.;

Jogos de escrita – no ambiente criado para os jogos de mesa, podem-se

oferecer jogos gráficos, como caça-palavras, cruzadinhas etc. Nesses casos,

convêm deixar à disposição das crianças cartelas com letras, letras móveis

etc.;

Muro da escrita – o professor, semanalmente, coloca folhas de papel pardo

na parede da sala para os alunos escreverem palavras que vão descobrindo;

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Cartazes – aniversariantes do mês, calendário, ajudantes do dia, livros

lidos/trabalhados, freqüência dos alunos às aulas, projetos realizados etc.;

Você sabia? – momento em que se discutem assuntos/temas de interesse

das crianças, tais como: curiosidades científicas, fenômenos da natureza,

situações do cotidiano. O professor também pode trazer para esse

momento, conteúdos das outras áreas curriculares;

Fazendo arte – momento reservado para as crianças conhecerem um

artista específico (músico, poeta, pintor, escultor etc.). Pode ser hora ainda

da “fazer à moda de...”, em que as crianças realizam releituras de artistas e

obras. Pode também ser momento de autoria de cada criança, por meio de

sua expressão verbal, plástica, sonora;

Oficinas de desenho, pintura, modelagem e música – preparo de tintas,

construção de instrumentos musicais com sucata, trabalho com argila,

elaboração de painéis, dobraduras;

Cantinho da matemática – sólidos geométricos, cartazes com situações-

problema, tabelas de números, jogos matemáticos, materiais didáticos, etc.

Esse cantinho deve ser enriquecido sempre, com atividades realizadas

pelas crianças;

A Família também ensina... momento em que se convidam mãe, pai, avô,

avó, tio, tia, para contar histórias, fazer uma receita culinária, cantar, ler,

livros, construir objetos. É a família socializando saberes;

Faz-de-conta – momento em que as crianças representarão cenas do

cotidiano, pessoas de sua convivência, personagens de livros e de cinema.

Esse espaço pode conter diferentes caixas previamente organizadas pelo

professor para incrementar o jogo simbólico das crianças, nas quais tenham

objetivos variados, roupas, adornos, tipos de papéis diversos etc.;

Cantando e se encantando – momento em que as crianças podem cantar,

sozinhas ou todas juntas. É hora também de ouvir músicas de estilos e

compositores variados, como forma de ampliação de repertório e gosto

musical. O professor deve selecionar músicas que realmente tenham um

valor cultural, podendo ser de nosso cancioneiro popular, como também as

clássicas;

O nosso Museu – espaço reservado para divulgar fatos, histórias, objetos

antigos, fatos de nossos antepassados, da nossa cidade, brinquedos antigos,

animais pré-históricos (figuras / representações);

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Caixa da correspondência – os alunos poderão colocar na caixa: bilhetes,

recados, cartas, convites para serem enviados para colegas da escola,

professores, direção, coordenação, educadores e políticos do município

etc.;

Vamos brincar? – momento em que se “brinca por brincar”, em pequenos

grupos ou sozinhos. É hora do professor garantir a brincadeira,

organizando, com as crianças, tempos, espaços e materiais para esse fim. É

hora de observar as crianças nesse “importante fazer”, registrando essas

observações para que possam ajudar o professor a planejar outras

atividades, a partir do conhecimento sobre a turma, sobre cada criança;

Cuidados com o corpo – hábitos de higiene, prevenção às doenças e

acidentes domésticos, alimentação adequada etc.;

Preservando a natureza – momento ecológico: limpeza e organização do

ambiente de trabalho, a destinação do lixo, os cuidados em relação aos

animais e plantas, adoção de uma plantinha, jardinagem, os cuidados com

o uso da água etc.

IX – Projetos de Trabalho

Os projetos são conjuntos de atividades que trabalham com conhecimentos

específicos constituídos a partir de um dos eixos de trabalho que se organizam ao

redor de um problema para resolver ou um produto final que se quer obter. Possui

uma duração que pode variar conforme o objetivo, o desenrolar das várias etapas, o

desejo e o interesse das crianças pelo assunto tratado. É importante que os desafios

apresentados sejam possíveis de serem enfrentados pelo grupo de crianças. Um dos

ganhos de se trabalhar com projetos é possibilitar às crianças que a partir de um

assunto relacionado com um dos eixos de trabalho, possam estabelecer múltiplas

relações, ampliando suas idéias sobre um assunto específico.

A realização de um projeto depende de várias etapas de trabalho que devem ser

planejadas e negociadas com as crianças para que elas possam se engajar e

acompanhar o percurso até o produto final.

A característica principal dos projetos é a visibilidade final do produto e a

solução do problema compartilhado com as crianças. Ao final do projeto, pode-se

dizer que a criança aprendeu porque teve uma intensa participação que envolveu a

resolução de problemas de naturezas diversas.

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Na implementação dos projetos, precisamos tomar os seguintes cuidados:

O professor deve estar preparado para assumir essa postura pedagógica;

Selecionar situações-problema, de acordo com a faixa etária das crianças;

O planejamento das ações é fundamental para o sucesso do trabalho;

Acompanhamento e avaliação de todo o processo;

Registro de todas as ações realizadas;

Participação efetiva dos alunos em todas as ações implementadas;

Sistematizar os conteúdos curriculares das áreas do conhecimento relativos

aos projetos;

Divulgação dos projetos junto às comunidades interna e externa da escola;

Estabelecer parcerias com outras instituições, quando necessárias.

X – Avaliação

A avaliação tem por objetivo acompanhar a aprendizagem e o desenvolvimento

dos educandos, suas inteligências, habilidades e competências, tem caráter

processual e investigativo. Contribui para a função básica da escola que é promover

o acesso a todo o conhecimento constituído e acumulado pela sociedade. É um

recurso riquíssimo de diagnóstico que é a função primeira da avaliação.

Além da função diagnóstica, a avaliação subsidia o professor com elementos

para uma reflexão contínua sobre a sua prática, sobre a criação de novos

instrumentos de trabalho e a retomada de aspectos que devem ser revistos, ajustados

ou reconhecidos como adequados para o processo de aprendizagem individual ou de

todo grupo. Para o aluno, é o instrumento de tomada de consciência de suas

conquistas, dificuldades e possibilidade para reorganização de seu investimento na

tarefa de aprender. Para a escola, possibilita definir prioridades e localizar quais

aspectos das ações educacionais demandam maior apoio.

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Como já foi dito, a função básica da escola é promover o acesso ao

conhecimento, portanto, a avaliação fortalece a natureza da aprendizagem; elucida a

aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos, leva em conta não só os resultados

das tarefas (produtos), mas o processo. É um instrumento para ajudar o aluno a

aprender e contribuir para orientar os procedimentos do ensino, sendo assim, o

educador precisa:

Acompanhar e mediar às atividades que os alunos realizam, analisando com

eles seus avanços e ainda dificuldades, criando mecanismos diferenciados

para gerar aprendizagem;

Adequar a avaliação à natureza da aprendizagem, levando em conta o

processo de construção de cada aluno, isto é, raciocínio, atitudes, enfim, o

caminho que guia a diferentes percursos;

Criar hábitos de registro sobre os encaminhamentos vivenciados no

cotidiano escolar. Ao final de cada dia exercitar diferentes avaliações,

registrando os avanços e as dificuldades dos alunos;

Ser um pesquisador que investiga qual problema o aluno enfrenta e qual

competência ainda falta adquirir, com atenção e cuidado às produções já

realizadas e conquistadas;

Detectar os “nós” que estão emperrando o processo de apropriação de

construção do conhecimento, utilizar as informações conseguidas para

planejar suas intervenções;

Clarificar a concepção de “aproveitamento escolar”, entendendo que o

mesmo se dá em parceria: professor e aluno;

Criar situações para que os educandos questionem ao intervir em suas zonas

de desenvolvimento proximal e apresentar desafios que sejam pertinentes;

Fazer a correção e dar retorno para os alunos, problematizar e discutir as

respostas, critérios e valores;

Entender o erro como parâmetro para tomada de decisão em relação à

continuidade do trabalho.

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31

Todos esses passos didaticamente formulados só fazem sentido se planejarmos

a partir das características sociais e cognitivas dos nossos alunos. O critério mais

precioso das avaliações é o que nos liberta da terrível arma da comparação. Como

não temos, muitas vezes, elementos concretos que só a convivência nos autoriza a

descobrir, devemos comparar cada criança apenas com ela mesma.

Em suma, a avaliação contemplada nessa Proposta Pedagógica deve ser

compreendida como: elemento integrador entre a aprendizagem e o ensino; conjunto

de ações cujo objetivo é o ajuste e a orientação da intervenção pedagógica para que o

aluno aprenda da melhor forma; conjunto de ações que busca obter informações

sobre o que foi aprendido e como; elemento de reflexão contínua para o professor

sobre sua prática educativa; instrumento que possibilita ao aluno tomar consciência

de seus avanços, dificuldades e possibilidades; ação que ocorre durante todo o

processo de ensino e aprendizagem e não apenas em momentos específicos

caracterizados como fechamento de grandes etapas de trabalho.

Marília 09 de dezembro de 2008.

Prof. Joaquim Bento Feijão

Supervisor Escolar da Educação Básica

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