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ABRIL 2014 | EDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO: 11 ANOS E 11 SÉRIES DE SUCESSO | revistamonet.globo.com O MELHOR DA TV BRASILEIRÃO > OS CRAQUES MAIS IMPORTANTES DA HISTÓRIA DO CAMPEONATO ABRIL 2014 I Nº 133 I R$ 13,00 CARGA TRIBUTÁRIA APROXIMADA 3,65% PRÊMIO MONET Os indicados da quinta edição com os melhores da TV por assinatura ANOS 11 SÉRIES 11 GAME OF THRONES BREAKING BAD GREY’S ANATOMY REPORTAGENS ESPECIAIS COM AS PRODUÇÕES QUE MOSTRAM POR QUE VIVEMOS A ERA DE OURO DA TELEVISÃO DOWNTON ABBEY E MAIS TWO AND A HALF MEN THE BIG BANG THEORY LOST HOUSE DEXTER MAD MEN THE OFFICE ENTRAMOS NO CASTELO PARA CONTAR OS SEGREDOS DA PREMIADA SÉRIE SOBRE A ARISTOCRACIA INGLESA DO INÍCIO DO SÉCULO 20 E QUE CHEGA À QUARTA TEMPORADA

11 anos 11 séries monet133 abril2014

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O M E L H O R DA T V

BRASILEIRÃO > OS CRAQUES MAIS IMPORTANTES DA HISTÓRIA DO CAMPEONATO

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PRÊMIO MONETOs indicados da quinta

edição com os melhoresda TV por assinatura

ANOS11 SÉRIES

11GAME OF THRONES BREAKING BAD GREY’S ANATOMY

REPORTAGENS ESPECIAISCOM AS PRODUÇÕES QUE

MOSTRAM POR QUE VIVEMOSA ERA DE OURO DA TELEVISÃO

DOWNTON ABBEYE MAIS

TWO AND A HALF MEN THE BIG BANG THEORY LOSTHOUSE DEXTER MAD MEN THE OFFICE

ENTRAMOS NO CASTELO PARA CONTAR OS SEGREDOS DA PREMIADA SÉRIE SOBRE AARISTOCRACIA INGLESA DO INÍCIO DO SÉCULO 20 E QUE CHEGA À QUARTA TEMPORADA

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SELECIONAMOS OS PROGRAMAS QUE MAIS SE DESTACARAM NACHAMADA ERA DE OURO DA TELEVISÃO NORTE-AMERICANA E TAMBÉM FIZERAM PARTE

DA HISTÓRIA DA MONET DESDE A NOSSA PRIMEIRA EDIÇÃO EM 2003

[ E S P E C I A L ]

11ANOS11 SÉRIES

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por Raquel Temistocles, de Londres*

DEPOIS DE UM FINAL DE TEMPORADA TRÁGICO, A SÉRIERETORNA PARA O SEU QUARTO ANO COM A CERTEZA DE QUE A

ARISTOCRACIA BRITÂNICA ULTRAPASSOU FRONTEIRAS E CONQUISTOU MAISDO QUE OS CONDADOS – ELA ENCANTOU O MUNDO TODO

> Criador: Julian Fellowes > Elenco: Hugh Bonneville, Michelle Dockery, Elizabeth McGovern, Maggie Smith.Duração: 2010-atual > Prêmios: 10 Emmy Awards, 2 Globos de Ouro e 2 SAG Awards

[ I A PARTIR DO DIA 10, QUINTAS, 22H30, GNT, 41 E 541 (HD) ]

[ E S P E C I A L | 1 1 A N O S ]

DowntonAbbey

MAIS DE DUZENTOS PAÍSES ENTRARAM EM LUTO NO ÚLTIMO ANO.Não, não foi por causa de nenhum líder político ou celebridade internacional,mas sim pela perda de um personagem crucial da série que se tornou a queridi-nha da televisão. Downton Abbey já provou que a terra da Rainha sabe produzir

séries dignas de Hollywood e agora chega à sua quarta temporada com o desafiode continuar sem o galã da trama: Dan Stevens, famoso pelo papel do correto

Matthew Crawley. “Nós achamos que a perda de Dan Stevens nos deu uma opor-tunidade fantástica para mudar. Essa mudança nos levou a uma direção totalmente nova que nuncairíamos imaginar há dois anos – deu à série um propósito novo”, disse o produtor-executivo GarethNeame, em entrevista para a imprensa internacional.

Além de Stevens, outra atriz já havia abandonado o figurino do início do século 20 para seguir outrocaminho na indústria do entretenimento. Jessica Brown Findlay, que interpretava Lady Sybil, a caçularebelde da família, também passou por uma morte trágica na metade da terceira temporada. Ou seja,luto duplo dentro da propriedade dos Crawleys e um começo difícil para a série que havia se consolidadoem cima das histórias desses dois personagens, principalmente Stevens.

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TAMBÉMDISPONÍVEL

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Volta por cima – Nesta temporada, opapel da mulher como força de trabalho ficaem evidência com Lady Edith cada vez mais

engajada em seu emprego no jornal (claro quea paixão pelo editor casado também tem papelnisso) e Lady Mary se recuperando e passando

a administrar a parte da herança do seu filhoGeorge nos negócios da família

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É nesse cenário de reinvenção queelenco e equipe de produção se viramdiante de um público em dúvida sobre odestino da série e como ela poderia man-ter e elevar o sucesso depois de tamanhamudança. Desculpe desapontar os céti-cos, mas a quarta temporada de DowntonAbbey chega com tudo e, exibida no finalde 2013 no Reino Unido, alcançou umamédia de audiência de 10 milhões de te-lespectadores. O segredo? Dar destaquea outros personagens menores, explorara saída de Stevens e Findlay para deixaro público mais próximo dos viúvos emquestão, e substituir sutilmente os perso-nagens por outros tão cativantes quanto– neste ano, Lily James se torna parte doelenco fixo como Rose e surgem dois no-vos pretendentes para a viúva Lady Mary.

“Foi dada a Julian [Fellowes, criador dasérie] a oportunidade de escrever com uma energia completamente diferen-te, uma energia que está focada na dor e em como Mary vai continuar agoraque o amor de sua vida morreu. Era esse o tipo de sentimento na décadade 20, do pós-guerra, da noção de que a vida é curta. Isso reflete na formacomo Edith se comporta, apaixonando-se por um homem casado”, analisoua atriz Laura Carmichael, que interpreta Lady Edith Crawley, a irmã soltei-rona que se torna, nesta temporada, símbolo da mulher moderna.

PERÍODO ENTRE GUERRAS – Não é só a saída de dois personagensque muda a dinâmica do casarão. Tentando manter a mesma noção derealidade das primeiras temporadas ao retratar o início do século 20, JulianFellowes inclui neste ano alguns fatores que, apesar de interessantes paraos telespectadores, acabam colocando a hegemonia da aristocracia britâni-ca em xeque (como a maior liberdade de escolha das mulheres, a busca eo interesse dos empregados por uma melhor colocação profissional, o fimdo modelo de negócio dos grandes feudos). Para a atriz Michelle Dockery,que faz a mocinha Lady Mary, “há um ritmo que mantém o público intri-gado. E tudo o mais que vem com ele. É uma série bem dirigida, é esteti-camente linda e o período é algo que faz todos se sentirem nostálgicos, ostempos eram outros, mais simples...”.

A disputa entre americanos e britânicos também ganha espaço na tempo-rada e, junto com ela, participações especiais que deixam qualquer diretor decinema com inveja. “Ter Shirley MacLaine de volta e ter um ator como PaulGiamatti... fomos abençoados com pessoas desse calibre. É uma prova daqualidade do roteiro, do respeito ao trabalho realizado pela produção. É fan-

Sucesso em mais de 200países, a série colecionaprêmios e númerosimpressionantes de audiência

DOWNTONEM NÚMEROS 11,9

milhões foi o número de telespectadores ligados natelinha para assistir ao primeiro episódio da quartatemporada da série, que estreou no Reino Unido nofinal de 2013 – e marcou o retorno da família seismeses após a morte de Matthew. A atração reuniutambém cerca de 10,2 milhões de americanos na es-treia em janeiro de 2014 nos Estados Unidos pelo canalPBS. Prova de que, apesar da eventual rixa entre os doispovos, ninguém resiste ao charmoso sotaque britânico.

[ E S P E C I A L | 1 1 A N O S ]

tástico. Estou louco para ver quem virá depois. Talvezseja Dalai Lama no próximo ano”, brinca o ator HughBonneville, que faz o patriarca Robert Grantham.

Ele está brincando, mas nem tanto. Esse clima de“tenho o melhor trabalho do mundo” se mantevedurante as entrevistas com o elenco em Londres.Não é por menos: a atração continua firme e forte e opúblico se apegou aos costumes dos ricos e refinadosingleses, mesmo que eles venham acompanhados deuma clara distinção entre patrão e empregado. “Exis-te uma hierarquia na casa, mas não há nenhuma hie-

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rarquia na história. Todos, desde os senhores até os empregados da cozinha,têm a mesma quantidade de cenas. Acho que é uma das características maisatraentes da série”, contou o ator Allen Leech, que faz Tom Branson.

Como diz Elizabeth McGovern, intérprete de Cora, Condessa de Gran-tham, “os programas de maior sucesso são, na verdade, diferentes versõesde dramas familiares, e Downton Abbey não é exceção”. Se até a família realbritânica se reúne para matar as saudades dos tempos áureos da monarquia,como admitiram os atores, então não há mal em também assistirmos paraprestigiar uma época bonita, mas cruel, que – ainda bem – não volta mais.

*A jornalista viajou a convite do canal GNT

Downton Abbey não é a única série que retoma oinício do século 20. Confira abaixo algumas produçõesque também viajaram no tempo e voltaram àPrimeira Guerra Mundial

A GUERRA DENTRO DA TV

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>> A minissérie criada por NigelStafford-Clark teve roteiro docriador de Downton Abbey, JulianFellowes. Para lembrar os cemanos da tragédia, a produçãocontou com mais de 80 atoresem quatro episódios sobrepersonagens de todos os níveissociais e como eles lutaram parasobreviver ao naufrágio.

>> Sem previsão de estreia noBrasil, a série estrelada por JeremyPiven (de Entourage) acompanhaHarry Gordon Selfridge, fundadorda primeira loja de departamentoda Inglaterra. A história começaem 1909 e, na 2a temporada,mostra os momentos antes daPrimeira Guerra e os problemasenfrentados pelos negócios.

>> Também sem data de lança-mento no Brasil, a série acom-panha as vidas de habitantes deum vilarejo no início do século20 e como tudo se transformacom a chegada da guerra. Escritapor Peter Moffat, estreou no anopassado pelo canal britânicoBBC e tem no elenco John Simm,Maxine Peake e Charlie Murphy.

>> Exibida em 1999 pela TV Globoe reprisada em 2010 pelo canalVIVA, a minissérie brasileira traziaGabriela Duarte e Regina Duartena pele da musicista ChiquinhaGonzaga em duas fases de suavida. A artista, que sofreu represá-lias pelos ideais revolucionários eabolicionistas, teve sua trajetóriacontada em 38 capítulos.

indicações ao Emmy fizeramda série a produção britânica detelevisão mais indicada da históriado prêmio até 2012. Até hoje, entrecategorias técnicas e principais,Downton Abbey conquistou 10 prê-mios, sendo dois deles para MaggieSmith como Melhor Atriz Coadju-vante em uma série dramática.

anos já se passaram na trama desde aestreia da série até o último episódio daquarta temporada. O programa começaem 1912, com o naufrágio do Titanic, e abusca de um novo herdeiro para Down-ton; passa pela Primeira Guerra Mundial,entre 1914 e 1918, e chega até o momentoatual dos personagens, em 1923, com asmudanças causadas pela guerra.

TITANIC (2012)

MR. SELFRIDGE (2013 – ATUAL)

THE VILLAGE (2013 – ATUAL)

CHIQUINHA GONZAGA (1999)

Tempos modernos – À esquerda, um dos casaismais queridos pelo público passa por momentos difíceisquando Anna (Joanne Froggatt) sofre uma agressão.Na foto maior, Lady Mary (Michelle Dockery) entreseus dois pretendentes, Lord Anthony Gillingham (TomCullen) e Charles Blake (Julian Ovenden). Ao lado,Lady Edith (Laura Carmichael) sofre com o amor de umhomem casado, e Lily James, como a espevitada LadyRose. Acima, o cantor de jazz Jack Ross (Gary Carr),que vai mexer com o coração de Rose e chocar a família

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ERIA A NOVA PLANTÃO MÉDICO?Essa era a dúvida do público quandoGrey’s Anatomy fez sua estreia em2005. A criadora, Shonda Rhimes,era uma roteirista pouco conhecida

no mundo da televisão, mas bastaramalguns episódios para que se tornasse a grande diva dasséries dramáticas (agora ostenta Private Practice e Scandalno currículo). Desde a 1a temporada, que conquistoumédia de audiência de 18 milhões de telespectadores, aatração se consolidou e muita coisa mudou.

Alguns atores resolveram seguir seus caminhos longedo melodrama que ronda o hospital (saiba mais no box aolado). Neste ano, será Sandra Oh, a Dra. Cristina Yang,a abandonar o elenco. Novos estagiários entram a cadadois ou três anos e todo final de temporada reserva umatragédia para fazer o público ficar com o coração na mão.Para Sara Ramirez, intérprete da Dra. Callie Torres:“Mudança é tudo. Para crescermos e evoluirmos, elaprecisa ocorrer. Então os roteiristas vivem arrumandomaneiras de mudar o hospital, às vezes de um modo

por Luís Alberto Nogueira

> Criadores: J.J. Abrams, Jeffrey Lieber e Damon Lindelof > Elenco: Mat-thew Fox, Evangeline Lilly, Terry O’Quinn e Michael Emerson > Duração:

2004-2010 > Prêmios: 10 Emmy Awards, 1 Globo de Ouro e 1 SAG Awards

[ I TODOS OS DIAS, 12H, 20H E 0H, SONY SPIN, 141 ]

Lost

por Vana Medeiros

MESMO PERDENDO AUDIÊNCIA COM AENTRADA DE ASHTON KUTCHER, PROGRAMA

SUSTENTA LEGADO DA SITCOM NA TV

HÁ DEZ TEMPORADAS ELES SÃO MESTRES EMEMOCIONAR QUALQUER UM QUE PASSE PELAS

PORTAS DO FAMOSO HOSPITAL EM SEATTLE

A MAIS AMBICIOSA SÉRIE DA TV É MUITO MAISDO QUE UMA HISTÓRIA DE PESSOAS PERDIDAS

> Criador: Chuck Lorre > Elenco: Charlie Sheen, AshtonKutcher, Jon Cryer, Angus T. Jones e Conchata Ferrel >Duração: 2003-atual > Prêmios: 9 Emmy Awards, 4

People’s Choice e 1 Teen Choice

[ I SEGUNDAS, 20H30, WARNER, 132 E 632 (HD) ]

Two andaHalf Men

Grey’s Anat

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[ E S P E C I A L | 1 1 A N O S ]

A SUPERFÍCIE, A SÉRIE SOBRE PASSAGEIROSque acabam ficando isolados em uma ilha apóso acidente do seu voo, que ia de Sydney a LosAngeles, seguia a vasta tradição de históriasque remontam de Robinson Crusoé a Náufrago.

Porém, debaixo das suas camadas, Lost é sobretudo, menos isso. Trata-se de uma odisseia sobre esperança,livre-arbítrio, solidariedade, redenção, conexões entre as pessoas,vida e morte. A viagem é assim mesmo, ampla, apresentando acada episódio mais perguntas do que respostas. A montagem doquebra-cabeça fica ao gosto do freguês, como nas melhores obrasde ficção, mas acabou causando muita polêmica, principalmenteno episódio final. “Eu queria que Lost fosse aberta a interpretaçõese que houvesse espaço para que as pessoas tivessem suas própriasexperiências”, resumiu recentemente um de seus produtores,Carlton Cuse. Portanto, fique tranquilo: não existe certo ou errado,o que importa é o que você, no seu íntimo, apreendeu.

O BRASIL NA ILHA>> À época iniciando o sonho americano, RodrigoSantoro foi nossa presença brasileira em Lost,interpretando Paulo, um sujeito de caráter dúbioe envolvido em um roubo de diamantes queaparece apenas na terceira temporada da série.Foram no total 14 episódios, até que seu persona-gem encontra seu destino. Ou seja, bate as botas.

O BR>> À época iniciando oSantorointerprete envolvaparece apenas naForam nogem encontra

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por Raquel Temistocles> Criadora: Shonda Rhimes > Elenco: Ellen Pompeo, Sandra Oh, Justin Chambers e Patrick

Dempsey > Duração: 2005-atual > Prêmios: 4 Emmy Awards, 2 Globos de Ouro e 3 SAG Awards

[ I QUARTAS, 21H, SONY, 133 E 633 (HD) ]

s AnatomyA turma do bisturi – Na foto, o

elenco original na promoção da terceiratemporada, que rendeu um Emmy paraKatherine Heigl e um Globo de Ouro de

Melhor Série Dramática em 2007

UM DOS GÊNEROS MAIS AMA-dos da TV norte-americana, asitcom, está morrendo. Os índi-ces de audiência estagnados ain-

da mantêm séries com as “risadasde claque”, mas os públicos mais jovens rejeitamquase todas as séries como esta. Quase.

No meio da guerra entre comédias de umacâmera (como Modern Family) e multicâmeras (assitcoms como Friends), existe um Chuck Lorre. Oatual rei do formato iniciou sua hegemonia em2003 com aquela que seria sua maior série – Twoand a Half Men. Primeiro com Charlie Sheen, quepassou nove anos como astro da atração, colocouno ar um humor escrachado, politicamente incor-reto e a alternativa ideal para quem não aguenta-va mais os bons moços da TV.

Para a alegria do telespectador, a atraçãorevelou ainda o veterano – mas pouco reconheci-do até então – Jon Cryer, que vive Alan, o irmãoproblemático e pobre de Charlie.

Charlie X Ashton

A maldição Grey

>> Charlie HarperVivido por CharlieSheen, o primeiroprotagonista deixou aatração por conta debrigas com o elencoe com Lorre. Músicoe boêmio, ele nuncapassava mais de umanoite com a mesmamulher, o oposto de seuirmão perdedor

>> Isaiah Washington saiu em 2007,após o polêmico comentário homofó-bico feito a T.R. Knight. O ator, que voltaa Grey’s neste ano, participou de sériese filmes menores, mas não conseguiurepetir o sucesso do Dr. Preston Burke.

>> Katherine Heigl viveu a Dra. Izzieaté 2010. Ela reclamou sobre a jornadade trabalho e decidiu se dedicar aocinema. O investimento nas comédiasromânticas não deu certo e, hoje, elapede ajuda na internet para o financia-mento do seu próximo filme.

>> T.R.Knight interpretou oDr. GeorgeO’Malley. Ele terminou sua jornada nasérie no fim da quinta temporada apósboatos de que estaria insatisfeito comos rumos do seu personagem. Depois,fez somente uma participação em TheGood Wife e no filme 42 (2013).

>> Walden SchmidtCom a saída do pri-meiro astro, no nonoano, os produtores op-taram por substituí-locomo alternativa aocancelamento. Entraentão Walden, papelde Ashton Kutcher, umbilionário que compraa mansão de Harperapós sua morte

sutil, às vezes não tão sutil”, conta em entrevista à MONET.Inquietações à parte, os romances continuam tórridos, e ocasal protagonista, Meredith Grey (Ellen Pompeo) e DerekShepherd (Patrick Dempsey), já renovou contrato para maisdois anos. “Pessoalmente estou descobrindo que há coisasbem legais na longevidade. Como atriz, é um milagre se seuseriado vai além do piloto, então é um precedente que seabre, é uma realização”, afirma Chandra Wilson, a duronaMiranda Bailey. Com o fim de Grey’s longe de chegar, nosresta esperar qual será a tragédia da vez na atual temporadaque marca nove anos da série. Long live Grey’s!

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por Vana Medeiros

> Criador: Vince Gilligan > Elenco: Bryan Cranston, Aaron Paul, Anna Gunn, Dean Norris e Bob Odenkirk > Duração: 2008-2013> Prêmios: 10 Emmy Awards, 2 Globos de Ouro e 3 SAG Awards

[ I TODOS OS DIAS, 4H30, AXN, 135 E 635 (HD) ]

Breaking BadO PROCESSO DE VILANIZAÇÃO DE UM HERÓI É O TRUNFO DA SÉRIE ESTRELADA POR BRYAN CRANSTON

[ E S P E C I A L | 1 1 A N O S ]

UM PROFESSOR DE QUÍMICA DEAlbuquerque, Novo México, desco-bre um câncer de pulmão e recebeuma sentença de morte. Pensandoem deixar sua família segura, passa

então a produzir metanfetamina e setorna o mais procurado traficante do país. Esta é a insti-gante premissa de Breaking Bad, série que durou cincotemporadas e conquistou milhões de fãs, especialmenteem seus momentos finais.

A atração, que começou quase despercebida pelamassa norte-americana, tinha uma missão: contar ahistória de Walter White em cinco temporadas, já pla-nejadas de antemão por seu criador, Vince Gilligan. Efoi este plano cuidadosamente cumprido que permitiuao autor ter um admirável controle do processo, muitoraro nas produções do tipo.

Gilligan conseguiu, portanto, construir a saga de umanti-herói. O que faz um homem comum se tornar umvilão, abrir mão de seus conceitos de moral e de uma

VERSÃO LATINA>> O sucesso estrondoso de Breaking Bad, especialmente em sua reta final, rendeufrutos não só para sua equipe. A Sony Pictures Television, detentora do formato dasérie, concedeu os direitos para a produção de uma versão em espanhol, destinadaao mercado latino-americano. O programa deve se chamar Metástasis, umareferência à doença de Walter White (agora Walter Blanco) e à droga que ele produz.A atração deve estrear no segundo semestre e, pelos clipes já divulgados, seguirá asérie original praticamente quadro a quadro, com adaptações para a cultura latina.

vida inteira construída dentro da lei para se tornar um crimi-noso? No manual de Breaking Bad existem duas respostas paraesta pergunta: o ego e a proximidade da morte.

O personagem de Bryan Cranston começa sua jornada ale-gando ao mundo – e a si mesmo – que está nesta por dinhei-ro. Mas nunca foi sobre isso. O que o modesto professor dequímica encontrou do outro lado de sua sentença de morte foiuma fuga de sua mediocridade. Junto com a proximidade dofim, ele se defrontou com a proximidade do esquecimento.

Walter, como todos nós, é apenas um, só pode ser apenasum, e nunca vai escapar da inevitabilidade de ser Walter. Ea vida há de ser mais do que isso. Seu alter ego Heisenbergse desvela como o perfeito plano de fuga: quando incorporao competente traficante ele é o melhor, é indispensável, éalguém, o protagonista de uma história maior do que ele.E não é isso que todos queremos? Parafraseando Gilligan,esta é uma história do homem comum ao mais antiético dosvilões, e que termina por alcançar cada um de nós.

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Say My Name – A série tirou o atorBryan Cranston do papel de eternocoadjuvante e lhe deu prêmios. Seu

personagem mais conhecido até entãohavia sido o pai Hal na sitcom familiar

Malcolm in the Middle

>> SEINFELDUm dos seriados mais idolatradosdo mundo, esta comédia escritapor Jerry Seinfeld amargou duastemporadas no completoostracismo antes de poderrespirar aliviada longe das garrasdo cancelamento no canal NBC

>> FAMILY GUYA animação foi cancelada duasvezes – em 2000 e em 2002.Da primeira vez, foram os fãs queressuscitaram o programa. Nasegunda, o canal Adult Swim exi-biu um terceiro ano de sucesso efez a Fox se arrepender da decisão

>> SIX FEET UNDEREste hoje aclamado drama estreouna HBO na época de maior sucessode Família Soprano, e foi chamadopelos críticos de “imitação barata”e “pretensiosa”. Foram necessáriasduas temporadas para que AlanBall provasse sua consistência

>> PARKS & RECREATIONA primeira temporada da comédiade Leslie Knope foi um retum-bante fracasso. A NBC teve de serconvencida a dar a Amy Poehleruma segunda chance, e o riscocompensou. Hoje é uma das maiselogiadas atrações do canal

Nem todos os sucessos da TV agradaram ao público na primeira tentativa. Algumas chegaram a ser canceladas antes da fama

SÉRIES QUE DEMORARAM PRA PEGAR

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por Luís Alberto Nogueira, Raquel Temistocles e Sarah Mund

> Criador: David Shore > Elenco: Hugh Laurie, Robert Sean Leonard, Lisa Edelstein, Jennifer Morrison, Olivia Wilde, Omar Eppse Jesse Spencer > Duração: 2004-2012 > Prêmios: 5 Emmy Awards, 2 Globos de Ouro e 2 SAG Awards

[ I SEGUNDA A SEXTA, 17H, UNIVERSAL CHANNEL, 130 E 630 (HD) ]

HouseO PROGRAMA QUE MOSTROU QUE NÃO SÓ DE MÉDICO – E DE CHATO – TODO MUNDO TEM UM POUCO

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[ E S P E C I A L | 1 1 A N O S ]

ESDE O PRIMEIRO EPISÓDIO ESTAVAMclaras as intenções de David Shore ao com-por o médico tão brilhante quanto rabugen-to, vítima de dores excruciantes na perna,obcecado por enigmas e viciado em vicodin

(poderoso narcótico derivado de opiáceos).A ideia era misturar dois dos gêneros mais

bem-sucedidos da TV norte-americana: as séries médicas e asde investigação, em especial o chamado procedure, no melhorestilo CSI. E ainda com uma referência clássica muito especial.

“Sempre quis fazer um paralelo entre as histórias de House eSherlock Holmes. Não é uma analogia perfeita, mas foialgo consciente desde o começo da série. É gratificante,e a inspiração de Conan Doyle foi valiosíssima: veiode lá a obsessão do personagem pela racionalidade;

para Holmes e House, nada realmente importa se não fizer sen-tido”, afirmou Shore, em entrevista à MONET, ainda durante aterceira temporada da série – outras cinco viriam, sempre como mesmo sucesso nos EUA e no mundo todo. “Estas históriaspoderiam se passar em qualquer lugar. Não são histórias ameri-canas ou brasileiras. São a respeito de seres humanos.”

Outra chave está na performance do britânico Hugh Laurie,que encontrou em Gregory House o papel da vida. De acordocom o autor de O Guia Oficial de House, Ian Jackman, é o balan-ço entre os scripts e o seu protagonista que fizeram o seriadoter tanta repercussão. “Os roteiros excelentes deram material

para Hugh Laurie brilhar; e Laurie é quem faz que os textosganhem vida de forma tão forte. Com um outro House ediferentes escritores, seria um programa bem menos efe-tivo.” Elementar, caro telespectador.

CAPAS DA MONET

>> #68 – novembro/2008Hugh Laurie falou das coisas

que tinha em comum com seupersonagem. “Sou um pé-no-saco”,

resumiu na entrevista

>> #104 – novembro/2011Nossa reportagem fez um

diagnóstico da longevidade dasérie e já adiantava que sua

trajetória estava no final

>> #79 – outubro/2009Elaboramos um guia completo dasérie, com os melhores episódios(até aquele ponto), convidados e

ficha dos personagens

>> # 110 – maio/2012Em capa exclusiva para bancas,

homenagem para o último episódiodo seriado. E Laurie disse quejamais faria TV novamente

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por Vana Medeiros

por Luís Alberto Nogueira e Sarah Mund

COMÉDIA POPULARIZOU MOCKUMENTARYNOS EUA E FEZ DE STEVE CARELL UM ASTRO

MICHAEL C. HALL SE TORNOU A ENCARNAÇÃODO MAL – PARA QUEM DEVE ALGUMA COISA

> Criadores: Ricky Gervais e Stephen Merchant >Elenco: Steve Carell, Rainn Wilson, John Krasinski e

Jenna Fischer > Duração: 2005-2013 > Prêmios: 5 EmmyAwards, 1 Globo de Ouro e 2 SAG Awards

[ I SEGUNDAS, 6H10, FX, 134 ]

The OfficeDexter

NCULTURA POP NÃO RESISTE A UM VIGI-lante. Está aí o Batman, que não deixa mentir.Mas o legista Dexter Morgan atualiza e leva aproposta à enésima potência, em sintonia com

os tempos pós-modernos. Ele não só detém oscriminosos, esquarteja-os e joga seus pedaços na

baía de Miami. É antes de tudo um psicopata que eliminacriminosos, uma espécie de anjo exterminador. “Não achoque Dexter glorifica os serial killers. Você não olha para oprotagonista e diz: ‘Uau, que vida legal esse cara tem’. Mastenho de admitir que as pessoas admiram suas habilidades. Éum homem proativo”, resumiu Michael C. Hall, em entrevistaexclusiva à MONET, com o humor negro e afiado como umanavalha que permeou suas oito temporadas sangrentas.

ÃO FOI A PRIMEIRA SÉRIE SOBRE AMBIENTESde trabalho, nem a primeira comédia sobreo assunto, e – por pouco – também não foi oprimeiro no formato mockumentary (comédias

com tom documental). Mas The Office, criadapor Ricky Gervais na Inglaterra em 2001 e levada

para os Estados Unidos, foi a primeira a popularizar o formato e,mais importante do que isso, a entendê-lo.

O gênero precisa da honestidade em seus personagens, enão dos depoimentos para a câmera ou do modo como a cenaé filmada. Assim, como em toda ficção, forma é conteúdo. E omodo como os personagens se inscrevem na tela altera o que elescomunicam, e nossa maneira de vê-los. Logo, suas histórias.

As câmeras no escritório estão ali, portanto, para nos mostraro quanto as pessoas podem ser mesquinhas e autocentradasquando filmadas – ou seja, humanas. Justamente no momentoem que tentam não deixar registradas suas imperfeições, osfuncionários da Dunder Mifflin nos fazem amá-los ainda mais.

Aos poucos, no entanto, eles vão esquecendo que estão sendofilmados e expondo com isso seu lado mais dolorosamentehonesto. A TV está repleta de programas sobre ambições, masmuito poucos sobre frustrações. São personagens que atingiramfrustrantes índices de sucesso, e que todos sabemos que nuncavão passar disso. Nem sempre têm, porém, consciência de suamediocridade, mas só resta a eles continuarem suas jornadasdiárias, amenizando-as com as distrações do dia a dia, comoconversas com os colegas de trabalho ou inúmeras festas deempresa que ocuparam a sala de reuniões da filial de Scranton.

Em uma era em que as séries se preocupam muito mais commirabolantes tramas do que com a consistência dos personagensque vão embrenhá-las, The Office ousou desviar esta rota. Acomédia fez de seu principal terreno a pequenez do cotidiano,as silenciosas tragédias que preenchem a maior parte de nossotempo, e fez com que o íntimo se tornasse grande, o pequenoassumisse sua devida importância.

“Acho que a coisa maiscomplicada de Dexter é que ele

tem de estar sempre dissimulandoseu comportamento. Em certa

medida, como atores, é oque fazemos também”

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> Criador: James Manos Jr. (baseado em obra deJeff Lindsay) > Elenco: Michael C. Hall, Jennifer Carpenter,

Lauren Vélez, C.S. Lee e James Remar> Duração: 2006-2013 > Prêmios: 4 Emmy Awards,

2 Globos de Ouro e 1 SAG Awards

[ I DOMINGOS, 8H, FX, 134 ]

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por por Raquel Temistocles e Sarah Mund

> Criador: David Benioff, D.B. Weiss > Elenco: Peter Dinklage, Lena Headey, Emilia Clarke, Kit Harington, Sophie Turner, Alfie Allen, Jack Gleeson,Nikolaj Coster-Waldau, Liam Cunningham e Iain Glen > Duração: 2011 -atual > Prêmios: 10 Emmy Awards, 1 Globo de Ouro e 3 SAG Awards

[ I A PARTIR DO DIA 6, DOMINGOS, 22H, HBO, 171 E 671 (HD) ]

Game of ThronesA SÉRIE QUE VEIO PARA PROVAR COMO PRODUÇÕES ÉPICAS E FANTÁSTICAS TÊM ESPAÇO NA TELEVISÃO

[ E S P E C I A L | 1 1 A N O S ]

GGGEORGE R.R. MARTIN

é a prova viva de queo clichê “não sabiaque era impossível, foilá e fez” é verdadeiro.

Quando ele largou a car-reira de roteirista de séries para escrevera história que ele sonhava contar, nãoacreditava que ela seria um dos maio-res sucessos da história da televisão. Aprodução começou com 2,2 milhões detelespectadores na sua estreia nos EUA,em 2011, e chegou à marca de 5,3 mi-lhões no final da 3ª temporada, em 2013.No quarto ano, a expectativa é de manteresses números. O que não deve ser umdesafio. A base de fãs de Game of Thronescresceu tanto que, em vez dos livros que

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Incertezas no reino – Mesmo os poderosos enfrentamproblemas no 4º ano: Joffrey (Jack Gleeson) procura comprarestabilidade no reino através de um casamento; Daenerys(Emilia Clarke) continua tentando conquistar mais povos;Sansa (Sophie Turner) quer tirar o melhor proveito doindesejado casamento com Tyrion (Peter Dinklage)

POLÍTICA>> Bill Clinton, como Robert Baratheon (MarkAddy), é antigo líder com uma queda por mulherese casado com uma loira durona. Al Gore era suamão direita, como Ned Stark (Sean Bean), quevivia falando do clima e nunca ocupou o trono.

HOLLYWOOD>> Justin Bieber é o típico garoto mimado queacha que pode fazer o que bem entender, como orei adolescente Joffrey (Jack Gleeson), enquantoa certinha Selena Gomez, ou Sansa Stark (SophieTurner), entra e sai do seu centro de atenção.

ESPORTES>> Não dá para negar as semelhanças: a jogadorade basquete Lauren Jackson é tão alta e destemi-da como Brienne (Gwendoline Christie), e DavidBeckham não deixa nada a dever ao charme deJaime Lannister (Nikolaj Coster-Waldau).

E se tentássemos analisar as relações da vida real como se estivessem no universo de Game of Thrones? Veja como ficou a brincadeira!GUERRA DOS TRONOS DA VIDA REAL

deram origem à atração a impulsionarem, a cada nova tempo-rada as vendas das obras é que aumentam – até o final de 2013foram mais de 24 milhões de cópias vendidas no mundo.

Prova da sua popularidade é que até o presidente dos EUAadmitiu ser fã. Barack Obama tem acesso privilegiado aos epi-sódios inéditos da série, como revelaram os criadores David Be-nioff e D.B. Weiss em entrevista à Vanity Fair. Será que o homemmais influente do mundo também registrou em vídeo suas rea-ções às cenas como muitos fãs fazem? Se você não acompanhaGame of Thrones, saiba que quem assiste à atração vê gente (ser)morta. O tempo todo. “O George é muito brutal e, antes quevocê perceba, mais um personagem se vai. Isso força a audiênciaa mudar sua perspectiva. Eu gosto de histórias ousadas, contantoque ninguém mate meu personagem [risos]”, aponta Iain Glen,intérprete de Sir Jorah Mormont, em entrevista à MONET.

Com a quantidade de personagens exterminados até agora,é natural que o novo ano comece com novos nomes no reino–todos tão dúbios quanto os já conhecidos. Entre os persona-gens novatos que irão apresentar duas facetas está o príncipeOberyn Martell, vivido pelo ator chileno Pedro Pascal. A am-biguidade é uma característica marcante da trama, o que dá aoportunidade de desenvolver os personagens por mais tempo.“Assim eles se tornam mais interessantes, ao contrário de umfilme com o mocinho e o vilão. Assim é mais inteligente, poistemos tempo para contar uma história realista”, analisa LiamCunningham, que vive Sir Davos Seaworth.

E já que a série deve continuar por muitos anos, não se espan-te se seu personagem favorito não chegar ao final. Como notao ator Kit Harington, que vive o bastardo Jon Snow: “Minhaprimeira reação quando li [o roteiro] foi de que aquilo não deve-ria ser permitido, vai contra tudo o que aprendi sobre narrativa.Quebra barreiras e deixa a sensação de que ninguém está a sal-vo”. Nada mais apropriado que o slogan da 4ª temporada: “ValarMorghulis”, ou “todo homem deve morrer”, em português.

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Antes do politicamente correto – Para a audiência dehoje é chocante ver como eram as coisas nos anos 60. Alguns

exemplos são o comportamento no ambiente de trabalho, afalta de preocupação com o meio ambiente, a forma de criar os

filhos e o hábito de fumar em qualquer lugar

[ E S P E C I A L | 1 1 A N O S ]

“Mad Men não é abrangente,não se encaixa facilmente.Temos muita sorte de sairprimeiro, porque quandovocê vem depois pareceque está tentando fazeruma cópia” – Jon Hamm

por Sarah Mund

PROVA DA INFLUÊNCIA DA SÉRIE FOI COMOELA CONTRIBUIU PARA A VOLTA DO ESTILOSESSENTISTA NA MODA E NA DECORAÇÃO

> Criador: Matthew Weiner > Elenco: Jon Hamm, ElisabethMoss, January Jones, John Slattery, Christina Hendricks e

Vincent Kartheiser > Duração: 2007-2014 > Prêmios: 15 EmmyAwards, 4 Globos de Ouro e 2 SAG Awards

[ I A PARTIR DO DIA 14, SEGUNDAS, 21H, HBO, 171 E 671 (HD) ]

Mad Men

ASO MAD MEN TENHA PASSADOdespercebida para você em um primeiromomento, não se culpe. Antes de ter umaaudiência satisfatória, a série que acompanhaos bastidores de publicitários de Nova York

nos anos 60 conquistou apenas os críticos. Muitagente só foi saber quem era Don Draper – e seu intérprete, JonHamm – depois de ver a série arrebatando prêmios ano após ano.E não foi à toa. De forma elegantérrima, a produção mostra comoeram feitas as propagandas no período e as chocantes diferençasmorais, sociais e de costumes entre aquela época e a nossa. “Achoque uma das coisas que Mad Men aborda é o que acontece comuma pessoa criativa que passa muito tempo fazendo a mesmacoisa. Don fez a vida estando à frente dos outros, mas está ficando

C

velho e uma nova geração está nos seus calcanhares. Não é comoOs Simpsons, em que ninguém envelhece por anos. Nós mantemosas coisas verdadeiras”, apontou Hamm para a MONET, duranteuma festa para comemorar o encerramento da quarta temporada.

E para quem ficou curioso para saber de onde surgiu o nome daatração que chega ao seu sétimo e último ano em 2014, todas asgrandes agências de publicidade tinham como endereço a MadisonAvenue, na Nova York dos anos 60, daí o apelido “homens da Mad’,dado aos que trabalhavam nelas (nem precisa explicar o trocadilhoque a palavra traz, certo?). Mas mais do que revelar o inescrupulosotrabalho publicitário da época, a série teve como trunfo abordar váriosaspectos da sociedade, entre eles a posição da mulher. “Eu sou umagarota de sorte por nascer em uma época em que não preciso mepreocupar tanto com os direitos trabalhistas das mulheres, mas há al-gumas similaridades entre os anos 60 e hoje. As mulheres continuamquerendo se sentir bonitas e atraentes ao mesmo tempo que queremser levadas a sério”, analisou Elisabeth Moss, que vive a pioneiraindependente Peggy Olson. Por mais que não tenhamos saudadesdaqueles tempos, não dá para negar que foi uma década charmosa.

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por Sarah Mund

> Criadores: Chuck Lorre e Bill Prady > Elenco: Johnny Galecki, Kaley Cuoco, Jim Parsons, Mayim Bialik, Simon Helberg, Melissa Rauche Kunal Nayyar > Duração: 2007-atual > Prêmios: 5 Emmy Awards e 1 Globo de Ouro

[ I TERÇAS, 20H, WARNER, 132 E 632 (HD) ]

The Big Bang TheoryA SÉRIE DE COMÉDIA TIROU OS NERDS DO OSTRACISMO E OS TRANSFORMOU NOS ASTROS DA VEZ

Figuras idolatradas pelos geeks de plantãoderam o ar de suas graças em episódios

Nerds de honra

>> Pedra, Papel,Tesoura, Lagarto,Spock! LeonardNimoy não apa-receu, mas deu ahonra dublando umboneco de Sheldon.

>> Um dosnerds mais bem-sucedidos de todos,o físico StephenHawking fezSheldon desmaiarde vergonha.

>> Astrofísicoreconhecido e nerdde respeito, NeildeGrasse Tysonfoi um companhei-ro de Raj em suaparticipação.

>> É claro que o Reidos Nerds não fezqualquer aparição.O quadrinistaStan Lee deixouuma ordem judicialpara Sheldon.

E ANTES OS NERDS ERAM RETRATADOSno cinema e na televisão como pessoas semmuito jeito para o convívio pessoal, a partir de2007 essa imagem começou a mudar. Sheldone Leonard os transformaram em verdadeiros

heróis e The Big Bang Theory trouxe a nerdice paraum lugar de destaque. “Eu não tinha a menor ideia de que atrairiaum público tão grande. Eu gostava do que estava fazendo, mas nãoimaginava isso”, admitiu Jim Parsons, intérprete do excêntricoSheldon, em entrevista exclusiva para a MONET para o lançamentoda 5ª temporada. Já Johnny Galecki, que passou pelo Brasil em 2011acompanhado de Simon Helberg e Kunal Nayyar, acredita

Sque a popularidade ultrapassa o universo da série: “É engraçado veras pessoas achando que eles são pessoas descoladas, porque nós nãomudamos as roupas estranhas e cortes de cabelo antiquados queos nerds sempre tiveram. Alguma moda transformou isso em umacoisa boa”. Seja lá o que fez com que as pessoas achassem legal sergeek, os fãs da comédia agradecem a chance de conhecer Sheldon,Leonard, Amy, Penny, Raj, Howard e Bernadette.

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