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Notas sobre as exportações de serviços
Seminário ABDI e SCS/MDIC “O Papel Estratégico do Setor de Serviços para o Desenvolvimento da
Indústria” Brasília, 9 de setembro de 2015.
Lia Baker Valls Pereira IBRE/FGV e FCE/UERJ
A importância do comércio de serviços
Questões ressaltadas no debate sobre o comércio de serviços: Custo para a indústria O papel dos serviços nas cadeias globais de valor Maior gerador de empregos no Brasil, quase 70% do PIB Elevada participação de setores de serviços com baixo valor adicionado e
baixa produtividade O crescimento da economia brasileira depende cada vez mais de uma
economia de serviços sustentável e logo aumento da produtividade do setor para que se escape da armadilha da renda média
1) O setor de serviços no comércio mundial 2) Os acordos comerciais 3) Sugestões de políticas públicas
Apresentação
1) Fatos estilizados do setor de serviços no comércio mundial e as bases de dados
2) Os acordos comerciais: o Brasil está isolado
3) Sugestões de políticas públicas
Fonte de dados: Organização Mundial do Comércio e Banco Central do Brasil
Ordem Exportadores Part% Ordem Importadores Part%
1 Estados Unidos 14,3 1 Estados Unidos 9,8
2 Reino Unido 6,3 2 China 7,5
3 Alemanha 6,2 3 Alemanha 7,2
4 França 5,1 4 França 4,3
5 China 4,4 5 Reino Unido 4,0
6 India 3,2 6 Japão 3,7
7 Holanda 3,2 7 Cingapura 2,9
8 Japão 3,1 8 Holanda 2,9
9 Espanha 3,1 9 India 2,8
10 Hong Kong, China 2,9 10 Rússia 2,8
11 Irlanda 2,7 11 Irlanda 2,7
12 Cingapura 2,6 12 Italia 2,4
13 Corea, República de 2,4 13 Corea, República de 2,4
14 Italia 2,4 14 Canadá 2,4
15 Bélgica 2,3 15 Bélgica 2,2
16 Suiça 2,0 16 Espanha 2,1
17 Canadá 1,7 17 Brasil 1,9
18 Luxemburgo 1,7 18 Emirados Árabes Unidos 1,6
19 Suecia 1,6 19 Australia 1,4
20 Dinamarca 1,5 20 Dinamarca 1,4
31 Brasil 0,8
Grandes exportadores de serviços são grandes importadores, não é o caso do Brasil (part% nos fluxos mundiais)
Serviços e mercadorias tendem a “andar juntos”, part% nos fluxos mundiais
1 China 11,7 1 Estados Unidos 14,3
2 Estados Unidos 8,4 2 Reino Unido 6,3
3 Alemania 7,7 3 Alemania 6,2
4 Japão 3,8 4 França 5,1
5 Holanda 3,6 5 China 4,4
6 França 3,1 6 India 3,2
7 Corea, República de 3,0 7 Holanda 3,2
8 Reino Unido 2,9 8 Japão 3,1
9 Hong Kong, China 2,8 9 Espanha 3,1
10 Rússia 2,8 10 Hong Kong, China 2,9
11 Italia 2,8 11 Irlanda 2,7
12 Bélgica 2,5 12 Cingapura 2,6
13 Canadá 2,4 13 Corea, República de 2,4
14 Cingapura 2,2 14 Italia 2,4
15 México 2,0 15 Bélgica 2,3
16 Emiratos Árabes Unidos b 2,0 16 Suiça 2,0
17 Arabia Saudita, Reino de 2,0 17 Canadá 1,7
18 Espanha 1,7 18 Luxemburgo 1,7
19 India 1,7 19 Suecia 1,6
20 Taipei Chino 1,6 20 Dinamarca 1,5
22 Brasil 1,3 31 Brasil 0,8
Exportadores mercadorias 2013 Exportadores serviços 2013
• O comércio de serviços tem se mantido ao redor de 20% dos fluxos totais de comércio (mercadorias + serviços), desde final dos nos 1990. Serviços estão embutidos nas manufaturas, o que subestima a importância desses fluxos. No Brasil ao redor de 15%
A incorpopração dos serviços nas mercadorias O Brasil nas CGV: ano 2009
Fonte: Base de dados do “Made in the world”. www.wto.org
Transportes e viagens perdem participação e cresce a dos serviços comerciais A participação dos serviços comerciais no total de serviços passou de 35% (1980) para
55% (2013). Nesse grupo, o destaque são os outros serviços de negócios (uma variedade de atividades). Dados mundiais
A participação de serviços comercias do Brasil exclusive transporte e viagens era de 40% em 1980 e foi para 64% em 2000,61% (2008) e 68% (2013) . Nos fluxos mundiais, as exportações brasileiras supera 1%, nos
serviços financeiros e outros serviços de negócios , mas não chega a 2%.
Indicadores de Vantagens Comparativas Reveladas do Brasil e países selecionados. Índices positivos indicam vantagens e negativos, desvantagens Elaborado com os dados da OMC.
1995-1998 1999-2002 2003-2008 2009-2011 2012-2013
Serviços comerciais 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Transporte 0,12 -0,16 -0,07 -0,12 -0,16 P
Viagens -0,32 -0,19 -0,07 -0,14 -0,18 P
Outros serviços comerciais 0,10 0,15 0,06 0,09 0,11 M
Serviços de Comunicação 0,00 -0,15 -0,15 -0,36 -0,45 P
Telecomunicações 0,00 -0,02 0,00 -0,27 -0,35 P
Construção 0,00 -0,34 -0,94 -0,95 -0,93 P
Seguros 0,00 0,11 -0,07 -0,30 -0,26 M
Financeiros 0,00 -0,18 -0,29 -0,04 0,02 M
Computação e informações 0,00 -0,80 -0,77 -0,77 -0,62 M
Computação 0,00 -0,76 -0,71 -0,75 -0,58 M
Royalties a e licenças 0,00 -0,64 -0,67 -0,63 -0,63 E
Outros serviços de negócios 0,00 0,40 0,32 0,34 0,36 P
Serviços culturais, pessoais e recreacionais 0,00 -0,14 -0,39 -0,59 -0,75 P
Audio visuais e relacionados 0,00 -0,27 -0,60 -0,70 -0,78 P
Fonte dos dados primários: WTO.
Obs. Foi utilizado o índice normalizado, que varia entre -1 e 1. Se for maior que zero significa vantagem comparativa.
Índice de vantagem comparativa revelada das exportações de serviços do Brasil para o Mundo
P: piorou; M: melhorou
Saldos superavitários (US$ bilhões) da conta de serviços empresariais, profissionais e técnicos
Fonte: www.bcb.gov.br
Deficitários: encomendas postais ; aquisição de medicamentos no exterior;publicidade e eventos
As vantagens do Brasil estão em serviços profissionais técnicos e
empresarias que supõem intensidade de qualificação da mão de obra. O problema é que engloba
uma diversidade de tarefas que precisam ser detalhadas, pois as vantagens não se resumem aos
serviços de engenharia.
Acordos de serviços:
• 68 acordos preferenciais de serviços notificados no GATS. O Brasil não possui acordo notificado
• Opção multilateral e bilateral (caso do Chile).
TISA
• O acordo do comércio de serviços (TISA) foi iniciado pelos Estados Unidos e Austrália e atualmente engloba 52 participantes.
• Austrália, Canadá, Chile, Taiwan, Colombia, Costa Rica, União Europeia, Hong Kong, Islândia, Israel, Japão, Liechtenstein, Mauritius, México, Nova Zelândia, Noruega, Paquistão, Paraguai, Peru, Coréia, Suiça, Turquia, Estados Unidos e Uruguai ( ?).
Como medir o protecionismo em serviços? Banco Mundial: Service Trade Restriction Index http://iresearch.worldbank.org/servicetrade/home.htm É um índice qualitativo que varia de 0 a 100, quanto maior, mais restrições.
Analisa 103 países.
Calculado para o Modo 1, Modo 3 e Modo 4.
A seguir um exemplo do Brasil (desculpe, mas apenas reproduzi e não traduzi)
Modo 1: serviços financeiros, transporte e serviços profissionais Modo 3: Todos os subsetores Mode 4: serviços profissionais
Fonte: http://iresearch.worldbank.org/servicetrade/home.htm
OBSERVAR QUE NO MODO 3 QUE SE REFERE À PRESENÇA DE EMPRESAS COMERCIAIS, O BRASIL É RELATIVAMENTE ABERTO. AS MAIORES RESTRIÇÕES ESTÃO NO COMÉRCIO TRANSFRONTEIRIÇO E NOS SERVIÇOS QUE ENVOLV EM TRÂNSITO DE PESSOAS
Produtividade no Brasil
Fonte: IBRE/FGV , Fernando Veloso (2015)
Agricultura Indústria Serviços Total
1996-2002 5.7% -2.0% -0.7% 0.1%
2003-2006 2.2% 0.1% 0.0% 0.4%
2007-2010 6.1% 0.5% 2.2% 2.7%
2011-2014 5.3% -0.6% 0.9% 1.1%
Os pilares das políticas públicas
• As políticas no Brasil construídas para o setor industrial. Pensar o caso específico do setor de serviços
• Métrica: medir a eficiência das políticas
• Pesquisa e desenvolvimento
• Fundamental: educação
• Além das medidas de caráter horizontal, pensar a especificidade dos setores.
• Canadá: Coalisão dos Serviços
• O papel dos acordos comerciais
Agenda microeconômica: Doing Business
• Marcos regulatórios
• Procedimentos administrativos
• Direitos de propriedade (tratados de investimentos)
• Qualidade das instituições
“Doing Business” Banco Mundial, 2015 , 189 países
Muda a ordem, mas as “melhores economias tendem a serem as mesmas”
EUA, 7º lugar
34º
35º
39º
41º
82º
92º 115º
120º
124º
157º
182º
Principal mensagem
• A melhora no setor de serviços é condição necessária para que se garanta crescimento sustentável.
• Serviços de alto valor adicionado exigem P&D e educação.
• O comércio exterior estimula adaptação, eficiência e concorrência.
• A negociação de marcos regulatórios afeta diretamente os mercados domésticos. É preciso estimular estudos setoriais.