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Abordagem do RN Prematuro Conceitos básicos Antonio Souto [email protected] Médico coordenador Unidade de Medicina Intensiva Pediátrica Unidade de Medicina Intensiva Neonatal Hospital Padre Albino Professor de Pediatria nível II Faculdades Integradas Padre Albino Catanduva / SP 2011

Abordagem do rn prematuro

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Abordagem do RN Prematuro

Conceitos básicos

Antonio [email protected]

Médico coordenadorUnidade de Medicina Intensiva PediátricaUnidade de Medicina Intensiva Neonatal

Hospital Padre Albino

Professor de Pediatria nível II Faculdades Integradas Padre Albino

Catanduva / SP2011

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Definição

• Organização mundial de saúde 1977

• Idade gestacional < 37 semanas

• Peso < 2500 g

• Muito baixo peso < 1500g

• Extremo baixo peso < 1000g

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Incidência

• Brasil 9%

• São Paulo

• EPM 20 a 22%

• HUSP 18%

• UNICAMP 18%

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IMPORTÂNCIA

INCIDÊNCIA ELEVADAMORBILETALIDADE NEONATAL

CUSTO DA PREMATURIDADE

POSSIBILIDADE DE PREVENÇÃO

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FATORES DE RISCO

DEMOGRÁFICOS• Idade(<20 e >40 anos)• Raça negra• Pac. com baixa condições sócio-econômicas• Solteiras

COMPORTAMENTAIS• Fumantes• Uso de drogas• Má nutrição • Falha ou ausência de cuidados de PN

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FATORES DE RISCO

RISCOS PRÉ-GESTACIONAIS

• História obstétrica (intervalo interpartalcurto, antecedente de prematuro e aborto tardio)

• Malformações uterinas (útero bicorno, didelfo , septado, Inc. Istmo Cervical )

• Patologias associadas (hipertensão, diabetes, colagenoses, nefropatias e outras)

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FATORES DE RISCO

• COMPLICAÇÕES OBSTÉTRICAS

• Gestação múltipla• Anomalias do volume do líquido amniótico• Sangramento(1°, 2° e 3° trimestres)• Rotura prematura das membranas• Malformações fetais• Infecções congênitas• IATROGÊNICA (“Cesárea marcada”)

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Particularidades do prematuro

• Controle hidroeletrolíticos/função renal

• Acesso venoso

• Nutrição

• Sindrome do desconforto respiratório, apneia da prematuridade, DisplasiaBroncopulmonar

• Persistência do Canal Arterial

• Retinopatia da prematuridade

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Particularidades do prematuro

• Imaturidade imunológica/Infecção

• Imaturidade e fragilidadde da pele

• Termorregulação

• Imaturidade gastrointestinal

• Manejo da dor

• Hemorragia intraventricular

• Desenvolvimento neurológico/Ambiente

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• Adaptações fisiológicas

• Principios gerais dos cuidados

• Sala de parto

• Ressucitação

Transição para vida extrauterina

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• Termoregulação

• Imaturidade pulmonar

• Hemorragia intracraniana

• Hipoglicemia

• Lesões relacionadas ao oxigênio

Não se esqueça !!!!

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Definir a maturidade

Classificar

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Definir a maturidade

Classificar

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Definir a maturidade

Classificar

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Definir a maturidade

Classificar

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Termoregulação

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Termoregulação

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Controle hidroeletrolíticos/função renal

• Necessidades hídricas do RNP

• Necessidades de eletrólitos

• Disfunção renal

• Controle do balanço hídrico

• Controle laboratorial

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Controle hidroeletrolíticos/função renal

• O Rn nasce com excesso de água corporal total

– RN Termo: 75% PC (40% ECF, 35% ICF)

– Perde 5-10 % do peso na 1a semana

– RN Pretermo: 23 semanas 90% pc

– 60% ECF, 30% ICF

– Perde 5-15% do peso na 1a semana

– PESAR O RN PREMATURO DIARIAMENTE

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Controle hidroeletrolíticos/função renal

• O RN apresenta uma disfunção renal fisiológica não sendo capaz de concentrar e diluir a urina

• Exposto ao risco de desidratação ousobrecarga de volume

• Iniciamos Na após 48 h

• Iniciamos K após 72 h

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Controle hidroeletrolíticos/função renal

• O RN apresenta uma disfunção renal fisiológica não sendo capaz de concentrar e diluir a urina

• Exposto ao risco de desidratação ousobrecarga de volume

• Iniciamos Na após 48 h

• Iniciamos K após 72 h

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Controle hidroeletrolíticos/função renal

B irth W t(kg )

D e x tro se(% )

F lu id ra te (m l/k g /d )

< 2 4 h r 2 4 -4 8 h r > 4 8 h r

< 1 .0 5 -1 0 1 0 0 -1 5 0 1 2 0 -1 5 0 1 4 0 -1 9 0

1 .0 -1 .5 1 0 1 0 0 -1 2 0 1 0 0 -1 2 0 1 2 0 -1 6 0

> 1 .5 1 0 6 0 -8 0 8 0 -1 2 0 1 2 0 -1 6 0

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Controle hidroeletrolíticos/função renal

• Controle glicemico rigoroso

B irth W t(kg )

D e x tro se(% )

F lu id ra te (m l/k g /d )

< 2 4 h r 2 4 -4 8 h r > 4 8 h r

< 1 .0 5 -1 0 1 0 0 -1 5 0 1 2 0 -1 5 0 1 4 0 -1 9 0

1 .0 -1 .5 1 0 1 0 0 -1 2 0 1 0 0 -1 2 0 1 2 0 -1 6 0

> 1 .5 1 0 6 0 -8 0 8 0 -1 2 0 1 2 0 -1 6 0

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Controle hidroeletrolíticos/função renalHIPOGLICEMIA

• Glicose plasmática < 40 mg%

Pacientes de risco para apresentar hipoglicemia:• RCIU,o menor dos gêmeos discordantes• Filhos de mães com Pré-eclâmpsia, Prematuros, Asfixia perinatal, Hipotermia, RN de Diabética

Manisfestações Clínicas:

• Tremores, convulsões, apatia, recusa alimentar,

• Apnéia com bradicardia, cianose, hipotonia, hipotermia,

• ICC RN - PIG (devido ao insuficiente substrato

energético cardíaco)•

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Controle hidroeletrolíticos/função renal

• É o maior substrato para o metabolismo cerebral

• Ideal é manter os valores da glicose mais elevados

Garantindo um nível seguro para prevenir possível

comprometimento do SNC

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Acesso venoso

• Periférico

• Central PICC

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Acesso venoso

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Acesso venoso

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Nutrição

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Nutrição

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Princípios gerais da nutrição endovenosaem pretermos

•As necessidades nutricionais e metabólicas se mantêmapós o nascimento•A nutrição endovenosa deve ser mantida até se atingiras necessidades através da nutrição enteral•Horas, e não dias, é o período permitido sem nutrição•Necessidades semelhantes as do feto

Intravenous nutrition of the very preterm neonate[NUTRITION OF THE PRETERM INFANT]Acta Paediatrica Supplement Volume 94 Suppl 449, October 2005, p 47–56HAY, WILLIAM W. Jr.Neonatal Clinical Research Center and the UCHSC Perinatal Research Center, University of Colorado Health Sciences Center, Aurora, Colorado, USA

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Nutrição enteral X Nutrição parenteral

Nutrição enteral•Leite materno à partir do 3o dia de vida•Progressão lenta nos 1os dias•15 a 20 ml/Kg/dia – 160 a 170 ml/kg/dia

Nutrição parenteral•Precoce (1o dia de vida)•1o dia AA 1,5 g/kg/dia + lip 0,5 g/kg/dia•Até dieta enteral 100 ml/kg/dia

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Enterocolite necrosante

PrematuridadeNutrição enteral

Fatores patológicos•Isquemia intestinal•Agentes infecciosos•Prática nutricional (inicio, volume de progressão, tipo de leite, osmolalidade)

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Pediatr Res 63: 117–123, 2008

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Distúrbios respiratórios

• Imaturidade estrutural (alveolalização > 32 S)

• Deficiência quantitativa e qualitativa de surfactante

• Instabilidade da caixa torácica

• Baixa reserva muscular e ausência do reflexode engasgo

• Imaturidade e fragilidade dos capilarespulmonares

• Superficie para trocas gasosas inadequada

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CORTICOSTERÓIDES

• Efetivo para prevenir a síndrome do desconforto respiratório (SDR) neonatal, entre 28 e 34 semanas

• Betametasona( celestone soluspan)• 12 mg IM cada 24h – 2 doses

• Dexametasona( decadron)• 4mg IM 8/8h 6 doses

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[Cochrane meta-analysis of 15 trials]

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OxigênioJosé Maria Lopes (RJ)

4o Simpósio Internacional de Neonatologia do Rio de Janeiro, 26-28 de agosto de 2005

Em 1956, estudo controlado americano de Kinsey VE (Retrolental fibroplasia;cooperativestudy of retrolental fibroplasia and the use ofoxygen. Arch Ophthalmol1956; 56:481-543) comprovou que a cegueira observada durante todos estes anos era devido ao uso do oxigênio. Este estudo mudou drasticamente toda a prática do uso de O2 há 50 anos.

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OxigênioJosé Maria Lopes (RJ)

4o Simpósio Internacional de Neonatologia do Rio de Janeiro, 26-28 de agosto de 2005

Começamos a controlar rigorosamente na nossa Unidade a hiperóxia. Estamos hoje usando satura ção entre 85 -92%.

Obviamente, se você tem um critério de usar menor saturação, você terá menos dias de ventilação. Se você for mais tolerante com níveis mais baixos, você vai extubar mais rapidamente o RN.

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OxigênioJosé Maria Lopes (RJ)

4o Simpósio Internacional de Neonatologia do Rio de Janeiro, 26-28 de agosto de 2005

-examinando a prescrição e a notação da enfermagem, em 1/3 das vezes não conseguimos a saturação que queremos.

-a forma mais segura de administrar de O2 é pelo CPAP nasal (o Dr. Wung não tem Hood na sua Unidade). Com o CPAP você tem uma saturação de O2 mais estável.

-Blender, umidificador

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OxigênioJosé Maria Lopes (RJ)

4o Simpósio Internacional de Neonatologia do Rio de Janeiro, 26-28 de agosto de 2005

Catéter nasal / capacete: você não consegue controlar adequadamente a concentração de O2.

A principal mensagem é: não use o catéter de oxigênio puro, pois você vai ter muito mais saturações fora do limite necessário

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Suporte ventilatórioJosé Maria Lopes (RJ)

4o Simpósio Internacional de Neonatologia do Rio de Janeiro, 26-28 de agosto de 2005-

Trabalhar com boas práticas na UTI Neonatal :ressuscitação e ventilação gentisbaixo volume corrente e hipercapnia permissivaaumento do uso do CPAP nasal

objetivo principal foi reduzir a necessidade de oxigênio na 36a semana Entre as boas práticas, também incluir o uso do surfactante antes de 2 horas de vida.

(Kaempf JW, et al. Implementing potentially better practices to improve neonatal outcomes after reducing postnatal dexamethasone use in infants born between 501 and 1250grams. Pediatrics. 2003;111:e534-41; Sharek P, et al. Evaluation and development of potentially better practices to prevent chronic lung disease and reduce lung injury in neonates. Pediatrics 2003 111:e426-31)

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Diagnóstico precoce

Avaliação com ofatalmologia entre a 4a e 6a semanas de vida extra-uterina

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Imaturidade neuronal / Hemorragia intracraniana

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Connecting Neurons• During the first 2 years of growth, connection

between neurons is rapid

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Volume 105(2) February 2005 p 436

Stoll BJ, Hansen NI, Adams-Chapman I, Fanaroff AA, Hintz SR, Vohr B, Higgins RD

Neurodevelopmental and growth impairment among extremely low -birth -weight infants with neonatal infection

CONCLUSIONS: This large cohort study suggests that n eonatal infections among extremely low birth weight infants a re

associated with poor neurodevelopmental and growth outc omes in early childhood

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Em estudo multicêntrico nos EUA de 1991 a 1999RNMBP (1.001 a 1.500 g) taxa de sobrevivência de 93%751 e 1. 000 g – 85%RN de 501 a 750 g, 50% sobreviveram

RNMBP apresentam paralisia cerebral (PC) em cerca de 5 a 15% dos casos, e de 25 a 50% exibem comprometimentos motores menores; também podem apresentar déficits cognitivos, comportamentais e distúrbios na fase escolar.

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Em estudo multicêntrico nos EUA de 1991 a 1999RNMBP (1.001 a 1.500 g) taxa de sobrevivência de 93%751 e 1. 000 g – 85%RN de 501 a 750 g, 50% sobreviveram

Em seguimentos ao longo prazo pode-se observar déficits de atenção, hiperatividade e desordens psiquiátricas na adolescência em 25 a 30% dos pacientesInder TE, Volpe JJ. Mechanisms of perinatalbrain injury.Semin Neonatol 2000;5:3-16.

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Diagnóstico precoce

Ultra-som de fontanela na 1a semana de vida

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< 72h

> 72h

Infecções congênitas

STORCH

Sepse precoce

PROM

ITU

Corioamnionite

Sepse tardia

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Zonas de Kramer

Indirect Serum Bilirubin ConcentrationIndirect Serum Bilirubin Concentrationand Its Relation To The Progressionand Its Relation To The Progression

of Dermal Icterus in Full-Term Infants*of Dermal Icterus in Full-Term Infants*

11

22

44

33

55

55 55

DermalDermalZoneZone

Bilirubin (mg/100 mL)Bilirubin (mg/100 mL)

Mean ± SD Range Observations Mean ± SD Range Observations

5.9 ± 0.35.9 ± 0.38.9 ± 1.78.9 ± 1.711.8 ± 1.811.8 ± 1.815 ± 1.715 ± 1.7

4.3 ± 7.9 4.3 ± 7.9 5.4 ± 12.25.4 ± 12.28.1 ± 16.58.1 ± 16.5

11.1 ± 18.3711.1 ± 18.37>15 >15

13134949525245452929

1122334455

*Includes all infants whose rate of serum bilirubin rise was 0.7*Includes all infants whose rate of serum bilirubin rise was 0.7 mg/dL /h or less. mg/dL /h or less.

Dermal Zones of J aundiceDermal Zones of J aundice

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Fototerapia profilática por 5 dias< 1500g

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Sedação e analgesia

TRADITIONAL MEDICAL BELIEFS that neonates are incapable of experiencing pain have now been abandoned.

Multiple lines of evidence describe the maturation of the pain system, pain-assessment methods, and clinical consequences of pain in neonates.

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Sedação e analgesia

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Sedação e analgesia

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Sedação e analgesia

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