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Brasil, 2010
ESTUDO DE PREVALÊNCIA DE
BASE POPULACIONAL DAS INFECÇÕES
PELOS VÍRUS DAS HEPATITES A, B E C
NAS CAPITAIS DO BRASIL
NORDESTE
SUL
CENTRO-OESTE
SUDESTE
NORTE
Brasil, 2010
ESTUDO DE PREVALÊNCIA DE
BASE POPULACIONAL DAS INFECÇÕES
PELOS VÍRUS DAS HEPATITES A, B E C
NAS CAPITAIS DO BRASIL
Coordenação Geral
Universidade de Pernambuco
Núcleo de Pós-Graduação
Apoio Financeiro
Ministério da Saúde
Organização Pan-Americana de Saúde
EQUIPE:
Coordenação Nacional:
Leila Maria Moreira Beltrão Pereira (Coordenação Clínica)
Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco Universidade
de Pernambuco e Instituto do Fígado de Pernambuco.
Ricardo Arraes de Alencar Ximenes (Coordenação de Epidemiologia)
Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco Universidade
de Pernambuco e Departamento de Medicina Tropical
Universidade Federal de Pernambuco.
Regina Célia Moreira (Coordenação de Laboratório)
Instituto Adolfo Lutz, São Paulo.
Coordenação Nacional do Trabalho de Campo e Estatística
Maria Cynthia Braga (Trabalho de Campo)
Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães Fundação Oswaldo Cruz
Ulisses Ramos Montarroyos (Estatística)
Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco
Universidade de Pernambuco
COORDENAÇÃO REGIONAL
NorteDeborah Crespo (Coordenação Clínica)
Ministério Público de Belém
Alex de Assis dos Santos (Coordenação de Epidemiologia)Instituto Bioestatístico de Ciência e Tecnologia
NordesteLuiz Cláudio Arraes de Alencar (Coordenação Clínica)
Faculdade de Ciências Médicas de PernambucoUniversidade de Pernambuco
Maria Luiza Carvalho de Lima (Coordenação de Epidemiologia)Departamento Medicina Social
Universidade Federal de Pernambuco
Centro-OesteMarília Dalva Turchi (Coordenação Clínica)
Instituto de Patologia Tropical e Saúde PúblicaUniversidade Federal de Goiás
Celina Maria Turchi Martelli (Coordenação de Epidemiologia)Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública
Universidade Federal de Goiás
Distrito FederalMarcelo Abrahão Costa (Coordenação Clínica)
Hospital de Base do Distrito Federal Brasília
Edgar Hamman (Coordenação de Epidemiologia)Faculdade de Ciências da Saúde
Universidade de Brasília.
SulGabriela Coral (Coordenação Clínica)
Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
Airton Tetelbom Stein (Coordenação de Epidemiologia)Fundação Universidade Federal de Ciências
da Saúde de Porto Alegre
SudesteGerusa Maria Figueiredo (Coordenação Clínica)
Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo
Maria Regina Alves Cardoso (Coordenação de Epidemiologia)Faculdade de Saúde Pública/Universidade de São Paulo
COORDENAÇÃO ESTADUAL: Piauí Mato Grosso do Sul Conceição Sá (Clínico) José Ivan Albuquerque Aguiar
REGIÃO NORTE Carlos Henrique Costa (Clínico)(Epidemiologista) Eugenio de Barros (Epidemiologia)
Acre Gilza Bastos dos SantosCirley Maria de Oliveira Lobato Maranhão (Laboratório)(Clínico) Arnaldo de Jesus Dominici (Clínico) Mônica de Breu Moraies Maria das Graças Aragão Distrito Federal
Marcelo Costa (Clínico)(Epidemiologista) (Epidemiologista)Edgar Merchán Hamann Janaina Mazaro (Laboratório) Elizabeth de Souza Lima (Epidemiologia)(Laboratório)
Amapá Lídia Maria Pinto Luna (Laboratório)Maria de Nazaré Miranda de Ceará
SULCavalcante (Clínico) José Milton de Castro Lima (Clínico) Clóvis Omar Sá Mirande José Wellington Oliveira Lima
Paraná(Epidemiologista) (Epidemiologista)Dominique Muzillo (Clínico)Márcia Socorro Cavalcante Porcy Maria do Carmo Vidal Gadelha Lima Lucimar Bozza (Epidemiologista) (Laboratório) (Laboratório)Yatiyo Matsui Moriya (Laboratório)
Amazonas Rio Grande do NorteSanta Catarina Ana Ruth Silva de Araújo (Clínico) Gilmar Amorim (Clínico) Esther Dantas (Clínico) Márcia Araújo Barreto Marlúcia da Silva Garrido Ana Cristina Vidor (Epidemiologista)
(Epidemiologista)(Epidemiologista) Ana Duarte Cardoso (Laboratório)Márcia Noronha Barbosa
Paraíba(Laboratório) Rio Grande do SulManoel Jaime Xavier Filho (Clínico) Alexandro Alves (Clínico) Jória Viana Guerreiro Pará Maria Eugênia Pinto (Epidemiologista)Raimundo Aldo Tavares (Clínico) (Epidemiologista)
Maria de Fátima Chaves Oliveira Zenaida Marion Alves Nunes Lyra Alagoas(Epidemiologista) Vidal (Laboratório)Maria Rosileide Bezerra Alves José Américo Lozich de Aquino (Clínico) (Laboratório) SUDESTEDayse Mércia Cavalcante de Oliveira (Epidemiologista)Rondônia São PauloIvoneide Moreira de Oliveira Barroso Juan Miguel Villalobos Salcedo Flair Carrilho (Clínico) (Laboratório)(Clínico) Antônio Alci Barone
Fábio Luiz Storer (Epidemiologista) (Epidemiologista)Sergipe Ângela Maria Miranda Spina Tereza Virgínia Nascimento (Clínico) Roraima (Laboratório)Lúcia Tavares (Epidemiologista)Luiz Renerys de Lima Pinheiro
(Clínico) Rio de Janeiro Bahia Jacqueline de Aguiar Barros Cristiane Nogueira (Clínico) Raymundo Paraná (Clínico) (Epidemiologista) Mariza Miranda Theme Filha José Tavares Neto (Epidemiologista) Juliana Cristina Ferreira (Epidemiologista)Maria Alice Sant`Anna Zarife
(Laboratório) Carlos Augusto da Silva Fernandes (Laboratório)
(Laboratório)Tocantins
CENTRO-OESTENádja Duarte Oliveira Souza Belo Horizonte(Clínico) Rosângela Teixeira (Clínico) GoiásArlete Lopes da Cunha Otoni Keli Bahia Felicíssimo Flúvia Pereira Amorim da Silva (Epidemiologista) (Epidemiologista)(Epidemiologia)Gisele Christina O. Silva Sônia Conceição Diniz (Laboratório)Rodrigo Sebba Aires (Clínico)(Laboratório) Beatriz Maranhão Bariani
Vitória(Laboratório) Moacir Soprani (Clínico) NORDESTE
Angélica Espinosa (Epidemiologista)Mato Grosso: Patrícia Rolim Prates (Laboratório)Pernambuco Francisco José Dutra Souto (Clínico)
Demócrito Miranda (Clínico) Jesus Fernando Fontes Zulma Medeiros (Epidemiologista)
(Epidemiologia)Maria Mabel M. Melo (Laboratório)Vergínia Correia de Azevedo e Silva(Laboratório)
APRESENTAÇÃO
O relatório apresenta os resultados do Estudo de Prevalência de Base Populacional das Infecções pelos Vírus das
Hepatites A, B e C nas Capitais do Brasil, desenvolvido a partir de uma demanda da Secretaria de Vigilância à Saúde,
do Ministério da Saúde, com o apoio da Organização Panamericana de Saúde. Esse Inquérito vem preencher uma
lacuna de conhecimento sobre os padrões epidemiológicos das hepatites virais no país, uma vez que os mesmos
vinham sendo avaliados principalmente a partir de registros de doadores de sangue, voluntários e grupos especiais
ou a partir de levantamentos realizados em áreas geográficas restritas.
O trabalho congregou um grande numero de profissionais de saúde de diferentes locais e instituições em todas
as regiões do Brasil. A coordenação nacional, clínica e epidemiológica, foi exercida pelo grupo da Universidade de
Pernambuco, acrescido de um coordenador de laboratório do Instituto Adolfo Lutz. As coordenações regionais
ficaram a cargo de um clínico e um epidemiologista, e as coordenações locais (em cada uma das capitais dos
estados) tiveram a mesma estruturação da equipe nacional. A ação integrada de todos esses profissionais, desde a
fase de planejamento até a operacionalização da pesquisa e consolidação dos bancos de dados, e o rigor
metodológico utilizado viabilizaram a execução do trabalho e garantiram a qualidade dos dados obtidos.
O relatório compreende todas as etapas da pesquisa incluindo o detalhamento da metodologia utilizada, das
atividades de campo e dos resultados obtidos para cada uma das macrorregiões do país e Distrito Federal. Os
instrumentos utilizados (questionários, manuais e fichas de acompanhamento) são apresentados em anexo. Para
melhor interpretação dos resultados, recomenda-se uma leitura prévia da metodologia e, em particular, do plano de
análise.
A responsabilidade de divulgação dos resultados no meio acadêmico, incluindo congressos científicos e
publicação em periódicos, é dos investigadores responsáveis pela pesquisa e a citação dos resultados por outros
interessados deverá referenciar esse relatório e/ou os artigos publicados. Acreditamos que as informações obtidas
são de fundamental importância para subsidiar a formulação ou reorientação de políticas publicas.
Leila M. B. Pereira Ricardo A. de A. Ximenes Regina Célia Moreira
Coordenadora Nacional Coordenador Nacional Coordenadora Nacional
Clínica Epidemiologista Laboratório
ÍNDICE
Introdução
Objetivos
Metodologia
Resultado do Inquérito das Hepatites A, B e C – Brasil
Região Norte
Região Nordeste
Região Centro-Oeste
Distrito Federal
Região Sudeste
Região Sul
Analise Comparativa
Anexo I: Hepatite B entre indivíduos não vacinados
Anexo II: Questionários
Anexo III: Manuais
09
11
12
25
37
55
74
92
110
127
145
160
200
211
INTRODUÇÃO
Estudos sorológicos de base populacional das hepatites virais têm mostrado a diversidade de padrões
epidemiológicos quanto ao risco de infecção, relacionados aos atributos individuais e às variações locais e
temporais no risco de infecção. Esses estudos têm gerado informações cruciais para os programas nacionais de
controle. Nos EUA, as duas pesquisas nacionais de hepatite B e C permitiram estimar o número de indivíduos
cronicamente infectados e levaram a uma maior compreensão dos padrões de risco associados ao uso de drogas 1, 2-5ilícitas e comportamento sexual ao longo do tempo .
6Atualmente, o sistema nacional de vigilância determina a notificação compulsória dos casos de hepatite A, B e C .
Dados do sistema de notificação de casos a partir da vigilância passiva não são suficientemente confiáveis para
estimar as taxas de infecção na população, uma vez que um grande número de infecções são assintomáticas e a
etiologia dos casos sintomáticos notificados nem sempre pode ser confirmada. Assim, os padrões epidemiológicos
de HBV e HCV no Brasil têm sido avaliados principalmente a partir de registros de doadores de sangue, voluntários e 7-11grupos especiais ou a partir de levantamentos realizados em áreas geográficas restritas . Estes estudos anteriores
sugerem grandes variações na distribuição da doença de uma região brasileira para outra, com alta prevalência de 12infecção por hepatite B e co-circulação do vírus Delta na região Amazônica . No entanto, a prevalência de hepatite na
população geral é desconhecida e não há informações precisas sobre a freqüência da infecção ou sobre a
existência de variações no padrão de fatores de risco de uma região brasileira para outra.
A hepatite viral é a causa mais importante de doença hepática e as hepatites B e C podem potencialmente evoluir
para hepatite crônica, cirrose e carcinoma hepatocelular, aumentando assim a mortalidade por doenças crônicas do 13, 14fígado e a incidência de carcinoma hepatocelular .
A vacina contra a Hepatite B tem provado ser uma ferramenta importante na prevenção da infecção e a Organização 15Mundial de Saúde recomenda a inclusão da vacina contra hepatite B nos programas nacionais de imunização .
Além disso, tem sido proposta a inclusão de adultos não vacinados e sob risco de infecção por hepatite B, de forma a
atingir todos que procuram proteção contra a hepatite B, mesmo quando fatores de risco específicos não são 16identificados . Atualmente, o Programa Nacional de Imunização tem recomendado e disponibilizado gratuitamente a
17vacina contra o HBV para bebês, crianças e adolescentes, além de grupos de risco conhecidos .
Com relação à hepatite A, as estratégias de vacinação variam de acordo com a gravidade da endemia, sendo a 18vacinação universal recomendada em áreas de endemicidade baixa e intermediária .
No Brasil, a vacina contra HAV não é preconizada universalmente pelo Programa Nacional de Imunizações e apenas
uma pequena proporção da população tem acesso à mesma. Em uma análise parcial dos resultados desse
inquérito, a hepatite A foi classificada como de endemicidade intermediária nas regiões Nordeste e Centro-Oeste do 19Brasil .
A avaliação da magnitude das hepatites virais é uma tarefa particularmente difícil em um país como o Brasil, o qual 2possui uma população de aproximadamente 190 milhões, distribuída em um imenso território de 8.511.965 km . Por
outro lado, tem havido um crescente acúmulo de experiência na condução de inquéritos nacionais no país. Por
exemplo, o suplemento de saúde da "Pesquisa Nacional por Amostra de domicilio" (Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE, é possivelmente o inquérito de
saúde mais abrangente já realizado na população brasileira com 14 anos de idade ou mais, e outras experiências
bem sucedidas incluem a "Pesquisa Nacional Sobre Saúde e Nutrição-PNSN (Pesquisa Nacional sobre Saúde e 20Nutrição) e a Pesquisa de Demografia e Saúde (DHS) . Deve-se ressaltar o desafio adicional colocado em inquéritos
sorológicos, devido à logística necessária para a coleta de sangue, transporte, armazenamento e a realização dos
testes laboratoriais.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Introdução 09
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Introdução 10
Apoiado em experiências bem sucedidas e considerando a relevância das informações para o planejamento de
estratégias de controle, o Ministério da Saúde lançou um inquérito domiciliar nacional com o intuito de estimar a
prevalência das hepatites A, B e C e identificar os genótipos mais freqüentes de HBV e HCV entre os moradores das
capitais brasileiras e do Distrito Federal. Também objetivou identificar a exposição por via sanguínea,
comportamentos sexuais de risco, uso de álcool e drogas ilícitas e fatores socioeconômicos analisados no nível
individual, do agregado familiar e de área. Este relatório apresenta a metodologia e os principais resultados do
Inquérito Nacional de Hepatites Virais (INHV). Corresponde ao primeiro levantamento nacional de hepatites virais já
realizado na América Latina.
Referências
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9. Zarife MA, Silva LK, Silva MB, et al. Prevalence of hepatitis C virus infection in north-eastern Brazil: a population-based study. Trans R Soc Trop Med Hyg. 2006;100:663-8.
10. Tapia-Conyer R, Santos JI, Cavalcanti AM, et al. Hepatitis A in Latin America: a changing epidemiologic pattern. Am J Trop Med Hyg. 1999;61:825-9.
11. Almeida LM, Werneck GL, Cairncross S, Coeli CM, Costa MC, Coletty PE. The epidemiology of hepatitis A in Rio de Janeiro: environmental and domestic risk factors. Epidemiol Infect. 2001;127:327-33.
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13. Shepard CW, Simard EP, Finelli L, Fiore AE, Bell BP. Hepatitis B virus infection: epidemiology and vaccination. Epidemiol Rev. 2006;28:112-25.
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Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Objetivos Gerais 11
OBJETIVOS GERAIS
1. Estimar a prevalência das infecções virais A, B e C, por meio dos marcadores virais, para o conjunto das capitais
em cada macrorregião e Distrito Federal, compreendendo as faixas etárias de 5 a 19 anos para a HAV e de 10 a 69
anos para as HBV e HCV, avaliando variáveis biológicas, socioeconômicas e epidemiológicas;
2. Identificar grupos de risco segundo variáveis biológicas, socioeconômicas e epidemiológicas;
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1. Estimar a prevalência dos marcadores sorológicos para as hepatites virais A, B e C
2. Identificar os portadores do anti-HCV, detectar o HCV-RNA entre os portadores e os genótipos virais;
3. Verificar a associação entre fatores de risco biológicos, socioeconômicos e epidemiológicos com a ocorrência
de marcadores virais para as hepatites A, B e C na população e estimar a magnitude dessa associação;
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Metodologia 12
METODOLOGIA
1. Desenho e população de estudo
Trata-se de uma pesquisa domiciliar de base populacional, através da qual a seroprevalência dos seguintes
marcadores sorológicos para hepatite A, B e C foram estimados: anti-HAV IgG, HBsAg, Anti-HBc IgG, Anti-HBs e
anti -HCV. Potenciais fatores de risco biológicos, epidemiológicos e sócio-econômicos também foram pesquisados.
A população alvo compreendeu todos os indivíduos com idade entre 5 a 69 anos, residentes em domicílios
particulares em todas as 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal, no período do estudo.
2. Amostragem
a) Domínios do estudo
O Brasil é composto de cinco diferentes regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste.
A região Norte inclui os Estados do Acre (Rio Branco), Amapá (Macapá), Roraima (Boa Vista), Rondônia (Porto Velho),
Amazonas (Manaus), Pará (Belém) e Tocantins (Palmas). A população total das capitais nas faixas etárias de 5 a 9, 10
a 19 e 20 a 69 anos segundo IBGE/Censo 2000, era de 350.189, 762.940 e 2.306.227 habitantes, respectivamente.
A região Nordeste abrange nove Estados: Bahia (Salvador), Sergipe (Aracaju), Alagoas (Maceió), Pernambuco
(Recife), Paraíba (João Pessoa), Rio Grande do Norte (Natal), Ceará (Fortaleza), Piauí (Teresina), Maranhão (São Luis).
A população total das capitais nas faixas etárias de 5 a 9, 10 a 19 e 20 a 69 anos segundo IBGE/Censo 2000, era de
943.033, 2.054.539 e 6.210.495 habitantes, respectivamente.
A região Centro-Oeste compreende os Estados de Goiás (Goiânia), Mato Grosso do Sul (Campo Grande) e Mato
Grosso (Cuiabá). A população nos mesmos grupos de idade nas capitais do Centro-Oeste, segundo IBGE/Censo
2000, era de 397.740, 866.536 e 2.619.378 habitantes, respectivamente.
A região Sudeste é composta pelos Estados de São Paulo (São Paulo), Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), Espírito Santo
(Vitória) e Minas Gerais (Belo Horizonte), com população, nos mesmos grupos de idade, de 1.745.661, 3.803.187 e
11.496.336 habitantes, respectivamente.
A Região Sul abrange os Estados do Rio Grande do Sul (Porto Alegre), Santa Catarina (Florianópolis) e Paraná
(Curitiba), com população, nos mesmos grupos de idade, de 305.652, 665.908 e 2.012.918, respectivamente.
O Distrito Federal está localizado na região Centro-Oeste e a população para os grupos de idade mencionados eram
de 182.537, 387.831 e 1.188.413, respectivamente, segundo o IBGE/Censo 2000.
Tendo em vista a importância de se estimar a prevalência da infecção pela hepatite A, B e C no âmbito macro-regional
e nacional e para diferentes grupos etários, a população residente nas capitais estaduais e no Distrito Federal foi
dividida em domínios de estudo, conforme descrito acima.
A população residente na zona urbana das capitais, segundo os domínios do estudo, é apresentada na Tabela 1.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Metodologia 13
Tabela 1: População residente na zona urbana das capitais, segundo domínios de estudo, IBGE – Censo 2000.
Norte
Nordeste
Sudeste
Sul
Centro-Oeste
Distrito Federal
MacrorregiãoIdade (anos)
350.189
943.033
1.745.661
305.652
397.740
182.537
5 a 9 10 a 19
762.940
2.054.539
3.803.187
665.908
866.536
387.831
20 a 69
2.306.227
6.210.495
11.496.336
2.012.918
2.619.378
1.188.413
a) Tamanho da amostra de indivíduos para cada domínio de estudo
Para estimar a prevalência de indivíduos com hepatite A, B ou C, a seguinte fórmula foi utilizada para calcular o
tamanho da amostra para cada domínio de estudo:
onde,
n : tamanho estimado da amostra0
= P(1-P): variância das características do estudo (hepatite A, B or C) na população
: variância da distribuição amostral de p (prevalência de hepatite A, B or C)
O nível de confiança de 95% foi utilizado. As Tabelas 2 e 3 apresentam os outros parâmetros utilizados para calcular os
tamanhos de amostra para os domínios de estudo. Os tamanhos das amostras foram ajustados utilizando n = n : 0
0,80, admitindo-se uma taxa de resposta de 80%.
Tabela 2: Parâmetros utilizados para o cálculo do tamanho da amostra de cada domínio de estudo, tamanho
estimado da amostra (n ) e tamanho estimado da amostra ajustado (n) para o estudo da hepatite A.0
*corresponde a 3% do valor da proporção
Tabela 3: Parâmetros utilizados para o cálculo do tamanho da amostra de cada domínio de estudo, tamanho
estimado da amostra (n ) e tamanho estimado da amostra ajustado (n) para o estudo das hepatites B e C.0
*corresponde a 20% do valor da proporção, com exceção do Distrito Federal que corresponde a 30%
2
2
p
ns
s=
2s2ps
Norte
Nordeste
Sudeste
Sul
Centro-Oeste
Distrito Federal
MacrorregiãoP
92,8
76,5
53,6
51,2
76,5
76,5
5 a 9 10 a 19
92,8
76,5
53,6
51,2
76,5
76,5
22,784
22,295
21,608
21,536
22,295
22,295
5 a 9 10 a 19
22,784
22,295
21,608
21,536
22,295
22,295
86
342
962
1059
342
342
86
342
962
1059
342
342
5 a 9 10 a 19 5 a 9 10 a 19
108
428
1203
1324
428
428
108
428
1203
1324
428
428
nn0*2ps
Norte
Nordeste
Sudeste
Sul
Centro-Oeste
Distrito Federal
MacrorregiãoP
10 a 19 20 a 69 10 a 19 20 a 69 10 a 19 10 a 1920 a 69 20 a 69
nn0*
0,0212
0,0119
0,0143
0,0100
0,0104
0,0090
0,0212
0,0119
0,0143
0,0100
0,0104
0,0090
20,0042
20,0024
20,0029
20.0020
20,0021
20,0027
20,0042
20,0024
20,0029
20.0020
20,0021
20,0027
1155
2075
1723
2475
2378
1124
1155
2075
1723
2475
2378
1124
1443
2594
2154
3094
2973
1405
1443
2594
2154
3094
2973
1405
2ps
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Metodologia 14
Os tamanhos de amostra foram calculados com base na prevalência esperada de positividade para o HBsAg, 1, 2anticorpos anti-HCV e anti-HAV para cada macro-região,tomando como referência estudos anteriores .
A prevalência da hepatite A foi estimada, com precisão definida para cada macro-região e para o Distrito Federal,
para as faixas etárias de 5 a 9 e 10 a 19 anos. Da mesma forma, a prevalência de hepatite B e hepatite C foi estimada
com precisão definida para cada macro-região e para o Distrito Federal para as faixas etárias de 10 a 19 e 20 a 69
anos.
O processo de amostragem utilizado neste estudo foi o de conglomerados. A precisão observada não dependeu,
portanto, apenas do número de indivíduos selecionados na amostra, mas dependeu, também. do grau de
homogeneidade da variável de estudo dentro dos clusters (unidades primárias de amostragem - UPA's), e do
número médio de indivíduos selecionados em cada UPA.
a) O tamanho da amostra de domicílios para cada domínio de estudo
A população residente na área de estudo foi identificada considerando os domicílios ocupados no momento da
pesquisa. Uma amostra aleatória dos domicílios de cada capital estadual e do Distrito Federal foi, portanto,
selecionada. Todos os indivíduos nas faixas etárias estudadas, residentes nos domicílios selecionados, eram
elegíveis para inclusão nas amostras.
O número de domicílios que deveriam ser visitados para que o tamanho da amostra de indivíduos fosse atingido foi
determinado a partir da estimativa do número médio de indivíduos por domicílio para cada grupo etário. O maior
tamanho de amostra de domicílios foi o de menor prevalência de hepatite e da faixa etária com menor frequência de
indivíduos na população estudada. Para exemplificar, a figura 1 mostra o calculo do número estimado de domicílios
necessários para alcançar a amostra de indivíduos na faixa etária de 5 a 9 anos no Nordeste e Recife.
Figura 1. Estratégia adotada para estimar o número de domicílios para alcançar o tamanho da amostra de indivíduos –
caso da Região Nordeste, Brasil.
No entanto, se todos os moradores dos domicílios sorteados fossem incluídos no inquérito, os tamanhos das
amostras para os outros grupos etários seriam muito superiores ao tamanho da amostra calculado, o que resultaria
em custos excessivos. Por esta razão, foram obtidas sub-amostras de moradores, segundo faixa etária, dos
domicílios selecionados.
As amostras para cada domínio do estudo foram divididas entre as capitais dos Estados utilizando-se uma fração
constante de amostragem (f = n ÷ N, onde f: fração de amostragem para o domínio i; n: tamanho da amostra para o i i i i i
domínio i e N: população do domínio i), de modo que o tamanho da amostra de cada capital de Estado fosse i
proporcional à população de cada capital. A Tabela 4 mostra as frações de amostragem de cada domínio de estudo,
enquanto que a Tabela 5 apresenta a distribuição proporcional da amostra de domicílios de cada macrorregião,
segundo as capitais, e o tamanho de amostra de domicílios do Distrito Federal.
Tabela 4. Fração de amostragem de domicílios para cada macrorregião e Distrito Federal e faixa etária estudada para
hepatites A, B e C
Tabela 5. Distribuição proporcional da amostra de domicílios de cada macrorregião, segundo as capitais, e Distrito
Federal para o estudo das hepatites A, B e C
MacrorregiãoHepatite A
5 a 9 10 a 19 20 a 6910 a 19
Hepatite B e C
Norte
Rio Branco
Macapá
Manaus
Belém
Porto Velho
Boa Vista
Palmas
Nordeste
Maceió
Salvador
Fortaleza
São Luís
João Pessoa
Recife
Teresina
Natal
Aracajú
285
19
20
100
92
27
16
11
1.167
92
296
238
93
69
171
77
81
52
130
9
9
46
42
12
7
5
536
42
136
110
42
32
78
35
37
24
1.738
121
122
618
561
158
92
66
3.722
289
943
762
293
220
544
246
257
169
575
40
40
205
185
52
31
22
1.231
96
312
252
97
73
180
81
85
56
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Metodologia 15
Norte
Nordeste
Sudeste
Sul
Centro-Oeste
Distrito Federal
MacrorregiãoHepatite A
5 a 9 10 a 19
0,0003
0,0005
0,0002
0,0043
0,0011
-
0,0001
0,0002
0,0001
0,0020
0,0005
-
20 a 69
0,0019
0,0014
0,0013
0,0039
0,0061
-
10 a 19
0,0006
0,0005
0,0004
0,0013
0,0020
-
Hepatite B e C
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Metodologia 16
MacrorregiãoHepatite A
5 a 9 10 a 19 20 a 6910 a 19
Hepatite B e C
Sudeste
Vitória
Belo Horizonte
Rio de Janeiro
São Paulo
Sul
Curitiba
Florianópolis
Porto Alegre
Centro-Oeste
Goiânia
Cuiabá
Campo Grande
Distrito Federal
3.792
59
433
1.242
2.058
4.396
2.041
450
1.905
1.296
649
263
384
1.236
1.741
27
199
570
945
2.017
937
206
874
595
297
121
177
566
3.116
48
356
1.021
1.691
4719
2.189
483
2.047
4.112
2.060
835
1.217
1.860
1.031
16
118
338
559
1.561
724
160
677
1.361
682
276
403
615
A Tabela 6 apresenta a distribuição proporcional da amostra (estimada) de indivíduos por capital e o tamanho da amostra do Distrito Federal.
Tabela 6. Distribuição proporcional da amostra de indivíduos de cada macrorregião, segundo as capitais, e Distrito
Federal para o estudo das hepatites A, B e C
MacrorregiãoHepatite A
5 a 9 10 a 19 20 a 6910 a 19
Hepatite B e C
Norte
Rio Branco
Macapá
Manaus
Belém
Porto Velho
Boa Vista
Palmas
Nordeste
Maceió
Salvador
Fortaleza
São Luís
João Pessoa
Recife
Teresina
Natal
Aracajú
112
7
8
40
37
10
6
4
428
34
103
90
37
25
60
30
30
19
108
7
8
40
37
10
6
4
428
34
103
90
37
25
60
30
30
19
1490
97
108
538
490
128
77
52
2.594
204
624
547
222
153
364
182
181
118
1443
97
108
538
490
128
77
52
2.594
204
624
547
222
153
364
182
181
118
Tabela 5. Distribuição proporcional da amostra de domicílios de cada macrorregião, segundo as capitais, e Distrito
Federal para o estudo das hepatites A, B e C (continuação)
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Metodologia 17
MacrorregiãoHepatite A
5 a 9 10 a 19 20 a 6910 a 19
Hepatite B e C
Sudeste
Vitória
Belo Horizonte
Rio de Janeiro
São Paulo
Sul
Curitiba
Florianópolis
Porto Alegre
Centro-Oeste
Goiânia
Cuiabá
Campo Grande
Distrito Federal
1203
19
143
375
666
1324
639
138
547
428
209
92
127
428
1203
19
143
375
666
1324
639
138
548
428
209
92
127
428
2.154
33
256
671
1.193
3.094
1.493
322
1.279
2.973
1.450
643
880
1.405
2.154
33
256
671
1.193
3.094
1.493
322
1.279
2.973
1.450
643
880
1.405
a) Os procedimentos de amostragem
A amostra do estudo foi selecionada por meio de processo de amostragem por conglomerados, estratificada e em
múltiplos estágios, com base nos dados do censo do IBGE para o ano de 2000.
O setor censitário é a menor unidade geográfica disponível para a qual existem dados dos residentes com
características socioeconômicas semelhantes e é composto por aproximadamente 300 famílias (aproximadamente
1.000 habitantes).
Para melhorar a eficiência da amostragem, os setores censitários foram, quando necessário, divididos ou agrupados
de tal forma que o coeficiente de variação para as suas dimensões não excedesse 10%. Dessa forma, as UPAs
poderiam ser constituídas por um único setor censitário, uma fração de um setor censitário, ou um agrupamento de
setores censitários. Mais detalhes do processo de amostragem podem ser vistos no Manual de amostragem, anexo III.
As UPAs foram, então, ordenadas de acordo com o número de anos de escolaridade do chefe da família para garantir
que todos os grupos socioeconômicos da população estivessem representados na amostra. Esta variável foi escolhida
porque está fortemente correlacionada com a renda e fornece informações mais confiáveis do que última.
Na primeira etapa de amostragem, uma amostra sistemática foi tomada a partir desta lista ordenada das UPAs, com
probabilidade proporcional ao tamanho ( número de residentes permanentes), em cada capital e no Distrito Federal.
Na segunda etapa foram sorteados os quarteirões, com probabilidade proporcional ao tamanho, (número de
domicílios) em cada uma das UPAs selecionadas na primeira etapa. A terceira etapa envolveu a amostragem
sistemática de domicílios dentro dos quarteirões selecionados usando uma lista de endereços residenciais fornecidos
pelo IBGE. Todos os moradores nos domicílios selecionados, nas faixas etárias consideradas para o estudo, foram
incluídos na pesquisa.
As amostras foram sorteadas com igual probabilidade em cada domínio de estudo em três etapas. A fração de
amostragem total foi aplicada em cada capital, portanto, f = n ÷ N , onde f é a fração amostral para a macro-região k hk hk k hk
e faixa etária h, a n é o tamanho da amostra em número de domicílios para a macro-região k e faixa etária h, N é o hk k
número total de domicílios na macro-região k.
Tabela 6. Distribuição proporcional da amostra de indivíduos de cada macrorregião, segundo as capitais, e Distrito
Federal para o estudo das hepatites A, B e C (continuação).
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Metodologia 18
.Para cada capital, o primeiro passo no processo de amostragem foi selecionar a maior amostra de domicílios
usando a seguinte equação:
Onde,
f : fração amostral global para o maior tamanho da amostra na capital kk
a: número total de UPAs a serem selecionadas no primeiro estágio
M: número de domicilios na UPA ii
b: número de unidades secundárias de amostragem (USA) a serem sorteadas em cada UPA
selecionada.
M :número de domicílios na USA j da UPA iij
c: número de domicílios a serem sorteados em cada USA selecionada.
Para selecionar as menores amostras em cada capital, um sistema de sub-amostras foi sorteado a partir da amostra
inicial usando a seguinte fração de amostragem (Figura 2):
onde,
f fração amostral global para o grupo etário h na capital kbk:
f : fração amostral global para a maior amostra na capital kk
d: número de domicílios a serem sorteados da maior amostra selecionada inicialmente.
n: número de domicílios sorteados na maior amostra inicialmente selecionada; l
Figura 2. Instrumento de controle das subamostras segundo tipo de hepatite e faixa etária de estudo.
iji
ij
i
ik
M
c
M
bM
M
aMf ´´=
å
l
khkn
dff ´=
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Metodologia 19
1. Marcadores sorológicos e co-variáveis
Para a pesquisa de todos os marcadores sorológicos, foram utilizados kits comerciais - Axsym® (ABBOT
Laboratories), pelo método do ensaio imunoenzimático por microparticulas. Para este estudo, foram considerados
os seguintes marcadores sorológicos:
Hepatite A: Para a determinação da prevalência da hepatite A, foram pesquisados os anticorpos totais. O teste
positivo indica infecção atual ou passada pelo HAV.
Figura 3. Fluxograma da sorologia
para diagnóstico da infecção
pelo vírus da hepatite A.
Hepatite B: anticorpos para o antígeno do core do vírus da hepatite B (anti-HBc) foram pesquisados utilizando o
teste imunoenzimático. Testes positivos para esse marcador, foram interpretados como infecção pelo HBV, atual ou
passada. Nas amostras positivas para o anti-HBc, também foram pesquisados os anticorpos contra o antígeno de
superfície do vírus da hepatite B (anti-HBs) e, nas amostras negativas para esse marcador, foi realizado o teste para a
detecção do antígeno de superfície da hepatite B (HBsAg). Amostras com resultados limítrofes foram retestadas e os
resultados indeterminados foram excluídos da análise.
As amostras HBsAg positivas foram também testadas para HBV-DNA e genotipagem. A Nested-PCR foi realizada
utilizando a técnica padrão.
Figura 4. Fluxograma da sorologia
para diagnóstico da infecção
pelo vírus da hepatite B.
Hepatite C: todas as amostras foram testadas para o anticorpo contra o vírus da hepatite C (anti-HCV), utilizando o
mesmo método. Foram consideradas positivas as amostras que apresentaram resultados maior ou igual a 1,2 na
relação densidade ótica e “cut off” (DO/CO).A detecção de HCV-RNA pela técnica da nested Polymerase Chain
Reaction – nested PCR - foi realizada em todas as amostras com resultados positivos ou indeterminados.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Metodologia 20
Figura 5. Fluxograma
da sorologia para diagnóstico
da infecção pelo vírus da hepatite C.
Informações sobre as co-variáveis no nível individual e familiar foram obtidas por meio de questionário (Vide
Questionário do domicilio, Questionário do chefe da família, Questionário do adolescente e adulto, Questionário da
criança, Anexos II) e as variáveis do nível da área (setor censitário) recuperadas a partir de um subconjunto dos dados
do censo do IBGE (Tabela 7).
Tabela 7. Variáveis estudadas nos níveis individual, de domicílio e de área.
Variáveis sócio-demográficas
Sexo
Idade
Saber ler e escrever
Anos de escolaridade
Trabalho remunerado
Renda
Relato do status vacinal
Via de transmissão sanguínea
Hospitalização
Transfusão sanguínea
Cirurgia
Tratamento dentário
Trabalho em serviço de saúde
Tatuagem
Piercing
Compartilhamento de objetos cortantes
Comportamento sexual
Início de vida sexual
Parceiro homossexual
Outro parceiro além do atual
Antecedente de Doença
sexualmente transmissível
Parceiro atual teve hepatite
Relacionamento prévio com
portador de hepatite B
Uso de drogas e álcool
História de uso de droga fumada
História de uso de droga inalada (cola)
História de uso de droga cheirada
História de uso de droga injetável
História de uso de seringa de vidro
Consumo de álcool
Casa própria
Abastecimento d´água
Água encanada no interior
do domicílio
Abastecimento regular d´água
Destino dos dejetos
Destino do lixo
Responsável pelo domicílio sabe ler e
escrever
Anos de escolaridade do responsável
pelo domicílio
Trabalho remunerado do responsável
pelo domicílio
Renda do responsável pelo domicílio
% de pessoas responsáveis pelos
domicílios - Não alfabetizadas
% de mulheres responsáveis pelos
domicílios - Não alfabetizadas
% de pessoas residentes não
alfabetizados - 15 a 19 anos
% de mulheres responsáveis pelos
domicílios
% domicílio com rede geral
% domicílios com destino do lixo -
coletado por serviço de limpeza
Número de indivíduos por domicílio
Nível individual Nível de domicílio Área
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Metodologia 21
a) Métodos laboratoriais
Durante a visita domiciliar, amostras de sangue foram coletadas, transportadas e armazenadas de acordo com
procedimentos normatizados. Os anticorpos totais para hepatite A foram detectados usando um kit comercial de
imunoensaio enzimático (EIA HAVAB, Abbott Laboratories, Abbott Park IL) nos laboratórios centrais de saúde pública.
Os exames laboratoriais foram validados e o controle de qualidade monitorado. Amostras de sangue foram testadas
para anticorpos da hepatite B antígeno (anti-HBc) utilizando ensaio imunoenzimático - ELISA (AxSym, Abbott
Laboratories) nos laboratórios centrais de saúde pública. Amostras soropositivas para anti-HBc foram testadas para
o antígeno de superfície da hepatite B (HBsAg). Ambos os testes foram realizados utilizando a mesma técnica
(AxSym, Abbott Laboratories). Resultados borderline foram retestados e os resultados indeterminados excluídos das
análises.
Para levantar a prevalência da infecção pelo HCV nessa população, todas as amostras foram testadas por ELISA
automatizado - (micropartícula Enzime Immunoassay - MEIA -) ABBOTT AXSYM ™ diagnóstico, na Alemanha. As
amostras com resultados positivos ou indeterminados foram também testadas por um outro teste ELISA de terceira
geração (DiaSorin ™, Saluggia Marcos, Vercelli, Itália).
As amostras positivas para o HBV e HCV foram genotipadas.
23Amostras HBsAg positivas foram também genotipadas. Nested-PCR foi realizada como descrito por Kaneko et al ., 24com algumas modificações. A região S foi amplificada de acordo com a técnica padrão para a identificação do
genótipo do HBV. Reações de seqüenciamento para caracterização de cepas virais foram realizadas utilizando PCR 25segundo método já descrito . A genotipagem foi analisada através da comparação das seqüências obtidas com
outras seqüências conhecidas de diferentes genótipos do HBV depositados no GenBank, usando os programas
Edit Seq e MegAlign do pacote DNAstar (LaserGene, Inc.).
A detecção de HCV-RNA PCR foi realizada em todas as amostras com resultados positivos ou indeterminados. A
transcriptase reversa - nested Polymerase Chain Reaction foi utilizada para amplificar um fragmento do 5'UTR do
genoma do HCV.
1. A coleta de dados: logística
O inquérito foi desenvolvido de forma colaborativa envolvendo Universidades, Secretarias Estaduais de Saúde e
laboratórios estaduais de referência. A equipe de investigação responsável pelo estudo incluiu um grupo formado
por epidemiologistas, clínicos, pessoal de laboratório e pesquisadores de campo de cada local, juntamente com a
coordenação regional e nacional. O estudo teve o apoio do Ministério da Saúde e Organização Pan-Americana de
Saúde. Visando assegurar a colaboração e participação da comunidade, líderes locais foram contactados e
informações sobre a pesquisa foram divulgadas através de jornais locais, rádio e televisão, antes do início do trabalho
de campo.
Epidemiologistas e clínicos compuseram os três níveis de coordenação da pesquisa (estadual, regional e nacional),
enquanto coordenadores do laboratório e de campo participaram no âmbito nacional e local. O treinamento dos
epidemiologistas e clínicos, regionais e locais, e do coordenador do laboratório local foi realizado pela equipe
nacional. Foram elaborados manuais específicos para o treinamento de pessoal (Vide Manual de campo, Manual do
entrevistador, Manual do coletador, Anexos III).
As equipes locais também incluíram entrevistadores, flebotomistas, digitadores e motoristas.
O coordenador local da epidemiologia foi responsável pela padronização e treinamento dos entrevistadores em
todos os procedimentos envolvidos na coleta dos dados. Os coordenadores clínicos padronizaram e treinaram os
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Metodologia 22
flebotomistas para coleta de sangue. O coordenador clínico estadual também foi responsável pela entrega dos
resultados de laboratório aos participantes, encaminhando os que apresentavam resultados positivos aos serviços
de referência para a orientação e tratamento, quando necessário. Esses coordenadores enviavam relatórios
semanais sobre o desenvolvimento do estudo ao coordenador regional.
Os coordenadores de campo locais organizavam as atividades diárias e distribuição das entrevistas de acordo com
o endereço das casas sorteadas, disponibilizando os mapas da área e indicando a faixa etária do morador a ser
entrevistado em cada domicílio.
Os entrevistadores, juntamente com os flebotomistas, eram instruídos a visitar as famílias e, após se certificarem que
um ou mais moradores tinha a faixa etária exigida, a explicar os objetivos do estudo e a obter a assinatura do termo de
consentimento informado.
Em caso de recusa, uma segunda visita era feita pelo coordenador de campo e, se a recusa era confirmada, a família
recebia a visita do clinico. Domicílios fechados eram visitados pelo menos duas vezes em diferentes ocasiões.
O trabalho de campo foi realizado de acordo com o calendário aprovado, a começar pelo Nordeste, Centro-Oeste e
Distrito Federal (2005-2006), seguido das regiões Sul e Sudeste (2007-2008), e, posteriormente, a região Norte
(2008-2009).
2. Controle de qualidade
Vários esforços foram empreendidos para padronizar os procedimentos nas capitais dos 26 Estados e no Distrito
Federal. Manuais foram redigidos com instruções sobre como conduzir o trabalho de campo, entrevistas, coleta de
sangue, processamento e armazenamento do sangue coletado e o processo de amostragem.
Os questionários foram testados em estudo piloto antes da aprovação da versão final e uma sub-amostra de
domicílios foi revisitada para checar a aplicação do questionário.
Para os testes sorológicos, utilizou-se o mesmo kit comercial e a mesma máquina em todas as capitais. O controle
de qualidade foi realizado nos laboratórios de referência, para todos os resultados positivos para as hepatites B e C, e
para uma amostra de 10% dos resultados negativos (para as hepatites B e C ) e dos resultados positivos para hepatite
A.
As fases iniciais do trabalho de campo foram supervisionadas pelos coordenadores nacionais e regionais em todas
as capitais. As atividades de campo e de laboratório realizadas em todas as capitais foram monitoradas pela equipe
nacional, por meio de relatórios semanais enviados pela coordenação local. (Vide instrumento de acompanhamento
no anexo IV).
3. Análise
Os dados foram digitados em dupla entrada, no Epi-Info versão 6.04, para a verificação de validação e consistência,
antes da análise estatística (vide Manual de entrada de dados, anexo III). As prevalências da soropositividade e seus
respectivos intervalos de confiança de 95% (IC) para a infecção pelas hepatites A, B e C foram calculadas(corrigidas
pelo efeito de desenho) para cada macro-região e Distrito Federal, por grupo etário. Para algumas análises, as
macro-regiões e/ou faixas etárias foram agrupadas e, nestes casos, a ponderação foi aplicada tendo em vista as
diferentes frações de amostragem adotadas para os domínios de estudo.
A distribuição por idade da população suscetível para cada tipo de hepatite foi estimada utilizando-se um modelo
catalítico simples para estimar a força de infecção.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Metodologia 23
Os fatores de risco para cada tipo de infecção por hepatite foram inicialmente investigados através de análises
bivariadas, separadamente para cada grupo etário. Para estimar a magnitude dessas associações, o odds ratio com
seus respectivos IC 95% foram calculados. Modelos de regressão logística múltipla com efeito aleatório foram
usados para o ajuste recíproco das variáveis. Um modelo multinível foi proposto para avaliar o risco individual, familiar
e em nível de área, utilizando modelos lineares generalizados e latentes mistos (Generalized Linear and Latent Mixed
Models - GLLAMM) no Stata 9.2 (Stata Corp., College Station,U.S.A.).
4. Aspectos éticos
De acordo com a Resolução 196/96 do Ministério da Saúde, o projeto foi submetido ao Comitê de Ética em todas as
regiões brasileiras. Todos os indivíduos foram informados sobre os objetivos do estudo e assinaram o termo de
consentimento informado. Os resultados dos testes laboratoriais foram entregues confidencialmente aos
participantes. Os resultados negativos para todos os tipos de hepatite ou resultados positivos para o anti-HAV IgG
e/ou anti-HBc total e/ou anti-HBs (que indicam imunidade contra a hepatite A e B, respectivamente) foram enviados
via correio. Os resultados dos casos positivos de hepatite B (HBsAg positivo) e da hepatite C (anti-HCV positivos)
foram entregues pessoalmente pelo coordenador clinico, que foi responsável pela realização de uma avaliação
criteriosa desses indivíduos com sorologia positiva e, quando indicado, eles foram encaminhados para tratamento
específico no serviço de referência em cada capital de Estado ou no Distrito Federal. Indivíduos soronegativos para o
HBV foram encaminhados ao serviço público de saúde para a vacinação.
REFERÊNCIAS
1. Lyra LG, Damasceno AP, Cotrim P, Mota E, Silva L. Prevalence of antibody to hepatitis B virus in an urban population of Northeast Brazil. Rev Inst Med
Trop São Paulo 1986; 28:406-9.
2. Fonseca JC. Epidemiologia da infecção pelo vírus da hepatite C no Brasil. GED Gastroenterol Endosc Dig 1999; 18 Suppl 1:S3-S8.
3. Kaneko S, Miller RH, Feinstone SM, Unoura M, Kobayashi K, Hattori N, et al. Detection of serum hepatitis B virus DNA in patients with chronic hepatitis
using the polymerase chain reaction assay. Proc Natl Acad Sci U S A 1989; 86:312-6.
4. Sitnik R, Pinho JR, Bertolini DA, Bernardini AP, Da Silva LC, Carrilho FJ. Hepatitis B virus genotypes and precore and core mutants in Brazilian patients. J
Clin Microbiol 2004; 42:2455-60.
5. Sanger F, Nicklen S, Coulson AR. DNA sequencing with chain-terminating inhibitors. Proc Natl Acad Sci U S A 1977; 74:5463-7.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Metodologia 24
A metodologia do INHV –Brasil foi publicada em setembro de 2010 nos Cadernos de Saúde Pública, volume 26,
número 9, páginas 1.693 a 1.704, e parcialmente traduzida com autorização dos editores da revista
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 25
INQUÉRITO NACIONAL DE HEPATITES VIRAIS BRASIL
I. Introdução
Os dados apresentados para o Brasil referem-se aos dados obtidos para as capitais das cinco macrorregiões
brasileiras e o Distrito Federal. Para agrupamento dos dados das diferentes regiões foi utilizada uma ponderação
com objetivo de corrigir as diferentes frações de amostragem. Quando diferentes grupos etários foram agrupados
também se utilizou o mesmo mecanismo de correção.
A figura 1 mostra a localização das capitais nas macrorregiões e a tabela mostra a população estudada por faixa
etária segundo o tipo de hepatite, totalizando 6.468 indivíduos selecionados para o estudo da hepatite A (anti-HAV) e
19.634 indivíduos para o estudo das hepatites B e C (anti-HBc e anti-HCV). Foram visitados 10.672 domicílios,
selecionados nos 858 setores censitários sorteados. Ressaltamos que o esquema amostral usado para selecionar
os setores censitários e os domicílios foram fornecidos pelo IBGE.
Figura 1. Localização das capitais e Distrito federal e população por faixa etária e amostra estudada para a exposição à
infecção pelo vírus da hepatite tipos A, B e C, referente ao conjunto das capitais do Brasil.
População e amostraCapitais do Brasil e
Distrito Federal
População de 5 a 9 anos
População de 10 a 19 anos
População de 20 a 69 anos
Número de setores censitários selecionados
Número de domicílios pesquisados - Hepatite A
Número de domicílios pesquisados - Hepatite B e C
População estudada - Hepatite A
População estudada - Hepatite B e C
3.364.506
7.565.695
23.686.695
858
4.233
9.671
6.468
19.634
Boa Vista
Manaus
Rio Branco Porto Velho
Macapá
Belém
São Luis
Cuiabá
CampoGrande
Palmas
Brasília
Goiânia
Teresina
Natal
João Pessoa
Recife
Maceió
AracajúSalvador
Vitória
Belo Horizonte
Rio de Janeiro
São Paulo
Curitiba
Florianópolis
PortoAlegre
II. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV:
Gráfico 1. Soro prevalência global por faixa etária de anticorpos, anti-HAV. Brasil.
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho da população das regiões.
**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho da população das regiões e dos grupos
etários).
O resultado global da prevalência para a exposição à infecção pelo HAV (anti-HAV), referente ao conjunto das capitais
do Brasil foi de 39,5% (IC95% 36,5% - 42,5%). O percentual de expostos ao HAV na faixa etária de 5 a 9 foi de 27,0%
(IC95% 23,5% -30,5%) e de 44,1% (IC 95% 40,4% - 47,8%) para o grupo de 10 a 19 anos (gráfico 1). Esses resultados
apontam para o aumento da exposição com a idade em consonância com os estudos de soroprevalência da
hepatite A. Esses resultados colocam o conjunto das capitais do Brasil como região de intermediária endemicidade.
A interpretação dos resultados da prevalência global da infecção pelo HAV deve levar em conta que a amostragem
do presente estudo foi planejada para ser representativa dos residentes, nas faixas etárias de 5 a 9 e 10 a 19 anos, do
conjunto das capitais das cinco macrorregiões brasileiras e Distrito Federal. As prevalências apresentadas foram
ajustadas pelo efeito de desenho (design effect) e ponderadas pelo tamanho da população, conforme as técnicas
de análise de dados dos inquéritos populacionais. Os resultados podem ser considerados como representativos do
conjunto das capitais do Brasil.
III. Soroprevalência de marcadores da hepatite B (anti-HBC e HBsAg)
Gráfico 2. Soro prevalência global por faixa etária da hepatite viral B (anti-HBC). Brasil.
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho da população das regiões.
**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho da população das regiões e dos grupos
etários.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 26
*
*
**
*
**
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 27
O resultado global da prevalência para o marcador de exposição ao HBV (anti-HBc), referente ao conjunto das
capitais do Brasil foi de 7,4% (IC95% 6,8% - 8,0%). O percentual de expostos ao HBV na faixa etária de 10 a 19 foi de
1,1% (IC% 0,9% -1,4%) e de 11,6% (IC 95% 10,7% - 12,4%) para o grupo de 20 a 69 anos (gráfico 2). Esses resultados
apontam para o aumento da exposição com a idade em consonância com os estudos de soroprevalência da
hepatite B.
Para o marcador HBsAg a prevalência global referente ao conjunto das capitais do Brasil foi de 0,37% (IC95% (0,25% -
0,50%), classificando o conjunto das capitais do Brasil, como região de baixa endemicidade. A prevalência de
HBsAg foi de 0,055% (IC95% 0,012% - 0,10%) na faixa etária de 10 a 19 de 0,60% (IC 95% 0,41% - 0,78%) para os
grupos de 20 a 69 anos (gráfico 3).
Gráfico 3. Soroprevalência Global por faixa etária da Hepatite Viral B (HBsAg). Brasil.
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho da população das regiões.
**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho da população das regiões e grupos
etários.
Para a subamostra positiva ao anti-HBc o percentual de positividade ao anti-HBs foi de 76,7% na faixa etária de 10 a
69 anos.
A interpretação dos resultados da prevalência global dos marcadores anti-HBc e AgHbs deve levar em conta que a
amostragem do presente estudo foi planejada para ser representativa dos residentes, nas faixas etárias de 10 a 19 e
20 a 69 anos, do conjunto das capitais das cinco macrorregiões brasileiras e Distrito Federal.
As prevalências dos marcadores anti-HBc, AgHbs apresentadas foram ajustadas pelo efeito de desenho (design
effect) e ponderadas pelo tamanho da população, conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos
populacionais. Os resultados podem ser considerados como representativos do conjunto das capitais do Brasil.
IV. Cobertura vacinal contra a hepatite B
O critério utilizado para definir o status vacinal foi o auto-relato. Para aqueles indivíduos que também apresentaram
cartão vacinal, essa informação foi validada comparando-a com a registrada no cartão. As tabelas 1 e 2 apresentam a
cobertura vacinal contra a hepatite B segundo as informações do indivíduo e o valor preditivo dessa informação
quando comparada ao cartão vacinal (para os indivíduos que informaram o status vacinal e apresentaram o cartão).
*
**
Tabela 1. Cobertura vacinal contra a hepatite B segundo as informações do indivíduo
Quando avaliados apenas os indivíduos que informaram sobre o status vacina, verifica-se que a maior cobertura
vacinal foi a da Região Norte, aproximadamente 75%, seguida das Regiões Sudeste e Sul com cobertura em torno de
50%.
Tabela 2. Valor preditivo da informação do indivíduo sobre vacinação contra a hepatite B, quando comparada à
informação registrada no cartão vacinal
O valor preditivo positivo do relato de vacinação contra a hepatite B, quando comparado com a informação registrada
no cartão, foi superior a 80% em todas as regiões. Ressalte-se que esse valor poderá estar superestimado se
aqueles indivíduos que apresentaram o cartão vacinal fornecerem informações mais fidedignas do que aqueles que
não dispõem do cartão.
V. Hepatite C
1. Soroprevalência de anticorpos anti-HCV
Gráfico 4. Soroprevalência Global por faixa etária da Hepatite Viral C (HCV). Brasil.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 28
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho da população das regiões.
**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho da população das regiões e grupos
etários.
*
**
O resultado global da prevalência para o marcador de exposição ao HCV (anti-HCV), referente ao conjunto das
capitais do Brasil foi de foi de 1,38% (IC95% 1,12% - 1,64%). O percentual de expostos ao HCV na faixa etária de 10 a
19 foi de 0,75% (IC% 0,53% - 0,98%) e de 1,56% (IC 95% 1,28% - 1,91%) para o grupo de 20 a 69 anos (gráfico 4).
A interpretação dos resultados da prevalência global do marcador anti-HCV deve levar em conta a alta sensibilidade
do teste diagnóstico utilizado, podendo a soroprevalência estar superestimada.
As prevalências do marcador anti-HCV foram ajustadas pelo efeito de desenho (design effect) e ponderadas pelo
tamanho da população, conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos populacionais. Os resultados
podem ser considerados como representativos do conjunto das capitais do Brasil.
As soroprevalências de anticorpos anti-HCV foram semelhantes nas diferentes regiões, atingindo valores de até 1%
na faixa etária de 10 a 19 anos, e de até 2% na faixa etária de 20 a 69; exceção feita à Região Norte onde, nessa última
faixa etária, esses valores foram um pouco mais elevados.
2. Fatores associados à exposição ao HCV:
O delineamento do projeto foi concebido para estudar os fatores de risco para a hepatite C no total população
estudada, e não por macrorregiões. Esta definição foi estabelecida no protocolo original devido às baixas
prevalências esperadas. Apresentamos abaixo, a distribuição dos potenciais fatores de risco para hepatite C por
Região e, em seguida, a análise, para o Brasil, dos fatores associados à positividade para o anti-HCV.
a. Caracterização da amostra
A distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B (e hepatite C) em todas as regiões do Brasil é
apresentada na tabela 3. Verifica-se que, na faixa etária de 13 a 69 anos, a freqüência de transfusão sanguínea foi
menor na Região Norte onde 3,1% (2,4% – 3,9%) da população foi submetida à transfusão sangüínea e maior na
Região Sul onde essa freqüência foi de 7,8% (6,9% – 8,7%); tatuagem foi mais freqüente nas Regiões Sudeste e Sul
com percentuais de 10,7% (9,5% – 12,0%) e 12,2% (11,0% – 13,4%), respectivamente; a freqüência do uso de droga
cheirada foi maior na Região Sul, 5,9% (5,1% – 6,8%), e menor na Região Nordeste, 1,6% (1,0% – 2,1%), enquanto que
a freqüência de uso de droga injetável diferiu pouco entre as regiões. Quanto à vida sexual, a média de idade em que
ocorreu a primeira relação sexual foi de 16 a 17 anos em todas as regiões; o uso de preservativo foi referido com mais
freqüência, em torno de 40%, nas Regiões Nordeste, Centro-Oeste e Distrito Federal; relação com parceiro que faz
sexo com pessoas do mesmo sexo foi referido com uma freqüência inferior a 4% em todas as regiões; história de
doença venérea foi informada em 5 a 10% dos indivíduos em todas as regiões. Um percentual de 3,4% (2,8% – 4,0%)
informou história de relação sexual com parceiro com hepatite na Região Sul, sendo essa freqüência apenas
ligeiramente mais baixa nas demais regiões.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 29
Tabela 3. Distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B e hepatite C nas Macrorregiões do Brasil e Distrito Federal*
*Proporções ajustada pelo efeito de desenho (design effect).
Tabela 3. Distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B e hepatite C, Região Centro-Oeste (continuação)*.
*Proporções ajustada pelo efeito de desenho (design effect).
b. Fatores associados à exposição ao HCV
São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HCV e variáveis
socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis
biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. São apresentados os
odds ratios brutos e ajustados. Para as varáveis relativas às características do domicílio e do chefe da família os
dados são corrigidos pelo efeito aleatório e ponderados pela razão inversa da fração de amostragem dos grupos
etários. Para as variáveis biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de
drogas, além das correções anteriores os dados foram também ajustados por idade.
Variáveis biológicas: Não observou-se uma associação entre soropositividade para o anti-HCV e sexo. Verificou-
se que a chance de soropositividade aumenta com a idade (tabela 4).
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 30
Tabela 4. Associação entre positividade ao anti-HCV e variáveis relacionadas às características biológicas–BRASIL.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários e regiões, e ajustado pelo efeito de desenho (design
effect).
** Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários e regiões, e ajustado pelo efeito de desenho (design
effect) com idade.
Variáveis relacionadas às características do domicílio: De uma maneira geral não foi observada uma
associação entre as varáveis relativas às características do domicílio e soropositividade para o anti-HCV. Apenas para
os indivíduos que vivem em situação de extrema pobreza, vivendo em domicílios que não são ligados à rede pública
de esgoto e não possuem fossa, é que foi verificada uma maior chance de positividade para o anti-HCV (tabela 5).
Tabela 5. Associação entre positividade ao anti-HCV e variáveis relacionadas às características do domicílio - BRASIL
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários e regiões, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Variáveis socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família e do indivíduo: Não foi
observada uma associação estatisticamente significante entre positividade para o anti-HCV e variáveis
socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família e do indivíduo (tabelas 6 e 7). Observa-se uma
significância estatística (p-valor) limítrofe para analfabetismo do chefe da família ou do indivíduo e uma menor chance
de infecção para os indivíduos que tem curso superior.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 31
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 32
Tabela 6. Associação entre positividade ao anti-HCV e variáveis relacionadas às características do chefe da
família - BRASIL.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários e regiões, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect).
Tabela 7. Associação entre positividade ao anti-HCV e variáveis relacionadas às características socioeconômicas do
indivíduo – BRASIL.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários e regiões, e ajustado pelo efeito de desenho (design
effect) e idade.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 33
Variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea: Observou-se que os indivíduos que foram submetidos
à transfusão alguma vez na vida e aqueles que foram hospitalizados nos 12 meses prévios apresentaram uma maior
chance de soropositividade para o anti-HCV. Os valores de p foram limítrofes para as variáveis tatuagem e
compartilhamento de objetos cortantes (para essa ultima a direção da associação foi contrária à esperada). Para as
demais variáveis desse grupo a associação não foi estatisticamente significante (tabelas 8).
Tabela 8. Associação entre positividade ao anti-HCV e variáveis relacionadas às características relacionadas à via de
transmissão sanguínea – BRASIL.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários e regiões, e ajustado pelo efeito de desenho (design
effect) e idade
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 34
Variáveis relacionadas à via de transmissão sexual: O parceiro atual já ter tido hepatite e ter tido parceiro que já
apresentou doença venérea, apresentaram uma associação estatisticamente significante com soropositividade
para o anti-HCV, porém a direção das associações foi em sentido inverso. Para as demais variáveis a associação
com anti-HCV não foi estatisticamente significante.
Tabela 9. Associação entre positividade ao anti-HCV e variáveis relacionadas às características relacionadas a via de
transmissão sexual – BRASIL.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários e regiões, e ajustado pelo efeito de desenho (design
effect) e idade
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 35
Variáveis relacionadas ao uso de drogas: Os usuários de drogas cheiradas e injetáveis e aqueles que fizeram uso
de seringa de vidro apresentaram maior chance de soropositividade ao anti-HCV. Para a variável cheirar cola o valor
de p da associação foi limítrofe e não foi verificada uma associação com o uso de bebida alcoólica.
Tabela 10. Associação entre positividade ao anti-HCV e variáveis relacionadas ao uso de drogas – BRASIL.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários e regiões, e ajustado pelo efeito de desenho (design
effect) e idade.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 36
Permaneceram no modelo final da análise multivariada as variáveis: idade, uso de droga cheirada, uso de droga
injetável e uso de seringa de vidro e destino dos dejetos.
Tabela 11. Análise multivariada da associação entre positividade ao anti-HCV e variáveis relacionadas condições
socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis biológicas
e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários e regiões, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
3. Conclusão:
Embora o modelo univariado permita identificar associações e assim identificar grupos para os quais as ações
podem ser voltadas, é possível que algumas associações ocorram devido à presença de fatores de confusão ou
deixem de aparecer pelo mesmo motivo.
O modelo multivariado permite selecionar aquelas variáveis que têm uma associação mais estreita com
soropositividade para o anti-HCV. A associação com idade expressa a maior probabilidade de exposição com o
passar do tempo e a permanência da soropositividade. As variáveis uso de droga cheirada, uso de droga injetável e
uso de seringa de vidro são potencialmente ligadas ao mecanismo de transmissão. Finalmente, permaneceu
também no modelo uma variável socioeconômica, sugerindo uma associação entre soropositividade para o anti-
HCV com uma situação de extrema pobreza. Essas variáveis expressam os grupos que devem receber um
monitoramento especial e para os quais devem ser dirigidas medidas preventivas..
NORTE
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Norte 38
I. Introdução
O Inquérito Nacional de Hepatites Virais (INHV) utilizou para estimativas de amostragem do conjunto das capitais os
dados do IBGE – Censo 2000. A Região Norte, apresenta uma população tatal de 12.879.100 habitantes das quais
residem nas capitais 414.281 na faixa etária de 5 a 9 anos, 860.922 na faixa etária de 10 a 19 e 2.093.269 na faixa
etária de 20 a 69 anos.
Tabela 1. População por faixa etária e amostra estudada para a exposição à infecção pelo vírus da hepatite tipos A, B e
C, referente ao conjunto das capitais da Região Norte, Brasil.
Os aspectos referentes ao delineamento e metodologia estão descritos no capítulo de metodologia. Os dados
apresentados para o Norte referem-se aos dados obtidos para o conjunto das capitais.
II. Trabalho de Campo
O trabalho de campo foi iniciado em 13/10/2008 com término em 18/05/2009. A tabela abaixo apresenta o tamanho
da amostra estimado e atingido por hepatite e por faixa etária. Para a hepatite A, na faixa etária de 5 a 9 anos e 10 a 19
anos foram atingidos, respectivamente, 114% e 139,5% do tamanho da amostra e, para as hepatites B e C, nas faixas
etárias de 10 a 19 anos e 20 a 69 anos, respectivamente, 97,3% e 94,1% do tamanho da amostra.
Tabela 2. Tamanho da amostra estimada, número e percentual de indivíduos submetidos ao exame sorológico,
segundo faixa etária e tipo de hepatite. Região Norte, Brasil.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
III.Hepatite A:
1. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV
A prevalência para a exposição à infecção pelo HAV (anti-HAV), referente ao conjunto das capitais do Norte foi de
58,3% (IC95% 49,4% - 67,2%). O percentual de expostos ao HAV na faixa etária de 5 a 9 foi de 28,7% (IC% 16,2% -
38,3%) e de 67,5% (IC 95% 59,8% a 80,0%) para o grupo de 10 a 19 anos (gráfico 1). Esses resultados apontam para
o aumento da exposição com a idade e colocam o conjunto das capitais do Norte como região de intermediária
endemicidade.
Faixa etáriaPrevalência (IC(95%))5 a 9 anos28,7% (16,2% - 38,3%)10 a 19 anos67,5% (59,8% - 80,0%)5 a 19
anos58,3% (49,4% - 67,2%).
Gráfico 1.Soroprevalência de anticorpos anti-HAV por faixa etária - Região Norte, Brasil.
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)
**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.
As prevalências apresentadas foram ajustadas pelo efeito de desenho (design effect) e, quando agrupados os dois
grupos etários, ponderadas pelo tamanho da população em cada um dos grupos, conforme as técnicas de análise
de dados dos inquéritos populacionais. Como no processo de amostragem para cada região utilizou-se uma
partilha proporcional entre as capitais, não houve necessidade de ponderação para o agrupamento dos dados das
diferentes capitais.
A tabela 3 apresenta o percentual de indivíduos positivos por idade e os gráficos 2 e 3 a prevalência e a distribuição
da população suscetível de acordo com a idade, usando um modelo catalítico simples. A inclinação da curva
corresponde a uma incidência de 6,2 per 100 pessoa/ano.
Tabela 3. Soroprevalência de anticorposanti-HAV por idade. Região Norte, Brasil.
*
**
Região Norte 39
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Igráfico 2. Soroprevalência de anticopos anti-HAV por idade estimada pelo modelo catalítico simples. Região Norte,
Brasil.
Gráfico 3. Proporção de indivíduos suscetíveis ao vírus da hepatite A por idade, estimada pelo modelo catalítico
simples. Região Norte, Brasil.
2. Fatores associados à Hepatite A
a) Caracterização geral da amostra
As principais características da amostra com relação às variáveis dos três níveis estudados (individual, domicílio e
área) são apresentadas na tabela 4.
Observa-se uma proporção de indivíduos do sexo feminino de 45,4% e 57,6% de pesquisados na faixa etária de 10 a
19 anos. Verifica-se que 78,3% dos domicílios amostrados têm abastecimento de água e 27,8% estão ligados à rede
de esgoto. A mediana da média de anos de estudo do chefe da família dos setores censitários amostrados foi de 6,6
anos.
Região Norte 40
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Itabela 4. Caracterização geral da amostra em relação ao nível individual, de domicílio e de área. Região Norte, Brasil.
b) Fatores associados à exposição ao HAV:
São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HAV e variáveis do nível
individual, domiciliar e de área (setores censitários). A associação entre a soropositividade para o anti-HAV e as
variáveis independentes foi estimada utilizando-se a razão de produtos cruzados (odds ratio), o intervalo de
confiança de 95% e o valor de p. Devido ao efeito do desenho o odds ratio foi corrigido introduzindo-se um efeito
aleatório. Também foi utilizada uma ponderação uma vez que a fração de amostragem não foi a mesma nos dois
grupos etários. As variáveis dos níveis individual, domiciliar e de área que apresentaram uma associação com o
desfecho na análise univariada (p < 0,10) foram sucessivamente introduzidas em um modelo multinível. Generalized
Linear and Latent Mixed Models (GLLAMM) foram usados para realizar a analise multinível com o Stata 9.2.
Nível individual: Idade e escolaridade apresentaram uma associação estatisticamente significante com
soropositividade para o anti-HAV. A chance de infecção aumentou com a idade. (Tabelas 5 e 6).
Região Norte 41
Tabela 5. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características biológicas. Região
Norte, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Tabela 6. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características socioeconômicas.
Região Norte, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Nível domiciliar: Não se observou uma associação estatisticamente significante entre soropositividade para o
anti-HAV e as variáveis do nível domiciliar (tabelas 7 e 8).
Tabela 7. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do domicílio. Região
Norte, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
*
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
*
Região Norte 42
Tabela 8. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do responsável
pela família. Região Norte, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Nível de área: A variável mulheres responsáveis pelo domicilio (%), apresentou uma associação inversa e
estatisticamente significante com soropositividade para o anti-HAV. (tabela 9).
Tabela 9. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do setor censitário de
residência. Região Norte, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect).
Os resultados de associação de fatores de risco levando-se em conta os três níveis simultaneamente foram
estimados através do modelo multinível.
Permaneceram no modelo multinível as seguintes variáveis: nível individual: idade e escolaridade; nível de área:
mulheres responsáveis pelo domicílio (%). (Tabela 10).
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Norte 43
Tabela 10. Análise multivariada multinível da associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas aos
níveis individual, de domicílio e de área. Região Norte, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
3. Conclusão
Os resultados da soroprevalencia classificam conjunto das capitais do Norte como região de intermediária
endemicidade. A incidência de exposição ao HAV é de 6,2 por 100 pessoas/ano, na faixa etária de 5 a 19 anos,
estimada através do modelo catalítico simples.
Observou-se uma associação direta entre idade e soropositividade para o anti-HAV. A análise multinível permitiu
identificar uma associação inversa entre soropositividade para o anti-HAV e condições socioeconômicas no nível
individual, expressa pela escolaridade do indivíduo. Nas áreas (setores censitários) onde o percentual de mulheres
responsável pelo domicilio é maior, é menor a chance de soropositividade para o anti-HAV sugerindo que, na Região
Norte, esta situação possa estar relacionada com melhor condição socioeconômica. Indivíduos com menor
escolaridade e áreas onde é menor o percentual de mulheres responsáveis pelo domicilio se tornam-se alvos
prioritários para as ações de controle.
IV. Hepatite B
1. Soroprevalência dos marcadores da Hepatite B (Anti-HBC e HBsAg)
A prevalência para o marcador de exposição ao HBV (anti-HBc), referente ao conjunto das capitais do Norte foi de
10,9% (IC95%: 8,87% - 12,9%). O percentual de expostos ao HBV na faixa etária de 10 - 19 foi de 0,94% (IC 95% 0,45%
- 1,54%) e de 14,7% (IC 95% 12,2% - 17,8%) para o grupo de 20 - 69 anos (gráfico 4). Esses resultados apontam para
o aumento da exposição com a idade em consonância com os estudos de soroprevalência da hepatite B.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Norte 44
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Gráfico 4. Soroprevalência por faixa etária da Hepatite Viral B (anti-HBc). Região Norte, Brasil.
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)
** Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.
Para o marcador HBsAg a prevalência referente ao conjunto das capitais do Norte foi de 0,63% (IC95% (0,22% -
1,04%), classificando o conjunto das capitais do Norte, como região de baixa endemicidade. Na faixa etária de 10 a
19 não foi identificado nenhum indivíduo positivo para o HBsAg na população estudada. Na faixa etária de 20 a 69
anos a prevalência foi de 0,92% (IC95% (0,32% - 1,53%) (gráfico 5).
Gráfico 5. Soroprevalência por faixa etária da Hepatite Viral B (HBsAg). Região Norte, Brasil.
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)
**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelos tamanhos dos grupos etários.
Para a subamostra positiva ao anti-HBc. O percentual de positividade ao anti-HBs foi de 78,4 % na faixa etária de 10 a
69 anos.
A interpretação dos resultados da prevalência dos marcadores anti-HBc e HBsAg deve levar em conta que a
amostragem do presente estudo foi planejada para ser representativa dos residentes, nas faixas etárias de 10 a 19 e
20 a 69 anos, do conjunto das capitais do Norte.
As prevalências dos marcadores anti-HBc e HBsAg apresentadas foram ajustadas pelo efeito de desenho (design
effect) e ponderadas pelo tamanho da população, conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos
populacionais,. Os resultados podem ser considerados como representativos do conjunto das capitais do Norte.
*
**
*
**
Região Norte 45
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
2. Fatores associados à exposição ao HBV:
a) Caracterização da amostra
A distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B na região Norte foi apresentada na tabela 11. Verifica-se
que, na faixa etária de 13 a 69 anos, 3,1% (2,4% – 3,9%) da população foi submetida à transfusão sangüínea, 9,1%
(7,6% – 10,6%) fez tatuagem, 3,5% (2,6% – 4,4%) fez uso de droga cheirada e 0,4% (0,12% – 0,69%) fez uso de droga
injetável. Quanto à vida sexual, a média de idade em que ocorreu a primeira relação foi 16,2 ±3,6 anos, 24,9% (22,8%
– 27,0%) informaram ter o hábito de usar camisinha, 2,5% (1,8% – 3,2%) informou ter tido relação com parceiro que faz
sexo com pessoas do mesmo sexo e 7,9% (6,6% – 9,2%) tem história de doença venérea. Um percentual de 3,0%
(2,2% – 3,8%) informou história de relação sexual com parceiro com hepatite.
Tabela 11. Distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B. Região Norte, Brasil.
Região Norte 46
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HBc e variáveis
socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis
biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. São apresentados os
odds ratios brutos e ajustados. Para as varáveis relativas às características do domicílio e do chefe da família os
dados são corrigidos pelo efeito aleatório e ponderados pela razão inversa da fração de amostragem dos grupos
etários. Para as variáveis biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de
drogas, além das correções anteriores os dados foram também ajustados por idade.
Para a análise dos fatores associados foram considerados todos os indivíduos na faixa etária de 13 a 69 anos. Os
indivíduos na faixa de 10 a 12 anos foram excluídos uma vez que não foi aplicada, para esse grupo, a parte do
questionário relativa à vida sexual e ao uso de drogas. Para analise, foi considerada a possibilidade de exclusão dos
indivíduos vacinados uma vez que eles não poderiam se tornar casos. Optou-se por mantê-los na análise
apresentada abaixo por três motivos: 1) 24,53% da população amostrada não forneceu informação sobre vacinação
para hepatite B e a exclusão desse grupo poderia produzir um viés de seleção; 2) no Brasil não são testados os
marcadores sorológicos para a hepatite B antes da vacinação, conseqüentemente os indivíduos que foram
vacinados na adolescência poderiam já ter sido expostos ao vírus; e 3) para permitir a comparabilidade entre as
regiões uma vez que a baixa proporção de não vacinados na Região Norte inviabilizaria a análise de fatores
associados para aquela região se excluídos os não vacinados. Além dos resultados abaixo no qual são incluídos
vacinados e não vacinados, apresentamos, no anexo II os resultados incluindo apenas os não vacinados.
Variáveis biológicas: Observou-se uma associação estatisticamente significante entre soropositividade para o
anti-HBc e idade, sendo maior a chance de positividade nos grupos etários mais velhos. (tabela 12).
Tabela 12. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características biológicas. Região
Norte, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade.
Variáveis relacionadas às características do domicílio: Observou-se uma associação estatisticamente
significante entre presença de fossa no domicílio e soropositividade para o anti-HBc. Indivíduos que vivem em
domicílios que possuem fossa têm uma menor chance de positividade para o anti-HBc (tabela 13).
Região Norte 47
Tabela 13. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características do domicílio.
Região Norte, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Variáveis socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família e do indivíduo: observou-se
uma associação estatisticamente significante e inversa entre positividade para o anti-HBc e variáveis
socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família: escolaridade. Verifica-se uma menor chance
de infecção para os indivíduos que habitam em domicílios cujos chefes não são analfabetos. Também se observou
uma associação com trabalho em atividade remunerada sendo menor a chance de soropositividade para os
indivíduos que não a têm. (tabelas 14 e 15)
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Região Norte 48
Tabela 14. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas do chefe da família. Região Norte, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Tabela 15. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas do
indivíduo. Região Norte, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea: Não se observou uma associação estatisticamente
significante entre as variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea e soropositividade para o anti-HBc.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Norte 49
Tabela 16. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea. Região
Norte, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Norte 50
Variáveis relacionadas à via de transmissão sexual: Ter tido um parceiro que faz sexo com pessoas do mesmo
sexo, ou ter tido outro parceiro apresentaram uma associação estatisticamente significante com soropositividade
para o anti-HBc. Para as demais variáveis a associação com anti-HBc não foi estatisticamente significante.
Tabela 17. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sexual. Região
Norte, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Norte 51
Variáveis relacionadas ao uso de drogas: Os usuários de drogas fumadas apresentaram maior chance de
soropositividade ao anti-HBc.
Tabela 18. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas ao uso de drogas. Região Norte, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Os resultados da associação dos fatores de risco e exposição ao HBV, com ajuste simultâneo por análise
multivariada são apresentados abaixo:
Permaneceram no modelo final da análise multivariada as variáveis: relacionadas às características
socioeconômicas do domicílio: destino das fezes; relacionadas às características socioeconômicas do indivíduo:
analfabetismo e trabalho em atividade remunerada; biológicas: idade; relacionadas à via de transmissão sexual: ter
tido um parceiro que faz sexo com pessoas do mesmo sexo; relacionadas ao uso de drogas: uso de drogas
fumadas.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Norte 52
Tabela 19. Análise multivariada da associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às condições
socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis biológicas
e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. Região Norte, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
3. Conclusão
A soroprevalência estimada classifica o conjunto das capitais do Norte como região de baixa endemicidade
O modelo multivariado permite selecionar aquelas variáveis que têm uma associação mais estreita com
soropositividade para o anti-HBc. A associação com idade expressa a maior probabilidade de exposição com o
passar do tempo e a permanência da soropositividade. Os resultados apontam para a importância da transmissão
sexual na Região Norte. Pelo fato da entrevista ter sido realizada na residência dos indivíduos optou-se por não
indagar diretamente se os indivíduos já haviam feito sexo com pessoas do mesmo sexo, preferindo-se perguntar se
já tinham tido parceiro que havia feito sexo com pessoas do mesmo sexo. A importância dessa informação é que
permite captar se esses indivíduos estão no circuito de transmissão daqueles que fazem sexo com pessoas do
mesmo sexo. Assim a associação encontrada sugere que esse grupo deve também ser incluído nos grupos
prioritários para intervenção. Embora tenha sido observada uma associação com variável relacionada ao uso de
drogas, verifica-se que a mesma não está diretamente ligada a mecanismos de transmissão. Assim uma maior
chance de soropositividade para o anti-HBc para os indivíduos que usam droga fumada sugere que esse hábito
podem estar ligado a comportamentos que implicam em um maior risco de transmissão e que não foram captados
pelas demais variáveis. Quanto às condições socioeconômicas, a associação entre soropositividade para o anti-
HBc e analfabetismo sugere uma maior oportunidade de exposição ao vírus para indivíduos com piores condições; a
menor chance de positividade para individuos que não exercem atividade remunerada, bem como para aqueles que
residem em domicílios que possuem fossa não tem um significado claro. Todas essas variáveis expressam os
grupos que devem receber um monitoramento especial e para os quais devem ser dirigidas medidas preventivas.
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Região Norte 53
V. Hepatite C
1. Soroprevalência da exposição ao HCV:
O resultado da prevalência para o marcador de exposição ao HCV (anti-HCV), referente ao conjunto das capitais do
Norte foi de 2,102% (1,409 – 2.796). O percentual de expostos ao HCV na faixa etária de 10 a 19 foi de 0,999% (0,362
– 1,637) e de 3,220% (2,029 – 4,411) para o grupo de 20 a 69 anos (gráfico 6).
Gráfico 6. Soroprevalência por faixa etária da Hepatite Viral C (anti-HCV) – Região Norte, Brasil.
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)
**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.
A interpretação dos resultados da prevalência do marcador anti-HCV deve levar em conta a alta sensibilidade do
teste diagnóstico utilizado, podendo a soroprevalência estar superestimada.
A prevalência do marcador anti-HCV foi ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho
da população, conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos do populacionais. Os resultados podem ser
considerados como representativos do conjunto das capitais do Norte. Conforme delineamento da pesquisa os
fatores de risco foram avaliados para o conjunto das capitais do Brasil, não havendo poder estatístico para avaliação
por região. (Vide capitulo Resultados do Inquérito das Hepatites A, B e C - Brasil).
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
*
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Região Norte 54
NORDESTE
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
I. Introdução
De acordo com os dados do IBGE para o ano 2000 a Região Nordeste apresenta uma população total de 47.692.349
habitantes, dos quais residem nas capitais, 943.033 na faixa etária de 5 a 9 anos, 2.054.539 na faixa etária de 10 a 19 e
5.358.923 na faixa etária de 20 a 69 anos.
A tabela 1 mostra a população estudada por faixa etária segundo o tipo de hepatite, totalizando 634 indivíduos
selecionados para o estudo da hepatite A (anti-HAV) e 3.650 indivíduos para o estudo das hepatites B e C (anti-HBc e
anti-HCV). Foram visitados 1.371 domicílios para a seleção da amostra da hepatite A e 1.695 domicílios para as
hepatites B e C. Os domicílios foram selecionados nos 274 setores censitários sorteados. Ressaltamos que o
esquema amostral usado para selecionar os setores censitários e os domicílios foram fornecidos pelo IBGE.
Tabela 1. População por faixa etária e amostra estudada para a exposição à infecção pelo vírus das hepatites A, B e C,
referente ao conjunto das capitais da Região Nordeste, Brasil.
Os dados apresentados para o Nordeste referem-se aos dados obtidos para o conjunto das capitais. Como, na
amostragem, se utilizou uma partilha proporcional, não houve necessidade de ponderação para o agrupamento dos
dados das diferentes capitais. Diversamente, quando diferentes grupos etários foram agrupados utilizou-se uma
ponderação com objetivo de corrigir as diferentes frações de amostragem.
II.Trabalho de Campo
O trabalho de campo foi iniciado em 25/08/2004 com término em 30/06/2005. As tabelas abaixo apresentam o
tamanho da amostra estimado e atingido por hepatite e por faixa etária. Para a hepatite A, na faixa etária de 5 a 9 anos e
10 a 19 anos foram atingidos, respectivamente, 86,5% e 105% do tamanho da amostra e, para as hepatite B e C, nas
faixas etárias de 10 a 19 anos e 20 a 69 anos, respectivamente, 90,5% e 91,5% do tamanho da amostra.
Tabela 2. Tamanho da amostra, número e percentual de indivíduos submetidos ao exame sorológico, segundo faixa
etária e tipo de hepatite. Região Nordeste, Brasil.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Nordeste 56
III. Hepatite A:
1. Soroprevalencia de anticorpos anti-HAV
A prevalência para a exposição à infecção pelo HAV (anti-HAV), referente ao conjunto das capitais do Nordeste foi de
53,1% (IC95% 47,5% - 58,7%). O percentual de expostos ao HAV na faixa etária de 5 a 9 foi de 41,3% (IC% 34,2% -
48,4%) e de 57,4% (IC 95% 50,3% - 64,6%) para o grupo de 10 a 19 anos (gráfico 1). Esses resultados apontam para o
aumento da exposição com a idade e colocam o conjunto das capitais do Nordeste como região de intermediária
endemicidade.
As prevalências apresentadas foram ajustadas pelo efeito de desenho (design effect) e, quando agrupados os dois
grupos etários, ponderadas pelo tamanho da população em cada um dos grupos, conforme as técnicas de análise
de dados dos inquéritos populacionais. Como no processo de amostragem para cada região utilizou-se uma
partilha proporcional entre as capitais, não houve necessidade de ponderação para o agrupamento dos dados das
diferentes capitais.
Gráfico 1. Soroprevalênciade anticorpos anti-HAV por faixa etária. Região Nordeste, Brasil.
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.
A tabela 3 apresenta o percentual de indivíduos positivos por idade e os gráficos 2 e 3 a prevalência e a distribuição
da população suscetível de acordo com a idade, usando um modelo catalítico simples. A inclinação da curva
corresponde a uma incidência de 5,3 por 100 pessoas/ano.
Tabela 3. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV por idade. Região Nordeste, Brasil.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
*
**
Região Nordeste 57
Gráfico 2. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV por idade estimada pelo modelo catalítico simples. Região
Nordeste, Brasil.
Gráfico 3. Proporção de indivíduos suscetíveis ao vírus da hepatite A, por idade estimada pelo modelo catalítico
simples. Região Nordeste, Brasil.
2.Fatores associados à Hepatite A
a) Caracterização geral da amostra
As principais características da amostra com relação às variáveis dos três níveis estudados (individual, domicílio e
área) são apresentadas na tabela 4.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Nordeste 58
Tabela 4. Caracterização geral da amostra em relação ao nível individual, de domicílio e de área. Região Nordeste,
Brasil.
Observa-se uma proporção semelhante de indivíduos de ambos os sexos e uma proporção um pouco mais elevada
na faixa etária de 10 a 19 anos. Verifica-se que 92% dos domicílios amostrados têm abastecimento de água e 49,1%
estão ligados à rede de esgoto. A mediana da média de anos de estudo do chefe da família dos setores censitários
amostrados foi de 6 anos.
b) Fatores associados à exposição ao HAV:
São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HAV e variáveis do nível
individual, domiciliar e de área (setores censitários). A associação entre a soropositividade para o anti-HAV e as
variáveis independentes foi estimada utilizando-se o odds ratio, o intervalo de confiança de 95% e o valor de p.
Devido ao efeito do desenho a razão de produtos cruzados (odds ratio) foi corrigida introduzindo-se um efeito
aleatório. Também foi utilizada uma ponderação uma vez que a fração de amostragem não foi a mesma nos dois
grupos etários. As variáveis dos níveis individual, domiciliar e de área que apresentaram uma associação com o
desfecho na análise univariada (p < 0,10) foram sucessivamente introduzidas em um modelo multinível. Generalized
Linear and Latent Mixed Models (GLLAMM) foram usados para realizar a analise multinível com o Stata 9.2.
Nível individual: Sexo, analfabetismo (para as crianças maiores de 7 anos) e escolaridade não apresentaram uma
associação estatisticamente significante com soropositividade para o anti-HAV. A chance de infecção aumentou
com a idade (tabela 5 e 6).
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Nordeste 59
Ttabela 5. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características biológicas. Região
Nordeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Tabela 6. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características socioeconômicas.
Região Nordeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
** Indivíduos com idade > 7anos
Nível domiciliar: Observou-se uma associação inversa e estatisticamente significante entre soropositividade para o
anti-HAV e o nível de escolaridade e de renda do chefe da família. Para as demais varáveis desse nível a associação
não foi estatisticamente significante (tabela 7 e 8).
Tabela 7. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do domicílio. Região
Nordeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Nordeste 60
Tabela 8. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do responsável pela
família. Região Nordeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Nível de área: As variáveis chefe da família analfabeto (%), mulheres analfabetas chefes da família (%), escolaridade
do chefe da família (média de anos) e cobertura da coleta de lixo (%) apresentaram uma associação estatisticamente
significante com soropositividade para o anti-HAV, sendo que para as duas últimas a associação foi inversa (tabela 9).
Tabela 9. Associação entre as variáveis do nível de área e infecção por hepatite A. Região Nordeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect).
Os resultados de associação de fatores de risco levando-se em conta os três níveis simultaneamente foram
estimados através do modelo multinível.
Permaneceram no modelo multinível as seguintes variáveis: nível individual: idade; nível domiciliar: escolaridade do
chefe da família e renda do chefe da família; nível de área: anos de estudo do chefe da família (média) (tabela 10).
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
*
Região Nordeste 61
Tabela 10. Análise multivariada multinível da associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas aos
níveis individual, de domicílio e de área. Região Nordeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
3. Conclusão
Os resultados da soroprevalência classificam conjunto das capitais do Nordeste como região de intermediária
endemicidade. A incidência de exposição ao HAV é de 5,3 por 100 pessoas/ano, na faixa etária de 5 a 19 anos,
estimada através do modelo catalítico simples.
Observou-se uma associação direta entre idade e soropositividade para o anti-HAV. A análise multinível permitiu
identificar uma associação inversa entre soropositividade para o anti-HAV e condições socioeconômicas tanto no
nível do domicílio como no nível de área, expressa pelo nível de escolaridade do chefe da família. Domicílios cujo
chefe ganha menos de 2 salários mínimos ou é analfabeto e áreas (setores censitários) onde a média de anos de
estudo do chefe da família é baixa tornam-se alvos prioritários de ações de controle.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Nordeste 62
Os resultados da soroprevalência e fatores de risco para infecção pelo HAV da região Nordeste foram apresentados
no artigo Multilevel analysis of hepatitis A infection in children and adolescents: a household survey in the Northeast
and Central-west regions of Brazil, publicado no International Journal of Epidemiology, volume 37, páginas 852 a 861,
em 2008.
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Região Nordeste 63
IV. Hepatite B
1. Soroprevalência de marcadores da Hepatite Viral B (Anti HBC e HBsAg)
A prevalência para o marcador de exposição ao HBV (anti-HBc), referente ao conjunto das capitais do Nordeste foi de
9,13% (IC95% 7,87% - 10,4%). O percentual de expostos ao HBV na faixa etária de 10 a 19 foi de 2,12% (IC% 1,40% -
2,85%) e de 11,7% (IC 95% 10,0% - 13,3%) para o grupo de 20 a 69 anos (gráfico 4). Esses resultados apontam para o
aumento da exposição com a idade em consonância com os estudos de soroprevalência da hepatite B.
Gráfico 4. Soroprevalência por faixa etária da Hepatite Viral B (anti-HBc). Região Nordeste, Brasil.
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.
Para o marcador HBsAg a prevalência referente ao conjunto das capitais do Nordeste foi de 0,42% (IC95% (0,16% - 0,67%), classificando o conjunto das capitais do Nordeste, como região de baixa endemicidade. A prevalência de HBsAg foi de 0,11% (IC95% 0,0% - 0,26%) na faixa etária de 10 a 19 de 0,53% (IC 95% 0,19% - 0,88%) para o grupo de 20 a 69 anos (gráfico 5).
Gráfico 5. Soroprevalência por faixa etária da Hepatite Viral B (HBsAg). Região Nordeste, Brasil.
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)
**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.
Para a subamostra positiva ao anti-HBc o percentual de positividade ao anti-HBs foi de 78,1% na faixa etária de 10 a
69 anos. A interpretação dos resultados da prevalência dos marcadores anti-HBc e HBsAg deve levar em conta que
a amostragem do presente estudo foi planejada para ser representativa dos residentes, nas faixas etárias de 10 a 19
e 20 a 69 anos, do conjunto das capitais do Nordeste.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
*
**
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Região Nordeste 64
As prevalências dos marcadores anti-HBc e HBsAg apresentadas foram ajustadas pelo efeito de desenho (design
effect) e ponderadas pelo tamanho da população, conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos
populacionais. Os resultados podem ser considerados como representativos do conjunto das capitais do Nordeste.
2. Fatores associados à exposição ao HBV:
a) Caracterização da amostra
A distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B na região Nordeste foi apresentada na tabela 11.
Verifica-se que, na faixa etária de 13 a 69 anos, 3,3% (2,7% – 4,0%) da população foi submetida à transfusão
sangüínea, 5,7% (4,6% – 6,7%) fez tatuagem, 1,6% (1,0% – 2,1%) fez uso de droga cheirada e 0,2% (0,06% – 0,4%) fez
uso de droga injetável. Quanto à vida sexual, a média de idade em que ocorreu a primeira relação foi 16,9±4,4 anos,
42,6% (40,1% – 45,0%) informaram ter o hábito de usar camisinha, 3,1% (2,1% – 4,1%) informou ter tido relação com
parceiro que faz sexo com pessoas do mesmo sexo e 9,3% (8,1% – 10,5%) tem história de doença venérea.
Um percentual de 2,5% (1,8% – 3,3%) informou história de relação sexual com parceiro com hepatite.
Tabela 11. Distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B. Região Nordeste, Brasil.
*Proporções ajustada pelo efeito de desenho (design effect).
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Nordeste 65
São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HBc e variáveis
socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis
biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. São apresentados os
odds ratios brutos e ajustados. Para as varáveis relativas às características do domicílio e do chefe da família os
dados são corrigidos pelo efeito aleatório e ponderados pela razão inversa da fração de amostragem dos grupos
etários. Para as variáveis biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de
drogas, além das correções anteriores os dados foram também ajustados por idade.
Para a análise dos fatores associados foram considerados todos os indivíduos na faixa etária de 13 a 69 anos. Os
indivíduos na faixa de 10 a 12 anos foram excluídos uma vez que não foi aplicada, para esse grupo, a parte do
questionário relativa à vida sexual e ao uso de drogas. Para analise, foi considerada a possibilidade de exclusão dos
indivíduos vacinados uma vez que eles não poderiam se tornar casos. Optou-se por mantê-los na análise
apresentada abaixo por três motivos: 1) 21,59% da população amostrada não forneceu informação sobre vacinação
para hepatite B e a exclusão desse grupo poderia produzir um viés de seleção; 2) no Brasil não são testados os
marcadores sorológicos para a hepatite B antes da vacinação, conseqüentemente os indivíduos que foram
vacinados na adolescência poderiam já ter sido expostos ao vírus; e 3) para permitir a comparabilidade entre as
regiões uma vez que a baixa proporção de não vacinados na Região Norte inviabilizaria a análise de fatores
associados para aquela região se excluídos os não vacinados. Além dos resultados abaixo no qual são incluídos
vacinados e não vacinados, apresentamos, no anexo II os resultados incluindo apenas os não vacinados.
Variáveis biológicas: Observou-se uma associação estatisticamente significante entre soropositividade para o
anti-HBc e sexo e idade, sendo maior a chance de positividade no sexo masculino e nos grupos etários mais
velhos. (tabela 12).
Tabela 12. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características biológicas. Região
Nordeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Variáveis relacionadas às características do domicílio: Observou-se uma associação estatisticamente
significante entre variáveis relativas às características do domicílio e soropositividade para o anti-HBc. Indivíduos que
vivem em situação socioeconômica menos favorecida, vivendo em domicílios onde a água não chega pelo
encanamento ou falta água têm uma maior chance de positividade para o anti-HBc (tabela 13).
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Região Nordeste 66
Tabela 13. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características do domicílio. Região
Nordeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect).
Variáveis socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família e do indivíduo: observou-se
uma associação estatisticamente significante e inversa entre positividade para o anti-HBc e variáveis
socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família: escolaridade, e do indivíduo: escolaridade
(tabelas 14 e 15). Verifica-se uma menor chance de infecção para os indivíduos que têm maior escolaridade ou que
habitam em domicílios cujos chefes têm nível médio ou curso superior. Também se observou uma associação com
trabalho em atividade remunerada sendo menor a chance de soropositividade para os indivíduos que não a têm.
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Região Nordeste 67
Tabela 14. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas
do chefe da família. Região Nordeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Tabela 15. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas do
indivíduo. Região Nordeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea: Observou-se que os indivíduos que têm tatuagem
apresentam uma maior chance de soropositividade para o anti-HBc. As demais variáveis não apresentaram uma
associação estatisticamente significante.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Nordeste 68
Tabela 16. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea. Região
Nordeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Variáveis relacionadas à via de transmissão sexual: Ter iniciado vida sexual e, para aqueles que já iniciaram vida sexual, ter tido um parceiro que faz sexo com pessoas do mesmo sexo, ou ter tido parceiro que já apresentou doença venérea apresentaram uma associação estatisticamente significante com soropositividade para o anti-HBc. Para as demais variáveis a associação com anti-HBc não foi estatisticamente significante.
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Região Nordeste 69
Tabela 17. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sexual. Região
Nordeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Variáveis relacionadas ao uso de drogas: Os usuários de drogas fumadas e cheiradas, os indivíduos que cheiram
cola e aqueles classificados como bebedor pesado apresentaram maior chance de soropositividade ao anti-HBc.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Nordeste 70
Tabela 18. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas ao uso de drogas. Região Nordeste,
Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Os resultados da associação dos fatores de risco e exposição ao HBV, com ajuste simultâneo por análise
multivariada são apresentados abaixo:
Permaneceram no modelo final da análise multivariada as variáveis: relacionadas às características
socioeconômicas do domicílio: freqüência de falta d'água; relacionadas às características socioeconômicas do
indivíduo: escolaridade; biológicas: idade e sexo; relacionadas à via de transmissão sexual: haver iniciado vida
sexual; haver recebido vacina contra hepatite B.
Quando o modelo é estimado excluindo os indivíduos que não iniciaram a vida sexual, a variável ter tido um parceiro
que faz sexo com pessoas do mesmo sexo também permanece no modelo final.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Nordeste 71
Tabela 19. Análise multivariada da associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às condições
socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis biológicas
e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. Região Nordeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
3. Conclusão
A soroprevalência estimada classifica o conjunto das capitais do Nordeste como região de baixa endemicidade.
Embora o modelo univariado permita identificar associações e assim identificar grupos para os quais as ações
podem ser voltadas, é possível que algumas associações ocorram devido à presença de fatores de confusão ou
deixem de aparecer pelo mesmo motivo. Assim quando variáveis como tatuagem, uso de droga fumada, uso de
droga cheirada, etc., não permanecem no modelo final, não significa que esses grupos devam ser excluídos dos
grupos prioritários para intervenção; mas tão somente que esses grupos têm outras características que também
estão associadas à soropositividade para o anti-HBc. Algumas variáveis podem também ter sido excluídas do
modelo final pela falta de poder estatístico.
O modelo multivariado permite selecionar aquelas variáveis que têm uma associação mais estreita com
soropositividade para o anti-HBc. A associação com idade expressa a maior probabilidade de exposição com o
passar do tempo e a permanência da soropositividade. Também a associação com o sexo masculino expressa a
maior probabilidade de exposição desse grupo. Os resultados apontam para a importância da transmissão sexual na
Região Nordeste. Pelo fato da entrevista ter sido realizada na residência dos indivíduos optou-se por não indagar
diretamente se os indivíduos já havia feito sexo com pessoas do mesmo sexo, preferindo-se perguntar se já tinham
tido parceiro que havia feito sexo com pessoas do mesmo sexo. A importância dessa informação é que permite
captar se esses indivíduos estão no circuito de transmissão daqueles que fazem sexo com pessoas do mesmo
sexo. Assim a associação encontrada sugere que esse grupo deve também ser incluído nos grupos prioritários para
intervenção. Finalmente, os dados apontam que na Região Nordeste existe uma associação de soropositividade
para o anti-HBc com baixas condições socioeconômicas.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Nordeste 72
As ações a serem planejadas devem levar em consideração as especificidades desse grupo. Todas essas variáveis
expressam os grupos que devem receber um monitoramento especial e para os quais devem ser dirigidas medidas
preventivas.
V. Hepatite C
1. Soroprevalência da exposição ao HCV:
O resultado da prevalência para o marcador de exposição ao HCV (anti-HCV), referente ao conjunto das capitais do
Nordeste foi de 0,68% (IC95% 0,40% - 0,96%). O percentual de expostos ao HCV na faixa etária de 10 a 19 foi de
0,38% (IC% 0,10% -0,67%) e de 0,97% (IC 95% 0,48% - 1,47%) para o grupo de 20 a 69 anos (gráfico 6).
Gráfico 6. Soroprevalência por faixa etária da Hepatite Viral C (anti-HCV) . Região Nordeste, Brasil.
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)
**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.
A interpretação dos resultados da prevalência do marcador anti-HCV deve levar em conta a alta sensibilidade do
teste diagnóstico utilizado, podendo a soroprevalência estar superestimada.
A prevalência do marcador anti-HCV foi ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho
da população, conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos populacionais. Os resultados podem ser
considerados como representativos do conjunto das capitais do Nordeste.
Conforme delineamento da pesquisa os fatores de risco foram avaliados para o conjunto das capitais do Brasil, não
havendo poder estatístico para avaliação por região. (Vide capitulo Resultados do Inquérito das Hepatites A, B e C -
Brasil).
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
*
**
Região Nordeste 73
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
CENTRO-OESTE
I. Introdução
O Inquérito Nacional de Hepatites Virais (INHV) utilizou para estimativas de amostragem do conjunto das capitais os
dados do IBGE para Região Centro-Oeste referente ao ano 2000: população total de 11.584.727 habitantes, sendo
residente nas capitais 397.740 na faixa etária de 5 a 9 anos, 866.536 na faixa etária de 10 a 19 e 1.326.575 na faixa
etária de 20 a 69 anos.
Tabela 1. População por faixa etária e amostra estudada para a exposição à infecção pelo vírus das hepatites A, B e C,
referente ao conjunto das capitais da Região Centro-Oeste do Brasil.
Os aspectos referentes ao delineamento e metodologia estão descritos no capítulo de metodologia. Os dados
apresentados para o Centro-Oeste referem-se aos dados obtidos para o conjunto das capitais.
II. Trabalho de Campo
O trabalho de campo foi iniciado em 29/09/2004 com término em 30/06/2005 . As tabelas abaixo apresentam o
tamanho da amostra estimado e atingido por hepatite e por faixa etária. Para a hepatite A, na faixa etária de 5 a 9 anos e
10 a 19 anos foram atingidos, respectivamente, 90,4% e 114,6% do tamanho da amostra e, para as hepatites B e C,
nas faixas etárias de 10 a 19 anos e 20 a 69 anos, respectivamente, 75,2% e 79,9% do tamanho da amostra (tabela 2).
Tabela 2. Tamanho da amostra, número e percentual de indivíduos submetidos ao exame sorológico, segundo faixa
etária e tipo de hepatite. Região Centro-Oeste, Brasil.
III. Hepatite A
1. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV
A prevalência para a exposição à infecção pelo HAV (anti-HAV), referente ao conjunto das capitais do Centro-Oeste
foi de 54,1% (IC95% 47,7% - 60,5%). O percentual de expostos ao HAV na faixa etária de 5 a 9 foi de 32,3% (IC% 25,6%
- 39,1%) e de 56,0% (IC 95% 49,2% - 62,7%) para o grupo de 10 a 19 anos (gráfico 1). Esses resultados apontam para
o aumento da exposição com a idade e colocam o conjunto das capitais do Centro-Oeste como região de
intermediária endemicidade. As prevalências apresentadas foram ajustadas pelo efeito de desenho (design effect) e,
quando agrupados os dois grupos etários, ponderadas pelo tamanho da população em cada um dos grupos,
conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos populacionais. Como no processo de amostragem para
cada região utilizou-se uma partilha proporcional entre as capitais, não houve necessidade de ponderação para o
agrupamento dos dados das diferentes capitais.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Centro-Oeste 75
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Igráfico 1. Soroprevalência por faixa etária de anticorpos anti-HAV. Região Centro-Oeste, Brasil
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)
**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.
A tabela 3 apresenta o percentual de indivíduos positivos por idade e os gráficos 2 e 3 a prevalência e a distribuição
da população suscetível de acordo com a idade, usando um modelo catalítico simples. A inclinação da curva
corresponde a uma incidência de 7,4 por 100 pessoas/ano.
Tabela 3. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV por idade, Região Centro-Oeste, Brasil.
*
**
Região Centro-Oeste 76
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Gráfico 2. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV por idade estimada pelo modelo catalítico simples. Região Centro-
Oeste, Brasil.
Gráfico 3. Proporção de indivíduos suscetíveis ao vírus da hepatite A estimada pelo modelo catalítico simples. Região
Centro-Oeste, Brasil.
2. Fatores associados à Hepatite A
a) Caracterização geral da amostra
As principais características da amostra com relação às variáveis dos três níveis estudados (individual, domicílio e
área) são apresentadas na tabela 4.
Observa-se uma proporção semelhante de indivíduos de ambos os sexos e uma maior proporção de indivíduos na
faixa etária de 10 a 19 anos. Verifica-se que 94% dos domicílios amostrados têm abastecimento de água e 53,6%
estão ligados à rede de esgoto. A mediana da média de anos de estudo do responsável pela família dos setores
censitários amostrados foi de 6,7 anos.
Região Centro-Oeste 77
Tabela 4. Caracterização geral da amostra em relação ao nível individual, de domicílio e de área. Região Centro-
Oeste.
b) Fatores associados à exposição ao HAV:
São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HAV e variáveis do nível
individual, domiciliar e de área (setores censitários). A associação entre a soropositividade para o anti-HAV e as
variáveis independentes foi estimada utilizando-se a razão de produtos cruzados (o odds ratio), o intervalo de
confiança de 95% e o valor de p. Devido ao efeito do desenho o odds ratio foi corrigido introduzindo-se um efeito
aleatório. Também foi utilizada uma ponderação uma vez que a fração de amostragem não foi a mesma nos dois
grupos etários. As variáveis dos níveis individual, domiciliar e de área que apresentaram uma associação com o
desfecho na análise univariada (p < 0,10) foram sucessivamente introduzidas em um modelo multinível. Generalized
Linear and Latent Mixed Models (GLLAMM) foram usados para realizar a analise multinível com o Stata 9.2.
Nível individual: Sexo e analfabetismo (para as crianças maiores de 7 anos) não apresentaram uma associação
estatisticamente significante com soropositividade para o anti-HAV. A chance de infecção aumentou com a idade
(tabela 5) e foi menor nos indivíduos com maior escolaridade. (tabela 6).
Tabela 5. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características biológicas. Região
Centro-Oeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Centro-Oeste 78
Tabela 6. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características sócioeconômicas.
Região Centro-Oeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
** indivíduos com idade > 7 anos
Nível domiciliar: Observou-se uma associação inversa e estatisticamente significante entre soropositividade para o
anti-HAV e o nível de escolaridade e de renda do chefe da família, sendo menor a chance de infecção para aqueles
indivíduos que moram em domicílios cujo chefe tem renda igual ou superior a 3 salários mínimos ou cujo chefe tem
nível médio ou superior. Também se verificou uma associação estatisticamente significante entre soropositividade
para o anti-HAV e ausência de água encanada no interior da casa. Para as demais variáveis do nível domiciliar a
associação não foi estatisticamente significante (tabela 7).
Tabela 7. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do domicílio. Região
Centro-Oeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Centro-Oeste 79
Tabela 8. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do responsável pela
família. Região Centro-Oeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Nível de área: As variáveis chefe da família analfabeto (%), mulheres analfabetas chefes da família (%) apresentaram
uma associação direta e estatisticamente significante com soropositividade para o anti-HAV, enquanto as variáveis
escolaridade do chefe da família (média de anos), indivíduos na faixa etária de 15 a 19 anos, alfabetizados e morando
no domicílio (%) e cobertura da coleta de lixo (%) apresentaram uma associação inversa (tabela 9).
Tabela 9. Associação entre as variáveis do nível de área e infecção por hepatite A. Região Centro-Oeste, Brasil.
Os resultados de associação de fatores de risco levando-se em conta os três níveis simultaneamente foram
estimados através do modelo multinível
Permaneceram no modelo multinível as seguintes variáveis: nível individual: idade; nível domiciliar: renda do chefe da
família; nível de área: anos de estudo do chefe da família (média) e cobertura da coleta de lixo (%). (tabela 10).
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Centro-Oeste 80
Tabela 10. Análise multivariada multinível da associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas aos
níveis individual, de domicílio e de área. Região Centro-Oeste, Brasil.
3. Conclusão
Os resultados da soroprevalência classificam o conjunto das capitais do Centro-Oeste como região de intermediária
endemicidade para a hepatite A. A incidência de exposição ao HAV é de 7,4 por 100 pessoas/ano, na faixa etária de 5
a 19 anos, estimada através do modelo catalítico simples.
Observou-se uma associação direta entre idade e soropositividade para o anti-HAV. A análise multinível permitiu
identificar uma associação inversa entre soropositividade para o anti-HAV e condições socioeconômicas tanto no
nível do domicílio como no nível de área, expressa pelo nível de renda do chefe da família e cobertura da coleta de
lixo. Domicílios cujo chefe ganha menos de 2 salários mínimos e áreas (setores censitários) onde o percentual de
chefes da família analfabetos é elevado ou a cobertura da coleta de lixo é baixa tornam-se alvos prioritários de ações
de controle.
Os resultados da soroprevalência e fatores de risco para infecção pelo HAV da região Centro-Oeste foram
apresentados no artigo: Ximenes RA, Martelli CM, Merchán-Hamann E, Montarroyos UR, Braga MC, de Lima ML,
Cardoso MR, Turchi MD, Costa MA, de Alencar LC, Moreira RC, Figueiredo GM, Pereira LM for the hepatitis study
group, 2008. Multilevel analysis of hepatitis A infection in children and adolescents: a household survey in the
Northeast and Central-west regions of Brazil. Int J Epidemiol 37: 852–861.
IV. Hepatite B
1. Soroprevalência de marcadores da hepatite B
A prevalência para o marcador de exposição ao HBV (anti-HBc), referente ao conjunto das capitais do Centro-Oeste foi de 4,30 % (IC95% 3,71% - 4,88%). O percentual de expostos ao HBV na faixa etária de 10 a 19 foi de 1,28% (IC% 0,74% - 1,81%) e de 12,7% (IC 95% 10,9% - 14,5%) para o grupo de 20 a 69 anos (Gráfico 4). Esses resultados apontam para o aumento da exposição com a idade em consonância com os estudos de soroprevalência da hepatite B.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Centro-Oeste 81
Gráfico 4. Soroprevalência por faixa etária da Hepatite Viral B (anti-HBc). Região Centro-Oeste, Brasil.
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)
**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.
Para o marcador HBsAg a prevalência referente ao conjunto das capitais do Centro-Oeste foi de 0,31% (IC95%
0,16% - 0,46%), classificando o conjunto das capitais do Centro-Oeste, como região de baixa endemicidade. A
prevalência de HBsAg foi de 0,17% (IC95% 0,0% - 0,34%) na faixa etária de 10 a 19 de 0,76% (IC 95% 0,34% -1,18%)
para o grupo de 20 a 69 anos (gráfico 5).
Gráfico 5. Soroprevalência por faixa etária da hepatite viral B (HBsAg), Região Centro-Oeste
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)** Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.
Para a subamostra positiva ao anti-HBc o percentual de positividade ao anti-HBs foi de 77,8% na faixa etária de
10 a 69 anos.
A interpretação dos resultados da prevalência dos marcadores anti-HBc e HBsAg deve levar em conta que a
amostragem do presente estudo foi planejada para ser representativa dos residentes, nas faixas etárias de 10 a 19 e
20 a 69 anos, do conjunto das capitais do Centro-Oeste.
As prevalências dos marcadores anti-HBc e HBsAg apresentadas foram ajustadas pelo efeito de desenho (design
effect) e ponderadas pelo tamanho da população, conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos
populacionais. Os resultados podem ser considerados como representativos do conjunto das capitais do Centro-
Oeste.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
*
**
*
**
Região Centro-Oeste 82
2. Fatores associados à exposição ao HBV:
A distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B na região Centro-Oeste foi apresentada na tabela 11.
Verifica-se que, na faixa etária de 13 a 69 anos, 3,9% (3,2 % – 4,6 %) da população foi submetida à transfusão
sangüínea, 5,1% (3,9% – 6,2%) fez tatuagem, 2,8% (2,2% – 3,5%) fez uso de droga cheirada e 0,3% (0,1% – 0,5%) fez
uso de droga injetável. Quanto à vida sexual, a média de idade em que ocorreu a primeira relação foi 16,9 ±3,6 anos,
41,4% (38,9 – 44,0) informaram ter o hábito de usar camisinha, 1,6% (0,8% – 2,4%) informou ter tido relação com
parceiro que faz sexo com pessoas do mesmo sexo e 9,7% (8,3% – 11,0%) tem história de doença venérea. Um
percentual de 2,6% (1,8% – 3,3%) informou história de relação sexual com parceiro com hepatite.
Tabela 11. Distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B. Região Centro-Oeste, Brasil.
*Proporções ajustada pelo efeito de desenho (design effect).
*
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Centro-Oeste 83
São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HBc e variáveis
socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis
biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. São apresentados os
odds ratios brutos e ajustados. Para as varáveis relativas às características do domicílio e do chefe da família os
dados são corrigidos pelo efeito aleatório e ponderados pela razão inversa da fração de amostragem dos grupos
etários. Para as variáveis biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de
drogas, além das correções anteriores os dados foram também ajustados por idade.
Para a análise dos fatores associados foram considerados todos os indivíduos na faixa etária de 13 a 69 anos. Os
indivíduos na faixa de 10 a 12 anos foram excluídos uma vez que não foi aplicada, para esse grupo, a parte do
questionário relativa à vida sexual e ao uso de drogas. Para análise, foi considerada a possibilidade de exclusão dos
indivíduos vacinados uma vez que eles não poderiam se tornar casos. Optou-se por mantê-los na análise
apresentada abaixo por três motivos: 1) 17,22% da população amostrada não forneceu informação sobre vacinação
para hepatite B e a exclusão desse grupo poderia produzir um viés de seleção; 2) no Brasil não são testados os
marcadores sorológicos para a hepatite B antes da vacinação, conseqüentemente os indivíduos que foram
vacinados na adolescência poderiam já ter sido expostos ao vírus; e 3) para permitir a comparabilidade entre as
regiões uma vez que a baixa proporção de não vacinados na Região Norte inviabilizaria a análise de fatores
associados para aquela região se excluídos os não vacinados. Além dos resultados abaixo no qual são incluídos
vacinados e não vacinados, apresentamos, no anexo II os resultados incluindo apenas os não vacinados.
Variáveis biológicas: Observou-se uma associação estatisticamente significante entre soropositividade para o
anti-HBc e sexo e idade, sendo maior a chance de positividade no sexo masculino e nos grupos etários mais velhos.
(tabela 12).
Tabela 12. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características biológicas. Região
Centro-Oeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Variáveis relacionadas às características do domicílio: Observou-se uma associação estatisticamente significante entre variáveis relativas às características do domicílio e soropositividade para o anti-HBc. Indivíduos que vivem em situação socioeconômica menos favorecida, vivendo em domicílios onde falta água ou que não são ligados à rede pública de saneamento e não possuem fossa têm uma maior chance de positividade para o anti-HBc (tabela 13).
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Centro-Oeste 84
Tabela 13. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características do domicílio. Região
Centro-Oeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect).
Variáveis socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família e do indivíduo: observou-se
uma associação estatisticamente significante e inversa entre positividade para o anti-HBc e variáveis
socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família: escolaridade e trabalho remunerado (tabela
14) . Verifica-se uma menor chance de infecção para os indivíduos que habitam em domicílios cujos chefes
finalizaram ensino fundamental ou concluíram nível médio ou curso superior ou cujos chefes não têm trabalho
remunerado. Não se identificou associação com variáveis socioeconômicas relacionadas às características do
indivíduo (tabela 15).
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Centro-Oeste 85
Ttabela 14. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas
do chefe da família. Região Centro-Oeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect).
Tabela 15. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas do
indivíduo. Região Centro-Oeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Centro-Oeste 86
Variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea: Observou-se que os indivíduos que foram
hospitalizados ou fizeram endoscopia alguma vez na vida apresentam uma maior chance de soropositividade para o
anti-HBc. A associação com tratamento dentário foi contrária ao esperado, uma vez que os indivíduos que já fizeram
tratamento dentário apresentaram menor chance de soropositividade; é possível que, nessa região, fazer tratamento
dentário seja um Proxy para melhor situação socioeconômica. As demais variáveis não apresentaram uma
associação estatisticamente significante.
Tabela 16. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea. Região
Centro-Oeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Variáveis relacionadas à via de transmissão sexual: Ter iniciado vida sexual e, para aqueles que já iniciaram vida
sexual, o parceiro atual ter tido hepatite, ou ter tido outro parceiro além do atual apresentaram uma associação
estatisticamente significante com soropositividade para o anti-HBc. Para as demais variáveis a associação com anti-
HBc não foi estatisticamente significante.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Centro-Oeste 87
Tabela 17. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sexual. Região
Centro-Oeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Variáveis relacionadas ao uso de drogas: As variáveis relacionadas ao uso de drogas não apresentaram
associação estatisticamente significante com soropositividade ao anti-HBc.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Centro-Oeste 88
Tabela 18. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas ao uso de drogas. Região Centro-
Oeste, Brasil.
Os resultados da associação dos fatores de risco e exposição ao HBV, com ajuste simultâneo por análise
multivariada são apresentados abaixo:
Permaneceram no modelo final da análise multivariada as variáveis: relacionadas às características
socioeconômicas do chefe da família: escolaridade; biológicas: idade e sexo; relacionadas à via de transmissão
sanguínea: tratamento dentário, hospitalização, endoscopia; relacionadas à via de transmissão sexual: haver
iniciado vida sexual; Quando o modelo é estimado excluindo os indivíduos que não iniciaram a vida sexual, a variável
parceiro atual ter tido hepatite, ou ter tido outro parceiro além do atual também permanecem no modelo final.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Centro-Oeste 89
Tabela 19. Análise multivariada da associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às condições
socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis biológicas
e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. Região Centro-Oeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
3. Conclusão
A soroprevalência encontrada classifica o conjunto das capitais do Centro-Oeste, como região de baixa
endemicidade.
O modelo multivariado permite selecionar aquelas variáveis que têm uma associação mais estreita com
soropositividade para o anti-HBc. A associação com idade expressa a maior probabilidade de exposição com o
passar do tempo e a permanência da soropositividade. Também a associação com o sexo masculino expressa a
maior probabilidade de exposição desse grupo. Os resultados apontam para a importância da transmissão sexual na
Região Centro-Oeste. Os indivíduos que já iniciaram vida sexual têm maior chance de serem positivos para o anti-HBc
e, entre aqueles que já iniciaram vida sexual, ter tido outro parceiro além do atual ou o parceiro atual ter tido hepatite
também estão associados à soropositividade. Como nesse tipo de estudo não é possível estabelecer a seqüência
temporal, a associação com as variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea: endoscopia e hospitalização
pode ser interpretada de duas formas. É possível que o referido procedimento seja uma fonte de transmissão e que
esteja ocorrendo transmissão nosocomial. É igualmente plausível que os indivíduos tenham realizado a endoscopia
ou tenham sido hospitalizados em decorrência das manifestações clínicas da infecção. Estudos de coorte poderão
esclarecer a sequência temporal. A associação inversa com tratamento dentário não tem plausibilidade biológica.
Esta variável pode apenas ser um marcador substituo (proxy) de melhor situação socioeconômica. Uma menor
chance de infecção para os indivíduos com melhor situação socioeconômica ficou evidenciada pela associação com
escolaridade do chefe da família.As ações a serem planejadas devem levar em consideração as especificidades dos
diferentes grupos sociais. Finalmente, todas essas variáveis expressam os grupos que devem receber um
monitoramento especial e/ou para os quais devem ser dirigidas medidas preventivas.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Centro-Oeste 90
IV. Hepatite C
1. Soroprevalência da exposição ao HCV
O resultado da prevalência para o marcador de exposição ao HCV (anti-HCV), referente ao conjunto das capitais do
Centro-Oeste foi de 1,32% (0,95% – 1,70%). O percentual de expostos ao HCV na faixa etária de 10 a 19 foi de 1,00%
(0,53% – 1,47%) e de 1,63% (1,14% – 2,13%) para o grupo de 20 a 69 anos (gráfico 6).
Gráfico 6. Soroprevalência por faixa etária da Hepatite Viral C (anti-HCV) . Região Centro-Oeste, Brasil.
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.
A interpretação dos resultados da prevalência do marcador anti-HCV deve levar em conta a alta sensibilidade do
teste diagnóstico utilizado, podendo a soroprevalência estar superestimada.
A prevalência do marcador anti-HCV foi ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho
da população, conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos dos populacionais. Os resultados podem
ser considerados como representativos do conjunto das capitais do Centro-Oeste.
Conforme delineamento da pesquisa os fatores de risco foram avaliados para o conjunto das capitais do Brasil, não
havendo poder estatístico para avaliação por região. (Vide capitulo Resultados do Inquérito das Hepatites A, B e C -
Brasil).
*
**
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Centro-Oeste 91
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
DISTRITO FEDERAL
I. Introdução
O Inquérito Nacional de Hepatites Virais (INHV) utilizou para estimativas de amostragem do conjunto das capitais os
dados do IBGE para o Distrito Federal referente ao ano 2000: população de 2.051.146, sendo 182.537 na faixa
etária de 5 a 9 anos, 387.831 na faixa etária de 10 a 19 e 1.202.183 residentes na faixa etária de 20 a 69 anos.
Os aspectos referentes ao delineamento e metodologia estão descritos no capítulo de metodologia.
Tabela 1. População por faixa etária e amostra estudada para a exposição à infecção pelo vírus das hepatites A, B e C,
referente ao Distrito Federal, Brasil.
II. Trabalho de Campo
O trabalho de campo foi iniciado em 10/01/2005 com término em 30/06/2005. A tabela abaixo apresenta o tamanho
da amostra estimado e atingido por hepatite e por faixa etária. Para a hepatite A, na faixa etária de 5 a 9 anos e 10 a 19
anos foram atingidos, respectivamente, 97,4% e 79,8% do tamanho da amostra e, para as hepatites B e C, nas faixas
etárias de 10 a 19 anos e 20 a 69 anos, respectivamente, 87,6% e 90,2% do tamanho da amostra.
Tabela 2. Tamanho da amostra, número e percentual de indivíduos submetidos ao exame sorológico, segundo faixa
etária e tipo de hepatite. Distrito Federal, Brasil.
III. Hepatite A:
1. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV
A prevalência para a exposição à infecção pelo HAV (anti-HAV), referente ao do Distrito Federal foi de 41,6% (IC95%
(38,6% - 44,6%). O percentual de expostos ao HAV na faixa etária de 5 a 9 foi de 33,8% (IC% 22,4% - 45,3%) e de 65,1%
(IC 95% 55,3% - 74,8%) para o grupo de 10 a 19 anos (gráfico 1). Esses resultados apontam para o aumento da
exposição com a idade e colocam o Distrito Federal como região de intermediária endemicidade.
As prevalências apresentadas foram ajustadas pelo efeito de desenho (design effect) e, quando agrupados os dois
grupos etários, ponderadas pelo tamanho da população em cada um dos grupos, conforme as técnicas de análise
de dados dos inquéritos populacionais.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Distrito Federal 93
Gráfico 1. Soroprevalência de antricorpos anti-HAV por faixa etária. Distrito Federal, Brasil.
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) **Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.
A tabela 3 apresenta o percentual de indivíduos positivos por idade e os gráficos 2 e 3 a distribuição da população
suscetível de acordo com a idade, usando um modelo catalítico simples. A inclinação da curva corresponde a uma
incidência de 8,0 por 100 pessoas/ano.
Tabela 3. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV por idade. Distrito Federal, Brasil.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
*
**
Distrito Federal 94
Gráfico 2. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV por idade estimada pelo modelo catalítico simples. Distrito
Federal, Brasil.
Gráfico 3. Proporção de indivíduos suscetíveis ao vírus da hepatite A por idade estimada pelo modelo catalítico
simples. Distrito Federal, Brasil.
2. Fatores associados à Hepatite A
a) Caracterização geral da amostra
As principais características da amostra com relação às variáveis dos três níveis estudados (individual, domicílio e
área) são apresentadas na tabela 4.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Distrito Federal 95
Tabela 4. Caracterização geral da amostra em relação ao nível individual, de domicílio e de área. Distrito Federal, Brasil.
Observa-se uma proporção semelhante de indivíduos de ambos os sexos e uma proporção um pouco mais elevada
de indivíduos na faixa etária de 5 a 9 anos nas duas faixas etárias consideradas. Verifica-se que 98,3% dos domicílios
amostrados têm abastecimento de água e 87,3% estão ligados à rede de esgoto. A mediana da média de anos de
estudo do chefe da família dos setores censitários amostrados foi de 6,3 anos.
b) Fatores associados à exposição ao HAV:
São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HAV e variáveis do nível
individual, domiciliar e de área (setores censitários). A associação entre a soropositividade para o anti-HAV e as
variáveis independentes foi estimada utilizando-se o odds ratio, o intervalo de confiança de 95% e o valor de p.
Devido ao efeito do desenho a razão dos produtos cruzados (odds ratio) foi corrigida introduzindo-se um efeito
aleatório. Também foi utilizada uma ponderação uma vez que a fração de amostragem não foi a mesma nos dois
grupos etários. As variáveis dos níveis individual, domiciliar e de área que apresentaram uma associação com o
desfecho na análise univariada (p < 0,10) foram sucessivamente introduzidas em um modelo multinível. Generalized
Linear and Latent Mixed Models (GLLAMM) foram usados para realizar a analise multinível com o Stata 9.2.
Nível individual: Sexo, analfabetismo (para as crianças maiores de 7 anos) e escolaridade não apresentaram uma
associação estatisticamente significante com soropositividade para o anti-HAV. A chance de infecção aumentou
com a idade (tabelas 5 e 6).
Tabela 5. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características biológicas. Distrito
Federal, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Características Estatística Nível individual – n (%)
Sexo feminino 302 (50,6) 5 a 9 anos de idade 328 (54,7) 10 a 19 anos de idade 272 (45,3)
Auto relato do status vacinal 7 (1,2) Frequenta escola 558 (93,0) Analfabetos > 7 anos 9 (2,2)
Nível de domicílio – n (%)
Casa própria 399 (68,3) Fornecimento de água por rede geral 590 (98,3) Água encanada 582 (97,0) Fornecimento regular de água 577 (95,1) Rede de esgoto 520 (87,3) Coleta de lixo 598 (99,5)
Nível de área – mediana % (P25; P75) Responsável pelo domicílio analfabeto 8,4 (6,2; 12,6) Mulheres analfabetas responsáveis pelo domicílio 11,6 (7,1; 18,9) Nível de escolaridade médio do responsável pelo domicílio
(em anos) 6,3 (5,4; 7,6)
Indivíduos alfabetizados com idade entre 15 e 19 anos 98,6 (97,1; 100,0) Mulheres responsáveis pelo domicílio 33,3 (24,6; 39,2) Domicílios com abastecimento de água 99,7 (98,5; 100,0) Domicílios com coleta de lixo 100,0
Distrito Federal 96
Tabela 6. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características sócio-econômicas.
Distrito Federal, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Nível domiciliar: Observou-se uma associação inversa e estatisticamente significante entre soropositividade para o
anti-HAV e o nível de escolaridade e de renda do chefe da família, sendo maior a chance de positividade para os
indivíduos que habitam domicílios cujo chefe tem nível médio ou superior ou cujo chefe ganha 5 ou mais salários
mínimos. Para as demais varáveis desse nível a associação não foi estatisticamente significante (tabelas 7 e 8).
Tabela 7. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do domicílio. Distrito
Federal, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect).
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Distrito Federal 97
Tabela 8. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do responsável pela
família, Distrito Federal.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect).
Nível de área: A variável chefe da família analfabeto (%) apresentou uma associação direta e estatisticamente
significante com a soropositividade para o anti-HAV enquanto escolaridade do chefe da família (média de anos),
indivíduos na faixa etária de 15 a 19 anos alfabetizados e vivendo nos domicílios (%), cobertura da rede geral de
abastecimento d'água (%) e cobertura da coleta de lixo (%) apresentaram uma associação inversa (tabela 9).
Tabela 9. Associação entre as variáveis do nível de área e infecção por hepatite A. Distrito Federal, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Os resultados de associação de fatores de risco levando-se em conta os três níveis simultaneamente foram
estimados através do modelo multinível.
Permaneceram no modelo multinível as seguintes variáveis: nível individual: idade e escolaridade; nível de área:
anos de estudo do chefe da família (média), cobertura da rede geral de abastecimento d'água (%) e cobertura da
coleta de lixo (%). (tabela 10).
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Distrito Federal 98
Tabela 10. Análise multivariada multinível da associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas
aos níveis individual, de domicílio e de área, Distrito Federal.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
3. Conclusão
Os resultados da soroprevalência classificam o Distrito Federal como região de intermediária endemicidade. A
incidência de exposição ao HAV é de, 8,0 por 100 pessoas/ano na faixa etária de 5 a 19 anos, estimada através do
modelo catalítico simples.
Observou-se uma associação direta entre idade e soropositividade para o anti-HAV. A análise multinível permitiu
identificar uma associação inversa entre soropositividade para o anti-HAV e condições socioeconômicas no nível de
área. Áreas (setores censitários) onde a média de anos de estudo do chefe da família é baixa, ou onde a cobertura da
rede de abastecimento d'água ou da coleta de lixo é baixa, tornam-se alvos prioritários de ações de controle.
Os resultados da soroprevalência e fatores de risco do VHA do Distrito Federal foram apresentados no artigo:
Ximenes RA, Martelli CM, Merchán-Hamann E, Montarroyos UR, Braga MC, de Lima ML, Cardoso MR, Turchi MD,
Costa MA, de Alencar LC, Moreira RC, Figueiredo GM, Pereira LM for the hepatitis study group, 2008. Multilevel
analysis of hepatitis A infection in children and adolescents: a household survey in the Northeast and Central-
west regions of Brazil. Int J Epidemiol 37: 852–861.
III. Hepatite B
1. Soroprevalência de marcadores da hepatite B (anti-HBc e HBsAg)
A prevalência para o marcador de exposição ao HBV (anti-HBc), referente ao Distrito Federal foi de 3,07% (IC95%
2,28% - 3,87%). O percentual de expostos ao HBV na faixa etária de 10 a 19 foi de 1,24% (IC% 0,40% - 2,07%) e de
8,43% (IC 95% 6,62% -10,2%) para o grupo de 20 a 69 anos (gráfico 4). Esses resultados apontam para o aumento da
exposição com a idade em consonância com os estudos de soroprevalência da hepatite B.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Distrito Federal 99
*
Gráfico 4. Soroprevalência por faixa etária da Hepatite Viral B (anti-HBc). Distrito Federal, Brasil.
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)
**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.
Para o marcador HBsAg a prevalência referente ao Distrito Federal foi de 0,26% (IC95% (0,03% - 0,49%), classificando
o conjunto das capitais do Distrito Federal, como região de baixa endemicidade. A prevalência de HBsAg foi de
0,21% (IC95% 0,0% - 0,50%) na faixa etária de 10 a 19 de 0,42% (IC 95% 0,02% - 0,82%) para o grupo de 20 a 69 anos
(gráfico 5).
Gráfico 5. Sororevalência por faixa etária da Hepatite Viral B (HBsAg). Distrito Federal, Brasil.
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.
Para a subamostra positiva ao anti-HBc o percentual de positividade ao anti-HBs foi de 74,1% na faixa etária de 10-69
anos.
A interpretação dos resultados da prevalência dos marcadores anti-HBc e HBsAg deve levar em conta que a
amostragem do presente estudo foi planejada para ser representativa dos residentes do Distrito Federal., nas faixas
etárias de 10 a 19 e 20 a 69 anos,
As prevalências dos marcadores anti-HBc e HBsAg apresentadas foram ajustadas pelo efeito de desenho (design
effect) e ponderadas pelo tamanho da população, conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos
populacionais. Os resultados podem ser considerados como representativos do Distrito Federal.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
*
**
*
**
Distrito Federal 100
2. Fatores associados à exposição ao HBV:
a) Caracterização da amostra
A distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B no Distrito Federal foi apresentada na tabela 11. Verifica-
se que, na faixa etária de 13 a 69 anos, 4,6% (3,6% – 5,7%) da população foi submetida à transfusão sangüínea, 7,7%
(5,7% – 9,7%) fez tatuagem, 4,1% (2,9% – 5,2%) fez uso de droga cheirada e 0,2% (0,04% – 0,4%) fez uso de droga
injetável. Quanto à vida sexual, a média de idade em que ocorreu a primeira relação foi 17,1±3,7 anos, 43,2% (39,6% –
46,9%) informaram ter o hábito de usar camisinha, 2,0% (1,1% – 2,9%) informou ter tido relação com parceiro que faz
sexo com pessoas do mesmo sexo e 8,8% (7,2% – 10,3%) tem história de doença venérea. Um percentual de 2,7%
(1,7% – 3,6%) informou história de relação sexual com parceiro com hepatite.
Tabela 11. Distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B e hepatite C. Distrito Federal, Brasil.
Proporções ajustada pelo efeito de desenho (design effect).
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
*
Distrito Federal 101
São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HBc e variáveis
socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis
biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. São apresentados os
odds ratios brutos e ajustados. Para as varáveis relativas às características do domicílio e do chefe da família os
dados são corrigidos pelo efeito aleatório e ponderados pela razão inversa da fração de amostragem dos grupos
etários. Para as variáveis biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de
drogas, além das correções anteriores os dados foram também ajustados por idade.
Para a análise dos fatores associados foram considerados todos os indivíduos na faixa etária de 13 a 69 anos. Os
indivíduos na faixa de 10 a 12 anos foram excluídos uma vez que não foi aplicada, para esse grupo, a parte do
questionário relativa à vida sexual e ao uso de drogas. Para análise, foi considerada a possibilidade de exclusão dos
indivíduos vacinados uma vez que eles não poderiam se tornar casos. Optou-se por mantê-los na análise
apresentada abaixo por três motivos: 1) 16,43% da população amostrada não forneceu informação sobre vacinação
para hepatite B e a exclusão desse grupo poderia produzir um viés de seleção; 2) no Brasil não são testados os
marcadores sorológicos para a hepatite B antes da vacinação, conseqüentemente os indivíduos que foram
vacinados na adolescência poderiam já ter sido expostos ao vírus; e 3) para permitir a comparabilidade entre as
regiões, uma vez que a baixa proporção de não vacinados na Região Norte inviabilizaria a análise de fatores
associados para aquela região se excluídos os não vacinados. Além dos resultados abaixo no qual são incluídos
vacinados e não vacinados, apresentamos, no anexo II os resultados incluindo apenas os não vacinados.
Variáveis biológicas: Observou-se uma associação estatisticamente significante entre soropositividade para o anti-
HBc e sexo e idade, sendo maior a chance de positividade no sexo masculino e nos grupos etários mais velhos.
(tabela 12).
Tabela 12. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características biológicas. Distrito
Federal, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Variáveis relacionadas às características do domicílio: Observou-se uma associação estatisticamente
significante entre a variável destino dos dejetos e soropositividade para o anti-HBc. Indivíduos que vivem em situação
socioeconômica menos favorecida, vivendo em domicílios os quais não estão ligados à rede pública de esgoto e
não possuem fossa têm uma maior chance de positividade para o anti-HBc (tabela 13).
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Distrito Federal 102
Tabela 13. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características do domicílio. Distrito
Federal, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Variáveis socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família e do indivíduo: não se
observou uma associação estatisticamente significante entre positividade para o anti-HBc e variáveis
socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família (tabela 14). Quanto às características do
indivíduo, observou-se uma associação com trabalho em atividade remunerada, sendo menor a chance de
soropositividade para os indivíduos que não a têm (tabela 15).
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Distrito Federal 103
Tabela 14. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas do
chefe da família. Distrito Federal, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Tabela 15. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas do
indivíduo. Distrito Federal, Brasil
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Distrito Federal 104
Variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea: Observou-se que os indivíduos que foram
hospitalizados alguma vez na vida apresentaram uma maior chance de soropositividade para o anti-HBc. Verificou-
se uma associação estatisticamente significante entre soropositividade para o anti-HBc e compartilhar objetos
cortantes, porem a direção foi na direção oposta à esperada. Possivelmente houve um problema na compreensão
dessa questão ou essa variável está sendo proxy de uma outra condição não identificada.
Tabela 16. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea. Distrito
Federal, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Distrito Federal 105
Variáveis relacionadas à via de transmissão sexual: Ter tido um outro parceiro apresentou uma associação
estatisticamente significante com soropositividade para o anti-HBc. Para as demais variáveis a associação com anti-
HBc não foi estatisticamente significante.
Tabela 17. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sexual. Distrito
Federal, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Distrito Federal 106
Variáveis relacionadas ao uso de drogas: As variáveis relacionadas ao uso de drogas não apresentaram uma
associação estatisticamente significante com soropositividade ao anti-HBc.
Tabela 18. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas ao uso de drogas. Distrito Federal,
Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Os resultados da associação dos fatores de risco e exposição ao HBV, com ajuste simultâneo por análise
multivariada são apresentados abaixo:
Permaneceram no modelo final da análise multivariada as variáveis: relacionadas às características
socioeconômicas do indivíduo: escolaridade; biológicas: idade e sexo; relacionadas à via de transmissão
sanguínea: hospitalização; relacionadas à via de transmissão sexual: já ter tido outro parceiro (Tabela19).
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Distrito Federal 107
Tabela 19. Análise multivariada da associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às condições
socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis biológicas
e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. Distrito Federal, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
3. Conclusão
A soroprevalencia estimada classifica o Distrito Federal como região de baixa endemicidade.
O modelo multivariado permite selecionar aquelas variáveis que têm uma associação mais estreita com
soropositividade para o anti-HBc. A associação com idade expressa a maior probabilidade de exposição com o
passar do tempo e a permanência da soropositividade. Também a associação com o sexo masculino expressa a
maior probabilidade de exposição desse grupo. Os indivíduos que já foram hospitalizados apresentaram maior
chance de soropositividade para o anti-HBc. Como nesse tipo de estudo não é possível estabelecer a seqüência
temporal, a associação com a variável hospitalização pode ser interpretada de duas formas. É possível que esteja
ocorrendo transmissão nosocomial. É igualmente plausível que os indivíduos tenham sido hospitalizados em
decorrência das manifestações clínicas da infecção. Estudos de coorte poderão esclarecer a sequência temporal da
associação. Com relação à via de transmissão sexual observou-se que os indivíduos que informaram já ter tido outro
parceiro apresentaram maior chance de soropositividade para o anti-HBc. Finalmente, os dados apontam que no
Distrito Federal existe uma associação de soropositividade para o anti-HBc com baixas condições
socioeconômicas, uma vez que os indivíduos que concluíram o nível médio ou superior apresentaram menor chance
de exposição ao vírus. As ações a serem planejadas devem levar em consideração as especificidades dos
diferentes grupos sociais. Todas essas variáveis expressam os grupos que devem receber um monitoramento
especial e para os quais devem ser dirigidas medidas preventivas.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Distrito Federal 108
V. Hepatite C
Soroprevalência da exposição ao HCV:
O resultado global da prevalência para o marcador de exposição ao HCV (anti-HCV), referente ao Distrito Federal foi
de 0,855% (0,458% – 1.252%).
O percentual de expostos ao HCV na faixa etária de 10 a 19 foi de 0,612% (0,135% – 1,090%) e de 1,091% (0,500% –
1,684%) para o grupo de 20 a 69 anos (gráfico 7).
Gráfico 6. Soroprevalência por faixa etária da Hepatite Viral C (anti-HCV).Distrito Federal, Brasil.
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) **Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.
A interpretação dos resultados da prevalência do marcador anti-HCV deve levar em conta a alta sensibilidade do
teste diagnóstico utilizado, podendo a soroprevalência estar superestimada.
A prevalência do marcador anti-HCV foi ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho
da população, conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos populacionais. Os resultados podem ser
considerados como representativos do Distrito Federal.
Conforme delineamento da pesquisa os fatores de risco foram avaliados para o conjunto das capitais do Brasil,
não havendo poder estatístico para avaliação por região.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
*
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Distrito Federal 109
SUDESTE
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
I. Introdução
O Inquérito Nacional de Hepatites Virais (INHV) utilizou para estimativas de amostragem do conjunto das capitais os
dados do IBGE – Censo 2000. Para a Região Sudeste. A população total era de 72.113.225, das quais residem nas
capitais, sendo 1.458.833 na faixa etária de 5 a 9 anos, 3.295.110 na faixa etária de 10 a 19 e 11.661.984 na faixa etária
de 20 a 69 anos.
Tabela 1. População por faixa etária e amostra estudada para a exposição à infecção pelo vírus das hepatites A, B e C,
referente ao conjunto das capitais da Região Sudeste, Brasil.
Os aspectos referentes ao delineamento e metodologia estão descritos no capítulo de metodologia. Os dados
apresentados para o Sudeste referem-se aos dados obtidos para o conjunto das capitais.
II. Trabalho de Campo
O trabalho de campo foi iniciado em 19/06/2007 com término em 26/01/2008. As tabelas abaixo apresentam o
tamanho da amostra estimado e atingido por hepatite e por faixa etária. Para a hepatite A, na faixa etária de 5 a 9 anos e
10 a 19 anos foram atingidos, respectivamente, 117% e 108,9% do tamanho da amostra e, para as hepatites B e C,
nas faixas etárias de 10 a 19 anos e 20 a 69 anos, respectivamente, 100% e 102,7% do tamanho da amostra (tabela 2).
Tabela 2. Tamanho da amostra, número e percentual de indivíduos submetidos ao exame sorológico, segundo faixa
etária e tipo de hepatite. Região Sudeste, Brasil.
II. Hepatite A
1. Soroprevalencia de anticorpos anti-HAV
A prevalência para a exposição à infecção pelo HAV (anti-HAV), referente ao conjunto das capitais do Sudeste foi de
32,5% (IC95% 28,6% - 36,3%). O percentual de expostos ao HAV na faixa etária de 5 a 9 foi de 20,6% (IC% 15,3% -
26,0%) e de 37,7% (IC 95% 33,2% - 42,1%) para o grupo de 10 a 19 anos (gráfico 1). Esses resultados apontam para o
aumento da exposição com a idade e colocam o conjunto das capitais do Sudeste como região de baixa
endemicidade. As prevalências apresentadas foram ajustadas pelo efeito de desenho (design effect) e, quando
agrupados os dois grupos etários, ponderadas pelo tamanho da população em cada um dos grupos, conforme as
técnicas de análise de dados dos inquéritos populacionais. Como no processo de amostragem para cada região
utilizou-se uma partilha proporcional entre as capitais, não houve necessidade de ponderação para o agrupamento
dos dados das diferentes capitais.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Sudeste 111
Gráfico 1. Soroprevalência de anticorpos anti HAV por faixa etária. Região Sudeste, Brasil.
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)
**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.
A tabela 3 apresenta o percentual de indivíduos positivos por idade e os gráficos 2 e 3 a prevalência e a distribuição da
população suscetível de acordo com a idade, usando um modelo catalítico simples. A inclinação da curva
corresponde a uma incidência de 3,9 por 100 pessoas/ano.
Tabela 3. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV por idade. Região Sudeste, Brasil.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
*
**
Região Sudeste 112
Gráfico 2. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV por idade estimada pelo modelo catalítico simples. Região
Sudeste, Brasil.
Gráfico 3. Proporção de indivíduos suscetíveis ao vírus da hepatite A por idade estimada pelo modelo catalítico
simples. Região Sudeste, Brasil.
2. Fatores associados à Hepatite A
a) Caracterização geral da amostra
As principais características da amostra com relação às variáveis dos três níveis estudados (individual, domicílio e
área) são apresentadas na tabela 4.
Observa-se uma proporção de indivíduos de ambos os sexos e nas duas faixas etárias consideradas. Verifica-se que
97,1% dos domicílios amostrados têm abastecimento de água e 87% estão ligados à rede de esgoto. A mediana da
média de anos de estudo do chefe da família dos setores censitários amostrados foi de 6,2 anos.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Sudeste 113
Tabela 4. Caracterização geral da amostra em relação ao nível individual, de domicílio e de área, Região Sudeste, Brasil.
b) Fatores associados à exposição ao HAV:
São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HAV e variáveis do nível
individual, domiciliar e de área (setores censitários). A associação entre a soropositividade para o anti-HAV e as
variáveis independentes foi estimada utilizando-se a razão de produtos cruzados (odds ratio), o intervalo de
confiança de 95% e o valor de p. Devido ao efeito do desenho o odds ratio foi corrigido introduzindo-se um efeito
aleatório. Também foi utilizada uma ponderação uma vez que a fração de amostragem não foi a mesma nos dois
grupos etários. As variáveis dos níveis individual, domiciliar e de área que apresentaram uma associação com o
desfecho na análise univariada (p < 0,10) foram sucessivamente introduzidas em um modelo multinível. Generalized
Linear and Latent Mixed Models (GLLAMM) foram usados para realizar a analise multinível com o Stata 9.2.
Nível individual: A chance de infecção aumentou com a idade (tabela 5). Analfabetismo (para as crianças maiores
de 7 anos) e escolaridade apresentaram uma associação estatisticamente significante com soropositividade para o
anti-HAV (tabela 6).
Tabela 5. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características biológicas. Região
Sudeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Sudeste 114
Tabela 6. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características. Região Sudeste,
Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Nível domiciliar: Observou-se uma associação inversa e estatisticamente significante entre soropositividade para o
anti-HAV e o nível de escolaridade e de renda do chefe da família (tabela 8). Indivíduos que residem em domicílios
que não estão ligados à rede de esgoto e que não possuem fossa apresentam maior chance de soropositividade
para o anti-HAV. Para as demais varáveis desse nível a associação não foi estatisticamente significante (tabela 7).
Tabela 7. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do domicílio. Região
Sudeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Sudeste 115
Tabela 8. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do responsável pela família - Região Sudeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Nível de área: As variáveis chefe da família analfabeto (%), mulheres responsáveis pelo domicílio (%), mulheres analfabetas chefes da família (%) apresentaram uma associação estatisticamente significante com soropositividade para o anti-HAV. Para as variáveis escolaridade do chefe da família (média de anos), indivíduos na faixa etária de 15 a 19 anos, alfabetizados e morando no domicílio (%), domicílios ligados à rede geral (%) e cobertura da coleta de lixo (%) a associação foi estatisticamente significante e inversa (tabela 9).
Tabela 9. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do setor censitário de
residência. Região Sudeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Os resultados de associação de fatores de risco levando-se em conta os três níveis simultaneamente foram
estimados através do modelo multinível.
Permaneceram no modelo multinível as seguintes variáveis: nível individual: idade; nível domiciliar: escolaridade do
chefe da família, renda do chefe da família e freqüência de falta d'água; nível de área: chefe da família analfabeto (%),
mulheres responsáveis pelo domicílio (%),domicílios ligados à rede geral (%). (tabela 10)
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Sudeste 116
Tabela 10. Análise multivariada multinível da associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas aos
níveis individual, de domicílio e de área. Região Sudeste, Brasil
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
3.Conclusão
Os resultados da soroprevalencia classificam conjunto das capitais do Sudeste como região de baixa
endemicidade. A incidência de exposição ao HAV é de 3,9 por 100 pessoas/ano, na faixa etária de 5 a 19 anos,
estimada através do modelo catalítico simples.
Observou-se uma associação direta entre idade e soropositividade para o anti-HAV. A análise multinível permitiu
identificar uma associação inversa entre soropositividade para o anti-HAV e condições socioeconômicas tanto no
nível do domicílio como no nível de área. Domicílios cujos chefes ganham menos de 2 salários mínimos ou são
analfabetos e áreas (setores censitários) onde o percentual de mulheres responsáveis pelo domicílio ou o percentual
de chefes da família analfabetos é maior, ou onde é menor o percentual de domicílios com coleta de lixo tornam-se
alvos prioritários de ações de controle.
IV. Hepatite B
1. Soroprevalência de marcadores da hepatite B (anti-HBC e HBsAg)
A prevalência para o marcador de exposição ao HBV (anti-HBc), referente ao conjunto das capitais do Sudeste foi de
6,33% (IC95% 5,32% - 7,33%). O percentual de expostos ao HBV na faixa etária de 10 a 19 foi de 0,61% (IC% 0,27% -
0,95%) e de 7,90% (IC 95% 6,60% - 9,19%) para o grupo de 20 a 69 anos (gráfico 4). Esses resultados apontam para o
aumento da exposição com a idade em consonância com os estudos de soroprevalência da hepatite B.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Sudeste 117
Gráfico 4. Soroprevalência por faixa etária da Hepatite Viral B (anti-HBc). Região Sudeste, Brasil.
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.
Para o marcador HBsAg a prevalência referente ao conjunto das capitais do Sudeste foi de 0,31% (IC95% (0,09% - 0,53%), classificando o conjunto das capitais do Sudeste, como região de baixa endemicidade. Na faixa etária de 10 a 19 não foi identificado nenhum indivíduo positivo para o HBsAg na população estudada. Na faixa etária de 20 a 69 anos a prevalência foi de 0,40% (IC95% (0,12% - 0,68%) (gráfico 5).
Gráfico 5. Sororevalência por faixa etária da Hepatite Viral B (HBsAg). Região Sudeste, Brasil.
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)** Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.
Para a subamostra positiva ao anti-HBc o percentual de positividade ao anti-HBs foi de 77,3% na faixa etária de 10 a 69 anos.
A interpretação dos resultados da prevalência dos marcadores anti-HBc e HBsAg deve levar em conta que a
amostragem do presente estudo foi planejada para ser representativa dos residentes, nas faixas etárias de 10 a 19 e
20 a 69 anos, do conjunto das capitais do Sudeste.
As prevalências dos marcadores anti-HBc e HBsAg apresentadas foram ajustadas pelo efeito de desenho (design
effect) e ponderadas pelo tamanho da população, conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos
populacionais. Os resultados podem ser considerados como representativos do conjunto das capitais do Sudeste.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
*
**
*
**
Região Sudeste 118
2. Fatores associados à exposição ao HBV:
a) Caracterização da amostra
A distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B na região Sudeste foi apresentada na tabela 11. Verifica-
se que, na faixa etária de 13 a 69 anos, 1,3% (0,9% – 1,69%) da população foi submetida à transfusão sangüínea,
10,7% (9,5% – 12%) fez tatuagem, 4,3% (3,6% – 5,1%) fez uso de droga cheirada e 0,4% (0,2% – 0,7%) fez uso de
droga injetável. Quanto à vida sexual, a média de idade em que ocorreu a primeira relação foi 17±3,6 anos, 23%
(21,4% – 24,5%) informam ter o hábito de usar camisinha, 1,3% (0,9% – 1,73%) informou ter tido relação com parceiro
que faz sexo com pessoas do mesmo sexo e 5,6% (4,72% – 6,41%) tem história de doença venérea. Um percentual
de 2,7% (2,14% – 3,33%) informou história de relação sexual com parceiro com hepatite.
Tabela 11. Distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B. Região Sudeste, Brasil.
*Proporções ajustada pelo efeito de desenho (design effect).
Variáveis Frequência (%) Nível domiciliar
Escolaridade do responsável pela família Analfabeto 11,5 (9,5 – 13,4) Ensino fundamental incompleto 24,9 (22,3 – 27,4)
Ensino fundamental completo 26,4 (23,8 – 28,9) Ensino médio e superior 35,0 (32,3 – 37,6) Nível individual
Sexo: masculino 44,0 (42,5 – 45,5)
Faixa etária 13 – 19 39,7 (37,5 – 41,8) 20 – 39 31,4 (29,5 – 33,2) 40 – 59 22,4 (20,9 – 23,9) > 60 6,5 (5,6 – 7,5)
Analfabeto 3,1 (2,5 – 3,8)
Escolaridade Analfabeto 6,1 (5,2 – 7,1) Ensino fundamental 44,7 (42,8 – 46,6) Ensino médio 37,7 (35,9 – 40,0)
Ensino superior 10,7 (9,4 – 12,1) Renda do responsável pela família
< 2 79,8 (78,2 – 81,4) > 2 20,1 (18,6 – 21,8) Transmissão sanguínea
Transfusão sanguínea (alguma vez na vida) 1,3 (0,9 – 1,69)
Tatuagem 10,7 (9,5 – 12,0) Piercing 13,1 (11,8 – 14,4) Compartilhamento de objeto cortante 67,5 (65,6 – 69,4) Uso de seringa de vidro 14,2 (12,9 – 15,7) Trabalho em serviço de saúde 7,7 (6,7 – 8,6)
Uso de droga fumada 9,3 (8,2 – 10,5) Uso de droga inalada 1,0 (0,6 – 1,36) Uso de droga cheirada 4,3 (3,6 – 5,1) Uso de droga injetável 0,4 (0,2 – 0,7) Uso de álcool
Abstêmio 63,3 (61,4 – 65,3) Bebedor leve 31,5 (29,6 – 33,3) Bebdor pesado 5,1 (4,3 – 6,0) Comportamento Sexual Inicio da vida sexual 75,1 (73,3 – 76,8)
Idade da primeira relação sexual 17,0 ± 3,6 Uso de preservativo 23,0 (21,4 – 24,5) Parceiro homossexual 1,3 (0,9 – 1,73) Historia de parceiro com hepatite 2,7 (2,14 – 3,33) História prévia de DST 5,6 (4,72 – 6,41)
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Sudeste 119
ISão apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HBc e variáveis
socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis
biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. São apresentados os
odds ratios brutos e ajustados. Para as varáveis relativas às características do domicílio e do chefe da família os
dados são corrigidos pelo efeito aleatório e ponderados pela razão inversa da fração de amostragem dos grupos
etários. Para as variáveis biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de
drogas, além das correções anteriores os dados foram também ajustados por idade.
Para a análise dos fatores associados foram considerados todos os indivíduos na faixa etária de 13 a 69 anos. Os
indivíduos na faixa de 10 a 12 anos foram excluídos uma vez que não foi aplicada, para esse grupo, a parte do
questionário relativa à vida sexual e ao uso de drogas. Para analise, foi considerada a possibilidade de exclusão dos
indivíduos vacinados uma vez que eles não poderiam se tornar casos. Optou-se por mantê-los na análise
apresentada abaixo por três motivos: 1) 20,76% da população amostrada não forneceu informação sobre vacinação
para hepatite B e a exclusão desse grupo poderia produzir um viés de seleção; 2) no Brasil não são testados os
marcadores sorológicos para a hepatite B antes da vacinação, conseqüentemente os indivíduos que foram
vacinados na adolescência poderiam já ter sido expostos ao vírus; e 3) para permitir a comparabilidade entre as
regiões uma vez que a baixa proporção de não vacinados na Região Norte inviabilizaria a análise de fatores
associados para aquela região se excluídos os não vacinados. Além dos resultados abaixo no qual são incluídos
vacinados e não vacinados, apresentamos, no anexo II os resultados incluindo apenas os não vacinados.
Variáveis biológicas: Observou-se uma associação estatisticamente significante entre soropositividade para o anti-
HBc e sexo e idade, sendo maior a chance de positividade no sexo masculino e nos grupos etários mais velhos.
(tabela 12).
Tabela 12. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características biológicas. Região
Sudeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Variáveis relacionadas às características do domicílio: Não se observou uma associação estatisticamente
significante entre variáveis relativas às características do domicílio e soropositividade para o anti-HBc (tabela 13).
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Sudeste 120
Tabela 13. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características do domicílio. Região
Sudeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect).
Variáveis socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família e do indivíduo: observou-se
uma associação estatisticamente significante entre soropositividade para o anti-HBc e o chefe da família não exercer
atividade remunerada. Não se verificou associação entre características socioeconômicas do indivíduo e
soropositividade para o anti-HBc (tabelas 14 e 15).
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Sudeste 121
Tabela 14. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas
do chefe da família. Região Sudeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Tabela 15. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas
do indivíduo. Região Sudeste, Brasil.
Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea: Não se observou uma associação estatisticamente
significante entre as variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea e a soropositividade para o anti-HBc.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Sudeste 122
Tabela 16. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea. Região
Sudeste, Brasil.
Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade.
Variáveis relacionadas à via de transmissão sexual: Não se observou uma associação estatisticamente
significante entre as variáveis relacionadas à via de transmissão sexual e a soropositividade para o anti-HBc.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Sudeste 123
Tabela 17. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sexual. Região
Sudeste, Brasil.
Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade.
Variáveis relacionadas ao uso de drogas: Os usuários de drogas fumadas, os indivíduos que cheiram cola e
aqueles classificados como bebedor pesado apresentaram maior chance de soropositividade ao anti-HBc.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Sudeste 124
Ttabela 18. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas ao uso de drogas. Região Sudeste,
Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e
idade.
Os resultados da associação dos fatores de risco e exposição ao HBV, com ajuste simultâneo por análise
multivariada são apresentados abaixo:
Permaneceram no modelo final da análise multivariada as variáveis: biológicas: idade e sexo; relacionadas ao uso de
drogas: cheirar cola e etilismo.
Tabela 19. Análise multivariada da associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às condições
socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis biológicas
e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. Região Sudeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
*
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Sudeste 125
3. Conclusão
A soroprevalencia estimada classifica o conjunto das capitais do Sudeste como região de baixa endemicidade.
Embora o modelo univariado permita identificar associações e assim identificar grupos para os quais as ações
podem ser voltadas, é possível que algumas associações ocorram devido à presença de fatores de confusão ou
deixem de aparecer pelo mesmo motivo.
O modelo multivariado permite selecionar aquelas variáveis que têm uma associação mais estreita com
soropositividade para o anti-HBc. A associação com idade expressa a maior probabilidade de exposição com o
passar do tempo e a permanência da soropositividade. Também a associação com o sexo masculino expressa a
maior probabilidade de exposição desse grupo. Embora tenha sido observada uma associação com variáveis
relacionadas ao uso de drogas, verifica-se que as mesmas não estão diretamente ligadas a mecanismos de
transmissão. Assim uma maior chance de soropositividade para o anti-HBc para os indivíduos que cheiram cola ou
que são bebedores pesados sugerem que esses hábitos podem estar ligados a comportamentos que implicam em
um maior risco de transmissão e que não foram captados pelas demais variáveis. A ausência de associação com
variáveis relacionadas à via de transmissão sexual na Região Sudeste pode ter ocorrido por um viés de informação,
pela dificuldade de responder questões sobre esse tema em um questionário aplicado no domicilio. Finalmente, os
dados não apontaram, na Região Sudeste, uma associação clara entre soropositividade para o anti-HBc e
condições socioeconômicas. As variáveis identificadas expressam os grupos que devem receber um
monitoramento especial e para os quais devem ser dirigidas medidas preventivas.
V. Hepatite C
1. Soroprevalência da exposição ao HCV:
O resultado da prevalência para o marcador de exposição ao HCV (anti-HCV), referente ao conjunto das capitais do
Sudeste foi de 1,272% (0,910% – 1.635%). O percentual de expostos ao HCV na faixa etária de 10 a 19 foi de 0,903%
(0,492% – 1,314%) e de 1,628% (1,070 % – 2,185%) para os grupo de 20 a 69 anos (gráfico 6).
Gráfico 6.
Soroprevalência
por faixa etária da Hepatite
Viral C (anti-HCV).
Região Sudeste, Brasil.
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)
**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.
A interpretação dos resultados da prevalência do marcador anti-HCV deve levar em conta a alta sensibilidade do
teste diagnóstico utilizado, podendo a soroprevalência estar superestimada.
A prevalência do marcador anti-HCV foi ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho
da população, conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos populacionais,. Os resultados podem ser
considerados como representativos do conjunto das capitais do Sudeste.
Conforme delineamento da pesquisa os fatores de risco foram avaliados para o conjunto das capitais do Brasil, não
havendo poder estatístico para avaliação por região. (Vide capitulo Resultados do Inquérito das Hepatites A, B e C -
Brasil).
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
*
**
Região Sudeste 126
SUL
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
I. Introdução
O Inquérito Nacional de Hepatites Virais (INHV) utilizou para estimativas de amostragem do conjunto das capitais os
dados do IBGE – Censo 2000. Para a Região Sul, população total era de 25.013.161 habitantes, sendo residentes no
conjunto das capitais 259.621 na faixa etária de 5 a 9 anos, 586.270 na faixa etária de 10 a 19 e 2.043.761 na faixa
etária de 20 a 69 anos.
Os aspectos referentes ao delineamento e metodologia estão descritos no capítulo de metodologia. Os dados
apresentados para o Sul referem-se aos dados obtidos para o conjunto das capitais.
Tabela 1. População por faixa etária e amostra estudada para a exposição à infecção pelo vírus das hepatites A, B e C,
referente ao conjunto das capitais da Região Sul, Brasil.
II. Trabalho de Campo
O trabalho de campo foi iniciado em 15/03/2007 com término em 01/01/2008 . As tabelas abaixo apresentam o
tamanho da amostra estimado e atingido por hepatite e por faixa etária. Para a hepatite A, na faixa etária de 5 a 9 anos e
10 a 19 anos foram atingidos, respectivamente, 86% e 121,4% do tamanho da amostra e, para as hepatite B e C, nas
faixas etárias de 10 a 19 anos e 20 a 69 anos, respectivamente, 75,8% e 99,8% do tamanho da amostra.
Tabela 2. Tamanho da amostra, número e percentual de indivíduos submetidos ao exame sorológico, segundo faixa
etária e tipo de hepatite. Região Sul, Brasil.
III. Hepatite A:
1. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV
A prevalência para a exposição à infecção pelo HAV (anti-HAV), referente ao conjunto das capitais do Sul foi de 30,8%
(IC95% 25,6% - 36,1%). O percentual de expostos ao HAV na faixa etária de 5 a 9 foi de 18,9% (IC% 13,7% - 24,1%) e de
34,5% (IC 95% 28,5% - 40,6%) para o grupo de 10 a 19 anos (gráfico 1). Esses resultados apontam para o aumento da
exposição com a idade e colocam o conjunto das capitais do Sul como região de baixa endemicidade.
As prevalências apresentadas foram ajustadas pelo efeito de desenho (design effect) e, quando agrupados os dois
grupos etários, ponderadas pelo tamanho da população em cada um dos grupos, conforme as técnicas de análise
de dados dos inquéritos populacionais. Como no processo de amostragem para cada região utilizou-se uma
partilha proporcional entre as capitais, não houve necessidade de ponderação para o agrupamento dos dados das
diferentes capitais.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Sul 128
Gráfico 1. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV por faixa etária. Região Sul, Brasil.
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.
A tabela 3 apresenta o percentual de indivíduos positivos por idade e os gráficos 2 e 3 a prevalência e a distribuição da
população suscetível de acordo com a idade, usando um modelo catalítico simples. A inclinação da curva
corresponde a uma incidência de 3,2 por 100 pessoas/ano.
Tabela 3. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV por idade. Região Sul, Brasil.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
*
**
Região Sul 129
Igráfico 2. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV por idade estimada pelo modelo catalítico simples. Região Sul,
Brasil.
Gráfico 2. Proporção de indivíduos suscetíveis ao vírus da hepatite A por idade estimada pelo modelo catalítico
simples. Região Sul, Brasil.
2. Fatores associados à Hepatite A
a) Caracterização geral da amostra
As principais características da amostra com relação às variáveis dos três níveis estudados (individual, domicílio e
área) são apresentadas na tabela 4.
Observa-se uma proporção semelhante de indivíduos de ambos os sexos, e 58,8% dos pesquisados na faixa etária
de 10 a 19 anos. Verifica-se que 97,6% dos domicílios amostrados têm abastecimento de água e 73,5% estão
ligados à rede de esgoto. A mediana da média de anos de estudo do chefe da família dos setores censitários
amostrados foi de 7,1 anos.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Sul 130
Tabela 4. Caracterização geral da amostra em relação ao nível individual, de domicílio e de área. Região Sul, Brasil.
b) Fatores associados à exposição ao HAV:
São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HAV e variáveis do nível
individual, domiciliar e de área (setores censitários). A associação entre a soropositividade para o anti-HAV e as
variáveis independentes foi estimada utilizando-se a razão dos produtos cruzados (odds ratio), o intervalo de
confiança de 95% e o valor de p. Devido ao efeito do desenho o odds ratio foi corrigido introduzindo-se um efeito
aleatório. Também foi utilizada uma ponderação uma vez que a fração de amostragem não foi a mesma nos dois
grupos etários. As variáveis dos níveis individual, domiciliar e de área que apresentaram uma associação com o
desfecho na análise univariada (p < 0,10) foram sucessivamente introduzidas em um modelo multinível. Generalized
Linear and Latent Mixed Models (GLLAMM) foram usados para realizar a analise multinível com o Stata 9.2.
Nível individual: A chance de infecção aumentou com a idade. (tabela 5). Analfabetismo (para as crianças maiores
de 7 anos) e escolaridade apresentaram uma associação estatisticamente significante com soropositividade para o
anti-HAV (tabelas 5 e 6).
Tabela 5. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características biológicas. Região Sul,
Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Sul 131
Tabela 6. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características sócioeconômicas.
Região Sul, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Nível domiciliar: Observou-se uma associação inversa e estatisticamente significante entre soropositividade para o
anti-HAV e o nível de escolaridade e de renda do chefe da família (tabela 8). Verifica-se que indivíduos que residem
em domicílios onde ocorre falta d'água, os quais não são ligados à rede de esgoto ou possuem fossa e para os quais
a coleta de lixo não é feita pelo setor publico têm uma maior chance de soropositividade para o anti-HAV. (tabela 7).
Tabela 7. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do domicílio. Região
Sul, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Sul 132
Tabela 8. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do responsável pela
família. Região Sul, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Nível de área: As variáveis chefe da família analfabeto (%), mulheres analfabetas chefes da família (%), escolaridade
do chefe da família (média de anos) e cobertura da coleta de lixo (%) apresentaram uma associação estatisticamente
significante com soropositividade para o anti-HAV, sendo que, para as duas últimas, a associação foi inversa (tabela
9).
Tabela 9. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do setor censitário de
residência. Região Sul, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Os resultados de associação de fatores de risco levando-se em conta os três níveis simultaneamente foram
estimados através do modelo multinível.
Permaneceram no modelo multinível as seguintes variáveis: nível individual: idade e escolaridade; nível domiciliar:
escolaridade e renda do chefe da família, falta d'água e destino das fezes; nível de área: chefe da família analfabeto
(%). (tabela 10)
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Sul 133
Tabela 10. Análise multivariada multinível da associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas
aos níveis individual, de domicílio e de área. Região Sul, Brasil
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
3.Conclusão
Os resultados da soroprevalência classificam conjunto das capitais do Sul como região de baixa endemicidade. A
incidência de exposição ao HAV é de 3,2 por 100 pessoas/ano, na faixa etária de 5 a 19 anos, estimada através do
modelo catalítico simples.
Observou-se uma associação direta entre idade e soropositividade para o anti-HAV. A análise multinível permitiu
identificar uma associação inversa entre soropositividade para o anti-HAV e condições socioeconômicas tanto no
nível individual, como no nível do domicílio e no nível de área. Indivíduos com menor escolaridade ou residindo em
domicílios cujo chefe ganha menos de 2 salários mínimos ou é analfabeto ou, ainda, residindo em áreas (setores
censitários) onde o percentual de chefes da família analfabetos é elevado, tornam-se alvos prioritários de ações de
controle.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Sul 134
*
**
IV. Hepatite B
1. Soroprevalência de marcadores da hepatite B
A prevalência para o marcador de exposição ao HBV (anti-HBc e HBsAg), referente ao conjunto das capitais do Sul foi
de 9,59% (IC95% 8,46% - 10,7%). O percentual de expostos ao HBV na faixa etária de 10 a 19 foi de 1,58% (IC% 0,83%
- 2,32%) e de 11,3% (IC 95% 9,94% - 12,7%) para o grupo de 20 a 69 anos (gráfico 4). Esses resultados apontam para
o aumento da exposição com a idade em consonância com os estudos de soroprevalência da hepatite B.
Gráfico 4. Soroprevalência por faixa etária da Hepatite Viral B (anti-HBc). Região Sul, Brasil.
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)
**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.
Para o marcador HBsAg a prevalência referente ao conjunto das capitais do Sul foi de 0,48% (IC95% (0,21% - 0,75%),
classificando o conjunto das capitais do Sul, como região de baixa endemicidade. A prevalência de HBsAg foi de
0,17% (IC95% 0,0% - 0,41%) na faixa etária de 10 a 19 de 0,55% (IC 95% 0,23% - 0,87%) para o grupo de 20 a 69 anos
(gráfico 5).
Gráfico 5. Soroprevalência por faixa etária da Hepatite Viral B (HBsAg). Região Sul, Brasil.
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)
**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.
Para a subamostra positiva ao anti-HBc os percentuais de positividade ao anti-HBs foi de 67,5% na faixa etária de 10 a
69 anos.
A interpretação dos resultados da prevalência dos marcadores anti-HBc e HBsAg deve levar em conta que a
amostragem do presente estudo foi planejada para ser representativa dos residentes, nas faixas etárias de 10 a 19 e
20 a 69 anos, do conjunto das capitais do Sul.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
*
**
Região Sul 135
As prevalências dos marcadores anti-HBc e HBsAg apresentadas foram ajustadas pelo efeito de desenho (design
effect) e ponderadas pelo tamanho da população, conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos
populacionais. Os resultados podem ser considerados como representativos do conjunto das capitais do Sul.
2. Fatores associados à exposição ao HBV
a) Caracterização da amostra
A distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B na região Sul foi apresentada na tabela 11. Verifica-se
que, na faixa etária de 13 a 69 anos, 7,8% (6,9% – 8,7%) da população foi submetida à transfusão sangüínea, 12,2%
(11,0% – 13,4%) fez tatuagem, 5,9% (5,1% – 6,8%) fez uso de droga cheirada e 0,6% (0,3% – 0,8%) fez uso de droga
injetável. Quanto à vida sexual, a média de idade em que ocorreu a primeira relação foi 17±3,5 anos, 21,8% (20,4% –
23,3%) informou ter o hábito de usar camisinha, 1,7% (1,2% – 2,1%) informou ter tido relação com parceiro que faz
sexo com pessoas do mesmo sexo e 8,0% (7,1% – 8,9%) tem história de doença venérea. Um percentual de 3,4%
(2,8% – 4,0%) informou história de relação sexual com parceiro com hepatite.
Tabela 11. Distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B. Região Sul, Brasil.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Sul 136
São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HBc e variáveis
socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis
biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. São apresentados os
odds ratios brutos e ajustados. Para as varáveis relativas às características do domicílio e do chefe da família os
dados são corrigidos pelo efeito aleatório e ponderados pela razão inversa da fração de amostragem dos grupos
etários. Para as variáveis biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de
drogas, além das correções anteriores os dados foram também ajustados por idade.
Para a análise dos fatores associados foram considerados todos os indivíduos na faixa etária de 13 a 69 anos. Os
indivíduos na faixa de 10 a 12 anos foram excluídos uma vez que não foi aplicada, para esse grupo, a parte do
questionário relativa à vida sexual e ao uso de drogas. Para analise, foi considerada a possibilidade de exclusão dos
indivíduos vacinados uma vez que eles não poderiam se tornar casos. Optou-se por mantê-los na análise
apresentada abaixo por três motivos: 1) 21.49% da população amostrada não forneceu informação sobre vacinação
para hepatite B e a exclusão desse grupo poderia produzir um viés de seleção; 2) no Brasil não são testados os
marcadores sorológicos para a hepatite B antes da vacinação, conseqüentemente os indivíduos que foram
vacinados na adolescência poderiam já ter sido expostos ao vírus; e 3) para permitir a comparabilidade entre as
regiões uma vez que a baixa proporção de não vacinados na Região Norte inviabilizaria a análise de fatores
associados para aquela região se excluídos os não vacinados. Além dos resultados abaixo no qual são incluídos
vacinados e não vacinados, apresentamos, no anexo II os resultados incluindo apenas os não vacinados.
Variáveis biológicas: Observou-se uma associação estatisticamente significante entre soropositividade para o
anti-HBc e idade, sendo maior a chance de positividade nos grupos etários mais velhos. Não se verificou associação
com sexo (tabela 12).
Tabela 12. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características biológicas. Região
Sul, Brasil.
Variáveis relacionadas às características do domicílio: Observou-se uma associação estatisticamente
significante entre variáveis relativas às características do domicílio e soropositividade para o anti-HBc. Indivíduos que
vivem em situação socioeconômica menos favorecida, vivendo em domicílios que não são ligados à rede de esgoto
têm uma maior chance de positividade para o anti-HBc (tabela 13).
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Sul 137
Tabela 13. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características do domicílio – SUL
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Variáveis socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família e do indivíduo: observou-se
uma associação estatisticamente significante e inversa entre positividade para o anti-HBc e variáveis
socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família: escolaridade e do indivíduo: escolaridade
(tabelas 14 e 15). Verifica-se uma menor chance de infecção para os indivíduos que têm maior escolaridade ou que
habitam em domicílios cujos chefes têm nível fundamental ou médio, ou curso superior. Também se observou uma
associação com trabalho em atividade remunerada sendo maior a chance de soropositividade para os indivíduos
que residem em domicílios cujos chefes não exercem atividade remunerada.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Sul 138
Ttabela 14. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas
do chefe da família. Região Sul, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Tabela 15. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas do
indivíduo. Região Sul, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea: Observou-se que os indivíduos que receberam
transfusão sanguínea nos 12 meses prévios ou compartilham escova de dentes apresentam uma maior chance de
soropositividade para o anti-HBc. Para as demais variáveis a associação não foi estatisticamente significante.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Sul 139
Tabela 16. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea. Região
Sul, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Variáveis relacionadas à via de transmissão sexual: Ter iniciado vida sexual e, para aqueles que já iniciaram vida
sexual, não usar camisinha regularmente, ter tido doença venérea ou ter tido outro parceiro apresentaram uma
associação estatisticamente significante com soropositividade para o anti-HBc. Para as demais variáveis a
associação com anti-HBc não foi estatisticamente significante (tabela 17).
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Sul 140
Ttabela 17. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sexual. Região
Sul, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Variáveis relacionadas ao uso de drogas e álcool: Os usuários de drogas cheiradas e injetáveis e os indivíduos
que cheiram cola apresentaram maior chance de soropositividade ao anti-HBc.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Sul 141
Tabela 18. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas ao uso de drogas e álcool. Região Sul,
Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Os resultados da associação dos fatores de risco e exposição ao HBV, com ajuste simultâneo por análise multivariada
são apresentados abaixo:
Permaneceram no modelo final da análise multivariada as variáveis: relacionadas às características socioeconômicas
do domicílio; destino das fezes; relacionadas às características socioeconômicas do indivíduo: escolaridade;
biológicas: idade; relacionadas à via de transmissão sanguínea: transfusão, endoscopia e compartilhamento de
escova de dente; relacionadas à via de transmissão sexual: haver iniciado vida sexual e, para aqueles que iniciaram
vida sexual, não usar camisinha regularmente (tabela 19).
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Sul 142
Tabela 19. Análise multivariada da associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas condições
socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis biológicas
e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. Região Sul, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
3. Conclusão
A soroprevalencia estimada classifica o conjunto das capitais do Sul como região de baixa endemicidade.
O modelo multivariado permite selecionar aquelas variáveis que têm uma associação mais estreita com
soropositividade para o anti-HBc. A associação com idade expressa a maior probabilidade de exposição com o
passar do tempo e a permanência da soropositividade. Os resultados sugerem que tanto a via de transmissão
sexual como a sanguínea podem ser importantes na Região Sul. Indivíduos que foram submetidos à transfusão
sanguínea nos 12 meses prévios, fizeram endoscopia alguma vez na vida ou compartilham escova de dente
apresentaram maior chance de soropositividade para o anti-HBc. Como nesse tipo de estudo não é possível
estabelecer a seqüência temporal, a associação com as variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea:
transfusão sanguínea e endoscopia pode ser interpretada de duas formas.
Variáveis OR* IC (95%) p-valor
Idade 1,04 1,03 – 1,05 0,000
Escolaridade
Analfabeto 1,0 - -
Ensino fundamental 0,78 0,53 – 1,15 0,214
Ensino médio e superior 0,51 0,32 – 0,81 0,004
Destino das fezes
Rede pública 1,0 - -
Fossa 1,71 1,28 – 2,29 0,000
Compartilha escova de dente
Não 1,0 - -
Sim 1,81 1,05 – 3,11 0,032
Fez transfusão de sangue
Nunca 1,0 - -
Últimos 12 meses 2,28 1,11 – 4,67 0,024
Alguma vez na vida 0,68 0,41 – 1,15 0,152
Fez endoscopia
Nunca 1,0 - -
Últimos 12 meses 1,27 0,80 – 2,05 0,311
Alguma vez na vida 1,33 0,99 – 1,80 0,059
Uso de droga cheirada
Não 1,0 - -
Sim 1,73 1,01 – 2,97 0,048
Uso de droga injetável
Não 1,0 - -
Sim 2,49 0,82 – 7,54 0,106
Tem o hábito de usar camisinha
Não iniciou vida sexual 1,0 - -
Sim, regularmente 2,41 0,96 - 6,06 0,060
Sim, às vezes ou nunca 3,68 1,65 – 8,22 0,001
Não informou 3,90 1,54 – 9,88 0,004
Região Sul 143
É possível que a transfusão ou endoscopia sejam a fonte de transmissão. É igualmente plausível que esses
procedimentos tenham sido realizados em decorrência das manifestações clínicas da infecção. Estudos de coorte
poderão esclarecer a sequencia temporal da associação. Indivíduos que já iniciaram a vida sexual e que não fazem
uso regular de camisinha têm maior chance de soropositividade para o anti-HBc. O mesmo é verdadeiro para os
usuários de drogas cheiradas ou injetáveis. Finalmente, os dados apontam que na Região Sul existe uma associação
de soropositividade para o anti-HBc com baixas condições socioeconômicas expressas aqui pela menor
escolaridade do indivíduo ou pela residência em domicílios que não estão ligados à rede de esgoto. As ações a
serem planejadas devem levar em consideração as especificidades desse grupo social. Todas essas variáveis
expressam os grupos que devem receber um monitoramento especial e para os quais devem ser dirigidas medidas
preventivas.
V. Hepatite C
1. Soroprevalência da exposição ao HCV:
O resultado da prevalência para o marcador de exposição ao HCV (anti-HCV), referente ao conjunto das capitais do
Sul foi de 1,190% (0,765 % – 1,614%). O percentual de expostos ao HCV na faixa etária de 10 a 19 foi de 0,508% (0,122
% – 0,894%) e de 1,704% (1,085% – 2,322%) para os grupo de 20 a 69 anos (gráfico 4).
Gráfico 6. Soroprevalência por faixa etária da Hepatite Viral C (anti-HCV). Região Sul, Brasil.
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)
**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.
A interpretação dos resultados da prevalência do marcador anti-HCV deve levar em conta a alta sensibilidade do teste
diagnóstico utilizado, podendo a soroprevalência estar superestimada.
A prevalência do marcador anti-HCV foi ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho
da população, conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos populacionais. Os resultados podem ser
considerados como representativos do conjunto das capitais do Sul.
Conforme delineamento da pesquisa os fatores de risco foram avaliados para o conjunto das capitais do Brasil, não
havendo poder estatístico para avaliação por região. (Vide capítulo Resultados do Inquérito das Hepatites A, B e C -
Brasil).
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Região Sul 144
ANÁLISE COMPARATIVA PARA O CONJUNTO DAS CAPITAIS BRASILEIRAS
POR MACRO-REGIÕES E DISTRITO FEDERAL POR HEPATITE.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
I. Hepatite A
1. Analise comparativa da prevalência à exposição ao HAV pelas Macroregiões e Distrito Federal.
Baseado em 6.468 indivíduos testados sorologicamente, a prevalência global de infecção pelo HAV foi de 39,5%
(IC95% 36,5 - 42,5) para o conjunto das capitais brasileiras e Distrito Federal. Essa estimativa da prevalência foi
ajustada por faixa etária, efeito de desenho e Macroregião. O resultado global pode ser interpretado como o nível de
exposição ao HAV em amostra representativa da faixa etária de 5 a 19 anos da população das capitais das
Macroregiões e Distrito Federal.
A tabela 1 e a figura 1 mostram os resultados da prevalência estratificada por faixa etária e pelas Macroregiões e
Distrito Federal.
Tabela 1. Prevalência de infecção pelo vírus da Hepatite A (anti-HAV (IgG)) por faixa etária para o conjunto das capitais
das Macroregiões do Brasil e do Distrito Federal.
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderadas pelo tamanho da população da região.
**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.
Figura 1. Prevalência de infecção pelo vírus da Hepatite A (anti-HAV (IgG)) por faixa etária para o conjunto das capitais
das Macroregioes do Brasil e do Distrito Federal.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
* **
Análise comparativa 146
Figura 1. Prevalência de infecção pelo vírus da Hepatite A (anti-HAV (IgG)) por faixa etária para o conjunto das capitais
das Macroregioes do Brasil e do Distrito Federal (continuação).
A prevalência de infecção ao HAV foi menor para a faixa etária mais jovem. Houve variação de prevalência à exposição
ao VHA entre as regiões estudadas (tabela1 e figura 1). Dois patamares distintos quanto à prevalência do marcador
sorológico para a Hepatite A foram evidenciados. Regiões Sul e Sudeste, que correspondem as áreas de menor
prevalência e, outro, que incluiu as demais regiões. Essa diferença torna-se mais nítida quando se compara a faixa
etária de 10 a 19 anos ou quando as duas faixas etárias são consideradas simultaneamente. As Regiões Sul e
Sudeste apresentaram uma prevalência em torno de 30%, seguido o Distrito Federal com prevalência de
aproximadamente 40% e das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste com prevalências superiores a 50%.
As estimativas de incidência por idade, calculadas através do modelo catalítico simples, evidenciaram também dois
patamares distintos. Nas Macrorregiões Norte, Nordeste e Centro-oeste (DF) a prevalência aos 5 anos e a força de
infecção foram maiores do que nas regiões Sul e Sudeste (gráfico 1).
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Análise comparativa 147
Gráfico 1. Soroprevalência de anticorpos aint-HAV por idade estimada pelo modelo catalítico simples. Macrorregioes
do Brasil e do Distrito Federal.
Vale ressaltar que a população estudada foi restrita a população brasileira das capitais das Macro-regiões e do DF na
faixa etária de 5 a 19 anos.
2. Analise comparativa dos fatores associados à exposição ao HAV.
Nível individual: Não houve associação entre exposição ao sexo. A faixa etária apresentou associação
estatisticamente significante à soropositividade ao HAV em todas as Macro-regiões e DF. Como o marcador
sorológico permanece positivo após a exposição ao VHA, essa associação reflete o caráter cumulativo da infecção.
Isto é, indivíduos com maior idade têm maior chance de terem tido a infecção pelo HAV. Quanto à escolaridade os
dados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste sugerem um aumento da chance de infecção para aqueles que
não sabem ler e escrever enquanto que o oposto ocorreu para o Distrito Federal, Sul e Sudeste, embora a associação
seja estatisticamente significante apenas para o Nordeste, Sul e Sudeste. Ressalte-se que as medidas de
associação estão ajustadas por idade (exceto para faixa etária). Os resultados também indicam que maior
escolaridade corresponde a uma menor chance de infecção (tabela2).
Tabela 2. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às caracteristicas biológicas e
socioeconômicas. Macrorregiões do Brasil e Distrito Federal.
Odds Ratio ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade, e ponderadas pelo tamanho da população por
faixa etária.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Análise comparativa 148
Nível domíciliar: Um segundo nível de análise representada por dados primários das características sócio-
econômicas do chefe da família e do domicílio está descrito nas tabelas 3 e 4. A análise univariada dos fatores
associados às características do chefe da família evidenciaram relação inversa entre renda e escolaridade do chefe
da família e soropositividade ao HAV, sendo que esta associação não é estatisticamente significante para a região
Norte. A condição socioeconômica do chefe da família expressa, na maioria das vezes, a condição da família como
um todo.
Na região Centro-oeste evidenciou-se uma maior chance de exposição ao HAV nos domicílios aonde a água não
chega por encanamento (OR=1,91; p<0,005). Nas Regiões Nordeste e Distrito Federal os resultados sugerem uma
maior chance de infecção nos domicílios que não estão ligados à rede de esgoto, porém os valores de p são
limítrofes, enquanto nas regiões Sul e Sudeste a chance foi maior nos domicílios que não estavam ligados à rede
pública de esgoto e sem fossa. Na Região Sul verificou-se também uma associação estatisticamente significante
com destino do lixo. As variáveis relativas às características dos domicílios compreendem um grupo de fatores que
expressam a condição socioeconômica da família que ali habita, alguns deles podendo também estar relacionados
ao mecanismo de transmissão da hepatite A (condições de saneamento e destino do lixo).
Tabela 3. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do responsável pela
família. Macrorregiões do Brasil e Distrito Federal.
Odds Ratio ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e ponderado pelo tamanho da população por faixa etária.
Tabela 4. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do domicílio.
Macrorregiões do Brasil e Distrito Federal.
Odds Ratio ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e ponderado pelo tamanho da população por faixa etária.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Análise comparativa 149
No modelo multivariado as estimativas das medidas de associação de cada uma das variáveis estão ajustadas pelas
demais. De uma maneira geral os resultados apontam, para todas as regiões, uma clara associação inversa entre as
condições socioeconômicas e a soropositividade para infecção pelo vírus da hepatite A. No entanto as variáveis que
caracterizam essa situação não são as mesmas em todas as áreas. No nível individual, a escolaridade do indivíduo
aparece associada na Região Norte, Distrito Federal e Região Sul. No nível do domicílio, as condições de
abastecimento d'água e destino dos dejetos discriminaram a infecção nas Regiões Sul (destino dos dejetos) e
Sudeste (freqüência de falta d'água) a diferença na direção da medida de associação no Sul e Sudeste sugere que
essa variável pode representar um marcador socioeconômico. Ainda nesse nível, renda e escolaridade do chefe da
família aparecem, respectivamente, em quatro e três das regiões estudadas. Finalmente, variáveis contextuais (nível
de setor censitário) estão associadas à infecção mesmo quando ajustadas para aquelas dos níveis anteriores.
Tabela 5. Análise multivariada multinível para a associação entre positividade ao anti-HAV e unitários relacionados aos
níveis individuas, de domicílio e de área. Macrorregiões do Brasil e Distrito Federal.
3. Analise comparativa de historia de hepatite A e de vacinação contra hepatite A.
A resposta à pergunta “já teve ou tem hepatite?” traduz duas situações: presença (ou ausência) de infecção
sintomática e, condicional à primeira, a percepção da sintomatologia (icterícia). A associação dessa variável com
a presença de marcador sorológico é estatisticamente significante para o Distrito Federal, Sul e Sudeste. Como o
marcador sorológico para infecção pregressa e imunidade pós-vacinal é o mesmo os dados relativos à vacina
não permitem conclusões quanto à efetividade da mesma.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Análise comparativa 150
Tabela 6. Associação entre variáveis relacionadas a história de hepatite A e de vacinação contra hepatite A e
positividade ao anti-HAV para o conjunto das capitais das Macrorregiões do Brasil e Distrito Federal.
Odds Ratio ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade, e ponderado pelo tamanho da população por
faixa etária.
4. Considerações e recomendações
Os resultados do Inquérito de base populacional para a exposição ao HAV possibilitaram caracterizar a população
das capitais das Macrorregiões como de média ou baixa endemicidade, diferentemente de estudos anteriores que
classificavam o Brasil como um todo, como região de alta endemicidade. Esse novo cenário epidemiológico coloca
em pauta a discussão da inclusão da vacina contra a hepatite A no calendário vacinal. Assim, a recomendação é
priorizar estudos de custo-efetividade da introdução da vacina anti-HAV como pré-requisito para essa tomada de
decisão.
Observou-se uma associação inversa entre as condições socioeconômicas e a infecção. Variáveis ao nível
individual, domiciliar e contextual, indicativas de condições socais desfavoráveis, puderam discriminar grupos
populacionais sob maior risco de exposição viral, para os quais as ações de prevenção podem ser prioritariamente
direcionadas. Finalmente, depreende-se que investimentos em melhoria de condições de vida terão um impacto
positivo no controle da infecção pelo HAV.
Os resultados desse inquérito de base populacional relativos às Regiões Nordeste, Centro-Oeste e Distrito Federal
foram publicados (Ximenes et al., 2008).
Ximenes RA, Martelli CM, Merchán-Hamann E, Montarroyos UR, Braga MC, de Lima ML, Cardoso MR, Turchi MD, Costa MA, de Alencar LC, Moreira
RC, Figueiredo GM, Pereira LM for the hepatitis study group, 2008. Multilevel analysis of hepatitis A infection in children and adolescents: a household
survey in the Northeast and Central-west regions of Brazil. Int J Epidemiol 37: 852–861.
II Hepatite B
1. Analise comparativa da prevalência à exposição ao HBV.
Baseado em 19.634 indivíduos testados sorologicamente, a prevalência global de exposição ao HBV foi de 7,44%
(IC95% 6,82 - 8,05), para a população de 10 a 69 anos do conjunto das capitais brasileiras por macrorregiões e DF.
Essa estimativa da prevalência foi ajustada por faixa etária, efeito de desenho e macrorregião. Esse resultado global
de prevalência pode ser interpretado como o nível de exposição ao HBV (anti-HBc) em amostra representativa da
faixa etária de 10 a 69 anos da população das capitais das macrorregiões e DF.
A tabela 7 e a figura 2 mostram os resultados da prevalência de exposição ao VHB, estratificada por faixa etária e pelas
macrorregiões e DF.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Análise comparativa 151
Tabela 7. Prevalência de infecção pelo vírus da Hepatite B (anti-HBc) por faixa etária para o conjunto das capitais das
Macrorregiões do Brasil e Distrito Federal.
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderadas pelo tamanho da população da região.**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.
Os dados de prevalência para o marcador anti-HBc apontaram para diferenças entre as regiões quando as duas faixas etárias são consideradas conjuntamente. As menores prevalências do marcador anti-HBc foram observadas no Centro-Oeste (4,30%) e Distrito Federal (3,07%), seguindo-se do Sudeste (6,33%). Os níveis de exposição ao HBV mais elevados foram observadas nas macrorregiões Nordeste (9,13%), Sul (9,59%) e Norte (10,90%) (tabela7 e figura 2).
Figura 2. Prevalência de infecção pelo vírus da Hepatite B (anti-HBc) por faixa etária para o conjunto das capitais das Macroregioes do Brasil e do Distrito Federal.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Análise comparativa 152
* * **
Figura 2. Prevalência de infecção pelo vírus da Hepatite B (anti-HBc) por faixa etária para o conjunto das capitais das
Macrorregiões do Brasil e do Distrito Federal (continuação).
A prevalência de exposição ao HBV foi menor para a população da faixa etária de 10 a 19 anos em todas as regiões
estudadas, variando de 0,94% a 2,12%, para as macrorregiões Norte e Nordeste, respectivamente. Nesta faixa etária
mais jovem não houve diferença estatisticamente significante das prevalências do marcador de exposição ao HBV
entre as diferentes regiões.
As tabelas 8 e 9 apresentam os resultados dos marcadores sorológicos anti-HBs e HBsAg para os indivíduos
soropositivos para o marcador anti-HBc, utilizado como triagem sorológica inicial no presente inquérito.
Entre os indivíduos soropositivos para o anti-HBc, a freqüência de positividade para o anti-HBs, variou de 67,5% na
região Sul a 78,4% na região Norte (tabela 8).
Tabela 8. Prevalência de infecção pelo vírus da Hepatite B (anti-HBs) por faixa etária para o conjunto das capitais das
Macroregioes do Brasil e Distrito Federal.
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderadas pelo tamanho da população da região.
**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo dos grupos etários.
Tabela 9. Prevalência de infecção pelo vírus da Hepatite B (HBsAg) por faixa etária para o conjunto das capitais das
Macroregioes do Brasil e Distrito Federal.
*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderadas pelo tamanho da população da região.
**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada dos grupos etários.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Análise comparativa 153
* * **
* * **
Para o marcador HBsAg a prevalência variou de 0,37%, variando de 0,31% a 0,63% para as regiões Sudeste e Norte,
respectivamente. Os resultados do marcador HBsAg deste inquérito de base populacional possibilitou caracterizar a
população das capitais das macrorregiões como de baixa endemicidade para o vírus da hepatite B. Vale ressaltar
que a população estudada correspondeu a uma amostra representativa da população brasileira residente nas
capitais das Macrorregiões e do DF, na faixa etária de 10 a 69 anos.
1.Analise comparativa das características biológicas e fatores relacionados a exposição ao HBV.
Os resultados referentes aos fatores individuais e potenciais fatores relacionados à exposição ao HBV foram
analisados para o grupo etário de 13 a 69 anos, uma vez que os respondentes com menores 13 anos não foram
investigados quanto ao comportamento sexual e uso de drogas. Para os fatores associados foram realizadas duas
análises, uma considerando todos os indivíduos e, outra, apenas os não vacinados. Os resultados discutidos abaixo
se referem a todos os indivíduos.
Variáveis Biológicas: Verifica-se uma associação estatisticamente significante entre sexo e infecção ao HBV, com
maior chance de infecção para o sexo masculino, para todas as regiões, exceto para a Região Norte, onde o valor de
p é limítrofe, e Região Sul. O aumento da soropositividade com o aumento da idade traduz uma maior chance de
infecção ao HBV ao longo da vida. Como o marcador sorológico permanece positivo após a exposição ao HBV, essa
associação reflete o caráter cumulativo da infecção. Chama a atenção o aumento superior a 10 vezes da prevalência
na faixa etária de 20 a 39 anos, quando comparado à faixa etária de 13 a 19 anos para a região Norte (OR igual a 12,6)
(tabela 10).
Tabela 10. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis às características biológicas do indivíduo.
Macrorregiões do Brasil e Distrito Federal.
Odds Ratio ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade, e ponderado pelo tamanho da população por
faixa etária.
Varíaveis relacionados à via de transmissão sanguínea: A tabela 11 apresenta os fatores associados à via de
transmissão sanguínea. Ter sido submetido à transfusão sanguínea nos últimos seis meses foi fator de risco para
infecção para o HBV na Região Sul. Haver sido hospitalizado esteve associado à infecção nas Regiões Centro-Oeste
e Distrito Federal. Haver sido submetido à endoscopia apresentou uma associação estatisticamente significante
com a infecção na Região Centro-Oeste e, na Região Sul, o valor de pro-limítrofe. Tatuagem esteve associada à
soropositividade na Região Nordeste e na Região Sudeste tem um valor de p limítrofe. Compartilhar objetos cortantes
apresentou uma associação com direção inversa à esperada. Tratamento dentário aparece como um fator de
proteção na Região Centro-Oeste, talvez expressando uma melhor condição socioeconômica daqueles que são
submetidos a esse tratamento. Diferentes variáveis, potencialmente vinculadas à transmissão sanguínea, foram
identificadas nas diferentes regiões.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Análise comparativa 154
Tabela 11. Associação da positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à transmissão sanguínea. Macrorregiões
do Brasil e Distrito Federal.
Odds Ratio ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade, e ponderado pelo tamanho da população por faixa
etária.
Variáveis relacionadas à via de transmissão sexual: A tabela 12 sumariza os fatores potencialmente associados à
transmissão sexual. O início da vida sexual esteve associado à infecção ao HBV nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e
Sul. O hábito de não usar camisinha aumentou o risco de infecção pelo HBV na Região Sul. Parceiro sexual ter tido
hepatite apresentou uma associação estatisticamente significante na Região Centro-Oeste. O parceiro(a) sexual ter
tido relação sexual com indivíduo do mesmo sexo teve uma associação estatisticamente significante nas Regiões
Norte e Nordeste; as Regiões Centro-Oeste e Sul têm valor de odds ratio de aproximadamente dois e os intervalos de
confiança são amplos sugerindo que a associação pode não ter sido estatisticamente significante devido ao poder da
amostra. Ter tido doença venérea apresentou uma associação estatisticamente significante apenas na Região
Nordeste, porém o valor de p é limítrofe no Distrito Federal, Sudeste e Sul, indicando limitações no poder estatístico do
estudo para algumas variáveis de menor frequência na população geral. Ter tido outro parceiro não apresenta
associação estatisticamente significante na Região Nordeste; nas demais regiões o valor de p é menor do que 0,05,
exceto no Sudeste onde é limítrofe.
Tabela 12. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à transmissão sexual. Macrorregiões do
Brasil e Distrito Federal.
*Odds Ratio ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e idade, e ponderadas pelo tamanho da população por
faixa etária.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Análise comparativa 155
Variáveis relacionadas a uso de drogas: O uso de droga fumada apresentou uma associação ao HBV
estatisticamente significante nas Regiões Norte, Nordeste e Sudeste. Cheirar cola esteve associado com a infecção
nas Regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sul; nas Regiões Norte e Distrito Federal os valores do odds ratio foram iguais
ou maiores que dois, embora não estatisticamente significante. Na região Nordeste e Sul a associação com a
infecção foi estatisticamente significante. A associação com o uso de drogas pode não apresentar uma relação direta
com o mecanismo de transmissão; entretanto os resultados sugerem que o uso dessas drogas reflete
comportamentos subjacentes diretamente associados à transmissão. Ser classificado como bebedor pesado
apresentou um maior risco de infecção ao HBV nas Regiões Nordeste e Sudeste e valor limítrofe na Região Norte
(tabela 13).
Variáveis socioeconômica relacionadas as características do chefe de família e do domicílio: A analise
univariada para as variáveis relacionadas às características do chefe da família (tabela 14) e domicilio (tabela 15). Não
houve um padrão claro de associação entre a situação socioeconômica caracterizada pelas condições do domicílio
e soropositividade para o marcador anti-HBc. Para todas as regiões verificou-se uma relação inversa entre o maior
nível de escolaridade do chefe da família e a infecção, sendo que para o Sudeste e Sul a associação não foi
estatisticamente significante. O chefe da família ter trabalhado em atividade remunerada na semana anterior aparece
associada à infecção ao HBV nas Regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, porém a direção da associação no Centro-
Oeste é diferente das outras duas Regiões, sugerindo que essa situação expressa diferentes condições
socioeconômicas nos diferentes contextos.
No entanto, para as regiões Nordeste, Centro-Oeste, Distrito Federal e Sul, a situação que expressa a pobreza em um
grau mais extremo, ou seja, domicílios que não estão ligados à rede pública de saneamento nem possuem fossa,
esteve associada a uma maior chance de infecção.
Tabela 13. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas ao uso de drogas. Macrorregiões do
Brasil e Distrito Federal.
*Odds Ratio ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e idade, e ponderadas pelo tamanho da população por
faixa etária.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Análise comparativa 156
Tabela 14. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas ao responsável pelo domicilio.
Macrorregiões do Brasil e Distrito Federal.
*Odds Ratio ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho da população por faixa etária.
Tabela 15. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas ao domicilio. Macrorregiões do Brasil e
Distrito Federal.
*Odds Ratio ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho da população por faixa etária.
Na análise multivariada estão selecionadas as variáveis que apresentam uma associação mais estreita com a
infecção. O sexo masculino esteve associado a um maior risco de infecção em todas as Regiões, exceto a Região
Norte e a Sul, e referir ter recebido vacina contra a hepatite B permanece no modelo final apenas da Região Nordeste.
As Regiões Centro-Oeste, Distrito Federal e Sul apresentaram associação com fatores ligados à transmissão
sanguínea e em todas as Regiões, exceto a Região Sudeste, variáveis ligadas à transmissão sexual estão associadas
à infecção. O uso de drogas ilícitas e o uso excessivo de álcool estão no modelo final das Regiões Norte, Sudeste e
Sul (tabela 16).
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Análise comparativa 157
Tabela 16. Análise multivariada para os fatores de risco relacionados à infecção pelo vírus da hepatite B para o
conjunto das capitais das Macroregioes do Brasil e Distrito Federal.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Análise comparativa 158
Tabela 16. Análise multivariada para os fatores de risco relacionados à infecção pelo vírus da hepatite B para o conjunto
das capitais das Macroregioes do Brasil e Distrito Federal (continuação).
Considerações e recomendações
Os resultados do Inquérito de base populacional para a exposição ao HBV possibilitou caracterizar a população das
capitais das Macrorregiões como de baixa endemicidade. Esses achados poderiam em parte ser explicados pela
inclusão da vacina contra a hepatite B no calendário básico de vacinação desde 1998, e à sua disponibilização para
crianças e adolescentes a partir de 2001. Prevalencias menores na faixa etária de 10 a 19 anos poderiam refletir os
níveis de exposição ao VHB na coorte de vacinados, que corresponde à população de menor idade. Os fatores
associados à infecção mostraram as especificidades das diferentes regiões e apontaram para necessidade de
medidas de prevenção e controle, que levem em conta as diferenças regionais evidenciadas pelo estudo.
Dados relativos às Regiões Nordeste, Centro-Oeste e Distrito Federal em relação a prevalência e fatores associados
a exposição ao VHB foram publicados (Pereira et al, 2009).
Leila M. M. B. Pereira , * Celina M. T. Martelli , Edgar Merchán-Hamann , Ulisses R. Montarroyos , Maria C. Braga , Maria L. C. de Lima , Maria R. A.
Cardoso , Marília D. Turchi , Marcelo A. Costa , Luiz C. A. de Alencar , Regina C. Moreira , Gerusa M. Figueiredo , and Ricardo A. A. Ximenes for the
Hepatitis Study Group. Population-Based Multicentric Survey of Hepatitis B Infection and Risk Factor Differences among Three Regions in Brazil. Am. J.
Trop. Med. Hyg., 81(2), 2009, pp. 240–247
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Análise comparativa 159
ANEXO I
PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS
À EXPOSIÇÃO AO HBV ENTRE OS INDIVÍDUOS
NÃO VACINADOS POR REGIÃO
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo I 161
**
REGIÃO NORDESTE
I. Introdução
Essa análise é restrita aos indivíduos não vacinados contra a hepatite B. Os vacinados foram excluídos pela
impossibilidade de tornarem-se positivos para o anti-HBc. Uma limitação dessa abordagem é que os indivíduos que
foram vacinados na adolescência podem ter sido expostos previamente ao vírus, uma vez que no Brasil não são
testados os marcadores sorológicos para a hepatite B antes da vacinação.
O critério utilizado para definir o status vacinal foi o auto-relato. Para aqueles indivíduos que também apresentaram
cartão vacinal, essa informação foi validada comparando-a com aquela do cartão. Esses resultados encontram-se
no capitulo Resultados Brasil.
II. Soroprevalência de anticorpos anti-HBc entre os não vacinados
Os indivíduos que informaram não haver recebido vacina contra hepatite B na Região Nordeste correspondem a
aproximadamente 50% do total da amostra. A soroprevelência de anticorpos anti-HBc nesse grupo (9,8%; 8,1% –
11,4%) foi aproximadamente o dobro daquela encontrada entre os vacinados (4,7%; 3,3% - 6,1%).
Fatores associados à exposição ao HBV entre os indivíduos não vacinados:
São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HBc e variáveis
socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis
biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. São apresentados os
odds ratios ajustados. Para as varáveis relativas às características do domicílio e do chefe da família os dados são
corrigidos pelo efeito aleatório e ponderados pela razão inversa da fração de amostragem dos grupos etários. Para as
variáveis biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas, além das
correções anteriores os dados foram também ajustados por idade.
Para a análise dos fatores associados foram considerados todos os indivíduos na faixa etária de 13 a 69 anos. Os
indivíduos na faixa de 10 a 12 anos foram excluídos uma vez que não foi aplicada, para esse grupo, a parte do
questionário relativa à vida sexual e ao uso de drogas.
Variáveis biológicas: Observou-se uma associação estatisticamente significante entre soropositividade para o anti-
HBc e sexo e idade, sendo maior a chance de positividade no sexo masculino e nos grupos etários mais velhos.
(tabela 1).
Tabela 1. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características biológicas entre os
indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Nordeste, Brasil.
* Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
** Ajustado pelo efeito do desenho.
Variáveis relacionadas às características do domicílio: Observou-se uma associação estatisticamente
significante entre variáveis relativas às características do domicílio e soropositividade para o anti-HBc. Indivíduos que
vivem em situação socioeconômica menos favorecida, vivendo em domicílios onde não há coleta de lixo têm uma
maior chance de positividade para o anti-HBc (tabela 2).
Tabela 2. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características do domicílio entre os
indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Nordeste, Brasil.
* Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Variáveis socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família e do indivíduo: observou-se
uma associação estatisticamente significante e inversa entre positividade para o anti-HBc e variáveis
socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família: escolaridade e do indivíduo: escolaridade
(tabelas 3 e 4). Verifica-se uma menor chance de infecção para os indivíduos que têm maior escolaridade ou que
habitam em domicílios cujos chefes têm nível médio ou curso superior.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo I 162
Tabela 3. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas do
chefe da família, entre os indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Nordeste, Brasil.
* Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Tabela 4. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas do
indivíduo, entre os indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Nordeste, Brasil.
* Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea: Observou-se que os indivíduos que têm tatuagem
apresentaram uma maior chance de soropositividade para o anti-HBc. As demais variáveis não apresentaram uma
associação estatisticamente significante.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo I 163
Tabela 5. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, entre os
indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Nordeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Variáveis relacionadas à via de transmissão sexual: Ter iniciado vida sexual e, para aqueles que já iniciaram vida
sexual, ter historia de doença venérea ou ter tido um parceiro que faz sexo com pessoas do mesmo sexo,
apresentaram uma associação estatisticamente significante com soropositividade para o anti-HBc. Para as demais
variáveis a associação com anti-HBc não foi estatisticamente significante.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo I 164
Transmissão sanguínea
Hepatite B OR (IC)* p-valor Positivo Negativo
n % n % Tratamento dentário
Nunca 21 9,8 193 90,2 1,0 -
Últimos 12 meses 46 7,8 540 92,2 0,84 (0,43 – 1,65) 0,618 Alguma vez na vida 92 11,3 725 88,7 0,99 (0,52 – 1,89) 0,987
Total 159 - 1.458 - Fez cirurgia
Nunca 78 8,7 818 91,3 1,0 -
Últimos 12 meses 15 8,9 153 91,1 0,73 (0,35 – 1,50) 0,392 Alguma vez na vida 65 11,9 482 88,1 0,83 (0,54 – 1,27) 0,395
Total 158 - 1.458 - Fez transfusão de sangue
Nunca 145 9,6 1.365 90,4 1,0 -
Últimos 12 meses 02 12,5 14 87,5 0,97 (0,21 – 4,54) 0,970 Alguma vez na vida 10 14,7 58 85,3 0,90 (0,42 – 1,94) 0,787
Total 157 - 1.457 - Foi hospitalizado
Nunca 102 9,2 1.003 90,8 1,0 -
Últimos 12 meses 15 10,6 126 89,4 0,95 (0,45 – 1,99) 0,896 Alguma vez na vida 42 11,3 328 88,7 1,07 (0,69 – 1,66) 0,763
Total 159 - 1.457 - Fez endoscopia
Nunca 120 8,8 1.244 91,2 1,0 -
Últimos 12 meses 15 15,6 81 84,4 1,17 (0,62 – 2,19) 0,622 Alguma vez na vida 23 15,0 130 85,0 1,16 (0,66 – 2,05) 0,597
Total 158 - 1.455 - Tatuagem
Não 146 9,6 1.383 93,4 1,0 -
Sim 13 14,8 75 85,2 2,24 (1,17 – 4,30) 0,015 Total 159 - 1.458 -
Piercing Não 154 9,9 1.393 90,1 1,0 - Sim 05 7,2 64 92,8 1,02 (0,31 – 3,30) 0,976 Total 159 - 1.457 -
Compartilha escova de dentes Não 148 9,9 1.348 90,1 1,0 - Sim 11 9,1 110 90,9 1,20 (0,58 – 2,50) 0,623 Total 159 - 1.458 -
Compartilha objetos cortantes Não 58 12,3 414 87,7 1,0 - Sim 101 8,8 1.044 91,2 0,88 (0,61 – 1,29) 0,527 Total 159 - 1.458 -
Trabalha(ou) em serviço de saúde Não 151 9,8 1.394 90,2 1,0 -
Sim 08 11,6 61 88,4 0,79 (0,37 – 1,68) 0,550 Total 159 - 1.455 -
Tabela 6. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sexual, entre os
indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Nordeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Variáveis relacionadas ao uso de drogas: Os usuários de drogas fumadas e cheiradas, apresentaram maior
chance de soropositividade ao anti-HBc.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo I 165
Tabela 7. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas ao uso de drogas, entre os indivíduos
não vacinados contra hepatite B. Região Nordeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Os resultados da associação dos fatores de risco e exposição ao HBV, com ajuste simultâneo por análise
multivariada, são apresentados abaixo:
Permaneceram no modelo final da análise multivariada as variáveis: relacionadas às características socioeconômicas
do indivíduo: escolaridade; biológicas: idade e sexo; relacionadas à via de transmissão sanguínea: tatuagem;
relacionadas à via de transmissão sexual: haver iniciado vida sexual.
Tatuagem foi mantida no modelo final apesar do valor de p não ser estatisticamente significante porque isso
provavelmente foi causado pela falta de poder estatístico.
Quando o modelo é estimado excluindo os indivíduos que não iniciaram a vida sexual, a variável ter tido um parceiro
que faz sexo com pessoas do mesmo sexo também permanece no modelo final.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo I 166
Tabela 8. Análise multivariada da associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas condições
socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis biológicas
e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas, entre os indivíduos não vacinados
contra hepatite B.
* Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo I 167
IV. Conclusão
Embora o modelo univariado permita identificar associações e assim identificar grupos para os quais as ações
podem ser voltadas, é possível que algumas associações ocorram devido à presença de fatores de confusão ou
deixem de aparecer pelo mesmo motivo.
Assim quando variáveis como uso de droga fumada, uso de droga cheirada, etc., não permanecem no modelo final,
não significa que esses grupos devam ser excluídos dos grupos prioritários para intervenção; mas tão somente que
esses grupos têm outras características que também estão associadas à soropositividade para o anti-HBc. Variáveis
podem também ter sido excluídas do modelo final pela falta de poder estatístico.
O modelo multivariado permite selecionar aquelas variáveis que têm uma associação mais estreita com
soropositividade para o anti-HBc. A associação com idade expressa a maior probabilidade de exposição com o
passar do tempo e a permanência da soropositividade. Também a associação com o sexo masculino expressa a
maior probabilidade de exposição desse grupo. Os resultados apontam para a importância da transmissão sexual na
Região Nordeste. Pelo fato da entrevista ter sido realizada na residência dos indivíduos optou-se por não indagar
diretamente se já haviam feito sexo com pessoas do mesmo sexo, preferindo-se perguntar se já tinham tido parceiro
que haviam feito sexo com pessoas do mesmo sexo. A importância dessa informação é que permite captar se esses
indivíduos estão no circuito de transmissão daqueles que fazem sexo com pessoas do mesmo sexo. Assim a
associação encontrada sugere que esse grupo deve também ser incluído nos grupos prioritários para intervenção. A
associação com tatuagem sugere que esse procedimento pode estar relacionado com a transmissão ou que esses
indivíduos têm comportamentos que os expõe ao HBV. Finalmente, os dados apontam que na Região Nordeste
existe uma associação de soropositividade para o anti-HBc com baixas condições socioeconômicas. As ações a
serem planejadas devem levar em consideração as especificidades desse grupo. Todas essas variáveis expressam
os grupos que devem receber um monitoramento especial e para os quais devem ser dirigidas medidas preventivas.
Os resultados da prevalência e fatores de risco para exposição aos marcadores da hepatite B foram publicados em:
Pereira LM, Martelli CM, Merchán-Hamann E, Montarroyos UR, Braga MC, de Lima ML, Cardoso MR, Turchi MD, Costa
MA, de Alencar LC, Moreira RC, Figueiredo GM, Ximenes RA, pelo grupo de estudo de hepatite, 2009. Population-
based multicentric Survey of Hepatitis B Infection and Risk Factors Differences among Three Regions in
Brazil. The American Society of Tropical medicine and Higiene, 81 (2): 240 – 247.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo I 168
REGIÃO CENTRO-OESTE
I. Introdução
Essa análise é restrita aos indivíduos não vacinados contra a hepatite B. Os vacinados foram excluídos pela
impossibilidade de tornarem-se positivos para o anti-HBc. Uma limitação dessa abordagem é que os indivíduos que
foram vacinados na adolescência podem ter sido expostos previamente ao vírus, uma vez que no Brasil não são
testados os marcadores sorológicos para a hepatite B antes da vacinação.
O critério utilizado para definir o status vacinal foi o auto-relato. Para aqueles indivíduos que também apresentaram
cartão vacinal, essa informação foi validada comparando-a com aquela do cartão. Esses resultados encontram-se
no capitulo Resultados Brasil.
II. Soroprevalência de anticorpos anti-HBc entre os não vacinados
Os indivíduos que informaram não haver recebido vacina contra hepatite B na Região Centro-Oeste correspondem a
aproximadamente 50% do total da amostra. A soroprevelência de anticorpos anti-HBc nesse grupo (10,3%; 8,4% –
12,0%) foi aproximadamente o dobro daquela encontrada entre os vacinados (5,0%; 3,7% - 6,3%).
III. Fatores associados à exposição ao HBV entre os indivíduos não vacinados:
São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HBc e variáveis
socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis
biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. São apresentados os
odds ratios ajustados. Para as varáveis relativas às características do domicílio e do chefe da família os dados são
corrigidos pelo efeito aleatório e ponderados pela razão inversa da fração de amostragem dos grupos etários. Para as
variáveis biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas, além das
correções anteriores os dados foram também ajustados por idade.
Para a análise dos fatores associados foram considerados todos os indivíduos na faixa etária de 13 a 69 anos. Os
indivíduos na faixa de 10 a 12 anos foram excluídos uma vez que não foi aplicada, para esse grupo, a parte do
questionário relativa à vida sexual e ao uso de drogas.
Variáveis biológicas: Observou-se uma associação estatisticamente significante entre soropositividade para o anti-
HBc e sexo e idade, sendo maior a chance de positividade no sexo masculino e nos grupos etários mais velhos.
(tabela 1).
Tabela 1. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características biológicas entre os
indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Centro-Oeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
** Ajustado pelo efeito do desenho.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo I 169
Variáveis relacionadas às características do domicílio: Observou-se uma associação estatisticamente
significante entre variáveis relativas às características do domicílio e soropositividade para o anti-HBc. Indivíduos que
vivem em situação socioeconômica menos favorecida, vivendo em domicílios onde falta água têm uma maior
chance de positividade para o anti-HBc (tabela 2).
Tabela 2. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características do domicílio entre os
indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Centro-Oeste, Brasil.
* Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Variáveis socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família e do indivíduo: Não se
observou uma associação estatisticamente significante entre positividade para o anti-HBc e variáveis
socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família, embora, para atividade remunerada, o valor de
p tenha sido limítrofe (tabela 3). Quanto às características do indivíduo, verificou-se uma associação com atividade
remunerada, sendo menor a chance de infecção para quem não a tem (tabela 4).
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo I 170
Tabela 3. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas do
chefe da família, entre os indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Centro-Oeste, Brasil.
* Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Tabela 4. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas do
indivíduo, entre os indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Centro-Oeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo I 171
Variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea: Observou-se que os indivíduos que foram
hospitalizados nos 12 meses prévios apresentaram uma maior chance de soropositividade para o anti-HBc.
Verificou-se um valor de p limítrofe para a associação com tratamento dentário nos 12 meses prévios. A associação
com tratamento dentário teve uma direção oposta ao esperado, uma vez que os indivíduos que já fizeram tratamento
dentário apresentaram menor chance de soropositividade; é possível que, nessa região, fazer tratamento dentário
seja um proxy para melhor situação socioeconômica. As demais variáveis não apresentaram uma associação
estatisticamente significante.
Tabela 5. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, entre os
indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Centro-Oeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo I 172
Variáveis relacionadas à via de transmissão sexual: Ter iniciado vida sexual e, para aqueles que já iniciaram vida
sexual, ter tido outro parceiro além do atual, o parceiro atual ter tido hepatite ou ter tido relação sexual com parceiro
sabidamente portador e hepatite apresentaram uma associação estatisticamente significante com soropositividade
para o anti-HBc. Para as demais variáveis a associação com anti-HBc não foi estatisticamente significante.
Tabela 6. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sexual, entre os
indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Centro-Oeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e
idade
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo I 173
Variáveis relacionadas ao uso de drogas: As variáveis relacionadas ao uso de drogas não apresentaram
associação estatisticamente significante com soropositividade ao anti-HBc.
Tabela 7. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas ao uso de drogas, entre os indivíduos
não vacinados contra hepatite B. Região Centro-Oeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e
idade.
Os resultados da associação dos fatores de risco e exposição ao HBV, com ajuste simultâneo por análise multivariada
são apresentados abaixo:
Permaneceram no modelo final da análise multivariada as variáveis: biológicas: idade e sexo; relacionadas à via de
transmissão sanguínea: tratamento dentário, hospitalização; relacionadas à via de transmissão sexual: haver iniciado
vida sexual; relacionadas ao uso de drogas: uso de droga cheirada.
Quando o modelo é estimado excluindo os indivíduos que não iniciaram a vida sexual, a variável o parceiro atual
ter tido hepatite, ou ter tido outro parceiro além do atual também permanecem no modelo final.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo I 174
Tabela 8. Análise multivariada da associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas condições
socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis biológicas
e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas, entre os indivíduos não vacinados
contra hepatite B. Região Centro-Oeste, Brasil.
* Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo I 175
IV. Conclusão
O modelo multivariado permite selecionar aquelas variáveis que têm uma associação mais estreita com
soropositividade para o anti-HBc. A associação com idade expressa a maior probabilidade de exposição com o
passar do tempo e a permanência da soropositividade. Também a associação com o sexo masculino expressa a
maior probabilidade de exposição ao HBV desse grupo. Os resultados apontam para a importância da transmissão
sexual na Região Centro-Oeste. Os indivíduos que já iniciaram vida sexual têm maior chance de serem positivos para
o anti-HBc e, entre aqueles que já iniciaram vida sexual, ter tido outro parceiro além do atual ou o parceiro atual ter tido
hepatite também estão associados à soropositividade. Como nesse tipo de estudo não é possível estabelecer a
seqüência temporal, a associação com a variável relacionada à via de transmissão sanguínea: hospitalização pode
ser interpretada de duas formas. É possível que esteja ocorrendo transmissão nosocomial. É igualmente plausível
que os indivíduos tenham sido hospitalizados em decorrência das manifestações clínicas da infecção. Estudos de
coorte poderão esclarecer a sequência temporal da associação. A associação inversa com tratamento dentário não
tem plausibilidade biológica. Esta variável pode apenas ser um proxy de melhor situação socioeconômica. As ações
a serem planejadas devem levar em consideração as especificidades dos diferentes grupos sociais. Uma menor
chance de soropositividade para o anti-HBc para os indivíduos que usam droga fumada sugere que esse hábito, na
Região Centro-Oeste, pode estar ligado a comportamentos que implicam em um menor risco de transmissão e que
não foram captados pelas demais variáveis. Finalmente, todas essas variáveis expressam os grupos que devem
receber um monitoramento especial e/ou para os quais devem ser dirigidas medidas preventivas.
Os resultados da prevalência e fatores de risco para exposição aos marcadores da hepatite B foram publicados em:
Pereira LM, Martelli CM, Merchán-Hamann E, Montarroyos UR, Braga MC, de Lima ML, Cardoso MR, Turchi MD, Costa
MA, de Alencar LC, Moreira RC, Figueiredo GM, Ximenes RA, pelo grupo de estudo de hepatite, 2009. Population-
based multicentric Survey of Hepatitis B Infection and Risk Factors Differences among Three Regions in
Brazil. The American Society of Tropical medicine and Higiene, 81 (2): 240 – 247.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo I 176
DISTRITO FEDERAL
i. Introdução
Essa análise é restrita aos indivíduos não vacinados contra a hepatite B. Os vacinados foram excluídos pela
impossibilidade de tornarem-se positivos para o anti-HBc. Uma limitação dessa abordagem é que os indivíduos que
foram vacinados na adolescência podem ter sido expostos previamente ao vírus, uma vez que no Brasil não são
testados os marcadores sorológicos para a hepatite B antes da vacinação.
O critério utilizado para definir o status vacinal foi o auto-relato. Para aqueles indivíduos que também apresentaram
cartão vacinal, essa informação foi validada comparando-a com aquela do cartão. Esses resultados encontram-se
no capitulo Resultados Brasil.
II. Soroprevalência de anticorpos anti-HBc entre os não vacinados
Os indivíduos que informaram não haver recebido vacina contra hepatite B no Distrito Federal correspondem a
aproximadamente 50% do total da amostra. A soroprevelência de anticorpos anti-HBc nesse grupo (8,1%; 6,2% -
9,9%) foi aproximadamente o triplo daquela encontrada entre os vacinados (2,5%; 0,9% - 4,2%).
III. Fatores associados à exposição ao HBV entre os indivíduos não vacinados:
São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HBc e variáveis
socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis
biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. São apresentados os
odds ratios e ajustados. Para as varáveis relativas às características do domicílio e do chefe da família os dados são
corrigidos pelo efeito aleatório e ponderados pela razão inversa da fração de amostragem dos grupos etários. Para as
variáveis biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas, além das
correções anteriores os dados foram também ajustados por idade.
Para a análise dos fatores associados foram considerados todos os indivíduos na faixa etária de 13 a 69 anos. Os
indivíduos na faixa de 10 a 12 anos foram excluídos uma vez que não foi aplicada, para esse grupo, a parte do
questionário relativa à vida sexual e ao uso de drogas.
Variáveis biológicas: Observou-se uma associação estatisticamente significante entre soropositividade para o anti-
HBc e sexo e idade, sendo maior a chance de positividade no sexo masculino e nos grupos etários mais velhos.
(tabela 1).
Tabela 1. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características biológicas, entre os
indivíduos não vacinados contra hepatite B. Distrito Federal, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
** Ajustado pelo efeito do desenho.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo I 177
Variáveis relacionadas às características do domicílio: Não se observou uma associação estatisticamente
significante entre as variáveis relacionadas às características do domicílio e soropositividade para o anti-HBc
(tabela 2).
Tabela 2. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características do domicílio, entre os
indivíduos não vacinados contra hepatite B. Distrito Federal, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Variáveis socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família e do indivíduo: não se
observou uma associação estatisticamente significante entre positividade para o anti-HBc e variáveis
socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família (tabela 3). Quanto às características do
indivíduo, observou-se uma associação com trabalho em atividade remunerada, sendo menor a chance de
soropositividade para os indivíduos que não a têm (tabela 4).
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo I 178
Tabela 3. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas do
chefe da família, entre os indivíduos não vacinados contra hepatite B. Distrito Federal, Brasil.
* Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Tabela 4. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas do
indivíduo, entre os indivíduos não vacinados contra hepatite B. Distrito Federal, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo I 179
Variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea: Observou-se que os indivíduos que trabalham em
serviço de saúde apresentaram uma maior chance de soropositividade para o anti-HBc. Verificou-se uma
associação estatisticamente significante entre soropositividade para o anti-HBc e compartilhar objetos cortantes,
porem a direção foi oposta à esperada. Possivelmente houve um problema na compreensão dessa questão ou essa
variável está sendo proxy de outra condição não identificada.
Tabela 5. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, entre
entre os indivíduos não vacinados contra hepatite B. Distrito Federal - Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo I 180
Variáveis relacionadas à via de transmissão sexual: Ter tido um outro parceiro além do atual apresentou uma
associação estatisticamente significante com soropositividade para o anti-HBc. Para as demais variáveis a
associação com anti-HBc não foi estatisticamente significante.
Tabela 6. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sexual, entre os
indivíduos não vacinados contra hepatite B. Distrito Federal, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Variáveis relacionadas ao uso de drogas: As variável cheirar cola apresentou uma associação estatisticamente
significante com soropositividade ao anti-HBc.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo I 181
Tabela 7. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas ao uso de drogas, entre os indivíduos
não vacinados contra hepatite B. Distrito Federal, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Os resultados da associação dos fatores de risco e exposição ao HBV, com ajuste simultâneo por análise
multivariada, são apresentados abaixo:
Permaneceram no modelo final da análise multivariada as variáveis: relacionadas às características
socioeconômicas do indivíduo: atividade remunerada; biológicas: idade e sexo (a variável sexo foi mantida no
modelo final apesar da associação não ser estatisticamente significante, com o objetivo de ajustar as demais
variáveis); relacionadas à via de transmissão sanguínea: hospitalização, trabalho em serviço de saúde e
compartilhamento de objetos cortantes ; relacionadas ao uso de drogas: cheirar cola.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo I 182
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo I 183
Tabela 8. Análise multivariada da associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas condições
socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis biológicas
e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas, entre os indivíduos não vacinados
contra hepatite B. Distrito Federal, Brasil.
* Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
IV. Conclusão
O modelo multivariado permite selecionar aquelas variáveis que têm uma associação mais estreita com
soropositividade para o anti-HBc. A associação com idade expressa a maior probabilidade de exposição com o
passar do tempo e a permanência da soropositividade. Não foi observada uma associação com sexo. Os
indivíduos que já foram hospitalizados ou que trabalham em serviços de saúde apresentaram maior chance de
soropositividade para o anti-HBc. Como nesse tipo de estudo não é possível estabelecer a seqüência temporal, a
associação com essas a variáveis pode ser interpretada de duas formas. É possível que esteja ocorrendo
transmissão nosocomial. É igualmente plausível que os indivíduos tenham sido hospitalizados em decorrência das
manifestações clínicas da infecção ou, para aqueles que trabalham em serviços de saúde, que a infecção pelo HBV
tenha sido prévia ao trabalho nesses locais. Estudos de coorte poderão esclarecer a sequência temporal da
associação. A associação com trabalho em atividade remunerada pode indicar que essa variável é um proxy para
outro fator não controlado.
A associação inversa com compartilhamento de objeto cortante não tem plausibilidade biológica; esta variável pode
também ser um proxy para outro fator. Todas essas variáveis expressam os grupos que devem receber um
monitoramento especial e para os quais devem ser dirigidas medidas preventivas.
Os resultados da prevalência e fatores de risco para exposição aos marcadores da hepatite B foram publicados em:
Pereira LM, Martelli CM, Merchán-Hamann E, Montarroyos UR, Braga MC, de Lima ML, Cardoso MR, Turchi MD, Costa
MA, de Alencar LC, Moreira RC, Figueiredo GM, Ximenes RA, pelo grupo de estudo de hepatite, 2009. Population-
based multicentric Survey of Hepatitis B Infection and Risk Factors Differences among Three Regions in
Brazil. The American Society of Tropical medicine and Higiene, 81 (2): 240 – 247.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo I 184
REGIÃO SUDESTE
I. Introdução
Essa análise é restrita aos indivíduos não vacinados contra a hepatite B. Os vacinados foram excluídos pela
impossibilidade de tornarem-se positivos para o anti-HBc. Uma limitação dessa abordagem é que os indivíduos que
foram vacinados na adolescência podem ter sido expostos previamente ao vírus, uma vez que no Brasil não são
testados os marcadores sorológicos para a hepatite B antes da vacinação.
O critério utilizado para definir o status vacinal foi o auto-relato. Para aqueles indivíduos que também apresentaram
cartão vacinal, essa informação foi validada comparando-a com aquela do cartão. Esses resultados encontram-se
no capitulo Resultados Brasil.
II. Soroprevalência de anticorpos anti-HBc entre os não vacinados
Os indivíduos que informaram não haver recebido vacina contra hepatite B na Região Sudeste correspondem a
aproximadamente 39% do total da amostra. A soroprevelência de anticorpos anti-HBc nesse grupo (7,7%; 6,24% -
9,24%) foi aproximadamente o dobro daquela encontrada entre os vacinados (2,7%; 1,64% - 3,79%).
Fatores associados à exposição ao HBV entre os indivíduos não vacinados:
São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HBc e variáveis
socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis
biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. São apresentados os
odds ratios e ajustados. Para as varáveis relativas às características do domicílio e do chefe da família os dados são
corrigidos pelo efeito aleatório e ponderados pela razão inversa da fração de amostragem dos grupos etários. Para as
variáveis biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas, além das
correções anteriores os dados foram também ajustados por idade.
Para a análise dos fatores associados foram considerados todos os indivíduos na faixa etária de 13 a 69 anos. Os
indivíduos na faixa de 10 a 12 anos foram excluídos uma vez que não foi aplicada, para esse grupo, a parte do
questionário relativa à vida sexual e ao uso de drogas.
Variáveis biológicas: Observou-se uma associação estatisticamente significante entre soropositividade para o
anti-HBc e sexo e idade, sendo maior a chance de positividade no sexo masculino e nos grupos etários mais velhos.
(tabela 1).
Tabela 1. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características biológicas, entre os
indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Sudeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
** Ajustado pelo efeito aleatórios.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo I 185
Variáveis relacionadas às características do domicílio: Não se observou uma associação estatisticamente
significante entre variáveis relativas às características do domicílio e soropositividade para o anti-HBc (tabela 2).
Tabela 2. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características do domicílio, entre os
indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Sudeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect).
Variáveis socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família e do indivíduo: observou-se
uma associação estatisticamente significante entre soropositividade para o anti-HBc e o chefe da família não exercer
atividade remunerada. Verificou-se uma associação entre características socioeconômicas do indivíduo e
soropositividade para o anti-HBc, os indivíduos com nível superior apresentando menor chance de soropositividade
(tabelas 3 e 4).
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo I 186
Tabela 3. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas
do chefe da família, entre os indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Sudeste, Brasil.
* Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Tabela 4. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas
do indivíduo, entre os indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Sudeste, Brasil.
* Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e
idade.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo I 187
Variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea: Não se observou uma associação estatisticamente
significante entre as variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea e a soropositividade para o anti-HBc.
Tabela 5. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, entre os
indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Sudeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Variáveis relacionadas à via de transmissão sexual: Não se observou uma associação estatisticamente
significante entre as variáveis relacionadas à via de transmissão sexual e a soropositividade para o anti-HBc. A variável
ter tido outro parceiro além do atual apresentou um valor de p limítrofe.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo I 188
Tabela 6. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sexual, entre os
indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Sudeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Variáveis relacionadas ao uso de drogas: Não se observou uma associação estatisticamente significante entre
as variáveis relacionadas ao uso de drogas e a soropositividade para o anti-HBc. A variável cheirar cola apresentou
um valor de p limítrofe.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo I 189
Tabela 7. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas ao uso de drogas, entre os indivíduos
não vacinados contra hepatite B. Região Sudeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Os resultados da associação dos fatores de risco e exposição ao HBV, com ajuste simultâneo por análise multivariada
são apresentados abaixo:
Permaneceram no modelo final da análise multivariada as variáveis: biológicas: idade e sexo; às características do
chefe da família e do indivíduo: escolaridade; Variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea: cirurgia.
Tabela 8. Análise multivariada da associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas condições
socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis biológicas
e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas, entre os indivíduos não vacinados
contra hepatite B. Região Sudeste, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo I 190
IV. Conclusão
O modelo multivariado permite selecionar aquelas variáveis que têm uma associação mais estreita com
soropositividade para o anti-HBc. A associação com idade expressa a maior probabilidade de exposição com o
passar do tempo e a permanência da soropositividade. Também a associação com o sexo masculino expressa a
maior probabilidade de exposição desse grupo. A associação com cirurgia nos 12 meses prévios sugere que esse
procedimento pode ser uma fonte de contaminação. Porém nesse tipo de estudo não é possível estabelecer a
seqüência temporal. Estudos de coorte poderão esclarecer a sequência temporal da associação.
A ausência de associação com variáveis relacionadas à via de transmissão sexual na Região Sudeste pode ter
ocorrido por um viés de informação, pela dificuldade de responder questões sobre esse tema em um questionário
aplicado no domicilio. Finalmente, os dados apontaram, na Região Sudeste, uma associação entre soropositividade
para o anti-HBc e condições socioeconômicas. Os indivíduos que tem nível médio ou superior apresentam uma
menor chance de soropositividade. As variáveis identificadas expressam os grupos que devem receber um
monitoramento especial e para os quais devem ser dirigidas medidas preventivas.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo I 191
REGIÃO SUL
I. Introdução
Essa análise é restrita aos indivíduos não vacinados contra a hepatite B. Os vacinados foram excluídos pela
impossibilidade de tornarem-se positivos para o anti-HBc. Uma limitação dessa abordagem é que os indivíduos que
foram vacinados na adolescência podem ter sido expostos previamente ao vírus, uma vez que no Brasil não são
testados os marcadores sorológicos para a hepatite B antes da vacinação.
O critério utilizado para definir o status vacinal foi o auto-relato. Para aqueles indivíduos que também apresentaram
cartão vacinal, essa informação foi validada comparando-a com aquela do cartão. Esses resultados encontram-se
no capitulo Resultados Brasil.
II. Soroprevalência de anticorpos anti-HBc entre os não vacinados
Os indivíduos que informaram não haver recebido vacina contra hepatite B na Região Sul correspondem a
aproximadamente 37,7 % do total da amostra. A soroprevelência de anticorpos anti-HBc nesse grupo (11,3%; 9,61%
– 12,95%) foi aproximadamente o dobro daquela encontrada entre os vacinados (4,6%; 3,42% - 5,78%).
III. Fatores associados à exposição ao HBV entre os indivíduos não vacinados:
São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HBc e variáveis
socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis
biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. São apresentados os
odds ratios e ajustados. Para as varáveis relativas às características do domicílio e do chefe da família os dados são
corrigidos pelo efeito aleatório e ponderados pela razão inversa da fração de amostragem dos grupos etários. Para as
variáveis biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas, além das
correções anteriores os dados foram também ajustados por idade.
Para a análise dos fatores associados foram considerados todos os indivíduos na faixa etária de 13 a 69 anos.
Variáveis biológicas: Observou-se uma associação estatisticamente significante entre soropositividade para o anti-
HBc e idade, sendo maior a chance de positividade nos grupos etários mais velhos. Não se verificou associação com
sexo (tabela 1).
Tabela 1. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características biológicas, entre os
indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Sul, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
** Ajustado pelo efeito do desenho.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo I 192
Variáveis relacionadas às características do domicílio: Observou-se uma associação estatisticamente
significante entre variáveis relativas às características do domicílio e soropositividade para o anti-HBc. Indivíduos que
vivem em situação socioeconômica menos favorecida, vivendo em domicílios que não são ligados à rede de esgoto
têm uma maior chance de positividade para o anti-HBc (tabela 2).
Tabela 2. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características do domicílio, entre os
indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Sul, Brasil.
* Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Variáveis socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família e do indivíduo: observou-se
uma associação estatisticamente significante e inversa entre positividade para o anti-HBc e variáveis
socioeconômicas relacionadas às características do indivíduo: escolaridade. Também se observou uma associação
com trabalho em atividade remunerada sendo maior a chance de soropositividade para os indivíduos que residem
em domicílios cujos chefes não exercem atividade remunerada. (tabelas 3 e 4)
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo I 193
Tabela 3. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas do
chefe da família, entre os indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Sul, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Tabela 4. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas do
indivíduo, entre os indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Sul, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo I 194
Variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea: Observou-se que os indivíduos que receberam
transfusão sanguínea nos 12 meses prévios apresentam uma maior chance de soropositividade para o anti-HBc.
Para as demais variáveis a associação não foi estatisticamente significante.
Tabela 5. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, entre os
indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Sul, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e
idade.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo I 195
Variáveis relacionadas à via de transmissão sexual: A associação entre soropositividade para o anti-HBc e a
variável haver iniciado vida sexual não foi estatisticamente significante possivelmente por falta de poder do estudo
(vide amplitude do intervalo de confiança). Para aqueles que já iniciaram vida sexual, a variável ter tido relação sexual
com parceiro sabidamente portador de hepatite apresentou um valor de p limítrofe. Para as demais variáveis a
associação com anti-HBc não foi estatisticamente significante.
Tabela 6. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sexual, entre os
indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Sul, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo I 196
Variáveis relacionadas ao uso de drogas: Os usuários de drogas injetáveis apresentaram maior chance de
soropositividade ao anti-HBc.
Tabela 7. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas ao uso de drogas, entre os indivíduos
não vacinados contra hepatite B. Região Sul, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade
Os resultados da associação dos fatores de risco e exposição ao HBV, com ajuste simultâneo por análise
multivariada, são apresentados abaixo:
Permaneceram no modelo final da análise multivariada as variáveis: relacionadas às características
socioeconômicas do domicílio; destino das fezes; biológicas: idade; relacionadas à via de transmissão sanguínea:
transfusão; relacionadas à via de transmissão sexual: para aqueles que iniciaram vida sexual, ter tido relação sexual
com parceiro sabidamente portador de hepatite; relacionadas ao uso de drogas: uso de droga injetável.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo I 197
Tabela 8. Análise multivariada da associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas condições
socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis biológicas
e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas, entre os indivíduos não vacinados
contra hepatite B. Região Sul, Brasil.
*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo I 198
iV. Conclusão
O modelo multivariado permite selecionar aquelas variáveis que têm uma associação mais estreita com
soropositividade para o anti-HBc. A associação com idade expressa a maior probabilidade de exposição com o
passar do tempo e a permanência da soropositividade. Os resultados sugerem que tanto a via de transmissão
sexual como a sanguínea podem ser importantes na Região Sul. Indivíduos que foram submetidos à transfusão
sanguínea nos 12 meses prévios apresentaram maior chance de soropositividade para o anti-HBc. Como nesse tipo
de estudo não é possível estabelecer a seqüência temporal, a associação com transfusão sanguínea pode ser
interpretada de duas formas. É possível que a transfusão seja a fonte de transmissão. É igualmente plausível que
esses procedimento tenha sido realizado em decorrência de manifestações clínicas da infecção. Estudos de coorte
poderão esclarecer a sequência temporal da associação. A ausência de associação com inicio da vida sexual
decorreu do numero reduzido de indivíduos soropositivos entre aqueles que não a iniciaram, o que, na realidade,
sugere a importância dessa via. Para aqueles que já iniciaram a vida sexual verificou-se associação com ter tido
relação com parceiro sabidamente portador de hepatite. O uso de drogas injetáveis parece ser também uma fonte de
contaminação.
Finalmente, os dados apontam que na Região Sul existe uma associação de soropositividade para o anti-HBc com
baixas condições socioeconômicas expressa aqui pela residência em domicílios que não estão ligados à rede de
esgoto. As ações a serem planejadas devem levar em consideração as especificidades desse grupo social. Todas
essas variáveis expressam os grupos que devem receber um monitoramento especial e para os quais devem ser
dirigidas medidas preventivas.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo I 199
ANEXO II
QUESTIONÁRIOS
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo II 201
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo II 202
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo II 203
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo II 204
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo II 205
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo II 206
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo II 207
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo II 208
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo II 209
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo II 210
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
ANEXO 3
MANUAIS
ESTUDO DE PREVALÊNCIA DE BASE POPULACIONAL DAS INFECÇÕES
PELOS VÍRUS DAS HEPATITES A, B E C NAS CAPITAIS DO BRASIL
INSTRUÇÕES PARA ENTRADA DE DADOS
Para a entrada de dados do estudo de prevalência de base populacional das infecções
pelos vírus das hepatites A, B e C nas capitais do Brasil, foi elaborado um banco de
dados utilizando o Software EPIINFO versão 6.04. A escolha do software foi em razão
da grande disponibilidade para instalação, por se tratar de um programa de arquitetura
livre (FREEWARE), ou seja, sem nenhum custo para o Inquérito em sua utilização,
além do freqüente uso por profissionais da área de epidemiologia e, supostamente, por
parte dos Coordenadores das 27 capitais onde a pesquisa está sendo realizada.
É importante salientar que quando o sistema operacional é o Windows 2000
Professional ou Windows XP, é comum a versão do EPIINFO 6.04 no módulo
ENTER DATA ocorrer o erro “runtime error at 29E5:11BD” ou no módulo
ENTERX “runtime error at 000B:1753”, impossibilitando a entrada dos dados.
Caso ocorra, é recomendado que seja instalada a versão Windows 98 ou que se
reserve um microcomputador com esta versão de sistema operacional.
Caso não possua o EPIINFO versão 6.04d instalado, pode ser feito um download no
endereço: www.cdc.gov/epiinfo/Epi6/EI6dnjp.htm ou requerido ao técnico de
informática da sua respectiva região, como também as orientações de instalação.
Atenção
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo III 212
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Os bancos de dados foram construídos com a mesma lógica de uso dos questionários,
tendo 4 máscaras (base de dados) de entrada, digitadas de forma independente, porém
no processo de análise serão unidas através do número da família e/ou número do
domicílio, por isso a grande importância quanto ao preenchimento no questionário e
verificação da veracidade de sua digitação. As mascaras foram chamadas de :
ü INFODOM.REC – Questionário : informação do domicílio
ü CHEFEFAM.REC – Questionário : informação sobre o responsável pela família
ü ADULTO.REC – Questionário : adolescentes e adultos
ü CRIANCA.REC – Questionário : criança
Haja vista que os dados vão ter dupla entrada, ou seja, digitados em duplicidade em dois
bancos diferentes, devem ser criadas duas pastas com os nomes ENTRADA 1 e
ENTRADA 2, da mesma forma como lhes foi enviado. Dentro de cada pasta devem
conter os arquivos :
PASTA - ENTRADA 1 :
ü INFODOM1.REC – INFODOM1.CHK
ü CHEFAM1.REC – CHEFAM1.CHK
ü ADULTO1.REC – ADULTO1.CHK
ü CRIANCA1.REC – CRIANCA1.CHK
PASTA - ENTRADA 2 :
ü INFODOM2.REC – INFODOM2.CHK
ü CHEFAM2.REC – CHEFAM2.CHK
ü ADULTO2.REC – ADULTO2.CHK
ü CRIANCA2.REC – CRIANCA2.CHK
É recomendado que no final do trabalho diário de digitação seja
feito uma cópia de segurança (BACKUP) dos arquivos de extensão
REC
Atenção
Anexo III 213
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
INFORMAÇÕES DO DOMICÍLIO
As questões relacionadas a informação do domicílio estão estruturadas da seguinte
forma:
Questão
Nome da variável
Tipo
Tamanho
Condições/funções de validação
1. Data da entrevista
DATAENT
Data
dd/mm/aa
-
2. Número do domicílio
NFAMILIA
Numérico
7 dígitos
Entrada obrigatória
3. Cidade
CIDADE
Numérico
2 dígitos
Repete a ultima entrada
4. Estado
ESTADO
Texto
2 caracteres
Repete a ultima entrada
5. Rua
RUA
Texto
50 caracteres
-
6. Número
NUM
Numérico
4 dígitos
-
7. Apto
APTO
Numérico
4 dígitos
-
8. Complemento
COMPLEM
Texto
50 caracteres
-
9. Ponto de referência PONTOREF Texto 50 caracteres -
10a. DDD DDD Numérico 3 dígitos Repete a ultima entrada
10b. Telefone TELEFONE Numérico 8 dígitos -
11. Bairro BAIRRO Texto 50 caracteres -
12. Código do bairro CODBAIRR Numérico 3 dígitos - 13. CEP CEP Numérico 8 dígitos - 14. Setor Censitário SC Numérico 11 dígitos - 15. A casa é própria
CASAPROP
Numérico
1 dígito
De 1 a 5 ou 8
16a. Tempo que mora na casa
TEMPMORA
Numérico
1 dígito
De 1 a 3
16b. Especificar o tempo
ESPECIF
Numérico
2 dígito
-
17. Número de cômodos
QCOMODOS
Numérico
2 dígito
-
18. Forma de abastecimento Rede geral
REDGERAL
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 ou 8
Poço ou nascente
POÇO
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 ou 8
Carro pipa
PIPA
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 ou 8
Rio ou
riacho
RIO
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 ou 8
Outras
OUTRAS
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 ou 8
19. Por onde chega a água
AGUACHEG
Numérico
1 dígito
De 1 a 3 ou 8
20. Com que freqüência falta
FREQFALT
Numérico
1 dígito
De 1 a 4
21. Destino das fezes
DESTFEZE
Numérico
1 dígito
De 1 a 4
22. Destino do lixo
DESTLIXO
Numérico
1 dígito
De 1 a 7
Entrevistador
ENTDOMIC
Texto
50 caracteres
-
Anexo III 214
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
INFORMAÇÕES SOBRE O RESPONSÁVEL PELA FAMÍLIA
As questões relacionadas ao responsável pela família estão estruturadas da seguinte
forma:
Questão
Nome da variável
Tipo
Tamanho
Condições/funções
1. Data da entrevista
DATAENT
Data
dd/mm/aa
-
2. Número da família
NFAMILIA
Numérico
9 dígitos
Entrada obrigatória
3. Número coleta do sangue
NINDSANG
Numérico
6 dígitos
Entrada obrigatória
4. Indivíduo na família
IDINDIV
Numérico
2 dígitos
Entrada obrigatória
5. Nome do indivíduo
NOME
Texto
50 caracteres
-
6. Sexo
SEXOCF
Numérico
1 dígito
De 1 a 2
7. Qual sua idade
IDADECF
Numérico
2 dígito
-
8. Data de nascimento DATANASC Data dd/mm/aa -
9. Tempo que mora na cidade TEMORCID Numérico 2 dígito -
10. Trabalhou em atividade remunerada
TRABCF Numérico 1 dígito De 1 a 2 – Se 2 pula para a questão 13
11. Ocupação OCUPCF Numérico 6 dígito Preenchimento automático com 999999 quando não tem
atividade remunerada 12. Rendimento mês passado
RENDIMCF
Numérico
6 díg e 2 decimais
Preenchimento automático com 0,00 quando não tem
atividade remunerada
13. Sabe ler e escrever
LERESCCF
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 14. Freqüenta escola
FREESCCF
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 –
Se 2 pula para a
questão 17
15. Qual curso freqüenta
CURFRECF
Numérico
2 dígito
De 1 a 14 -
Preenchimento automático com 99 quando
não freqüenta escola
16. Qual série freqüenta
SERIECF
Numérico
2 dígito
De 1 a 9 -
Preenchimento automático com 99 quando
não freqüenta escola
17. Espécie de curso mais elevado
CURELECF
Numérico
2 dígito
De 1 a 10 ou 99
Entrevistador
ENTREVCF
Texto
50 caracteres
-
Anexo III 215
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
QUESTIONÁRIOS ADOLESCENTE E ADULTO E CRIANÇA
As questões relacionadas ao questionário adolescente e adulto estão estruturadas da
seguinte forma:
Questão
Nome da variável
Tipo
Tamanho
Condições/funções
1. Data da entrevista
DATAENT
Data
dd/mm/aa
-
2. Número da família
NFAMILIA
Numérico
9 dígitos
Entrada obrigatória
3. Número coleta do sangue
NINDSANG
Numérico
6 dígitos
Entrada obrigatória
4. Indivíduo na família IDINDIV Numérico 2 dígitos Entrada obrigatória
5. Nome do indivíduo NOME Texto 50 caracteres -
6. Sexo SEXO Numérico 1 dígito De 1 a 2
7. Qual sua idade IDADE Numérico 2 dígito - 8. Data de nascimento DATANASC Data dd/mm/aa - 8. Relação com o responsável RELRESP Numérico 2 dígito De 1 a 12 9. Nome do respondente NOMERESP Texto 50 caracteres - 10. Apelido
APELIDO
Texto
30 caracteres
-
11. Sabe ler e escrever
LERESC
Numérico
1 dígito
De 1 a 2
12. Freqüenta escola
FREQESC
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 –
Se 2 pula para a
questão 15 13. Qual curso freqüenta
CURFREQ
Numérico
2 dígito
De 1 a 14 -
Preenchimento
automático com 99 quando não freqüenta escola
14. Qual série freqüenta
SERIEFRE
Numérico
2 dígito
De 1 a 9 -
Preenchimento automático com 99 quando
não freqüenta escola
15. Espécie de curso mais elevado
CURSOELE
Numérico
2 dígito
De 1 a 10 ou 99
16. Trabalhou em ativ. rem.
TRATIREM
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 –
Se 2 pula para a questão 13
17. Ocupação
OCUPTRAB
Numérico
6 dígito
Preenchimento automático com 999999 quando não tem
atividade remunerada
18. Rendimento mês passado
RENDMES
Numérico
6 díg e 2 decimais
Preenchimento automático com 0,00 quando não tem
atividade remunerada
19. Teve ou teve hepatite
HEPATITE
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 ou 8
20. Recebeu vacina contra hepatite B
VACHEPB
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 ou 8 –
Se 2 ou 8 pula para a questão 22
21. Quantas doses recebeu contra hepatite B
QDOSEHEB
Numérico
1 dígito
De 1 a 3 ou 8 -
Preenchimento automático com 9 quando não vacinado
22. Cartão vacinal hepatite B
CARTVACB
Numérico
1 dígito
De 1 a 5
23. Data última dose hep B
DATULHEB
Data
dd/mm/aa
-
24. Recebeu vacina contra hepatite A
VACHEPA
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 ou 8 –
Se 2 ou 8 pula para a questão 26
25. Quantas doses recebeu contra hepatite A
QDOSEHEA
Numérico
1 dígito
De 1 a 3 ou 8 -
Preenchimento automático com 9 quando não vacinado
26. Cartão vacinal hepatite A
CARTVACA
Numérico
1 dígito
De 1 a 5
27. Data última dose hep A
DATULHEA
Data
dd/mm/aa
-
Anexo III 216
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Questão
Nome da variável
Tipo
Tamanho
Condições/funções
28. Tratamento dentário últimos 12 meses
TRADEN12
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 ou 8 –
Se 2 ou 8 pula para a questão 30
29. Tratamento dentário alguma vez na vida
TRADENAL
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 ou 8 -
Preenchimento automático com 9 quando 28 = 2 ou 8
30. Cirurgia nos últimos 12 meses
CIRURG12
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 ou 8 –
Se 2 ou 8 pula para a questão 33
31. Cirurgia alguma vez na vida
CIRURGAL
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 ou 8 -
Preenchimento automático com 9 quando 30 = 2 ou 8
32. Quantos anos fez a ultima cirurgia
ANOULCIR
Numérico
2 dígito
Preenchimento automático c/ 99 quando 30 ou 31 = 2 ou 8
33. Transfusão nos últimos 12 meses
TRANSF12
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 ou 8 –
Se 2 ou 8 pula para a questão 36
34. Transfusão alguma vez na vida
TRANSFAL
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 ou 8 -
Preenchimento automático com 9 quando 33 = 2 ou 8
35. Quantos anos fez a ultima transfusão
ANOTRANS
Numérico
2 dígito
Preenchimento automático c/ 99 quando 33 ou 32 = 2 ou 8
36. Hospitalizado nos últimos 12 meses
HOSPIT12
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 ou 8 –
Se 2 ou 8
pula para a questão 39
37. Hospitalizado alguma vez na vida
HOSPITALAL Numérico 1 dígito De 1 a 2 ou 8 -
Preenchimento automático com 9 quando 36 = 2 ou 8
38. Quantos anos fez da ultima hospitalização
ANOHOSP Numérico 2 dígito Preenchimento automático c/ 99 quando 36 ou 37 = 2 ou 8
39. Endoscopia nos últimos 12 meses
ENDOSC12 Numérico 1 dígito De 1 a 2 ou 8 – Se 2 ou 8 pula para a questão 41
40. Endoscopia alguma vez na vida
ENDOSCAL Numérico 1 dígito De 1 a 2 ou 8 - Preenchimento automático com 9 quando 39 = 2 ou 8
41. Tem tatuagem
TATUAGEM
Numérico
1 dígito
De 1 a 2
42. Tem ou teve piercing
PIERCING
Numérico
1 dígito
De 1 a 2
43. Compartilha escova
ESCDENTE
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 44. Compartilha obj cortantes
OBJCORT
Numérico
1 dígito
De 1 a 2
45. Trabalha em algum SS
TRABSS
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 -
Se 2 pula para a questão 48
46. Em que setor do SS você trabalha
Ambulatório
AMBULAT
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 -
Preenchimento automático c/ 9 quando 45 = 2
Enfermaria
ENFERMA
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 -
Preenchimento automático c/ 9 quando 45 = 2
Emergência
EMERGENC
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 -
Preenchimento automático c/ 9 quando 45 = 2
Centro Cirúrgico
CENTCIR
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 -
Preenchimento automático c/ 9 quando 45 = 2
Laboratório
LABORAT
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 -
Preenchimento automático c/ 9 quando 45 = 2
Hemodiálise
HEMODIAL
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 -
Preenchimento automático c/ 9 quando 45 = 2
Outro
OUTROSET
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 -
Preenchimento automático c/ 9 quando 45 = 2
Anexo III 217
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo III 218
Questão
Nome da variável
Tipo
Tamanho
Condições/funções
47. Ocupação que tinha no Serviço de saúde
OCUPSS
Numérico
1 dígito
De 1 a 8 -
Preenchimento automático c/ 9 quando 45 = 2
48. Na sua vida já tomou pelo menos 8 drinks
TOMDRINK
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 -
Se 2 pula para a questão 55
49. Período na vida
que já tomou pelo menos 8 drinks
PERTOM8D
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 -
Se 2 pula para a questão 55 -
Preenchimento automático c/ 9 quando 48 = 2
50. Nos últimos 30 dias tomou pelo menos uma dose
UL30DOSE
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 -
Se 2 pula para a questão 55 -
Preenchimento automático c/ 9 quando 48 ou
49 = 2
51. Nos últimos 3 meses freqüência que tomou bebida
UL3TOMBE
Numérico
1 dígito
De 1 a 7 -
Preenchimento automático c/ 9 quando 48, 49
ou 50 = 2
52. Quantos drinks geralmente tomou
UL3QDRIN
Numérico
2 dígito
Preenchimento automático c/9 quando 48, 49 ou 50 = 2
53. Tratamento para um problema com o álcool
TRATALCO
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 -
Preenchimento automático c/ 9 quando 48,
49 ou 50 = 2
54. Classificação quanto ao uso de bebida alcoólica
CLASBEB
Numérico
1 dígito
De 1 a 4 Preenchimento automático c/ 1 quando 48,
49 ou 50 = 2
55. Já iniciou sua vida sexual VIDASEX Numérico 1 dígito De 1 a 2 ou 8 - Se 2 ou 8 pula para a questão 65
56. Quantos anos tinha na primeira relação sexual
ANORESEX Numérico 2 dígito Preenchimento automático com 99 quando 55 = 2 ou 8
57. Hábito de usar camisinha USACAMIS Numérico 1 dígito De 1 a 2 ou 8 - Preenchimento automático
c/9 quando 55 = 2 ou 8 58. Parceiro teve hepatite
PARCHEP
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 ou 8 -
Preenchimento automático
c/9 quando 55 = 2 ou 8
59. Já teve outro parceiro sexual
TEVOUTPA
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 ou 8 - Preenchimento automático
c/9 quando 55 = 2 ou 8 60. Quantos parceiros sexuais
teve nos últimos 12 meses
QPARSEX
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 ou 8 -
Preenchimento automático c/9 quando 55 = 2 ou 8
61. Parceiro sabidamente portador de hepatite
RELPORHE
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 ou 8 -
Preenchimento automático
c/9 quando 55 = 2 ou 8
62. Parceiro teve alguma doença venéria
PARTEV DV
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 ou 8 -
Preenchimento automático
c/9 quando 55 = 2 ou 8
63. Parceiro que faz sexo com pessoa do mesmo sexo
PABISSEX
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 ou 8 -
Preenchimento automático c/9 quando 55 = 2 ou 8
64. Já teve alguma doença venéria
TEVEDV
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 ou 8 -
Preenchimento automático c/9 quando 55 = 2 ou 8
65. Fez uso de droga fumada
DROGFUMA
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 ou 8
66. Já cheirou cola
CHECOLA
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 ou 8
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo III 219
Questão
Nome da variável
Tipo
Tamanho
Condições/funções
67. Fez uso de droga cheirada
DROGCHEI
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 ou 8 -
Se 2 ou 8 pula para a questão 69
68. Que droga cheirada fez uso
DROGUSO
Numérico
1 dígito
Preenchimento automático c/9 quando 67 = 2 ou 8
69. Uso de drogas injetáveis
DROGINJE
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 ou 8
70. Tomou injeção com seringa de vidro
INJSERVI
Numérico
1 dígito
De 1 a 2 ou 8
71. Motivo de ter tomado injeção com seringa de vidro
MOTINJ
Numérico
1 dígito
De 1 a 4 ou 8 ou 9 -
Preenchimento automático c/9 quando 70 = 2 ou 8
72. Coleta de sangue COSANGUE Numérico 1 dígito De 1 a 2 - Se 2 pula para o nome do entrevistador
73. Resultado Anti-HAV ANTIHAV Numérico 1 dígito De 1 a 5 - Preenchimento automático c/9 quando 72 = 2
74. Resultado Anti-HBc ANTIHBC Numérico 1 dígito De 1 a 5 - Preenchimento automático c/9 quando 72 = 2
75. Resultado HBsAg
HNSAG
Numérico
1 dígito
De 1 a 5 -
Preenchimento automático c/9 quando 72 = 2
76. Resultado Anti-HBs
ANTIHBS
Numérico
1 dígito
De 1 a 5 -
Preenchimento
automático c/9 quando 72 = 2 77. Resultado Anti-HCV
ANTIHCV
Numérico
1 dígito
De 1 a 5 -
Preenchimento
automático c/9 quando 72 = 2
78. Resultado HCV-RNA
HCVRNA
Numérico
1 dígito
De 1 a 5 -
Preenchimento automático c/9 quando 72 = 2
Entrevistador
ENTADULT
Texto
50 caracteres
-
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo III 220
INSTRUÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DO VALIDATE
O uso do VALIDATE tem como função detectar erros de digitação. Após
proceder-se a dupla entrada dos dados, a utilização deste programa vai permitir que os
dois arquivos sejam comparados e as diferenças existentes entre eles sejam listadas para
posterior correção. O software utilizado para essa finalidade será o EPIINFO versão
6.04, selecionando-se no menu Programs a opção VALIDATE duplicate entry. (ver
abaixo a opção sombreada na figura)
Seguindo a tela abaixo, nos espaços FILE 1 e FILE 2 digite a localização dos arquivos
correspondentes à primeira e segunda entrada, conforme mostra o exemplo a seguir:
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo III 221
Exemplo: File 1
C:\EPI6\ENTRADA1\ADULTO1.REC
File 2
C:\EPI6\ENTRADA2\ADULTO2.REC
No campo Output to escolha a opção File para que as diferenças existentes venham a
ser gravadas em um arquivo do tipo DOC (documento do Word). A localização deste
arquivo deve ser preenchida no campo Output file name.
Exemplo : Output file name
C:\EPI6\ENTRADA1\ERROS.DOC
Em relação ao campo Include deleted records não deverá ser marcado esta opção, uma
vez que o banco de dados não deve conter nenhum registro excluído.
O uso da opção Use unique IDs dependerá da ordem na qual os dados foram
introduzidos no arquivo:
- Se os registros estiverem na mesma ordem nos dois arquivos, não é necessário
que a opção Use unique IDs seja marcada, e basta pressionar F4 que o
programa fará a comparação e mostrará as diferenças no arquivo gravado,
como mencionado anteriormente;
- Se os registros estiverem em ordens diferentes, marque a opção Use unique IDs
e selecione a variável identificadora, que irá
variar de acordo com o questionário, assim
padronizadas:
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo III 222
- Nos questionários Adolescente e Adulto e criança será utilizada a variável
NSANGUE;
- Nos questionários Informação do domicílio será utilizada a variável
NDOMIC;
- Nos questionários Informação do chefe da família será utilizada a variável
NFAMILIA;
- Na folha de controle domiciliar será utilizada a variável NDOM;
Especificamente no que se refere ao Quadro familiar, o validate dessa etapa deverá
seguir os seguintes passos:
1º) Selecione no menu Programs a opção ANALYSIS OF DATA e, por meio do
comando READ, abra o arquivo QUADROFAM.REC.
2º) Execute o comando
SORT NUMFAM CODINDIV
para que o banco de dados seja
ordenado segundo o número da
família e código do indivíduo na
família.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo III 223
3º) Salve o banco de dados ordenado pelo número da família e código do indivíduo na
família com outro nome, por meio dos comandos :
ROUTE C:\EPI6\QUADRO\QUAFAM1.REC
E logo em seguida o comando
WRITE RECFILE
4º) Sair do arquivo por meio do comando CLOSE
Obs. Repita esses procedimentos para o arquivo do quadro familiar da segunda
entrada fazendo os ajustes cabíveis. Nesse caso o arquivo, conforme mostrado no
item 3, deverá ser nomeado QUADFAM2.REC.
A partir dos procedimentos de ordenação dos bancos do quadro familiar, o processo do
VALIDATE não necessitará que a opção Use unique IDs seja marcada, bastando
pressionar F4 para que o programa faça a comparação e mostre as diferenças no arquivo
gravado.
O arquivo gravado com as diferenças deverá ser entregue aos digitadores para que sejam realizadas as correções, após a consulta aos questionários.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo III 224
UUNNIIVVEERRSSIIDDAADDEE DDEE PPEERRNNAAMMBBUUCCOO
MANUAL DE CAMPO
BBrraassiill,, 22000033
MMMAAANNNUUUAAALLL DDDOOO EEENNNTTTRRREEEVVVIIISSSTTTAAADDDOOORRR
EEESSSTTTUUUDDDOOO DDDEEE PPPRRREEEVVVAAALLLÊÊÊNNNCCCIIIAAA DDDEEE
BBBAAASSSEEE PPPOOOPPPUUULLLAAACCCIIIOOONNNAAALLL DDDAAASSS IIINNNFFFEEECCCÇÇÇÕÕÕEEESSS
PPPEEELLLOOOSSS VVVÍÍÍRRRUUUSSS DDDAAASSS HHHEEEPPPAAATTTIIITTTEEESSS AAA,,, BBB EEE CCC
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Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Orientações Gerais para o Preenchimento dos Questionários
Caro entrevistador
Para assegurar que as informações obtidas durante o trabalho de campo não
sofram distorções nas etapas posteriores, é muito importante que as anotações e
registros feitos nos questionários sejam legíveis e não causem dúvidas de interpretação.
1. Use somente lápis para preencher os questionários;
2. Não deixe respostas em branco;
3. NÃO PREENCHA OS CÓDIGOS DO QUESTIONÁRIO NO MOMENTO DA
ENTREVISTA;
4. Sempre que houver dúvida sobre a resposta dada pelo informante, escreva a resposta
por extenso e deixe que o coordenador de campo classifique-a, conforme as opções
enunciadas no questionário;
5. Para cada domicílio ocupado, e para cada família ou pessoa que resida sozinha,
preencha sempre a folha de controle domiciliar, o questionário contendo
informações sobre o domicílio e os respectivos questionários, de acordo com a
posição ocupada na família e a faixa etária (responsável pela família, adulto,
criança).
6. Nos domicílios onde haja mais de uma família residindo, deverá ser preenchido um
questionário para cada uma delas. O mesmo se aplica às pessoas que vivem
sozinhas.
7. O responsável pelo domicílio de ser a primeira pessoa a ser entrevistada. As
demais serão entrevistadas em seguida.
8. É obrigatório o preenchimento da seção referente à IDENTIFICAÇÃO em todos os
questionários.
9. Todos os questionários apresentam comandos, sob a forma de seta, que determinam
a seqüência de preenchimento.
Anexo III 225
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
1. A coleta das informações será realizada mediante o preenchimento dos seguintes
formulários:
- FOLHA DE CONTROLE DOMICILIAR
- QUESTIONÁRIO: INFORMAÇÕES SOBRE O DOMICÍLIO
- QUESTIONÁRIO: INFORMAÇÕES SOBRE O RESPONSÁVEL
PELA FAMÍLIA
- QUESTIONÁRIO: ADOLESCENTES E ADULTOS
- QUESTIONÁRIO: CRIANÇA
2. CONCEITOS BÁSICOS PARA O PREENCHIMENTO DOS
FORMULÁRIOS:
- DOMICÍLIO: espaço destinado a moradia isolada de outro domicílio, por
muro, cerca, dentre outros, e com entrada independente. A separação física
deve permitir que uma ou mais pessoas que nele habitam se isolem das
demais, com a finalidade de dormir, preparar e/ou consumir alimentos,
proteger-se do meio ambiente, assumindo total ou parcialmente os gastos
com alimentação ou moradia.
- DOMICÍLIO ABERTO: toda unidade que esteja sendo habitada, ainda que
os moradores não estejam presentes no momento.
- DOMICÍLIO FECHADO: toda unidade que esteja sendo habitada, mas
que os moradores se encontrem temporariamente ausentes no período da
coleta (por motivo de viagem, trabalho, estudo, etc.).
- DOMICÍLIO VAGO: Toda unidade que não esteja sendo habitada no
período da coleta.
- DOMICÍLIO PARTICULAR DE USO OCASIONAL: Toda unidade que
é utilizada de forma descontínua pelo fato dos moradores possuírem um
outro domicílio permanente onde residem a maior parte do tempo.
- DOMICÍLIO COLETIVO: quando a relação dos habitantes é determinada
por normas administrativas.
Anexo III 226
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
- DOMICÍLIO NÃO RESIDÊNCIAL: quando a edificação não é destinada
a moradia (empresas, industrias, etc.)
- UNIDADE FAMILIAR: conjunto de pessoas que vivem no mesmo
domicílio, compartilhando o mesmo espaço e orçamento doméstico,
independente do grau de parentesco; Conventos, quartéis, presídios e
colégios estão excluídos do estudo por não serem considerados unidade
familiar.
- FAMÍLIA: considere como família a pessoa que mora sozinha ou um
conjunto de pessoas ligadas por laços de parentesco ou dependência
doméstica. São integrantes da unidade familiar todas as pessoas que residem
no domicílio. Visitantes passageiros e parentes em férias não são
considerados integrantes da unidade familiar. Caso o trabalhador doméstico
e seu(s) filho(s) morem na residência que faz parte da amostra será elegível
para a coleta de sangue e entrevista somente se residirem continuamente há
mais de dois anos no domicílio. Se o trabalhador doméstico for diarista, não
será elegível para nenhuma das situações pesquisadas.
- FAMÍLIAS CONVIVENTES: define-se como conviventes as famílias
com, no mínimo, duas pessoas cada uma, que conviviam no mesmo
domicílio particular na data da entrevista.
São formadas por parentes com suas respectivas famílias ou pessoas não
aparentadas com suas respectivas famílias, tais como:
· Pai e filho, com suas respectivas famílias que residam em um mesmo
domicílio;
· Indivíduo aposentado com ou sem cônjuge que resida com filho(a) e
respectiva família;
· Irmãos, com suas respectivas famílias, que residam em um mesmo
domicílio;
· Patrões e empregados, com suas respectivas famílias que residam em
um mesmo domicílio;
· Amigos ou colegas com suas respectivas famílias que residam em um
mesmo domicílio;
Anexo III 227
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
- MORADOR: é a pessoa que tem a unidade domiciliar (domicílio particular
ou unidade de habitação em domicílio coletivo) como local de residência
habitual, na data da entrevista.
- RETORNOS: se o domicílio que faz parte da amostra e estiver fechado,
retorne mais uma vez (em turnos diferentes) para realizar a pesquisa. Se ao
retornar, a casa ainda se encontrar fechada retornar mais uma vez, caso ela
ainda se encontre fechada considera-se o domicílio fechado. Não substituir
domicílio fechado.
Anexo III 228
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
1. NÚMERO DO DOMICÍLIO: deverá ser
preenchido pelo coordenador de campo. Composto
por 7 dígitos constituído por uma seqüência de
números que corresponde ao: dois primeiros
dígitos da Unidade Federativa, dois seguintes
referente a UPA e os três referentes ao número
do domicílio.
2. Nos quadros abaixo, o entrevistador deverá registrar
a data, horário, nome do entrevistador e resultado da
visita, devendo ser codificado posteriormente pelo
coordenador de campo.
3. Na página relativa ao QUADRO FAMILIAR, o
entrevistador deve anotar as informações referentes
a todos os membros da(s) família(s), incluindo
posição do entrevistado em relação ao chefe da
família, sexo, idade e a data da entrevista e da coleta
de sangue. Em todos os casos quem define o responsável pela família é a própria família.
A numeração dos indivíduos ocorrerá a partir do chefe de família mais velho, cônjuge e
demais membros em ordem decrescente de idade. Registre para cada pessoa o número da
família que pertence. Nos domicílios que possuam mais de uma família, utilizar a mesma
folha e, ao iniciar o preenchimento da segunda família, separar por uma linha em branco.
A codificação será realizada pelo coordenador de campo.
Obs 1: Mesmo nos domicílios em que não haja ninguém na faixa etária selecionada para o
inquérito, o QUADRO DOMICILIAR deverá ser preenchido. Nessa situação o quadro deve
ser conferido pelo coordenador de campo, devendo constar sua assinatura.
Obs 2: Caso haja recusa quanto a resposta ao questionário, os dados de identificação desses
indivíduos constantes no quadro domiciliar, deverão ser transcritos para o questionário
específico pelo coordenador de campo. Vale ressaltar que isso deverá ser feito mesmo quando a
coleta de sangue não for realizada.
Anexo III 229
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
1. IDENTIFICAÇÃO: Contém as
seguintes informações: data da
entrevista, número do domicílio,
código da cidade e estado, as
quais deverão ser previamente
identificadas pelo Coordenador
de campo.
2. DADOS DO DOMICÍLIO: os
campos 5, 6, 7, 8, 9, 11, 12, 13 e
14 deverão ser preenchidos pelo
coordenador de campo.
INFORMAÇÕES DO DOMICÍLIO
Anexo III 230
1. CARACTERÍSTICAS DO DOMICÍLIO: destina-se a levantar informações sobre
o domicílio e conhecer as condições favoráveis à transmissão da doença.
Item 15: A casa em que o (a) sr (a) mora é própria?
1. Sim, já foi paga Quando o domicílio for de propriedade, total ou parcial, de um ou mais moradores e já
estiver integralmente pago;
2. Sim, ainda pagando Quando o domicílio for de propriedade, total ou parcial, de um ou mais moradores e
ainda não estiver integralmente pago;
3. Não, alugada Quando o aluguel do domicílio for pago por um ou mais dos seus moradores. Considere
também como alugado, o domicílio em que o empregador (de qualquer um dos
moradores) pagar, como parte integrante do salário, uma parcela em dinheiro para o
pagamento do aluguel;
4. Não, emprestada Quando o domicílio for cedido gratuitamente, ainda que uma taxa de ocupação seja
paga (impostos, condomínios) ou de conservação;
5. Outros Quando o domicílio for ocupado de forma diferente das anteriormente relacionadas. Por
exemplo, domicílios ocupados por invasão.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo III 231
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Item 16: Há quanto tempo mora nesta casa?
Item 17: Quantos cômodos a sua casa tem?
Item 18: A forma de abastecimento de água utilizada no domicílio onde mora é:
1. Rede geral Quando o domicílio, o terreno ou a propriedade onde está localizado, forem servidos de
água ligada à rede geral de abastecimento;
2. Poço ou nascente Quando o domicílio for servido de água por poço ou nascente localizado no terreno ou
na propriedade de onde está construído;
3. Carro pipa Quando o domicílio for servido de água por carro pipa;
4. Rio ou riacho Quando o domicílio for servido de água de rio ou riacho localizado fora do terreno ou
da propriedade onde está construído;
5. Outras Quando o domicílio for servido de água de reservatório ou caixa ou abastecido por água
da chuva.
Registre o número de anos que o morador reside na casa. Se residir há menos de um ano
registre os meses. Caso esteja residindo há menos de um mês registre os dias.
Para essa questão, considere como cômodo cada compartimento do domicílio coberto por
um teto e limitado por paredes ou divisórias, inclusive banheiro e cozinha. Inclua no
total os cômodos existentes na parte interna do prédio, que seja parte integrante do
domicílio. Não considere como cômodos: corredores, alpendres, varanda, garagens,
depósitos e outros compartimentos utilizados para fins não residenciais. Para os
domicílios em casas de cômodo, ou similares, não compute no total de cômodos as
cozinhas e banheiros de uso comum (comunitários). Registre o número de cada cômodo
ao lado das opções. O número total de cômodos será computado pelos coordenadores
estaduais no momento da codificação dos questionários.
Anexo III 232
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Obs: no caso da existência de mais de um tipo de abastecimento de água registre todas os
diferentes tipos. Ex: o domicílio abastecido por água encanada e poço ou nascente.
Item 19: Por onde chega a água utilizada nesta casa ?
1. Encanada em pelo menos um cômodo Quando o domicílio for servido de água canalizada com distribuição interna para um ou
mais cômodos;
2. Encanada só na propriedade ou terreno Quando a água utilizada no domicílio chegar canalizada até a propriedade, sem haver
distribuição interna;
3. Não encanada Quando a água utilizada no domicílio não chegar canalizada à propriedade ou ao terreno
e não tiver distribuição interna.
8. Não informou Quando o entrevistado não sabe ou se recusa a informar.
Item 20: Com que freqüência falta água na sua casa?
1. Pelo menos uma vez na semana Quando o abastecimento sofre descontinuidade, pelo menos um dia na semana
2. Pelo menos um vez no mês Quando há falta de abastecimento de água com frequência de, pelo menos, uma vez ao
mês
3. Raramente Quando não há periodicidade na interrupção do fornecimento de água
4. Nunca Se não há descontinuidade, em nenhuma circunstância, no abastecimento de água
Anexo III 233
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Item 21: Qual o destino das fezes e urina do banheiro da sua casa ?
1. Rede pública de esgoto Quando a canalização do banheiro ou sanitário estiver ligada a rede geral de saneamento
2. Fossa Quando a canalização do banheiro ou sanitário estiver ligada a uma fossa séptica (nesse
caso, a matéria esgotada passa por processo de tratamento ou decantação) ou rudimentar
(fossa negra, poço, buraco, dentre outros);
3. Céu aberto Quando o banheiro ou sanitário estiver ligado a uma vala;
4. Rio, riacho ou mar Quando o banheiro ou sanitário estiver ligado diretamente a um dessas três opções.
Item 22: Qual o destino do lixo de sua casa?
1. É coletado por serviço de limpeza Quando o lixo do domicílio for coletado diretamente por serviço de empresa pública ou
privada
2. É colocado em caçamba de serviço de limpeza Quando o lixo do domicílio for depositado em uma caçamba, tanque ou depósito, fora
do domicílio, para depois ser coletado por serviço de empresa pública ou privada.
3. É queimado Quando o lixo do domicílio for queimado no terreno ou propriedade onde se localiza o
domicílio.
4. É enterrado Quando o lixo do domicílio for enterrado no terreno ou propriedade onde se localiza o
domicílio.
Observação:
1.No caso de existir mais de um tipo de escoadouro no domicílio, assinale o que se
enquadra primeiro na ordem enumerada.
2. Quando houver dúvida, a resposta deve ser baseada na observação do entrevistador.
Anexo III 234
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
ORIENTAÇÕES GERAIS PARA O PREENCHIMENTO DO QUESTIONÁRIO
As questões referentes à identificação e dados sócio-econômicos do responsável da
família deverão ser obrigatoriamente preenchidas. Os dados restantes, relacionados à
história de contato, só deverão ser obtidos quando o mesmo tiver sido selecionado para
o inquérito sorológico.
NÚMERO DA FAMÍLIA: deverá ser preenchido pelo coordenador de campo. Composto por 9 dígitos constituído por uma seqüência de números que corresponde ao: dois primeiros dígitos da Unidade Federativa, dois seguintes referente a UPA, três referentes ao número do domicílio e os dois últimos referentes ao número da família
5. É jogado em terreno baldio ou logradouro Quando o lixo do domicílio é jogado em terreno baldio ou logradouro público.
6. É jogado em rio, lago ou mar Quando o lixo do domicílio é jogado nas águas do rio, lago, mar ou canal.
7. Tem outro destino Quando o lixo do domicílio tem destino diferente dos enumerados anteriormente.
QUESTIONÁRIO DO RESPONSÁVEL PELA FAMÍLIA
Observação:
1. Quando houver mais de uma resposta, considerar o que a família refere como sendo o
principal destino do lixo da casa.
Anexo III 235
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
IDENTIFICAÇÃO: contém as seguintes informações: data da entrevista, número da
família, código da cidade e do estado. O entrevistador deverá receber o formulário
previamente identificado pelo coordenador de campo.
Item 5. Nome Nome do morador responsável pela família, que deverá ser maior de 15 anos.
Item 6. Sexo Marcar uma das opções referidas
Item 7. Idade Idade da pessoa que está sendo entrevistada, em anos.
Item 8. Data de nascimento Registrar a data de nascimento do responsável pela família. Para a pessoa que só
sabe o dia e/ou o mês de nascimento, não poderá ser feito o cálculo do ano baseado
na informação da idade. Este item ficará em branco quando a pessoa não souber
informar o mês e o ano de nascimento.
Item 9. Há quanto tempo mora nesta cidade ? Registrar o número de anos completos até 31 de julho. Quando o tempo de moradia
for inferior a um ano, registre 0 (zero)
Anexo III 236
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Item 10. Na semana passada, você trabalhou em alguma atividade remunerada ? 1. Sim Se realizou qualquer atividade remunerada, incluindo atividade de preparação de algum
produto, venda ou prestação de algum serviço no próprio domicílio.
2. Não se a resposta foi não, seguir para a questão 12.
Obs: Se for aposentado, considerar que não exerce nenhuma ocupação atual. Deverá
responder o item relativo a renda.
Anexo III 237
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Item 11. Qual era a ocupação que você exercia no trabalho principal, na semana passada? 1. Define-se ocupação como a função, cargo ou ofício desempenhado por uma pessoa
em uma atividade econômica. Se houve perda definitiva do trabalho que o
entrevistado possuía na semana anterior à entrevista, considere as informações
relativas a esta última.
2. O trabalho principal será aquele no qual a pessoa dedicava maior número de horas
trabalhadas por semana, independentemente de ser remunerado ou não.
3. O registro da ocupação deve expressar com clareza o trabalho exercido pela pessoa,
evitando-se registros genéricos. Exemplo: ao invés de registrar apenas pintor,
detalhar se é pintor de paredes, pintor de automóveis, pintor de quadros, dentre
outros.
Item 12. Qual o seu rendimento no mês passado?
Item 13. Sabe ler e escrever ? 1. Sim Se a pessoa é capaz de ler e escrever, pelo menos um bilhete simples no idioma que
conhece. Considere também a pessoa alfabetizada, que se tornou incapacitada de ler ou
escrever.
2. Não Quando a pessoa nunca aprendeu a ler ou escrever ou esqueceu, embora tenha
aprendido. Considere também como não sabendo ler e escrever, a pessoa que só é capaz
de escrever o próprio nome.
Anotar a ocupação do entrevistado, na linha disponível no campo correspondente a
ocupação exercida, que deverá ser codificada posteriormente por um dos
coordenadores locais.
Não tem: registrar 0 em todos os campos
Não sabe informar: preencher todos os campos com o número 8.
Caso possua rendimentos, anotar a quantia recebida no mês anterior ao da entrevista, em reais
Anexo III 238
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Item 14. Freqüenta escola ? 1. Sim Considere como freqüentando escola, a pessoa matriculada em curso regular (pré-
escolar, ensino fundamental, 1o grau, mestrado, doutorado, dentre outros.
2. Não Não considere freqüentando escola as pessoas que estejam realizando somente cursos
rápidos de especialização, profissional ou de extensão cultural, como corte e costura,
dança, idiomas, informática ou cursos de ensino fundamental, 1o grau, 2o grau, dentre
outros, através de rádio, televisão ou correspondência.
Item 15. Qual é o curso que freqüenta ? 4. alfabetização de adultos Curso destinado à alfabetização de jovens e adultos;
5. ensino fundamental ou 1o grau – regular seriado Curso de ensino fundamental ou de 1o grau organizado em séries anuais;
6. ensino fundamental ou 1o grau – regular não seriado Curso de ensino fundamental ou de 1o grau não organizado em séries anuais, ou seja,
organizado em regimes de créditos, períodos letivos, semestres, fases, ciclos, dentre
outros;
7. supletivo (ensino fundamental ou 1o grau) Curso supletivo de ensino fundamental ou de 1o grau, seriado ou não;
8. ensino médio ou Segundo grau - regular seriado Curso de ensino médio ou de 2o grau organizado em séries anuais;
9. ensino médio ou 2o grau – regular não seriado Curso de ensino médio ou de 2o grau não organizado em séries anuais, ou seja,
organizado em regimes de créditos, períodos letivos, semestres, fases, ciclos, dentre
outros;
10. supletivo (ensino médio ou 2o grau) Curso supletivo de ensino médio ou de 2o grau, seriado ou não;
11. pré-vestibular Curso preparatório para prestar exames de ingresso em curso de nível superior (exame
vestibular). Considere este item somente para as pessoas que não freqüentam,
simultaneamente, o ensino médio ou 2o grau;
12. Curso de graduação universitária ou superior Curso de graduação universitária ou superior
Anexo III 239
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
13. Especialização/residência Curso de especialização com duração acima 480 horas ou curso de residência com dois
anos de duração.
14. Mestrado ou Doutorado Curso de mestrado ou doutorado, inclusive para quem está matriculado para preparar
tese
Item 16. Qual é a série que freqüenta?
PARA A PESSOA QUE NÃO FREQUENTA ESCOLA, MAIS JÁ
FREQUENTOU.
Item 17. Qual é a espécie de curso mais elevado concluído ?
1. Alfabetização de adultos Curso destinado à alfabetização de jovens e adultos;
2. Antigo primário Para curso elementar
3. Antigo ginásio Para curso fundamental segundo ciclo 4. Antigo clássico, científico, etc Para curso médio
5. Ensino fundamental ou primeiro grau Curso de ensino fundamental ou de 1o grau, seriado ou não; 6. Ensino médio ou 2o grau Curso de ensino médio ou de 2o grau
7. Pré-vestibular
Curso preparatório para prestar exames de ingresso em curso de nível superior (exame vestibular). Considere este item somente para as pessoas que não freqüentam, simultaneamente, o ensino médio ou 2o grau;
8. Superior ou graduação Curso de graduação universitária ou superior
- Assinale a série que freqüenta nos cursos seriados (1. primeira 2. Segunda
3. Terceira, dentre outros).
- Se o curso que freqüenta não for organizado em séries, registrar a opção 9.
- Quando a pessoa não frequente nenhum curso, registrar a opção 99.
Anexo III 240
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
9. Mestrado e doutorado
Este item será assinalado somente se houver o título de mestre, doutor ou aprovação da tese, ainda que o diploma não tenha sido expedido.
10. Não concluiu nenhum curso
Para a pessoa que:
Freqüentou, mas não concluiu a 1o série do ensino fundamental, 1o grau ou equivalente; Freqüentou ou concluiu somente classe de alfabetização;
Freqüentou, mas não concluiu curso de alfabetização de adultos;
Ou freqüentou somente creche.,
11. Não se aplica Quando nunca freqüentou escola
Anexo III 241
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
QUESTIONÁRIO ADOLESCENTE E ADULTO
Anexo III 242
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
DADOS DO INDIVÍDUO : contém as seguintes informações: data da entrevista,
número da família e identificador do indivíduo. O entrevistador deverá receber o
formulário previamente identificado pelo coordenador de campo.
Item 4. Nome Nome do morador, que deverá ser maior de 12 anos..
Item 5. Sexo Marcar uma das opções referidas
Item 6. Idade Idade da pessoa que está sendo entrevistada, em anos.
Item 7. Data de nascimento Registrar a data de nascimento do responsável pela família. Para a pessoa que só
sabe o dia e/ou o mês de nascimento, não poderá ser feito o cálculo do ano baseado
na informação da idade. Este item ficará em branco quando a pessoa não souber
informar o mês e o ano de nascimento.
Item 8. Qual é a relação do participante com a pessoa responsável pela família ?
Registrar no campo correspondente, o número referente à relação estabelecida pelo
entrevistado, com o responsável pela família.
Item 9. Nome do respondente
Caso haja impedimento para aplicação do questionário com o morador, deve-se
registrar, neste campo, o nome do responsável pelas informações pertinentes ao
entrevistado.
Item 10. Apelido do respondente
Registrar do respondente.
Anexo III 243
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
As questões relativas às informaçõe s de dados sócio-econômicos (exceto os itens 8
e 9) são semelhantes àquelas do questionário do responsável pela família, portanto as
orientações, quanto às mesmas, podem ser encontradas com a ajuda da tabela abaixo :
Questões correspondem à
Questionário adolescente e adulto Questionário responsável pela família
Item 11 Þ Item 13 – pág 12
Item 12 Þ Item 14 – pág 12
Item 13 Þ Item 15 – pág 13
Item 14 Þ Item 16 – pág 14
Item 15 Þ Item 17 – pág 14
Item 16 Þ Item 10 – pág 11
Item 17 Þ Item 11 – pág 11
Item 18 Þ Item 12 – pág 12
Anexo III 244
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
HISTÓRIA DE CONTATO
Anexo III 245
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Item 19. Já teve ou tem hepatite (icterícia/amarelão) ?
1. Sim Se o entrevistado referiu vir apresentando sinais ou sintomas da doença ou se já
apresentou no passado.
2. Não Se o entrevistado referiu nunca ter tido a doença.
8. Não sabe informar Registre o número 8 no campo correspondente.
Item 20. Já recebeu a vacina contra hepatite B? 1. Sim Quando há registro no cartão ou se a pessoa referir ter tomado uma ou mais doses
2. Não Quando não há registro no cartão ou se informar que não foi vacinado
8. Não sabe informar Quando não houver registro ou o entrevistado não sabe informar.
Item 21. Quantas doses de vacina contra hepatite B o senhor (a) recebeu?
Item 22. Observação de cartão vacinal contra hepatite B 1. não apresentou o cartão Registrar esta opção caso o cartão de vacina inexista ou esteja inacessível no momento
da entrevista.
2. Uma dose: Se há registro de uma dose no cartão de vacinação
3. Duas Se há registro de duas doses no cartão de vacinação.
4.Três doses Se há registro de três doses.
Assinale o número de doses recebidas, de acordo com os registros do cartão de vacinação.
Caso não o tenha, anotar o número de doses de vacinas informadas pelo entrevistado.
Anexo III 246
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Item 23. Data da última dose contra hepatite B.
Item 24. Já recebeu vacina contra hepatite A? Registrar a informação, de acordo com a resposta do entrevistado ou observação do
registro no cartão de vacinas.
1. Sim Se referir ou há registro no cartão de vacinação contra hepatite.
2. Não Se afirmar não ter tomado ou se não há registro no cartão de vacinação contra hepatite
A.
8. Não sabe informar Se não sabe ou não lembra de ter tomado.
Item 25. Quantas doses de vacina contra hepatite A o(a) senhor (a) recebeu?
Item 26. Observação de cartão vacinal contra Hepatite A
1. não apresentou o cartão registrar esta opção, caso o cartão de vacina não exista ou esteja inacessível no
momento da entrevista.
2. Uma dose: Se há registro de uma dose no cartão de vacinação contra hepatite A
3. Duas Se há registro de duas doses no cartão de vacinação A.
4.Três doses Se há registro de três doses.
Verificar no cartão de vacinas do entrevistado e anotar o dia, mês e o ano da última dose
de vacina de hepatite B.
Assinale o número de doses recebidas, de acordo com os registros do cartão de vacinação.
Caso não o tenha, anotar o número de doses de vacinas informadas pelo entrevistado.
Anexo III 247
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Item 27. Data da última dose contra hepatite A
Item 28. Fez tratamento dentário nos últimos 12 meses ? 1. Sim Assinalar esta opção quando o entrevistado referir que fez tratamento nos dentes ou
gengiva, com dentista, nos últimos 12 meses, tendo como referência a data da
entrevista. Nesta situação siga para a questão 30.
2. Não Assinalar esta opção, caso não tenha realizado tratamento.
8. Não sabe informar Assinalar esta opção, não saiba informar.
Item 29. Fez tratamento dentário alguma vez na sua vida? 1. Sim Assinale esta opção, caso o entrevistado já tenha ido alguma vez na vida ao dentista e
tenha realizado tratamento.
2. Não Se referir nunca ter se submetido a tratamento dentário
8. Não sabe informar Se não lembra ou não sabe informar
Item 30. Fez cirurgia nos últimos 12 meses? 1. Sim Se o entrevistado referiu ter se submetido a algum procedimento cirúrgico em hospital
ou consultório médico ou dentário, nos últimos 12 meses. Nesta situação, siga para a
questão 33.
2. Não Caso não tenha realizado.
8. Não sabe informar Quando não lembra ou não sabe informar.
Verificar no cartão de vacinas do entrevistado e anotar o dia, mês e o ano da última dose
de vacina de hepatite A.
Anexo III 248
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Item 31. Fez cirurgia alguma vez na sua vida? 1. Sim Se o entrevistado referiu ter se submetido a alguma cirurgia em hospital ou consultório
médico ou dentário.
2. Não Caso não tenha realizado.
8. Não sabe informar Quando não lembra ou não sabe informar.
Item 32. Há quantos anos fez a última cirurgia?
Item 33. Fez transfusão de sangue ou derivados ou uso de imunoglobulina nos últimos 12 meses? 1. Sim Assinale esta opção se o entrevistado recebeu sangue na veia ou derivados de sangue,
como o plasma ou albumina, nos últimos 12 meses, contados a partir da data da
entrevista. Em seguida, aplique a questão 36.
2. Não Se não fez transfusão
8. Não sabe informar Se não lembra ou não sabe informar.
Item 34. Fez transfusão de sangue ou derivados ou uso de imunoglobulina alguma vez na sua vida? 1. Sim Se o entrevistado referiu já ter recebido sangue na veia ou derivados do sangue, como o
plasma, albumina ou imunoglobulina.
2. Não Se não fez transfusão, assinale esta opção e siga para a questão 36.
8. Não sabe informar Se não lembra ou não sabe informar.
Assinalar o período de tempo, em anos, transcorridos entre a data da realização da última
cirurgia e a data da entrevista. Caso o entrevistado não tenha realizado cirurgia, assinalar a
opção “99” (não se aplica)
Anexo III 249
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Item 35. Há quantos anos fez a primeira transfusão de sangue ou derivados ou uso de imunoglobulina?
Item 36. Ficou hospitalizado para tratamento clínico nos últimos 12 meses? 1. Sim assinale esta opção se o entrevistado se internou em hospital para tratar de alguma
doença, sem ser cirúrgica, nos últimos 12 meses. Nesta situação vá à questão 39.
2. Não se não foi internado no período.
8. Não sabe informar caso não lembre ou não saiba informar.
Item 37. Ficou hospitalizado para tratamento clínico (não cirúrgico) alguma vez na vida? 1. Sim Assinale esta opção se o entrevistado se internou em hospital para tratar de alguma
doença, cujo tratamento tenha sido unicamente clínico.
2. Não Se não foi internado no período.
8. Não sabe informar Caso não se lembre ou não saiba informar.
Item 38. Há quantos anos ficou hospitalizado para tratamento clínico (não cirúrgico)
Assinalar o período de tempo, em anos, transcorridos entre a data da última transfusão e a
data da entrevista. Caso o entrevistado não tenha realizado, assinalar a opção “99” (não se
aplica).
Assinalar o período de tempo, em anos, transcorridos entre a data da última hospitalização
e a data da entrevista. Caso o entrevistado não tenha se internado, assinalar a opção “99”
(não se aplica).
Anexo III 250
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Item 39. Fez endoscopia nos últimos 12 meses? 1. Sim assinale esta opção se o entrevistado realizou endoscopia (exame interno por via direta,
através de um tubo iluminado, geralmente com um sistema de lentes, de modo a
observar os órgãos internos do corpo como, esôfago, estômago, etc.) nos últimos 12
meses. Nesta situação vá à questão 41.
2. Não se não realizou endoscopia no período.
8. Não sabe informar caso não lembre ou não saiba informar.
Anexo III 251
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo III 252
Item 40. Fez endoscopia alguma vez na vida? 1. Sim Assinale esta opção se o entrevistado realizou endoscopia alguma vez na vida.
2. Não Se não realizou endoscopia no período.
8. Não sabe informar Caso não se lembre ou não saiba informar.
Item 41.Tem tatuagem? 1. Sim Se o entrevistado referiu ter tatuagem..
2. Não Se não apresenta tatuagem.
Item 42.Tem ou teve piercing? 1. Sim Se o entrevistado referiu ter piercing.
2. Não Se não possui piercing.
Item 43. Compartilha (ou) escova de dentes com outras pessoas? 1. Sim Se o entrevistado referiu ter utilizado escova de dentes de outras pessoas ou vice e
versa.
2. Não Se negar.
Item 44. Compartilha(ou) objetos cortantes (tesouras, lâmina de barbear, navalha,
alicate) com outras pessoas em casa ou em salões de beleza (manicure, pedicure,
etc.)?
1. Sim Se o entrevistado respondeu afirmativamente, tendo referido a utilização de tesouras,
alicates, navalhas, dentre outros, com outras pessoas, em casa ou em salão de beleza.:
2. Não Se não utilizou.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo III 253
Item 45. Você trabalha ou já trabalhou em algum serviço de saúde? 1. Sim se o entrevistado referiu trabalhar ou já ter trabalhado em serviços que prestam
atendimento de saúde à população, como ambulatórios, consultórios, laboratórios,
dentre outros.
2. Não
Se trabalhar em outro local.
Item 46. Em que setor do serviço de saúde você trabalha ou trabalhou ? 1. Ambulatório assinale esta opção se o entrevistado trabalha ou já trabalhou em posto de saúde,
ambulatório ou consultório médico.
2. Enfermaria Se trabalhar ou já trabalhou em enfermaria de hospital, inclusive hospital-dia, onde os
pacientes permaneçam internados.
3. Emergência Se o entrevistado presta serviço ou já prestou diretamente com a assistência médica ao
paciente, em serviço de pronto-atendimento, unidade hospitalar, policlinica, dentre
outros.
4. Centro cirúrgico Se prestar ou já prestou atendimento aos pacientes ou se desempenha outras atividades
em salas de cirurgia ou de parto.
5. Laboratório Se trabalhar ou já trabalhou em laboratório de análises clinicas, na coleta ou
processamento dos exames.
6. Hemodiálise Se prestar ou já prestou atendimento direto a pacientes submetidos a tratamento de
hemodiálise.
7. Outro
Se trabalhar ou já trabalhou em setores administrativos ou outras atividades, que não envolva a atenção direta ou indireta aos pacientes.
Item 47. Qual a ocupação que você tem no serviço de saúde?
Assinale a opção correspondente à ocupação referida pelo entrevistado.
Caso o entrevistado não atue em serviço de saúde, registrar a opção 9 (não se aplica).
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo III 254
Item 48. Na sua vida inteira, você já tomou pelo menos 8 drinks (doses) de qualquer tipo de bebida alcoólica? 1. Sim Assinale esta opção caso o entrevistado tenha referido ter tomado, pelo menos, 8 doses
de qualquer bebida alcoólica, como cerveja, vinho, cachaça, whisky, conhaque, dentre
outras.
2. Não Caso nunca tenha bebido na vida, classifique no Item 54 como abstêmio.
Item 49. Já houve algum período na sua vida em que em um ano você tomou pelo menos 8 drinks contendo álcool? 1. Sim Se o entrevistado referiu ter tomado, um mínimo de oito doses de bebida alcoólica em
algum ano, ao longo da vida
2. Não Assinale esta opção, caso nunca tenha tomado esta quantidade de doses, em um período
de um ano, e classifique no Item 54 como abstêmio.
Item 50. Durante os últimos 30 dias você bebeu, pelo menos, uma dose de alguma bebida alcoólica? 1. Sim Se o entrevistado referiu ter tomado um mínimo de uma dose de bebida alcoólica nos
últimos 30 dias.
2. Não Assinale esta opção, caso não tenha bebido alguma dose de bebida alcoólica nos últimos
30 dias, e siga para a questão 52.
Item 51. Durante os últimos 3 meses, com que freqüência você geralmente tomou
cerveja, vinho, pinga, ou qualquer outro tipo de bebida alcoólica?
Assinale uma das opções correspondente à frequência de ingestão de bebida alcoólica
referida pelo entrevistado. A tabela abaixo apresenta as pontuações correspondentes a
cada uma das opções relacionadas.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo 255
Freqüência Pontuação 1. Todos os dias 7,00 2. Quase todos os dias 5,50 3. 3 a 4 dias por semana 3,50 4. 1 a 2 dias por semana 1,50 5. 2 a 3 dias por semana 0,62 6. Uma vez por mês 0,25 7. Menos de uma vez por mês 0,10
Item 52. Nos dias em que você bebeu nos últimos 3 meses, quantos drinks você
geralmente tomou num único dia? Por drink, eu quero dizer meia cerveja, um
copo de vinho.....?
Item 53.Você está atualmente em tratamento para um problema com o álcool e (droga)? 1. Sim Assinale está opção, se o entrevistado vir fazendo tratamento de qualquer natureza
(grupo de apoio, como AAA, tratamento físico, químico ou religioso). Vá ao item 54 e
classifique como dependente de álcool.
2. Não Caso não esteja realizando
Item 54. A classificação quanto ao uso de bebida alcoólica (este item deverá ser preenchido pelos coordenadores estaduais)
Registrar o número médio de doses de bebida alcoólica que o entrevistado referiu ter
tomado por dia.
Para classificar o grau de ingestão de álcool em bebedor leve o produto da questão 51 e
52 deve ser menor que 21 para homens e menor a 14 para mulheres. Para classificar o
grau de ingestão de álcool em bebedor pesado o produto da questão 51 e 52 deve ser
maior ou igual a 21 para homens e maior ou igual a 14 para mulheres
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo III 256
Item 55. Você já iniciou sua vida sexual (transou)? 1. Sim Assinale esta opção quando o entrevistado referiu já ter tido relação sexual.
2. Não Se não houve iniciação sexual, assinale esta opção e siga para a questão 61.
8. Não sabe informar Se não lembra ou não informou.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo III 257
Item 56. Quantos anos você tinha quando teve a primeira relação sexual ? Item 57. Você ou seu parceiro tem o hábito de usar camisinha ? 1. Sim Se o entrevistado referiu o uso regular de camisinha para “transar”.
2. Não Quando não usa ou usa de forma ocasional.
8. Não sabe informar Não sabe ou não informou.
9. Não se aplica Quando ainda não iniciou a vida sexual.
Item 58. Seu (Sua) parceiro (a) atual tem ou já teve hepatite ? 1. Sim Se informou afirmativamente
2. Não Se o parceiro nunca teve hepatite
8. Não sabe informar Se não sabe ou não lembra
9. Não se aplica Se o entrevistado não tem parceiro
Item 59. Você já teve outra ou outro parceiro sexual, além do seu parceiro atual ? 1. Sim Se informou ter tido relações sexuais com outra pessoa, além do parceiro atual.
2. Não Se teve relações sexuais apenas com o parceiro atual.
8. Não sabe informar Se não quis informar
9. Não se aplica Se não tem parceiro ou ainda não iniciou a vida sexual.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo III 258
Item 60. Quantos parceiros (a) sexuais você teve nos últimos 12 meses ?
Item 61. Você já teve relações sexuais com parceiro(a) sabidamente portador de hepatite ? 1. Sim Quando manteve relação sexual com pessoa a que tem um exame positivo para hepatite
2. Não Se nunca teve relação sexual com pessoa que soubesse ter hepatite
8. Não sabe informar Se não quis informar ou não sabe
9. Não se aplica Se não iniciou a vida sexual
Item 62. Você sabe se algum de seus (suas) parceiros (as) teve alguma doença venérea (do mundo) ? 1. Sim Se o entrevistado informou ter tido relação sexual com alguma pessoa que tenha
apresentado alguma doença venérea ou transmissível, pela relação sexual, como sífilis,
gonorréia, cancro, herpes genital, dentre outros.
2. Não Se nunca teve relação sexual com pessoa que apresentasse esse tipo de problema.
8. Não sabe informar Se não quis informar ou não sabe.
9. Não se aplica Se não iniciou a vida sexual.
Item 63. Você mantém ou já manteve relação sexual com parceiro(a) que faz sexo com pessoa do mesmo sexo? 1. Sim Se o entrevistado informou ter ou já ter tido relação sexual com uma pessoa que faça
sexo tanto como homem como com mulher.
2. Não Se nunca teve.
8. Não sabe informar Se não quis informar ou não sabe.
Registrar o número de pessoas com quem o entrevistado teve relações sexuais nos últimos
12 meses.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo III 259
9. Não se aplica Se não iniciou a vida sexual.
Item 64. Você já teve alguma doença venérea (sífilis, gonorréia)? 1. Sim Se o entrevistado informou ter alguma doença venérea ou transmissível pela relação
sexual, como sífilis, gonorréia, cancro, herpes genital, dentre outros.
2. Não Se nunca teve relação sexual com pessoa que apresentasse esse tipo de problema.
8. Não sabe informar Se não quis informar ou não sabe.
9. Não se aplica Se não iniciou a vida sexual.
Item 65. Você já fez uso de drogas fumadas? 1. Sim Se o entrevistado referiu ter fumado substâncias como maconha, haxixe, crack, dentre
outras drogas, excetuando cigarros.
2. Não Se não fez uso.
8. Não sabe informar Se não quis informar..
Item 66. Você já cheirou cola ? 1. Sim quando a pessoa é ou já foi viciada em cheirar cola.
2. Não se nunca teve o hábito de cheirar cola.
8. Não sabe informar se não lembra ou não quis informar.
Item 67. Você já fez uso de drogas cheiradas ? 1. Sim Se o entrevistado referiu já ter cheirado substâncias alucinógenas, tais como cocaína.
2. Não Se referir nunca ter cheirado.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo III 260
8. Não sabe informar Se não lembra ou não quis informar.
Item 68. Qual droga cheirada você fez uso?
Item 69. Você já fez uso de drogas injetáveis? 1. Sim
Se informou ter usado substância alucinógena aplicada pela veia (heroína, dentre outras).
2. Não
Se referir não ter feito uso.
Item 70. Você já tomou injeção com seringa de vidro ou compartilhou seringa descartável ? 1. Sim
Se o entrevistado informou ter tomado medicação ou substância alucinógena em seringa de vidro, ou usou seringa de vidro utilizada por outra pessoa, sem esterilizar em estufa.
2. Não
Se nunca tomou.
Item 71. Qual o motivo de ter tomado injeção com seringa de vidro ou ter compartilhado seringa? 1. Estimulante para prática de esportes
Se o entrevistado informou ter tomado medicação ou substância estimulantes para praticar esportes
2. Vitaminas e/ou glicose em farmácia
Se o entrevistado informou ter tomado Vitaminas e/ou glicose sob forma de injeções em farmácia
3. Orientação médica
Se o entrevistado informou ter tomado a medicação injetável por orientação médica
4. Outros
Se referir outros motivos. Deve-se especificar qual no espaço ao lado.
8. Não sabe informar
Se não lembra ou não quis informar.
9. Não se aplica
Se não tomou injeção com seringa de vidro ou compartilhou seringa
Registre o nome da droga cheirada, que o entrevistado referiu ter feito uso. Caso nunca
tenha feito uso, assinalar a opção 9 (não se aplica)
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo III 261
Itens 72 a 76
QUESTIONÁRIO DA CRIANÇA
Os itens 72 a 76 deverão ser preenchidos pelo Coordenador Clínico Estadual
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo III 262
DADOS DO INDIVÍDUO: Os campos referentes às informações sobre a data da
entrevista, número da família, número de identificação do indivíduo na família e nome
da criança, respectivamente. Devem ser preenchidos pelo entrevistador.
Item 11. Qual é a relação do participante com a pessoa responsável pela família ?
Item 12. Sabe ler e escrever ? 1. Sim Considere como freqüentando escola, a criança matriculada em curso regular (creche,
pré-escolar, ensino fundamental e 1o grau).
2. Não Se a criança não esteja matriculada no momento da entrevista, ou já freqüentou escola
anteriormente. Após assinalar a numeração correspondente, vá ao item 16.
Item 4. Nome Nome do morador, que deverá ter 13 anos completos e mais.
Item 5. Sexo Marcar uma das opções referidas
Item 6. Idade Idade da criança que está sendo entrevistada, em anos.
Item 7. Data de nascimento Registrar a data de nascimento da criança. Para a criança ou responsável por ela que
só sabe o dia e/ou o mês de nascimento, não poderá ser feito o cálculo do ano
baseado na informação da idade. Este item ficará em branco quando a pessoa não
souber informar o mês e o ano de nascimento.
Item 8. Respondente
Registrar o responsável pelas informações da criança
Item 9. Nome do respondente
Registrar o nome completo da pessoa que está fornecendo as informações
Item 10. Apelido do respondente
Registrar o apelido ou o nome que corriqueiramente é chamado
Registre a opção que indica a relação da criança participante com o responsável pela
família.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo III 263
Item 13. Freqüenta escola ou creche? 1. Sim
Considere como freqüentando escola, a criança matriculada em curso regular (pré-escolar e ensino fundamental) ou que receba assistência diurna nos primeiros anos de vida em estabelecimentos juridicamente regulamentados ou não (creches), de origem privada. Assinale a numeração correspondente e vá ao item 14.
2. Não
Não considere freqüentando escola as pessoas que estejam realizando somente cursos rápidos de especialização, profissional ou de extensão cultural, como corte e costura, dança, idiomas, informática ou cursos de ensino fundamental, 1
o grau, 2
o grau, dentre
outros, através de rádio, televisão ou correspondência.
Item 14. Qual é o curso que freqüenta ? 1. Creche 2. Pré-escolar 3. Classe de alfabetização 4. Ensino fundamental ou 1o grau – regular seriado Curso de ensino fundamental ou de 1o grau organizado em séries anuais;
5. Ensino fundamental ou 1o grau – regular não seriado
Curso de ensino fundamental ou de 1o grau não organizado em séries anuais, ou seja, organizado em regimes de créditos, períodos letivos, semestres, fases, ciclos, dentre outros;
Item 15. Qual é a série que freqüenta?
PARA A PESSOA QUE NÃO FREQUENTA ESCOLA, MAIS JÁ
FREQUENTOU.
Item 16. Qual é a espécie de curso mais elevado concluído ?
1. Alfabetização de adultos
Curso destinado à alfabetização de jovens e adultos;
2. Antigo primário
Para curso elementar
- Assinale a série que freqüenta nos cursos seriados (1. primeira 2. Segunda
3. Terceira, dentre outros).
- Se o curso que freqüenta não for organizado em séries, registrar a opção 9.
- Quando a pessoa não frequente nenhum curso, registrar a opção 99.
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo III 264
3. Antigo ginásio
Para curso fundamental segundo ciclo
4. Antigo clássico, científico, etc
Para curso médio
5. Ensino fundamental ou primeiro grau
Curso de ensino fundamental ou de 1o grau, seriado ou não;
6. Ensino médio ou 2o grau
Curso de ensino médio ou de 2o grau
7. Pré-vestibular
Curso preparatório para prestar exames de ingresso em curso de nível superior (exame vestibular). Considere este item somente para as pessoas que não freqüentam, simultaneamente, o ensino médio ou 2o grau;
8. Superior ou graduação Curso de graduação universitária ou superior
9. Mestrado e doutorado
Este item será assinalado somente se houver o título de mestre, doutor ou aprovação da tese, ainda que o diploma não tenha sido expedido.
10. Não concluiu nenhum curso
Para a pessoa que:
Freqüentou, mas não concluiu a 1o série do ensino fundamental, 1o grau ou equivalente;
Freqüentou ou concluiu somente classe de alfabetização;
Freqüentou, mas não concluiu curso de alfabetização de adultos;
Ou freqüentou somente creche.,
11. Não se aplica
Quando nunca freqüentou escola
Questões correspondem à
Questionário criança Questionário adolescente e adulto
Item 17 Þ Item 10 – pág 12
Item 18 Þ Item 11 – pág 12
Item 19 Þ Item 12 – pág 13
As questões 11, 12 e 13 são semelhantes àquelas do questionário do responsável pela
família, portanto as orientações, quanto às mesmas, podem ser encontradas com a ajuda
da tabela abaixo :
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo III 265
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo III 266
As questões sobre a História de contato são semelhantes àquelas do questionário do
responsável pela família , portanto as orientações, quanto às mesmas, podem ser
encontradas com a ajuda da tabela abaixo :
Questões correspondem à
Questionário criança Questionário adolescente e adulto
Item 20 Þ Item 19 – pág 20
Item 21 Þ Item 20 – pág 20
Item 22 Þ Item 21 – pág 20
Item 23 Þ Item 22 – pág 20
Item 24 Þ Item 23 – pág 21
Item 25 Þ Item 24 – pág 21
Item 26 Þ Item 25 – pág 21
Item 27 Þ Item 26 – pág 21
Item 28 Þ Item 27 – pág 22
Item 29 Þ Item 28 – pág 22
Item 30 Þ Item 29 – pág 22
Item 31 Þ Item 30 – pág 22
Item 32 Þ Item 31 – pág 23
Item 33 Þ Item 32 – pág 23
Item 34 Þ Item 33 – pág 23
Item 35 Þ Item 34 – pág 23
Item 36 Þ Item 35 – pág 24
Item 37 Þ Item 36 – pág 24
Item 38 Þ Item 37 – pág 24
Item 39 Þ Item 38 – pág 24
Item 40 Þ Item 39 – pág 25
Item 41 Þ Item 40 – pág 26
Item 42 Þ Item 41 – pág 26
Item 43 Þ Item 42 – pág 26
Item 44 Þ Item 43 – pág 26
Item 45 Þ Item 44 – pág 26
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Anexo III 267
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
UUNNIIVVEERRSSIIDDAADDEE DDEE PPEERRNNAAMMBBUUCCOO
MANUAL DE CAMPO
BBrraassiill,, 22000033
EEESSSTTTUUUDDDOOO DDDEEE PPPRRREEEVVVAAALLLÊÊÊNNNCCCIIIAAA DDDEEE
BBBAAASSSEEE PPPOOOPPPUUULLLAAACCCIIIOOONNNAAALLL DDDAAASSS IIINNNFFFEEECCCÇÇÇÕÕÕEEESSS
PPPEEELLLOOOSSS VVVÍÍÍRRRUUUSSS DDDAAASSS HHHEEEPPPAAATTTIIITTTEEESSS AAA,,, BBB EEE CCC
NNNAAASSS CCCAAAPPPIIITTTAAAIIISSS DDDOOO BBBRRRAAASSSIIILLL
MMMAAANNNUUUAAALLL DDDEEE CCCAAAMMMPPPOOO
Anexo III 268
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
APRESENTAÇÃO
Caro pesquisador
A situação epidemiológica das hepatites virais, no Brasil, ainda é pouco
conhecida. As informações atualmente disponíveis dizem respeito a segmentos
específicos da população, como doadores de sangue, dialisados, esquistossomóticos,
pacientes atendidos em hospitais, gestantes, dentre outros, que não refletem a
distribuição e magnitude do problema na população geral.
Desta forma, a presente pesquisa pretende verificar a frequência das hepatites A,
B e C entre os residentes no conjunto das capitais e identificar fatores sócio-econômicos
e comportamentais relacionados a sua ocorrência. Os resultados desta pesquisa terão
grande importância, uma vez que fornecerá subsídios para o aperfeiçoamento de um
plano nacional de controle das hepatites adequado as singularidades regionais. Este
plano compreende programa de vacinação, medidas educativas e ações de saúde nos
seus diferentes níveis de complexidade. Portanto, o trabalho desenvolvido todos os
membros da equipe será imprescindível para que em conjunto se alcance as metas
planejadas e se garanta a fidedignidade dos resultados.
O objetivo deste manual é fornecer orientações básicas à equipe da pesquisa
“INQUÉRITO NACIONAL DAS HEPATITES VIRAIS A, B e C” na condução do
trabalho de campo. Todas as vezes que surgirem dúvidas a respeito de quaisquer
questões em relação a identificação ou seleção do domicílio pesquisado, consulte-o. O
cumprimento das instruções terá grande importância, pois garantirá a obtenção de
informações de boa qualidade e permitirá a comparação dos dados entre as Regiões.
Coordenação Nacional
Anexo III 269
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Sumário
1. Composição e responsabilidades dos componentes das
equipes de campo
2. Atribuições dos membros da equipe
3. Instruções gerais para o trabalho de campo
4. Instruções para a contagem rápida dos domicílios
5. Instruções para a seleção dos domicílios a serem
pesquisados
6. Instruções para o preenchimento dos questionários
7. Instruções para a coleta e transporte de sangue ao
laboratório
Anexo III 270
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
CCoommppoonneenntteess ddaass eeqquuiippeess ddee ccaammppoo
Para a realização do inquérito, cada equipe estadual será composta por:
- 1 Coordenador estadual (epidemiologista)
- 1 Coordenador estadual (clínico)
- 1 Coordenador de campo
- Técnicos de coleta de sangue
- Digitador
- Entrevistadores
- Motorista (s).
AAttrriibbuuiiççõõeess ddee ccaaddaa mmeemmbbrroo ddaa eeqquuiippee
Coordenadores estaduais (Clínico e epidemiologista):
- Planejar o trabalho de campo (mapeamento, coleta e entrevistas) juntamente
com o coordenador de campo;
- Assegurar a integração da equipe de campo, assim como, a articulação dos
mesmos com as instituições envolvidas (prefeituras, secretarias municipais e
estaduais de saúde, entre outras);
- Assegurar que os recursos financeiros estejam à disposição para a execução da
investigação;
- Providenciar todo o material necessário à realização da entrevista e à coleta de
sangue;
- Garantir o transporte da equipe;
- Realizar reuniões semanais com a equipe para acompanhamento e orientação do
trabalho de campo;
- Supervisionar todas as atividades desenvolvidas relativas à cada domicílio até o
preenchimento completo da ficha de controle domiciliar;
- Revisar os questionários, identificando preenchimentos inadequados, orientando
as falhas detectadas e solicitando o retorno ao domicílio, caso seja necessário;
Anexo III 271
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
- Realizar a codificação dos questionários;
- Garantir a digitação dos dados;
- Providenciar as listas dos serviços de saúde que prestam assistência nas áreas
visitadas;
- Autorizar o pagamento da equipe após o término das atividades mensais
Coordenador epidemiologista:
- Planejar, organizar e executar o treinamento e a padronização de procedimentos
de coleta dos dados do questionário;
- Fornecer o mapa do setor censitário sorteado ao coordenador de campo;
- Realizar o sorteio dos domicílios do setor censitário a ser pesquisado, após a
contagem rápida realizada pela equipe de campo;
- Realizar reuniões periódicas com a equipe para acompanhamento e orientação
do trabalho de campo;
Coordenador clínico:
- Planejar, organizar e executar o treinamento e a padronização dos procedimentos
da equipe da coleta de sangue;
- Ministrar aula sobre hepatite para a equipe de campo ;
- Orientar a equipe de coleta quanto às medidas de biossegurança;
- Prover o material necessário à coleta de sangue;
- Supervisionar os procedimentos de coleta, armazenamento e transporte das
amostras de sangue ao laboratório de referência;
- Acompanhar, no laboratório de referência, os procedimentos necessários ao
processamento e análise das amostras;
- Disponibilizar os exames positivos e negativos para hepatite, devendo convocar
os pacientes positivos para orientação e tratamento.
Coordenador de campo
- Organizar a escala diária de trabalho da equipe;
- Organizar e distribuir o material de cada entrevistador e técnico de coleta de
sangue;
Anexo III 272
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
- Organizar o esquema de transporte da equipe;
- Alocar a equipe de trabalho na área;
- Fazer a contagem dos quarteirões e respectivos domicílios do setor censitário
sorteado;
- Fornecer à equipe a indicação dos domicílios sorteados;
- Controlar a entrada e saída de questionários e material de coleta de sangue;
- Controlar a entrada e saída de equipamentos;
- Realizar a reaplicação eventual de questionários, para o controle de qualidade
dos mesmos;
- Abordar os domicílios sorteados em cada UPA, juntamente com o entrevistador,
informando sobre os objetivos de sua visita e de seu trabalho, e da importância
da colaboração da comunidade para que seja possível o desenvolvimento da
pesquisa a contento;
- Receber os questionários preenchidos e encaminhá-los aos coordenadores
estaduais (clínico e epidemiologista);
- Providenciar o envio do sangue coletado até o laboratório de referência, após o
termino das atividades diárias do trabalho de campo;
- Participar das reuniões convocadas pelo epidemiologista e clínico, para análise
de desempenho das atividades, em campo.
- Avaliar as atividades diárias da equipe de campo (assiduidade, número de
questionários preenchidos, número de coletas de sangue, etc) e programar as
atividades do dia seguinte, apontando soluções para os problemas e assistindo os
entrevistadores em suas dúvidas;
Técnicos de coleta de sangue
- Coletar a(s) amostra(s) de sangue necessária(s) à realização do estudo;
- Observar e seguir as normas contidas no manual de instrução do coletador;
- Observar e cumprir os prazos previamente definidos para a etapa de coleta de
sangue;
Anexo III 273
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Entrevistadores
- Acompanhar o coordenador de campo na identificação dos setores censitários e
os quarteirões a serem trabalhados;
- Fazer a contagem dos quarteirões e respectivos domicílios dos setores
censitários sorteados, sob a supervisão do coordenador de campo;
- Estabelecer contato com os moradores e informar sobre os objetivos de sua
visita e de seu trabalho, e da importância da colaboração da comunidade para
que se possa realizá-lo a contento;
- Realizar a entrevista, preenchendo de forma adequada o questionário;
- Checar o questionário antes da saída do domicílio, verificando se todos os itens
foram devidamente preenchidos;
- Retornar ao domicílio sempre que necessário, sempre que necessário, até
completar as atividades a serem desenvolvidas naquele domicílio.
IInnssttrruuççõõeess ggeerraaiiss ppaarraa oo ttrraabbaallhhoo ddee ccaammppoo
- Ao chegar em uma localidade, é conveniente o coordenador de campo procurar
se informar sobre a existência de alguma autoridade local (como um líder
comunitário, síndico ou administrador no caso de condomínio fechado), e
verificar sobre a possibilidade de contar com seu apoio na aplicação da pesquisa;
- É aconselhável que o coordenador de campo faça a primeira abordagem no
domicílio junto com o entrevistador;
- Primeiramente, o entrevistador deve verificar se o domicílio é habitado. Se
estiver vazio, deverá registrar o número de ordem do domicílio e indicar na ficha
domiciliar que o mesmo se encontrava vago (inabitado).
- Se nenhum morador estiver presente no domicílio no momento da visita,
perguntar para os vizinhos ou porteiro qual o melhor horário para encontrar o
dono da casa.
- Se algum morador estiver presente no momento, pedir para falar com o chefe da
família ou responsável, explicando que é um entrevistador do Ministério da
Saúde que está realizando uma pesquisa sobre hepatites. É recomendável
mostrar a carta de apresentação ou crachá para se identificar.
Anexo III 274
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
- Se o chefe da família ou responsável não estiver, procurar saber o melhor
horário para encontrá-lo ou um telefone para contato (de casa, celular ou
trabalho);
- Ao contatar o chefe da família ou responsável, o entrevistador deverá explicar o
propósito da pesquisa (com certo detalhamento se ele achar necessário) e a
importância de sua colaboração;
A visita domiciliar deverá ser realizada pela equipe de pesquisadores, composta por um entrevistador e um técnico de coleta. Para o bom desenvolvimento dos trabalhos de campo, faz-se necessário as seguintes recomendações aos membros da equipe:
Anexo III 275
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Entrevistador e técnico de coleta de sangue
Recomenda-se
Þ Apresentar-se na unidade familiar devidamente identificado com um crachá,
evitando não provocar constrangimentos, recusas, dentre outros, lembrando
sempre que irá entrevistar famílias de diferentes níveis socio-econômicos,
culturais e religiosos;
Þ Expor ao entrevistado os objetivos da pesquisa e as instituições envolvidas;
Þ Esclarecer que as informações prestadas pelo entrevistado serão estritamente
confidenciais;
Þ Procurar, dentro do possível, realizar a entrevista em local reservado;
Þ Estabelecer um clima de cordialidade durante a entrevista, evitando qualquer
assunto controvertido e alheio ao trabalho;
Þ Procurar ser calmo e paciente, não valorizando provocações que por ventura
sejam feitas;
Þ Deve ter equilíbrio emocional para vivenciar as mais variadas situações que
decorrem do contato com pessoas de diferentes níveis sociais e personalidades;
Þ Tentar conseguir convencer o entrevistado menos propenso a colaborar com o
estudo, sem, contudo, tomar atitude agressiva ou impositiva;
Þ Deixar o entrevistado expressar as respostas em sua própria linguagem, sem
corrigir ou permitir que a entrevista desvie do roteiro;
Þ Abster-se de fazer comentários quanto à situação do entrevistado ou quanto às
respostas dadas e nem intimidá-lo para fornecer as informações;
Þ Trabalhar exclusivamente na pesquisa, não lhe sendo permitido, em hipótese
alguma, realizar atividades concomitantes, tais como coleta de assinaturas, venda
de produtos, propagandas de qualquer natureza, dentre outros;
Þ Sempre que o entrevistador apresentar dúvidas sobre a resposta, deverá consultar
o manual de preenchimento do questionário e, caso a dúvida persista, anotá-la
por extenso e discutir com o seu coordenador;
Þ Deve procurar o coordenador de campo sempre que tenha dúvidas ou problemas.
Anexo III 276
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Não é recomendado
Þ Emitir qualquer juízo sobre o entrevistado;
Þ Estar acompanhado por pessoas estranhas ao quadro da pesquisa por ocasião da
realização das entrevistas, exceto por um membro da comunidade, quando assim
estiver definido;
Þ Induzir as respostas, devendo formular as perguntas da maneira exata como ela
está escrita no questionário. Caso o entrevistado não entenda o conteúdo da
pergunta, o entrevistador deve explicá-la sem, contudo, levar o entrevistado a
responder o que ele (entrevistador) gostaria de ouvir como resposta;
Þ Deixar, em hipótese alguma, o entrevistado de posse do questionário para que o
preencha. Da mesma forma, não utilizar o telefone para complementar ou corrigir
itens do questionário;
Þ Realizar codificações nem realizar cálculos matemáticos em campo. Essas
atividades serão realizadas em momento posterior, quando forem revisados pelo
epidemiologista e clínico;
Þ Nunca deverá deixar perguntas sem respostas ou em branco. Caso a pergunta
não se aplique, ou seja, negativa deve ser registrado no campo apropriado.
Anexo III 277
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
IInnssttrruuççõõeess ppaarraa aa ccoonnttaaggeemm rrááppiiddaa ddooss ddoommiiccíílliiooss ((EEppiiddeemmiioollooggiissttaa ee
CCoooorrddeennaaddoorr ddee CCaammppoo))
O coordenador de campo, de posse do mapa do setor censitário e a informação dos
descritores do setor (descrição de seus limites físicos), adotará os seguintes
procedimentos:
- Identificar, no setor censitário, e de acordo com o que foi
previamente definido pelo IBGE, o ponto inicial e final da
contagem de cada setor (Figura 1: Exemplo: cruzamento da
Av. Prof. João Medeiros com Rua Jack Ayres – vide mapa ao
abaixo);
- Em seguida, mediante a descrição do perímetro, enumerar os quarteirões em
sentido horário (Exemplo: do ponto inicial até a Av. Engenheiro Domingos
Ferreira, Rua José Trajano, Av. Conselheiro Aguiar, Rua Bruno Veloso, Rua
Prof. Julio Ferreira de Melo, Rua José Trajano, Av. Prof. João Medeiros, até o
ponto inicial); Iniciar a contagem dos quarteirões pelo ponto inicial da descrição
do setor censitário, conforme mostra a figura acima), devendo obedecer o
11 22
33
44 55 66
mesmo critério em todos os outros quarteirões (esquina esquerda no alto do
quarteirão);
Anexo III 278
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
- Anotar no mapa a esquina e o sentido do percurso. Os domicílios deverão estar
sempre no lado do ombro direito. Terminado o percurso, certificar-se se
percorreu todo o quarteirão;
- Quando houver uma vila ou travessa sem saída no quarteirão, iniciar o percurso
do lado direito, no sentido em
que vinha caminhando. Caso
não haja domicílios do lado
direito, começar a contagem
do mesmo pelo último do lado
esquerdo (figura ao lado);
- Tratando de prédio de apartamentos (ou sobrado), percorrer os andares do mais
alto para o mais baixo, como se estivesse percorrendo uma vila, isto é, saindo do
elevador ou descendo a escada, percorrer o andar sempre mantendo os
apartamentos a direita. Não esquecer da casa do zelador, caso exista. Considerar
apenas os domicílios habitados.
- Casas abandonadas, em construção, ou de uso estritamente comercial não entram
na contagem;
- Quando for encontrado um domicílio nos fundos de um outro com entrada única
para ambos (situação A da figura acima ), o domicílio dos fundos deverá ser
considerado após o domicílio da frente.
Domicílio dos fundos
Domicílio da frente
En
trad
ala
tera
l
Domicílio dos fundos
Domicílio da frente
Ent
rada
late
ral
Domicílio dos fundos
Domicílio da frente
Entrada única
A B C
Av. Copacabana
Rua João XXIII
Ru
aA
mélia
Anexo III 279
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
- Quando o domicílio dos fundos tiver uma entrada lateral ao domicílio da frente ,
do lado direito(situação B da figura acima), o domicílio dos fundos será
considerado o primeiro na contagem.
- Se a entrada independente for do lado esquerdo (situação C da figura acima), o
domicílio da frente deverá ser listado antes do domicílio dos fundos;
- Quando o pesquisador encontrar terrenos com vários domicílios, como por
exemplo condomínios fechados, o pesquisador deverá fazer o percurso seguindo
o lado direito, conforme mostra a figura abaixo (figura abaixo).
- Em casa de cômodos, como cortiço ou pensões, adotar procedimento semelhante
ao adotado em vilas e prédios de apartamentos, com a diferença que, em lugar de
apartamentos, teremos quarto ou sala onde residem famílias.
- Em favelas deve-se proceder da seguinte forma: percorrer inicialmente a favela
para que se possa desenhar um mapa que contenha as trilhas principais (figura
abaixo). De posse do mapa, assinalar o ponto de partida no quadrante superior
esquerdo e iniciar o percurso por todos os domicílios que estarão no lado direito
do pesquisador. O pesquisador deverá tentar desenhar e enumerar (em ordem
crescente) todos os barracos existentes na favela, assim como o trajeto que foi
realizado. Certifique-se de que nenhuma área da favela deixou de ser percorrida
e nenhum domicílio deixou de ser desenhado e arrolado.
Entrada
1
2
3 4
5
6
7
8
Esboço das vias
Anexo III 280
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
IMPORTANTE: ao percorrer os quarteirões, pesquisar a existência de outros
domicílios que não são percebidos com facilidade, tais como:
- Domicílios que ficam atrás daqueles cujas janelas dão
para a rua, ou seja, domicílios nos fundos do terreno. Uma forma
de verificar a existência de outros domicílios além do que é
visível, consiste em observar a campainha, caixa de luz, registro
de água, caixa para cartas ou entrada separada.
- Domicílios existentes na mesma estrutura (casa, prédio,
sobrado) onde funciona escritórios, casas de comércio,
industrias, oficinas, postos de gasolina, dentre outros.
- Domicílios localizados em escolas, igrejas (domicílios do guarda, zelador, dentre
outros).
- Hospitais, sanatórios, casas de repouso também podem abrigar domicílios. Não
considerar os quartos dos internados.
- Em caso de hotéis, pensões, pousadas, dentre outros, serão incluídos na
contagem, os quartos ou apartamentos que estejam habitados permanentemente,
devendo esta informação ser obtida mediante contato direto com os respectivos
administradores.
- Quando houver dúvidas quanto a existência ou não de domicílio, deve-se sempre
perguntar
AAttuuaalliizzaaççõõeess ddooss sseettoorreess cceennssiittáárriiooss
- Caso haja modificação dentro do setor ou o mapa não esteja claro, fazer um
“croqui” do setor censitário, anotando as modificações e/ou esclarecendo as
dúvidas;
- Quando não existirem ruas, estradas, marcos divisórios, dentre outros, indicadas
no mapa, eliminá-las, desde que não constituam limites do setor. Caso sejam
limites, indicar onde os marcos divisórios estariam ou poderiam estar;
Anexo III 281
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
- O formulário deve ser preenchido à medida que a contagem rápida é
realizada até finalizar cada um dos quarteirões.
- Cada quarteirão terá portanto um conjunto de formulários, cada um
correspondendo a uma de suas vias.
- Cada logradouro constará na contagem de dois ou mais quarteirões
adjacentes, sendo diferenciado pelo número do quarteirão ou quadra,
preenchidos no cabeçalho do formulário.
- O campo 12 objetiva informar à existência de identificação do logradouro
através de placas oficiais ou outra forma de identificação.
- Quando se tratar de favelas, tentar agrupar os barracos em “quarteirão”, fazendo
um “croquis” detalhado da situação geográfica-espacial.
Instrumento de contagem rápida
Anexo III 282
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
- No campo 13 será anotado o número do domicílio no respectivo logradouro,
e no campo 14 o complemento do endereço.
- No campo 15 será anotado o código da espécie do domicílio. Para
preenchimento desse campo consultar o manual do entrevistador (item 11).
- No campo 16 serão marcados apenas os domicílios particulares sorteados.
- Para cada logradouro, em cada quarteirão, será necessário o preenchimento
dos totais de domicílios, o número de domicílios particulares ocupados,
fechados, de uso ocasional e vagos, como também os domicílios coletivos e
de unidades não-residênciais.
Instruções para a contagem dos domicílios utilizando as listagens do
IBGE
De posse das Folhas de Contagem dos domicílios existentes em cada UPA ou Setor
Censitário, juntamente com os respectivos mapas, ambos fornecidos pelo IBGE
(lembrar que uma UPA pode ser composta por mais de um setor censitário ou, em
outras ocasiões, pela divisão de um único setor censitário), deve-se proceder as
seguintes etapas:
1) Realiza-se inicialmente a separação das folhas por quadra ou quarteirão, seguindo a
informação que consta no campo 1.06 da Folha de Coleta (CD 1.07), qual se
localiza na parte superior da planilha. Geralmente as fichas correspondentes a cada
quarteirão possuem uma numeração sequenciada, que pode ser observada no campo
1.09. No entanto pode acontecer que, eventualmente, as fichas pertencentes a um
determinado quarteirão tenham numerações distantes. Consequentemente, ao
agrupar-se as fichas de cada quarteirão, deve-se examinar todas as fichas que
compõem o setor censitário ou UPA.
2) Conferir no mapa as ruas que compõem cada quarteirão e que já foram identificadas
nas listas dos domicílios contidas nas Fichas de Coleta do IBGE. A seqüência das
ruas no quarteirão obedece a mesma ordem descrita na contagem rápida (ver página
10 deste Manual de Campo), ou seja, segue um sentido horário a partir do ponto
inicial da contagem. É nessa sequência que as folhas de coleta do IBGE devem ser
organizadas.
Anexo III 283
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
1) Checar as colunas 2.04 e 2.05 que correspondem, respectivamente, à enumeração
sequenciada das unidades visitadas (pelo IBGE) e dos domicílios particulares
(domicílios que servem de residência). Na enumeração do campo 2.05 são
excluídos:
a) os domicílios não residenciais (correspondem ao código no campo 2.03);
b) os domicílios coletivos (código 5 do campo 2.03) que não possuem nenhum
morador permanente. Na presença dos mesmos, esses domicílios são
considerados na numeração. Essa discriminação já está presente na enumeração
dessa coluna (2.05) quando do preenchimento da ficha de coleta.
Importante: para a estimativa do número de domicílios por UPA e do número
de domicílios por quarteirão se tomará como base a numeração do campo 2.05.
Caso, durante a organização das folhas por quarteirão, se identifique uma rua ou um
domicílio em uma ficha cujo campo 1.09 não corresponda à seqüência das demais do
quarteirão onde o domicílio ou a rua localiza, deve-se situá-lo em relação aos demais.
Para isso, deve-se proceder da seguinte forma:
1. Observe o número da face do quarteirão (campo 1.07) onde a rua ou o domicílio se
localiza e procure sequenciá-lo em relação aos demais. Caso essa informação ainda
seja insuficiente para definir a seqüência, pela existência de outras fichas com o
mesmo número no campo 1.07 deve-se recorrer à seqüência do logradouro no
quarteirão (percorrendo o mesmo em sentido horário) ou à numeração do(s)
domicílio(s) no logradouro.
2. Caso não seja possível identificar em que seqüência se encaixa (m) o(s) referido(s)
domicílio (s), torna-se necessário ir a campo para identificar a checagem a sua
localização.
Observação: A inserção desse (s) domicílio (s) que estava (m) inicialmente fora da
seqüência irá(ão) alterar a contagem dos domicílios que está expressa na coluna 2.05.
Como o(s) mesmo(s) deverão assumir o(s) número(s) imediatamente posterior (es) ao
número do domicílio após o qual foi (ram) incluído(s), isso afetará toda a numeração
subsequente. Consequentemente, todos os domicílios posteriores a esse ponto deverão
ser novamente enumerados, utilizando-se uma nova coluna.
Anexo III 284
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
Importante: essa nova enumeração é que servirá de base para estimativa do número de
domicílios por UPA e do número de domicílios por quarteirão.
O epidemiologista estadual, de posse das informações necessárias (número de
quarteirões e o listagem e contagem dos domicílios existentes em cada um deles),
realizará o sorteio dos quarteirões e os domicílios seguindo as orientações contidas no
manual do processo de amostragem.
Anexo III 285
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
UUNNIIVVEERRSSIIDDAADDEE DDEE PPEERRNNAAMMBBUUCCOO
MANUAL DE CAMPO
BBrraassiill,, 22000033
MMMAAANNNUUUAAALLL DDDOOO CCCOOOLLLEEETTTAAADDDOOORRR
EEESSSTTTUUUDDDOOO DDDEEE PPPRRREEEVVVAAALLLÊÊÊNNNCCCIIIAAA DDDEEE
BBBAAASSSEEE PPPOOOPPPUUULLLAAACCCIIIOOONNNAAALLL DDDAAASSS IIINNNFFFEEECCCÇÇÇÕÕÕEEESSS
PPPEEELLLOOOSSS VVVÍÍÍRRRUUUSSS DDDAAASSS HHHEEEPPPAAATTTIIITTTEEESSS AAA,,, BBB EEE CCC
NNNAAASSS CCCAAAPPPIIITTTAAAIIISSS DDDOOO BBBRRRAAASSSIIILLL
Anexo III 286
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO
Embora a prevenção seja a melhor alternativa para diminuir a incidência das
Hepatites Virais, o diagnóstico e tratamento precoces diminuem as complicações e os
efeitos psicossociais dessa patologia. O correto diagnóstico laboratorial depende da
coleta adequada das amostras para os testes.
Este Manual apresenta os procedimentos e técnicas, adaptados da Coordenação
Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids, do Ministério da Saúde, para
identificação, coleta, preparo, armazenamento e transporte de amostras de sangue para
testes sorológicos das hepatites A, B e C e da carga viral e genótipo do vírus da hepatite
C.
Lembre-se: tudo começa com a coleta adequada das amostras
OO PPRROO FFIISSSSIIOO NNAALL DDEE SSAAÚÚDDEE EE OO PPAACCIIEENNTTEE
Como receber o paciente e que informações fornecer ?
Receba o paciente com cortesia e cordialidade. A cada etapa, explique os
procedimentos aos quais ele vai ser submetido, de modo a transmitir-lhe tranqüilidade e
segurança.
O paciente deve estar em jejum para a coleta de sangue ?
Nos testes sorológicos para o diagnóstico dos vírus das hepatites A, B e C, o fato
do paciente ter se alimentado, não impede a coleta.
Anexo III 287
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
MMAATTEERRIIAALL PPAARRAA AA CCOOLLEETTAA
- Garrote
- Algodão hidrófilo
- Álcool iodado a 1% ou álcool etílico a 70%
- Scalpe descartável
- Seringa descartável
- Sistema a vácuo: suporte, tubo e agulha descartável
- Tubos de ensaio com tampa
- Etiqueta para identificação de amostras
- Caneta
- Caixas de papelão específicas para descarte de material biológico
- Luvas descartáveis
- Estantes para tubos
O que deve ser feito antes da coleta da amostra de sangue ?
Identifique os tubos para colocação da amostra. Cole a etiqueta fornecida pelo
coordenador local com a identificação do paciente.
Anexo III 288
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
AA CCOO LLEETTAA CCOOMM SSEERRIINNGGAA EE SSCCAALLPPEE DDEESSCCAARRTTÁÁVVEEIISS
Como fazer coleta de sangue com seringa e scalpe descartável ?
1) Coloque o scalpe na seringa sem retirar a capa protetora. Não toque na parte
inferior da agulha;
2) Movimente o êmbulo e pressione-o para retirar o ar;
3) Ajuste o garrote e escolha a veia;
4) Faça a anti-sepsia do local da coleta com algodão umedecido em álcool a 70%
ou álcool iodado a 1%. Não toque mais no local desinfetado;
5) Retire a capa do scalpe e faça a punção;
6) Solte o garrote assim que o sangue começar a fluir na seringa;
7) Colete aproximadamente 10 ml de sangue. Em crianças, colete de 2 a 5 ml;
8) Descarte a seringa sem retirar o scalpe direto na caixa de papelão;
9) Oriente o paciente a pressionar com algodão a parte puncionada, mantendo o
braço estendido, sem dobrá-lo. Coloque o adesivo no local da punção;
10) Transfira o sangue para um tubo de ensaio sem anticoagulante. Escorra
delicadamente o sangue pela parede do tubo. Este procedimento evita a
hemólise da amostra. Descarte a seringa no mesmo recipiente de descarte da
agulha.
Anexo III 289
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
CCOO LLEETTAA CCOOMM SSIISSTTEEMMAA AA VVÁÁCCUUOO EE CCOOLLEETTAA MMÚÚLLTTIIPPLLAA
Como proceder quando a coleta é feita com sistema a vácuo?
1) Rosqueie a agulha no adaptador (canhão). Não remova a capa protetora de
plástico da agulha;
2) Ajuste o garrote e escolha a veia;
3) Faça a anti-sepsia do local da coleta com algodão umedecido em álcool a 70%
ou álcool iodado a 1%. Não toque mais no local desinfetado;
4) Remova o protetor de plástico da agulha. Faça a punção;
5) Introduza o tubo no suporte, pressionando-o até o limite;
6) Solte o garrote assim que o sangue começar a fluir no tubo;
7) Descarte a agulha direto na caixa de papelão;
8) Oriente o paciente a pressionar com algodão a parte puncionada, mantendo o
braço estendido, sem dobrá-lo. Coloque adesivo no local da punção.
Anexo III 290
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
DDEESSCCAARRTTEE DDEE RREEJJEEIITTOOSS PP RROODDUUZZIIDDOOSS NNAA CCOO LLEETTAA
Como é feito o descarte de agulhas, seringas, algodão e coágulos ?
O descarte do lixo produzido deve ser feito de acordo com as normas
estabelecidas para o trato do lixo hospitalar. Todas os objetos perfurocortantes devem
ser descartados em caixa de papelão específicas para descarte de material biológico. O
algodão e os coágulos devem ser colocados em sacos plásticos e identificados como
material potencialmente infectante. Todo esse material deve ser encaminhado ao lixo
hospitalar do LACEN.
Jamais reecape agulhas
Nunca descarte material contaminado sem a prévia descontaminação
Atenção
Anexo III 291
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
UUNNIIVVEERRSSIIDDAADDEE DDEE PPEERRNNAAMMBBUUCCOO
MANUAL DE CAMPO
BBrraassiill,, 22000033
LLLAAABBBOOORRRAAATTTÓÓÓRRRIIIOOOSSS DDDEEE AAARRRMMMAAAZZZEEENNNAAAMMMEEENNNTTTOOO --- LLLAAACCCEEENNN
EEESSSTTTUUUDDDOOO DDDEEE PPPRRREEEVVVAAALLLÊÊÊNNNCCCIIIAAA DDDEEE
BBBAAASSSEEE PPPOOOPPPUUULLLAAACCCIIIOOONNNAAALLL DDDAAASSS IIINNNFFFEEECCCÇÇÇÕÕÕEEESSS
PPPEEELLLOOOSSS VVVÍÍÍRRRUUUSSS DDDAAASSS HHHEEEPPPAAATTTIIITTTEEESSS AAA,,, BBB EEE CCC
NNNAAASSS CCCAAAPPPIIITTTAAAIIISSS DDDOOO BBBRRRAAASSSIIILLL
Anexo III 292
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
TTÉÉCCNNIICCAA PPAARRAA PPRREEPP AARROO EE AARRMMAAZZEENNAAMM EENNTTOO DDEE SSAANNGGUUEE NNOO
LLAABBOORRAATTÓÓRRIIOO
IInnttrroodduuççããoo
Embora a prevenção seja a melhor alternativa para diminuir a incidência das
Hepatites Virais, o diagnóstico e tratamento precoces diminuem as complicações e os
efeitos psicossociais dessa patologia. O correto diagnóstico laboratorial depende da
coleta adequada das amostras para os testes.
Este Manual apresenta os procedimentos e técnicas, adaptados da Coordenação
Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids, do Ministério da Saúde, para
identificação, coleta, preparo, armazenamento e transporte de amostras de sangue para
testes sorológicos das hepatites A, B e C e da detecção e genótipo do vírus da hepatite
C.
MMAATTEERRIIAALL PPAARRAA PP RREEPP AARRAARR EE AARRMM AAZZEENNAARR OO SSOO RROO
Qual o material necessário para preparar e armazenar o soro?
- Tubos de ensaio
- Pipeta Pasteur ou pipeta automática de 0,5 a 1,0 ml
- Etiquetas
- Caneta
- Estante para tubos
- Centrífuga
- Geladeira
- Congelador
- Avental e máscara
- Luvas descartáveis
- Recipiente de boca larga, com parede rígida e tampa, contendo hipoclorito de
sódio a 2%
Anexo III 293
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
SSEEPPAARRAAÇÇÃÃOO EE AARRMMAAZZEENNAAMMEENNTTOO DDOO SSOORROO
Como proceder com a amostra de sangue coletado?
Deixe a amostra em temperatura ambiente até a retração do coágulo. A amostra
pode ficar em temperatura ambiente por 3 horas no máximo. Após este período o
sangue pode hemolisar.
Após a retração do coágulo, o material pode permanecer em geladeira, 4° a 8°C,
por 12 horas no máximo, a fim de evitar hemólise.
Será realizada pelo auxiliar técnico de laboratório de cada LACEN envolvido no
projeto.
A temperatura ambiente em laboratórios clínicos deve estar entre 20°C e 26°C,
para manter a estabilidade das reações sorológicas e a confiabilidade dos resultados.
Após a retração do coágulo você separe o soro de forma mecânica
Separação Mecânica:
1) Centrifugue o sangue por 10 minutos a 1.500 rpm.
2) Retire o tubo, após a completa parada da centrífuga.
3) Aspire, transfira cuidadosamente para tubos de Eppendorf etiquetados
semelhante ao da coleta e guarde o soro no freezer a –20°C até a realização dos
testes sorológicos.
Anexo III 294
Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C
AAMMOO SSTTRRAASS EESSPP EECCIIAAIISS –– CCAARRGGAA VVIIRRAALL EE GG EENNOO TTIIPPAAGGEEMM DDOO HH CCVV
Como coletar, separar e transportar a amostra usada para o teste de quantificação da
carga viral e genótipo do HCV ?
O sangue (10 ml) deve ser coletado em tubo sem anticoagulante, deixar retrair
por 30 minutos, centrifugar, e remover o soro assepticamente até no máximo 4 horas
após a coleta. Congele o soro imediatamente. O plasma deve ser separado por
centrifugação, a 1.500 rpm por 10 minutos. Deve ser armazenado a –70°C e
transportado congelado para os centros de referência onde serão realizados. Evite
congelar e descongelar a amostra repetidamente.
Observação : O plasma deve chegar e permanecer congelado no
laboratório até a realização do teste.
Anexo III 295