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Brasil, 2010 ESTUDO DE PREVALÊNCIA DE BASE POPULACIONAL DAS INFECÇÕES PELOS VÍRUS DAS HEPATITES A, B E C NAS CAPITAIS DO BRASIL NORDESTE SUL CENTRO-OESTE SUDESTE NORTE

Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

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Page 1: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Brasil, 2010

ESTUDO DE PREVALÊNCIA DE

BASE POPULACIONAL DAS INFECÇÕES

PELOS VÍRUS DAS HEPATITES A, B E C

NAS CAPITAIS DO BRASIL

NORDESTE

SUL

CENTRO-OESTE

SUDESTE

NORTE

Page 2: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Brasil, 2010

ESTUDO DE PREVALÊNCIA DE

BASE POPULACIONAL DAS INFECÇÕES

PELOS VÍRUS DAS HEPATITES A, B E C

NAS CAPITAIS DO BRASIL

Coordenação Geral

Universidade de Pernambuco

Núcleo de Pós-Graduação

Page 3: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Apoio Financeiro

Ministério da Saúde

Organização Pan-Americana de Saúde

Page 4: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

EQUIPE:

Coordenação Nacional:

Leila Maria Moreira Beltrão Pereira (Coordenação Clínica)

Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco Universidade

de Pernambuco e Instituto do Fígado de Pernambuco.

Ricardo Arraes de Alencar Ximenes (Coordenação de Epidemiologia)

Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco Universidade

de Pernambuco e Departamento de Medicina Tropical

Universidade Federal de Pernambuco.

Regina Célia Moreira (Coordenação de Laboratório)

Instituto Adolfo Lutz, São Paulo.

Coordenação Nacional do Trabalho de Campo e Estatística

Maria Cynthia Braga (Trabalho de Campo)

Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães Fundação Oswaldo Cruz

Ulisses Ramos Montarroyos (Estatística)

Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco

Universidade de Pernambuco

Page 5: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

COORDENAÇÃO REGIONAL

NorteDeborah Crespo (Coordenação Clínica)

Ministério Público de Belém

Alex de Assis dos Santos (Coordenação de Epidemiologia)Instituto Bioestatístico de Ciência e Tecnologia

NordesteLuiz Cláudio Arraes de Alencar (Coordenação Clínica)

Faculdade de Ciências Médicas de PernambucoUniversidade de Pernambuco

Maria Luiza Carvalho de Lima (Coordenação de Epidemiologia)Departamento Medicina Social

Universidade Federal de Pernambuco

Centro-OesteMarília Dalva Turchi (Coordenação Clínica)

Instituto de Patologia Tropical e Saúde PúblicaUniversidade Federal de Goiás

Celina Maria Turchi Martelli (Coordenação de Epidemiologia)Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública

Universidade Federal de Goiás

Distrito FederalMarcelo Abrahão Costa (Coordenação Clínica)

Hospital de Base do Distrito Federal Brasília

Edgar Hamman (Coordenação de Epidemiologia)Faculdade de Ciências da Saúde

Universidade de Brasília.

SulGabriela Coral (Coordenação Clínica)

Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

Airton Tetelbom Stein (Coordenação de Epidemiologia)Fundação Universidade Federal de Ciências

da Saúde de Porto Alegre

SudesteGerusa Maria Figueiredo (Coordenação Clínica)

Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo

Maria Regina Alves Cardoso (Coordenação de Epidemiologia)Faculdade de Saúde Pública/Universidade de São Paulo

Page 6: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

COORDENAÇÃO ESTADUAL: Piauí Mato Grosso do Sul Conceição Sá (Clínico) José Ivan Albuquerque Aguiar

REGIÃO NORTE Carlos Henrique Costa (Clínico)(Epidemiologista) Eugenio de Barros (Epidemiologia)

Acre Gilza Bastos dos SantosCirley Maria de Oliveira Lobato Maranhão (Laboratório)(Clínico) Arnaldo de Jesus Dominici (Clínico) Mônica de Breu Moraies Maria das Graças Aragão Distrito Federal

Marcelo Costa (Clínico)(Epidemiologista) (Epidemiologista)Edgar Merchán Hamann Janaina Mazaro (Laboratório) Elizabeth de Souza Lima (Epidemiologia)(Laboratório)

Amapá Lídia Maria Pinto Luna (Laboratório)Maria de Nazaré Miranda de Ceará

SULCavalcante (Clínico) José Milton de Castro Lima (Clínico) Clóvis Omar Sá Mirande José Wellington Oliveira Lima

Paraná(Epidemiologista) (Epidemiologista)Dominique Muzillo (Clínico)Márcia Socorro Cavalcante Porcy Maria do Carmo Vidal Gadelha Lima Lucimar Bozza (Epidemiologista) (Laboratório) (Laboratório)Yatiyo Matsui Moriya (Laboratório)

Amazonas Rio Grande do NorteSanta Catarina Ana Ruth Silva de Araújo (Clínico) Gilmar Amorim (Clínico) Esther Dantas (Clínico) Márcia Araújo Barreto Marlúcia da Silva Garrido Ana Cristina Vidor (Epidemiologista)

(Epidemiologista)(Epidemiologista) Ana Duarte Cardoso (Laboratório)Márcia Noronha Barbosa

Paraíba(Laboratório) Rio Grande do SulManoel Jaime Xavier Filho (Clínico) Alexandro Alves (Clínico) Jória Viana Guerreiro Pará Maria Eugênia Pinto (Epidemiologista)Raimundo Aldo Tavares (Clínico) (Epidemiologista)

Maria de Fátima Chaves Oliveira Zenaida Marion Alves Nunes Lyra Alagoas(Epidemiologista) Vidal (Laboratório)Maria Rosileide Bezerra Alves José Américo Lozich de Aquino (Clínico) (Laboratório) SUDESTEDayse Mércia Cavalcante de Oliveira (Epidemiologista)Rondônia São PauloIvoneide Moreira de Oliveira Barroso Juan Miguel Villalobos Salcedo Flair Carrilho (Clínico) (Laboratório)(Clínico) Antônio Alci Barone

Fábio Luiz Storer (Epidemiologista) (Epidemiologista)Sergipe Ângela Maria Miranda Spina Tereza Virgínia Nascimento (Clínico) Roraima (Laboratório)Lúcia Tavares (Epidemiologista)Luiz Renerys de Lima Pinheiro

(Clínico) Rio de Janeiro Bahia Jacqueline de Aguiar Barros Cristiane Nogueira (Clínico) Raymundo Paraná (Clínico) (Epidemiologista) Mariza Miranda Theme Filha José Tavares Neto (Epidemiologista) Juliana Cristina Ferreira (Epidemiologista)Maria Alice Sant`Anna Zarife

(Laboratório) Carlos Augusto da Silva Fernandes (Laboratório)

(Laboratório)Tocantins

CENTRO-OESTENádja Duarte Oliveira Souza Belo Horizonte(Clínico) Rosângela Teixeira (Clínico) GoiásArlete Lopes da Cunha Otoni Keli Bahia Felicíssimo Flúvia Pereira Amorim da Silva (Epidemiologista) (Epidemiologista)(Epidemiologia)Gisele Christina O. Silva Sônia Conceição Diniz (Laboratório)Rodrigo Sebba Aires (Clínico)(Laboratório) Beatriz Maranhão Bariani

Vitória(Laboratório) Moacir Soprani (Clínico) NORDESTE

Angélica Espinosa (Epidemiologista)Mato Grosso: Patrícia Rolim Prates (Laboratório)Pernambuco Francisco José Dutra Souto (Clínico)

Demócrito Miranda (Clínico) Jesus Fernando Fontes Zulma Medeiros (Epidemiologista)

(Epidemiologia)Maria Mabel M. Melo (Laboratório)Vergínia Correia de Azevedo e Silva(Laboratório)

Page 7: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

APRESENTAÇÃO

O relatório apresenta os resultados do Estudo de Prevalência de Base Populacional das Infecções pelos Vírus das

Hepatites A, B e C nas Capitais do Brasil, desenvolvido a partir de uma demanda da Secretaria de Vigilância à Saúde,

do Ministério da Saúde, com o apoio da Organização Panamericana de Saúde. Esse Inquérito vem preencher uma

lacuna de conhecimento sobre os padrões epidemiológicos das hepatites virais no país, uma vez que os mesmos

vinham sendo avaliados principalmente a partir de registros de doadores de sangue, voluntários e grupos especiais

ou a partir de levantamentos realizados em áreas geográficas restritas.

O trabalho congregou um grande numero de profissionais de saúde de diferentes locais e instituições em todas

as regiões do Brasil. A coordenação nacional, clínica e epidemiológica, foi exercida pelo grupo da Universidade de

Pernambuco, acrescido de um coordenador de laboratório do Instituto Adolfo Lutz. As coordenações regionais

ficaram a cargo de um clínico e um epidemiologista, e as coordenações locais (em cada uma das capitais dos

estados) tiveram a mesma estruturação da equipe nacional. A ação integrada de todos esses profissionais, desde a

fase de planejamento até a operacionalização da pesquisa e consolidação dos bancos de dados, e o rigor

metodológico utilizado viabilizaram a execução do trabalho e garantiram a qualidade dos dados obtidos.

O relatório compreende todas as etapas da pesquisa incluindo o detalhamento da metodologia utilizada, das

atividades de campo e dos resultados obtidos para cada uma das macrorregiões do país e Distrito Federal. Os

instrumentos utilizados (questionários, manuais e fichas de acompanhamento) são apresentados em anexo. Para

melhor interpretação dos resultados, recomenda-se uma leitura prévia da metodologia e, em particular, do plano de

análise.

A responsabilidade de divulgação dos resultados no meio acadêmico, incluindo congressos científicos e

publicação em periódicos, é dos investigadores responsáveis pela pesquisa e a citação dos resultados por outros

interessados deverá referenciar esse relatório e/ou os artigos publicados. Acreditamos que as informações obtidas

são de fundamental importância para subsidiar a formulação ou reorientação de políticas publicas.

Leila M. B. Pereira Ricardo A. de A. Ximenes Regina Célia Moreira

Coordenadora Nacional Coordenador Nacional Coordenadora Nacional

Clínica Epidemiologista Laboratório

Page 8: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

ÍNDICE

Introdução

Objetivos

Metodologia

Resultado do Inquérito das Hepatites A, B e C – Brasil

Região Norte

Região Nordeste

Região Centro-Oeste

Distrito Federal

Região Sudeste

Região Sul

Analise Comparativa

Anexo I: Hepatite B entre indivíduos não vacinados

Anexo II: Questionários

Anexo III: Manuais

09

11

12

25

37

55

74

92

110

127

145

160

200

211

Page 9: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

INTRODUÇÃO

Estudos sorológicos de base populacional das hepatites virais têm mostrado a diversidade de padrões

epidemiológicos quanto ao risco de infecção, relacionados aos atributos individuais e às variações locais e

temporais no risco de infecção. Esses estudos têm gerado informações cruciais para os programas nacionais de

controle. Nos EUA, as duas pesquisas nacionais de hepatite B e C permitiram estimar o número de indivíduos

cronicamente infectados e levaram a uma maior compreensão dos padrões de risco associados ao uso de drogas 1, 2-5ilícitas e comportamento sexual ao longo do tempo .

6Atualmente, o sistema nacional de vigilância determina a notificação compulsória dos casos de hepatite A, B e C .

Dados do sistema de notificação de casos a partir da vigilância passiva não são suficientemente confiáveis para

estimar as taxas de infecção na população, uma vez que um grande número de infecções são assintomáticas e a

etiologia dos casos sintomáticos notificados nem sempre pode ser confirmada. Assim, os padrões epidemiológicos

de HBV e HCV no Brasil têm sido avaliados principalmente a partir de registros de doadores de sangue, voluntários e 7-11grupos especiais ou a partir de levantamentos realizados em áreas geográficas restritas . Estes estudos anteriores

sugerem grandes variações na distribuição da doença de uma região brasileira para outra, com alta prevalência de 12infecção por hepatite B e co-circulação do vírus Delta na região Amazônica . No entanto, a prevalência de hepatite na

população geral é desconhecida e não há informações precisas sobre a freqüência da infecção ou sobre a

existência de variações no padrão de fatores de risco de uma região brasileira para outra.

A hepatite viral é a causa mais importante de doença hepática e as hepatites B e C podem potencialmente evoluir

para hepatite crônica, cirrose e carcinoma hepatocelular, aumentando assim a mortalidade por doenças crônicas do 13, 14fígado e a incidência de carcinoma hepatocelular .

A vacina contra a Hepatite B tem provado ser uma ferramenta importante na prevenção da infecção e a Organização 15Mundial de Saúde recomenda a inclusão da vacina contra hepatite B nos programas nacionais de imunização .

Além disso, tem sido proposta a inclusão de adultos não vacinados e sob risco de infecção por hepatite B, de forma a

atingir todos que procuram proteção contra a hepatite B, mesmo quando fatores de risco específicos não são 16identificados . Atualmente, o Programa Nacional de Imunização tem recomendado e disponibilizado gratuitamente a

17vacina contra o HBV para bebês, crianças e adolescentes, além de grupos de risco conhecidos .

Com relação à hepatite A, as estratégias de vacinação variam de acordo com a gravidade da endemia, sendo a 18vacinação universal recomendada em áreas de endemicidade baixa e intermediária .

No Brasil, a vacina contra HAV não é preconizada universalmente pelo Programa Nacional de Imunizações e apenas

uma pequena proporção da população tem acesso à mesma. Em uma análise parcial dos resultados desse

inquérito, a hepatite A foi classificada como de endemicidade intermediária nas regiões Nordeste e Centro-Oeste do 19Brasil .

A avaliação da magnitude das hepatites virais é uma tarefa particularmente difícil em um país como o Brasil, o qual 2possui uma população de aproximadamente 190 milhões, distribuída em um imenso território de 8.511.965 km . Por

outro lado, tem havido um crescente acúmulo de experiência na condução de inquéritos nacionais no país. Por

exemplo, o suplemento de saúde da "Pesquisa Nacional por Amostra de domicilio" (Pesquisa Nacional por Amostra

de Domicílios), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE, é possivelmente o inquérito de

saúde mais abrangente já realizado na população brasileira com 14 anos de idade ou mais, e outras experiências

bem sucedidas incluem a "Pesquisa Nacional Sobre Saúde e Nutrição-PNSN (Pesquisa Nacional sobre Saúde e 20Nutrição) e a Pesquisa de Demografia e Saúde (DHS) . Deve-se ressaltar o desafio adicional colocado em inquéritos

sorológicos, devido à logística necessária para a coleta de sangue, transporte, armazenamento e a realização dos

testes laboratoriais.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Introdução 09

Page 10: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Introdução 10

Apoiado em experiências bem sucedidas e considerando a relevância das informações para o planejamento de

estratégias de controle, o Ministério da Saúde lançou um inquérito domiciliar nacional com o intuito de estimar a

prevalência das hepatites A, B e C e identificar os genótipos mais freqüentes de HBV e HCV entre os moradores das

capitais brasileiras e do Distrito Federal. Também objetivou identificar a exposição por via sanguínea,

comportamentos sexuais de risco, uso de álcool e drogas ilícitas e fatores socioeconômicos analisados no nível

individual, do agregado familiar e de área. Este relatório apresenta a metodologia e os principais resultados do

Inquérito Nacional de Hepatites Virais (INHV). Corresponde ao primeiro levantamento nacional de hepatites virais já

realizado na América Latina.

Referências

1. Coleman PJ, McQuillan GM, Moyer LA, Lambert SB, Margolis HS. Incidence of hepatitis B virus infection in the United States, 1976-1994: estimates from the National Health and Nutrition Examination Surveys. J Infect Dis. 1998;178:954-9.

2. McQuillan GM, Kruszon-Moran D, Kottiri BJ, Curtin LR, Lucas JW, Kington RS. Racial and ethnic differences in the seroprevalence of 6 infectious diseases in the United States: data from NHANES III, 1988-1994. Am J Public Health. 2004;94:1952-8.

3. Alter MJ, Kruszon-Moran D, Nainan OV, et al. The prevalence of hepatitis C virus infection in the United States, 1988 through 1994. N Engl J Med. 1999;341:556-62.

4. Armstrong GL, Wasley A, Simard EP, McQuillan GM, Kuhnert WL, Alter MJ. The prevalence of hepatitis C virus infection in the United States, 1999 through 2002. Ann Intern Med. 2006;144:705-14.

5. Stern RK, Hagan H, Lelutiu-Weinberger C, et al. The HCV Synthesis Project: scope, methodology, and preliminary results. BMC Med Res Methodol. 2008;8:62.

6. Ministerio da Saude. Guia de Vigilância Epidemiológica. In: Secretaria de Vigilância em Saúde, editor. Brasília: Ministério da Saúde; 2005.

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8. Nascimento MC, Mayaud P, Sabino EC, Torres KL, Franceschi S. Prevalence of hepatitis B and C serological markers among first-time blood donors in Brazil: a multi-center serosurvey. J Med Virol. 2008;80:53-7.

9. Zarife MA, Silva LK, Silva MB, et al. Prevalence of hepatitis C virus infection in north-eastern Brazil: a population-based study. Trans R Soc Trop Med Hyg. 2006;100:663-8.

10. Tapia-Conyer R, Santos JI, Cavalcanti AM, et al. Hepatitis A in Latin America: a changing epidemiologic pattern. Am J Trop Med Hyg. 1999;61:825-9.

11. Almeida LM, Werneck GL, Cairncross S, Coeli CM, Costa MC, Coletty PE. The epidemiology of hepatitis A in Rio de Janeiro: environmental and domestic risk factors. Epidemiol Infect. 2001;127:327-33.

12. Viana S, Parana R, Moreira RC, Compri AP, Macedo V. High prevalence of hepatitis B virus and hepatitis D virus in the western Brazilian Amazon. Am J Trop Med Hyg. 2005;73:808-14.

13. Shepard CW, Simard EP, Finelli L, Fiore AE, Bell BP. Hepatitis B virus infection: epidemiology and vaccination. Epidemiol Rev. 2006;28:112-25.

14. Shepard CW, Finelli L, Alter MJ. Global epidemiology of hepatitis C virus infection. Lancet Infect Dis. 2005;5:558-67.

15. World Health Organization. Hepattis B vaccine. Geneva, Switzerland: World Health Organization; 2005.

16. CDC. A Comprehensive Immunization Strategy to Eliminate Transmission of Hepatitis B Virus Infection in the United States. Morbidity and Mortality Weekly Report. 2006;55

17. Secretaria de Saúde de São Paulo. Hepatitis B vaccine. Revista de Saúde Pública. 2006;40:1137-40.

18. Jacobsen KH, Koopman JS. Declining hepatitis A seroprevalence: a global review and analysis. Epidemiol Infect. 2004;132:1005-22.

19. Ximenes RAA, Martelli CMT, Merchán-Hamann E, et al. Multilevel analysis of hepatitis A infection in children and adolescents: a household survey in the Northeast and Central-west regions of Brazil. International Journal of Epidemiology. 2008;37:852-61.

20. Malta DC, Leal MdC, Costa MFL, Neto OLdM. Inquéritos Nacionais de Saúde: experiência acumulada e proposta para o inquérito de saúde brasileiro. Revista Brasileira de Epidemiologia. 2008; 11:159-67.

Page 11: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Objetivos Gerais 11

OBJETIVOS GERAIS

1. Estimar a prevalência das infecções virais A, B e C, por meio dos marcadores virais, para o conjunto das capitais

em cada macrorregião e Distrito Federal, compreendendo as faixas etárias de 5 a 19 anos para a HAV e de 10 a 69

anos para as HBV e HCV, avaliando variáveis biológicas, socioeconômicas e epidemiológicas;

2. Identificar grupos de risco segundo variáveis biológicas, socioeconômicas e epidemiológicas;

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Estimar a prevalência dos marcadores sorológicos para as hepatites virais A, B e C

2. Identificar os portadores do anti-HCV, detectar o HCV-RNA entre os portadores e os genótipos virais;

3. Verificar a associação entre fatores de risco biológicos, socioeconômicos e epidemiológicos com a ocorrência

de marcadores virais para as hepatites A, B e C na população e estimar a magnitude dessa associação;

Page 12: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Metodologia 12

METODOLOGIA

1. Desenho e população de estudo

Trata-se de uma pesquisa domiciliar de base populacional, através da qual a seroprevalência dos seguintes

marcadores sorológicos para hepatite A, B e C foram estimados: anti-HAV IgG, HBsAg, Anti-HBc IgG, Anti-HBs e

anti -HCV. Potenciais fatores de risco biológicos, epidemiológicos e sócio-econômicos também foram pesquisados.

A população alvo compreendeu todos os indivíduos com idade entre 5 a 69 anos, residentes em domicílios

particulares em todas as 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal, no período do estudo.

2. Amostragem

a) Domínios do estudo

O Brasil é composto de cinco diferentes regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste.

A região Norte inclui os Estados do Acre (Rio Branco), Amapá (Macapá), Roraima (Boa Vista), Rondônia (Porto Velho),

Amazonas (Manaus), Pará (Belém) e Tocantins (Palmas). A população total das capitais nas faixas etárias de 5 a 9, 10

a 19 e 20 a 69 anos segundo IBGE/Censo 2000, era de 350.189, 762.940 e 2.306.227 habitantes, respectivamente.

A região Nordeste abrange nove Estados: Bahia (Salvador), Sergipe (Aracaju), Alagoas (Maceió), Pernambuco

(Recife), Paraíba (João Pessoa), Rio Grande do Norte (Natal), Ceará (Fortaleza), Piauí (Teresina), Maranhão (São Luis).

A população total das capitais nas faixas etárias de 5 a 9, 10 a 19 e 20 a 69 anos segundo IBGE/Censo 2000, era de

943.033, 2.054.539 e 6.210.495 habitantes, respectivamente.

A região Centro-Oeste compreende os Estados de Goiás (Goiânia), Mato Grosso do Sul (Campo Grande) e Mato

Grosso (Cuiabá). A população nos mesmos grupos de idade nas capitais do Centro-Oeste, segundo IBGE/Censo

2000, era de 397.740, 866.536 e 2.619.378 habitantes, respectivamente.

A região Sudeste é composta pelos Estados de São Paulo (São Paulo), Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), Espírito Santo

(Vitória) e Minas Gerais (Belo Horizonte), com população, nos mesmos grupos de idade, de 1.745.661, 3.803.187 e

11.496.336 habitantes, respectivamente.

A Região Sul abrange os Estados do Rio Grande do Sul (Porto Alegre), Santa Catarina (Florianópolis) e Paraná

(Curitiba), com população, nos mesmos grupos de idade, de 305.652, 665.908 e 2.012.918, respectivamente.

O Distrito Federal está localizado na região Centro-Oeste e a população para os grupos de idade mencionados eram

de 182.537, 387.831 e 1.188.413, respectivamente, segundo o IBGE/Censo 2000.

Tendo em vista a importância de se estimar a prevalência da infecção pela hepatite A, B e C no âmbito macro-regional

e nacional e para diferentes grupos etários, a população residente nas capitais estaduais e no Distrito Federal foi

dividida em domínios de estudo, conforme descrito acima.

A população residente na zona urbana das capitais, segundo os domínios do estudo, é apresentada na Tabela 1.

Page 13: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Metodologia 13

Tabela 1: População residente na zona urbana das capitais, segundo domínios de estudo, IBGE – Censo 2000.

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

Centro-Oeste

Distrito Federal

MacrorregiãoIdade (anos)

350.189

943.033

1.745.661

305.652

397.740

182.537

5 a 9 10 a 19

762.940

2.054.539

3.803.187

665.908

866.536

387.831

20 a 69

2.306.227

6.210.495

11.496.336

2.012.918

2.619.378

1.188.413

a) Tamanho da amostra de indivíduos para cada domínio de estudo

Para estimar a prevalência de indivíduos com hepatite A, B ou C, a seguinte fórmula foi utilizada para calcular o

tamanho da amostra para cada domínio de estudo:

onde,

n : tamanho estimado da amostra0

= P(1-P): variância das características do estudo (hepatite A, B or C) na população

: variância da distribuição amostral de p (prevalência de hepatite A, B or C)

O nível de confiança de 95% foi utilizado. As Tabelas 2 e 3 apresentam os outros parâmetros utilizados para calcular os

tamanhos de amostra para os domínios de estudo. Os tamanhos das amostras foram ajustados utilizando n = n : 0

0,80, admitindo-se uma taxa de resposta de 80%.

Tabela 2: Parâmetros utilizados para o cálculo do tamanho da amostra de cada domínio de estudo, tamanho

estimado da amostra (n ) e tamanho estimado da amostra ajustado (n) para o estudo da hepatite A.0

*corresponde a 3% do valor da proporção

Tabela 3: Parâmetros utilizados para o cálculo do tamanho da amostra de cada domínio de estudo, tamanho

estimado da amostra (n ) e tamanho estimado da amostra ajustado (n) para o estudo das hepatites B e C.0

*corresponde a 20% do valor da proporção, com exceção do Distrito Federal que corresponde a 30%

2

2

p

ns

s=

2s2ps

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

Centro-Oeste

Distrito Federal

MacrorregiãoP

92,8

76,5

53,6

51,2

76,5

76,5

5 a 9 10 a 19

92,8

76,5

53,6

51,2

76,5

76,5

22,784

22,295

21,608

21,536

22,295

22,295

5 a 9 10 a 19

22,784

22,295

21,608

21,536

22,295

22,295

86

342

962

1059

342

342

86

342

962

1059

342

342

5 a 9 10 a 19 5 a 9 10 a 19

108

428

1203

1324

428

428

108

428

1203

1324

428

428

nn0*2ps

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

Centro-Oeste

Distrito Federal

MacrorregiãoP

10 a 19 20 a 69 10 a 19 20 a 69 10 a 19 10 a 1920 a 69 20 a 69

nn0*

0,0212

0,0119

0,0143

0,0100

0,0104

0,0090

0,0212

0,0119

0,0143

0,0100

0,0104

0,0090

20,0042

20,0024

20,0029

20.0020

20,0021

20,0027

20,0042

20,0024

20,0029

20.0020

20,0021

20,0027

1155

2075

1723

2475

2378

1124

1155

2075

1723

2475

2378

1124

1443

2594

2154

3094

2973

1405

1443

2594

2154

3094

2973

1405

2ps

Page 14: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Metodologia 14

Os tamanhos de amostra foram calculados com base na prevalência esperada de positividade para o HBsAg, 1, 2anticorpos anti-HCV e anti-HAV para cada macro-região,tomando como referência estudos anteriores .

A prevalência da hepatite A foi estimada, com precisão definida para cada macro-região e para o Distrito Federal,

para as faixas etárias de 5 a 9 e 10 a 19 anos. Da mesma forma, a prevalência de hepatite B e hepatite C foi estimada

com precisão definida para cada macro-região e para o Distrito Federal para as faixas etárias de 10 a 19 e 20 a 69

anos.

O processo de amostragem utilizado neste estudo foi o de conglomerados. A precisão observada não dependeu,

portanto, apenas do número de indivíduos selecionados na amostra, mas dependeu, também. do grau de

homogeneidade da variável de estudo dentro dos clusters (unidades primárias de amostragem - UPA's), e do

número médio de indivíduos selecionados em cada UPA.

a) O tamanho da amostra de domicílios para cada domínio de estudo

A população residente na área de estudo foi identificada considerando os domicílios ocupados no momento da

pesquisa. Uma amostra aleatória dos domicílios de cada capital estadual e do Distrito Federal foi, portanto,

selecionada. Todos os indivíduos nas faixas etárias estudadas, residentes nos domicílios selecionados, eram

elegíveis para inclusão nas amostras.

O número de domicílios que deveriam ser visitados para que o tamanho da amostra de indivíduos fosse atingido foi

determinado a partir da estimativa do número médio de indivíduos por domicílio para cada grupo etário. O maior

tamanho de amostra de domicílios foi o de menor prevalência de hepatite e da faixa etária com menor frequência de

indivíduos na população estudada. Para exemplificar, a figura 1 mostra o calculo do número estimado de domicílios

necessários para alcançar a amostra de indivíduos na faixa etária de 5 a 9 anos no Nordeste e Recife.

Figura 1. Estratégia adotada para estimar o número de domicílios para alcançar o tamanho da amostra de indivíduos –

caso da Região Nordeste, Brasil.

Page 15: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

No entanto, se todos os moradores dos domicílios sorteados fossem incluídos no inquérito, os tamanhos das

amostras para os outros grupos etários seriam muito superiores ao tamanho da amostra calculado, o que resultaria

em custos excessivos. Por esta razão, foram obtidas sub-amostras de moradores, segundo faixa etária, dos

domicílios selecionados.

As amostras para cada domínio do estudo foram divididas entre as capitais dos Estados utilizando-se uma fração

constante de amostragem (f = n ÷ N, onde f: fração de amostragem para o domínio i; n: tamanho da amostra para o i i i i i

domínio i e N: população do domínio i), de modo que o tamanho da amostra de cada capital de Estado fosse i

proporcional à população de cada capital. A Tabela 4 mostra as frações de amostragem de cada domínio de estudo,

enquanto que a Tabela 5 apresenta a distribuição proporcional da amostra de domicílios de cada macrorregião,

segundo as capitais, e o tamanho de amostra de domicílios do Distrito Federal.

Tabela 4. Fração de amostragem de domicílios para cada macrorregião e Distrito Federal e faixa etária estudada para

hepatites A, B e C

Tabela 5. Distribuição proporcional da amostra de domicílios de cada macrorregião, segundo as capitais, e Distrito

Federal para o estudo das hepatites A, B e C

MacrorregiãoHepatite A

5 a 9 10 a 19 20 a 6910 a 19

Hepatite B e C

Norte

Rio Branco

Macapá

Manaus

Belém

Porto Velho

Boa Vista

Palmas

Nordeste

Maceió

Salvador

Fortaleza

São Luís

João Pessoa

Recife

Teresina

Natal

Aracajú

285

19

20

100

92

27

16

11

1.167

92

296

238

93

69

171

77

81

52

130

9

9

46

42

12

7

5

536

42

136

110

42

32

78

35

37

24

1.738

121

122

618

561

158

92

66

3.722

289

943

762

293

220

544

246

257

169

575

40

40

205

185

52

31

22

1.231

96

312

252

97

73

180

81

85

56

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Metodologia 15

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

Centro-Oeste

Distrito Federal

MacrorregiãoHepatite A

5 a 9 10 a 19

0,0003

0,0005

0,0002

0,0043

0,0011

-

0,0001

0,0002

0,0001

0,0020

0,0005

-

20 a 69

0,0019

0,0014

0,0013

0,0039

0,0061

-

10 a 19

0,0006

0,0005

0,0004

0,0013

0,0020

-

Hepatite B e C

Page 16: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Metodologia 16

MacrorregiãoHepatite A

5 a 9 10 a 19 20 a 6910 a 19

Hepatite B e C

Sudeste

Vitória

Belo Horizonte

Rio de Janeiro

São Paulo

Sul

Curitiba

Florianópolis

Porto Alegre

Centro-Oeste

Goiânia

Cuiabá

Campo Grande

Distrito Federal

3.792

59

433

1.242

2.058

4.396

2.041

450

1.905

1.296

649

263

384

1.236

1.741

27

199

570

945

2.017

937

206

874

595

297

121

177

566

3.116

48

356

1.021

1.691

4719

2.189

483

2.047

4.112

2.060

835

1.217

1.860

1.031

16

118

338

559

1.561

724

160

677

1.361

682

276

403

615

A Tabela 6 apresenta a distribuição proporcional da amostra (estimada) de indivíduos por capital e o tamanho da amostra do Distrito Federal.

Tabela 6. Distribuição proporcional da amostra de indivíduos de cada macrorregião, segundo as capitais, e Distrito

Federal para o estudo das hepatites A, B e C

MacrorregiãoHepatite A

5 a 9 10 a 19 20 a 6910 a 19

Hepatite B e C

Norte

Rio Branco

Macapá

Manaus

Belém

Porto Velho

Boa Vista

Palmas

Nordeste

Maceió

Salvador

Fortaleza

São Luís

João Pessoa

Recife

Teresina

Natal

Aracajú

112

7

8

40

37

10

6

4

428

34

103

90

37

25

60

30

30

19

108

7

8

40

37

10

6

4

428

34

103

90

37

25

60

30

30

19

1490

97

108

538

490

128

77

52

2.594

204

624

547

222

153

364

182

181

118

1443

97

108

538

490

128

77

52

2.594

204

624

547

222

153

364

182

181

118

Tabela 5. Distribuição proporcional da amostra de domicílios de cada macrorregião, segundo as capitais, e Distrito

Federal para o estudo das hepatites A, B e C (continuação)

Page 17: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Metodologia 17

MacrorregiãoHepatite A

5 a 9 10 a 19 20 a 6910 a 19

Hepatite B e C

Sudeste

Vitória

Belo Horizonte

Rio de Janeiro

São Paulo

Sul

Curitiba

Florianópolis

Porto Alegre

Centro-Oeste

Goiânia

Cuiabá

Campo Grande

Distrito Federal

1203

19

143

375

666

1324

639

138

547

428

209

92

127

428

1203

19

143

375

666

1324

639

138

548

428

209

92

127

428

2.154

33

256

671

1.193

3.094

1.493

322

1.279

2.973

1.450

643

880

1.405

2.154

33

256

671

1.193

3.094

1.493

322

1.279

2.973

1.450

643

880

1.405

a) Os procedimentos de amostragem

A amostra do estudo foi selecionada por meio de processo de amostragem por conglomerados, estratificada e em

múltiplos estágios, com base nos dados do censo do IBGE para o ano de 2000.

O setor censitário é a menor unidade geográfica disponível para a qual existem dados dos residentes com

características socioeconômicas semelhantes e é composto por aproximadamente 300 famílias (aproximadamente

1.000 habitantes).

Para melhorar a eficiência da amostragem, os setores censitários foram, quando necessário, divididos ou agrupados

de tal forma que o coeficiente de variação para as suas dimensões não excedesse 10%. Dessa forma, as UPAs

poderiam ser constituídas por um único setor censitário, uma fração de um setor censitário, ou um agrupamento de

setores censitários. Mais detalhes do processo de amostragem podem ser vistos no Manual de amostragem, anexo III.

As UPAs foram, então, ordenadas de acordo com o número de anos de escolaridade do chefe da família para garantir

que todos os grupos socioeconômicos da população estivessem representados na amostra. Esta variável foi escolhida

porque está fortemente correlacionada com a renda e fornece informações mais confiáveis do que última.

Na primeira etapa de amostragem, uma amostra sistemática foi tomada a partir desta lista ordenada das UPAs, com

probabilidade proporcional ao tamanho ( número de residentes permanentes), em cada capital e no Distrito Federal.

Na segunda etapa foram sorteados os quarteirões, com probabilidade proporcional ao tamanho, (número de

domicílios) em cada uma das UPAs selecionadas na primeira etapa. A terceira etapa envolveu a amostragem

sistemática de domicílios dentro dos quarteirões selecionados usando uma lista de endereços residenciais fornecidos

pelo IBGE. Todos os moradores nos domicílios selecionados, nas faixas etárias consideradas para o estudo, foram

incluídos na pesquisa.

As amostras foram sorteadas com igual probabilidade em cada domínio de estudo em três etapas. A fração de

amostragem total foi aplicada em cada capital, portanto, f = n ÷ N , onde f é a fração amostral para a macro-região k hk hk k hk

e faixa etária h, a n é o tamanho da amostra em número de domicílios para a macro-região k e faixa etária h, N é o hk k

número total de domicílios na macro-região k.

Tabela 6. Distribuição proporcional da amostra de indivíduos de cada macrorregião, segundo as capitais, e Distrito

Federal para o estudo das hepatites A, B e C (continuação).

Page 18: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Metodologia 18

.Para cada capital, o primeiro passo no processo de amostragem foi selecionar a maior amostra de domicílios

usando a seguinte equação:

Onde,

f : fração amostral global para o maior tamanho da amostra na capital kk

a: número total de UPAs a serem selecionadas no primeiro estágio

M: número de domicilios na UPA ii

b: número de unidades secundárias de amostragem (USA) a serem sorteadas em cada UPA

selecionada.

M :número de domicílios na USA j da UPA iij

c: número de domicílios a serem sorteados em cada USA selecionada.

Para selecionar as menores amostras em cada capital, um sistema de sub-amostras foi sorteado a partir da amostra

inicial usando a seguinte fração de amostragem (Figura 2):

onde,

f fração amostral global para o grupo etário h na capital kbk:

f : fração amostral global para a maior amostra na capital kk

d: número de domicílios a serem sorteados da maior amostra selecionada inicialmente.

n: número de domicílios sorteados na maior amostra inicialmente selecionada; l

Figura 2. Instrumento de controle das subamostras segundo tipo de hepatite e faixa etária de estudo.

iji

ij

i

ik

M

c

M

bM

M

aMf ´´=

å

l

khkn

dff ´=

Page 19: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Metodologia 19

1. Marcadores sorológicos e co-variáveis

Para a pesquisa de todos os marcadores sorológicos, foram utilizados kits comerciais - Axsym® (ABBOT

Laboratories), pelo método do ensaio imunoenzimático por microparticulas. Para este estudo, foram considerados

os seguintes marcadores sorológicos:

Hepatite A: Para a determinação da prevalência da hepatite A, foram pesquisados os anticorpos totais. O teste

positivo indica infecção atual ou passada pelo HAV.

Figura 3. Fluxograma da sorologia

para diagnóstico da infecção

pelo vírus da hepatite A.

Hepatite B: anticorpos para o antígeno do core do vírus da hepatite B (anti-HBc) foram pesquisados utilizando o

teste imunoenzimático. Testes positivos para esse marcador, foram interpretados como infecção pelo HBV, atual ou

passada. Nas amostras positivas para o anti-HBc, também foram pesquisados os anticorpos contra o antígeno de

superfície do vírus da hepatite B (anti-HBs) e, nas amostras negativas para esse marcador, foi realizado o teste para a

detecção do antígeno de superfície da hepatite B (HBsAg). Amostras com resultados limítrofes foram retestadas e os

resultados indeterminados foram excluídos da análise.

As amostras HBsAg positivas foram também testadas para HBV-DNA e genotipagem. A Nested-PCR foi realizada

utilizando a técnica padrão.

Figura 4. Fluxograma da sorologia

para diagnóstico da infecção

pelo vírus da hepatite B.

Hepatite C: todas as amostras foram testadas para o anticorpo contra o vírus da hepatite C (anti-HCV), utilizando o

mesmo método. Foram consideradas positivas as amostras que apresentaram resultados maior ou igual a 1,2 na

relação densidade ótica e “cut off” (DO/CO).A detecção de HCV-RNA pela técnica da nested Polymerase Chain

Reaction – nested PCR - foi realizada em todas as amostras com resultados positivos ou indeterminados.

Page 20: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Metodologia 20

Figura 5. Fluxograma

da sorologia para diagnóstico

da infecção pelo vírus da hepatite C.

Informações sobre as co-variáveis no nível individual e familiar foram obtidas por meio de questionário (Vide

Questionário do domicilio, Questionário do chefe da família, Questionário do adolescente e adulto, Questionário da

criança, Anexos II) e as variáveis do nível da área (setor censitário) recuperadas a partir de um subconjunto dos dados

do censo do IBGE (Tabela 7).

Tabela 7. Variáveis estudadas nos níveis individual, de domicílio e de área.

Variáveis sócio-demográficas

Sexo

Idade

Saber ler e escrever

Anos de escolaridade

Trabalho remunerado

Renda

Relato do status vacinal

Via de transmissão sanguínea

Hospitalização

Transfusão sanguínea

Cirurgia

Tratamento dentário

Trabalho em serviço de saúde

Tatuagem

Piercing

Compartilhamento de objetos cortantes

Comportamento sexual

Início de vida sexual

Parceiro homossexual

Outro parceiro além do atual

Antecedente de Doença

sexualmente transmissível

Parceiro atual teve hepatite

Relacionamento prévio com

portador de hepatite B

Uso de drogas e álcool

História de uso de droga fumada

História de uso de droga inalada (cola)

História de uso de droga cheirada

História de uso de droga injetável

História de uso de seringa de vidro

Consumo de álcool

Casa própria

Abastecimento d´água

Água encanada no interior

do domicílio

Abastecimento regular d´água

Destino dos dejetos

Destino do lixo

Responsável pelo domicílio sabe ler e

escrever

Anos de escolaridade do responsável

pelo domicílio

Trabalho remunerado do responsável

pelo domicílio

Renda do responsável pelo domicílio

% de pessoas responsáveis pelos

domicílios - Não alfabetizadas

% de mulheres responsáveis pelos

domicílios - Não alfabetizadas

% de pessoas residentes não

alfabetizados - 15 a 19 anos

% de mulheres responsáveis pelos

domicílios

% domicílio com rede geral

% domicílios com destino do lixo -

coletado por serviço de limpeza

Número de indivíduos por domicílio

Nível individual Nível de domicílio Área

Page 21: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Metodologia 21

a) Métodos laboratoriais

Durante a visita domiciliar, amostras de sangue foram coletadas, transportadas e armazenadas de acordo com

procedimentos normatizados. Os anticorpos totais para hepatite A foram detectados usando um kit comercial de

imunoensaio enzimático (EIA HAVAB, Abbott Laboratories, Abbott Park IL) nos laboratórios centrais de saúde pública.

Os exames laboratoriais foram validados e o controle de qualidade monitorado. Amostras de sangue foram testadas

para anticorpos da hepatite B antígeno (anti-HBc) utilizando ensaio imunoenzimático - ELISA (AxSym, Abbott

Laboratories) nos laboratórios centrais de saúde pública. Amostras soropositivas para anti-HBc foram testadas para

o antígeno de superfície da hepatite B (HBsAg). Ambos os testes foram realizados utilizando a mesma técnica

(AxSym, Abbott Laboratories). Resultados borderline foram retestados e os resultados indeterminados excluídos das

análises.

Para levantar a prevalência da infecção pelo HCV nessa população, todas as amostras foram testadas por ELISA

automatizado - (micropartícula Enzime Immunoassay - MEIA -) ABBOTT AXSYM ™ diagnóstico, na Alemanha. As

amostras com resultados positivos ou indeterminados foram também testadas por um outro teste ELISA de terceira

geração (DiaSorin ™, Saluggia Marcos, Vercelli, Itália).

As amostras positivas para o HBV e HCV foram genotipadas.

23Amostras HBsAg positivas foram também genotipadas. Nested-PCR foi realizada como descrito por Kaneko et al ., 24com algumas modificações. A região S foi amplificada de acordo com a técnica padrão para a identificação do

genótipo do HBV. Reações de seqüenciamento para caracterização de cepas virais foram realizadas utilizando PCR 25segundo método já descrito . A genotipagem foi analisada através da comparação das seqüências obtidas com

outras seqüências conhecidas de diferentes genótipos do HBV depositados no GenBank, usando os programas

Edit Seq e MegAlign do pacote DNAstar (LaserGene, Inc.).

A detecção de HCV-RNA PCR foi realizada em todas as amostras com resultados positivos ou indeterminados. A

transcriptase reversa - nested Polymerase Chain Reaction foi utilizada para amplificar um fragmento do 5'UTR do

genoma do HCV.

1. A coleta de dados: logística

O inquérito foi desenvolvido de forma colaborativa envolvendo Universidades, Secretarias Estaduais de Saúde e

laboratórios estaduais de referência. A equipe de investigação responsável pelo estudo incluiu um grupo formado

por epidemiologistas, clínicos, pessoal de laboratório e pesquisadores de campo de cada local, juntamente com a

coordenação regional e nacional. O estudo teve o apoio do Ministério da Saúde e Organização Pan-Americana de

Saúde. Visando assegurar a colaboração e participação da comunidade, líderes locais foram contactados e

informações sobre a pesquisa foram divulgadas através de jornais locais, rádio e televisão, antes do início do trabalho

de campo.

Epidemiologistas e clínicos compuseram os três níveis de coordenação da pesquisa (estadual, regional e nacional),

enquanto coordenadores do laboratório e de campo participaram no âmbito nacional e local. O treinamento dos

epidemiologistas e clínicos, regionais e locais, e do coordenador do laboratório local foi realizado pela equipe

nacional. Foram elaborados manuais específicos para o treinamento de pessoal (Vide Manual de campo, Manual do

entrevistador, Manual do coletador, Anexos III).

As equipes locais também incluíram entrevistadores, flebotomistas, digitadores e motoristas.

O coordenador local da epidemiologia foi responsável pela padronização e treinamento dos entrevistadores em

todos os procedimentos envolvidos na coleta dos dados. Os coordenadores clínicos padronizaram e treinaram os

Page 22: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Metodologia 22

flebotomistas para coleta de sangue. O coordenador clínico estadual também foi responsável pela entrega dos

resultados de laboratório aos participantes, encaminhando os que apresentavam resultados positivos aos serviços

de referência para a orientação e tratamento, quando necessário. Esses coordenadores enviavam relatórios

semanais sobre o desenvolvimento do estudo ao coordenador regional.

Os coordenadores de campo locais organizavam as atividades diárias e distribuição das entrevistas de acordo com

o endereço das casas sorteadas, disponibilizando os mapas da área e indicando a faixa etária do morador a ser

entrevistado em cada domicílio.

Os entrevistadores, juntamente com os flebotomistas, eram instruídos a visitar as famílias e, após se certificarem que

um ou mais moradores tinha a faixa etária exigida, a explicar os objetivos do estudo e a obter a assinatura do termo de

consentimento informado.

Em caso de recusa, uma segunda visita era feita pelo coordenador de campo e, se a recusa era confirmada, a família

recebia a visita do clinico. Domicílios fechados eram visitados pelo menos duas vezes em diferentes ocasiões.

O trabalho de campo foi realizado de acordo com o calendário aprovado, a começar pelo Nordeste, Centro-Oeste e

Distrito Federal (2005-2006), seguido das regiões Sul e Sudeste (2007-2008), e, posteriormente, a região Norte

(2008-2009).

2. Controle de qualidade

Vários esforços foram empreendidos para padronizar os procedimentos nas capitais dos 26 Estados e no Distrito

Federal. Manuais foram redigidos com instruções sobre como conduzir o trabalho de campo, entrevistas, coleta de

sangue, processamento e armazenamento do sangue coletado e o processo de amostragem.

Os questionários foram testados em estudo piloto antes da aprovação da versão final e uma sub-amostra de

domicílios foi revisitada para checar a aplicação do questionário.

Para os testes sorológicos, utilizou-se o mesmo kit comercial e a mesma máquina em todas as capitais. O controle

de qualidade foi realizado nos laboratórios de referência, para todos os resultados positivos para as hepatites B e C, e

para uma amostra de 10% dos resultados negativos (para as hepatites B e C ) e dos resultados positivos para hepatite

A.

As fases iniciais do trabalho de campo foram supervisionadas pelos coordenadores nacionais e regionais em todas

as capitais. As atividades de campo e de laboratório realizadas em todas as capitais foram monitoradas pela equipe

nacional, por meio de relatórios semanais enviados pela coordenação local. (Vide instrumento de acompanhamento

no anexo IV).

3. Análise

Os dados foram digitados em dupla entrada, no Epi-Info versão 6.04, para a verificação de validação e consistência,

antes da análise estatística (vide Manual de entrada de dados, anexo III). As prevalências da soropositividade e seus

respectivos intervalos de confiança de 95% (IC) para a infecção pelas hepatites A, B e C foram calculadas(corrigidas

pelo efeito de desenho) para cada macro-região e Distrito Federal, por grupo etário. Para algumas análises, as

macro-regiões e/ou faixas etárias foram agrupadas e, nestes casos, a ponderação foi aplicada tendo em vista as

diferentes frações de amostragem adotadas para os domínios de estudo.

A distribuição por idade da população suscetível para cada tipo de hepatite foi estimada utilizando-se um modelo

catalítico simples para estimar a força de infecção.

Page 23: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Metodologia 23

Os fatores de risco para cada tipo de infecção por hepatite foram inicialmente investigados através de análises

bivariadas, separadamente para cada grupo etário. Para estimar a magnitude dessas associações, o odds ratio com

seus respectivos IC 95% foram calculados. Modelos de regressão logística múltipla com efeito aleatório foram

usados para o ajuste recíproco das variáveis. Um modelo multinível foi proposto para avaliar o risco individual, familiar

e em nível de área, utilizando modelos lineares generalizados e latentes mistos (Generalized Linear and Latent Mixed

Models - GLLAMM) no Stata 9.2 (Stata Corp., College Station,U.S.A.).

4. Aspectos éticos

De acordo com a Resolução 196/96 do Ministério da Saúde, o projeto foi submetido ao Comitê de Ética em todas as

regiões brasileiras. Todos os indivíduos foram informados sobre os objetivos do estudo e assinaram o termo de

consentimento informado. Os resultados dos testes laboratoriais foram entregues confidencialmente aos

participantes. Os resultados negativos para todos os tipos de hepatite ou resultados positivos para o anti-HAV IgG

e/ou anti-HBc total e/ou anti-HBs (que indicam imunidade contra a hepatite A e B, respectivamente) foram enviados

via correio. Os resultados dos casos positivos de hepatite B (HBsAg positivo) e da hepatite C (anti-HCV positivos)

foram entregues pessoalmente pelo coordenador clinico, que foi responsável pela realização de uma avaliação

criteriosa desses indivíduos com sorologia positiva e, quando indicado, eles foram encaminhados para tratamento

específico no serviço de referência em cada capital de Estado ou no Distrito Federal. Indivíduos soronegativos para o

HBV foram encaminhados ao serviço público de saúde para a vacinação.

REFERÊNCIAS

1. Lyra LG, Damasceno AP, Cotrim P, Mota E, Silva L. Prevalence of antibody to hepatitis B virus in an urban population of Northeast Brazil. Rev Inst Med

Trop São Paulo 1986; 28:406-9.

2. Fonseca JC. Epidemiologia da infecção pelo vírus da hepatite C no Brasil. GED Gastroenterol Endosc Dig 1999; 18 Suppl 1:S3-S8.

3. Kaneko S, Miller RH, Feinstone SM, Unoura M, Kobayashi K, Hattori N, et al. Detection of serum hepatitis B virus DNA in patients with chronic hepatitis

using the polymerase chain reaction assay. Proc Natl Acad Sci U S A 1989; 86:312-6.

4. Sitnik R, Pinho JR, Bertolini DA, Bernardini AP, Da Silva LC, Carrilho FJ. Hepatitis B virus genotypes and precore and core mutants in Brazilian patients. J

Clin Microbiol 2004; 42:2455-60.

5. Sanger F, Nicklen S, Coulson AR. DNA sequencing with chain-terminating inhibitors. Proc Natl Acad Sci U S A 1977; 74:5463-7.

Page 24: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Metodologia 24

A metodologia do INHV –Brasil foi publicada em setembro de 2010 nos Cadernos de Saúde Pública, volume 26,

número 9, páginas 1.693 a 1.704, e parcialmente traduzida com autorização dos editores da revista

Page 25: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 25

INQUÉRITO NACIONAL DE HEPATITES VIRAIS BRASIL

I. Introdução

Os dados apresentados para o Brasil referem-se aos dados obtidos para as capitais das cinco macrorregiões

brasileiras e o Distrito Federal. Para agrupamento dos dados das diferentes regiões foi utilizada uma ponderação

com objetivo de corrigir as diferentes frações de amostragem. Quando diferentes grupos etários foram agrupados

também se utilizou o mesmo mecanismo de correção.

A figura 1 mostra a localização das capitais nas macrorregiões e a tabela mostra a população estudada por faixa

etária segundo o tipo de hepatite, totalizando 6.468 indivíduos selecionados para o estudo da hepatite A (anti-HAV) e

19.634 indivíduos para o estudo das hepatites B e C (anti-HBc e anti-HCV). Foram visitados 10.672 domicílios,

selecionados nos 858 setores censitários sorteados. Ressaltamos que o esquema amostral usado para selecionar

os setores censitários e os domicílios foram fornecidos pelo IBGE.

Figura 1. Localização das capitais e Distrito federal e população por faixa etária e amostra estudada para a exposição à

infecção pelo vírus da hepatite tipos A, B e C, referente ao conjunto das capitais do Brasil.

População e amostraCapitais do Brasil e

Distrito Federal

População de 5 a 9 anos

População de 10 a 19 anos

População de 20 a 69 anos

Número de setores censitários selecionados

Número de domicílios pesquisados - Hepatite A

Número de domicílios pesquisados - Hepatite B e C

População estudada - Hepatite A

População estudada - Hepatite B e C

3.364.506

7.565.695

23.686.695

858

4.233

9.671

6.468

19.634

Boa Vista

Manaus

Rio Branco Porto Velho

Macapá

Belém

São Luis

Cuiabá

CampoGrande

Palmas

Brasília

Goiânia

Teresina

Natal

João Pessoa

Recife

Maceió

AracajúSalvador

Vitória

Belo Horizonte

Rio de Janeiro

São Paulo

Curitiba

Florianópolis

PortoAlegre

Page 26: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

II. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV:

Gráfico 1. Soro prevalência global por faixa etária de anticorpos, anti-HAV. Brasil.

*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho da população das regiões.

**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho da população das regiões e dos grupos

etários).

O resultado global da prevalência para a exposição à infecção pelo HAV (anti-HAV), referente ao conjunto das capitais

do Brasil foi de 39,5% (IC95% 36,5% - 42,5%). O percentual de expostos ao HAV na faixa etária de 5 a 9 foi de 27,0%

(IC95% 23,5% -30,5%) e de 44,1% (IC 95% 40,4% - 47,8%) para o grupo de 10 a 19 anos (gráfico 1). Esses resultados

apontam para o aumento da exposição com a idade em consonância com os estudos de soroprevalência da

hepatite A. Esses resultados colocam o conjunto das capitais do Brasil como região de intermediária endemicidade.

A interpretação dos resultados da prevalência global da infecção pelo HAV deve levar em conta que a amostragem

do presente estudo foi planejada para ser representativa dos residentes, nas faixas etárias de 5 a 9 e 10 a 19 anos, do

conjunto das capitais das cinco macrorregiões brasileiras e Distrito Federal. As prevalências apresentadas foram

ajustadas pelo efeito de desenho (design effect) e ponderadas pelo tamanho da população, conforme as técnicas

de análise de dados dos inquéritos populacionais. Os resultados podem ser considerados como representativos do

conjunto das capitais do Brasil.

III. Soroprevalência de marcadores da hepatite B (anti-HBC e HBsAg)

Gráfico 2. Soro prevalência global por faixa etária da hepatite viral B (anti-HBC). Brasil.

*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho da população das regiões.

**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho da população das regiões e dos grupos

etários.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 26

*

*

**

*

**

Page 27: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 27

O resultado global da prevalência para o marcador de exposição ao HBV (anti-HBc), referente ao conjunto das

capitais do Brasil foi de 7,4% (IC95% 6,8% - 8,0%). O percentual de expostos ao HBV na faixa etária de 10 a 19 foi de

1,1% (IC% 0,9% -1,4%) e de 11,6% (IC 95% 10,7% - 12,4%) para o grupo de 20 a 69 anos (gráfico 2). Esses resultados

apontam para o aumento da exposição com a idade em consonância com os estudos de soroprevalência da

hepatite B.

Para o marcador HBsAg a prevalência global referente ao conjunto das capitais do Brasil foi de 0,37% (IC95% (0,25% -

0,50%), classificando o conjunto das capitais do Brasil, como região de baixa endemicidade. A prevalência de

HBsAg foi de 0,055% (IC95% 0,012% - 0,10%) na faixa etária de 10 a 19 de 0,60% (IC 95% 0,41% - 0,78%) para os

grupos de 20 a 69 anos (gráfico 3).

Gráfico 3. Soroprevalência Global por faixa etária da Hepatite Viral B (HBsAg). Brasil.

*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho da população das regiões.

**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho da população das regiões e grupos

etários.

Para a subamostra positiva ao anti-HBc o percentual de positividade ao anti-HBs foi de 76,7% na faixa etária de 10 a

69 anos.

A interpretação dos resultados da prevalência global dos marcadores anti-HBc e AgHbs deve levar em conta que a

amostragem do presente estudo foi planejada para ser representativa dos residentes, nas faixas etárias de 10 a 19 e

20 a 69 anos, do conjunto das capitais das cinco macrorregiões brasileiras e Distrito Federal.

As prevalências dos marcadores anti-HBc, AgHbs apresentadas foram ajustadas pelo efeito de desenho (design

effect) e ponderadas pelo tamanho da população, conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos

populacionais. Os resultados podem ser considerados como representativos do conjunto das capitais do Brasil.

IV. Cobertura vacinal contra a hepatite B

O critério utilizado para definir o status vacinal foi o auto-relato. Para aqueles indivíduos que também apresentaram

cartão vacinal, essa informação foi validada comparando-a com a registrada no cartão. As tabelas 1 e 2 apresentam a

cobertura vacinal contra a hepatite B segundo as informações do indivíduo e o valor preditivo dessa informação

quando comparada ao cartão vacinal (para os indivíduos que informaram o status vacinal e apresentaram o cartão).

*

**

Page 28: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 1. Cobertura vacinal contra a hepatite B segundo as informações do indivíduo

Quando avaliados apenas os indivíduos que informaram sobre o status vacina, verifica-se que a maior cobertura

vacinal foi a da Região Norte, aproximadamente 75%, seguida das Regiões Sudeste e Sul com cobertura em torno de

50%.

Tabela 2. Valor preditivo da informação do indivíduo sobre vacinação contra a hepatite B, quando comparada à

informação registrada no cartão vacinal

O valor preditivo positivo do relato de vacinação contra a hepatite B, quando comparado com a informação registrada

no cartão, foi superior a 80% em todas as regiões. Ressalte-se que esse valor poderá estar superestimado se

aqueles indivíduos que apresentaram o cartão vacinal fornecerem informações mais fidedignas do que aqueles que

não dispõem do cartão.

V. Hepatite C

1. Soroprevalência de anticorpos anti-HCV

Gráfico 4. Soroprevalência Global por faixa etária da Hepatite Viral C (HCV). Brasil.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 28

*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho da população das regiões.

**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho da população das regiões e grupos

etários.

*

**

Page 29: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

O resultado global da prevalência para o marcador de exposição ao HCV (anti-HCV), referente ao conjunto das

capitais do Brasil foi de foi de 1,38% (IC95% 1,12% - 1,64%). O percentual de expostos ao HCV na faixa etária de 10 a

19 foi de 0,75% (IC% 0,53% - 0,98%) e de 1,56% (IC 95% 1,28% - 1,91%) para o grupo de 20 a 69 anos (gráfico 4).

A interpretação dos resultados da prevalência global do marcador anti-HCV deve levar em conta a alta sensibilidade

do teste diagnóstico utilizado, podendo a soroprevalência estar superestimada.

As prevalências do marcador anti-HCV foram ajustadas pelo efeito de desenho (design effect) e ponderadas pelo

tamanho da população, conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos populacionais. Os resultados

podem ser considerados como representativos do conjunto das capitais do Brasil.

As soroprevalências de anticorpos anti-HCV foram semelhantes nas diferentes regiões, atingindo valores de até 1%

na faixa etária de 10 a 19 anos, e de até 2% na faixa etária de 20 a 69; exceção feita à Região Norte onde, nessa última

faixa etária, esses valores foram um pouco mais elevados.

2. Fatores associados à exposição ao HCV:

O delineamento do projeto foi concebido para estudar os fatores de risco para a hepatite C no total população

estudada, e não por macrorregiões. Esta definição foi estabelecida no protocolo original devido às baixas

prevalências esperadas. Apresentamos abaixo, a distribuição dos potenciais fatores de risco para hepatite C por

Região e, em seguida, a análise, para o Brasil, dos fatores associados à positividade para o anti-HCV.

a. Caracterização da amostra

A distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B (e hepatite C) em todas as regiões do Brasil é

apresentada na tabela 3. Verifica-se que, na faixa etária de 13 a 69 anos, a freqüência de transfusão sanguínea foi

menor na Região Norte onde 3,1% (2,4% – 3,9%) da população foi submetida à transfusão sangüínea e maior na

Região Sul onde essa freqüência foi de 7,8% (6,9% – 8,7%); tatuagem foi mais freqüente nas Regiões Sudeste e Sul

com percentuais de 10,7% (9,5% – 12,0%) e 12,2% (11,0% – 13,4%), respectivamente; a freqüência do uso de droga

cheirada foi maior na Região Sul, 5,9% (5,1% – 6,8%), e menor na Região Nordeste, 1,6% (1,0% – 2,1%), enquanto que

a freqüência de uso de droga injetável diferiu pouco entre as regiões. Quanto à vida sexual, a média de idade em que

ocorreu a primeira relação sexual foi de 16 a 17 anos em todas as regiões; o uso de preservativo foi referido com mais

freqüência, em torno de 40%, nas Regiões Nordeste, Centro-Oeste e Distrito Federal; relação com parceiro que faz

sexo com pessoas do mesmo sexo foi referido com uma freqüência inferior a 4% em todas as regiões; história de

doença venérea foi informada em 5 a 10% dos indivíduos em todas as regiões. Um percentual de 3,4% (2,8% – 4,0%)

informou história de relação sexual com parceiro com hepatite na Região Sul, sendo essa freqüência apenas

ligeiramente mais baixa nas demais regiões.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 29

Page 30: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 3. Distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B e hepatite C nas Macrorregiões do Brasil e Distrito Federal*

*Proporções ajustada pelo efeito de desenho (design effect).

Tabela 3. Distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B e hepatite C, Região Centro-Oeste (continuação)*.

*Proporções ajustada pelo efeito de desenho (design effect).

b. Fatores associados à exposição ao HCV

São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HCV e variáveis

socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis

biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. São apresentados os

odds ratios brutos e ajustados. Para as varáveis relativas às características do domicílio e do chefe da família os

dados são corrigidos pelo efeito aleatório e ponderados pela razão inversa da fração de amostragem dos grupos

etários. Para as variáveis biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de

drogas, além das correções anteriores os dados foram também ajustados por idade.

Variáveis biológicas: Não observou-se uma associação entre soropositividade para o anti-HCV e sexo. Verificou-

se que a chance de soropositividade aumenta com a idade (tabela 4).

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 30

Page 31: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 4. Associação entre positividade ao anti-HCV e variáveis relacionadas às características biológicas–BRASIL.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários e regiões, e ajustado pelo efeito de desenho (design

effect).

** Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários e regiões, e ajustado pelo efeito de desenho (design

effect) com idade.

Variáveis relacionadas às características do domicílio: De uma maneira geral não foi observada uma

associação entre as varáveis relativas às características do domicílio e soropositividade para o anti-HCV. Apenas para

os indivíduos que vivem em situação de extrema pobreza, vivendo em domicílios que não são ligados à rede pública

de esgoto e não possuem fossa, é que foi verificada uma maior chance de positividade para o anti-HCV (tabela 5).

Tabela 5. Associação entre positividade ao anti-HCV e variáveis relacionadas às características do domicílio - BRASIL

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários e regiões, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

Variáveis socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família e do indivíduo: Não foi

observada uma associação estatisticamente significante entre positividade para o anti-HCV e variáveis

socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família e do indivíduo (tabelas 6 e 7). Observa-se uma

significância estatística (p-valor) limítrofe para analfabetismo do chefe da família ou do indivíduo e uma menor chance

de infecção para os indivíduos que tem curso superior.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 31

Page 32: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 32

Tabela 6. Associação entre positividade ao anti-HCV e variáveis relacionadas às características do chefe da

família - BRASIL.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários e regiões, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect).

Tabela 7. Associação entre positividade ao anti-HCV e variáveis relacionadas às características socioeconômicas do

indivíduo – BRASIL.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários e regiões, e ajustado pelo efeito de desenho (design

effect) e idade.

Page 33: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 33

Variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea: Observou-se que os indivíduos que foram submetidos

à transfusão alguma vez na vida e aqueles que foram hospitalizados nos 12 meses prévios apresentaram uma maior

chance de soropositividade para o anti-HCV. Os valores de p foram limítrofes para as variáveis tatuagem e

compartilhamento de objetos cortantes (para essa ultima a direção da associação foi contrária à esperada). Para as

demais variáveis desse grupo a associação não foi estatisticamente significante (tabelas 8).

Tabela 8. Associação entre positividade ao anti-HCV e variáveis relacionadas às características relacionadas à via de

transmissão sanguínea – BRASIL.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários e regiões, e ajustado pelo efeito de desenho (design

effect) e idade

Page 34: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 34

Variáveis relacionadas à via de transmissão sexual: O parceiro atual já ter tido hepatite e ter tido parceiro que já

apresentou doença venérea, apresentaram uma associação estatisticamente significante com soropositividade

para o anti-HCV, porém a direção das associações foi em sentido inverso. Para as demais variáveis a associação

com anti-HCV não foi estatisticamente significante.

Tabela 9. Associação entre positividade ao anti-HCV e variáveis relacionadas às características relacionadas a via de

transmissão sexual – BRASIL.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários e regiões, e ajustado pelo efeito de desenho (design

effect) e idade

Page 35: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 35

Variáveis relacionadas ao uso de drogas: Os usuários de drogas cheiradas e injetáveis e aqueles que fizeram uso

de seringa de vidro apresentaram maior chance de soropositividade ao anti-HCV. Para a variável cheirar cola o valor

de p da associação foi limítrofe e não foi verificada uma associação com o uso de bebida alcoólica.

Tabela 10. Associação entre positividade ao anti-HCV e variáveis relacionadas ao uso de drogas – BRASIL.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários e regiões, e ajustado pelo efeito de desenho (design

effect) e idade.

Page 36: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Inquérito nacional de hepatites virais Brasil 36

Permaneceram no modelo final da análise multivariada as variáveis: idade, uso de droga cheirada, uso de droga

injetável e uso de seringa de vidro e destino dos dejetos.

Tabela 11. Análise multivariada da associação entre positividade ao anti-HCV e variáveis relacionadas condições

socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis biológicas

e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários e regiões, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

3. Conclusão:

Embora o modelo univariado permita identificar associações e assim identificar grupos para os quais as ações

podem ser voltadas, é possível que algumas associações ocorram devido à presença de fatores de confusão ou

deixem de aparecer pelo mesmo motivo.

O modelo multivariado permite selecionar aquelas variáveis que têm uma associação mais estreita com

soropositividade para o anti-HCV. A associação com idade expressa a maior probabilidade de exposição com o

passar do tempo e a permanência da soropositividade. As variáveis uso de droga cheirada, uso de droga injetável e

uso de seringa de vidro são potencialmente ligadas ao mecanismo de transmissão. Finalmente, permaneceu

também no modelo uma variável socioeconômica, sugerindo uma associação entre soropositividade para o anti-

HCV com uma situação de extrema pobreza. Essas variáveis expressam os grupos que devem receber um

monitoramento especial e para os quais devem ser dirigidas medidas preventivas..

Page 37: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

NORTE

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Page 38: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Norte 38

I. Introdução

O Inquérito Nacional de Hepatites Virais (INHV) utilizou para estimativas de amostragem do conjunto das capitais os

dados do IBGE – Censo 2000. A Região Norte, apresenta uma população tatal de 12.879.100 habitantes das quais

residem nas capitais 414.281 na faixa etária de 5 a 9 anos, 860.922 na faixa etária de 10 a 19 e 2.093.269 na faixa

etária de 20 a 69 anos.

Tabela 1. População por faixa etária e amostra estudada para a exposição à infecção pelo vírus da hepatite tipos A, B e

C, referente ao conjunto das capitais da Região Norte, Brasil.

Os aspectos referentes ao delineamento e metodologia estão descritos no capítulo de metodologia. Os dados

apresentados para o Norte referem-se aos dados obtidos para o conjunto das capitais.

II. Trabalho de Campo

O trabalho de campo foi iniciado em 13/10/2008 com término em 18/05/2009. A tabela abaixo apresenta o tamanho

da amostra estimado e atingido por hepatite e por faixa etária. Para a hepatite A, na faixa etária de 5 a 9 anos e 10 a 19

anos foram atingidos, respectivamente, 114% e 139,5% do tamanho da amostra e, para as hepatites B e C, nas faixas

etárias de 10 a 19 anos e 20 a 69 anos, respectivamente, 97,3% e 94,1% do tamanho da amostra.

Tabela 2. Tamanho da amostra estimada, número e percentual de indivíduos submetidos ao exame sorológico,

segundo faixa etária e tipo de hepatite. Região Norte, Brasil.

Page 39: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

III.Hepatite A:

1. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV

A prevalência para a exposição à infecção pelo HAV (anti-HAV), referente ao conjunto das capitais do Norte foi de

58,3% (IC95% 49,4% - 67,2%). O percentual de expostos ao HAV na faixa etária de 5 a 9 foi de 28,7% (IC% 16,2% -

38,3%) e de 67,5% (IC 95% 59,8% a 80,0%) para o grupo de 10 a 19 anos (gráfico 1). Esses resultados apontam para

o aumento da exposição com a idade e colocam o conjunto das capitais do Norte como região de intermediária

endemicidade.

Faixa etáriaPrevalência (IC(95%))5 a 9 anos28,7% (16,2% - 38,3%)10 a 19 anos67,5% (59,8% - 80,0%)5 a 19

anos58,3% (49,4% - 67,2%).

Gráfico 1.Soroprevalência de anticorpos anti-HAV por faixa etária - Região Norte, Brasil.

*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)

**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.

As prevalências apresentadas foram ajustadas pelo efeito de desenho (design effect) e, quando agrupados os dois

grupos etários, ponderadas pelo tamanho da população em cada um dos grupos, conforme as técnicas de análise

de dados dos inquéritos populacionais. Como no processo de amostragem para cada região utilizou-se uma

partilha proporcional entre as capitais, não houve necessidade de ponderação para o agrupamento dos dados das

diferentes capitais.

A tabela 3 apresenta o percentual de indivíduos positivos por idade e os gráficos 2 e 3 a prevalência e a distribuição

da população suscetível de acordo com a idade, usando um modelo catalítico simples. A inclinação da curva

corresponde a uma incidência de 6,2 per 100 pessoa/ano.

Tabela 3. Soroprevalência de anticorposanti-HAV por idade. Região Norte, Brasil.

*

**

Região Norte 39

Page 40: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Igráfico 2. Soroprevalência de anticopos anti-HAV por idade estimada pelo modelo catalítico simples. Região Norte,

Brasil.

Gráfico 3. Proporção de indivíduos suscetíveis ao vírus da hepatite A por idade, estimada pelo modelo catalítico

simples. Região Norte, Brasil.

2. Fatores associados à Hepatite A

a) Caracterização geral da amostra

As principais características da amostra com relação às variáveis dos três níveis estudados (individual, domicílio e

área) são apresentadas na tabela 4.

Observa-se uma proporção de indivíduos do sexo feminino de 45,4% e 57,6% de pesquisados na faixa etária de 10 a

19 anos. Verifica-se que 78,3% dos domicílios amostrados têm abastecimento de água e 27,8% estão ligados à rede

de esgoto. A mediana da média de anos de estudo do chefe da família dos setores censitários amostrados foi de 6,6

anos.

Região Norte 40

Page 41: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Itabela 4. Caracterização geral da amostra em relação ao nível individual, de domicílio e de área. Região Norte, Brasil.

b) Fatores associados à exposição ao HAV:

São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HAV e variáveis do nível

individual, domiciliar e de área (setores censitários). A associação entre a soropositividade para o anti-HAV e as

variáveis independentes foi estimada utilizando-se a razão de produtos cruzados (odds ratio), o intervalo de

confiança de 95% e o valor de p. Devido ao efeito do desenho o odds ratio foi corrigido introduzindo-se um efeito

aleatório. Também foi utilizada uma ponderação uma vez que a fração de amostragem não foi a mesma nos dois

grupos etários. As variáveis dos níveis individual, domiciliar e de área que apresentaram uma associação com o

desfecho na análise univariada (p < 0,10) foram sucessivamente introduzidas em um modelo multinível. Generalized

Linear and Latent Mixed Models (GLLAMM) foram usados para realizar a analise multinível com o Stata 9.2.

Nível individual: Idade e escolaridade apresentaram uma associação estatisticamente significante com

soropositividade para o anti-HAV. A chance de infecção aumentou com a idade. (Tabelas 5 e 6).

Região Norte 41

Page 42: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 5. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características biológicas. Região

Norte, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Tabela 6. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características socioeconômicas.

Região Norte, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

Nível domiciliar: Não se observou uma associação estatisticamente significante entre soropositividade para o

anti-HAV e as variáveis do nível domiciliar (tabelas 7 e 8).

Tabela 7. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do domicílio. Região

Norte, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

*

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

*

Região Norte 42

Page 43: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 8. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do responsável

pela família. Região Norte, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

Nível de área: A variável mulheres responsáveis pelo domicilio (%), apresentou uma associação inversa e

estatisticamente significante com soropositividade para o anti-HAV. (tabela 9).

Tabela 9. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do setor censitário de

residência. Região Norte, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect).

Os resultados de associação de fatores de risco levando-se em conta os três níveis simultaneamente foram

estimados através do modelo multinível.

Permaneceram no modelo multinível as seguintes variáveis: nível individual: idade e escolaridade; nível de área:

mulheres responsáveis pelo domicílio (%). (Tabela 10).

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Norte 43

Page 44: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 10. Análise multivariada multinível da associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas aos

níveis individual, de domicílio e de área. Região Norte, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

3. Conclusão

Os resultados da soroprevalencia classificam conjunto das capitais do Norte como região de intermediária

endemicidade. A incidência de exposição ao HAV é de 6,2 por 100 pessoas/ano, na faixa etária de 5 a 19 anos,

estimada através do modelo catalítico simples.

Observou-se uma associação direta entre idade e soropositividade para o anti-HAV. A análise multinível permitiu

identificar uma associação inversa entre soropositividade para o anti-HAV e condições socioeconômicas no nível

individual, expressa pela escolaridade do indivíduo. Nas áreas (setores censitários) onde o percentual de mulheres

responsável pelo domicilio é maior, é menor a chance de soropositividade para o anti-HAV sugerindo que, na Região

Norte, esta situação possa estar relacionada com melhor condição socioeconômica. Indivíduos com menor

escolaridade e áreas onde é menor o percentual de mulheres responsáveis pelo domicilio se tornam-se alvos

prioritários para as ações de controle.

IV. Hepatite B

1. Soroprevalência dos marcadores da Hepatite B (Anti-HBC e HBsAg)

A prevalência para o marcador de exposição ao HBV (anti-HBc), referente ao conjunto das capitais do Norte foi de

10,9% (IC95%: 8,87% - 12,9%). O percentual de expostos ao HBV na faixa etária de 10 - 19 foi de 0,94% (IC 95% 0,45%

- 1,54%) e de 14,7% (IC 95% 12,2% - 17,8%) para o grupo de 20 - 69 anos (gráfico 4). Esses resultados apontam para

o aumento da exposição com a idade em consonância com os estudos de soroprevalência da hepatite B.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Norte 44

Page 45: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Gráfico 4. Soroprevalência por faixa etária da Hepatite Viral B (anti-HBc). Região Norte, Brasil.

*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)

** Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.

Para o marcador HBsAg a prevalência referente ao conjunto das capitais do Norte foi de 0,63% (IC95% (0,22% -

1,04%), classificando o conjunto das capitais do Norte, como região de baixa endemicidade. Na faixa etária de 10 a

19 não foi identificado nenhum indivíduo positivo para o HBsAg na população estudada. Na faixa etária de 20 a 69

anos a prevalência foi de 0,92% (IC95% (0,32% - 1,53%) (gráfico 5).

Gráfico 5. Soroprevalência por faixa etária da Hepatite Viral B (HBsAg). Região Norte, Brasil.

*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)

**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelos tamanhos dos grupos etários.

Para a subamostra positiva ao anti-HBc. O percentual de positividade ao anti-HBs foi de 78,4 % na faixa etária de 10 a

69 anos.

A interpretação dos resultados da prevalência dos marcadores anti-HBc e HBsAg deve levar em conta que a

amostragem do presente estudo foi planejada para ser representativa dos residentes, nas faixas etárias de 10 a 19 e

20 a 69 anos, do conjunto das capitais do Norte.

As prevalências dos marcadores anti-HBc e HBsAg apresentadas foram ajustadas pelo efeito de desenho (design

effect) e ponderadas pelo tamanho da população, conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos

populacionais,. Os resultados podem ser considerados como representativos do conjunto das capitais do Norte.

*

**

*

**

Região Norte 45

Page 46: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

2. Fatores associados à exposição ao HBV:

a) Caracterização da amostra

A distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B na região Norte foi apresentada na tabela 11. Verifica-se

que, na faixa etária de 13 a 69 anos, 3,1% (2,4% – 3,9%) da população foi submetida à transfusão sangüínea, 9,1%

(7,6% – 10,6%) fez tatuagem, 3,5% (2,6% – 4,4%) fez uso de droga cheirada e 0,4% (0,12% – 0,69%) fez uso de droga

injetável. Quanto à vida sexual, a média de idade em que ocorreu a primeira relação foi 16,2 ±3,6 anos, 24,9% (22,8%

– 27,0%) informaram ter o hábito de usar camisinha, 2,5% (1,8% – 3,2%) informou ter tido relação com parceiro que faz

sexo com pessoas do mesmo sexo e 7,9% (6,6% – 9,2%) tem história de doença venérea. Um percentual de 3,0%

(2,2% – 3,8%) informou história de relação sexual com parceiro com hepatite.

Tabela 11. Distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B. Região Norte, Brasil.

Região Norte 46

Page 47: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HBc e variáveis

socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis

biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. São apresentados os

odds ratios brutos e ajustados. Para as varáveis relativas às características do domicílio e do chefe da família os

dados são corrigidos pelo efeito aleatório e ponderados pela razão inversa da fração de amostragem dos grupos

etários. Para as variáveis biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de

drogas, além das correções anteriores os dados foram também ajustados por idade.

Para a análise dos fatores associados foram considerados todos os indivíduos na faixa etária de 13 a 69 anos. Os

indivíduos na faixa de 10 a 12 anos foram excluídos uma vez que não foi aplicada, para esse grupo, a parte do

questionário relativa à vida sexual e ao uso de drogas. Para analise, foi considerada a possibilidade de exclusão dos

indivíduos vacinados uma vez que eles não poderiam se tornar casos. Optou-se por mantê-los na análise

apresentada abaixo por três motivos: 1) 24,53% da população amostrada não forneceu informação sobre vacinação

para hepatite B e a exclusão desse grupo poderia produzir um viés de seleção; 2) no Brasil não são testados os

marcadores sorológicos para a hepatite B antes da vacinação, conseqüentemente os indivíduos que foram

vacinados na adolescência poderiam já ter sido expostos ao vírus; e 3) para permitir a comparabilidade entre as

regiões uma vez que a baixa proporção de não vacinados na Região Norte inviabilizaria a análise de fatores

associados para aquela região se excluídos os não vacinados. Além dos resultados abaixo no qual são incluídos

vacinados e não vacinados, apresentamos, no anexo II os resultados incluindo apenas os não vacinados.

Variáveis biológicas: Observou-se uma associação estatisticamente significante entre soropositividade para o

anti-HBc e idade, sendo maior a chance de positividade nos grupos etários mais velhos. (tabela 12).

Tabela 12. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características biológicas. Região

Norte, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade.

Variáveis relacionadas às características do domicílio: Observou-se uma associação estatisticamente

significante entre presença de fossa no domicílio e soropositividade para o anti-HBc. Indivíduos que vivem em

domicílios que possuem fossa têm uma menor chance de positividade para o anti-HBc (tabela 13).

Região Norte 47

Page 48: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 13. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características do domicílio.

Região Norte, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

Variáveis socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família e do indivíduo: observou-se

uma associação estatisticamente significante e inversa entre positividade para o anti-HBc e variáveis

socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família: escolaridade. Verifica-se uma menor chance

de infecção para os indivíduos que habitam em domicílios cujos chefes não são analfabetos. Também se observou

uma associação com trabalho em atividade remunerada sendo menor a chance de soropositividade para os

indivíduos que não a têm. (tabelas 14 e 15)

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Norte 48

Page 49: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 14. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas do chefe da família. Região Norte, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

Tabela 15. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas do

indivíduo. Região Norte, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea: Não se observou uma associação estatisticamente

significante entre as variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea e soropositividade para o anti-HBc.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Norte 49

Page 50: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 16. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea. Região

Norte, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Norte 50

Page 51: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Variáveis relacionadas à via de transmissão sexual: Ter tido um parceiro que faz sexo com pessoas do mesmo

sexo, ou ter tido outro parceiro apresentaram uma associação estatisticamente significante com soropositividade

para o anti-HBc. Para as demais variáveis a associação com anti-HBc não foi estatisticamente significante.

Tabela 17. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sexual. Região

Norte, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Norte 51

Page 52: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Variáveis relacionadas ao uso de drogas: Os usuários de drogas fumadas apresentaram maior chance de

soropositividade ao anti-HBc.

Tabela 18. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas ao uso de drogas. Região Norte, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Os resultados da associação dos fatores de risco e exposição ao HBV, com ajuste simultâneo por análise

multivariada são apresentados abaixo:

Permaneceram no modelo final da análise multivariada as variáveis: relacionadas às características

socioeconômicas do domicílio: destino das fezes; relacionadas às características socioeconômicas do indivíduo:

analfabetismo e trabalho em atividade remunerada; biológicas: idade; relacionadas à via de transmissão sexual: ter

tido um parceiro que faz sexo com pessoas do mesmo sexo; relacionadas ao uso de drogas: uso de drogas

fumadas.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Norte 52

Page 53: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 19. Análise multivariada da associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às condições

socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis biológicas

e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. Região Norte, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

3. Conclusão

A soroprevalência estimada classifica o conjunto das capitais do Norte como região de baixa endemicidade

O modelo multivariado permite selecionar aquelas variáveis que têm uma associação mais estreita com

soropositividade para o anti-HBc. A associação com idade expressa a maior probabilidade de exposição com o

passar do tempo e a permanência da soropositividade. Os resultados apontam para a importância da transmissão

sexual na Região Norte. Pelo fato da entrevista ter sido realizada na residência dos indivíduos optou-se por não

indagar diretamente se os indivíduos já haviam feito sexo com pessoas do mesmo sexo, preferindo-se perguntar se

já tinham tido parceiro que havia feito sexo com pessoas do mesmo sexo. A importância dessa informação é que

permite captar se esses indivíduos estão no circuito de transmissão daqueles que fazem sexo com pessoas do

mesmo sexo. Assim a associação encontrada sugere que esse grupo deve também ser incluído nos grupos

prioritários para intervenção. Embora tenha sido observada uma associação com variável relacionada ao uso de

drogas, verifica-se que a mesma não está diretamente ligada a mecanismos de transmissão. Assim uma maior

chance de soropositividade para o anti-HBc para os indivíduos que usam droga fumada sugere que esse hábito

podem estar ligado a comportamentos que implicam em um maior risco de transmissão e que não foram captados

pelas demais variáveis. Quanto às condições socioeconômicas, a associação entre soropositividade para o anti-

HBc e analfabetismo sugere uma maior oportunidade de exposição ao vírus para indivíduos com piores condições; a

menor chance de positividade para individuos que não exercem atividade remunerada, bem como para aqueles que

residem em domicílios que possuem fossa não tem um significado claro. Todas essas variáveis expressam os

grupos que devem receber um monitoramento especial e para os quais devem ser dirigidas medidas preventivas.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Norte 53

Page 54: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

V. Hepatite C

1. Soroprevalência da exposição ao HCV:

O resultado da prevalência para o marcador de exposição ao HCV (anti-HCV), referente ao conjunto das capitais do

Norte foi de 2,102% (1,409 – 2.796). O percentual de expostos ao HCV na faixa etária de 10 a 19 foi de 0,999% (0,362

– 1,637) e de 3,220% (2,029 – 4,411) para o grupo de 20 a 69 anos (gráfico 6).

Gráfico 6. Soroprevalência por faixa etária da Hepatite Viral C (anti-HCV) – Região Norte, Brasil.

*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)

**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.

A interpretação dos resultados da prevalência do marcador anti-HCV deve levar em conta a alta sensibilidade do

teste diagnóstico utilizado, podendo a soroprevalência estar superestimada.

A prevalência do marcador anti-HCV foi ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho

da população, conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos do populacionais. Os resultados podem ser

considerados como representativos do conjunto das capitais do Norte. Conforme delineamento da pesquisa os

fatores de risco foram avaliados para o conjunto das capitais do Brasil, não havendo poder estatístico para avaliação

por região. (Vide capitulo Resultados do Inquérito das Hepatites A, B e C - Brasil).

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

*

**

Região Norte 54

Page 55: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

NORDESTE

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Page 56: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

I. Introdução

De acordo com os dados do IBGE para o ano 2000 a Região Nordeste apresenta uma população total de 47.692.349

habitantes, dos quais residem nas capitais, 943.033 na faixa etária de 5 a 9 anos, 2.054.539 na faixa etária de 10 a 19 e

5.358.923 na faixa etária de 20 a 69 anos.

A tabela 1 mostra a população estudada por faixa etária segundo o tipo de hepatite, totalizando 634 indivíduos

selecionados para o estudo da hepatite A (anti-HAV) e 3.650 indivíduos para o estudo das hepatites B e C (anti-HBc e

anti-HCV). Foram visitados 1.371 domicílios para a seleção da amostra da hepatite A e 1.695 domicílios para as

hepatites B e C. Os domicílios foram selecionados nos 274 setores censitários sorteados. Ressaltamos que o

esquema amostral usado para selecionar os setores censitários e os domicílios foram fornecidos pelo IBGE.

Tabela 1. População por faixa etária e amostra estudada para a exposição à infecção pelo vírus das hepatites A, B e C,

referente ao conjunto das capitais da Região Nordeste, Brasil.

Os dados apresentados para o Nordeste referem-se aos dados obtidos para o conjunto das capitais. Como, na

amostragem, se utilizou uma partilha proporcional, não houve necessidade de ponderação para o agrupamento dos

dados das diferentes capitais. Diversamente, quando diferentes grupos etários foram agrupados utilizou-se uma

ponderação com objetivo de corrigir as diferentes frações de amostragem.

II.Trabalho de Campo

O trabalho de campo foi iniciado em 25/08/2004 com término em 30/06/2005. As tabelas abaixo apresentam o

tamanho da amostra estimado e atingido por hepatite e por faixa etária. Para a hepatite A, na faixa etária de 5 a 9 anos e

10 a 19 anos foram atingidos, respectivamente, 86,5% e 105% do tamanho da amostra e, para as hepatite B e C, nas

faixas etárias de 10 a 19 anos e 20 a 69 anos, respectivamente, 90,5% e 91,5% do tamanho da amostra.

Tabela 2. Tamanho da amostra, número e percentual de indivíduos submetidos ao exame sorológico, segundo faixa

etária e tipo de hepatite. Região Nordeste, Brasil.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Nordeste 56

Page 57: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

III. Hepatite A:

1. Soroprevalencia de anticorpos anti-HAV

A prevalência para a exposição à infecção pelo HAV (anti-HAV), referente ao conjunto das capitais do Nordeste foi de

53,1% (IC95% 47,5% - 58,7%). O percentual de expostos ao HAV na faixa etária de 5 a 9 foi de 41,3% (IC% 34,2% -

48,4%) e de 57,4% (IC 95% 50,3% - 64,6%) para o grupo de 10 a 19 anos (gráfico 1). Esses resultados apontam para o

aumento da exposição com a idade e colocam o conjunto das capitais do Nordeste como região de intermediária

endemicidade.

As prevalências apresentadas foram ajustadas pelo efeito de desenho (design effect) e, quando agrupados os dois

grupos etários, ponderadas pelo tamanho da população em cada um dos grupos, conforme as técnicas de análise

de dados dos inquéritos populacionais. Como no processo de amostragem para cada região utilizou-se uma

partilha proporcional entre as capitais, não houve necessidade de ponderação para o agrupamento dos dados das

diferentes capitais.

Gráfico 1. Soroprevalênciade anticorpos anti-HAV por faixa etária. Região Nordeste, Brasil.

*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.

A tabela 3 apresenta o percentual de indivíduos positivos por idade e os gráficos 2 e 3 a prevalência e a distribuição

da população suscetível de acordo com a idade, usando um modelo catalítico simples. A inclinação da curva

corresponde a uma incidência de 5,3 por 100 pessoas/ano.

Tabela 3. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV por idade. Região Nordeste, Brasil.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

*

**

Região Nordeste 57

Page 58: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Gráfico 2. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV por idade estimada pelo modelo catalítico simples. Região

Nordeste, Brasil.

Gráfico 3. Proporção de indivíduos suscetíveis ao vírus da hepatite A, por idade estimada pelo modelo catalítico

simples. Região Nordeste, Brasil.

2.Fatores associados à Hepatite A

a) Caracterização geral da amostra

As principais características da amostra com relação às variáveis dos três níveis estudados (individual, domicílio e

área) são apresentadas na tabela 4.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Nordeste 58

Page 59: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 4. Caracterização geral da amostra em relação ao nível individual, de domicílio e de área. Região Nordeste,

Brasil.

Observa-se uma proporção semelhante de indivíduos de ambos os sexos e uma proporção um pouco mais elevada

na faixa etária de 10 a 19 anos. Verifica-se que 92% dos domicílios amostrados têm abastecimento de água e 49,1%

estão ligados à rede de esgoto. A mediana da média de anos de estudo do chefe da família dos setores censitários

amostrados foi de 6 anos.

b) Fatores associados à exposição ao HAV:

São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HAV e variáveis do nível

individual, domiciliar e de área (setores censitários). A associação entre a soropositividade para o anti-HAV e as

variáveis independentes foi estimada utilizando-se o odds ratio, o intervalo de confiança de 95% e o valor de p.

Devido ao efeito do desenho a razão de produtos cruzados (odds ratio) foi corrigida introduzindo-se um efeito

aleatório. Também foi utilizada uma ponderação uma vez que a fração de amostragem não foi a mesma nos dois

grupos etários. As variáveis dos níveis individual, domiciliar e de área que apresentaram uma associação com o

desfecho na análise univariada (p < 0,10) foram sucessivamente introduzidas em um modelo multinível. Generalized

Linear and Latent Mixed Models (GLLAMM) foram usados para realizar a analise multinível com o Stata 9.2.

Nível individual: Sexo, analfabetismo (para as crianças maiores de 7 anos) e escolaridade não apresentaram uma

associação estatisticamente significante com soropositividade para o anti-HAV. A chance de infecção aumentou

com a idade (tabela 5 e 6).

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Nordeste 59

Page 60: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Ttabela 5. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características biológicas. Região

Nordeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Tabela 6. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características socioeconômicas.

Região Nordeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

** Indivíduos com idade > 7anos

Nível domiciliar: Observou-se uma associação inversa e estatisticamente significante entre soropositividade para o

anti-HAV e o nível de escolaridade e de renda do chefe da família. Para as demais varáveis desse nível a associação

não foi estatisticamente significante (tabela 7 e 8).

Tabela 7. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do domicílio. Região

Nordeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Nordeste 60

Page 61: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 8. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do responsável pela

família. Região Nordeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

Nível de área: As variáveis chefe da família analfabeto (%), mulheres analfabetas chefes da família (%), escolaridade

do chefe da família (média de anos) e cobertura da coleta de lixo (%) apresentaram uma associação estatisticamente

significante com soropositividade para o anti-HAV, sendo que para as duas últimas a associação foi inversa (tabela 9).

Tabela 9. Associação entre as variáveis do nível de área e infecção por hepatite A. Região Nordeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect).

Os resultados de associação de fatores de risco levando-se em conta os três níveis simultaneamente foram

estimados através do modelo multinível.

Permaneceram no modelo multinível as seguintes variáveis: nível individual: idade; nível domiciliar: escolaridade do

chefe da família e renda do chefe da família; nível de área: anos de estudo do chefe da família (média) (tabela 10).

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

*

Região Nordeste 61

Page 62: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 10. Análise multivariada multinível da associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas aos

níveis individual, de domicílio e de área. Região Nordeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

3. Conclusão

Os resultados da soroprevalência classificam conjunto das capitais do Nordeste como região de intermediária

endemicidade. A incidência de exposição ao HAV é de 5,3 por 100 pessoas/ano, na faixa etária de 5 a 19 anos,

estimada através do modelo catalítico simples.

Observou-se uma associação direta entre idade e soropositividade para o anti-HAV. A análise multinível permitiu

identificar uma associação inversa entre soropositividade para o anti-HAV e condições socioeconômicas tanto no

nível do domicílio como no nível de área, expressa pelo nível de escolaridade do chefe da família. Domicílios cujo

chefe ganha menos de 2 salários mínimos ou é analfabeto e áreas (setores censitários) onde a média de anos de

estudo do chefe da família é baixa tornam-se alvos prioritários de ações de controle.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Nordeste 62

Page 63: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Os resultados da soroprevalência e fatores de risco para infecção pelo HAV da região Nordeste foram apresentados

no artigo Multilevel analysis of hepatitis A infection in children and adolescents: a household survey in the Northeast

and Central-west regions of Brazil, publicado no International Journal of Epidemiology, volume 37, páginas 852 a 861,

em 2008.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Nordeste 63

Page 64: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

IV. Hepatite B

1. Soroprevalência de marcadores da Hepatite Viral B (Anti HBC e HBsAg)

A prevalência para o marcador de exposição ao HBV (anti-HBc), referente ao conjunto das capitais do Nordeste foi de

9,13% (IC95% 7,87% - 10,4%). O percentual de expostos ao HBV na faixa etária de 10 a 19 foi de 2,12% (IC% 1,40% -

2,85%) e de 11,7% (IC 95% 10,0% - 13,3%) para o grupo de 20 a 69 anos (gráfico 4). Esses resultados apontam para o

aumento da exposição com a idade em consonância com os estudos de soroprevalência da hepatite B.

Gráfico 4. Soroprevalência por faixa etária da Hepatite Viral B (anti-HBc). Região Nordeste, Brasil.

*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.

Para o marcador HBsAg a prevalência referente ao conjunto das capitais do Nordeste foi de 0,42% (IC95% (0,16% - 0,67%), classificando o conjunto das capitais do Nordeste, como região de baixa endemicidade. A prevalência de HBsAg foi de 0,11% (IC95% 0,0% - 0,26%) na faixa etária de 10 a 19 de 0,53% (IC 95% 0,19% - 0,88%) para o grupo de 20 a 69 anos (gráfico 5).

Gráfico 5. Soroprevalência por faixa etária da Hepatite Viral B (HBsAg). Região Nordeste, Brasil.

*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)

**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.

Para a subamostra positiva ao anti-HBc o percentual de positividade ao anti-HBs foi de 78,1% na faixa etária de 10 a

69 anos. A interpretação dos resultados da prevalência dos marcadores anti-HBc e HBsAg deve levar em conta que

a amostragem do presente estudo foi planejada para ser representativa dos residentes, nas faixas etárias de 10 a 19

e 20 a 69 anos, do conjunto das capitais do Nordeste.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

*

**

*

**

Região Nordeste 64

Page 65: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

As prevalências dos marcadores anti-HBc e HBsAg apresentadas foram ajustadas pelo efeito de desenho (design

effect) e ponderadas pelo tamanho da população, conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos

populacionais. Os resultados podem ser considerados como representativos do conjunto das capitais do Nordeste.

2. Fatores associados à exposição ao HBV:

a) Caracterização da amostra

A distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B na região Nordeste foi apresentada na tabela 11.

Verifica-se que, na faixa etária de 13 a 69 anos, 3,3% (2,7% – 4,0%) da população foi submetida à transfusão

sangüínea, 5,7% (4,6% – 6,7%) fez tatuagem, 1,6% (1,0% – 2,1%) fez uso de droga cheirada e 0,2% (0,06% – 0,4%) fez

uso de droga injetável. Quanto à vida sexual, a média de idade em que ocorreu a primeira relação foi 16,9±4,4 anos,

42,6% (40,1% – 45,0%) informaram ter o hábito de usar camisinha, 3,1% (2,1% – 4,1%) informou ter tido relação com

parceiro que faz sexo com pessoas do mesmo sexo e 9,3% (8,1% – 10,5%) tem história de doença venérea.

Um percentual de 2,5% (1,8% – 3,3%) informou história de relação sexual com parceiro com hepatite.

Tabela 11. Distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B. Região Nordeste, Brasil.

*Proporções ajustada pelo efeito de desenho (design effect).

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Nordeste 65

Page 66: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HBc e variáveis

socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis

biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. São apresentados os

odds ratios brutos e ajustados. Para as varáveis relativas às características do domicílio e do chefe da família os

dados são corrigidos pelo efeito aleatório e ponderados pela razão inversa da fração de amostragem dos grupos

etários. Para as variáveis biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de

drogas, além das correções anteriores os dados foram também ajustados por idade.

Para a análise dos fatores associados foram considerados todos os indivíduos na faixa etária de 13 a 69 anos. Os

indivíduos na faixa de 10 a 12 anos foram excluídos uma vez que não foi aplicada, para esse grupo, a parte do

questionário relativa à vida sexual e ao uso de drogas. Para analise, foi considerada a possibilidade de exclusão dos

indivíduos vacinados uma vez que eles não poderiam se tornar casos. Optou-se por mantê-los na análise

apresentada abaixo por três motivos: 1) 21,59% da população amostrada não forneceu informação sobre vacinação

para hepatite B e a exclusão desse grupo poderia produzir um viés de seleção; 2) no Brasil não são testados os

marcadores sorológicos para a hepatite B antes da vacinação, conseqüentemente os indivíduos que foram

vacinados na adolescência poderiam já ter sido expostos ao vírus; e 3) para permitir a comparabilidade entre as

regiões uma vez que a baixa proporção de não vacinados na Região Norte inviabilizaria a análise de fatores

associados para aquela região se excluídos os não vacinados. Além dos resultados abaixo no qual são incluídos

vacinados e não vacinados, apresentamos, no anexo II os resultados incluindo apenas os não vacinados.

Variáveis biológicas: Observou-se uma associação estatisticamente significante entre soropositividade para o

anti-HBc e sexo e idade, sendo maior a chance de positividade no sexo masculino e nos grupos etários mais

velhos. (tabela 12).

Tabela 12. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características biológicas. Região

Nordeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Variáveis relacionadas às características do domicílio: Observou-se uma associação estatisticamente

significante entre variáveis relativas às características do domicílio e soropositividade para o anti-HBc. Indivíduos que

vivem em situação socioeconômica menos favorecida, vivendo em domicílios onde a água não chega pelo

encanamento ou falta água têm uma maior chance de positividade para o anti-HBc (tabela 13).

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Nordeste 66

Page 67: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 13. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características do domicílio. Região

Nordeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect).

Variáveis socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família e do indivíduo: observou-se

uma associação estatisticamente significante e inversa entre positividade para o anti-HBc e variáveis

socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família: escolaridade, e do indivíduo: escolaridade

(tabelas 14 e 15). Verifica-se uma menor chance de infecção para os indivíduos que têm maior escolaridade ou que

habitam em domicílios cujos chefes têm nível médio ou curso superior. Também se observou uma associação com

trabalho em atividade remunerada sendo menor a chance de soropositividade para os indivíduos que não a têm.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Nordeste 67

Page 68: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 14. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas

do chefe da família. Região Nordeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

Tabela 15. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas do

indivíduo. Região Nordeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea: Observou-se que os indivíduos que têm tatuagem

apresentam uma maior chance de soropositividade para o anti-HBc. As demais variáveis não apresentaram uma

associação estatisticamente significante.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Nordeste 68

Page 69: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 16. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea. Região

Nordeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Variáveis relacionadas à via de transmissão sexual: Ter iniciado vida sexual e, para aqueles que já iniciaram vida sexual, ter tido um parceiro que faz sexo com pessoas do mesmo sexo, ou ter tido parceiro que já apresentou doença venérea apresentaram uma associação estatisticamente significante com soropositividade para o anti-HBc. Para as demais variáveis a associação com anti-HBc não foi estatisticamente significante.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Nordeste 69

Page 70: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 17. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sexual. Região

Nordeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Variáveis relacionadas ao uso de drogas: Os usuários de drogas fumadas e cheiradas, os indivíduos que cheiram

cola e aqueles classificados como bebedor pesado apresentaram maior chance de soropositividade ao anti-HBc.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Nordeste 70

Page 71: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 18. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas ao uso de drogas. Região Nordeste,

Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Os resultados da associação dos fatores de risco e exposição ao HBV, com ajuste simultâneo por análise

multivariada são apresentados abaixo:

Permaneceram no modelo final da análise multivariada as variáveis: relacionadas às características

socioeconômicas do domicílio: freqüência de falta d'água; relacionadas às características socioeconômicas do

indivíduo: escolaridade; biológicas: idade e sexo; relacionadas à via de transmissão sexual: haver iniciado vida

sexual; haver recebido vacina contra hepatite B.

Quando o modelo é estimado excluindo os indivíduos que não iniciaram a vida sexual, a variável ter tido um parceiro

que faz sexo com pessoas do mesmo sexo também permanece no modelo final.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Nordeste 71

Page 72: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 19. Análise multivariada da associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às condições

socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis biológicas

e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. Região Nordeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

3. Conclusão

A soroprevalência estimada classifica o conjunto das capitais do Nordeste como região de baixa endemicidade.

Embora o modelo univariado permita identificar associações e assim identificar grupos para os quais as ações

podem ser voltadas, é possível que algumas associações ocorram devido à presença de fatores de confusão ou

deixem de aparecer pelo mesmo motivo. Assim quando variáveis como tatuagem, uso de droga fumada, uso de

droga cheirada, etc., não permanecem no modelo final, não significa que esses grupos devam ser excluídos dos

grupos prioritários para intervenção; mas tão somente que esses grupos têm outras características que também

estão associadas à soropositividade para o anti-HBc. Algumas variáveis podem também ter sido excluídas do

modelo final pela falta de poder estatístico.

O modelo multivariado permite selecionar aquelas variáveis que têm uma associação mais estreita com

soropositividade para o anti-HBc. A associação com idade expressa a maior probabilidade de exposição com o

passar do tempo e a permanência da soropositividade. Também a associação com o sexo masculino expressa a

maior probabilidade de exposição desse grupo. Os resultados apontam para a importância da transmissão sexual na

Região Nordeste. Pelo fato da entrevista ter sido realizada na residência dos indivíduos optou-se por não indagar

diretamente se os indivíduos já havia feito sexo com pessoas do mesmo sexo, preferindo-se perguntar se já tinham

tido parceiro que havia feito sexo com pessoas do mesmo sexo. A importância dessa informação é que permite

captar se esses indivíduos estão no circuito de transmissão daqueles que fazem sexo com pessoas do mesmo

sexo. Assim a associação encontrada sugere que esse grupo deve também ser incluído nos grupos prioritários para

intervenção. Finalmente, os dados apontam que na Região Nordeste existe uma associação de soropositividade

para o anti-HBc com baixas condições socioeconômicas.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Nordeste 72

Page 73: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

As ações a serem planejadas devem levar em consideração as especificidades desse grupo. Todas essas variáveis

expressam os grupos que devem receber um monitoramento especial e para os quais devem ser dirigidas medidas

preventivas.

V. Hepatite C

1. Soroprevalência da exposição ao HCV:

O resultado da prevalência para o marcador de exposição ao HCV (anti-HCV), referente ao conjunto das capitais do

Nordeste foi de 0,68% (IC95% 0,40% - 0,96%). O percentual de expostos ao HCV na faixa etária de 10 a 19 foi de

0,38% (IC% 0,10% -0,67%) e de 0,97% (IC 95% 0,48% - 1,47%) para o grupo de 20 a 69 anos (gráfico 6).

Gráfico 6. Soroprevalência por faixa etária da Hepatite Viral C (anti-HCV) . Região Nordeste, Brasil.

*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)

**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.

A interpretação dos resultados da prevalência do marcador anti-HCV deve levar em conta a alta sensibilidade do

teste diagnóstico utilizado, podendo a soroprevalência estar superestimada.

A prevalência do marcador anti-HCV foi ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho

da população, conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos populacionais. Os resultados podem ser

considerados como representativos do conjunto das capitais do Nordeste.

Conforme delineamento da pesquisa os fatores de risco foram avaliados para o conjunto das capitais do Brasil, não

havendo poder estatístico para avaliação por região. (Vide capitulo Resultados do Inquérito das Hepatites A, B e C -

Brasil).

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

*

**

Região Nordeste 73

Page 74: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

CENTRO-OESTE

Page 75: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

I. Introdução

O Inquérito Nacional de Hepatites Virais (INHV) utilizou para estimativas de amostragem do conjunto das capitais os

dados do IBGE para Região Centro-Oeste referente ao ano 2000: população total de 11.584.727 habitantes, sendo

residente nas capitais 397.740 na faixa etária de 5 a 9 anos, 866.536 na faixa etária de 10 a 19 e 1.326.575 na faixa

etária de 20 a 69 anos.

Tabela 1. População por faixa etária e amostra estudada para a exposição à infecção pelo vírus das hepatites A, B e C,

referente ao conjunto das capitais da Região Centro-Oeste do Brasil.

Os aspectos referentes ao delineamento e metodologia estão descritos no capítulo de metodologia. Os dados

apresentados para o Centro-Oeste referem-se aos dados obtidos para o conjunto das capitais.

II. Trabalho de Campo

O trabalho de campo foi iniciado em 29/09/2004 com término em 30/06/2005 . As tabelas abaixo apresentam o

tamanho da amostra estimado e atingido por hepatite e por faixa etária. Para a hepatite A, na faixa etária de 5 a 9 anos e

10 a 19 anos foram atingidos, respectivamente, 90,4% e 114,6% do tamanho da amostra e, para as hepatites B e C,

nas faixas etárias de 10 a 19 anos e 20 a 69 anos, respectivamente, 75,2% e 79,9% do tamanho da amostra (tabela 2).

Tabela 2. Tamanho da amostra, número e percentual de indivíduos submetidos ao exame sorológico, segundo faixa

etária e tipo de hepatite. Região Centro-Oeste, Brasil.

III. Hepatite A

1. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV

A prevalência para a exposição à infecção pelo HAV (anti-HAV), referente ao conjunto das capitais do Centro-Oeste

foi de 54,1% (IC95% 47,7% - 60,5%). O percentual de expostos ao HAV na faixa etária de 5 a 9 foi de 32,3% (IC% 25,6%

- 39,1%) e de 56,0% (IC 95% 49,2% - 62,7%) para o grupo de 10 a 19 anos (gráfico 1). Esses resultados apontam para

o aumento da exposição com a idade e colocam o conjunto das capitais do Centro-Oeste como região de

intermediária endemicidade. As prevalências apresentadas foram ajustadas pelo efeito de desenho (design effect) e,

quando agrupados os dois grupos etários, ponderadas pelo tamanho da população em cada um dos grupos,

conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos populacionais. Como no processo de amostragem para

cada região utilizou-se uma partilha proporcional entre as capitais, não houve necessidade de ponderação para o

agrupamento dos dados das diferentes capitais.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Centro-Oeste 75

Page 76: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Igráfico 1. Soroprevalência por faixa etária de anticorpos anti-HAV. Região Centro-Oeste, Brasil

*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)

**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.

A tabela 3 apresenta o percentual de indivíduos positivos por idade e os gráficos 2 e 3 a prevalência e a distribuição

da população suscetível de acordo com a idade, usando um modelo catalítico simples. A inclinação da curva

corresponde a uma incidência de 7,4 por 100 pessoas/ano.

Tabela 3. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV por idade, Região Centro-Oeste, Brasil.

*

**

Região Centro-Oeste 76

Page 77: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Gráfico 2. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV por idade estimada pelo modelo catalítico simples. Região Centro-

Oeste, Brasil.

Gráfico 3. Proporção de indivíduos suscetíveis ao vírus da hepatite A estimada pelo modelo catalítico simples. Região

Centro-Oeste, Brasil.

2. Fatores associados à Hepatite A

a) Caracterização geral da amostra

As principais características da amostra com relação às variáveis dos três níveis estudados (individual, domicílio e

área) são apresentadas na tabela 4.

Observa-se uma proporção semelhante de indivíduos de ambos os sexos e uma maior proporção de indivíduos na

faixa etária de 10 a 19 anos. Verifica-se que 94% dos domicílios amostrados têm abastecimento de água e 53,6%

estão ligados à rede de esgoto. A mediana da média de anos de estudo do responsável pela família dos setores

censitários amostrados foi de 6,7 anos.

Região Centro-Oeste 77

Page 78: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 4. Caracterização geral da amostra em relação ao nível individual, de domicílio e de área. Região Centro-

Oeste.

b) Fatores associados à exposição ao HAV:

São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HAV e variáveis do nível

individual, domiciliar e de área (setores censitários). A associação entre a soropositividade para o anti-HAV e as

variáveis independentes foi estimada utilizando-se a razão de produtos cruzados (o odds ratio), o intervalo de

confiança de 95% e o valor de p. Devido ao efeito do desenho o odds ratio foi corrigido introduzindo-se um efeito

aleatório. Também foi utilizada uma ponderação uma vez que a fração de amostragem não foi a mesma nos dois

grupos etários. As variáveis dos níveis individual, domiciliar e de área que apresentaram uma associação com o

desfecho na análise univariada (p < 0,10) foram sucessivamente introduzidas em um modelo multinível. Generalized

Linear and Latent Mixed Models (GLLAMM) foram usados para realizar a analise multinível com o Stata 9.2.

Nível individual: Sexo e analfabetismo (para as crianças maiores de 7 anos) não apresentaram uma associação

estatisticamente significante com soropositividade para o anti-HAV. A chance de infecção aumentou com a idade

(tabela 5) e foi menor nos indivíduos com maior escolaridade. (tabela 6).

Tabela 5. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características biológicas. Região

Centro-Oeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Centro-Oeste 78

Page 79: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 6. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características sócioeconômicas.

Região Centro-Oeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

** indivíduos com idade > 7 anos

Nível domiciliar: Observou-se uma associação inversa e estatisticamente significante entre soropositividade para o

anti-HAV e o nível de escolaridade e de renda do chefe da família, sendo menor a chance de infecção para aqueles

indivíduos que moram em domicílios cujo chefe tem renda igual ou superior a 3 salários mínimos ou cujo chefe tem

nível médio ou superior. Também se verificou uma associação estatisticamente significante entre soropositividade

para o anti-HAV e ausência de água encanada no interior da casa. Para as demais variáveis do nível domiciliar a

associação não foi estatisticamente significante (tabela 7).

Tabela 7. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do domicílio. Região

Centro-Oeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Centro-Oeste 79

Page 80: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 8. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do responsável pela

família. Região Centro-Oeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

Nível de área: As variáveis chefe da família analfabeto (%), mulheres analfabetas chefes da família (%) apresentaram

uma associação direta e estatisticamente significante com soropositividade para o anti-HAV, enquanto as variáveis

escolaridade do chefe da família (média de anos), indivíduos na faixa etária de 15 a 19 anos, alfabetizados e morando

no domicílio (%) e cobertura da coleta de lixo (%) apresentaram uma associação inversa (tabela 9).

Tabela 9. Associação entre as variáveis do nível de área e infecção por hepatite A. Região Centro-Oeste, Brasil.

Os resultados de associação de fatores de risco levando-se em conta os três níveis simultaneamente foram

estimados através do modelo multinível

Permaneceram no modelo multinível as seguintes variáveis: nível individual: idade; nível domiciliar: renda do chefe da

família; nível de área: anos de estudo do chefe da família (média) e cobertura da coleta de lixo (%). (tabela 10).

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Centro-Oeste 80

Page 81: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 10. Análise multivariada multinível da associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas aos

níveis individual, de domicílio e de área. Região Centro-Oeste, Brasil.

3. Conclusão

Os resultados da soroprevalência classificam o conjunto das capitais do Centro-Oeste como região de intermediária

endemicidade para a hepatite A. A incidência de exposição ao HAV é de 7,4 por 100 pessoas/ano, na faixa etária de 5

a 19 anos, estimada através do modelo catalítico simples.

Observou-se uma associação direta entre idade e soropositividade para o anti-HAV. A análise multinível permitiu

identificar uma associação inversa entre soropositividade para o anti-HAV e condições socioeconômicas tanto no

nível do domicílio como no nível de área, expressa pelo nível de renda do chefe da família e cobertura da coleta de

lixo. Domicílios cujo chefe ganha menos de 2 salários mínimos e áreas (setores censitários) onde o percentual de

chefes da família analfabetos é elevado ou a cobertura da coleta de lixo é baixa tornam-se alvos prioritários de ações

de controle.

Os resultados da soroprevalência e fatores de risco para infecção pelo HAV da região Centro-Oeste foram

apresentados no artigo: Ximenes RA, Martelli CM, Merchán-Hamann E, Montarroyos UR, Braga MC, de Lima ML,

Cardoso MR, Turchi MD, Costa MA, de Alencar LC, Moreira RC, Figueiredo GM, Pereira LM for the hepatitis study

group, 2008. Multilevel analysis of hepatitis A infection in children and adolescents: a household survey in the

Northeast and Central-west regions of Brazil. Int J Epidemiol 37: 852–861.

IV. Hepatite B

1. Soroprevalência de marcadores da hepatite B

A prevalência para o marcador de exposição ao HBV (anti-HBc), referente ao conjunto das capitais do Centro-Oeste foi de 4,30 % (IC95% 3,71% - 4,88%). O percentual de expostos ao HBV na faixa etária de 10 a 19 foi de 1,28% (IC% 0,74% - 1,81%) e de 12,7% (IC 95% 10,9% - 14,5%) para o grupo de 20 a 69 anos (Gráfico 4). Esses resultados apontam para o aumento da exposição com a idade em consonância com os estudos de soroprevalência da hepatite B.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Centro-Oeste 81

Page 82: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Gráfico 4. Soroprevalência por faixa etária da Hepatite Viral B (anti-HBc). Região Centro-Oeste, Brasil.

*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)

**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.

Para o marcador HBsAg a prevalência referente ao conjunto das capitais do Centro-Oeste foi de 0,31% (IC95%

0,16% - 0,46%), classificando o conjunto das capitais do Centro-Oeste, como região de baixa endemicidade. A

prevalência de HBsAg foi de 0,17% (IC95% 0,0% - 0,34%) na faixa etária de 10 a 19 de 0,76% (IC 95% 0,34% -1,18%)

para o grupo de 20 a 69 anos (gráfico 5).

Gráfico 5. Soroprevalência por faixa etária da hepatite viral B (HBsAg), Região Centro-Oeste

*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)** Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.

Para a subamostra positiva ao anti-HBc o percentual de positividade ao anti-HBs foi de 77,8% na faixa etária de

10 a 69 anos.

A interpretação dos resultados da prevalência dos marcadores anti-HBc e HBsAg deve levar em conta que a

amostragem do presente estudo foi planejada para ser representativa dos residentes, nas faixas etárias de 10 a 19 e

20 a 69 anos, do conjunto das capitais do Centro-Oeste.

As prevalências dos marcadores anti-HBc e HBsAg apresentadas foram ajustadas pelo efeito de desenho (design

effect) e ponderadas pelo tamanho da população, conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos

populacionais. Os resultados podem ser considerados como representativos do conjunto das capitais do Centro-

Oeste.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

*

**

*

**

Região Centro-Oeste 82

Page 83: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

2. Fatores associados à exposição ao HBV:

A distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B na região Centro-Oeste foi apresentada na tabela 11.

Verifica-se que, na faixa etária de 13 a 69 anos, 3,9% (3,2 % – 4,6 %) da população foi submetida à transfusão

sangüínea, 5,1% (3,9% – 6,2%) fez tatuagem, 2,8% (2,2% – 3,5%) fez uso de droga cheirada e 0,3% (0,1% – 0,5%) fez

uso de droga injetável. Quanto à vida sexual, a média de idade em que ocorreu a primeira relação foi 16,9 ±3,6 anos,

41,4% (38,9 – 44,0) informaram ter o hábito de usar camisinha, 1,6% (0,8% – 2,4%) informou ter tido relação com

parceiro que faz sexo com pessoas do mesmo sexo e 9,7% (8,3% – 11,0%) tem história de doença venérea. Um

percentual de 2,6% (1,8% – 3,3%) informou história de relação sexual com parceiro com hepatite.

Tabela 11. Distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B. Região Centro-Oeste, Brasil.

*Proporções ajustada pelo efeito de desenho (design effect).

*

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Centro-Oeste 83

Page 84: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HBc e variáveis

socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis

biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. São apresentados os

odds ratios brutos e ajustados. Para as varáveis relativas às características do domicílio e do chefe da família os

dados são corrigidos pelo efeito aleatório e ponderados pela razão inversa da fração de amostragem dos grupos

etários. Para as variáveis biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de

drogas, além das correções anteriores os dados foram também ajustados por idade.

Para a análise dos fatores associados foram considerados todos os indivíduos na faixa etária de 13 a 69 anos. Os

indivíduos na faixa de 10 a 12 anos foram excluídos uma vez que não foi aplicada, para esse grupo, a parte do

questionário relativa à vida sexual e ao uso de drogas. Para análise, foi considerada a possibilidade de exclusão dos

indivíduos vacinados uma vez que eles não poderiam se tornar casos. Optou-se por mantê-los na análise

apresentada abaixo por três motivos: 1) 17,22% da população amostrada não forneceu informação sobre vacinação

para hepatite B e a exclusão desse grupo poderia produzir um viés de seleção; 2) no Brasil não são testados os

marcadores sorológicos para a hepatite B antes da vacinação, conseqüentemente os indivíduos que foram

vacinados na adolescência poderiam já ter sido expostos ao vírus; e 3) para permitir a comparabilidade entre as

regiões uma vez que a baixa proporção de não vacinados na Região Norte inviabilizaria a análise de fatores

associados para aquela região se excluídos os não vacinados. Além dos resultados abaixo no qual são incluídos

vacinados e não vacinados, apresentamos, no anexo II os resultados incluindo apenas os não vacinados.

Variáveis biológicas: Observou-se uma associação estatisticamente significante entre soropositividade para o

anti-HBc e sexo e idade, sendo maior a chance de positividade no sexo masculino e nos grupos etários mais velhos.

(tabela 12).

Tabela 12. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características biológicas. Região

Centro-Oeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Variáveis relacionadas às características do domicílio: Observou-se uma associação estatisticamente significante entre variáveis relativas às características do domicílio e soropositividade para o anti-HBc. Indivíduos que vivem em situação socioeconômica menos favorecida, vivendo em domicílios onde falta água ou que não são ligados à rede pública de saneamento e não possuem fossa têm uma maior chance de positividade para o anti-HBc (tabela 13).

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Centro-Oeste 84

Page 85: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 13. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características do domicílio. Região

Centro-Oeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect).

Variáveis socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família e do indivíduo: observou-se

uma associação estatisticamente significante e inversa entre positividade para o anti-HBc e variáveis

socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família: escolaridade e trabalho remunerado (tabela

14) . Verifica-se uma menor chance de infecção para os indivíduos que habitam em domicílios cujos chefes

finalizaram ensino fundamental ou concluíram nível médio ou curso superior ou cujos chefes não têm trabalho

remunerado. Não se identificou associação com variáveis socioeconômicas relacionadas às características do

indivíduo (tabela 15).

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Centro-Oeste 85

Page 86: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Ttabela 14. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas

do chefe da família. Região Centro-Oeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect).

Tabela 15. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas do

indivíduo. Região Centro-Oeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Centro-Oeste 86

Page 87: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea: Observou-se que os indivíduos que foram

hospitalizados ou fizeram endoscopia alguma vez na vida apresentam uma maior chance de soropositividade para o

anti-HBc. A associação com tratamento dentário foi contrária ao esperado, uma vez que os indivíduos que já fizeram

tratamento dentário apresentaram menor chance de soropositividade; é possível que, nessa região, fazer tratamento

dentário seja um Proxy para melhor situação socioeconômica. As demais variáveis não apresentaram uma

associação estatisticamente significante.

Tabela 16. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea. Região

Centro-Oeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Variáveis relacionadas à via de transmissão sexual: Ter iniciado vida sexual e, para aqueles que já iniciaram vida

sexual, o parceiro atual ter tido hepatite, ou ter tido outro parceiro além do atual apresentaram uma associação

estatisticamente significante com soropositividade para o anti-HBc. Para as demais variáveis a associação com anti-

HBc não foi estatisticamente significante.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Centro-Oeste 87

Page 88: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 17. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sexual. Região

Centro-Oeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Variáveis relacionadas ao uso de drogas: As variáveis relacionadas ao uso de drogas não apresentaram

associação estatisticamente significante com soropositividade ao anti-HBc.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Centro-Oeste 88

Page 89: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 18. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas ao uso de drogas. Região Centro-

Oeste, Brasil.

Os resultados da associação dos fatores de risco e exposição ao HBV, com ajuste simultâneo por análise

multivariada são apresentados abaixo:

Permaneceram no modelo final da análise multivariada as variáveis: relacionadas às características

socioeconômicas do chefe da família: escolaridade; biológicas: idade e sexo; relacionadas à via de transmissão

sanguínea: tratamento dentário, hospitalização, endoscopia; relacionadas à via de transmissão sexual: haver

iniciado vida sexual; Quando o modelo é estimado excluindo os indivíduos que não iniciaram a vida sexual, a variável

parceiro atual ter tido hepatite, ou ter tido outro parceiro além do atual também permanecem no modelo final.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Centro-Oeste 89

Page 90: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 19. Análise multivariada da associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às condições

socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis biológicas

e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. Região Centro-Oeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

3. Conclusão

A soroprevalência encontrada classifica o conjunto das capitais do Centro-Oeste, como região de baixa

endemicidade.

O modelo multivariado permite selecionar aquelas variáveis que têm uma associação mais estreita com

soropositividade para o anti-HBc. A associação com idade expressa a maior probabilidade de exposição com o

passar do tempo e a permanência da soropositividade. Também a associação com o sexo masculino expressa a

maior probabilidade de exposição desse grupo. Os resultados apontam para a importância da transmissão sexual na

Região Centro-Oeste. Os indivíduos que já iniciaram vida sexual têm maior chance de serem positivos para o anti-HBc

e, entre aqueles que já iniciaram vida sexual, ter tido outro parceiro além do atual ou o parceiro atual ter tido hepatite

também estão associados à soropositividade. Como nesse tipo de estudo não é possível estabelecer a seqüência

temporal, a associação com as variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea: endoscopia e hospitalização

pode ser interpretada de duas formas. É possível que o referido procedimento seja uma fonte de transmissão e que

esteja ocorrendo transmissão nosocomial. É igualmente plausível que os indivíduos tenham realizado a endoscopia

ou tenham sido hospitalizados em decorrência das manifestações clínicas da infecção. Estudos de coorte poderão

esclarecer a sequência temporal. A associação inversa com tratamento dentário não tem plausibilidade biológica.

Esta variável pode apenas ser um marcador substituo (proxy) de melhor situação socioeconômica. Uma menor

chance de infecção para os indivíduos com melhor situação socioeconômica ficou evidenciada pela associação com

escolaridade do chefe da família.As ações a serem planejadas devem levar em consideração as especificidades dos

diferentes grupos sociais. Finalmente, todas essas variáveis expressam os grupos que devem receber um

monitoramento especial e/ou para os quais devem ser dirigidas medidas preventivas.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Centro-Oeste 90

Page 91: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

IV. Hepatite C

1. Soroprevalência da exposição ao HCV

O resultado da prevalência para o marcador de exposição ao HCV (anti-HCV), referente ao conjunto das capitais do

Centro-Oeste foi de 1,32% (0,95% – 1,70%). O percentual de expostos ao HCV na faixa etária de 10 a 19 foi de 1,00%

(0,53% – 1,47%) e de 1,63% (1,14% – 2,13%) para o grupo de 20 a 69 anos (gráfico 6).

Gráfico 6. Soroprevalência por faixa etária da Hepatite Viral C (anti-HCV) . Região Centro-Oeste, Brasil.

*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)

*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.

A interpretação dos resultados da prevalência do marcador anti-HCV deve levar em conta a alta sensibilidade do

teste diagnóstico utilizado, podendo a soroprevalência estar superestimada.

A prevalência do marcador anti-HCV foi ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho

da população, conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos dos populacionais. Os resultados podem

ser considerados como representativos do conjunto das capitais do Centro-Oeste.

Conforme delineamento da pesquisa os fatores de risco foram avaliados para o conjunto das capitais do Brasil, não

havendo poder estatístico para avaliação por região. (Vide capitulo Resultados do Inquérito das Hepatites A, B e C -

Brasil).

*

**

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Centro-Oeste 91

Page 92: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

DISTRITO FEDERAL

Page 93: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

I. Introdução

O Inquérito Nacional de Hepatites Virais (INHV) utilizou para estimativas de amostragem do conjunto das capitais os

dados do IBGE para o Distrito Federal referente ao ano 2000: população de 2.051.146, sendo 182.537 na faixa

etária de 5 a 9 anos, 387.831 na faixa etária de 10 a 19 e 1.202.183 residentes na faixa etária de 20 a 69 anos.

Os aspectos referentes ao delineamento e metodologia estão descritos no capítulo de metodologia.

Tabela 1. População por faixa etária e amostra estudada para a exposição à infecção pelo vírus das hepatites A, B e C,

referente ao Distrito Federal, Brasil.

II. Trabalho de Campo

O trabalho de campo foi iniciado em 10/01/2005 com término em 30/06/2005. A tabela abaixo apresenta o tamanho

da amostra estimado e atingido por hepatite e por faixa etária. Para a hepatite A, na faixa etária de 5 a 9 anos e 10 a 19

anos foram atingidos, respectivamente, 97,4% e 79,8% do tamanho da amostra e, para as hepatites B e C, nas faixas

etárias de 10 a 19 anos e 20 a 69 anos, respectivamente, 87,6% e 90,2% do tamanho da amostra.

Tabela 2. Tamanho da amostra, número e percentual de indivíduos submetidos ao exame sorológico, segundo faixa

etária e tipo de hepatite. Distrito Federal, Brasil.

III. Hepatite A:

1. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV

A prevalência para a exposição à infecção pelo HAV (anti-HAV), referente ao do Distrito Federal foi de 41,6% (IC95%

(38,6% - 44,6%). O percentual de expostos ao HAV na faixa etária de 5 a 9 foi de 33,8% (IC% 22,4% - 45,3%) e de 65,1%

(IC 95% 55,3% - 74,8%) para o grupo de 10 a 19 anos (gráfico 1). Esses resultados apontam para o aumento da

exposição com a idade e colocam o Distrito Federal como região de intermediária endemicidade.

As prevalências apresentadas foram ajustadas pelo efeito de desenho (design effect) e, quando agrupados os dois

grupos etários, ponderadas pelo tamanho da população em cada um dos grupos, conforme as técnicas de análise

de dados dos inquéritos populacionais.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Distrito Federal 93

Page 94: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Gráfico 1. Soroprevalência de antricorpos anti-HAV por faixa etária. Distrito Federal, Brasil.

*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) **Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.

A tabela 3 apresenta o percentual de indivíduos positivos por idade e os gráficos 2 e 3 a distribuição da população

suscetível de acordo com a idade, usando um modelo catalítico simples. A inclinação da curva corresponde a uma

incidência de 8,0 por 100 pessoas/ano.

Tabela 3. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV por idade. Distrito Federal, Brasil.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

*

**

Distrito Federal 94

Page 95: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Gráfico 2. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV por idade estimada pelo modelo catalítico simples. Distrito

Federal, Brasil.

Gráfico 3. Proporção de indivíduos suscetíveis ao vírus da hepatite A por idade estimada pelo modelo catalítico

simples. Distrito Federal, Brasil.

2. Fatores associados à Hepatite A

a) Caracterização geral da amostra

As principais características da amostra com relação às variáveis dos três níveis estudados (individual, domicílio e

área) são apresentadas na tabela 4.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Distrito Federal 95

Page 96: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 4. Caracterização geral da amostra em relação ao nível individual, de domicílio e de área. Distrito Federal, Brasil.

Observa-se uma proporção semelhante de indivíduos de ambos os sexos e uma proporção um pouco mais elevada

de indivíduos na faixa etária de 5 a 9 anos nas duas faixas etárias consideradas. Verifica-se que 98,3% dos domicílios

amostrados têm abastecimento de água e 87,3% estão ligados à rede de esgoto. A mediana da média de anos de

estudo do chefe da família dos setores censitários amostrados foi de 6,3 anos.

b) Fatores associados à exposição ao HAV:

São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HAV e variáveis do nível

individual, domiciliar e de área (setores censitários). A associação entre a soropositividade para o anti-HAV e as

variáveis independentes foi estimada utilizando-se o odds ratio, o intervalo de confiança de 95% e o valor de p.

Devido ao efeito do desenho a razão dos produtos cruzados (odds ratio) foi corrigida introduzindo-se um efeito

aleatório. Também foi utilizada uma ponderação uma vez que a fração de amostragem não foi a mesma nos dois

grupos etários. As variáveis dos níveis individual, domiciliar e de área que apresentaram uma associação com o

desfecho na análise univariada (p < 0,10) foram sucessivamente introduzidas em um modelo multinível. Generalized

Linear and Latent Mixed Models (GLLAMM) foram usados para realizar a analise multinível com o Stata 9.2.

Nível individual: Sexo, analfabetismo (para as crianças maiores de 7 anos) e escolaridade não apresentaram uma

associação estatisticamente significante com soropositividade para o anti-HAV. A chance de infecção aumentou

com a idade (tabelas 5 e 6).

Tabela 5. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características biológicas. Distrito

Federal, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Características Estatística Nível individual – n (%)

Sexo feminino 302 (50,6) 5 a 9 anos de idade 328 (54,7) 10 a 19 anos de idade 272 (45,3)

Auto relato do status vacinal 7 (1,2) Frequenta escola 558 (93,0) Analfabetos > 7 anos 9 (2,2)

Nível de domicílio – n (%)

Casa própria 399 (68,3) Fornecimento de água por rede geral 590 (98,3) Água encanada 582 (97,0) Fornecimento regular de água 577 (95,1) Rede de esgoto 520 (87,3) Coleta de lixo 598 (99,5)

Nível de área – mediana % (P25; P75) Responsável pelo domicílio analfabeto 8,4 (6,2; 12,6) Mulheres analfabetas responsáveis pelo domicílio 11,6 (7,1; 18,9) Nível de escolaridade médio do responsável pelo domicílio

(em anos) 6,3 (5,4; 7,6)

Indivíduos alfabetizados com idade entre 15 e 19 anos 98,6 (97,1; 100,0) Mulheres responsáveis pelo domicílio 33,3 (24,6; 39,2) Domicílios com abastecimento de água 99,7 (98,5; 100,0) Domicílios com coleta de lixo 100,0

Distrito Federal 96

Page 97: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 6. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características sócio-econômicas.

Distrito Federal, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Nível domiciliar: Observou-se uma associação inversa e estatisticamente significante entre soropositividade para o

anti-HAV e o nível de escolaridade e de renda do chefe da família, sendo maior a chance de positividade para os

indivíduos que habitam domicílios cujo chefe tem nível médio ou superior ou cujo chefe ganha 5 ou mais salários

mínimos. Para as demais varáveis desse nível a associação não foi estatisticamente significante (tabelas 7 e 8).

Tabela 7. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do domicílio. Distrito

Federal, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect).

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Distrito Federal 97

Page 98: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 8. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do responsável pela

família, Distrito Federal.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect).

Nível de área: A variável chefe da família analfabeto (%) apresentou uma associação direta e estatisticamente

significante com a soropositividade para o anti-HAV enquanto escolaridade do chefe da família (média de anos),

indivíduos na faixa etária de 15 a 19 anos alfabetizados e vivendo nos domicílios (%), cobertura da rede geral de

abastecimento d'água (%) e cobertura da coleta de lixo (%) apresentaram uma associação inversa (tabela 9).

Tabela 9. Associação entre as variáveis do nível de área e infecção por hepatite A. Distrito Federal, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

Os resultados de associação de fatores de risco levando-se em conta os três níveis simultaneamente foram

estimados através do modelo multinível.

Permaneceram no modelo multinível as seguintes variáveis: nível individual: idade e escolaridade; nível de área:

anos de estudo do chefe da família (média), cobertura da rede geral de abastecimento d'água (%) e cobertura da

coleta de lixo (%). (tabela 10).

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Distrito Federal 98

Page 99: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 10. Análise multivariada multinível da associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas

aos níveis individual, de domicílio e de área, Distrito Federal.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

3. Conclusão

Os resultados da soroprevalência classificam o Distrito Federal como região de intermediária endemicidade. A

incidência de exposição ao HAV é de, 8,0 por 100 pessoas/ano na faixa etária de 5 a 19 anos, estimada através do

modelo catalítico simples.

Observou-se uma associação direta entre idade e soropositividade para o anti-HAV. A análise multinível permitiu

identificar uma associação inversa entre soropositividade para o anti-HAV e condições socioeconômicas no nível de

área. Áreas (setores censitários) onde a média de anos de estudo do chefe da família é baixa, ou onde a cobertura da

rede de abastecimento d'água ou da coleta de lixo é baixa, tornam-se alvos prioritários de ações de controle.

Os resultados da soroprevalência e fatores de risco do VHA do Distrito Federal foram apresentados no artigo:

Ximenes RA, Martelli CM, Merchán-Hamann E, Montarroyos UR, Braga MC, de Lima ML, Cardoso MR, Turchi MD,

Costa MA, de Alencar LC, Moreira RC, Figueiredo GM, Pereira LM for the hepatitis study group, 2008. Multilevel

analysis of hepatitis A infection in children and adolescents: a household survey in the Northeast and Central-

west regions of Brazil. Int J Epidemiol 37: 852–861.

III. Hepatite B

1. Soroprevalência de marcadores da hepatite B (anti-HBc e HBsAg)

A prevalência para o marcador de exposição ao HBV (anti-HBc), referente ao Distrito Federal foi de 3,07% (IC95%

2,28% - 3,87%). O percentual de expostos ao HBV na faixa etária de 10 a 19 foi de 1,24% (IC% 0,40% - 2,07%) e de

8,43% (IC 95% 6,62% -10,2%) para o grupo de 20 a 69 anos (gráfico 4). Esses resultados apontam para o aumento da

exposição com a idade em consonância com os estudos de soroprevalência da hepatite B.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Distrito Federal 99

*

Page 100: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Gráfico 4. Soroprevalência por faixa etária da Hepatite Viral B (anti-HBc). Distrito Federal, Brasil.

*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)

**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.

Para o marcador HBsAg a prevalência referente ao Distrito Federal foi de 0,26% (IC95% (0,03% - 0,49%), classificando

o conjunto das capitais do Distrito Federal, como região de baixa endemicidade. A prevalência de HBsAg foi de

0,21% (IC95% 0,0% - 0,50%) na faixa etária de 10 a 19 de 0,42% (IC 95% 0,02% - 0,82%) para o grupo de 20 a 69 anos

(gráfico 5).

Gráfico 5. Sororevalência por faixa etária da Hepatite Viral B (HBsAg). Distrito Federal, Brasil.

*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.

Para a subamostra positiva ao anti-HBc o percentual de positividade ao anti-HBs foi de 74,1% na faixa etária de 10-69

anos.

A interpretação dos resultados da prevalência dos marcadores anti-HBc e HBsAg deve levar em conta que a

amostragem do presente estudo foi planejada para ser representativa dos residentes do Distrito Federal., nas faixas

etárias de 10 a 19 e 20 a 69 anos,

As prevalências dos marcadores anti-HBc e HBsAg apresentadas foram ajustadas pelo efeito de desenho (design

effect) e ponderadas pelo tamanho da população, conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos

populacionais. Os resultados podem ser considerados como representativos do Distrito Federal.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

*

**

*

**

Distrito Federal 100

Page 101: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

2. Fatores associados à exposição ao HBV:

a) Caracterização da amostra

A distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B no Distrito Federal foi apresentada na tabela 11. Verifica-

se que, na faixa etária de 13 a 69 anos, 4,6% (3,6% – 5,7%) da população foi submetida à transfusão sangüínea, 7,7%

(5,7% – 9,7%) fez tatuagem, 4,1% (2,9% – 5,2%) fez uso de droga cheirada e 0,2% (0,04% – 0,4%) fez uso de droga

injetável. Quanto à vida sexual, a média de idade em que ocorreu a primeira relação foi 17,1±3,7 anos, 43,2% (39,6% –

46,9%) informaram ter o hábito de usar camisinha, 2,0% (1,1% – 2,9%) informou ter tido relação com parceiro que faz

sexo com pessoas do mesmo sexo e 8,8% (7,2% – 10,3%) tem história de doença venérea. Um percentual de 2,7%

(1,7% – 3,6%) informou história de relação sexual com parceiro com hepatite.

Tabela 11. Distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B e hepatite C. Distrito Federal, Brasil.

Proporções ajustada pelo efeito de desenho (design effect).

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

*

Distrito Federal 101

Page 102: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HBc e variáveis

socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis

biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. São apresentados os

odds ratios brutos e ajustados. Para as varáveis relativas às características do domicílio e do chefe da família os

dados são corrigidos pelo efeito aleatório e ponderados pela razão inversa da fração de amostragem dos grupos

etários. Para as variáveis biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de

drogas, além das correções anteriores os dados foram também ajustados por idade.

Para a análise dos fatores associados foram considerados todos os indivíduos na faixa etária de 13 a 69 anos. Os

indivíduos na faixa de 10 a 12 anos foram excluídos uma vez que não foi aplicada, para esse grupo, a parte do

questionário relativa à vida sexual e ao uso de drogas. Para análise, foi considerada a possibilidade de exclusão dos

indivíduos vacinados uma vez que eles não poderiam se tornar casos. Optou-se por mantê-los na análise

apresentada abaixo por três motivos: 1) 16,43% da população amostrada não forneceu informação sobre vacinação

para hepatite B e a exclusão desse grupo poderia produzir um viés de seleção; 2) no Brasil não são testados os

marcadores sorológicos para a hepatite B antes da vacinação, conseqüentemente os indivíduos que foram

vacinados na adolescência poderiam já ter sido expostos ao vírus; e 3) para permitir a comparabilidade entre as

regiões, uma vez que a baixa proporção de não vacinados na Região Norte inviabilizaria a análise de fatores

associados para aquela região se excluídos os não vacinados. Além dos resultados abaixo no qual são incluídos

vacinados e não vacinados, apresentamos, no anexo II os resultados incluindo apenas os não vacinados.

Variáveis biológicas: Observou-se uma associação estatisticamente significante entre soropositividade para o anti-

HBc e sexo e idade, sendo maior a chance de positividade no sexo masculino e nos grupos etários mais velhos.

(tabela 12).

Tabela 12. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características biológicas. Distrito

Federal, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

Variáveis relacionadas às características do domicílio: Observou-se uma associação estatisticamente

significante entre a variável destino dos dejetos e soropositividade para o anti-HBc. Indivíduos que vivem em situação

socioeconômica menos favorecida, vivendo em domicílios os quais não estão ligados à rede pública de esgoto e

não possuem fossa têm uma maior chance de positividade para o anti-HBc (tabela 13).

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Distrito Federal 102

Page 103: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 13. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características do domicílio. Distrito

Federal, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

Variáveis socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família e do indivíduo: não se

observou uma associação estatisticamente significante entre positividade para o anti-HBc e variáveis

socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família (tabela 14). Quanto às características do

indivíduo, observou-se uma associação com trabalho em atividade remunerada, sendo menor a chance de

soropositividade para os indivíduos que não a têm (tabela 15).

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Distrito Federal 103

Page 104: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 14. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas do

chefe da família. Distrito Federal, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

Tabela 15. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas do

indivíduo. Distrito Federal, Brasil

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Distrito Federal 104

Page 105: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea: Observou-se que os indivíduos que foram

hospitalizados alguma vez na vida apresentaram uma maior chance de soropositividade para o anti-HBc. Verificou-

se uma associação estatisticamente significante entre soropositividade para o anti-HBc e compartilhar objetos

cortantes, porem a direção foi na direção oposta à esperada. Possivelmente houve um problema na compreensão

dessa questão ou essa variável está sendo proxy de uma outra condição não identificada.

Tabela 16. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea. Distrito

Federal, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Distrito Federal 105

Page 106: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Variáveis relacionadas à via de transmissão sexual: Ter tido um outro parceiro apresentou uma associação

estatisticamente significante com soropositividade para o anti-HBc. Para as demais variáveis a associação com anti-

HBc não foi estatisticamente significante.

Tabela 17. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sexual. Distrito

Federal, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Distrito Federal 106

Page 107: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Variáveis relacionadas ao uso de drogas: As variáveis relacionadas ao uso de drogas não apresentaram uma

associação estatisticamente significante com soropositividade ao anti-HBc.

Tabela 18. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas ao uso de drogas. Distrito Federal,

Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Os resultados da associação dos fatores de risco e exposição ao HBV, com ajuste simultâneo por análise

multivariada são apresentados abaixo:

Permaneceram no modelo final da análise multivariada as variáveis: relacionadas às características

socioeconômicas do indivíduo: escolaridade; biológicas: idade e sexo; relacionadas à via de transmissão

sanguínea: hospitalização; relacionadas à via de transmissão sexual: já ter tido outro parceiro (Tabela19).

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Distrito Federal 107

Page 108: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 19. Análise multivariada da associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às condições

socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis biológicas

e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. Distrito Federal, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

3. Conclusão

A soroprevalencia estimada classifica o Distrito Federal como região de baixa endemicidade.

O modelo multivariado permite selecionar aquelas variáveis que têm uma associação mais estreita com

soropositividade para o anti-HBc. A associação com idade expressa a maior probabilidade de exposição com o

passar do tempo e a permanência da soropositividade. Também a associação com o sexo masculino expressa a

maior probabilidade de exposição desse grupo. Os indivíduos que já foram hospitalizados apresentaram maior

chance de soropositividade para o anti-HBc. Como nesse tipo de estudo não é possível estabelecer a seqüência

temporal, a associação com a variável hospitalização pode ser interpretada de duas formas. É possível que esteja

ocorrendo transmissão nosocomial. É igualmente plausível que os indivíduos tenham sido hospitalizados em

decorrência das manifestações clínicas da infecção. Estudos de coorte poderão esclarecer a sequência temporal da

associação. Com relação à via de transmissão sexual observou-se que os indivíduos que informaram já ter tido outro

parceiro apresentaram maior chance de soropositividade para o anti-HBc. Finalmente, os dados apontam que no

Distrito Federal existe uma associação de soropositividade para o anti-HBc com baixas condições

socioeconômicas, uma vez que os indivíduos que concluíram o nível médio ou superior apresentaram menor chance

de exposição ao vírus. As ações a serem planejadas devem levar em consideração as especificidades dos

diferentes grupos sociais. Todas essas variáveis expressam os grupos que devem receber um monitoramento

especial e para os quais devem ser dirigidas medidas preventivas.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Distrito Federal 108

Page 109: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

V. Hepatite C

Soroprevalência da exposição ao HCV:

O resultado global da prevalência para o marcador de exposição ao HCV (anti-HCV), referente ao Distrito Federal foi

de 0,855% (0,458% – 1.252%).

O percentual de expostos ao HCV na faixa etária de 10 a 19 foi de 0,612% (0,135% – 1,090%) e de 1,091% (0,500% –

1,684%) para o grupo de 20 a 69 anos (gráfico 7).

Gráfico 6. Soroprevalência por faixa etária da Hepatite Viral C (anti-HCV).Distrito Federal, Brasil.

*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) **Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.

A interpretação dos resultados da prevalência do marcador anti-HCV deve levar em conta a alta sensibilidade do

teste diagnóstico utilizado, podendo a soroprevalência estar superestimada.

A prevalência do marcador anti-HCV foi ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho

da população, conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos populacionais. Os resultados podem ser

considerados como representativos do Distrito Federal.

Conforme delineamento da pesquisa os fatores de risco foram avaliados para o conjunto das capitais do Brasil,

não havendo poder estatístico para avaliação por região.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

*

**

Distrito Federal 109

Page 110: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

SUDESTE

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Page 111: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

I. Introdução

O Inquérito Nacional de Hepatites Virais (INHV) utilizou para estimativas de amostragem do conjunto das capitais os

dados do IBGE – Censo 2000. Para a Região Sudeste. A população total era de 72.113.225, das quais residem nas

capitais, sendo 1.458.833 na faixa etária de 5 a 9 anos, 3.295.110 na faixa etária de 10 a 19 e 11.661.984 na faixa etária

de 20 a 69 anos.

Tabela 1. População por faixa etária e amostra estudada para a exposição à infecção pelo vírus das hepatites A, B e C,

referente ao conjunto das capitais da Região Sudeste, Brasil.

Os aspectos referentes ao delineamento e metodologia estão descritos no capítulo de metodologia. Os dados

apresentados para o Sudeste referem-se aos dados obtidos para o conjunto das capitais.

II. Trabalho de Campo

O trabalho de campo foi iniciado em 19/06/2007 com término em 26/01/2008. As tabelas abaixo apresentam o

tamanho da amostra estimado e atingido por hepatite e por faixa etária. Para a hepatite A, na faixa etária de 5 a 9 anos e

10 a 19 anos foram atingidos, respectivamente, 117% e 108,9% do tamanho da amostra e, para as hepatites B e C,

nas faixas etárias de 10 a 19 anos e 20 a 69 anos, respectivamente, 100% e 102,7% do tamanho da amostra (tabela 2).

Tabela 2. Tamanho da amostra, número e percentual de indivíduos submetidos ao exame sorológico, segundo faixa

etária e tipo de hepatite. Região Sudeste, Brasil.

II. Hepatite A

1. Soroprevalencia de anticorpos anti-HAV

A prevalência para a exposição à infecção pelo HAV (anti-HAV), referente ao conjunto das capitais do Sudeste foi de

32,5% (IC95% 28,6% - 36,3%). O percentual de expostos ao HAV na faixa etária de 5 a 9 foi de 20,6% (IC% 15,3% -

26,0%) e de 37,7% (IC 95% 33,2% - 42,1%) para o grupo de 10 a 19 anos (gráfico 1). Esses resultados apontam para o

aumento da exposição com a idade e colocam o conjunto das capitais do Sudeste como região de baixa

endemicidade. As prevalências apresentadas foram ajustadas pelo efeito de desenho (design effect) e, quando

agrupados os dois grupos etários, ponderadas pelo tamanho da população em cada um dos grupos, conforme as

técnicas de análise de dados dos inquéritos populacionais. Como no processo de amostragem para cada região

utilizou-se uma partilha proporcional entre as capitais, não houve necessidade de ponderação para o agrupamento

dos dados das diferentes capitais.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Sudeste 111

Page 112: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Gráfico 1. Soroprevalência de anticorpos anti HAV por faixa etária. Região Sudeste, Brasil.

*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)

**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.

A tabela 3 apresenta o percentual de indivíduos positivos por idade e os gráficos 2 e 3 a prevalência e a distribuição da

população suscetível de acordo com a idade, usando um modelo catalítico simples. A inclinação da curva

corresponde a uma incidência de 3,9 por 100 pessoas/ano.

Tabela 3. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV por idade. Região Sudeste, Brasil.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

*

**

Região Sudeste 112

Page 113: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Gráfico 2. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV por idade estimada pelo modelo catalítico simples. Região

Sudeste, Brasil.

Gráfico 3. Proporção de indivíduos suscetíveis ao vírus da hepatite A por idade estimada pelo modelo catalítico

simples. Região Sudeste, Brasil.

2. Fatores associados à Hepatite A

a) Caracterização geral da amostra

As principais características da amostra com relação às variáveis dos três níveis estudados (individual, domicílio e

área) são apresentadas na tabela 4.

Observa-se uma proporção de indivíduos de ambos os sexos e nas duas faixas etárias consideradas. Verifica-se que

97,1% dos domicílios amostrados têm abastecimento de água e 87% estão ligados à rede de esgoto. A mediana da

média de anos de estudo do chefe da família dos setores censitários amostrados foi de 6,2 anos.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Sudeste 113

Page 114: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 4. Caracterização geral da amostra em relação ao nível individual, de domicílio e de área, Região Sudeste, Brasil.

b) Fatores associados à exposição ao HAV:

São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HAV e variáveis do nível

individual, domiciliar e de área (setores censitários). A associação entre a soropositividade para o anti-HAV e as

variáveis independentes foi estimada utilizando-se a razão de produtos cruzados (odds ratio), o intervalo de

confiança de 95% e o valor de p. Devido ao efeito do desenho o odds ratio foi corrigido introduzindo-se um efeito

aleatório. Também foi utilizada uma ponderação uma vez que a fração de amostragem não foi a mesma nos dois

grupos etários. As variáveis dos níveis individual, domiciliar e de área que apresentaram uma associação com o

desfecho na análise univariada (p < 0,10) foram sucessivamente introduzidas em um modelo multinível. Generalized

Linear and Latent Mixed Models (GLLAMM) foram usados para realizar a analise multinível com o Stata 9.2.

Nível individual: A chance de infecção aumentou com a idade (tabela 5). Analfabetismo (para as crianças maiores

de 7 anos) e escolaridade apresentaram uma associação estatisticamente significante com soropositividade para o

anti-HAV (tabela 6).

Tabela 5. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características biológicas. Região

Sudeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Sudeste 114

Page 115: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 6. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características. Região Sudeste,

Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Nível domiciliar: Observou-se uma associação inversa e estatisticamente significante entre soropositividade para o

anti-HAV e o nível de escolaridade e de renda do chefe da família (tabela 8). Indivíduos que residem em domicílios

que não estão ligados à rede de esgoto e que não possuem fossa apresentam maior chance de soropositividade

para o anti-HAV. Para as demais varáveis desse nível a associação não foi estatisticamente significante (tabela 7).

Tabela 7. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do domicílio. Região

Sudeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Sudeste 115

Page 116: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 8. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do responsável pela família - Região Sudeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

Nível de área: As variáveis chefe da família analfabeto (%), mulheres responsáveis pelo domicílio (%), mulheres analfabetas chefes da família (%) apresentaram uma associação estatisticamente significante com soropositividade para o anti-HAV. Para as variáveis escolaridade do chefe da família (média de anos), indivíduos na faixa etária de 15 a 19 anos, alfabetizados e morando no domicílio (%), domicílios ligados à rede geral (%) e cobertura da coleta de lixo (%) a associação foi estatisticamente significante e inversa (tabela 9).

Tabela 9. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do setor censitário de

residência. Região Sudeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

Os resultados de associação de fatores de risco levando-se em conta os três níveis simultaneamente foram

estimados através do modelo multinível.

Permaneceram no modelo multinível as seguintes variáveis: nível individual: idade; nível domiciliar: escolaridade do

chefe da família, renda do chefe da família e freqüência de falta d'água; nível de área: chefe da família analfabeto (%),

mulheres responsáveis pelo domicílio (%),domicílios ligados à rede geral (%). (tabela 10)

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Sudeste 116

Page 117: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 10. Análise multivariada multinível da associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas aos

níveis individual, de domicílio e de área. Região Sudeste, Brasil

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

3.Conclusão

Os resultados da soroprevalencia classificam conjunto das capitais do Sudeste como região de baixa

endemicidade. A incidência de exposição ao HAV é de 3,9 por 100 pessoas/ano, na faixa etária de 5 a 19 anos,

estimada através do modelo catalítico simples.

Observou-se uma associação direta entre idade e soropositividade para o anti-HAV. A análise multinível permitiu

identificar uma associação inversa entre soropositividade para o anti-HAV e condições socioeconômicas tanto no

nível do domicílio como no nível de área. Domicílios cujos chefes ganham menos de 2 salários mínimos ou são

analfabetos e áreas (setores censitários) onde o percentual de mulheres responsáveis pelo domicílio ou o percentual

de chefes da família analfabetos é maior, ou onde é menor o percentual de domicílios com coleta de lixo tornam-se

alvos prioritários de ações de controle.

IV. Hepatite B

1. Soroprevalência de marcadores da hepatite B (anti-HBC e HBsAg)

A prevalência para o marcador de exposição ao HBV (anti-HBc), referente ao conjunto das capitais do Sudeste foi de

6,33% (IC95% 5,32% - 7,33%). O percentual de expostos ao HBV na faixa etária de 10 a 19 foi de 0,61% (IC% 0,27% -

0,95%) e de 7,90% (IC 95% 6,60% - 9,19%) para o grupo de 20 a 69 anos (gráfico 4). Esses resultados apontam para o

aumento da exposição com a idade em consonância com os estudos de soroprevalência da hepatite B.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Sudeste 117

Page 118: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Gráfico 4. Soroprevalência por faixa etária da Hepatite Viral B (anti-HBc). Região Sudeste, Brasil.

*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.

Para o marcador HBsAg a prevalência referente ao conjunto das capitais do Sudeste foi de 0,31% (IC95% (0,09% - 0,53%), classificando o conjunto das capitais do Sudeste, como região de baixa endemicidade. Na faixa etária de 10 a 19 não foi identificado nenhum indivíduo positivo para o HBsAg na população estudada. Na faixa etária de 20 a 69 anos a prevalência foi de 0,40% (IC95% (0,12% - 0,68%) (gráfico 5).

Gráfico 5. Sororevalência por faixa etária da Hepatite Viral B (HBsAg). Região Sudeste, Brasil.

*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)** Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.

Para a subamostra positiva ao anti-HBc o percentual de positividade ao anti-HBs foi de 77,3% na faixa etária de 10 a 69 anos.

A interpretação dos resultados da prevalência dos marcadores anti-HBc e HBsAg deve levar em conta que a

amostragem do presente estudo foi planejada para ser representativa dos residentes, nas faixas etárias de 10 a 19 e

20 a 69 anos, do conjunto das capitais do Sudeste.

As prevalências dos marcadores anti-HBc e HBsAg apresentadas foram ajustadas pelo efeito de desenho (design

effect) e ponderadas pelo tamanho da população, conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos

populacionais. Os resultados podem ser considerados como representativos do conjunto das capitais do Sudeste.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

*

**

*

**

Região Sudeste 118

Page 119: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

2. Fatores associados à exposição ao HBV:

a) Caracterização da amostra

A distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B na região Sudeste foi apresentada na tabela 11. Verifica-

se que, na faixa etária de 13 a 69 anos, 1,3% (0,9% – 1,69%) da população foi submetida à transfusão sangüínea,

10,7% (9,5% – 12%) fez tatuagem, 4,3% (3,6% – 5,1%) fez uso de droga cheirada e 0,4% (0,2% – 0,7%) fez uso de

droga injetável. Quanto à vida sexual, a média de idade em que ocorreu a primeira relação foi 17±3,6 anos, 23%

(21,4% – 24,5%) informam ter o hábito de usar camisinha, 1,3% (0,9% – 1,73%) informou ter tido relação com parceiro

que faz sexo com pessoas do mesmo sexo e 5,6% (4,72% – 6,41%) tem história de doença venérea. Um percentual

de 2,7% (2,14% – 3,33%) informou história de relação sexual com parceiro com hepatite.

Tabela 11. Distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B. Região Sudeste, Brasil.

*Proporções ajustada pelo efeito de desenho (design effect).

Variáveis Frequência (%) Nível domiciliar

Escolaridade do responsável pela família Analfabeto 11,5 (9,5 – 13,4) Ensino fundamental incompleto 24,9 (22,3 – 27,4)

Ensino fundamental completo 26,4 (23,8 – 28,9) Ensino médio e superior 35,0 (32,3 – 37,6) Nível individual

Sexo: masculino 44,0 (42,5 – 45,5)

Faixa etária 13 – 19 39,7 (37,5 – 41,8) 20 – 39 31,4 (29,5 – 33,2) 40 – 59 22,4 (20,9 – 23,9) > 60 6,5 (5,6 – 7,5)

Analfabeto 3,1 (2,5 – 3,8)

Escolaridade Analfabeto 6,1 (5,2 – 7,1) Ensino fundamental 44,7 (42,8 – 46,6) Ensino médio 37,7 (35,9 – 40,0)

Ensino superior 10,7 (9,4 – 12,1) Renda do responsável pela família

< 2 79,8 (78,2 – 81,4) > 2 20,1 (18,6 – 21,8) Transmissão sanguínea

Transfusão sanguínea (alguma vez na vida) 1,3 (0,9 – 1,69)

Tatuagem 10,7 (9,5 – 12,0) Piercing 13,1 (11,8 – 14,4) Compartilhamento de objeto cortante 67,5 (65,6 – 69,4) Uso de seringa de vidro 14,2 (12,9 – 15,7) Trabalho em serviço de saúde 7,7 (6,7 – 8,6)

Uso de droga fumada 9,3 (8,2 – 10,5) Uso de droga inalada 1,0 (0,6 – 1,36) Uso de droga cheirada 4,3 (3,6 – 5,1) Uso de droga injetável 0,4 (0,2 – 0,7) Uso de álcool

Abstêmio 63,3 (61,4 – 65,3) Bebedor leve 31,5 (29,6 – 33,3) Bebdor pesado 5,1 (4,3 – 6,0) Comportamento Sexual Inicio da vida sexual 75,1 (73,3 – 76,8)

Idade da primeira relação sexual 17,0 ± 3,6 Uso de preservativo 23,0 (21,4 – 24,5) Parceiro homossexual 1,3 (0,9 – 1,73) Historia de parceiro com hepatite 2,7 (2,14 – 3,33) História prévia de DST 5,6 (4,72 – 6,41)

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Sudeste 119

Page 120: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

ISão apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HBc e variáveis

socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis

biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. São apresentados os

odds ratios brutos e ajustados. Para as varáveis relativas às características do domicílio e do chefe da família os

dados são corrigidos pelo efeito aleatório e ponderados pela razão inversa da fração de amostragem dos grupos

etários. Para as variáveis biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de

drogas, além das correções anteriores os dados foram também ajustados por idade.

Para a análise dos fatores associados foram considerados todos os indivíduos na faixa etária de 13 a 69 anos. Os

indivíduos na faixa de 10 a 12 anos foram excluídos uma vez que não foi aplicada, para esse grupo, a parte do

questionário relativa à vida sexual e ao uso de drogas. Para analise, foi considerada a possibilidade de exclusão dos

indivíduos vacinados uma vez que eles não poderiam se tornar casos. Optou-se por mantê-los na análise

apresentada abaixo por três motivos: 1) 20,76% da população amostrada não forneceu informação sobre vacinação

para hepatite B e a exclusão desse grupo poderia produzir um viés de seleção; 2) no Brasil não são testados os

marcadores sorológicos para a hepatite B antes da vacinação, conseqüentemente os indivíduos que foram

vacinados na adolescência poderiam já ter sido expostos ao vírus; e 3) para permitir a comparabilidade entre as

regiões uma vez que a baixa proporção de não vacinados na Região Norte inviabilizaria a análise de fatores

associados para aquela região se excluídos os não vacinados. Além dos resultados abaixo no qual são incluídos

vacinados e não vacinados, apresentamos, no anexo II os resultados incluindo apenas os não vacinados.

Variáveis biológicas: Observou-se uma associação estatisticamente significante entre soropositividade para o anti-

HBc e sexo e idade, sendo maior a chance de positividade no sexo masculino e nos grupos etários mais velhos.

(tabela 12).

Tabela 12. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características biológicas. Região

Sudeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Variáveis relacionadas às características do domicílio: Não se observou uma associação estatisticamente

significante entre variáveis relativas às características do domicílio e soropositividade para o anti-HBc (tabela 13).

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Sudeste 120

Page 121: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 13. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características do domicílio. Região

Sudeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect).

Variáveis socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família e do indivíduo: observou-se

uma associação estatisticamente significante entre soropositividade para o anti-HBc e o chefe da família não exercer

atividade remunerada. Não se verificou associação entre características socioeconômicas do indivíduo e

soropositividade para o anti-HBc (tabelas 14 e 15).

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Sudeste 121

Page 122: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 14. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas

do chefe da família. Região Sudeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

Tabela 15. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas

do indivíduo. Região Sudeste, Brasil.

Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

Variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea: Não se observou uma associação estatisticamente

significante entre as variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea e a soropositividade para o anti-HBc.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Sudeste 122

Page 123: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 16. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea. Região

Sudeste, Brasil.

Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade.

Variáveis relacionadas à via de transmissão sexual: Não se observou uma associação estatisticamente

significante entre as variáveis relacionadas à via de transmissão sexual e a soropositividade para o anti-HBc.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Sudeste 123

Page 124: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 17. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sexual. Região

Sudeste, Brasil.

Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade.

Variáveis relacionadas ao uso de drogas: Os usuários de drogas fumadas, os indivíduos que cheiram cola e

aqueles classificados como bebedor pesado apresentaram maior chance de soropositividade ao anti-HBc.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Sudeste 124

Page 125: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Ttabela 18. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas ao uso de drogas. Região Sudeste,

Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e

idade.

Os resultados da associação dos fatores de risco e exposição ao HBV, com ajuste simultâneo por análise

multivariada são apresentados abaixo:

Permaneceram no modelo final da análise multivariada as variáveis: biológicas: idade e sexo; relacionadas ao uso de

drogas: cheirar cola e etilismo.

Tabela 19. Análise multivariada da associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às condições

socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis biológicas

e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. Região Sudeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

*

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Sudeste 125

Page 126: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

3. Conclusão

A soroprevalencia estimada classifica o conjunto das capitais do Sudeste como região de baixa endemicidade.

Embora o modelo univariado permita identificar associações e assim identificar grupos para os quais as ações

podem ser voltadas, é possível que algumas associações ocorram devido à presença de fatores de confusão ou

deixem de aparecer pelo mesmo motivo.

O modelo multivariado permite selecionar aquelas variáveis que têm uma associação mais estreita com

soropositividade para o anti-HBc. A associação com idade expressa a maior probabilidade de exposição com o

passar do tempo e a permanência da soropositividade. Também a associação com o sexo masculino expressa a

maior probabilidade de exposição desse grupo. Embora tenha sido observada uma associação com variáveis

relacionadas ao uso de drogas, verifica-se que as mesmas não estão diretamente ligadas a mecanismos de

transmissão. Assim uma maior chance de soropositividade para o anti-HBc para os indivíduos que cheiram cola ou

que são bebedores pesados sugerem que esses hábitos podem estar ligados a comportamentos que implicam em

um maior risco de transmissão e que não foram captados pelas demais variáveis. A ausência de associação com

variáveis relacionadas à via de transmissão sexual na Região Sudeste pode ter ocorrido por um viés de informação,

pela dificuldade de responder questões sobre esse tema em um questionário aplicado no domicilio. Finalmente, os

dados não apontaram, na Região Sudeste, uma associação clara entre soropositividade para o anti-HBc e

condições socioeconômicas. As variáveis identificadas expressam os grupos que devem receber um

monitoramento especial e para os quais devem ser dirigidas medidas preventivas.

V. Hepatite C

1. Soroprevalência da exposição ao HCV:

O resultado da prevalência para o marcador de exposição ao HCV (anti-HCV), referente ao conjunto das capitais do

Sudeste foi de 1,272% (0,910% – 1.635%). O percentual de expostos ao HCV na faixa etária de 10 a 19 foi de 0,903%

(0,492% – 1,314%) e de 1,628% (1,070 % – 2,185%) para os grupo de 20 a 69 anos (gráfico 6).

Gráfico 6.

Soroprevalência

por faixa etária da Hepatite

Viral C (anti-HCV).

Região Sudeste, Brasil.

*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)

**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.

A interpretação dos resultados da prevalência do marcador anti-HCV deve levar em conta a alta sensibilidade do

teste diagnóstico utilizado, podendo a soroprevalência estar superestimada.

A prevalência do marcador anti-HCV foi ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho

da população, conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos populacionais,. Os resultados podem ser

considerados como representativos do conjunto das capitais do Sudeste.

Conforme delineamento da pesquisa os fatores de risco foram avaliados para o conjunto das capitais do Brasil, não

havendo poder estatístico para avaliação por região. (Vide capitulo Resultados do Inquérito das Hepatites A, B e C -

Brasil).

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

*

**

Região Sudeste 126

Page 127: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

SUL

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Page 128: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

I. Introdução

O Inquérito Nacional de Hepatites Virais (INHV) utilizou para estimativas de amostragem do conjunto das capitais os

dados do IBGE – Censo 2000. Para a Região Sul, população total era de 25.013.161 habitantes, sendo residentes no

conjunto das capitais 259.621 na faixa etária de 5 a 9 anos, 586.270 na faixa etária de 10 a 19 e 2.043.761 na faixa

etária de 20 a 69 anos.

Os aspectos referentes ao delineamento e metodologia estão descritos no capítulo de metodologia. Os dados

apresentados para o Sul referem-se aos dados obtidos para o conjunto das capitais.

Tabela 1. População por faixa etária e amostra estudada para a exposição à infecção pelo vírus das hepatites A, B e C,

referente ao conjunto das capitais da Região Sul, Brasil.

II. Trabalho de Campo

O trabalho de campo foi iniciado em 15/03/2007 com término em 01/01/2008 . As tabelas abaixo apresentam o

tamanho da amostra estimado e atingido por hepatite e por faixa etária. Para a hepatite A, na faixa etária de 5 a 9 anos e

10 a 19 anos foram atingidos, respectivamente, 86% e 121,4% do tamanho da amostra e, para as hepatite B e C, nas

faixas etárias de 10 a 19 anos e 20 a 69 anos, respectivamente, 75,8% e 99,8% do tamanho da amostra.

Tabela 2. Tamanho da amostra, número e percentual de indivíduos submetidos ao exame sorológico, segundo faixa

etária e tipo de hepatite. Região Sul, Brasil.

III. Hepatite A:

1. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV

A prevalência para a exposição à infecção pelo HAV (anti-HAV), referente ao conjunto das capitais do Sul foi de 30,8%

(IC95% 25,6% - 36,1%). O percentual de expostos ao HAV na faixa etária de 5 a 9 foi de 18,9% (IC% 13,7% - 24,1%) e de

34,5% (IC 95% 28,5% - 40,6%) para o grupo de 10 a 19 anos (gráfico 1). Esses resultados apontam para o aumento da

exposição com a idade e colocam o conjunto das capitais do Sul como região de baixa endemicidade.

As prevalências apresentadas foram ajustadas pelo efeito de desenho (design effect) e, quando agrupados os dois

grupos etários, ponderadas pelo tamanho da população em cada um dos grupos, conforme as técnicas de análise

de dados dos inquéritos populacionais. Como no processo de amostragem para cada região utilizou-se uma

partilha proporcional entre as capitais, não houve necessidade de ponderação para o agrupamento dos dados das

diferentes capitais.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Sul 128

Page 129: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Gráfico 1. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV por faixa etária. Região Sul, Brasil.

*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.

A tabela 3 apresenta o percentual de indivíduos positivos por idade e os gráficos 2 e 3 a prevalência e a distribuição da

população suscetível de acordo com a idade, usando um modelo catalítico simples. A inclinação da curva

corresponde a uma incidência de 3,2 por 100 pessoas/ano.

Tabela 3. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV por idade. Região Sul, Brasil.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

*

**

Região Sul 129

Page 130: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Igráfico 2. Soroprevalência de anticorpos anti-HAV por idade estimada pelo modelo catalítico simples. Região Sul,

Brasil.

Gráfico 2. Proporção de indivíduos suscetíveis ao vírus da hepatite A por idade estimada pelo modelo catalítico

simples. Região Sul, Brasil.

2. Fatores associados à Hepatite A

a) Caracterização geral da amostra

As principais características da amostra com relação às variáveis dos três níveis estudados (individual, domicílio e

área) são apresentadas na tabela 4.

Observa-se uma proporção semelhante de indivíduos de ambos os sexos, e 58,8% dos pesquisados na faixa etária

de 10 a 19 anos. Verifica-se que 97,6% dos domicílios amostrados têm abastecimento de água e 73,5% estão

ligados à rede de esgoto. A mediana da média de anos de estudo do chefe da família dos setores censitários

amostrados foi de 7,1 anos.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Sul 130

Page 131: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 4. Caracterização geral da amostra em relação ao nível individual, de domicílio e de área. Região Sul, Brasil.

b) Fatores associados à exposição ao HAV:

São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HAV e variáveis do nível

individual, domiciliar e de área (setores censitários). A associação entre a soropositividade para o anti-HAV e as

variáveis independentes foi estimada utilizando-se a razão dos produtos cruzados (odds ratio), o intervalo de

confiança de 95% e o valor de p. Devido ao efeito do desenho o odds ratio foi corrigido introduzindo-se um efeito

aleatório. Também foi utilizada uma ponderação uma vez que a fração de amostragem não foi a mesma nos dois

grupos etários. As variáveis dos níveis individual, domiciliar e de área que apresentaram uma associação com o

desfecho na análise univariada (p < 0,10) foram sucessivamente introduzidas em um modelo multinível. Generalized

Linear and Latent Mixed Models (GLLAMM) foram usados para realizar a analise multinível com o Stata 9.2.

Nível individual: A chance de infecção aumentou com a idade. (tabela 5). Analfabetismo (para as crianças maiores

de 7 anos) e escolaridade apresentaram uma associação estatisticamente significante com soropositividade para o

anti-HAV (tabelas 5 e 6).

Tabela 5. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características biológicas. Região Sul,

Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Sul 131

Page 132: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 6. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características sócioeconômicas.

Região Sul, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Nível domiciliar: Observou-se uma associação inversa e estatisticamente significante entre soropositividade para o

anti-HAV e o nível de escolaridade e de renda do chefe da família (tabela 8). Verifica-se que indivíduos que residem

em domicílios onde ocorre falta d'água, os quais não são ligados à rede de esgoto ou possuem fossa e para os quais

a coleta de lixo não é feita pelo setor publico têm uma maior chance de soropositividade para o anti-HAV. (tabela 7).

Tabela 7. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do domicílio. Região

Sul, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Sul 132

Page 133: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 8. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do responsável pela

família. Região Sul, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

Nível de área: As variáveis chefe da família analfabeto (%), mulheres analfabetas chefes da família (%), escolaridade

do chefe da família (média de anos) e cobertura da coleta de lixo (%) apresentaram uma associação estatisticamente

significante com soropositividade para o anti-HAV, sendo que, para as duas últimas, a associação foi inversa (tabela

9).

Tabela 9. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do setor censitário de

residência. Região Sul, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

Os resultados de associação de fatores de risco levando-se em conta os três níveis simultaneamente foram

estimados através do modelo multinível.

Permaneceram no modelo multinível as seguintes variáveis: nível individual: idade e escolaridade; nível domiciliar:

escolaridade e renda do chefe da família, falta d'água e destino das fezes; nível de área: chefe da família analfabeto

(%). (tabela 10)

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Sul 133

Page 134: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 10. Análise multivariada multinível da associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas

aos níveis individual, de domicílio e de área. Região Sul, Brasil

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

3.Conclusão

Os resultados da soroprevalência classificam conjunto das capitais do Sul como região de baixa endemicidade. A

incidência de exposição ao HAV é de 3,2 por 100 pessoas/ano, na faixa etária de 5 a 19 anos, estimada através do

modelo catalítico simples.

Observou-se uma associação direta entre idade e soropositividade para o anti-HAV. A análise multinível permitiu

identificar uma associação inversa entre soropositividade para o anti-HAV e condições socioeconômicas tanto no

nível individual, como no nível do domicílio e no nível de área. Indivíduos com menor escolaridade ou residindo em

domicílios cujo chefe ganha menos de 2 salários mínimos ou é analfabeto ou, ainda, residindo em áreas (setores

censitários) onde o percentual de chefes da família analfabetos é elevado, tornam-se alvos prioritários de ações de

controle.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Sul 134

Page 135: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

*

**

IV. Hepatite B

1. Soroprevalência de marcadores da hepatite B

A prevalência para o marcador de exposição ao HBV (anti-HBc e HBsAg), referente ao conjunto das capitais do Sul foi

de 9,59% (IC95% 8,46% - 10,7%). O percentual de expostos ao HBV na faixa etária de 10 a 19 foi de 1,58% (IC% 0,83%

- 2,32%) e de 11,3% (IC 95% 9,94% - 12,7%) para o grupo de 20 a 69 anos (gráfico 4). Esses resultados apontam para

o aumento da exposição com a idade em consonância com os estudos de soroprevalência da hepatite B.

Gráfico 4. Soroprevalência por faixa etária da Hepatite Viral B (anti-HBc). Região Sul, Brasil.

*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)

**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.

Para o marcador HBsAg a prevalência referente ao conjunto das capitais do Sul foi de 0,48% (IC95% (0,21% - 0,75%),

classificando o conjunto das capitais do Sul, como região de baixa endemicidade. A prevalência de HBsAg foi de

0,17% (IC95% 0,0% - 0,41%) na faixa etária de 10 a 19 de 0,55% (IC 95% 0,23% - 0,87%) para o grupo de 20 a 69 anos

(gráfico 5).

Gráfico 5. Soroprevalência por faixa etária da Hepatite Viral B (HBsAg). Região Sul, Brasil.

*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)

**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.

Para a subamostra positiva ao anti-HBc os percentuais de positividade ao anti-HBs foi de 67,5% na faixa etária de 10 a

69 anos.

A interpretação dos resultados da prevalência dos marcadores anti-HBc e HBsAg deve levar em conta que a

amostragem do presente estudo foi planejada para ser representativa dos residentes, nas faixas etárias de 10 a 19 e

20 a 69 anos, do conjunto das capitais do Sul.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

*

**

Região Sul 135

Page 136: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

As prevalências dos marcadores anti-HBc e HBsAg apresentadas foram ajustadas pelo efeito de desenho (design

effect) e ponderadas pelo tamanho da população, conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos

populacionais. Os resultados podem ser considerados como representativos do conjunto das capitais do Sul.

2. Fatores associados à exposição ao HBV

a) Caracterização da amostra

A distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B na região Sul foi apresentada na tabela 11. Verifica-se

que, na faixa etária de 13 a 69 anos, 7,8% (6,9% – 8,7%) da população foi submetida à transfusão sangüínea, 12,2%

(11,0% – 13,4%) fez tatuagem, 5,9% (5,1% – 6,8%) fez uso de droga cheirada e 0,6% (0,3% – 0,8%) fez uso de droga

injetável. Quanto à vida sexual, a média de idade em que ocorreu a primeira relação foi 17±3,5 anos, 21,8% (20,4% –

23,3%) informou ter o hábito de usar camisinha, 1,7% (1,2% – 2,1%) informou ter tido relação com parceiro que faz

sexo com pessoas do mesmo sexo e 8,0% (7,1% – 8,9%) tem história de doença venérea. Um percentual de 3,4%

(2,8% – 4,0%) informou história de relação sexual com parceiro com hepatite.

Tabela 11. Distribuição dos potenciais fatores de risco para Hepatite B. Região Sul, Brasil.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Sul 136

Page 137: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HBc e variáveis

socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis

biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. São apresentados os

odds ratios brutos e ajustados. Para as varáveis relativas às características do domicílio e do chefe da família os

dados são corrigidos pelo efeito aleatório e ponderados pela razão inversa da fração de amostragem dos grupos

etários. Para as variáveis biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de

drogas, além das correções anteriores os dados foram também ajustados por idade.

Para a análise dos fatores associados foram considerados todos os indivíduos na faixa etária de 13 a 69 anos. Os

indivíduos na faixa de 10 a 12 anos foram excluídos uma vez que não foi aplicada, para esse grupo, a parte do

questionário relativa à vida sexual e ao uso de drogas. Para analise, foi considerada a possibilidade de exclusão dos

indivíduos vacinados uma vez que eles não poderiam se tornar casos. Optou-se por mantê-los na análise

apresentada abaixo por três motivos: 1) 21.49% da população amostrada não forneceu informação sobre vacinação

para hepatite B e a exclusão desse grupo poderia produzir um viés de seleção; 2) no Brasil não são testados os

marcadores sorológicos para a hepatite B antes da vacinação, conseqüentemente os indivíduos que foram

vacinados na adolescência poderiam já ter sido expostos ao vírus; e 3) para permitir a comparabilidade entre as

regiões uma vez que a baixa proporção de não vacinados na Região Norte inviabilizaria a análise de fatores

associados para aquela região se excluídos os não vacinados. Além dos resultados abaixo no qual são incluídos

vacinados e não vacinados, apresentamos, no anexo II os resultados incluindo apenas os não vacinados.

Variáveis biológicas: Observou-se uma associação estatisticamente significante entre soropositividade para o

anti-HBc e idade, sendo maior a chance de positividade nos grupos etários mais velhos. Não se verificou associação

com sexo (tabela 12).

Tabela 12. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características biológicas. Região

Sul, Brasil.

Variáveis relacionadas às características do domicílio: Observou-se uma associação estatisticamente

significante entre variáveis relativas às características do domicílio e soropositividade para o anti-HBc. Indivíduos que

vivem em situação socioeconômica menos favorecida, vivendo em domicílios que não são ligados à rede de esgoto

têm uma maior chance de positividade para o anti-HBc (tabela 13).

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Sul 137

Page 138: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 13. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características do domicílio – SUL

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

Variáveis socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família e do indivíduo: observou-se

uma associação estatisticamente significante e inversa entre positividade para o anti-HBc e variáveis

socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família: escolaridade e do indivíduo: escolaridade

(tabelas 14 e 15). Verifica-se uma menor chance de infecção para os indivíduos que têm maior escolaridade ou que

habitam em domicílios cujos chefes têm nível fundamental ou médio, ou curso superior. Também se observou uma

associação com trabalho em atividade remunerada sendo maior a chance de soropositividade para os indivíduos

que residem em domicílios cujos chefes não exercem atividade remunerada.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Sul 138

Page 139: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Ttabela 14. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas

do chefe da família. Região Sul, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

Tabela 15. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas do

indivíduo. Região Sul, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea: Observou-se que os indivíduos que receberam

transfusão sanguínea nos 12 meses prévios ou compartilham escova de dentes apresentam uma maior chance de

soropositividade para o anti-HBc. Para as demais variáveis a associação não foi estatisticamente significante.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Sul 139

Page 140: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 16. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea. Região

Sul, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Variáveis relacionadas à via de transmissão sexual: Ter iniciado vida sexual e, para aqueles que já iniciaram vida

sexual, não usar camisinha regularmente, ter tido doença venérea ou ter tido outro parceiro apresentaram uma

associação estatisticamente significante com soropositividade para o anti-HBc. Para as demais variáveis a

associação com anti-HBc não foi estatisticamente significante (tabela 17).

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Sul 140

Page 141: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Ttabela 17. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sexual. Região

Sul, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Variáveis relacionadas ao uso de drogas e álcool: Os usuários de drogas cheiradas e injetáveis e os indivíduos

que cheiram cola apresentaram maior chance de soropositividade ao anti-HBc.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Sul 141

Page 142: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 18. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas ao uso de drogas e álcool. Região Sul,

Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Os resultados da associação dos fatores de risco e exposição ao HBV, com ajuste simultâneo por análise multivariada

são apresentados abaixo:

Permaneceram no modelo final da análise multivariada as variáveis: relacionadas às características socioeconômicas

do domicílio; destino das fezes; relacionadas às características socioeconômicas do indivíduo: escolaridade;

biológicas: idade; relacionadas à via de transmissão sanguínea: transfusão, endoscopia e compartilhamento de

escova de dente; relacionadas à via de transmissão sexual: haver iniciado vida sexual e, para aqueles que iniciaram

vida sexual, não usar camisinha regularmente (tabela 19).

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Sul 142

Page 143: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 19. Análise multivariada da associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas condições

socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis biológicas

e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. Região Sul, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

3. Conclusão

A soroprevalencia estimada classifica o conjunto das capitais do Sul como região de baixa endemicidade.

O modelo multivariado permite selecionar aquelas variáveis que têm uma associação mais estreita com

soropositividade para o anti-HBc. A associação com idade expressa a maior probabilidade de exposição com o

passar do tempo e a permanência da soropositividade. Os resultados sugerem que tanto a via de transmissão

sexual como a sanguínea podem ser importantes na Região Sul. Indivíduos que foram submetidos à transfusão

sanguínea nos 12 meses prévios, fizeram endoscopia alguma vez na vida ou compartilham escova de dente

apresentaram maior chance de soropositividade para o anti-HBc. Como nesse tipo de estudo não é possível

estabelecer a seqüência temporal, a associação com as variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea:

transfusão sanguínea e endoscopia pode ser interpretada de duas formas.

Variáveis OR* IC (95%) p-valor

Idade 1,04 1,03 – 1,05 0,000

Escolaridade

Analfabeto 1,0 - -

Ensino fundamental 0,78 0,53 – 1,15 0,214

Ensino médio e superior 0,51 0,32 – 0,81 0,004

Destino das fezes

Rede pública 1,0 - -

Fossa 1,71 1,28 – 2,29 0,000

Compartilha escova de dente

Não 1,0 - -

Sim 1,81 1,05 – 3,11 0,032

Fez transfusão de sangue

Nunca 1,0 - -

Últimos 12 meses 2,28 1,11 – 4,67 0,024

Alguma vez na vida 0,68 0,41 – 1,15 0,152

Fez endoscopia

Nunca 1,0 - -

Últimos 12 meses 1,27 0,80 – 2,05 0,311

Alguma vez na vida 1,33 0,99 – 1,80 0,059

Uso de droga cheirada

Não 1,0 - -

Sim 1,73 1,01 – 2,97 0,048

Uso de droga injetável

Não 1,0 - -

Sim 2,49 0,82 – 7,54 0,106

Tem o hábito de usar camisinha

Não iniciou vida sexual 1,0 - -

Sim, regularmente 2,41 0,96 - 6,06 0,060

Sim, às vezes ou nunca 3,68 1,65 – 8,22 0,001

Não informou 3,90 1,54 – 9,88 0,004

Região Sul 143

Page 144: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

É possível que a transfusão ou endoscopia sejam a fonte de transmissão. É igualmente plausível que esses

procedimentos tenham sido realizados em decorrência das manifestações clínicas da infecção. Estudos de coorte

poderão esclarecer a sequencia temporal da associação. Indivíduos que já iniciaram a vida sexual e que não fazem

uso regular de camisinha têm maior chance de soropositividade para o anti-HBc. O mesmo é verdadeiro para os

usuários de drogas cheiradas ou injetáveis. Finalmente, os dados apontam que na Região Sul existe uma associação

de soropositividade para o anti-HBc com baixas condições socioeconômicas expressas aqui pela menor

escolaridade do indivíduo ou pela residência em domicílios que não estão ligados à rede de esgoto. As ações a

serem planejadas devem levar em consideração as especificidades desse grupo social. Todas essas variáveis

expressam os grupos que devem receber um monitoramento especial e para os quais devem ser dirigidas medidas

preventivas.

V. Hepatite C

1. Soroprevalência da exposição ao HCV:

O resultado da prevalência para o marcador de exposição ao HCV (anti-HCV), referente ao conjunto das capitais do

Sul foi de 1,190% (0,765 % – 1,614%). O percentual de expostos ao HCV na faixa etária de 10 a 19 foi de 0,508% (0,122

% – 0,894%) e de 1,704% (1,085% – 2,322%) para os grupo de 20 a 69 anos (gráfico 4).

Gráfico 6. Soroprevalência por faixa etária da Hepatite Viral C (anti-HCV). Região Sul, Brasil.

*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect)

**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.

A interpretação dos resultados da prevalência do marcador anti-HCV deve levar em conta a alta sensibilidade do teste

diagnóstico utilizado, podendo a soroprevalência estar superestimada.

A prevalência do marcador anti-HCV foi ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho

da população, conforme as técnicas de análise de dados dos inquéritos populacionais. Os resultados podem ser

considerados como representativos do conjunto das capitais do Sul.

Conforme delineamento da pesquisa os fatores de risco foram avaliados para o conjunto das capitais do Brasil, não

havendo poder estatístico para avaliação por região. (Vide capítulo Resultados do Inquérito das Hepatites A, B e C -

Brasil).

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Região Sul 144

Page 145: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

ANÁLISE COMPARATIVA PARA O CONJUNTO DAS CAPITAIS BRASILEIRAS

POR MACRO-REGIÕES E DISTRITO FEDERAL POR HEPATITE.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Page 146: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

I. Hepatite A

1. Analise comparativa da prevalência à exposição ao HAV pelas Macroregiões e Distrito Federal.

Baseado em 6.468 indivíduos testados sorologicamente, a prevalência global de infecção pelo HAV foi de 39,5%

(IC95% 36,5 - 42,5) para o conjunto das capitais brasileiras e Distrito Federal. Essa estimativa da prevalência foi

ajustada por faixa etária, efeito de desenho e Macroregião. O resultado global pode ser interpretado como o nível de

exposição ao HAV em amostra representativa da faixa etária de 5 a 19 anos da população das capitais das

Macroregiões e Distrito Federal.

A tabela 1 e a figura 1 mostram os resultados da prevalência estratificada por faixa etária e pelas Macroregiões e

Distrito Federal.

Tabela 1. Prevalência de infecção pelo vírus da Hepatite A (anti-HAV (IgG)) por faixa etária para o conjunto das capitais

das Macroregiões do Brasil e do Distrito Federal.

*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderadas pelo tamanho da população da região.

**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.

Figura 1. Prevalência de infecção pelo vírus da Hepatite A (anti-HAV (IgG)) por faixa etária para o conjunto das capitais

das Macroregioes do Brasil e do Distrito Federal.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

* **

Análise comparativa 146

Page 147: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Figura 1. Prevalência de infecção pelo vírus da Hepatite A (anti-HAV (IgG)) por faixa etária para o conjunto das capitais

das Macroregioes do Brasil e do Distrito Federal (continuação).

A prevalência de infecção ao HAV foi menor para a faixa etária mais jovem. Houve variação de prevalência à exposição

ao VHA entre as regiões estudadas (tabela1 e figura 1). Dois patamares distintos quanto à prevalência do marcador

sorológico para a Hepatite A foram evidenciados. Regiões Sul e Sudeste, que correspondem as áreas de menor

prevalência e, outro, que incluiu as demais regiões. Essa diferença torna-se mais nítida quando se compara a faixa

etária de 10 a 19 anos ou quando as duas faixas etárias são consideradas simultaneamente. As Regiões Sul e

Sudeste apresentaram uma prevalência em torno de 30%, seguido o Distrito Federal com prevalência de

aproximadamente 40% e das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste com prevalências superiores a 50%.

As estimativas de incidência por idade, calculadas através do modelo catalítico simples, evidenciaram também dois

patamares distintos. Nas Macrorregiões Norte, Nordeste e Centro-oeste (DF) a prevalência aos 5 anos e a força de

infecção foram maiores do que nas regiões Sul e Sudeste (gráfico 1).

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Análise comparativa 147

Page 148: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Gráfico 1. Soroprevalência de anticorpos aint-HAV por idade estimada pelo modelo catalítico simples. Macrorregioes

do Brasil e do Distrito Federal.

Vale ressaltar que a população estudada foi restrita a população brasileira das capitais das Macro-regiões e do DF na

faixa etária de 5 a 19 anos.

2. Analise comparativa dos fatores associados à exposição ao HAV.

Nível individual: Não houve associação entre exposição ao sexo. A faixa etária apresentou associação

estatisticamente significante à soropositividade ao HAV em todas as Macro-regiões e DF. Como o marcador

sorológico permanece positivo após a exposição ao VHA, essa associação reflete o caráter cumulativo da infecção.

Isto é, indivíduos com maior idade têm maior chance de terem tido a infecção pelo HAV. Quanto à escolaridade os

dados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste sugerem um aumento da chance de infecção para aqueles que

não sabem ler e escrever enquanto que o oposto ocorreu para o Distrito Federal, Sul e Sudeste, embora a associação

seja estatisticamente significante apenas para o Nordeste, Sul e Sudeste. Ressalte-se que as medidas de

associação estão ajustadas por idade (exceto para faixa etária). Os resultados também indicam que maior

escolaridade corresponde a uma menor chance de infecção (tabela2).

Tabela 2. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às caracteristicas biológicas e

socioeconômicas. Macrorregiões do Brasil e Distrito Federal.

Odds Ratio ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade, e ponderadas pelo tamanho da população por

faixa etária.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Análise comparativa 148

Page 149: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Nível domíciliar: Um segundo nível de análise representada por dados primários das características sócio-

econômicas do chefe da família e do domicílio está descrito nas tabelas 3 e 4. A análise univariada dos fatores

associados às características do chefe da família evidenciaram relação inversa entre renda e escolaridade do chefe

da família e soropositividade ao HAV, sendo que esta associação não é estatisticamente significante para a região

Norte. A condição socioeconômica do chefe da família expressa, na maioria das vezes, a condição da família como

um todo.

Na região Centro-oeste evidenciou-se uma maior chance de exposição ao HAV nos domicílios aonde a água não

chega por encanamento (OR=1,91; p<0,005). Nas Regiões Nordeste e Distrito Federal os resultados sugerem uma

maior chance de infecção nos domicílios que não estão ligados à rede de esgoto, porém os valores de p são

limítrofes, enquanto nas regiões Sul e Sudeste a chance foi maior nos domicílios que não estavam ligados à rede

pública de esgoto e sem fossa. Na Região Sul verificou-se também uma associação estatisticamente significante

com destino do lixo. As variáveis relativas às características dos domicílios compreendem um grupo de fatores que

expressam a condição socioeconômica da família que ali habita, alguns deles podendo também estar relacionados

ao mecanismo de transmissão da hepatite A (condições de saneamento e destino do lixo).

Tabela 3. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do responsável pela

família. Macrorregiões do Brasil e Distrito Federal.

Odds Ratio ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e ponderado pelo tamanho da população por faixa etária.

Tabela 4. Associação entre positividade ao anti-HAV e variáveis relacionadas às características do domicílio.

Macrorregiões do Brasil e Distrito Federal.

Odds Ratio ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e ponderado pelo tamanho da população por faixa etária.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Análise comparativa 149

Page 150: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

No modelo multivariado as estimativas das medidas de associação de cada uma das variáveis estão ajustadas pelas

demais. De uma maneira geral os resultados apontam, para todas as regiões, uma clara associação inversa entre as

condições socioeconômicas e a soropositividade para infecção pelo vírus da hepatite A. No entanto as variáveis que

caracterizam essa situação não são as mesmas em todas as áreas. No nível individual, a escolaridade do indivíduo

aparece associada na Região Norte, Distrito Federal e Região Sul. No nível do domicílio, as condições de

abastecimento d'água e destino dos dejetos discriminaram a infecção nas Regiões Sul (destino dos dejetos) e

Sudeste (freqüência de falta d'água) a diferença na direção da medida de associação no Sul e Sudeste sugere que

essa variável pode representar um marcador socioeconômico. Ainda nesse nível, renda e escolaridade do chefe da

família aparecem, respectivamente, em quatro e três das regiões estudadas. Finalmente, variáveis contextuais (nível

de setor censitário) estão associadas à infecção mesmo quando ajustadas para aquelas dos níveis anteriores.

Tabela 5. Análise multivariada multinível para a associação entre positividade ao anti-HAV e unitários relacionados aos

níveis individuas, de domicílio e de área. Macrorregiões do Brasil e Distrito Federal.

3. Analise comparativa de historia de hepatite A e de vacinação contra hepatite A.

A resposta à pergunta “já teve ou tem hepatite?” traduz duas situações: presença (ou ausência) de infecção

sintomática e, condicional à primeira, a percepção da sintomatologia (icterícia). A associação dessa variável com

a presença de marcador sorológico é estatisticamente significante para o Distrito Federal, Sul e Sudeste. Como o

marcador sorológico para infecção pregressa e imunidade pós-vacinal é o mesmo os dados relativos à vacina

não permitem conclusões quanto à efetividade da mesma.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Análise comparativa 150

Page 151: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 6. Associação entre variáveis relacionadas a história de hepatite A e de vacinação contra hepatite A e

positividade ao anti-HAV para o conjunto das capitais das Macrorregiões do Brasil e Distrito Federal.

Odds Ratio ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade, e ponderado pelo tamanho da população por

faixa etária.

4. Considerações e recomendações

Os resultados do Inquérito de base populacional para a exposição ao HAV possibilitaram caracterizar a população

das capitais das Macrorregiões como de média ou baixa endemicidade, diferentemente de estudos anteriores que

classificavam o Brasil como um todo, como região de alta endemicidade. Esse novo cenário epidemiológico coloca

em pauta a discussão da inclusão da vacina contra a hepatite A no calendário vacinal. Assim, a recomendação é

priorizar estudos de custo-efetividade da introdução da vacina anti-HAV como pré-requisito para essa tomada de

decisão.

Observou-se uma associação inversa entre as condições socioeconômicas e a infecção. Variáveis ao nível

individual, domiciliar e contextual, indicativas de condições socais desfavoráveis, puderam discriminar grupos

populacionais sob maior risco de exposição viral, para os quais as ações de prevenção podem ser prioritariamente

direcionadas. Finalmente, depreende-se que investimentos em melhoria de condições de vida terão um impacto

positivo no controle da infecção pelo HAV.

Os resultados desse inquérito de base populacional relativos às Regiões Nordeste, Centro-Oeste e Distrito Federal

foram publicados (Ximenes et al., 2008).

Ximenes RA, Martelli CM, Merchán-Hamann E, Montarroyos UR, Braga MC, de Lima ML, Cardoso MR, Turchi MD, Costa MA, de Alencar LC, Moreira

RC, Figueiredo GM, Pereira LM for the hepatitis study group, 2008. Multilevel analysis of hepatitis A infection in children and adolescents: a household

survey in the Northeast and Central-west regions of Brazil. Int J Epidemiol 37: 852–861.

II Hepatite B

1. Analise comparativa da prevalência à exposição ao HBV.

Baseado em 19.634 indivíduos testados sorologicamente, a prevalência global de exposição ao HBV foi de 7,44%

(IC95% 6,82 - 8,05), para a população de 10 a 69 anos do conjunto das capitais brasileiras por macrorregiões e DF.

Essa estimativa da prevalência foi ajustada por faixa etária, efeito de desenho e macrorregião. Esse resultado global

de prevalência pode ser interpretado como o nível de exposição ao HBV (anti-HBc) em amostra representativa da

faixa etária de 10 a 69 anos da população das capitais das macrorregiões e DF.

A tabela 7 e a figura 2 mostram os resultados da prevalência de exposição ao VHB, estratificada por faixa etária e pelas

macrorregiões e DF.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Análise comparativa 151

Page 152: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 7. Prevalência de infecção pelo vírus da Hepatite B (anti-HBc) por faixa etária para o conjunto das capitais das

Macrorregiões do Brasil e Distrito Federal.

*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderadas pelo tamanho da população da região.**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho dos grupos etários.

Os dados de prevalência para o marcador anti-HBc apontaram para diferenças entre as regiões quando as duas faixas etárias são consideradas conjuntamente. As menores prevalências do marcador anti-HBc foram observadas no Centro-Oeste (4,30%) e Distrito Federal (3,07%), seguindo-se do Sudeste (6,33%). Os níveis de exposição ao HBV mais elevados foram observadas nas macrorregiões Nordeste (9,13%), Sul (9,59%) e Norte (10,90%) (tabela7 e figura 2).

Figura 2. Prevalência de infecção pelo vírus da Hepatite B (anti-HBc) por faixa etária para o conjunto das capitais das Macroregioes do Brasil e do Distrito Federal.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Análise comparativa 152

* * **

Page 153: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Figura 2. Prevalência de infecção pelo vírus da Hepatite B (anti-HBc) por faixa etária para o conjunto das capitais das

Macrorregiões do Brasil e do Distrito Federal (continuação).

A prevalência de exposição ao HBV foi menor para a população da faixa etária de 10 a 19 anos em todas as regiões

estudadas, variando de 0,94% a 2,12%, para as macrorregiões Norte e Nordeste, respectivamente. Nesta faixa etária

mais jovem não houve diferença estatisticamente significante das prevalências do marcador de exposição ao HBV

entre as diferentes regiões.

As tabelas 8 e 9 apresentam os resultados dos marcadores sorológicos anti-HBs e HBsAg para os indivíduos

soropositivos para o marcador anti-HBc, utilizado como triagem sorológica inicial no presente inquérito.

Entre os indivíduos soropositivos para o anti-HBc, a freqüência de positividade para o anti-HBs, variou de 67,5% na

região Sul a 78,4% na região Norte (tabela 8).

Tabela 8. Prevalência de infecção pelo vírus da Hepatite B (anti-HBs) por faixa etária para o conjunto das capitais das

Macroregioes do Brasil e Distrito Federal.

*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderadas pelo tamanho da população da região.

**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo dos grupos etários.

Tabela 9. Prevalência de infecção pelo vírus da Hepatite B (HBsAg) por faixa etária para o conjunto das capitais das

Macroregioes do Brasil e Distrito Federal.

*Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderadas pelo tamanho da população da região.

**Ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada dos grupos etários.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Análise comparativa 153

* * **

* * **

Page 154: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Para o marcador HBsAg a prevalência variou de 0,37%, variando de 0,31% a 0,63% para as regiões Sudeste e Norte,

respectivamente. Os resultados do marcador HBsAg deste inquérito de base populacional possibilitou caracterizar a

população das capitais das macrorregiões como de baixa endemicidade para o vírus da hepatite B. Vale ressaltar

que a população estudada correspondeu a uma amostra representativa da população brasileira residente nas

capitais das Macrorregiões e do DF, na faixa etária de 10 a 69 anos.

1.Analise comparativa das características biológicas e fatores relacionados a exposição ao HBV.

Os resultados referentes aos fatores individuais e potenciais fatores relacionados à exposição ao HBV foram

analisados para o grupo etário de 13 a 69 anos, uma vez que os respondentes com menores 13 anos não foram

investigados quanto ao comportamento sexual e uso de drogas. Para os fatores associados foram realizadas duas

análises, uma considerando todos os indivíduos e, outra, apenas os não vacinados. Os resultados discutidos abaixo

se referem a todos os indivíduos.

Variáveis Biológicas: Verifica-se uma associação estatisticamente significante entre sexo e infecção ao HBV, com

maior chance de infecção para o sexo masculino, para todas as regiões, exceto para a Região Norte, onde o valor de

p é limítrofe, e Região Sul. O aumento da soropositividade com o aumento da idade traduz uma maior chance de

infecção ao HBV ao longo da vida. Como o marcador sorológico permanece positivo após a exposição ao HBV, essa

associação reflete o caráter cumulativo da infecção. Chama a atenção o aumento superior a 10 vezes da prevalência

na faixa etária de 20 a 39 anos, quando comparado à faixa etária de 13 a 19 anos para a região Norte (OR igual a 12,6)

(tabela 10).

Tabela 10. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis às características biológicas do indivíduo.

Macrorregiões do Brasil e Distrito Federal.

Odds Ratio ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade, e ponderado pelo tamanho da população por

faixa etária.

Varíaveis relacionados à via de transmissão sanguínea: A tabela 11 apresenta os fatores associados à via de

transmissão sanguínea. Ter sido submetido à transfusão sanguínea nos últimos seis meses foi fator de risco para

infecção para o HBV na Região Sul. Haver sido hospitalizado esteve associado à infecção nas Regiões Centro-Oeste

e Distrito Federal. Haver sido submetido à endoscopia apresentou uma associação estatisticamente significante

com a infecção na Região Centro-Oeste e, na Região Sul, o valor de pro-limítrofe. Tatuagem esteve associada à

soropositividade na Região Nordeste e na Região Sudeste tem um valor de p limítrofe. Compartilhar objetos cortantes

apresentou uma associação com direção inversa à esperada. Tratamento dentário aparece como um fator de

proteção na Região Centro-Oeste, talvez expressando uma melhor condição socioeconômica daqueles que são

submetidos a esse tratamento. Diferentes variáveis, potencialmente vinculadas à transmissão sanguínea, foram

identificadas nas diferentes regiões.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Análise comparativa 154

Page 155: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 11. Associação da positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à transmissão sanguínea. Macrorregiões

do Brasil e Distrito Federal.

Odds Ratio ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade, e ponderado pelo tamanho da população por faixa

etária.

Variáveis relacionadas à via de transmissão sexual: A tabela 12 sumariza os fatores potencialmente associados à

transmissão sexual. O início da vida sexual esteve associado à infecção ao HBV nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e

Sul. O hábito de não usar camisinha aumentou o risco de infecção pelo HBV na Região Sul. Parceiro sexual ter tido

hepatite apresentou uma associação estatisticamente significante na Região Centro-Oeste. O parceiro(a) sexual ter

tido relação sexual com indivíduo do mesmo sexo teve uma associação estatisticamente significante nas Regiões

Norte e Nordeste; as Regiões Centro-Oeste e Sul têm valor de odds ratio de aproximadamente dois e os intervalos de

confiança são amplos sugerindo que a associação pode não ter sido estatisticamente significante devido ao poder da

amostra. Ter tido doença venérea apresentou uma associação estatisticamente significante apenas na Região

Nordeste, porém o valor de p é limítrofe no Distrito Federal, Sudeste e Sul, indicando limitações no poder estatístico do

estudo para algumas variáveis de menor frequência na população geral. Ter tido outro parceiro não apresenta

associação estatisticamente significante na Região Nordeste; nas demais regiões o valor de p é menor do que 0,05,

exceto no Sudeste onde é limítrofe.

Tabela 12. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à transmissão sexual. Macrorregiões do

Brasil e Distrito Federal.

*Odds Ratio ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e idade, e ponderadas pelo tamanho da população por

faixa etária.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Análise comparativa 155

Page 156: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Variáveis relacionadas a uso de drogas: O uso de droga fumada apresentou uma associação ao HBV

estatisticamente significante nas Regiões Norte, Nordeste e Sudeste. Cheirar cola esteve associado com a infecção

nas Regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sul; nas Regiões Norte e Distrito Federal os valores do odds ratio foram iguais

ou maiores que dois, embora não estatisticamente significante. Na região Nordeste e Sul a associação com a

infecção foi estatisticamente significante. A associação com o uso de drogas pode não apresentar uma relação direta

com o mecanismo de transmissão; entretanto os resultados sugerem que o uso dessas drogas reflete

comportamentos subjacentes diretamente associados à transmissão. Ser classificado como bebedor pesado

apresentou um maior risco de infecção ao HBV nas Regiões Nordeste e Sudeste e valor limítrofe na Região Norte

(tabela 13).

Variáveis socioeconômica relacionadas as características do chefe de família e do domicílio: A analise

univariada para as variáveis relacionadas às características do chefe da família (tabela 14) e domicilio (tabela 15). Não

houve um padrão claro de associação entre a situação socioeconômica caracterizada pelas condições do domicílio

e soropositividade para o marcador anti-HBc. Para todas as regiões verificou-se uma relação inversa entre o maior

nível de escolaridade do chefe da família e a infecção, sendo que para o Sudeste e Sul a associação não foi

estatisticamente significante. O chefe da família ter trabalhado em atividade remunerada na semana anterior aparece

associada à infecção ao HBV nas Regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, porém a direção da associação no Centro-

Oeste é diferente das outras duas Regiões, sugerindo que essa situação expressa diferentes condições

socioeconômicas nos diferentes contextos.

No entanto, para as regiões Nordeste, Centro-Oeste, Distrito Federal e Sul, a situação que expressa a pobreza em um

grau mais extremo, ou seja, domicílios que não estão ligados à rede pública de saneamento nem possuem fossa,

esteve associada a uma maior chance de infecção.

Tabela 13. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas ao uso de drogas. Macrorregiões do

Brasil e Distrito Federal.

*Odds Ratio ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e idade, e ponderadas pelo tamanho da população por

faixa etária.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Análise comparativa 156

Page 157: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 14. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas ao responsável pelo domicilio.

Macrorregiões do Brasil e Distrito Federal.

*Odds Ratio ajustada pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho da população por faixa etária.

Tabela 15. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas ao domicilio. Macrorregiões do Brasil e

Distrito Federal.

*Odds Ratio ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e ponderada pelo tamanho da população por faixa etária.

Na análise multivariada estão selecionadas as variáveis que apresentam uma associação mais estreita com a

infecção. O sexo masculino esteve associado a um maior risco de infecção em todas as Regiões, exceto a Região

Norte e a Sul, e referir ter recebido vacina contra a hepatite B permanece no modelo final apenas da Região Nordeste.

As Regiões Centro-Oeste, Distrito Federal e Sul apresentaram associação com fatores ligados à transmissão

sanguínea e em todas as Regiões, exceto a Região Sudeste, variáveis ligadas à transmissão sexual estão associadas

à infecção. O uso de drogas ilícitas e o uso excessivo de álcool estão no modelo final das Regiões Norte, Sudeste e

Sul (tabela 16).

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Análise comparativa 157

Page 158: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 16. Análise multivariada para os fatores de risco relacionados à infecção pelo vírus da hepatite B para o

conjunto das capitais das Macroregioes do Brasil e Distrito Federal.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Análise comparativa 158

Page 159: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 16. Análise multivariada para os fatores de risco relacionados à infecção pelo vírus da hepatite B para o conjunto

das capitais das Macroregioes do Brasil e Distrito Federal (continuação).

Considerações e recomendações

Os resultados do Inquérito de base populacional para a exposição ao HBV possibilitou caracterizar a população das

capitais das Macrorregiões como de baixa endemicidade. Esses achados poderiam em parte ser explicados pela

inclusão da vacina contra a hepatite B no calendário básico de vacinação desde 1998, e à sua disponibilização para

crianças e adolescentes a partir de 2001. Prevalencias menores na faixa etária de 10 a 19 anos poderiam refletir os

níveis de exposição ao VHB na coorte de vacinados, que corresponde à população de menor idade. Os fatores

associados à infecção mostraram as especificidades das diferentes regiões e apontaram para necessidade de

medidas de prevenção e controle, que levem em conta as diferenças regionais evidenciadas pelo estudo.

Dados relativos às Regiões Nordeste, Centro-Oeste e Distrito Federal em relação a prevalência e fatores associados

a exposição ao VHB foram publicados (Pereira et al, 2009).

Leila M. M. B. Pereira , * Celina M. T. Martelli , Edgar Merchán-Hamann , Ulisses R. Montarroyos , Maria C. Braga , Maria L. C. de Lima , Maria R. A.

Cardoso , Marília D. Turchi , Marcelo A. Costa , Luiz C. A. de Alencar , Regina C. Moreira , Gerusa M. Figueiredo , and Ricardo A. A. Ximenes for the

Hepatitis Study Group. Population-Based Multicentric Survey of Hepatitis B Infection and Risk Factor Differences among Three Regions in Brazil. Am. J.

Trop. Med. Hyg., 81(2), 2009, pp. 240–247

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Análise comparativa 159

Page 160: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

ANEXO I

PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS

À EXPOSIÇÃO AO HBV ENTRE OS INDIVÍDUOS

NÃO VACINADOS POR REGIÃO

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Page 161: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo I 161

**

REGIÃO NORDESTE

I. Introdução

Essa análise é restrita aos indivíduos não vacinados contra a hepatite B. Os vacinados foram excluídos pela

impossibilidade de tornarem-se positivos para o anti-HBc. Uma limitação dessa abordagem é que os indivíduos que

foram vacinados na adolescência podem ter sido expostos previamente ao vírus, uma vez que no Brasil não são

testados os marcadores sorológicos para a hepatite B antes da vacinação.

O critério utilizado para definir o status vacinal foi o auto-relato. Para aqueles indivíduos que também apresentaram

cartão vacinal, essa informação foi validada comparando-a com aquela do cartão. Esses resultados encontram-se

no capitulo Resultados Brasil.

II. Soroprevalência de anticorpos anti-HBc entre os não vacinados

Os indivíduos que informaram não haver recebido vacina contra hepatite B na Região Nordeste correspondem a

aproximadamente 50% do total da amostra. A soroprevelência de anticorpos anti-HBc nesse grupo (9,8%; 8,1% –

11,4%) foi aproximadamente o dobro daquela encontrada entre os vacinados (4,7%; 3,3% - 6,1%).

Fatores associados à exposição ao HBV entre os indivíduos não vacinados:

São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HBc e variáveis

socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis

biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. São apresentados os

odds ratios ajustados. Para as varáveis relativas às características do domicílio e do chefe da família os dados são

corrigidos pelo efeito aleatório e ponderados pela razão inversa da fração de amostragem dos grupos etários. Para as

variáveis biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas, além das

correções anteriores os dados foram também ajustados por idade.

Para a análise dos fatores associados foram considerados todos os indivíduos na faixa etária de 13 a 69 anos. Os

indivíduos na faixa de 10 a 12 anos foram excluídos uma vez que não foi aplicada, para esse grupo, a parte do

questionário relativa à vida sexual e ao uso de drogas.

Variáveis biológicas: Observou-se uma associação estatisticamente significante entre soropositividade para o anti-

HBc e sexo e idade, sendo maior a chance de positividade no sexo masculino e nos grupos etários mais velhos.

(tabela 1).

Tabela 1. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características biológicas entre os

indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Nordeste, Brasil.

* Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

** Ajustado pelo efeito do desenho.

Page 162: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Variáveis relacionadas às características do domicílio: Observou-se uma associação estatisticamente

significante entre variáveis relativas às características do domicílio e soropositividade para o anti-HBc. Indivíduos que

vivem em situação socioeconômica menos favorecida, vivendo em domicílios onde não há coleta de lixo têm uma

maior chance de positividade para o anti-HBc (tabela 2).

Tabela 2. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características do domicílio entre os

indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Nordeste, Brasil.

* Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

Variáveis socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família e do indivíduo: observou-se

uma associação estatisticamente significante e inversa entre positividade para o anti-HBc e variáveis

socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família: escolaridade e do indivíduo: escolaridade

(tabelas 3 e 4). Verifica-se uma menor chance de infecção para os indivíduos que têm maior escolaridade ou que

habitam em domicílios cujos chefes têm nível médio ou curso superior.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo I 162

Page 163: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 3. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas do

chefe da família, entre os indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Nordeste, Brasil.

* Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

Tabela 4. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas do

indivíduo, entre os indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Nordeste, Brasil.

* Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea: Observou-se que os indivíduos que têm tatuagem

apresentaram uma maior chance de soropositividade para o anti-HBc. As demais variáveis não apresentaram uma

associação estatisticamente significante.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo I 163

Page 164: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 5. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, entre os

indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Nordeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Variáveis relacionadas à via de transmissão sexual: Ter iniciado vida sexual e, para aqueles que já iniciaram vida

sexual, ter historia de doença venérea ou ter tido um parceiro que faz sexo com pessoas do mesmo sexo,

apresentaram uma associação estatisticamente significante com soropositividade para o anti-HBc. Para as demais

variáveis a associação com anti-HBc não foi estatisticamente significante.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo I 164

Transmissão sanguínea

Hepatite B OR (IC)* p-valor Positivo Negativo

n % n % Tratamento dentário

Nunca 21 9,8 193 90,2 1,0 -

Últimos 12 meses 46 7,8 540 92,2 0,84 (0,43 – 1,65) 0,618 Alguma vez na vida 92 11,3 725 88,7 0,99 (0,52 – 1,89) 0,987

Total 159 - 1.458 - Fez cirurgia

Nunca 78 8,7 818 91,3 1,0 -

Últimos 12 meses 15 8,9 153 91,1 0,73 (0,35 – 1,50) 0,392 Alguma vez na vida 65 11,9 482 88,1 0,83 (0,54 – 1,27) 0,395

Total 158 - 1.458 - Fez transfusão de sangue

Nunca 145 9,6 1.365 90,4 1,0 -

Últimos 12 meses 02 12,5 14 87,5 0,97 (0,21 – 4,54) 0,970 Alguma vez na vida 10 14,7 58 85,3 0,90 (0,42 – 1,94) 0,787

Total 157 - 1.457 - Foi hospitalizado

Nunca 102 9,2 1.003 90,8 1,0 -

Últimos 12 meses 15 10,6 126 89,4 0,95 (0,45 – 1,99) 0,896 Alguma vez na vida 42 11,3 328 88,7 1,07 (0,69 – 1,66) 0,763

Total 159 - 1.457 - Fez endoscopia

Nunca 120 8,8 1.244 91,2 1,0 -

Últimos 12 meses 15 15,6 81 84,4 1,17 (0,62 – 2,19) 0,622 Alguma vez na vida 23 15,0 130 85,0 1,16 (0,66 – 2,05) 0,597

Total 158 - 1.455 - Tatuagem

Não 146 9,6 1.383 93,4 1,0 -

Sim 13 14,8 75 85,2 2,24 (1,17 – 4,30) 0,015 Total 159 - 1.458 -

Piercing Não 154 9,9 1.393 90,1 1,0 - Sim 05 7,2 64 92,8 1,02 (0,31 – 3,30) 0,976 Total 159 - 1.457 -

Compartilha escova de dentes Não 148 9,9 1.348 90,1 1,0 - Sim 11 9,1 110 90,9 1,20 (0,58 – 2,50) 0,623 Total 159 - 1.458 -

Compartilha objetos cortantes Não 58 12,3 414 87,7 1,0 - Sim 101 8,8 1.044 91,2 0,88 (0,61 – 1,29) 0,527 Total 159 - 1.458 -

Trabalha(ou) em serviço de saúde Não 151 9,8 1.394 90,2 1,0 -

Sim 08 11,6 61 88,4 0,79 (0,37 – 1,68) 0,550 Total 159 - 1.455 -

Page 165: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 6. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sexual, entre os

indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Nordeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Variáveis relacionadas ao uso de drogas: Os usuários de drogas fumadas e cheiradas, apresentaram maior

chance de soropositividade ao anti-HBc.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo I 165

Page 166: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 7. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas ao uso de drogas, entre os indivíduos

não vacinados contra hepatite B. Região Nordeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Os resultados da associação dos fatores de risco e exposição ao HBV, com ajuste simultâneo por análise

multivariada, são apresentados abaixo:

Permaneceram no modelo final da análise multivariada as variáveis: relacionadas às características socioeconômicas

do indivíduo: escolaridade; biológicas: idade e sexo; relacionadas à via de transmissão sanguínea: tatuagem;

relacionadas à via de transmissão sexual: haver iniciado vida sexual.

Tatuagem foi mantida no modelo final apesar do valor de p não ser estatisticamente significante porque isso

provavelmente foi causado pela falta de poder estatístico.

Quando o modelo é estimado excluindo os indivíduos que não iniciaram a vida sexual, a variável ter tido um parceiro

que faz sexo com pessoas do mesmo sexo também permanece no modelo final.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo I 166

Page 167: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 8. Análise multivariada da associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas condições

socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis biológicas

e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas, entre os indivíduos não vacinados

contra hepatite B.

* Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo I 167

Page 168: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

IV. Conclusão

Embora o modelo univariado permita identificar associações e assim identificar grupos para os quais as ações

podem ser voltadas, é possível que algumas associações ocorram devido à presença de fatores de confusão ou

deixem de aparecer pelo mesmo motivo.

Assim quando variáveis como uso de droga fumada, uso de droga cheirada, etc., não permanecem no modelo final,

não significa que esses grupos devam ser excluídos dos grupos prioritários para intervenção; mas tão somente que

esses grupos têm outras características que também estão associadas à soropositividade para o anti-HBc. Variáveis

podem também ter sido excluídas do modelo final pela falta de poder estatístico.

O modelo multivariado permite selecionar aquelas variáveis que têm uma associação mais estreita com

soropositividade para o anti-HBc. A associação com idade expressa a maior probabilidade de exposição com o

passar do tempo e a permanência da soropositividade. Também a associação com o sexo masculino expressa a

maior probabilidade de exposição desse grupo. Os resultados apontam para a importância da transmissão sexual na

Região Nordeste. Pelo fato da entrevista ter sido realizada na residência dos indivíduos optou-se por não indagar

diretamente se já haviam feito sexo com pessoas do mesmo sexo, preferindo-se perguntar se já tinham tido parceiro

que haviam feito sexo com pessoas do mesmo sexo. A importância dessa informação é que permite captar se esses

indivíduos estão no circuito de transmissão daqueles que fazem sexo com pessoas do mesmo sexo. Assim a

associação encontrada sugere que esse grupo deve também ser incluído nos grupos prioritários para intervenção. A

associação com tatuagem sugere que esse procedimento pode estar relacionado com a transmissão ou que esses

indivíduos têm comportamentos que os expõe ao HBV. Finalmente, os dados apontam que na Região Nordeste

existe uma associação de soropositividade para o anti-HBc com baixas condições socioeconômicas. As ações a

serem planejadas devem levar em consideração as especificidades desse grupo. Todas essas variáveis expressam

os grupos que devem receber um monitoramento especial e para os quais devem ser dirigidas medidas preventivas.

Os resultados da prevalência e fatores de risco para exposição aos marcadores da hepatite B foram publicados em:

Pereira LM, Martelli CM, Merchán-Hamann E, Montarroyos UR, Braga MC, de Lima ML, Cardoso MR, Turchi MD, Costa

MA, de Alencar LC, Moreira RC, Figueiredo GM, Ximenes RA, pelo grupo de estudo de hepatite, 2009. Population-

based multicentric Survey of Hepatitis B Infection and Risk Factors Differences among Three Regions in

Brazil. The American Society of Tropical medicine and Higiene, 81 (2): 240 – 247.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo I 168

Page 169: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

REGIÃO CENTRO-OESTE

I. Introdução

Essa análise é restrita aos indivíduos não vacinados contra a hepatite B. Os vacinados foram excluídos pela

impossibilidade de tornarem-se positivos para o anti-HBc. Uma limitação dessa abordagem é que os indivíduos que

foram vacinados na adolescência podem ter sido expostos previamente ao vírus, uma vez que no Brasil não são

testados os marcadores sorológicos para a hepatite B antes da vacinação.

O critério utilizado para definir o status vacinal foi o auto-relato. Para aqueles indivíduos que também apresentaram

cartão vacinal, essa informação foi validada comparando-a com aquela do cartão. Esses resultados encontram-se

no capitulo Resultados Brasil.

II. Soroprevalência de anticorpos anti-HBc entre os não vacinados

Os indivíduos que informaram não haver recebido vacina contra hepatite B na Região Centro-Oeste correspondem a

aproximadamente 50% do total da amostra. A soroprevelência de anticorpos anti-HBc nesse grupo (10,3%; 8,4% –

12,0%) foi aproximadamente o dobro daquela encontrada entre os vacinados (5,0%; 3,7% - 6,3%).

III. Fatores associados à exposição ao HBV entre os indivíduos não vacinados:

São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HBc e variáveis

socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis

biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. São apresentados os

odds ratios ajustados. Para as varáveis relativas às características do domicílio e do chefe da família os dados são

corrigidos pelo efeito aleatório e ponderados pela razão inversa da fração de amostragem dos grupos etários. Para as

variáveis biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas, além das

correções anteriores os dados foram também ajustados por idade.

Para a análise dos fatores associados foram considerados todos os indivíduos na faixa etária de 13 a 69 anos. Os

indivíduos na faixa de 10 a 12 anos foram excluídos uma vez que não foi aplicada, para esse grupo, a parte do

questionário relativa à vida sexual e ao uso de drogas.

Variáveis biológicas: Observou-se uma associação estatisticamente significante entre soropositividade para o anti-

HBc e sexo e idade, sendo maior a chance de positividade no sexo masculino e nos grupos etários mais velhos.

(tabela 1).

Tabela 1. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características biológicas entre os

indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Centro-Oeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

** Ajustado pelo efeito do desenho.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo I 169

Page 170: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Variáveis relacionadas às características do domicílio: Observou-se uma associação estatisticamente

significante entre variáveis relativas às características do domicílio e soropositividade para o anti-HBc. Indivíduos que

vivem em situação socioeconômica menos favorecida, vivendo em domicílios onde falta água têm uma maior

chance de positividade para o anti-HBc (tabela 2).

Tabela 2. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características do domicílio entre os

indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Centro-Oeste, Brasil.

* Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

Variáveis socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família e do indivíduo: Não se

observou uma associação estatisticamente significante entre positividade para o anti-HBc e variáveis

socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família, embora, para atividade remunerada, o valor de

p tenha sido limítrofe (tabela 3). Quanto às características do indivíduo, verificou-se uma associação com atividade

remunerada, sendo menor a chance de infecção para quem não a tem (tabela 4).

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo I 170

Page 171: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 3. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas do

chefe da família, entre os indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Centro-Oeste, Brasil.

* Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

Tabela 4. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas do

indivíduo, entre os indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Centro-Oeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo I 171

Page 172: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea: Observou-se que os indivíduos que foram

hospitalizados nos 12 meses prévios apresentaram uma maior chance de soropositividade para o anti-HBc.

Verificou-se um valor de p limítrofe para a associação com tratamento dentário nos 12 meses prévios. A associação

com tratamento dentário teve uma direção oposta ao esperado, uma vez que os indivíduos que já fizeram tratamento

dentário apresentaram menor chance de soropositividade; é possível que, nessa região, fazer tratamento dentário

seja um proxy para melhor situação socioeconômica. As demais variáveis não apresentaram uma associação

estatisticamente significante.

Tabela 5. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, entre os

indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Centro-Oeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo I 172

Page 173: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Variáveis relacionadas à via de transmissão sexual: Ter iniciado vida sexual e, para aqueles que já iniciaram vida

sexual, ter tido outro parceiro além do atual, o parceiro atual ter tido hepatite ou ter tido relação sexual com parceiro

sabidamente portador e hepatite apresentaram uma associação estatisticamente significante com soropositividade

para o anti-HBc. Para as demais variáveis a associação com anti-HBc não foi estatisticamente significante.

Tabela 6. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sexual, entre os

indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Centro-Oeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e

idade

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo I 173

Page 174: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Variáveis relacionadas ao uso de drogas: As variáveis relacionadas ao uso de drogas não apresentaram

associação estatisticamente significante com soropositividade ao anti-HBc.

Tabela 7. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas ao uso de drogas, entre os indivíduos

não vacinados contra hepatite B. Região Centro-Oeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e

idade.

Os resultados da associação dos fatores de risco e exposição ao HBV, com ajuste simultâneo por análise multivariada

são apresentados abaixo:

Permaneceram no modelo final da análise multivariada as variáveis: biológicas: idade e sexo; relacionadas à via de

transmissão sanguínea: tratamento dentário, hospitalização; relacionadas à via de transmissão sexual: haver iniciado

vida sexual; relacionadas ao uso de drogas: uso de droga cheirada.

Quando o modelo é estimado excluindo os indivíduos que não iniciaram a vida sexual, a variável o parceiro atual

ter tido hepatite, ou ter tido outro parceiro além do atual também permanecem no modelo final.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo I 174

Page 175: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 8. Análise multivariada da associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas condições

socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis biológicas

e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas, entre os indivíduos não vacinados

contra hepatite B. Região Centro-Oeste, Brasil.

* Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo I 175

Page 176: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

IV. Conclusão

O modelo multivariado permite selecionar aquelas variáveis que têm uma associação mais estreita com

soropositividade para o anti-HBc. A associação com idade expressa a maior probabilidade de exposição com o

passar do tempo e a permanência da soropositividade. Também a associação com o sexo masculino expressa a

maior probabilidade de exposição ao HBV desse grupo. Os resultados apontam para a importância da transmissão

sexual na Região Centro-Oeste. Os indivíduos que já iniciaram vida sexual têm maior chance de serem positivos para

o anti-HBc e, entre aqueles que já iniciaram vida sexual, ter tido outro parceiro além do atual ou o parceiro atual ter tido

hepatite também estão associados à soropositividade. Como nesse tipo de estudo não é possível estabelecer a

seqüência temporal, a associação com a variável relacionada à via de transmissão sanguínea: hospitalização pode

ser interpretada de duas formas. É possível que esteja ocorrendo transmissão nosocomial. É igualmente plausível

que os indivíduos tenham sido hospitalizados em decorrência das manifestações clínicas da infecção. Estudos de

coorte poderão esclarecer a sequência temporal da associação. A associação inversa com tratamento dentário não

tem plausibilidade biológica. Esta variável pode apenas ser um proxy de melhor situação socioeconômica. As ações

a serem planejadas devem levar em consideração as especificidades dos diferentes grupos sociais. Uma menor

chance de soropositividade para o anti-HBc para os indivíduos que usam droga fumada sugere que esse hábito, na

Região Centro-Oeste, pode estar ligado a comportamentos que implicam em um menor risco de transmissão e que

não foram captados pelas demais variáveis. Finalmente, todas essas variáveis expressam os grupos que devem

receber um monitoramento especial e/ou para os quais devem ser dirigidas medidas preventivas.

Os resultados da prevalência e fatores de risco para exposição aos marcadores da hepatite B foram publicados em:

Pereira LM, Martelli CM, Merchán-Hamann E, Montarroyos UR, Braga MC, de Lima ML, Cardoso MR, Turchi MD, Costa

MA, de Alencar LC, Moreira RC, Figueiredo GM, Ximenes RA, pelo grupo de estudo de hepatite, 2009. Population-

based multicentric Survey of Hepatitis B Infection and Risk Factors Differences among Three Regions in

Brazil. The American Society of Tropical medicine and Higiene, 81 (2): 240 – 247.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo I 176

Page 177: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

DISTRITO FEDERAL

i. Introdução

Essa análise é restrita aos indivíduos não vacinados contra a hepatite B. Os vacinados foram excluídos pela

impossibilidade de tornarem-se positivos para o anti-HBc. Uma limitação dessa abordagem é que os indivíduos que

foram vacinados na adolescência podem ter sido expostos previamente ao vírus, uma vez que no Brasil não são

testados os marcadores sorológicos para a hepatite B antes da vacinação.

O critério utilizado para definir o status vacinal foi o auto-relato. Para aqueles indivíduos que também apresentaram

cartão vacinal, essa informação foi validada comparando-a com aquela do cartão. Esses resultados encontram-se

no capitulo Resultados Brasil.

II. Soroprevalência de anticorpos anti-HBc entre os não vacinados

Os indivíduos que informaram não haver recebido vacina contra hepatite B no Distrito Federal correspondem a

aproximadamente 50% do total da amostra. A soroprevelência de anticorpos anti-HBc nesse grupo (8,1%; 6,2% -

9,9%) foi aproximadamente o triplo daquela encontrada entre os vacinados (2,5%; 0,9% - 4,2%).

III. Fatores associados à exposição ao HBV entre os indivíduos não vacinados:

São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HBc e variáveis

socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis

biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. São apresentados os

odds ratios e ajustados. Para as varáveis relativas às características do domicílio e do chefe da família os dados são

corrigidos pelo efeito aleatório e ponderados pela razão inversa da fração de amostragem dos grupos etários. Para as

variáveis biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas, além das

correções anteriores os dados foram também ajustados por idade.

Para a análise dos fatores associados foram considerados todos os indivíduos na faixa etária de 13 a 69 anos. Os

indivíduos na faixa de 10 a 12 anos foram excluídos uma vez que não foi aplicada, para esse grupo, a parte do

questionário relativa à vida sexual e ao uso de drogas.

Variáveis biológicas: Observou-se uma associação estatisticamente significante entre soropositividade para o anti-

HBc e sexo e idade, sendo maior a chance de positividade no sexo masculino e nos grupos etários mais velhos.

(tabela 1).

Tabela 1. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características biológicas, entre os

indivíduos não vacinados contra hepatite B. Distrito Federal, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

** Ajustado pelo efeito do desenho.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo I 177

Page 178: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Variáveis relacionadas às características do domicílio: Não se observou uma associação estatisticamente

significante entre as variáveis relacionadas às características do domicílio e soropositividade para o anti-HBc

(tabela 2).

Tabela 2. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características do domicílio, entre os

indivíduos não vacinados contra hepatite B. Distrito Federal, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

Variáveis socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família e do indivíduo: não se

observou uma associação estatisticamente significante entre positividade para o anti-HBc e variáveis

socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família (tabela 3). Quanto às características do

indivíduo, observou-se uma associação com trabalho em atividade remunerada, sendo menor a chance de

soropositividade para os indivíduos que não a têm (tabela 4).

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo I 178

Page 179: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 3. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas do

chefe da família, entre os indivíduos não vacinados contra hepatite B. Distrito Federal, Brasil.

* Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

Tabela 4. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas do

indivíduo, entre os indivíduos não vacinados contra hepatite B. Distrito Federal, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo I 179

Page 180: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea: Observou-se que os indivíduos que trabalham em

serviço de saúde apresentaram uma maior chance de soropositividade para o anti-HBc. Verificou-se uma

associação estatisticamente significante entre soropositividade para o anti-HBc e compartilhar objetos cortantes,

porem a direção foi oposta à esperada. Possivelmente houve um problema na compreensão dessa questão ou essa

variável está sendo proxy de outra condição não identificada.

Tabela 5. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, entre

entre os indivíduos não vacinados contra hepatite B. Distrito Federal - Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo I 180

Page 181: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Variáveis relacionadas à via de transmissão sexual: Ter tido um outro parceiro além do atual apresentou uma

associação estatisticamente significante com soropositividade para o anti-HBc. Para as demais variáveis a

associação com anti-HBc não foi estatisticamente significante.

Tabela 6. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sexual, entre os

indivíduos não vacinados contra hepatite B. Distrito Federal, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Variáveis relacionadas ao uso de drogas: As variável cheirar cola apresentou uma associação estatisticamente

significante com soropositividade ao anti-HBc.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo I 181

Page 182: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 7. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas ao uso de drogas, entre os indivíduos

não vacinados contra hepatite B. Distrito Federal, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Os resultados da associação dos fatores de risco e exposição ao HBV, com ajuste simultâneo por análise

multivariada, são apresentados abaixo:

Permaneceram no modelo final da análise multivariada as variáveis: relacionadas às características

socioeconômicas do indivíduo: atividade remunerada; biológicas: idade e sexo (a variável sexo foi mantida no

modelo final apesar da associação não ser estatisticamente significante, com o objetivo de ajustar as demais

variáveis); relacionadas à via de transmissão sanguínea: hospitalização, trabalho em serviço de saúde e

compartilhamento de objetos cortantes ; relacionadas ao uso de drogas: cheirar cola.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo I 182

Page 183: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo I 183

Tabela 8. Análise multivariada da associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas condições

socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis biológicas

e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas, entre os indivíduos não vacinados

contra hepatite B. Distrito Federal, Brasil.

* Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

Page 184: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

IV. Conclusão

O modelo multivariado permite selecionar aquelas variáveis que têm uma associação mais estreita com

soropositividade para o anti-HBc. A associação com idade expressa a maior probabilidade de exposição com o

passar do tempo e a permanência da soropositividade. Não foi observada uma associação com sexo. Os

indivíduos que já foram hospitalizados ou que trabalham em serviços de saúde apresentaram maior chance de

soropositividade para o anti-HBc. Como nesse tipo de estudo não é possível estabelecer a seqüência temporal, a

associação com essas a variáveis pode ser interpretada de duas formas. É possível que esteja ocorrendo

transmissão nosocomial. É igualmente plausível que os indivíduos tenham sido hospitalizados em decorrência das

manifestações clínicas da infecção ou, para aqueles que trabalham em serviços de saúde, que a infecção pelo HBV

tenha sido prévia ao trabalho nesses locais. Estudos de coorte poderão esclarecer a sequência temporal da

associação. A associação com trabalho em atividade remunerada pode indicar que essa variável é um proxy para

outro fator não controlado.

A associação inversa com compartilhamento de objeto cortante não tem plausibilidade biológica; esta variável pode

também ser um proxy para outro fator. Todas essas variáveis expressam os grupos que devem receber um

monitoramento especial e para os quais devem ser dirigidas medidas preventivas.

Os resultados da prevalência e fatores de risco para exposição aos marcadores da hepatite B foram publicados em:

Pereira LM, Martelli CM, Merchán-Hamann E, Montarroyos UR, Braga MC, de Lima ML, Cardoso MR, Turchi MD, Costa

MA, de Alencar LC, Moreira RC, Figueiredo GM, Ximenes RA, pelo grupo de estudo de hepatite, 2009. Population-

based multicentric Survey of Hepatitis B Infection and Risk Factors Differences among Three Regions in

Brazil. The American Society of Tropical medicine and Higiene, 81 (2): 240 – 247.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo I 184

Page 185: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

REGIÃO SUDESTE

I. Introdução

Essa análise é restrita aos indivíduos não vacinados contra a hepatite B. Os vacinados foram excluídos pela

impossibilidade de tornarem-se positivos para o anti-HBc. Uma limitação dessa abordagem é que os indivíduos que

foram vacinados na adolescência podem ter sido expostos previamente ao vírus, uma vez que no Brasil não são

testados os marcadores sorológicos para a hepatite B antes da vacinação.

O critério utilizado para definir o status vacinal foi o auto-relato. Para aqueles indivíduos que também apresentaram

cartão vacinal, essa informação foi validada comparando-a com aquela do cartão. Esses resultados encontram-se

no capitulo Resultados Brasil.

II. Soroprevalência de anticorpos anti-HBc entre os não vacinados

Os indivíduos que informaram não haver recebido vacina contra hepatite B na Região Sudeste correspondem a

aproximadamente 39% do total da amostra. A soroprevelência de anticorpos anti-HBc nesse grupo (7,7%; 6,24% -

9,24%) foi aproximadamente o dobro daquela encontrada entre os vacinados (2,7%; 1,64% - 3,79%).

Fatores associados à exposição ao HBV entre os indivíduos não vacinados:

São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HBc e variáveis

socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis

biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. São apresentados os

odds ratios e ajustados. Para as varáveis relativas às características do domicílio e do chefe da família os dados são

corrigidos pelo efeito aleatório e ponderados pela razão inversa da fração de amostragem dos grupos etários. Para as

variáveis biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas, além das

correções anteriores os dados foram também ajustados por idade.

Para a análise dos fatores associados foram considerados todos os indivíduos na faixa etária de 13 a 69 anos. Os

indivíduos na faixa de 10 a 12 anos foram excluídos uma vez que não foi aplicada, para esse grupo, a parte do

questionário relativa à vida sexual e ao uso de drogas.

Variáveis biológicas: Observou-se uma associação estatisticamente significante entre soropositividade para o

anti-HBc e sexo e idade, sendo maior a chance de positividade no sexo masculino e nos grupos etários mais velhos.

(tabela 1).

Tabela 1. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características biológicas, entre os

indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Sudeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

** Ajustado pelo efeito aleatórios.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo I 185

Page 186: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Variáveis relacionadas às características do domicílio: Não se observou uma associação estatisticamente

significante entre variáveis relativas às características do domicílio e soropositividade para o anti-HBc (tabela 2).

Tabela 2. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características do domicílio, entre os

indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Sudeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect).

Variáveis socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família e do indivíduo: observou-se

uma associação estatisticamente significante entre soropositividade para o anti-HBc e o chefe da família não exercer

atividade remunerada. Verificou-se uma associação entre características socioeconômicas do indivíduo e

soropositividade para o anti-HBc, os indivíduos com nível superior apresentando menor chance de soropositividade

(tabelas 3 e 4).

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo I 186

Page 187: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 3. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas

do chefe da família, entre os indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Sudeste, Brasil.

* Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

Tabela 4. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas

do indivíduo, entre os indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Sudeste, Brasil.

* Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e

idade.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo I 187

Page 188: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea: Não se observou uma associação estatisticamente

significante entre as variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea e a soropositividade para o anti-HBc.

Tabela 5. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, entre os

indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Sudeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Variáveis relacionadas à via de transmissão sexual: Não se observou uma associação estatisticamente

significante entre as variáveis relacionadas à via de transmissão sexual e a soropositividade para o anti-HBc. A variável

ter tido outro parceiro além do atual apresentou um valor de p limítrofe.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo I 188

Page 189: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 6. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sexual, entre os

indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Sudeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Variáveis relacionadas ao uso de drogas: Não se observou uma associação estatisticamente significante entre

as variáveis relacionadas ao uso de drogas e a soropositividade para o anti-HBc. A variável cheirar cola apresentou

um valor de p limítrofe.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo I 189

Page 190: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 7. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas ao uso de drogas, entre os indivíduos

não vacinados contra hepatite B. Região Sudeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Os resultados da associação dos fatores de risco e exposição ao HBV, com ajuste simultâneo por análise multivariada

são apresentados abaixo:

Permaneceram no modelo final da análise multivariada as variáveis: biológicas: idade e sexo; às características do

chefe da família e do indivíduo: escolaridade; Variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea: cirurgia.

Tabela 8. Análise multivariada da associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas condições

socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis biológicas

e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas, entre os indivíduos não vacinados

contra hepatite B. Região Sudeste, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo I 190

Page 191: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

IV. Conclusão

O modelo multivariado permite selecionar aquelas variáveis que têm uma associação mais estreita com

soropositividade para o anti-HBc. A associação com idade expressa a maior probabilidade de exposição com o

passar do tempo e a permanência da soropositividade. Também a associação com o sexo masculino expressa a

maior probabilidade de exposição desse grupo. A associação com cirurgia nos 12 meses prévios sugere que esse

procedimento pode ser uma fonte de contaminação. Porém nesse tipo de estudo não é possível estabelecer a

seqüência temporal. Estudos de coorte poderão esclarecer a sequência temporal da associação.

A ausência de associação com variáveis relacionadas à via de transmissão sexual na Região Sudeste pode ter

ocorrido por um viés de informação, pela dificuldade de responder questões sobre esse tema em um questionário

aplicado no domicilio. Finalmente, os dados apontaram, na Região Sudeste, uma associação entre soropositividade

para o anti-HBc e condições socioeconômicas. Os indivíduos que tem nível médio ou superior apresentam uma

menor chance de soropositividade. As variáveis identificadas expressam os grupos que devem receber um

monitoramento especial e para os quais devem ser dirigidas medidas preventivas.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo I 191

Page 192: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

REGIÃO SUL

I. Introdução

Essa análise é restrita aos indivíduos não vacinados contra a hepatite B. Os vacinados foram excluídos pela

impossibilidade de tornarem-se positivos para o anti-HBc. Uma limitação dessa abordagem é que os indivíduos que

foram vacinados na adolescência podem ter sido expostos previamente ao vírus, uma vez que no Brasil não são

testados os marcadores sorológicos para a hepatite B antes da vacinação.

O critério utilizado para definir o status vacinal foi o auto-relato. Para aqueles indivíduos que também apresentaram

cartão vacinal, essa informação foi validada comparando-a com aquela do cartão. Esses resultados encontram-se

no capitulo Resultados Brasil.

II. Soroprevalência de anticorpos anti-HBc entre os não vacinados

Os indivíduos que informaram não haver recebido vacina contra hepatite B na Região Sul correspondem a

aproximadamente 37,7 % do total da amostra. A soroprevelência de anticorpos anti-HBc nesse grupo (11,3%; 9,61%

– 12,95%) foi aproximadamente o dobro daquela encontrada entre os vacinados (4,6%; 3,42% - 5,78%).

III. Fatores associados à exposição ao HBV entre os indivíduos não vacinados:

São apresentadas abaixo as tabelas relativas à associação entre soropositividade para o anti-HBc e variáveis

socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis

biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas. São apresentados os

odds ratios e ajustados. Para as varáveis relativas às características do domicílio e do chefe da família os dados são

corrigidos pelo efeito aleatório e ponderados pela razão inversa da fração de amostragem dos grupos etários. Para as

variáveis biológicas, variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas, além das

correções anteriores os dados foram também ajustados por idade.

Para a análise dos fatores associados foram considerados todos os indivíduos na faixa etária de 13 a 69 anos.

Variáveis biológicas: Observou-se uma associação estatisticamente significante entre soropositividade para o anti-

HBc e idade, sendo maior a chance de positividade nos grupos etários mais velhos. Não se verificou associação com

sexo (tabela 1).

Tabela 1. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características biológicas, entre os

indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Sul, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

** Ajustado pelo efeito do desenho.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo I 192

Page 193: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Variáveis relacionadas às características do domicílio: Observou-se uma associação estatisticamente

significante entre variáveis relativas às características do domicílio e soropositividade para o anti-HBc. Indivíduos que

vivem em situação socioeconômica menos favorecida, vivendo em domicílios que não são ligados à rede de esgoto

têm uma maior chance de positividade para o anti-HBc (tabela 2).

Tabela 2. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características do domicílio, entre os

indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Sul, Brasil.

* Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

Variáveis socioeconômicas relacionadas às características do chefe da família e do indivíduo: observou-se

uma associação estatisticamente significante e inversa entre positividade para o anti-HBc e variáveis

socioeconômicas relacionadas às características do indivíduo: escolaridade. Também se observou uma associação

com trabalho em atividade remunerada sendo maior a chance de soropositividade para os indivíduos que residem

em domicílios cujos chefes não exercem atividade remunerada. (tabelas 3 e 4)

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo I 193

Page 194: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 3. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas do

chefe da família, entre os indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Sul, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

Tabela 4. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas às características socioeconômicas do

indivíduo, entre os indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Sul, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo I 194

Page 195: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea: Observou-se que os indivíduos que receberam

transfusão sanguínea nos 12 meses prévios apresentam uma maior chance de soropositividade para o anti-HBc.

Para as demais variáveis a associação não foi estatisticamente significante.

Tabela 5. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, entre os

indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Sul, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e

idade.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo I 195

Page 196: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Variáveis relacionadas à via de transmissão sexual: A associação entre soropositividade para o anti-HBc e a

variável haver iniciado vida sexual não foi estatisticamente significante possivelmente por falta de poder do estudo

(vide amplitude do intervalo de confiança). Para aqueles que já iniciaram vida sexual, a variável ter tido relação sexual

com parceiro sabidamente portador de hepatite apresentou um valor de p limítrofe. Para as demais variáveis a

associação com anti-HBc não foi estatisticamente significante.

Tabela 6. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas à via de transmissão sexual, entre os

indivíduos não vacinados contra hepatite B. Região Sul, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo I 196

Page 197: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Variáveis relacionadas ao uso de drogas: Os usuários de drogas injetáveis apresentaram maior chance de

soropositividade ao anti-HBc.

Tabela 7. Associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas ao uso de drogas, entre os indivíduos

não vacinados contra hepatite B. Região Sul, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect) e idade

Os resultados da associação dos fatores de risco e exposição ao HBV, com ajuste simultâneo por análise

multivariada, são apresentados abaixo:

Permaneceram no modelo final da análise multivariada as variáveis: relacionadas às características

socioeconômicas do domicílio; destino das fezes; biológicas: idade; relacionadas à via de transmissão sanguínea:

transfusão; relacionadas à via de transmissão sexual: para aqueles que iniciaram vida sexual, ter tido relação sexual

com parceiro sabidamente portador de hepatite; relacionadas ao uso de drogas: uso de droga injetável.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo I 197

Page 198: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Tabela 8. Análise multivariada da associação entre positividade ao anti-HBc e variáveis relacionadas condições

socioeconômicas relacionadas às características do domicílio, do chefe da família e do indivíduo, variáveis biológicas

e variáveis relacionadas à via de transmissão sanguínea, sexual e ao uso de drogas, entre os indivíduos não vacinados

contra hepatite B. Região Sul, Brasil.

*Ponderado pela fração de amostragem nos grupos etários, e ajustado pelo efeito de desenho (design effect)

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo I 198

Page 199: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

iV. Conclusão

O modelo multivariado permite selecionar aquelas variáveis que têm uma associação mais estreita com

soropositividade para o anti-HBc. A associação com idade expressa a maior probabilidade de exposição com o

passar do tempo e a permanência da soropositividade. Os resultados sugerem que tanto a via de transmissão

sexual como a sanguínea podem ser importantes na Região Sul. Indivíduos que foram submetidos à transfusão

sanguínea nos 12 meses prévios apresentaram maior chance de soropositividade para o anti-HBc. Como nesse tipo

de estudo não é possível estabelecer a seqüência temporal, a associação com transfusão sanguínea pode ser

interpretada de duas formas. É possível que a transfusão seja a fonte de transmissão. É igualmente plausível que

esses procedimento tenha sido realizado em decorrência de manifestações clínicas da infecção. Estudos de coorte

poderão esclarecer a sequência temporal da associação. A ausência de associação com inicio da vida sexual

decorreu do numero reduzido de indivíduos soropositivos entre aqueles que não a iniciaram, o que, na realidade,

sugere a importância dessa via. Para aqueles que já iniciaram a vida sexual verificou-se associação com ter tido

relação com parceiro sabidamente portador de hepatite. O uso de drogas injetáveis parece ser também uma fonte de

contaminação.

Finalmente, os dados apontam que na Região Sul existe uma associação de soropositividade para o anti-HBc com

baixas condições socioeconômicas expressa aqui pela residência em domicílios que não estão ligados à rede de

esgoto. As ações a serem planejadas devem levar em consideração as especificidades desse grupo social. Todas

essas variáveis expressam os grupos que devem receber um monitoramento especial e para os quais devem ser

dirigidas medidas preventivas.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo I 199

Page 200: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

ANEXO II

QUESTIONÁRIOS

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Page 201: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo II 201

Page 202: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo II 202

Page 203: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo II 203

Page 204: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo II 204

Page 205: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo II 205

Page 206: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo II 206

Page 207: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo II 207

Page 208: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo II 208

Page 209: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo II 209

Page 210: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo II 210

Page 211: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

ANEXO 3

MANUAIS

Page 212: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

ESTUDO DE PREVALÊNCIA DE BASE POPULACIONAL DAS INFECÇÕES

PELOS VÍRUS DAS HEPATITES A, B E C NAS CAPITAIS DO BRASIL

INSTRUÇÕES PARA ENTRADA DE DADOS

Para a entrada de dados do estudo de prevalência de base populacional das infecções

pelos vírus das hepatites A, B e C nas capitais do Brasil, foi elaborado um banco de

dados utilizando o Software EPIINFO versão 6.04. A escolha do software foi em razão

da grande disponibilidade para instalação, por se tratar de um programa de arquitetura

livre (FREEWARE), ou seja, sem nenhum custo para o Inquérito em sua utilização,

além do freqüente uso por profissionais da área de epidemiologia e, supostamente, por

parte dos Coordenadores das 27 capitais onde a pesquisa está sendo realizada.

É importante salientar que quando o sistema operacional é o Windows 2000

Professional ou Windows XP, é comum a versão do EPIINFO 6.04 no módulo

ENTER DATA ocorrer o erro “runtime error at 29E5:11BD” ou no módulo

ENTERX “runtime error at 000B:1753”, impossibilitando a entrada dos dados.

Caso ocorra, é recomendado que seja instalada a versão Windows 98 ou que se

reserve um microcomputador com esta versão de sistema operacional.

Caso não possua o EPIINFO versão 6.04d instalado, pode ser feito um download no

endereço: www.cdc.gov/epiinfo/Epi6/EI6dnjp.htm ou requerido ao técnico de

informática da sua respectiva região, como também as orientações de instalação.

Atenção

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo III 212

Page 213: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Os bancos de dados foram construídos com a mesma lógica de uso dos questionários,

tendo 4 máscaras (base de dados) de entrada, digitadas de forma independente, porém

no processo de análise serão unidas através do número da família e/ou número do

domicílio, por isso a grande importância quanto ao preenchimento no questionário e

verificação da veracidade de sua digitação. As mascaras foram chamadas de :

ü INFODOM.REC – Questionário : informação do domicílio

ü CHEFEFAM.REC – Questionário : informação sobre o responsável pela família

ü ADULTO.REC – Questionário : adolescentes e adultos

ü CRIANCA.REC – Questionário : criança

Haja vista que os dados vão ter dupla entrada, ou seja, digitados em duplicidade em dois

bancos diferentes, devem ser criadas duas pastas com os nomes ENTRADA 1 e

ENTRADA 2, da mesma forma como lhes foi enviado. Dentro de cada pasta devem

conter os arquivos :

PASTA - ENTRADA 1 :

ü INFODOM1.REC – INFODOM1.CHK

ü CHEFAM1.REC – CHEFAM1.CHK

ü ADULTO1.REC – ADULTO1.CHK

ü CRIANCA1.REC – CRIANCA1.CHK

PASTA - ENTRADA 2 :

ü INFODOM2.REC – INFODOM2.CHK

ü CHEFAM2.REC – CHEFAM2.CHK

ü ADULTO2.REC – ADULTO2.CHK

ü CRIANCA2.REC – CRIANCA2.CHK

É recomendado que no final do trabalho diário de digitação seja

feito uma cópia de segurança (BACKUP) dos arquivos de extensão

REC

Atenção

Anexo III 213

Page 214: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

INFORMAÇÕES DO DOMICÍLIO

As questões relacionadas a informação do domicílio estão estruturadas da seguinte

forma:

Questão

Nome da variável

Tipo

Tamanho

Condições/funções de validação

1. Data da entrevista

DATAENT

Data

dd/mm/aa

-

2. Número do domicílio

NFAMILIA

Numérico

7 dígitos

Entrada obrigatória

3. Cidade

CIDADE

Numérico

2 dígitos

Repete a ultima entrada

4. Estado

ESTADO

Texto

2 caracteres

Repete a ultima entrada

5. Rua

RUA

Texto

50 caracteres

-

6. Número

NUM

Numérico

4 dígitos

-

7. Apto

APTO

Numérico

4 dígitos

-

8. Complemento

COMPLEM

Texto

50 caracteres

-

9. Ponto de referência PONTOREF Texto 50 caracteres -

10a. DDD DDD Numérico 3 dígitos Repete a ultima entrada

10b. Telefone TELEFONE Numérico 8 dígitos -

11. Bairro BAIRRO Texto 50 caracteres -

12. Código do bairro CODBAIRR Numérico 3 dígitos - 13. CEP CEP Numérico 8 dígitos - 14. Setor Censitário SC Numérico 11 dígitos - 15. A casa é própria

CASAPROP

Numérico

1 dígito

De 1 a 5 ou 8

16a. Tempo que mora na casa

TEMPMORA

Numérico

1 dígito

De 1 a 3

16b. Especificar o tempo

ESPECIF

Numérico

2 dígito

-

17. Número de cômodos

QCOMODOS

Numérico

2 dígito

-

18. Forma de abastecimento Rede geral

REDGERAL

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 ou 8

Poço ou nascente

POÇO

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 ou 8

Carro pipa

PIPA

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 ou 8

Rio ou

riacho

RIO

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 ou 8

Outras

OUTRAS

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 ou 8

19. Por onde chega a água

AGUACHEG

Numérico

1 dígito

De 1 a 3 ou 8

20. Com que freqüência falta

FREQFALT

Numérico

1 dígito

De 1 a 4

21. Destino das fezes

DESTFEZE

Numérico

1 dígito

De 1 a 4

22. Destino do lixo

DESTLIXO

Numérico

1 dígito

De 1 a 7

Entrevistador

ENTDOMIC

Texto

50 caracteres

-

Anexo III 214

Page 215: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

INFORMAÇÕES SOBRE O RESPONSÁVEL PELA FAMÍLIA

As questões relacionadas ao responsável pela família estão estruturadas da seguinte

forma:

Questão

Nome da variável

Tipo

Tamanho

Condições/funções

1. Data da entrevista

DATAENT

Data

dd/mm/aa

-

2. Número da família

NFAMILIA

Numérico

9 dígitos

Entrada obrigatória

3. Número coleta do sangue

NINDSANG

Numérico

6 dígitos

Entrada obrigatória

4. Indivíduo na família

IDINDIV

Numérico

2 dígitos

Entrada obrigatória

5. Nome do indivíduo

NOME

Texto

50 caracteres

-

6. Sexo

SEXOCF

Numérico

1 dígito

De 1 a 2

7. Qual sua idade

IDADECF

Numérico

2 dígito

-

8. Data de nascimento DATANASC Data dd/mm/aa -

9. Tempo que mora na cidade TEMORCID Numérico 2 dígito -

10. Trabalhou em atividade remunerada

TRABCF Numérico 1 dígito De 1 a 2 – Se 2 pula para a questão 13

11. Ocupação OCUPCF Numérico 6 dígito Preenchimento automático com 999999 quando não tem

atividade remunerada 12. Rendimento mês passado

RENDIMCF

Numérico

6 díg e 2 decimais

Preenchimento automático com 0,00 quando não tem

atividade remunerada

13. Sabe ler e escrever

LERESCCF

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 14. Freqüenta escola

FREESCCF

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 –

Se 2 pula para a

questão 17

15. Qual curso freqüenta

CURFRECF

Numérico

2 dígito

De 1 a 14 -

Preenchimento automático com 99 quando

não freqüenta escola

16. Qual série freqüenta

SERIECF

Numérico

2 dígito

De 1 a 9 -

Preenchimento automático com 99 quando

não freqüenta escola

17. Espécie de curso mais elevado

CURELECF

Numérico

2 dígito

De 1 a 10 ou 99

Entrevistador

ENTREVCF

Texto

50 caracteres

-

Anexo III 215

Page 216: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

QUESTIONÁRIOS ADOLESCENTE E ADULTO E CRIANÇA

As questões relacionadas ao questionário adolescente e adulto estão estruturadas da

seguinte forma:

Questão

Nome da variável

Tipo

Tamanho

Condições/funções

1. Data da entrevista

DATAENT

Data

dd/mm/aa

-

2. Número da família

NFAMILIA

Numérico

9 dígitos

Entrada obrigatória

3. Número coleta do sangue

NINDSANG

Numérico

6 dígitos

Entrada obrigatória

4. Indivíduo na família IDINDIV Numérico 2 dígitos Entrada obrigatória

5. Nome do indivíduo NOME Texto 50 caracteres -

6. Sexo SEXO Numérico 1 dígito De 1 a 2

7. Qual sua idade IDADE Numérico 2 dígito - 8. Data de nascimento DATANASC Data dd/mm/aa - 8. Relação com o responsável RELRESP Numérico 2 dígito De 1 a 12 9. Nome do respondente NOMERESP Texto 50 caracteres - 10. Apelido

APELIDO

Texto

30 caracteres

-

11. Sabe ler e escrever

LERESC

Numérico

1 dígito

De 1 a 2

12. Freqüenta escola

FREQESC

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 –

Se 2 pula para a

questão 15 13. Qual curso freqüenta

CURFREQ

Numérico

2 dígito

De 1 a 14 -

Preenchimento

automático com 99 quando não freqüenta escola

14. Qual série freqüenta

SERIEFRE

Numérico

2 dígito

De 1 a 9 -

Preenchimento automático com 99 quando

não freqüenta escola

15. Espécie de curso mais elevado

CURSOELE

Numérico

2 dígito

De 1 a 10 ou 99

16. Trabalhou em ativ. rem.

TRATIREM

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 –

Se 2 pula para a questão 13

17. Ocupação

OCUPTRAB

Numérico

6 dígito

Preenchimento automático com 999999 quando não tem

atividade remunerada

18. Rendimento mês passado

RENDMES

Numérico

6 díg e 2 decimais

Preenchimento automático com 0,00 quando não tem

atividade remunerada

19. Teve ou teve hepatite

HEPATITE

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 ou 8

20. Recebeu vacina contra hepatite B

VACHEPB

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 ou 8 –

Se 2 ou 8 pula para a questão 22

21. Quantas doses recebeu contra hepatite B

QDOSEHEB

Numérico

1 dígito

De 1 a 3 ou 8 -

Preenchimento automático com 9 quando não vacinado

22. Cartão vacinal hepatite B

CARTVACB

Numérico

1 dígito

De 1 a 5

23. Data última dose hep B

DATULHEB

Data

dd/mm/aa

-

24. Recebeu vacina contra hepatite A

VACHEPA

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 ou 8 –

Se 2 ou 8 pula para a questão 26

25. Quantas doses recebeu contra hepatite A

QDOSEHEA

Numérico

1 dígito

De 1 a 3 ou 8 -

Preenchimento automático com 9 quando não vacinado

26. Cartão vacinal hepatite A

CARTVACA

Numérico

1 dígito

De 1 a 5

27. Data última dose hep A

DATULHEA

Data

dd/mm/aa

-

Anexo III 216

Page 217: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Questão

Nome da variável

Tipo

Tamanho

Condições/funções

28. Tratamento dentário últimos 12 meses

TRADEN12

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 ou 8 –

Se 2 ou 8 pula para a questão 30

29. Tratamento dentário alguma vez na vida

TRADENAL

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 ou 8 -

Preenchimento automático com 9 quando 28 = 2 ou 8

30. Cirurgia nos últimos 12 meses

CIRURG12

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 ou 8 –

Se 2 ou 8 pula para a questão 33

31. Cirurgia alguma vez na vida

CIRURGAL

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 ou 8 -

Preenchimento automático com 9 quando 30 = 2 ou 8

32. Quantos anos fez a ultima cirurgia

ANOULCIR

Numérico

2 dígito

Preenchimento automático c/ 99 quando 30 ou 31 = 2 ou 8

33. Transfusão nos últimos 12 meses

TRANSF12

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 ou 8 –

Se 2 ou 8 pula para a questão 36

34. Transfusão alguma vez na vida

TRANSFAL

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 ou 8 -

Preenchimento automático com 9 quando 33 = 2 ou 8

35. Quantos anos fez a ultima transfusão

ANOTRANS

Numérico

2 dígito

Preenchimento automático c/ 99 quando 33 ou 32 = 2 ou 8

36. Hospitalizado nos últimos 12 meses

HOSPIT12

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 ou 8 –

Se 2 ou 8

pula para a questão 39

37. Hospitalizado alguma vez na vida

HOSPITALAL Numérico 1 dígito De 1 a 2 ou 8 -

Preenchimento automático com 9 quando 36 = 2 ou 8

38. Quantos anos fez da ultima hospitalização

ANOHOSP Numérico 2 dígito Preenchimento automático c/ 99 quando 36 ou 37 = 2 ou 8

39. Endoscopia nos últimos 12 meses

ENDOSC12 Numérico 1 dígito De 1 a 2 ou 8 – Se 2 ou 8 pula para a questão 41

40. Endoscopia alguma vez na vida

ENDOSCAL Numérico 1 dígito De 1 a 2 ou 8 - Preenchimento automático com 9 quando 39 = 2 ou 8

41. Tem tatuagem

TATUAGEM

Numérico

1 dígito

De 1 a 2

42. Tem ou teve piercing

PIERCING

Numérico

1 dígito

De 1 a 2

43. Compartilha escova

ESCDENTE

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 44. Compartilha obj cortantes

OBJCORT

Numérico

1 dígito

De 1 a 2

45. Trabalha em algum SS

TRABSS

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 -

Se 2 pula para a questão 48

46. Em que setor do SS você trabalha

Ambulatório

AMBULAT

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 -

Preenchimento automático c/ 9 quando 45 = 2

Enfermaria

ENFERMA

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 -

Preenchimento automático c/ 9 quando 45 = 2

Emergência

EMERGENC

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 -

Preenchimento automático c/ 9 quando 45 = 2

Centro Cirúrgico

CENTCIR

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 -

Preenchimento automático c/ 9 quando 45 = 2

Laboratório

LABORAT

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 -

Preenchimento automático c/ 9 quando 45 = 2

Hemodiálise

HEMODIAL

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 -

Preenchimento automático c/ 9 quando 45 = 2

Outro

OUTROSET

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 -

Preenchimento automático c/ 9 quando 45 = 2

Anexo III 217

Page 218: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo III 218

Questão

Nome da variável

Tipo

Tamanho

Condições/funções

47. Ocupação que tinha no Serviço de saúde

OCUPSS

Numérico

1 dígito

De 1 a 8 -

Preenchimento automático c/ 9 quando 45 = 2

48. Na sua vida já tomou pelo menos 8 drinks

TOMDRINK

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 -

Se 2 pula para a questão 55

49. Período na vida

que já tomou pelo menos 8 drinks

PERTOM8D

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 -

Se 2 pula para a questão 55 -

Preenchimento automático c/ 9 quando 48 = 2

50. Nos últimos 30 dias tomou pelo menos uma dose

UL30DOSE

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 -

Se 2 pula para a questão 55 -

Preenchimento automático c/ 9 quando 48 ou

49 = 2

51. Nos últimos 3 meses freqüência que tomou bebida

UL3TOMBE

Numérico

1 dígito

De 1 a 7 -

Preenchimento automático c/ 9 quando 48, 49

ou 50 = 2

52. Quantos drinks geralmente tomou

UL3QDRIN

Numérico

2 dígito

Preenchimento automático c/9 quando 48, 49 ou 50 = 2

53. Tratamento para um problema com o álcool

TRATALCO

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 -

Preenchimento automático c/ 9 quando 48,

49 ou 50 = 2

54. Classificação quanto ao uso de bebida alcoólica

CLASBEB

Numérico

1 dígito

De 1 a 4 Preenchimento automático c/ 1 quando 48,

49 ou 50 = 2

55. Já iniciou sua vida sexual VIDASEX Numérico 1 dígito De 1 a 2 ou 8 - Se 2 ou 8 pula para a questão 65

56. Quantos anos tinha na primeira relação sexual

ANORESEX Numérico 2 dígito Preenchimento automático com 99 quando 55 = 2 ou 8

57. Hábito de usar camisinha USACAMIS Numérico 1 dígito De 1 a 2 ou 8 - Preenchimento automático

c/9 quando 55 = 2 ou 8 58. Parceiro teve hepatite

PARCHEP

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 ou 8 -

Preenchimento automático

c/9 quando 55 = 2 ou 8

59. Já teve outro parceiro sexual

TEVOUTPA

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 ou 8 - Preenchimento automático

c/9 quando 55 = 2 ou 8 60. Quantos parceiros sexuais

teve nos últimos 12 meses

QPARSEX

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 ou 8 -

Preenchimento automático c/9 quando 55 = 2 ou 8

61. Parceiro sabidamente portador de hepatite

RELPORHE

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 ou 8 -

Preenchimento automático

c/9 quando 55 = 2 ou 8

62. Parceiro teve alguma doença venéria

PARTEV DV

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 ou 8 -

Preenchimento automático

c/9 quando 55 = 2 ou 8

63. Parceiro que faz sexo com pessoa do mesmo sexo

PABISSEX

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 ou 8 -

Preenchimento automático c/9 quando 55 = 2 ou 8

64. Já teve alguma doença venéria

TEVEDV

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 ou 8 -

Preenchimento automático c/9 quando 55 = 2 ou 8

65. Fez uso de droga fumada

DROGFUMA

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 ou 8

66. Já cheirou cola

CHECOLA

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 ou 8

Page 219: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo III 219

Questão

Nome da variável

Tipo

Tamanho

Condições/funções

67. Fez uso de droga cheirada

DROGCHEI

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 ou 8 -

Se 2 ou 8 pula para a questão 69

68. Que droga cheirada fez uso

DROGUSO

Numérico

1 dígito

Preenchimento automático c/9 quando 67 = 2 ou 8

69. Uso de drogas injetáveis

DROGINJE

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 ou 8

70. Tomou injeção com seringa de vidro

INJSERVI

Numérico

1 dígito

De 1 a 2 ou 8

71. Motivo de ter tomado injeção com seringa de vidro

MOTINJ

Numérico

1 dígito

De 1 a 4 ou 8 ou 9 -

Preenchimento automático c/9 quando 70 = 2 ou 8

72. Coleta de sangue COSANGUE Numérico 1 dígito De 1 a 2 - Se 2 pula para o nome do entrevistador

73. Resultado Anti-HAV ANTIHAV Numérico 1 dígito De 1 a 5 - Preenchimento automático c/9 quando 72 = 2

74. Resultado Anti-HBc ANTIHBC Numérico 1 dígito De 1 a 5 - Preenchimento automático c/9 quando 72 = 2

75. Resultado HBsAg

HNSAG

Numérico

1 dígito

De 1 a 5 -

Preenchimento automático c/9 quando 72 = 2

76. Resultado Anti-HBs

ANTIHBS

Numérico

1 dígito

De 1 a 5 -

Preenchimento

automático c/9 quando 72 = 2 77. Resultado Anti-HCV

ANTIHCV

Numérico

1 dígito

De 1 a 5 -

Preenchimento

automático c/9 quando 72 = 2

78. Resultado HCV-RNA

HCVRNA

Numérico

1 dígito

De 1 a 5 -

Preenchimento automático c/9 quando 72 = 2

Entrevistador

ENTADULT

Texto

50 caracteres

-

Page 220: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo III 220

INSTRUÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DO VALIDATE

O uso do VALIDATE tem como função detectar erros de digitação. Após

proceder-se a dupla entrada dos dados, a utilização deste programa vai permitir que os

dois arquivos sejam comparados e as diferenças existentes entre eles sejam listadas para

posterior correção. O software utilizado para essa finalidade será o EPIINFO versão

6.04, selecionando-se no menu Programs a opção VALIDATE duplicate entry. (ver

abaixo a opção sombreada na figura)

Seguindo a tela abaixo, nos espaços FILE 1 e FILE 2 digite a localização dos arquivos

correspondentes à primeira e segunda entrada, conforme mostra o exemplo a seguir:

Page 221: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo III 221

Exemplo: File 1

C:\EPI6\ENTRADA1\ADULTO1.REC

File 2

C:\EPI6\ENTRADA2\ADULTO2.REC

No campo Output to escolha a opção File para que as diferenças existentes venham a

ser gravadas em um arquivo do tipo DOC (documento do Word). A localização deste

arquivo deve ser preenchida no campo Output file name.

Exemplo : Output file name

C:\EPI6\ENTRADA1\ERROS.DOC

Em relação ao campo Include deleted records não deverá ser marcado esta opção, uma

vez que o banco de dados não deve conter nenhum registro excluído.

O uso da opção Use unique IDs dependerá da ordem na qual os dados foram

introduzidos no arquivo:

- Se os registros estiverem na mesma ordem nos dois arquivos, não é necessário

que a opção Use unique IDs seja marcada, e basta pressionar F4 que o

programa fará a comparação e mostrará as diferenças no arquivo gravado,

como mencionado anteriormente;

- Se os registros estiverem em ordens diferentes, marque a opção Use unique IDs

e selecione a variável identificadora, que irá

variar de acordo com o questionário, assim

padronizadas:

Page 222: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo III 222

- Nos questionários Adolescente e Adulto e criança será utilizada a variável

NSANGUE;

- Nos questionários Informação do domicílio será utilizada a variável

NDOMIC;

- Nos questionários Informação do chefe da família será utilizada a variável

NFAMILIA;

- Na folha de controle domiciliar será utilizada a variável NDOM;

Especificamente no que se refere ao Quadro familiar, o validate dessa etapa deverá

seguir os seguintes passos:

1º) Selecione no menu Programs a opção ANALYSIS OF DATA e, por meio do

comando READ, abra o arquivo QUADROFAM.REC.

2º) Execute o comando

SORT NUMFAM CODINDIV

para que o banco de dados seja

ordenado segundo o número da

família e código do indivíduo na

família.

Page 223: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo III 223

3º) Salve o banco de dados ordenado pelo número da família e código do indivíduo na

família com outro nome, por meio dos comandos :

ROUTE C:\EPI6\QUADRO\QUAFAM1.REC

E logo em seguida o comando

WRITE RECFILE

4º) Sair do arquivo por meio do comando CLOSE

Obs. Repita esses procedimentos para o arquivo do quadro familiar da segunda

entrada fazendo os ajustes cabíveis. Nesse caso o arquivo, conforme mostrado no

item 3, deverá ser nomeado QUADFAM2.REC.

A partir dos procedimentos de ordenação dos bancos do quadro familiar, o processo do

VALIDATE não necessitará que a opção Use unique IDs seja marcada, bastando

pressionar F4 para que o programa faça a comparação e mostre as diferenças no arquivo

gravado.

O arquivo gravado com as diferenças deverá ser entregue aos digitadores para que sejam realizadas as correções, após a consulta aos questionários.

Page 224: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo III 224

UUNNIIVVEERRSSIIDDAADDEE DDEE PPEERRNNAAMMBBUUCCOO

MANUAL DE CAMPO

BBrraassiill,, 22000033

MMMAAANNNUUUAAALLL DDDOOO EEENNNTTTRRREEEVVVIIISSSTTTAAADDDOOORRR

EEESSSTTTUUUDDDOOO DDDEEE PPPRRREEEVVVAAALLLÊÊÊNNNCCCIIIAAA DDDEEE

BBBAAASSSEEE PPPOOOPPPUUULLLAAACCCIIIOOONNNAAALLL DDDAAASSS IIINNNFFFEEECCCÇÇÇÕÕÕEEESSS

PPPEEELLLOOOSSS VVVÍÍÍRRRUUUSSS DDDAAASSS HHHEEEPPPAAATTTIIITTTEEESSS AAA,,, BBB EEE CCC

NNNAAASSS CCCAAAPPPIIITTTAAAIIISSS DDDOOO BBBRRRAAASSSIIILLL

Page 225: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Orientações Gerais para o Preenchimento dos Questionários

Caro entrevistador

Para assegurar que as informações obtidas durante o trabalho de campo não

sofram distorções nas etapas posteriores, é muito importante que as anotações e

registros feitos nos questionários sejam legíveis e não causem dúvidas de interpretação.

1. Use somente lápis para preencher os questionários;

2. Não deixe respostas em branco;

3. NÃO PREENCHA OS CÓDIGOS DO QUESTIONÁRIO NO MOMENTO DA

ENTREVISTA;

4. Sempre que houver dúvida sobre a resposta dada pelo informante, escreva a resposta

por extenso e deixe que o coordenador de campo classifique-a, conforme as opções

enunciadas no questionário;

5. Para cada domicílio ocupado, e para cada família ou pessoa que resida sozinha,

preencha sempre a folha de controle domiciliar, o questionário contendo

informações sobre o domicílio e os respectivos questionários, de acordo com a

posição ocupada na família e a faixa etária (responsável pela família, adulto,

criança).

6. Nos domicílios onde haja mais de uma família residindo, deverá ser preenchido um

questionário para cada uma delas. O mesmo se aplica às pessoas que vivem

sozinhas.

7. O responsável pelo domicílio de ser a primeira pessoa a ser entrevistada. As

demais serão entrevistadas em seguida.

8. É obrigatório o preenchimento da seção referente à IDENTIFICAÇÃO em todos os

questionários.

9. Todos os questionários apresentam comandos, sob a forma de seta, que determinam

a seqüência de preenchimento.

Anexo III 225

Page 226: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

1. A coleta das informações será realizada mediante o preenchimento dos seguintes

formulários:

- FOLHA DE CONTROLE DOMICILIAR

- QUESTIONÁRIO: INFORMAÇÕES SOBRE O DOMICÍLIO

- QUESTIONÁRIO: INFORMAÇÕES SOBRE O RESPONSÁVEL

PELA FAMÍLIA

- QUESTIONÁRIO: ADOLESCENTES E ADULTOS

- QUESTIONÁRIO: CRIANÇA

2. CONCEITOS BÁSICOS PARA O PREENCHIMENTO DOS

FORMULÁRIOS:

- DOMICÍLIO: espaço destinado a moradia isolada de outro domicílio, por

muro, cerca, dentre outros, e com entrada independente. A separação física

deve permitir que uma ou mais pessoas que nele habitam se isolem das

demais, com a finalidade de dormir, preparar e/ou consumir alimentos,

proteger-se do meio ambiente, assumindo total ou parcialmente os gastos

com alimentação ou moradia.

- DOMICÍLIO ABERTO: toda unidade que esteja sendo habitada, ainda que

os moradores não estejam presentes no momento.

- DOMICÍLIO FECHADO: toda unidade que esteja sendo habitada, mas

que os moradores se encontrem temporariamente ausentes no período da

coleta (por motivo de viagem, trabalho, estudo, etc.).

- DOMICÍLIO VAGO: Toda unidade que não esteja sendo habitada no

período da coleta.

- DOMICÍLIO PARTICULAR DE USO OCASIONAL: Toda unidade que

é utilizada de forma descontínua pelo fato dos moradores possuírem um

outro domicílio permanente onde residem a maior parte do tempo.

- DOMICÍLIO COLETIVO: quando a relação dos habitantes é determinada

por normas administrativas.

Anexo III 226

Page 227: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

- DOMICÍLIO NÃO RESIDÊNCIAL: quando a edificação não é destinada

a moradia (empresas, industrias, etc.)

- UNIDADE FAMILIAR: conjunto de pessoas que vivem no mesmo

domicílio, compartilhando o mesmo espaço e orçamento doméstico,

independente do grau de parentesco; Conventos, quartéis, presídios e

colégios estão excluídos do estudo por não serem considerados unidade

familiar.

- FAMÍLIA: considere como família a pessoa que mora sozinha ou um

conjunto de pessoas ligadas por laços de parentesco ou dependência

doméstica. São integrantes da unidade familiar todas as pessoas que residem

no domicílio. Visitantes passageiros e parentes em férias não são

considerados integrantes da unidade familiar. Caso o trabalhador doméstico

e seu(s) filho(s) morem na residência que faz parte da amostra será elegível

para a coleta de sangue e entrevista somente se residirem continuamente há

mais de dois anos no domicílio. Se o trabalhador doméstico for diarista, não

será elegível para nenhuma das situações pesquisadas.

- FAMÍLIAS CONVIVENTES: define-se como conviventes as famílias

com, no mínimo, duas pessoas cada uma, que conviviam no mesmo

domicílio particular na data da entrevista.

São formadas por parentes com suas respectivas famílias ou pessoas não

aparentadas com suas respectivas famílias, tais como:

· Pai e filho, com suas respectivas famílias que residam em um mesmo

domicílio;

· Indivíduo aposentado com ou sem cônjuge que resida com filho(a) e

respectiva família;

· Irmãos, com suas respectivas famílias, que residam em um mesmo

domicílio;

· Patrões e empregados, com suas respectivas famílias que residam em

um mesmo domicílio;

· Amigos ou colegas com suas respectivas famílias que residam em um

mesmo domicílio;

Anexo III 227

Page 228: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

- MORADOR: é a pessoa que tem a unidade domiciliar (domicílio particular

ou unidade de habitação em domicílio coletivo) como local de residência

habitual, na data da entrevista.

- RETORNOS: se o domicílio que faz parte da amostra e estiver fechado,

retorne mais uma vez (em turnos diferentes) para realizar a pesquisa. Se ao

retornar, a casa ainda se encontrar fechada retornar mais uma vez, caso ela

ainda se encontre fechada considera-se o domicílio fechado. Não substituir

domicílio fechado.

Anexo III 228

Page 229: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

1. NÚMERO DO DOMICÍLIO: deverá ser

preenchido pelo coordenador de campo. Composto

por 7 dígitos constituído por uma seqüência de

números que corresponde ao: dois primeiros

dígitos da Unidade Federativa, dois seguintes

referente a UPA e os três referentes ao número

do domicílio.

2. Nos quadros abaixo, o entrevistador deverá registrar

a data, horário, nome do entrevistador e resultado da

visita, devendo ser codificado posteriormente pelo

coordenador de campo.

3. Na página relativa ao QUADRO FAMILIAR, o

entrevistador deve anotar as informações referentes

a todos os membros da(s) família(s), incluindo

posição do entrevistado em relação ao chefe da

família, sexo, idade e a data da entrevista e da coleta

de sangue. Em todos os casos quem define o responsável pela família é a própria família.

A numeração dos indivíduos ocorrerá a partir do chefe de família mais velho, cônjuge e

demais membros em ordem decrescente de idade. Registre para cada pessoa o número da

família que pertence. Nos domicílios que possuam mais de uma família, utilizar a mesma

folha e, ao iniciar o preenchimento da segunda família, separar por uma linha em branco.

A codificação será realizada pelo coordenador de campo.

Obs 1: Mesmo nos domicílios em que não haja ninguém na faixa etária selecionada para o

inquérito, o QUADRO DOMICILIAR deverá ser preenchido. Nessa situação o quadro deve

ser conferido pelo coordenador de campo, devendo constar sua assinatura.

Obs 2: Caso haja recusa quanto a resposta ao questionário, os dados de identificação desses

indivíduos constantes no quadro domiciliar, deverão ser transcritos para o questionário

específico pelo coordenador de campo. Vale ressaltar que isso deverá ser feito mesmo quando a

coleta de sangue não for realizada.

Anexo III 229

Page 230: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

1. IDENTIFICAÇÃO: Contém as

seguintes informações: data da

entrevista, número do domicílio,

código da cidade e estado, as

quais deverão ser previamente

identificadas pelo Coordenador

de campo.

2. DADOS DO DOMICÍLIO: os

campos 5, 6, 7, 8, 9, 11, 12, 13 e

14 deverão ser preenchidos pelo

coordenador de campo.

INFORMAÇÕES DO DOMICÍLIO

Anexo III 230

Page 231: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

1. CARACTERÍSTICAS DO DOMICÍLIO: destina-se a levantar informações sobre

o domicílio e conhecer as condições favoráveis à transmissão da doença.

Item 15: A casa em que o (a) sr (a) mora é própria?

1. Sim, já foi paga Quando o domicílio for de propriedade, total ou parcial, de um ou mais moradores e já

estiver integralmente pago;

2. Sim, ainda pagando Quando o domicílio for de propriedade, total ou parcial, de um ou mais moradores e

ainda não estiver integralmente pago;

3. Não, alugada Quando o aluguel do domicílio for pago por um ou mais dos seus moradores. Considere

também como alugado, o domicílio em que o empregador (de qualquer um dos

moradores) pagar, como parte integrante do salário, uma parcela em dinheiro para o

pagamento do aluguel;

4. Não, emprestada Quando o domicílio for cedido gratuitamente, ainda que uma taxa de ocupação seja

paga (impostos, condomínios) ou de conservação;

5. Outros Quando o domicílio for ocupado de forma diferente das anteriormente relacionadas. Por

exemplo, domicílios ocupados por invasão.

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo III 231

Page 232: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Item 16: Há quanto tempo mora nesta casa?

Item 17: Quantos cômodos a sua casa tem?

Item 18: A forma de abastecimento de água utilizada no domicílio onde mora é:

1. Rede geral Quando o domicílio, o terreno ou a propriedade onde está localizado, forem servidos de

água ligada à rede geral de abastecimento;

2. Poço ou nascente Quando o domicílio for servido de água por poço ou nascente localizado no terreno ou

na propriedade de onde está construído;

3. Carro pipa Quando o domicílio for servido de água por carro pipa;

4. Rio ou riacho Quando o domicílio for servido de água de rio ou riacho localizado fora do terreno ou

da propriedade onde está construído;

5. Outras Quando o domicílio for servido de água de reservatório ou caixa ou abastecido por água

da chuva.

Registre o número de anos que o morador reside na casa. Se residir há menos de um ano

registre os meses. Caso esteja residindo há menos de um mês registre os dias.

Para essa questão, considere como cômodo cada compartimento do domicílio coberto por

um teto e limitado por paredes ou divisórias, inclusive banheiro e cozinha. Inclua no

total os cômodos existentes na parte interna do prédio, que seja parte integrante do

domicílio. Não considere como cômodos: corredores, alpendres, varanda, garagens,

depósitos e outros compartimentos utilizados para fins não residenciais. Para os

domicílios em casas de cômodo, ou similares, não compute no total de cômodos as

cozinhas e banheiros de uso comum (comunitários). Registre o número de cada cômodo

ao lado das opções. O número total de cômodos será computado pelos coordenadores

estaduais no momento da codificação dos questionários.

Anexo III 232

Page 233: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Obs: no caso da existência de mais de um tipo de abastecimento de água registre todas os

diferentes tipos. Ex: o domicílio abastecido por água encanada e poço ou nascente.

Item 19: Por onde chega a água utilizada nesta casa ?

1. Encanada em pelo menos um cômodo Quando o domicílio for servido de água canalizada com distribuição interna para um ou

mais cômodos;

2. Encanada só na propriedade ou terreno Quando a água utilizada no domicílio chegar canalizada até a propriedade, sem haver

distribuição interna;

3. Não encanada Quando a água utilizada no domicílio não chegar canalizada à propriedade ou ao terreno

e não tiver distribuição interna.

8. Não informou Quando o entrevistado não sabe ou se recusa a informar.

Item 20: Com que freqüência falta água na sua casa?

1. Pelo menos uma vez na semana Quando o abastecimento sofre descontinuidade, pelo menos um dia na semana

2. Pelo menos um vez no mês Quando há falta de abastecimento de água com frequência de, pelo menos, uma vez ao

mês

3. Raramente Quando não há periodicidade na interrupção do fornecimento de água

4. Nunca Se não há descontinuidade, em nenhuma circunstância, no abastecimento de água

Anexo III 233

Page 234: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Item 21: Qual o destino das fezes e urina do banheiro da sua casa ?

1. Rede pública de esgoto Quando a canalização do banheiro ou sanitário estiver ligada a rede geral de saneamento

2. Fossa Quando a canalização do banheiro ou sanitário estiver ligada a uma fossa séptica (nesse

caso, a matéria esgotada passa por processo de tratamento ou decantação) ou rudimentar

(fossa negra, poço, buraco, dentre outros);

3. Céu aberto Quando o banheiro ou sanitário estiver ligado a uma vala;

4. Rio, riacho ou mar Quando o banheiro ou sanitário estiver ligado diretamente a um dessas três opções.

Item 22: Qual o destino do lixo de sua casa?

1. É coletado por serviço de limpeza Quando o lixo do domicílio for coletado diretamente por serviço de empresa pública ou

privada

2. É colocado em caçamba de serviço de limpeza Quando o lixo do domicílio for depositado em uma caçamba, tanque ou depósito, fora

do domicílio, para depois ser coletado por serviço de empresa pública ou privada.

3. É queimado Quando o lixo do domicílio for queimado no terreno ou propriedade onde se localiza o

domicílio.

4. É enterrado Quando o lixo do domicílio for enterrado no terreno ou propriedade onde se localiza o

domicílio.

Observação:

1.No caso de existir mais de um tipo de escoadouro no domicílio, assinale o que se

enquadra primeiro na ordem enumerada.

2. Quando houver dúvida, a resposta deve ser baseada na observação do entrevistador.

Anexo III 234

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Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

ORIENTAÇÕES GERAIS PARA O PREENCHIMENTO DO QUESTIONÁRIO

As questões referentes à identificação e dados sócio-econômicos do responsável da

família deverão ser obrigatoriamente preenchidas. Os dados restantes, relacionados à

história de contato, só deverão ser obtidos quando o mesmo tiver sido selecionado para

o inquérito sorológico.

NÚMERO DA FAMÍLIA: deverá ser preenchido pelo coordenador de campo. Composto por 9 dígitos constituído por uma seqüência de números que corresponde ao: dois primeiros dígitos da Unidade Federativa, dois seguintes referente a UPA, três referentes ao número do domicílio e os dois últimos referentes ao número da família

5. É jogado em terreno baldio ou logradouro Quando o lixo do domicílio é jogado em terreno baldio ou logradouro público.

6. É jogado em rio, lago ou mar Quando o lixo do domicílio é jogado nas águas do rio, lago, mar ou canal.

7. Tem outro destino Quando o lixo do domicílio tem destino diferente dos enumerados anteriormente.

QUESTIONÁRIO DO RESPONSÁVEL PELA FAMÍLIA

Observação:

1. Quando houver mais de uma resposta, considerar o que a família refere como sendo o

principal destino do lixo da casa.

Anexo III 235

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Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

IDENTIFICAÇÃO: contém as seguintes informações: data da entrevista, número da

família, código da cidade e do estado. O entrevistador deverá receber o formulário

previamente identificado pelo coordenador de campo.

Item 5. Nome Nome do morador responsável pela família, que deverá ser maior de 15 anos.

Item 6. Sexo Marcar uma das opções referidas

Item 7. Idade Idade da pessoa que está sendo entrevistada, em anos.

Item 8. Data de nascimento Registrar a data de nascimento do responsável pela família. Para a pessoa que só

sabe o dia e/ou o mês de nascimento, não poderá ser feito o cálculo do ano baseado

na informação da idade. Este item ficará em branco quando a pessoa não souber

informar o mês e o ano de nascimento.

Item 9. Há quanto tempo mora nesta cidade ? Registrar o número de anos completos até 31 de julho. Quando o tempo de moradia

for inferior a um ano, registre 0 (zero)

Anexo III 236

Page 237: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Item 10. Na semana passada, você trabalhou em alguma atividade remunerada ? 1. Sim Se realizou qualquer atividade remunerada, incluindo atividade de preparação de algum

produto, venda ou prestação de algum serviço no próprio domicílio.

2. Não se a resposta foi não, seguir para a questão 12.

Obs: Se for aposentado, considerar que não exerce nenhuma ocupação atual. Deverá

responder o item relativo a renda.

Anexo III 237

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Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Item 11. Qual era a ocupação que você exercia no trabalho principal, na semana passada? 1. Define-se ocupação como a função, cargo ou ofício desempenhado por uma pessoa

em uma atividade econômica. Se houve perda definitiva do trabalho que o

entrevistado possuía na semana anterior à entrevista, considere as informações

relativas a esta última.

2. O trabalho principal será aquele no qual a pessoa dedicava maior número de horas

trabalhadas por semana, independentemente de ser remunerado ou não.

3. O registro da ocupação deve expressar com clareza o trabalho exercido pela pessoa,

evitando-se registros genéricos. Exemplo: ao invés de registrar apenas pintor,

detalhar se é pintor de paredes, pintor de automóveis, pintor de quadros, dentre

outros.

Item 12. Qual o seu rendimento no mês passado?

Item 13. Sabe ler e escrever ? 1. Sim Se a pessoa é capaz de ler e escrever, pelo menos um bilhete simples no idioma que

conhece. Considere também a pessoa alfabetizada, que se tornou incapacitada de ler ou

escrever.

2. Não Quando a pessoa nunca aprendeu a ler ou escrever ou esqueceu, embora tenha

aprendido. Considere também como não sabendo ler e escrever, a pessoa que só é capaz

de escrever o próprio nome.

Anotar a ocupação do entrevistado, na linha disponível no campo correspondente a

ocupação exercida, que deverá ser codificada posteriormente por um dos

coordenadores locais.

Não tem: registrar 0 em todos os campos

Não sabe informar: preencher todos os campos com o número 8.

Caso possua rendimentos, anotar a quantia recebida no mês anterior ao da entrevista, em reais

Anexo III 238

Page 239: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Item 14. Freqüenta escola ? 1. Sim Considere como freqüentando escola, a pessoa matriculada em curso regular (pré-

escolar, ensino fundamental, 1o grau, mestrado, doutorado, dentre outros.

2. Não Não considere freqüentando escola as pessoas que estejam realizando somente cursos

rápidos de especialização, profissional ou de extensão cultural, como corte e costura,

dança, idiomas, informática ou cursos de ensino fundamental, 1o grau, 2o grau, dentre

outros, através de rádio, televisão ou correspondência.

Item 15. Qual é o curso que freqüenta ? 4. alfabetização de adultos Curso destinado à alfabetização de jovens e adultos;

5. ensino fundamental ou 1o grau – regular seriado Curso de ensino fundamental ou de 1o grau organizado em séries anuais;

6. ensino fundamental ou 1o grau – regular não seriado Curso de ensino fundamental ou de 1o grau não organizado em séries anuais, ou seja,

organizado em regimes de créditos, períodos letivos, semestres, fases, ciclos, dentre

outros;

7. supletivo (ensino fundamental ou 1o grau) Curso supletivo de ensino fundamental ou de 1o grau, seriado ou não;

8. ensino médio ou Segundo grau - regular seriado Curso de ensino médio ou de 2o grau organizado em séries anuais;

9. ensino médio ou 2o grau – regular não seriado Curso de ensino médio ou de 2o grau não organizado em séries anuais, ou seja,

organizado em regimes de créditos, períodos letivos, semestres, fases, ciclos, dentre

outros;

10. supletivo (ensino médio ou 2o grau) Curso supletivo de ensino médio ou de 2o grau, seriado ou não;

11. pré-vestibular Curso preparatório para prestar exames de ingresso em curso de nível superior (exame

vestibular). Considere este item somente para as pessoas que não freqüentam,

simultaneamente, o ensino médio ou 2o grau;

12. Curso de graduação universitária ou superior Curso de graduação universitária ou superior

Anexo III 239

Page 240: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

13. Especialização/residência Curso de especialização com duração acima 480 horas ou curso de residência com dois

anos de duração.

14. Mestrado ou Doutorado Curso de mestrado ou doutorado, inclusive para quem está matriculado para preparar

tese

Item 16. Qual é a série que freqüenta?

PARA A PESSOA QUE NÃO FREQUENTA ESCOLA, MAIS JÁ

FREQUENTOU.

Item 17. Qual é a espécie de curso mais elevado concluído ?

1. Alfabetização de adultos Curso destinado à alfabetização de jovens e adultos;

2. Antigo primário Para curso elementar

3. Antigo ginásio Para curso fundamental segundo ciclo 4. Antigo clássico, científico, etc Para curso médio

5. Ensino fundamental ou primeiro grau Curso de ensino fundamental ou de 1o grau, seriado ou não; 6. Ensino médio ou 2o grau Curso de ensino médio ou de 2o grau

7. Pré-vestibular

Curso preparatório para prestar exames de ingresso em curso de nível superior (exame vestibular). Considere este item somente para as pessoas que não freqüentam, simultaneamente, o ensino médio ou 2o grau;

8. Superior ou graduação Curso de graduação universitária ou superior

- Assinale a série que freqüenta nos cursos seriados (1. primeira 2. Segunda

3. Terceira, dentre outros).

- Se o curso que freqüenta não for organizado em séries, registrar a opção 9.

- Quando a pessoa não frequente nenhum curso, registrar a opção 99.

Anexo III 240

Page 241: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

9. Mestrado e doutorado

Este item será assinalado somente se houver o título de mestre, doutor ou aprovação da tese, ainda que o diploma não tenha sido expedido.

10. Não concluiu nenhum curso

Para a pessoa que:

Freqüentou, mas não concluiu a 1o série do ensino fundamental, 1o grau ou equivalente; Freqüentou ou concluiu somente classe de alfabetização;

Freqüentou, mas não concluiu curso de alfabetização de adultos;

Ou freqüentou somente creche.,

11. Não se aplica Quando nunca freqüentou escola

Anexo III 241

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Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

QUESTIONÁRIO ADOLESCENTE E ADULTO

Anexo III 242

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Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

DADOS DO INDIVÍDUO : contém as seguintes informações: data da entrevista,

número da família e identificador do indivíduo. O entrevistador deverá receber o

formulário previamente identificado pelo coordenador de campo.

Item 4. Nome Nome do morador, que deverá ser maior de 12 anos..

Item 5. Sexo Marcar uma das opções referidas

Item 6. Idade Idade da pessoa que está sendo entrevistada, em anos.

Item 7. Data de nascimento Registrar a data de nascimento do responsável pela família. Para a pessoa que só

sabe o dia e/ou o mês de nascimento, não poderá ser feito o cálculo do ano baseado

na informação da idade. Este item ficará em branco quando a pessoa não souber

informar o mês e o ano de nascimento.

Item 8. Qual é a relação do participante com a pessoa responsável pela família ?

Registrar no campo correspondente, o número referente à relação estabelecida pelo

entrevistado, com o responsável pela família.

Item 9. Nome do respondente

Caso haja impedimento para aplicação do questionário com o morador, deve-se

registrar, neste campo, o nome do responsável pelas informações pertinentes ao

entrevistado.

Item 10. Apelido do respondente

Registrar do respondente.

Anexo III 243

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Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

As questões relativas às informaçõe s de dados sócio-econômicos (exceto os itens 8

e 9) são semelhantes àquelas do questionário do responsável pela família, portanto as

orientações, quanto às mesmas, podem ser encontradas com a ajuda da tabela abaixo :

Questões correspondem à

Questionário adolescente e adulto Questionário responsável pela família

Item 11 Þ Item 13 – pág 12

Item 12 Þ Item 14 – pág 12

Item 13 Þ Item 15 – pág 13

Item 14 Þ Item 16 – pág 14

Item 15 Þ Item 17 – pág 14

Item 16 Þ Item 10 – pág 11

Item 17 Þ Item 11 – pág 11

Item 18 Þ Item 12 – pág 12

Anexo III 244

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Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

HISTÓRIA DE CONTATO

Anexo III 245

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Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Item 19. Já teve ou tem hepatite (icterícia/amarelão) ?

1. Sim Se o entrevistado referiu vir apresentando sinais ou sintomas da doença ou se já

apresentou no passado.

2. Não Se o entrevistado referiu nunca ter tido a doença.

8. Não sabe informar Registre o número 8 no campo correspondente.

Item 20. Já recebeu a vacina contra hepatite B? 1. Sim Quando há registro no cartão ou se a pessoa referir ter tomado uma ou mais doses

2. Não Quando não há registro no cartão ou se informar que não foi vacinado

8. Não sabe informar Quando não houver registro ou o entrevistado não sabe informar.

Item 21. Quantas doses de vacina contra hepatite B o senhor (a) recebeu?

Item 22. Observação de cartão vacinal contra hepatite B 1. não apresentou o cartão Registrar esta opção caso o cartão de vacina inexista ou esteja inacessível no momento

da entrevista.

2. Uma dose: Se há registro de uma dose no cartão de vacinação

3. Duas Se há registro de duas doses no cartão de vacinação.

4.Três doses Se há registro de três doses.

Assinale o número de doses recebidas, de acordo com os registros do cartão de vacinação.

Caso não o tenha, anotar o número de doses de vacinas informadas pelo entrevistado.

Anexo III 246

Page 247: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Item 23. Data da última dose contra hepatite B.

Item 24. Já recebeu vacina contra hepatite A? Registrar a informação, de acordo com a resposta do entrevistado ou observação do

registro no cartão de vacinas.

1. Sim Se referir ou há registro no cartão de vacinação contra hepatite.

2. Não Se afirmar não ter tomado ou se não há registro no cartão de vacinação contra hepatite

A.

8. Não sabe informar Se não sabe ou não lembra de ter tomado.

Item 25. Quantas doses de vacina contra hepatite A o(a) senhor (a) recebeu?

Item 26. Observação de cartão vacinal contra Hepatite A

1. não apresentou o cartão registrar esta opção, caso o cartão de vacina não exista ou esteja inacessível no

momento da entrevista.

2. Uma dose: Se há registro de uma dose no cartão de vacinação contra hepatite A

3. Duas Se há registro de duas doses no cartão de vacinação A.

4.Três doses Se há registro de três doses.

Verificar no cartão de vacinas do entrevistado e anotar o dia, mês e o ano da última dose

de vacina de hepatite B.

Assinale o número de doses recebidas, de acordo com os registros do cartão de vacinação.

Caso não o tenha, anotar o número de doses de vacinas informadas pelo entrevistado.

Anexo III 247

Page 248: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Item 27. Data da última dose contra hepatite A

Item 28. Fez tratamento dentário nos últimos 12 meses ? 1. Sim Assinalar esta opção quando o entrevistado referir que fez tratamento nos dentes ou

gengiva, com dentista, nos últimos 12 meses, tendo como referência a data da

entrevista. Nesta situação siga para a questão 30.

2. Não Assinalar esta opção, caso não tenha realizado tratamento.

8. Não sabe informar Assinalar esta opção, não saiba informar.

Item 29. Fez tratamento dentário alguma vez na sua vida? 1. Sim Assinale esta opção, caso o entrevistado já tenha ido alguma vez na vida ao dentista e

tenha realizado tratamento.

2. Não Se referir nunca ter se submetido a tratamento dentário

8. Não sabe informar Se não lembra ou não sabe informar

Item 30. Fez cirurgia nos últimos 12 meses? 1. Sim Se o entrevistado referiu ter se submetido a algum procedimento cirúrgico em hospital

ou consultório médico ou dentário, nos últimos 12 meses. Nesta situação, siga para a

questão 33.

2. Não Caso não tenha realizado.

8. Não sabe informar Quando não lembra ou não sabe informar.

Verificar no cartão de vacinas do entrevistado e anotar o dia, mês e o ano da última dose

de vacina de hepatite A.

Anexo III 248

Page 249: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Item 31. Fez cirurgia alguma vez na sua vida? 1. Sim Se o entrevistado referiu ter se submetido a alguma cirurgia em hospital ou consultório

médico ou dentário.

2. Não Caso não tenha realizado.

8. Não sabe informar Quando não lembra ou não sabe informar.

Item 32. Há quantos anos fez a última cirurgia?

Item 33. Fez transfusão de sangue ou derivados ou uso de imunoglobulina nos últimos 12 meses? 1. Sim Assinale esta opção se o entrevistado recebeu sangue na veia ou derivados de sangue,

como o plasma ou albumina, nos últimos 12 meses, contados a partir da data da

entrevista. Em seguida, aplique a questão 36.

2. Não Se não fez transfusão

8. Não sabe informar Se não lembra ou não sabe informar.

Item 34. Fez transfusão de sangue ou derivados ou uso de imunoglobulina alguma vez na sua vida? 1. Sim Se o entrevistado referiu já ter recebido sangue na veia ou derivados do sangue, como o

plasma, albumina ou imunoglobulina.

2. Não Se não fez transfusão, assinale esta opção e siga para a questão 36.

8. Não sabe informar Se não lembra ou não sabe informar.

Assinalar o período de tempo, em anos, transcorridos entre a data da realização da última

cirurgia e a data da entrevista. Caso o entrevistado não tenha realizado cirurgia, assinalar a

opção “99” (não se aplica)

Anexo III 249

Page 250: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Item 35. Há quantos anos fez a primeira transfusão de sangue ou derivados ou uso de imunoglobulina?

Item 36. Ficou hospitalizado para tratamento clínico nos últimos 12 meses? 1. Sim assinale esta opção se o entrevistado se internou em hospital para tratar de alguma

doença, sem ser cirúrgica, nos últimos 12 meses. Nesta situação vá à questão 39.

2. Não se não foi internado no período.

8. Não sabe informar caso não lembre ou não saiba informar.

Item 37. Ficou hospitalizado para tratamento clínico (não cirúrgico) alguma vez na vida? 1. Sim Assinale esta opção se o entrevistado se internou em hospital para tratar de alguma

doença, cujo tratamento tenha sido unicamente clínico.

2. Não Se não foi internado no período.

8. Não sabe informar Caso não se lembre ou não saiba informar.

Item 38. Há quantos anos ficou hospitalizado para tratamento clínico (não cirúrgico)

Assinalar o período de tempo, em anos, transcorridos entre a data da última transfusão e a

data da entrevista. Caso o entrevistado não tenha realizado, assinalar a opção “99” (não se

aplica).

Assinalar o período de tempo, em anos, transcorridos entre a data da última hospitalização

e a data da entrevista. Caso o entrevistado não tenha se internado, assinalar a opção “99”

(não se aplica).

Anexo III 250

Page 251: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Item 39. Fez endoscopia nos últimos 12 meses? 1. Sim assinale esta opção se o entrevistado realizou endoscopia (exame interno por via direta,

através de um tubo iluminado, geralmente com um sistema de lentes, de modo a

observar os órgãos internos do corpo como, esôfago, estômago, etc.) nos últimos 12

meses. Nesta situação vá à questão 41.

2. Não se não realizou endoscopia no período.

8. Não sabe informar caso não lembre ou não saiba informar.

Anexo III 251

Page 252: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo III 252

Item 40. Fez endoscopia alguma vez na vida? 1. Sim Assinale esta opção se o entrevistado realizou endoscopia alguma vez na vida.

2. Não Se não realizou endoscopia no período.

8. Não sabe informar Caso não se lembre ou não saiba informar.

Item 41.Tem tatuagem? 1. Sim Se o entrevistado referiu ter tatuagem..

2. Não Se não apresenta tatuagem.

Item 42.Tem ou teve piercing? 1. Sim Se o entrevistado referiu ter piercing.

2. Não Se não possui piercing.

Item 43. Compartilha (ou) escova de dentes com outras pessoas? 1. Sim Se o entrevistado referiu ter utilizado escova de dentes de outras pessoas ou vice e

versa.

2. Não Se negar.

Item 44. Compartilha(ou) objetos cortantes (tesouras, lâmina de barbear, navalha,

alicate) com outras pessoas em casa ou em salões de beleza (manicure, pedicure,

etc.)?

1. Sim Se o entrevistado respondeu afirmativamente, tendo referido a utilização de tesouras,

alicates, navalhas, dentre outros, com outras pessoas, em casa ou em salão de beleza.:

2. Não Se não utilizou.

Page 253: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo III 253

Item 45. Você trabalha ou já trabalhou em algum serviço de saúde? 1. Sim se o entrevistado referiu trabalhar ou já ter trabalhado em serviços que prestam

atendimento de saúde à população, como ambulatórios, consultórios, laboratórios,

dentre outros.

2. Não

Se trabalhar em outro local.

Item 46. Em que setor do serviço de saúde você trabalha ou trabalhou ? 1. Ambulatório assinale esta opção se o entrevistado trabalha ou já trabalhou em posto de saúde,

ambulatório ou consultório médico.

2. Enfermaria Se trabalhar ou já trabalhou em enfermaria de hospital, inclusive hospital-dia, onde os

pacientes permaneçam internados.

3. Emergência Se o entrevistado presta serviço ou já prestou diretamente com a assistência médica ao

paciente, em serviço de pronto-atendimento, unidade hospitalar, policlinica, dentre

outros.

4. Centro cirúrgico Se prestar ou já prestou atendimento aos pacientes ou se desempenha outras atividades

em salas de cirurgia ou de parto.

5. Laboratório Se trabalhar ou já trabalhou em laboratório de análises clinicas, na coleta ou

processamento dos exames.

6. Hemodiálise Se prestar ou já prestou atendimento direto a pacientes submetidos a tratamento de

hemodiálise.

7. Outro

Se trabalhar ou já trabalhou em setores administrativos ou outras atividades, que não envolva a atenção direta ou indireta aos pacientes.

Item 47. Qual a ocupação que você tem no serviço de saúde?

Assinale a opção correspondente à ocupação referida pelo entrevistado.

Caso o entrevistado não atue em serviço de saúde, registrar a opção 9 (não se aplica).

Page 254: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo III 254

Item 48. Na sua vida inteira, você já tomou pelo menos 8 drinks (doses) de qualquer tipo de bebida alcoólica? 1. Sim Assinale esta opção caso o entrevistado tenha referido ter tomado, pelo menos, 8 doses

de qualquer bebida alcoólica, como cerveja, vinho, cachaça, whisky, conhaque, dentre

outras.

2. Não Caso nunca tenha bebido na vida, classifique no Item 54 como abstêmio.

Item 49. Já houve algum período na sua vida em que em um ano você tomou pelo menos 8 drinks contendo álcool? 1. Sim Se o entrevistado referiu ter tomado, um mínimo de oito doses de bebida alcoólica em

algum ano, ao longo da vida

2. Não Assinale esta opção, caso nunca tenha tomado esta quantidade de doses, em um período

de um ano, e classifique no Item 54 como abstêmio.

Item 50. Durante os últimos 30 dias você bebeu, pelo menos, uma dose de alguma bebida alcoólica? 1. Sim Se o entrevistado referiu ter tomado um mínimo de uma dose de bebida alcoólica nos

últimos 30 dias.

2. Não Assinale esta opção, caso não tenha bebido alguma dose de bebida alcoólica nos últimos

30 dias, e siga para a questão 52.

Item 51. Durante os últimos 3 meses, com que freqüência você geralmente tomou

cerveja, vinho, pinga, ou qualquer outro tipo de bebida alcoólica?

Assinale uma das opções correspondente à frequência de ingestão de bebida alcoólica

referida pelo entrevistado. A tabela abaixo apresenta as pontuações correspondentes a

cada uma das opções relacionadas.

Page 255: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo 255

Freqüência Pontuação 1. Todos os dias 7,00 2. Quase todos os dias 5,50 3. 3 a 4 dias por semana 3,50 4. 1 a 2 dias por semana 1,50 5. 2 a 3 dias por semana 0,62 6. Uma vez por mês 0,25 7. Menos de uma vez por mês 0,10

Item 52. Nos dias em que você bebeu nos últimos 3 meses, quantos drinks você

geralmente tomou num único dia? Por drink, eu quero dizer meia cerveja, um

copo de vinho.....?

Item 53.Você está atualmente em tratamento para um problema com o álcool e (droga)? 1. Sim Assinale está opção, se o entrevistado vir fazendo tratamento de qualquer natureza

(grupo de apoio, como AAA, tratamento físico, químico ou religioso). Vá ao item 54 e

classifique como dependente de álcool.

2. Não Caso não esteja realizando

Item 54. A classificação quanto ao uso de bebida alcoólica (este item deverá ser preenchido pelos coordenadores estaduais)

Registrar o número médio de doses de bebida alcoólica que o entrevistado referiu ter

tomado por dia.

Para classificar o grau de ingestão de álcool em bebedor leve o produto da questão 51 e

52 deve ser menor que 21 para homens e menor a 14 para mulheres. Para classificar o

grau de ingestão de álcool em bebedor pesado o produto da questão 51 e 52 deve ser

maior ou igual a 21 para homens e maior ou igual a 14 para mulheres

Page 256: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo III 256

Item 55. Você já iniciou sua vida sexual (transou)? 1. Sim Assinale esta opção quando o entrevistado referiu já ter tido relação sexual.

2. Não Se não houve iniciação sexual, assinale esta opção e siga para a questão 61.

8. Não sabe informar Se não lembra ou não informou.

Page 257: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo III 257

Item 56. Quantos anos você tinha quando teve a primeira relação sexual ? Item 57. Você ou seu parceiro tem o hábito de usar camisinha ? 1. Sim Se o entrevistado referiu o uso regular de camisinha para “transar”.

2. Não Quando não usa ou usa de forma ocasional.

8. Não sabe informar Não sabe ou não informou.

9. Não se aplica Quando ainda não iniciou a vida sexual.

Item 58. Seu (Sua) parceiro (a) atual tem ou já teve hepatite ? 1. Sim Se informou afirmativamente

2. Não Se o parceiro nunca teve hepatite

8. Não sabe informar Se não sabe ou não lembra

9. Não se aplica Se o entrevistado não tem parceiro

Item 59. Você já teve outra ou outro parceiro sexual, além do seu parceiro atual ? 1. Sim Se informou ter tido relações sexuais com outra pessoa, além do parceiro atual.

2. Não Se teve relações sexuais apenas com o parceiro atual.

8. Não sabe informar Se não quis informar

9. Não se aplica Se não tem parceiro ou ainda não iniciou a vida sexual.

Page 258: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo III 258

Item 60. Quantos parceiros (a) sexuais você teve nos últimos 12 meses ?

Item 61. Você já teve relações sexuais com parceiro(a) sabidamente portador de hepatite ? 1. Sim Quando manteve relação sexual com pessoa a que tem um exame positivo para hepatite

2. Não Se nunca teve relação sexual com pessoa que soubesse ter hepatite

8. Não sabe informar Se não quis informar ou não sabe

9. Não se aplica Se não iniciou a vida sexual

Item 62. Você sabe se algum de seus (suas) parceiros (as) teve alguma doença venérea (do mundo) ? 1. Sim Se o entrevistado informou ter tido relação sexual com alguma pessoa que tenha

apresentado alguma doença venérea ou transmissível, pela relação sexual, como sífilis,

gonorréia, cancro, herpes genital, dentre outros.

2. Não Se nunca teve relação sexual com pessoa que apresentasse esse tipo de problema.

8. Não sabe informar Se não quis informar ou não sabe.

9. Não se aplica Se não iniciou a vida sexual.

Item 63. Você mantém ou já manteve relação sexual com parceiro(a) que faz sexo com pessoa do mesmo sexo? 1. Sim Se o entrevistado informou ter ou já ter tido relação sexual com uma pessoa que faça

sexo tanto como homem como com mulher.

2. Não Se nunca teve.

8. Não sabe informar Se não quis informar ou não sabe.

Registrar o número de pessoas com quem o entrevistado teve relações sexuais nos últimos

12 meses.

Page 259: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo III 259

9. Não se aplica Se não iniciou a vida sexual.

Item 64. Você já teve alguma doença venérea (sífilis, gonorréia)? 1. Sim Se o entrevistado informou ter alguma doença venérea ou transmissível pela relação

sexual, como sífilis, gonorréia, cancro, herpes genital, dentre outros.

2. Não Se nunca teve relação sexual com pessoa que apresentasse esse tipo de problema.

8. Não sabe informar Se não quis informar ou não sabe.

9. Não se aplica Se não iniciou a vida sexual.

Item 65. Você já fez uso de drogas fumadas? 1. Sim Se o entrevistado referiu ter fumado substâncias como maconha, haxixe, crack, dentre

outras drogas, excetuando cigarros.

2. Não Se não fez uso.

8. Não sabe informar Se não quis informar..

Item 66. Você já cheirou cola ? 1. Sim quando a pessoa é ou já foi viciada em cheirar cola.

2. Não se nunca teve o hábito de cheirar cola.

8. Não sabe informar se não lembra ou não quis informar.

Item 67. Você já fez uso de drogas cheiradas ? 1. Sim Se o entrevistado referiu já ter cheirado substâncias alucinógenas, tais como cocaína.

2. Não Se referir nunca ter cheirado.

Page 260: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo III 260

8. Não sabe informar Se não lembra ou não quis informar.

Item 68. Qual droga cheirada você fez uso?

Item 69. Você já fez uso de drogas injetáveis? 1. Sim

Se informou ter usado substância alucinógena aplicada pela veia (heroína, dentre outras).

2. Não

Se referir não ter feito uso.

Item 70. Você já tomou injeção com seringa de vidro ou compartilhou seringa descartável ? 1. Sim

Se o entrevistado informou ter tomado medicação ou substância alucinógena em seringa de vidro, ou usou seringa de vidro utilizada por outra pessoa, sem esterilizar em estufa.

2. Não

Se nunca tomou.

Item 71. Qual o motivo de ter tomado injeção com seringa de vidro ou ter compartilhado seringa? 1. Estimulante para prática de esportes

Se o entrevistado informou ter tomado medicação ou substância estimulantes para praticar esportes

2. Vitaminas e/ou glicose em farmácia

Se o entrevistado informou ter tomado Vitaminas e/ou glicose sob forma de injeções em farmácia

3. Orientação médica

Se o entrevistado informou ter tomado a medicação injetável por orientação médica

4. Outros

Se referir outros motivos. Deve-se especificar qual no espaço ao lado.

8. Não sabe informar

Se não lembra ou não quis informar.

9. Não se aplica

Se não tomou injeção com seringa de vidro ou compartilhou seringa

Registre o nome da droga cheirada, que o entrevistado referiu ter feito uso. Caso nunca

tenha feito uso, assinalar a opção 9 (não se aplica)

Page 261: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo III 261

Itens 72 a 76

QUESTIONÁRIO DA CRIANÇA

Os itens 72 a 76 deverão ser preenchidos pelo Coordenador Clínico Estadual

Page 262: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo III 262

DADOS DO INDIVÍDUO: Os campos referentes às informações sobre a data da

entrevista, número da família, número de identificação do indivíduo na família e nome

da criança, respectivamente. Devem ser preenchidos pelo entrevistador.

Item 11. Qual é a relação do participante com a pessoa responsável pela família ?

Item 12. Sabe ler e escrever ? 1. Sim Considere como freqüentando escola, a criança matriculada em curso regular (creche,

pré-escolar, ensino fundamental e 1o grau).

2. Não Se a criança não esteja matriculada no momento da entrevista, ou já freqüentou escola

anteriormente. Após assinalar a numeração correspondente, vá ao item 16.

Item 4. Nome Nome do morador, que deverá ter 13 anos completos e mais.

Item 5. Sexo Marcar uma das opções referidas

Item 6. Idade Idade da criança que está sendo entrevistada, em anos.

Item 7. Data de nascimento Registrar a data de nascimento da criança. Para a criança ou responsável por ela que

só sabe o dia e/ou o mês de nascimento, não poderá ser feito o cálculo do ano

baseado na informação da idade. Este item ficará em branco quando a pessoa não

souber informar o mês e o ano de nascimento.

Item 8. Respondente

Registrar o responsável pelas informações da criança

Item 9. Nome do respondente

Registrar o nome completo da pessoa que está fornecendo as informações

Item 10. Apelido do respondente

Registrar o apelido ou o nome que corriqueiramente é chamado

Registre a opção que indica a relação da criança participante com o responsável pela

família.

Page 263: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo III 263

Item 13. Freqüenta escola ou creche? 1. Sim

Considere como freqüentando escola, a criança matriculada em curso regular (pré-escolar e ensino fundamental) ou que receba assistência diurna nos primeiros anos de vida em estabelecimentos juridicamente regulamentados ou não (creches), de origem privada. Assinale a numeração correspondente e vá ao item 14.

2. Não

Não considere freqüentando escola as pessoas que estejam realizando somente cursos rápidos de especialização, profissional ou de extensão cultural, como corte e costura, dança, idiomas, informática ou cursos de ensino fundamental, 1

o grau, 2

o grau, dentre

outros, através de rádio, televisão ou correspondência.

Item 14. Qual é o curso que freqüenta ? 1. Creche 2. Pré-escolar 3. Classe de alfabetização 4. Ensino fundamental ou 1o grau – regular seriado Curso de ensino fundamental ou de 1o grau organizado em séries anuais;

5. Ensino fundamental ou 1o grau – regular não seriado

Curso de ensino fundamental ou de 1o grau não organizado em séries anuais, ou seja, organizado em regimes de créditos, períodos letivos, semestres, fases, ciclos, dentre outros;

Item 15. Qual é a série que freqüenta?

PARA A PESSOA QUE NÃO FREQUENTA ESCOLA, MAIS JÁ

FREQUENTOU.

Item 16. Qual é a espécie de curso mais elevado concluído ?

1. Alfabetização de adultos

Curso destinado à alfabetização de jovens e adultos;

2. Antigo primário

Para curso elementar

- Assinale a série que freqüenta nos cursos seriados (1. primeira 2. Segunda

3. Terceira, dentre outros).

- Se o curso que freqüenta não for organizado em séries, registrar a opção 9.

- Quando a pessoa não frequente nenhum curso, registrar a opção 99.

Page 264: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo III 264

3. Antigo ginásio

Para curso fundamental segundo ciclo

4. Antigo clássico, científico, etc

Para curso médio

5. Ensino fundamental ou primeiro grau

Curso de ensino fundamental ou de 1o grau, seriado ou não;

6. Ensino médio ou 2o grau

Curso de ensino médio ou de 2o grau

7. Pré-vestibular

Curso preparatório para prestar exames de ingresso em curso de nível superior (exame vestibular). Considere este item somente para as pessoas que não freqüentam, simultaneamente, o ensino médio ou 2o grau;

8. Superior ou graduação Curso de graduação universitária ou superior

9. Mestrado e doutorado

Este item será assinalado somente se houver o título de mestre, doutor ou aprovação da tese, ainda que o diploma não tenha sido expedido.

10. Não concluiu nenhum curso

Para a pessoa que:

Freqüentou, mas não concluiu a 1o série do ensino fundamental, 1o grau ou equivalente;

Freqüentou ou concluiu somente classe de alfabetização;

Freqüentou, mas não concluiu curso de alfabetização de adultos;

Ou freqüentou somente creche.,

11. Não se aplica

Quando nunca freqüentou escola

Questões correspondem à

Questionário criança Questionário adolescente e adulto

Item 17 Þ Item 10 – pág 12

Item 18 Þ Item 11 – pág 12

Item 19 Þ Item 12 – pág 13

As questões 11, 12 e 13 são semelhantes àquelas do questionário do responsável pela

família, portanto as orientações, quanto às mesmas, podem ser encontradas com a ajuda

da tabela abaixo :

Page 265: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo III 265

Page 266: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo III 266

As questões sobre a História de contato são semelhantes àquelas do questionário do

responsável pela família , portanto as orientações, quanto às mesmas, podem ser

encontradas com a ajuda da tabela abaixo :

Questões correspondem à

Questionário criança Questionário adolescente e adulto

Item 20 Þ Item 19 – pág 20

Item 21 Þ Item 20 – pág 20

Item 22 Þ Item 21 – pág 20

Item 23 Þ Item 22 – pág 20

Item 24 Þ Item 23 – pág 21

Item 25 Þ Item 24 – pág 21

Item 26 Þ Item 25 – pág 21

Item 27 Þ Item 26 – pág 21

Item 28 Þ Item 27 – pág 22

Item 29 Þ Item 28 – pág 22

Item 30 Þ Item 29 – pág 22

Item 31 Þ Item 30 – pág 22

Item 32 Þ Item 31 – pág 23

Item 33 Þ Item 32 – pág 23

Item 34 Þ Item 33 – pág 23

Item 35 Þ Item 34 – pág 23

Item 36 Þ Item 35 – pág 24

Item 37 Þ Item 36 – pág 24

Item 38 Þ Item 37 – pág 24

Item 39 Þ Item 38 – pág 24

Item 40 Þ Item 39 – pág 25

Item 41 Þ Item 40 – pág 26

Item 42 Þ Item 41 – pág 26

Item 43 Þ Item 42 – pág 26

Item 44 Þ Item 43 – pág 26

Item 45 Þ Item 44 – pág 26

Page 267: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Anexo III 267

Page 268: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

UUNNIIVVEERRSSIIDDAADDEE DDEE PPEERRNNAAMMBBUUCCOO

MANUAL DE CAMPO

BBrraassiill,, 22000033

EEESSSTTTUUUDDDOOO DDDEEE PPPRRREEEVVVAAALLLÊÊÊNNNCCCIIIAAA DDDEEE

BBBAAASSSEEE PPPOOOPPPUUULLLAAACCCIIIOOONNNAAALLL DDDAAASSS IIINNNFFFEEECCCÇÇÇÕÕÕEEESSS

PPPEEELLLOOOSSS VVVÍÍÍRRRUUUSSS DDDAAASSS HHHEEEPPPAAATTTIIITTTEEESSS AAA,,, BBB EEE CCC

NNNAAASSS CCCAAAPPPIIITTTAAAIIISSS DDDOOO BBBRRRAAASSSIIILLL

MMMAAANNNUUUAAALLL DDDEEE CCCAAAMMMPPPOOO

Anexo III 268

Page 269: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

APRESENTAÇÃO

Caro pesquisador

A situação epidemiológica das hepatites virais, no Brasil, ainda é pouco

conhecida. As informações atualmente disponíveis dizem respeito a segmentos

específicos da população, como doadores de sangue, dialisados, esquistossomóticos,

pacientes atendidos em hospitais, gestantes, dentre outros, que não refletem a

distribuição e magnitude do problema na população geral.

Desta forma, a presente pesquisa pretende verificar a frequência das hepatites A,

B e C entre os residentes no conjunto das capitais e identificar fatores sócio-econômicos

e comportamentais relacionados a sua ocorrência. Os resultados desta pesquisa terão

grande importância, uma vez que fornecerá subsídios para o aperfeiçoamento de um

plano nacional de controle das hepatites adequado as singularidades regionais. Este

plano compreende programa de vacinação, medidas educativas e ações de saúde nos

seus diferentes níveis de complexidade. Portanto, o trabalho desenvolvido todos os

membros da equipe será imprescindível para que em conjunto se alcance as metas

planejadas e se garanta a fidedignidade dos resultados.

O objetivo deste manual é fornecer orientações básicas à equipe da pesquisa

“INQUÉRITO NACIONAL DAS HEPATITES VIRAIS A, B e C” na condução do

trabalho de campo. Todas as vezes que surgirem dúvidas a respeito de quaisquer

questões em relação a identificação ou seleção do domicílio pesquisado, consulte-o. O

cumprimento das instruções terá grande importância, pois garantirá a obtenção de

informações de boa qualidade e permitirá a comparação dos dados entre as Regiões.

Coordenação Nacional

Anexo III 269

Page 270: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Sumário

1. Composição e responsabilidades dos componentes das

equipes de campo

2. Atribuições dos membros da equipe

3. Instruções gerais para o trabalho de campo

4. Instruções para a contagem rápida dos domicílios

5. Instruções para a seleção dos domicílios a serem

pesquisados

6. Instruções para o preenchimento dos questionários

7. Instruções para a coleta e transporte de sangue ao

laboratório

Anexo III 270

Page 271: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

CCoommppoonneenntteess ddaass eeqquuiippeess ddee ccaammppoo

Para a realização do inquérito, cada equipe estadual será composta por:

- 1 Coordenador estadual (epidemiologista)

- 1 Coordenador estadual (clínico)

- 1 Coordenador de campo

- Técnicos de coleta de sangue

- Digitador

- Entrevistadores

- Motorista (s).

AAttrriibbuuiiççõõeess ddee ccaaddaa mmeemmbbrroo ddaa eeqquuiippee

Coordenadores estaduais (Clínico e epidemiologista):

- Planejar o trabalho de campo (mapeamento, coleta e entrevistas) juntamente

com o coordenador de campo;

- Assegurar a integração da equipe de campo, assim como, a articulação dos

mesmos com as instituições envolvidas (prefeituras, secretarias municipais e

estaduais de saúde, entre outras);

- Assegurar que os recursos financeiros estejam à disposição para a execução da

investigação;

- Providenciar todo o material necessário à realização da entrevista e à coleta de

sangue;

- Garantir o transporte da equipe;

- Realizar reuniões semanais com a equipe para acompanhamento e orientação do

trabalho de campo;

- Supervisionar todas as atividades desenvolvidas relativas à cada domicílio até o

preenchimento completo da ficha de controle domiciliar;

- Revisar os questionários, identificando preenchimentos inadequados, orientando

as falhas detectadas e solicitando o retorno ao domicílio, caso seja necessário;

Anexo III 271

Page 272: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

- Realizar a codificação dos questionários;

- Garantir a digitação dos dados;

- Providenciar as listas dos serviços de saúde que prestam assistência nas áreas

visitadas;

- Autorizar o pagamento da equipe após o término das atividades mensais

Coordenador epidemiologista:

- Planejar, organizar e executar o treinamento e a padronização de procedimentos

de coleta dos dados do questionário;

- Fornecer o mapa do setor censitário sorteado ao coordenador de campo;

- Realizar o sorteio dos domicílios do setor censitário a ser pesquisado, após a

contagem rápida realizada pela equipe de campo;

- Realizar reuniões periódicas com a equipe para acompanhamento e orientação

do trabalho de campo;

Coordenador clínico:

- Planejar, organizar e executar o treinamento e a padronização dos procedimentos

da equipe da coleta de sangue;

- Ministrar aula sobre hepatite para a equipe de campo ;

- Orientar a equipe de coleta quanto às medidas de biossegurança;

- Prover o material necessário à coleta de sangue;

- Supervisionar os procedimentos de coleta, armazenamento e transporte das

amostras de sangue ao laboratório de referência;

- Acompanhar, no laboratório de referência, os procedimentos necessários ao

processamento e análise das amostras;

- Disponibilizar os exames positivos e negativos para hepatite, devendo convocar

os pacientes positivos para orientação e tratamento.

Coordenador de campo

- Organizar a escala diária de trabalho da equipe;

- Organizar e distribuir o material de cada entrevistador e técnico de coleta de

sangue;

Anexo III 272

Page 273: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

- Organizar o esquema de transporte da equipe;

- Alocar a equipe de trabalho na área;

- Fazer a contagem dos quarteirões e respectivos domicílios do setor censitário

sorteado;

- Fornecer à equipe a indicação dos domicílios sorteados;

- Controlar a entrada e saída de questionários e material de coleta de sangue;

- Controlar a entrada e saída de equipamentos;

- Realizar a reaplicação eventual de questionários, para o controle de qualidade

dos mesmos;

- Abordar os domicílios sorteados em cada UPA, juntamente com o entrevistador,

informando sobre os objetivos de sua visita e de seu trabalho, e da importância

da colaboração da comunidade para que seja possível o desenvolvimento da

pesquisa a contento;

- Receber os questionários preenchidos e encaminhá-los aos coordenadores

estaduais (clínico e epidemiologista);

- Providenciar o envio do sangue coletado até o laboratório de referência, após o

termino das atividades diárias do trabalho de campo;

- Participar das reuniões convocadas pelo epidemiologista e clínico, para análise

de desempenho das atividades, em campo.

- Avaliar as atividades diárias da equipe de campo (assiduidade, número de

questionários preenchidos, número de coletas de sangue, etc) e programar as

atividades do dia seguinte, apontando soluções para os problemas e assistindo os

entrevistadores em suas dúvidas;

Técnicos de coleta de sangue

- Coletar a(s) amostra(s) de sangue necessária(s) à realização do estudo;

- Observar e seguir as normas contidas no manual de instrução do coletador;

- Observar e cumprir os prazos previamente definidos para a etapa de coleta de

sangue;

Anexo III 273

Page 274: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Entrevistadores

- Acompanhar o coordenador de campo na identificação dos setores censitários e

os quarteirões a serem trabalhados;

- Fazer a contagem dos quarteirões e respectivos domicílios dos setores

censitários sorteados, sob a supervisão do coordenador de campo;

- Estabelecer contato com os moradores e informar sobre os objetivos de sua

visita e de seu trabalho, e da importância da colaboração da comunidade para

que se possa realizá-lo a contento;

- Realizar a entrevista, preenchendo de forma adequada o questionário;

- Checar o questionário antes da saída do domicílio, verificando se todos os itens

foram devidamente preenchidos;

- Retornar ao domicílio sempre que necessário, sempre que necessário, até

completar as atividades a serem desenvolvidas naquele domicílio.

IInnssttrruuççõõeess ggeerraaiiss ppaarraa oo ttrraabbaallhhoo ddee ccaammppoo

- Ao chegar em uma localidade, é conveniente o coordenador de campo procurar

se informar sobre a existência de alguma autoridade local (como um líder

comunitário, síndico ou administrador no caso de condomínio fechado), e

verificar sobre a possibilidade de contar com seu apoio na aplicação da pesquisa;

- É aconselhável que o coordenador de campo faça a primeira abordagem no

domicílio junto com o entrevistador;

- Primeiramente, o entrevistador deve verificar se o domicílio é habitado. Se

estiver vazio, deverá registrar o número de ordem do domicílio e indicar na ficha

domiciliar que o mesmo se encontrava vago (inabitado).

- Se nenhum morador estiver presente no domicílio no momento da visita,

perguntar para os vizinhos ou porteiro qual o melhor horário para encontrar o

dono da casa.

- Se algum morador estiver presente no momento, pedir para falar com o chefe da

família ou responsável, explicando que é um entrevistador do Ministério da

Saúde que está realizando uma pesquisa sobre hepatites. É recomendável

mostrar a carta de apresentação ou crachá para se identificar.

Anexo III 274

Page 275: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

- Se o chefe da família ou responsável não estiver, procurar saber o melhor

horário para encontrá-lo ou um telefone para contato (de casa, celular ou

trabalho);

- Ao contatar o chefe da família ou responsável, o entrevistador deverá explicar o

propósito da pesquisa (com certo detalhamento se ele achar necessário) e a

importância de sua colaboração;

A visita domiciliar deverá ser realizada pela equipe de pesquisadores, composta por um entrevistador e um técnico de coleta. Para o bom desenvolvimento dos trabalhos de campo, faz-se necessário as seguintes recomendações aos membros da equipe:

Anexo III 275

Page 276: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Entrevistador e técnico de coleta de sangue

Recomenda-se

Þ Apresentar-se na unidade familiar devidamente identificado com um crachá,

evitando não provocar constrangimentos, recusas, dentre outros, lembrando

sempre que irá entrevistar famílias de diferentes níveis socio-econômicos,

culturais e religiosos;

Þ Expor ao entrevistado os objetivos da pesquisa e as instituições envolvidas;

Þ Esclarecer que as informações prestadas pelo entrevistado serão estritamente

confidenciais;

Þ Procurar, dentro do possível, realizar a entrevista em local reservado;

Þ Estabelecer um clima de cordialidade durante a entrevista, evitando qualquer

assunto controvertido e alheio ao trabalho;

Þ Procurar ser calmo e paciente, não valorizando provocações que por ventura

sejam feitas;

Þ Deve ter equilíbrio emocional para vivenciar as mais variadas situações que

decorrem do contato com pessoas de diferentes níveis sociais e personalidades;

Þ Tentar conseguir convencer o entrevistado menos propenso a colaborar com o

estudo, sem, contudo, tomar atitude agressiva ou impositiva;

Þ Deixar o entrevistado expressar as respostas em sua própria linguagem, sem

corrigir ou permitir que a entrevista desvie do roteiro;

Þ Abster-se de fazer comentários quanto à situação do entrevistado ou quanto às

respostas dadas e nem intimidá-lo para fornecer as informações;

Þ Trabalhar exclusivamente na pesquisa, não lhe sendo permitido, em hipótese

alguma, realizar atividades concomitantes, tais como coleta de assinaturas, venda

de produtos, propagandas de qualquer natureza, dentre outros;

Þ Sempre que o entrevistador apresentar dúvidas sobre a resposta, deverá consultar

o manual de preenchimento do questionário e, caso a dúvida persista, anotá-la

por extenso e discutir com o seu coordenador;

Þ Deve procurar o coordenador de campo sempre que tenha dúvidas ou problemas.

Anexo III 276

Page 277: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Não é recomendado

Þ Emitir qualquer juízo sobre o entrevistado;

Þ Estar acompanhado por pessoas estranhas ao quadro da pesquisa por ocasião da

realização das entrevistas, exceto por um membro da comunidade, quando assim

estiver definido;

Þ Induzir as respostas, devendo formular as perguntas da maneira exata como ela

está escrita no questionário. Caso o entrevistado não entenda o conteúdo da

pergunta, o entrevistador deve explicá-la sem, contudo, levar o entrevistado a

responder o que ele (entrevistador) gostaria de ouvir como resposta;

Þ Deixar, em hipótese alguma, o entrevistado de posse do questionário para que o

preencha. Da mesma forma, não utilizar o telefone para complementar ou corrigir

itens do questionário;

Þ Realizar codificações nem realizar cálculos matemáticos em campo. Essas

atividades serão realizadas em momento posterior, quando forem revisados pelo

epidemiologista e clínico;

Þ Nunca deverá deixar perguntas sem respostas ou em branco. Caso a pergunta

não se aplique, ou seja, negativa deve ser registrado no campo apropriado.

Anexo III 277

Page 278: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

IInnssttrruuççõõeess ppaarraa aa ccoonnttaaggeemm rrááppiiddaa ddooss ddoommiiccíílliiooss ((EEppiiddeemmiioollooggiissttaa ee

CCoooorrddeennaaddoorr ddee CCaammppoo))

O coordenador de campo, de posse do mapa do setor censitário e a informação dos

descritores do setor (descrição de seus limites físicos), adotará os seguintes

procedimentos:

- Identificar, no setor censitário, e de acordo com o que foi

previamente definido pelo IBGE, o ponto inicial e final da

contagem de cada setor (Figura 1: Exemplo: cruzamento da

Av. Prof. João Medeiros com Rua Jack Ayres – vide mapa ao

abaixo);

- Em seguida, mediante a descrição do perímetro, enumerar os quarteirões em

sentido horário (Exemplo: do ponto inicial até a Av. Engenheiro Domingos

Ferreira, Rua José Trajano, Av. Conselheiro Aguiar, Rua Bruno Veloso, Rua

Prof. Julio Ferreira de Melo, Rua José Trajano, Av. Prof. João Medeiros, até o

ponto inicial); Iniciar a contagem dos quarteirões pelo ponto inicial da descrição

do setor censitário, conforme mostra a figura acima), devendo obedecer o

11 22

33

44 55 66

mesmo critério em todos os outros quarteirões (esquina esquerda no alto do

quarteirão);

Anexo III 278

Page 279: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

- Anotar no mapa a esquina e o sentido do percurso. Os domicílios deverão estar

sempre no lado do ombro direito. Terminado o percurso, certificar-se se

percorreu todo o quarteirão;

- Quando houver uma vila ou travessa sem saída no quarteirão, iniciar o percurso

do lado direito, no sentido em

que vinha caminhando. Caso

não haja domicílios do lado

direito, começar a contagem

do mesmo pelo último do lado

esquerdo (figura ao lado);

- Tratando de prédio de apartamentos (ou sobrado), percorrer os andares do mais

alto para o mais baixo, como se estivesse percorrendo uma vila, isto é, saindo do

elevador ou descendo a escada, percorrer o andar sempre mantendo os

apartamentos a direita. Não esquecer da casa do zelador, caso exista. Considerar

apenas os domicílios habitados.

- Casas abandonadas, em construção, ou de uso estritamente comercial não entram

na contagem;

- Quando for encontrado um domicílio nos fundos de um outro com entrada única

para ambos (situação A da figura acima ), o domicílio dos fundos deverá ser

considerado após o domicílio da frente.

Domicílio dos fundos

Domicílio da frente

En

trad

ala

tera

l

Domicílio dos fundos

Domicílio da frente

Ent

rada

late

ral

Domicílio dos fundos

Domicílio da frente

Entrada única

A B C

Av. Copacabana

Rua João XXIII

Ru

aA

mélia

Anexo III 279

Page 280: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

- Quando o domicílio dos fundos tiver uma entrada lateral ao domicílio da frente ,

do lado direito(situação B da figura acima), o domicílio dos fundos será

considerado o primeiro na contagem.

- Se a entrada independente for do lado esquerdo (situação C da figura acima), o

domicílio da frente deverá ser listado antes do domicílio dos fundos;

- Quando o pesquisador encontrar terrenos com vários domicílios, como por

exemplo condomínios fechados, o pesquisador deverá fazer o percurso seguindo

o lado direito, conforme mostra a figura abaixo (figura abaixo).

- Em casa de cômodos, como cortiço ou pensões, adotar procedimento semelhante

ao adotado em vilas e prédios de apartamentos, com a diferença que, em lugar de

apartamentos, teremos quarto ou sala onde residem famílias.

- Em favelas deve-se proceder da seguinte forma: percorrer inicialmente a favela

para que se possa desenhar um mapa que contenha as trilhas principais (figura

abaixo). De posse do mapa, assinalar o ponto de partida no quadrante superior

esquerdo e iniciar o percurso por todos os domicílios que estarão no lado direito

do pesquisador. O pesquisador deverá tentar desenhar e enumerar (em ordem

crescente) todos os barracos existentes na favela, assim como o trajeto que foi

realizado. Certifique-se de que nenhuma área da favela deixou de ser percorrida

e nenhum domicílio deixou de ser desenhado e arrolado.

Entrada

1

2

3 4

5

6

7

8

Esboço das vias

Anexo III 280

Page 281: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

IMPORTANTE: ao percorrer os quarteirões, pesquisar a existência de outros

domicílios que não são percebidos com facilidade, tais como:

- Domicílios que ficam atrás daqueles cujas janelas dão

para a rua, ou seja, domicílios nos fundos do terreno. Uma forma

de verificar a existência de outros domicílios além do que é

visível, consiste em observar a campainha, caixa de luz, registro

de água, caixa para cartas ou entrada separada.

- Domicílios existentes na mesma estrutura (casa, prédio,

sobrado) onde funciona escritórios, casas de comércio,

industrias, oficinas, postos de gasolina, dentre outros.

- Domicílios localizados em escolas, igrejas (domicílios do guarda, zelador, dentre

outros).

- Hospitais, sanatórios, casas de repouso também podem abrigar domicílios. Não

considerar os quartos dos internados.

- Em caso de hotéis, pensões, pousadas, dentre outros, serão incluídos na

contagem, os quartos ou apartamentos que estejam habitados permanentemente,

devendo esta informação ser obtida mediante contato direto com os respectivos

administradores.

- Quando houver dúvidas quanto a existência ou não de domicílio, deve-se sempre

perguntar

AAttuuaalliizzaaççõõeess ddooss sseettoorreess cceennssiittáárriiooss

- Caso haja modificação dentro do setor ou o mapa não esteja claro, fazer um

“croqui” do setor censitário, anotando as modificações e/ou esclarecendo as

dúvidas;

- Quando não existirem ruas, estradas, marcos divisórios, dentre outros, indicadas

no mapa, eliminá-las, desde que não constituam limites do setor. Caso sejam

limites, indicar onde os marcos divisórios estariam ou poderiam estar;

Anexo III 281

Page 282: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

- O formulário deve ser preenchido à medida que a contagem rápida é

realizada até finalizar cada um dos quarteirões.

- Cada quarteirão terá portanto um conjunto de formulários, cada um

correspondendo a uma de suas vias.

- Cada logradouro constará na contagem de dois ou mais quarteirões

adjacentes, sendo diferenciado pelo número do quarteirão ou quadra,

preenchidos no cabeçalho do formulário.

- O campo 12 objetiva informar à existência de identificação do logradouro

através de placas oficiais ou outra forma de identificação.

- Quando se tratar de favelas, tentar agrupar os barracos em “quarteirão”, fazendo

um “croquis” detalhado da situação geográfica-espacial.

Instrumento de contagem rápida

Anexo III 282

Page 283: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

- No campo 13 será anotado o número do domicílio no respectivo logradouro,

e no campo 14 o complemento do endereço.

- No campo 15 será anotado o código da espécie do domicílio. Para

preenchimento desse campo consultar o manual do entrevistador (item 11).

- No campo 16 serão marcados apenas os domicílios particulares sorteados.

- Para cada logradouro, em cada quarteirão, será necessário o preenchimento

dos totais de domicílios, o número de domicílios particulares ocupados,

fechados, de uso ocasional e vagos, como também os domicílios coletivos e

de unidades não-residênciais.

Instruções para a contagem dos domicílios utilizando as listagens do

IBGE

De posse das Folhas de Contagem dos domicílios existentes em cada UPA ou Setor

Censitário, juntamente com os respectivos mapas, ambos fornecidos pelo IBGE

(lembrar que uma UPA pode ser composta por mais de um setor censitário ou, em

outras ocasiões, pela divisão de um único setor censitário), deve-se proceder as

seguintes etapas:

1) Realiza-se inicialmente a separação das folhas por quadra ou quarteirão, seguindo a

informação que consta no campo 1.06 da Folha de Coleta (CD 1.07), qual se

localiza na parte superior da planilha. Geralmente as fichas correspondentes a cada

quarteirão possuem uma numeração sequenciada, que pode ser observada no campo

1.09. No entanto pode acontecer que, eventualmente, as fichas pertencentes a um

determinado quarteirão tenham numerações distantes. Consequentemente, ao

agrupar-se as fichas de cada quarteirão, deve-se examinar todas as fichas que

compõem o setor censitário ou UPA.

2) Conferir no mapa as ruas que compõem cada quarteirão e que já foram identificadas

nas listas dos domicílios contidas nas Fichas de Coleta do IBGE. A seqüência das

ruas no quarteirão obedece a mesma ordem descrita na contagem rápida (ver página

10 deste Manual de Campo), ou seja, segue um sentido horário a partir do ponto

inicial da contagem. É nessa sequência que as folhas de coleta do IBGE devem ser

organizadas.

Anexo III 283

Page 284: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

1) Checar as colunas 2.04 e 2.05 que correspondem, respectivamente, à enumeração

sequenciada das unidades visitadas (pelo IBGE) e dos domicílios particulares

(domicílios que servem de residência). Na enumeração do campo 2.05 são

excluídos:

a) os domicílios não residenciais (correspondem ao código no campo 2.03);

b) os domicílios coletivos (código 5 do campo 2.03) que não possuem nenhum

morador permanente. Na presença dos mesmos, esses domicílios são

considerados na numeração. Essa discriminação já está presente na enumeração

dessa coluna (2.05) quando do preenchimento da ficha de coleta.

Importante: para a estimativa do número de domicílios por UPA e do número

de domicílios por quarteirão se tomará como base a numeração do campo 2.05.

Caso, durante a organização das folhas por quarteirão, se identifique uma rua ou um

domicílio em uma ficha cujo campo 1.09 não corresponda à seqüência das demais do

quarteirão onde o domicílio ou a rua localiza, deve-se situá-lo em relação aos demais.

Para isso, deve-se proceder da seguinte forma:

1. Observe o número da face do quarteirão (campo 1.07) onde a rua ou o domicílio se

localiza e procure sequenciá-lo em relação aos demais. Caso essa informação ainda

seja insuficiente para definir a seqüência, pela existência de outras fichas com o

mesmo número no campo 1.07 deve-se recorrer à seqüência do logradouro no

quarteirão (percorrendo o mesmo em sentido horário) ou à numeração do(s)

domicílio(s) no logradouro.

2. Caso não seja possível identificar em que seqüência se encaixa (m) o(s) referido(s)

domicílio (s), torna-se necessário ir a campo para identificar a checagem a sua

localização.

Observação: A inserção desse (s) domicílio (s) que estava (m) inicialmente fora da

seqüência irá(ão) alterar a contagem dos domicílios que está expressa na coluna 2.05.

Como o(s) mesmo(s) deverão assumir o(s) número(s) imediatamente posterior (es) ao

número do domicílio após o qual foi (ram) incluído(s), isso afetará toda a numeração

subsequente. Consequentemente, todos os domicílios posteriores a esse ponto deverão

ser novamente enumerados, utilizando-se uma nova coluna.

Anexo III 284

Page 285: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

Importante: essa nova enumeração é que servirá de base para estimativa do número de

domicílios por UPA e do número de domicílios por quarteirão.

O epidemiologista estadual, de posse das informações necessárias (número de

quarteirões e o listagem e contagem dos domicílios existentes em cada um deles),

realizará o sorteio dos quarteirões e os domicílios seguindo as orientações contidas no

manual do processo de amostragem.

Anexo III 285

Page 286: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

UUNNIIVVEERRSSIIDDAADDEE DDEE PPEERRNNAAMMBBUUCCOO

MANUAL DE CAMPO

BBrraassiill,, 22000033

MMMAAANNNUUUAAALLL DDDOOO CCCOOOLLLEEETTTAAADDDOOORRR

EEESSSTTTUUUDDDOOO DDDEEE PPPRRREEEVVVAAALLLÊÊÊNNNCCCIIIAAA DDDEEE

BBBAAASSSEEE PPPOOOPPPUUULLLAAACCCIIIOOONNNAAALLL DDDAAASSS IIINNNFFFEEECCCÇÇÇÕÕÕEEESSS

PPPEEELLLOOOSSS VVVÍÍÍRRRUUUSSS DDDAAASSS HHHEEEPPPAAATTTIIITTTEEESSS AAA,,, BBB EEE CCC

NNNAAASSS CCCAAAPPPIIITTTAAAIIISSS DDDOOO BBBRRRAAASSSIIILLL

Anexo III 286

Page 287: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO

Embora a prevenção seja a melhor alternativa para diminuir a incidência das

Hepatites Virais, o diagnóstico e tratamento precoces diminuem as complicações e os

efeitos psicossociais dessa patologia. O correto diagnóstico laboratorial depende da

coleta adequada das amostras para os testes.

Este Manual apresenta os procedimentos e técnicas, adaptados da Coordenação

Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids, do Ministério da Saúde, para

identificação, coleta, preparo, armazenamento e transporte de amostras de sangue para

testes sorológicos das hepatites A, B e C e da carga viral e genótipo do vírus da hepatite

C.

Lembre-se: tudo começa com a coleta adequada das amostras

OO PPRROO FFIISSSSIIOO NNAALL DDEE SSAAÚÚDDEE EE OO PPAACCIIEENNTTEE

Como receber o paciente e que informações fornecer ?

Receba o paciente com cortesia e cordialidade. A cada etapa, explique os

procedimentos aos quais ele vai ser submetido, de modo a transmitir-lhe tranqüilidade e

segurança.

O paciente deve estar em jejum para a coleta de sangue ?

Nos testes sorológicos para o diagnóstico dos vírus das hepatites A, B e C, o fato

do paciente ter se alimentado, não impede a coleta.

Anexo III 287

Page 288: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

MMAATTEERRIIAALL PPAARRAA AA CCOOLLEETTAA

- Garrote

- Algodão hidrófilo

- Álcool iodado a 1% ou álcool etílico a 70%

- Scalpe descartável

- Seringa descartável

- Sistema a vácuo: suporte, tubo e agulha descartável

- Tubos de ensaio com tampa

- Etiqueta para identificação de amostras

- Caneta

- Caixas de papelão específicas para descarte de material biológico

- Luvas descartáveis

- Estantes para tubos

O que deve ser feito antes da coleta da amostra de sangue ?

Identifique os tubos para colocação da amostra. Cole a etiqueta fornecida pelo

coordenador local com a identificação do paciente.

Anexo III 288

Page 289: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

AA CCOO LLEETTAA CCOOMM SSEERRIINNGGAA EE SSCCAALLPPEE DDEESSCCAARRTTÁÁVVEEIISS

Como fazer coleta de sangue com seringa e scalpe descartável ?

1) Coloque o scalpe na seringa sem retirar a capa protetora. Não toque na parte

inferior da agulha;

2) Movimente o êmbulo e pressione-o para retirar o ar;

3) Ajuste o garrote e escolha a veia;

4) Faça a anti-sepsia do local da coleta com algodão umedecido em álcool a 70%

ou álcool iodado a 1%. Não toque mais no local desinfetado;

5) Retire a capa do scalpe e faça a punção;

6) Solte o garrote assim que o sangue começar a fluir na seringa;

7) Colete aproximadamente 10 ml de sangue. Em crianças, colete de 2 a 5 ml;

8) Descarte a seringa sem retirar o scalpe direto na caixa de papelão;

9) Oriente o paciente a pressionar com algodão a parte puncionada, mantendo o

braço estendido, sem dobrá-lo. Coloque o adesivo no local da punção;

10) Transfira o sangue para um tubo de ensaio sem anticoagulante. Escorra

delicadamente o sangue pela parede do tubo. Este procedimento evita a

hemólise da amostra. Descarte a seringa no mesmo recipiente de descarte da

agulha.

Anexo III 289

Page 290: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

CCOO LLEETTAA CCOOMM SSIISSTTEEMMAA AA VVÁÁCCUUOO EE CCOOLLEETTAA MMÚÚLLTTIIPPLLAA

Como proceder quando a coleta é feita com sistema a vácuo?

1) Rosqueie a agulha no adaptador (canhão). Não remova a capa protetora de

plástico da agulha;

2) Ajuste o garrote e escolha a veia;

3) Faça a anti-sepsia do local da coleta com algodão umedecido em álcool a 70%

ou álcool iodado a 1%. Não toque mais no local desinfetado;

4) Remova o protetor de plástico da agulha. Faça a punção;

5) Introduza o tubo no suporte, pressionando-o até o limite;

6) Solte o garrote assim que o sangue começar a fluir no tubo;

7) Descarte a agulha direto na caixa de papelão;

8) Oriente o paciente a pressionar com algodão a parte puncionada, mantendo o

braço estendido, sem dobrá-lo. Coloque adesivo no local da punção.

Anexo III 290

Page 291: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

DDEESSCCAARRTTEE DDEE RREEJJEEIITTOOSS PP RROODDUUZZIIDDOOSS NNAA CCOO LLEETTAA

Como é feito o descarte de agulhas, seringas, algodão e coágulos ?

O descarte do lixo produzido deve ser feito de acordo com as normas

estabelecidas para o trato do lixo hospitalar. Todas os objetos perfurocortantes devem

ser descartados em caixa de papelão específicas para descarte de material biológico. O

algodão e os coágulos devem ser colocados em sacos plásticos e identificados como

material potencialmente infectante. Todo esse material deve ser encaminhado ao lixo

hospitalar do LACEN.

Jamais reecape agulhas

Nunca descarte material contaminado sem a prévia descontaminação

Atenção

Anexo III 291

Page 292: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

UUNNIIVVEERRSSIIDDAADDEE DDEE PPEERRNNAAMMBBUUCCOO

MANUAL DE CAMPO

BBrraassiill,, 22000033

LLLAAABBBOOORRRAAATTTÓÓÓRRRIIIOOOSSS DDDEEE AAARRRMMMAAAZZZEEENNNAAAMMMEEENNNTTTOOO --- LLLAAACCCEEENNN

EEESSSTTTUUUDDDOOO DDDEEE PPPRRREEEVVVAAALLLÊÊÊNNNCCCIIIAAA DDDEEE

BBBAAASSSEEE PPPOOOPPPUUULLLAAACCCIIIOOONNNAAALLL DDDAAASSS IIINNNFFFEEECCCÇÇÇÕÕÕEEESSS

PPPEEELLLOOOSSS VVVÍÍÍRRRUUUSSS DDDAAASSS HHHEEEPPPAAATTTIIITTTEEESSS AAA,,, BBB EEE CCC

NNNAAASSS CCCAAAPPPIIITTTAAAIIISSS DDDOOO BBBRRRAAASSSIIILLL

Anexo III 292

Page 293: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

TTÉÉCCNNIICCAA PPAARRAA PPRREEPP AARROO EE AARRMMAAZZEENNAAMM EENNTTOO DDEE SSAANNGGUUEE NNOO

LLAABBOORRAATTÓÓRRIIOO

IInnttrroodduuççããoo

Embora a prevenção seja a melhor alternativa para diminuir a incidência das

Hepatites Virais, o diagnóstico e tratamento precoces diminuem as complicações e os

efeitos psicossociais dessa patologia. O correto diagnóstico laboratorial depende da

coleta adequada das amostras para os testes.

Este Manual apresenta os procedimentos e técnicas, adaptados da Coordenação

Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids, do Ministério da Saúde, para

identificação, coleta, preparo, armazenamento e transporte de amostras de sangue para

testes sorológicos das hepatites A, B e C e da detecção e genótipo do vírus da hepatite

C.

MMAATTEERRIIAALL PPAARRAA PP RREEPP AARRAARR EE AARRMM AAZZEENNAARR OO SSOO RROO

Qual o material necessário para preparar e armazenar o soro?

- Tubos de ensaio

- Pipeta Pasteur ou pipeta automática de 0,5 a 1,0 ml

- Etiquetas

- Caneta

- Estante para tubos

- Centrífuga

- Geladeira

- Congelador

- Avental e máscara

- Luvas descartáveis

- Recipiente de boca larga, com parede rígida e tampa, contendo hipoclorito de

sódio a 2%

Anexo III 293

Page 294: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

SSEEPPAARRAAÇÇÃÃOO EE AARRMMAAZZEENNAAMMEENNTTOO DDOO SSOORROO

Como proceder com a amostra de sangue coletado?

Deixe a amostra em temperatura ambiente até a retração do coágulo. A amostra

pode ficar em temperatura ambiente por 3 horas no máximo. Após este período o

sangue pode hemolisar.

Após a retração do coágulo, o material pode permanecer em geladeira, 4° a 8°C,

por 12 horas no máximo, a fim de evitar hemólise.

Será realizada pelo auxiliar técnico de laboratório de cada LACEN envolvido no

projeto.

A temperatura ambiente em laboratórios clínicos deve estar entre 20°C e 26°C,

para manter a estabilidade das reações sorológicas e a confiabilidade dos resultados.

Após a retração do coágulo você separe o soro de forma mecânica

Separação Mecânica:

1) Centrifugue o sangue por 10 minutos a 1.500 rpm.

2) Retire o tubo, após a completa parada da centrífuga.

3) Aspire, transfira cuidadosamente para tubos de Eppendorf etiquetados

semelhante ao da coleta e guarde o soro no freezer a –20°C até a realização dos

testes sorológicos.

Anexo III 294

Page 295: Estudo soroprevalencia das hepatites a b c

Inquérito Nacional de Hepatites A, B e C

AAMMOO SSTTRRAASS EESSPP EECCIIAAIISS –– CCAARRGGAA VVIIRRAALL EE GG EENNOO TTIIPPAAGGEEMM DDOO HH CCVV

Como coletar, separar e transportar a amostra usada para o teste de quantificação da

carga viral e genótipo do HCV ?

O sangue (10 ml) deve ser coletado em tubo sem anticoagulante, deixar retrair

por 30 minutos, centrifugar, e remover o soro assepticamente até no máximo 4 horas

após a coleta. Congele o soro imediatamente. O plasma deve ser separado por

centrifugação, a 1.500 rpm por 10 minutos. Deve ser armazenado a –70°C e

transportado congelado para os centros de referência onde serão realizados. Evite

congelar e descongelar a amostra repetidamente.

Observação : O plasma deve chegar e permanecer congelado no

laboratório até a realização do teste.

Anexo III 295