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Revista bem estar-20150503 (1)

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“É acordar cada dia mais motivadocom os desafios profissionais e

pessoais. Deitar com a consciênciatranquila de que fiz omelhor possível.”Rodrigo Mariani,

dentista

Jogo decintura erespeito àindividualidade

são fundamentais parareceber bem os amigosdos filhos em casa

Modernidadeda Tailândiacontrasta coma imagem de

país exótico e poucodesenvolvido quando seescolhe o país com destino

Psicólogorio-pretenseescreve sobrea relação

entre dinheiro e felicidade:“Quem só objetiva dinheironão se torna bom em nada”

De origemgenética, aorelha deabano pode

ser corrigida por umacirurgia chamadaotoplastia, feita pelo SUS

Com umadieta correta ealgumasmudanças de

atitudes é possível aliviaros sintomas que causam aprisão de ventre

Rosiley Cosenza Dourado,fisioterapeuta

EDITORIAL�t

A possibilidade de garantir um excelen-te salário para o resto da vida é o principalmotivo que leva cada vez mais pessoas a secapacitarem para encarar um concurso pú­blico. A concorrência é enorme. A quanti-dade de inscritos chega às centenas de mi-lhares para dezenas de vagas. E o nível deboa parte dos candidatos é alto. São os con-curseiros profissionais, que abrem mão devida social para se dedicar exclusivamenteaos estudos. Com tudo isso, a pressão em ci-ma de quem envereda por esse caminho égigantesca. E como fica a cabeça? Reporta-gem deste domingo da Bem-Estar mostraque tão ou mais importante que a capacita-ção técnica é o equilíbrio emocional paraenfrentar esse tipo de desafio. Profissio-nais ligados à área de concursos dão dicasde como se organizar mentalmente, além,é claro, do passo a passo prático necessáriopara se tornar um candidato realmente ap-to a passar. Outras duas reportagens destaedição têm a ver com o tempo que ficamosem casa: na primeira, como receber os ami-gos dos filhos; na segunda, dicas de comocurtir seu cantinho, tornando prazerosa aexperiência de ficar em casa. Soluções pa-ra a prisão de ventre e orelha de abano e assaborosas lembranças da infância trazidaspelos doces caseiros também aparecem nes-te domingo. Tenha uma excelente leitura,e uma semana pra lá de boa!

GRUPO DIÁRIO DA REGIÃO

Editor­chefeFabrício [email protected]

Editor­ExecutivoMarcelo [email protected]

CoordenaçãoLigia [email protected]

Editor de Bem­EstarIgor [email protected]

Editora de TurismoCecília [email protected]

Editor de ArteCésar A. Belisá[email protected]

Pesquisa de fotosMara Lúcia de Sousa

DiagramaçãoCristiane Magalhães

Tratamento de ImagensIgor Soares e Luciana Nardelli

MatériasAgência O Globo

Força emocionalpara os estudos

Família

Turismo

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Alexandre Caprio

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Saúde

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Saúde

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O que é bem­estar para você?“É estar bem com meu corpo, em pazcom meu espírito e minha família, nãofazer mal a ninguém, sentir-me útil etransmitir felicidade.”

Compartilhe com a gente o que significa bem-estar para você

Escreva para [email protected]. Participe!

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COSMÉTICOS

Quer um tratamentoestético que eliminagordura localizada?Uma técnica intituladacriolipólise promoveum congelamento dotecido adiposo - a gordura -e faz com que ela sejaeliminada naturalmentepelo seu corpo. As célulasde gordura morrem e agordura não é espalhadaou remodelada. Umaespécie de lipo sem corte.O procedimento épraticamente indolor, o quefaz com que a procura sejamaior ainda. Uma sessãocostuma durar cerca deuma hora por área tratadae o resultado começa aaparecer após 30 dias. EmRio Preto, um dos centrosde estética que oferecem atécnica é o Siluets.

O livro “Você pode tersaúde basta querer - Afascinante naturopatiaeuropeia ao seu alcance”,lançado pela Barany Editora,é indicado para pessoas queadoram fazer uma refeiçãonatural e vivem fazendodietas ou impondo umaalimentação mais saudávelem casa. A autora alemã,Catharina Walzberg, abordaa naturopatia, que significamedicina natural, integral, aarte de reconstruir oorganismo doente por meiode estímulos suaves. Asorientações têm o objetivo deajudar o leitor a conquistaruma saúde mais resistente,pela reprogramação de seuestilo de vida. O livro custaR$ 34,90. Informações:www.baranyeditora.com.br.

SAÚDE FEMININA

DICAS DE BEM-ESTAR�t

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ESTÉTICA NATUROPATIA

Uma dica de cuidado com a saúde íntima é o coletor menstrualInciclo, que pode ser comprado na Alergoshop, em Rio Preto.Tecnologia íntima já muito conhecida na Europa, o coletor vem sendointroduzido no cotidiano das brasileiras. O produto é confortável e seadapta facilmente ao corpo feminino, devido a sua flexibilidade. Ao serintroduzido no canal vaginal, ele forma um vácuo e impede a entrada dear, evitando assim o vazamento, mau odor e garante até 12 horas deproteção. Por ser feito de silicone, o produto é durável, mas érecomendável que seja trocado a cada dois ou anos. Custa R$ 81.Informações: alergoshop.com.br.

A M.A.C Cosmetics relançou sua linha de fragrâncias “Turquatic”, comduas novidades. A primeira é que a fragrância de inspiração energizanteagora possui a versão “Hand and Body Cream”, uma loção para mãos ecorpo que condiciona e nutre a pele por meio de uma fórmula rica emvitamina E. A outra boa nova são os novos preços da linha, que também éformada por perfume e rollerball (ideal para levar na bolsa). A Turquatictraz notas de anêmona, lótus, lírio e cedro azul. Informações:www.maccosmetics.com.br.

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CASA CHEIAFamília�t

Francine [email protected]

Juliana [email protected]

Seu filho cresceu. Está nafaculdade, quer sair todos osfinais de semanas, viajar. Eele também quer fazer festasem casa para receber os ami-gos. Como lidar com todas es-sas mudanças? Ser um pai oumãe que educa, mas tambémser legal? Receber os amigosdos filhos de forma tranquilae sem encanação? É preciso fi-car perto ou longe? Deixá­losà vontade ou não?

Gabriela Cosendey, psicólo­ga e especialista em psicoterapiacom enfoque psicanalítico (gru-pos com adolescentes), afirmaque o ideal é se mostrar presentecom discrição, deixá­los, sim, àvontade, porém cientes de quevocê está por perto, atento, ape-nas sem interferir o tempo todo.“Afinal de contas, eles vieram pa-ra estar com seus filhos, e isso de-ve ser preservado.”

E tudo isso deve ser feito deforma natural. “Você pode ficarde olho sem que eles se sintamo tempo todo vigiados. Depen-dendo da idade, isso pode vari-ar. Por exemplo, enquanto sãopequenos, a atenção deve sermaior, mantendo a porta doquarto aberta. Quando são ado-lescentes, pode ser que queirammanter a porta do quarto fecha-da. Sendo assim, deve-se apre-sentar as regras e deixá­los àvontade. Quando precisar falar,

bata à porta antes. Eles vão sesentir respeitados e isso facilitao estreitamento dos vínculos.”

Filhos adolescentes costu-mam sentir vergonha dos pais.No entanto, Gabriela explicaque, às vezes, não é bem vergo-nha, mas medo da exposição:“Sempre acontece um comen-tário ou outro entre eles a res-peito dos pais dos amigos e,por isso, não se deve provocarsituações em tom de piada,que acabam por envergo-nhá­lo. Ficar contando intimi-dades, segredos e expondo suaprivacidade não é legal. Por is-so, é importante observar a simesmo e tomar cuidado paranão ultrapassar o limite. Osamigos dos seus filhos são ami-gos deles e não seus.”

A melhor maneira de man-ter a harmonia e ainda saberum pouco mais sobre os amigosé manter o diálogo franco desdecedo, mostrando que o filho po-de confiar. “O melhor vigia é aprópria consciência e, por isso,é importante manter um diálo­go e mostrar que existem peri-gos no mundo, e também quevocê não estará ao lado dele otempo todo para intervir.”

Estimule os amigos a ficar àvontade. Já comer um lanchecom eles no quarto, por exem-plo, vai depender do clima domomento. “Eles podem estarbem entrosados e sua presençacortar o ‘clima’. Ou pode serque eles gostem. A questão éusar a sensibilidade e o bomsenso”, diz Gabriela.

Receber os amigos dos filhos podeser uma experiência prazerosapara todos quando prevalecemo diálogo e o respeito mútuo

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DICAS PARA UMABOA CONVIVÊNCIA

�t O comportamento dos pais vaidepender muito da idade do filho. Émuito importante que os paisestimulem o convívio social dosfilhos e busque o equilíbrio perfeitoentre privacidade e interação�t A interação é importante paradeixar claro não só ao filho, mas aoscolegas, que os pais estão alipresentes como forma de segurançae fiscalização. Crianças precisam delimites e educação, e não é porqueos filhos estão com outras criançasou adolescentes que tudo deve serpermitido�t Durante a visita dos amigos, nãoé a hora certa de tentar ser o paimais engraçado da turma. Ser painão é ser amigo do filho. Um paisábio sabe ser companheiro,animado e divertido, mas sabe imporrespeito�t Em grupo, também não é hora dequerer ensinar algo para o filho quedeveria ser feito a sós. Nada de liçãode moral. Se o assunto for sério, opai deve reservar um horário paraconversar sozinho com seu filho�tEducar não tem a ver cominvasão. Dependendo da idade, éfundamental que os paisacompanhem o histórico docomputador e com quem os filhosestão conversando. Isso por volta de7 e 8 anos. Mas, na adolescência,isso é invasão de privacidade, atéporque é normal conversas compaqueras nessa idade

Fonte: Karina Rodrigues, psicóloga

Nara Garcia, que é doceira em RioPreto, tem uma filha de 15, Lena, eum filho de 21, Hiaggo, e sempre gos-tou de receber os amigos dos filhosem casa. Ela, inclusive, prefere queeles façam as atividades escolares ouaté mesmo uma reunião descontraídapara assistir a um filme, jogar videoga-me ou bater papo dentro de casa.

“Acho importante esse contato,mesmo porque os amigos geralmentesão os irmãos que escolhemos para

nossa vida. Acho que devemos intera-gir, mas sem tirar a liberdade deles,mesmo porque são outros interesses”,diz.

“Sempre trabalhei muito. Sendoassim, sempre preferi ter meus filhosem casa. Esse convívio começou comeles ainda pequenos, em fase escolar,e foi acontecendo de forma muito sim-ples. Acredito que esse contato é mui-to importante, tanto para eles quantopara mim”, afirma.   (FM)

Respeito aos elos ‘fraternos’

Nara Garcia entre os filhos

Hiaggo, de 21 anos, e

Lena, de 15.

A mãe diz que sempre

gostou(e estimulou) a

presença dos amigos dos

filhos em sua casa.

“Acho importante esse

contato, até porque os

amigos geralmente

são os irmãos que

escolhemos

para a vida”

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EXERCÍCIO�t

JÁ PRA ÁGUAAlém de melhorar a função cardiorrespiratóriae trabalhar a musculatura de quase todo ocorpo, a natação ajuda a queimar até600 calorias em uma hora de aula

Francine [email protected]

Com as altas temperaturas deRio Preto e região, a natação é umaalternativa refrescante e que garan-te boa forma, uma vez que, duranteo nado, quase 100% da musculatu-ra é trabalhada.

Assim como qualquer atividadefísica, a natação faz bem à saúde.Mas tem alguns diferenciais positi-vos. Um deles é que se trata de umesporte de baixo impacto, o queameniza potenciais lesões. Os be-nefícios cardiorrespiratórios tam-bém são fantásticos.

Oficialmente, existem quatroestilos na natação, reconhecidospela Federação Internacional deNatação: crawl, costas, peito e bor-boleta. A última é o estilo que maisexige do corpo, apesar de alguns es-pecialistas afirmarem que sentemmais facilidade no borboleta doque no crawl, que é o mais utiliza-do por sua facilidade de desloca-mento.

“O borboleta é o nado que exigemais força do aluno, porque ele éobrigado a fazer uma ondulação pa-

ra baixo e para cima, e a quantida-de de músculos exigidos para onado é muito grande”, diz Wal-ter Helena, educador físico e só­cio diretor da Aquática Escola deEsportes.

A atividade ainda emagrece emodela o corpo, principalmente seo aluno utilizar os programas ae-róbicos e anaeróbicos bem distribu-ídos em suas aulas. Em uma horadá para perder entre 400 a 600 calo-rias. “Com a natação aeróbica, aperda de calorias é menor, mascom uma hora de trabalho anae-róbico a perda, além de ser grande,continua durante quatro horasmais ou menos após a aula”, garan-te Helena.

Uma das reclamações das mu-lheres são os ombros largos. No en-tanto, Helena afirma que tudo issoé lenda. “Educação física não é acu-mulativa. Quando você parar de na-dar, tudo volta ao normal. Se suagenética permite, você ficará mai-or. Se não, nunca chegará lá. A nãoser que você utilize os métodos far-macológicos, que são totalmentecontraindicados para a saúde doser humano.”

O que acha de começar acompetir em provas de nata-ção? O técnico do Sesi, JoãoEduardo Alampe, 34 anos, dizque o primeiro passo é procu-rar orientação de um profissio-nal regulamentado no Conse-lho de Educação Física. “Ele fa-rá uma avaliação para ver o ní­vel do possível esportista.” NoSesi, por exemplo, o aluno po-de fazer parte do treinamentoou do rendimento, que são co-mo a 1ª e a 2ª divisão do fute-bol. Além disso, pode integraro Programa Atleta do Futuro(Pafe) para alunos de 10 a 17anos. As inscrições podem serfeitas na secretaria.

Para participar das competi-ções, o aluno precisa de empe-nho. Um atleta faz nove ses-sões de treino por semana,com aulas a partir das 5 horasda manhã, no período da tar-de, de segunda a sexta-feira, etambém aos sábados. Alémdisso, é preciso cuidar da par-te física, com aulas em acade-mia e treinamento funcional.“Um atleta nada, em média,de 48 a 56 quilômetros por se-mana”, diz Alampe.  (FM)

Quero competir.O que eu faço?

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Fotos: Sidnei Costa

Oveterinário Otávio DiasChaves Neto,37anos, sempreusou a

nataçãoparacompletar outrasatividades físicas.Noentanto, há

umano, ele voltoua nadarpra valer. Nasuaopinião, oesporte é

bemdiferente dosoutros. “Comoagente pratica sozinho, acaba

sendoum momento de reflexão, relaxamento”, explica.

Paralelamentea isso, eleafirmaquea alta temperatura dacidade

tornaanataçãoumesporte quecausa bem-estar. “Tira todoo

calor acumulado nodiaadiado trabalho.” Para fazer asaulas

corretas, ele contacom orientaçãodedois profissionais. “Um

orientao treino específicoeooutro fala domelhor estilo,

frequênciae intensidade.O resultado émuitopositivo.”Na

imagemmaior, a nadadora profissional AndressaSimião,

de20anos, durante treinona piscinadoSesi

NA ÁGUA DESDE O BERÇO

�t Bebês com seis meses já podem começara nadar. A idade é indicada porque nestafase eles já tomaram todas as principaisvacinas. “Como educador físico, e com ocalor de Rio Preto, eu não só indico comoacho que seria importante a natação emtodas as escolas. A criança que sabe obásico da natação não morre afogada.Infelizmente, o Brasil é o terceiro país commais mortes por afogamento”, destaca JoãoEduardo Alampe, técnico de natação do Sesi

“A natação é minha vida e mefaz muito bem.” A frase é de An-dressa Carla Simião Sango, nadado-ra de 20 anos que trouxe para RioPreto, no mês passado, uma meda-lha de ouro do Troféu Maria Lenk.

Nadadora do Sesi, Andressa co-meçou a nadar aos 5 anos para ten-tar prevenir algumas doenças.“Sempre ficava doente e tambémqueria aprender a nadar.” Hoje, elaconta que raramente fica debilita-da. “Tenho qualidade de vida, dis-ciplina e controle de peso”, afirma.

Até o fim de abril, ela estavatreinando forte para participar docampeonato brasileiro de natação.Além disso, estava focada em bai-xar alguns tempos das provas doTroféu Maria Lenk. No último dia23, ela participou da “Pedagogiado Exemplo”, que inclui o projeto“Embaixadores do Esporte”, doqual é madrinha pelo Sesi de RioPreto. O projeto envolve criançasdo 1º ao 9º ano e incentiva ações co-mo a prática esportiva e a alimenta-ção saudável.  (FM)

Medalhista de ouro

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ALIMENTAÇÃO/PRAZER�t

Receitas tradicionais de doces caseiros têm o poder de estimularuma experiência sensorial que nos joga de novo no tempo da vovó

LEMBRANÇA AÇUCARADAFrancine [email protected]

Na animação “Ratatouille”, queganhou o Oscar 2008 de melhor longade animação, o crítico gastronômicoAnton Ego, depois de provar uma re-ceita que leva o nome do filme, lem-brou-se de quando era criança e escre-veu que o prato foi o melhor que elejá havia comido em muitos anos. As-sim como na ficção, em algum mo-mento, nós também invariavelmen-te acabamos dando umas colhera-das que nos levam de volta às melho-res lembranças da infância.

Em Engenheiro Schmitt, distritode Rio Preto, é possível viver essa ex-periência, graças a alguns estabeleci-mentos que oferecem uma infinidadede doces caseiros. O cardápio é vastoe único. Na Doceria Schmidt, funda-da em 1974, por Laércio Carmeloci,são mais de 60 tipos. São doces em cal-da, em barra, em compotas, pingados,cristalizados, geleias, polpas...

Um dos doces mais tradicionais,segundo Carmeloci, é o de banana cre-moso, cuja receita é bem simples (con-fira na página). Outro doce concorri-do é o de abóbora. “Os doces fazem su-

cesso porque têm sabor diferenciadoe ingredientes naturais. São muitomais aceitos pelo paladar se compara-dos a um produto industrializado, fei-to em série”, afirma Pompeu XavierCarmeloci, que administra a empresaao lado do pai e do irmão Laércio.

Outra empresa tradicional em Sch-mitt é a Doces Noêmia, fundada porNoêmia Signorini Foresto, em 1972.Patricia Foresto Moura, neta de Noê­mia, conta que a produção é totalmen-te artesanal. “Não usamos aditivosquímicos e muito menos conservan-tes para a produção de nossas geleias,

compotas, barras e doces cristaliza-dos. As frutas são maduradas natural-mente, selecionadas e cortadas manu-almente”, explica.

As receitas da Doces Noêmia sãooriginais, daquelas feitas pelo avô dePatricia, há cerca de 40 anos. “Opta-mos em nunca alterar nada. Nemna quantidade, nem nos processos.Fazemos porções pequenas de do-ces em tachos, do mesmo tamanhodo início. É o mesmo doce que aspessoas guardam de lembrança desuas avós ou bisavós, feitos com to-do amor e carinho.”

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DOCE DE BANANA CREMOSO

ARROZ DOCE

Ingredientes�t 1 xícara de chá de açúcar�t 1 colher de sobremesa debicarbonato de sódio�t 3 figos�t 1 laranja-da-terra�t 1 mamão em pedaços, sem assementes�t 1/4 de abóbora em pedaços, sem acasca e as sementes�t Açúcar cristalpara cobrirModo de preparo�t Limpe as frutas e coloque o mamãoe a abóbora em água com obicarbonato. Deixe por aproximadamente 20minutos, escorra e lave bem em águacorrente. Coloque as frutas, exceto a laranja,em um tacho, cubra com água e leve aferver. Retire do fogo, escorra e reserve. Em

outro tacho, coloque a laranja, cubra comágua e leve a ferver. Retire do fogo apóslevantar fervura, espere esfriar, escorra edescarte a água Cubra a laranja novamentecom água e deixe de molho, trocando a águade vez em quando até extrair quase todo oamargor da fruta. Faça uma calda rala com oaçúcar e água suficiente para cobrir todas asfrutas. Coloque as frutas, leve a ferver, retiredo fogo e tampe o tacho. Repita essaoperação por alguns dias, sempre fervendoum pouquinho e retirando do fogo. Esseprocesso fará com que a calda penetre nasfrutas e evitará que elas fiquem secas pordentro. Quando as frutas absorverem bem acalda, escorra-as e coloque-as em umapeneira grande. Deixe escorrer o excesso decalda, passe as frutas em açúcar cristale deixe-as secar em uma assadeira.

Fonte: Doces Noêmia

Ingredientes�t 150 gramas de arroz�t 300 ml de água�t 300 gramas de açúcar�t 500 ml de leite�t 150 ml de leite condensado�t 100 ml de creme de leite�t Canela em póModo de preparo�t Coloque o açúcar em umapanela, deixe derreter o açúcar,faça um caramelo e mexa sempre.Acrescente a água, depois 250 mlde leite e o arroz, e continuemexendo. Deixe o arroz cozinhar.Após cozido, desligue o fogo eacrescente o restante do leite ecoloque o leite condensado e ocreme de leite. Coloque acanela a gosto.

Fonte: Adriana Souza, chef de cozinha

FRUTAS CRISTALIZADAS

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Ingredientes�t 1 quilo de banana�t 700 gramas de açúcar�t 2 colheres de glicoseModo de preparo�t Descasque e amasse a

banana. Misture o açúcar,coloque em uma panela emexa sem parar até o docedesgrudar da panela.

Fonte: Doceria Schmidt

Doces de goiaba e de frutas cristalizadas estão entre os

“campeões” de preferência nas duas principais docerias do

distrito de Engenheiro Schmitt, a Doceria Schmidt, fundada

em 1974 por Laércio Carmeloci e até hoje tocada por ele e os

filhos (foto à esquerda) e a Doces Noêmia

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Tratar seu animalzinho de estimaçãocomo filho até traz ganhosemocionais para os dois lados,mas é preciso haver equilíbrioe compreensão dos limites

DONOS OU PAIS?PETS�t

Cora [email protected]

A pesquisadora Lisa Horn, da Universidadede Viena, na Áustria, virou febre na internet aopublicar seu estudo sobre um efeito chamado “ba-se de segurança”, que é observado na relação depais e filhos e que também pode ocorrer entre se-res humanos e cães.

Pesquisadores têm demonstrado como a presen-ça do proprietário afeta a forma de agir dos cães.Em uma dessas experiências, se o dono não estavapor perto, os cães passavam menos tempo tentandobuscar o petisco dentro do brinquedo. Quando abrincadeira era oferecida por pessoa estranha aocão, o tempo de interesse na brincadeira tambémera menor do que o observado com o dono.

“Chamamos essa relação de efeito ‘base segu-ra’: cães se sentem muito mais protegidos, confi-antes e seguros na presença de seus donos do quena ausência deles, e essa relação do cão com o do-no é bastante semelhante com a da criança e seuspais”, afirma a veterinária Fernanda Novaes San-felixe, de Rio Preto.

Para Luciana Vera Crepaldi, psicóloga clínicaformada em Gestalt-terapia e EMDR, as vanta-gens dessa relação para os animais são claras.

“Nós somos fonte de alimento, abrigo, proteçãoe cuidado para eles, e ainda favorecemos sua procria-ção. Além disso, animais adoram ser mimados e aca-riciados, o que fazemos muito bem”, diz Luciana.

“Para os humanos, observamos, além de benefí­cios na saúde física, bem-estar psicológico, co-mo diminuição das reações do estresse, melhorrecuperação de doenças psiquiátricas como de-pressão e ansiedade e aumento do cuidado pesso-al e da autoestima. O animal atua também na vi-da do homem como facilitador social, agregandopessoas e diminuindo o isolamento de indiví­duos, lembrando também que cães treinados sãoamplamente utilizados na assistência de pessoascom deficiências e idosos”, completa.

Domingo, 3 demaio de 2015

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A assistente social Joana D’Arc

Pereira com Ceni - homenagem

ao goleiro são­paulino Rogério

Ceni -, um pug de sete meses

cheio de graça: “Acredito que

ele não me vê como mãe, mas

como alguém que o ama,

protege e o respeita”, diz

Amor e cumplicidade

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27/4/2015

“Em uma relação saudável, épreciso pensar no equilíbrio, saben-do se diferenciar do animal, impon-do regras, limites e respeitando anatureza de seus bichinhos”, refor-ça a psicóloga rio-pretense Lucia-na Vera Crepaldi.

Para ela, é importante ter mo-mentos de satisfação e prazer, apro-veitando a companhia que os petsproporcionam, porém, não pode-mos nos esquecer que as reuniõescom amigos e familiares tambémsão prazerosas. Exageros podem le-var à dependência do proprietáriocom seu animal, quando o cão virao centro da vida de seu dono e seusdesejos passam a ser prioridade, le-vando-o, em casos extremos, a umaansiedade de separação.

“Outro aspecto que precisa serobservado é que a relação pode le-var a um isolamento, quando se

acredita que as pessoas - do círculode convivência - não são dignas deconfiança, somente os animais”alerta Luciana.

A veterinária Fernanda NovaesSanfelixe acrescenta que é precisoobservar: “sabemos de todos os be-nefícios que essa relação traz paraambas as espécies, pois nada mais édo que uma troca de carinho eamor. Acredito que os animais aca-bam suprindo a falta de afeto queexiste entre pais e filhos, por exem-plo, mas um ponto negativo é a de-pendência que essa relação podecausar, como por exemplo se o donodesse cão precisa fazer uma viageme esse animal por algum motivo nãopode acompanhá­lo. Isso pode gerartristeza no cão, fazendo com que elenão queira nem ao menos se alimen-tar, desencadeando uma série deproblemas de saúde.”   (CS)

Atenção aos exageros

A veterinária Fernanda NovaesSanfelixe enxerga a relação entrecães e seus donos como positivadesde que haja equilíbrio.

É o que relata a assistente socialJoana D’Arc Pereira, de Rio Preto.“O Ceni – uma homenagem ao go-leiro do São Paulo, Rogério Ceni - ,um pug de sete meses, apareceu emminha vida como um anjo. Eu esta-va passando por um momento umtanto delicado à espera dos resulta-dos de alguns exames, e ele me ti-rou totalmente do foco daquelesproblemas, que foram superados.”

Ela conta que o cãozinho é mui-to engraçado e carinhoso e conquis-tou a todos. “As pessoas entendemnossa relação e o adoram. Muitasvezes, quando recebemos um convi-te para ir à casa de alguém, eles já

avisam que é para levar o Ceni.Acredito que veem nossa relaçãocomo algo responsável.”

Joana admite que desde criançasempre teve animaizinhos de estima-ção em casa, de toda espécie. “O queaparecia no portão ou achávamos narua levávamos embora, meus paisqueriam nos matar, mas acabavamcedendo. Agora, com o Ceni, é dife-rente, ele consegue perceber tudo,presta atenção em cada detalhe, às ve-zes ele para e fica escutando o que es-tamos conversando. Não o conside-ro como filho, o considero comouma criatura muito evoluída, que jánasceu aprendendo a amar, umamor sem medidas, e acredito queele não me vê como mãe, mas comoalguém que o ama, protege e, acimade tudo, o respeita”, revela.   (CS)

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Aprenda a transformar seu“cantinho” em um espaçomais aconchegantetanto para os momentos asós quanto entre amigosCora [email protected]

Seguindo o pensamento do feng shui, emqualquer lugar da casa, a limpeza, a organiza-ção e o conserto de tudo que estiver quebradoé fundamental, pois a desorganização física in-fluencia a desordem mental e emocional. Seos relacionamentos e o estado emocional daspessoas estiverem desalinhados, fica difícilfornecer aconchego para quem chega. “É im-portante que haja amor e harmonia no lar pa-ra que isso possa ser estendido aos visitantes”,afirma a psicóloga Márcia Regina Orsi.

Algo que pode ser motivo de constante pre-ocupação para tornar o lar um lugar agradáveltanto para você quanto para as pessoas que tevisitam diz respeito à disposição dos móveis.

Mas de acordo com a arquiteta e urbanis-ta Andressa Giachetto, de Rio Preto, um larque tenha a identidade do dono já permiteuma excelente acolhida, independentementeda decoração: “Considero indiscutível a ques-tão da energia de quem está recebendo, esse éo princípio ativo para a sensação de acolhi-mento e aconchego”, ressalta.

As áreas social e de lazer são as que maismerecem atenção. Pode tentar deixá­lasbem decoradas e de forma funcional paraacolher da melhor maneira, explica a arqui-teta. “Acho interessante reciclar de vez emquando, por exemplo, trocar o assento debanquetas, sofás, cadeiras e até cortinas. Sãomudanças que exigem relativamente poucoinvestimento e criam a sensação de que re-formou a casa toda”, completa.

Ela ainda cita que, se o ambiente é pe-queno, uma proposta minimalista pode aju-dar muito, e o cuidado com os excessos po-de ser a salvação.

O PRAZER DEFICAR EM CASA

SAÚDE EMOCIONAL�t

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Esteja bempara receber

Alguns especialistas avaliamque tudo dentro de uma casa preci-sa estar em constante harmonia. Aexpert em Feng Shui, Cris Ventu-ra, em seu blog Canto do FengShui, elenca algumas alternativaspara deixar a casa um ambientemais receptivo, como por exemplonão deixar a casa entulhada de obje-tos que não são utilizados, seja por-que estão velhos ou porque estãoquebrados, pois, segundo ela, po-dem atrair negatividade. A cozinha

e a sala também exigem atenção: acor laranja na sala pode trazer umaenergia alegre, e se o ambiente forem cor neutra ela aconselha que semisturem detalhes coloridos e flo-res e frutas na decoração deste cô­modo, lembrando que as plantastambém dão um toque carinhoso.

A psicóloga Márcia Regina Or-si acrescenta que, na hora de rece-ber, é importante planejar e dividirtarefas entre os anfitriões, pois issotorna o clima mais gostoso e des-contraído.   (CS)

Energias em harmonia

Para quem gosta de reunirpessoas, além de pensar na har-monia da casa, é imprescindí­vel que a própria energia estejaboa. Se você não está em umbom dia, muitas vezes é melhoraté cancelar o programa. “Ser-mos honestos conosco, já queàs vezes não estamos bem, so-mos humanos e ficamos tristes,bravos, angustiados ou preocu-pados, portanto, se não esta-mos bem, não é momento parareceber visitas”, alerta a psicó­loga Márcia Regina Orsi.

Outro ponto importante éque não é saudável receber pes-soas ou estar na casa dos outrossempre: o mais bacana é culti-varmos e fortalecermos nossoslaços com as pessoas mais próxi­mas e passarmos tempo de qua-lidade juntos.

Fazer do seu lar um ambien-te hospitaleiro, aconchegante eque desperte a vontade de vol-tar mais vezes: é o que se develevar em consideração. Aposteno alto astral da sua casa!   (CS)

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GARANTA SUA

�tO candidato vai conviver com situações adversas, comodificuldades em determinada matéria ou falta deconcentração para os estudos. Ele deve centralizar asemoções para sua prova e, desta forma, manter-se emharmonia consigo mesmo e com as pessoas da família, quedevem estimular e não ficar cobrando. Deve tambémverificar seu meio ambiente, isto é, sala de estudoadequada, além de conviver com os problemas de formapacífica e ao mesmo tempo ativa, tentando encontrarformas de resolver as dificuldades a fim de fechar o edital.

Vida de “concurseiro” não é moleza, mas com disciplina, determinação e método,você dá conta de passar em um concurso público. Veja as dicas de especialistas

PARA OS NOVATOS

�tO candidato deve verificar bem o edital, opeso das matérias e observar como a bancaexaminadora aplica as provas. Para isso, devepesquisar as provas anteriores, procurar umcurso que tenha comprometimento com oaluno e ministre o curso focado no edital.O candidato pode estudar sozinho também,desde que saiba separar corretamenteo conteúdo exigido no edital e terdisciplina para estudar.

COMO EVITAR ERROS

Os candidatos erram muito por não lerem oedital. Geralmente, os editais são publicadose a prova acontece em um prazo curto. Apreparação deve ocorrer com antecedência.Procure eliminar as principais dificuldades.Para isso, é necessário buscar cursoextensivo. Se a prova tiver duração de quatrohoras, estude durante quatro horas seguidasou resolva provas nesse tempo para pegaragilidade e raciocínio. Não faça resumosapenas perto da prova. Faça-os sempre,para aprimorar o conhecimento.

PROTEÇÃO EMOCIONAL

CARREIRA�t

Francine [email protected]

As percepções errôneas que as pes-soas têm sobre si mesmas podem atra-palhar quem quer passar em um con-curso público, especialmente aque-les que buscam a vaga pela primei-ra vez. “Na maioria das vezes, acre-ditar em algo errado nos leva a umsofrimento desnecessário”, afirmao psicólogo e especialista em orien-tar “concurseiros” e estudantes,Fernando Elias José.

“Isso, aplicado aos estudos, po-de afundar qualquer planejamentopara se alcançar uma vaga em con-cursos públicos ou uma aprovaçãoem provas e vestibulares”, explica.

Na opinião do especialista, paraconquistar um objetivo é preciso acre-ditar que é capaz de atingi-lo. “Com opassar do tempo, as crenças disfuncio-nais podem fazer parte da sua vida,sem que você perceba que há algo er-rado. Procure identificá­las para quepossa usá­las a seu favor”, aconselhao psicólogo.

Profissional da área, Eber PauloCruz, da coordenação da Epc Concur-sos, em Rio Preto, dá dicas de comose sair bem e ter um ótimo resultadoem concursos (leia nesta página).

Para ele, é necessário que o candi-dato que vai prestar pela primeiravez, escolha a carreira que quer se-guir, ou seja, qual entidade federativae órgão ao qual pretende ingressar.“O tempo para o candidato é tudo, ouseja, seu estudo deve ser focado nestecargo e na banca examinadora que ela-bora as provas. O candidato não podeficar pulando de cargos que não têmnada a ver com seu objetivo.”

Para Cruz, a emoção não podeatrapalhar os novatos. “O aluno deveincorporar a prova, isto é, deve verificarse o curso preparatório elabora simula-dos e provas para ele acostumar com aprova e fazer um controle emocional decomo se comportar com relação a suaemoção, tempo e dificuldades. O novatoem concurso deve procurar ficar pertode pessoas otimistas e que o ajudem a sesentir estimulado a estudar cada vezmais, e driblar as dificuldades.” Aula na Master Concursos, em Rio Preto: força emocional e dedicação aos estudos

Sergio Isso 5/3/2015

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SUA VAGAPARA QUEM TENTOU EAINDA NÃO CONSEGUIU

A dica mais importante para o candidato é não desistirnos primeiros concursos. Fazer um concurso a cadaquatro ou cinco anos não vai aprimorar você. Concurso

público é persistência. É bom ir progredindonas provas, ir vencendo etapas, realizar-se,terminar um projeto que às vezesleva tempo

DEZ PASSOS PARA VOCÊ CHEGAR LÁ

1º PASSO�t Prepare um plano de estudo. Isso pode ser feitoa partir da elaboração de um quadro mensal, comas atividades obrigatórias (trabalho, aula, outrosafazeres). Importante anotar também ali feriadose compromissos eventuais já assumidos

2º PASSO�t Saiba quando aumentar ou reduzir o tempo deestudo. Há situações em que o candidato estámotivado e percebe que teria condições de estudarmais que o estabelecido. O inverso também podeacontecer. Alterar o quadro evitará a sensação defrustração por não cumprir a meta

3º PASSO�t Vença a preguiça, o cansaço, a inércia ecomece a estudar. Evite, por exemplo, distrações,acorde na hora combinada e faça apenas o que forpreciso para começar os estudos (alimentação,banho, troca de roupa). A preparação para umconcurso é similar à preparação de um atleta

4º PASSO�t Mantenha o interesse durante os estudos.Quase todo candidato tem as matérias preferidase as “odiadas”. O ideal é dedicar mais tempo aoque sabe menos

5º PASSO�t Como não esquecer o que já foi estudado?Quando chegar ao fim de uma matéria, estudetodas as disciplinas em grupo, volte ao iníciosucessivas vezes, até a aprovação. Essa repetiçãoleva à memorização definitiva

6º PASSO�t Prepare o material para revisões. Depois que ocandidato já tem alguma noção do conteúdo dadisciplina, é possível sublinhar as informações maisimportantes e, a partir daí, montar fichas-resumo

7º PASSO�t Trabalhe questões de concursos realizados háaté dois nos ou, no máximo, três. Informática elegislação, por exemplo, sofrem constantesmodificações, e outras matérias passam pormodificações pontuais, como auditoria econtabilidade

8º PASSO�t Não esqueça o conteúdo que já você estudou. Apartir do momento em que uma disciplina estivertotalmente fichada, passe para a fase demanutenção - que continua até a aprovação

9º PASSO�t Inclua novas matérias no plano de estudos

10º PASSO�t Observe os pontos fracos e corrija a estratégia.A cada mês, o candidato deve traçar novas metas epreparar novo quadro de horários com base naobservação de seu desempenho no mês anterior

Fonte: Ubiratan Silveira Garcia, coordenador da Master Concursos

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SAÚDE�t

Ainda assim,recomenda-secirurgia paracorreção daorelha deabano a partirdos cinco anosde idade, a fim deevitar prejuízos aoestado emocionalda criança

Francine [email protected]

Até três meses atrás, o formato da ore-lha de Maria Eduarda Salino de Pádua, 11anos, era um incômodo. A chamada ore-lha de abano, um problema que afeta de 2a 5% da população mundial, era motivo pa-ra que ela sofresse bullying na escola, oque afetava muito a qualidade de vida de-la. “Era chamada de orelha de elefante,Dumbo”, revela.

O formato, caracterizado por um pro-blema na estrutura da cartilagem daorelha, foi corrigido numa cirurgiachamada otoplastia. A intervenção, in-dicada entre 5 e 7 anos de idade, perío­do em que orelha da criança já atingiu85% do tamanho adulto, foi tranquila,e Maria Eduarda está feliz com o resul-tado. “O pessoal parou de fazer brinca-deira sem graça.” A mãe, Sonia MariaSalino, conta que a cirurgia foi realiza-da pelo Sistema Único de Saúde

(SUS). “Tentei durante anos fazer pe-lo convênio, mas não foi autorizada.”

A orelha de abano tem origem ge-nética, mas não é algo que traga prejuí­zo à saúde das crianças. O único danoé estético, e consequentemente psico-lógico. “Por isso é indicado fazer a ci-rurgia a partir dos 5 anos, período deidade escolar, para evitar que as crian-ças sofram bullying entre os colegasde sala”, diz a pediatra Isabella Delali-bera, do Hospital Albert Einstein.

O DANO MAIORÉ ESTÉTICO

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Antes de atingir a idade para a cirurgia,os pais podem disfarçar o problema usandoos cabelos, no caso das meninas. Ao notar aorelha de abano no filho ainda bebê, os paispodem colocar uma faixa sobre as orelhas.“No entanto, o método não vai evitar a cirur-gia. Vai diminuir o afastamento no momen-to, mas depois voltará. Meu papel é tirar dúvi­das e encaminhar a família para um bom ci-rurgião plástico”, diz Isabella Delalibera.

Quando feita na infância, a cirurgia de

orelha de abano é menos dolorosa. “Na faseadulta, o pós­operatório costuma ser mais do-lorido, principalmente porque a cartilagem émais rígida”, explica o cirurgião plástico Rodri-go Antoniassi, membro da Sociedade Brasileirade Cirurgia Plástica. Entre 5 e 7 anos, utiliza-seanestesia geral durante a cirurgia, porque as cri-anças não podem mexer o peitoral. “Na faseadulta, é feita anestesia local ou sedação, e o paci-ente vai embora logo após o procedimento”,afirma.   (FM)

O pós­operatório, que gera muitas dúvidas e mi-tos nos pais, é tranquilo. A criança demora, em média,

um mês para se recuperar. No entanto, é preciso fazer umacompanhamento. “Geralmente, após a cirurgia, a criança fi-ca com um curativo reforçado durante 48 horas. Na sequência,utiliza uma faixa na cabeça, que é tirada apenas durante o ba-nho, por duas semanas. Após isso, ela só usa a faixa à noite, paradormir, e para evitar virar e dobrar a orelha e interferir na recu-peração”, explica o cirurgião Rodrigo Antoniassi.

O procedimento é caro. A cirurgia particular custa, emmédia, R$ 6 mil. O valor é repassado apenas após avalia-

ção. E existem contraindicações comuns a qualqueroutra cirurgia. “Pacientes com cardiopatia

grave ou doenças mais sérias não devemfazer”, orienta Antoniassi.   (FM)

Antes de fazer a cirurgia, é pre-ciso conversar com a criança paraque elas tomem, junto com os pais,a decisão. “Às vezes, são os paisque se incomodam com a orelha deabano e não a criança. Os pais pas-sam a preocupação e podem deixaros filhos vulneráveis, inseguros”,afirma a psicóloga Cristiane AlvesLorga, especialista em IntervençãoFamiliar do Instituto Terapia Sistê­mica (ITS). Para ela, os pais devemter sensibilidade para descobrir oreal problema e entender como eleestá se desenvolvendo. “A orelhade abano pode ser um disfarce paraoutra questão”, revela.

A dona de casa Andreza Reisconversou muito com a filha antes

de fazer o procedimento. Fernan-da, hoje com 14 anos, fez a cirurgiacom 12 e sofria muito com sua ore-lha de abano. “Na escola, meus ami-gos sempre faziam brincadeiras, eeu não gostava. Depois da cirurgia,eles pararam.”

A intervenção foi feita peloSUS e correu bem. A mãe, Andre-za, que também tinha o problema,fez a cirurgia logo na sequência. Ofilho de 9 anos será o próximo a fa-zer a intervenção. “No entanto, elenão quer fazer agora. Só mais prafrente.” Hoje, Andreza indica oprocedimento para os amigos.“Muita gente não sabe que tem di-reito e que pode fazer a cirurgia pe-lo SUS”, lembra.   (FM)

Quem se incomoda mais?

Cuidadospós-operatórios

Paliativos até a cirurgia

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10

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015

Maria Eduarda, de 11

anos, está feliz com

o resultado da

cirurgia para

correção da orelha

de abano: “O pessoal

parou de fazer

brincadeira sem

graça”

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Cora Soares

[email protected]

Quem nunca sentiu aquela sensação in-cômoda na barriga? Estufamento e mal-es-tar podem indicar que você está com um pro-bleminha comum: prisão de ventre.

A prisão de ventre acontece quando osmovimentos do intestino tornam-se difíceisou menos frequentes, com fezes ressecadas,que exigem um esforço muito grande na horade ir ao banheiro, comumente associado auma sensação de cólica e desconforto, chama-da também de constipação.

A constipação intestinal não é uma do-ença, mas um sintoma muito frequente e,academicamente, pode-se dizer que háconstipação intestinal quando o númerode evacuações é inferior a três vezes por se-mana, acompanhadas de esforço ou difi-culdade, afirma Hamilton Funes, especia-lista em gastroenterologia, nutrologia e ci-rurgia geral, de Rio Preto.

Segundo ele, a constipação pode serprimária, quando provocada por situaçõesinerentes aos hábitos de vida do paciente,ou por outras circunstâncias geralmentebanais: “Alguns hábitos de vida podemprovocar constipação, como ingestão ali-mentar inadequada, sedentarismo, perdado reflexo da evacuação, viagens, poucadisponibilidade de sanitários. Drogas tam-bém podem, por diversos mecanismos,causar constipação, como o uso abusivo delaxantes, analgésicos, antidepressivos, an-tiácidos e anti-hipertensivos, assim comocausas neurológicas, como doença de Cha-gas e distúrbios psiquiátricos como depres-são e anorexia nervosa”, explica.

A docente em nutrição Selma Silva deOliveira elenca que os principais vilões

são alimentos com baixa quantidade de fi-bras, como queijos, carnes, ovos, chocola-te, bolos, sorvetes e outros doces, purêde batatas, batatas fritas, alimentos de“fast food”, instantâneos e álcool - comexceção ao vinho tinto - , bebidas comglicose (soda, suco de frutas), bebidasenergéticas que contenham cafeína outaurina, e citrinos, como laranja, se con-sumidos em excesso.

Quem sofre

Estudos epidemiológicos demonstramaumento na prevalência de constipação.Nos EUA, estima-se que 28% da popula-ção tem sintomas de constipação, segundoHamilton Funes. “De acordo com esses es-tudos, após os 60 e 65 anos, 21% a 34% dasmulheres e 9% a 26% dos homens são cons-tipados. Meninos em geral apresentammaior incidência do que meninas, situa-ção que se inverte na idade adulta, e quemestá sedentário também tem maior dificul-dade de evacuar”, acrescenta.

SAÚDE�t

Conheça os alimentos e as atitudes que ajudama aliviar os sintomas da constipação intestinal,mais conhecida como prisão de ventre

ESSE INCÔMODOTEM SOLUÇÃO

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Alguns alimentos favorecem aprisão de ventre, mas existem aque-les que auxiliam no bem-estar in-testinal, combatendo os sintomas.Para Selma Silva de Oliveira, ali-mentos ricos em fibras cereais in-tegrais, como arroz, aveia, pão emacarrão integrais, milho e ou-tras sementes e grãos comestí­veis possuem grande quantidadede fibras, que estimulam a ativi-dade intestinal e, consequente-mente, a evacuação.

“Vegetais como alface, agrião,brócolis, cenoura, couve, escarola,espinafre e rúcula também contêmfibras, assim como a farinha de tri-go. Frutas como mamão, ameixa,laranja também ajudam a estimu-lar o trânsito intestinal”, reforça.

Dieta adequada e rica em fi-bras, exercício físico e estímulo àevacuação diária é a receita para o“reloginho” funcionar.

“O que funciona mesmo é umaalimentação equilibrada e mais na-tural possível. Comer de três emtrês horas alimentos ricos em fi-bras como frutas e alimentos inte-grais no desjejum e nos lanches in-termediários, saladas de folhosos elegumes crus no almoço e no jan-tar. Reduzir o volume das refeiçõese aumentar a frequência, tomar bas-tante água e sucos de frutas, e fazerpelo menos uma caminhada diáriapara estimular o intestino, além dese concentrar nas refeições, estipu-lar horários para elas e realizá­lasem ambiente calmo, sem pressa”,indica Selma.  (CS)

Aliados do bem-estar

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Jorge Haddad

Meningite é a inflamação dasmembranas meníngeas que recobrem océrebro e a medula espinhal. Os sinaisclássicos da meningite são dor de cabeçade forte intensidade, febre,vômitos e rigi-dez na nuca. Podem ser causadas por ví­rus, bactérias, protozoários.

Asmais temidassão causadasporbac-térias, sendo queopneumococo,haemop-hilus influenza B e o meningococo sãoresponsáveis por aproximadamente 90%dos casos. Trata-se de um grave proble-ma desaúde, pois além do índice de mor-talidade ainda alto podem deixar se-quelas sérias tanto na parte motora,quanto intelectual.

A idade da criança é um fator im-portante, pois a incidência de uma de-terminada bactéria está relacionadacom a idade. No recém­nascido e até2 meses, predominam as bactérias daflora bacteriana materna, sendo oprincipal o streptococos.

Após a introdução no calendáriobásico de vacinação da vacina contrao Haemophilus influenza B (Hib),houve praticamente um desapareci-mento da meningite por esta bacté­ria, demonstrando mais uma vez a im-portância da imunização.

Existem ainda as meningites cau-sadas por vírus, que normalmenteevoluem bem, não deixando sequelas,com exceção das causadas pelo vírusda herpes simples.

Esses causam quadros graves fa-tais - não existem vacinas para menin-gite por vírus.

Os sintomas variam de acordocom a idade da criança. Normalmen-te, iniciam com vômitos, dor de cabe-ça intensa e febre. Podem ser de iní­cio súbito, já muito graves ou maislentos, com fotofobia (a criança nãoconsegue olhar para a claridade), do-res pelo corpo, calafrios e, em 20%, es-tá presente convulsão.

Em crianças de até um ano, o diag-nóstico é mais difícil, pois a rigidezde nuca é difícil de ser pesquisada.Apresentam febre, gemência, irritabi-lidade e fontonela tensa (“moleira”).

Abaixo de 1 mês, o diagnóstico é ain-da mais difícil. A criança apresentaqueda de temperatura, convulsões epele arroxeada.

A transmissão normalmente sefaz de pessoa para pessoa, por via aé­rea. A pessoa pode ser portadora assin-tomática dessas bactérias e não apre-sentar a doença. Em algumas ocasi-ões, as bactérias rompem a barreirade defesa do organismo e podem atin-gir o sistema nervoso central.

Em raras situações, a meningitepode ser causada por uma infecção ad-jacente ao sistema nervoso, como porexemplo sinusite ou mastordite.

Quanto mais precoce o diagnósti­co e a introdução de antibióticos,mais se reduz as sequelas e diminuimuito a mortalidade em meningitescausadas por bactérias.

Às vezes, o quadro é fulminante,de evolução muito rápida. Dependemuito da virulência do agente e do es-tado imunológico do paciente. O diag-nóstico, além do exame clínico, se dápor meio do liquor, que é a retirada

do líquido da espinha. Esse procedi-mento é indicado pelo médico.

A prevenção é feita evitando aglo-merações, principalmente na épocaem que houver aumento do númerode casos de meningite e, principal-mente, por meio da vacinação. Atual-mente, existem vacinas conjugadascontra cepas de meningococo, pneu-mococo e haemophilus (Hib).

Após introdução na década de1990, a vacina contra o haemophilusestá praticamente desaparecendo. Omesmo deverá acontecer agora com opneumococo e o meningococo tipo C,que estão disponíveis na rede públi­ca. No caso do meningococo, existem13 sorotipos, mas os que causam a me-ningite são o A, B, C, W, Y.

Recentemente, foi lançada umanova vacina quadrivalente (ACWY),feita a partir de 1 ano de idade. Estanão está disponível na rede pública.

Provavelmente, até o final de2015, será lançada no mercado a vaci-na contra o meningococo do sorotipoB, mais eficaz que a já existente, só ad-ministrada em algumas situações.

Jorge Haddad épediatra, de Rio Preto

QUEM É

Hamilton Pavam

ARTIGO�t

Os sintomas variam de acordo com a idade da criança. Normalmente,iniciam com vômitos, dor de cabeça intensa e febre

COMBATE À MENINGITE

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Síndrome dopânico tem cura:Terapias para ocorpo, mente e

espírito

Kitty Logan tem 32 anos e, aos poucos, está perdendo tudo o que conquistou:sua carreira está arruinada; seu namorado a deixou sem motivo aparente; seumelhor amigo está decepcionado com ela, e o principal: sua confidente e mentoraestá gravemente doente. Antes de morrer, Constance deixa um mistério nas mãosde Kitty que pode ser a chave para sua mudança de vida: uma relação de nomesde pessoas desconhecidas. É com base neles que Kitty deverá escrever a melhormatéria de sua carreira. Quando começa a ouvir o que aquelas pessoas têm adizer, Kitty descobre as conexões entre suas histórias de vida.

Sophia LorenTradução: Eliana Aguiar

Páginas: 336BestSellerR$ 48

Em “Síndrome do pânico tem cura - terapias para o corpo, mente eespírito”, a terapeuta Célia Resende traz uma alternativa para o tratamentoconvencional a que os pacientes com pânico têm sido submetidos. Alémdos avanços dos estudos da psicologia e da neurologia, a autora buscaconhecimento em terapias que, unidas à ciência tradicional, apresentampoderes de cura pouco explorados pela medicina. A autora mostra, pormeio de exemplos vividos em sua atuação profissional, como a regressão avidas passadas e o melhor conhecimento dos traumas em existênciasanteriores podem ajudar a lidar com a síndrome.

A Lista

Sophia Loren sempre encantou o mundo com sua beleza estonteante,seu charme incomparável e suas atuações marcantes. No entanto, poucosabemos sobre a mulher por trás das câmeras. Agora, ao completar 80 anos,Sophia resolve contar sua história que, segundo ela, mais se assemelha a umconto de fadas. Abordando desde a infância pobre na Nápoles em guerra atéos tapetes vermelhos de Hollywood, Cannes e Berlim, “Ontem, hoje eamanhã” é um livro revelador não apenas em relação à vida pessoal da atriz,mas também sobre a história do cinema e de outros grandes nomes dasétima arte com quem ela dividiu os holofotes.

Vivemos uma mudança de paradigma na mídia: a passagem deuma mentalidade regulada pela lógica da radiodifusão, quedominou todo o século 20, para outra em que o controle sobre aprodução e a distribuição cultural já não é tão rígido. Hoje, aspessoas não se limitam ao simples papel de consumidor. Discutem,reagem, espalham seus interesses e críticas pelas várias modalidadesde mídia. Querem ser ouvidas, atendidas, recompensadas. Entre aspossibilidades dessa cultura cada vez mais ligada em rede, será maisbem-sucedido quem souber lidar melhor com as aspirações de umpúblico ávido por participar e opinar.

Cecelia AhernPáginas: 320Editora ConceitoR$ 25,90

Henry Jenkins, Joshua Greene Sam FordPáginas: 408Editora AlephR$ 69,90

Cultura daConexão -criando valor esignificado pormeio da mídiapropagável

DICAS DE LIVROS�t

Célia ResendePáginas: 128Nova EraR$ 25

Sophia Loren -Ontem, hoje e

amanhã

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Agência O Globo

A imagem de um paísexótico e pouco desenvolvi-do, envolto em recente golpemilitar, coberto de templos ede praias paradisíacas se des-faz imediatamente, quandovo-cêpousano moderníssimo Ae-roportoInternacionaldeBang-coc Suvarnabhumi e ouveuma delicada saudação da co-missária:“Bem-vindosao Rei-no da Tailândia!”

Já são duas agradáveissurpresas e você ainda nemdesembarcou do avião - ali-ás, um Airbus A380, o maioravião comercial do mundo eque não voa para o Brasil,porque nossos aeroportosnão têm capacidade para odesembarque.

O fato é que logo vocêvai descobrir que a Tailân­dia é um país de contrastesextremos.

NONO REINOREINONO REINODEDE THAITHAIDE THAIDos templosaos modernosshoppings, naTailândia tudoacaba emenredo de filme

TURISMO�t

Noviços: cerimônia em

que meninos viram

monges, durante as

férias escolares

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Foto

s:Agência

OG

lobo

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Trono: a construção

doada pela China está

dentro do Palácio de

Verão, em Ayutthaya

Agência O Globo

Budista, o atual rei Rama 9º é omonarca que reina há mais tempo e ochefe de Estado mais antigo em servi-ço em todo o mundo: PhumiphonAdunyadet (seu nome significa “forçado incomparável poder da terra”) as-cendeu ao trono tailandês em 1946.

Para se entender o país, é muitoimportante saber isso, pois 94% de

seus cidadãos são budistas (apenas 4%são muçulmanos e 2%, cristãos) e qua-se todos devotados a seu rei.

E apesar de ter um sistema de go-verno bem parecido com o inglês, ali nãohá uma “rainha da Inglaterra”, ou seja,uma pessoa querida, mas sem poderes:aos 87 anos, ele é tido como um anjo queanda entre seu povo.

Os adjetivos que Rama 9º recebepoderiam encher páginas e páginas:

genial, poliglota, cientista, desportis-ta, humanitário, músico brilhante.Nas casas e estabelecimentos comerci-ais, sempre há pelo menos uma fotodo rei. Nas ruas, outdoors, flâmulasem postes e bandeiras da monarquiasão mais comuns que tuk-tuks.

E não são fotos em pose oficial.Phumiphon Adunyadet parece maisum membro da família de cada um:as fotografias são de seu casamento,

do monarca falando no walkie-talkie,passeando de camisa florida e até dosuor pingando da ponta do nariz real.

Usando como base a capital Bang-coc e como guia três famosos filmeshollywoodianos (“O rei e eu”, “A pon-te do Rio Kwai” e “Se beber, não case2”), dos quais os tailandeses têm orgu-lho - é possível dar uma ideia do quetem sido esse país de contrastes, aolongo dos últimos três séculos.

TAILÂNDIA�t

Guiado por três filmes hollywoodianos, repórter retrata a Tailândia atual,a partir de histórias reais e de ficção de três séculos

CONTRASTES EXTREMOS

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Outra dica é visitar o templo aos sába­dos, às 9h, para participar da reza dos monges.Caso dê sorte, é lá que ocorrem as solenidadesem que noviços se transformam em monges.

Por tradição, todos os meninos entre12 e 19 anos viram monges pelo menos

por um mês. É uma linda e emocionan-te cerimônia que o visitante pode

acompanhar, em sua maior par-te, junto às famílias dos

meninos.

Na segunda metade do século 19,Rama 4 sentiu a pressão do expansio-nismo ocidental, abraçou suas inova-ções e iniciou a modernização do rei-no, tanto em tecnologia como em cul-tura. Para dar prosseguimento a esseprocesso, chamou uma professorainglesa para seus filhos.

Essa história deu origem ao fil-me “O rei e eu”, de 1956, com De-borah Kerr e Yul Brynner, e teveoutra versão em 1999, com JodieFoster e Chow Yun-fat.

Seu filho Rama 5º, aluno da in-glesa Anna Leonowens, nos legouo que são hoje dois dos principaisdestinos turísticos do país: o Palá­cio de Verão, em Ayutthaya, e boaparte do Grande Palácio Real, emBangcoc. Altamente comentado pe-los guias, os filmes nunca foramexibidos no país, pois a forma detratamento dada ao rei e aos costu-mes locais foi considerada muitodesrespeitosa pelos mandatários.

O Palácio de Verão fica emAyutthaya, cidade que por 400

anos foi capital da Taiândia (quan-do o país era conhecido como o Rei-no de Sião) e hoje é patrimôniomundial da Unesco.

A 80 km de Bangcoc, a constru-ção é um conjunto de prédios emdiferentes estilos, rodeados por jar-dins extremamente bem cuidados.O único pavilhão em estilo tailan-dês é também a marca registradado local. Fica no meio de uma la-goa e tem a estátua de Rama 5º, depé, vestindo uniforme militar.

O edifício mais interessante docomplexo é a residência de estilo chi-nês construído na China e doado aorei pela Câmara de Comércio da Chi-na, em 1889. Você deve remover seussapatos para entrar e desfrutar do éba­no e interior de laca vermelha.

Outro belo prédio é o Phra Thi-nang, de estilo neoclássico, que foia residência de Rama 5º. Estão dis-poníveis para visita apenas três apo-sentos: as salas do trono, de visitase jantar. Para entrar, mulheres pre-cisam usar saia, mas há cangas dis-poníveis lá fora.  (AG)

Fotos: Agêcia O Globo

Século 19 - ‘O rei e eu’

Noshoppingno centrodeBangcoc,

budistaescolhe umDVD

Meninosmonges por um mês

Cerimônia de

noviços, com

participação da

família

Em um canto do jardim, há um lo-cal dedicado à tristeza. É onde ficaum obelisco em memória da rainhaSunanda Kumariratana, a preferidado rei, que morreu grávida em umnaufrágio no caminho entre Bangcoce o Palácio de Verão.

A curiosidade é que ela não foi salvapois não era permitido que os ple-beus tocassem em membros da famí­lia real. Após o acidente, o monarcaaboliu esse decreto.

Em 1767, Ayutthaya fora saqueada edestruída pelos exércitos da Birmânia(hoje, Myanmar). Foi aí que o Reino deSião teve de procurar uma nova capital,escolhendo Bangcoc.

As marcas da invasão estão por to-dos os lados, seja no antigo Palácio Re-al, quase transformado em pó, ou na de-capitação em série das estátuas de Bu-da, transformadas nas imagens do Bu-da­sem­cabeça.

No Wat Mahathat, a ruína mais bo-nita da antiga capital é uma cabeça deBuda, agora envolta em raízes gigantesde uma árvore.

Em Bangcoc, o Grande Palácio Real

foi construído numa área de quase 220mil metros quadrados e cercado por1.900 metros de muros, tudo isso defrente para o rio Chao Phraya, o “riodos reis”, que corta a cidade.

Trata-se de um complexo de pré­dios, galerias, pavilhões, jardins e pá­tios. O local foi residência oficial dos go-vernantes até 1946, quando o atual reiassumiu o poder e decidiu se mudar pa-ra o Palácio Chitralada. Ainda assim eapesar do grande movimento turístico,várias partes do complexo estão fecha-das ao público, por ser usadas como es-critórios do governo e locais para ceri-mônias reais.

Uma vez lá dentro, um dos lugaresque mais chamam atenção é o Templodo Buda de Esmeralda, ou Wat PhraKaew, uma capela real, toda decoradade dourado, num estilo semelhante aodo templo destruído em Ayutthaya.

Como destaque, a pequena estátuade Buda, feita em jade, que data do sécu­lo 14. É um dos poucos prédios em quese pode entrar. A área do templo tam-bém compreende três pagodes budis-tas, um deles grande e dourado, em espi-ral, a Golden Pagoda.   (AG)

Intocável, Sunanda morreu

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TAILÂNDIA�t

Na 2ª Guerra Mundial, prisioneirosaliados e asiáticos foram forçados aconstruir a ponte, que ficou famosa

SÉCULO 20 ­ ‘A PONTEDO RIO KWAI’

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A ponte do rio Kwai,

localizado em

Kanchanaburi

Agência O Globo

O segundo filme mais comentadopelos guias e que transformou Kancha-naburi, a 123km de Bangcoc em umaatração turística foi “A ponte do RioKwai”.

O filme anglo-americano, de 1957,estrelado por Alec Guinness e WilliamHolden, ganhou sete Oscar, mas por es-sas coisas que só acontecem na Tailân­dia, foi rodado no Sri Lanka.

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ação

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UMA PASSAGEMEM PLENA SELVA

Agência O Globo

O filme ‘A ponte do rio Kwai’ tem como pa-no de fundo a Segunda Guerra Mundial, em queprisioneiros britânicos recebem o encargo dos ja-poneses de construir, em plena selva, uma pontede transporte ferroviário sobre o rio Kwai.

O coronel Nicholson, que está à frente dosprisioneiros, é o oficial britânico que procurauma forma de elevar o moral de seus homens.

Vê a ponte como uma forma de conseguir seuintento, fazendo com que eles se ocupassem naconstrução e assim se sentirem orgulhosos daobra e de si mesmos.

Por sua vez, o major americano Shears, prisio-neiro no mesmo campo, só pensa em fugir. Eleatinge seu objetivo, mas contra sua vontade voltaalgumas semanas depois, guiando um comandoinglês, para destruir a ponte no instante em queo primeiro trem a atravessasse.

Assim, anulariam a rota de transporte de armasdos japoneses, que pretendiam invadir a Índia.

Na realidade, a Ferrovia da Birmânia - tam-bém conhecida como a Ferrovia da Morte, Estra-da de Ferro Thai-Burma - que tem 415 km de ex-tensão entre Bangcoc, Tailândia e Rangum (emMyanmar), foi construída pelo Império do Japãodurante a Segunda Guerra, para dar suporte àssuas tropas na Campanha da Birmânia.

Os trabalhos forçados de 180 mil trabalhado-res asiáticos e cem mil prisioneiros de guerra alia-dos foram usados em sua construção. Destes, cer-ca de 90 mil asiáticos e 16 mil prisioneiros (britâ­nicos, australianos, holandeses e americanos)morreram como resultado direto do projeto.

A impressionante obra foi concluída em ape-nas um ano e três meses

Fotos: Agência O Globo

Em Kanchanaburi, se podevisitar a ponte ondepassam trens até hojee o cemitério, onde estãoenterrados os soldados aliados

TAILÂNDIA�t

Os elefantes

são atração

no país

inteiro

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Em Kanchanaburi se pode visitar aponte, onde passam trens até hoje, e ocemitério, onde estão enterrados os sol-dados aliados. Mas o local mais interes-sante da visita é o Hellfire Pass, distan-te 80 km da cidade.

Lá, os australianos ergueram ummoderno museu, contando a história daferrovia. O local foi escolhido por ficar aolado da tarefa mais difícil de ser vencidana construção: a criação de um canyon,na montanha, para a passagem do trem.

Com 500 metros de extensão e 26metros de profundidade, os prisionei-ros foram obrigados a remover a rocha,

usando picaretas martelos e as própriasmãos. Dos mil soldados australianos ebritânicos que levaram 12 semanas pa-ra abrir caminho na montanha, 700morreram.

O ideal é passar a noite na região.Então, aproveite a manhã seguinte pa-ra fazer um passeio mais leve, por as-sim dizer.

Encontrar elefantes. A região ofere-ce vários campos desses animais, quesão atração em todo o país. Os pacotesincluem a oportunidade de entrar norio com eles e lhes dar banho, além deshows de filhotes.  (AG)

Sem medo dos precipícios

A ponte do rio Kwai, que é trecho de via férrea, sendo

atravessada por moradores e turistas

Trecho da

Thai-Burma ou

Ferrovia da

Morte

Fotos: Agência O Globo

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É o único dos três filmesefetivamente rodado no paísAgência O Globo

O único dos três filmes efetiva-mente rodado no país foi “The Han-gover - part II / Se beber, não ca-se! 2”. Nele, os amigos Phil (Brad-ley Cooper), Alan (Zach Galifia-nakis), Stu (Ed Helms) e Doug(Justin Bartha) seguem para aTailândia, onde Stu iria se casarcom uma tailandesa.

Mas na despedida de solteiroem Bangcoc, eles perdem o irmãoda noiva.

Assim, a questão dos tailande-ses agora é com a locação. Porqualquer lado que passem da Sta-te Tower, o terceiro prédio maisalto do país com 68 andares ondefica o hotel Lebua, eles dizem “aquiHangover”.

Com linda vista da cidade, ficaali o restaurante ao ar livre mais al-to do mundo, o Sirocco, onde o jan-tar custa US$ 150 por pessoa, alémda bebida. Mas se não quiser gastardemais, o turista pode subir para to-mar um drinque e ver a paisagem.

A bebida mais barata custa emtorno de US$ 10. Só que, se formoscontar com a vista, que está incluí­da, fica mais barato do que subir oCorcovado.

No hotel e no restaurante, foi ro-dada apenas uma pequena parte dofilme. A área mais interessante estána Soi Cowboy, uma travessa de200 metros de extensão, onde ficamdiferentes bares de shows eróticosexóticos com prostitutas uniformiza-das na porta.

Tudo muito curioso, mas foradali, as mulheres da cidade dizemnão saber o que é Soi Cowboy e oshomens juram que já ouviram falar,

mas que desconhecem onde fica olugar. É como se Amsterdã negassea Red Light Street, e os cariocas ig-norassem as boates de Copacabana.

Os shows são internacional-mente conhecidos pela técnica depompoarismo praticada por mu-lheres. Se você nunca ouviu fa-lar: ela se baseia no controle dacontração e do relaxamento dosmúsculos vaginais.

Já que estamos falando de cine-ma, a técnica ficou muito conheci-da depois de “Priscila, a rainha dodeserto (1994)”, filme australianoem que, ao atravessar o país, o triode travestis encontra uma tailande-sa que arremessa bolinhas de pin-gue-pongue pela vagina, duranteum show num bar.

Por falar em comida, outra atra-ção na Tailândia é a gastronomia.Um programa para quem tem umamanhã livre é aprender a fazer pra-tos do país.

No Blue Elephant CookingSchool & Restaurant, a dona deuma de rede de 12 restaurantesao redor do mundo, Nooror Soa-many Steppe, dá aulas pessoal-mente a grupos de até 20 alunos.Tudo começa com a ida da turmaao mercado para conhecer e com-prar os produtos que serão usa-dos para confeccionar os quatropratos que serão ensinados.

Ao regressar, inicialmente o gru-po assiste à apresentação da chef.Dali, parte para a cozinha, onde ca-da um prepara seu prato em sua pró­pria estação de trabalho. No fim, to-dos almoçam o que fizeram, alémde pratos do restaurante.

O programa custa US$ 100, evocê sai de lá com o certificado eum avental. O contraste: barco no rio dos Reis e a imagem do centro de Bangcoc

TAILÂNDIA�t

SÉCULO 21 - SE BEBER,NÃO CASE! 2

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PROGRAME­SEDia nacional de luta... muay thai

Rua Soi Cowboy, travessa de 200 metros de extensão, com bares de shows eróticos exóticos

Galos aos milhares são oferendas dos

tailandeses ao rei, um amante das rinhas

Fotos: Agência O Globo

COMO CHEGAR�t A KLM, TAP e a Etihad têm tarifas a partir deR$ 5.570. Os preços foram pesquisados para iníciode maio e já incluem taxas.

ONDE FICAR�t BangcocChatrium Riverside Hotel: Diárias a partir de US$74. 28 Charoenkrung Road, em Bangkholame.chatrium.com�t AyutthayaIudia on the River: Diárias a US$ 75. Em 11-12U-Tong Road, Pratuchai. iudia.com�t KanchanaburiX2 River Kwai Hotel: Em Nongya Muang. Diárias aUS$ 170. x2resorts.com

ONDE COMER�t BangcocJoe Louis Thai Cuisine: No Asiatique TheRiverfront Shopping. 2.194 Charoenkrung Road,em Wat Prayakrai.�t Blue Elephant Restaurant: 233 South SathornRoad, Kwaeng Yannawa. blueelephant.comIssaya: 4 Soi Sri Aksorn, Chua Ploeng Road.issaya.com�t Sala Rattanakosin: 39 Maharat Road,Rattanakosin Island, às margens do rio ChaoPhraya.salaresorts.com

PASSEIOS�t KanchanaburiThaweechai Elephant Camp:Em Muang District. taweechaielephantcamp.comElephant Nature Park: Na província de ChiangMai.t elephantnaturepark.org�t BangcocBangkok Oasis Spa: Em Sawasdee, Sukhumvit.oasisspa.net

“Perigo em Bangcoc” (2008) éum filme estrelado por Nicolas Ca-ge, no papel de assassino profissio-nal, daqueles que não merecem otempo gasto diante da tela.

Mas mostra porque a Tailândiaparece um destino perfeito para ci-néfilos de filmes de ação: locaçõesmarcantes e muito combate.

A razão disso é o muay thai, a artemarcial tailandesa, de mais de 2 milanos. A luta é o esporte mais populardo país, com arenas exclusivas e lutasdiárias em Bangcoc.

BuakawPorPramukéumacelebri-dade nacional, desde que venceu o K-1(similarjaponêsdoUFC).Umdosmai-ores lutadores da história foi NhaiKhon Tom, um guerreiro do períododo Rei Pra Chao Sua ou “Rei Tigre”,como era mais conhecido.

Diz a lenda que ele foi captura-do por birmaneses durante umdos muitos conflitos entre os doispovos. Mas lhe prometeram liber-dade se ele derrotasse 12 lutado-res birmaneses, o que - claro -aconteceu.

Pela façanha,em17demarçoéco-memorado o Dia Nacional do MuayThai, com vários eventos pelo país.

O principal é o Festival de Ayut-thaya, onde, só este ano, 1.200 lutado-res de todo o mundo (sendo 38 brasi-leiros) prestaram homenagem à lu-ta e a seus mestres.

A festa tem combates, desafios(quebra de tronco de bananeirasaos chutes), tatuagens feitascom espetos, dança, música eum espetáculo de luz e som so-bre uma batalha do Rei Tigrecom elefantes e guerreiros.   (AG)

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Enquanto o dinheiro for seu foco principal, dificilmente conseguirá terpaciência e paixão para desenvolver uma profissão que o torne acessível

A FELICIDADENÃO SE COMPRA

Alexandre Caprioé psicólogocognitivo-

comportamental

Quem éEdvaldo Santos

ARTIGO�t

Alexandre Caprio

Não é difícil encontrar pessoas que estejam focadas em criar algumaestratégia para ganhar dinheiro. Procuram a fórmula certa para resolverseus problemas e comprar a tal felicidade. Mas há um grande mal enten-dido quando se fala de dinheiro. Enquanto ele não é desfeito, o esgota-mento e a frustração são - grande parte das vezes - os únicos prêmios aserem conquistados.

Dinheiro é consequência, não causa. Enquanto o dinheiro for seu fo-co principal, dificilmente conseguirá ter paciência e paixão para desen-volver uma profissão que o torne acessível. Não é possível se motivar pe-lo dinheiro, porque dinheiro é só uma medida de poder. Você pode semotivar por tudo que ele traz. Pode se motivar com a lancha que elecompra, com o carro, o apartamento e com as viagens que pode fazeratravés dele, mas não com ele em si. Parece a mesma coisa, mas não é.

As pessoas que objetivam dinheiro não conseguem desenvolver téc­nica e paciência para se tornar boas em nada. Ficam pulando de galhoem galho tentando encontrar a galinha dos ovos de ouro. Tratam co-mo ídolos aqueles que, com uma ideia simples, conseguiram enri-quecer. Admiram a obstinação de homens que lutaram por suas cau-sas por anos, mas não conseguem resistir por semanas em um negó­cio ou estudo. Sempre acabam pensando que estão perdendo tem-po, que existe uma forma mais fácil de se alcançar o dinheiro. Tor-nam-se pouco persistentes e investem pouco nas estradas que esco-lhem. Querer resultado, independentemente da trajetória, leva o in-divíduo a mudar repetidamente de atividade, sem se tornar real-mente bom em nada.

O melhor atleta não é aquele que objetiva a medalha, mas simaquele que curte cada movimento que realiza. O melhor profissio-nal não é aquele que quer ficar rico, mas aquele que aprecia e se di-verte com a profissão que escolheu. De nada adianta achar que a ad-vocacia o fará rico - e portanto feliz - se você detesta litígio, evitapetições e tem horror a burocracia. Jamais conseguirá ser um bomadvogado, terá sucesso ocasional nos tribunais e passará longe de ser re-conhecido, social e financeiramente.

A vida nos apresenta alguns paradoxos curiosos. Para amar uma pes-soa, você não pode depender dela, porque dependência emocional nãoabre espaço para o amor. Uma pessoa só encontra o amor verdadeiroquando consegue se sentir bem sozinha. Se precisa estar sempre com al-guém, não interessa quem, provavelmente estará com a pessoa errada

quando a certa passar. Portanto, a necessidade de estar acompanhado di-minui a chance de permanecer acompanhado. Poder, respeito e dinhei-ro seguem a mesma regra. Se você precisa se sentir respeitado, há muitomais chance de se tornar uma pessoa autoritária do que alguém com au-toridade. E, por fim, se você só quer o dinheiro, dificultará seu acesso aele, porque o reconhecimento só acontece quando você oferece diferen-cial, quando olha para a jornada e não para a chegada.

Não há diferencial sem paixão, sem identificação real com aquiloque se faz. Enquanto você desprezar a corrida, será desprezado pela me-dalha. Mas quando se apaixonar pelo movimento, pela estrada e pelovento no rosto, se tornará o melhor, e a consequência do sucesso – o di-nheiro – simplesmente surgirá. Quando, em seu momento de descanso,perceber as medalhas bem ali, ao seu lado, alinhadas e disponíveis, en-tenderá que elas não trazem a felicidade, mas representam a felicidade.Então você sorrirá, sentirá a paz inundar seu coração e perceberá que avida nunca pareceu ter sido tão simples.

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