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Revista bem estar-20150222

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Quem ora comum propósitobem definidoestimula a

produção deneurotransmissores queajudam a protejer o corpo

O fim de umaetapa ou ciclodeve ser vistocomo forma

de dar oportunidade aonovo, ainda que estatransição seja dolorosa

Sensibilidadee gentilezamasculinassão virtudes

valorizadas na sociedadeatual, mas preconceitoainda existe

Cremes à basede corticoideajudam atratar afta na

boca, problema causado emfunção da baixa imunidadedo organismo

Emília de Toledo Leme,economista e professora universitária

Espiritualidade

18Kátia Abreu

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Homem

14Saúde

16GRUPO

 DIÁRIO DA REGIÃO

Editor-chefeFabrício [email protected]

Editor-ExecutivoMarcelo [email protected]

CoordenaçãoLigia [email protected]

Editor de Bem-EstarIgor [email protected]

Editora de TurismoCecília [email protected]

Editor de ArteCésar A. Belisá[email protected]

Pesquisa de fotosMara Lúcia de Sousa

DiagramaçãoCristiane Magalhães

Tratamento de ImagensEdson Saito, Luciana Nardellie Lúcio Flávio Matias

MatériasAgência O Globo

“Bem-estar é a busca da felicidade.É fazer outras pessoas felizespara ser feliz também”

João Roberto Antonio,médico dermatologista

“Bem-estar é fundamentalmente umsentimento, uma sensação de pazinterior e aceitação da sua situaçãono sentimento de compreender

os acontecimentos”

Reservar umperíodo do diapara reunir afamília, dentro

ou fora de casa, é essencialpara a manutenção doconvívio saudável

Editorial

A edição deste domingo começa mostrando osbenefícios da meditação, tanto à saúde - por dimi-nuir o estresse, a pressão arterial, fortalecer o sis-tema imunológico, melhorar a qualidade do so-no e reduzir a enxaqueca - quanto à vida pessoale profissional - por aumentar a criatividade, o po-der de concentração e a autoestima. Diversos es-tudos já vêm comprovando esses benefícios, masainda muitos de nós veem a prática de meditaçãocomo um “bicho de sete cabeças”, algo complica-do e, especialmente, difícil de ser atingido, dian-te da agitação da vida que a maioria leva. Não é,como mostra a reportagem de Gisele Bortoleto.Outra reportagem, assinada por Elen Valereto,revela que o consumo diário de 25 gramas de cho-colate 70% de cacau aumenta a disposição e a sen-sação de prazer. Isso porque o chocolate amargo -esse que você não se diz muito fã - é riquíssimoem polifenois, substância responsável por liberara sensação de euforia no cérebro. Euforia que po-de ser liberada também pela zumba, modalidadede dança que virou febre nas academias e que, se-gundo a repórter Juliana Ribeiro, já vem sendoadotada para aquecer e preparar o corpo para ou-tras atividades físicas, como a corrida. E CecíliaDionizio mostra que, a despeito do preconceitoque ainda possa haver, homens sensíveis devemser valorizados - a fim de combater o estereótipodo bruto e sistemático que não cabe mais nos di-as de hoje. Um ótimo domingo!

Meditação, zumbae chocolate

O que é bem-estar para você?

Comportamento

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Compartilhe com a gente o que significa bem-estar para você

Escreva para [email protected]. Participe!

Domingo, 22 defevereiro de 2015

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A M.A.C Cosmetics acaba de lançar a Linha Mineralize. Uma das opçõespara quem quer brilhar nos melhores eventos são os olhos esculpidos comnuances brilhantes. Invista em combinações de cores brilhantes como pinkpétala suave, marrons intensos, ameixa vibrante e brilho dourado, para terolhos deslumbrantes por todos os ângulos.

Olhos que brilham

Na avaliação de Flavia Morais, coordenadora de nutrição da rede MundoVerde, para se ter um abdômen sequinho, livre das gordurinhas, é preciso estaratento ao que se coloca no prato. “Para tornar a alimentação saudável, érecomendado substituir os cereais refinados pelos cereais integrais, consumirfrutas, verduras e legumes, beber muita água e praticar exercícios.” Flávia listaalguns alimentos que são importantes para se conquistar uma silhueta sequinhaneste verão: “Gengibre, abacate, cereais integrais, pimenta, cúrcuma ou açafrãoe canela”, explica.

No verão, muitas vezes as pessoas aderem a dietas radicais e ficam mais detrês e quatro horas sem se alimentar. Essa atitude, segundo a AssociaçãoBrasileira de Halitose (ABHA), promove um queima de gordura do organismocom a liberação de compostos voláteis mau cheirosos via pulmonar, que sãoeliminados na respiração, causando o mau hálito. Segundo o cirurgião­dentistae presidente da ABHA, Marcos Moura, é importante alertar a população contraa halitose, que hoje representa 30% da população do país, o equivalente a 60milhões de pessoas. “Manter uma dieta balanceada e evitar longos períodos dejejum são hábitos que devemos adotar e que nos ajudam a evitar a halitose. Noverão, vale salientar que a higiene bucal não deve tirar férias”, diz.

Saúde bucal

A nova linha Delikad Gel de Banho Hidratante tem o objetivo deprolongar a sensação de bem-estar após o banho. O produto limpa epromove hidratação natural, além de formar uma película protetoraimpedindo a desidratação, e, ao mesmo tempo, age como barreira contraas agressões do dia a dia. Foram desenvolvidas seis fragrâncias paraproporcionar uma explosão sensorial no corpo.

Fotos: Divulgação

Silhuetasequinha

Experiência sensorial

DICAS DO BEM�t

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Torne a meditação uma prática emsua vida. Não é nenhum bicho de setecabeças, e vai dar a tranquilidadeque você precisa para encarar o dia

PAUSA NO MEIODO CAMINHO

Gisele [email protected]

O mundo moderno criou meios que, em princípio, deveri-am ter nos proporcionado mais facilidades e tempo livre. Po-rém, não foi o que aconteceu. A velocidade e a quantidade deinformações e o estresse provocado por elas têm levado o serhumano a um estado de intranquilidade. São e-mails de-mais, notícias demais, mensagens demais, ligações demais,cobranças demais. As necessidades aumentaram e a vidaficou mais complicada. São muitas exigências.

E a meditação pode ser um jeito simples de blo-quear a ansiedade causada por essas demandas. “Me-ditação é uma nova forma de viver, baseada no pre-sente, não no apego excessivo aos pensamentos”,diz o terapeuta corporal Sambodh Naseeb, profes-sor de meditação e autoconhecimento.

“É o momento em que a mente pode perma-necer focada. Assim, os pensamentos se acal-mam e conseguimos a sensação de estar presen-tes e viver o agora. E cada experiência passa aser vivenciada como ela é”, explica o coach eiogaterapeuta Salvador Hernandes.

“Sempre que arrumo um tempo, procu-ro meditar, para restabelecer meu equi-líbrio”, diz a vendedora Desi-ree Sanches.

Desirré Sanches é adepta

da meditação: prática ajuda

a equilibrar as emoções

MEDITAÇÃO BÁSICATERAPIA ALTERNATIVA�t�t 1. Sente-se confortavelmente, sobre umaalmofada ou cadeira, sempre deixando ascostas mais retas. Evite meditar deitado, poisé alto o risco de adormecer�t 2. Feche os olhos e traga suavemente suaatenção para dentro de você mesmo.Vá percebendo o ritmo da sua respiração,sem se preocupar em controlá-la�t 3. Permaneça observando a respiração.Sinta a passagem do ar pela abertura dasnarinas. Acompanhe cada inspiração e cadaexpiração, atentamente�t 4. Se algum pensamento invadirsua mente, deixe-o passar e volte aatenção à sua respiração�t 5. Fique assim por 10 minutos.Lentamente, abra os olhos e volteàs suas atividades

Fonte: Salvador Hernandes, iogaterapeuta

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A meditação tem sido ex-tensamente pesquisada nosmeios científicos, pelo interes-se crescente em se entender co-mo ela é capaz de gerar os bene-fícios que são observados emquem a pratica. Existem várioscampos de estudo nessa área.Diferentes regiões cerebraissão especialmente ativadas,principalmente aquelas relacio-nadas aos processos de atençãoe as que são responsáveis pelasemoções positivas. Além disso,ondas cerebrais de padrões es-peciais, como as ondas gama,são produzidas em níveis eleva-dos durante a prática da medi-tação. Outro caminho de pes-quisa mostra que o organismohumano entra num estado defuncionamento hormonal dife-rente durante a meditação.

Estudo realizado na Univer-sidade de Montreal, no Cana-dá, publicado na revista Psy-chosomatic Medicine, mos-trou que a meditação pode di-minuir a sensibilidade à dor.Descobriu-se que meditadoresexperientes eram menos sensí­veis à dor e menos incomoda-dos com isso do quem não me-ditava. O que foi comprovadopor exames de ressonânciamagnética do cérebro.

Pessoas que meditam todosos dias há mais de dez anostêm uma diminuição na produ-ção de adrenalina e cortisol,hormônios associados a distúr­bios como ansiedade, déficitde atenção e hiperatividade eestresse. E experimentam umaumento na produção de en-dorfinas, ligadas à sensação defelicidade.   (GB)

O que diz a ciência

BENEFÍCIOS DA MEDITAÇÃO

�tNA SAÚDE: diminui o estresse, fortalece o sistemaimunológico, reduz a pressão arterial, melhora aqualidade do sono, alivia a enxaqueca, auxilia otratamento da depressão, reduz quadros de dores�t NA VIDA PESSOAL E PROFISSIONAL: aumenta acriatividade, estimula a memória, aumenta o poder deatenção e concentração, amplia o discernimento paralidar com situações de estresse, aumenta a autoestima,melhora as relações interpessoais e o autoconhecimento,favorecendo maior alegria, paz e tranquilidade

Fonte: Sandra Rosenfeld, terapeuta e escritora

Johnny

Torre

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Quando realizada com fre-quência, a meditação melho-ra o sistema imunológico, amemória, a atenção e a con-centração, incrementa nossacriatividade, além de expan-dir nossa consciência. “Pare-ce algo milagroso. Mas nãohá milagre algum e exige bas-tante disciplina e força devontade”, explica a escritorae palestrante Sandra Rosen-feld, terapeuta em qualidade

de vida como instrutora demeditação e executive & per-sonal coach. Ela é autora doslivros “Durma Bem e Acordepara a Vida” e “O que é Medi-tação” (ed. Nova Era /Re-cord). “O que acontece é quegrande parte de nossos distúr­bios físicos e mentais é causa-da ou aumentada pelo nossodesequilíbrio emocional, queafeta nosso organismo comoum todo”, explica.   (GB)

Parece mágica, mas não é

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Elen [email protected]

Muita gente ainda acredita que o Pilates é um método de exercícioexclusivo para o condicionamento físico. A metodologia criada pelo ale-mão Joseph Pilates, porém, pode ser usada para o restabelecimento depós­operatórios, pós­partos, hérnias de disco, fibromialgia, artroses, ar-trites, dores lombares, fortalecimento da pelve, entre outros tratamen-tos importantes e diversificados. Veja na página três das aplicaçõesmais comuns do Pilates.

Conheça os benefícios no tratamento da hérnia dedisco, da incontinência urinária e da artrose oferecidospela metodologia criada por Joseph Pilates

OS PILARESDO PILATES

EXERCÍCIO FÍSICO�t

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�t Nem sempre uma atividade física pode ser praticada portodo mundo. Problemas na coluna são os principais motivospara acionar o sinal vermelho e exigem pausa e cuidado. Umdesses problemas é a hérnia de disco, doença que tem comoalvo mais homens que mulheres, o equivalente a 70%.Tanto na fase aguda ou na crônica, os sintomas típicos –formigamento nos pés e mãos, dores nas pernas e braços ediminuição da mobilidade articular –, os exercícios aplicadosno Pilates contribuem para amenizá-los.A hérnia pode ser causada hereditariamente e de formatraumática por esforços repetitivos e cargas excessivasenvolvendo tronco, giros, inclinações, puxar, empurrar. E osidosos não são mais os únicos a sofrerem desse problema,destaca o fisioterapeuta José Roberto Santos, da clínicaCenter Life, já que pessoas jovens, de acordo com seushábitos de vida irregulares e sobrecargastensionais, também podem desenvolver uma hérnia de disco.Os exercícios são realizados com acoluna do paciente apoiada.A princípio, eles são baseados em contração dos músculos doabdômen, com trabalho respiratório; depois, exercícios defortalecimento e alongamento na musculaturaprofunda (que sustenta o tronco) ajudam na estabilização dacoluna. “A atividade promove alívio de pinçamento ecompreensões dos discos e, consequentemente, o alívio dador”, diz o fisioterapeuta.

�tAlguns exercícios usados no Pilates são indicados para ofortalecimento do assoalho pélvico. Eles são fundamentais para aprevenção e o tratamento da incontinência urinária por esforço.Esse problema é mais frequente nas mulheres e ocorre quando oesfíncter urinário (músculo que controla o fluxo urinário da bexiga)perde força. Com isso, a consequência é a perda involuntária da urinadurante esforços simples, como tossir, espirrar, gargalhar, informa afisioterapeuta Daniele Cristina de Assis Gomes, da clínica Inclusiva.“Por esse motivo, durante todos os exercícios, acontração do assoalho pélvico é associada à contraçãoabdominal e à respiração como forma de tratamento e prevençãoda incontinência”, explica a fisioterapeuta.Entre os exercícios está a “Ponte com bola entre as pernas”.O uso da bola nessa atividade é importante porque intensifica acontração do períneo. “Ao apertar a bola, a musculatura doperíneo é ativada e intensificada juntamente à contraçãoabdominal, além de fortalecer os músculos adutores do quadril ealiviar as dores lombares”, diz Daniele.

ARTROSE

�tA artrose é um problema causado pelo desgaste das articulações, o quecausa muita dor e rigidez no movimento, pois interfere na força, naflexibilidade e no equilíbrio. As sessões de Pilates podem durar entre 40minutos e uma hora e são indicadas de acordo com o estado geral de saúdeda cada paciente.De acordo com a fisioterapeuta Viviane Steigleder Gomes, de Rio Preto, sãotrabalhados exatamente as restrições mais afetadas, como força,flexibilidade, equilíbrio, postura e respiração. E, durante aos exercícios, opaciente não deve sentir dor.“Nos casos mais graves, a articulação afetada não é movimentada duranteas primeiras sessões. Ela é alinhada e fica estável. Utilizam-se exercíciosisométricos, isto é, quando não há o movimento articular, enquanto osdemais segmentos do corpo são trabalhados visando a um reequilíbrio geraldo corpo”, explica a fisioterapeuta.Como a artrose não tem cura, o que se procura com o Pilates é controlar ossintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente, a começar peladiminuição das dores. Isso, porém, érelativo. “Os resultados variam depessoa para pessoa, da gravidade daartrose, das características físicas dapessoa, de seu estado de saúdegeral e do estilo de vida”,lembra a fisioterapeutaViviane.

INCONTINÊNCIA URINÁRIA

HÉRNIA DE DISCO

Johnny Torres 5/12/2014

O empresário José Carlos

Stabile aderiu à prática do

Pilates para combater um

problema de hérnia de disco

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Juliana [email protected]

Quem nunca usou a descul-pa de que está trabalhando de-mais e, com isso, não sobra tem-po para se reunir com a família?A maioria das pessoas, nos diasde hoje, prioriza outras ativida-des em vez de aproveitar umaboa conversa com pais e irmãos.Tem família que senta à mesa nahora do almoço ou do jantar, masnão troca uma palavra. Pais e fi-lhos não desgrudam dos apare-lhos celulares. Abandonam oolho no olho, os abraços e os sorri-sos verdadeiros. Como se a essên­cia da família tivesse se perdidoem algum lugar.

Será que não está na hora de

rever os conceitos e resgatar esseconvívio?

Para a psicologa comporta-mental Mara Lúcia Madureira,todos dispõem da mesma quanti-dade de tempo: a diferença é quealguns sabem administrar o tem-po, conseguem realizar seus proje-tos e vivem com mais qualidade,enquanto outros não priorizam oque é realmente importante e vi-vem frustrados e estressados.

“Só haverá tempo para gastarcom a família quando a famíliaestiver na lista de prioridades.Todas as áreas importantes davida precisam ser tratadas coma devida atenção. Quando dedi-camos muito tempo ao traba-lho, negligenciamos as de-mais”, lembra.

“Não basta fazer parte, temque se sentir pertencente de fa-to. A família é facilitadora dodesenvolvimento integral do in-divíduo, em todas as dimen-sões”, lembra a terapeuta fami-liar Quezia Bombonatto, dire-tora da Associação Brasileirade Psicopedagogia (ABPp).

Quem nunca reparou, nosdias de hoje, em restauran-

tes, uma mesa com pai, mãee filhos e todos grudados

em seus celulares. Co-mo se o fato mais

importante domundo es-

tivesse em seus aparelhos e nãosentado à sua frente.

Para Elizabete Duarte, psico-pedagoga e coordenadora peda-gógica do colégio Nossa Senho-ra do Morumbi, em São Paulo,um hábito importante é conver-sar. “Esse hábito deve ser cons-truído dentro das famílias.Com algumas regras, comoevitar o uso de aparelhos ele-trônicos na hora da refei-ção”, diz.   (JR)

A correria não pode ser usada comodesculpa para não reunir a turmade casa. O convívio diário é fundamentalpara a qualidade das relações familiares

FAMÍLIACOMPORTAMENTO�t

Sinal vermelho para o celular

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A arquiteta Claudia Togni eo marido, o médico Paulo Togni,encontraram junto dos filhosPaulo, Gabriela e Camila umamaneira de estar sempre juntos:por meio da atividade física.

“Sempre incentivei meus fi-lhos a fazer esportes. Quando oPaulo e a Gabriela foram fazer fa-culdade fora, o convívio diárionão era mais possível. Um estavaem Ribeirão Preto e o outro emSão Paulo. Um dia, a Gabriela su-geriu que nos inscrevêssemos emuma corrida, e foi assim que co-meçou”, conta Claudia.

A família, que começou compequenas corridas, hoje já partici-pa até de maratonas. “A Camila

também nos acompanha. Come-çamos a incentivá­la a participarde caminhadas, depois ela foi pa-ra pequenas corridas e agora jácompleta 10 quilômetros.”

Os Togni já participaram demaratonas no Rio de Janeiro eem Berlim, transformando a ati-vidade também numa forma deviajar em família.

Para Claudia, ter esses mo-mentos é fundamental e praze-roso. “Buscamos sempre mo-mentos para estarmos juntos.Além das corridas, tambémprogramamos viagens e, há 1ano, começamos a praticar tri-lhas.” “O esporte nos uniu”,completa a filha Gabriela.  (JR)

O esporte os uniu

REUNIDASe a família perdeu o

hábito de se reunir, é preci-so querer resgatar esse con-vívio, mesmo que não sejafácil. “Tudoo quenosreme-te a boas lembranças, sensa-ções e vivências é mais fácilde resgatar. Por isso, para asfamílias que perderam esseprazer no convívio familiar,é necessário perceber emque momento isso se per-

deu e, então, resgatar as ma-ravilhas da convivência emfamília, seja saindopara pes-car com o avô, costurandooucozinhandocomaavó, fa-zendo umSPA em casacoma mãe ou jogando jogos, ba-tendo papo e relembrandomomentos vividos em co-mum”, orienta a pedagoga epsicopedagoga Larissa Fon-seca, de São Paulo.     (JR)

Para retomar o convívio

Arquivo Pessoal

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A família da arquiteta Claudia Togni escolheu a

corrida como forma de estarem sempre juntos

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O AMARGOO AMARGOVIROU DOCEVIROU DOCE

ALIMENTAÇÃO/PRAZER�t

Sabe por que émais negóciocomer chocolatecom alta taxa decacau? Porque eletem duas vezesmais polifenois,substância quecausa euforia eoutras sensaçõesagradáveisno cérebro, alémde aumentara disposição

Elen [email protected]

Chocolate é uma delícia vista como pecado.E ficar apenas em um ou dois quadradinhos pa-ra suprir as necessidades nutricionais diáriaspresentes no cacau é tão difícil quanto evitar aprimeira mordida.

Não é difícil conhecer quem já exageroumais de uma vez e devorou sozinho uma bar-ra de chocolate. E se sentiu culpa pela balan-ça? Nenhuma! O que sentiu foi prazer euma satisfação imensa por ter aproveitadocada pedacinho.

A vontade de comer chocolate não passacom uma balinha doce e provoca os mesmosefeitos no cérebro que um vício causado pordrogas lícitas e ilícitas. Embora não seja algoagressivo, a necessidade de comer chocolate éparecida com a abstinência que os amantesdo café sentem quando estão longe de uma xí­cara quente.

Essa sensação tão prazerosa proporciona-da pelo chocolate tem explicação bioquímica.Uma pesquisa realizada pela nutricionistaVanderlí Marchiori, consultora técnica da As-

sociação Brasileira da Indústria de Chocola-tes, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados(ABICAB), apontou que o chocolate é idealpara melhorar o humor, batendo suplemen-tos de magnésio.

Segundo dados do estudo, o recomendadoé o consumo diário de 25 gramas de chocolate70% cacau, pois aumenta a disposição e temduração maior de boas sensações. Por isso, écomum ver tantos vestibulandos e concursei-ros carregando barrinhas de chocolate debai-xo do braço para o momento da prova, já queconseguem energia e ao mesmo tempo sen-tem-se relaxados. A própria tensão pré­mens­trual (TPM), período de desequilíbrio hormo-nal na mulher, pode ser aliviada com um pou-co de chocolate.

O chocolate age no cérebro e consegue ge-rar sensações de euforia pela presença de subs-tâncias chamadas polifenais do cacau. Em umchocolate ao leite, por exemplo, de uma mistu-ra entre leite, açúcar, gordura e cacau, há qua-se 400mg de polifenois. No entanto, em 40 gra-mas de um chocolate amargo, a ingestão de po-lifenois sobe para 950mg.

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MELHOR QUE BEIJO

�t Grávidas também podem serbeneficiadas com o consumoprazeroso do chocolate, desde quecom moderação, alerta anutricionista Flávia Morais,coordenadora de nutrição da redeMundo Verde. A indicação dochocolate ao leite fica de lado, jáque, por ser muito calórico, oconsumo excessivo não é indicadopara as futuras mães, pois dá ganhode peso e aumenta o risco dediabetes gestacional e pressão alta.“Prefira chocolates com pelo menos55% de cacau. Quanto mais cacautiver, menos açúcar e gordura teráe, por isso, será mais interessante”

MELHOR QUE BEIJO

�tUma pesquisa liderada pelo psicólogobritânico David Lewis, do InstitutoMindlab International, monitorouvoluntários durante 20 anos e constatouque eles sentiam quatro vezes maisprazer quando comiam chocolate quedurante um beijo. Quando comiamchocolate, os batimentos cardíacoschegavam a 140 por minuto, bemsuperior a um beijo apaixonado. Entreas explicações estão a presença dospolifenois do chocolate, que sãoabsorvidos rapidamente já na língua,ativando neurotransmissores debem-estar como dopamina e serotonina

O chocolate tem saborO chocolate tem sabor

irresistível para muita gente eirresistível para muita gente e

seu efeito no cérebro chega aseu efeito no cérebro chega a

ser comparado ao de uma droga.ser comparado ao de uma droga.

Não está muito longe disso.Não está muito longe disso.

Mas deve-se consumi-lo comMas deve-se consumi-lo com

moderação para extrair todos osmoderação para extrair todos os

benefíciosbenefícios

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AQUECIMENTOSensação das academias, a zumba,que une movimentos de dança aexercícios aeróbicos, vem sendousada para preparar o corpo antesde atividades como a corrida

�tDe acordo com o professor de dança e instrutor de zumbaReinaldo Alexandre Veronezi, a dança de modo geral é umamodalidade completa, que consegue mexer com todo o corpo aomesmo tempo. “Quem começa a dançar não quer mais parar, alémde ser prazeroso, de queimar calorias, você trabalha todos osmembros do corpo e, o melhor, de forma divertida. E a zumba éisso. Não deixa ninguém parado. Logo que você escuta já começara se movimentar. São tantos benefícios que faz efeito desde oaquecimento, e eu sempre digo: quem dança é muito mais feliz”

Juliana [email protected]

Antes de iniciar uma atividade física como a corridaou mesmo uma caminhada, é preciso aquecer o corpo.E a novidade agora é usar a zumba isso.

Desde que chegou ao Brasil, a modalidade ganhouadeptos nos quatro cantos do País. A ideia de unir dan-ça com exercício aeróbico foi do personal trainer e core-ógrafo colombiano Alberto Perez. Trata-se de um méto­do de combinação de passos simples com movimentosde dança para esculpir o corpo. O programa é divertidoe viciante.

Para o professor de dança e instrutor de zumba Rei-naldo Alexandre Veronezi, existe uma explicação lógi­ca para que alguns organizadores de eventos com corri-da e caminhada tenham começado a preferir a zumbaao aquecimento convencional.

“Quando a pessoa entra no ritmo da dança, ela se sol-ta, consegue relaxar antes de dar início à prova. E, alémdisso, em poucos minutos é possível mexer o corpo to-do e se preparar para sair correndo”, diz.

DANÇA�t

QUEM DANÇA É FELIZ

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AQUECIMENTO DIVERTIDO�t Desde que a zumba foi criada, ela tem comoobjetivo principal fazer as pessoas se divertirem.No programa apresentado por Beto Perez, oitomodalidades levam o nome de aula de zumba:�t ZUMBA FITNESS - nas aulas, tocam ritmos exóticoscom batidas internacionais e latinas�t ZUMBA GOLD - pensado para o público a partir dos65 anos, utiliza a fórmula da Zumba Fitness e modificaos movimentos para se adequarem às necessidadesdos participantes idosos�t ZUMBA TONING - combina exercícioslocalizados com trabalho cardiovascular. Os alunosaprendem como usar bastões leves para aprimoraro ritmo e tonificar músculos de braços, abdômen,glúteos e coxas�t AQUA ZUMBA - conhecida como “festa na piscina”,integra a fórmula e a filosofia da zumba com ahidroginástica tradicional�t ZUMBATOMIC - planejadas para crianças de 4 a 12anos, as aulas são embaladas ao som de hip hop,reggaeton e outros ritmos. Prometem melhorar aconcentração e a coordenação�t ZUMBA IN THE CIRCUIT - engloba 30 minutos deginástica inspirada em movimentos latinos, combinadacom treino de circuito e uma série de exercícios demusculação, em intervalos programados�t ZUMBA GOLD-TONING - é um programa de dançafácil de acompanhar, ideal para iniciantes. Ajudaa desenvolver a força muscular, aumentar adensidade óssea e melhorar a mobilidade,a postura e a coordenação�t ZUMBA SENTAO - usa uma cadeira comobase para fortalecer, equilibrar e estabilizar ocorpo. Nela, o aluno se apoia, balança e rebola,enquanto trabalha os quadris

Fonte: www.zumba.com

Há 4 anos, os empresários e só­cios Eliane Gouvea e Umberto San-ches idealizaram o evento “TimboréRunner Gloss”, uma corrida e cami-nhada noturna realizada às margensda Represa de Rio Preto. “Só no pri-meiro ano fizemos o aquecimentoconvencional, com alongamentopara os participantes; nos outros,

convidamos instrutores de zum-ba,edeusupercerto.Écomose

os participantes já começas­sem a corrida com mais

ânimo,maisdescontra-ídos. A dança dá

um gás ex-

tra”,dizEliane.Aindadeacordocomaempresária, são poucos os participantesque não curtem ou que preferem o esti-lo convencional.

“Não recebemos reclamações, massabemosquealgunsparticipantes,aque-lesquegostamdealgomaiscalmo,nãocurtem o aquecimento com dança,mas pelo menos 90% das pessoas sedivertem. Eu, além de praticar cor-rida, também faço aula de zumbae acho a dança extremamentedivertida.Édescontraçãopu-ra”, anima-se.   (JR)

Professor Alexandre Veronezi comanda aula de

zumba: “Em poucos minutos é possível mexer o

corpo todo e se preparar para sair correndo”

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MODALIDADES

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SENSÍVELNA MEDIDACERTASensibilidade e gentileza masculina nãodeve ser confundida com fragilidade ouorientação homossexual. O preconceitoainda existe. Mas isso está mudando

COMPORTAMENTO�t

Cecília Dionizio

Sensibilidade e gentileza independem de orientação sexual. E,felizmente, muitos homens também já pensam assim.

A sensibilidade é muito bem-vinda no dia a dia, especialmentequando manifestada pelo público masculino, a despeito do que ain-da possa existir de alguns olhares preconceituosos – por parte de ho-mens e mulheres.

De acordo com o psicólogo cognitivo-comportamental Alexan-dre Caprio, de Rio Preto, o homem, assim como o animal, é um serque evoluiu dependendo de seu grupo. “Qualquer perfil que fuja dopadrão comportamental local é notado e classificado. Entender nos-sos mecanismos mais antigos e arraigados ao instinto é um passoimportante para compreender os estereótipos. Estereótipo são gene-ralizações (pressupostos) que uma pessoa faz em relação a outra, ten-do por base suas vivências e experiências anteriores”, diz.

Para a psicanalista Ana Monachesi, de Rio Preto, de fato existeuma cobrança desde a infância para que homens e mulheres se com-portem dentro de um determinado padrão. “As imposições sociaiscomeçam cedo. Primeiro a família, depois a escola,... a tendência na-tural de se tentar esculpir a criança para o que é mais aceito. E o re-sultado é este: o homem se sente intimidado de ser sensível. Nãopode falar mais macio, não pode ir com a mulher escolher um vesti-do, porque isso ‘não é coisa de homem’. Não pode fazer nada. E éum absurdo esse tipo de cobrança”, diz.

No entanto, Ana observa que, ao contrário do que se convencio-nou pensar, quanto mais sensível é o homem, mais viril ele deve sesentir. “Por mais que pareça contraditório, o fato dele ser sensívelfacilita que se relacione com as mulheres. Quando ele abre a portapara sua parceira, ele está naquele momento dizendo ‘eu sou o ho-mem’. Ele está sendo sensível e atencioso, sim. Mas, com isso, com-prova sua masculinidade. E é legal quando um tem um poder e ooutro tem outro, porque é quando acontece a troca. Onde há igual-dade não há o que trocar”, diz.

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‘A gentileza deveria ser mais natural’O profissional liberal Bruno H.

Mello, de Rio Preto, não está nem aípara as “considerações alheias”. Elejá recebeu vários elogios por demons-trar sua sensibilidade e gentileza empúblico com sua parceira.

“Na minha opinião, ser gentil, tersensibilidade para saber que um idosoprecisa ser ouvido, não tem nenhumarelação com a opção sexual da pessoa.Acho que tem mais relação com a edu-cação. Procuro ser gentil com todosque entram no meu consultório. Aten-do pessoas com dor que precisam ser

ouvidas e precisam de atenção. Nãocusta ser educado, fazer um elogio ouabrir uma porta. Você pode até melho-rar o dia daquela pessoa.”

Mello conta que, recentemente, es-tava saindo de um restaurante e abriua porta do carro para a namorada. Eum senhor responsável pela seguran-ça dos carros deu os parabéns, pois na-quela noite era o primeiro que ele viafazendo isso. “A gentileza deveria sermais natural e corriqueira. Mas acabasendo confundida com fragilidade ouhomossexualidade”, lamenta.   (CD)

Bruto e sistemático?Para o psicólogo Alexandre Caprio, ape-

sar da diversidade existente hoje no Brasil,muitas pessoas ainda enxergam o mundo porestereótipos. Um exemplo: que há quem acre-dite que no interior do Brasil, incluindo o es-tado de São Paulo, os homens apresentam tra-ços culturais que predeterminam papéis soci-ais tanto para homens, quanto mulheres.

“As características do homem do Interior,segundo nossa cultura local, é a de um ho-mem de aspectos rústicos, despreocupadocom concordâncias verbais, apreciador de co-mida, bebida e apegado ao trabalho com terraeanimais, entreoutrosdetalhes,que lheconfe-rem o rótulo de ‘bruto e sistemático’”, diz.

Por isso que, ao se identificar um “outrotipo de homem”, que não se adequa a esse pa-drão, ele se destaca como uma “zebra sem lis-tras”, principalmente se o grupo onde está in-serido não conhece padrões masculinos dife-rentes dos que estão enquadrados.

“Por isso ele pode ser ‘reclassificado’, deacordo com sua postura. Se, dentro de nossomodelo cultural em discussão, temos um ho-mem que não gosta de se sujar, que prefiracarros menores e que se preocupe com de-talhes não observados pelos outros, ele po-derá ser confundido como homossexual,por serem esses (na opinião dos homens lo-cais) traços mais compatíveis com as mulhe-res”, explica.  (CD)

Bruno Homem de Mello nãoBruno Homem de Mello não

abre mão da gentileza.abre mão da gentileza.

“Sensibilidade não tem relação com“Sensibilidade não tem relação com

a opção sexual, mas com educação”a opção sexual, mas com educação”

Hamilton Pavam 29/11/2014

Domingo, 22 defevereiro de 2015

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BOCA DOLORIDACecília Dionizio

Colocar um aparelho odontológico é sem-pre visto como sinônimo de desconforto, espe-cialmente quando vem acompanhado de af-tas, que costumam aparecer logo em seguida.

Na verdade, segundo o dentista Gilbertode Barros, da Ridens Odontologia, de Rio Pre-to, isto é comum em função da mudança queafeta o pH da boca. “Qualquer mudança queaconteça no meio ambiente bucal por estarcom baixa resistência também leva ao surgi-mento da afta”, explica.

Contudo, o problema é temporário e defácil solução. Basta reorganizar o pH da bocae a situação se atenua.

O cirurgião dentista Marcelo de SouzaJunqueira, do Centro de EspecialidadesOdontológicas e Dor Orofacial (Cendor), ob-serva que as aftas podem ser uma resposta exa-gerada do sistema de defesa do organismo.Ele, inclusive, discorda que seja em função dabaixa imunidade.

“Elas ocorrem devido a pequenas ‘agres-sões’ durante a mastigação ou de substânciasquentes, rígidas e ácidas dos alimentos. Essasagressões desencadeiam focos de anticorposno indivíduo que vão agir contra o agenteagressor”, diz.

Quem passou pelo drama recentementefoi a bancária Silvana Leite Lima, 28 anos,após colocar o aparelho ortodôntico. “Tivevontade de arrancar o aparelho. Mas, apósuns dois dias fazendo uso de medicamentos erestrição de alimentos cítricos, melhorou.Confesso que é horrível”, diz.

Junqueira explica é possível dar fim às af-tas de diferentes formas, e tudo vai dependerde como ela se apresenta. Se não forem mui-tas, o ideal é tratar com um creme à base decorticoide local.

“O creme possui uma substância que se fi-

xa na afta e ajuda a combater. Agora, se for ge-neralizada na boca, é necessário o uso de me-dicação - com corticoide - via oral. O medica-mento tem uma prescrição de sequência e mo-do de ingerir para que não provoque deficiên­cia imunológica”, esclarece.

O cirurgião dentista Adriano Iglesias, daOdonto Clin, de Rio Preto, afirma que há casosem que a pessoa sofre de aftas recorrentes, o queimplica na necessidade de exame clínico detalha-do. Ele concorda que, se a pessoa está em trata-mento dental, ou colocando aparelhos, é prová­vel que venha a desencadear aftas.

O dentista também observa que, emboranão se saiba a causa exata da afta, a teoriamais aceita é que seja umareação alérgica às bacté­rias da boca, alergia aalimentos, proble-mas de saúde co-mo doença ce-líaca e doen-ças inflama-tórias in-testinais.

SAÚDE�t

Aftas são um problema bastante incômodo e que pode ser causado porvários motivos. Cremes à base de corticoide ajudam a resolver

Aftas podem ser sinal

de que a imunidade

está baixa. A maioria

dos casos é simples,

mas alguns pedem

exames detalhados

de um odontologista

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�t Tente consumir iogurte ou cápsulas deacidófilos quando tomar antibióticos

�t Se você fuma, pergunte a seu médico asmelhores maneiras de abandonar o hábito

�t Consulte seu dentista regularmente –pelo menos a cada seis ou 12 meses,especialmente se tiver diabetes ou usarpróteses

�t Escove os dentes e passe fio dentalconforme seu dentista recomendar

�t E tente limitar a quantidade de açúcar ealimentos que contêm levedura, incluindopães, cerveja e vinho (esses alimentos podemestimular o crescimento de aftas)

Fonte: Associação Dental Americana

O QUE VOCÊ PODE FAZER

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ação

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A ciência acredita na oração. Quem reza com fé e movidopor forte propósito ativa neurotransmissores responsáveispor aumentar a imunidade do corpo

�t Coloca-se em sintonia e comunhão com Deus�t Permanece firme na fé, esperança e caridade�t Serena o coração diante das tribulações diárias�t Ilumina a inteligência no discernimento do bem�t Fortalece o coração para escolher o que é bom�t Restabelece a alegria nos que choram�t Restabelece o ânimo nos cansados

Fonte: Dom Tomé Ferreira da Silva, bispo diocesano

QUEM ORA

UM SANTOREMÉDIO

ESPIRITUALIDADE�t

Gisele [email protected]

O biologista francês Alexis Carrel(1873-1944), prêmio Nobel de medicina e fisiolo-gia em 1912, escreveu certa vez que “a oração é aforma de energia mais poderosa que o homem écapaz de gerar. Trata-se de uma força tão real co-mo a gravidade terrestre. Na minha qualidade demédico, tenho visto enfermos que, depois de ten-tarem, sem resultado, os outros meios terapêuti­cos, conseguiram libertar-se da melancolia e dadoença, pelo sereno esforço da prece. É esta, pois,no mundo, a única força que parece capaz de su-perar as chamadas ‘leis da natureza.” E conti-nuou: “Há muitas pessoas que se limitam a verna prece um refúgio para os tímidos, ou mero ape-lo infantil movido pelo desejo de coisas materi-ais. Concebê­la, entretanto, nestes termos, é me-nosprezá­la erroneamente.”

“A oração tem um grande poder, porque elaestabelece e norteia uma aspiração almejada. Éuma grande aliada ao nos proporcionar a possibi-lidade da realização de nossos anseios e objetivosde nossa vida”, afirma o neurocirurgião e coach

Eduardo da Silva, do Centro do Cérebro e Colu-na, de Rio Preto.

A oração pode ser usada também como umagente de cura, ao estimular a produção de hor-mônios ou neurotransmissores responsáveis peloaumento da imunidade e a restauração de nossascélulas e, com isso, promover o equilíbrio de nos-so organismo.

“A oração, do ponto de vista da neurociência,é um dos maiores confortos que existem, e já foidemonstrado que pessoas que oram, qualquerque seja sua crença, costumam melhorar mais ra-pidamente em maior grau de doenças crônicasdo que as que não se dedicam a ela”, afirma omédico e neurocientista Iván Izquierdo, profes-sor de neurologia da PUC-RS.

Mas, para o médico Eduardo Silva, normal-mente palavras pronunciadas ou repetidas a es-mo não geram ação. A oração, para ser benéfica eefetiva, necessita de um propósito, e deve ser rea-lizada com concentração, intenção e fé, avalia oneurocientista. “Após pensar na escolha de umpropósito, deve-se acreditar com o sentimento dehaver conseguido e agradecido pela bênção con-cedida”, explica.

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Serg

ioIs

so/Arq

uivo

Homem reza

durante evento

ecumênico em

Rio Preto: oração

é um poderoso

mecanismo de

restabelecimento

das funções físicas

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É importante ter muito claroque a oração é uma forma simplesde elevar nossa consciência e favore-cer nosso alinhamento com a vonta-de de Deus. “Ao orar, o indivíduose sintoniza com níveis profundosde seu ser - sua alma, seu espírito,sua essência. Assim, pode conta-tar aspectos como a alegria da al-

ma, a paz espiritual e a onipre-sença de Deus manifestada

em seu interior”, explica ofrei Benedetto, monge da

Ordem Graça Miseri-córdia, porta-voz

da AssociaçãoMaria.

Desta maneira, continua ele,vamos nos preparando para expres-sar de forma mais pura e perfeita avida do espírito, nosso propósito es-sencial. “Já com respeito aos efeitosexternos da oração, a depender daabertura e entrega dos indivíduosque se ofertam a realizá­la, pode re-percutir de maneira muito amplae positiva, trazendo cura, reden-ção e liberação não só para osseres humanos, como tam-bém para todos os reinosda natureza e para todoo planeta.”  (GB)

�t “Somos todos filhos de Deus, e Ele abençoa atodos igualmente. Porém, para que Ele saiba o quequeremos, precisamos dizer o que queremos”, dizBerenice de Lara, psicóloga, terapeuta floral e decristais. Fazer a conexão com a espiritualidadeatravés da oração, ressalta Berenice, é parte donosso livre-arbítrio. Se você escolhe fazer essacomunicação, certamente estará numa condiçãomelhor de quem fica sem nenhuma ação, e oresultado acontece

SE QUEREMOS, TEMOS DE DIZER

Forma de elevar a consciência

Serg

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/1/2014

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O PequenoPríncipe

Nova versão do clássico da literatura mundial, considerada a maior obra existencialistado século 20, segundo Martin Heidegger. “O Pequeno Príncipe”, livro mais traduzido dahistória depois do Alcorão e da Bíblica, volta a ser lançado no Brasil em uma ediçãocompleta, traduzido pelo renomado Frei Betto e e enriquecida com um caderno ilustradosobre a vida e obra de Saint­Exupéry. O livro conta a história de um piloto de avião que caino deserto e ali encontra uma criança loura e frágil.Na convivência com o piloto, os doisrepensam seus valores e encontram o sentido da vida. Uma história mágica e sensível.

A partir de um cuidadoso projeto gráfico, com a mistura de técnicas de pintura ebelíssimas ilustrações, desenrolam-se as aventuras, os anseios e os sonhos de Tereza. Comlongos cabelos pretos e cacheados, Tereza sonhava com o dia em que conheceria suamadrinha e, assim, tentava imaginá­la. E será que ela já teria uma toalha de renda paraenfeitar sua casa? Tereza imaginava uma renda colorida que levaria para a madrinha, nodia em que fosse visitá­la. Mas, por ali, tudo era branco, linhas brancas, rendas brancas.Em busca do vermelho, começa a descobrir o mundo e a tecer as histórias da própria vida.

Nesta história tão ambiciosa quanto original da Primeira Guerra, o autor aborda oconflito a partir de seu aspecto menos explorado, mas talvez mais revelador: a experiênciadas pessoas comuns - não apenas a tragédia e a dor, mas também o absurdo e mesmo, porvezes, a beleza dessas vidas. O leitor não encontrará eventos ou manobras táticas dosexércitos envolvidos, mas pessoas, impressões, experiências e estados de ânimo que vão daeuforia pela entrada na guerra e a expectativa de uma vitória rápidaà preocupação com asfamílias, a tristeza pela morte de amigos e a angústia para que o conflito acabasse logo.

A menina darenda vermelha

Uma coletânea rara que reúne os trabalhos de 75 poetas contemporâneos, amaioria brasileiros, reunidos em torno de uma tarefa inédita: dialogar com osversos de Donizete Galvão. O poeta, que partiu na madrugada do dia 30 dejaneiro de 2014, aos 58 anos, continua vivo em seus versos e também renascenos poemas dessa antologia. São 15 poemas de Donizete. Os poetas representamquase todas as regiões brasileiras e há contribuições do México, da Itália, dePortugal, entre outros países.

Fabiana GuimarãesPáginas: 24

R$ 20Paulus Editora

Organização: ReynaldoDamazio, Ruy Proença eTarso de MeloPreço sob consultaDobra editorial

A belezae a dor

Fotos: Reprodução

Uma história íntima daPrimeira Guerra MundialPeter EnglundTradução: FernandaSarmatz ÅkessonPáginas: 520R$ 62 (livro) 39,50 (e-book)Companhia das Letras

Antoine de Saint­ExupéryTradução: Frei Betto

Páginas: 160R$ 29,90 (livro), R$ 14,90(pocket) e R$ 4,90 (e-book)

Geração Editorial

Outrasruminações

LEITURAS DO BEM�t

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SANTIAGO EM VOO SOLOComo um viajante solitário pode aproveitar as melhoresexperiências urbanas e gastronômicas do país de Neruda

TURISMO�t

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Agência O Globo

Espremido entre a Cordilheira dos Andes e oPacífico, o Chile foi eleito um dos melhores des-tinos no mundo para viajantes solitários em2014, segundo a revista Travel + Leisure.

Num ranking de 20, o país andino ocupa osétimo lugar, atrás de nações como Noruega, Su-íça e Áustria. É o primeiro da América do Sul.

Agência

OG

lobo

O histórico

Palácio La

Moneda, em

Santiago

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Agência O Globo

O Chile é um destino natural, onde épossível explorar mais de 3 mil quilôme­tros de paisagens desérticas, montanhase a longa faixa costeira que se estendejunto ao mar. Numa viagem econômica.E sozinho. O único risco que você correé o de acabar sendo convidado para umchurrasco na casa de uma família local,o melhor dos predicados de um país re-pleto de belezas e pessoas amigáveis.

Parece que, de repente, a capital Santiagoficou mais descolada, impulsionada pelo “mi-lagre econômico” que atingiu o Chile nas úl­timas décadas.

Bairros charmosos, com variadas opçõesculturais, restaurantes estrelados e o timingde uma metrópole que desponta como umadas mais belas, organizadas e interessantesda América Latina.

Hoje, este importante centro de negóciosmantém intacta a imagem de tranquilidade,limpeza e qualidade de vida para seus maisde seis milhões de habitantes.

Desde janeiro, os turistas são recebidoscom poemas de Neruda, estampados nas

composições das linhas 2 e 5 do metrôda capital.

A maior novidade, no entanto, é a primei-ra edição chilena do Lollapalooza, queaporta no Parque O’Higgins nos dias 14 e15 de março.

O festival de rock tem no line-up nomesque vão de Jack White a Calvin Harris,passando por Kings of Leon, RobertPlant e Skrillex. Outro ponto alto da ci-dade andina é a chegada de restaurantesestrelados do Peru, da Argentina e daEuropa, responsáveis por elevar Santia-go à categoria de paraíso gourmet.

Fora do centro urbano, o sol forte e o solorico favorecem a região de vinícolas. O resul-tado são rótulos de ponta, que podem ser de-gustados bem pertinho de Santiago, de ondepartem coletivos, de 15 em 15 minutos, comdestino a Valparaíso, capital cultural do país,dona de famosas ladeiras íngremes com mu-ros coloridos.

Aproveite a viagem para cruzar a cordi-lheira e, em pouco mais de cinco horas deônibus, chegar a Mendoza, cidade argentinarepleta não só de vinhedos como de bodegasde cair o queixo.

Santiago ficou maisdescolada,impulsionada pelomilagre econômicoque atingiu o Chilenas últimas décadas

CRUZANDO ACORDILHEIRA

Bancas de frutas no mercado de Valparaiso, vizinho de Santiago

Empório

no Cerro

Concepción,

em Valparaiso

SANTIAGO�t

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Uma boa opção é caminhar pelasruas de Santiago e descobrir uma me-trópole que renova seus espaços. A ou-tra é alugar uma bicicleta e pedalar pe-las longas ciclovias.

O bairro mais badalado é Bellavis-ta, onde atrações se enfileiram de se-gundaasegunda,comdezenasdetea-tros,bares,restaurantesecentroscul-

turais. A mais colorida e boêmiadas ruas é a Pio Nono, point de

diferentes tribos em busca dediversão dia e noite.

Nofimdela,ofunicu-lar sobe o Cerro San

Cristóbal e vai aq u a s e

900metrosdealtura,umadasmelho-res vistas da capital. Fora o terraçoqueservede mirante,o ParqueMetro-politano tem zoológico, jardim japo-nês e ciclovias.

Uma estátua branca da Virgen dela Inmaculada Concepción marca ocume, onde o papa João Paulo 2º re-zou uma missa em 1984. Aproveiteasubidaeexperimenteamote,be-bidatípicafeitacomsucodepês­sego seco, cozido na água açu­carada com grão de trigosem casca. É muito do-ce, por isso, só descese estiver bemgelada.

Perto dali fica La Chascona, casaem que o poeta Pablo Neruda viveucom sua terceira mulher, MatildeUrrutia. Apaixonado pelo mar, o es-critor projetou a obra nos mesmosmoldes de um barco. Há escotilhasno lugar de janelas, a sala de jantarimita a cabine de um navio e a de es-tar, um farol.

Os passeios guiados mostram ascoleções do artista, como a de copos econchas, e contam ainda curiosidadesda vida do casal. Poemas e declara-ções de amor podem ser vistos em qua-se todos os cômodos.

À noite, portas de bares abertas emesas com cadeiras nas calçadas daPio Nono são um convite para esticaro programa. A maioria oferece cerve-jas importadas.

As porções de chorrillanas (en-tre R$ 30 e R$ 40) se encontram emquase todos os cardápios, para a sa-tisfação de pequenos grupos ou umúnico viajante.

A carne (geralmente alcatra) éservida com cebola, pimentão, bata-tas fritas - tudo tem batata no Chile- e ovos fritos com a gema mole co-brindo a porção.

No El Nuevo Camino, o prato ga-nha um molho especial (à base de mai-onese e ervas), boa pedida para o pis-co sour, a “caipirinha” dos Andes, fei-ta de destilado de milho, tambémabundante no Peru.

A três quadras dali, na rua BomberoNuñez, clubs oferecem ritmos diversos,do reggaeton ao eletrônico.   (AG)

Na casa de Neruda

Johnny B.

Good integra

nova alameda

de bares em

Mendoza

Mostra no museu de

Belas Artes de Santiago

Boemia nas ruas

Fotos: Agência O Globo

A biblioteca intacta de La Chascona, uma das casas do poeta chileno Pablo Neruda

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GASTRONOMIA EPONTOS HISTÓRICOSA 350 km, fica Mendonza, na Argentina,um passeio também imperdível

SANTIAGO�t

Agência O Globo

BastaumúnicodiaparapercorrerocentrodeSan-tiago e passar pelos pontos fundamentais. O Paláciode La Moneda, sede do governo, é uma das testemu-nhas do passado daquele país.

Construção remanescente da era colonial, o pré­dio, no qual o presidente Salvador Allende se suici-dou em 1973 diante do iminente golpe militar, incluium centro cultural e troca de guarda, pontualmenteàs 10h em dias alternados.

O Museu de Arte Pré­Colombiana fica bempróximo, mas se tiver que escolher apenas ummuseu para visitar, fique com o de Belas Artes.

Seu acervo guarda mais de 3 mil peças, ad-quiridas por meio de compras, doações e premi-ações dos salões oficiais.

Há uma ampla seção de pinturas e escultu-ras chilenas, abrangendo a produção artísticadesde o período colonial, além de núcleos de ar-te universal, destacando-se pinturas italianas,gravuras, fotografias e um conjunto de escultu-ras africanas.

A Plaza de Armas é o sistema nervoso da re-gião, cercada de casarões coloniais, construções ne-oclássicas e simpáticos restaurantes em que os gar-çons, de camisa branca e gravata borboleta, aindaservem em bandejas de inox.

Nada como apreciar o vaivém na praça, toman-do uma taça de cabernet sauvignon ou carménè­re, duas especificidades da vinicultura chile-na. Em média, a garrafa do Três Estrellassai a R$ 35, menos da metade do preçoque pagamos no Brasil.

Na hora do almoço,uma boa opção é o Merca-do Central, uma antigaestação de trem esti-lo art nouveau, de1872. Ceviches,frutos do mar e ocentolla (caranguejogigante, típico do país) es-tão por toda parte.

Dá para passar o res-to do dia degustando, prin-cipalmente nas bancas mi-núsculas e modestas nas la-terais. O menu completocusta entre R$ 12 e R$ 20.

Fora dali, renomados chefs renovam a tradi-cional gastronomia chilena à base de frutos domar. Um deles é o peruano Gastón Acurio, dorecomendado Astrid & Gastón (o melhor daAmérica Latina em 2013, pela revista “Restau-rant”), que elegeu o bairro Providencia para rece-ber sua primeira filial no país. Lá é costume iniciara refeição com um pisco sour.

Com cozinhas de todo o Chile representadas àmesa e uma geração de novos chefs inovando pra-tos clássicos, as grifes gastronômicas se espalhampela cidade.

Destaque entre a crítica internacional no últi­mo ano, o Como Água para Chocolate, no BellaVis-ta, virou o queridinho dos brasileiros. A poucos pas-sos da casa de Neruda, o salão decorado com as co-res à la Frida Khalo tem cozinha inspirada no livrohomônimo da mexicana Laura Esquivel.

Com quase 150 anos, a Peluquería Francesa, noBairro Brasil, é uma joia para quem busca pratostradicionais da França com temperos do Chile.

É um daqueles restaurantes que levam jeitode bistrô, de onde a gente não quer sair até ob-servar todos os detalhes da decoração repleta deantiguidades, que, por sinal, estão à venda.

Bistrô: Peluquería Francesa, ambiente que lembra antiquários

Frutos do mar no

restaurante Como

Água para Chocolate

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Não é preciso ir muito lon-ge para beber diretamentedos barris nas vinícolas da re-gião no entorno de Santiago.Tintos encorpados podem serencontrados em fazendas co-mo a da Concha y Toro, queoferece visitação guiada comdegustação e loja com rótulose utensílios.

Para seguir por conta pró­pria, a linha 4-azul do metrô con-duz até a estação Las Mercedes,de onde saem ônibus com desti-no a Pirque. O itinerário dura

de 30 a 45 minutos, e a melhorépoca para visitar a vinícola é operíodo de fevereiro a maio,quando as uvas estão em pontode colheita.

Outro passeio viável de ôni­bus, e em um único dia, é Valpa-raíso, a 120 quilômetros de San-tiago. É possível ainda alugarum carro, e a viagem dura 60 a90 minutos. A charmosa cidadeé pitoresca e boêmia. Comece su-bindo de funicular o Cerro Con-cepción e admire a arquiteturadas casas de zinco.

Na volta, caminhe até Cerro Ale-gre, onde artistas mostram seu traba-lho a céu aberto. Não deixe de conhe-cer La Sebastiana, outra casa-museude Pablo Neruda, cercada de jardinse com vista para o Pacífico.

A fundação que leva o nome dopoeta dá espaço para exposição eum café.

Na descida, aproveite para esticaraté o Mercado del Puerto, onde fru-tas típicas se misturam a temperos davariada cozinha andina, como amên­doas, nozes, alcachofras e picles. Nosegundo piso, restaurantes oferecemmenus executivos a preços bem maisem conta do que em Santiago.

Outra escapada tradicional, a 350quilômetros da capital chilena, a cida-de argentina de Mendoza é um ver-dadeiro oásis dos vinhos malbec. Atravessia de ônibus, pela Cordilhei-ra dos Andes, dura pouco mais decinco horas e expõe um espetáculode cenário natural, principalmenteno trecho de curvas acentuadas, co-nhecido como “caracóis”.

Em Mendoza, mais de 50 bodegasestão esparramadas por vales, como oMaipú. Na região central, uma alame-da de novos bares foi inaugurada naCalle Arístides Villanueva, há poucomais de um ano, tornando o lugar po-int de badalação dia e noite.

Um dos mais novos é o hypadoJohnny B. Good, que oferece mixesde petiscos, que vão de coxinhas defrango a croquetes de queijo (R$15, em média). É barato comer e be-ber em Mendoza. Drinques comomojito custam até R$ 12.

A perder de vista, uma das áreasnaturais mais importantes da Argen-tina, o Parque General San Martíntem 400 hectares de puro verde, ala-medas arborizadas, decoradas com34 esculturas, mais de 300 espéciesde fauna e flora oriundas de diversospaíses do mundo.

É o point dos fins de semana. DoCerro de Gloria, se tem excelente vis-ta da região e dos Andes, ponto de re-ferência natural deste encantadorvoo solo.

Atravessando os Andes

Escapada regada a vinhos

Parque General

San Martín, em

Mendonza

Foto

sAgência

OG

lobo

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ILHA À VISTAILHA À VISTA

Turismo sustentávele pousadas de luxoaportam emNoronha, quemantém seu jeitode paraísointocado

Agência O Globo

Quem volta ao arquipélago de Fernandode Noronha, anos depois da primeira visita, lo-go percebe que o mundo “lá fora” (como o con-tinente é conhecido) tem trazido uma novaversão para esse município pernambucano a545 km de Recife.

Noronha já não segue naquele ritmo tran-quilo de quando foi redescoberto como desti-no selvagem, nos anos 90.

FERNANDO DE NORONHA�t

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Símbolo: Morro Dois Irmãos,

uma das tantas imagens ícones

do arquipélago

Agência

OG

lobo

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Agência O Globo

Noronha mudou. Bar lounge com música eletrônicaavança sobre o mar, bloqueando a passagem de visitan-tes que um dia se aventuraram pelas trilhas entre o Bol-dró e a Praia do Sancho.

Mocinhas e garotões sarados desfilam indiferentesao mar de tons azulados, que se agita aos pés do Morrodo Pico, na Praia da Conceição - uma versão insular dacatarinense Praia do Rosa ou da paulista Maresias.

E as tradicionais casas de família, que um dia servi-ram como única alternativa de hospedagem para os tu-ristas, hoje se espremem entre pousadas de alto padrão.

Ainda assim, Noronha continua linda. E os mesmosventos que transformaram a Ilha Maldita - título da épo­ca em que funcionou como penitenciária - em paraíso tu-

rístico do Atlântico trazem novidades a esse arquipélagode dimensões discretas que, por décadas, tem feito a ale-gria de mergulhadores, surfistas e amantes de cenários in-tocados.

Gastronomia molecular em restaurantes moderni-nhos, estabelecimentos hoteleiros com elevado nível deconsciência ambiental, aluguel de bicicletas elétricas e tri-lhas selvagens pouco exploradas pelos visitantes menosdispostos são algumas das novidades de uma Noronhaque nem todo mundo conhece.

Desde que a concessionária EcoNoronha ganhou oedital de prestação de serviço de visitação pública, em2011, atrações locais receberam novos investimentos.

Estão lá as passarelas de madeira sintética das praiasdo Sancho e do Sueste, postos de informação que foramerguidos com material sustentável (como o limpo steelframe) e algumas praias já contam com a infraestruturade banheiros e lanchonetes.

Umas das novidades recentes são as 18 bicicletaselétricas para aluguel. Elas desembarcaram na ilha noano passado, para reduzir a emissão de gás carbônicodesse território protegido e frágil de 26 quilômetrosquadrados, declarado Patrimônio Mundial pela Unes-co, desde 2001.

Esta é uma das ações que fazem parte do projeto “No-ronha Carbono-Neutro”, lançado na Conferência do Cli-ma da Organização das Nações Unidas (ONU), realizadona Polônia, em fins de 2013. O principal objetivo do pro-jeto é incentivar a redução de gás carbônico na ilha etransformá­la em um dos primeiros destinos do mundo acompensar as emissões de gases causadores do aqueci-mento global.

Há novidades nessearquipélago dedimensõesdiscretas quefaz a alegria demergulhadores,surfistas e amantesde cenáriosintocados

Piscina natural no

início da longa

trilha do Atalaia.

À frente, a Ilha do

Frade

FERNANDO DE NORONHA�t

NORONHA EM

Cardumes são

facilmente

observáveis em

qualquer mergulho

nas águas de

Noronha

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As novas magrelas (bicicletas elétri­cas, no caso), que contam também com o

reforço de outros 20 modelos convencio-nais, têm autonomia de 60 km sem necessi-dade de recarga da bateria e podem chegar auma velocidade de até 25 km/h.

Mas naquelas terras isoladas do Atlânti­conãoseprecisaterpressa.Esobreduasro-das,sempresobratempoparafazerumdes-vioderota e visitarmais umapraia escon-dida, que não foi vista durante o Ilha

Tour (tradicional tour de reconheci-mento das atrações mais populares).

Com disposição, dá pra cruzaruma das menores rodovias fede-

raisdoBrasil,aBR-363.Sãose-te quilômetros ligando a

Baía do Sueste, noMar de Fora, ao

Porto de Santo Antônio, de onde saem ospasseios de barco.

Nocaminho,épossívelvisitar íconesna-turais como o Buraco da Raquel, ao lado doMuseu do Tubarão, e as trilhas de acesso àspraiasdeáguascalmasdoMardeDentro,co-mo as do Boldró e do Cachorro.

AdministradaspelaEcoNoronha,asbi-cicletaspodemseralugadasnosPICs(Pos-tos de Informação e Controle) do Sanchoe do Sueste. Aelétrica sai a R$25e a con-vencional, R$ 16, a diária.

E para quem quiser deixar suacontribuição à natureza - afinal decontas a carga das bicicletas é fei-ta com energia gerada a partirde óleo diesel -, caminhar éa próxima atividade.  (AG)

Caminhadas e passeios de bike

Com 14 opções de trilha oficiaislocalizadas no interior do Parque Na-cional Marinho de Fernando de No-ronha, o destino tem não só cami-nhos curtos até os endereços maismanjados da ilha, como a Baía doSancho e o Mirante do Golfinho, co-mo rotas que passam pelo lado maisselvagem como a impressionanteTrilha do Atalaia.

A maioria dos visitantes cumpreapenas o primeiro trecho - uma cami-nhada leve de trinta minutos até apiscina natural do Mar de Fora, pro-tegida em uma baía que costuma ser-vir de berçário para animais tartaru-gas e tubarões.

Tido como um dos melhorespontos de toda a ilha para mergu-lho com snorkel, o local é ideal pa-ra ver coloridos cardumes, que qua-se se deixam tocar.

E também para praticar flutua-ção com coletes, condição mínima,controlada por fiscais, para liberar onado recreativo nessa área, que é for-mada por banco de corais.

Com entrada gratuita e sem ne-cessidade de contratar um guia, essaé uma das atrações mais popularesde Fernando de Noronha, o que obri-ga os fiscais do Instituto Chico Men-des de Conservação da Biodiversida-de (ICMBio) a cumprir um rígido ro-dízio de visitantes, que só ficam alipor meia hora.

Mas o melhor do lado mais sel-vagem de Noronha começa quan-do os grupos deixam aquelaságuas rasas com visibilidade per-feita e retornam para a Vila doTrinta, onde começa a trilha.

Conhecida como a Trilha Ponti-nha Pedra Alta e aberta para apenasseis felizardos por dia, por agênciasque atuam no trajeto, a trilha longado Atalaia começa logo após o banhoem sua piscina natural.

É uma caminhada exigente, denada menos que 6,2km de extensão,margeando o Mar de Fora, em dire-ção à isolada praia do Caieira, endere-ço que moradores fazem questão denão divulgar.  (AG)

Pelas sendas do arquipélago

NOVA VERSÃO

Uma das 18 bicicletas

elétricas para aluguel,

que chegaram à ilha

Fotos: Agência O Globo

Praia do Sancho,

considerada uma

das mais bonitas

do mundo

Domingo, 22 defevereiro de 2015

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Kátia Ricardi de Abreu

Toda história tem começo, meio e fim. Pois bem, vamos falar dofim. Aquele “the end” da fita, sabe? As luzes do cinema se acendem evocê ainda continua na poltrona, prostrada, incrédula, esperando um re-presentante de Hollywood de terno e gravata aparecer na sua frente edizer que já estão providenciando as filmagens da continuação da histó­ria. Mas como isso não acontece, você se levanta e volta para casa, incon-formada. É um sabor de “quero mais”, “não acredito que acabou”.

O fim de uma história pode ser feliz, infeliz, sem graça, triste, ridícu­lo, mal feito, mas é fim. A-ca-bou! Os roteiristas de novelas campeãs deaudiência dificilmente conseguem elaborar um fim para a história eseus personagens que agrade a própria audiência. Porque foi bom o quehouve durante a história e, de tão bom que foi, ninguém quer o fim. En-tão a gente ouve os comentários: “Não gostei do fim”. Qualquer fim édifícil de aceitar, quando o desejo é que ele não aconteça.

E o “THE END” na vida real? Muitas vezes, não queremos aceitar ofim de nossas próprias histórias. O fechamento de nossos ciclos. Ou nãoqueremos aceitar a forma como ocorreram. Quem já não se pegou dese-jando que tivesse sido diferente? Com uma pitada disso ou daquilo?Mesmo que a mocinha e o mocinho não fiquem juntos, felizes para sem-pre, queremos sair da fita de bem com a vida, para o bem de nossa auto-estima, não é?

Quando faço entrevistas de desligamento, nas empresas, procuro es-timular o colaborador que está se demitindo ou está sendo demitido afechar este ciclo da forma mais confortável possível. É uma oportunida-de de iniciar uma nova etapa, embora muitas vezes essa transição sejadolorosa, e a despedida, triste. Porém, para que a pessoa possa visualizaras vantagens da nova etapa, ela precisa passar pelo luto da separação des-te ciclo que se fecha.

Separações sempre são tristes e dolorosas, mesmo quando a pessoaestá indo para algo melhor. Tudo tem perdas e ganhos. Apesar de tristese dolorosas, podem ser feitas com dignidade, sensibilidade. Pode haveralívio, quando a dor de permanecer no relacionamento é maior do que ador da separação.

No amor, o fim pode ser trágico, passional. Também pode ser suave.Depende do grau de maturidade emocional das pessoas envolvidas.

Certa vez recebi um casal no consultório decidido a colocar fim norelacionamento. Sem brigas, eles conversaram durante muitas sessõessobre os bons momentos que passaram juntos, os motivos do desgasteno relacionamento e a vontade de iniciar uma nova etapa. Finalizaramali na minha sala a relação conjugal com a proposta de iniciar uma rela-ção de “ex” respeitosa, madura e humana. Com carinho, devolveram asalianças um para o outro de forma solene, se abraçaram e foram viversuas vidas separados, talvez mais unidos do que quando estavam moran-do debaixo do mesmo teto. Achei lindo quando o marido disse para aesposa que não tinha sentido continuar se ela não o amava mais. Mesmo

que ele ainda a amasse. Ele iria seguir adiante, em busca do amorcom alguém que pudesse corresponder. Mas, infelizmente, esse ca-so é a exceção.

Entre namorados, as principais queixas são aquelas em torno dofim que demora a ser entendido. A pessoa se distancia e espera ooutro desconfiar que ela decidiu colocar o ponto final no relaciona-mento. Decidiu que não quer mais e tem dificuldade de comunicarisso de forma direta à outra parte envolvida. Apenas a exclui da suarota. Deleta, joga na lixeira o relacionamento e, consequentemen-te, a pessoa, que é desqualificada. Como assim? Você liga e ela nãoatende. Deixa recado e ela não retorna. Tenta pelo whatsApp e des-cobre que ela te bloqueou. Saiu do Facebook, Instagram, tudo. Ousaiu só para você. Trocou o número de telefone. Blindou-se de vo-cê. Declarada é a rejeição. Dupla é a dor: a da separação e a de comoocorreu a separação. O mais doloroso fim de todos os fins. Pior doque não querer mais é não dizer isso olhando nos olhos.

Demissões corporativas, rompimentos de relacionamentos,acontecem todos os dias. E, no dia seguinte, currículos são envia-dos, pessoas interessantes preenchem as lacunas nos relacionamen-tos dissolvidos, novos ciclos se iniciam. Ninguém morre por causadisso.

O fim pode simplesmente ser triste e ao mesmo tempo feliz,com lágrimas misturadas a sorrisos. Este é o fim honroso, com cha-ve de ouro que eu gostaria de assistir e vivenciar. E você?

ARTIGO�t

O fim de uma história pode ser feliz,infeliz, sem graça, triste, ridículo, malfeito, mas é fim. A-ca-bou!

Kátia Ricardi deAbreu é psicóloga,especialista em

Análise Transacionalna área clínicae consultorade empresas

O FIM

Quem éGuilherme Baffi/Arquivo

Domingo, 22 defevereiro de 2015

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