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Revista bem estar-20140323

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Alexandre Caprio

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Page 1: Revista bem estar-20140323
Page 2: Revista bem estar-20140323

Editorial

O debate sobre a necessidade de aceitação nas redessociais por parte de pessoas em sua maioria inseguras ecom baixa autoestima ganhou mais um capítulo há poucotempo com uma novidade no Facebook: a possibilidade decomprar “curtidas” e, assim, fazer parecer que seus postssão populares. O assunto é discutido na página 10, emreportagem de Gisele Bortoleto. Esse “mundo de Narciso”afeta tanto pessoas quanto corporações e se tornou umnegócio lucrativo. “É a chance para cultivar uma imagemirreal e pasteurizada, uma projeção não do que são, mas doque gostariam de ser”, diz o escritor Tom Coelho.

24

El Calafate, na Patagônia, não precisade qualquer propriedade mágica paraatrair visitantes do mundo inteiro

16

Reynaldo Gianecchini diz que doençado coração de seu personagem é umaforma de prestar serviço ao espectador

11

Dentista ensina a maneira correta depromover a higienização dos dentes eexplica as diferenças entre uma escovaelétrica e uma escova convencional

Poesia

A CARNE E O TEMPOTive beijos universais

Molhados, profundos,

Prolongados, sem iguais.

Tive beijos carnais,

Espirituais, transcendentais,

Sim... tive beijos

Não os tenho mais!

O tempo os levou

Todos, menos um

Do vento que me beija

Os cabelos, o corpo, o rosto

Que a idade da carne

Transforma em rugas

De desgosto

E também este

O vento beija

E leva na leveza do passar.

- Me passei no vento

a te beijar.

Ilma Fontes

AUTOCONHECIMENTOA ansiedade nos impede de enxergar os passos necessários para arealização dos sonhos. Aprenda a ser mais paciente e perseverantePáginas 4 e 5

RELIGIÃOJornalista do Diário Cecília Demian traz os bastidores da cerimônia queresultou na posse de dom Orani em cardeal da Igreja CatólicaPáginas 6 e 7

RELACIONAMENTOCasais só percebem o quanto são machistas quando experimentamsentimento de inferioridade ou desvalorização em relação ao outroPáginas 8 e 9

Agência O Globo/Divulgação

TV Globo/Divulgação

Turismo

Edvaldo Santos

Televisão

A ‘virtualização’da popularidade

Silvio PardoDIÁRIO DA REGIÃO

Diretor de RedaçãoDécio [email protected]

Editor-chefeFabrício [email protected]

CoordenaçãoLigia [email protected]

Editor de Bem-Estar e TVIgor [email protected]

Editora de TurismoCecília [email protected]

Editor de ArteCésar A. Belisá[email protected]

Pesquisa de fotosMara Lúcia de Sousa

DiagramaçãoCristiane Magalhães

Tratamento de ImagensEdson Saito e Luciana Nardelli

MatériasAgência EstadoAgência O Globo

2 / São José do Rio Preto, 23 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 3: Revista bem estar-20140323

CERTINHA DEMAIS

Artigo

Kátia Ricardi de Abreu

Você conhece alguma pessoa que é certi-

nha? Irritantemente certinha? Sim, aquela

pessoa que está composta o tempo todo, ne-

nhum fio de cabelo fora do lugar, não sai da

linha por nada nesse mundo. A roupa não

amassa jamais. Se for mulher, o batom não

sai, o perfume não vence. Se for homem, a

barba parece que nunca cresce. O carro está

sempre impecavelmente limpo, a casa rigoro-

samente arrumada. Na academia, ela não

transpira e se o fizer a toalhinha perfumadís-

sima imediatamente entra em ação. O tom

de voz é invariavelmente doce, suave, manso

e bem colocado. Tudo nela se traduz em “es-

tou cem por cento no controle”. As fotos no

facebook? Só alegria! Não aparecem rugas,

imperfeições, mas os melhores ângulos. Não

sai da linha nunca, jamais, em tempo algum.

Sua vida é poética. Aliás, é uma daquelas his-

tórias de contos de fadas. Aquelas com o fi-

nal feliz, em qualquer hora do dia.

A pessoa certinha demais geralmente é

adorada, admirada, querida, amada, venera-

da, invejada. Mas ela é certinha demais. E

por que demais? Porque o exagero acaba atra-

palhando os relacionamentos e o desconfor-

to em não se mostrar como realmente é. Isso

não é bom? Tem um preço.

Pessoas certinhas demais causam tanta,

mas tanta admiração que provocam distân-

cia, às vezes abismo, entre elas e os simples

mortais, que revelam uma versão de si, mais

do tipo “a vida como ela é”. A certinha de-

mais se esforça para passar uma imagem im-

pecável para sentir-se aceita, para não sofrer

com qualquer possibilidade de rejeição. Mas,

o excesso da impecabilidade assusta e acaba

mais distanciando do que a aproximando

das pessoas.

O empenho todo em ser corretíssima ga-

rante-lhe um bocado de carícias positivas

condicionais. Um simples deslize, que seria

aceitável para qualquer um, acaba se transfor-

mando em algo que mancha a perfeita e cor-

reta imagem construída, devido à alta expec-

tativa criada em torno de sua conduta e apre-

sentação. Os grandes ídolos e celebridades

consagradas sofrem com a construção desta

imagem junto aos seus fãs e junto àqueles

que caçam obstinadamente os erros e

inadequações para mostrar que a imagem

construída é de barro. Outras personalidades

do mundo artístico, mais orientados e sensa-

tos, gostam de se apresentarem como real-

mente são, sem se importarem com o impac-

to negativo causado e acabam transforman-

do este impacto em positivo.

Regina Duarte certo dia tomava café ao

meu lado, no aeroporto de Congonhas e mui-

tos nem a notaram tal a simplicidade da pos-

tura. Confesso que tive que confirmar com

meu olhar (discretamente, coloquei até os

óculos!) para ter certeza de que era ela, ali,

sorvendo um expresso com pão de queijo,

mastigando, engolindo como simples mor-

tal, numa produção confortável sem se preo-

cupar com as possibilidades de assédio.

Julia Roberts é alvo de fotógrafos que ado-

ram clicar seus looks casuais muito critica-

dos pelo excesso de improvisação. E daí? Por

que pessoas famosas ou não têm que se preo-

cuparem com a impecabilidade vinte e qua-

tro horas por dia, se elas não sofrem deste

mal de querer ser certinha demais?

Podemos desfrutar do conforto de não

estarmos rigorosamente corretos como se

fosse um pecado não corresponder às expec-

tativas de perfeição construídas nas mentes

que necessitam deste referencial. Não estou

falando apenas de aparência. Falo de toda e

qualquer gafe e escorregada que alguém pos-

sa dar, em algum momento em algum lugar.

E dane-se quem está de tocaia para jogar

“agora te peguei!”. Quanta energia e tempo

desperdiçado para manter uma patologia.

Viva a espontaneidade! Vamos ser quem so-

mos e pronto. �

O exagero acaba atrapalhando os relacionamentos e causa desconforto

por não se mostrar como realmente é

Kátia Ricardi de Abreu é psicóloga especialistaem Análise Transacional, consultora deempresas, palestrante e escritora

Quem é

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 23 de março de 2014 / 3

Page 4: Revista bem estar-20140323

Nada de sólido se

constrói sem

paciência, esforço,

perseverança.

Para tornar o

“inalcançável” em

possível, é preciso

vencer etapas

Gisele [email protected]

O ser humano tem por hábito admi-

rar as grandes coisas. Grandes pessoas,

grandes monumentos, grandes cida-

des. Tudo que é grandioso fascina e

causa admiração. Mas uma frase do fi-

lósofo chinês Lao Tsé dizia: “Grandes

realizações são possíveis quando se dá

importância aos pequenos começos”.

Isso significa que não podemos igno-

rar ou desdenhar os princípios que re-

gem a construção de qualquer sonho: a

paciência e a perseverança. Segundo es-

pecialistas, isso pode parecer óbvio,

mas a pressa, o desejo de ter a “obra”

acabada rapidamente, a ansiedade de

ver a construção pronta faz com que

caiamos na tentação de tomar atalhos,

escolher caminhos mais curtos e fá-

ceis, até mesmo perigosos, e provavel-

mente comprometer toda a realização,

todo o sucesso.

A impaciência dificulta que enxer-

guemos a obra inacabada, quando esta-

mos ainda nos primeiros passos para a

construção do que quer que seja, e isso

vai de uma casa a um relacionamento -

nada tem de beleza aparente, nada tem

de imponência. Trata-se a princípio de

um rascunho. Foco e intensidade são

Autoconhecimento

PEQUENOSPEQUENOSCOMEÇOSCOMEÇOS

4 / São José do Rio Preto, 23 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 5: Revista bem estar-20140323

comportamentos-chave para

quem quer ter o objetivo alcança-

do, o rascunho transformado em

obra-prima.

“Somos seduzidos pelo resulta-

do e existe um marketing na nossa

sociedade que prega o fim e não os

meios, até porque o processo é pe-

noso e não somos preparados para

persistir”, diz a psicóloga Karina

Younan. Então olhamos apenas o

objetivo final, o objeto do nosso de-

sejo, seja um corpo bonito, uma ca-

sa, um carro. E a distância entre o

que somos ou temos e o que quere-

mos parece ser muito longa.

“Estamos vivendo na era da

não persistência. Essa geração de

crianças que têm o prêmio rápido

não aceita esperar, não sabe lidar

com a frustração como um estímu-

lo para seguir adiante”, explica.

O sucesso é precedido por tra-

balho duro, sacrifício. Mas corre-

mos para casa toda vez que alguma

coisa dá errado, e esse processo es-

tá cada vez mais endêmico. Por

exemplo, a pessoa trabalha duro,

ganha dinheiro, mas dá uma vida

sem sacrifícios para os filhos. O

que acontece? O filho não conse-

gue se empenhar no trabalho co-

mo o pai. Daí, quem trabalha mui-

to é o jovem que não teve vida con-

fortável. E o dinheiro passa a tro-

car de mão com muita velocidade.

É um fato social. Não adianta estar

focado ou megamotivado se o obje-

tivo não for realista ou não levar

em conta um período de execução

sem prêmios.

“Quando queremos alguma

coisa, deveríamos nos perguntar o

porquê e para que e, se a resposta

não atender a um desejo profun-

do, não for um objetivo forte e sig-

nificativo em nossas vidas, deve-

mos repensar se desejamos ou

não. Isso porque uma coisa é pen-

sar que quer, e outra é querer de

verdade, com entrega e dedica-

ção”, diz Karina.

A vontade é, na filosofia, a ener-

gia vital e realizadora do ser huma-

no, e a terapia é o meio para fazer a

pessoa encontrar-se com essa ener-

gia vital.

“A ansiedade foi classificada co-

mo sendo o mal do século 21. Ela

nos faz colocar a mente no resulta-

do final grandioso e, com isso, cria-

se uma expectativa de resultados

imediatos, que são irreais, pois pa-

ra chegar ao final de uma escada

precisamos subir degrau por de-

grau”, lembra a terapeuta neurolin-

guista Marcelle Vecchi, master

practitioner em Programação Neu-

rolinguística pela Sociedade Brasi-

leira de PNL. A busca desenfreada

por resultados imediatos, gerada

pela ansiedade, causa frustração.

“No século 21, o fator predomi-

nante no surgimento dos mais va-

riados tipos de frustrações é a cria-

ção desenfreada de expectativas”,

diz um trecho do livro “Consciên-

cia Emocional - Uma conversa en-

tre Dalai Lama e Paul Ekman”

(editora Prumo).

Etapas

A ansiedade nos impede de en-

xergar a sequência de passos neces-

sários para chegar ao resultado fi-

nal almejado, e isso muitas vezes

compromete até nossa saúde. O

exemplo disso é uma pessoa que

não consegue se comprometer

com as etapas necessárias num re-

gime alimentar (seleção de alimen-

tos e exercícios físicos) e busca re-

médios sem orientação médica

que prometem resultados milagro-

sos. Quando se tem um objetivo

em mente, o primeiro passo é divi-

di-lo em etapas, para que seu tama-

nho passe de grandioso para aceitá-

vel e plausível. O “grande”, dividi-

do, torna-se possível.

“O segundo passo é focar os es-

forços só na primeira etapa: en-

quanto essa não for atingida, não

penso e nem me preocupo com as

etapas seguintes”, complementa

Marcelle. O desânimo se instala

quando nos sentimos incapacita-

dos para o grandioso. Esse é o fator

principal da desistência e, conse-

quentemente, da frustração.

“Quando o ser humano tem

um objetivo de vida, projetos e me-

tas para sua realização pessoal, tem

em vista que o tempo será seu com-

panheiro diário”, diz a psicóloga

Luciana Nazar Ramoneda. Nada

se constrói sem paciência, esforço

e sonhos, sobretudo se deseja bem-

estar e felicidade. É aliar o tempo

com a calma e a confiança em si e

determinar seus propósitos, propi-

ciando, assim, a fértil colheita de

frutos saborosos. “O que mais en-

gana o ser humano é acreditar que

de cima que se começa a vida, tris-

te realidade.”

Para toda ação há uma reação,

sendo algo físico e individual. Não

pense que milagres acontecem

sem esforço e coragem, pois a cria-

tura humana é dotada de energia

que a mobiliza a ir ao encontro do

impossível. “Cada um conhece e

projeta suas metas, o que o faz dife-

rente de muitos, mas se não hou-

ver paciência e sabedoria para

aguardar o tempo de cada circuns-

tância não há motivos para come-

morações futuras”, diz.

O melhor da vida é estar na

ação do desejo e não somente no

seu fim, tanto que o ser humano

nunca se realiza com o que possui,

deseja sempre mais e mais. A dife-

rença de ser ganancioso e grato pe-

la vida está nos pequenos gestos de

realização que o caminho o direcio-

nou, mas que não enxergou. Enxer-

gar é diferente de ver, é estar aber-

to às sutilezas, à simplicidade e ge-

nerosidade da vida, é saborear ca-

da momento como sendo único,

com paciência e lucidez

Não há um caminho, o ser hu-

mano é o seu caminho, e enquanto

houver o desejo de se transformar

e cumprir as etapas da vida, há co-

ragem, foco e fé em si mesmo e no

seus desejos.

É preciso olhar dos lados e agra-

decer, seguir e continuar, almejar

e ser feliz com os recursos internos

que construiu.

“Acreditar em si mesmo é um

bom começo para não desanimar e

recomeçar seu caminho, seguir em

diante, focar, desejar e realizar

seus sonhos e ser feliz”, diz a psicó-

loga Luciana.

Todo pequeno início é tão sig-

nificativo quanto a conclusão. Mui-

tas vezes, haverá vontade de desis-

tir. Os grandes empreendedores fo-

ram aqueles que concluíram sua

jornada, não desistiram e tão pou-

co minimizaram os pequenos co-

meços. Para Leonardo da Vinci

concluir a Monalisa, precisou dar

a primeira pincelada. �

Sto

ckim

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o

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 23 de março de 2014 / 5

Page 6: Revista bem estar-20140323

Jornalista do Diário detalha a primeira missa de dom Orani

como novo cardeal da Igreja, no Vaticano. “As pessoas

se sentem amigas de Jesus naquele ambiente familiar”

Cecilia [email protected]

Enviada especial ao Vaticano

Roma - 23 de fevereiro de 2014, do-

mingo de inverno. Faz 24 horas que

Orani João se tornou o Cardeal Tempes-

ta, num consistório solene com orações

e cânticos.

É sua primeira missa como cardeal

de Igreja Católica Apostólica Romana,

ao lado do papa Francisco, que o elevou

ao cardinalato.

Igreja cheia. A Basílica de São Pe-

dro, erguida sobre os ossos do apóstolo

Pedro, tem clima de festa (em vários

idiomas), mas de organização também.

As portas já estão fechadas, porque

os lugares foram preenchidos. Nin-

guém entra, ninguém sai. Quando mui-

to, antes do começo da celebração, pode-

se circular por alguns trechos dentro da

igreja, até que um segurança do Vatica-

no (moços magros de terno escuro, gra-

vata e óculos de grau) estenda os braços

impedindo a passagem.

Paramentado de vermelho vibrante,

segundo a tradição clerical na hierar-

quia da Igreja, dom Orani transita deva-

gar pelo corredor central da nave, cum-

primentando brasileiros que foram pres-

tigiá-lo. Gente de Rio Preto, São José do

Rio Pardo, Belém, Rio de Janeiro, Mogi

Mirim, São João da Vista, etc, além de

50 parentes que moram na Itália, terra

do seu pai Acchile.

Ao avistá-lo, saio do meu lugar, pu-

lando cadeiras, mochilas, pernas, casa-

cos, até chegar na divisória que separa a

assembleia dos fiéis do corredor. Ouvin-

do seu nome, ele se volta e vem sorrin-

do de braços abertos. “O Diário da Re-

gião em Roma?”, exclama, entre conten-

te e agradavelmente surpreso.

A frase, dita dentro da Basílica, soou

como bênção ao jornal, que seguiu seus

passos nos sete anos, sete meses e sete

dias que ele passou em Rio Preto, como

bispo da Diocese. Lembrando que a fa-

mília proprietária do Diário tem raízes

italianas e cristãs.

Ele abraça, beijo-lhe a mão, ele não

para de sorrir. “Feliz, emocionado e gra-

to a Deus”, foi o que conseguiu dizer.

Muito trabalho espera por ele em Ro-

ma. Ostatus de cardeal permite que ele con-

tinue na sua base, a Arquidiocese do Rio de

Janeiro, mas terá de ir ao Vaticano quando

convocado pelopapa, para questõesdo Con-

selho dos Leigos, que ele assumiu.

Às 9 horas, começam a chegar os car-

deais e outros religiosos que vão partici-

par da missa. A guarda suíça (bem colo-

rida) e os cerimonialistas do Vaticano,

trajados de fraque, encaminham os pa-

dres para um espaço lateral da igreja,

preservado por uma enorme cortina cla-

ra. Por detrás da cortina, os celebrantes

se vestem para a cerimônia.

Para preencher as horas antes da

missa e, claro, louvar a Deus, o público

reza o terço em latim. Era dia dos misté-

rios gloriosos, os cinco que exaltam a

ressurreição, ascensão de Jesus, a desci-

da do Espírito Santo sobre os apóstolos,

a subida de Nossa Senhora aos Céus

(assunção) e a coroação de Maria como

rainha do Céu e da Terra.

Da entrada até o altar, divisórias de

madeira impedem o público de sair do

lugar. De frente para o cortinado, toda

vez que se abre, dá para ver os celebran-

tes e o Papa se arrumando. Atrás deles,

está a Pietá, de Michelangelo.

A movimentação discreta, dentro da

Basílica, aos pés da Pietá, é uma visão

com muita simbologia, uma profusão

de cenas, todas direcionadas à celebra-

ção do sacrifício de Cristo.

‘DIÁRIODA‘DIÁRIODAREGIÃO EMREGIÃO EMROMA?’ROMA?’

Religião

6 / São José do Rio Preto, 23 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 7: Revista bem estar-20140323

11 horas - Começa a procissão de en-

trada. Vêm os cardeais, muitos deles

idosos. Seguem-se os brasileiros Dom

Claudio Hummes, Dom Odilo Scherer

e Dom Raymundo Damasceno, presi-

dente da CNBB. Em seguida, um grupo

de acólitos que ajudará no ofício. Aí en-

tram os novos cardeais, um fôlego novo

para a Igreja. Com exceção de três com

80 anos, a maioria tem o vigor e a força

da juventude. O Cardeal Tempesta se es-

força para não parecer emocionado.

Depois deles, segue o papa Francis-

co sob um pálio, como manda a tradição

católica. O público, que está acostuma-

do a vê-lo brincando, sorrindo, colocan-

do capacete, beijando criancinha, trope-

çando, até se surpreende com a

contrição que dele emana.

Fora do templo, ele é o papa brinca-

lhão, o papa das frases sábias. Dentro,

pura piedade. Já que o altar significa pa-

ra os católicos a mesa de sacrifícios, e a

missa revive este sacrifício, então o pa-

pa caminha de olhos baixos, rumo ao

‘martírio’. “Em memória de mim”, dis-

se Jesus na última ceia.

Todos sentados. Agora não é permi-

tido mais levantar-se e sair do lugar, ape-

nas na hora da comunhão.

Assistir a uma missa desse naipe, em

latim, com um coro formidável e dentro

da basílica-mãe do catolicismo é evocar

Cristo o tempo todo, pensar na plenitu-

de de sua vida, no mistério da sua encar-

nação e na alegria da ressurreição. É

uma viagem rumo aos nossos melhores

sentimentos.

As pessoas se sentem amigas de Je-

sus naquele ambiente familiar em que

ninguém discute por uma vaga, nem fa-

la alto, nem atrapalha o outro. É uma ca-

sa onde nos sentimos bem, a nossa casa.

Para todo lado que se olha, muita

obra-prima, seja no teto, colunas, cape-

las, túmulos papais. Estamos dentro de

uma grande obra de arte.

Começa a missa. No folheto para acom-

panhar a celebração em latim, há uma ora-

ção em cada um dos idiomas dos novos car-

deais: italiano, inglês, francês, coreano, chi-

nês, espanhol, português e filipino.

O coro entremeia as passagens, com

vozes magníficas. O evangelho é anun-

ciado com trombetas, arrepiante. O pa-

pa reza com voz tão suave que nem pare-

ce aquele que tem umas tiradas engraça-

das em público ou que faz umas repri-

mendas tipo puxão de orelha sobre as

atualidades da Igreja.

“Que homem doce,” murmura uma

moça ao lado, encantada com o pontífi-

ce. Chega a hora da homilia, absoluta-

mente apropriada para aquela cerimô-

nia e para aquele momento da Igreja:

“Amai o seu inimigo. Com a força do Es-

pírito Santo.” Pede aos cardeais e aos

presentes que imitem a santidade e per-

feição de Deus. “Sem o Espírito Santo,

é vazio o nosso esforço.”

Fala sobre a conduta a ser seguida pe-

los cardeais, como um pai orienta os filhos.

Filhos obedientes esses, espera-se. “De-

vem ser cordatos, sem favoritismos e prefe-

rências, tenham unidade em Cristo.”

Termina a cerimônia. O papa segue

para outra tarefa de Cristo. Dom Orani

vai conhecer a igreja que lhe cabe em

Roma, como é tradição dos novos car-

deais. Agora é responsável pela Igreja

Santa Maria Mãe da Providência.

Lá fora, a praça São Pedro está lota-

da de pessoas que não conseguiram o bi-

lhete azul de acesso à Basílica, ou chega-

ram tarde na fila. Teve sorte quem chegou

três horas antes de abrirem as portas. Na

praça, montou-se uma plateia imensa de ca-

deiras claras e vários telões. O frio era de

18 graus, mais ameno do que na semana an-

terior, 11 graus. �

quem é

Dom Orani, ex-bispo deRio Preto, agora cardeal,

com Cecília Demian

Nascimento - São Josédo Rio Pardo

Data - 23/6/1950

Filho de - Acchile e MariaTempesta

Ordenado sacerdote -7/12/1974

Ordem a que pertence -Cisterciense

Local de formaçãosacerdotal - Mosteiro NossaSenhora de São Bernardo

Cargos - vice-prior, prior eabade do mosteiro

Bispo deRio Preto -nomeadopor João Paulo2º

Posse em Rio Preto -1º/5/1997

Arcebispo de Belém(Pará) - 2004-2009

Arcebispo do Rio deJaneiro - 2009 até hoje

Cardeal - nomeado pelopapa Francisco

Data - 12/1/2014

Cardinalato em Roma -22/2/2014

Débora Buzzini 23/2/2014

Fotos: Associated Press e Arquivo pessoal

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 23 de março de 2014 / 7

Page 8: Revista bem estar-20140323

Não importa quem traz

mais dinheiro para

dentro de casa, o

homem ou a mulher: o

importante é a

cumplicidade, o apoio, o

‘sentimento de equipe’

Elen [email protected]

É cada vez mais comum a diferen-

ça salarial entre homens e mulheres,

sendo elas quem ganham mais. Os ca-

sais, no entanto, começam a não ver

isso como problema, afinal, conside-

ram-se uma equipe unida e com os

mesmos objetivos de vida a dois.

A cumplicidade amorosa é funda-

mental para ter esse pensamento, pois

é o verdadeiro significado do apoio

mútuo. Para a consultora de relaciona-

mentos Rosana Braga, autora de li-

vros, dentre eles “Faça o Amor Valer a

Pena” (ed. Gente), esta é a decisão real

de querer fazer dar certo, mesmo com

as dificuldades ou diferenças, sem que-

rer competir entre si.

“Quando um casal é cúmplice,

eles sabem que não precisam perder

suas singularidades para ser parceiro

um do outro. A competição perde lu-

gar para o sentimento de equipe, de

time. Fica mais fácil entender que

mais do que classificar um e outro co-

mo ‘melhor’, ‘mais forte’ ou ‘mais in-

teligente’, a ideia é que juntos eles se-

jam cada vez mais eficientes e feli-

zes. É aquela velha reflexão sobre

querer ter razão ou ser feliz”, comen-

ta a consultora.

Para o psiquiatra, psicoterapeuta

e sexólogo Joaquim Mota, de São

Paulo, membro-fundador do Grupo

de Estudo do Amor e autor de “Amo-

res Humanos, Traições Divinas”

(ed. All Books), a aliança amorosa é

essencial, não apenas no que diz res-

peito à organização financeira da fa-

mília, mas em tudo que se refere

àquela união. A sensação de ter um

aliado garante confiança suficiente

para enfrentar e superar problemas e

desafios que surgem no dia a dia.

Sobre essa relação com consciên-

cia de parceria a terapeuta de casais

Cláudya Toledo, diretora da A2 En-

contros, de São Paulo, diz que os ca-

sais são formados no conceito seme-

lhante ao Yin e Yang, os lados opos-

tos que juntos formam um só equilí-

brio energético e ficam completos,

segundo a Medicina Tradicional

Chinesa.

Pessoas mais “yin” são aquelas

com características mais sensíveis,

emotivas e cooperativas, enquanto as

“yang” tendem a ser mais autoritárias,

possessivas e competitivas. A porção

“yin” seria a antiga posição feminina

ao representar a facilidade nos relacio-

namentos, afetividade e criatividade.

A mulher “yang” é mais lutadora, eco-

nomista, mas sentimental.

“Os casais que são formados nes-

sa linha resistem naturalmente. A

mulher é muito ‘yin’ no começo,

mas se desenvolve, cresce no merca-

do de trabalho e torna-se muito

‘yang’ também. Mas o marido tam-

bém continuará sendo ‘yang’”, expli-

ca Cláudya.

No entanto, a sociedade ainda é

muito preconceituosa com casais em

que a mulher tem uma posição profis-

sional com mais evidência que a do

marido. Essa visão tipicamente ma-

chista, porém, está até mesmo nas mu-

lheres, afirma Joaquim Motta. “As pró-

prias mulheres sustentam isso. Quan-

do passam a ganhar mais que o mari-

do, a esposa não conta para ele que re-

ceberá aumento de salário, achando

que ele se incomodaria demais.”

Isso porque ainda há fortes res-

quícios do machismo em cada pes-

soa, sejam elas homens ou mulheres.

É ainda a imagem do modelo patriar-

cal em que o homem era o provedor

e a mulher a responsável pelos afaze-

res da casa e a educação dos filhos, o

que pode causar certo desconforto,

ciúme ou sensação de inferioridade

para muitos homens.

O pensamento é de perda da hom-

bridade, isto é, sua nobreza de cará-

ter, embora não seja apenas a ques-

tão financeira em jogo. Quando a

mulher tem uma função que exija

mais dela, seu tempo fica mais com-

prometido, fazendo com que ela che-

gue mais tarde em casa, fique mais

cansada e tenha menos tempo para

dar atenção a todos da casa, princi-

palmente para o parceiro.

Surgem dores de cabeça, mais

preocupações, compromissos, neces-

sidade de mais especializações – que

significam mais tempo fora de casa

–, entre outras atividades. Para Cláu-

dya Toledo, essas questões são mais

complexas, pois se fosse somente fi-

nanceira “seria fácil”, diz ela, mas tu-

do está associado.

“Raros são os casais que conse-

guem ter maturidade e coragem para

romper com esse padrão de ‘normali-

dade’ e viver de acordo com seu pró-

prio perfil. Mas acredito que, cada vez

mais, as pessoas vão abrir mão de pa-

péis engessados e que não correspon-

dem com sua dinâmica pessoal e ocu-

par lugares em que se sintam mais sin-

tonizadas com quem realmente são”,

reflete Rosana Braga.

Amadurecimento

Estimular a discussão sobre es-

se assunto é um passo para des-

mistificar o preconceito ainda

existente, a começar pelo próprio

casal. Muitos homens e mulheres

não percebem o quanto são ma-

chistas e somente se dão conta

quando passam por situações em

que há sentimento de desvaloriza-

ção ou inferioridade entre os dois.

“É preciso promover a cons-

cientização dessas amarras”, destaca

Joaquim Motta. E assumir a si mes-

mo, amadurecer e compreender que

a padronização social, infelizmente,

sempre existirá, completa Rosana

Braga.

“Cabe a cada um refletir so-

bre que dinâmica quer estabele-

cer em seus relacionamentos e

em sua vida. Para sustentar essas

escolhas, é preciso investir no au-

toconhecimento e na capacida-

de de ouvir o outro, enxergar no-

vas possibilidades. ‘Pensar fora

da caixa’”, afirma Rosana.

Relacionamento

Aliançaamorosa

8 / São José do Rio Preto, 23 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 9: Revista bem estar-20140323

Muitas mulheres sustentam

suas casas porque o marido está

desempregado, o que faz au-

mentarem as fofocas e especula-

ções sociais, principalmente fa-

miliar. Mas essa situação po-

de ser uma estratégia do casal

para que o parceiro invista

em outro projeto com necessi-

dade de dedicação exclusi-

va de tempo ou mesmo

em decorrência de uma de-

missão não prevista.

Em um desses ca-

sos, é importante que

o casal una-se para

sustentar a escolha

ou o momen-

to, até pa-

ra lidar

com a

intro-

missão

de ou-

traspes-

soas.

Mas o

que dificul-

ta a com-

preensão de

quem está de fora

talvez seja o típico

caso de homem

aproveitador que não procura

trabalho e vai arrumando des-

culpas para continuar naquele

ritmo. Essa é uma situação peri-

gosa, afirma o psiquiatra e psi-

coterapeuta Joaquim Motta,

principalmente quando há si-

nais claros da falta de vontade

do homem.

“O que diferencia o folgado

e o malandro do esforçado e ho-

nesto é a inspiração para tare-

fas domésticas. Ou seja, en-

quanto não consegue traba-

lhar, ele faz faxina, cuida da

criança, cozinha, etc. Execu-

ta as tarefas que seriam tradi-

cionalmente da mulher com

bom humor e grande empe-

nho, mas sem parar de procu-

rar emprego”, destaca.

A consultora de relaciona-

mentos Rosana Braga concorda.

“Não é difícil perceber a diferen-

ça entre alguém que quer e al-

guém que está ‘enrolando’. Quem

quer, vai atrás, cria oportunida-

des, não perde chances e indica-

ções. Quem quer, prepara-se, bus-

ca informações e vai encaixando-

se conforme é possível. Até por-

que, quem quer trabalhar, sempre

encontra o que fazer.” � (EV)

Sem desculpasS

tock

Image

s/Divu

lgaçã

o

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 23 de março de 2014 / 9

Page 10: Revista bem estar-20140323

Comprar ‘curtidas’ nas redes sociais é o mais novo mecanismo de popularidade maquiada da internet

Gisele Bortoleto

Não precisa muito. Basta ter alguns

reais para investir e, em pouco tempo,

seu perfil no Instagram, Facebook, Twi-

ter ou Tumblr pode ganhar milhares de

seguidores de uma hora para outra.

Suas publicações também vão ganhar um

número incontável de curtidas. Este é um

instrumento de marketing que já foi profis-

sionalizado há alguns anos, mas que tem

se tornado cada dia mais popular entre ar-

tistas, cantores, políticos e todo tipo de gen-

te comum que busca se mostrar popular.

Especialistas garantem que o intuito é

apelar ao que chamam de “efeito manada”,

princípio da psicologia das massas segun-

do o qual as pessoas agem em bandos, num

autêntico fenômeno grupal. Afinal, se de-

terminada pessoa ou empresa tem tantos

seguidores, deve ser por merecimento. Es-

sa é a mentalidade.

O Massachusetts Institute of Tecno-

logy (MIT), nos Estados Unidos, reali-

zou um estudo que busca responder

aquela velha pergunta sobre viralização:

na internet, uma coisa é popular porque

é boa ou é boa porque é popular? O resul-

tado, publicado na revista Science, diz

que a resposta correta é a segunda. Ou se-

ja, nós temos 32% mais chance de gostar

de algo quando ele já foi “gostado” por al-

guém antes da gente.

Basta fazer uma busca no Google.

Tudo é muito fácil, rápido e barato. Por

R$ 7, por exemplo, os sites prometem

100 curtidas nas próximas cinco fotos

na sua página. Se quiser 10 mil curtidas,

por exemplo, o valor sobe para R$ 800.

A pessoa escolhe o pacote que deseja

(10 mil fãs no Facebook), efetua o pa-

gamento por meio de cartão ou bo-

leto e pronto. Em alguns dias, o

resultado da compra poderá ser

verificado na página da empresa

ou em sua página pessoal.

Mas por que a ca-

da dia mais em-

presas, artistas

e até pessoas co-

muns têm re-

corrido a esse

expediente? “Vi-

vemos em um mundo go-

vernado pela ditadura da imagem. O

triunfo da estética sobre a moral. Não

são apenas as empresas encasteladas em

suntuosas sedes, dotadas de marcas, lo-

gos e slogans cativantes, com suas cam-

panhas publicitárias milionárias, seus

demonstrativos financeiros reluzente-

mente azuis, suas estratégias comerciais

expansionistas e suas políticas de incen-

tivo que convertem, por decreto, recur-

sos humanos em talentos humanos”,

diz Tom Coelho, educador, conferencis-

ta e escritor.

O mundo de Narciso - ressalta - afe-

ta as pessoas como as corporações. Você

é tão belo quanto seus trajes e seu últi-

mo corte de cabelo possam sinalizar.

Tão bom quanto a procedência dos di-

plomas e a fluência em idiomas possam

indicar. Tão valorizado quanto a compe-

tência ratificada e os resultados apresenta-

dos possam parecer.

“As redes sociais suscitaram uma

oportunidade singular para as pessoas se

exporem. Assim, algumas passaram a uti-

lizar criteriosamente este espaço para fa-

lar sobre suas competências e expertises,

buscando ampliar relacionamentos e mes-

mo gerar negócios. Porém,

para outras pessoas, é a

chance para cultivar

uma imagem irreal

e pasteurizada,

em verdade

uma proje-

ção não do que são, mas do que gostariam

de ser”, explica Coelho.

Nas mídias sociais, todos são belos,

cultos e, em especial, corajosos. Falam o

que querem, como querem – e deletam o

que foi dito quando percebem que o escri-

to de forma passional é racionalmente ina-

dequado. “Para ampliar o impacto de

suas iniciativas, compram os tais pacotes

de cliques, na tentativa de demonstrar po-

pularidade”, complementa Coelho. E co-

mo a maioria das pessoas não conhece os

mecanismos para avaliar a fidedignidade

daqueles dados, acabam acreditando que

as informações são reais.

A verdade é que a internet e as redes

sociais inauguraram uma nova fronteira

na esfera da comunicação. As antigas sa-

las de bate-papo deram lugar a murais vir-

tuais onde cada um tem o direito de se ex-

pressar da forma como achar adequado.

Mais se parece com uma grande festa, que

nunca acaba, de onde saímos e voltamos

mais tarde para ver o que andou aconte-

cendo. “Cada vez mais profissionais e ins-

tituições que dependem de uma imagem

para vender ou prestar serviços têm utili-

zado as redes sociais como uma forma de

propaganda barata e eficaz”, diz o psicólo-

go cognitivo-comportamental Alexandre

Caprio. Reúnem o maior número de se-

guidores possível, que, por sua vez, propa-

gam o nome do artista ou da entidade co-

mo uma forma potencializada da antiga

propaganda “boca a boca”.

Mas o que tem chamado a atenção

dos estudiosos é que muitas pessoas que

não necessitam da autoimagem para ga-

nhar a vida também estão investindo

grande parte de seu tempo e energia na

promoção de seus perfis. Consomem vá-

rias horas de seus dias postando fotos de

si mesmas e adicionando o maior núme-

ro possível de pessoas em sua rede pes-

soal. “Sociólogos e psicólogos já estu-

dam os motivos de tal comportamento e

os resultados evidenciam que estamos re-

produzindo no ambiente virtual o que já

temos há tempos em nossa sociedade”,

explica Caprio. “O ser humano não se

cansa de criar expedientes que possam

mantê-lo dentro das ilusões. Esse fenô-

meno é o que poderíamos chamar de po-

pularidade artificial. Recurso muito utili-

zado pelo sujeito que não acredita que po-

de ser naturalmente uma boa compa-

nhia, duvida que pode ser alguém impor-

tante ou interessante e, assim, ser aceito

pelo outro”, diz professor, escritor o psi-

coterapeuta Renato Dias Martino.

“Existem pessoas que estão precisan-

do de carinho, atenção, e as redes sociais

estão mexendo com o ego, a vaidade...

Amigas já entram em competição na po-

pularidade de curtidas de posts e no nú-

mero de amigos”, diz a psicóloga Kátia Ri-

cardi de Abreu, especialista em análise

transacional. Segundo ela, é esta necessi-

dade que está sendo massificada, na quan-

tidade e não na qualidade.

“O que vale é o numero para medir a

popularidade, uma celebridade. Muitos

se gabam porque atingiram 5 mil amigos.

A pessoa se ilude com essa popularidade e

fica com a falsa ideia de ser muito queri-

da, muito admirada, e dorme feliz porque

é uma ‘celebridade’, pelo menos nas redes

sociais”, explica. �

CELEBRIDADES ARTIFICIAISVirtual

Sto

ck

Images/

Divu

lgação

10 / São José do Rio Preto, 23 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 11: Revista bem estar-20140323

Silvio PardoOdontologista

O cuidado com o corpo cons-

titui um importante aspecto da

cultura humana, com o seu mo-

do de viver o ser humano vai

construindo seu cotidiano e, a hi-

giene está, há muito, incorpora-

da a este cotidiano.

A higiene oral, como a conhe-

cemos na atualidade, é uma in-

venção recente da humanidade.

Tem como parte fundamental a

remoção mecânica dos microor-

ganismos causadores de duas

grande doenças - cárie e doença

periodontal (gengival) - através

do uso correto de escovas bucais

e fio ou fita dental.

Quando nos reportamos a

história, levantamos a informa-

ção de que há cerca de cinco mil

anos, foi encontrado em uma

tumba egípcia, um apetrecho

identificado como sendo o mode-

lo da primeira escova de dente

do mundo. Era um graveto do ta-

manho aproximado de um lápis

com pontas desfiadas formando

uma escova.

No final do século 15, os chi-

neses criaram a primeira escova

semelhante à que temos hoje.

Era confeccionada com pelos de

porco amarrados em varinhas

de bambu ou pedaços de ossos

e, tornou-se muito popular na

Europa.

As famílias dividiam o uso

de uma única escova entre todos

os membros. Não se espante

com essa informação de compar-

tilhar a escova com os familiares,

estamos falando do final do sécu-

lo 15. Espante-se... pesquisas rea-

lizadas em 1977, pelo Ministério

da Saúde do nosso país, mostrou

que metade da população brasi-

leira na época, cerca de 85 mi-

lhões de pessoas, nem tinha esco-

va de dentes. Estamos falando

do século 20, há apenas 37 anos

dos dias atuais.

Somente em 1938 surgiram

nos Estados Unidos, fabricadas

pela DuPont, as primeiras esco-

vas com cerdas de nylon e na dé-

cada de 50, do século passado,

surgiram as escovas com cerdas

macias. De la para ca muitos

itens foram criados e hoje temos

um verdadeiro arsenal para hi-

gienizar a boca.

Este arsenal é composto por:

escova tradicional, escova auto-

matizada(elétrica), escova uni

ou bitufo, escova proximal, fio e

fita dental, agulha passa fio, ras-

pador de língua,

evidenciador de

placa bacteriana

em pastilhas, solu-

ção e inserido em

um creme dental,

vários tipos de cre-

me dentais com di-

ferentes composi-

ções químicas e sa-

bores, inúmeros

enxaguatórios bu-

cais que prome-

tem diversas solu-

ções e, ainda, os

bochechos com

fluoretos.

Quando crian-

ças aprendemos

que tínhamos que

escovar os dentes

para remover os

alimentos, não ter

mau hálito e ter um sorriso bran-

quinho, é o que se chama hoje de

escovação com finalidade social.

Atualmente somamos a essa

escovação social um componen-

te microbiológico em que temos

que remover o biofilme, placa

bacteriana para evitar a doença

cárie e periodontal.

Os trabalhos científicos de

comparação entre as duas esco-

vas, manual e elétrica, mostram

que em pessoas com boa visão,

habilidade manual, aquelas que

não têm preguiça de fazer os mo-

vimentos com a munheca, que

realizam a limpeza das superfí-

cies externas dos dentes (onde

as bochechas encostam) e, as

que mastigam, não tem diferen-

ça significativa entre uma esco-

va e outra.

Agora, quando comparadas

às superfícies internas dos den-

tes (onde a língua encosta na ar-

cada inferior e no céu da boca

na arcada superior) , no lado di-

reito da arcada dentaria do des-

tro e no lado esquerdo da arca-

da dentaria do

canhoto, onde

a munheca

tem que for-

mar um ângu-

lo de noventa

graus com o

antebraço pa-

ra que faça os

movimentos

corretos para

limpar os den-

tes, eles não

são tão bem

feitos quanto

são do lado

oposto, nesse

caso, existe

vantagem no

uso da escova

elétrica.

Nas pes-

soas com inca-

pacidades ou limitações moto-

ras, pacientes especiais, idosos,

baixa visão e preguiça, a escova

elétrica tem indicação, pois os

resultados mostraram que nes-

ses casos a escova elétrica foi sig-

nificantemente mais eficaz na

remoção da placa, na redução

do índice gengival médio e da

porcentagem de locais com san-

gramento à sondagem do que a

escova convencional.

Independente de ser com es-

cova tradicional ou elétrica, deve-

mos lembrar que escovar os den-

tes com a torneira aberta gasta

até 25 litros de água em cada

escovação. Procure escovar os

dentes primeiro e depois abra a

torneira o suficiente para lavar a

escova e encher um copo com

água e com essa água enxague a

boca, você vai consumir cerca de

200 ml de água para isso.

Após o uso, a escova deve ser

lavada e estar o mais seca possí-

vel antes de guardá-la para evitar

a proliferação de fungos, deve

ser armazenada em porta esco-

vas, em local que não toque em

escovas de outras pessoas, não fi-

que exposta às bactérias e insetos

que circulam pelo banheiro (o va-

so sanitário sempre que possível

deve estar com a tampa abaixada

no momento de acionar a descar-

ga) e, de tempos em tempos,

expô-la ao sol em área externa ao

banheiro para evitar a prolifera-

ção dos microorganismos que vi-

vem em ambientes úmidos e

sem ventilação.

Em relação à durabilidade

das cerdas, as escovas que vem

com um sinalizador colorido em

suas cerdas, perdem a cor confor-

me vão sendo usadas e, é só se-

guir o que o fabricante recomen-

da para acertar o momento da

troca. Para aquelas escovas que

não tem o sinalizador colorido,

devem ser substituídas em torno

de 60 a 90 dias, pois as cerdas per-

dem a consistência e ficam sem

eficácia.

Podemos concluir que, quan-

do orientados por um cirurgião

dentista, o evidenciador de pla-

ca bacteriana associado ao uso

regular do fio ou fita dental, es-

cova tradicional somados à esco-

va elétrica se você se encaixar

no grupo de pessoas que tem in-

dicação de uso delas, formam

um conjunto muito favorável à

promoção e manutenção da saú-

de bucal. �

ESCOVA ELÉTRICAOU TRADICIONAL?

Edvaldo Santos

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 23 de março de 2014 / 11

Page 12: Revista bem estar-20140323

Fabíula

Nascimento

se despede de

“Joia Rara” e

mergulha em

nova novela

Agência Estado

A novela das seis da Globo, “Joia Rara”, está na reta

final, mas Fabíula Nascimento não está pensando em fé-

rias. Ela terá menos de uma semana de folga entre o tér-

mino deste trabalho, cujo último capítulo está previsto

para ser exibido no dia 4 de abril, e o começo do próxi-

mo. A atriz vai integrar o elenco de “Saber Viver”, no-

me provisório da trama que entrará na faixa das 18h em

setembro, no lugar de “Meu Pedacinho de Chão”.

Em “Joia Rara”, sua personagem, a romântica vede-

te Matilde, enfrenta uma gravidez de risco e terá um par-

to difícil. O bebê, fruto da união dela com o budista So-

nan (Caio Blat), virá ao mundo com uma missão espe-

cial. Fabíula diz que não pode adiantar o desfecho da

história, mas afirma que deve ser mágico. “Acredito que

o Sonan e a Matilde vão potencializar a força desse

amor que está sendo contado. Espero um final feliz”, co-

menta a atriz.

Falar de amor e de budismo foi como um presente

para ela, que vinha de uma novela completamente dife-

rente antes de entrar no elenco da trama de Duca Ra-

chid e Thelma Guedes. Ela deu vida à cabeleireira

Olenka em “Avenida Brasil” (2012). “Fazer o bem sem

olhar a quem é bom. Eu exercito isso na minha vida e

está sendo muito prazeroso mostrar para o público. Fala-

mos de um amor de verdade.”

Fabíula começou a trabalhar profissionalmente

com teatro em 1996 em Curitiba (Paraná) e viu sua

carreira dar uma guinada quando fez o filme “Estô-

mago”, em 2007. No caso dela, o cinema abriu as

portas para a tevê. Foram várias participações até a

atriz fazer o seriado “Força-Tarefa” (2010), em que

deu vida a Jaqueline, mulher do protagonista, o te-

nente Wilson (Murilo Benício).

Sobre o próximo trabalho, em “Saber Viver”, Fabíu-

la revela somente que está tudo certo. A trama é de auto-

ria do português Rui Vilhena, colaborador de Aguinal-

do Silva em “Fina Estampa”, e a história se passará no

final da década de 1970.

Sem férias por enquanto, a atriz diz que continuará

se distraindo com séries. Ela conta que está viciada

nos seriados de TV. “Chego em casa, depois do estú-

dio, tomo um banho e vou direto ver minhas séries.

Acabei de assistir à terceira temporada de ‘Girls’, que

amo. Estou vendo ‘Game of Thrones’ e ‘Homeland’

ao mesmo tempo.” �

Perfil

EMENDANDOTRABALHOS

Divu

lgaçã

o

12 / São José do Rio Preto, 23 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 13: Revista bem estar-20140323

“Quando a mulher não consegue

engravidar, ela se sente frágil, incapaz”,

diz Vanessa Gerbelli, sobre sua

personagem de “Em Família”

Agência Estado

No ar na novela “Em Famí-

lia” (Globo), vivendo Juliana,

Vanessa Gerbelli sai em defesa

da personagem e afirma que as

atitudes da dona de casa, que

deseja ter a qualquer custo a

guarda da pequena Bia (Bruna

Faria), são justificáveis. Além

disso, descarta a possibilidade

de ela se tornar uma vilã. “A Ju-

liana não pode ter filho e esse é

o seu grande drama. Ela fica ob-

sessiva pela Bia e não vai medir

esforços para conseguir isso.

Mas ela não é uma vilã e o pú-

blico entende as atitudes da per-

sonagem”, acredita Vanessa.

Consciente das polêmicas

que virão em função do drama

enfrentado pela personagem,

Vanessa acha que, para superar

esse tipo de frustração, é preci-

so ter muito equilíbrio. “Quan-

do a mulher não consegue en-

gravidar, ela se sente frágil, in-

capaz. Por isso que eu penso

que é preciso ter muito equilí-

brio para lidar com a situação,

já que a natureza da mulher é

engravidar, gerar uma vida den-

tro dela. A maternidade é algo

muito forte”.

Fora da telinha, Vanessa é

mãe do pequeno Tito, fruto do

relacionamento que teve com o

diretor Vinícius Coimbra.

Questionada sobre uma possí-

vel inversão de papéis, ela con-

ta que, se estivesse no lugar de

Juliana, realmente teria um va-

zio muito grande. “O meu fi-

lho, Tito, tem sete anos, e é o

amor da minha vida. Depois da

maternidade, afirmei mais a mi-

nha feminilidade e também co-

mo indivíduo, como ser huma-

no”, explica

Sem pensar duas vezes ao

ser convidada pelo autor Ma-

noel Carlos - o mesmo que es-

creveu a personagem Fernan-

da, de “Mulheres Apaixona-

das”, um dos maiores suces-

sos da carreira da atriz -, Va-

nessa aceitou o desafio de vi-

ver a frágil Juliana na novela

“Em Família”.

“Quando surgiu o convite

do Maneco (Manoel Carlos), na

hora eu quis fazer, ainda mais

depois de ver como seria a per-

sonagem. Ela é tudo que uma

atriz gostaria de interpretar na

TV porque inclui drama, emo-

ção. A Juliana trabalha várias

possibilidades minhas como

atriz”, afirma.

De volta à TV Globo depois

de 10 anos (a última novela na

emissora foi “Cabocla”) e após

fazer três novelas na Record,

na trama de “Em Família”,

além de Manoel Carlos, a atriz

reencontrou Bruna Marquezi-

ne, que viveu a pequena Salete

em “Mulheres Apaixonadas”.

“O encontro com a Bruna foi

maravilhoso. Engraçado que

eu tinha a imagem dela ainda

menina. Agora vejo que está

mais alta do que eu (risos). A

gente até brincou com isso no

nosso primeiro encontro. O tra-

balho em Mulheres Apaixona-

das foi muito gratificante. Na

época a Bruna tinha sete anos e

hoje é uma mulher linda”, ob-

serva Vanessa.

Com saudade de fazer uma

novela (o último trabalho da

atriz aconteceu em “Vidas em

Jogo”, em 2011, na Record), Va-

nessa conta que, durante o tem-

po em que ficou afastada dos fo-

lhetins, não parou e diversifi-

cou a carreira, escrevendo rotei-

ros e até criando peças e pintu-

ras (a atriz é formada pela Fa-

culdade de Belas Artes de São

Paulo). Seus quadros chegaram a

ganhar exposições fora do país,

numa mostra na cidade alemã de

Berlim. “Eu estava afastada da

TV há dois anos. Meu último tra-

balho tinha sido a Divina, de Vi-

das em Jogo, na Record. Nesse

tempo longe da televisão, eu me

dediquei ao cinema, a escrever ro-

teiros e às artes plásticas. Tive pe-

ças expostas em Berlim, mas, infe-

lizmente, não pude ir por conta

das gravações da novela”, conta.

Hoje, aos 40 anos, namorada

do também ator Gabriel Falcão

(o Ben, de “Malhação”), 17

anos mais novo que ela, Vanes-

sa se diz uma mulher mais ma-

dura e segura - tanto na vida

pessoal como profissional. Re-

centemente, os dois foram pra-

ticamente “obrigados” a assu-

mir o relacionamento depois

de muita especulação pela im-

prensa. �

UM FILHO AUM FILHO AQUALQUERQUALQUERCUSTOCUSTO

EntrevistaD

ivulga

çãoo

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 23 de março de 2014 / 13 - TV

Page 14: Revista bem estar-20140323

Record apresenta novidades da programação e alfineta Globo

Agência Estado

“Programa da Sabrina Sato”, “Aprendiz

Celebridades” e “Domingo Show” são algu-

mas das atrações que o telespectador vai ver

na tela da Record a partir deste domingo

(23), quando a emissora dá a largada na pro-

gramação2014. Filmes, séries e novelas tam-

bém fazem parte do pacote de diversão e pres-

tação de serviço que a emissora irá exibir ao

longo do ano. O “Domingo Espetacular” con-

tinua como um dos carros-chefes da grade e

terá uma série especial para comemorar seus

dez anos.

“Somos vice-líderes por enquanto nas

noites de domingo, onde há uma guerra no

ar. Nosso concorrente, aquele programa can-

sado, velho, exaurido, que ainda provisoria-

mente está na liderança, fará uma nova mu-

dança, radical. Será uma mudança no cená-

rio. Desta vez, eu soube, eles vão tirar o sofá

da sala. Para eles, boa sorte”, dispara Paulo

Henrique Amorim, âncora do “Domingo Es-

petacular”, fazendo uma clara referência à

troca de apresentadores do “Fantástico”, da

Globo, no ano passado, e ao novo estúdio e

cenário que o programa da concorrência pre-

tende estrear em breve.

A partir de maio, o “Domingo Espetacu-

lar” coloca no ar uma série de dez reporta-

gens gravadas mundo afora, intitulada

“Grandes Mistérios”. O material buscará des-

vendar grandes mistérios que intrigam a hu-

manidade, como, por exemplo, explicar co-

mo foram construídas as estátuas gigantes da

Ilha de Páscoa, no Chile.

O jornalismo é a principal arma da emis-

sora para se dar melhor na disputa pela au-

diência. São diariamente 11 horas de infor-

mação e todas as atrações da casa vão dar

prioridade à notícia neste ano.

Um dos novos contratados da Record,

Domingos Meirelles, apresentará o “Repór-

ter Record Investigação”, que está em fase de

finalização de formato. O jornalista ficou co-

nhecido à frente do extinto “Linha Direta”

(Globo). “O programa não é policial, ele vai

dissecar histórias de todas as naturezas. A Re-

cord cresceu e caiu no gosto do público por-

que soube se colocar no lugar de quem sofre.

Não se trata de um desafio. Esse é um proje-

to vitorioso”, declara o veterano.

Mesmo sem os direitos de transmissão da

Copa do Mundo, 400 profissionais da Re-

cord estarão espalhados pelas12 cidades que

sediarão o torneio. As eleições também terão

muito espaço na programação e um debate

entre os candidatos à Presidência já está

agendado para o dia 28 de setembro. Sabati-

nas com candidatos aos governos estaduais

estão previstas para começarem já no final

do mês de março.

‘Domingo Show’

Uma prova de que o jornalismo se tornou

a bandeira da emissora é a ida de Geraldo

Luís para os domingos, comandando uma

atração que vai misturar entretenimento

com informação. O “Domingo Show” terá

equipes de plantão em todo o país e helicóp-

teros à disposição para dar em primeira mão

o que acontecer.

Geraldo Luís deixou a apresentação do

“Balanço Geral SP” para estar à frente deste

novo formato, que estreia neste domingo

(23), com uma entrevista de uma hora e qua-

renta minutos com Gil Gomes e participação

de Sabrina Sato no quadro “Roleta da Mor-

te”, que questionará fatos nada agradáveis de

sua trajetória

“Vou ter o prazer de falar com o povo no

dia que é mais importante para a família,

quando todos estão juntos. Eu acredito no

popular e vou fazer o programa para agradar

quem está em casa. Trabalhei muito nos últi-

mos dias, tenho 14 reportagens especiais

prontas”, diz Geraldo, que se apresentará

mais informal, sem terno e gravada, acompa-

nhado pelos seus escudeiros: o anão Marqui-

Lançamento

PACOTE DEESTREIAS

TV - 14 / São José do Rio Preto, 23 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 15: Revista bem estar-20140323

nhos e o galo William.

Dois novos “personagens” vão aju-

dá-lo no palco, mas ele mantém segre-

do sobre seus assistentes estreantes.

O”Domingo Show” entrará no ar às

11h e terá quatro horas e quinze mi-

nutos de duração.

Próximas estreias

No dia 22 de abril, Roberto Justus es-

treia o “Aprendiz Celebridades”. A lista

com os 15 participantes já foi fechada.

Todos os integrantes ficarão confinados

em um hotel cinco estrelas de São Paulo

e terão de enfrentar a temida sala de reu-

nião do apresentador. “Conseguimos

pessoas inteligentes. Não importa se al-

guns não são extremamente famosos.

Eu sempre quis gente que tivesse con-

teúdo”, conta Justus.

Rodrigo Faro passa a apresentar “A

Hora do Faro” a partir do dia 27 de

abril. Seu programa foi reformulado pa-

ra as tardes de domingo, já que, na mu-

dança de dia, com a saída de Gugu Libe-

rato da Record no ano passado, “O Me-

lhor do Brasil” não sofreu grandes alte-

rações nem teve investimentos.

Agora, o apresentador estreará no-

vos quadros, como “Uma Chance Para o

Amor”, “Topa um Acordo?” e “Isso Eu

Faço”. Além do “Dança Gatinho”, em

que protagoniza covers divertidos de es-

trelas e astros da música, ele também

pretende cantar no palco, já que terá

uma banda na atração, liderada por

Afonso Nigro. “Afonso é meu amigo e

vamos cantar sucessos”, adianta Faro.

Status de estrela

A ex-musa do “Pânico na Band” é a

grande aposta da Record para 2014, mas

seu programa não teve a data de estreia

divulgada. O “Programa da Sabrina” se-

rá exibido nas noites de sábado, antes

do “Legendários”. O único quadro

anunciado da atração terá uma hora de

duração. Em “Meu Marido É o Cara”,

casais do Brasil todo se enfrentarão em

provas malucas.

“Meu programa ter meu nome é

muito chique e é a cara da informali-

dade. A gente está fazendo tudo direi-

tinho para estrear do jeito que tem de

ser. Posso adiantar que terá duas ho-

ras e meia de duração e vários qua-

dros”, diz a beldade, que afirma ain-

da que está trabalhando muito, gra-

vando externas e pilotos da atração.

Outras produções

Rafael Cortez se prepara para coman-

dar a versão brasileira de “Take Me

Out”, que recebeu o nome de “Me Leva

Contigo”. A atração deve ser exibida

nas noites de sexta-feira. O game conta-

rá com 30 mulheres buscando um

bom partido para começar uma rela-

ção amorosa.

No lugar de “Pecado Mor-

tal”, a Record vai colocar no ar

a novela “Vitória”, de Cristian-

ne Fridman. As gravações já

começaram e a estreia deve

acontecer entre o final de

maio e começo de junho. No

elenco estão Thaís Melchior,

Bruno Ferrari, Dado Dola-

bella, Beth Goulart, Maytê Pira-

gibe e Juliana Silveira, entre ou-

tros. A trama contará com cenas

gravadas em Curaçao, no Caribe.

A série “Conselho Tutelar” vai

mostrar como funciona o órgão

que cuida de crianças e adolescen-

tes que sofrem de abusos e maus-

tratos. A primeira temporada te-

rá cinco episódios e estreará de-

pois da Copa do Mundo.

No segundo semestre, te-

rá também a exibição da

minissérie “Plano Alto”,

de Marcílio Moraes, so-

bre os bastidores da

política. Três gera-

ções de manifestan-

tes entrarão em ce-

na e a ideia é promo-

ver um debate sobre

a atual situação do

país. A história central

se passa em uma CPI (Co-

missão Parlamentar de Inquérito), e a

previsão é que tenha 15 capítulos.

O especial de fim de ano “Casamen-

to Blindado”, baseado no livro homôni-

mo escrito por Renato e Cristiane Car-

doso, vai virar série A estreia também

deve acontecer no segundo semestre.

Antes, porém, a emissora deve emendar

a exibição da primeira temporada de

“Milagres de Jesus” com a segunda tem-

porada, que terá 19 episódios.

Outra novidade na programação se-

rá comandada por Luciano Szafir. “Pre-

ço da Vida” é um programa que contará

histórias reais dos maiores sequestros

ocorridos no Brasil.

A sétima temporada de “A Fazen-

da” está confirmada e deve estrear logo

após a Copa do Mundo. Alguns artistas já

estão fechando suas participações. Uma lis-

ta com cem nomes foi elaborada para que

essa edição tenha o mesmo destaque da úl-

tima, considerada a mais “impactante” de

todas pela direção da Record. �

Foto

s:D

ivulga

ção

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 23 de março de 2014 / 15 - TV

Page 16: Revista bem estar-20140323

Doença de personagem de Gianecchini na novela levará ao ar discussão sobre doação de órgãos

Agência Estado

Reynaldo Gianecchini vai encarar

um sofrimento na TV semelhante ao

que viveu na vida real há dois anos,

quando foi diagnosticado com um cân-

cer no sistema linfático. Cadu, seu per-

sonagem na novela “Em Família”, da

Globo, terá uma anomalia cardíaca.

Os sintomas já estão sendo apresenta-

dos ao telespectador. O marido de

Clara (Giovanna Antonelli) anda pas-

sando mal, sente-se cansado e com fal-

ta de ar E ele vai descobrir o que de

fato tem com a ajuda da médica Síl-

via (Bianca Rinaldi).

Logo de cara, ela encontra proble-

mas no exame clínico e no eletrocardio-

grama do aspirante a chef. Por isso,a loi-

ra pedirá vários outros exames para in-

vestigar o que está acontecendo com Ca-

du. “Tem gente que não gosta de falar

da doença, o que é facilmente compreen-

sível. Mas eu não tenho problema em

me deparar com esses momentos que vi-

vi e que me amadureceram, inclusive co-

mo ator. Toda vez que estou em cena,

acesso minhas experiências”, comenta

Gianecchini, que chegou a ser consulta-

do pelo autor Manoel Carlos sobre a pos-

sibilidade de viver esse drama na nove-

la das nove e topou.

O ator afirma que não tem como

adiantar o que está por vir. Ele conta

que fica sabendo do que vai acontecer

na trama dois ou três dias antes das ce-

nas irem ao ar, quando vai gravá-las. Po-

rém, Gianecchini diz acreditar que a

doença do personagem vai ser uma for-

ma de prestar um serviço ao público.

“Novela não dá muito para a gente se

preparar. Eu acho que vai ser bacana fa-

lar da doença. Eu passei por um período

difícil e expus para o Brasil inteiro.

Têm formas de você tratar uma doença

na TV de maneira leve e com o objetivo

de ajudaras pessoas. O autor Manoel

Carlos é craque e sabe como fazer isso”,

declara ele, referindo-se à história de”

Laços de Família” (2000) em que Caroli-

na Dieckmann enfrentou um câncer na

pele de Camila.

Esse folhetim, por sinal, marcou a

estreia do galã em novelas. Quatorze

anos depois, ele comenta como é voltar

a uma trama de Manoel Carlos. “O tex-

to do Maneco é muito bonito, sensível,

bom de falar porque retrata o cotidia-

no. Mas é muito difícil de fazer justa-

mente por ser simples. Quando eu co-

mecei, ficava nervoso, não tinha expe-

riência nenhuma. Hoje já me sinto

mais apto a brincar com algumas nuan-

ces do personagem.”

A novela deve promover a doação de

órgãos, já que Cadu precisará de um

transplante de coração. O que o persona-

gem tem é uma miocardiopatia dilata-

da, doença que atinge o músculo do co-

ração (miocárdio). O órgão aumenta de

tamanho e perde sua capacidade de bom-

bear sangue de maneira eficaz. “Já comecei

a ter orientações das médicas e pretendo ir

a um hospital para acompanhar um pou-

quinho da vida de pessoas que sofrem com

essa doença”, revela ele.

A doença vai evoluir junto com a cri-

se conjugal entre Cadu e Clara. De acor-

do com Gianecchini, um romance entre

o personagem e a médica Sílvia (Bianca

Rinaldi) está sendo cogitado e deve ro-

lar sim, mas não vai ser imediatamente.

O ator diz achar que, assim como Clara,

Cadu vai ficar com o coração dividido

entre as duas mulheres.

Ele ainda faz questão de falar que o

aspirante a chef não está preparado para

formar um triângulo amoroso com Clara e

Marina. “Quando ele perceber que a sua

mulher está mesmo sentindo algo a mais

pela amiga, não vão compreender.”

Gianecchini diz esperar que um bei-

jo gay aconteça na novela das nove, co-

mo aconteceu recentemente em “Amor

à Vida”. “Deve rolar muita coisas e to-

mara que permitam o beijo gay porque

é uma relação de amor. E toda relação

de amor tem beijo.”

O visual do Cadu, com cabelos grisa-

lhos, está fazendo muito sucesso junto

ao público feminino. E Gianecchini

não precisou fazer nada para ficar as-

sim. Os cabelos do galã estão na cor na-

tural. “É impressionante como mulher

gosta de grisalho. Se eu soubesse, teria

deixado o cabelo assim antes. Acho que

tem a ver com a segurança que o ho-

mem com cabelo grisalho passa. O assé-

dio aumentou, sim. É gritante a diferen-

ça. Dou dois passos na rua e alguém já

vem falar sobre o meu cabelo”, diverte-

se o ator. �

QUESTÃO DEINTERESSE PÚBLICO

Em Família

Divulgação

TV - 16 / São José do Rio Preto, 23 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 17: Revista bem estar-20140323

Personagem de Giovanna Antonelli vai passar

por uma transformação visual

Agência Estado

A novela “Em Família”, da Globo, es-

tá promovendo o debate sobre a iniciação

homossexual de uma mulher por meio do

personagem de Giovanna Antonelli, Cla-

ra, que terá um romance com Marina

(Tainá Müller). A atriz conta que está em-

penhada em contar uma grande história

de amor onde não se enxergue preconcei-

to. “Ela tem uma história intensa, um te-

ma atual e não tenho medo que a rejei-

tem”, diz Giovanna.

Como em cena Clara ainda está na fase

de descobrir a sua homossexualidade, a acei-

tação ou não do público ainda deve demorar

mais um pouco para acontecer. Giovanna tor-

ce para que ocorra o mesmo que aconteceu na

reta final de “Amor à Vida”, com os persona-

gens de Mateus Solano (Félix) e Thiago Frago-

so (Niko), que contou como apoio da maioria

dos telespectadores. “A gente tem uma histó-

ria muito diferente da última que foi contada.

Acho que as mulheres que vivem essa situação

vão se identificar muito com a nossa trama. O

que quero, em primeiro lugar, é realizar um

bom papel.”

O ritmo de gravação está acelerado.

Giovanna grava quase todos os dias. Clara

em breve vai ouvir da boca de Marina que

ela a ama As duas tentarão se afastar, mas

isso não vai durar muito tempo “Novela é

uma obra aberta e não faço ideia do que de

fato vai acontecer”, confidencia.

Segundo a atriz, que a acaba de comple-

tar 38 anos no dia 18 de março, o desafio de

transformar esse enredo em um assunto na-

tural, sem tabus, é uma prioridade de toda a

equipe do folhetim. Ela adianta somente

que a irmã de Helena (Julia Lemmertz) pas-

sará por uma transformação. “Clara está de-

sabrochando e, na sua mudança de vida, ela

pintará o cabelo de outro tom.”

O casal Clara e Cadu (Reynaldo Gianec-

chini) repete na TV uma parceria de sucesso

de Giovanna com o galã Reynaldo Gianec-

chini. Juntos, eles deram vida a cinco pares

românticos, somando os da TV e os do cine-

ma. O primeiro foi no filme “Avassaladoras”

(2002) e, atualmente, a dupla está em cartaz

nas telonas do país no longa-metragem

“S.O.S. Mulheres ao Mar”.

“Minha personagem, Adriana, é traída e

abandonada. Então, ela viaja em um cruzei-

ro atrás de vingança. Seu ex-marido está lá,

mas ela acaba conhecendo André (Reynal-

do Gianecchini). Ela é extremamente ca-

rente e não consegue imaginar como a vi-

da dela pode ir para frente sem o ex. O

mais legal é vê-la descobrir onde está a fe-

licidade e o amor próprio”, conta Giovan-

na, que afirma que não é sofredora como

Adriana e que usou como referência neste

trabalho amigas que já passaram por situa-

ções semelhantes.

Para a atriz, trabalhar com Gianecchini é

estar do lado de alguém em quem ela con-

fia e tem muita intimidade. “Isso permi-

te que a gente já se fale com o olhar.”

A parceria dos dois rendeu

também um novo fruto, que

não está diretamente ligado

ao meio artístico, mas tem

toda uma filosofia. Trata-

se de um restaurante

que mistura comida

vegana, vegetariana

e orgânica, estilo

pouco comum no

Brasil. Esse gêne-

ro de alimentação

prioriza os nutrien-

tes, com pratos sem

glúten, sem lactose,

sem gordura e com pou-

co sal. “Agora, a gente é

sócio no Pomar Orgânico,

junto com a chef Andrea Hen-

rique. Eu não poderia ter um só-

cio melhor que o Giane, que é liga-

do em saúde e alimentação”, comen-

ta a atriz. O empreendimento fica no

bairro do Itanhangá, no Rio de Janeiro.

Questionada se já está pensando nos

próximos passos que dará na carreira

diante das câmeras ou como empreende-

dora, a bela diz que tem sim, mas no mo-

mento precisa viver um dia de cada vez.

“Administrar novela, lançamento de fil-

me, fora as outras coisas que eu faço, que

não são poucas, não é fácil. Além disso,

tem o lado dona de casa, esposa e melhor

mãe do mundo, sem esquecer que tam-

bém tem de malhar para ficar com tudo

no lugar (risos)”, diverte-se Giovanna. �

Em Família

DE CARA NOVAD

ivulga

ção

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 23 de março de 2014 / 17 - TV

Page 18: Revista bem estar-20140323

Ângelo Paes Leme e Silvio Guindane protagonizam primeira série policial do Multishow

Agência Estado

O novo papel de Silvio

Guindane está bem distante do

universo cômico de seus dois

últimos trabalhos na TV, o hu-

morístico “Vai que Cola”, do ca-

nal pago Multishow, em 2013,

e a novela “Balacobaco” (Re-

cord), em 2012.

Na série policial “Acerto de

Contas”, primeira produção do

gênero do Multishow, o ator as-

sume a identidade de Dante,

um homem cuja história não

tem a menor intenção de provo-

car risadas A estreia é em 2 de

abril, às 22h30.

“Dessa vez, faço um perso-

nagem completamente diferen-

te de Zé Maria (de ‘Balacoba-

co’). É uma espécie de protago-

nista anti-herói, ideia que tive

quando comecei a pensar nesse

projeto”, revela.

O argumento de “Acerto de

Contas” é do próprio Guinda-

ne e a direção é de José Joffily.

Estão programados inicialmen-

te 13 episódios.

A trama começa quando

Dante, casado com Luana (Ali-

ne Fanju), com quem tem uma

filha, é aprovado no vestibular.

O sonho de cursar uma faculda-

de, no entanto, é abortado

quando Quinho (Ângelo Paes

Leme), irmão de Dante, forja o

próprio sequestro para tirar di-

nheiro do pai. Em uma tentati-

va frustrada de resgatá-lo, o fu-

turo universitário mata um po-

licial e vai parar na cadeia.

“A vida o leva a tomar um

novo rumo. Sua personalidade

não muda, mas há uma espécie

de alteração na geografia das

coisas”, analisa o ator.

Sete anos depois, Dante sai

da prisão e quer acertar as con-

tas com aqueles que o prejudi-

caram, mas percebe que a reali-

dade mudou. Quinho tornou-

se um respeitado vereador do

Rio de Janeiro e está casado

com Luana. “Para seguir em

frente, ele tem de se defender e

precisa ter senso de justiça. Sua

arma é a inteligência para fazer

vingança”, diz Guindane.

A seu lado, estão seu pai de

criação, Nicolau (Stepan Ner-

cessian), dono de uma oficina

de desmanche de carros; Nega-

tivo (Antonio Pitanga), um co-

mandante da Polícia Militar e

amigo de longa data de Nico-

lau; e Raquel(Brendha Ha-

ddad), filha de Nicolau, que vi-

rou garota de programa em um

inferninho, mas sempre foi

apaixonada por Dante.

“Apesar de ser uma trama

policial, a série não é só tiro,

porrada e bomba. Temos as

relações humanas entre os

personagens.”

Agenda cheia

Silvio Guindane deve conti-

nuar cercado pelos temas crime

e justiça por mais um período.

Além de “Acerto de Contas”,

ele participará da segunda tem-

porada da série “A Lei e o Cri-

me” (Record), de Marcílio Mo-

raes, que deve estrear no segun-

do semestre. “Ainda não tenho

detalhes para contar”, confessa

o ator, intérprete do bandido

Valdo na primeira temporada,

exibida em 2009.

Antes desse projeto, ele po-

derá ser visto em um papel

mais descontraído. A partir de

maio, o ator interpretará Paulo

Henrique, um engenheiro que,

prestes a se casar, perde o em-

prego, na novela “Vitória” (Re-

cord), de Cristianne Fridman.

“Ao lado de outros dois ami-

gos - vividos por Heitor Marti-

nez e Leonardo Vieira -, ele de-

cide ser garçom em um bar. O

problema é que eles não têm o

sucesso esperado. Para levantar

o lugar, resolvem protagonizar

um show de striptease”, adian-

ta. Bruno Ferrari, Juliana Sil-

veira, Beth Goulart, Jonas Blo-

ch, Dado Dolabella e Rafaela

Mandelli completam o elenco

do folhetim. �

Estreia

ACERTO DE CONTAS

Divu

lgaçã

oTV - 18 / São José do Rio Preto, 23 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 19: Revista bem estar-20140323

Aos 62 anos, Angela Vieira desfruta da sabedoria e tranquilidade conquistadas com a maturidade

Agência Estado

Na novela “Em Família”

(Globo), a personagem Branca é

sofisticada e vingativa. Porém,

sua intérprete, a também elegan-

te Angela Vieira, diz que entende

os motivos que levam a ricaça a

atormentar o ex-marido, Ricardo

(Herson Capri), que a deixou pa-

ra viver um romance com Chica

(Natália do Vale).

Entretanto, mesmo com-

preendendo as atitudes de

Branca, a atriz revela ser bem

diferente dela. Aos 62 anos, de-

pois de dois casamentos e de

ter encontrado o amor da sua vi-

da, como ela mesma diz, aos 50,

Angela desfruta da sabedoria e

da tranquilidade conquistada

com a maturidade. Há 12 anos,

vive com o cartunista Miguel

Paiva. A seguir, um bate-papo

com a estrela.

Pergunta - Branca já esbo-feteou a filha, bloqueou os car-tões do ex-marido e ainda co-locou fogo nas roupas dele. Oque ela ainda pode aprontar?

Angela Vieira - Muitas coi-

sas. A Branca vai até as últimas

consequências. Ela está muito

ferida. E é como a própria diz:

ou é meu ou não é de ninguém.

Essa é bem a Branca. Mas não

acho que ela seja uma vilã, mas

sim uma mulher de caráter

mais forte e, ao mesmo tempo,

mimada, voluntariosa, rica, ou

seja, acostumada a ter as facili-

dades que o dinheiro pode com-

prar. Acho que o que ela faz é

discutível, mas compreensível.

Pergunta - Você acha queo público entende as atitudesda Branca ou a considerauma vilã?

Angela - Sinceramente,

acho que algumas pessoas me

dão razão. Algumas mulheres

me entendem, outras acham

que ela é exagerada. Os ho-

mens não, porque acham que

seus atos são sempre perdoá-

veis. Eles esperam das mulhe-

res aquele amor incondicional

das mães deles.

Pergunta - O fato de o mari-do a ter trocado por uma mu-lher da mesma idade faz comque ela se sinta mais ferida?

Angela - No fundo, ela está

ferida de morte porque foi

abandonada, mas ainda é apai-

xonada por ele. Esse é o proble-

ma. O casamento acabou por-

que ele se apaixonou pela Chi-

ca, o que é mais grave ainda já

que essa mulher é da mesma

idade dela. Se a Branca fosse

trocada por uma pessoa mais

nova, acho que ela tiraria de le-

tra. Mas por uma da mesma ida-

de, a coisa é mais doída. É nes-

se momento que ela vê que a re-

lação é séria entre o casal.

Pergunta - Se você fosse

trocada por uma mulher damesma idade agiria como aBranca?

Angela - Eu não faria isso,

não seria uma Branca (risos). Ti-

ve uma grande desilusão amorosa

aos 25 anos, achei que meu cora-

ção nunca mais iria bater forte

por ninguém e estou aí com o Mi-

guel. Eu me casei duas vezes e me

apaixonei pela terceira vez aos 50.

São as coisas imponderáveis que

a vida nos mostra. Não sei se che-

garia a esses extremos, mas enten-

do a Branca.

Pergunta - Já foi traída co-mo Branca?

Angela - Que eu saiba não.

Ainda bem, porque não quero

me tornar uma mulher como

ela (risos).

Pergunta - Você está há12 anos com o Miguel Paiva.

Esse amor maduro veio notempo certo da sua vida?

Angela - A questão não é o

tempo e sim a tranquilidade,

que vem quando você encontra

a pessoa certa. Aquela coisa de

achar que vai ser o parceiro pa-

ra o resto da vida. Não que as

minhas outras duas relações te-

nham sido erradas, mas com o

Miguel foi tudo certo. Tudo

mesmo, a questão da idade, a

experiência... A gente se conhe-

cia há muito tempo e, dois anos

antes de começar a namorar, es-

treitamos a amizade. Engata-

mos o namoro e deu certo. É

uma delícia sentir o coração ba-

ter mais forte de novo.

Pergunta - Você está bo-nita e esbanjando vitalida-de. Qual o segredo para es-tar tão bem?

Angela - Fui bailarina e isso

me ajudou muito. Não tem se-

gredo: é exercício físico sem-

pre! Tanto que, quando posso,

faço hidroginástica, que adoro,

corro, faço alongamento e exer-

cício funcional, com o próprio

peso do corpo, sem o uso de apa-

relhos. E, claro, cuido da ali-

mentação.

Pergunta - “Em Família” éo seu segundo trabalho comManoel Carlos. Estava comsaudade de atuar nas tramasdo autor?

Angela - O texto do Mane-

co é delicioso. Estava com

muita saudade. Essa é a se-

gunda novela dele que faço (a

primeira foi “Por Amor”, em

1997) e confesso que adoraria

ter feito mais. Só posso dizer

que estou felicíssima. �

Entrevista

PAZ DE ESPÍRITODivulgação

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 23 de março de 2014 / 19 - TV

Page 20: Revista bem estar-20140323

Elenco de “A Grande Família” já vive o clima de despedida

Série

Agência Estado

Em clima de despedida, foi

realizada a coletiva de impren-

sa sobre a última temporada de

“A Grande Família”,que tem

estreia prevista para o dia 10 de

abril. Segundo o diretor de nú-

cleo, Guel Arraes, a decisão foi

tomada em conjunto com a di-

reção da TV Globo e o final do

programa já vem sendo prepara-

do desde o ano passado.

“É a primeira vez que o fi-

nal de uma série tão longeva é

feito de forma tão antecipada

e com a participação de todo

mundo. Realmente ‘A Gran-

de Família’ foi um projeto

muito especial para todos

nós”, afirmou o diretor, no

início da coletiva. No total, se-

rão 14 anos no ar.

Desta vez, Lineu (Marco

Nanini), Dona Nenê (Marieta

Severo) e sua família ficam no

ar até setembro. Depois disso,

cada um segue a sua carreira de

forma diferente. “É uma sensa-

ção única nas nossas vidas. No

meu caso, por exemplo, não sei

como vai ser sem a Nenê. Ela já

habita em mim de uma forma

avassaladora. Eu não preciso

pensar em como ela se compor-

taria. Ela já está aqui e eu já

penso como ela”, brincou a

atriz Marieta Severo.

A cada comentário de um

colega de equipe, Guta Stresser

se derretia em lágrimas. “Hoje

passou um filme na minha ca-

beça. Este foi o meu primeiro

trabalho na televisão. Antes

disso, eu não tinha feito par-

ticipação nem no ‘Linha Di-

reta’. Então, tenho um cari-

nho todo especial por esta

personagem. Eu e ela amadure-

cemos juntas”, afirmou.

Até a suposta briga entre

Guta Stresser e Pedro Cardoso

teve lugar durante a despedida.

E, segundo eles, isso virou sím-

bolo de união da equipe. “O

mais comovente deste trabalho

foi a habilidade que todos nós

tivemos de termos um conví-

vio artístico muito intenso,

com temperamentos tão dife-

rentes. O que nos uniu é que so-

mos todos atores de teatro. Mas

tive a imensa felicidade de en-

contrar a Guta (Stresser), por-

que o que aconteceu entre eu e

ela não é fácil acontecer na vi-

da. Há 14 anos, tivemos um nú-

mero imenso de situações dra-

máticas que resolvemos, eu

acredito que, imensamente

bem. É, para mim, um prazer

renovado cada vez que tenho

de fazer uma cena com ela. É

a minha grande parceira em

‘A Grande Família’. Eu sei

como isso é raro”, relembrou

Pedro Cardoso.

A nova temporada contará

com participações especiais co-

mo a de Grazi Massafera, que

vai viver a suposta mãe biológi-

ca de Lineuzinho; Eva Wilma,

que será a psicanalista de Dona

Nenê e a volta de Maria Clara

Gueiros, que fará par românti-

co com Evandro Mesquita.

Com relação ao texto, serão

apresentadas duas épocas:

1974, quando Lineu (Marco

Nanini) e Nenê (Marieta Seve-

ro) se conheceram; e 1994, no

casamento de Bebel (Guta

Stresser) e Agostinho (Pedro

Cardoso). Mas o fio condutor

será a crise de Dona Nenê. Ela

e Lineu voltam do cruzeiro que

partiram no final da última

temporada para socorrer a famí-

lia em um problema. “A partir

daí, Dona Nenê vai buscar o

que ela realmente quer da vida

e, por causa destas questões,

percebe que precisa de análise.

Porém, acho que o final para o

qual ela se encaminha é muito

coerente e muito bonito”, entre-

ga a atriz Marieta Severo. �

ÚLTIMA TEMPORADA

Divu

lgaçã

oTV - 20 / São José do Rio Preto, 23 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 21: Revista bem estar-20140323

“Era torto e feio!Agora eu fiquei comnariz de gentemetida”Anitta, cantora, ao fazer sua primeira apariçãoapós cirurgias, no Prêmio Melhores do Ano, nopalco do “Domingão do Faustão”

“Os corseletes sãoapertados, temgrande sobreposiçãode roupas. Mas érecompensador”Juliana Paes, atriz, sobre Catarina, suapersonagem em “Meu Pedacinho de Chão”, daGlobo, no site da nova novela

“É um momento dedor, de separação,mas agora ele é aessência da luz”Beth Goulart, atriz, sobre a morte do pai, o atorPaulo Goulart

“É difícil encontraralguém quepreencha meusrequisitos”Reynaldo Gianecchini, ator, sobre estar solteiro

“O Brasil é o únicopaís que conheçoonde andar deônibus é

politicamenteincorreto”Lucélia Santos, atriz, sobre sua foto nas redessociais, onde aparece andando de ônibus

“Me deu sede dequerer mais, deesperar novasoportunidades”Camila Camargo, atriz, ao site “Ego”, sobre suaestreia na novela “Em Família”, onde ficou no arpor uma semana

“Tive que vender umpai para comprar!Vou pagar até o anoque vem”Tatá Werneck, melhor atriz revelação, no PrêmioMelhores do Ano, do “Domingão do Faustão”,após o apresentador falar sobre o brilho dovestido dela

“Sempre quis serloira, loiríssima,que nem asmeninas do cabaré.Nunca consegui, émeu objetivo”Nathalia Dill, atriz, sobre o ruivo de suas madeixasem “Joia Rara”, da Globo, no site da novela

“Cheias de marra...Com essa turma domeu coração, demeninas

superpoderosas!”Giovanna Antonelli, atriz, no Instagram, ao postarfoto malhando com Bruna Marquezine

“Eu tinha trêsmilhões de dólaresno banco e gasteitudo para fazer meupalco. Eu estavafalida no show”Lady Gaga, cantora, no “Entertainment Tonight”

Frases da semanaAgência Estado

Divulgação

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 23 de março de 2014 / 21 - TV

Page 22: Revista bem estar-20140323

MALHAÇÃO - 17H45

Segunda-feira - Celina fazbarulho eLi-li e William interrompem o beijo. Kle-berabençoaonamorodeFátimaeRa-fa. Kleber mente para Hermes sobreRafa. Heloísa fala com Thomaz sobreFernanda. Álvaro tenta fazer Inês de-sistirdequererengravidar.Priscilaper-cebeonervosismodeHeloísaporcau-sa de Thomaz. Keila elogia Kleber porsuaatitudecomFátima.Hermesdeci-de se afastar de Tereza. Álvaro armaum plano para fugir de Inês. Heloísamente para não passar a noite comFlávio. Williampercebe que Marlon foicolocado na máquina e fica furiosocom LC. Fátima e Rafa namoram es-condidos de Vó Tita. Guto não conse-gueencontrarosdadossobreaComu-nidade no computador. William e Celi-na sofrem com o comportamento deMarlon. Priscila descobre que não es-

tágrávida. Lili sesurpreendeaosaberqueMarlon foi colocado namáquina.Terça-feira - Lili vai ao laboratório verMarlon. Keila comenta com Fátimaque está impressionada com a mu-dança de Kleber. Lili vê Marlon, Her-mes e Tereza na Comunidade. Rafaconvence Fátima a ter uma conversaséria com Kleber. Lili decide ajudarWilliam a conseguir provas contra LC.Lili descobre onde estão os computa-dorescomtodososdadosdaComuni-dade. Lili arruma um alojamento paraWilliam, Celina, André e Guto se es-conderem. Rafa decide ajudar Fátimaadesvendarseupassado.Liliquestio-na William sobre seus sentimentosporela.Líder JorgeajudaÁlvarocomonovo cliente do escritório. LC pensaeminvadiraaldeiadosíndiosparapro-curar William. Thomaz se surpreendecom a visita de Líder Jorge. Hermestemuma ideiapara se vingar de LC.

Quarta-feira - Terezaaprova a ideiadeHermes.Lili vêLCseaproximardoes-conderijo de William, Celina, Guto eAndré. Líder Jorge pede um empregopara Thomaz. Celina se incomoda aovera cumplicidadeentreLili eWilliam.Hermes garante que William está naComunidade. Hermes e LC mandamMessias ligar as câmeras da área in-terna da Comunidade. Fernanda con-ta para Thomaz que Líder Jorge aju-douÁlvaroaacalmaronovoclientedoescritórioHermes,Tereza,LC,AssiseMessias vigiam os monitores da Co-munidade. Marcelo sugere que ele ePriscila tentem ter um filho. Hermesvê William e sua tropa pelo monitor.VóTita revelaparaFátimaquetemumdossiê sobre Kleber. William, Celina,Guto eAndré são capturados no labo-ratório. LC e Hermes ameaçam colo-

carCelina namáquinaparaconseguiro pingentequeestá comWilliam.Quinta-feira - William decide entregara fórmula para LC. Hermes e Terezaavisam que acompanharão William.FátimapedeparaRafa ircomelaatéoadvogado que está com o dossiê deKleber. Lili descobre queWilliam,Celi-na, André e Guto foram capturados etenta convencer LC de sua felicidadecom a situação. Thomaz decide dei-xar Líder Jorge trabalhar no escritório.HermeseTerezaobservamoseguran-ça da Comunidade se preparar paradormir. Lili enfrenta Celina na frentede LC e pede que o pai coloque oscúmplicesdeWilliamna máquina.Sexta-feira - Tereza se recusa a soltarWilliam para ajudar Hermes. Lili con-vence LC de seu empenho a favor daComunidade. Tereza cai na lama eWilliam se esforça para ajudá-la. Lili

se desculpa com Celina por seu com-portamento na presença de LC.William e Tereza não conseguem res-gatarHermesdalama.Williamenfren-ta Tereza e decide levá-la para Tapiré.Fátima mostra o dossiê para Kleber,que se mostra arrependido de seusatos.Sábado - Kleber captura Tereza eWilliam. Kleber informa a Tereza quenão trabalha mais para a Comunida-de. William se encontra com Rafa nacasadeVóTita. LC flagraLili comCeli-na, Guto e André. William deixa o pin-gentedeMarloncomFátima.Lilienga-naLC e fingebrigar comoscúmplicesdo ex-namorado. Fátima entrega odossiê para William. Tereza chega àComunidade e LC fica furioso com asnotíciasquerecebe.Williamseanimapara entregar o dossiê para o chefedeAndrénaPolícia Federal.

JOIA RARA - 18H15

Segunda-feira - Manfred encontraPorfírio durante sua fuga e pedeajuda para se livrar das algemas.Etelvino pede Lindinha em casa-mento. Ernest admite para o juizque mandou Manfred trabalharna mina quando criança. Zefinhae Cléonão passam no teste do ca-baré. Manfred invade o julgamen-to de Ernest e o defende. Vences-lau e Volpina contam para Iolan-da e Mundo que vão se casar.Manfred é mandado para um hos-pital psiquiátrico. O juiz condenaErnest, e Dália diz que vai esperá-lo. Pérola convence Franz a assu-mir os negócios.Terça-feira - Gertrude fica com rai-va de Ernest ao saber que elemandou Manfred, quando crian-

ça, trabalhar na carvoaria. O dele-gado visita Miquelina, deixandoArlindo enciumado. Gertrude visi-ta Ernest na cadeia e o ameaça.Joel aceita se casar com Cléo. Au-rora e Lola se encontram no hospi-tal e dizem a doutor Rubens queestão sentindo coisas estranhasna barriga. Artur termina o namo-ro com Laura. Franz aceita assu-mir os negócios da família Hausere oferece a mansão para Iolandaabrir sua creche. Miquelina expul-sa Arlindo de casa.Quarta-feira - Conceição descon-fia da amizade entre Joel e Ader-bal. Arlindo desafia o delegado pa-ra um duelo pelo amor de Miqueli-na. Doutor Rubens diz a Matildeque sua gravidez é de risco. Ger-

trude e Venceslau se unem contraFranz. Peteleco incentiva Toni a lu-tar por Hilda. O delegado prendeArlindo, e Miquelina paga sua fian-ça. Gertrude invade a reunião deacionistas e diz a Franz que agoraé a representante legal de Man-fred. Pérola visita Matilde. Miqueli-na e Arlindo reatam o casamento.Quinta-feira - Arlindo anuncia nocabaré que fez as pazes com Mi-quelina e todos comemoram. Au-rora diz a Joel que Aderbal éumconquistador de mulheres, deixan-do o amigo cabisbaixo. Laura pro-cura Artur e os dois reatam o na-moro. Aderbal admite para Hildaque quer ser mais do que amigode Joel. Iolanda diz a Mundo quevai se candidatar aum cargo públi-

co. Manfred consegue fugir dohospital psiquiátrico. Mundo nãoapoia Iolanda na decisão de secandidatar. Manfred cerca o corti-ço para vigiar Pérola.Sexta-feira - Joel segue Cléo até amodista e diz que seu vestido denoiva é horroroso. Lindinha pedeque Volpina convença Venceslaua apoiar as decisões de Franz nafundição. Após uma discussãocom Iolanda, Mundo sai de casa.Franz reconhece Manfred ao fun-do de uma foto que Pérola tiroucom Amélia em um lambe-lambe.Mundo aparece de última hora nainauguração da creche e faz umadeclaração de amor a Iolanda.Venceslau diz a Franz que o apoia-rá. Matilde entra em trabalho de

parto. Ernest recebe um bilhetede Manfred na prisão e passamal. Matilde vai para o centro ci-rúrgico acompanhada de Sonan.Gertrude se desespera ao saberdo infarto de Ernest.Sábado - Franz proíbe Pérola desair de casa sozinha. Serena re-solve cantar no show em homena-gem a Matilde. Manfred diz a Ger-trude que sairá do país com Péro-la. Matilde dá à luz um meninosaudável. No meio do espetáculo,Serena sente as dores do parto eArlindinho corre com ela para ohospital. Dália chega ao hospital,vê Ernest desacordado na cama elhe diz que está grávida. Emociona-do, Ernest desperta e os dois cho-ram abraçados. Manfred pede queMarlene o ajude a pegar Pérola.

Segunda-feira - Bruna não revela odestino de sua viagem com Antônio,naépocaemquenamoravam,eAnitadesconfia do rapaz. Ben comete umafaltaemSidneyno treinoeelescome-çamabrigar.Veradivideastarefasdecasaentreafamíliaetodoscomeçama discutir. Bernadete e Abelardo na-moram felizes e geram comentáriosnavizinhançadoGrajaú.Apósabriga,Sidney questiona a Ben se ele amaSofia. Ben se prepara para o simula-doeSofia, parasuaentrevistadeem-prego.AnitacontaparaJúliaeSergueisobreo supostopai deAntônio..Terça-feira-Antôniocomemoraadeci-sãode Anita de secasar com ele. De-pois de muita discussão, Bernadeteconsegue expulsar Zelândia do apar-

tamento de Caetano. Maura e outrasclientes do salão reclamam do estra-go em seus cabelos, e Serguei re-preende a tentativa de economia deFlaviana.PalharesseaproximadeAn-tônio e descobre onde ele se escon-de. Toda a vizinhança do Grajaú co-menta sobre o golpe de Zelândia con-tra Bernadete. Serguei consegue con-sertaroestragonoscabelosdasclien-tes.PalharespropõeaAntônioque fa-çam um exame de DNA para compro-varoparentesco.Asmeninasdaesco-la se animam com a ideia de formaruma torcida organizada no intercole-gial. Para se aproveitar da situação,Paulino e Guilherme fingem que vãopedir autorização paraRaíssa.Quarta-feira - Para que seu plano te-

nha sucesso, Anita consente às exi-gências de Antônio. Guilherme, Pauli-no e Junior conseguem enganar Raís-sa, e as meninas acreditam que o co-légio aprovou o concurso para rainhada torcida organizada. Ao telefonecom um comparsa, Palhares afirmaque já conquistou Antônio. Ben e So-fiaconversam,massãomuitodiferen-tes e não conseguem se entender.Anita incentiva Antônio a confirmar apaternidadedePalharespelotestedeDNA. Flaviana questiona Sofia sobreseu sentimento por Ben. Para a sur-presadeZelândia,Caetanoapareceediz que estava se sentindo entediadonoparaíso.Quinta-feira - Júlia disfarça e conse-gue impedir Anitade falar comBenna

frentedeAntônio.Caetano flagraAbe-lardoeBernadete juntos, fingeserumfantasma e os ameaça. Anita confes-saa Júlia que teme as açõesdeAntô-nio contra Ben e Hernandez. Antônioprepara uma nova fórmula de explosi-vo.Sofia eBen tentamentendermaisum sobre o outro e vão ao shopping.Gustavo se encanta com Solange, tiade Raíssa, que vai à papelaria. Clarase junta aos amigos para ensaiar aapresentação no casamento de Raís-sa.Solangerecebefloresdeumadmi-radorsecretoe fica intrigada.Asmeni-nas descobrem a armação de Pauli-no,Guilhermee Junior sobre a torcidaorganizada, mas avisam que Raíssaautorizou o plano. Ben combina comSofia de ir fazer parkour. .

Sexta-feira -Bensedesesperacomanotícia, mas Anita se mantém firmeem seu plano. Gustavo pede para Fa-bio cuidar da papelaria, e o filho des-confia. Meg cria a coreografia para atorcida organizada. Micaela reflete edecide passar uma noite românticacom Martin antes do casamento. Ani-ta sonda Antônio sobre seus planosemrelaçãoaopaiedecideseguiro ra-paz no bosque para descobrir o queele está tramando. Drica, Amanda eBruna aprontam com os meninos.Ben e Sofia se preparam para o pa-rkour no bosque. Gustavo se preparaparaseuencontroàsescurascomSo-lange. Antônio aguarda Palhares emseuesconderijo. Ao tentar praticar pa-rkour, Sofia se machuca no bosque.ObservadoporPalhareseAnita,

Resumo das novelas

GLOBO

ALÉM DO HORIZONTE - 19H30

TV - 22 / São José do Rio Preto, 23 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 23: Revista bem estar-20140323

Segunda-feira - Carlão e Dorotéiase beijam calorosamente. Picas-so mantém Monet refém e exigecarro para fugir. Patrícia se culpapor ter maltratado Carlão e diz pa-ra Das Dores que o quer de volta.Carlão e Dorotéia vão para a ca-ma. Picasso exige que Das Dorese Carlão vão até delegacia e dizque só negociará com eles. Silvi-nha descobre que Picasso estátentando fugir, pega faca e decideir até delegacia. Picasso liga paraPatrícia e diz que está com refénsna delegacia, exigindo que DasDores e Carlão vão ao seu encon-tro. Picasso faz Silvinha sua re-fém. Patrícia descobre que Velu-do foi abusado sexualmente na in-

fância por Ilana. Helena diz queIlana engravidou de Veludo.Terça-feira - Patrícia diz não imagi-nar que ele ficaria com Dorotéia.Carlão diz que decidiu deixá-la li-vre. Patrícia diz que ainda o ama ese desculpa. Picasso foge comônibus e leva Bernardo, Anjo e Sil-vinha como reféns. Picasso amea-ça violentar Silvinha novamente eAnjo tenta impedi-lo. Picasso ogolpeia, deixando-o desmaiado.Carlão diz para Dorotéia que irámudar-se para fora do país comos irmãos. Ele propõe que ela vájunto. Otávio acredita na farsa deLeila e vai para cama com ela. Qui-na e Danilo descobrem que Rami-ro planeja comprar morro dosVêneto e armam para impedi-lo.

Quarta-feira - Patrícia diz para Do-rotéia que ainda ama Carlão. Pi-casso mantém Silvinha e Bernar-do presos em cabana abandona-da. Carlão descobre localizaçãode Picasso e decide ir atrás dele.Quina diz para Danilo que Tufikplaneja comprar morro dosVêneto e se tornar maior bicheirodo Rio. Dorotéia escuta gravaçãoem que Danilo, Quinae Ramiro pla-nejam invadir o morro e fica furio-sa. Patrícia suspeita que Carlãotenha ido para a delegacia. Doro-téia diz que plano ameaça a vidade Carlão e atira em Ramiro, ma-tando-o. Picasso corta a eletricida-de da delegacia.Quinta-feira - Dorotéia tenta ga-

nhar tempo e finge ajudar Quinacom plano de invasão. Carlãomantém Picasso sob a mira do re-vólver e Patrícia disse que tentounegociar. Donana foge de hospi-tal com a ajuda de Getúlio. Carlãodescobre que Ramiro foi assassi-nado na casa dos Ashcar. Quinaarma plano e diz para Tufik queCarlão matou Ramiro. Carlão con-fessa para Stella que ainda amaPatrícia. Carlão descobre que Otá-vio não vendeu droga para colom-biana. Ele fica furioso ao perceberque o irmão mentiu novamente.Carlão diz para Vegetal que temmau pressentimento sobre carre-gamento de armas comprado porOtávio.

Sexta-feira - Juliano desarma Da-nilo e consegue fugir da casa deTufik. Tufik ordena invasão domorro dos Vêneto. Quina dopa Do-rotéia, impedindo-a de ajudarCarlão. Otávio esmurra Carlão ediz que ele não devia tê-lo abando-nado. Otávio e Carlão conversame se reconciliam. Lívia reencontraJuliano e os dois são surpreendi-dos por capangas de Tufik. Anjodistrai capangas e Lívia atira, ma-tando-os. Carlão e Otávio pegam ar-mas dos baús e atiram em algunscapangas. Otávio e Carlão se sur-preendem ao ver Donana com galãode gasolina. Patrícia consegue ligarpara Carlão e se desespera ao ouvi-lo se despedindo.

Segunda-feira - Juliana convidaJairo para morar no apartamentodela com Bia. Clara e Cadu come-moram o novo restaurante. Nan-do se mostra triste por causa doafastamento de Juliana. Virgílioconvida Helena para jantar fora.Verônica recebe flores de Shirleye discute com Laerte. Luiza vêseu caderno de desenhos na ca-sa de André, que demonstra ciú-me de Laerte. Juliana e Jairo sebeijam. Chica tenta consolar Nan-do, que explica por que não que-ria ter filhos logo. Virgílio se ani-ma para ir com Helena a um res-taurante badalado. Felipe e Luizavão a um bar e ele decide beberuma cerveja. Virgílio e Helenabrindam à exposição dele. Ra-faela diz a Shirley que sabeque ela plantou as fotos comLaerte na internet.Terça-feira - Virgílio sugere queBenjamim também participe daexposição em Goiânia. Ana admi-ra as esculturas de Virgílio e selembra da briga que ele teve comLaerte na adolescência. Chica eSelma conversam pela Internet.Branca diz a Sandro que farácom que Ricardo volte para casa.

Juliana pede que Clara a acompa-nhe na assinatura do divórcio.Benjamin passa mal na rua e ésocorrido por Rosa. Luiza brincacom Felipe por causa de seu inte-resse por Silvia. Juliana e Nandochegam ao cartório e assinam ospapéis do divórcio. Ana liga paraVirgílio e Benjamim brinca di-zendo que ele está fazendo su-cesso em Goiânia.Quarta-feira - Juliana, Nando, Cla-ra e Cadu saem para almoçar jun-tos. Marina liga para Clara do ce-lular de Vanessa, mas cai na cai-xa postal. Todos na casa de re-pouso comemoram o aniversá-rio de um dos moradores. Mari-na espera Clara na portaria doprédio. Jairo telefona para Ju-liana. A família de Helena co-memora o aniversário de Rosana casa de leilões. Virgílio per-gunta se Marina pode fotogra-far suas esculturas e ela aceita.Quinta-feira - Selma se confundecom as contas da casa e se preo-cupa com seus lapsos de memó-ria. Luiza sugere a Alice que Laer-te e Verônica façam uma apre-sentação na casa de repouso.Clara aceita voltar a trabalhar no

estúdio de Marina. Cadu vai comNando conhecer o galpão de Laer-te e passa mal, deixando todospreocupados. Leto diz a Shirley

que quer ir para Goiânia ver a ex-posição de Virgílio. Helena e Feli-pe conversam sobre a inaugura-ção do consultório. Virgílio per-

gunta a Luiza se há algo entreela e Laerte. Ela nega qualquerenvolvimento, mas admite queo admiraSexta-feira - Iolanda procura Ju-liana e diz que não lhe entregaráBia. Chica chega a Goiânia eapresenta Ricardo para os ami-gos. Shirley provoca Helena eVirgílio tenta contemporizar.Miss Lauren conta para os ido-sos sobre a apresentação deLaerte. Branca descobre queMarina foi para Goiânia. Cadupede que Marina faça uma fotodele com Clara.Sábado - Helena elogia o talen-to de Benjamim. Murilo contapara André que deu um tempocom Sandra e que está interes-sado em Gisele. Luiza impedeque Felipe beba durante a fes-ta em Goiânia. Virgílio faz umdiscurso emocionado durantea exposição. Juliana se descon-trola ao encontrar com Jairo narua. O pai de Marina diminui amesada da filha. Começa o re-cital de Laerte, Verônica e Letona casa de repouso.

Resumo das novelas

PECADO MORTAL - 22H30

EM FAMÍLIA - 21H00

GLOBO

RECORD

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 23 de março de 2014 / 23 - TV

Page 24: Revista bem estar-20140323

Caminhadas no gelo e passeios de barco

são os atrativos de El Calafate, na Argentina

Turismo

MISSÃOMISSÃOPATAGÔNIAPATAGÔNIA

TURISMO - 24 / São José do Rio Preto, 23 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 25: Revista bem estar-20140323

Agência O Globo

Diz a lenda que quem come o calafate, uma frutinha silves-

tre de sabor doce, um dia voltará à cidade homônima, no sul da

Argentina, quase na fronteira com o Chile. É uma boa história,

mas El Calafate não precisa de qualquer propriedade mágica pa-

ra atrair visitantes de todos os lugares do mundo.

Eles chegam a este remoto canto da Patagônia em busca de

cenários impressionantes, como o de Perito Moreno, uma gelei-

ra gigante, do tamanho aproximado de Buenos Aires.

A natureza é a verdadeira mágica da região.

Agê

ncia

OG

lobo

Paredão de gelo: Perito Morenoé a mais famosa geleira doParque Nacional Los Glaciares

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 23 de março de 2014 / 25 - TURISMO

Page 26: Revista bem estar-20140323

A Geleira Perito Moreno, dentro do

parque, tem cinco quilômetros de

extensão e até 70 metros de altura

Agência O Globo

A 2.896 quilômetros da capi-

tal nacional, El Calafate é isola-

da e, por isso mesmo, preserva-

da. O instável e desafiador ecos-

sistema patagônico está intac-

to, como se pode perceber em

passeios por planícies e monta-

nhas com vegetação rasteira,

vento cortante e belos exempla-

res da fauna local.

Guanacos e condores costu-

mam aparecer para os turistas.

Ou então em expedições de bar-

co pelo Lago Argentino, o

maior do país. Nele, enormes

blocos de gelo flutuam após se

descolar de geleiras no Parque

Nacional Los Glaciares, que

protege o lado argentino do

Campo de Gelo Sul, a terceira

maior concentração de gelo do

mundo.

Para os mais destemidos,

mais que ver os paredões gela-

dos de perto, é possível cami-

nhar sobre o mais famoso de-

les. Menos durante o inverno,

quando quase todos os passeios

são suspensos.

Assim como a frutinha, pe-

quena e quase invisível entre

folhas e espinhos de seus ar-

bustos, El Calafate é um re-

canto charmoso encravado

na Patagônia selvagem. Pou-

co mais de 20 mil pessoas vi-

vem ali.

A mais famosa vai lá ape-

nas para descansar. Cristina

Kirchner tem hotéis e uma ca-

sa de campo na cidade.

Patagônia

OPARQUENACIONALLOSGLACIARES

O calafate, a fruta que dá nome à cidade; quem experimenta, volta

O Lago Argentino

visto do topo do

Cerro Frías Fotos: Agência O Globo

TURISMO - 26 / São José do Rio Preto, 23 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 27: Revista bem estar-20140323

‘’’Diante do paredão de ge-

lo de cinco quilômetros de ex-

tensão e com pontos de até 70

metros de altura, os visitan-

tes, em silêncio, esperam pe-

lo estrondo.

Quando se desprendem da

fachada da geleira Perito More-

no e atingem a água, blocos

imensos de gelo produzem som

semelhante ao de uma explo-

são, um barulho sempre segui-

do por onomatopeias que ex-

pressam espanto e admiração

de turistas de todos os cantos

do mundo.

No Parque Nacional Los

Glaciares todos os olhos e ouvi-

dos estão voltados para o movi-

mento incessante de sua mais

famosa geleira.

A geleira Perito Moreno -

batizada em homenagem ao

geógrafo argentino Francisco

Moreno - tem 250 quilômetros

quadrados de superfície, um

pouco maior que a área da cida-

de de Buenos Aires.

Ainda assim não chega nem

perto da maior geleira do par-

que, o Viedma, com 977 quilô-

metros quadrados. Sua fama de-

ve-se menos aos números e

mais à facilidade de acesso.

Para observá-la de muito

perto não é preciso encarar lon-

gas caminhadas ou trajetos de

barco. Basta chegar, de carro

ou ônibus, ao centro de visitan-

tes do parque, localizado a 80

quilômetros de El Calafate. Do

estacionamento já se dá de cara

com a geleira, que se estende pe-

lo braço sul do Lago Argenti-

no, e quase toca na Península

de Magalhães.

É nessa ponta de terra que

está a estrutura turística do par-

que, recentemente reformada,

com novos mirantes e passare-

las, aproximando mais o turista

do braço d’água que separa a pe-

nínsula da geleira.

As antigas passarelas de ma-

deira foram substituídas por

novas, com estrutura metálica

que evita acúmulo de neve. Ele-

vadores e rampas, também re-

centes, permitem que pessoas

com dificuldade de locomoção

apreciem a paisagem.

A nova estrutura tem ainda

um restaurante junto ao estacio-

namento, onde os visitantes en-

contram abrigo contra o vento

e a chuva, e podem comprar al-

fajores que rendem lembranças

quase tão boas quanto a geleira

em si.

Mais emocionante que ver a

geleira de frente só mesmo an-

dar sobre ela. Há duas opções

de caminhadas sobre o gelo no

Perito Moreno.

A mais comum, por não exi-

gir tanto fisicamente dos parti-

cipantes é o chamado mini-

trekking, um passeio de uma

hora e meia a duas horas na

margem oeste do glaciar, onde

o gelo encontra a Terra.

O dobro do tempo, e em

uma área mais para dentro da

geleira, o Big Ice é uma cami-

nhada apenas para quem está

em boas condições físicas.

Em ambos os casos é preci-

so atravessar, de barco O Brazo

Rico, um dos pequenos braços

d’água do Lago Argentino. A

travessia dura pouco mais de

dez minutos, mas já vale por

passar a poucos metros do pare-

dão de gelo.

Em terra, os visitantes per-

correm uma trilha tranquila

por um bosque de lengas, árvo-

re típica dessa região. Já às mar-

gens do lago, o paredão de gelo

surge ainda maior, com um be-

lo contraste com a terra meio

avermelhada. Se o dia estiver

nublado, o azul do gelo se res-

salta, e o visitante nem lamenta-

rá a falta de sol. (AG)

A imensa geleira Perito Moreno

É bom estar preparado para

enfrentar chuva e vento, mes-

mo que o céu esteja limpo. O

clima muda a toda hora nesta

região. Roupas e calçados im-

permeáveis, casacos corta-ven-

to, óculos escuros, gorros e lu-

vas são fundamentais, mesmo

no verão.

Fundamentais também são

os grampos que os guias colo-

cam nos pés dos aventureiros

antes da incursão geleira a den-

tro. Eles explicam também co-

mo caminhar, dando passos fir-

mes e curtos, mas mantendo

uma distância segura entre

uma perna e outra.

A atividade exige mais aten-

ção que preparo físico; uma pe-

quena distração pode causar

acidente. Mas depois dos pri-

meiros passos, o visitante incor-

pora um espírito de explorador

glacial e caminha naturalmen-

te pelo mundo branco, pontua-

do por fendas muito azuis, de

Perito Moreno.

Lá de cima, o barulho dos

grampos cravando no gelo é

mais suave que os estalos e es-

trondos que se ouvem nas pas-

sarelas. (AG)

Na grande geleira Perito Moreno,em El Calafate, cabe uma cidade do tamanho de Buenos Aires

O tranquilo bosque de lengas às margens do Lago Argentino

Jardins delavanda, umadas florespreferidas dosmoradores deEl Calafate

O clima muda a toda hora

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 23 de março de 2014 / 27 - TURISMO

Page 28: Revista bem estar-20140323

Preserve um dia para navegar pelo lago, o maior do país, com 1.466 quilômetros quadrados

Agência O Globo

Para muita gente, El Calafa-

te é uma cidade de uma atração

só, a geleira Perito Moreno, ou

apenas um ponto de parada an-

tes de seguir para outros desti-

nos, como El Chaltén, na Ar-

gentina, ou Punta Arenas, no

Chile.

Ledo engano. Para curtir

bem El Calafate é preciso mais

tempo, para aproveitar as mui-

tas opções de passeios e ativida-

des ao ar livre disponíveis.

Um dia pelo menos pode

ser gasto na navegação pelo La-

go Argentino, que além de ser

o maior do país, com 1.466 qui-

lômetros quadrados, é onde

desaguam diversas geleiras,

como Upsala, Spegazzini,

Mayo, Onelli e o próprio Peri-

to Moreno.

A presença desses blocos de

gelo influencia na cor da água,

de um azul esverdeado muito

forte, mas pouco transparente.

O fenômeno chamado “lei-

te glacial”, que deixa a água

com uma aparência realmente

leitosa, é causado pelos sedi-

mentos muito leves, arrastados

pelas geleiras da cordilheira pa-

ra o lago, mas que não se deposi-

tam em seu fundo.

As geleiras estão todas no la-

do oeste do lago, formado por

diversos braços d’água, cerca-

dos de paredões rochosos e

cheios de blocos de gelo flu-

tuando. É por lá que passam as

embarcações turísticas, que par-

tem da localidade de Punta

Bandera.

Uma dessas companhias é a

Marpatag, que tem dois iates e

é conhecida por ter o serviço

mais luxuoso da região.

Ao embarcar no menor de

seus barcos, o Leal, para até 28

passageiros, é possível enten-

der a fama. Ao longo das nove

horas de duração de seu cruzei-

ro padrão, o passageiro não só

não sente fome como pode ex-

perimentar pratos preparados

na hora por chefs a bordo.

Enquanto as geleiras vão

passando na janela, na mesa

passam empanadas de filé, gra-

vlax de salmão com creme de

cebolinha e ovas (especialidade

escandinava), quadradinhos de

truta com aspargos e espuma

de parmesão, cazuelas de cor-

deiro e creme de Amarula com

chocolate amargo e avelãs cara-

melizadas. Tudo com vinho ar-

gentino, claro.

Mas a gastronomia refinada

é apenas o acompanhamento

no banquete oferecido pela na-

tureza. A primeira geleira

que se vê, já com duas horas

de passeio, é Upsala, a maior

do lago, com 700 quilômetros

quadrados e uma das que

mais retrocedem.

Nos últimos 30 anos, per-

deu cinco quilômetros. Seu

acelerado derretimento - ao

contrário de Perito Moreno,

que está estável - formou

uma grande faixa de blocos

de gelo flutuantes.

Essa barreira impede que as

embarcações se aproximem da

geleira, mas ao mesmo tempo

permite que se chegue perto

de vários desses blocos, mui-

tos tão azuis que parecem

pintados. Um deles é fisgado

pela tripulação, picado e ser-

vido com uísque aos passa-

geiros.

Na sequência, o cruzeiro

chega à geleira Spegazzini, a

mais alta do Parque Nacional

Los Glaciares. Em alguns pon-

tos, ela atinge 130 metros de al-

tura. Desta vez é possível ir até

bem perto e, com sorte, ver al-

gum bloco se desprendendo.

Durante o trajeto também se

avistam geleiras “secas”, que

não alcançam a água.

Patagônia

Passeando pelo geloflutuante do Lago Argentino

Barco e os blocos degelo do glaciar Upsala

TURISMO - 28 / São José do Rio Preto, 23 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 29: Revista bem estar-20140323

O Glacio Bar

A parada seguinte é em

Puesto Las Vacas, uma peque-

na enseada onde vivia o admi-

nistrador de uma fazenda de ga-

do que existia na região.

Dessa época sobraram a ca-

sa de madeira, muito rústica, e

alguns bois e vacas deixados pa-

ra trás e que hoje são considera-

dos praga pela administração

do parque.

A parada inclui uma cami-

nhada até um mirante, no alto

de uma colina, de onde se tem

uma excelente vista e ajuda a

desgastar a comilança a bordo.

Sem comida mas com vi-

sual excelente é o passeio pelo

Cerro Frías, outro ótimo pro-

grama para quem quer conhe-

cer um lado menos badalado da

região.

A 20 quilômetros do centro

da cidade, essa antiga fazenda

de ovelhas virou um polo de ati-

vidades ao ar livre. Uma delas é

o tour de 4x4 pelo morro.

Totalmente off-road, o pas-

seio percorre um cenário tipica-

mente patagônico, com vegeta-

ção rasteira, pequenos arbustos

de calafates e bastante presença

da fauna local.

Durante as duas horas de

travessia, o visitante vê gua-

nacos, lebres, raposas e diver-

sos tipos de aves, como coru-

jas e condores.

No primeiro mirante, a 450

metros de altura, uma bela pa-

norâmica do Lago Argentino e

do serpenteante rio Centinela e

seu árido vale. Em dias de céu

claro dali mesmo já é possível

avistar, olhando para o leste, os

inconfundíveis picos de Torres

del Paine, do lado chileno da

fronteira, e Fitz Roy, na argen-

tina El Chaltén.

Mesmo com nuvens, po-

rém, dá para apreciar a beleza

da Cordilheira dos Andes. No

segundo e último mirante, a

1.030 metros de altura, quase

no topo do morro, a vista im-

perdível do lado oeste do lago,

onde estão as geleiras.

A descida é feita por um

lado mais habitado do Cerro

Frías, com cavalos correndo

livremente, gado pastando e

uma ou outra casa no hori-

zonte.

Para quem quiser ativida-

des mais emocionantes, a em-

presa que explora o turismo na

região oferece ainda cavalga-

das, trekking e tirolesa.

Esta é formada por cinco

trechos de 500 metros, que jun-

tos, formam uma descida em zi-

gue-zague, sempre a cerca de

100 metros do chão, passando

sobre as copas das árvores. A

primeira plataforma está a 540

metros de altitude, na face sul

do morro. (AG)

Barman preparabebidas no Glacio Bar

do Glaciarium

Ao final de toda caminhada

sobre o gelo de Perito Moreno,

os guias servem uísque (ou

água, para os abstêmios) com

gelo centenário tirado direta-

mente da geleira, o que é uma

experiência bastante inusitada.

Mas tomar uma cerveja

“estupidamente gelada” em

temperatura ambiente? Isso

é possível no Glacio Bar, o

bar de gelo que funciona no

Glaciarium, o museu das ge-

leiras patagônicas, localizado

também nos arredores de El

Calafate.

No bar de gelo, a temperatu-

ra varia de -10˚C a -5˚C, e tudo

é feito de água congelada: pare-

des, bancos, prateleiras, escul-

turas e até os copos.

Até 30 pessoas podem en-

trar de cada vez vez. O tempo

máximo de permanência é de

25 minutos, muitos deles em

busca de um lugar perto do

bar, com bebidas liberadas.

O bar é o chamariz perfei-

to para o Glaciarium, um in-

teressante espaço onde glacio-

logia é explicada de forma

bastante didática.

Uma maquete mostra o gi-

gante Campo de Gelo Sul e pai-

néis explicam como as geleiras

são formadas pelas correntes ge-

ladas do Pacífico que conden-

sam sobre os Andes e fazem ne-

var sobre a cordilheira, onde

nascem as geleiras. (AG

Fotos: Agência O Globo

Sinalização do Puesto Las Vacas, enseada no braço norte, antiga fazenda pecuária em El Calafate

Vaquinhas são estorvo

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 23 de março de 2014 / 29 - TURISMO

Page 30: Revista bem estar-20140323

A presidente da

Argentina,

Christina Kirchner,

e seu falecido

marido,

Néstor, abriram

três hotéis em

El Calafate

Agência O Globo

Seus opositores costumam

chamá-la, debochadamente, de

“la reina”. Mas se a presidente

argentina Cristina Kirchner ti-

vesse mesmo uma coroa, seu

reino seria El Calafate.

A cidade, que já foi publica-

mente chamada por ela de seu “lu-

gar no mundo”, foi o endereço es-

colhido pelos Kirchner quando

não estavam na Casa Rosada.

O castelo já existe e está aber-

to aos súditos, pelo menos os

mais nobres. O Los Sauces é o ho-

tel mais famoso e luxuoso da cida-

de, construído pela presidente e

seu marido e antecessor, Néstor

Kirchner (que morreu na casa de

veraneio do casal, no terreno ao la-

do, em 2010).

O hotel, de 42 suítes espa-

lhadas em seis casarões, abriu

as portas em 2007, último ano

de Néstor no poder. Quem não

está hospedado lá pode ao me-

nos conhecer o restaurante La

Comarca, um dos melhores da

cidade, com cardápio sofistica-

do e leve, que valoriza ingre-

dientes locais.

Aos hóspedes, a lista de mi-

mos é extensa, a começar pelos

carrinhos de golfe que circulam

pela propriedade ligando as casas

à portaria ou os restaurantes.

O spa, com piscina aquecida,

jacuzzis e academia de ginástica,

é outro ponto alto do hotel.

Cada uma das 42 suítes tem

banheira com hidromassagem

e decoração exclusiva. Dizem

que foi a presidente que deco-

rou quarto a quarto, muitas ve-

zes usando obras de arte e obje-

tos de decoração obtidos em

viagens pelo Exterior.

O Los Sauces é o primeiro

de três hotéis que os Kirchners

abriram em El Calafate. Os ou-

tros dois, Las Dunas, de frente

para o Lago Argentino, e Alto

Calafate, aos pés do Cerro

Frías, são igualmente luxuosos

e polêmicos.

Os empreendimentos são

apontados pelos opositores da

presidente como fruto de enri-

quecimento ilícito e lavagem

de dinheiro.

Alheia às críticas, Cristina

Kirchner continua indo com

frequência à cidade e sempre

que está por lá há seguranças

de plantão na porta do hotel. O

que parece desnecessário na pa-

cata El Calafate, uma cidade

com ruas tranquilas e jardins

extremamente bem cuidados.

O clima de interior é que-

brado apenas pelo grande nú-

mero de turistas, que passou de

60 mil para 300 mil por ano des-

de 2000, quando foi inaugura-

do o aeroporto da cidade. Nés-

tor ainda era governador da

província patagônica de Santa

Cruz e colaborou para a explo-

são da população, de 5 mil pa-

ra quase 20 mil habitantes

atualmente.

A vocação para o turismo se

nota na via principal, Avenida

del Libertador, ocupada basica-

mente por restaurantes, bares,

agências de turismo, lojas de

roupa, material esportivo e su-

venires, um cassino e um mu-

seu que conta a história da cida-

de e tem uma ala dedicada a

Evita Perón.

É uma alameda larga, ótima

para bater perna no fim da tar-

de. Lá estão as duas unidades

da pizzaria La Lechuza, famo-

sa, porém, por suas empanadas.

São mais de 20 opções que po-

dem acompanhar uma cerveja

despretensiosa.

Cerveja, só que com literatu-

ra, é a especialidade do Borges

& Alvarez Librobar, que como

o nome indica, mistura bar e li-

vraria no mesmo lugar.

O amplo salão, todo de ma-

deira, é revestido de prateleiras

com livros que os frequentado-

res podem folhear entre um go-

le e outro.

O rock que sai das caixas de

som completa o ambiente boê-

mio, que atrai sobretudo os visi-

tantes mais jovens.

Cruzando o riacho Calafate

está o La Tablita, o mais tradi-

cional restaurante da cidade, fa-

moso pelo prato símbolo da re-

gião, o cordeiro patagônico. As-

sado em fogo de chão, é servido

em porções generosas no restau-

rante, que também se destaca

por sua parrilla e pelas carnes

de caça, como a lebre à escabe-

che, servida de entrada.

Patagônia

PEQUENO REINODE CRISTINA

Os grampos presosnos pés sãofundamentais para acaminhada no gelo

TURISMO - 30 / São José do Rio Preto, 23 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 31: Revista bem estar-20140323

Uma das muitas lojas de suvenir na Avenidadel Libertador, a principal da cidade

Programe El Calafate

O Hotel Los Sauces, depropriedade de CristinaKirchner, é o mais luxuosode El Calafate

Ler e beber: no Borges & Alvarez Librobar, livrosestão à disposição dos frequentadores

Fotos: Agência O Globo

COMO CHEGAR

Aerolíneas Argentinas eTAM/LAN têm tarifas a partirde R$ 1.517, ida e volta.Tarifas já com taxaspesquisadas para a segundaquinzena de abril

PASSEIOS

Hielo y Aventura:Avenida Libertador 935.Minitrekking: 670 pesos. BigIce: 1.070 pesos. O transfercusta 130 pesos.hieloyaventura.com

Mar Patag: Calle 9 deJulio 57. O cruzeiro Leal, das9h às 18h, custa US$ 200.crucerosmarpatag.com

Cerro Frías: O tour de 4 x4 sai a 350 pesos, semalmoço. cerrofrias.com

ONDE FICAR

Los Sauces: Diárias apartir de US$ 290 para casal,

com café da manhã. Para orestaurante La Comarca épreciso reservar comantecedência. Calle LosGauchos 1.352, El Calafate.casalossauces.com

Kosten Aike: Diárias apartir de US$ 85 por casal,com café da manhã. CalleGobernador Moyano 1.243.kostenaike.com.ar

ONDE COMER

La Tablita: Calle CoronelRosales 24. É preciso reservarcom antecedência paragarantir uma mesa norestaurante mais famoso dacidade. La-tablita.com.ar

La Lechuza: Avenida delLibertador com 1º de Mayo.lalechuzapizzas.com.ar

Borges & AlvarezLibrobar: Avenida delLibertador 1.015.

Tel. +54 2902 49-1464 �

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 23 de março de 2014 / 31 - TURISMO

Page 32: Revista bem estar-20140323

Paulo Coelho

O PRIMEIROSANTO

Escritor

Lembremos de

São Dimas quando

nos julgarmos

indignos de uma

vida espiritual

Num dos momentos mais trágicos

da crucificação, um dos ladrões percebe

que o homem que morre ao seu lado é o

Filho de Deus. “Senhor, lembra-Te de

mim quando estiveres no Paraíso”, diz

o ladrão. “Em verdade, estarás hoje co-

migo no Paraíso”, responde Jesus, trans-

formando um bandido no primeiro san-

to da Igreja Católica: São Dimas.

Não sabemos por que razão este ho-

mem, Dimas, foi condenado à morte.

Na Bíblia, ele confessa a sua culpa, di-

zendo que foi crucificado pelos crimes

que cometeu.

Suponhamos que tenha feito algo de

cruel, tenebroso o suficiente para termi-

nar daquela maneira; mesmo assim, nos

últimos minutos de sua existência,

um ato de fé o redime - e o glorifica.

Lembremos deste exemplo quan-

do, por alguma razão, nos julgarmos

incapazes e indignos de ter uma vida

espiritual.

Uso indevido do piloto automático

Todos nós sabemos que, dentro do

avião, existe um mecanismo chamado

piloto automático. Quando o aparelho

atinge determinada altura, o comandan-

te liga o mecanismo, que passa a dirigir

todos os controles de bordo.

Na vida dos adultos também existe

isto: como nossas atividades vão fican-

do cada vez mais complexas, existe um

momento em que precisamos deixar par-

te das tarefas para o piloto automático.

Acontece que este piloto automáti-

co, que havíamos criado para cuidar de

coisas aborrecidas, ganha vida própria,

e começa a interceptar tudo que chega

até nós. Seu radar está ligado, e ele sem-

pre move nosso avião para longe de coi-

sas que não conhece. Por causa dele, per-

demos por completo o sentido do ines-

perado, e da aventura.

E quem perde o sentido da aventura,

de certa maneira perde também o senti-

do da vida.

Meu amigoescreve umahistória

Um amigo meu, Bruno Saint-Cast,

trabalha na implantação de alta tecnolo-

gia na Europa. Certa noite, acordou de

madrugada e não conseguiu mais dor-

mir; sentia-se forçado a escrever uma

carta sobre um velho amigo de adoles-

cência, que havia encontrado no Tahiti.

Mesmo sabendo que teria que passar

o dia seguinte trabalhando, Bruno co-

meçou a escrever uma história estra-

nha, onde o tal amigo, John Salmon, fa-

zia uma longa viagem da Patagônia até

a Austrália. Enquanto escrevia, sentia

uma sensação de liberdade muito gran-

de, como se a inspiração brotasse sem

qualquer interferência.

Assim que acabou de escrever a his-

tória, recebeu um telefonema de sua

mãe: ela acabava de saber que John Sal-

mon havia morrido.

A reflexãoUm texto que encontrei na Internet,

e que não trazia o nome do autor:

“A grande defesa contra a velhice é a

capacidade que ainda temos de acredi-

tar em nossos sonhos.

Não existe nada tão real quanto um

sonho. Ele é o caminho que existe entre

o que somos, e o que desejamos ser.

A realização de uma vida não é o di-

nheiro. Nem o poder. É a alegria.

O sonho é aquilo que nos unirá, no

futuro, com a pessoa que somos neste

instante – jovem, e cheia de esperança.

Seguremos, portanto, esta benção, com

toda a força que pudermos. E trabalhe-

mos por ela.

Desta forma, você pode envelhecer,

mas nunca será um velho.” �

32 / São José do Rio Preto, 23 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO