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Código Florestal: o que muda para o produtor rural

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Confira as principais regras que já estão valendo e entenda o que muda para os produtores rurais com a aprovação do novo Código Florestal

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Page 1: Código Florestal: o que muda para o produtor rural
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O novo Código Florestal brasileiro foi publicado pela Presidência da República no dia 28 de maio de 2012, através da lei 12.651 e da Medida Provisória 571.

A seguir, veja um resumo das principais regras que já estão valendo e entenda o que muda para os produtores rurais.

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Reserva Legal é a área obrigatoriamente protegida dentro de uma propriedade rural, conforme o percentual de cada bioma.

O QUE É

Bioma Percentual de recuperação

Amazônia 80%

Cerrado 35%

Demais áreas 20%

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Em áreas de até quatro módulos fiscais (pequenas propriedades), será considerada Reserva Legal a vegetação nativa existente em julho de 2008. Se esta vegetação for de, por exemplo, duas árvores, duas árvores serão consideradas a Reserva Legal. Não é permitido desmatar novas áreas quando a Reserva Legal não é cumprida.

Para áreas acima de quatro módulos fiscais (médias e grandes propriedades), que desmataram mais que o que era permitido na época é necessário regenerar, recompor ou recompensar a área de Reserva Legal obrigatória.

QUEM DEVE RECOMPOR

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Regeneração: abandono de atividades em determinada área para desenvolvimento natural de vegetação nativa.

Recomposição: plantio de novas mudas em área desmatada. Será aceito o plantio associado de espécies exóticas, lenhosas, perenes ou de ciclo longo, para uso social, em, no máximo, 50% da área. Os outros 50% devem ser abandonados para regeneração natural.

Compensação: possibilidade de contabilizar como Reserva Legal área externa à propriedade. Esta área pode ser comprada em forma de certificado, de outro produtor, com área de preservação a mais do que determinado pela lei. É possível também recompensar a Reserva Legal com áreas fora da propriedade principal, mas obrigatoriamente dentro do mesmo bioma.

FORMAS DE RECUPERAÇÃO

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O QUE SÃO

APPs são áreas protegidas para preservação de recursos naturais em zonas de maior fragilidade para o solo e a biodiversidade.

Todas as áreas de APPs devem ser mantidas e preservadas integralmente caso ainda não tenham sido utilizadas para atividade agrossilvipastoril.

São APPs

Topos de morros

Encostas

Margens de rios

Veredas ou margens de brejo

Várzeas

Mangues

Salgados

Apicuns

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O QUE É PERMITIDO

Por atividades consolidadas (agricultura e pecuária) Por atividades de sobrevivência (para infraestrutura associada à moradia e ao trabalho) Para ecoturismo e turismo rural

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No caso de atividades consolidadas e de sobrevivência, só é permitida continuidade no cultivo de culturas perenes, lenhosas e de ciclo longo em APPs, mas isso não vale para margens de rios ou qualquer curso natural de água. Todas estas culturas têm em comum o longo período de cultivo no solo (3 a 4 anos), o que as torna culturas pouco agressivas ao meio ambiente, diminuindo os riscos de erosão.

Tipos de cultura

Perenes: pastagens, cana-de-açúcar

Lenhosas: árvores frutíferas

Ciclo longo: café, mandioca, banana

FIQUE ATENTO

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Para que uma APP continue sendo utilizada, é obrigatório cumprir o Programa de Regularização Ambiental, que prevê o tratamento de resíduos e a manutenção e qualidade da água e do solo.

A licença para exploração dessas áreas é de cinco anos e pode ser renovada desde que o produtor cumpra as normas ambientais.

Propriedades de mais de 50 hectares terão de apresentar um estudo prévio de impactos ambientais para continuarem em uso.

FIQUE ATENTO

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APPs em margens de cursos d’água:

A recomposição das áreas em margens de cursos d’água é a única obrigatoriedade para todas as propriedades, inclusive as pequenas, com até 4 módulos fiscais. No caso da recomposição e regeneração, vale a mesma regra da Reserva Legal: metade da área pode ser cercada para que a mata cresça, e em metade pode haver o plantio de espécies permitidas. O produtor também pode optar por deixar toda a vegetação se regenerar sozinha.

FIQUE ATENTO

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LIMITES

Os limites que devem ser respeitados são:

ÁREAS EM MARGENS DE RIOS*

MÓDULOS RECUPERAÇÃO LIMITE DA PROPRIEDADE

0 a 1 5 metros 10%

1 a 2 8 metros 10%

2 a 4 15 metros 20%

4 a 10 20 metros -

Acima de 10

Metade da largura do rio

(Mínimo 30 metros**/

Máximo 100 metros)

*É considerado rio todo curso natural de água

**Os metros são contados a partir da borda da calha do leito da margem natural dos rios

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LIMITES

Os limites que devem ser respeitados são:

ÁREAS EM MARGENS DE VEREDAS

MÓDULOS RECUPERAÇÃO

Até 4 30 metros

Mais de 4 50 metros

*Recomposição em projeção horizontal, a partir do espaço brejoso e encharcado

ÁREAS EM MARGENS DE VÁRZEAS

MÓDULOS RECUPERAÇÃO

0 a 1 5 metros

1 a 2 8 metros

2 a 4 15 metros

Acima de 4 30 metros

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As culturas de ciclo curto (com período de cultivo de 3 a 4 meses) estão proibidas em APPs e deverão ser substituídas por uma das culturas autorizadas, mesmo em propriedade familiares de subsistência.

O QUE É PROIBIDO

Culturas de ciclo curto

Arroz

Feijão

Milho

Tabaco

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Para áreas não exploradas em propriedades rurais já existentes é possível desmatar até o limite previsto para Reserva Legal e desde que sejam respeitadas as normas para Áreas de Proteção Permanente. Para áreas ainda não exploradas no bioma Amazônico, as disposições do novo Código determinam limites de APPs maiores.

Para áreas em torno de lagos naturais em zonas rurais, as larguras mínimas são as seguintes:

DIMENSÕES DO LAGO LARGURA MÍNIMA DA APP

Lago com até 20 hectares de superfície

50 metros

Lago com mais de 20 hectares de superfície

100 metros

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Para faixas marginais de qualquer curso d’água natural as larguras mínimas são as seguintes:

LARGURA DO CURSO

D’ÁGUA LARGURA MÍNIMA DA

APP

Menos de 10 metros 30 metros

10 - 50 metros 50 metros

50 - 200 metros 100 metros

200 - 600 metros 200 metros

Mais de 600 metros 500 metros

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O QUE É

Período de descanso do solo, em que as atividades agrícolas são interrompidas.

LIMITES

Pode ocorrer em até 25% da área produtiva pelo período máximo de cinco anos. Dentro destes limites a terra não poderá ser considerada abandonada.

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Neste momento, o produtor é o responsável pelo custeio de todas as atividades de adequação ao Código Florestal.

O texto prevê apoio do Poder Público através da criação de programas de custeio. Não há, porém, prazo determinado para criação destes programas para subsidiar as mudanças.

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As multas recebidas até julho de 2008 estão suspensas durante o período de adequação ao novo Código. As propriedades multadas receberão um Termo de Regularização e, após o cumprimento do disposto na lei, as multas serão convertidas como serviços ambientais prestados.

As multas recebidas após 2008 estão valendo e devem ser negociadas ou contestadas normalmente.

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O prazo médio para começar o processo de regularização das propriedades é de cinco anos, contados a partir do dia 28 de maio de 2012, data da publicação no Diário Oficial da União.

Passados estes cinco anos, quem não estiver cadastrado no Cadastro Ambiental Rural (CAR) junto aos órgãos ambientais e iniciado o processo de regularização de acordo com as regras do Programa de Regularização Ambiental (PRA), não terá acesso aos financiamentos agrícolas.

Nos casos em que a recomposição de área for necessária, ela deve ser iniciada nos próximos dois anos, a partir da publicação da lei, em 28 de maio de 2012.

A recomposição da Reserva Legal é de, no mínimo, 1/10 da área a cada dois anos. Com isso, a situação da propriedade deverá estar totalmente legalizada em aproximadamente 20 anos.

Durante o período de regularização, todas as atividades legais podem ser mantidas.

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O Cadastro Ambiental Rural é um formulário com informações sobre a propriedade rural e seu proprietário, obrigatória para todas as propriedades. Está ligado ao Sistema Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente (SINIMA), para formar uma base de dados completa para controle e monitoramento das propriedades brasileiras. O sistema está em níveis diferentes de desenvolvimento em cada um dos estados brasileiros, mas deverá ser unificado em um sistema nacional. Após a implantação do CAR nacional, os proprietários terão um ano, prorrogável por mais um, para adesão. Para ter informações sobre a inscrição no CAR, o proprietário deve buscar os órgãos ambientais municipal, estadual ou federal.

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Deve ser criado pela União em um ano, contado a partir de 28 de maio de 2012. Cada estado terá seu PRA específico, em função das características próprias de cada região. A inclusão no PRA deve acontecer em um ano, após a sua implantação.

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