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A PRODUÇÃO DOS INDICADORES DE GESTÃO DO PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO DE BELO HORIZONTE Setembro de 2004

Indicadores de Gestão Urbana

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A PRODUÇÃO DOS INDICADORES DE GESTÃO DO PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO DE BELO HORIZONTE

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A PRODUÇÃO DOS INDICADORES DE GESTÃO DO PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO DE

BELO HORIZONTE

Setembro de 2004

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ÍNDICE

ÍNDICE ........................................................................................................3

CAPÍTULO I - METODOLOGIA PARA O PROCESSAMENTO DOS INDICADORES DE GESTÃO.....................................................................7

INTRODUÇÃO ........................................................................................7 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO SISTEMAS INTEGRADOS ........8 UNIDADES ESPACIAIS .........................................................................9 O BANCO DE DADOS GEORREFERENCIADO.................................11 O SISTEMA DE EXTRAÇÃO DE MAPAS...........................................12 REGRAS DE BANCO DE DADOS .......................................................12 LAYER OU CAMADA ..........................................................................15 OVERLAY OU CRUZAMENTO DE CAMADAS................................15 PROCESSO ............................................................................................15 O PROCESSAMENTO DAS CAMADAS DE INFORMAÇÕES..........16 A OBTENÇÃO DOS DADOS DO CENSO IBGE 2000.........................18 A PRODUÇÃO DE RELATÓRIOS .......................................................21 A ANÁLISE E PRODUÇÃO DOS RESULTADOS...............................22 A REINTEGRAÇÃO DOS DADOS AOS MODELOS ESPACIAIS .....28 CONCLUSÃO ........................................................................................29

CAPÍTULO II – AS INTERFACES DO SISTEMA DE PROCESSAMENTO DOS INDICADORES .............................................31

INSTALAÇÃO DO APLICATIVO CONSREGRA ...............................31 ABRINDO O APLICATIVO ..................................................................32 IDENTIFICANDO O OBJETO DA ANÁLISE ......................................33 MENSAGENS DE ERROS POSSÍVEIS ................................................36 SELECIONANDO A CATEGORIA DE INFORMAÇÕES ...................40 SELECIONANDO A FEIÇÃO...............................................................41 SELECIONANDO O CAMPO FILTRO.................................................41 CRIANDO E ARMAZENANDO UM “LAYER” DE INFORMAÇÃO.42 MÓDULO DE PARAMETRIZAÇÃO....................................................43 MÓDULO DA TABELA DE CONTROLE............................................45 MÓDULO QUERY BUILDER...............................................................45 MÓDULO DE PROCESSAMENTO......................................................45 FAZENDO O CRUZAMENTO DE CAMADAS DE INFORMAÇÕES 46

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MÓDULO DE PROCESSAMENTO DAS CAMADAS.........................46 ESTRUTURA DO RELATÓRIO DE CRUZAMENTO DE CAMADAS................................................................................................................48 MÓDULO DE ACESSIBILIDADE / PERCEPÇÃO DE

EQUIPAMENTOS E OBRAS ................................................................49 ENTENDENDO OS PRODUTOS GRÁFICOS......................................50 MICROSOFT ACCESS – OPERAÇÕES EM BANCO DE DADOS ..52

Operações Básicas no Banco de Dados..............................................52 Manipulação de Relatórios .................................................................53 A Exportação de Dados para o Excel .................................................55 Consultas.............................................................................................57

CONCLUSÃO ........................................................................................58

CAPÍTULO III – ROTEIRO PARA PREPARAÇÃO DOS MAPAS ......59

LIMPEZA DOS MAPAS ........................................................................59 CRIAÇÃO DOS CENTRÓIDES ............................................................61 CRIAÇÃO DAS FEIÇÕES.....................................................................62 CRIAÇÃO DAS TABELAS ...................................................................64 INSERÇÃO DE REGISTROS PARA FEIÇÕES TEXTO......................65 INSERÇÃO DE REGISTROS PARA FEIÇÕES LINEARES................65 REGISTRO DE MAPAS ........................................................................66 CONCLUSÃO ........................................................................................68

CAPÍTULO IV – UM EXERCÍCIO COMPLETO ...................................69

VISÃO GERAL DO CONJUNTO DE INFORMAÇÕES.......................69 A PRODUÇÃO DE RELATÓRIOS DE OVERLAY..............................73

Cruzamento de Feições do Tipo Área .................................................73 Cruzamento de Áreas com Feições Lineares ......................................77

UMA CRÍTICA SOBRE OS DADOS.....................................................80 DESEMPENHO DO SISTEMA .............................................................84 VALIDAÇÃO DA TOPOLOGIA DE PRODUTOS DE “OVERLAYS”86 TRANSPORTANDO OS DADOS PARA O EXCEL.............................88 CÁLCULO DO INDICADOR DE ATENDIMENTO POR COLETA DE

ESGOTO (ICE) ........................................................................................91 RETORNANDO PARA O ACCESS ......................................................91 CONCLUSÃO ........................................................................................93

CAPÍTULO V – CONHECENDO O MICROSTATION GEOGRAPHICS .....................................................................................95

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INTRODUÇÃO ......................................................................................95 ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO ...........................................96 CAPTURA E CONVERSÃO DOS DADOS ........................................100

Ferramentas de Limpeza Topológica................................................104 ESTRUTURA DO PROJETO MICROSTATION GEOGRAPHICS 105

Trabalhando com Projetos................................................................106 A Criação de um Projeto...................................................................108 Abrindo um Projeto...........................................................................109 Categorias de Informações, Feições e Atributos ..............................111 Consultas e Produção de Temas e Análises......................................112

Review / Consulta de Atributos Alfanuméricos ........................................113 Query Builder / Construção de Regras SQL .............................................113 Annotation / Anotação de Atributos Alfanuméricos no Mapa ..................113 Topology Analysis / Análise Topológica ..................................................116

CONCLUSÃO ......................................................................................117

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CAPÍTULO I - METODOLOGIA PARA O PROCESSAMENTO DOS INDICADORES DE GESTÃO

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CAPÍTULO I - METODOLOGIA PARA O PROCESSAMENTO DOS INDICADORES DE GESTÃO

Marcos Ubirajara de Carvalho e Camargo1

INTRODUÇÃO O Convênio de Cooperação para Gestão Compartilhada dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário celebrado entre o Município de Belo Horizonte e o Estado de Minas Gerais, representado pela COPASA2, pressupõe a existência de um Plano de Gestão, o qual servirá de esteio para as ações regulatórias dos serviços conveniados, a serem exercidas pela Prefeitura de Belo Horizonte. Todavia, para o bom desempenho dessas ações regulatórias, torna-se fundamental a perfeita caracterização dos serviços, das condições para sua prestação, bem como a caracterização de um instrumental de planejamento capaz de imprimir a melhoria e a expansão dos sistemas existentes tendo como meta a universalização e a eficácia dos serviços prestados. Em vista dessas demandas, a Prefeitura de Belo Horizonte, através do Grupo Gerencial de Saneamento - GGSAN da SUDECAP, investiu na elaboração do PMS – Plano Municipal de Saneamento, cuja formulação baseia-se na integração das bases de conhecimento dos sistemas operados pela COPASA às informações das políticas setoriais da PBH – Prefeitura de Belo Horizonte. Essa integração tem por objetivo a apuração dos indicadores de desempenho e de qualidade dos serviços ofertados à população; a produção de diagnósticos; a formulação de propostas e a informação ao público; o que permitirá a hierarquização das intervenções que concorram para a melhoria e para a universalização daqueles serviços com o efetivo controle social dos mesmos. O PMS, como concebido, impõe um forte vínculo espacial entre as informações, exatamente com o objetivo de garantir a

1 Marcos Ubirajara de Carvalho e Camargo é Bacharel em Física, Mestre em Tecnologia Nuclear pela USP – Universidade de São Paulo e Consultor de Geoprocessamento da Prefeitura de Belo Horizonte – MG. e-mail: [email protected] 2 Companhia de Saneamento de Minas Gerais

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generalidade de todos os demais indicadores preconizados no Plano de Gestão como a regularidade, continuidade, eficiência, qualidade, atualidade, cortesia e modicidade dos custos. Por essa razão, o sistema ideal para abrigar as informações é um SIG – Sistema de Informações Georreferenciadas, operado em todo o seu potencial de processamento para a concepção dos modelos espaciais na vinculação das informações; para as análises e correlações espaciais entre os indicadores; para a produção de diagnósticos e prognósticos; enfim, para efeito das manipulações de todas as informações segundo regras espaciais. A matéria de que trata este treinamento objetiva a efetiva transferência do “know-how” adquirido durante o desenvolvimento das aplicações de geoprocessamento que culminaram com a elaboração do conjunto de indicadores e mapas temáticos do PMS, para a equipe técnica do GGSAN. Para tanto, impõe-se a necessidade de abordar não somente os aspectos metodológicos e tecnológicos; mas também filosóficos, uma vez tratar-se de um trabalho de ponta no cenário saneamento básico brasileiro, e que exigiu a cristalização de uma visão multidisciplinar e intersetorial dos problemas que afligem um grande contingente populacional na cidade de Belo Horizonte. A moderna Gestão de Políticas Públicas para o desenvolvimento urbano têm investido muito no campo das políticas entrelaçadas ou integradas, visando a maior eficácia das intervenções do poder público; a inclusão social através da universalização dos serviços prestados para a população; e a otimização do emprego dos recursos. Para isso, o domínio das informações torna-se imprescindível. Como estabelecer esse domínio sobre imensas massas de informações é o que se propõe neste estudo, tendo as técnicas de geoprocessamento como o instrumental mais adequado para esse propósito. BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO SISTEMAS INTEGRADOS F.A.R.Barbosa, J.A. de Paula e R.L.M.Mont-Mór definem “bacias” como “sistemas terrestres e aquáticos geograficamente definidos, compostos por sistemas físicos, econômicos e sociais. O seu gerenciamento apropriado requer que sejam consideradas como sistemas multiníveis que incluam água, solo e componentes sócio-

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políticos internos e externos3”. Naquele trabalho, sugere-se que a “bacia” seja tomada como unidade de estudo, de manutenção e de conservação dos recursos hídricos e; consequentemente, como unidade de planejamento para as ações que visem a melhoria da qualidade de vida das populações. Esta qualidade de vida, por sua vez, será fortemente dependente das condições ambientais, envolvendo aspectos relativos à saúde pública, à paisagística e ao lazer; e dependente dos recursos naturais seja como insumos à produção de bens e serviços, seja como corpos receptores das águas pluviais na operação dos sistemas de drenagem urbana. Sendo assim, o Plano Municipal de Saneamento baseia-se em unidades técnicas de análise que são as bacias elementares e em unidades de planejamento congruentes com essas bacias elementares ou suas subdivisões. Assim fazendo, o PMS compatibiliza-se com o Plano Diretor de Drenagem e as ações nele preconizadas, dentre elas o Programa Drenurbs – Para Tratamento dos Fundos de Vale e Recuperação dos Córregos em Leito Natural da Cidade de Belo Horizonte. UNIDADES ESPACIAIS A definição de uma unidade técnica de análise ou de uma área de estudo constitui o primeiro passo para a geração de objetos mínimos e completos. Por exemplo, na caracterização dos sistemas de esgotamento sanitário e de drenagem urbana para posterior análise dos dados, a unidade técnica compatível é a bacia elementar. Quando muito, alguma informação sobre o entorno imediato desta bacia poderá ser útil na formulação dos seus indicadores, mas não na compreensão dos processos que nela ocorrem. O mesmo se aplica a outros modelos do conhecimento, significando que nunca estaremos processando todas as informações, mas sim aquelas que se inserem no contexto da análise. Portanto, o primeiro dado a ser informado para um sistema de extração de objetos de análise que sejam mínimos e completos é a abrangência, aqui no sentido da extensão territorial. Entretanto, uma das maiores dificuldades para a

3 F.A.R.Barbosa, J.A. de Paula e R.L.M.Mont-Mór – Biodiversidade, População e Economia – UFMG / CEDEPLAR – ECMVS – PADCT/CIAMB – Belo Horizonte-MG, Julho de 1997.

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gestão integrada em saneamento está justamente no estabelecimento de uma unidade territorial de análise. Na maioria das cidades brasileiras, sistemas de gestão comercial em serviços de saneamento são articulados sobre unidades fiscais; isto é, a unidade territorial de análise comercial é o setor fiscal e suas subdivisões: quadras e lotes fiscais. Isto significa ter toda a base de atendimento, inclusive os registros de reclamações do sistema 195, articulados sobre essas unidades fiscais. Os sistemas de abastecimento de água, necessariamente, subdividem a área de atendimento em setores de abastecimento, sub-setores, zonas de pressão e/ou zonas de manobra. Por sua vez, os sistemas de coleta, afastamento, tratamento e disposição final de esgotos domésticos e efluentes industriais, subdividem a área de atendimento em bacias, sub-bacias (áreas de drenagem) e zonas de recalque (áreas atendidas por bombeamento). Todas as unidades territoriais acima citadas são incongruentes entre si, o que torna a agregação dos dados uma tarefa muitas vezes impraticável para efeito das análises integradas. A sugestão é, com base nas demarcações existentes sobre os diversos temas de interesse, criar unidades técnicas de análise homogêneas

4. Do ponto de vista conceitual, trata-se de uma tarefa simples e já utilizada nos campos do planejamento e de projetos. Todavia, em se tratando de grandes massas de informações processadas cumulativamente, torna-se uma tarefa impraticável se feita manualmente, estando a exigir a utilização dos recursos computacionais como meios indispensáveis para a sua realização. Ora, se falamos do emprego de recursos computacionais na elaboração de modelos espaciais; então, estamos falando de um SIG – Sistema de Informações Georreferenciadas. No saneamento básico, unidades técnicas de análise e de planejamento estratégico normalmente são definidas como bacias, sub-bacias, áreas de “booster”, setores de abastecimento, zonas de pressão e áreas de manobra entre outras. Pode-se afirmar haver um grande ganho de produtividade quando essas unidades estão

4 M.U.C. Camargo - O Geoprocessamento no Contexto do Saneamento: Fundamentos da Aplicação – Congresso da AESBE – Associação Brasileira das Empresas de Saneamento Básico Estaduais – Natal-RN, 1998.

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cadastradas num sistema de informações geográficas. Isto, todavia, não impede o analista de, a qualquer hora, “criar” uma área de estudo arbitrária, não congruente com as demais existentes, transformando-a numa feição permanente ou temporária para a realização das análises. Ampliando o nosso campo de conhecimento, poderíamos citar algumas outras unidades territoriais de interesse: regionais administrativas, áreas de planejamento urbano, áreas de interesse social (vilas e favelas), áreas de preservação ambiental, bacias de esgotamento sanitário, áreas desassistidas pelas redes coletoras de esgotos, depressões (áreas abaixo da cota mínima para atendimento pela coleta por gravidade), áreas de alagamento, áreas de refluxo, etc. Acontece que nem sempre as áreas objetos de estudos são compatíveis com as unidades territoriais conhecidas, tampouco estão contidas nelas. É comum uma área de interesse transpor limites administrativos, operacionais, legais e técnicos; exigindo o tratamento diferenciado das informações tanto na fase de captura como no processamento. Isto sugere a integralização dessas áreas como mosaicos (células homogêneas), tendo as descontinuidades nos limites das diferentes regiões que as compõem. Uma vez conhecidos esses limites, as operações lógicas favorecerão os processos de extração dos dados, já que muitas restrições poderão se impor para a seleção das informações relevantes. O BANCO DE DADOS GEORREFERENCIADO Dentro do modelo conceitual aqui desenvolvido, o macrosistema de informações é subdividido em categorias de informações e, dentro dessas categorias, as feições constituintes são organizadas em camadas ou “layers”. Essas categorias de informações poderão se superpor compondo mapas, modelos de interferências ou produzindo temas híbridos diversos através de operações lógicas cumulativas ou não. A Figura 1 é uma ilustração de como essas entidades se relacionam na formação do modelo de conhecimento proposto. Especificamente com relação ao universo das aplicações do PMS – Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte, vemos as seguintes Categorias de Informações como um esteio imprescindível para o desenvolvimento das análises: Base Cartográfica do Urbanismo (Mapas Urbanos Básicos), Altimetria,

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Sistemas de Saneamento Básico (água, esgotos, drenagem e resíduos sólidos), Dados do Censo Demográfico, da Saúde, da Educação, do Planejamento, das Obras do Orçamento Participativo e de outros Programas da PBH, da Lei de Uso e Ocupação do Solo, Áreas de Risco e de Ocupação Subnormal entre outras. A partir dessas informações articuladas em modelos espaciais, estaremos procedendo a formulação dos indicadores conceituados pelo PMS. O SISTEMA DE EXTRAÇÃO DE MAPAS A função básica de um sistema de extração de mapas é permitir a criação de filtros (critérios de seleção e de triagem dos dados) que permitam a modelagem de objetos inteligentes (ou seja, completos e mínimos), dando agilidade aos processos de análise e rapidez no tempo de resposta É também função desse sistema traduzir importantes atributos como a forma (topologia), abrangência (tamanho relativo), inserção (relações de vizinhança) e outras relações decorrentes do cruzamento das unidades técnicas de análise com “panos de fundo” como a geopolítica, a demografia / setores censitários, modelos digitais de terreno e hipóteses de planos diretores entre outros. REGRAS DE BANCO DE DADOS O sistema possui a capacidade para armazenar no banco de dados camadas de informações que são produtos da execução de regras de seleção para posteriores cruzamentos com outras camadas de informações. Por exemplo, pode-se armazenar uma camada de todas as áreas desassistidas pelas redes de coleta de esgotos e, posteriormente, cruzá-la com quaisquer outras camadas de informações, aumentando muito a produtividade do processo de análise. Os produtos armazenados podem ser recuperados e/ou modificados dentro e fora da aplicação. Poderão também ser exportados para outros sistemas, já que são tabelas de um banco dados. Regras de seleção constituindo camadas de informações para aplicações específicas devem ser pensadas pelos especialistas daquele campo de conhecimento, auxiliados por analistas de bancos de dados que as escrevam. Esse casamento é indispensável para que o sistema dê respostas precisas para as alternativas em estudo.

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Figura 1 – Diagrama de relacionamento entre entidades georreferenciadas.

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LAYER OU CAMADA Um “layer” é um produto obtido através da execução de uma regra de seleção num banco de dados integrando atributos gráficos e alfanuméricos. Um “layer” é constituído, portanto, por entes “inteligentes” possuindo atributos gráficos (leia-se propriedades topológicas) e atributos alfanuméricos que os individualizam. Assim os chamamos, “inteligentes”, porque um “layer” poderá ser armazenado no banco de dados, recuperado, submetido a cruzamentos com outros “layers” através de operações lógicas (AND, DIFF, OR, XOR) cumulativas ou não. “Importado” dos sistemas de Processamento Digital de Imagens (PDI), o conceito de “layer” não deve ser confundido com o conceito de nível de desenho. O nível de desenho limita-se a um conceito estático de estratificação e organização das informações, enquanto o “layer”, além das propriedades já mencionadas acima, oferece a possibilidade de manipulação dessas propriedades em tempo de processamento, dando-lhe uma dinâmica não apresentada pelo conceito de nível de desenho. OVERLAY OU CRUZAMENTO DE CAMADAS É uma superposição de “layers” através de um operador lógico AND, DIFF, OR ou XOR. Embora um “overlay” seja sempre o produto do cruzamento de 2(dois) “layers”, não há limitações quanto à complexidade das regras, significando que um “overlay” poderá ser usado como um “layer” num processo cumulativo. PROCESSO De uma forma simples, um processo será desencadeado a partir dos seguintes passos: Primeiro: Definição de uma área ou região geográfica objeto da análise. É uma definição importante uma vez que determinará o “recorte” sobre o universo de informações;

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Segundo: Parametrização da regra SQL (seleção da feição, do campo-filtro, do operador lógico e do valor); Terceiro: Escolha dos atributos de exibição do produto obtido; Quarto: Produção e armazenamento dos “layers” para operações posteriores; Quinto: Produção de “overlays” (cruzamento dos “layers”) através de operações lógicas cumulativas O PROCESSAMENTO DAS CAMADAS DE INFORMAÇÕES O desenvolvimento dos trabalhos tem como pressuposto que toda a informação espacial ou alfanumérica deva ser consubstanciada no sistema como feições e seus respectivos atributos. Sendo assim, segue que nossas unidades espaciais traduzem-se em mapas georreferenciados ligados aos registros alfanuméricos de um banco de dados contendo seus atributos. Por exemplo, bacias elementares e áreas de interesse social como as vilas e favelas se identificam por sua extensão territorial e seus atributos alfanuméricos como nome, código, área, perímetro etc. A Figura 2 exibe informações extraídas de um banco de dados espacial, as quais já são apresentadas na forma de “layers” de informações a serem processadas posteriormente, neste caso, as bacias elementares e as vilas e favelas. O cruzamento desses “layers” produzirá “recortes” das áreas segundo os limites das bacias e das favelas, como ilustrado na Figura 3. Esses “recortes” serão descritos num relatório contendo os atributos de ambos os “layers”. A Figura 4 mostra alguns campos do relatório de cruzamento dos limites de bacias elementares com os limites de vilas e favelas. A interpretação dos campos daquele relatório é como mostrado na Tabela 1.

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Figura 2 – “layer” das bacias elementares superposto pelo “layer”

das vilas e favelas.

Figura 3 – Recorte das áreas em “overlay”: Bacias Elementares

versus Vilas e Favelas.

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Tabela 1 – Campos do relatório de cruzamento das camadas

Nome Campo Definição

LOCAL É um identificador para a célula do mosaico formado após o cruzamento.

AREALOCAL Área da célula. PERÍMETROLOCAL Perímetro da célula.

NOMEBACIA Código identificador da bacia elementar dentro da qual a célula se encontra.

AREABACIA Área total da bacia elementar.

AREAREALATIVALOCAL Parcela correspondente à área da célula em relação à área da bacia elementar.

FAVELA Nome da vila ou favela. AREAFAVELA Área da vila ou favela.

AREARELATIVAFAVELA Parcela (%) da célula correspondente à vila ou favela.

Figura 4 – Relatório de “overlay” (cruzamento das camadas).

A OBTENÇÃO DOS DADOS DO CENSO IBGE 2000 A obtenção dos dados da demografia se faz através do cruzamento das áreas em estudo com o mapa dos setores censitários do IBGE, dos quais pode-se obter informações sobre as populações, renda dos responsáveis pelos domicílios, escolaridade entre outras. Conhecidas as áreas, destas pode-se derivar informações como a densidade demográfica, perfis de renda, etc. A Figura 5, mostrando em detalhe a Vila Nossa Senhora da Aparecida no aglomerado da serra, ilustra o produto lógico do cruzamento das bacias

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elementares com as vilas e favelas e com os setores censitários do IBGE. Como pode-se depreender, essa operação redivide as células do primeiro “overlay”, identificadas pelos números maiores, em células menores determinadas pelos limites dos setores censitários. Essas células redivididas, identificadas pelos números menores, estão igualmente ligadas aos registros alfanuméricos contendo os atributos das bacias elementares, das vilas e favelas e também dos setores censitários do IBGE. São células primitivas homogêneas, a partir das quais pode-se reconstruir quaisquer das unidades de análise maiores; isto é, pode-se reconstruir a bacia, a vila ou o setor censitário. Homogêneas porque cada uma agrupa populações que se encontram na mesma bacia elementar, na mesma vila ou favela e no mesmo setor censitário. Por sua vez, os setores censitários, entrecortados pelos limites das bacias elementares e das favelas, podem estar total ou parcialmente contidos nas áreas de interesse. A Figura 6 mostra alguns campos do relatório de cruzamento dos limites de bacias elementares, limites de vilas e favelas e de setores censitários. A interpretação dos campos do relatório é como mostrada na Tabela 2.

Figura 5 – Recorte das áreas em “overlay” das bacias elementares

X vilas e favelas X setores censitários do IBGE.

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Figura 6 – Relatório de “overlay” das bacias elementares X vilas e

favelas X setores censitários do IBGE. Tabela 2 – Significado dos campos do relatório de cruzamento Nome Campo Definição

LOCAL É um identificador para a célula do mosaico A_L Área da nova célula. P_L Perímetro da nova célula. BACIA Identificador da bacia elementar. A_C Área total da célula subdividida. A_RC Área da célula em relação à célula subdividida. FAVELA Nome da vila ou favela. A_S Área total do setor censitário. A_RS Parcela (%) do setor censitário contida na célula. P_S População do setor censitário. P_RS Parcela da população inclusa na célula. D Densidade demográfica na célula. SETOR Identificador do setor censitário do IBGE 2000. R$0_05 De 0 (zero) à 0.5 (meio) SM R$05_1 De 0.5 (meio) à 1.0 (um) SM R$1_2 De 1.0 (um) à 2.0 (dois) SM R$2_3 De 2.0 (dois) à 3.0 (três) SM R$3_5 De 3.0 (três) à 5.0 (cinco) SM R$5_10 De 5.0 (cinco) à 10.0 (dez) SM R$10_15 De 10.0 (dez) à 15.0 (quinze) SM R$15_20 De 15.0 (quinze) à 20.0 (vinte) SM R$M_20 Maior que 20.0 (vinte) SM R$0 Sem Renda Onde SM = Renda dos Responsáveis por Domicílio em Salários Mínimos.

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Observações: 1 - Para efeito dos cálculos realizados, parte-se da premissa de que os setores censitários são amostras homogêneas do padrão de ocupação local, o que permitiria o cálculo a partir da densidade demográfica. 2 – Através desta metodologia, não há limite para a sucessão de cruzamentos em operações lógicas cumulativas. A PRODUÇÃO DE RELATÓRIOS Os relatórios de “overlay” acima, produzidos pelo aplicativo CONSREGRA, constituem a base das planilhas para apuração dos indicadores. Como temos unicidade nos identificadores das células básicas dos produtos de “overlays”, nos identificadores das bacias elementares, das áreas de planejamento, dos setores censitários, das vilas e favelas, das áreas sem redes coletoras de esgotos e outras unidades espaciais de interesse; fica fácil agregar àqueles relatórios uma diversidade de dados tabulares. Essa agregação poderá ser feita através de novos cruzamentos em processos cumulativos, ou através de relacionamentos entre as tabelas no banco de dados. O aplicativo poderá ainda atribuir a cada célula nos relatórios, as distâncias médias de cada grupamento social para os equipamentos urbanos existentes da saúde, da educação ou obras do orçamento participativo. Essa distância média é computada a partir do “centróide” da célula para o equipamento urbano ou obra. São considerações importantes: 1. Ao ordenar as planilhas pelo código das bacias ou das áreas de

planejamento, pode-se obter diretamente as totalizações necessárias para o cálculo dos indicadores. Subprodutos como totalizações por vilas, favelas ou setores censitários também poderão ser obtidos através de uma simples ordenação de suas respectivas colunas na planilha;

2. Ao ordenar as planilhas pelas populações, poderão ser identificadas as áreas com maior contingente populacional e, portanto, onde as intervenções produziriam benefícios de maior abrangência;

3. Ao ordenar as planilhas pelos dados de renda dos responsáveis pelos domicílios, poderão ser identificadas áreas de maior

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carência do ponto de vista do poder econômico e, portanto, onde as intervenções produziriam benefícios de maior relevância social.

4. Ao ordenar as planilhas pelas distâncias médias para os equipamentos urbanos, o que poderá ser feito a partir de uma planilha como a mostrada na Figura 7, poderemos identificar as populações mais remotas da cidade em termos da acessibilidade aos equipamentos, classificando essas populações de acordo com as distâncias média por tipos de equipamentos urbanos.

Figura 7 – Relatório de “overlay” das bacias elementares X vilas e favelas X setores censitários do IBGE com cálculo das distâncias médias para os equipamentos de saúde, educação e obras do orçamento participativo. A ANÁLISE E PRODUÇÃO DOS RESULTADOS A manipulação das informações contidas nos relatórios de “overlays” poderá ser feita no banco de dados ou numa planilha eletrônica, facilitando o emprego de fórmulas e expressões matemáticas no cálculo dos indicadores e índices. O uso das planilhas, além de abranger um universo maior de usuários, favorece também a apresentação dos resultados, que não deixa de ser importante quando quesitos como a organização, a clareza e a estética são importantes. Apresenta-se na Figura 8 um quadro resumo dos indicadores do PMS – Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte, neste caso, calculados pelas bacias elementares que constituem as unidades técnicas do análise e planejamento estratégico do PMS. Na Figura 9 apresenta-se a composição e os respectivos resultados para os cálculos do ISA e a pontuação para efeito da priorização das Bacias Elementares.

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As diversas ordenações possíveis, como exemplificado acima, bem como a ponderação dos critérios e as simulações para diferentes composições entre os indicadores, possibilitarão a construção de cenários mais ou menos influenciados por determinadas variáveis na produção de diagnósticos ou prognósticos. Tabela 3 – Significado dos campos da planilha resumo do cálculo dos indicadores e índices do PMS – Figura 8.

Nome Campo Definição CÓDIGO Código da bacia elementar. ÁREA Área da bacia elementar. CÓRREGO Nome do córrego. MACRO BACIA Macro bacia da bacia elementar. POP População da bacia elementar. DENS Densidade demográfica dada em hab./ha. IAB Índice de abastecimento com água tratada. POP. NÃO ATENDIDA População sem coleta de esgoto na bacia. ICE Indicador de coleta de esgoto. PROJETADOS Extensão de interceptores projetados. EXISTENTES Extensão de interceptores existentes. LIE Indicador de interceptação de esgotos.

VILAS E FAVELAS População sem coleta de lixo em vilas e favelas.

CIDADE FORMAL População sem coleta de lixo na cidade formal.

ICL Indicador de coleta de lixo domiciliar. IDR Indicador de Drenagem Urbana DENGUE Casos de dengue na bacia elementar. IDG Indicador de dengue. ISA Índice de Salubridade Ambiental. PGE Existência de PGE para vilas e favelas. DRENURBS Existência de intervenções do Drenurbs.

OP Incidência de obras de infraestrutura do Orçamento Participativo na bacia.

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CAPÍTULO I - METODOLOGIA PARA O PROCESSAMENTO DOS INDICADORES DE GESTÃO

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CAPÍTULO I - METODOLOGIA PARA O PROCESSAMENTO DOS INDICADORES DE GESTÃO 25

Figura 8 – Planilha resumo do cálculo dos indicadores e índices do PMS.

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CAPÍTULO I - METODOLOGIA PARA O PROCESSAMENTO DOS INDICADORES DE GESTÃO 26

Figura 9 – Planilha resumo do cálculo ISA e da priorização das Bacias Elementares

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CAPÍTULO II – AS INTERFACES DO SISTEMA DE PROCESSAMENTO DOS INDICADORES

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A REINTEGRAÇÃO DOS DADOS AOS MODELOS ESPACIAIS A reintegração dos dados aos modelos espaciais é de fundamental importância para as análises baseadas na distribuição espacial dos indicadores e índices apurados no PMS, bem como para a coordenação de ações setoriais integradas visando a maior eficácia das intervenções do poder público para a solução dos grandes problemas da cidade de Belo Horizonte. A gestão dos recursos do FMS – Fundo Municipal de Saneamento5 está, portanto, amparada por uma visão intersetorial das demais políticas públicas globais da PBH, a saber: as Políticas Urbano-Ambiental, envolvendo os programas de infraestrutura e de meio-ambiente; e as Políticas Sociais, envolvendo os programas de saúde, de educação e de inclusão social. A Figura 10 traz uma escala de priorização das bacias elementares para efeito das ações preconizadas pelo PMS – Plano Municipal de Saneamento, resultante de uma pontuação em função do ISA – Índice da Salubridade Ambiental, da existência de PGE – Planos Globais Específicos, da densidade demográfica, da existência de intervenções do programa Drenurbs - Programa de Recuperação Ambiental e Saneamento dos Fundos de Vale e Córregos em Leito Natural de Belo Horizonte, do programa Propam - Programa de Recuperação e Desenvolvimento Ambiental da Bacia da Pampulha , e da existência de obras de infraestrutura do Orçamento Participativo. Além dos limites das bacias elementares, compõem o cenário as áreas de vilas e favelas, a hidrografia e os limites das regionais administrativas de Belo Horizonte.

5 O FMS - Fundo Municipal de Saneamento foi instituído pela Lei 8.260/2001 e posteriormente regulamentado pelo Decreto 11.289 de 24 de março de 2003, “de natureza contábil e com autonomia administrativa e financeira”, destina-se “a financiar, de forma isolada ou complementar, os instrumentos da Política Municipal de Saneamento, cujos programas tenham sido aprovados pelo Comusa” - Conselho Municipal de Saneamento.

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CAPÍTULO II – AS INTERFACES DO SISTEMA DE PROCESSAMENTO DOS INDICADORES

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Figura 10 – Priorização das bacias elementares de BH para

efeito das ações do PMS.

CONCLUSÃO Tendo como principal objetivo a universalização e o incremento da qualidade dos serviços de saneamento básico e ambiental em Belo Horizonte, o PMS – Plano Municipal de Saneamento e as ações regulatórias preconizadas no Plano de Gestão exigem do poder público municipal agilidade para proceder análises integradas entre as ações da operadora dos serviços de saneamento básico, a COPASA, e a execução das políticas setoriais interferentes, e que são de sua própria gestão, a saber: habitação, infraestrutura, drenagem urbana, tratamento de resíduos sólidos, meio-ambiente e o conjunto das políticas sociais. Sua capacidade de resposta aos desafios de uma gestão integrada visando o equacionamento dos grandes problemas da cidade, dependerá fortemente do domínio das informações e de como essas informações se articulam num

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complexo modelo de interrelações chamado “espaço urbano”. A metodologia aqui apresentada não é propriamente uma resposta para os problemas, mas, certamente, constitui uma resposta para a necessidade de capacitação do poder público para responder àqueles desafios. O domínio do instrumental que passamos a apresentar é caminho crítico para essa capacitação, pois, como se depreende da apresentação da metodologia, trabalhamos com variáveis que espelham a dinâmica de transformação do espaço urbano e que, portanto, requerem constantes atualizações para a manutenção da confiabilidade dos indicadores e índices que nortearão a Política Municipal de Saneamento. Ao contrário das visões estratificadas e estáticas dos antigos planos diretores, esse instrumental possibilita uma visão entrelaçada e atualizada das intervenções, bem como das reações do espaço urbano como resposta a essas intervenções, fechando o ciclo da supervisão ⇒ monitorização ⇒ controle ⇒ atuação do poder público na gestão da cidade. Evidentemente, isto pressupõe a existência de um instrumental apropriado para diagnosticar, analisar problemas e para prognosticar soluções. Esse aparato deve ter como requisitos fundamentais a flexibilidade dos critérios para a obtenção de indicadores representativos, a correta parametrização dos processos aos quais os dados serão submetidos (sejam esses processos comparativos ou indutivos), a apropriada expressão dos dados assim processados, e aberturas para intervenções na base de dados primária e na camada paramétrica6. Passaremos, então, ao conhecimento do instrumental e dos preceitos subjacentes ao seu uso. 6 M.U.C. Camargo - O Geoprocessamento no Contexto do Saneamento: Fundamentos da Aplicação – Congresso da AESBE – Associação Brasileira das Empresas de Saneamento Básico Estaduais – Natal-RN, 1998.

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CAPÍTULO II – AS INTERFACES DO SISTEMA DE PROCESSAMENTO DOS INDICADORES

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CAPÍTULO II – AS INTERFACES DO SISTEMA DE

PROCESSAMENTO DOS INDICADORES INSTALAÇÃO DO APLICATIVO CONSREGRA A instalação do CONSREGRA se faz sobre uma prévia instalação padrão do Microstation Geographics, sendo observada, portanto, a estrutura de diretórios criada por ocasião da instalação deste último. O programa apresenta-se num arquivo “zipado” e, descomprimindo este arquivo Consregra.zip, deve-se executar o setup.exe a partir de qualquer diretório para proceder a instalação mediante a informação de uma senha. A tela do aplicativo de instalação é como segue.

No caso de uma reinstalação, recomenda-se desinstalar a versão anterior do programa, o que poderá ser feito a partir do aplicativo

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para esse fim. O aplicativo de desinstalação aparecerá no menu Iniciar - > Programas – Mucc-2000 do Windows, como segue.

ABRINDO O APLICATIVO Entrando no programa Microstation Geographics, o aplicativo CONSREGRA é ativado através da linha de comando abaixo.

Especificação do login na linha de comando.

Se esta janela de comando não estiver disponível na interface do Microstation Geographics, ela poderá ser aberta através do comando Utilities->Key-in como mostrado abaixo:

Abrindo a janela de comandos do Microstation Geographics

Isto feito, a seqüência de abertura do aplicativo CONSREGRA se fará através de um dos seguintes modos:

Especificação do login na interface do CONSREGRA

O programa CONSREGRA opera sobre bases de dados integrados no ambiente do Microstation Geographics, significando que o seu

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CAPÍTULO II – AS INTERFACES DO SISTEMA DE PROCESSAMENTO DOS INDICADORES

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uso pressupõe a abertura de um projeto7. Sendo assim, o aplicativo exige um login para o banco de dados do projeto que se deseja abrir, o qual poderá ser informado na linha de comando que ativa o aplicativo. Quando isto não é feito, o aplicativo apresenta uma janela como indicado acima para a introdução de especificação do login. Este login é o próprio nome da fonte de dados definida no ODBC. Segue-se a abertura automática do projeto indicado, dispensando o usuário de fazê-lo através da interface do Microstation Geographics. Um conceito subjacente a isto é que no Microstation Geographics apenas 1 (um) projeto permanece aberto. Não há mais que um projeto aberto simultaneamente. Todavia, dentro do aplicativo CONSREGRA pode-se abrir vários projetos em seqüência, acumulando informações nos “layers” para posteriores cruzamentos. IDENTIFICANDO O OBJETO DA ANÁLISE O programa oferece um tela para caracterização do objeto da análise conforme abaixo:

7 Um projeto no Microstation Geographics é uma estrutura padrão de informações integrando modelos espaciais (mapas) com estruturas alfanuméricas de um banco de dados relacional. Mais do que isso, uma estrutura de projeto comporta ainda definições de ambiente, regras de banco de banco de dados e outras informações; organizando-as sob uma pasta identificadora do projeto. Informações mais detalhadas são encontradas no Capítulo V deste programa.

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CAPÍTULO II – AS INTERFACES DO SISTEMA DE PROCESSAMENTO DOS INDICADORES

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Fence: A definição de uma unidade técnica de análise ou de uma área de estudo constitui o primeiro passo para a geração de objetos mínimos e completos. Por exemplo, na caracterização dos sistemas de esgotamento sanitário e de drenagem urbana para posterior análise dos dados, a unidade técnica compatível é a bacia elementar. Quando muito, alguma informação sobre o entorno imediato poderá ser útil na formulação dos indicadores da bacia, mas não na compreensão dos processos que nela ocorrem. O mesmo se aplica a outros modelos do conhecimento, significando que não estaremos necessariamente processando todas as informações, mas sim aquelas que se inserem no contexto da análise. Portanto, o primeiro dado a ser informado a um sistema de extração é a abrangência (no sentido da extensão espacial) da análise. Isto se faz através do assinalamento de uma “fence8”. No aplicativo CONSREGRA, essa “fence” poderá ser assinalada a partir de um elemento de desenho, um circulo de raio arbitrário, um bloco ou em modo global delimitando a área de interesse. Tipo: Refere-se à topologia da feição a ser “extraída” da base de dados. Essas feições poderão ser dos tipos área, linha, ponto ou “layer”. Entende-se como feições dos três primeiros tipos (área, linha ou ponto) aquelas da base de dados primária, a partir das quais se pretende criar uma camada (“layer”) de informações. Feições do tipo “layer” são camadas de informações previamente formadas a partir da base de dados primária e que estão armazenadas no banco de dados para uso posterior. Obs: se o tipo selecionado estiver em desacordo com a natureza da feição selecionada, o processo resulta em topologia vazia. Tabela de Atributos: O aplicativo CONSREGRA permite o manuseio de feições que não estejam associadas aos registros

8 Envoltória delimitando uma área com a propriedade podendo ser interna (“inside”), externa (“void”) ou limítrofe (“overlap”), neste último caso referindo-se aos elementos que são interceptados pela envoltória. Essa definição pode ainda carregar o atributo de corte (“clip”) dos elementos interceptados. A “fence” é uma linha auxiliar que, embora possa ser definida a partir de um elemento de desenho, em si, não constituiu um elemento de desenho. Aqui, um conhecimento básico do Microstation torna-se indispensável.

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alfanuméricos de um banco de dados. Nesses casos o “flag” correspondente a “Tabela de Atributos” deverá ser desligado indicando ao programa a não necessidade da indicação de um campo-filtro, devendo selecionar apenas aquelas entidades gráficas circunscritas pela “fence”. Feições Ativas: Quando se seleciona uma categoria de informações, todas as feições cadastradas naquela categoria aparecerão na tela. Se o “flag” estiver ligado, após a seleção da feição de interesse, as demais feições permanecerão dispostas na tela. Isto pode ser importante para a manutenção de algumas referências necessárias para as análises, mas não é usual porque sobrecarrega a tela e o processamento. Do contrário, com o “flag” desligado, somente aquela feição indicada será disposta na área de trabalho. Grava: O “flag” de gravação deve ser usado com critério. Se, por exemplo, estamos fazendo um recorte dos setores censitários segundo os limites de uma bacia hidrográfica, torna-se desnecessário gravar o limite da bacia bem como os setores censitários da área em estudo. O produto do cruzamento conterá essas informações. Por outro lado, se estamos fazendo uma seleção de bacias para posterior cruzamento com outras informações, podemos gravá-la e armazená-la no banco de dados como um “layer”. Evidentemente, essas informações irão para o banco de dados com todos os atributos da informação primária. Unidade: O projeto poderá estar num diretório local, geralmente indicado por C:\, ou numa estação servidora em uma rede cuja designação dependerá do identificador utilizado no mapeamento daquela estação. O CONSREGRA permite o mapeamento para das unidades identificadas por C:\, D:\, E:\ ou V:\; devendo-se observar essa restrição quando do mapeamento de projetos que estejam em outras unidades da rede. Overlay: Operações de superposição de “layers” poderão ser feitas com operadores lógicos dos tipos AND, DIFF, OR ou XOR. Embora um “overlay” seja sempre o produto do cruzamento de 2(dois) “layers”, não há limitações quanto à complexidade das regras,

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significando que um “overlay” poderá ser usado como um “layer” num processo cumulativo. Descrevendo os operadores lógicos de acordo com o conceituado pelo Microstation Geographics, estes são como segue: AND – Identifica o conteúdo comum de todas as áreas que se interceptam entre os dois “layers” em cruzamento. OR – Identifica a união dos conteúdos dos dois “layers” em cruzamento; isto é, todos os elementos contidos nos dois “layers”. XOR – Identifica o conteúdo não comum de todas as áreas presentes nos “layers” em cruzamento (OR menos AND). DIFFERENCE – Subtrai o conteúdo comum do segundo “layer” do primeiro. Ilustrativamente, essas operações produzem os resultados como mostrado:

AND OR XOR DIFF

MENSAGENS DE ERROS POSSÍVEIS Atenção!!! O erro descrito na mensagem abaixo ocorre quando não existe uma configuração de ODBC para o banco de dados objeto das análises. É um erro gerado pelo Microstation Geographics na execução da função Project->Open. Os procedimentos para a configuração do ODBC são descritos no Capítulo V deste programa.

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Atenção!!! O aplicativo CONSREGRA, ao abrir o projeto no Microstation Geographics, grava algumas informações no banco de dados referentes às opções de identificação do objeto de análise descritas acima. Essas informações permitem a recuperação de opções da última sessão do programa e ficam gravadas numa tabela chamada CONSREGRA_PARAM. A ocorrência do erro descrito na tela abaixo é indicativa da impossibilidade do programa “gravar” informações no banco de dados, possivelmente devido ao fato do banco de dados estar aberto somente para leitura. Verifique essa possibilidade examinando as propriedades do banco de dados caso este erro ocorra.

O exame das propriedades do banco de dados se faz no Windows Explorer, “clicando” a tecla direita do “mouse” sobre o nome do banco de dados e selecionando-se Propriedades. Abrir-se-á a tela que segue apresentando os atributos do banco de dados. Esta é uma importante observação porque dados gravados em CD trazem o atributo Somente para Leitura como “default”. Se os dados do projeto foram gravados em CD a partir de um outro computador, os objetos contidos neste estarão com o atributo “Somente para Leitura”.

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Propriedades do Banco de Dados

Atenção!!! O aplicativo CONSREGRA utiliza uma tabela chamada Consregra_01 onde armazenará os valores de parametrização dos “layers” para posterior recuperação. Em instalações novas, essa tabela deverá ser criada ou importada de uma outra instalação, devendo possuir a estrutura seguinte:

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Na ausência dessa tabela, a execução do CONSREGRA incorrerá num erro reportado conforme a tela abaixo.

Atenção!!! O Microstation Geographics ao realizar “overlays” (cruzamento de camadas) o faz corretamente quando as áreas em cruzamento são formadas por lines (linhas simples) do Microstation. Quando essa áreas foram originalmente criadas mesclando lines e linestrings (linhas encadeadas ou outras formas complexas), ao tentar realizar o cruzamento ocorre o erro conforme tela abaixo. A solução é editar o mapa, selecionar todos os elementos usando o comando “Select All”, e em seguida “quebrar” as linestrings usando o comando “drop string” que deve ser digitado na linha de comandos do Microstation. Atenção!!! Este erro também ocorre quando ao cruzar feições do tipo área com feições lineares (linhas) ou puntiformes (pontos), inverte-se a ordem dos “layers”. Nesses casos impõe-se a ordem de primeiro o “layer” das áreas, depois o “layer” das linhas ou pontos.

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SELECIONANDO A CATEGORIA DE INFORMAÇÕES

Uma Categoria é uma organização de informações envolvendo feições afins (pontos, linhas, polígonos e áreas), seus respectivos atributos e relações necessárias para a formação de um modelo do conhecimento. Por exemplo, a Categoria de Informações dos sistemas de esgoto envolve as feições das redes coletoras, interceptores e emissários (como linhas); poços de visita, tubos de queda, caixas de passagem e outros (como pontos); bacias de esgotamento, áreas de “booster”, áreas refluxo etc (como áreas); das suas sub-divisões operacionais (como polígonos).

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SELECIONANDO A FEIÇÃO

Feições são elementos gráficos (pontos, linhas, polígonos e áreas) que descrevem um objeto real. Cada feição, portanto, possui a sua própria simbologia de exibição (nível, cor, peso, estilo, etc.), propriedades topológicas e atributos alfanumérico; pertencendo essa feição a somente uma Categoria de Informações. No exemplo, estamos selecionando a feição Bacias Elementares que, na organização do Projeto PMS, encontra-se na Categoria do Planejamento.

SELECIONANDO O CAMPO FILTRO

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A escolha de um campo filtro é um passo fundamental para a criação de uma regra de banco de dados que nos permita extrair os objetos da análise com exatidão. Em outras palavras, o campo filtro deve ser aquele que nos permita impor a máxima restrição possível ao conjunto de dados primários, de tal forma a não termos que trabalhar com um universo de informações maior do que o necessário. No exemplo, estamos selecionando um campo filtro que nos permite restringir a análise a apenas uma bacia elementar, pois, o código de uma bacia elementar (indicado no campo filtro cod_bacias_ele) é único. CRIANDO E ARMAZENANDO UM “LAYER” DE INFORMAÇÃO

A tela principal do CONSREGRA (Construtor de Regras) mostrada acima, destina-se a auxiliar o operador na criação de uma regra

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SQL, a qual será aplicada na formação de um novo “layer” de informações. No módulo de parametrização devem ser indicados: MÓDULO DE PARAMETRIZAÇÃO Operador: O operador é a condição que se pretende impor ao campo filtro para efeito da seleção de registros. Nesta aplicação, os valores possíveis para esse operador são: = (igual), < (menor), > (maior), <= (menor ou igual), >= (maior ou igual), <> (diferente) e Like (igual em parte). Esses operadores são aplicáveis indistintamente para valores numéricos e textos, exceto o operador Like. No uso desse operador deve-se acrescentar o caracter ‘%’ junto ao valor introduzido para no campo. Por exemplo, se pretendemos selecionar todas as bacias elementares iniciando com o código 411, deve-se digitar para o valor do campo a expressão 411%. Valor: os valores digitados não devem conter aspas ou apóstrofes. Quando o campo-filtro escolhido contiver textos, o programa encarregar-se-á de acrescentar apóstrofes aos valores digitados e mostrará a expressão conforme ilustrado acima na janela SQL. Faixa: Quando, ao invés de uma seleção por valor, pretende-se fazer uma estratificação, deve-se informar o início e o fim da faixa de valores, bem como o número de camadas ou faixas intermediárias para a estratificação. Essa operação só se aplica aos campos com valores numéricos. Quanto ao valor dos intervalos, fica a critério do operador quando este especifica os valores inicial, final e o número de intervalos. Por exemplo se o valor inicial é zero e o valor final é 10, sendo o número de faixas intermediárias igual a 5, resulta um intervalo igual a 2. Peso: No caso de feições lineares e pontiformes, o peso corresponde à largura do traço dos elementos selecionados. Overlay: Operações de superposição de “layers” poderão ser feitas com operadores lógicos dos tipos AND, DIFF, OR ou XOR. Para maiores detalhes, vide descrição acima.

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Cor: Cor de exibição dos elementos selecionados. Sólido: No caso de feições do tipo área, esse “flag” determinará se na apresentação dos resultados essas áreas estarão preenchidas (com uma cor sólida) ou não. Grava: Quando assinalado, dará permanência às informações resultantes da aplicação da regra, gravando-as no arquivo. Para maiores detalhes, vide descrição acima. Cenário: Essa chave tem uma aplicação específica no Plano Diretor de Água da CAESB – Companhia de Água e Esgotos de Brasília - DF, o qual projeta vários cenários futuros. Não se aplica no ambiente de projeto do GGSAN. PLD2000: Ídem anterior. Nível: Especifica o nível ao qual se pretende destinar os elementos selecionados. A esse campo é automaticamente atribuído o valor do nível da feição ativa, podendo ser alterado pelo operador. Feição: O produto da análise poderá ser transformado numa feição para posterior análise ou cruzamento com outras camadas. Essa feição terá o nome genérico de Controle e estará ligada a uma tabela correspondente ao relatório produto do cruzamento das informações. Nome da Camada: Todos os “layers” resultantes da aplicação de uma regra de seleção são armazenados no banco de dados numa tabela chamada CONSREGRA_01. Isto permitirá a reutilização dos “layers” sem a necessidade de reconstrução da regra SQL. Neste campo, o operador poderá nomear o “layer” de forma a ser facilmente reconhecido a posteriori. Caso não o faça, o aplicativo nomeará genericamente o “layer” utilizando a nomenclatura Camada XX.

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SQL: Este campo será utilizado pelo aplicativo para exibir a regra de seleção em sua forma final. MÓDULO DA TABELA DE CONTROLE Atualiza: Quando a tabela associada a uma feição de controle (produto de cruzamento) for equivocadamente escolhida, este comando permite ao operador indicar a tabela correta. MÓDULO QUERY BUILDER Regras SQL: O aplicativo CONSREGRA apresenta uma interface de auxílio ao operador na construção de regras SQL simples. Nada impede, todavia, a utilização de regras complexas que, em princípio, seriam elaboradas por especialistas. Por exemplo, regras SQL envolvendo o uso de relacionamentos entre tabelas. Para essas regras complexas, o Microstation Geographics oferece um diretório na estrutura padrão do projeto para o seu armazenamento na forma de arquivos-texto. Uma vez naquele diretório, os nomes desses arquivos aparecem numa lista ativada por este comando, para fins da escolha da regra que se pretende utilizar. Ao clicar OK, essa regra é carregada no aplicativo aparecendo no campo SQL da janela do Construtor de Regras, podendo ser executada a seguir. MÓDULO DE PROCESSAMENTO OK: Inicia o processamento do “layer”. Cancel: Encerra o aplicativo.

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FAZENDO O CRUZAMENTO DE CAMADAS DE INFORMAÇÕES

Após a produção de dois ou mais “layers” de informações, se estiver ativada a opção de “Overlay”, o aplicativo CONSREGRA exibirá a tela acima possibilitando a execução de um cruzamento. Se não nomeados pelo operador, os “layers” criados aparecerão com nomes genéricos (Camada XX). O cruzamento sempre se dará entre o primeiro e o último “layer” da lista, ou seja, dois a dois. MÓDULO DE PROCESSAMENTO DAS CAMADAS Relatório: Um cruzamento de “layers” poderá ou não produzir um relatório alfanumérico no banco de dados. Esse relatório, quando solicitado, possui uma estrutura padrão como a mostrada abaixo,

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sendo composto a partir de atributos previamente selecionados das tabelas ligadas aos “layers” em processamento. Um produto de cruzamento poderá receber os atributos gráficos: Cor: O operador poderá escolher uma cor para o produto de cruzamento, desde que não pretenda usar a opção de transformação do produto em feição. Neste caso, ao transformar o produto em feição, o mesmo adquirirá os atributos (cor, nível, peso, etc.) de uma feição genérica chamada Controle. Sólido: Quando os produtos do cruzamento forem áreas, o operador poderá optar pelo preenchimento dessas áreas com cores sólidas. Não se recomenda o uso de cores sólidas quando se pretende transformar o produto em feição. A razão é que, transformando em feição, poderemos posteriormente cruzar esse produto com outras informações e, para isto, o produto não poderá estar com atributo de preenchimento das áreas. Feição: Um produto de cruzamento poderá ser transformado numa feição chamada Controle e integrado aos registros alfanuméricos do relatório de cruzamento. Quando feita essa opção, tem-se um “overlay” que, posteriormente, poderá ser utilizado como um simples “layer” em sucessivas operações de cruzamento de informações. Isto confere a essa metodologia uma ilimitada capacidade para cruzar informações georreferenciadas. Nível: O produto de cruzamento poderá ser destinado a qualquer um dos níveis de informações disponíveis. Recomenda-se não destiná-lo ao nível da feição ativa quando numa operação de estratificação. Processe: Este botão inicia o processamento das informações. Limpa: Limpa as camadas de informações previamente ocupadas. Retorne: Volta ao módulo de parametrização do programa CONSREGRA sem executar o cruzamento de informações.

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CAPÍTULO II – AS INTERFACES DO SISTEMA DE PROCESSAMENTO DOS INDICADORES

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ESTRUTURA DO RELATÓRIO DE CRUZAMENTO DE CAMADAS

Nome Campo Definição

MSLINK É um identificador único para a célula do mosaico formado após o cruzamento.

AREA Área da célula. PERÍMETRO1 Perímetro da célula.

TABELA1 Código identificador único (MSLINK) da entidade da primeira camada. No exemplo, é o código da bacia elementar.

NOME1

É o nome da entidade indicado no campo NOME da tabela de origem da primeira camada. Se o mesmo não existir, este campo resultará “branco”.

ÁREATOTAL1 Área total da entidade da primeira camada.

ÁREARELATIVA1 Parcela ocupada pela célula dentro da ÁREATOTAL1.

CONTROLE1

CONTROLE2

CONTROLE3

CONTROLE4

Campos reservados para o cruzamento de produtos de “overlays” com outras camadas de informações. Nestes casos, o operador, além dos campos padrão, poderá escolher até quatro campos da tabela de controle associada ao “overlay” para incluir no relatório.

TABELA2 Código identificador único (MSLINK) da entidade da segunda camada. No exemplo, é o código do setor censitário

NOME2

É o nome da entidade indicado no campo NOME da tabela de origem da segunda camada. Se o mesmo não existir, este campo resultará “branco”.

ÁREATOTAL2 Área total da entidade da segunda camada.

AREARELATIVA2 Parcela ocupada pela célula dentro da AREATOTAL2.

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CAPÍTULO II – AS INTERFACES DO SISTEMA DE PROCESSAMENTO DOS INDICADORES

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MÓDULO DE ACESSIBILIDADE / PERCEPÇÃO DE EQUIPAMENTOS E OBRAS O programa CONSREGRA foi customizado para realizar algumas operações especiais. Células resultantes de cruzamentos entre camadas de informações possuem um centróide. A partir disto, podemos relacionar as distâncias desses centróides para quaisquer feições pontiformes previamente cadastradas e georreferenciadas. O que o programa faz nesse caso é, dentre um conjunto de feições pontiformes, relacionar o ponto mais próximo. Sendo assim, podemos estabelecer essa relação de proximidade entre o centróide de cada célula do produto de cruzamento com os cadastros do O.P. (obras do orçamento participativo), SAÚDE (equipamentos da rede de saúde pública como postos de saúde e hospitais), ESCOLAS (equipamentos da rede de educação como escolas, creches, etc.), VIÁRIO (pontos de intertravamento do sistema viário principal). Os “flags” relacionados acima poderão ser assinalados individualmente ou em conjunto. O programa possibilita ainda obter um somatório das distâncias mínimas médias assim calculadas para cada centróide, bastando para isso assinalar o “flag” Totaliza. Renda: As diversas tabelas do Censo 2000 do IBGE contém dados sócio-econômicos como a renda dos responsáveis por domicílios. Esses dados podem constar dos relatórios quando os mesmos forem produtos de cruzamento de feições quaisquer (como primeira camada) com os setores censitários do IBGE (como segunda camada). Pesquisa de 2a. Ordem: Quando usada a opção para o cálculo das distâncias mínimas para equipamentos e obras, além do mais próximo, pode-se obter listas de outros equipamentos num raio especificado pelo operador. A isto chamamos pesquisa de (aproximação de) segunda ordem. Raio: Especifica o raio dentro do qual devam ser listados os equipamentos existentes na aproximação de 2ª Ordem..

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ENTENDENDO OS PRODUTOS GRÁFICOS Tão importante quanto o conhecimento dos comandos do programa é a interpretação visual dos produtos da aplicação daqueles comandos. Muitas vezes, a única maneira de saber que uma operação falhou, é o aspecto visual do produto obtido. Por exemplo, quando se pretende selecionar uma ou mais bacias hidrográficas como no exemplo abaixo, a cor que é ativada automaticamente pelo Microstation Geographics é a cor da feição ativa. Se não mudarmos a cor, o produto da seleção terá a mesma cor da feição, impedindo a visualização do objeto da análise. Um “layer” não constitui necessariamente um produto. Quando um “layer” é criado para um posterior cruzamento com outras informações, ele pode simplesmente ser entendido como uma regra de banco de dados que irá se superpor a outras regras na geração de produtos. Sendo assim, não há porque gravar a camada de informações que resulta da aplicação da regra, mas sim gravar a própria regra na estrutura do banco de dados. Isto resulta numa informação mais fácil de ser recuperada, melhor organização e economia de espaço em disco.

Figura 11 – Recorte de uma bacia hidrográfica

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CAPÍTULO II – AS INTERFACES DO SISTEMA DE PROCESSAMENTO DOS INDICADORES

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A figura acima mostra um recorte da bacia hidrográfica elementar 4111600 selecionada a partir dos passos de programação acima descritos. Ao final da extração das informações de cada “layer”, o aplicativo CONSREGRA dispõe o cursor na tela para posicionamento de uma legenda como mostrado ao centro da bacia. Se o “layer” for temporário ou, por outra razão, não se pretenda criar uma legenda, o operador deve responder à ativação do cursor com um reset (tecla direita do mouse), fazendo o aplicativo retornar para a tela inicial.

Figura 12 – Produto do cruzamento da bacia com os setores

censitários. Esta figura mostra o produto do cruzamento da bacia hidrográfica elementar 4111600 com os setores censitários do censo 2000 do IBGE, através de uma operação lógica do tipo AND. Observe-se o recorte daqueles setores censitários segundo os limites da bacia hidrográfica em referência. Essas células, correspondendo aos setores censitários que encontram-se total ou parcialmente dentro da bacia, foram transformadas em feições de controle e associadas a uma tabela produto do cruzamento das informações.

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CAPÍTULO II – AS INTERFACES DO SISTEMA DE PROCESSAMENTO DOS INDICADORES

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Figura 13 – Detalhe das células produzidas no cruzamento

Esta figura mostra a célula de número 99 em destaque e o correspondente registro alfanumérico ligado a esta, o qual, como se pode observar, traz dados da bacia hidrográfica e também do respectivo setor censitário. MICROSOFT ACCESS – OPERAÇÕES EM BANCO DE DADOS

OPERAÇÕES BÁSICAS NO BANCO DE DADOS O Microstation Geographics trabalha sobre uma base de dados dual, ou seja, gráficos e alfanuméricos armazenados separados. Por essa razão, é desejável a apreensão de alguns conceitos e operações básicas em bancos de dados. Nesta instalação, esse banco de dados é o Microsoft Access, que é um produto popular, integra o pacote Microsoft Office, e traz reconhecidas vantagens como a de ser familiar para um grande universo de usuários, possuir uma interface amigável, trocar dados com editores e planilhas,

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CAPÍTULO II – AS INTERFACES DO SISTEMA DE PROCESSAMENTO DOS INDICADORES

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oferecer capacidades customizadas para as operações básicas no banco de dados. O Microstation Geographics trabalha com uma chave primária chamada MSLINK para efeito dos relacionamentos internos entre tabelas e da integração entre gráficos e registros alfanuméricos. Não é uma boa prática mudar o nome deste campo nas tabelas de uso exclusivo do Microstation Geographics, quais sejam aquelas com nomes em letras minúsculas abaixo.

Costumamos manter os nomes dessas tabelas com letras minúsculas como um diferenciador dos nomes das outras tabelas que irão sendo criadas no processo. MANIPULAÇÃO DE RELATÓRIOS Quando geramos um relatório a partir de um cruzamento de camadas como exemplificado anteriormente, esse relatório aparecerá no banco de dados como uma tabela. No exemplo, a tabela denominada X_CRUZA_CURSO_03 é produto de um cruzamento de bacias elementares com setores censitários. Neste caso, como o programa CONSREGRA utiliza uma estrutura padrão para criação dos relatórios, inclusive no que respeita a nomes dos campos, o operador poderá editá-los e trocá-los convenientemente. Isto pode ser feito através da interface do Access, abrindo a tabela

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CAPÍTULO II – AS INTERFACES DO SISTEMA DE PROCESSAMENTO DOS INDICADORES

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no modo estrutura. Neste modo, também podem ser excluídos ou criados novos campos na tabela como mostrado abaixo.

Nomes de Tabelas e Campos: Algumas normas devem ser observadas na designação de nomes de tabelas e/ou campos. 1. Não adotar nomes de tabelas iniciando com números, por

exemplo, 123TEXTO. Comprovadamente, isto cria problemas no Microstation Geographics;

2. Não utilizar espaços em branco, caracteres especiais ou acentuados nos nomes dos campos.

No modo estrutura pode-se também fazer a alteração do tipo do dado. É uma operação de risco que deve ser feita com critérios, pois, uma alteração do tipo do dado pode implicar na perda dos conteúdos do campo em questão. Às vezes pode ser conveniente essa mudança ao exportarmos os dados, por exemplo, para uma planilha. Neste caso, recomenda-se fazer a mudança de tipos em uma cópia da tabela original. Manutenção: Ao gerar relatórios, o aplicativo CONSREGRA cataloga esses relatórios no Microstation Geographics, possibilitando o georreferenciamento dos mesmos. A catalogação de um relatório corresponde à inclusão do seu nome nas tabelas mscatalog e ugtable_cat, que são tabelas do sistema. A tendência é que essas tabelas cresçam em número e em tamanho na medida

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CAPÍTULO II – AS INTERFACES DO SISTEMA DE PROCESSAMENTO DOS INDICADORES

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que pesquisas mais abrangentes ou mais detalhadas sejam realizadas. Como todo o objeto de manipulação, um banco de dados ideal é aquele que possui um tamanho mínimo. Sendo assim, recomenda-se “limpar” sistematicamente o banco excluindo tabelas que não são mais utilizadas. Essa manutenção poderá ser feita a partir dos seguintes passos: 1. Cuidadosamente identificar o relatório pelo nome nas tabelas

mscatalog e ugtable_cat, excluindo-o dessas tabelas. Somente excluindo-o das duas tabelas estaremos evitando que uma possível reutilização daquele nome cause problemas;

2. Excluir a tabela do Access; 3. Compactar o banco de dados através da interface do Access

como mostrado abaixo.

A EXPORTAÇÃO DE DADOS PARA O EXCEL As planilhas eletrônicas tornaram-se ferramentas tão úteis na engenharia que é impensável prescindir dos seus recursos em quaisquer processos envolvendo dados tabulares dos quais se pretende obter totalizações, aplicações em fórmulas e em relações matemáticas previamente codificadas. Muitas dessas operações poderiam ser feitas no próprio banco de dados, mas não com as

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CAPÍTULO II – AS INTERFACES DO SISTEMA DE PROCESSAMENTO DOS INDICADORES

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facilidades oferecidas pelas planilhas. Outro forte apelo para o uso das planilhas é qualidade obtida na apresentação dos resultados. Conversão dos Dados: 1. O Microstation Geographics utiliza o “.” como símbolo decimal.

Em muitos computadores, nas configurações regionais, o símbolo decimal poderá estar configurado para “,” causando problemas na conversão de dados que estão no formato texto para o formato numérico. Há dois caminhos para resolver este problema: primeiro: alterar nas configurações regionais o símbolo decimal para “.”. Isto se faz através do meu computador -> painel de controle -> configurações regionais -> número; segundo: substituir pontos (“.”) por vírgulas (“,”) na tabela do Access caso nas configurações regionais o símbolo decimal seja “,”.

2. Converter adequadamente os campos que se encontram em formato texto para formato numérico inteiro ou real, de precisão simples ou dupla, de acordo com a necessidade. Essa conversão também é feita no modo estrutura da tabela;

3. Exportar para o Excel usando Salvar como/exportar como indicado abaixo.

Na seqüência da exportação para o Excel, será apresentada a tela seguinte para a seleção do nome do arquivo e o tipo, neste caso, solicitamos o tipo Microsoft Excel 97, que é compatível com a versão do Microsoft Office que estamos utilizando. Outras opções mostradas que fazemos usualmente é salvar com formatação e

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CAPÍTULO II – AS INTERFACES DO SISTEMA DE PROCESSAMENTO DOS INDICADORES

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autoiniciar. Se o sistema não oferecer opção para exportação para o Excel, ou seja, na lista de tipos não aparece a opção para o Excel, leia atentamente a nota de rodapé da tela abaixo e proceda conforme a orientação.

CONSULTAS Na criação de uma consulta, o Access oferece uma lista de tipos conforme mostra a figura acima, dos quais o mais utilizado em nossa aplicação é o de atualização de um ou mais campos. Neste tipo de consulta pode-se introduzir cálculos complexos envolvendo valores obtidos de diversas tabelas. O exemplo acima é o simples cálculo da área relativa, que resulta da divisão da ÁREA_LOCAL pela ÁREA_TOTAL_BACIA.

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CAPÍTULO II – AS INTERFACES DO SISTEMA DE PROCESSAMENTO DOS INDICADORES

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CONCLUSÃO Um trabalho de customização não se presta apenas para abreviar ou traduzir comandos de um sistema. Presta-se, principalmente, para “modelar” a cultura do usuário dando-lhe ganhos de produtividade e familiaridade nas interações com aquele sistema. O programa CONSREGRA, originalmente projetado para auxiliar operadores leigos na formulação de regras SQL para o banco de dados, acaba por abarcar conceitos que extrapolam o universo de conhecimento dos analistas de bancos de dados, incorporando modelos e procedimentos próprios das potenciais aplicações, quais sejam a análise e o planejamento territoriais, incluindo diagnósticos, análises de interferências, produção de indicadores, etc.; segundo modelos espaciais. Nos capítulos que seguem, veremos como essas interfaces potencializaram o uso do instrumental de geoprocessamento no desenvolvimento dos trabalhos do PMS - Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte.

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CAPÍTULO III – ROTEIRO PARA PREPARAÇÃO DOS MAPAS 59

CAPÍTULO III – ROTEIRO PARA PREPARAÇÃO DOS MAPAS LIMPEZA DOS MAPAS O presente roteiro tem como finalidade instruir os usuários do CONSREGRA na preparação dos dados espaciais referentes às unidades territoriais em análise. É fundamental que essas informações integralizem os modelos de maneira inequívoca, assegurando a confiabilidade e reprodutividade dos resultados. Na criação dos modelos, trabalharemos preferencialmente com pontos, linhas e centróides; portanto, as “shapes” devem ser evitadas, principalmente, nos casos onde há lados comuns entre as áreas. Então, como um primeiro passo, verifica-se se existem “shapes” no mapa e, caso positivo, use o comando Edit - > Select All - > Drop para “quebrá-las”. Conforme ilustrado, este comando é uma combinação de uma operação de seleção dos elementos seguida de um comando digitado na linha de comando conforme mostra a figura abaixo.

Após a quebra das “shapes, restarão muitas linhas duplicadas que não podem ficar no desenho. Use o Find Duplicate Linework como

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CAPÍTULO III – ROTEIRO PARA PREPARAÇÃO DOS MAPAS 60

mostrado na figura que segue. Aplique o comando usando uma “fence” envolvendo todo o mapa..

Restarão duplicações que são superposições de “linestrings” e “lines”. Quebre as linestrings e rode o Find Duplicate Linework novamente. Para isso utilize uma outra combinação de comandos que é a seleção por atributos (“select by attributes”) com a linha de comando drop string mostrada na figura seguinte.

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CAPÍTULO III – ROTEIRO PARA PREPARAÇÃO DOS MAPAS 61

CRIAÇÃO DOS CENTRÓIDES Podem haver “arcos” no desenho fazendo concordância entre linhas. Pesquise através do Select by Attributes. Caso isso ocorra elimine-os. Neste ponto, o mapa poderá ainda ter muitos problemas de topologia. Para verificá-los, faça a seguinte experiência: marque uma fence em todo o mapa e mande colocar centróides com o comando indicado abaixo.

Poderão aparecer áreas sem centroides e centroides onde não deveria. Todos os problemas devem ser corrigidos até “limpar” o mapa. A área em destaque na figura abaixo tem uma falha na topologia que foi flagrada com o comando Find Gaps. Após a correção, o centróide foi gerado corretamente.

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CAPÍTULO III – ROTEIRO PARA PREPARAÇÃO DOS MAPAS 62

CRIAÇÃO DAS FEIÇÕES No Projeto PMS, há uma Categoria de Informações chamada Indicadores de Gestão. Dentro dessa Categoria, crie uma feição chamada Bacias de Esgotamento ligada a uma tabela chamada BACIAS_ESGOTO. Utilize para isso o comando Project - > Setup conforme abaixo. No banco de dados Access, salve a tabela chamada BACIAS_ELEMENTARES com o nome BACIAS_ESGOTO. Apague todos os registros da nova tabela.

Abra o projeto do Geographics ativando a feição criada através do comando Utilities - > Feature Manager, como mostrado abaixo.

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CAPÍTULO III – ROTEIRO PARA PREPARAÇÃO DOS MAPAS 63

Se este mapa derivou ou foi copiado de outros mapas existentes no projeto, verifique se alguns dos seus componentes já são feições e se estão ligados ao banco de dados. Na dúvida, selecione todos os elementos e “detach” todas as feições possivelmente ligadas aos elementos do mapa. Use o comando indicado na figura no modo All Features e, em seguida, selecione todos os elementos e use o comando Detach Database.

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CAPÍTULO III – ROTEIRO PARA PREPARAÇÃO DOS MAPAS 64

Coloque os centróides com o mesmo comando utilizado anteriormente.. Após, selecione todos os elementos e “attach” a feição usando o comando indicado

CRIAÇÃO DAS TABELAS Quando nova, uma tabela necessita ser catalogada para o funcionamento adequado do banco de dados. O primeiro passo é catalogá-la através do comando abaixo, informando nos respectivos campos o nome da tabela (Table Name), a chave primária (Primary Key) e um apelido (Alias). Em seguida, clicar no botão Insert.

O segundo passo é introduzi-la no Mscatalog, o que pode ser feito diretamente através da interface do Access.

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CAPÍTULO III – ROTEIRO PARA PREPARAÇÃO DOS MAPAS 65

INSERÇÃO DE REGISTROS PARA FEIÇÕES TEXTO Feições representadas por textos como os centróides do exemplo acima, têm os registros criados nas tabelas através do seguinte procedimento: Com o projeto aberto, assinale uma fence em todo o mapa e ative o comando Database - > Database Text Manager. Como indicado na figura abaixo, defina a tabela e a coluna através da qual será feita a inserção do registro (não use o campo do mslink no caso de inserção). Se há um texto no desenho identificando as unidades, utilize-o para o carregamento do banco de dados, atribuindo o seu valor a um campo de identificação. Clique no botão “Insert” e, em seguida, num ponto da tela para iniciar o processo.

INSERÇÃO DE REGISTROS PARA FEIÇÕES LINEARES Já as feições lineares ou pontiformes têm seus registros criados nas tabelas através do uso de uma macro chamada CANAL_LINK desenvolvida para este fim. Após o tratamento do mapa, que segue os mesmos passos aqui descritos até a criação das feições, e a respectiva criação da tabela deve-se proceder da seguinte forma: Com o projeto aberto, assinale uma fence em todo o mapa e ative a macro digitando macro CANAL_LINK na linha de comandos do Microstation. Na sequência, o aplicativo solicitará ao operador a indicação do nome da tabela e da feição a ser tratada através das seguintes janelas de diálogo.

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CAPÍTULO III – ROTEIRO PARA PREPARAÇÃO DOS MAPAS 66

Feita a escolha da tabela e da feição, clique no botão OK e, em seguida, num ponto da tela para iniciar o processo. Os registros serão criados e ligados aos respectivos elementos. No caso de feições lineares e pontiformes, poderão ser usados os comandos Database - > Length Update ou Database - > Load Coordinates para carregar os valores do comprimento ou as coordenadas do ponto, respectivamente, nos campos correspondentes. REGISTRO DE MAPAS O Microstation Geographics oferece um recurso para anexação (desanexação) automática de mapas que pode ser utilizado através da interface do CONSREGRA. A anexação dos mapas se faz por categorias de informações, pressupondo uma estrutura tal que não tenhamos uma sobrecarga desnecessária de informações. Em outras palavras, ao ativar uma categoria de informações, todos os mapas registrados para aquela categoria serão anexados. As análises poderão ser feitas filtrando a feição de interesse ou tendo todas as demais funções daquela categoria como pano de fundo. Os passos para o registro de mapas são como segue: Os mapas dentro de cada categoria de informações são identificados pela extensão. Essa extensão pode ser criada ou alterada através do Project –> Setup -> Feature Setup, como mostrado na figura. Observe que no campo “Extension” foi colocada

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CAPÍTULO III – ROTEIRO PARA PREPARAÇÃO DOS MAPAS 67

a extensão ind identificando daqui por diante a Categoria de Informações dos Indicadores de Gestão.

Salvar o mapa a ser registrado no respectivo diretório com a devida extensão. Por exemplo, vamos registrar o mapa das bacias de esgotamento sanitário de Belo Horizonte salvando-o como c:\Projetos\PMS\dgn\Ggsan\Bacias_Esgotamento.ind. 1. Registrar o mapa nas tabelas maps e ugmaps do banco de

dados. Esse procedimento poderá ser manual observando rigorosamente a necessidade da indicação da categoria (cujo identificador está na tabela category) e do caminho completo do diretório.

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CAPÍTULO III – ROTEIRO PARA PREPARAÇÃO DOS MAPAS 68

CONCLUSÃO É do conhecimento de todos que a qualidade de um produto está determinada pela qualidade do pior dos insumos introduzidos no processo de sua fabricação. No campo do processamento de dados, isto reafirma uma máxima que diz: “garbage in, garbage out”, ou seja, “se entra lixo, sai lixo”. Assim, todo o cuidado no preparo das informações é recompensado pela confiabilidade e reprodutilidade das análises. No caso das aplicações de geoprocessamento, esse cuidado deve começar pelas grandezas expressas pelos dados alfanuméricos processados, e deve culminar pelo esmero no acabamento dos modelos espaciais. Os procedimentos indicados neste capítulo são mínimos no sentido de obter-se mapas consistentes do ponto de vista topológico, mas, é bom lembrar, são insuficientes para corrigir as possíveis distorções ou não conformidades dos mapas submetidos a esse tratamento. Se temos um mapa impreciso no que respeita aos limites das áreas em estudo, significa que estaremos “limpando” um dado impreciso e obtendo no final um produto impreciso. Se pretendemos conferir qualidade crescente aos produtos obtidos, temos que nos remeter à fase da captura dos dados e ali trabalhar o quesito da qualidade. Colocadas as ressalvas, recomenda-se aplicar rigorosamente os procedimentos acima, pois a inobservância dos mesmos poderá comprometer a qualidade de um dado originalmente “bom” e, consequentemente a qualidade dos produtos obtidos.

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CAPÍTULO IV – UM EXERCÍCIO COMPLETO 69

CAPÍTULO IV – UM EXERCÍCIO COMPLETO

VISÃO GERAL DO CONJUNTO DE INFORMAÇÕES O conjunto de indicadores do PMS – Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte tem como principal característica a atualidade e suscetibilidade a atualizações. Isto é possível graças a uma estrutura de informações flexível e passível de atualizações constantes, associada a técnicas de processamento avançadas, conferindo ao processo uma dinâmica apropriada. Trataremos neste treinamento de um exemplo prático de como proceder para atualizar um ou mais dos indicadores do PMS. A COPASA, através de convênio mantido com a PRODABEL, mantém atualizados os cadastros técnicos dos sistemas de abastecimento de água e de coleta e afastamento de esgotos sanitário por ela operados. Esses cadastros são repassados à PRODABEL na forma de informações georreferenciadas integrando a descrição vetorial das redes (mapas) e informações alfanuméricas de um banco de dados. Pela sua importância e peso no conjunto dos indicadores do PMS, trataremos aqui dos indicadores de esgotamento sanitário. As informações utilizadas para efeito do levantamento dos indicadores de esgotamento sanitário, como preconizados pelo PMS, são como segue: • Cadastro das redes de coleta, interceptores e emissários dos sistemas de esgotamento sanitário operados pela COPASA;

• Mapa urbano básico; • Mapeamento das Vilas e Favelas; • Mapeamento das áreas desassistidas pelos sistemas de coleta de esgotos;

• Mapeamento das Bacias Elementares; • Mapeamento da Hidrografia; • Mapeamento dos setores censitários do IBGE.

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CAPÍTULO IV – UM EXERCÍCIO COMPLETO 70

Todas essas informações abrangendo o território do município de Belo Horizonte em sua totalidade. A cidade de Belo Horizonte sofre com uma desigualdade comum nas cidades brasileiras, principalmente os grandes centros urbanos. Trata-se da falta de acesso a serviços essenciais como o afastamento de esgotos e do lixo produzido por grandes contingentes populacionais segregados e excluídos da vida urbana. Esse verdadeiro bloqueio sofrido por aquelas populações tem um componente físico e um componente lógico. O lógico, relacionando-se com a falta de acesso ao mercado de trabalho e à renda, falta de acesso à escola e aos serviços de saúde; é um problema político-social. Entretanto, e como uma conseqüência direta da falta de acesso à renda, esse componente associa-se ao físico, que está relacionado com a ocupação das áreas impróprias ao assentamento urbano e das áreas ditas “livres”, constituindo um complexo desafio para poder público. São condições de moradias insalubres, de risco para a integridade física e para o exercício da cidadania daquelas populações. E como uma resposta à falta de uma solução global para esses problemas, surgem verdadeiras “periferias urbanas” encravadas na cidade. Essas áreas crescem em detrimento não apenas do que poderíamos chamar de “ordenação urbana”; mas em detrimento também da qualidade de vida e ambiental do conjunto da cidade e de toda a sociedade. Esse fenômeno, que se dá igualmente em nossas cidades médias e grandes, traz como contribuição expor um quadro de injustiça e desigualdade social, e os equívocos de um modelo insustentável de desenvolvimento urbano, o qual induz e produz o não-urbano, através do processo de exclusão social. O repensar desse modelo exaurido está a exigir o planejamento e a incorporação pelo poder público, de uma política intersetorial conjugada e não apenas combinada como no passado. A diferença está em que as ações combinadas perpetuam os desvios das visões setoriais estratificadas, restando as políticas compensatórias como única forma de mitigar as distorções que elas provocam. Ao contrário, a ação conjugada pressupõe mecanismos de precedência dentro de um compromisso único, qual seja o resgatar da cidadania para amplos contingentes populacionais. No destaque abaixo, a bacia do córrego do Nado possui duas áreas críticas relativas à falta de redes de esgotamento sanitário: a área I

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CAPÍTULO IV – UM EXERCÍCIO COMPLETO 71

correspondendo ao núcleo da favela Apolônia e a área V correspondendo ao núcleo da favela São João Batista. Somando uma população de 8.364 habitantes, essas duas áreas respondem por cerca de 50% da população da bacia que não tem acesso às redes coletoras de esgotos. A Figuras IV.1 mostra uma composição de informações para a bacia e a Figura IV.2 mostra área I em detalhe. Outro dado relevante da bacia do córrego do Nado, além dos mais de 17.000 habitantes sem serviço de coleta de esgoto, são os cerca de 4.000 habitantes sem serviço de coleta de lixo, configurando um quadro de péssimas condições de salubridade ambiental para uma parcela significativa da população local. Essas informações podem ser vistas no Quadro I.1.

Figura IV.1 - Composição de dados para a bacia do nado

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CAPÍTULO IV – UM EXERCÍCIO COMPLETO 72

Figura IV.2 – Área I da bacia do córrego do Nado na região norte de BH

Quadro I.1 – Resumo da Bacia do Nado POPULAÇÃO HABITANTES %

TOTAL 102.022 100 SEM ESGOTAMENTO SANITÁRIO 17.813 17 FAVELADA TOTAL NA BACIA 21.807 21 FAVELADA SEM COLETA DE LIXO 4.247 4

ÁREA HECTARES % TOTAL 1.225,07 100 SEM REDES DE ESGOTO 119,45 9,75

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CAPÍTULO IV – UM EXERCÍCIO COMPLETO 73

A PRODUÇÃO DE RELATÓRIOS DE OVERLAY CRUZAMENTO DE FEIÇÕES DO TIPO ÁREA Um mapa das áreas sem redes coletoras de esgotos se apresenta como abaixo:

São envoltórias contendo centróides ligados aos registros de um banco de dados. Num primeiro momento, queremos saber apenas em quais bacias elementares se inserem tais áreas, total ou parcialmente. Para isso, faremos um cruzamento das bacias elementares com as áreas desprovidas de redes coletoras. Passo 1: Abrir um arquivo novo devidamente parametrizado (“working units”) no Microstation Geographics. A maneira mais prática de proceder é copiar um arquivo salvando-o com outro nome, eliminar todas as informações nele contidas e comprimí-lo;

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CAPÍTULO IV – UM EXERCÍCIO COMPLETO 74

Passo 2: Executar o aplicativo CONSREGRA escolhendo a categoria de informações desejada. Todas as feições catalogadas naquela categoria de informações serão anexadas automaticamente Passo 3: Criar o “layer” de informações das bacias elementares que se encontram na categoria do Planejamento; Passo 4: Criar o “layer” de informações das áreas sem redes de coleta de esgotos que se encontram na categoria dos Indicadores de Gestão (não é necessário gravá-lo); Passo 5: Proceder o cruzamento dos “layers” conforme tela abaixo.

Como mostrado, optamos por gravar o produto do cruzamento e transformá-lo em uma feição associada a uma tabela chamada RASEBH – Relatório das Áreas Sem Esgotamento de Belo Horizonte. Passo 6: Encerrar o aplicativo CONSREGRA clicando em Cancel, fazendo a conexão dos registros do relatório RASEBH com as

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CAPÍTULO IV – UM EXERCÍCIO COMPLETO 75

células geradas pelo cruzamento das. Isto se faz selecionando a tabela (RASEBH), o campo chave (MSLINK) e a opção Join na tela do Database Text Manager ativada pelo programa.

Obs: Dar um ponto na tela após “clicar” na opção Join. O produto obtido é uma feição genericamente chamada controle, que poderá ser cruzada com quaisquer outras feições.

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CAPÍTULO IV – UM EXERCÍCIO COMPLETO 76

Como observado, a célula 1365 está quase totalmente contida na bacia 4140200, salvo por uma imprecisão do traçado dos limites. Os campos do relatório RASEBH possuem os seguintes significados: Mslink: é o campo chave desse relatório. Área: área da célula. Perímetro1: perímetro da célula. Tabela1: valor do campo chave da tabela de atributos do “layer” das bacias elementares. Nome1: identificador da entidade do “layer” das bacias elementares. Áreatotal1: área total da entidade 4140200 do “layer” das bacias elementares. Árearelativa1: área da célula relativa à bacia elementar em percentagem (%) Tabela2: valor do campo chave da tabela de atributos do “layer” das áreas sem redes coletoras de esgotos. Nome2: identificador da entidade do “layer” das áreas sem redes coletoras de esgoto. Áreatotal2: área total da entidade do “layer” das áreas sem redes coletoras de esgoto Árearelativa2: parcela em percentagem (%) da área sem redes coletoras contida na célula. O CONSREGRA atribui nomes genéricos aos campos dos relatórios de “overlays”. Pode ser interessante renomear esses campos de forma que seus nomes associem melhor o significado das grandezas que representam. Este procedimento se faz no Access, abrindo a tabela em modo Estrutura como mostrado abaixo.

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CAPÍTULO IV – UM EXERCÍCIO COMPLETO 77

CRUZAMENTO DE ÁREAS COM FEIÇÕES LINEARES O indicador de esgotamento sanitário do PMS possui duas componentes: Ice (indicador de atendimento por coleta de esgoto) e o Iie (indicador de atendimento por interceptação de esgotos). Como veremos com mais detalhes adiante, o Ice baseia-se na razão entre a população atendida e a população total da área em estudo. As informações para o cálculo desse indicador provêm do cruzamento de feições do tipo área. Já o Iie é obtido a partir da razão entre a extensão dos interceptores existentes e a extensão total dos interceptores necessários (existentes + projetados) para a área em estudo. Portanto, as informações para o cálculo do indicador de interceptação provêm do cruzamento de feições do tipo área com feições lineares que representam as redes de interceptação. Sendo assim, procederemos passo a passo um cruzamento deste tipo gerando um relatório de “overlay”. Os passos iniciais desse procedimento ( do Passo 1 ao Passo 3 ) são idênticos aos do cruzamento anterior (de áreas com áreas) para a criação do “layer” das bacias elementares. Passo 4: Criar o “layer” de informações das redes interceptoras existentes. No nosso exercício, isto se fará criando-se um filtro para o campo de informações da tabela de atributos das redes de esgotos do cadastro da COPASA, CD_TIPO_RE = ‘I’. Passo 5: Proceder o cruzamento dos “layers” conforme tela abaixo Como mostrado, optamos por gravar o produto do cruzamento e criar um relatório chamado INTER_BACIAS – Trechos de Redes Interceptoras Existentes por Bacia Elementar. Passo 6: Encerrar o aplicativo CONSREGRA clicando em Cancel. Neste caso, o produto obtido são redes interceptoras ligadas a duas tabelas de atributos, quais sejam a tabela original das redes de esgotos e a tabela das bacias às quais essas redes pertencem.

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CAPÍTULO IV – UM EXERCÍCIO COMPLETO 78

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CAPÍTULO IV – UM EXERCÍCIO COMPLETO 79

Os campos do relatório de “overlay” INTER_BACIAS possuem os seguintes significados: Mslink: é o campo chave desse relatório. Extensao: é o comprimento do trecho de rede interceptora em metros. Linha: é o valor do campo chave da tabela de atributos do “layer” das redes interceptoras. Areab: é o valor do campo chave da tabela de atributos do “layer” das bacias elementares.

É importante observar que, teoricamente, um trecho de interceptor nunca deve transpor o limite de uma bacia hidrográfica. Isto significa que todos os trechos estão 100% inclusos numa e somente numa bacia. Na figura baixo vemos dois conjuntos de trechos de interceptores pertencentes a duas diferentes bacias.

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CAPÍTULO IV – UM EXERCÍCIO COMPLETO 80

UMA CRÍTICA SOBRE OS DADOS Estamos agora prontos para realizar um cruzamento mais pesado, envolvendo dados das bacias elementares, dados das área sem redes coletoras de esgoto e dados do censo demográfico. Daremos a esse relatório o nome DEMOG_SEM_ESGOTO. Da mesma forma como procedemos na criação do primeiro cruzamento de informações, transformaremos esse produto numa feição de controle, possibilitando eventuais novos cruzamentos. O peso do processo é proporcional ao número de células que estamos processando e este é o momento de tecermos algumas críticas não relativas ao processo em si, mas relativas aos dados introduzidos no sistema. Imprecisões no traçado nas áreas em “overlay” podem produzir uma infinidade de pequenas células, de dimensões desprezíveis, que nada mais fazem senão congestionar o processo. Tomando como exemplo a célula 1365 acima, ela não se encontra 100% dentro da bacia 4140200 em razão da célula 113 que resultou do “overlap” dos limites da área sem redes coletoras com o limite da bacia. Da mesma forma, cidade afora, centenas dessas pequenas células surgem em razão do traçado das áreas. Cada uma delas torna-se um registro no banco de dados, constituindo um verdadeiro estorvo não só do ponto de vista da massa de dados inúteis que representam, mas também do ponto de vista do tempo consumido para processar os dados. Como um treinamento, podemos editar o mapa das áreas sem redes coletoras de esgoto, “melhorando” a definição dessas áreas nos limites das bacias hidrográficas. Temos na tabela SEM_ESGOTO_BH 1052 registros definindo áreas sem redes coletoras de esgotos, sendo que as menores dessas áreas têm 214 m2 , 600 m2 e 916 m2. O nosso relatório RASEBH_00, resultante do cruzamento com as bacias elementares, tem 1395 registros, sendo que 80 desses registros correspondem a áreas menores que a metade da menor área sem redes coletoras. Essas áreas muito pequenas, são uma espécie de resíduo deixado pela imprecisão do traçado.

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A ilustração à esquerda mostra 3 (três) das menores áreas geradas no relatório de cruzamento. Elas resultam de um “overlap” dos limites das áreas sem redes coletoras na confluência de 3 (três) bacias elementares, produzindo elementos de importância irrelevante para a bacia elementar na qual são geradas. Aquelas áreas medem respectivamente 2,32 m2, 3,23 m2 e 4,41 m2; e o nosso relatório RASEBH_00 possuia 1395 registros, incluindo essas áreas. A ilustração à direita sugere um traçado que elimina a produção daqueles elementos. Com base nessa idéia, foram editadas as 100 menores áreas geradas no primeiro cruzamento. Se, quando da geração da camada de informações sobre as áreas sem redes coletoras, tivéssemos observado tais critérios, estaríamos obtendo produtos mais “limpos”. Com efeito, após a edição do mapa, o relatório de cruzamento passou a ter 1350. Uma das grandes vantagens da utilização de um sistema como este está na possibilidade de realizar cruzamentos em sucessão através de operações lógicas cumulativas. Obtidos os resultados do primeiro cruzamento, neste caso um relatório das áreas sem redes coletoras de esgotos por bacia hidrográfica, queremos agora acumular informações do censo demográfico acerca dessas áreas. Isto se faz através de um procedimento semelhante ao anterior, porém envolvendo elementos característicos de processos cumulativos. Ao executar o CONSREGRA, desta vez, a categoria de informações escolhida será a do Planejamento. Naquela categoria encontra-se uma feição chamada Controle, a qual corresponde aos produtos dos cruzamentos anteriores. Ao trabalharmos com a feição Controle, devemos informar ao aplicativo o nome do relatório que

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está associado àquela camada de informações. Esse relatório, como sabemos, está armazenado no banco de dados na forma de uma tabela. A relação dessas tabelas é mostrada pelo programa, conforme abaixo, para que o operador indique a tabela a ser processada.

Neste exercício, embora tenhamos já realizado um cruzamento entre as bacias elementares e as áreas sem redes coletoras de esgoto, utilizaremos um “layer” pré-existente chamado DEMOGRAFIA_BACIAS_ELEMENTARES, ligado a uma tabela de atributos chamada DEMOGRAFIA_BACIAS_00. Como o próprio nome sugere, esse “layer” é produto do cruzamento das bacias elementares com os setores censitários do censo 2000 do IBGE. O relatório padrão resultante de um cruzamento de informações no CONSREGRA reserva quatro campos de informação para transporte de alguns valores do relatório de origem (no caso DEMOGRAFIA_BACIAS_00) para o relatório produto (DEMOG_SEM_ESGOTO_00) que deverá conter os dados da demografia das áreas sem redes coletoras de esgotos. A escolha desses campos é opcional, uma vez que através das operações de consulta no banco de dados é sempre possível trazer informações de quaisquer das tabelas em cruzamento. Como ilustrado abaixo, o programa permitirá a escolha desses quatro campos. O processo de

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escolha dos campos poderá ser interrompido apertando-se a tecla Cancel. Os demais procedimentos para criação do “layer” de controle, para posterior cruzamento, assemelham-se aos já vistos.

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Obtivemos um resultado que é a subdivisão das áreas sem redes coletoras de esgoto segundo os limites das células homogêneas do cruzamento das bacias elementares com os setores censitários. As células do produto obtido também são homogêneas, significando que cada grupamento populacional dentro delas encontra-se na mesma bacia elementar, no mesmo setor censitário e na mesma área sem redes coletoras de esgoto. A tabela ligada a essas células é DEMOG_SEM_ESGOTO_01, como pode ser visto acima, e seus campos têm o seguinte significado: Mslink: é o campo chave desse relatório, um identificador único da célula Área: área da célula. Perímetro1: perímetro da célula. Tabela1: valor do campo chave (MSLINK) da tabela de atributos do “layer” da demografia das bacias elementares. Áreatotal1: área total da entidade cujo MSLINK é 1957 no “layer” da demografia das bacias elementares. Árearelativa1: área da célula, percentagem (%), relativa à entidade cujo MSLINK é 1957. Tabela2: valor do campo chave (MSLINK) da tabela SEM_ESGOTO_BH contendo os atributos do “layer” das áreas sem redes coletoras de esgotos. A área em foco é aquela cujo MSLINK é 1020. Áreatotal2: área total da entidade do “layer” das áreas sem redes coletoras de esgoto Árearelativa2: parcela em percentagem (%) da área sem redes coletoras contida na célula.

DESEMPENHO DO SISTEMA Acabamos de efetuar o cruzamento entre as tabelas DEMOGRAFIA_BACIAS_00, com seus 4090 registros, e SEM_ESGOTO_BH, com 1052 registros; produzindo a tabela de “overlay” DEMOG_SEM_ESGOTO_00 com 2756 registros. O sistema começou a ficar “pesado”. O cruzamento dessa primeira tentativa levou cerca de 6 (seis) horas para ser concluído. O que fazer?

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Em certa medida, é sempre recomendável trabalhar os dados de entrada de forma a reduzir o número de células espúrias por ocasião do cruzamento. Essas recomendações foram passadas no tópico “UMA CRÍTICA SOBRE OS DADOS” acima. No entanto, no que respeita ao desempenho das operações em banco de dados, nada se compara à indexação da tabela. Isto se faz através da definição de uma chave primária, que deve ser um campo carregado com um valor único. No exemplo abaixo, escolhemos para chave primária o MSLINK, cuja finalidade nas tabelas do Microstation Geographics é exatamente essa.

Aproveitamos a ocasião para indexar as tabelas DEMOGRAFIA_BACIAS_00 e SEM_ESGOTO_BH, executando novamente o processo. O cruzamento dessa segunda tentativa levou cerca de 33 minutos para ser concluído. Essa brutal diferença de tempo entre as duas tentativas deve-se exclusivamente à indexação das tabelas. Esta é uma medida que o operador do sistema deve ter sempre em mente. No final do processo, antes de executar o join, conforme descrito no passo 6 da PRODUÇÃO DE UM RELATÓRIO DE OVERLAY acima, recomenda-se indexar o relatório através da interface do ACCESS. O desempenho do sistema é muitas vezes melhorado.

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VALIDAÇÃO DA TOPOLOGIA DE PRODUTOS DE “OVERLAYS” Num cruzamento que produza áreas muito pequenas, poderão ocorrer problemas com essas topologias como o indicado abaixo. A área que seria de número 167 tem 0,0248 m2. Em razão do tamanho da fonte de texto e do alinhamento, os centróides gerados pelo Microstation Geographics poderão eventualmente cair fora da área, acarretando dois problemas: uma célula ficará sem centróide e outra célula ficará com dois centróides. Isto causará erros no cálculo das áreas com os problemas apontados, refletindo em todas as análises posteriores. No primeiro relatório o alinhamento de texto estava para center-botton, o que resultou em 355 áreas com os centróides deslocados. No segundo relatório tomamos o cuidado de configurar o alinhamento do texto para center-center e apenas 4 áreas apresentaram o problema, sendo facilmente corrigidas.

Os apontamentos de áreas sem centróide e com múltiplos centróides como mostrados na figura, são feitos através de uma função do Microstation Geographics chamada Validate Topology.

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Após um cruzamento que produza células de tamanhos reduzidos, recomenda-se o uso dessa função para validar as topologias e corrigir os problemas movendo os centróides para o interior das respectivas células. A função Validate Topology encontra-se no menu Topology Creation como indicado abaixo e a sua aplicação deve ser feita com o uso de uma “fence” envolvendo a área de interesse.

Se desejamos agregar mais informações contidas nas tabelas de origem, podemos fazê-lo através de consultas no banco de dados. Por exemplo, queremos o nome da bacia, o nome do setor censitário e a população de cada célula da demografia das bacias elementares. Para isto, estabelecemos um relacionamento entre a tabela de origem (DEMOGRAFIA_BACIAS_ELEMENTARES) e a tabela de destino (DEMOG_SEM_ESGOTO_00). Essa relação é estabelecida no banco de dados ACCESS em modo de consulta como mostrado abaixo. Antes, porém, devemos “criar” os campos para receber as informações.

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A população inclusa é um produto da população total da célula original pela área relativa da célula final. Essas informações também podem ser obtidas através de uma consulta como mostrado abaixo.

TRANSPORTANDO OS DADOS PARA O EXCEL O transporte da tabela de “overlay” para uma planilha eletrônica possibilitará a realização de muitas análises, agregação de novas informações, aplicação de fórmulas; enfim, permitirá o emprego de todas as facilidades de um instrumento de trabalho de uso muito disseminado no campo da engenharia. A figura que segue ilustra uma planilha obtida a partir da exportação de um relatório de “overlay” para a planilha Excel. Algumas inferências são imediatas como as que seguem.

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Passo a Passo 1. Ao recebermos os dados no Excel várias ordenações poderão

ser feitas para efeito do agrupamento das informações. No exemplo, fizemos uma ordenação pela coluna ÁREAS SEM REDES que corresponde ao identificador das áreas sem redes coletoras de esgoto. Em seguida, dentro desta primeira ordenação, fizemos uma ordenação crescente da coluna CÉLULA contendo os identificadores das células produzidas pelo cruzamento das informações. O quadro acima é um recorte do agrupamento dos elementos que compõem a área sem redes coletoras cujo identificador é 1020. São 11 (onze) elementos como pode ser visto no quadro acima e também na figura.

2. Todos os elementos área 1020 estão contidos numa mesma bacia hidrográfica identificada por 4140200 – Bacia do Córrego do Nado.

3. O somatório das áreas dos elementos, coluna B da planilha, tem que integralizar a área sem redes coletoras cujo identificador é 1020, sendo que este valor encontra-se na coluna G da planilha.

4. A porcentagem na coluna E indica quanto da célula original identificada na coluna C (DEMOG BACIAS) corresponde esta célula.

5. A porcentagem da coluna H indica quanto esta célula representa em relação à área sem esgotamento sanitário identificada na coluna F.

6. A população total da coluna K corresponde à população da célula original identificada na coluna C.

7. A população parcial da coluna L corresponde à população inclusa em cada elemento, sendo um produto da população total (coluna K) pela parcela correspondente à célula original.

8. Há, portanto, 5671 habitantes na área sem redes coletoras cujo identificador é 1020.

9. As células 2634, 2679 e 2732; somando 3952 habitantes, respondem por 70% da população naquela área.

Num crescendo de complexidade, fizemos uma ordenação pelo identificador da bacia [CAMPO I - BACIA], permitindo-nos agrupar os elementos por bacia hidrográfica. Para a bacia do nosso exemplo, 4140200 – Córrego do Nado, agruparam-se 150 registros

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na planilha. Fizemos então uma segunda ordenação pelo identificador da área sem redes coletoras de esgoto [CAMPO F - ÁREA SEM REDES] e, finalmente, uma ordenação pela população inclusa [CAMPO L - POPPAR]. O quadro que segue é um recorte feito para algumas análises comparativas.

Chegamos a um número de 19.440 hab. (para os 150 registros) sem redes coletoras de esgotos na bacia 4140200 e uma densidade demográfica média de 133,89 hab/ha nas áreas sem redes coletoras de esgotos. De uma comparação entre as áreas sem redes coletoras em destaque, podemos tirar algumas conclusões: a-) a área cujo identificador é 1040 tem uma contribuição irrelevante para a bacia 4140200 – Córrego do Nado; b-) as áreas 1016 e 1020, estando integralmente dentro da bacia 4140200, têm expressivas contribuições, com destaque para a área 1020 que apresenta quase o dobro da densidade demográfica média da bacia e mais que o dobro da densidade demográfica da área 1016. Esta área tem a célula 2634 com 349,42 hab/ha, quase o triplo da densidade média da bacia. Percebe-se a relevância da área sem redes coletoras identificada por 1020, respondendo por 29% de toda a bacia do

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Córrego do Nado. Aquela área é o complexo de favelas da Vila Apolônia. Um estudo anterior, apresentado no início deste capítulo, utilizando-se de uma outra envoltória, totalizara uma população de 17.813 habitantes para aquela área. Nas tarjas azuis são expressos os resultados para a bacia, sendo que na coluna ICE é apresentado o indicador de atendimento por coleta de esgoto, calculado conforme abaixo. CÁLCULO DO INDICADOR DE ATENDIMENTO POR COLETA DE ESGOTO (ICE) Definido no PMS – Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte como sendo a relação entre a população atendida com ligação de esgotos à rede pública de coleta em determinada área e a população total da área considerada, o Ice é expresso por:

Ice = Pt – Pna = Pa Pt Pt

Sendo: Pt: População total da área considerada; Pna: População não atendida pelas redes coletoras de esgoto. Pa = Pt – Pna = População atendida com coleta de esgotos na área considerada; RETORNANDO PARA O ACCESS Todos os cálculos e resultados obtidos no Excel poderão voltar para o banco de dados e representados graficamente. Realizamos os cálculos do ICE – Indicador de Atendimento por Coleta de Esgoto e da DENSASE – Densidade Demográfica das Áreas sem Redes Coletoras de Esgoto na planilha Excel. A seguir, importamos essa planilha na forma de uma tabela no banco de dados Access e estabelecemos sua associação com o mapa simplesmente dando-lhe o nome da tabela original DEMOG_SEM_ESGOTO_01. Importante! No caso de pretender-se retornar resultados da planilha para o banco de dados, alguns cuidados devem ser tomados:

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1. Não destrua o campo-chave: chamado MSLINK, o campo

chave garantirá o retorno para o banco de dados mantendo os relacionamentos com a tabela original e/ou com o mapa. Se for o caso, oculte esta coluna mas não a exclua. A nova tabela tanto poderá substituir a tabela original como poderá ser “vista” através de um relacionamento estabelecido pelo campo-chave;

2. Não introduza novos registros: o campo chave é uma numeral único relacionando os registros do relatório alfanumérico com as entidades gráficas no mapa. Este campo não admite duplicação de valores ou a inserção de novos valores, sob pena de perder-se a conexão com o mapas;

3. Não mescle células: quando no Excel, evitar descaracterizar a estrutura tabular mesclando células ou embutindo fórmulas. Realize os cálculos e grave o resultado na célula para que esse resultado possa ser transportado para o Access. Prepare a apresentação dos dados em planilha de modo separado, podendo neste caso mesclar células e formatar campos para apresentação;

4. Não utilize caracteres especiais: na nomenclatura das colunas da planilha, não utilize acentos, espaços em branco ou caracteres não aceitos pelo Access como nomes de campos. O banco de dados também não aceita duplicações de nomes de campos.

Retornando para o banco de dados, os resultados poderão ser mapeados como exemplificado no mapa abaixo. O mapa é uma classificação das bacias elementares segundo o ICE – Indicador de Atendimento por Coleta de Esgoto, superposta pela classificação das áreas sem redes coletoras de esgoto segundo a densidade demográfica dessas áreas. Esses resultados foram obtidos na planilha. O que vemos é uma das áreas mais críticas de Belo Horizonte no que respeita às questões do saneamento básico, mas também dos pontos de vista ambiental e social. É uma área de favelas, denotadas pelas manchas cinzas, com o comprometimento da salubridade ambiental daquelas populações; e o comprometimento das nascentes do córrego Cardoso pelas áreas densamente

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povoadas e não saneadas aos seus redores. O processo também envolve desmatamento daquelas áreas, podendo significar a morte das nascentes; ocupação de encostas caracterizando áreas de risco para a integridade daquelas populações; enfim, um quadro preocupante.

CONCLUSÃO O Geoprocessamento como um instrumental de apoio tanto para o diagnóstico como para a proposição de soluções para os grandes problemas da cidade, acreditamos, veio para ficar. É difícil imaginar um retorno para os métodos convencionais baseados em informações dipersas, desatualizadas e difíceis de articular com os modelos espaciais. Temos, através da apreensão deste sofisticado aparato tecnológico, dado um passo decisivo e irreversível no estabelecimento de uma base de conhecimento visando a integração das políticas públicas na produção de um espaço urbano digno para amplos contingentes populacionais. Temos, também,

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visado a melhor utilização dos recursos bem como a maior eficácia das intervenções promovidas pelo poder público. O GGSAN – Grupo Gerencial de Saneamento da SUDECAP, no âmbito da PBH, tem estado a frente do processo de incorporação dessas tecnologias aos métodos de trabalho das equipes técnicas com vocação natural para as práticas de engenharia. Esse treinamento objetiva não apenas disseminar cultura, mas também consolidar importantes avanços no modo de ver a cidade e quem nela habita. Não há mais como lançar olhares sobre uma cidade sem o componente social e vice-versa. Essa visão aprofunda-se na medida em que articulam-se informações na formação de verdadeiras réplicas do mundo real em meio digital e, destas, se possa obter diagnósticos, criar cenários e, sobre estes, lançar propostas, prognósticos, projetos, etc.

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CAPÍTULO V – CONHECENDO O MICROSTATION GEOGRAPHICS

INTRODUÇÃO O Microstation Geographics é um pacote de programas da Bentley Systems Incorporated para geo-engenharia, tendo o Microstation como plataforma de CAD (Computer Aided Design). Programas de geoprocessamento como o Microstation Geographics criam um ambiente de trabalho capaz de integrar modelos espaciais (mapas vetoriais), dados alfanuméricos de um banco de dados relacional, imagens “raster” e demais recursos multimídia. As aplicações desenvolvidas neste ambiente tornam-se poderosas ferramentas de trabalho nas mãos dos especialistas, os quais têm na construção de modelos do mundo real a condição essencial para o exercício das suas atividades. Dentre as muitas atividades humanas, a engenharia civil e a arquitetura são as que mais se notabilizam pela concepção, desenvolvimento e aprimoramento de “modelos” como uma prática indispensável para a depuração de técnicas, métodos, estudos de viabilidade e minimização dos impactos das intervenções no cotidiano das pessoas. Por essa razão, o sucesso no exercício dessas atividades é muito dependente do quanto o modelo utilizado é representativo do mundo real. O objetivo deste treinamento é, antes de mais nada, promover o nivelamento de um corpo técnico altamente especializado nas práticas da engenharia, antes que no vasto campo de conhecimento das tecnologias de informações. Nesta perspectiva, o manual que se apresenta limita-se a apoiar a aprendizagem de não especialistas. Todavia, e sem contudo esgotar as potencialidades de um sistema de tal complexidade, objetiva mostrar como pode ser fácil o uso da ferramenta quando uma adequada modelagem dos dados favorece as indagações de um especialista daquele modelo de conhecimento introduzido no sistema. Recomenda-se fazer a “leitura” deste à frente do computador, interagindo e percebendo as reações do sistema para a apreensão dos conhecimentos. Consequentemente, torna-se requisito indispensável para essa apreensão o domínio dos

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conceitos e funções do Microstation, um software de CAD já muito conhecido nas áreas de projetos assistidos por computadores. ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO Na integração de um modelo de dados dentro de um SIG (Sistema de Informações Georreferenciadas), 3(três) estruturas básicas de armazenamento das informações poderão ser utilizadas, a saber: estrutura vetorial, estrutura alfanumérica e estrutura “raster” (imagens bitmap). Além dessas estruturas, sinais de vídeo, sons e “links” para sites baseados na WEB são estruturas cada vez mais utilizadas. Estrutura Vetorial: Preferida para trabalhos de modelagens bi e tri-dimensionais, essa estrutura tem como característica principal o armazenamento da descrição vetorial do elemento gráfico, ou seja, suas funções geratrizes, coordenadas, transformações (translação, rotação e escalamento) e demais atributos de exibição como cor, tipo de linha, etc. Como não poderia deixar de ser, muitos formatos proprietários e muitas propostas de padronização tornaram-se conhecidos; alguns pelo pioneirismo, outros pela popularidade, e outros pela qualidade. Em cada um dos casos, exemplos clássicos podem ser dados. Por exemplo, dentre os pioneiros, o formato .DXF tornou-se tão conhecido e aberto a ponto de hoje funcionar como um padrão de fato para a troca de informações entre sistemas CAD (Computer Aided Design). Outras propostas de padronização como o IGES e o GKS-METAFILE nunca “(de)colaram”. Dentre os mais utilizados, embora proprietário, está o formato .DWG da AutoDesk / AutoCad. O surgimento do Autocad, que se confunde com o próprio surgimento da tecnologia de CAD, determinou uma mudança de cultura na utilização dos computadores nas áreas técnicas da engenharia e da arquitetura. Até então, o uso dos computadores restringia-se à substituição das calculadoras na elaboração de planilhas e cálculos; e das máquinas de escrever nos setores administrativos. Mostrando-se melhor que os seus concorrentes à época, o AutoCad fez escola e dominou o mercado dos aplicativos de CAD por pelo menos 2(duas) décadas, formando um imenso acervo técnico em todo o mundo. Hoje, o AutoCad é ainda de

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longe o mais utilizado. Isto se deve por ter sido o melhor entre os pioneiros. Todavia, com o avanço do emprego dos computadores em outros campos do conhecimento como o cálculo estrutural; desenvolvimento e controle de processos industriais; automação e animação; técnicas mais sofisticadas para o armazenamento de grandes massas de informações passaram a ser buscadas. Primeiro, para “comportar” os muitos dados necessários para a descrição de modelos complexos; segundo, para proporcionar um armazenamento compacto e de alto desempenho nos processos recuperação. Nessas áreas, o AutoCad começou a ceder espaço para outras soluções baseadas em linguagens mais potentes e modelos conceituais mais avançados. Como um exemplo de uma técnica de armazenamento vetorial bem estruturada e de alto desempenho podemos citar o formato .DGN do Microstation, o qual permanece, desde fins da década de oitenta, como uma solução para as aplicações mais “pesadas” de modelagem de dados espaciais (vetores), como é o caso do geoprocessamento e tecnologias correlatas. Outra característica da estrutura vetorial é o modelo de camadas. A despeito do surgimento de outras formas de organização do armazenamento das informações, algumas muito eficazes e sofisticadas, a estrutura de camadas firmou-se como um verdadeiro paradigma. Talvez até por reproduzir no computador o que já se fazia nas pranchetas de desenho e de projetos, nas estamparias e nas indústrias gráficas. Essa familiaridade com modelos convencionais de organização favorecem o uso da estrutura de camadas e, como um reflexo dela mesma, a estrutura de arquivos de referência ou conjuntos (arquivos) de camadas de informações que se superpõem. Finalmente, vale lembrar que a estrutura vetorial apresenta grandes vantagens em relação à estrutura “raster” em termos do comprometimento da memória de massa, o que se dá em função do espaço requerido para armazenamento. Estrutura Alfanumérica: A alta capacidade para armazenar palavras e expressões alfanuméricas deu aos primeiros computadores o nome de “cérebros eletrônicos”. Desde então,

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muitos foram os avanços na forma de estruturar e organizar esses armazenamentos, passando pelos diferentes formatos até os sofisticados dispositivos de banco de dados, cujas capacidades para interrelacionar informações nos processos de busca e recuperação deram origem a uma linguagem específica para bancos de dados que é o SQL. Os mais modernos sistemas de geoprocessamento valem-se exatamente disso para potencializar as suas aplicações. Com relação à apresentação dessas informações, ela pode ser direta em telas formatadas, ou indireta na forma de produtos de regras de inferência transformados em atributos gráficos ou relatórios. A conexão entre o ambiente gráfico e a estrutura alfanumérica de um banco de dados relacional pode ser direta ou através do ODBC – Administrador de Fontes de Dados do Windows-NT. A configuração de uma fonte dados, por sua vez, é um importante passo para a operacionalização de um ambiente para análises integradas. Essa configuração se faz de maneira simples, bastando seguir os passos abaixo. • Clicando-se em Meu Computador na área de trabalho e em

seguida em Painel de Controle, surgirá dentre os ícones o correspondente a Fontes de Dados ODBC.

• Clicando-se neste ícone, abrir-se-á a tela da Figura V.1, onde deverá ser configurada a NFD de Sistema, para que todos os “logins” tenham acesso à fonte de dados. Caso seja configurada a NFD de Usuário, somente aquele usuário poderá acessar o dispositivo assim configurado.

• Ao clicar em Configurar, abrir-se-á a tela da Figura V.2 seguinte, onde o usuário deverá indicar a fonte de dados, ou seja, seu nome e diretório. Esse procedimento deverá ser repetido para cada fonte de dados no caso de múltiplas fontes de informações.

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Figura V.1 – Tela do administrador de fontes de dados do Windows-NT 4.0

Figura V.2 – Tela de configuração da fonte de dados via ODBC

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Estrutura Raster: A estrutura “raster” pode ser entendida como a última instância de todas as outras, ou seja, uma matriz de pontos discretos com seus respectivos atributos de cor e intensidade. A tela de um computador, como um reticulado de pontos endereçáveis, assemelha-se ao arranjo e forma de um armazenamento em formato “raster”. Endereçados um a um, estes pontos recebem um atributo de cor dado pela composição RGB, e mais um “bit” de intensidade, dando expressão aos dados vetoriais, alfanuméricos e imagens quando exibidos nas telas dos computadores, impressos ou projetados. Quanto à forma de armazenamento, essa estrutura é preferida pelas técnicas de PDI (Processamento Digital de Imagens), Imageamento, OCR (Reconhecimento Óptico de Caracteres) e Escandização (Scannerização) entre outras. Até fins da década de oitenta, o uso dessa estrutura esteve limitado pelo alto custo dos monitores de alta resolução, pela baixa capacidade de armazenamento dos discos rígidos e pela limitada velocidade de leitura e transmissão dos dados assim armazenados. Com a popularização desses insumos e com o crescente aumento das capacidades de memória de vídeo, memória de massa e de acesso aleatório (RAM), as imagens, pode-se dizer, passaram a dominar o universo das informações multimídia com o notável avanço das comunicações pela rede mundial Internet. Mas também, com a possibilidade de georreferenciar imagens, fotos e produtos de escandização; tornou-se crescente o uso das imagens combinadas com estruturas vetoriais para proceder as atualizações de bases cartográficas, análises integradas e operações lógicas cumulativas. Hoje o formato “raster”, além das potencialidades já comentadas, e pelos mesmos motivos, tornou-se importante meio para recuperação de enormes acervos técnicos e documentais, figurando entre os principais meios de armazenamento da informação digital. CAPTURA E CONVERSÃO DOS DADOS Topologias (áreas, envoltórias, linhas e pontos): Na construção de um modelo espacial, tão importante quanto a precisão e a atualidade de um dado é a caracterização da feição que o representa. Por essa razão, antes que produzir “efeitos visuais”, uma feição deverá inequivocamente exprimir as propriedades espaciais do ente que ela representa no sentido restrito; bem como

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deverá desempenhar as funções de manter a consistência e a continuidade do conjunto de informações no sentido amplo. Exemplificando, um “lote de terreno” estará bem representado por uma linha poligonal fechada em seu aspecto restrito. Todavia, esta modelagem deixa a desejar quando, no aspecto amplo, pretende-se dar expressão espacial ao “lado comum” de parcelas adjacentes, concluindo-se que a melhor modelagem para esta finalidade é o conjunto das “faces do lote”, a partir das quais sempre se poderá construir a entidade de nível superior, ou seja, a poligonal fechada e desta extrair as propriedades topológicas como sua área, perímetro, centróide, etc. Tais cuidados na construção de um modelo serão determinantes da sua aplicabilidade e utilidade. O conjunto de primitivas utilizadas na construção das feições é como segue: Áreas: dentro do Microstation Geographics, esta primitiva é representada pelas “shapes” e “complex shapes”, que são formas poligonais fechadas, com os seus respectivos atributos de borda e de preenchimento como cores, hachuras, padrões, etc. Envoltórias: como as áreas, as envoltórias são conjuntos de linhas delimitando áreas, mas que, em princípio, são formas sem preenchimento, funcionando como fronteiras de uma região. Linhas: no Microstation Geographics, essas primitivas são as “lines”, “smart lines” e “line strings”; ou seja, linhas e polilinhas com seus respectivos atributos de cor, espessura (peso), estilo, nível etc. Combinadas, essas primitivas podem constituir formas complexas como as “complex strings”. Pontos: poderão ser representados por uma “line” de comprimento zero, com seus respectivos atributos de cor, espessura, estilo, nível etc; mas também, um ponto poderá estar representado por centróides e “text nodes”, que são entes lógicos sem expressão espacial.

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Nos processos de conversão de dados, o estabelecimento de uma estrutura de geocodificação definindo claramente as feições e atributos espaciais formadores de uma categoria de informações é um passo crucial. Unidades de Trabalho (“Working Units”): Diferente de outros produtos encontrados no mercado, o Microstation Geographics trabalha com um número fixo de unidades posicionais, constituindo uma grade de pontos endereçáveis. Este “Espaço de Trabalho” poderá ser comprimido ou expandido de acordo com a resolução do sistema de coordenadas. Em outras palavras, quão maior a resolução, ou seja, quanto mais preciso seja o posicionamento, menor a abrangência do espaço de trabalho. Este efeito pode ser observado nas Figuras V.3 e V.4 seguintes, onde é feita uma alteração nas unidades de posicionamento dentro da sub-unidade (no caso o cm). Como pode ser notado, essa alteração resulta num “encolhimento” do espaço de trabalho (Working Area). Aqui cabe uma discussão. Qual é a precisão ideal de posicionamento numa área de trabalho apropriada para o mapeamento de cidades ?

Figura V.3 - Unidades de Trabalho com resolução centimétrica

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Os dados obtidos dos levantamentos em campo e/ou através de outros métodos como o sensoriamento remoto, restituição aerofotogramétrica, etc.; oferecem precisão milimétrica de posicionamento? A resposta é não. Sendo esta a resposta, por quê restringir a abrangência da área de trabalho em função de uma precisão milimétrica no posicionamento? Além disso, é preciso observar que ao subdividir a sub-unidade, aumentando a resolução do sistema de coordenadas, introduz-se um fator de escalamento que pode ser muito indesejável na composição com outras informações e nos trabalhos de expedição final dos produtos, ou seja, na “plotagem” (impressão dos produtos). No exemplo acima, subdividindo o cm (sub-unidade) em 10(dez) partes, introduz-se um fator de escalamento igual a 10. O sistema de programas MUCC-2000 possui o aplicativo CNVMAP, o qual promove de maneira integrada os processos de compatibilização das unidades de trabalho, da origem global e da estrutura de geocodificação.

Figura V. 4 - Unidades de Trabalho com resolução milimétrica

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FERRAMENTAS DE LIMPEZA TOPOLÓGICA Conforme ilustrado na Figura V.5, o Microstation Geographics implementa várias técnicas para o tratamento e limpeza dos dados espaciais introduzidos no sistema por digitalização, importação ou conversão de outras estruturas de armazenamento. A caixa de ferramentas abaixo é ativada através do comando Tools > Main > Topology Cleanup. Na ordem, da esquerda para a direita, essas funções são como segue

Figura V.5 - Caixa das Ferramentas de Limpeza

Função Efeito 1. Encontrar linhas duplicadas (Find duplicate linear elements)

Assinalar ou Eliminar.

2. Encontrar linhas similares (Find similar linear elements)

Assinalar ou Eliminar.

3. Encontrar Fragmentos de linhas (Find linear element fragments)

Assinalar ou Eliminar.

4.Retificar Elementos Lineares (Thin linear elements)

Reduzir vértices de uma poligonal.

5. Segmentar Elementos Lineares (Segment linear elements)

“Quebrar” os elementos lineares interceptantes.

6. Encontrar lacunas (Find gaps) Coincidir extremidades próximas de elementos lineares.

7. Encontrar sobras (Find dangles) Coincidir extremidades próximas de elementos lineares

8. Policromar (Rainbow masking) Colorir e diferenciar elementos próximos.

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ESTRUTURA DO PROJETO MICROSTATION GEOGRAPHICS O Microstation Geographics cria um ambiente para a modelagem, integração, organização e consultas às bases de dados integrados. A esse “ambiente” chamamos Projeto, podendo-se ainda entendê-lo como uma “pasta” dentro da qual se organizam um banco de dados alfanumérico, desenhos e demais definições do projeto em suas respectivas sub-pastas. Além dos modelos espaciais (mapas), são definições do projeto as categorias de informações, as feições e seus atributos dentro das categorias, arquivos de índices, arquivos-semente, etc. Essa estrutura favorece um modelo conceitual de “ambiente de trabalho” onde diversos dispositivos de bancos de dados poderão estar sendo consultados numa rede, sendo esses dispositivos mantidos por diferentes grupos em suas atividades setoriais. Essa possível interação entre diversos grupos em suas respectivas atividades setoriais, consultando e discutindo interferências em ações intersetoriais, tem o forte apelo daquilo que se convencionou chamar engenharia integrada. Trata-se de um grande salto qualitativo em relação às práticas tradicionais de manipulação de informações estáticas, uma vez que o modelo sugere a existência de uma “janela” para o mundo, incorporando não só a dinâmica de evolução dos meios físicos para os quais se propõem as intervenções, como a dinâmica das discussões e propostas para uma gestão efetiva das transformações do espaço urbano. A Figura V.6 que segue mostra a estrutura básica do Projeto PMS – Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte, estando num mesmo nível de outros projetos como COPASA – Banco de Dados dos Sistemas de Água e Esgoto operados pela COPASA e PDDBH – Banco de Dados do Plano Diretor de Drenagem da PBH. É importante notar que, do ponto de vista lógico, a estrutura de um Projeto pode estar definida em qualquer ponto de uma rede local ou remotamente numa rede ampla.

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Figura V.6 – Estrutura de diretórios dos Projetos

TRABALHANDO COM PROJETOS Um projeto do MicroStation GeoGraphics é formado basicamente pelos seguintes objetos e conceitos:

Objeto Conceito Categoria

É uma organização de informações envolvendo feições e mapas (modelos) afins. Por exemplo, a formação da categoria de informações dos sistemas de esgoto envolve a definição das feições das redes coletoras, interceptores, emissários, poços de visita, tubos de queda, caixas de passagem etc; além dos mapas das suas sub-divisões e dos modelos operacionais,

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Feições

São elementos gráficos (pontos, linhas, células, áreas, etc.) que descrevem um objeto real. Cada feição, portanto, possui a sua própria simbologia, propriedades e atributos; pertencendo a somente uma categoria de informações.

Comandos

São operações especificas de uma feição. Essas operações podem ser escritas na forma de regras ou comandos do Microstation (macros), uma linguagem de comandos como o UCM (Microstation User Commands) ou de uma linguagem de programação estruturada como o MDL.

Mapas

Um mapa é constituído por feições organizadas na formação de modelos espaciais. Conceitualmente, um mapa deverá pertencer unicamente a uma categoria de informações. Uma categoria poderá possuir muitos mapas, porém, um mapa será parte integrante de somente uma categoria de informações.

Tabelas do Sistema

Um projeto possui uma série de tabelas do sistema, que são criadas automaticamente no banco de dados quando da sua criação. São tabelas que o sistema necessita para estabelecer a organização e as relações entre os objetos do projeto.

Tabelas de Atributos do Usuário

São tabelas criadas pelo usuário contendo atributos alfanuméricos que podem ou não estar associados às feições de uma categoria de informações. Essas tabelas, seus nomes e suas estruturas são criadas de acordo com as necessidades do projeto ou do modelo de conhecimento que o projeto incorpora.

MSCATALOG

É uma tabela do Microstation contendo informações das tabelas existentes no escopo do projeto do Microstation Geographics. Essa tabela

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permite, por exemplo, estabelecer uma conexão direta do Microstation com o dispositivo de banco de dados, fora do ambiente do Geographics e, assim, recuperar os dados alfanuméricos.

Catálogo de Tabelas

Guarda dados pertencentes às tabelas de atributos do projeto.

Catálogo de Relações

Guarda informações acerca da interligação entre tabelas.

Envoltórias de Mapas-Índice

São elementos fechados (“shapes”) num arquivo que mostra o relacionamento espacial entre os mapas de um projeto. Em outras palavras, são envoltórias descrevendo a abrangência espacial dos mapas.

A CRIAÇÃO DE UM PROJETO A criação de um projeto no Microstation Geographics deverá ser precedida da criação de um banco de dados, o qual será integrado ao ambiente de projeto por ocasião da sua criação. Compreende os seguintes passos: • Criação de um diretório para o banco de dados identificado pelo

nome do projeto. • Criação de um banco de dados vazio. • Criação de uma fonte de dados no ODBC. • Inicialização do Microstation Geographics. • Criação do Projeto no Microstation Geographics utilizando o

comando Project > Wizard. • Abertura de um arquivo qualquer para a edição e configuração

da variável de ambiente MS_GEOPROJDIR (Workspace > Configuration) a qual apontará para o diretório do projeto criado no primeiro passo.

• Edição e configuração da variável de ambiente MS_GEOPROJNAME, cujo conteúdo será o nome do projeto.

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Sair do Microstation Geographics e reinicia-lo utilizando os identificadores do projeto. ABRINDO UM PROJETO Abrir um projeto no Microstation Geographics significa estabelecer uma conexão dos modelos espaciais com um banco de dados alfanumérico e, neste ambiente, poder criar, editar, atualizar e consultar as informações. O seguinte procedimento descreve como tornar um projeto ativo: • Dentro do Microstation Geographics, abrir a janela de diálogo

da abertura de projetos através do comando Project > Open. • Localizar o diretório do projeto através do “Browse”. • Escolher o servidor de banco de dados (ODBC, Oracle, etc.). • Ativar o “Database Connect”, o “Database Load” e digite o

“Login” (nome) do dispositivo de banco de dados. • Ligar o “Work Map” (se quiser abrir um novo mapa) o “Map

Maneger” e o “Key Map” (este último, se quiser trabalhar com o mapa-índice).

• Clicar OK. Em maiores detalhes, esse procedimento envolve os seguintes conceitos: Project

Directory: Especifica o diretório do projeto a ser aberto. Export File: Especifica o diretório para exportação do projeto.

Database

Database Server: Especifica o dispositivo de banco de dados. O Microsoft ODBC é um gerenciador de dispositivos de banco de dados no ambiente do Windows NT. Embora seja possível conectar-se direta e exclusivamente a um específico dispositivo de banco de dados, isto restringiria o acesso a somente este dispositivo.

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Database Connect: Se assinalado, o sistema estabelecerá a conexão para o banco de dados. Database Load: Se assinalado, o sistema fará a carga do banco de dados. Login: Especifica o nome para acesso ao banco de dados.

A Figura V.7 mostra a janela de diálogo para a abertura de projetos.

Figura V.7 - Tela de abertura de projetos

Options Work Map: Quando assinalado, o sistema automaticamente criará um arquivo em branco chamado work.dgn, o qual deverá ser salvo com um outro nome, caso se queira dar permanência às informações. O nome work.dgn será reutilizado para a criação de novas áreas de trabalho. Este arquivo é criado a partir de um arquivo semente que se encontra no diretório Projetos\Ggsan\Seed\. Um importante conceito subjacente ao conceito de work map é que todas as informações anexadas ao objeto de análise são arquivos de referência do Microstation. Isto assegura que nos

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processos de consulta, o analista não intervém nas bases, modificando-as ou acrescentado-lhes informações. Map Manager: Quando assinalado, ativa as funções de gerenciamento dos mapas pelo Microstation Geographics. Conforme ilustrado na Figura V.8, o Map Manager é um utilitário que facilita a manipulação das diversas camadas de informações como arquivos de referência. Key Map: Quando assinalado, o sistema ativa a janela do mapa-índice. É um recurso útil para localização em consultas às bases de dados quando articuladas em vários mapas (folhas ou regiões articuladas). Este não é o caso de modelos onde os níveis de informações abrangem toda a área de interesse.

CATEGORIAS DE INFORMAÇÕES, FEIÇÕES E ATRIBUTOS Uma categoria de informações é um agrupamento de feições articuladas na formação de mapas (modelos do mundo real). Cada mapa e cada feição caem unicamente dentro de uma categoria de informações, todavia, uma categoria poderá conter muitos mapas e feições. Por convenção, os mapas de uma categoria poderão ser identificados pela extensão do nome dos arquivos, por ex., .esg para os mapas dos sistemas de esgoto. Feições Uma feição representa um objeto do mundo real. As formas primitivas de uma feição são o ponto, a linha, a área, o texto ou uma célula de desenho. Representando um objeto do mundo real, uma feição possui sua própria simbologia e poderá estar associada a um conjunto de atributos alfanuméricos. Um feição também poderá ter comandos associados. Mapas Um mapa é um arquivo de desenho do Microstation, definido dentro de uma categoria de informações e contendo modelos espaciais exclusivos daquela categoria. Por “default”, um mapa de

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um projeto deveria estar armazenado no diretório \DGN da estrutura de diretórios do projeto. Todavia, nada impede uma outra organização de diretórios para armazenamento dos mapas, tendo-se ainda a opção de configuração da variável de ambiente MSGEODGNDIR.

Figura V.8 - Tela do Map Manager

CONSULTAS E PRODUÇÃO DE TEMAS E ANÁLISES O projeto do Microstation Geographics, uma vez ativado, é um ambiente para consulta e produção de bases de dados integrados. Nesse ambiente, algumas ferramentas são providas para proporcionar conforto ao usuário na interrogação das informações, na formulação de regras de inferência e na produção de informações temáticas. São elas:

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Review / Consulta de Atributos Alfanuméricos É uma função do Microstation Geographics que, a partir da identificação de um elemento gráfico, passa a descrever os atributos alfanuméricos associados àquela elemento, quando estes existem. No menu principal do Microstation Geographics, o “review” é representado pelo ícone abaixo. Há um comando alternativo que é acionado pelo key-in review (linha de comando). Este comando exibirá as duas tabelas ligadas ao elemento; isto é, a tabela de feições e a tabela de atributos. É muito útil quando se quer sabe se um elemento de desenho é uma feição. Query Builder / Construção de Regras SQL O “Query Buider” (“Construtor de Regras”) do Microstation Geographics representa uma grande facilidade para a criação de regras SQL, não exigindo do usuário conhecimentos profundos da linguagem de banco de dados. Sua apresentação é como ilustrada na Figura V.9. Através do auxílio deste módulo, com pouco tempo de aprendizado, um usuário leigo em informática poderá construir, gravar e executar regras SQL de uma certa complexidade, obtendo produtos que vão desde uma simples visualização na tela, até novas tabelas de banco de dados e cartas temáticas. Annotation / Anotação de Atributos Alfanuméricos no Mapa Sendo um dos recursos mais úteis na análise e produção de informações integradas, a anotação permite “trazer” para o desenho informações alfanuméricas de um banco de dados relacional, associadas aos elementos de desenho. A tela da função de anotação, conforme mostrada na Figura V.10 abaixo, trabalhando

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em conjunto com o “Query Builder”, permite a criação de filtros (regras SQL) para triagem das informações a serem anotadas.

Figura V.9 – Apresentação do construtor de regras SQL.

No exemplo da Figura V.10, uma regra para selecionar o conteúdo dos campos “material” e “diâmetro” (onde o diâmetro seja >= 100) dos registros alfanuméricos associados às redes de esgotos produz o resultado visto na Figura V.11. Logicamente, a ferramenta provê meios para especificar alinhamentos, tamanhos de texto, fontes etc., como pode ser visto. O acesso à função de anotação se faz através do comando abaixo.

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Figura V.10 – Tela da função de anotação

Figura V.11 – Produto da função de anotação.

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Topology Analysis / Análise Topológica A análise topológica, por sua vez, permite a criação de temas diversos, baseados no processamento das informações alfanuméricas em combinação com critérios espaciais. A Figura V.12 ilustra a criação de um tema a partir de uma regra SQL: (SELECT ALL) FROM ARC_ESG_0 WHERE QT_DIAMETR >= 200. Através dessa regra, instrui-se o sistema a identificar todos os elementos de rede cujo diâmetro seja igual ou maior que 200 mm. Ordena-se ainda que esses elementos sejam colocados no nível 2, na cor vermelha, com peso 4 e estilo linha cheia.

Figura V.12 – Tela da função de análise topológica

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A Figura V.13 mostra a informação temática superposta ao mapa original da base, mostrando os elementos selecionados pela regra SQL de acordo com os atributos escolhidos para representá-los..

Figura V.13 – Tema produto da análise topológica

CONCLUSÃO Este Capítulo V, uma resenha dos recursos mais utilizados do Microstation Geographics, encerra um ciclo de treinamento visando a transferência do know-how acumulado pela utilização das técnicas de geoprocessamento na apuração dos indicadores do PMS – Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte. A

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utilização conjunta dos recursos articulados no programa CONSREGRA e os recursos básicos da plataforma tecnológica do Microstation Geographics dispostos neste capítulo, constituem uma plataforma de conhecimento sem similar para efeito dos trabalhos desenvolvidos pela equipe técnica do GGSAN – Grupo Gerencial de Saneamento da SUDECAP. Essa plataforma de conhecimento, tornando-se de domínio pleno dos engenheiros e técnicos da equipe, não apenas garantirá a apreensão do know-how acumulado como consubstanciará o produto de um investimento realizado pela PBH – Prefeitura de Belo Horizonte, e que poucos poderes públicos municipais no cenário nacional têm a visão ou a capacidade de realizá-lo. O resultado é um trabalho de sucesso, com amplas possibilidades de tornar-se uma referência nacional no setor da engenharia sanitária e disciplinas correlatas.