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MELHORES POEMAS João Cabral de Melo Neto Igor Marcel Leandra Brum Mariana Vaz Lucena Natsumi Tamo

Melhores Poemas - João Cabral de Melo Neto

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Trabalho sobre o livro Melhores Poemas, vestibular UFSC 2015.

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Page 1: Melhores Poemas - João Cabral de Melo Neto

MELHORES

POEMASJoão Cabral de Melo Neto

Igor Marcel Leandra BrumMariana Vaz LucenaNatsumi Tamo

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BIOGRAFIA9 de janeiro de 1920, Recife (PE);

Primo, pelo lado paterno, de Manuel Bandeira e, pelo lado materno, de Gilberto Freyre;

Chega ao Rio de Janeiro em 1940, onde conhece Murilo Mendes e outros intelectuais;

Primeiro livro: Pedra do Sono (1942);

Carreira diplomática em 1945;

Casa-se com Stella Maria Barbosa de Oliveira, em 1946;

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Em 1955, ganha o Prêmio Olavo Bilac da Academia Brasileira de Letras e, no ano seguinte, publica pela Editora José Olympio "Morte e Vida Severina e outras

obras“;

Destaque: Morte e vida severina (1955), traduzido para diversas línguas;

Conquistou o Prêmio do Festival Universitário de Nancy em 1966;

Em 15 de agosto de 1968 é eleito para a Academia Brasileira de Letras por unanimidade;

Falece em 9 de outubro de 1999, aos 79 anos.

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ALGUMAS OBRAS

“Pedra do Sono” (1940-1941)

“O engenheiro” (1942-1945)

“Morte e vida severina”

“A educação pela pedra”

(1962-1965)

“Agrestes” (1981-1985)

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CONTEXTO HISTÓRICO

1945: início da terceira fase do

Modernismo “Geração de 45” ;

Fim da Segunda Guerra

Mundial;

O fim da Era Vargas;

A ascensão e a queda do

populismo;

A ditadura militar;

Guerra Fria.

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Contra o individualismo dos poetas

que só se preocupam com seu “eu

íntimo”;

Obra centrada no objeto, se guia

pela contenção e economia

verbal;

CARACTERÍSTICAS

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“Arquiteto das palavras”, “O poeta-engenheiro”, importava-se com o rigor e a

simetria;

Uso da musicalidade, do ritmo e das redondilhas;

Secura, aspereza, dureza, vazio;

Preocupação com a realidade social, principalmente com a do Nordeste

Brasileiro.

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“O trabalho da poesia é um trabalho

intelectual, possui um vocabulário que

é essencialmente referencial e não

metafórico.” JCMN

“O horror que sente perante a emoção e

sentimentos o faz escrever poesia

como um trabalho intelectual,

linguagem lógica e matemática.”

(crítica)

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PEDRA DO SONO

(1940-1941)

Primeiro livro;

Poemas curtos, versos regulares;

Metalinguagem, surrealismo;

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POESIA

Ó jardins enfurecidos,

Pensamentos palavras

sortilégio

Sob uma lua contemplada;

Jardins de minha ausência

Imensa e vegetal;

Ó jardins de um céu

Viciosamente frequentado:

Onde o mistério amor

Do sol da luz da saúde?

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O CÃO SEM PLUMAS

(1949-1950)Descrição sobre a passagem do rio Capibaribe na cidade de

Recife e da pobreza nordestina:

“A cidade é passada pelo rio como uma rua

é passada por um cachorro;

uma fruta

por uma espada.

O rio ora lembrava

a língua mansa de um cão

ora ventre triste de um cão,

ora o outro rio

de aquoso pano sujo

dos olhos de um cão

Aquele rio

era como um cão sem plumas”

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O ENGENHEIRO

(1942-1945)

A luz, o sol, o ar livre

Envolvem o sonho do engenheiro.

O engenheiro sonha coisas claras:

Superfícies, tênis, um copo de água.

O lápis, o esquadro, o papel;

O desenho, o projeto, o número:

O engenheiro pensa o mundo justo,

Mundo que nenhum véu encobre

(Em certas tardes nós subíamos

Ao edifício. A cidade diária,

Como um jornal que todos liam,

Ganhava um pulmão de cimento e vidro).

A água, o vento, a claridade,

De um lado o rio, no alto as nuvens,

Situavam na natureza o edifício

Crescendo de suas forças simples.

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MORTE E VIDA SEVERINA (1954-

1955)

Poema dramático que relata a trajetória de um retirante do

sertão nordestino em busca de uma vida melhor no litoral;

O poema é construído em redondilha maior (sete sílabas poéticas)

e é dividido em duas partes: CAMINHO OU FUGA DA

MORTE passa-se antes do protagonista chegar à capital Recife;

PRESÉPIO OU ENCONTRO DA VIDA, é após a chegada à

cidade;

Centrado em duas linhas narrativas que seguem a dicotomia

existente no próprio título da obra: “morte” e “vida”;

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“— O meu nome é Severino,como não tenho outro de pia.

Como há muitos Severino,que é santo de romaria,

deram então de me chamarSeverino de Maria;

como há muitos Severinoscom mães chamadas Maria,

fiquei sendo o da Mariado finado Zacarias.

Mas isso ainda diz pouco:há muitos na freguesia,

por causa de um coronelque se chamou Zacariase que foi o mais antigosenhor desta sesmaria.

Como então dizer quem falaora a Vossas Senhorias?Vejamos: é o Severinoda Maria do Zacarias,lá da serra da Costela,

limites da Paraíba.

Mas isso ainda diz pouco:se ao menos mais cinco havia

com nome de Severinofilhos de tantas Marias

mulheres de outros tantos,já finados, Zacarias,

vivendo na mesma serramagra e ossuda em que eu vivia.

Somos muitos Severinosiguais em tudo na vida:

na mesma cabeça grandeque a custo é que se equilibra,

no mesmo ventre crescidosobre as mesmas pernas finas,

e iguais também porque o sangueque usamos tem pouca tinta.

E se somos Severinosiguais em tudo na vida,

morremos de morte igual,mesma morte severina”

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O subtítulo do poema, “auto de natal

Pernambucano”, liga este texto aos autos medievais,

que são textos de linguagem simples, muitas vezes com

elementos cômicos e uma intenção moralizadora;

Uma característica importante dos autos é que suas

personagens são alegóricas e representam virtudes e

pecados, o bem e o mal, etc.

Temos um exemplo desse tipo de literatura com

Gil Vicente.

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PSICOLOGIA DA COMPOSIÇÃO

(1946)

O eu lírico tenta discutir a criação da poesia;

O título é uma ligação com a obra Filosofia da

composição de Edgar Allan Poe, para debater

a origem de sua maior obra poética, o poema O

corvo.

A pedra ensina o homem: a vida é difícil, mas

leva ao aprendizado e à transformação social.

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“Uma educação pela pedra: por lições;

Para aprender da pedra, frequentá-la;

Captar sua voz inenfática, impessoal

(pela dicção ela começa as aulas),

A lição de moral, sua resistência fria

Ao que flui e a fluir, a ser maleada

A de poética, sua carnadura concreta

A de economia, seu adensar-se compacta”

(...)

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SUGESTÃO:

• https://www.youtube.com/watch?v=7VDdfpQgxEg