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h O Alimento Espiritual Diário Alguns Aspectos do Ensino da Fé Testes e Provações Adib Taherzadeh •

Alimento espiritual diário, o

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Literatura Bahá'í

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O Alimento Espiritual Diário

Alguns Aspectos do Ensino da Fé

Testes e Provações

Adib Taherzadeh •

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O Alimento Espiritual Diário

Alguns Aspectos do Ensino da Fé

Testes e Provações

Baseado em trechos do livro The Revelation of Bahâ'u'lláh, Volume III

do mesmo autor.

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1 ? Edição 1985 (em livretos separados)

2? Edição outubro de 1987

Tradução de Osmar Mendes

Direitos reservados

Assembléia Espiritual Nacional dos BaháTs do Brasil Caixa Postal 7035 71619 - Brasília, DF, Brasil

Publicação ng 117, 1 mil, composta em Forma Helvety Médium F22/11K+ sobre 12 pontos.

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índice

Introdução v

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Alguns Aspectos do Ensino da Fé 7

Testes e Provações 13

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Introdução

Ocorre, algumas vezes, que um bahá'í parece não encontrar em sua Fé as condições de alegria e felicidade, de paz de espírito e tranqüilidade de consciência que tão necessárias lhe são nesta vida atribulada.

Porém, cabe aqui perguntar: Estamos realmente cumprindo o que BaháVIláh nos determinou? Vivemos a vida conforme os pa­drões promulgados por Ele? Obedecemos Seus mandamentos, fiel­mente?

No KITÁB-I-AQDAS, o Livro Mais Sagrado da Revelação de BaháVIláh, o Livro de Suas Leis, existem muitos preceitos e ensi­namentos que são obrigatórios a todos os bahá'ís. Representam a vontade de Deus para nós e são nossa guia infalível na vida. Sabe­mos quais são? Vivemo-los realmente?

Adib Taherzadéh, em seu livro A REVELAÇÃO DE BAHÁVL-LÁH, volume III, original em inglês, 1983, da Editora George Ronald, discorre sobre o KITÁB-I AQDAS em cinco capítulos seguidos, num total de 124 páginas. Dada a importância dos mesmos, para todos os indivíduos bahá'ís, selecionamos trechos destes capítulos dos se­guintes assuntos (seguidos pelas páginas da fonte no original):

• Leitura Diária das Escrituras Bahá'ís (p. 322-326) • Oração Obrigatória Diária (p. 348-350) • Alguns Aspectos do Ensino da Fé (p. 331-336)

Ainda incluímos o tópico Testes de Provações (p. 47-51).

Que o leitor, ao meditar sobre cada um dos temas, faça uma auto-analise de sua vida e chegue a uma conclusão se realmente está cumprindo com o que BaháVIláh determina nesses aspectos da vida espiritual de Seus discípulos. Talvez encontre a resposta que busca e a solução de seus problemas de consciência. Aceitar e viver tais preceitos é responsabilidade exclusiva do indivíduo.

Osmar Mendes

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O ALIMENTO ESPIRITUAL DIÁRIO

Educação Divina

No KITAB-I-AODAS encontram-se muitas exortações aos crentes para viverem uma vida santificada e se adornarem de um bom caráter e virtudes divinas.

Existem muitas pessoas, não-bahá'ís, que foram criadas para terem uma vida condigna, de acordo com suas próprias tradições. São treinadas, desde crianças, para serem cortezes, bondosas e carinhosas. Demonstram muitas boas qualidades, que lhes foram inculcadas de tal forma que se tornaram uma segunda natureza. Realizam bons atos com naturalidade. Tais pessoas merecem o mais elevado respeito. Mas porque estão privadas do espírito da fé trazido pelo Mensageiro de Deus pa­ra esta época, elas são como lâmpadas especiais, mas que não foram acesas. Viver a vida como bahá'í é diferente, no fa­to de que o coração está iluminado com o amor de Bahá'u'l-láh. É este amor que faz a diferença e que capacita o crente a espelhar os ensinamentos de Bahá'u'lláh aos outros. Sem isso é impossível a um bahá'í realizar tudo o que pode nesta vida. Na verdade, a história de todas as religiões é escrita na lin­guagem do amor. Algumas pessoas reconhecem Bahá'u'lláh intelectualmente. Isso não é suficiente. Se o indivíduo não se tornar um verdadeiro amante de Bahá'u'lláh, não poderá adqui­rir a capacidade espiritual para servir, de forma completa, a Causa de Deus neste dia.

"Imergi-vos no oceano de Minhas Palavras"

Como acontece com a maioria das coisas que crescem nesta vida, existe sempre um começo para este amor a Ba-

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há'u'lláh. Quando o indivíduo abraça a Causa de Deus, a cen­telha da fé se acende em seu coração. Ele então começa sua caminhada de amor em direção a Bahá'u'lláh. A lâmpada de seu coração foi apenas acesa. Esse amor dever ser permitido crescer; essa luz precisa receber as condições para se trans­formar em um grande fogo.

Quando a pessoa encontra um amigo de quem realmente gosta, a única forma de estreitar os laços de amizade e amor com ele é conhecê-lo melhor e tornar-se mais íntimo com ele. Se se afastar e permanecer longe do amigo, a amizade não se consolidará.

O começo de um grande amor pode ocorrer numa simples apresentação. Mas só crescerá quando há associação entre o amante e a amada, e quando quem ama é sincero e dedicado, e vai em busca do ser amado.

Semelhantemente, um crente deve dar prosseguimento à sua caminhada de amor até Bahá'u'lláh. Não deve ficar ape­nas no contato inicial. O passo mais importante para isso é ler as palavras de BaháVIláh, a fim de comungar com Ele e tor­nar-se atraído à Sua Sagrada Pessoa. Na verdade, este é um de Seus mandamentos no Kitáb-i-Aqdas. Ele prescreve aos Seus seguidores recitarem Suas Palavras duas vezes ao dia, de manhã e à noite, e afirma que aqueles que não o fazem falham em cumprir seu compromisso com o Convênio de Deus. Estas são Suas palavras naquele Livro:

"Recitai os versos de Deus toda manhã e noite. Quem não os recita, na verdade falhou no cumprimento de seu com­promisso para com o convênio de Deus e Seu Testamento, e quem, neste dia, DEIe se afasta, afastou-se em verdade de Deus desde tempo imemorial. Temei a Deua, ó concur­so de meus servos."

"Cuidai para que a leitura excessiva e muitos atos de pie­dade durante o dia e a noite não vos tornem vaidosos. Se uma pessoa recitar um único verso dos escritos sagrados, em espírito de alegria e radiância, isso lhe será melhor que recitar cansativamente todas as escrituras de Deus, o amparo no perigo, o que subsiste por si próprio."

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"Recitai os versos de Deus de tal forma que não sejais tomados pela fadiga ou tédio. Não sobrecarregueis vossas almas até lhes causar exaustão e opressão, mas, sim, esforçai-vos para torná-las leves, de forma que possam alçar vôo nas asas dos versos revelados, alcançando a alvorada de seus sinais. Isto conduz a um acesso mais próximo de Deus, fósseis vós compreendê-Lo."*

Em outra passagem do Kitáb-i-Aqdas, Bahá'u'lláh afirma:

"Imergi-vos no oceano de minhas palavras, para que pos-sais descobrir seus segredos e encontrar todas as pérolas de sabedoria que jazem ocultas em suas profundezas."

A leitura das palavras de Bahá'u'llah exerce a mesma in­fluência sobre a alma que o alimento o faz para o corpo. Pos­sibilita à alma aproximar-se de Bahá'u'lláh e tornar-se plena de Seu Amor. Sem a leitura regular dos Escritos, duas vezes ao dia, um bahá'í não pode crescer espiritualmente, não existindo alternativa para compensar esta perda. No Kitáb-i-Aqdas, Ba-há'u'!láh afirma não existir mérito em ler Suas Palavras quan­do a pessoa está cansada. Ele diz que ler umas poucas linhas com espírito de alegria e radiância é melhor que ler um livro inteiro quando deprimido ou fatigado. Este mandamento está bem em harmonia com a lei da natureza que prescreve que uma pessoa injira seu alimento somento quando está com forme. Outra semelhança é que na natureza a pessoa deve se alimentar regularmente todos os dias. Alimentar-se apenas uma vez na vida não é suficiente. Assim também com a leitura das Palavras de Deus, que são o alimento do espírito. Ler os Escritos Sagrados apenas de vez em quando não é suficiente. Conforme ordenado por Bahá'u'lláh, para crescer espiritual­mente o indivíduo deve ler Suas Palavras conforme estão re­gistradas em Suas Epístolas, duas vezes ao dia. Tais pala­vras, com todas as suas forças vivificadoras, devem, então, penetrar o coração e fortalecer a fé da pessoa.

'Nota: A leitura das palavras de BaháVIláh, conforme determina no Kitáb-i-Aqdas, não deve ser confundida com orar, que é um mandamento completamente diferente. (Ver página 6.)

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A leitura das palavras de BaháVIláh não somente possi­bilita ao crente aumentar seu amor por Ele cada dia, como também aprofunda-o na Fé. O significado da expressão "apro­fundamento na Fé" é muitas vezes mal-entendido. É conside­rado como sendo a participação em classes de estudo e dis­cussões intelectuais. Muitas vezes, nessas discussões, a pes­soa pode injetar suas próprias idéias, como também teorias modernas, nos ensinamentos de Bahá'u'lláh, podendo dar a entender ser a Fé algo complicado, uma teoria científica sofis­ticada. Na verdade, o estudo da Fé é tão simples que qualquer pessoa, de senso comum, mesmo que prescinda de educação, pode entender perfeitamente suas verdades, contanto que seu coração seja puro. Se observarmos as palestras de 'Abdu'1-Ba-há no mundo ocidental, notaremos a simplicidade da lingua­gem que utilizou para explicar assuntos tão profundos.

O aprofundamento real ocorre quando o crente lê os Es­critos com os olhos da fé, sabendo que está lendo a Palavra de Deus e não as palavras dos homens - uma Palavra que es­tá carregada de um tremendo poder. O aprofundamento tam­bém ocorre quando o crente se associa com alguém que está fervente de amor por Bahá'u'lláh. Apenas a companhia de tal pessoa aumenta nos outros a Fé de Deus. Bahá'u'lláh afirma em "Palavras Ocultas":

"Quem procura comungar com Deus, que busque a com­panhia de seus amados; e quem deseja escutar a Palavra de Deus, que dê ouvidos às palavras de seus eleitos."

Esta é a razão pela qual aqueles que encontram um ver­dadeiro servo de Bahá'u'lláh freqüentemente se tornam plenos de um novo espírito.

Na idade heróica da Causa os crentes eram aprofundados na Fé encontrando-se regularmente e compartilhando entre si seu conhecimento e amor por Bahá'u'lláh. Um devotado bahá'í que tivesse estado em Sua presença, cujo coração estava re­pleto de Seu amor, ou que havia recebido uma Epístola dEle, podia compartilhar seu fogo e sua fé, como também seu co­nhecimento e sua compreensão, com outras pessoas que se associavam a ele. Naqueles dias os crentes não tinham aces-

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so a todos os Escritos e muitascvezes pouco sabiam dos ensi­namentos de Bahá'u'lláh. Mas seus corações estavam tão ple­nos de Seu Amor que um grande número deles deram suas próprias vidas em Seu caminho.

Pode haver uma tendência, nos dias atuais, para nos tor­narmos muito acadêmicos, até mesmo mecânicos no estudo da Fé. Um esforço puramente intelectual pode de tal forma obscurecer o coração que os raios do sol da Verdade fiquem impossibilitados de brilhar dentro dele. O que o crente precisa, além do conhecimento da Fé, é abrir seu coração às influên­cias da Revelação de Bahá'u'lláh, comungar com Seu Espírito, regozijar-se em Seu Nome, e buscar especialmente a compa­nhia de Seus verdadeiros amantes. Sem a efusão do espírito da fé em sua vida sem voltar seu coração em humildade para BaháVIláh, ele não pode aprofundar-se na Causa, porque o conhecimento de Deus é primeiramente refletido dentro do co­ração do homem, para depois seu intelecto poder entendê-lo. Isto está claro nos Escritos.

E agora uma palavra de advertência com relação a este assunto vital. Ler os escritos de Bahá'u'lláh, importante como é, não poderá nunca levar ao progresso espiritual a não ser que seja combinado com o serviço à Causa. Se uma pessoa se ali­mentar regularmente e em abundância, mas não se movimen­tar, não usar seus músculos todos os dias, tornar-se-á logo uma inválida. Da mesma forma, o estudo dos Escritos deve ser acompanhado por ações, ações que foram prescritas por Bahá'u'lláh em Seus ensinamentos e em Suas leis.

Se o indivíduo, que reconheceu a posição de Bahá'u'lláh, imerge no oceano de Suas palavras, se ele abre seu coração às influências de Sua Revelação, se ele se associa com ou­tros devotados bahá'ís, que estão ativos na Fé, e evita a com­panhia dos ímpios*, e se se levanta para servir a Causa, en­tão seu amor por Bahá'u'lláh crescerá dia após dia e ele se tornará um verdadeiro crente.

*Nota: ímpia: pessoa que vive de forma contrária aos ensinamentos de Deus.

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Oração Obrigatória Diária

Um dos mandamentos de Bahá'u'lláh no KITÁB-I-AQDAS é a oração obrigatória diária. É determinada a todo crente a partir da idade de 15 anos, que deve observar tal prática na privacidade de seu próprio aposento. Esta prática é um dos ri­tuais da Fé de Bahá'u'lláh para o indivíduo. Mas nenhuma pessoa, ou instituição da Causa, tem o direito de impor esta lei. Somente o crente é responsável diante de Deus por este ato de devoção a Ele. Ao recitar a Oração Obrigatória diária, o bahá'í deve fazer todo o ritualismo que as acompanham, in­cluindo voltar-se para o Qiblih do mundo bahá'í. (O local onde se encontra o Túmulo de Bahá'u'lláh em Bahjí, Akká, na Terra Santa.)

Bahá'u'lláh revelou três orações obrigatórias para o indi­víduo e determinou que uma delas fosse recitada todos os dias. Tais orações são conhecidas como as Orações Obrigató­rias, a longa, a média e a curta. Nas duas primeiras, Bahá'u'l-láh ordenou certas genufluxões, que objetivam elevar a devo­lução dos crentes e seu espírito de servitude ao Criador.

Bahá'u'lláh deu a máxima importância à ORAÇÃO OBRI­GATÓRIA. 'Abdu'l-Bahá, em uma de Suas Epístolas, descreve-a como "a própria base da Causa de Deus", e como a "causa da vida espiritual" para o indivíduo. Em outra Epístola afirma que a obediência ao mandamento da oração obrigatória é de­vida a todos e nenhuma desculpa é aceitável, exceto quando a pessoa está mentalmente doente ou se defronta com circuns­tâncias extraordinárias.

Existem muitas outras orações na Fé, reveladas pelas Fi­guras Centrais, que os crentes são livres de fazê-las quando o desejarem. Não são obrigatórias. Podem ser feitas privativa­mente ou em público.

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ALGUNS ASPECTOS DO ENSINO DA FE

Em muitas de Suas Epístolas, Bahá'u'lláh determinou aos Seus seguidores ensinarem Sua Fé aos povos do mundo. No KITÁB-I-AQDAS Ele também exorta aos fiéis para se levanta­rem no serviço de Sua Causa e se refere ao ENSINO como a consagração suprema de todo ato virtuoso. O propósito pri­mordial do ensino é ajudar uma alma encontrar seu próprio Deus, o que é considerado por Bahá'u'lláh como "o mais meri-tório de todos os feitos."

Os prerequisitos para o ensino são encontrados nos Es­critos de Bahá'u'liáh e 'Abdu'1-Bahá, e Shoghi Effendi enume­rou alguns deles em sua carta intitulada "O Advento da Justi­ça Divina." Podem ser resumidos em poucas palavras: "VIVER A VIDA DE ACORDO COM OS ENSINAMENTOS BAHÁ'ÍS." Bahá'u'lláh afirma em uma de suas Epístolas:

"Deus prescreveu a cada um o dever de ensinar sua cau­sa. Quem quer que se levante para desincumbir-se deste dever, há que, ao proclamar Sua Mensagem, adornar-se com o ornamento de um caráter reto e louvável, de forma que suas palavras possam atrair os corações daqueles que estão receptivos ao seu chamado. De outra forma, não pode esperar jamais influenciar seus ouvintes."

Esta Declaração não deixa espaço para dúvida, pois Ba-há'u'lláh diz:

"De outra forma, não pode esperar jamais influenciar seus ouvintes."

A palavra "JAMAIS" é muito enfática e exclui qualquer outro método. Em numerosas outras Epístolas Bahá'u'lláh re­vela afirmativas semelhantes.

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'Abdu'1-Bahá escreve em uma Epístola:

"O propósito é este. A intenção de quem ensina deve ser pura, seu coração independente, seu espírito atraído, seu pensamento em paz, sua resolução firme, sua magnanimi­dade exaltada, e no amor de Deus uma tocha brilhante. Se assim proceder, seu hálito santificado afetará até mesmo a rocha; de outra forma, não haverá resultado algum."

A ênfase na última sentença é clara: "de outra forma, não haverá resultado algum." Existem muitas outras Epístolas de 'Abdu'1-Bahá com conclusões semelhantes.

Shoghi Effendi também chamou nossa atenção para esta verdade em muitas de suas cartas. Para citar uma conhecida passagem:

"Não pela força dos números, nem pela mera exposição de um conjunto de novos e nobres princípios, nem por uma organizada campanha de ensino, - não importando quão abrangente e elaborada seja em seu caráter - nem mesmo pela constância de nossa fé, ou pela exaltação de nosso entusiasmo, podemos, em última instância, vindicar aos olhos de uma era crítica e cética a asserção suprema da Revelação de Abhá! Uma coisa, e somente uma, infalivel-mente e sozinha, assegurará o triunfo indubitável desta Causa Sagrada, a saber, a extensão na qual nossa própria vida íntima e nosso caráter pessoal espelharem, em seus múltiplos aspectos, o esplendor daqueles princípios eter­nos proclamados por Bahá'u'lláh."

Aqui Shoghi Effendi não deixa alternativa para este pre-requisito vital do ensino, pois diz (e observemos sua dupla ên­fase): Uma coisa, e somente uma, assegurará o triunfo indubi­tável desta Causa Sagrada."

Não existem métodos ou procedimentos determinados, embora tenhamos recebido certos princípios e orientações do próprio Autor da Fé, como também de 'Abdu'1-Bahá e Shoghi Effendi. Esses princípios e orientações não seguem os mode­los e os métodos utilizados fora da Fé, onde freqüentemente todos os expedientes são usados para influenciar as pessoas e convertê-las a várias ideologias.

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A Causa de Bahá'u'lláh está fundamentada na verdade da Revelação de Deus, e a verdade não pode ser revestida de falsos padrões. Não pode empregar as técnicas de venda, pro­paganda, conveniências ou comprometimentos. Os métodos usados no mundo comercial para atrair as pessoas a novas idéias como publicidade extravagante e sensacionalista ba­seada em slogans, afirmativas extremistas e atrações seme­lhantes, são todas incompatíveis com a Causa de Deus.

Em seu trabalho de ensino, um bahá'í apresenta a Men­sagem de Bahá'u'lláh como ofereceria um presente a um rei. Desde que seu objetivo principal no ensino não é aumentar números, e sim despertar almas para que se encaminhem ao seu próprio Deus, ele deverá dirigir-se aos seus semelhantes com sentimentos de amor e humildade, e, acima de tudo, pro­curando transmitir a eles o poder transformador de Bahá'u'lláh. Na verdade, se ele tentar projetar-se a si mesmo, procurando impressionar o ouvinte com seus conhecimentos e realizações, e querendo impor-se por seus argumentos enquanto ensina a Fé, impede com isso que o poder de Bahá'u'lláh chegue até ele, ficando destituido do único poder que pode realmente acender no coração do ouvinte a chama da Fé de Bahá'u'lláh.

O sucesso no ensino depende da habilidade e da preste­za da pessoa em utilizar o poder de Bahá'u'lláh. Não existe outra alternativa. Se o crente não abre o caminho para Ba-há'u'lláh, através de seu amor a Ele, através de sua vida, e pelo ensino de Sua Causa com devoção, Suas confirmações e ajuda não podem alcançá-lo e o bahá'í falhará em seu serviço a Ele. Aqueles que têm sido os maiores instrutores bahá'ís sempre foram conscientes da presença de Bahá'u'lláh em to­dos os estágios de suas atividades de ensino. Foi por causa de sua conscientização da presença de Bahá'u'lláh, que eles puderam se dirigir com genuíno amor e humildade àqueles que estavam buscando a verdade, atraindo-os com amor de sua Fé e com o poder criativo de suas palavras. Foi esta conscienti­zação que os capacitou a irradiarem a glória da recém nascida Fé de Deus, para demonstrarem sua veracidade, promoverem seus interesses, suportarem os ataques dos inimigos e ganha­rem para Seu Senhor vitórias imperecíveis.

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Bahá'u'lláh freqüentemente aconselhava Seus seguidores como ensinar a Fé. Por exemplo: Determinou que Hají Mu-hammad-Tahir-i-Malmiri, quando este deixava Sua santa pre­sença, fosse ensinar em sua cidade natal, Yazd, e lhe deu al­gumas instruções de como ensinar. Destacada dentre essas instruções foi a de orar por aquele que busca, e orientar a ele para também orar, a fim de que as confirmações de Deus pu­dessem alcançá-lo e abrir seus olhos à verdade da Causa.

Outro conselho foi de começar o ensino falando da histó­ria das religiões do passado e seus Fundadores, com relatos como os que foram dados no KITÁB-I-IOAN. Isso permitirá ao inquiridor obter um vislumbre de sua própria religião, para que possa reconhecer a verdade e a realidade do Fundador de sua própria Fé. Quando este estágio era alcançado, a pessoa es­tava pronta para apreciar e entender a Causa de Deus para este dia.

Para citar outro exemplo: existe uma Epístola de Ba-há'u'lláh na qual, Farís (um sírio cristão que abraçou a Fé em Alexandria) é exortado a ensinar com sabedoria. Bahá'u'lláh o aconselha a não revelar às pessoas tudo sobre a Causa no início, mas ensiná-la pouco a pouco até que estejam prontas para absorver mais. Compara este processo com a alimenta­ção de bebês, que precisam receber pouco leite de cada vez, até que cresçam e sejam capazes de digerir outro alimento. Esta exortação de Bahá'u'llah é a base do ensino da Causa de Deus. Os princípios envolvidos são muito semelhantes àque­les que um mestre-escola emprega ao ensinar seus alunos, pouco a pouco e de acordo com a capacidade de aprenderem. Antes de ensinar a Causa a qualquer pessoa, é importante co­nhecer sua formação e capacidade. Os instrutores mais bem sucedidos são aqueles que, depois de se familiarizarem com as crenças e as idéias de uma pessoa, revelam as verdades da Fé gradualmente a ela. Mas o pouco que transmitem deve ser o remédio correto e de tal poder que possa influenciar e estimular a alma, e capacitá-la a dar um passo adiante, tor­nando-a preparada para absorver mais.

Haji Mirzá Haydar-AIÍ, o famoso instrutor bahá'í, deixou à

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posteridade o seguinte relato de uma de suas memoráveis en­trevistas com Bahá'u'lláh em Akká, no curso da qual a Aben­çoada Beleza falou a ele as seguintes palavras sobre o ensino da Causa de Deus:

"A forma de ensinar é ter uma disposição agradável e tra­tar as pessoas com um espírito de amorosa bondade. De­ve-se dar atenção a qualquer coisa que a pessoa diga, mesmo que sejam vãs imaginações, crenças que resultam da imitação cega, ou conversa absurda. Deve-se evitar entrar em argumentações, ou apresentar provas que levem a outra pessoa à teimosia e à contenda. Isso ocorre por­que a pessoa se sente derrotada a faz com que ela se afaste ainda mais da verdade, aumentando também sua obstinação.

A forma certa é dar atenção às afirmativas da outra pes­soa e então apresentar a ela um ponto de vista alternativo e convidá-la para examiná-lo, para ver se é verdadeiro ou falso. Naturalmente, quando isso lhe é apresentado com cortezia, afeição e benevolência, ela ouvirá e não pensará em termos de autodefeza, para buscar respostas e provas para seu próprio ponto de vista.

Ela reconhecerá e admitirá os pontos apresentados. Quando a pessoa se dá conta que o propósito por trás das discussões não é a contenda, nem questão de ganhar em argumentos, mas sim transmitir a verdade e revelar quali­dades humanas e perfeições divinas, ela com toda a cer­teza mostrará imparcialidade. Abrir-se-ão seus olhos e ouvidos internos, como também seu coração, e, através da graça de Deus, tornar-se-á uma nova criação e passa­rá a ter novos olhos e ouvidos espirituais.

Bahá'u'lláh falou muito sobre os males da argumentação controvertida e da intenção de se tornar um vencedor nas discussões. E então, disse: "O Ramo Mais Sagrado ('Ab-du'1-Bahá), dará atenção a qualquer fala absurda com tal interesse que a pessoa que fala pensará que ele está re­cebendo iluminação dela. Contudo, pouco a pouco, e de uma forma que a pessoa não percebe, Ele terá conferido a ela uma nova visão e um novo entendimento."

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As palestras de 'Abdu'1-Bahá no Ocidente nos dão o me­lhor exemplo da sabedoria ao ensinar. Ele se dirigiu a audiên­cias que desconheciam quase que totalmente a história e a origem da Fé, e que não estavam familizarizadas com as afir­mativas e posição de Seu Fundador. No entanto, Ele expunha, com simplicidade e brevidade, apenas aquelas verdades es­senciais que eram capazes de entender e que se constituiam nos primeiros passos para seu eventual reconhecimento da es­tupenda Mensagem de Bahá'u'lláh. Claramente evitava, na­quele estágio inicial, de se aprofundar nas muitas implicações ligadas à posição de Bahá'u'lláh e Sua Revelação, como tam­bém na exposição de Suas leis e de Sua Ordem Mundial no futuro. Em vez disso, conferia a cada um conforme sua capa­cidade, uma medida de Seu amor todo-abrangente, que deu vida e sustento espiritual àqueles poucos que abraçaram a Fé no Ocidente em Seu tempo.

Talvez seja uma tentação para quem ensina, especial­mente para aqueles que conhecem bem a Fé, derramar sobre um ouvinte todo o seu conhecimento, e bombardeá-lo com uma série de profundas afirmativas e longas explanações, a fim de prover ao pesquisador o máximo de provas para justifi­car a veracidade de seus próprios argumentos. Mas, quando isso ocorre, bloqueia o caminho para que o poder de Bahá'u'l-láh alcance o coração daquele que busca e o ilumine com a luz da Fé.

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TESTES E PROVAÇÕES

Testes são parte integrante da criação. Mesmo no mundo físico existem testes. Enquanto um objeto estiver estacionario não existirão testes para ele. Mas no momento em que come­ça a se movimentar haverá resistência, que é uma forma de teste da natureza. Quanto mais rápido se mover, maior será a resistência. Por exemplo, um avião moderno voando mais rá­pido que o som, encontra tal resistência por sua alta velocida­de que seu exterior se torna vermelho de calor.

Isso também é verdade no sentido espiritual. Deus prova Seus servos. Está escrito no Corão:

"Nós, seguramente, vos provaremos, afligindo-vos de al­guma maneira, com temor, fome, decréscimo de riqueza, perda de vidas e escassez de frutos..."

Em muitas de Suas Espístolas, Bahá'u'lláh fala dos tes­tes, especialmente neste Dia quando Deus, revelando-se a Si mesmo, põe em prova até mesmo as realidades dos Profetas e dos escolhidos. Estas são as palavras de Bahá'u'lláh:

"Pela retidão de Deus! Estes são os dias nos quais Deus tem provado os corações da inteira companhia de seus mensageiros e profetas, e além deles aqueles que montam guarda em Seu Sagrado e Inviolável Santuário, os habi­tantes do pavilhão celestial e residentes do Tabernáculo da Glória."

Quando o indivíduo abraça a Causa de Deus, ele é pro­vado de muitas formas, muitas vezes sem se aperceber de que está sendo provado. Cada vez que passa um teste, adqui­re maior iluminação espiritual e se fortalece na Fé. Chegará mais perto de Deus, será elevado a um grau mais alto de ser-

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viço e seu teste será mais dificil da próxima vez. Mas se atra­vés do "ego", que é a forma mais prejudicial de apego a este mundo, ele falhar nisso, sua fé será enfraquecida e poderá até perde-la completamente. Existiram muitos crentes dentre os instrutores bahá'ís mais destacados, que serviram com grande distinção e habilidade, e defenderam a Causa contra seus ad­versários, mas quando os ventos das provações sopraram, sua insinceridade e ambições egoístas tornaram-se aparentes, roubando deles o manto da fé e levando-os a perecerem espi­ritualmente.

A natureza das provações que confrontam os crentes po­de variar de época para época. Nos dias do Báb, de Bahá'u'l-láh e de 'Abdu'1-Bahá, os testes ocorriam principalmente na forma de perseguições e martírios. Os crentes viam-se fre­qüentemente diante de situações nas quais ou renegam sua fé em público, ou davam suas vidas. Mas a mão do poder divino de tal forma os tinha sustentado e fortalecido , que a grande maioria manteve-se firme até o fim e heroicamente sorveu o cálice do martírio.

Hoje, na Idade Formativa, os testes dos bahá'ís provêm principalmente de duas fontes: a primeira situa-se fora da co­munidade baháT: é o desafio em viver o modo de vida bahá'í em um mundo corrupto, espiritualmente falido, e caracterizado por todas as más influências de uma civilização decadente. Dentro de tal mundo, que caminha rapidamente para a des­truição, os bahá'ís devem aprender a ser felizes e confiantes, apegarem-se à visão de Bahá'u'lláh sobre a sociedade futura, e adornarem-se com as características da vida bahá'í. Viver de acordo com os ensinamentos de Bahá'u'lláh em um mundo tão decaido quanto o atual, é um teste muito difícil, pelo qual to­dos os baháls devem passar.

A outra fonte de provações situa-se dentro da própria comunidade bahá'í. Aqueles que viveram e trabalharam na Idade Heróica não passaram por estes testes, como passa a presente geração e passarão as gerações futuras, porquanto estavam em contato direto com a Suprema Manifestação de Deus e com o Centro de Seu Convênio. Intoxicados pelo vinho

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de Suas Palavras, aquelas almas esqueceram-se de si mes­mas e, através de seu amor e atração, tornaram-se gigantes espirituais desta Dispensação. Havia muito menos condição para ressentimento e incompreensões entre os crentes, pois não havia atividade comunitária como a conhecemos hoje.

Mas nesta Idade Formativa, os bahá'!s trabalham juntos dentro das comunidades. Sua Ordem Administrativa, agora amadurecendo em sua forma embrionária, cria muitos testes, abarcando, como o faz, pessoas de diferentes camadas da so­ciedade humana, ricos e pobres, jovens e velhos, cultos e ig­norantes, veteranos e recém ingressos na Fé, os quais devem trabalhar em unidade para o progresso da Causa. Trabalhar dentro de tal comunidade, que é o próprio núcleo e modelo da sociedade futura, nem sempre é livre de provações.

Hoje, então, os maiores testes vêm do indivíduo em sua inabilidade de agir no verdadeiro espírito baháT, seja dentro das instituições da Ordem Administrativa, ou em relação com outros bahá'ís. O problema básico tem sua raiz na inadequada compreensão da natureza das instituições da Fé.

Das tradições religiosas antigas vem a idéia de que as instituições religiosas são criadas pelo homem, adicionalmen­te aos ensinamentos do Manifestante. Tal idéia pode agir sub-concientemente como um preconceito na mente do indivíduo quando estuda os ensinamentos de Bahá'u'lláh. Consequen­temente, ele pode não apreciar corretamente o fato de que, di­ferente de outras religiões, na Fé Bahá'í foi o próprio Autor quem criou suas instituições administrativas, como parte inte­grante da religião de Deus e que os princípios administrativos da Fé estão par a par com seus princípios espirituais.

Outro fator que contribui para este mal-entendido origina-se do mundo profano, onde as instituições criadas pelo ho­mem tornaram-se pontos focais de disputa e rivalidade. Tais pensamentos, sejam originários de antigas religiões ou das atuais instituições sociais e políticas, estão de tal forma gra­vados nas mentes dos homens que se tornam obstáculos sub-concientes para uma compreensão apropriada da Ordem Ad­ministrativa Bahá'í. Há necessidade de um aprofundamento

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real sobre as verdades da Fé, antes que o efeito destas mal-julgadas noções possa ser completamente erradicado.

As instituições da Ordem Administrativa são órgãos inse­paráveis da Fé de Bahá'u'lláh. Os aspectos fundamentais des­ta ordem divina foram delineados pelo próprio BaháVIláh e por 'Abdu'1-Bahá. Foi Shoghi Effendi, o Guardião da Fé, quem eregiu suas fundações e explicou suas funções. Em sua ma­gistral descrição do nascimento da Ordem Administrativa, Shoghi Effendi resumiu sua gênese nas seguintes palavras:

"O momento é agora chegado para que o imperecível e mundialmente vitalizante espírito - que nasceu em Shiráz, que foi inflamado em Teerã, que se transformou em chama acesa em Bagdá e Adrianópolis, que foi levado para o Ocidente e que agora ilumina as bordas de cinco conti­nentes - se encarne em instituições que canalizem suas energias disseminantes e estimulem seu crescimento." ("Presença de Deus")

Esta grande e penetrante visão de Shoghi Effendi, o infa­lível Intérprete da Palavra de Deus, mostra em termos claros e simples a relação entre a Revelação de Bahá'u'lláh e a Ordem Administrativa de Sua Fé. É claramente enfatizado que as ins­tituições da Causa não são adições criadas pelo homem, mas sim canais divinos através dos quais as energias liberadas pela Revelação de BaháVIláh podem fluir para a humanidade.

O edifício que coroa a Ordem Administrativa é a Casa Universal de Justiça, sua instituição suprema. É essencial pa­ra o bahá'í aceitar a autoridade deste corpo augusto e crer que, nas palavras de 'Abdu'1-Bahá, ele é"... a fonte de todo o bem e livre de todo erro...". Esta é uma das verdades essen­ciais da Fé que um crente deve aceitar de todo o coração quando abraça a Causa de Bahá'u'lláh. Nenhum crente fiel irá questionar a autoridade ou a infalibilidade deste corpo supre­mo que está sob a guia do Báb e de BaháVIláh.

Os testes são muitas vezes criados quando servimos em instituições locais ou nacionais. Para citar um exemplo: duran­te o período de consulta os membros quase sempre são testa­dos, provavelmente sem se darem conta disso.

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Os parâmetros de conduta que devem governar os moti­vos e as ações dos membros das Assembléias durante as consultas são nobres e muito elevados. As seguintes palavras de 'Abdu'1-Bahá confirmam alguns destes elevados parâme­tros:

"Os requisitos primários para aqueles que desejam parti­cipar de uma consulta são: pureza de moti vos, espírito radiante, desprendimento de tudo o que não seja de Deus, atração às suas divisas fragâncias, humil­dade entre seus amados, paciência e resignação em difi­culdades e serviço ao seu exaltado limiar...

A primeira condição é absoluto amor e harmonia entre os membros da Assembléia. Eles devem estar inteiramente li­vres de alienação e manifestarem em si próprios a unidade divina, porque são as ondas do mesmo mar, as gotas do mesmo rio, as estrelas do mesmo céu, os raios do mesmo sol, as árvores de um só pomar e as flores de um só jar­dim..."

Os parâmetros estabelecidos por 'Abdu'1-Bahá na Epístola acima mencionada são requisitos essenciais para uma consul­ta bahá'í e não estão sujeitos a modificações ou comprometi­mentos. A falha na aplicação deles pode transformar a reunião de uma Assembléia Espiritual em uma arena de batalha para seus membros, cuja fé e firmeza no Convênio podem ser for­temente testadas durante a consulta. As batalhas espirituais dentro do coração começam quando o ego surge em cena. Um crente sofrerá muito e trará sérias provações para si mesmo, ao ponto de esquecer as exortações do próprio 'Abdu'1-Bahá, permitindo-se que interesses egoístas, ou práticas não-bahá'ís,

A prática dos princípios espirituais da Consulta deve ser genuína e verdadeira. Os sentimentos de amor, unidade, pa­ciência, humildade, servitude, devoção, cortesia, e outras vir­tudes mencionadas por 'Abdu'1-Bahá, devem vir do coração. Se não, o crente não venceu suas provas, e a batalha espiri­tual não foi ganha.

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ADIB TAHERZADEH

Por ocasião da visita do querido Conselheiro, Sr. Adib Taherzadeh, a Assembléia Espiritual Nacional gostaria de homenagea-lo trazendo ao pú­blico bahá'í trechos de sua magnífica obra THE REVELA-TION OF BAHÁVLLÁH, uma série de quatro volumes que discorre sobres as Escrituras Sagradas de Bahá'u'lláh re­veladas durante os quase 40 anos de exílio passados em Bagdá, Constantinopla, Adrianópolis e Acca, na Terra Santa. O Sr. Taherzadeh descreve muitas Epístolas até então desconhecidas no Ocidente, com relatos minuciosos tradu­zidos tanto de originais como traduções autênticas do inglês.

Abaixo, damos breves dados biográficos do Sr. Adib Taherza­deh.

Os seus avós paternos reconheceram o Báb (1819-1850) em Yazd, na memorável ocasião da visita de Vahid. Seu pai, Háji-Mu-hammad-Tahir-i-Malmiri, foi um dos primeiros discípulos de Ba-háVIláh. Ele dedicou a maior parte de sua vida centenária ao serviço ativo bahá'í em Yazd e arredores como instrutor e historiador da Fé, deixando memórias escritas que foram ricas fontes para a pesquiza posterior de seus filhos. Pelo lado da mãe, o Sr. Adib é a 5§ geração bahá'í descendente dos mártires de Nayriz. Crescendo na então fa­nática cidade de Yazd, ele foi ridicularizado, apedrejado por outras crianças, interrogado durante sua juventude e freqüentemente acom­panhava o pai em situações de grande perigo.

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Depois de se formar na Universidade de Teerã, seguido de tra­balho na Inglaterra, ele voltou para a Grã-Bretanha em 1949 para ajudar no Plano de Seis Anos da Comunidade Bahá'í Britânica em Glascow e Dublin. Ele foi durante 12 anos membro da Assembléia Espiritual Nacional da Irlanda. Em 1976 foi nomeado membro do Cor­po Continental de Conselheiros para a Europa. Trabalhava como di­retor técnico de uma firma de engenharia em Bray; hoje, porém, dedi­ca seu tempo integral ao serviço da Fé.

O Sr. Taherzadeh é bem conhecido na Inglaterra pelos seus conhecimentos da Fé Bahá'í e eloqüente narração de sua história. Ele tem também feito conferências na Europa, Canadá e Estados Unidos.

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