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A.˙. R.˙. L.˙. S.˙. GENERAL MAC ARTHUR – n.º 2724 FEDERADA AO GRANDE ORIENTE DO BRASIL – GOB
JURISDICIONADA AO GRANDE ORIENTE DO BRASIL PARANÁ
As Ferramentas do Companheiro Maçom
Irmão Darcizo da Fontoura Hamester, C.˙.M.˙.
2
Curitiba
2019
Irmão Darcizo da Fontoura Hamester, C.˙.M.˙.
As Ferramentas do Companheiro Maçom
APRESENTAÇÃO
O Respeitável Irmão Glauco Leonardo Koltz
de Lima, 1º Vigilante da Augusta e
Respeitável Loja Simbólica General Mac
Arthur, nº 2724, no exercício de suas
atribuições maçônicas e por determinação do
Venerável Mestre Michel Karpe determinou,
ao Autor do presente, a elaboração de um
trabalho com o tema “As Ferramentas do
Companheiro Maçom”.
O resultado das pesquisas é o que abaixo se
apresenta, distribuído aos Irmãos em arquivo
formato PDF.
Curitiba, 29 de agosto de 2019.
3
Sumário
Introdução .......................................................................................................... 4
As Ferramentas do Companheiro Maçom .......................................................... 5
Esquadro ............................................................................................................ 6
Nível ................................................................................................................... 8
Prumo ................................................................................................................. 9
Sobre as Ferramentas do Grau de Aprendiz e Companheiro .......................... 10
Imagens de Ferramentas ................................................................................. 13
Conclusão ........................................................................................................ 14
Referências bibliográficas ................................................................................ 15
4
Introdução
Os vários instrumentos e utensílios de nossa profissão são emblemáticos em
nossa conduta de vida, se destinam a inculcar em nossa mente as sérias e sábias
verdades que todo Maçom deve bem entender, e constantemente ter em mente.
Tudo se inicia no Grau de Aprendiz Maçom, onde ele recebe três ferramentas
para o início de seus trabalhos, sendo elas a régua de 24 polegadas, o escopo comum
e o cinzel, ferramentas essas usadas para medida e tralhar a pedra bruta.
Já no Grau de Companheiro as ferramentas são mais sofisticadas, servindo
para verificar o trabalho feito pelo Aprendiz e, se for o caso, fazer os ajustes
necessários, bem como tirar as provas da construção do Templo.
Hoje os Maçons são especulativos, onde essas ferramentas se aplicam a nossa
moralidade.
5
As ferramentas do Companheiro Maçom
Os instrumentos de trabalho do Companheiro Maçom são o Esquadro, o Nível
e o Prumo.
O Esquadro serve para verificar e ajustar os cantos retangulares dos edifícios
e auxiliar e dar forma apropriada à matéria bruta; o Nível para fazer nivelamentos e
provas horizontais; e o Prumo para verificar e ajustar as verticais, ao fixá-las nas suas
devidas bases.
Como não somos maçons operários, sendo Maçons livres e aceitos, aplicamos
estes instrumentos à nossa moral.
Assim o Esquadro ensina Moralidade; o Nível Igualdade; e o Prumo correção e
retidão na vida e nos atos. Pois, por esquadria na conduta, passos nivelados e
intenções retas, esperamos ascender às imortais mansões de emana toda a
bondade.1
1 GOB, Ritual do 2º Grau, 2009.
6
Esquadro
Joia do Venerável Mestre
Junto com o Compasso, forma o principal símbolo Maçônico.
O Esquadro nos ensina a regular nossas ações consoantes a régua e a linha,
harmonizando a nossa conduta por meio dos princípios da moralidade e da virtude. 2
Simboliza, para o Maçom, a retidão na sua conduta, na sua ação, sendo o
emblema da perfeição de sua obra, e de seu caráter. O Esquadro é a retidão moral e
virtude, fixidez e estabilidade. É retidão de juízos e honradez de propósitos. Não deve
ser passional, pois a retidão deve guiar nossos juízos. O Esquadro, enfim, é o
emblema da moralidade. 3
É muito importante o papel construtivo desempenhado pelo ângulo reto nas
combinações do simbolismo geométrico. Toda construção procede, de fato, da
associação de dois contrários, representados pela vertical (energia, ação, força) e pela
horizontal (extensão, inércia, resistência). O construtor é chamado a por em
movimento o que, por sua natureza, é imóvel. Reúne o que está disperso e, visando
construir um todo estável e sólido, ele junta e combina seus materiais. Ora, para atingir
plenamente seu fim, estes últimos devem submeter-se e satisfazer o que determina o
controle do esquadro, que estabelece a configuração indispensável para permitir às
pedras ajustarem-se exatamente entre si. Sem esse instrumento, os maçons acham,
com razão, que não haveria Maçonaria possível. Fizeram do esquadro a insígnia do
Mestre que dirige os trabalhos, pois este tem por missão essencial manter a boa
harmonia entre todos os seus colaboradores. Tendo esse objetivo, ele deve mostrar-
2 Wagner Veneziani Costa, 2015. 3 Nicola Aslan (citado no livro do Wagner Veneziani Costa)
7
se hábil para conciliar os antagonismos, segundo o ensino que decorre do esquadro,
combinação da horizontal com a vertical. Ele tem a incumbência, além disso, de fazer
observar a disciplina, base de toda associação. Aqui ainda, o esquadro é um emblema
que fala, já que, fora dele, nenhuma coordenação poderia subsistir. Regra, lei, ordem,
equidade, justiça, organização, tudo se relaciona, na verdade, na alegoria construtiva,
com a necessidade de esquadrar corretamente as pedras destinadas a juntar-se sem
solução de continuidade, para realizar uma construção perfeita.4
4 Wagner Veneziani Costa, 2015.
8
Nível
Joia do Primeiro Vigilante.
O Nível representa o Nascimento, a Maçonaria e a Morte. 5
Nos demonstra que temos uma origem comum, que somos partes de uma
mesma natureza e partícipes da mesma esperança; e, não obstante sejam
necessárias diferenciações de hierarquia entre os homens a fim de garantir a ordem,
que nenhuma situação elevada, por mais privilegiada que seja, nos faça esquecer que
somos Irmãos, e que aquele que esteja no ponto mais baixo da Roda da Fortuna seja
merecedor de nossa atenção e de nossos cuidados; tempo virá, e os mais sábios entre
nós não sabem o quão cedo, quando todas as diferenças, salvo as da Bondade e da
Virtude, deixarão de existir, e a Morte, grande niveladora da grandeza humana, nos
reduza a uma mesma condição.
É o Nível que nos faz tratarmo-nos de Irmãos, e, em nossos Templos,
sentarmos lado a lado, patrão e empregado, pai e filho, General e Tenente, rico ou
pobre, sem nenhuma pretensão. Na Maçonaria, só se reconhece o privilégio dos
cargos e a hierarquia dos Graus. No mais somos todos iguais com os mesmos direitos
e deveres, mais deveres que direitos, transformando-nos nessa amada família. 6
5 Wagner Veneziani Costa, 2015. 6 Francisco de Assis Carvalho, 2009.
9
Prumo
Joia do Segundo Vigilante
O Prumo nos sugere que mantenhamos uma postura ereta, que mantenhamos
a balança da justiça equilibrada, que observemos o meio-termo justo entre a
intemperança e o prazer, e submeter as nossas paixões e preconceitos, limitando-as
às linhas do nosso dever. 7
É o Símbolo da Retidão, da Justiça e da Equidade. Também simboliza o
Equilíbrio. O Prumo significa que o Maçom deve possuir uma Retidão de julgamento
e que nenhuma ligação pessoal possa interferir no seu julgamento – seja essa ligação
em grau de parentesco ou de amizade. A Perpendicular, também é símbolo de
profundidade e do conhecimento.
Por ter sua posição, verticalmente, sem pender nem para um lado nem para
outro, ele se torna o símbolo da Estabilidade da Ordem. Quando se inscreve as Três
Luzes da Loja, nas palavras latinas Sapientia, Sallus, Stabilitas, estamos dizendo que
o Venerável Mestre é a Sabedoria que dirige a Loja, que o Primeiro Vigilante é a Força
que sustenta, e que o Segundo Vigilante é a Estabilidade que dá o Equilíbrio
necessário para o bom andamento dos trabalhos. 8
7 Wagner Veneziani Costa, 2015. 8 Francisco de Assis Carvalho, 2009.
10
Sobre as ferramentas do Grau de Aprendiz e Companheiro
Existem três ferramentas de trabalho em cada um dos três graus, referindo-se às três
fases da natureza do homem. Esta ênfase é repetida ao longo da nossa jornada como
Maçons. Três graus, três oficiais principais, três jóias móveis, três ornamentos, três
móveis, três pilares e três rufiões.
Em primeiro lugar, o trabalhador, sabendo pouco do design final, tem que aprender o
uso das ferramentas de preparação que lhe permitem moldar a pedra. O artesão
habilidoso. sabendo o que é exigido pelo plano, tem que testar o trabalho, e para este
propósito ele deve ter um conhecimento completo das ferramentas da prova; o Mestre
tem que preparar o plano para o artesão habilidoso, e para esse propósito ele usa as
ferramentas do plano.
No desenvolvimento dos graus, o primeiro grau é essencialmente moral e emocional;
o segundo é mental e profundo. O primeiro é um chamamento dos sentimentos; o
segundo é uma exortação à mente. O primeiro inculca virtude, o segundo prescreve
ciência; um fala ao coração, o outro à cabeça. O primeiro aconselha a pureza e a
inocência, o segundo recomenda o estudo minucioso e observador dos mistérios
ocultos que entesouram a natureza da Ciência.
Hoje, podemos dizer que o homem vive mais dos seus sentimentos do que do seu
intelecto, pois é muito mais fácil despertar emoções do que induzir ideias, o homem
pode ser facilmente persuadido quando recorremos aos seus sentimentos, e não ao
seu cérebro. A origem de todas as ações, ou seja, a força primaria motriz da vida,
encontra-se no reino da sensação e da emoção, porque a emoção é que dá calor ao
coração e acende nos espíritos as labaredas das grandes façanhas e dos atos de
perseverança e de sacrifício.
Nos estudos das ferramentas de trabalho, podemos vê-las de duas maneiras,
observando o uso que delas fazem os Maçons Operativos, a outra é analisar os
princípios filosóficos e fundamentais em que cada uma se baseia. Assim estaremos
em condições de perceber a lição espiritual que cada uma dessas ferramentas nos
ensina, assim também, os meios materiais de expressar semelhante ensinamento
espiritual na vida prática.
11
As diferenças existentes entre as Ferramentas de Trabalho do primeiro e do segundo
graus são muitas e notáveis. Observemos que do ponto de vista operativo, o Aprendiz
talhará a pedra bruta, dando tamanho e forma e o tamanho devidos, por meio do Maço
e do Cinzel. Realiza o trabalho na Cantaria, trabalhando uma pedra de cada vez, e
não é necessário que saiba onde esta será colocada, nem a sua relação com as
demais.
Quando chega ao grau de Companheiro, seu trabalho toma novo aspecto e dá um
importante avanço à sua arte. Mesmo com as novas ferramentas de trabalho, o
Companheiro não pode esquecer que estas não substituem as do primeiro grau, ao
contrário, agregam-se a elas. Portanto, ainda conserva ele, a Régua de 24 polegadas,
o Maço e o Cinzel, pois ainda resta trabalho para realizar com eles. Agora o
Companheiro terá que preparar melhor a Pedra Bruta, suavizando e polindo suas
superfícies, a fim de embelezar e dar elegância à estrutura, trabalho que se pode
realizar integralmente com a Régua, o Maço e o Cinzel.
Os novos instrumentos que agora se agregam ao Companheiro, são o Esquadro, o
Nível e o Prumo, símbolos que são os mais significativos da parte formal da
Maçonaria, já que o Templo se erige sobre o fundamento à Nível, traça-se com o
Esquadro e levanta pedra por pedra, ajustando-as com o Prumo.
As ferramentas de trabalho dos primeiros graus podem comparar-se de outro modo
interessante. A Régua de 24 polegadas e o Esquadro são instrumentos estáticos, que
unicamente se utilizam quando permanecem parados, embora tornem-se rígidos e
imóveis quando se aplicada à obra, para que possam ser úteis.
Já as outras duas ferramentas de cada grau há um marcante contraste. Enquanto o
Nível e o Prumo são instrumentos estáticos, o Maço e o Cinzel são essencialmente
dinâmicos, estes dois últimos só são úteis quando em movimento.
Cada um de nós, somos as pedras vivas, que formam o templo não feito com as mãos,
e para que o Templo seja perfeito, cada um de nós tem que ser assim, pois o Templo
será tão bom quanto as pedras que formam isto. A maçonaria é mais que um ritual; é
um modo de viver. Oferece-nos um método e um plano, através dos quais podemos
construir um personagem tão forte e verdadeiro que nada, nem mesmo a morte, possa
destruí-lo. Se agirmos com justiça, amarmos a misericórdia e andarmos humildemente
12
diante de Deus, então poderemos serenamente esperar o momento solene em que
devemos deixar esta cena transitória com uma consciência limpa e uma confiança na
misericórdia de Deus. 9
9 Elder de Lucena Madruga, 2014.
13
Imagens de Ferramentas
Reproduções de ferramentas utilizadas no antigo Egito, cerca de 4500 anos atrás: o Prumo, o Maço, o Escopro ou Cinzel e a Régua (expostas no Museu Egípcio e RosaCruz, em Curitiba – imagem de Ângelo Oliveira Salignac).
Um nível encontrado numa gruta de Roque Saint Christophe em Dordogne França.
14
Conclusão
O progresso do Companheiro depende de sua sempre crescente capacidade
de interpretar os elementos fundamentais do simbolismo, aprendendo a vivê-los e
realizá-los com a maior utilidade e proveito. 10
Como Companheiro Maçom, temos a árdua tarefa de buscar a aplicação moral
das ferramentas do Grau na nossa vida, combinadas com as do grau anterior,
podemos nos tornar pessoas muito melhores para nós, para nossa família, para a
sociedade.
Aplicando seus princípios filosóficos estaremos em condições de perceber toda
a lição que as ferramentas podem nos ensinar, basta a nós absorvermos e aplicarmos
a nossa vida.
Espero um dia poder ter o conhecimento moral, filosófico e espiritual, para que
com a ajuda do Grande Arquiteto do Universo possa aplicar as mesmas com
serenidade e justiça.
10 Hugo Borges, 2010.
15
Referências bibliográficas
MENDES, Fabio. Ritual de Emulação – O Grau de Companheiro Maçom. Editado
pelo Autor 2012.
POWEL, Arthur Edward. The Magic of Freemasonry – 1924 – Tradução da versão
em espanhol “La Mgia de La Francmasoneria” por Elder de Lucena Madruga, 3ª
Revisão, 2014.
GRANDE ORIENTE DO BRASIL (GOB). Ritual do 2º Grau: Companheiro Maçom do Rito de York. Grande Oriente do Brasil – GOB. São Paulo/SP, 2009.
COSTA, Wagner Veneziani. Escola de mistérios: a antiga tradição e seus símbolos. 2ª Edição – São Paulo – Madras, 2015.
CARVALHO, Francisco de Assis. Símbolos maçonicos e suas origens. 3ª Edição –
Londrina – Editora Maçonica “A Trolha”, 2009.
BORGES, Hugo; CAVALCANTE, Sergio. O Simbolismo. Companheiro Maçom.
João Pessoa – Editado pelos autores, 2010.
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